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IVAN TARGINO
EMILIA MOREIRA
MARILDA MENEZES
INTRODUÇÃO
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Foi exatamente para lutar contra esse quadro dantesco de 3 Pedro Teixeira nasceu
em 4 de março de 1918,
sofrimento e de exploração que as ligas camponesas surgiram em Guarabira (PB).
Órfão de pai, morto
e se consolidaram no Nordeste, a partir de janeiro de 1955, em questão de terra,
mudou-se para Espírito
com a fundação da Sociedade de Agricultura e de Criação dos Santo, onde morou com
um tio que era capataz
Plantadores de Pernambuco, no Engenho Galileia, situado no de uma fazenda. Não
município pernambucano de Vitória de Santo Antão (JULIÃO, concordando com o
tratamento dado pelo
2009). Com o desenrolar da luta é que vão se consolidar as tio aos trabalhadores,
deixou o engenho e foi
grandes bandeiras do movimento: a luta contra a elevação do para o município de
Sapé, onde conheceu e
foro, a luta contra o cambão, a luta contra os salários aviltantes, se casou com Elizabeth
Teixeira. O sogro, um
a luta pela reforma agrária. pequeno proprietário,
não concordava com
o casamento. Pedro
Teixeira foi morar
O SURGIMENTO DA LIGA DE SAPÉ E A DIFUSÃO DO MOVIMENTO em Recife e logo em
seguida em Jaboatão,
onde trabalhou em
uma pedreira. Foi aí
que teve os primeiros
A primeira liga fundada na Paraíba foi a de Sapé, a partir da contatos com o Partido
Comunista. Fundou o
liderança de João Pedro Teixeira,3 de acordo com Elizabeth Sindicato dos Operários
das Pedreiras, tendo
Teixeira: 4 sido o seu primeiro
presidente. Em virtude
de seu envolvimento
Eu quero dizer para os companheiros e companheiras que com a organização
dos trabalhadores, foi
João Pedro Teixeira, na Paraíba, foi quem começou a luta do despedido e voltou para
campo, no município de Sapé. [...] Quando chegamos em Sapé a convite de um
cunhado, pois a família
Barra de Anta, eu ainda não tinha nem conhecimento de estava passando por
que João Pedro já tinha aquele espírito de luta. João Pedro necessidades em Recife.
Foi quando começou
andava nos engenhos Anta, Melancia, Sapucaia, que ficava o seu envolvimento
com a organização
mais próximo a nossa casa, tomando conhecimento como das ligas camponesas
aqueles trabalhadores daqueles engenhos sobreviviam, (CONSULTA POPULAR,
2002)
daquelas fazendas, e viu uma situação difícil. Ele chegava
em casa e falava para mim que a vida do trabalhador do
campo, dos engenhos, das fazendas é tão difícil, que chegava
o momento de muitos pais verem seus filhinhos morrer
de fome. Então, ele convidava aqueles trabalhadores para 4 Esposa de João Pedro
virem até a nossa casa, conversar com ele, do Engenho Anta, Teixeira, ela assumiu a
Presidência da Liga de
do Engenho Melancia, do Engenho Sapucaia, Engenho Sapé após o assassinato
de João Pedro. Para um
Maraú e de outras fazendas. Conversavam com ele, e chegou melhor conhecimento
o momento dele fundar a Liga Camponesa em Sapé, que foi da vida de Elizabeth
Teixeira, veja Bandeira,
fundada por João Pedro Teixeira em 58 (relato no SMC). Miele e Godoy (1997).
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O monsenhor Odilon Pedrosa evidencia, em sua fala, que 5 Ficou conhecido como
os trabalhadores tinham consciência da sua situação social Pedro Fazendeiro, pois
adotou a estratégia
e viviam em ponto de explosão. Assim, João Pedro não levou, de vender tecido
(localmente também
propriamente, a consciência aos trabalhadores, mas “sentia na denominado de fazenda)
pelos sítios como forma
carne o problema dos irmãos” e essa sensibilidade e perspicácia de manter contato com
política fizeram com que ele acendesse o estopim, alastrando o os camponeses sem
levantar suspeita dos
fogaréu. Assim, ele se tornou uma liderança. Conseguiu traduzir proprietários.
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Ele via a fome do povo. Ele já sabia que o povo era sofrido,
como ele era sofrido. Então, ele sabia que se unisse, se
organizasse... Ele dizia: “Povo unido não mais será vendido”.
Outra coisa, ele militava. Dentro de Sapé, ele enchia isso
cheio de gente, de gente atrás dele. Era festa, fogos, ciranda,
zabumba batendo... Era alegria muito grande (depoimento
de Severino Guilhermino de Souza, apud VAN HAM, 2006,
p. 370).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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IVAN TARGINO – Professor do Departamento de Economia e do Programa de Pós-
Graduação em Economia da UFPB, <ivantargino@bol.com.br>.
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