Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
*BOLSISTA CAPES/REUNI
CURITIBA
AGOSTO DE 2015
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente o meu orientador Márcio Peres de Araujo,
principalmente pela paciência, dedicação e pelas lições adquiridas neste período que
contribuíram muito para minha formação.
Aos amigos: Juliana, Patrícia, Guilherme, Otávio, Santina, Lucas e John que
tornaram possível esse trabalho, pelas discussões e pelo agradável ambiente de
trabalho que proporcionaram.
Prof. Dav Fernando Back pelas análises de difração de raios X de
monocristal.
Prof. Francisco de Assis Marques pela disponibilização do cromatógrafo
gasoso.
Ao amigo Celso pelas cervejas artesanais e aos amigos Ricardo, Vinicius,
Marina e Laiéli pelas tardes de discussões na APUFPR.
Prof. Alfredo Ricardo Marques de Oliveira e os colegas do laboratório de
síntese orgânica Murilo, Thiago, Pamela, Suelem, Juliana, Mara, Mariana e
Fabianopela ajuda com reagentes, solventes e o cafezinho sempre muito bem
extraído.
Prof. Guilherme Lanzi Sassaki e Andresson Barison, pela obtenção e auxilio
nos espectros de RMN.
Minha cunhada Valdirene por me receber em sua casa, sem a qual seria
inviável a permanência em Curitiba.
Ao Prof. Paul J. Dyson pelo aceite em me receber em seu grupo de pesquisa
no laboratório LCOM na EPFL.
Ao Prof. Rosario Scopelliti pelas análises de cristalografia de raios X.
Aos meus amigos Shoubhik Das, Trent Conroy, Ronald Lee Fook Seng,
Valentin Manzanares, Joachim Weber, Safak Bulut pelas ajudas no laboratório da
EPFL.
A Johnson Matthew pela doação de RuCl3.xH2O.
A todos que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento deste
trabalho.
Aos órgãos de fomento CNPq e CAPES.
ii
Lista de abreviações
DCM - Dicloromentano
MeOH - Metanol
M-P - Ligação entre um átomo de metal - fósforo
c, t - cis e trans respectivamente
Ph - fenil, C6H5
RMN - Espectroscopia de ressonância magnética nuclear
δ - Deslocamento químico
31
P{1H} - Espectroscopia de ressonância magnética nuclear de fósforo desacoplada de
hidrogênio
1
H - Espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio
HMBC - Heteronuclear Multiple Bond Coherence
bipy - 2,2'-bipiridina
Ipa - Corrente de pico anódico
Ipc - Corrente de pico catódico
J - Constante de acoplamento
E1/2 - Potencial de meia onda
Hz - Hertz, ciclos por segundo
IV - Infravermelho
V - Volts
Å - Angstrom, 10-8 cm
°C - Graus Celsius
PTBA - Perclorato de tetrabutilamônio
N-N - Ligante N-heterocíclico bidentado genérico
P-P - Bifosfina
dppe - bis(difenilfosfina)etano
DPEphos - Bis-[2-(difenilfosfina)fenil]éter
PPh3 - Trifenilfosfina
P{p-tol}3 - tri-p-toluilfosfina
P{p-metoxi}3 - tri-p-metoxifenilfosfina
P{p-fluor}3 - tri-p-fluorfenilfosfina
trans - Referente ao isômero de posição trans de um composto
inorgânico ou orgânico
cis - Referente ao isômero de posição cis de um composto
inorgânico ou orgânico
mer - Isômero meridional
cm-1- Freqüência de estiramento
iii
ν- Estiramento assimétrico
KBr - Brometo de potássio
ampy - 2-aminometilpiridina
en – etilenodiamina
py - piridina
bipy - 2,2’-bipiridina
Mebipy - 4,4’-dimetil-2,2’-bipiridina
MeObipy - 4,4’-dimetóxi-2,2’-bipiridina
fen - 1,10-fenantrolina
tetrafen - 3,4,7,8-tetrametil-1,10-fenantrolina
tren - tris(2-aminoetil)amina
iv
Sumario
Resumo .......................................................................................................... xvi
1. Introdução ..................................................................................................... 1
2. Objetivos ..................................................................................................... 22
3.2.2 [Ru(H)(Cl)(CO)(PPh3)3][86]................................................................... 27
4.1.1cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(N-N)] ........................................................ 28
4.1.2cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(Mebipy)] ................................................... 28
4.1.6 cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(ampy)]..................................................... 29
4.1.7trans,trans-[RuCl2(DPEphos)(en)] ................................................... 30
4.3.1.4 [Ru(Cl)(CO)(k3-P,P,O-DPEphos)(p-MeO)][PF6]........................... 32
4.4.1p,t-[Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2............................................................. 33
4.4.2p,t-[Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2 ....................................................... 33
9 Conclusão .................................................................................................... 89
10 Referências:............................................................................................... 90
Lista de Figuras
Figura 1 - Possíveis modos de coordenação para um ligante bifosfínico[8]. ..... 2
Figura 2 - Estruturas de ligantes bifosfínicos dppe, BINAP, DIOP, BINAPHOS,
DuPhos e josiphos. ......................................................................................................... 4
Figura 3 - Sistematização dos diferentes efeitos que devem ser considerados
para um ligante bidentado. ............................................................................................. 5
Figura 4 - Doação σ (esquerda) e retroligação π (direita). ................................ 6
Figura 5 - Definição de ângulo de cone de Tolman (esquerda), definição de
ângulo sólido de White (centro) e definição de Er de Brown (direita). ............................ 8
Figura 6 - Representação do ângulo de bolso paralelo (esquerda) e
perpendicular (direita). .................................................................................................... 9
Figura 7 - Série de ligantes bifosfínicos e seus respectivos ângulos de quelato
natural βn. ..................................................................................................................... 10
Figura 8 - Efeitos eletrônicos no ângulo de mordida em complexos de platina
contendo ligantes bidentados predominatementes σ doadores. .................................. 12
31
Figura 9 - RMN de P{1H} para o complexo [RhCl(PPh3)3]: (a) dissolvido em
CH2Cl2; (b) após adição de H2 a 30º C; (b') após adição de H2 e resfriado a -25º C; (c)
solução submetida a N2. ............................................................................................... 14
Figura 10 - Representação de pseudo-rotação de Berry no complexo
[Fe(CO)5]. ..................................................................................................................... 15
Figura 11 - Mudanças no espectro de RMN de 1H de um sistema com dois
possíveis estados. ........................................................................................................ 16
Figura 12 - Representação de uma reação genérica de transferência direta de
hidrogênio.[60] ................................................................................................................ 19
Figura 13 - Mecanismo para a redução de cetonas via reação de transferência
de hidrogênio utilizando-se um complexo de rutênio (Q = O ou N).[60] ......................... 19
Figura 14 - Representação da molécula 8-hidroxiquinolina.[81] ....................... 20
Figura 15 - Estrutura esquemática para a família de complexos contendo base
de Schiff – E = fósforo ou arsênio; L = piperidina ou piridina. ...................................... 21
Figura 60 - Representação esquemática da placa de Elisa com capacidade
para 96 poços. .............................................................................................................. 25
Figura 16 - Fluxograma das rotas sintéticas para a obtenção dos complexos e
os ligantes utilizados no trabalho.................................................................................. 34
31
Figura 17 - Espectros de rmn RMN de P{1H} do complexo trans, mer -
[RuCl2(P-O-P)(PPh3)] em DCM. ................................................................................... 35
31
Figura 18 - Espectros de rmn de P{1H} dos complexos trans, mer -[RuCl2(P-
O-P)(PR3)] em CH2Cl2. ................................................................................................. 36
ix
Lista de Tabelas
Tabela 1 -Valores de deslocamentos químicos de fósforo e os respectivos
valores de constante de acoplamento. ......................................................................... 37
Tabela 2- Distâncias de ligações selecionadas para o complexo complexo
mer-[RuCl2(P-O-P)(P{p-tol}3)]. ....................................................................................... 38
Tabela 3- Deslocamentos químicos na rmn de 1H dos hidrogênios orto em
relação à substituição nos anéis dos ligantes PR3. ...................................................... 39
Tabela 4 - Valores de pico anódico (Epa), pico catódico (Epc), diferença entre
os valores de pico anódico e catódico, E1/2, razão entre Ipa e Ipc e valor de R2. ............ 41
Tabela 5 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(CO)2(P-P)]. ........................................................................................................ 45
Tabela 6 - Valores de pKados respectivos ligantes N-N,deslocamentos
31
químicos de rmn de P{1H}, distâncias Ru-P (P trans a N) e ângulos de ligação P-Ru-
P. .................................................................................................................................. 47
Tabela 7 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo trans-
[RuCl2(P-P)(en)]. ........................................................................................................... 52
Tabela 8 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(ampy)]. ...................................................................................................... 53
Tabela 9- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(Mebipy)]. ................................................................................................... 54
Tabela 10- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(MeObipy)]. ................................................................................................ 55
Tabela 11 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(fen)]. .......................................................................................................... 56
Tabela 12 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(tetrafenfen)]. ............................................................................................. 57
Tabela 13 - deslocamentos químicos para os hidrogênios alfa piridínicos para
a série [RuCl2(P-P)(N-N)] – N-N = bipy, Mebipy, MeObipy, fen e ampy. ..................... 58
Tabela 14 - Valores de pico anódico (Epa), pico catódico (Epc), diferença entre
os valores de pico anódico e catódico, E1/2, razão entre Ipa e Ipc e valor de R2 para os
complexos da série [RuCl2(P-P)(N-N)]. ........................................................................ 62
Tabela 15 - Valores de pico anódico (Epa), pico catódico (Epc), diferença entre
os valores de pico anódico e catódico, E1/2, razão entre Ipa e Ipc e valor de R2 para os
complexos da série [RuCl2(P-P)(N-N)]. ........................................................................ 63
Tabela 16- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl(CO)(P-P)(bipy](PF6). .......................................................................................... 65
xv
Resumo
Nesse trabalho foi explorada a química de coordenação do ligante bifosfínico
dpephos em compostos de rutênuio II. O complexo mer-[RuCl2(P-O-P)(PPh3)], foi
caracterizado como precursor de uma série de compostos bifosfínicos. Esse complexo
precursor foi testado frente à substituição da PPh3 e compostos contendo ligantes
fosfínicos monodentados para-substituídos foram isolados, caracterizados através de
31
RMN de P{1H} e 1H, e voltametria cíclica. Obteve-se monocristais do composto mer-
[RuCl2(P-O-P)(P{p-tol}3)] possibilitando a determinação da estrutura molecular através
da técnica de difração de raios X. Ainda, o complexo precursor mer-[RuCl2(P-O-
P)(PPh3)] foi testado frente à presença de monóxido de carbono e o complexo cis,cis-
[RuCl2(CO)2(P-O-P)] foi obtido e caracterizado, incluindo a determinação da estrutura
molecular obtida por difração de raios X. Reações do complexo mer-[RuCl2(P-O-
P)(PPh3)] com ligantes N-N doadores foram investigadas e a partir destas obteve-se a
série de compostos com fórmula geral cis-[RuCl2(P-P)(N-N)] (N-N = bipy, Mebipy,
MeObipy, en, fen e tetrafen). A partir de uma rota alternativa, o composto cis-[RuCl2(P-
P)(ampy)] foi obtido e caracterizado, incluindo a determinação das estruturas
moleculares obtidas por difração de raios X para os compostos com N-N = ampy, en,
fen, Mebipy, MeObipy e tetrafen. A reatividade destes compostos foi avaliada frente à
molécula de CO, resultando na formação dos compostos com fórmula geral cis-
[RuCl(CO)(P-P)(N-N)](PF6) (N-N = bipy, Mebipy, fen e ampy) que foram isolados e
caracterizados, incluindo a determinação da estrutura molecular obtida por difração de
raios X para o composto com N-N = bipy. Estes compostos mistos, contendo ligantes
N-N doadores e o ligante dpEPHOS, foram investigados como pré-catalisadores em
reações de transferência de hidrogênio na redução de cetonas. Estudos dos possíveis
intermediários nas reações de transferência de hidrogênio foram realizados e o
complexo cis-[RuCl(H)(P-P)(MeObipy)] foi isolado. O composto carbonílico
[Ru(Cl)(CO)(P-O-P)(p-metoxi)](PF6) também foi isolado e estudado. Este revelou
comportamento dinâmico em solução, que foi estudado através da técnica de RMN de
31
P{1H} com temperatura variável. Outra série de compostos carbonílicos, com fórmula
geral [Ru(CO)(PR3)(tren)]Cl2 (tren = tris-(2-aminoetil)amina), foi sintetizada e o
potencial antibacteriano foi avaliado em diferentes cepas gram-positivas S. aureus, S.
epidermidis e E. faecalis e gram-negativas E. coli e P. aeroginosa.
xvii
Abstract
In the present work, the coordination chemistry of DPEphos ligand with
ruthenium II was explored. The complex mer-[RuCl2(POP)(PPh3)] was fully
characterized, and used as precursor of a series of mixed diphosphine and
monophosphine compounds. This precursor complex had its phosphine moiety
replaced, which resulted in a series of compounds containing para substituted
31
phosphine ligands that were isolated and characterized via P{1H} NMR, 1H and cyclic
voltammetry. The compound containing tri-p-tolylphosphine was characterized by
means of single crystal X-ray diffraction technique. Further, the mer-[RuCl2(P-O-
P)(PPh3)] precursor complex was tested for the presence of carbon monoxide in
solution, and the complex of formula cis-,cis-[RuCl2(CO)2(P-P)] was obtained.
Reactions of the precursor complex [RuCl2(P-O-P)(PPh3)] with N-N-diimine ligands
were investigated and they yielded a new diphosphine compounds series having
general formula cis-[RuCl2(P-P)(NN)] (N = bipy, Mebipy, MeObipy, en, fen and
tetrafen). Using an alternative route, the cis compound [RuCl2(P-P)(ampy)] was
obtained and characterized. These complexes were first tested for their reactivities
toward the CO molecule, and compounds of general formula cis-[RuCl(CO)(P-P)(N-
N)](PF6) (N-N = bipy, Mebipy, ampy and fen) were isolated and characterized through
phosphorus and hydrogen NMR techniques, and infrared vibrational spectroscopy.
These compounds containing mixed N-N donors and DPEphos ligand were
investigated as pre-catalysts in hydrogen transfer reactions for the reduction of
ketones, showing significant catalytic activity. The complex cis-[RuCl2(P-P)(MeObipy)]
was submitted to isopropanol basic solution and the product cis-[RuCl(H)(P-
P)(MeObipy)] was isolated and characterized. The carbonyl compound [Ru(Cl)(CO)(P-
O-P)(p-methoxy)](PF6) was also isolated. Their dynamic behavior in solution was
31
studied by means of the P{1H} NMR technique with temperature variation. Another
series of carbonyl compounds, which contain a tetradentate ligand comprising tris(2-
aminoethyl)amine and phosphine, was synthesized and investigated for its antibacterial
activities on various Gram-positive (S. aureus, S. epidermidis and E. faecalis) and
Gram- negative (E. coli and P. aeruginosa) strains.
1. Introdução
1.1 Ligantes fosfínicos
1
Figura 1 - Possíveis modos de coordenação para um ligante bifosfínico[8].
2
contendo um átomo de oxigênio e um fósforo formam excelentes catalisadores de
níquel para a oligomerização de etileno.
Em 1966 Iwamoto e Yuguchi descreveram os resultados vantajosos para uma
gama de ligantes bifosfínicos com diferentes comprimentos de ponte na co-
[20]
dimerização de butadieno e eteno usando catalisadores de ferro . Porém, em outros
casos, a atividade dos catalisadores contendo DPPE em vez de PPh3 foi reduzido
devido ao forte poder quelante da bifosfina.
A hidrogenação assimétrica é indiscutivelmente um dos campos mais bem
[21]
explorados mostrando amplo uso de bifosfinas . Em 1971 Kagan relatou o uso de
[22, 23]
DIOP (Figura 2) com ródio para hidrogenação de N-acetilfenilalanina . Esta
indicação de melhor desempenho de ligantes bidentados em comparação com
monodentados foi logo seguido pela publicação de Knowles no qual mostrou que a
bifosfinaquiral DiPAMP levou a excelentes enantiosseletividades em comparação aos
ligantes monodentados CAMP e PAMP[24, 25]
. Esta descoberta conduziu às primeiras
aplicações industriais de fosfinas bidentadas na produção de L-DOPA através da
hidrogenação. Selke desenvolveu o ligante derivado de glucose bisfosfonito β-GLUP
[23]
para o mesmo processo (Figura 4) , que tem sido aplicado pela empresa alemã
VEB-Isis. Desde então, muitas outras bifosfinas quirais têm mostrado grande
aplicabilidade na área de hidrogenação assimétrica.
Exemplos de outros ligantes importantes, que foram introduzidos por Noyori
[26] [27]
(BINAP) , Burk (DuPHOS) , Takaya (BINAPHOS) [10] eligantes à base de
ferroceno (Josiphos) introduzido por Togni [28] são mostrados na Figura 2.
3
Figura 2 - Estruturas de ligantes bifosfínicos dppe, BINAP, DIOP, BINAPHOS,
DuPhos e josiphos.
Ao conceber um novo catalisador, a escolha do metal é, naturalmente, de
extrema importância. Esta escolha é geralmente ditada pela reação catalítica prevista
e com base no conhecimento pré-existente ou por tentativa e erro.
O próximo passo, de um modo geral, é ajustar a reatividade do metal através
da adição de ligantes. Não é de surpreender que a natureza do átomo doador é, de
certa maneira, o principal elemento que influencia a reatividade do metal. As
propriedades π doadoras e σ aceitadoras do metal, bem como o impedimento estérico
sobre o metal influenciam fortemente o desempenho do catalisador. Tais propriedades
dos metais podem ser exploradas em conjunto com as diferentes propriedades dos
ligantes.
No caso de ligantes bidentados, o ângulo de mordida também tem um efeito
profundo sobre as propriedades estéricas e eletrônicas do complexo (Figura 3). Os
efeitos dos ligantes incorporados ao complexo são muito pronunciados, e, de fato,
diferentes combinações de metais de transição e ligantes podem resultar em
reatividades muito semelhantes. A Figura 3 mostra quais os pontos mais importantes
de variação que devem ser considerados no projeto de novos catalisadores contendo
ligantes bidentados.
Além dos grupos substituintes ligados diretamente aos átomos doadores, os
quais influenciam de alguma forma (grupos mais ou menos eletronegativos) a força da
doação σ, a espinha dorsal também pode influenciar essa propriedade além de
direcionar o ângulo de mordida quando esses formam anéis quelato. Em outros casos
possuir um heteroátomo como doador, como o oxigênio, no caso de ligantes pinça
(figura 7). Esse também pode direcionar o caminho de reação quando o complexo é
utilizado como o catalisador.
O espaço ocupado em torno do centro metálico, ou o impedimento estérico,
também é uma propriedade muito importante que os grupos subtituintes agregam aos
ligantes.
4
Figura 3 - Sistematização dos diferentes efeitos que devem ser considerados
para um ligante bidentado.
5
parâmetros do ligante são, sem dúvida uma das principais ferramentas de análise e
desenvolvimento de novos ligantes.
6
Embora a interação entre o ligante de fósforo e do ácido H+ é muito diferente da
interação entre o ligante de fósforo e um metal de transição, uma série de reações
organometálicas mostram uma relação linear entre os valores de pKa de ligantes de
fósforo e o log k da reação.
Drago postulou que doação σ em si pode ser mais complicada e deve ser
definida por dois parâmetros EB e CB, representando as contribuições eletrostáticas e
[33, 34]
covalentes com a reatividade das fosfina . Brevemente, o modelo de Drago
baseia-se nas entalpias de formação de aduto entre um fósforo doador σ e um número
de diferentes aceitadores em solventes que possuem fraco poder de solvatação.
