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Processo: 0100565-47.2022.5.01.0066
LAUDO PERICIAL
SUMÁRIO
1. Introdução 2
1.1. Objeto da perícia 2
1.2. Metodologia e organização do trabalho 2
2. Diligência pericial 2
2.1. Data, hora, local 2
2.2. Participantes 2
2.3. Como transcorreu a diligência 3
3. Análise pericial 3
3.1. A função do reclamante e o ambiente laboral 3
3.2. Análise dos parâmetros laborais 6
3.3. Fundamentação científica e legal 9
4. Conclusão 10
Anexos 11
ANEXO A - Quesitos da primeira reclamada e respostas 11
2
1. Introdução
As fontes de dados para a análise pericial são: análise dos documentos acostados
aos autos do processo e relatos dos participantes da diligência.
Os dados foram analisados e comparados com a legislação cabível e a literatura
científica vigente, formando uma análise qualitativa do objeto da perícia.
2. Diligência pericial
2.2. Participantes
Este perito foi acompanhado pelo reclamante e pelo assistente técnico da parte
reclamante, Engenheiro de Segurança, Roberto Latini de Milita, CREA 27.743/D.
Da parte reclamada, estiveram presentes todos os listados abaixo:
3. Análise pericial
1 - Pantógrafo nº 2
2 - Truque nº 1
3 - Caixa de Controlador Principal (Main Control)
4 - Porta nº 3
5 - Caixa de Seleção de Pantógrafos
MAIN CONTROL
5
CHAVE DE LINHA
MOTOR ALTERNADOR
6
CONTADOR M.A.
O LAUDO DA UFF
“[...]são essencialmente de tração elétrica por meio de corrente contínua sob tensão de 3000
volts. A alimentação é feita por meio de uma rede aérea com retorno pelos trilhos. A energia
elétrica necessária para a parte pneumática das composições, sua iluminação e instrumentação
é obtida pela conversão em corrente alternada sob tensão de 220 V.[...]”
“... As atividades são executadas usualmente com a linha energizada a 3000 Vcc, muito
embora a linha fique isolada. O ambiente de trabalho é ao ar livre, sujeito às eventuais
intempéries.”
8
“[...]os serviços são realizados durante todo o tempo sob a rede de 3000 Vcc e junto a um dos
condutores (trilho). Qualquer acidente, ainda que provocado por terceiros, pode derrubar a
rede aérea expondo o pessoal que trabalha sob ela a risco elétrico. Em consequência, estas
atividades devem ser consideradas como provocando ingresso intermitente e habitual em área
de risco elétrico.[...]”
“Nesta Seção todas as atividades de manutenção nos sistemas energizados a 3000 VCC devem
ser consideradas como permanência habitual em área de risco elétrico.[...] Esta situação muda
quando a alimentação das composições ferroviárias estão energizadas com 220 V. Nesta
última situação não foi constatado nada que se configurasse como atividade de risco, de
acordo com a legislação brasileira.”
“
1. Têm direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores:
a) que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos energizados em
alta tensão;
b) que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade, conforme estabelece a NR-10;
[...]
3. O trabalho intermitente é equiparado à exposição permanente para fins de pagamento integral do
adicional de periculosidade nos meses em que houver exposição[...]
[...]
QUADRO I
[...] [...]
”
10
“
10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as
etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e
quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades[...]
[...]
10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de segurança,
específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas proximidades, com
currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no Anexo III desta NR.
”
4. Conclusão
Este perito agradece a oportunidade de auxiliar V. Ex.ª com este trabalho e fica à
disposição para esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Anexos
Quesito 7. Nessas atividades havia provocação de avarias elétricas de 3000 volts transformados
em 220 volts,propositalmente, com intuito de ministrar ensinamento de correção das avarias e
panes?
- Quesito prejudicado.
Quesito 10. O autor realizava viagens com os Maquinista, operando chaves manuais, chave
faca energizada, com exposição a 600/700 volts?
- Quesito prejudicado.
Quesito 11. Havia exposição a rede de alta tensão em baixa altura, sobre trilhos?
