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REPERCUSSÃO
GERAL 15 ANOS
origens e perspectivas
Maio 2022
Maio de 2022
Secretaria-Geral da Presidência Coordenadoria de Pesquisas Judiciárias
Pedro Felipe de Oliveira Santos Lívia Gil Guimarães
Bruna de Bem Esteves
Gabinete da Presidência
José Carvalho Filho
Patrícia Andrade Neves Pertence
Coordenadoria de Gestão da Informação,
Secretaria de Gestão de Precedentes
Memória Institucional e Museu
Marcelo Ornellas Marchiori
Ana Paula Alencar Oliveira
Coordenadoria de Jurisprudência
Coordenação editorial
Aline Carlos Dourado Braga
Alexandre Reis Siqueira Freire
André Milhomem Araújo de Godoi
Ana Paula Alencar Oliveira
Núcleo de Gerenciamento de Precedentes Luiza Gallo Pestano
Diogo Rodrigues Verneque Lívia Gil Guimarães
Flávia Mendes Mascarenhas Góes Marcelo Ornellas Marchiori
Júlio Luz Sisson de Castro Thiago Gontijo Vieira
Ricardo Abreu de Freitas Machado
Produção editorial
Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e David Duarte Amaral
Gestão da Informação Jorge Luis Villar Peres
Alexandre Reis Siqueira Freire
Revisão de provas editoriais
Coordenadoria de Biblioteca Juliana Silva Pereira de Souza
Luiza Gallo Pestano Márcia Gutierrez Aben-Athar Bemerguy
Amanda de Melo Gomes Rosa Cecilia Freire da Rocha
Beatriz Christi Rossi de Carvalho Mendonça
Capa
Célia de Sá Marques de Castro
Flávia Coelho Carvalho
Márcia Soares de Oliveira Vasconcelos
Diagramação
Coordenadoria de Difusão da Informação
Camila Penha Soares
Thiago Gontijo Vieira
Dirceu Moreira do Vale Filho
Eliane Nestor da Silva Santos
Fernando Carneiro Rosa Fortes
Flávia Trigueiro Mendes Patriota
Jean Francisco Corrêa Minuzzi
Paula Roberta Gonçalves de Carvalho Farcic
Soraia de Almeida Miranda
Ministro
LUIZ FUX
Presidente
Ministra
ROSA MARIA PIRES WEBER
Vice-presidente
Ministro
GILMAR FERREIRA MENDES
Decano
Ministro
ENRIQUE RICARDO LEWANDOWSKI
Ministra
CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
Ministro
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI
Ministro
LUÍS ROBERTO BARROSO
Ministro
LUIZ EDSON FACHIN
Ministro
ALEXANDRE DE MORAES
Ministro
KASSIO NUNES MARQUES
Ministro
ANDRÉ LUIZ DE ALMEIDA MENDONÇA
APRESENTAÇÃO
1
Brasil. Supremo Tribunal Federal. Corte Aberta. Disponível em: https://transparencia.stf.jus.br/
extensions/corte_aberta/corte_aberta.html. Acesso em: 15 maio 2022.
que identificada a possibilidade de reafirmação de jurisprudência; e iii) reconhe-
cimento da ausência de repercussão geral em recursos que veiculem questões
infraconstitucionais, com recusa imediata do recurso.
Linha do Tempo 10
Situação dos Temas de Repercussão Geral 12
1 – Doutrina 15
2 – Legislação 31
3 – Questões de Ordem 32
4 – Jurisprudência Nacional 41
5 – Jurisprudência Internacional 151
6 – Temas de Repercussão Geral que foram reanalisados pelo
Supremo Tribunal Federal (art. 323-B do RISTF) 162
LINHA DO TEMPO
Emenda Constitucional 45
Inclui o § 3º no art. 102 da
Constituição Federal, o qual prevê a
obrigatoriedade de demonstração
da repercussão geral das questões
discutidas no recurso extraordinário.
Lei 11.418
Acrescenta os arts. 543-A e
543-B ao Código de Processo
Civil, a fim de regulamentar a
repercussão geral.
Emenda Regimental 21
Regulamenta a repercussão geral
no âmbito do Supremo Tribunal
Federal, com a instituição do
Emenda Regimental 23 Plenário Virtual.
Dispõe acerca do sobrestamento,
pelo tribunal de origem, de
recursos extraordinários e de
agravos de instrumento contra
decisões de inadmissibilidade
anteriormente proferidas, até
decisão do STF sobre os recursos Emenda Regimental 24
representativos da controvérsia. Autoriza o Presidente do STF a
decidir recursos com ausência de
preliminar formal e fundamentada
de repercussão geral, bem como
aqueles cuja matéria seja destituída
Emenda Regimental 27 de repercussão geral.
Dispõe sobre a possibilidade de os
tribunais de origem julgarem
prejudicados os agravos de
instrumento contra decisões que não
tenham admitido recursos
extraordinários, quando o acórdão
recorrido estiver em consonância com Emenda Regimental 29
a tese fixada em repercussão geral. Insere, na competência do
Presidente e do Relator, a
convocação de audiências
públicas nos casos em que
houver repercussão geral.
Emenda Regimental 31
Regulamenta, no âmbito do
Plenário Virtual, a declaração de
inexistência de repercussão geral
por ausência de questão
constitucional e as consequências
da não manifestação no prazo.
10 Sumário
Emenda Regimental 41
Prevê a redistribuição do recurso
extraordinário nos casos em que
não prevalecer o posicionamento
do relator no Plenário Virtual.
Emenda Regimental 42
Dispõe sobre a) a livre distribuição
para o julgamento de mérito de
recurso em que reconhecida a
existência de repercussão geral,
quando o Presidente atuar como
relator; b) a reafirmação de
jurisprudência no Plenário Virtual; Emenda Regimental 47
e c) a distribuição ao relator do Prevê a declaração de inexistência
recurso paradigma, por prevenção, de repercussão geral por maioria
de processos relacionados qualificada, quando o relator
ao mesmo tema. declarar a matéria
infraconstitucional.
Emenda Regimental 49
Prevê a redistribuição do processo,
para exame de mérito, nos casos
em que o relator ficar vencido na
análise da repercussão geral.
Lei 13.105
Novo Código de Processo Civil.
Emenda Regimental 52
Prevê a possibilidade de
julgamento, em listas, de mérito de
repercussão geral, com fundamento
em jurisprudência dominante. Emenda Regimental 53
Estabelece a preferência de
julgamento eletrônico de
processos com repercussão geral
reconhecida, nos casos em que
houver jurisprudência dominante.
Emenda Regimental 54
Permite que outro ministro, que não o
relator, proponha a reafirmação da
jurisprudência. Também dispõe sobre
a) maioria absoluta para a decisão
quanto à natureza constitucional ou
infraconstitucional, para fins de
repercussão geral; b) consequências
da ausência de quórum de votação; c)
registro prévio dos recursos
representativos da controvérsia e
recursos especiais repetitivos ao
Ministro Presidente; d) negativa de
repercussão geral com eficácia para o
caso concreto; e e) revisão do
reconhecimento da repercussão geral.
11 Sumário
SITUAÇÃO DOS TEMAS DE REPERCUSSÃO GERAL
Em julgamento
12 Sumário
Analisada preliminar de
repercussão geral
Trânsito em julgado
13 Sumário
Aguarda substituição de paradigma
14 Sumário
1 – DOUTRINA
15 Sumário
em virtude da vigência do NCPC. Do entendimento convergente da PGFN.
Da precedência do RE 240.785 à EC 45/04. Do objetivo do STF ao eleger o
RE 574.706 para reconhecimento da Repercussão Geral do tema. A Reper-
cussão Geral como Instituto processual voltado à resolução de temas, e não
de recursos individualmente considerados. Exemplos de recente aplicação
pelo STF que corroboram a necessidade de se aplicar as normas do NCPC.
[1079520] AGU CLD STJ TCD TJD STF (DIG)
16 Sumário
trado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2006. Conteúdo:
Brasil: Trajetória histórica do controle de constitucionalidade brasileiro. O
recurso extraordinário. O recurso geral. Crítica à fórmula adotada: o recurso
extraordinário como mecanismo de proteção aos direitos fundamentais. O
Writ of Certiorari e a Repercussão Geral. [1079483] SEN CAM TST
11. CARVALHAL, Ana Paula. Repercussão Geral retoma seu curso com o novo
Código de processo civil. Repertório IOB de Jurisprudência: civil, proces-
sual, penal e comercial, São Paulo, n. 5, p. 165-163, 1. quinz. mar. 2020. Revista
Síntese de Direito Civil e Processual Civil, Porto Alegre, v. 19, n. 110, p. 79-83,
nov./dez. 2017. [1114923] SEN CAM AGU STJ TJD TST STF
13. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Repercussão Geral: balanço e pers-
pectivas. São Paulo: Almedina, 2015. 105 p. (Série Monografias). Conteúdo:
A Repercussão Geral do recurso extraordinário como meio de promoção do
acesso à justiça. A Repercussão Geral como meio de repartição de compe-
tências constitucionais. [1044293] SEN STJ TJD
15. CÔRTES, Osmar Mendes Paixão. A evolução da Repercussão Geral. In: NERY
JUNIOR, Nelson; OLIVEIRA, Pedro Miranda de; WAMBIER, Teresa Arruda
Alvim (coord.); FREIRE, Alexandre et al. Aspectos polêmicos dos recursos
cíveis e assuntos afins. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 295-312.
[1174816] PGR STJ TJD TST
17 Sumário
2017. Revista Eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região,
Curitiba, v. 10, n. 92, p. 72-81, set. 2020. Conteúdo: Semelhanças e diferen-
ças entre a transcendência e a Repercussão Geral. Disponível em: https://
juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/123412. Acesso em: 10 maio 2022.
[1108403] CAM STJ TJD TST STF (DIG)
17. COSTA, Arthur de Oliveira Calaça; OLIVEIRA, Karen França de. A análise do
requisito de admissibilidade da Repercussão Geral nos recursos extraor-
dinários pelo STF, dever de fundamentação e sua relação com o Writ of
Certiorari norte-americano. Revista dos Estudantes de Direito da Univer-
sidade de Brasília, Brasília, n. 12, p. 249-270, 2016. Disponível em: https://
periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/13523/18684. Acesso
em: 10 maio 2022. [1184277] STF (DIG)
18 Sumário
21. DECOMAIN, Pedro Roberto. Repercussão Geral: antecedentes e Institutos
afins. Revista Dialética de Direito Processual, São Paulo, n. 123, p. 97-116,
jun. 2013. [974401] SEN CAM STJ TJD TST STF (DIG)
24. FACHIN, Luiz Edson; FORTES, Luiz Henrique Krassuski. Repercussão Geral
do recurso extraordinário: transcendência e relevância da questão constitu-
cional. In: MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro et al (coord.). O novo pro-
cesso civil brasileiro: temas relevantes, estudos em homenagem ao profes-
sor, jurista e Ministro Luiz Fux. 1. ed. Rio de Janeiro: GZ, 2018. v. 2, p. 115-134.
Conteúdo: Jurisdição recursal extraordinária e a Repercussão Geral: inexis-
tência de direito à cognoscibilidade do recurso pela mera sucumbência. A
fundamentação adequada da decisão que reconhece a deficiência de fun-
damentação analítica da preliminar de Repercussão Geral e a sua recorribili-
dade mediante agravo interno. [1134545] STJ STF 341.46 N945 NOP V2 (DIG)
19 Sumário
26. FERREIRA, William Santos. As garantias constitucionais do jurisdicionado e
a competência nas tutelas de urgência: um enfrentamento positivo. In: FUX,
Luiz; NERY JUNIOR, Nelson; ALVIM, Teresa Arruda. Processo e Constitui-
ção: 75 anos: estudos em homenagem ao professor José Carlos Barbosa
Moreira. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 627-655. [1080339] SEN
CAM STJ TJD TST STF 341.408 M838 PRC (DIG)
27. FREIRE, Alonso Reis; OMMATI, José Emílio Medauar. A Repercussão Geral
e o (novo) perfil do Supremo Tribunal Federal. In: DANTAS, Bruno; FREIRE,
Alexandre; FUX, Luiz (coord.). Repercussão Geral da questão constitucio-
nal. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 1-25. [1033081] SEN CAM AGU PGR TCD
TJD TST STF 341.4655 R425 RGQ (DIG)
28. FREITAS JÚNIOR, Horival Marques de. Repercussão Geral das questões
constitucionais: sua aplicação pelo Supremo Tribunal Federal. São Paulo:
Malheiros, 2015. 271 p. Originalmente apresentada como dissertação de
mestrado, Universidade de São Paulo. Conteúdo: O Supremo Tribunal
Federal no período republicano: origem, tendências atuais e sua função no
âmbito de julgamento do recurso extraordinário. Antecedentes da Reper-
cussão Geral. Procedimento da Repercussão Geral. Julgamento de recursos
múltiplos (ou repetitivos), art. 543-b do CPC-1973 (arts. 1.036 a 1.041 do novo
CPC). Sumário disponível em: http://www.senado.gov.br/senado/bibliote-
ca-rotinas/servicos/getDOCUMENTO.asp?num=1048533. Acesso em: 10
maio 2022. [1048533] SEN CAM PGR TJD TST
29. FREITAS, Marina Cardoso de. A Repercussão Geral nos recursos extraor-
dinários: como o STF tem aplicado esse Instituto? In: ROSILHO, André;
VOJVODIC, Adriana (org.). Jurisdição constitucional no Brasil. São Paulo:
Malheiros, 2012. p. 228-244. [974809] AGU CLD STJ TCD TJD TST STF 341.2
J95 JCB (DIG)
31. FUX, Luiz. Poder do relator para decidir sobre o sobrestamento dos proces-
sos pendentes (art. 1.035, § 5º, CPC). Questão de Ordem na Repercussão
Geral no Recurso Extraordinário 966.177. In: MARINONI, Luiz Guilherme;
SARLET, Ingo Wolfgang (coord.); CREMONESE, Cleverton; PESSOA, Paula
(org.). Processo constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
p. 767-796. [1149470] SEN CAM STJ TCD TST STF 341.2563 P963 PRO (DIG)
20 Sumário
32. FUX, Luiz; FREIRE, Alexandre; DANTAS, Bruno (coord.). Repercussão Geral
da questão constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 668 p. Sumário
disponível em: http://www.senado.gov.br/senado/biblioteca-rotinas/servi-
cos/getDocumento.asp?num=1014450. Acesso em: 10 maio 2022. [1014450]
SEN TCD TJD TST CAM AGU PGR STF 341.4655 R425 RGQ
33. GARCIA, Leonardo; ROCHA, Roberval (coord.); PORTO, José Roberto Mello
(org.). Repercussão Geral: Supremo Tribunal Federal. Recursos repetitivos:
Superior Tribunal de Justiça. 6. ed. rev. atual. ampl. Salvador: JusPODIVM,
2018. 533 p. [1140213] PGR TJD
34. JUSTEN FILHO, Marçal; GODOY, Miguel Gualano de. Supremo e contradi-
tório: a necessária revisão do tema 424 da Repercussão Geral e o prece-
dente ARE 639.228. In: MARINONI, Luiz Guilherme; SARLET, Ingo Wolfgang
(coord.); CREMONESE, Cleverton; PESSOA, Paula (org.). Processo constitu-
cional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. p. 949-960. Conteúdo: A cen-
tralidade do Supremo Tribunal Federal. A Constituição de 1988, o direito fun-
damental ao contraditório e o Supremo Tribunal Federal. O precedente ARE
639. 228 – tema 424 da Repercussão Geral (Rel. Min. Cezar Peluso). A neces-
sária revisão do tema 424 da Repercussão Geral, precedente ARE 639.228.
A consequência prática da orientação do STF no tema 424 da Repercussão
Geral – precedente ARE 639.228. Como mudar, mas ao mesmo tempo evitar
a proliferação de recursos e a ordinarização da jurisdição constitucional do
STF? [1172082] SEN CAM STJ TCD TST STF 341.2563 P963 PRO
22 Sumário
2013. 109 p. Conteúdo: A Repercussão Geral em processos com idêntica con-
trovérsia. [955242] SEN STJ STM TJD TST STF 341.4655 M339 RGR 3.ED.
46. MATTA, Darilê Marques da. Repercussão Geral no Supremo Tribunal. São
Paulo: Tirant Brasil, 2018. 321 p. (Coleção Novo Código de Processo Civil, 6).
[1194081] STF
23 Sumário
50. MEDINA, José Miguel Garcia; GUIMARÃES, Rafael de Oliveira; FREIRE, Ale-
xandre. Da Repercussão Geral: evolução e críticas ao Instituto. In: DANTAS,
Bruno; FREIRE, Alexandre; FUX, Luiz (coord.). Repercussão Geral da ques-
tão constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 351-376. Conteúdo: A
Repercussão Geral no ordenamento jurídico brasileiro. [1033314] SEN CAM
AGU PGR TCD TJD TST STF 341.4655 R425 RGQ (DIG)
55. MENDES, Gilmar Ferreira; FUCK, Luciano Felício. O novo CPC e o recurso
extraordinário = New CPC and the “extraordinary” appeal. Revista de Pro-
cesso, São Paulo, v. 41, n. 261, p. 263-279, nov. 2016. Conteúdo: Fungibilidade
entre recurso especial e recurso extraordinário. Expansão do cabimento da
reclamação. Extinção do exame de admissibilidade na origem. Ampliação
do agravo em recurso extraordinário. [1081478] SEN PGR STJ STM TJD TST
STF (DIG)
24 Sumário
teúdo: Normas fundamentais e deveres estruturantes do sistema de valori-
zação da jurisprudência, súmulas e precedentes qualificados. O sistema de
valorização das súmulas e dos precedentes qualificados à luz da Constitui-
ção Federal: fundamentos, limites e possibilidades. [1166164] STJ
59. NUNES, Dierle; BAHIA, Alexandre; PEDRON, Flávio. Comentários aos arts.
1029 a 1041 do CPC/2015. In: STRECK, Lenio; NUNES, Dierle; CUNHA, Leo-
nardo Carneiro da; FREIRE, Alexandre (org.). Comentários ao Código de
Processo Civil. São Paulo, Saraiva. 2016. p. 1364-1390. [1075365] STJ TJD
60. OLIVEIRA, Pedro Miranda de. Para uma efetividade maior do Instituto
da Repercussão Geral das questões constitucionais. In: DANTAS, Bruno;
FREIRE, Alexandre; FUX, Luiz (coord.). Repercussão Geral da questão cons-
titucional. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 563-591; Revista Dialética de
Direito Processual, São Paulo, n. 145, p. 60-81, abr. 2015. Conteúdo: Segu-
rança jurídica, previsibilidade, unidade do Direito e princípio da isonomia.
Repercussão Geral e a objetivação do recurso extraordinário. O binômio
Repercussão Geral e súmula vinculante. [1029945] SEN CAM AGU PGR STJ
TCD TJD TST STF 341.4655 R425 RGQ (DIG)
25 Sumário
61. OLIVEIRA, Pedro Miranda de. Recurso extraordinário e o requisito da
Repercussão Geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. 398 p. Origi-
nalmente apresentado como tese de doutorado, Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. (Coleção Recursos no Processo Civil. RPC, v. 24).
Conteúdo: Supremo Tribunal Federal: Corte constitucional. Competência. O
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal (RISTF): aspectos gerais
dos regimentos internos dos tribunais. Breve histórico do RISTF. O papel do
RISTF na admissibilidade do recurso extraordinário. Crise do Supremo Tri-
bunal Federal. Tentativas de superação da crise do STF. [983284] CAM TST
STF 341.4655 O48 RER
26 Sumário
anos do CPC: questões polêmicas: em homenagem a José Roberto Neves
Amorim. Barueri: Manole, 2021. p. 43-56. [1201327] STJ TJD STF 341.46
C574 CAC
27 Sumário
comparativo. Revista do Tribunal Regional Federal: 1ª Região, Brasília,
v. 30, n. 1/2, p. 23-44, jan./fev. 2018. Disponível em: https://bdjur.stj.jus.br/
jspui/bitstream/2011/119477/futuro_jurisdicao_constitucional_santos.pdf.
Acesso em: 20 maio 2022. [1119420] SEN STJ STM (DIG)
74. SILVEIRA, José Néri da. Reflexos da exigência de “Repercussão Geral das
questões constitucionais discutidas no caso” sobre a natureza e amplitude
do recurso extraordinário. In: BRASIL. Supremo Tribunal Federal. A Consti-
tuição de 1988 na visão dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Brasí-
lia: Supremo Tribunal Federal, 2013. p. 233-255; Revista do Tribunal Regio-
nal Federal: 4. Região, Porto Alegre, v. 26, n. 88, p. 15-44, 2015. Disponível
em: https://www2.trf4.jus.br/trf4/revistatrf4/arquivos/Rev88.pdf. Acesso
em: 10 maio 2022. [989321] SEN CAM CLD MJU STJ STM TCD TJD TST STF
341.2481 B823 CVM (DIG)
75. SILVEIRA, Sebastião Sergio da; SILVA, Alcides Belfort da. A Repercussão
Geral no recurso extraordinário e seu impacto na seara tributária = Overall
impact on the extraordinary appeal and its impact on tax field. Revista da
Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, v.
46, n. 2, p. 66-81, jul./dez. 2018. Conteúdo: Tribunal Constitucional e Supremo
Tribunal Federal. Historicidade do recurso extraordinário e a inspiração no
modelo norte-americano. As principais discussões travadas na Suprema
Corte referentes ao direito tributário. Disponível em: http://www.seer.ufu.
br/index.php/revistafadir/article/view/45275. Acesso em: 10 maio 2022.
[1146472] STF (DIG)
28 Sumário
77. SZELBRACIKOWSKI, Daniel Corrêa. O plenário virtual como solução tecno-
lógica para o julgamento de mérito de repercussões gerais que discutam
questões com jurisprudência dominante. Revista Síntese de Direito Civil e
Processual Civil, Porto Alegre, v. 18, n. 106, p. 41-62, mar./abr. 2017. [1109285]
SEN CAM AGU STJ TJD TST STF (DIG)
79. TOFFOLI, José Antonio Dias; LIRA, Daiane Nogueira de. A jurisdição cons-
titucional e o processo de convergência entre os sistemas do Commom
Law e do Civil Law no Brasil. In: SANTA CRUZ, Felipe; FUX, Luiz; GODINHO,
André (coord.). Avanços do sistema de justiça: os 5 anos de vigência do novo
Código de Processo Civil. Brasília: OAB: CNJ, 2021. p. 159-175. [1209291] STJ
TST STF (DIG)
80. VALADÃO, Marcos Aurélio Pereira; BASTOS, Ricardo Victor Ferreira (coord.).
Repercussão Geral no direito tributário: estudos de casos relacionados às
contribuições. São Paulo: Almedina, 2020. 477 p. (Coleção Universidade
Católica de Brasília). [1170977] STJ
82. VIANA, Ulisses Schwarz. Repercussão Geral: sob a ótica da teoria dos sis-
temas de Niklas Luhmann. São Paulo: Saraiva, 2010. 182 p. (Série IDP. Linha
pesquisa acadêmica). Conteúdo: “Traz uma análise comparativa, por meio
da qual é realizado o cotejo analítico entre a Repercussão Geral brasileira e
29 Sumário
o Writ of Certiorari estadunidense, a Verfassungbeschwerde germânica e o
recurso de amparo espanhol, concluindo-se que entre estes Institutos há em
comum a função de “filtro” procedimental restritivo do acesso generalizado
e irracional às cortes constitucionais, como meio de preservação da opera-
cionalidade decisória”. [875244] SEN CAM STJ TJD STF 341.4655 V614 RGO
30 Sumário
2 – LEGISLAÇÃO
31 Sumário
3 – QUESTÕES DE ORDEM
A seguir, são listadas algumas das definições realizadas por meio de questões
de ordem.
32 Sumário
Demonstração da repercussão geral: exigível mesmo nos recursos
extraordinários com repercussão reconhecida em recurso diverso
Resolução da questão de ordem: o reconhecimento, pelo Supremo Recurso
Tribunal Federal, da presença da repercussão geral da questão ARE 663.637 AgR-QO
constitucional em determinado processo não exime os demais
recorrentes do dever constitucional e processual de apresentar a Suscitante
preliminar devidamente fundamentada sobre a presença da reper- Min. Ayres Britto
cussão geral (§ 3º do art. 102 da Constituição Republicana e § 2º (Presidente)
do art. 543-A do CPC).
Data do julgamento
12-9-2012
Tema relacionado
Não se aplica
Data do julgamento
19-11-2009
Tema relacionado
Não se aplica
33 Sumário
Aplicabilidade dos mecanismos previstos no art. 543-B do CPC/1973 aos
recursos que impugnam acórdãos publicados antes de 3-5-2007
Resolução da questão de ordem: aplicar o regime previsto no art. Recurso
543-B, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil [sobrestamento, retra- AI 715.423 QO
tação e declaração de prejudicialidade] para os recursos extraordi-
nários, afastada a incidência do disposto no § 2º do mesmo artigo Suscitante
[inadmissão de recurso sem repercussão geral] sobre os recursos Min. Gilmar Mendes
extraordinários interpostos de acórdãos publicados anterior- (Presidente)
mente a 3 de maio de 2007 e sobre os agravos de instrumentos
Data do julgamento
respectivos.
11-6-2008
Tema relacionado
Tema 95
Data do julgamento
18-6-2009
Tema relacionado
Tema 35
34 Sumário
Procedimento de implantação inicial da reafirmação de jurisprudência
dominante da Corte
Resolução da questão de ordem: adoção de procedimento especí- Recurso
fico que autorize a Presidência da Corte a trazer ao Plenário, antes RE 582.650 RG-QO
da distribuição do RE, questão de ordem na qual poderá ser reco-
nhecida a repercussão geral da matéria tratada, caso atendidos os Suscitante
pressupostos de relevância. Em seguida, o Tribunal poderá, quanto Min. Ellen Gracie
ao mérito, (a) manifestar-se pela subsistência do entendimento já (Presidente)
consolidado ou (b) deliberar pela rediscussão do tema. Na primeira
Data do julgamento
hipótese, fica a Presidência autorizada a negar distribuição e a devol-
ver à origem todos os feitos idênticos que chegarem ao STF, para a 11-6-2008
adoção, pelos órgãos judiciários a quo, dos procedimentos previstos Tema relacionado
no art. 543-B, § 3º, do CPC. Na segunda situação, o feito deverá ser Tema 98
encaminhado à normal distribuição para que, futuramente, tenha
o seu mérito submetido ao crivo do Plenário.
Data do julgamento
26-3-2009
Tema relacionado
Tema 85
35 Sumário
Aplicação monocrática da decisão em repercussão geral aos habeas corpus
sobre a mesma matéria
Resolução da questão de ordem: autoriza o Relator a decidir defi- Recurso
nitiva e monocraticamente pedido de habeas corpus, no caso de RE 597.270 QO-RG
fixação de pena abaixo do mínimo legal por conta da incidência de
circunstância genérica atenuante. Suscitante
Min. Cármen Lúcia
Data do julgamento
26-3-2009
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Tema 158
Data do julgamento
20-11-2013
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Tema 311
36 Sumário
Revisão do reconhecimento de repercussão geral
para ausência de questão constitucional
Resolução da questão de ordem: assentar a inexistência de reper- Recurso
cussão geral no caso e, portanto, não conhecer do recurso, valendo RE 584.247 QO
a decisão para todos os recursos sobre matéria idêntica que ainda
se encontrem na origem. Embora reconhecida a repercussão geral Suscitante
da matéria em exame no Plenário Virtual, nada impede a redis- Min. Roberto Barroso
cussão do assunto em deliberação presencial, notadamente
Data do julgamento
quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de manifes-
27-10-2016
tações suficientes.
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Tema 538
Data do julgamento
20-2-2013
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Tema 190
Data do julgamento
18-12-2019
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Tema 395
37 Sumário
Quórum para definir a inexistência de questão constitucional com a
aplicação dos efeitos da repercussão geral
Resolução da questão de ordem: o quórum previsto no art. 102, Recurso
§ 3º, da Constituição Federal somente se aplica à rejeição do recurso ARE 664.575 RG-2ºJulg
por ausência de repercussão geral. A presença ou não de questão
constitucional depende dos votos da maioria absoluta da Corte – Suscitante
isto é, seis votos. Precedente: RE 954.304 RG-ED, Rel. Min. Dias Min. Roberto Barroso
Toffoli, Pleno, j. 24-8-2020. Não conhecimento do recurso, diante
Data do julgamento
dos votos da maioria absoluta dos Ministros pela natureza infra-
1º-10-2020
constitucional da matéria.
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Tema 534
38 Sumário
Perda de objeto do recurso extraordinário no caso concreto e
reconhecimento da repercussão geral
Resolução da questão de ordem: eventual prejuízo parcial do caso Recurso
concreto subjacente ao recurso extraordinário não é impeditivo ARE 1.054.490 QO
do reconhecimento de repercussão geral. O Tribunal deliberou
superar-se a prejudicialidade do recurso, vencidos, nesse ponto, Suscitante
os Ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Min. Roberto Barroso
Mendes e Marco Aurélio, e, por unanimidade, atribuir repercussão
Data do julgamento
geral à questão constitucional constante dos autos.
5-10-2017
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Tema 974
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Tema 860
39 Sumário
Desistência do mandado de segurança no recurso extraordinário
em que reconhecida a repercussão geral
Resolução da questão de ordem: resolveu não admitir a desis- Recurso
tência do mandado de segurança e afirmou a impossibilidade de RE 693.456
desistência de qualquer recurso após o reconhecimento de reper-
cussão geral da questão constitucional, vencido o Ministro Marco Suscitante
Aurélio, que admitia a possibilidade de desistência. Min. Dias Toffoli
Data do julgamento
27-10-2016
Tema relacionado
Tema 531
40 Sumário
4 – JURISPRUDÊNCIA NACIONAL
41 Sumário
2013). 6. Igualmente, a regra do stare decisis ou da vinculação aos precedentes
judiciais “é uma decorrência do próprio princípio da igualdade: onde existirem
as mesmas razões, devem ser proferidas as mesmas decisões, salvo se houver
uma justificativa para a mudança de orientação, a ser devidamente objeto de
mais severa fundamentação. Daí se dizer que os precedentes possuem uma
força presumida ou subsidiária.” (ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre
permanência, mudança e realização no Direito Tributário. São Paulo: Malheiro,
2011). 7. Nessa perspectiva, a superação total de precedente da Suprema Corte
depende de demonstração de circunstâncias (fáticas e jurídicas) que indiquem
que a continuidade de sua aplicação implicam ou implicarão inconstitucionali-
dade. 8. A inocorrência desses fatores conduz, inexoravelmente, à manutenção
do precedente já firmado. 9. Tese reafirmada: “é constitucional a regra que exige
a comprovação do triênio de atividade jurídica privativa de bacharel em Direito
no momento da inscrição definitiva”. 10. Recurso extraordinário desprovido.
[RE 655.265, rel. min. Luiz Fux, red. do ac. min. Edson Fachin, j. 13-4-2016, P,
DJE de 5-8-2016, Tema 509.]
42 Sumário
essenciais e relevantes as questões constitucionais a serem analisadas, sendo
imprescindível ao recorrente, em sua petição de interposição de recurso, a apre-
sentação formal e motivada da repercussão geral, que demonstre, perante o
Supremo Tribunal Federal, a existência de acentuado interesse geral na solução
das questões constitucionais discutidas no processo, que transcenda a defesa
puramente de interesses subjetivos e particulares. 3. A obrigação do recorrente
em apresentar formal e motivadamente a preliminar de repercussão geral, que
demonstre sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, a relevância
da questão constitucional debatida que ultrapasse os interesses subjetivos da
causa, conforme exigência constitucional e legal (art. 102, § 3º, da CF/88, c/c
art. 1.035, § 2º, do CPC/2015), não se confunde com meras invocações desa-
companhadas de sólidos fundamentos no sentido de que o tema controvertido é
portador de ampla repercussão e de suma importância para o cenário econômico,
político, social ou jurídico, ou que não interessa única e simplesmente às partes
envolvidas na lide, muito menos ainda divagações de que a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal é incontroversa no tocante à causa debatida, entre
outras de igual patamar argumentativo. 4. Esta SUPREMA CORTE jamais decla-
rou a inconstitucionalidade da penalidade de suspensão ou de proibição de se
obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, sendo certo
que as normas jurídicas são dotadas de presunção de constitucionalidade. Inclu-
sive, a ratio decidendi do RE 607.107/MG denota que inexiste direito absoluto
ao exercício de atividades profissionais e que tal penalidade possui maior razão
de ser aplicada ao motorista profissional, uma vez que maneja o veículo com
habitualidade e, consequentemente, produz risco ainda mais elevado para os
demais motoristas e pedestres. 5. A suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, aplicada no caso concreto, decorre de previsão contida no preceito
secundário da norma inscrita no art. 306 do CTB, pela qual o ora recorrente foi
condenado. Dessa forma, o julgador, que atua como aplicador do direito, não
possui margem de discricionariedade para decidir pelo emprego ou não do dis-
positivo, pois, havendo a subsunção do fato à norma jurídica, cabe a ele aplicá-la
com amparo nas diretrizes e princípios estabelecidos pelo ordenamento jurídico.
Trata-se, portanto, de opção legislativa, não competindo ao Poder Judiciário
interferir nessas escolhas. 6. Agravo Regimental a que se nega provimento.
[ARE 1.055.182 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 31-5-2021, 1ª T, DJE de
4-6-2021.]
43 Sumário
4.2 Apresentação formal de preliminar de repercussão geral
44 Sumário
CIA DE PREQUESTIONAMENTO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL
OFENSA REFLEXA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REELA-
BORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA
EXTRAORDINÁRIA. ART. 102 DA LEI MAIOR. 1. Deficiência na fundamentação,
em recurso extraordinário interposto sob a égide do CPC/2015, da existência
de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Inobservância do art.
1.035, §§ 1º e 2º, do CPC/2015. O preenchimento desse requisito demanda a
demonstração, no caso concreto, da existência de questões relevantes do ponto
de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os interesses
subjetivos do processo. A afirmação genérica da existência de repercussão geral
ou a simples indicação de tema ou precedente desta Suprema Corte são insu-
ficientes para o atendimento do pressuposto. 2. Cristalizada a jurisprudência
desta Suprema Corte, a teor das Súmulas 282 e 356/STF: “Inadmissível o recurso
extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal
suscitada”, bem como “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opos-
tos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por
faltar o requisito do prequestionamento”. 3. A controvérsia, nos termos do já
asseverado na decisão guerreada, não alcança estatura constitucional. Não há
falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais.
Compreensão diversa demandaria a análise da legislação infraconstitucional
encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e reflexa eventual
ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do
recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, “a”, da Lei Maior,
nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 4. As razões do
agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam
a decisão agravada. 5. Majoração.
[ARE 1.309.436 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 19-4-2021, 1ª T, DJE de 26-4-2021.]
45 Sumário
Ementa: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA
REPERCUSSÃO GERAL. INOBSERVÂNCIA DO ART. 543-A, § 2º, DO CPC. REPER-
CUSSÃO GERAL PRESUMIDA OU RECONHECIDA EM OUTRO RECURSO NÃO VIA-
BILIZA APELO SEM A PRELIMINAR FUNDAMENTADA DA REPERCUSSÃO GERAL.
ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, LIV E LVII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. PRESUNÇÃO
DE INOCÊNCIA. MATERIALIDADE E AUTORIA. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. REE-
LABORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA. PROCEDIMENTO VEDADO NA INSTÂNCIA
EXTRAORDINÁRIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO INTERNO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Não houve preliminar formal e fundamentada
de repercussão geral no recurso extraordinário, interposto sob a égide do Código
de Processo Civil de 1973. Inobservância do art. 543-A, § 2º, do CPC/1973, c/c
art. 327, § 1º, do RISTF. O preenchimento desse requisito demanda a demons-
tração, no caso concreto, da existência de questões relevantes do ponto de vista
econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos
da causa (art. 543-A, § 2º, do CPC/1973). A afirmação genérica da existência de
repercussão geral ou a simples indicação de tema ou precedente desta Suprema
Corte são insuficientes para o atendimento do pressuposto. 2. Obstada a análise
da suposta afronta ao inciso LIV do art. 5º da Carta Magna, porquanto dependeria
de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie, procedimento
que foge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, nos
termos do art. 102 da Magna Carta. 3. No julgamento do RE 748.371 – RG, Rel. Min.
Gilmar Mendes, Pleno, DJe 1º.8.2013, esta Suprema Corte decidiu pela inexistência
de repercussão geral da matéria relacionada à alegação de violação do princípio do
devido processo legal quando o julgamento da causa depender de prévia análise
da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. 4. Compreensão diversa
da Corte de origem acerca da materialidade e autoria demandaria a reelaboração
da moldura fática delineada no acórdão de origem, a tornar oblíqua e reflexa even-
tual ofensa à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do
recurso extraordinário. 5. As razões do agravo regimental não se mostram aptas
a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, principalmente
no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição da República. 6.
Agravo interno conhecido e não provido.
[ARE 1.305.268 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 8-4-2021, 1ª T, DJE de 13-4-2021.]
46 Sumário
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBAR-
GOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRESSUPOSTOS DE
EMBARGABILIDADE. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURI-
DADE. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE DECLA-
RAÇÃO REJEITADOS. 1. Os aclaratórios não constituem meio hábil para reforma
do julgado, sendo cabíveis somente quando houver no próprio acórdão embar-
gado omissão, contradição ou obscuridade, o que não ocorre no presente caso.
2. A embargante busca, em verdade, a indevida rediscussão da matéria, a fim
de obter excepcionais efeitos infringentes. 3. O momento processual oportuno
para a demonstração, em preliminar formal e fundamentada, da existência de
repercussão geral é o da interposição de recurso extraordinário, não de agravo
regimental contra decisão monocrática que lhe nega seguimento, tampouco
dos respectivos embargos de declaração, tendo-se operado a preclusão con-
sumativa quanto ao particular. 4. Embargos de declaração rejeitados.
[RE 1.213.147 ED-AgR-ED, rel. min. Edson Fachin, j. 22-3-2021, 2ª T, DJE de
23-4-2021.]
47 Sumário
Roberto Barroso, DJe de 01/09/2020; ARE 1.257.973-AgR, Segunda Turma, Rel.
Min. Edson Fachin, DJe de 11/09/2020. 2. Agravo interno desprovido, com impo-
sição de multa de 5% (cinco por cento) sobre o valor atualizado da causa (artigo
1.021, § 4º, do CPC), caso seja unânime a votação. 3. Honorários advocatícios
majorados ao máximo legal em desfavor da parte recorrente, caso as instâncias
de origem os tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo
Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
[ARE 1.305.318 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 22-3-2021, P, DJE de 27-4-2021.]
48 Sumário
de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final).
[RE 1.298.416 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 15-3-2021, 1ª T, DJE de
19-3-2021.]
49 Sumário
improvido com determinação de certificação do trânsito em julgado e baixa ime-
diata à origem independentemente de publicação.
[ARE 1.249.644 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-3-2021, 2ª T, DJE de 5-3-2021.]
50 Sumário
apresentada poderia ser aplicada a qualquer recurso, independentemente
das especificidades do caso concreto. Precedentes. 2. Agravo interno a que se
nega provimento.
[ARE 1.236.373 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 29-11-2019, 1ª T, DJE de 13-12-
2019.]
51 Sumário
adquirido, ao ato jurídico perfeito, à coisa julgada ou aos princípios da legalidade,
do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, quando se mostrar
imprescindível o exame de normas de natureza infraconstitucional. 5. A reversão
do acórdão passa necessariamente pelo reexame das provas. Incide, portanto, o
óbice da Súmula 279 (Para simples reexame de prova não cabe recurso extraor-
dinário) desta CORTE. 6. Agravo interno a que se nega provimento.
[ARE 1.301.803 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 8-4-2021, 1ª T, DJE de
14-4-2021.]
52 Sumário
afirmação genérica da existência de repercussão geral ou a simples indicação de
tema ou precedente desta Suprema Corte são insuficientes para o atendimento
do pressuposto. 2. A controvérsia, conforme já asseverado na decisão guerreada,
não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitu-
cionais indicados nas razões recursais. Compreensão diversa demandaria a análise
da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, bem
como a reelaboração da moldura fática, a tornar oblíqua e reflexa eventual ofensa
à Constituição, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso
extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, “a”, da Lei Maior, nos termos
da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte. 3. As razões do agravo não
se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada,
principalmente no que se refere à ausência de ofensa a preceito da Constituição
da República. 4. Agravo interno conhecido e não provido.
[ARE 1.296.879 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 22-3-2021, 1ª T, DJE de 24-3-2021.]
53 Sumário
tação firmada nesta Corte, cabe à parte recorrente demonstrar fundamentada-
mente a existência de repercussão geral da matéria constitucional em debate no
recurso extraordinário, mediante o desenvolvimento de argumentação que, de
maneira explícita e clara, revele o ponto em que a matéria veiculada no recurso
transcende os limites subjetivos do caso concreto do ponto de vista econômico,
político, social ou jurídico. 2. Não há, nas razões do apelo extremo interposto
sob a égide do CPC/15, qualquer manifestação pertinente à demonstração de
existência de repercussão geral. 3. Nos termos dos parâmetros fixados pelos
arts. 102, § 3º, da CF e 1.035, § 1º, do Código de Processo Civil, a argumentação
suficiente a ultrapassar a preliminar de conhecimento do recurso deve ser aquela
que, no âmbito da repercussão geral da questão econômica, apresente dados
suficientes para estimar a relação de causalidade entre a decisão requerida e
o impacto econômico ou financeiro potencialmente causado. 4. Agravo regi-
mental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista
no art. 1.021, § 4º, CPC.
[ARE 1.214.944 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 24-2-2021, 2ª T, DJE de 22-3-
2021.]
54 Sumário
ARE 1.265.863-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli (Presidente), DJe de
14/07/2020. 3. Agravo interno desprovido.
[RE 1.352.820 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 8-2-2022, P, DJE de 24-2-2022.]
55 Sumário
TEMA ACUSATÓRIO. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA
DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. AGRAVO
INTERNO DESPROVIDO.
[ARE 1.264.183 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 11-5-2020, 1ª T, DJE de 26-5-2020.]
56 Sumário
PRAZO DE PRESCRIÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
I – Nos termos do art. 102, § 3°, da Constituição Federal e do art. 1.035, § 2°,
do Código de Processo Civil, o recorrente, na petição do recurso extraordiná-
rio, deverá demonstrar a existência de repercussão geral das questões consti-
tucionais discutidas no caso, sob pena de inadmissão do RE. II – A orientação
do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que, mesmo estando em jogo a
liberdade do cidadão, não há falar em repercussão geral presumida de todo
recurso extraordinário em matéria criminal. Precedentes. III – O entendimento
desta Corte é no sentido de que durante o período de prova do sursis não corre
a prescrição, tendo em vista que, apesar de o Código Penal não considerar de
forma explícita, a suspensão condicional da pena é uma causa impeditiva da
prescrição, de acordo com a lógica do sistema vigente. Precedentes. IV – Agravo
regimental a que se nega provimento.
[ARE 1.226.881 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-10-2019, P, DJE de
29-10-2019.]
57 Sumário
com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa
(art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Havendo prévia fixação de honorários advocatícios
pelas instâncias de origem, seu valor monetário será majorado em 10% (dez por
cento) em desfavor da parte recorrente, nos termos do art. 85, § 11, do Código de
Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual
concessão de justiça gratuita.
[ARE 1.135.507 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-10-2018, P, DJE de 20-11-2018.]
58 Sumário
4.5 Revisão de tema de repercussão geral reconhecido no Plenário
Virtual e ausência de preclusão consumativa
59 Sumário
“o relator poderá propor, por meio eletrônico, a revisão do reconhecimento
da repercussão geral quando o mérito do tema ainda não tiver sido julgado”.
3. Revisão do tema 321 da sistemática repercussão geral, para constar que:
“Não há repercussão geral na controvérsia em que se questiona a validade de
regulamento editado por órgão do Judiciário estadual que, com base na lei de
organização judiciária local, preceitua a convolação de ação individual em inci-
dente de liquidação no bojo da execução de sentença coletiva proferida em juízo
diverso do inicial”. Pedido de desistência homologado.
[RE 1.040.229 RG-RG-2º Julg, rel. min. Gilmar Mendes, j. 21-12-2020, P, DJE
de 17-2-2021, Tema 321.]
60 Sumário
Tribunal de Justiça sob os Temas nº 417 e nº 418 da sistemática dos recursos
repetitivos. Estudantes de Medicina dispensados por excesso de contingente não
estão sujeitos à prestação do serviço militar obrigatório, à exceção dos médicos
convocados na vigência da Lei nº 12.336/2010. Exegese das Leis nº 4.375/1964
e nº 5.292/1967. 3. Recurso extraordinário não conhecido.
[RE 754.276 RG, rel. min. Rosa Weber, j. 22-3-2021, P, DJE de 19-4-2021, Tema 449.]
61 Sumário
a necessidade de os municípios observarem, no exercício de sua competência
legislativa, a constitucionalidade material do ato normativo exarado. O município,
portanto, ao legislar sobre direito ambiental, deve harmonizar-se com os demais
entes federados e adequar-se aos limites de seu interesse local. 4. Revisão do
reconhecimento da repercussão geral do Tema 1.080 para o exclusivo fim de
desafetar o presente recurso extraordinário do rito da repercussão geral no
STF, com a devolução do feito ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
para que aplique a sistemática da repercussão geral prevista nas disposições
do art. 1.030 do Código de Processo Civil. 5. Cancelamento do Tema 1.080 da
Repercussão Geral sem que seja fixada tese de repercussão geral para o caso.
[RE 1.030.732, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-11-2021, P, DJE de 7-1-2022, Tema 1.080.]
62 Sumário
Processo Civil, observados os limites dos §§ 2º e 3º do referido artigo e a eventual
concessão de justiça gratuita.
[RE 1.157.318 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-9-2020, P, DJE de 21-10-2020.]
63 Sumário
4.7.2 Situação concreta e específica
64 Sumário
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SER-
VIÇO (FGTS). CORREÇÃO MONETÁRIA. PLANO COLLOR II (FEVEREIRO/1991).
DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. ENTENDIMENTO FIRMADO PELO
PLENÁRIO NO RE 226.855. PRECEDENTES. CONTROVÉRSIA SOBRE A SUPE-
RAÇÃO PELO JULGAMENTO DO RE 611.503. TEMA 360 DA REPERCUSSÃO
GERAL. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. CONTROVÉR-
SIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL. PROCLAMAÇÃO
DO RESULTADO. ERRO MATERIAL. INOCORRÊNCIA. NÃO REAFIRMAÇÃO DA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. JULGAMENTO POS-
TERIOR DO MÉRITO. EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESPROVIDOS.
Transcrição de trecho do voto condutor:
“[...] quanto ao julgamento da proposta de reafirmação da jurisprudência
dominante desta Corte, acompanharam-me expressamente a Ministra Rosa
Weber e os Ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Roberto Barroso. Por outro
lado, votaram pela não reafirmação os Ministros Marco Aurélio, Edson Fachin
e Ricardo Lewandowski, remetendo o mérito para posterior apreciação. Não
se manifestaram de modo expresso, tão somente nesse aspecto, o Ministro
Alexandre de Moraes e a Ministra Cármen Lúcia. Portanto, foram registrados 5
(cinco) votos pela reafirmação da jurisprudência, 3 (três) pela não reafirmação
e dois campos em branco.
[...]
[...] no julgamento da repercussão geral deste ARE 1.288.550, todos os Minis-
tros participaram do julgamento quanto às preliminares de existência tanto da
questão constitucional como da repercussão geral. Portanto, dez Ministros
expressamente admitiram o recurso extraordinário pelo simples reconheci-
mento da repercussão geral do tema, com o que se afasta a alegação da parte
embargante de que a maioria simples deveria ser contada sobre oito votos.
Assim, ainda que considerado o entendimento desta Corte de ser suficiente a
maioria simples para reafirmação, desde que respeitado quórum mínimo de seis
Ministros, seriam necessários seis votos expressos para se ter por reafirmada a
jurisprudência dominante deste Tribunal, o que não ocorreu no presente caso.
Nessa hipótese, o silêncio no ambiente virtual, apenas sobre a reafirmação,
deve ser interpretado como a ausência de interesse em reafirmar.”
[ARE 1.288.550 RG-ED, rel. min. Luiz Fux, j. 15-9-2021, P, DJE de 1º-10-2021,
Tema 1.112.]
65 Sumário
4.9 Aplicação, distinção e superação
4.9.1 Aplicação
66 Sumário
de origem para adequação ao disposto no art. 1.036 do CPC, nos termos do
art. 328 do RISTF.
[ARE 1.317.698 AgR-ED, rel. min. Edson Fachin, j. 4-4-2022, 2ª T, DJE de 27-4-
2022.]
67 Sumário
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO TRIBU-
TÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CPC/1973.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL. FOLHA DE SALÁRIOS. FÉRIAS.
NATUREZA. ERRO MATERIAL. APLICAÇÃO AO CASO DA SISTEMÁTICA DA
REPERCUSSÃO GERAL TEMA Nº 985. CONCESSÃO EXCEPCIONAL DE EFEITOS
INFRINGENTES. APLICAÇÃO DOS ARTS. 1.036 A 1.040 DO CPC/2015. PRE-
CEDENTES. DECLARATÓRIOS MANEJADOS SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015.
1. VERIFICADA A IDENTIDADE ENTRE O PRECEDENTE PARADIGMÁTICO E O
CASO DOS AUTOS, ADMITE-SE A CONCESSÃO EXCEPCIONAL DE EFEITOS
INFRINGENTES AOS DECLARATÓRIOS COM O FITO DE APLICAR À CAUSA A
SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 328 DO
REGIMENTO INTERNO DO STF E 1.036 A 1.040 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL DE 2015. PRECEDENTES. 2. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS
PARA, CONCEDENDO-LHES EXCEPCIONAIS EFEITOS MODIFICATIVOS, ANULAR
O ACÓRDÃO EMBARGADO E DETERMINAR A DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À
CORTE DE ORIGEM, PARA OS FINS PREVISTOS NOS ARTS. 1.036 A 1.040 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015.
[RE 1.119.154 AgR-ED, rel. min. Rosa Weber, j. 14-2-2020, 1ª T, DJE de 9-3-2020.]
68 Sumário
corrigir eventual erro material. 2. Os embargos declaratórios não se prestam à
rediscussão do assentado em paradigma de repercussão geral, com pretensão de
efeitos infringentes, mesmo que a título de reparar equívocos fáticos e normativos,
os quais foram suscitados no curso do processo e devidamente enfrentados e
valorados pela corrente majoritária do STF. 3. A despeito de veicular pretensões
estranhas às hipóteses legais de cabimento de embargos de declaração, a juris-
prudência do STF admite o acolhimento de embargos declaratórios tão somente
para prestação de esclarecimento reputado necessário, sem quaisquer efeitos
infringentes. 4. A tese de julgamento que consta em ata de julgamento publicada
no Diário Oficial possui força de acórdão, até a publicação deste. Assim, o marco
temporal de observância da orientação jurisprudencial para casos futuros ajuiza-
dos após o julgamento do paradigma deve ser considerado a partir da publicação
da tese ou súmula da decisão em meio oficial. Arts. 1.035, § 11, e 1.040 do CPC.
5. Não há omissão na súmula da decisão, por não abarcar os casos em que a base
presumida é menor do que a base real, porquanto se trata de inovação processual
posterior ao julgamento, não requerida ou aventada no curso do processo. De
todo modo, a atividade da Administração Tributária é plenamente vinculada ao
arcabouço legal, independentemente de autorização ou explicitação interpreta-
tiva do Poder Judiciário, nos termos do art. 3º do CTN. 6. Não há contradição na
modulação de efeitos da decisão recorrida realizada, pois se trata de faculdade
processual conferida ao STF, em caso de alteração da jurisprudência dominante,
condicionada à presença de interesse social e em prol da segurança jurídica. Não
há, então, relação de causalidade entre a mudança de entendimento jurispru-
dencial e a adoção da técnica de superação prospectiva de precedente (pros-
pective overruling). Art. 927, § 3º, do CPC. 7. O comando dispositivo do acórdão
detém densidade suficiente para a satisfação executiva da pretensão deduzida
em juízo, sendo assim o montante e as parcelas devidas ultrapassam o âmbito
de cognoscibilidade do recurso extraordinário e de conveniência da sistemática
da repercussão geral. RE-QO 593.995, de relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
Tribunal Pleno, DJe 17.06.2014. 8. Embargos declaratórios rejeitados.
[RE 593.849 ED-segundos, rel. min. Edson Fachin, j. 8-11-2017, P, DJE de 21-11-
2017, Tema 201.]
69 Sumário
JURISPRUDENCIAL. PUBLICAÇÃO DA TESE OU SÚMULA DA DECISÃO EM MEIO
OFICIAL. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO COMIS-
SIONADA. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA ENTRE O
EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO E O DE CARGO EFETIVO. 1. A pendência
de julgamento de embargos de declaração opostos em face de recurso paradigma
julgado sob a sistemática da repercussão geral não inviabiliza a utilização do
julgado como fundamento de decisão, porque o marco temporal de observância
da orientação jurisprudencial para casos futuros ajuizados após o julgamento
do paradigma deve ser considerado a partir da publicação da tese ou súmula da
decisão em meio oficial, nos termos dos arts. 1.035, § 11 e 1.040, do CPC (RE
593.849 ED-segundos, de minha relatoria, Tribunal Pleno, DJe 21.11.2017). 2.
Quando do julgamento do RE 638.115, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,
DJe 03.08.2015 (Tema 395 da sistemática da repercussão geral), esta Corte
fixou a seguinte tese: “Ofende o princípio da legalidade a decisão que concede
a incorporação de quintos pelo exercício de função comissionada no período de
8/4/1998 até 4/9/2001, ante a carência de fundamento legal.” 3. Com efeito, no
referido paradigma, o Tribunal assentou que o direito à incorporação de quintos
ou décimos já estava extinto desde a Lei nº 9.527/1997. Desta forma, a Medida
Provisória nº 2.225/2001 apenas abrangeu as parcelas de servidores que faziam
jus à incorporação antes da edição da Medida Provisória nº 1.595/1997, convertida
na Lei nº 9.527/1997. 4. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que
a incorporação de vantagem remuneratória por ocupante de cargo em comissão
demanda a concomitância entre o exercício de cargo em comissão e o de cargo
efetivo. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento, com apli-
cação de multa, nos termos do art. 1.021, § 4º, do CPC. Incabível a aplicação do
disposto no art. 85, § 11, do CPC, nos termos da Súmula 512 do STF.
[RMS 35.643 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 19-11-2018, 2ª T, DJE de 27-11-2018.]
70 Sumário
DA MATÉRIA. CARÁTER PROTELATÓRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITA-
DOS. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE 1% SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA.
[RE 989.413 AgR-ED-ED, rel. min. Cármen Lúcia, j. 7-11-2017, P, DJE de 17-11-2017.]
71 Sumário
CIA DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO PARADIGMA. IRRELEVÂNCIA. JUL-
GAMENTO IMEDIATO DA CAUSA. PRECEDENTES. 1. A existência de decisão de
mérito julgada sob a sistemática da repercussão geral autoriza o julgamento
imediato de causas que versarem sobre o mesmo tema, independente do trân-
sito em julgado do paradigma. Precedentes. 2. Nos termos do art. 85, § 11, do
CPC/2015, fica majorado em 25% o valor da verba honorária fixada na instância
anterior, observados os limites legais do art. 85, §§ 2º e 3º, do CPC/2015. 3.
Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista no
art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.
[RE 1.112.500 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 29-6-2018, 1ª T, DJE de 13-8-2018.]
72 Sumário
da repercussão geral, não impede o julgamento de recursos extraordinários em
que se discute a mesma matéria. 4. Embargos de declaração recebidos como
agravo interno, ao qual se nega provimento.
[RE 1.303.702 ED, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 15-3-2021, 1ª T, DJE de
9-4-2021.]
4.9.2 Distinção
73 Sumário
CPC, em caso de unanimidade da decisão. 6. Majoração, nos termos do art. 85,
§ 11, do CPC, da verba honorária, ao máximo legal em desfavor do agravante,
caso as instâncias de origem a tenham fixado, observados os limites dos §§ 2º
e 3º desse artigo e a eventual concessão de justiça gratuita.
[ARE 1.362.527 AgR, rel. min. André Mendonça, j. 11-4-2022, 2ª T, DJE de 22-4-
2022.]
74 Sumário
Ementa: SEGUNDOS JULGAMENTOS NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAOR-
DINÁRIO COM AGRAVO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU ERRO
MATERIAL. INEXISTÊNCIA. DISTINGUISHING. TEMA 1.119 DE REPERCUSSÃO
GERAL. RATIO DECIDENDI DO PRECEDENTE. ASSOCIAÇÃO DE CATEGORIAS
PROFISSIONAIS. SITUAÇÃO DIVERSA. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE CONTRI-
BUINTES DE TRIBUTOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DESPROVIDOS. 1. A
decisão embargada enfrentou adequadamente as questões postas pela parte
recorrente. Inexistência dos vícios previstos no artigo 1.022 do Código de Pro-
cesso Civil. Os embargos de declaração não se prestam à rediscussão de maté-
ria já decidida. 2. A discussão estabelecida no Tribunal de Origem, e trazida a
exame para esta Suprema Corte, relaciona-se à verificação do interesse de agir
da impetrante na propositura do mandamus, não se aplicando o tema 1.119 de
repercussão geral. 3. A ratio decidendi do precedente firmado no tema 1.119 de
repercussão geral está consubstanciada na premissa fática de que a associa-
ção impetrante representa determinada categoria profissional, dispensada de
apresentar a lista de filiados para ter acesso à jurisdição coletiva. A hipótese é de
distinguishing em relação à situação da Associação Nacional de Contribuintes
de Tributos (ANCT) (ARE 1293130 ED, Rel. Min. Presidente, votação unânime,
julgamento virtual de 10 a 17/12/2021). 4. Embargos de declaração desprovidos,
mantido, na íntegra, o acordão de 24 de fevereiro de 2021.
[ARE 1.293.495 ED-AgR-ED-2º Julg, rel. min. Luiz Fux, j. 14-3-2022, P, DJE de
11-4-2022.]
75 Sumário
4.9.3 Superação (overruling e prospective overruling)
76 Sumário
no momento da inscrição definitiva (e não na posse), do triênio de atividade
jurídica privativa de bacharel em Direito como condição de ingresso nas carreiras
da magistratura e do ministério público (arts. 93, I, e 129, §3º, CRFB – na redação
da Emenda Constitucional n. 45/2004) foi declarada constitucional pelo STF
na ADI 3.460. 2. Mantidas as premissas fáticas e normativas que nortearam
aquele julgamento, reafirmam-se as conclusões (ratio decidendi) da Corte na
referida ação declaratória. 3. O papel de Corte de Vértice do Supremo Tribunal
Federal impõe-lhe dar unidade ao direito e estabilidade aos seus precedentes.
4. Conclusão corroborada pelo Novo Código de Processo Civil, especialmente
em seu artigo 926, que ratifica a adoção – por nosso sistema – da regra do stare
decisis, que “densifica a segurança jurídica e promove a liberdade e a igualdade
em uma ordem jurídica que se serve de uma perspectiva lógico argumentativa
da interpretação” (MITIDIERO, Daniel. Precedentes: da persuasão à vinculação.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.). 5. A vinculação vertical e horizontal
decorrente do stare decisis relaciona-se umbilicalmente à segurança jurídica,
que “impõe imediatamente a imprescindibilidade de o direito ser cognoscível,
estável, confiável e efetivo, mediante a formação e o respeito aos precedentes
como meio geral para obtenção da tutela dos direitos” (MITIDIERO, Daniel. Cortes
superiores e cortes supremas: do controle à interpretação, da jurisprudência ao
precedente. São Paulo: Revista do Tribunais, 2013.). 6. Igualmente, a regra do
stare decisis ou da vinculação aos precedentes judiciais “é uma decorrência do
próprio princípio da igualdade: onde existirem as mesmas razões, devem ser pro-
feridas as mesmas decisões, salvo se houver uma justificativa para a mudança de
orientação, a ser devidamente objeto de mais severa fundamentação. Daí se dizer
que os precedentes possuem uma força presumida ou subsidiária.” (ÁVILA, Hum-
berto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no Direito
Tributário. São Paulo: Malheiro, 2011.). 7. Nessa perspectiva, a superação total
de precedente da Suprema Corte depende de demonstração de circunstâncias
(fáticas e jurídicas) que indiquem que a continuidade de sua aplicação implicam
ou implicarão inconstitucionalidade. 8. A inocorrência desses fatores conduz,
inexoravelmente, à manutenção do precedente já firmado. 9. Tese reafirmada:
“é constitucional a regra que exige a comprovação do triênio de atividade jurídica
privativa de bacharel em Direito no momento da inscrição definitiva”. 10. Recurso
extraordinário desprovido.
[RE 655.265, rel. min. Luiz Fux, red. do ac. min. Edson Fachin, j. 13-4-2016, P,
DJE de 5-8-2016, Tema 509.]
77 Sumário
Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. CPMF. EMENDA CONSTITUCIONAL 42/2003.
PRORROGAÇÃO E MANUTENÇÃO DA ALÍQUOTA DE 0,38%. PRINCÍPIO DA
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. NÃO INCIDÊNCIA. PRETENSÃO DE SUPERA-
ÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA. DESCABIMENTO. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO
EM 05.11.2009. A mera prorrogação, pela EC 42/2003, da alíquota majorada da
CPMF, estipulada em 0,38%, não se sujeita ao princípio da anterioridade nona-
gesimal, inscrito no art. 195, § 6º, da Constituição Federal. Orientação firmada
no RE 566.032 RG. Novas teses e alegações não justificam, por si sós, a revisão
da jurisprudência desta Corte, mormente quando se trata de entendimento
firmado ou ratificado na sistemática da repercussão geral, em que a questão
constitucional é apreciada sob uma perspectiva global, holística, sem vincula-
ção às teses e aos fundamentos jurídicos lançados no acórdão de origem, no
recurso extraordinário ou nas contrarrazões. Reconhecida a repercussão geral
da controvérsia, a causa petendi do apelo extremo, antes jungida às questões
constitucionais prequestionadas pelo Tribunal de origem, passa a ser aberta, o
que justifica a admissão de terceiros na condição de amici curiae, em ordem a
aportar novos argumentos, perspectivas e informações à Corte e, dessa forma,
propiciar a resolução da questão em abstrato, mas com uma profunda visão de
todas as suas nuances e implicações. Inaptidão das razões do agravo para suscitar
a revisão dessa robusta jurisprudência, firmada após detida análise da questão
constitucional. Agravo regimental conhecido e não provido.
[RE 630.036 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 5-2-2013, 1ª T, DJE de 26-2-2013.]
78 Sumário
valorados pela corrente majoritária do STF. 3. A despeito de veicular pretensões
estranhas às hipóteses legais de cabimento de embargos de declaração, a juris-
prudência do STF admite o acolhimento de embargos declaratórios tão somente
para prestação de esclarecimento reputado necessário, sem quaisquer efeitos
infringentes. 4. A tese de julgamento que consta em ata de julgamento publicada
no Diário Oficial possui força de acórdão, até a publicação deste. Assim, o marco
temporal de observância da orientação jurisprudencial para casos futuros ajuiza-
dos após o julgamento do paradigma deve ser considerado a partir da publicação
da tese ou súmula da decisão em meio oficial. Arts. 1.035, §11, e 1.040 do CPC. 5.
Não há omissão na súmula da decisão, por não abarcar os casos em que a base
presumida é menor do que a base real, porquanto se trata de inovação processual
posterior ao julgamento, não requerida ou aventada no curso do processo. De
todo modo, a atividade da Administração Tributária é plenamente vinculada ao
arcabouço legal, independentemente de autorização ou explicitação interpreta-
tiva do Poder Judiciário, nos termos do art. 3º do CTN. 6. Não há contradição na
modulação de efeitos da decisão recorrida realizada, pois se trata de faculdade
processual conferida ao STF, em caso de alteração da jurisprudência dominante,
condicionada à presença de interesse social e em prol da segurança jurídica. Não
há, então, relação de causalidade entre a mudança de entendimento jurispru-
dencial e a adoção da técnica de superação prospectiva de precedente (pros-
pective overruling). Art. 927, §3º, do CPC. 7. O comando dispositivo do acórdão
detém densidade suficiente para a satisfação executiva da pretensão deduzida
em juízo, sendo assim o montante e as parcelas devidas ultrapassam o âmbito
de cognoscibilidade do recurso extraordinário e de conveniência da sistemática
da repercussão geral. RE-QO 593.995, de relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
Tribunal Pleno, DJe 17.06.2014. 8. Embargos declaratórios rejeitados.
[RE 593.849 ED-segundos, rel. min. Edson Fachin, j. 8-11-2017, P, DJE de 21-11-
2017.]
79 Sumário
CIÁRIO NA COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO EXECUTIVO. INEXISTENCIA DE DEVER
CONSTITUCIONAL DE RECOMPOSIÇÃO INFLACIONÁRIA ANUAL DA REMU-
NERAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS. PRECEDENTES. INAPLICABILIDADE
DE SENTENÇA EXORTATIVA OU ADITIVA. ARTIGO 37, X, DA CRFB. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. A revisão geral anual, estabelecida pelo artigo
37, X, da CRFB, deve ser interpretada em conjunto com os demais dispositivos
constitucionais e os julgados antecedentes desta Corte, tendo em vista o caráter
controvertido do direito sub judice e o princípio da concordância prática. 2. A
Constituição Federal não pretendeu impedir reduções indiretas à remuneração
dos servidores públicos, dentre as quais aquela que decorre da desvinculação
pari passu do índice inflacionário, consoante exegese prestigiada por esta Corte.
O direito à reposição do valor real por perdas inflacionárias foi afastado por este
Plenário ao interpretar e aplicar a garantia da irredutibilidade de vencimentos,
prevista no artigo 37, XV, da CRFB. Precedentes: ADI 2.075-MC, Rel. Min. Celso de
Mello, Plenário, DJ de 27/6/2003; e RE 201.026, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira
Turma, DJ de 6/9/1996. 3. A Constituição não estabelece um dever específico
de que a remuneração dos servidores seja objeto de aumentos anuais, menos
ainda em percentual que corresponda, obrigatoriamente, à inflação apurada no
período, embora do artigo 37, X, da Constituição decorra o dever de pronuncia-
mento fundamentado a respeito da impossibilidade de reposição da remuneração
dos servidores públicos em dado ano, com demonstração técnica embasada em
dados fáticos da conjuntura econômica. Precedente: RE 565.089, Redator do
acórdão Min. Roberto Barroso, Plenário, DJe de 28/4/2020, Tema 19 da Reper-
cussão Geral. 4. As sentenças aditivas, porquanto excepcionais, pressupõem a
observância de algumas balizas, tais como (i) a solução esteja presente no sistema
legislativo em vigor, ao menos em estado latente (ZAGREBELSKY, Gustavo. La
giustizia costituzionale. vol. 41. Mulino, 1988. p. 158-159); (ii) a norma análoga
se adeque ao direito previsto constitucionalmente; (iii) a norma constitucional
possua densidade normativa tal que conceda inequivocamente determinado
direito a seus destinatários (BRANDÃO, Rodrigo. O STF e o Dogma do Legislador
Negativo. Direito, Estado e Sociedade, n. 44, p. 206, jan./jun. 2014); (iv) sejam
observados “o critério da vontade hipotética do legislador e o critério da solução
constitucionalmente obrigatória” (MEDEIROS, Rui. A decisão de inconstituciona-
lidade. Lisboa: Universidade Católica, 1999, p. 501-505); (v) avalie-se os reflexos
das sentenças normativas nas contas públicas, consoante a “observância da reali-
dade histórica e dos resultados possíveis”, (PELICIOLI, Angela Cristina. A sentença
80 Sumário
normativa na jurisdição constitucional: o Supremo Tribunal Federal como legislador
positivo. São Paulo: LRT, 2008. p. 223); (vi) a intervenção se legitime na natureza
do direito constitucional, mormente quando em jogo os direitos materialmente
fundamentais e demais condições de funcionamento da democracia (SOUSA
FILHO, Ademar Borges. Sentenças Aditivas na Jurisdição Constitucional Brasileira.
Belo Horizonte: Forum, 2016. p. 233). 5. In casu, o papel do Poder Judiciário na
concretização do direito à revisão geral anual da remuneração dos servidores
públicos não permite a colmatação da lacuna por decisão judicial, porquanto
não se depreende do artigo 37, X, da CRFB um significado inequívoco para a
expressão “revisão geral”, dotada de baixa densidade normativa. A reposição das
perdas inflacionárias não pode ser considerada “constitucionalmente obrigató-
ria”, embora inegavelmente se insira na moldura normativa do direito tutelado,
que atribuiu ao servidor público o direito a ter sua remuneração anualmente
revista. 6. A delimitação das condições da concessão do direito constitucional
pressupõe uma considerável expertise técnica e financeira, a exemplo do eventual
parcelamento e da necessidade de se compatibilizar a revisão com restrições orça-
mentárias, ajustes fiscais subsequentes e eventual compensação frente a outras
formas de aumento. Precedente: ADI 2.726, Plenário, Rel. Min. Maurício Corrêa,
DJ de 29/8/2003. 7. A revisão remuneratória dos servidores públicos pressupõe
iniciativa do Poder Executivo. Precedentes: ADI 3.599, Rel. Min. Gilmar Mendes,
Plenário, DJ de 14/9/2007; e ADI 2.061, Rel. Min. Ilmar Galvão, Plenário, DJ de
29/6/2001. 8. A definição do índice cabe aos poderes políticos, em consonância
com outras limitações constitucionais, máxime por prestigiar a expertise técnica
desses poderes em gerir os cofres públicos e o funcionalismo estatal. As regras
prudenciais e a relação entre as formas de aumento remuneratório revelam os
elevados custos de erro da fixação do índice de revisão geral anual por quem não
detém a expertise necessária (SUNSTEIN; VERMEULE. Interpretation and Institu-
tions. Michigan Law Review, v. 101, p. 885, 2002. p. 38). 9. O princípio democrático
impede a transferência do custo político ao Judiciário, porquanto o povo deposita
nas urnas expectativas e responsabilidades, o que justifica a posterior prestação
de contas dos poderes eleitos e impede que maiorias ocasionais furtem-se de
obrigação imposta pelo constituinte. 10. A Lei federal 10.331/2001, assim como a
Lei Complementar 592/2011 do Município do Leme, que regulamentam o artigo
37, X, da CRFB, estabelecendo condições e parâmetros para a revisão geral anual,
não suprem a omissão, o que, consectariamente, revela sua insuficiência em tute-
lar a garantia constitucional que impõe manifestações anuais, não havendo que
81 Sumário
se cogitar de perda de objeto. 11. A omissão do Poder Executivo na apresentação
de projeto de lei que preveja a revisão geral anual da remuneração dos servidores
públicos configura mora que cabe ao Poder Judiciário declarar e determinar que
se manifeste de forma fundamentada sobre a possibilidade de recomposição
salarial ao funcionalismo. 13. In casu, o tribunal a quo, ao conceder a injunção
“para determinar que o Prefeito do Município de Leme envie, no prazo máximo
de trinta dias, projeto de lei que vise promover a revisão anual dos vencimentos
de todos os servidores públicos municipais”, exorbitou de suas competências
constitucionais, imiscuindo-se em matéria de iniciativa do Poder Executivo, a
quem cabe a autoadministração do funcionalismo público e a gestão de recur-
sos orçamentários destinados a despesas de custeio com pessoal. 13. Recurso
Extraordinário provido para reformar o acórdão recorrido e, via de consequência,
cassar a injunção concedida. Tese de repercussão geral: O Poder Judiciário não
possui competência para determinar ao Poder Executivo a apresentação de
projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração dos
servidores públicos, tampouco para fixar o respectivo índice de correção.
[RE 843.112, rel. min. Luiz Fux, j. 22-9-2020, P, DJE de 4-11-2020, Tema 624.]
82 Sumário
do artigo 37, § 5º, da Constituição Federal, em todas as suas nuances, optou-se
por deixar o debate sobre a prescrição nas ações de reparação de danos resul-
tantes de improbidade administrativa e de ilícitos penais para momento futuro.”
[ARE 1.352.872 RG, rel. min. Luiz Fux, j. 3-2-2022, P, DJE de 10-2-2022, Tema
1.194.]
83 Sumário
REGIMENTAL. PROVIMENTO. 1. Revela-se desarmônica com a jurisprudência
dominante desta Suprema Corte, a decisão reclamada que, sem observar o
distinguishing entre o caso dos autos e o paradigma invocado, aplica o Tema
210 da sistemática da repercussão geral não observando que sua abrangência
restringe-se à limitação indenizatória de dano material. 2. Agravo regimental a
que se dá provimento a fim de julgar procedente o pedido da Reclamação.
[Rcl 42.371 AgR, rel. min. Luiz Fux, red. do ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2022,
P, DJE de 25-4-2022.]
84 Sumário
o fito de posterior revenda, ainda que mediante acerto prévio, após o processo de
internalização. 5. Recurso de agravo a que se nega provimento.
[Rcl 49.362 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 6-12-2021, 1ª T, DJE de 10-12-
2021.]
85 Sumário
Ementa: Agravo regimental na reclamação. 2. Processo Civil. 3. Aplicação
equivocada do tema 394 da sistemática da repercussão geral pelo Tribunal de
origem. 4. Anistiado político. Valores retroativos previstos na portaria de anistia.
Acréscimo de juros moratórios e de correção monetária, independentemente
de expresso pronunciamento judicial. Usurpação de competência configurada.
Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada.
6. Negado provimento ao agravo regimental.
[Rcl 42.580 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 27-4-2021, 2ª T, DJE de 30-4-2021.]
86 Sumário
fundamentos harmonizam-se estritamente com a jurisprudência desta Suprema
Corte que orienta a matéria em questão. V – Agravo a que se nega provimento.
[Rcl 32.927 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 13-4-2021, 2ª T, DJE de 22-4-
2021.]
87 Sumário
ferida em repercussão geral. Precedentes. 3. A decisão reclamada foi proferida
em harmonia com a tese jurídica firmada ao julgamento do AI 791.292-RG/PE
(Tema 339). Teratologia não identificada. 4. A reclamação constitucional é ação
vocacionada para a tutela específica da competência e autoridade das decisões
proferidas por este Supremo Tribunal Federal, não consubstanciando sucedâneo
recursal, motivo pelo qual inadmissível a análise de alegadas nulidades por viola-
ção de dispositivos infraconstitucionais. 5. Agravo regimental não conhecido, com
determinação de certificação imediata do trânsito em julgado e arquivamento
destes autos, independentemente da publicação do presente acórdão.
[Rcl 51.915 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 4-4-2022, 1ª T, DJE de 5-4-2022.]
88 Sumário
edital do certame e ii) ao juízo de teratologia, ou seja, erro grosseiro, no gabarito
apresentado em face do conteúdo exigido na prova. 4. É defeso ao Poder Judiciá-
rio alterar a nota atribuída ao candidato, substituindo-se à banca examinadora na
avaliação da maior ou menor adequação da resposta do candidato ao conteúdo
da matéria cobrada de acordo com o edital. 5. Agravo regimental não provido.
[Rcl 26.928 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-8-2018, 2ª T, DJE de 17-9-2018.]
89 Sumário
Ementa: AGRAVO INTERNO NA RECLAMAÇÃO. DETERMINAÇÃO DE SOBRESTA-
MENTO DE RECURSO NA ORIGEM PELO JUÍZO RECLAMADO. TEMAS 264 E 265
DA REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. RECURSO DE AGRAVO
A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. Não cabe Reclamação para o SUPREMO TRI-
BUNAL FEDERAL com o objetivo de contestar a paralisação de processo nas
instâncias ordinárias para se aguardar a fixação de tese a ser estabelecida pelo
STF sob o rito da Repercussão Geral (Rcl 27.372 AgR, de minha relatoria, Pri-
meira Turma, DJe de 16/10/2018), uma vez que existe rito específico para tal
finalidade, conforme se extrai do art. 1.037 do CPC. 2. Ato reclamado alinhado
com determinada corrente desta CORTE, a qual entende não ter havido a supe-
ração do sobrestamento dos Temas 264 e 265 da Repercussão Geral. Ausência
de teratologia. Nesse sentido: Rcl 41.959 AgR (Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira
Turma, julgado em 30/11/2020); Rcl 41.031 (Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe
de 28/4/2021); Rcl 49.464 (Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/9/2021); Rcl
48.569 (Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 27/9/2021); Rcl 45.513 (Rel. Min.
ROBERTO BARROSO, DJe de 18/2/2021); e Rcl 45.515 (Rel. Min. DIAS TOFFOLI,
DJe de 8/3/2021). 3. Agravo Interno ao qual se nega provimento.
[Rcl 46.123 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 8-2-2022, 1ª T, DJE de 10-2-
2022.]
90 Sumário
instrumento processual. Disso resulta: i) a impossibilidade de se proceder a
um elastério hermenêutico da competência desta Corte, por estar definida
pela Constituição Federal em rol numerus clausus; ii) a impossibilidade de uti-
lização per saltum da reclamação, suprimindo graus de jurisdição ou outros
instrumentos processuais adequados; iii) a observância da estrita aderência
da controvérsia contida no ato reclamado ao conteúdo dos acórdãos desta
Suprema Corte apontados como paradigma; iv) a inexistência de trânsito em
julgado do ato jurisdicional reclamado; v) o não revolvimento da moldura fática
delineada nos autos em que proferida a decisão objurgada, devendo a reclama-
ção se ater à prova documental (artigo 988, § 2º, do Código de Processo Civil),
sob pena de se instaurar nova instrução processual, paralela à da demanda
de origem. 2. No julgamento do Recurso Extraordinário 606.199, Tema 439 da
Repercussão Geral, fixou-se o entendimento segundo o qual, desde que mantida
a irredutibilidade salarial constitucionalmente prevista, não tem o servidor inativo,
embora aposentado na última classe da carreira anterior, o direito de perceber
proventos correspondentes aos da última classe da nova carreira, reestruturada
por lei superveniente. Naquela oportunidade, assentou-se, ainda, em exceção
à tese geral fixada, que, com fundamento no artigo 40, § 8º, da Constituição da
República (redação anterior à da Emenda Constitucional 41/2003), os servidores
inativos teriam assegurado o direito de ter seus proventos ajustados, em con-
dições semelhantes aos servidores da ativa, com base nos requisitos objetivos
decorrentes do tempo de serviço e da titulação, aferíveis até a data da inativação.
3. In casu, o provimento jurisdicional ora reclamado assentou a impossibilidade de
extensão aos servidores inativos das vantagens previstas em lei nova aos ativos,
em virtude da necessidade de satisfação de critérios subjetivos prévios para a
progressão na carreira, não se vislumbrando afronta ao que decidido por esta
Suprema Corte no Recurso Extraordinário 606.199. 4. Ausência de teratologia
na decisão ora impugnada. 5. Agravo regimental desprovido.
[Rcl 33.100 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 29-4-2019, 1ª T, DJE de 7-5-2019.]
91 Sumário
GÊNCIA. ADI 3.460. REAFIRMAÇÃO DO PRECEDENTE PELA SUPREMA CORTE.
PAPEL DA CORTE DE VÉRTICE. UNIDADE E ESTABILIDADE DO DIREITO. VIN-
CULAÇÃO AOS SEUS PRECEDENTES. STARE DECISIS. PRINCÍPIOS DA SEGU-
RANÇA JURÍDICA E DA ISONOMIA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DE SUPERA-
ÇÃO TOTAL (OVERRULING) DO PRECEDENTE. 1. A exigência de comprovação,
no momento da inscrição definitiva (e não na posse), do triênio de atividade
jurídica privativa de bacharel em Direito como condição de ingresso nas carreiras
da magistratura e do ministério público (arts. 93, I e 129, §3º, CRFB – na redação
da Emenda Constitucional n. 45/2004) foi declarada constitucional pelo STF
na ADI 3.460. 2. Mantidas as premissas fáticas e normativas que nortearam
aquele julgamento, reafirmam-se as conclusões (ratio decidendi) da Corte na
referida ação declaratória. 3. O papel de Corte de Vértice do Supremo Tribunal
Federal impõe-lhe dar unidade ao direito e estabilidade aos seus precedentes.
4. Conclusão corroborada pelo Novo Código de Processo Civil, especialmente
em seu artigo 926, que ratifica a adoção – por nosso sistema – da regra do stare
decisis, que “densifica a segurança jurídica e promove a liberdade e a igualdade
em uma ordem jurídica que se serve de uma perspectiva lógico-argumentativa
da interpretação”. (MITIDIERO, Daniel. Precedentes: da persuasão à vinculação.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016). 5. A vinculação vertical e horizontal
decorrente do stare decisis relaciona-se umbilicalmente à segurança jurídica,
que “impõe imediatamente a imprescindibilidade de o direito ser cognoscível,
estável, confiável e efetivo, mediante a formação e o respeito aos precedentes
como meio geral para obtenção da tutela dos direitos”. (MITIDIERO, Daniel.
Cortes superiores e cortes supremas: do controle à interpretação, da jurisprudên-
cia ao precedente. São Paulo: Revista do Tribunais, 2013.). 6. Igualmente, a regra
do stare decisis ou da vinculação aos precedentes judiciais “é uma decorrência
do próprio princípio da igualdade: onde existirem as mesmas razões, devem
ser proferidas as mesmas decisões, salvo se houver uma justificativa para a
mudança de orientação, a ser devidamente objeto de mais severa fundamen-
tação. Daí se dizer que os precedentes possuem uma força presumida ou sub-
sidiária.” (ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e
realização no Direito Tributário. São Paulo: Malheiro, 2011.). 7. Nessa perspectiva,
a superação total de precedente da Suprema Corte depende de demonstração
de circunstâncias (fáticas e jurídicas) que indiquem que a continuidade de sua
aplicação implicam ou implicarão inconstitucionalidade. 8. A inocorrência desses
fatores conduz, inexoravelmente, à manutenção do precedente já firmado. 9.
92 Sumário
Tese reafirmada: “é constitucional a regra que exige a comprovação do triênio
de atividade jurídica privativa de bacharel em Direito no momento da inscrição
definitiva”. 10. Recurso extraordinário desprovido.
[RE 655.265, rel. min. Luiz Fux, red. do ac. min. Edson Fachin, j. 13-4-2016, P,
DJE de 5-8-2016, Tema 509.]
93 Sumário
avaliar alegado conflito entre o acórdão embargado e outros julgados da Corte.
Não se prestam, os embargos de declaração, à tarefa de uniformizar a jurispru-
dência do Tribunal a partir do confronto entre a ratio decidendi de julgados diver-
sos deste STF. Precedentes. 2. A regra do artigo 489, § 1º, VI, do CPC/2015, pela
qual não se considera fundamentada a decisão que “deixe de seguir enunciado
de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar
a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendi-
mento”, somente se aplica aos casos de precedentes obrigatórios (vinculantes),
e não àqueles precedentes meramente persuasivos, os quais o Juízo só deve
seguir se estiver convencido de seu acerto. 3. O acórdão embargado solucionou
todos os pontos manejados nos embargos. O inconformismo da parte com a
decisão que lhe foi desfavorável não colhe quaisquer das hipóteses elencadas no
art. 1.022 do CPC e no art. 337 do RISTF. 4. Embargos de declaração rejeitados.
[ACO 3.081 AgR-ED, rel. min. Rosa Weber, j. 30-8-2021, P, DJE de 3-9-2021.]
94 Sumário
REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ART. 326, §§ 1º A 4º,
COM A REDAÇÃO DADA PELA EMENDA REGIMENTAL 54, DE 1º DE JULHO DE
2020. 1. Os §§ 1º a 4º do art. 326 do Regimento Interno do SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, introduzidos pela Emenda Regimental 54, de 1º de julho de 2020,
estabelecem a técnica da rejeição da repercussão geral das questões suscitadas
no Recurso Extraordinário, com eficácia limitada ao caso concreto. 2. Tal siste-
mática, referendada pelo PLENÁRIO no julgamento do ARE 1.273.640-AgR (DJ
de 24/9/2020), desenvolve-se na forma das seguintes etapas: (a) o Relator,
ao receber o RE, analisa primeiramente a relevância das questões arguidas; (b)
constatada a ausência de repercussão geral, o Relator está autorizado a negar
seguimento ao recurso, exclusivamente por esse motivo; (c) em face dessa deci-
são, cabe impugnação da parte sucumbente, dirigida ao Plenário, requerendo-se a
adesão de 2/3 (dois terços) dos Ministros para a confirmação do julgado recorrido;
(c.1.) caso essa votação não seja obtida, o recurso é redistribuído, e então o novo
Relator sorteado examina todos os demais pressupostos de admissibilidade; (c.2.)
por outro lado, na hipótese em que ratificada, por 2/3 (dois terços) dos membros
do SUPREMO, a decisão do Relator no sentido da inexistência de repercussão
geral, tal acórdão NÃO formará um precedente vinculante; logo, não condicio-
nará a solução dos casos idênticos ou análogos. 3. No caso concreto, o presente
Recurso Extraordinário foi interposto por ADEMIR SIMÕES em demanda visando
à percepção de verba denominada “vantagem de representação”, prevista na
Lei 9.422/1990, do Estado do Paraná. No RE, o autor assevera que “o v. Acórdão
combatido entendeu que a parcela denominada ‘verba de representação’ é devida
nos proventos da aposentadoria do Recorrente apenas na proporção 4/35 avos,
incorrendo em ofensa ao disposto no art. 3º da Emenda Constitucional 47/2005
(regra pela qual o Recorrente se aposentou) (...)”. 4. A questão recursal não alcança
o patamar de repercussão geral. Trata-se de tema específico, de efeito restrito e
aplicação limitada. 5. Na parte do RE dedicada à demonstração da relevância da
matéria, conforme exigem o § 3º do art. 102 da Constituição e o § 2º do art. 1.035
do Código de Processo Civil de 2015, a recorrente tampouco apresenta elementos
concretos e objetivos, que revelem a transcendência do tema proposto, tais como:
o impacto social do julgado; a multiplicidade de demandas com o mesmo objeto; os
elevados valores financeiros envolvidos; os intensos debates sobre o assunto, no
meio jurídico. 6. Esse cenário permite concluir que não se mostram presentes, no
caso concreto, as questões relevantes de que trata o § 1º do art. 1.035 do Código
de Processo Civil de 2015, o que induz ao reconhecimento da INEXISTÊNCIA DE
95 Sumário
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA SUSCITADA NO RECURSO EXTRAORDINÁ-
RIO. 7. Agravo Interno a que se nega provimento.
[ARE 1.251.500 AgR-segundo, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 8-4-2021, P,
DJE de 16-4-2021.]
96 Sumário
Relator. 8. Esta solução precede a análise do extenso repertório de pressupostos
recursais de admissibilidade, que, portanto, só será realizada caso o recurso ultra-
passe o crivo de relevância definido nos novos parágrafos do art. 326 do RISTF.
9. As recentes disposições regimentais aqui enfocadas, de cunho procedimental,
aplicam-se imediatamente, inclusive aos recursos extraordinários pendentes
de julgamento. Com efeito, tais regras apenas estabelecem uma técnica para
a aferição de um requisito recursal preexistente. E garantem à parte a possibi-
lidade de submeter seu RE ao Plenário, de modo que não há qualquer perda, ou
redução, de direito ou prerrogativa processual. 10. No caso concreto, o Recurso
Extraordinário foi interposto em ação ajuizada por pessoa participante de plano
de previdência privada, objetivando a revisão do valor dos seus proventos. Nas
razões do RE, a parte autora alega que o acórdão recorrido desrespeitou o princípio
constitucional da isonomia, pois negou-lhe o cálculo de seu benefício na forma da
Resolução 1969/2006, do Conselho Diretor da Caixa Econômica Federal, embora
o referido ato normativo tenha sido aplicado a outros participantes, em situação
idêntica. 11. A questão recursal não transpõe os limites da causa, nem o interesse
subjetivo das partes envolvidas. Trata-se de tema específico, de efeito restrito e
aplicação limitada. 12. Na parte do RE dedicada à demonstração da relevância da
matéria, conforme exigem o § 3º do art. 102 da Constituição e o § 2º do art. 1.035
do Código de Processo Civil de 2015, a recorrente tampouco apresenta elementos
concretos e objetivos, que revelem a transcendência do tema recursal, tais como: o
impacto social do julgado; a multiplicidade de demandas com o mesmo objeto; os
elevados valores financeiros envolvidos; os intensos debates sobre o assunto, no
meio jurídico. 13. Esse cenário permite concluir que não se mostram presentes, no
caso concreto, as questões relevantes de que trata o § 1º do art. 1.035 do Código
de Processo Civil de 2015, o que induz ao reconhecimento da INEXISTÊNCIA DE
REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA SUSCITADA NO RECURSO EXTRAORDINÁ-
RIO. 14. Agravo interno a que se nega provimento.
[ARE 1.273.640 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 8-9-2020, P, DJE de
24-9-2020.]
97 Sumário
por reprovação no estágio probatório. A matéria é desprovida de repercussão
geral, porque exclusivamente restrita à esfera de interesses do próprio agra-
vante. Precedentes. 2. A apreciação da insurgência deduzida mediante o recurso
extraordinário em tela não prescindiria da análise dos fatos e das provas dos
autos, mesmo para verificação da alegada infringência aos postulados da razoa-
bilidade e da proporcionalidade. 3. Agravo regimental não provido.
[ARE 1.292.406 AgR-segundo, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-3-2021, P, DJE de
3-5-2021.]
98 Sumário
tão constitucional. Consequências. Recurso aclaratório acolhido com efeitos
infringentes. 1. O reconhecimento da repercussão geral pelo Plenário Virtual
não configura preclusão consumativa. O resultado da deliberação eletrônica
não impede o posterior reexame dos requisitos de admissibilidade do recurso
e dos efeitos do julgamento. Precedentes. 2. No Plenário Virtual, seis Ministros
votaram pelo caráter infraconstitucional da discussão relativa ao momento em
que deve cessar o pagamento do abono de permanência – se a partir do protocolo
do pedido de aposentadoria ou do aperfeiçoamento do ato de jubilação –, mas,
ainda assim, a repercussão geral foi admitida. 3. O quórum previsto no art. 102,
§ 3º, da Constituição Federal somente se aplica à rejeição do recurso por ausên-
cia de repercussão geral. A presença ou não de questão constitucional depende
dos votos da maioria absoluta da Corte – isto é, seis votos. Admitindo-se que as
questões postas repousam apenas na esfera da legalidade, há que se concluir
que o Tribunal decidiu pela inexistência de questão constitucional e, por con-
seguinte, de repercussão geral, na medida em que essa pressupõe a existência
daquela. 4. Na hipótese, a racionalidade do sistema e a vontade constitucional
demandam a revisão do resultado proclamado, visto que, não havendo matéria
constitucional e, por extensão, repercussão geral, nem sequer há de se conhecer
do recurso quanto a seu mérito. 5. Embargos de declaração acolhidos com efeitos
infringentes, reconhecendo-se o caráter infraconstitucional da controvérsia
posta nos autos e, por conseguinte, a ausência de repercussão geral da matéria,
e não se conhecendo do recurso extraordinário, nos termos do art. 543-A do
CPC/1917 e do art. 1.035 do CPC/2015.
[RE 956.304 RG-ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 24-8-2020, P, DJE de 25-11-2020,
Tema 901.]
99 Sumário
subjetivo que esteja em jogo. 3. Agravo regimental provido para entender não pre-
judicado o recurso extraordinário e determinar o prosseguimento do julgamento.
[RE 657.718 AgR, rel. min. Marco Aurélio, red. do ac. min. Roberto Barroso, j.
22-5-2019, P, DJE de 25-10-2019, Tema 500.]
100 Sumário
PLENÁRIO POR OCASIÃO DO RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS. 1. O regime jurídico tributário das
empresas operadoras de planos de saúde, tributadas pelo ISSQN, não se aplica
às seguradoras de saúde, posto estarem submetidas ao IOF, razão pela qual a
eventual imposição também do imposto sobre serviços às últimas implicaria dupla
tributação. 2. A objetivação do controle difuso de constitucionalidade não per-
mite a ampliação pela tese jurídica final do espectro da questão constitucional
identificada na manifestação do Relator que reconhece a repercussão geral,
porquanto tal atitude inviabilizaria o exercício do contraditório pelas partes
e terceiros interessados. 3. Tese: “As operadoras de planos de saúde realizam
prestação de serviço sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza –
ISSQN, previsto no art. 156, III, da CRFB/88.” 4. Embargos de declaração providos.
[RE 651.703 ED-terceiros, rel. min. Luiz Fux, j. 28-2-2019, P, DJE de 7-5-2019,
Tema 581.]
101 Sumário
repercussão geral. Precedente: ARE 1.054.490 QO, Relator(a): Min. ROBERTO
BARROSO, Tribunal Pleno, DJe 09-03-2018. 3. Segundo dispõe o art. 169, § 1º,
da Constituição, para a concessão de vantagens ou aumento de remuneração
aos agentes públicos, exige-se o preenchimento de dois requisitos cumulativos:
(I) dotação na Lei Orçamentária Anual e (II) autorização na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. 4. Assim sendo, não há direito à revisão geral anual da remu-
neração dos servidores públicos, quando se encontra prevista unicamente na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, pois é necessária, também, a dotação na Lei
Orçamentária Anual. 5. Homologado o pedido de extinção do processo com
resolução de mérito, com base no art. 487, III, c, do Código de Processo Civil de
2015. 6. Proposta a seguinte tese de repercussão geral: A revisão geral anual da
remuneração dos servidores públicos depende, cumulativamente, de dotação
na Lei Orçamentária Anual e de previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
[RE 905.357, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 29-11-2019, P, DJE de 18-12-2019,
Tema 864.]
102 Sumário
se observe, na solução do caso concreto, a norma de interpretação constitucional
a ser fixada pelo STF no Tema 739 da repercussão geral.
[Rcl 27.163, rel. min. Dias Toffoli, j. 7-8-2018, 2ª T, DJE de 15-10-2018.]
103 Sumário
o interesse institucional, de viés colaborativo e democrático, que constitui o
amicus como um representante da sociedade. (SCARPINELLA BUENO, Cássio.
Amicus Curiae no Processo Civil brasileiro: um terceiro enigmático. 2012. p. 121-
122.). 7. O amicus curiae presta sua potencial contribuição com a jurisdição, mas
não se submete à sucumbência – nem genérica, nem específica – apta a ensejar
o interesse de recorrer da decisão que, apreciando o pedido de ingresso, não
vislumbra aptidão contributiva suficiente para a participação no caso concreto.
A manifestação do amicus não pode ser imposta à Corte, como um inimigo da
Corte. 8. O ingresso do amicus curiae, a par do enquadramento nos pressupostos
legais estabelecidos no Código de Processo Civil – notadamente que a causa seja
relevante, o tema bastante específico ou tenha sido reconhecida a repercussão
geral –, pode eventualmente ser obstado em nome do bom funcionamento da
jurisdição, conforme o crivo do relator, mercê não apenas de o destinatário da
colaboração do amicus curiae ser a Corte, mas também das balizas impostas
pelas normas processuais, dentre as quais a de conduzir o processo com efi-
ciência e celeridade, consoante a análise do binômio necessidade-representa-
tividade. 9. O legislador expressamente restringiu a recorribilidade do amicus
curiae às hipóteses de oposição de embargos de declaração e da decisão que
julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas, conforme explicita
o artigo 138 do CPC/15, ponderados os riscos e custos processuais. 10. É que
o amicus curiae não se agrega à relação processual, por isso não exsurge para
ele uma expectativa de resultado ou mesmo uma lesividade jurídica a ensejar
a recorribilidade da denegação de seu ingresso. O status de amicus encerra-se
no momento em que se esgota – ou se afere inexistir – sua potencialidade de
contribuição ou sugestão (COVEY, Frank. Amicus Curiae: Friend of The Court. 9
DePaul Law Review, nº 30. 1959, p. 30). 11. A irrecorribilidade da decisão do Relator
que denega o ingresso de terceiro na condição de amicus curiae em processo
subjetivo impede a cognoscibilidade do recurso sub examine, máxime porque a
possibilidade de impugnação de decisão negativa em controle subjetivo encontra
óbice (i) na própria ratio essendi da participação do colaborador da Corte; e (ii) na
vontade democrática exposta na legislação processual que disciplina a matéria.
12. Agravo regimental não conhecido.
[RE 602.584 AgR, rel. min. Marco Aurélio, red. do ac. min. Luiz Fux, j. 17-10-2018,
P, DJE de 20-3-2020, Tema 359.]
104 Sumário
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PEDIDO DE
INGRESSO COMO AMICUS CURIAE. INDEFERIDO. INVIABILIDADE DE ADMIS-
SÃO APÓS O JULGAMENTO DO MÉRITO DA DEMANDA. EQUIPARAÇÃO AO
ASSISTENTE PROCESSUAL. IMPOSSIBILIDADE. EXCEPCIONALIDADE DO
CASO. NÃO CONFIGURADA. 1. Não é devido o ingresso em feito, na qualidade
de terceiro interveniente, após a ocorrência do julgamento do mérito do recurso
extraordinário, sob a sistemática da repercussão geral. Ademais, a existência
de embargos declaratórios com pleito de atribuição de efeitos infringentes e
de modulação de efeitos não gera excepcionalidade à jurisprudência do STF.
2. Não há direito subjetivo à figuração em feito na qualidade de amicus curiae,
sendo o crivo do Relator caracterizado por um juízo não só de pertinência e
representatividade, mas também de oportunidade e utilidade processual. 3.
Após julgado o mérito de repercussão geral e fixada súmula de julgamento com
eficácia no sistema de precedentes obrigatórios, mostra-se pouco eficaz os
subsídios instrutórios e técnicos a serem apresentados pela parte Agravante.
4. O advento do novo CPC não possui aptidão para alterar a jurisprudência do
STF quanto à negativa de participação depois do julgamento de mérito, pois
é inviável equiparar a figura do amicus curiae a do assistente, pois somente
a este é possível a admissão em qualquer procedimento e em todos os graus
de jurisdição, recebendo o processo no estado em que se encontre. Arts. 119,
parágrafo único, e 138 do CPC. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
[RE 593.849 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 22-9-2017, P, DJE de 3-10-2017,
Tema 201.]
105 Sumário
social da controvérsia, assim como a representatividade adequada do preten-
dente. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
[RE 705.423 AgR-segundo, rel. min. Edson Fachin, j. 15-12-2016, P, DJE de 8-2-
2017, Tema 653.]
Decisão monocrática: (...) Nos termos do art. 138, cabeça, do Código de Processo
Civil, compete ao relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade
do tema objeto da demanda e a repercussão social da controvérsia, por meio de
decisão irrecorrível, ofício ou requerimento das partes, solicitar ou admitir pedi-
dos de intervenção de interessados na condição de amicus curiae. É intuitivo que
essa figura processual se reveste de altíssima relevância para uma jurisdição
constitucional democrática. Como, com inteira razão, já observou o Ministro
Celso de Mello, “(...) a intervenção do ‘amicus curiae’, para legitimar-se, deve
106 Sumário
apoiar-se em razões que tornem desejável e útil a sua atuação processual na
causa, em ordem a proporcionar meios que viabilizem uma adequada resolução
do litígio constitucional. (...) A base normativa legitimadora da intervenção pro-
cessual do ‘amicus curiae’ tem por objetivo essencial pluralizar o debate consti-
tucional, permitindo que o Supremo Tribunal Federal venha a dispor de todos os
elementos informativos possíveis e necessários à resolução da controvérsia,
visando-se, ainda, com tal abertura procedimental, superar a grave questão
pertinente à legitimidade democrática das decisões emanadas desta Corte (...)”
(ADI nº 2.321/DF-MC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 10/6/05,
grifos do autor). Essa visão é predominante não apenas nesta Corte, mas também
na doutrina nacional. Por exemplo, Luiz Rodrigues Wambier, em primoroso estudo
sobre o assunto, assinala que “(...) [a] condição primordial subjetiva para a admis-
são do ingresso do terceiro nessa modalidade é o que a lei denomina represen-
tatividade adequada. Tal condição é verificada por meio da análise do histórico
e das qualidades do terceiro (bem como dos que atuam em seu nome): a forma-
ção acadêmica, a produção científica e a atuação na área relacionada ao objeto
da demanda. (...) Isso não significa que o amicus curiae não possa ter interesse
no resultado do julgamento, na interpretação de determinada norma jurídica, na
fixação de determinada tese de direito federal ou constitucional, e que por esse
resultado não possa ser afetado, mas que o foco de sua admissão no feito não é
esse interesse, mas a sua aptidão em contribuir, trazendo elementos que auxiliem
o órgão jurisdicional a decidir (...)” (WAMBIER, Luiz Rodrigues. Intervenção de
amicus curiae no Processo Civil Brasileiro. Boletim da Faculdade de direito, Coim-
bra, v. XCIV, tomo II, p. 1427-1429, 2018 – grifos nossos). Vide também a per-
cuciente observação de Cassio Scarpinella Bueno: “O amicus curiae não intervém
em processo alheio para tutelar ‘direito próprio’ ou ‘interesse jurídico seu’, assim
entendidas essas expressões em um contexto individualista e subjetivado. O
‘seu’ direito ou o ‘seu’ interesse jurídico vai além de sua pessoa e espraia-se em
grupos sociais ou em interesses mais amplos, sociais, públicos, que são mera-
mente canalizados na sua existência, de forma mais ou menos organizada. O
interesse que motiva sua intervenção é, por isso mesmo, institucional” (BUENO,
Cassio Scarpinella. Amicus curiae no processo civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2012. p. 503 – grifos nossos). Encontram-se no direito romano as origens mais
remotas do instituto do amigo da Corte. Segundo Giovanni Criscuoli, os magis-
trados romanos, desde o período arcaico, podiam admitir a integração de tercei-
ros aos processos, sempre que julgassem insuficientes os elementos disponíveis
107 Sumário
para decidirem as lides. Perpetuado e desenvolvido no direito inglês, o instituto
processual foi adotado por outros países, em especial pelos Estados Unidos,
onde se notabilizou por sua valiosa contribuição em casos de grande relevância
(CRISCUOLI, Giovanni, Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile, Ano XXVII,
n. 1, março de 1973, pp. 11-21). Atualmente, a função do amicus curiae no direito
inglês se restringe aos casos em que o attorney general, figura semelhante ao
procurador-geral da República e ao advogado-geral da União, atua em juízo em
prol de interesses públicos ou, ainda, na prestação de esclarecimentos aos juízes
sobre alguma questão de fato ou de direito (SHELTON, Dinah. The participation
of nongovernmental organizations in international judicial proceedings. The Amer-
ican Journal of International Law, 1994, v. 4, p. 616-638). Nos Estados Unidos,
durante o século XX, passou-se a admitir a intervenção de “amigos da Corte”
particulares para a tutela de interesses privados. Em casos de interesse público
privilegiou-se, de igual maneira, a admissão da figura do attorney general (KRIS-
LOV, Samuel. The amicus curiae brief: from friendship to advocacy. Yale Law
Journal. 1963, v. 72, p. 700-705). No direito italiano, conforme salienta Elisabetta
Silvestri, a aplicação do instituto tem descortinado novas possibilidades dentro
do ordenamento e superado o entendimento precedente da Corte Constitucio-
nal do país de “contraditório fechado”, prezando pela autossuficiência das partes
no processo. Progressivamente, então, o que se tem visto é a admissão de amici
curiae em sede de controle de constitucionalidade com amparo em artigos do
Código de Processo Civil Italiano (SILVESTRI, Elisabetta. L’amicus curiae: uno
strumento per la tutela degli interessi non rappresentati. Rivista Trimestrale di
Diritto e Procedura Civile, ano LI, n. 3, p. 694-697, setembro de 1997). Por seu
turno, o que se reputa semelhante em todos os três casos é a necessidade de
justificação da atuação e a exigência de que os amici curiae tragam ao conheci-
mento do tribunal novas considerações e questões insuficientemente discutidas
pelas partes. É louvável a aproximação entre o Poder Judiciário e a sociedade e
extremamente desejado o resultado dessa interação, na medida em que ela
permite a produção de uma decisão mais afinada com a realidade social, demo-
cratizando, assim, a jurisdição constitucional, reduzindo sua atuação contrama-
joritária e aumentando sua capacidade institucional. Desse modo, a participação
dos mais diversos amici curiae, além de positiva, é extremamente proveitosa – e
isso não apenas por funcionar, consoante já ressaltado, como fator de legitima-
ção das decisões, mas também por permitir que sejam tecnicamente mais emba-
sadas as decisões deste Tribunal, o qual, vem, paulatinamente, reconhecendo
108 Sumário
tanto a necessidade quanto o caráter agregador dessa intervenção (ARE 95.962/
RS, Rel. Min. Edson Fachin, DJe de 13/9/16). Não há dúvida, portanto, de que a
participação de diferentes grupos em processos judiciais de grande significado
para toda a sociedade cumpre uma função de integração extremamente relevante
no Estado Democrático de Direito. A propósito, Peter Häberle defende a neces-
sidade de que os instrumentos de informação dos juízes constitucionais sejam
ampliados, especialmente no que se refere às audiências públicas e às interven-
ções de eventuais interessados, assegurando-se novas formas de participação
das potências públicas pluralistas na qualidade de intérpretes em sentido amplo
da Constituição (cf. HÄBERLE, Peter. Hermenêutica constitucional. A sociedade
aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação plura-
lista e procedimental da constituição. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto
Alegre, 1997, p. 47-48). Esse é também o posicionamento de Alexandre Freire,
em relevante estudo sobre os instrumentos de ampliação democrática da juris-
dição constitucional: “O amicus curiae permite que entidades representativas e
pessoas naturais possam levar novos argumentos para o debate a ser travado
na corte. Mesmo não consistindo sua participação, em princípio, em assunção
de posição a favor ou contra a tese levantada pelo legitimado que provoca a
jurisdição constitucional (concreta ou abstrata), é inegável que o instituto exerce
a importante função de auxiliar a corte, seja evitando uma decisão equivocada,
seja aprimorando e qualificando substancialmente uma posição sustentada por
ela” (FREIRE, Alexandre. O incidente de resolução de recursos extraordinários
repetitivos e as audiências públicas no Supremo Tribunal Federal. In: NERY
JUNIOR, Nelson, ALVIM, Terese Arruda e OLIVEIRA, Pedro Miranda de. (Coord.).
Aspectos polêmicos dos recursos cíveis e afins. São Paulo: Thompson Reuters,
2018. v. 14, p. 12 – grifos nossos). Faz-se imprescindível levar em consideração,
nos processos de controle abstrato e nos recursos extraordinários com reper-
cussão geral reconhecida, o equilíbrio e a isonomia entre aqueles que, na quali-
dade de amicus curiae, apresentam argumentos opostos a respeito da tese sus-
tentada perante a Suprema Corte. Assim, inicialmente, adotando, no caso
presente, as diretrizes que tenho seguido em pleitos similares, admito o ingresso
no feito, na condição de amici curiae, do Instituto Brasileiro de Política e Direito
do Consumidor (BRASILCON), Google Brasil Internet Ltda., Instituto dos Advo-
gados de São Paulo (IASP), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC)
e Twitter Brasil Rede de Informação Ltda., tendo em vista a representatividade
dos peticionários e a existência de relação direta deles com o objeto do presente
109 Sumário
recurso extraordinário. Ressalto que, conforme já fiz ver no RE nº 808.202/
RS-AgR, a representatividade adequada dos peticionários demanda, além do
domínio do tema, também o interesse institucional e a capacidade de represen-
tação do número mais significativo possível de interessados. Considero que a
admissão desenfreada e pouco criteriosa de qualquer um que deseje se tornar
amicus curiae – sobretudo quando postulam a palavra entidades dotadas de
desígnios e argumentos bastante assemelhados e que se superpõem – constitui,
na realidade, algo deletério e absolutamente indesejado, visto que ocasiona
tumulto processual sem se traduzir, necessariamente, em efetiva democratiza-
ção do processo. Ademais, ressalto que o deferimento da totalidade de pedidos
formalizados pelos peticionantes acarretaria dilação indevida da lide, o que não
é de interesse de nenhum dos envolvidos. Nesse sentido: ADI nº 5.447, Relator
o Ministro Roberto Barroso, DJe de 15/5/19; RE nº 882.461/MG, Relator o Minis-
tro Luiz Fux, DJe de 30/4/19; RE nº 705.423, Relator o Ministro Edson Fachin,
DJe de 26/8/13; ADPF nº 54, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 28/6/04.
[RE 1.037.396, rel. min. Dias Toffoli, dec. monocrática, j. 6-11-2019, DJE de 12-11-
2019, Tema 987.]
110 Sumário
desse público é associado à AB2L2.3.5. É partindo das finalidades institucio-
nais da AB2L, que os autos de agravo em recurso extraordinário em incidente de
resolução de demandas repetitivas afeta sobremaneira os integrantes da AB2L
com potencial de inviabilizar não só alguns de seus modelos de negócios, como
incidir direta e profundamente no funcionamento dos setores jurídicos de grandes
empresas brasileiras – algumas inclusive estatais, que necessitam das iniciativas
de inteligência tecnológica agregada ao direito para, principalmente, garantir a
continuidade de serviços jurídicos de grande volumes – além de impactar o acesso
facilitado de informações processuais por milhões de cidadãos” (fls. 5-6, e-doc.
41). A intervenção dos amici curiae objetiva enriquecer o debate constitucional
e fornecer informações e dados técnicos relevantes à solução da controvérsia
jurídica. 7. Pelo exposto, reconhecida a relevância da questão constitucional em
análise, defiro os pedidos de Open Knowledge Brasil e da Associação Brasileira
de Lawtechs e Legaltechs para ingresso neste recurso como amici curiae (art. 138
do Código de Processo Civil). À Secretaria Judiciária deste Supremo Tribunal para
incluir o nome dos peticionários como amici curiae e adotar as providências cabí-
veis. Na sequência, vista à Procuradoria-Geral da República (inc. XV do art. 52 do
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se.
[ARE 1.307.386, rel. min. Cármen Lúcia, dec. monocrática, j. 6-5-2021, DJE de
8-6-2021, Tema 1.141.]
111 Sumário
Ementa: Agravo regimental na reclamação. 2. Determinação de suspensão das
ações que tratam do tema 1.046 da repercussão geral. Ação de conhecimento
com trânsito em julgado anterior à determinação de sobrestamento. Processo
em fase de execução definitiva. Inaplicabilidade do paradigma indicado. Ausên-
cia de estrita aderência. Não cabimento da reclamação. Precedentes. 3. Alega-
ção de inexigibilidade do título executivo. Necessária observância do requisito
temporal. Reconhecimento, pelo STF, da constitucionalidade, ou não, da matéria
deve ter ocorrido em data anterior ao trânsito em julgado da sentença. Tema 360
da repercussão geral. Não acolhimento. 4. Inexistência de argumentos capazes
de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.
[Rcl 45.037 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-2-2021, 2ª T, DJE de 2-3-2021.]
112 Sumário
Ementa: QUESTÃO DE ORDEM NA REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. CONTRAVENÇÕES
PENAIS DE ESTABELECER OU EXPLORAR JOGOS DE AZAR. ART. 50 DA LEI DE
CONTRAVENÇÕES PENAIS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. POSSIBI-
LIDADE DE SUSPENSÃO, CONFORME A DISCRICIONARIEDADE DO RELATOR,
DO ANDAMENTO DOS FEITOS EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL, POR FORÇA
DO ART. 1.035, § 5º, DO CPC/2015. APLICABILIDADE AOS PROCESSOS PENAIS.
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RELATIVA AOS CRIMES
PROCESSADOS NAS AÇÕES PENAIS SOBRESTADAS. INTERPRETAÇÃO CON-
FORME A CONSTITUIÇÃO DO ART. 116, I, DO CP. POSTULADOS DA UNIDADE
E CONCORDÂNCIA PRÁTICA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS. FORÇA NOR-
MATIVA E APLICABILIDADE IMEDIATA AOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
DO EXERCÍCIO DA PRETENSÃO PUNITIVA, DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
E DA VEDAÇÃO À PROTEÇÃO PENAL INSUFICIENTE. 1. A repercussão geral que
implica o sobrestamento de ações penais, quando determinado este pelo rela-
tor com fundamento no art. 1.035, §5º, do CPC, susta o curso da prescrição da
pretensão punitiva dos crimes objeto dos processos suspensos, o que perdura
até o julgamento definitivo do recurso extraordinário paradigma pelo Supremo
Tribunal Federal. 2. A suspensão de processamento prevista no § 5º do art. 1.035
do CPC não é consequência automática e necessária do reconhecimento da
repercussão geral realizada com fulcro no caput do mesmo dispositivo, sendo da
discricionariedade do relator do recurso extraordinário paradigma determiná-la
ou modulá-la. 3. Aplica-se o §5º do art. 1.035 do CPC aos processos penais, uma
vez que o recurso extraordinário, independentemente da natureza do processo
originário, possui índole essencialmente constitucional, sendo esta, em conse-
quência, a natureza do instituto da repercussão geral àquele aplicável. 4. A sus-
pensão do prazo prescricional para resolução de questão externa prejudicial ao
reconhecimento do crime abrange a hipótese de suspensão do prazo prescricional
nos processos criminais com repercussão geral reconhecida. 5. A interpretação
conforme a Constituição do art. 116, I, do CP funda-se nos postulados da unidade
e concordância prática das normas constitucionais, isso porque o legislador, ao
impor a suspensão dos processos sem instituir, simultaneamente, a suspensão
dos prazos prescricionais, cria o risco de erigir sistema processual que vulnera a
eficácia normativa e aplicabilidade imediata de princípios constitucionais. 6. O
sobrestamento de processo criminal, sem previsão legal de suspensão do prazo
prescricional, impede o exercício da pretensão punitiva pelo Ministério Público e
113 Sumário
gera desequilíbrio entre as partes, ferindo prerrogativa institucional do Parquet
e o postulado da paridade de armas, violando os princípios do contraditório e do
due process of law. 7. O princípio da proporcionalidade opera tanto na esfera de
proteção contra excessos estatais quanto na proibição de proteção deficiente; in
casu, flagrantemente violado pelo obstáculo intransponível à proteção de direi-
tos fundamentais da sociedade de impor a sua ordem penal. 8. A interpretação
conforme à Constituição, segundo os limites reconhecidos pela jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, encontra-se preservada, uma vez que a exegese
proposta não implica violação à expressão literal do texto infraconstitucional,
tampouco, à vontade do legislador, considerando a opção legislativa que previu
todas as hipóteses de suspensão da prescrição da pretensão punitiva previstas
no ordenamento jurídico nacional, qual seja, a superveniência de fato impeditivo
da atuação do Estado-acusador. 9. O sobrestamento de processos penais deter-
minado em razão da adoção da sistemática da repercussão geral não abrange: a)
inquéritos policiais ou procedimentos investigatórios conduzidos pelo Ministério
Público; b) ações penais em que haja réu preso provisoriamente. 10. Em qualquer
caso de sobrestamento de ação penal determinado com fundamento no art. 1.035,
§5º, do CPC, poderá o juízo de piso, a partir de aplicação analógica do disposto
no art. 92, caput, do CPP, autorizar, no curso da suspensão, a produção de provas
e atos de natureza urgente. 11. Questão de ordem acolhida ante a necessidade
de manutenção da harmonia e sistematicidade do ordenamento jurídico penal.
[RE 966.177 RG-QO, rel. min. Luiz Fux, j. 7-6-2017, P, DJE de 1º-2-2019, Tema 924.]
114 Sumário
Ementa: DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE SUSPENSÃO
DO PROCESSO E DO PRAZO PRESCRICIONAL. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA
DE DETERMINAÇÃO DE SUSPENSÃO DOS FEITOS PELO RELATOR DO PRO-
CESSO PARADIGMA. 1. O Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do RE
966.177-RG-QO, entendeu que “a suspensão de processamento prevista no §5º
do art. 1.035 do CPC não é consequência automática e necessária do reconheci-
mento da repercussão geral realizada com fulcro no caput do mesmo dispositivo,
sendo da discricionariedade do relator do recurso extraordinário paradigma
determiná-la ou modulá-la”. 2. Naquele julgamento chegou-se à conclusão de
que, “em sendo determinado o sobrestamento de processos de natureza penal,
opera-se, automaticamente, a suspensão da prescrição da pretensão punitiva
relativa aos crimes que forem objeto das ações penais sobrestadas”. 3. No pre-
sente caso, em que se determinou o retorno dos autos à origem, tendo em
vista que o Supremo Tribunal Federal concluiu pela presença de repercussão
geral da matéria no RE 608.588-RG (Tema 656), Rel. Min. Luiz Fux, não houve
determinação de suspensão dos processos, revelando-se inviável o pedido
de sobrestamento. Precedentes. 4. Agravo interno a que se nega provimento.
[ARE 1.259.169 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 15-4-2020, 1ª T, DJE de 13-5-
2020.]
115 Sumário
3. A segurança jurídica prevista no Código de Processo Civil de 2015, representa
o cânone que consagra diversos mecanismos para o sobrestamento de causas
similares com vistas à aplicação de orientação uniforme em todos eles (art. 1.035,
§ 5º; art. 1.036, § 1º; art. 1.037, II; art. 982, § 3º), juntamente com a estabilização
da jurisprudência, a isonomia e a economia processual. 4. A doutrina sobre o
tema assevera que, verbis: “trata-se de uma preocupação central do Código, cujo
art. 926 impõe aos Tribunais a uniformização de sua jurisprudência para mantê-la
estável, íntegra e coerente. Repise-se que a segurança jurídica quanto ao enten-
dimento dos Tribunais pauta não apenas a atuação dos órgãos hierarquicamente
inferiores, mas também o comportamento extraprocessual de pessoas envolvi-
das em controvérsias cuja solução já foi pacificada pela jurisprudência.” (FUX,
Luiz; BODART, Bruno. Notas sobre o princípio da motivação e a uniformização da
jurisprudência no novo Código de Processo Civil à luz da análise econômica do
Direito. In: Revista de Processo, v. 269, jun. 2017, pp. 421-432). 5. O julgamento
dos embargos de declaração opostos em face de acórdão do Superior Tribunal
de Justiça no bojo de Recurso Especial autoriza a remessa dos autos ao Supremo
Tribunal Federal para apreciação do Recurso Extraordinário, na forma do art. 1.031,
§ 1º, do CPC/2015. 6. O efeito suspensivo conferível ao Recurso Extraordinário
pode envolver a antecipação da eficácia de todos os consectários processuais de
seu processamento, inclusive a suspensão do processamento de todos os proces-
sos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem
no território nacional (art. 1.035, § 5º, do CPC/2015), no exercício judicial do
poder geral de cautela (arts. 301, in fine, e 932, II, do CPC/2015). 7. In casu: (i)
os acórdãos do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região invocaram os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana
(art. 1º, III, CRFB) e da isonomia (art. 5º, caput, CRFB), bem como os direitos sociais
(art. 6º CRFB), para estender o adicional de assistência permanente previsto no
art. 45 da Lei nº 8.213/91 a beneficiários diversos dos aposentados por invalidez,
indicando o fumus boni iuris quanto à admissão do Recurso Extraordinário; (ii) o
risco de lesão grave a ser afastado com a suspensão dos processos que versem
sobre a controvérsia debatida nos autos consiste no impacto bilionário causado
aos já combalidos cofres públicos. 8. Agravo Regimental a que se dá provimento,
na forma do art. 1.021, § 2º, do CPC/2015, para suspender todos os processos,
individuais ou coletivos, em qualquer fase e em todo o território nacional, que
versem sobre a extensão do “auxílio-acompanhante”, previsto no art. 45 da Lei
116 Sumário
nº 8.213/1991 para os segurados aposentados por invalidez, às demais espécies
de aposentadoria do Regime Geral da Previdência Social.
[Pet 8.002 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 12-3-2019, 1ª T, DJE de 1º-8-2019.]
117 Sumário
do relator do recurso extraordinário paradigma determiná-la ou modulá-la” (RE
966.177-QO-RG, Plenário, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 1º/2/2019). 2. In casu, (a) o
Reclamante alega que a ausência de sobrestamento do feito de origem viola a
decisão desta Corte no RE 966.711-QO-RG. (b) Ausente dever de sobrestamento
automático dos feitos, o entendimento adotado no ato reclamado não viola os
parâmetros fixados no julgamento do paradigma. 3. Ex positis, nego provimento
ao agravo regimental.
[Rcl 39.071 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 27-3-2020, P, DJE de 7-4-2020.]
118 Sumário
Ementa: QUESTÃO DE ORDEM NA REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. CONTRAVENÇÕES
PENAIS DE ESTABELECER OU EXPLORAR JOGOS DE AZAR. ART. 50 DA LEI DE
CONTRAVENÇÕES PENAIS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. POSSIBI-
LIDADE DE SUSPENSÃO, CONFORME A DISCRICIONARIEDADE DO RELATOR,
DO ANDAMENTO DOS FEITOS EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL, POR FORÇA
DO ART. 1.035, § 5º, DO CPC/2015. APLICABILIDADE AOS PROCESSOS PENAIS.
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RELATIVA AOS CRIMES
PROCESSADOS NAS AÇÕES PENAIS SOBRESTADAS. INTERPRETAÇÃO CON-
FORME A CONSTITUIÇÃO DO ART. 116, I, DO CP. POSTULADOS DA UNIDADE
E CONCORDÂNCIA PRÁTICA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS. FORÇA NOR-
MATIVA E APLICABILIDADE IMEDIATA AOS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
DO EXERCÍCIO DA PRETENSÃO PUNITIVA, DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
E DA VEDAÇÃO À PROTEÇÃO PENAL INSUFICIENTE. 1. A repercussão geral que
implica o sobrestamento de ações penais, quando determinado este pelo rela-
tor com fundamento no art. 1.035, §5º, do CPC, susta o curso da prescrição da
pretensão punitiva dos crimes objeto dos processos suspensos, o que perdura
até o julgamento definitivo do recurso extraordinário paradigma pelo Supremo
Tribunal Federal. 2. A suspensão de processamento prevista no § 5º do art. 1.035
do CPC não é consequência automática e necessária do reconhecimento da
repercussão geral realizada com fulcro no caput do mesmo dispositivo, sendo da
discricionariedade do relator do recurso extraordinário paradigma determiná-la
ou modulá-la. 3. Aplica-se o § 5º do art. 1.035 do CPC aos processos penais, uma
vez que o recurso extraordinário, independentemente da natureza do processo
originário, possui índole essencialmente constitucional, sendo esta, em con-
sequência, a natureza do instituto da repercussão geral àquele aplicável. 4. A
suspensão do prazo prescricional para resolução de questão externa prejudicial ao
reconhecimento do crime abrange a hipótese de suspensão do prazo prescricional
nos processos criminais com repercussão geral reconhecida. 5. A interpretação
conforme a Constituição do art. 116, I, do CP funda-se nos postulados da unidade
e concordância prática das normas constitucionais, isso porque o legislador, ao
impor a suspensão dos processos sem instituir, simultaneamente, a suspensão
dos prazos prescricionais, cria o risco de erigir sistema processual que vulnera a
eficácia normativa e aplicabilidade imediata de princípios constitucionais. 6. O
sobrestamento de processo criminal, sem previsão legal de suspensão do prazo
prescricional, impede o exercício da pretensão punitiva pelo Ministério Público e
119 Sumário
gera desequilíbrio entre as partes, ferindo prerrogativa institucional do Parquet
e o postulado da paridade de armas, violando os princípios do contraditório e do
due process of law. 7. O princípio da proporcionalidade opera tanto na esfera de
proteção contra excessos estatais quanto na proibição de proteção deficiente; in
casu, flagrantemente violado pelo obstáculo intransponível à proteção de direi-
tos fundamentais da sociedade de impor a sua ordem penal. 8. A interpretação
conforme à Constituição, segundo os limites reconhecidos pela jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal, encontra-se preservada, uma vez que a exegese
proposta não implica violação à expressão literal do texto infraconstitucional,
tampouco, à vontade do legislador, considerando a opção legislativa que previu
todas as hipóteses de suspensão da prescrição da pretensão punitiva previstas
no ordenamento jurídico nacional, qual seja, a superveniência de fato impeditivo
da atuação do Estado-acusador. 9. O sobrestamento de processos penais deter-
minado em razão da adoção da sistemática da repercussão geral não abrange: a)
inquéritos policiais ou procedimentos investigatórios conduzidos pelo Ministério
Público; b) ações penais em que haja réu preso provisoriamente. 10. Em qualquer
caso de sobrestamento de ação penal determinado com fundamento no art. 1.035,
§5º, do CPC, poderá o juízo de piso, a partir de aplicação analógica do disposto
no art. 92, caput, do CPP, autorizar, no curso da suspensão, a produção de provas
e atos de natureza urgente. 11. Questão de ordem acolhida ante a necessidade
de manutenção da harmonia e sistematicidade do ordenamento jurídico penal.
[RE 966.177 RG-QO, rel. min. Luiz Fux, j. 7-6-2017, P, DJE de 1º-2-2019, Tema 924.]
120 Sumário
no Recurso Extraordinário 1.017.365 (Tema 1.031), o que ocorrer por último,
salvo ulterior decisão em sentido diverso.
[RE 1.017.365 RG, rel. min. Edson Fachin, dec. monocrática, DJE de 8-5-2020,
Tema 1.031.]
121 Sumário
processos que voltem a tramitar para aplicação do Tema Repetitivo 1.031/
STJ, no aguardo da definição a ser conferida pela Suprema Corte, ampliando
procedimentos desnecessários na tramitação de processos que, invariavel-
mente, ficarão sobrestados no âmbito das presidências ou vice-presidências
dos tribunais de origem. Assim, com esses fundamentos e diante da natureza
e abrangência da questão a ser resolvida nestes autos, faz-se mister adotar o
procedimento do artigo 1.037, II, do Código de Processo Civil de 2015, e sus-
pender todos os processos, individuais ou coletivos, em trâmite no território
nacional que tratem dessa mesma matéria, independentemente do estado em
que se encontram, a fim de preservar a segurança jurídica, a estabilização da
jurisprudência, a isonomia e a economia processual.
[...] DETERMINO a suspensão do processamento de todos os processos pen-
dentes, individuais ou coletivos, independentemente do estado em que se
encontram, que versem sobre a questão tratada nestes autos e tramitem no
território nacional, sem prejuízo da avaliação, com consequente manutenção ou
suspensão dessa medida, pelo Ministro Relator a ser sorteado posteriormente.
[RE 1.368.225, rel. min. Luiz Fux, j. 14-4-2022, P, DJE de 26-4-2022, Tema
1.209.]
122 Sumário
(cf. consulta sítio eletrônico do TRT da 1ª Região). 4. Agravo interno a que se nega
provimento, com aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CP/2015.
[Rcl 46.399 AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 4-10-2021, 1ª T, DJE de 11-10-2021.]
Decisão monocrática: (...) 17. Por conseguinte, tem-se notícia de cenário tra-
vado entre Fiscos estaduais e sociedades empresárias locadoras de veículos
de relativo tumulto no que toca à cobrança de IPVA. Isso ocorre, sobretudo, na
hipótese em que a sede do contribuinte e o local do licenciamento do veículo
locado diferem do Estado-membro que se julga sujeito ativo dessa relação jurí-
dico-tributária, em razão de ser em seu território e, por consequência, em seu
mercado consumidor, a celebração ou a disponibilização da locação de veículo
automotor. Independentemente do resultado logrado quando da pacificação da
controvérsia, essa conflituosidade inevitavelmente gerará vultoso contencioso
tributário, movimentando tanto a máquina judiciária quanto os juízos e tribunais
administrativos em matéria fiscal, mediante lançamentos tributários realizados e
posteriormente impugnados, compensações, ações declaratórias de inexistência
de relação tributária e repetições de indébito.
Em suma, o estado da arte indica o potencial ferimento de um conjunto de
valores constitucionais, de parte a parte. Cito, inter alia, a neutralidade fiscal,
a livre concorrência, o Estado Fiscal, a salvaguarda das bases de incidência tri-
butária. Dito de outra forma, verifica-se a emergência de nova faceta da deno-
minada “guerra fiscal do IPVA,” o que pressupõe de um lado múltiplas técnicas,
juridicamente possíveis ou inviáveis, de planejamento tributário por parte das
locadoras e, de outro, a criação de novas obrigações acessórias pelos Estados,
por vezes de duvidosa constitucionalidade.
Pelo exposto, determino a suspensão, em todo território nacional, do pro-
cessamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão vazada neste tema de repercussão geral, nos termos
do art. 1.035, §5º, do CPC, até o julgamento definitivo do presente paradigma.
Em nome da segurança jurídica, convém explicitar que referido comando (i)
não impede o julgamento de capítulos de sentença diversos ao que aqui versado
(art. 356, CPC), (ii) a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irrepa-
rável (art. 314, in fine, CPC) ou a apreciação de pedidos de tutela de urgência
(arts. 300 e 982, §2º, CPC). Nessa toada, confira-se o que decidido pelo Egré-
gio Superior Tribunal de Justiça, órgão constitucionalmente responsável pela
123 Sumário
uniformização da interpretação da legislação federal, na QO na ProAfR no REsp
1.657.156, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, j. 24.05.2017.
Às Secretarias de Precedentes e Jurídica deste STF para que cumpram, como
de praxe, o presente despacho, comunicando-o aos Tribunais e juízos pertinentes,
i.e. que tenham competência jurisdicional sobre a matéria em testilha.”
[ARE 1.357.421, rel. min. André Mendonça, dec. monocrática, DJE de 30-3-2022,
Tema 1.198.]
124 Sumário
já existentes, a exemplo dos Recursos Especiais Repetitivos e da Repercussão
Geral. 2. In casu, não se revela cabível o presente incidente, na medida em que
o Município requerente não visa, por seu intermédio, a extensão territorial de
suspensão determinada no âmbito de Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas instaurado por Tribunal local, pretendendo, antes, a suspensão
nacional de processos que versem sobre a matéria atinente a tema de reper-
cussão geral admitido por este Supremo Tribunal Federal, na forma prevista no
art. 1.035, § 5º, do CPC. 3. Agravo interno a que se nega provimento.
[SIRDR 15 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 8-9-2021, P, DJE de 24-9-2021.]
4.19 Sobrestamento
125 Sumário
cesso paradigma (RE-RG 770.149-tema 743). Em primeiro lugar, o pedido é ino-
vador, formulado apenas após o julgamento desfavorável da causa. Em segundo
lugar, porque a eficácia da tese de RG firmada no processo paradigma, enquanto
elemento persuasivo, não se condiciona ao trânsito em julgado do acórdão. Em
terceiro lugar, porque não houve determinação do Relator, naquele paradigma,
de suspensão nacional dos processos (art. 1035, § 5º, do CPC/2015). Em quatro
lugar, porque o sobrestamento dos feitos cuja matéria esteja submetida à reper-
cussão geral não alcança, como regra, os processos da competência originária
desta Suprema Corte. Precedentes. 3. O inconformismo da parte com a deci-
são que lhe foi desfavorável não colhe quaisquer das hipóteses elencadas no
art. 1.022 do CPC e no art. 337 do RISTF. 4. Embargos de declaração rejeitados.
[ACO 3.443 ED, rel. min. Rosa Weber, j. 14-3-2022, P, DJE de 18-3-2022.]
126 Sumário
individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território
nacional. IV – Agravo regimental a que se nega provimento.
[HC 194.730 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 8-4-2021, P, DJE de 16-4-2021.]
127 Sumário
geral, a competência do STF para julgar a matéria constitucional é exercida no
representativo da controvérsia (RE nº 1.059.466/AL – Tema 966; RE nº 968.646/
SC – Tema 976), competindo aos demais órgãos do Poder Judiciário a concretiza-
ção do precedente, mediante juízo de adequação da ratio decidendi do STF nos
processos de matéria constitucional idêntica. 3. A tutela jurisdicional na presente
reclamatória deve ser eficaz no sentido de obstar o pagamento a magistrado de
vantagem pecuniária instituída pelo Poder Legislativo à carreira do Ministério
Público (SV nº 37), sem, contudo, esvaziar a competência do Plenário para decidir –
seja na ADI nº 4.822/PE, seja nos RE nºs 1.059.466/AL e 968.646/SC – a matéria
constitucional específica debatida no caso concreto. 4. Agravo regimental provido
e reclamação julgada parcialmente procedente, de modo a se cassar a decisão
impugnada e determinar o sobrestamento do processo em referência perante a
autoridade reclamada até que sobrevenha decisão do STF na ADI nº 4.822/PE
ou nos Temas 966 e 976 de repercussão geral (o que ocorrer primeiro), após o
que, deverá ela proceder a novo julgamento da causa como entender de Direito.
[Rcl 27.939 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-8-2018, 2ª T, DJE de 10-10-2018.]
128 Sumário
para fins de pagamento de adicional. Critério legal. Agravo regimental provido
e reclamação julgada procedente, cassando-se a decisão do TRT 12 e determi-
nando-se o sobrestamento do processo na Corte de origem. 1. É legítimo que a
definição da tese de repercussão geral no ARE nº 1.121.633/GO-RG oriente a
solução da matéria constitucional também sob a perspectiva de a possibilidade
de negociação coletiva do trabalho alcançar os indicadores legais concernentes
ao adicional de insalubridade prescrito no art. 7º, XXIII, da CF/88. 2. Agravo
regimental provido e reclamação julgada procedente, cassando-se a decisão do
Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região e determinando-se o sobrestamento
do processo na Corte de origem até que o STF decida sobre o Tema nº 1.046 da
Repercussão Geral.
[Rcl 43.128 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-9-2021, 1ª T, DJE de 4-2-2022.]
129 Sumário
4.20 Ausência de repercussão geral e redirecionamento do recurso
para o Superior Tribunal de Justiça
130 Sumário
REFLEXA. TEMA 660 DA REPERCUSSÃO GERAL. 1. Eventual divergência em
relação ao entendimento adotado pelo juízo a quo, notadamente, no que se refere
aos efeitos financeiros retroativos decorrentes do enquadramento funcional de
servidor público, demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicá-
vel à espécie (Leis 8.460/1992 e 12.774/2012), o que não autoriza o acesso à
via extraordinária, nos termos de reiterada jurisprudência desta Corte. 2. No
que tange à alegada afronta ao art. 5º, XXXVI, da CF, o Plenário desta Corte, no
julgamento do ARE-RG 748.371, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, DJe de
1º.08.2013 (Tema 660), decidiu que não há repercussão geral quando a alegada
ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditó-
rio, direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada é debatida sob
a ótica infraconstitucional, uma vez que configura ofensa indireta ou reflexa à
Constituição Federal, o que torna inadmissível o recurso extraordinário, como no
caso dos autos. 3. Quanto ao pedido subsidiário, é cabível, no caso, o envio dos
autos ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.033 do CPC, para que
julgue o recurso especial. Precedente. 4. Agravo regimental a que se dá parcial
provimento para manter a decisão recorrida e determinar a remessa dos autos
ao Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.033 do CPC.
[ARE 1.268.835 AgR-segundo, rel. min. Edson Fachin, j. 8-3-2021, 2ª T, DJE de
18-3-2021.]
131 Sumário
POR EDITAL DOS INTERESSADOS OU NECESSIDADE DE SUA INTIMAÇÃO PES-
SOAL. ARTIGO 11 DO DECRETO-LEI N° 9.760/1946, NA REDAÇÃO DADA PELA
LEI N° 11.481/2007. PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
QUESTÃO DE NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO REFLEXA À
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRECEDENTES. MANIFESTAÇÃO PELA INEXISTÊN-
CIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
[...]
Por fim, insta salientar que é inaplicável ao caso sub examine o artigo 1.033
do CPC/2015, visto que houve a interposição de recurso especial pela União
contra a decisão proferida pelo Tribunal a quo, o qual restou inadmitido, sem
a interposição de agravo.
[RE 1.334.628, rel. min. Luiz Fux, j. 4-3-2022, P, DJE de 23-3-2022, Tema
1.201.]
132 Sumário
de norma de desoneração tributária a título de isonomia. Dessa forma, incabível a
utilização, por analogia, de leis que regem situação diversa da presente hipótese. 4.
Recurso extraordinário provido. Modulação dos efeitos do presente acórdão, a fim
de que os servidores e pensionistas que, por decisão judicial, vinham deixando de
pagar as contribuições não as tenham que restituir. Nesses casos, o acórdão terá
eficácia somente a partir da publicação da ata de julgamento, momento em que
os entes que não tenham editado lei regulamentando o dispositivo poderão voltar
a reter as contribuições previdenciárias. 5. Fixação da seguinte tese em sede de
repercussão geral: “O art. 40, § 21, da Constituição Federal, enquanto esteve em
vigor, era norma de eficácia limitada e seus efeitos estavam condicionados à edição
de lei complementar federal ou lei regulamentar específica dos entes federados no
âmbito dos respectivos regimes próprios de previdência social”.
[RE 630.137 RG, rel. min. Roberto Barroso, j. 1º-3-2021, P, DJE de 12-3-2021,
Tema 317.]
133 Sumário
Ementa: Embargos de declaração no recurso extraordinário. Inexistência de omis-
são quanto à análise do tema sob a nova óptica constitucional imposta pela EC nº
103/19, à data efetiva de implementação da aposentadoria especial e ao alcance
da expressão “efetivada”. Omissão quanto à inconstitucionalidade do § 8º do
art. 57 da Lei nº 8.213/91 em razão da ausência dos requisitos autorizadores para
a edição da medida provisória que o originou. Embargos acolhidos para prestar
esclarecimentos. Contradição entre termos utilizados na ementa. Suspensão
e cessação. Proposta de alteração da ementa. Omissão quanto à modulação
de efeitos e à devolução de valores percebidos de boa-fé. Embargos de decla-
ração parcialmente acolhidos. Precedentes. 1. Não há falar em omissão acerca
da análise do tema sob a nova óptica constitucional imposta pela EC nº 103/19,
especificamente quanto à data efetiva de implementação da aposentadoria
especial e quanto ao alcance da expressão “efetivada”. No julgamento do recurso,
as questões postas pela parte recorrente foram enfrentadas adequadamente.
Inexistência dos vícios previstos no art. 1.022 do CPC. 2. Embargos acolhidos
para esclarecer que não há falar em inconstitucionalidade do § 8º do art. 57 da
Lei nº 8.213/91 em razão da ausência dos requisitos autorizadores para edição
da medida provisória que o originou, pois a referida MP foi editada com a fina-
lidade de se promoverem ajustes necessários na Previdência Social à época,
cumprindo, portanto, as devidas exigências. 3. Verificou-se que havia contradição
entre os vocábulos “suspensão” e “cessação” empregados no texto do acórdão
embargado. Sendo assim, foi proposta alteração na redação da tese de reper-
cussão geral fixada, cujo texto passou a ser o seguinte: “4. Foi fixada a seguinte
tese de repercussão geral: “(i) [é] constitucional a vedação de continuidade da
percepção de aposentadoria especial se o beneficiário permanece laborando
em atividade especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial aquela que
ensejou a aposentação precoce ou não; (ii) nas hipóteses em que o segurado
solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o labor especial, a data de início
do benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a esse marco,
inclusive, os efeitos financeiros; efetivada, contudo, seja na via administrativa,
seja na judicial, a implantação do benefício, uma vez verificada a continuidade
ou o retorno ao labor nocivo, cessará o pagamento do benefício previdenciá-
rio em questão.” 4. Modulação dos efeitos do acórdão embargado e da tese
de repercussão geral, de forma a se preservarem os direitos dos segurados
cujo reconhecimento judicial tenha se dado por decisão transitada em julgado
até a data do presente julgamento. 5. Declaração da irrepetibilidade dos valo-
134 Sumário
res de natureza alimentar recebidos de boa-fé por força de decisão judicial ou
administrativa até a proclamação do resultado deste julgamento. Precedentes.
6.Embargos de declaração parcialmente acolhidos.
[RE 791.961 ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 24-2-2021, P, DJE de 12-3-2021, Tema 709.]
135 Sumário
tação apta e suficiente a resolver todos os pontos do recurso que lhe foi submetido.
2. Ausentes omissão, contradição, obscuridade ou erro material no julgado, não
há razão para qualquer reparo. 3. Não se mostram presentes os requisitos para a
modulação dos efeitos do julgado. 4. Embargos de Declaração ambos rejeitados.
[RE 1.003.433 ED-segundos, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 22-4-2022, P,
DJE de 3-5-2022.]
136 Sumário
ICMS, se tornou, com o passar do tempo, inconstitucional. 5. Foi fixada a seguinte
tese para o Tema nº 745: Adotada pelo legislador estadual a técnica da seletivi-
dade em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
discrepam do figurino constitucional alíquotas sobre as operações de energia
elétrica e serviços de telecomunicação em patamar superior ao das operações em
geral, considerada a essencialidade dos bens e serviços. 6. Recurso extraordinário
parcialmente provido. 7. Modulação dos efeitos da decisão, estipulando-se que
ela produza efeitos a partir do exercício financeiro de 2024, ressalvando-se as
ações ajuizadas até a data do início do julgamento do mérito (5/2/21).
[RE 714.139, rel. min. Marco Aurélio, red. do ac. min. Dias Toffoli, j. 18-12-2021,
P, DJE de 15-3-2022, Tema 745.]
137 Sumário
PRINCÍPIO DA ISONOMIA. NÃO CABIMENTO DE MODULAÇÃO DE EFEITOS PELA
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
1. A modulação dos efeitos somente se justifica em situações excepcionais. 2. A
inexistência de alteração de jurisprudência dominante torna incabível a modula-
ção de efeitos do julgamento. Precedentes. 3. Embargos de declaração rejeitados.
[RE 639.138 ED, rel. min. Edson Fachin, j. 27-4-2021, P, DJE de 19-5-2021,
Tema 452.]
138 Sumário
Ementa: Segundos Embargos de Declaração em recurso extraordinário. Direito
tributário. Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços – ICMS. Substitui-
ção tributária progressiva. Súmula de julgamento. Ata de julgamento. Premissas
fáticas. Suporte normativo. Efeitos infringentes. Impossibilidade. Contradição.
Omissão. Não configurada. Esclarecimento. Possibilidade. 1. Nos termos do artigo
1.022 do Código de Processo Civil, os embargos de declaração não constituem
meio hábil para reforma do julgado, sendo cabíveis somente nos casos de obscu-
ridade, contradição ou omissão da decisão impugnada, bem como para corrigir
eventual erro material. 2. Os embargos declaratórios não se prestam à rediscussão
do assentado em paradigma de repercussão geral, com pretensão de efeitos infrin-
gentes, mesmo que a título de reparar equívocos fáticos e normativos, os quais
foram suscitados no curso do processo e devidamente enfrentados e valorados
pela corrente majoritária do STF. 3. A despeito de veicular pretensões estranhas
às hipóteses legais de cabimento de embargos de declaração, a jurisprudência do
STF admite o acolhimento de embargos declaratórios tão somente para presta-
ção de esclarecimento reputado necessário, sem quaisquer efeitos infringentes.
4. A tese de julgamento que consta em ata de julgamento publicada no Diário
Oficial possui força de acórdão, até a publicação deste. Assim, o marco temporal
de observância da orientação jurisprudencial para casos futuros ajuizados após
o julgamento do paradigma deve ser considerado a partir da publicação da tese
ou súmula da decisão em meio oficial. Arts. 1.035, §11, e 1.040 do CPC. 5. Não
há omissão na súmula da decisão, por não abarcar os casos em que a base pre-
sumida é menor do que a base real, porquanto se trata de inovação processual
posterior ao julgamento, não requerida ou aventada no curso do processo. De
todo modo, a atividade da Administração Tributária é plenamente vinculada ao
arcabouço legal, independentemente de autorização ou explicitação interpreta-
tiva do Poder Judiciário, nos termos do art. 3º do CTN. 6. Não há contradição na
modulação de efeitos da decisão recorrida realizada, pois se trata de faculdade
processual conferida ao STF, em caso de alteração da jurisprudência dominante,
condicionada à presença de interesse social e em prol da segurança jurídica. Não
há, então, relação de causalidade entre a mudança de entendimento jurispru-
dencial e a adoção da técnica de superação prospectiva de precedente (pros-
pective overruling). Art. 927, §3º, do CPC. 7. O comando dispositivo do acórdão
detém densidade suficiente para a satisfação executiva da pretensão deduzida
em juízo, sendo assim o montante e as parcelas devidas ultrapassam o âmbito
de cognoscibilidade do recurso extraordinário e de conveniência da sistemática
139 Sumário
da repercussão geral. RE-QO 593.995, de relatoria do Ministro Joaquim Barbosa,
Tribunal Pleno, DJe 17.06.2014. 8. Embargos declaratórios rejeitados.
[RE 593.849 ED, rel. min. Edson Fachin, j. 8-11-2017, P, DJE de 21-11-2017, Tema 201.]
140 Sumário
geral. Não cabimento de recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal. Questões
remanescentes. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas.
Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Incabível recurso dirigido ao Supremo
Tribunal Federal contra a aplicação da sistemática da repercussão geral no juízo
de origem. 2. A orientação consolidada na Corte foi agasalhada no Código de
Processo Civil de 2015, que prevê como instrumento processual adequado
contra a aplicação do instituto da repercussão geral a interposição de agravo
interno perante o próprio tribunal de origem (art. 1.030, § 2º, do CPC). 3. Embora
cabível, em tese, o agravo previsto no art. 1.042 do CPC quanto às questões
remanescentes, não se presta o recurso extraordinário para a análise da legislação
infraconstitucional, tampouco para o reexame dos fatos e das provas constantes
dos autos. (Súmula nº 279/STF). 4. Agravo regimental não provido.
[ARE 1.281.685 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 16-9-2020, P, DJE de 4-11-2020.]
141 Sumário
tenham fixado, nos termos do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil, obser-
vados os limites dos §§ 2º e 3º e a eventual concessão de justiça gratuita.
[ARE 1.291.336 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 15-12-2020, P, DJE de 4-2-2021.]
142 Sumário
da decisão que inadmite recurso de superposição é, em regra, o agravo, salvo
quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de reper-
cussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos, ex vi, do artigo 1.042
do Código de Processo Civil. 2. O erro grosseiro obsta a aplicação do postulado
da fungibilidade recursal. Precedentes: ARE 1.138.987-AgR, Segunda Turma, Rel.
Min. Edson Fachin, DJe de 01/10/2019; Pet 5.951-AgR, Segunda Turma, Rel. Min.
Dias Toffoli, DJe de 1º/6/2016; e Pet 5.128-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso
de Mello, DJe de 15/04/2014. 3. Agravo regimental DESPROVIDO.
[ARE 1.282.030 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 13-10-2020, P, DJE de 9-11-2020.]
143 Sumário
(ou complexas). 3. Tais decisões comportam duas espécies de recursos: agravo
interno quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob o
rito da repercussão geral (CPC, art. 1.030, § 2º); e agravo do art. 1.042 do CPC
quanto aos aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há
previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL contra a parte
da decisão do Juízo de origem que aplicou a sistemática da repercussão geral
(Pleno, AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469,
Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora
cabível quanto aos outros óbices, o recurso não merece prosperar. Não pode ser
conhecido o agravo do art. 1.042 do CPC quando não impugna especificamente
todos os fundamentos da decisão que inadmitira o recurso extraordinário. 6.
Agravo Interno a que se nega provimento. Fixam-se honorários advocatícios adi-
cionais equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado na
causa, já considerada, nesse montante global, a elevação efetuada na decisão
anterior (CPC/2015, art. 85, § 11).
[ARE 1.115.707 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 10-8-2018, 1ª T, DJE de
24-8-2018.]
144 Sumário
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
MATÉRIA CRIMINAL. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO DIRIGIDO AO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL CONTRA DECISÃO QUE APLICA A SISTEMÁTICA DA
REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM. NÃO CABIMENTO. FUNGIBILIDADE.
ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1.
Também em matéria criminal, não se aplica o princípio da fungibilidade recursal
às hipóteses de erro grosseiro. Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido.
[ARE 1.138.987 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 20-9-2019, 2ª T, DJE de 1º-10-2019.]
145 Sumário
firmado sob o regime da repercussão geral. Precedentes. 3. Inaplicável a Súmula
727/STF – que determina o encaminhamento pelo magistrado a esta Suprema
Corte do agravo interposto da decisão que não admite recurso extraordinário –,
nas hipóteses em que aplicada a sistemática da repercussão geral ou quando
interposto recurso manifestamente incabível. Precedentes. 4. Agravo interno
conhecido e não provido, com aplicação da penalidade prevista no art. 1.021, § 4º,
do CPC/2015, calculada à razão de 1% (um por cento) sobre o valor atualizado
da causa, se unânime a votação.
[Rcl 43.570 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 12-5-2021, 1ª T, DJE de 21-5-2021.]
146 Sumário
OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE, SE EXISTENTE, SERIA MERAMENTE REFLEXA.
AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
[RE 1.291.875 RG, rel. min. Luiz Fux, j. 18-3-2021, P, DJE de 26-3-2021, Tema 1.131.]
147 Sumário
parciais de mérito, julgamento liminar de improcedência do pedido, dispensa de
reexame necessário, liberação de caução na execução provisória quando a sentença
exequenda estiver em consonância com tese firmada no incidente.
[Pet 8.245, rel. min. Dias Toffoli, dec. monocrática, j. 10-10-2019, DJE de 15-10-2019.]
148 Sumário
discutir isso abertamente – se encaminha para a necessidade de eventualmente
se declarar suspeito. Eu não vejo suspeição nenhuma.
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI:
Eu também gostaria de secundar esse entendimento do Ministro Dias Toffoli,
porque a Corte tem um posicionamento, que é pacífico, no sentido de dizer que,
nas causas de natureza objetiva, não existe impedimento e nem suspeição. Nós
também estamos caminhando no sentido de dizer que, quando se trata de um
RE com repercussão geral, nós nos aproximamos dessa natureza objetiva do
feito em julgamento.
[RE 612.975, rel. min. Marco Aurélio, j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-2017, Tema 377.]
149 Sumário
eventual súmula vinculante. É mais uma fase do fenômeno de objetivação do
recurso extraordinário. Feitas essas considerações, enxergo, tanto nos processos
de controle de constitucionalidade abstrato (ADI, ADC, ADO e ADPF) quanto nos
processos-paradigmas da repercussão geral, uma feição de ações de proteção da
ordem jurídica objetiva, independentemente dos eventuais direitos subjetivos
envolvidos. Consigno que esta Corte, ao julgar a QO na ADI 2.238, Rel. Min. Ale-
xandre de Moraes, Sessão Plenária de 27.2.2019, DJe 1ª.9.2020, votou questão
de ordem levantada pelo Presidente, Min. Dias Toffoli, para fixar tese de que não
há impedimento nem suspeição no julgamento de ações de controle concentrado
de normas, exceto se o próprio ministro indicar razões de foro íntimo.”
[ADI 6.362, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 2-9-2020, P, DJE de 9-12-2020.]
150 Sumário
5 – JURISPRUDÊNCIA INTERNACIONAL
Nesta pesquisa, os casos foram listados por ordem alfabética dos países nos quais
foram encontradas decisões a respeito do objeto da pesquisa. Os principais termos
de busca utilizados foram: filtros de admissibilidade; recursos extraordinários.
5.1 Alemanha
151 Sumário
Em relação ao recurso constitucional individual, o Tribunal somente admite os
que possuem como objeto matéria dotada de relevância constitucional funda-
mental (grundsätzliche verfassungsrechtliche bedeutung). Não há custas, nem
necessidade de a causa ser patrocinada por advogados. Contudo, é necessário
o esgotamento de instâncias¹.
1
SOUZA FILHO, Ademar Borges de. Tribunal Constitucional da Alemanha. In: BRANDÃO, Rodrigo
(org.). Cortes constitucionais e supremas cortes. Salvador: Juspodium, 2017.
2
Tribunal Pleno, ADPF 384, Relator Ministro Edson Fachin, j. 6-8-2020, DJE de 8-10-2020, p. 74.
152 Sumário
a perspectiva de sucesso da demanda deve influir na análise do conhecimento
do recurso.
5.2 Argentina
3
VERBIC, Francisco. An overview of civil procedure in Argentina. Civil Procedure Review. v. 10, n.2;
maio-ago., 2019. ISSN 2191-1339.
4
PIRES, Thiago Magalhães. Corte Suprema de Justiça da Nação (Argentina). In: BRANDÃO, Rodrigo
(org.). Cortes constitucionais e supremas cortes. Salvador: Juspodium, 2017.
5
La Corte, según su sana discreción, y con la sola invocación de esta norma, podrá rechazar el recurso
extraordinario, por falta de agravio federal suficiente o cuando las cuestiones planteadas resultaren
insustanciales o carentes de trascendencia. O dispositivo foi impugnado perante à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos no caso Mohamed c. Argentina, mas o órgão resolveu
a questão sem analisar a adequação do writ of certiorari argentino à luz da garantia ao devido
processo legal, do direito de ser ouvido, do direito a recurso (art. 8.2.h da Convenção Americana).
153 Sumário
A Corte justificou a incompetência por um critério de “transcendência institucio-
nal”, uma autopreservação contra a sobrecarga de trabalho para poder cumprir
adequadamente sua missão mais relevante, qual seja, a de intérprete da Cons-
tituição e guardiã final das garantias dos cidadãos⁶.
6
GIANNINI, Leandro J. El acceso a los tribunales supremos y los filtros a la admisión de recursos.
Un análisis comparado. Facultad de Ciencias Jurídicas y Sociales de la Universidad Nacional de
La Plata.
154 Sumário
res regulamentares do legislador. O critério de admissão baseava-se no filtro
quantitativo – suma gravaminis, na quantia econômica que a causa envolvia. Para
o Tribunal, sua competência deve estar adstrita ao critério da qualidade, quer
dizer, quando esteja comprometido um princípio constitucional. Dessa forma,
decidiu que, de acordo com o art. 117 da Constituição Nacional, primeira parte,
corresponde ao Congresso da Nação estabelecer as regras e exceções por meio
das quais a Suprema Corte de Justiça exercerá sua competência recursal e tal
atribuição, como toda competência normativa do Congresso, deve ser exercida
de acordo com o padrão de razoabilidade estabelecido no art. 28.
5.3 Colômbia
7
Decreto 2591 de 1991. Artículo 33. Revisión por la Corte Constitucional. La Corte Constitucional
designará dos de sus magistrados para que seleccionen, sin motivación expresa y según su crite-
rio, las sentencias de tutela que habrán de ser revisadas. Cualquier Magistrado de la Corte o el
Defensor del Pueblo, podrá solicitar que se revise algún fallo de tutela excluido por éstos cuando
considere que la revisión puede aclarar el alcance de un derecho o evitar un perjuicio grave. Los
casos de tutela que no sean excluidos de revisión dentro de los 30 días siguientes a su recepción,
deberán ser decididos en el término de tres meses.
155 Sumário
economia e eficiência que o Tribunal se pronunciasse expressamente sobre cada
um dos casos que lhe são encaminhados.
5.4 Espanha
8
FERRER, Ana Giacomette. Seleción y revisión de la tutela por la Corte Constitucional: nuevo litígio
constitucional? Biblioteca Jurídica Virtual del Instituto de Investigaciones Juridicas de la UNAM,
p. 424. Disponível em: https://archivos.juridicas.unam.mx/www/bjv/libros/10/4633/18.pdf.
9
LANDA, César. El proceso de amparo en América Latina. Anuario de Derecho Constitucional
Latinoamericano. Año XVII, Montevideo, 2011, p. 207-226, ISSN 1510-4974.
10
GIANNINI, Leandro J. El ‘certiorari’ y la jurisdicción discrecional de los superiores tribunales.
Faculdad de Ciencias Jurídicas y Sociales. Universidad Nacional de La Plata. Tesis doctoral.
156 Sumário
sito confere à Corte ampla margem de discricionariedade para avaliar quando o
recurso de amparo justifica uma decisão de mérito.
5.5.1 Maryland v. Baltimore Radio Show, 338 U.S. 912 (1950). Decisão da
Suprema Corte dos Estados Unidos que discute o significado do indeferimento
do writ of certiorari¹², esclarecendo que, embora haja grande clamor para que os
motivos do não conhecimento do recurso sejam apresentados, a Corte escolheu
não o fazer por razões de ordem prática, já que isso demandaria um esforço que
retiraria o tempo do Tribunal para cumprir seus deveres mais relevantes. Assim,
uma decisão denegatória do certiorari não poderia ser interpretada como con-
cordância em relação ao mérito da decisão recorrida, mas apenas como uma
indicação de que menos de quatro juízes consideravam desejável rever a decisão.
11
GIL, Andrés Javier Gutiérrez. Comentarios a la ley orgánica 2/1979, de 3 de outubre, del Tribunal
Constitucional. Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, 2020.
12
A regra 10 da Suprema Corte dos Estados Unidos regula o cabimento do writ of certiorari.
157 Sumário
5.6 Reino Unido
A Suprema Corte do Reino Unido foi estabelecida pela Lei da Reforma Consti-
tucional de 2005 (Constitutional Reform Act). O requisito de admissibilidade é
a demonstração da presença de uma questão de direito de “relevância pública
geral”. Assim como ocorre na Suprema Corte dos Estados Unidos, não há exigên-
cia para fundamentar a decisão de deferimento ou indeferimento do permission
to appeal. A decisão de indeferimento registra brevemente apenas a “ausência de
questão de direito de ampla relevância”, conforme pode-se verificar de decisões
publicadas na página oficial do Tribunal¹³.
COMELLA, Victor Ferreres. Commentary: courts in Latin America and the con-
straints of the Civil Law tradition. Texas Law Review. 1967, v. 89. Disponível em:
https://www.corteidh.or.cr/tablas/r27182.pdf.
13
Disponível em: https://www.supremecourt.uk/news/permission-to-appeal.html. Acesso em: 3
maio 2022.
158 Sumário
DE ANGELIS, Daniela. Writ of Certiorari e Repercussão Geral no Recurso Extraor-
dinário: considerações acerca da discricionariedade das supremas cortes nor-
te-americana e brasileira. Publicações da Escola da Advocacia-Geral da União.
Disponível em: https://seer.agu.gov.br/index.php/EAGU/article/view/1651/1333.
159 Sumário
MELLO, Vitor Tadeu Carramão. A Repercussão Geral e o Writ of Certiorari:
breve diferenciação. Revista da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. n. 26, 2009.
Disponível em: https://www.jfrj.jus.br/sites/default/files/revista-sjrj/arquivo/
32-149-1-pb.pdf.
R. Jaeger and Dr. S. Broß. The relations between the constitutional courts and
the other national courts, including the interference in this area of the action of
the European courts Report of the Constitutional Court of the Federal Repub-
lic of Germany. Conference of European Constitutional Courts XIIth Congress.
Disponível em: https://www.confeuconstco.org/reports/rep-xii/Duitsland-EN.
pdf. Acesso em: 28 abr. 2021.
160 Sumário
VERBIC, Francisco. An overview of civil procedure in Argentina. Civil Procedure
Review. v. 10, n. 2; maio-ago., 2019. ISSN 2191-1339. Disponível em: https://
civilprocedurereview.com/blog/editions/an-overview-of-civil-procedure-in-ar-
gentina-francisco-verbic/. Acesso em: 29 jan. 2021.
ZHOU, Han-Ru. Erga omnes or inter partes? The legal effects of federal courts’
constitutional judgments. Canadian Bar Review, 2019.
161 Sumário
6 – TEMAS DE REPERCUSSÃO GERAL QUE FORAM REANALISADOS
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (ART. 323-B DO RISTF)
Art. 323-B. O relator poderá propor, por meio eletrônico, a revisão do reconhecimento
da repercussão geral quando o mérito do tema ainda não tiver sido julgado.
162 Sumário
2. Tema 547: ARE 798.908 – Min. Dias Toffoli
Pagamento de mensalidades de instituições privadas de ensino superior de forma
proporcional à quantidade de disciplinas cursadas. Autonomia universitária.
Princípio da defesa do consumidor.
163 Sumário
4. Tema 79: RE 565.886 – Min. Marco Aurélio
Tese fixada: Não possui repercussão geral a discussão, à luz dos artigos 155,
inciso II, e 156, inciso III, da Constituição Federal, sobre o imposto que deve incidir
sobre operações de secretariado por rádio-chamada atividade de paging.
164 Sumário
6. Tema 321: RE 1.040.229 – Min. Gilmar Mendes
165 Sumário
8. Tema 449: RE 754.276 – Min. Rosa Weber
166 Sumário
Esta obra foi finalizada em maio de
2022, pela Coordenadoria de Difusão
da Informação, vinculada à Secretaria
de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da
Informação, do Supremo Tribunal Federal.
Foi projetada e composta na fonte
Laski Sans.
ISBN 978-65-87 125-53-4