O desenvolvimento de uma medida quantitativa para a acidez π de ligantes de
fósforo também provou ser difícil. Graham discutiu a utilização de frequências de
estiramento de ligação CO em complexos octaédricos [ML(CO)5] para a separação dos
efeitos de doaçãoσ e acidez π [35]. Ele argumentou que a capacidade de retroligação
π do ligante L deve afetar principalmente a freqüência de estiramento do ligante
monóxido de carbono trans a L competindo pela densidade eletrônica dos orbitais d do
metal de simetria correta que são usados na doação M-CO (Figura 4). Em contraste, a
propriedade de doação σ do ligante L iria afetar as frequências de estiramento de
ambos ligantes monóxidos de carbono cis e trans a L de um modo semelhante.
Um dos estudos mais abrangentes dos efeitos dos ligantes, conhecidos como
[36]
análise quantitativa dos efeitos do ligante (Qale), foi descrito por Giering e Poe .O
modelo QALE baseia-se na análise de diversas propriedades físicas de complexos
metálicos: ν CO para [(η5cp)Fe(CO)(L)(COMe)], E0 e H0 para o par [(η5cp)Fe(CO)(L)
(COMe)]+/0, o valor de pKa de HPR3+ e a energia de ionização do PR3. Giering mostrou
que as propriedades eletrônicas de um ligante deve ser descrito por três em vez de
dois parâmetros eletrônicos: sua capacidade de doação σ (χd), acidez π(πp) e o efeito
arila (Ear). Este último parâmetro acredita-se ser mais fundamental e não se limitando
a arilfosfinas, mas o seu significado físico ainda não é claro [36].
Métodos computacionais são uma ferramenta que oferecem uma excelente
plataforma para estudar efeitos eletrônicos em complexos isolados e em algumas
[37, 38]
reações catalíticas . Os efeitos de σ e π em complexos de metais de transição
podem ser distinguidos com base na simetria dos orbitais envolvidos na ligação do
metal e fósforo. Pacchioni et al. estudaram a interação de metal-PR3 em vários
complexos de paládio e encontraram apenas pequenas variações na força da doação
[39]
σ de ligantes PR3, enquanto grandes diferenças de acidez π foram observadas .
Estudos computacionais por Branchadell revelaram comportamento semelhante em
[40]
complexos [Fe(CO)4PR3] . Com base nesses resultados, eles propuseram dividir
7
ligantes σ doadores puros e ligantes σ doadores e aceitadores π. Landis et al.
estudaram as energias de dissociação de ligação em complexos fosfínicos de ródio e
mostraram que a importância relativa de doação σ e retrodoação π na ligação metal-
fósforo é altamente dependente dos outros ligantes coordenados ao metal [41].
1.1.3Parâmetros estéricos
Complementares ao desenvolvimento de parâmetros eletrônicos, vários
parâmetros estéricos foram introduzidos. Um dos conceitos mais aplicados para
quantificar o volume espacial ou impedimento estérico de monofosfinas é o ângulo de
[29]
cone (θ) (Figura 5), que foi introduzido por Tolman . A partir de um centro metálico
localizado 2,28 Å do átomo de fósforo do ligante (uma distância típica deligação Ni-P),
um cone que envolve todos os átomos do ligante é construído (Figura 5). Infelizmente,
os ligantes não formam um cone perfeito tão comumente e vários ligantes
coordenados ao centro metálico geram áreas impedidas não homogêneas.
Em muitos complexos quadrados planares, a soma dos ângulos de cone
individuais foram considerados muito altos. O crescente uso de métodos
computacionais resultou em várias abordagens mais elaboradas para atenuar essas
[42] [43]
deficiências . White et al. introduziu o conceito de ângulo sólido . Com base em
estruturas de cristais ou de estruturas calculadas, raios de van der Waals dos átomos
dosligantes são projetados sobre a superfície de van der Waals do centro metálico
(Figura 5).
8
A força repulsiva de van der Waals entre o complexo metálico e o ligante
(FVDW) é calculado a partir da estrutura otimizada de [CrL(CO)5], variando a distância
L-Cr(Figura 5). Este método tem uma vantagem distinta sobre os métodos puramente
baseadas em ligantes, pois leva em consideração a conformação do ligante que
melhor corresponde à conformação do conjunto todo em complexos. Uma
desvantagem é que o conhecimento íntimo de todas as constantes de forças
presentes no complexo é necessário.
Esses três métodos descritos acima não foram muito apropriados para avaliar
os parâmetros estéricos para ligantes fosfínicos bidentados e então Barron et al.
desenvolveram uma outra abordagem semi-quantitativa para descrever as
propriedades estéricas de ligantes bidentados. O conceito de "ângulo de bolso" (figura
6) baseia-se em dados de raios x da estrutura cristalina de complexos bifosfínicos de
paládio e estima o volume acessível ao centro metálico [44].
9
de fósforo em ligantes monodentados, a distância de fósforo-fósforo em ligantes
[45, 46]
bidentados, induzida pela espinha dorsal, provou ser um parâmetro importante .
Na figura 7 estão representados alguns ligantes bifosfínicos e seus respectivos
ângulos de quelato.
10
ângulo P-M-P, a força constante P-M-P é definido como zero durante a otimização da
geometria.
O resultado é um ângulo P-M-P puramente induzido pelo ligante que pode ser
usado para comparar diferentes ligantes bidentados. Estes cálculos requerem
conhecimento prévio das constantes de força restante do complexo, incluindo
constantes de força que descrevem estiramento M-P, deformação angular M-P-X e
deformações de torção. Estes são muitas vezes ignorados, e de alterações nestes
parâmetros podem causar grandes diferenças nos ângulos de mordida naturais
calculados. Apesar disso, o parâmetro ângulo de mordida natural tem sido
correlacionada com sucesso com efeitos do ângulo de mordida em uma série de
reações que envolvem complexos de metais de transição, incluindo os processos
industrialmente importantes, tais como hidroformilaçãoe hidroxicarbonilação catalisada
por paládio.
O ângulo da mordida do ligante afeta as propriedades do complexo de duas
maneiras fundamentalmente diferentes; através de um efeito eletrônico no complexo
[45, 48]
de metal e através do impedimento estérico induzido pelo ligante . Embora em
algumas reações o efeito dominante tende a ser eletrônico, em outras reações o
impedimento estérico do ligante bidentado determina o efeito global do ângulo
mordida. Em muitas reações, no entanto, a origem física do efeito global do ângulo de
mordida observado permanece obscura. Especialmente quando vários passos do ciclo
catalítico são afetados pelo ângulo da mordida dos ligantes bidentados, o efeito de
racionalização (geral) observada pode ser difícil
1.1.5 Efeitos eletrônicos no ângulo de mordida
O termo eletrônico do efeito no ângulo de mordida refere-se às alterações
eletrônicas causadas no centro metálico como uma função do ângulo de mordida
natural do ligante. O estudo de Dierkes et. al introduziu o conceito de ângulo da
[45]
mordida preferido . O ângulo preferido é definido como a menor energia em um
ângulo P-M-P do complexo metálico.
Em uma aproximação grosseira, ligantes que exibem um ângulo de mordida
natural de cerca de 90° estabilizam complexos quadrados planares e octaédricos,
ligantes que exibem um ângulo de mordida natural de cerca de 109° estabilizam
complexos tetraédricos e ligantes que exibem ângulos de mordida natural em torno de
120° estabilizam complexos bipiramides trigonais. No entanto, outros ligantes
coordenados ao metal afetam o ângulo de mordida preferido.
Os desvios do ângulo de mordida natural induzido por um ligante bidentado
leva a desestabilização eletrônica do complexo de metal e, consequentemente, a
reatividades diferentes. Especialmente em reações em que a geometria no centro do
11
metal altera durante a reação e grandes diferenças na reatividade e estabilidade
termodinâmica relativa dos intermediários da reação são observados. A Figura 8
apresenta as mudanças nos orbitais associadas com a alteração do ângulo de L-Pt-L
no fragmento PtL2[49]. Para Pt(0), todos os orbitais d no centro metálico são
preenchidos e a estabilização ótima do orbital é obtido em um ângulo de P-Pt-P de
180°. Para Pt (II), apenas quatro orbitais d são preenchidos, resultando em um
orbital δ*/2b1 vazio. Consequentemente estabilização ótima para o centro Pt(II) é obtido
para um ângulo de L-Pt-L de 90°.
Métodos teóricos foram utilizados para investigar os efeitos eletrônicos do
ângulo de mordida em várias reações catalisadas. Thorn e Hoffman utilizaram cálculos
de Huckel para mostrar que, para a migração de um hidreto de alcenoplatina, o ângulo
da mordida do ligante espectador bifosfínico aumenta de 95° no reagente a 110° no
[50]
estado de transição . Eles argumentaram que ligantes com um ângulo de mordida
natural de cerca de 110° estabiliza o estado de transição e desestabiliza o estado
fundamental e, consequentemente, acelera a reação.
12
[52] [53]
ligante bifosfínico . Ambas as observações foram atribuídas a uma distorção
tetraédrica maior do produto onde há grandes ângulos de mordida dos ligantes. Além
disso, Angelici observou que a basicidade de [Fe(bifosfina)(CO)3] bipiramide trigonal
[54]
diminui à medida que o ângulo da mordida do ligante bifosfínico aumenta , grandes
ângulos de mordida dos ligantes favorecem a geometria bipiramide trigonal do
complexo sobre a geometria octaédrica.
1.2 RMN de 31P
De fato, o fósforo tem sido muitas vezes escolhido como átomo doador, e que
tem uma longa história como um ligante macio e a compreensão dos efeitos desses
ligantes sobre as propriedades dos complexos de metais de transição é devida ao
31
avanço das técnicas de espectroscopia de RMN P. Na realidade, os sucessos de
ligantes fosfínicos na área de catálise homogênea pode muito bem ser devido,
principalmente, a esta fácil análise estrutural (in situ) através da ressonância
magnética nuclear.
31
Nos estudos de RMN de P de complexos fosfínicos, os prótons são
normalmente desacoplados para simplificar o espectro.[55]
Diferentes tipos de ligantes normalmente revelam sinais com deslocamentos
distintos e, por exemplo, fosfinas e fosfitos podem ser facilmente distinguidos.
Da mesma forma, ligantes coordenados a centros metálicos mostram grandes
mudanças de deslocamentos químicos, em comparação aos respectivos ligantes
livres. Isso é também muito útil na caracterização de complexos que contém bifosfinas
e também é possível discernir se o fósforo é parte de um anel quelato de quatro, cinco,
ou anel de seis membros. E isso pode ser explicado pelo simples fato de que o
tamanho do anel afeta a hibridização do átomo de fósforo [56]. Essa ferramenta, a RMN
31
de P também pode ser usada para estudar sistemas catalíticos que contém
complexos fosfínicos de metais de transição.
[57]
Na tentativa de entender o mecanismo de hidrogenação, Tolman explorou
31
a técnica de RMN de P (Figura 9). Esse trabalho ilustra muito bem como a
ferramenta de RMN de fósforo pode ser útil.
31
O espectro de RMN de P{1H} [RhCl(PPh3)3] em solução revelou dois
conjuntos de sinais de fósforo não equivalentes e que apresentam uma proporção de
2:1, Pb e Pa respectivamente. Os dois conjuntos de sinais de fósforo apresentam
constante de acoplamento 1J(Rh-P) com Rh (I = ½, com 100% de abundância) e
constante de acoplamento 2J(P-P) com valor menor.
13
31
Figura 9 - RMN de P{1H} para o complexo [RhCl(PPh3)3]: (a) dissolvido em
CH2Cl2; (b) após adição de H2 a 30º C; (b') após adição de H2 e resfriado a -25º C; (c)
solução submetida a N2.
14
núcleos devem manter-se junto durante a fluxionalidade e manter seus acoplamentos,
mas com a troca rápida de ambiente químico, têm-se a divisão de PR3 entre os
centros de Rh. Passando-se N2 através da solução há uma reversão da reação e
então resulta em uma mistura (figura 10) das espécies a e b (espectro C).
1.3R MN dinâmico
Quando espécies organometálicas apresentam menos sinais de ressonância
do que deveria a partir das suas estruturas, fluxionalidade molecular ou dinâmica
molecular pode ser a causa. Se os núcleos em pauta experimentam diferentes
ambientes químicos, através de troca, em uma taxa muito mais rápida do que a escala
de tempo de RMN (10-1-10-6s), então uma média dos sinais de ressonância aparecem.
Por exemplo, [Fe(CO)5] revela sinal de ressonância único de carbono a 25° C, e o seu
espectro vibracional na região do infravermelho, com a escala de tempo muito mais
rápida, indica uma estrutura com dois tipos de carbono.
Os ligantes CO meridionais e axiais trocam facilmente pelo mecanismo de
pseudo-rotação de Berry[58], figura 10. Os Ligantes L1 e L4, tornam-se equivalentes aos
ligantes L2, L3 e L5 no intermediário b, e tornam-se equatoriais em c.
15
através da Eq. 1 de a velocidade à qual onúcleos saem do ambiente químico durante o
processo de troca.
Velocidade = π(W )(1)
Com mais aquecimento, o sinal fica mais estreito de acordo coma Eq. 3, e
finalmente chegaa um ponto no qual o sinal é bem definido.
16
(∆ )
= (3)
( / )
Isso acontece porque atroca é muito mais rápida do que a escala de tempo
de RMN e apenas uma ressonância média é observada. Nota-se que as Eq. 2 e Eq. 3
contémΔν, a separação das duas ressonâncias em Hz.
Uma vez que este é diferente em diferentes campos magnéticos, a
temperatura de coalescênciaeo limite de alta temperatura são dependentes do campo.
Um Δδ de 1 ppm traduz a 400 Hz em 400 MHz, mas a 600 Hz em 600 MHz.
A posição da ressonância média no limite de alta temperatura é simplesmente
a média ponderada das posições de ressonância no limite de baixa temperatura. Por
exemplo, se tivermos n1 núcleos ressonantes em δ1 e n2 a δ2, então no limite de alta
temperatura, a posição de ressonância será a média ponderada δmedia, dada pela Eq.
4.
= (4)
17
Existem alguns aspectos que definem a eficiência de um catalisador. Para
isso, utiliza-se o número de turnover – produtividade do catalisador -(TON) e
freqüência de turnover – atividade do catalisador - (TOF). Assim, um bom catalisador
deve apresentar um alto valor de TON (quantidade em mol do produto formado por
mol de catalisador) e um alto TOF (freqüência de rotação, TON.h-1), além de outras
qualidades, como custo, condições reacionais e seletividade. Os valores são muito
úteis para a avaliação e comparação das atividades dos complexos frente às reações
catalíticas, e possibilitam uma análise de acordo com a escala industrial que esses
catalisadores podem ser utilizados. [64]
Complexos bifosfínicos de rutênio (II) têm larga aplicabilidade em catálise, e
nesse campo, pode-se destacar as reações catalíticas de transferência de hidrogênio.
Compostos contendo ligações polares insaturadas podem ser eficientemente
reduzidos por meio das reações catalíticas de transferência de hidrogênio, dentre os
[65, 66]
quais estão os compostos carbonílicos alfa-beta insaturados, nitro e
azocompostos, [67] iminas, [68] aldeídos [69] e cetonas. [70]
As reações de redução de compostos carbonílicos, em especial de cetonas,
destacam-se em importância para a indústria química e farmacêutica. [71] A forma mais
empregada para esse fim utiliza o borohidreto de sódio (NaBH4) como agente redutor,
em função desse composto ser comercialmente disponível na forma de pó, pastilha
ou em solução básica. [72]
A possibilidade do emprego de reações de transferência como uma
alternativa à hidrogenação em reações de redução de cetonas é bastante atrativa,
especialmente em reações de larga escala, por se tratar de uma reação catalítica,
evitando a necessidade da utilização de uma grande quantidade do agente redutor. [73]
A reação de transferência de hidrogênio é mediada por um catalisador, no
qual é possível empregar um complexo metálico e a fonte de hidrogênio é muitas
vezes um álcool secundário, como o isopropanol e esse muitas vezes é o próprio
solvente do meio reacional. Na redução de cetonas por esse tipo de reação, os
complexos de rutênio são relatados como sendo os catalisadores mais eficientes. [74]
[75]
Como exemplo, Cavarzan relatou taxas de conversão acima de 80 % na
redução da acetofenona no período de 4 horas de reação para uma série de
compostos carbonílicos de rutênio, contendo ligantes monofosfínicos como a
trifenilfosfina e a tri(p-toluil)fosfina. Um dos complexos atingiu uma taxa de 96% de
conversão no mesmo período. Baratta e colaboradores também relataram taxas de
conversão da acetofenona em 1-feniletanol acima de 80% para complexos de rutênio
contendo ligantes fosfínicos e amínicos em apenas alguns minutos. [76]
18
1.4.1 Mecanismos das reações de transferência de hidrogênio: a
formação de um complexo hidreto
Em reação de transferência de hidrogênio observa-se mecanismos distintos
para catalisadores dos elementos do grupo principal e para catalisadores de metais de
transição. Em reações contendo catalisadores de elementos do grupo principal, o
mecanismo se processa por meio da formação de um estado de transição composto
por um anel de seis membros no qual o substrato e o doador de hidrogênio se
coordenam simultaneamente ao metal [77], como pode ser visto na figura 12. [78]
O C
17
Q
[Ru] H 1
V I
C
H
O
16 Q
[Ru]
[Ru] H
6
II
IV
C
III
Q [Ru] Q
H
6 C
[Ru]
15 H
Q
H C HO C 14
2 H H
19
carbono do substrato. Já na etapa III, o isopropanol transfere o próton ao subtrato, (no
caso de o substrato ser uma cetona, há a formação então de um respectivo álcool,
espécie 2) formando o isopropóxido que então se coordena ao centro metálico.
Na etapa IV ocorre então a eliminação β, recuperando o complexo hidreto e a
saída da acetona. [79]
No mecanismo, pode-se observar ainda que na etapa IV um complexo mono-
hidreto é formado, porém o mecanismo dessa reação pode se processar também por
[80]
meio da formação de um complexo dihidreto. Como o mecanismo desse tipo de
reação envolve a formação de pelo menos uma ligação Ru-H, a averiguação da
possibilidade da formação de uma espécie dessa natureza e a sua estabilidade é
bastante útil para avaliar a atividade catalítica de um complexo.
1.5 Complexos com atividade antimicrobiana
Complexos metálicos com possíveis atividades antimicrobianas são
conhecidos desde o início da década de 50. O primeiro trabalho contém estudos
focados nos mecanismos de ação antibacteriana do composto orgânico 8-
hidroxiquinolina (figura 14). As atividades dessa molécula são consideradas
provenientes não somente da molécula orgânica isolada, mas dos possíveis
complexos formados com os íons cobre e ferro disponíveis no meio.[81] Isso levou a
pesquisadores a utilizarem também complexos metálicos sintéticos em testes
antibacterianos.
20
Figura 15 - Estrutura esquemática para a família de complexos contendo base
de Schiff – E = fósforo ou arsênio; L = piperidina ou piridina.
21
2. Objetivos
Complexos bifosfínicos de rutênio (II), contendo na esfera de coordenação
ligantes auxiliares N-N doadores, têm sido usados em diversas reações catalíticas, por
[83]
exemplo, hidrogenação de cetonas e transferência de hidrogênio. Tendo em vista
isso, a busca por novos catalisadores de fácil acesso, simples caracterização e
estáveis, torna-se interessante.Os objetivos principais desse trabalho são:
Síntese viável, caracterização completa do complexo neutro precursor
[RuCl2(P-P)(monofosfina)] – P-P = DPEphos e testes de reatividade frente a
substituição da monofosfina;
Reatividade do complexo precursor com monóxido de carbono em solução;
O estudo de reativade do complexo precursor [RuCl2(P-P)(monofosfina)] com
ligantes N-N doadores em busca de uma rota sintética para o preparo de complexos
do tipo [RuCl2(P-P)(N-N)];
Caracterização dos complexos obtidos como parte do objetivo acima, estudos
de reatividade frente a solução básica de isopropanol e também reatividade em
solução na presença de molécula de monóxido de carbono;
Avaliação das potencialidades catalíticas em reações de transferência de
hidrogênio dos complexos isolados de unidade [RuCl2(P-P)(N-N)] e estudo
mecanístico dos processos catalíticos envolvendo os complexos;
Síntese de compostos carbonílicos contendo o ligante TREN e monofosfina
visando a atividade biológica dos mesmos.
