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Curso:
Ar Condicionado e Refrigeração
Projeto e Dimensionamento-08
O aspecto mais importante do HVAC é a segurança da unidade, sendo um sistema ativo, atuando
antes da ocorrência do sinistro. Assim, os sistemas de HVAC não são projetados para o controle de
eventos catastróficos, como a maioria dos sistemas de segurança, e sim para evitar que se chegue a eles.
Esse objetivo é alcançado pelo controle da pressurização, de modo a:
- evitar entrada de misturas gás-ar potencialmente explosivas / tóxicas em áreas seguras (salas de
painéis).
- prover ventilação diluidora em áreas classificadas fechadas, de modo a reduzir o risco potencial
de explosão e a concentração de gases tóxicos nos ambientes (sala de baterias).
- manter adequadamente ventilados todos os ambientes que precisam estar operacionais durante
uma situação de emergência (ex.: sala de UPS e painéis essenciais).
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Normas e regulamentos aplicáveis (naval/offshore) Módulo 8
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Pressurização e tomadas de ar Módulo 8
Compartimentos fechados com aberturas a menos de 3 metros do limite de classificação de área
devem ter pressurização positiva monitorada;
Compartimentos fechados, que abriguem fontes de gases ou vapores inflamáveis deverão ser
providos de pressão inferior aos ambientes adjacentes;
O alojamento não necessita ter controle de pressurização, exceto se estiver adjacente a uma área
classificada, porém, é boa prática mantê-lo à pressão ligeiramente positiva em relação ao exterior;
Todas as tomadas de ar exterior do sistema de HVAC devem ser monitorados por sensores de gás e
devem ter dispositivos que impeçam a entrada de gás;
O ar externo aspirado para o sistema de VAC deve ser tomado de área segura, no mínimo, a 3,0
metros de distância de área classificada e a 4,5 metros da exaustão dos sistemas de ventilação e
descarga de gases de produtos de combustão.
TOMADAS DE AR
EXTERIOR (TAE)
ELIMINADOR DE GOTAS
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Dampers Corta-Fogo, válvulas e dutos estanques Módulo 8
Instalação de dampers corta-fogo:
A instalação de dampers corta-fogo tem como base as recomendações do SOLAS / IMO – 2009. Os
dampers devem ser homologados pela Sociedade Classificadora (CS). Objetivo é reconstituir a
integridade sempre que um duto cruzar um antepara / convés classe “A” ou “H” (evitar cruzar
antepara “H”).
Exceção para aberturas menores que 0,075 m2, com peça de passagem em aço de 3mm de espessura
(450 mm para cada lado da antepara), isolada com material de proteção contra fogo equivalente ao
da antepara. Para aberturas menores que 0,02 m2 a peça de passagem deve ter 100 mm para cada
lado e não há necessidade de isolamento.
Os dampers devem ter operação automática através de fusível 75°c como também, via painel
fogo&gás (F&G). O acionamento pode ser pneumático ou elétrico (falha fecha). O SOLAS requer
fechamento manual dos dois lados da antepara e indicação de damper aberto ou fechado (chave de
fim de curso).
DAMPERS CORTA-
FOGO E SEUS
COMPONENTES
INSTALAÇÃO DE
DAMPERS
CORTA-FOGO
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Particularidades do HVAC naval/offshore Módulo 8
Conceito: Transferência do consumo de energia do horário de ponta de carga para o horário fora de
ponta. Há redução da potência do equipamento de refrigeração com redução do custo operacional, mas
há aumento de custos com instalação de tanques e acessórios. A viabilidade técnico-econômica deve ser
estudada, caso a caso. 15
Tipos de sistemas de Termoacumulação Módulo 8
Termoacumulação de água gelada: Esse é o melhor e mais eficiente sistema, e pode incluir na sua
concepção algumas variações que melhorem ainda mais a eficiência e o controle do sistema. Dentre as
variações possíveis, a mais utilizada é aquela que possui um tanque de grande volume, com fluxo
estratificado, onde a velocidade da água no tanque é tão baixa que garante a separação entre a porção
“gelada” e a porção “quente”, pela diferença de densidade. A única desvantagem desse sistema é que
utiliza apenas o calor sensível da água (resfriamento e aquecimento da massa de água no interior do
tanque), o que irá requerer um volume de água muito maior (cerca de sete vezes), quando comparado
com o sistema de termoacumulação de gelo, que utiliza o calor latente da água (solidificação e fusão).
