Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Ministério da Cidadania,
a Secretaria Municipal de Cultura,
a Fundação Theatro Municipal de São Paulo
e o Instituto Odeon
apresentam
O BARBEIRO DE SEVILHA
GIOACHINO ROSSINI
FEVEREIRO 2019
14, 15 E 16 QUINTA A SÁBADO | 20H*
17 DOMINGO | 18H*
19, 20 E 21 TERÇA A QUINTA | 20H*
PROGRAMAÇÃO E INGRESSOS
THEATROMUNICIPAL.ORG.BR
SIGA O MUNICIPAL NAS REDES SOCIAIS
@theatromunicipalsp
@theatromunicipal
@municipalsp
/theatromunicipalsp
4 5
Sumário
8 COMEÇA
A Ylê
A TEMPORADA DE ÓPERA!
oussef
10 OORGULHO
THEATRO MUNICIPAL VOLTA A OCUPAR LUGAR DE
NO IMAGINÁRIO DA POPULAÇÃO PAULISTANA
Carlos Gradim
12 RIR
C
E FAZER RIR É A DÁDIVA DE SE ENCENAR ROSSINI
P
leber apa
A VERSATILIDADE, A INOVAÇÃO E A
14 GENIALIDADE DE ROSSINI
Roberto Minczuk
18 TEXTO
I F
CRÍTICO
rineu Pranco erpetuo
22 SINOPSE
42 LIBRETO BILÍNGUE ATO I
107 ELENCO
110 LIBRETO BILÍNGUE ATO I
180 CORPOS ARTÍSTICOS
184 EQUIPE ARTÍSTICA
188 SOLISTAS
206 FICHA TÉCNICA
6 7
É com alegria que anuncio a abertura da temporada de ópera
do Theatro Municipal de São Paulo com a montagem de
O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. Este é um dos
títulos mais populares do repertório mundial.
DE ÓPERA!
gatar seu histórico perfil multicultural da Semana de Arte
Moderna de 1922 com programação diversa de balés, con-
certos, óperas e com ingressos a preços populares, além de
visitas monitoradas que levem o público a conhecer todos os
ALÊ YOUSSEF ambientes para reconhecer esse espaço como seu.
8 9
O Theatro Municipal de São Paulo abre a temporada lírica
com a mais célebre ópera do repertório de Rossini, O Barbei-
ro de Sevilha. Após um ano de muitos desafios e conquistas,
com 433 eventos realizados, sendo 186 apresentações com os
corpos artísticos e com um público de mais de 220 mil pes-
soas, o Theatro Municipal volta a ocupar lugar de orgulho no
imaginário da população paulistana.
NO IMAGINÁRIO DA
POPULAÇÃO PAULISTANA
Carlos Gradim
DIRETOR PRESIDENTE
10 11
Por que fazer comédias não é uma pergunta de difícil respos-
RIR E FAZER RIR ta? Principalmente porque não há meio mais direto para se
demonstrar as mazelas humanas e o péssimo efeito que causam
12 13
O Barbeiro de Sevilha é uma das óperas cômicas mais signifi-
cativas da história da música. O gênero surge muito antes de
Gioachino Rossini, no período barroco, e foi desenvolvido por
compositores como Joseph Haydn e Wolfgang A. Mozart –
com os quais Rossini muito aprendeu sobre essa escrita musi-
cal. Haydn, por exemplo, foi um exímio compositor de óperas,
apesar de, à sombra da sua produção de sinfonias e obras para
quarteto de cordas, terem ficado pouco conhecidas; a sua escri-
ta operística possui inúmeros elementos musicais utilizados
e desenvolvidos por Rossini. Outro compositor em cuja fonte
Rossini certamente bebeu foi Ludwig van Beethoven com suas
sinfonias e elementos musicais, mesmo sendo seu contem-
porâneo e também influenciado por Haydn. Com todos esses
A VERSATILIDADE, grandes nomes e essas referências que ajudaram a formar sua
escrita musical, Rossini jamais perdeu o mérito de ter inovado
14 15
16 17
“Enquanto existir teatro de ópera italiana, será representada”, foi a
frase que Gioachino Rossini (1792-1868) ouviu de Ludwig van Bee-
thoven (1770-1827) a respeito de O Barbeiro de Sevilha, ao visitar
o autor da Nona Sinfonia em Viena, em 1822. Beethoven compôs
apenas uma ópera, mas seu dom para a previsão, pelo menos nesse
caso, revelou-se infalível: o Barbeiro tornou-se não apenas a mais
popular das 39 óperas de Rossini, como uma das mais célebres de
todo o repertório, convertendo-se em sinônimo e quintessência de
realização cômica no gênero.
Irineu Franco Perpetuo Para evitar a competição, Rossini e seu libretista, Cesare Sterbini
(1784-1831), chegaram a chamar a ópera inicialmente de Almaviva,
JORNALISTA E TRADUTOR
só adotando seu nome atual após o falecimento de Paisiello.
18 19
20 21
Sinopse
ATO I ATO II
Na Sevilha do século XVIII, o Conde de Almaviva faz uma sere- Almaviva volta a visitar Bartolo, desta vez disfarçado de Don
nata para Rosina, por quem está apaixonado. A moça não res- Alonso, professor de música, que viera dar aulas a Rosina, no
ponde, porém chega Figaro, barbeiro e faz-tudo da cidade, velho lugar de Don Basilio, que estaria doente. Diante da desconfian-
conhecido do conde, que o coloca a par da situação: Rosina é ça de Bartolo, resolve exibir-lhe o bilhete que recebeu de Rosi-
mantida enclausurada por seu tutor, Don Bartolo, que deseja se na, dizendo que interceptou o papel e que deseja mostrá-lo à
casar com ela para abocanhar-lhe o dote. Desejando ser amado moça. A ideia é dizer a Rosina que o bilhete veio de outra aman-
por seus méritos, e não por sua fortuna, Almaviva volta a cantar te do conde, que estaria brincando com seus sentimentos, e, as-
para a moça, declarando ser o pobre estudante Lindoro. Do bal- sim, descreditá-lo aos olhos da pupila de Bartolo. Dessa forma,
cão, Rosina encoraja seus avanços, porém, fortemente vigiada, Almaviva consegue se aproximar de Rosina e, durante a su-
é forçada a voltar para dentro de casa. Incentivado pela pródiga posta aula de música, tramar sua fuga com ela naquela mesma
recompensa monetária que lhe é oferecida por Almaviva, Figa- noite, enquanto Figaro distrai Bartolo, fazendo-lhe a barba.
ro bola um plano para colocar o amigo dentro da residência de O barbeiro consegue furtar uma das chaves da casa quando
Bartolo: como um regimento está chegando à cidade, Almaviva chega Basilio: sua presença é inconveniente para todos, e ele
deve fantasiar-se de soldado. E, para diminuir a desconfiança do é enxotado sem demora. Bartolo, em seguida, ouve um pedaço
tutor, terá de se fazer de bêbado. da conversa de Almaviva e Rosina, expulsa conde e barbeiro, e
resolve apressar suas bodas com a pupila. Mostra o bilhete a
Dentro de casa, Don Basilio, professor de música de Rosina, Rosina que, desiludida, aceita se casar com ele, revelando-lhe
conta a Bartolo que Almaviva está em Sevilha. O tutor fica alar- o plano de fuga. Bartolo se apressa e pede a Basilio para trazer
mado e deseja apressar para aquele mesmo dia o casamento o notário com o contrato nupcial, enquanto vai buscar a guarda
com sua pupila. Figaro, enquanto isso, aproxima-se da moça, para prender os invasores.
levando um bilhete dela para seu apaixonado – que Rosina não
sabe ser um nobre e acredita ser o estudante Lindoro. A moça Cai uma tempestade, e Figaro e Almaviva chegam para fugir
sofre um interrogatório severo do tutor, antes da chegada à com a moça. Diante da recusa de Rosina, o conde revela, por
casa de um soldado bêbado em busca de alojamento – Alma- fim, sua verdadeira identidade. Com o engano esclarecido, Ro-
viva disfarçado, que faz de tudo para falar com a moça. Barto- sina novamente quer se unir a Almaviva, porém Bartolo reti-
lo alega ter isenção de alojamento, e o barulhento confronto rou a escada com a qual os noivos fugiriam e eles ficam presos
entre ambos atrai Basilio, Figaro e a presença da guarda, que na casa. Entram, então, Basilio e o notário. Com dinheiro e uma
decide prender o conde. Ele, contudo, revela secretamente sua pistola, Almaviva os convence a realizar seu casamento com
identidade ao oficial da guarda, que, em vez de detê-lo, bate- Rosina. Quando Bartolo chega com a guarda, o casal já está
lhe continência. Sem entender nada, os demais personagens unido. Almaviva aplaca a ira do tutor ao lhe ceder seu dote, e
ficam surpresos e o ato termina em perplexidade generalizada. todos terminam felizes.
22 23
24 25
26 27
28 29
30 31
32
33
34 35
36 37
38 39
40 41
FIORELLO FIORELLO
Signor, son qua. Senhor, estou aqui.
CONTE CONDE
Ebben! gli amici? Pois bem! Os amigos?
FIORELLO FIORELLO
Son pronti già. Já estão prontos.
TRADUÇÃO
Irineu Franco Perpetuo CONTE CONDE
Bravi, bravissimi! Bravo, bravíssimo!
Fate silenzio; Façam silêncio;
ATTO I ATO I
piano, pianissimo, devagar, devagarzinho,
senza parlar. sem falar.
Scena 1 Cena 1
MUSICI MÚSICOS
Il momento dell’azione è sul terminar O momento da ação é no fim da noite. A Piano, pianissimo, senza parlar. Mansos, de mansinho, sem falar.
della notte. La scena rappresenta una cena representa uma praça na cidade de
piazza nella città di Siviglia. A sinistra è Sevilha. À esquerda, a casa de Bartolo, FIORELLO FIORELLO
la casa di Bartolo con ringhiera praticabile com balaustrada praticável, rodeada de Senza parlar... Sem falar...
circondata da gelosia che deve aprirsi e uma gelosia que deve se abrir e fechar
chiudersi a suo tempo con chiave. Fiorello com chave. Fiorello, com lanterna na (I suonatori accordano gl’istromenti, e (Os músicos afinam os instrumentos, e
con lanterna nelle mani introducendo nella mão, introduzindo em cena vários il Conte canta accompagnato da essi) o Conde canta, acompanhado por eles.)
scena vari suonatori di strumenti. Indi il músicos. Em seguida o Conde, envolvido
Conte avvolto in un mantello. em um casaco. CONTE CONDE
Ecco, ridente in cielo Eis que risonha, no céu,
FIORELLO (avanzandosi con cautela) FIORELLO (avançando com cautela) spunta la bella aurora, desponta a bela aurora,
Piano, Mansos, e tu non sorgi ancora e você ainda não aparece,
pianissimo, senza parlar, de mansinho, sem falar, e puoi dormir così? e pode dormir assim?
tutti con me venite qua. venham todos comigo. Sorgi, mia dolce speme, Apareça, minha doce esperança,
vieni, bell’idol mio; venha, meu belo ídolo,
MUSICI MÚSICOS rendi men crudo, oh Dio, torne menos cruel, Oh, Deus,
Piano, pianissimo, eccoci qua. Mansos, de mansinho, estamos aqui. lo stral che mi feri. a flecha que me feriu.
Oh sorte! già veggo Oh, sorte! Já vejo
FIORELLO FIORELLO quel caro sembiante; aquele semblante querido;
Tutto è silenzio; Tudo é silêncio, quest’anima amante esta alma amante
nessun qui sta che i nostri aqui não há ninguém que nossos ottenne pietà. obteve piedade!
canti possa turbar. cantos possam perturbar. Oh istante d’amore! Oh, instante de amor!
Felice momento! Momento feliz!
CONTE (sottovoce) CONDE (em voz baixa) Oh dolce contento, Oh, doce alegria
Fiorello! Olà! Fiorello! Olá!
42 43
che eguale no non ha! que não tem igual! ringraziandolo e baciandogli la mano agradecendo-lhe e beijando-lhe a mão e
Ehi, Fiorello! Ei, Fiorello! e il vestito. Egli, indispettito per lo a roupa. Ele, incomodado pelo barulho
strepito che fanno, li va cacciando. Lo que fazem, vai expulsando-os. Fiorello
FIORELLO FIORELLO stesso fa anche Fiorello) faz o mesmo.)
Mio Signore! Senhor?
MUSICI MÚSICOS
CONTE CONDE Mille grazie, mio signore Muito obrigado, meu senhor,
Dì, la vedi? Diga, está vendo-a? del favore, dell’onore pelo favor, pela honra!
Ah, di tanta cortesia, Ah, por tanta cortesia
FIORELLO FIORELLO obbligati in verità! somos gratos de verdade!
Signor no. Não, senhor. Oh, che incontro fortunato! Oh, que encontro de sorte!
È un signor di qualità! É um senhor de qualidade!
CONTE CONDE
Ah, ch’è vana ogni speranza! Ah, toda esperança é vã! CONTE CONDE
Basta, basta, Basta, basta,
FIORELLO FIORELLO non parlate, ma non serve, não falem, não precisa,
Signor Conte, il giorno avanza. Senhor Conde, o dia avança. non gridate! não gritem!
Maledetti, andate via! Malditos, vão embora!
CONTE CONDE Ah, canaglia, via di qua! Ah, canalhas, fora daqui!
Ah! che penso! che farò? Ah! Que penso! Que farei? Tutto quanto il vicinato Toda a vizinhança vai acordar com
Tutto è vano buona gente! Tudo é em vão. Gente boa! questo chiasso sveglierà. essa balbúrdia!
46 47
vita più nobile, no, non si dà. mais nobre não existe. A te fortuna, a te fortuna, A ti fortuna, a ti fortuna,
La, la ran la, Lá, lá ran lá, a te fortuna a ti fortuna
la ran la, la ran la. lá ran lá, lá ran lá. non mancherà. não faltará.
Rasori e pettini, Navalhas e pentes, La, la ran la, la ran la, la ran. Lá, lá ran lá, lá ran lá, lá ran.
lancette e forbici, bisturis e tesouras, A te fortuna, a te fortuna, A ti fortuna, a ti fortuna,
al mio comando tutto qui sta. ao meu comando estão todos aqui. a te fortuna a ti fortuna
V’è la risorsa poi del mestiere São os recursos do ofício, com a non mancherà! não faltará!
colla donnetta, col cavaliere. mulherzinha, com o cavalheiro. Sono il factotum de la città! Sou o faz-tudo da cidade!
Ah, che bel vivere, Ah, que bela vida,
che bel piacere que belo prazer, Ah, ah! Che bella vita! Ah, ah! Que bela vida!
che bel piacere que belo prazer, Faticar poco, Cansar-me pouco,
per un barbiere di qualità, para um barbeiro de qualidade, divertirsi assai, divertir-me bastante,
di qualità de qualidade! e in tasca sempre e no bolso sempre
aver qualche doblone. ter uns dobrões.
