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Universidade Federal de Mato Grosso

Faculdade de Engenharia Florestal


Departamento de Engenharia Florestal
Dendrometria

Crescimento das árvores

Prof. Cyro Matheus Cometti Favalessa


cyro.favalessa@ufmt.br
Crescimento

Crescimento: Variações nas dimensões das árvores (altura , diâmetro, volume, área
basal, peso).
É influenciado por fatores genéticos das espécies e suas interações com o
ambiente, compreendida principalmente pelos seguintes fatores:
Genético: Cada espécie apresenta uma tendência de crescimento;
Climáticos: temperatura, precipitação, vento, insolação;
Solo: características físicas, químicas e biológicas;
Topográficos: inclinação, altitude e exposição;
Competição: com outras árvores, vegetação rasteira e animais;
Biológicos: pragas e doenças;
Outros: ações antrópicas, ocorrência de incêndios;
Crescimento
Incremento: Pode ser definido como o crescimento da árvore ou de um povoamento
em um determinado período. Este período pode ser expresso em dias, meses, anos,
décadas etc.
O incremento pode ser obtido para o diâmetro, altura, volume, área basal. Na
prática, a variável mais utilizada é o volume.

Incremento Corrente Anual (ICA): Expressa o crescimento ocorrido entre o início e o


fim da estação de crescimento, em um período de 1 ano (12 meses).

ICA = Y(t + 1) – Yt em que:


Y = dimensão considerada
t = idade
Crescimento
Incremento Médio Anual (IMA): Expressa a média anual do crescimento para
qualquer idade. É obtido pela divisão da grandeza atual da variável considerada
pela idade.

IP = Yt / t
Incremento Periódico (IP): Expressa o crescimento em um período de tempo
determinado.
IP = Y(t + n) – Yt em que n = período de tempo.
Incremento Periódico Anual (IPA): Expressa o crescimento anual pela média do
crescimento em um determinado período de anos.
IP = [Y(t + n) – Yt ] / n
Exemplo de cálculo do ICA e IMA
Idade Volume ICA IMA IP2anos IPA
(anos) (m3/ha) (m3/ha/ano) (m3/ha/ano) (m3/ha/2 anos) (m3/ha/ano)
5 33 33 6,6
6 119 86 19,8
7 274 155 39,1 241 120,50
8 401 127 50,1
9 468 67 52,0 194 97,00
10 496 28 49,6
11 511 15 46,5 43 21,50
12 519 8 43,3
13 522 3 40,2 11 5,50
14 523 1 37,4
Crescimento
350

300

250

Produção (m3/ha)
200

150

100

50
Idade Técnica de Corte (ITC)
0

ITC  ICA = IMA


45
40
Incremento (m3/ha.ano)

35
30
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Idade (anos)
ICA (m3/ha.ano) IMA (m3/ha.ano)
Crescimento
ANATRO (Análise de tronco)

• COMPLETA = Se abate a árvore amostra e retira-se


fatias ao longo do fuste (método destrutivo).

• PARCIAL = não necessário o abate da árvore para


obtenção de material, para tanto se utiliza o trado de
Pressler para obtenção de uma amostra de madeira
(método não destrutivo) ou então retirando o disco a 1,3
metros do solo.
Raio
Raio nº 2
nº 1

Raio Raio
nº 4 nº 3
 Passos para a sua implementação

a) Seleção das árvores-


amostra
Para estudo e classificação
do sítio, escolher árvores
dominantes e codominantes.
 Passos para a sua implementação

a) Seleção das árvores-


amostra:
Para estudos de
crescimento e produção,
amostrar árvores em todas
as classes sociológicas,
distribuídas em diversos
sítios e idades.
 Passos para a sua implementação

a) Seleção das árvores-


amostra:
Para estimação dos valores
médios da população escolher
as árvores com diâmetro de
área basal média.
b) Abate e seccionamento das árvores: Após abatida, a árvore pode ser
seccionada seguindo esquema semelhante ao utilizado para realização da
cubagem rigorosa, retirando-se discos a começar pela extremidade da base,
na altura de 0,10 cm, aproximadamente.
b) Abate e seccionamento das árvores:
• A espessura dos discos deve variar de 3 a 5 cm. Discos finos racham
com facilidade e os grossos demoram a secar.
• A identificação dos discos deve conter o número da árvore, o local e a
posição dos discos.
c) Secagem
• Deve ser feita em locais bem arejados e à sombra, com os discos em pé
para melhor aeração. A secagem estará concluída quando o teor de
umidade dos discos estiver em equilíbrio com a umidade do ar.

• No caso do uso de estufas, o tempo de secagem poderá ser reduzido


significativamente. Três dias de estufa são suficientes para secagem dos
discos.

• Após a secagem, os discos são lixados de modo a tornar os anéis mais


visíveis e facilitar a contagem e medição
d) Marcação dos raios de medição: consiste em marcar traçar quatros
raios no disco de fuste considerado, tendo a medula como ponto zero.
Raio
Raio nº 2
nº 1

Raio Raio
nº 4 nº 3
e) Medição dos anéis:
A medição da dimensão
acumulada dos anéis é
feita sobre os raios
traçados, considerando-
se que a medula é o
ponto zero. Para a
medição, podem ser
usados réguas ou
aparelhos óticos (lupas).
f) Traçado do perfil longitudinal da árvore: A partir do
traçado longitudinal é possível fazer a cubagem da
árvore em todos os períodos de crescimento.
f) Traçado do perfil longitudinal da árvore:
f) Traçado do perfil longitudinal da árvore:
f) Traçado do perfil longitudinal da árvore:
f) Traçado do perfil longitudinal da árvore:
Exercício. Apresentar o perfil médio da árvore submetida à ANATRO completa, calcular os
incrementos correntes anuas e médios anuais dos volumes à partir dos dados
d = 8,8 cm h = 7,5 m
FATIA POS (M) RAIO ANEL 1 ANEL 2 ANEL 3 ANEL 4 ANEL 5 ANEL 6 ANEL 7 ANEL 8
1 0,5 1,7 1,9 2,5 3,0 3,5 4,6 4,9
2 0,3 0,9 1,9 2,6 3,1 3,6 4,6 5,0
1 0,1
3 0,6 1,2 2,0 2,4 2,9 3,4 4,8 5,3
4 0,6 1,2 2,1 2,5 2,9 3,5 4,4 5,0
1 0,0 0,0 0,7 1,4 2,3 3,1 3,8 4,4
2 0,0 0,0 0,6 1,4 2,3 3,0 4,0 4,5
2 1,3
3 0,0 0,0 0,5 1,4 2,1 3,2 4,0 4,4
4 0,0 0,0 0,9 1,4 2,4 3,0 3,8 4,3
1 0,0 0,0 0,0 0,6 1,6 2,5 3,3 3,8
2 0,0 0,0 0,0 0,6 1,4 2,4 3,4 3,8
3 2,5
3 0,0 0,0 0,0 0,7 1,4 2,6 3,3 3,7
4 0,0 0,0 0,0 0,5 1,8 2,5 3,6 3,9
1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 1,8 2,7 3,1
2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 1,8 2,7 3,1
4 3,7
3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 1,7 2,7 3,0
4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,7 1,6 2,7 3,0
1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,4 1,8
2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,3 1,7
5 5,9
3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,3 1,7
4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,6 1,8
1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,9
2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 1,0
6 6,8
3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 1,0
4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 1,1
13. Referências bibliográficas

IMANA-ENCIÑAS, J. Slides de aula da disciplina de dendrometria, 1ª ed. UNB, 2011.

HUSCH, B.; MILLER, C. I.; BEERS, T. W. Forest Mensuration,

FINGER C. A. G. Fundamentos da biometria florestal. Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC; 1992. 269


p.

FINGER C. A. G. Apostila de biometria blorestal. Santa Maria: UFSM/CEPEF/FATEC; 2006. 284 p.

FINGER C. A. G. Notas de aula. Laminas de aula do Prof. Dr. César Augusto Guimarães Finger da
Universidade Federal de Santa Maria, 2017.

MACHADO S. A.; FIGUEIREDO-FILHO, A. Dendrometria. 2. ed. Guarapuava: Unicentro, 2006. 316p.

SOARES, C. P. B.; PAULA NETO, F.; SOUZA, A. L. Dendrometria e Inventário Florestal. Viçosa, UFV,
2006, 276 p.

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