Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRADUÇÃO
REPÚBLICA DE ANGOLA
ASSEMBLEIA NACIONAL
LEI Nº 16/03
DE 25 DE JULHO DE 2003
A arbitragem é um mecanismo extrajudicial privilegiado não só pelos operadores privados como também
pelo próprio Estado para dirimir eventuais conflitos sobre direitos patrimoniais previstos na lei, face às
enormes vantagens que lhe são reconhecidas, nomeadamente a sua celeridade e flexibilidade, bem como
a a liberdade das partes no processo de escolha e nomeação dos árbitros, aliada ao seu caráter sigiloso
e transacional.
Enquanto meio extrajudicial privado de resolução de litígios, a arbitragem constitui um complemento útil
e necessário aos tribunais estatais, uma vez que contribui, em última instância, para uma maior eficácia,
eficiência e dignidade da administração geral da justiça.
Impõe-se, assim, neste domínio, dotar o nosso País e o nosso ordenamento jurídico de legislação
pertinente, mais moderna e adequada às dinâmicas e transformações do mundo actual.
TRADUÇÃO
CAPÍTULO I
O Acordo de Arbitragem
ARTIGO 1
(O Acordo de Arbitragem)
1. Nos termos da presente lei, todos os que possuam capacidade contratual podem recorrer ao Tribunal
Arbitral para resolver os litígios relativos a direitos disponíveis, por meio de convenção de arbitragem,
desde que por lei especial tais litígios não sejam exclusivamente sujeitos a Tribunal Judicial ou
arbitragem compulsória.
2. Os menores, interditos ou inabilitados não podem celebrar convenções de arbitragem, ainda que por
intermédio dos seus representantes legais, mas, tratando-se de sucessão, os litígios em que tenham
interesse podem ser dirimidos pelo Tribunal Arbitral nos termos e nos termos do disposto no termos da
Convenção de Arbitragem celebrada pelos seus sucessores.
(a) dirimir questões relativas a relações de direito privado; (b) nos Contratos
Administrativos; (c) nos casos
especialmente previstos na lei.
ARTIGO 2
(Tipos de convenção de arbitragem)
2. A cláusula compromissória é o acordo pelo qual as partes se obrigam a resolver, por intermédio de
árbitros, os litígios que decorram de determinada relação jurídica contratual ou extracontratual.
3. A convenção de arbitragem é o acordo pelo qual as partes se comprometem a resolver, por intermédio
de árbitros, um litígio existente, independentemente de o litígio já ter sido submetido ou não a um
Tribunal Judicial.
4. As partes podem, na Convenção de Arbitragem, alargar o seu âmbito a outras questões relacionadas
com o litígio, conferindo aos árbitros, designadamente, a
TRADUÇÃO
poder para definir, completar, atualizar e até mesmo revisar os contratos ou as relações
jurídicas que determinaram a convenção de arbitragem.
ARTIGO 3
(Requisitos do Acordo de Arbitragem)
1. Sujeito a lei especial que exija forma mais solene, a convenção de arbitragem deverá
ser feita por escrito.
ARTIGO 4
(Nulidade da Convenção de Arbitragem)
(a) não for feita na forma exigida por lei; (b) for
celebrado em desacordo com as regras imperativas do Artigo 1º deste
Estatuto Social; (c) a cláusula compromissória não especificar os fatos jurídicos
dos quais decorrerá a relação
conflituosa; (d) o acordo de arbitragem não define o objeto da disputa e não é
possível prosseguir com a definição do mesmo.
ARTIGO 5
(Caducidade do Acordo de Arbitragem)
TRADUÇÃO
efeito, e, em qualquer desses casos, o árbitro não for substituído nos termos do Artigo 11
deste Estatuto Social;
(b) quando o tribunal for formado por vários árbitros, a maioria dos
votos não podem ser obtidos em suas decisões;
(c) a sentença não for proferida dentro dos prazos estabelecidos, no
de acordo com o artigo 25 deste Estatuto.
2. Salvo disposição em contrário, a Convenção de Arbitragem não caduca e o procedimento arbitral não
cessa por morte ou extinção, tratando-se de pessoa colectiva, de qualquer das partes.