Termoacumulação de gelo: Os sistemas com termoacumulação de gelo utilizam o calor latente de fusão
da água como a fonte de armazenamento de energia térmica, o que reduz o volume dos tanques de
termoacumulação. Por outro lado, requerem que os Chillers operem em condições diferentes, com
temperaturas mais baixas (em torno de -6 °C) durante o período de termoacumulação (fabricação de
gelo). Os sistemas mais utilizados são os seguintes:
- Ice Balls: Utilizam um ou dois tanques de grande volume, com centenas de milhares de esferas
herméticas (diâmetro 100 mm), contendo água destilada, soltas no seu interior. O volume dos tanques
é preenchido com solução anticongelante de água e etileno glicol a 25% em peso, que possui um
ponto de início de congelamento a -11,5°C e é o fluido que circula por todo sistema de água gelada.
- Tanques com serpentinas: utiliza dezenas de tanques de menor volume com serpentinas flexíveis de
polietileno, imersas em água (da rede de abastecimento). No interior das serpentinas, circula solução
de água e etileno glicol a 25% em peso, que é o fluido que circula por todo sistema de água gelada. No
processo de produção de gelo, a solução de glicol circula em baixa temperatura (em torno de -6 °C) no
interior das serpentinas imersas nos tanques, congelando a água no interior dos tanques. No processo
de “queima” de gelo, a solução de glicol que retorna dos equipamentos usuários.
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Esquemáticos dos sistemas de termoacumulação Módulo 8
Fluxograma esquemático de um sistema de Fluxograma esquemático de um sistema
água gelada com circuito primário e secundário de água gelada com circuito primário e
e termoacumulação de água gelada secundário e termoacumulação de gelo
Nota: No processo de produção de gelo, a solução de glicol circula em baixa temperatura (em torno
de -6°C) pelo tanque, congelando a água no interior das Ice Balls. No processo de “queima” de gelo, a
solução de glicol que retorna dos equipamentos usuários (em torno de +12°C), circula pelo tanque
fundindo o gelo no interior das Ice Balls.
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Noções de Cogeração Módulo 8
Definição: Os sistemas de cogeração são aqueles em que se faz simultaneamente e de forma
sequenciada, a geração de energia elétrica e térmica, a partir de um combustível, tal como os derivados
do petróleo, o gás natural, o carvão ou a biomassa. Ou seja, é a produção de duas formas diferentes de
energia ao mesmo tempo. Uma parte da energia gerada na produção de energia elétrica é libertada sob
a forma de calor e pode ainda ser aproveitada para aquecimento de ar e água, e ainda na geração de
água gelada para sistemas de ar condicionado em um chiller de absorção.
Histórico: Até meados do século passado, a cogeração de energia era um processo recorrente dado que,
não se contava com grandes centrais hidroelétricas ou outras formas de obter energia limpa a uma
grande escala. Com o passar do tempo e os desenvolvimentos tecnológicos e ambientais a cogeração foi
perdendo terreno. Apesar disso, não caiu no esquecimento e por ser barata, simples, segura e com
redução do impacto ambiental, voltou a ser bastante difundida hoje em dia.
Conceitos: Por mais eficiente que seja um gerador termelétrico, a maior parte da energia contida no
combustível usado para seu acionamento é transformada em calor e perdida para o meio-ambiente. Por
esta razão, no máximo 40% da energia do combustível do diesel usado em um gerador podem ser
transformados em energia elétrica. Como muitas indústrias e prédios comerciais necessitam de calor
(vapor ou água quente) e ar condicionado, a rejeição de calor produzido na geração elétrica pode ser
usado no processo produtivo sob a forma de vapor (eficiência energética de até 85%).
Sem cogeração Com cogeração
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Aplicação da Cogeração Módulo 8
No conceito de cogeração, podemos considerar que uma central produza duas ou mais utilidades, da
energia eletromecânica e da energia térmica. Entretanto, a produção de energia térmica de baixa
temperatura, simplesmente denominada de “frio”, por máquinas de refrigeração por absorção de calor,
merecem destaque como integrantes da planta de cogeração pela importância do papel que tiveram em
alavancar a viabilidade da cogeração de pequeno porte. Sob esse ponto de vista, podemos considerar a
produção de frio como uma das utilidades da central de cogeração, ou seja, o sistema de refrigeração
por absorção fazendo parte da central de cogeração. Tomando essa visão como referência, podemos dar
como exemplo um shopping center no qual poderemos ter o suprimento de três utilidades: eletricidade,
frio (água gelada) e calor (água quente). Os sistemas são classificados em dois grandes grupos:
Topping cycle (geração anterior da energia eletromecânica): Neste caso, o combustível (gás natural por
exemplo) é usado primeiramente na produção de energia elétrica (ou mecânica) em turbinas ou
motores a gás e o calor rejeitado é recuperado para o sistema térmico. São os mais empregados.
