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CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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ceei.captrescoracoes@educacao.mg.gov.br - (35) 3231-1443

1- Aspectos legais da acessibilidade/inclusão escolar


Acessibilidade
Acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com
mobilidade reduzida (art. 8° do Decreto 5.296/04). .
Atualmente, o moderno conceito de acessibilidade envolve tanto o ambiente físico, como as
edificações e os transportes, quanto o acesso aos meios de comunicação (rádio, televisão...) e
serviços.

Legislações:

Federal:
- Constituição Federal de 1988 (art. 227 § 2º).
Estabelece normas de construção de logradouros e de edifícios de uso público e sobre normas de
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir o acesso adequado às pessoas
com deficiência.

- Lei 7.853/89
(Regulamentada pelo Decreto Federal 3.298, de 20 de dezembro de 1999).
Estabelece o apoio às pessoas com deficiência.

- Lei 10.098/00 (regulamentada pelo Decreto Federal 5.296 em 2 de dezembro de 2004)


Define normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida às vias públicas, parques, espaços públicos, edifícios
públicos ou de uso coletivo, edifícios privados, veículos de transporte coletivo e sistemas de
comunicação e sinalização.

- Lei 10.048/00 (regulamentada pelo Decreto Federal 5.296 em 2 de dezembro de 2004)


Determina que os logradouros e sanitários públicos, bem como os edifícios de uso público, terão
normas de construção, para efeito de licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela
autoridade competente, destinadas a facilitar o acesso e o uso desses locais pelas pessoas com
deficiência.

- Lei 9.610/98
Prevê que as editoras devem permitir a reprodução de obras e demais publicações, por elas
editadas sem qualquer remuneração, desde que haja concordância dos autores, para que a
reprodução seja feita por Imprensa Braille ou centros de produção de Braille, credenciados pelo
Ministério da Educação e do Desporto e pelo Ministério da Cultura, e o material transcrito se
destine, sem finalidade lucrativa à leitura de pessoas cegas.

- Lei 10.226/00
Acrescenta parágrafos ao art. 135 do Código Eleitoral, determinando a expedição de instruções
aos juízes eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, para orientá-los na escolha dos locais
de votação de mais fácil acesso para o eleitor portador de deficiência física.
Estadual
- Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989 (art. 224, § 1º)
Prevê integração social do deficiente, em especial do adolescente, e a facilitação do acesso a
bens e serviços coletivos, com eliminação de preconceitos e remoção dos obstáculos
arquitetônicos.
- Lei Estadual 11.666/94 Estabelece normas para o acesso das pessoas com deficiência aos
edifícios de uso público.
- Decreto 43.926/04
Estabelece o Programa de Acessibilidade de Minas, com o objetivo de criar condições para o
acesso, liberdade de trânsito e circulação, com segurança, de pessoas com deficiência física,
bem como pessoas com mobilidade reduzida, a edifícios de uso público. O referido Programa
abrange todos os prédios de propriedade do Estado que abriguem atividades caracterizadas pelo
atendimento ao público.

- Lei Estadual 13.623/00


Determina que as mensagens de publicidade de atos, programas, serviços e campanhas da
administração direta e indireta do Estado, veiculadas na
televisão terão tradução simultânea para a Língua de Sinais e serão apresentadas em legendas,
com o objetivo de se tornarem acessíveis às pessoas com deficiência auditiva.

Acesso à internet para as pessoas com deficiência visual


- Decreto 5.296/04 (art. 47)
É obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede
mundial de computadores (internet) para o uso das pessoas portadoras de deficiência visual,
garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis.

- Lei 9.078/05 (art. 20)


O Município de Belo Horizonte deverá respeitar as normas e regras de
acessibilidade para criação e manutenção de sites que possibilitem a
navegação, utilização de serviços, acesso às informações e às interfaces gráficas na internet,
tendo em vista os usuários cegos ou com outras deficiências que demandem recursos especiais.

Acesso a televisores e celulares para as pessoas com deficiência visual


- Decreto 5.296/04, art. 51
Cabe ao Poder Público incentivar a oferta de aparelhos de telefonia celular com recursos sonoros
que indiquem todas as operações e funções neles disponíveis no visor.
O incentivo também vale para aparelhos de televisão equipados com recursos tecnológicos que
permitam sua utilização, de modo a garantir o direito de acesso à informação pelas pessoas com
deficiência auditiva ou visual.

Utilização do cão-guia
- Lei Federal 11.126/05 (regulamentada pelo decreto nº 5.904, de 21 de Setembro de 2006).
Dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes
de uso coletivo acompanhada de cão-guia e dá outras providencias.
As pessoas com deficiência visual usuário do cão-guia, terão o direito de ingressar, transitar e
permanecer com o animal em todos os locais públicos* e privados de uso coletivo**, como
demonstra o art. 1º da lei.

