Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objetivo geral: Entender que a energia sexual só é utilizada no campo da vida humana,
que é uma pequena parcela transitória da energia vital do espírito, sendo responsável
pela continuidade e evolução da espécie e que sublimada, através de sentimentos mais
elevados, irá contribuir na tarefa do desenvolvimento do ser cuja destinação é o Amor
de Deus.
Introdução
Definição de sublimação
— Emmanuel
“Pela energia criadora do amor que assegura a estabilidade de todo o Universo, a alma,
em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos, assim, o prazer
de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de
elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais
santificantes estágios do Espírito.” 4
André Luiz
( Prefácio do Livro: Bezerra de Menezes O Homem, seu tempo e sua missão.- Luciano Klein 1ª
ed.; Expressão Gráfica e Editora, 2021, Fortaleza, CE 7)
A Infância e a Juventude
Até os 11 anos ele viveu feliz na Fazenda das Pedras e na Fazenda Santa Bárbara,
que antes pertencia ao avô.
Vivenciou na infância a transição da riqueza para a pobreza em sua família, sem que
isso lhe causasse nenhum desequilíbrio; ao contrário, aproveitou as brincadeiras
infantis, mas também, o exemplo dos pais; praticava a caridade e a bondade, auxiliando
aos pequenos amigos em suas dificuldades. Percebemos desde agora a capacidade de
sublimação deste espírito. Capacidade esta, que foi forjada em processos
reencarnatórios anteriores.
Observamos nesta fase, que ele sonha com o futuro direcionando sua energia para
o aprimoramento intelectual através dos estudos e enfrenta as adversidades da família
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em
Desenvolvimento - Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
com resignação, resiliência e esperança não apenas pensando na própria família, mas
também, na pobreza do povo nordestino.
"O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de
inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado
muito e achar-se fatigado, por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe, ou
no morro...” 8
Casamento e viuvez:
Casa-se com dona Maria Cândida de Lacerda em 1858, o casal teve dois filhos.
Nesta circunstância, ele usa a sua energia genésica, sublimada pelo amor e voltada à
procriação.
(Sexo e Consciência - Cap.1 – “Energia Sexual”; Divaldo P. Franco, organizado por Luiz
Fernando Lopes, Editora Leal 9).
A Nova Família
“ - Li toda a Bíblia. E, quanto mais lia, mais vontade tinha de continuar, sentindo doce
consolação com aquela leitura. Quando acabei, eu sentia a necessidade de crer, não
dessa crença imposta à fé, mas da crença firmada na razão e na consciência.” 7
Bezerra recebe amparo e ajuda da família de Maria Cândida, sua irmã Cândida
Augusta, passa a cuidar de seus filhos, e após 2 anos de viuvez, eles se casam e
Bezerra e Dodoca, passam a ter uma nova família. Dessa união, vieram mais 14 filhos,
além de Adolfo e Antônio, a menina Antônia que era a filha do coração escolhida por
eles.
A paternidade de Bezerra era para ele, motivo de grande alegria, encantos para a
alma7. Pai amorável, sabia canalizar sua energia para que o equilíbrio e fortalecimento
das personalidades dos filhos assim se realizasse. Era um pai afetuoso, que sempre
abraçava os filhos com muita ternura e afeto, onde ele não abria mão de estar com sua
família, no pouco tempo que lhe restava.7
Bezerra e a Abolição
A Lei do Ventre Livre proposta pelo Dr. Bezerra, que se tornou uma realidade, foi o
primeiro passo abolicionista, considerado possível dentro de um contexto político-
jurídico tão desfavorável para a época.
“O escravo, embrutecido pela educação que recebe e pela Vida que leva, não conhece
o que seja honra, nem o que seja dever, não conhece a repressão moral, só obedece
à repressão material.
