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SALVE RAINHA
Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e
esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados
filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas. Eia, pois advogada nossa, esses
vossos olhos misericordiosos a nós volvei; e depois
deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do
vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre
Virgem Maria.
Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém.
ATIVIDADES
Cremos não haver melhores argumentos que os fornecidos por Santo Tomás
de Aquino em suas célebres obras Summa contra Gentiles (Suma contra os
gentios) e a magnífica Summa Theologiae (Suma Teológica) a respeito da
existência de Deus. Eles são chamados de “Cinco vias”, e mostram a partir de
argumentos a posteriori, isto é, a partir da percepção dos sentidos rumo à sua
origem, ou do efeito para a sua causa, e de cunhos metafísicos, físicos e morais
a existência de Deus e a impossibilidade de não haver Deus. Aqui, dada a
necessidade de brevidade, não nos é possível expô-los e explicá-los em sua
requerida profundidade, portanto, pesquise-os e os explique sucintamente com
suas próprias palavras.
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SEGUNDA LIÇÃO:
A NATUREZA E ATRIBUTOS DE DEUS: A VISÃO DE DEUS
E MODOS DE CONHECER A DEUS NESTE MUNDO.
Deus é um espírito em três Pessoas; ao dizer isto quer se dizer que há Nele
três Pessoas, cada uma das quais se identifica com Deus e possui os atributos
da divindade, e estas pessoas são o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Criador e
soberano Senhor de todas as coisas. Ao dizer que Deus é espírito, quer se dizer
que ele não tem corpo como nós e está, portanto, isento de matéria e de qualquer
elemento estranho ao Seu ser. Deste princípio resulta a seguinte verdade: que
no sentido mais absoluto e transcendental, Deus é o Ser por essência e as
restantes coisas são seres particulares, isto é, são seres e não o Ser. A razão é
capaz de chegar às seguintes conclusões no que diz respeito à natureza de
Deus: Ele é perfeito, porque nada Lhe falta; Ele é bom, porque sendo perfeito,
necessariamente há de ser bom; é infinito, porque coisa alguma pode limitá-Lo;
está em toda parte, porque tudo quanto existe, Nele e por Ele existe; é imutável,
porque nada pode adquirir; é eterno, porque Nele não há sucessão; é uno, pois
somente pode existir um infinito.
Não consente o nosso corpo mortal ver a Deus na vida presente, mas aos
bem-aventurados que já gozam da vida eterna no Céu, e todos os que até o fim
dos tempos haverão de chegar à morada eterna, é dada a graça suprema e
infinita da visão e contemplação face a face de Deus com os olhos da alma
glorificada, isto é, a visão beatífica.
Podemos conhecer a Deus neste mundo de dois modos, os quais são a razão
e a fé. Pela razão conhecemo-Lo mediante as criaturas (referimo-nos a todo o
conjunto da criação, desde as espécies minerais, vegetais, animais e racionais),
obras de Sua mão. Enquanto pela fé O conhecemos sabendo o que Ele é, pelo
que nos revelou de Si mesmo. Verifica-se indubitavelmente que o conhecimento
pela fé é o mais perfeito, pois ela (a fé), dom sobrenatural, nos mostra Deus com
uma claridade como jamais o pôde conjecturar a razão humana; e é dela (da fé)
que se constituirá a nossa bem-aventurança eterna no Céu, pois a fé tornar-se-
á visão; a esperança, em posse; e a caridade será eterna, pois é o próprio amor
de Deus.
ATIVIDADES:
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TERCEIRA LIÇÃO:
AS OPERAÇÕES DIVINAS E A PROVIDÊNCIA.
ATIVIDADES:
(1º) Explique a vida íntima de Deus com suas próprias palavras, perpassando
por Sua ciência e vontade.
(2º) Escreva no que consiste o amor, a justiça e a misericórdia divina. Responda
ainda esta questão: há conflito entre a justiça e a misericórdia de Deus?
(3º) Que é a Providência divina? De que forma estão todos os homens sujeitos
à vontade de Deus?
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QUARTA LIÇÃO:
O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE. O DOGMA.
SOCIEDADE PERFEITA.
Foi dito no início da lição anterior que Deus é um espírito em três Pessoas, e que
com isso se quer dizer que Nele há três Pessoas que se identificam com Deus e
possuem os atributos da divindade, e que as três Pessoas são o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Trataremos mais detidamente sobre este adorável mistério, o
maior e mais importante da nossa sacrossanta religião, na lição presente.
O Pai é o que, sem ter tido princípio, gera o Filho e da origem ao Espírito
Santo. O Filho é o que é gerado pelo Pai, e do qual, conjuntamente com o
Pai, procede o Espírito Santo. O Espírito Santo é o que procede do Pai e do
Filho.
É fundamental ter bem claro na mente a seguinte verdade: as Três Pessoas
são distintas entre Si, mas não distintas de Deus em si mesmo. Ao dizer que
são distintas entre si, significa que o Pai não é o Filho, nem o Espírito Santo; que
o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo; que o Espírito Santo não é o Pai, nem
o Filho. Também é capital ter gravado na inteligência esta verdade: as três
Pessoas divinas não podem separar-Se; e de fato estão unidas desde a
eternidade.
