1

01
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

INTRODUÇÃO
18

02 AS BASES ANATÔMICAS DA
BELEZA E DO ENVELHECIMENTO
24

03 REVISÃO DA ANATOMIA GERAL

DA FACE APLICADA À ESTÉTICA
40

04 PONTO DE INJEÇÃO DE
TOXINA BOTULÍNICA
52

05 CONTROLE DA DOR
66

06 INERVAÇÃO DA FACE
82

07 IRRIGAÇÃO DA FACE

SUMÁRIO
90

2
08 ANATOMIA NA
TOXINA BOTULÍNICA
104 3
 09
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

ANATOMIA PARA
OS PREENCHEDORES
108

10 ANATOMIA NOS USOS DE PEELING E

TRATAMENTOS ESTÉTICOS DA PELE
116

11 ANATOMIA DA
DOR EM ESTÉTICA
122

12 ANATOMIA
DAS SUSPENSÕES
140

13 ANATOMIA NA PREVENÇÃO
DAS COMPLICAÇÕES
150

14 O PODER DAS
COMBINAÇÕES

SUMÁRIO
158

4
15 ATLAS DE ANATOMIA
162 5
 AS BASES
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

ANATÔMICAS DA BELEZA
E DO ENVELHECIMENTO
ALEX DE SOUZA I EMELYN BLANCH

02
6 7
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

Vídeo 02.

(2x) Nasal

(2x) Lacrimal

(2x) Zigomático

Lâmina do etmoide

(2x) Concha nasal inferior

Vômer

(2x) Maxila

Palatino (céu da boca)

Mandíbula

8 01. Ossos da face. 9

GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

Occipital
Parótida

Retroauricular

Bucal

Cervical
Superficial

Submandibular

Cervical
Profundo

10 01. 02. 11
 CONTROLE DA DOR
ALEX DE SOUZA I EMELYN BLANCH

05
14
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS

Vídeo 04.