Resulta daí que a prostituição, com todo o cortejo de vícios humanos e a condição
da mulher escrava; e que o ódio e o desejo ardente, insaciável de vingança, é o
sentimento mais forte do coração do negro para com a raça branca, em geral, e para
com seu senhor, em particular.
Bezerra de Menezes
(Opúsculo “A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-Ia sem danos
para a nação” 9 - O Documento original encontra-se digitalizado na Biblioteca Digital do senado
Federal http://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/174466)
Emmanuel
Mas foi no dia 16/08/1886, diante de uma plateia de cerca de duas mil pessoas, em
uma sala localizada no prédio da Guarda Velha, Bezerra de Menezes declara a sua
adesão ao Espiritismo. Enfrenta sérias críticas da família, principalmente do irmão
Antônio, o mais velho, como é narrado no livro “Uma Carta de Bezerra”.5
“(...) O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade,
na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si
mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que
podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem
qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem..”
Allan Kardec
O ano era 1895, Bezerra estava, então com 63 anos, e o Espiritismo no Brasil vivia
até 1895, uma luta Fraternal entre “Científicos” e “Místicos”.
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em
Desenvolvimento - Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
Era uma noite fria de junho e um grupo de trabalhadores de boa vontade, composto
de científicos e místicos, foi bater à porta do Médico dos Pobres e convocá-lo à
Presidência da FEB mais uma vez.
Ramiro Gama narra que Bezerra possuía amigos em ambos os lados. Era o que se
poderia chamar um legítimo cristão.
E de 1895 a 1900, ano de seu desencarne, a FEB, sob as vistas guiadoras do Anjo
Ismael, viveu e vive a sua Missão evangélica.
O caroável Dr. Bezerra de Menezes foi no seu seio, nos cinco anos que ainda lhe
restavam de vida abençoada, o Apóstolo da Bondade por excelência, o verdadeiro
Chefe da Família Espírita do Brasil.
(Lindos Casos de Bezerra- Caso 42- “Chefe da Família Espírita do Brasil - Ramiro
Gama 8)
“(...) Bezerra de Menezes morre idoso, ...no extremo desgaste orgânico, em função
do excesso de amor e de demonstração de caridade com os seres humanos da sua
época..., ele trazia muito amor dentro de si, então, como que atraía todas “as cargas”,
como vocês chamam, diante de todas aquelas criaturas sofredoras que ele atendia.
Seguindo o exemplo de Jesus, ele que foi um grande servidor de Jesus — desde muitas
encarnações — desde o início do século cristão, e até hoje vem tomando sobre si todos
os encargos do mundo. Era e é um espírito forte, ele mesmo fazia a transmutação
daquelas cargas todas (...)” 11
Hermann
Maria de Magdala
“- Eu a considero uma das figuras mais dignas do Evangelho, além de ser aquela que
realizou a maior revolução moral de que nos dão notícias as páginas do texto bíblico. ...
a sua foi uma trajetória de desenvolvimento espiritual muito mais áspera e mais
meritória, pois ela transformou em um jardim de bênçãos o pântano da existência em
que foi atirada por circunstâncias diversas. O seu esforço foi tão notável que mereceu a
própria presença de Jesus no instante da sua desencarnação, conforme veremos mais
adiante.”9
(Sexo e Consciência - Cap.8 – Divaldo P. Franco, organizado por Luiz Fernando Lopes, Editora
Leal 9).
Miriam de Migdol
Maria de Magdala buscava na... festas preencher o vazio que sentia. Mas era
comum entre seus criados a encontrarem apática e trancada em seu quarto no escuro.
Maria também dizia que sabia nunca iria encontrar o amor, pois o amor era tranquilo e
repleto de paz. E nesse momento de solidão ela escutava vozes, as vozes dos
obsessores. E um dos fatores que permitiam essa obsessão era o desequilíbrio das
energias genésicas. Ela era considerada uma mulher de coração generoso e humilde.
