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GAMBIARRA: Vara de refletores e/ou luzes brancas ou de cores variadas, situadas uma
ao lado das outras, ou na face interior da boca de cena, acima do arco do proscênio, ou no
teto da plateia, a alguns metros de distância do palco, para iluminar a cena. Termo utilizado
também para designar instalações improvisadas de cenotécnica ou iluminação cênica.
GALERIA: Nível localizado acima dos balcões, com assentos contínuos para os
espectadores. Acompanha as paredes laterais e de fundo da sala de espetáculos.
GALHARUFA: Termo usado em tom de brincadeira jocosa, comum no meio teatral. O
profissional veterano revela ao iniciante que a sua bem-aventurança no teatro depende de
uma galharufa, uma espécie de apadrinhamento. Espécie de trote.
GANCHOS: São usados nos cenários, às vezes até improvisados, para pendurarem-se
elementos cênicos, cordas, roupas etc.
GARRA: Peça com várias opções de formato para fixação de refletores e outros
equipamentos às varas de cenografia e iluminação cênica.
GELATINA: Folha de material transparente, geralmente de poliéster ou policarbonato,
posicionada em frente aos refletores para colorir ou filtrar luzes. Encontram-se disponíveis
no mercado gelatinas de inúmeras cores, em diversos tons. Fundamental quando se deseja
utilizar cor para desenhar a cenografia.
GOBO: Disco em metal ou vidro utilizado para a projeção de efeitos luminosos,
principalmente em refletores elipsoidais. Utilizados para mascaramento do feixe de luz. São
encontrados em diversos padrões. Os gobos em vidro podem ser coloridos. Fundamental
quando se deseja utilizar cor para desenhar a cenografia.
GORNE: Um tipo de polia em madeira, geralmente um grande carretel, por onde passam
as cordas para suspender ou abaixar elementos cênicos. Equipamento geralmente
encontrado em teatros mais antigos ou em manobras manuais improvisadas.
GORNE DE CABEÇA: Um gorne em tamanho maior e mais largo que o comum, de modo
que possa receber todas as cordas que vêm dos outros gornes. Geralmente é instalado
numa das extremidades do urdimento, de onde as cordas são puxadas.
GRAMPO: Em teatro é utilizado para fixação de tecidos, papéis e emborrachados em
painéis, sarrafos e tapadeiras. Utiliza-se para isso um grampeador especial.
GRAMPO ROSEIRA: Tipo de prego em forma de ‘u’ utilizado para fixação de cantos das
tapadeiras e outros encaixes coplanares.
GRELHA: Uma espécie de segundo urdimento, situado um pouco abaixo do urdimento
normal do palco. Quase não existe no Brasil. Muito comum nos grandes palcos europeus
equipados para grandes óperas. O termo é utilizado também para denominar urdimentos
simplificados, sem acesso superior.
GROSSURA: Em cenografia, a dimensão da espessura, em grande parte das vezes, das
paredes. Grossura é quase sempre ilusória. Grossura da parede, da porta, do vão, do arco
etc. Quase sempre em madeira ou tecido armado.
GUINCHO: Máquina constituída por um ou mais tambores presos a um eixo horizontal.
Pode ser movimentado manualmente ou através de energia elétrica, servindo para
movimentar varas e outros equipamentos
ILHÓS: Orifícios geralmente guarnecidos de aro metálico por onde se enfia uma fita ou
cordão. Utilizado na confecção de figurinos e, em cenotécnica, para passagem dos
cadarços de amarração de telões, cortinas e outras peças de vestimenta cênica.
ILUMINADOR: Aquele que “faz a luz” para um espetáculo de teatro. Diferente do eletricista.
O iluminador cria efeitos de luz, próprios e necessários à atmosfera do espetáculo,
determina as cores, intensidades, afinação e sequência de acendimento dos refletores,
além de geralmente programar a mesa de controle. Muitas vezes, o iluminador trabalha
próximo do cenógrafo.
ILUMINAÇÃO CÊNICA: Conjunto de equipamentos e técnicas que compõem o sistema de
iluminação de uma sala de espetáculos, composta por varas, tomadas, refletores,
equipamentos de comando etc.
ORELHA: Peça fixada em dois trainéis de forma alternada, para uso da corda de atacar em
mudanças rápidas. As orelhas são utilizadas para amarração de um painel ao outro.
TABLADO: Espécie de palco improvisado a partir de uma estrutura de apoio, com tábuas
criando o piso. Muitas vezes são utilizadas também chapas de madeira compensada.
TAPADEIRA: Uma espécie de bastidor, normalmente fechado em madeira. Painel rígido,
usado para composições de cenografia. Mais usual em televisão do que em teatro.
TAPETE: Elemento da cenografia colocado sobre o piso. Usado também para absorver
ruídos.
TALHO: Intervalo entre as tábuas ou perfis de piso do urdimento, para posicionamento de
polias.
TAMPO: Folha de madeira colocada sobre as poleas e americanas.
TELÃO: Pano com pintura (armado ou não) que, nos teatros, pende adiante do pano-de-
boca. "Tínhamos uma cenografia toda feita em telões realistas, que davam o clima propício
à cena". É manobrado em suspenso, verticalmente à grelha.
TOURNETE: Praticável circular, usado também como palco giratório.
TRAINEL: Uma espécie de tapadeira ou bastidor, sempre armado com tecido ou lona
esticada e pintado. Há trainel liso, trainel fixo, trainel com rodinhas, trainéis de proteção etc.
TRAQUITANA: Refere-se aos truques feitos e idealizados por cenógrafos e aderecistas.
TRANSPARÊNCIA: Tela transparente que cobre, total ou parcialmente, o palco segundo
um plano vertical.
TRAVESSÃO: Sarrafo ou pedaço de madeira que une painéis entre si.
TRAVAMENTO: Também amarração ou travação. É a estruturação do cenário. O
travamento não permite que o cenário se movimente, por exemplo, quando um ator se apoia
em uma de suas paredes. Essa amarração é normalmente feita com restos de sarrafo.
Existem muitos ‘macetes’ de travação, conhecidos dos cenotécnicos.
TRAVE: Pedaço de madeira (esporadicamente outro material) utilizado na sustentação ou
reforço de uma estrutura. Muito usada na estruturação de cenografia.
TRILHO: Tipo de perfil onde correm rodízios ou carrinhos, cuja função é permitir o
deslocamento das vestimentas cênicas.
TROCA DE TALHO: Ocorre quando há mudança das caixas de gorne ou de roldana, de
um talho a outro, a fim de alterar o espaçamento.