Tutti mi chiedono, Todos me chamam, Gran frutto della mia riputazione. Grande fruto da minha reputação.
tutti mi vogliono, todos me querem, Ecco qua: senza Figaro É assim: sem Figaro
donne, ragazzi, mulheres, rapazes, non si accasa in Siviglia não se casa em Sevilha
vecchi, fanciulle. velhos, meninas. una ragazza; nenhuma moça;
Qua la parrucca... Aqui a peruca... a me la vedovella ricorre a viuvinha recorre a mim
Presto la barba... rápido, a barba... pel marito: atrás de marido;
Qua la sanguigna, Aqui, as sanguessugas, io colla scusa eu, com a desculpa
presto il biglietto! o bilhete, logo. del pettine di giorno, do penteado do dia,
Figaro, Figaro, Figaro, Figaro! Figaro, Figaro, Figaro, Figaro! della chitarra do violão,
Ahimè!, ahimè! Che furia! Ai de mim, ai de mim! Que fúria! col favor della notte, a tutti com a ajuda da noite, a todos,
Ahimè! Ai de mim! onestamente, honestamente,
Che folla! Que multidão! non fo per dir, não digo à toa,
Uno alla volta, per carità! Um por vez, por caridade! m’adatto a far piacere. procuro servir bem.
Figaro! Son qua Figaro! Estou aqui! Oh, che vita, che vita! Oh, que vida, que vida!
Ehi Figaro! Son qua. Ei, Figaro! Estou aqui! Oh, che mestiere! Oh, que ofício!
Figaro qua, Figaro là, Figaro aqui, Figaro lá, Orsù, presto a bottega. Pois bem, rápido, à loja!
Figaro qua, Figaro là, Figaro aqui, Figaro lá, Figaro para
Figaro su, Figaro giù, cima, Figaro para baixo, Figaro para CONTE CONDE
Figaro su, Figaro giù! cima, Figaro para baixo! (È desso, o pur m’inganno?) (É ele ou estou enganado?)
Pronto prontissimo Rápido, rapidíssimo,
son come il fulmine, sou como o raio, FIGARO FIGARO
sono il factotum della città, sou o faz-tudo da cidade, (Chi sarà mai costui?) (Quem será esse?)
della città! da cidade!
Ah, bravo Figaro, Ah, bravo Figaro, CONTE CONDE
bravo, bravissimo! bravo, bravíssimo! (Oh, è lui senz’altro!) Figaro! (Oh, é ele, sem dúvida!) Figaro!
48 49
FIGARO FIGARO CONTE CONDE
Mio padrone. Oh, chi veggo! Meu patrão! Oh, quem vejo! Hai messo ancor giudizio? Já tomou juízo?
Eccellenza! Excelência!
FIGARO FIGARO
CONTE CONDE Oh! E come. Ed ella, Oh! E como. E o senhor,
Zitto, zitto, prudenza: Calado, calado, prudência: come in Siviglia? como veio parar em Sevilha?
qui non son conosciuto, aqui não me conhecem, nem quero
nè vo’ farmi conoscere. me dar a conhecer. CONTE CONDE
Per questo ho Para isso tenho Or te lo spiego. Já te explico.
le mie gran ragioni. minhas boas razões. Al Prado vidi un fior di bellezza, No Prado, vi uma flor de beleza,
una fanciulla, figlia d’un uma menina, filha de um
FIGARO FIGARO certo medico barbogio certo médico caduco, que se
Intendo, intendo, Entendo, entendo, che qua da pochi di s’è stabilito; estabeleceu aqui há pouco;
la lascio in libertà. deixo-o livre. io, di questa invaghito, eu, apaixonado por ela,
lasciai patria e parenti, deixei pátria e parentes,
CONTE CONDE e qua men venni, e vim para cá,
No. Não! e qui la notte e il giorno e aqui, dia e noite,
passo girando passo girando
FIGARO FIGARO a que’ balconi intorno. em torno desses balcões.
Che serve? De que adianta?
FIGARO FIGARO
CONTE CONDE A que’ balconi? Un medico? Desses balcões? Um médico?
No, dico: resta qua; Não, estou dizendo: fique aqui; Oh cospetto! Oh, caramba!
forse ai disegni miei talvez sua chegada não seja inoportuna Siete ben fortunato; Você tem muita sorte;
non giungi inopportuno para os meus desígnios. Mas, caramba, sui maccheroni seu queijo caiu
Ma cospetto, dimmi un po’, diga-me, il cacio v’è cascato. bem em cima do macarrão.
buona lana seu picareta,
come ti trovo qua? como veio parar aqui? CONTE CONDE
Poter del mondo! Mundo poderoso! Come? Como?
Ti veggo grasso e tondo. Vejo-te gordo e redondo.
FIGARO FIGARO
FIGARO FIGARO Certo. Com certeza.
La miseria, signore! A miséria, senhor! Là dentro io son barbiere, Lá dentro sou barbeiro,
parrucchier, chirurgo, botanico, peruqueiro, cirurgião, botânico,
CONTE CONDE spezial, veterinario, boticário, veterinário,
Ah, birbo! Ah, patife! i1 faccendier di casa. o quebra-galho da casa.
50 51
FIGARO FIGARO Il tempo è buono? O tempo está bom?
Non basta. Não para por aí. (Esce) (Sai)
La ragazza A garota Cos’è quella carta? Que papel é esse?
figlia non è del medico. não é filha do médico.
È soltanto la sua pupilla! É apenas sua pupila! ROSINA ROSINA
Niente, niente, signor: son le parole Nada, nada, senhor: são os versos da
CONTE CONDE dell’aria dell’Inutil Precauzione. ária da Inútil Precaução.
Oh, che consolazione! Ah, que consolo!
CONTE CONDE
FIGARO FIGARO (a Figaro) (para Figaro)
Perciò... zitto! Portanto... calado! Ma brava... Muito bem!...
Dell’Inutil Precauzione De Inútil Precaução.
CONTE CONDE
Cos’è? Que foi? FIGARO FIGARO
(al Conte) (para o Conde)
FIGARO FIGARO Che furba! Que esperta!
S’apre il balcone. O balcão está se abrindo.
BARTOLO BARTOLO
(Si ritirano sotto il portico. Rosina, (Escondem-se sob o pórtico. Rosina, depois Cos’è questa O que é essa
indi Bartolo in ringhiera, e detti.) Bartolo na balaustrada, e os mesmos..) Inutil Precauzione? Inútil Precaução?
52 53
L’aria m’è caduta! Minha ária caiu! In casa, in casa, animo, su! Para casa, para casa, ânimo, já!
Raccoglietela presto. Pegue, rápido. A chi dico? Com quem estou falando?
In casa, presto! Para casa, rápido!
BARTOLO BARTOLO
Vado, vado. Vou, vou. ROSINA ROSINA
Vado, vado. Che furia! Vou, vou! Que fúria!
(Rientra.) (Volta.)
BARTOLO BARTOLO
ROSINA ROSINA Quel balcone Quero murar
Ps... Ps Psiu. Psiu. io voglio far murare esse balcão.
Dentro, dico. Para dentro, estou dizendo.
CONTE (fuori) CONDE (fora)
Ho inteso. Entendi. ROSINA ROSINA
Ah, che vita da crepare! Ah, que vida de morrer!
(Raccoglie la carta) (Recolhe o papel.)
(Rientra. Bartolo anch’esso rientra in (Rosina entra na casa
ROSINA ROSINA casa) seguida por Bartolo.)
Presto. Rápido.
CONTE CONDE
CONTE (sottovoce) CONDE (em voz baixa) Povera disgraziata! Pobre desgraça!
Non temete. Não tema. Il suo stato infelice Seu estado infeliz
sempre più m’interessa. interessa-me cada vez mais.
(Il Conte si ritira. (O Conde se retira.)
FIGARO FIGARO
BARTOLO (fuori) BARTOLO (fora) Presto, presto, Rápido, rápido,
Son qua. Dov’è? Estou aqui. Cadê? vediamo cosa scrive. vejamos o que escreve.
(Cercando.) (Procurando.)
CONTE CONDE
ROSINA ROSINA Appunto. Leggi. Exatamente. Leia.
Ah, il vento l’ha portata via. Ah, o vento levou embora.
Guardate. Veja. FIGARO FIGARO
(legge) (lê)
(Additando in lontananza.) (Apontando ao longe.) “Le vostre assidue premure “Suas gentilezas assíduas
hanno eccitata la mia curiosità . excitaram minha curiosidade.
BARTOLO BARTOLO Il mio tutore O meu tutor
Io non la veggo. Não estou vendo. è per uscir di casa; está para sair de casa;
Eh, signorina, non vorrei... Ei, senhorita, não queria... appena si sarà allontanato, logo que se afastar,
(Cospetto! (Caramba! procurate procure,
Costei m’avesse preso!) E se ela me aprontou?) con qualche mezzo ingegnoso de alguma forma engenhosa,
54 55
d’indicarmi il vostro nome, indicar-me seu nome, BARTOLO BARTOLO
il vostro stato seu estado (parlando verso le quinte) (falando na direção dos bastidores)
e le vostre intenzioni. e suas intenções. Fra momenti Voltarei
Io non posso giammai comparire Não posso jamais comparecer io torno. em momentos.
al balcone ao balcão Non aprite a nessuno. Não abra a ninguém.
senza l’indivisibile compagnia sem a companhia inseparável Se Don Basilio Se Dom Basilio
del mio tiranno. do meu tirano. venisse a ricercarmi, vier me procurar,
Siate però certo, Tenha, porém, certeza che m’aspetti. que me espere.
che tutto è de que está disposta
disposta a fare, a fazer de tudo (Chiude la porta di casa, tirandola (Fecha a porta da casas, trancando-a
per rompere le sue catene, para romper os seus grilhões, dietro di sé) atrás de si.)
la sventurata ROSINA.” a desventurada ROSINA.”
Le mie nozze con lei. Meu casamento com ela
CONTE CONDE meglio è affrettare é melhor apressar.
Sì, sì, le romperà. Sim, sim, romperá. Sì, dentr’oggi Sim, hoje mesmo
Su, dimmi un poco: Vamos, diga-me: finir vo quest’affare. vou liquidar o assunto.
che razza d’uomo è que tipo de homem é
questo suo tutore? esse seu tutor? (Parte.) (Sai.)
FIGARO FIGARO CONTE (fuori com Figaro) CONDE (fora com Figaro)
È un vecchio indemoniato avaro, É um velho endiabrado, avaro, Dentr’oggi Hoje mesmo
sospettoso, brontolone. desconfiado, resmungão. le sue nozze con Rosina! seu casamento com Rosina!
Avrà cent’anni indosso Tem cem anos no lombo Ah, vecchio rimbambito! Ah, velho senil!
e vuol fare il galante. e quer dar uma de galã. Ma dimmi or tu: Mas agora me diga:
Indovinate? Adivinhe? chi è questo Don Basilio? quem é esse Dom Basilio?
Per mangiare Para comer
a Rosina tutta l’eredità toda a herança de Rosina FIGARO FIGARO
s’è fitto in capo colocou na cabeça que quer È un solenne É um solene
di volerla sposare. se casar com ela. imbroglion di matrimoni, embrulhão de casamentos,
un collo torto, um hipócrita,
Aiuto! Socorro! un vero disperato, um verdadeiro desesperado,
sempre senza un quattrino... sempre sem um tostão...
CONTE CONDE Già, è maestro di musica; Ah, é professor de música;
Che? Quê? insegna alla ragazza. dá aulas à moça.
56 57
FIGARO FIGARO FIGARO FIGARO
Ora pensate Agora pense Certo. Ecco la chitarra; Com certeza. O violão está aqui;
della bella Rosina em satisfazer os desejos presto, andiamo. rápido, vamos.
a soddisfar le brame. da bela Rosina.
CONTE CONDE
CONTE CONDE Ma io... Mas eu...
Il nome mio Não quero dizer
non le vo’ dir nè il grado. meu nome, nem minha posição. FIGARO FIGARO
Assicurarmi vo’ pria Quero antes me assegurar Oh che pazienza! Oh, que paciência!
ch’ella ami me, de que ela ama
me solo al mondo, apenas a mim no mundo, CONTE CONDE
non le ricchezze não as riquezas Ebben, proviamo. Pois bem, tentemos.
e i titoli e os títulos
del conte d’Almaviva. do Conde de Almaviva. (Prende la chitarra, e canta (Pega o violão
Ah, tu potresti... Ah, você podia... accompagnandosi) e canta, acompanhando-se.)
FIGARO FIGARO Se il mio nome saper voi bramate, Se quer saber o meu nome,
Io? no, signore; Eu? Não, senhor; dal mio labbro de meus lábios
voi stesso dovete. o senhor é quem deve. il mio nome ascoltate. escute meu nome.
Io son Lindoro che fido v’adoro, Sou Lindoro, que fiel te adora,
CONTE CONDE che sposa vi bramo, que te quer como esposa,
Io stesso? E come? Eu mesmo? E como? che a nome vi chiamo, que chama teu nome
che a nome vi chiamo... que chama teu nome...
FIGARO FIGARO Di voi sempre Que sempre fala
Zi... zitto. Ca... calado! parlando così de ti, assim,
Eccoci a tiro, osservate: Estamos ao alcance, observe: dall’aurora da aurora
per Bacco, non mi sbaglio. por Baco, não me engano. al tramonto del dì, ao cair do dia,
Dietro la gelosia Atrás da gelosia dall’aurora da aurora
sta la ragazza. está a moça. al tramonto del dì. ao cair do dia.
Presto, presto Rápido, rápido,
all’assalto, niun ci vede. ao ataque, ninguém nos vê. ROSINA ROSINA
Segui, o caro; deh, segui così. Siga, querido; ah, siga assim.
(Presentandogli la chitarra) (oferecendo-lhe o violão.)
FIGARO FIGARO
In una canzonetta così alla buona Com uma cançãozinha, assim, Sentite. Ah! che vi pare? Ouça. Ah! Que acha?
il tutto spiegatele, signor tranquilamente explique tudo, senhor.
CONTE CONDE
CONTE CONDE Oh, me felice! Oh, sou feliz!
Una canzone? Uma canção?
58 59
FIGARO FIGARO FIGARO FIGARO
Da bravo, a voi, seguite. Bravo, então siga. Ih, ih, che furia! Ih, ih, que fúria!
Sì, sì, v’aiuterò. Sim, sim, ajudarei.
CONTE (canta) CONDE (canta)
L’amoroso e sincero Lindoro O amoroso e sincero Lindoro CONTE CONDE
non può darvi, não pode te dar, Da bravo: entr’oggi vo’ Bravo. Hoje mesmo quero que você
mia cara, un tesoro. querida, um tesouro. che tu m’introduca in quella casa. me introduza naquela casa.
