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TUTORIA ONLINE

PARAMETRIZAÇÃO
SOFT STARTERS
Estando cada vez mais presente nas novas instalações
ou em substituição a sistemas de partida indiretos já
existentes, devido às suas vantagens:

Como já vimos na aula anterior, a principal função do soft


starter é a geração das rampas de tensão de saída para
partida e parada suave do motor.
A rampa para a partida do motor é realizada por meio do
aumento gradativo da tensão e a rampa para parada suave,
pela redução gradativa da tensão.

Tensão
inicial

Tempo da rampa Tempo da rampa


de aceleração de desaceleração
Para que o soft starter possa controlar adequadamente a
partida e a parada do motor, você deve ajustar algumas
variáveis para um melhor controle.

Essas variáveis são chamadas de parâmetros, e a ação de


modificá-los é conhecida como configuração de parâmetros
ou parametrização do soft starter.

Quando você instalar um soft starter, deve configurar alguns


parâmetros básicos para realizar alguns testes com
segurança. Esses testes são necessários para que você possa
validar a instalação.
Quanto ao recurso de operação ou programação
pelo usuário, apresenta Interface Homem-Máquina
(IHM), que pode ser convencional ou digital.

As IHMs convencionais, também


conhecidas por analógicas, possuem
microchaves DIP e controles por
trimpots ajustáveis.
Nas IHMs digitais, a operação e a
programação são feitas pelo uso do
teclado localizado na parte frontal
da própria interface.
Exemplo com
IHM convencional

Sobrecorrente
Falta de fase
Sequência de fase
Rotor bloqueado
Sobrecarga
Alguma falha
Motor rodando
Energizado e pronto
• OVERCURRENT (sobrecorrente): monitora a corrente
LEDs de Indicação
do motor e desliga se o motor ultrapassar três vezes o
valor da corrente ajustada durante um tempo maior
que 1 s, quando o motor estiver a plena tensão.
• PHASE LOSS (falta de fase): desliga em caso de
ausência da fase na entrada ou saída em um tempo
maior que 1 s.
• PHASE SEQ (sequência de fase): não permite o
acionamento do motor quando houver sequência
incorreta das fases na entrada do soft starter.
• STALL (rotor bloqueado): supervisiona o motor durante a rampa de
aceleração. Se a corrente do motor chegar ao final da rampa com duas
vezes a corrente nominal, o soft starter desliga o motor, pois entende
que o rotor está travado (bloqueado).
• OVERLOAD (sobrecarga): acompanha constantemente
o valor da corrente do motor e a velocidade de sua variação em
comparação com o valor da corrente ajustada no soft starter.
LEDs de Indicação
FAULT:
LED vermelho avisa que alguma falha ocorreu;

RUN:
LED vermelho indica que o motor está rodando,
em que:
a) vermelho piscante: motor operando em rampa
de partida/parada;
b) vermelho contínuo: motor em plena tensão;

READY:
LED verde que sinaliza que o soft starter está
energizado e pronto para iniciar operação.
Esses equipamentos normalmente dispõem de um
conjunto de proteções que asseguram ao motor a
instalação e ao próprio soft starter um
funcionamento com segurança.
a) inversão de fases durante a instalação do soft starter;
b) falta de fase no soft starter ou motor durante o funcionamento;
c) rotor do motor bloqueado, travado, quando o motor estiver em
funcionamento;
d) corrente no motor superior aos limites normais (sobrecarga)
previamente ajustados;
e) curto-circuito no motor ou em sua instalação;
f ) sobreaquecimento dos componentes eletrônicos do soft starter.
Essas proteções são habilitadas por meio da configuração de
parâmetros, nos equipamentos com IHM digital, e por minúsculas
chaves conhecidas por chaves DIP, presentes na parte frontal dos
equipamentos com IHM com controles por trimpots.

Quando alguma proteção do


soft starter for atuada, o
equipamento paralisa seu
funcionamento, desligando o
motor e sinalizando falha.

Esses equipamentos são dotados


de LEDs de sinalização, em
alguns tipos para indicar que
houve falha e em outros, qual
tipo de proteção atuou.
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
O princípio de funcionamento do soft starter está
baseado em um componente eletrônico conhecido
como SCR - Retificador Controlado de Silício.

O SCR é capaz de conduzir o semiciclo completo da


rede elétrica ou apenas uma parte dele, de acordo
com sinais de controle.

O soft starter é composto por dois circuitos.

