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MATERIAL DO CURSO

BÁSICO DE CORTE E COSTURA

APOSTILA

COMO ESCOLHER O TECIDO IDEAL PARA CADA PEÇA


COMO ESCOLHER O TECIDO IDEAL PARA CADA PEÇA

A escolha correta dos tecidos para cada modelo é uma parte importante do processo
de fabricação das roupas. O tecido é uma das bases fundamentais da construção de
uma bela peça. É nessa base que se tece e se constrói sonho, desejo, realização
trazendo a estima.
O tecido certo proporciona uma roupa com bom caimento e uma linda aparência,
arrancando elogios. Mas já se perguntou como o tecido é formado? Já parou para
analisar quais estruturas existem por trás de um tecido e como elas influenciam em
um bom caimento da roupa? Conhecer isso é importante para determinar o modelo,
acabamento e manuseio da peça!

Algumas estruturas principais que constituem o tecido são: tafetá, cetim, sarja,
jacquard e a estrutura de malha. Cada uma dessas bases irá definir o que será o
tecido em si. Diversas fontes podem originar o tecido: fios naturais, sintéticos ou
artificiais que brincam se entrelaçando num gostoso jogo de emaranhados. A
estrutura é um entrelaçamento de fios, no caso do tecido plano, ou laçadas no caso
das malhas.
Outro termo importante no universo dos tecidos é o ligamento, que significa a forma
como os fios compõem um tecido. Todos os tecidos são produzidos pelo
entrelaçamento de dois tipos de fios, os da trama dispostos no sentido da largura e
os do urdume no sentido do comprimento. Os fios do urdume são dispostos
perpendicularmente aos da trama. A estrutura do tecido pode ser modificada
alterando o padrão de entrecruzamento do urdume e da trama.

O que chamamos de fio do tecido é o sentido em que corre o urdume, conhecer


sobre isso é fundamental porque vai influenciar no caimento da sua criação.

Conhecer o tipo de entrelaçamento dos fios auxilia na identificação do tecido, já que


os nomes dados a eles variam entre os fabricantes.

CONHECENDO AS PRINCIPAIS ESTRUTURAS DOS TECIDOS

ESTRUTURA TAFETÁ

Esta é a estrutura mais simples, onde os fios da trama passam alternadamente


sobre e sob os fios da teia. A trama do ligamento tela cruza o urdume passando um
fio por cima e um fio por baixo, sucessivamente. Na volta, urdume que estava por
cima, fica por baixo. Quanto mais grosso for o fio e quanto mais próximas estiverem
as carreiras, mais firme será o material.

Exemplos: tafetá, musseline, percal, linho, tricoline, chiffon, organza, shantung.


ESTRUTURA SARJA

Uma das três estruturas fundamentais em que o fio da trama passa sobre pelo
menos dois, mas nunca mais de quatro fios da trama. Em cada nova passagem a
trama avança uma unidade para a direita ou para a esquerda, formando uma estria
em diagonal. O entrelaçamento diagonal é bem mais firme que o ligamento tela. No
avesso desses tecidos você vê claramente a diagonal.

Exemplos: sarja, gabardina, brim, denim/jeans, tweed

ESTRUTURA CETIM

Sua estrutura é mais fina, cada fio da teia passa sobre quatro a oito fios da trama,
numa disposição em zig-zag. O delicado cetim é formado com repetições de cinco a
doze fios de trama ou urdume. No cetim, a diagonal não tão visível porque o número
de repetições é muito grande, essas repetições deixam o tecido liso e brilhante de
um lado e opaca de outro. Suas matérias primas podem ir desde a seda ao poliéster,
passando pelo algodão e a poliamida, mas os melhores ao toque, caimento, e
beleza (menos brilhosos) são os de fibra natural.

Exemplos: cetim, charmeuse, crepe de seda, vison, alpaseda e peauD’ange.

ESTRUTURA JACQUARD

Esta estrutura é conseguida por meio de uma mecânica Jacquard, que controla
separadamente os fios (entrelaçado fio a fio) da teia e da trama de modo a formar
desenhos elaborados na superfície do tecido.

Exemplos: damasco, brocado, tecidos para decoração.

ESTRUTURA MALHA

As estruturas das malhas diferenciam-se dos tecidos planos em função do jeito com
que os fios são entrelaçados. A malha é feita entrelaçando os fios sempre no mesmo
sentido: ou todos na trama ou todos no urdume. O processo de malharia é feito com
agulhas e é bem parecido com o tricô. De uma forma geral, a malha é formada pelo
entrelaçamento de um fio sobre ele mesmo e tende a obedecer dois sentidos
distintos de formação: horizontal e transversal.

Exemplos: Ribana, Malha, Meia Malha, Moletom, Piquet, Viscolycra.


CUIDADOS AO COMPRAR OS SEUS TECIDOS

Ao comprar o tecido verifique se ele possui uma estrutura firme sem fios soltos ou
rompidos, com uma espessura uniforme. Os fios devem estar perpendiculares
(alinhadas às ourelas), caso contrário o tecido está totalmente desalinhado e a sua
peça sofrerá modificações.

Se o tecido for rasgado, puxe um dos fios para cortá-lo e deixá-lo retinho. Se o
tecido vier de fábrica com o sentido de trama e urdume desiguais, coloque-o sobre a
mesa e acerte puxando primeiro em um sentido vertical e depois no sentido
horizontal, igualando-os. E se caso o tecido sofrer encolhimentos (isso ocorre muito
nas estruturas que levam fibras naturais) deve-se ajustar o molde para cortar o
modelo. Por isso, é muito indicado molhar o tecido antes e observar qual foi o grau
de encolhimento para fazer a devida correção no molde tanto no comprimento
quanto na largura.

DICAS

 Para roupas esvoaçantes, transparentes e soltas, o tecido tem que ser leve e
fluido.

Exemplos: musseline, crepe de seda, chiffon, crepe georgette, gazar, cetim,


cambraia, tricoline e viscose.

 Para roupas ajustadas, estruturadas, com pregas ou franzidos e estilo


alfaiataria, o tecido pode ser intermediário: firme ou fluido.

Exemplos: chamois, cetim grosso, crepe, cetim encorpado, brim, piquet, sarja
acetinada, shantung, tafetá.

 Para roupas de inverno, armadas e com volume, opte pelos tecidos pesados.

Exemplos: boucle, tweed, alguns tipos de veludo, lã, tricô, brocado, jacquard.

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