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[Livro] Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Site: IFPE VIRTUAL Impresso por: Flávia Ferreira da Silva


Curso: Pesquisa e Extensão Tecnológicas Data: terça, 4 jul 2023, 15:06
Livro: [Livro] Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

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Descrição

Livro: Articulação entre ensino, pesquisa e extensão


Índice

Articulação entre ensino, pesquisa e extensão


1 O que é ensino, pesquisa e extensão?
1.1 A indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão
1.2 As metodologias ativas como facilitadoras da articulação entre ensino, pesquisa e extensão
Referências
Ficha técnica
Para iniciarmos nossos estudos sobre a temática, queremos instigá-lo a refletir sobre o que é ENSINO, PESQUISA,
EXTENSÃO E TECNOLOGIA. Pare um instante e pense nesses termos. O que você sabe sobre eles? A partir dessa
reflexão inicial, apresentamos a seguinte definição:

ENSINO:  O ensino é uma instância de comunicação (RIOS, 2008). Logo, “ensinar não é transferir
conhecimentos” (FREIRE, 1996). O ato de ensinar envolve interação e partilha e deve ser intencional e diretivo.
Portanto, requer planejamento didático para possibilitar a construção de competências. 

PESQUISA: Minayo (2007) define pesquisa como atividade de indagação e de construção da realidade. É o ato
ou o conjunto de ações por meio do qual se constrói o conhecimento científico na busca por solucionar
determinado problema numa dada realidade.

EXTENSÃO:  é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma
indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade (Fórum de Pró-Reitores de
Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras).
1 O que é ensino, pesquisa e extensão?

De acordo com a Orientação Normativa 01/2020 da Coordenadoria de Ações de Extensão do Instituto Federal do
Espírito Santo, “A extensão é um processo educativo, cultural, político, social, científico e tecnológico que promove a
interação dialógica e transformadora entre o Ifes e outros setores da sociedade, levando em consideração a
territorialidade” (p. 01-02).

E o que é  TECNOLOGIA?  No decorrer das disciplinas deste curso, você já ouviu bastante, não é? Trata-se de uma
ciência da técnica: a tecnologia (techne + logos) (VIEIRA PINTO, 2005). Essa ciência compreende a técnica como
atividade consciente e planejada, que vai além da mera imitação e repetição de tarefas mecânicas.

Nesse sentido, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão transcende a prática de uma educação
compartimentalizada e dicotômica, entendendo o trabalho como princípio educativo. Logo, Pesquisa e Extensão
Tecnológicas referem-se à uma prática indissociável ao ensino. Esse tripé é fundamental na consolidação de saberes
e fazeres na Educação Profissional e Tecnológica, na produção do conhecimento e na prática pedagógica e
profissional.

Veja este exemplo: quando um aluno do curso técnico de Informática, orientado pelo professor, desenvolve um
aplicativo para resolver determinada demanda da sociedade, empresa, enfim, comunidade externa;  ele está
realizando pesquisa, ensino e extensão. Essa relação traz benefícios para todos:  o aluno exercitando a prática, o
professor ensinando e atualizando seus conhecimentos e a sociedade/comunidade externa recebendo os benefícios
dessas ações e dialogando com a instituição, aproximando, assim, da escola.

Fonte: Pixababay / truthseeker08


Produção: Anna Luisa Reis Becevelli (EMEF “Dr. Octávio Manhães de Andrade”)

 
1.1 A indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão

Produção: Anna Luisa Reis Becevelli (EMEF “Dr. Octávio Manhães de Andrade”)

Numa instituição de ensino de educação profissional, há atividades de ensino, pesquisa e extensão. No entanto, é
notório que a prevalência está nas atividades de ensino, em seguida na pesquisa e, por último, na extensão. Se
observarmos os cursos de pós-graduação, veremos que a ênfase é na pesquisa. 

Mas por que separar se o conhecimento não é disciplinarizado nem fragmentado? Essa lógica advém até mesmo da
nossa formação docente. Ainda predomina a ideia de que as partes formam o todo, não concebendo que o todo é
mais do que a soma das partes, desconsiderando, assim, que tudo está interligado (MORIN, 2003).

Ensino, pesquisa e extensão envolvem a articulação de saberes/fazeres e, nesse contexto, destaca-se a importância
do docente como mediador desse processo de orientar a aprendizagem e criar espaços formativos entre os alunos.