Deu ordem aos seus servos e empregados para ajudar aos mais necessitados. Mas sua
vida estava prestes a mudar. Seu encontro com o nazareno a preencheria e lhe daria
não somente um novo rumo, lhe daria vida em abundância (João 10:10).12
Em certa ocasião, Maria de Magdala ouviu falar sobre o Rabi que andava pelas
estradas da Galileia e da Judeia, divulgando a Boa Nova; sentia a esperança renascer
e, uma noite, depois de muito pensar, foi até Cafarnaum ouvir as pregações do
Evangelho do Reino, não longe da vila principesca onde vivia entregue aos prazeres,
tomando-se de admiração profunda pelo Messias. Que novo amor era aquele
apregoado aos pescadores singelos por lábios tão divinos? 13
(XAVIER, C. Francisco – Boa Nova – ditado pelo espírito Humberto de Campos – 36ª
edição – Brasília/DF/ Editora FEB – 2013 – lição 20 13)
como se daria seu encontro com o humilde Nazareno. Havia uma multidão de pessoas,
mas o silencio ensurdecia o ambiente perante daquele que emanava amor. O rabi,
sondando a alma de Maria em profundidade, abriu a boca e melodiou: (grifo nosso)
"Maria, todos os homens te procuram porque te desejam. Eu tão-somente te
amo".14...
(Robson Pinheiro - ”Mulheres do Evangelho”- Cap. 3- Maria de Magdala14)
Maria conhecida por seus apelos carnais, por festas, luxo e riqueza se transforma e
adquire um novo proposito de vida. Retorna ao seu antigo lar e não se vê pertencendo
mais aquele ambiente. Doa aos mais necessitados tudo o que possui e seguirá para
não somente ouvir, Maria de Magdala seguirá o mestre para viver as palavras do Cristo.
O apostolado de Maria
Maria Madalena é descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais
dedicadas de Jesus; exemplo de superação,...vivenciando o significado dos ensinos
do Mestre, transformando por completo sua vida, dedicando-se à total renovação de seu
comportamento pela prática do amor ao próximo. Juntou-se, assim, aos que seguiam o
Messias, porém, percebia que não confiavam na sua transformação, pois não sabiam e
não entendiam, ainda, as tentações pelas quais ela tentava se sublimar.15
(Temi Mary F. Simionato: MARIA DE MAGDALA: SITE “ O CONSOLADOR”-
- URL: http://www.oconsolador.com.br/ano12/607/especial.html )15
Maria transmuta totalmente “as forças da alma”, renuncia a todos do passado e tudo
material, passa a viver uma nova vida, sublimando sua existência, sem precisar de nova
encarnação. Maria vivencia então, um amor incondicional, como Paulo de Tarso, para
ela também era o Cristo que vivia nela*
* “- Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Paulo de Tarso-
Galatas2:2016
(Bíblia On- Bíblia sagrada Online- URL: https://www.bibliaon.com/galatas_2/ 16)
Voltou-se para trás e por entre as lágrimas viu, a poucos metros, um homem que lhe
perguntou: — Mulher, por que choras?
Quem buscas? ... Aquela voz, aquele perfil! Não pôde concluir o raciocínio.
— Maria! ...
— Raboni!
O deslumbramento dominou-a. O Mestre vivia e ali estava, radioso como a madrugada
nascente!
morte com um sorriso ditoso nos lábios, os que a lepra deformara ou abatera guardavam
bom ânimo, nas fibras mais sensíveis.13
Maria, ...experimentava consoladora sensação de alívio. Sentia-se sob as árvores
de Cafarnaum e esperava o Messias. As aves cantavam nos ramos próximos e as ondas
sussurrantes vinham beijar-lhe os pés. Foi quando viu Jesus aproximar-se, mais belo
do que nunca. Seu olhar tinha o reflexo do céu e no semblante trazia um júbilo
indefinível. O Mestre estendeu-lhe as mãos e ela se prosternou, exclamando, como
antigamente :
– Senhor!