O animal:
- O animal só poderá transitar por locais públicos e privados na companhia de instrutor, treinador
ou acompanhante habilitado (deficiente visual).
- Não se pode exigir a focinheira nestes animais.
Proibido o ingresso do cão-guia:
Estabelecimentos de saúde nos setores de isolamento, como:
* Quimioterapia
* Transplante
* Assistência a queimados
* Centro cirúrgico
* Central de material a esterilização
* Unidade de tratamento intensivo e semiintensivo
* Área de preparo de medicamentos
* Farmácia hospitalar
* Áreas de manipulação
* Processamento
* Preparação e armazenamento de alimentos
* Casos especiais determinados pela Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar dos serviços de saúde
* Em locais de esterilização individual

Locais de livre acesso:


No transporte público, o deficiente visual acompanhado do cão-guia ocupará o assento com maior
espaço livre à sua volta ou próximo de uma passagem.
A pessoa e seus familiares hospedeiros do cão-guia poderão mantê-lo em sua residência sem
serem aplicados a quaisquer restrições previstas em convenções, regimento externo ou
regulamento condominial.
Não é possível a cobrança de valores, tarifas ou acréscimos vinculados, direta ou indiretamente,
ao ingresso ou presença do cão-guia nos locais públicos e privados do uso coletivo.

Identificação do cão-guia
O cão-guia deverá ter:
a) Carteira de identificação e plaqueta de identificação, expedidas pelo centro de treinamento ou
pelo instrutor autônomo;
Carteira de identificação:
* Nome do usuário e do cão-guia
* Nome do centro de treinamento ou do instrutor autônomo
* Número de inscrição do Cadastro de Pessoa Jurídica - CNPJ do centro ou da empresa
responsável pelo treinamento ou o número da inscrição do Cadastro de Pessoa Física
- CPF do instrutor autônomo.

Plaqueta de identificação:
* Nome do usuário e do cão-guia
* Nome do centro de treinamento ou do instrutor autônomo
* Número do CNPJ do centro de treinamento ou do CPF do treinador autônomo.
b) Carteira de vacinação atualizada; e
c) Equipamento do animal: coleira guia e arreio com alça

Infratores
A pessoa que não permitir o ingresso de cão-guia nos locais públicos e privados de uso coletivo:
Multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) à R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
No caso de reincidência: multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) à R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais). (de acordo com DECRETO 5.904 de setembro de 2006).

Transporte
A Lei Federal 10.048/00 determina, em seu art. 3º, que as empresas públicas de transporte e as
concessionárias de transporte coletivo reservarão assentos, devidamente
identificados, aos idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoas
acompanhadas por crianças de colo. Além disso, o art. 5º determina que
os veículos de transporte coletivo devem ser planejados de forma a facilitar o acesso a seu
interior das pessoas portadoras de deficiência.

Transporte coletivo intermunicipal


- Lei Estadual 10.419/91 (regulamentada pelo Decreto 32.649/91)
Concede direito ao passe gratuito intermunicipal para deficientes físicos, mentais e visuais.

Transporte interestadual

- Lei Federal 8.899/94 (regulamentada pelo Decreto 3.691/2000)


Concede o passe livre interestadual. Caso seja comprovadamente carente, o portador de
deficiência tem direito ao passe livre no sistema de transporte coletivo interestadual e determina
que as empresas permissionárias e autorizatárias* de transporte interestadual de passageiros
reservarão dois assentos de cada veículo destinado a serviço convencional, como cota do passe
livre, para ocupação das pessoas beneficiadas.

- Decreto 3.691/2000 (disciplinado pela Portaria 01/2001 do Ministério dos


Transportes).
Considera, para seus efeitos, que o transporte coletivo interestadual compreende o transporte
rodoviário e o ferroviário de passageiros.

- Decreto Federal Nº 3.691/00.


Regulamenta a Lei nº 8.899, de 29 de junho de 1994, que dispõe sobre o transporte de pessoas
com deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual.
autorizatárias*: autorizadas a partir de licitação

O direito à educação
Direito à educação pública
Como qualquer cidadão, a pessoa com deficiência tem direito à educação pública e gratuita
assegurada por lei, preferencialmente na rede regular de ensino e, se for o caso, à educação
adaptada às suas necessidades em escolas especiais, conforme estabelecido na Lei Federal
9.394/96 ( art. 4 incisos III E VII), no Decreto 3.298/99 (art. 24) e também na Lei nº 7.853/89 (art.
2º).

Adequação da escola
- Lei Federal 9.394/96 art. 58 § 1º.
Havendo necessidade, é obrigado a equipar a escola, visando ao atendimento eficaz da pessoa
com deficiência.

- Decreto 5.296/04 art. 24.


Define que os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou
privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou
compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive
salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de
lazer e sanitários.

Os direitos e os benefícios do aluno com deficiência


O aluno com deficiência tem os mesmos direitos que os demais alunos, incluindo material
escolar, transporte, merenda escolar e bolsas de estudo. (Decreto Federal nº 3.298/99, no seu
art. 24, t. 24, V.

Educação superior
- Lei Federal 9.394/96 (art. 44) e Decreto 3.298/99 (o art. 27).
Como qualquer cidadão, o portador de deficiência tem direito à educação superior, tanto em
escolas públicas quanto privadas, em todas as suas modalidades. Essas modalidades são:
- Cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis, abertos a candidatos que
atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;
- Curso de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou
equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
- Curso de pós-graduação, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que
atendam às exigências das instituições de ensino; e
- Cursos de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada
caso pelas instituições de ensino.

- Lei Estadual 15.259, de 27 de Julho de 2004.


Instituiu a reserva de vagas na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e na
Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) para portadores de deficiência.
Segundo o inciso III do art. 3º dessa mesma lei, ficam garantidos 5% das vagas para os
candidatos com deficiência. A referida legislação também garante, em seu art.7º, que serão
cumpridos todos os requisitos de acessibilidade para adequar os serviços didático-pedagógicos e
administrativos às necessidades do aluno.
Esse artigo ainda dispõe que tais instituições deverão promover a capacitação dos
recursos humanos e realizar as adaptações necessárias em sua infraestrutura, de modo a
possibilitar a plena integração do aluno com deficiência à vida acadêmica.

Condições para realização de provas ou exames de seleção


- Decreto 3.298/99 (art. 27)
Estabelece que as instituições de ensino devam oferecer adaptações de acordo com as
características dos portadores de deficiência.

- Lei Estadual 14.367, de 19 de julho de 2002.


Determina que as instituições de ensino superior integrantes do Sistema Estadual de Educação
deverão assegurar à pessoa com necessidades especiais as condições para sua participação em
processo seletivo para ingresso nos cursos por elas oferecidos. O art. 2° dessa mesma lei dispõe
uma série de condições mínimas para proporcionar o devido atendimento especial aos
candidatos. Assim, assegura a realização de provas em Braille, salas de fácil acesso, eliminação
de barreiras arquitetônicas, intérpretes de língua de sinais, entre outros direitos devidamente
elencados nessa legislação no intuito de proporcionar apoio físico, verbal e instrucional do
candidato na realização dos testes.
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos,
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência
na escola” como um dos princípios para o ensino e garante como dever do Estado, a oferta do
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
Documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de
Salamanca (1994) passam a influenciar a formulação das políticas públicas da educação
inclusiva.
Em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de
“integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles
que “(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares
programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais” (p.19).
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza
que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e
organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica
àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do
programa escolar.
Define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos
cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses,
condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, define a educação especial
como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a
atuação complementar da educação especial ao ensino regular. As Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º,
determinam que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos.
(MEC/SEESP, 2001)”.
As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o atendimento educacional
especializado complementar ou suplementar à escolarização, porém, ao admitir a possibilidade
de substituir o ensino regular, não potencializam a adoção de uma política de educação inclusiva
na rede pública de ensino, prevista no seu artigo 2º.
A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma
que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que
as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma
reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para
promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização.
a Resolução CNE/CP nº 1/2002, define que as instituições de ensino superior devem prever, em
sua organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e que
contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de
comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de
apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do
currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia.
A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produção e a
difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da
Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território
nacional.
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, com
vistas a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos,
promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios
brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do atendimento
educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento “O Acesso de Alunos com Deficiência
às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”, com o objetivo de disseminar os conceitos e
diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de
alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
O Decreto nº 5.296/04 regulamentou as Leis nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas
e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência ou com mobilidade
reduzida.
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando ao acesso à escola dos
alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a
certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa
como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no ensino
regular.
Em 2005, com a implantação dos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação-
NAAH/S em todos os estados e no Distrito Federal, são organizados centros de referência na
área das altas habilidades/superdotação para o atendimento educacional especializado, para a
orientação às famílias e a formação continuada dos professores, constituindo a organização da
política de educação inclusiva de forma a garantir esse atendimento aos alunos da rede pública
de ensino.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e da
qual o Brasil é signatário, estabelece que Estados/Partes devem assegurar um sistema de
educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão,
adotando medidas para garantir que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação
de deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental
gratuito e compulsório, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade
e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem
(Art.24).
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os Ministérios da Educação e da
Justiça, juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura UNESCO, lançam o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que objetiva,
dentre as suas ações, contemplarem, no currículo da educação básica, temáticas relativas às
pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem acesso e permanência
na educação Superior.
Em 2007, é lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação PDE, reafirmado pela Agenda
Social, tendo como eixos a formação de professores para a educação especial, a implantação de
salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, acesso e
a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso
à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada BPC.
No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas
são reafirmados a visão que busca superar a oposição entre educação regular e educação
especial.

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