Ricco non sono, Rico não sou, Dimmi, come farai? via! Diga, como vai fazer? Vamos!
ma un core vi dono, mas te dou um coração, Del tuo spirito Vejamos as proezas
un’anima amante uma alma amante, vediam qualche prodezza. do seu espírito.
che fida e costante, que fiel e constante,
che fida e costante, que fiel e constante, FIGARO FIGARO
per voi sola sospira così só por você suspira assim, Del mio spirito! Do meu espírito!
dall’aurora da aurora Bene... vedrò... ma in oggi Bem... verei..., mas hoje...
al tramonto del dì, ao cair do dia,
dall’aurora da aurora CONTE CONDE
al tramonto del dì. ao cair do dia. Eh via! t’intendo. Ah, sei! Eu te entendo!
Va là, non dubitar, Pois seja, não duvide,
ROSINA (di dentro) ROSINA (de dentro) di tue fatiche pelas suas fadigas,
L’amorosa e sincera Rosina A amorosa e sincera Rosina largo compenso avrai. terá grande compensação.
del suo core de seu coração
Lindo... Lindo... FIGARO FIGARO
Davver? Verdade?
(Si sentono di dentro chiudere le (Ouvem-se as janelas se fecharem de
finestre) dentro.) CONTE CONDE
Parola. Palavra.
CONTE CONDE
Oh, cielo! Oh, céus! FIGARO FIGARO
Dunque, oro a discrezione? Então, ouro à disposição?
FIGARO FIGARO
Nella stanza convien dir Deve ser CONTE CONDE
che qualcuno que alguém entrou no quarto. Oro a bizzeffe. Animo, via. Ouro aos montes. Ânimo, vamos.
entrato sia. Ella si è ritirata. Ela se retirou.
FIGARO FIGARO
CONTE CONDE Son pronto. Estou pronto.
Ah, cospettone! Ah, caramba! Ah, non sapete i simpatici Ah, o senhor não sabe os simpáticos
Io già deliro avvampo! Já ardo de delírio! effetti prodigiosi efeitos prodigiosos
Oh, ad ogni costo Oh, a qualquer custo che ad appagare que, para agradar
vederla io voglio, vo’ parlarle! quero vê-la, quero falar! il mio signor Lindoro o meu senhor Lindoro,
Ah, tu, tu devi aiutar. Ah, você, você deve ajudar. produce in me produz em mim
60 61
la dolce idea dell’oro. a doce ideia do ouro. FIGARO FIGARO
All’idea di quel metallo À ideia daquele metal Cospetto! Caramba!
portentoso, onnipossente, poderoso, onipotente, Dell’alloggio col biglietto Com um bilhete de alojamento
un vulcano la mia mente minha mente já começa quella porta s’aprirà. essa porta se abrirá.
già incomincia a diventar! a virar um vulcão! Che ne dite, mio signore? O que diz, meu senhor? O que lhe
Non vi par? Non l’ho trovata? parece? Não é um achado?
CONTE CONDE
Su, vediamo, Bem, vejamos, CONTE, FIGARO CONDE, FIGARO
su vediam di quel metallo bem vejamos, deste metal Che invenzione prelibata! Que invenção magnífica!
qualche effetto, algum efeito Bravo, bravo, Bravo, bravo,
qualche effetto sorprendente algum efeito surpreendente; bella, bella, bela, bela,
del vulcano, do vulcão, in verità! de verdade!
del vulcano della tua mente do vulcão da tua mente
qualche mostro, alguma mostra, FIGARO FIGARO
qualche mostro singolar! alguma mostra singular. Piano, piano un’altra idea! Calma, calma, outra ideia!
Veda l’oro cosa fa. Veja o que o ouro faz.
FIGARO FIGARO Ubbriaco sì, ubbriaco, De bêbado, sim, de bêbado
Voi dovreste travestirvi, O senhor deve se disfarçar, mio signor, si fingerà. o senhor se fingirá.
per esempio, da... soldato. por exemplo, de... soldado.
CONTE CONDE
CONTE CONDE Ubbriaco? De bêbado?
Da soldato? De soldado?
FIGARO FIGARO
FIGARO FIGARO Sì, signore. Sim, senhor.
Sì, signore. Sim, senhor.
CONTE CONDE
CONTE CONDE Ubbriaco? Ma perchè? De bêbado? Mas por quê?
Da soldato? e che si fa? De soldado? E que fazemos?
FIGARO FIGARO
FIGARO FIGARO (imitando moderatamente i motti d’un (imitando moderadamente os atos de
Oggi arriva un reggimento. Hoje chega um regimento. ubbriaco) um bêbado)
Perchè d’un Porque em alguém
CONTE CONDE ch’è poco in sè que não está muito em si,
Sì, è mio amico il Colonnello. Sim, o Coronel é meu amigo. che dal vino que já está caindo
casca già, de tanto vinho,
FIGARO FIGARO il tutor, credete a me, o tutor, creia-me,
Va benon. Muito bem. il tutor si fiderà. o tutor confiará.
66 67
FIGARO FIGARO FIGARO FIGARO
Oh, buon dì, signorina. Oh, bom dia, senhorita. Salva, salva! Deixe, deixe!
Fra poco Em breve voltaremos
ROSINA ROSINA ci rivedremo. a nos ver.
Buon giorno, signor Figaro. Bom dia, senhor Figaro.
Ho a dirvi qualche cosa. Tenho algo a lhe dizer.
FIGARO FIGARO
E bene, che si fa? E então, o que faz? ROSINA ROSINA
E ancor io, signor Figaro. Eu também, senhor Figaro.
ROSINA ROSINA
Si muor di noia. Morro de tédio. FIGARO FIGARO
Bravissima, vado. Bravíssima, vou-me.
FIGARO FIGARO
Oh diavolo! Possibile! Oh, diabo! Será possível? (Si nasconde nella prima porta a (Esconde-se na primeira porta à
Un ragazza Uma moça sinistra, e poi tratto tratto si fa vedere) esquerda, e se faz ver aos poucos.)
bella e spiritosa. bela e espirituosa.
ROSINA ROSINA
ROSINA ROSINA Quanto è garbato! Como é gentil!
Ah, ah, mi fate ridere! Rá, rá, faz-me rir!
Che mi serve lo spirito, De que me serve o espírito, (Entra Bartolo.) (Entra Bartolo.)
che giova la bellezza de que adianta a beleza
se chiusa io sempre se estou sempre fechada BARTOLO BARTOLO
sto fra quattro mura entre quatro paredes Ah, disgraziato Figaro! ¡Ah! Ah, desgraçado Figaro! Ah!
che mi par d’esser e tenho a impressão de estar Ah, indegno! Ah, indigno!
proprio in sepoltura? na sepultura? Ah, maledetto! Ah, scellerato! Ah, maldito! Ah, celerado!
68 69
BARTOLO BARTOLO BERTA BERTA
Perchè lo vo’ sapere. Porque quero saber. Eccì... Atchim!
(Entra nella seconda camera a destra) (Entra no segundo quarto à direita.) BARTOLO BARTOLO
Che pazienza! Haja paciência!
BARTOLO BARTOLO
Vedete che grazietta! Vejam que gracinha! AMBROGIO AMBROGIO
Più l’amo, Quanto mais a amo, Ah... ah! che sonno! Ah... ah! Que sono!
e più mi sprezza la briccona. mais a safada me despreza.
Certo, certo è il barbiere Claro, claro que é o barbeiro BARTOLO BARTOLO
che la mette in malizia. que a desvia para a malícia. Ebben! E então?
Chi sa cosa le ha detto! Chi sa! Quem sabe o que disse a ela! Quem
Or lo saprò. sabe! Saberei agora. BERTA BERTA
Ehi. Berta. Ambrogio! Ei, Berta! Ambrogio! Venne, ma io... Veio, mas eu...
70 71
BARTOLO BARTOLO BARTOLO BARTOLO
Che serve! De que adianta? Chi? Quem?
Eccoli qua, Esses aí L’incognito O amante incógnito
son mezzo morti. estão meio mortos. amante della Rosina? de Rosina?
Andate. Vão embora.
BASILIO BASILIO
AMBROGIO AMBROGIO Appunto quello. Esse mesmo.
Ah... ah! Ah... ah!
BARTOLO BARTOLO
BERTA BERTA Oh diavolo! Oh, diabos!
Eccì... eccì... Atchim... atchim. Ah, qui ci Ah, aqui precisamos
vuol rimedio! de remédio!
BARTOLO BARTOLO
Eh, il diavolo che vi porti! Ah, o diabo que os carregue! BASILIO BASILIO
Certo, ma alla sordina. Sim, mas na surdina.
(Li caccia dentro la scena) (Expulsa-os de cena.)
BARTOLO BARTOLO
Ah! Barbiere d’inferno... Ah! Barbeiro dos infernos... Sarebbe a dir? Ou seja?
Tu me la pagherai. Vai me pagar.
BASILIO BASILIO
(Entra Don Basilio.) (Entra Dom Basilio.) Così, con buona grazia bisogna Assim, com ardil, é preciso
principiare a inventar começar a inventar
Qua, Don Basilio; Aqui, Dom Basilio; qualche favola alguma fábula
giungete a tempo! chegou a tempo. che al pubblico lo metta que o faça ser malvisto
Oh! Io voglio Oh! Quero, in mala vista, pelo público,
per forza o per amor por força ou por amor, che comparir lo faccia que o faça aparecer
dentro domani até amanhã un uomo infame, como um infame,
sposar la mia Rosina. me casar com minha Rosina. un’anima perduta uma alma perdida.
Avete inteso? Entendeu? Io, io vi servirò: Eu, eu o servirei:
fra quattro giorni, credete a me, em quatro dias, acredite,
BASILIO BASILIO Basilio ve lo giura, Basilio jura
Eh, voi dite benissimo, e appunto Ah, muito bem dito, eu vinha mesmo noi lo farem sloggiar faremos com que seja desalojado
io qui veniva ad avvisarvi. para cá avisá-lo. da queste mura. dos muros da cidade.
72 73
È il mio sistema. E non sbaglia. É o meu sistema. E não falha. e produce un’esplosione se propaga, se redobra
come un colpo di cannone, e produz uma explosão
BARTOLO BARTOLO come un colpo di cannone. como um tiro de canhão,
E vorreste? Ma... una calunnia... E você quer? Mas... uma calúnia... Un tremuoto, un temporale, como um tiro de canhão.
un tumulto generale Um terremoto, um temporal,
BASILIO BASILIO che fa l’aria rimbombar! um tumulto geral
Ah, dunque la calunnia Ah, mas o senhor não sabe E il meschino calunniato, que faz o ar retumbar!
cos’è voi non sapete? o que é uma calúnia? avvilito, calpestato, E o pobre caluniado,
sotto il pubblico flagello envilecido, esmagado,
BARTOLO BARTOLO per gran sorte ha crepar. sob flagelo público,
No, davvero. Na verdade, não. E il meschino calunniato, com muita sorte, há de morrer.
avvilito, calpestato, E o pobre caluniado,
BASILIO BASILIO sotto il pubblico flagello envilecido, esmagado,
No? Uditemi e tacete. Não? Escute-me calado. per gran sorte ha crepar. sob flagelo público,
La calunnia è un venticello, A calúnia é um ventinho, Ah! che ne dite? com muita sorte, há de morrer.
un’auretta assai gentile um arzinho bem gentil, E il meschino calunniato, Ah! O que me diz?
che insensibile, sottile, que, sem ser sentido, sutil, avvilito, calpestato, E o pobre caluniado,
leggermente, dolcemente levemente, docemente, sotto il pubblico flagello envilecido, esmagado,
incomincia,. começa, per gran sorte ha crepar. sob flagelo público,
incomincia a sussurrar começa a sussurrar. E il meschino calunniato, com muita sorte, há de morrer.
Piano piano, terra terra, De mansinho, no chão, avvilito, calpestato, E o pobre caluniado,
sottovoce, sibilando, em voz baixa, sibilando, sotto il pubblico flagello envilecido, esmagado,
va scorrendo, va scorrendo vai escorrendo, vai escorrendo, per gran sorte ha crepar. sob flagelo público,
va ronzando, va ronzando; vai zunindo, vai zunindo; Ah! che ne dite? com muita sorte, há de morrer.
nell’orecchie della gente nos ouvidos das pessoas Ah! O Que me diz?
s’introduce, se introduz BARTOLO
s’introduce destramente, se introduz habilmente Eh! sarà ver, BARTOLO
e le teste ed i cervelli, e as cabeças e os cérebros, ma intanto É! Pode ser verdade,
e le teste ed i cervelli fa stordire, e as cabeças e os cérebros si perde tempo, mas enquanto isso
fa stordire e fa gonfiar. deixa aturdidos, e qui stringe il bisogno. se perde tempo,
Dalla bocca fuori uscendo aturdidos e inchados. No: vo’ fare a modo mio: e aqui minha necessidade é urgente.
lo schiamazzo va crescendo Saindo da boca in mia camera andiam. Não, quero fazer do meu jeito:
prende forza a poco a poco, a algazarra vai crescendo, Voglio che insieme vamos para o meu quarto.
vola già di loco in loco; pega força aos poucos, i1 contratto Quero que juntos
sembra il tuono, la tempesta já voa de um lugar a outro; di nozze ora stendiamo. estabeleçamos agora
che nel sen della foresta parece o trovão, a tempestade, Quando sarà mia moglie, o contrato nupcial.
va fischiando, que, no meio da floresta, da questi zerbinotti innamorati Quando for minha mulher,
brontolando, e ti fa d’orror gelar. vai silvando, rosnando metterla in salvo sarà salvá-la desses almofadinhas
Alla fin trabocca e scoppia, e te faz gelar de horror. pensier mio. apaixonados será
si propaga, si raddoppia No fim transborda e estoura, coisa minha.
74 75
BASILIO BASILIO ROSINA ROSINA
Vengan denari: Que venha dinheiro: Eh, via! Ah, pare!
al resto son qua io. para o resto, estou aqui.
FIGARO FIGARO
(Entrano nella prima camera a destra. (Entram no primeiro quarto à direita. Oh, ve lo giuro; Oh, eu juro;
Figaro uscendo con precauzione, indi Figaro sai com precaução, a stender il contratto fechou-se lá dentro
Rosina.) em seguida Rosina.) col maestro di musica com o professor de música
là dentro s’è serrato. para estabelecer o contrato.
FIGARO FIGARO
Ma bravi! ma benone! Bravo! Muito bem! ROSINA ROSINA
Ho inteso tutto. Ouvi tudo. Sì? Sim?
Evviva il buon dottore! Viva o bom doutor. oh, l’ha sbagliata affè! Oh, enganou-se!
Povero babbuino! Tua sposa? Pobre imbecil! Sua esposa? Povero sciocco! Pobre tonto!
Eh, via! pulisciti il bocchino. Ah, fora! Limpe a boca. L’avrà a far con me. Terá de se haver comigo.
Or che stanno là chiusi, Agora que estão trancados lá, Ma dite, signor Figaro, Mas diga, senhor Figaro,
procuriam di parlare tentemos falar voi poco fa sotto le mie finestre há pouco, debaixo da minha janela,
alla ragazza: com a moça: parlavate a un signore? estava falando com um senhor?
eccola appunto. é ela mesma.
