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• Cargas que exigem controle ambiental do espaço de vapor dentro dos tanques
de carga;
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5.1.1.1 Notas explicativas relativas ao Sumário de Requisitos Mínimos do IGC
Code.
A menos que especificado de forma contrária, as misturas de gases contendo menos que 5% de
acetilenos totais poderão ser transportadas sem exigências além daquelas previstas para os componentes
principais.
Os números do MFAG são fornecidos para informações sobre procedimentos de emergência a
serem aplicados em caso de acidentes envolvendo os produtos cobertos pelo Código IGC. Quando
qualquer dos produtos listados for transportado em baixa temperatura, ocasião em poderá ocorrer o
congelamento, o número 620 do MFAG também deve ser aplicado
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(Tabela 01)
Sumário de Exigências Mínimas do IBC
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5.2 Arranjos do navio
A área da carga deve ser segregada das outras partes do navio. Os sistemas de
contenção de carga e de manuseio de carga devem ser completamente separados dos
espaços das acomodações, dos espaços de máquinas e de outros espaços identificados
como seguros de gás. Para tal são utilizados coferdames ou outros meios de segregação
localizados entre a área da carga e a praça de máquinas, os tanques de combustíveis e o
paiól das amarras.
As vigias e portas da casa do leme poderão ser localizadas dentro dos 3 metros de
distância da área de carga, desde que sejam projetadas para assegurar um rápido
fechamento e uma eficiente estanqueidade aos gases e vapores de carga.
Os espaços seguros de gás dentro da área da carga, deverão ser equipados com
um sistema de ventilação mecânica do tipo “pressão positiva”. Havendo despressurização
desses compartimentos, aqueles equipamentos elétricos que não forem classificados
como intrinsecamente seguros deverão ser automaticamente desalimentados.
Não são permitidas redes de carga abaixo do convés e porisso, são utilizadas para
descarga, de preferência, as bombas de profundidade ou submersíveis. As redes de
carga para os tanques de carga devem atravessar o domo do tanque que se projeta
acima do convés principal.
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Quando o navio é equipado com uma planta de reliquefação, usualmente ela fica
localizada no compartimento dos compressores, embora em alguns navios menores os
compressores e os condensadores possam ser localizados em áreas abertas do convés
parcialmente protegidas.
(Figura 01)
Ventilação dos compartimentos dos compressores e sala dos motores elétricos
O acesso do convés para o compartimento dos motores elétricos, deverá ser feito
através de uma câmara de descompressão (airlock), cujo sistema de ventilação deve ser
do tipo “pressão positiva”. Essa câmara deve possuir duas portas estanque a gás (gas-
tight) e afastadas uma da outra de, pelo menos, 1,5 metros e de, no máximo, 2,5 metros
para prevenir perda de pressão diferencial, desde que as duas portas não sejam abertas
simultaneamente. Essas portas possuem fechamento automático e não podem ter
nenhum dispositivo que possa mantê-las abertas. Possuem alarme visual de ambos os
lados externos ao airlock para dar o alarme caso essas portas sejam abertas. E, se
ambas as portas forem abertas simultaneamente, a perda de pressão fará acionar um
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alarme sonoro e os equipamentos que não forem certificados como do tipo seguro que
existem nos espaços protegidos por “airlock”, devem ser desalimentados eletricamente se
houver perda de sobre-pressão.
(Figura 02)
Sala dos Compressores e Sala dos Motores Elétricos
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(Figura 03)
Detalhe da caixa de passagem e selagem dos eixos dos motores elétricos
(Figura 04)
Compressor de carga.
(Figura 05)
Motores elétricos (No detalhe a caixa de passagem e selagem do eixo do motor elétrico)
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Os navios de gás são equipados com um sistema de borrifo de água para proteção
contra incêndio cobrindo os domos dos tanques de carga, as áreas dos tanques de carga
acima do convés, as áreas do manifolde, a área frontal da superestrutura, os limites dos
compartimentos que faceiam a área da carga, etc. A vazão da água empregada deve ser
de, no mínimo, 10 litros por m2 por minuto para as superfícies horizontais e 4 litros por m2
por minuto para as superfícies verticais.
(Figura 06)
Sistema de dilúvio(borrifo d´água) no convés do navio de gás.
Além do sistema de borrifo de água, todo navio gás deve ser equipado com um
sistema fixo de combate a incêndio com pó seco capaz de atender a um incêndio na área
da carga. Devem existir pelo menos duas linhas de mangueira para cobrir a área da carga
no convés incluindo as redes de carga. O acionamento do pó seco armazenado no
sistema é feito com nitrogênio o qual é armazenado em vasos de pressão próximos aos
recipientes de pó seco.
Para auxiliar nos comportamentos seguros em relação aos perigos que o gás
oferece, o navio é dividido em espaços e zonas com perigo de gás, ou seja, com
possibilidade da presença acidental de gases. A figura abaixo demonstra tais espaços e
zonas.
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(Figura 07)
Divisão do navio em Zonas e Espaços com Perigo e Seguro de Gás
• os espaços na área da carga que não estão equipados com arranjos aprovados
para assegurar que suas atmosferas permaneçam, o tempo todo, em condições seguras;
• os espaços fora da área da carga, através dos quais passe qualquer tubulação
que contenha líquido ou vapor da carga ou ainda dentro dos quais essa tubulação
termine, a menos que estejam instalados arranjos aprovados que previnam qualquer
escapamento de vapor do produto na atmosfera desse espaço;
• os espaços de porão;
• o convés aberto sobre a área da carga até 3 metros para vante e para ré numa
altura de 2,4 metros acima do convés exposto ao tempo;
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• locais fechados ou semi-fechados que tenham abertura direta para um espaço
ou zona com perigo de gás;
OBS: Os locais que contém um equipamento detector de gás (do tipo aprovado) ou
um espaço no qual o gás do “boill-off” é utilizado como combustível, desde que aprovados
pela Administração, não são considerados espaços com perigo de gás.
Um espaço seguro de gás é qualquer espaço que não apresenta perigo de gás.
Nos navios de GLP eles são mantidos sob pressão de gás inerte embora também
possam ser mantidos com ar seco quando o navio estiver transportando determinadas
cargas.
Nos navios de GNL os espaços vazios são normalmente mantidos com ar seco,
numa condição que possam ser tornados inertes quando for detectado algum vapor da
carga. O gás inerte utilizado nesse caso é o nitrogênio.
Em alguns tipos de navios de gás, uma falha no sistema de contenção que venha
causar vazamento da carga para dentro de um espaço vazio provocará uma grande
quantidade de vapor gerado pela rápida ebulição dessa carga. Esse vapor será liberado
para a atmosfera por um tubo em aço inoxidável direcionado para o convés exposto,
através de um dispositivo chamado de disco de ruptura (bursting disc) que se rompe na
presença de um líquido criogênico.
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5.3 Sistemas de Contenção de Cargas
Nos diferentes tipos de carga que serão transportados por um navio de gás
específico, o projeto e a construção dos sistemas de contenção que serão nele
empregados, devem ser levar em consideração pelo menos os seguintes parâmetros:
(Figura 08)
Tanque Integral
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de membrana uma vez que os espaços internos do casco do navio são melhores
aproveitados.
OBS: O Invar é uma liga de aço inoxidável tendo cerca de 36% de níquel e ferro e
praticamente sem nenhum fator de “contração”. É escolhido para membrana justamente
por apresentar, como principal característica, desprezível coeficiente de expansão e
contração térmica.
(Figura 09)
Detalhes do Isolamento de uma área chata da Membrana Gaz Transport
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(Figura 10)
Detalhes do Isolamento de uma área de canto da Membrana Gaz Transport
A Nippon Yusen Kaisha (NYK) opera o primeiro navio de GNL, equipado com uma
planta de reliquefação denominado “LNG Jamal”.
(Figura 11)
Membrana Gaz Transport – Seção Transversal
(Figura 12)
Construção da Membrana Technigaz (TGZ MARK III SYSTEM)
(Figura 13)
Superfície de uma Membrana Technigaz
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(Figura 14)
Membrana Technigaz – Seção transversal
Esse sistema usa uma membrana primária de invar suportada pelos painéis de
isolamento existentes no tipo MK III, e incluem uma membrana secundária tripla.
Até o anos de 2007 esse tipo de sistema de contenção somente havia sido
instalado em dois navios de GNL.
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(Figura 15)
Tanque Prismático Independente tipo SPB-IHI
Esse tipo de tanque é auto-suportado quando está descarregado o que não ocorre
quando está carregado. Nessa condição, a pressão hidrostática do líquido e a pressão de
vapor são transmitidas ao casco interno através do isolamento da barreira primária, como
ocorre no sistema de membrana. Os cantos e as extremidades são projetados para se
acomodarem conforme os movimentos de expansão ou contração provocados pelas
temperaturas dos líquidos.
(Figura 16)
Tanque Semi-membrana
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5.3.4 Tanques Independentes
Os tanques tipo ‘A’ são construídos com aço resistente as baixas temperaturas e
utilizam a forma prismática, fazendo o máximo uso do espaço interno do casco do navio.
A pressão máxima de projeto permitida no espaço de vapor para esse tipo de sistema é
de 0,7 barg. Isso significa que as cargas devem ser transportadas totalmente refrigeradas,
ou próximas da pressão atmosférica, normalmente inferior a 0,25 barg.
A figura abaixo mostra uma seção desse tipo de tanque que é utilizado em navios
de GLP totalmente refrigerados.
(Figura 17)
Tanque Independente Prismático Auto-suportado Tipo ‘A’
Secção transversal de um navio de GLP totalmente refrigerado
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(Figura 18)
Esquema de um Tanque Prismático
Para um típico navio de GLP totalmente refrigerado (que não transporta cargas em
temperaturas inferiores a -55oC), esta barreira secundária deve ser uma barreira
completa, que seja capaz de conter o volume total do tanque. Ela pode fazer parte do
casco do navio, o que geralmente ocorre e, portanto, o casco deverá ser construído por
chapa de aço especial capaz de resistir às baixas temperaturas. Alternativamente, são
construídas barreiras secundárias separadas em volta de cada tanque de carga. Qualquer
barreira secundária deve ser capaz de conter um vazamento do tanque por um período de
até 15 dias.
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com ar. O isolamento térmico pode ser aplicado tanto no lado externo da barreira primária
quanto no casco interno do navio (barreira secundária).
Esses tanques de carga são bem isolados por painéis de espuma de poliuretano de
120 mm de espessura cobertos por uma folha de alumínio fina de 0,5 mm, que são
fixados às chapas dos tanques com pinos de polietileno. Permanece um espaço de
aproximadamente 10 mm entre cada um desses painéis de poliuretano que é preenchido
com tiras de espuma que são cobertas com fita adesiva apropriada. Isso faz com que o
isolamento fique bem justo, relativamente impermeável, de forma a prevenir a entrada da
umidade que existir na atmosfera dos espaços vazios.
O tipo mais comum de tanque tipo ‘B’ é o esférico, conforme mostrado nas figuras
19 e 20, que representam um projeto Kvaerner Moss. O projeto do tanque tipo ‘B’
necessita apenas de uma barreira secundária parcial que inclui uma bandeja coletora e
uma barreira contra borrifos. O espaço vazio é normalmente preenchido com gás inerte.
Entretanto, práticas modernas permitem que esse espaço seja preenchido com ar seco
desde que haja possibilidade de inertizá-lo quando detectado vapor da carga.
Um domo de aço para proteção contra intempéries cobre a barreira primária acima
do nível do convés principal e um isolamento é aplicado na parte externa da superfície de
barreira primária.
(Figuras 19)
Tanque Esférico Tipo ‘B’ – Projeto Kvaerner Moss
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(Figuras 20)
Tanque Esférico Tipo ‘B’ – Projeto Kvaerner Moss
(Figura 21)
Tanque Esférico Tipo ‘B” – Projeto Kvaerner Moss
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(Figura 22)
3
Navio de GNL de 74.000 DWT – 147.000 m
(Figura 23)
Detalhes das Esferas
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(Figura 24)
Suporte da Esfera e Acesso de Inspeção
• espuma de poliuretano.
A estrutura do isolamento é reforçada por redes de arame que são cobertas com
folhas metálicas de alumínio. O isolamento também se torna um “escudo contra borrifo”.
Qualquer vazamento de carga escoará por gravidade até o fundo da esfera através
do espaço entre o tanque de carga e o isolamento. Uma abertura no isolamento leva até
um disco de ruptura, o qual se romperá sob temperatura criogênica, permitindo que o
líquido escoe dentro do aparador sob o espaço vazio.
Os tanques tipo ‘B’ não precisam ser necessariamente esféricos. Há tanques tipo
‘B’ prismáticos sendo utilizados em navios de GNL. Os tanques prismáticos tipo ‘B’ têm a
vantagem de maximizar a eficiência volumétrica do casco uma vez que o tanque ocupa
todo o espaço sob o convés principal. A pressão máxima permitida no espaço de vapor
dos tanques independentes do tipo ‘B’ prismáticos, como nos independentes do tipo ‘A’, é
limitada a 0,7 barg (pressão manométrica).
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(Figura 25)
Tanque Independente Prismático Auto-Suportado Tipo ‘B’
(Figura 26)
Navio de GNL
(Figuras 27)
Tanques Independentes Tipo ‘C’ (navio totalmente pressurizado)
Para esse tipo não é exigido barreira secundária
(Figura 28)
Tanque Tipo ‘C’ bi-lobular (navio semi-pressurizado)
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EXIGÊNCIA DE BARREIRA SECUNDÁRIA
o o
Temperatura da carga na -10 C Entre -10 C o
o Abaixo de -55 C
pressão atmosférica e acima e -55 C
Não é exigida
O casco atua como É exigida barreira
barreira
barreira secundária secundária
secundária
Tipo de Tanque
(Figura 29)
Tanque de Convés Tipo ‘C’
Os tanques com isolamento interno são similares aos tanques integrais. Esses
tanques consistem de materiais isolantes fixados a superfície interna do casco do navio
ou a de um tanque independente. A carga é suportada pela superfície desse isolamento.
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Esse sistema foi incorporado a um número muito limitado de navios de GLP
totalmente refrigerados, porém, até agora, esse conceito não foi satisfatoriamente
aprovado.
(Diagrama 01)
Tipos de Naviso relacionados as Cargas, Condições de Transporte e Sistemas de Contenção
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5.3.6 Materiais de Construção
O material utilizado para construção dos tanques de carga dos navios gaseiros é
especificado para ser compatível com as temperaturas de serviço e com as cargas por
eles transportadas.