22
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Reagentes químicos e instrumentação
Para as sínteses, partiu-sedo sal RuCl3.xH2O de procedência Johnson
Matthey eos ligante DPEphos, bipy, Mebipy, MeObipy, fen, tfen e en provenientes da
Aldrich.
Os solventes foram previamente tratados como descritos na literatura.[84]
Todas as reações foram realizadas sob atmosfera de argônio (White Martins) tratado
por uma coluna de sílica, cloreto de cálcio e óxido de manganês.
23
3.1.7 Reações catalíticas de transferência de hidrogênio
Todos os complexos contendo ligantes N-N doadores foram testados frente a
reações de transferência de hidrogênio utilizando cetonas como substratos. As
proporções complexo:base:substrato testadas foram de 1:20:500 e 1:20:1000. As
reações foram feitas em isopropanol, em banho de óleo a 100°C, sob atm de argônio.
Utilizou-se uma solução isopropanol/KOH 0,591 mol.L-1. As reações na proporção
1:20:500 foram realizadas seguindo o procedimento a seguir:
24
Hinton - MH (Difco™), dessa maneira a concentração final do solvente DMSO na
solução foi de 6,25% (v/v).
As cinco cepas de bactérias foram cultivadas em caldo MH e mantidas em
estufa a 37,0 ºC a 5,0 % de CO2, por 24 horas para o crescimento dos
microorganismos. Após este tempo de incubação, as cepas foram repicadas com uma
alça bacteriológica estéril e descartável para um tubo de ensaio contendo solução
salina (0,9 %). Em seguida, este tubo foi comparado/acertado a olho nu, na
concentração 0,5 de Mc Farland (1,5 x 108 UFC/mL) em comparação com uma
solução padrão de BaSO4 (Laborclin®):
Posteriormente as etapas de preparações dos meios de cultivos, soluções dos
compostos e dos inoculos foi realizado o ensaio da concentração mínima inibitória
(MIC) utilizando placas de Elisa com capacidade de 96 poços estéreis com fundo
"U"(Figura 60).
Então, primeiramente adicionou-se com o auxílio de um micropipetador
DIGIPET® de multicanal, 100,0 µL do caldo Mueller-Hinton esterilizado, em todos os
poços. Posteriormente, foi adicionado 100 µL da solução estoque contendo o
complexo ou o ligante, nos poços da primeira linha com letra “A” (Figura 1) e
homogeneizado, em seguida foi retirado desse mesmo poço (linha A) 100 µL e
transferido para os poços da linha “B” , e assim repetiu-se sucessivamente até a linha
“H” , onde nesse ultimo poço foi descartado 100 µL, para que todos os poços
permanecessem com o mesmo volume.
Este método é conhecido como uma técnica de diluições seriadas, de forma
que as diluições decrescentes foram às seguintes: 1:2; 1:4; 1:16; 1:32; 1:64; 1:128:
1:256 , assim as concentrações obtidas foram: 500,0; 250,0; 125,0; 62,5; 31,2; 16,0;
[85]
8,0, 4,0 e 2,0 µg/mL . Posteriormente a adição do caldo MH e dos compostos, foi
adicionada 10,0 µL do inoculo em todos os poços.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
B
Legenda:
C
D Compostos
E DMSO
F
Cloranfenicol
G
H Branco
26
3.2 Preparação dos complexos precursores
As manipulações das soluções foram realizadas em atmosfera inerte (Ar)
utilizando-se técnicas de Schlenk. Todos os solventes foram previamente desareados
borbulhando-se Ar.
3.2.1 [RuCl2(PPh3)3] [89]
RuCl3.3H2O (2,505 g, 9,580 mmol) em 250 mL de MeOH foram refluxados por
15 minutos. Após resfriar a 0 °C, adicionou-se PPh3 (16,600 g, 63,286 mmol). A reação
foi mantida em refluxo por 3,5 horas. O sólido marrom escuro, formado durante a
reação, foi filtrado a quente, lavado com MeOH e n-hexano quentes e seco a vácuo.
Rendimento: 8,267 g (90 %).
3.2.2 [Ru(H)(Cl)(CO)(PPh3)3][90]
PPh3 (1,580 g, 6,00 mmol) foi adicionado em 20mL de 1,4-dioxano, mantidos
sob agitação e refluxo. Após 15 minutos, RuCl3.3H2O (0,260 g, 1,15 mmol) e
formaldeído aquoso (20mL, 40%) foram adicionados rapidamente à solução e a
mistura de reação foi mantida em refluxo por 3 horas. Ocorreu a precipitação de um
sólido de cor branco. O sólido foi filtrado e lavado com etanol, água, etanol e n-hexano
e seco a vácuo. Rendimento: 0,890 g(93%).
27
3.2.5 cis,cis-[RuCl2(PPh3)2(ampy)] [93]
A síntese do complexo também foi executada seguindo a literatura com
pequenas alterações: o ligante ampy (0,160mL,1,55mmol) foi adicionado a uma
suspensão de [RuCl2(PPh3)3](1,34 g,1,40mmol) em n-hexano. Após 2 h de agitação
sob refluxo a solução foi concentrado, no qual resultou um precipado amarelo. O
sólido foientão filtrado, lavadocom éter,e seco sob vácuo.
3.2.6 [Ru(Cl)(CO)(k3-P,P,O-DPEphos)(PPh3)](PF6)
O composto [Ru(Cl)(CO)(k3-P,P,O-DPEphos)(PPh3)][PF6]foi sintetizado por
meio da adição de 0,051 g (0,064 mmol) de trans,trans,trans-[RuCl2(CO)(dmf)(PPh3)2],
0,38 g (0,070 mmol) de DPEphos e0,013 g (0,071 mmol) de hexafluorofosfato de
potássio (KPF6)a 5 mL de metanol em um frasco de Schlenk. A mistura foi mantida em
agitação a uma temperatura de 90º C por 18 horas. Passado esse tempo, o
precipitado formado de cor amarela intensa foi filtrado, lavado com metanol, éter etílico
e água destilada e seco a vácuo. Por meio desse procedimento, obteve-se 0,052 g do
complexo desejado com um rendimento de 84 %.
4 Síntese dos complexos
4.1 cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(N-N)] – N-N = bipy, Me-bipy, MeO-bipy, fen,
tetrametilfen e trans,trans-[RuCl2(DPEphos)(N-N)] – N-N = en
4.1.1cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(N-N)]
Para a série de compostos cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(N-N)] (N-N = bipy,
Mebipy, MeObipy, fen e tetrafen) as sínteses foram realizadas da seguinte forma:
foram adicionados em um frasco Schlenk trans,mer-[RuCl2(κ3-P,P,O-DPEphos)(PPh3)]
(0,038 g, 0,040 mmol), 2,2'-bipiridina (0,006 g , 0,038 mmol) e CH2Cl2 (30 mL). A
mistura então foi mantida sob agitação e refluxo durante 12 h. A solução de coloração
vermelha foi concentrada até 5 ml e a ela foi adicionado n-hexano (25 mL). O sólido
formado foi filtrado em funil de placa de vidro sinterizado, foi lavado com éter etílico
(15mL),n-hexano quente (15mL) e seco sob vácuo. Rendimento: 90 % (0,029 g, 0,034
mmol). RMN 1H (400 MHz, CDCl3): δ 6.07 ppm (m, bipy, 2 H), δ 6.68−7.47 ppm (m, Ph,
28H), δ7.79 ppm (d, bipy,JHH = 7.2 Hz, 2 H), δ 7.94 ppm (d, bpy,JHH = 8.0 Hz, 2 H), δ
8.34 ppm (d, bipy,JHH = 6.0 Hz, 1H), δ 9.05 ppm (m, bipy, 1H). RMN31P{1H} (162 MHz,
CDCl3): δ 38,10ppm(d,2JPP = 32,40 Hz), δ 32,00ppm (d,2JPP = 31,60 Hz). Análise
elementar: C46H36Cl2N2OP2Ru. Calculado: C 64,07; H 4,07; N, 2,82;
4.1.2cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(Mebipy)]
Rendimento: 90 % (0,029 g, 0,034 mmol). RMN1H (400 MHz, CDCl3): δ 2,28
ppm (s, CH3, 3H), δ 2,45 ppm (s, CH3, 3H), δ 6,02 ppm (dd,JHH = 5,96 Hz; 1,72 Hz 1 H
28
Mebipy). δ 6,09 ppm (dd,JHH = 8,51 Hz; 3,65 Hz 1 H Mebipy) δ 6,18−8,16 ppm (m, Ph,
28H e Mebipy, 3H) δ 8,80 ppm (dd,2JHH = 5,72 Hz; 2,56 Hz 1 H Mebipy). RMN31P{1H}
(162 MHz, CDCl3): δ 32,20 ppm (d,2JPP = 32,6 Hz), δ 38,90 ppm (d,2JPP = 32,53Hz).
Análise elementar: C48H40Cl2N2OP2Ru. Calculado C 64,43; H 4,51; N 3,13;
Encontrado: C 64,44; H 4,33; N 2,92.
4.1.3 cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(MeObipy)]
Rendimento: 87 % (0,024 g, 0,026 mmol).1H RMN (400 MHz, CDCl3): δ 2,76
ppm (s, OCH3, 3H), δ3,65 ppm (s, OCH3, 3H), δ5,61 ppm (dd,2JHH = 6,60 Hz; 2,23 Hz 1
H MeObipy). δ5,97 ppm (dd,2JHH = 8,35 Hz; 3,82 Hz 1 H MeObipy) δ 6,12−7,99ppm
(m, Ph, 28H e MeObipy, 3H) δ 8,81 ppm (dd,2JHH = 6,60 Hz; 3,23 Hz 1 H
31
MeObipy). RMN P{1H} (162 MHz, CDCl3): δ 34,00 ppm (d,2JPP = 31,90 Hz), δ41,56
ppm (d,2JPP = 31,70 Hz). Análise elementar: C48H40Cl2N2O3P2Ru. Calculado C 62,21;
H 4,35; N 3,02; Encontrado: C 62,52; H 4,34; N 2,75.
4.1.4 cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(fen)]
Rendimento: 88 % (0,024 g, 0,027 mmol). 1H RMN (400 MHz, CDCl3): δ 6,45
a 7,92 (m, 28 H Ph), δ 9,49 (m, 1 H fen), δ 8,63 (d, 2JHH = 5,52 Hz 1 H fen), δ 8,08 (dd,
2
JHH = 8,08 Hz2JHH = 1,21 Hz 2 H fen), δ 7,83 (m, 2 H fen), δ 6,64 (m 1 H fen), δ 6,09
31
(m, 1 H fen) P{1H} RMN (162 MHz, CDCl3): δ 32,80 ppm (d,2JPP = 31,90 Hz), δ38,70
ppm (d,2JPP = 31,70 Hz). Análise elementar: C48H36Cl2N2OP2Ru. Calculado C 64,72; H
4,07; N, 3.14; encontrado: C 65,02; H 3,90; N 2,94.
4.1.6 cis,cis-[RuCl2(DPEphos)(ampy)]
Em um tubo de Schlenk foram adicionados cis,cis-[RuCl2(PPh3)2(ampy)]
(0,030 g; 0.03 mmol) a 20 mL de benzeno com 0,022 g de DPEphos e a mistura
reacional foi mantida em refluxo, agitação constante durante 6 h. O volume da mistura
29
foi reduzida e adicionou-se n-hexano para precipitar o sólido formado. O produto
laranja obtido foi filtrado e lavado com n-hexano (10mL), éter (10mL) e seco sob
vácuo. Rendimento: 94 % (0,024 g, 0,029 mmol). 1H RMN (400 MHz, CD2Cl2): δ2,45
ppm (m, NH, 1H ampy), δ3,02 ppm (m, CH2, 1 H ampy), δ3,14 ppm (bs,NH 1 H
ampy),δ3,72 ppm (m, CH21H ampy) δ 6,12−8,12 ppm (m, Ph, 28H e ampy, 3H) δ 8,62
ppm (m 1 H ampy). 31P{1H} RMN (162 MHz, CD2Cl2): δ 37,60 ppm (d,2JPP = 34,20 Hz),
δ 46,60 ppm (d,2JPP = 33,20 Hz).Análise elementar C42H36Cl2N2OP2Ru Calculado C
61,62; H 4,43; N 3,42; Encontrado C 61,36; H 4,21; N 3,19.
4.1.7trans,trans-[RuCl2(DPEphos)(en)]
Foram adicionados em um Schlenk trans, mer-[RuCl2(k3-P,P,O-
DPEphos)(PPh3)] (0,030 g; 0,03 mmol) e 1,2-etilenodiamina (22 μL; 0,033 mmol) em
20 mL de DCM desaerados. A mistura então sob atmosfera de argônio foi mantida sob
agitação durante 1h sob proteção da luz. A solução de coloração amarela foi
concentrada até 5 ml e foi adicionado n-hexano (25 mL). O sólido formado foi filtrado
em funil de placa porosa, lavado com éter (15mL) e n-hexano (15mL). O produto
isolado foi seco sob vácuo. Rendimento: 80 % (0,028 g, 0,024 mmol).1H RMN (400
MHz, CDCl3): δ 2,80 ppm (bs, CH2, 4H), δ 3,07 ppm (bs,NH2, 4H), δ 6,61−7,89 ppm
(m, Ph, 28H DPEphos). 31P{1H} RMN (162 MHz, CDCl3): δ 43,30 ppm (s).
30
mantida sob atmosfera de argônio e aquecida até refluxo. O meio reacional foi deixado
por 6h sob agitação constante e a mistura apresentou um sólido precipitado laranja
escuro. A solução foi reduzida a 10 mL e adicionados 50 mL de n-hexano. O sóilido foi
filtrado, lavado com n-hexano, éter etílico e seco sob vácuo. Rendimento: 89% (0,018
g, 0,018 mmol). 1H RMN (400 MHz, CDCl3): δ2,19 ppm (s, CH3, 9 Hp-tol), δ6,62 ppm
(dd, 2JHH = 8,01 Hz; 1,56 Hz,Ph, o-CH3, 6H p-tol) δ6,91-7,52 ppm (m; 34 HPh). 31P{1H}
RMN (162 MHz, CD2Cl2): δ29,38 ppm (d,2JPP = 29,10 Hz), δ54,69 ppm (t,2JPP = 29,10
Hz).
31
hexano. Obteve-se um sólido branco, o qual foi então filtrado lavado com 10 mL de n-
hexano quente, éter etílico, metanol, éter etílico e seco sob vácuo.
4.3.1 Série [RuCl(CO)(DPEphos)(N-N)][PF6]
4.3.1.1 [RuCl(CO)(DPEphos)(bipy)][PF6]
1
H RMN (400 MHz, CDCl3): δ 6,10 ppm (ddd, JHH = 8,2 Hz JHH = 4,5, JHH = 6,2
Hz bipy,1H), δ 6,2 ppm (m, Ph,2H), 6,43 ppm (ddd, JHH = 7,7 Hz, JHH = 6,2, JHH = 1,0
Hz bipy 1H)δ 6,79−7,67 ppm (m, Ph, 24H), δ 7,84 ppm (d, bpy,JHH = 6,0 Hz, 1H), δ 8,04
ppm (m,Ph, 1H), δ 8,76 ppm (m,bpy, 1H), δ 9,23 ppm (m, Ph, 1H). 31P{1H} RMN (162
MHz, CDCl3): δ 3,5 ppm(d,2JPP = 27,6 Hz), δ 34.8 ppm (d,2JPP = 27,5 Hz) FTIR:
(ν CO): 1984 cm-1.
4.3.1.4 [Ru(Cl)(CO)(k3-P,P,O-DPEphos)(p-MeO)][PF6]
O composto [Ru(Cl)(CO)(k3-P,P,O-DPEphos)(p-MeO)]PF6foi sintetizado
adicionando-se 0,064 g (0,057 mmol) do composto 1 e 0,061 g (0,17 mmol) de tri(4-
metoxifenil)fosfina em 5 ml de diclorometano.A solução formada foi mantida em refluxo
por 18 horas. Após esse tempo, o volume da solução foi reduzido a cerca de 2 mLe
adicionou-se 4 mL hexano. A mistura formada foi filtrada e o sólido foi lavado com
água, hexano e éter etílico e seco a vácuo. Por meio desse procedimento, obteve-se
0,049g com um rendimento de 90 %.
32
4.4 Série de compostos contendo o ligante tren - N,N-bis(2-
aminoetil)etano-1,2-diamina
4.4.1p,t-[Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2
Uma suspensão de [RuCl2(CO)(PPh3)2(dmf)] (100 mg, 0,124 mmol) e tren (30
μL) em 20 mL de MeOH foram refluxados por 4 horas. Em seguida o volume do
solvente foi concentrado até 2 mL, e a adição de éter etílico precipitou o composto
branco. O sólido foi filtrado e lavado com água, éter etílico, hexano, éter etílico e seco
31
a vácuo. Rendimento: 0,071 g - 70 %. RMN: P{1H} (Acetona-d6, 400 MHz, 273 K):
δ = 46,7 ppm PPh3; RMN1H: δ = 7,65 - 7,12 (m, 15 H PPh3), 4,71 – 4,34 (m, 6 H NH2),
3,85 – 3,35 (m, 12H CH2-tren); FTIR: (ν CO): 1980 cm-1Análise elementar
C25H33N4OCl2PRu: Calculado: C 49,35; H 5,47; N9,21. Encontrado: C 48,62; H 5,45;
N 9,35.
4.4.2p,t-[Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2
Foi seguido o procedimento realizado para o complexo
[Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2, partindo de [RuCl2(CO)(P{p-tol}3)2(dmf)] (100 mg, 0,112
31
mmol) Rendimento: 0,0784 g – 81 %. RMN: P{1H} (Acetona-d6, 400 MHz): δ = 44,6
ppm p-tol, RMN 1 H: 2,40 (s, 9H CH3-p-tol), 3,89 – 3,35 (m, 12H CH2- tren), 4,71 –
4,34 (m, 6 H NH2); FTIR: (ν CO): 1988 cm-1
33
5 Fluxograma das sínteses
34
6 Resultados e discussões
6.1 Caracterização dos complexos da série mer-[RuCl2(P-O-P)(PR3)]
6.1.1 Espectroscopia de RMN de Fósforo
31
A técnica de ressonância magnética nuclear de P é uma ferramenta
indispensável para caracterização de compostos de coordenação que contém ligantes
fosfínicos. Diferenças eletrônicas, tais como substituintes mais eletronegativos ligados
aos átomos de fósforo, efeitos estéricos e tamanho de anel quelato causam alterações
no ligante livre e também coordenado, os quais podem ser correlacionados a
deslocamentos químicos. Os complexos contendo dpephos e monofosfinas foram
caracterizados através da RMN de fósforo.
A síntese do complexo trans, mer-[RuCl2(P-O-P)(PPh3)] já foi relatada na
literatura mas difere-se da rota sintetica aqui aprensentada e os dados de RMN de
31
P{1H} (figura 17) são coerentes com os dados já descritos. [92]
31
Figura 18 - Espectros de rmn RMN de P{1H} do complexo trans, mer -
[RuCl2(P-O-P)(PPh3)] em DCM.
35
Os dados de espectroscopia de RMN de fósforo assim como os dados da
literatura indicam que os dois átomos de fósforo do ligante DPEphos estão em
ambientes químicos equivalentes e o átomo de fósforo da monofosfina está ocupando
um sítio de coordenação trans ao átomo de oxigênio do ligante DPEphos.