FIGARO FIGARO
ROSINA ROSINA Ah... un mio cugino. Ah... um primo meu.
Ebbene, signor Figaro? Pois bem, senhor Figaro? Un bravo giovinotto; Um jovenzinho excelente,
buona testa, ottimo cor; cabeça boa, ótimo coração;
FIGARO FIGARO qui venne i suoi studi a compire, veio aqui concluir os estudos
Gran cose, signorina. Grandes coisas, senhorita. e il poverin e o coitadinho
cerca di far fortuna. busca fazer fortuna.
ROSINA ROSINA
Sì, davvero? Sim, de verdade? ROSINA ROSINA
Fortuna? oh, la farà. Fortuna? Oh, fará.
FIGARO FIGARO
Mangerem dei confetti. Comeremos bem-casados. FIGARO FIGARO
Oh, ne dubito assai: in confidenza Oh, duvido muito: confidencialmente,
ROSINA ROSINA ha un gran difetto addosso. tem um grande defeito.
Come sarebbe a dir? O que quer dizer?
ROSINA ROSINA
FIGARO FIGARO Un gran difetto? Um grande defeito?
Sarebbe a dire, Quer dizer
che il vostro bel tutore que o seu belo tutor FIGARO FIGARO
ha stabilito esser dentro doman estabeleceu que será, até amanhã, Ah, grande: Ah, grande:
vostro marito. seu marido. è innamorato morto. está morto de amor.
76 77
ROSINA ROSINA Si chiama... Se chama...
Sì, davvero? Sim, de verdade?
Quel giovane, vedete, Veja, esse jovem ROSINA ROSINA
m’interessa moltissimo. me interessa muitíssimo! Ebben? Si chiama? Pois bem. Se chama?
78 79
FIGARO FIGARO FIGARO FIGARO
Egli attende qualche segno, Espera um sinal, Ah, che in cattedra Ah, que essa pode dar
poverin, del vostro affetto; coitadinho, do seu afeto; costei di malizia lições de cátedra
sol due righe di biglietto só duas linhas de bilhete, può dettar. de malícia.
gli mandate, mande-lhe,
e qui verrà. e ele virá. ROSINA ROSINA
Che ne dite? O que diz? Ah, tu solo, amor, Ah, só você, amor,
tu sei, che mi devi consolar! deve me consolar!
ROSINA ROSINA
Non vorrei... Não queria... FIGARO FIGARO
Donne, donne, eterni Dei, Mulheres, mulheres, deuses eternos,
FIGARO FIGARO chi vi arriva a indovinar? quem chega a conhecê-las?
Su, coraggio. Vamos, coragem.
(Figaro parte.) (Figaro sai.)
ROSINA ROSINA
Non saprei... Não saberia... ROSINA ROSINA
Ora mi sento meglio. Agora me sinto melhor.
FIGARO FIGARO Questo Figaro Esse Figaro
Sol due righe... Só duas linhas... è un bravo giovinotto. é um jovenzinho ótimo.
80 81
ROSINA ROSINA BARTOLO BARTOLO
Oh! mi parlò di cento bagattelle, Oh! Falou-me de centenas de Bravissima! E la penna Bravíssima! E a pena,
del figurin di Francia... ninharias, do figurino da França, perchè fu temperata? por que foi temperada?
del mal della da doença de sua
sua figlia Marcellina. filha Marcellina. ROSINA ROSINA
(Maledetto!) La penna! (Maldito!) A pena!
BARTOLO BARTOLO Per disegnare un fiore Para desenhar uma flor
Davvero? Verdade? sul tamburo. na talagarça.
Ed io scommetto che portò E eu desconfio que trouxe
la risposta al tuo biglietto. a resposta ao seu bilhete. BARTOLO BARTOLO
Un fiore! Uma flor!
ROSINA ROSINA
Qual biglietto? Que bilhete? ROSINA ROSINA
Un fiore. Uma flor.
BARTOLO BARTOLO
Che serve! De que adianta? BARTOLO BARTOLO
L’arietta dell’Inutil Precauzione A ariazinha da Inútil Precaução, Un fiore. Ah! fraschetta! Uma flor! Ah, sirigaita!
che ti cadde que hoje de manhã você
staman giù dal balcone. deixou cair do balcão. ROSINA ROSINA
Vi fate rossa? Está ficando vermelha? Davver. De verdade.
(Avessi indovinato!) (Adivinhei!)
Che vuol dir questo dito O que quer dizer esse dedo BARTOLO BARTOLO
così sporco d’inchiostro? tão sujo de tinta? Zitta! Calada!
82 83
a imposturar. a impostura. la gatta morta! de gata morta!
I confetti alla ragazza! As balas para a menina! Cospetton! per quella porta Diacho! Por aquela porta
Il ricamo sul tamburo! O bordado na talagarça! nemmen l’aria entrar potrà! nem o ar poderá entrar!
Vi scottaste: eh via! Queimou-se: ora, vamos! in sua camera serrata Trancada em seu quarto
Ci vuol altro, figlia mia, É preciso de outra coisa, minha filha, fin ch’io voglio deverá ficar
per potermi corbellar. para me engambelar. star dovrà. enquanto eu quiser.
Perchè manca là quel foglio? Por que está faltando uma folha? sì, sì, sì... Sim, sim, sim!
Vo’ saper cotesto imbroglio. Quero saber que rolo é esse. in sua camera serrata Trancada em seu quarto
Sono inutili le smorfie! É inútil fazer careta! fin ch’io voglio deverá ficar
Ferma là, non mi toccate, Parada aí, não me toque, star dovrà. enquanto eu quiser.
no, figlia mia non lo sperate, não, minha filha, não espere sì, sì, sì! Sim, sim, sim!
ch’io mi lasci infinocchiar. que eu me deixe enrolar. Signorina, un’altra volta Senhorita, uma outra vez
A un dottor della mia sorte A um doutor do meu quilate quando Bartolo andrà fuori, que Bartolo sair
queste scuse, signorina! essas desculpas, senhorita! la consegna ai servitori saberá dar aos criados
Vi consiglio, mia carina, Aconselho-a, minha querida a suo modo far saprà. as ordens à sua maneira.
un po’ meglio a melhorar Ah, non servono le smorfie, Ah, as caretas não servem,
a imposturar. a impostura. faccia pur pode se fazer
Via, carina, confessate! Vamos, querida, confesse! la gatta morta! de gata morta!
Son disposto a perdonar. Estou disposto a perdoar. Cospetton! per quella porta Diacho! Por aquela porta
Non parlate? Vi ostinate? Não fala? Obstina-se? nemmen l’aria entrar potrà! nem o ar poderá entrar!
So ben io Eu sei bem E Rosina innocentina, E Rosina, inocentezinha,
quel che ho da far. o que devo fazer. sconsolata, disperata... desconsolada, desesperada...
Signorina, un’altra volta Senhorita, uma outra vez Un dottor della mia sorte Um doutor do meu quilate
quando Bartolo andrà fuori, que Bartolo sair, non si lascia infinocchiar! não se deixa engambelar!
la consegna ai servitori saberá dar aos criados
a suo modo far saprà. as ordens à sua maneira. (Parte.) (Parte.)
Signorina, un’altra volta Senhorita, uma outra vez
quando Bartolo andrà fuori, que Bartolo sair, ROSINA ROSINA
la consegna ai servitori saberá dar aos criados Brontola quanto vuoi, Resmungue o quanto quiser,
a suo modo far saprà. as ordens à sua maneira. chiudi porte e finestre. feche portas e janelas.
Ah, non servono le smorfie, Ah, as caretas não servem, Io me ne rido: già di noi femmine Dou risada: a nós, mulheres,
faccia pur pode se fazer alla più marmotta mesmo a mais sonsa,
la gatta morta! de gata morta! per aguzzar l’ingegno para aguçar o engenho
Cospetton! per quella porta Diacho! Por aquela porta e far la spiritosa, tutto a un tratto e ficar espirituosa, de repente,
nemmen l’aria entrar potrà! nem o ar poderá entrar! basta chiuderla chiave basta trancá-la à chave
E Rosina innocentina, E Rosina, inocentezinha, e il colpo è fatto! e está tudo feito!
sconsolata, disperata... desconsolada, desesperada...
Ah, non servono le smorfie, Ah, as caretas não servem, (Entra nella seconda camera a destra. (Entra no segundo quarto à direita.
faccia pur pode se fazer Berta sola dalla seconda camera a Berta, sozinha do segundo quarto da
sinistra) esquerda)
84 85
BERTA BERTA BARTOLO BARTOLO
Finora i questa camera Até agora, nesse quarto, tive a Cosa vuol, signor soldato? O que deseja, senhor soldado?
mi parve di sentir un mormorio; impressão de ouvir um murmúrio;
sarà stato il tutor, colla pupilla.. deve ser o tutor com a pupila... CONTE CONDE
non ha un’ora não tem uma hora (Cerca in tasca) (Procura no bolso.)
di ben. de paz. Ah! sì, sì, Ah! Sim, sim!
Queste ragazze Essas garotas bene obbligato. Bem, obrigado.
non la voglion capir… não querem entender...
(Si ode picchiare) (Ouve-se bater) BARTOLO BARTOLO
battono. uma batida. (Qui costui (O que esse
che mai vorrà?) quer aqui?)
CONTE CONDE
(di dentro) (de dentro) CONTE CONDE
Aprite. Abram. Siete voi... O senhor seria...
aspetta un poco... espere um momento...
BERTA BERTA Siete voi dottor Balordo? O senhor seria o Dr. Balordo?
Vengo!... Eccì!... Já vou!... Atchim!...
Ancora dura: Ainda dura: BARTOLO BARTOLO
quel tabacco m’ha esse tabaco me colocou Che balordo? Che Balordo? Que Balordo? Que Balordo?
posta in sepoltura. na sepultura.
CONTE CONDE
(Entra il Conte travestito da soldato di (Entra o Conde disfarçado de soldado de (leggendo) (lendo)
cavalleria, indi Bartolo e Rosina.) cavalaria, depois Bartolo e Rosina.) Ah, ah, Bertoldo? Ah, ah, Bertoldo?
CONTE CONDE (Entra Rosina. Si arresta vedendo Bartolo) (Entra Rosina. Para ao ver Bartolo.)
(Non si vede! che impazienza!... (Não se vê! Que impaciência!
Quanto tarda! dove sta?) Quanto demora! Onde está?) ROSINA ROSINA
Dunque voi siete dottore? Então o senhor é médico? (Un soldato? Il tutore? (Um soldado? O tutor?
Cosa mai faranno qua?) Que estarão fazendo aqui?)
BARTOLO BARTOLO
Son dottore sì, signore. Sou médico, sim senhor. CONTE CONDE
(È Rosina; or son contento.) (É Rosina; agora estou contente.)
CONTE CONDE
Va benissimo; Está ótimo, dê cá ROSINA ROSINA
un abbraccio, qua, collega. um abraço, venha, colega.
(Ei mi guarda, e s’avvicina.) (Ele me olha e se aproxima.)
(Lo abbraccia per forza) (Abraça-o à força.)
CONTE CONDE
BARTOLO BARTOLO (piano, a Rosina) (em voz baixa, a Rosina)
Indietro Para trás! Son Lindoro. Sou Lindoro.
88 89
BARTOLO BARTOLO CONTE CONDE
Dove, dove, signor mio? Para onde, para onde, meu senhor? (adirato) (zangado)
Il brevetto? O comprovante?
CONTE CONDE
In caserma. Para o quartel. BARTOLO BARTOLO
Mio padrone, Meu senhor,
BARTOLO BARTOLO un momento e il mostrerò. um momento, e vou mostrar.
In caserma? Para o quartel?
(Va allo scrittoio) (Vai à escrivaninha.)
CONTE CONDE
Oh, questa è bella! Oh, que beleza! CONTE CONDE
Ah, se qui restar non posso... Ah, se não posso ficar aqui...
BARTOLO BARTOLO Deh, prendete. Vamos, pegue.
In caserma? Bagattella! Para o quartel? Bobagem!
ROSINA ROSINA
CONTE CONDE Ohimè! Ci guarda! Ai de mim! Está nos olhando!
Cara... Querida...
BARTOLO BARTOLO
ROSINA ROSINA (cercando nello scrittoio) (procurando na escrivaninha)
Aiuto. Socorro. Ah, trovarlo ancor non posso. Ah, não consigo achar...
CONTE CONDE (Venendo avanti con una pergamena. (Avança com um pergaminho e lê.)
Come? Come? Como? Como? Legge.)
“Com a presente, o Dr. Bartolo, etc., é
BARTOLO BARTOLO “Colla presente il Dottor Bartolo, isento...”
Eh, non v’è replica: É, não há réplica: tenho o comprovante eccetera. esentiamo...”
ho il brevetto d’esenzione. de isenção.
90 91
CONTE CONDE
(con un rovescio di mano manda in aria (com um golpe de mão, manda o (Giù il fazzoletto.) (Jogue o lenço no chão).
la pergamena) pergaminho pelos ares)
Eh, andate al diavolo! Ah, vá para o diabo! E gli amici stan di qua, E os amigos estão aqui,
Non mi state più à seccar. Pare de me aborrecer. attenzion! atenção!
BARTOLO BARTOLO (Coglie il momento in cui Bartolo (Aproveita o momento em que Bartolo
Cosa fa, signor mio caro? O que está fazendo, meu caro senhor? l’osserva meno attentamente, lascia observa-o menos atentamente, deixa
cadere il biglietto e Rosina vi fa cader cair o bilhete e Rosina derruba o lenço
CONTE CONDE sopra il fazzoletto) em cima.)
Zitto là, Dottor somaro! Calado, doutor asno!
Il mio alloggio è qui fissato, Meu alojamento foi fixado aqui, e aqui BARTOLO BARTOLO
e in alloggio qui vo’ star. quero me alojar. Ferma, ferma! Parado! Parado!
94 95
ROSINA, BERTA, ROSINA, BERTA, Signor soldato, porti rispetto, Senhor soldado, tenha respeito,
BARTOLO e BASILIO BARTOLO E BASILIO o questo fusto, ou esse bastão,
Gente! aiuto... ma chetatevi! Gente! socorro..., mas se acalmem! corpo del diavolo! que diabos,
soccorretemi! Socorro! or la creanza vai lhe ensinar
Gente, aiuto! Per pietà! Gente, socorro... Por piedade! le insegnerà! boa educação!
(Figaro entra con bacile sotto il (Figaro entra com uma tigela debaixo Signore, giudizio, Senhor, juízo,
braccio) do braço.) per carità. por favor.
98 99
CONTE CONDE BERTA BERTA
In arresto? In arresto? Io? Preso? Preso? Eu? Da respirar... Para respirar...
Fermi, olà! Parem! Fiato non restami Não me resta ar
da respirar. para respirar.