Como a maioria dos metais e das ligas fica frágil quando submetidos a certas
temperaturas, a propriedade mais importante considerada para selecionar o material do
tanque de carga é sua resistência às baixas temperaturas. Essa consideração é vital uma
vez que muitos metais e ligas (exceto o alumínio) tornam-se frágeis abaixo de certa
temperatura.
O tratamento a grão fino do aço carbono estrutural pode ser usado para dar
características de resistência a impactos sob temperaturas baixas. Os Códigos de Gás
especificam limites de baixas temperaturas para variar o grau de resistência desses aços
para até -55 oC. Os Códigos de Gás e as Regras das Classificadoras detalham os vários
graus do aço.
Para alcançar essa temperatura de serviço são usadas ligas de aço como as de
aço carbono-manganês de grão fino, totalmente abrandado, algumas vezes misturado em
liga com 0,5% de níquel.
• poliuretano;
• lã mineral;
• balsa;
• perlita; e
• poliestireno.
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5.4 Capacidade de Sobrevivência e Localização dos Tanques de Carga
Navios tipo 1G
Navios tipo 2G
Todos os navios maiores do que 150 metros de comprimento que possuam essas
caraterísticas, devem ser considerado tipo 2G.
Navios tipo 3G
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5.4.2 Localização dos Tanques de carga
(Figura 30)
Localização dos Tanques de Carga de um navio do tipo 1G
(Figura 31)
Localização dos Tanques de Carga em navios tipo 2G, 2PG e 3G
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(Figura 32)
Extensão máxima assumida para avarias do fundo
(Figura 33)
Extensão máxima assumida para avarias laterais
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5.4.4 Padrões de Avaria
Os navios devem ser capazes de se manter flutuando mesmo com avaria no casco, de acordo com os
seguintes padrões:
Comprimento igual ou
maior do que 150 metros
Comprimento igual
ou maior do que 125 metros
(Tabela 03)
Padrões de Avarias
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6 Sistemas de Manuseio da Carga
(Figura 01)
Arranjo de redes dos tanques de carga
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(Figura 02)
Compressores Low Duty
Nos navios de gás as redes de carga não podem passar sob o nível do convés
principal, motivo pelo qual todas as conexões para os tanques passam através do domo
do tanque o qual atravessa o convés. Essa medida previne que os espaços do casco não
fiquem cheios de gás caso essas redes venham a se romper em caso de encalhe, colisão
ou por outra causa.
As válvulas de alívio de vapor também são instaladas nos domos dos tanques. O
vapor resultante da abertura dessas válvulas seguirá, através das redes de alívio, para a
atmosfera através dos mastros de alívio, os quais ficam a altura e distância seguras em
relação aos espaços das acomodações e de outras áreas livres de gás, conforme
estabelecido no Código IGC.
(Figura 03)
Junta de Expansão
Peças removíveis (carretéis) poderão ser usadas nas redes de carga para interligar
seções de redes durante operações especiais tais como utilização da planta de gás inerte,
garantir a segregação de cargas incompatíveis ou conectar sistemas separados. Após o
uso, essas peças devem ser removidas e a rede deve ser flangeada de forma a garantir
perfeita segregação.
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De acordo com o Código IGC, os tanques de carga devem possuir válvulas que
possibilitem que sejam isolados. Quando os tanques de carga tiverem um MARVS maior
do que 0,7 barg (tanques tipo ‘C’), as conexões principais de líquido e vapor no domo do
tanque (exceto as conexões das válvulas de alívio) deverão ser equipadas com válvulas
duplas consistindo de uma válvula de parafuso (globo) operada manualmente e uma
válvula de isolamento operada remotamente em série com ela.
Para os tanques de carga que tiverem um MARVS menor do que 0,7 barg,
(tanques tipo ‘A’ e ‘B’), o Código IGC aceita válvulas operadas com um simples toque
para as conexões de líquido e vapor. Essas válvulas poderão ser atuadas remotamente
desde que possam ser operadas também manualmente, no local.
(Figura 04)
Arranjo de Redes no Domo do Tanque
As válvulas são fabricadas com os mais diversos tipos de materiais os quais devem
ser resistentes ao produto, sua temperatura e pressão de trabalho. São empregadas a
bordo para controlar o escoamento ou bloquear totalmente o fluxo do líquido. Os
principais tipos de válvulas de isolamento normalmente encontradas nos navios de gás
são as válvulas de esfera, globo, gaveta ou borboleta. Usualmente, essas válvulas são
equipadas com atuadores pneumáticos ou hidráulicos para facilitar seu uso e possibilitar
que sejam operadas remotamente.
Nos navios que operam com LNG é comum o uso de filtros nas conexões de carga
e descarga para proteger os equipamentos de manuseio da carga de objetos estranhos
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que possam estar no meio líquido, motivo pelo qual devem ser freqüentemente
inspecionados e limpos e nunca contornados durante as operações.
São válvulas de uso geral, de fechamento rápido, e que são muito usadas para ar
comprimido, vácuo, vapor, gases e líquidos. O controle do fluxo se faz por meio de uma
esfera, possuindo uma passagem central e localizada no corpo da válvula. O comando é,
em geral, manual, com o auxílio de uma alavanca.
Essas válvulas não se aplicam a casos em que se pretende variar a descarga, mas
apenas abrir ou fechar totalmente a passagem do fluido e são fabricadas em aço
inoxidável, aço-carbono, bronze, etc. São comuns em diâmetros de até 6", de aço para
pressões de até 70 kgf/cm2
(Figura 05)
Válvula de esfera
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6.1.2.2 Válvulas Globo
Estas válvulas são caracterizadas em sua maioria pela forma de globo em seu
corpo. Permitem uma regulagem eficiente do fluido com desgastes mínimos por erosão,
tanto na sede como no obturador. Em contrapartida, oferecem elevada perda de carga,
em virtude da brusca mudança da direção imposta ao fluido.
Desvantagens: não admite fluxo nos dois sentidos e tem perda de carga elevada.
(Figura 06)
Válvula Globo
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Desvantagens: não é indicada para operações freqüentes; não se aplica a
regulagem e estrangulamento do fluxo e ocupa grande volume devido ao movimento de
translação do obturador.
(Figura 07)
Válvula de gaveta
(Figura 08)
Válvula Borboleta
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6.1.3 Mangotes de carga
Existe extensa gama de mangotes assim constituídos e que são aplicados a uma
variedade muito grande de transporte de líquidos, desde água até produtos químicos,
gases liquefeitos e vapor. A camada externa possui coloração que especifica sua
utilização.
(Figura 09)
Magotes de materiais compostos
(Figura 10)
Magotes de aço inoxidável (Gassó G)
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Quando sujeitos à pressão dos tanques ou à pressão de descarga da bomba ou
dos compressores, deverão ser projetados para suportar uma pressão de ruptura não
inferior a 5 vezes a pressão máxima a qual poderão ser submetidos durante a
transferência da carga.
Antes de serem postos em serviço cada mangote novo deverá ser testado
hidrostaticamente na temperatura ambiente a uma pressão não inferior a 1,5 vezes a
máxima pressão de trabalho nele especificada, mas não mais do que 2/5 de sua pressão
de ruptura.
O mangote deverá ser marcado, de forma que não se possa apagar, com sua
máxima pressão de trabalho especificada e, se for usado em serviços que não sejam na
temperatura ambiente, sua máxima ou mínima temperatura de serviço, ou ambas. A
máxima pressão de trabalho especificada não poderá ser menor do que 10 bars
manométricos.
Além disso, a boa prática manda que os mangotes sejam sempre testados após
sofrerem pressões operacionais anormais ou haja qualquer dúvida referente a segurança
em sua utilização.
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Exemplo de teste:
Os mangotes, para que não se danifiquem nem apresentem falhas durante seu
uso, devem ser manuseados com cuidados tais que não sofram impactos, não sejam
suspensos por apenas um ponto, sendo necessário o uso de cintas apropriadas em lugar
de simples estropos. Não devem ser arrastados e impactos em seus flanges devem ser
evitados. Quando guardados, devem ser mantidos sobre os seus suportes especiais de
proteção existentes em áreas apropriadas. Não devem ser estivados formando curvas
acentuadas capazes de danificá-los.
Os mangotes que já tiverem sido usados nas operações do navio não podem ser
guardados em compartimentos exceto se estes espaços forem protegidos por sistema de
combate a incêndio.
(Figura 11)
Mangotes adequadamente estivados em seus berços
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(Figura 12)
Utilização correta dos mangotes de carga durante a operação
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6.2 Sistema de Suspiro dos Tanques de Carga
(Figura 13)
Mastro de Ventilação
A diferença básica entre elas é que as operadas por válvula piloto usam a pressão
do próprio sistema para selar a válvula enquanto que a outra usa uma mola para segurar
um disco ou pistão na sede da válvula.
As válvulas de alívio operadas por válvula piloto podem ser encontradas em todos
os tipos de tanques (‘A’, ‘B’ ou ‘C’) enquanto que as operadas por mola são instaladas
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somente nos tanques Tipo ‘C’ e comumente usadas nas redes de carga e em outros
componentes da planta de carga.
O uso de válvulas de alívio operadas por válvulas piloto nos tanques Tipo ‘A’
(totalmente refrigerados) garante uma operação precisa uma vez que prevalecem
condições de baixa pressão. Seu uso em tanques Tipo ‘C’ permite variar a regulagem de
alívio pretendida usando a mesma válvula. Isso pode ser feito pela simples troca da
válvula piloto. Sempre que seu uso precisar de mudança nessa regulagem, um registro
sobre essa mudança deverá ser feito. Quando a regulagem da válvula de alívio for
trocada, o ajuste do alarme de alta pressão deverá ser ajustado de acordo.
Os ajustes nas regulagens das válvulas de alívio operadas por pilotos são
efetuados por duas diferentes razões: a primeira é ela poder ser usada para uma
regulagem fixa (que não exceda ao MARVS), porém maior que a normal, se necessário. A
segunda razão, nos tanques Tipo ‘C’, elas poderem ser ajustadas para permitir a redução
do MARVS em cumprimento a regras da USCG cujas regras são mais exigentes em
termos de segurança de navios pressurizados do que o próprio Código IGC.
Por óbvias razões de segurança, os ajustes realizados nas válvulas de alívio nunca
deverão ser superiores a pressão máxima para a qual o tanque foi projetado.
Os tanques de carga projetados para suportar uma pressão diferencial externa que
não exceda a 0,25 bar ou os tanques que não possam suportar a pressão diferencial
externa máxima que possa ser atingida durante a operação de manuseio da carga, devem
ser equipados com um sistema de proteção contra vácuo.
As válvulas de alívio de pressão dos tanques de carga fazem o alívio através das
redes do sistema de suspiro, direcionando o vapor da carga para a atmosfera por um ou
mais mastros de ventilação.
Nas saídas dos mastros de ventilação são instaladas telas corta-chamas para
prevenir o retorno de chama ao tanque de carga em caso de fogo no mastro. As telas
corta-chamas devem ser regularmente inspecionadas e limpas para que não seja
bloqueada por corpos estranhos. Alguns mastros possuem recursos para abafar chamas
usando CO2, vapor d’água ou gás inerte.
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A carga líquida nunca deverá ser descarregada diretamente no mastro uma vez
que isso poderá causa sobre-pressão no sistema além de fratura do material.
(Figura 14)
Diagrama Válvula de Alívio de Pressão Operada por Válvula Piloto
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6.2.2.2 Válvulas de Alívio de Pressão Operada por Mola
Essas válvulas usam uma mola para conter a pressão dos tanques. Um diafragma,
pressionado pela mola, mantém a válvula de alívio fechada. O fabricante regula a mola de
forma que ela baixe contra o diafragma a uma pressão pré-determinada.
(Figura 15)
Válvula de Alívio de Pressão Operada por Mola
O Código IGC exige que todas as redes de carga que possam ficar isoladas
quando estiverem cheias de líquido, sejam equipadas com válvulas de alívio para permitir
a expansão térmica desse líquido. Essas válvulas usualmente descarregam para dentro
do tanque e alternativamente para os mastros de ventilação.
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6.3 Bombas de Carga e Sistema de Descarga
As bombas de carga instaladas nos navios de gás são bombas centrífugas do tipo
submersível ou de profundidade. Podem operar sozinhas ou em paralelo com outra e
também podem operar em série com a bomba de recalque (que é montada no convés) e
com um aquecedor de carga, o que ajudará por ocasião da descarga de GLP para
instalações pressurizadas.
a) Submergência
(Figura 16)
Submergência positiva
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Na submergência negativa, a bomba está em um plano mais elevado do que o da
superfície livre do líquido a ser bombeado. Teoricamente, o limite máximo de
submergência negativa em que uma bomba de qualquer tipo (centrífuga ou de
deslocamento positivo) pode trabalhar, se a superfície do líquido estiver sujeita somente à
pressão atmosférica normal e nenhum artifício for empregado, será correspondente a uma
altura de 10,33 metros, ou seja, a altura da coluna d’água equivalente à pressão de uma
atmosfera. Na prática, essa altura é reduzida a um valor de 60% a 40%.
(Figura 17)
Submergência negativa
Com base em cálculos chega-se a uma série de relações entre essas e outras
grandezas (peso específico, velocidade do líquido no rotor, potência, etc.), permitindo,
assim, que se possam traçar curvas características de algumas dessas variáveis em
relação a outra (que se deseja manter praticamente constante). Na prática, ensaiam-se as
bombas nos laboratórios, quando possível, para um traçado mais exato dessas curvas.
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c) NPSH
Para que não ocorra o fenômeno da cavitação, é necessário que a energia de que
o líquido dispõe na chegada ao flange de sucção seja maior que a que ele vai consumir
no interior da bomba. Ou seja: que o NPSH disponível seja maior que o NPSH requerido
(NPSHd > NPSHr).
d) Altura de sucção
e) Cavitação
Quando a condição NPSHd > NPSHr não é garantida pelo sistema, ocorre o
fenômeno denominado cavitação. Este fenômeno dá-se quando a pressão do fluido na
linha de sucção adquire valores inferiores aos da sua pressão de vapor, formando-se
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bolhas de vapor, isto é, a rarefação do fluído (quebra da coluna de líquido), causada pelo
deslocamento das pás do rotor, natureza do escoamento e/ou pelo próprio movimento de
impulsão do fluido.
