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Sumário
Mini Placa de Desenvolvimento PIC18 .............................................................................................................. 5
Alterando a Curva de Potenciômetros ............................................................................................................ 11
Percepções para um Aprendizado Eficiente .................................................................................................... 16
Casos de Oficina (EP 029): O Velho Lunkes...................................................................................................... 18
Entenda o Funcionamento da Ponte de Diodos .............................................................................................. 20
Fonte Regulada de 5V 1,5A .............................................................................................................................. 23

Diretor técnico: Wagner Rambo


Produção e diagramação: Wagner Rambo
Revisão técnica: Pio Rambo
Comercial: Ana Paula Strack
Distribuição: WR Kits Engenharia Eletrônica
Articulistas desta edição: Wagner Rambo, Gabriel Vigiano, Pio Rambo

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Atendimento ao assinante: assinante@wrkits.com.br

Aviso
Copyright WR Kits 2023 (todos os direitos reservados): Proibida reprodução total ou par-
cial sem autorização prévia por parte dos autores. Lei de Direitos Autorais LEI N° 9.610,
de 19 de fevereiro de 1998. O uso indevido dos artigos e projetos aqui apresentados não
é de nossa responsabilidade.
O artigo de capa de nossa Revista de número 31 apresenta um sistema
embarcado bastante compacto para o leitor que desejar trabalhar com micro-
controladores PIC da família 18F. Apresenta um layout em SMD, o que facilita
a fabricação em série para os que desejarem.
Para quem deseja obter resposta logarítmicas em potenciômetros line-
ares, há um artigo para alteração da curva de potenciômetros, obtendo inclu-
sive outros tipos de resposta. O melhor é que consiste em uma técnica bastante
simples e de baixo custo.
Gabriel Vigiano conta um pouco sobre sua experiência com aprendizado
e traz dicas incríveis para um desenvolvimento e aprendizado eficiente, indis-
pensáveis para todos profissionais.
No tradicional Casos de Oficina, conheça um pouco dos primórdios da
oficina que Pio Rambo construiu na garagem de casa e o que mais o incentivou
a construir um prédio comercial para a Rambo Eletrônica: o velho Lunkes!
Chegou a hora de você entender o funcionamento correta de uma
ponte de diodos, para nunca mais esquecer e ainda ter ideias para outras apli-
cações com esta topologia. Artigo imperdível.
Finalizando a edição do mês, temos uma fonte de 5V até 1,5A com es-
tabilização dupla e controle ON/OFF de saída, que poderá servir de base para
um projeto profissional em sua bancada eletrônica.
Excelente leitura e bons projetos para todos!
WR

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Revista Eletrônica WR
Mini Placa de Desenvolvimento PIC18
Dr. Eng. Wagner Rambo
Introdução aplicar vários conhecimentos e • Variedade de modelos dispo-
conceitos do microcontrolador níveis no mercado, com vá-
O mundo dos microcon- rios periféricos e configura-
em questão. A grande vantagem
troladores nos traz muitas possi- ções, além de protocolos de
dessas placas está na agilidade
bilidades, visto que temos diver- comunicação;
com que conseguimos desenvol-
sas famílias desses dispositivos • Armazenamento de fir-
ver um novo projeto, uma vez que
para utilização em projetos. É co- mware em memória flash;
já apresentam todo o hardware
mum que usuários menos experi- • Trabalham com UART, SPI,
mínimo para o correto funciona-
entes se deparem com a dúvida I2C, USB, também contêm
mento do microcontrolador e PWM, conversor AD, timers e
cruel de qual família usar em de-
também um conector de gravação outros recursos, a depender
terminado projeto. Depois de se-
in circuit. Em alguns casos, na pró- do modelo de microcontrola-
lecionar a família, ainda há a “ár-
pria placa já há um conector USB dor utilizado;
dua” tarefa de escolher o modelo
pronto para conectarmos a um • Baixo consumo de energia;
de microcontrolador em si. Pois
computador e realizarmos sua • Imunidade a ruído;
bem, esse artigo não é sobre isso,
gravação, isto é, o hardware do • Robustez para projetos in-
mas posso abordar futuramente dustriais e diversos.
gravador já vem embutido na pró-
dicas pertinentes em especial
pria placa. Um dos microcontrolado-
para os iniciantes. De qualquer
forma, o primeiro passo para que Quando trabalhamos com res mais famosos da família 18F,
você adquira mais experiência e PIC, o gravador que sempre reco- sem dúvida é o PIC18F4550. Um
conheça determinado microcon- mendo a todos os usuários é o dispositivo que traz excelentes ca-
trolador, é através de uma placa PICKit3. Apesar de ser um pouco racterísticas para aqueles que
de desenvolvimento. Em nossa mais caro, é um dispositivo que buscam o desenvolvimento de
loja online você encontra diversas não trará dores de cabeça no mo- projetos profissionais e total-
opções inclusive, nas linhas PIC, mento em que estiver configu- mente confiáveis. Veja alguns dos
AVR e 8051, caso queira conferir, rado em seu computador. Além recursos disponíveis no
veja neste link: disso, apresenta o software de PIC18F4550.
gravação específico, que você • USB 2.0;
pode baixar gratuitamente (pro- • 4 modos para uso de cristal
cure no Google por software para oscilador;
PICKit3). Logo, o propósito de • PLL de alta precisão;
nosso sistema embarcado é utili- • Modos sleep e idle para eco-
zar um PIC18F, ser compacto, nomia de energia;
apresentar conector para o • Capacidade de corrente por
PICKit3 e mais alguns periféricos pino de IO de 25𝑚𝐴;
O tópico do presente ar-
onboard para fácil aplicação em • 3 entradas de interrupção ex-
tigo é justamente este, trago a vo- terna;
cês uma mini placa de desenvolvi- projetos. A seguir listo as princi-
pais características da família 18F. • 4 timers;
mento com microcontrolador PIC • 2 modos de captura de 16
da família 18F, que são dispositi- • Apresenta conjunto limitado bits;
vos muito versáteis. Uma placa de de instruções, tornando sua • 2 modos de comparação de
desenvolvimento consiste em um programação mais fácil (ar- 16 bits;
sistema embarcado de uso geral, quitetura RISC); • 2 modos PWM de 10 bits;
onde os projetistas possam • USART aprimorada;

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Edição 0031, junho, 2023
Figura 1 – Diagrama esquemático completo da mini placa de desenvolvimento PIC18.

