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Cap.

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Paulete era um homem muito mais alto que seu companheiro e deveria ter uns
10 anos a mais que este. Seus cabelos lisos eram longos chegando até a altura de sua
cintura, mas a cor original fora substituída por uma coloração artificial meio alourada.
Seu rosto era comprido e bem barbeado, mas vincado de rugas. Sobrancelhas artificiais
encimavam os olhos azuis que pareciam sempre cansados. Tinha o nariz fino e
arrebitado. A boca era grande e os dentes brancos e regulares. Os braços magros e
longos estavam emurchecidos pelo fato de ter a pele muito clara e já ter quase 50 anos.
As canelas mal depiladas que suas minissaias deixavam à mostra eram feias, magras e
marcadas por pontos escuros em forma de cicatrizes (outrora deveriam ter sido feridas).
Todo batido e sem sinais ginecomastos que se parecesse com seios: usava sutiã com
enchimentos de pano improvisado. Era travesti por se vestir de mulher, mas não tinha
nada que fosse realmente feminino, o jeito cômico somado a idade o fazia parecer mais
uma prostituta velha e feia que uma mulher bonita e elegante. Elias em sua
inventividade de criar palavras junto com a etimologia das mesmas, dizia que Paulete
era um Ladigotí (mistura de ladrão, mendigo e travesti).

Os dois amantes se conheceram em Minas Gerais na cidadezinha de Teófilo


Otoni e viviam juntos a mais de 10 anos. Com poucos habitantes esta era uma cidade
desacostumada de muitas novidades e Paulete ali não era bem vindo, por trazer ao lugar
a novidade da prostituição. Só existia ele de travesti e em meio às prostitutas feias, mas
que eram mulheres, Paulete não fazia sucesso. Por isso decidiu-se trabalhar nas esquinas
por conta própria. Foi interpretando o papel do Falso Padre José Maria Flor Ávila que
Elias o viu e encantou-se a primeira vista. Vendo o Pároco de rosto barbudo e olhar
severo, o travesti dirigiu-lhe um sorriso sarcástico, imaginando que aquele seria mais
um homem de Deus a lhe molestar, com conselhos sobre o pecado. O Falso Sacerdote
que estava aos seus próprios serviços não queria discursar a um homossexual sobre
Sodoma ou Gomorra e sim satisfazer seus apetites lascivos. O Profissional do sexo
recebeu a notícia de que atenderia aquele cliente com certa surpresa e desculpou-se pelo
lugar em que poderia atendê-lo: só havia um motel que era o único hotel onde Paulete
morava, se um Padre fosse visto entrando ali, no outro dia toda a cidade estaria
fofocando sobre o acontecido. Por isso tinha que ser no mato para ficar em segredo.

Lá se foram os dois para um matagal nas imediações da cidade. Era a primeira


vez que Paulete teria o privilégio de satisfazer alguém tão importante e isso o fazia
sentir-se nervoso. Não sabia como agradar o homem, mas o julgando pelo fato de ser
um religioso imaginou alguém delicado e romântico. Com muita cerimônia foi se
despindo da parte superior de suas roupas. Primeiro tirou a blusinha, depois o sutiã e
quando já ia tirar a saia se surpreendeu com a atitude ousada do homem que julgava ser
tímido. O Falso Padre estava totalmente nu e apenas o colarinho de sua batina estava no
pescoço. Com o seu membro ereto, foi atacando Paulete com beijos e carícias em todo
seu corpo. Aquele era um homem possuído pelo demônio das mil e uma relações
sexuais. Os dois passaram três horas em concupiscências sexuais no meio do mato.
Depois do prazer o cansaço e após o amor a amizade, dos que não conseguem fazer
mais nada que não seja ficarem deitados conversando. Foi assim que ficou aquele casal
que falou a linguagem do sexo, para depois ficarem deitados e abraçados na relva fria
do mato; enquanto se conheciam por perguntas e respostas.

Naquela conversa, Elias mentiu o tempo todo e Paulete como não o conhecia
acreditou em suas estórias de que era um dos Padres mais importantes de Belo

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Horizonte. A lua cheia e o céu limpo coberto de estrelas iluminavam seus rostos,
enquanto conversavam. Isso e a voz bonita do Falso Sacerdote criavam um clima
romântico entre os dois. O amanhecer já estava quase chegando lá pelas altas horas da
madrugada. Foi com muito custo que o casal de homens levantou-se da relva molhada
indo à direção da cidade. Por uma pequena trilha de terra feita pelos que adentravam na
mata, caminharam calados e sem pressa de saírem dali. Não se olhavam, mas se um
bom observador os visse pressentiria a paixão e um monte de outros sentimentos que
falavam sem a necessidade de palavras. Seus semblantes estavam cansados pelo amor e
tristes pela despedida. Os corpos e as mãos às vezes se tocavam por andarem num
caminho muito mais estreito que uma estrada, talvez as mãos quisessem se procurar e se
unir, para darem aos seus donos a ilusão de ser um casal de namorados comuns, fazendo
uma caminhada romântica.

