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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TEMA:
Globalização e Ciência Política

Nome: Marta Arlindo

Pemba, 31 de Maio de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

TEMA:

Globalização e Ciência Política

O Estudante O Tutor

Marta Arlindo

Pemba, 31 de Maio de 2023


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Índice
Introdução....................................................................................................................................4

Globalização................................................................................................................................5

Características da globalização.....................................................................................................5

Tipos de globalização...................................................................................................................5

Globalização económica..............................................................................................................5

Globalização cultural....................................................................................................................6

Origem e história da globalização................................................................................................6

Fases da globalização...................................................................................................................6

Segunda fase da globalização.......................................................................................................6

Terceira fase da globalização.......................................................................................................7

Quarta fase da globalização..........................................................................................................7

Vantagens e desvantagens da globalização..................................................................................7

Vantagens da globalização...........................................................................................................7

Desvantagens da globalização......................................................................................................8

Efeitos da globalização.................................................................................................................8

Ciência politica............................................................................................................................9

História da ciência política...........................................................................................................9

A importância da ciência politica...............................................................................................10

O curso de Ciência Política........................................................................................................11

Considerações finais...................................................................................................................12

Referências Bibliográficas……………………………………………………………………....13

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Introdução

De modo geral podemos dizer que a ciência política é a teoria e prática da política e a
descrição e análise dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos e
do comportamento político. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura)
e dos processos de governo. A ciência política abrange diversos campos, como
a Filosofia Política, os sistemas políticos, o Estado, partidos
políticos, Ideologia, Economia Política, análise de Políticas Públicas, o estudo
da Administração Pública e do governo, das diferentes formas de governo como
a democracia, o processo eleitoral, a soberania e divisão de poderes
(executivo, legislativo e judiciário) e muitos outros.

Mas o estudo da ciência política contemporânea, em certo sentido, ainda é o mesmo


daquele de Aristóteles, só que levando em consideração toda a complexidade das
organizações político-sociais contemporâneas e pressupondo uma orientação
metodológica e objectividade de pesquisa compatíveis com as exigências da ciência
actual (sobre a questão metodológica e de pesquisa na área das Ciências Sociais e, por
conseguinte, da Ciência Política, veja a seção: Pesquisa Social e Epistemologia).

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Globalização

Na óptica do MURTEIRA (2003; p.92) salienta que a globalização é o nome atribuído


ao fenómeno de integração do espaço mundial por meio das tecnologias da informação
e da comunicação e também dos meios de transporte, que se modernizaram rapidamente
e proporcionaram, além de maior dinamização dos territórios, aceleração e
intensificação dos fluxos de capitais, mercadorias, informações e pessoas em todo o
planeta. Esse processo é conhecido também como mundialização.

Características da globalização

Segundo BONAGLIA (2006), salienta dizendo que a globalização é por vezes entendida
como um processo que, de maneira metafórica, suprimiu as barreiras entre os territórios
e criou um espaço global unificado, o que significa dizer que os fluxos acontecem agora
em uma escala internacional.

Embora o fenómeno da globalização tenha se iniciado há mais tempo, a sua aceleração


está directamente associada ao advento do meio técnico-científico-informacional, que é
marcado pela modernização das tecnologias da informação e da comunicação já
existentes e surgimento de novas, bem como pela maior relação com a ciência, criando
assim condições para, dentre outros factores, maior difusão do capital e das empresas
pelo espaço mundial. Essa é uma das principais características da actual fase da
globalização."

Tipos de globalização

A expansão do capitalismo moderno pelo mundo deu início à globalização, mas esse
fenómeno não ficou restrito somente a essa esfera. Como foi mencionado, o
aperfeiçoamento técnico da comunicação e dos transportes propiciou novos vínculos
territoriais, permitindo-nos distinguir, para fins metodológicos, ao menos dois diferentes
tipos de globalização. (BONAGLIA; 2006, p.105)

Globalização económica

A globalização económica refere-se ao processo de internacionalização da economia,


que é marcado pela consolidação do capitalismo monopolista (ou financeiro) como
novo modelo de acumulação, com grande importância do mercado no âmbito da tomada
de decisões.