• SPI, I2C, LIN; desenvolvimento com PIC18, que TQFP de 44 pinos, para um layout
• Conversor Analógico/Digital está destacado na Figura 1. em SMD. Aliás, todos os compo-
de 10 bits;
nentes, exceto os conectores, o
• 2 comparadores internos; O projeto foi idealizado para apre-
botão de reset e o cristal, são em
• Gravação ICSP; sentar os seguintes recursos:
SMD, mas falaremos mais disso
• Tensão de funcionamento de
• Botão de reset; no tópico sobre a montagem do
2𝑉 a 5,5𝑉;
• Cristal externo de 16MHz; projeto. É conveniente observar
• 32kB de memória Flash;
• 4 LEDs programáveis; que o PIC18F4550 apresenta a nu-
• 2kB de memória RAM;
• Regulador de 5V; meração de seus pinos diferente
• 256 bytes de EEPROM.
• Conexão I2C; quando você utiliza o encapsula-
• Conexão USART; mento TQFP. Os leitores que op-
• Conexão USB; tarem por testar o circuito com o
O Circuito
• PWM; PIC18F4550 DIP40 deverão com-
Agora que já conhecemos • IOs Digitais;
parar a numeração seguindo o da-
um pouco mais sobre sistemas • Entradas analógicas.
tasheet.
embarcados, PIC e mais especifi- O principal componente
camente o PIC18F4550, vamos O circuito completo foi de-
do projeto obviamente é o
entender o diagrama esquemá- senhado utilizando labels o que
PIC18F4550. Se prestar atenção
tico da mini placa de simplifica o aspecto visual das li-
no diagrama esquemático, o
gações, mas lembrando que em
mesmo utiliza o encapsulamento
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Revista Eletrônica WR
esquemáticos sempre que temos nível lógico alto. Quando o usuá- CCP1 e CCP2 (para captura, com-
labels com o mesmo nome, signi- rio pressionar o botão de reset, paração e PWM) e as vias de TX e
fica que haverá uma conexão fí- envia nível baixo para o pino e RX da USART. O conector 𝐽3 tem
sica entre elas. Por exemplo, a la- ocorrerá a reinicialização do mi- as conexões USB, visto que o
bel reset localizada no pino 18 do crocontrolador. O cristal tem a PIC18F4550 apresenta USB 2.0 in-
PIC, tem uma conexão com o bo- frequência de 16MHz e utiliza ca- corporada para realizar esse tipo
tão 𝑆𝑊1 e com o resistor 𝑅1 ; pacitores de compensação de de comunicação.
como também há uma conexão 22𝑝𝐹, como sugerido no da-
Mais dois conectores fo-
com o conector 𝐽1 (pino 1 do tasheet do PIC. Os capacitores 𝐶3
ram implementados: 𝐽4 que con-
mesmo). E assim para cada uma e 𝐶4 são para desacoplamento e
tém todo o PORTD para que o usu-
das labels do diagrama esquemá- devem estar localizados bem pró-
ário possa utilizar como entradas
tico, que são várias. ximos ao microcontrolador no la-
e saídas de uso geral e também 𝐽5
yout final. O conector 𝐽1 apre-
O resistor 𝑅1 mantém o que apresenta 8 entradas analógi-
senta as ligações para o gravador
master clear do PIC sempre em cas. É claro que as entradas analó-
PICKit3. Outros gravadores de PIC
gicas podem ser utilizadas como
com a tecnologia
entradas e saída digitais, basta
ICSP também po-
para isso realizar a configuração
dem ser utilizados
por software.
na gravação, mas
novamente vou re- A fonte de alimentação é
(a)
comendar com ve- bastante simples, utiliza o circuito
emência o uso do integrado linear LD1117S50 que
PICKit3. consiste em um regulador de 5V
até 800mA no encapsulamento
Estão im-
SOT223 para SMD. Os capacitores
plementados 4
𝐶5 e 𝐶6 são filtros para a fonte e
LEDs no modo cur-
também há um LED de indicação
rent sourcing, para
de funcionamento 𝐷5 . A mini
facilitar os testes
placa de desenvolvimento poderá
(b) iniciais da placa e
ser alimentada de +9𝑉 a +12𝑉
também como im-
em sua entrada +V, ou mesmo di-
plemento visual
retamente com uma fonte regu-
em projetos. Os
lada de +5𝑉 externa, em seu co-
LEDs estão ligados
nector de +5V.
respectivamente
aos pinos RB2, RB3, Montagem
RB4 e RB5 do PIC.
A PCB foi desenvolvida uti-
Existe também o
lizando o software KiCAD, que é
(c) conector 𝐽2 cha-
gratuito e profissional. Inclusive
mado de “FUNC”
temos curso detalhado deste sof-
pois apresenta as
tware neste link. Outro ponto de
funções especiais:
destaque, é que o presente pro-
I2C (já com os re-
jeto foi tópico de encerramento
Figura 2 – Layout de PCB da mini placa de desenvolvi- sistores de pull-up
do curso KiCAD, então este artigo
mento com PIC18. (a) Face inferior do cobre. (b) Face 𝑅6 e 𝑅7 implemen-
servirá de complemento de estu-
superior do cobre. (c) Silkscreen dos componentes. tados no barra-
dos aos alunos do próprio curso.
mento), módulos
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Edição 0031, junho, 2023
Aos que ainda não fizeram o
curso, recomendo bastante, é
uma excelente alternativa para
projetos profissionais de PCB.
Como você já deve imaginar, pelo
fato de optarmos por um layout
SMD compacto e em dupla face,
não é recomendável a construção
artesanal da placa de circuito im-
presso, pois facilmente estará su-
jeita a erros, visto que apresenta
trilhas bem finas. A sugestão é re-
almente que você leitor mande fa-
bricar a PCB, por este motivo, dis-
ponibilizo os arquivos Gerber para
Figura 3 – Visualização 3D da placa de circuito impresso.
download diretamente na plata-
forma da revista.
não provocar nenhum
Todos os resistores utiliza- curto-circuito. O curso
dos são SMD do tipo 0805. Todos de Técnicas Profissio-
os capacitores cerâmicos e tam- nais de Soldagem Ele-
bém os LEDs também são do tipo trônica pode ser assis-
0805. O regulador utiliza encapsu- tido por você, lá de-
lamento SOT-223 e o PIC, como já monstramos diversos
mencionamos, TQFP. Os conecto- métodos para solda-
res são barras de pino padrão gem de componentes
2,54mm (distância entre os pads). em SMD, ele é gra-
O comprimento de cada pino é de tuito e está disponível
11,2mm. Veja na Figura 2 o layout no YouTube WR Kits.
da placa de circuito impresso
deste projeto. A PCB ficou com as Para utilização
dimensões aproximadas em da placa, tenha em
6,6x4,6cm, realmente reduzidas mãos conectores fê-
para os recursos que apresenta, mea para o encaixe
devido ao uso de tecnologia SMD. com as barras de pino,
tornando possível a li-
O KiCAD ainda apresenta gação em protobo-
uma excelente ferramenta para ards ou em módulos
visualização 3D do trabalho, po- de desenvolvimento
demos conferir o aspecto físico da adicionais. Uma dica é
placa na Figura 3. você desenvolver ou-
Realizei a soldagem cuida- tras PCBs que irão fun-
dosamente de cada um dos com- cionar como shields
ponentes em SMD, inclusive do para este circuito, fa-
microcontrolador. Se você for re- cilitando o teste de
vários módulos e sen- Box 1 – Código para o Hello World com
alizar em seu laboratório, reco-
sores, tais como LCD, PIC18F4550.
mendo bastante atenção para
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Revista Eletrônica WR
display de 7 segmentos, botões,
sensor LM35, DHT, dispositivos
I2C, etc.
Software
O projeto não apresenta
um software padrão, afinal de
contas consiste em uma placa de
desenvolvimento justamente
para permitir o teste de diversos
firmwares. Porém, apresenta um
código exemplo para os que dese-
jam fazer o primeiro teste com a
placa, comprovando que o seu sis-
tema de gravação e o hardware
mínimo do PIC estão funcionando
adequadamente. Acompanhe o
software no Box 1, que foi desen-
volvido em MikroC. Os arquivos
do software, juntamente com seu
arquivo .hex para gravação direta
no PIC estão disponíveis também
na plataforma da revista. O código
simplesmente faz um aciona-
mento sequencial dos LEDs onbo-
ard em nossa placa de desenvolvi-
mento.
Iniciamos com as diretivas
Figura 4 – Fusebits utilizados na configuração do PIC.
#define para realizar o mapea-
mento de hardware do sistema,
indicando os pinos exatos em que Como podemos ver o código de PIC18F4550 em um hardware que
os LEDs onboard estão conecta- teste é incrivelmente simples. pode ser utilizado como placa de
dos ao processador. Logo, temos Uma atenção especial requer na desenvolvimento, ocupando
a função principal, que inicia com configuração dos fusebits do PIC, pouco espaço pela tecnologia
a configuração do registrador que são diversos. Deixei todas es- SMD empregada. Você projetista
ADCON1, para trabalharmos ape- sas configurações listadas na Fi- pode baixar os arquivos no pro-
nas com entradas e saída digitais. gura 4. jeto na plataforma da revista para
Depois configuramos as saídas implementar sua própria placa.
Conclusão
para os LEDs através do registra- Sempre que possível, traremos
dor TRISB e inicializamos todos No presente artigo enten- projetos desse tipo para o desen-
eles desligados com o registrador demos um pouco mais sobre mi- volvimento com microcontrolado-
LATB. No loop infinito while acio- crocontroladores e sistemas em- res, que é uma área inesgotável.
namos um LED de cada vez, desli- barcados, além de ver um exem-
gando os demais a cada 200ms. plo de aplicação com o