CAPÍTULO II
O Tribunal
ARTIGO 6
(A composição do Tribunal)
1. O Tribunal Arbitral pode ser composto por um único árbitro ou por vários árbitros, mas sempre em
número ímpar de árbitros.
ARTIGO 7
(Nomeação de Árbitros)
1. As partes podem, na convenção de arbitragem ou em documento posterior por elas assinado, nomear
o árbitro ou árbitros que comporão o tribunal, ou fixar a forma como serão nomeados.
2. Se as partes não tiverem nomeado o árbitro ou árbitros, nem fixado a forma como serão nomeados, e
não houver acordo entre elas sobre essa nomeação, cada parte indicará um árbitro, a menos que seja
acordado que cada um deles indique , em igual número, mais de um, cabendo aos árbitros assim
indicados escolher e indicar o árbitro que completará a composição do Tribunal.
ARTIGO 8
(Requisitos dos Árbitros)
Podem ser nomeados árbitros todos os indivíduos no pleno gozo e exercício da sua capacidade civil.
TRADUÇÃO
ARTIGO 9
(Liberdade de Aceitação)
ARTIGO 10
(Desafiante)
1. Quem for convidado a exercer a função de árbitro tem o dever de revelar de imediato
todas as circunstâncias que possam suscitar dúvidas quanto à sua imparcialidade e
independência. Este dever de informar ambas as partes continua durante todo o
procedimento arbitral.
3. Uma parte só pode impugnar um árbitro por ela designado, ou em cuja nomeação
tenha participado, por motivos de que só teve conhecimento após a nomeação.
4. Na falta de acordo, a parte que pretende impugnar o árbitro deverá expor por escrito
ao Tribunal Arbitral as razões da impugnação no prazo de oito dias a contar da data do
conhecimento da constituição do Tribunal Arbitral ou da data em que tal parte tomou
conhecimento de qualquer circunstância relevante, nos termos do número anterior. Se
o árbitro impugnado não renunciar ou renunciar, ou se a outra parte não aceitar a
impugnação, caberá ao Tribunal Arbitral decidir sobre a impugnação.
TRADUÇÃO
ARTIGO 11
(Substituição de Árbitros)
Se algum dos árbitros falecer, renunciar, for impugnado ou ficar permanentemente incapacitado para o
exercício das suas funções ou se a sua nomeação ou designação deixar de produzir efeitos, tal árbitro
será substituído de acordo com as regras aplicáveis à nomeação ou designação , adaptado conforme
necessário.
ARTIGO 12
(Presidente do Tribunal)
1. Se o Tribunal for composto por mais de um árbitro, os árbitros escolherão entre si o Presidente, a
menos que as partes tenham acordado de outra forma por escrito antes da aceitação do primeiro árbitro.
2. Se, nos termos do número anterior, não for possível escolher e designar o Presidente, a escolha e
nomeação far-se-á na forma prevista no artigo 14.º da presente lei.
ARTIGO 13
(Processo de Constituição do Tribunal)
1. Salvo acordo em contrário entre as partes ou disposto em quaisquer normas aplicáveis, a parte que
pretender submeter a controvérsia ao Tribunal Arbitral deverá notificar a outra parte de tal intenção.
2. A notificação de arbitragem pode ser feita por qualquer meio, desde que seja possível provar a sua
receção pelo destinatário.
TRADUÇÃO
5. Se o árbitro único for nomeado por acordo das partes, a notificação deverá conter a indicação do
árbitro proposto e o convite à outra parte para aceitar tal árbitro.
6. Se a designação for feita por terceiro e esta ainda não tiver sido feita, a parte deve notificar o terceiro
para que o faça e notificar a ambas as partes da designação efectuada.
ARTIGO 14
(Nomeação de Árbitros)
1. Sempre que não tenha sido nomeado árbitro ou árbitros pelas partes ou pelos árbitros ou terceiros,
nos termos previstos nos artigos anteriores, tal nomeação será feita pelo Presidente do Tribunal
Provincial do local designado para a arbitragem ou , não havendo lugar fixado, o do domicílio do
requerente, ou o Tribunal Provincial de Luanda se o domicílio do requerente for no estrangeiro.