3
2
1

01. Nervo trigêmeo.

3
1

15
 A toxina botulínica é um procedimento
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS
muito bem tolerado. Nós utilizamos tal-
vez a seringa de menor calibre r menor
volume com a menor agulha do merca-
do. Atualmente, nós utilizamos a serin-
ga de 0,3 ml com agulha de 31 ml ou 30
ml ou até 32 ml em alguns mercados.
Isso proporciona uma tolerância muito
grande para a paciente. Porém, mesmo
assim, algumas pacientes reclamam da
dor. A dor está relacionada como uma
das complicações frequentes do uso
de toxina botulínica.
Sendo assim, nós acreditamos que
alguns cuidados são importantes. Pri-
meiro, conhecimento anatômico para
evitar lesões nervosas superficiais in-
desejadas. Uma injeção acidental na
região de uma veia pode causar dor e
sangramento pequeno com equimo-
se devido a uma periflebite. A toxina,
quando em contato com pequenas
artérias, pode causar uma periarterite,
que causa um pouco mais de dor e de
sangramento, geralmente um pequeno
hematoma, uma equimose associada à
dor pouco mais prolongada intensa do
que a dor da equimose, da venosa, mas
bastante indesejada.
Finalmente, uma dor mais per-
sistente e sem presença de sangue
pode ocorrer quando a agulha inad-
vertidamente lesa um ramo nervoso;
sangra e dói muito. Isso pode levar a
uma perineurite. Essa dor, embora
relativamente modesta, pode per-
sistir por dias ou meses, geralmente
sendo acompanhada de dor mais en-
durecimento da região com processo
de hematoma, mas não com presen-
16 ça de sangramento.
Assim, a primeira coisa para evitar
a dor é respeitar os cuidados a fim de
evitar as lesões vasculares e nervosas
acidentais. Uma das maneiras mais
práticas de fazer isso é com o uso do
PIT 10° duas unidades, onde a injeção
é muito superficial, procurando evitar
assim o plexo venoso superficial e os
nervos periféricos mais superficiais.
A anestesia pode ser usada. Do pon-
to de vista prático, nós sabemos que
a anestesia tópica com os anestésicos
locais tem pouca penetração. Devido à
natureza química do anestésico local,
principalmente a xilocaína, a penetra-
ção transcutânea é muito baixa. Então,
mesmo em doses altas, o anestésico
tópico tem pouco valor na toxina por-
que ainda existe uma resposta de dor
relativamente considerável.
Nossa sugestão é a injeção intra-
dérmica de anestésico através da téc-
nica de PDS. O PDS é um (microfila-
mento) anestésico em forma de uma
inoculação prévia minimamente inva-
siva guiada feita na área de aplicação
da toxina cerca de seis a doze minu-
tos antes do procedimento, e com
ótimo resultado. O PDS com anes-
tésico local xilocaína a 4% inoculado
com microagulhamento na técnica
de PDS, criada por nós em 2018, em
nossa opinião, é a melhor maneira de
se bloquear a dor para o tratamento
com toxina botulínica.
Os bloqueios regionais não se jus-
tificam porque você vai trocar uma
agulhada pela outra e pode usar ou-
tros métodos mecânicos, como vibra-
ção, gelo, dependendo da tolerância
da paciente. Os métodos mecânicos
são práticos, relativamente eficazes, que o tratamento por região fica muito
muito simples e sem risco para a pa- inespecífico. O tratamento tem que ser
ciente. Mas nos casos em que se re- anatômico ou por músculo.
quer um melhor controle da dor, a Na verdade você tem seis músculos
anestesia tópica intradérmica através que participam dessa região. E nós tra-
do (microfilamento), a técnica de PDS, tamos de três a quatro músculos, es-
é muito eficaz. pecificamente dois: os corrugadores e
os frontais. Além disso, também trata-
Sedação, anestesia geral, analge-
mos do músculo prócero, que é o úni-
sias, opiáceos não são procedimentos
de escolha no uso de toxina botulínica co músculo da face que não tem bar-
e, em muitos casos, o seu uso não se ra. Ele é o único da linha média. Aliás,
justifica. A toxina botulínica é um tra- músculo da linha média é muito raro.
tamento que, quando feito na técnica O prócero tem esse papel na chamada
PIT, usando seringa e agulhas adequa- “ruga da preocupação”.
das, é muito bem tolerado e dispensa
o uso de anestesia. Mais uma vez isso
varia de paciente para paciente. Prin-
cipalmente no primeiro tratamento
talvez uma anestesia tópica com PDS
ou o uso de equipamentos mecânicos,
como gelo e vibração, pode ser inte-
ressante para aumentar o conforto e
facilitar o seu tratamento.
Correlação Anatomoclínica
no Tratamento com Toxina
Botulínica
01. Documento de aprovação da toxina botulínica
No dia 12 de abril de 2002, estava
para fins estéticos nos Estados Unidos da América.
sendo aprovado pela FDA (Food and
Drug Administration), que é a ANVISA
dos Estados Unidos, o uso de toxina
botulínica para o tratamento estético,
especificamente na região da glabela.
Durante muitos anos o Botox só foi
aprovado para o tratamento da glabela,
que na verdade é uma região, mas nós
não consideramos o tratamento pela
área e sim por cada músculo em par-
ticular, como já falamos anteriormente,
não tratamos por região. Nós achamos 02. Ruga secundária à ação do músculo prócero. 17
 É importante que se entenda nessa
GUIA PRÁTICO DE ANATOMIA PARA AS SUSPENSÕES FACIAIS
nova teoria de PID não a área que vai
ser tratada e sim a relação anatômica
que gera a queixa e que gera, natural-
mente, o tratamento específico.
Nesse capítulo, vamos estudar al-
guma das relações clínico-anatômicas
dessas regiões. Vamos começar pelo
tratamento número um da toxina bo-
tulínica. O tratamento número um da