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Edição 0031, junho, 2023
Lista de Componentes mini placa de desenvolvimento com PIC18
QTD. REF. Componente OBS.
3 R1, R6, R7 Resistor 10kΩ SMD 0805
5 R2, R3, R4, R5, R8 Resistor 220Ω SMD 0805
2 C1, C2 Capacitor 22pF Cerâmico SMD 0805
3 C3, C4, C6 Capacitor 100nF Cerâmico SMD 0805
1 C5 Capacitor 100µF Eletrolítico SMD
1 X1 Cristal 16MHz Quartzo
5 D1, D2, D3, D4, D5 LED SMD 0805
1 U1 PIC18F4550 Microcontrolador TQFP44
3 U2 LD1117S50TR Regulador 5V SOT-223
- Diversos PCB, fios e cabos, caixa para aloja-
mento, conectores, barras de ter-
minais 11,2mm, fonte de alimenta-
ção.

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Revista Eletrônica WR
Alterando a Curva de Potenciômetros
Dr. Eng. Wagner Rambo
Existem muitas limitações nos potenciôme- horário diminuímos a resistência do segundo e au-
tros comerciais que encontramos para aplicação mentamos a do primeiro. O segredo está em mani-
em projetos de eletrônica. Os modelos lineares são pular uma ou ambas as resistências pela fixação de
os mais comuns e – como o próprio nome sugere – um valor de resistência constante, criando uma su-
apresentam uma variação linear de sua resistência avização de ajuste. Vamos considerar alguns exem-
em relação à posição do seu eixo. Porém muitas ve- plos numéricos. Na Figura 1 temos um divisor de
zes é necessário o uso de potenciômetros logarít- tensão com dois resistores.
micos que apesar de não serem tão difíceis de en-
Aplicando as Leis de Kirchhoff e Ohm na so-
contrar, não têm uma resposta suave como a teoria
lução do circuito teremos a clássica equação do di-
prevê. Já quando o projetista precisa de um modelo
visor de tensão
anti-log, cuja resposta é uma curva logarítmica in-
vertida, a coisa começa a complicar. Difíceis de en- 𝑅2
𝑉𝑎 = × 𝑉1
contrar e possivelmente caros nas raras vezes em 𝑅2 + 𝑅1
que os encontraremos. Neste artigo, com um arti-
Se você observar, o termo formado pelos
fício muito simples, você vai aprender a alterar a
resistores pode ser chamado de coeficiente angular
curva de resposta de potenciômetros, adequando
𝑎, enquanto que 𝑉𝑎 pode ser o 𝑦 e 𝑉1 o 𝑥, resul-
aos seu projeto da forma que você precisar. Outra
tando em
boa notícia: se quiser, nunca mais precisará adqui-
rir potenciômetros logarítmicos, basta ter um po- 𝑦 = 𝑎𝑥
tenciômetro linear e um ou dois resistores!
Que é a famosa equação da reta, o que de-
nota uma resposta linear.
Agora vamos tentar equacionar o circuito
da Figura 2, considerando 𝑅3 como um compo-
nente de valor fixo.

Figura 1 – Divisor de tensão com dois resistores.

Partindo do princípio de que um potenciô-


metro nada mais que um divisor de tensão com
dois resistores variáveis, fica simples de entender
como será possível a modificação da curva de res-
Figura 2 – Divisor de tensão com 𝑅3 cons-
posta. Lembrando que quando movimentamos o
tante (𝑅1 e 𝑅2 representam os lados do po-
eixo no sentido horário, sempre estaremos dimi-
tenciômetro).
nuindo a resistência do primeiro resistor e aumen-
tando a do segundo. Movendo no sentido anti-

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Edição 0031, junho, 2023
A equação para resolver
o divisor deve considerar o pa-
ralelo entre 𝑅1 e 𝑅3
𝑅2
𝑉𝑎 = × 𝑉1
𝑅2 + (𝑅1 ∥ 𝑅3 )
𝑅2
𝑉𝑎 = × 𝑉1
𝑅 𝑅3
𝑅2 + 𝑅 1+ 𝑅
1 3

O termo que de fato im-


porta em nossa análise é justa-
mente o paralelo de 𝑅1 com 𝑅3 ,
que consiste no quociente entre
o produto e a soma entre eles
𝑅1 𝑅3
𝑅1 + 𝑅3
Se imaginarmos 𝑛 valo-
res para 𝑅1 e 𝑅3 podemos con-
cluir que o paralelo de ambos
vai ter uma resposta linear, pois
há uma relação de proporciona-
lidade direta. Entretanto, algo
inusitado ocorre quando reali-
zamos a análise considerando
um 𝑅1 variável e um 𝑅3 cons-
tante. Lembrando que 𝑅1 é a re-
sistência de um dos lados do po-
tenciômetro e 𝑅3 é o resistor
que vamos inserir no circuito
para suavizar a curva de res-
posta.
Primeiro, reescrevemos
a expressão do paralelo de am-
bos como
𝑅3
𝑅1 ( )
𝑅1 + 𝑅3
Figura 3 – Curvas de resposta do potenciômetro para diferentes valores de 𝑅3 .
Trabalhando um pouco
com limites e o Teorema de Quando 𝑅1 se aproxima de zero, o termo
L’Hôpital, vamos ver o que ocorre quando 𝑅1 tende 𝑅3
permanece constante, já que o próprio 𝑅3 é
a zero 𝑅1 +𝑅3
constante. Logo
𝑅3
lim 𝑅1 ( ) 𝑅3
𝑅1 →0 𝑅1 + 𝑅3 lim 0 × ( )=0
𝑅1 →0 0 + 𝑅3