Bottoming cycle (geração posterior da energia eletromecânica): Neste caso, o combustível é utilizado
primeiramente para a produção de vapor numa caldeira que é repassado ao processo para utilização no
sistema térmico. Posteriormente o vapor é utilizado, então, para produção de energia elétrica (ou
mecânica) em turbinas a vapor. São de utilização restrita.
Fatores econômicos: A instalação de um sistema de cogeração deve estar sujeita a uma análise técnico-
econômica para verificação de sua viabilidade. O levantamento das cargas elétricas e térmicas deve ser o
mais fiel possível. Em sistemas existentes, o melhor procedimento é a verificação das contas de energia
por um período mínimo de 12 meses, avaliando-se então a participação de cada item energético
empregado, seu pique de demanda e a sua curva horária, semanal e mensal de consumo. Normalmente
isso é feito por meio de programas de simulação energética, que deve levar em conta o clima da região,
o sistema de tarifação elétrica, a sazonalidade das cargas e o desempenho de cada equipamento que
compõem a alternativa (inclusive em carga parcial).
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Noções de Instrumentação aplicada em HVAC Módulo 8
Aplicação: O uso de instrumentos é aplicável para controle e monitoramento dos sistemas de HVAC.
Pode controlar uma série de variáveis físicas e químicas, de acordo com processo que se quer controlar.
Dentre as variáveis mais comuns estão: temperatura, umidade, pressão, nível, vazão, corrente elétrica,
tensão elétrica, etc.
Instrumentos: Os instrumentos mais utilizados são: Indicadores; Chaves (de temperatura, pressão, vazão,
etc); Controladores (com ou sem alarme); Registradores; Transmissores (ou transdutores).
Simbologia e nomenclatura: Em geral é utilizada a norma internacional ISA 5.1. A norma recomenda o
uso de algumas letras (e siglas) para definir as variáveis a serem medidas/controladas.
Formação da sigla: A primeira letra indica as variáveis e a segunda letra indica a função/tipo do
instrumento. Existem modificadores para complementar o significado tanto da primeira quanto da
segunda letra. Abaixo são apresentados quadros com as siglas mais comuns:
Modificadores da 1ª Letra:
Modificadores da 2ª Letra:
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Siglas dos instrumentos mais usados em HVAC Módulo 8
Combinações mais comuns em Sistemas de HVAC:
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Instrumentos utilizados em HVAC Módulo 8
Indicadores de temperatura (termômetros) Termômetros com poço
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Instrumentos utilizados em HVAC – continuação Módulo 8
Chaves de temperatura (termostato) Termostato eletrônico (indicador e
controlador de temperatura)
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Simbologia de válvulas e linhas (sinal) Módulo 8
As válvulas são necessárias para atuarem nas variáveis que estamos monitorando, e assim podermos
controlá-las. A simbologia para as válvulas também segue a ISA 5.1
Válvulas - tipo de atuação: Simbologia de válvulas:
Simbologia de linhas:
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Noções de automação e controle em HVAC Módulo 8
A capacidade dos sistemas de HVAC é tipicamente para condições de pico de carga, porém, na maior
parte do tempo, os sistemas funcionam com carga reduzida, o que pode fazer com que o sistema
funcione de maneira instável. Portanto, sem um efetivo sistema de controle, o sistema de HVAC irá não
irá funcionar adequadamente, podendo as condições mantidas nos ambientes se afastarem bastante
daquelas consideradas ideais no projeto (temperatura, umidade, renovação de ar e pressurização).
A estratégia mais simples de controle de capacidade do sistema é a do tipo on/off, na qual há o
desligamento ou a partida do sistema de acordo com a demanda de carga. Esse tipo de controle, que é
típico de sistemas de pequeno porte tais como aparelhos de janelas e split-systems, além de ser
ineficiente, pode trazer desconforto, pois se a carga real for muito inferior a de projeto, o equipamento
irá ficar ciclando bastante.
A outra estratégia é a do controle proporcional, na qual o sistema é projetado com vários estágios de
capacidade, seja pela utilização de mais de um equipamento, ou de mais de um compressor no mesmo
equipamento. Quanto mais estágios de capacidade houver, maior será a possibilidade do sistema operar
próximo à carga demandada. Pode ser utilizada, também, para o controle proporcional, a variação da
frequência do compressor ou do ventilador.
Os sistemas de controle podem atuar tanto na parte de geração de frio (chillers, BAG, self-contained),
etc.), quanto nos air-handling e fancoils, pela controle da vazão de água gelada, ou ainda na distribuição
de ar (sistemas de VAV, resistências de reaquecimento, etc.).
A automação e o controle dos sistemas são necessários por uma ou mais das seguintes razões: manter o
conforto térmico ou condições operacionais, manter a qualidade do ar, reduzir o uso de energia, manter a
segurança da instalação, reduzir a necessidade de operação assistida, identificar e antecipar os
problemas de manutenção e monitorar a performance do sistema.
