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De sve ndando o
Estádio lotado, torcedores apreensivos na hora também comparam o Scrum às regras do Rugby,
daquela jogada que pode valer a pontuação da virada originadas do futebol, assim como a metodologia
do jogo, e então ocorre uma infração. No jogo de do Scrum foi fortemente baseada no processo Lean
Rugby, se algum dos 15 jogadores do time deixar Software Development, utilizado pela Toyota. O project
a bola cair em um knock on, passá-la para frente, manager Fabio Camara explica esta associação do
causar um impedimento acidental ou se a bola não método ao esporte. “É sábio se preparar para cada
sair de um ruck ou maul, é usado o Scrum como partida. Devemos entender cada partida de um esporte
forma de penalidade. No Scrum do Rugby (tinyurl. como um Sprint (ciclos periódicos da metodologia
com/scrum-rugby), apenas oito jogadores de cada time Scrum). Em outras palavras, não podemos proceder de
se formam frente a frente e encaixam suas cabeças forma igual, robótica, sem inovação em cada Sprint.
formando um túnel. O jogador Scrum-half insere a E é justamente este o ponto do Scrum com os times
bola no meio do túnel para que o hooker, que tem toda de esporte. É uma inversão da pirâmide, ou seja, os
a responsabilidade do Scrum, a recue para o jogador programadores são muito importantes para o projeto,
número 8, e o Scrum termina quando a bola sai deste assim como os jogadores para o time naquela partida.
túnel. Agora vamos voltar no tempo e avaliar o porquê Não adianta o gerente do projeto trazer controles
da comparação desta jogada Scrum com a metodologia que mais parecem uma auditoria e burocratizam o
ágil de gerenciamento de projetos Scrum, feita pelos desenvolvimento. No fim, quem faz a diferença no
estudiosos japoneses Ikujiro Nonaka e Hirotaka projeto são os desenvolvedores, como jogadores para o
Takeuchi, no artigo "The New Product Development time.” compara.
Game" (O Novo Jogo de Desenvolvimento de Produtos), Em 1993, Jeff Sutherland, Ken Schwaber e
publicado na revista Harvard Business Review, em John Scumniotales documentaram, conceberam e
1986. Segundo eles, o Scrum foi concebido a partir implementaram o Scrum pela primeira vez na empresa
de um estilo de gerenciamento de projetos utilizado Easel Corporation, de acordo com os estilos de
na fábrica de automóveis Toyota. Ao notarem que a gerenciamento observados por Nonaka e Takeuchi e
empresa produzia melhores resultados com equipes com os conceitos da metodologia ágil Lean. Dois anos
pequenas e multidisciplinares (cross-functional), depois, Ken Schwaber formalizou a definição de Scrum
associaram estas equipes eficazes à formação Scrum e ajudou a divulgá-lo. O Scrum começou então a ser
do Rugby, que conta com poucos jogadores, onde o implantado com sucesso por empresas do mundo todo,
objetivo é retirar o obstáculo da frente do jogador e para ser usado, principalmente, em gestão de projetos
correr com a bola, para que possa avançar o máximo de desenvolvimento de software.
possível no campo e marcar pontos. Nonaka e Takeuchi
TIdigital / Reportagem / Scrum :: 38
Quem pode aplicar o Scrum em uma empresa? com certificações na área escolhida (treinamento ou
coaching). Além disso, é fortemente indicado que um
A Scrum Alliance, organização fundada pelos criadores candidato a CST tenha sido co-trainer de pelo menos dois
da metodologia Scrum, para promover, apoiar e gerar recursos CSTs antes de enviar sua aplicação como candidato.”
aos usuários da metodologia, oferece cinco certificações: completa Alexandre.
ScrumMaster (CSM), Scrum Product Owner (CSPO), Scrum O interesse de muitos gerentes de software na
Practitioner (CSP), Scrum Coach (CSC) e Scrum Trainer certificação Scrum está crescendo, não só pelo título, mas
(CST). Até agora, no Brasil, temos apenas um Scrum Trainer. também por adquirirem uma maneira de conseguir reger o
É o fundador do grupo Scrum-Brasil, principal comunidade setor de desenvolvimento com mais confiança e segurança no
brasileira de debate sobre Scrum, e responsável pela área de que é acordado com o cliente. Segundo Nelson Abu, o claro
Agile da Caelum, Alexandre Magno, que ministra workshops e benefício trazido por esses processos de gerenciamento de
dá treinamentos de Certified ScrumMaster e Certified Scrum projeto e o grande número de cases de sucesso, trouxeram a
Product Owner. “Eu encontrei os métodos ágeis em um atenção das organizações para processos como o Scrum. “A
momento da minha vida em que estava refletindo se valia demanda por profissionais com essa competência aumentou,
a pena seguir em frente na carreira de gerenciamento de movimentando todo um mercado de cursos, workshops,
projetos na área de TI. Eu não aguentava mais os mesmos palestras, fóruns etc. Do ponto de vista dos profissionais
problemas projeto a projeto, que se repetiam há mais de 20 especializados, isso representa mais uma oportunidade de
anos.” conta. A primeira metodologia ágil de gerenciamento que trabalho, porque a demanda por esses conteúdos está cada
Alexandre utilizou foi a FDD (Feature-Driven Development), e vez maior. Porém, para os que visam a capacitação em
então conheceu o Scrum. “Adorei Scrum por sua simplicidade processos ágeis, é importante buscar referências sobre o
e poder. Vi nele algo que pode ser levado para além dos conteúdo e os responsáveis por ele, uma vez que nem todos
departamentos de TI. Eu acredito que Scrum pode mudar o os cursos têm boa qualidade. Para o Scrum especificamente,
mundo do trabalho, das empresas. Estou muito contente em a existência de um treinamento oficial em língua portuguesa,
estar aplicando Scrum dentro de boards de empresa, vendo pelo Alexandre Magno, foi um grande avanço para o mercado
diretores de áreas diferentes (rh, financeiro, mkt etc.), nacional.” avalia Nelson, sobre os cursos de Scrum da Caellum.
que antes se preocupavam apenas com o resultado de seus À medida que cresce o interesse das empresas e de profissionais
departamentos, agora estarem trabalhando de uma forma por Scrum, mais aparecem instituições e cursos que ministram
multidisciplinar colaborativa.” diz. workshops sobre a metodologia. Só que, nem sempre, estes
Para se certificar pela Scrum Alliance, é preciso, workshops realmente capacitam o profissional para a aplicação
primeiramente, frequentar uma das turmas dos treinamentos do Scrum. “O nosso treinamento também é de 16 horas,
de Certified ScrumMaster ou Certified Scrum Product Owner. e nesta carga horária conseguimos ensinar aos alunos a
“Tendo um bom aproveitamento em uma destas turmas, você essência e práticas do Scrum e Agile, as armadilhas do
recebe este primeiro nível de certificação, comprovando a sua processo de aplicação, os papéis, e não menos importante: o
participação ativa em um treinamento de 16 horas ministrado que não é Scrum! Esta parte aborda justamente alguns dos
por um Certified Scrum Trainer, profissional que possui forte grandes erros que as empresas estão cometendo ao aplicar
conhecimento teórico e prático de Scrum e a confiança do Scrum, o que vem sendo chamado pelo Ken Schwaber de
Ken Schwaber, Presidente da Scrum Alliance. Nos meses Scrumbut (Scrum, mas...).” descreve Alexandre.