• queda do rendimento;
Efeitos da Cavitação
Para reduzir a corrosão das bombas, utilizam-se, em sua fabricação, materiais que
resistem melhor aos efeitos da cavitação. Dentre esses, podem-se citar: ferro fundido,
bronze, alumínio, aço fundido, aço laminado, bronze fosforoso, bronze-manganês, aço-
níquel, aço-cromo e ligas de aço inoxidável especiais. As bombas que utilizam materiais
químicos devem ser revestidas com neoprene.
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• do comprimento da tubulação de sucção;
São bombas que têm como princípio de funcionamento a força centrífuga obtida
através de palhetas e impulsores que giram no interior de uma carcaça estanque, jogando
líquido do centro para a periferia do conjunto girante.
Constam de uma câmara fechada, a carcaça, dentro da qual gira uma peça, o
rotor, que é um conjunto de palhetas que impulsionam o líquido através da voluta. O rotor
é fixado no eixo da bomba contínuo ao transmissor de energia mecânica do motor.
(Figura 18)
Voluta em caracol
As bombas deste tipo possuem pás cilíndricas (simples curvatura), com geratrizes
paralelas ao eixo de rotação. Estas pás são fixadas a um disco e a uma coroa circular
(rotor fechado) ou a um disco apenas (rotor aberto, para bombas de água suja, na
indústria de papel, etc.), conforme é mostrado nas figuras da página seguinte.
- 65 -
(Figura 19)
Impelidores (rotores) de bombas centrífugas
De um modo geral operar uma bomba com vazão reduzida implica aumento do
empuxo radial e da temperatura do líquido bombeado, além de gerar um retorno de fluxo,
extremamente prejudicial a estrutura do rotor. Por outro lado vazões excessivas provocam
aumento do NPSHr e redução do NPSHd e, conseqüentemente, aumenta a possibilidade
de surgimento de cavitação. Também o excesso de vazão aumentará a potência
requerida e pode com isso, causar danos significativos ao sistema de fornecimento de
energia mecânica (motor).
Podem ser acionadas tanto no CCC quanto no convés principal. Possuem partida
inicial em baixa rotação e um segundo estágio, que eleva a rotação para a de serviço.
Nota: Após um período com o tanque desgaseificado, haverá o risco do eixo das
bombas de profundidade ficarem presos. Cada vez que o navio for carregar deve-se girar
manualmente o eixo para garantir que estão livres.
Como o comprimento dos eixos pode ser um problema, será necessário utilizar
mais suportes. Navios maiores são freqüentemente encontrados com bombas
submersíveis.
(Figura 21)
Diagrama de uma bomba de profundidade
- 68 -
6.3.3 Bombas submersíveis
(Figura 22)
Bomba submersível instalada dentro de um tanque de membrana
(Figura 23)
Bombas submersíveis
- 69 -
As bombas submersíveis são utilizadas em instalações fixas com tubo guia e
pedestal (pipestacks), ou portáteis com o uso de mangotes ou mangueiras flexíveis
(bombas de emergência (emergency pump), especialmente onde não seja possível a
utilização de bombas horizontais auto-escorvantes, devido ao espaço superior não poder
ser ocupado ou quando a altura de sucção for elevada, isto é, baixo NPSH disponível.
As bombas posicionadas dentro dos tanques também garantem que não haverá
perda de aspiração nem risco de cavitação e as bombas poderão ser operadas com maior
eficiência.
Além de tudo isso, bombas submersíveis, uma em cada tanque, com seus
sistemas de redes e válvulas independentes, possibilitam total segregação dos vários
tipos de cargas nomeadas para carregamento.
As bombas de recalque são usadas nas descargas dos navios de gás nas
seguintes circunstâncias:
- 70 -
Se for necessário, as bombas de recalque devem ser circuladas com carga das
bombas principais e não devem ser acionadas até que estejam com líquido suficiente
para prevenir cavitação.
(Figura 24)
Bombas de recalque montadas no convés
6.3.5 O edutor
• coluna de sucção;
• coluna de descarga;
• velocidade do propelente; e
- 71 -
A principal desvantagem do edutor é que o propelente é misturado ao líquido
bombeado e, obviamente, esse propelente tem que ser compatível com o líquido.
(Figura 25)
Edutor
Por exemplo, para uma diferença de coluna de 115 mcl para esta bomba, a
pressão diferencial na bomba que estiver bombeando amônia a –33 oC com a densidade
de 0,68 será aproximadamente 8 kg/cm2, tal que: [115 X 0.68]/10.
Essa curva mostra a Net Positive Suction Head (NPSH) que é exigido pela bomba
em função da sua capacidade. O NPSH exigido em qualquer vazão da bomba é a coluna
positiva necessária de fluído na sucção da bomba para prevenir cavitação do impelidor.
- 72 -
Por exemplo, para a característica da bomba mostrada na figura 17, numa
capacidade de 100 m3/h o NPSH exigido é 0,5 mcl. Isso significa que para uma vazão de
100 m3/h a coluna mínima de carga equivalente a 0,5 metros será exigida na sucção da
bomba para prevenir a cavitação.
Curva C
(Figura 26)
Características de uma típica bomba de profundidade
- 73 -
O gráfico fornecido com a bomba centrífuga é desenvolvido baseado em testes
realizados em oficina efetuados com líquidos específicos e sob condições específicas. A
curva Q-H, apresentada neste gráfico, descreve a relação entre a energia mecânica
efetiva (coluna total - total head) e a vazão. Este gráfico, normalmente, também apresenta
as curvas que descrevem o consumo de energia, o desempenho e o NPSH. O ponto de
projeto observado no gráfico representa o ponto de melhor resultado de desempenho, de
NPSH, de consumo de energia e de vazão.
• inspeção visual;
• manutenção periódica;
• verificação da vibração e de barulhos.
Uma bomba isolada sempre fornecerá mais vazão do que esta mesma bomba
associada em paralelo com outra igual porque a variação na perda de carga no recalque é
diferente.
- 74 -
Durante a descarga de navios de gás as bombas de carga dos tanques trabalham
em paralelo, mas, quando um navio refrigerado descarrega para tanques pressurizados
em terra, as bombas dos tanques de carga devem ser operadas em série com a bomba
de recalque.
(Figura 27)
Curva de desempenho de 2 bombas centrífugas trabalhando em paralelo
- 75 -
A Figura 26 mostra como isso pode ser feito para duas bombas em série. Desta
vez, para cada valor de vazão a coluna desenvolvida pela bomba é duplicada para dar a
coluna resultante desenvolvida pelas duas bombas em série.
Quando um navio de GLP/C estiver descarregando para tanques pressurizados, as bombas dos
tanques de carga devem trabalhar em série com a bomba de recalque.
(Figura 28)
Curva de desempenho de 2 bombas centrífugas trabalhando em série
- 76 -
6.4 Trocadores de Calor (Aquecedores de Carga)
Trocadores de calor são instalados nas plantas de carga dos navios de gás para as
seguintes funções:
(Figura 29)
Aquecedor de carga
- 77 -
(Figura 30)
Esquema de um aquecedor de carga
É o meio de produzir vapor do líquido nos navios de gás quando não houver linha
de retorno de vapor disponível em terra.
(Figura 31)
Diagrama esquemático de um vaporizador
- 78 -
6.4.2 Cuidados necessários na operação dos trocadores de calor
• O fluxo entre os meios quente e frio deve ser estabelecido na seqüência correta
para que não ocorram temperaturas diferentes das suportadas pelos componentes
internos do equipamento capazes de danificá-lo. Os vaporizadores de carga que usam
água do mar como meio de aquecimento podem ser bloqueados e avariados caso haja
fluxo excessivo de carga que proporcione o congelamento dessa água;
• Quando não estiverem em uso, devem ser lavados internamente com água
doce para evitar a corrosão.
- 79 -
6.5 Sistema de Reliquefação e Controle de Vaporização
Nos navios de gás totalmente pressurizados (Tanques Tipo ‘C’), não são
necessários meios adicionais para controlar a pressão de vapor uma vez que a estrutura
dos tanques foi projetada para resistir à pressão máxima de vapor que possam ocorrer
durante todas as condições normais de transporte.
Os navios mais antigos projetados para transportar GNL usam turbinas a vapor que
são alimentadas através de compressores axiais pelo vapor produzido durante o
resfriamento (cooldown), carregamento e em viagem quando carregado ou em lastro.
- 80 -
Normalmente um compressor LD (low-duty) manuseia o vapor da carga produzido
em viagem enquanto que um compressor HD (high-duty) manuseia o vapor da carga
produzido durante o resfriamento e carregamento retornando esse vapor para terra.
O vapor do GNL é mais leve do que o ar motivo pelo qual o IGC Code permite que
seja utilizado em instalações de máquinas, ao contrário do vapor do GLP que por ser mais
pesado do que o ar não é permitido sua utilização na praça de máquinas.
(Figura 32)
Esquema de manuseio do vapor de GNL
- 81 -
6.5.3 Planta de Reliquefação
• Chlorine;
• Ethylene Oxide;
• Propylene Oxide.
(Figura 33)
Ciclo Indireto
Plantas de Reliquefação por Ciclo Direto são encontradas na maioria dos navios
que manuseiam GLP e Amônia Anidra (anhydrous ammonia).
Os navios de GLP semi e totalmente refrigerados são equipados com uma planta
de reliquefação para reliquefazer o vapor produzido pela ebulição da carga.
A mistura de líquido e vapor que retorna ao tanque de carga pode ser distribuída
tanto pela rede de borrifo (localizada no topo do tanque), para maximizar o efeito de
resfriamento do tanque, como ser levada até o fundo do tanque, e assim evitar sua
revaporização. A rede de borrifo é normalmente usada quando o tanque está vazio e a
descarga até o fundo quando estiver carregado.
(Figura 34)
Ciclo direto de estágio simples
- 83 -
(Figura 35)
Diagrama de Mollier (ciclo direto de estágio simples)
• de ‘b’ até ‘c’ o calor é retirado do vapor pelo condensador onde é condensado;
• estando ‘c’ a esquerda da linha de líquido saturado indica que o líquido está
sub-frio. O líquido então passa pela válvula de expansão e retorna aos tanques;
(Figura 36)
Diagrama do ciclo direto de dois estágios
(Figura 37)
Diagrama de Mollier (ciclo direto de dois estágios)
- 85 -
Ciclo Direto tipo Cascata
A carga, uma vez que condensa, evapora o FREON R22 e o vapor do FREON
R22, através de um ciclo ‘convencional’ de refrigeração fechada, condensa por ação da
água do mar no condensador, daí o termo ‘cascata’.
(Figura 38)
Diagrama simplificado da reliquefação tipo cascata
Nota: Embora o FREON ainda seja usado em navios existente, o FREON 22 está
proibido aos navios novos sendo substituído pelo Tetrafluroethane R-1344a. (MARPOL
ANEXO VI REGRA 12).
- 86 -
6.6 Sistema de Gás Inerte
Gás Inerte significa uma mistura de gases, tal como os gases de descarga de uma
caldeira, contendo oxigênio insuficiente para manter a combustão de hidrocarbonetos.
Os arranjos devem ser tais que, cada espaço que estiver sendo inertizado possa
ser isolado e devem ser providos dispositivos necessários para controlar a pressão nestes
espaços, como por exemplo, uma válvula de alivio.
O equipamento com chamas, para geração de gás inerte, não deve ser
localizado dentro da área de carga, entretanto, poderão ser dadas considerações
especiais para a localização de equipamento gerador de gás inerte que usa o
processo de combustão catalítica.
(C)
(B)
(A) Nitrogênio por destilação
Gás inerte por combustão
Componente fracionada ou por absorção
estequiométrica (por cálculo)
oscilante de pressão (psa)
Os navios de gás usam apenas o gás inerte obtido de uma das seguintes
maneiras:
Por todas estas razões, somente o nitrogênio pode ser considerado como
verdadeiramente inerte, no sentido químico.
- 89 -
No secador refrigerado, o gás inerte é resfriado para aproximadamente 4°C,
resultando na condensação da maioria do vapor d’água presente no gás. O secador
por absorção consiste de dois vasos cheios com alumina ativada. Enquanto um
vaso trabalha secando o outro está sendo regenerado. Este ciclo tem duração
média de 6 horas. A secagem efetuada num secador do tipo por absorção reduz o
ponto de condensação do gás inerte na pressão atmosférica para –40oC ou abaixo.
(Figura 39)
Diagrama de fluxo de um Gerador de Gás Inerte
- 90 -
(Figura 40)
Diagrama de fluxo de um Gerador de Gás Inerte
- 91 -
6.6.4 Produção de Nitrogênio a bordo
O mais comum sistema utilizado para obter Nitrogênio a bordo de navios é pelo
processo de separação de ar. Esse método trabalha pela separação dos gases
componentes do ar durante sua passagem através de membranas de fibra. As
membranas dividem o ar em duas correntes, onde uma é essencialmente nitrogênio e a
outra contém oxigênio, dióxido de carbono e outros gases.
Esse sistema produz nitrogênio com cerca de 95% a 97% de pureza. A capacidade
desse sistema depende do número de módulos de membranas instaladas e também da
pressão do ar de entrada, sua temperatura e da pureza exigida para o nitrogênio.
(Figura 41)
Diagrama de um sistema de membrana para produção de nitrogênio
(Figura 42)
Gerador de Nitrogênio
- 92 -
6.6.5 Nitrogênio puro obtido do terminal
- 93 -
6.7 Instrumentação e Sistemas Auxiliares
Zona 0: uma área na qual uma mistura inflamável está continuamente presente;
- 94 -
6.7.2 Equipamento a Prova de Fogo
- 95 -
6.8 Instrumentação
O IGC Code estabelece que todo tanque de carga seja equipado com um medidor
de nível de líquido. Embora o Código permita vários tipos de sistema de medição, faz
exigências específicas para determinadas cargas.
Os tipos mais comuns de medidores de nível dos navios de GLP/NH3 são os dos
tipos descritos em ‘c’ e ‘d’. Para o transporte de GNL os tipos mais comumente usados
são os dispositivos fechados.
- 96 -
(Figura 43)
Gerador de Nitrogênio
Esses instrumentos não são recomendados para o transporte de etileno uma vez
que esta carga pode ser contaminada pelo nitrogênio.
Esse medidor opera de maneira similar a eco sonda e pode medir tanto ulagem
quanto inagem. O nível do líquido é calculado através do tempo de ida e volta de uma
onda sonora refletida até a superfície do líquido. O dispositivo pode ser instalado tanto no
topo quanto no fundo do tanque dependendo da indicação pretendida quer seja ulagem
ou inagem.
- 97 -
(Figura 44)
Medidor ultra-sônico
Para uma simples indicação de nível como alarme de nível alto ou fechamento
automático de válvulas, é usado um sensor, dentro de uma sonda curta, regulado para o
nível previsto.