... Jesus recolheu-a, brandamente, nos braços e murmurou : – Maria, já passaste a porta
estreita!...
Amaste muito!
Vem! Eu te espero aqui!13
(XAVIER, C. Francisco – Boa Nova – ditado pelo espírito Humberto de Campos – 36ª
edição – Brasília/DF/ Editora FEB – 2013 – lição 20 13).
Eurípedes Barsanulfo
Como Bezerra, Eurípedes também aproveitou toda a sua encarnação na Terra e com
equilíbrio e harminia fez brilhar a sua luz canalizou sua energia criadora, transformando
-a em fraternidade e caridade para com seus irmãos sacramentanos. Vejamos alguns
episódios da vida desse amorável Benfeitor:
Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por
isso foi incumbido pelo seu mestre- escola de ensinar aos próprios companheiros de
aula. Respeitável representante político de sua comunidade, tornou- se secretário da
Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal
"Gazeta de Sacramento" e do "Liceu Sacramentano". Logo viu- se guindado à posição
natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida.
Eurípedes queria ser médico, visto que seu objetivo era descobrir a cura da doença
de sua mãe, Dona Meca, mas desistiu de estudar medicina no Rio de Janeiro, quando
percebeu que sua partida agravaria as crises dela.19
Mariano da Cunha, Tio Sinhô, quando na residência dos pais de Eurípedes, mantinha
polêmicas com Eurípedes sobre a religião que adotara - o Espiritismo. Mariano chegou
a um ponto que não tinha mais argumentos. Então entregou a Eurípedes um livro cujo
título era Depois da Morte, era a primeira obra do grande filósofo, Leon Denis. Após a
leitura, Eurípedes exclama: “jamais vi alguém cantar as glórias da Criação com tamanha
profundidade e beleza”. 19
A Conversão ao Espiritismo19
Eurípedes convida seu amigo José Martins Borges para irem assistir uma sessão
espírita em Santa Maria. Entraram na pequena sala, já totalmente tomada, mas atrás
do médium Aristides G. Fernandes haviam 2 lugares desocupados. Ali estava Aristides,
um coração de ouro, mas um cérebro vazio. Eurípedes, mentalmente, faz um pedido: O
meu entendimento está fechado para as Bem-aventuranças: Se é verdade que os
Espíritos se comunicam com os vivos, rogo a João Evangelista, elucide-me pelo médium
Aristides. Alguns minutos após, Eurípedes ouvia a mais “extraordinária dissertação
filosófico-doutrinária, que jamais conhecera, em toda a sua vida, sobre o luminescente
discurso de Jesus”. Sabe agora que o Sermão do Monte resume a Doutrina do Cristo.
Eurípedes retorna ao grupo fraterno de Santa Maria e, pela segunda vez, assiste
a uma sessão espírita. Tio Sinhô era o médium de recepção e, em transe mediúnico,
transmite a palavra serena e orientadora de Adolfo Bezerra de Menezes. A entidade
comunicante convida Eurípedes a tomar parte da linha, afirmando suas faculdades
curadoras. Participando da corrente vibratória, ora fervorosamente, no silêncio mais
profundo da alma, a favor dos enfermos presentes.
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em
Desenvolvimento - Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
Em 1º de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco
no campo do ensino. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil,
tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a
200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum
tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.
Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem- se as inscrições para matrículas,
as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alunos, obrigando um colégio
da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas
atividades por falta de frequentadores.
Mediunidade Ostensiva
A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento
centenas de pessoas de outras paragens, abrigando- se nos hotéis e pensões, e até
mesmo em casas de famílias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem
algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido,
o benefício da cura, por meio de bondosos Benfeitores Espirituais.19
Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária
a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.
Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula. Voltando
a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a I Guerra Mundial,
dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o
célebre tratado.