seguintes será incluída a esta certificação um prova de
múltipla escolha para o aluno avaliar seus conhecimentos ao O Scrum no Brasil
final do treinamento.” explica Alexandre. Comprovando pelo Antes do Scrum se tornar o “queridinho” entre as empresas
menos um ano de experiência com Scrum, o CSM ou CSPO pode adeptas às metodologias ágeis de gerenciamento de software,
se candidatar ao título de Certified Scrum Practitioner. “Neste muitas outras foram apresentadas, mas a verdade é que a
processo de avaliação, você terá que enviar à Scrum Alliance grande maioria dos gerentes de desenvolvimento ainda utiliza
informações sobre algum projeto que tenha participado o modelo tradicional, ou seja, técnicas criadas pela própria
utilizando Scrum, neste período de um ano. É uma prova que empresa. Alguns, por não terem sido apresentados às novas e
representa uma experiência prática, que obriga o candidato diversas metodologias ágeis. Outros, por ainda não confiarem
a contar a história daquele projeto. Sendo um CSP por nestes métodos. “Uma empresa que já passou por processos
pelo menos um ano, e querendo focar em uma carreira com criados internamente, modificados de acordo com as suas
Scrum, você pode se candidatar a Certified Scrum Trainer e/ necessidades, ou padronizados (como RUP, PMBOK etc.)
ou Certified Scrum Coach. Aqui, além de sua habilidade com e não teve sucesso, com certeza verá na simplicidade do
Scrum ser avaliada novamente, você precisará de um bom Scrum um meio de obter resultados rápidos. Porém, é
currículo em uma destas duas carreiras, preferencialmente fundamental o apoio da alta direção e o comprometimento
38 :: TIdigital / Reportagem / iPhone
de todos, pois devemos lembrar que o Scrum exige muita juntamente. “Muitas pessoas podem dizer que é inútil usar
dedicação e persistência para que ele realmente funcione na Scrum quando todas as práticas dele já estão incluídas no
sua totalidade e, assim, gere os benefícios esperados.” conta XP. Isso é verdade, as práticas do Scrum são um subconjunto
o ScrumMaster Nelson Abu, que garante melhorias no resultado do XP. Porém, é muito mais fácil vender Scrum do que
dos projetos se os funcionários da empresa estiverem dispostos XP. O mantra do Scrum é ‘maximização do retorno sobre o
a enfrentar as mudanças que o Scrum causa no funcionamento investimento (ROI) ’ e tudo no Scrum gira em torno disso.
do time. “Se uma empresa não possui processos definidos, O foco é muito claro: Scrum foi feito para ser vendido para
o Scrum é uma das melhores opções, pois ele é simples gerentes, diretores e clientes. Já o XP é muito focado em
de entender e bem mais simples de implantar que outros programadores e práticas de engenharia, o que o torna um
processos. Assim, as chances de sucesso são muito maiores. pouco mais difícil de ser entendido e aceito. Enfim, no final
Ken Schwaber fala que Scrum não é um processo, mas sim das contas, acaba-se usando as duas coisas, e como as duas
um framework. O mais importante é que ele traz uma caixa de são compatíveis, não há nenhum problema. Sobre Lean,
ferramentas de boas práticas de trabalho, permitindo obter usamos, por exemplo, algumas métricas de desenvolvimento
bons resultados, mesmo que a equipe não tenha o domínio como lead time, que é o tempo da requisição do cliente até a
completo das técnicas que estão sendo utilizadas.” completa. entrega do produto, e vocabulários como ‘evitar desperdício’
e ‘ter a visão do todo’." afirma.
“O Scrum é simples de entender Para o ScrumMaster Igor Macaúbas, as práticas do Scrum
e bem mais simples de implantar que devem ser seguidas à risca quando a empresa nunca utilizou
outros processos.” Alexandre Magno nenhum método ágil. “Eu não recomendo que sejam feitas
implementações parciais do Scrum no começo. É por causa
Em tempos de crise, este método de desenvolvimento de disso que às vezes escuto ‘tentamos fazer scrum mas não
software, que exige uma equipe pequena, acaba sendo um conseguimos’. Minha sugestão é que a adoção inicial seja
caminho. “Quem atua na área de projetos em TI sabe o quão totalmente by the manual, ou seja, faça todas as práticas e
ruim vem sendo os nossos resultados: pouco sucesso, alto cerimônias que estão descritas na especificação do Scrum,
custo, equipes insatisfeitas, cliente inimigo, alta rotatividade não deixe nada de fora, nem questione nada. Depois,
de profissionais etc. Agora, estamos entrando em um ano de, quando você já estiver experiente, após executar pelo menos
no mínimo, atenção e cautela nos investimentos. A área de TI seis sprints, e já conhecer os benefícios que as práticas
sempre sofre com essas crises e é onde começam os cortes. trouxeram, aí sim você pode pensar em deixar de fazer
Scrum nos dá uma excelente oportunidade de começar a alguma coisa, ou mudar a forma como alguma coisa é feita.”
mudar a cara de TI no mercado. Nós entregamos sim, estamos sugere.
Metodologias Crystal -
componentes, fica muito difícil a mudança da cultura coorporativa, time se auto-organizará para executar o trabalho da Sprint. Uma
mesmo que o Scrum seja adotado apenas na área de TI. habilidade que não está no manual é a capacidade de ser um líder
Liderança: por ser comparado ao gestor de projetos, é importante servidor. É importantíssimo que o ScrumMaster desenvolva uma
que ele tenha essa habilidade. Porém, não é obrigatório que ele seja um liderança inspiradora sobre os seus liderados.” diz. Igor explica
grande líder, já que o Scrum permite uma liderança compartilhada, também o por quê de, na metodologia Scrum, as equipes serem
pois a equipe participa ativamente dos processos decisórios do projeto. chamadas de times. “Em um time, é necessário que os membros
Essa participação ativa de todos da equipe deve ser promovida e tenham ‘rapport’. Rapport é a capacidade de entrar no mundo de
incentivada a todo tempo pelo ScrumMaster, gerando naturalmente o alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte
comprometimento de todos, reduzindo riscos e conduzindo o projeto para laço em comum. É a capacidade de ir totalmente do seu mapa do
o seu objetivo. A liderança também proporcionará que ele exerça melhor mundo para o mapa do mundo dele. É a essência da comunicação
sua influência na organização e na motivação de todos. bem-sucedida, e a base de uma sólida relação de confiança, tanto
Motivação: o gestor sempre tem que estar proporcionando entre si como para com o ScrumMaster. Além disso, é importante
condições para que a equipe execute suas atividades. Um grande fator de frisar que os times precisam ser multidisciplinares, ou seja, dentro
alicerce no Scrum com relação à motivação é a gestão dos trabalhos em do time devem existir todas as habilidades para executar o trabalho
metas possíveis e à adesão da equipe em todo o processo do projeto. Por da Sprint, sem a necessidade de recorrer à recursos externos, como
prever entregas constantes de forma iterativa, o próprio Scrum garante DBA’s, arquitetos, entre outros. O time precisa ser auto-contido, e
que a equipe ganhe moral à medida em que vai cumprindo as metas ter capacidade de entregar o que se comprometeu a fazer.”.
