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Materiais e Acabamentos

para Design de Interiores


Material Teórico
Sistemas Construtivos Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Luiz Boscardin

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Sistemas Construtivos Wood Frame
e Steel Frame; Pinturas

• Sistema Wood Frame;


• Sistema Steel Frame;
• Componentes de Fechamento para
Sistemas Wood Frame e Steel Frame;
• Componentes de Isolamento Termo Acústico
para Sistemas Wood Frame e Steel Frame;
• Pinturas;
• Equipamentos de Pintura;
• Sistematização do Processo de Pintura.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar ao aluno os sistemas construtivos Wood e Steel Frame, além dos principais
itens relacionados ao processo de pintura no âmbito da construção civil.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Sistemas Construtivos
Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

Sistema Wood Frame


O sistema Wood Frame consiste em uma estrutura feita por perfis de madeira
em conjunto com placas de vedação. Este sistema é bastante utilizado nos Estados
Unidos, Canadá e em países escandinavos. No Brasil, se comparado à utilização do
sistema estrutural baseado em concreto armado, seu uso ainda é modesto.

O Wood Frame é um sistema construtivo altamente racionalizado (Figura 1),


que tem como consequência um processo de montagem rápido, limpo e que gera
pouco desperdício.

Atualmente, o sistema tem como base a utilização de madeira de reflorestamen-


to, como o pinus. É necessário tratamento químico da madeira em autoclave (apa-
relho utilizado para esterilização através do calor úmido sob pressão).

Figura 1 – Típica estrutura em Wood Frame


Fonte: Wikimedia Commons

Sistema Steel Frame


O Steel Frame (Figura 2) é um método construtivo racional e industrializado, va-
riante do sistema Wood Frame, e consiste na execução de fechamentos verticais, es-
truturais ou não, configurados a partir de perfis leves de aço galvanizado (processo de
aplicação de uma camada protetora de zinco, ou ligas de zinco, a uma superfície de aço
ou ferro de modo a evitar a corrosão destes), com espessuras de 0,80, 0,95 e 1,25mm
(estas medidas podem variam de acordo com o projeto estrutural) dobrados a frio.

Figura 2 – Típica estrutura em Steel Frame


Fonte: Wikimedia Commons

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Os perfis de Steel Frame usados na montagem da estrutura metálica configuram
“guias” e “montantes” (Figura 3), e os fechamentos externos podem ser constituí-
dos por placas cimentícias, OSB ou gesso acartonado (Dry Wall).

Figura 3 – Montagem e tipos de perfis utilizados em uma estrutura em Steel Frame


Fonte: BOSCARDIN, L.2019

Componentes de Fechamento para


Sistemas Wood Frame e Steel Frame
Placas cimentícias
São componentes à base de fibrocimento – material resultante da união do ci-
mento comum - com fibras (de 10% a 15%) de qualquer espécie, podendo ser de
origem mineral ou vegetal. O tipo de fibrocimento mais comum é o que utiliza
fibras de amianto em sua composição. O fibrocimento é utilizado especialmente na
produção de placas para paredes (Figura 4), chapas onduladas, telhas para cober-
turas, cadeiras e tubos. Por ser um produto altamente cancerígeno, o amianto está
sendo substituído por fibras sintéticas.

Figura 4 – Montagem de fechamento em placa cimentícia em uma estrutura em Steel Frame


Fonte: BOSCARDIN, L. 2019

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Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

OSB (Oriented Strand Board – Painel de Tiras de Madeira Orientada)


É um material derivado da madeira, composto por pequenas lascas de madeira,
orientadas em camadas cruzadas seguindo uma determinada direção, que lhe con-
ferem alta resistência e rigidez. É um produto de baixo custo e de fácil aplicação.

As pequenas tiras de madeira são unidas com resinas e prensadas sob alta tem-
peratura, o que confere resistência mecânica, rigidez e estabilidade ao produto.

O OSB tem resistência considerável à umidade, mas não é aprova d’água.


Em usos definitivos (Figura 5), quando o painel ficará exposto às intempéries, reco-
menda-se a aplicação de 2 ou 3 demãos de stain preservativo, com manutenção a
cada 18 meses. Ou a aplicação de 2 ou 3 demãos de verniz marítimo, com manu-
tenção a cada 12 meses.