Esse dispositivo mede a diferença de pressão entre a fase líquida e a fase vapor de
uma carga de densidade conhecida. As linhas dos sinais para o instrumento normalmente
são purgadas com gás inerte.
Esses equipamentos geralmente são utilizados nos tanques de terra uma vez que
em navios, só poderão ser usados nos que possuam tanques situados completamente
acima do convés.
- 98 -
6.8.7 Tubo Deslizante (Slip Tube)
(Figura 45)
Medidor ultra-sônico
- 99 -
O sistema radar de tanques é baseado no mesmo princípio do radar do navio. Se a
velocidade das ondas radar é conhecida, o tempo necessário para que o sinal atinja o
nível do líquido, retorne e seja captado pela antena pode ser medido com exatidão.
O Código IGC requer que os navios de gás tenham um sistema fixo de detecção de
gases com alarmes sonoros e visuais instalados ao longo do navio, embora detectores
portáteis sejam permitidos para o transporte de gases tóxicos.
- 100 -
As tomadas de detecção devem ser situadas levando-se em conta a gama de
cargas que provavelmente serão transportadas, como por exemplo: para o transporte de
cargas cujo vapor seja mais pesado do que o ar, estar situadas a um nível mais baixo, e
para cargas com vapores mais leves do que o ar, situadas a um nível mais elevado.
Todas as pessoas a bordo dos navios de gás deverão estar familiarizadas com os
equipamentos de detecção de gases existentes e suas limitações. O manual de
instruções do fabricante deve ser completamente lido e entendido por todos.
(Figura 46)
Diagrama do sistema fixo de detecção de gases
- 101 -
6.8.11 Alarme de Nível Alto
Com exceção de tanques Tipo ‘C’ de capacidade inferior a 200 m3, todo tanque de
carga deve ser equipado com um alarme de nível alto independente, que acionem
alarmes sonoros e visuais.
• Um alarme de nível alto atuará com 95% do volume do tanque (aviso sonoro e
visual). Este é um alarme prévio que pode ser ativado tanto pelo sistema de medição de
nível do tanque ou por um sensor independente.
• Um alarme de nível alto atuará com 98,5% do volume do tanque (aviso sonoro e
visual que difere, apenas visualmente, do alarme de 95%). Nesse caso o tanque será
isolado automaticamente pelo fechamento da válvula de carregamento do tanque. Se o
alarme de advertência prévia for ativado pelo sistema de medição de nível do tanque, o
alarme de nível alto deverá ser ativado por um sensor independente.
Alternativamente, um ESDS pode ser colocado a bordo pelo terminal e nesse caso
o sistema de fechamento pelo alarme de nível de tanques será desconectado.
- 102 -
(Figura 47)
Diagrama do sistema de parada de emergência
• Passadiço;
• Portaló;
• Manifolde de carga;
ESD2: ativada pelo terminal. Esta parada de emergência além das funções da
ESD1, também ativará a desconexão rápida do braço de carregamento (criando uma
parada instantânea - dry break - do navio) e ativando o desarme automático dos gatos de
amarração.
Nos navios de gás essas válvulas são programadas para fechar dentro de 30
segundos para prevenir golpes de pressão (as válvulas não devem fechar bruscamente).
- 104 -
Quando o navio estiver atracado no terminal durante a visita de liberação para
operação, devem ser estabelecidas as situações prováveis ou conhecidas que possam
gerar golpes de pressão.
No manifolde são instalados filtros para carga e descarga para proteger a planta de
carga e os equipamentos. Esses filtros não devem ser contornados e devem ser limpos
regularmente.
Esse sistema deve ser instalado em navios que transportam cargas inflamáveis ou
tóxicas, para resfriamento, prevenção contra incêndio e proteção do pessoal de bordo. O
sistema deve cobrir:
• manifoldes de líquido e vapor bem como a área das suas válvulas de controle e
quaisquer outras áreas onde estas válvulas estejam situadas e que devem ser, no
mínimo, igual a área provida de bandejas coletoras;
As áreas limítrofes das estruturas do castelo de proa que não sejam guarnecidas
ou não contenham materiais ou equipamentos com alto risco de incêndio, não necessitam
de proteção por borrifo d’água;
O sistema deve ser capaz atender a todas as áreas acima mencionadas com um
borrifo d’água, uniformemente distribuído, de pelo menos 10 l/m2 por minuto para
superfícies projetadas horizontalmente e 4 l/m2 por minuto para superfícies verticais. Para
aquelas superfícies não perfeitamente definidas como horizontal ou vertical, a capacidade
do sistema de borrifo deve ser determinada pelo maior dos seguintes valores:
A capacidade das bombas que atendem o sistema deve ser suficiente para
fornecer simultaneamente a quantidade de água necessária a todas as áreas, ou quando
o sistema for dividido em seções, os arranjos e a capacidade devem suprir água
simultaneamente para qualquer das seções e superfícies acima especificadas.
- 105 -
Alternativamente, as bombas principais de incêndio podem ser usadas para esse
serviço, desde que a sua capacidade seja aumentada da quantidade de água necessária
para o sistema de borrifo d’água. Em qualquer caso, uma ligação através de válvula de
bloqueio deve ser feita entre as redes principais de incêndio e de borrifo d’água, fora da
área da carga. A Administração poderá aprovar que as bombas d’água, usadas
normalmente para outros serviços, possam ser arranjadas para atender o sistema de
borrifo d’água.
Deve haver partidas remotas das bombas que alimentam o sistema de borrifo
d’água e acionamentos remotos de qualquer válvula do sistema que normalmente seja
mantida fechada, instaladas em local acessível, fora da área da carga e adjacentes aos
espaços das acomodações, prontos para uso no caso de incêndio nas áreas cobertas
pelo sistema.
(Figura 48)
Diagrama do sistema de parada de emergência
Para os navios que transportam cargas abaixo de -55 oC, uma mistura de glicol e
água a 60% em peso, deve ser adequado para todas as finalidades.
(Figura 49)
Medidor ultra-sônico
- 107 -
(Figura 50)
Diagrama do sistema de aquecimento de glicol
Os hidratos são sólidos brancos e cristalinos não são solúveis com água e que
podem ser lavados apenas com metanol. A utilização desse solvente resultará em um
resíduo ácido corrosivo motivo pelo qual só poderá ser utilizado com o acordo dos
recebedores da carga e de outros interessados.
- 108 -
(Figura 51)
Diagrama do sistema de aquecimento de glicol
- 109 -
Pequenas quantidades de metanol não são venenosas como as utilizadas como
anti-congelante diretamente injetadas nas bombas de carga e válvulas de expansão.
- 110 -
7 Segurança
Para um gás ou vapor inflamável queimar, é necessário que exista, além da fonte
de ignição, uma mistura chamada "ideal" de ar atmosférico (oxigênio) com gás
combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21 %
em volume. Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para
cada produto e está dimensionada através de duas constantes: o Limite Inferior de
Inflamabilidade ou Explosividade (LII/LIE) e o Limite Superior de Inflamabilidade ou
Explosividade (LSI/LSE).
2,1% 9,5%
MISTURA MISTURA
MISTURA RICA
POBRE INFLAMÁVEL
LII/LIE LSI/LSE
(Figura 01)
Relação entre as faixas inflamáveis (faixa inflamável do propano)
(Figura 02)
Explosímetro, Indicador de gás combustível – Princípio da “Ponte de Wheststone”
- 113 -
Instrumentos indicados para uso em atmosferas inertes podem ser usados, quando
forem operar similarmente ao principio de “Wheatstone Bridge”, mas o gás não é
queimado na câmara como é o caso de um indicador de gás combustível. Ao invés disso,
os instrumento medirá a mudança de condutividade provocada pelo vapor de
hidrocarboneto que está sendo sugado quando passa pelo filamento.
(Figura 03)
Tubos Detectores
- 114 -
Opcionalmente pode ser utilizado um analisador CMS (Sistema de Medição por
Chip), que fornece uma leitura eletrônica automática da concentração do gás.
• É fácil de ser usado através das seguintes etapas: 1- Inserir o chip; 2- Mover a
chave deslizante; 3- Ler o resultado no mostrador.
A checagem da atmosfera dos tanques de carga dos navios de gás deve ser
efetuada nas seguintes operações:
• Desgaseificação e purga;
• Troca de carga;
- 115 -
aspirado através do tubo, por meio de uma bomba de fole operada manualmente, até que
haja mudança na coloração.
A bomba deve ser checada para corrigir possíveis vazamentos uma vez que, caso
ocorram, acarretará na aspiração de apenas pequenos volumes do gás que se quer
medir. De outra forma, se o corpo da bomba estiver rachado, entrará certa quantidade de
ar, que não passou pelo tubo, interferindo em uma medição precisa. Se essa situação
ocorrer, a bomba deve ser substituída antes do uso.
(Figura 04)
Bomba de fole
Ao invés de usar a bomba de fole com os tubos colorimétricos para detectar traços
de gases, um sensor de canais múltiplos, como o X-am 7000 da Dräger, possibilita
detectar simultaneamente até cinco gases.
(Figura 05)
Sensor Múltiplo Dräger X-am 7000
- 116 -
A mensuração da atmosfera é feita com um dispositivo de análise e não com um
dispositivo indicador de presença de gases com alarme (pessoal ou portátil). É essencial
saber distinguir a diferença entre os dois.
(a) (b)
(Figura 06)
Instrumentos de medição (dispositivo de análise(a) e alarme pessoal ou portátil (b)
Atmosferas inertes ou deficientes em O2, não podem ser checadas com segurança
quanto a vapores inflamáveis, % de gás ou % de LII, com um indicador de gás
combustível (explosímetro). Muitos fabricantes de explosímetros possuem modelos
projetados para operar no ar e no gás inerte motivo pelo qual é imprescindível ler o
manual desses equipamentos antes de usá-los.
(Figura 07)
Relação das densidades do GLP até Amônia
Nos navios de GLP, a figura 07, é usada para ajudar a recordar as diferenças de
densidades entre GLP e Amônia.
- 117 -
(Figura 08)
Indicador de Oxigênio
Meios mais sofisticados para detectar oxigênio incorporam duas ou três escalas,
onde cada uma pode ser usada para um propósito diferente.
Por exemplo.
- 118 -
Todos os Trabalhadores Autorizados e Vigias devem receber capacitação
periodicamente, a cada doze meses e todos os Supervisores de Entrada devem receber
capacitação específica, com carga horária mínima de quarenta horas.
(Figura 09)
Sinalização para identificação de espaço confinado
• inflamabilidade;
• toxicidade;
• reatividade; e
• deficiência de oxigênio.
A atmosfera dos tanques deve ser avaliada sempre imediatamente antes de uma
entrada ser autorizada, durante as operações de inertização, desgaseificação e purga e
para verificar uma condição de tanque livre de gás (gas-free). Além disso, para controle
de qualidade do produto, a atmosfera do tanque deve ser avaliada para garantir que sua
atmosfera não o contaminará.
Pelo menos as seguintes medidas técnicas de prevenção devem ser adotadas para
entrada em espaços confinados:
- 119 -
a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de
pessoas não autorizadas;
- 120 -
• A presença de vapores de carga e/ou gás inerte deve sempre ser suspeita em
qualquer espaço adjacente ao tanque ou ao equipamento de conexão ou de gás inerte.
1. Tocar o alarme;
- 122 -
7.2 Proteção contra Incêndio e Extinção
• combustível;
(Figura 10)
Triângulo do Fogo
- 123 -
7.2.1 Classificação dos incêndios
CLASSE “A”
(Figura 11)
Incêndio Classe “A”
CLASSE “B”
(Figura 12)
Incêndio Classe “B”
- 124 -
CLASSE “C”
(Figura 13)
Incêndio Classe “C”
CLASSE “D”
(Figura 14)
Incêndio Classe “C”
A maioria das fontes de ignição a bordo dos navios de gás tem sua temperatura
superior à temperatura de auto-ignição da maioria dos gases liquefeitos que transportam,
que variam de 165oC para o acetaldehyde a 630oC para o methyl chloride.
- 126 -
7.2.4 Procedimentos básicos para o controle dos incêndios
Quando GNL ou GLP vaza, 30% irá evaporar rapidamente formando uma nuvem
de vapor e o resto formará uma poça no convés. Se a nuvem de vapor incendiar, será
rapidamente consumida e a chama, como um flash, irá para a área da poça e a envolverá
completamente. O calor das chamas, então, será irradiado sobre a superfície da poça
aumentando o grau de vaporização do líquido. O vapor desprendido alimentará as
- 127 -
chamas e aumentará sua altura até que atinja uma altura máxima. Nesse ponto é
alcançado um equilíbrio com relação a poça que se formou limitando essa máxima altura.
7.2.6.1 Água
Por ser excelente condutor de eletricidade, a água nunca deverá ser utilizada nos
incêndios da Classe C. Determinados produtos químicos reagem perigosamente com a
água e por esse motivo esta não poderá ser usada como agente extintor nos incêndios
com essas substâncias.
Nos incêndios com gás liquefeito nunca deve ser lançada diretamente na poça de
líquido uma vez que essa ação aumentará a vaporização, causando violenta e
incontrolável ebulição do líquido.
O sistema de borrifo (dilúvio) com o qual os navios de gás são equipados cobre a
área de carga no convés e a parte frontal da superestrutura. São projetados para proteger
a carga e as acomodações do calor irradiado no caso de incêndio a bordo. O sistema de
borrifo é a primeira linha de defesa contra incêndios uma vez que a água pode absorver
grandes quantidades de calor, que é seu primeiro objetivo.
• A chama não deve ser apagada até que a fonte de líquido tenha sido eliminada;
Esses sistemas tanto podem utilizar monitores (10 kg/s) quanto mangueiras
manuais com pistolas de pó (3.5 kg/s). As mangueiras são instaladas em estações
distribuídas de forma a cobrir toda a área da carga. Os monitores são instalados para
proteger os manifoldes e podem ser acionados tanto no local quanto remotamente. O
sistema é pressurizado com nitrogênio até alcançar a pressão adequada para distribuir
esse pó aos canhões e linhas de mangueiras manuais.
- 129 -
(Figura 17)
Monitor de pó químico seco
O pó químico seco tem baixo efeito resfriador e seu uso pode ser ineficiente em
superfícies metálicas quentes, quando o fogo poderá facilmente reiniciar. A reignição
dessas superfícies pode ser evitada pelo resfriamento com água previamente a ação de
extinção das chamas com pó químico seco.