Elias acompanhou Paulete até a entrada da cidade e ousou tentar pagar com
dinheiro, o que a emoção do travesti deu mais valor que o cobrado de outros clientes.
Abrindo sua carteira e retirando 15 mil cruzeiros que eram o dinheiro da época, os
ofereceu ao profissional do sexo que os recusou com um meneio firme de cabeça. Já
tinha ficado com prostitutas que não cobraram, mas os travestis que geralmente faziam
mais barato e eram explorados em função de terem um pênis: estes eram muito mais
capitalistas e se não lhe davam desconto, também não lhe dariam de graça. Sem
entender com a razão o que seu coração palpitante já pressentia, perguntou que negócio
era aquele de não cobrar. Ele era um Padre, mas não era um mendigo e poderia dar
muito mais dinheiro ao outro. Então por que não queria cobrar? Em seu íntimo, Elias
sentia-se culpado por explorar alguém que foi tão carinhoso e também já sabia que
havia algum sentimento entre os dois.

O silêncio de Paulete e seus olhos apaixonados escondiam a vergonha de não


acreditar estar gostando de um desconhecido, ou melhor, um conhecido de Deus.
Aos poucos seus olhos azuis ficaram tristes e com uma voz rouca e efeminada ele disse:

__Sei que os religiosos como vocês veem a nós como viadinhos bobos e
ignorantes, mas eu acredito muito em Deus e já li a bíblia... Em algum lugar daquele
livro, diz que devemos dar de graça o que recebemos de graça e a única coisa que eu sei
dar é prazer pra um homem! Se eu der de graça pra todos os ‘Gostosos’ com quem fico
então vou morrer de fome, mas se cobrar do único Padre que foi meu cliente, não vou
ser uma pessoa feliz, vai dar azar! Por isso vai ser só hoje... Eu vou pensar que dar é
muito melhor que receber! Agora Padre, aproveita e vai embora antes de eu mudar de
ideia!

Elias que não era Padre coisa nenhuma, riu da ingenuidade de Paulete,
enquanto enfiava os 15 mil cruzeiros na carteira e a guardava no bolso da batina. Pensou
duas coisas que entraram em conflito: ir embora sem dar o dinheiro do outro e deixá-lo
pensando que era um Pároco, ou revelar a verdade e levá-lo para ser seu companheiro.
Elias não tinha consciência, mas quando seu coração e sua razão resolviam brigar por
causa de alguma de suas trapaças: sua malandragem predominava e ficava sempre do
lado de sua razão. Em qualquer outro dia e com outra pessoa que não fosse aquela faria
a primeira coisa que pensou, mas desta vez estava sendo diferente, pois seu coração
tinha ido aonde não foi chamado e o que era para ficar nos limites do prazer, estava nas
divisas entre o amor e a paixão. Ser homossexual sem que as pessoas soubessem era
uma coisa e ser travestido de mulher era outra. Nunca em sua vida foi discriminado por

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sua aparência e sim por seus atos, era gay, mas não parecia e se não fosse e parecesse
não teria sossego: “Porque as pessoas só perseguem aquilo que veem’”.

Não poderia andar de mãos dadas com outro homem e arcar com todas as
retaliações que iria sofrer, por parte de uma sociedade tanto moralista quanto
homofóbica: foi então que teve uma ideia.

Por quase todos os lugares em que esteve enganou as pessoas com seus
disfarces e chegou até mesmo a se passar por uma idosa cega, cuja cirurgia dependia da
boa vontade alheia (este caso foi em Mozarlândia de Goiás e ninguém na cidade
descobriu que tinha sido enganado). A velha que interpretou era uma personagem antiga
que tinha sido criada por ele para uma peça teatral que encenou na adolescência. Elias
chegou à cidade andando apoiado a uma bengala e com uma matéria jornalística falsa
em baixo do braço: a matéria datada de dias antes trazia na parte principal a fotografia
da idosa e sua história. O nome da personagem era Maria Jerônima das Dores de Cristo,
estava com 91 anos e morava em Ceres, uma cidade vizinha. Dizia a Falsa Anciã,
precisar de 300 mil cruzeiros para fazer uma cirurgia de catarata. Deus pagaria em
dobro quem a ajudasse. Com uma peruca de cabelos brancos e lentes de contato
esfumaçadas, não faltaram altruístas que ajudassem à Falsa-Vovó. Em sua ousadia; a
Falsa-Velhinha entrou na delegacia de Mozarlândia, recebeu donativos de todos os
policiais de plantão e um beijo no rosto, dado pelo próprio Delegado. Se ele interpretou
uma anciã e enganou toda uma cidade, então poderia ensinar artes cênicas a Paulete e
transformá-la em sua esposa do sexo feminino.

Foi sorrindo que resolveu dizer:

__Me desculpe meu bem, mas se você nunca transou com um Padre não foi
hoje que isso aconteceu...

Paulete com um ar ingênuo que lhe era peculiar quando não entendia algo ficou
com os lábios entreabertos, pôs o indicador da mão direita no lábio superior e disse:

__Se não é Padre por que tá vestido assim?

__Pra enganar as pessoas... Pegar dinheiro pra ajudar um orfanato onde eu sou
o único menino precisando de dinheiro! Reivindicar ofertas dos transeuntes da rua para
a restauração de uma igreja que só eu frequento e cujo nome é malandragem!