Figura 5 – Típica estrutura em Steel Frame com fechamento em OSB


Fonte: Wikimedia Commons

Gesso Acartonado (dry wall)


As placas de gesso acartonado são produzidas a partir de gesso e papel cartão.
É consideravelmente maleável e possui boa resistência à compressão. Além de seu
emprego como fechamento vertical (link abaixo), é bastante utilizado na execução
de forros (Figura 6).
Explor

Fechamento em Gesso Acartonado (Dry Wall), disponível em: http://bit.ly/2IaeVoK

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Figura 6 – Execução de forro com placas de Gesso Acartonado (Dry Wall)
Fonte: Getty Images

Os principais tipos de placas de gesso acartonado (Figura 7) utilizadas na cons-


trução civil são as seguintes:

Figura 7 – tipos de placas de Gesso Acartonado (Dry Wall)


• Placa Standard – ST (cor cinza): utilizada em paredes, tetos e revestimentos
de áreas secas. Indicada somente para ambientes internos. Não deve ficar ex-
posta ao relento e ação do tempo;
• Placa resistente à umidade – RU (cor verde): utilizada em áreas molhadas,
como banheiros, cozinhas, áreas de serviços e lavanderias. Estas placas de gesso
apresentam silicone em sua composição, conferindo maior resistência à umida-
de. Entretanto, estas placas não podem entrar em contato direto com a água;
• Chapa Resistente ao Fogo – RF (cor rosa): utilizada em saídas de emergên-
cia, escadas e corredores de áreas comuns. O gesso é um material que natural-
mente resiste ao fogo e esta variedade apresenta em sua composição aditivos
retardantes de chama.

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Componentes de Isolamento Termo Acústico


para Sistemas Wood Frame e Steel Frame
Para garantir o conforto termo acústico dos ambientes o interior das alvena-
rias destes sistemas deve ser preenchido com materiais como lã de vidro ou lã
de rocha.

Lã de vidro
Por suas propriedades físicas e químicas é um dos mais tradicionais isolantes
térmicos e acústicos utilizados nos sistemas Wood e Steel Frame (Figura 09). É um
componente fabricado em alto forno a partir de sílica e sódio, aglomerados por
resinas sintéticas, desenvolvidas especificamente para melhorar o isolamento termo
acústico do edifício.

É comercializada em rolos e em painéis, havendo uma diversidade de densidades


e espessuras, que se adequam a cada necessidade.

Figura 8 – Instalação de isolante Lã de Vidro


Fonte: Getty Images

Lã de rocha
Produzida a partir de matérias-primas abundantes na natureza (rocha basáltica e
outros minerais) e recicladas (escória metalúrgica). Após sua fusão a 1500ºC, estes
minerais são transformados em fibras por centrifugação.

Estas finas fibras são, então, aglomeradas com resinas especiais e aditivos que
proporcionam espessuras controladas e propriedades de repelência à água e ausên-
cia de poeira. Estas características resultam em um efetivo material para isolamento
térmico e acústico, e para proteção contra o fogo.

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São comercializados em forma de painéis ou rolos, de dimensões e espessuras
variadas (Figura 10).

Figura 9 – Instalação de isolante Lã de Rocha


Fonte: Getty Images

Pinturas
Tintas e Vernizes: definições
Como definição geral, tinta é uma mistura homogênea de solventes, aditivos,
resinas e pigmentos que tem por finalidade revestir uma superfície de modo a
protegê-la contra a ação de intempéries e contatos físicos, além de desempenhar
função estética. Trata-se de uma mistura estável entre pigmentos e cargas, disper-
sos numa resina líquida que, ao ser estendida numa fina película, forma um filme
aderente ao substrato onde aplicado.

O verniz é uma película de acabamento quase transparente, usada na madeira,


ferro ou aço, para proteção e realce de profundidade e brilho. Tradicionalmente,
é constituído por óleo secante, resinas e solvente (como a aguarrás, por exemplo).
Atualmente, são utilizados em sua composição derivados do petróleo como poliu-
retano ou epóxi. Ao contrário das tintas, o verniz não possui pigmento que ressalta
a textura ou a cor natural. Pode ser utilizado também como última camada de aca-
bamento sobre a pintura, para maior proteção e efeito de profundidade (contraste).