toxina botulínica é indicado para quei-
xa de rugas da região frontal e eleva-
ção da sobrancelha. Talvez o tratamen-
to mais frequente de toxina botulínica
é justamente o tratamento da região
frontal, especificamente para remoção
das rugas, seja ela da região da glabela,
seja da região frontal, e elevação e ar-
queamento da sobrancelha.
Esse fenômeno de ruga frontal é di-
retamente relacionado com o músculo
frontal. Se você analisar os livros-texto
antigos da toxina, você vai ver que an-
tigamente havia um conceito de que a
toxina bloqueia os depressores para
que os elevadores façam a sua fun-
ção. Essa era a ideia de como era feito
o tratamento. Hoje consideramos isso
de pouca utilidade porque, na verda-
de, nós utilizamos a toxina botulínica
para modificar a função muscular. Por
exemplo, o músculo frontal não é um
músculo depressor; o músculo frontal
é um dos mais frequentemente relata-
dos e é um músculo elevador.
Por que utilizar a toxina no músculo
elevador se o objetivo é elevar?
A ideia é o que chamamos de toxina
indireta. Você bloqueia um segmento
18 do músculo elevador para que outro
segmento desse mesmo músculo que
não foi tratado faça uma hipercompen-
sação e eleve o canto da sobrancelha.
Essa é a base anatofisiológica do trata-
mento da região frontal. Você bloqueia
o músculo frontal, que é um músculo
elevador, com o objetivo de elevar mais
ainda, mais especificamente o ventre
lateral desse mesmo músculo, forman-
do assim o arqueamento da sobrance-
lha, que é um dos efeitos clínicos mais
desejados da toxina botulínica.
Além disso, o músculo frontal, como
já falamos, em virtude de ter um movi-
mento vertical, ele causa rugas horizon-
tais. Essas rugas horizontais envelhe-
cem, dão a impressão de cansaço, de
raiva e diminuem, encurtam o tamanho
da testa, diminuem o tamanho do terço
inferior. Sabemos anatomicamente que
no rosto jovem, ao contrário, o texto
superior é grande, o terço médio pro-
jetado, o terço inferior é encurtado. No
envelhecimento essa relação inverte:
o terço inferior fica encurtado, o terço
médio retruso e o terço inferior alonga,
formando aquela face longa entristeci-
da, clássica do envelhecimento. O mús-
culo frontal é tratado e entendido de
duas maneiras. Você pode tratá-lo com
a toxina mais profunda e intramuscular
para mudar sua função, ou seja, cau-
sar uma estimulação do ventre lateral
não tratado para compensar e elevar
a sobrancelha, ou você pode tratar as
rugas superficiais com a injeção em
um ângulo de 100, duas unidades para
remover as rugas, as linhas da região
frontal. Muitas vezes você precisa fazer
os dois. Por isso você vai notar que no
nosso PIT frontal temos o PIT Azul e o
PIT Verde. De quatro unidades de 450.
E temos aplicações superficiais de 100,
duas unidades. Uma mistura dessas in-
jeções superficiais e profundas produz
o resultado desejado, que é mudança
da função do músculo e, ao mesmo
tempo, diminuição da sua impressão
sobre a pele, ou seja, das linhas e das
rugas sobre a pele. Esse talvez seja um
dos tratamentos da toxina botulínica
que requer entre 12 a 20 unidades de
toxina na mulher e de 20 a 36 unidades
de toxina no homem.
Além do tratamento, nós temos o
arqueamento e o distanciamento das
sobrancelhas. Falamos anteriormente
que a queda nº 1, ou seja, o aspecto de
envelhecimento número um, é a que-
da da sobrancelha: ela fica abaixo do
rebordo orbitário E nós falamos que
o aspecto de beleza inicial é a distân-
cia entre as sobrancelhas. Deve existir
uma distância razoável entre as so-
brancelhas, e o ideal é que fique den-
tro dos limites da barra central. Quan-
to maior for a distância, mais teremos
um ar de relaxamento, de paz, de be-
leza. O músculo corrugador do super-
cílio é o segundo maior depressor da
face; ele puxa a sobrancelha para den-
tro e para baixo, mas o ideal é a so-
brancelha para fora e para cima, para
cima do rebordo orbitário e a uma dis-
tância pelo menos da asa do nariz até
o complexo do arco do Cupido.
Quando você eleva, suspende e se-
para a sobrancelha, você está melho-
rando o aspecto de rejuvenescimento
e de beleza ao mesmo tempo. Você
está atuando na barra central e nas
sete quedas. O tratamento é mudança
da ação muscular, que é intramuscular,
450, quatro unidades e em um ou dois
pontos, que nós temos o PIT 1, PIT 22 e
o PIT 88 e 99. Esses PITs correspondem
aos primeiros tratamentos autorizados
lá em 2002, de tratamento da glabela,
que foi a primeira região a ser utilizada
para tratamento de efeito estético aqui
nos Estados Unidos.
Você vê que podemos trabalhar a
barra central e a sete quedas com to-
xina botulínica somente. Quando fala-
mos de suspensão do rosto, não fala-
mos necessariamente de termos de
usar suspensão física, fio. Você pode
suspender com toxina, você pode sus-
pender com preenchimento e você
pode suspender com fio. De uma ma-
neira geral, a suspensão do terço supe-
rior é muito mais segura, eficaz, fácil e
simples com toxina botulínica sozinha.
O rejuvenescimento do terço médio in-
clui não só toxina, mas também, prin-
cipalmente, preenchedores, porque há
retrusão do terço médio, projeção do
terço médio e elevação da ponta do
nariz. Isso se faz de maneira mais efi-
caz, mais duradoura com preenchedor,
embora toxina e suspensão também
possam atuar.
Finalmente o terço superior, onde
você combina os três: toxina, preen-
chedor e suspensão. No terço superior
só toxina, no terço médio só preenche-
dor, e no terço inferior uma combina-
ção dos três.
19