__Credo moço, se fingir de Padre ou de Pastor deve de ser pecado!

__Se fingir é pecado eu te garanto que eles e todo resto do mundo peca, te digo
isso porque meu pai é Pastor, prega contra o adultério e traí minha Mãe até com
mulheres casadas, prega contra a ambição e jamais doou os dez por cento do que entra
na igreja aos pobres! Todo mundo finge, só que nem todos aprenderam a fazer isso...
Todos somos atores, num mundo onde quem representa pior é aquele que encena o
papel de ser ele mesmo! Os bons atores desta vida interpretam qualquer personagem e
só se aposentam quando morrem!

__Então quem é você?

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__Meu nome verdadeiro é Elias Vasconcelos Pimenta, mas agora eu só ouço
esse nome quando eu vou preso! Eu já tive que ser tanta coisa pra sobreviver que às
vezes nem sei quem eu sou... No meio da malandragem eu sou o Elias Ladigo, mistura
de ladrão com mendigo, mas nem Ladigo de verdade eu sou, só peço esmolas pra roubar
melhor e só dou preferência aos roubos onde a própria vítima me ajude, entregando seus
pertences de livre e espontânea vontade! Já fui advogado, já fui médico, já fui padre e a
coisa mais fácil que fiz foi ser ladrão e mendigo, os únicos papéis que não exigem
comprovantes de veracidade, afinal, ninguém presta concurso pra roubar e nem carrega
diploma pra pedir esmolas!

O único papel que não enceno é o de palhaço, pois esse, eu deixo pra minhas
vítimas!

Enquanto afagava seus cabelos loiros e suspirava com um jeito apaixonado


Paulete perguntou:

__De onde você é?

__Sou de onde os habitantes demorarem mais tempo pra descobrirem quem eu


sou... Sou malandro do mundo! Tenho todos os lugares pra ir e nenhum pra voltar! Eu
ainda vou escrever um manual de malandragem, na última página vou dizer aos leitores
pra não repetirem minhas lições em casa: afinal, o melhor lugar pra enganar as pessoas é
nas ruas, de preferência bem longe de onde estivermos morando!

Não foi difícil convencer Paulete a acompanhá-lo, ele tinha nascido na cidade
mineira de Montes Claros e nunca saiu de seu Estado de origem. Sua vida em Teófilo
Otoni beirava a mendicância e só não passava privações por que aprendera a
economizar ao máximo o pouco de dinheiro que ganhava com a prostituição. As viagens
e histórias que Elias contou-lhe mexeram com sua imaginação: podia vislumbrar a
imagem dos dois de mãos dadas, conhecendo as praias cariocas e sentindo as águas do
mar tocando em seus pés. O Brasil inteiro seria como o quintal de suas casas. O dia
estava amanhecendo e os dois embarcaram naquela manhã, num ônibus que iria para
Florianópolis. O mais difícil ainda estaria por vir, isso foi o trabalho que Elias teve para
ensinar Paulete a interpretar Maria Eduarda: personagem criado especialmente para ser
sua mulher. Os dois levaram mais de um ano para que o travesti conseguisse imitar uma
mulher, ao ponto de enganar a maioria das pessoas. Mesmo assim, tinha aqueles que
suspeitavam de sua identidade sexual, logo a primeira vista. O esforço valera à pena,
pois Elias ganhou com este uma esposa dedicada e econômica que, tanto servia para
ajudá-lo nos golpes que aplicava, quanto para amenizar sua extravagância de jovem
gastador de dinheiro.

Desde aquele dia em Teófilo Otoni já tinham se passado mais de 10 anos, os


dois já tinham sido presos por fraudes, já tinham vivido e passado por quase todos os
perigos e aventuras e o amor que tinham um pelo outro ainda era o mesmo. Paulete era
fiel, mas Elias que era capaz de trair a si próprio se pudesse casar consigo mesmo, era
namorador e sempre fez o companheiro sofrer com suas traições. Em Teixeira de Freitas
uma menina de 12 anos que tinha quase a mesma idade do casamento dos dois, estava
sendo convidada a fazer parte daquele relacionamento.
Elias não queria confessar intimamente seus desejos pedófilos pela pequena L e
os revestia com a aparência de um simples negócio. Talvez estivesse tentando se

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convencer, para ser verossímil na hora de convencer o parceiro. O certo é que apesar de
já ter tramado com L o plano que a libertaria de Julia, não tinha pensado o que iria dizer
a Paulete, que perdoava suas traições, mas não iria querer dividi-lo dormindo os três
numa mesma cama. Às vezes saía sozinho e deixava sua esposa na pensão em que
estivesse hospedado e foi graças aos dias em que Paulete o deixou ir trabalhar sozinho
que ele e L se conheceram. A menina também não sabia de sua outra preferência sexual
e nem que era um homem casado (sua mania de deixar certas coisas para última hora
sempre lhe trazia problemas e estava pressentindo que desta vez não seria diferente).

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