As primeiras tintas e vernizes produzidos pelo homem utilizavam compostos na-


turais, vegetais ou animais. Atualmente são utilizados recursos da indústria química
ou petroquímica, originando polímeros que conferem propriedades de resistência
e durabilidade.

A pintura é uma das últimas etapas de uma obra, mas como toda disciplina
envolvida em um projeto de construção ou reforma, deve ter suas especificações
definidas desde o início do processo projetual, pois devemos levar em consideração
as condições do ambiente em relação ao clima da região, o tipo de ocupação, entre
outros aspectos relevantes.

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Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

Podemos classificar as modalidades de pintura em três grupos:


• Pintura Arquitetônica: são aquelas empregadas por motivos formais e decora-
tivos, além de cumprir função protetora. Incluem o conjunto de tintas e vernizes
para aplicação interna ou externa, em madeira, metais, alvenaria e argamassa;
• Pintura Industrial: constituída por pinturas aplicadas ao ferro e ao aço (anti-
corrosivos), impermeabilizantes, pinturas com a função de diminuição da rugo-
sidade de superfícies e absorsores de calor;
• Pinturas de comunicação: são aquelas cujo propósito primário é a prevenção
de acidentes, identificação de equipamentos de segurança, delimitação de áre-
as, além de advertir contra perigo, classificando categorias de operários, etc.

Sobre a composição, as tintas e vernizes são compostos por resinas, pigmentos,


solventes e aditivos:
• Resina: é a parte não volátil da tinta, cuja função é aglomerar as partículas de
pigmentos. As resinas podem ser à base de água ou óleos e sintéticos não solúveis
em água. Estas características são fundamentais na definição dos vários tipos de
tintas empregados por arquitetos e designers. As resinas também são responsáveis
pela formação da película protetora, na qual se converte a tinta após a secagem.
Outra função é proporcionar brilho, aderência, elasticidade e resistência;
• Pigmento (ausente nos vernizes): material sólido, finamente dividido e insolú-
vel. Empregado para conferir cor, opacidade, certas características de resistência
e outros efeitos. São divididos em pigmentos coloridos (conferem cor), não colo-
ridos (função específica) e anticorrosivos (de grande importância para proteção
dos metais);
• Aditivo: ingrediente que proporciona características especiais ou melhora suas
propriedades. Utilizado para auxiliar nas diversas fases da fabricação e conferir
características necessárias à aplicação. Podem ser secantes, niveladores, an-
tiespumante etc.;
• Solventes: líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas
tintas e correlatos para dissolver a resina.

Tipos de Tintas
No âmbito da construção civil são utilizadas as tintas da chamada Linha Imobiliária
(Figura 11). Em uma tinta o tipo de acabamento está diretamente ligado a quantidade
de pigmento. O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes
níveis de brilho e interferem, inclusive, na resistência do produto. As variações de brilho
são calculadas através de um índice chamado PVC (pigmento-volume-concentração).

Assim, quanto menor for o índice mais baixo será o volume de pigmentos e
maior o brilho da tinta. Segundo este índice, uma tinta imobiliária é dividida em
três tipos: semi-brilho (menor pigmentação), acetinada e fosca (maior pigmentação).

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Acabamentos das Tintas Imobiliárias

PVA Esmaltes
Acrílicas Vernizes Texturas
Látex Sintéticos

Fosco aveludado Semi-brilho Brilhante Brilhante Lisa


Acetinado Acetinado Acetinado Média
Fosco Fosco Fosco Grossa

Figura 10 – Acabamentos das Tintas Imobiliárias


Fonte: Adaptado de MARTINS, P. 2009

Observando os tipos de resina empregados, temos os seguintes tipos de tinta:


