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Mais um,
mais dois,
mais mil
Neste ano em que se recupera do maior baque de sua história, o cancelamento da edição
que em 2018 comemoraria meio século deste que é um dos mais antigos festivais de teatro
da América Latina, o Festival Internacional de Londrina (FILO) retorna enfrentando um desafio
que o acompanha desde sempre: realizar um festival enxuto, com poucos recursos, garantindo
a excelência artística que construiu o seu prestígio e investindo no que é a essência de sua
sobrevivência e sucesso, o seu profundo e amoroso envolvimento com a vida das pessoas e a
história de Londrina.

O FILO é um patrimônio intangível. Ele não se mede apenas pelos valores que agrega ao mercado
e à economia de produtos e serviços ou pela afirmação da marca Londrina como referência
internacional do fazer cultural e inovação. Nascido no Ano da Graça de 1968, ano que pautou
a atualização dos costumes do século XX, o FILO é epiderme, pele colada ao corpo da cidade:
faz parte da vida de gerações de londrinenses, materializa sonhos, tradições, modos de viver.
Contam-se em milhares os impactados pelo alcance transversal desse contínuo fazer da cultura
e dos trabalhadores da cultura.

Por tudo isso, neste FILO 50 + 1, o número zero representa o vazio da ausência que é agora
indelével, histórica – como haverá de ser permanente também essa infinita resiliência, essa incrível
capacidade de reexistir pelo esforço e pela paixão pelo diverso, pelo múltiplo, pelo legítimo Outro.

Festival Internacional de Londrina: mais um, mais dois, mais meio século nos espera. FILO 50 + 1,
+ 2, + 1.000. Mais um é cada um de nós.

Comissão Organizadora do Festival Internacional de Londrina – FILO

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Índice
3 A CABEÇA GOSTA DE PENSAR, MAS OS 18 HABITAT – 6 SOLOS / ESTUDOS
PASSOS TECEM A EXISTÊNCIA DO CORPO COMO CASA Súbita
Cia. do Tijolo Companhia de Teatro

4 APENAS AS VELHAS RESPIRAÇÕES 20 20 TRANSTORNADA EU


Grupo Mal Visto Mal Dito - Artes Cia. Translúcidas
Cênicas UEL
21 UM BOURBON PARA FAULKNER Apolo
5 O ATOR DIALÉTICO: 20 ANOS DE Theodoro, Donizetti Buganza e
APRENDIZADO NA COMPANHIA DO Bruno Bazé
LATÃO Aula-espetáculo com Ney
Piacentini 22 CHEGA DE SAUDADE
Coletivo Antiqu4’Rio
6 PRESENTE DE ANIVERSÁRIO
Os Tapetes Contadores de Histórias 23 QUIERO DECIR TE AMO
Grupo Humo Negro
7 BALADA DE UM PALHAÇO
Luiz Eduardo Pires e Mario Fragoso 24 O MENINO E OS SORTILÉGIOS
O Pequeno Teatro do Mundo
8 O MELHOR SHOW DO MUNDO... NA
MINHA OPINIÃO Tiago Marques 25 TANGO Grupo PROTEU

9 COSTURAS POÉTICAS PELO FIO DA 26 NOTURNO FUNCART/Escola


VOZ Aula-espetáculo de Renato Forin Municipal de Teatro
Jr. – Agon Teatro
27 POÉTICAS DE TERRA E CÉU’
10 KINTSUGI, 100 MEMÓRIAS Cia. Um Só de Teatro
LUME Teatro
28 REPRISES PAREADAS
11 VIKINGS E O REINO SAQUEADO Cia. Circo Rodado
Cia. Os Palhaços de Rua
29 VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS
12 MEU NOME É LEGIÃO Teatro Potlach
Grupo Andaime – Artes Cênicas UEL
30 PROCURE A MENINA COM O SOL
13 O MAR DO TEMPO PERDIDO À Deriva EM SEUS OLHOS FUNCART/Escola
Grupo de Teatro – Artes Cênicas UEL Municipal de Teatro

14 NOVA DRAMATURGIA FRANCESA E 31 PARALELAS


BRASILEIRA Leitura dramática e
lançamento de livro 31 FÓRUM CURANDO

33 FÓRUM FESTIVAIS EM TRANSE


16 A INVENÇÃO DO NORDESTE
Grupo Carmin 33 OFICINAS

34 LANÇAMENTOS
17 O PÁSSARO AZUL Cirko Volonte
FÓRUM DE VOLTA A MAIO
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Alécio Cezar
Tijolo por tijolo
em um discurso
mágico De Patativa a Dom Hélder, de Lorca a
Paulo Freire, a magia da música e da
poesia para celebrar a liberdade

Classificação indicativa 12
A CABEÇA GOSTA DE PENSAR, MAS Duração: 120 min
OS PASSOS TECEM A EXISTÊNCIA
Cia. do Tijolo 15 e 16 de agosto - 20h30
São Paulo - SP Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

Um show de texto e poesia em que atores e músicos como Concerto de Ispinho e Fulô, inspirado na obra
da Cia. do Tijolo invocam personalidades marcantes do poeta Patativa do Assaré, e Cantata para um
do mundo das artes e das ideias para celebrar a bastidor de utopias, que tem como fonte a vida de
amizade e o encontro. Um pé na terra, outro pé nas outro poeta: Federico García Lorca. Ambos, poetas
nuvens, um olho na realidade e outro na utopia: a arraigados em sua terra e cronistas de seu tempo.
construção coletiva de um ambiente em que seja
Os pensamentos e práticas do educador Paulo Freire,
possível conjugar liberdade e amor com inquietação
que foi homenageado pela companhia em Ledores
e inconformismo.
do breu, também iluminam o caminho proposto
Esse é o cimento que assenta A cabeça gosta de pelo espetáculo. Nessa espécie de ágora pública,
pensar, mas os passos tecem a existência, espetáculo ela ainda reverencia a escritora e teóloga feminista
que o grupo paulistano preparou para a abertura Ivone Gebara e o arcebispo Dom Hélder Câmara,
do FILO 2019. Em seus 11 anos de fazer teatral, defensor de causas sociais e ferrenho opositor da
a companhia vem construindo uma linguagem Ditadura Militar brasileira, que foi retratada em O
bastante singular no teatro musical brasileiro avesso do claustro, última e celebrada montagem
trabalhando a proximidade da poesia como forma do Tijolo.
de discurso, um discurso poético em que vivências
Com o trabalho que a companhia traz para o FILO,
cotidianas se transformam em experiências
seus integrantes evocam personagens reais, que,
humanas universais.
com seus versos, foram e ainda são capazes de fazer
A cabeça gosta de pensar... surge como um panorama soprar ventos que animam a nossa capacidade
cênico-musical em que o público é convidado a de existir em liberdade e inventar novos mundos
revisitar o repertório de espetáculos da companhia, possíveis.

Direção José Maria Silva Lima | Músicos Lincoln Antônio (acordeon, sopros), Clara Kok Martins (sopros), Marcos Coin de Carvalho
(violão), Alexandre Maldonado (percussão) e Anderson dos Santos Areias (acordeon) | Elenco Rebeka Teixeira, Ana Maria Pires
de Carvalho, Rodrigo Mercadante, Lucas da Silva Vedovoto, Fabiana Vasconcelos Barbosa, Iraci Tomiatto, José Maria Silva Lima,
Rogério Tarifa e Thais Pimpão Ferreira | Iluminação Giovanna Kelly Matias Gonçalves | Assistência de produção Lucas da Silva
Vedovoto | Produção Suelen Garcez Maciel | Técnico de som Eduardo Gomes Rodrigues da Silva

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Divulgação

Os jovens
contrastes de
Beckett Jovens das Artes Cênicas da UEL
celebram os 20 anos do curso
revisitando clássicos de Samuel Beckett

Classificação indicativa: Livre


APENAS AS VELHAS RESPIRAÇÕES Duração: 50 min
Grupo Mal Visto Mal Dito - Artes
16 de agosto - 20h00
Cênicas UEL
Divisão de Artes Cênicas
Londrina - PR (Av. Celso Garcia Cid, 205)

A obra de Samuel Beckett é o ponto de partida dos ambientes hostis, onde o tempo passa e nada
para Apenas as velhas respirações, espetáculo acontece.
que encerra a trilogia com que os alunos de Artes
No palco, restos de objetos, fragmentos de
Cênicas da Universidade Estadual de Londrina
memória, palavras desconexas e ações repetitivas
comemoraram os 20 anos do curso, criado em 1998.
expõem as dificuldades de dar sentido à existência
A encenação promove raro contraste entre o jovem
nestes tempos que vivemos – tempos que anunciam
elenco e a densidade madura de Beckett, em textos
o fim que nunca chega, como se a incapacidade
como Ato sem palavras, Fim de partida, Dias felizes,
Eu não, Aquela vez e Cadeira de balanço. de morrer fosse o que nos mantém vivos, e novas
possibilidades se esgotassem em tentativas sem
A montagem traz personagens emblemáticos fim, como ressalta Laura Franchi, diretora da peça e
que desafiam a lógica das “soluções que não professora do curso de Artes Cênicas da UEL.
solucionam”, bem ao espírito do dramaturgo
irlandês, prêmio Nobel de Literatura e um dos mais Surgido há 20 anos, o curso nasceu para disseminar
influentes escritores do século XX. Em Beckett, a a linguagem teatral, valorizando a tradição
tensão dramática surge da inércia, e a abordagem londrinense do teatro de grupo, que revelou nomes
do humano esbarra, sempre, na falta de sentido da importantes no movimento teatral brasileiro nos
existência. É esse vazio que parece ocupar, com a anos 1980, como o Delta e o PROTEU, que em 2019
ausência, todos os espaços da cena – minimalismo está comemorando os seus 40 anos de fundação.

Direção Laura Franchi | Elenco Bianca Ribeiro, Carol Papi, Fábio Dias, Gabriel Paleari, Giovanna Fernanda Montagnini, João
Mosso, Laiz Roberta Ferreira, Tatiana Oliveira e Giovana Alves de Oliveira | Iluminação Carol Papi e João Mosso | Supervisão de
iluminação Jorginho de Carvalho | Maquiagem Larissa Yumi | Fotos Janayna Leite Rolim e Ricardo Molina

4
Divulgação
40 anos no
palco, 20 anos
no Latão

Ney Piacentini transforma décadas de atuação


em uma aula-espetáculo em que rememora
todos os trabalhos da Companhia do Latão

Classificação indicativa 14
O ATOR DIALÉTICO: 20 ANOS DE Duração: 90 min
APRENDIZADO NA COMPANHIA DO LATÃO
Aula-Espetáculo com Ney Piacentini 16 de agosto - 19h30
São Paulo - SP Canto do MARL
(Av. Duque de Caxias, 3241)

O ator Ney Piacentini é referência no teatro paulistano. Em duas décadas de existência, a


brasileiro. Como diz o samba, frequentou a Companhia do Latão já é parte da história da
academia (dando aula na Universidade de São cultura de São Paulo.
Paulo e defendendo tese) e foi apresentador de TV
Esta demonstração de processo criativo está
(em um premiado programa infantil da TV Cultura).
vinculada ao livro O ator dialético: 20 anos de
Mas o seu forte é o trabalho atoral (como ele gosta
aprendizado na Companhia do Latão (Hucitec
de grafar), e seu território, a estupenda Companhia
Editora). O principal aspecto desse híbrido
do Latão, que ajudou a fundar e que já há 30 anos
entre cena e palestra é a aproximação entre as
revigora, no Brasil, uma das grandes escolas da
poéticas atuativas de Constantin Stanislavski
cena universal: o Teatro Dialético.
e Bertolt Brecht – dois dos maiores nomes do
Ney tem 40 anos de teatro e atuou em mais de 50 teatro universal, mestres das contradições entre
espetáculos, e no cinema, em outros 30 longas e as dimensões interna e externa das personagens,
curtas-metragens. É claro que uma trajetória desse entre as suas subjetividade e objetividade. Por
calibre daria um espetáculo – e foi isso que ele isso, o crítico Andrei Reina registrou, na revista
fez. Para comemorar quatro décadas de profissão, Bravo!: “No melhor estilo brechtiano, o ator Ney
preparou uma demonstração de trabalho em que Piacentini se distancia do ofício e passa em revista
exibe trechos de todas as peças da Companhia a trajetória de 20 anos na Companhia do Latão,
do Latão, entremeados com reflexões sobre o interessado em examinar o tipo de interpretação
aprendizado atoral pelo qual passou no coletivo praticado pelo grupo de teatro épico”.

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Tantos
parabéns, tantas
primaveras As mágicas revelações de
uma data querida que nos
Divulgação

acompanha por toda a vida

Classificação indicativa: Livre


PRESENTE DE ANIVERSÁRIO Duração: 70 min
Os Tapetes Contadores de Histórias
Rio de Janeiro - RJ 16 de agosto - 15h00
Centro Cultural SESI / AML
Programação Sesi Cultura (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

Uma festa de aniversário é sempre um ritual de matriz norte-americana, e o conto tradicional


significados profundos na vida de todos nós – e russo Vassilissa.
é celebrada de diversas maneiras e por inúmeras Em cena, Cadu Cinelli, Edison Mego e Warley
culturas nos quatro cantos do mundo. A redução Goulart utilizam tapetes e outros objetos de tecido,
de seu significado na sociedade de consumo que servem de cenário para as histórias escolhidas.
sempre chamou a atenção dos componentes do Para o mito Deméter, Edison Mego costurou um
grupo Os Tapetes Contadores de Histórias, que poncho que vai se abrindo, com bolsos internos
nessa nova montagem nos leva a um mergulho de onde deuses gregos surgem para compor a
cheio de surpresas, revelações e descobertas ao história do porquê das estações do ano. Em Rei
redor desta data querida. Midas, Cadu Cinelli e Edison Mego criaram um
Presente de aniversário celebra o nascimento, a extenso pergaminho, dividido em quadros que, no
vida e a comunhão. A peça é construída sobre três desenrolar, vão ilustrando o mito do rei da Frígia.
pilares poéticos: o Tempo, contado através das Há, ainda, uma casa tridimensional e um grande
estações do ano, das primaveras, com sentido de bolo de festa que se remodela para acompanhar
transformação e amadurecimento; o Bolo, signo as histórias.
de comunhão; e o Presente, um objeto ou simples O grupo Os Tapetes Contadores de Histórias existe
augúrio como símbolo de oferecimento. Cada há 20 anos. Durante todo esse tempo, seu criador,
um desses eixos narrativos conduz a tradições Warley Goulart, vem percorrendo o país com
diversas: os mitos gregos de Deméter e Rei Midas, oficinas em que utiliza tapetes e outros suportes
a história João esperto leva o presente certo, de plásticos de tecido como cenários.

Direção Cleiton Echeveste | Elenco Warley Goulart, Edison Mego e Cadu Cinelli | Cenários Os
Tapetes Contadores de Histórias | Luz Rodrigo Menezes | Fotos Renato Mangolin | Stand-in
de Cadu Cinelli Rosana Reátegui | Assistência de direção Eduardo Almeida | Assistência de
cenografia Manoel Gonçalves

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César Augusto
Dois
palhaços
numa lona
suja
No encontro antológico de
Menelão com Bobo Plin, a eterna
inquietação do artista

BALADA DE UM PALHAÇO Classificação indicativa 16


Luiz Eduardo Pires e Mario Fragoso Duração: 60 min

Londrina – PR 17 e 18 de agosto - 20h00


Divisão de Artes Cênicas
(Av. Celso Garcia Cid, 205)

O palhaço Menelão é o dono de um circo decadente argumentos apaixonadamente, mas, apesar


e vive de olho na bilheteria, ele só pensa naquilo das duras discussões, das acusações mútuas
– o lucro. O palhaço Bobo Plin, empregado do e do calor das emoções, existe em ambos um
circo, tem outras aspirações: quer sentir prazer no profundo amor pelo picadeiro e pela arte do circo
trabalho, sonha com um público crítico e sensível – e a profundidade de seus diálogos e embates fala
à criatividade, acredita na liberdade de expressão muito sobre o debate cultural dos anos 1960, em
e no poder do riso para subverter os espíritos contraste com a histeria das discussões de hoje nas
acomodados. redes sociais.
O impasse do artista entre a necessidade de Nesta montagem, que estreou em julho de 2019, a
expressão e a necessidade de sobrevivência, a personagem Cigana, que na encenação original de
comercialização da arte a serviço do mercado, arte 1986 conduz a narrativa, é redesenhada e ganha
comprometida versus entretenimento são temas atualidade na forma de um ator que se transveste
recorrentes, mas que vêm ganhando relevância para ganhar o pão de cada dia.
desde o final dos anos 1980, quando o genial e
inquieto dramaturgo Plínio Marcos, que começou Balada de um palhaço reúne, no palco, duas
sua trajetória trabalhando no circo, escreveu gerações de atores e encenadores londrinenses:
Balada de um palhaço. Mario Fragoso e Luiz Eduardo Pires. Mario começou
a atuar no grupo PROTEU, marco do teatro brasileiro
O Brasil vivia o fim da Ditadura Militar e via
nos anos 1980. Luiz Eduardo, que concebeu e
ascender uma nova indústria cultural – em um
dirigiu o espetáculo, vem das primeiras turmas da
momento em que a política e a economia estavam
Escola Municipal de Teatro (FUNCART), e é um fã
ainda ensaiando os primeiros passos de sua dança
declarado e apaixonado da obra de Plínio Marcos,
neoliberal. Em tempos de revisionismo histórico,
de quem já montou outras três peças e sobre o
Balada de um palhaço ganha uma atualidade
quase sórdida. qual escreveu Plínio Marcos – cagado de arara, seu
trabalho de conclusão de curso na graduação em
Em cena, Menelão e Bobo Plin esgrimem seus História pela Universidade Estadual de Londrina.

Texto Plínio Marcos | Direção Luiz Eduardo Pires | Elenco Luiz Eduardo Pires e Mario Fragoso | Cenografia Gelson Amaral | Figurino
Luiz Eduardo Pires | Trilha sonora Gabriel Kruczeviski e Silvio Ribeiro | Iluminação Luiz Eduardo Pires | Operação de som e luz
Pedro Pessotti | Arte Daniele Stegmann | Fotos Celso Pacheco e Cesar Augusto | Produção Camila Sampaio

7
O palhaço da
beleza e do
ridículo
Edinho Irizawa

Ritalino está fazendo 10 anos, e o ator Tiago


Marques celebra trazendo de volta ao FILO o
maior palhaço do mundo (na nossa opinião)

Classificação indicativa: Livre


O MELHOR SHOW DO MUNDO... NA Duração: 55 min
MINHA OPINIÃO
Tiago Marques 17 de agosto - 17h00
Londrina - PR Zerão

A plateia vê um palco iluminado, mas, após o em Florianópolis, e na Virada Cultural de São


terceiro sinal... cadê o show? O pipoqueiro mais Paulo. Para Tiago Marques, esse espetáculo é “a
espalhafatoso do mundo é Ritalino, que invade dramaturgia da vida transformada em riso”.
a cena com seu tabuleiro de pipoca. Está ali para
Em 2019, o palhaço Ritalino completa 10 anos de
faturar, mas os artistas não chegam para o show e
existência e, para comemorar, está trabalhando
ele decide entreter o distinto público. Como vê o
dobrado. Tiago Marques atua em hospitais, nas
show toda noite, pensa que será fácil. Mas, como
ruas, praças, teatros e eventos. No ano passado,
artista, Ritalino é um completo desastre, e é aí que
atuou como stand-in (ator substituto) de Eduardo
está a graça – nos pequenos fiascos.
Okamoto na premiada montagem O dragão de
Atrás do nariz vermelho, o versátil ator Tiago fogo. Seu segundo solo, In concertina, com direção
Marques busca, em todo o seu repertório, pretextos de Ricardo Puccetti (LUME Teatro), referência na
para que o show aconteça – brincadeiras, músicas arte do palhaço, participou, em 2017, de turnê
de improviso e até uma banda composta por europeia, com apresentações em Paris, Madri,
pessoas da plateia pipocam no palco. O espetáculo Barcelona, Ovar, Lisboa, Coimbra e Cidade de
tem um curto intervalo, assim como nos pequenos Luxemburgo.
circos, onde os artistas completam a renda com a
Nos dez anos do Palhaço Ritalino, a melhor
venda de comidas e souvenires.
comemoração é ouvir o que disse dele o diretor
O melhor show do mundo... na minha opinião e dramaturgo Luiz Carlos Laranjeiras: “[...] um
estreou em 2013 na Mostra de Teatro e Circo de artista artesão do riso com prontidão, apurado e
Londrina, e depois correu o Brasil em festivais preparado para qualquer empreitada, pois tem
(como o Mostra Seu Nariz, em Curitiba, e o todos os risos do mundo na mala, na cabeça e no
FILO). Também esteve no circo da Dona Bilica, coração...”.

Criação e atuação Tiago Marques | Iluminação Borracha Souza | Adereços Tiago Marques e Vanessa Yamamoto | Costura
Rosimeire Teixeira | Fotografia Thaís Fujarra e Jorge Mariano | Registro em vídeo Lafaiete do Vale | Design gráfico Carlos Nacci |
Consultoria de produção Daniele Sampaio – SIM! Cultura | Técnica stand-in Carol Vaccari

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Uma rapsódia
chamada
Brasil

Marika Sawaguti
De Shakespeare a Noel Rosa, a força
da oralidade e a vocação do Brasil
para a mistura

COSTURAS POÉTICAS PELO FIO DE VOZ Classificação indicativa 14


Duração: 100 min
Aula-espetáculo de Renato Forin Jr.
Agon Teatro 17 de agosto - 19h30
Londrina – PR Centro Cultural SESI / AML
(Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)
Programação Sesi Cultura

Os “rapsodos” foram os primeiros contadores aos livros por meio das histórias orais e canções.
de história performáticos da humanidade. Esses
Ao longo da exposição/apresentação, Renato
poetas transitavam de cidade em cidade na Grécia
aborda temas como o nascimento indistinto
Arcaica apresentando recitais cênico-musicais em
da poesia, da música e do teatro; a força das
que lançavam mão de uma costura de narrativas
manifestações orais e da musicalidade no Brasil: a
épicas, mitos e cantigas, misturando conteúdos e
dando novo significado a modelos já existentes. “mistura” como identidade do país, suas matrizes
Seu nome vem de rhaptein, termo grego que étnicas formadoras, as características do samba,
significa costurar, juntar pedaços. Dele deriva a sua potência dionisíaca e trágica, dentre outros.
rapsódia, esse gênero em que os fragmentos estão Tais assuntos têm como fio condutor o seu livro-
sempre pedindo uma linha que os una. CD Samba de uma noite de verão, contemplado
Na aula-espetáculo Costuras poéticas pelo fio com o 59º Prêmio Jabuti (2017), e outros textos
da voz, Renato Forin Jr. conduz o público por autorais, como OVO, além de poemas e canções
uma viagem desde a Grécia Arcaica até o Brasil de escritores, compositores e intérpretes que
contemporâneo, passando pela África mítica. forjaram um retrato do Brasil. Renato Forin Jr., que
O que interliga esses universos é a força da é doutor em Letras, entende a cultura brasileira
oralidade, o poder da palavra falada e cantada como propriamente “rapsódica”, por sua vocação
na configuração de seu modo de vida e de sua para as misturas de várias ordens – étnicas,
filosofia. Uma história que também se confunde religiosas, culturais –, na linha da antropofagia e
com a trajetória pessoal do escritor, que chegou do tropicalismo.

Público-alvo professores do ensino fundamental e médio, contadores de histórias, bibliotecários,


mediadores de leitura, estudantes ou profissionais das letras e das artes.

Criação e atuação Renato Forin Jr. | Operação técnica Danieli Pereira


Apoio cultural Centro Cultural Sesi/AML

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Um tempo
de memórias
partidas
Arthur Amaral

O LUME consagra sua pesquisa em um


espetáculo que costura fragmentos do
afeto. A memória não é só nostalgia

Classificação indicativa 14
KINTSUGI, 100 MEMÓRIAS Duração: 120 min
LUME Teatro
18 e 19 de agosto - 20h30
Campinas – SP
Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

Kintsugi é uma palavra japonesa que significa maneiras distintas a partir de diferentes olhares.
“emenda em ouro”. É a técnica que os artesãos
No começo da peça um vaso é quebrado, e,
japoneses utilizam no restauro de peças de
conforme ela transcorre, os atores se revezam
cerâmicas quebradas, empregando uma mistura
para reconstruir o objeto, que ganha mais valor
de laca, pó de ouro, prata ou platina. No novo
ao mostrar suas cicatrizes e memórias. No palco,
espetáculo do sempre inquieto grupo LUME Teatro, a dança das recordações é sempre alimentada por
kintsugi se transforma em uma espécie de metáfora uma cenografia emotiva: pedaços de cenários,
sobre a reconstrução dos afetos e relações humanas adereços, figurinos, objetos presentes em décadas
que precisam ser restauradas depois de rupturas. de montagens e que, também eles, detonam
O ponto de partida é a própria história do grupo. Em memórias – memórias que, para o LUME, são
cena, os atores-criadores Ana Cristina Colla, Jesser um exercício do presente para revisitar as crises
de Souza, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini passadas, os erros, as cicatrizes pessoais e coletivas,
relembram seu encontro em um tumultuado um reencontro com a dor como forma de superação.
“jantar japonês” regado a sushi e saquê em 2009. O LUME existe há 34 anos. Vinculado ao Núcleo
Nessa noite, o grupo quase se desfaz por conta Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da
de uma discussão aparentemente fugaz – mas o Universidade de Campinas (Unicamp), o grupo
entrevero deixa marcas, como se verá. O episódio é estuda o trabalho do ator enquanto corpo, reflexão
narrado em diferentes versões, mostrando o quanto e memória. Kintsugi, 100 memórias estreou no
um mesmo acontecimento pode ser revivido de último maio.

Criação Ana Cristina Colla, Emilio García Wehbi, Jesser de Souza, Pedro Kosovski, Raquel Scotti Hirson e Renato Ferracini |
Direção Emilio García Wehbi | Dramaturgia Pedro Kosovski | Atuação Ana Cristina Colla, Jesser de Souza, Raquel Scotti Hirson e
Renato Ferracini | Desenho sonoro Janete El Haouli e José Augusto Mannis | Projeção acústica José Augusto Mannis | Iluminação
Eduardo Albergaria | Orientação coreográfica Jussara Miller | Operação de som e luz Daniel Salvi | Fotografia Alessandro Soave
e Arthur Amaral | Design gráfico Arthur Amaral – Zumbido Cultural | Administração Giselle Bastos | Assessoria de imprensa
Nossa Senhora da Pauta | Direção de produção Cynthia Margareth – Aflorar Cultura | Produção executiva Simone Veloso – Aflorar
Cultura | Produção LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – Unicamp

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Os palhaços
vikings
apresentam
suas armas

Uma rainha destituída, o povo usurpado.


Divulgação

No reino saqueado, qualquer semelhança


com a realidade é lúdica coincidência

Classificação indicativa: Livre


Duração: 50 min
VIKINGS E O REINO SAQUEADO
Cia. Os Palhaços de Rua 18 de agosto - 16h00
Londrina - PR Praça Nishinomiya
(Aeroporto)

Após uma longa jornada repleta de batalhas Melhor Figurino.


desastrosas pelo mundo, os palhaços Batata Doce
Durante a pesquisa e concepção desse trabalho,
(Adriano Gouvella) e Turino (Lucas Turino), dois
os integrantes da Cia. Os Palhaços de Rua sentiram
guerreiros vikings, retornam ao seu reino e se
a necessidade de se renovar buscando uma
deparam com a rainha destituída e o trono tomado
abordagem original, e da inquietação surgiu a ideia
pelos duques. O desafio dos dois atrapalhados
de relacionar o circo, o teatro de rua, o palhaço e a
guerreiros é derrubar os duques do poder e figura milenar do viking.
devolvê-lo ao povo. Suas armas para tal tarefa são
truques e artimanhas da palhaçaria, do teatro de A principal fonte de pesquisas foram os estudos
rua e, claro, a cumplicidade do público. sobre os arquétipos culturais desenvolvidos pelo
antropólogo Joseph Campbell, o mesmo que que
O espetáculo Vikings e o reino saqueado coloca em estudou os tipos humanos utilizados no seminal
cena questões humanas e sociais contemporâneas Guerra nas estrelas, de George Lucas. Também
se valendo de pesquisa sobre o universo viking, serviram de referência os quadrinhos de Dik
sua relação com a palhaçaria e o contexto político Browne e os livros do sociólogo brasileiro Jessé
e social do Brasil. A montagem estreou em 2017 de Souza, autor de A elite do atraso – da escravidão
e recebeu vários prêmios em diferentes festivais à lava jato. E, por meio do lúdico, do jogo e da
pelo Brasil – entre eles, um troféu Gralha Azul, brincadeira de palhaços, a cena ganha discussões
maior premiação do teatro no Paraná, na categoria pertinentes à realidade brasileira.

Direção, dramaturgia, maquiagem e sonoplastia Cia. Os Palhaços de Rua | Elenco Adriano Gouvella e Lucas Turino | Figurino e
adereços Alex Lima | Cenário Alex Lima, Caio Blanco e Cia. Os Palhaços de Rua | Arte gráfica Dovinho Feitosa | Fotos Valéria
Félix | Filmagem Luiz Mioto | Pintura do caixote e estandarte Dani Stegmann | Costureiras Inêz Zeidel e Sueli Pezenti | Produção
Adriano Gouvella

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Quando a
força vem
do coletivo
Música eletrônica e arte de rua dão o
tom e o ritmo dessas reflexões sobre o
Divulgação

desconforto dos dias

Classificação indicativa 14
MEU NOME É LEGIÃO Duração: 50 min
Grupo Andaime - Artes Cênicas UEL 19 de agosto - 20h00
Londrina - PR Divisão de Artes Cênicas
(Av. Celso Garcia Cid, 205)

Uma nau dos insensatos? Um exército do desconforme Antonin Artaud e do filósofo


Brancaleone? Na verdade, um simples bando de Michel Serres, um dos poucos pensadores a
loucos que rompe a casca do conforto e enfrenta abordarem profeticamente o destino digital
o novo mundo do ódio virtual das redes sociais do século XXI. “Eu acho que fora deste lugar de
com a única arma possível: a arte. A força do nenhuma lei que é a Internet, haverá em breve
movimento coletivo e o alcance transformador uma nova lei, completamente diferente daquela
da cultura estão no centro das reflexões a que que organizou nosso antigo espaço métrico”, diz
se propõem os formandos de 2018 do curso ele em entrevista concedida poucos meses antes
de Artes Cênicas da UEL, nesta montagem que de sua morte, no último mês de junho, ao 88 anos.
incorpora à leitura do cotidiano uma ferramenta
No palco, esse retrato poético dos dias que nos
imprescindível – a poesia. No universo da
consomem decalca uma estética visual urbana
dramaturgia do corpo, técnica a que recorre o
e industrial, inspirada pela street art. O ritmo do
grupo, as palavras trazem à tona temas caros à
confronto é acompanhado pela batida obstinada
atualidade: a política, questões de gênero e raça,
da trilha, que recorre à música eletrônica para
a espiritualidade, a solidão, a medicalização da
dizer que a arte é sempre um farol. A força do
sensibilidade.
individual extrapola quando se torna coletiva – e
Meu Nome é Legião parte de textos provocativos o seu nome é Legião.

Direção, concepção e roteiro Sandra Parra | Elenco Amanda Moura, Erick Santos, Guilherme Garrote e Maria
Julia Esteves | Iluminação Leonardo Alves | Sonoplastia Nathalia Diovanna e Victoria Lucas | Maquiagem Marcus
Cunha | Produção Grupo Andaime e Erick Santos | Apoio Divisão de Artes Cênicas (DAC) – Casa de Cultura UEL

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À deriva,
num mar de
estranhamento

Divulgação
Um povoado perdido em suas próprias tramas, um
misterioso mar que vaza seu mau humor constante

Classificação indicativa 14
O MAR DO TEMPO PERDIDO Duração: 45 min
À Deriva Grupo de Teatro - Artes
Cênicas UEL 20 de agosto - 20h00
Londrina - PR Divisão de Artes Cênicas
(Av. Celso Garcia Cid, 205)

O universo fantástico e a dasatada imaginação do a principal referência para o processo criativo,


colombiano Gabriel García Márquez penetram toda organizado por meio de imagens e que lança mão
a atmosfera, respiram por todos os poros nesta de diversas linguagens. Trabalho multidisciplinar,
montagem que marca a estreia do À Deriva Grupo contou com o apoio e a participação de artistas
de Teatro. O mar do tempo perdido navega pelo que contribuíram com recursos como a máscara
universo de Gabo a partir de uma de suas obras neutra, vivência teatral, ação vocal e física.
mais emblemáticas, a novela A incrível e triste
história de Cândida Erêndira e sua avó desalmada. Desde a sua estreia no final de 2017, o À Deriva já
participou de vários festivais de teatro e literários
No espetáculo, um mar misterioso vaza a sua maré na região, além de realizar curta temporada na
de mau humor constante, um perfume inebriante Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da
de rosas exala maus presságios e, neste povoado UEL. O coletivo surgiu do trabalho na disciplina
sombrio, longe de tudo e perdido no tempo, surge Montagem Teatral, do 4° ano do curso de Artes
uma poltrona sinistra. E é ela que conecta os fios Cênicas da UEL, e o elenco já passou por algumas
de todas as narrativas do povoado esquecido e substituições. O mar do tempo perdido tem direção
entregue às suas próprias tramas. da professora Ceres Vittori, que protagonizou a
Os espaços evocados por Márquez, sua relação primeira adaptação brasileira de A triste história
com os elementos da natureza – como as de Cândida Erêndira como atriz, com atuação
profundezas do mar, o deserto e o mangue –, são antológica e premiada.

Direção Ceres Vittori | Elenco Bruno Prado, Guilherme Gomes, Maria Clara Villela, Mariana Chinchilla e Nathan Stuchi | Iluminação
Carol Vaccari | Maquiagem Júlia Mansur | Figurino Rhafael Magalhães

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Nova Dramaturgia
Francesa e Brasileira
ONDE E QUANDO NÓS MORREMOS (OÙ Classificação indicativa 18
ET QUAND NOUS SOMMES MORTS)
Leitura dramática
22 de agosto - 19h30
Lançamento da Editora Cobogó
Centro Cultural SESI / AML
(Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

O Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Ainda integram o projeto os artistas brasileiros
Cênicas do Brasil, La Comédie de Saint-Étienne, Alexandre Dal Farra, que traduz J’ai pris mon
Instituto Francês e Embaixada da França no Brasil père sur mes épaules, de Fabrice Melquiot; Grace
lançam o projeto A Nova Dramaturgia Francesa e Passô, que traduz Poings, de Pauline Payrade;
Brasileira. a Jezebel de Carli cabe La brûlure, de Hubert
O projeto bilateral prevê duas etapas: na primeira, Colas; Márcio Abreu se debruça sobre Pulvérisés,
em 2019, oito textos de autores franceses de Alexandra Badea; Pedro Kosovski traduz J’ai
contemporâneos serão traduzidos por diretores- bien fait?, de Pauline Sales; e, finalmente, Renato
Forin Jr., que é de Londrina, traduz Des hommes
autores brasileiros. As obras serão publicadas
qui tombent, de Marion Aubert.
pela Editora Cobogó e encenadas nos festivais
que compõem o Núcleo. Em 2020, os autores Em 2020, as plateias francesas conhecerão
brasileiros terão seus trabalhos traduzidos e Amores surdos, de Grace Passô; Jacy, de Henrique
publicados na França, e encenados no Théâtre Fontes, Pablo Capistrano e Iracema Macedo;
National de La Colline, em Paris, no Festival Caranguejo overdrive, de Pedro Kosovski; Maré
Actoral, em Marselha, e na Comédie de Saint- e, também, Vida, de Márcio Abreu; Mateus 10,
Étienne. de Alexandre Dal Farra; OVO, de Renato Forin Jr.;
Adaptação, de Gabriel F.; e Ramal 340, de Jezebel
O projeto foi lançado na Mostra Internacional de
De Carli, que serão dirigidos pelos artistas
Teatro de São Paulo (MITsp) com a publicação e
franceses.
leitura dramática da obra É a vida (C’est la vie), do
dramaturgo francês Mohamed El Khatib, traduzida O projeto de Internacionalização da Dramaturgia
pelo artista Gabriel F., de Brasília. dá continuidade à iniciativa do Núcleo de criar
projetos de intercâmbio e internacionalização.
No FILO acontece o lançamento da publicação e Em 2015, criado pelo TEMPO_FESTIVAL
a leitura dramática da obra Onde e quando nós com a colaboração do Núcleo de Festivais
morremos (Où et quand nous sommes morts), do Internacionais de Artes Cênicas do Brasil,
dramaturgo francês Riad Gahmi, com tradução o projeto Coleção Dramaturgia Espanhola,
de Quitéria Kelly e direção de Henrique Fontes, parceria com a Editora Cobogó, divulgou a
ambos do Grupo Carmin, de Natal (RN). dramaturgia contemporânea do país e gerou

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desdobramentos: três montagens teatrais, a socioeconômico das artes da cena e contribuem
produção de um longa-metragem premiado para o crescimento do país através de processos
no Brasil e no exterior, além da indicação, na de internacionalização.
Categoria Especial, ao 5º Prêmio Questão de Nessa perspectiva, o Núcleo dos Festivais
Crítica (2016). Internacionais de Artes Cênicas do Brasil dá
Consciente do potencial de articulação continuidade na efetivação da exportação
internacional deste tipo de projeto, o Núcleo, das Artes Cênicas por meio do projeto de
muitas vezes, cumpre o papel de “embaixador” Internacionalização da Dramaturgia. Para os
da cultura. Ações desta natureza também próximos anos, estão previstas ações com obras
são um espaço de desenvolvimento da Holanda e da Argentina.

GRUPO CARMIN O Grupo Carmin foi fundado pelas atrizes Quitéria Kelly e Titina Medeiros em 2007. Sua primeira
montagem foi Pobres de marré, escrita e dirigida por Henrique Fontes. Em seguida, encenou Jacy, teatro documentário
que em 2016 realizou turnê no Brasil através do programa Palco Giratório, do SESC. Em 2017 o grupo estreou A invenção
do Nordeste, escrito por Henrique Fontes e Pablo Capistrano, e dirigido por Quitéria Kelly. O trabalho conquistou a Melhor
Dramaturgia na 31ª edição do Prêmio Shell de Teatro, principal premiação do segmento no país.

RIAD GAHMI é autor e ator. A partir de 2003, passou a frequentar a Comédie de Saint-Etienne, onde se formou em 2006.
A Comédie coproduziu sua peça Gonzoo (Pornodrame), que também foi traduzida para o inglês. Em 2016, escreveu Du
sang aux lèvres, que foi dirigida por Mathias Moritz. Atualmente, Gahmi realiza dois trabalhos para o diretor Kheireddine
Lardjam. Integra, desde 2015, o coletivo Traverse, com o qual coescreveu a última peça do coletivo Os’o. Riad Gahmi é
membro do conjunto artístico da Comédie de Saint-Étienne.

Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil


Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília
Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC BAHIA
Festival Internacional de Londrina – FILO
Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto – FIT Rio Preto
Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp
Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas
RESIDE.FIT/PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco
TEMPO_FESTIVAL – Festival Internacional de Artes Cênicas do Rio de Janeiro

Texto Onde e quando nós morremos (Où et quand nous sommes morts), de Riad Gahmi (França), com tradução e direção
de Quitéria Kelly e Henrique Fontes, do Grupo Carmin (Natal-RN) | Leitura dramática com os atores Donizetti Buganza,
Nathan Sinval e Camila Martinez (Cia. FUNCART de Teatro), Thais Regina (Grupo Vocal Entre Nós), Luiz Eduardo Pires e
Douglas Mesquita (Londrina-PR)

APOIO

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O Nordeste
em tempo de
fake news
Em meio ao preconceito da xenofobia,
grupo potiguar inventa um Nordeste
para além dos clichês

Classificação indicativa 12
A INVENÇÃO DO NORDESTE Duração: 60 min
Grupo Carmin
20 e 21 de agosto - 20h30
Natal - RN
Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

A invenção do Nordeste, premiado espetáculo que de um filme cujo protagonista é nordestino. A


o Grupo Carmin traz para a edição 50 + 1 do FILO, escolha entre dois atores finalistas coloca em
coloca no centro da cena um tema tristemente movimento reflexões em torno de um estigma: os
celebrizado pelos ventos da polarização política estereótipos não conseguem abarcar a diversidade
que assolam o país: o preconceito contra o e a complexidade do que é ser nordestino em
Nordeste, o seu povo e a sua cultura. Não que o meio a referências tão múltiplas quanto díspares
assunto seja novo – o estigma contra o nordestino – de Glauber Rocha a Euclides da Cunha, de Luiz
vem do Brasil Colônia –, mas a virulência com que Gonzaga a Ariano Suassuna. A montagem se vale
a xenofobia ganhou as redes sociais no Brasil atual de recursos como filmes e documentos, maquetes
não para de causar espanto. e miniaturas, em diferentes registros de atuação
A atriz Quitéria Kelly se alarmou com as primeiras – tragédia, comédia, teatro épico, pós-dramático,
manifestações xenofóbicas já nas polarizadas dança.
eleições presidenciais brasileiras de 2014. Foi ali Em tempos sombrios, A invenção do Nordeste
que ela sentiu o desejo de escancarar os clichês mostra a potência plena do teatro em sua
que envolvem o Nordeste e os nordestinos. O capacidade de “farejar e combater o perigo de uma
ponto de partida foi a obra do historiador Durval regressão à barbárie”, como notou o crítico Patrick
Muniz de Albuquerque Jr., autor do livro A invenção Pessoa, do jornal O Globo, no registro do espetáculo
do Nordeste e outras artes. Nos dois anos seguintes, em sua recente e ovacionada temporada carioca. O
com apoio dos dramaturgos Pablo Capistrano trabalho foi eleito como a Melhor Dramaturgia na
e Henrique Fontes, a história foi lentamente 31ª edição do Prêmio Shell de Teatro, em março
construída. Era a primeira vez de Kelly na direção e deste ano – em janeiro, já tinha levado o troféu
o quarto trabalho autoral do grupo potiguar. de Melhor Espetáculo do importante Prêmio
Na trama, um diretor de cinema seleciona o ator Cesgranrio de Teatro.

Direção e figurino Quitéria Kelly | Assistência de direção, dramaturgia audiovisual e desenho de luz Pedro Fiuza | Consultoria
intelectual Durval Muniz Jr. | Direção de arte e cenografia Mathieu Duvignaud | Dramaturgia Henrique Fontes e Pablo Capistrano
| Elenco Henrique Fontes, Mateus Cardoso e Robson Medeiros | Preparação corporal Ana Claudia Albano Viana | Preparação
vocal Gilmar Bedaque | Produção executiva Mariana Hardi | Trilha original Gabriel Souto | Design gráfico Teo Viana | Xilogravura
Erick Lima | Costureira Kátia Dantas | Cenotécnico Irapuã Junior | Assistência técnica Anderson Galdino | Editor de vídeo
Juliano Barreto | Imagens de apoio Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha – Todos os direitos reservados – Copyrights
Consultoria LTDA | Produção de palco Daniel Torres

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Uma
viagem nas
asas dos
livros
Janayna Leite

Uma declaração de amor e


descoberta dos livros e suas
histórias transformadoras

Classificação indicativa: Livre


Duração: 45 min
O PÁSSARO AZUL
Cirko Volonte 23 de agosto - 19h30
Londrina – PR Centro Cultural SESI / AML
(Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

Os livros têm o poder de nos levar para bem a partir de uma cena simples, com o boneco-
longe. Eles nos colocam em contato com protagonista ganhando vida e interagindo com
outros mundos, personagens, seres fantásticos, o espaço e os objetos ao seu redor. O simbólico
transpõem barreiras e podem nos conduzir ao da literatura é reforçado pela magia do teatro de
encontro de novos significados para a nossa animação. O boneco visita cenários, descobre
própria existência. ambientes e logo está interagindo com os
animadores.
Neste O pássaro azul, espetáculo do Cirko Volonte,
o poder da leitura aparece na forma de uma ave, O Cirko Volonte usa as técnicas da animação de
que nos guia para uma viagem cheia de aventuras maneira clara e fixa, com uma simbologia aberta.
e por lugares fantásticos. A trama é conduzida por Um terreno fértil para a imaginação das crianças
uma personagem que, encantada pela leitura, e que também encanta os adultos. A iluminação
descobre que é possível conciliar imaginação se torna o elemento que contribui para o jogo
e realidade. A montagem trata a leitura como o cênico e a criação da fantasia; um impulso a mais
prazer do encontro consigo e com a criatividade para a busca das emoções perdidas dentro de
que existe em cada um de nós. cada um. Uma viagem nas asas de um pássaro da
cor do céu ao mundo dos sonhos e da fantasia,
Em cena, atores e bonecos percorrem, com onde tudo é possível e a felicidade sempre está
sensibilidade, o universo dos livros e dos sonhos ao alcance das mãos.

Direção Hanny Reis e Gustavo Bertin | Elenco Hanny Reis e Gustavo Bertin | Trilha sonora Gustavo Bertin | Bonecos e adereços
Gustavo Bertin e Hanny Reis | Operação técnica Renata Ichisato | Fotografia Janayna Leite Rolim e Ricardo Molina | Vídeo
Anderson Aguiar

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Seis corpos sob o mesmo habitat
HABITAT – 6 SOLOS / ESTUDOS DO Classificação indicativa 18
CORPO COMO CASA Duração: 180 min

Súbita Companhia de Teatro


23 e 24 de agosto - 20h30
Curitiba – PR
Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

A Súbita Companhia de Teatro completa 12


anos de trabalho e comemora em alto estilo,
trazendo ao palco do FILO o seu projeto DIA 23 DE AGOSTO
Habitat, composto de seis solos que mobilizam
todo o elenco do grupo. As apresentações
Uma história só / Conde Baltazar
dão início a um programa de circulação que
levará os espetáculos a diversas cidades do Um pai conta, através do seu corpo esburacado,
Paraná. Habitat – 6 solos estreou em fevereiro, sua relação com a infância, seu pai, seu avô. Um
e consagra o trabalho colaborativo da Súbita buraco que começou pequeno, uma falta quase
Companhia. invisível. A paternidade é um labirinto infinito.

A trajetória do grupo combina formação e Direção Maíra Lour | Dramaturgia de performance Conde
intercâmbio em trabalhos sempre coletivos. Baltazar | Orientação em dramaturgia Camila Bauer |
Interlocução artística Gladis Trdapalli | Assessoria em
A pesquisa continuada é a principal marca
dramaturgia Ligia de Souza Oliveira | Treinamento de voz
da companhia. “Ter a chance de mostrar Babaya | Trilha sonora/desenho de som Álvaro Antonio |
a versatilidade dos atores, a diversidade Cenário Guenia Lemos | Iluminação Beto Bruel | Figurino
temática e as propostas estéticas e cênicas que Val Salles | Direção de produção Michele Menezes
estamos trabalhando, é muito gratificante”, diz
a diretora, Maíra Lour.
Em Habitat – 6 solos, cada trabalho é uma T ao cubo / Cleydson Nascimento
peça única, embora as montagens façam
O solo autoral do ator Cleydson Nascimento
referência ao “corpo como casa”. São dois
é um convite para conhecer o corpo/casa de
dias de espetáculos, com três solos diferentes alguém que deseja expandir-se no tempo-
a cada sessão. Conde Baltazar (Alexandre espaço. No seu habitat, ele se multiplica, joga
Zampier) apresenta Uma história só; Cleydson com as possibilidades do universo, ri e se
Nascimento mostra T ao cubo; Helena de Jorge espanta com o caos.
Portela traz Foi assim que o oceano invadiu a
Direção Maíra Lou | Dramaturgia de performance
minha casa; Janaína Matter mostra Mulher, Cleydson Nascimento | Assistência de direção e
como você se chama?; Pablito Kucarz monta O preparação corporal Suzuki Janaina Matter | Trilha
arquipélago; e Victor Hugo apresenta Pirataria. sonora/desenho de som Álvaro Antonio | Cenário Guenia
Lemos | Iluminação Beto Bruel | Projeções Eli Firmeza/
WTF filmes | Direção de produção Michele Menezes

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Elenize Dezgenizki e Hana Lidia
Celebrando 12 anos de montagens e pesquisas
continuadas, a Súbita Companhia de Teatro
apresenta seis solos que têm o corpo como mote

Foi assim que o oceano invadiu a minha casa / O arquipélago / Pablito Kucarz
Helena de Jorge Portela
O arquipélago leva à cena a história de uma mãe,
Uma história sobre duas atrizes que, em uma tarde uma mulher comum que sai de sua casa muito
como qualquer outra, tiveram suas vidas separadas jovem para trabalhar na cidade grande. A narrativa
pelo mar. O mar que carrega o luto e a dor. Um ganha ares de fábula pessoal ao lançar mão de uma
trabalho solo que tenta agarrar o tempo com as metáfora poderosa: a família é um arquipélago.
mãos. Espetáculo em português e em Libras.
Direção Maíra Lour | Dramaturgia de performance Pablito
Direção Maíra Lour | Dramaturgia de performance Helena de Kucarz | Orientação em dramaturgia Camila Bauer |
Jorge Portela | Orientação em dramaturgia Camila Bauer | Interlocução artística Lígia Souza Oliveira | Colaboração
Interlocução artística Katia Drumond | Treinamento de voz movimento Ane Adade | Assessoria em canto Paola Pagnosi
Babaya | Trilha sonora/desenho de som Álvaro Antonio | | Treinamento de voz Babaya | Trilha sonora/desenho de som
Cenário Guenia Lemos | Iluminação Beto Bruel | Figurino Val Álvaro Antonio | Cenário Guenia Lemos | Iluminação Beto
Salles | Direção de produção Michele Menezes Bruel | Figurino Val Salles | Direção de produção Michele
Menezes

Pirataria / Victor Hugo


DIA 24 DE AGOSTO
Uma tentativa de fuga, um escape, uma mensagem
codificada, uma corrente. Gritaria. A pele, maior
Mulher, como você se chama? / Janaina Matter
órgão do corpo. Um vírus. Você acha que eu estou
Este solo parte de uma inquietação em relação ao ficando louco? Você vai me deixar aqui? Uma ficção
apagamento das mulheres na história do mundo. visionária, um holograma, arquivo oculto, um
De um contexto amplo até a aproximação com a corpo no espaço.
intimidade da atriz e das mulheres da família, o
Direção Maíra Lour | Dramaturgia de performance Victor Hugo
espetáculo ressignifica nomes e feitos históricos | Orientação em dramaturgia Camila Bauer | Interlocução
como forma de resgatar e corporificar a presença artística Ricardo Marinelli | Treinamento de voz Babaya |
das mulheres. Trilha sonora/desenho de som Álvaro Antonio | Cenário
Direção Maíra Lour | Dramaturgia de performance Janaina Guenia Lemos | Iluminação Beto Bruel | Figurino Val Salles |
Matter | Orientação em dramaturgia Camila Bauer | Direção de produção Michele Menezes
Interlocução artística Francisco Mallmann | Treinamento de
voz Babaya | Trilha sonora/desenho de som Álvaro Antonio |
Cenário Guenia Lemos | Iluminação Beto Bruel | Figurino Val
Salles | Direção de produção Michele Menezes

Produção Pró Cult | Realização Súbita Companhia de Teatro | Apoio Copel

REALIZAÇÃO PRODUÇÃO APOIO INCENTIVO


Projeto aprovado no Programa Estadual de
Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) da
Secretaria de Estado da Comunicação Social
e da Cultura | Governo do Estado do Paraná

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Corpos
políticos,
corpos
poéticos
Fagner Bruno de Souza

Novos olhares lançam luz e


dão visibilidade às narrativas
do universo trans

Classificação indicativa 18
TRANSTORNADA EU Duração: 60 min

Cia. Translúcidas 25 de agosto - 21h30


Londrina - PR Canto do MARL
(Av. Duque de Caxias, 3241)

Os seus corpos vivenciaram histórias que deixaram desses corpos – que aqui se movimentam numa
marcas, pegadas, impressões – tudo em forma de espécie de teatro de revista futurista. O espetáculo
fragmentos que só podem ser recompostos como tem todo o glamour das inumeráveis noites em que
experiência comum quando as suas histórias são os desejos desimpedidos pulsam, brilham cheios
recuperadas, reconstituídas, partilhadas. Então de luzes e alegrias. Mas suas histórias não podem
surgem as perguntas: “o que é um corpo?”, “o que ser contadas com a linearidade dos romances água
pode um corpo trans?”, “pode uma travesti falar?’, “o com açúcar – pois suas histórias transtornam e, na
que é ser normal?”. proposta desta dramaturgia coletiva, o transtorno
Nessa arrojada montagem em que traz à cena o viver pode ser inevitável quando perguntas e respostas
de uma perspectiva LGBTQ, a Cia. Translúcidas vê confluem: afinal, o que é ser “normal”?
mais verdade nas perguntas do que nas respostas. O corpo como instrumento político e poético
Transtornada eu é narrada a partir de lembranças de ganha voz. E, diante dos estereótipos e clichês
diferentes histórias que são comuns a transexuais, que patologizam modos de vida desviantes,
perseguidxs e humilhadxs por suas escolhas – Transtornada eu convida e instiga no público novas
o Brasil é um dos países do mundo onde mais leituras, novos olhares, dando visibilidade ao
violência se comete contra pessoas LGBTQs, com corpo trans e a todas as questões que o cercam. A
índices de assassinatos alarmantes. montagem propõe: os caminhos são muitos – e o
Mas a violência não apaga o brilho nem o poder teatro, território do corpo, é um deles.

Concepção geral criação coletiva | Elenco Linaê Mello, Mel Campus, Rafael Avansini e Herbert Proença | Participação em vídeo
Christiane Lemes | Direção Herbert Proença | Texto criação coletiva a partir de textos pessoais e textos de Susy Shok, Linn da
Quebrada, Fauzi Arap e José Régio | Figurino criação coletiva com participação de Josyane Barandão | Arte visual Carolina
Sanches | Registro audiovisual Fagner Bruno de Souza e Lucas Godoy | Operadora de luz Daniele Stegmann | Contrarregragem e
operação de som Maria Rita Pereira

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Sandro Branco
No balcão
do Hotel
Esplanada
O ilustre Nobel Willian Faulkner
abandona as convenções e vai
molhar as palavras no balcão do bar

Classificação indicativa 14
Duração: 60 min
UM BOURBON PARA FAULKNER
Apolo Theodoro, Donizetti Buganza 25 de agosto - 20h30
e Bruno Bazé Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)
Londrina - PR

Em agosto 1954, o celebrado escritor William o personagem real se junta a um personagem


Faulkner – Nobel de Literatura em 1949 – foi fictício, o garçom João Clark, neto de imigrantes
convidado para um evento no Brasil, uma semana americanos com inglês fluente para horas de
em São Paulo. Gênio da literatura e sujeito balcão.
intratável, mal-humorado e beberrão, Faulkner era Em cena, dois veteranos atores londrinenses:
alheio às discussões literárias e ao convívio com Apolo Theodoro, no papel do escritor áspero,
escritores – viveu sempre como um fazendeiro do encrenqueiro e difícil, e Donizetti Buganza, dando
sul dos Estados Unidos, em Oxford, cidadezinha vida ao barman, um homem simples e refém do seu
do Mississipi. Nunca fez qualquer concessão à cotidiano. O ator Bruno Bazé costura a narrativa,
fama ou aos modismos literários, e, talvez por dando vida a outros vários personagens sob a
isso, o Congresso Internacional de Escritores para batuta do experiente diretor Silvio Ribeiro. Das
o qual foi convidado naquele final dos anos 1950, conversas entre o cliente e o garçom, nova visão de
não tinha a menor importância. Sem cerimônias, mundo emerge na medida em que os copos cheios
trocou o convite do clube literário por uma semana vão esvaziando, sempre a partir da perspectiva do
no bar do Hotel Esplanada, na capital paulista. hóspede ilustre. Tudo regado a generosas garrafas
Reza a lenda que não apareceu nenhum dia às de uísque de milho e muitos lampejos: “Quando
conferências. acendemos um fósforo é que temos a dimensão da
escuridão”, diria Faulkner.
Episódio real, a temporada do escritor no balcão
do Esplanada é o ponto de partida de Um Bourbon
para Faulkner, do escritor Marco Antonio Fabiani, Projeto Faulkner no Brasil, Pronac 177283 | Lei de
Incentivo à Cultura | Patrocínio Unimed, Unimed Paraná,
lançado primeiro como novela e, agora, por Plaenge | Parceria Funcart, Aarpa | Promoção Instituto
ele mesmo adaptado para o teatro. Na peça, Viola Caipira | Ministério da Cultura, Governo Federal

Direção Silvio Ribeiro | Elenco Apolo Theodoro, Donizetti Buganza e Bruno Bazé | Assistência de direção Igor Castro | Figurino
Ana Carolina Ribeiro | Cenografia Caco Piacenti | Iluminação Luiz Eduardo Pires | Sonoplastia Fabrício Martins | Fotografia Sandro
Branco | Filmagem Carlos Fofaun | Produção Christine Vianna

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Um
banquinho,

Valéria Felix
um violão, um
calçadão Movimento que renovou a música, a Bossa Nova
é saudada em espetáculo que traz as ondas de
Copacabana para o Calçadão de Londrina

CHEGA DE SAUDADE Classificação indicativa: Livre


Duração: 65 min
Coletivo Antiqu4’Rio
Londrina - PR 26 de agosto - 20h30
Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

Estamos no final dos anos 1950. É época de grandes a jardinagem do Lago Igapó, cartão postal
mudanças no Brasil. No momento, um furacão vem londrinense). A fusão de culturas está também
arrastando compositores e intérpretes ávidos para no repertório, que conduz toda a narrativa e
experimentar um novo jeito de fazer música. Nasce, que promove o encontro de canções inéditas
assim, a Bossa Nova. Uma sonoridade inédita e de compositores londrinenses com os grandes
envolvente, com a cor do Brasil, que começa a clássicos da Bossa Nova – de “Garota de Ipanema”
despertar olhares curiosos e ouvidos atentos. a “O barquinho”, avançando até Baden Powel e
Nesse cenário, quatro personagens se fundem Jorge Benjor.
a duas cidades brasileiras. De um lado, um Rio No ano em que o Brasil perde João Gilberto, o
de Janeiro badalado, centro de uma revolução gênio que ao lado de seus irmãos-gênios Jobim e
musical – berço de Maria Tereza e Antônio, jovem Vinícius inaugurou o movimento com o disco de
casal apaixonado que se vê diante de um obstáculo 1958, Chega de saudade traz para a edição 50 + 1 do
imprevisto. De outro, Londrina, uma jovem cidade FILO uma rara reunião de grandes músicos da cena
no Norte do Paraná, crescendo e se desenvolvendo sonora de Londrina, que acompanham ao vivo as
a todo vapor. Terra dos irmãos Glorinha e Beto. peripécias de Maria Tereza, Antonio, Glorinha e
O cenário plasma o petit-pavê do Calçadão de Beto, personagens que contam e cantam as suas
Londrina (e seu traçado indígena baseado na histórias. Com essa nova produção, o Coletivo
cestaria Kaingang) com as ondas da pedraria AntiQu4’Rio celebra todos que se dedicaram a
portuguesa de Copacabana, desenho do paisagista fazer da Bossa Nova um marco na história da
Burle Marx (aliás, o mesmo que planejou música mundial.

Realização Coletivo AntiQu4’Rio | Dramaturgia Camila Taari, com adaptação de Thais Regina | Direção musical e arranjos vocais
Bruno Bazé | Direção cênica Thais Regina | Identidade visual Nayara Souza | Figurino Alex Lima | Costureiras Maria Higa (figurino)
e Cida Fernandes (cenário) | Cenário Caco Piacenti | Pintura do tapete (artesanal) Bruno Bazé | Idealização e direção de produção
Camila Taari | Assistente de produção Eduardo Peralta | Fotografia Valéria Felix | Audiovisual AlmA Londrina Rádio Web | Elenco
Bruno Bazé, Caco Piacenti, Camila Taari e Thais Regina | Músicos convidados Bruno Cotrim (bateria), Fabrício Martins (teclado),
Filipe Barthem (contrabaixo), Júlio Erthal (flauta e sax), Noel Carvalho (flauta e sax) e Thiago Marconato (teclado)

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Divulgação
O amor e
suas cartas
marcadas

A história de um amor que não


acontece no encontro dos corpos, mas
na dança secreta das palavras

Classificação indicativa 18
QUIERO DECIR TE AMO Duração: 50 min
Grupo Humo Negro 26 e 27 de agosto - 20h00
San Martín de Los Andes - Argentina Divisão de Artes Cênicas
(Av. Celso Garcia Cid, 205)

A Patagônia é território de uma beleza estranha, Na trama, duas mulheres encontram na


que nos remete ao remoto, ao frio e árido literatura um refúgio para as incertezas do
isolamento. É de lá, do interior da Argentina, amor. Uma delas se apaixona por um homem
mais precisamente de San Martín de Los Andes, que conhece em um acidente automobilístico e
que o Grupo Humo Negro (Fumaça Negra) começa a lhe enviar cartas de amor, que logo são
se lança para contar uma história de amores encontradas pela esposa do destinatário. Essas
secretos, platônicos, impossíveis. cartas passam a ser a fonte de inspiração para os
escritos do diário íntimo da esposa.
A distância dos grandes centros de produção
teatral levou os seus integrantes a buscar, mais A obra de Tenconi Blanco chama a atenção por sua
uma vez, satisfazer a necessidade de gerar simplicidade cênica e sensibilidade, reforçadas
intercâmbios com referências da cena teatral pela cenografia de Valeria Conte Mac Donell.
cosmopolita argentina. Agora, o escalado para Quem dialoga não são apenas as personagens,
dirigir o Humo Negro foi o premiado diretor Juan mas principalmente os textos, revelando um
Parodi, reconhecido por sua produção artística, amor que não se materializa no encontro dos
sua sensibilidade e compromisso criativo. corpos, mas no choque das palavras. A ficção
aqui é uma proposta de resistência à realidade.
O desafio da montagem foi dar corpo e alma para
Quiero decir te amo estreou em 2016, e desde
o texto Quiero decir te amo (Quero dizer te amo),
então vem excursionando por toda a América
de Mariano Tenconi Blanco, um dos expoentes
Latina e, mais recentemente, Estados Unidos e
da dramaturgia latino-americana. A peça é um
Europa.
jogo epistolar de forte apelo melodramático.

Texto Mariano Tenconi Blanco | Direção Juan Parodi | Elenco Jorgelina Balsa e Nidia Casis | Cenografia Valéria Conte Mac Donell
| Figurino Jorgelina Balsa e Juan Parodi | Assistente de direção Santiago Ferreria | Técnica Jesus Hernandez | Produção Grupo
Humo Negro

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Ravel e a ópera
do menino
encantado

Bonecos que bailam e encantam


Alécio Cezar

com a magia de uma ópera


escrita para crianças

Classificação indicativa: Livre


Duração: 45 min
O MENINO E OS SORTILÉGIOS
27, 28 e 29 de agosto - 19h30
O Pequeno Teatro do Mundo
Centro Cultural SESI / AML
Bragança Paulista - SP (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

Um dos grandes compositores do século XX, mais humana e generosa, iluminando o seu lento
Maurice Ravel é dos raros músicos do mundo amadurecimento.
erudito a ter suas peças disseminadas no
O Pequeno Teatro do Mundo é uma companhia
universo da cultura popular – e um dos mais
itinerante que roda o Brasil levando seus
raros ainda a escrever ópera para crianças. Ele se
espetáculos. Surgiu do encontro de Fabiana
interessou pela música aos sete anos de idade,
Vasconcelos Barbosa e Fábio Retti, a partir da
mas só na velhice, entusiasmado com a comédia
experiência de Fabiana com teatro de bonecos,
musical norte-americana, concluiu O menino e
e de Fábio, com iluminação de espetáculos de
os sortilégios. Baseada em poemas de uma outra
ópera.
artista visionária – a escritora Colette –, a obra
desmistifica a ideia da ópera como assunto de Concebida pelo duo, a montagem da obra de
gente séria e ambientes vetustos. Ravel ganhou vida como teatro de bonecos e corre
o Brasil se adaptando a dois cenários: ou em uma
Fantasia lírica de beleza comovente, O menino
“carroça” (na verdade, um trailer adaptado), no
e os sortilégios conta a história de um garoto
melhor estilo do teatro mambembe, ou em salas
que enfrenta suas emoções em uma jornada
fechadas, em um “teatro de bambu” facilmente
de descobertas. Através dos sortilégios e
montável e adaptável a qualquer ambiente. São
encantamentos, ele assiste os objetos ganharem
14 marionetes bailando em cena e encantando
vida e, deslumbrado com os prodígios da
gerações de crianças e adultos.
existência, vai construindo uma forma de viver

Concepção e realização do projeto, direção do espetáculo, criação e confecção das marionetes e interpretação Fábio Retti e
Fabiana Vasconcelos Barbosa | Cenário e iluminação Fábio Retti | Pintura do cenário Charles Paixão | Pintura da boca de cena
Carmen Barbosa e Rinaldo Escudeiro | Figurino Mila Reily | Fotos Alécio Cezar e Michael Dantas

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Divulgação
Vivas, aplausos.
O PROTEU está Vinte anos depois de sua última

de volta montagem, o icônico grupo criado por


Nitis Jacon comemora seus 40 anos

Classificação indicativa 14
TANGO Duração: 150 min
Grupo PROTEU 28 e 29 de agosto - 20h30
Londrina – PR Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

Foi lindo de ver. Durante três dias seguidos, em maio O premiado diretor William Pereira começou sua
deste ano, o Cine Teatro Ouro Verde esteve lotado. Nas história no grupo, e foi dele a sugestão da montagem
poltronas, no balcão e nos corredores, três gerações de que trouxe o PROTEU de volta à ribalta: Tango, texto do
londrinenses celebravam o retorno aos palcos (20 anos dramaturgo polonês Slawomir Mrozek.
depois de sua última montagem) do mais icônico dos Ao lado dele, na empreitada, outros quatro “clássicos”
grupos de teatro do Paraná, o PROTEU, uma ousada da cena londrineira: Maria Fernanda Coelho, Poka
experiência do teatro independente brasileiro, escola Marques, Mira Roxo e Remir Trautwein, o Mi, falecido
de centenas de atores e atrizes, diretores, cenógrafos em pleno processo de montagem – e mais quatro
– enfim, trabalhadores da cultura, como sempre se convidados de uma nova geração: Luan Valero, Maíra
referiu a eles a inventora de toda essa magia, grande Kodama, Rogério Costa e Sergio Mello.
alma da cultura brasileira, a diretora Nitis Jacon,
fundadora do FILO. Tango mostra um conflito de gerações às avessas,
uma família de qualquer tempo, em uma casa onde
Criado em 1978, o Projeto Experimental de Teatro quem se incomoda com a falta de regras e valores
Universitário produziu espetáculos memoráveis. Foi é o jovem Arthur. Uma releitura contemporânea e
com o PROTEU que o escritor Mario Prata estreou na nada convencional de Hamlet – em que o príncipe
dramaturgia (Salto alto fez história). Foi do PROTEU é substituído por um adolescente conservador
a primeira encenação da então proibida Calabar, o que desaprova a promiscuidade dos pais. Na curta
elogio da traição, de Chico Buarque e Ruy Guerra. O temporada de estreia naquele Teatro Ouro Verde
PROTEU contou a história de Londrina com Bodas de lotado e comovido, um encontro não apenas com um
Café e ZYDrina. O PROTEU formou plateias e artistas grande espetáculo, mas também o reencontro com
que, além das montagens anuais, produziam um uma tradição estética e ética.
festival, o FILO.

Tradução e adaptação William Pereira | Encenação William Pereira | Assistência de direção José Claudio Rodrigues | Elenco Poka Marques,
Maria Fernanda Coelho, Mira Roxo, Remir Trautwein, Sergio Mello, Luan Valero, Maíra Kodama e Rogério Francisco Costa | Direção técnica e
iluminação Raquel Balekian | Assistência de iluminação Josy Galvão | Trilha sonora William Pereira | Montagem da trilha sonora Sara Delallo
| Operação de som e contrarregragem Paulo Castro | Cenotécnica Igor de Castro Santos e Jeniton da Silva Stein (Coringa) | Cenografia William
Pereira e Gelson Amaral | Pintura de arte Manoel Cavalcante de Souza Neto | Confecção de cenografia Poka Marques, Jacqueline Almada,
Igor de Castro Santos, Jeniton da Silva Stein (Coringa), Edna Aguiar e Paulo Castro | Figurino Nélio Pinheiro | Preparação vocal Silvio Ribeiro |
Direção de produção Jacqueline Almada | Produção Patrícia Braga Alves | Registro videográfico e fotografia Emerson Scada – AlmA Londrina
Rádio Web | Assessoria de imprensa/Mídias Sociais DOC Comunicação – Emília Miyazaki e Maria Eduarda Oliveira | Projeto gráfico Visualitá
Casa de Design | Curadoria da Exposição “PROTEU 40 Anos” Maria Carla Araujo Moreira, João Darwin Rodrigues e PROPOCULT/UEL

ESTE ESPETÁCULO É DEDICADO A NITIS JACON, PAULO BRAZ, REMIR TRAUTWEIN, EUNILSON BEZERRA E A TODOS QUE CONSTRUÍRAM A HISTÓRIA DO GRUPO PROTEU.

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Um passeio
pelo Ouro
Verde Declaração de amor pelo Cine Teatro Ouro
Divulgação

Verde se transforma em crônica, peça de


teatro e tour pelas paredes da memória

Classificação indicativa: Livre


NOTURNO Duração: 20 min
FUNCART/Escola Municipal de Teatro 29 de agosto - 16h00
Londrina - PR Saguão do Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

Em abril de 2017, ainda sob o impacto do grande Nascia ali, da leitura da crônica de Célia Musilli
incêndio que cinco anos antes havia destruído pelos alunos da Escola Municipal de Teatro
as instalações do Cine Teatro Ouro Verde, e às (FUNCART), o trabalho de formatura da turma
vésperas da reinauguração do prédio restaurado, 2019. A montagem leva o texto e o público a
Célia Musilli escreveu uma crônica antológica passearem entre rampas e corredores, hall e
sobre esse monumento da singular cultura do camarins do cinema que se tornou teatro em
Norte do Paraná. Jornalista, poeta, escritora, Célia 1978, quando foi comprado pela Universidade
tem uma longa história de amor com a cidade – e Estadual de Londrina e transformado na casa de
com os seus signos e ícones. espetáculos que entraria para a história de vida de
centenas de artistas.
“No começo era arte pelas mãos de Artigas, o
arquiteto dos sonhos em concreto” – dizia o texto No roteiro desse tour, além do prédio, muitas
logo nas primeiras linhas. Inaugurado em 1952, lembranças de momentos mágicos em seus quase
o Ouro Verde foi projetado por Villanova Artigas, 70 anos de existência – como a inauguração em
arquiteto pioneiro do modernismo no país e que technicolor com a presença dos chefões dos
deixou edificadas em Londrina obras históricas, estúdios de Hollywood, ou as performances de
como a Estação Rodoviária (hoje Museu de Arte) grandes artistas como Elis Regina, Kazuo Ohno,
e a Casa da Criança, primeiro prédio com rampas Antunes Filho e Astor Piazzolla.
construído no Brasil.

Coordenação Silvio Ribeiro | Direção José Silva | Elenco Augusto, Paulo Galdin, Pedro Maluf, Nathalia Maluf, Danny Miasato,
Vivian Sayuri Muramoto, Rulio Nicolella e Ana Carolina de Souza

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Valéria Felix
O passado,
uma invenção
do presente Estórias onde a poesia se suja de
terra, dança com o vento e escorre
nas águas da memória

Classificação indicativa: 12
POÉTICAS DE TERRA E CÉU Duração: 50 min
Cia. Um Só de Teatro 30 de agosto - 20h00
Londrina - PR Divisão de Artes Cênicas
(Av. Celso Garcia Cid, 205)

As aventuras e desventuras de uma criança que O espetáculo é resultado da pesquisa de Murilo


olha o mundo com o olhar da imaginação são a de Andrade sobre o processo de reflexão e feitura
matéria-prima deste primeiro trabalho solo do de um trabalho individual. A criação alinha
ator Murilo de Andrade. Em Poéticas de terra e os fundamentos da preparação do ator com
céu, o menino e o homem feito se misturam e se a dramaturgia da lembrança, a dinâmica com
confundem na memória de leituras e vivências, objetos e a poética da terra, que diz respeito
reinventando o mundo a partir de um olhar poético aos sentimentos e emoções como o amor, a
que acende a imaginação e faz do passado uma esperança, a saudade, a vida e a morte.
invenção do presente.
O solo traz referências do universo poético de
O menino carrega em uma velha mala a sua João Guimarães Rosa e da obra do poeta Manoel
bagagem delicada. Ele alcança os céus e as estrelas de Barros, especialmente na essência dos seus
em seu emaranhado de pipas e balões, desbrava livros Infantis, O guardador de águas e Concerto
horizontes em seus barcos de papel embalado a céu aberto para solos de aves. Textos e canções
por suas próprias canções. Entre as margens da autorais também embalam as estórias nas quais
estória e da história, Poéticas de terra e céu recria a poesia se suja de terra, dança com o vento e
a realidade atravessando territórios familiares a escorre nas águas da memória.
todos nós.

Concepção, direção, texto e atuação Murilo de Andrade | Orientação musical Paulo Vitor Poloni | Canções “Menino” e “Mãe”
Murilo de Andrade | Iluminação, concepção e operação Danilo Neiva | Figurino, caracterização e objetos Murilo de Andrade |
Produção executiva Eddie Mansan | Fotos do programa Vitor Pedrassoni, Nilton Russo e Valéria Felix

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Um trio que
vale por um
circo inteiro
Francinelli Valdeira

Três palhaços se veem em apuros


quando percebem que são a única
atração do picadeiro

REPRISES PAREADAS Classificação indicativa: Livre


Cia. Circo Rodado Duração: 60 min

Curitiba - PR 30 de agosto - 19h30


Centro Cultural SESI / AML
Programação Sesi Cultura (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)

O grande circo chegou! E com ele uma trupe de gags e as tradicionais entradas circenses populares.
palhaços. Mas eles são apenas três e são a única A trupe curitibana é formada pelos palhaços Abel
atração. Para dar conta de um circo tão grande, o (Paulo Carneiro), Pelúcia (Bruno Mancuso) e Tropo
trio terá que se virar como pode. Para começar, um (Mateus Tropo). São oriundos de diferentes escolas
número musical, mistura de carreira com arrasta- circenses e desenvolvem trabalhos diversos,
pé na base da zabumba, do trompete e da sanfona. apresentando-se em ruas, praças, salas, lonas e
Mas isso não basta, a plateia quer mais. teatros, valorizando sempre a interatividade. Os três
Aí o clima de romance invade o picadeiro: “quer também trabalham como palhaços em hospitais.
namorar comigo?”. O distinto público é exigente – e O Circo Rodado vem se apresentando com
então a impávida trinca se arrisca em um território regularidade nas ruas e praças de Curitiba,
que exige muita habilidade e destreza: alguém em eventos sociais (ocupações e movimentos
vai ter de encarar um chicoteador. E, como nos populares), em festivais (4º Festival Curitibano de
antigos circos, a plateia poderá conhecer a incrível Circo e FESTPAR), em mostras (Mostra Chapéu,
aberração da natureza, exclusiva, fantástica: o Mostra Seu Nariz e Mostra de Teatro Infantil) e em
homem que vira galinha caipira. encontros de palhaços (8º Encontro de Palhaços
Em Reprises pareadas, a Cia. Circo Rodado em Todo Lugar e outros), além de apresentações
desenvolve uma curiosa pesquisa sobre reprises, independentes.

Direção Cia. Circo Rodado | Elenco Bruno Mancuso (Palhaço Pelúcia), Mateus Tropo (Palhaço
Tropo) e Paulo Henrique Carneiro (Palhaço Abel) | Figurino Paulo Henrique Carneiro | Produção
Cia. Circo Rodado | Assessoria musical Igor Ribeiro

28
Divulgação
Mergulho
multimídia no mar
de Júlio Verne Atores e cenário digital
contracenam em releitura do
clássico da ficção científica

Classificação indicativa : Livre


Duração: 60 min
VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS
Teatro Potlach 31 de agosto - 20h30
01 de setembro - 16h - 20h30
Itália
Teatro Ouro Verde
(Rua Maranhão, 85)

O capitão Nemo e o seu submarino Náutilus novos heróis que ousavam confrontar o futuro.
encantaram gerações com suas incríveis aventuras Multimídia, o espetáculo retoma e atualiza temas
no fundo dos mares. Desde que a história surgiu, em da relação entre homem e natureza, atravessando
1869, ainda em forma de folhetim nas páginas de questões relacionadas ao meio ambiente, à ecologia
uma revista parisiense, Vinte mil léguas submarinas e a problemas existenciais importantes, a partir de
vem se prestando a incontáveis adaptações – do um ponto de vista social.
cinema à TV, dos quadrinhos à animação, pioneira
Esses temas urgentes se potencializam no trabalho
do gênero ficção científica.
interdisciplinar entre teatro, música, cenografia
Nos 250 anos de seu surgimento, o clássico de Júlio digital e videoarte. O resultado, no palco, é uma
Verne chega a Londrina em uma inusitada versão simbiose entre as ações dos atores e os componentes
teatral do Teatro Potlach. Pelas mãos do grupo interativos proporcionados pelas novas tecnologias.
italiano, os efeitos de imagens visionárias sugeridas
Os recursos multimídia permitem ao ator se
pelas páginas do livro são reconstruídos a partir da integrar à estrutura dramatúrgica. Para isso, as
união de narrativas próprias do teatro dramático narrativas de Júlio Verne ganharam uma nova
com as técnicas de cenografia digital. escritura, conduzida por Pino Di Buduo, diretor do
As descobertas científicas, suas aplicações Teatro Potlach, com a colaboração dos estudiosos
e implicações são o substrato das invenções de teatro Raimondo Guarino e Stefano Geraci,
propostas pelo Potlach para contar a saga daqueles docentes da Universidade de Roma Três.

Direção Pino Di Buduo | Elenco Daniela Regnoli, Nathalie Mentha, Marcus Acauan, Giovanni Di Lonardo e Gabriel Delfino Marques
| Técnica de som e imagens Zsofia Gulyas | Cenografia e iluminação Luca Ruzza | Cenografia digital Aesop Studio e Mopstudio |
Maquiagem e figurino Laura Colombo | Assistência de direção Zsofia Gulyas

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Um encontro
com a
memória
Divulgação

Personagens clássicos da vida


da cidade estão à solta nas
plataformas da estação ferroviária

Classificação indicativa: Livre


PROCURE A MENINA COM O SOL EM Duração: 30 min
SEUS OLHOS
FUNCART/Escola Municipal de Teatro 31 de agosto - 17h00
Museu Histórico de Londrina /UEL
Londrina - PR (Rua Benjamin Constant, 900)

O prédio da antiga estação ferroviária de Londrina Avenida Paraná e, depois, queriam ver Os Mutantes
guarda histórias malucas, e por sua plataforma em um show tipo Woodstock, que rolou no ano
multicultural já passou gente de todo o tipo, de 1973 na vizinha cidade de Cambé. Pode topar,
falando mil línguas, vestida de todo o jeito, no mais também, com os meeiros que ganharam terras aqui
de meio século em que seus trilhos conectaram perto e estavam sendo expulsos de seus sítios por
Londrina ao mundo. jagunços, e fizeram a famosa guerra de Porecatu
– todo o mundo passou ali, até as prostitutas que
Aquele lugar já viu muita gente estranha, muita certo dia saíram em uma marcha de protesto pelo
cena esquisita – portanto, não se espante caso centro da cidade.
surgirem à sua frente os personagens fugidos da
memória de Lucy, a protagonista cuja trajetória A história de Procure a menina... conta as peripécias
conduz esse Procure a menina com o sol em seus de Lucy, uma mulher que está perdendo a
olhos, texto de Francismar Lemes dirigido por Carol memória. Ela acredita que toda a sua vida está em
Ribeiro. uma gaveta, onde guarda suas lembranças e onde
vivem as figuras marcantes da cidade. Porém, um
Você pode se deparar com o Circuito, já ouviu falar? dia suas lembranças começam a se apagar ainda
Tinha um tique nervoso, as crianças zombavam mais, porque os personagens resolvem fugir.
dele; mas o Circuito passava o dia vagando pela
Nessa singela montagem da FUNCART/Escola
estação, tirando dos dedos flores, girafas, cirandas
Municipal de Teatro, personagens e plateia fazem,
– ele fazia kirigamis.
juntos, um passeio pela memória viva da cidade: a
Ou você pode topar com aqueles jovens hippies memória das histórias e dos personagens de uma
que assistiram ao filme Woodstock no Cinerama da comunidade multicultural.

Coordenação Silvio Ribeiro | Texto Francismar Lemes | Direção Carol Ribeiro | Produção Cláudio Rodrigues | Design gráfico Renan
Cavalari | Figurino e objetos de cena o grupo | Elenco Ana Curotto, Nalu Geiger, Jhonattan Toniatto, Larissa Silva, Maria Clara
Serigato, Maíra Kodama, Rodrigo Guerrier e Simone Fles | Músicos convidados Flávio Collins, Marina Madi e Thiago Barcelos

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FÓRUM

Curando
Coordenação: Comissão Organizadora do FILO e Divisão de Artes Cênicas da Casa
de Cultura da Universidade Estadual de Londrina / Laura Franchi
Na sua edição 50 + 1, o Festival Internacional de Londrina promove, pela primeira vez
em sua história, o Fórum de Curadores, uma reunião de profissionais renomados
da área das artes cênicas que, em conjunto com a Comissão Organizadora do FILO,
PARALELAS
vai ajudar a PENSAR, REFLETIR E ELABORAR a linha curatorial da próxima edição
do Festival. Pensar a realidade do país, mudanças e horizontes da cena cultural,
em um debate ativo e aberto. Oxigenar é a pedra de toque.

PROGRAMAÇÃO

16 DE AGOSTO (SEXTA-FEIRA)

Casa de Cultura da UEL (Rua Souza Naves, 9 – 11º andar) – 10h às 12h
Reunião: Curadores e representantes da Comissão Organizadora do FILO
para alinhamento de ações e conceitos

Centro Cultural SESI / AML (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral,


130) – 14h30 às 17h30
Mesa 1: “A dimensão cidadã da prática da crítica” – VALMIR SANTOS
Mesa 2: “Dramaturgia da urgência” – MARCOS DAMACENO

17 DE AGOSTO (SÁBADO)

Casa de Cultura da UEL (Rua Souza Naves, 9 – 11º andar) – 10h às 12h
Reunião: Curadores e representantes da Comissão Organizadora do FILO.

Centro Cultural SESI / AML (Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral,


130) – 14h30 às 16h
Mesa 1: “Performance e ativismo cultural” – STELA FISCHER
Mesa 2: “Teatro universitário/De dentro pra fora e de fora pra dentro” –
MAURO RODRIGUES

18 DE AGOSTO (DOMINGO)

Praça Sete de Setembro – 10h30 às 11h30


Mesa/performance: “A flor no asfalto – a rua enquanto potência estética,
poética e política do teatro” – ROGÉRIO COSTA

Casa de Cultura da UEL (Rua Souza Naves, 9 – 11º andar) – 14h30 às 16h
Encontro: Curadores, Comissão Organizadora do FILO e comunidade
artística londrinense. Em pauta, a relação do Festival com a cidade e os
produtores culturais.

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CURADORES

Stela Fisher Mauro Rodrigues


Mestre em Artes/Teatro Mauro Rodrigues é marionetista,
pela Universidade de educador, acupunturista e doutor
Campinas (UNICAMP) e em Artes pela Universidade de
doutora em Artes Cênicas São Paulo (USP), licenciado
Fabio Alcover

Fabio Alcover
pela Universidade de em Educação Artística pela
São Paulo (USP), a atriz Universidade Estadual de
e diretora Stela Fischer Londrina (UEL) e especialista
recebeu o Prêmio CAPES 2018 de melhor em Ensino de Artes Cênicas pela Faculdade de
tese em Artes do Brasil, com seu trabalho de Artes do Paraná (FAP). Desde 1993 é docente no
doutorado Mulheres, performance e ativismo: a Departamento de Música e Teatro da UEL, tendo
ressignificação dos discursos feministas na cena ajudado a criar a graduação de Artes Cênicas, na
latino-americana. Em São Paulo, é responsável qual atua nas áreas do aprendizado de teatro,
recepção teatral e do teatro de formas animadas.
pelo Coletivo Rubro Obsceno, agrupamento
É criador e diretor da Cia. Imago de Teatro de
de mulheres artistas que tratam de gênero e
Animação.
ativismos feministas nas artes da cena.
Marcos Damaceno
Marcos Damaceno é diretor
Valmir Santos
e dramaturgo, formado pela
Jornalista, crítico, Faculdade de Artes do Paraná
pesquisador, idealizou e (FAP). Idealizou e coordenou
edita o site Teatrojornal – o Núcleo de Dramaturgia do
Divulgação

Leituras de Cena (2010). SESI-PR. Criou, junto com a atriz


Guto Muniz

Repórter desde 1992, em Rosana Stavis, a Cia. Stavis-


publicações como Folha de Damaceno, responsável por espetáculos como
S.Paulo e Bravo!, colabora Psicose 4h48, com mais de trezentas apresentações
em curadorias e consultorias de mostras, pelo país, e Árvores abatidas ou para Luis Melo,
festivais ou enciclopédias. Mestre em Artes apresentado em mais de cem cidades. Em 2019
Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP). recebeu o Prêmio Shell de Teatro pela dramaturgia
Participou, como ator amador, da fundação do de Homem ao vento, que ainda teve indicações aos
Grupo Pombas Urbanas (1989), em São Miguel prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de
Paulista, bairro de São Paulo onde nasceu, Arte) e Aplauso Brasil. Damaceno também tem se
décimo de doze filhos de migrantes baianos. dedicado a oficinas cujo foco está no trabalho do
ator com a palavra e a fala.

Rogério Costa Ney Piacentini


Ator, produtor e diretor, Com 40 anos de teatro e atuação
em mais de 50 espetáculos, Ney
Rogério Costa comemora
Piacentini integra a Companhia
20 anos de profissão em
do Latão desde a sua fundação,
2019. Bacharel em Artes
em 1997. Mestre e doutor em
Divulgação

Cênicas pela Universidade


Divulgação

Artes Cênicas/Pedagogia Teatral


Estadual de Londrina pela Universidade de São Paulo
(UEL), frequentou o curso (USP), escreveu O ator dialético: 20 anos de
regular da Escola Municipal de Teatro de aprendizado na Companhia do Latão e Eugênio
Londrina (FUNCART). Integra a companhia de Kusnet: do ator ao professor. Já deu aulas na
teatro londrinense Núcleo Ás de Paus desde sua Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita
fundação em 2008. É articulador do Movimento Filho (UNESP) e na Faculdade Paulista de Artes
de Artistas de Rua de Londrina (MARL), da Rede (FPA), e atualmente é professor da USP. Em 2013
Brasileira de Teatro de Rua (RBTR) e da Rede recebeu o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro,
Paranaense de Teatro de Rua (RPTR), e titular pela sua contribuição ao teatro paulista, e em
da Setorial Teatro no Conselho Municipal de 2016 foi indicado ao prêmio de Melhor Ator pela
Políticas Culturais de Londrina. Associação Paulista de Críticos de Arte.

32
FÓRUM
Festivais em Transe já consolidados no calendário cultural de Londrina
possa ampliar seu alcance, estimulando uma
Coordenação: Comissão Organizadora do FILO e interação cada vez maior entre eles. Nesta edição,
Divisão de Artes Cênicas da Casa de Cultura da o FILO se propõe como impulsionador dessas
Universidade Estadual de Londrina reflexões e ações. O Fórum terá participação de
Londrina é a cidade dos festivais. Ao longo de décadas, representantes de festivais, mostras e eventos
todos os setores das artes e da cultura da cidade vêm culturais da cidade.
organizando a sua produção em eventos dos mais
diversos formatos, de simples mostras a festivais que 23 agosto - Centro Cultural SESI / AML (Rua
começaram pequenos, cresceram e hoje ocupam Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130) –
lugar de destaque no calendário cultural do Brasil. 14h30 às 17h30
Cada um, à sua maneira, mobiliza um entorno Mesa: “Festivais: tradição, inovação e
que começa na família e entre amigos, envolve formatos. Como potencializar as relações
a vizinhança, a escola, a comunidade, a mídia, o com a cidade?”
mercado do entretenimento e uma extensa rede
de prestadores de serviços, que inclui transporte, 24 agosto - Centro Cultural SESI / AML (Rua
restaurantes, hotéis, locação de equipamentos, Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130) –
profissionais da criação, entre tantos outros. 14h30 às 17h30
O objetivo do Fórum FESTIVAIS EM TRANSE é Mesa: “Formas de colaboração e agendas
promover uma agenda em que cada um dos eventos bem-casadas: como otimizar os festivais”

OFICINAS
“Abertura de processo” “E se eu fizesse um solo”
Com: Diego Aramburo (Bolívia) Com: Súbita Companhia de Teatro (Curitiba-PR)
22 a 25 agosto | 8h às 12h | Local: Divisão de Artes 22 de agosto | 8h às 12h | Local: Prédio de Artes Cênicas -
Cênicas (DAC) e Prédio de Artes Cênicas – Campus Campus UEL | Público-alvo: artistas do teatro e da dança,
UEL | Público-alvo: artistas do teatro e da dança, diretores, dramaturgos, pesquisadores e estudantes
diretores e estudantes A oficina ministrada por artistas da Súbita Companhia de
Um dos grandes nomes do teatro boliviano, com longa Teatro propõe uma experiência prática de compartilhamento
trajetória no exterior, o ator e diretor Diego Aramburo com a intenção de identificar, junto com os participantes,
desenvolve, nesta oficina, a conceituação da cena e questões importantes sobre o fazer teatral hoje. O trabalho
a criação de material cênico e/ou performático para tem base na experiência criativa dos seis solos que compõem
atores, bailarinos, performers e diretores. o projeto Habitat, em cartaz no FILO 50 + 1.

Oficinas e Conferência do Teatro Potlach / Itália

O Teatro Potlach trabalha a essência do teatro, buscando “Treinamento físico”


um ator completo, a partir de composição dramática
baseada na ação física. Nas oficinas do Potlach os Com: Zsofia Gulyas (Teatro Potlach/Itália)
participantes terão uma experiência no campo da 26 e 27 de agosto | 14h às 18h | Local: Prédio de
organização, do gesto e da técnica teatral. Artes Cênicas - Campus UEL | Público-alvo: artistas
do teatro e da dança, diretores e estudantes
“O trabalho do ator: ativação do processo
criativo”
CONFERÊNCIA
Com: Pino Di Buduo (Teatro Potlach/Itália)
“Cidades invisíveis”
26 e 27 de agosto | 8h às 12h | Local: Prédio de Artes
Cênicas - Campus UEL | Público-alvo: artistas do 28 de agosto | 9h às 11h | Local: Sala de Eventos do
teatro e da dança, diretores e estudantes CECA - Campus UEL
O diretor e fundador do Teatro Potlach, Pino
“Coro – treino vocal” Di Buduo, irá compartilhar sua experiência em
Com: Nathalie Mentha (Teatro Potlach/Itália) Cidades invisíveis, projeto artístico interdisciplinar e
multimídia baseado no tema da cidade e inspirado
26 e 27 de agosto | 14h às 18h | Local: Prédio de no romance de Italo Calvino. O projeto-espetáculo é
Artes Cênicas – Campus UEL | Público-alvo: artistas dirigido por Pino Di Buduo desde 1991.
do teatro e da dança, diretores e estudantes

33
LANÇAMENTOS
Ney Piacentini lança O ator dialético O livro foi premiado na categoria Adaptação da 59ª
edição do Prêmio Jabuti. Acompanhado de um CD
16 de agosto | 19h30 | Canto do MARL (Av. Duque
com canções autorais, o livro vem sendo utilizado
de Caxias, 3241)
no Ensino Médio como material paradidático
Comemorando seus 40 anos de teatro, Ney especialmente para trabalhar conteúdos como a
Piacentini traz para o FILO a aula-espetáculo e formação étnica da sociedade brasileira, gêneros
o lançamento do livro O ator dialético: 20 anos literários, música popular e cultura afro-brasileira.
de aprendizado na Companhia do Latão (Hucitec
Editora), indicado ao Prêmio Aplauso Brasil
2018/19 na Categoria Destaque, ganhando o
reconhecimento da imprensa e dos leitores.
Clássico do PROTEU ganha edição em livro
Mestre e doutor pela Universidade de São Paulo,
28 de agosto | 19h | Saguão do Teatro Ouro
Ney conta, nesse livro, suas experiências nos
Verde (Rua Maranhão, 85)
espetáculos e na formação do ator dialético na
Companhia do Latão, desde a sua fundação em No ano em que faz aniversário de 40 anos, o grupo
1997. PROTEU ganha um presente pra lá de especial:
Sobre o livro, a a reedição do texto de uma de suas montagens
historiadora e crítica mitológicas, Bodas de Café, momento marcante
teatral carioca Tânia do teatro independente brasileiro. A peça foi
Brandão escreveu escrita por Nitis Jacon, em modelo colaborativo
no Folias Teatrais: “O com o grupo que ela fundou em 1978.
título dimensiona uma
O espetáculo, que fez temporadas em São Paulo
interessante atitude
e Rio de Janeiro pelo projeto Mambembão,
existencial de pesquisa:
da Funarte, celebrou as bodas de 50 anos de
O ator dialético – 20
Londrina, em 1984, época em que a cafeicultura
anos de aprendizado na
era substituída pela agricultura mecanizada e
Companhia do Latão. Isto
a colonização brilhante dos primeiros anos já
significa a abordagem
mostrava o lado perverso do modelo agrícola
do processo, mas visto
que se instalava.
segundo a visão singular,
individual, de uma O livro Bodas de Café (Eduel) foi organizado,
prática que é coletiva”. traz notas e textos críticos da professora Sonia
Pascolati, docente do departamento de Letras da
Universidade Estadual de Londrina desde 2007.
É resultado de pós-doutorado no Programa
Shakespeare vai à favela de Pós-Graduação
em Literatura e
17 de agosto | 19h30 | Centro Cultural SESI / AML
Interculturalidade da
(Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130)
Universidade Estadual
Na Vila de Vera Cruz, favela habitada por uma da Paraíba (UEPB -
gente humilde e alegre, os deuses gregos, duendes 2018). Dramaturgia
e fadas de Sonhos de uma noite de verão, de e teatro moderno
Shakespeare, encontram perfeitos paralelos em e contemporâneo
lendas brasileiras e nos orixás africanos. Essa é a têm sido o foco de
trama de Samba de uma noite de verão (Editora seus projetos de
KAN), em que Renato Forin Jr., jornalista, mestre pesquisa desde o
e doutor em Letras pela Universidade Estadual de doutoramento.
Londrina (UEL), lança a sua metáfora da formação
do Brasil a partir de suas misturas étnicas,
religiosas e culturais.

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FÓRUM

De volta a maio
Coordenação: Comissão Organizadora do FILO e Divisão de Artes
Cênicas da Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina

27 de agosto (terça-feira) Eram 22 projetos socioculturais mobilizando


linguagens artísticas voltadas para a
Casa de Cultura – 10h às 12h comunidade. Teatro da Memória nas velhas
casas de madeira da Vila Casoni; teatro nos
Reunião de participantes dos Projetos presídios, teatro em ocupações por moradia
de Maio ao longo de uma década (2000- e nas ONGs de reciclagem da Vila Marizia;
2010). Durante o fórum, serão expostos os oficinas de moda com as costureiras do União
impactos dos projetos e discutidas ações da Vitória; oficinas de rádio comunitária em
para a sua retomada na próxima edição assentamentos de sem-terra – os projetos
do FILO. mexeram com a vida da cidade e chegaram à
população das periferias.
Mesa Essas atividades também ampliavam o
Maria Fernanda Coelho: atriz do grupo calendário cultural, até então concentrado
PROTEU e integrante da Comissão no segundo semestre do ano. Os projetos
Organizadora do FILO, trabalhou na começavam em maio e seguiam até julho
implantação dos Projetos de Maio ou agosto, durante o Festival, e por anos
Bernardo Pellegrini: jornalista e músico seguidos. Era a realização de sonhos que
londrinense, foi secretário de Cultura de começaram bem antes, com a própria criação
Londrina (2000-2002) da Universidade Estadual de Londrina, sua
Divisão de Teatro e os programas de extensão
Luciano Bitencourt: jornalista aposen-
universitária.
tado, ex-secretário de Cultura de
Londrina (2004-2008) Em 1973, a Divisão promoveu oficinas de
Valdir Grandini: jornalista, coordenador teatro para uma Associação das Lavadeiras do
de projetos da Secretaria de Cultura de Jerumenha, primeiro conjunto habitacional
Londrina (2000-2008) e ex-secretário de de Londrina. E, em 1983, Nitis Jacon levou
Cultura (Londrina/2008) alguns componentes de seu grupo NÚCLEO
I para uma grande experiência de arte-
educação nas escolas da rede pública de
Último festival do século XX, ou o primeiro de Arapongas. Nitis foi a grande idealizadora e
um novo milênio, o Festival Internacional de realizadora nesse processo que mobilizou
Londrina de 2000 ampliou os horizontes da décadas de trabalho.
cultura brasileira. “Festival de Todas as Artes”, A partir de 2002, os Projetos de Maio foram
como se autodefiniu ao ampliar a presença incorporados à política pública da Secretaria
de múltiplas linguagens (do circo à dança, de Cultura da cidade de Londrina, onde
da música à fotografia, rádio e cinema) em nasceu o Sistema Municipal de Cultura, o
sua grade de programação, o FILO 2000 trazia PROMIC, reconhecido pela UNESCO, e que
uma novidade impactante: os Projetos de se tornou referência em Política Pública de
Maio. Cultura no Brasil.

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15 DE AGOSTO A 01 DE SETEMBRO - 2019

REALIZAÇÃO

CASA DE CULTURA UEL

REITOR Prof. Dr. Sérgio Carlos de Carvalho


VICE-REITOR Prof. Dr. Décio Sabbatini Barbosa
DIRETORA DA CASA DE CULTURA Maria Helena Ribeiro Bueno
CHEFE DA DIVISÃO DE ARTES CÊNICAS Laura Franchi

FILO 50 + 1
COMISSÃO ORGANIZADORA EQUIPE DE PRODUÇÃO João Ribeiro, José Cláudio Rodrigues,
Patrícia Braga Alves, Maria Fernanda Coelho, Maria Helena Ribeiro Renata Ichisato, Roselene Leite (Toko)
Bueno, Patrícia de Castro Santos, Luiz Bertipaglia,
Jackeline Seglin, Vanerli Beloti APOIO/PRODUÇÃO Amanda Micheletti, Anthony Terencio,
Beatriz Amaro, Clarice Treml, Gabriel Goulart, Gabriel Rafael,
PRESIDENTE DE HONRA Gabrielly Arcas, Kariny Costa, Lavínia Oliveira, Letícia Pocaia,
Nitis Jacon de Araujo Moreira Ligia Luca, Matheus Mendes, Maria Julia Ferretti, Nicole Sganzela

APOIO/CASA DE CULTURA Elisete Caetano Ferreira,


COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO E LOGÍSTICA
Marcos Félix da Cruz
Palipalan Arte e Cultura

COORDENAÇÃO TÉCNICA Raquel Balekian EQUIPE TÉCNICA Antonio Carlos de Souza (Toninho), Benedito
Luciano da Silva (Bene), Jeniton Stein (Coringa), Derle de
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO Jackeline Seglin Oliveira, Maria Madalena de Souza, Paulo Santos.

LOGÍSTICA João Darwin Rodrigues APOIO TÉCNICO Carol Vaccari, Igor de Castro Santos, Larissa
Yumi, Laura Helena Garcia, Leticia Conde, Maicom Neves,
CONTROLLER Luiz Roberto Meira
Matheus Batista, Melissa Anjos, Milena de Oliveira, Nara Motta,
PARALELAS Laura Franchi Raíssa Bessa

CINE TEATRO OURO VERDE João Manoel Martins


Catálogo FILO 50 + 1
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO EDIÇÃO Bernardo Pellegrini
Bernardo Pellegrini, Guto Rocha, Jackeline Seglin, Janaina Ávila TEXTOS Bernardo Pellegrini, Janaína Ávila, Guto Rocha
Apoio Laura Kamiji REVISÃO Ivani Cocus / Camila Prado
Fotografia Fabio Alcover PROJETO GRÁFICO Visualitá Casa de Design
Programador site Ezequiel Cazella IMPRESSÃO Midiograf

Remir Trautwein
(Cambará 1961 – Londrina 2019).

Ao amigo querido, parceiro no grupo PROTEU desde 1987, ator, chef,


companheiro de lutas e de afetos, nossa saudade desse sorriso que
nos fazia acreditar ainda mais na vida e no viver. Viva o Mi!

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