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III - desconto no preço dos recursos florestais Florestal Brasileiro, nos termos do art. 67 da
auferidos da floresta pública. mesma lei.

CAPÍTULO IX Art. 61. O PAOF da União do ano de 2007 pode-


DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS rá ser concluído no mesmo ano de sua vigência,
admitida a simplificação do conteúdo mínimo, de
Art. 60. A delegação prevista no § 1º do art. 49 que trata o art. 20, conforme disposto em ato do
da Lei nº 11.284, de 2006, dar-se-á por meio de Ministério do Meio Ambiente.
contrato de gestão firmado entre o Ministério do
Art. 62. Este decreto entra em vigor na data de
Meio Ambiente e o Conselho Diretor do Serviço
sua publicação.

Resolução do CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002


Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reserva-
tórios artificiais e o regime de uso do entorno.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- interesse ambiental, integram o desenvolvimento


CONAMA, no uso das competências que lhe são sustentável, objetivo das presentes e futuras gera-
conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de ções;
1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de Considerando a função ambiental das Áreas de
6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto Preservação Permanente de preservar os recursos
nas leis nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
9.433, de 8 de janeiro de 1997, e no seu biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora,
Regimento Interno, e proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas, resolve:
Considerando que a função socioambiental da
Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o
propriedade prevista nos arts. 5º, inciso XXIII,
estabelecimento de parâmetros, definições e limi-
170, inciso VI, 182, § 2º, 186, inciso II e 225 da
tes para as Áreas de Preservação Permanente de
Constituição, os princípios da prevenção, da pre- reservatório artificial e a instituição da elaboração
caução e do poluidor-pagador; obrigatória de plano ambiental de conservação e
Considerando a necessidade de regulamentar o uso do seu entorno.
art. 2º da Lei nº 4.771, de 1965, no que concer- Art. 2º Para efeito desta resolução são adotadas
ne às áreas de preservação permanente no entor- as seguintes definições:
no dos reservatórios artificiais;
I - Reservatório artificial: acumulação não natural
Considerando as responsabilidades assumidas de água destinada a quaisquer de seus múltiplos
pelo Brasil por força da Convenção da Biodiver- usos;
sidade, de 1992, da Convenção de Ramsar, de
II - Área de Preservação Permanente: a área mar-
1971 e da Convenção de Washington, de 1940,
ginal ao redor do reservatório artificial e suas
bem como os compromissos derivados da Decla-
ilhas, com a função ambiental de preservar os
ração do Rio de Janeiro, de 1992;
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geo-
Considerando que as Áreas de Preservação lógica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna
Permanente e outros espaços territoriais especial- e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar
mente protegidos, como instrumento de relevante das populações humanas;
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III - Plano Ambiental de Conservação e Uso do § 1º Os limites da Área de Preservação Perma-