definidas, o que ajuda a manter todos motivados. Além do ScrumMaster e do time, há o Product Owner
Negociação e gerenciamento de conflitos: a negociação ocorre a que, segundo Guilherme Chapiewski, tem o papel mais difícil de ser
cada Sprint, sendo esta negociação realizada junto com o Product Owner executado, pois exige um conhecimento de domínio muito avançado,
e a equipe, onde são definidos o serviço da Sprint e a quantidade de aliado a uma grande experiência em gestão de negócios. “O Product
produção que a equipe consegue executar naquele período. A resolução Owner deve inspirar o time, é ele quem lidera e conduz o time em
de problemas ocorre em cada daily meeting, quando os problemas são prol de um objetivo desafiador, e para isso, ele tem como principal
identificados para serem resolvidos logo após a reunião, e nas reuniões ferramenta a visão que compartilha com o time. O papel do Product
de retrospectiva com a equipe ao final de cada Sprint. Owner foi inspirado nos papéis do Champion na 3M, e do Shusa
Resolução de problemas: a todo momento, o ScrumMaster deve na Toyota. Em ambas as empresas, esse é um dos cargos mais
resolver problemas, para que a equipe não perca o seu foco. Aqui temos desejados da corporação, mas as exigências para se alcançar essa
o conceito de “gerente servidor”, que serve como apoio para a equipe, posição também são grandes. Em geral, os profissionais que ocupam
tirando todos os obstáculos existentes no caminho de execução do essa posição são engenheiros seniores, que depois de mais de dez
projeto. anos de experiência são treinados por vários anos em Negócios e
Manter os indivíduos como um time: é fundamental ter todos Marketing, para só então assumirem esse papel.” avalia.
comprometidos com o projeto, várias pessoas juntas não formam um Uma das principais características do Scrum é a constante
time, mas se todas estiverem focadas em um objetivo e comprometidas interação do cliente com o projeto, recebendo assim um atendimento
com ele, aí então temos um time. É primordial para se ter um time, que mais ágil, mais flexível, tornando-o mais envolvido no desenvolvimento
o ScrumMaster seja uma figura que reúna este time e faça com que eles do produto. “A participação do cliente é fundamental. Ter
pensem e ajam assim. o cliente disponível o tempo todo, para tirar dúvidas e
Eliminar a corrente crítica: é dever do ScrumMaster proteger ajudar a escolher as melhores opções de acordo com o
o time e desta forma não apontar quem está causando problema e sim desenvolvimento do produto, é o cenário ideal, mas nem
resolvê-lo sem transparecer ao cliente. O ScrumMaster deve sempre
sempre possível. O mínimo que você precisa conseguir são
estar atento a quem está sendo a corrente crítica para eliminar ou
de duas a quatro horas de disponibilidade do seu cliente a
reduzir ao máximo seus reflexos.
cada 15 dias, para participar em alguns pontos chave do
Para Igor Macaúbas, o ScrumMaster precisa ter habilidades
processo. Durante o Sprint Planning 1, onde é definido
que não estão descritas no manual da metodologia.
‘o que’ será feito na próxima iteração, a participação do
“O ScrumMaster não é um gerente, e sim um líder. Ele
guia as pessoas e as ajuda a atingirem um objetivo. Remove cliente é de grande valia para ajudar a detalhar os requisitos,
impedimentos, trabalha em conjunto com o Product Owner e com sanar dúvidas, ou negociar o escopo buscando soluções que
o time para manter o Product Backlog, e faz a mediação de todas atendam às necessidades do cliente a um custo menor. Se é
as cerimônias do Scrum. Ele é, além de tudo, um facilitador. O difícil contar com a disponibilidade do seu cliente, não deixe
ScrumMaster também é um dos responsáveis pelo sucesso do time, de, pelo menos, envolvê-lo durante o Sprint Review ao final
e a sua atuação é, por muitas vezes, decisiva. Um outro papel de cada iteração. Esse momento é precioso, pois ao mostrar
importantíssimo do ScrumMaster é o de ‘escudo’, protegendo o uma parte do software funcionando para o cliente, você
time de interferências internas e externas. Ele é um agente de pode colher feedback, anotar sugestões de melhorias, ou até
mudanças e às vezes precisa dizer não para o seu próprio chefe. mesmo mudar totalmente a direção do projeto, pois à medida
Também preza pela multidisciplinaridade do time e garante que o que o cliente começa a interagir com o software funcionando,
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ele começa a entender melhor o que realmente precisa para resolver o problema dele, e novas idéias vão surgindo. Se você
não conhece o seu cliente, não sabe o problema que ele tem, nem o que ele quer exatamente, como você pode desenvolver um
software para resolver o problema dele?” aconselha o gerente de desenvolvimento de aplicações Web na Globo.com, Danilo Bardusco.
Entenda o Ciclo do Scrum por Danilo Bardusco, responsável pela evangelização e implantação desta metodologia ágil na Globo.com:
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1) O ciclo começa com o Product Owner definindo uma visão de produto compartilhada com o time.
2) Essa visão é então transformada, junto com o time, no que chamamos de Product Backlog. O Product Backlog contém uma lista de requisitos de todos os entregáveis para que
aquele produto faça sentido. Essa lista deve estar sempre priorizada por valor de negócio. Requisitos podem ser adicionados ou removidos a qualquer tempo, assim como a prioridade
também pode mudar. Ou seja, o Backlog precisa ser continuamente mantido pelo Product Owner, visando maximizar o retorno sobre o investimento.
3) Com o Backlog em mãos, o time e o Product Owner fazem o Sprint Planning 1, onde será definido “o quê” será feito durante o Sprint. Essa é a fase de “documentação” do
projeto. Histórias são refinadas, cenários de aceitação são escritos, e scketches feitos por designers podem ajudar a melhorar o entendimento do que precisa ser feito. As histórias
selecionadas, com os demais artefatos produzidos na reunião de trabalho, formam o Selected Product Backlog.