(Con gesto autorevole trattiene i (Com gesto de autoridade, detém os
soldati, che si arrestano. Egli chiama soldados, que param. Chama para si BARTOLO BARTOLO
a sé l’uffiziale, gli dà a leggere un foglio; o oficial, dá-lhe um papel para ler; o (all’uffiziale) (ao Oficial)
l’uffiziale resta sorpreso, vuol fargli un oficial fica surpreso, quer se curvar a ele; Ma, signor... Mas senhor...
inchino; il Conte lo trattiene. L’uffiziale fa o Conde o impede. O oficial acena para
cenno ai soldati che si ritirino indietro, e os soldados para que se retirem, e faz o CORO CORO
anch’egli fa lo stesso. Quadro di stupore) mesmo. Quadro de estupor.) Zitto tu! Calado!
100 101
fa con barbara armonia faz, com harmonia bárbara,
CORO CORO
mure e volte rimbombar. muros e telhados retumbarem.
Pensiam noi. Nós pensaremos.
E il cervello, poverello, E o cérebro, coitadinho,
già stordito, sbalordito, aturdido, atordoado,
A TRE OS TRÊS
non ragiona, si confonde, não raciocina, se confunde,
Ma se poi... Mas se então...
si riduce ad impazzar! limita-se a enlouquecer!
Mi par d’esser con la testa Parece-me que estou com a cabeça
CORO CORO
in un’orrida fucina, numa forja horrenda,
Zitto tu! Calado!
dove cresce e mai non resta, onde cresce e nunca descansa
delle incudini sonore o estrépito inoportuno
A TRE OS TRÊS
l’importuno strepitar. das bigornas sonoras.
Ma se noi... Mas se nós...
Alternando questo e quello Alternando um e outro
pesantissimo martello pesadíssimo martelo
CORO CORO
fa con barbara armonia faz, com harmonia bárbara,
Non parlar. Não falem.
mure e volte rimbombar. muros e telhados retumbarem.
Vada ognun pei fatti suoi, Cada um cuide de sua vida,
E il cervello, poverello, E o cérebro, coitadinho,
si finisca d’altercar. parem de brigar.
già stordito, sbalordito, aturdido, atordoado,
non ragiona, si confonde, não raciocina, se confunde,
BARTOLO BARTOLO
si riduce ad impazzar! limita-se a enlouquecer!
Ma sentite, ma sentite... Mas ouçam, mas ouçam...
ascoltate, ascoltate... escutem, escutem...
CORO CORO
Vada ognun pei fatti suoi, Cada um cuide de sua vida,
si finisca d’altercar. parem de brigar.
TUTTI TODOS
Mi par d’esser con la testa Parece-me que estou com a cabeça
in un’orrida fucina, numa forja horrenda,
dove cresce e mai non resta, onde cresce e nunca descansa
delle incudini sonore o estrépito inoportuno
l’importuno strepitar. das bigornas sonoras.
Alternando questo e quello Alternando um e outro
pesantissimo martello pesadíssimo martelo
102 103
104 105
Fevereiro de 2019 / Elenco
Elenco 1 [datas: 14, 16, 19, 21] Elenco 2 [datas: 15, 17, 20]
FIGARO (barítono) Michel de Souza FIGARO (barítono) David Marcondes
ROSINA (mezzosoprano) Luisa Francesconi ROSINA (mezzo-soprano) Luciana Bueno
CONDE DE ALMAVIVA (tenor) Jack Swanson CONDE DE ALMAVIVA (tenor) Anibal Mancini
DR. BARTOLO (baixo) Sávio Sperandio DR. BARTOLO (baixo) Saulo Javan
DOM BASÍLIO (baixo) Carlos Eduardo Marcos DOM BASÍLIO (baixo) Matheus França
FIORELLO (barítono) Vitor Mascarenhas FIORELLO (barítono) Vicente Sampaio
BERTA (soprano) Débora Dibi BERTA (soprano) Denise Yamaoka
SARGENTO (baixo) Andrey Mira SARGENTO (baixo) Andrey Mira
AMBROGIO (ator) Fabrizio Santos AMBROGIO (ator) Fabrizio Santos
NOTÁRIO (ator) Sergio Seixas NOTÁRIO (ator) Sergio Seixas
106 107
108 109
CONTE CONDE
Atto II Ato II Gioia e pace per mill’anni. Alegria e paz por mil anos.
Camera in casa di Bartolo, con sedia ed Quarto na casa de Bartolo, com cadeira, BARTOLO BARTOLO
un pianoforte con varie carte di musica. um piano, e vários papéis de música. Obbligato in verità. Obrigado de verdade.
Questo volto non m’è ignoto... Esse rosto não me é desconhecido...
BARTOLO BARTOLO non ravviso, non ricordo... não distingo, não me recordo...
Ma vedi il mio destino! Mas vejam o meu destino! ma quel volto... non capisco... mas esse rosto... não entendo...
Quel soldato, Esse soldado, Chi sarà? Quem será?
per quanto abbia cercato, por mais que eu tenha procurado,
niun lo conosce ninguém conhece CONTE CONDE
in tutto il reggimento. em todo o regimento. (Ah, se un colpo è andato a vuoto... (Ah, se o primeiro golpe falhou...
Io dubito eh, cospetto! Eu duvido, ah, caramba! a gabbar questo balordo... para enganar esse otário...
Che dubitar? Que dúvida? un novel travestimento... um novo disfarce...
Scommetto che dal conte Aposto que aquele senhor più propizio a me sarà.) vai me ser mais propício.)
Almaviva è stato foi mandado para cá Gioia e pace, pace e gioia. Alegria e paz, paz e alegria.
qui spedito quel signore pelo Conde de Almaviva
ad esplorar della para explorar o coração BARTOLO BARTOLO
Rosina il core. de Rosina. Ho capito. Entendi.
Nemmeno in casa propria Nem na própria casa se pode (Oh! ciel! che noia!) (Oh, céus! Que chatice!)
sicuri si può star! Ma io... ficar seguro! Mas eu...
CONTE CONDE
(Battono) (Batem.) Gioia e pace, ben di core. Alegria e paz, de todo coração.
110 111
CONTE CONDE CONTE CONDE
Ben di core, De todo coração, Piano, piano. Calma, calma.
pace e gioia, gioia, pace! paz e alegria, alegria e paz! Non è mal così grave. Não é um mal tão grave.
114 115
BARTOLO BARTOLO (Siede al pianoforte, e Rosina canta (Senta-se ao piano, e Rosina canta,
Cos’è stato? Que foi? accompagnata dal Conte. Bartolo siede acompanhada pelo Conde. Bartolo
e ascolta) senta-se e escuta.)
ROSINA ROSINA
È un granchio al piede. Uma cãibra no pé. ROSINA ROSINA
“Contro un cor “Contra um coração
CONTE CONDE che accende amore que acende amor
Oh nulla! Oh, não é nada! di verace, invitto ardore, de ardor veraz e invicto,
Sedete a me vicin, bella fanciulla. Sente-se perto de mim, bela menina. Se s’arma invan poter tiranno, em vão o poder tirano se arma
Se non vi spiace, não lhe desagrada, di rigor, di crudeltà. de rigor, de crueldade.
un poco di lezione, um pouco de aula, no lugar D’ogni assalto vincitore Vencedor em todo assalto,
di Don Basilio invece, vi darò. de Dom Basilio, vou lhe dar. sempre amor trionferà.” o amor sempre triunfará.”
Ah Lindoro, mio tesoro, Ah, Lindoro, meu tesouro,
ROSINA ROSINA se sapessi, se vedessi! se você soubesse, se viesse!
Oh con mio gran piacer la prenderò Oh, aceito com muito prazer. Questo cane di tutore, Esse cachorro de tutor,
. ah, che rabbia che mi fa! ah, que raiva me dá!
CONTE CONDE Caro, a te mi raccomando, Querido, confio-me a você,
Che volete cantare? Que quer cantar? tu mi salva, per pietà, sì, sì, sì. salve-me por piedade, sim, sim, sim.
116 117
dolce idea d’un lieto amore, doce ideia de um amor feliz, col bacile sotto il braccio, e si pone debaixo do braço, e fica atrás de Bartolo,
tu m’accendi você me acende dietro Bartolo imitandone il ballo con imitando-lhe a dança com caricatura.
in petto il core, o coração no peito, caricatura. Rosina ride.) Rosina ri.)
tu mi porti a delirar. você me faz delirar!
Caro a te mi raccomando, Querido, confio-me a você, Bravo, signor barbiere, ma bravo! Bravo, senhor barbeiro, bravo!
tu mi salva per pietà, salve-me, por piedade,
tu mi porti a delirar! você me faz delirar! FIGARO FIGARO
Eh, niente affatto: Ah, não é nada demais:
CONTE CONDE scusi, son debolezze. desculpe, são fraquezas.
Bella voce! Bravissima! Bela voz! Bravíssima!
BARTOLO BARTOLO
ROSINA ROSINA Ebben, Pois bem,
Oh, mille grazie! Oh, muito obrigada! qui dunque, che vieni a fare? o que, então, veio fazer?
oggi non voglio. Ma che? Hoje não quero. Como? Animo, va tu stesso! Ânimo, vá você!
M’avete preso da Está achando que sou Passato il corridor, Passado o corredor,
per un qualche barbier contadini? um barbeiro camponês qualquer? sopra l’armadio, sobre o armário,
Chiamate pur un altro, Chame então outro, il tutto troverai. vai encontrar tudo.
io me ne vado. vou embora. Bada, non toccar nulla. Cuidado, não toque em nada.
ROSINA ROSINA (Si dispone per sedere e farsi radere. In (Prepara-se para se sentar e ser
Ah, mio Lindoro, Ah, meu Lindoro, questo entra Basilio) barbeado. Nisso entra Dom Basilio.)
altro io non bramo. não quero outra coisa.
ROSINA ROSINA
(Si ricompone vedendo rientrar Bartolo (Recompõe-se ao ver voltarem Figaro e Don Basilio! Dom Basilio!
e Figaro) Bartolo.)
CONTE CONDE
CONTE CONDE Cosa veggo! Que vejo!
Ebben? E então?
FIGARO FIGARO
BARTOLO BARTOLO Quale intoppo! Que estorvo!
Tutto mi ha rotto; sei piatti, Quebrou tudo; seis pratos,
otto bicchieri, una terrina. oito copos, uma terrina. BARTOLO BARTOLO
Come qua? Como está aqui?
FIGARO FIGARO
(mostrando di soppiatto al Conte la (mostrando disfarçadamente ao Conde BASILIO BASILIO
chiave a chave da gelosia, que roubou do Servitor, servitor Sou criado, criado
della gelosia che avrà rubata dal mazzo) molho) di tutti quanti. de todos os presentes.
Vedete che gran cosa! Veja que grande coisa!
122 123
BARTOLO BARTOLO BARTOLO BARTOLO
Che vuol dir tal novità? Que quer dizer essa novidade? Sì, sì, tutto io so, tutto, io. Sim, sim, sei de tudo, tudo.
126 127
ROSINA, CONTE, ROSINA, CONDE, FIGARO FIGARO
FIGARO e BARTOLO FIGARO E BARTOLO Orsù, signor Don Bartolo. Vamos, senhor Dom Bartolo.
Vada, vada! Vá, vá!
BARTOLO BARTOLO
BASILIO BASILIO Son qua, son qua. Estou aqui, estou aqui.
Vado. Vou.
(Bartolo siede, e Figaro gli cinge al collo (Bartolo se senta, e Figaro coloca uma
CONTE CONDE uno sciugatoio disponendosi a fargli la toalha ao redor de seu pescoço, para
Buona sera, mio signore. Boa tarde, meu senhor. barba; durante l’operazione Figaro va barbeá-lo; durante a operação, Figaro
coprendo i due amanti) vai cobrindo os dois amantes.)
FIGARO FIGARO
Buona sera, buona sera. Boa tarde, boa tarde. ROSINA ROSINA
Stringi! Bravissimo! Aperte! Bravíssimo!
CONTE, FIGARO e ROSINA CONDE, FIGARO E ROSINA
Buona sera, mio signore, Boa tarde, meu senhor, CONTE CONDE
presto andate via di qua. vá embora logo. Rosina, Rosina, deh, Rosina, Rosina, ah,
ascoltatemi. escute-me.
BASILIO BASILIO
Buona sera, ben di core, Boa tarde, de coração, ROSINA ROSINA
poi doman si parlerà. amanhã nos falamos. V’ascolto, v’ascolto; Escuto, escuto;
eccomi qua. estou aqui.
ROSINA e FIGARO ROSINA E FIGARO (Siedono fingendo studiar musica) (Sentam-se, fingindo estudar música.)
Maledetto seccatore! Maldito chato!
Buona sera, mio signore, Boa tarde, meu senhor, CONTE CONDE
pace, sonno e sanità. paz, sono e saúde. (a Rosina con cautela) (a Rosina com cautela)
Presto andate via di qua! Vá embora logo! A mezza notte in punto À meia-noite em ponto
a prendervi qui siamo: viremos buscá-la;
CONTE e BARTOLO CONDE E BARTOLO or che la chiave abbiamo agora que temos a chave
Buona sera, mio signore, Boa tarde, meu senhor, non v’è da dubitar. não há dúvidas.
pace, sonno e sanità. paz, sono e saúde.
Presto andate via di qua! Vá embora logo! FIGARO FIGARO
(distraendo Bartolo) (distraindo Bartolo.)
BASILIO BASILIO Ahi! ahi! Ai, ai!
Non gridate, non gridate, Não gritem, não gritem,
buona sera, mio signore, boa tarde, meu senhor, BARTOLO BARTOLO
poi doman si parlerà. amanhã nos falamos. Che cos’è stato? Que foi?
Non gridate, per pietà! Não gritem, por piedade!
FIGARO FIGARO
(Basilio parte.) (Basilio sai.) Un non so che nell’occhio! Alguma coisa no olho!
Guardate! Non toccate... Olhe! Não toque...
128 129
Soffiate, soffiate, Sopre, sopre, vi fate burlar. que vão zombar de você.
per pietà. por piedade! Tacete, tacete, Cale-se, cale-se,
non serve gridar. não adianta gritar.
ROSINA ROSINA L’amico delira! O amigo delira!
A mezza notte in punto, À meia-noite em ponto, Intesi già siamo, Já nos entendemos,
anima mia, t’aspetto. minha alma, espero-te. non vo’ replicar! não vou replicar!
Io già l’istante affretto Já estou impaciente pelo instante
che a te mi stringerà. que me unirá a você. BARTOLO BARTOLO
Di rabbia, di sdegno, De raiva, de indignação,
CONTE CONDE mi sento crepar! sinto-me morrer!
Ora avvertir vi voglio, Agora quero avisá-la, Di rabbia, di sdegno, De raiva, de indignação,
cara, che il vostro foglio, querida, que a sua carta, mi sento crepar! sinto-me morrer!
perchè non fosse inutile para que não fosse inútil Ah! disgraziato me! Ma come? Ah, desgraçado de mim!
il mio travestimento... o meu disfarce... Ed io no mi E eu não reparei
accorsi di nulla! em nada!