2. A nomeação poderá ser requerida após decorridos 30 dias contados da notificação prevista no artigo
13.2, nos casos previstos nos artigos 13.4 e 13.5, ou no mesmo prazo contado a partir da nomeação do
último dos árbitros responsáveis por fazer a escolha e nomeação, nos casos referidos nos artigos 6.2 e
7.2 deste Estatuto Social.
3. A autoridade judiciária a que se refere o n.º 1 deste artigo decidirá, no prazo de 30 dias e sem recurso,
sobre a nomeação ou nomeações solicitadas, ouvidas previamente as partes, mas tendo sempre presente
a necessidade de nomear árbitros que são independentes e imparciais e possuem as qualificações
previamente acordadas pelas partes.
4. Se por acordo escrito as partes tiverem designado outra autoridade ou entidade para a designação de
árbitros nos termos deste artigo, aplica-se o disposto nos números anteriores com as devidas
adaptações, mas na falta de designação por tal autoridade ou entidade, poderá ser requerida intervenção
judicial nos termos deste artigo.
ARTIGO 15
(Conduta dos Árbitros)
No exercício de sua função de solução de conflitos, os árbitros devem demonstrar estar à altura da
honra e das responsabilidades inerentes ao cargo, não podendo representar ou agir no interesse das
partes, devendo-se decidir com independência, imparcialidade, lealdade e boa-fé e contribuir para
assegurar procedimentos céleres e justos.
TRADUÇÃO
CAPÍTULO III
O Procedimento Arbitral
ARTIGO 16
(Normas Processuais)
2. Se o acordo referido no número anterior não tiver sido celebrado até à aceitação pelo primeiro árbitro,
caberá aos árbitros definir as regras a observar.
3. O acordo das partes pode resultar da escolha das regras de arbitragem de um órgão arbitral
institucional ou da escolha deste órgão para conduzir a arbitragem.
ARTIGO 17
(Local da Arbitragem)
1. O local da arbitragem será determinado por acordo entre as partes no Termo de Arbitragem ou em
documento escrito posterior e, na falta de acordo até o momento da aceitação do primeiro árbitro, será
fixado pelos árbitros.
2. Salvo convenção das partes em contrário, o disposto no n.º 1 não obsta a que o Tribunal Arbitral se
reúna em qualquer local que considere adequado à consulta dos seus membros ou à prática de quaisquer
atos processuais.
ARTIGO 18
(Princípios)
ARTIGO 19
(Representação das Partes)
TRADUÇÃO
ARTIGO 20
(Início e Término de Procedimentos Arbitrais)
1. Salvo o disposto no artigo 13.1, o processo arbitral inicia-se na data em que o requerido é
notificado da arbitragem, mas só avança perante o Tribunal a partir do momento em que as
partes são notificadas da nomeação de todos os árbitros, nos termos dos artigos 13 e 14 deste
Estatuto.
2. O processo extingue-se com o depósito da sentença arbitral ou, no caso referido no n.º 4
infra, com o trânsito em julgado da sentença homologadora da desistência .
ARTIGO 21
(Evidência)
1. Todas as provas legalmente admitidas poderão ser produzidas perante o Tribunal Arbitral, a
requerimento das partes ou do Tribunal.
2. Sempre que a prova a produzir depender da vontade de uma das partes ou de terceiro e esta
recusar a necessária colaboração, o próprio Tribunal Arbitral ou o interessado na divulgação
da prova, com autorização do Tribunal, poderá requerer ao Juízo Judicial do lugar onde deva
ocorrer a produção da prova a produção da prova perante aquele Juízo.
3. O Tribunal Judicial prossegue a diligência solicitada nos limites da sua competência e com
observância das normas de produção de prova a que está vinculado, submetendo os seus
resultados ao Tribunal Arbitral.
ARTIGO 22
(Medidas interinas)
1. Salvo convenção das partes em contrário, o Tribunal Arbitral pode, a pedido de qualquer das
partes, ordenar a providência cautelar relacionada com o objecto do litígio, designadamente
para a prestação de quaisquer garantias que entenda necessárias.