• Não é tóxico;
7.2.6.3 Espuma
A extinção do incêndio por CO2 é feita pelo deslocamento do oxigênio até um nível
no qual uma combustão não se mantenha, porém, sendo essencial que todo o pessoal
seja evacuado antes do espaço ser alagado uma vez que é um agente asfixiante. A
injeção de CO2 gera eletricidade estática e sempre haverá o risco de ignição caso seja
disparado inadvertidamente ou como prevenção em uma atmosfera inflamável.
(Figura 18)
2
Sistema fixo de CO
• Não deve ser utilizado em atmosferas inflamáveis uma vez que gera
eletricidade estática;
- 131 -
7.2.6.6 Halon
Estes agentes são efetivamente muito eficientes, pelo que, relativamente aos
gases inertes, por exemplo, requerem um volume muito menor de gás para a instalação
fixa, permitindo baterias de cilindros menores, em espaços mais reduzidos. Por outro
lado, o seu custo é muito superior ao dos gases inertes. São exemplos de agentes
halogenados os produtos genericamente designados por FM-200 e FE13.
(Figura 19)
Bateria de cilindros de FM-200 numa instalação fixa de proteção contra incêndio
• É um inibidor de chamas;
• Deve ser usado em condições nas quais se espalhe, tais quais os espaços
fechados;
- 132 -
Os compartimentos dos compressores de carga e casas de bombas devem ser
equipados com um sistema fixo de combate a incêndios por CO2 operado remotamente.
Deve ser exibido um aviso nas estações de controle informando que esse sistema só
pode ser usado agente extintor e não para fins de inertização, em razão do risco de
ignição por eletricidade estática caso nesses compartimentos existam gases inflamáveis.
• bota de borracha;
• luva de borracha;
• capacete rígido;
- 133 -
7.2.8 Fontes de ignição
• O Fumo
• Ferramentas Anti-Centelha
• Eletricidade Estática
- 134 -
• Aterramento
A corrente elétrica irá fluir através desse caminho por conta da diferença do
potencial elétrico do navio, das estruturas do berço do terminal e da água do mar
circundante. Essas diferenças acontecem naturalmente por conta dos diferentes tipos de
aço ou dos revestimentos das duas estruturas, que podem aumentar devido ao
desequilíbrio nos graus de proteção catódica aplicada a cada uma delas.
Embora a diferença entre o navio e o berço nunca seja maior do que uma fração de
volt, as células eletrolíticas envolvidas são grandes e a resistência elétrica no circuito
navio-água do mar-berço-conexão para carga, é pequena. Como resultado, uma corrente
de muitos amperes poderá fluir através da conexão para carga e essa corrente, quando
estabelecida ou interrompida, poderá produzir uma centelha.
• Equipamentos elétricos
• Telas corta-chamas
Devem ser mantidas em boas condições, limpas e bem ajustadas nas suas
aberturas;
• Tempestades elétricas
• Combustão espontânea
- 135 -
Por isso é que nenhum tipo de trapo deve ser guardado próximo a óleos, tintas, etc,
nem devem ser deixados no convés sobre equipamentos, redes, e nem próximo destes.
Se estiverem úmidos. Somente deverão ser guardados após estarem secos e se
estiverem encharcados de óleo, deverão ser lavados ou destruídos.
• Auto-ignição
- 136 -
7.3 Prevenção da Poluição
A poluição que pode ser causada pelas cargas dos navios de gás liquefeito pode
ocorrer através de duas maneiras:
Qualquer vapor tóxico ou inflamável só deverá ser aliviado para a atmosfera sob
extrema precaução, levando-se em conta o tipo de vapor, a condição do tempo e a
regulamentação pertinente.
Alguns gases liquefeitos apresentam risco de toxicidade caso seus vapores sejam
inalados. Alguns desses gases tóxicos causam efeitos irritantes na pele e nas membranas
mucosas.
Um grande vazamento será identificado como uma nuvem branca a qual provoca a
condensação do vapor d’água presente na atmosfera. A densidade dessa nuvem de
vapor irá variar, mas, a nuvem provavelmente permanecerá baixa e se deslocará na
direção do vento. Nessa nuvem, entretanto, há risco de incêndio, de toxicidade e de
congelamento.
- 137 -
Alguns gases liquefeitos são ligeiramente solúveis em água. A descarga de
resíduos de carga apresentará risco para o meio ambiente.
- 138 -
7.4 Equipamentos de Segurança e Proteção Individual
- 139 -
(Figura 20)
Equipamento autônomo de proteção respiratória de curta duração (EEBD)
Seu tempo de duração é limitado em cerca de 15 minutos (sem esforço físico além
do normal) e somente deve ser usado para fuga nos casos de emergência.
Seu uso deve ser efetuado sob perfeita comunicação para possibilitar resgate em
caso de necessidade de resgate.
- 140 -
7.4.1.3 Aparelho de proteção respiratória de ar respirável comprimido
É um equipamento que possui uma válvula projetada para manter leve pressão
positiva dentro da máscara o que não garante que os gases perigosos vazem para dentro
da máscara se os cuidados necessários não forem tomados. Antes da entrada no espaço
confinado, é necessário que ela seja corretamente ajustada a face do usuário e
previamente testada quanto a perfeita vedação. Testes efetuados indicam ser
virtualmente impossível impedir vazamento contínuo durante as operações em faces não
adequadamente barbeadas.
- 141 -
(Figura 21)
Máscara Autônoma de Circuito Aberto ou Fechado (SCBA)
Para isso, existem filtros para um único tipo de gás ou para mais de um tipo de gás.
Esses filtros são adequados somente para concentrações de gás relativamente baixas e,
uma vez utilizados, não há meio seguro de se avaliar a capacidade restante do filtro.
(Figura 22)
Filtros e máscara facial inteira com filtro para mais de um tipo de gás tóxico acoplado
- 142 -
Se o ambiente for considerado possuir uma atmosfera IPVS (Imediatamente
Perigosa à Vida ou à Saúde), ou se não se possa garantir que não seja, então, um
respirador adequado deverá ser usado.
Os navios que transportam cargas tóxicas devem possuir pelo menos três
conjuntos de equipamentos de segurança que permitem a entrada em um compartimento
com gás e que se possa trabalhar por pelo menos 20 minutos. Esse equipamento é
adicional as exigências da SOLAS II-2/10.10 e consiste de:
- 143 -
Os tipos de roupas de proteção variam desde as que oferecem proteção contra
respingos até as roupas completamente fechadas com pressão positiva, normalmente
incorporadas ao capacete, luvas e calçados. Essas roupas também podem ser resistentes
a baixas temperaturas e a solventes.
É desejável que as roupas que oferecem proteção total seja usadas quando for
entrar em espaços confinados que contenham gases tóxicos tais como amônia, cloro,
óxido de etileno, óxido de propileno, VCM ou butadieno.
7.4.5 Ressuscitadores
- 144 -
8 Operações de Manuseio da Carga
8.1 Generalidades
Embora as operações dos navios de GNL e de GLP sejam similares, nesse tópico
serão enfatizadas as particularidades das operações dos navios de GLP.
Considerando que um navio de gás foi entregue pelo estaleiro que o construiu ou
depois de uma docagem, a seqüência das operações de manuseio de carga,
normalmente, é a seguinte:
Figura 01
Ciclo das Operações de um Navio de GLP
• Secagem
• Inertização
• Purga ou Gaseificação
Nessa operação, o gás inerte existente é deslocado pelo vapor da carga a ser
carregada, o qual tomará seu lugar ocupando todo o tanque e sistema de redes
associadas.
• Resfriamento
• Carregamento
• Descarregamento
• Viagem em Lastro
Durante uma viagem em lastro pode ser necessária a preparação dos tanques de
carga para uma mudança de carga.
- 146 -
São operações necessárias antes da entrada do navio em diques secos, entradas
de pessoas nos tanques de carga ou nas trocas de carga.
8.1.1 Secagem
- 147 -
Tabela 01
(Compatibilidade com Cargas Anteriores – Tabela de Limpeza de Tanques)
- 148 -
A secagem pode ser realizada de diversas maneiras, conforme mostrado abaixo:
Figura 02
Ciclo Operacional de Secagem de Ar
- 149 -
8.1.2 Inertização do Sistema de Carga
Entretanto, para alguns dos gases químicos mais reativos, tais como o VCM ou o
Butadieno, níveis de oxigênio tão baixo quanto 0,1 % podem ser exigidos para evitar
reações químicas com o vapor recebido para gaseificação. Esses níveis tão baixos de
oxigênio comumente só podem ser alcançados pela inertização com Nitrogênio recebido
de terra.
Existem dois procedimentos que podem ser usados para inertização do tanque de
carga, que são: deslocamento e diluição, conforme explanado abaixo.
Essa quantidade poderá variar até mais de quatro vezes o volume do tanque,
dependendo das densidades relativas dos gases e das configurações do tanque e suas
redes. Existe pequena diferença de densidade entre o ar e o gás inerte. O gás inerte de
um gerador por combustão é levemente mais pesado que o ar enquanto o nitrogênio é
ligeiramente mais leve. Estas pequenas diferenças de densidades tornam a inertização
apenas por deslocamento muito difícil de ser alcançada, e usualmente o processo vem a
ser deslocamento parcial e diluição parcial.
Figura 03
Inertização por deslocamento
- 150 -
Figura 04
Inertização de tanque de carga por deslocamento
- 151 -
A inertização por deslocamento é o método mais econômico uma vez que usa um
mínimo de gás inerte e leva pouco tempo. Porém, só é praticável quando a mistura com o
vapor inicial do tanque pode ser limitada. Se a geometria do tanque e a posição das
entradas das tubulações são favoráveis ao método de deslocamento, o resultado será
otimizado e mais de um tanque por vez poderá ser inertizado, alinhando-se os tanques
em paralelo.
Neste método, o gás recebido mistura-se com turbulência com o gás já existente
no tanque. O método de diluição pode ser efetuado de diversas maneiras, quais sejam:
diluição por pressurização repetida; diluição por vácuo repetido; diluição continua,
conforme descrito abaixo:
No caso dos tanques Tipo ‘C’, a inertização por diluição pode ser alcançada por um
processo de pressurização repetida. Nesse caso, gás inerte é pressurizado dentro do
tanque usando-se um compressor de carga, seguido da liberação dos gases comprimidos
para a atmosfera. Cada repetição irá aproximando cada vez mais o conteúdo do tanque
ao da concentração de oxigênio do gás inerte que está sendo utilizado. Assim, para levar
o conteúdo do tanque a um nível de 5% dentro de um número razoável de repetições, é
necessário um gás inerte de qualidade melhor do que 5% de oxigênio.
Os tanques do Tipo ‘C’, geralmente são capazes de operar sob considerável vácuo
e, dependendo do projeto do tanque, as válvulas de quebra de vácuo (vacuum-breaking
valves) são ajustadas para permitir vácuos na faixa de 30% até 70%. Inertização por
diluições sucessivas pode ser efetuada pela produção repetida de vácuo no tanque,
através do compressor de carga e então por quebra de vácuo usando o gás inerte. Se,
por exemplo, um vácuo de 50% pode ser produzido, em cada ciclo de vácuo a metade do
teor de oxigênio do tanque será removido. Obviamente, algum oxigênio retornará pelo
teor de oxigênio contido no gás inerte utilizado.
- 152 -
trabalhando em vácuo e a baixa vazão da vacuum break devido a limitação de saída do
gerador de gás inerte.
3) Diluição continua
Quando o método de diluição contínua for usado em navios com tanques Tipo ‘C’,
o aumento do fluxo de gás inerte (e desse modo a melhor mistura e redução do tempo
total), pode ser alcançado mantendo o tanque sob vácuo. Isso é conseguido drenando o
gás através do compressor de vapor de carga. Nessas circunstâncias, deve ser tomado
cuidado para assegurar a boa qualidade do gás inerte, sob aumento das condições de
fluxo de saída do gerador de gás inerte.
Onde um número de tanques está para ser inertizado, pode ser possível reduzir o
volume total do gás inerte usado e do tempo total dispendido, pela inertização em série de
um tanque após o outro. Este procedimento também permite inertizar as redes e os
equipamentos ao mesmo tempo. Em alguns navios, os arranjos das linhas de carga e de
vapor podem não permitir que mais de dois tanques sejam ligados em série. Em todo
caso a resistência de fluxo extra de um circuito em série diminuirá a vazão de gás inerte
abaixo daquela quando inertizando tanques separados.
Considerações Gerais
Foi visto que o gás inerte pode ser usado de maneira diferente para inertizar os
tanques de carga. Nenhum deles pode ser identificado como melhor, uma vez que isto
variará com o projeto do tanque, arranjos de tubulações de liquido e vapor, características
da planta de gás inerte e compressor de carga, e das diferenças de densidade dos gases.
Geralmente, cada navio terá estabelecido seus procedimentos pela experiência.
- 153 -
do nitrogênio, o método de inertização usado deve ser aquele que alcançará o nível baixo
de oxigênio exigido com o mínimo consumo de nitrogênio.
O gás inerte proveniente de um gerador tipo combustão nunca deve ser usado no
preparo de tanques para carregamento de amônia, uma vez que a amônia reage com o
dióxido de carbono do gás inerte, formando carbamatos (um tipo de sal).
Conseqüentemente, é necessário que o nitrogênio seja obtido de terra uma vez que o os
geradores de nitrogênio dos navios são baixa capacidade.
Nem nitrogênio nem CO2, os principais constituintes do gás inerte, podem ser
condensados pela planta de reliquefação dos navios uma vez que, na temperatura das
cargas, esses gases estão acima de suas temperaturas criticas e, portanto, são
incondensáveis. Conseqüentemente, sua remoção do tanque é necessária e isso é
conseguido pela gaseificação do tanque com o vapor da própria carga, na temperatura
ambiente, quando os gases não condensáveis são descarregados para a atmosfera,
proporcionando que a planta de reliquefação opere de forma contínua e eficiente.
- 154 -
(Tabela 02)
Propriedades Físicas dos Gases
- 155 -
8.1.3.1 Purga no mar usando líquido dos tanques de armazenamento no convés
Para a maioria dos navios de gás a operação de gaseificação pode ser realizada
com a carga líquida ou na fase vapor, carregada no próprio terminal.
Outro fator a ser observado é o tempo que levará essa purga com o navio
atracado. Alguns terminais possuem facilidades para que o navio prepare seus tanques
antes do início do carregamento em suas instalações. Assim, antes de um navio atracar,
com os tanques inertizados, devem ser considerados os seguintes pontos:
- 156 -
e) Quanto de líquido deve ser recebido a bordo para purga e resfriamento dos
demais tanques?
