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Decisão inédita: Gastos


com LGPD podem gerar
créditos tributários

Direito Empresarial
23 ago, 2021

Decisão inédita: Gastos com LGPD podem gerar créditos tributários


!
Proteger os dados do cliente e manter a segurança do website da empresa em dia é essencial para se adequar à LGPD

Uma boa notícia para os empresários que estão assustados com os custos para implementar novas ferramentas em suas empresas
por conta da Lei Geral de Proteção de Dados: recentemente, a Justiça Federal de Campo Grande proferiu decisão reconhecendo o
direito ao crédito tributário de PIS/COFINS em relação ao dinheiro gasto para atendimento à LGPD.

A adequação da empresa com a lei geral de proteção de


dados
Tal sentença abre um importante precedente em relação a obrigatoriedade desses investimentos diante das diversas sanções que
já podem ser aplicadas desde o começo desse mês (01/08/21).

Isso mostra o quão essenciais e extremamente relevantes são essas mudanças para que as empresas possam exercer suas
atividades.

Foi com esse argumento de que os gastos investidos no cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados são obrigatórios, sob pena
de multa, que a concessão do benefício foi pautada. A decisão proferida no Mandado de Segurança nº 5003440-
04.2021.4.03.6000 diz o seguinte:

“Tratando-se de investimentos obrigatórios, inclusive sob pena de aplicação de sanções ao infrator das normas da referida Lei
13.909/218, estimo que os custos correspondentes devem ser enquadrados como insumos, nos termos do procedente acima citado.

Com efeito, o tratamento dos dados pessoais não fica a critério do comerciante, devendo então os custos respectivos serem reputados
como necessários, imprescindíveis ao alcance dos objetivos comerciais.

Diante do exposto, concedo a segurança para: 1) — determinar que a autoridade coatora considere como insumos as despesas
comprovadas pela impetrante com o cumprimento das normas da Lei nº 13.909, de 14 de agosto de 2018”.

Tendo em vista que a Lei é recente, ainda haverá muita discussão acerca do tema. De toda forma, esse entendimento poderá
beneficiar muitas empresas.

Crédito Tributário e o gasto com a LGPD



A obtenção de créditos tributários é uma notícia positiva frente a tantas outras que mostram um aumento no número de ações
judiciais contra empresas que estão utilizando indevidamente os dados de seus clientes.
!
Segundo a ótica do direito tributário, insumos nada mais são do que bens e serviços. Ou seja, ao contratar um serviço externo, fora
do ambiente interno da empresa, existe o direito ao crédito, pois se trata de um insumo.

A utilização de equipe de TI ou jurídico próprios, por exemplo, não se enquadram como bem ou serviço. Por outro lado, a
contratação de um escritório de advocacia terceiro visando ajustar os contratos à LGPD ou uma consultoria de segurança da
informação para adequar o site da empresa, sim.

Com isso, é importante que o empresário não apenas contrate serviços especializados em Proteção de Dados, mas também se
atente à formalização desta contratação e solicite nota fiscal para tudo o que for feito. Dessa forma, ficará mais fácil a comprovação
do que foi efetivamente gasto com insumos em um eventual processo judicial.

O que são itens essenciais ou relevantes, de acordo com o


STJ?

A justiça tem promovido mudanças quanto às normas e fiscalizações da Lei Geral de Proteção de Dados

Outro ponto de destaque na decisão proferida gira em torno dos conceitos dados pelo Superior Tribunal de Justiça ao que seria
considerado itens essenciais e relevantes para a produção de bem e serviço.

De acordo com o STJ, confirmando o entendimento da Receita Federal, “essencial” nada mais é do que aquilo que gera uma
dependência da atividade econômica, ou seja, o elemento inseparável do processo produtivo.

Por outro lado, “relevância” trata daquilo que não é inseparável, mas que integra o processo produtivo por sua singularidade ou
imposição legal, o que deixa ainda mais evidente a possibilidade da conversão das despesas em crédito tributário.

É certo que muito ainda será discutido a respeito do tema, entretanto, enquanto as discussões estão em andamento, a vacatio legis
para o início das sanções já se esgotou e muitas empresas já estão no radar da fiscalização.

!
Ainda que não existam garantias sólidas sobre a possibilidade de os gastos com a adequação virarem créditos tributários, o certo é
que não há mais tempo a se perder quando o assunto é adequação.

Mais do que isso, é importante que o empresário procure auxílio especializado o quanto antes para que os gastos com as sanções
não ultrapassem uma fictícia economia de capital momentânea, pois ao que prevê a legislação, as penalizações não serão baixas.

Ficou com alguma dúvida? Não deixe de escrever para a gente!

Larissa Barlati de Azevedo, advogada atuante em direito empresarial e contratos no RPSA Advogados.

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