TRADUÇÃO
2. O disposto no número anterior não obsta a que as partes requeiram ao Tribunal Judicial competente,
nos termos das normas processuais civis aplicáveis, as diligências que se afigurem adequadas à
prevenção ou salvaguarda dos seus direitos.
ARTIGO 23
(Tarifas)
Os honorários dos árbitros e demais intervenientes no processo, bem como a sua repartição entre as
partes, serão objecto de acordo entre as partes e os árbitros, salvo se tais honorários decorrerem das
regras de arbitragem escolhidas nos termos do artigo 16.º deste Estatuto.
CAPÍTULO IV
(Fazendo o Prêmio)
ARTIGO 24
(Lei aplicável)
2. Na falta de acordo escrito, o Tribunal Arbitral decidirá de acordo com a lei substantiva.
3. Sempre que se pronuncie com base nos usos e costumes, o Tribunal Arbitral está obrigado a observar
os princípios de ordem pública do direito substantivo angolano.
ARTIGO 25
(Prazo para Premiação)
1. A menos que seja determinado de outra forma na Convenção de Arbitragem ou em documento escrito
posterior até a aceitação pelo primeiro árbitro, a sentença arbitral deverá ser proferida no prazo de seis
meses a partir da data de aceitação pelo último árbitro.
2. As partes podem, mediante acordo escrito, prorrogar o prazo convencionado ou, na falta de acordo, o
prazo previsto no número anterior.
TRADUÇÃO
ARTIGO 26
(Decisões)
1. Quando existam vários árbitros, as decisões são tomadas com a presença de todos e por
maioria simples, salvo se as partes tiverem convencionado que é necessário maior número de
votos.
2. As partes podem acordar, não havendo a maioria necessária, que as decisões sejam tomadas
pelo árbitro-presidente ou que o litígio seja resolvido pelo voto expresso por esse árbitro.
3. As partes podem acordar, ou os árbitros podem decidir por unanimidade, que as questões
processuais suscitadas durante a arbitragem sejam decididas pelo árbitro presidente.
ARTIGO 27
(Conteúdo da Sentença Arbitral)
2. A sentença não carece de fundamentação sempre que assim convenham as partes, ou quando
as partes, no decurso do processo, cheguem a acordo sobre a solução do litígio, e no caso de
desistência.
4. O número de assinaturas deve ser, no mínimo, igual ao da maioria dos árbitros, devendo ser
sempre indicada a razão pela qual os demais não assinaram, bem como os que votaram contra
a sentença.
ARTIGO 28
(Sentença de Liquidação e Homologação)
TRADUÇÃO
3. Desde que nada haja contra a transacção, bastará que a sentença arbitral se limite,
quanto à sua parte resolutiva, a reproduzir os termos e cláusulas pactuados e a
homologá-los.
ARTIGO 29
(Prêmio Retirada e Homologação)
1. Quando a parte que requereu a arbitragem dela se retirar e estando livre para fazê-
lo, deverá notificar sua decisão ao Tribunal Arbitral por meio de requerimento por ela
assinado, com firma reconhecida perante tabelião. público, ou subscrito por
procurador com poderes de representação para esse fim.
5. Se, não obstante a oposição da outra parte, o Tribunal Arbitral decidir homologar a
desistência nos termos do artigo 20.6 desta Resolução, a sentença homologatória
deverá especificar os fundamentos da decisão tomada.
ARTIGO 30
(Aviso e Depósito do Prêmio)
TRADUÇÃO
o recurso só começa a correr depois de notificadas às partes a decisão tomada sobre o pedido
de retificação ou esclarecimento.
4. Salvo convenção das partes em contrário, uma vez transitada em julgado a sentença arbitral ,
será depositada na Secretaria do Tribunal Provincial do lugar da arbitragem.
7. O Presidente do Tribunal Provincial outorga a um dos secretários poderes para o depósito das
sentenças arbitrais proferidas na área sob jurisdição.