Os complexos contendo P{p-tol}3 (tri-p-toluilfosfina), P{p-metoxi}3 (tri-p-
metoxifosfina) e P{p-flúor}3 (tri-p-fluorfosfina) foram sintetizados e isolados e
apresentaram perfil espectral semelhante ao complexo anterior. A monofosfina
trifenilfosfina do complexo precursor foi substituída pela monofosfina tri-p-metoxifosfina
na reação.
Os espectros dos três produtos obtidos (R = fenil; p-metoxi, p-toluil e p-flúor)
apresentaram um tripleto e um dupleto (figura 18).
31
Figura 19 - Espectros de rmn de P{1H} dos complexos trans, mer -[RuCl2(P-
O-P)(PR3)] em CH2Cl2.
36
Os deslocamentos químicos δ 31P{1H} e os respectivos valores de constante
de acoplamento 2JP-Pestão na tabela 1 e concordam com valores de deslocamentos
químicos de fósforo de complexos análogos publicados na literatura.[92]
37
Figura 20 - Estrutu
ura cristalog
gráfica do complexo
c m
mer-[RuCl 2P-
-O-P)(P{p-tol}3)].
Tabela
a 2- Distâ
âncias de ligações seleciona
adas para
a o comp
plexo
complexo mer--[RuCl2(P-O
O-P)(P{p-to
ol}3)].
Ligação Dis
stância (Å)
O
O—Ru 2.2
249 (3)
C
Cl1—Ru 2.4
4075 (11)
C
Cl2—Ru 2.4
4125 (11)
R
Ru—P1 2.2
2688 (11)
R
Ru—P3 2.3
3543 (12)
R
Ru—P2 2.3
3552 (12)
6.1.3 RMN
R de Hid
drogênio
Pode-sse notar tam
mbém o effeito causado nos desslocamento
os químicos
s dos
hidro
ogênios em posição orrto à substittuição no an
nel da monofosfina. O
Observa-se que
q o
sinal de hidrog
gênio maiss blindado é o sinall de hidrog
gênio das metoxilas com
deslo
ocamento químico
q δ 3,69
3 ppm (T
Tabela 3). Esse
E grupo
o substituintte é um ativ
vador
38
orto-para mais forte que o flúor, o que então explica o deslocamento químico mais
protegido dos hidrogênios orto a metoxila presente na fosfina tri-p-metoxifosfina. [95]
δ 1H (ppm)
39
-5 -1
6,0x10 100 mV.s
-5
5,5x10
-5
5,0x10
-5
4,5x10
-5
4,0x10
-5
3,5x10
-5
3,0x10
-5
2,5x10
-5
i/A
2,0x10
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-6
5,0x10
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
-5
2,0x10
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-6
5,0x10
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
-5
-2,5x10
40
O complexo que apresentou maior valor de potencial de meia onda foi o
complexo que contém a tri-p-fluorfenilfosfina E1/2 = 0,56 V, ligante q possui valor de
pKa de 1,97,seguido pelo complexo contendo trifenilfosfina, E1/2 = 0,56 V (pKa = 2,73).
Os complexos [RuCl2(P-O-P)(P{p-tol}3)] e [RuCl2(P-O-P)(P{p-metoxi}3)] apresentaram
os mesmos valores de meia onda porém os ligantes monofosfínicos possuem valores
de pKa diferentes (pKa P{p-tol}3 = 3,84 e P{p-metoxi}3 = 4,57).
Essas variações de valores de potencial de meia onda podem ser
correlacionadas pelos valores de pKa dos ligantes monofísfinicos. Ligantes contendo
átomos de fósforo doadores mais básicos tendem a injetar mais elétrons nos íons
metálicos centrais, deixado-os mais ricos em elétrons. Esse efeito desloca os
potenciais de oxidação centrados no metal para região mais catódica.
pKa
R2
Complexos Epa/V Epc/V (Epa - Epc)/V E1/2 /V |Ipa/Ipc| monofosfina
(Ipvs v1/2)
[RuCl2(P-O-P)(P{p-fluor}3)] 0,69 0,59 0,10 0,64 1,049 0,9989 1,97
[RuCl2(P-O-P)(PPh3)] 0,62 0,50 0,12 0,56 1,015 0,9989 2,73
[RuCl2(P-O-P)(P{p-tol}3)] 0,55 0,45 0,10 0,50 1,013 0,9990 3,84
[RuCl2(P-O-P)(P{p-metoxi}3)] 0,56 0,43 0,13 0,50 1,011 0,9987 4,57
41
-1
20 mV.s
-5 -1
2,5x10 30 mV.s
-1
40 mV.s
-1
50 mV.s
-5 -1
2,0x10 60 mV.s
-1
70 mV.s
-1
80 mV.s
-5 -1
1,5x10 90 mV.s
-1
100 mV.s
-5
1,0x10
-6
5,0x10
i/A
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
Equation y = a + b*x
2,6x10-5 Weight No Weighting
Residual Sum 1,89598E-13
of Squares
-5 Pearson's r 0,99952
2,4x10 Adj. R-Square 0,99891
Value Standard Error
Intercept 4,5631E-7 2,41332E-7
-5 B
2,2x10 Slope 2,67339E-6 3,11558E-8
2,0x10-5
ipa
1,8x10-5
1,6x10-5
1,4x10-5
1,2x10-5
4 5 6 7 8 9 10
v1/2
42
Figura 25 - Equação da reação de formação do produto cis-[RuCl2(CO)2(P-P)].
43
deixando assim o fósforo trans ao CO pobre em elétrons π, ou seja, ocorre o
enfraquecimento da retroligação Ru-P.
31
Figura 26 - Espectro de RMN de P{1H} do complexo cis-[RuCl2(CO)2(P-P)]
(P-P = DPEphos) em CH2Cl2 da solução do meio reacional.
6.1.6Difração de raios X
44
Figura 27 - Estrutu
ura cristalog
gráfica do complexo
c ciss-[RuCl2(CO
O)2(P-P)].
É impo
ortane ressaltar a disttância Ru–P do átomo de fósforro trans ao
o CO,
send
do esta 2,45
54 Å (Tabela 5). Esta distância
d é consideravvelmente ma
ais longa do
o que
a ob ans ao Cl, 2,351 Å. A diferença
btida para o Ru–P tra a provém do forte ca
aráter
π ace etindo com o átomo de
eitador do CO compe d P trans pelo os m
mesmos elé
étrons
centrrais do rutê
ênio. O conttrário para o ligante Cl m ligante doador π. Estte por
C que é um
sua vez
v é um liigante com capacidade de desloc
car então elétrons
e no sentido Cl--Ru e
conssequenteme
ente desloccar elétronss ao ligante ecendo a liigação Ru--P.De
e P, fortale
form
ma geral, ass distância
as das ligaçções meta
al-ligante nesta estruttura mostram o
efeitto da influê
ência transs.
Tabela
a 5 - Princ
cipais dista
ancias sele
ecionadas de ligação
o do comp
plexo
cis-[[RuCl2(CO)2(P-P)].
Ligações Distâncias
s (Å)
Ru-Cl trans CO 2,461
Ru-Cl transs P 2,439
Ru-P trans CO 2,454
Ru-P transs Cl 2,351
CO trans Cl 1,131
CO trans P 1,100
C-Ru transs Cl 1,865
C-Ru transs P 1,954
45
Há também um destaque para as diferenças de comprimento de ligações dos
ligantes CO. Nota-se que a distância CO que está trans ao ligante Cl (que é um ligante
π doador) é 0,031 Å mais longa que o outro CO trans ao átomo de P (que é um ligante
π aceitador). A diferença nas distâncias de ligação CO pode ser explicado pelo fato de
que o ligante carbonil recebe elétrons do metal em orbitais moleculares de natureza π*
em relação a molécula de CO. E essa deslocalização dos elétrons em direção a esses
orbitais do CO, enfraquecem a ligação CO. Ou seja, a presença de um ligante
π doador trans ao CO enfraquece a ligação CO. Mas se avaliarmos as distâncias de
ligação C-Ru, o ligante Cl trans ao carbono terminal fortalece essa ligação trans a ele.
Observa-se que a distância C-Ru trans ao Cl é de 1,865 Å enquanto a ligação C-Ru
trans ao fósforo é de 1,954 Å.
46
Para os complexos dessa série pode-se correlacionar os valores de pKa dos
ligantes N-Heterocíclicos presentes na esfera de coordenação, como a MeObipy, Me-
31
bipy, bipy, fen e tetrafen com os deslocamentos de P{1H} do átomo de fósforo trans
ao nitrogênio dos ligantes N-N doadores citados acima.
Com os dados de difração de monocristais, pode-se avaliar as relações entre
31
deslocamentos químicos de rmn de P{1H}, distâncias de ligação P-Ru, ângulo de
ligação P-Ru-P e pKa dos ligantes N-N doadores. Os valores de deslocamentos
químicos de fósforo são relativos ao átomo de fósforo trans ao átomo de nitrogênio
dos respectivos ligantes N-N doadores (tabela 6).
O deslocamento químico do átomo de fosfóro é sensível ao tipo de N doador
(sp2 e/ou sp3) coordenado ao rutênio: varia 30,0-33,0 ppm e de 51,0 e 62,0 ppm em
complexos que tem apenas N (sp2) e pelo menos um N (sp3) coordenado ao metal,
[99]
respectivamente (tabela 6). Como descrito na literatura, os átomos de fósforo trans
ao átomo de nitrogênio da bipiridina têm seus deslocamentos químicos próximos a 30
ppm. Assim é plausível que o átomo de fósforo trans ao átomo de nitrogênio na família
de compostos cis, cis-[RuCl2(P-P)(N-N)] aparecem mais blindados que os átomos de
fósforo trans ao átomo de cloro.
Avaliando-se os valores de deslocamentos químicos para os espectros de
fósforo da série de compostos contendo os ligantes N-N doadores (iminas), observa-
se uma maior desblindagem (figura 30) dos núcleos de fósforo em função do aumento
do pKa do ligante N-N (MeO-bipy = 5.74; Me-bipy = 4.92; fen = 4.86; bipy 4.44). Isso
acontece devido a maiores doações sigma dos ligantes N-N que deixam o centro
metálico mais rico em elétrons. Deste modo, os átomos de fósforo apresentam
maiores deslocamentos químicos pela ação sinergística que os ligantes fosfínicos
apresentam. [100]
Tabela 6 - Valores de pKados respectivos ligantes N-N,deslocamentos
químicos de rmn de 31P{1H}, distâncias Ru-P (P trans a N) e ângulos de ligação P-
Ru-P.
Complexo pKa - (N-N doador) δ 31P{1H}– P Distância Å Ângulo P-Ru-P
trans N.
47
Para o complexo contendo o ligante ampy, pode-se observar que mesmo o
átomo de fósforo ocupar o sítio trans ao um ligante π aceitador (nitrogênio sp2 do anel
piridínico), o deslocamento químico de fósforo para esse átomo trans a Npy é
relativamente mais alto que os outros complexos da série (comparado aos valores de
deslocamentos de fósforo trans a Npy), pois o Npy possui a capacidade de sofrer
retroligação. Pode-se dizer então que há uma competição pelos elétrons do centro
metálico entre a fosfina e o ligante N doador.
Mas o fato que leva o complexo a revelar sinal de RMN de fósforo mais
desblindado, pode ser explicado pela presença de um grupo -NH2 com basicidade
elevada, pKa = 8,79, coordenado ao centro metálico. Então é plausível propor que o
centro metálico sofre maior doação sigma, pois o átomo de N sp3 contrabalança ou até
supera a acidez π presente no ligante ampy (N sp2 do anel piridínico) e
consequentemente intensifica a retrodoação π metal-ligante Ru-P.
Pode-se também fazer uma avaliação do ângulo de quelato P-Ru-P com
relação à basicidade do ligante N-N doador presente na esfera de coordenação. Para
os dois complexos contendo ligantes N-N doadores fen e tfen, o menor ângulo de
ligação P-Ru-P foi o composto contendo o ligante 3,4,7,8-tetrametil-1,10-fenantrolina
que possui o maior pKa.
Para o grupo de complexos contendo bipiridinas (bipy, Mebipy e MeObipy), a
ordem de pKa é a seguinte: bipy < Mebipy < MeObipy. Os respectivos valores dos
ângulos de quelato P-Ru-P são: N-N bipy – 100,85; N-N Mebipy – 100,01; N-N
MeObipy – 99,42. Há uma relação para esses compostos entre os valores de pKa do
ligante N-N doador e o respectivo ângulo de quelato do ligante P-P. Observa-se
menores ângulos de quelato do ligante bifosfínico enquanto maiores valores de pKa
dos ligantes N-N doadores.
Para os dois compostos contendo fenantrolinas, o menor ângulo, apesar de
pequena diferença, é para o complexo que contém o ligante N-N com maior
basicidade. O complexo com menor ângulo de ligação P-Ru-P foi o composto
contendo o ligante N-N doador etilenodiamina.
48
31
Figura 28 -Especctro de rmn
n de P{1H}
H dos prod
dutos obtidos das rea
ações
entre
e o complexxo precurso
or mer-[RuC
Cl2(P-O-P)(PPh3)] com
m os ligante
es bipy, Me--bipy,
MeO
O-bipy, fen, tfen
t ampy e en.
Cl
P N
Ru
P N
Cl
49
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 ppm
8.34
3.22
5.76
4.49
4.41
2.07
3.92
4.13
31
Figura 29 - Espectro de rmn de P{1H} e de 1H do produto obtido da reação
entre o complexo precursor mer-[RuCl2(P-O-P)(PPh3)] e o ligante N-N en.
43.263
40.213
39.789
80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 ppm
50
No espectro surgiram um novo conjunto de dois dupletos, um simpleto em
54,30 ppm e outro em 39,90 ppm com constante de acoplameno de 34,30 Hz
característico de átomos de fósforos em ambientes químicos não equivalentes em
posição cis. Nota-se também a ausência de sinal de fósforo em regiões negativas do
espectro, o que sugere a permanência na esfera de coordenação do ligante fosfínico.
51
Tabela 7 - Principais distancias selecionadas de ligação do complexo
trans-[RuCl2(P-P)(en)].
Ligações Distâncias (Å)
Ru-Cl1 2,432
Ru-Cl2 2,412
Ru-P2 2,295
Ru-P1 2,304
Ru-N1 2,177
Ru-N2 2,175
52
A estrutura deste composto pode ser descrita como monomérica, formando
um complexo próximo de uma estrutura octaédrica distorcida, com um arranjo cis dos
cloretos, sendo que um dos átomos de cloro está trans a um átomo de fósforo e o
outro Cl trans ao nitrogênio amínico do ligante ampy. Destaque para um dos átomos
de fósforo ocupar posição trans ao nitrogênio piridínico do ligante ampy.
53
Figura 34 - Estrutura cristalográfica para o complexo cis-[RuCl2(P-P)(Mebipy)].
Tabela 9- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo cis-
[RuCl2(P-P)(Mebipy)].
Ligações Distâncias (Å)
Ru-Cl trans N 2,431
Ru-Cl trans P 2,463
Ru-P trans Cl 2,315
Ru-P trans N 2,362
Ru-N trans P 2,102
Ru-N trans Cl 2,072
54
Figura 35 - Estrutura cristalográfica para o complexo cis-[RuCl2(P-
P)(MeObipy)].
Tabela 10- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo
cis-[RuCl2(P-P)(MeObipy)].
Ligações Distâncias (Å)
Ru-Cl trans N 2,439
Ru-Cl trans P 2,474
Ru-P trans Cl 2,297
Ru-P trans N 2,340
Ru-N trans P 2,094
Ru-N trans Cl 2,093
55
Figura 36 - Estrutura cristalográfica para o complexo cis-[RuCl2(P-P)(fen)].
56
Figura 37 - Esstrutura crristalográfic
ca para o complexxo cis-[RuC
Cl2(P-
P)(te
etrafenfen)].
Tabela
a 12 - Princ
cipais distancias selecionadas de ligação
o do comp
plexo
cis-[[RuCl2(P-P))(tetrafenfe
en)].
Ligações Distâncias
D (Å
Å)
Ru-Cl trans N
R 2,452
R
Ru-Cl trans P 2,462
R
Ru-P trans Cl
C 2,296
R
Ru-P trans N 2,368
R
Ru-N trans P 2,120
R
Ru-N trans Cl
C 2,090
6.2.3 Análise
A de RMN
R de 1H e correlaç
ção a longa
a distância HMBC
ompostos contendo ligantes bipiridínicos
Os co b s apresentam sinais
s de
hidro
ogênio cara
aterísticos im
mportantes. O hidrogê
ênio alfa (ta
abela 13) a
ao nitrogên
nio do
anel piridínico de complexxos bifosfín
nicos conte
endo ligante
es N-N do
oadores imíínicos
aparece em reg
giões de de
eslocamenttos químico
os acima do
os hidrogên
nios aromá
áticos,
em re
egiões acim
ma de 8,00 ppm.
57
As integrações dos sinais revelaram a presença de um ligante N-N doador e
um ligante DPEphos na esfera da coordenação.
Tabela 13 - deslocamentos químicos para os hidrogênios alfa piridínicos
para a série [RuCl2(P-P)(N-N)] – N-N = bipy, Mebipy, MeObipy, fen e ampy.
Complexo δ 1H - hidrogênio alfa (ppm)
[92]
[RuCl2(P-P)(bipy)] 9,05
[RuCl2(P-P)(Mebipy)] 8,80
[RuCl2(P-P)(fen)] 9,49
[RuCl2(P-P)(tfen)] 8,81
[RuCl2(P-P)(MeObipy)] 8,81
[RuCl2(P-P)(ampy)] 8,62
31
A espectroscopia de ressonância multinuclear e especialmente a RMN de P
aliada as técnicas de correlações 2D são ferramentas de aplicações amplas na
investigação estrutural de novos complexos fosfínicos. Através da técnica de RMN 2D
HMBC(Heteronuclear Multiple Bond Correlation) 1H – 31
P (longa distância) é possível
observar as correlações a longa distância e assim atribuir os sinais de fósforo.
Então, o experimento heteronuclear HMBC 1H – 31
P é útil pois mostra os
acoplamentos que o fósforo tem com núcleos de hidrogênio à longa distância[104] e
fornece infromações muito importantes a cerca da configuração dos ligantes na esfera
de coordenação. Neste caso, é possível observar acoplamentos entre o fósforo
ehidrogênio do ligante bipiridínico que esteja em posição trans.[104]
Pode-se dessa forma então atribuir qual sinal de fósforo representa o átomo
de fósforo trans ao nitrogênio piridínico. No mapa de correlação mostrou o
acoplamento do hidrogênio alfa piridínico com o sinal de fósforo mais protegido, ou
58
seja, o átomo de fósforo que está trans ao nitrogênio aparece mais blindado no
espectro. Fato que pode ser explicado pela influência trans maior que o ligante
bipiridínico exerce sobre o ligante fosfínico em comparação ao ligante Cl. O ligante N-
N doador possui orbitais π∗ vazios capazes de receber elétrons do metal. Isso acarreta
na competição por elétrons entre os ligantes trans, tornando a retroligação Ru-P
menor. Isso causa blindagem do sinal do fósforo.
59
31
Figura 39 - Espectros de RMN de P{1H} sobrepostos: (a) produto obtido da
reação do complexo [RuCl2(P-P)(MeObipy)] em solução de MeOH na presença de sal
31
triflato de prata; (b) espectro de RMN de P{1H} da solução de DCM contendo 0,1
mol.L-1 de sal PTBA e o complexo [RuCl2(P-P)(MeObipy)].
60
Figura 40 - Espectros de RMN de fósforo dos compostos submetidos a
solução de PTB 0,1 mol.L-1 - (a) [RuCl2(P-P)(MeObipy)]; (b) [RuCl2(P-P)(Mebipy)]; (c)
[RuCl2(P-P)(fen)]; (d) [RuCl2(P-P)(tetrafen)].
Observa-se que no voltamograma há um processo reversível correspondente
ao par Ru III/II Epara toda série da família de compostos contendo os ligantes N-N
doadores. Porém, observa-se que em torno de 1,18 V um segundo processo que foi
atribuído a espécie catiônica [RuCl(P-P)(N-N)]+.