BARTOLO BARTOLO Ah! Ah!
Il suo travestimento? O seu disfarce? Don Basilio sa certo qualche cosa. Dom Basilio com certeza sabe algo.
Ah, ah! Bravo, bravissimi! Ah, ah! Bravo, bravíssimo! Ehi! Chi è di là? Ei! Quem está aí?
Don Alonso, bravo, bravi! Don Alonso, bravo, bravo! Chi è di là? Quem está aí?
Bricconi! Birbanti! Safados! Patifes!
Birbanti! Bricconi! Patifes! Safados! *Escono Ambrogio e Berta da parti (Ambrogio e Berta saem de partes
Ah, voi tutti quanti, Ah, todos vocês, opposte) opostas.)
ah, voi tutti quanti ah, todos vocês
avete giurato juraram Senti, Ambrogio: Escute, Ambrogio:
di farmi crepar. me fazer morrer. corri da Don Basilio corra até Dom Basilio,
Su, fuori, furfanti, Vamos, fora, salafrários, qui rimpetto; aqui em frente;
su, fuori, furfanti, vamos, fora, salafrários, digli ch’io qua l’aspetto, diga que o espero,
vi voglio accoppar! quero acabar com vocês! che venga immantinente, que venha imediatamente,
che ho gran cose que tenho grandes coisas
ROSINA, CONTE e FIGARO ROSINA, CONDE E FIGARO da dirgli, a lhe dizer
La testa vi gira, Sua cabeça está girando, e ch’io non vado perchè... e que não vou eu mesmo porque...
ma zitto, Dottore, mas calado, doutor, perchè... porque...
vi fate burlar. que vão zombar de você. perchè ho di gran ragioni. porque tenho grandes motivos.
Tacete, tacete, Cale-se, cale-se, Va’ subito. Vá logo.
non serve gridar. não adianta gritar.
L’amico delira! O amigo delira! (Ambrogio parte. A Berta) (Ambrogio parte. Para Berta.)
Intesi già siamo, Já nos entendemos,
non vo’ replicar! não vou replicar! Di guardia tu piantati Fique de guarda
La testa vi gira, Sua cabeça está girando, alla porta, na porta
ma zitto, Dottore, mas calado, doutor, e poi...no, no... e depois...não, não...
130 131
(Non me ne fido.) (Não confio) BASILIO BASILIO
Io stesso ci starò. Ficarei eu mesmo. Affatto. De jeito nenhum.
132 133
Questa notte i bricconi Esta noite os salafrários ROSINA ROSINA
me la voglion far; querem aprontar para mim; Oh cielo! Il mio biglietto! Oh, céus! Meu bilhete!
presto, il notaro rápido, que o notário
qua venga sull’istante.... ecco venha cá nesse instante... BARTOLO BARTOLO
la chiave del portone; essa é a chave do portão; Don Alonso e il barbiere Dom Alonso e o barbeiro
andate, presto, per carità. ande logo, por caridade. congiuran contro voi; estão tramando contra você;
non vi fidate. não confie neles.
BASILIO BASILIO Nelle braccia del Querem levá-la
Non temete; Não tema; Conte d’Almaviva aos braços do
in due salti io tornerò. em dois pulos eu volto. vi vogliono condurre... Conde de Almaviva.
136 137
CONTE CONDE CONTE CONDE
Al Conte! Ah, sei delusa! Ao Conde! Ah, você foi iludida! Quel trionfo inaspettato! Que triunfo inesperado!
Oh me felice! Oh, que feliz me sinto! Me felice! Oh bel momento! Sou feliz! Oh, belo momento!
Adunque tu di verace amore Então você ama Lindoro Ah! d’amore e di contento Ah! De amor e de alegria
ami Lindoro? com amor verdadeiro? son vicino a delirar! estou prestes a delirar!
Rispondi! Responda!
FIGARO FIGARO
ROSINA ROSINA Son rimasti senza fiato: Ficaram sem fôlego;
Ah, sì! Ah, sim! ora muoion di contento. agora morrem de alegria.
T’amai pur troppo! Amei-te, infelizmente! Guarda il mio talento Veja, veja, o meu talento
che bel colpo seppe far! que belo golpe soube dar.
CONTE CONDE
Ah! Non è tempo Ah! Não é mais tempo de esconder-me, ROSINA ROSINA
di più celarsi, anima mia... Alma minha ... Mio signor!... ma voi... ma io... Meu senhor!... mas você..., mas eu...
(S’inginocchia gettando il mantello, che (Ajoelha-se, jogando o capote, que é CONTE CONDE
viene raccolto da Figaro) recolhido por Figaro.) Ah, non più, non più, ben mio. Ah, chega, chega, meu bem.
Il bel nome di mia sposa, O belo nome de minha esposa,
Ravvisa colui Olhe para aquele idol mio, t’attende già. meu ídolo, já te espera.
che sì gran tempo que há tanto tempo
seguì tue tracce, seguiu suas pegadas, ROSINA ROSINA
che per te sospira, que suspira por você, Il bel nome di tua sposa O belo nome de sua esposa, oh,
che sua ti vuole; que te quer; oh, qual gioia al cor mi dà! que alegria dá ao meu coração!
mira, o mio tesoro, olhe, meu tesouro,
Almaviva son io, sou Almaviva, CONTE CONDE
non son Lindoro! não sou Lindoro! Sei contenta? Você está contente?
138 139
Ah! cospetto! Che ho veduto! Ah! Diacho! O que vi!
ROSINA ROSINA
Alla porta una lanterna! Na porta, uma lanterna!
... i miei desiri! ... os meus desejos!
Due persone! Duas pessoas!
Che si fa? Que fazer?
CONTE CONDE
Dolce nodo... Doce nó...
CONTE CONDE
Hai veduto? Você viu?
FIGARO FIGARO
(Nodo.) (Nó.)
FIGARO FIGARO
Sì, signor. Sim, senhor.
CONTE CONDE
... avventurato... ... bem-aventurado...
CONTE CONDE
Due persone? Duas pessoas?
FIGARO FIGARO
Presto, andiamo! Vamos logo!
FIGARO FIGARO
Sì, signor. Sim, senhor.
CONTE CONDE
... che fai paghi... ... que recompensa...
CONTE CONDE
Una lanterna? Uma lanterna?
FIGARO FIARO
(Paghi.) (Recompensa.)
FIGARO FIGARO
Alla porta, sì signor. Na porta, sim senhor.
CONTE CONDE
... i miei desir! ... os meus desejos!
ROSINA, CONTE e FIGARO ROSINA, CONDE E FIGARO
Che si fa? Que fazer?
FIGARO FIGARO
Che si fa? Que fazer?
Vi sbrigate. Apressem-se.
Zitti zitti, piano piano, Calados, de mansinho,
non facciamo confusione; sem fazer confusão;
ROSINA e CONTE ROSINA E CONDE
per la scala del balcone pela escada do balcão,
Alla fin de’ miei martiri Por fim, dos meus martírios,
presto andiamo via di quà. vamos logo embora daqui.
tu sentisti, amor, pietà! você sentiu piedade, amor!
140 141
FIGARO FIGARO
FIGARO FIGARO (accennando al Conte) (acenando para o Conde)
La scala. A escada. Don Basilio. Dom Basilio.
CONTE CONDE dovevate in mia casa o senhor devia, vir à minha casa
Quale inciampo crudel! Que empecilho cruel! stipular questa sera il contratto estipular, esta noite,
di nozze fra il conte o contrato nupcial entre o Conde
ROSINA ROSINA d’Almaviva e mia nipote. de Almaviva e minha sobrinha.
Me sventurata! Pobre de mim! Gli sposi, eccoli qua. Os esposos estão aqui.
Avete indosso la scrittura? Trouxe a escritura?
FIGARO FIGARO
Zi... zitti sento gente. Si... silêncio, ouço gente. (Il notaro cava una scrittura) (O notário tira uma escritura.)
Ora ci siamo. Estamos danados.
Signor mio, che si fa? Meu senhor, que fazer? Benissimo. Beníssimo!
142 143
CONTE CONDE FIGARO FIGARO
Per voi vi son ancor due palle Para você tem também duas balas no Colle buone, signor. Na boa, senhor.
nel cervello se v’opponete... cérebro, caso se oponha...
BARTOLO BARTOLO
(Cava una pistola.) (Saca uma pistola.) Signor, son ladri, arrestate! Senhor, são ladrões, prenda-os!
144 145
UFFICIALE OFICIAL BASILIO BARTOLO
Il nome? Seu nome? Ma voi... Mas vocês...
FIGARO FIGARO
CORO CORO
Ah! Ridete adesso? Bravissimo, Ah! Está rindo agora? Bravíssimo,
Annodar due cori amanti Fazer um nó com dois corações que se
Don Bartolo, ho veduto alla fin Dom Bartolo, por fim vi
è piacer che egual non ha. amam é prazer sem igual.
rasserenarsi quel vostro ceffo serenar essa sua fuça
amaro e furibondo. amarga e furiosa.
BARTOLO BARTOLO
Eh! i bricconi han fortuna É! Os patifes têm sorte
Insomma, io ho tutti i torti! Em suma, a culpa é toda minha!
in questo mondo. nesse mundo!
FIGARO FIGARO
ROSINA ROSINA
Eh, purtroppo è così! É, infelizmente é isso!
Dunque, signor Don Bartolo? Então, senhor Dom Bartolo?
BARTOLO BARTOLO
BARTOLO BARTOLO
(a Basilio) (para Basilio)
Sì, sì, ho capito tutto. Sim, sim, entendi tudo.
Ma tu, briccone, Mas você, patife,
tu pur tradirmi foi me trair
CONTE CONDE
e far da testimonio! e ser testemunha!
Ebben, dottore? Tudo bem, doutor?
BASILIO BASILIO
BARTOLO BARTOLO
Ah, Don Bartolo mio, Ah, meu Dom Bartolo,
Sì, sì, che serve? Sim, sim, que adianta?
quel signor Conte esse senhor Conde
quel ch’è fatto è fatto. O que está feito, está feito.
certe ragioni ha in tasca, tem umas razões no bolso,
Andate pur, Vão-se, então,
certi argomenti uns argumentos
che il ciel vi benedica! que o céu os abençoe.
a cui non si risponde. sem resposta.
FIGARO FIGARO
BARTOLO BARTOLO
Bravo, bravo, un abbraccio, Bravo, bravo, um abraço,
Ed io, bestia solenne, E eu, besta solene,
venite qua, dottore. venha cá, doutor.
per meglio assicurare il matrimonio, para melhor assegurar o matrimônio,
portai via la scala del balcone. retirei a escada do balcão.
ROSINA ROSINA
Ah, noi felici! Ah, somos felizes!
FIGARO FIGARO
Ecco che fa Isso é que faz
CONTE CONDE
un Inutil Precauzione. uma Inútil Precaução.
O fortunato amore! Oh, amor afortunado!
148 149
FIGARO FIGARO
Di sì felice innesto De um enlace tão feliz
serbiam memoria eterna; conservemos memória eterna;
io smorzo la lanterna; eu apago a lanterna;
qui più non ho che far. não tenho mais o que fazer aqui.
ROSINA ROSINA
Costò sospiri e pianti Custou suspiros e prantos,
un sì felice istante: um instante tão feliz;
alfin quest’alma amante por fim, essa alma amante
comincia a respirar. começa a respirar.
CONTE CONDE
Dell’umile Lindoro A chama do humilde Lindoro
la fiamma a te fu accetta; foi aceita por você,
più bel destin t’aspetta; um destino mais belo te espera,
su, vieni a giubilar! venha festejar!
TUTTI TODOS
Amore e fede eterna Amor e fé eternos
si vegga in voi regnar, vejam-se reinar em vocês,
Amore e fede eterna amor e fé eternos
si vegga in voi regnar. vejam-se reinar em vocês.
150 151
152 153
154
155
156 157
158 159
160 161
162 163
164 165
166 167
168 169
170 171
172 173
174 175
176 177
178 179
CORPOS ARTÍSTICOS
ORQUESTRA
SINFÔNICA ROBERTO MINCZUK
MUNICIPAL REGENTE TITULAR DA OSM
A história da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM) se confun- Estreou no exterior à frente da Filarmôni-
de com a da música orquestral em São Paulo, com participações ca de Nova York e regeu mais de 100 or-
memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica questras internacionais. Foi diretor artís-
Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidu Sayão; a inaugura- tico do Festival Internacional de Inverno
ção do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro de Campos do Jordão, da Orquestra Sin-
Municipal, em 1955; a estreia da ópera Pedro Malazarte, regida fônica do Estado de São Paulo (Osesp),
por Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Ame- do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e
ricanos de 1963, em São Paulo. Estiveram à frente da orques- maestro titular da Orquestra Sinfônica de
tra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Ribeirão Preto – onde foi o primeiro artista
Guarnieri, Leon Kaniefsky, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, a receber o Prêmio ConcertArte. Venceu o Grammy Latino e foi
Armando Belardi e John Neschling. Roberto Minczuk é o atual indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico.
regente titular. É maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal, maestro
emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra Fi-
larmônica de Calgary, no Canadá.
180 181
CORO
LÍRICO MÁRIO ZACCARO
REGENTE TITULAR DO CORO LÍRICO
Formado por cantores que se apresentam como solistas nos Estudou regência com Eleazar de Carvalho
principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Pau- e Robert Shaw, e orquestração com Cyro
lo atua nas montagens de óperas do Theatro Municipal, em Pereira e Luis Arruda Paes. Foi diretor
concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé artístico da Orquestra Jazz Sinfônica
da Cidade e em apresentações próprias. Criado em 1939, teve e regente assistente do maestro Isaac
como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou Karabtchevsky na Orquestra Sinfônica
o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. O Municipal. De 1994 a 2013, foi regente
Coro Lírico recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de do Coro Lírico Municipal de São Paulo,
1996, pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), e o reassumindo a função em 2017. Procura
prêmio Carlos Gomes, em 1997, na categoria Ópera. O maestro sempre introduzir inovações nas técnicas de preparação
Mário Zaccaro é o atual regente titular e Sérgio Wernec é o re- musical do corpo artístico. Maestro, compositor, arranjador e
gente assistente. pianista, Zaccaro foi também professor de teoria, harmonia e
percepção musical na Escola Municipal de Música.
182 183
EQUIPE ARTÍSTICA
CLEBER PAPA JOSÉ DE ANCHIETA
Diretor cênico da ópera O Barbeiro de Se- Grande referência do teatro brasileiro, o ce-
vilha. Com formação inicial em comunica- nógrafo e figurinista José de Anchieta deu
ção (Faap), Cleber Papa estudou pintura e um novo significado para o trabalho ceno-
escultura, design, direção de produção de gráfico no Brasil. José de Anchieta iniciou
cinema e TV e piano e teoria musical como sua trajetória no final dos anos 1960. Dirigiu
atividades complementares. Possui MBA um único filme para o cinema, Parada 88
em economia da cultura (FGV/SP). Desen- – O Limite de Alerta, uma das raras ficções
volve permanente trabalho de pesquisa e científicas brasileiras, do qual foi também
atualização nas áreas da música, do teatro roteirista, além de cenógrafo e figurinista.
e da ópera, na história da arte e nas interfaces do pensamento Como cenógrafo e figurinista, Anchieta criou cenários e figuri-
contemporâneo. Dos anos 1970 aos 1990, Cleber Papa dedicou- nos para TV Cultura, Rede Globo de Televisão, Teatro Popular do
-se a atividades relacionadas à publicidade e propaganda e em- Sesi, Teatro de Arena, Teatro Itália, entre outros. Fez parcerias
presariais. Desde a década de 1990, atua integralmente na área com diretores como Antunes Filho, Afonso Gentil, Augusto Boal,
cultural, especificamente com ópera. Criou e dirigiu o Festival Gianfrancesco Guarnieri, Antônio Abujamra, Ruy Guerra, Cacá
Amazonas de Ópera e o Festival de Ópera do Theatro da Paz. Rosset, Ricardo Karman e Alexandre Reineke. Realizou diversas
Presidiu o Concurso Bidu Sayão por dez anos. Em 2009, foi um montagens do Teatro do Ornitorrinco. Em 1995, recebeu o prêmio
dos criadores da Companhia de Ópera Curta e do Programa de cenografia mais importante do teatro mundial: Grand Prix –
Ópera Curta – a mais significativa ação de difusão da ópera em Triga de Ouro pelo conjunto de trabalhos – quadrienal de cenogra-
curso no país. Diretor cênico, cenógrafo e dramaturgo. Em 2017, fia, costumes e arquitetura teatral – Praga/República Tcheca. Em
foi diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo e assu- sua extensa trajetória, foi laureado com diversos outros prêmios,
miu, em janeiro de 2019, o cargo de diretor cultural do Museu entre eles: Kikito de Ouro no Festival de Gramado de Melhor Dire-
da Imagem e do Som (MIS), onde já era curador do programa tor de Cinema por Ponto Final e Prêmio Governador do Estado de
Notas Contemporâneas. Melhor Cenógrafo e Figurinista de Teatro por Lulu (1975); Asso-
ciação Paulista de Críticos de Artes (APCA) de Melhor Cenógrafo
e Figurinista de Cinema por Parada 88 – O Limite de Alerta (1978);
Festival Internacional de Cinema e TV de Nova York de Melhor
Diretor por Teatrônico (1986); APCA de Melhor Figurinista por
O Doente Imaginário (1990); Mambembe de Teatro de Melhor Fi-
gurinista por Sonho de uma Noite de Verão (1992); Mambembe de
Teatro de Melhor Figurinista por A Comédia dos Erros (1994). Em
2000, foi indicado para o Prêmio Shell pelo cenário e figurino de
Scapino; em 2012, recebeu o Prêmio Coca-Cola Femsa de Melhor
Cenógrafo por Biliri e o Pote Vazio e também o APCA pelo cenário
do mesmo espetáculo.
184 185
DESENHO DE LUZ VISAGISMO
Joyce Drummond, iluminador paulista de Westerley Dornellas é caracterizador, pro-
45 anos, iniciou seus trabalhos aos 14 anos fessor, cabeleireiro, maquiador, diretor ar-
no Grupo de Teatro Rio Branco e, entre tístico da empresa Camarim Brasil e cria-
1998 e 2002, coordenou o departamento de dor do projeto Montadashi. Há 35 anos,
iluminação do Teatro Alfa em São Paulo. coloca sua competência a serviço de mar-
Entre os principais trabalhos com desenho cas, eventos, filmes, óperas, novelas, peças
de luz temos montagens de ópera como Os de teatro. A habilidade em concretizar so-
Pescadores de Pérolas com direção de Fer- nhos e delírios de publicitários, diretores,
nando Meirelles, Cavalleria Rusticana e Il artistas e criadores inventivos lhe valeu
Pagliacci, com direção de Aidan Lang, e Carmem, com direção de inúmeros prêmios. Supervisionou equipes de maquiagem de
Carla Camurati e Hamilton Vaz Pereira, e espetáculos de dança novelas consagradas e espetáculos teatrais como a montagem
como O Grande Circo Místico, de Luis Arrieta, com o Balé do Tea- de Rei Lear, com os geniais atores Paulo Autran e Raul Cortez,
tro Guairá de Curitiba, Além da Pele, de Patrick Delcroix, com a o musical O Beijo da Mulher Aranha e a ópera A Queda da Casa
Cisne Negro Cia de Dança, Martha Graham...memórias, Paixão e Usher, de Philip Glass. Ministrou cursos e workshops no Brasil
Fúria – Callas O Mito, de José Possi Neto e Anselmo Zolla, Ma- e na escola de cinema City Varsity em Cape Town (África do
mihlapinatapai e NGALI..., de Jomar Mesquita , com a São Paulo Sul). Estudou a arte de envelhecer com a maquiadora norte-
Cia de Dança, Fishermen of airs, de Carolyn Carlson, Laços, de americana Vee Neil, vencedora do Oscar de Maquiagem pelos
Deborah Colker, e Logos Diálogos, 6 Suites de J. S. Bach, do vio- filmes Dick Tracy, Edward Mãos de Tesoura e Coração Valente.
loncelista Dimos Goudaroulis. Trabalhou na equipe das Cerimô- Em 2008, aprendeu técnicas de maquiagem para HD em São
nias de Abertura e Encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 Francisco e Los Angeles. Recentemente realizou os efeitos de
como associate lighting designer, sob a direção de Fernando Mei- maquiagem do filme Twisted Blues, em Dubai, nos Emirados
relles, Daniela Thomas e Andrucha Waddington. Árabes, no formato 8K. Ganhou nove vezes o Prêmio Avon
Collor de Maquiagem nas categorias Artes Cênicas, Videoclipe,
Desfiles, Cinema, Vídeo Publicitário e Mídia Impressa. Sua ca-
racterização de monstros também mereceu um GrandPrix na
publicidade. Seus efeitos especiais foram decisivos para o cur-
ta O Ramo sair vencedor no Festival de Cannes 2007. Recente-
mente curador do prêmio avon 2018.
186 187
SOLISTAS
FIGARO (BARÍTONO) ROSINA (MEZZO-SOPRANO)
MICHEL DE SOUZA LUISA FRANCESCONI
Michel iniciou os estudos musicais e a car- A mezzo-soprano fez sua estreia interna-
reira no Instituto dos Meninos Cantores cional no Teatro Argentina, em Roma, no
de Petrópolis, sua cidade natal. Em 2007, papel de Cherubino em Le Nozze di Figaro,
recebeu o 1º prêmio em música de câmara de Wofgang A. Mozart. Representa tam-
no concurso Maria Callas e, depois, gra- bém com grande sucesso outros papéis,
duou-se em órgão com nota máxima e lou- como Romeo em I Capuleti ed i Montec-
vor pela Escola de Música da UFRJ, onde chi, de Vincenzo Bellini, e Orfeo em Orfeo
também estudou canto. É mestre com ed Euridice, de Christoph Willibald Gluck.
distinção pela Royal Scottish Academy of Canta com frequência nos principais tea-
Music and Drama e fez parte do programa Jette Parker na Royal tros brasileiros e italianos, e tem se apresentado regularmen-
Opera House Covent Garden em Londres. Tem atuado em ópe- te também em Portugal. Em seu repertório de concertos estão
ras como Le Nozze di Figaro, de Wolfgang A. Mozart, A Flauta atuações em Rapsódia para Contralto e Missa em Si Menor,
Mágica, também de Mozart, La Bohème, de Giacomo Puccini, de Johann Sebastian Bach; Réquiem e Missa da Coroação, de
e Carmen, de Georges Bizet. Participou do programa Emerging Wolfgang A. Mozart; Nisi Dominus, de Antonio Vivaldi; Nona
Artist da Scottish Opera na temporada 2010/2011, fez parte do Sinfonia, Missa em Dó Maior e Fantasia Coral, de Ludwig van
Ensemble de solistas do Grand Thèâtre de Genève 2014/2015 e, Beethoven; Stabat Mater e Petite Messe Solennelle, de Gioachi-
recentemente, fez uma série de apresentações com a Orchestre no Rossini, entre outros.
National de Lyon.
188 189
CONDE DE ALMAVIVA (TENOR) DR. BARTOLO (BAIXO)
JACK SWANSON SÁVIO SPERANDIO
190 191
DON BASILIO (BAIXO) FIORELLO (BARÍTONO)
CARLOS EDUARDO MARCOS VITOR MASCARENHAS
Natural de São Paulo, Carlos Eduardo gra- Paulistano, iniciou sua educação musical
duou-se em música e direito e obteve título aos 9 anos com aulas de violino. Aos 15,
de mestre em teologia. Estudou canto líri- começou a estudar teatro musical e canto
co com Mitzi Frölich, Caio Ferraz e Beni- lírico. Aos 17, passou a estudar canto com
to Maresca. Um dos baixos mais ativos do Edna D’Oliveira, com quem ainda tem au-
Brasil, Carlos Eduardo já interpretou os las. Aos 18, ingressou na Escola Municipal
principais papéis de seu registro nas óperas de Música de São Paulo e, aos 20, na Acade-
Otello, Nabucco, Aida,Rigoletto, La Forzadel mia de Ópera do Theatro São Pedro onde
Destino, Un Ballo in Maschera, Il Guarany, atuou na produção da ópera Gianni Schic-
Condor, Fosca, Le Nozze di Figaro, Il Barbiere di Siviglia, The chi (2017). Aos 21, entrou para o Opera Studio do TMSP, onde
Rake’s Progress, Lohengrin, Fidelio, Gianni Schicchi, Madama atualmente tem aulas com Gabriel Rhein-Schirato, e participa
Butterfly, Tosca, La Bohème, Turandot, L’Elisir d’Amore, Pellèas de produções nas quais o Opera Studio está envolvido, como
et Mélisande, L’Amour des Trois Oranges, Salome, Ariadne auf A Missa, de Leonard Bernstein, e o programa Meu Primeiro
Naxos, Der Rosenkavalier, Elektra, Jenufa, Il Matrimonio Segre- Municipal com as produções João de Barro para Crianças e Es-
to, La Serva Padrona, Hercules, L´Arianna, Candide e Orfeo. Tem tação Villa-Lobos, além de montagens de óperas como L’Elisir
participado também de estreias mundiais de óperas brasileiras d’Amore, de Gaetano Donizetti, Così Fan Tutte, de Wolfgang A.
como O Anjo Negro, de João Guilherme Ripper; A Tempestade, Mozart, e Hänsel und Gretel, de Engelbert Humperdinck. Vitor
de Ronaldo Miranda; Eros-ion!, de Paulo Chagas; e Olga, de Jor- participou recentemente de montagens das óperas Turandot,
ge Antunes. Na área de música sacra e sinfônica já cantou, en- de Giacomo Puccini, como doppione de Ping (2018), La Travia-
tre outros títulos, Saul e The Messiah (Haendel); Johannes-Pas- ta, de Giuseppe Verdi, como Mordomo de Flora e Mensageiro
sion, Matthäus-Passion, Magnificat, Messe H-moll, Christ Lag (2018), e Der Rosenkavalier, de Richard Strauss, como Lacaio
in Todesbanden, Wachet auf, ruft uns die Stimme e Ich Habe Ge- de Marechala e Garçon da estalagem (2018), também no Thea-
nug (Bach); Die Schöpfung e Die siebenletzten Worte (Haydn), tro Municipal de São Paulo.
Elias (Mendelssohn), Te Deum (Bruckner), A Child of Our Time
(Tippett), L’Enfance du Christ (Berlioz), Filius Prodigus (Char-
pentier), Stabat Mater (Rossini, Dvorák), Officium 1816 (Nunes
Garcia), Vespro della Beata Vergine (Monteverdi), De Profundis,
Salmo 130 (Mário Tavares), Ganguzama (Mário Tavares), Sete
Palavras de Cristo na Cruz, Opus 257, de Amaral Vieira, Nona
Sinfonia (Beethoven), Szenen aus Goethes Faust (Schumann) e
Les Noces (Stravinsky).
192 193
BERTA (SOPRANO) SARGENTO (BAIXO)
DÉBORA DIBI ANDREY MIRA
194 195
AMBROGIO (ATOR) NOTÁRIO (ATOR)
FABRIZIO SANTOS SERGIO SEIXAS
Fabrizio Santos é ator formado pela escola Sergio Seixas ator e dublador. Com cursos
de teatro Recriarte. Esteve em cartaz com na Escola de Teatro Célia Helena, partici-
as peças: O Grande Irmão, livre adaptação pou dos seguintes espetáculos: Absurdos
do livro 1984 de G. Orwell, com direção de 1 e 2, com direção de Ulysses Cruz; Vigi-
Péricles Martins; Terror e Miséria no Ter- lantes do Riso, com direção de Hercules
ceiro Reich, de Bertolt Brecht, com direção Moreno; Os disponíveis.com e E a Vida
de Thaís Aguiar, e Os Três Porquinhos, com Continua, ambos dirigidos por Herny Do-
a Cia Jacarandá, peça infantil, com direção mingues; As Santinhas Periguetes, com
de Ricardo Martins. Vem participando de direção de Carlos Melo; O Cabra e a Rapa-
produções operísticas no Theatro Municipal de São Paulo des- riga, dirigido por Pedro Darween; Um Drink Antes de Morrer,
de 2011, onde trabalhou nas óperas: A Valquíria, O Crepúsculo com direção de Dan Rosseto; Nosso Luto, dirigido por Rodrigo
dos Deuses, Magdalena, O Rouxinol, Ça Ira, Carmem, A Flauta Ferraz; Entre Amigas, dirigido por Renato Alves; dos musicais
Mágica, O Cavaleiro da Rosa e Turandot. Participou também da Vida, Louca Vida, A Estrela do Musical, ambos de Dan Rosse-
ópera Adriana Lecouvreur no Teatro São Pedro. O Barbeiro de to, e O Regresso, de Carlos Melo, além de atuar em várias ópe-
Sevilha é sua 11ª produção como ator em óperas. ras no Theatro Municipal de São Paulo.