• Látex PVA: fabricado à base de acetato de polivinila, este tipo de tinta tem
uma base solúvel em água e, por isso, é de fácil aplicação, uma vez que o
pintor pode preparar seus pincéis e rolos apenas com água. Se no processo
de pintura a tinta respingar em algum outro revestimento, a limpeza também
é realizada apenas com água. A pintura em látex PVA é adequada para os
ambientes internos (Figura12) da edificação que necessitem apenas de lim-
peza rápida (as superfícies pintadas com látex PVA devem ser limpas apenas
com pano umedecido em água). Possui bom rendimento, rápida secagem e
baixo nível de odor. Entretanto, o látex PVA não deve ser utilizado em áreas
molhadas (cozinha, banheiro, área de serviço, etc.) ou em ambientes externos
que recebam chuva. O Látex PVA não é indicado para superfícies de metal ou
madeira, e não produz acabamento em alto brilho;

Figura 11 – Ambiente pintado com tinta látex PVA


Fonte: Getty Images

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• Tinta acrílica: possui características similares ao látex PVA, sendo também


solúvel em água e de rápida secagem. Sua fórmula, porém, contém resinas
acrílicas, o que proporciona a este tipo de tinta alta impermeabilidade, tor-
nando-o ideal para pinturas externas (Figura 13) e para área molhadas inter-
nas. Os ambientes pintados com tinta acrílica podem ser lavados, ao contrário
dos pintados com látex PVA que devem ser limpos apenas superficialmente.
Em comparação com o látex PVA, possui acabamento mais brilhante, embora
possua versão de acabamento fosco;

Figura 12 – Mural pintado com tinta acrílica pelo artista brasileiro Kobra
Fonte: Wikimedia Commons

• Esmalte: tinta não solúvel em água, geralmente classificada como “base a óleo” –
material que antigamente fazia parte de sua fórmula. Atualmente, sua base é
composta por produtos sintéticos, derivados do petróleo. Os esmaltes são indi-
cados para a pintura de superfícies em ferro (Figura 14) ou madeira. Os esmaltes
oferecem opções para acabamento em alto brilho ou fosco. Permite também
uma boa limpeza das superfícies onde é aplicado. Não é indicado para aplicação
direta sobre alvenarias, pois pode produzir patologias como bolhas e descasca-
mento. As opções com formulação mais antiga produzem muito odor durante a
aplicação, impossibilitando a permanência nos ambientes onde foi aplicado por
até três dias. Versões mais modernas já tem esta deficiência corrigida;

Figura 13 – Corrimão em ferro pintado com esmalte


Fonte: Getty Images

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• Tintas epóxi e de poliuretano: sintéticas e não solúveis em água, possuem
usos específicos, como aplicação em áreas molhadas e até inundadas, como
quadras esportivas (Figura 15), piscinas e caixas d’água. Devem ser aplicadas
por mão de obra especializada, que conheça o material e os processos, para
evitar a formação de bolhas e mau acabamento. Pode ser usada como reves-
timento para banheiros, cozinhas e outras áreas molhadas, substituindo os
tradicionais revestimentos cerâmicos.
Explor

Quadra poliesportiva pintada com tinta epóxi, disponível em: http://bit.ly/2IdinPv

Tabela 1 – Tintas e vernizes: características de aplicação


Ficha Técnica
Tipo
Descrição Substrato/Aplicação Acabamento
Resina à base de dispersão aquosa de polímeros A aplicação deve ser feita com rolo
vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, de lã, pincel/trinha ou pistola.
cargas minerais inertes, glicóis e tensoativos eto-
xilados e carboxilados. • Alvenarias:
Látex PVA - Interiores. • Fosco aveludado.
• Tinta à base de água;
• Não lavável;
• Secagem rápida;
• Média cobertura.
• Tinta à base de água; • Superfícies: • Fosco;
Acrílica • Excelente lavabilidade e cobertura. - Internas; • Acetinado;
- Externas. • Semibrilho.
Esmaltes • Tinta à base de solventes; • Superfícies: • Fosco;
• Ótimo acabamento; - Internas; • Acetinado;
Sintéticos • Resistência a intempéries. - Externas. • Semibrilho.
• Produtos à base de solventes; • Superfícies internas de: • Brilho;
• Acabamento e proteção transparente; - Madeiras; • Semibrilho;
Vernizes • Conservação do aspecto natural das madeiras. - Metais. • Fosco;
• Pigmentado.
• Tinta a base de água com efeito; • Superfícies:
Texturas • Textura em alto relevo; - Internas; Variado
• Ação hidrocorrepelente. - Externas.
Fonte: MARTINS, P. 2009

Atualmente, os maiores fabricantes de tintas e vernizes possuem equipamentos


que permitem aos fornecedores finais, como por exemplo as grandes lojas de mate-
riais de construção, fazer a mistura da tinta no próprio estabelecimento comercial.
Possibilitando, assim, ao cliente escolher uma entre as milhares de cores oferecidas
pela escala PANTONE, sem se preocupar com disponibilidade de estoque. As tin-
tas, vernizes e massas utilizadas no processo de pintura geralmente são oferecidas
em embalagens de 18 e 3,6 litros ou 900 ml.