O Pai possui, com relação ao Filho, tudo o que temos visto que há em Deus;
também o Filho possui, com relação ao Pai, tudo o que vimos haver em Deus; e
o Espírito Santo, com relação ao Pai e ao Filho, possui tudo o que vimos que há
em Deus. Mas não cheguemos à herética e blasfema conclusão de que do
sobredito resulta que são três deuses com conexões eternas. O ensinamento do
dogma católico é claro ao afirmar que são três Pessoas que se identificam com
Deus, apesar do que, permanecem realmente distintas.
As Pessoas divinas formam a mais perfeita das sociedades, porque sendo
três, cada uma possui de modo infinito a perfeição, a duração, a ciência, o amor,
o poder, a felicidade, e todas e cada uma constituem a sua própria bem-
aventurança no seio da divindade.
ATIVIDADES
EXERCÍCIOS
1. O que é o universo e quais seres o compõe?
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TERCEIRASEÇÃO: DOS ANJOS EM ESPECÍFICO.
Subdividiremos esta seção em quatro artigos: (1) Da criação e natureza dos
Anjos. (2) Da vida íntima dos Anjos. (3) Da tentação e queda dos anjos.
A vida íntima dos anjos, suposto que são espíritos puros, consiste em
conhecer e amar. A espécie (ou o tipo) de conhecimento dos anjos é intelectual,
carecendo eles totalmente de conhecimento sensitivo, como nós. Isto se dá
porque o conhecimento sensitivo sempre supõe um corpo orgânico; ora, os anjos
são incorpóreos, logo, eles não têm conhecimento sensitivo.
O conhecimento angélico é mais perfeito que o nosso, e isto se prova pelas
seguintes razões: porque nem o seu conhecimento tem origem nas espécies do
mundo exterior, isto é, daquilo captado pelos sentidos; nem sua ciência progride
mediante o raciocínio, pois ela abrange de uma só visão os princípios e as
consequências das coisas. Contudo, os anjos não possuem ciência infinita, pois
sua natureza é finita; única e exclusivamente Deus, Ser infinito, possui ciência
infinita.
Tratemos agora da expansão do conhecimento angélico. Conhecem eles o
conjunto das criaturas? Sim, pois o exige a sua qualidade de espíritos puros.
Sabem eles o que ocorre no mundo? Sim, pois o veem nas suas espécies
naturais, na medida em que vai se sucedendo. Conhecem os segredos dos
corações? Não, pois sendo afetos livres não concorrem com a mudança e
sucessão das coisas; podem, não obstante, vir a conhecê-los de duas maneiras,
a saber: mediante revelação divina ou pela manifestação do agente. Sabem o
futuro? Sem revelação especial, não.
Quanto à ordem do amor dos anjos, ei-la exposta a seguir. Amam
primeiramente a Deus sobre todas as coisas; a si mesmos e às criaturas, exceto
quando o pecado contraria ou destrói na ordem sobrenatural a livre propensão
do amor natural.
EXERCÍCIOS
1 - Em que consiste a vida íntima dos anjos?
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2 - Explique o tipo de conhecimento dos anjos, a vastidão de sua ciência e por
que seu conhecimento é mais perfeito que o nosso.
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3 - Qual a ordem do amor dos anjos?
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Os anjos foram criados no estado de graça. Que isto significa? Significa que
no primeiro instante de sua criação receberam conjuntamente com sua natureza,
a graça santificante que os tornava filhos adotivos de Deus e, por seu mérito,
podiam alcançar a glória eterna.
Foi necessário que os anjos merecessem a glória por algum ato livre. Não
sabemos ao certo qual foi a prova pela qual passaram os anjos para serem
admitidos na felicidade infinita e eterna, os Doutores da Igreja e os teólogos
defendem duas possibilidades, as quais serão expostas adiante: 1ª opinião:
consistia em seguir o movimento da graça que os inclinava a submeter-se a Deus
por inteiro, para receberem dele com acatamento e ação de graças o dom da
glória que lhes havia prometido. 2ª opinião: consistia em adorar o Filho de Deus,
a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, em sua humanidade, Nosso Senhor
Jesus Cristo, feito homem para salvar a humanidade de seus pecados.
Bastou um só instante para decidirem sob o influxo da graça a submissão ou
a rebeldia. Os que optaram pela primeira foram imediatamente admitidos ao
gozo da bem-aventurança eterna.
EXERCÍCIOS
1 - Por que os anjos foram provados?
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2 - No que consistiu a prova?
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EXERCÍCIOS
1- O que se sucedeu com os anjos que permaneceram fiéis, e o que
ocorreu com os anjos infiéis?
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EXERCÍCIOS
1) Como se deu a obra dos seis dias? Escreva o que fez Deus em cada
dia.
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EXERCÍCIOS
1. Que é o homem?
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2. Qual a diferença entre a alma humana da alma animal e vegetal?
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3. Explique a imortalidade da alma com suas próprias palavras.
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4. Qual é a natureza da união entre a alma e o corpo? Explique por que.
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5. Quais as funções da alma em relação ao corpo?
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EXERCÍCIOS
1- Descendem todos os seres humanos dos mesmos pais? Quem são eles?
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EXERCÍCIOS
1. Quais os privilégios, ou bens, que o homem possuía no estado original,
antes da queda? Explique-os um por um.