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Revista Eletrônica WR
𝑅3
lim ∞ × ( ) = 𝑅3
𝑅1 →±∞ ∞ + 𝑅3
Isso demonstra que a expres-
são tem uma característica loga-
rítmica, por este motivo conse-
guiremos suavizar a curva dos
potenciômetros lineares, pela
adição de resistores com valores
constantes.
Entendemos que com a sim-
ples adição de um resistor, obte-
remos uma resposta não linear
do nosso potenciômetro. Na Fi-
gura 3 apresento o gráfico resul-
tante para diferentes valores de
𝑅3 , tomando como exemplo um
potenciômetro linear de 100𝑘Ω
(mas podem ser potenciômetros
de quaisquer valores).
Analisando os gráficos da
Figura 3, conseguimos observar
claramente o comportamento
não linear do “novo potenciôme-
tro”, mais precisamente, um
comportamento exponencial,
como já previsto. Esse comporta-
mento também é chamado de -
neg-log ou ainda mais comu-
mente de anti-log. Com um sim-
ples resistor, você transformará
um potenciômetro linear comum
em um modelo anti-log!
Um potenciômetro loga-
rítmico comum pode ser facil-
Figura 4 – Curvas de resposta do potenciômetro para diferentes valores de 𝑅4 . mente desenvolvido utilizando-
se a mesma técnica, porém com
o resistor constante em paralelo
𝑅1 𝑅3
Em outras palavras, a expressão 𝑅 +𝑅 tende com 𝑅2 . Novamente apresentamos a resposta do
1 3
potenciômetro, agora com o resistor constante em
a se aproximar de zero com 𝑅3 constante enquanto
paralelo com 𝑅2 , chamado de 𝑅4 . Observe atenta-
𝑅1 tende a zero.
mente os gráficos da Figura 4 com os respectivos
Com 𝑅1 tendendo a ±∞ a resposta tende a esquemáticos ao lado. Outro ponto bem relevante
𝑅3 que devemos destacar é o fato de essa resposta ser
mais suave do que nos próprios potenciômetros lo-
garítmicos comerciais, uma vez que estes tendem a
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Edição 0031, junho, 2023
ter uma reta linear inicial
com uma inclinação me-
nor e a partir de um dado
momento essa inclinação
aumenta consideravel-
mente. Podemos consi-
derar isso como um pa-
drão assintótico onde a
função é muito mais uma
aproximação de diversas
retas (comumente ape-
nas duas) do que a fun-
ção teórica que estamos
esperando.
Já concluímos
que utilizando apenas
um resistor conseguimos
alterar a curva de res-
posta de potenciômetros
lineares suavizando as
mesmas. Nos gráficos
apresentados até aqui,
você pode observar ape-
nas alguns valores, quais-
quer valores intermediá- Figura 5 – Curvas de resposta do potenciômetro para diferentes valores de 𝑅3 e 𝑅4 .
rios podem ser testados
pelo usuário. Utilize sempre valores entre 10Ω até utilizando o valor de 100𝑘Ω para facilitar que pos-
o valor máximo de resistência nominal do potenci- samos enxergar os resistores auxiliares como uma
ômetro que estiver utilizando, por exemplo, se o proporção do valor nominal do potenciômetro, ou
potenciômetro for de 100𝑘Ω, utilize valores de seja, 99𝑘Ω significa 99%, 1𝑘Ω significa 1%, etc. En-
10Ω a 100𝑘Ω; se for de 20𝑘Ω, utilize de 10Ω a tretanto, valores diferentes de potenciômetro po-
20𝑘Ω; e assim por diante. dem ser aplicados conforme mencionado anterior-
O mais incrível deste artifício que podemos mente. Em todas as figuras, 𝑅1 representa um dos
criar curvas totalmente particulares e tornar nos- lados do potenciômetro e 𝑅2 o outro portanto.
sos projetos ainda mais profissionais. Com a utiliza- Na prática, você poderá visualizar essas cur-
ção de dois resistores em paralelo com cada me- vas usando um osciloscópio e uma fonte de tensão
tade do potenciômetro, o comportamento fica simples, conforme demonstramos nesse vídeo:
ainda mais versátil. Na Figura 5 é possível observar
3 gráficos para diferentes valores dos resistores,
devidamente indicados nos esquemáticos ao lado
direito de cada curva.
Os exemplos não utilizam exatamente valo-
res comerciais de resistores, mas você pode aplicar
associações ou valores aproximados no seu pro-
jeto. Em todos os gráficos, as curvas foram traçadas
14
Revista Eletrônica WR
Resumidamente, é possível de se testar di- antigos. É bastante comum vermos arranjos de re-
versas configurações e respectivas curvas com os sistores soldados diretamente nos terminais dos
potenciômetros, a partir da adição de um ou mais potenciômetros que estão fixos no painel dos mes-
resistores em paralelo com o sistema. Na Figura 6 mos. Fique sempre atento aos circuitos do passado,
(a) você pode conferir como fica o esquemático afinal técnicas valiosíssimas podem ser aproveita-
prático, onde 𝑅𝑎 e 𝑅𝑏 representam os resistores das desses projetos clássicos e adequadas à reali-
que vão em paralelo com o potenciômetro e 𝑃1 o dade de nossos projetos modernos.
próprio dispositivo. Em 6 (b) há uma dica adicional:
Agradecimento especial para a Dra. Cíntia
o projetista poderá inserir um trimpot de ajuste e
Monticelli do Matemática Leve, que auxiliou nas
calibrar a curva do potenciômetro, buscando o me-
deduções analíticas dos cálculos apresentados.
lhor ponto de atuação para o seu circuito.
Para quem gosta de matemática, recomendo que
Como nem tudo são flores, este método acompanhem o trabalho dela:
traz a desvantagem de termos que observar qual
será a resistência nominal resultante do potenciô-
metro utilizado e isso dependerá muito do con-
texto em que o mesmo está inserido no circuito.
Para isso, realize os cálculos a partir de associação
de resistores.
A técnica apresentada neste artigo não é
novidade, basta que você observe alguns aparelhos

Figura 6 – (a) Resistores em paralelo com o potenciômetro linear comercial. (b) Uti-
lizando um trimpot o projetista poderá calibrar a curva prática do potenciômetro.

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Edição 0031, junho, 2023
Percepções para um Aprendizado Eficiente
Esp. Eng. Gabriel Vigiano
Caro leitores como vão? Espero que bem! programação para sistemas embarcados, será que
Hoje trago uma leitura um tanto diferente voltado faz ou fazia sentido em aprender um novo disposi-
a iniciantes de eletrônica e programação, já abor- tivo mais complexo? Uma vez que poderíamos uti-
damos aqui nas edições passadas da revista WR ar- lizar ferramentas simplificadas para desenvolver
tigos avançados e intermediários sobre o micro- nossos projetos? Ou mesmo porque não usar um
controlador STM32 e práticas muito interessantes, microcontrolador de 8 bits convencional, como os
contudo se você ainda não começou seu estudo famosos PICs, AVR’s e etc? Bem, não existe de fato
com este fantástico dispositivo, este artigo é para uma resposta para estas perguntas pois o propó-
você. sito apenas depende de nosso objetivo final, e es-
tas perguntas, apenas você caro leitor pode res-
Certamente quando pensamos em estudar
ponder.
novas tecnologias nos é proporcionado várias van-
tagens significativas como aprender habilidades di- Novas tecnologias inspiram criatividade e
ferentes, ampliar conhecimentos, aumento de pro- inovação, pois quem nunca teve uma ideia que gos-
dutividade e impulsionamento de inovações. No taria de ter realizado para resolver tarefas do coti-
entanto, existem barreiras associadas a esta nova diano ou mesmo em âmbito profissional, geral-
etapa de aprendizagem que são baseadas essenci- mente grandes ideias surgem diante de grandes
almente em investimento de recursos e tempo. problemas que precisam ser resolvidos, por esta
ótica percebemos que aprender uma nova tecnolo-
Um hábito que adquiri ao longo de minha
gia pode ser por muitas vezes o que precisamos,
jornada profissional é sobre uma forma eficiente
pois em algum momento, percebemos que nos
de dar o “primeiro passo” e aprender de verdade o
falta algo, algo que precisamos além do que esta-
que desejamos. Sim, não é fácil, mas ele realmente
mos habituados, então finalmente a necessidade
precisa ser dado, e tão importante quanto dar o pri-
ou mesmo a vontade de aprender bate a nossa
meiro passo é não nos comparamos a quem já está
porta.
correndo uma grande maratona, indo muito além
do nosso limite atual, o que por sua vez pode ser Uma experiência que passei em âmbito
desanimador para um começo de jornada de educacional e também uma das mais desafiadoras
aprendizagem. Por isso, trago algumas reflexões, foi quando por necessidade, precisei aprender a
realmente precisamos correr uma maratona logo tão famosa FFT (Transformada Rápida de Fourier),
de início? Porque não começamos com uma sim- e não só aprender, mas implementá-la em um sis-
ples caminhada que nos faz se sentir confortável? tema. É comum pensarmos que um “simples GOO-
Bem é sobre isso que vamos ver aqui neste artigo. GLE” pode resolver nossas dúvidas, a verdade é que
para a maioria dos casos triviais sim ele pode ajudar
Quando comecei a estudar e aprender o
a solucioná-las, mas acredite, nem tudo está lá,
STM32 anos atrás era tudo muito novo e com re-
nem tudo se encontra na internet de forma acessí-
cursos que pareciam ser muito complexos, quase
vel, mesmo em diversos livros precisamos “desven-
nenhum material em português de fácil acesso,
dar” detalhes etapa a etapa e por isso, muitas vezes
mesmo possuindo domínio de leitura da língua in-
o desafio de aprendizagem pode ser mais com-
glesa ainda era um desafio, pois os únicos materiais
plexo do que imaginamos.
tecnicamente completos eram as informações do
próprio fabricante. Lembro que foram exatos 13 meses desde o
início do projeto até a conclusão, incontáveis horas
Em um mundo onde o Arduino já começava
de estudos diárias e exaustivos testes, ao fim obtive
seu domínio absoluto entre os iniciantes de
16
Revista Eletrônica WR
sucesso no projeto, mas não foi somente pelo con- de progresso onde a cada término de uma
teúdo técnico aprendido e sim por grandes percep- etapa poderia avançar para outra e assim
ções que adquiri nesse processo, compartilharei por diante.
aqui as principais: 4. Acredite e não tenha medo do resultado:
Sei que pode parecer algo comum de se
1. Objetivo claro definido: Sabia exatamente pensar e até mesmo um possível clichê, mas
onde precisava chegar, ou seja, mesmo sim, acredite, não há nenhuma dificuldade
ainda não tendo conhecimento do conte- que possa ser superada com real dedicação
údo em questão e como poderia obter, ti- e esforço.
nha consciência do que precisava realizar.
Meu objetivo era claro, assim direcionando
o foco total no objetivo e trabalho a ser re- Lembre-se de que começar um projeto e
alizado.
aprender novas tecnologias pode ser desafiador,
2. Consistência e um passo a cada vez: Diria
mas o importante é dar o primeiro passo, mesmo
que talvez a etapa mais importante de to-
das, onde a execução dos estudos se tornou que seja um passo pequeno. À medida que você
diária, mesma com poucas horas por dia, a avança, ganhará impulso e confiança para conti-
consistência e persistência foram essenciais nuar progredindo.
e definitivamente o ponto principal de todo
Infelizmente não tenho mais foto do pri-
o processo, percebi que uma média de 2 ho-
meiro projeto original da FFT, mas vou comparti-
ras diárias eram mais eficientes que 8 ou 10
horas seguidas apenas em um único dia. lhar uma imagem de um sistema que demonstro no
3. Divisão do problema em etapas menores: curso de STM32. Futuramente também abordarei
Meu objetivo era claro, mas foi necessário este projeto em detalhes na revista WR. É isso meus
criar etapas gerenciáveis, onde era possível caros amigos, até uma próxima oportunidade de-
mensurar o andamento uma a uma e os re- sejo a todos um ótimo dia.
sultados obtidos. Isso me gerou um senso

17
Edição 0031, junho, 2023
Casos de Oficina (EP 029): O Velho Lunkes
Pio Rambo
Quando abri minha oficina eletrônica em velho Lunkes entrou em minha vida. Ele talvez te-
1982, os recursos me permitiram comprar ferra- nha sido o cliente mais icônico de minha oficina e
mentas, alguns componentes básicos de estoque me fez apurar a construção de uma nova oficina na
entre resistores, capacitares, transistores e válvu- frente, rente à calçada.
las, e a placa com a indicação do estabelecimento
O velho Lunkes me trouxe muito serviço,
colocada na calçada.
principalmente no começo da oficina quando es-
No mais, eu mesmo fiz duas bancadas, pra- tava tentando atrair clientes. Ele morava em Har-
teleiras e adaptei uma escrivaninha para servir monia, distante 6 km de minha cidade São Sebas-
como balcão de atendimento. Aliás, eram duas tião do Caí. E como ele trazia de ônibus os conser-
bancadas porque uma estava montada com o ne- tos para minha oficina, geralmente não eram apa-
cessário para consertar rádios e a outra, para tele- relhos grandes. Radinhos portáteis como Spica, Ad-
visores. Na bancada de rádios além das ferramen- miral, National, Philips, Philco, Mitsubishi, Hitachi,
tas básicas, soldador pistola e multímetro, tinha Semp, Sanyo, Telefunken, Motoradio, Teleunião e
instalação de antenas AM, OC e FM, além de uma tantas outras marcas vinham aos montes para tro-
fonte variável de 2A com ajuste de 1 a 15v, um par car a ferrite da antena quebrada por tombo do rá-
de alto-falantes para teste de rádios automotivos e dio. Ou o alto-falante, que abria por oxidação de
uma fonte sonora: um sintonizador de FM mon- um dos terminais, assim como isolação de termi-
tado por mim mesmo de um kit, se não me engano nais de pilhas pelo zinabre causado pelo vazamento
da marca Ulmac. das mesmas. Isso se não vinha com as FIs mexidas
pelo próprio Lunkes.
Na bancada de TV, espelho grande no lado
esquerdo para trabalhar no aparelho em seus ajus- Ele era um homem bonachão de sorriso
tes vendo a tela através das costas da TV, um espe- franco, nariz batatudo, cabelo tipo do Larry da série
lho grande 50x60, uma pistola de soldar, ferramen- “Os Três Patetas” e de uma altura avantajada.
tas e um multímetro. Do lado direito da bancada,
Mas, o velho Lunkes fazia algo que incomo-
uma prateleira com caixas de componentes.
dava muito minha esposa. Ele pegava o ônibus às
O local era gostoso para trabalhar, só que seis da manhã em Harmonia e meia hora depois,
tinha alguns problemas: o maior deles é que sem- quando ainda estávamos dormindo, ele sentava na
pre quando chovia um pouco a mais, alagava toda área dos fundos ao lado da cozinha esperando eu
a oficina e eu tinha que levantar tudo. Não era raro abrir a oficina às oito. Minha esposa levantava meia
isso acontecer mais de uma vez ao mês. E como eu hora antes para fazer o café e depois ir para o seu
era músico em fins-de-semana, várias vezes a es- serviço que também iniciava às oito e ficava a duas
posa teve que contar com a solidariedade dos vizi- quadras de casa.
nhos para ajudar a levantar as coisas já que eu não
Ele não tinha dia certo para chegar e muitos
estava em casa.
sustos a esposa levou ao abrir a janela da cozinha
Outro grande problema era por ter mon- que dava para a área e ver aquela cara sorridente
tado a oficina na garagem, ela ficava nos fundos do dizendo animada:
terreno e os clientes tinham que atravessar todo o
- Bom dia!
pátio para chegar lá. Isso causou diversos dissabo-
res pela falta de privacidade que havia. Mas, como E já perguntava por mim, ficando atrasando
eu não tinha condições de construir um prédio a esposa com assuntos de eletrônica que ela não
novo defronte à calçada, fui levando até que o conhecia.
18
Revista Eletrônica WR
Certo dia, depois de um dos tradicionais oficina. Mas, ficava cantarolando, cumprimen-
sustos minha esposa disse para eu proibi-lo de en- tando todos que passavam na calçada e a gente
trar no pátio com a oficina fechada. Comecei a pen- acordava e não conseguia mais dormir.
sar em como fazer isso sem magoar e perder o cli-
O velho Lunkes já é falecido, mas morreu
ente. A solução que achei foi dizer a ele que a pas-
sem saber que aquela eletrificação era fictícia e que
sagem iria ser eletrificada por causa dos cachorros
não havia fio nenhum espalhado no pátio.
que entravam no pátio. Ele entendeu e de fato não
entrou mais. Esperava na frente de casa eu abrir a

Ganhei este canivete de presente do velho Lunkes. Ele mesmo o fez


com corpo de prata e lâmina de aço alemão.

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Edição 0031, junho, 2023
Entenda o Funcionamento da Ponte de Diodos
Dr. Eng. Wagner Rambo
Quando o assunto é fonte de alimentação, forma direta. Em outras palavras, vemos que am-
um dos primeiros arranjos que nos vem na cabeça bos estão ligados (idealmente seria um circuito-cir-
é a ponte de diodos. Utilizada com frequência cuito). Por outro lado, 𝐷1 e 𝐷4 estão polarizados de
quando desejamos retificar um sinal na saída de forma reversa (circuito aberto). 𝐷1 tem uma tensão
um transformador em fontes lineares ou mesmo positiva no anodo e o seu catodo está em GND, en-
direto da rede elétrica no caso de fontes chavea-
das, a ponte de diodo é um arranjo simples e que
funciona muito bem para esta aplicação. Com ela,
o semiciclo negativo do sinal senoidal é rebatido
para o lado positivo, onde teremos a tensão excur-
sionando de 0 ao valor positivo de pico no dobro da
frequência.
É bem provável que 99,99% de nossos leito-
res já tenha familiaridade com a ponte de diodos,
por tê-la estudado e também a aplicado em algum
projeto. De qualquer forma, o objetivo desse artigo
é descrever o funcionamento de uma ponte de dio-
dos, de modo que você entenda perfeitamente,
além de ter outras ideias de aplicação para a
mesma. Uma leitura obrigatória para todo inici-
ante, mas também recomendada aos mais experi-
entes, como revisão ou mesmo para aprender algo
novo.
O diagrama esquemático representado na
Figura 1 apresenta uma ponte retificadora de dio-
dos recebendo um sinal senoidal, que pode vir do Figura 1 – Ponte de diodos recebendo um sinal senoidal.
secundário de um transformador ou da própria
rede elétrica.
quanto que 𝐷4 tem o catodo em GND mas uma ten-
Veja que quando estamos no semiciclo po-
são negativa em seu anodo. Releia essa explicação
sitivo do sinal – Figura 1 (a) – no nó superior obser-
e analise cada ponto da Figura 1 (a).
vamos o próprio e já no nó inferior temos que con-
siderar o semiciclo invertido. É o que ocorre Agora na Figura 1 (b) podemos observar o
quando medimos esses sinais na prática. Nesse que ocorre no semiciclo negativo. Veja que o sen-
ponto, são os diodos 𝐷2 e 𝐷3 (ambos sublinhados tido é invertido em relação ao positivo, então os
para facilitar a visualização) que estão polarizados diodos que estão polarizados diretamente são
de forma direta, isto é, a tensão no anodo é maior agora 𝐷1 e 𝐷4 . No anodo de 𝐷1 temos o GND, po-
que no catodo. 𝐷2 está com a tensão positiva no rém no catodo haverá tensão negativa, garantindo
anodo e com o catodo referenciado pela carga 𝑅𝐿 , sua polarização direta. Já em 𝐷4 temos uma tensão
já 𝐷3 está com seu anodo no GND (0𝑉) porém o ca- positiva no anodo enquanto que o seu catodo está
todo tem a tensão negativa no presente semiciclo, mantido a GND pela carga 𝑅𝐿 . Nesse mesmo ciclo,
com isso vemos que 𝐷3 também está polarizado de 𝐷2 tem tensão negativa no anodo e o catodo está

20
Revista Eletrônica WR
com 0𝑉 e 𝐷3 tem 0𝑉 no anodo mas tensão positiva teremos como resultado o sinal apresentado na Fi-
em seu catodo. Novamente faça a análise cuida- gura 2 (c), onde a carga de fato receberá apenas
dosa para entender as tensões em cada nó da semiciclos positivos, ora da componente positiva
ponte de diodos, enxergando quais diodos estão se do sinal, ora da componente negativa. A partir daí
comportando como curto e quais estão abertos. basta filtrarmos utilizando o capacitor adequado e
teremos praticamente um sinal em nível DC posi-
Para facilitar ainda mais a compreensão,
tivo para implementar a nossa fonte de alimenta-
confira agora os diagramas esquemáticos na Figura
ção.
2, onde os diodos estão representados como ide-
ais. Quando diretamente polarizados se compor- Agora que você já compreendeu completa-
mente o funcionamento de uma ponte de diodos,
poderá explorar este tradicional arranjo em ou-
tros contextos. Um exemplo bem interessante
consiste em utilizar a ponte de diodos para criar
efeitos diferenciados com LEDs comuns. Como
você pode verificar na Figura 3, os próprios LEDs
consistem na ponte de diodos e aplicamos um si-
nal senoidal de 10𝑉𝑃𝑃 com uma frequência baixa,
que pode ser 1𝐻𝑧 ou até menos. Os LEDs vão se
comportar tal como os diodos retificadores, ora
sendo polarizados, ora não. Dessa forma teremos
o efeito do acendimento em duplas e prestando
atenção é possível verificar um aumento e dimi-
nuição no brilho dos mesmos.
O circuito gerador senoidal poderá ser um
oscilador simples elaborado a partir de uma topo-
logia Hartley, Colpitts, ponte de Wien ou outra
que você preferir. O resistor de 470Ω funciona
Figura 2 – Diodos representados como chaves ideais. como uma carga para polarização dos LEDs. Essa
topologia também é excelente para ser utilizada
tam como um curto-circuito e quando polarizados como demonstração prática do funcionamento da
reversamente se comportam como um circuito própria ponte de diodos que apresentamos anteri-
aberto. ormente com diodos retificadores, pois temos
Na Figura 2 (a), na situação em que o semi-
ciclo positivo torna 𝐷2 e 𝐷3 como curto-circuito, te-
mos 𝐷1 e 𝐷4 representados como um circuito
aberto e a carga recebe o semiciclo positivo refe-
renciado ao GND. Observe as ligações no diagrama
esquemático. Então, uma cópia do semiciclo posi-
tivo está sobre a carga 𝑅𝐿 . Já na Figura 2 (b) são os
diodos 𝐷1 e 𝐷4 que estão conduzindo; 𝐷2 e 𝐷3 são
circuito aberto. A carga recebe o semiciclo nega-
tivo, porém rebatido para o lado positivo, uma vez Figura 3 – Ponte de diodos com LEDs comuns.
que a mesma continua referenciada a GND. Visto
que esse ciclo vai se repetindo indefinidamente, al-
ternando entre o semiciclo positivo e negativo,
21
Edição 0031, junho, 2023
capacitor 𝐶1 . No dese-
nho da direita temos
uma versão um pouco
mais completa. As fon-
tes de corrente são ar-
ranjos simples com BJTs,
diodos, resistores e
trimpots. A chave con-
trolada é a própria
ponte de diodos que re-
cebe um nível alto ou
um nível baixo no nó
𝑉𝑜𝑢𝑡 de acordo com a
tensão do capacitor.
Imagine 𝐶1 descarre-
gado. A saída do compa-
rador estará com nível
alto, então teremos uma
tensão positiva no nó
𝑉𝑜𝑢𝑡 . Assim, 𝐷7 e 𝐷8 são
Figura 4 – Utilizando a ponte de diodos como chave controlada.
polarizados de forma di-
reta e o capacitor se car-
como enxergar no próprio circuito quais LEDs estão rega através da fonte de corrente 𝐼1 . Atingindo o
polarizados e quais não. limiar superior de tensão, a saída do comparador
Outro exemplo de aplicação não convencio- vai a nível baixo e teremos agora 𝐷6 e 𝐷9 condu-
nal de ponte de diodos está na Figura 4. Nesse zindo. O capacitor se descarrega com 𝐼2 até atingir
caso, diodos de sinal são utilizados como chave o limiar de tensão inferior, quando o comparador
controlada para gerar um sinal dente de serra a coloca a saída em nível baixo novamente. O ciclo se
partir de um comparador por histerese. O circuito repete indefinidamente, gerando um sinal em
está simplificado, pois o foco aqui é entendermos o dente de serra sobre o capacitor, com simetria
comportamento da ponte de diodos apenas. ajustável pelos trimpots 𝑃2 e 𝑃3 .

Os diodos da ponte podem ser do tipo No presente artigo, pudemos entender por
1N4148. Veja à esquerda o circuito em um nível completo o funcionamento de uma ponte retifica-
mais alto de abstração. Temos duas fontes de cor- dora de diodos e ver aplicações diferentes para
rente constante que são direcionadas ao capacitor este mesmo arranjo. De posse deste conheci-
𝐶1 através de uma “chave”. Essa “chave” é contro- mento, você poderá aplicar este arranjo em outros
lada a partir de um comparador que inverterá o seu contextos para os seus projetos, basta seguir a ló-
estado de saída de acordo com a tensão do gica de acionamento de cada par de diodos con-
forme detalhamos por aqui.

22
Revista Eletrônica WR
Fonte Regulada de 5V 1,5A
Dr. Eng. Wagner Rambo
Introdução precisamos de muita potência, mas à medida que
vamos aumentando o número de recursos e com-
Toda a Eletrônica depende do sucesso das
ponentes utilizados em um projeto, maior capaci-
fontes de alimentação. Sabemos que existem inú-
dade de corrente se faz necessário.
meras topologias e realmente muita teoria por trás
do projeto de fontes de alimentação lineares e cha- Essa fonte de alimentação utiliza um velho
veadas. Esse é o motivo pelo qual sempre que há conhecido de muitos de vocês: o LM317. É um cir-
uma oportunidade, trazemos na Revista WR algum cuito integrado regulador completo que já traz van-
modelo de fonte de alimentação. Sempre que o lei- tagens como proteção contra sobrecorrente,
tor precisar de algum tipo particular para uso em curto-circuito e excesso de temperatura, podendo
projetos, poderá recorrer às inúmeras topologias chegar até 1,5A de capacidade de corrente. O dis-

Figura 1 – Diagrama esquemático completo da fonte de 5V com LM317T.

apresentadas ao longo de nossas edições. positivo também é ajustável e pode ser empregado
em fontes desse tipo, mas aqui manteremos na
No presente artigo, você poderá construir
tensão fixa de 5V.
uma fonte de alimentação de 5V com capacidade
de corrente até 1,5A, que já é muito boa para uma O LM317 em si já apresenta excelente esta-
infinidade de aplicações. Normalmente os circuitos bilização, mas para tornar nossa fonte profissional,
de eletrônica digital, ou os que envolvem micro- vamos empregar uma estabilização dupla. Isso é fa-
controladores necessitam de uma boa fonte de ali- cilmente resolvido empregando-se um segundo
mentação de 5V, pois estes dispositivos trabalham LM317 na etapa de entrada do circuito, esse confi-
com esse nível de tensão. Utilizando um simples gurado para uma saída de 9V. O transformador
microcontrolador, na maioria dos casos não será linear comum com saída de 12V e até 2A de
23
Edição 0031, junho, 2023
corrente. Desejamos uma queda de tensão pe- consistirá em uma parcela desprezível, por isso po-
quena sobre os reguladores, pois assim os mesmos demos calcular o valor da tensão de saída do pri-
irão performar melhor, havendo menos potência meiro circuito integrado como
dissipada sobre eles. Por fim, também desejamos
1200
um controle de ON/OFF de saída, indispensável nos 𝑉𝑈1 = 1,25 × ( + 1) = 9,583𝑉
180
trabalhos com eletrônica, o que facilita bastante os
testes. Essa tensão é utilizada para alimentar o se-
gundo circuito integrado, também LM317T, que
O Circuito está configurado para apresentar uma tensão de
Como de costume, o circuito foi planejado saída de +5𝑉, pois
para apresentar componentes simples e de baixo 1000
custo, excelente para o iniciante, mas também é 𝑉𝑈2 = 1,25 × ( + 1) = 5,037𝑉
330
claro com aqueles desafios bacanas e revisões de
Observe que com o uso de dois circuitos in-
conceitos aos que já possuem conhecimento em
tegrados temos a vantagem de dupla estabilização,
Eletrônica. Vamos entender todo o diagrama es-
diminuindo consideravelmente o ripple. Temos
quemático que está explícito na Figura 1.
também uma queda de tensão pequena sobre os
A entrada de energia da rede elétrica passa circuitos integrados: aproximadamente 5,91𝑉 em
pela chave liga/desliga geral do sistema, e após cima de 𝑈1 e 4,55𝑉 em cima de 𝑈2 . Isso reduz a
pela chave de seleção de tensão local. Utilize um dissipação de potência nos mesmos, lembrando
transformador cujo o primário apresenta a opção que a tensão dropout mínima necessária para o cir-
de escolha, possibilitando o uso de sua fonte em cuito operar em toda a faixa é de 3𝑉 de acordo com
qualquer localidade. O secundário do transforma- o fabricante.
dor deve ser para 12𝑉𝐴𝐶 e pelo menos 2𝐴. Reco-
A linha de +5𝑉 é aplicada ao contato nor-
mendamos o uso de transformador toroidal para
malmente aberto de um relé de 9V e 5 terminais.
melhor desempenho. Um fusível de proteção foi in-
Esse relé é responsável pelo acionamento da saída.
serido também no sistema, caso ocorra algum
Veja que o contato normalmente fechado do
curto-circuito severo. A ponte de diodos apresenta
mesmo está ligado a um resistor de 1𝑘Ω (𝑅10 ).
4 retificadores do tipo RL207, para 2𝐴, mas outros
Quando desligamos a saída da fonte, esse resistor
modelos compatíveis podem ser utilizados sem
ajudará a descarregar eventuais tensões residuais
problemas. Os capacitores 𝐶1 e 𝐶2 são responsáveis
no seu circuito em teste, um recurso bem interes-
pela filtragem, resultando em um nível DC de apro-
sante.
ximadamente +15,5𝑉 para o transformador utili-
zado. O circuito de controle do relé é bastante
simples e utiliza um flip-flop D presente no circuito
O circuito integrado 𝑈1 é um LM317T calcu-
integrado CMOS 4013 ligado no modo toggle (este
lado para fornecer uma tensão próxima de +9𝑉 em
deverá ser alimentado pela linha de 9V). 𝐶8 e 𝑅6
sua saída. Os componentes que determinam o va-
garantem o reset inicial do flip-flop e 𝑅5 mantém a
lor da tensão são 𝑅1 e 𝑅2 . A seguir você pode con-
linha de clock em nível baixo até que o botão 𝐵𝑇1
ferir os cálculos caso queira modificar essa tensão
seja pressionado. Ao pressionar o botão, envia-se
de saída em algum outro projeto.
um pulso de clock e o estado da saída 𝑄 é invertido.
𝑅2 A cada clock ocorre essa inversão, pois como vimos
𝑉𝑂𝑈𝑇 = 𝑉𝑅𝐸𝐹 × ( + 1) + 𝐼𝐴𝐷𝐽 𝑅2
𝑅1 o flip-flop está ligado como toggle, a entrada de da-
A tensão de referência 𝑉𝑅𝐸𝐹 é igual a 1,25𝑉 dos ligada na saída 𝑄. O capacitor 𝐶7 é um filtro
e a corrente de ajuste 𝐼𝐴𝐷𝐽 está situada entre 50𝜇𝐴 para os repiques mecânicos do botão (deboun-
e 100𝜇𝐴. Mesmo o valor no pior caso (100𝜇𝐴), cing).

24
Revista Eletrônica WR
Há também dois LEDs. O vermelho indica
que o relé de saída está desligado e o verde indica
que está ligado. O transistor 𝑄1 é um driver para
acionar o relé a partir do 4013, tendo 𝑅9 polari-
zando sua base. O diodo 𝐷7 é para evitar surtos de
tensão reversa quando desligamos o relé (fre-
ewheeling). O segundo flip-flop é mantido desabili- (a)
tado, com suas entradas aterradas, pois não será
utilizado no projeto.
Montagem
Uma vez compreendido todo o circuito ele-
trônico, vamos para a parte prática de montagem
da fonte de 5V. Foi desenvolvida uma placa de cir-
cuito impresso em face simples, o que facilita bas-
tante a sua construção artesanal. A montagem prá-
tica requer os cuidados de sempre e não é crítica.
Utilize bons dissipadores de calor para os circuitos (b)
integrados LM317T. Se montar em uma caixa de
alojamento, poderá inclusive deixá-los do lado de
fora para o resfriamento por convecção. Solde fios
de boa qualidade entre os reguladores e a PCB. O
botão utilizado pode ser qualquer um normal-
mente aberto para painel, mas procure usar mode- Figura 2 – Placa de circuito impresso da fonte de 5V com
los com boa qualidade que naturalmente apresen- LM317. (a) Face de cobre. (b) Silkscreen dos componentes.
tarão menor ruído ao pressionados. Os LEDs tam-
bém poderão ser fixos no painel através de adapta-
dores próprios para esta aplicação. Veja na Figura
Conclusão
2 a placa de circuito impresso para o projeto, que
ficou compacta, em aproximadamente 8cm x 6cm. Sempre que possível traremos projetos de
fontes de alimentação na Revista WR, pois são fun-
Veja que é necessária a soldagem de dois
damentais para as boas práticas de Eletrônica e
jumpers na PCB. Utilize qualquer fio rígido comum,
apresentam uma infinidade de topologias e op-
eles ficam próximos do relé (logo acima deste). A
ções. Além disso, nos auxiliam a compreender mui-
saída de 5V também pode ser ligada ao painel de
tos conceitos importantes de eletrônica analógica
sua fonte, através de fios e conectores banana fê-
e na área de potência. O projeto apresentado no
mea para painel. Para aqueles que desejarem man-
presente artigo é bastante simples e tem grande
dar fabricar a PCB diretamente, estamos disponibi-
utilidade para o laboratório do profissional, po-
lizando os arquivos Gerber para download na pla-
dendo ser confeccionado em uma caixa de aloja-
taforma da revista.
mento com um painel detalhado, o que o tornará
um equipamento semiprofissional, servindo de uso
em projetos que envolvam eletrônica digital, mi-
crocontroladores ou qualquer outro que trabalhe
com a tensão de 5V.

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Edição 0031, junho, 2023
Lista de Componentes Fonte de 5V 1,5A com LM317T
QTD. REF. Componente OBS.
1 R1 Resistor 180Ω 1/4W
1 R2 Resistor 1,2kΩ 1/4W
1 R3 Resistor 330Ω 1/4W
5 R4, R7, R8, R9, R10 Resistor 1kΩ 1/4W
1 R5 Resistor 10kΩ 1/4W
1 R6 Resistor 100kΩ 1/4W
1 C1 Capacitor 4700µF Eletrolítico 25V
3 C2, C4, C6 Capacitor 100nF Poliéster 63V
2 C3, C5 Capacitor 100µF Eletrolítico 16V
1 C7 Capacitor 22µF Eletrolítico 16V
1 C8 Capacitor 4,7µF Eletrolítico 16V
4 D1, D2, D3, D4 Diodo RL207 Retificador 2A
1 D5 LED Vermelho Difuso 3mm
1 D6 LED Verde Difuso 3mm
1 D7 Diodo 1N4007 Retificador 1A
1 Q1 Transistor BC337 NPN 800mA
2 U1, U2 LM317T Regulador ajustável 1,5A
1 U3 4013 Flip-flop D CMOS
1 RL1 Relé 9V 5 terminais
1 BT1 Botão para Painel Normalmente aberto
1 TR1 Transformador 12V 2A Toroidal
1 F1 Fusível 300mA Vidro pequeno
1 - Chave H-H Seletora de tensão
1 - Chave comum Liga/desliga

Diversos PCB, fios e cabos, caixa para aloja-


mento, conector KRE2T 5mm, bar-
ras de 2 terminais 11,2mm, dois dis-
sipadores de calor TO-220 grandes.

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