Equipamentos de Pintura
Para uma pintura residencial, o profissional deve possuir os seguintes Itens
(Figura 17):
• Equipamentos de proteção individual: óculos de proteção e luvas de borracha;

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Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

• Massa corrida e Massa acrílica: para cobrir imperfeições das superfícies. A mas-
sa corrida é usada em ambientes internos e a massa acrílica nos ambientes exter-
nos. As massas devem ser aplicadas com espátula ou desempenadeira de aço;
• Lixas: para remover os excessos decorrentes da aplicação de massa ou cama-
das de pinturas anteriores. Quanto maior a numeração da lixa, mais fina ela é;
• Panos de limpeza: para retirar a poeira depois de lixar ou remover respingos
durante a pintura;
• Rolos de pintura: para esmaltes e vernizes são utilizados os de espuma. Para
Látex PVA e tinta acrílica usa-se o rolo de lã de carneiro. Para superfícies lisas
usa-se os de pelo baixo (5 a 12 mm); os de pelo médio e alto (19 a 25 mm) são
para paredes rugosas ou texturizadas;
• Trinchas para fazer os recortes (quinas, juntas, etc.). Pincéis de cerdas escuras são
indicados para aplicação de tintas à base de solvente (como esmalte, tinta óleo e
vernizes) e os de cerdas grisalhas para tintas à base de água (látex PVA e acrílica);
• O uso de pistola de pintura é opcional. Esta atua junto com um compressor
que deve ser compatível com a pistola. Se bem utilizada garante melhor cobri-
mento e maior economia de tinta;
• Bandeja para despejar tinta, lona plástica ou jornais para cobrir o piso e objetos,
fita crepe para proteger batentes e rodapés, e escada completam o conjunto.

Figura 14 – Equipamentos para pintura


Fonte: BOSCARDIN, L. 2016

Sistematização do Processo de Pintura


Para que se tenha um bom resultado na aplicação de tintas e vernizes é preciso
considerar pintura como um sistema que envolve várias etapas a serem seguidas de
forma criteriosa, pois delas depende a qualidade do resultado final.

À primeira vista, paredes internas ou externas, esquadrias em ferro ou madeira


aparentam possuir um aspecto ideal para receber a pintura. Entretanto, a aplicação
de pintura não é um processo tão simplificado que se inicia e termina com a sim-
ples aplicação da tinta de acabamento na superfície.

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Os materiais de construção empregados na preparação e no acabamento das
paredes são quimicamente agressivos, podendo, consequentemente, atacar e des-
truir as tintas aplicadas sobre elas. Para evitar possíveis problemas na aplicação
da pintura, utiliza-se fundos e seladores, também chamados de primer, que têm
a finalidade de preparar a superfície, corrigindo defeitos e uniformizando a absor-
ção da superfície, proporcionando durabilidade à pintura e economia de tinta de
acabamento. As massas, por sua vez, têm a finalidade de regularizar defeitos ou
imperfeições existentes nas faces das alvenarias.

Você Sabia? Importante!

Atualmente existe a possibilidade de ser utilizado em pinturas residenciais o sistema de


pintura airless, onde a tinta é pulverizada por um equipamento de alta pressão, de ma-
neira direta nas superfícies a serem pintadas. É um sistema de alto rendimento, podendo
chegar até 1.000 m² a cada hora.

Alvenarias
O processo de pintura das alvenarias deve aguardar pelo menos 25 dias, para
que ocorra a cura inicial do cimento e da cal presentes nas argamassas. Pinturas
sobre superfícies mal curadas podem gerar problemas que acabam por danificar
o revestimento.