Entorno de Reservatório Artificial: conjunto de nente, previstos no inciso I, poderão ser ampliados
diretrizes e proposições com o objetivo de disci- ou reduzidos, observando-se o patamar mínimo
plinar a conservação, recuperação, o uso e ocupa- de trinta metros, conforme estabelecido no licen-
ção do entorno do reservatório artificial, respeita- ciamento ambiental e no plano de recursos hídricos
dos os parâmetros estabelecidos nesta resolução da bacia onde o reservatório se insere, se houver.
e em outras normas aplicáveis; § 2º Os limites da Área de Preservação Perma-
IV - Nível Máximo Normal: é a cota máxima nor- nente, previstos no inciso II, somente poderão ser
mal de operação do reservatório; ampliados, conforme estabelecido no licenciamento
ambiental, e, quando houver, de acordo com o
V - Área Urbana Consolidada: aquela que atende plano de recursos hídricos da bacia onde o reser-
aos seguintes critérios: vatório se insere.
a) definição legal pelo poder público; § 3º A redução do limite da Área de Preservação
b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes Permanente, prevista no § 1º deste artigo não se
equipamentos de infra-estrutura urbana: aplica às áreas de ocorrência original da floresta
ombrófila densa - porção amazônica, inclusive os
1. malha viária com canalização de águas pluviais,
cerradões e aos reservatórios artificiais utilizados
2. rede de abastecimento de água; para fins de abastecimento público.
3. rede de esgoto; § 4º A ampliação ou redução do limite das Áreas
4. distribuição de energia elétrica e iluminação de Preservação Permanente, a que se refere o
pública; § 1º, deverá ser estabelecida considerando, no
mínimo, os seguintes critérios:
5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos;
I - características ambientais da bacia hidrográfica;
6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e
II - geologia, geomorfologia, hidrogeologia e
c) densidade demográfica superior a cinco mil fisiografia da bacia hidrográfica;
habitantes por km2.
III - tipologia vegetal;
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente
IV - representatividade ecológica da área no
a área com largura mínima, em projeção horizon-
bioma presente dentro da bacia hidrográfica em
tal, no entorno dos reservatórios artificiais, medida
que está inserido, notadamente a existência de
a partir do nível máximo normal de:
espécie ameaçada de extinção e a importância da
I - trinta metros para os reservatórios artificiais área como corredor de biodiversidade;
situados em áreas urbanas consolidadas e cem
V - finalidade do uso da água;
metros para áreas rurais;
VI - uso e ocupação do solo no entorno;
II - quinze metros, no mínimo, para os reservató-
rios artificiais de geração de energia elétrica com VII - o impacto ambiental causado pela implanta-
até dez hectares, sem prejuízo da compensação ção do reservatório e no entorno da Área de
ambiental. Preservação Permanente até a faixa de cem metros.
III - quinze metros, no mínimo, para reservatórios § 5º Na hipótese de redução, a ocupação urbana,
artificiais não utilizados em abastecimento públi- mesmo com parcelamento do solo através de
co ou geração de energia elétrica, com até vinte loteamento ou subdivisão em partes ideais, den-
hectares de superfície e localizados em área rural. tre outros mecanismos, não poderá exceder a dez
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por cento dessa área, ressalvadas as benfeitorias aplicável, informando-se ao Ministério Público
existentes na área urbana consolidada, à época com antecedência de trinta dias da respectiva
da solicitação da licença prévia ambiental. data.
§ 6º Não se aplicam as disposições deste artigo § 3º Na análise do plano ambiental de conserva-
às acumulações artificiais de água, inferiores a ção e uso de que trata este artigo, será ouvido o
cinco hectares de superfície, desde que não resul- respectivo comitê de bacia hidrográfica, quando
tantes do barramento ou represamento de cursos houver.
d’água e não localizadas em Área de Preservação § 4º O plano ambiental de conservação e uso
Permanente, à exceção daquelas destinadas ao poderá indicar áreas para implantação de pólos
abastecimento público.
turísticos e lazer no entorno do reservatório arti-
Art. 4º O empreendedor, no âmbito do procedi- ficial, que não poderão exceder a dez por cento
mento de licenciamento ambiental, deve elaborar da área total do seu entorno.
o plano ambiental de conservação e uso do
§ 5º As áreas previstas no parágrafo anterior
entorno de reservatório artificial em conformida-
somente poderão ser ocupadas respeitadas a
de com o termo de referência expedido pelo
legislação municipal, estadual e federal, e desde
órgão ambiental competente, para os reservató-
que a ocupação esteja devidamente licenciada
rios artificiais destinados à geração de energia e
pelo órgão ambiental competente.
abastecimento público.
Art. 5º Aos empreendimentos objeto de proces-
§ 1º Cabe ao órgão ambiental competente apro-
so de privatização, até a data de publicação desta
var o plano ambiental de conservação e uso do
resolução, aplicam-se às exigências ambientais
entorno dos reservatórios artificiais, considerando
vigentes à época da privatização, inclusive os cem
o plano de recursos hídricos, quando houver, sem
metros mínimos de Área de Preservação
prejuízo do procedimento de licenciamento
Permanente.
ambiental.
§ 2º A aprovação do plano ambiental de conser- Parágrafo único. Aos empreendimentos que dis-
vação e uso do entorno dos reservatórios artifi- põem de licença de operação aplicam-se as exi-
ciais deverá ser precedida da realização de con- gências nela contidas.
sulta pública, sob pena de nulidade do ato admi- Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de
nistrativo, na forma da Resolução CONAMA no sua publicação, incidindo, inclusive, sobre os pro-
09, de 3 de dezembro de 1987, naquilo que for cessos de licenciamento ambiental em andamento.

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