196 197
FIGARO (BARÍTONO) ROSINA (MEZZO-SOPRANO)
DAVID MARCONDES LUCIANA BUENO
198 199
CONDE DE ALMAVIVA (TENOR) DR. BARTOLO (BAIXO)
ANIBAL MANCINI SAULO JAVAN
200 201
DON BASILIO (BAIXO) FIORELLO (BARÍTONO)
MATHEUS FRANÇA VICENTE SAMPAIO
Natural de Brasília, o baixo Matheus França O barítono Vicente Sampaio iniciou seus
formou-se em música com especialização estudos musicais no Coro Jovem de São
em regência na Universidade de Brasília José dos Campos sob regência de Sérgio
(UnB). Iniciou sua trajetória como cantor Wernec e orientação vocal de Lidia Schä-
lírico como o Sargento em O Barbeiro de ffer. É bacharel em canto pelo Instituto de
Sevilha, estimulado pela professora Ire- Artes da Unesp, onde estudou nas classes
ne Bentley (titular da cadeira de cantor da de Martha Herr e Abel Rocha. Teve sua
universidade). Paralelamente, atuou como estreia no Theatro Municipal de São Pau-
regente assistente do Coro Sinfônico da lo solando a Missa em Fá Maior K192, de
UnB e regente convidado da Orquestra de Sopros de Uberlândia, Wolfgang A. Mozart. Tem atuado em obras como A Criação, de
momento em que teve a oportunidade de reger concertos impor- J. Haydn, Oratório de Natal, de Saint-Säens, Missa da Coroa-
tantes como o 2º Concerto para Piano de Rachmaninoff. Como re- ção, de Wolfgang A. Mozart, Petite Messe Solennelle, de Rossini,
gente, também esteve à frente da Orquestra de Câmara do Festi- Requiem, de Fauré, Missa em Sol Menor, de Vaughan Williams,
val de Música de Santa Catarina com a qual foi solista em trechos Romancero Gitano, de Mario Castelnuovo-Tedesco, e em canta-
da ópera Aida. Cantou em concertos sinfônicos como o Réquiem, tas de J. S. Bach. Em ópera, estreou interpretando Dido e Eneas,
de Mozart, sob regência da maestrina Isabela Sekeff, Vesperais de Purcell. Atuou em La Bohème e Gianni Schicchi, de Puccini,
Solenes, de Mozart, Fantasia Coral, de Beethoven, e Salmos 21, A Flauta Mágica, de Mozart, L’Elisir d’Amore e Betly, de Donize-
de Edgar Oliveira, sob regência do maestro David Junker. Como tti, The Old Maid and the Thief, de Menotti, e Trouble in Tahiti,
solista já esteve sob direção dos maestros Stojan Kuret, Dietmar de Bernstein. Atualmente integra o quadro de cantores do Co-
Wiedemann, Marcelo Ramos, Emílio de César, Sérgio Wernec, ral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo e é orientado
Luiz Gustavo Petri, Roberto Minczuk, entre outros. Participou por Isabel Maresca e Rafael Andrade.
de montagens do Theatro Municipal de São Paulo como Elektra,
Nabucco, Nona Sinfônia (de Bethoveen), Os Pescadores de Péro-
las, O Cavaleiro da Rosa, entre outros concertos. Atualmente in-
tegra o Coral Lírico do Theatro Municipal de São Paulo, sob re-
gência do maestro Mário Zaccaro.
202 203
FICHA TÉCNICA 2019 ATORES
O BARBEIRO Fabrizio Santos - Ambrogio
DE SEVILHA Sergio Seixas – Notário
204 205
Joel de Souza
MAQUIADORES COORDENAÇÃO DE ADEREÇOS E ORQUESTRA Contrabaixos
Luis Cambuzano PINTURA DE ARTE SINFÔNICA Brian Fountain*
Francisco Terra Allan Torquatto MUNICIPAL Adriano Costa Chaves
Vinicius Paranhos
ADEREÇOS ADERECISTAS Primeiros Violinos
Hans Bakos Laercio Henrique do Lago Pablo de León* Flautas
Alex de Oliveira Ananias Heitor Fujinami Renan Mendes*
EQUIPE EXTRA Robson Cavalcante da Silva Solto Paulo Calligopoulos Cristina Poles
DE FIGURINO Marisa Sati Inafuko Adriano Mello
Fernando Travassos Oboés
COSTUREIRAS CENOTÉCNICOS Liliana Chiriac Alexandre Ficarelli*
Isamar Feliciano Danilo de Souza Astolfi Fábio Brucoli Rodolfo Hatakeyama
Fernando Reinert José Eduardo Alves Fabian Figueiredo
Altina Dias Cassio Luis da Silva Omae Rafael Bion Loro Clarinetes
Ivete Dias Cleber Silva Martins John Spindler Camila Barrientos Ossio*
Domingos Elias
MODELISTAS COORDENAÇÃO DE Segundos Violinos
Dragica Stefanovic SERRALHERIA Andréa Campos* Fagotes
Valentina Martelli José Gomes dos Santos Roberto Faria Lopes Matthew Taylor*
Helena Piccazio Renato Santos Perez
CORTADOR SERRALHEIROS Fábio Chamma
Francisco dos Santos Neto Dhones Ramos dos Santos Oxana Dragos Trompas
Rinaldo Gomes dos Santos André Luccas André Ficarelli*
EQUIPE CENOTÉCNICA Emerson Fernandes Renato Marins Yokota Daniel Filho
BR2 Produções Cenográficas Julio César de Lucas Alexandre Pinatto
Trompetes
Arquitetos COSTUREIRA Violas Fernando Lopez*
Roberto Rolnik Cardoso Jô Felix Alexandre de León* Eduardo Madeira
Renato Theobaldo Eric Schafer Licciardi
PRODUÇÃO DE CENOGRAFIA Adriana Schincariol Tímpanos
COMPUTAÇÃO GRÁFICA Any Ribeiro Abrahão Saraiva Danilo Valle*
Amanda Venturelli Pedro Visockas
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO DE Roberta Marcinkowski Percussão
DESENHO TÉCNICO CENOGRAFIA Marcelo Camargo*
Amanda Venturelli Willians Cruz Silva Violoncelos Sérgio Ricardo Coutinho
Raïff Dantas Barreto* Thiago Lamattina
COMPUTAÇÃO GRÁFICA Mariana Amaral
Fernanda Mascarenhas Teresa Catto Cravo
206 207
PREFEITURA INSTITUTO ODEON
Fabio Bezuti**
MUNICIPAL DE
Violão Segundo Tenor
SÃO PAULO Diretor Presidente
Camilo Carrara** Alex Flores
Carlos Gradim
Eduardo Pinho
Prefeito
*Chefe de naipe. Fernando de Castro
Bruno Covas Conselho Administrativo
**Músico convidado. Renato Tenreiro
Éder Sá Alves Campos
Sérgio Sagica
Secretário Municipal de Cultura Edmundo de Novaes Gomes
EQUIPE ADMINISTRATIVA OSM
Alê Youssef Emília Andrade Paiva
Barítono
Flavio Alcoforado
Coordenadora Diógenes Gomes
FUNDAÇÃO THEATRO Eloísa Elena
Mariana Bonzanini Jessé Vieira
MUNICIPAL DE Bruno Ramos Pereira
Inspetor Sandro Bodilon
SÃO PAULO Iran Almeida Pordeus
Carlos Nunes
Alexis Vargas
Assistente Baixo
Diretor-Geral Renato Beschizza
Simone Hozawa Leonardo Pace
Ricardo Fernandes Lopes
Auxiliar Rafael Leoni
Conselho Fiscal
Gabriel Cardoso Vieira Rogério Nunes
Direção de Formação e Produção Mônica Moreira
Aprendiz
Rosana Caramaschi
Priscila Campos Pianistas
Diretora Executiva
Marcos Aragoni
Direção da Escola de Dança do Eleonora Santa Rosa
CORO Marizilda Hein Ribeiro
Theatro Municipal
LÍRICO
Priscilla Yokoi Diretor de Operações e Finanças
MUNICIPAL EQUIPE
Jimmy Keller
ADMINISTRATIVA
Direção da Escola Municipal de
Regente Titular CORO LÍRICO
Música Diretora de Projetos e
Mário Zaccaro
Antonio Tavares Ribeiro Conformidades
Coordenadora
Ana Carolina Lara
Regente Assistente Thais Vieira Gregório
Conselho Deliberativo
Sérgio Wernec
Alê Yossef Gerente de Produção
Auxiliar
Marcos Cartum Regiane Miciano
Primeiro Tenor Flávia Rosana Medeiros de Campos
Diósnio Machado Neto
Alexandre Bialecki
Rafael Thomas Coordenadora de Produção
Eduardo Góes
Rosa Casalli
Eduardo Trindade
Conselho Fiscal
Luciano Silveira
Ahmed Sameer El Khatib Equipe de Produção
Mar Oliveira
Otávio Carneiro de Souza Nascimento Aelson Lima
Miguel Geraldi
Edson Claro Ana Vanessa Silva Santos
Walter Fawcett
Iago Rodrigues Ervanovite Andreza Carneiro de Andrade
Mariana Jerusa de Oliveira Pacheco Felipe Costa
208 209
Gabriela Ayer Letícia Rolim Cabral Sonorização Bilheteria
Karina Macedo Pinheiro Luiz Carlos Lemes Andre Moro Silva Claudiana de Melo Sousa
Maíra Scarello Sonia Regina Ruberti Resende Andre Vitor de Andrade Maria do Socorro Lima da Silva
Nathália Costa Daniel Botelho Michelle Menezes
Rafael Dias de Lima Gestor de Cenotécnica Emiliano Brescacin Walmir Silva do Nascimento
Rosana Taketomi Aníbal Marques (Pelé) Robson de Moura Barros
Yara Cristina Ferrauto Coordenadora de Atendimento ao
Chefes de Maquinário Coordenadora de Iluminação Público
Coordenador Artístico Marcelo Luiz Frosino Valéria Lovato Vera Nunes de Santana Ramos
João Malatian Paulo Miguel de Sousa Filho
Equipe de Iluminação Equipe de Atendimento ao Público
Assessoria Artística Equipe de Maquinário André de Oliveira Mutton Marcella Cedro de Jesus
Pedro Guida Alex Sandro Nunes Pinheiro Denis Yoshio Ono Kageyama Maylime Monteiro Dias de Abreu
Carlos Roberto Avila Fernando Miranda Azambuja Renan de Paula Santos
Secretária da Diretoria Executiva Ermelindo Terribele Sobrinho Igor Augusto Ferreira de Oliveira Renata Raíssa Pirra Garducci
Camila Téo da Silva Igor Mota Paula Olavo Cadorini Cardoso Rosimeire Pontes Carvalho
Ivaildo Bezerra Lopes Sibila Gomes dos Santos
Gerente da Musicoteca Jalmir Amorim da Conceição Stella Politti Educativo
Maria Elisa Pasqualini (Milly) Leidiane Batista dos Santos Ubiratan da Silva Nunes Bruna Brancati
Leonardo Barbosa da Silva Wellington Cardoso Silva Jéssica Silvestre de Paulo
Equipe Musicoteca Odilon dos Santos Motta Jéssica Sousa Faria
Ariel Laise de Oliveira Paulo Henrique São Bento Equipe de Figurino Julia Porto Santos D’Arienzo
Cassio Mendes Antas Peter Silva Mendes de Oliveira Ivani Rodrigues Umberto Larissa Lima da Paz
Jonatas Ribeiro Uiller Ulisses Silva Maria de Fátima Lucas Ambraziunas Goulart
Karen Feldman Wilian Danieli Perosso Suely Guimarães Luciana de Souza Bernardo
Milton Tadashi Nakamoto Equipe de Contrarregragem Tandara Hoffmann Nathália Fontana Arantes
Raissa Encinas Amanda Tolentino de Araújo Walamis Santos
Roberto Dorigatti Angela Cristina Santos Silva Operações | Patrimônio
Rodrigo Padovan Grassmann Ferreira Daniela Oliveira Guimarães Camareiras Bruna Lima Caracciolo
Thiago Ribeiro Francisco Edival Dias Antonia Cardoso Fonseca Carolina Ricardo
Raíssa Milanelli Ferreira Katia Souza Fernanda do Val Amorim
Diretor Técnico de Palco Sandra Satomi Yamamoto Lindinalva M. Celestino João Pedro de Goes Moura
Sergio Ferreira Sérgio Augusto de Souza Maria Aparecida de Mello José Gentil Genoval Duque
Maria Auxiliadora Magno Wagner Oliveira Masseno
Equipe Técnica de Palco Montadores Maria Gabriel Martins Marcel dos Santos Ramos
Adalberto Alves de Souza Alexandre Greganick Regiane Bierrenbach Marco Antonio de Jesus Neves
Bruno Lopes Siqueira dos Santos Ivo Barreto de Souza Mateus Costa do Nascimento
Bruno Silva Farias Paulo Broda Costureiras Monica Aparecida da Silva
Diogo de Paula Ribeiro Pedro Paulo Barreto Alzira Campiolo Pamela Marques dos Santos Silva
Gabriel Barone Ramos Rafael Sá de Nardi Veloso Geralda Cristina França da Conceição Reginaldo Souza de Carvalho Júnior
Jonas Pereira Soares Isabel Rodrigues Martins Rosimeire Ribeiro Gomes
210 211
Thaynan Wesley Trindade Vasconcelos Gerente de Comunicação
EXPEDIENTE PUBLICAÇÃO
Thiago Ramos Reis Hannah Drumond
Victoria Pires de Souza
Concepção e coordenação
Yudji Alessander Otta Coordenadora de Comunicação
editorial
Renata Forato
Núcleo de Comunicação do
Coordenadora de Recursos
Theatro Municipal
Humanos Equipe de Comunicação
Fernanda Malta Beatriz de Castro Ramos
Fotos
Daniela Lopes Cotrim
Fabiana Stig
Equipe de Recursos Humanos Estevan Pelli
Anderson Victor Vieira Silva Fabiana Stig
Projeto gráfico e design
Débora Cristina da Silva Bastos Isabela Marinara Dias
Estevan Pelli
Guilherme Galdino Borges Meire Ferreira da Silva
Renata Aparecida Barbosa de Sousa Rafael Souza Gomes Bernardo
Revisão
Vanda Batista Cerqueira Vanessa Régia Beltrão Rabêlo
Ciça Corrêa
Wendell Costa Flor Cabral
Gerente Financeiro
Tradução libreto
Justino Enedino Conformidade e Risco
Irineu Franco Perpetuo
Bruna Aghazarian
Finanças e Controladoria
João Vithor Alves Feitosa Pianco Gerente de Planejamento e
Marcio Shoiti Ito Projetos
Maria Eugênia Melo de Carvalho Ingrid Melo
Vinícius da Silva Mulatinho
Equipe Parcerias | Planejamento e
Almoxarifado Projetos
Lucas da Silva Lopes Douglas Herval Ponso
Raimundo Nonato Bezerra Esdras dos Santos Silva
Fernando Silvestre Pavão
Coordenador de Compras Karina Cristina Lopes
Fernando Marques Arão Rita Pimentel
Sâmia Fernanda Vieira da Costa
Equipe de Compras
Hully Dias Ferreira Contratos/Jurídico
Keith Ribeiro Jesus Soares Laura Lourenço de Oliveira
Mario Teixeira Júnior Rafael Alves Silva
Raphael Teixeira Lemos Vagner Ferreira da Silva Júnior
Roberto Takao Honda Stancati
212 213
214 215
216