-5 -1
3,5x10 100 mV.s
-5
3,0x10
-5
2,5x10
2
-5
2,0x10
1
-5
1,5x10
-5
1,0x10
i/A
-6
5,0x10
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
1
mV.s-1.
61
Tabela 14 - Valores de pico anódico (Epa), pico catódico (Epc), diferença
entre os valores de pico anódico e catódico, E1/2, razão entre Ipa e Ipc e valor de R2
para os complexos da série [RuCl2(P-P)(N-N)].
(Epa - Epc) / R2
Complexos Epa/ V Epc/ V E1/2 / V |Ipa/Ipc|
V (Ipvs v1/2)
ampy 0,61 0,52 0,09 0.57 1.10 0,9996
bipy 0,62 0,52 0,10 0,67 0,91 0,9985
en 0,45 0,33 0,12 0,39 0,96 0,9952
fen 0,64 0,53 0,11 0,59 0,98 0,9991
MeObipy 0,54 0,44 0,10 0,49 0,89 0,9953
Mebipy 0,59 0,48 0,11 0,54 0,85 0,9965
tetrafen 0,56 0,46 0,10 0,51 0,97 0,9968
ferroceno 0,68 0,59 0,09 0,63 1,07 0.9951
-6
2,0x10
0,0
-6
-2,0x10
-6
-4,0x10
-6
-6,0x10
-6
-8,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,2x10
-5
-1,4x10
-5
-1,6x10
62
Tabela 15 - Valores de pico anódico (Epa), pico catódico (Epc), diferença
entre os valores de pico anódico e catódico, E1/2, razão entre Ipa e Ipc e valor de R2
para os complexos da série [RuCl2(P-P)(N-N)].
Complexo E1/2 pKa ligante N-N
Sabe-se que o ligante en possui dois átomos de nitrogênio sp3, com valor de
pKa de 10,71. O composto contendo esse ligante foi o que apresentou menor valor de
meia onda.
Um fator que soma-se ao efeito da basicidade intrínseca do ligante N-N, o
complexo possui também dois ligantes cloro doadores π em posição trans, o que então
deixa o metal mais rico em elétrons, diminuindo seu potencial de oxidação.
O grupo de compostos que contém bipy, Mebipy e MeObipy, segue a ordem
de basicidade dos ligante N-N doadores, ou seja, o ligante MeObipy possui o menor
valor de E1/2. E para os dois compostos contendo fenantrolinas, o que apresentou
menor valor de oxidação foi o complexo contendo tetrafen.
63
indicativa para fósforos em posição cis para compostos de coordenação.
64
5.1 – Difração
D de raios X
Na figu
ura 43 está
á representtado a estrutura crista
alográfica p
para o complexo
carbo
onilo conten
ndo o ligantte N-N doad
dor 2,2-bipirridina.
Tabela
a 16- Princ
cipais dista
ancias sele
ecionadas de ligação
o do comp
plexo
cis-[[RuCl(CO)(P-P)(bipy]((PF6).
Ligaç
ção Dis
stâncias (Å)
P-Ru (trans CO) 2,6
605
P-Ru (trans N) 2,3
377
Cl-Ru 2,4
407
N-Ru (trans P) 2,138
N-Ru (trans Cl) 2,103
C-O 1,134
65
É importante ressaltar o fato da distância P-Ru trans ao ligante CO ser 2,605
Å, ou seja, 0,228 Å mais longa que a ligação P-Ru trans ao nitrogênio piridínico, 2,377
Å. Fato que pode ser explicado pela forte influência trans que o ligante CO possui em
compostos de coordenação.[97]
É possível também observar o efeito que a ligação N-Ru trans ao átomo de
fósforo possuir um valor de 2,138 Å, sendo essa mais longa que a ligação N-Ru trans
ao átomo de cloro, 2,03 Å, ilustrando então a influência trans do ligante de fósforo
levemente mais forte que o ligante N doador.
66
6.5 Sín
ntese e ca
aracterização do com
mplexo tra
ans-[RuCl(C
CO)(P-O-P))(P{p-
meto
oxi}3)](PF6)
O com
mposto foi sintetizad
do seguind
do a rota
a descrita na figura
a 44.
Primeiramente o complexxo catiônico
o carbonílic do a monoffosfina PPh3 foi
co contend
do, isolado
obtid o e caractterizado. Esse
E então
o foi subm
metido à substituição
o da
mono
ofosfina.
PR3 C
Cl
PPh
h3 ou P{p-tol}}3, Cl OC PR3
PR3
MeO
OH, Ar CO, DMF
RuC
Cl3.H2O Ru R
Ru
Refluxo,
R 4h 4h
R3P Cl R3P DMF
R = Ph C
Cl
DPEphos
s Ar
MeOH
H Refluxo
KPFF 18 horas
(PF6) PF6)
(P
O O
Cl P p-metox
xi Cl P
Ru DCM
M, refluxo, 18
8 horas R
Ru
P C
CO P CO
P{p-me
etoxi}3 PPh3
Figura 45 - Fluxog
grama da síntese do complexo
c tra
ans-[RuCl(C
CO)(P-O-P))(P{p-
meto
oxi}3)](PF6)
67
Tabela 17- Principais distancias selecionadas de ligação do complexo
trans-[RuCl(CO)(P-O-P)(P{p-metoxi}3](PF6).
Ligação Distâncias (Å)
P-Ru (transP) 2,411
P-Ru (trans P) 2,398
Cl-Ru 2,420
O-Ru (trans P) 2,224
P-Ru (trans O) 2,321
C-O 1,137
44 42 40 38 36 34 32 30 28 26 24 22 20 18 ppm
0.991
0.987
1.000
31
Figura 47 - Espectro de rmn de P{1H} do complexo trans-[RuCl(CO)(P-O-
P)(P{p-metoxi}3)](PF6) em solução de dicloro/capilar D2O H3PO4 85%.
68
Observa-se que esse conjunto apresenta uma constante de acoplamento bem
acima do limite de 100 Hz (figura 46) para átomos de fósforo não equivalentes em
posição cis. Fato que indica a presença de dois átomos de fósforo não equivalentes
em posição trans. Isso foi confirmado pela difração de raios X de monocristal. Na
estrutura observa-se que o ligantes DPEphos está tridentado, seus átomos de fósforo
estão trans e a monofosfina trans ao átomo de oxigênio.
Para verificar o que poderia causar o alargamento dos sinais foram feitos rmn
31 1 31
de P{ H} foram feitos experimentos de rmn de P{1H} em variadas temperaturas
(figura 47).
31
Figura 48 - Rmn de P{1H} (solução de dicloroetano/capilar D2O H3PO4 85%)
do complexo trans-[RuCl(CO)(P-O-P)(P{p-metoxi}3)](PF6) em diferentes temperaturas.
Temperaturas variando de 238 K a 357 K.
Esse comportamento leva a especulação de a molécula apresenta duas
diferentes conformações (figura 48).
69
7 Testes de atividade catalítica para os complexos contendo ligantes N-
N doadores
Ouso de complexos de rutênio em sistemas catalíticos tem uso amplo tanto
na indústria de química fina como na indústria farmacêutica. Dentro dessas
aplicações, a hidrogenação e a transferência de hidrogênio são as aplicações mais
estudadas e importantes.
Nesse trabalho foram utilizados os complexos para estudo de atividade
catalítica em reações de transferência de hidrogênio para redução de ligação C=O.
Nesse caso então, a fonte de hidrogênio empregado para as reduções foi o
isopropanol em solução básica de KOH.
Os testes foram conduzidos em sistemas fechados e em atmosfera de
Argônio, para evitar a contaminação com oxigênio atmosférico. A base utilizada nas
reações foi KOH 0,591 mol.L-1e como solvente isopropanol grau HPLC. Os valores da
conversão foram obtidos por cromatografia gasosa.
EN
AMPY
100
80
Conversao (%)
60
40
20
-200 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Tempo (s)
70
na estabilização do complexo hidreto pela adição na esfera de coordenação mais um
ligante π aceitador.[108]
Os pré-catalisadores também foram utilizados para redução de cetonas p-
substituídas e apresentaram valores de TOF acima de 3000. As reações foram feitas
com uma proporção 1:20:500 (Ru:base:substrato). Os resultados obtidos para três
complexos testados nestas condições são apresentados na tabela 18.
[RuCl2(P-P)(ampy)] [RuCl2(P-P)(en)]
% Conversão % Conversão
60 s 90 s TOF 60 s 90 s TOF
71
Tabela 19 - Reações de transferência de hidrogênio na redução da
acetofenona para a série de compostos N-N
Complexo TOF
[RuCl2(P-P)(bipy)] 603
[RuCl2(P-P)(Mebipy)] 882
[RuCl2(P-P)(MeObipy)] 2678
[RuCl2(P-P)(fen)] 704
[RuCl2(P-P)(tfen)] 542
Condições: isopropanol, complexo (10 μmol - 1 mmol.L-1) KOH (0,2 mmol -
0,0125 mol.L-1)e acetofenona (5 mmol, 0,5 mol.L-1), em proporção 1:20:500, em
condições de 82 ºC. TOF calculados em tempos de 50% de conversão.
72
7.1 Formação do complexo hidreto e discussão do mecanismo
73
Obteve
e-se cristaiss vermelho escuro atra
avés da len
nta difusão de n-hexan
no na
soluçção do com
mplexo em benzeno.
b A estrutura es
stá representada na fig
gura 51.
Tabela 21 - Diistâncias de
d ligação para o complexo cis-[RuCl(H)(P-
P)(M
MeObipy)].
Ligaç
ção Dis
stâncias (Å)
P-Ru (transCl) 2,2
256
P-Ru (trans N) 2,2
299
Cl-Ru 2,5
503
N-Ru (trans P) 2,116
N-Ru (trans H) 2,184
Ru-H 1,5
566
74
Ru trans ao ligante hidreto provém da maior influência trans que o ligante hidreto
possui em complexos octaédricos quando comparado a ligantes fosfínicos.[97]
Se compararmos os valores de comprimento de ligações N-Ru presentes no
complexo cis-[RuCl2(P-P)(MeObipy)] (N-Ru trans a cloreto igual a 2,093 Å e N-Ru
trans a fósforo igual a 2,094 Å) observa-se então que após a substituição do ligante
cloreto pelo ligante hidreto, há um aumento dos comprimentos das ligações noi
complexo hidreto - N-Ru (trans P) 2,116 Å e N-Ru (trans H) 2,184 Å.
Mas se compararmos os comprimentos de ligação P-Ru (ligação P-Ru trans a
cloreto 2,297 Å e ligação P-Ru trans a N 2,340Å) presentes no complexo dicloro com
os valores de ligação presentes no complexo hidreto (P-Ru trans a cloreto 2,256 e P-
Ru trans a N 2,299) é possível observar um encurtamento das ligações P-Ru.
Esse fato pode ser explicado pela presença na esfera de coordenação de um
ligante que é doador σ muito forte, o hidreto. Isso deixa o metal rico em elétrons e
então fortalece as ligações P-Ru através da retroligação metal-fósforo.
Os sinais de RMNfósforo da amostra revelaram um deslocamento químico
maior em relação ao complexo precursor (δ 67,88 ppm e δ 58,77 ppm em comparação
com o precursor e δ 41.56 ppm δ 34.0 ppm – figura 50). Isso pode ser explicado pela
substituição do ligante cloreto cis ao ligante bifosfínico pelo hidreto. Esse ligante é um
doador σ mais forte que o cloreto o qual deixa o centro metálico mais rico em elétrons
e consequentemente, pelo efeito sinergístico que os ligantes fosfínicos sofrem,
deslocam os sinais para regiões mais desblindadas. [110, 111]
Na figura 52 está o espectro de hidrogênio onde observa-se que na região
negativa há um sinal centrado em -12,46 ppm (dd JH-P 29,15Hz e 28,21) com
[112]
multiplicidade de dupleto de dupletos, consequência do acoplamento H-P. Os
valores de constantes de acoplamento JH-P são característicos de átomos de
hidrogênio em posição cis a atomos de fósforo não equivalentes em complexos de
Rutênio.[113]
75
3.1 3.0 2.9 ppm
10 9 8 7 ppm
10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 ppm
0.957
1.056
1.148
1.081
4.664
5.539
6.094
3.653
1.060
0.987
2.947
2.906
1.000
Figura 53 - Espectro de rmn de 1H do produto obtido da reação do precursor
[RuCl2(P-P)(MeObipy)] em solução de KOH/i-propanol.
110
[RuCl (POP)(MeObipy)]
2
100
[RuCl(H)(POP)(MeObipy)]
90
80
70
Conversão (%)
60
50
40
30
20
10
0 5 10 15 20
Tempo (min)
76
Ainda, com o objetivo de examinar o possível mecanismo pelo qual a reação
ocorre nas condições, fez-se o rmn do complexo monohidreto em solução de benzeno
deuterado na presença de acetofenona, na proporção 1:1 catalisador:substrato.
Nessas condições, não detectou-se sinais característicos do respectivo
álcool. Então, foi feito o mesmo experimento utilizando isopropanol deuterado. Deixou-
se a solução em refluxo durante uma hora. Observou-se então (figura 54) o sinal
característico do 1-feniletanol (q, 4,76 ppm JH-H 6,51 Hz)
OH
HC
Ph
7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 ppm
Figura 55 – Espectro de hidrogênio do meio reacional benzeno deuterado na
presença de acetofenona, na proporção 1:1 catalisador:substrato.
77
Figura 56 - Proposta de ciclo catalítico via mecanismo de esfera interna.
78
Figura 57 - Estrutura genérica de um ligante tripodal, X pode ser igual a Y;
(b)Uma das estruturas do ligante tren coordenado[114].
Os átomos de nitrogênio terminais pode ser um simples NH2 [115, 116] ou grupos
[117, 118] [119] [120]
mais complexos, tal como 2-piridil , 2-pirrolil e 2-indolil , apenas para
mencionar alguns exemplos.
A presença de tais ligantesna esfera de coordenação do metal pode reduzir o
número de possíveis isômeros e, em complexos octaédricos, controlar a coordenação
dos outros ligantessítios remanescentes cis. O controle preciso da esfera de
coordenação do metal é desejável, e de crucial importância, com reflexos em catálise
[121, 122] [123, 124]
e biologia .Additionally, a presença de grupos -NH2 podem participar em
[125]
interações secundárias e ajudar a formação de ligação DNA-metal, como a
[126]
descoberta por Sadler et al .
O tris(2-aminoetil)amina é a primeira amina tripodal sintetizada e foi relatada
[114]
pela primeira vez em 1896 por Ristenpart . Desde então, vários compostos de
coordenação foram preparados, especialmente dos metais de transição primeira linha
[114, 127-129]
.
Embora a química contendo ligantes N doadores de rutênio é bem
[103, 122, 130-133]
documentada , exemplos de complexos de rutênio com ligante TREN são
raras. No início da preparação deste texto, tanto quanto é do nosso conhecimento,
apenas três exemplos de complexos, um de Ru (II) e dois de Ru (III), podem ser
encontrados na literatura. Recentemente, Zeller e colaboradores[134]adicionados mais
dois exemplos de Ru (II) complexos contendo TREN.
As reações desta série foram realizadas de acordo com a rota descrita na
figura 55. A primeira síntese nesta série foi realizada sem a presença de KPF6 no meio
reacional, formando o complexo com o contra-íon Cl, que apresentou solubilidade em
H2O.
79
PR3
H2 N NH 2 N
C
Cl D
DMF N H2N NH2
Ru (C
Cl) 2
M
MeOH, refluxo R
Ru
OC
C C
Cl
OC NH2
PR3 NH2
R = PPh 3 ou p-tol
p P 3
PR
Figura 59 - Estrutu
ura cristalog
gráfica do complexo
c [R
Ru(CO)(PPh
h3)(tren](PF6)2
80
Tabela 22 - Valores de comprimento selecionados para o complexo
[Ru(CO)(PPh3)(tren](PF6)2
Ligação Comprimento (Å)
Ru(1)-C(1) 1.8543(14)
Ru(1)-N(1)#1 2.1399(10)
Ru(1)-N(1) 2.1399(10)
Ru(1)-N(2) 2.1488(12)
Ru(1)-N(3) 2.1849(15)
Ru(1)-P(1) 2.3379(5)
O(1)-C(1) 1.1504(18)
81
Figura 60 - Estrutu
ura cristalog
gráfica do complexo
c [R
Ru(CO)(P{p--tol}3)(tren)]]Cl2
Tabela 24 - Va
alores de comprimen
nto selecio
onados para o complexo
[Ru(C
CO)(P{p-toll}3)(tren)]Cl2
Ligaçção Commprimento (Å
Å)
Ru(1))-P(1) 2.326
6
Ru(1))-N(1) 2.139
9
Ru(1))-N(2) 2.149
9
Ru(1))-N(3) 2.146
6
Ru(1))-N(4) 2.172
2
Ru(1))-P(1) 2.326
6
O(1)--C(1) 1.141
1
82
Tabela 25 - Valores de ângulos de ligação selecionados para o complexo
[Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2
Ligação Ângulo (º)
P1-Ru1-N1 172,50
P1-Ru1-C2 91,42
P1-Ru1-N2 98,32
P1-Ru1-N3 98,29
P1-Ru1-N4 92,80
N1-Ru1-C2 96,08
N1-Ru1-N2 81,41
N1-Ru1-N3 82,12
N1-Ru1-N4 79,70
C2-Ru1-N2 91,15
C2-Ru1-N3 88,50
C2-Ru1-N4 175,75
N2-Ru1-N3 163,39
N2-Ru1-N4 88,72
N3-Ru1-N4 90,42
Ru1-C2-O1 178,35
83
b)
84
Tabela 26 - Resultados obtidos de MIC (µg.mL-1) utilizando cepas de
bactérias Gram-positivas.
CEPAS GRAM-POSITIVAS
MIC (µg.mL-1)
[Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2 62.0 62.0 62.0 62.0 125.0 125.0 250 250 250
[Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2 500 500 500 500 500 500 500 500 500
PPh3 >500 >500 >500 >500 >500 >500 >500 >500 >500
P{p-tol}3 >500 >50 >500 >500 >500 >500 >500 >500 >500
A partir dos resultados da Tabela 26, observa-se que os ligantes na sua forma
livre não apresentaram atividade antibacteriana para nenhuma cepa bacteriológica,
pois obtiveram valores de MIC > 500 µg.mL-1, assim, pode-se atribuir o potencial de
inibição do crescimento das bactérias aos complexos metálicos. Também, o ligante
tren permanece tetradentado na esfera de coordenação, ressaltando novamente o
potencial da atividade aos complexos da série [Ru(CO)(PR3)(tren)]Cl2. Porém, o intuito
de utilizar complexos com ligantes mistos é a busca no aumento da atividade dos
[135]
compostos, através de um efeito sinérgico , o que possivelmente ocorre com os
complexos em estudo.
Comparando os dados obtidos neste trabalho com dados da literatura, observa-
se que, por exemplo, complexos de rutênio com ligantes bipiridínicos e fenantrolina,
[Ru(phen)3]2+ (phen = 1,10-fenantrolina) e [Ru(bipy)3]2+ (bipy = 4,4'-bipiridina),
apresentaram resultados de MIC maior do que 1024 µg.mL-1 (para os dois
[136]
complexos), frente a bactérias de S. aureus . Deparando esses valores com os
complexos estudados, os quais apresentaram valores de MIC igual a 62.0 µg.mL-1,
para o complexo [Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2, e 500 µg.mL-1 para o complexo
[Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2, respectivamente, observa-se que os complexos deste
trabalho possuem maior atividade antibacteriana diante de cepas de S.aureus,
principalmente o complexo [Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2.
85
O complexo [Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2 apresentou resultados mais
promissores do que o complexo [Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2 para todas as cepas Gram-
positivas. Assim, pode-se atribuir uma maior seletividade para este complexo frente a
este tipo de microrganismo.
