Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CENTRO DE RECURSO DE PEMBA

Tema do trabalho

O movimento dos países não alinhados e o seu impacto em África

Nome: Mohamede Abubacar Abdul


Código: 708207426

Curso de Licenciatura em: História

Disciplina: História das Instituições Politicas IV

Ano de Frequência: 4º Ano

Pemba, Abril de 2023


Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada,
coerência / coesão
Análise e textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas  Rigor e coerência
Referências APA 6ª edição das
4.0
Bibliográficas em citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

2
Índice
Introdução....................................................................................................................................4
O movimento dos países não alinhados.......................................................................................5
Contexto Sócio – Cultural.............................................................................................................5
Conceito.......................................................................................................................................5
Objectivos dos países não alinhados............................................................................................6
Impacto........................................................................................................................................6
Estrutura organizacional e membros...........................................................................................7
Existência do movimento dos países não alinhados.....................................................................8
Conclusão.....................................................................................................................................9
Referências bibliográficas………………………………………………………………………………………………………10

3
Introdução:
Através deste trabalho, irei explicar e clarificar em que contexto surgiu o Movimento dos
Países Não Alinhados. Porque surgiu este movimento, quais os seus princípios, objectivos
e ideias propostas e atingidas e demonstrar como foi importante para a história a criação
deste interessante movimento. Por conseguinte, as suas repercussões desde a criação e
união das nações que compõem o Movimento dos Países Não Alinhados.

O não-alinhamento foi uma estratégia de política externa difundida entre um grupo de


países do então chamado Terceiro Mundo durante a Guerra Fria. Caracterizava-se pelo
gerenciamento autónomo de uma agenda internacional dissociada das pressões por
alinhamento automático a um dos blocos antagónicos do conflito bipolar.
(FERNANDES; 2017)

4
O movimento dos países não alinhados

Contexto Sócio – Cultural

Após o termo da II Guerra Mundial em 1945, mundo ficou como que um pouco
desnorteado, confuso e sem rumo. Dez anos depois do fim da Grande Guerra ainda
havia notórias marcas deixadas pelos acontecimentos de uma outra geração. Em meados
dos do século XX, duas super potências emergiam-se num confronto em que em
acabariam por arrastar quase todas as nações mundiais para uma guerra económica,
social, tecnológica e nuclear uma guerra por todos conhecida como a Guerra-fria. Com
o fim da II Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética cresceram de uma forma
abismal, em parte pela devastação que a guerra causara em muitos países, em parte pela
corrida ao armamento nuclear, certo e que Estados Unidos e União Soviética iniciaram-
se num confronto sem precedentes que duraria até ao final do século XX, para sermos
mais exactos até à queda do muro de Berlim em 1989. Com o mundo envolvido numa
disputa bipolar, outros órgãos mundiais começam a surgir no panorama das relações
Internacionais.

Conceito

Segundo LACOSTE (1966), define o movimento dos países nãos alinhados como um
grupo de países defendendo, a partir dos anos 50, a neutralidade face aos blocos
liderados pelas duas superpotências (Estados Unidos e União Soviética), então em plena
Guerra Fria. Em Abril de 1955, uma conferência de países asiáticos e africanos reuniu-
se em Bandoeng (Indonésia) para promover a unidade e independência do Terceiro
Mundo, a descolonização e o fim da segregação racial. Os iniciadores foram Tito
(Jugoslávia), Nasser (Egipto), Nehru (Índia) e Sukarno (Indonésia). O movimento não-
alinhado nasceu realmente em Belgrado em 1961. Seguir-se-iam outras conferências no
Cairo (1964), Lusaka (1970), Argel (1973), Colombo (1976).

A acção do movimento não-alinhado, composto por 120 países, teve nos últimos anos
um alcance muito limitado.

O Movimento dos Países Não-Alinhados (NAM) foi criado e fundado durante o colapso
do sistema colonial e as lutas pela independência dos povos da África, Ásia, América
Latina e outras regiões do mundo e no auge da Guerra Fria. Durante os primeiros dias
do Movimento, suas acções foram um factor-chave no processo de descolonização, que

5
levou mais tarde à conquista da liberdade e independência de muitos países e povos e à
fundação de dezenas de novos Estados soberanos. Ao longo da sua história, o
Movimento dos Países Não Alinhados desempenhou um papel fundamental na
preservação da paz e segurança mundiais. (MNA, 1962, p. 156)

Objectivos dos países não alinhados

O objectivo da organização foi resumido por Fidel Castro em sua Declaração de Havana
de 1979 como garantir "a independência nacional, a soberania, a integridade territorial e
a segurança dos países não alinhados" em sua "luta contra o imperialismo, o
colonialismo, o neocolonialismo, o racismo e todas as formas de agressão estrangeira,
ocupação, dominação, interferência ou hegemonia, bem como contra grandes potências.

Entre os seus objectivos do Movimento, está o apoio à autodeterminação e soberania


dos povos; a luta contra o imperialismo; e o rechaço ao uso da força nas relações
internacionais.

A Conferência de Bandung foi um encontro que aconteceu na cidade homónima,


localizada na Indonésia, em 1955. Ele reuniu líderes de 29 países da Ásia e da África
com o objectivo de identificar os objectivos, fraquezas, pontos fortes e características do
que hoje conhecemos como Terceiro Mundo

Impacto

O movimento dos países não alinhados está solidamente identificado com a Conferência
de Bandung/Indonésia 1955 (18-24Abril), embora não seja esta a data de constituição,
pois só na I Conferência de Belgrado/Jugoslávia 1961 (1-6Set.) se institucionalizou
formalmente o MNA.

A Cimeira de Bandung, que reuniu 29 países de Ásia e África, sobretudo da Ásia com
maior número de recém-independentes (em África ainda havia muitos
“países”/colónias), tornou-se um encontro muito rico pela discussão de temas e de
propostas, embora muitas não tenham sido aprovadas, como a do Tribunal da
Descolonização, discussão essa que, no entanto, incentivou e acelerou o processo de
independência das colónias entre elas as de origem portuguesa, muito em início de
processo, designadamente no apoio à organização dos movimentos de libertação.
(MOSCONI; 1996)

6
Assumiu-se o conceito de Terceiro Mundo (conjunto de países ex-colónias) em
oposição às economias industrializadas (Primeiro Mundo) e ao campo socialista
(Segundo Mundo). Este Terceiro Mundo, como conceito, está na origem do Movimento
dos Países Não Alinhados.

Estrutura organizacional e membros

Segundo PECEQUILO (2007), salienta que o movimento nasce de um desejo de não


estar alinhado dentro de uma estrutura geopolítica/militar e, portanto, ele próprio não
tem uma estrutura organizacional muito rígida.

Alguns fundamentos organizacionais foram definidos no Documento Metodológico de


Cartagena de 1996. A Conferência de Cúpula de Chefes de Estado ou de Governo de
Estados Não Alinhados é "a mais alta autoridade de tomada de decisões". A presidência
gira entre os países e muda em cada cúpula de chefes de Estado ou de governo para o
país que organiza a cúpula.

Os requisitos para ser membro do Movimento dos Não-Alinhados coincidem com as


principais crenças das Nações Unidas. Os requisitos atuais são que o país candidato
tenha demonstrado práticas de acordo com os dez "princípios de Bandung" de 1955:

 Respeito pelos direitos humanos fundamentais e pelos propósitos e princípios da


Carta das Nações Unidas.
 Respeito pela soberania e integridade territorial de todas as nações.
 Reconhecimento dos movimentos de independência nacional.
 Reconhecimento da igualdade de todas as raças e da igualdade de todas as
nações, grandes e pequenas.
 Abstenção de intervenção ou interferência nos assuntos internos de outro país.
 Respeito ao direito de cada nação de se defender individual ou colectivamente,
em conformidade com a Carta das Nações Unidas.
 Abster-se de actos ou ameaças de agressão ou uso da força contra a integridade
territorial ou a independência política de qualquer país.
 Solução de todas as controvérsias internacionais por meios pacíficos, em
conformidade com a Carta das Nações Unidas.
 Promoção de interesses mútuos e cooperação.
 Respeito pela justiça e obrigações internacionais.

7
Existência do movimento dos países não alinhados

Hoje o MNA ainda existe, mas com a relevância ofuscada por outros organismos,
fóruns, grupos e arranjos internacionais, de diretrizes, sobretudo, econômicas e que
contemplam os outrora chamados países de Terceiro Mundo (termo hoje em dia
amplamente considerado um tanto arcaico, e substituído pelo pseudoeufemismo “em
desenvolvimento”) tais como: o G20 (Grupo dos 19 países mais ricos mais a União
Europeia), o IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) e os BRICS (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul) (FERNANDES, 2017).

8
Conclusão:

Embora as conferências dos Não-Alinhados sejam um fórum diplomático importante


para numerosas organizações de libertação, como a OLP, o ANC ou a SWAPO, da
Namíbia, afastadas da política oficial, o Movimento não conseguiu tomar medidas
efetivas, seja no campo político, seja no campo econômico, e a razão para tanto parece
ser sua heterogeneidade congênita. É impossível soldar uma "aliança antiimperialista"
entre Cuba e a Arábia Saudita, o que leva a crer que, malgrado todo o respeitável não-
alinhamento de Tito e Nehru, não existe meio caminho entre capitalismo e socialismo,
sejam quais forem seus matizes. De outra parte, a relação de dependência do Terceiro
Mundo para com as grandes potências tem demonstrado ser inquebrável no seio do
capitalismo.

De fato, os Não-Alinhados jamais conseguiram articular plenamente sua intervenção na


ONU, quanto mais mediar conflitos entre seus membros, como a guerra Irã-Iraque. Mas
a melancolia transforma-se rapidamente em tragédia, quando vemos alguns
participantes do Movimento dos Não-Alinhados compondo a "força de paz" dos Estados
Unidos na invasão a Granada, em 1984, ou o governo "socialista" do Afeganistão "não-
alinhado" chamar tropas da URSS para livrar-se da guerrilha. (ONU; 2018)

9
Referências bibliográficas:

FERNANDES, Luís. (2017). A revolução bipolar: a génese e derrocada do socialismo


soviético. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, São Paulo: Anita Garibaldi.

HARVEY, David. (2005). O novo imperialismo. São Paulo: Edições Loyola. 2ª ed.

LACOSTE, Yves. (1966). Geografia do subdesenvolvimento. São Paulo: Difusão


Europeia do Livro.

MNA. (1962). Movimento dos Países Não Alinhados. Conferência de Belgrado


(Declaração dos Chefes de Estado ou de Governos dos Países não compromissados). In:
Revista Brasileira de Política Internacional, Ano V, Março de 1962, Número 17. Rio de
Janeiro: IBRI.

MOSCONI, Franco. (1998). Neutralismo. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI,


Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. Brasília: Editora Universidade
de Brasília.

ONU. (2018). Organização das Nações Unidas. A Carta das Nações Unidas.

PECEQUILO, Cristina Soreanu. (2012). Manual do Candidato – Política Internacional.


Brasília: FUNAG.

10

Você também pode gostar