- ver item 3.2 do laudo.
Quesito 13. O autor atuava com exposição a geradores elétricos em corrente contínua de 600
volts, painel elétrico, barradores e disjuntores?
- Quesito prejudicado.
Quesito 14. O perito confirma que a maquina, além de ser movida a diesel, transportava
3.200 litros de diesel?
- Quesito prejudicado.
Quesito 18. As atividades laborais expunham o reclamante aos riscos elétricos do SEP ou
SEC;
- ver item 3.2 do laudo.
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Quesito 19. O autor atuava em atividades elétricas nas fases de geração, transmissão,
distribuição, consumo, etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção de
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, sem proteção
adequada?
- ver item 3.2 do laudo. Sobre os EPIs, a ficha acostada ao processo pela reclamada inclui itens
próprios para trabalho com eletricidade. Mas não são suficientes para neutralizar a
periculosidade do trabalho com energia elétrica.
Quesito 22. O autor atuava em manobras no pátio terminal de Duque de Caxias da Petrobras
com exposição a estoques de diesel, gasolina e álcool?
- Quesito prejudicado.
Quesito 23. Acaso positiva as respostas ofertadas aos quesitos anteriores, informe se o autor
recebeu treinamento e se era habilitado para tais atividades, na forma prevista nas normas
regulamentadoras aplicáveis;
- A reclamada não comprovou o treinamento prévio do reclamante com documentação
adequada.
Quesito 24. A reclamada promoveu medidas preventivas de controle de risco elétrico? Quais?
- A reclamada não soube comprovar, nem na diligência pericial, nem documentos
encontrados no processo, que as medidas de segurança previstas nas NR 10 foram atendidas.
Quesito 25. A reclamada promoveu todas as medidas de segurança exigidas pela norma legal?
- ver resposta ao quesito anterior.
Quesito 27. Acaso positiva a resposta ao quesito anterior, descreva os EPIs fornecidos e
informem se os mesmos possuíam certificado de aferição, de acordo com a norma legal;
-
Quesito 28. Há registros de distribuição dos EPIs devidamente assinados e datados pelo
empregado?
- ver resposta quesito 19.
Quesito 29. A reclamada exigia e fiscalizava o uso do EPI, conforme determina a legislação
trabalhista?
- Não comprovado.
Quesito 30. Informe o Sr. Perito se as atividades desenvolvidas pelo reclamante estão
relacionadas no anexo 4 da NR-16 – Atividades e Operações Perigosas;
- ver itens 3.2 e 3.3 do laudo.
Quesito 31. Relatem se as atividades desenvolvidas pelo Autor são classificadas como
perigosas pela norma legal aplicável em virtude de exposição à energia elétrica e inflamáveis;
- ver itens 3.2 e 3.3 do laudo. Sobre o trabalho com inflamáveis, os dados coletados não são
suficientes para associar o trabalho do reclamante com áreas sujeitas a perigos por inflamáveis
(como as descritas no documento ID. f285712 - “Laudo Pericial - Delimitação de Áreas de
Risco”). Por esse motivo o laudo é centrado na periculosidade por trabalho com energia
elétrica.
Quesito 32. O perito confirma que o reclamante se expunha aos riscos elétricos do SEC e SEP,
na forma prevista nas Normas regulamentadoras aplicáveis a matéria, sem proteção adequada?
- Sim.
Quesito 33. Apurem até quando a reclamada quitou o adicional periculoso ao autor e
quando suprimiu o referido adicional?
- Quesito prejudicado.
Quesito 35. Verifiquem se houve mudança de função que justificasse a suspensão do adicional
de periculosidade determinado em sentença judicial?
- Não.
Quesito 36. O perito confirma que as atividades do autor sempre foram periculosas;
- Sim.
Quesito 37. Queira informar se o autor faz jus ao pagamento do adicional desde maio/2008,
considerado o período imprescrito;
- Quesito prejudicado.
Quesito 38. Queira informar tudo o mais de relevante para o deslinde da controvérsia.
- Nada a acrescentar.