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Processo de controle Módulo 8
Algumas definições são necessárias para o entendimento do processo de controle:
Variável controlada: É a variável que desejamos manter dentro de uma faixa, abaixo ou acima de um
certo valor. Este valor é chamado de ponto de ajuste ou “setpoint”.
Controlador: É o equipamento que toma uma ação para manter a variável controlada dentro dos limites
desejados.
Elemento de controle: É o elemento que executa a ação tomada pelo controlador, atuando sobre o
sistema, e por isso é chamado de atuador.
O processo de controle tem como objetivos básicos, partir, parar e regular os sistemas de HVAC e
envolve três passos distintos:
a) medir a variável e coletar dados ;
b) processar os dados coletados;
c) proceder a ação de controle.
Os sistemas de controle de HVAC desde o mais simples termostato ambiente até o mais sofisticado
controle computadorizado têm quatro elementos básicos:
- Sensor: mede o valor real da variável controlada (temperatura, vazão, etc.) e fornece a informação
para o controlador.
- Controlador: recebe e processa a informação do sensor e então produz um sinal de saída inteligente
para o atuador.
- Atuador: age no sentido de ajustar a variável controlada de acordo com a informação recebida do
controlador.
- Fonte de energia: é necessária para executar a ação do atuador, podendo ser elétrica ou pneumática. 26
Tipos de malha de controle Módulo 8
Os loops de controle são basicamente de dois tipos:
- Malha aberta: É um processo sem feedback, isto é, não existe meios de monitorar se o sistema de
controle está agindo corretamente. Por isso é chamado também de comando. Um exemplo é a
fotocélula que aciona a iluminação pública. Esse tipo de controle não é adequado a sistemas de ar
condicionado.
- Malha fechada: Neste caso o controlador responde ao erro na variável controlada. Uma comparação é
feita entre o parâmetro recebido do sensor e o parâmetro almejado, de modo que um sinal de ajuste é
enviado para o atuador. A atuação feita por um termostato de ambiente na vazão de água gelada que
passa na serpentina de um fancoil por meio de uma válvula de 2 ou 3 vias, é um exemplo desse tipo de
controle. Se há controle do sistema sobre a variável controlada, o sistema então é fechado.
Simbologia de linhas
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Automação e instrumentação Módulo 8
Atuando em conjunto com a instrumentação, a automação irá preparar seu CLP (Controlador Lógico
Programável) com entradas e saídas analógicas para que possam receber e enviar os sinais das diversas
variáveis do processo. Isto possibilitará o desenvolvimento de um software de controle e supervisão
refinado. Possibilitará ao supervisor ou operador, uma visão gráfica do sistema ou processo, de uma
forma amigável. Os sinais podem ser analógicos ou digitais:
Sinal analógico: É um sinal contínuo, que pode assumir diversos valores em um intervalo de tempo: 4 a
20 mA ; 0 a 20 mA; 0 a 10 Vdc; 1 a 5 Vdc; -10 a +10 Vdc; entre alguns outros.
Exemplos de sinais Analógicos:
• Sensores de temperatura: 0 – 100ºC
• Sensores de Umidade: 0 – 100%
• Sensores de Pressão: 0 – 10 bar
Sinal digital: É um sinal discreto, que possui uma quantidade limitada de valores em um intervalo de
tempo, geralmente é representado por dois níveis: Aberto / Fechado ; 0 / 1
• Sensores de Presença
• Botões
• Fim de curso
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Teste, Ajuste e Balanceamento –TAB Módulo 8
Conceitos: O trabalho de TAB é uma ferramenta importante e considerada parte dos serviços de
comissionamento das instalações. Em geral é realizado por terceiros. Testar significa avaliar
quantitativamente o desempenho de um equipamento. Ajustar significa garantir que as vazões de ar e
água dos equipamentos do sistema estão de acordo com o especificado no projeto. Balancear indica que
as vazões de ar estão ajustadas dentro das proporções determinadas no projeto de distribuição do
sistema (rede de dutos). A ASHRAE/IENSA Standard 90.1-1999 determina que as vazões de ar e água
devem ser medidas e ajustadas dentro de uma margem de 10% de erro. Sistemas com volume variável de
ar não precisam de balanceamento no trecho da rede de dutos posterior ao dispositivo de controle de
vazão (Caixas VAV). A norma também recomenda que se faça um balanceamento preliminar tanto para
rede de ar quanto para rede hidráulica antes do ajuste da vazão do equipamento (ventilador ou bomba),
de modo a evitar perdas por estrangulamentos. O ajuste da vazão do equipamento será feito pela
variação da velocidade do motor (regulagem das polias ou do variador de frequência).
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