Um Encontro sublime19
No livro A Vida Escreve, edição da FEB, o Espírito Hilário Silva revela o episódio sobre
o encontro de Barsanulfo com Jesus:
Jesus respondeu: Não, meu filho, não choro pelos descrentes aos quais
devemos amar. Choro por todos os que conhecem o Evangelho, mas não o praticam...”
Eurípedes, ante a dor que a resposta lhe trouxera, desceu e acordou no corpo
de carne. E, desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe
vibrava na consciência, entregou-se aos necessitados e aos doentes, sem repouso
sequer de um dia, servindo até à morte.
Bibliografia:
ANEXO 1- REFERÊNCIA 5
É deste Bento que vai surgir a Família Bezerra de Menezes. No início do ´século
XVIII, Bento se casa com a baiana Petrolina Velho de Menezes, têm quatro filhos.
Vamos destacar a filha deles, Joana Bezerra de Menezes, que viveu no Riacho do
Sangue, no vale do Jaguaribe. Antônio Bezerra, filho de Joana, casa-se com Thereza
Maria José, e são bisavós do menino Adolfo. Em 23/03/1758, nasce na caatinga do
Góes, atual Jaguaruana, CE, Antônio Bezerra de Souza e Menezes, avô do nosso
Bezerra. Era coronel da Cavalaria de Icó e um dos líderes da Confederação do Equador
(1824). A avó era Ana Maria Maciel da Costa.
aqueles que lhes estendiam a mão. Sem medir as consequências deste gesto de
bondade acabou comprometendo a vida financeira da família, que chegou à ruína. A
inteireza de caráter do capitão Antônio fez com que ele procurasse os credores para
lhes entregar todos os seus bens para pagamento das dívidas, mas os credores
recusaram, levando em consideração a lisura de caráter dele. A recusa não foi aceita.
O capitão passou a administrar a própria fazendo, retirando o mínimo necessário ao
sustento da família, e o restante, ele entregava àqueles a quem considerava os “donos”
da fazenda.
4) A INFÂNCIA E A JUVENTUDE
Até os 11 anos ele viveu feliz na Fazenda das Pedras e na Fazenda Santa
Bárbara, que antes pertencia ao avô. Ficaram marcadas em sua memória as
brincadeiras infantis em meio aos pássaros, borboletas, cabras, ovelhas e árvores. Em
meio a tudo isso, observava as atitudes de generosidade, fraternidade, empatia, fé cristã
e amor ao próximo praticadas pelos pais.
O adolescente Adolfo viveu nesta região de 1842 a 1846 (mais ou menos entre os
11 e 15 anos) período de especiais transformações corporais e psicológicas. Em 1842
é matriculado na Escola de Latinidade, fundada pelos jesuítas, onde substituiu o
professor de latim em um momento de necessidade.
A grande seca de 1845 foi um fato que deixou marcas profundas no jovem Adolfo,
ficando viva em sua memória a lembrança dos sertanejos que ficaram reduzidos à
miséria e à fome. Fato que faz parte da vida em regiões nordestinas até os dias de hoje.
Importante: Ainda com a família, o pai o chama e entre lágrimas explica a difícil
situação econômica. Bezerra abraça o pai e diz:
Sua vida, meu pai, está repleta de verdadeiros rasgos de probidade. Seus atos
ficarão impressos dentro do meu coração, como modelo de dignidade e retidão moral.
Prometo, no entanto ao senhor e a mim mesmo, ser digno do nome honrado que levo
comigo para a Corte.
“Seus gostos são rudes, mas simples, como o meio em que vive.
Não reina ali a inocência, em que foi criado o primeiro par humano, porque esta foi rota
no Paraíso e é guardada pela espada flamejante do arcanjo da pureza; mas encontra-
se generalizada, a que se pode chamar “inocência culposa” do homem.
São exceções necessárias, pois sem a existência dos maus, não se acrisolariam os
bons sentimentos da massa perfectível.”(Os Bezerra de Menezes e o espiritismo –
capítulo 6).
