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Terça-feira, 18 de Janeiro de 2022 I SÉRIE —

­ Número 12

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. nos termos estabelecidos nos respectivos estatutos e demais
legislação específica.
AVISO 2. Os gestores de órgãos e instituições do Estado, geradores
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em
de receitas, devem canalizar aos cofres do Estado, através
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste,
das respectivas Direcções de Área Fiscal da Autoridade Tributária,
além das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento a totalidade das receitas próprias e consignadas arrecadadas
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim da nos termos estatutários, incluindo os eventuais excessos.
República».
Artigo 2
(Realização da Despesa)
1. Para a realização da despesa pública, foram aprovados
SUMÁRIO limites orçamentais para cada unidade gestora beneficiária
Conselho de Ministros: do PESOE.
Decreto n.º 1/2022: 2. A execução da despesa deve ser feita em estreita observância
das medidas de racionalização da despesa pública, dos limites
Delega competências ao Ministro da Administração Estatal
e Função Pública, Ministro da Economia e Finanças,
aprovados, bem como do plano de tesouraria.
Ministros Sectoriais, Governadores de Província, Secretários Artigo 3
de Estado no nível Central, Secretários do Estado
na Província, Secretário do Estado na Cidade de Maputo, (Cativo Obrigatório)
Administradores Distritais, Dirigentes dos Órgãos ou 1. O cativo obrigatório corresponde à retenção de uma parcela
Instituições do Estado que não sejam tutelados por Ministro das dotações definidas na Lei do PESOE, resultante da aplicação
e aos Titulares dos Órgãos do Sistema de Administração das percentagens previstas no n.º 2 do presente artigo.
da Justiça, em matéria de administração e gestão orçamental 2. Na execução do PESOE, para 2022 ficam cativos:
no âmbito da execução do Plano Económico e Social
a) 15% (quinze por cento) das dotações orçamentais
e Orçamento do Estado (PESOE) de 2022, aprovado pela Lei
das Despesas de Funcionamento para “Salários
n.º 6/2021, de 30 de Dezembro e revoga o Decreto n.º 3/2021,
e Remunerações” e “Transferências às Famílias”;
de 8 de Fevereiro, e o Decreto n.º 38/2021, de 16 de Julho.
b) 10% (dez por cento) das dotações orçamentais
das Despesas de Funcionamento para “Demais
Despesas com o Pessoal”, “Despesas com Bens
CONSELHO DE MINISTROS e Serviços”, “Demais Despesas Correntes”, “Despesas
de Capital” e da Componente Interna das Despesas
Decreto n.º 1/2022 de Investimento.
de 18 de Janeiro 3. Não são abrangidos pelo Cativo Obrigatório:
Havendo necessidade de delegar competências ao Ministro a) as dotações orçamentais das despesas financiadas por
da Administração Estatal e Função Pública, Ministro da Economia receitas próprias e/ou por receitas consignadas;
e Finanças, Ministros Sectoriais, Governadores de Província, b) as dotações orçamentais das despesas financiadas por
Secretários de Estado no nível Central, Secretários do Estado donativos e/ou por créditos;
na Província, Secretário do Estado na Cidade de Maputo, c) as dotações orçamentais do Fundo de Compensação
Administradores Distritais, Dirigentes dos Órgãos ou Instituições Autárquica e do Fundo de Investimento de Iniciativa
do Estado que não sejam tutelados por Ministro e aos Titulares Autárquica;
dos Órgãos do Sistema de Administração da Justiça, em matéria d) os fundos destinados aos programas de desenvolvimento
de administração e gestão orçamental no âmbito da execução das comunidades das áreas onde se localizam os
do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) empreendimentos das actividades petrolífera e mineira;
de 2022, aprovado pela Lei n.º 6/2021, de 30 de Dezembro, e) as dotações orçamentais das Despesas de Funcionamento
o Conselho de Ministros decreta: para Encargos da Dívida, Transferências Correntes
às Administrações Públicas, às Administrações
Artigo 1
Privadas e ao Exterior, Subsídios e Exercícios Findos;
(Medidas de Mobilização de Receita) f) as Operações Financeiras do Estado;
1. Os órgãos e instituições do Estado devem promover g) as dotações orçamentais dos órgãos de governação
a melhoria das fontes de arrecadação de receitas internas, descentralizada provincial.
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4. A libertação do cativo obrigatório é autorizada b) parecer emitido pelo Ministério da Administração Estatal
pelo Ministro da Economia e Finanças, mediante solicitação e Função Pública, quando se trate de admissões nos
devidamente fundamentada, ocorrendo apenas nos casos em termos dos n.ºs 2, 3 e 4 do presente artigo.
que cumulativamente tenham sido esgotadas as dotações 6. Nos restantes casos o provimento de vagas nos órgãos
orçamentais da respectiva actividade ou projecto, efectuadas todas e instituições do Estado, é feito com base na mobilidade
as redistribuições legalmente permitidas e esgotadas as dotações do pessoal, sem acréscimo no Orçamento global e mediante
de todas outras actividades e/ou de todos os projectos susceptíveis a transferência da dotação orçamental correspondente ao salário
de utilização como contrapartida. do funcionário, do seu quadro de origem para o novo.
5. A data limite para a solicitação de libertação do Cativo 7. A mobilidade referida no n.º 6 do presente artigo é efectivada
Obrigatório é 30 de Setembro de 2022. por acordo entre os dirigentes máximos dos órgãos envolvidos,
6. Compete ao Governador de Província a definição devendo ser comunicada ao Ministro que superintende a área
do cativo obrigatório para as dotações orçamentais dos Órgãos de finanças, para efeitos de transferência da correspondente
de Governação Descentralizada Provincial, não ultrapassando dotação de salários e remunerações.
as percentagens previstas no presente artigo e garantindo 8. A transferência de dotação em resultado de processos
a observância das demais regras nele constantes. de mobilidade de pessoal e os actos administrativos resultantes
do desenvolvimento na carreira, deve ser solicitada até 31
Artigo 4
de Outubro de 2022.
(Gestão de Recursos Humanos) 9. Nos processos de promoção, progressão e mudança
1. Durante o exercício económico de 2022 são autorizadas de carreira, devem ser observados os requisitos previstos
admissões de funcionários e agentes do Estado na administração nos artigos 8, 9, 10 e 13 do Decreto n.º 30/2018, de 22
pública, num total de 16.465, conforme a seguir se discrimina: de Maio, que aprova o Regulamento do Subsistema de Carreiras
1.1. Educação …. 9.972, dos quais: e Remuneração, com enfoque para a existência de Cabimento
Orçamental.
a) Ensino Geral …. 9630, sendo:
i. Pessoal docente ......................................... 6565; Artigo 5
ii. Pessoal não docente ................................... 3065; (Controlo do Trabalho Extraordinário)
b) Ensino Técnico ................................................ 100; 1. Na realização do trabalho extraordinário remunerado,
c) Ensino Superior ................................................ 142; os gestores de recursos humanos e financeiros devem reforçar
d) Formação Profissional ..................................... 100. os mecanismos de controlo, de acordo com os seguintes critérios:
1.2. Saúde ..................................................... 6077, sendo: a) quando se verifiquem motivos ponderosos, é autorizada
a) Profissionais de Saúde .................................... 5271; pelo dirigente competente, a remuneração por trabalho
b) Agentes de serviço e auxiliares .......................... 806. extraordinário;
1.3. Agricultura ....................................... 116 b) não há lugar ao pagamento de horas extraordinárias aos
Extensionistas; funcionários que exerçam cargos de direcção, chefia
1.4. Órgãos do Sistema de Administração de Justiça ...... e confiança;
300, dos quais: c) a prestação de horas extraordinárias é remunerada na base
da tarifa horária que corresponder ao salário base do
a) Tribunal Supremo .............................................. 63; funcionário, não devendo ultrapassar um terço do seu
b) Tribunal Administrativo .................................... 63; vencimento mensal;
c) Ministério Público ............................................... 63; d) a autorização para a realização de horas extraordinárias
d) Conselho Constitucional ..................................... 10; remuneradas é da competência dos dirigentes dos
e) Defensores Públicos e Conservadores Notariais órgãos centrais, dos Secretários de Estado na Província
Superiores ..................................................... 101. e na Cidade de Maputo, dos Governadores de Província
2. As vagas, identificadas no ponto n.º 1.4 do n.º 1 e dos Administradores Distritais para os funcionários
do presente artigo, que sejam de técnicos superiores de carreira que lhe são subordinados, mediante proposta prévia
de regime geral, técnicos profissionais e funcionários de regime e devidamente fundamentada;
geral, bem como de Assistentes de Oficiais de Justiça e Pessoal e) para efeitos do pagamento de horas extraordinárias,
Administrativo, serão providas por via de mobilidade do o serviço requisitante deve:
pessoal, nos termos previstos no presente artigo, devendo ocupar i. propor ao dirigente com competência para autorizar,
no mínimo 90% dos lugares vagos. indicando a necessidade do serviço, os nomes
3. Não sendo identificados funcionários do Estado que reúnam dos funcionários ou agentes do Estado a efectuar
requisitos exigidos para as vagas referidas no número anterior, as horas extras e as respectivas categorias;
poderão ser admitidos novos ingressos no aparelho do Estado, ii. controlar o trabalho por eles executado
mediante autorização prévia do Ministro que superintende a área e as respectivas horas e, mensalmente, elaborar
da função pública. um mapa de horas extras a ser remetido ao pro-
4. São ainda permitidas admissões nos casos de vagas cessador de salários.
decorrentes de situações de aposentação, exoneração, licença f) o processador de salários deve verificar:
ilimitada, demissão, expulsão ou morte, desde que para três (3)
lugares vagos, ocorra apenas uma (1) admissão, dentro do ciclo i. se os mapas de controlo das horas extras estão
de planificação correspondente. assinados pelo respectivo superior hierárquico;
5. O provimento dos lugares previstos no presente artigo tem ii. se existe cabimento de verba para o pagamento, após
como condições prévias: o apuramento dos valores devidos.
a) confirmação do cabimento de verba a ser emitida g) não podem ser acumuladas horas extras dos funcionários,
pelo Ministério da Economia e Finanças ou pelos devendo efectuar-se o respectivo pagamento no mês
Serviços Provinciais de Economia e Finanças para todas imediato ao da sua realização e em observância aos
as situações constantes dos números anteriores; mapas de levantamento da carga horária.
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h) exceptuam-se do disposto no n.º 1 do presente artigo, Artigo 9


as horas extraordinárias relativas à “Segunda Turma”
(Competências do Ministro da Administração Estatal e Função
do ensino primário, cujos procedimentos são definidos Pública)
por Diploma Ministerial Conjunto dos Ministros
da Educação e Desenvolvimento Humano e da Economia Compete ao Ministro que superintende a área da função
e Finanças. pública emitir directivas relativas aos processos de gestão
de Recursos Humanos do aparelho do Estado, com especial
2. Havendo dívidas de horas extras referentes a exercícios
enfoque para o estatuído no artigo 4 do presente Decreto.
económicos anteriores, o Ministro da Economia e Finanças
e o respectivo Ministro Sectorial definem por despacho, Artigo 10
os mecanismos a seguir para a sua regularização.
(Competências do Ministro da Economia e Finanças)
Artigo 6 1. Compete ao Ministro da Economia e Finanças autorizar:
(Deslocações em Missão de Serviço) a) a libertação do Cativo Obrigatório, nos termos dos n.º 4
1. As deslocações em missão de serviço devem observar e 5 do artigo 2 do presente Decreto;
as regras estabelecidas no Decreto n.º 5/2018, de 26 de Fevereiro, b) a redistribuição do Cativo Obrigatório para os órgãos
que aprova o Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e instituições que careçam de dotação orçamental;
e Agentes do Estado e no Decreto n.º 95/2018, de 31 de Dezembro, c) a anulação das dotações orçamentais de actividades
que aprova o Regulamento de atribuição de ajudas de custo das despesas de funcionamento e de projectos
e de abono de passagens nas deslocações em missão de serviço, das despesas de investimento inscritos no PESOE;
dos funcionários e agentes do Estado. d) a inscrição de novas actividades e projectos, sob proposta
2. Nas deslocações em missão de serviço deve ainda observar- devidamente fundamentada e mediante a apresentação
-se o seguinte: do Contrato ou Acordo de financiamento respectivo,
a) prévia avaliação da necessidade da deslocação e manifesta quando aplicável;
impossibilidade de realização da actividade por outro e) a confirmação de cabimento de verba para actos
meio ou plataforma de comunicação disponível; administrativos e processos de contratação a serem
b) programação e limitação das deslocações às estritamente submetidos ao Tribunal Administrativo;
essenciais à prossecução do Plano Anual de Actividades f) a aplicação das dotações provisionais nos termos
de cada Sector, desde que em simultâneo tenham sido estabelecidos no n.˚ 4 do artigo 2 da Lei n.º 6/2021,
devidamente inscritas no Plano Económico e Social de 30 de Dezembro;
e Orçamento do Estado de 2022 e tenham cabimento
g) a cobertura do défice orçamental, pagamento de encargos
na correspondente verba orçamental;
c) a composição e dimensão das delegações deve incluir da dívida pública, financiamento de projectos de
apenas as áreas relevantes e essenciais para o cum- investimento e acorrer a situações de emergência,
primento dos objectivos da missão; em caso de mobilização de recursos adicionais e/ou
d) o tempo de permanência deve limitar-se ao mínimo extraordinários;
necessário para o cumprimento dos objectivos h) a redistribuição e transferência de dotações orçamentais
da missão. entre actividades das despesas de funcionamento
3. Nos eventos internacionais a decorrer em países em que e entre projectos das despesas de investimento inscritos
Moçambique disponha de representação diplomática, consoante a no PESOE, nas diferentes Prioridades e Pilares
especificidade dos assuntos, esta pode representar o País, devendo do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2020-
haver prévia articulação com o sector ou área relacionada, quanto -2024, traduzidos no PESOE - 2022 a qualquer nível
às matérias a abordar e aos pronunciamentos a efectuar. (central, provincial e distrital);
Artigo 7 i) a redistribuição de dotações para o reforço da rubrica
(Aquisição de Bens e Serviços)
“Meios de Transporte”;
j) a inscrição da receita e da correspondente despesa,
1. Na aquisição de bens e serviços, os órgãos e instituições
em caso de ocorrência de recursos adicionais e/ou
do Estado devem observar, para além do estabelecido
no Decreto n.º 5/2016, de 8 de Março, que aprova o Regulamento extraordinários, resultantes de saldos transitados
de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de exercícios findos, de donativos e de créditos;
de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, os princípios k) a inscrição da receita e da correspondente despesa,
do Decreto n.º 75/2017, de 27 de Dezembro, que aprova em caso de ocorrência de excessos de arrecadação
as Medidas de Contenção da Despesa Pública. de receita própria e consignada e de saldos financeiros
2. A realização de seminários, reuniões sectoriais transitados de exercícios anteriores;
e o acolhimento de eventos internacionais, deve ser precedida l) a criação e alteração de fontes de recursos dos Órgãos
de avaliação do respectivo custo/benefício, restringindo-se e Instituições do Estado;
aos eventos estritamente previstos no PESOE. m) a transferência de dotações orçamentais, quando se
verifiquem as seguintes situações:
Artigo 8
i. os órgãos ou instituições do Estado tenham sido
(Competências Genéricas) extintos, integrados ou separados para outros ou
1. Compete aos titulares dos órgãos e instituições do Estado, novos que venham a exercer as mesmas funções;
zelar pela correcta aplicação do presente Decreto. ii. não se verifique a utilização, total ou parcial, da
2. As competências dos órgãos e instituições do Estado dotados dotação orçamental prevista para um órgão
de autonomia administrativa e/ou financeira, são exercidas pelas ou instituição do Estado, podendo a referida
respectivas entidades de tutela, salvo nos casos em que as mesmas dotação ser transferida para as instituições que
disponham destas competências nos termos estatutários. dela careçam; e
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iii. haja necessidade de transferência de dotações c) a redistribuição de dotações orçamentais entre as rubricas
orçamentais entre órgãos ou instituições de quais- do mesmo projecto, da componente interna das
quer níveis. despesas de investimento;
2. Compete ainda ao Ministro da Economia e Finanças d) a redistribuição de dotações entre rubricas do mesmo
autorizar: projecto da componente externa das despesas
a) a alteração do limite da rubrica de Remunerações de investimento do respectivo nível, sempre
Extraordinárias, mediante pedido devidamente que o acordo/contrato de financiamento o permita,
fundamentado pelo dirigente do órgão requerente; ou quando obtenha do respectivo financiador, por
b) a atribuição de limites nas rubricas a seguir indicadas, por escrito, a concordância da redistribuição requerida;
não serem objecto de planificação detalhada: e) a transferência de dotações orçamentais entre
i. retroactivos salariais; actividades ou entre projectos, nos casos devidamente
fundamentados, incluindo no concernente à mudança
ii. retroactivos de Pensões;
dos resultados planificados;
iii. demais Pagamentos de Exercícios Findos.
f) a anulação das dotações orçamentais de actividades das
Artigo 11 despesas de funcionamento e de projectos das despesas
de investimento inscritos no Plano e Orçamento;
(Competências dos Secretários de Estado na Província
g) a inscrição de novas actividades e projectos, sob proposta
e do Secretário de Estado na Cidade de Maputo)
devidamente fundamentada e mediante a apresentação
1. Compete aos Secretários de Estado nas Províncias do Contrato ou Acordo de financiamento respectivo,
e ao Secretário de Estado na Cidade de Maputo, autorizar: quando aplicável;
a) a redistribuição de dotações orçamentais dos respectivos h) a redistribuição de dotações para o reforço da rubrica
órgãos e instituições, dentro de cada um dos grupos “Meios de Transportes”;
agregados de despesa, de uma mesma actividade das i) a inscrição da receita e da correspondente despesa,
despesas de funcionamento, desde que a actividade em caso de ocorrência de recursos adicionais e/ou
esteja sob sua gestão; extraordinários, resultantes de saldos transitados
b) a transferência de dotações orçamentais entre actividades de exercícios findos, de donativos e de créditos;
ou entre projectos inscritos no Orçamento do Estado, j) a inscrição da receita e da correspondente despesa,
nos casos devidamente fundamentados, incluindo em caso de ocorrência de excessos de arrecadação
no concernente à mudança dos resultados planificados, de receita própria e consignada e de saldos financeiros
desde que as actividades ou projectos estejam sob sua transitados de exercícios anteriores;
gestão; k) a transferência de dotações da componente interna
c) a redistribuição de dotações entre as rubricas do mesmo
e externa para os distritos, observando as competências
projecto da componente interna das despesas de inves-
conferidas por lei, pelo acordo/contrato de finan-
timento do respectivo nível;
ciamento ou contrato-programa.
d) a redistribuição de dotações entre rubricas do mesmo
2. As alterações orçamentais autorizadas à luz do presente
projecto da componente externa das despesas
de investimento do respectivo nível, sempre que artigo são operacionalizadas no e-SISTAFE pelas Direcções
o acordo/contrato de financiamento o permita, Provinciais do Plano e Finanças.
ou quando obtenha do respectivo financiador, por Artigo 13
escrito, a concordância da redistribuição requerida.
2. Exceptuam-se do estabelecido nos números anteriores (Gestão da Tesouraria Provincial)
as transferências e redistribuições da competência exclusiva 1. Ao abrigo das disposições previstas na Lei n.º 16/2019, de 24
do Ministro da Economia e Finanças, do Governador de Província de Setembro, os órgãos de governação descentralizada provincial
e dos Titulares dos Órgãos do Sistema de Administração têm gestão autónoma da sua tesouraria, garantindo a unicidade
da Justiça. da Tesouraria do Estado.
3. Os recursos alocados ao desenvolvimento das comunidades 2. Os órgãos de governação descentralizada provincial
das áreas onde se localizam os empreendimentos das actividades elaboram e executam a sua programação financeira, garantindo
petrolífera e mineira, não podem ser transferidos ou aplicados a redistribuição de recursos financeiros transferidos pelo Órgão
a fins diversos dos previstos. Central, com base no limite do plano e orçamento aprovado
e o respectivo plano de tesouraria.
Artigo 12
3. Os órgãos de governação descentralizada provincial
(Competências do Governador de Província) efectuam a recolha da receita cobrada e canalizam à Direcção
1. Compete ao Governador de Província, autorizar as alterações da Área Fiscal da sua jurisdição.
ao Plano e Orçamento dos Órgãos de Governação Descentralizada 4. As Direcções Provinciais do Plano e Finanças procedem
Provincial (Conselho Executivo Provincial e Assembleia à disponibilização do respectivo valor às diferentes unidades
Provincial), nomeadamente: dos órgãos de governação descentralizada provincial, de acordo
a) a definição do cativo obrigatório para as dotações com a programação financeira elaborada nos termos do n.º 4
orçamentais sob sua gestão, bem como as regras do artigo 12 do Decreto n.º 95/2020, de 2 de Novembro.
a observar para a sua libertação, conforme dispõe Artigo 14
o n.º 6 do artigo 2 do presente Decreto;
b) a redistribuição de dotações orçamentais, dentro de cada (Competências dos Titulares dos Demais Órgãos do Estado)
um dos grupos agregados de despesa, de uma mesma 1. Compete aos Ministros Sectoriais, Dirigentes dos Órgãos
actividade das despesas de funcionamento; ou Instituições do Estado que não sejam tutelados por Ministro,
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Secretários de Estado do nível Central e Administradores à mudança dos resultados planificados, desde que
Distritais, autorizar: as actividades ou projectos estejam sob sua gestão;
a) a redistribuição de dotações orçamentais dos respectivos c) a redistribuição de dotações entre as rubricas
órgãos e instituições, dentro de cada um dos grupos do mesmo projecto da componente interna das despesas
agregados de despesa, de uma mesma actividade das de investimento do respectivo nível;
despesas de funcionamento, desde que a actividade d) a redistribuição de dotações entre rubricas do mesmo
esteja sob sua gestão; projecto da componente externa das despesas
b) a transferência de dotações orçamentais entre actividades de investimento do respectivo nível, sempre que
ou entre projectos inscritos no Orçamento do Estado, o acordo/contrato de financiamento o permita
nos casos devidamente fundamentados, incluindo no ou quando obtenha do respectivo financiador, por
concernente à mudança dos resultados planificados, escrito, a concordância da redistribuição requerida;
desde que as actividades ou projectos estejam sob e) emitir a confirmação de cabimento orçamental para os
sua gestão; processos de mobilidade de pessoal do respectivo
c) a redistribuição de dotações entre as rubricas do órgão e para os actos administrativos enquadrados
mesmo projecto da componente interna das despesas no PESOE para o efeito, desde que os processos
de investimento do respectivo nível; tenham sido previamente homologados pelo Ministro
d) a redistribuição de dotações entre rubricas do mesmo que superintende a área da função pública;
projecto da componente externa das despesas de f) autorizar o arrendamento de imóveis para o funcionamento
investimento do respectivo nível, sempre que o acordo/ e habitação, nos termos da legislação específica, desde
contrato de financiamento o permita ou quando obtenha que tenha cabimento na respectiva rubrica.
do respectivo financiador, por escrito, a concordância 2. Exceptuam-se do estabelecido nos números anteriores
da redistribuição requerida; as transferências e redistribuições da competência exclusiva
e) a transferência de dotações da componente interna do Ministro da Economia e Finanças, nos termos do artigo 9
e externa para os correspondentes órgãos locais, do presente Decreto.
observados o acordo/contrato de financiamento,
o contrato-programa e as especificidades legais; Artigo 16
f) transferência de dotações do investimento para os serviços (Redistribuições Orçamentais)
provinciais ou entidades tuteladas.
1. Para um mesmo órgão ou instituição podem ocorrer,
2. Exceptuam-se do estabelecido nos números anteriores na componente interna, três redistribuições por fonte de recurso,
as transferências e redistribuições da competência exclusiva para cada actividade das despesas de funcionamento e para cada
do Ministro da Economia e Finanças e dos Titulares dos Órgãos projecto das despesas de investimento:
do Sistema de Administração da Justiça.
a) as redistribuições orçamentais da competência
3. Os recursos alocados ao desenvolvimento das comunidades
do Ministro da Economia e Finanças, são autorizadas
das áreas onde se localizam os empreendimentos das actividades
até 31 de Outubro de 2022;
petrolífera e mineira, não podem ser transferidos ou aplicados
b) as redistribuições orçamentais da competência
a fins diversos dos previstos.
do Secretário do Estado na Província, do Governador
4. As alterações orçamentais autorizadas pelo Administrador
de Província, dos titulares dos demais órgãos do Estado
Distrital à luz do presente artigo, são operacionalizadas,
e dos Órgãos do Sistema de Administração da Justiça,
no e-SISTAFE pelos Serviços Provinciais da Economia
são efectuadas até 31 de Outubro de 2022.
e Finanças, devendo estes posteriormente comunicar ao reque-
rente sobre o êxito da operação, efectuar o devido registo 2. Não são permitidas redistribuições de dotações orçamentais
no e-SISTAFE e procedimentos subsequentes. nos seguintes casos:
a) entre as despesas de funcionamento e despesas
Artigo 15 de investimentos, e vice-versa;
(Competências dos Titulares dos Órgãos do Sistema b) entre diferentes grupos agregados de despesa,
de Administração da Justiça) nas Despesas de Funcionamento; expectuando-se
1. Compete aos Titulares dos Órgãos do Sistema os agregados do serviço da dívida;
de Administração da Justiça, designadamente, Conselho c) no grupo agregado de “Despesas com o Pessoal”,
Constitucional, Tribunal Supremo, Tribunal Administrativo de “Salários e Remunerações” para “Demais Despesas
e Procuradoria-Geral da República, autorizar as alterações com o Pessoal”.
orçamentais dos respectivos órgãos e instituições a nível central,
Artigo 17
provincial e distrital, nomeadamente:
a) a redistribuição de dotações orçamentais dentro de cada (Observância do Plano Económico e Social e Orçamento
um dos grupos agregados de despesa, de uma mesma do Estado)
actividade das despesas de funcionamento, desde que 1. As acções inscritas no Plano Económico e Social
a actividade esteja sob sua gestão; e Orçamento do Estado de 2022 são de cumprimento obrigatório.
b) a transferência de dotações orçamentais entre actividades 2. As alterações orçamentais efectuadas ao abrigo do presente
ou entre projectos inscritos no PESOE, nos casos Decreto, devem estar em consonância com as acções inscritas
devidamente fundamentados, incluindo no concernente no PESOE.
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Artigo 18 Artigo 20
(Norma Sancionatória) (Revogação)
O incumprimento do estabelecido no presente Decreto São revogados o Decreto n.º 3/2021, de 8 de Fevereiro,
é passível de procedimento disciplinar, sem prejuízo de eventual e o Decreto n.º 38/2021, de 16 de Julho.
procedimento criminal que ao caso couber, nos termos previstos
na Lei n.° 14/2020, de 23 de Dezembro – Lei do SISTAFE. Artigo 21
(Entrada em Vigor)
Artigo 19
O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
(Instruções para Execução do Plano Económico e Social
e Orçamento do Estado) Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 18 de Janeiro
Compete ao Ministro da Economia e Finanças emitir instruções de 2022.
necessárias à correcta execução do Plano Económico e Social Publique-se.
e Orçamento do Estado. O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

Preço — 30,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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