4) O Selected Product Backlog é o resultado do Sprint Planning 1, e define a quantidade de trabalho com a qual o time se comprometeu a entregar naquele Sprint. Ele se
mantém inalterado durante todo o Sprint.
5) O Sprint Planning 2 é a hora de definir “como” a solução será implementada. É a fase de “modelagem” do projeto. Nela, o time deve identificar as melhores soluções para
resolver cada um dos problemas, identificando as tarefas necessárias para atingir o objetivo.
6) O resultado do Sprint Planning 2 é o Sprint Backlog, uma lista de atividades necessárias para entregar a versão final das funcionalidades que serão aceitas pelo cliente.
7) Começa o Sprint. É a fase de “construção”, onde diariamente o time se reúne para sincronizar o trabalho que está sendo feito. O ciclo menor representa o primeira iteração,
em geral de duas a quatro semanas, onde todas as fases do projeto são exercitadas para que seja possível concluir um incremento de funcionalidade pronto para ser utilizado. Dentro
deste, o ciclo maior representa as iterações diárias onde o time se replaneja constantemente para achar soluções aos problemas que surgem durante o desenvolvimento.
8) Ao final do Sprint, uma reunião de Review acontece, onde são apresentadas ao cliente as funcionalidades que estão disponíveis para o uso. O cliente pode aceitar ou rejeitar as
funcionalidades nesse momento, além de sugerir melhorias ou novas ideias.
9) Finalmente, para encerrar o ciclo de melhoria contínua, acontece a Retrospectiva do Sprint, onde será identificado “o que deu certo” e “o que deu errado” no Sprint. São
identificados pontos de melhoria no processo e levantados impedimentos que atrapalham o melhor desempenho do time. Esse é um momento de reflexão do time, que precisa se sentir
seguro para falar tudo o que tem que ser dito. Por isso, participam desta reunião apenas os próprios membros do time e o ScrumMaster, fazendo a moderação. Qualquer exceção só
deve acontecer pela solicitação do próprio time.
TIdigital / Reportagem / Scrum :: 43
O resultado criadores do site Scrum Brasil (www.scrum.org.br), foi treinado por ele. “O
Não faltam bons exemplos de resultados positivos em empresas Boris é uma das pessoas mais experientes em Scrum do mundo. Ele
brasileiras que adaptaram o Scrum aos seus projetos. A Provider Sistemas começou a utilizar Scrum em 2002, e desde então não parou mais.
começou a aplicar Scrum em abril de 2008, após um treinamento não Esteve presente na quarta turma oficial de CSMs, e foi treinado pelo
oficial sobre Scrum feito por Igor Macaúbas, ScrumMaster e Agile Coach próprio Ken Schwaber. Além disso, o Boris foi o primeiro treinador
da empresa. “Durante quatro meses, convertemos todos os projetos certificado pela Scrum Alliance (CST – Certified Scrum Trainer), e
da empresa para Scrum. Hoje, temos quatro projetos rodando já treinou mais de três mil pessoas. Sua didática é imbatível, e seus
simultaneamente, com cerca de trinta desenvolvedores trabalhando. treinamentos são sempre cheios de práticas e muito divertidos.”
Isso só foi possível porque tivemos muito apoio da alta direção da conta Igor.
empresa, que percebeu de imediato os grandes benefícios e ganhos
que o método possibilitou ao nosso processo de desenvolvimento:
Hoje em dia somos uma empresa muito melhor
ganhamos transparência, visibilidade, previsibilidade, agilidade nas para se trabalhar e conseguimos criar um am-
entregas, e melhoria contínua no nosso processo. Como a cultura da biente de aprendizado e colaboração que vejo em
empresa já estava permeada com o conceito de melhoria contínua, poucas empresas brasileiras. Nelson Abu
pois já tínhamos certificações ISO 9001 e MPS.BR nível G antes
Outra maneira de implantar o Scrum é contratar um serviço de
do Scrum, aplicar o Scrum na organização nos ajudou a ser ainda
treinamento e mentoring para implantação da metodologia nas empresas.
melhores. Após nossa implementação do Scrum, já passamos por
Na Dextra (www.dextra.com.br), que desenvolveu a metodologia PROUD
uma re-certificação da ISO, e estamos atualmente trabalhando para
(Processo Unificado Dextra), baseada em RUP (Rational Unified Process),
aumentar o nosso nível de maturidade do MPS.BR (www.softex.
Scrum e XP, o tempo e o custo de implantação variam de empresa para
br/mpsbr) do nível G para o nível F – que é equivalente ao CMMi
empresa. “Depende diretamente de fatores como nível de senioridade
nível 2. Tudo isso usando Scrum, aliado aos valores e princípios do
da equipe do cliente, resistência da equipe ao modelo, que é menos
manifesto ágil, e às práticas de engenharia consistentes – como
burocrático porém mais participativo e exigente de dedicação,
programação em par, integração contínua, reuniões stand-up
tamanho da equipe, complexidade dos projetos e tecnologias
(reuniões em pé de quinze minutos), refatoração, TDD etc.” conta
envolvidas e patrocínio ou não da alta direção ao novo modelo de
Igor. Na Globo.com, Guilherme Chapiewski resume o resultado em poucas
trabalho.” explica o MPS.Br nível F da Dextra, Marcos Alves. Os valores
palavras: “Mais pessoas ficam satisfeitas com o resultado dos
para o investimento do serviço são altos, mas vale a pena pelo resultado
projetos que fazemos. Os clientes tem mais oportunidade de opinar
final. “O projeto de implantação do Scrum, partindo do zero até a
e influenciar no resultado final, os desenvolvedores encontraram
adoção definitiva e alcance de um nível de maturidade na empresa,
mais organização para trabalhar e as mudanças já foram até além
para que a equipe possa andar sozinha e evoluir continuadamente,
dos projetos. Hoje em dia somos uma empresa muito melhor para
pode custar entre 30 e 70 mil reais, em prazos de seis meses a um
se trabalhar e conseguimos criar um ambiente de aprendizado
ano. São estimativas bem genéricas que variam muito de acordo
e colaboração que vejo em poucas empresas brasileiras.” diz.
com a realidade e, principalmente, resistência interna da equipe do
Nelson Abu descreve o sucesso de um dos projetos do Instituto de Estudos
cliente.” completa Marcos.