VARA: Madeira ou cano longitudinal preso no urdimento, onde são fixados elementos
cenográficos, equipamentos de luz e vestimentas cênicas. Sua movimentação pode ser
manual, utilizando-se contrapesos e elétrica.
VARANDA: Uma espécie de passarela que contorna todo o urdimento, às vezes, também
atravessando-o, por onde circulam os cenotécnicos. Nessa varanda é que se amarram as
cordas, controlam-se os contrapesos, os efeitos cênicos etc.
VARANDA DE LASTRO: Também chamada de varanda de carregamento, é o lugar onde
se carregam as caixas de contrapeso com as cargas adequadas para cada vara.
VARANDA DE MANOBRA: Lugar onde se encontram os freios, a barra de malaguetas e a
barra de afinação. Varanda na qual trabalham os maquinistas.
VENTO: Termo característico da linguagem dos ‘homens de palco’. Deslocamento. "Para
poder passar, foi preciso dar um vento para trás".
VESTIMENTAS CÊNICAS: Conjunto de elementos da cenografia e da cenotécnica que cria
o envoltório do espaço cênico e determina sua concretude na caixa cênica.
VERGA: Termo de cenografia correspondente à viga em arquitetura. Usado para dar a
ilusão de teto, segundo o ângulo de visão do espectador. Muito usado em cenografia de
televisão.
VIGA DE CABEÇA: Viga dupla ou reforçada que sustenta os gornes ou roldanas de saída
ou de cabeça.
Técnicas cenográficas
Ajuste da dioptria: recurso disponível em algumas câmeras, que permite melhorar a visualização da
imagem para usuários de óculos ou para pessoas que tenham problemas de visão.
· Verifique se seu fone de ouvido funciona em ambas as direções, de modo que você
possa tanto ouvir seu diretor como falar com ele. Uma vez que você estará trabalhando em
um ambiente ao vivo, lembre-se de que você vai ouvir muito mais do que responder.
Portanto, diga só o que for importante.
· Ajuste os controles para que você aplique uma força igual tanto em pan como em tilt.
· Assim que tiver ajustado o viewfinder e o pedestal, familiarize-se com o controle do
zoom motorizado para alcançar a velocidade de zoom desejada e a direção para aproximar
e afastar. No foco, saiba qual a direção para usar os controles para longe ou perto.
· Assim que tiver ajustado o viewfinder e o pedestal, familiarize-se com o controle do
zoom motorizado para alcançar a velocidade de zoom desejada e a direção para aproximar
e afastar. No foco, saiba qual a direção para usar os controles para longe ou perto. Você
deve saber operar todos os controles instintivamente quando receber um comando do
diretor. Pratique o movimento do pedestal para cima e para baixo para saber quanto você
precisa forçá-lo.
Produção cenográfica no cinema e na televisão
O projeto cenográfico
O cenário cenográfico e seus elementos .
O projeto cênico é desenvolvido no papel ou computador em uma planta baixa, em
escala e perspectiva, com as cores definitivas propostas e dispondo toda a decoração.
O cenógrafo trabalha com base no perfil da cena, descrito no roteiro, e seguindo as
orientações do diretor do programa, filme ou espetáculo para estabelecer a melhor
composição (cores, texturas, iluminação) para contar visualmente uma história.
O cenário nos informa a respeito do local onde transcorre a ação, a época em que
se passa, o poder aquisitivo dos personagens; o figurino diz se está frio ou calor, se está
chovendo, se os personagens são ricos ou não, se vivem na época atual, na década de
1920, no século passado, etc. A soma dessas a outras informações nos auxilia a entender
melhor o que se passa e a formar uma ideia completa a respeito (Camargo, 1986, p. 31).
A cenografia é a arte e a técnica da organização do espaço de representação. Ela
deve possuir conceitos estéticos precisos, ser funcional, facilitar o posicionamento e
movimentação das câmeras e do boom, permitir perfeita movimentação e ação dos atores
e oferecer uma boa estrutura para a iluminação.
Nenhum elemento cenográfico pode ser apenas decorativo.. Assim como a luz deve
ter uma função maior do que apenas iluminar o espaço, o elemento cenográfico deve ser a
alma da personagem, ter uma função psicológica, deve sugerir diferentes emoções —
tristeza, alegria, solidão e fantasia — do mesmo modo que o argumento, diálogo e
música. Para se entender o cenário em sua linguagem, é preciso recorrer à gramaticalidade
de outros sistemas artísticos, como a pintura, a escultura, a arquitetura, a decoração, o
design da iluminação. São esses sistemas que se encarregam de representar um espaço
geográfico (uma paisagem, por exemplo), um espaço social (uma praça pública, uma
cozinha, um bar) ou um espaço interior (a mente, as paixões, os conflitos, os sonhos, o
imaginário humano). No cenário, ou apenas em um dos seus constituintes, se projeta o
tempo: a época histórica, estações do ano, horas do dia, os momentos fugazes do
imaginário. (Oliveira, 1998).
Tipos de cenários
Uma estrutura cenográfica tem diferentes peculiaridades que funcionam como
modelos dentro de cada gênero. O estilo vai depender da visão do diretor, do espaço físico
e do orçamento.
Podemos dividir os cenários em cinco categorias básicas:
1. Neutro
Cenário sem nenhuma profundidade com fundo neutro, em geral na cor azul ou
preta, construído com pano, rotunda ou ciclorama. Utilizado em programas de debates
político e para ronunciamentos e comunicados oficiais. Esse tipo de cenário custa pouco, é
fácil de montar e dá destaque à pessoa que está no foco.
2. Reprodução
Cenário que reproduz um lugar exatamente como ele é. São os mais caros de serem
montados, pois requer muitos detalhes e precisão para parecer real em diferentes ângulos
de câmera. Às vezes, são construídas ruas inteiras, diversos cômodos de uma casa e até
mesmo cidades cenográficas. É normalmente usado em novelas.
Depois é feita a pesquisa, etapa importante para fornecer pistas visuais que possam
orientar o espectador para o tipo de ambientação da história.
O próximo passo é discutir com diretor da obra e produtor o que a cena requer em
termos de concepção estética. Essa visão combinada assegura as melhores apresentação
para o projeto cenográfico, levando-se em conta o posicionamento dos móveis e objetos de
cena e os movimentos dos artistas.
Ainda na fase preliminar, o cenógrafo desenha esboços, plantas em escala,
disposição do mobiliário, elevações frontais para mostrar janelas e elementos de cena e,
quando necessário, maquetes ou pequenos modelos tridimensionais.