ARTIGO 31
(Decisão sobre Jurisdição)
1. O Tribunal Arbitral terá competência para decidir sobre sua própria jurisdição, ainda que, para
tanto, seja necessário examinar tanto os vícios da Convenção de Arbitragem ou do contrato em
que tal convenção se insere quanto a aplicabilidade de tal convenção à disputa.
3. A decisão do Tribunal Arbitral em que se declare competente para decidir sobre a matéria só
poderá ser revista pelo Tribunal Judicial depois de proferida a sentença arbitral, por meio de
impugnação ou impugnação recursal ou por meio de oposição à execução, nos termos dos
artigos 34.º e 39.º desta Lei.
ARTIGO 32
(Rescisão de Jurisdição)
TRADUÇÃO
ARTIGO 33
(Efeitos da Sentença Arbitral)
A sentença arbitral produz entre as partes os mesmos efeitos das sentenças judiciais e, se contiver
condenação, é executória.
CAPÍTULO V
(Desafio do Prêmio)
ARTIGO 34
(Anulação do Prêmio)
1. A sentença arbitral pode ser anulada pelo Tribunal Judicial por qualquer dos seguintes fundamentos:
(a) a disputa não for suscetível de resolução por arbitragem; (b) foi
proferida por um tribunal incompetente; (c) a convenção de
arbitragem caducou; (d) foi proferida por um tribunal
constituído indevidamente; (e) não contém os seus fundamentos; (f)
houve violação dos princípios previstos
no Artigo 18 deste Estatuto Social e tal violação teve influência decisiva na solução da controvérsia;
(g) o tribunal considerou questões que não poderia considerar ou não
2. Os fundamentos previstos na alínea b) do n.º 1 só podem ser invocados nos casos em que o Tribunal
Arbitral tenha, nos termos do artigo 31.º, declarado competente ou, arguida a sua incompetência, o
Tribunal não tomou nenhuma decisão em tempo hábil.
3. A causa de anulação prevista na alínea d) do n.º 1 só pode ser apreciada se o seu invocador tiver
impugnado a constituição imprópria até ao termo do prazo previsto no n.º 2 do artigo 31.º e a referida
constituição imprópria tiver sido influência decisiva na resolução do litígio.
4. No caso do fundamento previsto na primeira parte do subparágrafo 1 (g) acima, a anulação não afeta
a validade da sentença sobre os assuntos que o Tribunal poderia considerar.
5. No caso dos fundamentos previstos na segunda parte da alínea g) do n.º 1, a anulação só é admissível
quando a falta de consideração das matérias em causa tenha tido influência decisiva na resolução do
litígio.
TRADUÇÃO
ARTIGO 35
(Procedimento)
1. A acção de anulação da sentença arbitral é intentada perante o Supremo Tribunal no prazo de 20 dias
a contar da data da notificação da sentença arbitral.
2. Se a sentença arbitral for suscetível de recurso, a anulação só pode ser apreciada e decidida em sede
de recurso.
3. A petição inicial na ação de anulação da sentença deve conter os fundamentos da pretensão, aplicando-
se subsidiariamente as regras do agravo previstas no Código de Processo Civil.
ARTIGO 36
(Apelações)
1. Se as partes não tiverem renunciado previamente a esta prerrogativa, a sentença arbitral está sujeita
aos mesmos recursos que caberiam se tivesse sido proferida pelo Tribunal Provincial.
2. Os recursos são interpostos para o Tribunal Supremo e tramitados nos termos do Código de Processo
Civil, com as devidas adaptações, mas o prazo de interposição é de 15 dias.
3. A competência conferida ao Tribunal Arbitral para decidir com base na equidade implica a dispensa de
recursos.
CAPÍTULO VI
(Execução da Sentença)
ARTIGO 37
(Execução)
1. As partes observarão a sentença arbitral nos exatos termos determinados pelo Tribunal Arbitral.
2. Decorrido o prazo fixado pelo Tribunal Arbitral para o cumprimento voluntário da sentença ou, na falta
de prazo, até 30 dias após a notificação da sentença, e esta não for cumprida, o interessado a parte pode
requerer a sua execução ao Tribunal Provincial, nos termos da Lei de Processo Civil.
ARTIGO 38
(Processo de Execução)
TRADUÇÃO
2. O pedido de execução deve ser instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:
ARTIGO 39
(Oposição à Execução)
1. A oposição à execução é admitida pelos fundamentos previstos nos artigos 813.º e 814.º do Código de
Processo Civil, sempre que seja alegada causa de anulação ou esteja pendente a correspondente acção de
anulação.
2. A oposição deve ser apresentada no prazo de oito dias a contar da data da citação do executado para o
processo.
3. Da decisão judicial que decida sobre a oposição à execução não cabe recurso.
CAPÍTULO VII
Arbitragem Internacional
ARTIGO 40
(Definição)
(a) havendo uma parte com mais de um estabelecimento, será considerado aquele que tiver maior
vínculo com a Convenção de Arbitragem; (b) Se uma parte não tiver instalações, seu local de
residência habitual será
considerado.
TRADUÇÃO
ARTIGO 41
(Regime Subsidiário)
ARTIGO 42
(Linguagem)
ARTIGO 43
(Lei aplicável)
1. O Tribunal Arbitral decidirá sobre a controvérsia de acordo com a lei escolhida pelas
partes para ser aplicada ao mérito da controvérsia.
TRADUÇÃO
ARTIGO 44
(Apelações)
Da sentença do Tribunal Arbitral não cabe recurso, salvo se as partes tiverem convencionado a
possibilidade de recurso e regulado os seus termos.
CAPÍTULO VII
(Disposições Finais e Provisórias)
ARTIGO 45
(Arbitragem Institucionalizada)
ARTIGO 46
(Alterações ao Código de Processo Civil)
«ARTIGO 90º
(Jurisdição para Execução da Sentença)
1. […].
2. Quando a sentença tiver sido proferida por árbitro em arbitragem que tenha ocorrido em território
angolano, é competente para a sua execução o Tribunal Provincial do lugar da arbitragem.
ARTIGO 814
(Execução baseada em Sentença Arbitral)
1. São fundamentos de oposição à execução de sentença arbitral não só os previstos no artigo anterior,
mas também aqueles em que pode assentar a anulação judicial dessa sentença.
2. O tribunal rejeita de ofício o pedido de execução quando reconhecer que o litígio não pode ser
submetido a decisão por árbitros, quer porque o litígio se encontre, por lei especial, exclusivamente
submetido a um tribunal judicial ou a arbitragem obrigatória, quer porque o direito controvertido não é
descartável pelo seu titular.»
TRADUÇÃO
ARTIGO 47
(Remessas Legais)
As remissões legais previstas nos artigos 1525.º a 1528.º do Código de Processo Civil às disposições
do regime do Tribunal Arbitral Voluntário entendem-se doravante feitas ao presente diploma, com as
necessárias adaptações.
ARTIGO 48
(Revogação)
1. Fica revogado o Título I do Livro IV - O Tribunal Arbitral Voluntário - do Código de Processo Civil.
ARTIGO 49
(Custas devidas nos Tribunais Judiciais)
1. A taxa de justiça sobre os recursos interpostos, nos termos do artigo 36.º, nas petições e
impugnações em processos executivos nos termos dos artigos 37.º a 39.º da presente lei, é a prevista
no Código das Custas Judiciais para os respectivos autos, com as adaptações que se fizerem
necessárias.
2. A taxa de justiça devida nas acções de anulação de sentenças arbitrais, nos termos da presente lei,
nos Tribunais Provinciais, é a fixada para processos cíveis de igual valor, reduzida a metade.
3. Pela nomeação de árbitros e depósito de sentenças arbitrais é devida a taxa mínima de justiça
prevista no Código das Custas Judiciais por qualquer acto praticado perante os Tribunais Provinciais.
ARTIGO 50
(Dúvidas e Omissões)
As dúvidas e omissões que possam surgir da interpretação e aplicação da presente lei são resolvidas
pela Assembleia Nacional.
ARTIGO 51
(Regulamentos)
A presente lei será regulamentada no prazo de 90 dias a contar da data da sua entrada em vigor.
ARTIGO 52
(Eficácia)
TRADUÇÃO
Seja Publicado.