Tombamento das Serras do Japi, Guaxinduva e Jaguacoara (1983)
- Grande valor cênico - Banco genético - Área ecológica e hidricamente crítica
A Resolução traz 19 DIRETRIZES visando conciliar a preservação da Serra do
Japi e a continuidade das atividades econômicas preexistentes:
1- Sítios e fazendas que já estiverem desenvolvendo atividades agrárias (pequenas
culturas, pecuária, aviário, silvicultura) poderão continuar: DESDE QUE NÃO AMPLIEM o espaço NÃO COMPROMETAM as reservas de coberturas vegetais de suas propriedades NÃO PODEM mudar radicalmente de ramo sem autorização do Conselho DESEJÁVEL: aproveitem ao máximo e de modo racional as terras agrícolas VEDADAS MUDANÇAS p/ indústrias, carvoejamento, mineração e loteamentos - Os pequenos produtores agrícolas, na prática, ficam fora do processo de Tombamento, porém terão que respeitar as condições de CONDEPHAAT em termos de preservação das parcelas não agrárias de suas glebas + compromisso de continuidade nas atividades econômicas que já vem exercendo 2- Proprietários de GLEBAS AGRARIAMENTE INATIVAS de 2 a 20 hectares ou terra bruta >>> só podem utilizá-las como SÍTIOS DE LAZER 3- MINERADORES QUE JÁ TENHAM AUTORIZAÇÃO + que tenham estabelecimento tradicional no ramo + sensibilidade comprovado ou comprovável na preservação dos espaços da Serra do Japi >>>> poderão continuar segundo diretrizes do DNPM - Obs: todos os casos de atividades de extração mineral, não abrangidos neste documento, e não resolvidos por acordos entre o DNPM e o CONDEPHAAT, serão analisados por um grupo de trabalho a ser organizado, ouvidos os interessados, e com parecer terminal do Conselho
4- EXTENSÃO PARCIAL DE REDES DE ALTA TENSÃO (eletrificação rural ou
operacionalizar mineração), são considerados viáveis, ficando sempre na dependência de aprovação pela ELETROPAULO, CESP e pelo CONDEPHAAT 5- SÍTIOS DE LAZER podem construir residência e seus anexos (casa de caseiro, aviário, garagem, canil, piscina, quadra, horta, pomar, acesso a partir de vicinais...) 6- PEQUENOS LOTES, SÍTIOS E FAZENDAS (0,5 a 20 ha) totalmente recobertos por florestas e capoeiras densas >>> podem implantar, em áreas restritas, residências e anexos. Projeto encaminhado ao CONDEPHAAT
-Se o desmatamento for 20% 0,5 a 1,9 hectares
18% 2,0 a 3,9 hectares indispensável >> sugere-se o 16% 4,0 a 5,9 hectares aproveitamento dos espaços com 14% 6,0 a 7,9 hectares matas secundárias (capoeiras). 12% 8,0 a 9,9 hectares Tabela de % de áreas máx p/ Aproveitamento de 12.000m² 10 a 20 hectares clareiras por gleba (e/ou módulo)
- Para os futuros módulos de preservação (20 hectares) totalmente florestados, somente
serão toleradas clareiras de 12.000m² p/ residência e seus anexos 7-LOTES OU MÓDULOS COM COBERTURA VEGETAL EM MOSAICO (matas e campos) >> o local p/ implantação da residência deve ser escolhido no setor de menor biomassa vegetal existente (campos e pastagens). Encaminhar proposta ao CONDEPHAAT 8- REGRAS PARA CONSTRUÇÕES Lotes até 2 ha >> projeção da área residência pode ocupar até 400 m³ e gabarito máximo: 2 pavimentos Em lotes maiores ou nos módulos de preservação >> análise caso a caso Somente uso residencial (não distorcer) - Construções para parques públicos e projetos de turismos >> avaliadas em conjunto pelos órgãos federais, estaduais e municipais - Construções desdobradas em glebas de 5 a 20 ha, por motivos de espólio ou partilha judicial, serão avaliadas caso a caso 9- GLEBAS AGRICOLAMENTE INATIVAS > 40 ha poderão comportar parcelamento em módulos de preservação do CONDEPHAAT, envolvendo sem prejuízo de cumprimento das exigências legais do INCRA – 20 hectares. 10- LOTEAMENTOS APROVADOS anteriormente ao tombamento em parcelas ≤ 2ha serão mantidos. Os futuros projetos de construção devem ser aprovados pelo CONDEPHAAT antes da aprovação das prefeituras 11- MÓDULOS DE PRESERVAÇÃO COM 20 HECTARES >> poderão receber o projeto de uma residência, desde que a construção não amplie área de devastação e não redunde em desdobramento e interiorização de acessos 12- NÃO PODE residências em cabeceiras extremas de drenagens (bacias de captação de águas). NÃO SERÃO AUTORIZADAS quaisquer barragens de rios da serra e seus contrafortes - PODERÁ SER ESTUDADA, a possibilidade de pequenas barragens de contenção em vales agriculturados, para fins de piscicultura (Jundiuvira e setor ENE da Serra) - Possibilidade de projetos agropecuários em glebas de 5 a 20 ha nos fundos e flancos baixos do vale do rio Jundiuvira - depressão intermontana situada entre as serras de Guaxinduva e Jaguacoara 13- PROJETOS TURÍSTICOS ESPECIAIS vinculados à Embratur >> elaborados com todas as precauções do paisagismo ecológico poderão ser estudados para sítios paisagisticamente relevantes no interior da área tombada - Projetos turísticos de menor nível de sofisticação sob diretrizes adequadas de implantação poderão ser apreciados pelo CONDEPHAAT - Previsão da possibilidade de implantação de parques estaduais e municipais, de área restrita, em glebas localizadas em terras devolutas ou desapropriadas 14- PREVISÃO DE IMPLANTAR UM SISTEMA DE ACEIROS >> projeto elaborado p/ evitar a progressão de incêndios 15- ÁREAS EM DISPUTA JUDICIAL/USUCAPIÃO >> ficarão sob a responsabilidade da Procuradoria do Patrimônio Imobiliário. reservando-se o CONDEPHAAT o direito de orientar o processo eventual de reciclagem de tais espaços para fins de lazer comunitário. 16- ÁREAS DEVOLUTAS no interior do tombamento >> serão motivo de “considerações especiais” entre o Conselho, a PGE (representada por sua Procuradoria do Patrimônio Imobiliário) e as prefeituras 17- NÃO SERÃO TOLERADOS INDÚSTRIAS na área do tombamento e no seu entorno imediato (300m a partir dos limites tombados) Não pode a instalação de núcleos de carvoaria e a madeira retirada das glebas de silvicultura devem ser trabalhadas fora o núcleo principal da área de tombamento 18- ÁREAS DE MATAS RESGUARDADAS POR POSTURA DO IBDF >> permanecerão intocáveis. Exceção: Em módulos de até 20 há pode ser feito clareira p/ instalar residência conforme dimensões permitidas) 19- É FACULTATIVO que os proprietários façam consulta prévia sobre interesse do Estado em adquirir as glebas em negociação (compras ou vendas de propriedades na área tombada) - Criação de uma Comissão Interórgãos públicos para controle da organização do espaço, ordenação dos acessos e previsão periódica da situação efetiva da preservação da natureza na Serra do Japi