Em relação à preparação da superfície onde será aplicada a tinta, esta deverá


estar isenta de sujeira de qualquer natureza (graxas, óleos, poeira etc.) e umidade.
Em superfícies com histórico de umidade (banheiros, por exemplo) é aconselhável
que seja aplicado na superfície um banho de solução de hipoclorito de sódio a
50%, ou seja, 1/2 parte de água e 1/2 parte de hipoclorito, deixando a mesma
agir por 15 minutos, utilizando equipamentos de proteção individual. É importan-
te lavar a superfície para eliminar resíduos de cloro e continuar os procedimentos
de pintura.

A superfície deve estar isenta de imperfeições (buracos, saliências, etc.), as quais


deverão ser tratadas previamente com massa corrida PVA ou acrílica. Para melhor
fixação sobre o substrato, deve-se utilizar massa corrida PVA para pinturas internas
e, nas superfícies externas, massa corrida acrílica. Ainda para melhor aplicabilidade
e maior durabilidade da pintura, após a massa corrida pode-se dar uma demão de
selador acrílico.

Problemas de durabilidade estão diretamente ligados à má qualidade da primeira


demão (Fundo / Primer) ou a negligência em providenciar boa base para a tinta.
A segunda demão e as subsequentes só poderão ser aplicadas quando a anterior
estiver inteiramente seca, sendo observado, em geral, o intervalo mínimo de 24
horas entre as diferentes aplicações. Serão dadas tantas demãos quantas forem
necessárias, até que seja obtida a coloração uniforme desejada.

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UNIDADE Sistemas Construtivos
Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

As ferragens, vidros, acessórios, luminárias, dutos diversos, etc., já colocados,


precisam ser removidos antes da pintura. Deverão ser evitados escorrimentos ou
respingos de tinta nas superfícies não destinadas à pintura, tais como concreto ou
tijolos aparentes, etc. É aconselhável a proteção destas partes com papel, fita-cre-
pe, etc., principalmente nos casos de pintura efetuada com pistola. Os respingos
que não puderem ser evitados terão de ser removidos com emprego de solventes
adequados, enquanto a tinta estiver fresca.

Esquadrias em Ferro
Nas esquadrias de ferro, após a limpeza da peça para remoção de todos os
vestígios de oxidação, será aplicada uma demão de fundo anti-óxido de ancoragem
(zarcão ou cromato de zinco) para a proteção do substrato quanto à ação da umida-
de. Depois pode ser necessário a aplicação de massa acrílica para corrigir eventuais
imperfeições da superfície, passa-se então um selador para fazer a ponte entre a
base e a pintura, e finalmente a pintura, geralmente do tipo esmalte, com o número
necessário de demãos a fim de uniformizar a superfície.

Esquadrias em Madeira
Devem estar limpas e secas. As madeiras verdes ou com excesso de umidade
não oferecem boa base para aplicação de revestimentos. Deverá estar devidamente
aparelhada e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros agentes contaminantes.
Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser previamente seladas.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
1º Prédio em Wood Frame do Brasil – TECVERDE
Construção de edifício em Wood Frame.
https://youtu.be/WR5OOIRwMWk
Steel Frame Passo a Passo – Treinamento Veranúbia Imobiliária
https://youtu.be/XP6E1IelwZo
Airless Paint Sprayers
https://youtu.be/WWjGw0lJvS4
Aprenda a pintar
https://youtu.be/x5PzCVd6_oo

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Wood Frame e Steel Frame; Pinturas

Referências
BARROS, M. M.; CRESCENCIO, R. M. Pini-web – Revestimento decorativo
monocamada. Disponível em: <http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/
revestimento-decorativo-monocamada-79501-1.aspx>. Acesso em: 27/01/ 2016.

MARTINS, P. Tintas e Vernizes – Apostila Gold Icep – Monte Castelo, 2009.

PINHEIRO, A. C. F.; CRIVELARO, M. Materiais de Construção – Série Eixos.


São Paulo, Ed. Érica, 2016.

SALGADO, M. S. Revestimentos Argamassados. Faculdade de Arquitetura e


­Urbanismo da UFRJ. Rio de Janeiro, 2006.

SILVA, A. J. C. Revestimentos – Apostila Resumo. Universidade Católica de


­Pernambuco. Recife, 2004.

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