Cabe ressaltar que são grupos de bactérias diferentes, assim, a composição
química, estrutura, permeabilidade da parede celular, fisiologia, metabolismo e
[87]
patogenicidade são distintas nas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas , da
mesma maneira, que os compostos estudados atuaram de forma diferente nas células.
Uma das principais diferenças entre essas bactérias é a parede celular. As
Gram-positivas possuem parede celular com uma única e espessa camada de
peptidioglicanos, responsável pela manutenção da célula e sua rigidez,
conseqüentemente possuem uma estrutura forte em tensão. Já as Gram-negativas,
possuem parede celular mais delgada e apresentam uma segunda membrana lipídica,
diferente da membrana plasmática, possuem um alto conteúdo lipopolissacarídeo
(LPS). [137]
A respeito de fatores de ataque ou agressão, as células Gram-positivas e Gram-
negativas caracterizam-se por graus diferentes de virulência. As bactérias Gram-
negativas são constituídas por uma endotoxina, o LPS, que lhes confere a propriedade
de patogenicidade, enquanto nas bactérias Gram-positivas a exotoxina, composta pelo
ácido lipoteicoico, que tem como característica principal a aderência [87, 88, 137].
Dessa forma, a partir dos resultados das Tabelas 26 e 27, observa-se que os
complexos da série [Ru(CO)(PR3)(tren)]Cl2 demonstraram boa atividade frente aos
dois grupos de bactérias. Quando esses resultados são comparados a penicilina G,
por exemplo, a mesma afeta bactérias gram-positivas, mas poucas bactérias gram-
negativas. Assim, os complexos [Ru(CO)(PR3)(tren)]Cl2, principalmente o complexo
[Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2 afeta amplamente tanto bactérias Gram-negativas quanto
Gram-positivas e podem ser chamados de compostos de amplo espectro, enquanto a
penicilina G, pode ser chamada de droga com espectro restrito de atividade
microbiana [87].
A partir da Tabela 27, observa-se que os complexos [Ru(CO)( P{p-tol}3)(tren)]Cl2
e [Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2 apresentaram valores iguais (MIC=500 µg.mL-1) frente à
bactéria E.coli, em todos os tempos de estudo.
86
Tabela 27 - Resultados obtidos de MIC (µg.mL-1) utilizando cepas de
bactérias Gram-negativas.
CEPAS GRAM-NEGATIVAS
MIC (µg.mL-1)
24 h 48 h 72 h 24 h 48 h 72h
PPh3 > 500 > 500 > 500 > 500 > 500 > 500
Ptol3 > 500 > 500 > 500 > 500 > 500 > 500
87
complexo [Ru(CO)(P{p-tol}3)(tren)]Cl2 foi testado quanto ao seu potencial
bacteriostático ou bactericida. A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar que o
complexo apresenta potencial bactericida frente às cinco cepas estudadas neste
trabalho.
Para o complexo [Ru(CO)(PPh3)(tren)]Cl2, foi realizado um estudo preliminar
citotóxico para averiguar os danos celulares. A partir dos resultados obtidos frente à
célula MCF10 (célula de mama saudável) (IC50> 200 µMol/L), o complexo não
apresentou citotoxicidade, também não demonstrou citotoxicidade frente a células
tumorais como MCF-7 e MDA-MB-231(células tumorais de mama) (IC50> 200 µMol/L).
Dessa maneira, pode-se assumir que este composto é promissor como fármaco
antibacteriano, pois demonstra uma seletividade a organismos procariontes e uma
não-toxicidade a organismos eucariontes.
Cabe ressaltar que essa série de complexos com fórmula
geral[Ru(CO)(PR3)(tren)]Cl2 são interessantes e seletivos frente as cinco cepas
bacterianas estudadas aqui, principalmente por se tratar de complexos solúveis em
água. Dessa maneira, esses complexos podem ser considerados compostos
relevantes na quimioterapia antibacteriana.
Por fim, compete enfatizar que existem alguns fatores importantes para que um
complexo metálico possa apresentar atividade antimicrobiana, tais como: fatores
estruturais, pode-se citar a capacidade que alguns ligantes apresentam em formar
anéis quelatos com diferentes centros metálicos; a natureza do ligante; carga total dos
complexos; geralmente a atividade antimicrobiana decresce na seguinte ordem:
catiônico > neutro> aniônico; a natureza do contra-íon, em complexos catiônicos e/ou
binucleares poderiam refletir em complexos com maior atividade; números de centros
metálicos, na maioria das vezes complexos binucleares são mais ativos do que
mononucleares [138].
88
9 Conclusão
O ligante bifosfínico DPEphos oferece uma váriedade de modos de
coordenação e também revelou potencial comportamento hemilábil. Vários novos
complexos de rutênio (II) contendo DPEphos em diferentes modos de coordenação
possíveis foram sintetizados e foram caracterizados. O ligante DPEphos possui ângulo
de quelato maior que 90°quando na forma bidentada através dos seus átomos de
fósforo com uma estrutura relativamente rígida porém versátil.
Compostos inéditos contendo o ligante bifosfínico DPEphos e N-N doadores
foram obtidos monocristai. Esses foram resolvidos, confirmaram os dados obtidos por
espectroscopia de ressonância magnética e os compostos demonstraram reatividade
com monóxido de carbono interessante.
De modo geral as reações de transferência de hidrogênio resultaram em
conversões consideráveis para os complexos contendo ligantes N-N doadores com
valores de TOF altos. Os complexos que contém pelo menos uma unidade NH2
demonstraram valores de TOF maiores que aqueles análogos imínicos, fato que pode
indicar que o mecanismo pelo qual os catalisadores amínicos atuam é através do
mecanismo de esfera externa.
Um complexo foi testado frente a solução básica de isopropanol e seu produto
foi isolado. Observou-se espectroscopicamente que ocorreu a substituição do ligante
cloreto cis ao átomo de fósforo do ligante DPEphos pelo ligante hidreto. Esse fato foi
comprovado pela difração de raios x de mono cristal.
O estudo in situ do complexo monohidreto revelou que quando em solvente
não prótico, o complexo hidreto não é transferido à cetona e que o teste em solvente
prótico produz o correspondente álcool. E através da espectroscopia de rmn de
31 1
P{ H} não detectou-se ligante fosfínico livre. Isso é uma indicativa de que o segundo
cloreto fornece o sítio de coordenação para o substrato e então os compostos imínicos
atuam através do mecanismo de esfera interna.
Dois compostos carbonílicos contendo o ligante tren foram sintetizados e
suas estruturas foram determinadas através de difração de raios x de monocristal.
Esses compostos solúveis em água e foram submetidos a ensaios antibacterianos e
revelaram resultados promissores.
89
10 Referências:
[1] LEEUWEN, P. W. N. M., Homogeneous Catalysis: Understanding the Art,
Springer, 2004.
[2] NOYORI, R., Asymmetric Catalysis: Science and Opportunities (Nobel Lecture).
Angewandte Chemie International Edition, 41, p.2008-2022, 2002.
[3] NEGISHI, E.-I., Magical Power of Transition Metals: Past, Present, and Future
(Nobel Lecture). Angewandte Chemie International Edition, 50, p.6738-6764, 2011.
[4] GRUBBS, R. H., Olefin-Metathesis Catalysts for the Preparation of Molecules and
Materials (Nobel Lecture). Angewandte Chemie International Edition, 45, p.3760-
3765, 2006.
[5] KNOWLES, W. S., Asymmetric Hydrogenations (Nobel Lecture). Angewandte
Chemie International Edition, 41, p.1998-2007, 2002.
[6] SUZUKI, A., Cross-Coupling Reactions Of Organoboranes: An Easy Way To
Construct C C Bonds (Nobel Lecture). Angewandte Chemie International Edition,
50, p.6722-6737, 2011.
[7] REPPE, W., SCHWECKENDIEK, W. J., Cyclisierende Polymerisation von Acetylen.
III Benzol, Benzolderivate und hydroaromatische Verbindungen. Justus Liebigs
Annalen der Chemie, 560, p.104-116, 1948.
[8] YEH, W.-Y., CHENG, Y.-J., CHIANG, M. Y., Substitution Reactions of
CpW2(CO)7(μ-PPh2) with Diphosphine Ligands. Organometallics, 16, p.918-925,
1997.
[9] ALLMAN, T., GOEL, R. G., The basicity of phosphines. Canadian Journal of
Chemistry, 60, p.6, 1982.
[10] BRAUNSTEIN, P., NAUD, F., Hemilability of hybrid ligands and the coordination
chemistry of oxazoline-based systems. Angewandte Chemie-International Edition,
40, p.680-699, 2001.
[11] NAWARA-HULTZSCH, A. J., HACKENBERG, J. D., PUNJI, B., SUPPLEE, C.,
EMGE, T. J., BAILEY, B. C., SCHROCK, R. R., BROOKHART, M., GOLDMAN, A. S.,
Rational Design of Highly Active “Hybrid” Phosphine–Phosphinite Pincer Iridium
Catalysts for Alkane Metathesis. ACS Catalysis, 3, p.2505-2514, 2013.
[12] NEWKOME, G. R., Pyridylphosphines. Chemical Reviews, 93, p.2067-2089,
1993.
[13] YAN, Y., UNIVERSITY, T. P. S., Development of Efficient Phosphorus Ligands
for Transition Metal Catalyzed Reactions, Pennsylvania State University, 2006.
[14] OSBORN, J. A., JARDINE, F. H., YOUNG, J. F., WILKINSON, G., The preparation
and properties of tris(triphenylphosphine)halogenorhodium(I) and some reactions
thereof including catalytic homogeneous hydrogenation of olefins and acetylenes and
90
their derivatives. Journal of the Chemical Society A: Inorganic, Physical,
Theoretical, p.1711-1732, 1966.
[15] EVANS, D., OSBORN, J. A., WILKINSON, G., Hydroformylation of alkenes by use
of rhodium complex catalysts. Journal of the Chemical Society A: Inorganic,
Physical, Theoretical, p.3133-3142, 1968.
[16] PRUETT, R. L., SMITH, J. A., Low-pressure system for producing normal
aldehydes by hydroformylation of .alpha.-olefins. The Journal of Organic Chemistry,
34, p.327-330, 1969.
[17] ISSLEIB, K., MÜLLER, D.-W., Alkali-Phosphorverbindungen und ihr reaktives
Verhalten, III. Darstellung ditert. Phosphine R2P [CH2]n PR2. Chemische Berichte,
92, p.3175-3182, 1959.
[18] HIEBER, W., FREYER, W., Zur Kenntnis der Reaktionen des Kobalttetracarbonyls
mit verschiedenartigen Basen, VII. Reaktionen des Kobaltcarbonyls mit Verbindungen
des 3-wertigen Phosphors und seiner Homologen. Chemische Berichte, 93, p.462-
467, 1960.
[19] CHATT, J., HART, F. A., 276. Reactions of tertiary diphosphines with nickel and
nickel carbonyl. Journal of the Chemical Society (Resumed), p.1378-1389, 1960.
[20] IWAMOTO, M., YUGUCHI, S., Reaction of Butadiene with Ethylene. II.1 New
Catalytic Systems in Synthesis of 1,4-Hexadiene. The Journal of Organic Chemistry,
31, p.4290-4291, 1966.
[21] NOYORI, R., Asymmetric Catalysis: Science and Opportunities (Nobel Lecture
2001). Advanced Synthesis & Catalysis, 345, p.15-32, 2003.
[22] POULIN, J.-C., DANG, T.-P., KAGAN, H. B., Hydrogenation catalytique homogene
a l'aide de complexes rhodium—diphosphines. Journal of Organometallic
Chemistry, 84, p.87-92, 1975.
[23] SELKE, R., PRACEJUS, H., Phosphinites of carbohydrates as chiral ligands for
asymmetric synthesis catalysed by complexes: Part II1. Superiority of phenyl 4,6-O-
(R)-benzylidene-2,3-O-bis(diphenylphosphino)-β-D-glucopyranoside for rhodium(I)-
catalysed hydrogenation of amino acid precursors. Journal of Molecular Catalysis,
37, p.213-225, 1986.
[24] KNOWLES, W. S., SABACKY, M. J., VINEYARD, B. D., Catalytic asymmetric
hydrogenation. Journal of the Chemical Society, Chemical Communications, p.10-
11, 1972.
[25] KNOWLES, W. S., SABACKY, M. J., VINEYARD, B. D., WEINKAUFF, D. J.,
Asymmetric hydrogenation with a complex of rhodium and a chiral bisphosphine.
Journal of the American Chemical Society, 97, p.2567-2568, 1975.
91
[26] MIYASHITA, A., YASUDA, A., TAKAYA, H., TORIUMI, K., ITO, T., SOUCHI, T.,
NOYORI, R., Synthesis of 2,2'-bis(diphenylphosphino)-1,1'-binaphthyl (BINAP), an
atropisomeric chiral bis(triaryl)phosphine, and its use in the rhodium(I)-catalyzed
asymmetric hydrogenation of .alpha.-(acylamino)acrylic acids. Journal of the
American Chemical Society, 102, p.7932-7934, 1980.
[27] BURK, M. J., C2-symmetric bis(phospholanes) and their use in highly
enantioselective hydrogenation reactions. Journal of the American Chemical
Society, 113, p.8518-8519, 1991.
[28] TOGNI, A., Planar-chirale Ferrocene: Synthesemethoden und Anwendungen.
Angewandte Chemie, 108, p.1581-1583, 1996.
[29] TOLMAN, C. A., Steric effects of phosphorus ligands in organometallic chemistry
and homogeneous catalysis. Chemical Reviews, 77, p.313-348, 1977.
[30] TOLMAN, C. A., Electron donor-acceptor properties of phosphorus ligands.
Substituent additivity. Journal of the American Chemical Society, 92, p.2953-2956,
1970.
[31] XIAO, S., TROGLER, W. C., ELLIS, D. E., BERKOVITCH-YELLIN, Z., Nature of
the frontier orbitals in phosphine, trimethylphosphine, and trifluorophosphine. Journal
of the American Chemical Society, 105, p.7033-7037, 1983.
[32] MARYNICK, D. S., .pi.-Accepting abilities of phosphines in transition-metal
complexes. Journal of the American Chemical Society, 106, p.4064-4065, 1984.
[33] DRAGO, R. S., JOERG, S., Phosphine EB and CB Values. Journal of the
American Chemical Society, 118, p.2654-2663, 1996.
[34] JOERG, S., DRAGO, R. S., SALES, J., Reactivity of Phosphorus Donors.
Organometallics, 17, p.589-599, 1998.
[35] GRAHAM, W. A. G., Approach to the separation of inductive and mesomeric
effects in complexes of the types LMn(CO)5 and LMo(CO)5. Inorganic Chemistry, 7,
p.315-321, 1968.
[36] GOLOVIN, M. N., RAHMAN, M. M., BELMONTE, J. E., GIERING, W. P.,
Quantitative separation of σ and π components of transition metal-phosphorus bonding
and the application of ligand effects in organometallic chemistry. Organometallics, 4,
p.1981-1991, 1985.
[37] TOBISCH, S., ZIEGLER, T., [Ni0L]-Catalyzed Cyclodimerization of 1,3-Butadiene:
A Density Functional Investigation of the Influence of Electronic and Steric Factors on
the Regulation of the Selectivity. Journal of the American Chemical Society, 124,
p.13290-13301, 2002.
92
[38] GLEICH, D., HUTTER, J., Computational Approaches to Activity in Rhodium-
Catalysed Hydroformylation. Chemistry – A European Journal, 10, p.2435-2444,
2004.
[39] PACCHIONI, G., BAGUS, P. S., Metal-phosphine bonding revisited. .sigma.-
Basicity, .pi.-acidity, and the role of phosphorus d orbitals in zerovalent metal-phospine
complexes. Inorganic Chemistry, 31, p.4391-4398, 1992.
[40] GONZÁLEZ-BLANCO, Ò., BRANCHADELL, V., Metal−Phosphorus Bonding in
Fe(CO)4PR3 Complexes. A Density Functional Study. Organometallics, 16, p.5556-
5562, 1997.
[41] LANDIS, C. R., FELDGUS, S., UDDIN, J., WOZNIAK, C. E., MOLOY, K. G.,
Computational Assessment of the Effect of σ−π Bonding Synergy and Reorganization
Energies on Experimental Trends in Rhodium−Phosphine Bond Enthalpies.
Organometallics, 19, p.4878-4886, 2000.
[42] BROWN, T. L., LEE, K. J., Ligand steric properties. Coordination Chemistry
Reviews, 128, p.89-116, 1993.
[43] WHITE, D., TAVERNER, B. C., COVILLE, N. J., WADE, P. W., Solid angles III.
The role of conformers in solid angle calculations. Journal of Organometallic
Chemistry, 495, p.41-51, 1995.
[44] KOIDE, Y., BOTT, S. G., BARRON, A. R., Alumoxanes as Cocatalysts in the
Palladium-Catalyzed Copolymerization of Carbon Monoxide and Ethylene: Genesis of
a Structure−Activity Relationship. Organometallics, 15, p.2213-2226, 1996.
[45] DIERKES, P., W. N. M. VAN LEEUWEN, P., The bite angle makes the difference:
a practical ligand parameter for diphosphine ligands. Journal of the Chemical
Society, Dalton Transactions, p.1519-1530, 1999.
[46] VAN LEEUWEN, P. W. N. M., KAMER, P. C. J., REEK, J. N. H., DIERKES, P.,
Ligand Bite Angle Effects in Metal-catalyzed C−C Bond Formation. Chemical
Reviews, 100, p.2741-2770, 2000.
[47] CASEY, C. P., WHITEKER, G. T., MELVILLE, M. G., PETROVICH, L. M.,
GAVNEY, J. A., POWELL, D. R., Diphosphines with natural bite angles near
120.degree. increase selectivity for n-aldehyde formation in rhodium-catalyzed
hydroformylation. Journal of the American Chemical Society, 114, p.5535-5543,
1992.
[48] CHATTERJEE, S., GEORGE, M. D., SALEM, G., WILLIS, A. C., Optically active
asymmetric di(tertiary phosphines). Crystal and molecular structure of [SP-4-3-(SP,S )]-
{1-[(2-chlorophenyl)methylphosphino]-2-(dimethylphosphino)benzene-P,P [prime or
minute] }{1-[1-(dimethylamino)ethyl]naphthyl-C 2,N }palladium(II) hexafluorophosphate.
Journal of the Chemical Society, Dalton Transactions, p.1890-1896, 2001.
93
[49] OTSUKA, S., Chemistry of platinum and palladium compounds of bulky
phosphines. Journal of Organometallic Chemistry, 200, p.191-205, 1980.
[50] THORN, D. L., HOFFMANN, R., The olefin insertion reaction. Journal of the
American Chemical Society, 100, p.2079-2090, 1978.
[51] MIEDANER, A., HALTIWANGER, R. C., DUBOIS, D. L., Relationship between the
bite size of diphosphine ligands and tetrahedral distortions of "square-planar" nickel(II)
complexes: stabilization of nickel(I) and palladium(I) complexes using diphosphine
ligands with large bites. Inorganic Chemistry, 30, p.417-427, 1991.
[52] BERNING, D. E., NOLL, B. C., DUBOIS, D. L., Relative Hydride, Proton, and
Hydrogen Atom Transfer Abilities of [HM(diphosphine)2]PF6 Complexes (M = Pt, Ni).
Journal of the American Chemical Society, 121, p.11432-11447, 1999.
[53] RAEBIGER, J. W., MIEDANER, A., CURTIS, C. J., MILLER, S. M., ANDERSON,
O. P., DUBOIS, D. L., Using Ligand Bite Angles To Control the Hydricity of Palladium
Diphosphine Complexes. Journal of the American Chemical Society, 126, p.5502-
5514, 2004.
[54] ANGELICI, R. J., Basicities of Transition Metal Complexes from Studies of Their
Heats of Protonation: A Guide to Complex Reactivity. Accounts of Chemical
Research, 28, p.51-60, 1995.
[55] PREGOSIN, P. S., NMR in Organometallic Chemistry, Wiley, 2012.