Avançados (IEA), que conta com onze desenvolvedores, um analista de
Para Alexandre Magno, é mais fácil preparar um profissional com
testes, três testadores de software, um DBA e um webdesigner na equipe
conhecimento cultural sobre o projeto e a empresa e capacitá-lo em Scrum
de TI, além de equipe de suporte e gestão de redes. “Uma das diretrizes
do que contratar um profissional com bom conhecimento de Scrum e
estratégicas do IEA é sempre contar com a tecnologia mais atual e,
ensiná-lo a cultura da empresa. “Eu faço parte do time que defende as
para tanto, foi realizado um projeto para o desenvolvimento do seu
empresas a formarem seus ScrumMasters. O principal motivo para
novo sistema de gestão de aprendizagem, o Learning Management
isso é que, ao meu ver, para ser um bom ScrumMaster você deve
System (LMS), que durou sete meses, um tempo relativamente
conhecer e estar envolvido com a cultura da empresa.” diz.
curto, considerando o tamanho da equipe, os riscos do projeto e a
O ScrumMaster contratado para certo projeto, deve avaliar o
complexidade do sistema.” declara.
tamanho do time, o tipo do projeto, os recursos disponíveis para treinamento
“Ganhamos transparência, visibilidade, e consultoria, e o tempo disponível para execução de um projeto piloto.
Julho 2011
Leve
De entendimento simples
Extremamente difícil de ter o domínio
O Scrum é um framework de processo quem tem sido usado para gerenciar o desenvolvimento de
produtos complexos desde o início dos anos 90. Scrum não é um processo ou técnica para construir
produtos, é mais um framework dentro do qual se pode empregar processos e técnicas variadas. O
Scrum torna clara a eficácia relativa das práticas de gerenciamento e desenvolvimento de produtos,
para que você possa melhorá-las.
Framework Scrum
O framework Scrum consiste nas equipes do Scrum, papéis, eventos, artefatos e regras associados.
Cada componente do framework serve a um propósito específico e é essencial para o sucesso e uso do
Scrum.
Estratégias específicas para uso do framework Scrum variam e são descritas em outros documentos.
As regras do Scrum integram os eventos, papéis e artefatos, governando as relações e interações entre
eles. As regras do Scrum são descritas ao longo do corpo deste documento.
A Teoria do Scrum
O Scrum está baseado nas teorias empíricas de controle de processo. O empirismo afirma que o
conhecimento vem da experiência e tomar decisões baseados no que se conhece. O Scrum aplica uma
abordagem iterativa e incremental para aperfeiçoar a previsibilidade e o controle de riscos.
Transparência
Aspectos significativos do processo devem estar visíveis para os responsáveis pelos resultados.
Transparência requer que aqueles aspectos sejam definidos por um padrão comum para que os
observadores compartilhem um entendimento comum do que está sendo visto.
Uma linguagem comum para se referir ao processo, deve ser compartilhada por todos os
participantes,
Uma definição comum de “Pronto1” deve ser compartilhada por aqueles que desempenham o
trabalho e aqueles que dão o aceite do produto do trabalho.
Inspeção
Os usuários do Scrum devem, frequentemente, inspecionar os artefatos Scrum e o progresso com
objetivo de detectar variações não desejadas. Esta inspeção não deve ser tão frequente, que a
inspeção fique no caminho do trabalho. As Inspeções são mais benéficas quando desempenhadas por
inspetores habilidosos [diligentes] no local do trabalho.
Adaptação
Se um inspetor determina que um ou mais aspectos do processo desviar para longe de limites
aceitáveis, e que o resultado do produto não é aceitável, o processo ou o material que está sendo
processado deve ser ajustado. Um ajuste deve ser feito tão logo quanto possível para minimizar os
desvios futuros.
O Scrum prescreve quatro oportunidades formais para inspeção e adaptação, como descritas na seção
de Eventos do Scrum deste documento:
Scrum
O Scrum é um framework estruturado para suportar o desenvolvimento de produtos complexos. O
Scrum é formado pelas Equipes de Scrum e os papéis, eventos, artefatos e regras associadas. Cada
componente no framework serve para um propósito específico e é essencial para o uso e sucesso do
Scrum.
As regras do Scrum integram os eventos, papeis e artefatos, governando as relações e interações entre
eles. As regras do Scrum são descritas ao longo do corpo deste documento.
A Equipe de Scrum
A Equipe de Scrum é formada do Dono do Produto, da Equipe de Desenvolvimento e do ScrumMaster.
As Equipes de Scrum são auto organizadas e trans-funcionais. Equipes auto organizadas escolhem a
melhor forma de realizar seu trabalho, ao contrário de serem dirigidas por outros de fora da equipe.
Equipes trans-funcionais tem todas as competências necessárias para realizar o trabalho sem a
dependência de outras que não fazem parte da equipe. A equipe modelo no Scrum é projetada para
aperfeiçoar a flexibilidade, criatividade e produtividade.
1
Veja a definição na página 15.
O Dono do produto
O Dono do produto2 é responsável por maximizar o valor do produto e do trabalho da equipe de
desenvolvimento. Como isso é feito pode variar amplamente entre organizações, equipes de Scrum e
indivíduos.
O Dono do produto pode fazer o trabalho acima, ou deixar que a equipe de projeto o faça. Entretanto,
o Dono do produto é o responsável por ele.
O Dono do produto é uma pessoa, e não um comitê. O Dono do produto pode representar os desejos
de um comitê no backlog do produto, mas aqueles que quiserem mudar um item do backlog do
produto devem convencer o Dono do produto.
Para o Dono do produto ter sucesso, toda a organização deve respeitar a sua decisão. As decisões do
Dono do produto estão visíveis no conteúdo e na organização do backlog do produto. Ninguém está
autorizado a mandar a equipe de desenvolvimento trabalhar em um conjunto diferente de requisitos e
a equipe de desenvolvimento não está autorizada a agir sobre o que outras pessoas disserem.
A equipe de desenvolvimento
A equipe de desenvolvimento consiste de profissionais que realizam o trabalho de entregar uma
versão usável que potencialmente incrementa o produto “Pronto” no final de cada Sprint. Somente
membros da equipe de desenvolvimento criam o incremento.
Elas são auto organizadas. Ninguém (nem mesmo o Scrum Master) diz para a equipe de
projetos como transformar o Backlog de produto em incrementos de funcionalidades
potencialmente utilizáveis;
2
Nota do Tradutor: O termo em inglês é Product Owner e foi traduzido aqui como Dono do Produto, em letra
maiúscula, para indicar que é um papel representado no processo do Scrum e não aquele que seria o
proprietário do produto de software.
O Scrum Master
O Scrum Master é responsável para garantir que o Scrum seja entendido e aplicado. Os Scrum Masters
fazem isso garantindo que as equipes de Scrum obedeçam à teoria, práticas e regras do Scrum. O
Scrum Master é um líder-facilitador para a equipe do Scrum.
O Scrum Master ajuda aqueles de fora da equipe do Scrum entender quais são as interações com a
equipe do Scrum que são benéficas e quais não são. O Scrum Master ajudar todos a mudar suas
interações para maximizar o valor criado pela equipe de Scrum.