Circuito de Potência Circuito de Controle


O circuito de potência é formado por seis
Circuito de Potência SCR’s, que são ligados dois a dois na
configuração antiparalelo, ou seja, os
SCR’s são ligados um invertido ao outro.

Esta ligação faz com que os dois


semiciclos da tensão alternada
(positivo e negativo) sejam
controlados pelo equipamento
em cada uma das fases.

Circuito de Controle

Um microcontrolador determina o momento exato de disparo de


cada SCR de acordo com os parâmetros de configuração. Desse
modo, é possível variar o valor da tensão eficaz aplicada ao motor.
RAMPA DE ACELERAÇÃO
A rampa de aceleração é um dos parâmetros a serem
configurados no soft starter.

Esse parâmetro determina o tempo que o motor leva para


atingir sua velocidade plena.

Nesta etapa, a tensão alternada que chega ao motor


aumenta gradativamente e recebe este nome porque
durante este tempo, o motor está na fase de aceleração e é
justamente nesta etapa que percebemos uma das
principais funções das chaves eletrônicas de partida:
controlar a partida do motor elétrico.
Os SCR’s foram pintados
de azul (SCR 1) e
vermelho (SCR 2).

Cada um deles é
responsável por um
semiciclo da tensão
alternada.

O circuito de controle fornece os pulsos de


disparo de cada SCR no tempo correto, e assim,
a tensão aplicada ao motor se torna variável.
Note que, com o controle de disparo dos SCR’s 1 e 2, apenas uma
porção da tensão de alimentação será entregue à carga.
Essa porção da tensão aumenta no decorrer do tempo até que
toda a tensão de alimentação esteja presente no motor.
Após a fase de aceleração do motor, o mesmo é alimentado com
100% da tensão da rede, ou seja, está em regime normal de
funcionamento ou trabalho.
RAMPA DE DESACELERAÇÃO

A soft starter também tem a função de controlar a parada


do motor elétrico.

Neste caso, a porcentagem de tensão entregue à carga


diminui de 100% a 0%.

Esta etapa é conhecida como rampa de desaceleração e


também é um parâmetro que determina o tempo que o
motor leva de sua velocidade nominal até sua parada total.
Seu princípio de funcionamento é idêntico ao visto
anteriormente, mas em sentido contrário, ou seja, no
sentido de diminuir a tensão eficaz aplicada ao motor.
PARAMETRIZAÇÃO DO SOFT STARTER
Parametrizar o soft starter significa atribuir valores que irão definir
como ele irá controlar a partida e a parada do motor elétrico.
Esses valores podem ser atribuídos de três modos diferentes de
acordo com o modelo e fabricante do equipamento:

Interface homem Por meio de Via software


máquina (IHM) trimpot e chaves DIP
Teclado e
um display

Ex: RS232
PARÂMETROS MÍNIMOS SOFT STARTER
Independentemente de marca, modelo e tipo de IHM, os parâmetros
mínimos oferecidos pelo equipamento são:
1- Tensão inicial da rampa de aceleração (subida)(torque);
2- Tempo da rampa de aceleração (subida);
3- Tempo da rampa de desaceleração (descida);
4- Corrente nominal do motor.
Configuração do soft starter WEG modelo SSW05 Plus

TENSÃO
O controle é feito por
meio dos trimpots,
que devem ser
ajustados com uma
chave de fenda, entre
30% e 80% de Vn.
TEMPO DA RAMPA
DE ACELERAÇÃO

Permite ajuste do
tempo da rampa de
aceleração entre 1
e 20 segundos.
TEMPO DA RAMPA
DE DESACELERAÇÃO
Permite ajuste do
tempo da rampa de
desaceleração de
0 segundo (posição
OFF, sem rampa)
até 20 segundos.
Os parâmetros 1, 2 e 3 são ajustes relacionados as rampas.
Já o parâmetro 4, é responsável pela
proteção contra sobrecorrentes.

O valor de corrente a ser


ajustado é a porcentagem
da corrente nominal do
motor em relação a corrente
nominal do soft starter.

As correntes acima do valor definido


serão entendidas como anormais e o
soft starter vai desligar o motor.
EXEMPLO 1:
Um motor de 3 CV de potência tem uma corrente nominal (In) de
8,43 A em 220 V, o qual será acionado pelo Soft Starter SSW05
Plus que atende motores de até 10 A. O parâmetro corrente
nominal deverá ser ajustado em que valor percentual?

8,43 100
  84,3%
10

Ou seja, o trimpot
deve ser ajustado com
aproximadamente 85%.
EXEMPLO 2:
Em um equipamento foi instalado um soft starter com corrente
nominal de 20A. Em pleno funcionamento a corrente nominal do
motor é de 14A. O parâmetro corrente nominal deverá ser
ajustado em que valor percentual?

14 100
  70%
20

Ou seja, o trimpot
deve ser ajustado com 70%.
Normalmente, os soft starters
possuem saídas digitais
disponibilizadas em forma de
contato de relé, também
conhecido como contato “seco”.

Neste exemplo temos duas saídas


digitais operadas pelos contatos
13-14/23-24

Esses contatos tem um ponto


comum, a ligação interna do
terminal 14 com o 23.
→ O contato 13-14/24 se fecha e permanece assim durante todo o
funcionamento do soft starter, desde a partida, passando pelo
pleno funcionamento, até o fim da parada do motor;

→ O contato 14/23-24 se fecha e permanece fechado somente


quando o motor está em plena tensão da rede.
Enquanto a DI-1 não é energizada, o
contato 13-14/23 permanece aberto e o
motor desenergizado.

O LED READY fica aceso sinalizando que o


soft starter está energizado e pronto para
iniciar operação. O LED só apaga quando
perde a alimentação.

Quando ocorrer alguma anormalidade


monitorada pelo soft starter, este desativa
as saídas para o motor e as saídas
auxiliares a relé (13-14/24-23) e ativa o
LED vermelho, FAULT, que pisca,
indicando falha. Isso ocorre quando
alguma das proteções atua.
Quando a DI-1 é energizada, o
contato 13-14/23 se fecha e o soft
starter faz uma rampa de
aceleração, ou seja, o motor
recebe uma tensão que vai
aumentando.

O LED RUN fica piscando até que é


atingido o tempo de rampa
programado.

O LED READY fica aceso


sinalizando que o soft starter está
energizado.
Quando o motor
atinge plena
tensão, o contato
14/23-24 é
fechado.

O LED vermelho
contínuo indica que
o motor está
operando em plena
tensão.

O LED READY fica


aceso sinalizando
que o soft starter
está energizado.
Quando a DI-1 é
desenergizada, o
contato 14/23-24
se abre, o LED
RUN começa a
piscar e inicia a
rampa de
desaceleração.
Quando o motor
é desligado, o
LED RUN se
apaga e o
contato 13-14/23
se abre.
O modelo SSW05 Plus e a grande parte dos soft starters
controlam somente duas das três fases da rede e apesar de
toda a tecnologia empregada, não realizam um perfeito
controle do motor, pois controlam simplesmente a tensão e
limitam a corrente fornecida ao motor.

Porém existem modelos com um custo bem mais alto, que


controlam as três fases que vão para o motor e exercem um
melhor controle sobre ele, controlando diretamente o
conjugado do motor, ou seja, controla o torque do motor.
Este modelo é utilizado em casos específicos onde precisa de
conjugado de partida elevado ou um conjugado constante.
Exemplo de funcionamento
do sistema com soft starter
Disjuntor
motor

Fusíveis
Chave de
Alimentação da eletrônica 2 posições

As saídas a rele, 13-14/23-24 e a


entrada digital DI-2 não são
utilizadas nessa configuração.
Para fazer a partida se movimenta a chave S1,
que energiza a entrada digital DI-1.
Quando DI-1 recebe tensão, o
soft starter aciona o motor,
fornecendo-lhe uma tensão que
aumenta a cada instante e
fazendo a rampa de aceleração,
conforme ajustado nos trimpots
ou nos parâmetros da IHM.

Para fazer a parada suave do motor, o usuário


movimenta a chave S1 para abrir o circuito e, ao
desenergizar a DI-1, o soft starter inicia a rampa de
desaceleração, reduzindo gradativamente a aceleração
do motor até ser desenergizado totalmente e parar.
Ao pressionar o botão S1, a DI-1 é energizada, o soft
EX: 2 starter faz a partida do motor, no mesmo instante fecha
o contato 13-14/23 e este, por sua vez, faz o selo de S1.
Dessa forma, quando o usuário
solta o botão S1, a DI-1 se mantém
energizada por meio do contato
13-14/23 da saída digital a relé.

Para fazer o motor parar, basta


apertar o botão S0 e a DI-1 será
desenergizada, o que provocará a
abertura do selo, contato 13-14/23,
garantindo a desenergização.
Obrigado!

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