[56] FAGUNDES, F. D., DA SILVA, J. P., VEBER, C. L., BARISON, A., PINHEIRO, C.
B., BACK, D. F., DE SOUSA, J. R., DE ARAUJO, M. P., Ruthenium-carbonyl
complexes with P/O or P/N donor ligands: Effect of the chelate ring size and donor
atom. Polyhedron, 42, p.207-215, 2012.
[57] MEAKIN, P., JESSON, J. P., TOLMAN, C. A., Nature of
chlorotris(triphenylphosphine)rhodium in solution and its reaction with hydrogen.
Journal of the American Chemical Society, 94, p.3240-3242, 1972.
[58] BERRY, R. S., Correlation of Rates of Intramolecular Tunneling Processes, with
Application to Some Group V Compounds. The Journal of Chemical Physics, 32,
p.933-938, 1960.
[59] ZIMMER, K. D., SHOEMAKER, R., RUMINSKI, R. R., Synthesis and
characterization of a fluxional Re(I) carbonyl complex fac-[Re(CO)3(dpop′)Cl] with the
nominally tri-dentate ligand dipyrido(2,3-a:3′,2′-j)phenazine (dpop′). Inorganica
Chimica Acta, 359, p.1478-1484, 2006.
[60] CLAPHAM, S. E., HADZOVIC, A., MORRIS, R. H., Mechanisms of the H2-
hydrogenation and transfer hydrogenation of polar bonds catalyzed by ruthenium
hydride complexes. Coordination Chemistry Reviews, 248, p.2201-2237, 2004.
94
[61] DAYAN, O., CETINKAYA, B., Mono- and binuclear ruthenium(II) complexes
containing pyridine-2,6-diimine (Pydim) ligands: Synthesis, characterization and
catalytic activity in the transfer hydrogenation of acetophenone. Journal of Molecular
Catalysis a-Chemical, 271, p.134-141, 2007.
[62] HALPERN, J., KEMP, A. L. W., The Decarbonylation of Formic Acid by
Ruthenium(II) Chloride1. Journal of the American Chemical Society, 88, p.5147-
5150, 1966.
[63] JAMES, B. R., Synthesis of chiral amines catalyzed homogeneously by metal
complexes. Catalysis Today, 37, p.209-221, 1997.
[64] BLASER, H. U., PUGIN, B., SPINDLER, F., Progress in enantioselective catalysis
assessed from an industrial point of view. Journal of Molecular Catalysis a-
Chemical, 231, p.1-20, 2005.
[65] OHKUMA, T., KOIZUMI, M., DOUCET, H., PHAM, T., KOZAWA, M., MURATA, K.,
KATAYAMA, E., YOKOZAWA, T., IKARIYA, T., NOYORI, R., Asymmetric
Hydrogenation of Alkenyl, Cyclopropyl, and Aryl Ketones. RuCl2(xylbinap)(1,2-diamine)
as a Precatalyst Exhibiting a Wide Scope. Journal of the American Chemical
Society, 120, p.13529-13530, 1998.
[66] JAMES, B. R., MORRIS, R. H., Solvent transfer hydrogenation of [small
alpha][small beta]-unsaturated aldehydes to the unsaturated alcohols catalysed by
hydridoiridium sulphoxide complexes. Journal of the Chemical Society, Chemical
Communications, p.929-930, 1978.
[67] JAGADEESH, R. V., WIENHÖFER, G., WESTERHAUS, F. A., SURKUS, A.-E.,
JUNGE, H., JUNGE, K., BELLER, M., A Convenient and General Ruthenium-
Catalyzed Transfer Hydrogenation of Nitro- and Azobenzenes. Chemistry – A
European Journal, 17, p.14375-14379, 2011.
[68] SAMEC, J. S. M., BÄCKVALL, J.-E., Ruthenium-Catalyzed Transfer
Hydrogenation of Imines by Propan-2-ol in Benzene. Chemistry – A European
Journal, 8, p.2955-2961, 2002.
[69] MAYTUM, H. C., TAVASSOLI, B., WILLIAMS, J. M. J., Reduction of Aldehydes
and Ketones by Transfer Hydrogenation with 1,4-Butanediol. Organic Letters, 9,
p.4387-4389, 2007.
[70] DEL ZOTTO, A., BARATTA, W., BALLICO, M., HERDTWECK, E., RIGO, P.,
[RuCl2(PPh3)(PNN‘)] Complexes as Efficient Catalysts in Transfer Hydrogenation of
Ketones. Organometallics, 26, p.5636-5642, 2007.
[71] HUYNH, K.-D., IBRAHIM, H., KOLODZIEJ, E., TOFFANO, M., VO-THANH, G.,
Synthesis of a new class of ligands derived from isosorbide and their application to
95
asymmetric reduction of aromatic ketones by transfer hydrogenation. New Journal of
Chemistry, 35, p.2622-2631, 2011.
[72] MAGANO, J., DUNETZ, J. R., Large-Scale Carbonyl Reductions in the
Pharmaceutical Industry. Organic Process Research & Development, 16, p.1156-
1184, 2012.
[73] DE KONING, P. D., JACKSON, M., LENNON, I. C., Use of Achiral
(Diphosphine)RuCl2(Diamine) Precatalysts as a Practical Alternative to Sodium
Borohydride for Ketone Reduction. Organic Process Research & Development, 10,
p.1054-1058, 2006.
[74] CETIN, A., DAYAN, O., Transfer Hydrogenation of Acetophenone Catalyzed by in
situ Generated 2,6-Bis(5-thioxo-4,5-dihydro-1,2,4-triazole-3-yl)pyridine-ruthenium(II)
Complexes. Chinese Journal of Chemistry, 27, p.978-982, 2009.
[75] CAVARZAN, D. A., FAGUNDES, F. D., FUGANTI, O., DA SILVA, C. W. P.,
PINHEIRO, C. B., BACK, D. F., BARISON, A., BOGADO, A. L., DE ARAUJO, M. P.,
Mixed phosphine/diimines and/or amines ruthenium carbonyl complexes: Synthesis,
characterization and transfer-hydrogenation. Polyhedron, 62, p.75-82, 2013.
[76] BARATTA, W., HERDTWECK, E., SIEGA, K., TONIUTTI, M., RIGO, P., 2-
(Aminomethyl)pyridine−Phosphine Ruthenium(II) Complexes: Novel Highly Active
Transfer Hydrogenation Catalysts. Organometallics, 24, p.1660-1669, 2005.
[77] PALMER, M. J., WILLS, M., Asymmetric transfer hydrogenation of CO and CN
bonds. Tetrahedron: Asymmetry, 10, p.2045-2061, 1999.
[78] AHLFORD, K., Asymmetric transfer hydrogenation of ketones: catalyst
development and mechanistic investigation Department of Organic Chemistry, 2011.
[79] ZASSINOVICH, G., MESTRONI, G., GLADIALI, S., Asymmetric hydrogen transfer
reactions promoted by homogeneous transition metal catalysts. Chemical Reviews,
92, p.1051-1069, 1992.
[80] GLADIALI, S., ALBERICO, E., Asymmetric transfer hydrogenation: chiral ligands
and applications. Chemical Society Reviews, 35, p.226-236, 2006.
[81] RUBBO, S. D., ALBERT, A., GIBSON, M. I., The Influence of Chemical
Constitution on Anti-Bacterial Activity. Part V: The Antibacterial Action of 8-
Hydroxyquinoline (Oxine). British Journal of Experimental Pathology, 31, p.425-
441, 1950.
[82] THILAGAVATHI, N., JAYABALAKRISHNAN, C., Synthesis, Spectral, Catalytic,
and Bioactivity Studies of Ruthenium(III) Complexes Containing ONO Donor Schiff
Base Ligands. Synthesis and Reactivity in Inorganic, Metal-Organic, and Nano-
Metal Chemistry, 41, p.54-64, 2011.
96
[83] PUTIGNANO, E., BOSSI, G., RIGO, P., BARATTA, W., MCl2(ampy)(dppf) (M =
Ru, Os): Multitasking Catalysts for Carbonyl Compound/Alcohol Interconversion
Reactions. Organometallics, 31, p.1133-1142, 2012.
[84] ARMAREGO, W. L. F., PERRIN, D. D. 1997. Purification of Laboratory Chemicals
(4th Edition). Elsevier.
[85] SILVA, S. M., ABE, S. Y., MURAKAMI, F. S., FRENSCH, G., MARQUES, F. A.,
NAKASHIMA, T., Essential Oils from Different Plant Parts of Eucalyptus cinerea F.
Muell. ex Benth. (Myrtaceae) as a Source of 1,8-Cineole and Their Bioactivities.
Pharmaceuticals, 4, p.1535-1550, 2011.
[86] SENGUPTA, P., GHOSH, S., MAK, T. C. W., A new route for the synthesis of
bis(pyridine dicarboxylato)bis(triphenylphosphine) complexes of ruthenium(II) and X-
ray structural characterisation of the biologically active trans-[Ru(PPh3)2(L1H)2]
(L1H2=pyridine 2,3-dicarboxylic acid). Polyhedron, 20, p.975-980, 2001.
[87] TORTORA, G. J., FUNKE, B. R., CASE, C. L., Microbiologia, ARTMED, 2004.
[88] GUIMARÃES, D. O., MOMESSO, L. D. S., PUPO, M. T., Antibióticos: importância
terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes.
Química Nova, 33, p.667-679, 2010.
[89] HALLMAN, P. S., STEPHENSON, T. A., WILKINSON, G.,
Tetrakis(Triphenylphosphine)Dichloro-Ruthenium(II) and Tris(Triphenylphosphine)-
Dichlororuthenium(II). Inorganic Syntheses, 12, 1970.
[90] AHMAD, N., LEVISON, J. J., ROBINSON, S. D., UTTLKY, M. F., WONCHOBA, E.
R., PARSHALL, G. W. 2007. Complexes of Ruthenium, Osmium, Rhodium, and Iridium
Containing Hydride Carbonyl, or Nitrosyl Ligands. Pp. 45-64. Inorganic Syntheses.
John Wiley & Sons, Inc.
[91] GÓMEZ-BENıT
́ EZ, V., OLVERA-MANCILLA, J., HERNÁNDEZ-ORTEGA, S.,
MORALES-MORALES, D., High yield carbonylation of [RuCl2(PPh3)3] using
dimethylformamide (DMF) as convenient source of CO. The X-ray crystal structure of
[RuCl2(CO)(DMF)(PPh3)2]. Journal of Molecular Structure, 689, p.137-141, 2004.
[92] VENKATESWARAN, R., MAGUE, J. T., BALAKRISHNA, M. S., Ruthenium(II)
Complexes Containing Bis(2-(diphenylphosphino)phenyl) Ether and Their Catalytic
Activity in Hydrogenation Reactions. Inorganic Chemistry, 46, p.809-817, 2007.
[93] BARATTA, W., HERDTWECK, E., SIEGA, K., TONIUTTI, M., RIGO, P., 2-
(Aminomethyl)pyridine-phosphine ruthenium(II) complexes: Novel highly active transfer
hydrogenation catalysts. Organometallics, 24, p.1660-1669, 2005.
[94] HENDERSON, W. A., STREULI, C. A., The Basicity of Phosphines. Journal of
the American Chemical Society, 82, p.5791-5794, 1960.
97
[95] ARIAS, A., MELENDEZ, L., BERNES, S., ARROYO, M.,
Chloridotris(pentafluorobenzenethiolato-[kappa]S)[tris(4-fluorophenyl)phosphine-
[kappa]P]osmium(IV). Acta Crystallographica Section E, 66, p.m477-m478, 2010.
[96] KISSINGER, P. T., HEINEMAN, W. R., Cyclic voltammetry. Journal of Chemical
Education, 60, p.702, 1983.
[97] COE, B. J., GLENWRIGHT, S. J., Trans-effects in octahedral transition metal
complexes. Coordination Chemistry Reviews, 203, p.5-80, 2000.
[98] SCOTT, R. A., LUKEHART, C. M., Applications of Physical Methods to
Inorganic and Bioinorganic Chemistry, Wiley, 2013.
[99] MOTTERLINI, R., MANN, B. E., FORESTI, R., Therapeutic applications of carbon
monoxide-releasing molecules. Expert Opin Investig Drugs, 14, p.1305, 2005.
[100] BARBOSA, M. I. F., Complexos carbonílicos de rutênio. De um gás tóxico a uma
droga com potencial agente citotóxico, Mestrado, Programa de Pós Graduação em
Química, 2007.
[101] SANTIAGO, M. O., FILHO, C. L. D., MOREIRA, I. D. S., CARLOS, R. M.,
QUEIROZ, S. L., BATISTA, A. A., Photochemical isomerization of trans- to cis-
[RuCl2(dppb)(4,4′-X2-2,2′-bipy)] (X=–H, –NO2, –Me, –COOH, –SMe, –OSMe, –Cl, –
OMe) complexes. Polyhedron, 22, p.3205-3211, 2003.
[102] CONRAD, R. C., RUND, J. V., Effect of basicity of nonreacting ligands on the rate
of reaction of dithiooxamide wth dichloro(phenanthroline)platinum(II) derivatives.
Inorganic Chemistry, 11, p.129-134, 1972.
[103] MA, G., MCDONALD, R., FERGUSON, M., CAVELL, R. G., PATRICK, B. O.,
JAMES, B. R., HU, T. Q., Ruthenium(II) Diphosphine/Diamine/Diimine Complexes and
Catalyzed Hydrogen-Transfer to Ketones. Organometallics, 26, p.846-854, 2007.
31 13
[104] PREGOSIN, P. S., P and C NMR studies on metal complexes of phosphorus-
donors: Recognizing surprises. Coordination Chemistry Reviews, 252, p.2156-2170,
2008.
[105] QUEIROZ, S. L., BATISTA, A. A., OLIVA, G., DO PI. GAMBARDELLA, M. T.,
SANTOS, R. H. A., MACFARLANE, K. S., RETTIG, S. J., JAMES, B. R., The reactivity
of five-coordinate Ru(II) (1,4-bis(diphenylphosphino)butane) complexes with the N-
donor ligands: ammonia, pyridine, 4-substituted pyridines, 2,2′-bipyridine, bis(o-
pyridyl)amine, 1,10-phenanthroline, 4,7-diphenylphenanthroline and ethylenediamine.
Inorganica Chimica Acta, 267, p.209-221, 1998.
[106] VALLE, E. M. A., Cinética da interação de N-heterocíclicos com o cis-
[RuCl2(dppb)(bipy)]” (dppb = 1,4-bis(difenilfosfina)butano, bipy = 2,2’bipiridina).
Mestrado, Programa de pós-graduação em química, 2005.
98
[107] XU, Q., Metal carbonyl cations: generation, characterization and catalytic
application. Coordination Chemistry Reviews, 231, p.83-108, 2002.
[108] ABDUR-RASHID, K., ABBEL, R., HADZOVIC, A., LOUGH, A. J., MORRIS, R. H.,
Chemistry of Ruthenium(II) Monohydride and Dihydride Complexes Containing Pyridyl
Donor Ligands Including Catalytic Ketone H2-Hydrogenation1. Inorganic Chemistry,
44, p.2483-2492, 2005.
[109] YAMAKAWA, M., ITO, H., NOYORI, R., The metal-ligand bifunctional catalysis: A
theoretical study on the ruthenium(II)-catalyzed hydrogen transfer between alcohols
and carbonyl compounds. Journal of the American Chemical Society, 122, p.1466-
1478, 2000.
[110] WATSON, L. A., COALTER, J. N., OZEROV, O., PINK, M., HUFFMAN, J. C.,
CAULTON, K. G., Amido/phosphine pincer hydrides of ruthenium. New Journal of
Chemistry, 27, p.263-273, 2003.
[111] OHARA, H., O, W. W. N., LOUGH, A. J., MORRIS, R. H., Effect of chelating ring
size in catalytic ketone hydrogenation: facile synthesis of ruthenium(ii) precatalysts
containing an N-heterocyclic carbene with a primary amine donor for ketone
hydrogenation and a DFT study of mechanisms. Dalton Transactions, 41, p.8797-
8808, 2012.
[112] SGRO, M. J., DAHCHEH, F., STEPHAN, D. W., Synthesis and Reactivity of
Ruthenium Hydride Complexes Containing a Tripodal Aminophosphine Ligand.
Organometallics, 33, p.578-586, 2014.
[113] ZHANG, S., BALDINO, S., BARATTA, W., Synthesis of [RuX(CO)(dppp)(NN)]Cl
(X = H, Cl; NN = en, ampy) Complexes and Their Use as Catalysts for Transfer
Hydrogenation. Organometallics, 32, p.5299-5304, 2013.
[114] BLACKMAN, A. G., The coordination chemistry of tripodal tetraamine ligands.
Polyhedron, 24, p.1-39, 2005.
[115] RISTENPART, E., Ueber die Einwirkung von Ammoniak und Alkylaminen auf
Bromäthylphtalimid. Berichte der deutschen chemischen Gesellschaft, 29, p.2526-
2533, 1896.
[116] MANN, F. G., POPE, W. J., LXIII.-[gamma][gamma][prime or
minute][gamma][double prime]-Triaminotripropylamine and its complex compounds
with nickel. Journal of the Chemical Society (Resumed), 129, p.489-493, 1926.
[117] ANDEREGG, G., WENK, F., PYRIDINE DERIVATIVES AS COMPLEX
FORMERS .8. PRODUCTION OF A NEW 4 AND A NEW 6 TOOTH LIGAND.
Helvetica Chimica Acta, 50, p.2330-&, 1967.
[118] ANDEREGG, G., PYRIDINE DERIVATIVES AS COMPLEX BUILDERS .9.
STABILITY CONSTANTS OF COMPLEXES WITH 2-AMINOMETHYLPYRIDINE, 6-
99
METHYL-2-AMINOMETHYLPYRIDINE, 2-PYRIDYLHYDRAZINE, 2,2'-
DIPYRIDYLAMINE AND 1-(ALPHA PYRIDYLMETHYLENE)-2-(ALPHA' PYRIDYL)
HYDRAZINE. Helvetica Chimica Acta, 54, p.509-&, 1971.
[119] SHI, Y. H., CAO, C. S., ODOM, A. L., Synthesis and group 4 complexes of
tris(pyrrolyl-alpha-methyl)amine. Inorganic Chemistry, 43, p.275-281, 2004.
[120] TANSKI, J. M., PARKIN, G., Tantalum amido and imido complexes supported by
tris (2-indolyl)methyl amine, a tetradentate trianionic ligand with reduced pi-donor
character. Inorganic Chemistry, 42, p.264-266, 2003.
[121] CHAKRABORTY, S., LAGADITIS, P. O., FÖRSTER, M., BIELINSKI, E. A.,
HAZARI, N., HOLTHAUSEN, M. C., JONES, W. D., SCHNEIDER, S., Well-Defined
Iron Catalysts for the Acceptorless Reversible Dehydrogenation-Hydrogenation of
Alcohols and Ketones. Acs Catalysis, 4, p.3994-4003, 2014.
[122] NOYORI, R., OHKUMA, T., Rapid, productive and stereoselective hydrogenation
of ketones. Pure and Applied Chemistry, 71, p.1493-1501, 1999.
[123] SHIMAZAKI, Y., YAMAUCHI, O., Group-10 Metal Complexes of Biological
Molecules and Related Ligands: Structural and Functional Properties. Chemistry &
Biodiversity, 9, p.1635-1658, 2012.
[124] KING, A. E., NIPPE, M., ATANASOV, M., CHANTAROJSIRI, T., WRAY, C. A.,
BILL, E., NEESE, F., LONG, J. R., CHANG, C. J., A Well-Defined Terminal
Vanadium(III) Oxo Complex. Inorganic Chemistry, 53, p.11388-11395, 2014.
[125] GAMBLE, A. J., LYNAM, J. M., THATCHER, R. J., WALTON, P. H.,
WHITWOOD, A. C., cis-1,3,5-Triaminocyclohexane as a Facially Capping Ligand for
Ruthenium(II). Inorganic Chemistry, 52, p.4517-4527, 2013.