Quando não for permitida descarga para a atmosfera, deve ser providenciado o
retorno de vapor para queima em terra ("flare"). Nesse caso, tanto os compressores de
carga do navio ou soprador de vapor do terminal podem ser usados para manusear o
efluente. Alguns terminais, embora proibindo a descarga de vapor, permite o efluente do
gás inerte para a atmosfera. Assim, se for usado na purga o método de deslocamento, a
necessidade de fluxo de retorno de vapor para terra pode ser adiada até que os vapores
da carga sejam detectados no efluente descarregado para o mastro de purga (ventstack").
Este ponto pode ser consideravelmente adiado se os tanques forem purgados em série,
um após o outro.
Quando um terminal fornece carga líquida para purga, deve ser recebida a bordo
numa vazão cuidadosamente controlada e passada através do vaporizador do navio ou
permitida a vaporizar no(s) tanque(s). Se o suprimento é de vapor, este pode ser
introduzido no(s) tanque(s) pelo topo ou fundo dependendo da densidade do vapor.
Quando um navio atraca com seus tanques contendo vapor de carga que exija ser
substituído pelo vapor de uma carga diferente a ser carregada, então o terminal
normalmente providenciará linha de retorno de vapor. Os vapores enviados para terra
serão queimados até que seja atingida a qualidade de vapor desejada, na qual o
resfriamento pode ser iniciado. Se nenhuma facilidade estiver disponível para o navio
purgar atracado, e prática comum para o navio preparar um tanque de carga e receber
Iíquido suficiente a bordo, de modo a deixar o berço, purgar e resfriar os demais tanques
de carga usando este líquido e retornar ao berço pronto para o carregamento.
A maioria das cargas tem ponto de ebulição abaixo de zero na pressão atmosférica
(por exemplo: butano -5°C; amônia -33°C; propano -42°C, etileno -104°C, metano -
163°C). Estes pontos de ebulição são correspondentemente mais altos nas pressões mais
altas. Isto significa que a carga líquida ao entrar nos tanques e tubulações que estão na
temperatura ambiente, imediatamente começará a ferver e sua temperatura
corresponderá a do seu ponto de ebulição na pressão atmosférica. O calor requerido de
evaporação será extraído do material em contato com o Iíquido, até que este material
entre em equilíbrio térmico com o Iíquido pela perda de calor. Esta ebulição inicial
causara:
- 158 -
(Figura 05)
Purga usando carga líquida de terra
- 159 -
(Figura 06)
Purga usando vapor de terra
- 160 -
8.1.4 Resfriamento
As vazões nas quais os tanques de carga podem ser refrigerados sem criar tensão
térmica indevida depende do projeto do sistema de armazenamento, sendo cerca de 5oC
a 10oC por hora. Deve-se fazer referencia ao manual de operações do navio, para
determinar as vazões de resfriamento máximo permissíveis.
O resfriamento deve continuar até que comece a formar líquido no fundo dos
tanques de carga. Isto pode ser observado pelos sensores de temperatura. Neste estágio,
no caso de resfriamento dos tanques de carga para, por exemplo, amônia totalmente
refrigerada, a poça de líquido formada estará aproximadamente em -34oC, enquanto o
topo do tanque pode estar estacionado em cerca de -14oC, ou seja, uma diferença de
temperatura de aproximadamente 20ºC. Essa diferença de temperatura depende das
dimensões do tanque de carga, posição dos borrifos, etc.
No caso dos navios semipressurizados onde os aços dos tanques de carga são
limitados a uma temperatura mínima acima da temperatura de recebimento da carga
totalmente refrigerada, deve-se tomar cuidado de evitar expor o aço a temperaturas muito
baixas.
- 161 -
E necessário manter sempre uma pressão dentro do tanque de carga, pelo menos
igual a pressão do vapor saturado correspondente a temperatura mínima permissível do
aço. Isto pode ser feito pela vaporização do líquido usando o vaporizador de carga e
introduzindo vapor dentro do tanque utilizando o compressor de carga. Alternativamente,
pode ser fornecido vapor de terra. A figura 07 apresenta o resfriamento do tanque usando
líquido suprido por terra com retorno de vapor para terra.
(Figura 07)
Resfriamento com carga líquida de terra – o vapor retorna para terra
- 162 -
8.2 Procedimentos de Preparação para Carregamento e Carregamento
Antes do início das operações de carregamento, deve ser realizada uma reunião a
bordo, com o Imediato e os representantes do terminal, para discutir os procedimentos
prévios operacionais entre o navio e o terminal os quais devem ser claramente entendidos
e fielmente executados. A Lista de Verificação de Segurança Navio/Terminal (Ship/Shore
Safety Check List) deve ser adequadamente preenchida. Qualquer informação adicional
julgada necessária deve ser solicitada.
Deve-se levar em conta que os inibidores são aditivos que protegem a carga
líquida da polimerização e apenas por tempo determinado, porém, não possuem
propriedades capazes de proteger também o vapor da carga.
O volume de carga com o qual qualquer tanque de carga pode ser carregado é
estabelecido pela seguinte fórmula:
dR
VL = 0,98 V
dL
Onde:
Mesmo assim, o limite de carregamento deve ser tal que, se ocorrer um incêndio
nas proximidades, o tanque não encherá totalmente antes da abertura da válvula de
alívio. Desse modo, a quantidade de carga liberada necessária, além das considerações
operacionais normais de expansão da carga, depende da margem entre o ajuste da
válvula de alívio e a pressão de vapor de carga prevista para a viagem.
As válvulas de alívio de alguns navios têm ajustes duplos para permitir maiores
pressões nos tanques durante o carregamento. Isto é permitido na ausência de força
dinâmica, que ocorre somente quando o navio está no mar. Qualquer alteração desse
ajuste (susbtituindo-se a mola piloto), deve ser registrada.
Primeiro caso
dR
VL = 0,98 V
dL
Aplicando a fórmula:
- 165 -
0,452
VL = 0,98 V
0,502
Onde:
VL
= 0,882
V
Segundo caso
Nesse caso, já que não há nenhum alívio adicional de pressão, de acordo com os
Códigos de gás da IMO, a temperatura de referência deve ser tomada como a
temperatura correspondente à pressão de vapor no ajuste de pressão das válvulas de
alívio, isto é, a temperatura correspondente a uma PVS de 5+1 = 6 bar absoltos.
Aplicando a fórmula:
0,519
VL = 0,98 V
0,582
Terceiro caso
Aplicando a fórmula:
VL 0,5765
= 0,98 x = 0,97
V 0,582
- 166 -
Quarto caso
(Figura 08)
Diagrama demonstrando o limite máximo de enchimento para o propano
(Navio Totalmente Refrigerado)
O controle do vapor da carga gerado pela carga que está entrando nos tanques,
pode ser efetuado das seguintes maneiras:
• Pelo retorno para terra através da linha de retorno de vapor (Vapour Return Line
– VRL) ligada ao compressor de vapor do navio;
- 168 -
(Figura 09)
Carregamento com retorno de vapor para terra
- 169 -
8.2.2.2 Carregamento sem retorno de vapor
- 170 -
(Figura 10)
Carregamento sem retorno de vapor para terra
- 171 -
Quando carregando sem linha de retorno de vapor, o vapor que é deslocado pelo
líquido que chega ao tanque deve ser reliquefeito a bordo. A capacidade necessária para
isso somada a perda de calor através do isolamento, pode deixar pequena ou nenhuma
capacidade para resfriar a carga durante o carregamento.
Quando gás liquefeito esta sendo carregado do terminal para o navio, é necessário
considerar a localização, pressão, temperatura e volume do tanque de terra, bem como os
procedimentos de bombeamento do terminal. Navios totalmente refrigerados, geralmente
carregam de tanques totalmente refrigerados onde os tanques operam numa pressão de
aproximadamente 60 mbarg.
Esta pressão permitirá que a carga que está no fundo de um tanque de terra,
totalmente cheio, manter uma temperatura possivelmente 1ºC acima do ponto de ebulição
na pressão atmosférica. No caso do propano, será -44ºC em relação a -45ºC.
Quando esta carga é bombeada para o píer, a energia de bombeio necessária para
a transferência é dissipada no líquido como calor, ao qual também deve ser adicionado o
calor ganho durante seu fluxo através das tubulações utilizadas. Por isso, a carga pode
chegar ao navio ainda mais aquecida, podendo atingir -43,5ºC para o propano.
Durante o carregamento, a pressão nos tanques de carga deve ser mantida o mais
baixo possível. Se estiver operando com planta de reliquefação essa pressão deve ser
- 172 -
mantida em até 10mb acima da pressão atmosférica. A pressão, temperatura e nível de
líquido dos tanques devem ser regularmente monitorados, assim como a pressão dos
espaços entre barreira e a temperatura e pressão no manifolde.
Durante a fase de ‘top’ dos tanques de carga, preferivelmente, o navio deve estar
em água parelhas e adriçado de forma que não seja necessário aplicar correções de trim
e banda aos cálculos, otimizando o fechamento. Sempre deixe espaço suficiente no
último tanque ou tanques previstos para recebam o dreno do braço e redes.
Próximo do final do carregamento, a vazão deve ser reduzida para uma vazão
inferior, como previamente acordado com o terminal, adequada a ‘tops’ seguros e
precisos. Ao término da operação de carga, as redes utilizadas a bordo devem ser
drenadas para dentro dos tanques de carga. O líquido que ainda restar pode ser removido
por sopragem de vapor para terra através do compressor de bordo ou por nitrogênio
injetado no braço para os tanques do navio. Uma vez que o líquido foi removido e as
redes despressurizadas, as válvulas do manifolde já podem ser fechadas e o braço (ou
mangote) desconectado.
- 173 -
8.3 Medição e Cálculo da Carga
O espaço vazio (ulagem) no tanque contém vapor saturado da carga liquida. Esse
vapor pode evaporar do líquido e ser condensado de volta a ele durante o manuseio da
carga e nenhum vapor se perderá na atmosfera. O vapor, portanto, é parte significante da
carga e deve ser levado em conta nos cálculos de carga.
As cargas podem variar sua temperatura durante todo o carregamento. Isso pode
ser devido a carga vir de diferentes tanques de terra (com temperaturas diferentes) ou ao
resfriamento inicial das redes de terra. Os gases liquefeitos têm grande coeficiente
térmico de expansão volumétrica chegando a ser de 3 a 4 vezes mais expansível do que
o petróleo. Conseqüentemente, a variação resultante na densidade da carga pode causar
o aumento de camadas estratificadas dentro do tanque, após o carregamento.
- 174 -
determinar uma média mais acurada nas temperaturas do líquido e do vapor, para que a
correção da temperatura possa ser corretamente aplicada.
Por isso, a carga dos navios é quantificada indiretamente através de uma pequena
amostra da carga da qual se determinará sua densidade. Se essa densidade for
multiplicada pelo volume total da carga a quantidade total será obtida.
- 175 -
8.3.2.3 Densidade Relativa Aparente (Gravidade Específica Aparente)
Mesmo que as massas de duas cargas sejam idênticas, se os seus volumes não
forem iguais, seus pesos serão diferentes em razão da ação causada pelo deslocamento
do ar que as impulsionam para cima. Imagine que dois carregamentos de massa igual
foram pesados: um inteiramente como líquido e outro inteiramente como vapor. O
primeiro teria um peso não muito diferente de sua massa, enquanto que o último teria um
peso muito pequeno devido ao deslocamento muito grande de ar. A utilização de um
padrão preciso serve para evitar esta ambigüidade.
O cálculo do peso da carga pode ser realizado por dois métodos práticos:
Primeiro Método
Segundo Método
- 176 -
As densidades dos gases liquefeitos mais comuns em seu ponto de ebulição
variam de 0,5680 Kg/Litro (Etileno) a 0,9714 Kg/Litro (VCM). Na conversão da densidade
verdadeira para a densidade no ar (densidade aparente), aparecerá sempre uma
diferença de 0,0011.
(Tabela 03)
ASTM 56 (short table)
Em segundo lugar, vapor resultante de sua ebulição durante as viagens tanto com
o navio carregado quanto em lastro é utilizado como combustível do navio. Assim, a
quantificação da carga comercializada é feita sob medida para um projeto em particular e
no contrato isto é normalmente formalizado com base no poder calorífico dessa carga.
- 177 -
8.3.3.2 Medições em Terra e a Bordo
É, portanto, prática comum usar os números calculados pelo navio para determinar
os volumes de carga para a transferência de custódia, tanto nos terminais de
carregamento quanto de descarregamento.
Todos os navios possuem Tabelas de Calibragem, para cada tanque de carga, que
permitem que sejam encontrados os volumes de líquido e de vapor a partir da medição do
nível de líquido no tanque. Essas tabelas são criadas a partir de cuidadosa medição,
tomada em condições normais de temperatura e pressão, logo depois que o navio foi
construído.
- 178 -
8.3.4 Principais Correções nas Medições de Nível de Líquido de Tanques
A figura 11 mostra um tanque prismático de um navio com trim pela popa, ou seja,
o calado de popa é maior do que o calado de proa. Como pode ser visto, o nível de
líquido permanece na horizontal, porém, aparentemente, se eleva na distância a/a’ na
antepara de ré.
(Figura 11)
Correção para o Trim
A figura 12 mostra um tanque prismático de um navio que está com banda para
bombordo, ou seja, o calado de bombordo é maior do que o calado de boreste. Como
pode ser observado, com o navio nessa condição, o nível de líquido permanece paralelo a
linha d’água. Conseqüentemente, e tomando o tanque de bombordo como exemplo, na
antepara lateral, o nível de líquido, aparentemente, se eleva a distância a’/a. Se o navio
estivesse adriçado, o nível de líquido seria o mostrado pela linha pontilhada no diagrama.
- 179 -
(Figura 12)
Correção para a Banda
(Figura 13)
Ulagem e Inagem (sondagem)
- 180 -
8.3.4.4 Correção para a Bóia
- 181 -
8.3.6 Procedimentos de Cálculo em Terra e a Bordo
(Tabela 04)
Unidades básicas do SI
- 182 -
3) Determina-se a densidade do líquido, anotando a temperatura na qual ela foi
determinada e, pela tabela 53 do ASTM-IP, converte-se para densidade do líquido a 15ºC
(D15 em kg/m3). Note que a densidade encontrada na tabela 53 é dada em kg/litro, mas
para as finalidades práticas os valores são iguais a ton/m3 e devem ser multiplicados por
1000 para se obter kg/m3.