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SEXTA LIÇÃO:
O PECADO ORIGINAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS E A
NECESSIDADE DE UM SALVADOR.
O presente tema será dividido em três artigos e um apêndice, os quais são: (1º)
O pecado original em si mesmo. (2º) As consequências do pecado original.
(3º) A necessidade do Salvador. (Apêndice): a Imaculada Conceição da Mãe
de Deus, Maria santíssima.
EXERCÍCIOS
1- No que consiste o pecado original? Explique em no mínimo cinco linhas,
de forma detalhada e comentada.
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2º ARTIGO: AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO ORIGINAL.
Dissemos anteriormente que o homem havia sido criado num estado de
inocência, de justiça original e de santidade, tendo Deus lhe outorgado dons de
três qualidades: naturais, sobrenaturais e preternaturais.
Os dons naturais são as propriedades do corpo e da alma, exigidos pela
natureza humana para alcançar o seu fim natural.
Os dons sobrenaturais são a graça santificante que fez deles filhos adotivos
de Deus e a predestinação à visão beatífica.
Os dons preternaturais consistem na imunidade da morte, do sofrimento, da
ignorância e da concupiscência.
Por causa do pecado, Adão e Eva perderam todos os dons que excediam as
exigências da natureza humana, destarte, perderam os dons preternaturais e
sobrenaturais, conservado apenas - e de um modo muito enfraquecido - os dons
naturais. “Privado dos dons gratuitos, Adão, pecador, foi vulnerado na sua
própria natureza.” Disse São Beda, Doutor da Igreja. “Gratuitis spoliator,
vulneratus in naturalibus”. Tais são as consequências do pecado original, que
todos os integrantes da raça humana partilham: perca dos dons sobrenaturais e
preternaturais, e enfraquecimento dos dons naturais. A morte e todas as misérias
corporais são o efeito próprio do pecado.
EXERCÍCIOS
1. Quais as consequências do pecado original? Escreva-as sucintamente.
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Tomamos por guia neste artigo a magnífica obra do padre dominicano Antonio Royo Marín,
O. P (1913- 2005), JESUS CRISTO E A VIDA CRISTÃ, traduzida e publicada em língua
portuguesa pela editora Ecclesiae no ano de 2020. Recomendamos fortemente esta leitura a
todos os que desejam estudar, conhecer e assim amar mais a divina pessoa de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que por nós deu Sua vida na cruz.
Pelo pecado de Adão, a humanidade apartou-se de Deus por uma infeliz e
desgraçada escolha própria, a qual acarretou as terríveis consequências de que
tratamos anteriormente; Deus, porém, amor e bem infinito, não nos abandonou,
mas prometeu-nos um Salvador, afim de que fossemos reconciliados com Ele.
Segundo Santo Tomás de Aquino, a reparação do pecado do gênero humano
pode ser considerada de diversas maneiras, as quais são:
Totalmente gratuita e livre, ou seja, perdoando o pecado sem exigir
nenhuma reparação: simplesmente “te perdoo”. Com alguma reparação
côngrua, fora dos requisitos da justiça, por exemplo, pedindo ao homem, em
troca do perdão de seus pecados, que fizesse certas obras penitenciais, feitas
com forças naturais.
Com uma reparação de justiça imperfeita, ou seja, dando primeiramente
Deus ao homem o que Ele exige em retorno. Tal é o que ocorre com a graça,
dom gratuito de Deus que nos é dado, para que com ela entesouremos
merecimentos e os entreguemos de volta a Deus, a fim de sermos salvos
eternamente.
Com uma reparação de estrita e perfeita justiça, isto é, que estabelecesse
absoluta igualdade entre o ofensor e o ofendido e entre o que é devido e o que
é pago. Para que houvesse reparação de estrita e perfeita justiça, era
absolutamente necessário que o Verbo, ou uma das Pessoas divinas se
encarnasse.
O pecado abriu entre Deus e os homens um abismo infinito, impossível de
ser preenchido por parte do homem se Deus exigisse uma reparação de estrita
justiça. O homem conseguiria no máximo oferecer a Deus uma reparação de
justiça imperfeita, isto é, pagar a dívida não com seus próprios bens, mas com
os bens previamente recebidos por Deus. Somente um homem-Deus poderia
preencher o abismo entre Deus e nós e pagar completamente a dívida com
nossos próprios bens.
EXERCÍCIOS
1. Quais as maneiras pelas quais pode ser considerada a redenção do
homem? Explique-as com suas próprias palavras.
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2. Por que somente um homem-Deus podia remir o homem de seus pecados
e retirá-lo de seu estado deplorável após a queda original e seus pecados
pessoais?
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Para grande deleite nosso, quisemos colocar como apêndice uma breve
explicação do dogma acalentador da Imaculada Conceição da Mãe de Deus,
Maria sempre virgem.
Em que consiste o dogma da Imaculada Conceição, proclamado e definido
infalivelmente pelo Santíssimo Padre Pio IX, o Grande, no dia 8 de dezembro de
1854? Eis a resposta e a definição dada pelo Pontífice naquela ocasião:
“A doutrina que professa que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o
primeiro instante de sua Conceição, fora, por uma graça e um privilégio
especial de Deus Todo Poderoso, em vista dos merecimentos de Jesus
Cristo, Salvador do gênero humano, preservada de toda mancha do pecado
original é revelada por Deus e, por conseguinte, deve ser acreditada
formalmente por todos os fiéis”.