[126] CHEN, H. M., PARKINSON, J. A., PARSONS, S., COXALL, R. A., GOULD, R.
O., SADLER, P. J., Organometallic ruthenium(II) diamine anticancer complexes:
Arene-nucleobase stacking and stereospecific hydrogen-bonding in guanine adducts.
Journal of the American Chemical Society, 124, p.3064-3082, 2002.
[127] CHAKRABORTY, P., TISSOT, A., PETERHANS, L., GUENEE, L., BESNARD,
C., PATTISON, P., HAUSER, A., Determination of the molecular structure of the short-
lived light-induced high-spin state in the spin-crossover compound Fe(6-mepy)(3)tren
(PF6)(2). Physical Review B, 87, 2013.
[128] LUO, J., GAO, Y., QIU, L. J., LIU, B. S., ZHANG, X. R., CUI, L. L., YANG, F.,
Synthesis and characterization of nickel(II) and copper(II) tricyanomethanide
complexes with tris(2-aminoethyl) amine as co-ligand. Inorganica Chimica Acta, 416,
p.215-221, 2014.
[129] LUHMANN, H., NATHER, C., KOGERLER, P., BENSCH, W., Solvothermal
synthesis and crystal structure of a heterometal- bridged {V15Sb6} dimer: Ni-
100
2(tren)(3)(V15Sb6O42(H2O)(0.5)) (2) Ni(trenH)(2) center dot H2O. Inorganica
Chimica Acta, 421, p.549-552, 2014.
[130] BORGES, S. D. S., DAVANZO, C. U., CASTELLANO, E. E., Z-SCHPECTOR, J.,
SILVA, S. C., FRANCO, D. W., Ruthenium nitrosyl complexes with N-heterocyclic
ligands. Inorganic Chemistry, 37, p.2670-2677, 1998.
[131] GALLATTI, T. F., BOGADO, A. L., VON POELHSITZ, G., ELLENA, J.,
CASTELLANO, E. E., BATISTA, A. A., DE ARAUJO, M. P., Heterobimetallic
Ru(II)/Fe(II) complexes: On the formation of trans- and cis- RuCl2(dppf)(diimines).
Journal of Organometallic Chemistry, 692, p.5447-5452, 2007.
[132] LIN, Y., HUANG, Y. D., ZHENG, W., WANG, F. Y., HABTEMARIAM, A., LUO, Q.,
LI, X. C., WU, K., SADLER, P. J., XIONG, S. X., Organometallic ruthenium anticancer
complexes inhibit human glutathione-S-transferase pi. Journal of Inorganic
Biochemistry, 128, p.77-84, 2013.
[133] GOMES, A. J., ESPREAFICO, E. M., TFOUNI, E., trans- Ru(NO)Cl(cyclam)
(PF6)(2) and Ru(NO)(Hedta) Incorporated in PLGA Nanoparticles for the Delivery of
Nitric Oxide to B16-F10 Cells: Cytotoxicity and Phototoxicity. Molecular
Pharmaceutics, 10, p.3544-3554, 2013.
[134] REEVES, G. T., ADDISON, A. W., ZELLER, M., Ruthenium(II) complexes of
some simple classic amine ligands. Inorganica Chimica Acta,
[135] EFTHIMIADOU, E. K., SANAKIS, Y., KATSAROU, M., RAPTOPOULOU, C. P.,
KARALIOTA, A., KATSAROS, N., PSOMAS, G., Neutral and cationic mononuclear
copper(II) complexes with enrofloxacin: structure and biological activity. J Inorg
Biochem, 100, p.1378-1388, 2006.
[136] #XE1, EZ, P. L., BAZ, #XE1, N, C. M., BONGIOVANNI, M., #XED, E., A.,
TONEATTO, J., ALBESA, I., #XE9, BECERRA, M., #XED, C., A., ARG, #XFC, ELLO,
G. A., Oxidative Stress and Antimicrobial Activity of Chromium(III) and Ruthenium(II)
Complexes on Staphylococcus aureus and Escherichia coli. BioMed Research
International, 2013, p.7, 2013.
[137] Microbiologia, McGraw-Hill, 1980.
[138] EFTHIMIADOU, E. K., KATSAROS, N., KARALIOTA, A., PSOMAS, G.,
Mononuclear copper(II) complexes with quinolones and nitrogen-donor heterocyclic
ligands: Synthesis, characterization, biological activity and interaction with DNA.
Inorganica Chimica Acta, 360, p.4093-4102, 2007.
101
11 Apêndice
Tabela 28- Dados do refinamento da estrutura do complexo mer-
[RuCl2(κ3-P,P,O-DPEphos)(p-tol3)].
Dados cristalográficos
Fórmula molecular C59H53Cl6OP3Ru
Mr 1184.69
Sistema cristalino, grupo espacial Triclinico, P¯1
Temperatura (K) 293
a, b, c (Å) 12,3820 (3), 12,8440 (2), 18,4030 (5)
α, β, γ (°) 91,668 (1), 93,258 (1), 107,825 (1)
V (Å3) 2778,38 (11)
Z 2
Radiação Mo Kα
μ (mm-1) 0.70
Nº de medidas, Reflexões 58997, 11356, 7143
independentes e observedas [I> 2σ(I)]
Rint 0,086
-1
(sin θ/λ)max (Å ) 0,625
2 2 2
R[F > 2σ(F )], wR(F ), S 0,058, 0,171, 1,03
No. de parâmetros 631
H-atom treatment H-atom parameters constrained
Δmax, Δmin (e Å-3) 0,83, -0,75
102
Tabela 29- Dados cristalográficos para o complexo trans-[RuCl2(P-P)(en)]
Dados cristalográficos
Sistema cristalino, grupo espacial Triclínico, P¯1
a, b, c (Å) 9.9723 (2), 13.2546 (6), 13.3251 (6)
α, β, γ (°) 75.932 (2), 84.426 (3), 80.978 (3)
V (Å3) 1684.13
Dados Cristalográficos
Fórmula C48H40Cl2N2OP2Ru
Mr 894.73
Sistema cristalino, grupo espacial Monoclínico, P21/c
Temperatura (K) 293
a, b, c (Å) 11.4156 (3), 12.1604 (3), 36.1782 (10)
b (°) 96.955 (2)
V (Å3) 4985.2 (2)
Z 4
Radiação Mo Ka
m (mm-1) 0.52
Tamanho do cristal (mm) 0.47 × 0.15 × 0.11
Difratômetro X8 APEX II
diffractometer
Correção de absroção Gaussian
XPREP
Tmin, Tmax 0.681, 0.910
No. of measured, independent and 67865, 10677, 7539
observed [I> 2s(I)] reflections
Rint 0.053
(sin q/l)max (Å-1) 0.635
Refinemento
R[F2> 2s(F2)], wR(F2), S 0.044, 0.112, 1.07
Número de reflexões 10677
Número de parâmetros 505
Dρmax, Dρmin (e Å-3) 0.54, -0.55
103
Tabela 31- Dados cristalográficos para o complexo cis-[RuCl2(P-P)(fen)].
Dados cristalográficos
Fórmula C48H36Cl2N2OP2Ru
Mr 890.7
Sistema cristalino, grupo espacial Monoclínico, P21/n
Temperatura (K) 293
a, b, c (Å) 10.0363 (4), 13.7182 (6), 35.1082 (13)
β (°) 96.499 (2)
V (Å3) 4802.6 (3)
Z 4
Radiação Mo Kα
μ (mm-1) 0.54
Tamanho do cristal (mm) 0.54 × 0.22 × 0.04
Refinemento
R[F2> 2σ(F2)], wR(F2), S 0.051, 0.116, 0.94
Número de reflexões 10326
Número de parâmetros 505
H-atom treatment H-atom parameters constrained
Δmax, Δmin (e Å-3) 0.38, -0.40
104
-5
3,0x10 -1
20 mV.s
-1
POP AMPY 30 mV.s
-1
3,0x10
-5
-5 40 mV.s
2,5x10 -1
50 mV.s
-1
60 mV.s
-5
2,5x10 70 mV.s
-1
-5
2,0x10 -1
80 mV.s
-1
-5 90 mV.s
2,0x10 -1
-5 100 mV.s
1,5x10
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-5
1,0x10
i/A
i/A
-6
-6
5,0x10
5,0x10
0,0 0,0
-6
-5,0x10 -5,0x10
-6
-5
-1,0x10 -5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-1,5x10
-5
2,6x10 y = a + b*x Data1_B
Equation
Weight No Weighting Linear Fit of Data1_B
Residual Sum 6,94033E-14
-5
2,4x10 of Squares
Pearson's r 0,99982
Adj. R-Square 0,99959
-5 Value Standard Error
2,2x10 Intercept -1,31167E-6 1,46012E-7
?$OP:A=1
Slope 2,61745E-6 1,88501E-8
-5
2,0x10
-5
1,8x10
Ipa
-5
1,6x10
-5
1,4x10
-5
1,2x10
-5
1,0x10
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
105
-5
3,0x10
POP EN
-5
2,5x10
-5
2,0x10
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-6
i/A
5,0x10
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
E/V
-5
3,0x10 -1
20 mV.s
-1
2,5x10
-5 30 mV.s
-1
40 mV.s
-1
2,0x10
-5 50 mV.s
-1
60 mV.s
-1
1,5x10
-5
70 mV.s
-1
80 mV.s
-1
1,0x10
-5
90 mV.s
-1
100 mV.s
-6
5,0x10
i/A
0,0
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
-5
-2,5x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V
-5
ida
2,6x10 Linear Fit of Data1_B
Equation y = a + b*x
-5
2,4x10 Weight No Weighting
Residual Sum 6,8572E-13
of Squares
Pearson's r 0,9979
-5
2,2x10 Adj. R-Square 0,9952
Value Standard Error
Intercept 9,08142E-7 4,58957E-7
?$OP:A=1
-5 Slope 2,41464E-6 5,92511E-8
2,0x10
Ipa
-5
1,8x10
-5
1,6x10
-5
1,4x10
-5
1,2x10
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
106
-5
3,0x10
POP BIPY
-5
2,5x10 -1
2,0x10
-5 20 mV.s
-1
-5 30 mV.s
1,8x10 -1
2,0x10
-5
40 mV.s
-5
1,6x10 50 mV.s
-1
-1
1,4x10
-5
60 mV.s
-5
1,5x10 -5 70 mV.s
-1
1,2x10
-1
-5
80 mV.s
1,0x10 -1
-5 90 mV.s
1,0x10 -6 -1
8,0x10 100 mV.s
-6
6,0x10
i/A
-6
5,0x10 4,0x10
-6
i/A
-6
2,0x10
0,0 0,0
-6
-2,0x10
-6 -6
-5,0x10 -4,0x10
-6
-6,0x10
-6
-5
-1,0x10 -8,0x10
-5
-1,0x10
-5
-5 -1,2x10
-1,5x10
-5
-1,4x10
-5
-1,6x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
-5
1,8x10 Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
Residual Sum 8,79547E-14
of Squares
Pearson's r 0,99937
-5
1,6x10 Adj. R-Square 0,99855
Value Standard Error
Intercept 9,66005E-7 1,64372E-7
?$OP:A=1
Slope 1,57723E-6 2,12204E-8
-5
1,4x10
Ipa
-5
1,2x10
ida
Linear Fit of Data1_B
-5
1,0x10
-6
8,0x10
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
107
-5
3,0x10 -1
POP FEN -5 20 mV.s
2,5x10 -1
30 mV.s
-1
-5
40 mV.s
2,5x10 50 mV.s
-1
-5
2,0x10 60 mV.s
-1
-1
70 mV.s
-5
2,0x10 80 mV.s
-1
-5 -1
1,5x10 90 mV.s
-1
100 mV.s
-5
1,5x10
-5
1,0x10
-5
1,0x10
-6
5,0x10
i/A
i/A
-6
5,0x10
0,0
0,0
-6
-5,0x10
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-5 -1,5x10
-1,5x10
-5
-2,0x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
Equation y = a + b*x
0,000022 Weight No Weighting
Residual Sum 9,54889E-14
of Squares
Pearson's r 0,99963
0,000020 Adj. R-Square 0,99916
Value Standard Error
Intercept 6,68538E-8 1,71268E-7
?$OP:A=1
Slope 2,15674E-6 2,21106E-8
0,000018
0,000016
Ipa
0,000014
0,000012 ida
Linear Fit of Data1_B
0,000010
0,000008
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
108
-1
-5
20 mV.s
2,0x10 30 mV.s
-1
-1
POP MeObipy 40 mV.s
-1
-5 50 mV.s
3,0x10 -1
-5
1,5x10 60 mV.s
-1
70 mV.s
-5 -1
2,5x10 80 mV.s
-1
-5 90 mV.s
1,0x10 -1
2,0x10
-5 100 mV.s
-5 -6
1,5x10 5,0x10
i/A
-5
1,0x10
0,0
i/A
-6
5,0x10
-6
0,0 -5,0x10
-6
-5,0x10 -5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-1,5x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
0,000018 1,18E-5
Linear Fit of Sheet1 B"8,8E-6"
Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
0,000017 Residual Sum 6,05466E-14
of Squares
Pearson's r 0,99813
Adj. R-Square 0,99534
Value Standard Error
0,000016 8,8E-6
Intercept 1,41245E-6 4,35474E-7
Slope 1,64421E-6 5,02842E-8
Ipa
0,000015
0,000014
0,000013
109
-1
-5
20 mV.s
2,0x10 30 mV.s
-1
POP MeBIPY
-1
40 mV.s
-5 -1
3,0x10 50 mV.s
-5 -1
1,5x10 60 mV.s
-1
-5 70 mV.s
2,5x10 -1
80 mV.s
-1
-5 90 mV.s
-5 1,0x10 -1
2,0x10 100 mV.s
-5
1,5x10 -6
5,0x10
-5
1,0x10
i/A
i/A
0,0
-6
5,0x10
-6
0,0 -5,0x10
-6
-5,0x10 -5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-1,5x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
1,12E-5
1,7x10-5
Linear Fit of Sheet1 B"8,12E-6"
Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
-5
1,6x10 Residual Sum
of Squares
4,78377E-14
Pearson's r 0,9986
Adj. R-Square 0,99651
Value Standard Error
1,5x10-5 8,12E-6
Intercept
Slope
4,21244E-8
1,68919E-6
3,87081E-7
4,46963E-8
Ipa
1,4x10-5
1,3x10-5
1,2x10-5
V1/2
110
-1
3,0x10
-5 20 mV.s
POP TETRAFEN 30 mV.s
-1
-5
2,0x10 -1
40 mV.s
-5 -1
2,5x10 50 mV.s
-1
60 mV.s
-5 -1
1,5x10 70 mV.s
-5 -1
2,0x10 80 mV.s
-1
90 mV.s
-1
-5 100 mV.s
-5 1,0x10
1,5x10
-5 -6
1,0x10 5,0x10
i/A
i/A
-6
5,0x10
0,0
0,0
-6
-5,0x10
-6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-5
-1,5x10
-1,5x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
0,000022
1,39E-5
Linear Fit of Sheet1 B"9,307E-6"
0,000021
Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
Residual Sum 7,07192E-14
0,000020 of Squares
Pearson's r 0,99872
Adj. R-Square 0,99681
Value Standard Error
0,000019 9,307E-6
Intercept -9,59361E-8 4,70636E-7
Slope 2,14891E-6 5,43444E-8
0,000018
Ipa
0,000017
0,000016
0,000015
111
-1
-5 100 mV.s
5,5x10 -5 20 mV.s
-1
3,0x10 -1
-5
30 mV.s
5,0x10 -1
40 mV.s
-5 -1
-5 2,5x10 50 mV.s
4,5x10 -1
60 mV.s
-1
4,0x10
-5
-5
70 mV.s
2,0x10 80 mV.s
-1
-5 -1
3,5x10 90 mV.s
-1
-5 1,5x10
-5 100 mV.s
3,0x10
-5
2,5x10 -5
1,0x10
-5
2,0x10
i/A
i/A
-6
-5 5,0x10
1,5x10
-5
1,0x10 0,0
-6
5,0x10
-6
-5,0x10
0,0
-6
-5,0x10 -5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-1,5x10
-5 -5
-2,0x10 -2,0x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
3,0x10-5
B
2,8x10 -5 Linear Fit of Sheet1 B
Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
-5
2,6x10 Residual Sum
of Squares
2,30821E-13
Pearson's r 0,99943
Adj. R-Square 0,99871
-5
2,4x10 Value Standard Error
Intercept 8,84676E-7 2,66279E-7
B
Slope 2,70351E-6 3,43765E-8
2,2x10-5
Ipa
2,0x10-5
1,8x10-5
1,6x10-5
1,4x10-5
1,2x10-5
4 5 6 7 8 9 10
V1/2
112
-1
100 mV.s -1
-5 -5
20 mV.s
2,5x10 2,5x10 -1
30 mV.s
-1
40 mV.s
-1
-5 -5
50 mV.s
2,0x10 2,0x10 60 mV.s
-1
-1
70 mV.s
-1
80 mV.s
-5 -5
1,5x10 1,5x10 90 mV.s
-1
-1
100 mV.s
-5 -5
1,0x10 1,0x10
-6 -6
5,0x10 5,0x10
i/A
i/A
0,0 0,0
-6 -6
-5,0x10 -5,0x10
-5 -5
-1,0x10 -1,0x10
-5 -5
-1,5x10 -1,5x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
B
2,4x10-5 Linear Fit of Sheet1 B
Equation y = a + b*x
-5 Weight No Weighting
2,2x10 Residual Sum 1,35782E-13
of Squares
Pearson's r 0,99953
Adj. R-Square 0,99893
-5
2,0x10 Intercept
Value
5,22142E-7
Standard Error
2,0423E-7
B
Slope 2,28021E-6 2,6366E-8
1,8x10-5
Ipa
1,6x10-5
1,4x10-5
1,2x10-5
1,0x10-5
4 5 6 7 8 9 10
V1/2
113
-1 -5
-5 100 mV.s 3,0x10
3,0x10 20 mV.s
-1
-1
30 mV.s
-1
-5 2,5x10
-5 40 mV.s
2,5x10 -1
50 mV.s
-1
60 mV.s
-1
2,0x10
-5
2,0x10
-5 70 mV.s
-1
80 mV.s
-1
90 mV.s
-5 -5
1,5x10 1,5x10
-5
1,0x10 1,0x10
-5
i/A
-6
i/A
5,0x10 -6
5,0x10
0,0
0,0
-6
-5,0x10 -6
-5,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,0x10
-5
-1,5x10
-5
-1,5x10
-5
-2,0x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
2,8x10-5 B
Linear Fit of Sheet1 B
2,6x10-5
Equation y = a + b*x
Weight No Weighting
-5
2,4x10 Residual Sum 1,37527E-13
of Squares
Pearson's r 0,99966
1,8x10-5
1,6x10-5
1,4x10-5
1,2x10-5
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
114
-5 -1
6,0x10 100 mV.s
-1
5,5x10
-5
-5 20 mV.s
2,5x10 -1
30 mV.s
-5 -1
5,0x10 40 mV.s
-1
-5 50 mV.s
4,5x10
-5 2,0x10 -1
60 mV.s
-1
-5 70 mV.s
4,0x10 -1
1,5x10
-5 80 mV.s
-1
3,5x10
-5 90 mV.s
-1
100 mV.s
-5
3,0x10 1,0x10
-5
-5
2,5x10
-6
-5 5,0x10
2,0x10
i/A
i/A
-5
1,5x10
0,0
-5
1,0x10
-6
5,0x10 -6
-5,0x10
0,0
-5
-6 -1,0x10
-5,0x10
-5
-1,0x10 -5
-1,5x10
-5
-1,5x10
-5 -5
-2,0x10 -2,0x10
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
E/V E/V
2,0x10-5
Ipa
1,8x10-5
1,6x10-5
1,4x10-5
1,2x10-5
1,0x10-5
4 5 6 7 8 9 10
1/2
V
115