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RELATÓRIOS

O primeiro objetivo de um relatório é fazer uma descrição de um experimento a alguém que não parti-
cipou diretamente do evento. O segundo objetivo é analisar criteriosamente os dados obtidos, procurando
uma relação entre eles e uma base teórica para o fenômeno observado. Desta forma, não somente o conteúdo,
mas a linguagem, o formato e a ordem de apresentação são importantes para a clareza das informações.
Dependendo do tipo de experimento, o relatório poderá ser mais descritivo ou mais analítico, mais
quantitativo ou qualitativo, devendo no entanto apresentar do modo mais claro possível os procedimentos
experimentais adotados, os materiais e equipamentos utilizados e os resultados obtidos. As linhas gerais, a
estrutura e a organização de um relatório técnico – científico são apresentadas a seguir.

ORGANIZAÇÃO DOS RELATÓRIOS

1 – Título
Deve refletir da maneira mais exata e sintética possível o experimento realizado, deve estar de acordo
com a linguagem das ciências exatas.

2 – Objetivo
Deve definir o objeto de estudo experimental em uma ou duas frases.

3 – Introdução teórica
Síntese da teoria, modelo físico e/ou formulação matemática (lei) necessário para a compreensão do
fenômeno envolvido, descrição do processo de medida e interpretação dos resultados obtidos. Aspectos histó-
ricos relacionados à teoria e às técnicas de medida podem também ser citados, uma vez que em muitos casos
ajudam à compreensão do modelo físico.
Esquemas explicativos (quadro – sinóptico) devem ser utilizados de forma a permitir uma rápida visu-
alização dos procedimentos, dos conceitos e de formulas matemáticas. Explicações muito detalhadas e longas
deduções matemáticas devem ser evitadas, sendo recomendada a referência bibliográfica correspondente.

4 – Materiais e Métodos
Esta é a etapa central do relatório, envolvendo o procedimento (ou método) experimental, os equipa-
mentos utilizados, as amostras medidas e os dados obtidos. Deve representar a maior parte do conteúdo total
(cerca de 60%), sendo recomendado que o relatório comece a ser escrito a partir deste item, embora venha a
ser redigido e apresentado segundo a seqüência aqui proposta.

4.1 Materiais
Todos os materiais utilizados devem ser mencionados no experimento (incluindo acessórios, como su-
portes de fixação, óleos lubrificantes, fios, cabos, etc.), mas com ênfase nas amostras sujeitas à avaliação.
Tais amostras devem ser apresentadas segundo três características principais:
A – Características Morfológicas: deve ser descrita a forma geométrica da (s) amostra(s), sendo citada
sua dimensão principal (largura, comprimento, espessura, diâmetro, etc.). É conveniente apresentar um dese-
nho com as informações geométricas e dimensionais de cada amostra e um esquema comparativo das
amostras. As características morfológicas são as mais utilizadas para a seleção e identificação das amostras
durante o experimento.
B – Características Estruturais: indicam as propriedades físico – químicas do material das amostras,
tais como composição, dureza, porosidade, condutividade térmica, resistividade elétrica, etc.. As
características devem ser citadas dentro da conveniência e de acordo com o experimento em questão.
C – Características Específicas: indicam formas geométricas e propriedades particulares das amostras
e ainda operações de preparação realizadas. Neste caso o procedimento deve ser detalhado, indicando se o
mate- rial sofreu alguma preparação física e/ou química como polimento, ataque químico, tratamento
térmico, etc..
4.2 Equipamentos:
Uma listagem dos instrumentos e equipamentos utilizados deve ser fornecida, sempre que possível
es- pecificando tipo, modelo e marca do fabricante; escalas utilizadas, procedimentos de operação e de
calibragem devem ser descritos de forma sintética e clara. Quando forem utilizados equipamentos muito
específicos, deve ainda ser realizada uma breve descrição do princípio de funcionamento.

4.3 Procedimento Experimental:


É objetivo desta disciplina exercitar os métodos experimentais da Física. Desta forma, a seqüência de
operações de manipulação (preparação) das amostras e de medições deve ser fornecida ordenadamente, de
modo que o leitor tenha conhecimento exato da metodologia empregada podendo, inclusive, repetir o experi-
mento e constatar a obtenção de resultados semelhantes. De fato, o mérito de um relatório está em fornecer
ao leitor as informações necessárias e suficientes para a repetição do experimento.

5 – Resultados
Após análise e interpretação, os dados experimentais fornecidos pelo equipamento de medição transfor-
mam-se em resultados experimentais. Esta distinção entre dados e resultados é o objetivo conceitual da
disciplina que consiste na análise de erros ou desvios experimentais e na interpretação do fenômeno observado
em termos de um modelo físico – matemático. Em suma, resultado é o que resulta do dado, após interpretação
física.
A compreensão do fenômeno observado será mais significativa, clara e abrangente se os resultados
das medidas experimentais obedecerem aos seguintes critérios de representação, a saber:

5.1 Tabelas
A apresentação dos resultados na forma de uma tabela sintetiza o experimento. Tal tabela deve ser
simples, especificando-se com clareza as componentes das linhas e das colunas, incluindo parâmetros gerais
como unidades e específicos, como o número da amostra. A legenda, colocada acima ou abaixo da tabela,
deve refletir o conteúdo de forma clara. Detalhes específicos e muito particulares, como um dado
experimental extra obtido da literatura, ou medido através de técnica ou equipamento distinto, etc., devem
ser marcados com um sinal, letra ou número sobrescrito e citados como notas de rodapé nas últimas linhas
do interior da tabela ou imediatamente abaixo desta.

5.2 Gráficos
Resultados apresentados sob a forma gráfica facilitam a visualização do fenômeno físico, evidenciando
relações e equações entre as variáveis. Para maior clareza e utilidade, devem ser adotados os seguintes critérios:
- Os eixos devem indicar a grandeza ou variável assim como a unidade de medida.
- A escala deve permitir uma ampla representação dos dados e ser de fácil leitura, com incrementos
múltiplos de 1, 2 ou 10. Ela deve ser construída levando-se em consideração os valores extremos.
- Os dados devem ser apresentados por meio de símbolos simples (pontos, estrelas, quadrados, etc.).
É importante distinguir dados obtidos no experimento daqueles resultado de cálculos ou obtidos de outras
fontes.
- Todos os dados obtidos devem ser apresentados no gráfico, mesmo os que estão muito distantes do
comportamento usual ou esperado, estes devem ser objeto de análise específica.
- Quando os dados apresentarem alta variação, deve-se procurar traçar a curva média, mantendo-se
igual número de pontos acima e abaixo desta.
- Semelhanças ou diferenças do comportamento dos resultados podem ser evidenciadas traçando-se
várias curvas em um mesmo gráfico. Curvas teóricas ou extraídas da literatura também podem ser
adicionadas para comparação com os resultados obtidos.
- Tratamentos estatísticos são úteis quando utilizados com o critério de acentuar a representação do
fenômeno físico.

5.3 Desenhos e Imagens


Desenhos e fotografias das amostras são também resultados experimentais. Neste caso deve existir
uma legenda com indicação da escala (aumento) e informações relacionadas com a técnica de obtenção da
imagem e de preparação da amostra.
6 – Conclusões
As conclusões devem estar relacionadas com o fenômeno físico observado no experimento realizado
e com os resultados efetivamente obtidos, buscando sua inserção em um modelo físico e eventualmente a
comparação com resultados provenientes de outras fontes, como livros ou artigos. As conclusões estão dire-
tamente ligadas à introdução teórica e à análise de erros ou desvios. Tais conclusões podem ser afirmativas
ou negativas, mas não devem levantar hipóteses novas, além das apresentadas na discussão dos resultados,
ao contrário, aqui o propósito é reduzir hipóteses.

7 – Referências Bibliográficas e Bibliografia


Nas Referências Bibliográficas devem ser citados livros, artigos, textos e manuais dos quais foram
efetivamente extraídas informações para a realização do experimento, análise e interpretação dos dados. Tais
Referências Bibliográficas devem ser relacionadas por ordem de citação no corpo do texto escrito, através de
números de identificação – p. ex.: [1] ou nome dos autores, por exemplo, Sears e col., Livro I, Cap.3, pp.67,
etc.Também pode ser mencionada uma Bibliografia de apoio ao leitor, contendo informações mais aprofun-
dadas sobre o tema ou textos que tenham sido empregados em caráter geral. É importante esta distinção
entre Referências Bibliográficas e Bibliografia. Em suma, a Bibliografia tem caráter Geral, já a Referência
Biblio- gráfica tem caráter Específico.
MODELO DE RELATÓRIO (Utilizar nas primeiras aulas)
Relatório de Laboratório de Física No
ALUNOS Curso
Período Grupo Data / /

Experimento:

Objetivo:

Materiais & Instrumentos & Métodos:

Descrição:
(Introdução teórica e procedimento experimental)

Resultados Obtidos:
(Dados Experimentais)

Resultados Calculados:
(Grandezas determinadas pelo experimento)

Outros Resultados:
(Grandezas que poderiam ser obtidas, problemas experimentais, experimentos análogos, etc.)

Conclusões:

Bibliografia:

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