Ts Pv Mm
Dvt = x x x Kg/m3
Tv Ps I
10) Converte-se a massa total para peso no ar por meio do fator de conversãao
apropriado, tirado da tabela menor (short table) na introdução da tabela 56 do ASTM-IP,
entrando-se do lado esquerdo com a densidade do líquido a 15°C.
Nesses casos, o procedimento segue o que foi detalhado acima para a temperatura
padrão de 15ºC, com algumas alterações:
Dt = Dm + F(t2 – t1)
• Passo 4: omitir;
Dessa forma, nesse procedimento, o volume líquido não sofre erro de conversão
sobre uma escala de temperatura, e a densidade do líquido, se necessário, é convertida
apenas sobre uma pequena escala de temperatura e com um fator especificamente
relacionado ao líquido em questão.
- 185 -
8.3.6.4 Exemplo de Cálculo de Carga (termos usuais em inglês)
(Figura 14a)
Exemplo de Cálculo de Carga (termos usuais em inglês)
Procedimento típico usando a temperatura padrão de 15ºC aplicado à carga a bordo
Peso no ar: o fator para converter massa (peso no vácuo) em peso no ar (líquido
de densidade 511 kg/m3 a 15ºC da tabela 56 do ASTM-IP = 0,99775.
- 187 -
A base de cálculo permanece a mesma, porém há de se ter cuidado de utilizar os
dados conforme o sistema, por exemplo, temperaturas em ºF, densidade relativa ou
gravidade específica na forma de 60º/60ºF, volumes em pés cúbicos (ft3) e peso em
toneladas longas (long tons). Em alguns países, a determinação da carga pode ser em
barris americanos (US barrels), e densidades cotadas em +20°C.
- 188 -
8.4 Manutenção da Condição da Carga em Viagem e no Porto
• A pressão dos tanques de carga será mantida dentro dos limites estabelecidos;
- 189 -
(Figura 15)
Reliquefação em viagem com o navio carregado
- 190 -
Freqüentemente, há ocasiões em que é necessário reduzir a temperatura de uma
carga de GLP durante a viagem. Isso ocorre sempre que há necessidade do navio chegar
ao porto de descarga com a temperatura da carga abaixo da temperatura dos tanques de
terra de modo a minimizar a quantidade de flash gas durante a descarga.
Sob mau tempo, alguns problemas podem ocorrer. Embora muitas plantas de
reliquefação possuam um vazo eliminador de líquido, sempre haverá risco, sob mar
grosso, de porções de líquido serem arrastadas para dentro do compressor. Por esta
razão, é preferível não colocar os compressores em funcionamento quando o navio
estiver balançando muito, prevenindo danos ao compressor.
Compressores de Carga
- 191 -
compressores centrífugos são substancialmente utilizados em terra onde há mais espaço
disponível para sua instalação.
Muitos gases liquefeitos podem afetar a qualidade do óleo lubrificante usado nos
compressores que não são do tipo “isento de óleo”, tornando usual a necessidade de
trocá-lo entre carregamentos. Seu uso exige cuidados bem maiores de manutenção e
operacionais motivo pelo qual as instruções contidas em seus manuais devem ser
seguidas criteriosamente.
Compressores Recíprocos
Num compressor ‘isento de óleo’ Lind, a selagem da haste do pistão é feita por
anéis de poly tetra fluoro ethylene (PTFE), em lugar do sistema de labirintos do Sulzer, o
que o torna imprórpio para o transporte de cargas como a amônia uma vez que seus
vapores poderão dissolvê-los.
- 192 -
(Figura 16)
Compressor Sulzer Isento de Óleo – Vista trazeira
- 193 -
(Figura 17)
Compressor Sulzer Isento de Óleo – Vista Lateral
Compressores de Parafuso
Esse tipo de compressor possui dois rotores em forma de parafusos que giram em
sentido contrário, mantendo entre si uma condição de engrenagem, conforme mostra a
figura abaixo.
(Figura 18)
Rotores em forma de parafuso
- 194 -
A conexão do compressor com o sistema é feita através das aberturas de
aspiração e descarga, diametralmente opostas, tal como indica a figura abaixo:
(Figura 19)
Aberturas de sucção diametralmente opostas
O gás penetra pela abertura de sucção e ocupa os intervalos entre os filetes dos
rotores. A partir do momento em que há a engrenagem de um determinado filete, o gás
nele contido fica encerrado entre o rotor e as paredes da carcaça. A rotação faz então
com que o ponto de engrenagem vá se deslocando para frente, reduzindo o espaço
disponível para o gás e provocando a sua compressão. Finalmente, é alcançada a
abertura de descarga e o gás é liberado.
(Figura 20)
Rotores de um compressor de parafuso típico
- 195 -
(Figura 21)
Conjunto rotor de um compressor de parafuso típico
Os separadores são equipados com sensores para alarme de nível alto que soará
e desligará o compressor prevenindo transbordamento.
- 196 -
(Figura 22)
Sistema de purga de condensado
Os compressores têm uma capacidade teórica por hora, dada pela capacidade
volumétrica dos pistões.
- 197 -
Este coeficiente é dado por:
Este vapor adquire 12ºC de calor na rede de aspiração, ou seja, é aquecido para
uma temperatura de 10ºC na entrada do compressor, e sendo a perda da pressão 0,260
kg/cm2, a pressão de entrada no compressor é de 3,80 kg/cm2. A temperatura de
condensação é de 68,5ºC, e a pressão absoluta de condensação 15,2 kg/cm2 é obtida.
• Total de calor rejeitado = total do peso aspirado x calor rejeitado por unidade de
peso = 2.162 x 257 = 555.634 kcal/hora.
- 198 -
De maneira análoga ao refrigerante, O tempo de resfriamento de uma carga pode
tanto ser calculado como lido em um diagrama. A figura 22 nos mostra o tempo de
resfriamento para uma carga de propano.
(Figura 23)
Desempenho do refrigerante e consumo de energia por unidade em Cascata
- 199 -
(Figura 24)
Desempenho do refrigerante e consumo de energia por unidade em Cascata
- 200 -
(Figura 25)
Diagrama de tempo de resfriamento para o propano
- 201 -
8.4.1.4 Requisitos Especiais para Manutenção das Condições de Determinadas
Cargas
1. Cloro
b) Pressão de projeto mínima do tanque é de 13,5 bars. Cada tanque deverá dispor
de duas válvulas de alívio.
d) Os compressores de descarga não podem ser usados. A descarga deve ser feita
por meio de vapor de Cloro comprimido suprido de terra, ar seco ou outro gás aceitável,
ou bombas totalmente submersas.
i) O ajuste das válvulas de alívio não será inferior a 0,2 bar manométrico, e para
tanques independentes tipo C, não superiores a 7,0 bars manométricos para o transporte
de óxido de propileno e não superiores a 5,3 bars manométricos para o transporte de
misturas.
3. Óxido de Etileno
b) Não usar ferro fundido nem aço inoxidável tipo 416 e 442 como material de
construção de tanques e redes associadas.
e) As válvulas de alívio deverão ser ajustadas para uma pressão manométrica não
inferior a 5,5 bars.
Durante o trânsito com carga, devem ser efetuadas verificações regulares para
garantir que todos os equipamentos de carga estão normais e que não há vazamentos
nas linhas de nitrogenio nem nas linhas de ar.
O óleo lubrificante do compressor deve ser compatível com a carga que está sendo
manuseada e deve ser substituído quando for necessário. Se o nível estiver baixo, deve
ser completado antes do início do funcionamento da planta. Se o nível estivel alto é
possível que tenha sido contaminado com a carga ou com o gás refrigerante. Se de fato
houve contaminação com grandes quantidades de carga ou de refrigerante, todo o óleo
deve ser substituído.
- 205 -
Em lastro, com os tanques de carga contendo apenas o líquido suficiente para
manter os tanques resfriados, a planta somente será exigida para funcionar
intermitentemente.
Mar grosso também causará elevação na pressão dos tanques de carga, devido a
formação de ondas dentro dos tanques que alcançam a superficie mais quente do espaço
de vapor. Por esta razão, a pressão dos tanques de carga deve ser mantida sempre
próxima ao nivel desejado.
O vapor de certas cargas não pode ser comprimido (por exemplo, óxido de etileno
e óxido de propileno). Estas cargas somente podem ser liquefeitas por resfriamento
indireto, e os compressores de carga normalmente são isolados ou bloqueados.
Os Códigos de gás não permitem que o boil-off do GLP seja utilizado como
combustível, sendo este reliquefeito e retornado aos tanques de carga. O retorno deve ser
feito pela linha de spray, se instalada, para uma melhor eficiência no resfriamento.
- 206 -
(Figura 26)
Condicionamento da carga durante o trânsito carregado
- 207 -
A operação da planta de refrigeração será afetada por qualquer gás incondensável
no vapor aspirado dos tanques de carga. Este incondensável pode originar-se da própria
carga (por exemplo, etano e metano) ou pode ser remanescente do gás inerte de purgas
anteriores. Os gases incondensáveis se acumulam no condensador e evitam a
condensação do vapor da carga. Para restabelecer a condensação, os incondensáveis
devem ser purgados regularmente, quando se descobrir pela pressão alta anormal do
condensador e condensação reduzida.
Modernos navios de GNL não precisam consumir a própria carga para sua
propulsão como ocorreu durante décadas. Uma nova tecnologia liquefaz o boil-off gas em
plantas de reliquefação (de grande porte) e devolve o GNL aos tanques de carga sem que
nenhuma parte da carga de GNL seja consumida na propulsão durante a viagem. Para a
propulsão são utilizados motores diesel cuja eficiência é significantemente maior que as
máquinas a vapor que queimam GNL. Estima-se em cerca de USD 5 milhões por ano a
redução de custos coma nova tecnologia.
- 208 -
O primeiro navio de GNL construído tem capacidade de carga de aproximadamente
216.000 m3 e foi entregue pela Hyundai Heavy Industries (HHI) na Korea para a Overseas
Shipholding Group, Inc em 2007.
Nos navios que não possuem plantas de reliquefação, o boil-off é usado como
combustível para propulsão durante a travessia, seja em caldeiras, motores diesel ou
turbinas a gás. O GNL é a única carga que pode ser usada como combustível devido ao
vapor de metano ser mais leve do que o ar, na temperatura ambiente, ao passo que os
vapores de GLP são mais pesados. Por esta razão, no caso de vazamentos, o metano
dispersará mais facilmente na atmosfera do que o GLP que tenderá a descer com grande
risco de incêndio e explosão.
O gás para a linha de suprimento deve ser purgado com gás inerte antes e após as
operações de queima de gás. Há um número de dispositivos automáticos de proteção
incorporados ao sistema para garantir operações seguras durante todo tempo, e estes
devem ser regularmente inspecionados e mantidos operacionais. Estes dispositivos são
descritos com detalhes nos Códigos de gás da Convenção IMO e no ICS Tanker Safety
Guide (Liquefied Gas).
A vazão diária do boil-off durante a travessia com carga varia com a mudança da
pressão barométrica (a menos que um controle de pressão absoluta seja adotado),
temperatura ambiente e condições de mar, devendo por isso ser mantida uma vigilância
rigorosa nas pressões dos tanques, pressões dos espaços entre barreiras, etc. Nunca
deve ser permitido que as pressões dos tanques caiam abaixo da pressão atmosferica.
Normalmente, os compressores usados nos navios de GNL têm os selos dos eixos
pressurizados com nitrogênio. Assim, um suprimento adequado de nitrogênio deve estar
disponível enquanto o compressor estiver funcionando. De maneira análoga aos
compressores de GLP, devem ser tomados cuidados para evitar que o líquido seja
arrastado para dentro do compressor, via linha de aspiração de vapor.
- 209 -
8.5 Procedimentos de Preparação para Descarga e Descarga
Uma bomba centrífuga deve sempre ser partida com a válvula fechada ou
parcialmente aberta para minimizar a vazão inicial. Após isso a válvula deverá ser aberta
gradualmente até que o bombeamento esteja ocorrendo dentro dos parâmetros seguros
de projeto e o líquido chegando nos tanques de terra.
- 210 -
(Figura 27)
Combinação das bombas de carga do navio e do terminal
- 211 -
(Figura 28)
Coluna estática e de resistência
(Figura 29)
Combinação paralela das curvas das bombas e características do sistema
A curva do sistema corta estas características combinadas nos pontos (a), (b) e (c),
e pode ser prontamente observado o quanto é insignificante o aumento de vazão ao se
trabalhar com 3 ou 4 bombas. Ao mesmo tempo, se são operadas 4 bombas em paralelo,
energia consideravelmente maior é transmitida a carga, a qual é dissipada como calor no
líquido, resultando em um aumento de temperatura. Este aumento na temperatura do
- 212 -
liquido, por sua vez, resulta num aumento do flash de gás produzido, quando o líquido é
descarregado para armazenamento em terra, e que deve ser manuseado pelos
compressores de terra. Se esses compressores forem incapazes de manusear este flash
adicional do gás, o terminal exigirá uma redução na vazão para evitar a abertura das
válvulas de alívio em terra.
- 213 -
(Figura 30)
Descarga sem retorno de vapor
- 214 -
(Figura 31)
Descarga com retorno de vapor
- 215 -
e isto significa funcionar a bomba de recalque e o aquecedor, em série com a bomba
principal de carga.
Uma vez resfriados, a válvula de descarga pode ser aberta até que seja alcançada
a temperatura de saída desejada. É importante assegurar que as bombas de carga
mantenham vazão adequada para a bomba de recalque, durante todo o tempo.
(Figura 32)
Diagrama de redes da bomba de recalque e aquecedor
- 216 -
8.5.4 Drenagem de tanques e redes
Porém, antes de se iniciar a descarga, testes já deverão ter sido efetuados para
assegurar que não haverá atrasos indevidos, nem surpresas nas operações. As bombas e
válvulas serão testadas quanto ao funcionamento, os instrumentos para medida de
pressão, temperatura, nível de tanques e equipamentos fixos de detecção de gases
checados, verificação quanto a vazamentos no sistema de carga, cálculos de quantidade
de carga e retirada de amostras.
- 217 -
8.5.5 Transferência de navio para navio (Ship to Ship Transfer – STS)
Nos anos recentes, a transferência de carga de GLP de um navio para outro tem
sido uma prática comum em muitos locais onde não existem a infraestrutura dos
terminais. A publicação Ship-to-Ship Transfer Guide (Liquefied Gases), publicado pela
ICS/OCIMF traz recomendações detalhadas para a execução segura dessas operações.
