Olá, bem-vindos ao LU.CA. O meu nome é Beatriz. Faço a comunicação do teatro e vou-vos mostrar um bocadinho do que se passa pelo interior do teatro e aquilo que vocês não podem ver quando vêm ver uma peça. Luís de Camões abriu a 1 de junho de 2018. É o primeiro e único teatro municipal do país com uma programação exclusiva para crianças e jovens. Tem uma equipa de cerca de vinte pessoas – desde direção de cena, direção artística, produção, comunicação, segurança, bilheteira – que faz o teatro andar e mexer. Aqui temos de ter cuidado com as cabeças, porque esta estrutura do edifício é anterior ao terramoto e, portanto, antiga, do século XVIII, muito baixinha – parece que é para crianças. (Catarina Requeijo – Encenadora) O teatro já tem muito tempo e, portanto, tem uma estrutura dos teatros de antigamente. Tem camarotes pequeninos, para duas pessoas, e tinha até um palco que era muito mais inclinado do que é agora, que era para as pessoas verem sempre bem em qualquer sítio da sala. Era um bocadinho incómodo, porque tudo o que se punha no fundo de cena acabava por rolar e vir parar quase à plateia. Depois das obras, o palco ficou menos inclinado, mais nivelado. De qualquer maneira, estes são teatros muito bem construídos, porque em qualquer sítio se vê muito bem e, sobretudo, ouve-se muito bem. Aqui é a zona da plateia. Atrás (não se vê) está a zona da régie, onde está sempre alguém a controlar a luz, o som, o vídeo, o que faz com que não haja falhas técnicas no espetáculo. Atrás do palco estão os bastidores, onde está muita coisa: a lavandaria, os gabinetes, os camarins dos atores: um outro mundo que não se vê quando se vem ver o espetáculo. (Beatriz Vasconcelos – Gabinete de Comunicação) Estamos nos camarins do LU.CA, onde os artistas se preparam antes das peças e vestem os figurinos (a roupa que usam em cena). Podem também ensaiar texto ou rever alguma coisa que queiram. É um sítio onde eles se preparam para entrar em palco e onde, depois de sair do palco, voltam a ser as pessoas do mundo real e da rua. O teatro também tem varandas técnicas. As varandas ficam, digamos, que a um nível acima do palco, quase como se fosse um segundo andar em relação ao palco e à plateia. É o local onde os técnicos de teatro andam para afinar e ajustar alguns projetores de luz necessários para o próprio espetáculo. Estas varandas não estão visíveis para o público, para quem costuma ver. São, portanto, uma das partes que ficam escondidas nos bastidores. Aqui é o entrepiso, um sítio bastante acarinhado por toda a gente, onde todos os miúdos e os pais se sentem muito à vontade. É um sítio onde eles podem desenhar e ler. Temos também ali em baixo os pontos de escuta, um projeto de mediação que existe aqui no teatro em que se pode ouvir músicas ou alguns conselhos dos atores e dos encenadores e aquilo que por aqui se passa, para também desvendar um bocadinho o que está para além da criação. Os livros são quase todos escolhidos por artistas e são sempre espetaculares, porque partem sempre de espetáculos. Às vezes, também temos algumas exposições ou instalações, ligadas com o que se passa dentro da sala. Por exemplo, a Catarina Sobral, que é uma ilustradora, teve um grande dinossauro aqui no teto, e vamos ter também, em janeiro, uns bonecos do Ricardo Nicolau. Ele Chama-lhes “bonecos salgados”, que são bonecos que partem do mar e têm umas caras tridimensionais. E mesmo umas esculturas muitos grandes, que vão ficar por aqui...
In https://ensina.rtp.pt/artigo/o-meu-teatro-chama-se-lu-ca/ (acedido em maio de 2023)