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02/05/2023, 14:17 Contribuição Sindical dos Autônomos e Profissionais Liberais

CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - AUTÔNOMOS E PROFISSIONAIS LIBERAIS


 
O artigo 583 da CLT, estabelecia, até outubro/2017, que os agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais
(não organizados em empresas) deveriam recolher a contribuição sindical anual aos respectivos sindicatos de classe.
 
Entretanto, a Lei 13.467/2017 alterou o citado artigo, estabelecendo que tal obrigação está condicionada a
autorização prévia e expressa (por escrito) por parte do profissional, conforme dispõe o art. 579 da CLT.
 
Portanto, a partir de 11.11.2017, quando entrou em vigor a Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), a contribuição
sindical dos trabalhadores autônomos e profissionais liberais só será devida se houver a citada autorização.
 
PRAZO DE RECOLHIMENTO
 
O prazo de recolhimento da contribuição sindical dos autônomos e profissionais liberais vai até o último dia útil do
mês de fevereiro.
 
LOCAL DE RECOLHIMENTO
 
As guias de recolhimento deverão ser apresentadas para pagamento na Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, ou
em qualquer agência bancária integrante do sistema de arrecadação de tributos federais.
 
VALOR DA CONTRIBUIÇÃO
 
O art. 580, "caput", inciso II da CLT dispõe que a contribuição para os agentes ou trabalhadores autônomos e
profissionais liberais corresponde a 30% (trinta por cento) do Maior Valor de Referência.
 
A Lei 8.177/1991, art. 3º, inciso III, extinguiu dentre outros, desde 01.02.1991, o Maior Valor de Referência (MVR) e
demais unidades de conta assemelhada que são atualizadas por índices de preços.
 
A Lei 8.383/1991 instituiu a Unidade Fiscal de Referência (Ufir), como novo indexador para fins de cálculo da
atualização monetária (art. 1º, § 1º), a qual foi extinta, utilizando-se por enquanto a última Ufir divulgada (R$
1,0641). 

O Ministério do Trabalho, através da NOTA TÉCNICA/CGRT/SRT 05/2004, fixou o valor do MVR em real para
atualização dos valores expressos na CLT em R$ R$ 19,0083.

Desta forma, a importância devida por trabalhadores autônomos e profissionais liberais corresponde a 30% do MVR
(conforme art. 580, II da CLT), resultaria, à época da fixação da MVR, em R$ 5,70 (cinco reais e setenta centavos).
 
Entretanto, o valor real (atual) a ser recolhido por cada autônomo ou profissional liberal, poderá ser obtido
junto à respectiva entidade sindical (categoria profissional), pois estas são as responsáveis por estabelecer o valor
da contribuição sindical anual.
 
Nota: Lembramos que a contribuição sindical não é mais obrigatória e o seu pagamento só pode ocorrer depois da
manifestação prévia e expressa do trabalhador autônomo ou profissional liberal.
 
GUIA DE RECOLHIMENTO
 
De acordo com o art. 287 da  Portaria MTP 671/2021, a Guia de Recolhimento da contribuição sindical Urbana -
GRCSU, aprovada desde 2006, é o único documento para recolhimento da contribuição e está disponível para
preenchimento no site da Caixa Econômica Federal.
 
A GRCSU é composta de duas vias: uma destinada ao contribuinte, para comprovação da regularidade da arrecadação
e outra à entidade arrecadadora. Para preencher a guia, basta conectar-se à internet e acessar o link  Contribuição
Sindical Urbana e seguir o passo a passo do preenchimento on line da GRCSU da Caixa.
 
Para aqueles que não tiverem acesso a internet, a Caixa disponibilizará em suas agências,  terminais de
autoatendimento, para o preenchimento da guia.
 
RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO
 
O recolhimento da contribuição sindical fora do prazo, inclusive quando for espontâneo, é acrescido de multa, juros e
atualização monetária. Considerando não haver entendimento pacífico a respeito da elaboração dos cálculos, é

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necessário consulta prévia ao sindicato representativo, quanto à aplicação dos acréscimos legais. 
 
FALTA DE RECOLHIMENTO - SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL - INAPLICABILIDADE
 
O artigo 599 da CLT determina que, para os profissionais liberais, a penalidade pelo não recolhimento da contribuição
sindical consistirá na suspensão do exercício profissional, até a necessária quitação, e será aplicada pelos órgãos
públicos autárquicos disciplinadores das respectivas profissões mediante comunicação das autoridades fiscalizadoras.
 
Entretanto, entendemos que diante do disposto no art. 579 da CLT, não caberá tal suspensão ainda que não haja o
recolhimento da contribuição, uma vez que a referida contribuição está condicionada a uma autorização prévia e
expressa do profissional, razão pela qual recolhimento deixa de ser obrigatório e passa a ser facultativo a partir de
nov/2017, razão pela qual o art. 599 da CLT perdeu sua eficácia normativa.
 
QUADRO DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS PROFISSÕES LIBERAIS – GRUPO

1. Administradores
2. Advogados
3. Agrônomos
4. Arquitetos
5. Arquivistas
6. Artistas
7. Atores
8. Atuários
9. Autores Teatrais
10. Bacharéis em Ciências da Computação
11. Bibliotecários
12. Biólogos
13. Biomédicos
14. Cenógrafos
15. Compositores Artísticos Musicais e Plásticos
16. Contadores
17. Corretores de Imóveis 
18. Economistas
19. Educadores Físicos 
20. Enfermeiros
21. Engenheiros
22. Enólogos
23. Escritores
24. Estatísticos 
25. Farmacêuticos
26. Fisioterapêutas
27. Fonoaudiólogos
28. Fotógrafos
29. Geólogos
30. Jornalistas
31. Leiloeiros
32. Médicos
33. Médicos Veterinários 
34. Museólogos
35. Músicos
36. Nutricionistas 
37. Oceanógrafos 
38. Odontologistas 
39. Parteiras
40. Professores (Particulares) 
41. Profissional de Tecnologia da Informação (Ti)
42. Protéticos Dentários 
43. Psicólogos
44. Publicitários
45. Químicos
46. Relações Públicas 
47. Sociólogos
48. Técnico em Informática 
49. Técnicos Agrícolas 
50. Técnicos em Contabilidade 

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51. Técnicos em Radiologia 


52. Técnicos Industriais 
53. Tecnólogos
54. Terapeutas Ocupacionais 
55. Tradutores 
56. Zootecnistas

PROFISSIONAL LIBERAL COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO


 
O profissional liberal que possui vínculo empregatício na respectiva profissão pode optar pelo pagamento da
contribuição para sua própria atividade, apresentando ao empregador o recibo do pagamento relativo à sua entidade
sindical.
 
Antes da Reforma Trabalhista, o profissional que não apresentasse a guia de contribuição sindical paga até fevereiro,
poderia sofrer o desconto automático em folha da contribuição como empregado em seu salário no mês de março.
 
Entretanto, a Lei 13.467/2017 (Lei da Reforma Trabalhista) alterou os arts. 578, 579 e 582 da CLT, estabelecendo que
a contribuição sindical só será devida nas seguintes condições:

O empregado deverá requerer o pagamento da contribuição sindical, autorizando o desconto de forma prévia
(POR ESCRITO), voluntária, individual e expressa, conforme dispõe o art. 579 da CLT;
A autorização deverá ser feita de forma individual (preferencialmente contendo nome, cargo, setor, CPF, CTPS e
PIS do trabalhador) e diretamente para o sindicato;
 
Portanto, a partir de 11.11.2017, o profissional liberal que atua na empresa (com vínculo empregatício) não poderá
sofrer qualquer desconto de contribuição sindical em folha de pagamento no mês de março, mesmo que não tenha
recolhido tal obrigação em fevereiro, salvo se houver autorização expressa.
 
PROFISSIONAL LIBERAL COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO EM OUTRA ATIVIDADE
 
O profissional liberal que não exerce a profissão permitida pelo seu título, estará sujeito a contribuição sindical à
entidade representativa da categoria profissional em que se enquadra os demais empregados da empresa (categoria
preponderante), observado a exigência de autorização expressa.
 
Exemplo
 
Um contador exerce a função de gerente financeiro numa empresa de transportes. Neste caso, contribuirá com um dia
de trabalho no mês de março para o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte e não ao Sindicato dos Contabilistas,
já que sua função na empresa não é a de contador.
 
Com base no art. 579 da CLT este empregado só irá contribuir com 1 dia do seu salário se optar por autorizar esta
contribuição POR ESCRITO ao sindicato, cujo desconto ocorrerá em folha de pagamento.
 
PROFISSIONAL LIBERAL E EMPREGADO - EXERCÍCIO SIMULTÂNEO
 
Aqueles que exercem a sua profissão liberal e também são empregados, como citado no item anterior, ficam sujeitos à
múltipla contribuição sindical correspondente a cada profissão exercida.
 
Exemplo
 
Um contador, numa empresa transportadora, exerce a função de gerente financeiro e, concomitantemente, fora da
empresa, executa a contabilidade de outras empresas. Neste caso, contribuirá ao Sindicato dos Trabalhadores em
Transporte como empregado e, ao Sindicato dos Contabilistas, como profissional liberal, desde que haja, em ambos os
casos, autorização expressa para tanto.
 
ADVOGADO EMPREGADO
 
Pelo Estatuto da OAB, Lei 8.906/94, art. 47, o pagamento da contribuição anual à Ordem dos Advogados isenta os
inscritos em seus quadros do pagamento da contribuição sindical. Se o advogado não pagar a contribuição anual à
OAB estará infringindo o art. 34 do estatuto e estará sujeito a suspensão do exercício profissional.
 
Ainda que o advogado não tenha pago a anuidade, a empresa não poderá descontar a contribuição sindical em folha de
pagamento de forma automática, uma vez que o art. 582 da CLT dispõe que o desconto da contribuição sindical

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depende de autorização prévia e expressa do empregado, além de que o exercício da profissão deve ser regularizada
entre o advogado empregado e a OAB.
 
Vale ressaltar que se a empresa mantém empregado advogado em exercício irregular da profissão junto a OAB (por
falta de pagamento da anuidade), estará sujeita a ter invalidados os atos processuais praticados pelo mesmo.
 
AUTÔNOMOS E PROFISSIONAIS LIBERAIS ORGANIZADOS EM FIRMAS OU EMPRESAS
 
Os agentes ou trabalhadores autônomos e os profissionais liberais, organizados em firmas ou empresas, com capital
social registrado, recolhem a contribuição sindical segundo a tabela progressiva do inciso III do artigo 580 da CLT.
 
Para maiores detalhes, acesse o tópico Contribuição Sindical do Empregador.
 
ANOTAÇÕES
 
Com o eSocial e a CTPS Digital, bem como de acordo com o art. 266 e art. 290 da Portaria MTP 671/2021, as
anotações serão feitas eletronicamente e de forma automática pela plataforma eSocial, que alimentará os valores das
contribuições diretamente na CTPS Digital do empregado.
 
INEXISTÊNCIA DE SINDICATO DA CATEGORIA PROFISSIONAL
 
Inexistindo sindicato representativo da categoria profissional, a contribuição deverá ser recolhida pelo empregador à
Federação, ou na falta desta, à respectiva Confederação. Na falta de sindicato ou entidade de classe de grau superior, a
contribuição sindical será recolhida à Conta Especial Emprego e Salário do Ministério do Trabalho.
 
PRESCRIÇÃO
 
O direito à ação para cobrança da contribuição sindical prescreve em 5 anos (Código Tributário).
 
Base Legal: Portaria MTP 671/2021;
Artigo 583 da CLT e os mencionados no texto.

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Guia Trabalhista - Índice

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