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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – CENTRO

MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS – DEPARTAMENTO DE


CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS – BACHARELADO EM
ARQUITETURA E URBANISMO

FRANCISCA MARIZA DE CARVALHO


MARCELO RENY DE OLIVEIRA LEITE

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA, DRENAGEM DE ÁGUAS


PLUVIAIS E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS APLICADOS AO
PROJETO DE EDIFICAÇÃO ESCOLAR

PAU DOS FERROS/RN


DEZEMBRO DE 2020

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FRANCISCA MARIZA DE CARVALHO
MARCELO RENY DE OLIVEIRA LEITE

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA, DRENAGEM DE ÁGUAS


PLUVIAIS E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS APLICADOS AO PROJETO
DE EDIFICAÇÃO ESCOLAR

Relatório apresentado à
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido na disciplina de Instalações I,
como requisito de obtenção de nota,
ministrada pelo professor Dr. Daniel
Paulo de Andrade Silva.

PAU DOS FERROS/RN


DEZEMBRO DE 2020

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1. DESCRIÇÃO DO PROJETO
O projeto da edificação escolar foi pensado diante das características
ofertadas pelo terreno, levando em consideração as condições físicas, suas
dimensões e localização, e as necessidades que uma instituição de ensino deve
atender para oferecer um ambiente de conforto e bem-estar para o corpo
discente e docente, e demais profissionais que fazem parte da instituição.

Elaborada para atender um público de 240 alunos por turno, e 33


funcionários, tendo como base a funcionalidade, pensou-se ema edificação que
pudesse integrar os setores de aprendizagem, administração e social/convívio,
suprindo o programa de necessidade exigido previamente, além de oferecer
liberdade e bem-estar, proporcionados também por meio de áreas verdes.

Figura 01: Planta-baixa do pavimento térreo.

Fonte: Autores, 2020.

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Figura 02: Planta-baixa do pavimento superior

Fonte: Autores, 2020.

As plantas-baixas apresentadas nas Figuras 01 e 02 permitem verificar a


disposição e organização dos setores de aprendizagem e administração, além
da área de convivência e áreas verdes. O primeiro, distribuído tanto no
pavimento térreo como no superior, é composto por 09 salas de aulas (03 salas
exclusivas para crianças de 7 à10 anos de idade; 03 salas para jovens de 11 à
17 anos; 03 salas para adultos acima de 18 anos), 02 bibliotecas, 02 salas de
informática, 02 salas de multiuso (para cada uma dessas últimas, 01 sala para
crianças e jovens, 01 sala para adultos).

O setor de administração, também distribuído em ambos os pavimentos,


é composto por: 01 secretaria, 01 diretoria, 01 sala de professores, 01
coordenação/administração, 01 almoxarifado, 01 sala de apoio e 01 auditório,
contando ainda com 04 banheiros masculinos e femininos distribuídos de forma
estratégica entre os dois pavimentos. Cercada de áreas verdes, a edificação

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possui um estacionamento com 34 vagas, a área social/convívio com um pátio
central dando acesso direto a uma cantina.

Apesar de conectado ao setor de aprendizagem, o setor de administração


não possui acesso pelo setor de aprendizagem. Este, possui acesso pela
recepção ou pátio, e, ao pavimento superior - pensando em soluções de
acessibilidade - optou-se pelo acesso por meio de rampa. Já o setor de
administração possui acesso direto pelo pátio e pelo estacionamento, e ao
segundo pavimento, por meio de escada e/ou elevador.

2. RESERVATÓRIOS

Para um número de usuários em 273, a edificação escolar necessita de


reservatórios que satisfaçam as necessidades desses, para isso, dimensiona-se
os reservatórios superiores e inferiores. Dessa forma, o consumo de água é
calculado para uma reserva de água em 5 dias, devido às condições escassas
de fornecimento de água na cidade de Pau dos Ferros. Assim, têm-se o consumo
diário (Cd) através da multiplicação do consumo per capita (Cp) pela quantidade
de ocupantes da edificação (n):

Cd = Cp x n Cd

2.1 CÁLCULOS DE CONSUMO

Baseado em Carvalho (2017), observa-se que para o padrão da edificação


escolar adota-se 50L diários por pessoa. Já que a quantidade estimada de
usuários da escola equivale a 273 pessoas, temos:

273 usuários X 50L/pessoa = 13.650L

Com o consumo diário em 13.650L, é necessário estimar a reserva de


água para 5 dias, logo:

13.650l x 5 dias para reserva = 68.250L

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A Tabela 01 apresenta de forma objetiva estas informações.

Tabela 01: Consumo de água da escola

N° de usuários Consumo per capita Consumo para 5 dias


(litros/dia) (litros)

273 50 68.250

Fonte: Autores, 2020.

2.2 DIMENSIONAMENTOS DOS RESERVATÓRIOS

Calculando a capacidade dos reservatórios superior e inferior, temos,


respectivamente:

● RESERVATÓRIO SUPERIOR: 68.250l x 0,4 (40%) = 27.300l


● RESERVATÓRIO INFERIOR: 68.250l x 0,6 (60%) = 40.950l

Sendo assim, verificou-se a necessidade de 2 reservatórios superiores


com capacidade de 10.000L, e 3 reservatórios inferiores, sendo destes, dois com
capacidade de 20.000L e 1 com capacidade de 10.000L. A Figura 01 mostra o
modelo de tanque da marca FortLev escolhido para este projeto.

Figura 03: Modelo de tanque FortLev.

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Fonte: FortLev, 2020.

Na Figura 02 verifica-se o esquema de dimensionamento padrão para


este modelo de reservatório FortLev, o qual apresenta como é feita cada medida.

Figura 04: Dimensionamento do tanque FortLev.

Fonte: FortLev, 2020.

A Tabela 02 apresenta as dimensões dos tanques de acordo com sua


capacidade em litros. É possível ainda verificar a quantidade de tanques
utilizados para reserva superior e inferior.

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Tabela 02: Capacidade e dimensões dos reservatórios

Reservatório Quantidade de Capacidade (litros) Dimensões em


Reservatórios metros

A B C

Superior 2 10.000 1,93 0,60 2,78

Inferior 2 20.000 2,83 0,60 3,17

1 10.000 1,97 0,60 2,78

Fonte: Autores, 2020.

É possível constatar além destas informações, as localizações dos


reservatórios superiores (destacados em verde) e inferiores (destacados em
amarelo) na Figura 03, a qual apresenta a planta de cobertura da escola. Estes
locais foram selecionados de forma estratégica, sendo dos reservatórios
superiores o local que possuía máxima proximidade com redes hidráulicas,
acima portanto dos banheiros do pavimento superior da edificação (representado
com hachura verde); e o local dos reservatórios inferiores, escolhido por
questões de facilidade de acesso e manutenção (hachura amarela).

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Figura 05: Localização dos reservatórios

Fonte: Autores (2020)

3. DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

Como mostra Carvalho (2017), o aproveitamento da água da chuva


através da captação das águas pluviais podem minimizar o problema da
escassez de água diante do abastecimento público. Diante disso, é cada vez
mais importante a utilização de sistemas de drenagem e captação de águas
pluviais em edificações diversas, sistemas esses que contribuem para a
economia do consumo de água potável da rede pública. Dessa maneira, busca-
se utilizar essas medidas na edificação escolar referente a esse estudo, e para
isso, segue-se os seguintes passos para a projeção desse sistema.

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3.1 CÁLCULOS DE ÁREA DOS TELHADOS

Baseado nas dimensões dos telhados da edificação de estudo, calculou-


se as áreas de contribuição e vazão, que são mostradas no Quadro 01.

Quadro 01: Áreas de contribuição para vazão de projeto referente a edificação escolar
Cobertura Área (m²)

1 106,02

2 481,48

3 56,26

4 250,08

Total 893,8

Fonte: Autores, 2020.

3.2 VOLUME DE CHUVA PARA AS COBERTURAS UTILIZANDO O MÉTODO


PRÁTICO INGLÊS

Diante dessas áreas de contribuição, foi possível calcular o volume de chuva


captado nessas coberturas através do Método prático Inglês recomendado pela
NBR 15527 de 2007. Para isso, o Quadro 02 mostra esses volumes calculados.

Quadro 02: Volume de chuva para as coberturas

Cobertura Volume (m³)

1 3.95

2 17.96

3 2.09

4 9.33

Total 33,3

Fonte: Autores, 2020.

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3.3 DIMENSIONAMENTOS DO RESERVATÓRIO DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA
PLUVIAL
De acordo com essas informações, é possível calcular o consumo mensal de
água pluvial obtido a partir da precipitação de chuva de cada mês para a cidade
de Pau dos Ferros. Para isso, utilizou-se a fórmula recomendada pela NBR
15527:

Equação 02: V = P x A x C x nfator de captação

Baseado nisso, e nas informações de precipitação média ofertada por Silva


(2020) para cada mês desse munícipio, que é demonstrada no Quadro 03,
obteve-se os volumes mensais de água de chuva aproveitável.

Quadro 03: Volume mensal de água de chuva aproveitável


Mês Prec. (mm) A C n V (L)

Janeiro 78,96 893 0,95 0,85 56.937

Fevereiro 117,73 893 0,95 0,85 84.894

Março 176,27 893 0,95 0,85 127.107

Abril 170,19 893 0,95 0,85 122.723

Maio 99,08 893 0,95 0,85 71.446

Junho 37,18 893 0,95 0,85 26.810

Julho 25,44 893 0,95 0,85 18.344

Agosto 8,97 893 0,95 0,85 6.468

Setembro 3,26 893 0,95 0,85 2.350

Outubro 5,37 893 0,95 0,85 3.872

Novembro 6,7 893 0,95 0,85 4.831

Dezembro 20,55 893 0,95 0,85 14.818

Fonte: Autores, 2020.

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Diante disso, vê-se que não seria viável de forma estrutural e econômica
para um sistema de captação de água pluvial que coletasse a água de toda a
cobertura, visto que o volume do reservatório teria dimensões
consideravelmente grandes. Dessa maneira, considera-se apenas uma parte da
cobertura da edificação, que é destacada na Figura 06; para ela, os volumes
mensais de água de chuva aproveitável são indicados no Quadro 04.

Figura 06: Cobertura utilizada para sistema de aproveitamento de água pluvial

Fonte: Autores, 2020.

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Quadro 04: Volume mensal de água de chuva aproveitável
Mês Prec. (mm) A C n V (L)

Janeiro 78,96 250,08 0,95 0,85 15.945

Fevereiro 117,73 250,08 0,95 0,85 23.774

Março 176,27 250,08 0,95 0,85 35.595

Abril 170,19 250,08 0,95 0,85 34.368

Maio 99,08 250,08 0,95 0,85 20.008

Junho 37,18 250,08 0,95 0,85 7.508

Julho 25,44 250,08 0,95 0,85 5.137

Agosto 8,97 250,08 0,95 0,85 1.811

Setembro 3,26 250,08 0,95 0,85 658

Outubro 5,37 250,08 0,95 0,85 1.084

Novembro 6,7 250,08 0,95 0,85 1.352

Dezembro 20,55 250,08 0,95 0,85 4.149

Fonte: Autores, 2020.

Diante disso, considera-se ideal para esse projeto o dimensionamento de


um reservatório capaz de armazenar ao menos 50% do volume máximo captado
nessa cobertura, que seria referente ao mês de março, com 35.595L. Portanto,
um reservatório de 15.000L seria o suficiente, conforme o modelo da FortLev
apresentada na Figura 04 e nas dimensões apresentadas na Tabela 03. A
locação desse reservatório do tipo inferior no terreno é mostrada na Figura 07,
esse reservatório é demarcado com a hachura vermelha.

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Tabela 03: Capacidade e dimensões do reservatório de captação de água pluvial

Reservatório Quantidade de Capacidade (litros) Dimensões em


Reservatórios metros

A B C

Inferior 1 15.000 2,20 0,60 3,20

Fonte: Autores, 2020.

Figura 07: Locação do reservatório de captação de água pluvial

Fonte: Autores, 2020.

4. SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Baseado na Instrução técnica n° 01/2018 do CBM/RN (2018), buscou-se


adotar medidas de controle de incêndio para a edificação escolar de estudo. Para
isso, o primeiro critério é a classificação das edificações e áreas de risco quanto

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à ocupação, classificação essa que possibilita a adoção de outras estratégias
para esse aspecto.

4.1 CLASSIFICAÇÕES DA EDIFICAÇÃO ESCOLAR E SUAS ÁREAS DE


RISCO QUANTO À OCUPAÇÃO

Segundo a Instrução técnica n° 01/2018 do CBM/RN (2018), pode-se


classificar as edificações de acordo com seu tipo de ocupação e uso,
classificação essa que facilita a definição de outras estratégias de projeto para
proteção ao incêndio. Diante disso, a edificação de estudo é classificada como
tipo E-2, ou seja, edificação escolar espacial, que é o caso da escola de idiomas
(produto desse estudo) conforme é mostrado na Figura 08.

Figura 08: Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação

Fonte: CBM/RN, 2018.

Além do mais, o CBM/RN (2018) classifica ainda as edificações quanto a


sua altura, e para esse edifício do estudo o tipo é o II, visto que seus dois
pavimentos constitui uma edificação que encontra-se no intervalo de até 6
metros de altura, como é visto na Figura 09.

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Figura 09: Classificação quanto a altura

Fonte: CBM/RN, 2018.

Outra classificação importante e necessária é sobre a carga de incêndio


para determinada edificação; dessa forma, CBM/RN (2018) diz que a carga de
incêndio para uma edificação de ensino de idiomas é de 300J/m². Com isso, o
CBM/RN (2018) classifica as edificações com esse potencial de carga de
incêndio como um prédio de baixo risco, como é demonstrado na Figura 10.

Figura 10: Classificação quanto a carga de incêndio

Fonte: CBM/RN, 2018.

Diante disso, por apresentar uma área construída de 1785m² e uma altura
de seus dois pavimentos em 9.2 metros, essa edificação precisa seguir diversas
medidas de controle contra incêndio segundo IT 4 dito pelo CBM/RN (2018), com
base na classificação de área construída acima de 750m² e num intervalo de
altura de até 6 metros. Dessa forma, para o projeto dessa edificação é
necessário a adoção das medidas indicadas na Figura 11.

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Figura 11: Medidas de Segurança contra Incêndio

Fonte: CBM/RN, 2018.

Visto isso, as medidas de adaptação para controle de incêndio


necessárias para essa edificação são: acesso de viatura na edificação;
segurança estrutural contra incêndio; controle de materiais de acabamento;
saídas de emergência; brigada de incêndio; iluminação de emergência; alarme
de incêndio; sinalização de emergência; extintores; hidrantes e mangotinhos.

4.2 DIMENSIONAMENTO DAS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Baseado na Instrução Técnica número 08 do CBM/RN (2018),


dimensiona-se as saídas de emergência para a edificação de estudo, para isso,
utiliza-se a equação abaixo.

N = P/C,

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Onde:

N = Número de unidades de passagem;

P = População;

C = Capacidade da unidade de passagem.

4.2.1 DIMENSIONAMENTO DOS ACESSOS

Diante disso, têm-se o dimensionamento para os corredores, que diante


a área referente as salas de aula para o pavimento térreo e superior, têm-se o
dimensionamento, conforme o anexo da Instrução Técnica número 08 do
CBM/RN (2018). Nesse caso, considera-se os dois pavimentos para o acesso
aos corredores, visto que os usuários do pavimento superior podem transitar pelo
corredor do pavimento térreo. Assim, a população adotada para a área de salas
de aula dos dois pavimentos (140,4m² do térreo e 316,8m² do superior =
457,2m²) é de 304,8, visto que a ocupação do tipo E-2 considera 1 pessoa a
cada 1,5m² de área de sala de aula. Ademais, a capacidade de passagem
definida para esse é de 100, conforme visto abaixo, têm-se o dimensionamento
para os corredores dessa edificação.

N = 304,8/100

N = 3,048

Como o número de unidade de passagem é de 3,048, o valor adotado


será em metros, visto que a unidade de passagem equivale a 0,55, logo, a
multiplicação de 3,048 por 0,55 fomenta em uma largura de corredores de 1,676
metros. Diante disso, observa-se que os corredores apresentam dimensões
adequadas para o trânsito dos usuários que essa edificação pode suportar diante
das instruções do CBM/RN (2018), visto que os corredores de circulação de
ambos os pavimentos foram projetados com largura de 2 metros, conforme é
indicado na Figura 12.

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Figura 12: Corredor de acesso dos blocos de salas de aula

Fonte: Autores, 2020.

4.2.2 DIMENSIONAMENTO DA ESCADA

Nesse objeto de estudo há uma escada de circulação que liga o pavimento


térreo da área administrativa da escola ao pavimento superior, enquanto que o
bloco de aprendizagem possui circulação vertical através de uma rampa externa.
Dessa forma, faz-se necessário o dimensionamento desses elementos de
acordo com a Instrução Técnica número 08 do CBM/RN (2018), que seguem a
mesma equação. Primeiro, para o dimensionamento da largura da escada da
área administrativa da edificação considera-se a somatória das áreas dos
setores (sala dos professores, sala da direção e coordenação e sala de apoio)
do pavimento superior, as somatórias dessas áreas são descritas no Quadro 05.

Quadro 05: Áreas do pavimento superior do setor de administração

Ambiente Área (m²)

Sala dos professores 36,06

Sala da direção 25,63

Sala da coordenação/administração 25,3

Sala de apoio 16,38

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TOTAL 103,37

Fonte: Autores, 2020.

Com base nisso, dimensiona-se a largura da escada com o valor da


População (P) em 103,37/1,5m²: 68,9 pessoas. Utilizando a equação para
dimensionamento da largura, com base na capacidade da unidade de passagem
em 60 (conforme mostra a Tabela 4 anexada a Instrução Técnica número 08 do
CBM/RN (2018), têm-se o número de unidades de passagem em 1,148, que
multiplicado pelo fator 0,55 fomenta em uma escada de largura mínima de 0,63
metro. Portanto, a escada que foi projetada com largura de 1,5 metros é
suficiente para atender a vazão de pessoas nesse setor.

4.2.3 DIMENSIONAMENTO DA RAMPA


O térreo com o pavimento superior do bloco de aprendizagem possui
circulação vertical através de uma rampa externa, assim, considera-se as áreas
de sala de aula do pavimento superior. Esse pavimento é o que possui maior
ocupação, logo, é considerado a sua ocupação máxima para esse cálculo.
Diante disso, têm-se o somatório das áreas ocupadas em sala do pavimento
superior no Quadro 06

Quadro 06: Área do pavimento superior do bloco de aprendizagem

Ambiente e quantidade Área (m²)

6 salas de aula 316,8

Fonte: Autores, 2020.

De acordo com essa área, têm-se uma população de 316.8/1,5m², ou seja,


de 211,2 pessoas. Com isso, o valor dito por CBM/RN (2018) para a capacidade
da unidade de passagem é de 60. Portanto, obtém-se os seguintes valores:

N = 211,2/60

N = 3,52

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Portanto, com um número de unidade de passagem de 3,52, se têm uma
largura exigida para a rampa de 3,52 x 0,55, ou seja, de 1,93 metros. Dessa
maneira, afere-se que a rampa projetada é inadequada para o fluxo de
ocupantes desse pavimento, visto que ela foi planejada com uma largura de 1,5
metros. Logo, o ideal é que a rampa (vistas nas plantas baixas do APÊNDICE A)
possua 1,93 metros conforme apresentado no cálculo.

Além do mais, de acordo com a Tabela 2 do Anexo B da Instrução Técnica


número 08, a edificação de estudo do tipo E-2 deve possuir distância máxima a
ser percorrida entre saída da edificação e piso de descarga entre percursos de
30 a 40 metros sem uso de detecção de fumaça, e de 35 a 45 com detecção de
fumaça. Portanto, essa análise se aplica ao pavimento superior, visto que o
térreo é todo integrado a parte aberta da edificação (pátio). Dessa forma, com
base no Layout (Figura 13 demonstra o percurso em vermelho), vê-se que a
única saída (rampa) existente no pavimento superior do projeto dessa edificação
permite um percurso desde a última sala até a saída para descarga em uma
distância de aproximadamente 50 metros, logo, seria necessário o uso de
chuveiros automáticos nesse pavimento, conforme visto na Figura 14.

Figura 13: Percursos no pavimento térreo

Fonte: Autores, 2020.

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Figura 14: Distâncias máximas a serem percorridas

Fonte: CBM/RN, 2018.

4.2.4 DIMENSIONAMENTO DAS PORTAS

A Instrução Técnica número 08 também embasa o dimensionamento das


portas de saídas de emergência, e ainda facilita o dimensionamento das portas
de acesso a outros ambientes. Dessa forma, considerou-se todas as salas de
aulas e demais salas de serviços e administração deveria possuir dimensões
baseadas na NBR 9050 (Acessibilidade). Mas, fez-se necessário o
dimensionamento baseado na IT 08 para verificar compatibilidade ou não com
as medidas de proteção contra incêndio. Dessa forma, dimensionou-se as portas
das salas de aula, bibliotecas e salas de informática e de multiuso (considerando
a população referente a 1,5m² por pessoa por área de sala de aula), e do
auditório. Para isso, têm-se o Quadro 07.

Quadro 07: População para esses ambientes/pavimento

Ambiente População

Pavimento térreo - aprendizagem 93,6

Pavimento superior - aprendizagem 211,2

Auditório 126

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Administrativo 69

Fonte: Autores, 2020.

Considerando essas populações e a capacidade da unidade de passagem


em 100, conforme a Instrução Técnica número 08 do CBM/RN (2018), têm-se o
dimensionamento dessas portas, que são indicados no Quadro 08.

Quadro 08: Largura exigida e adotada para as portas

Ambiente Largura exigida por cálculo Largura adotada

Pavimento térreo - 0,55m 0,9m


aprendizagem

Pavimento superior - 1,16m 0,9m


aprendizagem

Auditório 1,1m Uma com 2,5m e outra


com 2m

Administrativo 0,55m Todas com 0,9m

Fonte: Autores, 2020.

5 DIMENSIONAMENTO DA RESERVA TÉCNICA DE COMBATE A


INCÊNDIO PARA HIDRANTES

A instrução Técnica N°22/2018 do CBM/RN fala sobre a reserva técnica de


combate a incêndio para hidrantes em edificações. Para isso, com base na
classificação dessa edificação em tipo E-2, considera-se que ela apresenta baixo
risco de incêndio, ou seja, com carga de incêndio em 300MJ/m². Portanto, a área
construída total de 1785,3m² necessita do seguinte dimensionamento baseado
nessa instrução citada.

Têm-se uma carga de incêndio de 300MJ/m², logo, faz a relação da área total
de 1785,3m². Portanto, para essa área têm-se:

1785,3m²/300MJ/m² = 5,95m³

Com base nisso, verifica-se na Tabela 3 anexada ao documento que trata da


instrução Técnica N°22/2018 do CBM/RN, que define para essa edificação do
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tipo E-2 com uma área que não ultrapassa 2.500m² os tipos 1 e 2, o tipo 1 com
uma reserva técnica de incêndio de 5m³ e o tipo 2 com reserva técnica de
incêndio de 8m³ (conforme Figura 15). Logo, a edificação de estudo precisa de
uma reserva para combate a incêndio de 6m³, que é adicionado ao reservatório
superior com capacidade pra 20.000L, dos quais 6.000L são reservados no limite
do reservatório para o combate a incêndio.

Figura 15: Aplicabilidade dos tipos de sistemas e volume de reserva de incêndio mínima
(m³)

Fonte: Autores, 2020.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15527: Água de


chuva - Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis
- Requisitos. 1 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2007. 12 p.

CARVALHO JR., R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 11.


ed. São Paulo: Blucher, 2017.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR. INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 01/2018:


Procedimentos administrativos Parte I ‐ Procedimentos Gerais e Classificação
das Edificações. Natal: Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte,
2018. 41 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR. INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 11/2018:


Saídas de Emergência. Natal: Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do
Norte, 2018. 25 p.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR. INSTRUÇÃO TÉCNICA N° 14/2018: Carga


de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco. Natal: Corpo de Bombeiros Militar
do Rio Grande do Norte, 2018. 14 p.

FORTLEV. Reservatórios. 2020. Disponível em:


https://www.fortlev.com.br/categorias/reservatorios/. Acesso em: 24 nov. 2020.

SILVA, Daniel Paulo de Andrade. Sistema predial de drenagem de águas


pluviais. Pau dos Ferros, 2020. 46 slides, color.

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APÊNDICE A
CÁLCULO DE CONSUMO

Baseado em Carvalho (2017), observa-se que para o padrão da edificação


escolar, adota-se 50 litros diários por pessoa, portanto:

273 usuários X 50l/pessoa = 13.650l

Com o consumo diário em 13.650l, têm-se ainda o acréscimo para 5 dias de


reserva, logo:

13.650l x 5 dias para reserva = 68.250l

Volume total: 68.250l

DIMENSIONAMENTO DOS RESERVATÓRIOS

 Reservatório superior:
68.250l x 0,4 (40%) = 27.300l
 Reservatório inferior:
68.250l x 0,6 (60%) = 40.950l

1. DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS


Como mostra Carvalho (2017), o aproveitamento da água da chuva
através da captação das águas pluviais podem minimizar o problema da
escassez de água diante do abastecimento público. Diante disso, é cada vez
mais importante a utilização de sistemas de drenagem e captação de águas
pluviais em edificações diversas, sistemas esses que contribuem para a
economia do consumo de água potável da rede pública. Dessa maneira, busca-
se utilizar essas medidas na edificação escolar referente a esse estudo, e para
isso, segue-se os seguintes passos para a projeção desse sistema.

1.1 Cálculo de área dos telhados

 Telhado do meio (1): (4,95m + 0,495m/2) x 10,2m = 53,01m² x 2 (2 águas) =


106,02m²;
 Telhado Grande (2): (7,05m + 0,707m/2) x 43,35m = 320,94m² + (7,06m +
0,706m/2) x 5,05m = 37,43m² + (2,895m + 0,2895m/2) x 40,5m = 123,1m² =
481,479m²;
 Laje do Reservatório (3): 56,26m²;
 Cobertura 4: (4,68m + 0,525m/2) x 25,95m = 128,25m² + (4,68m +0,525m/2) x
23,5m = 116,14m² + (2,23m + 0,188m/2) x 2,45m = 5,69m² = 250,08m².

Quadro 01: Áreas de contribuição para vazão de projeto referente a edificação
escolar
COBERTURA ÁREA (M²)
1 106,02
2 481,48
3 56,26
4 250,08
TOTAL 893,8

Fonte: Autores, 2020.

VOLUME DE CHUVA PARA AS COBERTURAS UTILIZANDO O MÉTODO


PRÁTICO INGLÊS
 Para a cobertura 1:
V = 0,05 x P x A
V = 0,05 x 746,14mm x 106,02m² = 3.955l
 Para a cobertura 2:
V = 0,05 x P x A
V = 0,05 x 746,14mm x 481, 479m² = 17.963l
 Para a laje do reservatório (3):
V = 0,05 x P x A
V = 0,05 X 746,14mm x 56,26m² = 2.098,9l
 Para a cobertura 4:
V = 0,05 x P x A
V = 0,05 x 746,14mm x 250,08m² = 9.329,7l
DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO:
Quadro 01: Consumo mensal
Mês Prec. (mm) A C n V (L)
Janeiro 78,96 893 0,95 0,85 56.937
Fevereiro 117,73 893 0,95 0,85 84.894
Março 176,27 893 0,95 0,85 127.107
Abril 170,19 893 0,95 0,85 122.723
Maio 99,08 893 0,95 0,85 71.446
Junho 37,18 893 0,95 0,85 26.810
Julho 25,44 893 0,95 0,85 18.344
Agosto 8,97 893 0,95 0,85 6.468
Setembro 3,26 893 0,95 0,85 2.350
Outubro 5,37 893 0,95 0,85 3.872
Novembro 6,7 893 0,95 0,85 4.831
Dezembro 20,55 893 0,95 0,85 14.818

Quadro 04: Volume mensal de água de chuva aproveitável


Mês Prec. (mm) A C n V (L)
Janeiro 78,96 250,08 0,95 0,85 15.945
Fevereiro 117,73 250,08 0,95 0,85 23.774
Março 176,27 250,08 0,95 0,85 35.595
Abril 170,19 250,08 0,95 0,85 34.368
Maio 99,08 250,08 0,95 0,85 20.008
Junho 37,18 250,08 0,95 0,85 7.508
Julho 25,44 250,08 0,95 0,85 5.137
Agosto 8,97 250,08 0,95 0,85 1.811
Setembro 3,26 250,08 0,95 0,85 658
Outubro 5,37 250,08 0,95 0,85 1.084
Novembro 6,7 250,08 0,95 0,85 1.352
Dezembro 20,55 250,08 0,95 0,85 4.149
Fonte: Autores, 2020.

SISTEMA DE CONTROLE DE INCÊNDIO

Baseado nas informações, dimensiona-se as escadas, acessos e corredores


segundo as normas do CBM/RN, 2018.
A largura dessas saídas de emergência é dada pela fórmula:

N = P/C,

Onde:

N = Número de unidades de passagem;

P = População;

C = Capacidade da unidade de passagem.

DIMENSIONAMENTO DOS ACESSOS

A população adotada para a área de salas de aula dos dois pavimentos (140,4m²
do térreo e 316,8m² do superior = 457,2m²) é de 304,8, visto que a ocupação do tipo E-
2 considera 1 pessoa a cada 1,5m² de área de sala de aula. Ademais, a capacidade de
passagem definida para esse é de 100, conforme visto abaixo, têm-se o
dimensionamento para os corredores dessa edificação.

N = 304,8/100

N = 3,048

Largura = N x 0,55

Largura = 3,048 x 0,55

Largura = 1,67m

DIMENSIONAMENTO DA ESCADA

Primeiro, para o dimensionamento da largura da escada da área administrativa


da edificação considera-se a somatória das áreas dos setores (sala dos professores,
sala da direção e coordenação e sala de apoio) do pavimento superior, as somatórias
dessas áreas são descritas no Quadro 05.

Quadro 05: Áreas do pavimento superior do setor de administração

Ambiente Área (m²)


Sala dos professores 36,06
Sala da direção 25,63
Sala da coordenação/administração 25,3
Sala de apoio 16,38
TOTAL 103,37
Fonte: Autores, 2020.
Com base nisso, dimensiona-se a largura da escada com o valor da População
(P) em 103,37/1,5m²: 68,9 pessoas. Têm-se o número de unidades de passagem em
1,148, que multiplicado pelo fator 0,55 fomenta em uma escada de largura mínima de
0,63 metro.

DIMENSIONAMENTO DA RAMPA
Diante disso, têm-se o somatório das áreas ocupadas em sala do pavimento
superior no Quadro 06

Quadro 06: Área do pavimento superior do bloco de aprendizagem

Ambiente e quantidade Área (m²)


6 salas de aula 316,8
Fonte: Autores, 2020.

De acordo com essa área, têm-se uma população de 316.8/1,5m², ou seja, de


211,2 pessoas. Com isso, o valor dito por CBM/RN (2018) para a capacidade da unidade
de passagem é de 60. Portanto, obtém-se os seguintes valores:

N = 211,2/60

N = 3,52

Portanto, com um número de unidade de passagem de 3,52, se têm uma largura


exigida para a rampa de 3,52 x 0,55, ou seja, de 1,93 metros.

DIMENSIONAMENTO DAS PORTAS

Dessa forma, dimensionou-se as portas das salas de aula, bibliotecas e salas de


informática e de multiuso (considerando a população referente a 1,5m² por pessoa por
área de sala de aula), e do auditório. Para isso, têm-se o Quadro 07.

Quadro 07: População para esses ambientes/pavimento

Ambiente População
Pavimento térreo - aprendizagem 93,6
Pavimento superior - aprendizagem 211,2
Auditório 126
Administrativo 69
Fonte: Autores, 2020.
Considerando essas populações e a capacidade da unidade de passagem em
100, conforme a Instrução Técnica número 08 do CBM/RN (2018), têm-se o
dimensionamento dessas portas, que são indicados no Quadro 08.

Pavimento térreo - aprendizagem

N = P/C

N = 93,6/100

N = 0,93 U.P = 1 Unidade de passagem

Largura: 0,55m

Pavimento superior - aprendizagem

N = 211,2/100

N = 2,11 U.P

Largura: 2,11 x 0,55 = 1,16m

Auditório

N = 126/100

N = 1,26 U.P = 2 unidades de passagem

Largura: 2x 0,55 = 1,1m

Administrativo

N = 69/100

N = 0,69 U.P = 1 unidades de passagem

Largura: 1x 0,55 = 0,55m


QUADRO DE ESQUADRIAS
PORTAS

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JANELAS

BRISES-SOLEIL

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