A amarração de um navio ao outro deve ser efetuada com o navio maior movendo-
se lentamente, numa proa constante, aproado ao mar e ao vento, com o navio menor
amarrado ao seu costado. O fundeio é realizado pelo navio maior de modo que ambos
sejam capazes de se alinhar ao tempo.
- 218 -
8.6 Lastro e deslastro
• Acordos comerciais;
• Tipo de navio;
Estes navios normalmente são equipados com bombas de resfriamento com borrifo
em cada tanque de carga para fornecer líquido para a linha de borrifo instalada na parte
superior de cada tanque. Esse sistema é usado de tempo em tempo durante a viagem em
lastro para minimizar o gradiente térmico do tanque. A freqüência dessa operação
dependerá do tipo e tamanho do navio e duração do trânsito em lastro.
- 219 -
8.7 Procedimentos para troca de carga e limpeza de tanques
• Limpeza de tanques;
• Inspeção Visual.
Esses são procedimentos preliminares para uma entrada para inspeção visual ou
de desgaseificação para docagem.
Quando todo o líquido tiver sido removido, os tanques podem ser inertizado tanto
com gás inerte do navio ou de terra conforme exigido pela próxima carga.
Alternativamente, gaseificado com o vapor da próxima carga, operação que está caindo
em desuso. (ver procedimento mais detalhado no item Inertização do Sistema de Carga).
Como auxílio na remoção de líquidos, muitos navios de GLP são equipados com
vasos de pressão especiais montados no convés. Esses tanques são usados para
- 220 -
recuperar líquido e vapor dos tanques de carga. Seu conteúdo também pode ser usado
oportunamente para fornecer vapor para gaseificação nas trocas de carga.
Os navios que possuem tanques de carga do Tip ‘C’ são equipados com uma linha
de dreno.
O resíduo de líquido pode ser retirado do poceto do tanque pela linha e dreno e de
lá enviado até ao nível do convés, por pressurização do tanque de carga pelo compressor
de carga, podendo ser estocado temporariamente em um tanque de carga previamente
escolhido e de lá para terra. Alternativamente, pode ser estocado no tanque de pressão
que existe no convés para essa finalidade.
A drenagem deve continuar até que toda a carga líquida seja removida do tanque
de carga o que deve ser verificado pela linha de amostra do fundo. A pressão necessária
do compressor para remover o resíduo líquido dependerá da densidade da carga e da
profundidade do tanque. A figura 28 apresenta esse processo.
(Figura 33)
Remoção de resíduo de carga líquida por pressurização
Para navios com tanques Tipo ‘A’ ou ‘B’, a remoção de todo o resíduo de carga
líquida não pode ser feito por pressurização. A invés disso, são removidos por
vaporização que normalmente é efetuada através de serpentinas de aquecimento. Nesse
caso, a fonte de calor que corre nas serpentinas é o gás quente da descarga do
compressor de carga.
- 221 -
O vapor é retirado da atmosfera do tanque de carga e passado pelo compressor
onde o calor de compressão causa o aumento da temperatura do vapor. Contornando o
condensador, esse vapor quente pode ser levado diretamente às serpentinas e o calor é
transferido ao resíduo líquido de carga. Desta forma, o líquido remanescente é evaporado
e o efeito dessa transferência de calor é a condensação do vapor quente nas serpentinas
o qual é, então, normalmente, bombeado para o tanque de convés.
Uma alternativa ao uso das serpentinas é enviar vapor quente da carga (do
compressor) diretamente ao fundo do tanque, geralmente pela linha de carga. Entretanto,
esse método resulta em lenta evaporação do líquido remanescente uma vez que o gás
quente flui somente na superfície do líquido ao invés de provocar sua ebulição. Esse
método, entretanto, é usado nos navios de GNL que não são equipados com serpentinas
e em alguns navios menores onde o aumento da temperatura de certas cargas especiais
pode ser problemático.
(Figura 34)
Remoção de resíduo de carga líquida por gás quente
Quando o navio está no mar, para finalizar ambos tipos de operação, o vapor do
tanque de carga é normalmente enviado para os mastros de alívio. Alternativamente,
podem ser condensados na planta de reliquefação e bombeados para o tanque de convés
ou para o mar.
8.7.3 Aquecimento
Quando os tanques de carga tiverem que ser ventilados com ar fresco para
inspeção ou docagem, é necessário, dependendo da temperatura do tanque e do projeto,
aquecê-los antes de inertizá-lo, o que é conseguido através da circulação controlada de
vapor aquecido da carga no tanque.
- 222 -
O aquecimento é essencial quando os tanques de carga estão com temperaturas
muito baixas, tais como em navios de GNL. Se o aquecimento até a temperatura
ambiente não for efetuado, o resultado será congelamento da umidade e do gás
carbônico do gás inerte.
Remover vapor da carga com gás inerte tem por objetivo reduzir a concentração de
gás no tanque até um nível que possibilite que a ventilação seja iniciada sem que a
atmosfera do tanque passe pela faixa inflamável. O nível ao qual o vapor de
hidrocarboneto deve ser reduzido varia de acordo com o produto e detalhes da variação
da faixa inflamável de cada produto. Em geral, quando inertizando nessa situação é
necessário reduzir o teor de hidrocarboneto na atmosfera inerte para cerca de 2% antes
de iniciar a sopragem. Essa operação tem por principais objetivos uma entrada para
inspeções ou para docagem.
- 223 -
(Figura 35)
Inertização de tanque de carga usando o gerador de bordo
- 224 -
8.7.4.1 Procedimentos especiais para a Amônia
1. A primeira ação para mudança de amônia para outro produto é remover toda a
amônia líquida do sistema. Isso é muito importante uma vez que a amônia quando
evapora no ar, é particularmente susceptível de atingir temperaturas muito baixas com
risco de causar fratura no tanque devido a essa temperatura perigosamente baixa.
3. Algumas vezes são efetuadas lavagens de tanques com água para remover
resíduos de amônia uma vez que a amônia é altamente solúvel em água. Entretanto,
alguns pontos devem ser observados:
• Todos os traços de água devem ser removidos ao final da lavagem para evitar
a formação de gelo ou hidratos;
- 225 -
8.7.5 Ventilação (Aeração)
Uma vez finalizada a inertização, os tanques de carga já podem ser ventilados com
ar fresco, o qual é fornecido pelos compressores ou sopradores. A ventilação deve ser
realizada até que a atmosfera do tanque esteja com teor de oxigênio de 21% e a
concentração de hidrocarbonetos com 0% do Limite Inferior de Inflamabilidade. A
atmosfera do tanque deve ser monitorada em várias posições e níveis para garantir
uniformidade nos teores de oxigênio e de hidrocarboneto. A figura 32 mostra as redes
operando em ventilação.
(Figura 36)
Inertização e desgaseificação – Diagrama de inflamabilidade
- 226 -
(Figura 37)
Ventilação de tanque de carga
- 227 -
9 Relacionamento entre o Navio e o Terminal
O relacionamento entre o navio e o terminal pode ser definido como uma área
operacional na qual duas partes diferentes, porém, com responsabilidades bem definidas,
devem trabalhar juntas, reconhecendo que qualquer ação tomada por uma das partes
poderá afetar a outra. Portanto, ambas devem trabalhar em conjunto, entendendo seus
respectivos desafios em efetuar uma operação navio/terra segura.
- 228 -
9.1 Comunicação
• Se uma carga refrigerada tiver que ser descarregada para um sistema de terra
não refrigerado, qual a temperatura mínima aceitável para que se possa estimar o tempo
de descarga, baseado na produção do aquecedor?
- 229 -
9.2 Pré-chegada
- 230 -
9.2.4 Amarração
Uma boa amarração é um dos aspectos mais importantes da operação uma vez
que só assim se pode garantir que o navio está bem amarrado, sem chances de se
movimentar. Qualquer movimento do navio poderá causar danos aos equipamentos de
manuseio de carga do terminal, ao próprio berço e ao navio.
Verificação regular deve ser feita na amarração para se assegurar que o navio
continua amarrado conforme o plano de amarração. Qualquer desvio deve ser
imediatamente corrigido.
Cabos de aço e de fibra não devem ser passados em uma mesma direção em
razão da diferença de elasticidade entre eles. Se isso for aceito, implicará que o cabo de
aço suportará sozinho quase que toda a tensão.
Os navios que possuem guinchos com tenção automática, não podem usá-los no
modo automático enquanto estiver amarrado ao berço.
As âncoras que não estiverem em uso devem ficar apropriadamente presas para
evitar que subitamente corram e gerem centelhas.
(Figura 01)
Plano de amarração
- 231 -
“Standardisation of Manifolds for Refrigerated Liquefied Gas Carriers for Cargoes
from 0ºC to minus 104ºC” (Padronização de Manifoldes para Navios de Gás Liquefeito
Refrigerado para cargas de 0ºC a menos 104ºC).
Por ocasião da atracação, tanto o terminal quanto o navio devem se esforçar para
que o navio amarre na posição adequada, conforme orientação do operador do terminal,
para possibilitar uma perfeita conexão dos braços. Caso isso não seja conseguido, se no
decorrer da operação o navio sofrer qualquer movimento involuntário, o braço irá alarmar
e poderá até bloquear suas válvulas e desconectar automaticamente, o que certamente
causará grandes transtornos para ambas as partes. Portanto, a quando da correção da
tensão das espias ou cabos de aço, o pessoal do navio deve tomar o cuidado de não
permitir nenhum movimento do navio.
O acesso ao navio deve estar o mais longe possível do manifolde, podendo esse
acesso ser feito através de uma escada adequada, fornecida por terra ou por bordo,
devendo ser escolhida a que oferecer maior segurança aos usuários. Deve ser dada
atenção a inclinação da escada devido a diferença de nível entre o navio e o ponto de
apoio no terminal e também estar atento às variações dessa inclinação causada pela
variação da maré.
- 232 -
9.2.7 Prontidão de Máquinas
O navio deve permanecer pronto para manobrar no menor tempo possível durante
todo o tempo de estadia no terminal a menos que permitido pela autoridade portuária e
pela gerência do terminal.
É muito raro que os navios obtenham essa autorização e, mesmo assim, se for
concedida, exigirá que rebocadores em número suficiente permaneçam em atenção para
auxiliar em uma manobra de emergência, durante todo o tempo necessário ao navio para
entrar novamente em prontidão. Nesse caso, os rebocadores não podem ficar a contra-
bordo. Ao invés disso, devem se posicionar próximos o suficiente para um rápido
atendimento a qualquer chamado.
Na seção dessa lista que é dedicada ao Plano de Carga do navio, esse plano deve
ser discutido e acordado por ambas as partes.
Nenhuma operação (com o navio atracado) poderá iniciar antes que as partes
garantam que estas serão realizadas com segurança. A Lista de Verificação tem o
propósito de auxiliar nessa decisão.
- 233 -
Os navios de gás devem cumprir as questões relacionadas a todos os navios
tanque e também as específicas aos navios de gás. Essa lista está baseada no ISGOTT
(International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals operators) cuja publicação é
uma recomendação que deve ser fielmente cumprida.
- 234 -
Algumas das declarações da Lista de Verificação são direcionadas para tópicos na
qual o navio tem deveres e responsabilidades exclusivas, alguns tópicos na qual o
terminal tem deveres e responsabilidades exclusivas e outras na qual há deveres e
responsabilidades conjuntas. Os espaços de preenchimento compartilhados são utilizados
para identificar declarações que geralmente seriam aplicáveis a uma única parte, no
entanto o navio ou do terminal podem preencher estes espaços se eles assim desejarem.
- 235 -
Onde um item em particular é considerado não aplicável ao navio, ao terminal ou
para a operação planejada, uma notificação deve ser feita na coluna de “Observações”.
A presença das letras “A”, “P” ou “R” na coluna intitulada “Códigos” indica o
seguinte:
A declaração conjunta não deve ser assinada até que ambas as partes tenham
verificado e aceito suas responsabilidades e deveres designados.
• A grande área vélica que os navios de gás apresentam tanto em lastro quanto
carregado;
Normalmente são estabelecidas três velocidades e ações para cada uma delas,
como por exemplo:
• 30 nós – desatraca.
- 237 -
10 Operações de Emergência
1. Equipe de Comando: esta equipe é liderada pelo comandante, que atuará como
coordenador geral da emergência.
Quando uma carga está sendo transferida, navio e terminal tornam-se uma unidade
operacional e é nessa situação que as chances de acidentes aumentam. Nessa
circunstância, a área do manifolde, provavelmente, é a mais vulnerável.
- 238 -
O planejamento e a preparação são essenciais para que o pessoal possa enfrentar
com sucesso as emergências a bordo de navios-tanque.
- 239 -
10.2 Alarmes
O alarme geral de emergência que consiste em sete ou mais sinais sonoros curtos
seguidos de um longo será soado nas seguintes situações de emergência:
• incêndio;
• colisão;
• abandono;
• encalhe;
• homem ao mar;
• rompimento de mangotes;
Existem ainda outros alarmes que são instalados para avisar as pessoas sobre
falhas operacionais ou situações que possam representar riscos operacionais, como as
descritas a seguir:
• alarme de gases;
- 240 -
10.3 Procedimentos de emergência
• Pessoas desaparecidas;
• Colisão;
• Encalhe;
• dados de estabilidade;
⇒ acionar o alarme;
- 241 -
O tripulante que perceber a situação de emergência deve acionar o alarme e
informar ao oficial de serviço que, por sua vez, alertará a equipe de emergência. As
pessoas que se encontrarem nas proximidades deverão tomar ações apropriadas,
tentando controlar o incidente até que a equipe de emergência chegue e assuma as
ações.
Ao contrário, se a emergência for no terminal, a boa prática indica que o navio seja
retirado do berço para assim evitar que se envolva nessa situação de emergência.
- 242 -
10.4 Primeiros Socorros
Caso ocorra sintoma por exposição ao vapor, o tratamento para a maioria dos
casos é remover a vítima para o ar fresco e fazer respiração artificial, se a vítima tiver
parado de respirar ou estiver respirando de modo irregular.
- 243 -
BIBLIOGRAFIA
McGuire, Graham and White, Barry, Liquefied Gás Handling Principles on Ships and
in Terminals – SIGTTO, 3rd ed. Witherby & Company Limited, London 2000
Tanker Safety Training (Liquefied Gas), Witherby Seamanship Publication, 1st Edition,
2007
International Maritime Organization, Inert Gas Systems. 31st ed. London, 1990
Chemical Distribution Institute (CDI), Ship Inspection Report – Liquefied Gás Carrier,
1998 Edition
- 244 -