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ENSINO: O ensino é uma instância de comunicação (RIOS, 2008). Logo, “ensinar não é transferir
conhecimentos” (FREIRE, 1996). O ato de ensinar envolve interação e partilha e deve ser intencional e diretivo.
Portanto, requer planejamento didático para possibilitar a construção de competências.
PESQUISA: Minayo (2007) define pesquisa como atividade de indagação e de construção da realidade. É o ato
ou o conjunto de ações por meio do qual se constrói o conhecimento científico na busca por solucionar
determinado problema numa dada realidade.
EXTENSÃO: é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma
indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade (Fórum de Pró-Reitores de
Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras).
1 O que é ensino, pesquisa e extensão?
De acordo com a Orientação Normativa 01/2020 da Coordenadoria de Ações de Extensão do Instituto Federal do
Espírito Santo, “A extensão é um processo educativo, cultural, político, social, científico e tecnológico que promove a
interação dialógica e transformadora entre o Ifes e outros setores da sociedade, levando em consideração a
territorialidade” (p. 01-02).
E o que é TECNOLOGIA? No decorrer das disciplinas deste curso, você já ouviu bastante, não é? Trata-se de uma
ciência da técnica: a tecnologia (techne + logos) (VIEIRA PINTO, 2005). Essa ciência compreende a técnica como
atividade consciente e planejada, que vai além da mera imitação e repetição de tarefas mecânicas.
Nesse sentido, a articulação entre ensino, pesquisa e extensão transcende a prática de uma educação
compartimentalizada e dicotômica, entendendo o trabalho como princípio educativo. Logo, Pesquisa e Extensão
Tecnológicas referem-se à uma prática indissociável ao ensino. Esse tripé é fundamental na consolidação de saberes
e fazeres na Educação Profissional e Tecnológica, na produção do conhecimento e na prática pedagógica e
profissional.
Veja este exemplo: quando um aluno do curso técnico de Informática, orientado pelo professor, desenvolve um
aplicativo para resolver determinada demanda da sociedade, empresa, enfim, comunidade externa; ele está
realizando pesquisa, ensino e extensão. Essa relação traz benefícios para todos: o aluno exercitando a prática, o
professor ensinando e atualizando seus conhecimentos e a sociedade/comunidade externa recebendo os benefícios
dessas ações e dialogando com a instituição, aproximando, assim, da escola.
1.1 A indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão
Produção: Anna Luisa Reis Becevelli (EMEF “Dr. Octávio Manhães de Andrade”)
Numa instituição de ensino de educação profissional, há atividades de ensino, pesquisa e extensão. No entanto, é
notório que a prevalência está nas atividades de ensino, em seguida na pesquisa e, por último, na extensão. Se
observarmos os cursos de pós-graduação, veremos que a ênfase é na pesquisa.
Mas por que separar se o conhecimento não é disciplinarizado nem fragmentado? Essa lógica advém até mesmo da
nossa formação docente. Ainda predomina a ideia de que as partes formam o todo, não concebendo que o todo é
mais do que a soma das partes, desconsiderando, assim, que tudo está interligado (MORIN, 2003).
Ensino, pesquisa e extensão envolvem a articulação de saberes/fazeres e, nesse contexto, destaca-se a importância
do docente como mediador desse processo de orientar a aprendizagem e criar espaços formativos entre os alunos.
Quando, por exemplo, identificamos em nosso contexto a dificuldade dos feirantes em vender seus produtos em
época de isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, podemos resolver esse problema apenas com o
ensino? Não. É preciso recorrer ao ensino, à pesquisa e à extensão, pois todas essas atividades são articuladas e
dialogam entre si na busca por criar alternativas para a situação apresentada.
Veja que interessante este vídeo que aborda o assunto que discutimos:
Indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão. Vídeo produzido pelo IFRO, campus Zona Norte.
E, para que essas atividades dialoguem entre si, as metodologias ativas têm papel preponderante, pois colocam o
aluno como protagonista do processo de aprendizagem. Vamos ver?
1.2 As metodologias ativas como facilitadoras da articulação entre ensino, pesquisa e extensão
Vivemos num contexto altamente tecnológico, em que os processos de inter-relação do homem com o mundo se
intensificaram, requerendo novas práticas pedagógicas. Segundo Lima (2018, p. 21):
Com o volume de informações do mundo ligado em rede, os estudantes precisam desenvolver a habilidade de avaliar a
importância de se aprender algo. Saber sintetizar e saber reconhecer conexões e padrões entre as diversas informações que
circulam são habilidades valiosas na contemporaneidade.
Para isso, é importante que métodos e estratégias de ensino estejam em consonância com o perfil profissional de
conclusão. As metodologias ativas destacam-se nesse panorama, pois são caminhos para desenvolver a
aprendizagem criativa, autônoma e colaborativa. Além disso, “[...] estimulam a comunicação, ampliam a capacidade
de ouvir a outra pessoa falar, estimulam os trabalhos de equipes, desenvolvem a motivação individual e coletiva
[...]” (NEVES, 2018, p.13).
Essas metodologias permitem maior interação entre os atores da sala de aula, impulsionam o protagonismo
estudantil e a colaboração, mobilizando o interesse e exigindo comprometimento dos alunos para que todos possam
aprender. Conforme apontam Carvalho, Borges e Armeno (2018, p. 96-97):
Assim, para promover aprendizagem significativa, faz-se necessário o envolvimento do aluno por uma metodologia que lhe
dê o protagonismo de sua própria aprendizagem, que lhe dê capacidade de desenvolvimento de senso crítico e lhe permita
aquisição de competências que associem seus conhecimentos às transformações do mundo real. Isso parece ser possível
usando metodologias ativas de aprendizagem, que são ferramentas, caminhos que permitem instalar o aluno no centro de
sua própria formação profissional, pavimentando o conhecimento através da mediação e acompanhamento do professor.
O papel do professor nesse processo é de mediar a aprendizagem dos alunos, orientando o caminho, auxiliando-os
no ensino, na pesquisa por soluções, na avaliação dos trabalhos realizados, na reorganização da trajetória de
aprendizagem, apontando melhorias e acertos e discutindo ideias e possibilidades.
Essas metodologias fomentam o protagonismo estudantil e estimulam o desenvolvimento do raciocínio lógico. Assim,
é possível trabalhar o aprendizado de uma maneira mais participativa, significativa e eficiente.
CARVALHO, A. A., BORGES, R. A., ARMENO, V. P. C. S. Gamificação no processo ensino-aprendizagem in: NEVES, V.
J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T. (Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas teóricas e práticas no ensino superior.
Pontes Editores: 2018.
Fórum de Pró-Reitores das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. Política Nacional de Extensão
Universitária. Manaus: 2012. Disponível em: https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-
Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 10/05/2021.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2000.
INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA, campus Zona Norte. Indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NvRaUoGdP7Q&feature=emb_logo. Acesso em 18/05/2021.
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 25. ed. rev. atual. Petrópolis:
Vozes, 2007.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8a ed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003.
NEVES, V. J. Introdução. in NEVES, V. J.; MERCANTI, L. B. e LIMA, M. T.(Orgs.) Metodologias ativas: perspectivas
teóricas e práticas no ensino superior. Pontes Editores: 2018.
RIOS, T. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2008.
Título Articulação entre ensino, pesquisa e extensão
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