Eventos do Scrum
Eventos prescritos são usados no Scrum para criar uma rotina e para minimizar a necessidade de
encontros não definidos no Scrum. O Scrum usa eventos time-boxed3, onde cada evento tem uma
duração máxima. Isso garante uma quantidade apropriada de tempo gasto em planejamento sem
permitir perdas no processo de planejamento.
Além da própria Sprint, que é um container para outros eventos, cada evento no Scrum é uma
oportunidade para inspecionar e adaptar algo. Estes eventos são projetados especificamente para
permitir uma transparência crítica e inspeção. Não incluir qualquer destes eventos é reduzir a
transparência e perder a oportunidade para inspecionar e adaptar.
O Sprint
O coração do Scrum é o Sprint, um time-box de um mês ou menos durante o qual uma versão
potencialmente utilizável de um incremento do produto é criada. Sprints tem durações consistentes ao
longo do esforço de desenvolvimento. Um novo Sprint começa imediatamente depois da conclusão do
Sprint anterior.
Durante o Sprint:
3
N.T. Time-boxed foi deixado em inglês por que reflete mais precisamente o conceito do Sprint no Scrum de ter
um prazo fixo (intervalo de tempo fixo).
Cada Sprint pode ser considerado um projeto com um horizonte que não pode ser maior do que um
mês. Como projetos, Sprints são usados para se conquistar algo. Cada Sprint possui uma definição do
que deve ser construído, um projeto e um plano flexível que vai guiar a construção o trabalho e o
produto resultante.
Sprints são limitados a um mês corrido. Quando o horizonte do Sprint é muito longe a definição do que
será construído pode mudar, complexidade pode aumentar e o risco pode se elevar. Sprints permitem
a previsibilidade garantindo inspeção e adaptação do progresso na direção de um objetivo pelo menos
a cada mês. Sprints também limitam o risco ao custo de um mês.
Cancelando um Sprint.
Um Sprint pode ser cancelado antes cde o seu prazo ter se esgotado. Somente o Dono do produto tem
a autoridade para cancelar o Sprint, apesar de que ele (ou ela) pode fazer isso sob a influência dos
stakeholders, da equipe de Desenvolvimento ou do Scrum máster.
Um Sprint será cancelado se o Objetivo do Sprint se tornar obsoleto. Isso pode ocorrer se empresa
mudar a direção ou se as condições de mercado ou tecnologia mudarem. Em geral, um Sprint deve ser
cancelado se ele não fizer mais sentido às dadas circunstâncias. Mas, dada a curta duração do Sprint, o
cancelamento raramente faz sentido.
Quando um Sprint é cancelado,, qualquer dos itens do Backlog do Produto que estiver completado e
“Pronto” é revisado. Se uma parte do trabalho estiver potencialmente entregável, o Dono do produto
[tipicamente], o aceita. Todo o trabalho incompleto do Backlog do Produto são re-estimados e
colocados novamente no Backlog do Produto. O trabalho Pronto nele deprecia rapidamente e deve ser
constantemente re-estimado.
O cancelamento de Sprints consome recursos, desde que todos devem se reagrupar em outra reunião
de planejamento de Spring para iniciar outro Sprint. O cancelamento de Sprints é sempre traumático
para a Equipe de Scrum, e é muito incomum.
A reunião de planejamento do Sprint é fixa em oito horas para um Sprint de um mês. Para Sprints mais
curtos, o evento é proporcionalmente menor. Por exemplo, Sprints de duas semanas, tem Reunião de
Planejamento do Sprint de quatro horas.
A Reunião de Planejamento do Sprint é dividida em duas partes, cada uma tendo a metade do tempo
fixo, dedicado à reunião de planejamento do Sprint. As duas partes da Reunião de Planejamento do
Sprint respondem às seguintes questões, respectivamente:
Como dado de entrada para a reunião temos o Backlog do Produto, o último Incremento do produto, a
capacidade projetada da Equipe de Desenvolvimento durante o Sprint e o desempenho passado da
Equipe de desenvolvimento. Somente a equipe de desenvolvimento pode avaliar o que poderá
conseguir fazer no próximo Sprint.
Depois da previsão da Equipe de Desenvolvimento dos itens do Backlog do Produto que serão
entregues por este Sprint, a equipe de Scrum produz o Objetivo do Sprint. O Objetivo do Sprint é um
objetivo que será atingido pelo Sprint por meio da implementação do Backlog do Produto, e oferece
uma orientação para a Equipe de desenvolvimento sobre a construção do Incremento.
A equipe de desenvolvimento usualmente inicia desenhando o sistema e o trabalho que precisa ser
convertido de um Backlog do produto ao incremento executável do produto. O trabalho pode variar de
tamanho, ou estimativa de esforço. Entretanto, o trabalho suficiente é planejado durante a Reunião de
Planejamento do Sprint pela Equipe de Desenvolvimento para prever o que ela acredita possa fazer no
Sprint seguinte. O Trabalho planejado para os primeiro dias é decomposto em unidades de um dia ou
menos até o final da reunião. A equipe de Desenvolvimento se auto organiza para realizar o trabalho
no Backlog do Sprint, tanto durante a Reunião de Planejamento do Sprint e quando for necessário ao
longo do Sprint.
O Dono do Produto pode estar presente durante a segunda parte da Reunião de Planejamento do
Sprint para esclarecer itens selecionados do Backlog do Produto e para ajudar a realizar os
compromissos. Se a Equipe de Desenvolvimento determina que tenha demasiado trabalho ou que tem
pouco trabalho, ela pode renegociar itens do Backlog do Sprint com o Dono do Produto. A Equipe de
Desenvolvimento pode também convidar outras pessoas para participar da reunião, oferecendo
aconselhamento técnico ou do domínio.
Objetivo do Sprint
O objetivo do Sprint dá alguma flexibilidade à equipe de desenvolvimento sobre as funcionalidades a
serem implementadas no Sprint.
O objetivo do Sprint pode ser um marco dentro do propósito maior no mapa do produto.
Scrum Diário
A Reunião do Scrum Diário é um evento com 15 minutos fixos para a Equipe de Desenvolvimento
sincronizar as atividades e criar um plano para as próximas 24 horas. Isso se faz inspecionando o
trabalho até o último Scrum Diário e prevendo o trabalho que pode ser Pronto antes do próximo.
O Scrum diário se dá no mesmo horário e lugar todo o dia para reduzir a complexidade. Durante o
encontro, cada membro da Equipe de Desenvolvimento esclarece:
A Equipe de Desenvolvimento usa o Scrum Diário para avaliar o progresso na direção do Objetivo do
Sprint e para avaliar se o progresso tende para completar o trabalho no Backlog do Sprint. O Scrum
Diário aumenta a probabilidade da Equipe de Desenvolvimento atingir o Objetivo do Sprint. A Equipe
de Desenvolvimento em geral, se encontra imediatamente depois do Scrum Diário para replanejar o
restante do trabalho do Sprint. Todo dia, a Equipe de Desenvolvimento deve estar apta a explicar para
o Dono do Produto e para o Scrum Master como pretende trabalhar em conjunto, como uma equipe
auto organizada para atingir o objetivo e criar o incremento desejado no restante do Sprint.
O Scrum Master garante que a equipe de desenvolvimento tem o encontro, mas a Equipe de
Desenvolvimento é responsável por conduzir o Scrum Diário. O Scrum Master ensina a Equipe de
Desenvolvimento a manter o Scrum Diário dentro do limite de tempo de 15 minutos.
O Scrum Master aplica a regra que somente os membros da Equipe de Desenvolvimento participem do
Scrum Diário. O Scrum Diário não é uma reunião de status, e é voltada para as pessoas que
transformam os itens do Backlog em um Incremento.
Revisão do Sprint
A Reunião de Revisão do Sprint é executada no final do Sprint para inspecionar o Incremento e adaptar
ao Backlog do Produto se necessário. Durante a Revisão do Sprint, a Equipe de Scrum e stakeholders
colaboram sobre o que foi Pronto no Sprint. Baseado nisso e em qualquer mudança no Backlog do
Produto durante o Sprint, os presentes colaboram nas próximas coisas que precisam ser feitas. Está é
Esta é uma reunião de time-box de 4 horas para um Sprint de um mês. Proporcionalmente menos
tempo é alocado para Sprints mais curtos. Por exemplo, Sprints de duas semanas vão ter Revisões de
Sprint de duas horas.
O Dono do produto identifica que foi “Pronto” e o que não foi “Pronto”.
A Equipe de Desenvolvimento discute que foi bem durante o Sprint, quais problemas ocorreram
e como estes problemas foram resolvidos;
A Equipe de Desenvolvimento demonstra o trabalho que foi “Pronto” e responde as perguntas
sobre o incremento;
O Dono do Produto discute o Backlog do Produto. Ele projeta a data mais provável de término
baseado no progresso até o momento; e,
Todo o grupo colabora no que deve ser Pronto em seguida assim, a Revisão do Spring fornece
um entrada valiosa para as próximas reuniões de Planejamento do Sprint.
O resultado da revisão do Sprint é um Backlog do Produto revisado que define os prováveis itens do
Backlog do Produto para a próxima Sprint. O Backlog do produto pode ser ajustado como um todo
para atender novas oportunidades.
A Retrospectiva do Sprint.
A retrospectiva do Sprint é uma oportunidade para a Equipe do Scrum inspecionar-se a si mesma e
criar um plano de melhorias que deve ser valer durante o próximo Sprint.
Inspecionar como foi o último Sprint no que diz respeito a pessoas, relações, processos e
ferramentas,
Identificar e ordenar os principais itens que foram bem e as potenciais melhorias,
Criar um plano para programar melhorias no modo de como a Equipe de Scrum trabalha.
O Scrum máster encoraja a Equipe de Scrum para melhorar, dentro do framework de processo do
Scrum, o processo de desenvolvimento e as práticas para fazê-lo mais efetivo e agradável para o
próximo Sprint. Durante cada Retrospectiva do Sprint, a Equipe de Scrum planeja modos para
aumentar a qualidade do produto adaptando a definição de “pronto” quando apropriado.
No final da retrospectiva do Sprint, a equipe de Scrum deve identificar melhorias que serão aplicadas
no próximo Sprint. Implementar estas melhorias no próximo Sprint é adaptar a inspeção na própria
Artefatos de Scrum
Os artefatos do Scrum representam o trabalho ou valor de várias formas que são úteis de oferecer
transparências e oportunidades para inspeção e adaptação. Os artefatos definidos no Scrum são
especialmente projetados para maximizar a transparência e a informação chave necessários para
garantir que as equipes do Scrum sejam bem sucedidas ao entregar o Incremento “Pronto”.
Backlog do produto
O Backlog do produto é uma lista ordenada de tudo o que pode ser necessário no produto e é a fonte
única dos requisitos para qualquer mudança a ser feita no produto. O Dono do Produto é responsável
para o Backlog do Produto, incluindo o seu conteúdo, disponibilidade e ordenação.
Um Backlog do produto nunca está completo. A versão inicial dele apenas descreve o que foi
conhecido no início e os requisitos mais bem conhecidos. O Backlog do produto evolui ao mesmo
tempo em que o produto e o ambiente no qual ele será usado evolui. O Backlog do Produto é
dinâmico; ele muda constantemente para identificar o que o produto precisa para ser útil, apropriado
e competitivo. Enquanto um produto existir, um Backlog do Produto deve existir.
O Backlog do Produto lista todas as funcionalidades, funções, requisitos, melhorias e consertos que
representam as mudanças a serem feitas no produto para as próximas versões. Os itens do Backlog do
Produto tem os atributos de descrição, ordem e estimativa.
O Backlog do produto é, geralmente, ordenado por valor, risco, prioridade e necessidade. Os itens
mais altos do Backlog do Produto determinam atividades de desenvolvimento mais imediatas. Quanto
mais alto a ordem do item, mais o item do Backlog do Produto deve ser considerado, e mais consenso
existe a respeito deste valor.
Itens do Backlog do produto de ordem mais alta devem ser mais claros e serem mais detalhados que
os de ordem inferior. Estimativas mais precisas são feitas com base na maior clareza e aumento de
detalhes; quanto mais baixa a ordem, menos detalhes. Os itens do Backlog do Produto que vão ocupar
a equipe de desenvolvimento no próximo Sprint são bem refinados, tendo sido decompostos para que
todos os itens possam ficar “Prontos” dentro dos limites do Time-box do Sprint. Os itens do Backlog do
Produto que podem ficar “Prontos” pela Equipe de Desenvolvimento dentro de um Sprint são
marcados como “disponíveis” ou “executáveis” para seleção na reunião de Planejamento do Sprint.
Enquanto um produto é usado, e ganha valor, e o mercado oferece uma realimentação, o Backlog do
Produto se torna uma lista longa e mais completa. Requisitos nunca param de mudar, assim o Backlog
do produto é um artefato vivo. Mudanças nos requisitos do negócio, condições de mercado ou
tecnologia podem provocar mudanças no Backlog do produto.
Preparação é uma atividade em tempo parcial durante um Spring entre o Dono do Produto e da
Equipe de Desenvolvimento. Frequentemente as equipes de Desenvolvimento devem preparar o
próprio domínio do conhecimento. Como e quando a preparação é feita é decidida pela Equipe do
Scrum. Preparação usualmente consome não mais do que 10% da capacidade da Equipe de
Desenvolvimento.
O Scrum não consideram o tempo gasto no trabalho com os Itens do Backlog do produto. O trabalho
restante e as datas são as únicas variáveis de interesse.
Várias práticas como burndown, burnup e outras práticas de estimativa tem sido usadas para prever o
progresso. Elas tem se provado úteis. Entretanto, Elas não substituem a importância do empirismo. Em
ambientes complexos, o que vai acontecer é desconhecido. Somente o que aconteceu pode ser usado
para uma tomada de decisão do que vai vir.
Backlog do Sprint
O Backlog do Sprint é um conjunto de itens do Backlog do produto selecionados para o Sprint além de
um plano para obter o incremento do produto e atingir o objetivo do Sprint. O Backlog do Sprint é uma
previsão da Equipe de Desenvolvimento sobre qual funcionalidade estará no próximo incremento e do
trabalho necessário para entregar esta funcionalidade.
O Backlog do Sprint define o trabalho que a Equipe de Desenvolvimento irá desempenhar para
transformar os itens do Backlog do produto em Incrementos “Prontos”. O Backlog do Sprint torna
visível todo o trabalho que a Equipe de Desenvolvimento identifica como necessário para atingir o
Objetivo do Sprint.
O Backlog do Sprint é um plano com detalhes suficiente que as mudanças em progresso sejam
entendidas no Scrum Diário. A Equipe de Desenvolvimento modifica o Backlog do Sprint ao longo do
Sprint, e o Backlog do Sprint surge durante o Sprint. Este surgimento ocorre quando a Equipe de
Desenvolvimento trabalha segundo o plano e aprende mais sobre o trabalho necessário para atingir o
objetivo do Sprint.
O Scrum não considera o tempo gasto nos itens do Backlog do Sprint. O trabalho restante e as datas
são as únicas variáveis de interesse.
Incremento
O incremento é a soma de todos os itens do Backlog do produto completados por um Sprint e por
todos os Sprints anteriores. No final de um Sprint, o novo Incremento deve estar “Pronto”, o que
significa que ele está em uma condição utilizável e atende à definição da Equipe do Scrum do “Pronto”.
Ele deve estar em uma condição utilizável independente da decisão do Dono do Produto decidir
realmente liberá-lo.
Definição do “Pronto”
Quando um item do Backlog do Produto ou um Incremento é descrito como “Pronto”, todos devem
entender o que “Pronto” significa. Apesar de que isso pode variar significativamente para cada Equipe
de Scrum, os membros devem ter um entendimento compartilhado do que significa que o trabalho
estar completo, para garantir transparência. Esta é a “definição de “Pronto”” para a equipe do Scrum e
é usado para avaliar quando o trabalho está completo no Incremento do Produto.
Na medida de que a equipe de Scrum fica madura, se espera que a definição de “Pronto” expanda para
incluir critérios mais rigorosos de maior qualidade.
Das milhares de pessoas que tem contribuído para o Scrum, nós gostaríamos de destacar aqueles que
foram essenciais nos seus primeiros anos. Inicialmente a Jeff Sutherland, trabalhando com Jeff
McKenna e Ken Schwaber, trabalhando com Mike Smith e Chris Martin. Muitos outros contribuiram
nos anos seguintes e sem a sua ajuda, o Scrum não seria refinado como é hoje. David Starr ofereceu
insights chave e habilidades editoriais na formulação desta versão do Guia do Scrum.
História
Ken Schwaber e Jeff Sutherland co-apresentaram inicialmente na conferencia OOPSLA em 1XXX. Esta
apresentação essencialmente documentou o aprendizado de Ken e Jeff nos anos que antecederam a
aplicação do Scrum. A história do Scrum já é considerada longa. Para honrar os primeiros lugares onde
ele foi tentado e refinado, nós reconhecemos a Individual, Inc., Fidelity Investments e IDX (hoje GE
Medical).
O Guia do Scrum de Julho de 2011 é diferente do seu predecessor, o Guia de Fevereiro de 2010. Em
particular, nós tentamos remover técnicas e boas práticas do núcleo do Scrum. Elas podem variar
baseado nas circunstâncias. Nós vamos começar um compêndio de boas práticas para prover um
pouco da nossa experiência recente.
O Guia do Scrum documenta o Scrum enquanto ele se desenvolve e se mantém por mais de vinte
anos por Jeff Sutherland e Ken Schwaber. Outras fontes provêm padrões, processos e visões sobre
como as práticas, facilitadores e ferramentas complementam o framework do Scrum. Isto aperfeiçoa a
produtividade, valor, criatividade e orgulho.
Notas emitidas cobrindo as seguintes diferenças entre este guia e a versão de 2010 serão publicadas
em outros lugares, incluindo discussões sobre:
1. Planejamento de Release.
2. Burndown do Release.
3. Backlog do Sprint.
50,00
45,00 44
42
40,00 37
35,00 32
30,00
25,00 24
21
20,00
2009
2011
15,00
10,00
5,00
0,00
Sucesso Fracasso Contestados
Os 10% finais
1
27/02/2012
2
27/02/2012
3
27/02/2012
• Baseado em:
4
27/02/2012
• Papéis
• Product Owner
• Scrum Master
• Team
• Cerimônias
• Release Planning
• Planning Meeting
• Dailly Meeting
• Sprint review
• Sprint Restrospective
• Artefatos
• Backlog do Produto
• Bourndown da Release
• Backlog da Sprint
• Bourndown da Sprint
• Estimativas
• Planning Poker
5
27/02/2012
6
27/02/2012
• Não é o gerente!
• Garante a aderência do time aos valores e
princípios do SCRUM
• Atua como Couch
• Auxilia o Product Owner com o Product
Backlog
7
27/02/2012
8
27/02/2012
9
27/02/2012
• Coração da sprint
• Planejamento da próxima iteração
• O que e como fazer
• Definição do objetivo da sprint
• O product Owner prioriza o Product
Backlog para ser incluído na sprint
• Definição de pronto
• Um incremento potencialmente
entregável. Deve ser claro para toda a
equipe que quando está pronto,
realmente está pronto, não falta nada.
• A definição deve combinada entre os
envolvidos.
10
27/02/2012
11
27/02/2012
12
27/02/2012
13
27/02/2012
14
27/02/2012
• MARSAL MELO
@MarsalMelo
marsalmelo@gmail.com
www.marsalmelo.com.br
15
As máximas Cerne do Scrum the unofficial Tradução: Demetrius Nunes
Se você atender a esses, você pode
ignorar o resto do checklist. Seu processo
está ótimo!
Esses são essenciais. Sem esses você
provavelmente não deveria chamar de Scrum. Scrum Checklist www.demetriusnunes.com
PO = Product owner SM = Scrum Master PBL = Product Backlog DoD = Definição de Done
Time respeita DoD Max 9 pessoas no time
http://www.crisp.se/scrum/checklist | Versão 2.1 (2009-08-17)