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HISTÓRIA DO FUTEBOL

No Egito Antigo
• Talvez o Egito não seja lá uma força nos esportes com bola, mas o uso delas
em práticas recreativas e esportivas vem de muito longe. Algumas referências
datam da 11ª dinastia (2130-1983 a.C.).
No Egito antigo a bola não era confeccionada como hoje em dia. Elas eram
sólidas, feitas de couro, junco e outros materiais. O preenchimento poderia
ser de papiro e elas não eram grandes, medindo entre 3 e 9 cm de diâmetro.
Ao que parece, as bolas eram usadas em jogos de mulheres.
As referências de jogo com bola entre os homens foram encontradas somente
no Reino Novo (1550-1070 a.C.).
• Elas possuíam um caráter ritualístico que só reapareceu no período
ptolomaico (aproximadamente entre 302-30 a.C.).
Podemos citar dois jogos praticados pelas jovens naquele tempo, mas
infelizmente não temos as regras completas. Mas já dá para se ter uma idéia.
No primeiro, dois grupos de mulheres ficavam frente a frente. A jovem do
centro tinha a posse da bola enquanto as outras batiam palmas. Num dado
momento, a moça do centro arremessava a bola para o outro grupo. Talvez o
jogo funcionasse como o nosso queimado (ou queimada).
• No segundo jogo, duplas eram formadas e se enfrentavam da seguinte forma:
uma das jovens colocava a outra nas suas costas e a de cima tinha a posse da
bola enquanto a de baixo era responsável pelo movimento da dupla.
De novo a bola era arremessada para a dupla rival mas não sabemos o que
acontecia. Com certeza, quedas e cenas engraçadas deveriam ocorrer nesse
jogo.
Algo parecido, mas sem bola, já deve ter sido praticado por você ou amigos.
Uma brincadeira bem familiar para quem já fez natação ou é chegado a uma
piscina ? a ?briga de galo?.
Esses jogos recreativos com bola entre as mulheres não estavam restritos às
crianças. É provável que adolescentes e jovens adultas também tenham
participado.
Jogos Mesoamericanos: Pok ta Pok
• Chamado de “pok-ta-pok” pelos maias, de “ullamaliztli” pelos astecas e de
“juego de pelota” pelos conquistadores espanhóis, o jogo de bola
mesoamericano foi o mais importante esporte ritualístico das antigas
civilizações da Mesoamérica. Podia durar dias terminando, quase sempre,
com o sacrifício do capitão ou de toda equipe. Jogado ainda hoje no México
(mas sem sacrifícios humanos), ele tem seu próprio campeonato chamado
Copa Peninsular Pok-ta-Pok. A I Copa, realizada em 2015, contou com
jogadores somente do México. Já a Copa de 2017 recebeu equipes
de Honduras, El Salvador, Belize, Guatemala além do México. Os jogos
foram realizados em frente à grande Pirâmide do centro cerimonial maia de
Acanceh, em Yucatan, no México.
• Foram encontrados campos do jogo de bola mesoamericano em diferentes
culturas da América do Norte e Central, desde o Arizona até a Nicarágua e
também em ilhas do Caribe, como Cuba e Porto Rico. A maior quantidade
concentra-se no México, onde existem cerca de 1500 campos de jogo de bola
o que evidencia a importância dessa atividade entre as culturas dessa região.
O campo era construído na forma de I, com uma zona central comprida e
estreita, ladeada por paredes inclinadas e recobertas com estuque e pintadas
com cores fortes. Os tamanhos variavam: os dos olmecas, os mais antigos,
tinham 80 m x 8 m. O de Chichén Itzá, o maior de todos os campos de jogo
de bola conhecidos, possuía 170 m x 70 m, maior que um campo de futebol.
Regras do Pok ta Pok
• Uma bola de borracha era arremessada no campo e as equipes deviam fazê-la
atravessar um aro de pedra cujo diâmetro variava entre 40 cm e 80 cm. O aro
estava fixado na vertical a 2 m ou mais do solo (o aro de Chichén Itzá ficava
a 6 m de altura!). Era proibido usar as mãos e os pés. Os jogadores só podiam
arremessar a bola usando as coxas, os braços e os quadris. Assim que a bola
acertasse o alvo, o jogo acabava. Mas isso era demorado: podia levar horas
ou até dias.
• A bola era feita de borracha cujo látex era extraído de seringueiras nativas
das florestas tropicais do sul do México. O látex era queimado e endurecido
com a seiva de ipomoea, uma trepadeira semelhante à dama-da-noite.
Tamanho e peso variavam: em sítios arqueológicos olmecas foram entradas
bolas de 10 a 20 cm pesando cerca de 1,5 kg. Já as bolas maias e astecas
tinham 25 a 30 cm e pesavam 3 a 4 kg.
• Imagens pintadas em vasos de cerâmica, relevos e estatuetas revelam
detalhes sobre os jogadores. Eles usavam proteções acolchoadas feitas de
algodão nos quadris, joelhos, pernas e antebraços. Peles de jaguar ou de
veado pintadas em cores fortes e colocadas no quadril davam uma proteção
adicional. Em algumas ocasiões, os jogadores do jogo de bola
mesoamericano usavam máscaras e ornamentos na cabeça feitos de penas de
pássaro. Era um jogo extremamente violento. Eram comuns contusões,
ferimentos graves e até mortes causadas pela força e velocidade com que a
pesada bola era arremessada.
Origem do Jogo de Bola Mesoamericano
• O jogo de bola remonta aos olmecas, a cultura-mãe da Mesoamérica surgida
nas terras baixas do Golfo do México. As florestas tropicais dessa região
eram ricas em seringueiras cujo látex era extraído pelos olmecas. Aliás, o
nome “olmeca”, de origem nahuatl, língua falada pelos astecas, significa
“povo da borracha”. Bolas de borracha datando de 1600-1400 a.C. foram
encontradas junto com outras oferendas olmecas indicam que o jogo de bola
já tinha conotações religiosas e rituais. Estatuetas de jogadores de bola,
incluindo figuras femininas, de 1250-1150 a.C. já mostram o uso de faixas
acolchoadas no abdomen, braços e pernas. Um jogo praticado por milênios e
por tantos povos diferentes sofreu variações com o tempo e o local. Assim,
há versões do jogo de bola mesoamericano em que eram usados bastões para
jogar a bola. As equipes podiam ser compostas por 5 a 7 pessoas. O jogo
também era praticado casualmente, como simples recreação, inclusive por
mulheres e crianças.
Episkuros
• Foi na Grécia, entretanto, que se encontraram comprovadamente os primeiros
indícios de um estilo semelhante ao futebol, intitulado de “Episkuros”. Esse
jogo consistia na disputa de uma bexiga de animal, enchida de ar ou areia,
que era disputada por dois grupos de atletas que deveriam levá-la até
determinado ponto.

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