Em seguida, o diretor analisa o projeto a fim de verificar se ele atende os objetivos
da produção e discutir com os membros da equipe os detalhes do projeto. Chegando à
solução final, o cenógrafo projeta os cenários utilizando diversas ferramentas, como
desenhos em perspectiva e em planta baixa, maquetes e visualizações virtuais em
modelagem 3D.
Uma vez concluído a fase do projeto, é preciso elaborar o orçamento da montagem,
incluindo a relação e a quantidade de materiais que serão utilizados, seu tempo de uso e o
custo do pessoal especializado que trabalharão no projeto (cenotécnicos, carpinteiros,
maquinistas, tapeceiros, pintores, escultores, etc.).
Depois de aprovado o orçamento, o cenógrafo acompanha e fiscaliza sua montagem.
Os cenários são construídos pelos cenotécnicos auxiliados por marceneiros, pintores
e serralheiros. Os aderecistas e contrarregras providenciam e estocam todos os objetos
necessários à produção.
Se a produção for feita em uma locação, como rua, praia ou campo, o cenógrafo apenas
irá escolher um local que melhor corresponda às necessidades estéticas do programa.
Após a construção, o cenário é “vestido” pelo montador ou decorador com mobília,
tapetes e objetos de decoração e os objetos que serão manuseados pelos atores.
1. Coleta de informações
Leitura da sinopse.
Gênero de programa (musical, jornalismo, esporte, variedades, dramaturgia, eventos,
etc.).
Público-alvo.
Horário de exibição do programa.
Número de pessoas que ficarão no cenário (apresentadores, entrevistados, músicos,
convidados, plateia e outros).
Dimensões do estúdio ou do local da montagem (medidas, características técnicas e
acessos).
Conhecimento do plano de gravação do diretor: os ângulos de câmera, se há necessidade
de praticáveis e quais os equipamentos que serão utilizados (grua, microfone boom, dolly,
câmeras).
Existência de grafismos, como logotipos e marcas, que deverão fazer parte do cenário e
de efeitos especiais.
Verba disponível e prazo para a construção.
Com essas informações, o cenógrafo desenha esboços dos ambientes apropriados para o
programa em consonância com a sinopse.
2. Elaboração do projeto
Uma vez definidas as diretrizes plásticas e físicas do cenário, é feito o projeto técnico,
desenho em escala reduzida (normalmente 1:50). O projeto pode ser feito manualmente ou
em computador, com a ajuda de softwares.
3. Aprovação
A próxima etapa é apresentar o projeto para o diretor do programa ou cliente. Essa
apresentação pode ser feita com desenhos em perspectiva, montagens fotográficas
executadas em um editor de imagem, com maquetes físicas ou eletrônicas com programas
como o Sketchup, 3D Max, Rhinoceros, Revit e Autocad.
4. Orçamento
O orçamento é feito em uma planilha detalhada, com especificações dos materiais e suas
espessuras, cores e bitolas, a quantidade de cada item, seu preço unitário e o preço total
do cenário.
5. Construção e montagem
Após a aprovação do orçamento pelo diretor, inicia-se a construção e montagem do
cenário, e posterior desmontagem, pelos cenotécnicos. O cenógrafo deve acompanhar toda
a construção, porque pode haver correções de projeto e construção, por questões
estruturais, a pedido do diretor do programa ou do diretor de fotografia. O cenógrafo
também deve estar presente durante as gravações ou transmissões ao vivo.
Dicas
1. As dimensões do estúdio de televisão ou de um set de filmagem devem permitir o
enquadramento total da cena quando a câmera estiver com sua máxima abertura focal.
2. O pé direito deve ter altura suficiente para a instalação dos suportes de iluminação e
evitar o aquecimento excessivo do ambiente pelas lâmpadas. Caso contrário, usar
preferencialmente iluminação fria.
3. Portas e janelas devem estar fechadas e, se for o caso, cobertas, para evitar a entrada
de luz externa que, misturada à iluminação artificial, altera a temperatura de cor.
4. Os pisos devem ser de cores escuras e frias para evitar reflexos indesejados em
elementos do cenário, nos atores e nas lentes das câmeras. Objetos de cena também
devem ser de materiais não refletivos. Pisos de matérias emborrachadas absorvem melhor
as ondas sonoras.
5. Cenários e adereços devem primeiramente obedecer à lógica do posicionamento das
estruturas de iluminação. São muito mais viáveis mudanças de cenário do que de estruturas
elétricas e de iluminação.
6. O cenário deve ser funcional e facilitar o posicionamento e a movimentação das câmeras
e do boom.
Ricardo Pizzotti
A luz solar é a ideal para se observar a cor real, porque possui todos os matizes
existentes na natureza; já nos ambientes internos, a percepção da cor é alterada pelo tipo
de iluminação.
Existem basicamente três tipos de iluminação artificial: a incandescente, a
fluorescente e a descarga de alta densidade, utilizada em iluminação pública.
Lâmpada incandescente: a luz irradiada pela lâmpada incandescente vem, na sua maior
parte, da faixa vermelha no espectro; portanto, há um aumento na densidade das cores,
tornando-as amareladas.
Lâmpada fluorescente: a luz gerada de lâmpada fria emite apenas uma parcela do
espectro total e carece do vermelho e do violeta-azulado. Nesse tipo de iluminação, as
pessoas tendem a ficar mais pálidas do que o normal.
A cor no vídeo
O uso da cor em cenários de televisão precisa ser planejado com muito critério
porque no vídeo a cor sofre variação de tonalidade; por isso é preciso conhecer os tons que
oferecem bom resultado. O azul e seus diferentes tons, por exemplo, podem ser usados
em qualquer ambiente, assim como os tons pastel, ao passo que contrastes fortes devem
ser evitados.
É preciso também considerar o tipo de programa e o horário em que ele é transmitido.
Os telejornais noturnos, por exemplo, normalmente usam tons de azul; os telejornais
matutinos podem usar tons de laranja e amarelo.
Um programa esportivo não deve ter no cenário cores associadas a determinado
clube. Em programas infantis e de entretenimento, podem-se usar diferentes cores, desde
que haja harmonia entre elas.
Além da cor, a iluminação é o elemento compositivo de maior importância na
cenografia. Ela modifica a tonalidade das cores e o “clima”, podendo representar diferentes
tipos de ambientes.
Cenografia para TV
Por Keller da Veiga*
Publicadona Revista SET
O propósito do trabalho do cenógrafo de televisão é conceber, projetar e montar o
cenário de gravação, ou seja, criar e viabilizar tecnicamente a construção e tratamento do
espaço cênico em estúdio ou locação.
O cenário é concebido de modo a atender à solicitação de uma sinopse,
adequando-se a um enredo e a um – ou vários – personagens. É preciso que o cenário seja
fiel e esteja enraizado na história que está sendo contada e ao personagem que
acolhe. Esta é a função primordial do cenógrafo: criar uma ambientação espacial, ou uma
atmosfera cênica, que permita aos atores, aos diretores e às equipes técnicas que
interagem ali sua melhor performance. O cenário deve estar afinado a um conceito
formal/plástico/estético que é estabelecido em conjunto com os autores e diretores.
Artisticamente o cenário deve não só permitir a performance dramática do ator, mas
também inspirá-lo e servir de apoio e referência para sua atuação. O cenário deve deixá-lo
seguro e confortável. Jamais deve tolhê-lo. Ao diretor, o cenário deve permitir facilidade de
decupagem e liberdade para criar as dinâmicas de cena.
Tecnicamente o cenário deve atender a múltiplos fatores de produção, de operações
de engenharia, infraestrutura e segurança e de gerenciamento industrial. Quanto à
produção, o cenário deve estar subordinado a vários parâmetros: encaixar-se em um crivo
de orçamento (trabalhamos com um orçamento fechado e os cenários, à medida que vão
sendo projetados devem se ater ao orçamento previsto para ele). É comum em televisão,
principalmente nas novelas e seriados, pela grande quantidade de cenários, que se faça
um jogo, equilibrando a balança de custos de cenários: tira-se de um para alimentar um
outro que precisou.
Também quanto à produção o cenário deve viabilizar o roteiro de gravação,
possuindo dimensões e aspectos construtivos que facilitem e agilizem sua montagem em
estúdio ou a montagem em externa. O roteiro de gravação diário, elaborado pela
coordenação de produção é sagrado e todos os cenários previstos devem estar bem
posicionados no estúdio e entregues na hora certa.
Uma das características de cenários de estúdio, principalmente os maiores, é a
possibilidade de segmentá-los, montando apenas trechos imprescindíveis em caso de
necessidade, falta de espaço no estúdio, por exemplo, isto em geral é combinado
previamente com a direção. Quanto ao gerenciamento industrial, o cenário deve atender
aos quesitos de viabilidade de construção, sendo projetado, desenvolvido e detalhado pelo
cenógrafo e sua equipe de forma a que, respeitado o orçamento, ele possa ser construído
sem que venha a apresentar problemas estruturais ou de acabamento no futuro. Cenários
complexos, que implicam em alto grau de acabamento, que possuam mais de um
pavimento e tetos iluminados são cada vez mais comuns, em função da alta definição e
sofisticação dos equipamentos de gravação. Por isso devem ser analisados
exaustivamente junto ao gerente de Operações Cenográficas ou Produtor de Cenografia.
Um aspecto importante e complexo do gerenciamento de cenários de televisão diz
respeito à sua desmontagem, transporte e armazenagem. Após cada dia de gravação os
cenários devem ser desmontados e suas peças de decoração, que a gente chama de contra
regra leve e pesada, adereços e móveis, e maquinária, peças estruturais, paredes, pisos,
escadas, tetos, acondicionadas, transportadas e armazenadas, aguardando a próxima
montagem.
Em uma novela chega-se a número de 180 a 200 ambiente, às vezes mais. Isto
representa uma quantidade formidável de peças que devem ser absolutamente controladas
no espaço, onde ela se encontra a cada momento, e no tempo, ela precisa estar no estúdio
no momento exato para montagem, deve ser avaliada a complexidade e duração de seu
deslocamento, e sua integridade física: ela deve estar, por uma questão de continuidade -
com o mesmo aspecto com que deixou o estúdio. Isto vale tanto para o cinzeiro quanto
para o piano ou para o elevador.
Existem espaços diferenciados para armazenagem de maquinária e contrarregra.
Toda a logística das operações de armazenagem e transporte das peças cenográficas é
feita pela Divisão Industrial, através dos gerentes de operação, supervisores de
contrarregra e acervo, almoxarifes e cenotécnicos.
De forma a atender às equipes de engenharia, os cenários de estúdio devem cumprir
as seguintes exigências: estar posicionados no estúdio de forma a permitir distâncias
razoáveis entre as bocas de cena; permitir distâncias razoáveis para iluminação dos
interiores através de janela e aberturas laterais e de fundos e também para os fundos
fotográficos, plotados ou inseridos em chroma key por processos de pós- produção.
Quanto às equipes de infraestrutura e segurança, os cenários devem atender às
normas de solidez de construção, uso de materiais resistentes e antiinflamáveis,
instalações elétricas e hidráulicas protegidas e seguras. Os tecidos (cortinas e forrações)
devem ser ignifugados. Além disto, o estúdio deve ser ocupado de forma a permitir o acesso
fácil às saídas em caso de emergência.
Cabe também à Divisão Industrial a administração da Fábrica de Cenários, onde
estes são construídos e montados. Esta Fábrica é composta por diversos setores que
compõem as equipes de apoio e suporte à cenografia: pintura artística, pintura em estufa,
escultura e adereços, acrílico, forração e estofamento, eletricidade e acervos de moveis e
adereços.
À Divisão Industrial compete também o departamento de construção de Cidades
Cenográficas, cuja importância cresce cada vez mais em função das dificuldades
crescentes para se gravar em locação, principalmente nos grandes centros urbanos. As
técnicas de construção de cidades cenográficas têm se aprimorado constantemente e os
cenógrafos contam hoje com uma gama de recursos, técnicas de backlot, inserção de
imagem, materiais construtivos leves, resistentes e de excelente resultado visual
como acetatos plotados, recortes eletrônicos em MDF e metal, impressões em relevo. Além
de elementos estruturais recicláveis, leves e ecologicamente corretos, como gesso, metal
e material sintético, minimizando o uso de madeira. O uso de telhas de papel reciclado já é
corriqueiro. Isto tem possibilitado o incremento da utilização dos interiores de cenários em
cidades cenográficas, o que alivia muito o custo e agiliza as operações de produção.
O cenógrafo de televisão pode estar aplicado em um ou mais programas,
dependendo de sua disponibilidade de tempo e do grau de complexidade de cada
produção. No esquema normal de programação de televisão – em uma novela, por exemplo
– atua um cenógrafo titular que participa de todo o processo de criação e produção desde
o seu início. As primeiras reuniões ocorrem com os diretores e autores e as subsequentes
com os demais cabeças de equipe: gerente e coordenador de produção, diretor de
fotografia e produção de arte, caracterização, figurino, supervisor de engenharia e efeitos
especiais.
Estabelecidos os conceitos e a linha geral dos trabalhos cenográficos é montada a
equipe de trabalho, variável em função do programa, número este que vai se alterando com
o percurso do programa em função das diferentes etapas de trabalho e das diferentes
solicitações que aparecem. Inicialmente são elaborados croquis e estudos dos diversos
cenários previstos em sinopse. Aprovados os cenários, estes são então apresentados em
um workshop a toda a equipe técnica e a partir daí entram em fase de desenvolvimento e
detalhamento, depois são orçados e aprovados para construção.
São então pré-montados e seu conjunto aprovado in loco pela direção. São
ostensivamente fotografados e armazenados e, na data prevista, montados no estúdio.
*Keller da Veiga é cenógrafo do Projac, com participação em diversas novelas e
minisséries da TV Globo
Composição cenográfica
O cenário cenográfico e seus elementos.
Ricardo Pizzotti
É o arranjo dos elementos na cena (o assunto principal, o primeiro plano, os motivos
secundários, etc.), cuja qualidade estética inclui um conjunto de cores, luz, forma, linhas e
volumes, equilibrados e harmônicos em seu todo, e que criam movimentos e contrastes.
O senso estético pode ser resultado de um talento nato ou ser desenvolvido com o
estudo e a observação de trabalhos de bons diretores, cenógrafos, fotógrafos e artistas.
A cenografia, que é uma composição para um espaço tridimensional, deve ter como
objetivo alcançar um efeito emocional, transmitir um clima e quebrar a monotonia.
Compor não é só criar imagens bonitas, mas mostrar imagens apropriadas. Dessa
forma, a composição deve ser feita de modo que o espectador olhe o que se deseja, fixe a
atenção em algum ponto da cena, não importando se o centro de interesse está no primeiro
plano, no meio ou atrás do cenário. É preciso levar em conta a forma, o tamanho, a
importância de pessoas ou objetos na cena; por isso é essencial observar o cenário por
inteiro, e não só o motivo principal. Se uma imagem não está bem composta, o espectador
desvia sua atenção para um ponto não interessante da cena.
Podemos dividir os elementos visuais que compõem um cenário
em: massa (pessoas, objetos, etc.), profundidade (perspectiva, profundidade real ou
aparente), linhas(direção dos movimentos, linhas da cena), tonalidade (tons das cores,
brilhos e contrastes), forma (formato dos elementos da cena) e textura (aparência tátil e
visual de uma superfície).
Massa
Existem algumas regras para composição utilizadas na pintura, na fotografia e no
cinema que podem auxiliar na composição do quadro, tornando as imagens mais
harmoniosas e equilibradas.
A distribuição dos elementos em uma cena deve ser feita posicionando-os segundo
o “peso visual” que intuitivamente associamos a cada elemento. Objetos grandes pesam
mais do que objetos pequenos e objetos escuros pesam mais do que objetos claros. O
equilíbrio também se estende à composição vertical, em que a composição fica mais natural
quando os objetos mais pesados são posicionados abaixo dos mais leves.
Quanto à massa, a composição pode ser simétrica ou assimétrica. Na simétrica, os
motivos situados no mesmo eixo têm igual peso, o que torna a imagem muito formal, fria e
sem criatividade, enquanto na assimétrica a composição fica muito mais interessante e
agradável.
Ponto
O ponto é a unidade de comunicação visual mínima e mais simples. Tem grande
força de atração visual.
Quando pontos de uma sequência estão muito próximos entre si, de maneira que se
torna impossível identificá-los individualmente, a cadeia de pontos se transforma em outro
elemento visual distintivo: a linha.
Linha
A linha conduz o olhar. Ela nunca é estática, está sempre em movimento e, como
elemento conceitual, possui direção, comprimento (crescimento) e posição.
As linhas reais de uma cena — as formadas pelos objetos, pessoas e direção do
movimento — podem proporcionar o clima e levar a atenção do espectador ao centro de
interesse.
As bordas dos objetos são formadas por linhas que, uma vez trabalhadas, podem direcionar
nossos olhares para determinado ponto da imagem.
O plano pode conferir tranquilidade, peso visual e redução do espaço. Por isso não
é indicado para ambientes pequenos ou com muitas peças de mobiliário.
Forma
As formas, resultado da união de linhas, transmitem conteúdo emocional e guiam o
olhar. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma.
O quadrado, o triângulo e o círculo são as três formas básicas. Com base nas
combinações e variações, encontramos todas as formas físicas da natureza e da
imaginação humana.
Textura
É a forma espacial de uma superfície, a qualidade ou a sensação de tato de um
objeto (liso, áspero, macio, suave, etc). Um objeto com textura realçada estimula a
sensação do tato.
A textura, junto com a cor e a forma, transforma motivos planos em imagens com
forte sensação tridimensional. Ela permite determinar a aparência de um objeto e a
sensação que teríamos ao entrar em contato com ele.
Combinações de texturas podem ser usadas para criar variação e interesse, mas
devem ser usadas com cautela: um recinto com pouca variação de texturas pode ficar sem
graça; já combinações de texturas duras e macias, brilhantes e foscas podem ser usadas
para criar variedade e interesse.
Cenografia no telejornal
A importância do cenário na composição do produto
televisivo.
Bruno Carlos Batista Ribeiro
Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas - FATECS
Cenografia
...é um agente político e cultural importante e uma das atividades levadas com seriedade
no país com características singulares. Prova disso, é o investimento de quase 60% dos
recursos publicitários investidos, totalizando mais de 4 bilhões de reais, em busca de uma
efetiva conquista de audiência quantitativa.( JUNIOR / MOTA / PORCELLO, 2006 P.68)
Com esta citação vemos que a televisão é o veiculo que mais atrai investimentos
publicitários, cerca de 62% do que é investido em veiculação, e os telejornais não ficam de
fora disso, também atraem patrocinadores e anunciantes.
Cenografia no telejornal
A impossibilidade de transferir um estúdio para dentro do trabalho escrito, oferecer
as condições necessárias para expressar muito do que ocorre ao vivo nos telejornais
demonstra a dificuldade do trabalho cenográfico nas produções desse tipo. O cenário é um
importante elemento dos que compõem o telejornal, desde o seu início houve sempre uma
preocupação e busca por novidades para sua composição.
Os telejornais começaram a receber influências das tecnologias digitais, gerando
novas experiências audiovisuais. No entanto, na América Latina e no Brasil, essas novas
tecnologias e mediações tem multiplicado as ofertas midiáticas...(JUNIOR/ PORCELLO/
MOTA 2006 P.68)
Hans Donner foi um grande colaborador para cenografia do telejornal. A partir dele
o conceito de cenário chapado ao fundo com a logo do jornal acabou. Em sua criação para
o Jornal Nacional ele explica: "Minha inspiração para criar o cenário do Jornal Nacional foi
resultado da fascinação que tenho por espaço. Dar a ilusão de uma grande dimensão
sempre me fascinou”.
A composição dos cenários é um item relevante na estruturação do telejornal. Seu
papel é fundamental na estética visual. Mangueneau(2006 p. 67-68) define que cenografia
é “a cena de fala que o discurso pressupõe para poder ser enunciado e que, por sua vez,
deve validar através da sua própria enunciação: qualquer discurso, por seu próprio
desenvolvimento, pretende instituir a situação de enunciação que o torna pertinente.
Técnicas de iluminação
Técnicas, equipamentos e projetos para iluminação de
televisão, cinema e fotografia.
O uso do fotômetro
A utilização dos medidores de luz
Ricardo Pizzotti
O fotômetro é o aparelho que mede a intensidade da fonte luminosa. Ele indica a
exposição correta para determinada abertura do diafragma combinada com determinada
velocidade do obturador.
O fotômetro utiliza uma célula fotossensível para medir a luz refletida por uma cena
ou que incide sobre ela. É composto de um elemento fotossensível e de um amperímetro.
A maioria das câmeras atuais possui, internamente, sofisticados sistemas de
fotometria. No entanto, para trabalhos profissionais, é necessário o uso de um fotômetro
manual.
O fotômetro pode ser de leitura incidente, que dá a leitura da luz que incide sobre o
assunto, ou de luz refletida, que dá a leitura da luz refletida pelo assunto. Este último pode
ser do tipo spot meter, que mede pontos específicos de luz refletida, ou luz geral, que
mede a luz refletida de um assunto.
Às vezes, temos uma mistura de luzes, como a luz do dia entrando por uma janela
num ambiente iluminado com luz artificial. Nesse caso, precisamos fazer algumas
correções para que as cores saiam perfeitas na gravação. Para isso, podemos:
Colocar um filtro azul em frente às fontes de luz artificial para corrigir os 3.200 K para
5.600 K da luz do dia (câmera balanceada para daylight).
Colocar um filtro âmbar na janela para que a luz do dia fique na mesma temperatura da
luz artificial (câmera balanceada para tungstênio).
Por um lado, sem a utilização de filtros e com a câmera ajustada para tungsten
(tungstênio), a luz de tungstênio ficará natural, enquanto a luz do dia ficará azulada.
Por outro, se a câmera estiver balanceada para luz natural (daylight), a luz do dia
parecerá normal, enquanto a luz de tungstênio ficará avermelhada.
Para uma gravação normal, é suficiente usar os filtros da câmera de acordo com a
fonte de luz predominante: daylight, fluorescent, artificial, 3.200 K ou 5.600 K e “bater o
branco”.
A leitura fotométrica medida com a luz que chega ao assunto chama-se “método de
leitura incidente”; já a leitura da luz refletida pelo assunto é chamada “método de leitura
refletida”.
Fotômetro de luz refletida
O fotômetro de luz refletida lê a intensidade da luz que reflete do assunto, por isso, é
enganado facilmente pelas diferenças de tonalidade, cor, contraste e brilho de fundo. O
que vemos em geral não é o que iremos captar.
Para evitar erros de fotometragem, deve se aproximar do objeto e travar o fotômetro
ou anotar a leitura da superfície desejada, ou ainda aumentar o ângulo se o fotômetro for
do tipo spot — fotômetro que lê a luz refletida em áreas a partir de 1 grau, através de
lentes que podem aproximar o assunto.
Os dois tipos de fotômetro trabalham com o padrão cinza médio, que reflete 18% de
luz. Os fotômetros de mão funcionam com os dois sistemas. Caso usemos o de luz
refletida, a medição será correta se as zonas de contraste derem conjuntamente uma
densidade igual ou média (cinza médio) de 18%.
A utilização de um objeto que tenha uma cor neutra de cinza para fazer a fotometria
garante que o fotômetro da câmera entenda qual é a luz efetiva, ou ideal, para ser
fotometrada.
Portanto, quando usamos o cartão cinza e não os objetos a serem fotografados,
evitamos que o fotômetro se confunda pelos contrastes de luz e sombra existentes no
assunto. Essa confusão acontece porque o fotômetro de uma câmera analisa apenas a
luz refletida pelo objeto, e não a luz que incide sobre ele. Então, a capacidade de maior
ou menor reflexão é fator predominante de influência para a câmera mensurar qual a
combinação necessária de obturador e diafragma e assim obter a correta exposição da
imagem.
Mapa de luz
O mapa de luz é uma planta que mostra a disposição de todos os projetores, sua
orientação e a zona que eles iluminam na cena. Trata-se de um instrumento de
comunicação entre os profissionais envolvidos no espetáculo.
O design de iluminação é dividido em três partes: pesquisa, criação e execução.
O iluminador deve saber primeiro qual é o assunto ou quais são os assuntos principais
da cena, quer seja um, quer sejam vários os elementos enquadrados. Além disso, precisa
saber qual lado de
de cada elemento de cena e quais detalhes devem ser valorizados. Esses dados podem
ser obtidos com o diretor do programa ou do espetáculo, com as pessoas da cena ou com
o cenógrafo, sendo necessários para uma boa iluminação. Essas informações darão as
orientações de como posicionar cada fonte.
Os seguintes elementos devem constar no desenho de iluminação:
Planta baixa em escala dos espaços do local da montagem e, se necessário, com vistas
frontais, laterais e de perspectiva.
Informações sobre a estrutura de suporte técnico existente no espaço, como cenografia,
varas de iluminação, proscênio, etc.
Distribuição e desenho dos elementos cenográficos (camas, mesas, cadeiras, paredes,
janelas, etc.).
Componentes que formam a estrutura de energia da fonte luminosa, como tomadas das
varas de iluminação, arandelas, tomadas de chão, fiações, quadros de tensão.
Ferramentas utilizadas como refletores (tipo, potência, fabricante, modelo, acessórios,
etc.), equipamentos de efeitos e maquinaria.
O mundo das lâmpadas e suas variações é muito extenso, por isso descrevemos a seguir
somente os principais tipos.
Incandescente
Tipo de lâmpada utilizada em residências. A de uso doméstico tem cerca de 2.900
K. Já as lâmpadas incandescentes profissionais, conhecidas como photoflood, têm a
temperatura mais baixa. Esse tipo de lâmpada costuma ser mais barata, mas tem a
desvantagem de não durar muito.
As lâmpadas incandescentes de vácuo têm uma temperatura de cor entre os 2.300 K e os
2.700 K, as lâmpadas com gás inerte podem chegar aos 3.000 K.
A temperatura de cor varia consoante o tipo de filamento, a forma, comprimento e a
quantidade de corrente elétrica que passa através dele.
Halógenas
Trata-se de uma lâmpada incandescente com filamento de tungstênio. Normalmente,
têm uma temperatura de cor próxima à da lâmpada incandescente, entre 2.800 K e 3.100
K, uma vez que utilizam o mesmo princípio de operação.
Possuem luz brilhante, que possibilita realçar as cores e os objetos com eficiência
energética maior do que a das lâmpadas incandescentes comuns.
Outro aspecto importante das halógenas é sua diversidade de formatos, permitindo
aplicações mais distintas e diferenciadas do que as incandescentes comuns. Encontram-
se disponíveis em formato palito (duplo contato), refletor parabólico (PAR), dicroico (a
cápsula está alojada em um refletor dicroico), em refletor de alumínio (ALR111) e cápsulas
(supercompactas).
As vantagens das lâmpadas de halogênio são o fluxo luminoso e a temperatura de cor
constante durante o período de vida, maior eficiência luminosa, mais tempo de duração, luz
um pouco menos amarelada que as incandescentes comuns e pequena dimensão.
Photoflood
Tipo de lâmpada incandescente que produz um fluxo luminoso mais intenso e uma luz
mais branca do que as lâmpadas incandescentes comuns. Sendo uma lâmpada para uso
fotográfico, são mais potentes do que as lâmpadas usadas na iluminação doméstica. A
temperatura de cor da lâmpada photoflood é fixada em 3.400 K ou 3.200 K.
Em geral, as lâmpadas photoflood para fotografias de estúdio são apresentadas em forma
de lâmpadas comuns para montagem dentro de refletores ou de difusores de luz. Para uso
em estúdios de cinema e de televisão, as lâmpadas são frequentemente do tipo spot, com
refletor interno espelhado.
Fluorescente
Trata-se de uma lâmpada de descarga de baixa pressão. As comuns não são boas para
vídeo e cinema porque produzem uma luz esverdeada.
As luzes fluorescentes profissionais proporcionam bons resultados. Elas estão
disponíveis em diversas configurações, incluindo equipamentos com uma ou várias
lâmpadas. Além disso, possuem uma vida útil longa, produzem iluminação mais suave e
quase não geram calor, razão pela qual são chamadas lâmpadas frias.
É possível dimerizar as lâmpadas fluorescentes com dimmers específicos e reatores
eletrônicos dimerizáveis que possuam uma entrada de controle específica para variar a
luminosidade do sistema.
Essas lâmpadas devem operar em conjunto com reatores que têm como função
proporcionar as condições ideais de funcionamento das lâmpadas (corrente, tensão, etc.).
A lâmpada de ultravioletas (luz negra), muito usadas em espetáculos, é uma variação
das lâmpadas fluorescentes. Seu vidro é escurecido para eliminar quase toda a luz visível.
PAR
Lâmpadas com um refletor parabólico embutido. O refletor, a lâmpada e a lente formam
uma peça única, compacta.
Haleto metálico
Esse tipo de lâmpada produz uma luz muito branca. Trata-se de uma variante das
lâmpadas de mercúrio de alta pressão, com a adição de haletos metálicos. A temperatura
de cor é 3.900 K.
Xenônio
Tais lâmpadas contêm xenon a alta pressão, substituindo os aletos metálicos. A
reprodução das cores é perfeita, pois o espectro é muito semelhante à luz do dia.
Quartzo
O mesmo que lâmpadas halógenas.
Matiz: o matiz (hue) ou brilho é a cor em sua máxima intensidade. O azul deve produzir um
matiz azul. Uma rosa vermelha tem matiz vermelho. Para se mudar o matiz de uma cor,
acrescenta-se a ela outro matiz. Podemos obter quase todos os matizes pela combinação
de vermelho (R, de red), verde (G, de green) e azul (B, de blue).
Brilho: brilho ou luminância é a quantidade de intensidade de luz refletida. Em uma
imagem, as partes mais luminosas têm mais brilho do que as mais escuras. As cores têm
graus de brilho diferentes e são reproduzidas, em preto e branco, em diferentes tons de
cinza. Assim, o vermelho escuro, por exemplo, tem pouco brilho, enquanto o amarelo tem
mais. Essa variação permite a reprodução de imagens coloridas também em preto e
branco.
O sinal de crominância ou de cor inclui as informações de matiz e saturação, sem o
brilho. A crominância mais o brilho formam a imagem colorida.
Saturação: saturação é a quantidade de branco em uma cor. As cores fracas têm muito
branco e, portanto, pouca saturação. As cores fortes, vivas, são muito saturadas, com
pouco branco.
Quando um raio luminoso incide sobre um objeto, determina nesse objeto uma zona de luz
e uma zona de sombra delimitada pela forma. A distância que separa as intensidades
respectivas dessas duas zonas constitui aquilo a que se chama o contraste. O contraste
depende do gosto artístico do diretor de fotografia. É através do contraste que o diretor de
fotografia se exprime e dá à imagem uma cor e sonoridade própria. A atmosfera nascerá
do jogo sutil das luzes e das sombras, cinzenta e triste, brilhante e luxuosa, dura e acre,
conforme a história, o meio no qual ela se desenrola e a psicologia das personagens que a
animam.
Henri Agel, O cinema - Porto Civilização Editora, 1972.
Iluminação de telenovelas
Técnicas de iluminação de telenovelas
Diferentemente de telejornalismo, a função da telenovela é entreter, criar ilusões e
fantasias. Logo a iluminação se mostra como um processo técnico de viabilizar um
resultado artístico. Não que sejam desprezadas as regras básicas da iluminação de
televisão. O que se verifica é um aprimoramento destas mesmas regras. A iluminação
básica com luz chave, atenuante e contra-luz são aplicadas com mais detalhes estéticos.
Dependendo do que pede o roteiro, dentro do contexto de uma história ou pelo menos o
que se espera transmitir ao telespectador, a luz é trabalhada para criar cenas que
despertem no receptor as sensações emocionais das mais diversas, enquadrando-o na
ilusão de, por alguma forma, estar vivenciando aquele momento de ilusão.
A luz chave é utilizada praticamente em todas as cenas como ponto principal de
iluminação do personagem. Ela só é dispensada nos momentos onde o personagem
interpreta momentos de suspense ou tensão cujo aparecimento do ator é indireto que tem
por objetivo fazer com que o telespectador tenha dúvidas sobre quem está na cena.
A luz atenuante é bastante utilizada para generalização da luz como forma
complementar para objetos de cena ou cenários.
A contra-luz é aplicada preferencialmente para criar a ilusão de uma luz que vem de
outro ambiente cuja fonte de luz invade a cena principal, porém com a mesma função:
destacar os contornos do personagem, dando-lhe volume e profundidade.
Os tipos de refletores são os mesmos utilizados em produção de filmes ou jornalismo
porém com visual final voltado para o artístico.
Iluminação dura
Uma luz dura produz sombras bem marcadas entre a parte clara e a escura. É
chamada de direcional por ter seus feixes luminosos em uma mesma direção Nas
gravações em externas é usada para manter a luz do dia disfarçando o movimento do Sol.
É bastante utilizada também em estúdio, na iluminação geral do ambiente, em cenários e
em shows.
Iluminação suave
A iluminação suave (soft) é a que produz sombras desfocadas com mínima
demarcação entre o claro e escuro. É utilizada quando se deseja pouca transição entre a
área iluminada e não - iluminada.
A luz suave é difusa e não direcional, com os raios luminosos propagando-se em várias
direções. O grau máximo de difusão é conseguido quando a luz é rebatida, refletida de
maneira indireta sobre o assunto.
Tipos de projetores
Os projetores de iluminação profissional são instrumentos com sistemas ópticos
apropriados para controlar a luz de várias maneiras, em função de seu objetivo. Eles são
conjugações de espelhos e lentes que irão determinar a qualidade e a distribuição da luz.
Plano Convexo (PC)
Trata-se de um projetor esférico com lente plano-convexa, o que faz com que os
raios luminosos tenham uma incidência focalizada. Utiliza lâmpadas halógenas de 500 W,
1.000 W e 2.000 W. Proporciona uma iluminação com bordas acentuadas, com focos
redondos, ou sobrepostas. É um equipamento muito versátil, podendo ser usado também
para luz soft, contraluz, foco com definição e na criação de diferentes efeitos de luz.
Utilizado em teatros, shows e auditórios para cobrir grandes áreas, além de ser bom para
varrimentos de cor. Boa eficiência a médias e grandes distâncias. Fecha mais o ângulo do
que o projetor Fresnel.
Projetor plano-convexo da Telem para lâmpadas halógenas de até 500W, que proporciona uma
iluminação com bordas acentuadas. Utilização em teatro e auditórios.
Spot Fresnel
Semelhantes aos projetores PC, sendo apenas a lente substituída. É um projetor
esférico que utiliza a lente inventada por Augustin Fresnel por volta de 1800. Pertence à
família dos refletores tipo luz dura. É o mais utilizado em estúdios de televisão em virtude
de sua facilidade de uso e versatilidade. Possui sistema óptico complexo e sofisticado que
permite concentrar mais ou menos o foco luminoso. Sua potência pode variar de 100 W até
20.000 W. Não permite focos tão definidos como o PC, mas uma luz semidifusa quando o
foco está aberto e uma luz dura quando está fechado.
O spot Fresnel diferencia-se das lentes plano-convexas por suavizar os extremos do feixe
de luz, dispersando a luz um pouco mais.
Esse tipo de refletor tem “bandôs” (barndoors), abas externas que evitam a dispersão
da luz nas laterais. É ótimo refletor para destacar uma pessoa ou uma parte do cenário.
Utilizado para cobrir grandes áreas (Luz Geral). Oferece bom desempenho para
varrimentos de cor e boa eficiência a médias e grandes distâncias.
Projetor Fresnel para lâmpadas halógenas de até 1.200 W, constituído de espelho esférico e lente Fresnel de
150 mm de diâmetro, proporcionando uma iluminação com faixo variável de alta intensidade e com bordas suaves,
permitindo recorte com bandeira.
O Fresnel permite a alteração do ângulo de abertura. O conjunto lâmpada/refletor move-se ao longo do eixo
óptico, como uma peça única. Quando esse conjunto está situado no ponto focal da lente plano-convexa os raios saem
paralelos ao eixo óptico. À medida que o conjunto se aproxima da lente, o ângulo de abertura aumenta.
Canhão (follow-spot)
Utilizado para a iluminação em teatro, televisão e shows. Projeta um feixe de luz bem
definido, extremamente concentrado, de longo alcance e direcional. É utilizado para imitar
a luz solar, destacar um objeto, seguir uma pessoa em movimento em um círculo de luz ou
quando são exigidas sombras bem marcadas.
O follow-spot trabalha em um tripé giratório, que permite o movimento horizontal
(pan) e vertical (tilt). Ele tem uma abertura para a colocação de gobos e íris.
A intensidade da luz é controlada manualmente, por meio mecânico. Alguns modelos
possuem um compartimento especial com vários porta-filtros, controlados individualmente
por meios mecânicos, que permitem modificar a cor de maneira rápida, para diferentes
situações. Normalmente, utiliza lâmpadas de descarga, para maior eficiência luminosa.
Projetor PAR (Parabolic Aluminized Reflector)
Esse projetor possui uma lâmpada com espelho parabólico. Seu foco é concentrado em
um feixe direcionado e muito brilhante. Trata-se de um equipamento versátil e eficiente,
comum em palcos e eventos de entretenimento. Leve e simples, é barato e fácil de manter.
Pode ser usado como um Fresnel ou até mesmo como um spot.
Existem vários tipos de lâmpadas PAR, por exemplo: PAR20, PAR30, PAR36, PAR38,
PAR56, PAR64, etc. O número que vem após as letras equivale ao diâmetro do espelho
parabólico. As PAR64 também podem ser encontradas em focos diferentes:
PAR64 — foco 1 (vidro liso e transparente), abertura pequena.
PAR64 — foco 2 (vidro pontilhado), abertura média.
PAR64 — foco 5 (vidro entrelaçado), abertura grande. O PAR64 é o mais usado em teatro
e em espetáculos.
Luminária de luz fria com quatro lâmpadas e bandeiras intensificadoras de luz, refletor espelhado, fixação
em gradil ou pedestal.
Sobre o autor
- Diretor artístico e de imagem
- Colaborador da Revista Áudio e Vídeo
- Consultor de empresa
- Realizou trabalhos, consultorias palestras e treinamentos para as empresas TV Globo, Globosat, Casas Bahia, JVC
do Brasil, Samsung, LG Eletronics, Philips, Sony, Canal Futura, TV 58, GW Comunicações, TV Zimbo, LBV, TV
Canção Nova, entre outras.
Publicações do autor: Enciclopédia básica da mídia eletrônica (Editora Senac); Direção de imagens (Editora
Senac); Iluminação (Editora Senac); Edição
http://www.proteve.com.br/cinegrafistade;