2
Seguiremos neste apêndice o excelente livro do Padre Júlio Maria de Lombaerde (1878-1944), NOSSA
SENHORA DIANTE DOS ATAQUES PROTESTANTES, publicado pela editora Centro Dom Bosco, no ano de
2021, cuja leitura recomendamos fortemente.
Vamos dividir este apêndice em alguns pontos: a Conceição de Maria; e a
preservação de Maria.
1º PONTO: A CONCEIÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA
3
Isto é, por ser pertencente à raça humana, por direito ela estaria sujeita ao pecado original, pois
recorde-se que recebemos a mancha original em virtude tão simplesmente de sermos membros da raça
humana, descendentes de Adão pecador. Maria Santíssima, porém, foi preservada de receber a mancha
por uma graça singularíssima de Deus, tendo em vista os méritos de Cristo.
Já a redenção preservativa é aquela que consiste não em reparar as ruínas,
mas em impedir tais ruínas. Ela não levanta a natureza decaída, mas a impede
de cair. Ela não purificou a Mãe de Deus, mas a impediu de contrair a mancha
original.
Em síntese, Nosso Senhor, morrendo na cruz e salvando o gênero humano
inteiro, salvou também a Virgem Santíssima, como fazendo parte da
humanidade. Convém perfeitamente a Nosso Senhor a qualidade de Redentor a
respeito de sua Mãe.
É desta forma que Maria Santíssima participou dos méritos do Salvador, não
como nós, mas de um modo que lhe é especialíssimo, preservando-a de uma
mancha que devia contratar e não contratou.
Encerraremos o presente ponto com a bela explicação desta verdade feita por
São Francisco de Sales, que está contida no “Tratado do Amor de Deus”:
“A torrente da iniquidade original veio lançar as suas ondas impuras sobre a conceição da
Virgem Sagrada, com a mesma impetuosidade que sobre os outros filhos de Adão; mas,
chegando ali, elas não passaram além, mas pararam, como outrora o Jordão no tempo de
Josué. A torrente parou as suas águas, por respeito à arca da aliança, e o pecado original
retirou suas ondas, por respeito ao Tabernáculo da verdadeira aliança, que é a Virgem
Maria.”
ATIVIDADES
1) Explique o dogma da Imaculada Conceição de Maria santíssima, de
acordo com a definição dada por Pio IX, Egrégio Pontífice, com suas
próprias palavras.
É uma honra e uma graça imerecida para nós poder escrever a respeito da
divina Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do universo e salvador nosso.
E atentos a tão grave dever que tal trabalho implica, quisemos guiar-nos por
obras fiéis à doutrina católica de sempre e apegarmo-nos a autores confiáveis.
Enfim, consagramos estas páginas ao dulcíssimo Coração de Jesus, em quem
reside toda a plenitude da divindade; em quem estão encerrados todos os
tesouros de sabedoria e ciência, que se tornaram para nós fonte de vida e de
santidade.
Quanto à organização desta lição, tratamos de dividi-la em duas seções, as
quais são: (1ª) O mistério da Encarnação e a divina Pessoa de Jesus Cristo
em si. (2ª) A missão redentora de Jesus Cristo nos mistérios de Sua vida
santíssima.
Iª SEÇÃO: O MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO E A DIVINA PESSOA
DE JESUS CRISTO EM SI.
Subdividiremos esta seção em três artigos, os quais são: (1º) O mistério da
Encarnação em si. (2º) A graça de Jesus Cristo. (3º) A ciência de Jesus
Cristo. (4º) O poder de Jesus Cristo enquanto homem.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo I, 1).
EXERCÍCIOS
1. Em que consiste o mistério da Encarnação? Faça uma explanação de no
mínimo cinco linhas.
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2. Explique o que é a união hipostática do Filho de Deus.
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2º ARTIGO: A GRAÇA DE JESUS CRISTO.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, glória que o
Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo I, 14).
4
É preciso saber que a fé enquanto virtude teologal se diferencia da fé enquanto graça gratis datae,
consistindo esta última em uma certeza e segurança extraordinárias nas verdades reveladas que
habilitam o homem a ensiná-las com fruto.
atestados recentemente por padres exorcistas de pessoas que sofreram
possessão diabólica após ter pedido e conseguido uma destas graças.
Nosso Senhor não fez uso do privilégio de diversidade de idiomas, pois não
houve necessidade, dado que exerceu o ministério do apostolado somente na
Judeia, entre judeus ou gentios que conheciam a sua língua; porém, possuía
esta graça em grau eminente e a teria utilizado se a oportunidade se
apresentasse.
A relação que guardam as graças gratis datae com a graça santificante e com
as virtudes e os dons, é que a graça santificante, as virtudes e os dons têm por
objeto santificar a quem os possui; já as graças gratis datae tem por objeto
habilitar a quem exerce junto ao próximo o ministério do apostolado.
Nosso Senhor Jesus Cristo possuía, simultaneamente, todos os ditos gêneros
de graças e no mais alto grau possível, porque a sua dignidade pessoal era
infinita, e era, além disso, o Doutor por excelência em matéria de fé.
A natureza humana de Cristo teve, de certo modo, graça infinita, pois a graça
de união é infinita no sentido mais amplo da palavra, visto que consiste no
assumir a natureza humana para subsistir com a subsistência da Pessoa divina.
A graça santificante, com seu séquito de virtudes e dons, excede
incomparavelmente, no plano atual da Providência divina, a de todos os seres
humanos juntos. Esta graça (santificante) tem de relação com a de união o ser
seu efeito e ser proporcional a ela.
A graça de união, princípio e causa de todas as outras, tem o nome de graça
de união hipostática, de uma palavra grega que significa pessoa, pois, como
temos dito, consiste no fato único, incompreensível, da obra do Filho de Deus,
de acordo com o Pai e o Espírito Santo, de unir uma natureza humana a uma
divina na Pessoa do Verbo.
Além da graça santificante e o cortejo das virtudes e dons que a acompanham,
e as graças gratis datae conferidas à natureza humana de Cristo em atenção à
graça de união hipostática, e tendo em conta o objeto da vinda e missão de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele também teve outra graça singularíssima,
enquanto indivíduo distinto dos outros, como chefe e cabeça da Igreja, Seu
Corpo Místico, e esta é a graça capital.
EXERCÍCIOS
1. Quais as graças que possuía Jesus Cristo, e qual a função respectiva de
cada uma em relação ao Filho de Deus?
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EXERCÍCIOS
1. Quais as classes de ciência do Filho de Deus? Explique-as
pormenorizadamente, em seus detalhes e riquezas próprias, com no
mínimo dez linhas.
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4º ARTIGO: DO PODER DE JESUS CRISTO ENQUANTO HOMEM.
EXERCÍCIOS
(1º) Donde vem a prerrogativa do poder de Jesus Cristo enquanto homem?
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2ª SEÇÃO: A MISSÃO REDENTORA DE JESUS CRISTO NOS MISTÉRIOS
DE SUA VIDA SANTÍSSIMA.
A presente seção versará sobre a missão redentora de Nosso Senhor Jesus
Cristo que é manifestada nos mistérios de sua vida, tendo esta missão se
iniciado na Encarnação e sendo levada ao seu cume no Calvário, com a
consumação de nossa salvação com Sua morte na Cruz.
Meditai constantemente a Paixão de Jesus Cristo; é este o principal
ensinamento dos santos e dos grandes autores místicos para sair o pecador do
estado de pecado e alçar voo rumo à perfeição cristã; e ao que já saiu do estado
de pecado, mas encontra-se atado em imperfeições e constante tibieza, para
que voe rumo à santidade que Deus quer de ti.
Agora, permita-me dizer-te: não percais tempo com futilidades e passatempos
tolos, enquanto te é oferecido a oportunidade de se aprofundar e crescer no amor
do teu Senhor, que por ti deu a vida. Temei a Jesus que passa, e não volta
mais.
Esta seção está dividida em quatro artigos, os quais são: (1º) Do nascimento e
do nome de Jesus Cristo. (2º) A oração e o sacerdócio de Jesus Cristo. (3º)
A Paixão de Cristo. (4º) A Ressurreição de Cristo. (5º). A ascensão e o poder
judicial de Cristo.
Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou-nos o seu Filho para
nos salvar. “Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão
impenetráveis sãos os Teus juízos e inexploráveis os Teus caminhos!” (Rm XI,
33).
O Filho de Deus veio a este mundo sendo concebido por obra sobrenatural
do Espírito Santo e nascendo da Santíssima Virgem Maria, tendo ela desfrutado
de privilégios especialíssimos em vista de sua missão como Mãe de Deus, dentre
os quais o mais precioso foi o da sua Imaculada Conceição. A maternidade da
bem-aventurada Virgem Maria é divina e milagrosa, pois que, em vez de perder
a virgindade em consequência da maternidade, viu-se fortalecida por Deus, que
a consagrava e fortalecia, de tal modo que ela é virgem antes da concepção,
depois dela, no parto e durante o resto de sua vida. Deixemos claro, porém, que
a gloriosa Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Jesus Cristo, sendo Ele
verdadeiramente carne da carne de Maria, Sangue do sangue de Maria, Coração
do coração de Maria.
No mesmo instante em que a Santíssima Virgem pronunciou o fiat mihi
secundum verbum tuum (faça-se em mim segundo a vossa palavra), expressão
do seu consentimento, realizaram-se no seu seio, sob o influxo onipotente do
Espírito Santo, a formação do corpo do Verbo e todos os privilégios e maravilhas
que constituem o mistério da Encarnação. Desde o primeiro instante o Verbo
encarnado obteve todos os tesouros da ciência da visão beatífica e infusa de
que falamos, e também gozava de plena liberdade, começando, então, a
merecer com mérito perfeito.
Porventura havereis de perguntar em que se distingue o nascimento humano
de Cristo daquele eterno com que nasceu do Pai, e respondo-te.
Em ambos os casos entendemos verdadeiro nascimento da Pessoa de Cristo;
porém, como esta consta de duas naturezas, quando dizemos que nasceu no
tempo, da Virgem Maria, entendemos que dela recebeu a natureza humana, e
quando falamos que nasceu do Pai, entendemos que Este, na eternidade,
comunicou-lhe a divina. Jamais diga que o Filho foi criado pelo Pai, pois quem o
faz incorre na heresia ariana (este nome vem do padre alexandrino chamado
Ário, que viveu no final do século III e veio a falecer em meados do século IV),
que sustenta que o Filho é uma criatura, sublime, porém uma criatura. Nós
católicos cremos com fé divina e apostólica que o Filho é consubstancial ao Pai,
tendo sido gerado, não criado.
Por ter nascido da Virgem, o Filho de Deus é filho de Maria, e ela é
verdadeiramente sua Mãe, dado que tudo o que uma mãe comunica ao seu filho,
a Santíssima Rainha do céu e da terra comunicou ao Filho de Deus. Segue-se
daqui que indubitavelmente a Virgem Santíssima é verdadeiramente Mãe de
Deus, pois é mãe segundo a natureza humana unida hipostaticamente ao Verbo,
igual ao Pai em tudo.
Parte B: Do Nome de Jesus Cristo.
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Não confunda a destruição do pecado com a impossibilidade de pecar, que é ato do livre-arbítrio, e
ato muito mal escolhido, quer seja acalentado em pensamento, quer seja levado a termo, pois é
preferível antes morrer a pecar.
O efeito especial da Paixão é o de abrir-nos as portas do Céu, porque dois
eram os obstáculos que impediam a entrada do gênero humano na vida bem-
aventurada: o pecado original, comum a todos os homens como descendentes,
por via de geração, de Adão pecador, e os pecados pessoais; ambos estes
obstáculos se destruíram com a Paixão de Cristo.
Foi conveniente que a Paixão do Redentor terminasse com Sua morte, porque
foi o meio mais adequado e apropriado para que o homem sacudisse o jugo com
que o tinham cativo a morte espiritual do pecado e a morte física resultante da
culpa original; e com efeito, Cristo, ao morrer pelos homens, venceu a morte e
logrou que nós trinfássemos dela também, perdendo o horror natural que ela
inspira, pois sabemos que morremos para ressuscitar, e sobretudo, para que,
como membros seus, morramos com as mesmas disposições que Ele morreu e
consigamos sobre a morte o mesmo triunfo que Ele alcançou.
Jesus Cristo quis ser sepultado primeiramente para mostrar que estava
realmente morto, pois, de ordinário, a ninguém se sepulta antes de se confirmar
a morte real; em segundo lugar, para confirmar, com a sua Ressurreição, o
dogma da Ressurreição universal; e por último, para ensinar-nos que, se
queremos morrer para o pecado, temos que nos despedir da vida turbulenta, em
que imperam o desregramento e a paixão, e abandoná-la para levar uma vida
escondida e oculta em Deus.
Quis o Senhor Nosso Jesus Cristo descer aos Infernos para evitar-nos a nossa
descida; para vencer o demônio, libertando os que ali tinha detidos; e para
demonstrar como o seu poder alcança até os infernos, já que pode visitá-los e
iluminá-los com o resplendor da sua luz.
A parte dos Infernos a que Jesus Cristo desceu é a em que, por consequência
do pecado original, estavam detidos os justos que já não tinham mais pecados
pessoais que purgar. Somente penetrou ali para consolar e alegrar aos antigos
patriarcas; porém, daquele lugar fez notar sua presença em todos os âmbitos:
no Inferno dos condenados, para confundir a sua incredulidade e pertinácia; no
Purgatório, para infundir alentos às almas atribuladas que ali padeciam com a
esperança de ser admitidas na glória logo que terminasse o tempo de sua
expiação.
Quanto ao tempo em que ali esteve, durou tanto quanto seu corpo no sepulcro.
No primeiro instante em que Sua alma penetrou naquela morada, comunicou
aos justos a graça da visão beatífica e, ao abandonar aqueles lugares para unir-
Se ao corpo na Ressurreição, quis que O acompanhassem todos para nunca
mais se separarem Dele.
Foi necessário que Jesus Cristo ressuscitasse glorioso, porque Deus estava
obrigado a manifestar a sua justiça, exaltando aquele que havia se humilhado
até a morte, e morte de Cruz; porque era conveniente esta prova suprema da
divindade de Jesus Cristo, para robustecer a nossa fé, arraigar a esperança,
orientar e conformar a nossa vida transformada em Ressurreição espiritual com
a de Jesus ressuscitado; e, finalmente, para que o Redentor desse
manifestações, em sua própria Pessoa, dos dotes da vida gloriosa, a que nos
destina e que começou com sua Ressurreição.
Dividiremos esta lição em duas seções, as quais são: (1ª) A Igreja: sociedade
hierárquica perfeita e corpo místico de Cristo. (2ª) Os quatro sinais da Igreja
verdadeira: unidade, santidade, catolicidade, apostolicidade .
“E assim Jesus crucificado não só reparou a justiça do Eterno Pai ofendida, senão que nos
mereceu a nós, seus consanguíneos, inefável abundância de graças. Essas graças podia Ele
distribuí-las diretamente por si mesmo a todo o gênero humano. Quis, porém, comunicá-
las por meio da Igreja visível, formada por homens, afim de que por meio dela todos
fossem, em certo modo, seus colaboradores na distribuição dos divinos frutos da
Redenção. E assim como o Verbo de Deus, para remir os homens com suas dores e
tormentos, quis servir-se da nossa natureza, assim, de modo semelhante, no decurso dos
séculos se serve da Igreja para continuar perenemente a obra começada.”
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O pontífice não está falando da RCC.
acode a Santa Igreja, mãe compassiva, e com o sacramento da Extrema-unção,
se nem sempre lhes dá a saúde do corpo, por Deus assim o dispor, dá-lhes às
almas feridas a medicina sobrenatural, abre-lhes o Céu, onde como novos
cidadãos gozarão eternamente da divina bem-aventurança.
Jesus Cristo proveu as necessidades sociais da Igreja de modo especial com
dois sacramentos que instituiu: com o Matrimônio em que os cônjuges são
reciprocamente um ao outro ministro da graça, proveu o aumento externo e bem
ordenado da sociedade cristã; e, o que é ainda mais importante, à boa e religiosa
educação da prole, sem a qual o corpo místico correria perigo. Com a Ordem
dedicam-se e consagram-se ao serviço de Deus os que hão de imolar a Hóstia
eucarística, sustentar a grei dos fiéis com o Pão dos Anjos e com o alimento da
doutrina, dirigi-la com os divinos mandamentos e conselhos e purificá-la com o
batismo e a penitência, e enfim fortalecê-la com as outras graças celestes.
EXERCÍCIOS
1. O que é a Santa Igreja?
2. Explicai com vossas palavras aquilo que o Santíssimo Pontífice Pio XII
escreveu sobre as características do Corpo Místico.
3. Explicai a função dos sacramentos na vida individual e social dos
membros da Igreja.
4. Quem são verdadeiramente membros da Igreja? Quais responsabilidades
implica ser membro do Corpo místico de Cristo?
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A SANTIDADE
A CATOLICIDADE
A APOSTOLICIDADE
Por fim, a verdadeira Igreja chama-se também Apostólica, porque remonta sem
interrupção até aos Apóstolos; porque crê e ensina tudo o que creram e
ensinaram os Apóstolos; e porque é guiada e governada pelos legítimos
sucessores dos Apóstolos.
EXERCÍCIOS
1. Explique com suas próprias palavras o distintivo da unidade da Igreja
Católica.
2. Explique com suas próprias palavras o distintivo da santidade da Igreja
Católica.
3. Explique com suas próprias palavras o distintivo da catolicidade da Igreja
Católica.
4. Explique o que é a apostolicidade da Igreja Católica.
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NONA LIÇÃO
OS DEZ MANDAMENTOS. RESUMO DO
ENSINAMENTO MORAL DA IGREJA ACERCA DE
ALGUNS PONTOS.
Os Dez Mandamentos
Acerca das leis, Santo Tomás de Aquino as classifica em: Lei eterna; lei natural;
lei positiva humana e lei positiva divina. Os Dez Mandamentos são leis divino-
positivas.
O QUE É O PECADO?
O pecado é a transgressão voluntária da Lei de Deus, podendo ser mortal ou
venial. O pecado é essencialmente um ato de rebeldia:
"Todo aquele que pratica o pecado, também transgrede a lei, pois o pecado é a
transgressão da lei" (1Jo 3.4).
DOS PECADOS MORTAIS
O pecado mortal é uma transgressão voluntária da Lei de Deus em matéria
grave; as consequências deste pecado é a morte da caridade (terceira virtude
teologal, que possibilita ao homem amar a Deus com amor divino), e a
impossibilidade de o homem conseguir méritos sobrenaturais. Quem comete um
só pecado mortal é merecedor do Inferno, e se morrer neste estado lastimável,
será condenado eternamente.
Somente pelo sacramento da Penitência se obtém o perdão dos pecados
mortais, devendo o penitente cumprir três requisitos para a validade do
sacramento: contrição, confissão e satisfação.
A contrição é essencialmente o arrependimento profundo de ter ofendido a Deus,
Bem supremo e amor de nossas vidas. O arrependimento não consiste no sentir
muitas coisas, embora ocorra muitas vezes de sentirmos profunda dor e
chorarmos ante nossas culpas considerando o grande amor de Deus por nós,
por exemplo; mas principalmente na vontade firme de nunca mais ofender a
Deus, e estar decidido a nunca mais pecar.
A confissão consiste na acusação sincera de todos os pecados mortais ao
sacerdote, sem omitir nenhum pecado. É indispensável e extremamente
necessário fazer um diligente exame de consciência antes de se confessar.
Para que tu não corras o risco de te esqueceres dos teus pecados, escreve-
os numa folha e leia-os diante do padre, sem omitir nenhum pecado.
A satisfação consiste em cumprir a penitência imposta pelo sacerdote, ministro
de Deus, após ter ele dado a absolvição. O cumprimento desta penitência livrar-
te-á das penas temporais, diminuindo teu tempo no Purgatório caso morrêsseis
após a confissão.
DOS PECADOS VENIAIS
O pecado venial é uma transgressão voluntária da Lei de Deus em matéria leve.
Estes pecados não destroem e matam a caridade como o pecado mortal, mas
deturpam o coração do homem rumo ao seu fim de amar e unir-se a Deus;
obscurecem a inteligência e fazem a vontade desviar-se do amor de Deus, até
que o homem caia no pecado mortal. É prudentíssimo evitar estes pecados.