Quando estava no segundo ano da faculdade, um dos professores que era médico
militar, dr. Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, chefe do Corpo de Saúde do Exército,
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em
Desenvolvimento - Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
Em 1856, aos 25 anos, Bezerra conclui o curso de medicina. Como não tinha
condições de montar um consultório próprio, aceitou sociedade para trabalhar junto com
um amigo da turma, cujo pai tinha condições econômicas de fazê-lo. Abriram uma
salinha no centro comercial da cidade, mas os clientes eram poucos. Mas em sua
residência a situação era outra. Começou atendendo pessoas conhecidas, depois os
conhecidos destes, mais adiante os conhecidos dos conhecidos. E assim, começou a
ser construída a sua fama de MÉDICO DOS POBRES, visto que ninguém pagava a
consulta.
Com a vida estabilizada Bezerra resolve se casar por amor com a dona Maria
Cândida de Lacerda. O casamento ocorre em 6 de novembro de 1858. Têm dois filhos.
Nesta circunstância, ela usa a sua energia genésica, sublimada pelo amor e voltada à
procriação.
Jornalista inteligente passou a escrever artigos sobre diversos temas nos jornais da
cidade, tornando-o mais conhecido.
6) O POLÍTICO E O EMPRESÁRIO
Elege-se por duas vezes vereador e duas vezes deputado geral. Vou citar alguns
projetos em que se destacam a sua visão de futuro e de humanidade:
7) O ESPÍRITA E O ESCRITOR
Em 16/08/1886, diante de uma plateia de cerca de duas mil pessoas, em uma sala
localizada no prédio da Guarda Velha, Bezerra de Menezes declara a sua adesão ao
Espiritismo. Enfrenta sérias críticas da família, principalmente do irmão Antônio, o mais
velho. (ler Uma Carta de Bezerra).
completado o seu ciclo evolutivo no planeta Terra, sendo-lhe possível continuar sua
evolução em outro orbe mais elevado. Humildemente, ele pede para continuar seu
trabalho aqui, enquanto houver um sofredor na Terra.
8) CONCLUSÃO:
A biografia de Adolfo Bezerra de Menezes mostra que ele foi um homem de caráter
firme para quem a ética e a moral foram fatores essenciais.
Desde a sua infância enfrentou adversidades com equilíbrio, buscando sempre fazer
o bem. Seguia o ensinamento dos pais.
Buscou na Política um meio mais amplo de ser útil aos irmãos necessitados. Fez o
máximo que lhe foi possível, pois não contou com o apoio dos demais políticos ainda
presos aos próprios interesses materiais, enquanto ele defendia uma política do bem-
estar social, em defesa dos mais humildes.
Utilizou a sua energia criadora fundamentada nas Leis Naturais. Nas várias etapas
da sua vida, como filho amoroso, aluno brilhante, pai dedicado, amigo sincero, médico
dos pobres, político de caráter íntegro, empresário honesto, escritor e espírita cristão,
soube deixar fluir sentimentos elevados como bondade, abnegação, indulgência,
empatia, coragem, resignação, resiliência, amor e a fé inquebrantável. Fiel servo da
seara de Jesus, que continua o seu trabalho no plano espiritual, dando continuidade à
sua jornada evolutiva como espírito imortal.
9) BIBLIOGRAFIA:
34° Encontro Espírita sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes
“Bezerra de Menezes e o Enfrentamento dos Problemas Relacionados à Alma Humana em
Desenvolvimento - Sexualidade Desvirtuada – 2ª Parte”
4) Soares, Sylvio Brito, VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES, 13ª ed., Rio de
Janeiro: FEB, 2010.
5) Gama, Ramiro, LINDOS CASOS DE BEZERRA DE MENEZES, 14ª ed., São Paulo:
LAKE, 2001.
10) OBSERVAÇÕES: