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NO PAÍS DE OLUPANDU
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A cena nº 1 começa com uma parte do final da primeira temporada da série.

CENA 1

Vocês precisam entender que “ o nosso medo mais profundo é reconhecer que somos
inconcebivelmente poderosos”. O mal jamais pode ser temido. O mal deve ser combatido! E o
mal, não se combate com o mal. O bem é uma arma muito mais poderosa que o mal.
Portanto, é com o ele que nós devemos lutar e vencer o mal...

Um grande estrondo interrompeu o discurso do professor Mackenze. A turma ficou envolvida


por um enorme susto. Todos viraram-se para trás na direção da porta. E, entre os reflexos do
sol que entravam pela porta arrombada, surgiu um rosto magro e escuro com uma cicatriz no
lábio inferior. Tinha os olhos da cor do sangue e desalmados. E na medida em que deixava para
trás os raios fulminantes do astro rei, viu-se um homem gigante e musculado com cerca de 2
metros de altura que usava um uniforme castanho camuflado, era o fardamento dos
comandos bem mais treinados do exército de Olupandu. Estava acompanhado de mais de 20
homens armados até aos dentes. Ninguém naquela sala, excepto o professor Mackenze, sabia
o motivo daquela visita inesperada. Fazia algum tempo que foi admoestado em mudar o teor
das suas aulas, caso não o fizesse, incorria em grandes consequências.

Dr. Quer fazer o favor de nos acompanhar? - Disse em uma voz grossa e irada o comandante
Sabata, ele era um homem temido no país de Olupandu, havia sozinho derrotado mais de 300
homens em duas batalhas no Congo e na R.C.A, era o homem pessoal de Wassaka, a ele recaia
o trabalho sujo do presidente.

Para onde me levam?- perguntou o professor.

Ja vai saber! Respondeu o comandante

Num ataque súbto, Lucas um dos melhores estudantes do professor, levanta-se e se coloca na
dianteira do professor com a intenção de impedir que o levassem. Não podem levá-lo! – disse
Lucas. – com que direito vocês se julgam de fazer o que estão fazendo?

Mal terminou de reivindicar,foi impedido pelo choque da coronha da arma que impeliu no seu
rosto um clarão que o levou ao desmaio.

Levem-me! Exclamou o professor na tentativa de evitar que que continuassem a agredir Lucas.

Dois guardas seguraram-no pelos braços e o conduziram para fora junto de uma das viaturas
do exército. Outros guardas no entanto, dirigiram-se para o interior da sala sob a ordem de
matar todos os 17 estudantes daquela classe, e assim o fizeram. Metralhadoras foram
descarregadas sobre aqueles jovens desarmados, indefesos e inofensívos. Uma autêntica
carnificina. O professor Mackenze não conseguia acreditar no que os seus olhos estavam a ver.

Deseperadamente gritava; parem-parem por favor! Eles não causam nenhum perigo, não
façam isso. Algemado e preso entre os dois guardas não podia ajudar e ainda que quisesse,
seria outra vítima daquele imbroglio. Chorava desalmadamente, o seu rosto ficou inundado de
lágrimas, ranho e saliva viscosa que escorriam da sua boca. Caiu de joelhos no chão perdendo
todas as suas forças, quase sem voz questionava: porquê? Porquê? Porquê meu Deus?
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De seguida, foi colocado em uma viatura arrastado pelos homens em um estado de choque e
seguiram viagem deixando para trás em volto em poeira um cemitério ao descoberto.

CENA Nº 2

29 anos atrás, Mambu capital de Olupandu, sábado 18 de dezembro de 1999 – África


austral, município de Cafumbu – Igreja Adventista do 7º Dia.

Cântico geral – Hino nº 273

A vida tem tristezas mil

Nem tudo é um céu de anil

Mas contra a dor que é tão sutil

Ha um caminho só,

Coro: Confia em Deus que ele sempre te ouvirá

Confia em Deus que ele nunca falhará

Confia em Deus que que a negra núvem passará

Oh, não duvides mas confia em Deus!

É uma igreja pequena e símples típica das contruções rurais da África, no interior, rostos
pálidos e humildes entoam com fé as estrofes do hino inicial que antecede ao culto solene.
Mackenze está sentado junto de sua mãe e sua irmã mais nova. Ele tem apenas 14 anos de
idade mas ja pensa como homem grande. Talvés devesse pelo facto de seu pai o pastor
Lupandu fosse muito dedicado a educação do menino. Sua mãe, Maria Lupandu era uma
mulher bastante virtuosa, apesar de ser uma mulher iletrada sempre soube cuidar da sua
família. Ela é muito bonita, tem os cabelos lisos e a pele clara e sempre se veste com o maior
pudor e decência, afinal, ela é a esposa do pastor. Seu pai o Pastor Lupandu, é um homem
robusto, escuro, tem os olhos rasgados e brancos, mede cerca de 1m e 87 cm, pesa cerca de
100 kg. Apesar da sua enorme barba preta e grisalha que lhe oferece um ar de bastante
autoridade, ele é um homem de coração tino temente a Deus que procura sempre educar seus
filhos dentro dos padrões bíblicos.

Mackenze brincava com sua irmã quando sua mãe os interrompeu advertindo-o que se calasse
e prestasse atenção ao culto. Meninos – disse ela. É hora de ouvir a palavra; silêncio!
Mackenze gostava de ver e ouvir seu pai pregar, por isso, cedeu imediatamente a advertência
de sua mãe.

Então, uma voz grossa e afinada irrompeu os ouvidos dos crentes. Irmãos, hoje é o dia da
salvação. Hoje é o dia em que o senhor pergunta! Ha quem servirás?

Ha quem servirás? A Mim o Senhor ou a ele o rebelde? – ao bem ou ao mal?

Ha quem servirás? Ao justo ou ao ímpio? – a verdade ou a mentira?

Ha quem servirás?
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Estas palavras introdutórias parecem despertar a atenção dos crentes, eles ouvem com
bastante atenção a medida em que o pastor esplana sua omilia como se fosse o próprio Cristo
falando.

Há dois caminhos a seguir, dois caminhos estão diante de nós – continuou o pastor. Entre estes
dois caminhos ha que decidir para qual seguir, ao largo ou ao estreito? Ao longo ou de perto?
Com o povo ou com a multidão caminharás? Tens de ver hoje com quem vais seguir oh meu
irmão, e te advirto! Não te percas na multidão. Jesus disse: ” Eis que Estou as portas e bato!
Quem abrir, ceará comigo e Eu com ele”. Amém! Em alvoroço os crentes respodem... amém!

Jesus disse mais; “ conhecereis a verdade e a verdade vos libertará! Jesus é esta verdade, a sua
palavra contida na bíblia é a verdade, e esta verdade deve ser o nosso código de conduta.
Havia um homem chamado Moisés que lhe foi incumbida a responsabilidade de libertar uma
nação, uma nação real mas que era escarvisada por uma outra, uma nação que se conformou
com a escravidão, uma nação que temeu e deixou de confiar em Deus. Mas Deus, não os
abandonou, porque Ele não abandona os seus filhos. Então, Deus levantou um homem que era
pastor de ovelhas e lhe deu uma missão, uma missão que era impossível aos olhos da
inteligência humana, uma missão suicida. Então disse Deus chamou de cima de uma encosta,
Moisés! E ele respondeu, eis-me aqui! E disse mais Deus, Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de
Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Tenho visto atentamente a aflição do meu povo
que está no Egipto, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exactores, porque conheci
as suas dores. Esta palavra é a prova de que O Deus todo poderoso conhece o sofrimento do
nosso povo. O país de Olupandu e o seu povo precisa elevar o seu clamor até ao Senhor para
assim como operou na antiguidade, nos enviar também um libertador. E!!! Creio que o Senhor
meu Deus a quem eu confio ja tenha feito diligências quanto a isso.

Este libertador, pode estar algures em Olupandu quem sabe até mesmo aqui conosco.
Lembrem-se, quando ele chegar deverá apenas confiar no Senhor, porque Ele, somente Ele
conhece o princípio e o fim de todas as coisas. Ele é quem dá a sabedoria e a força, Ele, apenas
Ele é o escudo contra os dardos inflamados do malígno.

Estas palavras ecoavam nos ouvidos do pequeno Mackenze com tanta emoção que ele
conseguia se imaginar como o hebreu Moisés a conduzir o seu povo a terra prometida. Ele
podia se ver enfrentando o faraó, imaginava-se com o seu cajado a abrir o mar vermelho...
quando repente voltou para o mundo real com uma ligeira dor no rosto do tapinha que sua
mãe lhe deu enquanto engrenava em suas ilusões.

Vamos – disse a sua mãe - a igreja é um lugar sagrado, deve-se ficar sempre reverente…

CENA 3.

ALGURES EM Olupandu, debaixo de fogo cerrado de um ataque surpresa das forças da


resistência contra o governo ditador de Wassaka. Benjamim Wassaka é o actual presidente de
Olupandu, chegou ao poder de forma ilegítima, enquanto coronel do exército liderou um golpe
de estado contra o anterior presidente Mufasa, enquanto esse fazia uma digreção pelo
interior de Olupandu, o presidente se viu em uma emboscada onde sua comitiva foi toda
assassinada com excepção do presidente que sob cativeiro e tortura foi obrigado a assinar uma
declaração em que elegia Wassaka seu vice presidente, tendo sido mantida refém sua família,
Mufasa não viu outra saída senão assinar a referida declaração.
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Um autocarro em chamas separa as forças da resistência do governo de Wassaka,


carregadores são descarregados em segundos, o tripidar das armas soam como snares e o som
das granadas e das bazukas como kikis fazendo assim a banda sonora daquele cenário de
horror. Os gritos de socorro dos civís, os choros e lamentações, sussurros , vozes dando
ordens e instrunções codificadas faziam as rimas e o coro daquele teatro da vida real. A
resistência sofre grandes perdas, o exército está em número maior com homens mais bem
treinados e com um arsenal bélico mais sofisticado. As balas vão cantando o som da morte,
nalguns elas apresentam-se sem piedade dissipando a vida, noutros vão apenas causando dor
e lesões que ficarão para o resto da vida. O cenário é desastroso, triste, indescritivel e
inesquecível. Corpos estendidos no chão com suas vidas ceifadas, homens, mulheres e
crianças. Militares, resistentes e civís ninguém foi poupado. Outros ainda no limiar da morte,
procuram arrancar de si o último pingo de força que lhes sobra em busca de ajuda. Sem pernas
nem braços, com ferimentos nefastos, cegos, surdos, todos desorientados pelo abalo. Os
poucos resistentes não encontram outra saída senão bater retirada. Apenas 15 dos 85
resistentes sobreviveram num confronto cerrado de cerca de duas horas. Entre os
sobreviventes, se encontra Marta Mufasa, a filha do ex presidente Mufasa, ela faz parte da
liderança da resistência. Filha única do ex presidente criada como uma princesa, viu-se
subtamente numa situação bastante constragedora depois que seus pais foram assassinados
por Wassaka. Para ela , enquanto viver seu maior objectivo é vingar a morte de seu pai e de
sua mãe.

Mufasa era um lider querido e muito estimado pelo seu povo era carismático e dedicado a
causa destes, depois que seu país foi libertado do jugo colonial Inglês em 1980, em um
congresso ele e mais 50 homens juraram e idealizaram uma nação próspera que pudesse ser o
lar do natural e do estrangeiro, um lugar de oportunidades para todos os que quisessem e
estivessem dispostos a fazer de Olupandu o país da verdadeira graça. Um país que brilhasse no
mundo e contrastasse com as histórias hostis que se contam da África. Casou-se com Njolela e
foram abençoados com Marta que era a mascote e símbolo da sua união. Cuidavam-na como o
bem mais precioso que possuiam ela refletia o amor que uniu aquelas duas almas, pois que o
amor do presidente Mufasa e da primeira dama Njolela, era a fonte de poder daquele grande
lider comprovando deste jeito a teoria de que o nosso conjuge pode ser o trampolim para o
nosso sucesso e realização ou nos levar a maior desgraça. No caso de Mufasa, Njolela era o seu
baluarte.

Em uma manhã de um dia normal de trabalho o presidente Mufasa recebeu um telefonema do


seu ministro da construção para confirmar uma agenda de trabalho a Hanga, um distrito rural
de Mambu. A visita tinha como objectivo a constatação do andamento das obras da fábrica de
cimento que estava sendo construída naquela localidade.

Estava o presidente Mufasa fazendo a sua caminhada matinal com sua esposa, desfrutando da
linda paizagem que decorava o exterior da sua residência quando o seu secretário se
aproximou com o telemóvel na mão. Sem expressar uma palavra, fazendo apenas uso da
linguagem gestual, o presidente perguntou quem estava na linha, - o senhor ministro da
construção- respondeu o secretário. Olhou para o relógio recebeu o telemóvel, afastou-se
alguns metros da primeira dama e permaneceu alguns segundos em silêncio, seguidamente
soltou apenas duas palavras- está bem, nos encontramos em 30 minutos!

Apressadamente dirigiu-se para o interior da casa quando se deparou com Marta a sua
pequena princesa. Marta tinha apenas 12 anos de idade nesta altura. Oh Marttinha! era a
forma carinhosa que o presidente a chamava, - para onde vais?
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Ao seu encontro papá, tive um sonho com a vovô.

Quem? A vovô minha mãe? Oh, preciso que contes ao detalhe este sonho. Vamos tomar o
pequeno almoço enquanto me contas as boas novas da minha mãe.

Seguiram juntos para o inetrior da mansão, quando iam se assentar a mesa, la vinha outra vez
o secretário com o telefone na mão, mas agora com um ar de bastante preocupação – sr
presidente! Exclamou o secretário.

O que foi, o que foi meu car...- ligação de emrgência sr presidente. Interrompeu o secretário.
Precisa atender!

Imediatamente levantou-se e recebeu o telefone e se dirigiu para o interior do escritório


deixando para trás Marta e Njolela a mesa.

Marta está com um ar de preocupada, ela precisa contar o sonho que teve ao seu pai, era um
recado importante de sua avô para ele. O sonho pareceu tão real que Marta transpirava de
tanta ansiedade. Levantou-se da mesa e saiu apressadamente ao encontro do seu pai no
escritório, assim que abriu a porta e teve acesso a sala, estava o seu pai a gritar ao telefone e
com um ar furioso, como nunca tinha visto antes. Papai, papai – tentava Marta atrair a
atençãio de seu pai, mas o sr presidente estava tão atento a conversa que não ouvia o
chamado da menina. Papai, papai! Insistia MARTA, estava aflita precisava contar tudo ao seu
pai antes que fosse tarde demais. Porém, o assunto que o presidente estava a tratar naquele
momento era de dimensão nacional e de grande relevância. Como o pai não atendia aos
apelos da menina, ela se aproximou e puxou pelo casaco do seu pai para atrair a atenção deste
quando de imediato recebeu um bafo de seu pai como nunca havia recebido antes. – sai
imediatamente daqui. Não vês que estou ocupado? Vai tratar seja o que for com a sua mãe.
Então, Njolela, saiu apressadamente ao encontro de Marta e tirou-lhe da presença do pai.

O que se passa filha? - Perguntou Njolela – partilha comigo. O quê que te encomoda querida?

Preciso dar um recado da vovô ao papá! Respondeu Marta

Recado da vovô ao papá? Qual vovô filha?- da vovô Marta – retorquiu Marta.

O rosto de Njolela empalideceu. Dentro de si surgiu um turbilhão de pensamentos. Pensava, a


minha filha deve estar doente, ela só pode estar a delirar. Colocou a mão na testa de Marta
para sentir a temperatura mas ela estava normal.

Mas, a vovô Marta está no céu filha, como te comunicaste com ela?

Ela falou-me no sonho.

E o que ela te disse?

Ela pediu-me para impedir que o papá fos...

Antes mesmo que terminasse de falar, ouviram o bater da porta do escritório e o presidente e
o secretário saíram apressadamente. – tenho um assunto importante para resolver, regresso
amanhã ao final do dia. Disse num tom apressado o sr presidente.

Mas assim, o quê que se passa? Questionou Njolela olhando confusa para o marido e para o
secretário.

É muito sério, explico-te tudo mais tarde. – respondeu o sr presidente.


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Papá! Chamou Marta

Quando regressar me contas o teu sonho filha.

Sem mais de longa beijou a boca de sua esposa e a testa de sua filha e saíu sem olhar para trás.

Marta inclinou o rosto e começou a chorar, então Njolela questionou-a:

O que mesmo te disse a vovô Marta filha?

Com o semblante caído e lágrimas a jorrarem dos seus olhos e uma voz cálida disse: - que
impedissemos o papá de fazer esta viagem.

Njolela ficou apavorada, não sabia se poderia acreditar nas palavras da menina. Mas será que
não é um delírio de criança? Mas se for verdade? O que vai acontecer com o meu marido?

Fala-me mais deste sonho filha. Porquê que temos que impedir o papá de fazer esta viagem?

A vovô estava triste – continuou a menina – ela chorava muito e disse que se o papá fizesse
esta viagem nós ficariamos vulneráveis e eu acabaria sozinha no mundo. Mas tinha que ser
forte porque ela estaria sempre comigo.

A escolta do Presidente seguia apressadamente para a aldeia de Hanga onde se encontrava


hospitalizado o Vice-presidente, sob tratamento tradicional.O telefonema que o Mufasa havia
recebido de manhã, informara-o de que o seu Amigo e Vice-presidente estava prestes a
morrer, e a aldeia em que ele se encontrava foi alvo de um ataque surpresa por elementos
desconhecidos. Uma verdadeira Chacina e que o Vice-presidente queria dar suas últimas
instruções aquele que ia continuar a dirigir o destinos do país. Mufasa tinha grande estima
pelo Vice-presidente Galandi. Victor Galandi o havia ensinado tudo o que ele sabe sobre
diplomacia. Quando Galandi adoenceu, ele quis que ele fosse evacuado para ser tradado no
estrangeiro, mas Galandi era um verdadeiro Panafricanista que recusou a sugestão e preferiu
receber o tratamento desenvolvido pelos seus ancestrais na sua terra natal.

Cena 4.

Seis carros faziam a escolta do Presidente, o conta Km marcava 120, entre árvores e arbustos
cortavam picadas deixandas para trás nuvens de poeira. A uns 10 Km do local, e todos
apreensivos na viatura Presidencial, subtamente viram-se em uma emboscada. Do lado direio
da vegetação eles vêm se aproximar velozmente um Oral Kamaze vindo em sua direcção, o
pânico aumenta na mediada em que o carro vai se aproximando. De repente, tiros começam a
ser ouvidos, a Tropa e a Policia que faz a escolta do presidente dispara ásperamente contra o
camião na tentativa de impedir que atingisse o carro onde estava o presidente. Segui-se a
resposta do grupo rebelde, homens encapuzados sobre motorizdas lançam garrafas com
gasólina e fogo nas viaturas governamentais fazendo com que estas ficassem em chama, as
forças do governo respondem com disparos, acidentes ocorrem, motas contra árvores, carros
em chama são abandonados pelos ocupantes e desgovernados embatem-se contra árvores e
outros obstaculos.

No interior do seu carro o presidente estupefacto pergunta: porque que estamos a ser
atacados por nós mesmos? Alguém pode me explicar o que está a acontecer?
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O Coronel Wassaka, cego pelo seu orgulho e possuído por uma onda de ira, conduz o camião
com avidez para embater contra o carro de Mufasa.

- Mufasa e seu secretário não compreendem o que se passa , o segurança pessoal do


presidente vai desesperadamente disparando a sua 35 mm contra o camião de Wassaka mas
sem efeito, o seu motorrista procura fazer as manobras mais improvaveis para sair do
embaraço, quando de repente, viu-se em um labirinto então o presidente Mufasa exclamou!

-Deus tenha misericordia de Nós.!

E como que numa comunicação telepática Wassaka retorquiu; Deus está morto, e acertou o
lado direito do carro do Sr.Presidente atingindo seu secretário e o segurança que não
resistiram ao combate. O Presidente ainda consciente procurava se segurar no interior da
viatura enquanto ela capotava rápido e insensantemente pelo vale.

Wassaka ria-se de Alegria, tinha alcançado o seu objectivo, finalmente poderia ser aquilo que
ele obstinava ser durante muito tempo.

Depois de mais de 5 acrobacias o carro do presidente embateu contra uma árvore que o fez
parar.

Wassaka se a proximou para verificar. Vai tirar dali o Presidente! orientou a um soldado.

Soldado se aproximou e viu o Presidente inconsciente e todo ensanguentado.O agarrou pelas


ombreiras do terno que usava e o arrastou para fora da viatura, quando pareceu ter ouvido
um sussuro que vinha de dentro do carro.

Era o motorista que tentava dizer qualquer coisa, mas que não se percebia.

E o que faço com o motorista? Perguntou o soldado, o que não serve, vai pra vala –
hahahahaha. respondeu Wassaka em tom de ironia e gargalhadas.

Então o soldado puxou do coldre a sua 35 mm e disparou duas vezes na cabeça do motorista
sem pestanejar. Voltou a colocar a pistola no coldre e agachou-se para medir a pulsação do sr
presidente colocando-lhe as mãos no pescoço.

Está vivo! Informou o soldado.

Tragam-no! Ordenou Wassaka indicando a outros dois soldados.

Os demais, recolham o que puderem, mantimentos e armamento, vamos fazer de olupandu a


casa da mãe Joana. Em uníssono os soldados gritavam – auuuu-auuu-auuu! E seguiram para
Hanga.

Cena n. 5

Ano 2000 – Mambu – escolsa primária João Baptista Luís,

Lê-se o sumário no quadro – disciplina: ciências da natureza, assunto: a origem da terra.

“ a terra é um planeta do sistema solar, situado entre martes e venus e é até ao momento o
único planeta onde há vida. Existe a mais de 7 milhões de anos e surgiu por meio de uma
explosão que científicamente denomina-se big bang, esta teoria foi apresentada por Charles
Darwin em ...

Em pesquisa...
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Cena n. 6

Marta e seus comparsas procuram por todos os meios esquivar-se dos militares do governo de
Wassaka que procuram encurralá-los para aniquilá-los.

A perseguição é intensa, a medida em que fogem parece se colocarem .am mais alhadas.

Parem! Diz Marta estridente e ofegante – precisamos nos separar, vamos nos encontrar no
ponto “D” dentro de sete horas. Boa sorte a todos.

Separam-se em grupos de três e tomaram direcções diferentes. Alguns entre eles ja nem
podiam correr de tanta exaustão, esgotados e desorientados se tornaram alvos fáceis para os
atiradores de Wassaka liderados pelo comandante Sabatha. Marta e mais dois de seus
comparsas correm desesparados em busca de um abrigo seguro. Ouvem-se tiros ao longe, o
seu grupo está desfeito, a sua etratégia de derrubar Wassaka fracassou completamente. Será o
fim da linha? Questiona-se! Porém recusa-se em aceitar este desfecho para a sua agridoce
vingança.

Do outro lado, outros três resistentes encontram-se literalmente no fim da linha. Correm sem
orientação quando se deparam com uma ribanceira. As tropas inimigas se aproximam
desabridamente, é o fim, não há maneira de escape. Cruzaram os olhares contristados,
chegou o momento que não esperavam mas sabiam que chegaria aqualquer altura. As suas
armas estão descarregadas, haviam jurado preferir a morte que a rendição, então um espírito
de coragem apossou-se deles, abraçaram-se afagadamente num verdadeiro acto de
camaradagem, inspirando profundamente o ar desembainharam suas baionetas e desataram a
correr em magnífico acto heróico em direção a a tropa que não hesitou em acionar o gatilho e
descarregar rajadas de balas sobre aqueles.

Da outra margem do rio, o grupo de Marta observa uma pequena casa abandonada, podia ser
um lugar para se recompor do desgaste físico e organizar as ideias, podia haver água e algum
mantimento, pensavam. Vamos repousar um pouco ali - disse Marta! Não, este lugar é muito
vulnerável, além do mais os soldados de Sabatha daqui a pouco nos alcançam, não temos
tempo. Retorquiu um dos parceiros.

Deixa-me chegar para averiguar, sugeriu o outro homem. Está bem! Consentiu Marta.

Então saíu o homem em direcção a casa enquanto Marta e o outro companheiro davam-lhe
cobertura. O homemem aproximou-se da casa, fez uma vistoria, assobiou e acenou dizendo
que era seguro se aproximarem. Ambos seguiram até a casa. Era um escombro que refletia o
contacto que manteve com balas e projectis, estava toda suja e empoerada. Os móvies todos
quebrados. Revistaram os compartimentos na esperança de achar agum suprimento mas sem
sucesso. A casa estava vazia fazia muito tempo.

Quanto tempo nos resta até ao ponto D? Perguntou Marta. Cerca de quatro horas, respondeu
um dos homens olhando para o sol através de uma janela quebrada e revestida de teias de
aranha.

Okay, vamos esperar pelo cair da noite para escaparmos. Tchaly ficas de vigia durante a
primeira hora, orientou Marta.

Não! Temos que saír já, retorquiu Tchaly espreitando pela janela. Temos companhia!
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Marta aproximou-se da janela e viu o contigente inimigo que rapidamente se aproximava. Era
uma armadilha, eles foram propositadamente conduzidos até ali.

Vamos... precisamos sair, vamos, vamos... mal terminou de falar Marta, um projectil de bazuca
atingiu o escondrijo e tudo escureceu.

Cena n. 7

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