Estes pecados não necessitam da confissão para serem perdoados, podendo
sê-lo mediante um sincero pedido de perdão a Deus em oração; ou depois da
absolvição dada pelo padre no Ato Penitencial da missa; ou após comungar
fervorosamente o Corpo e Sangue do Senhor, pedindo-lhe perdão.
Quem obedece aos mandamentos não precisa de camisinha que é coisa para
adúlteros.
CAMISINHA É PECADO?
Primeiramente, o que é pecado? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica,
“o pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta
ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um
apego perverso a certos bens (…). O pecado ergue-se contra o amor de Deus
por nós e desvia dele os nossos corações. Como o primeiro pecado, é uma
desobediência, uma revolta contra Deus, por vontade de tornar-se ‘como
deuses’, conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). O pecado é,
portanto, amor de si mesmo até o desprezo de Deus.” (CIC 1849-1850)
Vejamos… Quando alguém diz: “eu e meu (minha) esposo (a) usamos
camisinha, pois não queremos um filho agora” estão apegados os seus desejos
financeiros ou emocionais e desprezando os de Deus. Isto é pecado.
Isto dentro do casamento. Fora do casamento a situação de pecado é mais clara,
pela busca do prazer em si mesmo, também exposta pelo Catecismo. “O prazer
sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das
finalidades de procriação e de união” (CIC 2354)
Não há nada de errado com o prazer sexual. Deus criou o homem e a mulher de
modo que a relação sexual entre eles gerasse prazer para ambos. A vontade de
Deus de que o casal seja uma só carne (união somente alcançada no
Matrimônio) e fecundo deve ser algo para o que o casal deve estar aberto.
“Do ponto de vista da moral católica não é aceitável a propaganda do uso do
preservativo quando favorece uma vida sexual desordenada reduzindo a
sexualidade a mero bem de consumo e insinuado que o comportamento sexual,
quando ‘seguro’, é eticamente indiferente”
Enfim, de acordo a Igreja, camisinha é pecado sim. Como o livre arbítrio permite
que sigamos nossos impulsos de forma independente da vontade de Deus,
podemos usar preservativo. Mas, mesmo indo contra tais ensinamentos e contra
nossa própria consciência nunca poderá forçar a Igreja a ir contra Deus e tornar
correto aquilo que Ele definiu como errado, e assim justificar nossas atitudes de
pecado.
Compromete-se com Jesus, através do Espírito Santo. Quando Deus nos chama
é preciso dar a nossa resposta a este chamado. Crismar-se é aceitar o chamado
de Deus.
Veja alguns exemplos de como isso acontece: “Passando ao longo do mar
da Galileia, viu Simão e André, seu irmão que lançavam as redes ao mar, pois
eram pescadores. Jesus disse-lhes: ‘Segui-me e eu farei de vós pescadores de
homens’. Imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Tendo passado um
pouco adiante dali, viu Tiago, filho de Zebedeu e João, seu irmão, que estavam
numa barca consertando as redes; chamou-os logo. “Eles, tendo deixado no
barco seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram-no” (Mc 1, 16-20). “Jonas
ficou profundamente indignado com isso e dirigiu ao Senhor esta prece: ‘Há
Senhor, era bem isso que eu dizia quando estava ainda na minha terra! É por
isso “que eu tentei esquivar-me fugindo para Taris’” (Jn 4,1).
Há também aqueles que não aceitam o chamado do senhor: Um homem de
boa posição perguntou então a Jesus: ‘Bom Mestre, que devo fazer para possuir
a vida eterna? ’ Jesus respondeu-lhe: ‘Por que me chamas de bom? Ninguém é
bom senão só Deus. Conheces os mandamentos: não cometerás adultério, não
matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honrarás pai e mãe’. Disse
ele: ‘ Tenho observado tudo isso desde a minha juventude.’ A estas palavras
Jesus falou: ‘ Ainda te falta uma coisa; vende tudo o que tens, dá-o aos pobres,
e terás uma recompensa no céu, Depois vem e segue-me. ’ “Ouvindo isto, ele
se entristeceu, pois era muito rico.” (Lc 18,18-23).
JULGAR
Como vimos, crismar-se é muito importante, tão importante que a crisma imprime
no crismado, a marca de CRISTÃO.
Crismar-se significa:
• Vivenciar a fé a esperança e a caridade.
• Aceitar os compromissos do batismo e vivê-los.
• Colocar os dons a serviço de Deus
• Participar da santa missa e receber a Eucaristia.
• Participar do sacramento da Reconciliação/Confissão.
• Aprofundar o espírito de oração.
• Interessar-se pela leitura meditativa do evangelho.
AGIR
Assuma um compromisso com Jesus, até o dia de sua crisma, comprometa-se
com Jesus a tornar hábito em sua vida, pelo menos uma das sugestões abaixo.
• Não faltar às missas dominicais
• Comungar nas missas
• Confessar-se frequentemente
• Fazer adoração periódica ao Santíssimo Sacramento
• Ler a bíblia e conhecer o catecismo
• Rezar o terço todos os dias
• Fazer uma penitencia toda semana
A CRISMA: