Você está na página 1de 30

Heterodera glycines

- o nematoide de cisto da soja -

NANISMO AMARELO DA SOJA


Profª Dalila Sêni Buonicontro
dalila.jesus@ufv.br
HISTÓRICO
❖1915 – China/Japão
❖1952 – EUA
❖1983 - Colômbia

❖Brasil – 1992/93
✓Inicialmente - MG, MT, MS e GO

✓ HOJE - SP, PR, RS, BA, MA e TO

NO BRASIL
➢Heterodera glycines (Nematoide do Cisto da Soja)
➢ H. fici em figueiras SP, RS (Branca-Lion et al.,1977)
➢H. axonodi em gramíneas nativas do cerrado, DF (Souza, 1996)
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

❖ PERDAS EUA
✓ ~ 600 milhões de dólares

✓ 20 a 30 % de redução na produção de soja

❖ PERDAS BRASIL:

✓ 15 a 25 % de redução na produção (conforme a região)

No Brasil Central: ↑ população + excesso de calagem = 100 % de perdas

✓Perdas são maiores sob condições de estresse hídrico.


SINTOMAS

❖ Sintomas aparecem em reboleiras


❖ Plantas com crescimento reduzido
❖ Folhas amarelas
❖ Desfolhamento prematuro
❖ Redução do nº de vagens
❖ Raízes podem apresentar necroses
❖ Subdesenvolvimento de sistema radicular
❖ Sistema radicular com menos nódulos de Bradyrhizobium
❖ Morte prematura de plantas.
SINTOMAS

Fonte: Boletim de Pesquisa 2019/2020 - Fundação MT


SINTOMAS
CUIDADO!

✓ Deficiência nutricional (ex: N, K);

✓Fitotoxicidade causada por Sintomas na parte aérea


defensivos agrícolas; são semelhantes aos
causados por H. glycines.
✓Compactação do solo.
DIAGNOSE

Fonte: Fundação MT, AVIFRAN, Crop Science


CICLO DE VIDA

DURAÇÃO: Cerca de 3-4 semanas em condições


favoráveis (22-29 °C).

...soja de ciclo tardio → teoricamente pode ocorrer 4-6 gerações


do NCS
CICLO DA DOENÇA
CICLO DE VIDA DO
PATÓGENO

Parte do corpo da fêmea fica


exposto na superfície da raiz
(rompimento mecânico + ação
enzimática).
CÉLULAS ESPECIAIS DE ALIMENTAÇÃO

Nematoide das galhas Nematoide do cisto

Hipertrofia
Hipertrofia
Hiperplasia Fêmea/
Fêmea
Cél. Gigantes Cisto

Sincício

Adaptado de Grunewald et al. 2009


REPRODUÇÃO

▪Reprodução por anfimixia.

▪Uma fêmea pode ser fertilizada por


vários machos → ↑ variabilidade
genética.
Massa de ovos (protege os ovos)

1/3 dos ovos são depositados na matriz gelatinosa, o


restante fica retido dentro do corpo da fêmea.
FÊMEAS,
ficam
na raiz

CISTOS
soltam
da raiz

➢ Os cistos são leves e muito resistentes.


➢ Os ovos dentro dos cistos podem permanecer viáveis por 10
anos ou mais.
FÊMEAS PRODUZEM ATÉ 600 OVOS
IDENTIFICAÇÃO DE RAÇAS

❖Reprodução ANFIMIXIA = VARIABILIDADE GENÉTICA

MUDANÇA DE RAÇAS

❖1988 (Riggs, et.al) 16 RAÇAS


teóricas
Reação das diferenciadoras de
raças de H. glycines
(Golden et al., 1970;Riggs; Schimtt, 1988)

cv. ‘LEE’= padrão de suscetibilidade


cv. Hartwig= padrão de resistência

n° fêmeas cv. Diferenciadora


IF(%) =
n° fêmeas em “LEE”

− IF < 10% em relação a “LEE”


+ IF ≥ 10%
Manter em casa de vegetação 20-30 °C – Avaliar a reação aos 28-30 DAI

Fonte: N. R. Ribeiro
RAÇAS DE NCS

❖ MUNDO = 12 RAÇAS

❖ BRASIL = 11 RAÇAS

PREDOMINANTE = RAÇA 3
Estados-Municípios Raças Estados-Municípios Raças
BAHIA 3 e 14 Alto Taquari 3, 4, 10 e 14
Barreiras 14 Campos de Júlio 5, 6, 9 e 10
F. do Rio. Preto 3 C. N. do Parecis 3e9
Luiz E. Magalhães 3 Campo Verde 1, 2, 3 e 5
GOIÁS 3, 4, 5, 6, 9, 10 e 14 Deciolândia 3
Campo A. de Goiás 14 Diamantino 3
Catalão 3 Don Aquino 2, 3 e 5
Chapadão do Céu 3, 4, 5, 6, 9 e 14 Guiratinga 3, 4 e 14
Gameleira de Goiás 3 Itiquira 3
Ipameri 3e6 Jaciara 2e5
Jataí 4, 6, 9 e 14 Juscimeira 2e3
Luziânia 3 Lucas do R. Verde 3, 4, 6 e 9
Mineiros 3, 6 e 14 Nova Mutum 3
Rio Verde 3 e 10 Nova Ubiratã 3
Perolândia 14 Nova Xavantina 2,5 e 6
Serranópolis 14 Pedra Preta 2
MARANHÃO 4, 5, 6 e 9 Primavera do Leste 1, 2, 3, 4 e 5
Alto Parnaíba 4e5 Santo A. do Leste 3
Balsas 9 Sapezal 3, 5 e 6
Tasso Fragoso 6 Sorriso 1,2,3,4,4+,5,6,14 e14+
MATO GROSSO 1, 2, 3, 4, 4+, 5, 6, 9, 10, 14 e 14+ Tangará da Serra 1, 3 e 4
Alto Garças 3 e 14 Tapurah 3, 5, 6 e 9
CONT.

ESTADOS - MUNICÍPIOS RAÇAS ESTADOS - MUNICÍPIOS RAÇAS

MATO GROSSO DO SUL 1, 3, 4, 5, 6, 9, 10 e 14 Uberaba 3e6


Costa Rica 6, 10 e 14 Uberlândia 3
São G. do Oeste 14 PARANÁ 3
Sonora 1, 3 e 9 Marechal C. Rondon 3
MINAS GERAIS 3, 4, 6 e 10 Sertaneja 3
Araguari 3 Tupãssi 3
Coromandel 3 SÃO PAULO 3
Indianópolis 3 Assis 3
Iraí de Minas 3 Cândido Mota 3
João Pinheiro 3 Florínea 3
Monte Carmelo 3 Tarumã 3
Nova Ponte 3 RIO GRANDE DO SUL 3, 5 e 6
Patos de Minas 3 Cruzeiro do Sul 6
Pedrinópolis 3 e 10 Santo Ângelo 5
Perdizes 3 São M. das Missões 3
Presidente Olegário 3e4 TOCANTINS 1
Romaria 3 Dianópolis 1
Santa Juliana 3
Fonte: Boletim de Pesquisa 2019/2020 - Fundação MT
PRINCIPAIS PLANTAS HOSPEDEIRAS

✓Feijão comum (Phaseolus vulgaris) ✓Alfafa (Medicago sp.)

✓Feijão adzuki (Vigna angularis) ✓Alfarrobeira (Ceratonia siliqua)

✓Caupi (Vigna sinensis) ✓Borragem (Borrago officinalis)

✓Feijão fava (Phaseolus lunatus) ✓Alcaravia (Carum carvi)

✓Ervilha (Pisum sativum) ✓Gerânio (Pelargonium sp.)

✓Ervilhaca (Vicia sativa) ✓Verbena (Verbena sp.)

✓Tremoço (Lupinus sp.)

✓Crotalária (Crotalaria intermedia,


C. incana, C. lanceolata, C. leioloba,
C. ochroleuca)
PLANTAS NÃO HOSPEDEIRAS
MILHO ARROZ AVEIA

SORGO TRIGO ALGODÃO

AMENDOIM GIRASSOL MAMONA


MANEJO

❖ DISPERSÃO (sementes, veículos, implementos e vento)

❖ PREVENÇÃO:

✓ Evitar trânsito de máquinas e pessoal provenientes de áreas


infestadas.
✓ Lavagem de máquinas, implementos, calçados, pneus,
paralamas de carros, etc...
✓ Sementes livres de partículas de solo ou restos vegetais.
MANEJO

❖ USO DE CULTIVARES RESISTENTES

✓ IPAGRO-21 (RS)

✓ MG/BR-Renascença (resistente à raça 3)

✓ MT/BR-63 (Pintado) – resistente às raças 1 e 3

(Cerrado) e moderadamente resistente às raças 5 e 14

✓ Liderança – resistente a raça 3 (Cerrado)

CULTIVARES RESISTENTES AO NCS a seguir


MANEJO

❖ ROTAÇÃO DE CULTURAS COM USO DE CULTIVAR


RESISTENTE

1° ANO: PLANTA NÃO


HOSPEDEIRA

2° ANO: CULTIVAR RESISTENTE

3° ANO: CULTIVAR SUSCETÍVEL


MANEJO

❖ MANEJO DO SOLO

❖ CONTROLE QUÍMICO

❖ CONTROLE BIOLÓGICO

Você também pode gostar