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PROFESSORA ESPECIALISTA
RESUMO:
Este estudo foi desenvolvido por meio de uma entrevista com uma professora
especialista em educação especial na função de guia-intérprete e de instrutora
mediadora atuando junto a uma aluna com surdocegueira em sala de aula do ensino
regular e em um Centro de Atendimento Especializado na área da Surdocegueira
(CAESC) da Rede Pública Estadual de Ensino na região norte do estado do Paraná. O
objetivo foi investigar a percepção da professora quanto às peculiaridades do seu
trabalho, destacando a clareza quanto às funções necessárias a serem desempenhadas:
seja como guia-intérprete ou instrutor mediador, profissionais considerados
fundamentais junto a esse público, tanto no desenvolvimento social quanto no processo
ensino/aprendizagem, buscando um serviço mais efetivo. Os resultados obtidos
evidenciaram a necessidade de clarificar as duas funções devido às dúvidas e
dificuldades que a professora especialista vivenciou dado o fato do atendimento a estes
alunos em classe da rede regular de ensino ser recente na região pesquisada.
1. Introdução
O relato que ora se segue surgiu da necessidade de realizarmos uma
investigação quanto à percepção de uma professora especialista na área da Educação
Especial que atendia uma aluna com surdocegueira em classe da rede regular de ensino
e no contra turno em um Centro de Atendimento Especializado da área da
Surdocegueira (CAESC) da Rede Pública Estadual de Ensino na região norte do estado
do Paraná, quanto ao processo de inclusão da educanda com surdocegueira, a
configuração das práticas desenvolvida e dos saberes adquiridos pela profissional como
também a compreensão do trabalho desenvolvido.
2. Fundamentação teórica
2.2 1- Terminologia
1
Surdocegueira pré-linguística é a terminologia adotada para identificar pessoas que nascem
surdocegas ou adquirem a surdocegueira na mais tenra idade, ou seja, antes da aquisição de uma
língua (português ou Língua Brasileira de Sinais). Também conhecida como surdocegueira
congênita, caracterizada pela perda da visão e audição durante a gestação.
A surdocegueira pós-linguística ou adquirida, segundo Maia (2008 p.
12), ocorre em indivíduos que apresentam uma deficiência sensorial primária (auditiva
ou visual) e no decorrer de sua existência adquire a outra após a aquisição de uma
língua (Língua Portuguesa ou Língua de Sinais), como também ocorre à aquisição da
surdocegueira sem outros antecedentes.
2.7 - Problema
Para esse estudo tivemos como indagação a seguinte questão: O que
diferencia a atuação dos profissionais: guia-intérprete e instrutor-mediador e qual a
importância do trabalho de cada um deles para o desenvolvimento da pessoa com
surdocegueira que se encontra em fase de escolarização?
2.8 - OBJETIVOS
2.8 1- Geral
Analisar as características da atuação dos profissionais: guia-intérprete
e instrutor-mediador e as especificidades do trabalho de cada um deles.
2.8 2- Específico
Identificar as semelhanças e diferenças na atuação dos profissionais:
Guia-intérprete e instrutor-mediador e as especificidades do trabalho de cada um deles
no atendimento educacional especializado à pessoa com surdocegueira em classe
comum e AEE no contra turno.
2.9 – MÉTODO
2.9.1 - Caracterização da pesquisa:
Essa pesquisa constituiu- se em um estudo de caso, em que foram
utilizados como procedimentos para a coleta de dados a entrevista e a observação no
contexto de sala de aula.
2.9.2 - Procedimentos:
A coleta dos dados deu-se no primeiro momento por meio de
observação direta em sala de aula e no CAESC objetivando a identificação da função de
guia-intérprete e de instrutor-mediador em ambos ambientes de atuação da professora.
A técnica escolhida foi o registro contínuo, no período de agosto a
dezembro de 2011, sendo de segunda-feira a sexta-feira, durante as cinco (05) aulas, no
período vespertino sala de aula e matutino CAESC.
No segundo momento, através de uma entrevista concedida pela
professora guia-intérprete ou instrutora mediadora, tendo como local o CAESC, um
ambiente silencioso sem interrupções por parte de outras pessoas.
Para a entrevista foi elaborado um roteiro semiestruturado, constituído
de seis questões que versavam sobre seu trabalho e sua percepção quanto às
peculiaridades da atuação do profissional guia-intérprete e do profissional instrutor-
mediador, a saber: 1) A importância do papel do instrutor-mediador? 2) A importância
do papel do guia-intérprete? 3)As dificuldades enfrentadas pelos professores? 4) As
dificuldade que encontrava em sua atuação? 5) A importância de ambas as funções? 6)
O papel por ela desempenhado em sala de aula: guia-intérprete ou instrutora mediadora?
7) Os aspectos que julgava fundamentais na formação para desenvolver suas funções.
Solicitamos a aquiescência da entrevistada para a utilização de um
gravador, objetivando a maior precisão das informações.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresentaremos inicialmente as percepções da profissional quanto
ambas as funções relatadas por meio da entrevista concedida e posteriormente as
impressões da pesquisadora quanto as ações da docente ocorridas durante o período de
observações ocorrida em sala de aula e no CAESC/AEE.
[...] a aluna pergunta, só que às vezes eles não entendem o que ela está
falando, como a minha convivência é maior que a deles, aí eu faço a
fala dela [...] ela fala primeiro do jeito dela, aí eles olham pra mim
assim e diz que não entenderam [...] eu pergunto pra ela é isso aí? A
aluna confirma, e eles respondem para ela [...] nesse sentido de
conteúdo mesmo é eles que vêm explicar.
[...] bom primeiro uma palavra só, paciência (risos). [...] se você não
tiver paciência você não vai conseguir trabalhar com o surdocego.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Educação Infantil
Saberes e Práticas da Inclusão: dificuldade de comunicação e sinalização:
surdocegueira/múltipla deficiência sensorial 4ª Ed. Brasília: MEC/SEESP, 2006.