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A globalização económica é caracterizada pela massiva presença das empresas
transnacionais pelo globo, pela padronização da produção e sobretudo pela
fragmentação das cadeias produtivas, derivada da modernização tecnológica das
comunicações.

Globalização cultural

A globalização cultural, chamada também de globalização social, corresponde à difusão


de elementos culturais em escala planetária, da mesma forma como pode ser relacionada
ao aumento da circulação de pessoas pelo espaço mundial e nas trocas socioculturais e
relações que são estabelecidas nesses deslocamentos.

Origem e história da globalização

Segundo BARRETO (2005) a origem da globalização é um tema bastante debatido


entre pesquisadores do assunto. Existem aqueles que determinam como marco inicial
desse processo o advento do sistema de acumulação capitalista no mundo, enquanto
uma das teses mais aceitas é a de que a globalização se iniciou com as Grandes
Navegações dos séculos XV e XVI. (p. 108)

Fases da globalização

Até chegar ao estágio actual, a globalização se desenvolveu em quatro diferentes fases.


Primeira fase da globalização

Corresponde ao período das Grandes Navegações, com o início do processo de


integração do espaço económico internacional. Faz parte também dessa fase a Primeira
Revolução Industrial, que data do século XVIII. Além dos avanços tecnológicos no
sector produtivo e dos transportes e da ampliação da escala de produção, ela consolidou
o capitalismo enquanto sistema económico internacional. Outro aspecto importante que
se destacou na Primeira Revolução Industrial foi a invenção do telégrafo, que
revolucionou a forma de comunicação no período

Segunda fase da globalização

Compreende o período que vai da segunda metade do século XIX até o final da Segunda
Guerra Mundial. Durante essa fase, os países europeus expandiram seus domínios
coloniais para o continente africano e para o continente asiático motivados também pela

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busca por matérias-primas mais baratas. Ocorreu um substancial avanço dos meios de
comunicação e de transportes, assim como dos processos de urbanização e
industrialização.

Terceira fase da globalização

Abrange o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e estende-se até o encerramento


da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, que data de 1989. Um dos principais
acontecimentos dessa fase, que deu respaldo para a actual fase da globalização, foi a
Terceira Revolução Industrial, responsável pelas inovações tecnológicas e científicas
que surgiram a partir da década de 1970 e que são características do meio técnico-
científico-informacional. Foi durante essa fase também que se consolidou o capitalismo
financeiro e cresceu a presença de empresas transnacionais pelo mundo, dois dos
principais signos da globalização contemporânea.

Quarta fase da globalização

A actual fase da globalização é caracterizada pelos maiores fluxos de mercadorias,


capitais e serviços pelo mundo.

Teve início a partir da década de 1990 e corresponde ao actual estágio da globalização.


É marcada pela consolidação do processo de industrialização em países emergentes,
com destaque para a região do Sudeste Asiático, e também da nova divisão
internacional do trabalho. Os ideais neoliberalistas avançaram para os países emergentes
e subdesenvolvidos, especialmente na América Latina. Novas redes geográficas
surgiram nesse período, facilitadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias da
informação das quais se destacam a internet e as redes sociais.

Interessante: O termo globalização foi cunhado e passou a ser amplamente utilizado


durante a sua terceira fase, mais especificamente a partir da década de 1980.

Vantagens e desvantagens da globalização

Vantagens da globalização

A propagação das informações e do conhecimento atingiu, no actual período técnico,


uma escala sem precedentes na história, o que pode ser considerado um dos aspectos
positivos da globalização. Com a ideia de superação das barreiras físicas alcançada

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pelos novos meios de comunicação e de transporte, é possível ter conhecimento em
tempo real do que acontece em outros territórios localizados a centenas de milhares de
quilómetros, bem como estabelecer canais de contacto com pessoas em todos os lugares
do mundo.

As próprias inovações no campo das ciências e da tecnologia podem ser apontadas


como vantagens do processo de globalização, assim como a circulação de mercadorias
com a ampliação do alcance dos mercados internacionais, o que significa maior
variedade de produtos aos consumidores finais. Ainda no campo económico, a
intensificação dos fluxos de capital na forma de investimentos estrangeiros auxiliaram o
processo de industrialização de determinados países.

Desvantagens da globalização

Apesar dos pontos positivos, a globalização apresenta também uma série de aspectos
negativos, o que levou autores como Milton Santos a falarem em uma faceta perversa da
globalização.

Um dos seus pontos negativos é a padronização do consumo, resultante da dispersão das


transnacionais por todas ou quase todas as áreas do planeta, bem como da formação de
grandes conglomerados (oligopólios) que acabam por se tornar dominantes na produção
de um bem (alimento, produto de beleza, aparelho electrónico, carro) ou na prestação de
serviços (bancários, comunicações etc.).

Efeitos da globalização

Na perspectiva de ADDA (1997), argumenta que da mesma maneira como o processo


de globalização atingiu todas as dimensões que compõem a sociedade, os seus efeitos
repercutiram de forma abrangente nas mais distintas escalas territoriais e esferas
socioeconómicas. Listamos abaixo quais foram as principais consequências do
fenómeno da globalização:

 Difusão das empresas transnacionais pelo espaço global;


 Reconfiguração da divisão internacional do trabalho, caracterizada agora pela
presença de países desenvolvidos ou países centrais e também de países
emergentes e subdesenvolvidos, que constituem a periferia económica;
 Ampliação da competitividade entre lugares e também entre empresas;

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 Transformações no papel do Estado diante da maior actuação do mercado;
 Intensificação dos fluxos de investimentos estrangeiros entre empresas e
territórios;
 Maior integração entre os lugares e criação de novas redes geográficas.

Ciência politica

segundo Bonavides (2000, p. 83), A ciência política é o campo das ciências sociais


que estuda as estruturas que moldam as regras de convívio entre as pessoas em
agrupamentos. A ciência política dedica-se a entender e moldar as noções de Estado,
governo e organização política, e pode estudar também outras instituições que
interferem directa ou indirectamente na organização política, como ONGs, Igreja,
empresas etc. Alguns teóricos restringem o objecto de estudo da ciência política ao
Estado, outros defendem que o seu objecto é mais amplo, sendo o poder, em geral,
aquilo que deve ser estudado por essa área.

Existe uma grande área de estudos dentro das ciências humanas denominada ciências
sociais. As ciências sociais são compostas pela sociologia, antropologia, psicologia
social, economia e ciência política. A ciência política é a parte das ciências sociais que
se dedica a tentar entender, exclusivamente, as formações políticas estruturais que o ser
humano criou para garantir o convívio pacífico em grandes sociedades.

A ciência política é responsável por entender e moldar as questões relativas ao poder na


sociedade, estabelecendo normas e preceitos para o pleno funcionamento
das instituições sociais, da economia, do Estado e do sistema jurídico. Fica a cargo da
ciência política a provisão intelectual e teórica de meios de acção do ser humano e das
instituições que beneficiem a vida colectiva. (Bonavides; (2000, p.71),

História da ciência política

Segundo MAAR (1994) salienta que desde a Antiguidade clássica, o ser humano criou
mecanismos de poder para garantir alguma estrutura de organização social. Apesar de
ainda não existir uma ciência política na Grécia ou Roma antigas, textos de legisladores,
governantes e filósofos, como Platão e Aristóteles, demonstram esforços intelectuais
para entender e organizar o meio político.

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A importância da ciência politica

Na perspectiva do MAAR (1994) argumenta que a ciência política é de extrema


importância para o avanço do estudo dos mecanismos de poder. A actuação de políticos,
sejam do poder Executivo, sejam do poder Legislativo, de juristas e de economistas ou
pessoas ligadas ao grande mercado financeiro está directamente ligada ao poder.
Entender o poder é necessário para que haja avanço nas instituições políticas e para
que se evitem os abusos de poder perpetrados pelo Estado, por governos ou por
instituições financeiras. Para que os avanços nesse campo sejam efectivos, existem
quatro conceitos básicos:

Cidade: são as primeiras instituições políticas que agruparam seres humanos por meio
de uma estrutura jurídica bem definida. Com o nascimento da pólis (cidade-estado), na
Grécia Antiga, surge a preocupação com a política.

Cidadania: é de extrema importância, enquanto noção, para a ciência política, e ela


existe em qualquer formação política, variando apenas a abrangência do poder
permitido por esse dispositivo. Na aristocracia, a cidadania é garantida a uma minoria
escolhida supostamente por suas qualidades; na oligarquia, a um grupo maior que o
aristocrático, escolhido pelo poder financeiro. No absolutismo, a cidadania restringe-se
à figura do monarca. Na democracia, ela é distribuída entre todos que podem participar
do sistema político.

Direitos: (civis e políticos) são objectos de estudos da ciência política em conjunto com


a ciência jurídica (direito).

Estado: uma das mais importantes noções da ciência política, pois é ela que tenta
entender as formas e estruturas políticas mais notáveis do tratamento político social.

Todos esses conceitos estão directamente ligados à noção fundamental da ciência


política de poder.

O curso de Ciência Política

Dentro dos cursos superiores de ciências sociais, existem as habilitações que concedem
o bacharelado em Ciência Política. Também existem os cursos superiores em Ciência
Política autónomos, ou seja, que não estão ligados directamente a um instituto de
Ciências Sociais.

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A grade básica do curso compreende disciplinas como teorias políticas, estruturas
políticas, teorias de Estado, tipos de governo, entre outras. Também compõem a grade
básica dos cursos matérias relacionadas ao direito, à economia, à sociologia, à filosofia
e uma grande parte de estudos vinculados à história.

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Considerações finais

O conhecimento dos aspectos económicos em que se baseia a estrutura social são


fundamentais para a compreensão dos fenómenos políticos e das instituições pelas quais
uma sociedade se governa. Neste sentido, Marx estava certo em reconhecer na
Economia a base da estrutura social, ou seja, um aspecto fundamental de politização da
sociedade. A Economia corresponde, no pensamento marxista, a infra-estrutura da
sociedade, que dá base e sustentação a sua super-estrutura, todas as instituições sociais e
políticas, sendo, portanto, determinante, embora não exclusiva, de toda sociedade. Não
é sem razão que a disciplina Economia Política tem uma importância fundamental no
âmbito da Ciência Política. Veja em nosso site a seção Economia Política para
aprofundar o tema.
            A importância do conhecimento dos aspectos económicos em que se baseia a
estrutura social é tal que, segundo Bonavides (2000, p. 54), sem o seu conhecimento:
“dificilmente se poderia chegar à compreensão dos fenómenos políticos e das
instituições pelas quais uma sociedade se governa”. Além disso, todo governo precisa
de uma política económica em seu programa de acção que determine, entre outras
coisas, as metas económicas a serem atingidas (previsão do PIB, por exemplo), um
programa para lidar com a inflação, taxas de juros, política cambial etc.

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Referências Bibliográficas:
ADDA, J. (1997), A Mundialização da Economia: Génese, Lisboa, Terramar.

BARRETO, António (org.) (2005). Globalização e Migrações, Viseu, Imprensa de


Ciências Sociais.

BONAVIDES, Paulo. (2002). Ciência Política. 10. ed. São Paulo: Malheiros Editores.

BONAGLIA, Federico, Andrea GOLDSTEIN (2006), Globalização e Desenvolvimento,


Lisboa, Editorial Presença.

MAAR, Wolfgang Leo. (1994). O que é Política. São Paulo: Brasiliense.


MURTEIRA, Mário (2003). Globalização, pela invenção dum tempo global e solidário,
Lisboa, Quimera.

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