Quando, por exemplo, identificamos em nosso contexto a dificuldade dos feirantes em vender seus produtos em
época de isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, podemos resolver esse problema apenas com o
ensino? Não. É preciso recorrer ao ensino, à pesquisa e à extensão, pois todas essas atividades são articuladas e
dialogam entre si na busca por criar alternativas para a situação apresentada.

Veja que interessante este vídeo que aborda o assunto que discutimos:

indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão

Indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão. Vídeo produzido pelo IFRO, campus Zona Norte.

E, para que essas atividades dialoguem entre si, as metodologias ativas têm papel preponderante, pois colocam o
aluno como protagonista do processo de aprendizagem. Vamos ver?
 

 
1.2 As metodologias ativas como facilitadoras da articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Vivemos  num contexto altamente tecnológico, em que os processos de inter-relação do homem com o mundo se
intensificaram, requerendo novas práticas pedagógicas. Segundo Lima (2018, p. 21):

Com o volume de informações do mundo ligado em rede, os estudantes precisam desenvolver a habilidade de avaliar a
importância de se aprender algo. Saber sintetizar e saber reconhecer conexões e padrões entre as diversas informações que
circulam são habilidades valiosas na contemporaneidade. 

Para isso, é importante que métodos e estratégias de ensino estejam em consonância com o perfil profissional de
conclusão. As metodologias ativas destacam-se nesse panorama, pois são caminhos para desenvolver a
aprendizagem criativa, autônoma e colaborativa. Além disso, “[...] estimulam a comunicação, ampliam a capacidade
de ouvir a outra pessoa falar, estimulam os trabalhos de equipes, desenvolvem a motivação individual e coletiva
[...]” (NEVES, 2018, p.13).

Essas metodologias permitem maior interação  entre os atores da sala de aula, impulsionam o protagonismo
estudantil e a colaboração, mobilizando o interesse e exigindo comprometimento dos alunos para que todos possam
aprender. Conforme apontam Carvalho, Borges e Armeno (2018, p. 96-97):

Assim, para promover aprendizagem significativa, faz-se necessário o envolvimento do aluno por uma metodologia que lhe
dê o protagonismo de sua própria aprendizagem, que lhe dê capacidade de desenvolvimento de senso crítico e lhe permita
aquisição de competências que associem seus conhecimentos às transformações do mundo real. Isso parece ser possível
usando metodologias ativas de aprendizagem, que são ferramentas, caminhos que permitem instalar o aluno no centro de
sua própria formação profissional, pavimentando o conhecimento através da mediação e acompanhamento do professor.

O papel do professor nesse processo é de mediar a aprendizagem dos alunos, orientando o caminho, auxiliando-os
no ensino, na pesquisa por soluções, na avaliação dos trabalhos realizados, na reorganização da trajetória de
aprendizagem, apontando melhorias e acertos e discutindo ideias e possibilidades.

Essas metodologias fomentam o protagonismo estudantil e estimulam o desenvolvimento do raciocínio lógico. Assim,
é possível trabalhar o aprendizado de uma maneira mais participativa, significativa e eficiente.
CARVALHO, A. A., BORGES, R. A., ARMENO, V. P. C. S. Gamificação no processo ensino-aprendizagem in: NEVES, V.
J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T. (Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas teóricas e práticas no ensino superior.
Pontes Editores: 2018.

Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. Política Nacional de Extensão
Universitária. Manaus: 2012. Disponível em: https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-
Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 10/05/2021.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2000. 

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Orientação Normativa CAEX 01/2020. Disponível em


https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-
book.pdf.Acesso em 28/08/2020.

INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA, campus Zona Norte. Indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NvRaUoGdP7Q&feature=emb_logo. Acesso em 18/05/2021.

LIMA, M. T. G. de A. Do behaviorismo ao conectivismo-reflexões sobre metodologias ativas na aprendizagem no


Uniptan. In: NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T.(Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas teóricas e
práticas no ensino superior. Pontes Editores: 2018.

MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 25. ed. rev. atual. Petrópolis:
Vozes, 2007.

MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8a ed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003.

NEVES, V. J. Introdução. in NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T.(Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas
teóricas e práticas no ensino superior. Pontes Editores: 2018.

RIOS, T. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2008. 

VIEIRA PINTO, A. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

 
Título Articulação entre ensino, pesquisa e extensão

Autoria Emilene Côco dos Santos (2021)


Indiana Reis da Silva Becevelli (2021)

Design gráfico Camila Karoline Justino Marques


Luiza Fonseca de Souza

 Design instrucional Michele Silva da Mata

Revisão textual Cláuberson Correa Carvalho

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

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