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Seminário para elaboração do

Programa Nacional de
Manejo Populacional
Ético de Cães e Gatos
Apresentação

A Secretaria de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do Ministério do Meio Ambiente e Mudança


do Clima tem buscado, por meio de seu Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA),
construir programas e políticas que possam dar resposta aos anseios de segmentos da sociedade brasileira
que almejam conquistar mais direitos e um tratamento ético a todos os animais. A grande maioria das famílias
brasileiras possui animais domésticos, e somos detentores de uma biodiversidade rica, na qual infelizmente
muitos animais encontram-se ameaçados, ou vendo seus habitats sendo destruídos em nome de um
desenvolvimento que precisa ser aprimorado.

Dentre as muitas ações planejadas pela equipe do DPDA, os resultados apresentados no Seminário para
Elaboração do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, e consolidados neste
relatório, refletem a contribuição de centenas de pessoas que dedicam suas vidas à proteção animal. Essa
contribuição valiosa ajudará a orientar a construção de um programa que enfrente os desafios de cuidar e
controlar a população de cães e gatos, atendendo os anseios da sociedade, e assegurando ampla participação
dos segmentos envolvidos.

Realizado em 10 de agosto de 2023, no Dia do Protetor de Animais, o Seminário se propôs a apresentar


os resultados obtidos de forma colaborativa por pessoas provenientes de todas as regiões do país (11% Região

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Norte; 24% Região Nordeste; 8% Região Centro-Oeste; 42% Região Sudeste; 15% Região Sul), que se
organizaram em grupos de trabalho e debateram, de forma propositiva, recomendações a serem incorporadas
no Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Os grupos de trabalhos englobaram
gestores públicos, médicos veterinários, zootecnistas, biólogos, advogados, analistas ambientais, professores
universitários, pesquisadores, representantes de conselhos profissionais, membros da sociedade civil,
secretários e diretores de meio ambiente e proteção animal em esferas estaduais e municipais, bem como
representantes do Ministério Público, do Judiciário, da OAB e dos legislativos estaduais, municipais e federal.

É importante ressaltar que a proposta de uma política nacional de castração de cães e gatos foi a sugestão
mais votada no Plano Plurianual Participativo, considerando as demandas coletivas e de interesse difuso. Essa
sugestão alcançou a 9ª posição geral, ficando atrás somente de questões corporativas e interesses pessoais.

O DPDA e a SBio trabalham para construir políticas públicas relacionadas aos direitos animais que possam
enfrentar os problemas relacionados ao tema, incluindo o abandono de animais, casos de maus-tratos,
superpopulação descontrolada, sobrelotação de abrigos e exaustão dos protetores individuais que tentam
enfrentar, sozinhos, uma questão que é de responsabilidade coletiva. Além disso, há impactos negativos sobre
o meio ambiente e a saúde humana. E ainda os impactos sobre os animais silvestres, que em alguns casos
podem inclusive levar à extinção de espécies. O maior direito animal é o direito à existência!

Precisamos reconhecer que tem havido interesse e apoio de diferentes segmentos, incluindo aporte de
recursos via emendas parlamentares e alguns recursos oriundos de projetos, mas a eficácia desses esforços
tem sido comprometida por dificuldades para integrar e capilarizar os esforços onde eles são mais necessários.
Por isso, nos propusemos a construir políticas e programas junto com os demais entes federados e a sociedade
civil, na expectativa de que resulte em avanço significativo para alcançar a universalidade necessária em uma
política pública de Estado.

Parabenizo a todos que se esforçaram, e colocaram suas experiencias e competências profissionais a


serviço de nos apoiar na construção de uma política pública sólida e com os pés fincados na realidade das
diferenças regiões do Brasil.

Tenham uma boa leitura!

Rita Mesquita

Secretária de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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Introdução

Conforme o último índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, o
Brasil contava com pelo menos 54 milhões de cães e 24 milhões de gatos. A pesquisa Radar Pet 2020, realizada
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional
da Indústria de Produtos para Saúde Animal, projetou um aumento de 26% até 2030. Nesse cenário, estima-
se que o número de cães nos lares atingirá 70,9 milhões, enquanto o número de gatos alcançará 41,6 milhões.
No entanto, esses números podem ser ainda maiores. De acordo com projeções atualizadas pela Associação
Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) para o ano de 2023, o número de cães
já aumentou para 68 milhões, enquanto o número de gatos chegou a 34 milhões. Esses dados apontam para
um crescimento acumulado de 3,5% ao ano para cães e 6% ao ano para gatos.

A falta de continuidade na coleta de dados sobre a população de cães e gatos no Censo 2022 dificulta a
obtenção de informações precisas. No entanto, é evidente que, na ausência de um programa nacional de
manejo populacional ético eficaz, esses números têm uma tendência a aumentar cada vez mais, com
consequências para o bem-estar animal, para a saúde humana, pela proliferação de zoonoses, e
desdobramentos ambientais e climáticos.

Em abril deste ano, o DPDA divulgou os resultados de uma pesquisa realizada com municípios brasileiros
sobre o bem-estar animal, com foco em cães e gatos. A pesquisa abordou uma variedade de tópicos, desde
políticas públicas específicas até a alocação orçamentária destinada ao tema. O levantamento, composto por
30 questões, foi respondido por 440 municípios no período de junho de 2022 a março de 2023. O objetivo
principal foi compreender a realidade brasileira, identificar diferenças regionais e analisar a distribuição de
políticas de proteção e defesa de animais de estimação. Os gráficos contendo os dados podem ser encontrados
nos slides do Apêndice VIII.

A maioria dos participantes da pesquisa declararam que não contam com legislação (62%) ou dotação
específica (60%) para controle populacional ou bem-estar de cães e gatos na cidade. Mais de 55% dos
municípios consideram urgente ou muito urgente a necessidade de implementação de políticas públicas
contra o abandono e maus-tratos, e de controle populacional e guarda responsável. Em 45% dos municípios
não existe órgão específico responsável pelo combate aos maus-tratos aos animais e 65% não tem um plano
ou programa para o enfrentamento deste problema. Em 76% dos municípios da pesquisa não existe qualquer
estrutura para acolhimento de animais abandonados ou vítimas de maus-tratos, tais como canil ou gatil, por
exemplo.

Quando é realizado, o controle populacional e bem-estar de cães e gatos está à cargo da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente em 40% dos municípios e em 37% fica sob a tutela da Saúde. Em 67% dos
municípios não existe qualquer iniciativa de censo animal. As zoonoses mais preocupantes e com maior
incidência nos municípios da pesquisa são leishmaniose (35%), esporotricose (15%) e raiva (11%). Apesar disso,
em mais de 67% dos municípios que participaram da pesquisa não existe Centro de Controle de Zoonose e
45% não realiza campanhas ou ações periódicas de combate e controle dessas doenças que podem transitar
entre animais e humanos.

A Lei nº 13.426, de 30 de março de 2017, que visa instituir a política de controle da reprodução de cães e
gatos no Brasil, nunca chegou a ser regulamentada. Atualmente, o apoio Federal às iniciativas de esterilização
de cães e gatos, é exclusivamente proporcionado por meio de emendas parlamentares impositivas. No
entanto, o alcance dessas emendas abrangeu menos de 3% dos municípios no período compreendido entre
2021 e 2022, por meio de 145 instrumentos de repasse distribuídos em 19 Estados.

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Apesar de representar a segunda maior alocação de recursos via emendas parlamentares no MMA, os
resultados práticos têm sido limitados pelo modelo de repasse via convênios. A eficácia desses esforços tem
sido comprometida por diversas dificuldades de organizações não governamentais (ONGs) e municípios em
cumprir com os requisitos legais necessários. Assim, no ano de 2021, dos R$ 24 milhões indicados pelos
parlamentares, apenas R$ 8.539 milhões foram efetivamente celebrados. No ano subsequente, de um total
de R$ 20 milhões, apenas R$ 4.847 milhões chegaram às iniciativas de proteção e bem-estar animal. Esses
recursos permitiram a realização de menos de 35 mil castrações, e dos 79 castramóveis autorizados para esse
período, apenas 19 foram concretamente entregues até o momento.

Apesar da relevância das emendas parlamentares para o fomento de projetos e ações, é imperativo
avançar na criação de um programa nacional, com a participação conjunta da União, Estados e Municípios,
estabelecendo diretrizes nacionais e contrapartidas para cada ente. Esse avanço é fundamental para alcançar
a universalidade necessária em uma política pública de Estado.

Diante deste cenário complexo, o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais, da Secretaria
Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
– DPDA/SBIO/MMA, iniciou no primeiro semestre de 2023 uma série de escutas ativas da sociedade para tratar
da pauta. Esse trabalho culminou com a convocação de quatro encontros técnicos realizados ao longo do mês
de julho, com ampla representatividade institucional e nacional, com a participação de um total de 604
participantes, de todos os estados brasileiros, divididos em três pilares e 21 painéis temáticos.

Participaram deste trabalho gestores públicos, médicos veterinários, zootecnistas, biólogos, advogados,
analistas ambientais, professores universitários, pesquisadores, representantes de conselhos profissionais,
membros da sociedade civil, secretários e diretores de meio ambiente e proteção animal em esferas estaduais
e municipais, bem como representantes do Ministério Público, do Judiciário, da OAB e dos legislativos
estaduais, municipais e federal.

As conclusões foram apresentadas em 10 de agosto de 2023, no Dia do Protetor de Animais, no Seminário


para Elaboração do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Mais de 2.500 pessoas
de todos os estados brasileiros se inscreveram para participar. O trabalho foi acompanhado por mais de 5 mil
espectadores pela sala Zoom, no canal do MMA no YouTube e presencialmente em Brasília. Os resultados
desses esforços estão agora reunidos neste relatório e fornecerão elementos essenciais ao Governo Federal
para a formulação de um programa inclusivo e representativo da sociedade, incorporando as perspectivas de
quem lida diariamente com a realidade da proteção animal.

Após toda essa ampla consulta pública, o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais se
debruçará no desenho da proposta do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos.
Nesse contexto, é imprescindível estabelecer diretrizes claras para a execução de uma política nacional de
controle populacional de cães e gatos, baseada na esterilização permanente por meio de cirurgia, segurança
e bem-estar dos animais, em ações para o combate aos maus-tratos e abandono, em programas educativos
sobre direitos animais e guarda responsável, e na identificação e registro de animais.

Da leitura deste relatório, o qual foi dividido em 3 pilares – Pilar 1: Diretrizes, Planejamento e Formação
de Gestores; Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos; e Pilar 3: Proteção e Educação para Direitos
Animais –, identificamos alguns eixos prioritários a serem enfrentados:

1. Formação contínua de gestores. Para que possam atuar na elaboração de planos estaduais e municipais
de manejo populacional ético de cães e gatos.
2. Arcabouço legal. Além do estabelecimento de diretrizes nacionais, é preciso incentivar estados e
municípios a adotarem legislações de referência para a proteção animal. No presente relatório, foram
reunidas dezenas de minutas de normas que podem ser adaptadas e apresentadas.

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3. Estudo das localidades para atendimento prioritário ou emergencial. Realização de estudos e
levantamentos que identifiquem áreas com maior superpopulação de cães e gatos ou com problemas
epidemiológicos específicos. Essa análise permitirá direcionar recursos e esforços de maneira prioritária a
regiões com maior urgência de intervenção.
4. Levantamento do quantitativo de animais a serem esterilizados. Realização de levantamentos
populacionais para identificar o número de animais a serem esterilizados em cada localidade,
considerando tanto animais de estimação como os não domiciliados. Esse levantamento permitirá
estabelecer metas claras e quantificáveis para a redução da população animal em níveis satisfatórios.
5. Identificação e registro animal. Estabelecimento de um sistema abrangente de identificação, como
microchips, e um banco de dados centralizado para rastrear individualmente cada animal. Isso facilitará o
monitoramento de esterilizações e vacinações, além de ajudar na localização de tutores em casos de perda
ou abandono, promovendo a guarda responsável e a eficácia das políticas de manejo populacional.
6. Tratamento prioritário aos animais de tutores baixa renda. Priorizar o atendimento e a esterilização de
animais pertencentes a comunidades de baixa renda, que muitas vezes possuem menos recursos para
cuidar de seus animais adequadamente. Essa abordagem busca garantir que todas as camadas sociais
tenham acesso aos serviços de manejo populacional ético de cães e gatos.
7. Tratamento prioritário a comunidades circundantes a áreas de preservação e conservação,
comunidades tradicionais e florestas. Direcionar esforços para comunidades que estão em proximidade
com áreas de preservação ambiental, comunidades tradicionais ou áreas florestais, a fim de controlar o
impacto desses animais na fauna nativa e no ecossistema local.
8. Combate aos maus-tratos e ao abandono. Implementar ações e medidas para combater ativamente os
maus-tratos, o abandono de cães e gatos, a acumulação de animais, incluindo campanhas de
conscientização, fiscalização e punição para os infratores.
9. Educação para os direitos animais e guarda responsável. Promover programas educativos que visem
conscientizar a população sobre os direitos dos animais e a importância da guarda responsável. Essa
abordagem busca criar uma cultura de respeito e responsabilidade em relação aos animais de estimação,
contribuindo para a redução do abandono e dos problemas relacionados à superpopulação.
10. Resposta a animais em situação de desastres. Prevendo a formação de agentes públicos de salvamento
e o desenvolvimento de planos estaduais e municipais de contingência.

Os desafios são imensos e precisamos começar. Ser a proposta de interesse coletivo e difuso mais votada
do PPA participativo, alcançando o 9º lugar na posição geral, em meio a mais de 8 mil propostas apresentadas
e com a participação de mais de 1,4 milhão de pessoas na plataforma digital Brasil Participativo, nos impõe
um compromisso em oferecer respostas concretas à sociedade. A sociedade clama por uma proteção eficaz
aos animais, exigindo que essa demanda seja devidamente contemplada nos planos e orçamentos federais.

A emblemática imagem da cachorrinha Resistência subindo a rampa do Palácio do Planalto durante a


posse do Presidente Lula encheu a todos de alegria e esperança. Ter a Ministra Marina Silva reconduzida para
seu terceiro mandato à frente do Ministério do Meio Ambiente, endossando a criação do DPDA, nos faz
avançar com coragem e determinação, confiantes de que, com cooperação e colaboração mútua, será possível
transformarmos a realidade da proteção animal no Brasil.

Vanessa Negrini

Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais

Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais

Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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Sumário
Seminário para elaboração do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos ..................2
Apresentação........................................................................................................................................................2
Introdução ............................................................................................................................................................4
Sumário.................................................................................................................................................................7
Equipe DPDA...................................................................................................................................................... 11
Relatórios dos Grupos de Trabalho ................................................................................................................... 12
PILAR 1 .................................................................................................................................................. 13
1. Diretrizes, Planejamento e Formação de Gestores ........................................................................... 13
1.1. Legislação e marco regulatório para manejo populacional ético ..................................................... 14
ANEXO I - Compilação de normas ............................................................................................................. 17
ANEXO II - Minuta de instrumento normativo do MMA que institui o Programa Nacional de Proteção e
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos ............................................................................................. 20
ANEXO III - Minuta de lei municipal para implementação pelos gestores na adesão ao PNMP .............. 22
1.2. Orçamento e fontes de financiamento para o programa ................................................................. 26
ANEXO I - Modelo de plano municipal da saúde com ênfase na saúde única .......................................... 30
ANEXO II - Modelo expositivo de legislação municipal fazendo constar “Saúde Animal” como programa
na legislação orçamentária........................................................................................................................ 32
ANEXO III - Modelo de Quadro de Detalhamento da Despesa Por Fonte de Recurso e Código de
Aplicação propondo Ações de Serviço de Saúde Animal .......................................................................... 33
ANEXO IV - Minuta de Decreto modelo do Estado do Espírito Santo, o qual regulamenta o Programa PET
VIDA no âmbito do Estado do Espírito Santo e a subconta denominada Bem-Estar Animal do Fundo
Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA ................................................................................................. 34
ANEXO V - Modelo do Estado do Espírito Santo como referência em questão orçamentária utilizado
como base para a confecção da LC 26/2023, a qual cria subconta denominada “Bem-estar Animal” no
âmbito do Fundo Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA..................................................................... 42
ANEXO VI - Modelo de credenciamento para contratação de pessoas jurídicas interessadas na prestação
de serviços de castração de cães e gatos (Lei 8.666/93) ........................................................................... 47
ANEXO VII - Modelo de Projeto Básico de referência proposto pelo Governo do Distrito Federeal com
escopo de credenciamento de clínicas para realização de serviços de castração de caninos e felinos ... 60
1.3. Formação de gestores e profissionais envolvidos ............................................................................. 78

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ANEXO I - Modelo de proposta para formação de gestores, servidores e colaboradores para a gestão do
manejo populacional de cães e gatos nos municípios .............................................................................. 81
ANEXO II - Material de apoio para municípios sobre a gestão do MPCG ................................................. 83
ANEXO III - Proposta de conferências de MPCG ....................................................................................... 84
ANEXO IV - Termo de referência para contratação de Entidade para lecionar a formação de
gestores/servidores/colaboradores .......................................................................................................... 85
1.4. Diagnóstico situacional da gestão animal nos municípios ................................................................ 90
1.5. Plano municipal de manejo populacional ......................................................................................... 99
ANEXO I - Modelo de Plano Municipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos ................................. 103
ANEXO II - Modelo de Cartilha Orientativa ............................................................................................. 117
1.6. Conselho Municipal de Proteção, Defesa e Direitos Animais ......................................................... 119
ANEXO I - Minuta de Projeto de Lei que institui o Conselho Municipal de Direitos Animais e o Fundo
Municipal de Direitos Animais, no âmbito do Município XXX ................................................................. 123
ANEXO II - Minuta de Projeto de Lei que dispõe sobre a criação do Conselho Tutelar Animal no
Município de Conde, PB .......................................................................................................................... 126
ANEXO III - Minuta de Regimento interno do Conselho Municipal de Direito e Bem-estar Animal do
Município de XXXXX................................................................................................................................. 135
ANEXO IV - Minuta de Código de Direito e Bem-estar Animal ................................................................ 148
ANEXO IV - Exposição de motivos do Código de Direito e Bem-estar Animal ........................................ 185
1.7. Parcerias e cooperação com entidades públicas e privadas ........................................................... 201
ANEXO I - Proposta de Minuta do Termo de Cooperação Técnica DPDA/MMA – CFMV ....................... 206
ANEXO II - Pré-projeto do “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária........................................... 213
ANEXO III - Ementa de curso de esterilização cirúrgica em cães e gatos e de intervenção minimamente
invasiva .................................................................................................................................................... 215
ANEXO IV - Legislações de Bancos de Rações para Animais ................................................................... 218
ANEXO V - Modelo de Minuta de Termo de Cooperação Técnica Instituição de Ensino
Superior/Formação Profissional x Prefeitura .......................................................................................... 220
ANEXO VI - Minuta de Termo de Parceria “Cidade Amiga dos Animais” Empresa x Prefeitura ............. 223
PILAR 2 ................................................................................................................................................ 228
2. Gestão das Populações de Cães e Gatos ........................................................................................ 228
2.1. Censo animal – animais domiciliados e em situação de rua ........................................................... 229
ANEXO I - Questionário para estimativa populacional de cães e gatos do município de Curitiba.......... 234
2.2. Registro e identificação de animais e microchipagem .................................................................... 237
ANEXO I - Modelos dos Sistemas de Identificação dos municípios de Curitiba/PR, Jundiaí/SP e do estado
de Minas Gerais ....................................................................................................................................... 246
ANEXO II - Algumas legislações sobre a implementação da microchipagem como ferramenta de
identificação de animais domésticos ...................................................................................................... 272

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ANEXO III - Sugestão de modelo de sistema de banco de dados para registro e identificação de cães e
gatos para os munícipios ......................................................................................................................... 283
2.3. Castração como estratégia de controle populacional ..................................................................... 284
ANEXO I - Normativas/legislação............................................................................................................. 290
ANEXO II - Sugestões a serem apresentadas ao CFMV de modificações na resolução 962/10 .............. 297
ANEXO III - Considerações sobre a habilitção e capacitação de medicos veterinários para programas de
castração.................................................................................................................................................. 298
ANEXO IV - Proposta legislativa de financiamento federal para a castração de cães e gatos ................ 301
2.4. Atenção básica à saúde animal ....................................................................................................... 305
ANEXO I - Modelo de Credenciamento de Clínicas Veterinárias com Prefeituras .................................. 309
ANEXO II - Modelo de Lei SUS Animal ..................................................................................................... 332
ANEXO III - Modelo de Lei PSA - Programa de Saúde Animal.................................................................. 340
2.5. Zoonoses e medidas de enfrentamento.......................................................................................... 343
ANEXO I - Exemplo de perguntas para um modelo de formulário para notificação de suspeita de
zoonose ................................................................................................................................................... 348
2.6. Impacto ambiental e na fauna silvestre .......................................................................................... 349
ANEXO I - Roteiro básico para controle populacional de cães e gatos em áreas protegidas nos municípios
................................................................................................................................................................. 355
ANEXO II - Cartilha ................................................................................................................................... 364
PILAR 3 ................................................................................................................................................ 367
3. Proteção e Educação para Direitos Animais ...................................................................................... 367
3.1. Centro de Referência de Animais Vulneráveis – CRAV.................................................................... 368
ANEXO I - Instrumento Normativo que estabelece diretrizes para o funcionamento de abrigos públicos
para cães e gatos em todo o território nacional ..................................................................................... 372
ANEXO II - Termo de referência para edital para curso de formação em medicina de abrigos para
gestores, veterinários e colaboradores que atuam em abrigos .............................................................. 384
3.2. Animais comunitários e de vida livre............................................................................................... 393
ANEXO I – Minuta de IN com diretrizes para a proteção e o manejo populacional de cães e gatos
comunitários ............................................................................................................................................ 397
ANEXO II – Minuta de Lei Estadual sobre Animais Comunitários ........................................................... 401
ANEXO III – Minuta de Lei Municipal de Programa Animal Comunitário................................................ 403
ANEXO IV – Caderno Técnico Manejo Populacional de Cães e Gatos em Campi Universitários ............ 405
3.3. Educação para guarda responsável e conscientização pública ....................................................... 406
ANEXO I - Sugestão de conteúdos e material didático ............................................................................ 412
3.4. Vigilância epidemiológica do abandono .......................................................................................... 418
ANEXO I - Ficha de Diagnóstico Situacional............................................................................................. 423
ANEXO II - Campanha de prevenção ao Abandono ................................................................................. 426

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ANEXO III - Preparação dos animais abrigos. Interação humano-cão e treinamento............................. 427
ANEXO IV - Questionário Aconselhamento Pós Adoção ........................................................................ 428
3.5. Prevenção e combate aos maus-tratos ........................................................................................... 429
ANEXO I - Curso de capacitação para fiscais e médicos veterinários para atuar na fiscalização de maus
tratos ....................................................................................................................................................... 433
ANEXO II - Material informativo de conscientização para escolas envolvendo alunos, pais e professores
................................................................................................................................................................. 435
ANEXO III - Curso de capacitação para autoridades civis (Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e militares
................................................................................................................................................................. 437
ANEXO IV - Curso de responsabilização para reflexão e reeducação para pessoas processadas
judicialmente por violência contra animais ............................................................................................ 439
3.6. Enfrentamento à acumulação de animais e cuidar de pessoas ...................................................... 441
ANEXO I – Minuta de norma para política de atenção às pessoas em situação de acumulação e seus
animais..................................................................................................................................................... 447
ANEXO II – Proposta de desenvolvimento de treinamento para profissionais que atuam em situação de
acumulação.............................................................................................................................................. 458
ANEXO III - Passo a passo com orientações de como o município poderá fazer o enfrentamento das
situações de acumulação ........................................................................................................................ 460
3.7. CED – Castração, Esterilização e Devolução .................................................................................... 463
ANEXO I - Proposicão de Normativa para CED no Brasil ......................................................................... 483
ANEXO II - Solicitação de revisão da resolução nº 877/2008 CFMV ............................................................ 490
ANEXO III - Solicitação de roda de conversa para construção de resolução acerca da interrupção de gestação
em cães e gatos de vida livre pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED) .................................... 491
ANEXO IV - Solicitação para inclusão de sessão de artigos regulares sobre Captura – Esterilização- Devolução
( CED) de Cães e Gatos na revista- Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos ...... 493
ANEXO V – Ofício à revista Nosso Clínico ................................................................................................ 494
ANEXO VI - Manual CED Captura, esterilização e devolução de felinos de vida livre ............................ 495
3.8. Resposta a animais em situação de desastres ................................................................................ 496
ANEXO I – Minuta Instrução Normativa para o Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres –
PNGAD ..................................................................................................................................................... 501
ANEXO II – Proposta para Popularização e divulgação do Plano Nacional de Contingência .................. 507
ANEXO III - Minuta Curso de Formação para a atuação profissional, técnica e ética nos cenários de
acidentes e/ou desastres que envolvem animais ................................................................................... 508
ANEXO IV - Minuta Material Informativo ................................................................................................ 512
ANEXO V - Criação Mapa Nacional de vulnerabilidades ......................................................................... 515
APÊNDICE I – Transcrição da reunião preparatória em 7 de julho de 2023 .................................................... 518
APÊNDICE II – Transcrição da reunião técnica realizada em 14 de julho 2023, Pilar 1: Diretrizes, Planejamento
e Formação de Gestores.................................................................................................................................. 610

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APÊNDICE III – Transcrição da reunião técnica realizada em 21 de julho 2023, Pilar 2: Gestão das Populações
de Cães e Gatos ............................................................................................................................................... 652
APÊNDICE IV – Transcrição da reunião técnica realizada em 28 de julho 2023, Pilar 3: Proteção e Educação
para Direitos Animais ...................................................................................................................................... 706
APÊNDICE V – Composição de mesa e palestrantes das reuniões técnicas realizadas nos dias 14, 21 e 28 de
julho de 2023, e do seminário dia 10 de agosto de 2023 ............................................................................... 760
14/07/2023 – Pilar 1: Diretrizes, Planejamento e Formação de Gestores .............................................. 760
21/07/2023 – Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos .............................................................. 761
28/07/2023 – Pilar 3: Proteção e Educação para Direitos Animais......................................................... 762
10/08/2023 - Seminário para Formulação do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos ..................................................................................................................................................... 763
APÊNDICE VI – Lista de presença das reuniões preparatória e técnicas realizadas nos dias 7, 14, 21 e 28 de
julho de 2023 ................................................................................................................................................... 768
APÊNDICE VII – Lista de participantes inscritos no Seminário do dia 10 de agosto de 2023 .......................... 776
Números da participação popular no Seminário para Elaboração do Programa Nacional de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos......................................................................................................... 830
APÊNDICE VIII – Slides apresentados nas reuniões preparatória e técnicas realizadas nos dias 7, 14, 21 e 28
de julho de 2023 .............................................................................................................................................. 832

Equipe DPDA
Vanessa Negrini (Diretora). Núbia Souza Oliveira de Medeiros (Coordenadora- Geral). Dharana Guedes
Mendonca, Franciene Martins Araújo, Marcelo Gomes Araújo, Nubia Elizabeth de Santana e Silva, Paula
Cristina Sivelli, Zélia Maria Peixoto da Silva.

Contatos: (61) 2028-1529, 2537, 1534 / dpda@mma.gov.br

As informações presentes nos relatórios de cada Grupo de Trabalho são inteiramente atribuíveis
aos seus membros correspondentes, em particular aos coordenadores e relatores, e não
necessariamente refletem a posição do DPDA/SBIO/MMA. Os dados gerados passarão por análise
e consideração no processo de elaboração do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de
Cães e Gatos, com o objetivo de avaliar a pertinência e a viabilidade da implementação das
medidas propostas.

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Relatórios dos Grupos de Trabalho


Pilar 1: Diretrizes, Pilar 2: Gestão das Pilar 3: Proteção e Educação
Planejamento e Formação de Populações de Cães e Gatos para Direitos Animais
Gestores

1.1. Legislação e marco 2.1. Censo animal – animais 3.1. Centro de Referência de
regulatório para manejo domiciliados e em situação de Animais Vulneráveis – CRAV
populacional ético rua 3.2. Animais comunitários e
1.2. Orçamento e fontes de 2.2. Registro e identificação de vida livre
financiamento para o de animais e microchipagem 3.3. Educação para guarda
programa 2.3. Castração como responsável e conscientização
1.3. Formação de gestores e estratégia de controle pública
profissionais envolvidos populacional 3.4. Vigilância epidemiológica
1.4. Diagnóstico situacional da 2.4. Atenção básica à saúde do abandono
gestão animal nos municípios animal 3.5. Prevenção e combate aos
1.5. Plano municipal de 2.5. Zoonoses e medidas de maus-tratos
manejo populacional enfrentamento 3.6. Enfrentamento à
1.6. Conselho Municipal de 2.6. Impacto ambiental e na acumulação de animais e
Proteção, Defesa e Direitos fauna silvestre cuidar de pessoas
Animais 3.7. CED – Castração,
1.7. Parcerias e cooperação Esterilização e Devolução
com entidades públicas e 3.8. Resposta a animais em
privadas situação de desastres

12
Addfdghjlb

PILAR 1

1. Diretrizes,
Planejamento e
Formação de Gestores
1.1. Legislação e marco regulatório para manejo populacional ético
1.2. Orçamento e fontes de financiamento para o programa
1.3. Formação de gestores e profissionais envolvidos
1.4. Diagnóstico situacional da gestão animal nos municípios
1.5. Plano municipal de manejo populacional
1.6. Conselho Municipal de Proteção, Defesa e Direitos Animais
1.7. Parcerias e cooperação com entidades públicas e privadas

13
1.1. Legislação e marco regulatório para manejo populacional ético

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Elaborar minuta de lei municipal e de instrumento normativo do MMA a partir dos marcos regulatórios e
bibliografia sobre o tema.
2. Fazer o levantamento de arcabouço de exemplo de leis municipais necessárias para subsidiar o Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (PNMP).
3. Fazer o levantamento das normas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que possuem
interface com o programa.
4. Fazer o levantamento de arcabouço das leis estaduais para subsidiar o PNMP.

INTRODUÇÃO
Segundo Garcia; Calderón e Ferreira (2012) os programas de manejo populacional de cães devem
contemplar diversas etapas e ações para sua consecução. Dentre estas ações, o estudo e aprimoramento da
legislação pertinente à guarda responsável, à prevenção ao abandono e à prevenção das zoonoses são
elencados como forma de consolidação do programa.
O levantamento dos marcos regulatórios para o manejo populacional ético de cães e gatos se faz
necessário para conhecimento do que já está vigente em diversos municípios brasileiros, além de possibilitar
a divulgação de experiências já consolidadas.
Outro fator de relevância é a disponibilização de exemplos de textos e dispositivos legais em nível
municipal, distrital e estadual para auxiliar os legisladores a comporem, de acordo com suas realidades
regionais, os documentos legais que subsidiarão o Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos.
A enorme diversidade do mosaico de municípios no território nacional é um fator que não tem uma
dimensão conhecida. Da mesma forma entre os Estados da Federação, que possuem grande diversidade e
diferentes níveis de organização em relação ao tema sobre os animais (TIMM, 2021).
Apenas 16 Estados e o Distrito Federal possuem códigos estaduais de bem-estar e proteção animal, com
enorme variações e abrangências, e há poucas publicações que abranjam os textos normativos sobre o tema
(TIMM; HARTUNG; MAIORKA 2020).
Esse é o primeiro passo na tentativa de consolidar um banco de informações para subsidiar os
municípios na constituição de legislação pertinente ao tema.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


A partir de discussões e reuniões por videoconferência foram identificados e compartilhados arquivos
que propiciaram ser realizadas as atividades listadas como objetivos do Grupo de Trabalho, que consistiu em:
elaboração de minuta de lei municipal sobre a proteção e o manejo populacional de cães e gatos visando ao
subsídio de gestores que aderirem ao PNMP; minuta de instrumento normativo do MMA criando o PNMP,
levantamento e compilação de leis municipais e estaduais em vigor no Brasil com potencial de replicabilidade,
levantamento das normas do CFMV que possuem interface com o tema.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Como visto, mais da metade dos Estados da Federação e o Distrito Federal possuem códigos estaduais
de bem-estar e proteção animal, cujos textos normativos apresentam variações em suas abrangências. Sem
embargo, as normas técnicas de interesse e as leis compiladas neste estudo subsidiam um corpo de

14
informações capazes de fornecer instrumentos essenciais para que os entes federativos promovam o
planejamento e a execução de ações mais direcionadas e eficazes.
Por seu turno, a Lei Federal nº 13.426/2018 restringe-se à abordagem do controle de natalidade das
populações de cães e gatos - situação que torna recomendável a criação de instrumentos normativos
nacionais, com a consolidação das diretrizes claras para a atuação dos órgãos responsáveis e das organizações
envolvidas, garantindo um manejo ético e humanitário desses animais. Essa abordagem será fundamental
para alcançar um controle populacional sustentável e respeitoso, levando em consideração o bem-estar e a
saúde dos animais e das populações envolvidas.

CONCLUSÃO
O desenvolvimento de estratégias diversas e complementares, participativas e intersetoriais, que
considerem os postulados do conceito de “saúde única, é de fundamental importância para a promoção da
responsabilidade social da comunidade e dos órgãos públicos na implementação das iniciativas destinadas ao
manejo das populações animais.
Iniciativas essas que têm o desafio de contemplar, ao mesmo tempo, o cenário das políticas públicas
nacionais, distribuições com alcance regionais e a implementação possível em nível local pelas
municipalidades.
Assim sendo, o amparo da legislação, em todos os níveis federativos, é essencial para a regulação, a
sustentação e o direcionamento de estratégias éticas e sustentáveis que devem regular o manejo populacional
de cães e gatos.
Nesse contexto, os integrantes deste Grupo de Trabalho apresentam as seguintes sugestões:
1) A instituição, por ato normativo formal, do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos (PNMP), como instrumento que reflita diretrizes internacionais éticas, socialmente aceitas,
ambientalmente sustentáveis, além de um conjunto de indicadores para seu gerenciamento (Anexo
I).
2) A disponibilização da compilação da legislação sobre os animais em sítio de acesso universal.
3) A composição de um Grupo Técnico descentralizado e participativo que propicie discussões nacionais
relacionadas aos temas afetos ao PNMP, entre os quais a formação e o aperfeiçoamento contínuos de
políticas em torno da legislação sobre manejo populacional de cães e gatos.
4) A atualização de seu corpo normativo sobre a proteção e o manejo populacional de cães e gatos como
condição mínima à adesão pelos entes federativos ao PNMP (Anexo II).
5) O direcionamento de esforços para o favorecimento da criação, da propositura e aprovação de norma
nacional que contemple regras e princípios voltados para a proteção e o manejo populacional de cães
e gatos.

REFERÊNCIAS
 GARCIA, R.C.M.; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev Panam
Salud Publica 32(2), 2012.
 TIMM, S. Vergleichende Analyse der Gesetzgebung zu Tierwohl und Tierschutz in Brasilien und
Deutschland. 2021. Stiftung Tierärztliche Hochschule Hannover, Deutscher Akademischer
Austauschdienst. Tese de Doutorado em Bem-Estar e Higiene Veterinária.

15
 TIMM, S. (Org.) ; HARTUNG, J. (Org.) ; MAIORKA, P. (Org.). Compendium Animalis: Coletânea de Leis e
Normas de Proteção e Bem-Estar Animal no Brasil. 1. ed. São Paulo: AHK Câmara Brasil Alemaha, 2020. v.
1. 952p .

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora:
 Dra. Luciana Imaculada de Paula, Promotora de Justiça, Coordenadora Estadual de Defesa dos Animais
do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)

Relator:
 Dr. Paulo Maiorka, Médico Veterinário, Bel. em Direito, Professor Doutor Associado do Departamento
de Patologia – FMVZ-USP

Demais membros:
 Bárbara Gomes Lopes, Bióloga, Assessora Técnica da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade de
Fernando de Noronha e de Pernambuco – Gerência de Biodiversidade e Florestas.
 Dr Francisco José Garcia Figueredo, Advogado, professor do Departamento de Direito Privado da UFPB,
coordenador do Núcleo de Justiça Animal da UFPB.
 Leonardo Nápoli, Médico Veterinário, Membro da Comissão de Desastres em Massa – CFMV, Presidente
do Grupo de Trabalho Técnico para Elaboração de Manuais de RT do CFMV.
 Vânia de Fátima Plaza Nunes, Médica Veterinária, Diretora Técnica do Fórum Nacional de Proteção e
Defesa Animal, Perita CEDA MPMG, Superintendente da Fundação Serra do Japi – Jundiaí – SP.
 Pamela Durando, Advogada, Assessora Jurídica do Município de Petrolina/PE, Membro da Comissão
Nacional de Direito Animal do CF-OAB e OAB/PE.

16
ANEXO I - Compilação de normas

LEIS MUNICIPAIS
MANEJO E CONTROLE ÉTICO DE POPULAÇÃO DE CAES E GATOS

Lei Municipal nº 9.917 de 05/04/2023. Jundiaí – São Paulo


Institui o Manejo Populacional de Gatos através de Programa CED: Captura, Esterilização e Devolução.
https://debea.jundiai.sp.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/LEI_9917-CED.pdf
Lei Municipal nº Lei nº 1719/2.017. Guaratuba – PR
Cria o Código de Defesa, Controle de Natalidade e Proteção dos Animais no Âmbito do Município de Guaratuba
e dá outras providências. https://www.camaraguaratuba.pr.gov.br/pdfs/1719.pdf
Lei Municipal n° 650/2021. Morretes – PR
Cria o Código de Defesa, Controle de Natalidade e Proteção dos Animais no Âmbito do Município de Morretes
e dá outras providências
https://leismunicipais.com.br/a1/pr/m/morretes/lei-ordinaria/2021/65/650/lei-ordinaria-n-650-2021-cria-o-
codigo-de-defesa-controle-de-natalidade-e-protecao-dos-animais-no-ambito-do-municipio-de-morretes-e-
da-outras-providencias
Lei Municipal nº 7.993/2020, de Patos de Minas/MG
Dispõe sobre o Estatuto de Defesa, Controle e Proteção dos Animais no Município de Patos de Minas e dá
outras providências.
https://sapl.patosdeminas.mg.leg.br/norma/11378

LEIS ESTADUAIS E
CÓDIGOS DE PROTEÇÃO E BEM-ESTAR ANIMAL
Lei Estadual nº 21970, de 15/01/2016 – MG

Dispõe sobre a proteção, a identificação e o controle populacional de cães e gatos.


https://www.almg.gov.br/legislacao-mineira/texto/LEI/21970/2016/?cons=1

Lei Estadual nº 16.536, de 09/01/2019 - PE


Dispõe sobre a reprodução, criação, venda, compra e doação de animais de estimação em estabelecimentos
comerciais e assemelhados, no âmbito do Estado de Pernambuco, e dá outras providências.
https://legis.alepe.pe.gov.br/texto.aspx?tiponorma=1&numero=16536&complemento=0&ano=2019&tipo=
&url=
Lei Estadual nº 8145 de 29/10/18 - RJ
http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/5126030/4250502/LEIN8145DE29DEOUTUBRO2018.pdf
Lei Estadual nº 14.037 de 20/03/2003 - PR
https://leisestaduais.com.br/pr/lei-ordinaria-n-14037-2003-parana-institui-o-codigo-estadual-de-protecao-
aos-animais
Lei Estadual nº 12.854 de 22/12/2003 - SC
http://leis.alesc.sc.gov.br/html/2003/12854_2003_Lei.html
Lei Estadual nº 8.060 22/06/2005 - ES
https://www3.al.es.gov.br/Arquivo/Documents/legislacao/html/LO8060.html
Lei Estadual nº 11.977 de 25/08/2005 - SP https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2005/lei-
11977-
25.08.2005.html#:~:text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20de%20Prote%C3%A7%C3%A3o%20aos%20Anim
ais%20do%20Estado%20e%20d%C3%A1%2
Lei Estadual nº 15.226 de 07/01/2014 - PE
http://legis.alepe.pe.gov.br/texto.aspx?id=1620&tipo=TEXTOORIGINAL
Lei Estadual nº 10.169 de 05/12/2014 - MA https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=278671

17
Lei Estadual nº 1.853 de 14/01/2015 - AP
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=281090#:~:text=Institui%20a%20Lei%20de%20Prote%C3%A7%
C3%A3o,Amap%C3%A1%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.
Lei Estadual nº 8.366 de 20/12/2017 - SE
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=355303#:~:text=Institui%20o%20C%C3%B3digo%20de%20Prot
e%C3%A7%C3%A3o,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei.
Lei Estadual nº 10.326 de 09/01/2018 - RN
http://www.al.rn.gov.br/storage/legislacao/2021/2dtedpby53df3wbva9thfa4ey5rikr.pdf
Lei Estadual nº 11.140 de 08/06/2018 - PB https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=361016
Lei Estadual nº 3.530 de 14/08/2019 - TO https://www.al.to.leg.br/arquivos/lei_3530-2019_49729.PDF
Lei Estadual nº 15.363 de 05/11/2019 - RS
https://leisestaduais.com.br/rs/lei-ordinaria-n-15363-2019-rio-grande-do-sul-consolida-a-legislacao-relativa-
a-protecao-aos-animais-no-estado-do-rio-grande-do-sul
Lei Estadual nº 20.269 de 08/11/2019 - GO
https://legisla.casacivil.go.gov.br/pesquisa_legislacao/100832/lei-20629
Lei Distrital nº 2095 de 29/09/1998 - Distrito Federal
https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/50054/Lei_2095_29_09_1998.html

LEI FEDERAL:
Lei Federal nº 13.426 de 30/03/2017. Dispõe sobre a política de controle da natalidade de cães e gatos e dá
outras providências.
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao /lei%2013.426-
2017?OpenDocument

NORMAS DO CFMV
(que possuem interface com o programa)

- RESOLUÇÃO Nº 877, DE 15 DE FEVEREIRO DE 2008 Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de


produção e em animais silvestres; e cirurgias mutilantes em pequenos animais e dá outras providências.
https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/877.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 962, DE 27 DE AGOSTO DE 2010 Normatiza os Procedimentos de Contracepção de Cães e
Gatos em Programas de Educação em Saúde, Guarda Responsável e Esterilização Cirúrgica com com a
Finalidade de Controle Populacional. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/962.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1000, DE 11 DE MAIO DE 2012 Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em
animais e dá outras providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1000.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1069, DE 27 DE OUTUBRO DE 2014 Dispõe sobre Diretrizes Gerais de Responsabilidade
Técnica em estabelecimentos comerciais de exposição, manutenção, higiene estética e venda ou doação de
animais, e dá outras providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1069.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1138, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2016 Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário.
https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1138.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1177, DE 17 DE OUTUBRO DE 2017 Enquadra as entidades obrigadas a registro ou cadastro
no Sistema CFMV/CRMVs, revoga a Resolução CFMV nº 592, de 26 de junho de 1992, e dá outras providências.
https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1177.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1236, DE 26 DE OUTUBRO DE 2018 Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos
contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras
providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1236.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1260, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2019 Define os limites de atuação dos auxiliares de médicos
veterinários e dá outras providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1260.pdf
- RESOLUÇÃO Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019 Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de
Estabelecimentos Médico-Veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras
providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1275.pdf

18
- RESOLUÇÃO nº 1321 DE 24 DE ABRIL DE 2020 Institui normas sobre os documentos no âmbito da clínica
médico-veterinária e dá outras providências. https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1321.pdf

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ANEXO II - Minuta de instrumento normativo do MMA que institui o Programa Nacional de Proteção e
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos

GABINETE DA MINISTRA

PORTARIA Nº , DE ______
Institui o Programa Nacional de Proteção e Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos

A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no
Decreto nº 11.349/2023, e o que consta nos autos do Processo Administrativo nº _______________, resolve:
Art. 1o Fica instituído o Programa Nacional de Proteção e Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (PNMP),
na forma no Anexo desta Portaria, que estará disponível no sítio eletrônico do Ministério do Meio Ambiente.
Art. 2o São objetivos do Plano Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos:
I – Redução das populações de cães e gatos abandonados
II – Preservação ambiental
III - Promoção da saúde e do bem-estar dos animais e da comunidade
IV – Redução dos maus-tratos e do abuso animal
V - Assegurar a destinação adequada, humanitária e ética de animais em situação de rua
VI - Diminuir as taxas de abandono, natalidade, morbidade, mortalidade e de renovação das populações
animais
VII - Promover a participação social e o empoderamento de indivíduos e comunidades
Art. 3º O PNMP e as ações dele decorrentes, executadas sob a responsabilidade dos entes políticos e dos
órgãos da administração pública, observarão os princípios da dignidade animal, da universalidade, da
educação animalista, da democracia participativa, da proibição do retrocesso, da prevenção, do
desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades comuns; e quanto às medidas a serem adotadas na
sua execução, será considerado o seguinte:
I - Estudo das localidades para atendimento prioritário ou emergencial;
II - Identificação de áreas com maior superpopulação de cães e gatos ou com problemas epidemiológicos
específicos;
III - Levantamento do quantitativo de esterilizações suficiente para reduzir as populações animais, por
localidade, necessário à redução da taxa populacional em níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados;
IV - Esterilização permanente por cirurgia, ou por outro procedimento que garanta eficiência, segurança e
bem-estar ao animal;
V - Priorizar o atendimento e a esterilização de animais tutelados por comunidades de baixa renda,
comunidades tradicionais, populações em situação de rua, organismos da sociedade civil, protetores
independentes e comunidades circundantes a unidades de conservação e outras áreas protegidas;
VII- Educação animalista e em saúde;
VIII - Controle da criação e do comércio de animais;
IX – Identificação e registro dos animais em cadastro único;
X – Manejo etológico e destinação ética aos animais abandonados;
XI – Cuidados da saúde animal;
XII – Manejo ambiental e de resíduos;
XIII - Prevenção e controle de zoonoses;
XIV - A participação social e o empoderamento de indivíduos e comunidades.
Art. 4º O Programa Nacional será coordenado pelo Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais, do
Ministério do Meio Ambiente.
Art. 5º A implementação do PNMP envolverá a participação de instituições de ensino ou pesquisa, outros
órgãos governamentais e organizações da sociedade civil, priorizando-se a cooperação com os Estados e
Municípios, no âmbito de suas competências.

20
Art. 6o Fica instituído o Grupo Técnico de Manejo Populacional de Cães e Gatos, de caráter permanente e
consultivo, com objetivo de promover a articulação entre órgãos e entidades, públicas e privadas, para
promover a implementação, monitorar, avaliar e revisar periodicamente o PNMP.
Art. 7º. Compete ao Grupo Técnico de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos
I - Promover as reuniões técnicas nacionais relacionadas ao PNMP;
II - Orientar a implementação e a revisão do PNMP;
III - Monitorar e avaliar os resultados, as ações e atividades previstas no PNMP;
IV - Propor ações prioritárias no âmbito do PNMP;
V - Promover a comunicação e a divulgação sobre o PNMP;
VI- Favorecer a articulação com os órgãos nas esferas federal, estadual e municipal, com entidades privadas e
da sociedade civil, visando à execução de ações conjuntas, à troca de experiências e à capacitação;
VII - Instituir grupos de trabalho para a discussão de temas e iniciativas específicas;
VIII - Informar, divulgar, promover e incentivar ações e informações técnicas e científicas relacionadas ao
PNMP.
§ 1º As contribuições, recomendações, orientações e informações produzidas pelo Grupo Técnico serão
disponibilizadas no sítio eletrônico do Ministério do Meio Ambiente.
§2º Serão instituídos Grupos de Trabalho Temáticos para tratar das áreas setoriais do PNMP.
Art. 8° A participação no Grupo Técnico ou em Grupos de Trabalho Temáticos será honorífica, não ensejando
qualquer tipo de remuneração.
Art. 9° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
MARINA SILVA

21
ANEXO III - Minuta de lei municipal para implementação pelos gestores na adesão ao PNMP

Projeto de lei municipal nº ____, de __ .

Dispõe sobre a proteção e o manejo populacional de cães e gatos.

A Câmara Municipal de _____ decreta:

Art. 1º A proteção e o manejo populacional de cães e gatos no município serão realizados em conformidade
com o disposto nesta Lei, com vistas à garantia do bem-estar animal e da saúde única.
Art. 2º Os tutores de cães e gatos residentes no município deverão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da
data de publicação da presente lei, registrar seus animais e identificá-los por meio de dispositivo eletrônico
subcutâneo (microchip) que armazene dados relevantes sobre a saúde e a localização do animal e seu tutor.
§ 1º. O município manterá o registro atualizado com os dados relativos ao animal e sua saúde, seu local de
permanência e a identificação do responsável pelo animal.
§2º. O município poderá credenciar pessoas jurídicas para proceder ao registro e identificação dos animais,
cabendo-lhe a gestão das informações para os fins de direito.
Art. 3º O descumprimento do previsto no caput do artigo anterior sujeitará os tutores de animais a:
I - Notificação para que proceda ao registro e identificação de todos os seus animais no prazo de 30 (trinta)
dias;
II – Multa de _____ UFM por animal não registrado.
III – Registro e identificação compulsórios, às expensas do tutor.
Art. 4º O município procederá ao registro e identificação gratuitos de animais tutelados por munícipes em
situação de vulnerabilidade social, protetores independentes ou organismos da sociedade civil.
Art. 5º O tutor do animal deverá comunicar o óbito ou a transferência da guarda de um animal ao município
ou ao estabelecimento veterinário credenciado, para atualização de todos os dados cadastrais.
Parágrafo único. Enquanto não for realizada a atualização do cadastro a que se refere o caput deste artigo, o
tutor anterior permanecerá como responsável pelo animal.
Art. 6º O poder público municipal executará programa permanente de controle reprodutivo de cães e gatos,
que considerará:
I - o estudo das localidades ou regiões que apontem para a necessidade de atendimento prioritário ou
emergencial, em face da superpopulação, ou quadro epidemiológico;
II - o quantitativo de animais a serem esterilizados, por localidade, necessário à redução da taxa populacional
em níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados; e
III - o tratamento prioritário aos animais pertencentes ou localizados nas comunidades de baixa renda.
Parágrafo único: o controle de natalidade será realizado mediante esterilização cirúrgica, com uso de
insensibilização e por meio de técnica garanta eficiência, segurança e bem-estar ao animal
Art. 7º O poder público municipal promoverá programa de educação continuada de conscientização da
população a respeito da guarda responsável de animais domésticos, abordando os seguintes temas, entre
outros:
I – a importância da esterilização cirúrgica para a saúde e o controle reprodutivo de cães e gatos;

22
II – a necessidade de vacinação e desverminação de cães e gatos para a prevenção de zoonoses;
III – a importância da guarda responsável de cães e gatos, levando em consideração as necessidades físicas,
biológicas e ambientais desses animais, bem como a manutenção da saúde pública e do equilíbrio ambiental;
IV – os benefícios da adoção de cães e gatos;
V – o caráter criminoso do abuso e dos maus-tratos contra os animais, nos termos do art.. 32 da Lei Federal
nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
Art. 8º A comercialização de animais domésticos e sua criação para fins de reprodução dependem de licença
do poder público municipal.
Art. 9º Pessoas físicas ou jurídicas que comercializam cães e gatos:
I – providenciarão o registro e a identificação do animal antes da venda;
II – atestarão a procedência, a espécie, a raça, o sexo e a idade real ou estimada dos animais;
III – comercializarão somente animais devidamente imunizados e desverminados, considerando-se o
protocolo específico para a espécie comercializada;
IV – disponibilizarão a carteira de imunização emitida por médico-veterinário, na forma da legislação
pertinente;
V – fornecerão ao adquirente do animal orientação quanto aos princípios da tutela responsável e cuidados
com o animal, visando a atender às suas necessidades físicas, psicológicas e ambientais.
VI – assegurarão níveis satisfatórios de bem-estar aos animais tutelados.
Parágrafo único: o descumprimento do disposto neste item sujeitará o infrator ao pagamento de multa
de_____ UFM por animal e, em caso de reincidência, ao encerramento da atividade.
Art.10 É vedada a comercialização de cães e gatos em vias e logradouros públicos.
Parágrafo único: o descumprimento do disposto neste item sujeitará o infrator ao pagamento de multa
de_____ UFM por animal.
Art. 11 O poder público municipal desenvolverá estratégias voltadas para a proteção de cães e gatos
comunitários, com vistas à promoção da melhoria do bem-estar desses animais e do respeito por eles.
Parágrafo único. Entende-se por cão ou gato comunitário aquele que, apesar de não ter responsável definido
e único, estabelece com a comunidade onde vive vínculos de dependência e manutenção.
Art. 12 Cabe ao tutor do animal providenciar sua vacinação contra a raiva e doenças específicas à espécie,
observando para a revacinação o período recomendado pelo laboratório responsável pela vacina utilizada ou
a data emitida em carteira de vacinação por veterinário do animal.
Art. 13 Cabe ao tutor do animal conduzi-lo em vias e logradouros públicos usando coleira e guia adequadas ao
seu tamanho e porte.
Parágrafo único. O descumprimento disposto no caput deste artigo ensejará multa de _____ UFM, por animal,
ao tutor.
Art. 14 É responsabilidade do tutor do animal a sua manutenção em condições satisfatórias de alojamento,
alimentação, saúde, higiene e bem-estar, bem como a destinação adequada dos dejetos.
Parágrafo único O descumprimento do disposto no caput deste artigo sujeitará o infrator:
I - Notificação para a regularização;
II - Persistindo a irregularidade após o prazo da notificação, incidirá multa de _____ UFM;
III - A multa será acrescida de 50 (cinquenta) por cento a cada reincidência.

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Art. 15 Serão permitidos, em residência particular, no perímetro urbano do município, a criação, o alojamento
e a manutenção de cães e gatos em número inferior a _____, no total, com idade superior a 90 (noventa) dias.
Parágrafo único O número previsto no caput poderá ser reduzido a partir de recomendação do serviço
veterinário municipal visando à melhoria das condições sanitárias, dos níveis de bem-estar animal e à
prevenção de zoonoses.
Art. 16 O descumprimento do previsto no item anterior ensejará:
I – Notificação do responsável pelos animais para adequação no prazo de ____ dias.
II – Persistindo a irregularidade após o prazo da notificação, incidirá multa de _____ UFM;
III – Castração compulsória e disponibilização dos animais para adoção, até que seja atingido o número
permitido por esta lei.
Art. 17 É proibida a permanência de animais soltos em vias e logradouros públicos ou locais de livre acesso ao
público.
Parágrafo único: o descumprimento do previsto no caput sujeitará o responsável ao pagamento de multa de
____ UFM e ao recolhimento do animal.
Art. 18 O poder público poderá recolher todo e qualquer cão ou gato encontrado solto em vias e logradouros
públicos, notadamente se o animal estiver em situação de risco decorrente de idade, doença, prenhez e outras
situações análogas, ou colocar em risco a segurança ou a saúde da comunidade.
§ 1º Se um cão apreendido estiver devidamente registrado e for possível sua identificação, conforme o
previsto na presente lei, o tutor será comunicado ou notificado para retirá-lo no prazo de três dias.
§ 2º Os animais apreendidos pelo poder público municipal deverão ser mantidos em recintos higienizados,
com proteção contra intempéries naturais, alimentação adequada e separados por sexo, espécie e
comportamento.
§ 3º O animal recolhido e não resgatado pelo seu responsável será esterilizado, identificado e disponibilizado
para adoção.
Art. 19 São considerados maus-tratos contra animais quaisquer ações ou omissões que atentem contra a sua
integridade física ou mental de animal, notadamente:
I - privar o animal das suas necessidades básicas;
II - lesar ou agredir o animal, causando-lhe sofrimento, dano físico ou morte;
III - abandonar o animal;
IV - obrigar o animal a realizar trabalho excessivo ou superior às suas forças ou submetê-lo a condições ou
tratamentos que resultem em sofrimento;
V - criar, manter ou expor animal em recinto desprovido de segurança, limpeza e desinfecção;
VI - utilizar animal em confronto ou luta, entre animais da mesma espécie ou de espécies diferentes;
VII - provocar envenenamento em animal que resulte ou não em morte;
VIII - deixar de propiciar morte rápida e indolor a animal cuja eutanásia seja necessária e recomendada por
médico veterinário;
IX - abusar sexualmente de animal;
X - promover distúrbio psicológico e comportamental em animal;
XI - outras ações ou omissões atestadas por médico veterinário.

24
Parágrafo único. Sem prejuízo das sanções cíveis e criminais previstas na legislação pertinente, o responsável
pelos maus-tratos ao animal ficará sujeito à multa de ____ UFM, além da perda da guarda do animal, caso o
responsável seja o próprio tutor do animal, e da proibição de ter cães e gatos pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Art. 20 Para os fins desta lei, os animais são reconhecidos como seres sencientes, sujeitos de direito
despersonificados, fazendo jus a tutela jurisdicional em caso de violação de seus direitos, ressalvadas as
exceções previstas na legislação específica.
Art. 21 As multas aplicadas por força da presente lei serão destinadas para o custeio das medidas de proteção
e de manejo populacional de cães e gatos.
Art. 22 Cabe à Secretaria de Meio Ambiente a gestão da política pública prevista nesta lei, com o apoio da
Secretaria de Saúde e da Secretaria de Educação, no que couber.
Art. 22 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

25
1.2. Orçamento e fontes de financiamento para o programa

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Apresentar modelos de gestão municipal que utilizaram as ferramentas de gestão estratégicas como:
Plano Plurianual; Lei de Diretrizes Orçamentaria e Lei Orçamentária Anual abordando expressamente
programa e ações de saúde animal;
2. Apresentar modelo de Plano municipal de saúde que utilizaram Diretrizes para Saúde Animal;
3. Apresentar modelo de consorcio intermunicipal que atua na saúde animal;
4. Apresentar modelo de credenciamento e de licitação para serviços de castração;
5. Exposição de projeto básico de referência do Governo do Distrito Federal cujo objeto é credenciar clínicas
para castração de caninos e felinos e ou ações e serviços veterinários.

INTRODUÇÃO
A saúde animal de cães e gatos é pouco trabalhada a nível público devido à lacuna de atos
administrativos e exemplos de entes federativos que, muitas vezes, não utilizam as ferramentas de gestão
financeiras para esta finalidade.
O direito animal está caminhando e ganhando força estando lastreado no artigo 225 da constituição, onde em
seu parágrafo primeiro inciso VII, deixa clara a importância e responsabilidade da sociedade perante os
animais.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


 Tempestade de ideias entre os membros do grupo para propositura de ações afirmativas acerca de
questões orçamentárias atinentes a políticas públicas envolvendo implementação de programa de
manejo populacional e ético de cães e gatos com aplicação local.
 Realização de planejamento sobre ações e serviços públicos que envolvem cães e gatos;
 Realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados
para elaboração do plano municipal de saúde;
 Desenvolvimento de modelo de gestão para efetuar os pagamentos dos veterinários da rede de saúde
via consórcio intermunicipal;
 Exposição de projeto básico de referência do Governo do Distrito Federal cujo objeto é credenciar
clínicas para castração de caninos e felinos e ou ações e serviços veterinários.
 Reunião para apontamentos e fechamento do relatório.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Recomenda-se que haja diretriz própria no plano municipal de saúde que contemple política de gestão
animal, inclusive apontando as possíveis dotações orçamentárias, além da previsão expressa na legislação
orçamentária do Ente.

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Tendo em vista as limitações principalmente dos Entes municipais acerca de recursos para atenção
dos mais variados serviços públicos, aliada à diferença de realidades encontradas em todo o território
nacional, busca-se recomendar um ideal de gestão orçamentária atinente à política animal de forma a dar
suporte aos gestores quanto à responsabilidades e atenção a este tema de cada vez mais sensibilidade pública
e dever estatal.
As ponderações e modelos deste documento, apesar de não excluir quaisquer Entes federados,
voltam-se primordialmente para os Municípios principalmente devido à lacuna de previsão orçamentária
acerca da temática em escopo por parte de grande parte das municipalidades, apesar de existir a competência
de atuação independentemente de formalização normativa local.
O modelo de credenciamento apresentado para serviços de castração de cães e gatos levou em
consideração a lei 8.666/93 (lei antiga de licitações e contratos) e não a lei 14.133/21 visto a transição
normativa do período atual e com a percepção do motivo da prorrogação para a entrada em vigência da nova
lei ser justamente a dificuldade dos Municípios em atenderem a nova legislação, facultando-os a aplicação da
lei antiga.
Caso o Ente em questão utilize a nova lei de licitações, a recomendação para o credenciamento de
clínicas permanece, contudo, a documentação deve ser adaptada pela Secretaria/Setor de Licitações com
análise normativa da Procuradoria local. Os serviços propostos na documentação são rol exemplificativo.
Caso não haja recursos para credenciamento visto falta de previsão orçamentária, o que culminaria em uma
oferta de serviços inferior à demanda a ser contratada inviabilizando o credenciamento devido à necessidade
de licitação, logo, nesta hipótese, recomenda-se a formalização de pregão em atenção à normativa regente.
A gestão da temática envolvendo o orçamento e fontes de financiamento para o programa de manejo
populacional e ético de cães e gatos aplicado na esfera local esbarra na autonomia política e gerencial dos
gestores quanto à sua própria organização administrativa. Por conseguinte, devido ao caráter híbrido do
programa, os gestores são livres para alocar o tema na pasta de melhor conveniência, sendo
preferencialmente recomendadas a da Saúde ou do Meio Ambiente, conforme o caso, não havendo vício
quanto à utilização de fonte própria em nenhum caso tanto da Saúde quanto do Meio Ambiente. Frisa-se que
foi realizada busca ativa quanto ao posicionamento dos Tribunais de Conta de todo o território nacional.
Expõe-se neste documento projeto básico de referência do Governo do Distrito Federal cujo objeto é
credenciar clínicas para castração de caninos e felinos.
Salienta-se também a importância da documentação anexa relativa ao governo do Estado do Espírito
Santo, como referência em questão orçamentária, na confecção tanto da LC 26/2023, a qual cria subconta
denominada “Bem-estar Animal” no âmbito do Fundo Estadual do Meio Ambiente, quanto na minuta de
decreto que regulamenta Programa próprio na legislação orçamentária e define subconta denominada Bem-
Estar Animal de fundo próprio.
Por último, insta que a documentação aqui anexa está presente como mecanismo de facilitar o próprio
benchmarking a ser realizado pelos gestores, os quais deverão adaptá-las utilizando as próprias estruturas
administrativas.

Composição de Anexos:
 ANEXO I - Modelo de plano municipal da saúde com ênfase na saúde única;
 ANEXO II - Modelo expositivo de legislação municipal fazendo constar “Saúde Animal” como programa na
legislação orçamentária
 ANEXO III - Modelo de Quadro de Detalhamento da Despesa Por Fonte de Recurso e Código de Aplicação
propondo Ações de Serviço de Saúde Animal

27
 ANEXO IV - Minuta de Decreto modelo do Estado do Espírito Santo, o qual regulamenta o Programa PET
VIDA no âmbito do Estado do Espírito Santo e a subconta denominada Bem-Estar Animal do Fundo
Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA (contém anexo único)
 ANEXO V - Modelo do Estado do Espírito Santo como referência em questão orçamentária utilizado como
base para a confecção da LC 26/2023, a qual cria subconta denominada “Bem-estar Animal” no âmbito do
Fundo Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA
 ANEXO VI - Modelo de credenciamento para contratação de pessoas jurídicas interessadas na prestação
de serviços de castração de cães e gatos -lei 8.666/93 (contém 7 anexos)
 ANEXO VII - Modelo de Projeto Básico de referência proposto pelo Governo do Distrito Federeal com
escopo de credenciamento de clínicas para realização de serviços de castração de caninos e felinos
(Contém 3 anexos)

CONCLUSÃO
Com o objetivo de aperfeiçoamento na parte orçamentária nos Entes da administração pública
percebe-se como primordial a implementação de programa de manejo populacional ético de cães e gatos
tanto na esfera federal no âmbito de diretrizes quanto na municipalidade com normativas de execução direta.
Salienta-se também a natureza híbrida do tema, podendo haver sua alocação funcional na parte orçamentária
atinente à Saúde quanto à pasta de Meio Ambiente. Neste ponto, importante, que haja diretriz própria no
plano municipal de saúde que contemple política de gestão animal, inclusive apontando as possíveis dotações
orçamentárias com previsão expressa na legislação orçamentária do Ente.
Recomenda-se para tanto que os Municípios adotem como estratégia de captação, benchmarking para
realidades em que a gestão orçamentária, abarcando o tema animal, já exista de forma minimamente
satisfatória. Este relatório elenca documentos, modelos, minutas de diversos entes que podem servir como
norte, sempre de forma exemplificativa, devendo os gestores adaptá-las, ou utilizar outras, fruto de próprio
benchmarking, conforme sua realidade.

REFERÊNCIAS
CÂMARA MUNICIPAL DE PETROLINA. Sistema de apoio ao processo legislativo; Legislação. Disponível em:
http://petrolina.pe.leg.br/leis/leis Acesso em: 30 jun. 2023
CÂMARA MUNICIPAL DE JAGUARIÚNA. Legislação. Disponível em: https://jaguariuna.sp.leg.br/ Acesso em:
30 jun. 2023
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL - INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO DISTRITO
FEDERAL. Documento. Disponível em: https://www.ibram.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/11/Projeto-
Basico.pdf Acesso em: 30 jun. 2023
PLANALTO. Portal da Legislação. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao Acesso em: 30 jun.
2023.
TCU. Portal do TCU. Disponível em:
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A25753C20F0157679AA5617071
&inline=1 Acesso em: 30 jun. 2023.

28
IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador:
 Álvaro Luiz Figueiredo Pereira de Azeredo. Advogado - OAB/RJ 200.823, Controlador do Município de
Petrolina/PE, Pós-graduado em Ciência Política e Mestre em Administração Pública pela Universidade
Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Relatores:
 Pâmela Durando. Advogada - OAB/PE 024.386, membro da comissão nacional do direito dos animais do
conselho federal da OAB e da comissão da OAB/Petrolina. À frente da Assistência Jurídica do Município
de Petrolina.
 José Eduardo Chaib de Moraes. Médico veterinário da prefeitura de Jaguariúna-SP. Especialista em
Direito Sanitário IDISA/UNICAMP; especialista em ética e bioética UNICAMP e especialista em Direito
Animal UNINTER.

Outros membros:
 Bruna Rodrigues dos Santos. Gerente de bem-estar animal da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos.
 Edilene Dias Cerqueira. Servidora pública de carreira do DF. Pós-graduada em Gestão Pública. À frente
da Subsecretaria de Proteção Animal da Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF, atuou
como Chefe da Unidade de Gestão da Fauna no Brasília Ambiental/Ibram.
 Angela Varella Katz. Veterinária pós-graduada em clínica cirúrgica de pequenos animais. À frente da
Vigilância Ambiental de Holambra como coordenadora técnica, supervisora do Meu Pet Container e em
fase de implantação da Zoonose no município

29
ANEXO I - Modelo de plano municipal da saúde com ênfase na saúde única

V.11- VIGILÂNCIA EM SAÚDE A vigilância em saúde abrange as áreas de Vigilância Epidemiológica, Vigilância
Sanitária, Controle de Vetores, Controle de Zoonoses e Saúde Animal.

V.11.1- SAÚDE ANIMAL A saúde animal abrange o Posto de Atendimento Médico Veterinário, Centros de
Diagnósticos e Especialização Veterinária, Clinicas e Hospitais cadastradas no CISMETRO, Programas de
Saúde Animal e parcerias com municípios, com ONGS e ensino superior.

Diretriz 17: Saúde Animal

Objetivo 17.1: Garantir ações de serviços de saúde animal com ênfase na epidemiologia do abandono
animal no município - ODS 3

Meta Indicador Unidade Meta Resultado %

Nº de famílias
Implantar um Programa de Lar
contempladas com o Número 8
Temporário para os animais
Programa

Criar Lei Municipal sobre Lar Lei Municipal Criada e


Número 1
Temporário aprovada

Implantar Lei Municipal Pet


Lei Municipal Criada e
Amigo para apoio as Protetoras Número 1
aprovada
Independentes

Implantar Grupo de Apoio ao


Grupo implantado Número 1
animal sem tutor

Objetivo 17.2: Garantir ações de serviços de saúde animal com ênfase no fortalecimento da rede saúde
animal no município - ODS 3

Meta Indicador Unidade Meta Resultado %

Implantar transporte de urgência


e emergência aos feriados e finais
de semanas das 8:00 as 16:00 aos
Transporte de urgência e
animais, sem tutor, atropelados, a Número 1
emergência implantado
fim de se assegurar a qualidade
da assistência e apoiando outros
serviços de zoonoses

Implantar equipes para


atendimento de urgência e Nº de Equipes implantadas Número 1
emergência

Implantar uma Farmácia


Veterinária para dispensação de Farmácia Veterinária
Número 1
medicamentos para animais do Implantada
município

30
Implantar leitos veterinários na Nº de leitos veterinários
Número 2
Rede de Saúde Animal implantados

Centro de diagnóstico e
Implantar centro de diagnóstico e
especializações veterinárias Número 1
especializações veterinárias
implantado

Realizar ações descentralizada de


Nº de ações realizadas Número 1
castração com o Castramóvel

Realizar cirurgias eletivas com o Nº médico mensal de


Número 5
Castramóvel cirurgias eletivas realizadas

Objetivo 17.3: : Garantir ações de serviços de saúde animal com ênfase na Política Pública Animal - ODS 3

Meta Indicador Unidade Meta Resultado %

Desenvolver ações educativas Nº de ações desenvolvidas Número 4


com ênfase na saúde única

31
ANEXO II - Modelo expositivo de legislação municipal fazendo constar “Saúde Animal” como programa na
legislação orçamentária

32
ANEXO III - Modelo de Quadro de Detalhamento da Despesa Por Fonte de Recurso e Código de Aplicação
propondo Ações de Serviço de Saúde Animal

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ANEXO IV - Minuta de Decreto modelo do Estado do Espírito Santo, o qual regulamenta o Programa PET
VIDA no âmbito do Estado do Espírito Santo e a subconta denominada Bem-Estar Animal do Fundo
Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA

Decreto n° xxxx de xx/07/2023

Regulamenta o Programa PET VIDA no âmbito do Estado do Espírito


Santo e a subconta denominada Bem-Estar Animaldo Fundo Estadual
do Meio Ambiente – FUNDEMA, nos termos da Lei 11.792, de
28/03/2023 e Lei Complementar nº xx, dexx e dá outras providências.

O Governador do Estado do Espírito Santo, no uso das atribuições que lhe confere o art. 91, inciso III, da
Constituição Estadual, e em conformidade com as disposições contidas na Lei 11.792, de 28/03/2023, e na
Lei Complementar nº _, de _/_/2023,DECRETA:

Art. 1º O Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos fica denominado
Programa PET VIDA e será coordenado pela Secretária de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos -
SEAMA.

Parágrafo único. Para fins de operacionalização do Programa PET VIDA poderá ser utilizado recursos da
Subconta denominada bem-estar animal, no âmbito do Fundo Estadual de Meio Ambiente - FUNDEMA.

Art. 2º Para execução dos objetivos do Programa PET VIDA, será permitido o uso dos recursospara fins de:

- pagamentos para clínicas veterinárias em atividades de castração e cuidados com a saúdeanimal;

- contratação de profissional médico veterinário;

- investimentos em ações de educação ambiental;

- castração em ambulatório móvel (em municípios que não dispõem de clínicas ou hospitais veterinários em
suas localidades - conforme as normas estabelecidas pelo ConselhoRegional de Medicina Veterinária do
Espírito Santo);

- cooperação com Organizações Não Governamentais e Organizações da Sociedade Civil deInteresse Público;
e

- outras medidas pertinentes indicadas em portaria específica.

Art. 3º O Programa PET VIDA atenderá, no mínimo, ações e serviços de:

I - urgência e emergência;II - tratamento de doença;III - esterilização;

- vacinação;

- cadastramento de tutores e guarda responsável; e

- acolhimento temporário de animais errantes para tratamento.

§1º Caso existam endemias que impactem a saúde dos animais, a SEAMA, mediante justificativa, poderá
autorizar a expansão do acesso aos serviços de assistência aos animais domésticos

34
§2º A ampliação prevista no §1º dependerá de disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 4° As diretrizes operacionais de serviços serão pactuadas segundo as seguintes modalidades:

- MODALIDADE I – aplicável aos municípios que possuam em seu território clínicas ou hospitais veterinários.

- MODALIDADE II – aplicável aos municípios em que não haja disponibilidade de clínicas ouhospitais
veterinários, mas exista a disponibilidade desses serviços em município vizinho emum raio menor de até 60
km do seu centro populacional.

- MODALIDADE III – aplicável aos municípios que não se encaixam na modalidade I ou II. Nessa modalidade,
a SEAMA poderá permitir a adesão para que sejam contratados serviços veterinários.

Parágrafo único. A SEAMA expedirá portaria visando o detalhamento do procedimento e condições para
ingresso nas modalidades descritas no caput.

Art. 5° As empresas especializadas em prestação de serviços médico-veterinários para cirurgiade esterilização


e atendimento à saúde animal, aptas a contratação pelos municípios, são:

- hospitais veterinários;

- clínicas veterinárias;

- clínicas veterinárias com estrutura própria disponível para instalação em espaço fornecidopelo município; e

- unidade móvel de atendimento veterinário.

§1° Para fins de contratação dos serviços citados no art. 5º é obrigatória a observância das diretrizes e
especificações legais e regulatórias do CRMV-ES pelos municípios.

§2º A realização do Programa PET VIDA em âmbito municipal ficará condicionada à disponibilidade da
empresa que preste o referido serviço.

Art. 6° A transferência de recursos do Programa PET VIDA ocorrerá mediante assinatura de Termo de Adesão
junto à SEAMA, pelo chefe do Poder Executivo Municipal, acompanhado daseguinte documentação:

- comprovação do pleno funcionamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e sua indicação como
instância responsável pelo controle e fiscalização das atividades realizadas programa no âmbito do
município;

- cópia da lei de criação do fundo municipal de meio ambiente ou bem-estar animal do município e sua
legislação regulamentadora;

- documentação comprobatória da abertura de conta específica para o recebimento dos recursosoriundos do


programa pela modalidade fundo a fundo;

- plano de trabalho do projeto, conforme dispuser Portaria da SEAMA; e,

- relatório da efetividade da aplicação dos recursos transferidos, anteriormente, pelo Programa,


acompanhado da manifestação de conselho municipal de fiscalização e acompanhamento.

Parágrafo único. Se identificadas falhas insanáveis na execução dos projetos ou havendo inobservância ou
descumprimento das finalidades de aplicação dos recursos, conformerelatório de aplicação estabelecido no
inciso V, art. 6º, estes deverão ser devolvidos, no todoou em parte, conforme o caso, a crédito da Subconta.

35
Art. 7° O plano de trabalho deverá ser submetido à SEAMA e conter, no mínimo, as informações elencadas
nos incisos abaixo, devendo ser elaborado a partir de minuta fornecidapela SEAMA por portaria:

- identificação do objeto a ser executado;

- justificativa da proposta;

- alcance econômico e social;

IV- metas a serem atingidas;

V - etapas ou fases de execução;

VI- cronograma de desembolso;

- previsão de início e fim da execução do objeto, bem como da conclusão das etapas ou fases programadas;
e

- outras informações consideradas importantes para o andamento do programa.

Parágrafo único. O município fica inteiramente obrigado a executar fielmente o objeto do plano de trabalho,
sendo que, em hipótese alguma, haverá complementação de valores pelaSEAMA, ainda que necessários para
a conclusão do objeto pactuado.

Art. 8º A autorização de transferência dos recursos ao fundo municipal de meio ambiente oubem-estar
animal somente ocorrerá após a análise e deliberação da SEAMA, segundo as diretrizes e critérios a serem
estabelecidos por Portaria da SEAMA.

§1º A SEAMA poderá contratar auditoria para fins de análise e avaliação.

§2º A aplicação dos recursos deverá ser iniciada em até 02 (dois) meses, contados da data dodepósito
efetivado na conta do fundo municipal, sob pena de devolução integral dos valoresrepassados.

§ 3º O município poderá, mediante justificativa, solicitar dilação de prazo, que deverá ser autorizada pela
SEAMA.

Art. 9º O percentual dos recursos estaduais destinados às ações e aos serviços descritos nestedecreto passam
a ser organizados e transferidos através de repasse.

Parágrafo único. A forma do repasse e respectivos valores do repasse a que se refere o art. 9º serão
detalhados por Portaria da SEAMA.

Art. 10. Para fazer uso dos recursos transferidos pelo Programa, o município, sob sua exclusiva
responsabilidade, deverá:

I - publicar a listagem dos projetos que serão executados com recursos do programa, via Fundo Municipal de
Meio Ambiente ou bem-estar animal, identificando, por projeto, a área beneficiada, bem como a(s)
diretriz(es) e prioridade(s) de aplicação dos recursos atendidas;

II - assinar o Termo de Adesão elaborado a partir do modelo constante do Anexo único deste Decreto e
encaminhar junto com o plano de trabalho para a SEAMA.

§ 1º O município deverá encaminhar à SEAMA a publicação da listagem de projetos e eventuais


modificações.

§ 2º Para que os municípios procedam à divulgação institucional, a SEAMA manterá, na páginado FUNDEMA,
em seu sítio na internet, modelo e manual de uso da marca do Programa PETVIDA.

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Art. 11. Incube aos municípios, destinatários das verbas repassadas pelo Programa PETVIDA, a
responsabilidade exclusiva pela correta aplicação destes recursos, incluindo a regularidadedos projetos
técnicos, o processo de licitação e do empenho, a liquidação e o pagamento da despesa necessária para a
execução dos projetos contemplados, além da obtenção de licenças, certificados, registros e demais
documentos necessários à fiel execução do objeto pleiteado.

Parágrafo único. O controle interno do município deverá acompanhar a regularidade dos procedimentos
realizados pela Administração Pública, no que se refere a aplicação dos recursos do Fundo Municipal de
Meio Ambiente ou Bem-Estar Animal, visando assegurar a conformidade de atos de gestão.

Art. 12. As transferências fundo a fundo do Estado para os municípios serão suspensas nas seguintes
situações, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa:

- quando não iniciado a execução do objeto em até 2 meses, após o Estado creditar na contabancária do
Fundo Municipal de Meio Ambiente ou Bem-Estar Animal, excetuando-se as situações excepcionais
devidamente justificadas;

- quando da indicação de suspensão decorrente de relatório da auditoria interna e/ou externa;

- quando constatadas impropriedades e/ou irregularidades na execução dos projetos indicado por órgão de
monitoramento, regulação, controle e avaliação estaduais; e

- quando identificada pendência, por parte do município, quanto ao cumprimento de obrigação prevista em
instrumento que envolva recursos de Fundos Ambientais, especialmente aqueles administrados pela SEAMA.

Art. 13. Fica o município aderente do Programa PET VIDA autorizado a contratar os serviços por meio de
consórcio público, respeitado os objetivos e diretrizes deste Programa.

Art. 14. Em cumprimento às exigências contratuais, ou a outro dispositivo legal, os recursos não utilizados ao
final de cada exercício, provenientes de operação de crédito, permanecerãodepositados nas contas
específicas durante a vigência do.

Art. 15. O repasse de recursos ficará condicionado à disponibilidade de recursos orçamentárioe financeiro ao
Fundo Estadual de Meio Ambiente - FUNDEMA, subconta denominada BEM- ESTAR ANIMAL.

Art. 16. A SEAMA definirá, por meio de portaria, as diretrizes complementares àimplementação do
Programa PET VIDA, inclusive quanto a forma de repasse de recursos.

Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Local e Data

XXXXXX

Governador do Estado

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ANEXO ÚNICO

(MODELO) TIMBRE-MUNICÍPIO

TERMO DE ADESÃO

Termo de Adesão, firmado junto a Secretaria deEstado de Meio


Ambiente e Recursos Hídricos –SEAMA, pelo MUNICÍPIO , na
Termo de adesão nº xx/2023
forma daLei Complementar nº XXX, de 2023.
MUNICÍPIO:

O município , pessoa jurídica de direito público interno, neste ato representado(a) pelo(a) Prefeito(a)
Municipal Sr.(a) , portador(a) da Carteirade Identidade nº , expedida pelo(a) ,
inscrito(a) no CPF sob o nº

; e, pelo Gestor do Fundo Municipal de Meio Ambiente (juntar cópia do Decreto,Portaria), Sr.(a) ,
portador(a) da Carteira de Identidade nº

, expedida pelo(a) , inscrito(a) no CPF sob o nº , por meio de seu Fundo Municipal de Meio
Ambiente, instituído pela Lei Municipal nº

, inscrito no CNPJ/MF sob o nº , doravante denominadoFUNDO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE OU


BEM-ESTAR ANIMAL, com fundamento na

Lei Complementar Estadual nº XXXX, de XX de XXXX de 2023, especialmente em cumprimentodas disposições


do Art. xxxx; no Decreto Estadual nº -R, de de

de 2023, bem como nas alterações posteriores desses instrumentos regulatórios, firma o presente
TERMO DE ADESÃO, pelo qual assume as RESPONSABILIDADES a seguir transcritas, junto a SECRETARIA
ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS.

O presente termo tem por objeto a adesão do MUNICÍPIO ao Programa PET VIDA que tem como objetivo
investir em ações referentes ao controle populacional, assistência à saúde, atendimento à urgência e
emergência, cadastro estadual e acolhimento temporário de animais domésticos caninos e felinos no âmbito
do município aderente.O programa é promovido pelo Governo Estadual do Espírito Santo, nos termos das
normatizações estabelecidas.

38
O município assume as seguintes RESPONSABILIDADES ESPECÍFICAS:

regularizar o FUNDO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE ou BEM-ESTAR ANIMAL, para receber o repasse de
verbas na modalidade fundo a fundo;

assumir a exclusiva responsabilidade pela correta aplicação dos recursos repassados pelo
FUNDEMA/SUBCONTA DE BEM-ESTAR ANIMAL, incluindo a regularidade do processo de contratação para a
execução do programa, na forma do Art. XX-X da Lei Complementar nº XX/XX e suas alterações posteriores;

assumir toda e qualquer responsabilidade técnica sobre as suas ações realizadas no âmbito do Programa
PETVIDA;

dispor de conselho de fiscalização e acompanhamento das aplicações de recursos repassados ao FUNDO


MUNICIPAL de MEIO AMBIENTE ou BEM-ESTARANIMAL constituído por meio da Lei nº (citar a lei municipal da
criação dofundo), em cumprimento às disposições dos Arts. X da Lei Complementar nº xxxxe suas alterações
posteriores;

elaborar Plano de Trabalho em conformidade com Portaria da SEAMA, para análise e aprovação da SEAMA,
com vistas a execução do Programa PET VIDA no município;

publicar na imprensa oficial a listagem dos projetos que serão apoiados por intermédio do Programa PETVIDA;

cumprir todas as disposições da legislação ambiental e do Conselho Regional deMedicina Veterinária, no que
se refere às exigências dos órgãos competentes;

elaborar, por si, ou por terceiros, os projetos e estudos técnicos necessários à implantação ou aquisição de
ações necessários à execução do programa, cumprindo todas as normas técnicas e legais aplicáveis,
assumindo inteiraresponsabilidade pela fiscalização da execução, quando contratada ou delegadaa terceiros;

designar um coordenador para o programa no município e, na hipótese deste deixar de ser agente público,
com as respectivas responsabilidades convencionadas em normatização futura;

aplicar os recursos transferidos pela SUBCONTA DE BEM-ESTAR ANIMAL exclusivamente em despesas


classificadas no plano de trabalho para fins do art. Xº da Lei Complementar XXX, de X de XXX de 2023,
mantendo-os em conta bancária específica e exclusiva para o recebimento dos recursos oriundos do

programa pela modalidade fundo a fundo;

emitir relatório técnico de monitoramento e avaliação da parceria, e o submeter à Gerência de Bem-Estar


Animal da SEAMA para monitoramento e avaliação designada, independentemente da obrigatoriedade de
apresentação da prestação de contas devida ao órgão responsável.

liberar os recursos por meio de transferência eletrônica e em obediência ao plano de trabalho, que guardará
consonância com as metas, fases ou etapas deexecução do objeto do Termo de Adesão e com o Programa
PETVIDA.

por ocasião da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção da parceria, os saldosfinanceiros remanescentes,


inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, devolver à Administração
Pública, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, sob pena de imediata instauração de tomadade contas
especial do responsável, providenciada pela autoridade competente da administração pública.

proceder à divulgação institucional do programa, nos moldes constantes da página do XXXXXXX, mantida no
sítio da XXXXXXXX do Governo do Estado do Espírito Santo, na Internet;

39
promover o envio oficial deste TERMO, acompanhado do Plano de Trabalho, emvias originais, para a Secretaria
de Estado de Meio ambiente e Recursos Hídricos

- SEAMA do Governo do Estado do Espírito Santo para os Poderes Legislativos Estadual e Municipal e aos
demais órgãos para os quais haja previsão legal, contratual ou de outra natureza, com cópias para a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente ou Subsecretaria Municipal de Bem-Estar Animal.

O presente Termo de Adesão terá sua vigência a partir do primeiro dia seguinte ao da publicação de seu
extrato na imprensa oficial até / / , conforme prazo previsto no anexo Plano de Trabalho para a
consecução de seu objeto.

Caso haja atraso na liberação dos recursos financeiros, a administração pública estadual promoverá a
prorrogação do prazo de vigência do presente Termo de Adesão, independentemente de proposta da
organização da sociedade civil, limitado o prazo deprorrogação ao exato período do atraso verificado.

Manter arquivo individualizado de toda documentação comprobatória das despesas realizadas em virtude
deste TERMO, garantindo que os documentos sejam emitidos emnome do fundo municipal de meio ambiente.

Enviar relatório sobre a aplicação dos recursos e a avaliação das verbas recebidas por intermédio do
FUNDEMA/SUBCONTA DE BEM-ESTAR ANIMAL, no mês de março de cada ano, aos Poderes Legislativos
Estadual e Municipal.

Fica expressamente vedada a utilização dos recursos transferidos, sob pena de nulidade do ato e
responsabilidade do agente ou representante do município, para:

 quando houver evidências de irregularidade na aplicação de parcela anteriormenterecebida;


 quando constatado desvio de finalidade na aplicação dos recursos.
 realização de despesas a título de taxa de administração, de gerência ou similar;
 finalidade diversa da estabelecida no programa, ainda que em caráter de emergência;
 realização de despesas em data anterior ou posterior à sua vigência;
 realização de despesas com taxas bancárias, com multas, juros ou correção monetária,inclusive, referentes
a pagamentos ou recolhimentos fora dos prazos;
 realização de despesas com publicidade, salvo as de caráter educativo, informativo oude orientação social,
das quais não constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos; e
 repasses como contribuições, auxílios ou subvenções às instituições privadas com finslucrativos;
 pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público com recursos vinculados à parceria, salvo nas
hipóteses previstas nas normatizações do Programa e na lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo único. Enquanto não sanadas os recursos de defesa do município, as parcelasdos recursos a serem
transferidas ficarão retidas.

Na hipótese de paralisação das atividades, o município deverá informar a administração pública estadual,
através do , no prazo máximo de , paraque possam ser tomadas as devidas providências.

40
A administração pública estadual considerará ainda em sua análise os seguintes relatórios elaborados
internamente, quando houver:

 relatório da visita técnica in loco realizada durante a execução da parceria;


 relatório técnico de monitoramento e avaliação, homologado pela comissão de monitoramento e
avaliação designada, sobre a conformidade do cumprimento do objeto e os resultados alcançados
durante a execução do termo de adesão.

O presente Termo de Adesão poderá ser rescindido, independente de prévia notificação ou interpelação
judicial ou extrajudicial, nas seguintes hipóteses:

 utilização dos recursos em desacordo com o Plano de Aplicação;


 inadimplemento de quaisquer das cláusulas pactuadas;
 constatação, a qualquer tempo, de falsidade ou incorreção em qualquer documentoapresentado; e
 verificação da ocorrência de qualquer circunstância que enseje a instauração de Tomada de Contas
Especial.
 findo o prazo do termo, as partes serão responsáveis somente pelas obrigações que, em razão da
natureza pela qual se revestem, sobrevivam ao término do Termo.

O presente termo deverá ser encaminhado com o respectivo plano de aplicação,devidamente aprovado
pela SEAMA.

Será competente para dirimir as controvérsias decorrentes deste Termo de Adesão, que não possam ser
resolvidas pela via administrativa, o foro Juízo de Vitória - Comarcada Capital do Estado do Espírito Santo, com
renúncia expressa a outros, por mais privilegiados que forem.

E, por assim estarem plenamente de acordo, os partícipes obrigam-se ao total e irrenunciável cumprimento
dos termos do presente instrumento, que vão assinados pelos partícipes, para que produza seus efeitos
jurídicos e legais, em Juízo ou fora dele.

O presente TERMO DE RESPONSABILIDADE segue assinado.

(Município)/ES, de de 2023.

41
ANEXO V - Modelo do Estado do Espírito Santo como referência em questão orçamentária utilizado como
base para a confecção da LC 26/2023, a qual cria subconta denominada “Bem-estar Animal” no âmbito do
Fundo Estadual do Meio Ambiente – FUNDEMA

AUTÓGRAFO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 26/2023

Cria a subconta denominada “Bem-estar Animal” no âmbito do Fundo Estadual do Meio Ambiente –
FUNDEMA, e dá outras providências.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, no uso das atribuições que lhe são conferidas
pelo artigo 66 da Constituição Estadual e tendo aprovado o presente Projeto de Lei Complementar nº
35/2023, resolve enviá-lo a S. Exa., o Senhor Governador do Estado, para os fins constitucionais.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º Fica criada a subconta denominada “Bem-estar Animal” no âmbito do Fundo Estadual do Meio
Ambiente – FUNDEMA, com objetivo de dar o suporte financeiro às ações, aos programas e aos projetos
voltados ao controle populacional, à saúde animal e ao bem-estar de animais domésticos, constituída dos
seguintes recursos:

- os recursos que forem destinados pelo Conselho Gestor do FUNDEMA, em Plano Anual do Fundo, para
implementação do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos, ainda
que tais recursos tenham sido provenientes de multas ambientais ou de outras fontes;

- recursos consignados nos orçamentos públicos municipal, estadual e federal, por disposição legal ou
orçamentária, vinculados à referida subconta para atendimento de seu objetivo;

- provenientes de auxílios, doações, empréstimos, legados, subvenções, transferências ou contribuições,


onerosas ou não onerosas, financeiras ou não, de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais
ou internacionais, assim como quaisquer outros repassesdiretamente à subconta “Bem-estar Animal” para
fins de aplicação em conformidade com os objetivos da subconta;

- provenientes de doações internacionais de organizações multilaterais, bilaterais ou de entidades de


governos subnacionais com fins de financiamento de projetos voltados às questões de controle populacional
e bem-estar de animais domésticos;

- recursos oriundos da amortização, correção, juros e multas dos financiamentos viabilizados pelo FUNDEMA
por meio da subconta “Bem-estar Animal”;

- resultado das operações de crédito e dos rendimentos provenientes de aplicações financeiras realizadas com
recursos da subconta “Bem-estar Animal”; e

- provenientes de quaisquer outras receitas que venham a ser destinados à subconta para fins de controle
populacional e de bem-estar de animais domésticos.

42
Parágrafo único. Os recursos a que se refere o inciso I deste artigo serão transferidos à subconta “Bem-estar
Animal” até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente ao da publicação da Deliberação do Conselho Gestor
do FUNDEMA, ou do respectivo extrato, no Diário Oficial dos Poderes do Estado.

Art. 2º A aplicação de recursos da subconta “Bem-estar Animal” será destinada ao apoio e ao fomento de
ações, de programas e de projetos que contribuam para o controle populacional eo bem-estar de animais
domésticos no Estado do Espírito Santo, observando-se os princípios, os objetivos e as prioridades
estabelecidos no âmbito do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar Animais Domésticos,
especialmente aqueles que:

- visem à elaboração e/ou à implementação de planos de controle populacional, de saúde animal e de bem-
estar de animais domésticos;

- proporcionem a gestão integrada do controle populacional e do bem-estar de animais domésticos gerados


nas respectivas circunscrições político-administrativas;

- promovam a integração da organização, do planejamento, da execução e da avaliação dasfunções públicas


de interesse comum relacionada à gestão do controle populacional e do bem-estar de animais domésticos,
nas microrregiões e nos municípios;

- fortaleçam, institucionalmente, inclusive com apoio voltado à infraestrutura e ao fornecimento de


equipamentos necessários, os órgãos e/ou as instituições envolvidos nagestão e/ou na execução de ações,
de programas e de projetos de que trata o caput desteartigo;

- capacitem os agentes públicos, de organização da sociedade civil, setor empreendedor e/ou particulares que
atuam em ações voltadas ao controle populacional e ao bem-estar de animais domésticos no Estado ou que
possam contribuir para a conscientização acerca do controle populacional e do bem-estar de animais
domésticos;

- promovam a educação ambiental, de curto, médio e/ou longo prazo, com vistas à sensibilização e à
conscientização, no âmbito do Estado, no que tange à temática “controle populacional e bem-estar de animais
domésticos”; e

- outros definidos nos respectivos planos de controle populacional, saúde animal e bem- estar de animais
domésticos e/ou que estejam relacionados ao controle populacional, saúde animal e bem-estar de animais
domésticos.

Art. 3º Os recursos destinados à subconta “Bem-estar Animal” serão depositados em conta bancária com a
rubrica “FUNDEMA/Bem-estar Animal” junto ao Banco do Estado do Espírito Santo – BANESTES, em conta
distinta daquela utilizada para o recebimento dos recursos do FUNDEMA, previstos na Lei Complementar nº
513, de 11 de dezembro de 2009, de modo que se permita a gestão autônoma dos recursos financeiros
aportados na referida subconta.

§ 1º A extinção da subconta criada por esta Lei Complementar acarretará a reversão do eventual saldo
remanescente para a conta “FUNDEMA”, de modo a compor o saldo financeiro a ser aplicado pelo Conselho
Gestor do Fundo em conformidade com o PlanoAnual do Fundo e normas pertinentes.

§ 2º Os recursos provenientes de operações de crédito ou de outras fontes vinculadas, em cumprimento às


exigências contratuais ou a outro dispositivo legal, poderão ser movimentados em contas bancárias
específicas abertas para atender aos objetivos da subconta“Bem-estar Animal”.

43
Art. 4º Os recursos da subconta “Bem-estar Animal” poderão ser repassados para fundos municipais de meio
ambiente ou para fundos municipais de bem-estar animal, na modalidade Fundo a Fundo.

Parágrafo único. No mínimo 50% (cinquenta por cento) dos recursos apurados ao final de cada exercício na
subconta “Bem-estar Animal” deverão ser aplicados na modalidade Fundo aFundo, não impedindo a aplicação
de percentual a maior, na referida modalidade, conforme definido em Plano de Aplicação Anual da Subconta
“Bem-estar Animal”.

Art. 5º Fica vedada a utilização dos recursos da subconta “Bem-estar Animal” para o pagamento de despesas
que não estejam de acordo com os objetivos da subconta.

Art. 6º O repasse de recursos da subconta “Bem-estar Animal” ao município, na modalidade Fundo a Fundo,
para fins de implementação de ações de controle e de bem-estar animal, fica condicionado ao prévio
atendimento dos seguintes requisitos pelo município:

- requerer à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA a adesão ao Programa Estadual de
Controle Populacional e Bem- Estar de Animais Domésticos por meio de formulário padrão assinado pelo chefe
do Poder Executivo Municipal;

- possuir Fundo Municipal de Meio Ambiente ou Fundo Municipal de Bem-Estar Animal que possa ser
constituído por recursos provenientes de fundo estadual, além de outras fontes;

- possuir Secretaria Municipal de Meio Ambiente e/ou de Bem-estar Animal, ativa; e

- prover abertura de conta exclusiva e específica no BANESTES, para recebimento de recurso oriundo da
subconta “Bem-estar Animal”.

§ 1º O repasse a que se refere o caput deste artigo será realizado mediante transferência de recursos do
“FUNDEMA/Bem-estar Animal” ao Fundo Municipal que atenda ao disposto no inciso II deste artigo.

§ 2º A transferência a que se refere o § 1º deste artigo será efetuada pelo Estado somente após a comprovação
quanto ao preenchimento dos requisitos e atendimento às demais normas regulamentares do Chefe do Poder
Executivo Estadual e/ou às normas complementares estabelecidas pelo Conselho Gestor do FUNDEMA.

Art. 7º As aplicações dos recursos da subconta “Bem-estar Animal” deverão estar em conformidade com o
Plano de Aplicação Anual da subconta, proposto pela Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual
de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos e homologado pelo Conselho Gestor do
FUNDEMA.

§ 1º As aplicações propostas para a subconta “Bem-estar Animal” estão dispensadas de observar as


prioridades estabelecidas pelo órgão consultivo do Fundo, visto a especificidade dos objetivos da subconta.

§ 2º Os recursos a serem considerados no Plano de Aplicação Anual da subconta “Bem-estar Animal” se


limitarão ao valor disponível na conta “FUNDEMA/Bem-estar Animal”, incluídos os valores referenciados no
inciso I do art. 1º desta Lei Complementar.

Art. 8º A Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de


Animais Domésticos será criada por ato do Chefe do Poder Executivo, devendoconter 01 (um) representante
da Comissão de Proteção e Bem-Estar dos Animais da Assembleia Legislativa, cabendo à Comissão a ser criada,
dentre outras atribuições a serem definidas em regulamento:

- reportar ao Conselho Gestor do FUNDEMA, ao final de cada exercício, ou sempre que solicitado por esse, a
situação quanto à implementação do Plano de Aplicação Anual da subconta “Bem-estar Animal”;

44
- elaborar o Relatório Anual de Atividades e Desempenho da Subconta “Bem-estar Animal”, encaminhando-o
à Secretaria Executiva do FUNDEMA, no mínimo, 10 (dez) dias úteis antes do encerramento do prazo para
envio da prestação de contas ao Tribunal deContas; e

- garantir que as propostas a serem implementadas em atenção ao Plano de Aplicação Anual da subconta
“Bem-estar Animal” tenham bem definidos os custos e os benefícios adequados aos objetivos nelas previstos,
assim como, claramente estabelecidos os resultados esperados, as metas e os indicadores de desempenho
que serão utilizados na sua avaliação.

Art. 9º A participação dos membros indicados para compor a Comissão de Acompanhamento do Programa
Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos é considerada serviço público
relevante, vedada qualquer tipo de remuneração.

Art. 10. Compete à SEAMA coordenar a implementação de ações, de programas e de projetos em


conformidade com o Plano de Aplicação Anual da subconta “Bem-estar Animal”, com o apoio e sob
acompanhamento da Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-
Estar de Animais Domésticos.

§ 1º A formalização de instrumentos para fins de aplicação de recursos da subconta “Bem- estar Animal”, em
conformidade com o Plano de Aplicação Anual da subconta, previamente homologado pelo Conselho Gestor,
fica dispensada de autorização do Conselho Gestor do FUNDEMA.

§ 2º Os instrumentos de que trata o § 1º deste artigo serão aqueles previstos em lei, a exemplo de convênios,
acordos, termos de compromisso ou adesão e contratos, observando-se asdisposições legais aplicáveis.

§ 3º Os recursos poderão ser aplicados, ainda, por meio de contratos administrativos regidos pela Lei Federal
nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e de outros instrumentos jurídicosutilizados no âmbito da administração
pública.

Art. 11. As ações, os programas e os projetos a serem implementados no âmbito do Plano de Aplicação Anual
da subconta “Bem-estar Animal”, com recursos da subconta, serão instruídos com parecer técnico da
Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais
Domésticos.

§ 1º Pareceres da Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-


Estar de Animais Domésticos referentes aos projetos executados com apoio financeiro da subconta “Bem-
estar Animal” devem ser encaminhados à SecretariaExecutiva do FUNDEMA para ciência do Conselho Gestor
do FUNDEMA.

§ 2º Em se tratando de ações, de programas e de projetos a serem implementados no âmbitodo Plano de


Aplicação Anual da subconta “Bem-estar Animal”, fica dispensada a instrução das respectivas ações,
programas e projetos com parecer técnico da Secretaria Executiva do FUNDEMA.

Art. 12. Na utilização dos recursos da subconta “Bem-estar Animal” incentivados pelo Programa Estadual de
Controle Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos e, em sua respectiva comunicação institucional,
deverá constar a divulgação do apoio institucional do Governo do Estado e do FUNDEMA.

Art. 13. O município enviará relatório sobre a aplicação dos recursos e a avaliação das verbasrecebidas por
intermédio da subconta “Bem-estar Animal”, no mês de março de cada ano fiscal, ao legislativo municipal e à
Comissão de Acompanhamento do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar de Animais
Domésticos.

45
Art. 14. Incumbe aos municípios destinatários das verbas repassadas a fundo municipal, via “FUNDEMA/Bem-
estar Animal”, a responsabilidade exclusiva pela correta aplicação desses recursos, incluindo a regularidade
do processo de eventuais procedimentos licitatórios, do empenho, da liquidação e do pagamento da despesa
necessária para a execução das ações de Bem-estar Animal.

Art. 15. A aplicação dos recursos pelos municípios dependerá da prévia assinatura de termo de
responsabilidade, em que o município se comprometa a utilizar os recursos de acordo com as finalidades
previstas e a prestar contas da aplicação de eventuais repasses pecuniários.

Art. 16. O Fundo Municipal que receber os recursos deve ter escrituração contábil própria, ficando a aplicação
de seus recursos sujeita à prestação de contas ao Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo – TCEES, nos
prazos previstos na legislação pertinente.

Art. 17. Fica o Poder Executivo autorizado a proceder às alterações orçamentárias necessáriasao cumprimento
desta Lei Complementar.

Art. 18. Ficam autorizadas as alterações necessárias ao cumprimento desta Lei Complementar no Plano
Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual.

Art. 19. A Lei Complementar nº 513, de 11 de dezembro de 2009, passa a vigorar acrescida do inciso VII no
art. 2º e do art. 5º-A, com as seguintes redações:

“Art. 2º (...)

(...)

VII - implementação do Programa Estadual de Controle Populacional e Bem-Estar deAnimais


Domésticos.

(...).” (NR)

“Art. 5º-A. Os recursos do FUNDEMA poderão ser aplicados na modalidade Fundoa Fundo,
entre Estado e municípios, mediante termo de adesão, para projetos específicos e autorizados
pelo Conselho Gestor.”

Art. 20. O Poder Executivo, por decreto, no prazo de até 30 (trinta) dias, expedirá instruções para a fiel
execução desta Lei Complementar, bem como delegará, conforme o caso, competências para expedir atos
normativos complementares.

Art. 21. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Local e data

XXX

Presidente

XXX

1º Secretário

XXX

2ª Secretária

46
ANEXO VI - Modelo de credenciamento para contratação de pessoas jurídicas interessadas na prestação
de serviços de castração de cães e gatos (Lei 8.666/93)

CREDENCIAMENTO Nº XXX/20XX

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº XXX/20XX

A PREFEITURA XXXXX, por intermédio do Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal XXXXXXXXXX, através Do
Fundo Municipal de Saúde, torna público a abertura do edital de Credenciamento para contratação de pessoas
jurídicas interessadas na prestação de serviços de castração de cães e gatos, segundo as condições
estabelecidas no presente edital e nos seus anexos, cujos termos, igualmente, o integram. Serão credenciadas
clínicas veterinárias interessadas situadas no Município XXXXXXXXXX.

REGÊNCIA LEGAL: LEI FEDERAL nº 8.666/93 – Caput do artigo 25

INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO – INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

PERÍODO PARA RECEBIMENTO DOS DOCUMENTOS RELATIVOS À HABILITAÇÃO PARA O CREDENCIAMENTO:


SERÁ DE 60 (SESSENTA) dias.

LOCAL PARA ENTREGA DOS ENVELOPES: na plataforma ONLINE (https: /) ou no endereço: XXXXXXXXX.
HORÁRIO: XXXXXXXXX.

- OBJETO:

1.1 – O presente edital tem por objeto o credenciamento de pessoas jurídicas para a prestação de serviços de
castração de cães e gatos, no Município de XXXXXXXX.

1.2 – Segue abaixo a Tabela de Valores e Procedimentos, nas quantidades e valor anuais estimados conforme
segue abaixo.

1.3 – Procedimentos:

ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO VALOR

01 Esterilização de fêmeas FELINAS R$


através de ovariosalpingohisterectomia
+ kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

02 Esterilização de fêmeas CANINAS até R$


15 kg através de
ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
Antibiótico (injetável) e antiflamatório)

47
03 Esterilização de fêmeas CANINAS de 16 R$
até 25 kg através de

ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

04 Esterilização de fêmeas CANINAS de 26 R$


até 35 kg através de

ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

05 Esterilização de machos felinos através R$


de orquectomia + kit medicação

06 Esterilização de machos caninos até 15 R$


kg através de orquiectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

07 Esterilização de machos caninos de 16 R$


kg até 25kg através de orquiectomia +
kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

08 Esterilização de machos caninos de 26 R$


kg até 35 kg através de orquiectomia +
kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

09 Hemograma R$

10 Anestesia inalatória obrigatória em R$


raças braquicefálicas

11 Anestesia inalatória acima de 16 kg R$

12 X R$

13 X R$

1.3 - Integram este edital os seguintes anexos:

ANEXO I – REQUERIMENTO DO CREDENCIAMENTO

ANEXO II – LEI LOCAL XXX

ANEXO III - LEI LOCAL XXX

ANEXO IV - LEI DE REGÊNCIA XXX

ANEXO V – INSTRUÇÃO NORMATIVA XXX

48
ANEXO VI – DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

ANEXO VII - MINUTA DO CONTRATO

2.0 - REQUISITOS PARA PARTICIPAR DO CREDENCIAMENTO

2.1 – Os interessados deverão apresentar os envelopes lacrados de forma a não permitir a sua violação, no
endereço xxxx, horário ou enviar de forma digital até às 23h59min, todos os documentos válidos através da
plataforma ONLINE (https:/) e estando sujeitos a posterior conferência de documentos, os envelopes lacrados
devem constar em sua parte externa o seguinte:

2.1.1 - Envelope n° 01: contendo todos os documentos correspondentes à habilitação, indicando


externamente:

ENVELOPE 02 – DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO

Prefeitura Municipal de XXXXX

Credenciamento n.º XXX/20XX: Credenciamento para contratação de pessoas jurídicas interessadas na


prestação de serviços de castração de cães e gatos, através da Secretaria Municipal XXX.

(Nome completo, CPF, Telefone e endereço, e-mail)

2.2 - Serão somente admitidos para o credenciamento as licitantes com área de formação especificadas no
item 1.1 do objeto e que apresente envelope contendo a documentação exigida pela Lei Federal nº 8.666/93.

2.3 - Estão impedidas de participar do processo:

2.3.1 – Profissionais que por qualquer motivo tenham sido declarados inidôneos por qualquer órgão da
Administração Pública, direta ou indireta, Federal, Estadual ou Municipal.

2.3.3 – Profissionais que tenham participado deste processo;

2.3.4 - Serão considerados inabilitados do presente processo, os licitantes que deixarem de atender a qualquer
exigência estabelecida no presente edital;

2.3.5 - Servidores da Administração Pública Municipal, direta e indireta, quando não amparados pela
acumulação legal de cargos.

– DA HABILITAÇÃO

3.1 - Os documentos exigidos nos subitens a seguir poderão ser apresentados em cópias reprográficas
autenticadas por Tabelião de Notas ou por publicações em órgão da imprensa oficial. As cópias reprográficas
ficarão retidas no processo;

3.2 - Os documentos emitidos, via internet, por órgãos ou entidades públicas, e suas cópias reprográficas
dispensam a necessidade de autenticações. A Administração não se responsabilizará pela eventual
indisponibilidade dos meios eletrônicos, no momento da verificação. Ocorrendo essa indisponibilidade e não
sendo apresentados os documentos alcançados pela verificação, o licitante será inabilitado.

3.3 - Para habilitação serão exigidos, exclusivamente, os seguintes documentos:

3.3.1 - Documentação relativa à HABILITAÇÃO JURÍDICA:

49
a) Carteira de Identidade (RG) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

b) Comprovante de residência - Se o mesmo não estiver em nome do licitante poderá


comprovar sua residência através dos seguintes documentos:

b.1) Contrato de aluguel

b.2) Certidão de nascimento se o comprovante estiver em nomes dos pais ou documento que comprove a
filiação.

b.3) Certidão de casamento se o comprovante estiver em nome do cônjuge.

3.3.2 - Documentação relativa à REGULARIDADE FISCAL e TRABALHISTA:

a) Prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda (CPF); com situação ativa;

b) PROVA DE REGULARIDADE com a FAZENDA FEDERAL através de CERTIDÃO NEGATIVA E/OU POSITIVA
COM EFEITO NEGATIVA DE DÉBITOS RELATIVOS AOS TRIBUTOS FEDERAIS E À DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO
expedida pela Secretaria da Receita Federal, abrangendo inclusive as contribuições sociais previstas nas
alíneas “a” a “d” do parágrafo único do artigo 11 da Lei Federal no. 8.212/1991;

c) Prova de regularidade para com a Fazenda do Estado ou Distrito Federal (Certidão Negativa e/ou positiva
com efeito de negativa);

d) Certidão de regularidade expedida junto a Fazenda Municipal expedida por esta Prefeitura;

e) Prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação da


CNDT - Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, fornecida pelo TST - Tribunal Superior do Trabalho, com
prazo de validade em vigor, nos termos do art. 642-A da CLT c/c o art. 29, Inciso V da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993 (Certidão Negativa e/ou positiva com efeito de negativa).

- Documentação relativa à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA:

a) Apresentação de Currículo que comprove a experiência do profissional de acordo com as exigências


contidas no objeto da licitação;

b) Carteira profissional expedida pelo órgão de classe (cópia autenticada);

c) Diploma devidamente registrado pelo MEC (cópia autenticada;

d) Certificados e/ou diplomas de cursos lato e/ou strictu senso (quando houver ou se exigido para a área.
Cópia autenticada);

e) Certidão Registro e Quitação do respectivo Conselho Regional de Classe.

3.3.4 – Declaração de Antecedentes Criminais (pessoa física) expedida nos últimos 30 (trinta) dias pelo
Ministério da Justiça e Segurança Pública, através da Polícia Federal;

3.3.5 – Requerimento de Credenciamento devidamente assinado, conforme modelo do Anexo I;

3.5 - Todos os documentos exigidos no item 3.3 deverão constar no envelope de habilitação ou encaminhados
pela plataforma ONLINE (https:/).

4.0 - DO RECEBIMENTO DA DOCUMENTAÇÃO PARA CREDENCIAMENTO

50
4.1 - O recebimento da documentação ocorrerá no período de 60 (sessenta) dias no período XXX no horário
das 07 às 12 horas, na sede XXX ou enviar de forma digital até às 23h59min, com todos os documentos válidos
através da plataforma ONLINE e estando sujeitos a posterior conferência de documentos.

4.2 - A Comissão receberá os envelopes contendo a documentação apresentada pelos interessados, mediante
protocolo e promoverá a sua apreciação e julgamento.

4.3 - Após a abertura do envelope ou recepção dos documentos pela plataforma ONLINE, a Comissão analisará
e avaliará a documentação, no prazo de 05 (cinco) dias, contados do dia útil subsequente à data do protocolo
de entrega da documentação pela licitante a ser credenciada.

4.4 - Caso a documentação apresentada pela licitante interessada esteja incorreta e/ou incompleta, durante
o período de credenciamento será admitida a sua complementação, no prazo de até 05 (cinco) dias úteis a
partir da comunicação da irregularidade.

4.5 - A Comissão comunicará por escrito a licitante se a mesma está habilitada, credenciando-a e convocando-
a a assinar contrato com esta Prefeitura Municipal, em conformidade com este Edital.

5.0 – DOS RECURSOS

5.1 - Será de 05 (cinco) dias úteis o prazo para interposição dos recursos, observando-se o disposto no art. 109
da Lei Federal nº 8.666/93.

6.0 – CRITÉRIO DE JULGAMENTO

6.1 - Serão credenciadas as licitantes devidamente habilitadas cujos serviços ofertados estejam de acordo
com as especificações contidas neste edital.

6.2 - O não atendimento a qualquer exigência contida neste edital implicará no não credenciamento da
interessada.

6.3 - Caso haja mais de um credenciado para o mesmo serviço, os serviços serão distribuídos pela Prefeitura
Municipal, de acordo com a ordem de credenciamento, em sistema de rodízio, de forma que todos os
credenciados poderão ser chamados a executar os serviços.

6.4 - O perito credenciado que executar um serviço requerido por esta Agência passará automaticamente para
o final da fila de sua especialidade para que o credenciado subsequente suba a sua posição, havendo assim
um rodízio igualitário entre os mesmos. Os processos serão distribuídos em ordem cronológica de
cadastramento entre os peritos.

7.0 - DO PREÇO

7.1 - O valor tomado como base está de acordo com a LESGISLAÇÃO LOCAL PERTINENTE (caso haja) – alocar
em anexos.

7.2 - Nos preços fixados na forma do item anterior, estão compreendidos todos os custos e despesas que
direta ou indiretamente decorram do cumprimento pleno e integral do objeto deste edital, ficando esclarecido
que a Administração não admitirá qualquer alegação posterior que vise o ressarcimento de custos não
considerados nos preços.

7.3 – A CONTRATADA será remunerado por parecer/laudo técnico apresentado, mediante credito em sua
conta corrente, por ordem bancária.

51
7.4 – A CONTRATADA deverá apresentar cópia do comprovante de quitação do ISS autônomo e da respectiva
GPS – Guia de Recolhimento da Previdência Social, para que não seja efetuada a retenção do Imposto Sobre
Serviço – ISS e da contribuição relativa ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

7.5 – Nenhum pagamento será efetuado ao (à) CONTRATADO (A) enquanto estiver qualquer obrigação
pendente de liquidação. Esse fato não será gerador de direito e reajustamento de preços, à correção
monetária ou juros ou multa.

8.0 - DA FORMALIZAÇÃO DO CREDENCIAMENTO

8.1 - Publicado o resultado do credenciamento, os credenciados serão convocados para a assinatura do


instrumento de contrato, e não poderão se furtar à prestação dos serviços com base está de acordo com a
LESGISLAÇÃO LOCAL PERTINENTE (caso haja), ficando esclarecido que a desistência posterior acarretará as
sanções previstas no Capítulo IV, da Lei Federal nº 8.666/93.

9.0 - DO PRAZO

9.1 - O prazo para a prestação dos serviços será de 12 (dose) meses, contados a partir da assinatura do
contrato, podendo tal prazo ser prorrogado ou rescindido, na conformidade do estabelecido na Lei nº
8.666/93 e alterações posteriores, artigo 199, caput, e § 1º da CF/88 e da Lei 8.080/90 art. 24 a 26.

10.0 – DA FORMA DE PAGAMENTO E DO REAJUSTE

10.1 - O pagamento deverá ser efetuado, em até 30 (trinta) dias, após a liquidação da despesa pela Prefeitura,
após a efetiva entrega dos laudos, no valor correspondente ao quantitativo comprovadamente
executado/fornecido, mediante apresentação da nota fiscal atestada pelo funcionário responsável da Agência.
Os recibos comprovantes das entregas deverão ser encaminhados à esta Prefeitura, para emissão de empenho
acompanhada da documentação necessária para que seja efetuado o pagamento.

10.2 - O pagamento será efetuado por parecer técnico apresentado, mediante crédito em conta do
credenciado, por ordem bancária, em até trinta dias contados da entrega do recibo de prestação de serviços.

10.3 – O Prestador de Serviço emitirá a Nota Fiscal no momento da entrega, em 03 (três) vias, a qual será
encaminhada para pagamento após o recebimento e o aceite completo dos produtos.

10.3.1 - As notas fiscais deverão, obrigatoriamente, ter exarado em seu corpo o número da nota de empenho.

10.4 - Nenhum pagamento será efetuado à CONTRATADA na pendência de qualquer uma das situações abaixo
especificadas, ou em virtude de penalidade ou inadimplência, sem que isso gere direito a alteração de preços
ou compensação financeira.

10.5 – O Prestador que vier a ser contratado deverá apresentar à Prefeitura, para fins de recebimento, os
seguintes documentos atualizados:

a) Prova de regularidade para com a Fazenda Federal através de CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS RELATIVOS
AOS TRIBUTOS FEDERAIS E À DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO expedida pela Secretaria da Receita Federal,
abrangendo inclusive as contribuições sociais previstas nas alíneas “a” a “d” do parágrafo único do artigo 11
da Lei Federal no. 8.212/1991;

b) Prova de regularidade para com a Fazenda do Estado ou Distrito Federal;

c) Certidão de regularidade expedida junto a Fazenda Municipal expedida pela Prefeitura Municipal de XXX;

10.5 - O pagamento somente será feito mediante crédito aberto em conta corrente em nome da pessoa
jurídica/física Contratado.

52
10.6 - Eventual alteração de preços em decorrência de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato só será
examinada mediante apresentação de documentos que comprovem, de forma inequívoca, a alteração da
relação encargos/retribuição inicialmente pactuada.

10.7 - O reajuste do preço estipulado neste instrumento, fica vinculado ao reajuste que utiliza a UFM (Unidade
Fiscal Municipal) como unidade padrão de cálculo, quando for o caso.

11.0 - DA FISCALIZAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

11.1 – A execução dos serviços será realizada pela contratada, de forma parcelada, conforme a necessidade e
solicitação da Prefeitura, a partir do recebimento de solicitação expressa do referido órgão.

11.2 - No prazo estipulado, os Credenciados deverão apresentar parecer técnico, devidamente assinado,
referente à vistoria, aos documentos e/ou estudos que avaliaram com suas considerações e recomendações
visando à adequação do empreendimento às normas sanitárias atinentes.

11.3 – Fica facultada a Prefeitura, a convocação para prestação de serviços profissionais credenciados, para
executar os serviços de forma individual ou em conjunto.

11.4 – Os profissionais Credenciados estarão sujeitos às sanções administrativas, civis e penais pelas
declarações e pareceres por eles emitidos e assinados.

11.5 - Competirá a Prefeitura proceder ao recebimento da conclusão dos serviços solicitados, auditoria e
controle da execução do serviço, objeto deste Credenciamento.

12.0 - DAS OBRIGAÇÕES E VEDAÇÕES A CONTRATADA

12.1 – A CONTRTADA obriga-se a manter, durante todo o período de duração do contrato, todas as condições
de habilitação, qualificações, regularidade e pontualidade exigidas, em compatibilidade com as obrigações
assumidas por ocasião da assinatura do contrato.

12.2 - São vedadas ao (a) CONTRATADO (A) as condutas a seguir listadas, constituindo a sua realização, motivo
de rescisão contratual imediata por parte do MUNICÍPIO:

 Tiver, por qualquer motivo, a sua habilitação profissional suspensa;


 Prestar informações inexatas;
 Transferir ou ceder suas obrigações, no todo ou em parte, a terceiros, sem prévia autorização por escrito
da Prefeitura;
 Executar os serviços com desacordo com as normas técnicas ou especificações, independentemente de
fazer as correções necessárias às suas expensas;
 Cometer qualquer infração às normas legais federais, estaduais e municipais;
 Praticar, por ação ou omissão, qualquer ato que, por imprudência, imperícia, negligência dolo ou má-fé,
venha causar danos à Prefeitura e/ou a terceiros, independente da obrigação em reparar os danos
causados.

12.3 - Prestar os serviços de acordo com as especificações e condições sempre que requisitada, mediante
autorização da Prefeitura.

12.4 – Executar os serviços do objeto do credenciamento, utilizando equipamentos adequados, de acordo


com as especificações e/ou norma exigida.

12.5 - Arcar com toda a responsabilidade e eventuais danos causados a terceiro em decorrência da prestação
dos serviços objeto deste credenciamento.

53
12.6 - Comunicar, imediatamente, a Prefeitura acerca da ocorrência de qualquer irregularidade de que tenha
conhecimento.

12.7 – Assumir o pagamento de todos os tributos, taxas, contribuições previdenciárias e trabalhistas, bem
como todas as despesas necessárias ao cumprimento deste Credenciamento.

12.8 – Manter o horário de funcionamento compatível com as atividades da Prefeitura Municipal,


independentemente do local da prestação dos serviços.

12.9 - Os trabalhos deverão ser assinados pelo profissional, devidamente habilitado na atividade, e que
efetivamente tenha realizado o serviço.

13.0 - OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE:

13.1 - A Contratante obriga-se a:

 Efetuar os pagamentos devidos a contratada;


 Notificar, por escrito, a Contratada, quando da aplicação de multas previstas em Contrato, bem como em
relação às irregularidades detectadas nos casos de rejeição, defeitos ou vícios relacionados ao objeto a
ser contratado;
 Proceder à distribuição igualitária dos serviços entre todos os credenciados, conforme critérios de
distribuição de serviços;

14.0 - SANÇÕES/INADIMPLEMENTO

14.1 - O descumprimento parcial ou total, de qualquer das cláusulas contidas no Contrato e nos casos de
atraso injustificado, a apresentação de laudo técnico com informações inexatas, de inexecução parcial ou
inexecução total da obrigação, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, com garantia a prévia e
ampla defesa em processo administrativo, sujeitará o Contratado às seguintes penalidades:

 Advertência;
 Suspensão dos pagamentos dos honorários em aberto;
 Descredenciamento do quadro de credenciados.

14.2 – Suspensão do direito de licitar e contratar, segundo a natureza e a gravidade da falta e de acordo com
as circunstâncias e o interesse da Administração.

14.3 – Declaração de inidoneidade para licitar e contratar com a Administração Pública.

15.0 – RESCISÃO

15.1 - A inexecução parcial ou total do objeto deste ensejará a Rescisão Contratual observada, para tanto, as
disposições da Seção V, Capítulo III da Lei 8.666/93.

16.0 - REVOGAÇÃO/ANULAÇÃO

16.1 - O presente credenciamento poderá ser revogado ou anulado nos termos do art. 49 da Lei Federal nº
8.666/93.

16.2 - O Credenciado também será excluído do credenciamento quando:

a) tiver, por qualquer motivo, a sua habilitação profissional suspensa;

b) prestar informações inexatas;

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c) transferir ou ceder suas obrigações, no todo ou em parte, a terceiros, sem prévia autorização por escrito da
Prefeitura;

d) executar os serviços em desacordo com as normas técnicas ou especificações, independente da obrigação


de fazer as correções necessárias às suas expensas;

e) cometer qualquer infração às normas legais federais, estaduais e municipais;

f) praticar por ação ou omissão, qualquer ato que, por imprudência, imperícia, negligência, dolo ou má fé,
venha causar danos a Prefeitura e/ou a terceiros, independente da obrigação da contratada em reparar os
danos causados.

17.0 - DA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

17.1 - As despesas com a contratação para a execução do objeto licitado correrão à conta dos recursos
constantes da seguinte dotação orçamentária:

Unidade Gestora: XXX

Unidade Orçamentária: XXX

Projeto de Atividade: XXXXXXXXXXX.XXXXXXXXXX.XXX

Elemento de Despesa: XXXXXX

Fonte: XXXX

18.0 - DA HOMOLOGAÇÃO DO CREDENCIAMENTO

18.1 - A Prefeitura realizará a homologação de cada credenciamento, após recebimento dos documentos que
atenderem aos requisitos estipulados, as quais serão avaliadas pela Comissão de Análise de Documentos
criada pela Secretaria XXX, que encaminhará relatório/parecer técnico para Comissão de Licitação para
divulgação do resultado.

18.2 - Todos aqueles que se propuserem a atender aos requisitos constantes neste Edital terão suas
solicitações de credenciamento acatadas pela Comissão criada pela Prefeitura para Análise e Comissão de
Licitação, sendo submetidas à homologação pela Autoridade Competente.

19 – DA COMISSÃO PARA ANÁLISE DOS DOCUMENTOS:

19.1 - Fica criada uma comissão para análise da documentação apresentada pelos peritos que tiverem
interesse no Processo de Credenciamento. Para tanto, ficam designados os servidores abaixo descritos:

a) XXX, Matrícula nº XXX

b) XXX, Matrícula nº XXX

c) XXX, Matrícula nº XXX

20 - DISPOSIÇÕES GERAIS

20.1 - A aceitação provisória ou definitiva não exclui a responsabilidade civil pela quantidade, correção, solidez
e segurança do objeto contratual, nem tampouco a ética profissional, pela perfeita execução do contrato.

20.2 - É facultada à Comissão criada pela Prefeitura para Análise e Comissão Permanente de Licitação, em
qualquer fase do certame, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do

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processo de credenciamento, desde que não implique em inclusão de documento ou informação que deverá
constar, originariamente, da proposta.

20.3 - As licitantes credenciadas deverão fazer o acompanhamento, realizando ajustes necessários,


decorrentes dos procedimentos realizados.

20.4 - Será descredenciada, a qualquer tempo, a licitante que não mantiver durante o curso do contrato, as
mesmas condições que possibilitaram o seu credenciamento, ou, ainda, aquela cujo contrato venha a ser
rescindido, pelos motivos previstos no contrato.

20.5 - A qualquer tempo, antes da data fixada para a apresentação do envelope único e das documentações
via ONLINE, poderá a Comissão, se necessário, modificar o Edital, hipótese em que deverá efetuar a divulgação
de novo Aviso na imprensa oficial, com restituição de todos os prazos exigidos em lei.

20.6 - A prestação dos serviços, objeto deste Credenciamento, é exclusiva da Credenciada, vedada sua
transferência à empresa alheia à relação contratual.

20.7 - O presente Credenciamento configurará uma relação contratual de prestação de serviços, cuja vigência
do seu respectivo instrumento demonstra uma necessidade transitória da Prefeitura.

LOCAL - XX.

(Assinatura Eletrônica)

_______________________________________________

XXXXXXXXXXXXXXXXX

Presidente da Comissão de Licitação

PORTARIA Nº XXX/20XX

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ANEXO I

MODELO DE REQUERIMENTO

Ao Senhor XXX(autoridade).

(IDENTIFICAÇÃO DO CREDENCIANTE), brasileiro(a), casado/solteiro(a), residente e domiciliado na _________,


portador da carteira de identidade nº..... e do CPF nº........,(profissão), representante da clínica/pessoa jurídica
.........., vem requerer a Vossa Senhoria se digne determinar a sua habilitação no Credenciamento nº.
____/20XX, com vistas à prestação de serviços de pessoas e jurídicas interessadas na prestação de serviços de
castração de cães e gatos.

Declara que prestará os serviços de acordo com as especificações contidas no Edital e na legislação de
regência.

Nestes termos, pede deferimento.

Petrolina, ............. de ................... de 20XX.

_______________________________

(NOME DO CREDENCIADO)

ANEXO II

LEI LOCAL XXX

ANEXO III

LEI LOCAL XXX

ANEXO IV

LEI DE REGÊNCIA XXX

ANEXO V

INSTRUÇÃO NORMATIVA XXX

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ANEXO VI

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

Procedimentos:

ITEM DESCRIÇÃO DO SERVIÇO VALOR

01 Esterilização de fêmeas FELINAS R$


através de ovariosalpingohisterectomia
+ kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

02 Esterilização de fêmeas CANINAS até R$


15 kg através de
ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
Antibiótico (injetável) e antiflamatório)

03 Esterilização de fêmeas CANINAS de 16 R$


até 25 kg através de

ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

04 Esterilização de fêmeas CANINAS de 26 R$


até 35 kg através de

ovariosalpingohisterectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

05 Esterilização de machos felinos através R$


de orquectomia + kit medicação

06 Esterilização de machos caninos até 15 R$


kg através de orquiectomia + kit
medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

07 Esterilização de machos caninos de 16 R$


kg até 25kg através de orquiectomia +
kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

08 Esterilização de machos caninos de 26 R$


kg até 35 kg através de orquiectomia +
kit medicação (colar elisabetano,
antibiótico (injetável) e antiflamatório)

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09 Hemograma R$

10 Anestesia inalatória obrigatória em R$


raças braquicefálicas

11 Anestesia inalatória acima de 16 kg R$

12 X R$

13 X R$

ANEXO VII

MINUTA DO CONTRATO

CONTRATO N° ____/20XX

CONTRATO XXXX DE , CONFORME CREDENCIAMENTO Nº 0XX/20XX.

XXX

(Assinatura digital)

______________________________________

PREFEITURA

XXXXXXXXXXXXX

CONTRATANTE

______________________________________

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

CONTRATADO (A)

TESTEMUNHAS:

(Assinatura digital) (Assinatura digital)

_______________________________ _________________________________

C.P.F. Nº C.P.F. Nº

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ANEXO VII - Modelo de Projeto Básico de referência proposto pelo Governo do Distrito Federeal com
escopo de credenciamento de clínicas para realização de serviços de castração de caninos e felinos

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO DISTRITO FEDERAL

Unidade de Gestão de Fauna

Projeto Básico - IBRAM/PRESI/SEGER/UFAU

PROJETO BÁSICO

DO OBJETO

Constitui objeto do presente processo credenciar clínicas e hospitais veterinários, que poderão ser
chamados a firmar contrato com o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito
Federal – Brasília Ambiental, para a realização de serviços de castração de caninos e felinos
(ováriosalpingo-histerectomia e orquiectomia), conforme condições e especificações constantes neste
Projeto Básico.

DO PLANO DE COMPRAS E CONTRATAÇÕES ANUAL

A demanda está incluída no Plano de Compras e Contratações Anual - PACC 2020. Destaca-se que existe um
contrato em andamento (para o programa de castração de animais domésticos) e orçamento 2020 destinado
ao programa.

DA JUSTIFICATIVA DA DEMANDA

A contratação dos serviços objeto deste Projeto Básico tem por objetivo auxiliar no manejo do excedente
populacional de animais domésticos, contribuindo, dessa forma, para a qualidadeambiental, a saúde
pública, o bem-estar animal e o cumprimento dos dispositivos legais sobre a temática. A Lei Distrital n.º
4.574/2011 instituiu, em seu artigo 2º, o Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos, que
conforme parágrafo 1º do mesmo artigo, se dará por meio de castração, com a realização de mutirões
periódicos, cujos eventos ocorrerão em locais predeterminados pelo gestor do programa. Cabe destacar que
as espécies cães e gatos constam na Instrução Normativa n.º 409/2018 – Brasília Ambiental/PRESI, que
consolida a Lista de Espécies Exóticas Invasoras da Fauna e Flora do Distrito Federal. Desse modo, é
fundamental que ocorram ações de manejo populacional a fim de mitigar os impactos dessas espécies em
unidades de conservação e áreas com remanescentes de vegetação nativa.

A sanidade e o controle populacional de animais domésticos são temas de extrema importância, uma vez que
tais fatores interferem diretamente no meio em que vivemos e na saúde pública. O impacto da invasão de
espécies domésticas/invasoras (principalmente cães e gatos) é considerado a terceira maior ameaça às
espécies nativas, depois da superexploração e da destruição do habitat. De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS), há mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, entre cães e gatos. São
aproximadamente 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros.

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De maneira geral, o crescimento das cidades e a fragmentação das florestas facilitam a entrada de espécies
domésticas em áreas preservadas. A proximidade com as áreas urbanas é um dos fatores que contribuem
para a presença de cães e gatos nas unidades de conservação. Esses animais podem afetar a dinâmica
ecológica de diferentes formas, seja através da ação predatória sobre outras espécies ou na transmissão de
doenças.

A superpopulação de cães e gatos domésticos gera diversos problemas, como por exemplo, ninhadas
indesejadas frequentemente abandonadas, ou animais destinados, sem critério, para pessoas que não
assumem a guarda responsável. Muitos acabam em situação não domiciliada ou semi-domiciliada, com acesso
às ruas, onde podem ser maltratados, participar das cadeias de transmissão de zoonoses, envolverem-se em
acidentes de trânsito e mordeduras, colocando em risco animais silvestres e seus habitats. Acrescenta-se a
esse problema os maus-tratos a que os animais estão continuamente expostos, como abandono,
atropelamentos, desnutrição. Nesse contexto, a Lei de Crimes Ambientais n.º 9.605/1998 estabelece ser
crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos. Além da referida normativa, a Lei Distrital n.º 4.060/2007 define assanções a serem
aplicadas pela prática de maus-tratos a animais.

Cabe ressaltar que esse tema está cada vez mais em pauta na sociedade, o que demonstra ser uma política
pública importante. A sociedade anseia por medidas do Estado que vão ao encontro as suas expectativas.
Além de ganhos em termos de política pública, é uma oportunidade para o Brasília Ambiental executar um
serviço público que trará impactos positivos para o meio ambiente. Considerando as alternativas que o
instituto dispõe de imediato, um período de curto e médio prazo, bem como as alternativas experimentadas
por outras unidades da federação, além de aspectos relacionados à eficiência, eficácia e efetividade, a
proposta de prestação do serviço por meio de clínicas veterinárias particulares se mostra a mais adequada.

Dessa forma, o credenciamento visa ampliar o escopo de atuação do programa e atender a demanda de
emedas parlamentares que poderão ser direcionadas para incremento do número de castrações. Com o
credenciamento de novas clínicas veterinárias, o acesso ao serviço poderá ser realizado com maior facilidade.
Atualmente, existe apenas uma clínica contratada na região administrativa do Gama, o que impossibilita ou
diminui o escopo de atendimento para a região norte do Distrito Federal (Sobradinho e Planaltina, por
exemplo). Salienta-se que o intuito não é aumentar os gastos, mas distribuir a atuação do programa de
castração no território do Distrito Federal. Nesse contexto, o recurso financeiro atualmente disponível será
repartido entre as clínicas que forem habilitadas no credenciamento, de acordo com a capacidade
operacional, demanda, recurso disponível, entre outros critérios.

O modelo aplicado atualmente se mostrou eficiente e satisfatório (observado pelos elevados índices de
satisfação dos tutores atendidos (http://www.ibram.df.gov.br/satisfacao-do-publico-com-o-programa-de-
castracao/) para o cumprimento da política pública voltada para o controle populacional decães e gatos.
O Brasília Ambiental possui recurso próprio destinado ao projeto, tendo previsão no Plano Plurianual PPA
2020/2023 (http://www.economia.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/08/Lei-6490_2020_atualizada-
pela-lei-6624_2020.pdf), e equipe treinada e com expertise para gestão da temática. Desse modo, outra
ferramenta tal qual um acordo de cooperação ou convênio com outro órgão da administração distrital (do
sistema público de saúde ou agricultura) não é apropriado por não prezar pelos princípios da administração
pública da eficiência, da finalidade e da continuidade do serviço público. A eficiência exige resultados positivos
para o serviço público e um atendimento satisfatório, em tempo razoável. A finalidade é o dever do agente
público de buscar os resultados mais práticos, ligados às necessidade do interesse público. O princípio da
continuidade do serviço público tem a finalidade de não prejudicar o atendimento à população. Um acordo
de cooperação com repasse de verbas a outra instituição requer a celebração de um acordo jurídico aprovado
por ambas as partes e treinamento da equipe da outra instituição, o que implica na interrupção do projeto.
Outrossim, a demanda faz parte das atribuições do órgão ambiental o que possibilitou a estruturação para

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atendimento a demanda. Por fim, destaca-se que a interrupção do programa compromete os resultados
obtidos, uma vez que o controle populacional deve ser uma ação continuada para que se possa atingir aos
objetivos da política pública.

DO CRITÉRIO DE JULGAMENTO

Serão contratadas tantas e quantas forem as clínicas ou hospitais veterinários que se cadastrarem e
atenderem às especificações segundo as normas do presente Projeto Básico.

Foi instituída uma comissão de avaliação do credenciamento (Instrução N.º 187, de 18 de setembro de 2020,
http://www.ibram.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/pessoal-21-9-20.pdf), que terá duração igual à
validade do edital e designada pelo presidente do Brasília Ambiental.

Serão desclassificadas as propostas que não atenderem às especificações e exigências contidas nesse Projeto
Básico e Edital de Chamamento Público.

DAS ESPECIFICAÇÕES E EXECUÇÃO DO SERVIÇO

Prestação de serviços gratuitos à população, sem caráter de exclusividade, de procedimentos cirúrgicos


minimamente invasivos, de ovariosalpingo-histerectomia e orquiectomia em cães e gatos, com idade entre
quatro meses e seis anos de idade.

ITEM DESCRIÇÃO/ESPECIFICAÇÃO QUANTIDADE

1 Castração de canino macho (Orquiectomia) Indefinida


2 Castração de canino fêmea Indefinida
(Ovariosalpingo histerectomia)
3 Castração de felino macho (Orquiectomia) Indefinida
4 Castração de felino fêmea Indefinida
(Ovariosalpingo histerectomia)

Os serviços serão prestados nas dependências da contratada, a qual deverá prover instalações adequadas,
atendimento veterinário diário, número telefônico 24h (para atendimento pós cirúrgico) e quadro de pessoal
suficiente e capacitado.

Os serviços prestados pela contratada à população em decorrência da execução do objeto desse contrato
serão totalmente gratuitos, sendo-lhe vedado: exigir qualquer tipo de contraprestação, ajuda, auxílio,
colaboração do tutor; induzir o proprietário a comprar produtos ou medicamentos veterinários, bem como
condicionar o atendimento à compra dos mesmos.

Os serviços objeto do contrato ocorrerão conforme demanda da contratante, mediante a apresentação de


ordem de serviço/termo de autorização de castração à contratada, após realização de cadastro de tutores
pelo Brasília Ambiental ou entidade delegada para execução do cadastro de interessados.

As vagas para castração são voltadas para a população do Distrito Federal e o cadastramento dos interessados
ocorre pelo Brasília Ambiental ou entidade delegada, de forma presencial ou via internet. A frequência das

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campanhas são usualmente trimestrais. As campanhas de cadastro têm três etapas gerais: planejamento,
cadastro e resultado que ocorrem sob a gestão da equipe técnica do Brasília Ambiental.

A agenda de procedimentos cirúrgicos poderá ser elaborada pelo Brasília Ambiental ou pela clínica contratada.
No entanto, a clínica recebe os pedidos de reagendamento feitos pelos usuários (a clínica poderá definir a
metodologia de reagendamento, ou online ou via telefone), troca ou propõe nova data da cirurgia conforme
a possibilidade, e comunica ao usuário sobre a mudança da data da cirurgia.

Nos dias de cirurgia, a clínica recepciona os cadastrados checando se os tutores e seus animais constam em
Termos de Autorização emitidos pelo Brasília Ambiental. Após realização da cirurgia e recuperação da
anestesia, a clínica solicita ao tutor a assinatura do Termo de Confirmação de Realização da Castração.
Mensalmente, todos os termos são enviados para o Brasília Ambiental como comprovação de realização das
cirurgias, para fins de pagamento. Após ser notificada pelo Brasília Ambiental quanto a quantidade de cirurgias
validadas, a clínica gera a nota fiscal e relatório gerencial para pagamento pela prestação de serviço de
castração.

O contratado somente atenderá os pacientes mediante apresentação da autorização de castração emitido


pelo Brasília Ambiental, devidamente preenchido e assinado pelo executor do contrato.

A quantidade de procedimentos cirúrgicos a ser executada será definida conforme a capacidade operacional
da clínica, que deverá ser indicada na proposta técnica submetida ao Brasília Ambiental/DF.

A contratada deverá realizar os procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral, de acordo com protocolo
anestésico que garanta a segurança e o bem-estar do paciente. Caso haja necessidade de anestesia
inalatória ou exames, verificada pelo veterinário no dia castração, as custas ocorrerão por conta do tutor
do animal.

A equipe médica deverá realizar anamnese e exame clínico detalhado nos animais antes de submetê-los à
cirurgia. Quando o médico veterinário responsável julgar necessário, exames complementares poderão ser
realizados, sem qualquer ônus para o Brasília Ambiental.

No atendimento, o contratado deverá usar somente materiais descartáveis e instrumental devidamente


esterilizado. Os uniformes, Equipamentos de Proteção Individual – EPI e objetos de uso necessários à
prestação dos serviços são de responsabilidade do contratado.

Os animais que não apresentarem condições físicas aparentemente satisfatórias devido aos critérios
clínicos, ou aqueles que no ato da triagem o médico veterinário diagnosticar qualquer outromotivo
que o impeça de realizar o procedimento cirúrgico, serão considerados inaptos para o procedimento. O
tutor deverá por sua conta procurar atendimento veterinário e realizar o tratamento do animal. Caso o
tratamento do animal ultrapasse o período de 120 dias, a vaga disponibilizada será canceladae o tutor deverá
realizar novo cadastramento.

A contratada será responsável pelo acompanhamento veterinário dos animais esterilizados até a
cicatrização da ferida cirúrgica e sua completa recuperação, inclusive nos casos em que ocorrerem
complicações médicas decorrentes da cirurgia, sem qualquer ônus para o proprietário ou para o Brasília
Ambiental. Excetua-se a prescrição dos medicamentos receitados para a realização do pós-operatório, que
são de responsabilidade do proprietário.

O transporte dos animais cadastrados/beneficiados até a clínica contratada serão de total responsabilidade e
às expensas do proprietário.

O tutor contemplado com uma vaga para castração que não comparecer no dia agendado -sem aviso
prévio - perderá a vaga, e não será possível reagendamento.

63
Caso o tutor não possa comparecer no dia da data de agendamento da castração, deverá reagendar com pelo
menos dois dias úteis de antecedência.

A aquisição da medicação para o pós-operatório ocorrerá às custas do tutor do animal.

As clínicas contratadas poderão realizar mutirões pontuais ou realizados por unidade móvel em local
diferente do local original. Para tal deverá o projeto ser aprovado pelo Brasília Ambiental e submetido ao
CRMV-DF.

Os mutirões devem abranger regiões classificadas como prioritárias, de acordo com critérios epidemiológicos,
demográficos e sociais. O objetivo é atender a população de maior vulnerabilidade social e, portanto, menor
acesso a serviços médicos veterinários.

No caso de mais de uma clínica/hospital contratado interessado em mutirões pontuais ou via unidade móvel
ocorrerá um rodízio entre as empresas para realização dos eventos.

DA VISTORIA

Após análise e verificação de conformidade da documentação de credenciamento com as exigências do Edital,


a Comissão de Avaliação poderá realizar visita técnica ao local para conferência dos equipamentos, dos
materiais destinados à execução dos procedimentos clínicos e cirúrgicos e demais detalhes necessários a
perfeita execução dos serviços descritos nesse Projeto Básico. Para a visita poderá ser convidado um
representante do CRMV-DF ou um consultor ad hoc.

A realização de vistoria não enseja a emissão de nenhum comprovante pelo Brasília Ambiental/DF.

Em nenhuma hipótese a contratada, quer seja vistoriada ou não, poderá alegar desconhecimento de
informações e de condições para o cumprimento das obrigações como justificativa para inexecução ou
execução irregular do objeto a ser contratado.

No caso de ações executadas em endereço diferente da clínica contratada ou em mais de um local (filial),
ocorrerá a vistoria prévia no local pelo executor do contrato - poderá ser convidado um representante do
CRMV-DF ou um consultor ad hoc- que emitirá parecer sobre a possibilidade da realização das cirurgias.

DO CRITÉRIO DE RECEBIMENTO

O recebimento dos serviços será condicionado à conferência, avaliações quantitativas/qualitativas e


aceitação final, obrigando-se a contratada a reparar e corrigir eventuais vícios, defeitos ou incorreções
por ventura identificadas, na forma prevista neste Projeto Básico e na Lei nº 8.666/1993.

DOS CRITÉRIOS DE QUALIFICAÇÃO

Para comprovar a qualificação técnica, a empresa deverá apresentar uma proposta de execução dos serviços
que deverá conter:

Descrição da equipe de trabalho, com a comprovação de que possui técnico(s) devidamente habilitado(s) para
o exercício das funções, incluindo cursos, residências, pós-graduações e experiência na respectiva área de
trabalho;

Indicação do responsável técnico da clínica/hospital, acompanhada de cópia da sua Carteira de Identidade


Profissional expedida pelo Conselho Regional de sua Especialidade;

Descrição da estrutura física (croqui ou desenho esquemático), mobiliário, equipamentos e instrumental


cirúrgico;

64
Descrição detalhada do procedimento pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório;

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos ou contrato com a empresa prestadora do serviço de coleta de
resíduos;

Descrição da capacidade operacional da clínica/hospital. Deverá ser informado o número de castrações


máximo que o local pode executar por dia, e o número mínimo de castrações/dia para viabilidade financeira
de funcionamento do estabelecimento no Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos,
caso exista;

Apresentar documentação que comprove experiência com a técnica minimamente invasiva de castração e
mutirões (prontuários, publicações, auto declaração, contratos, histórico de funcionamento, iniciativas
realizadas, entre outros);

Declaração assinada pelo responsável informando que está de acordo com as resoluções do Conselho de
Medicina Veterinária referente ao funcionamento de clínicas ou hospitais, em especial ao art.8º, 9º e 11
da Resolução N.º 1275/2019 - CFMV.

A empresa deverá apresentar a seguinte documentação para fins de qualificação jurídica e econômica
financeira:

 Requerimento de Credenciamento devidamente preenchido, conforme modelo Anexo I;


 As declarações constantes no Anexo II do presente Projeto Básico, que são: declaração de elaboração
independente de proposta; declaração de ciência e compromisso; declaração do preço integral;
declaração de inexistência de fatos supervenientes; declaração de habilitação; declaração relativa ao
trabalho de menores; declaração de crimes ambientais; e declaração do decreto n.º 7.203/2010;
 Certificado de Regularidade junto ao FGTS;
 Certidão Negativa de Débito (CND) junto ao INSS;
 Certidão Negativa de Tributos e Contribuições Federais, e quanto à Divida Ativa da União, emitida pela
Secretaria da Receita Federal;
 Certidão Negativa de Débitos para com a Fazenda Distrital;
 Licença de funcionamento;
 Licença sanitária;
 Ato constitutivo, estatuto ou Contrato social em vigor, devidamente registrado e acompanhado, no caso
de sociedades por ações, dos documentos de eleição de seus atuais administradores;e
 Certidão negativa dos cartórios de registros de falências e concordatas.

As castrações poderão ser executadas em endereço diferente da clínica contratada ou em mais de um local
(filial), desde que o novo endereço apresente: 1) Comprovação de regularidade do estabelecimento junto ao
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal; 2) Declaração assinada pelo responsável
informando que está de acordo com as resoluções do Conselho de Medicina Veterinária referente ao
funcionamento de clínicas ou hospitais, em especial aos artigos 8º, 9º e 11 da Resolução N.º 1275/2019 -
CFMV; 2) Licença de funcionamento; 3) Licença sanitária; 4) Plano de gerenciamento de resíduos sólidos ou
contrato com a empresa prestadora do serviço de coleta; Especificação da equipe executora; Descrição da
equipe de trabalho, com a comprovação de que possui em seu quadro responsável, técnico(s) devidamente
habilitado(s) para o exercício das funções; 5) Documentação que comprove experiência com a técnica
minimamente invasiva de castração (ováriosalpingo-histerectomia e orquiectomia em cães e gatos) da equipe
do novo endereço; e 6) toda documentação para fins de qualificação jurídica e econômica financeira listadas
no item 8.2.

65
DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA

Executar os serviços conforme disposto no Projeto Básico e de sua proposta, com os recursos necessários ao
perfeito cumprimento das cláusulas contratuais.

A contratada deverá afixar em local visível ao público usuário placa com a divulgação docontrato,
especialmente sobre a gratuidade dos serviços de esterilização cirúrgica, assim como o telefone 162 para
denúncias ou reclamações.

A clínica/hospital contratado não poderá divulgar, sob nenhuma forma, os cadastros e arquivos referentes
ao projeto, salvo o prontuário do animal ao respectivo tutor.

O contratado deverá manter-se habilitado junto aos respectivos órgãos de fiscalização da sua categoria, sob
pena de rescisão contratual.

Reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, no prazo
máximo de 30 dias, os serviços efetuados em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes
da execução ou dos materiais empregados, a critério do Brasília Ambiental/DF.

Responsabilizar-se pelos vícios e danos decorrentes da execução do objeto, de acordo com os artigos 14 e 17
a 27, do Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/1990), ficando o Brasília Ambiental/DF autorizado a
descontar dos pagamentos devidos à contratada, o valor correspondente aos danos sofridos.

Fornecer os materiais e equipamentos, ferramentas e utensílios necessários, na qualidade e quantidade


especificadas, nos termos de sua proposta.

Arcar com a responsabilidade civil por todos e quaisquer danos materiais e morais causados pela ação ou
omissão de seus empregados, trabalhadores, prepostos ou representantes, dolosa ou culposamente, ao
Brasília Ambiental/DF ou a terceiros. Inclusive quanto ao trato com os animais a serem castrados na clínica.

Utilizar empregados habilitados e com conhecimentos dos serviços a serem executados, em conformidade
com as normas e determinações em vigor.

Assegura-se de que todos os estabelecimentos e profissionais envolvidos nos procedimentos veterinários


deverão estar em conformidade com o requerido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito
Federal.

Responsabilizar-se por todas as obrigações trabalhistas, sociais, previdenciárias, tributárias e as demais


previstas na legislação específica, cuja inadimplência não transfere responsabilidade ao Brasília Ambiental/DF.

Instruir seus empregados quanto à necessidade de acatar as orientações do Brasília Ambiental/DF, inclusive
quanto ao cumprimento das normas internas, quando for o caso.

Relatar ao Brasília Ambiental/DF toda e qualquer irregularidade verificada no decorrer da prestação dos
serviços.

Não permitir a utilização de qualquer trabalho de menor de dezesseis anos, exceto na condição de aprendiz
para os maiores de quatorze anos; nem permitir a utilização do trabalho do menor de dezoito anos em
trabalho noturno, perigoso ou insalubre.

Manter durante toda a vigência do contrato, em compatibilidade com as obrigações assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Guardar sigilo sobre todas as informações obtidas em decorrência do cumprimento do contrato.

66
Arcar com o ônus decorrente de eventual equívoco no dimensionamento dos quantitativos de sua proposta,
inclusive quanto aos custos variáveis decorrentes de fatores futuros e incertos, devendo complementá-los,
caso o previsto inicialmente em sua proposta não seja satisfatório para o atendimento ao objeto da licitação,
exceto quando ocorrer algum dos eventos arrolados nos incisos do § 1º do art. 57 da Lei n.º 8.666, de 21 de
junho de 1993.

Responder aos questionamentos da contratante no prazo máximo de três dias úteis.

Apresentar cópia autenticada do ato constitutivo da contratada sempre que houver alteração.

Observar as normas de segurança e proteção do Ministério do Trabalho, fornecendo a seu pessoal


equipamento individual de segurança, orientando e fiscalizando seu uso, conforme determinações constantes
nas normas de segurança, higiene e medicina do trabalho, assumindo toda a responsabilidade pelas despesas
relativas a encargos trabalhistas, de seguro de acidentes, impostos, contribuições previdenciárias e quaisquer
outras que forem devidas e referentes aos serviços executados por seus empregados, uma vez que esses não
terão qualquer vínculo empregaticio com a Administração Pública.

Manter materiais, produtos, equipamentos e ferramentas suficientes para o atendimento dos serviços
especificados mediante o emprego de materiais devidamente esterilizados para cada animal.

Fornecer por escrito ao executor do contrato as orientações pré-cirúrgicas e pós cirúrgicas que o Brasília
Ambiental deverá repassar aos responsáveis por animais cadastrados, inclusive no que tange aos riscos
envolvidos, aos cuidados e à existência de custos para aquisição dos medicamentos e materiais necessários
no pós-operatório.

Garantir a assinatura do Termo de Comprovação de Realização de Cirurgia pelo responsável do animal, com
assinatura igual ao documento apresentado ou digital caso o Brasília Ambiental ou a empresa forneçam
meios válidos.

Realizar a identificação do cadastrado indicado pela contratante na data agendada para a cirurgia, por meio
de documento com foto. Somente o tutor ou seu procurador poderá assinar o Termo de Comprovação de
Realização de Cirurgia.

Realizar anamnese e exame clínico detalhado nos animais antes de submetê-los à cirurgia. Quando o médico
veterinário responsável julgar necessário, exames complementares poderão ser realizados, sem qualquer
ônus para o Brasília Ambiental.

Orientar aos tutores o uso de medicamentos pós-operatório, preferencialmente de baixo custo.

Disponibilizar juntamente com a receita médica e em local visível dentro e fora do estabelecimento número
de telefone 24 horas para atendimento em caso de dúvidas e eventuais intercorrências.

Responsabilizar-se pelo acompanhamento veterinário dos animais esterilizados até a cicatrização da ferida
cirúrgica e sua completa recuperação, sem qualquer ônus para o proprietário ou para o Brasília Ambiental.
Excetua-se a prescrição dos medicamentos receitados para a realização do pós-operatório, que são de
responsabilidade do proprietário.

Apresentar relatório mensalmente, até o décimo dia útil do mês seguinte ao da realização das cirurgias
a que se refere, em formato digital, assinado, e tendo todas as páginas rubricadas peloResponsável Técnico,
contendo obrigatoriamente:

Lista dos animais não considerados aptos ao procedimento com o motivo da recusa;

67
Registros de óbitos e, quando autorizado pelo proprietário, o laudo de necropsia de todos os animais que
vierem a óbito, à custa da contratada. Quando não autorizada a realização de laudo de necropsia, a recusa
assinada pelo proprietário deverá ser apresentada;

Relato de problemas e dificuldades detectadas, sugestões de melhorias nos procedimentos, fotos, equipe
envolvida e respectivos registros no CRMV-DF; e

Respostas aos questionamentos padrões constantes no Anexo III.

Permitir acesso às suas instalações, em horário comercial, dos técnicos do Brasília Ambiental para supervisão
técnica, controle e fiscalização da execução do contrato, além de ações de comunicação social.

Realizar a técnica cirúrgica minimamente invasiva, não admitido o uso de abraçadeiras de náilon no
procedimento.

Manter instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos necessários à execução dos


procedimentos cirúrgicos, sem restrições quanto à espécie, raça, sexo ou porte dos animais a serem
atendidos.

A Contratada deverá atender a Resolução N.º 1.236/2018 - CFMV, que define e caracteriza crueldade, abuso
e maus tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterináriose zootecnistas, e
dá outras providências.

A Contratada fica obrigada a respeitar os termos estipulados no Decreto n.º 38.365, publicado no Diário Oficial
do Distrito Federal n.º 143, de 27 de julho de 2017, que regulamenta a Lei n.º 5.449, de 12 de janeiro de
2015, o qual proíbe conteúdo discriminatório contra a mulher; e

A Contratada fica obrigada a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que
se fizerem necessários, no montante de até 25% (vinte e cinco por cento), do valor inicialmente contratado,
nos termos do art. 65, §1° da Lei n° 8.666/1993.

DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE

Proporcionar todas as condições para que a contratada possa desempenhar seus serviços de acordo com as
determinações do Contrato, do Edital e seus Anexos, especialmente do Projeto Básico.

Exigir o cumprimento de todas as obrigações assumidas pela contratada, de acordo com as cláusulas
contratuais e os termos de sua proposta.

Observar para que durante a vigência do contrato, seja mantida pela contratada, a compatibilidade com as
obrigações por ela assumidas, bem como todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na
contratação.

Exercer o acompanhamento e a fiscalização dos serviços, por servidor(es) especialmente designado(s),


anotando em registro próprio as falhas detectadas, indicando dia, mês e ano, bem como onome dos
empregados eventualmente envolvidos, e encaminhando os apontamentos à autoridade competente para as
providências cabíveis.

Notificar a contratada por escrito da ocorrência de eventuais imperfeições no curso da execução dos serviços,
fixando prazo para a sua correção.

Efetuar as retenções tributárias devidas sobre o valor da Nota Fiscal/Fatura fornecida pela contratada.

Receber e avaliar os relatórios encaminhados mensalmente pela contratada, confrontando-os com as notas
fiscais emitidas.

68
Efetuar os pagamentos devidos nas condições e preços pactuados, bem como dentro dos prazos contratados.

Glosar nas faturas a serem pagas as importâncias estimadas relativas aos danos causados por sua culpa ou
dolo, quando da execução do contrato.

Aplicar as penalidades previstas no contrato, na hipótese da Contratada não o cumprir parcial ou totalmente.

Encaminhar todas as comunicações formalmente por meio do endereço eletrônico (e-mail) informado pela
contratada.

Rescindir o contrato, nos termos dos artigos 77 a 80 da Lei n.º 8.666/93.

Além das obrigações previstas na Lei n.º 8.666/1993, o Brasília Ambiental/DF deverá responder pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos caso de dolo e de culpa.

Efetuar, por si ou por intermédio de entidades contratadas ou outros órgãos da administração pública, o
cadastramento de animais que serão encaminhados à contratada para a realização dos procedimentos.

Prestar as informações e os esclarecimentos que venham a ser solicitados pela contratada.

Vistoriar as instalações da clínica ou do hospital veterinário a qualquer tempo.

Supervisionar a técnica cirúrgica empregada e o protocolo anestésico padronizado utilizado pelos médicos
veterinários responsáveis pelos procedimentos cirúrgicos e de anestesia.

O Brasília Ambiental/DF rejeitará, no todo ou em parte, o serviço executado em desacordo com os termos
desse Projeto Básico.

A Administração designará servidores que farão o acompanhamento e fiscalização dos serviços, sendo
ainda responsáveis pela verificação do cumprimento das cláusulas contratuais.

DO CUSTO ESTIMADO

Considerando critérios técnicos e mercadológicos, entende-se que os valores a serem pagos devem ser
divididos entre sexo e espécie, uma vez que as cirurgias possuem graus de complexidade e custos
diferenciados.

Tabela 1. Valor definidos por sexo e espécie.

Castração de Canino macho (Orquiectomia) R$ 111,50

Castração de Canino fêmea (Ovariosalpingo histerectomia) R$ 152,51

Castração de Felino macho (Orquiectomia) R$ 91,30

Castração de Felino fêmea (Ovariosalpingo histerectomia) R$ 121,08

*Baseado na pesquisa de preços disposta na Tabela XXX

Os valores definidos na Tabela 1 tiveram por base ampla pesquisa de preços públicos (atas de preços e
licitações similiares), bem como pesquisa junto à fornecedores.

69
Dado a natureza do serviço, sob demanda da população, não é possível estimar a quantidade de animais que
serão castrados por sexo e espécie. Os dados do Programa de Castração de Cães e Gatos do ano de 2019
(http://www.ibram.df.gov.br/numero-de-castracoes-realizadas/) demonstraram que as castrações ocorreram
na seguinte proporção: 19% cães, 36.5% cadelas, 26.5% gatas e 18% gatos.

DO PAGAMENTO

O pagamento será efetuado até 30 dias, contados a partir da data de apresentação da Nota Fiscal, desde
que o documento de cobrança esteja em condições de liquidação de pagamento.

Passados 30 dias sem o devido pagamento por parte da Administração, a parcela devida será atualizada
monetariamente, desde o vencimento da obrigação até a data do efetivo pagamento de acordo com a
variação “pro rata tempore” do IPCA, nos termos do art. 3º do Decreto n.º 37.121/2016.

Observar a obrigatoriedade de pagamentos no BRB de valores iguais ou superiores a R$ 5.000,00, nos termos
do Decreto n.º 32.767/2011, que dispõe sobre a regulamentação para a movimentação dos recursos
financeiros alocados à “Conta Única” do Tesouro do Distrito Federal, e dá outras providências.

Em nenhuma hipótese será efetuado pagamento de Nota Fiscal com o número do CNPJ diferente do que foi
apresentado na proposta, mesmo que sejam empresas consideradas pertencentes ao mesmo grupo ou
conglomerado.

Nenhum pagamento será efetuado à contratada enquanto pendente de liquidação qualquer obrigação que
lhe for imposta, em virtude de penalidade ou inadimplência, sem que isso gere direito ao pleito de
reajustamento de preços ou correção monetária.

O pagamento será efetuado, por meio de depósito na conta-corrente, através de Ordem Bancária.

A nota fiscal deverá ser emitida no valor total dos serviços prestados naquele mês. Será paga conforme a
Legislação Orçamentária e Financeira do Distrito Federal vigente e, somente será efetuada mediante
confirmação da verificação da regularidade exigida.

Será efetuada a retenção dos tributos e das contribuições federais e ou distrital, conforme estabelecido na Lei
n.º 9.430/1996 e alterações, e demais leis locais.

Em observância ao Decreto Federal n.º 9.580/2018, a Instrução Normativa RFB n.º 1.234/2012, o Decreto
Distrital n.º 36.583/2015 e a Portaria SEPLAG/DF n.º 247/2019, haverá retenção de Imposto de Renda para
as receitas arrecadadas a titulo de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) que incide sobre os valores
pagos, a qualquer titulo, a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de serviços e fornecimento
de bens. As informações referentes aos valores retidos durante o exercício vigente, constarão de Declaração
de Imposto de Renda Retido na Fonte - DIRF, a qual será enviada à Receita Federaldo Brasil (RFB) na data
prevista pela legislação vigente.

DO ACOMPANHAMENTO E DA FISCALIZAÇÃO

O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato consistem na verificação da conformidade da


prestação dos serviços e da alocação dos recursos necessários, de forma a assegurar o perfeito cumprimento
do ajuste, devendo ser exercidos por um ou mais servidores do Brasília Ambiental/DF, especialmente
designados, na forma dos artigos 67 e 73 da lei nº 8666, de 1993, e dos Decretos nº 32598, de 15 de dezembro
de 2010, e 32.753, de 4 de fevereiro de 2011.

O executor ou os membros da comissão gestora do contrato deverá(ão) ter a experiência necessária para o
acompanhamento e controle da execução do contrato.

70
O executor ou a comissão gestora do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas
com a execução do contrato, indicando dia, mês e ano, bem como o nome dos funcionários eventualmente
envolvidos, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados e
encaminhando os apontamentos à autoridade competente para as providências cabíveis, adotando assim as
providências necessárias ao fiel cumprimento das cláusulas contratuais, conforme o disposto nos §§ 1º e 2º
do art. 67 da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.

A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fiscalizada por meio de instrumentos de controle, que
compreendam a mensuração dos aspectos mencionados no art. 34 da Instrução Normativa SLTI/MPOG n.° 2,
de 30 de abril de 2008, quando for o caso.

O executor ou a comissão gestora do contrato, ao verificar durante a execução contratual a necessidade de


redimensionamento da produtividade inicialmente pactuada, deverá comunicar à autoridade responsável
para que esta promova a adequação contratual, respeitando-se os limites de alteração dos valores
contratuais previstos no § 1º do artigo 65 da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.

O descumprimento total ou parcial das demais obrigações e responsabilidades assumidas pela Contratada
ensejará a aplicação de sanções administrativas, previstas na legislação vigente, podendo culminar em
rescisão contratual, conforme disposto nos artigos 77 e 80 da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.

A verificação da adequação da prestação do serviço deverá ser realizada com base nos critérios previstos
nesse Projeto Básico.

A fiscalização de que trata este item não exclui nem reduz a responsabilidade da contratada, inclusive perante
terceiros, por qualquer irregularidade, ainda que resultante de imperfeições técnicas, vícios redibitórios, ou
emprego de material inadequado ou de qualidade inferior, e na ocorrência dessa, não implica em
corresponsabilidade da Administração Pública ou de seus agentes e prepostos, de conformidade com o art.
70 da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993.

Poderá ser realizada pesquisa de satisfação dos tutores perante o serviço prestado pelas
clinicas/hospitais contratados.

DA FORMALIZAÇÃO E VIGÊNCIA DO CONTRATO

Para a prestação dos serviços será formalizado um contrato administrativo estabelecendo em suas cláusulas
todas as condições, garantias, obrigações e responsabilidades entre as partes, em conformidade com este
Projeto Básico e o Edital de credenciamento.

A vigência do contrato será de até 12 meses, o qual poderá ser prorrogado, por interesse das partes, por
meio de Termo Aditivo, para os subsequentes exercícios financeiros, observado o limite estabelecido no Inciso
II do art. 57, da Lei n.º 8.666, de 1993, após a verificação da real necessidade e com vantagens para o Brasília
Ambiental/DF na continuidade do contrato.

Os serviços objeto do contrato ocorrerão conforme demanda da contratante, mediante a apresentação de


ordem de serviço/termo de autorização de castração à contratada.

Para todos os efeitos, as obrigações previstas nesse Projeto Básico devem ser atendidas a partir da
assinatura do contrato.

A inexecução parcial ou total do contrato ensejará a sua rescisão e a penalização da contratada nos termos
desse Projeto Básico e da legislação vigente.

71
A empresa credenciada e convocada terá o prazo de cinco dias úteis para assinar o contrato, contados a
partir do comunicado oficial do Brasília Ambiental via e-mail ou carta, sob pena de perda do direito
objeto desse Projeto Básico.

DO REAJUSTE

Será admitido o reajuste do valor do contrato, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
– IPCA apurado durante o período, observada a periodicidade mínima de 12 meses, a contar da assinatura do
contrato, conforme o Decreto n.º 37.121/2016, e quando requisitado pela contratada.

DO CONSÓRCIO E DA SUBCONTRATAÇÃO

A participação de consórcios não será admitida, uma vez que o objeto do credenciamento é amplamente
prestado por diversas empresas no mercado.

Fica vedado a subcontratação.

DA SUSTENTABILIDADE

A contratada deverá declarar que atende aos requisitos de sustentabilidade previstos no art.2º da Lei
Distrital n.º 4.770/2012, em conformidade com o Decreto n.º 7.746/2012, que regulamenta o art.3º da Lei
no 8.666/1993, o qual estabelece a implementação de critérios, práticas e ações de logística sustentável no
âmbito da Administração Pública do Distrito Federal direta, autárquica e fundacional e das empresas estatais
dependentes, devendo ser observados os requisitos ambientais com menor impacto ambiental em relação
aos seus similares. Especificamente deverá ser observado, quando se aplicar, os seguintes dispositivos do
Decreto Distrital N.º 36.519/2015 :

– economia no consumo de água e energia;

– minimização da geração de resíduos e destinação final ambientalmente adequada dos que forem gerados;

– racionalização do uso de matérias-primas;

– redução da emissão de poluentes e de gases de efeito estufa;

– adoção de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente;

– utilização de produtos atóxicos ou, quando não disponíveis no mercado, de menor toxicidade;

– utilização de produtos com origem ambiental sustentável comprovada;

– utilização de produtos reciclados, recicláveis, reutilizáveis, reaproveitáveis ou biodegradáveis compostáveis;

– utilização de insumos que fomentem o desenvolvimento de novos produtos e processos, com vistas a
estimular a utilização de tecnologias ambientalmente adequadas;

– maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;

– maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;

– preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local; e

– fomento às políticas sociais inclusivas e compensatórias.

§ 7º Consideram-se obrigações contratuais que visam à promoção da sustentabilidade nas contratações


públicas:

– redução do consumo de água e energia elétrica;

72
– adoção, em relação aos resíduos sólidos, das seguintes medidas, nos termos que dispõe a Política Distrital
de Resíduos Sólidos:

coleta seletiva;

destinação final ambientalmente adequada, por meio de reutilização, reaproveitamento, reciclagem,


compostagem, geração de energia, tratamento ou disposição final;

gestão integrada de resíduos sólidos;

logística reversa; e

manejo integrado de resíduos sólidos.

– utilização, preferencialmente, de mão de obra local; e

– observância das determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente, do Conselho de Política Ambiental do Distrito Federal e de outras entidades que estabeleçam
normas relativas à proteção do meio- ambiente.

DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

A contratada que não cumprir integralmente as obrigações assumidas, garantida a prévia defesa, fica sujeita
às sanções estabelecidas no Decreto Distrital n.º 26.851, de 30 de maio de 2006, e alterações posteriores.

Independente das sanções legais cabíveis, a contratada ficará sujeita ainda ao ressarcimento das perdas e
danos causados à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo no descumprimento das
obrigações contratuais.

O atraso injustificado na execução, bem como a inexecução total ou parcial do contrato sujeitará a contratada
à multa prevista no contrato, sem prejuízo das sanções previstas no art. 87, da Lei n.º 8666/93, facultada ao
Brasília Ambiental, em todo caso, a rescisão unilateral.

Ensejará rescisão contratual, sem prejuízo das demais penalidades:

O descumprimento das obrigações listadas nesse Projeto Básico e no contrato, ou a não manutenção das
condições de habilitação pela contratada, sem prejuízo das demais sanções;

Subcontratação não autorizada pela contratante.

DAS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Os casos omissos não contemplados neste Projeto Básico serão regidos pela legislação vigente,
especialmente pela Lei Federal n.º 8.666/93.

DOS ANEXOS

São partes integrantes do presente Projeto Básico, os seguintes anexos: Anexo I - Requerimento de
Credenciamento

Anexo II - Declarações

Anexo III - Modelo de questionário do relatório de execução do serviço

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Nos termos da Lei, esse Projeto Básico está adequadamente instruído, tendo sido elaborado por servidor
com conhecimento técnico para tratar do presente objeto, conforme identificação abaixo.

73
ID

Unidade de Gestão de Fauna

ID

Unidade de Gestão de Fauna

Telefone: E-mail:

21.1.1. Revisado por:

ID, Cargo

74
Considerando os termos do Art. 7º, § 2º, Inciso I, da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, aprovo o
presente Projeto Básico e ratifico a veracidade de todas as informações exaradas, conforme identificação
abaixo. Afirmo a ausência de direcionamento do objeto em tela.

Aprovado por:

ID Autoridade

ANEXO I

REQUERIMENTO DE CREDENCIAMENTO

(Nome da Clínica), inscrita no CNPJ sob o n.º xxx.xxx.xxx/xxxx-xx, inscrição municipal ,

registrada no Conselho Regional de Medicina Veterinária sob o n.º............., situada (Endereço Completo),
telefone xxxxxxx, tendo como responsável o Médico Veterinário (Nome do Profissional), registrado no
Conselho Regional de Medicina Veterinária - DF sob o n.º , nesse ato representada por seu (nome,

qualificação) vem perante Vossa Senhoria requerer seu credenciamento para a realização de castrações em
cães e gatos, machos e fêmeas, visando à participação no “Programa Permanente de Controle Reprodutivo
de Cães e Gatos do Distrito Federal”. Declaramos ainda, sob as penas da lei, que:

Tomamos conhecimento de todas as informações e condições para o cumprimento dasobrigações objeto


desse Credenciamento;

Encontramo-nos idôneos para licitar, contratar ou firmar convênio com órgãos ou entidades da Administração
Pública Federal, Estadual, Municipal e Distrital;

As informações prestadas nesse pedido de Credenciamento são verdadeiras;

Concordamos integralmente com os termos do Edital e de seus Anexos.

Brasília, .... de de 2020

Nome do empresário/representante legal Assinatura do empresário/representante legal

. .

ANEXO II

DECLARAÇÃO DE ELABORAÇÃO INDEPENDENTE DE PROPOSTA

Para fins do disposto no Projeto Básico em referência, declaramos, sob penas da lei, emespecial o Art.
299 do Código Penal Brasileiro que:

75
A intenção de apresentar a proposta e sua elaboração foi feita de maneira independente, não sendo
informado a, discutido com ou recebido de, no todo ou em parte, direta ou indiretamente, qualquer
participante, potencial ou de fato, do certame acima mencionado;

Não houve tentativa, por qualquer meio ou por qualquer pessoa, de influência na decisão de qualquer
outro participante, potencial ou de fato, do pleito em referência, quanto à participação ou não do referido
certame;

Que o conteúdo desta proposta não foi e nem será, no todo ou em parte, direta ou indiretamente, comunicado
ou discutido com qualquer integrante da Administração ou outro participante, potencial ou de fato, antes da
abertura oficial das propostas;

Que está plenamente ciente do teor e da extensão desta declaração e que detém plenos poderes e
informações para firmá-la.

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E COMPROMISSO

Declaramos ciência e concordância de todas as cláusulas e manifestamos nosso pleno acordo em cumprir o
estabelecido no Projeto Básico deste certame e responsabilizamo-nos pelas transações efetuadas em nosso
nome, assumindo como firmes e verdadeiras todo os atos praticados diretamente ou por seu representante,
nos termos do Decreto n.º25.966/2005.

DECLARAÇÃO DO PREÇO INTEGRAL

Declaramos que nos preços cotados na nossa proposta estão incluídas todas as despesas relativas à entrega
dos produtos, bem como de todos os tributos e encargos de qualquer natureza que, direta ou indiretamente,
incidam sobre o valor do eventual fornecimento.

DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE FATOS SUPERVENIENTES

Declaramos, na forma do parágrafo 2º do art. 32 da Lei n.º 8.666/1993, que não estamos em processo de
falência ou concordata, que, até a presente data, inexistem fatos impeditivos para nossa habilitação no
presente certame, e que estamos cientes da obrigatoriedade de declarar ocorrências posteriores, na forma
do inciso IV, do item 7.1 da IN MARE n.º 05/95.

DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO

Declaramos, na forma do inciso VII do art. 4º da Lei n.º 10.520/2002, que cumprimos plenamente os requisitos
de habilitação exigidos no Projeto Básico da presente licitação e no Decreto n.º 25.966/2005.

DECLARAÇÃO RELATIVA AO TRABALHO DE MENORES

Declaramos, para fins do disposto no inc. V do art. 27 da Lei n.º 8.666/1993, acrescido pela Lei n.º 9.854/1999,
que não empregamos menor de dezoito anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre e não empregamos
menor de dezesseis anos. Ressalva: emprega menor, a partir de quatorze anos, na condição de aprendiz.

76
DECLARAÇÃO DE CRIMES AMBIENTAIS

Declaramos, sob as penas da Lei, que não estamos sob pena de interdição temporária de direitos, de que
trata o art. 10 da Lei n.º 9.605/1998.

DECLARAÇÃO DO DECRETO n.º 7.203/2010

Declaramos, conforme disposto no § 3º do art. 3º do Decreto n.º 7.203/2010, que os administradores ou


sócios com poder de direção desta empresa não são cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta ou
colateral, por consangüinidade ou afinidade, até o terceiro grau, de detentor de cargo em comissão ou função
de confiança que atue na área responsável pela demanda desta contratação.

Atenciosamente,

NOME DO REPRESENTANTE LEGAL

. .

ANEXO III

ITEM 1 - Houve recusas de animais não considerados aptos ao procedimento para o período de prestação de
contas? Se sim, liste cada animal recusado e apresente o motivo da recusa de cada um deles, conforme
determina o contrato.

ITEM 2 - Houve óbitos de animais em decorrência da cirurgia no período de prestação de contas relatório
mensal?

ITEM 2.1 – Se a resposta do item 3 foi positiva, foi realizada necropsia? Se sim, apresentar os laudos
necroscópicos em anexo a este relatório. Se não, apresentar justificativa para a não realização da necropsia.

ITEM 3 - A contratada realizou anamnese e exame clínico detalhado nos animais antes de submetê-los à
cirurgia conforme determina o contrato?

ITEM 4 - Houve mudança no quadro social da clínica no período de prestação de contas?

ITEM 5 - Houve mudança de responsabilidade técnica da clínica no período de prestação de contas?

ITEM 6 - A clínica tem manual de boas práticas e procedimentos operacionais padrão e livro de registro de
ocorrências, conforme determina o contrato? Se sim, ambos estão atualizados? Se não apresenta um dos
documentos ou se não estão atualizados, apresentar justificativa para este descumprimento bem como
providências para saná-lo.

ITEM 7 – Informe a quantidade de empregados no quadro permanente, detalhada por categoria do Código
Brasileiro de Ocupações;

ITEM 8 – Informe a quantidade de demissões de funcionários ocorridas no mês anterior ao encaminhamento


dos documentos comprobatórios, detalhando-se o número de demissões com justa causa e de demissões
sem justa causa.

ITEM 9 – Informe a quantidade de ações trabalhistas em tramitação contra

77
1.3. Formação de gestores e profissionais envolvidos

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Propor uma formação para gestores/servidores/colaboradores para:
2. Preparar profissionais e atores (médico veterinários oficiais e autônomos, gestores de saúde, de meio
ambiente e protetores de animais) para a implantação e implementação do manejo populacional ético
de cães e gatos nos municípios;
3. Proporcionar aos participantes o conhecimento para produção do diagnóstico situacional de MPCG;
4. Orientar os gestores municipais sobre as políticas públicas existentes, as potencialidades, as demandas e
as limitações quanto às questões referentes ao manejo populacional de cães e gatos em cada município;
5. Garantir a prática de ações técnicas, éticas, racionais e gestão racional dos recursos nos municípios.
6. Elaborar um plano de manejo populacional municipal amparado legalmente.
7. Propor a elaboração de conferências regionais/estaduais e nacional de MPCG
8. Elaborar guias técnicos e Instruções normativas em parceria com instituições que possuem experiências
no assunto.
9. Propor um termo de referência para contratação de Entidade para lecionar a formação de
gestores/servidores/colaboradores para estruturação do programa de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos (MPCG) nos municípios.

INTRODUÇÃO
Os gestores e servidores municipais, dentre eles os médicos-veterinários, estão pouco preparados
para atuar na área de MVC (Medicina Veterinária do Coletivo), mais especificamente o MPCG (Manejo
Populacional de Cães e Gatos). Devido à constante atualização das legislações referentes ao tema, o
despreparo dos profissionais pode contribuir ainda mais para o descontrole nas populações de cães e gatos,
que por sua vez leva a um aumento nas zoonoses, no abandono e nos casos de maus-tratos aos animais. Para
implantação efetiva de um programa de MPCG nos municípios é preciso sensibilizar os gestores municipais
que são responsáveis pelas tomadas de decisões, como os prefeitos, secretários municipais, vereadores, etc.
e capacitar os servidores, dentre eles, os médicos-veterinários, gestores técnicos, assim como protetores de
animais que atuam também na execução de ações de MPCG nos municípios. Como o assunto é bastante
extenso, se faz necessário oferecer um curso básico que prepara o município para implantar e executar o
programa, por meio de aulas teórico práticas, de forma remota. Algumas estratégias de MPCG são bastante
complexas e precisam ser abordadas de forma mais aprofundada para que sejam bem executadas, como são
as estratégias de abrigamento, manejo de animais em vida livre, como é caso do CED/RED, controle
reprodutivo com as técnicas cirúrgicas minimamente invasivos, etc. Por este motivo, outros cursos podem ser
oferecidos aos municípios, pois é uma excelente oportunidade para gerar o conhecimento e as práticas
técnicas e racionais, e promover a melhoria do ambiente e da qualidade de vida dos humanos e animais. A
sugestão de cursos dessas áreas mais complexas ficarão a cargo dos grupos responsáveis pelas referidas áreas.
Para manter a atualização dos gestores, servidores e colaboradores se faz necessário criar eventos, regionais,
estaduais e nacional, tais como conferências de MPCG para averiguar ao andamento das políticas e rever
diretrizes do programa. A produção de guias técnicos e instrução normativas também são importantes para
amparar os municípios.

78
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
 Realização de buscas sobre cursos de capacitação para gestores públicos municipais sobre MPCG.
 Realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados à
formação de gestores para implementar o MPCG.
 Desenvolvimento de modelo de capacitação para gestores (Anexo I).
 Levantamento de materiais como guias e normas técnicas sobre gestão do MPCG (Anexo II).
 Desenvolvimento de proposta de uma conferência de MPCG que possa ser realizada de forma regional,
estadual e nacional (Anexo III).
 Desenvolvimento de proposta de um termo de referência para contratação de Entidade para lecionar a
formação de gestores/servidores/colaboradores (Anexo IVI).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Após a realização da formação dos atores municipais haverá mudanças nas políticas públicas para cães
e gatos reduzindo a médio e longo prazo a ocorrência de animais irrestritos, abandonados, maltratados, além
da redução de zoonoses. A capacitação de profissionais, atores principais no contexto da problemática,
possibilitará uma forma de trabalho mais técnica, racional e ética nos municípios. Como a formação será
oferecida também para Organizações da Sociedade Civil de proteção animal dos municípios, médicos
veterinários autônomos possibilitará a formação de parcerias com o poder público local.
A sustentabilidade do programa está na alteração do quadro atual, onde há descaso de autoridades
competentes ou ineficiência de recursos públicos para a realização de políticas de manejo populacional de
cães e gatos, sendo, portanto, a sensibilização e formação dos atores municipais fundamentais para o sucesso
da política pública de manejo populacional de cães e gatos nos municípios.

CONCLUSÃO
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, recomendamos que
os municípios participem de forma obrigatória da formação de gestores e servidores para a gestão do MPCG,
pois somente após esse nivelamento de informações e conhecimentos será possível desenvolver estratégias
eficazes para o controle das populações desses animais, visando o bem-estar e a saúde deles. Devido ao
formato remoto da formação para implantação e atuação no manejo populacional de cães e gatos, não há
limite territorial, dentro do país, para a realização desta formação.
É recomendável também que sejam realizados eventos, tais como conferências de forma regionais,
estaduais e nacional de forma contínuas para monitorar e ajustar as ações do programa, com o objetivo de
alcançar um manejo populacional ético e sustentável.
Além disso, sugerimos que sejam publicados: guias técnicos, instruções normativas, notas técnicas,
etc., simples e de fácil aplicabilidade, possibilitando uma abordagem mais efetiva e abrangente na gestão das
populações de cães e gatos em todo o país.

REFERÊNCIAS
GARCIA, R. C. M.; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev. Panamericana
de Salud Publica, v. 32, n. 4, p. 140-144, agosto 2012. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rpsp/2012.v32n2/140-144/
XAULIM, G. M. D. R. Análise do Programa Regional em Defesa da Vida Animal (Prodevida) e os efeitos da
Capacitação Para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos em Municípios do estado de Minas Gerais.

79
2022. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas
Gerais. Belo Horizonte, 130 p.
XAULIM, G. M. D. R. Políticas de manejo populacional de cães e gatos em minas gerais: parceria ministério
público e instituto de medicina veterinária do coletivo. In: Conferência Internacional de Medicina Veterinária
do Coletivo, 10., 2021, Curitiba. Anais [...] Curitiba: UFPR, 2021. p. 44-46.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora:
 Ana Liz Bastos. Médica-Veterinária, mestre e doutora pela EV-UFMG; conselheira e membro da Comissão
de Saúde Única e de MVC do CRMV-MG, membro do IMVC, consultora técnica da CEDA/MPMG e
coordenadora da capacitação para a gestão do MPCG para os municípios do PRODEVIDA da CEDA/MPMG.

Relatora:
 Renata Santinelli. Advogada, mestre em bioética, Presidente da Associação Anjos de Patas de Alfenas
(MG), Assistente de Campanhas do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, membro do Movimento
Mineiro pelos Direitos dos Animais (MMDA) e RP do projeto Veterinários na Estrada.

Outros membros:
 Brunna Gabriela Gonçalves de Oliveira Ferreira. Médica Veterinária, Pós-graduada em Medicina
Veterinária Legal e em Medicina Veterinária do Coletivo. Mestranda na UFPR e técnica da Capacitação
para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos do IMVC.
 M. V. MSc. Rosangela Ribeiro Gebara. Médica Veterinária e Mestre em Ciência Animal pela FMVZ-USP,
Especialista em Bioética e Bem-estar animal, Membro da COBEA - CFMV e CRMV-SP, Membro do IMVC,
Fundadora Plataforma Vetsapiens.
 Júlia Amorim Faria. Médica-veterinária Pós-Graduada em MVC. Mestranda em Epidemiologia
Experimental Aplicada às Zoonoses (USP) e técnica da Capacitação para a Gestão do Manejo Populacional
de Cães e Gatos do IMVC.
 Bruno Resende Teófilo. Médico Veterinário, Mestrando em Medicina Veterinária Preventiva na UFRPE e
Analista Técnico em Manejo Populacional de Cães e Gatos do IMVC.
 Ana Lúcia Baldan. Bióloga e Médica-veterinária. Mestre em Ciências pela FFCLRP-USP com ênfase em
Etologia Animal. Doutoranda em Ciências Veterinárias pela UFPR com ênfase em Medicina Veterinária
Comportamental de Abrigos. Consultora técnica do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC).

80
ANEXO I - Modelo de proposta para formação de gestores, servidores e colaboradores para a gestão do
manejo populacional de cães e gatos nos municípios

Objetivos

 Sensibilizar atores municipais com poder de tomada de decisão sobre a importância de investir em
propostas positivas para os animais e mostrar que é possível fazê-las com organização orçamentária e
dos próprios aparelhos públicos.
 Capacitar servidores, gestores técnicos e administrativos dos serviços públicos que atuam na vigilância
em saúde (controle de zoonoses/controle animal), atenção primária de saúde, médicos-veterinários
autônomos e protetores que atuam em parcerias com as prefeituras para implantação de estratégias de
manejo populacional ético de cães e gatos em seus municípios.
 A capacitação é composta por 4 etapas, sendo a primeira etapa destinada a um público alvo diferente das
outras etapas, com objetivos específicos diferentes.

Primeira etapa

Carga horária: 3 horas

Público alvo: Prefeitos, Secretários Municipais e Procuradores

Objetivos específicos

 Sensibilizar os gestores sobre a importância do investimento nas políticas públicas de manejo


populacional de cães e gatos.
 Debater sobre as demandas da sociedade e sobre a realidade dos municípios em relação as políticas
públicas de MPCG.
 Fornecer opções de fontes de recursos e parcerias para dar suporte e sustentabilidade ao programa de
MPCG.
 Apresentar um acervo de legislações que ampararam legalmente as políticas públicas de MPCG para dar
suporte à criação de uma legislação municipal robusta e eficiente.
 Mostrar a importância do investimento em educação para a guarda responsável de animais, por meio de
ações educativas efetivas, para diminuir abandono e maus-tratos aos animais, contribuindo para
melhoraria das condições de vida de toda a comunidade no contexto da saúde única nos municípios.

Segunda, terceira e quarta etapas

Carga horária 48 horas

Público alvo: Gestores técnicos, Servidores e Colaboradores

Objetivos específicos

 Fazer levantamento das políticas públicas de manejo populacional nos municípios participantes.
 Fazer um diagnóstico situacional em relação ao manejo populacional nos municípios participantes.
 Fazer um plano de manejo populacional nos municípios participantes.
 Implantar estratégias de manejo populacional nos municípios participantes.
 Avaliar a implantação das políticas públicas de manejo populacional nos municípios participantes.

81
Programação

Primeira etapa: Apresentação do curso e dos participantes, apresentação das estratégias de MPCG, formação
de grupos de trabalho, proposição de tarefas e orientações para construção do diagnóstico situacional de
manejo populacional de cães e gatos nos municípios

Segunda etapa: Apresentação do diagnóstico dos municípios e início da elaboração do Programa de Manejo
Populacional de Cães e Gatos

Terceira etapa: Apresentação do Plano de MPCG, encaminhamento dele para as autoridades competentes
para que seja efetivamente implantado e executado.

Metodologia de desenvolvimento da formação

As inscrições serão realizadas por meio de formulário online, cujos links serão encaminhados por e-mail. Todas
as etapas serão realizadas de forma remota.

A primeira etapa é direcionada para gestores tomadores de decisão e se constitui de uma reunião técnica
explicativa. Os participantes desta etapa não são obrigados a participar das outras etapas, somente se
acharem necessário. As outras três etapas distintas possuem duração de dois dias em cada encontro e são
dependentes entre elas, sendo os servires obrigados a participar de todas as etapas para concluir a formação.
Será dado um intervalo de 30 a 45 dias entre essas etapas. Serão usadas metodologias ativas e dinâmicas
durante o curso, afim de promover maior interação dos participantes.

82
ANEXO II - Material de apoio para municípios sobre a gestão do MPCG

 WAP. World Animal Protection. Manejo Humanitário de Cães. p. 40. 2015. Disponível em:
https://www.worldanimalprotection.org.br/sites/default/files/media/br_files/manejo_humanitario_
de_caes_wap_portugues_pg2_alta.pdf
 CEDEF. Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna. Manual - Políticas de Manejo Ético
Populacional de Cães e Gatos em Minas Gerais. Belo Horizonte: 2019. 272 p. Disponível em:
https://defesadafauna.blog.br/wp-content/uploads/2019/05/Guia_politicas_manejo.pdf.
 CEDEF - Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna. Manual - Manejo Humanitário e Efetivo de
Cães e Gatos. Belo Horizonte, 2017.36 p.Disponível em: https://defesadafauna.blog.br/wp-
content/uploads/2018/01/mpmg_informe_caesgatos.pdf
 MANUAL - ICAM - GUIA DE MANEJO HUMANITÁRIO DA POPULAÇÃO CANINA - ICAM - International
Companion Animal Management Coalition. Humane Dog Population Management Guidance. 2019.
Disponível em Portugues: https://www.icam-coalition.org/wp-content/uploads/2019/09/ICAM-
Humane-DPM-PT.pdf
 Manual - ICAM - Um guia para monitoramento e avaliação de intervenções de manejo de
populações caninas (Are we making a difference? A Guide to Monitoring and Evaluating Dog
Population Management Interventions- 2015) - Disponivel em Portugues_ https://www.icam-
coalition.org/wp-content/uploads/2018/11/ICAM_GUIDELINE_PT-.pdf

83
ANEXO III - Proposta de conferências de MPCG

As conferências serão encontros presenciais realizados a cada três ou quatro anos de forma primeiramente
regional, em um segundo momento na esfera estadual, finalizando na conferência geral nacional. O evento
poderá ter duração de um a dois dias, ser realizado em cidades de fácil acesso e relativamente equidistantes
das cidades da região.

Carga horária: dois dias (16h)

Público-alvo: gestores e servidores municipais, protetores de animais, promotores, vereadores, médicos-


veterinários, docentes e discentes dos cursos de medicina veterinária e comunidade em geral.

Os objetivos das conferências serão:

Apresentar palestras curtas e debater temas centrais de maior importância para os municípios.

Discutir e verificar o andamento das políticas públicas de manejo populacional de cães e gatos (MPCG) nos
municípios pertencentes ao programa nacional de MPCG, elaborar propostas a partir das necessidades
identificadas e participar da construção das diretrizes de Programas Municipais, Estaduais e Nacional de
MPCG.

Reafirmar, impulsionar e efetivar as diretrizes das políticas públicas de manejo populacional de cães e gatos
(MPCG), para garantir a saúde e o bem-estar únicos como direitos, com base em políticas que reduzam o
abandono e os maus-tratos aos cães e gatos.

Despertar novos insights e renovar o entusiasmo sobre o trabalho que os municípios estão realizando

Ampliar seu relacionamento com outros profissionais.

Mobilizar e estabelecer diálogos com a sociedade brasileira acerca das políticas públicas de manejo
populacional de cães e gatos (MPCG).

84
ANEXO IV - Termo de referência para contratação de Entidade para lecionar a formação de
gestores/servidores/colaboradores

Termo de Referência

Processo Seletivo para Contratação de Entidade para Curso de fomento à estruturação de programa de
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (MPCG), com implantação de Política Pública, desenvolvimento de
Diagnóstico Situacional e elaboração de Plano de MPCG, tendo como público alvo gestores, servidores
públicos e parceiros.

Introdução

Este termo de referência estabelece as diretrizes e requisitos para a abertura de um edital visando à
contratação de uma organização especializada para o desenvolvimento de um Curso de fomento à
estruturação de programa de MPCG, com implantação de Política Pública, desenvolvimento de Diagnóstico
Situacional e elaboração de Plano de MPCG. O curso tem como objetivo capacitar gestores, servidores públicos
e parceiros municipais que atuarão na política pública de controle populacional e defesa de cães e gatos. Será
realizado de forma remota, composto por uma parte teórica, abordando as estratégias de MPCG e
ferramentas de gestão para políticas públicas, além de uma parte prática, que consistirá na elaboração, pelos
alunos, de um diagnóstico e plano municipal de MPCG.

Objetivos

O Curso de fomento à estruturação de programa de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (MPCG), com
implantação de Política Pública, desenvolvimento de Diagnóstico Situacional e elaboração de Plano de MPCG,
tem como objetivos:

a) Fornecer conhecimentos teóricos sobre estratégias de MPCG e ferramentas de gestão para políticas
públicas;

b) Realizar um diagnóstico da estrutura do serviço, apontando as políticas públicas existentes, as


potencialidades, as demandas e os gargalos quanto às questões referentes ao manejo populacional de cães e
gatos nos municípios dos participantes;

c) Elaborar um plano amparado legalmente para a implementação de uma política de manejo populacional
municipal;

d) Proporcionar aos participantes uma visão abrangente das principais questões relacionadas ao MPCG,
incluindo aspectos legais, educacionais, sanitários e de Saúde Única.

Conteúdo Programático

O curso será dividido em uma parte teórica e uma parte prática. A parte teórica será composta por 20
horas/aulas de vídeo-aulas gravadas, acompanhadas de material didático de apoio, com avaliação ao final do
curso. Os capítulos teóricos mínimos a serem abordados são:

 Conceitos de Ética e Bem-Estar Animal;


 Histórico do MPCG no Brasil;
 Legislação aplicável à proteção animal e ao manejo populacional de cães e gatos;
 Estimativa populacional de cães e gatos;
 Guarda responsável e educação humanitária;
 Combate aos maus-tratos e políticas públicas de proteção animal;

85
 Animais comunitários, animais em situação de rua e recolhimento seletivo de animais;
 Abrigos de animais e bem-estar animal;
 Pessoas em situação de acumulação de animais;
 Dinâmica populacional de cães e gatos;
 Educação pelos direitos animais e guarda-responsável;
 Eutanásia e questões éticas;
 Saúde única e controle de zoonoses;
 Identificação e registro de animais;
 Plano de contingência em situações de desastres envolvendo animais.

O conteúdo programático será ajustado em conjunto com a organização selecionada, após a etapa de
planejamento com a equipe do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA).

Duração: Os alunos terão um prazo de até 3 meses para concluir as aulas (teóricas e práticas), as avaliações e
tarefas de cada módulo online.

Parte Prática

A parte prática do curso consistirá na elaboração, pelos alunos, de um diagnóstico situacional e plano
municipal de manejo populacional ético de cães e gatos. O edital inclui como parte do objeto a elaboração,
pelo proponente selecionado, do modelo para realização do diagnóstico e plano, acompanhado de um manual
explicativo para orientar os alunos na realização dessa tarefa.

Duração: Os alunos terão um prazo de 4 semanas para a entrega do diagnóstico e 4 semanas para elaboração
do plano.

Os alunos terão acesso à suporte técnico para auxiliá-los nesse processo. No entanto, é importante ressaltar
que o trabalho de suporte técnico para acompanhamento dos alunos não faz parte deste edital.

Cronograma de Entregas

O prazo total para desenvolvimento do curso pelo proponente, contemplado material didático e videoaulas
gravadas, será de 5 meses, conforme o cronograma

Etapa Responsável Tempo para


realização
Reuniões preliminares com a equipe do Proponente 1 semana
Departamento de Proteção, Defesa e Direitos DPDA
Animais para alinhamento dos objetivos e
conteúdo do curso
Apresentação do plano pedagógico completo Proponente 1 semana
Aprovação do plano pedagógico DPDA 1 semana
Preparação e elaboração do material didático, Proponente 2 semanas
inclusive da avaliação para cada módulo
Aprovação do material didático DPDA 1 semana
Revisão e ajustes do material didático Proponente 1 semana
Diagramação do material didático DPDA 1 semana
Aprovação do material didático diagramado DPDA 1 semana
Desenvolvimento da atividade de diagnóstico e Proponente 1 semana
plano de manejo, com manual orientativo
Aprovação do material do diagnóstico e plano DPDA 1 semana
Preparação do roteiro das videoaulas Proponente 1 semana

86
Aprovação do roteiro das videoaulas DPDA 1 semana
Gravação das videoaulas com professores Proponente 4 semanas
diversificados, especialistas em cada tópico, e
slides de apoio
Aprovação das videoaulas gravadas DPDA 1 semana
Edição e finalização das videoaulas e slides de Proponente 2 semanas
apoio
Cronograma de Pagamento

O pagamento à entidade contratada será realizado de acordo com as etapas concluídas e aceitas, de acordo
com o seguinte cronograma:

15% do valor total do contrato após a aprovação do plano pedagógico;

15% do valor total do contrato após a aprovação do material didático;

15% do valor total do contrato após a entrega do material didático diagramado;

15% do valor total do contrato após a aprovação do roteiro das videaulas e slides;

40% do valor total do contrato após a entrega das vídeoaulas gravadas.

Critérios de Seleção

A seleção da organização responsável pelo desenvolvimento do curso será realizada com base nos seguintes
critérios, aos quais serão atribuídos um total de 1.000 pontos:

a) Experiência comprovada em capacitação para a gestão em manejo populacional ético de cães e gatos: 50
pontos por turma ministrada, até um total de 250 pontos;

b) Qualificação da equipe responsável pelo desenvolvimento do curso: será considerada a titulação máxima
de cada integrante, até um total de 250 pontos, conforme:

Doutorado: 50 pontos;

Mestrado: 30 pontos;

Especialização: 10 pontos.

c) Capacidade técnica e estrutura adequada para produção do material didático e gravação das videoaulas:
250 pontos;

d) Proposta técnica e pedagógica coerente com os objetivos e conteúdos propostos neste termo de referência:
250 pontos.

O proponente que obtiver a maior pontuação geral será selecionado como a organização responsável pelo
desenvolvimento do curso. Em caso de empate, serão considerados critérios de desempate, como o
proponente com maior pontuação em “a”; seguido de “b”, “c”, e “d”.

A banca examinadora será composta por dois servidores do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
e dois integrantes da área acadêmica, com notório saber na temática do edital, e titulação mínima de
doutorado. Será garantido que não haja parentesco entre os proponentes e os examinadores, assegurando a
imparcialidade e a transparência do processo de avaliação.

Exigências

Os proponentes interessados em participar do processo seletivo devem atender às seguintes exigências:

87
a) Comprovar experiência prévia na área de manejo populacional ético de cães e gatos e defesa animal, por
meio de apresentação de portfólio, certificados ou declarações de trabalhos realizados;

b) Apresentar proposta técnica e pedagógica detalhada, descrevendo a abordagem metodológica, estrutura


do curso, material didático e cronograma proposto;

c) Dispor de equipe qualificada e com conhecimento técnico-científico na área, devidamente comprovado.

Processo de Seleção

O processo de seleção será conduzido da seguinte forma:

Publicação do edital de abertura do processo seletivo em meios de divulgação adequados, estabelecendo


prazos e critérios para participação e envio das propostas;

Análise e avaliação das propostas técnicas e pedagógicas recebidas, levando em consideração os critérios
estabelecidos neste termo de referência;

Seleção da entidade vencedora, levando em consideração a experiência, capacidade técnica e qualidade da


proposta apresentada;

Comunicação oficial do resultado do processo seletivo aos participantes e assinatura do contrato com a
entidade selecionada.

Propriedade Intelectual

Os direitos autorais de todo o material produzido durante o curso, incluindo o material didático, videoaulas e
demais recursos desenvolvidos, serão cedidos ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Atualização do conteúdo

O proponente selecionado para o curso de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos tem a obrigatoriedade
de manter os materiais didáticos, slides e vídeoaulas atualizados pelo período de 4 anos. Mudanças
legislativas, atualizações relevantes ou informações pontuais que afetem o conteúdo do curso devem ser
comunicadas pelo proponente. O MMA arcará com as despesas proporcionais às mudanças realizadas. As
atualizações serão feitas apenas em componentes pontuais. Reformulações completas não se aplicam. O
proponente deve informar ao MMA a necessidade de atualizações e apresentar uma proposta detalhada e
justificativa. Após aprovação, o proponente terá prazo para realizar as alterações. O MMA pode solicitar
ajustes adicionais. A obrigatoriedade de atualização garante a relevância e precisão do conteúdo do curso,
acompanhando as mudanças na área do manejo populacional ético de cães e gatos.

Informações de Contato

Para esclarecimento de dúvidas ou obtenção de mais informações sobre este processo seletivo, favor entrar
em contato com:

Nome: [Inserir nome]

Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais

Endereço: [Inserir endereço]

Telefone: [Inserir telefone]

E-mail: [Inserir e-mail]

88
Disposições Finais

Este termo de referência define as principais diretrizes para a contratação de entidade responsável pelo
desenvolvimento do curso de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. O Departamento de Proteção,
Defesa e Direitos Animais reserva-se o direito de cancelar ou suspender o processo seletivo a qualquer
momento, caso julgue necessário, sem a obrigação de justificar sua decisão. O presente termo de referência
está sujeito a ajustes e complementações, conforme necessidades identificadas durante o processo seletivo.

Será eleito o foro de Brasília para dirimir quaisquer questões ou controvérsias decorrentes deste termo de
referência e do contrato resultante do edital.

Brasília-DF, xx de xxxxxxxxx de 2023.

89
1.4. Diagnóstico situacional da gestão animal nos municípios

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Realizar um levantamento de modelos de diagnóstico situacional e populacional de cães e gatos em
municípios considerando as diferenças populacionais dos estados brasileiros.
2. Propor um modelo para diagnóstico situacional e populacional de cães e gatos em municípios de acordo
com o tamanho populacional e dimensão territorial de cada um;
3. Elaborar uma cartilha para orientar municípios na realização de um diagnóstico situacional e populacional
de cães e gatos;
4. Propor modelos padrão de levantamento populacional para coleta de dados para estimativa populacional
e recursos afeitos à temática do programa de manejo populacional de cães e gatos;
5. Analisar os dados coletados para embasar as propostas de ação referentes ao PMPCG;
6. Apontar pontos críticos encontrados observados durante o diagnóstico;
7. Apontar potencialidades de recursos disponíveis para apoio às ações do PMPCG;
8. Analisar dados de programas e/ou ações já desenvolvidas sobre o tema definindo abrangência,
resultados, temporalidade.

INTRODUÇÃO
O diagnóstico populacional de cães e gatos é uma importante ferramenta para se conhecer
características demográficas básicas referentes a estes animais. Entender essas características e seus
parâmetros, além de contribuir para o planejamento, também colabora na construção de indicadores
importantes para a avaliação da eficácia das ações do programa de manejo (Ferreira, 2010; Baquero, Ferreira,
2019). Na elaboração de um diagnóstico situacional, faz-se necessário estimar a população de animais da
localidade, levantar características demográficas, entender o espaço geográfico onde a população de animais
está inserida e regulamentar as políticas públicas (Bicalho, 2023). Esses dados informam sobre quais
estratégias devem ser tomadas para enfrentar os desafios naquele local, bem como as ações educativas
necessárias e seu público-alvo (Gebara, 2019).
As populações de animais em áreas urbanas são uma questão complexa, multifatorial, capaz de
acarretar problemas significativos caso não sejam abordadas de forma cuidadosa. O desenvolvimento de um
documento orientativo que auxilie municípios no diagnóstico situacional impacta em aspectos sociais,
ambientais, éticos e de saúde pública. Trata-se de uma ferramenta fundamental para que as gestões
municipais possam compreender e aplicar o Programa de Manejo Populacional de Cães e Gatos-PMPCG de
forma humanitária, sustentável e eficiente. Todos os programas que alcançaram efetividade, a longo prazo,
foram desenhados especificamente para os locais onde foram aplicados e se autoavaliaram em um processo
contínuo, se adaptando e se modificando conforme as necessidades, por isso, a importância de um diagnóstico
específico em cada localidade.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


 Realização de pesquisas bibliográficas sobre diagnóstico situacional e populacional de cães e gatos.
 Realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados ao
diagnóstico populacional.
 Desenvolvimento de documento orientativo.

90
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL
Todo município deve formar um comitê ou grupo de trabalho multidisciplinar de planejamento, que
deverá conduzir um amplo e cuidadoso processo de avaliação da situação local e do(s) problema(s) central(is)
do município em relação (i) às populações de cães e gatos, (ii) o diagnóstico que trará dados cruciais para
auxiliar cada passo para elaboração e (iii) a definição dos componentes e etapas do programa, incluindo a
intervenção, as ações em si, o monitoramento periódico e a avaliação do impacto.
Importante destacar que esta avaliação profunda da situação deve ir além de um diagnóstico
relacionado ao sintoma do problema, como exemplo, o “excesso de cães/gatos abandonados nas ruas”, e,
sim, entender se existe mesmo este “excesso de cães/gatos nas ruas” e quais são suas causas. Deve-se
investigar a situação em que a comunidade se encontra e incluir parâmetros territoriais, demográficos,
epidemiológicos, avaliações e análises sociais, a cultura local e/ou regional, mostrando como os problemas e
as possíveis soluções são percebidas pela comunidade local.
Esta análise deve ser ampla e sempre considerar o fator humano em sua multiplicidade, pois as
atitudes e comportamento das pessoas é que irão determinar o grau de bem-estar das populações de animais,
a origem da população de cães e gatos incluindo os excedentes, o tamanho e a dinâmica destas populações,
mostrando que todas as diferentes relações estabelecidas pelos moradores, comunidade em geral com os
animais domésticos em uma cidade não podem ser consideradas separadas da sociedade.
Conhecer o comportamento humano nas diferentes comunidades ou territórios é fundamental na
estruturação de programas educativos para manter, aprimorar ou banir determinadas atitudes, como por
exemplo, o abandono de cães e gatos, a permissão que o próprio animal vagueie na rua sozinho, a não
aceitação da castração de cães e gatos machos, a crença de que as fêmeas devem ter uma cria antes da
castração, etc.
As avaliações iniciais também devem incluir o diagnóstico dos atores envolvidos, pesquisar e avaliar a
legislação e as políticas públicas existentes que tratem do tema a ser avaliado mais minuciosamente, além da
disponibilidade de recursos humanos e econômicos que podem ser empregados na implementação do projeto
a curto, médio e longo prazo.
Um erro comum cometido por diversos gestores, nas últimas décadas, é importar modelos de manejo
de outros municípios, estados ou países e tentar aplicá-los para resolver os problemas encontrados em suas
comunidades. Muitas vezes isso ocorre sem a prévia coleta mínima de informações locais para ter um
diagnóstico situacional preliminar. Embora as estratégias básicas, estruturantes de um programa de manejo
populacional possam ser as mesmas, o seu planejamento, a implantação, a execução, o monitoramento e a
retroalimentação devem respeitar as características locais, culturais e socioeconômicas. O conhecimento da
realidade regional é fundamental para o estabelecimento de um plano local e possibilitar que os investimentos
feitos possam alcançar os melhores resultados.
Lembrar que neste momento inicial devem ser identificados os problemas reais, quais são, quais estão
de fato relacionados às populações de cães e gatos, bem como explorar suas prováveis causas, origem e se já
está sendo feito alguma coisa para saná-los. Esta análise dos problemas deve contar com a interpretação e a
experiência de cada membro do grupo de trabalho estabelecido e, também, de outros atores identificados
como importantes no decorrer do processo, como líderes comunitários, moradores e tutores de cães e gatos
(Gebara, 2019).
Abaixo são indicadas as perguntas iniciais que devem ser investigadas pelo grupo de trabalho e/ou comitê
multidisciplinar, nas primeiras fases de planejamento:
 Existe algum estudo prévio já feito na localidade sobre a população de cães e gatos?
 Quantos cães e gatos há na cidade? Qual a relação com a população humana?;
 Onde eles vivem? Há animais comunitários, em situação de rua?;

91
 Há um número elevado de animais andando nas ruas desacompanhados de seus tutores?;
 Se existem animais comunitários onde estão localizados, como se distribuem territorialmente no
município;
 Estes animais causam problemas? Quais? (Levantar números referentes aos ataques e mordeduras,
acidentes com veículos envolvendo animais, sujeira, ruído excessivo);
 Conhece casos onde foi apontado que os animais, cães e ou gatos, foram responsáveis pela transmissão
de alguma doença?;
 Quais as principais zoonoses prevalentes no local?;
 Os animais que vagueiam nas ruas possuem tutores, são totalmente abandonados, são comunitários?
Qual a origem destes cães e gatos?;
 Quais são os principais problemas de bem-estar enfrentados por esses cães e gatos nas ruas?;
 Quais doenças e lesões eles estão sofrendo?;
 Existem áreas específicas da cidade onde esses problemas são piores?;
 Há algum programa de recolhimento ou atenção para estes animais? Quem os recolhe? Onde estes
animais estão sendo albergados? Quem os alimenta?;
 Há abandono? Quais áreas/bairros há mais abandono? Que idade e que tipo de cão ou gato está sendo
abandonado? Filhotes ou adultos? Certas raças específicas?;
 Existem relatos de casos de envenenamento de animais na cidade? Onde ficam?;
 Há ONGs ou protetores na cidade? Há acumuladores?;
 Existem clínicas e/ou hospitais veterinários na cidade? E veterinários apenas? Onde as pessoas levam os
animais quando eles adoecem?;
 Existem lojas agropecuárias na cidade? Onde ficam? Ali tem veterinário como proprietário ou
funcionário?;
 Quantos abrigos há na cidade? Qual é a taxa de adoção dos abrigos?;
 Onde a maioria das pessoas obtém/adquire seus cães? Em Pet shops, em ONGs, em abrigos municipais?
Recebem de adoção, de presentes de outras pessoas, criam em casa?;
 Como é o manejo dos resíduos/ lixo na cidade? Qual é o destino do lixo no município? Os animais têm
acesso a estes materiais/ resíduos?;
 Existem comunidades tradicionais em seu município? Há animais nessas comunidades?;
 Há Parques ou Unidades de Conservação em seu município? Há animais nestes locais? Existem
comunidades/ bairros no entorno desses locais? Ali ocorre abandono de animais? Quem cuida deles?
Estão interagindo diretamente com os animais silvestres?

Estes são só exemplos de perguntas utilizadas em outros inquéritos, mas o comitê organizador local deve
criar suas próprias perguntas, partindo de uma conversação com os principais envolvidos. Ressalta-se que
sempre deve-se inquirir sobre o que está sendo feito atualmente para manejar estas questões, quem está
realizando tais ações e quais foram os resultados até agora.
Lembrar que as informações sobre as ações e tentativas passadas de manejar estas populações são de
grande valia neste inquérito situacional inicial, por isso o levantamento advindo de diferentes fontes é
importante. É essencial saber o que já funcionou e o que falhou nesta localidade.
Outro ponto fundamental é ter um gestor desse trabalho preliminar, alguém que possa distribuir as
tarefas, supervisionar a aplicação dos instrumentos de avaliação e recebê-los de volta para a tabulação das
informações. Se possível realizar o mapeamento do encontrado, a produção de um relatório detalhado para
a definição das prioridades e todos recursos necessários, a organização de treinamento para todos os que vão

92
auxiliar na implantação do planejado e providenciar todos os documentos necessários para o envolvimento
dos atores partícipes. Um bom profissional, se disponível, será um médico veterinário para ser ou um ponto
focal do processo ou o coordenador.
O Diagnóstico Situacional deve ser acompanhado nos anos subsequentes as ações implantadas, de
avaliação anual dos resultados de ações implantadas e ajustes necessários para aprimorar os resultados
observados. Um dado relevante é avaliar a idade média de cada população e espécie por território local, como
dado relevante para futura ampliação dos períodos de novos diagnósticos considerando a vida média dos
animais e que o levantamento é uma ferramenta para definição de ações de curto a médio prazo pensando
que a população de cães e gatos se renova.

AVALIAÇÃO INICIAL
Existem diversas maneiras de se realizar uma avaliação inicial para obter o diagnóstico local antes de
se iniciar um programa de manejo de populações caninas e felinas. Quanto às populações animais e suas
dinâmicas podem ser realizados os estudos demográficos, da dinâmica populacional, estudos censitários e
epidemiológicos.
Em relação à população humana, seus comportamentos, suas crenças e suas atitudes relacionadas ao
manejo de cães e gatos, pode-se realizar estudos observacionais em praças e locais de grande concentração
de animais, entrevistas pessoais, individuais ou em grupos (focus groups), a aplicação de questionários em
atividades das equipes da saúde, ligadas a ações comunitárias e aos agentes de endemias, durante as ações
compulsórias de registro e identificação, durante as campanhas de esterilização, etc. Se ambos já estiverem
sendo realizados de alguma forma durante os processos de adoção em abrigos, pode-se realizar pesquisas
digitais usando-se plataformas de mídias sociais, mas, nesse caso, com muito cuidado de avaliar se, de fato,
os fatos narrados correspondem à realidade local, etc. Existem muitos métodos consagrados nas ciências
sociais para estudar comportamentos, culturas e crenças em uma sociedade que podem e devem ser
incorporados, apoiados, por profissionais previamente esclarecidos dos temas relevantes nesse levantamento
e diagnóstico. Esses podem indicar formas e tópicos para inclusão no instrumento em elaboração.
Esta avaliação prévia e a interpretação científica dos resultados se torna essencial para o sucesso do
programa de manejo, por isso os gestores devem despender toda a atenção e o tempo necessários nesta fase
do processo. É muito importante conhecer a dinâmica populacional dos animais em cada território, conhecer
como as pessoas do local percebem as populações de cães e gatos na localidade, como é o convívio, como são
as formas de interação, para concluir se há um problema real ou só um problema percebido por uma parte
dos envolvidos e entender todas as potencialidades, forças, desafios, com influência nesta realidade, para a
partir deste conhecimento iniciar o processo de planejamento e implementação do PMPCG.
Através da interpretação de todos os dados levantados na investigação inicial podemos chegar à
conclusão de qual intervenção será necessária. E, a partir desta é que se consegue definir as prioridades, ou
seja, consegue-se definir quais são os objetivos de nosso programa e os resultados esperados a partir de sua
implantação.
Abaixo apresenta-se alguns exemplos de objetivos levantados em projetos pilotos em diferentes localidades:
 Reduzir o número de cães e gatos que vagueiam nas ruas;
 Reduzir o número de filhotes abandonados nas ruas;
 Reduzir o número de gatos abandonados;
 Aprimorar ferramentas de gerenciamento efetivo para identificação de pontos de abandono como
parques, praças, terrenos vagos, entre outros;
 Controlar a reprodução na população canina e felina, incluindo animais com e sem tutores;

93
 Melhorar a guarda responsável de cães e gatos, aumentando os animais dos indivíduos e o bem-estar das
pessoas;
 Reduzir o abandono e o acesso à rua não supervisionado de cães e gatos com tutor;
 Incrementar uma cultura de adoção responsável ao invés de compra por impulso;
 Aumentar os índices de aderência às campanhas obrigatórias de vacinação contra a raiva;
 Manejar áreas onde cães e ou gatos não são bem tolerados;
 Responder de forma efetiva e humanitária a cães e gatos doentes e feridos;
 Responder de forma efetiva a identificação e controle com manejo comportamental aos cães agressivos;
 Diminuir os casos de mordeduras caninas;
 Identificar o perfil epidemiológico das doenças espécie-específicas para estabelecimento de estratégias
de controle e monitoramento permanente;
 Identificar o perfil epidemiológico local da incidência de zoonoses de relevância local que afetam cães
e/ou gatos, buscando implementar estratégias de controle dessas doenças de forma efetiva dentro da
abordagem da Saúde Única;
 Aumentar o número de adoções de cães e gatos no abrigo municipal, cuidadores voluntários de lar
temporário;
 Implantar programa permanente de educação animalitária (educação ambiental humanitária em bem-
estar animal) abrangendo diferentes públicos, de alunos de todas as séries do ensino infantil ao
universitário de segmentos sociais específicos e profissionais da saúde, do meio ambiente, da área social,
da segurança pública e do direito.
Outros tópicos prioritários poderão ser identificados e definidos como temas centrais ou secundários
mais relevantes a serem implementados com ações e estratégias específicas para cada localidade. O
fundamental é triar corretamente as informações coletadas e, objetivamente, definir a ordem das prioridades
e recursos diversos incluindo os recursos humanos e econômicos necessários.
É fundamental notar que os objetivos podem estar relacionados diretamente ao manejo, como número
de animais abandonados e indiretamente como a esporotricose humana, a leishmaniose humana, entre
outros.
Outro ponto importante na formulação de um programa além dos objetivos é o estabelecimento de
metas e prazos e o entendimento das necessidades dos recursos humanos, materiais e financeiros para o
cumprimento dos prazos.
Após ter o diagnóstico inicial de quais são os problemas, de quais são os objetivos, quais são as metas,
quais são as necessidades de recursos humanos, financeiros e legais, o grupo de trabalho e/ou comitê
multidisciplinar deve, de forma compartilhada, elaborar cuidadosamente um amplo PROGRAMA de MANEJO
e acordar quais serão as ações prioritárias a curto e médio prazos. Deve estabelecer o cronograma, as
responsabilidades de cada membro, as formas de monitoramento e avaliação da efetividade de cada ação em
cada etapa (CEDEF, 2019).
Sempre que necessário deve-se rever a(s) estratégia(s), a forma de ação quando as metas estabelecidas
não são cumpridas. Lembrar que, é fundamental, esta análise ser definida e acompanhada para,
numericamente, ter-se algo bem claro a ser avaliado e mensurado. Dessa forma, pode-se demonstrar a
efetividade de cada ação planejada e realizada à comunidade em geral, aos gestores, aos meios de
comunicação para auxiliar nas próximas etapas do PMPCG.
Outro ponto importante neste processo é rever, previamente, se as políticas públicas que existem são
necessárias para garantir a sustentabilidade e a eficácia do programa a longo prazo, se são suficientes ou será
necessária a criação de novas normativas, portarias e/ou legislação para isso.

94
INDICADORES PARA MONITORAMENTO DA EFETIVIDADE DO PROGRAMA
Após a obtenção dos indicadores iniciais do diagnóstico situacional e a seleção das medidas que devem
ser implementadas, se fará necessária a melhoria contínua dos serviços. Desta forma, desde o seu
planejamento, todas as ações devem ser pautadas na coleta de dados, a fim de fornecer informações
relevantes sobre a efetividade das mesmas. A determinação de indicadores com este propósito contribui para
que, periodicamente, o município demonstre o resultado de suas ações e, ao mesmo tempo, verifique se
mudanças são necessárias (Vieira-da-Silva, 2014; Xaulim, 2022).
Abaixo estão alguns exemplos de indicadores que podem ser levantados para monitoramento periódico
e para a avaliação final de impacto:
 razão homem: animal;
 taxa de natalidade;
 número de fêmeas prenhes amamentando e no cio; número médio de filhotes por ninhada;
 taxas de mortalidade em animais adulto e em filhotes de 4 meses;
 taxas de fertilidade e de fecundidade;
 idade média dos animais;
 porcentagem de animais jovens (estrutura etária, não somente de animais jovens);
 número de animais segundo a espécie, sexo, idade;
 expectativa de vida;
 número de animais comunitários;
 número de animais e ninhadas abandonados;
 número de animais soltos em vias públicas com guardiões;
 número de animais com tutor;
 proporção machos/fêmeas;
 cobertura de esterilização;
 cobertura de vacinação contra a raiva;
 taxa de vacinação espécie- específica;
 taxa de ocorrência mensal, semestral, trimestral ou anual de novos casos de zoonoses estabelecidas como
incidentes naquele território;
 número de fêmeas lactantes abandonadas;
 número de animais atropelados ou envolvidos em acidentes de trânsito;
 número de cadáveres/carcaças de animais recolhidos pela Prefeitura;
 número de mordeduras de cães e gatos às pessoas;
 número de crianças que participaram de programas educativos sobre a guarda responsável, bem-estar
animal;
 número de professores (ensino fundamental e médio) capacitados para disseminar conhecimentos sobre
guarda responsável, bem-estar animal;
 número de animais registrados e identificados;
 número de denúncias de supostos maus-tratos aos animais/número de vistorias de denúncias de
supostos maus-tratos aos animais;
 número de pessoas com transtorno de acumulação/número de animais mantidos por pessoas com
transtorno de acumulação;
 número de animais mantidos em abrigos públicos (CCZ, UVZ, canis, gatis) / número de animais mantidos
com protetores independentes (número de protetores independentes/lares transitórios que recolhem

95
animais das ruas e promovem a adoção) / número de animais mantidos em abrigos de ONGs ou de
Pessoas físicas (sem CNPJ);
 número de clínicas e hospitais veterinários na região/número de castrações que esses veterinários
realizam por mês;
 número de animais atendidos (atendimento básico / atendimento público);
 número de cães acometidos por leishmaniose visceral / número de pessoas acometidas por LV;
 número de gatos acometidos por esporotricose ou com lesões de pele / número de pessoas acometidas
por esporotricose;
 número / presença de cães e gatos em áreas de conservação, parques, etc.

CONCLUSÃO
O Manejo Populacional de Cães e Gatos (MPCG), de acordo com Garcia; Calderón Maldonado; Ferreira
(2012), “é um conjunto de estratégias desenvolvidas para prevenir a falta de controle e o abandono animal, e
promover a guarda responsável, estruturados sob a ótica da promoção da saúde da comunidade, do bem-
estar animal e do equilíbrio ambiental”.
O conhecimento do tamanho e das características da população de cães e gatos, bem como de como
esta população é percebida pela comunidade em que vive, é indispensável para planejar ações de manejo
populacional humanitário e sustentável nos territórios, além de possibilitar o norteamento do destino de
recursos - escassos no poder público - para a promoção da Saúde Única.
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, recomendamos que
os municípios se comprometam a realizar o diagnóstico situacional e populacional como etapa preliminar
fundamental para a implementação de estratégias de MPCG. A partir dos dados coletados, será possível
desenvolver estratégias eficazes para o controle das populações desses animais de forma ética, visando o
bem-estar animal e a saúde única. É altamente recomendável que sejam realizados levantamentos e estudos
contínuos para monitorar e ajustar as ações do programa, visando alcançar um manejo populacional ético e
sustentável de cães e gatos.
Além disso, sugerimos que seja adotado um modelo nacional simples e de fácil aplicabilidade, com
vistas a padronizar os dados a serem coletados em todo o território nacional. Preferencialmente, deve-se
estabelecer faixas populacionais humanas, observando-se padrões já definidos de análise realizadas pelo IBGE
e/ou políticas de saúde do SUS ou outras. Dessa maneira, poderão ser definidas, nos diferentes estados,
informações, indicadores comparáveis que venham a aprimorar, de forma efetiva e construtiva, as ações do
PMPCG dentro de realidades semelhantes.
A troca de informações e a adaptação às realidades semelhantes onde ações/estratégias implantadas
e exitosas, em alguns municípios, poderão alavancar e apoiar outros que enfrentam as mesmas dificuldades.
Assim, esses últimos avaliando seus cenários podem promover adaptações e cumprir suas metas. Essa forma
de atuação facilitará a análise comparativa e a identificação de tendências em diferentes regiões,
possibilitando uma abordagem mais efetiva e abrangente na gestão das populações de cães e gatos em todo
o país.

REFERÊNCIAS
BAQUERO, O.S., FERREIRA, F. Dinâmica e manejo populacional. In: GARCIA, R.C.M., CALDERÓN, N.,
BRANDESPIM, D.F. (Ed.), Medicina Veterinária do coletivo: fundamentos e práticas, 2019, p. 506-506.
BICALHO, G. C., DOS SANTOS BARRADO, W., DE MAGALHÃES SOARES, D.F.. Implementação de um
programa de manejo de animais em campi. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Veterinária,
2023. 45 p.

96
CEDEF. Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna. Políticas de Manejo Ético Populacional de Cães e Gatos
em Minas Gerais. Belo Horizonte: 2019. 272 p. Disponível em: https://defesadafauna.blog.br/wp-
content/uploads/2019/05/Guia_politicas_manejo.pdf.
GARCIA, R. C. M.; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev.
Panamericana de Salud Publica, v. 32, n. 4, p. 140-144, agosto 2012. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/rpsp/2012.v32n2/140-144/.
GEBARA, R R, Como iniciar um programa de manejo populacional de cães e gatos. In: GARCIA, R.C.M.,
CALDERÓN, N., BRANDESPIM, D.F. (Ed.), Medicina Veterinária do coletivo: fundamentos e práticas, 2019, p.
506-506.
GOMES, L. H. et al. Serviços municipais de controle de zoonoses no Estado de São Paulo: diagnóstico
situacional. BEPA. Boletim Epidemiológico Paulista, v. 8, n. 96, p. 11-31, 2011.
ORFÃO, N. H. et al. INDICADORES DE SAÚDE UTILIZADOS PARA O DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM
TUBERCULOSE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Práticas e Cuidado: Revista de Saúde Coletiva, v. 4, p. e16391-
e16391, 2023.
SILVA, P. P.. Importância do diagnóstico situacional para o planejamento de ações em saúde na Estratégia
Saúde da Família. 2020.
VIEIRA-DA-SILVA, L. M. Avaliação de políticas e programas de saúde. 1ª ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2014.
XAULIM, G. M. D. R. Análise do Programa Regional em Defesa da Vida Animal (Prodevida) e os efeitos da
Capacitação Para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos em Municípios do estado de Minas
Gerais. 2022. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, 130 p.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora:
 Vania de Fátima Plaza Nunes. Médica veterinária- Unesp Botucatu; diretora técnica do Fórum Nacional
de Proteção e Defesa Animal, pós-graduada em Saúde pública; Saúde ambiental; Vigilância sanitária,
todas pela Unicamp, Bem-estar animal, pelo E- learning Cambrighe; Comportamento Animal, pela
Qualittas; Ecologia e Educação Ambiental, pela Unianchieta, perita CEDA MPMG, Superintendente da
Fundação Serra do Japi- Jundiaí- SP.

Relatora:
 Brunna Gabriela Gonçalves de Oliveira Ferreira. Médica Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais. Pós-graduada em Medicina Veterinária Legal pela Faculdade Qualittas e em Medicina
Veterinária do Coletivo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestranda em Ciências Veterinárias
pela UFPR. Analista técnica da Capacitação para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos do
Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo.

Outros membros:
 M. V. MSc. Rosangela Ribeiro Gebara. Médica Veterinária e Mestre em Ciência Animal pela FMVZ-USP,
Especialista em Bioética e Bem-estar animal, Membro da COBEA - CFMV e CRMV-SP, Membro do IMVC,
Fundadora Plataforma Vetsapiens.

97
 Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Especialista em TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana;
Coordenadora de Defesa Animal em Três Corações - MG; Membro da CEDA-OAB-MG; Associada Fórum
Animal, MFA, SVB, AE, WWF.
 Júlia Amorim Faria. Médica-veterinária Pós-Graduada em Medicina Veterinária do Coletivo (UFPR).
Mestranda em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses (USP). Analista técnica MPCG (IMVC).
 Amanda Bellettini Munari. Engenheira Ambiental e Sanitária (UNESC), pós-graduada-graduada em
Tecnologias para Educação Profissional (IFSC), mestra em Ciências Ambientais (UNESC).
 José Eduardo Chaib de Moraes. Médico veterinário da Prefeitura do Município de Jaguariúna/SP; Possui
Esp.na área de Direito Sanitário pela Idisa/Unicamp; Esp em Ética e Bioética pela Unicamp-Extecamp e
Esp. em Direito Animal pela Uninter.
 Paula Andrea de Santis Bastos. Médica veterinária, doutora (FMVZ-USP). Professora do Mestrado em
Saúde e Meio Ambiente (UNIMES). Especialista em Bioética (FM USP), em MVC (UFPR) e em MVL
(Qualittas). Membro da diretoria do IMVC. Membro da Comissão de Bem-Estar Animal (CRMV-SP).
Perita civil da CEDA (MPMG).
 Gustavo de Morais Donancio Rodrigues Xaulim. Médico-veterinário, mestre em Ciência Animal
(Epidemiologia) pela EV-UFMG, pós-graduado em Medicina Veterinária Legal pela Faculdade Qualittas,
pós-graduando em Direito Animal pela UNINTER, membro da Comissão de Saúde Única do CRMV-MG,
assessor na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (CEDA) do MPMG.

98
1.5. Plano municipal de manejo populacional

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Desenvolver template de Plano Municipal de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (MPCG);
2. Desenvolver cartilha com orientação aos gestores sobre como elaborar o Plano Municipal de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos (MPCG).

INTRODUÇÃO
Ao mesmo tempo que a Pesquisa Nacional de Saúde demonstra que, no Brasil, existem mais cães e
gatos nos domicílios do que crianças, o crescimento desordenado dessas espécies nas ruas vem se tornando
um grande problema de saúde única, devido ao risco de transmissão de zoonoses, acidentes por mordeduras,
acidentes de trânsito, contaminação ambiental, além do abandono e sofrimento aos quais esses animais estão
expostos. Para interferir nessa situação e propor melhorias, políticas públicas precisam ser implementadas
para essa situação (CEDEF, 2019). Essas políticas consistem em conjunto de procedimentos que se destinam à
resolução pacífica de conflitos entre animais não humanos e humanos dentro do ambiente urbano e
periurbano e é chamada de Manejo Populacional de Cães e Gatos - MPCG (Garcia, Calderón e Brandespim,
2019).
O MPCG é um conjunto de estratégias que visa prevenir a falta de controle e o abandono animal e
promover a guarda responsável, estruturados sob a ótica da promoção da saúde da comunidade, do bem-
estar animal e do equilíbrio ambiental (ICAM, 2019). A institucionalização do MPCG, como uma política
municipal, estadual ou nacional, interagindo com os diversos atores e setores sociais, promoverá um processo
de planejamento estratégico participativo e integrado, implementando políticas públicas que garantam
proteção total à vida e ao meio ambiente (Garcia, Calderón e Brandespim, 2019).
Com a evolução científica sobre o tema e com a maior preocupação com o bem-estar animal, os
avanços legislativos foram inevitáveis. A principal base legal do manejo populacional de cães e gatos é a Lei
Federal n° 13.426/2017. Somado a isso, cerca de 18 (dezoito) Estados já possuem regulamentações próprias
sobre o tema e 22 (vinte e dois) possuem leis sobre a proteção e o bem-estar animal, além das resoluções dos
conselhos de classe, notadamente a Resolução n° 962/2010 do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(Xaulim, 2022).
Para isso, assim como toda política de estado, deve haver o planejamento e elaboração de um Plano
Municipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos, para propor estratégias, diretrizes e responsabilidades.
Cada estratégia do programa deve propor intervenções com impactos claros e indicadores associados, bem
como atividades orçadas e cronometradas, adequadas ao padrão de dinâmica populacional de cães e gatos
do município (Vieira-da-Silva, 2014; ICAM, 2015).
Em Minas Gerais, uma experiência positiva tem chamado a atenção: o Programa Regional em Defesa
da Vida Animal (PRODEVIDA) executado pela Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério
Público (CEDA/MPMG). Este projeto tem auxiliado os municípios mineiros na implementação dessas políticas
e, por meio de parcerias, tem capacitado gestores para gestão do manejo populacional, com elaboração de
diagnóstico situacional e montagem de plano municipal adaptado para cada realidade. O PRDEVIDA já
ultrapassou os 200 municípios1 participantes e capacitados (Xaulim, 2022).

1
Disponível em: https://defesadafauna.blog.br/prodevida/

99
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
 Realização de pesquisas bibliográficas sobre Plano Municipal de Manejo Populacional Ético de Cães e
Gatos;
 Realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados para
proposição de estratégias para elaboração de Planos Municipais de MPCG;
 Desenvolvimento de modelos de documentos - template de Plano Municipal de MPCG, cartilha
orientativa para elaboração de planos, proposta legislativa, etc.
 Desenvolvimento de cartilha com apresentação resumida dos requisitos para a implementação do plano
no município.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


O Plano Municipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos deve se basear no que foi identificado e
levantado no Diagnóstico Situacional/Inicial para que seja adaptado à realidade local, incluindo recursos
disponíveis (humanos e financeiros), fatores culturais, etc. As informações essenciais do diagnóstico constam
em capítulo específico. Ademais, a capacitação dos servidores municipais e parceiros na execução da política,
para que compreendam como realizar o diagnóstico e montar os programas e o plano, se faz essencial.
O plano municipal deve ter embasamento legal e conter o planejamento e descrição das atividades dos
diversos programas integrantes da política (diagnóstico situacional, controle reprodutivo, educação, registro
e identificação, adoção, animais comunitários, atenção básica à saúde animal, controle de zoonoses, atenção
a pessoas em situação de acumulação de animais, combate aos maus-tratos, atuação em desastres, controle
de comércio de animais, etc). Todos esses pilares da política estão descritos em capítulos específicos.

Devem estar previstos também, no mínimo:


 organograma do serviço municipal;
 o(s) setor(es) responsável(is) pela execução de cada ação;
 tempo de execução, avaliação e revisão;
 previsão de indicadores de avaliação;
 previsão financeira para execução;
 ferramentas de gestão para sua implementação e avaliação;
 fluxogramas, checklists e/ou procedimentos operacionais padronizados (POPs) de cada atividade;

Sugere-se que cada programa tenha identificadores para informar se a estratégia ainda não é realizada e
precisa ser implementada ou se já é realizada e precisa ser mantida/aprimorada, podendo valer-se de cores
para facilitar a visualização e o entendimento. Recomenda-se que os identificadores sejam “implementar” e
“manter/aprimorar”, conforme consta na minuta de plano proposta em anexo.
A utilização de fluxogramas, checklists e/ou procedimentos operacionais padronizados (POPs) de cada
atividade são de grande valia para evitar variações nos serviços prestados e facilitar o processo de avaliação.
Isso se faz importante para impedir que a rotatividade de servidores municipais, que é alta, afete o
cumprimento dos programas e, por consequência, do plano municipal.
Ademais, sugere-se que as ações a curto prazo sejam previstas para execução em até 2 (dois) anos; médio
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos; longo prazo acima de 5 (cinco) anos.

100
Sugere-se, também, que as estratégias que integram o plano sejam revisadas anualmente,
principalmente no início da implantação da política, podendo ser alterado para cada 2 (dois) anos
posteriormente. Já o plano municipal e suas metas, sugere-se revisão a cada 2 (dois) anos, ao fim de um ciclo
de ações de curto prazo, podendo evoluir para revisões a cada 4 (quatro) anos, podendo seguir o cronograma
do Plano Plurianual (PPA).

CONCLUSÃO
A partir do material consultado, pretendeu-se apresentar sugestão de conteúdo para uma cartilha
orientativa para os Municípios elaborarem um Plano Municipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos.
O ANEXO I deste documento traz Modelo de Plano Muncipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos,
que pode ser atualizado e adaptado para várias realidades municipais, precisando ser precedido de
diagnóstico situacional e outros dados para o devido embasamento.
O ANEXO II apresenta modelo base para da Cartilha Orientativa, que irá nortear os Municípios na
elaboração do Plano Municipal de MPCG, mas que pode carecer de contribuições e incremento.

REFERÊNCIAS
CEDEF. Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna. Políticas de Manejo Ético Populacional de Cães e Gatos
em Minas Gerais. Belo Horizonte: 2019. 272 p. Disponível em: https://defesadafauna.blog.br/wp-
content/uploads/2019/05/Guia_politicas_manejo.pdf. Acesso em: 31. jul. 2023.
GARCIA, R. C. M.; CALDERÓN, N.; BRANDESPIM, D. F. Medicina veterinária do coletivo: fundamentos e
práticas. 1ª ed. Campo Limpo Paulista: Integrativa Vet, 2019.
ICAM. International Companion Animal Management coalition. Are we making a difference? A Guide to
Monitoring and Evaluating Dog Population Management Interventions. 2015.
ICAM. International Companion Animal Management Coalition. Humane dog population management
guidance. 2019.
VIEIRA-DA-SILVA, L. M. Avaliação de políticas e programas de saúde. 1ª ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2014.
WAP. Manejo Humanitário de Cães. Curso de Manejo Humanitário e Sustentável de Populações de Cães e
Gatos. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1sjTK7jgfYpdAEbZOJsHsD4Nx4M-
iu901/view?usp=sharing. Acesso em 31 jul. 2023.
XAULIM, G. M. D. R. Análise do Programa Regional em Defesa da Vida Animal (Prodevida) e os efeitos da
Capacitação Para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos em Municípios do estado de Minas
Gerais. 2022. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Escola de Veterinária, Universidade Federal de
Minas Gerais. Belo Horizonte, 130 p.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador:
 Gustavo de Morais Donancio Rodrigues Xaulim. Médico-veterinário, mestre em Ciência Animal
(Epidemiologia) pela EV-UFMG, pós-graduado em Medicina Veterinária Legal pela Faculdade Qualittas,
pós-graduando em Direito Animal pela UNINTER, membro da Comissão de Saúde Única do CRMV-MG,
assessor na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (CEDA) do MPMG.

101
Relator:
 Cláudio Yudi Kanayama. Médico-veterinário. Participou da revisão do plano de Manejo Populacional de
Cães e Gatos (MPCG) no âmbito do convênio entre a universidade, a prefeitura de Uberaba e o programa
Prodevida, que busca promover o bem-estar animal nos municípios envolvidos.

Outros membros:
 Brunna Gabriela Gonçalves de Oliveira Ferreira. Médica Veterinária pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais. Pós-graduada em Medicina Veterinária Legal pela Faculdade Qualittas e em Medicina
Veterinária do Coletivo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestranda em Ciências Veterinárias
pela UFPR. Analista técnica da Capacitação para a Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos do
Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo.
 Fabiane Peter. Advogada, Pós-Graduada em Direito Animal e Direito Ambiental. Faz parte da CDDA-OAB
de Pelotas/RS. Coordena o Programa de Controle Populacional de Cães e Gatos no Departamento de
Bem-Estar Animal da Secretaria de Qualidade Ambiental.
 Gabrielle Kayle. Médica Veterinária, Diretora técnica da DAB (Direito Animal do Brasil), cujo objetivo é
trabalhar com educação ambiental, bem-estar animal e saúde única para todo o Brasil.
 Júlia Amorim Faria. Médica-veterinária Pós-Graduada em Medicina Veterinária do Coletivo (UFPR).
Mestranda em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses (USP). Analista técnica MPCG (IMVC).
 Juliana Tozzi de Almeida. Médica-veterinária (UFES). Mestre Ciências Veterinárias, na área de bem-estar
animal (UFPR), e Doutoranda em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, na área de
Epidemiologia (FMVZ-USP). Integrante da comissão de bem-estar animal do CRMV-ES e colaboradora no
livro referência no Brasil, MVC: fundamentos e prática.
 Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Especialista em TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana;
Coordenadora de Defesa Animal em Três Corações - MG; Membro da CDA-OAB-MG; Associada Fórum
Animal, MFA, SVB, AE, WWF.

102
ANEXO I - Modelo de Plano Municipal de Manejo Populacional de Cães e Gatos

1- INTRODUÇÃO
O crescimento descontrolado de cães e gatos nas ruas é um problema preocupante de saúde única
devido ao risco de transmissão de zoonoses, acidentes por mordeduras, acidentes de trânsito, contaminação
ambiental, além do abandono e sofrimento aos quais esses animais estão expostos.
Para interferir nessa situação e propor melhorias, foi formulado Plano Municipal de Manejo Municipal
Populacional de Cães e Gatos – MPCG1, que visa incluir os cães e gatos no escopo de considerações e
planejamentos dos municípios em quesitos como preservação, proteção, saúde, segurança e legislação. A
política pública para essa situação consiste em conjunto de procedimentos que se destinam à resolução
pacífica de conflitos entre animais não humanos e animais humanos dentro do ambiente urbano e periurbano
é chamada de Manejo Populacional de Cães e Gatos -MPCG.
O MPCG é um conjunto de estratégias que visa prevenir a falta de controle e o abandono animal e
promover a guarda responsável, estruturados sob a ótica da promoção da saúde da comunidade, do bem-
estar animal e do equilíbrio ambiental.
A institucionalização do MPCG, como um programa municipal, interagindo com os diversos atores e
setores sociais, promoverá um processo de planejamento estratégico participativo e integrado,
implementando políticas públicas que garantam proteção total à vida e ao meio ambiente.

___________________________
1
O plano foi confeccionado a partir da Capacitação para Gestão do Manejo Populacional de Cães e Gatos dos
servidores públicos, médicos veterinários, agentes de saúde e outras instituições do município, realizado em
três encontros.

103
O plano municipal de manejo populacional de cães e gatos propõe estratégias, diretrizes e precisa
responsabilidades para um programa de MPCG para ser implementado pelo município.
Cada estratégia do programa propõe intervenções com impactos claros e indicadores associados, bem
como atividades orçadas e cronometradas, adequadas ao padrão de dinâmica populacional de cães e gatos
do município.
O município vem realizando atividades de controle de zoonoses no Centro de Controle de Zoonoses e
Secretaria Municipal de Saúde por meio da esterilização de cães e gatos, além da educação ambiental em
parceria com Instituições de Ensino e Ongs.
De acordo com estimativas do Centro de Controle de Zoonoses, o município de XXXXXXX tem uma
população canina em torno de XX mil cães e felina de XX mil gatos.
O recurso para execução das ações virá por meio de recebimento de emenda parlamentar, recurso
próprio previsto no orçamento municipal por meio da LDO e PPA, assim como do Fundo Municipal de
Proteção e Defesa Animal (Lei XXXX/20XX).
O programa está amparado legalmente pela Lei Federal n° 13.426/2017, Lei Estadual n° XXXX/20XX, e
as Leis Municipais: cão e gato comunitário (Lei Municipal nº XXXX/20XX), auxiliou em emendas acrescidas
com Leis Complementares (nº XXX/20XX) para a prevenção de maus-tratos (Lei Municipal nº XXX/20XX),
atuou no código municipal de posturas através de alterações das leis complementares n° XXX/20XX,
XXX/20XX e XXX/20XX, e na Lei Ordinária nº XXX/20XX que também enfatiza a proteção e defesa animal.
O programa será coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde, contudo a Secretaria de Meio
Ambiente também participará da execução das ações no município.
O município possui a Superintendência de Bem-Estar Animal -SBEA. A SBEA foi criada em 20XX pela
Lei Municipal nº XXXX/20XX. Posteriormente foi transferida para a Secretaria de Meio Ambiente por meio da
Lei nº XXXX/20XX.
Já existe em XXXXXXX o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Lei Municipal,
XXXX/20XX). Essa organização tem intuído de auxiliar na condução da política pública e aprovação do
programa no município.
A equipe de trabalho será composta por representantes governamentais
a) 01 Representante da Secretaria da Saúde;
b) 02 Representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Turismo;
c) 01 Representante da Secretaria de Educação e Cultura;
d) 01 Representante da Secretaria de Governo;
Representantes da Sociedade Civil –
a) 01 Representante do curso de Ciências Biológicas;
b) 02 Representantes docentes do curso de Medicina Veterinária;
c) 01 Representante do Poder Legislativo;
d) 01 Representante das entidades de proteção animal/ambiental
O objetivo da implementação do programa de MPCG no município de XXXXXXX é a melhoria do dos
cuidados dispensados aos animais, consequentemente a melhoria do grau de seu bem-estar, reduzir a
densidade e renovação populacional de cães e gatos, reduzir os riscos para a saúde pública, implementar a

104
percepção pública em relação à convivência com os animais e reduzir impactos negativos sobre a vida
selvagem causados pelos cães e gatos criados sem controle.
As estratégias devem procurar reduzir a população futura de cães e gatos de rua com alvo nas fontes
primárias que mantêm esses animais nas ruas.
O programa será avaliado por meio de quatro grupos de indicadores sendo eles:
- Relacionados às populações de animais;
- Interações humano/animal: educação ambiental, tutoria responsável, bem-estar animal;
- Ações do Serviço público, ONGs, Universidades, Polícia Militar, Bombeiros e setor privado;
- Controle de zoonoses.

2- IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA NO MUNICÍPIO


COLETA INICIAL DE DADOS E AVALIAÇÃO
Para implementar as estratégias será realizado um levantamento de dados no município em relação
às populações de cães e gatos e sobre as ações já executadas no município.
As ações realizadas serão:

 Levantar as ações que estão sendo realizadas atualmente no município, tanto


informalmente quanto oficialmente, para controlar estas populações.
 Fazer o censo ou estimativa da população domiciliada de ambas as espécies. A
Curto prazo
metodologia usada para o censo de animais será casa a casa ou por amostragem.
 Levantar o número de gatos semi domiciliados, realizado por meio de entrevistas,
pessoal, telefone ou forma viável.
 Investigar a epidemiologia em relação à epidemiologia do abandono, pesquisando
Médio prazo sobre as fontes, origem e fatores culturais que promovem a produção e
sobrevivência desses animais nas ruas do município.
Longo prazo • Avaliar juntamente com os Órgãos Institucionais sobre as ações

Dados que serão levantados com o diagnóstico inicial:


 Número de animais domiciliados por sexo e espécie;
 Número de animais castrados por sexo e espécie;
 Idade média dos animais por sexo e espécie;
 Número de animais comunitários;
 Número estimado de cães e gatos nas ruas;
 Expectativa de vida;
 Densidade populacional de cães e gatos nas ruas;

3- ESTRATÉGIAS DO PROGRAMA DE MPCG


Toda estratégia possui status de execução para “implementar” ou “manter”, além dos
“organizadores” para cada ação para execução. Os planos conterão dados técnicos e detalhes sobre os
procedimentos que fazem parte da execução, do monitoramento, avaliação e divulgação da ação. Todas as
ações serão selecionadas baseando-se nas prioridades identificadas na avaliação das necessidades iniciais. No

105
Anexo A contém o resumo em tabela das ações contendo os status, prazos e períodos para execução das
ações do MPCG.
3.1- Educação
Status de execução IMPLEMENTAR
Secretaria de Educação
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores
Secretaria de Saúde
Universidade

Será realizado um projeto educativo no município envolvendo a capacitação para diversos atores e
estratos da sociedade. O objetivo da educação é melhorar e ampliar o esclarecimento sobre tutoria
responsável, bem-estar animal, zoonoses e saúde única e a importância do médico veterinário como agente
de saúde pública, assim como as organizações não governamentais, a fim de diminuir o abandono, melhorar
o nível de cuidados com os animais. Abaixo estão relacionadas as atuações do projeto:

 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.


 Articular com a Secretaria de Educação para implantar a educação humanitária
Curto prazo para crianças e adolescentes, por meio da capacitação dos professores;
 Articular com secretaria de assistência social para sensibilização e
conscientização de adultos, por meio de reuniões dos programas da assistência social.

 Capacitar os médicos veterinários e gestores atuantes no controle animal e dos


Médio prazo
agentes públicos.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de pessoas adultas que receberam informações sobre os cuidados para com os animais
de estimação;
 Número de crianças em idade escolar que receberam informações sobre os cuidados para com os
animais de estimação;
 Número de denúncias recebidas relativas a cães e gatos na prefeitura;
 Número de reclamações de animais soltos em vias públicas;
 Número de animais abandonados recolhidos;
 Número de animais não mais desejados pelas famílias;

3.2- Cuidados básicos com a saúde animal


Status de execução Implementar
Secretaria de Saúde
Organizadores
Universidade

Objetivos e metas
Visando a melhoria da saúde e bem-estar animal serão implementadas as seguintes ações:

106
 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações;
Curto prazo  Criar a “Unidade Básica de Saúde Animal” para atendimento de população de
baixa renda.
 Articular as parcerias com entidades de proteção animal para executar o projeto
educativo;
Médio prazo
 Articular as parcerias com empresas do setor Pet para desverminação e vacinação
espécie específica de animais da população de baixa renda.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

• Distribuição de vermífugo para animais castrados pelo projeto do município;


• Distribuição de material educativo sobre guarda responsável com ênfase nos cuidados básicos de
saúde com os cães e gatos pelos ACS e ACE;

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


• Presença de animais magros na população (escore corporal);
• Presença de animais com problemas de pele (escore da pele);
• Presença de animais com doença e lesões específicas (leishmaniose, esporotricose, lesões
relacionadas a maus-tratos, tumores venéreos transmissíveis (TVTs);
• Quantidade de eutanásia realizadas pela prefeitura;
• Interação entre animais e interação entre homem: cão e gatos;

3.3- Cuidados Básicos de Saúde Animal- Controle reprodutivo


Status de execução Manter
Secretaria de Saúde
Organizadores Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Universidade
Objetivos e metas

 Registrar do Projeto de esterilização no CRMV-XX;


 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.
Curto prazo
 Articular parceria com Universidade para auxiliar nas esterilizações de cães e
gatos, educação ambiental, zoonoses e bem-estar animal.
 Levantar os bairros, distritos, comunidades do município que necessitam de
atendimento prioritário;
Médio prazo
 Implantar do serviço de esterilização municipal.
 Implementar o “Projeto CED”.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Taxa de natalidade;
 Taxa de reprodução;
 Taxa de fecundidade;
 Cobertura do controle reprodutivo;
 Número de castrações por mês/ano;
 Porcentagem de animais castrados na população;
 Taxa de castração.

107
3.4- Controle de acesso aos recursos no ambiente externo ao domicílio
Status de execução Implementar
Secretaria de Educação
Organizadores Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Conselho Municipal

Objetivos e metas

 Orientar as parcerias para pessoas, protetores que alimentam, cuidam e mantêm


animais nas ruas.
Curto prazo  Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.
 Fazer a educação das pessoas para impedir que despejem o lixo em locais
inadequados com medidas de coação.
 Cercar os locais de coleta e de depósito de lixo controlando o destino das sobras
e descarte inadequado.
Médio prazo
 Implantar lixeiras que dificultem o acesso dos animais, como aquelas com tampas
pesadas, grades ou colocando-as longe do alcance dos cães.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.
Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção
 Razão habitantes/animal;
 Razão animal/domicílio;
 Densidade populacional de animais nas ruas;
 Número de cães comunitários;
 Número de cães e gatos semi domiciliados alimentados pela população;

3.5- Recolhimento seletivo de animais errantes


Status de execução Implementar
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores Secretaria de Saúde
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias

Objetivos e metas

 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.


 Sensibilizar e informar a população sobre o processo de recolhimento de animais;
Curto prazo  Criar o protocolo para definição de critérios de recolhimento de animais nas ruas;
 Fomentar parcerias entre Ministério Público, Universidades e ONGs e setor
privado para fornecimento de recursos financeiros para a execução da ação.
Médio prazo  Articular parcerias para criação de Lares temporários e atendimentos veterinário.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de solicitação de recolhimento de animais nas ruas;
 número de animais que passaram pelos 4 R’s;
 Número de animais que passaram pelo CED;
 Número de animais não mais desejados pelas famílias;

108
3.6- Animais em abrigos cadastrados no município
Status de execução Implementar
Secretaria de Meio Ambiente
Secretaria de Saúde
Vigilância Sanitária
Organizadores
CRMV
Ministério Público
ONGs

Objetivos e metas

 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.


 Levantar dos animais em Abrigos/ONGs do município e condições dos cães e gatos
e avaliar quantos são adotáveis.
Curto prazo  Criar possíveis parcerias com as ONGs para adoção de cães e gatos.
 Fazer perícia de bem-estar animal dos animais em Abrigos;
 Criar eventos de adoção divulgados permanente.
 Divulgar os animais para adoção.
Médio prazo  Monitorar as adoções (pós adoção) dos Abrigos parcerias.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Origem da aquisição dos animais pelos abrigos e ONGS;
 Número de animais adotados por mês/ano pelos abrigos e ONGS;
 Porcentagem de adoção monitorada pelos abrigos e ONGS;
 Número de animais adotados e devolvidos pelos abrigos e ONGS;
 Número de animais adotados e abandonados pelos abrigos e ONGS;
 Em caso de abrigos: taxa anual de saída de animais de abrigos pelos abrigos e ONGS;
3.7- Cão comunitário
Status de execução Implementar
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias

Objetivos e metas

 Esquematizar o diagnóstico inicial para as ações.


 Estudar a viabilidade da execução do “Projeto Cão Comunitário”, já aprovado em
Lei Municipal.
Curto prazo
 Montar de grupo específico para monitoramento dos cães no município;
 Definir os protocolos de atendimento aos animais;
 Localizar e mapear dos possíveis cães comunitários na comunidade.
 Avaliar os pontos de abrigo e alimentação dos animais nas comunidades;
 Identificar e registrar dos animais;
Médio prazo
 Esterilizar todos os animais do projeto;
 Monitorar os animais comunitários.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

109
Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção
• Número de animais comunitários no município;
• Número de mantenedores por cão comunitário;
• Porcentagem de cães comunitário castrados;
• Idade média dos cães comunitários;
• Número de ataques a humanos e sua motivação;
• Prevalência de caso de maus-tratos contra cães comunitários;
• Presença de cães magros entre os cães comunitários;
• Presença de animais com problemas de pele dentre os cães comunitários;
• Prevalências de zoonoses e doenças específicas entre os cães comunitários;

3.8- Eutanásia
Status de execução Manter
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Organizadores
Universidade

Objetivos e metas

 Preparar projeto de saúde do trabalhador que atua diretamente com a eutanásia


Curto prazo
(física e psicológica);
Médio prazo  Fazer relatórios de eutanásia.
Longo prazo  Avaliar as ações.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de animais eutanasiados;
 Número de animais eutanasiados por motivo;
 Quantidade de cadáveres (unidade ou em quilos) recolhidos/enviado ao aterro sanitário por um
determinado período;

3.9- Registro e identificação


Status de execução Manter
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Organizadores
Universidade

Ampliar o serviço municipal identificação de cães e gatos por meio de microchip para que sejam
armazenados dados relativos ao animal, tais como, a indicação de seu local de permanência, a identificação
do tutor, se é ou não esterilizado e o comprovante de vacinação. O sistema de banco de dados padronizado e
acessível que armazene as informações.

Objetivos e metas

Curto prazo  Manter o serviço municipal de registro e identificação.


Médio prazo  Aumentar a quantidade de animais registrados.
 Adquirir microchips.
Longo prazo
 Avaliar as ações executadas.

110
Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção

 Número de animais registrados e identificados;


 Número de animais recolhidos e devolvidos ao tutor/responsável em função do microchip.

3.10- Gatos comunitários e em colônias


Status de execução Implementar
Secretaria de Saúde
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Universidade

Objetivos e metas

 Montar grupo específico para monitoramento gatos comunitários e em colônias no


município;
Curto prazo  Localização e mapeamento dos possíveis gatos comunitários e colônias no
município;
 Definir dos protocolos de atendimento aos animais.
 Avaliar os pontos de abrigo e alimentação dos animais nas comunidades;
 Identificar e registrar dos animais;
Médio prazo
 Esterilizar todos os animais do projeto;
 Monitorar os animais comunitários.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de gatos comunitários no município;
 Número de colônias e suas localizações;
 Número de cuidadores de gatos comunitários e de colônias;
 Porcentagem de animais castrados;
 Idade média dos gatos comunitários;
 Número de ataques a humanos e sua motivação;
 Prevalência de caso de maus-tratos contra gatos comunitários;
 Presença de gatos magros entre os gatos comunitários;
 Presença de animais com problemas de pele dentre os gatos comunitários;
Prevalências de zoonoses e doenças específicas entre os gatos comunitários.

3.11- Cães e gatos em áreas de reserva ambiental


Status de execução Implementar
Secretaria de Meio Ambiente
Ministério Público
Organizadores
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Universidade
• Avaliar a população de animais que habitam nos parques;
Curto prazo
• Criar projeto para captura dos animais com na área ambiental.

111
• Capturar os animais e esterilizar;
Médio prazo
• Monitorar as áreas de reserva ambiental.
Longo prazo • Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Presença de cães e gatos em áreas de reserva - “índice de presença de cães e gatos”.

3.12- Criação e venda de cães e gatos


Status de execução Manter
Secretaria de Saúde
Organizadores Vigilância Sanitária
Superintendência de Bem-Estar Animal

Objetivos e metas

Curto prazo  Cadastrar os estabelecimentos que vendem animais.


 Cadastro e emissão de licença para venda de animais no município;
Médio prazo
 Fiscalização dos estabelecimentos.
 Fiscalização dos estabelecimentos.
Longo prazo
 Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção

 Número de estabelecimentos cadastrados na prefeitura que que criam e vendem animais;


 Número de estabelecimentos fiscalizados;

3.13- Vistorias/Fiscalização de maus-tratos


Status de execução Manter
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores Superintendência de Bem-Estar Animal
Polícia Militar

A Superintendência de Bem-Estar Animal recebe e analisa as denúncias de maus-tratos do


munícipio, realiza diligência in loco da situação e solicita auxílio dos demais parceiros, inclusive de outras
secretarias, como a Secretaria de Desenvolvimento Social – SEDS. Remete as denúncias e provas para a
Delegacia de Meio Ambiente e ao Ministério Público para devidas providências.
A SBEA tem papel fundamental na elaboração de políticas públicas de proteção e defesa dos animais,
por meio de ações educativas para guarda responsável de cães e gatos e na apuração de denúncias de maus-
tratos ou abandono de animais realizado através de diligências, fiscalização e encaminhamento de denúncias
para providências cabíveis nos casos de maus-tratos aos animais.

112
Objetivos e metas

 Contratar e equipe permanente de médico veterinário, auxiliar veterinário para


avaliar a situação de maus tratos provenientes de denúncias para fiscalização.
Curto prazo
 Discussão dentro do comitê MPCG sobre o assunto;
 Criar procedimentos padrão utilizados na fiscalização.
Médio prazo  Monitorar os tutores dos animais vítimas de maus-tratos.
 Avaliar as ações executadas.
Longo prazo
 Criar relatórios anuais.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de denúncias recebidas;
 Número de denúncias vistoriadas;
 Número de denúncias resolvidas;
 Prevalência de caso de maus-tratos contra cães e gatos;
 Índice de sucesso de processos judiciais contra crueldade com cães e gatos;
 Número de multas geradas;

3.14- Pessoas em situação de acumulação de animais


Status de execução Implementar
Secretaria de Saúde
Secretaria de Desenvolvimento Social
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores
Superintendência de Bem-Estar Animal
Ministério Público
Polícia Militar

Objetivos e metas

 Implantar de fluxograma de ação para os cuidados com a pessoa e animais nessas


Curto prazo
situações.
 Identificar classificar os tutores em situação de acumulação de animais no município;
Médio prazo
 Criação de equipe multiprofissional para trabalhar o problema.
Longo prazo  Monitorar das pessoas em situação de acumulação.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Razão animal/domicílio;
 Número de domicílios com animais;
 Número de pessoas em situação de acumulação de animais no município;
 Número de pessoas em situação de acumulação atendidas pelo município;
 Número de casos encaminhados;
 Número de casos solucionados;

113
3.15- Manutenção de cães e gatos recolhidos das ruas – Lar temporário

Status de execução Implementar


Secretaria de Meio Ambiente
Secretaria de Saúde
Organizadores Ministério Público
Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
ONGs

Objetivos e metas

 Articular com os envolvidos recursos para manutenção dos lares temporários;


 Organizar estabelecer o fluxo dos animais e dos lares temporários e quem
coordenará os LTs;
Curto prazo
 Criar procedimentos operacionais padrão (metodologia de limpeza padronizada),
preventivos e curativos para os animais.
 Fomentar adoções permanentes.
Médio prazo  Cadastrar os LTs;
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção


 Número de LT;
 Número de animais acolhidos por LT;
 Número de adoções por LT;
 Taxa de morbidade;
 Taxa de mortalidade;
 Número de animais eutanasiados (motivo);
 Número de animais devolvidos às ruas;

3.16- Planos de contingência

Status de execução Implementar


Secretaria de Meio Ambiente
Secretaria de Saúde
Superintendência de Bem-Estar Animal
Organizadores Polícia Militar
Corpo de Bombeiros Militar
Guarda Civil
ONGs

Objetivos e metas

 Articular e criar equipe de atuação direta com a Polícia Militar, Corpo de


Bombeiros, Guarda Civil e demais instituições que atuam com acidentes envolvendo
Curto prazo
animais domésticos e silvestres, para incluir os animais nos planos de contingências
para chuvas, alagamento, deslizamento, queimadas do município;

114
 Fazer reuniões permanentes com equipes de trabalho.
 Diagnosticar o cenário da região;
Médio prazo
 Fazer reuniões permanentes com equipes de trabalho.
Longo prazo  Fazer reuniões permanentes com equipes de trabalho.

3.17- Vigilância das principais zoonoses que envolvem os cães e gatos


Status de execução Manter
Secretaria de Meio Ambiente
Organizadores Centro de Controle de Zoonoses e Endemias
Universidade

Objetivos e metas

 Fazer programa de Controle da Raiva;


Curto prazo  Fazer programa de controle da Leishmaniose Visceral;
 Fazer prevenção e controle das verminoses que acometem pessoas, cães e gatos.
Médio prazo  Fazer relatório sobre os programas.
Longo prazo  Avaliar as ações executadas.

Indicadores que serão utilizados para avaliar o impacto dessa intervenção

 Casos de raiva, Leishmaniose canina, felina;


 Agressões de cães e gatos com suspeitas de raiva;
 Cobertura Vacinal de cães e gatos para raiva;
 Número de cães examinados para LVC;
 Índice de positividade canina para LVC.

115
ANEXO – A: Tabela 1- Status, prazos e períodos para execução das ações do MPCG.
STATUS DE
AÇÃO PRAZO PERÍODO
EXECUÇÃO
1- Educação Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
2- Cuidados básicos com a saúde animal Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
3- Cuidados Básicos de Saúde Animal- Controle Curto 2 anos
reprodutivo Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos
4- Controle de acesso aos recursos no ambiente Curto 2 anos
externo ao domicílio Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
5- Recolhimento seletivo de animais errantes Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
6- Adoção de animais dos Abrigos Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
7- Cão Comunitário Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
8- Eutanásia Curto 2 anos
Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos
9- Registro de identificação Curto 2 anos
Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos
10- Gatos comunitários e em colônias Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
11- Cães e gatos em áreas de reserva ambiental Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
12- Criação e venda de cães e gatos Curto 2 anos
Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos
13- Vistorias/Fiscalização de maus-tratos Curto 2 anos
Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos
14- Pessoas em situação de acumulação de Curto 2 anos
animais Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
15- Manutenção de cães e gatos recolhidos das Curto 2 anos
ruas – Lar temporário Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
16- Planos de contingência Curto 2 anos
Implementar Médio 4 anos
Longo 5 anos
17- Vigilância das principais zoonoses que Curto 2 anos
envolvem os cães e gatos Manter Médio 4 anos
Longo 5 anos

116
ANEXO II - Modelo de Cartilha Orientativa

117
118
1.6. Conselho Municipal de Proteção, Defesa e Direitos Animais

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Realizar um levantamento das leis municipais e estaduais que tratam de temas envolvendo conselho,
fundo e código de direitos animais;
2. Elaborar a minuta do Conselho Municipal de Direitos Animais;
3. Elaborar a minuta do Fundo Municipal de Direitos Animais;
4. Elaborar a minuta do Conselho Tutelar Animal Municipal;
5. Elaborar a minuta do Código de Direito e Bem-Estar Animal Municipal.

INTRODUÇÃO
O conjunto de minutas dos temas das minutas de projetos de leis, cuja ideia é propiciar aos gestores
municipais e casas legislativas correlatas um caminho viabilizador para a construção de um arcabouço jurídico
protetivo-animalista, tem como base não somente a Constituição Federal, especialmente o inciso VII do § 1°
de seu art. 225, como também as conclusões da ciência acerca da consciência e senciência de todos os animais
vertebrados e vários invertebrados, tal como constante da Declaração de Cambridge sobre a Consciência em
Animais Humanos e Não Humanos. A base jurídica ainda levou em conta o Decreto Federal n.° 24.645/34 e
várias leis municipais e estaduais que dispõem sobre o Direito Animal. Assim, a metodologia utilizada foi a
pesquisa dessas bases jurídicas e da doutrina que trata dos assuntos pertinentes à formulação das minutas.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


• Realização de pesquisas bibliográficas sobre os temas objetos das minutas;
• Divulgação das minutas incialmente propostas no grupo de whatsapp formado para esse fim;
• Contribuições dos membros do grupo com inserção nos textos divulgados;
• Compilação das contribuições envio para o MMA.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Os modelos das minutas desenvolvidas pelo grupo fornecem um paradigma, por assim dizer, essencial
à criação de um aparato jurídico de proteção aos animais do município, realizando, dessarte, o princípio da
dignidade animal.
Nesse sentido, os textos são ricos em possibilidades jurídico-animalistas, propiciando uma proteção
mais justa e adequada à vida desses seres tão vulnerabilizados pelas ações humanas.

CONCLUSÃO
Por nos encontrarmos em um Estado Democrático de Direito, o princípio da legalidade estrita governa
as ações governamentais e, dessa maneira, de seus gestores, que somente poderão agir nos exatos limites
impostos pelas leis vigorantes.
Nesse sentido, a fim de que os animais que habitam os municípios brasileiros tenham, de fato, a
dignidade respeitada e, consequentemente, sejam protegidos da crueldade e dos maus-tratos os mais
variados, uma política de defesa e de asseguramento de direitos fundamentais deve ser implementada
urgentemente.
É dentro desse cenário que as minutas de projetos de lei de proteção, defesa e instituição de direitos
fundamentais animais foram elaboradas, a fim de que todos os municípios possam aderir, com eficácia, ao

119
Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, aprovando-as e, principalmente,
realizando-as, a fim de que os animais tenham suas vidas respeitadas e seus direitos assegurados.

REFERÊNCIAS
ATAIDE JUNIOR, Vicente de Paula; FIGUEIREDO, Francisco José Garcia; NUNES, Vânia de Fátima Plaza. As
exorbitâncias da nota técnica 14/2022 do Ministério da Saúde. Revista Consultor Jurídico. Mar. 2022.
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2022-mar-08/opiniao-exorbitancias-nota-tecnica-14-ministerio-
saude. Acesso em: 7 ago. 2023.
________. Capacidade processual dos animais: a judicialização do direito animal no Brasil. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2022.
________. Código de Bem-estar Animal da Paraíba deve servir de modelo para o Brasil. Revista Consultor
Jurídico. Dez. 2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-dez-23/vicente-paula-codigo-paraiba-
modelo-direito-animal. Acesso em: 7 ago.. 2023.
________ (coord.). Comentários ao Código de Direito e Bem-Estar Animal do Estado da Paraíba: a positivação
dos direitos fundamentais animais. Curitiba, Juruá, 2019.
________; FIGUEIREDO, Francisco José Garcia. Considerações sobre a lei n° 14.228/2021. Revista Consultor
Jurídico. Out. 2021. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2021-out-25/ataide-jr-figueiredo-
consideracoes-lei-142282021. Acesso em: 13 fev. 2023.
MENDES, Thiago Brizola P. Decreto 24.645/1934: breve história da “lei Áurea” dos animais. Revista Brasileira
de Direito Animal, Salvador, v. 15, n. 2, p. 47-73, mai./ago. 2020. Disponível em:
https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/37731. Acesso em: 13 fev. 2023.
________. Introdução ao direito animal brasileiro. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, v. 13, n. 3, p.
48-76, set./dez. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/28768. Acesso
em: 13 fev. 2023.
FIGUEIREDO, Francisco José Garcia; ANDRADE, Luísa de Almeida. Rinhas de galo na jurisprudência do
Supremos Tribunal Federal. In: REGIS, Arthur H. P.; SANTOS, Camila Prado dos (coord.). Direito animal em
movimento: comentários à jurisprudência do STJ e STF. Curitiba: Juruá, 2021, p. 31-45.
________; CORDEIRO, Gabriella Lacerda Montenegro. Os abatedouros da Paraíba e o desrespeito à dignidade
animal. In: MARTINS, Juliane Caravieri et al (org.). Direito animal: a tutela ético-jurídica dos seres sencientes.
Londrina/PR, Thoth, 2021, cap. 17, p. 381-397.
________; GORDILHO, Heron José de Santana. A vaquejada à luz da Constituição Federal. Revista de Biodireito
e Direito dos Animais. Curitiba, v. 2, n. 2, p. 78-96, Jul/Dez 2016. Disponível em:
https://indexlaw.org/index.php/revistarbda/article/view/1363. Acesso em: 7 ago.. 2023.
________; ________. Un análisis de la decisón de la Corte Federal Suprema que declarará la
inconstitucionalidad de la ley reguladora de las “vaquejadas” en Brasil. Cadernos de Dereito Actual, n. 4, p. 97-
117, 2016. Disponível em:
http://www.cadernosdedereitoactual.es/ojs/index.php/cadernos/article/view/117. Acesso em: 13 fev. 2023.
________; SOUSA, Lindally Gonzaga F. T. de; GAMA, Marniele Janaina da Costa. Estudo de caso sobre o índice
de tráfico em 2014 e 2015 do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama na Paraíba. In: V Congresso
Brasileiro e II Congresso Latino-americano de Bioética e Direito Animal, 5, 2018, Aracaju. Anais. São Cristóvão,
Instituto Abolicionista Animal, 2019, p. 482-500. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Thiago-Pires-
Oliveira/publication/342490850_MAE_TERRA_DIREITOS_DA_NATUREZA_E_DOS_ANIMAIS_primeiro_volum
e_dos_Anais_do_V_Congresso_Brasileiro_e_II_Congresso_Latinoamericano_de_Bioetica_e_Direito_Animal/
links/5ef6aec2299bf18816ea6f3d/MAE-TERRA-DIREITOS-DA-NATUREZA-E-DOS-ANIMAIS-primeiro-volume-

120
dos-Anais-do-V-Congresso-Brasileiro-e-II-Congresso-Latinoamericano-de-Bioetica-e-Direito-Animal.pdf.
Acesso em: 13 fev. 2023.
________; XAVIER JÚNIOR, José Rômulo Batista. A (in)constitucionalidade e/ou (in)convencionalidade da
Emenda Constitucional n.° 96/17. In: BRAZ, Laura Cecília; LIMA, Raphael Leal R. (org.). Direito animal: novos
rumos para uma nova década. Salvador, Mente Aberta, 2021, cap. 11, p. 133-145.
________; ________. Inafastabilidade da jurisdição e novas relações jurídico-processuais: animais como
autores de ação? In: BRAZ, Laura Cecília; LIMA, Raphael Leal R. (org.). Direito ambiental e animal: novas
perspectivas. Salvador, Mente Aberta, 2022, cap. 12, p. 158-174.
LOURENÇO, Daniel Braga. Direitos Animais: fundamentação e novas perspectivas. Porto Alegre: Sergio Antonio
Fabris Ed; 2008.
REGAN, Tom. Jaulas vazias: encarando o desafio dos direitos animais. Tradução Regina Rheda. Porto Alegre:
Lugano, 2006.
SILVA, Juliana Maria Rocha P. B. da. Curso de direito animal. 2. ed. rev., atual. e ampl. Natal: Edição do Autor,
2022.
SINGER, Peter. Libertação animal. Trad. Marly Winckler. Porto alegre: Lugano. 2004.
Webnar sobre a lei federal 14.228/21, que veda eutanásia de animais em casos de doenças com cura, 2022.
NeadMPPB. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nrNqSz_38CE&t=5159s. Acesso em: 7 ago.
2023.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador e Relator:
• Francisco José Garcia Figueiredo. Mestre em Direito; professor do Departamento de Direito Privado da
UFPB, lecionando a disciplina Direito Animal; coordenador do Núcleo de Justiça Animal da UFPB (NEJA);
autor intelectual do Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba (Lei n.° 11.140/18); advogado
animalista.

Outros membros:
 Vicente de Paula Ataide Junior. Pós-doutor em Direito; professor da UFPR, juiz federal, líder do
Zoopolis, autor de livros e artigos na área do Direito Animal.
 Juliana Maria Rocha Pinheiro Bezerra da Silva. Advogada e autora de livros de Direito animal, pós-
graduada em D. Constitucional e Animal, mestra em direitos e garantias fundamentais, presidente da
Comissão de Direito Animal (OAB/RN)
 Jorge Luiz Maia Carneiro. Médico veterinário. Especialista em Gestão da Vigilância Sanitária. Ex-
Diretor do CCZ de Manaus (2007-2009). Atualmente é fiscal de saúde da Prefeitura Municipal de
Manaus.
 Paulo Maiorka. Médico Veterinário, Bel em Direito, Professor Dr Associado da FMVZ-USP.
 Adriana Araújo.Coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais. Integrante da Comissão
Interinstitucional de Saúde Humana na sua Relação com os Animais do CMS de Belo Horizonte/MG
 Leonildo Fonseca. Médico veterinário. Assessor da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade
do Estado da Paraíba.
 Pâmela Durando. Advogada. Assessora Jurídica do Município de Petrolina/PE. Membro da Comissão
Nacional de Direito Animal do Conselho Federal da OAB.

121
 Eliana Malta. Diretora da OSC Rockbicho; Membro do (i) Movimento Mineiro pelos direitos animais,
(ii) do GT atuação em situação de transtorno de acumulação envolvendo animais.
 Adolfo Firmino. Veterinário. Doutor em Bioquímica e Imunologia. Professor (UFJF).
 Miriam Neder de Assis Falce. Administradora, ativista, presidente da Associação Amor não tem raça
– JF.

122
ANEXO I - Minuta de Projeto de Lei que institui o Conselho Municipal de Direitos Animais e o Fundo
Municipal de Direitos Animais, no âmbito do Município XXX

PROJETO DE LEI / 2022

Institui o Conselho Municipal de


.
Direitos Animais e o Fundo Municipal
de Direitos Animais, no âmbito do
Município de xxxxxx, e dá outras
providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CONDE, faço saber que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono
a seguinte,

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei institui o Conselho Municipal de Direitos Animais e Fundo Municipal dos Direitos
Animais, no âmbito do Município de xxxxxx, como instrumentos da política municipal dos direitos animais.

Parágrafo único. Enquanto não aprovado o Código Municipal de Direitos Animais, o Conselho
Municipal de Direitos Animais deliberará de acordo com as normas jurídicas vigentes para proteção dos
animais.

CAPÍTULO II

DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS ANIMAIS – CMDA

Art. 2º Fica instituído o Conselho Municipal dos Direitos Animais – CMDA, órgão deliberativo,
permanente, colegiado e controlador das ações da política municipal de atendimento aos direitos animais, em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas.
Art. 3º Compete ao Conselho Municipal dos Direitos Animais – CMDA:
I – deliberar e controlar a execução da política municipal dos direitos animais, definida no Código
Municipal dos Direitos Animais ou, enquanto não aprovado este, estabelecer as bases e as diretrizes dessa
política, com base na legislação protetiva vigente;
II – dar apoio aos órgãos municipais e entidades não-governamentais para tornar efetivos os
princípios, as diretrizes e os direitos estabelecidos na política municipal de direitos animais;
III – acompanhar o reordenamento institucional propondo, sempre que necessário, modificações nas
estruturas públicas e privadas destinadas ao atendimento dos direitos animais;
IV – promover, organizar ou apoiar campanhas de educação animalista, pelos meios de comunicação
adequados, inclusive pelas redes sociais, nas escolas, postos de saúde, nas associações de bairro e em outros
espaços comunitários, que propiciem a assimilação pelo público sobre a existência da consciência e da
senciência animal, sobre o sofrimento animal e as zoonoses resultantes da intervenção humana em seus
ambientes naturais, sobre as alternativas de consumo de produtos de origem animal e de vivência mais éticas,
pacíficas e solidárias, dentro de uma perspectiva multiespecífica, zoopolítica, antiespecista e ecocêntrica e,
ainda, sobre o conceito de saúde única;

123
V – estimular, promover, organizar e/ou apoiar a realização de estudos, planos, programas, projetos
e demais ações relativas à saúde, à proteção, à defesa e ao bem-estar dos animais, produzindo diagnósticos e
estatísticas, contando com o apoio integrado dos órgãos técnicos da Prefeitura Municipal;
VI – propor a convocação e auxiliar na coordenação de conferências, congressos, cursos, palestras,
oficinas ou outros encontros voltados aos direitos animais, à saúde, à proteção, à defesa e ao bem-estar dos
animais;
VII – propor anteprojetos de lei e estudar, analisar e sugerir alterações na legislação pertinente,
visando a aperfeiçoar a política municipal de direitos animais;
VIII – acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária do Município indicando
modificações necessárias à consecução da política municipal formulada para a promoção dos direitos animais;
IX – gerir, deliberar, acompanhar, fiscalizar e avaliar a aplicação dos recursos do Fundo Municipal
dos Direitos Animais;
X – promover o registro e a avaliação das entidades ligadas ao atendimento e a defesa dos direitos
animais, no âmbito do Município de XXXXXX;
XI – elaborar e aprovar o seu regimento interno, aprovando-o pelo voto de, no mínimo, dois terços
de seus membros, nele definindo a forma de indicação do seu presidente, vice-presidente e secretário;
XII – definir plano emergencial para socorro aos animais em casos de incêndios, alagamentos,
grandes secas, frio intenso, pandemias, etc.;
Art. 4º O Conselho Municipal dos Direitos Animais será composto por dez membros titulares e
respectivos suplentes, de acordo com a seguinte composição paritária:
I – cinco membros governamentais, de livre escolha do(a) Prefeito(a) Municipal;
II – cinco membros da sociedade civil, escolhidos em foro próprio, entre representantes das
organizações sociais, entidades de proteção e defesa dos animais e associações comunitárias de Conde/PB.
§ 1º O mandato dos Conselheiros será dois anos, permitida uma recondução.
§ 2º As funções dos membros do Conselho não são remuneradas e seu exercício é considerado
serviço público relevante.
Art. 5º O CMDA reunir-se-á ordinariamente em cada mês e extraordinariamente sempre que
convocado pelo Prefeito (a) Municipal ou por seu Presidente, por iniciativa própria ou a requerimento de, no
mínimo, um terço dos seus membros.
Art. 6º O CMDA formalizará e aprovará suas deliberações e recomendações e as submeterá ao(à)
Prefeito(a) Municipal para as providências cabíveis.
Art. 7º O Poder Executivo prestará o apoio administrativo necessário ao funcionamento do CMDA.

CAPÍTULO III

DO FUNDO MUNICIPAL DE DIREITOS ANIMAIS – FDA

Art. 8º Fica instituído o Fundo Municipal de Direitos Animais – FDA, vinculado ao Conselho Municipal
de Direitos Animais, destinado ao financiamento de ações voltadas à execução da política dos direitos animais
do Município de Conde/PB.
Art. 9º Constituem recursos do FDA:
I – recursos provenientes de transferências dos Governos Federal e Estadual e dos Fundos Nacional
e Estadual;
II – doações, auxílios, contribuições, subvenções e transferências de recursos de pessoas físicas ou
jurídicas, governamentais ou não, nacionais ou estrangeiras;
III – valores provenientes de transações penais, acordos, termos de cooperação, ajustamentos de
conduta e instrumentos congêneres relativos à saúde, à proteção, à defesa e ao bem-estar dos animais no
Município de Conde/PB;
IV – o produto da arrecadação de multas aplicadas em decorrência da fiscalização municipal e de
infrações à legislação de proteção animal e preservação da fauna;

124
V – o produto de aplicações financeiras dos recursos disponíveis;
VI – outras receitas que lhe forem destinadas.
§ 1º Os recursos do FDA serão depositados em conta específica em instituição financeira oficial e
utilizados exclusivamente nas finalidades previstas na política municipal de direitos animais, vedada a
utilização dos seus recursos na manutenção do Conselho Tutelar Animal.
§ 2º A prestação de contas da aplicação de recursos do Fundo deverá ser encaminhada, pelo
Presidente do Conselho Municipal dos Direitos Animais, anualmente, à Câmara Municipal.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 10. As despesas decorrentes desta Lei serão suportadas por dotações orçamentárias próprias.
Art. 11. O Poder Executivo Municipal regulamentará, no que couber, a presente Lei.
Art. 12. A instalação do CMDA dar-se-á no prazo de sessenta dias da publicação desta Lei.
Art. 13. O CMDA aprovará o seu regimento interno no prazo de sessenta dias, a contar da sua
instalação.
Art. 14. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Câmara Municipal, 2022.

Vereador

JUSTIFICATIVA

Senhor Presidente, Senhores Vereadores:


Com a satisfação de saudarmos Vossa Excelência e ilustres Pares, tomamos a liberdade de submeter
à elevada apreciação do egrégio Poder Legislativo Municipal o projeto de lei que institui o Conselho Municipal
de Direitos Animais e Fundo Municipal de Direitos Animais, e dá outras providências.
O Conselho e Fundo são instrumentos fundamentais para a implementação da política municipal dos
direitos animais, em bases democráticas e em atenção ao princípio constitucional da participação comunitária.
Essa estrutura será complementada com a instituição do Conselho Tutelar Animal, por projeto de lei de
iniciativa do Poder Executivo Municipal, órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos animais.
Todos esses instrumentos são inspirados na legislação análoga para proteção e atendimento aos
direitos da criança e do adolescente, também habitantes vulneráveis das cidades, conforme disciplinado pela
Lei Federal 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
O Fundo poderá captar e aplicar recursos para ações voltadas ao amparo, proteção e bem-estar dos
animais, principalmente por meio de parcerias ou convênios com clínicas veterinárias, associações, ONGs e
entidades vocacionadas ao amparo e proteção aos animais.
Registro que este projeto de lei é fruto dos estudos e das pesquisas desenvolvidas no âmbito o
Núcleo de Pesquisas em Direito Animal (ZOOPOLIS), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e do Núcleo
de Justiça Animal (NEJA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o que demonstra as nossas preocupações
com o atendimento de todas as exigências técnicas e científicas pertinentes ao tema.
Assim sendo, solicitamos a apreciação e consequente aprovação do presente Projeto de Lei.

125
ANEXO II - Minuta de Projeto de Lei que dispõe sobre a criação do Conselho Tutelar Animal no Município
de Conde, PB

PROJETO DE LEI / 2022


Dispõe sobre a criação do Conselho
Tutelar Animal no Município de
Conde/PB, e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CONDE, faço saber que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte,

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Fica criado o Conselho Tutelar Animal de Conde (CTAC), órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos animais em todo Município.
Parágrafo único. As atribuições do Conselho Tutelar Animal fundamentam-se:
I – na regra constitucional da proibição da crueldade contra animais;
II – nos princípios da dignidade animal e da participação comunitária na proteção dos direitos
animais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, entende como:
I – abuso de animais: qualquer ato intencional, comissivo ou omissivo, que implique no uso
despropositado, indevido, excessivo, demasiado ou incorreto de animais, causando prejuízos de ordem física
e/ou psicológica, incluindo os atos caracterizados como abuso sexual;
II – animais domesticados: são os animais silvestres que passam a depender diretamente dos seres
humanos para sobreviver, mesmo que não percam, necessariamente, a sua capacidade de introdução ou de
readaptação ao habitat de origem;
III – animais domésticos: são os animais que se tornaram estreitamente dependentes do ser humano,
em função de processos de manejo artificial;
IV – animais silvestres nativos: são os animais pertencentes aos biomas brasileiros que,
permanecendo isolados em seu habitat, inclusive o aquático, não dependem diretamente dos seres humanos
para sobreviver;
V – animais silvestres exóticos: são os animais pertencentes a faunas de outros países, introduzidos
em território nacional pela ação do ser humano, inclusive com posterior reprodução;
VI – bem-estar animal: conjunto de condições favoráveis à qualidade de vida animal, aferidas pela
presença das cinco liberdades: estar livre de sede, de fome e de má-nutrição; livre de dor, ferimentos e
doenças; livre de desconfortos; livre para expressar seus comportamentos naturais; e livre de medo e de
estresse;
VII – crueldade contra animais: qualquer ação ou omissão humana contra animais, de natureza
culposa ou dolosa, que implique em abuso, maus-tratos, ferimento, mutilação ou em qualquer outro
sofrimento injusto ou em danos existenciais, inclusive os de natureza psicológica ou psiquiátrica;
VIII – dignidade animal: valor intrínseco do animal, considerado como um fim em si mesmo,
independentemente de qualquer função ecológica ou econômica da fauna na qual se inclui;
IX – direitos animais: todos os direitos, individuais e coletivos, reconhecidos aos animais não-
humanos pelo ordenamento jurídico brasileiro, expressamente ou em decorrência dele, inclusive os derivados
de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, e, em especial, pelo art. 5º da Lei
11.140/2018, do Estado da Paraíba, sem prejuízo das leis e dos atos normativos, de natureza ambiental ou
ecológica, que forem mais favoráveis à proteção da dignidade animal do que aqueles já existentes;
X – família adotiva: família que acolhe animal abandonado ou em situação de risco, tornando-se

126
multiespecífica ou ampliando o número de seus membros não-humanos;
XI – família multiespécie ou interespécie: família constituída por animais humanos e não-humanos,
ligados entre si por vínculos de afetividade;
XII – guarda responsável de animal: conduta constante e dedicada de todo guardião de animal que
atenda às necessidades físicas e psíquicas deste, garantindo e respeitando os seus direitos e prevenindo
situações futuras de abandono ou outras formas de maus-tratos ou de abusos e de crueldade;
XIII – guardião de animal: qualquer pessoa que detenha a guarda do animal, com responsabilidade
temporária ou definitiva, que vise a garantir toda a assistência necessária à manutenção do bem-estar animal
e a prevenção à vulneração dos seus direitos;
XIV – maus-tratos a animais: qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que
intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento injusto aos
animais;
XV – meio ambiente faunístico: conjunto dos animais silvestres, nativos e exóticos, que habitam o
Município de Conde/PB, permanentemente ou em rota migratória, considerados pela sua função ambiental
ou ecológica;
XVI – microchipagem: sistema eletrônico de identificação individual, por meio na implantação de um
transponder inofensivo sob a pele do animal, conforme os protocolos técnicos respectivos, possibilitando o
rastreamento dos seus responsáveis, tutores ou guardiões;
XVII – negligência contra animais: qualquer omissão, não intencional, em prestar cuidados essenciais
ao bem-estar animal.
XVIII – princípio da dignidade animal: os animais devem ser tratados como sujeitos de direitos,
dotados de valor intrínseco e de dignidade própria, protegidos contra a crueldade humana, proibido o seu
tratamento como coisas;
XIX – princípio da participação comunitária: na formulação da política municipal de atendimento aos
direitos animais, bem como no estabelecimento e implementação dos respectivos programas, é garantida a
participação da comunidade, diretamente ou por meio de suas organizações comunitárias, formais ou
informais;
XX – responsável por animal: qualquer pessoa ou entidade, pública ou privada, que seja responsável
direto pela garantia dos direitos animais e pela manutenção de seu bem-estar físico e psíquico;
XXI – senciência animal: capacidade do animal de sentir dor física, sofrimento psíquico e
experimentar emoções em decorrência desses estímulos, de acordo com a percepção do animal, verificada
mediante critérios científicos;
XXII – consciência animal: conjunto de substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e
neurofisiológicos que dotam os animais de estados de consciência e subjetividade, permitindo-lhes exibirem
comportamentos intencionais e afetivos;
XXIII – tutor de animal: qualquer pessoa, no âmbito da família multiespécie, responsável direto pela
garantia dos direitos animais e pela manutenção de seu bem-estar físico e psíquico;
XXIV – violência doméstica e familiar: qualquer ação ou omissão baseada no gênero, na idade, na
espécie, na orientação sexual ou religiosa, que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral a membro da família ou a quem com ela conviva em relação de trabalho doméstico, ou dano
patrimonial no âmbito da unidade doméstica, da família multiespécie ou em qualquer relação íntima de afeto,
na qual o agressor conviva ou tenha convivido com o(s) ofendido(s), seja este um humano ou um animal,
independentemente de coabitação.
Art. 3º No Município de Conde/PB haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar Animal, como órgão
integrante da Administração Pública local, composto de 5 (cinco) membros titulares, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução desde que respeitados novos
processos de escolha.
Parágrafo único. Serão escolhidos, também, 5 (cinco) membros suplentes, os quais ocuparão a
função em caso de afastamento, por qualquer motivo, de membro efetivo, pelo prazo que durar tal
afastamento.
Art. 4º Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar Animal, serão exigidos os seguintes

127
requisitos:
I – idade igual ou superior a dezoito anos;
II – reconhecida idoneidade moral;
III – ensino fundamental completo;
IV – reconhecida experiência na proteção de animais;
V – residir no Município de Conde/PB.
§ 1° Para efeito do inciso II deste artigo, a idoneidade moral deverá ser comprovada, dentre outras
formas, pela apresentação pelo interessado:
a) de certidão negativa da Justiça Criminal (estadual e federal);
b) de certidão negativa da Justiça do Trabalho;
c) de certidão negativa do Ministério Público Federal e Estadual onde o município se circunscreve,
atestando que não existe nenhum procedimento instaurado e em andamento, objetivando apurar o
envolvimento do interessado em violência contra humanos – especialmente crianças, adolescentes, mulheres
e idosos – e não-humanos (animais domesticados, domésticos e silvestres), bem como em face do meio
ambiente;
d) de declaração das delegacias especializadas da infância e adolescente, do idoso, do combate à
violência contra a mulher, dos crimes contra o meio ambiente e animais, se houver, atestando que não há
nenhum procedimento instaurado em seus âmbitos. Não havendo delegacias especializadas, deverá ser obtida
declaração da Delegacia Central da localidade, atestando que não existe nenhum procedimento instaurado
em desfavor do interessado, envolvendo violência contra crianças, adolescentes, mulheres, idosos, meio
ambiente e animais;
e) de cartas de apresentação de entidades de proteção animal regularmente constituídas e de
entidades de representação da comunidade que elegerá o(a) conselheiro(a) e que também estejam
regularmente constituídas, atestando sua idoneidade moral.
§ 2° Para efeito do inciso IV deste artigo, a reconhecida experiência na proteção de animais dar-se-á
pela declaração emitida, nesse sentido, por, pelo menos, 2 (duas) entidades de proteção animal regularmente
constituídas, devendo, ainda, tal comprovação ocorrer pela publicação nas redes sociais do(a) interessado(a)
de vídeos, fotos e/ou textos comprobatórios de seu envolvimento com a defesa e proteção dos animais há,
no mínimo, 2 (dois) anos.
§ 3° As certidões de que tratam o presente artigo terão validade máxima de 60 (sessenta) dias,
independentemente do período de validade atribuído pelo órgão emissor. Esse mesmo prazo vale, também,
para as declarações e cartas aqui exigidas.
Art. 5º Constará da lei orçamentária municipal a previsão dos recursos necessários ao
funcionamento do Conselho Tutelar Animal e à formação continuada dos conselheiros tutelares animais.
§ 1º Os Conselheiros Tutelares Animais, no exercício da função, terão direito à percepção de uma
ajuda de custo mensal, fixada na lei orçamentária municipal, em valor não inferior a 1 (um) salário-mínimo.
§ 2º No caso da instituição de mais de um Conselho Tutelar Animal, o respectivo Regimento Interno
também disporá sobre a divisão territorial de atendimento de cada um deles.
§ 3º Funcionará junto ao Conselho Tutelar Animal, ao menos 1(um) Médico Veterinário, com
atribuições para o diagnóstico dos maus-tratos a animais.
Art. 6º O exercício efetivo da função de Conselheiro Tutelar Animal constituirá serviço público
relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.
§ 1º A função de Conselheiro Tutelar Animal é compatível com o exercício de outra atividade
profissional voluntária ou remunerada, desde que não represente conflito de interesses com a proteção dos
direitos animais e haja compatibilidade de horários.
§ 2º O exercício da função é limitado ao período do mandato, não implicando em vínculo
empregatício ou estatutário com o Município de Conde/PB.
Art. 7º É dever de todos comunicar ao Conselho Tutelar Animal, sem prejuízo de outras iniciativas e
comunicações cabíveis, os casos de suspeita de negligência, abuso, crueldade e maus-tratos a animais
silvestres, domésticos ou domesticados.
Parágrafo único. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Conselho Tutelar Animal para o

128
descobrimento da verdade sobre os fatos que possam configurar infração administrativa às normas de
proteção dos direitos animais e do meio ambiente faunístico.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS

Art. 8º As medidas de proteção aos animais são aplicáveis sempre que os direitos animais forem
ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão, crueldade, maus-tratos ou abuso dos responsáveis, tutores ou guardiões a
qualquer título;
III – por maus-tratos ou abusos infligidos por qualquer pessoa.
Art. 9º As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo, de forma necessária e adequada à situação de perigo em que o animal
se encontra, levando em consideração, dentre outros fatores, a dignidade animal e os interesses e direitos do
animal como ser consciente e senciente.
§ 1º Serão priorizadas as medidas de caráter pedagógico, que visem a educar para a tutela e a guarda
responsáveis e o bem-estar dos animais e a prevenir as práticas consideradas negligência, abuso, maus-tratos
ou crueldade contra animais.
§ 2º Sempre que possível, devem ser buscadas as soluções consensuais para os conflitos submetidos
às atribuições do Conselho.
Art. 10. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 8º desta Lei, o Conselho Tutelar Animal
poderá proceder, dentre outras, às seguintes medidas:
I – registro de advertências, com as recomendações pertinentes de adaptação, as quais devem ser
realizadas pelo destinatário em prazo máximo definido na decisão, contados da respectiva notificação, visando
a prevenir ou a corrigir situações leves de omissão e de negligência, que possam vir a se caracterizar como
maus-tratos ou abuso a animais;
II – encaminhamento do animal ao tutor, guardião ou responsável, mediante termo de
responsabilidade;
III – orientação, apoio e acompanhamento temporários da família em que o animal está inserido;
IV – matrícula e frequência obrigatórias em curso de educação animalista para a guarda ou tutela
responsável de animais;
V – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, inclusive a multiespécie;
VI – requisição de tratamento médico-veterinário, em regime hospitalar ou ambulatorial,
preferencialmente da rede pública de atendimento ou, não existindo, da rede privada que tenha convênio
estabelecido entre ela e o Município;
VII – requisição de procedimento cirúrgico de esterilização permanente;
VIII – requisição de microchipagem ou de outro recurso tecnológico compatível de identificação
animal, além de inserção do animal em registro público disponível para sua identificação;
IX – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos, quando for o caso;
X – apreensão do animal e encaminhamento a programa de abrigamento institucional;
XI – colocação em família adotiva.
§ 1º A apreensão dar-se-á nos casos de abuso, violência ou maus-tratos intencionais ao animal ou,
nos casos de negligência, quando esgotadas as tentativas para garantir, de forma consensual e pedagógica,
o bem-estar do animal, na forma do art. 10, I, desta Lei.
§ 2º O Conselho Tutelar Animal deverá proceder ao imediato recolhimento de instrumentos
utilizados, ou que possam ser utilizados, para causar maus-tratos ou abuso a animais, tais como correntes,
grilhões, mordaças, chicotes, palmatórias, coleiras de choque elétrico, objetos que possam causar dor ou
desconforto ao animal, aparatos para cruzamento forçado, jaulas e similares, mediante documentação,

129
preferencialmente por meio fotográfico, custodiando os itens para eventual registro de ocorrência policial.
§ 3º O abrigamento institucional, em entidade pública ou privada, é medida provisória e excepcional,
utilizável como forma de transição do animal para a sua reintegração familiar multiespécie ou, não sendo esta
possível, para colocação em família adotiva.
§ 4º As entidades que realizam o abrigamento institucional manterão prontuário individualizado e
atualizado de cada animal resgatado ou recebido, contendo as informações sobre a sua saúde e o seu bem-
estar, preferencialmente instruído com fotografias e/ou vídeos que demonstrem a situação geral do animal
ao chegar.
§ 5º O abrigamento institucional terá prazo máximo não superior a três meses de permanência,
podendo ser prorrogado por igual período em casos de comprovada necessidade, sempre garantindo-se as
condições favoráveis ao bem-estar animal.

CAPÍTULO III
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 11. São atribuições do Conselho Tutelar Animal:


I – atender os animais em situação de risco, nas hipóteses previstas no art. 8º, aplicando as medidas
previstas no art. 10;
II – atender e orientar os responsáveis, tutores e guardiões de animais, aplicando as medidas
previstas no art. 10, no que couber;
III – promover a execução de suas decisões e a realização das suas atribuições, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, medicina veterinária, educação, serviço social,
psciologia, segurança, inclusive a Guarda Municipal, e meio ambiente;
b) solicitar o apoio de protetores independentes ou de entidades privadas de proteção animal,
inclusive os que se dediquem ao abrigamento institucional de animais;
c) requisitar documentos indispensáveis à instrução de seus procedimentos administrativos, tais
como prontuários médico-veterinários, cadernetas de vacinação, vídeos de monitoramento ou de segurança
pública ou privada, desde que não estejam resguardados por sigilo imposto por lei;
d) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações.
IV – encaminhar à autoridade policial ou ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração
penal ambiental ou contra a dignidade animal, nos termos da Lei Federal 9.605/1998;
V – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que enseje a instauração de inquérito civil
público, a expedição de recomendação ministerial, a celebração de termo de ajustamento de conduta ou o
ajuizamento de ação civil pública, ou outra legal cabível, por descumprimento de normas de proteção ao meio
ambiente, à fauna ou aos direitos animais, individuais ou coletivos;
VI – encaminhar aos órgãos de fiscalização ambiental e animal do Estado da Paraíba cópia das
denúncias por crueldade, abuso e maus-tratos a animais atendidos pelo Conselho para as providências legais
cabíveis;
VII – encaminhar à Procuradoria-Geral do Município as denúncias por crueldade, abuso e maus-
tratos a animais atendidos pelo Conselho para as providências legais cabíveis;
VII – encaminhar à autoridade judiciária os demais casos de sua competência;
VIII – expedir notificações;
IX – auxiliar a fiscalização do cumprimento das penas alternativas e sanções administrativas impostas
em decorrência da violação das normas de proteção ao meio ambiente;
X – aplicar as sanções administrativas previstas em lei, de competência municipal, por infração
administrativa às normas de proteção dos direitos animais e do meio ambiente faunístico, fiscalizando o
respectivo cumprimento;
XI – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos animais, sobretudo em relação aos animais em situação de rua ou de
abandono e em abrigamento institucional;

130
XII – auxiliar na coleta de dados estatísticos sobre a população animal do Município de Conde/PB;
XIII – promover e incentivar, na comunidade e junto às organizações governamentais e não-
governamentais, a educação ambiental e a educação animalista, incluindo ações de divulgação e treinamento
para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos, crueldade e abuso contra animais, de primeiros socorros
a animais, de arrecadação de alimentos, medicamentos e doações em espécie para aquelas entidades ou
protetores independentes de animais, mediante credenciamento desses beneficiários e de estabelecimento
de convênios com fabricantes e fornecedores de ração, de medicamentos e de bens de limpeza e higiene
animal, dentre outras medidas pertinentes.
XIV – participar de protocolos interinstitucionais de atendimento aos animais em situação de risco e
de prevenção dos maus-tratos, da crueldade e do abuso a animais, inclusive no âmbito da violência familiar e
doméstica.
Parágrafo único. O Conselho Tutelar Animal manterá um banco de dados que conterá, dentre outros
cadastros e registros:
I – a relação de entidades de proteção animal do Município ou da região atendida;
II – os(as) protetores(as) independentes residentes no município.
Art. 12. Com exceção à atribuição prevista no inciso X do artigo anterior, as decisões do Conselho
Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Art. 13. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar Animal será realizado sob a
responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos Animais de Conde/PB, a quem compete nomear a
comissão eleitoral, constituída por parcela dos seus próprios membros, indicados conforme seu Regimento
Interno, mantida a composição paritária, e expedir o respectivo edital com as regras e prazos da eleição.
§ 1º Na hipótese do Conselho Municipal dos Direitos Animais ainda não estar regularmente
constituído, a responsabilidade pelo processo de escolha será da comissão eleitoral indicado por Decreto do
Poder Executivo, editado com pelo menos 90 (noventa) dias de antecedência do pleito, com a garantia de
participação comunitária paritária na sua composição e nos seus poderes deliberativos.
§ 2º Em todo processo de escolha serão previamente notificados o Ministério Público, a Defensoria
Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil, para, querendo, fiscalizarem todo o procedimento, em todas as
suas fases.
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar Animal, é vedado ao candidato doar,
oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes
de pequeno valor, sob pena de eliminação do processo de escolha.
§ 4º São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes,
sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Art. 14. O processo de escolha compreende as seguintes fases:
I – preliminar: apresentação e análise da documentação apresentada pelo candidato, para fins de
comprovação dos requisitos do art. 4º, de caráter eliminatório, nos prazos previstos no edital;
II – eleitoral: por meio do voto direto, secreto e facultativo dos cidadãos residentes em Conde/PB;
III – complementar: frequência obrigatória a curso de formação inicial, como condição para posse e
exercício da função.
Art. 15. Qualquer munícipe de Conde/PB, o Ministério Público ou qualquer organização da sociedade
civil pode apresentar, à comissão eleitoral, impugnação escrita à candidatura de quem não preencha os
requisitos legais, desde que o faça em até 10 (dez) dias antes da eleição.
§ 1º A comissão eleitoral fará publicar, no órgão oficial e em outros meios de comunicação social,
com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência à eleição, a relação dos candidatos aprovados na fase
preliminar do processo de escolha.
§ 2º Havendo impugnações, será garantido o direito de defesa ao candidato, devendo a comissão
eleitoral julgar liminarmente as impugnações manifestamente improcedentes ou destituídas de qualquer

131
indício probatório.
§ 3º Julgadas as eventuais impugnações, a comissão eleitoral fará publicar, em até 2 (dois) dias antes
da eleição, a relação definitiva de candidatos aptos a participarem do pleito.
Art. 16. Poderão votar nas eleições para Conselheiro Tutelar Animal todos os cidadãos residentes
em Conde/PB, no pleno gozo dos seus direitos políticos.
§ 1º A capacidade para votar será aferida conforme edital, exigindo-se a apresentação de título de
eleitor e comprovação de residência no Município de Conde/PB.
§ 2º Cada eleitor poderá votar em apenas um candidato.
Art. 17. Os candidatos admitidos ao pleito poderão fiscalizar a apuração dos votos, por si ou por
procurador devidamente habilitado perante a comissão eleitoral, ressalvadas as peculiaridades da adoção de
urnas eletrônicas.
Art. 18. Concluída a apuração de votos, a comissão eleitoral fará publicar o resultado da eleição, em
ordem decrescente de votação, com o número de votos obtidos pelos candidatos.
Parágrafo único. Havendo empate na votação, os critérios de desempate serão os seguintes,
sucessivamente:
I – mais tempo de experiência na proteção de animais;
II – mais idade;
III – mais tempo de residência em Conde/PB.
Art. 19. Os Conselheiros Tutelares Animais eleitos, titulares e suplentes, serão nomeados pelo
Prefeito, em até 10 (dez) dias da publicação do resultado final da eleição.
Art. 20. Os Conselheiros Tutelares Animais nomeados, titulares e suplentes, participarão do curso
de formação inicial, com, no mínimo, 40 (quarenta) horas/aula, composto de currículo interdisciplinar, no qual
constem, obrigatoriamente, além de outras que se fizerem necessárias, as disciplinas de Direito Animal, Ética
Animal, Direito Ambiental, Crimes contra Animais, Noções sobre Diagnóstico Veterinário de Crueldade, Abuso
e Maus-Tratos e Relações Interpessoais.
§ 1º O curso de formação inicial pode ser delegado ou contratado à instituição pública ou privada de
ensino superior, com reconhecida experiência na área de proteção animal, ou a professores e colaboradores,
que tenham formação em Direito ou em Medicina Veterinária, com pós-graduação ou reconhecida experiência
na área de proteção animal.
§ 2º Certificada a conclusão do curso de formação inicial, os Conselheiros Tutelares Animais tomarão
posse em, no máximo, 10 (dez) dias, entrando em exercício imediatamente.
Art. 21. Os Conselheiros Tutelares Animais em exercício deverão submeter-se a cursos de formação
continuada e de aperfeiçoamento, visando a atualizar e a ampliar seus conhecimentos sobre os direitos
animais e sobre técnicas e soluções de enfrentamento à violência e à prática do abuso, da crueldade e dos
maus-tratos contra animais, inclusive nas suas conexões com a violência doméstica e familiar.

CAPÍTULO V

PROCEDIMENTO PARA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS NORMAS DE PROTEÇÃO DOS


DIREITOS ANIMAIS E DO MEIO AMBIENTE FAUNÍSTICO

Art. 22. Compete ao Conselho Tutelar Animal apurar as infrações administrativas às normas de
proteção dos direitos animais e do meio ambiente faunístico, aplicando as respectivas sanções
administrativas, conforme dispuser o Código Municipal de Direitos Animais ou a legislação animalista ou
ambiental equivalente, observado, no que couber, as disposições do art. 9º desta Lei.

Art. 23. O procedimento para apuração de infração administrativa às normas de proteção dos
direitos animais e do meio ambiente faunístico terá início por auto de infração lavrado por Conselheiro Tutelar
Animal.
§ 1º O auto de infração poderá ser substituído por representação do Ministério Público ou da
Defensoria Pública.

132
§ 2º Qualquer pessoa ou entidade poderá requerer ao Conselho Tutelar Animal a apuração de notícia
de fato que possa ensejar a lavratura de auto de infração.
Art. 24. O requerido terá prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa, contado da data da
notificação, que será feita:
I – pelo Conselheiro autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
II – por qualquer dos Conselheiros ou por agente legalmente habilitado ou credenciado para
funcionar junto ao Conselho Tutelar Animal, que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido,
ou a seu representante legal, lavrando certidão;
III – por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
IV – por edital, com prazo de 30 (trinta) dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou
de seu representante legal;
V – por meios eletrônicos, caso disponíveis e seguros, que garantam, comprovadamente, a ciência
do requerido acerca da notificação.
Parágrafo único. O agente legalmente habilitado ou credenciado previsto no inciso II do presente
artigo pode ser pessoa física ou jurídica.
Art. 25. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, o Conselho Tutelar Animal decidirá
antecipadamente a subsistência do auto de infração.
Art. 26. Apresentada a defesa, o Conselho Tutelar Animal procederá na conformidade do artigo
anterior, ou, sendo necessário, admitirá a produção de provas ou a realização de diligências, decidindo em
seguida.
§ 1º O requerido poderá apresentar suas alegações finais após a produção das provas ou a realização
de diligências, desde que o faça antes da decisão final.
§ 2º Instruirá o procedimento, necessariamente, o registro de advertência e outras medidas de
proteção eventualmente aplicadas contra o requerido.
§ 3º A decisão do Conselho Tutelar Animal será adotada por maioria de votos.
§ 4º As decisões que julgarem subsistente o auto de infração, aplicando sanção administrativa,
deverão ser escritas e fundamentadas.
Art. 27. Contra a decisão que julgar subsistente o auto de infração, aplicando sanção administrativa,
caberá recurso administrativo, sem efeito suspensivo, à autoridade administrativa municipal competente.
Art. 28. Havendo disponibilidade técnica, o procedimento para apuração de infração administrativa,
no âmbito do Conselho Tutelar Animal, deverá tramitar em meio eletrônico.
§ 1º O Município de Conde/PB poderá celebrar convênios com tribunais ou outros órgãos judiciários
ou administrativos para implementar o procedimento administrativo eletrônico, com ônus econômicos
reduzidos.
§ 2º Implantado o procedimento administrativo eletrônico, os Conselheiros Tutelares Animais e os
servidores públicos vinculados ao Conselho Tutelar Animal serão capacitados para sua utilização otimizada.
§ 3º Salvo por motivo de força maior, devidamente comprovado, todos os atos, notificações e
decisões do Conselho Tutelar Animal serão processados na forma eletrônica, inclusive no que se refere ao
recebimento de denúncias de crueldade, abuso ou maus-tratos ou de outros casos de vulneração dos direitos
animais.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 29. O Regimento Interno do Conselho Tutelar Animal será elaborado e aprovado pelo Conselho
Municipal de Direitos Animais, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da entrada em vigor desta Lei.
§ 1º Na hipótese do Conselho Municipal dos Direitos Animais ainda não estar regularmente
constituído, o Regimento Interno do Conselho Tutelar Animal será por ele mesmo elaborado, hipótese em que
poderá ser posteriormente revisto.
§ 2º O Regimento Interno disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar

133
Animal, inclusive quanto ao plantão 24h (vinte e quatro horas) de atendimento.
Art. 30. O edital para o primeiro processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar Animal será
publicado em até 6 (seis) meses da entrada em vigor desta Lei.
Art. 31. No exercício das suas atribuições, o Conselho Tutelar Animal poderá solicitar a colaboração
técnica ou pareceres da Procuradoria-Geral do Município, do setor responsável pelo atendimento veterinário
municipal e de outros órgãos municipais de assessoramento do Poder Executivo.
Parágrafo único. O Conselho Tutelar Animal poderá também se valer de colaboração técnica e de
pareceres exarados por instituições de ensino superior, públicas e privadas, bem como de pessoas físicas de
notável saber na área do conhecimento necessário ao deslinde da questão submetida.
Art. 32. O Poder Executivo firmará convênios com os órgãos da Justiça Eleitoral para que as eleições
preconizadas por esta Lei possam ser realizadas com o auxílio de urnas eletrônicas.
Art. 33. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições da Lei Federal 9.605/1998, bem como
as dos seus Decretos regulamentadores.
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 35. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara Municipal, 2023.

Vereador

JUSTIFICATIVA

Senhor Presidente,
Senhores Vereadores:
Com a satisfação de saudarmos Vossa Excelência e ilustres Pares, tomamos a liberdade de
submeter à elevada apreciação do egrégio Poder Legislativo Municipal o projeto de lei que institui o Conselho
Tutelar Animal, e dá outras providências.
Infelizmente, a maior parte dos Municípios brasileiros não conta com uma estrutura
administrativa organizada para realizar o atendimento eficiente dos animais em situação de risco,
especialmente os abandonados e aqueles que são vítimas de violência, abuso, maus-tratos ou crueldade.
Essa situação não pode continuar a ser enfrentada de maneira improvisada ou amadora, sem
preparo, capacitação e dedicação plenos. Os animais não-humanos têm direitos fundamentais que precisam
ser protegidos, afinal, nos termos do art. 182 da Constituição Federal, as políticas municipais precisam garantir
o bem-estar de todos os habitantes das cidades, dentre os quais se incluem, evidentemente, os animais não-
humanos, como cães, gatos, cavalos e jumentos.
Para garantir uma estrutura eficiente e adequada para tutelar os direitos fundamentais animais
no âmbito deste Município, é que propomos a criação do Conselho Tutelar Animal, instrumento inspirado na
legislação análoga para proteção e atendimento aos direitos da criança e do adolescente, também habitantes
vulneráveis das cidades, conforme disciplinado pela Lei Federal 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
Muito importante observar que, além da implementação do Conselho Tutelar Animal, incluindo
a escolha democrática de seus membros pela comunidade local, é importante também definir quais medidas
de proteção esse órgão pode aplicar no desempenho das suas atribuições, além de se estabelecer um
procedimento legal para a imposição de penalidades administrativas decorrentes de infrações às normas de
proteção dos direitos animais e do meio ambiente faunístico, de forma a garantir o devido processo legal.
Registro que este projeto de lei é fruto dos estudos e das pesquisas desenvolvidas no âmbito o
Núcleo de Pesquisas em Direito Animal (ZOOPOLIS), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e do Núcleo
de Justiça Animal (NEJA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o que demonstra as nossas preocupações
com o atendimento de todas as exigências técnicas e científicas pertinentes ao tema.
Assim sendo, solicitamos a apreciação e consequente aprovação do presente Projeto de Lei.

134
ANEXO III - Minuta de Regimento interno do Conselho Municipal de Direito e Bem-estar Animal do
Município de XXXXX

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DO MUNICÍPIO DE XXXXX

CAPÍTULO I

DA DENOMINAÇÃO E FINALIDADES

Art. 1º O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal – COMDEAN, instituído pela Lei Municipal n.º 3.881,
de 1° de agosto de 2022, é órgão colegiado de caráter deliberativo, consultivo e permanente, vinculado à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, encarregado de atuar na formulação e promoção de
políticas públicas, como também de ações de proteção e defesa dos animais, no âmbito do Município de
Oliveira, Estado de Minas Gerais, nos termos do art. 225, § 1º, inciso VII da Constituição Federal e do art. 160,
II; art. 185, inciso V e art. 205, todos da Lei Orgânica Municipal.

Art. 2º O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal tem por finalidades:


I - a proteção e defesa da vida dos animais não humanos enquanto seres sencientes, conscientes e sujeitos de
direitos individuais;
II - a proteção e defesa dos animais não humanos enquanto fauna para a preservação, conservação e respeito
ao meio ambiente;
III - a conservação e preservação do meio ambiente, habitat de todos os seres vivos, não humanos e humanos;
IV - a promoção dos direitos assegurados aos animais não humanos e incentivo à construção de novos direitos;
V - a participação ativa nos processos de tomada de decisão que envolvam os direitos dos animais, como a
atuação na elaboração de políticas públicas animalistas.
§ 1º Para a consecução das finalidades previstas no caput, ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal
cabe:
I - deliberar e fiscalizar elaboração, execução e resultados das políticas públicas animalistas;
II - convocar e encaminhar deliberações nas conferências das Secretarias oportunas, especialmente a Secretaria
de Meio Ambiente, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação e Secretaria de Agricultura;
III - planejar, executar e apoiar, junto ao Município, as atividades e ações relacionadas ao resgate, tratamento,
acolhimento temporário e adoção de animais em situação de risco e de maus-tratos;
IV - dar ênfase à integração e apoio a projetos voltados à proteção e defesa dos direitos dos animais, visando a
coibir toda e qualquer forma de crueldade, abuso e maus-tratos praticados em face deles;
V - proteger e defender os animais não humanos por meio de campanhas educativas, por quaisquer meios de
comunicação, que propiciem a assimilação acerca das noções de ética e adoção/guarda responsável dos animais
domésticos;
VI - promover o convívio equilibrado entre a sociedade, o poder público e os animais, visando à qualidade da
saúde pública, ambiental e urbana, oferecendo a esses animais abrigo, alimentação e promoção à sua saúde;
VII - promover regularmente, junto ao Município, a capacitação, inclusive para manejo adequado, dos
servidores que possuem, dentre as suas atribuições, a responsabilidade direta na garantia dos direitos dos
animais;
VIII - estimular o Município:
a) a firmar convênios e parcerias com faculdades de medicina veterinária, clínicas veterinárias e profissionais
afins, visando à melhoria no atendimento e redução dos custos para tratamentos, hospedagens e
procedimentos cirúrgicos de animais necessitados;
b) a garantir médicos veterinários no Programa de Saúde da Família e programas afins governamentais;
c) a firmar convênios e parcerias com demais entidades privadas como, por exemplo, laboratórios, indústria
farmacêutica, fábricas de ração, etc.;

IX - estimular a criação e difusão, por meios de comunicação eficazes, de atividades e programas de educação

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animalista nas áreas de combate aos maus-tratos, resgate e proteção animal, guarda/tutela responsável,
incluindo orçamento financeiro familiar;
X – impedir e denunciar às autoridades policiais, ministeriais e executivas (secretarias de meio ambiente e
órgãos congêneres) atos de crueldade, abuso e demais formas de maus-tratos contra animais;
XI - promover a educação animalista e ambiental em escolas e universidades públicas e/ou privadas, como
agente transformador e multiplicador;
XII - avaliar, propor e executar políticas públicas e privadas, articulando-se, dentre outros atores, com
parlamentares;
XIII - captar e gerir recursos financeiros para a realização de suas finalidades;
XIV - desenvolver outras atividades necessárias ao cumprimento dos objetivos sociais.
§ 2º Cabe à Administração Pública fornecer a estrutura administrativa e institucional necessária ao adequado e
ininterrupto funcionamento do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, devendo, para tanto,
estabelecer dotação orçamentária específica.
§ 3º A dotação orçamentária a que se refere o parágrafo anterior deverá contemplar os recursos necessários
ao custeio das atividades desempenhadas pelo Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, inclusive
para as despesas com pagamento de serviços de terceiros, publicações, material de consumo, deslocamento
dos conselheiros a ações de resgate, eventos e outras despesas decorrentes das atividades necessárias ao
inteiro cumprimento de suas finalidades.
§ 4º As finalidades do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal fundamentam-se na Declaração
Universal dos Direitos dos Animais, que prevê a manutenção de uma vida digna e a igualdade de direitos entre
os seres vivos, baseando-se, ainda, na determinação contida na Constituição da República Federativa do Brasil
relativa à regra da proibição da crueldade contra qualquer animal, assim como nas demais leis
infraconstitucionais federais e do Estado de Minas Gerais que tratam da garantia de sua dignidade.
Art. 3º No desenvolvimento de suas atividades, o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal reger-se-á
pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência.
Parágrafo único. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal se dedica às suas atividades por meio de
execução direta de projetos, programas e planos de ações, cujo custeio advém de doação de recursos físicos,
humanos e financeiros, públicos e/ou privados.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO

Art. 4º O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, na forma do disposto no art. XXX
da Lei Municipal n.º XXXXX, de XX de XXXX de 202X, é composto por 13 (treze) membros e seus respectivos
suplentes, distribuídos na seguinte estruturação:
I - 02 (dois) representantes da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente;
II - 02 (dois) representantes da Secretaria Municipal de Saúde;
III - 02 (dois) representantes da Associação “ONG Focinho Carente”;
IV - 02 (dois) representantes da Associação “Focinho Amando”;
V - 01 (um) representante da sociedade civil com reconhecida atuação pela causa animalista;
VI - 02 (dois) representantes indicados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas
Gerais;
VII - 01 (um) representante indicado pela Polícia Militar do Meio Ambiente;
VIII - 01 (um) representante indicado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais.
Parágrafo único. Na forma do disposto no art. XX da Lei Municipal n.ºXXXX/XX, a função de membro do Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.

Seção I
Dos Representantes do Governo

Art. 5º Os representantes do governo junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal serão

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indicados pelo Chefe do Executivo nos 15 (quinze) dias subsequentes da aprovação deste Regimento Interno e,
quando eleito, nos 15 (quinze) dias subsequentes à sua posse, dentre os(as) Secretários(as) indicados(as) no
art. 4º, incisos I e II.
§ 1º As manifestações e votos dos representantes do governo junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-
Estar Animal vinculam a Administração, não podendo ser revistas de ofício pelo Chefe do Executivo.
§ 2º Para cada titular, será indicado um suplente, nos termos do art. 4º, que substituirá aquele em caso de
ausência ou impedimento, de acordo com o que dispuser este Regimento Interno.
§ 3º No caso de reiteração de faltas injustificadas, prática de conduta incompatível com a função e/ou outras
situações previstas em lei ou neste Regimento, o (a) Presidente do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar
Animal encaminhará representação ao Chefe do Executivo no sentido da substituição do respectivo
representante governamental e aplicação das sanções administrativas cabíveis, bem como comunicará o fato
ao Ministério Público, para a tomada das providências que entender necessárias.
Art. 6º O mandato dos representantes do governo junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal
está condicionado ao tempo de permanência na função ou à frente da respectiva pasta.
§ 1º O afastamento dos representantes do governo junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal
deverá ser previamente comunicado e justificado, não podendo prejudicar as atividades do órgão.
§ 2º O Chefe do Executivo deverá indicar o novo conselheiro governamental no prazo máximo de 15 (quinze)
dias após o afastamento a que alude o parágrafo anterior.
§ 3º Caso descumpridos os prazos para nomeação e/ou substituição dos representantes do governo perante o
Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, fixados neste e no artigo anterior, ou praticados, pelo Chefe
do Executivo municipal, atos que comprometam ou inviabilizem o regular funcionamento do órgão o fato será
imediatamente comunicado ao Ministério Público para tomada das medidas cabíveis e apuração de eventual
responsabilidade do agente público, nos moldes do previsto no Decreto-Lei nº 201/67.

Seção II

Dos(as) Representantes das Associações “ONG Focinho Carente” e “Focinho Amando”

Art. 7º Os(as) representantes das Associações “ONG Focinho Carente” e “Focinho Amando” serão escolhidos(as)
entre as entidades previstas no art. 4º, incisos III e IV.
§ 1º A escolha dos(as) respectivos(as) representantes junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar
Animal dar-se-á por intermédio de assembleia realizada entre as próprias entidades.
§ 2º As vagas no Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal pertencerão às entidades subscritas no art.
4º, incisos III e IV, que indicarão dois de seus membros para atuarem como titulares e dois para atuarem como
seus substitutos imediatos.
Art. 8º É vedada a indicação de nomes ou qualquer outra forma de ingerência do Poder Executivo sobre o
processo de escolha das Associações “ONG Focinho Carente” e “Focinho Amando” junto ao Conselho Municipal
de Direito e Bem-Estar Animal.
Art. 9º A eventual substituição dos representantes das entidades que compõe a ala não governamental do
Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal deverá ser comunicada e justificada à Presidência do órgão
no mínimo 10 (dez) dias antes da primeira sessão ordinária subsequente, não podendo prejudicar suas
atividades.

Seção III

Do Representante da Sociedade Civil com Reconhecida Atuação pela Causa Animalista

Art. 9°-A O(A) representante da Sociedade Civil com Reconhecida Atuação pela Causa Animalista será
escolhido(a) dentre aqueles(as) que atua(m), comprovadamente, na causa animal, não pertencendo a
quaisquer entidades de proteção animal regularmente constituídas.

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Parágrafo único. A escolha dar-se-á por aclamação promovida pela “ONG Focinho Carente” e “Focinho
Amando”.
Art. 9°-B É vedada a indicação de nomes ou qualquer outra forma de ingerência do Poder Executivo sobre o
processo de escolha do(a) representante da Sociedade Civil com Reconhecida Atuação pela Causa Animalista
junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DOS (AS) CONSELHEIROS (AS)

Art. 10. São deveres dos membros do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal:

I - conhecer a Lei Municipal n.º 3.881/22, (cada município mencionará a sua lei específica) o art. 225, § 1º, inciso
VII da Constituição Federal, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais e os demais diplomas
infraconstitucionais federais e do Estado de Minas Gerais (cada município anotará o estado ao qual pertence)
que tratam da garantia da dignidade animal, zelando pelo seu efetivo e integral respeito;
II - participar com assiduidade das reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Municipal de Direito e
Bem-Estar Animal, justificando e comunicando com a devida antecedência as eventuais faltas;
III - participar das Câmaras Setoriais, mediante indicação da Presidência ou deliberação do Conselho, exercendo
as atribuições este inerentes da busca pela garantia dos direitos dos animais;
IV - buscar informações acerca das condições de vida das populações animais locais;
V - encaminhar proposições e participar das discussões relativas à melhoria das condições de atendimento às
necessidades dos animais, apontando falhas e sugerindo a implementação das políticas, serviços públicos e
programas que se fizerem necessários à garantia de suas dignidades;
VI - atuar na defesa dos dispositivos de que trata o inciso I deste artigo, buscando a garantia dos direitos dos
animais;
VII - conscientizar a população acerca do dever de todos em promover a proteção integral dos animais,
entendendo-se como tal a proteção às suas integridades física e psíquica;
VIII - opinar e votar sobre assuntos encaminhados à apreciação do Conselho;
IX – cumprir as disposições regimentais.
Parágrafo único. É expressamente vedada a manifestação político-partidária nas atividades do Conselho.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS DOS (AS) CONSELHEIROS (AS)

Art. 11. São direitos dos membros do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal:
I - participar da Assembleia Geral, com direito a voto, quando se tratar de questões de Ordem Normativa, nos
termos deste regimento;
II - participar de Reuniões Ordinárias mensais, sem direito a voto, quando se tratar de questões de Ordem
Executiva de competência exclusiva da Diretoria;
III - ser informados e convidados a participar das atividades desenvolvidas pelo Conselho.
§ 1º Outros direitos poderão ser atribuídos se expressamente autorizados pela Diretoria da Entidade, devendo
constar no Regimento Interno.
§ 2º As questões de Ordem Normativa de que trata o inciso I se referem à destituição dos administradores e à
alteração do Estatuto, nos termos do Enunciado 577 do Conselho de Justiça Federal e do art. 59 da Lei n.º
10.406/2002 (Código Civil).

CAPÍTULO V
DA SUSPENSÃO OU CASSAÇÃO DE MANDATOS

Art. 12. Os (as) representantes do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal poderão ter seus
mandatos suspensos ou cassados quando:

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I - for constatada a reiteração de faltas injustificadas às sessões deliberativas do Conselho Municipal de Direito
e Bem-Estar Animal ou às reuniões das Câmaras Setoriais que integrar;
II - for constatada a violação de qualquer dos deveres relacionados no art. 10 e demais dispositivos deste
Regimento Interno;
III - for constatada a prática de ato incompatível com a função ou com os princípios que regem a administração
pública, estabelecidos pelo caput do art. 37 da Constituição Federal;
IV - for condenado pela prática de crime.
§ 1º A entidade não governamental ou órgão governamental cujo representante não comparecer, sem
justificativa acolhida, a 02 (duas) reuniões ordinárias ou extraordinárias consecutivas ou 04 (quatro) alternadas,
no período de 01 (um) ano, ou nas demais hipóteses relacionadas neste artigo, receberá comunicação do
Conselho, com vista à substituição do membro faltoso.
§ 2º Incorrerá na mesma pena a entidade não governamental ou órgão governamental cujo representante não
comparecer, no mesmo período, a 02 (duas) reuniões consecutivas ou 04 (quatro) alternadas das Câmaras
Setoriais, as quais estejam vinculados.
§ 3º Perderá o mandato a entidade não governamental que, nas hipóteses do parágrafo anterior, deixe de
indicar um novo membro que a represente, no prazo de 15 (quinze) dias da comunicação, ou venha a ter seu
registro junto ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal suspenso ou cassado, casos em que será
substituída pela entidade que estiver na ordem subsequente de votação, de acordo com o resultado da
assembleia de escolha.
§ 4º Em se tratando de órgão governamental, nos moldes do previsto no art. 6º deste Regimento Interno, o
fato será imediatamente comunicado ao órgão a que representa e ao Chefe do Executivo Municipal, para fins
de nomeação de novo representante, também no prazo de 15 (quinze) dias, sem prejuízo da comunicação do
fato ao Ministério Público, para tomada das medidas cabíveis.
Art. 13. A suspensão cautelar do mandato das entidades e/ou de seus 4 representantes, titulares e suplentes,
nas hipóteses constantes do artigo anterior, será decidida pela Plenária do Conselho Municipal de Direito e
Bem-Estar Animal, mediante requerimento encaminhado por qualquer dos membros do Conselho ou do
Ministério Público.
Parágrafo único. A cassação do mandato das entidades representantes da sociedade civil junto ao Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, em qualquer hipótese, demandará a instauração de procedimento
administrativo específico, nos moldes previstos neste Regimento Interno, com a garantia do pleno exercício do
contraditório e da ampla defesa, sendo a decisão tomada por maioria absoluta de votos dos componentes deste
órgão.
Art. 14. Os suplentes assumirão automaticamente nas ausências, afastamentos e impedimentos dos titulares.

CAPÍTULO VI
DOS IMPEDIMENTOS

Art. 15. De modo a tornar efetivo o caráter paritário do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal,
devem ser considerados impedidos de integrar sua ala não governamental todos os servidores do Poder
Executivo ocupantes de cargo em comissão no respectivo nível de governo, assim como o cônjuge ou
companheiro(a) e parentes, consanguíneos e afins, do(a) Chefe do Executivo e seu cônjuge ou companheira(o).
Art. 16. O impedimento de que trata o artigo anterior se estende aos cônjuges, companheiros(as) e parentes,
consanguíneos e afins, de todos os servidores do Poder Executivo ocupantes de cargo em comissão no
respectivo nível de governo.

CAPÍTULO VII
DA NATUREZA E DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 17. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, por força do disposto no art. 225,
§1º, inciso VII da Constituição Federal, tem por competência elementar deliberar sobre a política de

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atendimento aos animais e apreciar as ações do Poder Executivo no sentido da implementação desta mesma
política, incumbindo-lhes ainda zelar pelo efetivo respeito ao princípio da dignidade animal, cabendo-lhe ainda:
I - elaborar a política municipal de atendimento animal, fixando diretrizes, com base na ciência, quanto à
criação, à proteção, à comercialização, à defesa, aos direitos e ao bem-estar dos animais;
II - elaborar programas, planos e normas técnicas pertinentes à política de atendimento aos animais, com o
devido assessoramento e deliberação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, cumprindo a
estas a execução orçamentária, sem prejuízo de orçamentos advindos de outras Secretarias correlatas, como a
Secretaria de Saúde; (as secretarias utilizadas aqui e em todo o texto são meramente exemplificativas, podendo,
cada município, adaptar à sua realidade. Contudo, é importantíssimo que a secretaria de meio ambiente – ou
correlata – sempre esteja envolvida em todos os momentos)
III - avaliar e deliberar quanto à proposta orçamentária dos recursos das políticas públicas de assistência aos
animais, encaminhada ao Poder Legislativo;
IV - deliberar, fiscalizar e promover o acompanhamento da elaboração e execução das propostas de leis
orçamentárias do Município (Plano Orçamentário Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei
Orçamentária Anual), indicando modificações necessárias à consecução da política formulada para a promoção
dos direitos dos animais, primando pelo efetivo respeito ao princípio legal e constitucional da dignidade animal
disposto no art. 225, § 1º, inciso VII da Constituição Federal;
V - participar de planos e programas de erradicação da raiva e outras zoonoses, como, por exemplo, a
leishmaniose e a esporotricose, nos termos da Lei Federal n.º 14.228/21, que proíbe expressamente a eutanásia
de cães e gatos, salvo nas restritas disposições desta mesma Lei e da Resolução n.° 1.000/12 do Conselho
Federal de Medicina Veterinária;
VI - planejar e executar programa de controle populacional e ético, de acordo com o estabelecido na Lei Federal
n.º 13.426/17 e nas resoluções médico-veterinárias sobre a garantia do bem-estar dos animais;
VII - colaborar para a realização e divulgação dos programas de educação animalista, proteção e defesa,
inclusive com as demais secretarias;
VIII - atuar na defesa dos animais feridos, abandonados, abusados e/ou submetidos a diversas outras espécies
de maus-tratos;
IX - incentivar a preservação das espécies de animais da fauna silvestre, incluída a manutenção dos seus
ecossistemas, em especial a proteção ambiental, de estações e parques ecológicos;
X - propor alterações na legislação vigente para criação, transporte e manutenção de animais domésticos e
silvestres;
XI - fixar os critérios para gerenciamento do fundo de que trata o art. 4º da Lei Municipal n.º 3.881/22,
promovendo o registro e a avaliação periódica das condições de funcionamento das entidades ligadas ao
atendimento e a defesa dos direitos dos animais;
XII – eleger, dentre os seus membros e nos termos deste Regimento Interno, a sua mesa diretora.
§ 1º O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal integra a estrutura de governo do Município de
Olivedos/MG, possuindo total autonomia decisória quanto às matérias de sua competência.
§ 2º As decisões tomadas pelo Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, no âmbito
de sua esfera de competência, vinculam a Administração pública, que deverá cumpri-las em respeito aos
princípios constitucionais da soberania popular e da dignidade animal (art. 1º e seu parágrafo único e art. 225,
§ 1º, inciso VII, todos da Constituição Federal);
§ 3º O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG atuará de maneira articulada com os
demais Conselhos em funcionamento no Município, garantindo a integração e evitando a tomada de decisões
conflitantes.

CAPÍTULO VIII
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL

Art. 18. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG conta com a seguinte estrutura
administrativa:

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I - o Plenário;
II - a Diretoria;
III – a Câmara Fiscal.

Seção I
Do Plenário

Art. 19. O Plenário, órgão soberano do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG,
compõe-se dos membros no exercício pleno de seus mandatos.
Art. 20. O Plenário se reunirá periodicamente na forma prevista neste Regimento Interno, debatendo e
deliberando as matérias de competência do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal.
Art. 21. Terão espaço permanente na mesa de debates, além dos membros titulares e suplentes do Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, os representantes o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do
Brasil e demais entidades protetoras de animais, que poderão se manifestar na forma prevista neste Regimento
Interno.

Seção II
Da Diretoria

Art. 22. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG será administrado por uma
Diretoria Executiva escolhida entre seus membros, observado o disposto no art. 23, § 1º deste Regimento
Interno, sendo composta por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário, cujo mandato será de 02
(dois) anos, permitida a recondução, nos termos no art. 3º, § 4º da Lei Municipal n.º 3.881/22.
§ 1º Para todos os cargos da Diretoria será observada alternância entre os representantes do governo e da
sociedade civil organizada.
§ 2º A escolha dos membros da diretoria dar-se-á na primeira sessão subsequente ao término do mandato da
diretoria anterior, sendo a inscrição efetuada verbalmente pelo aspirante ao cargo e a votação tomada de forma
nominal entre os Conselheiros presentes.
§ 3º Havendo empate na votação, será considerado eleito, para cada um dos cargos da Diretoria, o concorrente
mais idoso.
§ 4º Na hipótese de renúncia ou vacância dos cargos da Diretoria, proceder-se-á a nova eleição para o
preenchimento do cargo respectivo, na primeira sessão ordinária ou extraordinária subsequente à renúncia ou
vacância, ficando o escolhido na função pelo período remanescente do mandato de seu antecessor.
§ 5º O (a) Presidente ou o (a) Vice-Presidente poderão ser destituídos pelo voto da maioria absoluta dos
membros do Conselho, quando da ocorrência de qualquer das situações previstas no art. 12, deste Regimento
Interno.

Seção III
Da Presidência

Art. 23. O (a) Presidente do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG será escolhido
(a) entre seus pares, para o mandato de 02 (dois) ano, sendo permitida a recondução.
§ 1º O exercício da presidência do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal não caberá a
representantes do governo.
§ 2º Na ausência ou impedimento do Presidente, assumirá como seu substituto legal, o (a) Vice-Presidente ou
Secretário (a), nessa ordem.
§ 3º No caso de vacância do cargo de Presidente, o (a) Vice assumirá automaticamente a função até o término
do mandato.
Art. 24. São atribuições do (a) Presidente do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG:

I - presidir as sessões plenárias tomando parte nas discussões e votações;

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II - decidir soberanamente as questões de ordem, reclamações ou solicitações do Plenário;
III - proferir o último voto nominal e, quando houver empate, remeter o objeto de votação para novos estudos
das Câmaras Setoriais;
IV - distribuir materiais à Câmara Setorial Fiscal, quando a sua complexidade assim o exigir, nomeando os
integrantes, dentre os titulares do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, ou
designando eventuais relatores substitutos;
V - preparar, junto com o (a) Secretário (a) do Conselho, a pauta das sessões ordinárias e extraordinárias;
VI - assinar a correspondência oficial do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG;
VII - representar o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG em solenidades públicas
e zelar pelo seu prestígio;
VIII – encaminhar à Delegacia competente e ao Ministério Público notícia de infrações administrativas ou penais
que cheguem ao conhecimento do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG;
IX - determinar a instauração de sindicância ou procedimento administrativo para apurar denúncias de
irregularidades envolvendo entidades ou representantes de entidades com assento no Conselho Municipal de
Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG;
X - manter os demais membros do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal informados sobre todos
os assuntos que digam respeito ao órgão;
XI - participar, juntamente à Câmara Setorial Fiscal, do processo de elaboração, discussão e aprovação das
propostas de leis orçamentárias junto ao Executivo e Legislativo Municipais, zelando para que nelas sejam
contemplados os recursos necessários ao efetivo e integral cumprimento das resoluções e deliberações do
Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, permitindo assim a efetiva implementação da política de
atendimento por este traçada;
XII - efetuar as comunicações a que aludem os arts. 5º, § 4º; 6º, § 3º; 12, § 4º; 38 e 39 deste Regimento Interno,
aos dirigentes das entidades não governamentais, Secretários ou Chefes de Departamento, Executivo Municipal
e Ministério Público, conforme o caso;
XIII - convocar, de ofício ou a requerimento da Câmara Fiscal, representante do Ministério Público ou o Prefeito,
bem como reuniões extraordinárias da Plenária do Conselho para tratar de assuntos de caráter urgente;
XIV - exercer outras funções correlatas que lhe sejam atribuídas pelo presente Regimento Interno ou pela
Legislação Municipal específica.
§ 1º É vedado ao Presidente do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal a tomada de qualquer
decisão ou a prática de atos que não tenham sido submetidos à discussão e deliberação por sua plenária.
§ 2º Quando necessária a tomada de decisões em caráter emergencial, é facultado ao Presidente do Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal a convocação de reunião extraordinária do órgão, onde a matéria será
discutida e decidida.

Seção IV
Do Secretário

Art. 25. Ao Secretário, auxiliado por um servidor efetivo designado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente
e da Agricultura, compete:
I - manter:
a) livro de correspondências recebidas e emitidas com o nome dos remetentes ou destinatários e respectivas
datas;
b) livro de atas das sessões plenárias;
c) fichas de registro das entidades governamentais e não governamentais que prestem assistência e
atendimento aos animais, contendo a denominação, localização, regime de atendimento e identificação dos
animais atendidos;
II - secretariar sessões do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, registrando a
frequência dos representantes e arquivando as justificativas eventualmente encaminhadas para as faltas;

III - despachar com o (a) Presidente;

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IV - preparar, junto ao (à) Presidente, a pauta das sessões ordinárias e extraordinárias;
V - prestar as informações que lhe forem requisitadas;
VI - propor ao (à) Presidente a requisição de servidores junto aos órgãos governamentais que compõem o
Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, para auxiliar na execução dos serviços a
cargo do Conselho, inclusive para prestar o suporte técnico-administrativo que se fizer necessário;
VII - orientar, coordenar e fiscalizar os serviços da secretaria;
VIII - lavrar as atas das reuniões, proceder à sua leitura e submetê-la à apreciação e aprovação do Conselho,
encaminhando aos (às) Conselheiros (as) até 07 (sete) dias antes da próxima reunião do Conselho;
IX - receber relatórios e documentos dirigidos ao Conselho, os quais serão apresentados ao Plenário quando
protocolizados em até 48 (quarenta e oito) horas antes da reunião;
X - manter os (as) Conselheiros (as) informados das reuniões e da pauta a ser discutida, inclusive no âmbito das
Câmaras Setoriais;
XI - exercer outras funções que lhe sejam atribuídas por este Regimento Interno, pelo Presidente ou pelo
Plenário.

Seção V
Da Câmara Fiscal

Art. 26. A Câmara Fiscal terá composição paritária entre aqueles(as) que fazem parte do Conselho Municipal de
Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG, devendo ter membros titulares, suplentes e convidados.
§ 1º A Câmara Fiscal será composta por 01 (um) Presidente, 01 (um) Vice-Presidente, 01 (um) relator e 02 (dois)
convidados externos, tendo as funções de elaborar estudos, emitir pareceres e propor políticas especificas no
âmbito de sua competência, submetendo suas conclusões à apreciação e deliberação da Plenária do Conselho,
competindo-lhe, ainda:
I - efetuar, juntamente com os representantes dos setores de Planejamento e Finanças do Município, a análise
do impacto das proposições e deliberações do COMDEAN junto ao Orçamento Municipal, propondo à Plenária
do Conselho as adequações que se fizerem necessárias, face à realidade orçamentária e financeira do
município;
II - acompanhar todo o processo de elaboração, discussão e execução das Leis Orçamentárias Municipais (Plano
Orçamentário Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual) pelos Poderes Executivo e
Legislativo locais, informando ao COMDEAN eventuais problemas detectados;
III - apresentar ao COMDEAN propostas de alteração e/ou adequação das leis orçamentárias respectivas.
§ 2º Os membros da Câmara Fiscal serão escolhidos internamente pelos respectivos membros por voto secreto.
§ 3º A Câmara Fiscal reunir-se-á ordinariamente, no mínimo, 01 (uma) vez por mês, mediante calendário anual
previamente enviado a todos os seus membros.
§ 4º A Câmara Fiscal terá calendário próprio e suas conclusões serão registradas em ata para arquivo na
Secretaria do Conselho.
§ 5º A Câmara Fiscal reunir-se-á extraordinariamente sempre que necessário, podendo requerer junto à
Presidência a convocação de reunião extraordinária da Plenária do Conselho para deliberação acerca de
assuntos urgentes relacionados à sua área de atuação.

CAPÍTULO IX
DO FUNCIONAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL

Seção I
Das Reuniões Ordinárias e Extraordinárias

Art. 27. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG realizará, pelo menos, 01 (uma)
reunião ordinária a cada mês.

§ 1º As reuniões ordinárias serão realizadas na sede do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal,

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sempre na 1ª (primeira) segunda-feira do mês, tendo início às 18:00 (dezoito) horas, podendo ser em ambiente
virtual, devendo, em todos os casos – presencial ou virtual ou híbrida –, ser sempre gravadas.
§ 2º Sempre que necessário, serão realizadas reuniões extraordinárias, conforme disposto no presente
Regimento Interno.
§ 3º A pauta contendo as matérias a serem objeto de discussão e deliberação nas reuniões ordinárias e
extraordinárias será previamente publicada e comunicada aos(às) conselheiros(as), titulares e suplentes, ao
Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil, bem como à população em geral, nos moldes do previsto
neste Regimento Interno.
§ 4º A realização de reuniões em local diverso do usual deverá ser devidamente justificada, comunicada com
antecedência mínima de 15 (quinze) dias e amplamente divulgada, orientando o público acerca da mudança e
de sua transitoriedade.
§ 5º As sessões serão consideradas instaladas após atingidos o horário regulamentar e o quórum mínimo de
metade dos membros do Conselho.
§ 6º As decisões serão tomadas por maioria simples de votos dos Conselheiros presentes à sessão.
Art. 28. As reuniões ordinárias e extraordinárias do COMDEAN serão públicas.
Art. 29. As sessões terão início sempre com a aprovação da ata da sessão anterior, que será assinada por todos
os presentes. Em seguida, todos os membros do Conselho serão informados (as) acerca da correspondência
endereçada ao órgão no período anterior, passando-se à leitura da pauta da reunião, após o que terão início as
discussões.
§ 1º Na sessão serão apreciados todos os itens constantes da pauta, sendo facultada a apresentação de outras
matérias, de caráter urgente, por parte de qualquer dos membros do Conselho Municipal de Direito e Bem-
Estar Animal, assim como pelo Ministério Público e representante da Ordem dos Advogados do Brasil, quando
se fizerem presentes.
§ 2º As matérias não constantes da pauta serão apreciadas após esgotadas aquelas anteriormente pautadas,
ressalvada decisão em contrário por parte da maioria dos membros presentes à sessão.
§ 3º Enquanto não apreciadas todas as matérias constantes da pauta, o Conselho Municipal de Direito e Bem-
Estar Animal continuará em sessão, podendo, caso necessário, ter esta continuidade no(s) dia(s)
subsequente(s).
§ 4° A pauta de cada sessão deverá ser publicada nos canais divulgadores das reuniões com uma antecedência
mínima de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 30. Os debates terão início com a leitura do relatório da Câmara Fiscal, quando for o caso.
§ 1º O relator da Câmara Fiscal, no prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), fará um breve
resumo das discussões travadas e dos encaminhamentos propostos, colocando a matéria em debate perante a
plenária.
§ 2º Será também efetuada a leitura de eventuais votos divergentes que tenham sido elaborados pelos
integrantes da Câmara.
§ 3º Os membros do Conselho que quiserem se manifestar deverão se inscrever perante a Presidência do órgão,
que lhes concederá a palavra, pela ordem de inscrição, por 05 (cinco) minutos, prorrogáveis por mais 02 (dois).
§ 4º Encerrado o tempo concedido, o Presidente concederá a palavra ao próximo Conselheiro inscrito, e assim
sucessivamente, até que todos os que desejarem tenham se manifestado.
§ 5º Não serão permitidos apartes, sendo, porém, facultada a reinscrição do Conselheiro que assim o desejar.
§ 6º Quando das manifestações, poderão ser efetuadas propostas de encaminhamento diversas da contida no
relatório elaborado pela Câmara Fiscal.
Art. 31. Encerrados os debates, serão colocados em votação os encaminhamentos efetuados pela Câmara Fiscal
e/ou decorrente da pauta discutida, cabendo ao Presidente a organização das propostas a serem votadas, de
modo a evitar decisões contraditórias.
§ 1º A votação será aberta e tomada de forma nominal.
§ 2º Se o resultado da votação de um encaminhamento prejudicar os demais, não serão estes colocados em
votação.

§ 3º Somente serão computados os votos dos membros do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal

144
presentes à sessão, sendo vedado o voto por escrito e/ou por procuração.
Art. 32. O Presidente, após a contagem dos votos, proclamará o resultado, fazendo constar em ata o número
total de votos favoráveis e contrários a cada um dos encaminhamentos efetuados.
§ 1º O resultado das votações será devidamente publicado, assim como as resoluções destas eventualmente
decorrentes.
§ 2º As deliberações relativas à criação de novos programas e serviços públicos por parte de órgãos
governamentais, assim como no sentido da ampliação e/ou adequação dos programas já existentes, serão
imediatamente encaminhadas ao Chefe do Poder Executivo Municipal, com vista à sua imediata execução e/ou
previsão dos recursos necessários à sua implementação nas propostas de leis orçamentárias para o exercício
subsequente.
Art. 33. A cada sessão do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal será lavrada a respectiva ata em
livro próprio, que será assinada pelo Presidente e demais Conselheiros presentes, contendo, em resumo, todos
os assuntos tratados e deliberações tomadas.

Seção II
Da Publicação das Deliberações e Resoluções

Art. 34. As deliberações e resoluções do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal serão publicadas
nos órgãos oficiais e/ou na imprensa local, seguindo os mesmos trâmites para publicação dos demais atos do
Executivo.
§ 1º As despesas decorrentes da publicação deverão ser suportadas pela Administração Pública, por meio de
dotação orçamentária específica, nos moldes do art. XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX (anotar a lei municipal
específica que trata dessa matéria);
§2º A aludida publicação deverá ocorrer na primeira oportunidade subsequente à reunião do Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal onde a decisão foi tomada ou a resolução foi aprovada, cabendo à
Presidência e à Secretaria Executiva do órgão as providências necessárias para que isso se concretize.

Seção III
Da Conferência Municipal dos Direitos dos Animais

Art. 35. O Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG realizará, a cada triênio, uma
Conferência Municipal dos Direitos dos Animais, destinada a realizar um debate ampliado, assim como
conscientizar e mobilizar a população na busca de soluções para os problemas que afligem os animais, buscando
a garantia de sua dignidade e de seus direitos.
§ 1º A Conferência Municipal dos Direitos dos Animais contará com regulamentação própria divulgada na forma
de edital, seguindo a temática acerca da educação animalista e dos parâmetros traçados pela legislação
brasileira acerca dos direitos dos animais.
§ 2º Os resultados da Conferência servirão de referencial para atuação do Conselho Municipal de Direito e Bem-
Estar Animal de Oliveira/MG no triênio subsequente, devendo ser estabelecido um cronograma para
implementação e adequação das políticas, programas e serviços públicos nela aprovados.
§ 3° Todos os resultados da Conferências deverão ser divulgados amplamente em anais – ou similar – pelos
mais variados canais e, no máximo, 10 (dez) dias após o término do evento.

CAPÍTULO X
DO PLANEJAMENTO E DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS

Seção I
Do Planejamento Estratégico

Art. 36. Até o dia 01 de março de cada ano, o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, com base nas
informações colhidas durante as Conferências Municipais dos Direitos Animais do ano imediatamente anterior,

145
assim como junto ao Ministério Público, quando for o caso, e entidades de atendimento aos animais com
atuação no município e outras fontes, efetuará o planejamento das ações a serem desenvolvidas ao longo do
ano, visando, dentre outras:
I - relacionar e enumerar, pela ordem de gravidade, as maiores demandas e deficiências estruturais existentes
no município, no que diz respeito a serviços públicos e programas de atendimento as populações de animais;
II - estabelecer as prioridades a serem atendidas a curto, médio e longo prazos, deliberando no sentido da
implementação de políticas públicas específicas para solucionar, de maneira efetiva e em atenção aos direitos
dos animais, os problemas detectados, zelando para que as propostas de leis orçamentárias municipais
incorporem o teor de tais deliberações, com a previsão dos recursos necessários para sua execução;
III - apresentar e aprovar o calendário de atividades, contemplando as datas de realização das reuniões
ordinárias, datas comemorativas relacionadas aos animais, Conferência Municipal dos Direitos Animais, dentre
outras.
§ 1º As propostas aprovadas durante a Conferência Municipal dos Direitos dos Animais serão atendidas em
caráter prioritário, de acordo com o cronograma a ser estabelecido conforme disposto no art. 35, § 2º deste
Regimento Interno;
§ 2º Para o desempenho das atividades relacionadas neste dispositivo, além do disposto no caput:
a) os gestores municipais (devem ser especificadas, aqui, as secretarias que deverão cumprir a presente
obrigação) apresentarão relatórios contendo, dentre outras, o censo atualizado de animais, inclusive
destacando o quantitativo e a situação daqueles que estão nas ruas da cidade, bem como a quantidade de
castrações efetivadas pelo município e as intercorrências relevantes, a exemplo de diagnósticos de doenças
zoonóticas curáveis e incuráveis em animais de pequeno, médio e grande portes, acidentes envolvendo
animais/carros/motos, denúncias de maus-tratos recebidas pelas delegacias da cidade, etc.;
b) o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal contará, também, com o apoio dos órgãos encarregados
dos setores de planejamento e finanças do município.

Seção II
Da Otimização da Estrutura de Atendimento Disponível no Município

Art. 37. Sempre que necessário, com base nas informações relativas acerca das demandas e deficiências
existentes, o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG poderá decidir, em caráter
emergencial, pelo reordenamento dos programas e serviços desenvolvidos por entidades governamentais, de
modo que venham a otimizar os recursos humanos e materiais disponíveis para também atender demandas
ainda a descoberto ou para as quais a estrutura ou rede de atendimento existente ainda se mostre deficitária.

Seção III
Da Participação na Elaboração da Proposta Orçamentária do Executivo

Art. 38. Até o dia 31 de março de cada ano o Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal deverá elaborar
seu plano de ação, contendo as estratégias, ações de governo e programas de atendimento a serem
implementados, mantidos e/ou suprimidos pelo município, que deverão ser devidamente publicados e
encaminhados para inclusão, no momento oportuno, nas propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei
Orçamentária Anual, elaboradas pelo Executivo.
§ 1º Cabe à Administração Pública local, por intermédio do órgão encarregado do setor de planejamento e sob
a estrita fiscalização do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, incorporar as metas definidas no
plano de ação anual referido no caput deste dispositivo na previsão orçamentária dos diversos órgãos e setores
responsáveis por sua posterior execução, a ser incluída na Proposta de Lei Orçamentária Anual.
§ 2º Quando do encaminhamento das propostas de leis orçamentárias ao Poder Legislativo, o Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG solicitará à Presidência da Câmara Municipal a relação
de emendas sugeridas que digam respeito aos animais até o prazo final de apresentação delas.

§ 3º A Câmara Fiscal ficará encarregada de acompanhar todo processo de elaboração, discussão, aprovação e

146
execução orçamentária, devendo efetuar ao Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal, em conjunto
com os órgãos públicos encarregados do planejamento e finanças do ente federado ao qual estiver aquele
vinculado, exposição trimestral que permita avaliar, continuamente, a efetiva implementação da política de
atendimento aos animais;
§ 4º Procedimento similar será adotado quando da elaboração, pelo Executivo Municipal, da proposta de Plano
Orçamentário Plurianual.
Art. 39. Caso as deliberações do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG não sejam
incorporadas às propostas de leis orçamentárias e/ou executadas ao tempo e modo devidos, o (a) Presidente
do Conselho fará imediata comunicação do fato ao Ministério Público, sem embargo de outras providências
administrativas e judiciais a serem tomadas.

CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. Este Regimento Interno somente poderá ser alterado por maioria absoluta dos membros do Conselho
Municipal de Direito e Bem-Estar Animal de Oliveira/MG.
Art. 41. Os casos omissos serão decididos pela Plenária do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal.
Art. 42. Este Regimento Interno entrará em vigor na data de sua publicação.
§ 1º Cópia integral deste Regimento Interno será fornecida ao Ministério Público, bem como afixada na sede
do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal para conhecimento geral e publicada em suas redes
sociais.
§ 2º Enquanto a sede do Conselho Municipal de Direito e Bem-Estar Animal não estiver devidamente
estruturada pela Administração Pública municipal, conforme determina o art. 2º, § 2º deste Regimento Interno,
a cópia de que trata o parágrafo anterior deverá ser fornecida e afixada na sede da Prefeitura, bem como na
Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura e na Secretaria de Saúde.

Município, UF, xx de xxxxxx de xxxx.

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ANEXO IV - Minuta de Código de Direito e Bem-estar Animal

PROJETO DE LEI Nº XXX, DE XX DE XXXXXX DE 2023

Dispõe sobre o Código de Direito e Bem-Estar Animal do


Município de XXXXXX/YY.

PARTE GERAL
TÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DE DIREITO ANIMAL

Art. 1º Esta Lei institui o Código de Direito e Bem-Estar Animal do Município de XXXXXX/YY,
estabelecendo normas para a proteção integral aos animais não humanos, nos termos do mandamento
inserto no inciso VII do § 1º do art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, bem assim de acordo
com o exercício da competência outorgada pelos incisos VI e VII do art. 23 dessa mesma Constituição e, ainda,
em consonância com os princípios norteados da política municipal de atendimento dos direitos animais.
§ 1º Esta Lei se aplica aos animais sencientes, vertebrados ou invertebrados.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, entende-se por senciência a capacidade animal de responder,
de forma consciente, a sensações de natureza positiva e negativa, como prazer e sofrimento.
Art. 2º São vedadas as práticas que submetam os animais à crueldade ou que comprometam
a sua dignidade individual, competindo a todos e, em especial, à família, à comunidade, à sociedade e,
destacadamente, ao Poder Público zelar pela efetivação dos direitos animais estabelecidos por esta Lei.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se como cruel qualquer prática humana contra animais
que importe em abuso, físico e/ou psicológico, maus-tratos, ferimentos e/ou mutilações, sofrimento e/ou
morte injustificável do animal, dentre outros atos considerados cruéis em razão da sua natureza.
§ 2º Também é considerada cruel a prática humana que implique em dano existencial ao
animal, ainda que a prática seja indolor ou realizada mediante anestesia e/ou analgesia.
§ 3º Para os fins desta lei, entende-se por abuso praticado em face do animal qualquer
conduta humana, comissiva ou omissiva, que implique no uso despropositado, indevido, excessivo, demasiado
ou incorreto de animais, causando-lhes prejuízos de ordem física e/ou psicológica, incluindo-se nessas
hipóteses, dentre outros, os atos caracterizados como abuso sexual de qualquer natureza.
§ 4º Para os fins desta lei, entende-se por dano existencial aquele que atinge a qualidade de
vida do animal, causando-lhe dificuldades ou impossibilidade para expressar seu comportamento natural,
podendo ser evidenciado a partir da presença de um ou mais dos seguintes elementos:
I – impossibilidade de seguir sua rotina: quando o animal, em razão da conduta de um humano
ou grupo de humanos, não puder mais fazer uma atividade que antes era parte de sua rotina;
II – necessidade de fazer diferente do rotineiro: quando o animal, em razão da conduta de um
humano ou grupo de humanos, tiver que passar por um processo de readaptação ou reabilitação para
continuar fazendo atividade que antes do infortúnio experienciado era-lhe rotineira;
III – tiver que fazer o que antes não era necessário: se o animal, em razão da conduta de um
humano ou grupo de humanos, tiver que incorporar, obrigatoriamente, outras atividades à sua rotina;
IV – tiver que fazer com auxílio de um humano: se o animal, em razão da conduta de um
humano ou grupo de humanos, passar a depender de auxílio permanente ou temporário de seu tutor ou
cuidador para fazer a atividade que antes realizava sozinho.

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§ 5º A conduta de que tratam os incisos do parágrafo imediatamente acima abrange também
o dano existencial experimentado pelo animal advindo de ataque de outro animal, desde que esse ataque
tenha sido instigado por um humano ou grupo de humanos.
§ 6º Para os fins desta Lei e, em especial, para o disposto no § 1º deste artigo, entende-se por
morte injustificável do animal aquela ocorrência que ceifa sua vida sem previsão legal autorizativa, tal como
possibilita a legislação em vigor que regulamenta os casos de eutanásia.
Art. 3º Para os fins desta Lei, os animais são reconhecidos como sujeitos de direitos enquanto
seres sencientes, bem como são dotados de dignidade própria, vedado o seu tratamento como coisas, fazendo
jus, nos termos da legislação em vigor, à tutela jurisdicional, individual ou coletiva, em caso de ameaça ou
violação de seus direitos.
Art. 4º O valor de cada ser animal deve ser reconhecido pelo Município como reflexo da ética,
do respeito e da moral universal, da responsabilidade, do comprometimento e da valorização da dignidade e
diversidade da vida, contribuindo para os livrar de ações violentas e cruéis.
Art. 5º Os animais têm direitos subjetivos, conforme estabelecido por esta Lei.
Art. 6º Na aplicação desta Lei devem-se observar os seguintes princípios:
I – Princípio da dignidade animal: os animais devem ser tratados como seres vivos dotados de
valor intrínseco e de dignidade própria, proibido o seu tratamento como coisas;
II – Princípio da universalidade da proteção: todos os animais sencientes são protegidos pela
Constituição e por esta Lei;
III – Princípio da participação comunitária: na formulação das políticas públicas de
atendimento aos direitos animais, bem como no estabelecimento e implementação dos respectivos
programas, é garantida a participação da comunidade, diretamente ou por meio de suas organizações
comunitárias, sempre que visem ao tratamento dos animais como sujeitos de direitos;
IV – Princípio da educação animalista: o atendimento e o respeito aos direitos animais devem
ser implementados por meio da inclusão do tema nos currículos do ensino fundamental e médio e por
campanhas educativas periódicas e contínuas pelos meios de comunicação adequados, nas universidades, nas
escolas, nas associações de bairro, nos canais oficiais de comunicação do Governo local e em outros espaços
comunitários, que propiciem a assimilação pelo público em geral acerca da adoção ética e responsável de
animais de estimação, bem como sobre a existência da consciência e da senciência animal, sobre o sofrimento
animal, sobre as alternativas de consumo de produtos de origem animal e, ainda, enaltecendo sempre as
práticas de vivências mais éticas, pacíficas e solidárias entre animais humanos e não humanos;
V – Princípio da cidadania animal: os interesses dos animais devem sempre ser levados em
consideração pelas leis e outros atos normativos que possam impactá-los, inclusive pela Lei Orgânica
Municipal e pelo Código de Posturas, bem como pelo Código de Obras e Edificações;
VI – Princípio da substituição ou da alternatividade: sempre devem prevalecer, nesta ordem,
os métodos disponíveis substitutivos ou alternativos ao uso de animais para fins humanos;
VII – princípio da norma mais favorável ao animal: na aplicação da legislação em geral, deve
prevalecer, sempre, o instrumento normativo que for mais favorável ao animal e, assim, melhor garantir a sua
dignidade;
VIII – princípio do in dubio pro animal: quando da aplicação de lei ou de ato normativo para
dirimir querela animalista, havendo mais de uma interpretação possível para um mesmo dispositivo, deve-se
optar por aquela que seja mais favorável ao animal.
§ 1º Na aplicação desta Lei também incidirão os seguintes princípios subsidiários:
I – princípio da prevenção, pelo qual, conhecidos certos impactos negativos sobre o bem-estar
animal, devem-se adotar medidas que minimizem ou que evitem esses mesmos impactos;

149
II – princípio da precaução, diante do qual, na dúvida ou incerteza científica sobre a senciência
de determinada espécie animal, ou sobre os impactos de determinada atividade sobre o bem-estar animal,
deve-se considerar como senciente a espécie animal, no primeiro caso, e adotar medidas que minimizem ou
que evitem os impactos possíveis, no segundo;
III – princípio da vedação ao retrocesso, pelo qual, como decorrência do dever estatal de
progressividade relativamente à proteção da dignidade animal, não se poderá legislar ou interpretar a ordem
jurídica de modo a suprimir ou a reduzir os avanços efetivados quanto ao respeito às integridades física e
psíquica dos animais.
§ 2º Para os fins do inciso VI do caput deste artigo, na ausência de métodos substitutivos ou
alternativos, devem prevalecer os preceitos de redução do número de animais utilizados e de refinamento das
condições de manutenção e dos procedimentos para evitar sofrimento dos animais e promover estados
mentais positivos.
Art. 7º Os direitos animais previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados
ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária federal, estadual
ou municipal e de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes de quaisquer dos
Entes Federados, devendo prevalecer sempre a determinação que for mais favorável à proteção da dignidade
animal.
Art. 8º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, a urgência e a imprescindibilidade do ato em questão, a primazia do princípio da
dignidade animal e a vedação ao retrocesso em matéria de proteção ambiental e animal.

TÍTULO II
DOS NÍVEIS DE CAPACIDADE JURÍDICA ANIMAL PARA OS FINS DESTA LEI

Art. 9º A capacidade jurídica animal é o conjunto de direitos atribuídos a cada grupo de


espécies animais, de acordo com suas necessidades naturais e com os seus graus de dependência e de
vulnerabilidade em relação aos seres humanos ou às suas intervenções no meio ambiente.
Art. 10. São níveis de capacidade jurídica animal para os fins desta Lei:
I – Capacidade jurídica plena: animais com direito à vida como direito inviolável, que não
comporta supressão por razões ecológicas, socioculturais, econômicas ou científicas;
II – Capacidade jurídica plena reduzível: animais com direito à vida, mas que comporta
supressão por razões ecológicas ou científicas, contidas em permissão, licença ou autorização da autoridade
competente, mediante justificativa baseada em evidências;
III – Capacidade jurídica reduzida: animais sem direito à vida.
Art. 11. Todos os animais de estimação, de quaisquer espécies, possuem capacidade jurídica
plena.
Parágrafo único. Consideram-se de estimação os animais domésticos selecionados para
convívio com o ser humano por razões de afeto, assistência ou companhia.
Art. 12. Também têm capacidade jurídica plena os primatas e os cetáceos.
Art. 13. Todos os animais silvestres, nativos ou exóticos, de quaisquer espécies, têm
capacidade jurídica plena reduzível.
Parágrafo único. Consideram-se silvestres os animais que não dependem diretamente dos
seres humanos para sobreviver, vivendo isolados em seu habitat ou mantendo contatos esporádicos ou
eventuais com seres humanos.
Art. 14. Os animais domésticos com valor econômico têm capacidade jurídica reduzida.

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§ 1º Consideram-se animais domésticos com valor econômico aqueles que se tornaram
dependentes do ser humano, destituídos da capacidade de sobrevivência independente, em função de
processos de manejo artificial, submetidos a processos de exploração pecuária.
§ 2º Também se incluem nas disposições do caput os animais submetidos à exploração
pesqueira e às experimentações científicas.
Art. 15. Todos os animais, independentemente do seu nível de capacidade jurídica, têm o
direito fundamental à existência digna, posta a salvo de práticas cruéis.
Art. 16. A Lei poderá atribuir a determinadas espécies animais capacidades jurídicas diversas
das especificadas neste Código, desde que em caráter mais protetivo, para ampliação de direitos subjetivos.

TÍTULO III
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ANIMAIS SEGUNDO OS NÍVEIS DE CAPACIDADE JURÍDICA

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ANIMAIS COM CAPACIDADE JURÍDICA PLENA

Art. 17. Os animais com capacidade jurídica plena têm o direito à vida como direito inviolável.
§ 1º Admite-se a supressão da vida de um animal com capacidade jurídica plena nos casos de
legítima defesa ou de estado de necessidade, ambos devidamente justificados.
§ 2º Também se admite a hipótese do parágrafo anterior nos casos de eutanásia, nos termos
do art. 58 desta Lei.
Art. 18. Os animais de estimação, além do direito inviolável à vida, têm os seguintes direitos
fundamentais:
I – à alimentação e à dessedentação adequadas;
II – a um abrigo adequado, salubre e higiênico, capaz de protegê-lo da chuva, do vento, do
frio, do sol e do calor, com acesso a espaço suficiente para que possa exercer seu comportamento natural;
III – à saúde, inclusive pelo acompanhamento médico-veterinário periódico e preventivo e
pelo tratamento curativo imediato em caso de doença, de abuso, de ferimento, de maus-tratos, de mutilação
ou de danos psicológicos ou existenciais;
IV – à limitação de jornada de trabalho, ao repouso reparador e à inatividade por tempo de
serviço, economicamente sustentada, para os animais submetidos a trabalho;
V – à destinação digna, respeitosa e adequada de seus restos mortais;
VI – ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;
VII – de receber tratamento digno e essencial à sadia qualidade de vida, sendo-lhe garantido
o acesso à justiça para prevenção e/ou reparação dos danos materiais, existenciais e morais que atingiram
seus direitos individuais e/ou coletivos.
§ 1º A liberdade dos animais de estimação somente pode ser restringida para atender às suas
necessidades de segurança, saúde e bem-estar.
§ 2º Para toda instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
vulneração de direitos fundamentais dos animais domésticos ou de sua submissão a práticas cruéis, será
exigido estudo prévio de impacto ambiental, em suas diferentes modalidades caracterizadas na
regulamentação específica, a que se dará publicidade.
§ 3º O estudo prévio de impacto ambiental de que trata o § 2º deverá ser realizado, inclusive,
anterior às construções de edificações urbanas em que animais residam nos locais nos quais será edificada a
obra.

151
§ 4º No caso do inciso V deste artigo, os restos mortais do animal deverão ser incinerados por
orientação sanitária quando, por exemplo, o(s) falecido(s) for portador de esporotricose ou outra doença
contaminante da ambiência. Em todo caso, deverá ser observada a Lei Federal n.° 12.305/10, que instituiu a
“Política Nacional de Resíduos Sólidos”.
Art. 19. Primatas e cetáceos têm os direitos invioláveis à vida, à liberdade em seu habitat, ao
convívio com os seus e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, usufruindo dos demais direitos
previstos no artigo anterior quando, por qualquer razão ou sob quaisquer condições, estejam sob dependência
de seres humanos.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ANIMAIS COM CAPACIDADE JURÍDICA PLENA REDUZÍVEL

Art. 20. Os animais com capacidade jurídica plena reduzível têm direito à vida, mas que
comporta supressão por razões ecológicas ou científicas, contidas em permissão, licença ou autorização da
autoridade ambiental competente, mediante justificativas baseadas em evidências.
§ 1º Também se admite a supressão da vida de um animal com capacidade jurídica plena
reduzível nos casos de legítima defesa ou de estado de necessidade, ambos devidamente justificados.
§ 2º Também se admite a hipótese do parágrafo anterior nos casos de eutanásia, nos termos
do art. 58 desta Lei.
§ 3º É vedada a supressão da vida de um animal com capacidade jurídica plena reduzível por
razões econômicas ou comerciais.
Art. 21. Ficam proibidas todas as modalidades de caça, especialmente a profissional, em todo
do município, ressalvada a perseguição, a captura e o abate de indivíduos de espécies animais consideradas
exóticas e invasoras, que possam comprometer a biodiversidade local, por ato fundamentado da autoridade
ambiental federal competente, e a coleta de espécimes para fins científicos, mediante licença especial
concedida especificamente para esse fim pela autoridade competente.
§ 1º A utilização, perseguição, destruição, coleta, captura ou apanha de espécimes da fauna
silvestre, quando praticados em desacordo ou na ausência de autorização legal, serão considerados atos de
caça.
§ 2º No ato fundamentado da autoridade ambiental federal competente, referido no caput,
sempre devem ser consideradas as técnicas de controle alternativas, que prescindam do abate de espécimes.
§ 3º Nas hipóteses excepcionais previstas no caput, deverá ser garantido o direito
fundamental animal à existência digna, proibidos os métodos de perseguição, captura, abate e coleta que
sejam cruéis ou que possam atingir espécimes não incluídos nas razões ecológicas ou científicas que autorizam
a supressão da vida animal.
Art. 22. Os animais silvestres, inclusive os aquáticos, têm os direitos à vida, à liberdade em
seu habitat e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, usufruindo dos demais direitos previstos no art.
18 deste Estatuto quando, por qualquer razão ou sob quaisquer condições, estejam sob dependência de seres
humanos.
CAPÍTULO III
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS ANIMAIS COM CAPACIDADE JURÍDICA REDUZIDA

Art. 23. Os animais com capacidade jurídica reduzida têm o direito fundamental à existência
digna, protegida contra práticas cruéis.
Art. 24. Os animais domésticos com valor econômico, submetidos à exploração pecuária e
pesqueira, bem como ao entretenimento humano, têm os direitos previstos no art. 18 deste Estatuto,

152
enquanto durarem as suas vidas e estiverem sob dependência de seres humanos.

TÍTULO IV
DAS CONDUTAS VULNERANTES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS ANIMAIS

Art. 25. São condutas humanas vulnerantes dos direitos fundamentais animais,
caracterizando maus-tratos para os fins de aplicação das leis de natureza penal, cível e administrativa, sem
prejuízo de outras sanções ou consequências jurídicas previstas no ordenamento jurídico:
I – executar procedimentos invasivos ou cirúrgicos sem a devida qualificação técnica
profissional ou sem os devidos cuidados anestésicos, analgésicos e higiênico-sanitários, tecnicamente
recomendados;
II – permitir ou autorizar a realização de procedimentos anestésicos, analgésicos, invasivos,
cirúrgicos ou injuriantes por pessoa sem qualificação técnica profissional;
III – agredir física ou psicologicamente, por ação ou omissão, causando dor, sofrimento ou
dano ao animal, inclusive o existencial;
IV – abandonar animais em qualquer circunstância, de quaisquer raça (ou sem raça), sexo ou
idade, estejam sãos ou doentes, quer sejam domésticos, quer silvestres ou exóticos;
V – deixar o pai ou a mãe humanos, o tutor, o guardião ou o responsável pelo animal de buscar
assistência médico-veterinária ou zootécnica quando necessária;
VI – deixar de orientar, enquanto profissional responsável pela assistência à saúde animal, o
pai ou a mãe humanos, o tutor, o guardião ou o responsável pelo animal a buscar assistência médico-
veterinária ou zootécnica quando necessária;
VII – deixar de prestar socorro imediato a animal atropelado, ferido ou vítima de violência ou
de agressão presenciada;
VIII – não adotar medidas atenuantes a animais que estão em situação de clausura junto com
outros da mesma espécie, ou de espécies diferentes, que os aterrorizem ou os agridam física ou
psicologicamente;
IX – deixar de adotar medidas minimizadoras de desconforto e sofrimento para animais em
situação de clausura isolada ou coletiva, inclusive nas situações transitórias de manejo, transporte,
comercialização e exibição, enquanto responsável técnico ou equivalente;
X – manter animal sem acesso adequado à água, à alimentação e à temperatura compatíveis
com as suas necessidades ou em local desprovido de ventilação e luminosidade adequadas, exceto por
recomendação de médico veterinário ou zootecnista, respeitadas as respectivas áreas de atuação,
observando-se os direitos fundamentais animais, os critérios técnicos e os princípios éticos para situações
transitórias específicas como transporte e comercialização;
XI – manter animais de forma que não lhes permita acesso a abrigo contra intempéries, salvo
condição natural a que se sujeitaria;
XII – exercitar ou conduzir animal preso a veículo em movimento, seja ele motorizado ou não;
XIII – manter animais em número acima da capacidade de provimento de cuidados para
assegurar boas condições de saúde e de bem-estar animal, exceto nas situações transitórias de transporte e
comercialização, observadas as disposições deste Código;
XIV – manter animal em local desprovido das condições mínimas de higiene e asseio
adequadas à sua espécie;
XV - inobservar a etologia, desrespeitando o comportamento social e faculdades normais dos
animais, impedindo sua movimentação ou seu descanso, inclusive sob a forma de acorrentamento, quer sejam

153
solitários, quer gregários;
XVI – amarrar e manter amarrados os 2 (dois) pés de animais para evitar-lhe a fuga,
exceptuada a hipótese de ordenha;
XVII – manter animais em condições ambientais de modo a propiciar a proliferação de
microrganismos nocivos a ele próprio, a humanos e a outros animais;
XVIII – submeter ou obrigar animal a atividades excessivas, que ameacem sua condição física
e/ou psicológica, para dele obter esforços ou comportamentos que não se observariam senão sob coerção;
XIX – submeter animal, observada a espécie, a trabalho ou a esforço físico por mais de quatro
horas ininterruptas sem que lhe sejam oferecidos água, alimento e descanso;
XX – utilizar animal enfermo, mutilado, ferido, fraco, cego, extenuado, sem proteção
apropriada ou em condições fisiológicas inadequadas para realização de serviços;
XXI – transportar animal em desrespeito às recomendações técnicas de órgãos competentes
de trânsito, ambiental ou de saúde animal ou em condições que lhes causem sofrimento, dor e/ou lesões
físicas ou psicológicas;
XXII – conduzir animais, por quaisquer meios de locomoção, inclusive a pé, colocados de
cabeça para baixo, de mãos ou pés atados, amontoados ou de qualquer outro modo que lhes produza
sofrimento;
XXIII – lesar ou agredir os animais (por espancamento, lapidação, por instrumentos cortantes,
contundentes, por substâncias químicas, escaldantes, tóxicas, por fogo ou outros modos que ocasionem dor,
desconforto e até a morte), sujeitando-os a qualquer experiência que infrinja a Lei nº 11.794, de 8 de outubro
de 2008;
XXIV – qualquer prática ou atividade capaz de causar sofrimento ao animal, dano físico, moral,
psicológico e/ou existencial ou, ainda, provocar-lhe a morte, observadas as permissões legais encontradas na
Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008;
XXV – eliminar, sob qualquer modalidade, cães, gatos ou outros animais domésticos como
método de controle da dinâmica populacional ou de controle zoonótico, salvo expressa autorização em lei
específica e somente em relação ao controle de zoonoses;
XXVI – adotar métodos não aprovados por autoridade competente ou sem embasamento
técnico-científico para o abate de animais, quando permitido;
XXVII – envenenar animal, ocasionando-lhe ou não a morte;
XXVIII – mutilar, marcar ou tatuar animais, animais, exceto quando houver indicação clínico-
cirúrgica veterinária ou zootécnica;
XXIX – exercitar tiro ao alvo sobre quaisquer animais domésticos ou silvestres e sob quaisquer
circunstâncias;
XXX – induzir a morte de animal fora dos casos permitidos legalmente e/ou utilizando método
não aprovado ou não recomendado pelos órgãos ou entidades oficiais e sem profissional devidamente
habilitado;
XXXI – abater para o consumo ou fazer trabalhar os animais prenhes ou em período
gestacional, desde seu início até o final, somado ao tempo necessário ao seu inteiro restabelecimento físico
após a gestação;
XXXII – abater animais com o emprego de marreta, picada no bulbo (choupa), facada no
coração, bem como por mutilação ou por qualquer método que não esteja expressamente autorizado na
legislação pertinente;
XXXIII – cozinhar animais vivos, de quaisquer espécies, inclusive invertebrados sencientes;
XXXIV – despelar ou depenar animais vivos ou entregá-los vivos à alimentação de outros,

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ressalvados os casos permitidos em lei ou decorrentes da natureza do próprio animal a ser alimentado;
XXXV – utilizar de métodos punitivos, baseados em dor ou sofrimento com a finalidade de
treinamento, exibição ou entretenimento;
XXXVI – utilizar agentes ou equipamentos que inflijam dor ou sofrimento com o intuito de
induzir comportamentos desejados durante práticas esportivas, de entretenimento e de atividade laborativa,
incluindo apresentações e eventos similares, exceto quando em situações de risco de morte para pessoas e/ou
animais;
XXXVII – submeter animal a eventos, ações publicitárias, filmagens, exposições e/ou
produções artísticas e/ou culturais para os quais não tenham sido devidamente preparados física e
emocionalmente ou de forma a prevenir ou evitar dor, estresse e/ou sofrimento;
XXXVIII – fazer uso e/ou permitir o uso de agentes químicos e/ou físicos para inibir a dor ou
que possibilitam modificar o desempenho fisiológico para fins de participação em competição, exposições,
entretenimento e/ou atividades laborativas;
XXXIX – exercer a venda ambulante de animais;
XL – utilizar alimentação forçada, exceto para fins de tratamento de saúde prescrito por
médico veterinário devidamente habilitado;
XLI – estimular, manter, criar, incentivar ou utilizar animais da mesma espécie ou de espécies
diferentes em lutas;
XLII – estimular, manter, criar, incentivar, adestrar ou utilizar animais para a prática de
zooerastia, ocasionando ou não abuso e/ou sofrimento a animal de quaisquer espécies;
XLIII – promover distúrbio psicológico e/ou comportamental em qualquer animal e sob
qualquer justificativa;
XLIV – expor, conduzir e/ou passear com animais em condições ambientais inadequadas,
submetendo-os a intempéries variadas, ocasionando-lhes dor e/ou ferimentos ou até insolação;
XLV – realizar ou incentivar acasalamentos que tenham elevado risco de problemas
congênitos e que afetem a saúde da prole e/ou progenitora, ou que perpetuem problemas de saúde
preexistentes dos progenitores;
XLVI – utilizar, em sistema produtivo ou em experimentação científica ou educacional,
alojamento que restrinja severamente a movimentação e expressão de comportamentos naturais de animais,
a exemplo de gaiolas, celas, baias e práticas de manejo;
XLVII – expor animais em jardins zoológicos, parques ou ambientes congêneres sem atender
a toda a legislação especial regulamentadora dessa atividade;
XLVIII – açoitar, golpear ou castigar por qualquer forma um animal carregando um veículo ou
caído sob ele, devendo o condutor desprendê-lo imediatamente para que se levante;
XLIX – descer ladeiras com veículos de tração animal sem utilização das respectivas travas,
cujo uso é obrigatório;
L – conduzir veículo de tração animal que não esteja dentro dos parâmetros impostos pelo
Código de Trânsito Brasileiro e/ou em consonância com lei local;
LI – entregar animais domésticos ou silvestres, saudáveis ou não, para universidades e/ou
estabelecimentos congêneres, objetivando utilizá-los para experimentos de qualquer natureza;
LII - triturar animais ou matá-los em razão de sua inservibilidade para determinada indústria
ou segmento comercial, a exemplo da trituração de pintinhos de 1 (um) dia de vida pela indústria de ovos e a
de bezerros para a indústria de leite.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, a expressão “zooerastia” compreende conjunção carnal ou ato
libidinoso de humano com animal não humano de qualquer espécie, bem como qualquer outra situação que

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envolva animal em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de animal
para fins primordialmente sexuais.
§ 2º Presumem-se presentes à zooerastia os danos de natureza física, moral, psicológica e
existencial experienciados pelo animal alvo dessa prática.
§ 3º Lei local poderá relacionar outros casos de crueldade, abuso, maus-tratos e demais
condutas vulnerantes de direitos fundamentais animais, além dos previstos nos incisos deste artigo.
§ 4º Sem prejuízo do disposto neste artigo, o juiz, o membro do Ministério Público, o delegado
de polícia ou a autoridade administrativa competente, com base em laudo, parecer ou equivalente emitido
por médico-veterinário, zootecnista, biólogo, psicólogo ou psiquiatra com expertise em animais, poderá
identificar outros casos de crueldade, abuso, maus-tratos e demais condutas vulnerantes de direitos
fundamentais animais, além dos previstos nos incisos deste artigo.
§ 5º No caso do parágrafo anterior, os médicos veterinários procederão ao diagnóstico de
crueldade, abuso, maus-tratos e demais condutas vulnerantes de direitos fundamentais animais mediante
exame de corpo de delito consubstanciado em laudo pericial ou parecer técnico, podendo incluir exames
necroscópicos ou, em caso de animais vivos, a avaliação da saúde física e comportamental e do grau de bem-
estar dos animais, considerando os conjuntos de indicadores nutricionais, ambientais, de saúde e
comportamentais, validados em protocolos reconhecidos nacional ou internacionalmente.
§ 6º No caso do § 4º do presente artigo, os zootecnistas procederão à constatação de
crueldade, abuso e maus-tratos mediante termo de constatação, parecer ou relatório, considerando os
conjuntos de indicadores nutricionais, ambientais, de saúde e comportamentais, validados em protocolos
reconhecidos nacional ou internacionalmente.
§ 7º A autoridade policial, ministerial ou administrativa competente que tiver conhecimento
da prática de condutas vulnerantes de direitos fundamentais animais descritas neste artigo e não tomar as
providências legais cabíveis de acordo com suas respectivas atribuições, ou, ainda, agirem para impedir,
dificultar ou retardar o seu cumprimento, sem prejuízo das sanções cíveis, penais ou administrativas
pertinentes, responderão solidariamente com os agressores pelas indenizações por danos morais, materiais e
existenciais que, porventura, forem pretendidas pelo interessado e deferidas pelo Judiciário ou acordadas
extrajudicialmente.
§ 8º Para o combate efetivo aos maus-tratos, ao abuso e à crueldade contra animais, os
médicos veterinários e zootecnistas deverão cumprir à risca os mandamentos insertos na Resolução nº 1.236
do Conselho Federal de Medicina Veterinária, de 26 de outubro de 2018, notadamente aqueles localizados no
art. 3º, no art. 4º e seus §§ e no § 5º de seu art. 5º.
§ 9º Todo aquele que tiver conhecimento da ocorrência de condutas vulnerantes de direitos
fundamentais animais descritas neste artigo, tem o dever de comunicar às autoridades competentes para as
averiguações necessárias.
Art. 26. São proibidas, em todo o município, as práticas, beneficentes ou não, que tenham
animais, vivos ou não, de quaisquer espécies como objetos de rifas, sorteios, brindes, loterias, bingos e
similares, em eventos presenciais ou realizados por meio das redes sociais ou de quaisquer aplicativos
eletrônicos.
PARTE ESPECIAL
LIVRO I

DIREITOS E DEVERES DAS FAMÍLIAS QUE ADOTAM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO


TÍTULO I
DA DENOMINADA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE PARA FINS DE PROTEÇÃO DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO POR ESTA
LEI

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SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 27. Para efeito de proteção dos animais de estimação por esta Lei, os seres humanos que
viverem em família e abrigarem animais de estimação terão suas relações regidas, primordialmente, pelos
Títulos I, II, III e IV do Livro I da Parte Especial deste Código.
§ 1º A família que adotar animais de estimação passa a ser denominada por esta Lei de
“família multiespécie”.
§ 2º A composição da família multiespécie independe da origem ou da forma como o animal
de estimação foi integrado à família, ressalvada a existência de animais oriundos do tráfico de animais
silvestres ou de criadores clandestinos, os quais não adquirirão esse status familiar para os fins de proteção
desta Lei.
§ 3º Os programas municipais oficiais e privados de planejamento familiar incluirão temas
sobre a paternidade e maternidade responsável de animais de estimação.
§ 4º Nos programas oficiais municipais de assistência à família serão criados mecanismos para
coibir a violência e os maus-tratos contra animais no âmbito de suas relações.
§ 5º Nos programas referidos no parágrafo anterior serão também criados mecanismos para
a prevenção da acumulação patológica de animais, que possa comprometer o bem-estar de todos os
envolvidos e vulnerar direitos fundamentais humanos e animais.

SEÇÃO II
DOS ANIMAIS EM CONDOMÍNIO TUTELADOS PELAS FAMÍLIAS MULTIESPÉCIE

Art. 28. É garantido o direito de ir e vir dos animais de estimação no âmbito dos condomínios
residenciais onde resida a sua família multiespécie, inclusive pelas áreas comuns, desde que:
I – isso não implique em riscos para a segurança dos demais condôminos e de outros animais,
inclusive os comunitários que residam no âmbito condominial;
II – que os pais humanos do animal adotem as medidas recomendadas para garantir a higiene
e a salubridade do local.
Parágrafo único. É vedada a proibição genérica, em convenção ou em regimento interno, de
permanência de animais de estimação nas unidades autônomas dos condomínios, bem como a estipulação de
condições abusivas que possam comprometer o regular exercício do direito previsto neste artigo.

TÍTULO II
DA RESPONSABILIDADE FAMILIAR SOBRE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Art. 29. Os animais de estimação adotados pelas famílias multiespécie ficarão sujeitos à
guarda e responsabilidade da respetiva família.
§ 1º A guarda e responsabilidade sobre os animais de estimação:
I – competirá a um ou a ambos os cônjuges ou companheiros, considerando as relações de
afetividade para com o animal, os interesses de cada um dos cônjuges ou companheiros, dos filhos humanos
do casal e também do próprio animal;
II – mantém-se com o cônjuge ou companheiro que os havia antes do casamento ou do início
da união estável, ressalvada a possibilidade de alteração superveniente em função dos interesses dos cônjuges
ou companheiros, dos filhos humanos do casal e do próprio animal;

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III – também poderá recair sobre outro membro da família, desde que maior e capaz, que
mantenha relações recíprocas de afetividade com o animal.
§ 1º Na dúvida ou na discordância sobre a titularidade da guarda e responsabilidade sobre o
animal, qualquer dos interessados poderá recorrer ao juiz para solução do desacordo.
§ 2º A mesma providência referida no parágrafo anterior é garantida quando houver
divergência entre os pais humanos quanto ao exercício da responsabilidade sobre os animais de estimação.
§ 3º A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações
entre pais humanos e seus animais de estimação, senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem
em sua companhia os segundos.
Art. 30. Compete aos pais humanos, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno
exercício da responsabilidade sobre os seus animais de estimação, que consiste em:
I – garantir-lhes os direitos fundamentais previstos nos incisos I a VII do art. 18 desta Lei e
prevenir-lhes os maus-tratos;
II – dar nome e sobrenome ao animal;
III – dirigir-lhes a criação e exigir que lhes prestem obediência e respeito, sem lhes infligir
maus-tratos, consideradas as peculiaridades de cada espécie animal;
IV – exercer a guarda unilateral ou compartilhada;
V – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer a responsabilidade sobre o animal;
VI – representá-los judicial e extrajudicialmente, nos atos da vida civil que forem compatíveis
com a sua natureza;
VII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
VIII – administrar patrimônio ou rendas que possam ser atribuídos ao animal, inclusive valores
decorrentes de decisões judiciais, em proveito exclusivo dele.
Parágrafo único. Aos pais humanos que provarem não ter recursos materiais suficientes para
garantir a saúde animal e arcar com os tratamentos veterinários necessários, inclusive em relação aos
medicamentos prescritos, poderão recorrer ao Poder Público para a obtenção do auxílio necessário.
Art. 31. Os pais humanos do animal de estimação respondem pelo dano por ele causado, se
não provarem culpa da vítima ou força maior.
§ 1º O animal que tiver patrimônio ou renda responde pelos prejuízos que causar, se as
pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
§ 2º A indenização prevista no parágrafo anterior, que deverá ser equitativa, não terá lugar
se privar do necessário o animal.
Art. 32. Se o pai ou a mãe humanos abusarem de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes, cabe ao Poder Judiciário, na forma prevista na Constituição e na legislação em vigor, decidir a
questão em consonância com as leis protetivo-animalistas, desde que haja requerimento de alguma entidade
de proteção animal, da Defensoria Pública ou do Ministério Público.
§ 1º Evidenciada a hipótese descrita no caput, qualquer cidadão ou mesmo entidade de
proteção animal poderá registrar o boletim de ocorrência junto à Polícia Civil e, preferencialmente, informar
ao Ministério Público o ocorrido.
§ 2º Tão logo seja exarado o auto de infração atestador de maus-tratos no âmbito
administrativo pela Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, Delegado da Polícia
Civil, agente público de controle de zoonoses, agente público das secretarias de meio ambiente ou secretarias
correlatas ou outra autoridade que, porventura, esteja apta a identificar a ocorrência de maus-tratos, inclusive
o médico veterinário ou zootecnista, suspender-se-á, inclusive por determinação em sede administrativa das

158
autoridades antes elencadas, imediata e temporariamente, o exercício da guarda do animal de estimação ao
pai ou à mãe humanos ou, ainda, a quem detiver sua guarda, até que a questão seja decidida em juízo.
§ 3º Suspender-se-á, por tempo indeterminado, o exercício da guarda sobre o animal de
estimação ao pai ou à mãe humanos ou, ainda, a quem detiver sua guarda, desde que condenados por
sentença irrecorrível, em virtude de crime de maus-tratos por eles perpetrado.
Art. 33. Perderá por ato judicial a guarda sobre o animal de estimação o pai ou a mãe
humanos ou, ainda, quem a detiver quando:
I – praticar maus-tratos contra ele ou vulnerar seus direitos fundamentais;
II – abandonar o animal, ainda que temporariamente;
III – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
§ 1º Em todo caso, deverá ser observada a suspensão imediata e temporária do exercício da
guarda do animal de estimação até que a questão seja decidida em juízo, nos termos do estabelecido no § 2º
do art. 32.
§ 2º A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão da guarda sobre o animal de estimação.
§ 3º A perda ou a suspensão da guarda sobre o animal de estimação não exime o pai ou a
mãe humanos ou, ainda, a pessoa que detinha a sua guarda de arcar com as despesas necessárias à
manutenção do animal até que seja colocado em família substituta.
Art. 34. Em caso de separação, de divórcio ou de dissolução da união estável, judicial ou
extrajudicial, deverá ser acordado ou decidido sobre a guarda, unilateral ou compartilhada, dos animais de
estimação, além de eventual direito de visitas e de pensão alimentícia específica para a manutenção das
necessidades do animal.
Parágrafo único. É proibida a partilha de animais de estimação.
Art. 35. Aos animais de estimação, no âmbito das famílias multiespécies, poderá ser
constituído capital, ou destinados bens ou rendas específicos, visando a atender às necessidades decorrentes
dos seus direitos fundamentais, especialmente no que se refere à saúde animal.
§ 1º O patrimônio animal, constituído na forma do caput deste artigo, será administrado por
quem detiver a guarda ou a tutela, em proveito exclusivo do animal.
§ 2º Sempre que solicitados pelas autoridades competentes, os pais humanos do animal, ou
o seu tutor, deverão apresentar contas da administração do patrimônio animal.
§ 3º Também integrarão o patrimônio animal os valores decorrentes de decisão judicial
condenatória ou de pensão alimentícia exclusivamente destinados ao animal.
§ 4º A constituição do patrimônio referido no caput poderá se dar por testamento,
respeitados os preceitos da lei civil.
§ 5º Em caso de morte do animal que possua patrimônio, os valores ou bens deixados deverão
ser aplicados em benefício exclusivo da respectiva prole ou de outros animais que estejam sob a guarda da
mesma família multiespécie, mantido o dever de prestação de contas às autoridades competentes em exigi-
la.
§ 6º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o animal falecido não tenha prole, nem existam
outros animais de estimação na família, os valores ou bens deixados serão revertidos ao Fundo Municipal dos
Direitos Animais do domicílio do animal, ressalvadas as disposições especiais contidas nesta Lei.
§ 7º Não havendo o fundo citado no parágrafo anterior, os valores ou bens deixados serão
revertidos a uma entidade de proteção animal local, mediante apresentação de projeto demonstrador da
aplicação desse patrimônio, mantido sempre o dever de prestação de contas por parte da doadora e da
donatária, às autoridades competentes em exigi-la.

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§ 8º Aplica-se por analogia, para fins tributários, quanto aos bens e rendas do animal o
disposto no art. 134 da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional.

TÍTULO III
DA GUARDA SOBRE CÃES E GATOS

Art. 36. Além dos deveres previstos no art. 30 desta Lei, os pais humanos de cães e gatos de
estimação ou o tutor também deverão:
I – impedir sua fuga e telar as janelas e os vãos de prédios verticais e horizontais que possam
possibilitar sua queda ou escapada;
II – evitar ataque ou agressão a humanos ou a outros animais, inclusive utilizando de
equipamentos que possam prevenir essas ocorrências, sem lhes infligir maus-tratos;
III – impedi-lo de provocar acidentes em residências, vias e logradouros públicos ou locais de
livre acesso ao público;
IV – conduzir os cães nas vias públicas com guia, coleira e/ou peitoral, de conformidade com
seu porte, evitando-se expô-los a condições ambientais inadequadas, que possam causar-lhes dor, ferimentos,
insolação ou outros gravames;
V – coletar e destinar adequadamente as fezes de seu animal, quando em via pública;
VI – vacinar e desverminar regularmente o animal, observando o calendário ou cronograma
de vacinações obrigatórias e mantendo a respectiva carteira de vacina atualizada;
VII – identificar adequadamente seu animal, com coleira que contenha, ao menos, o nome do
animal e telefone ou outro meio de contato de seus pais humanos;
VIII – providenciar a esterilização cirúrgica do animal, quando recomendado o controle de
natalidade.
§ 1º Sempre que possível, os pais humanos ou o tutor deverão identificar seus cães e gatos
por meio de microchipagem e proceder ao registro do animal perante o cartório competente.
§ 2º Aplica-se à guarda sobre cães e gatos o disposto no Título precedente.

TÍTULO IV
DOS ANIMAIS COMUNITÁRIOS
CAPÍTULO I
DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE COMUNITÁRIA

Art. 37. Para os fins desta Lei, entende-se como:


I – família multiespécie comunitária: a comunidade formada entre os seres humanos de uma
determinada localidade e os animais de estimação que ali permaneçam em razão de laços de afetividade e de
dependência comunitárias, sem que haja a atribuição de responsabilidade sobre o animal a alguém em
específico;
II – animal comunitário: todo animal em situação de rua, que estabeleça com uma
determinada comunidade laços de dependência e manutenção, embora não possua responsável único e
definido;
III – cuidador comunitário: toda pessoa física que protege, alimenta, fornece água, medica e
busca realizar os demais direitos fundamentais dos animais comunitários.
§ 1º Ressalvados outros critérios definidos pela legislação local, estabelece-se a família
multiespécie comunitária para os efeitos desta Lei, quando o animal passar a residir na localidade e não for

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reivindicado por alguém que se afirme seu pai ou mãe humanos ou seu tutor.
§ 2º O fato de integrar uma família multiespécie comunitária não desqualifica o animal como
de estimação, nem impede a sua adoção por família multiespécie.
§ 3º Em toda família multiespécie comunitária deverá haver, ao menos, um cuidador
comunitário responsável por fornecer, diariamente, comida e água ao animal comunitário, além de ministrar-
lhe os medicamentos eventualmente necessários, podendo essas tarefas serem executadas em regime de
rodízio entre os membros da família multiespécie comunitária.
§ 4º Todo animal comunitário terá direito a um abrigo adequado, salubre e higiênico, capaz
de protegê-lo da chuva, do vento, do frio, do sol e do calor, com espaço suficiente, segundo as suas próprias
características físicas, fornecido pela própria comunidade, em local de comum acordo.
§ 5º Os animais comunitários deverão ser cadastrados em programa municipal de assistência
às famílias multiespécies comunitárias, competindo ao próprio município garantir a sua esterilização cirúrgica,
vacinação e desverminação periódicas, identificação por microchipagem e cuidados veterinários preventivos
e curativos.
Art. 38. O município responde:
I – pelos danos causados por animais comunitários, ressalvada a culpa exclusiva da vítima ou
de membro da própria comunidade, além de força maior.
II – pelos danos experienciados pelos animais comunitários, como infortúnios físicos,
psicológicos e/ou existenciais, devendo prover todos os meios necessários à assistência médico-veterinária.
§ 1º Pelos danos experienciados pelos animais comunitários, a família multiespécie
responderá subsidiariamente ao município, guardado sempre o respectivo direito de regresso em face do
agressor, quando possível sua identificação.
§ 2º Não sendo possível a identificação do agressor ou, embora identificado, não tenha
patrimônio suficiente a honrar os gastos com o animal comunitário, o município ressarcirá todas as despesas
efetuadas pela família multiespécie.

CAPITULO II
DOS ANIMAIS EM CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS OU COMERCIAIS E EM PRÉDIOS PÚBLICOS OU PRIVADOS EM
SITUAÇÃO DE ABANDONO

Art. 39. Para os fins desta Lei, entende-se por animais que residem em condomínios
residenciais ou comerciais ou em prédios públicos ou privados em situação de abandono todo aquele que foi
abandonado nesses locais ou nasceu em seu interior ou, ainda, que ingressou espontaneamente e perambula
pelo condomínio ou prédio sem que tenha um tutor específico, ainda que cuidado total ou parcialmente por
uma família multiespécie comunitária ou mesmo por um cuidador comunitário.
§ 1º Os animais referidos no caput são equiparados a animais comunitários.
§ 2º Responsabilizar-se-á pelo cumprimento dos direitos fundamentais dos animais a que
alude o caput deste artigo, provendo tudo o que for necessário a garantir sua saúde, bem-estar e dignidade:
I – em se tratando de animais em situação de abandono (ou comunitários) em condomínio
residencial ou comercial, a administração condominial;
II – em se tratando de animais em situação de abandono (ou comunitários) em prédio de
propriedade particular, o dono do imóvel;
III – em se tratando de animais em situação de abandono (ou comunitários) em prédio de
propriedade ou locado pelo Poder Público, o Ente Federativo ao qual pertence o prédio ou que responde pelo
imóvel por ser o responsável, a qualquer título, pelo local.

161
§ 3º Os responsáveis apontados no § 2º não poderão proibir a alimentação ou a
dessedentação dos animais em situação de abandono ou comunitários, tampouco a permanência deles nos
prédios sob suas governanças.
§ 4º Poderá ser indicado ou definido pelos responsáveis mencionados no parágrafo
imediatamente acima um local para alimentação e dessedentação dos animais comunitários, desde que:
I – esse espaço seja adequado e seguro para eles, haja proteção da chuva e do sol e seja
localizado no interior do condomínio ou do prédio em questão;
II – seja dado um período de, no mínimo, 15 (quinze) dias para os cuidadores acostumarem
os animais nesse novo local, podendo ser prorrogado por mais 15 (quinze) dias se ao final do primeiro período
os animais ainda não tiverem se acostumado ao novo ambiente de alimentação e dessedentação.
§ 5º Os responsáveis apontados no § 2º deste artigo poderão deslocar os animais que se
encontrarem no interior dos prédios sob suas governanças para outra localidade, desde que apresente, por
escrito, um plano de manejo à família multiespécie ou ao cuidador comunitário que assiste aos animais e,
ainda, à autoridade ambiental local, cujo texto deverá conter, no mínimo:
I – nome e qualificação completos do cuidador comunitário, se houver, e de alguns dos
membros da família multiespécie, também se houver, acompanhado do endereço e do telefone;
II – nome e qualificação completos do(s) responsável(is) pelo deslocamento e
acompanhamento dos animais, bem como o(s) respectivo(s) endereço(s) e telefone(s);
III – endereço completo do local onde os animais se encontram em situação de abandono
(condomínio residencial ou comercial ou prédio público ou privado);
IV – endereço completo do local para onde os animais serão levados;
V – fotos e vídeos de todos os animais no local onde se encontram em situação de abandono,
registrados no dia do deslocamento;
VI – fotos e vídeos de todos os animais no local para onde foram transportados, registrados
no dia da chegada à nova morada;
VII – nome e qualificação completos do responsável em receber e cuidar dos animais no local
para o qual serão transportados;
VIII – nome e endereço completos do médico veterinário responsável pelos animais nesse
novo local;
IX – quantidade e espécies (felinos, caninos, etc.) de animais a ser deslocados, precisando
sexo, idade aproximada e características físicas;
X – informação sobre a quantidade de animais já esterilizados, identificando as respectivas
espécies (felinos, caninos, etc.) e sexos;
XI – informação sobre a quantidade de animais a ser esterilizados, identificando as respectivas
espécies (felinos, caninos, etc.) e sexos;
XII – calendário demonstrando a programação da esterilização de todos os animais que
necessitam ser castrados, precisando as datas em que as cirurgias ocorrerão;
XIII – endereço completo do local onde ocorrerá o pós-operatório de todos os animais
esterilizados, nomeando o responsável pela convalescença deles até a retirada dos pontos;
XIV – nome e endereço completos e telefone do médico veterinário que acompanhará o
período de convalescença dos animais até a retirada dos pontos e correlata alta médica;
XV – informação sobre a desverminação dos animais, anotando a data da última
desverminação e o calendário da programação das próximas;
XVI – programação de campanhas a ser deflagradas quadrimestralmente sobre a adoção ética
e responsável dos animais, convidando toda a população local a acolher em seus lares esses seres.

162
§ 6º A família multiespécie ou o cuidador comunitário, quando assistirem aos animais a que
alude o caput deste artigo, responsabilizar-se-ão de modo subsidiário àqueles apontados pelo § 2º deste artigo
em relação aos seus direitos fundamentais e dentro de seus limites financeiros.
Art. 40. Integram a proteção dos animais em condomínios ou em prédios públicos ou privados
em situação de abandono todas as regras contidas na presente Lei relativas aos animais em condomínio
tutelados pelas famílias multiespécies comunitárias ou por cuidadores comunitários, ainda que essa tutela se
dê de modo parcial.
Art. 41. Os condomínios residenciais e comerciais, bem como aqueles que respondem pelos
prédios públicos e/ou privados nos termos dos incisos II e III do § 2º do art. 39 deste Lei, são responsáveis
pelos animais em situação de abandono que residem nos prédios sob suas governanças, independentemente
do tempo que ali se encontram, devendo garantir e custear as despesas necessárias ao gozo de todos os
direitos fundamentais outorgados por esta Lei ou por outra que a eles também seja aplicada.
§ 1º Dentre os direitos fundamentais a que fazem jus os animais referidos no caput deste
artigo, têm-se aqueles elencados no caput do art. 18 e respectivos incisos I, III, V, VI e VII desta Lei, bem como
os seguintes:
I – abrigo adequado, salubre e higiênico, capaz de protegê-lo da chuva, do vento, do frio, do
sol e do calor, com espaço suficiente para expressar seu comportamento natural, sendo fornecido pelo próprio
condomínio;
II – ser vacinado e desverminado regularmente, devendo a administração condominial
observar o calendário ou cronograma de vacinações obrigatórias, mantendo a respectiva carteira de vacina
atualizada;
III – ser esterilizado cirurgicamente.
§ 2º A família multiespécie comunitária e/ou o(s) cuidador(es) comunitário(s) também
poderão colaborar nos custos relativos à concretização dos direitos fundamentais dos animais referidos no
caput deste artigo, sempre dentro de seus limites financeiros.
Art. 42. Os condomínios residenciais e comerciais, representados por seus síndicos ou
administradores devidamente constituídos, ficam obrigados a comunicar às autoridades competentes a
ocorrência ou indícios de casos de maus-tratos a animais em suas unidades condominiais ou nas áreas comuns,
praticados mediante ação ou omissão, de que tenham conhecimento.
§ 1º Quando a ocorrência estiver em andamento, a comunicação deve ser realizada de
imediato aos órgãos de segurança pública por meio de ligação telefônica ou aplicativo móvel.
§ 2º Quando a ocorrência for pretérita, a comunicação deve ocorrer em até 24 (vinte e quatro)
horas após a ciência do fato, podendo ser realizada por meio eletrônico ou em qualquer Delegacia da Polícia
Civil situada no próprio município em que aconteceu o delito ou em outro município que atenda àquela
localidade. Essa mesma comunicação poderá ser feita, alternativa ou concomitantemente, ao Ministério
Público.
§ 3º A comunicação deve conter a maior quantidade possível de informações sobre o caso,
tais como:
I – identificação e contato dos tutores, da família multiespécie comunitária ou do cuidador
comunitário;
II – qualificação do animal, informando a espécie, raça ou características físicas que permitam
a sua identificação;
III – endereço onde o(s) animal(is) e o(s) responsável(is) por ele(s) pode(m) ser localizado(s);
IV – narrativa pormenorizada do fato, precisando, dentre outros, dia e horário da ocorrência,
modo pelo qual se deram os maus-tratos, etc.;

163
V – detalhamento sobre os indícios ou provas da ocorrência de maus-tratos (gravações de
áudios, fotos, vídeos, testemunhas, etc.);
VI – todas as demais informações úteis ao deslinde do caso.
§ 4º Os condomínios ficam obrigados a afixar nas áreas de uso comum cartazes, placas ou
comunicados divulgando o disposto na presente Lei, relativamente aos direitos fundamentais animais e os
respectivos deveres de seus tutores/cuidadores, inclusive fazendo constar que maltratar qualquer animal é
crime, sob pena de 2 a 5 anos de reclusão (regime fechado) em se tratando de cães e gatos, além de multa e
proibição da guarda do animal, conforme Lei Federal nº 9.605/98.
§ 5º A comunicação a que alude o parágrafo imediatamente precedente deverá também ser
enviada aos e-mails dos condôminos, bem como divulgada nos canais eletrônicos de comunicação
condominial com os respectivos moradores (grupos de whatsapp e de telegram, perfil do condomínio em
redes sociais como Facebook, Instagram, etc.).
Art. 43. O art. 42 aplica-se inteiramente aos prédios públicos e/ou privados que tenham
animais em situação de abandono ou comunitários, devendo os responsáveis pela administração desses
prédios providenciarem todas as ações previstas em referido artigo.

TÍTULO V
DOS CÃES E GATOS EM SITUAÇÃO DE RUA
CAPÍTULO I
DA SITUAÇÃO DE RUA

Art. 44. Cães e gatos em situação de rua são animais de estimação abandonados em vias
públicas, sujeitos à vulneração dos seus direitos fundamentais.
§ 1º Compete aos municípios estabelecer e implementar programas especiais de
atendimento a cães e gatos em situação de rua, nos quais sejam previstas atividades de identificação por
microchipagem, esterilização cirúrgica ética, vacinação polivalente e antirrábica, desverminação periódica e
atendimento médico-veterinário.
§ 2º Também compete aos municípios manter programas de inclusão de animais em situação
de rua em famílias multiespécies, mediante adoção consciente, ética e responsável.
§ 3º Os programas previstos nos parágrafos anteriores poderão ser realizados mediante
convênios, parcerias e atividade de cooperação com entidades de proteção animal, bem como com outras
pessoas jurídicas, de direito público ou privado, afetas aos animais.
§ 4º As entidades de proteção animal que desempenhem as funções típicas do Poder Público,
previstas na forma deste artigo, sem que haja convênio, parceria ou atividade de cooperação, poderão
requerer o ressarcimento das despesas realizadas com transporte, alimentação, abrigamento, tratamento
veterinário – clínico ou cirúrgico –, internações e medicamentos utilizados nos animais que estão sob seus
cuidados.
§ 5º Dentre as hipóteses de despesas com abrigamento a que se refere o parágrafo
imediatamente anterior, têm-se, exemplificativamente, aquelas concernentes:
I – ao aluguel do imóvel que abriga os animais;
II – as reformas e/ou reparos necessários a garantir um abrigo saudável para seus moradores;
III – aos gastos com energia, água, material de limpeza, dentre outras necessárias e
comprovadas por meio idôneo.
§ 6º Só poderão ser recolhidos às unidades de vigilância de zoonoses os cães e gatos em
situação de rua que apresentarem risco iminente de transmissão de zoonose de relevância para a saúde

164
pública, observados, de toda sorte, os limites de sua atuação em relação aos animais previstos nesta Lei e em
outros instrumentos normativos correlatos, inclusive no que diz respeito à eutanásia.
§ 7º Os animais em situação de rua que forem atropelados, acometidos por doenças viróticas,
estiverem gestantes ou ainda forem filhotes deverão receber toda a assistência médico veterinária adequada
de acordo com os programas especiais de atendimento a cães e gatos a que se refere o § 1º do presente artigo.
Art. 45. Os canis e gatis, públicos e privados, bem como qualquer estabelecimento que realize
o abrigamento de cães ou gatos em situação de rua serão fiscalizados, quanto às suas adequações para o
respeito e garantia dos direitos fundamentais animais, pelo Poder Público, pelo Conselho Regional de
Medicina Veterinária da respectiva circunscrição e pelas entidades de proteção animal.
§ 1º Compete ao Ministério Público, segundo suas atribuições previstas em lei própria,
realizar essa fiscalização, na omissão ou na atuação insuficiente dos entes indicados no caput deste artigo.
§ 2º Para concretização das medidas previstas no caput, os fiscais terão acesso a todo o
estabelecimento, inclusive a anotações em livros e/ou prontuários que relatem o dia a dia dos animais ali
localizados.
CAPÍTULO II
DA ADOÇÃO CONSCIENTE, ÉTICA E RESPONSÁVEL DE CÃES E GATOS EM SITUAÇÃO DE RUA

Art. 46. Compete aos municípios estabelecer programas e campanhas de adoção consciente,
ética e responsável de cães e gatos em situação de rua.
Parágrafo único. Todo animal apresentado em eventos oficiais de adoção, ou subvencionados
pelo Poder Público, deverá ser acompanhado de atestado de saúde e de caderneta de vacinação atualizada,
bem como dos comprovantes de esterilização cirúrgica ética e de desverminação e, ainda, deverá estar
chipado.
Art. 47. Para os fins desta Lei, a adoção atribui a condição de filho por afetividade ao animal
adotado, desligando-o de qualquer vínculo com os pais humanos anteriores ou com a comunidade.
Art. 48. Toda adoção de animais deve apresentar reais vantagens para o animal e fundar-se
em motivos legítimos.
Art. 49. Nos programas referidos no art. 46 desta Lei serão apresentados incentivos e
orientações para evitar o arrependimento do adotante e eventual devolução do animal adotado.
Art. 50. Todas as despesas com a manutenção de animal de estimação abandonado ou
maltratado, inclusive quanto a medicamentos, tratamento médico-veterinário e alimentação, que seja
resgatado pelo Poder Público ou por entidade de proteção animal, serão arcadas pelos anteriores pais
humanos até que o animal seja incluído em nova família multiespécie.
Parágrafo único. Caso não se consiga o custeio dos animais na forma estabelecida pelo caput,
o município encarregar-se-á de provê-lo.
Art. 51. São requisitos para adotar cães ou gatos em situação de rua:
I – ser capaz e maior de 18 (dezoito) anos;
II – não ter antecedentes criminais envolvendo maus-tratos contra animais ou violência
familiar ou doméstica;
III – não ser pessoa com síndrome de acumulação patológica de animais;
IV – ter condições financeiras para assumir os gastos relativos à manutenção do animal com
dignidade, ressalvada a busca pelo auxílio público em saúde animal, previsto no parágrafo único do art. 30;
V – comprovar domicílio certo e em condições de receber o animal com os cuidados que a
espécie e seu temperamento exigem.
Parágrafo único. Aplica-se às adoções o disposto no caput do art. 53 e seus §§ 4º e 5º.

165
Art. 52. O vínculo de adoção constituir-se-á mediante a assinatura do “Termo de Adoção
Consciente, Ética e Responsável”, após a comprovação dos requisitos no artigo precedente.
Parágrafo único. O “Termo de Adoção Consciente, Ética e Responsável” deverá conter, dentre
outros, os seguintes elementos:
I – qualificação completa do(s) adotante(s), inclusive seu endereço e contatos
(telefone/whatsapp, redes sociais, e-mail, etc.);
II – características pormenorizadas do(s) animal(is) adotado(s), como cor, pelagem, raça,
idade – ainda que aproximada –, pequeno histórico, relacionando as principais ocorrências como, por
exemplo, se o animal procedeu de resgate de maus-tratos ou de situação de rua, vacinas já aplicadas e
respectivas datas, data em que ocorreu a esterilização, se for o caso, etc.;
III – os deveres do(s) adotante(s) em relação ao(s) animal(is) adotado(s), especialmente
aqueles concernentes à concretização dos direitos fundamentais outorgados por esta Lei a esses seres;
IV – outros dados reputados relevantes pela entidade disponibilizadora do animal à adoção.
Art. 53. Todo aquele que resgatar diretamente cães ou gatos em situação de rua,
independentemente de adoção, visando – ou não – a formar ou a ampliar família multiespécie, deverá
comunicar o órgão público municipal competente, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º O órgão público municipal competente, após a comunicação a que se refere o caput
deste artigo, realizará visita no domicílio do comunicante, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, para a aferição
dos requisitos constantes do art. 51 desta Lei.
§ 2º Presentes os requisitos legais, será formalizada a adoção mediante a assinatura do
respectivo “Termo de Adoção Consciente, Ética e Responsável”.
§ 3º Caso algum requisito legal não esteja presente, o agente público responsável pela visita
poderá estabelecer estágio de convivência, por prazo não superior a 90 (noventa) dias, para avaliação das
reais vantagens da adoção para o animal, findo o qual será decidida a adoção.
§ 4º A adoção será indeferida e o animal será retirado da guarda do comunicante apenas
quando houver fundadas razões, contidas em decisão por escrito da autoridade administrativa, que o animal,
na guarda do comunicante, poderá sofrer maus-tratos ou sérias vulnerações em seus direitos fundamentais.
§ 5º O animal retirado da guarda do comunicante, nos termos do parágrafo anterior, será
inserido em programa de adoção consciente, ética e responsável, proibida a sua restituição à via pública.

TÍTULO VI
DO CONTROLE DE NATALIDADE DE CÃES E GATOS

Art. 54. O controle de natalidade de cães e gatos em todo o município é considerado matéria
de saúde pública e será realizado mediante esterilização ética permanente por cirurgia, ou por outro
procedimento que garanta eficiência, segurança e bem-estar ao animal.
Parágrafo único. Quadra-se no tipo penal previsto no art. 32 da Lei nº 9.605/98 o abate ou o
extermínio de animais como forma de controle de natalidade.
Art. 55. A esterilização de animais de que trata o artigo precedente será executada mediante
programa em que seja levado em conta:
I – o estudo das localidades ou regiões que apontem para a necessidade de atendimento
prioritário ou emergencial, em face da superpopulação, ou quadro epidemiológico;
II – o quantitativo de animais a serem esterilizados, por localidade, necessário à redução da
taxa populacional em níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados; e
III – o tratamento prioritário aos animais localizados nas comunidades de baixa renda.

166
§ 1º O programa, a ser efetivado pelo município, desencadeará campanhas educativas
periódicas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem, dentre outras:
I – a assimilação pelo público de noções de Direito Animal;
II – da necessária esterilização dos animais;
III – da vacinação e desverminação periódicas;
IV – de que o abandono, pelo padecimento infligido ao animal, configura, em tese, prática de
crime prevista no art. 32 da Lei nº 9.605/98;
IV – ética sobre a paternidade responsável de animais de estimação.
§ 2º O programa de esterilização previsto neste artigo poderá ser realizado mediante
celebração de convênios com outros Entes Federativos e/ou pessoas jurídicas de direito privado, firmando-se
parcerias público-privadas, bem como praticando-se todos os demais atos necessários à consecução das
determinações contidas no presente instrumento normativo.
§ 3º As despesas decorrentes com a implementação do programa de controle de natalidade
de que trata este artigo correrão à conta de recursos provenientes do Fundo Municipal dos Direitos Animais
ou, na falta dele, do Fundo Municipal do Meio Ambiente.

TÍTULO VII
DO CONTROLE DE ZOONOSES DE CÃES E GATOS

Art. 56. É proibida a eliminação da vida de cães e de gatos pelos órgãos de controle de
zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais congêneres, com exceção da eutanásia, na forma do
capítulo seguinte.
Parágrafo único. A violação do preceito do caput enquadra-se no tipo penal previsto no art.
32 da Lei nº 9.605/98.
Art. 57. Ressalvada a hipótese de doença infectocontagiosa incurável, que não admitir
tratamento ou controle e que, por essa razão, caracterizar risco à saúde humana e de outros animais, o animal
que se encontrar nos órgãos referidos no artigo precedente poderá ser disponibilizado para resgate por
entidade de proteção dos animais.

TÍTULO VIII
DA EUTANÁSIA DE ANIMAIS

Art. 58. A eutanásia somente é admissível quando o bem-estar do animal estiver


comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento, os quais não podem
ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos.
§ 1º A eutanásia somente ocorrerá se atender, simultaneamente, às condições autorizativas
previstas por esta Lei, especialmente aquelas apontadas nos incisos de seu art. 59 e correspondente § 3º.
§ 2º A eutanásia sempre deverá ser precedida de laudo técnico de dois médicos veterinários,
cujas justificativas basear-se-ão, necessariamente, em exame laboratorial.
§ 3º Quando o animal for membro de família multiespécie, a eutanásia será precedida
também de consentimento informado dos respectivos pais humanos.
Art. 59. A eutanásia, nos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e estabelecimentos
oficiais congêneres do município pressupõe:
I – que o animal seja diagnosticado com enfermidade infectocontagiosa incurável;
II – que essa enfermidade não admita tratamento, nem controle;

167
III – que, pelas razões apontadas nos incisos I e II, o animal coloque em risco a saúde humana
e a de outros animais.
§ 1º As condições para a autorização da eutanásia previstas nos incisos do caput deste artigo
deverão estar presentes concomitantemente.
§ 2º Toda eutanásia será justificada por 2 (dois) laudos, sendo 1 (um) deles emitido pelo
responsável técnico pelos órgãos e estabelecimentos oficiais referidos no caput deste artigo, e outro por um
dos médicos que compõe a sua equipe e, em todo caso, sempre precedida de exame laboratorial.
§ 3º Em se tratando de eutanásia envolvendo cão com leishmaniose, haverá a necessidade
de confirmação do primeiro resultado positivo por meio de um segundo exame que será feito,
obrigatoriamente, a partir de uma segunda coleta de material, observados sempre os limites impostos pelo
caput e seus incisos.
§ 4º As entidades de proteção animal devem ter acesso irrestrito à documentação que
comprove a legalidade da eutanásia referida neste artigo, inclusive aos prontuários dos animais, aos laudos
emitidos pelos médicos autorizados a fazê-los e aos exames laboratoriais justificadores do evento.
Art. 60. É obrigatória a participação do médico veterinário na supervisão e/ou execução da
eutanásia animal.
Art. 61. Os animais deverão ser submetidos à eutanásia em ambiente tranquilo e adequado,
respeitando a sua dignidade e o comportamento da espécie em questão.
Art. 62. A eutanásia deve ser realizada por meio de métodos cientificamente comprovados e
humanamente aceitáveis, que produzam a cessação da vida animal de forma indolor e digna, garantida sempre
a prévia perda da consciência.
Art. 63. Os restos mortais dos animais eutanasiados deverão ter destinação adequada e
digna.
Parágrafo único. É proibido lançar os cadáveres de animais eutanasiados no lixo ou em
depósito similar, pois incompatível com a dignidade animal e com as regras relativas à Política Nacional de
Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10).

LIVRO II
DIREITO DA LIBERDADE NATURAL DA VIDA SILVESTRE
TÍTULO I
DO DIREITO FUNDAMENTAL À LIBERDADE DOS ANIMAIS SILVESTRES

Art. 64. Os animais silvestres têm o direito fundamental à liberdade natural, em seu habitat
ecologicamente equilibrado.
§ 1º Para a efetivação desse direito, o habitat deve ser, o quanto possível, preservado e
protegido de qualquer violação, interferência ou impacto negativo que comprometa sua condição de
sobrevivência com dignidade.
§ 2º Para toda instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
vulneração de direitos fundamentais dos animais silvestres ou de sua submissão a práticas cruéis, será exigido
estudo prévio de impacto ambiental, em suas diferentes modalidades caracterizadas na regulamentação
específica, a que se dará publicidade.
§ 3º O estudo prévio de impacto ambiental de que trata o § 2º deverá ser realizado, inclusive,
anterior às construções de edificações urbanas em que animais residam nos locais nos quais será edificada a
obra, especialmente quando a construção ocorrer em ambiente de mata.
Art. 65. A criação, manutenção e a reprodução de animais silvestres em cativeiro somente

168
será admitida nos seguintes casos:
I – para fins de conservação de espécies raras ou ameaçadas de extinção, segundo listas
oficialmente publicadas;
II – para os cuidados com a saúde, a segurança e a integridade do próprio animal,
especialmente quando vitimado por desastres ecológicos ou por ação antrópica;
III – para fins científicos, desde que não haja técnica ou método alternativo ou substitutivo
que dispense a utilização do animal.
§ 1º No caso do inciso I deste artigo, tão logo o animal esteja recuperado e apto deverá ser
reintroduzido no habitat, de acordo com as recomendações técnicas específicas para cada espécie.
§ 2º Os animais que não puderem ser reintroduzidos no habitat por impossibilidade de
recuperação integral ou por não ser recomendável por questões sanitárias, poderão ser entregues a jardins
zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos
habilitados.
§ 3º Com exceção da hipótese do inciso II deste artigo, a criação, a manutenção e a
reprodução de animais silvestres em cativeiro dependerá de permissão, licença ou autorização da autoridade
ambiental competente.
Art. 66. Fica proibida a importação ou a introdução de animais exóticos, inclusive aquáticos,
em todo o território municipal.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS PEIXES E DOS DEMAIS ANIMAIS AQUÁTICOS
CAPÍTULO I
DO DIREITO FUNDAMENTAL À EXISTÊNCIA DIGNA DOS ANIMAIS AQUÁTICOS

Art. 67. Os direitos fundamentais dos animais silvestres de habitat aquático passam a contar
com especial proteção por parte do Município.
Art. 68. Todos os peixes e demais animais sencientes de habitat marinho, fluvial e lacustre
têm o direito fundamental à existência digna, protegida de práticas cruéis, especialmente no âmbito da pesca,
da aquicultura e da aquariofilia.
Art. 69. Compete ao Município, em cooperação com as entidades de proteção ambiental e
animal, fiscalizar o exercício das atividades pesqueiras, de aquicultura e de aquariofilia, de modo a efetivar o
direito previsto no artigo anterior, bem como para evitar a destruição de habitats aquáticos que possa
comprometer a vida nesses ambientes.
Art. 70. Para toda instalação de obra ou atividade pesqueira potencialmente causadora de
significativa degradação ambiental ou de vulneração dos direitos fundamentais dos animais aquáticos ou de
sua submissão a práticas cruéis, será exigido estudo prévio de impacto ambiental, em suas diferentes
modalidades caracterizadas em regulamentação específica, a que se dará publicidade.
Art. 71. As instalações e os planos de manejo destinados à aquicultura devem ser
implementados e mantidos de forma a não gerar estresse, nem degradar os direitos fundamentais e a
qualidade de vida dos animais aquáticos envolvidos na atividade, sendo que qualquer alteração persistente
de comportamento detectada deverá ser objeto de avaliação e possível redefinição dos procedimentos de
manejo e densidades dos organismos sob cultivo.
§ 1º Os sistemas de produção aquícola deverão ser orgânicos e planejados de forma que
respeitem as necessidades e o bem-estar dos animais aquáticos.
§ 2º Deve-se dar preferência por animais aquáticos de espécies adaptadas às condições

169
climáticas e ao tipo do manejo empregado.
§ 3º Sempre que for necessária a redução do sofrimento do animal aquático em
procedimentos essenciais ao manejo será permitido o uso de sedativos ou anestésicos aprovados pela
autoridade sanitária competente.
Art. 72. É obrigatório incluir nos planos de manejo de aquicultura, práticas que minimizem a
injúria e o estresse nos animais aquáticos, observado o seguinte:
I – os organismos aquáticos deverão ser mantidos em unidades de produção nas quais os
parâmetros físicos, químicos e biológicos da água e solo atendam às necessidades de conforto dos animais;
II – no caso de moluscos bivalves, os parâmetros de qualidade de água devem contemplar os
possíveis riscos para a saúde pública, atendendo a regulamentação específica;
III – devem ser monitorados e controlados os parâmetros físicos, químicos e biológicos da
água, tanto na entrada como na saída, seguindo as normas vigentes;
IV – a taxa de renovação diária de água nas unidades de recria e engorda deve garantir o
conforto fisiológico dos animais aquáticos;
V – os taludes dos viveiros devem estar recobertos com vegetação adequada,
preferencialmente nativa para fins de controle de erosão;
VI – medidas de prevenção e remoção de predadores e competidores poderão ser adotadas
nas instalações de cultivo desde que não causem injúrias aos animais;
VII – a unidade de produção deverá ter seu perímetro delimitado de adotar medidas de
prevenção para evitar a contaminação por fontes externas e produtos que estejam em desacordo com as
normas vigentes;
VIII – o transporte, o pré-abate e o abate dos organismos aquáticos, inclusive doentes ou
descartados, deverão atender ao seguinte:
a) respeito ao princípio da dignidade animal dos animais aquáticos;
b) redução e eliminação de processos dolorosos;
c) procedimentos de abate humanitário;
d) no caso de animais aquáticos que necessitem ser sacrificados, o uso de anestésico poderá
ser utilizado;
IX – nas exposições e aglomerações, nos mercados e outros locais de venda deverá ser
atendido o princípio da dignidade animal em relação a cada organismo aquático vivo, garantindo-se todos os
parâmetros e protocolos de bem-estar animal.
Art. 73. O Município, em parceria com entidade de proteção animal, realizará programas de
educação animalista especialmente dirigida para pescadores amadores e aquariofilistas.

CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES

Art. 74. Para a proteção do direito fundamental à existência digna dos animais aquáticos, bem
como para a preservação do habitat aquático e da respectiva biodiversidade, são proibidas as seguintes
práticas:
I – pesca com rede de arrasto, ou equipamento similar, tracionada por embarcações
motorizadas, em todo o território municipal;
II – captura, transporte e comercialização de exemplares vivos de animais aquáticos de
espécies:
a) constantes em Listas Oficiais de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (Peixes e

170
Invertebrados Aquáticos);
b) constantes nos Anexos à Convenção Internacional sobre Comércio das Espécies da Flora e
Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES);
c) que possuam característica específica que requeira medida de ordenamento com relação
a sua utilização, a ser definida por meio de pareceres técnicos de especialistas endossados por Sociedade
Científica, que abranja o táxon em questão; e
d) com espécimes coletadas no entorno de ilhas oceânicas;
III – pesca amadora ou esportiva com equipamentos ou petrechos considerados cruéis, que
provoquem dor ou sofrimento aos animais;
IV – captura de caranguejos durante o período da andada pelo manguezal;
V – exposição, comercialização ou entrega, de qualquer forma, de animais aquáticos vivos
para consumo alimentar humano;
VI – cozinhar crustáceos ou outros animais aquáticos vivos.
Parágrafo único. As proibições constantes deste artigo não excluem outras contidas em leis
ou atos normativos mais protetivos.

LIVRO III
DIREITO DA EXISTÊNCIA DIGNA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS COM VALOR ECONÔMICO
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 75. Os animais domésticos com valor econômico, submetidos à exploração pecuária, têm
o direito fundamental à existência digna, protegido contra práticas cruéis.
Art. 76. O Município incentivará a zootecnia celular e as pesquisas científicas e tecnologias de
substituição dos produtos que utilizem animais para fins econômicos.
Art. 77. Animais domésticos com valor econômico, submetidos à exploração pecuária, uma
vez tornados animais de estimação, não poderão retornar ao seu estado anterior.
Parágrafo único. Caso se verifique, estatisticamente, a conversão de determinada espécie de
animal doméstico com valor econômico, submetida à exploração pecuária, em animal de estimação, será
proibida a utilização dessa espécie para o fim econômico anterior.
Art. 78. Para toda instalação de obra ou atividade pecuária potencialmente causadora de
significativa degradação ambiental ou de vulneração dos direitos fundamentais dos animais domésticos ou de
sua submissão a práticas cruéis, será exigido estudo prévio de impacto ambiental, em suas diferentes
modalidades caracterizadas em regulamentação específica, a que se dará publicidade.
TÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
Art. 79. São proibidas as seguintes atividades em função da crueldade intrínseca contra
animais domésticos:
I – importação, produção ou comercialização de patê de fígado de patos, gansos ou de outras
aves, conhecido como foie gras;
II – produção e comercialização de carne de vitela ou similar;
III – exportação de animais domésticos vivos, especialmente bovinos, caprinos e ovinos, em
embarcações por via marítima;
IV – marcação a ferro quente, ou mediante outra técnica dolorosa ou cruel, de bois, vacas ou
outros animais domésticos;

171
V – amputações ou mutilações de animais domésticos sem anestesia e analgesia;
VI – abate de vacas em período de gestação e pelo tempo necessário à amamentação dos
bezerros;
VII – abate de animais com o emprego de marreta, picada no bulbo (choupa), facada no
coração, bem como mutilação ou qualquer método de abate considerado cruel e não humanitário;
VIII – manter sistema produtivo baseado em alojamentos que restrinjam severamente a
movimentação e expressão de comportamentos animais naturais, a exemplo de gaiolas, celas, baias e práticas
de manejo;
IX – abate de bezerros ou trituração de pintos logo após seus nascimentos por filtragem de
sexo.
Parágrafo único. As proibições constantes deste artigo não excluem outras contidas em leis
ou outros atos normativos mais protetivos.

TÍTULO III
DO TRANSPORTE DE ANIMAIS VIVOS

Art. 80. Os veículos destinados ao transporte de animais vivos, especialmente os domésticos


com valor econômico, devem atender às regulamentações das autoridades de trânsito e também aos
seguintes requisitos:
I – ser construído ou adaptado e mantido de forma a evitar sofrimento desnecessário e
ferimentos, bem como para minimizar agitação dos animais, a fim de garantir a manutenção da vida e do bem-
estar;
II – ser adaptado à espécie e à categoria de animais transportados, com altura e largura que
permitam que os animais permaneçam em pé durante a viagem, à exceção das aves, e com abertura de
tamanho compatível para embarque e desembarque dos animais;
III – ser resistente e compatível com o peso e o movimento dos animais transportados;
IV – indicar de forma visível na parte traseira da carroceria do veículo um número de telefone
de emergência;
V – observadas as especificações do fabricante do veículo, quando houver, a lotação de
animais deve estar de acordo com as recomendações específicas;
VI – apresentar superfícies de contato sem proeminências e elementos pontiagudos que
possam ocasionar contusões ou ferimentos nos animais transportados;
VII – permitir a circulação de ar em todo o seu interior garantindo a ventilação necessária para
o bem-estar animal;
VIII – dispor de meios de proteção para minimizar os efeitos de temperaturas extremas;
IX – dispor de meios para visualização parcial ou total dos animais;
X – dispor de meios que evitem derramamento de dejetos durante sua movimentação nas
vias públicas;
XI – possuir piso antiderrapante que evite escorregões e quedas dos animais transportados
fora de caixas contentoras;
XII – possibilitar meios de fornecimento de água para animais transportados fora de caixas
contentoras;
XIII – possuir laterais e teto que protejam contra a fuga, a queda e a exposição de partes do
corpo dos animais transportados para fora do veículo; e
XIV – no caso de transporte de animais em caixas contentoras, o veículo deve dispor de

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estruturas que impeçam o deslocamento ou a queda dessas caixas.
§ 1º Para o transporte de animais em caminhões-baú, deve ser previsto sistema de controle
de temperatura e ventilação.
§ 2º O compartimento de carga do veículo deve possuir abertura para embarque e
desembarque compatível com os animais a serem transportados.
§ 3º A abertura do compartimento de carga do veículo deve alcançar a totalidade de sua
largura e deve possuir mecanismo de travamento para ajuste da abertura ou outra forma equivalente para a
retirada dos animais em caso de emergência.
§ 4º O veículo com mais de um piso deve dispor de sistema de elevação, sendo permitido o
emprego de rampas, desde que possuam superfície antiderrapante que evite escorregões ou quedas dos
animais.
§ 5º O veículo destinado ao transporte de animais usados em entretenimento deve ser
equipado com elementos de proteção aos animais, como baias individuais ou similares.
Art. 81. Os veículos de transporte de animais vivos que não atenderem às especificações
contidas no artigo anterior deverão ser apreendidos pelas autoridades de trânsito, com a destinação imediata
dos animais a locais adequados, nos quais se assegurem seus direitos fundamentais, até que se realize o
reembarque.
Parágrafo. Todas as despesas com a manutenção dos animais na situação referida no caput
correrão por conta do transportador e do contratante do transporte, solidariamente.
Art. 82. Todo transporte de animais vivos deverá ser acompanhado de Guia de Trânsito
Animal (GTA), conforme regulamentação do órgão federal competente, que será apresentado às autoridades
de trânsito sempre que solicitado.

TÍTULO IV
DOS ANIMAIS EM VEÍCULOS DE TRAÇÃO

Art. 83. Fica proibida a utilização de veículos movidos à tração animal e à condução de animais
com cargas, em todo o município.
§ 1º Para efeitos da proibição contida no caput consideram-se:
I – animais sujeitos à proibição: equinos, asininos, muares, caprinos, bovinos e bubalinos;
II – tração animal: todo meio de transporte de carga movido por propulsão animal;
III – condução de animais com cargas: todo deslocamento de animal conduzindo cargas em
seu dorso estando o condutor montado ou não.
§ 2º É vedada a permanência desses animais, soltos ou atados por cordas, ou por outros
meios, em vias ou em logradouros públicos, pavimentados ou não.
§ 3º A fiscalização da proibição contida neste artigo será realizada pelos órgãos
administrativos especificados em leis locais, além das autoridades de trânsito já constituídas.
§ 4º O animal encontrado nas situações vedadas será apreendido pelo agente fiscalizador,
que acionará o órgão municipal competente para proceder ao seu recolhimento e requisitará força policial, se
necessário.
§ 5º Havendo o recolhimento do animal, a responsabilidade pela remoção e retirada dos
veículos de tração animal, bem como das respectivas cargas, além das despesas com a manutenção do animal,
será do condutor do veículo e do proprietário da carga, solidariamente.
§ 6º Os animais apreendidos serão encaminhados à unidade de vigilância de zoonoses, ou
órgão equivalente, para a realização dos procedimentos de verificação das condições de saúde,

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microchipagem, esterilização, vacinação, bem como para o seu alojamento até que ele seja levado a adoção
responsável com asseguramento de que não voltara à tração.
§ 7º O Poder Executivo municipal deverá instituir programa de redução do impacto das
proibições contidas neste artigo, em especial à população usuária de veículo com tração animal, envolvendo
as diversas secretarias e órgãos públicos municipais, além do Conselho Tutelar Animal, se houver.

TÍTULO V
DOS ANIMAIS EM ATIVIDADES DE ENTRETENIMENTO HUMANO

Art. 84. É proibida a utilização de animais, de quaisquer espécies, em circos, atividades de


malabarismos e espetáculos similares.
Parágrafo único. A proibição contida no caput se estende aos espetáculos sem público
presencial, transmitidos pela internet, aplicativos ou dispositivos eletrônicos similares.
Art. 85. Para os fins do disposto no § 7º do art. 225 da Constituição Federal, a prática com
animais deve ser, cumulativamente:
I – desportiva, atendendo aos princípios que norteiam o desporto nacional, contidos na Lei
9.615/1998, inclusive a preservação do meio ambiente;
II – manifestação cultural, conforme o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registrada
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro;
III – regulada por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
§ 1º Às práticas com animais consideradas intrinsecamente cruéis, nas quais não seja possível
assegurar o bem-estar animal, não se aplica o disposto no § 7º do art. 225 da Constituição Federal.
§ 2º A existência de Lei reconhecendo uma prática com animais como manifestação cultural
e bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural, não dispensa o registro da prática pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para os fins do disposto no § 7º do art. 225 da Constituição
Federal.
Art. 86. A utilização de animais domésticos em eventos de exposição depende da garantia
dos seus direitos fundamentais e do seu bem-estar, livre de estresse e desconforto, atestada por laudo de
responsável técnico habilitado.
TÍTULO VI
DOS ANIMAIS EM EXPERIMENTOS DIDÁTICOS E CIENTÍFICOS

Art. 87. A criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em


todo o município, observará a legislação federal respectiva e ao seguinte:
I – a Lei nº 11.794, de 8 de outubro de 2008, passa a ser aplicável também aos animais
invertebrados sencientes, incluindo-se, dentre outros, todos os cefalópodes;
II – ficam proibidas as pesquisas científicas, as atividades didáticas e as testagens em animais
vivos sempre que houver método, técnica ou recurso, nacional ou internacional, que substitua a utilização de
animais;
III – ficam proibidas as experimentações didáticas ou científicas em primatas não humanos,
cães e gatos.
Art. 88. É proibida a testagem em animais de substâncias ou produtos cosméticos e similares,
em todo o município.
Art. 89. Compete às universidades e demais instituições de ensino e pesquisa localizadas no

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município atribuir atividade pedagógica alternativa aos que alegarem imperativo de consciência, entendendo-
se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de vivissecção ou de experimentação didática ou científica com animais vivos.

LIVRO IV
DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NA PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ANIMAIS
TÍTULO I
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

Art. 90. A política de atendimento dos direitos animais far-se-á através de um conjunto
articulado de ações municipais.
Art. 91. São linhas de ação da política de atendimento dos direitos animais:
I – políticas públicas básicas para atendimento dos direitos fundamentais previstos neste
Código;
II – políticas públicas específicas para a proteção dos animais cujas espécies correm riscos de
extinção ou sofram significativo impacto da exploração ou explotação econômica;
III – serviços, programas, projetos e benefícios econômicos de prevenção e redução de
violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;
IV – serviços especiais de prevenção e atendimento veterinário, inclusive psicológico, aos
animais vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade, ferimento, mutilação, opressão e
desastre ecológico;
V – serviço de identificação e localização de animais de estimação desaparecidos;
VI – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos animais;
VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de paternidade ou guarda ética e
responsável de animais em situação de rua.
Art. 92. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento aos direitos de animais de estimação;
II – criação de conselhos municipais dos direitos animais, órgãos deliberativos e controladores
das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações
representativas, segundo leis municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administrativa;
IV – manutenção de fundos municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos
animais;
V – integração operacional a ser regulamentada por lei específica ou por decreto do
Executivo, composta de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar,
Corpo de Bombeiros Militar, Defensoria Pública, Conselho Tutelar Animal, se houver, Secretaria de Meio
Ambiente municipal ou órgão equivalente e demais órgãos públicos encarregados da execução das políticas
de atendimento dos direitos animais, para efeito de agilização do atendimento de animais e seus responsáveis
humanos em situação de risco, inclusive no que se refere à prevenção e repressão da violência doméstica e
familiar em face dos animais;
VI – conscientização e mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos
diversos segmentos da sociedade na garantia dos direitos animais e na substituição progressiva dos produtos
de origem animal e atividades de exploração de animais;
VII – especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes

175
áreas da atenção aos animais, incluindo os conhecimentos sobre Ética e Direito Animal;
VIII – formação profissional com abrangência dos diversos direitos animais que favoreça a
intersetorialidade no atendimento das diversas espécies animais em situação de risco;
IX – realização e divulgação de pesquisas sobre Ética Animal, Bem-Estar Animal, Direito
Animal e sobre prevenção da violência contra animais, inclusive considerando-se as bases da Teoria do Link.

TÍTULO II
DAS ENTIDADES DE PROTEÇÃO ANIMAL

Art. 93. As entidades de proteção animal regularmente constituídas são reconhecidas, em


âmbito municipal, como de utilidade pública e indispensáveis às políticas de atendimento dos direitos animais,
especialmente em relação aos animais em situação de risco.
§ 1º As entidades referidas no caput são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução das suas atividades de proteção dos direitos animais.
§ 2º As entidades poderão atuar em convênio, parceria ou em regime de cooperação com o
Poder Público municipal.
§ 3º As entidades que promovam o abrigamento de animais deverão realizar planejamento,
preferencialmente em cooperação com o Poder Público municipal, para integração ou reintegração familiar
dos animais de estimação resgatados e abrigados.
§ 4º Também são reconhecidas de utilidade pública, para os efeitos desta Lei, as atividades
de proteção animal realizadas por protetores independentes, devendo o Conselho Municipal dos Direitos
Animais, quando criado e instalado, proceder ao seu cadastramento.
Art. 94. As entidades não-governamentais de proteção animal que realizem abrigamento de
animais somente poderão funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos Animais, o qual
comunicará o registro ao Conselho Tutelar Animal municipal correspondente.
Parágrafo único. Até que sejam criados o Conselho Municipal dos Direitos Animais e o
Conselho Tutelar Animal municipal, as entidades não-governamentais de proteção animal poderão realizar
abrigamento de animais segundo suas condições estruturais e financeiras.
§ 1º Será negado o registro à entidade que:
I – não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança para animais abrigados, nem disponha de médico veterinário para o respectivo
atendimento;
II – não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei, nem ofereça
soluções claras e realizáveis para a prevenção de acumulação patológica de animais;
III – não mantenha prontuários individualizados dos animais abrigados, com fotografias ou
vídeos do animal ao ingressar, anotações onde constem data de entrada e circunstâncias do abrigamento
inicial, nome, espécie e características do animal, eventuais pais humanos ou responsáveis, além de
informações do estado de saúde do animal;
IV – esteja irregularmente constituída;
V – tenha em seus quadros pessoas inidôneas para o respeito aos direitos animais;
VI – não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações expedidas pelo
Conselho Municipal dos Direitos Animais.
§ 2º O requisito do inciso III do parágrafo anterior poderá ser relevado caso a entidade se
comprometa a regularizar a situação, comprovando a implementação dos prontuários, justificando as
respectivas faltas de informações, em prazo não superior a 30 (trinta) dias computados da notificação feita

176
pelo Conselho Municipal dos Direitos Animais, quando devidamente instalado.
§ 3º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos
Direitos Animais, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1º deste
artigo.
§ 4º O disposto nesse artigo se aplica aos protetores independentes, com exceção do inciso
IV do § 1º deste artigo.
§ 5º Os requisitos previstos no § 1º deste artigo também são exigidos para o funcionamento
de entidades governamentais que realizem o abrigamento de animais.
Art. 95. As entidades, públicas ou privadas, que resgatem ou abriguem animais, ainda que em
caráter temporário, devem ter, à sua disposição, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
Conselho Tutelar Animal ou à autoridade policial competente suspeitas ou ocorrências de maus-tratos aos
animais.
Art. 96. As entidades governamentais e não-governamentais de proteção animal serão
fiscalizadas pelo Ministério Público, pelos Conselhos Tutelares Animais e pelas próprias entidades
reciprocamente.
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas pelas entidades referidas no caput, que
coloquem em risco os direitos animais assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério
Público para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não-governamentais, inclusive
protetores independentes, responderão pelos danos que causarem aos animais, caracterizado o
descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.

LIVRO V
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 97. As infrações e sanções administrativas previstas nesta Lei não excluem outras,
previstas na legislação federal, estadual ou mesmo municipal.
Art. 98. Constitui infração administrativa de Direito Animal toda ação ou omissão que importe
na inobservância de preceitos estabelecidos por esta Lei, inclusive as condutas tipificadas como crimes em lei
própria, ou na desobediência às determinações das autoridades administrativas competentes.
Art. 99. Toda pessoa física ou jurídica de direito público ou privado está sujeita às prescrições
desta Lei, ficando obrigada a cooperar, inclusive por meios próprios, com a fiscalização na aplicação desta Lei.
Parágrafo único. Sujeitam-se ainda aos preceitos desta Lei a sociedade e a associação
irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica.
Art. 100. Para a imposição e gradação das sanções referentes às infrações definidas nesta Lei
serão considerados(as):
I – a gravidade do fato, tendo-se em vista os motivos da infração e suas consequências para
a saúde e o bem-estar do animal;
II – os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de crimes ambientais;
III – a situação econômica do infrator, no caso de incidência de multa, devendo sua aplicação
ser diretamente proporcional à sua capacidade financeira, respeitado sempre o valor mínimo estipulado por
esta Lei.
Parágrafo único. Responderá pela infração quem de qualquer modo a cometer ou concorrer

177
para sua prática, de modo comissivo ou omissivo, ou dela se beneficiar.
Art. 101. Sem prejuízo da obrigação de o infrator reparar o dano por ele causado ao animal e
da aplicação das sanções cíveis e penais cabíveis, as infrações descritas nesta Lei serão punidas, isolada ou
cumulativamente, com as seguintes sanções administrativas, considerando-se, quando de sua aplicação, cada
animal atingido individualmente, ressalvado o disposto expressamente em contrário:
I – advertência por escrito;
II – multa simples, que variará entre R$ 10.000,00 (dez mil reais) e 500.000,00 (quinhentos
mil reais);
III – multa diária, que variará entre R$ 1.000,00 (um mil reais) e 5.000,00 (cinco mil reais):
a) até que sejam cessados os maus tratos constatados e/ou
b) no caso de continuidade ao desrespeito a esta Lei por motivo outro diferente daquele
contido na alínea anterior;
IV – resgate e apreensão, pela autoridade competente, dos animais encontrados em situação
de vulnerabilidade de seus direitos fundamentais, especialmente quando forem constatados, in loco ou por
exame posterior, os maus-tratos;
V – apreensão de produtos e subprodutos, instrumentos, apetrechos, equipamentos e
veículos de qualquer natureza, inclusive embarcações e navios, utilizados no cometimento da infração;
VI – destruição ou inutilização do produto;
VII – suspensão de venda e fabricação do produto;
VIII – embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
IX – demolição de obra;
X – suspensão parcial ou total das atividades e
XI – interdição definitiva dos estabelecimentos, incluindo-se, dentre outros, canis e gatis que
comercializam, expõem, hospedam, alojam, permutam, doam ou realizam prestação de serviço a animais
vivos.
§ 1º As penalidades previstas neste artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a
penalidade de multa simples ou diária e em relação a cada animal considerado individualmente.
§ 2º Os valores cominados no Capítulo II deste Título, quando não disposto de forma
diferente, referem-se à multa simples e não impedem a aplicação cumulativa das demais sanções previstas
neste artigo.
§ 3º Sendo o Ente Público o descumpridor desta Lei, a penalidade aplicada será destinada
diretamente ao patrimônio do respectivo responsável pelo seu fiel cumprimento, ficando a possibilidade de o
próprio Ente ser responsabilizado no caso de impossibilidade financeira de seu representante.
§ 4º Nos casos de reincidência específica, caracterizada pelo cometimento de nova infração
da mesma natureza e gravidade, a multa corresponderá ao dobro da anteriormente imposta.
§ 5º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, serão aplicadas
cumulativamente as sanções a elas cominadas, somando-se, assim, seus respectivos valores, considerando-
se, ainda, cada animal atingido individualmente.
§ 6º O valor da multa será estipulado levando-se em conta, além dos parâmetros fixados no
art. 100, sua capacidade coercitiva de adequação da conduta lesiva detectada às determinações da presente
Lei.
Art. 102. Além da específica multa a que está sujeito, fica, o infrator, pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado, bem como sociedade ou associação irregulares ou outros entes organizados
sem personalidade jurídica, obrigado a custear todas as despesas médico-veterinárias decorrentes dos
infortúnios experienciados pelo animal em razão de sua conduta comissiva ou omissiva, tais como consultas,

178
cirurgias, medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos), fisioterapias, peças ortopédicas, dentre outras.
Art. 103. O não pagamento da multa no prazo de 30 (trinta) dias computados de seu
vencimento, autorizará o município a inscrever o valor na correspondente Dívida Ativa.
Art. 104. A contatação a qualquer tempo de reincidência da infração, além da dobra do valor
da multa, sujeitará o reincidente à cassação da autorização de licença ambiental e demais licenças necessárias
ao funcionamento do estabelecimento.
Art. 105. A pessoa física ou jurídica, de direito público ou de direito privado, bem como a
sociedade ou associação irregulares ou outros entes organizados sem personalidade jurídica que violarem os
direitos fundamentais animais ou cometerem maus-tratos contra esses seres:
I – não poderá, em nenhuma hipótese, ser nomeada depositária ou guardiã do animal cujos
maus-tratos foram identificados;
II – perderá definitivamente a guarda do animal tão logo seja julgado subsistente o auto de
infração ou dele não couber mais recursos;
III – perderá também, em definitivo, a guarda de outros animais que estejam sob sua guarda
ou posse, ainda que não comprovados os maus-tratos em relação a eles em específico, quando subsistente o
auto de infração e em atenção aos princípios da precaução e da prevenção;
IV – não poderá, por 10 (dez) anos, computados do auto de infração ou medida equivalente
identificadora dos maus-tratos, adotar ou ficar, ainda que temporariamente, com a guarda de quaisquer
animais.
Parágrafo único. O prazo previsto no inciso IV será reiniciado toda vez que outra constatação
de maus-tratos for apurada pelas autoridades competentes.

CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS EM ESPÉCIE

Art. 106. Caso seja identificado o dano existencial ao animal previsto nos §§ 4º e 5º do art. 2º
desta Lei, independentemente da multa atribuída pela constatação da crueldade, será imputada ao infrator
multa que variará de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), assim
equacionada:
I – em se tratando da situação prevista no inciso I do § 4º: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) por animal prejudicado;
II – em se tratando da situação prevista no inciso II do § 4º: multa de R$ 2.500,00 (dois mil e
quinhentos reais) por animal prejudicado;
III – em se tratando da situação prevista no inciso III do § 4º: multa de R$ 3.000,00 (três mil
reais) por animal prejudicado;
IV – em se tratando da situação prevista no inciso IV do § 4º:
a) multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) por animal prejudicado, se o auxílio de
que passa a depender for temporário;
b) multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por animal prejudicado, se o auxílio de que passa a
depender for permanente.
Parágrafo único. Se decorrente do infortúnio experienciado pelo animal nas circunstâncias
previstas no caput, simultaneamente:
I – ele não puder mais fazer determinada atividade que antes era parte de sua rotina e passar
a depender de auxílio temporário de seu tutor ou cuidador para fazer outra(s) atividade(s) que antes realizava
sozinho: multa de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) por animal prejudicado;

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II – ele não puder mais fazer determinada atividade que antes era parte de sua rotina e passar
a depender de auxílio permanente de seu tutor ou cuidador para fazer outra(s) atividade(s) que antes realizava
sozinho: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por animal prejudicado;
III – ele tiver que passar por um processo de readaptação ou reabilitação para continuar
fazendo atividade que antes do infortúnio experienciado era-lhe rotineira e tiver que incorporar,
obrigatoriamente, outras atividades à sua rotina: multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por animal
prejudicado;
IV – ele passar a depender de auxílio temporário de seu tutor ou cuidador para fazer a
atividade que antes realizava sozinho e tiver que incorporar, obrigatoriamente, outras atividades à sua rotina:
multa de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais) por animal prejudicado;
V – ele passar a depender de auxílio permanente de seu tutor ou cuidador para fazer a
atividade que antes realizava sozinho e tiver que incorporar, obrigatoriamente, outras atividades à sua rotina:
multa de R$ 8.000,00 (oito mil reais) por animal prejudicado.
Art. 107. O humano ou grupo de humanos a que alude o § 5º do art. 2º desta Lei,
responsabilizar-se-á pela multa graduada nos termos do artigo precedente.
Art. 108. Pelo não atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º do art. 18, além das demais
penalidades legais incidentes, será aplicada multa que variará entre R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e
1.000.000,00 (um milhão de reais), a depender do tamanho do impacto ambiental e da quantidade de animais
potencialmente atingida, observadas as demais regras relativas à gradação das multas previstas por esta Lei.
Art. 109. Para as condutas humanas vulnerantes de direitos fundamentais animais
ocasionadoras de maus-tratos na forma previstas no art. 25 desta Lei, além das demais sanções penais e cíveis
cabíveis a que está(ão) sujeito(s) o(s) infrator(es), será imputada multa que variará na forma prevista no inciso
II do art. 101, além de outras consequências administrativas definidas por este Código.
Parágrafo único. Todo aquele que participar das condutas vulnerantes elencadas pelo art. 25
sujeitar-se-á à multa, devendo ser aplicada considerando-se cada infrator individualmente, incidindo o valor
por cada animal maltratado.
Art. 110. Pelo descumprimento do § 8° do art. 25 desta Lei, além das demais sanções de
natureza penal, cível e administrativa previstas na legislação pertinente, o médico veterinário ou zootecnista
pagará multa equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por animal, cujo descumprimento da Resolução nº
1.236/18 do Conselho Federal de Medicina Veterinária se der.
Art. 111. Pela desobediência ao comando inserto no art. 26, além de outras sanções que
possam incidir sobre o caso, o infrator pagará multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por cada animal objeto
de rifas, sorteios, brindes, loterias, bingos e similares.
Art. 112 – Descumprido por qualquer convenção ou regimento interno condominial o
disposto no parágrafo único do art. 28, será aplicada multa ao condomínio no importe de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais), devendo a autoridade responsável pela imputação da multa estipular prazo para alteração desses
instrumentos normativos nunca superior a 90 dias.
Parágrafo único. Passado o prazo estabelecido pelo caput, nova multa será aplica em dobro
a cada período de 90 (noventa) dias e até que se realize a mudança dos instrumentos normativos
condominiais.
Art. 113. O pai e/ou a mãe humanos, o tutor ou o responsável pelo animal de estimação que
deixar de adotar quaisquer das providências previstas no art. 36 desta Lei, sujeitar-se-á ao pagamento de
multa de R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por providência omitida.
§ 1º A multa poderá deixar de ser aplicada caso o sujeito ativo, uma vez notificado para
implementar a providência, o faça no prazo designado pelo agente fiscalizador e não tenha havido, até então,

180
nenhum prejuízo para o animal.
§ 2º Se em decorrência da omissão relativa às providências previstas no art. 36 o animal
experienciar algum infortúnio, a multa a ser aplicada será aquela prevista no inciso II do art. 101 desta Lei,
devendo ser graduada em consonância com o impacto sofrido pelo animal e de acordo com as demais regras
estabelecidas neste Código para gradação do valor a ser imputado.
§ 3º Em qualquer caso, havendo reincidência, a multa poderá ser dobrada.
Art. 114. Pela não assunção das responsabilidades previstas no § 2º do art. 39, as pessoas
e/ou entes ali apontados responderão com multa no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) por cada animal
que teve algum ou alguns de seus direitos fundamentais não garantidos e/ou desrespeitados, além da
possibilidade de responderem pelas demais penalidades legais cabíveis.
Parágrafo único. Pelo descumprimento do § 3º do art. 39 desta Lei, os responsáveis
apontados no § 2º desse mesmo artigo que proibir a alimentação ou a dessedentação dos animais em situação
de abandono ou comunitários ou, ainda, proibir a permanência deles nos condomínios ou prédios sob suas
governanças responderá com multa no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais) por cada animal que teve seu
direito à alimentação, à dessedentação ou à moradia desrespeitado.
Art. 115. Não garantido o custeio e consequente acesso aos direitos fundamentais animais
de que trata a norma do art. 41, os responsáveis por desincumbirem-se dessa imposição pagará multa de R$
2.000,00 (dois mil reais) por animal cujos direitos não tenham sido atendidos, devendo os valores ser
revertidos para os próprios animais e administrados por uma entidade de proteção animal que se habilite para
tal ou, então, pela família multiespécie ou cuidador comunitário.
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista no caput, a entidade de proteção animal, a
família multiespécie ou o cuidador comunitário que administrar os valores decorrentes das multas deverá
prestar contas às autoridades competentes que assim exigir.
Art. 116. O desatendimento ao art. 42 desta Lei obriga o condomínio ao pagamento de R$
5.000,00 (cinco mil reais) por animal cujo comunicado não tenha sido providenciado.
Art. 117. O descumprimento do art. 43 obriga o proprietário do prédio particular e o gestor
do prédio público ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por animal maltratado, cujas providências
previstas no art. 42 não tenham sido tomadas por eles.
Parágrafo único. Caso o patrimônio do gestor público responsável pelo prédio público onde
ocorreram os fatos não seja suficiente a honrar o pagamento da(s) multa(s) aplicada(s), a cobrança se dará
diretamente ao Ente Público proprietário ou locatário do prédio onde ocorreu(am) o(s) fato(s).
Art. 118. O não atendimento, pelos responsáveis elencados no § 2º do art. 39, dos demais
deveres a que se refere o CAPÍTULO II do TÍTULO IV do LIVRO I desta Lei, sujeita-os ao pagamento de multa de
R$ 5.000,00 (cinco mil reais), sem prejuízo das demais sanções de natureza civil, penal e administrativa
previstas nesta ou em outra Lei aplicável a cada caso.
Art. 119. Aquele que deixar de comunicar ao órgão público municipal competente, no prazo
legal, o resgate de cão ou gato em situação de rua, independentemente de adoção, visando a formar ou a
ampliar família multiespécie, nos termos do que prevê o art. 53, pagará multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
por animal resgatado.
Parágrafo único. A multa poderá deixar de ser aplicada caso o agente fiscalizador ateste que
o animal resgatado se encontra integrado à família multiespécie e em boas condições de saúde e bem-estar.
Art. 120. Negar, impedir ou embaraçar o acesso à documentação que comprove a legalidade
da eutanásia de animal à entidade de proteção animal, inclusive envolvendo os respectivos prontuários dos
animais, os laudos emitidos pelos médicos autorizados a fazê-los e os exames laboratoriais justificadores do
evento, tal como possibilitado pelo art. 54 desta Lei, ensejará multa de R$ 1.000,00 (um mil reais) a ser

181
imputada ao(s) responsável(is) direto(s) pela negativa, impedimento ou embaraço.
Parágrafo único. O responsável técnico pelo estabelecimento também será multado no
mesmo importe previsto no caput.
Art. 121. O descumprimento do parágrafo único do art. 63 enseja multa equivalente a R$
1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por animal cujo cadáver decorrente de eutanásia for lançado no lixo ou
em depósito similar.
Art. 122. Pelo não atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º do art. 64, além das demais
penalidades legais incidentes, será aplicada multa que variará entre R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e
1.000.000,00 (um milhão de reais), a depender do tamanho do impacto ambiental e da quantidade de animais
potencialmente atingida, observadas as demais regras relativas à gradação das multas previstas por esta Lei.
Art. 123. A desobediência a quaisquer dos comandos do art. 65 desta Lei sujeitará o infrator
ao pagamento de multa correspondente a R$ 10.000,00 (dez mil reais) por animal silvestre encontrado em
desacordo com os respectivos permissivos legais.
Art. 124. Pelo descumprimento do art. 66, o infrator responderá por multa no importe de R$
10.000,00 (dez mil reais) por animal exótico importado ou introduzido no âmbito municipal.
Art. 125. Pelo não atendimento ao disposto no art. 70, além das demais penalidades legais
incidentes, será aplicada multa que variará entre R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e 1.000.000,00 (um milhão de
reais), a depender do tamanho do impacto ambiental e da quantidade de animais potencialmente atingida,
observadas as demais regras relativas à gradação das multas previstas por esta Lei.
Art. 126. Pela ausência do plano de manejo a que alude o art. 72 ou, então, pelo
descumprimento dos itens a ser efetivados por esse mesmo plano em consonância com o disposto nos
respectivos incisos desse mesmo artigo, será aplicada multa que variará entre R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
e 1.000.000,00 (um milhão de reais), a depender do tamanho do impacto suportado pelos animais envolvidos,
observadas as demais regras relativas à gradação das multas previstas por esta Lei.
Art. 127. A multa decorrente do descumprimento do art. 74 será graduada da seguinte
maneira:
I – pelo descumprimento de seu inciso I: variará entre R$ 15.000,00 (quinze mil reais) e
500.000,00 (quinhentos mil reais), a depender da quantidade e espécies de animais pescados ilegalmente;
II – pelo descumprimento de seu inciso II: R$ 10.000,00 (dez mil reais) por cada animal
capturado, transportado ou comercialização;
III – pelo descumprimento de seus incisos III, IV, V e VI: 1.000,00 (um mil reais) por cada animal
a que se referem esses dispositivos.
Art. 128. Pelo não atendimento ao disposto no art. 78, além das demais penalidades legais
incidentes, será aplicada multa que variará entre R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e 1.000.000,00 (um milhão de
reais), a depender do tamanho do impacto ambiental e da quantidade de animais potencialmente atingida.
Art. 129. O responsável pelo transporte de animais vivos que deixar de observar as condições
estabelecidas no art. 80, pagará multa de R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por animal
transportado e apreensão do veículo, nos termos do art. 81 desta Lei.
Parágrafo único. A multa de R$ 1.000,00 (um mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por
animal transportado de que trata o caput será assim graduada:
I – animal de pequeno porte: R$ 1.000,00 (um mil reais) (aves, etc.);
II – animal de médio porte: R$ 2.000,00 (dois mil reais) (caprinos, suínos, muares, asininos,
etc.);
III – animal de grande porte: R$ 3.000,00 (três mil reais) (equinos, bovinos, etc.).
Art. 130. Transportar animal vivo sem Guia de Trânsito Animal (GTA), tal como impõe o art.

182
82, sujeita o infrator ao pagamento de multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais) por cada animal desacompanhado desse documento, devendo ser graduada da seguinte
maneira:
I – animal de pequeno porte: R$ 500,00 (quinhentos reais) (aves, etc.);
II – animal de médio porte: R$ 1.000,00 (um mil reais) (caprinos, suínos, muares, asininos,
etc.);
III – animal de grande porte: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) (equinos, bovinos, etc.).
Art. 131. Deixar equinos, asininos, muares, caprinos, suínos e bovinos soltos ou atados por
cordas, ou por outros meios, em vias ou em logradouros públicos, pavimentados ou não, ferindo o art. 83
desta Lei, sujeitará o infrator ao pagamento de multa por cada animal assim identificado no seguinte importe:
I – R$ 500,00 (quinhentos reais) para caprinos e suínos;
II – R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) para asininos e muares;
III – R$ 1.000,00 (um mil reais) para equinos e bovinos.
Parágrafo único. A multa poderá ser dobrada caso o fato produza sofrimento intenso no
animal.
Art. 132. Utilizar animal doméstico em evento de exposição sem laudo de responsável técnico
habilitado que ateste o bem-estar do animal, inclusive quanto à liberdade de estresse e de desconforto e
respeito aos seus demais direitos fundamentais, tal como garante o art. 86 desta Lei, implicará na multa de R$
500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por animal exposto, graduada da seguinte
maneira:
I – animal de pequeno porte: R$ 500,00 (quinhentos reais) (aves, cães, gatos, etc.);
II – animal de médio porte: R$ 1.000,00 (um mil reais) (caprinos, suínos, muares, asininos,
etc.);
III – animal de grande porte: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) (equinos, bovinos, etc.).
Art. 133. Negar registro no Conselho Municipal dos Direitos Animais, quando criado e
instalado, sem justa causa, à entidade de proteção animal, tal como impõe o art. 94, enseja multa de R$
1.000,00 (um mil reais) a ser paga pelo gestor maior do próprio Conselho.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 134. A disciplina de Direito Animal, na qual também sejam estudados as regras e os
princípios deste Código, integrará o programa dos concursos públicos para a Prefeitura, inclusive o concurso
para os cargos das Guardas Municipais.
Parágrafo único. O caput deste artigo também se aplica aos currículos da escola oficial de
formação e aperfeiçoamento de Guardas Municipais.
Art. 135. O município poderá conceder incentivos fiscais para produtos e serviços que não
utilizem matéria-prima de origem animal.
Art. 136. Ficam proibidas, em todo o município, a criação e a utilização de animais para o
diagnóstico da raiva.
Parágrafo único. A inobservância do caput enseja multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por
animal.
Art. 137. Os zoológicos, fundações, aquários e estabelecimentos públicos e privados similares
que mantêm primatas não humanos e cetáceos em cativeiro, fora das hipóteses permitidas por este Código,
deverão se adaptar aos seus preceitos no prazo de 1 (um) ano.

183
Art. 138. A data de promulgação deste Código de Direito e Bem-Estar Animal do Município
de XXXXXXXXXX será conhecida e comemorada como “Dia Municipal dos Direitos Animais”.
Art. 139. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias computados de sua
publicação oficial.

184
ANEXO IV - Exposição de motivos do Código de Direito e Bem-estar Animal

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL

João pessoa/PB – Curitiba/PR, 12 de maio de 2022.


Senhor Vereador EDUARDO CASSOL,
Exposição de motivos do projeto de Código de Direito e Bem-Estar Animal

A verdade bondade do homem só pode se manifestar com toda a pureza e com toda a liberdade em
relação àqueles que não representam nenhuma força. O verdadeiro teste moral da humanidade (o
mais radical, situado num nível tão profundo que escapa a nosso olhar) são as relações com aqueles
que estão à nossa mercê: os animais. E foi aí que se produziu a falência fundamental do homem,
tão fundamental que dela decorrem todas as outras. (Milan Kundera, A insustentável leveza do ser,
1984)

Temos a honra de apresentar à alta consideração de Vossa Excelência o projeto de Código de


Direito e Bem-Estar Animal.

Capítulo 1 – As transformações da filosofia ética em relação aos animais


São notáveis as transformações éticas ocorridas nos últimos tempos na relação entre humanos e
animais não-humanos. Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, a percepção dos animais como seres
dotados de consciência e de capacidade de sofrer tem rendido diversas mudanças de tratamento e de
consideração moral (ATAIDE JUNIOR & SILVA, 2020).
Costuma-se atribuir a René Descartes (1596-1650), na filosofia do século XVII, a concepção de
que animais não sentiriam dor, posto que não teriam alma e se assemelhariam a máquinas. Na verdade, ainda
que Descartes tenha dividido corpo e mente, separando humanidade e animalidade e, consequentemente,
colaborando com o afastamento do humano em relação à natureza (INGOLD, 1994, p. 14-32), ele nunca
afirmou que animais não sentem dor.
Antes de Descartes, foi o médico espanhol Gomez Pereira (1500-1558) quem efetivamente
afirmara o “automatismo das bestas”, pelo qual os animais não teriam razão, nem sensibilidade (LOURENÇO,
2008, p. 186-187). Mas coube a Anthony Le Grand (1629-1699), seguidor de Descartes, no final do século XVII,
formular a conhecida máxima segundo a qual “o gemido de um cão que apanha não constitui prova do
sofrimento animal, assim como o som de um órgão não atesta que o instrumento sente dor quando tocado”
(LE GRAND apud THOMAS, 1996, p. 40).
Essa concepção mecanista do animal-máquina-que-nada-sente perpetuou-se na história e na
filosofia, confortando a consciência humana, especialmente na utilização cruel de animais em
experimentações científicas.
Não obstante, veja-se que, no mesmo século XVII, outro filósofo racionalista, Benedictus de
Spizona (1632-1677), conhecedor da obra de Descartes, afirmara, na sua Ética, que os animais sentem, não
obstante sejam submetidos aos humanos (SPINOZA, 2018, p. 138, 180-181).
Mas, foi em 1776 que Humphry Primatt (1735-1776) publica, na Inglaterra, o precursor A
dissertation on the duty of mercy and the sin of cruelty against brute animals (Uma dissertação sobre o dever
de compaixão e o pecado da crueldade contra os animais brutos, tradução nossa), defendendo que “as
diferenças na aparência são irrelevantes à experiência da dor, como algo intrinsecamente mau para quem a
sofre” (FELIPE, 2006, p. 211).
Esse livro inspiraria o filósofo utilitarista Jeremy Bentham (1748-1832), na sua obra clássica, An
introduction to the principles of morals and legislation (Uma introdução aos princípios das morais e da
legislação, tradução nossa), de 1780, mas publicada em 1789, a anotar que um dia os animais adquiririam os
direitos que nunca poderiam ter sido a eles recusados, exceto pelas mãos de uma tirania (BENTHAM, 1789, p.
143). Para concluir assim, Bentham, no mesmo local, afirmou que não existem razões que justifiquem fazer
sofrer os animais, quando o mesmo tratamento não se permite para os seres humanos; que o número de

185
pernas, a pele mais peluda ou a presença de uma cauda não são razões suficientes para justificar o sofrimento
a criaturas com a mesma capacidade de sentir que os seres humanos; que nem mesmo a razão ou a linguagem
servem a esse propósito discriminador; a questão mais importante, de fato, não é saber se os animais podem
raciocinar ou se podem falar, mas, sim, se podem sofrer (BENTHAM, 1789, p. 143-144, destaque nosso).
Mais tarde, também influenciado pelas ideias de Primatt, Henry Salt (1851-1939), em 1892, lança
Animals’ rights: considered in relation to social progress (Direitos Animais: considerados em relação ao
progresso social, tradução nossa), considerada como a obra inaugural do Direito Animal (SALT, 1980).
Não obstante esse apelo de Primatt e Bentham à senciência animal, Immanuel Kant (1724-1804),
em tradição iniciada na Fundamentação da Metafísica dos Costumes, de 1785 (KANT, 2018, p. 70 et seq.),
permaneceu concebendo que os animais, por serem considerados irracionais, eram coisas, admitidos por isso
como um mero meio de uso arbitrário para essa ou aquela vontade humana (KANT, 2013, p. 106).
A partir do século XIX, a filosofia será impacta pelas descobertas de Charles Darwin, as quais
resultaram na teoria da evolução das espécies, pela qual propôs que o ser humano e outros primatas
descendem de um ramo evolutivo comum e que suas sensações são muito próximas, pois a anatomia, a
fisiologia, as respostas farmacológicas, as reações perante um estímulo nocivo e o comportamento de esquiva
perante uma experiência dolorosa são similares. Ele enunciou que ambos possuem as mesmas faculdades
mentais e sentem prazer, dor, felicidade e sofrimento (LUNA, 2008, p. 19).
Na filosofia contemporânea, Peter Singer, discípulo do utilitarismo de Bentham, mas com notas
próprias, nos anos 70 do século XX, usando o critério da senciência, explora o princípio da igual consideração
de interesses semelhantes, explicando que há diferenças óbvias entre os humanos e os outros animais, as
quais devem traduzir-se em algumas diferenças nos interesses de cada um. O princípio básico da igualdade
não requer o mesmo tratamento para todos, mas sim consideração igual, o que conduz a interesses e
tratamentos diferentes. Sendo assim, independentemente da natureza do ser, o princípio da igualdade exige
que ao seu sofrimento seja dada tanta consideração como ao sofrimento semelhante, sendo a senciência a
única fronteira defensável para a consideração de interesses alheios (ANDRADE & ZAMBAM, 2016, p. 151;
SINGER, 2004), não havendo nenhuma justificativa moral para a desconsideração desse sofrimento (CASTRO
JUNIOR & VITAL, 2018, p. 142; RIBEIRO, 2018, p. 20).
Tom Regan, já nos anos 80 do século XX, começa a usar a linguagem dos direitos animais.
Considera que, se há animais conscientes do mundo e do que lhes acontece, o que lhes acontece é importante
para eles, quer alguém mais se preocupe com isso ou não. Se há animais que atendem a esse requisito, eles
são sujeitos-de-uma-vida e, como tal, têm direitos, exatamente como seres humanos (ANDRADE & ZAMBAM,
2016, p. 152; REGAN, 2006). Em outras palavras, não são os interesses dos indivíduos que possuem um valor
moral fundamental, mas sim os indivíduos detentores de interesses (RIBEIRO, 2018, p. 20).
Regan considera sujeitos-de-uma-vida os indivíduos que possuem crenças e desejos, percepção,
memória, noção do futuro, sensações de prazer e dor, interesses de preferências e de bem-estar, capacidade
de agir de acordo com seus desejos e objetivos, identidade psicofísica ao longo do tempo e um bem-estar
individual no sentido em que a sua vida experiencial lhe corre melhor ou pior, independente da sua utilidade
para os outros ou de ser objeto de interesses de outros (RIBEIRO, 2018, p. 21). Em linhas gerais, os sujeitos-
de-uma-vida possuem valor inerente, não devendo ser tratados como meios para alcançar um fim (CASTRO
JUNIOR & VITAL, 2018, p. 144).
Gary Francione, também considerado um abolicionista, defende que um dos maiores entraves a
uma maior proteção dos não-humanos é a condição deles como propriedade dos humanos, o que determina
que estes possam impor sofrimento aos primeiros mediante justificativas como hábito, convenção, costume,
divertimento, conveniência ou prazer. Segundo ele, para resolver tal questão, devemos aplicar aos não-
humanos o princípio da igual consideração de interesses, o que implica em tratar um mesmo interesse da
mesma forma para humanos e não-humanos, a não ser que exista uma boa razão para não fazê-lo
(FRANCIONE, 2013; RIBEIRO, 2018, p. 21).
Baseado em Charles Darwin, Gary Francione afirma que quaisquer diferenças entre humanos e
não-humanos são diferenças de grau, ou quantitativas, e não de tipo, ou qualitativas (FRANCIONE, 2013).
Sendo assim, a única diferença entre humanos e não-humanos é a espécie e esta característica não justifica a
exclusão dos não-humanos da comunidade moral (RIBEIRO, 2018, p. 22).

186
O autor também afirma que tanto humanos quanto não-humanos têm um interesse moralmente
significativo em não sofrer de jeito nenhum como resultado de ser usado como coisa ou recurso. Assim sendo,
constitui nossa obrigação moral estender aos animais não-humanos o direito básico de não serem tratados
como coisas (FRANCIONE, 2013).
O que se pode perceber, ao menos desde Primatt e Bentham, passando pelos três expoentes da
filosofia ética animal contemporânea, é que a senciência e o sofrimento animal sempre estiveram na ponta
das considerações morais em relação aos animais. O sofrimento animal é importante para fins éticos. Mas,
evidentemente, isso não foi o bastante para elevar os animais ao patamar de sujeitos incluídos na comunidade
moral humana.
A Ciência moderna, no entanto, em muito contribuiu para dar uma noção mais aprofundada da
senciência animal, o que pode em muito contribuir para mais bem densificar o debate ético (e jurídico) em
relação aos animais.
2022 é o ano de aniversário dos 10 anos da Declaração de Cambridge sobre Consciência em
Animais Humanos e Não Humanos, elaborado por neurocientistas, neurofarmacologistas, neurofisiologistas,
neuroanatomistas e neurocientistas computacionais cognitivos reunidos na Universidade de Cambridge
(Inglaterra).
Segundo essa Declaração, que rompe definitivamente com o antropocentrismo nas Ciências, “A
ausência de um neocórtex não parece impedir que um organismo experimente estados afetivos. Evidências
convergentes indicam que os animais não humanos têm os substratos neuroanatômicos, neuroquímicos e
neurofisiológicos de estados de consciência juntamente como a capacidade de exibir comportamentos
intencionais. Consequentemente, o peso das evidências indica que os humanos não são os únicos a possuir os
substratos neurológicos que geram a consciência. Animais não humanos, incluindo todos os mamíferos e as
aves, e muitas outras criaturas, incluindo polvos, também possuem esses substratos neurológicos.”2
É nesse estágio das descobertas científicas e das considerações éticas sobre animais que se
propõe, para o Brasil, uma versão diferenciada de Código animalista, ao mesmo tempo compatível com a
nossa estrutura constitucional de direitos e avançada na realização das promessas constitucionais de efetiva
proteção estatal dos animais enquanto sujeitos de determinados direitos fundamentais.
Mais do que isso, a presente proposta de Código é de equilíbrio, mas também de franca atividade
em direção à recuperação da verdadeira bondade de todos os seres humanos em seu mais profundo teste de
moralidade universal.

Capítulo 2 – O estado da arte do Direito Animal brasileiro


Antes de apresentar e justificar a estrutura do projeto é necessário, ainda que sucintamente,
passar os olhos no estado da arte do Direito Animal brasileiro.
É um pouco mais do que evidente que o contexto normativo atual em que se inserem os animais
não é o mesmo do período anterior à Constituição de 1988, nem mesmo da época em que foi editado o atual
Código Civil.
As aludidas transformações éticas – para não dizer culturais e de consciência pública – operaram
uma verdadeira mudança de paradigmas no tratamento e nas qualificações normativas relativas aos animais,
o que não pode passar despercebida pelo legislador federal (ARAÚJO, 2003; ATAIDE JUNIOR, 2022b).
Assim é que todas as disposições normativas – ou projetos sobre disposições normativas – que
digam respeito a animais devem ser interpretadas à luz da regra constitucional da proibição da crueldade e do
correlato princípio da dignidade animal, normas que exsurgem do inciso VII, do parágrafo 1º do art. 225 da
Constituição Federal de 1988 (ATAIDE JUNIOR, 2020b; MAROTTA, 2019; SARLET & FENSTERSEIFER, 2017).
O art. 225, § 1º, VII da Constituição brasileira de 1988 preceitua, de forma inédita e sem
precedentes em outros países, o dever do Poder Público em “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da
lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais à crueldade” (grifos nossos).

2 Disponível em: https://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf . Acesso em: 16 mar. 2022.

187
A Constituição proíbe a crueldade porque pressupõe que os animais são seres dotados de
consciência e de capacidade de sofrer (a senciência). Não haveria sentido em se proibir a crueldade contra
coisas inanimadas, destituídas da capacidade de sentir dor ou de serem impactadas pela crueldade.
Ao valorar positivamente a consciência animal, proibindo as práticas cruéis, a Constituição
brasileira considerou os animais não-humanos como seres importantes por si próprios, como fins em si
mesmos, ou seja, reconheceu-lhes, implicitamente, o valor intrínseco e a dignidade própria, mesmo que em
outros dispositivos atribua a esse seres vivos outras valorações, de natureza instrumental (ATAIDE JUNIOR,
2020, p. 22-25).
Essa consideração ética sobre a dignidade animal não é apenas acadêmica.
Segundo a Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4983,
conhecida como ADI da vaquejada (2016), “A Constituição, no seu artigo 225, § 1º, VII, acompanha o nível de
esclarecimento alcançado pela humanidade no sentido de superação da limitação antropocêntrica que coloca
o homem no centro de tudo e todo o resto como instrumento a seu serviço, em prol do reconhecimento de
que os animais possuem uma dignidade própria que deve ser respeitada.”3
Também não se imagine que o reconhecimento da dignidade animal é uma invenção brasileira.
Como registro mais importante no direito comparado, o Animal Welfare Act da Suíça – isto é, a
Lei de Bem-Estar Animal da Suíça –, de 2005, é expresso em afirmar que o seu propósito é proteger a dignidade
e o bem-estar animal (art. 1º). No seu art. 3º, a, define dignidade como o “valor inerente do animal, que deve
ser respeitado ao se lidar com ele. Caso exista alguma tensão imposta ao animal que não possa ser justificada
por interesses imperiosos, isso se constitui um desrespeito à dignidade do animal. A tensão é considerada
presente, particularmente, se for infligido dor, sofrimento ou dano ao animal, se ele for exposto a ansiedade
ou humilhação, se houver grande interferência em sua aparência ou habilidades, ou se for excessivamente
instrumentalizado.”4
Nesse sentido, é lapidar a observação dos constitucionalistas brasileiros Ingo W. Sarlet e Tiago
Fensterseifer, no sentido que “especialmente em relação aos animais não humanos, deve-se reformular o
conceito de dignidade, objetivando o reconhecimento de um fim em si mesmo, ou seja, de um valor intrínseco
conferido aos seres sensitivos não humanos, que passam a ter reconhecido o seu status moral e dividir com o
ser humanos a mesma comunidade moral.” (SARLET & FENSTERSEIFER, 2017, p. 62).
Essas razões nos levam a apontar a existência, no Brasil, de um princípio jurídico da dignidade dos
animais, derivado no art. 225, § 1º, VII da Constituição. Como todo princípio é teleológico e visa a estabelecer
um estado de coisas que deve ser promovido, sem descrever diretamente qual o comportamento devido
(ÁVILA, 2018, p. 70), o princípio da dignidade animal tem, como conteúdo, a promoção do redimensionamento
do status jurídico dos animais não-humanos, de coisas para sujeitos, impondo, ao Poder Público e à
coletividade, comportamentos que respeitem esse novo status, seja agindo para proteger, seja abstendo-se
de maltratar ou praticar, contra eles, atos de crueldade ou que sejam incompatíveis com a sua dignidade
peculiar (ATAIDE JUNIOR, 2020b, p. 122-123; MAROTTA, 2019; GONÇALVES, 2020, p. 83-86).
Ora, é quase intuitivo afirmar que o estatuto constitucional da dignidade dos animais, do qual
deriva o princípio da dignidade animal, repele a sua consideração, moral e jurídica, como simples coisas ou
bens, afinal, coisas não têm dignidade. A dignidade é um atributo dos sujeitos de direitos. Os animais,

3
STF, Pleno, ADI 4983, Relator Ministro MARCO AURÉLIO, julgado em 6/10/2016, publicado em
27/4/2017.
4
A Áustria foi pioneira em incluir, no seu Código Civil, em 1988, um dispositivo afirmando que os
animais não são coisas (tiere sind keine sachen), protegidos por leis especiais (§285a ABGB); no mesmo sentido, em
1990, foi inserido o §90a no BGB alemão; em 2003, também no art. 641a do Código Civil suíço; de forma
diferenciada foi a alteração do Código Civil francês, em 2015, dispondo, em seu art. 515-14, que os animais são
seres vivos dotados de sensibilidade (Les animaux sont des êtres vivants doués de sensibilité.); na mesma linha do direito
francês, mudou o Código Civil português, em 2017, estabelecendo que os animais são seres vivos dotados de 188
sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza (art. 201º-B). O Código Civil espanhol, por meio
da Lei 17, de 15 de dezembro de 2021, em vigor a partir de 5 de janeiro de 2022, também passou a dizer que “Os
animais são seres vivos dotados de sensibilidade.” (art. 333 bis).
portanto, são sujeitos de direitos fundamentais (talvez uma quarta dimensão desses direitos), os quais são
estabelecidos para a proteção da sua dignidade própria e individual (ATAIDE JUNIOR, 2020b, p. 113-114; 122-
124).
Como uma das principais consequências do reconhecimento constitucional da dignidade animal
universal (porque para todos os animais), o Código Civil brasileiro, enquanto lei ordinária, precisa ser relido,
conforme a Constituição, para afastar a interpretação que resulte em atribuir aos animais o status jurídico de
coisa, bem móvel ou bem semovente (ATAIDE JUNIOR, 2020b, p. 123; LÔBO, 2018, p. 17-18; COELHO, 2020, p.
165).
Mais uma vez é preciso destacar que essa interpretação não é um academicismo estéril.
O Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, no final do seu voto na retrocitada ADI da vaquejada,
afirmou, categoricamente, que “o próprio tratamento dado aos animais pelo Código Civil brasileiro – ‘bens
suscetíveis de movimento próprio’ (art. 82, caput, CC) – revela uma visão mais antiga, marcada pelo
especismo, e comporta revisão.”5
Assim, do próprio dispositivo constitucional que proíbe da crueldade, e do qual deriva o princípio
da dignidade animal, exsurge, desde logo, o direito fundamental animal à existência digna (ATAIDE JUNIOR,
2018, p. 50-52), o qual é explicitado e densificado pelo direito infraconstitucional, que já apresenta uma
catalogação de direitos subjetivos para animais não-humanos.
Esse Direito Animal infraconstitucional, além da legislação federal, também é composto pela
legislação estadual e distrital, dado que a Constituição, ao estabelecer a forma federativa de Estado, distribuiu
competência legislativa concorrente entre União, Estados e Distrito Federal para legislar sobre fauna (art. 24,
VI, Constituição) e competência administrativa comum entre União, Estados e Municípios para preservar a
fauna (art. 23, VII, Constituição). Além disso, os Municípios detêm competência legislativa suplementar à
legislação federal e estadual (art. 30, II, Constituição), além de competência legislativa privativa para assuntos
de interesse local (art. 30, I, Constituição).
Merecem destaque, em primeiro lugar, as fontes legislativas estaduais.
O Código Estadual de Proteção aos Animais de Santa Catarina (Lei 12.854/2003), alterado pelas
Leis 17.485/2018 e 17.526/2018, reconhece que cães e gatos são sujeitos de direito, conforme seu art. 34-A:

Art. 34-A Para os fins desta Lei, cães e gatos ficam reconhecidos como seres
sencientes, sujeitos de direito, que sentem dor e angústia, o que constitui o
reconhecimento da sua especificidade e das suas características em face de outros
seres vivos. (Redação dada pela Lei 17.526/2018).6

De forma subjetivamente mais ampla, o Código Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul
(Lei 15.434/2020) instituiu o regime jurídico especial para animais domésticos de estimação e os qualificou
como sujeitos de direitos (não apenas os cães e gatos, como fez o Código catarinense), conforme seu art. 216:

Art. 216. É instituído regime jurídico especial para os animais domésticos de


estimação e reconhecida a sua natureza biológica e emocional como seres
sencientes, capazes de sentir sensações e sentimentos de forma consciente.
Parágrafo único. Os animais domésticos de estimação, que não sejam utilizados em
atividades agropecuárias e de manifestações culturais reconhecidas em lei como
patrimônio cultural do Estado, possuem natureza jurídica sui generis e são sujeitos

5
STF, Pleno, ADI 4983, Relator Ministro MARCO AURÉLIO, julgado em 6/10/2016, publicado em
27/4/2017.
6
A redação original do artigo, introduzido pela Lei 17.485/2018, incluía também os cavalos como sujeitos
de direitos. No entanto, com a aprovação da Lei 17.526/2018, os cavalos simplesmente foram suprimidos do
texto legal. Essa supressão é inconstitucional pois viola o princípio constitucional da vedação ao retrocesso em
matéria de direitos fundamentais. 189
de direitos despersonificados, devendo gozar e obter tutela jurisdicional em caso de
violação, vedado o seu tratamento como coisa.

Mais recentemente, e mais universal do que as leis catarinense e gaúcha – abrangendo por isso
os animais silvestres – é a Lei mineira 22.231/2016, atualizada pela Lei 23.724, de 18 de dezembro de 2020,
que dispõe sobre a definição de maus-tratos contra animais no Estado de Minas Gerais, a qual, em seu art. 1º,
parágrafo único, passou a estabelecer que,

Art. 1º. São considerados maus-tratos contra animais quaisquer ações ou omissões
que atentem contra a saúde ou a integridade física ou mental de animal,
notadamente: […]
Parágrafo único – Para os fins desta lei, os animais são reconhecidos como seres
sencientes, sujeitos de direito despersonificados, fazendo jus a tutela jurisdicional
em caso de violação de seus direitos, ressalvadas as exceções previstas na legislação
específica.

Apesar dessas leis estaduais não realizarem a catalogação dos direitos animais, a simples
requalificação jurídica dos cães e gatos (Santa Catarina), dos animais domésticos de estimação (Rio Grande do
Sul) ou de todos os animais (Minas Gerais), de coisas para sujeitos de direitos (como impõe a Constituição
Federal), já opera efeitos jurídicos expressivos, condizentes exatamente com o conteúdo do princípio da
dignidade animal.
Mas, a lei estadual inequivocamente mais avançada e abrangente do Brasil (e sem precedentes
no direito comparado), em termos de especificação de direitos animais, é o Código de Direito e Bem-Estar
Animal do Estado da Paraíba (Lei Estadual 11.140/2018, vigente desde 07/10/2018), com a explícita adoção
da linguagem dos direitos, conforme atesta o seu art. 5º:

Art. 5º. Todo animal tem o direito:


I – de ter as suas existências física e psíquica respeitadas;
II – de receber tratamento digno e essencial à sadia qualidade de vida;
III – a um abrigo capaz de protegê-lo da chuva, do frio, do vento e do sol, com espaço
suficiente para se deitar e se virar;
IV – de receber cuidados veterinários em caso de doença, ferimento ou danos
psíquicos experimentados;
V – a um limite razoável de tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação
adequada e a um repouso reparador.

O Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, incluindo até mesmo os animais


invertebrados (art. 1º, caput), revela-se pioneiro na positivação dos direitos animais, constituindo-se em
modelo de inspiração para as demais legislações no âmbito federativo (ATAIDE JUNIOR, 2019).
Também no âmbito municipal, seja no exercício da competência suplementar, seja no da
competência residual (assuntos de interesse local), também são extraordinários os casos de leis tipicamente
animalistas, sobressaindo um município paranaense, como se verá.
O município gaúcho de Eldorado do Sul, em primeiro lugar, editou a Lei 4.328, de 23 de dezembro
de 2015, dispondo sobre a criação e funcionamento do abrigo municipal de animais e de controle de vetores
e zoonoses e, surpreendentemente, em seu art. 8º, passou a catalogar, expressamente, direitos animais, em
destaque:

Art. 8º. São direitos dos animais:


I – todos os animais têm o mesmo direito à vida;
II – todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem;
III – nenhum animal deve ser maltratado;

190
IV – todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat;
V – o animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser
abandonado;
VI – nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor;
VII – todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida;
VIII – a poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os
animais;
IX – os direitos dos animais devem ser defendidos por lei;
X – o homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e
compreender os animais;

Percebe-se que esse dispositivo legal municipal foi diretamente influenciado pela Declaração
Universal dos Direitos Animais, apresentada na sede da UNESCO, em 1978.7
Também merece reconhecimento a Lei 2.249/2019, do Município de Ibirité/MG (região
metropolitana de Belo Horizonte), a qual, ao instituir o Programa Municipal de Saúde, Bem-Estar e Direito dos
Animais, criar o Centro de Referência Animal e dar outras providências, estabeleceu, em seu art. 2º, § 5º, que
“Os direitos dos animais têm como fundamento básico que sejam reconhecidos como seres sencientes e
sujeitos de direitos.”8
Mas, até onde foi possível pesquisar, diante do grande número de municípios brasileiros,
certamente a lei municipal mais avançada do Brasil, em termos de Direito Animal, é a de São José do
Pinhais/PR (ATAIDE JUNIOR, 2022).
Trata-se da Lei 3.917, de 20 de dezembro de 2021 (publicada em 30 de dezembro de 2021, com
entrada em vigor nessa data),9 de autoria do Vereador Delegado Michel Teixeira de Carvalho, que instituiu a
Política Municipal de Proteção e Atendimento aos Direitos Animais, aprovada por unanimidade pela Câmara
Municipal e sancionada pela Sra. Prefeita Municipal.
Ainda que a Lei, nos termos do seu art. 1º, § 1º, se limite aos animais de estimação e aos utilizados
para realização de trabalhos ou de tração veicular (os quais mais preocupam as cidades), ela cuidou de
contemplar, em seu art. 2º, os princípios, exclusivos e compartilhados, do Direito Animal (dignidade animal,
participação comunitária e cidadania animal, educação animalista e substituição), de qualificar os animais
como “seres conscientes e sencientes, dotados de dignidade própria, sujeitos despersonificados de direitos,
fazendo jus à tutela jurisdicional, individual ou coletiva, em caso de violação de seus direitos” (art. 4º) e, o
mais extraordinário, de arrolar diversos direitos animais em seu art. 5º, com especial atenção aos animais de
estimação:

Art. 5º Todos os animais abrangidos por esta lei têm os seguintes direitos, dentre
outros previstos na legislação:
I – respeito à vida, à dignidade individual e à integridade de suas existências física,
moral, emocional e psíquica;
II – alimentação e dessedentação adequadas;
III – abrigo adequado, salubre e higiênico, capaz de protegê-los de chuva, vento, frio,
sol e calor, com acesso a espaço suficiente para que possa exercer seu
comportamento natural;

7
Para conferir o texto da Declaração, em português, acessar:
https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas
1978.pdf. Acesso em: 16 mar. 2022.
8
Disponível em: https://www.camaraibirite.mg.gov.br/docs/legislacao/LEI_2249.pdf. Acesso em: 16
mar. 2022.
9
Disponível em: http://servicos.sjp.pr.gov.br/servicos/anexos/doe/20211229_170326_12526.pdf. Acesso 191
em: 16 mar. 2022.
IV – saúde, inclusive pelo acompanhamento médico-veterinário periódico e
preventivo e pelo tratamento curativo imediato em caso de doença, ferimento,
maus-tratos ou danos psicológicos;
V – limitação de jornada de trabalho, repouso reparador e inatividade por tempo de
serviço, no caso daqueles utilizados para trabalhos;
VI – destinação digna, respeitosa e adequada de seus restos mortais, vedado serem
dispensados no lixo;
VII – meio ambiente ecologicamente equilibrado;
VIII – acesso à justiça, para prevenção e/ou reparação de danos materiais,
existenciais e morais e aos seus direitos individuais e coletivos.
Parágrafo único. No caso dos animais, de quaisquer espécies, considerados de
estimação, as famílias tutoras, a comunidade e o Poder Público empregarão todos
os meios legítimos e adequados para a colocação daqueles abandonados em famílias
substitutas ou, no caso dos comunitários, garantir-lhes alimentação, abrigo e
tratamento médico-veterinário.

Por fim, cumpre observar que, no âmbito federal existem leis tipicamente animalistas, como é o
caso do Decreto 24.645/1934 (primeira lei a tipificar o crime de maus-tratos contra animais e a reconhecer a
capacidade processual animal), da Lei 7.643/1987 (que garante os direitos à vida e à liberdade aos cetáceos),
da Lei 9.605/1998 (na parte que criminaliza os atentados à dignidade animal) e, mais recentemente, das Leis
13.426/2017 (controle de natalidade de cães e gatos, proibindo o extermínio como técnica de controle
populacional) e 14.228/2021 (proibição da eliminação de cães e gatos pelos órgãos de controle de zoonoses,
canis públicos e estabelecimentos oficiais congêneres).
Outras leis federais podem ser consideradas contingencialmente animalistas, porque tratam dos
animais, porém, sem a perspectiva do animal como sujeito do direito à existência digna, pelo que não
integram, propriamente, o ordenamento jurídico de Direito Animal, não obstante possam servir de
instrumento para reprimir a crueldade contra animais (ATAIDE JUNIOR, 2022c).
É o caso das Leis (1) 5.197/1967 (Lei de Proteção à Fauna, a qual, a par de submeter os animais
silvestres ao domínio e à proteção do Estado, também permite e estimula a caça amadora por diversão10);
(2) 7.173/1983 (Lei dos Zoológicos, que impõe requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e segurança
para cada espécie animal mantida cativa, atendendo às suas necessidades ecológicas, mas permite a
manutenção desses animais em cativeiro para fins de visitação pública); (3) 9.985/2000 (Lei do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, que cria espaços de proteção da fauna, mas ainda
considera animais como “recursos ambientais”, possibilitando sua exploração econômica “sustentável”), (4)
Lei 11.959/2009 (Lei da Pesca, a qual, ainda que imponha certos limites à atividade pesqueira, visando “a
proteção dos ecossistemas e a manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios de preservação
da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais” [art. 5º, I], fomenta essa atividade e permite a
pesca amadora para lazer humano) e (5) Lei 11.794/2008 (Lei da experimentação científica ou educacional em
animais, que também foi editada considerando a utilização de animais em benefício humano, em atividades
científicas ou educacionais, mas contém dispositivos específicos de proteção animal contra a crueldade, como
a regra de que experimentos que possam causar dor ou angústia devam ser desenvolvidos sob sedação,
analgesia ou anestesia adequadas, art. 14, § 5º).

10
No julgamento da ADI 350, pelo Supremo Tribunal Federal, o Ministro Dias Toffoli, relator, assentou
que, como princípio geral, a caça é proibida no Brasil, sendo questionável a recepção, pela Constituição de 1988,
do art. 1º, § 1º da referida Lei (e artigos correlatos), segundo o qual, “se peculiaridades regionais comportarem
o exercício da caça, a permissão será estabelecida em ato regulamentador do Poder Público Federal” (STF,
Pleno, ADI 350, Relator Ministro DIAS TOFFOLI, julgado em sessão virtual de 11 a 18/6/2021, publicado em
20/10/2021). 192
Ainda não foi editada lei federal reconhecendo, expressamente, que animais são sujeitos de
direitos, com impactos diretos na interpretação do Código Civil, como quer a Constituição.11
Mas esse atraso na legislação federal não impede, à evidência, que se afirme a positividade do
Direito Animal brasileiro, considerando a distribuição constitucional das competências legislativas, pela qual
os Estados ocupam a centralidade da produção normativa para a proteção dos animais, com papel
suplementar e localizado para os Municípios.
É importante destacar, quanto a esse último parágrafo, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal é firme no sentido que, na repartição da competência constitucional para legislar sobre Direito
Ambiental (e, por derivação, sobre Direito Animal), as leis estaduais ambientais/animalistas mais protetivas
podem prevalecer no âmbito da competência legislativa concorrente12. Da mesma forma, as leis municipais
serão formalmente constitucionais se produzirem normas razoáveis que ampliem a proteção do meio
ambiente e da dignidade animal.13
Por fim, a presença do Direito Animal no ordenamento jurídico brasileiro tem produzido
importantes precedentes da jurisprudência de todas as instâncias, especialmente no âmbito do Supremo
Tribunal Federal (REGIS & SANTOS, 2021).14

11
O projeto de lei federal mais avançado nesse sentido, tanto em termos de redação, como em termos de
tramitação, é o Projeto de Lei da Câmara 6.054/2019 (no Senado: n.º 27/2018; na Câmara: n.º original 6799/2013),
de autoria dos Deputados Ricardo Izar e Weliton Prado, o qual estabelece o seguinte: “Art. 1º. Esta Lei estabelece
regime jurídico especial para os animais não humanos. Art. 2º. Constituem objetivos fundamentais desta Lei: I
– afirmação dos direitos dos animais não humanos e sua proteção; II – construção de uma sociedade mais
consciente e solidária; III – reconhecimento de que os animais não humanos possuem natureza biológica e
emocional e são seres sencientes, passíveis de sofrimento. Art. 3º. Os animais não humanos possuem natureza
jurídica sui generis e são sujeitos de direitos despersonificados, dos quais devem gozar e obter tutela jurisdicional
em caso de violação, vedado o seu tratamento como coisa. Parágrafo único. A tutela jurisdicional referida no
caput não se aplica ao uso e à disposição dos animais empregados na produção agropecuária e na pesquisa
científica nem aos animais que participam de manifestações culturais registradas como bem de natureza
imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, resguardada a sua dignidade. Art. 4º. A Lei nº 9.605, de
12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 79-B: ‘Art. 79-B. O disposto no art. 82 da Lei
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), não se aplica aos animais não humanos,que ficam sujeitos a
direitos despersonificados.”’Art. 5º. Esta Lei entra em vigor após decorridos 60 (sessenta) dias de sua publicação
oficial.” Esse projeto já foi aprovado na Câmara e no Senado, mas, como recebeu emenda aditiva no Senado,
que incluiu um parágrafo único ao art. 3º, retornou à Câmara para análise da modificação. Note-se que, por
esse projeto, todos os animais passam a ser considerados sujeitos de direitos, ainda que sem personalidade
jurídica, não podendo mais ser tratados como coisas, modificando a interpretação comumente dada ao Código
Civil brasileiro (conforme estabelece, inclusive, o art. 4º do projeto). A aprovação desse projeto – com sua 193
transformação em lei federal – fechará um ciclo histórico, tornando definitiva e inconteste, no ordenamento
jurídico brasileiro, a subjetividade jurídica de todos os animais, e consolidando, legislativamente, o Direito
Animal. Não obstante, segundo a emenda aprovada no Senado, alguns animais não poderão gozar e obter a
tutela jurisdicional dos seus direitos, exceção essa, no entanto, frontalmente inconstitucional, pois viola a garantia
do acesso à justiça, conforme art. 5º, XXXV, da Constituição. A emenda do Senado, aliás, expressamente reconhece
a dignidade animal. Por essas razões, espera-se que esse projeto seja definitivamente aprovado, sancionado e
promulgado, preferencialmente sem a inconstitucional emenda senatorial, eliminando eventuais dúvidas sobre
a existência de direitos animais.
12 Cf. STF, Pleno, ADI 5996-AM, Relator Ministro ALEXANDRE DE MORAES, julgado em 15/4/2020,

publicado em 30/4/2020; STF, Pleno, ADI 5995, Relator Ministro GILMAR MENDES, julgado em 27/05/2021,
publicado em 20-10-2021.
13
Cf. STF, Pleno, ADPF 567, Relator Ministro ALEXANDRE DE MORAES, julgado em 1º/3/2021,
publicado em 29/3/2021.
14 Pode-se apontar, ainda que por amostragem, alguns precedentes importantes do Supremo Tribunal

Federal. O primeiro precedente relevante do STF, aplicando a regra constitucional da proibição da crueldade
Mas, para não deixar dúvidas a respeito da receptividade jurisprudencial ao Direito Animal, traz-
se à colação a ementa do recentíssimo acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, que
admitiu animais como sujeitos de direitos, com capacidade de ser parte em processos judiciais (cf. ATAIDE
JUNIOR, 2021; ATAIDE JUNIOR, 2021b; ATAIDE JUNIOR & LOPES, 2021):

Recurso de agravo de instrumento. Ação de reparação de danos. Decisão que julgou


extinta a ação, sem resolução de mérito, em relação aos cães Rambo e Spike, ao
fundamento de que estes não detêm capacidade para figurarem no polo ativo da
demanda. Pleito de manutenção dos litisconsortes no polo ativo da ação. Acolhido.
Animais que, pela natureza de seres sencientes, ostentam capacidade de ser parte
(personalidade judiciária). Inteligência dos artigos 5º, XXXV, e 225, § 1º, VII, ambos
da Constituição Federal de 1988, c/c art. 2º, § 3º, do Decreto-lei nº 24.645/1934.
Precedentes do direito comparado (Argentina e Colômbia). Decisões no sistema
jurídico brasileiro reconhecendo a possibilidade de os animais constarem no polo
ativo das demandas, desde que devidamente representados. Vigência do Decreto-
lei nº 24.645/1934. Aplicabilidade recente das disposições previstas no referido
decreto pelos tribunais superiores (STJ e STF). Decisão reformada. Recurso
conhecido e provido.15

É esse incomparável acervo normativo disponível, aqui sucintamente exposto, acompanhado de


uma progressiva receptividade jurisprudencial, que já permite afirmar, no Brasil, que os animais são sujeitos
de determinados direitos materiais
Cumpre, pois, ao Congresso Nacional, como órgão máximo da democracia brasileira, editar lei
federal para especificar e melhor sistematizar esses direitos.
Esse é o grande propósito deste projeto de lei.

Capítulo 3 – Da estruturação do Código de Direito e Bem-Estar Animal


Subcapítulo 3.1. - Da teoria das capacidades jurídicas animais
Inicialmente, tem-se que dada à competência dos municípios limitada pela Constituição Federal,
o desenho das capacidades jurídicas deu-se, tão só, nos limites do projeto que será convertido em lei, trilhando
um caminho didático no sentido de se estruturar o alcance dos direitos fundamentais das várias espécies
animais que habitam o país e suas águas.

contra animais, foi produzido com o julgamento, pela 2ª Turma, do Recurso Extraordinário (RE) 153.531-SC,
por meio do qual foi julgada procedente ação civil pública proposta em Santa Catarina, para proibir a prática
da farra do boi, alegada como manifestação cultural daquele Estado. Novos precedentes foram produzidos, já
nos anos 2000, em ações diretas de inconstitucionalidade (ADI), todas à unanimidade de votos, e dizem respeito
à inconstitucionalidade de leis estaduais que permitiam e regulamentavam as rinhas ou brigas de galos, práticas
também alegadas como culturais, mas que, inequivocamente, são violentas e cruéis para com os animais. Mas,
o precedente mais importante da história do Direito Animal brasileiro foi o julgamento, no final de 2016, da
ADI 4983, conhecida como “ADI da vaquejada”. Esse julgamento separou, definitivamente, Direito Ambiental e
Direito Animal, não em compartimentos estanques, que não possam repartir princípios e regras, mas em
ciências próprias e autônomas, utilizando-se, para isso, de um novo vocabulário, tipicamente animalista. 194
15 TJPR, 7ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento 0059204-56.2020.8.16.0000, Relator Juiz MARCEL GUIMARÃES ROTOLI DE MACEDO, unânime, julgado em 14/9/2021,

Participaram do julgamento o Desembargador D’Artagnan Serpa Sá e a Juíza Substituta em


disponibilizado em 23/9/2021.

2º Grau Fabiana Silveira Karam, além da presença do Desembargador Fabian Schweitzer. Acórdão disponível
em: https://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1287168301/agravo-de-instrumento-ai-592045620208160000-
cascavel-0059204-5620208160000-acordao. Acesso em: 20 mar. 2022.
A atribuição de direitos a animais é uma nova tecnologia jurídica16 para a proteção da fauna
(este último termo conforme usado pela Constituição na repartição das competências constitucionais) –
tecnologia de ponta, pode-se dizer – mas que tem o propósito fundamental de proteger os animais enquanto
seres vivos dotados de consciência e de dignidade próprias.
Conforme exposto, pode-se afirmar que o Brasil já conta com um Direito Animal positivado, ou
seja, o ordenamento jurídico nacional, desde o plano constitucional até as leis e a jurisprudência, contém
normas jurídicas atribuindo direitos a animais e posicionando-os como sujeitos em relações jurídicas, até
mesmo processuais.
Por isso a doutrina tem conceituado essa nova disciplina jurídica, do ponto de vista dogmático,
como “o conjunto de regras e princípios que estabelece os direitos dos animais não humanos, considerados
em si mesmos, independentemente da sua função ecológica ou econômica” (ATAIDE JUNIOR, 2018; ATAIDE
JUNIOR & LUZ, 2020).
Por essa razão é que o primeiro propósito de um Código dessa monta é organizar,
sistematicamente, as diversas fontes normativas formais disponíveis, conferindo-lhes corpo e organicidade e
reduzindo, ao máximo, a fragmentação legislativa.
Crê-se, assim, que o presente projeto não se trata de uma mera compilação de leis, mas de
verdadeira codificação do Direito Animal brasileiro, consolidando a sua autonomia científica e elevando-a à
estatura dogmática dos demais ramos que compõem a constelação jurídica.
Para fundar as bases do novo Código, adotou-se, como referencial para a estruturação
sistemática da lei, a teoria das capacidades jurídicas animais, segundo a qual os direitos subjetivos de um
animal são definidos a partir do enquadramento da sua espécie dentro dos níveis de capacidade jurídica, níveis
esses estabelecidos a partir da atribuição, pelo ordenamento jurídico, do direito à vida aos membros daquela
espécie (ATAIDE JUNIOR, 2022c).
A seleção do direito à vida, como critério para catalogar os níveis de capacidade jurídica, talvez
seja a principal característica do plano de estruturação do Código. A uma, porque é importante apontar que
muitos animais têm direito à vida – não apenas por razões ético-filosóficas, mas por razões jurídico-
dogmáticas. A duas, porque também é importante apontar que os animais destituídos do direito à vida não
deixam de ter outros direitos, compatíveis com seu nível de capacidade jurídica. Em outras palavras: todos os
animais são sujeitos de direitos, ainda que nem todos tenham o direito à vida.
Note-se, também, como característica essencial dessa teoria fundante, a constatação de que o
Direito Animal é universal – contempla todos os animais como sujeitos de direitos –, mas distribui acervos de
direitos subjetivos de forma desigual, levando em conta as peculiaridades do direito positivo, desde o seu
estrato superior constitucional até os precedentes dos tribunais superiores. Essa desigualdade na outorga de
direitos considera, em primeiro lugar, o grau de dependência para com os humanos: como regra, os animais
domésticos têm mais direitos subjetivos do que os animais silvestres, dado que os primeiros são mais
dependentes e vulneráveis do que os segundos. Essa configuração admite várias exceções: animais silvestres
vitimados por ações antrópicas receberão uma parcela adicional de direitos, ainda que transitórios; animais
submetidos à pecuária, atividade fomentada pela Constituição, têm menos direitos, apesar da sua
hipervulnerabilidade, de maneira que os direitos que possuem devem agir em contramarcha aos processos
cruéis a que são submetidos, sem comprometer as atividades econômicas sustentáveis.
Em outras palavras, é preciso reconhecer que na dimensão subjetiva de amplitude quase
astronômica, as características animais e as suas necessidades de tutela jurídica são bastante diferentes: não
é possível falar em direitos animais como se existisse um só animal, com caracteres, aptidões e necessidades
uniformes (DONALDSON, Sue & KYMLICKA, 2011).

16
Expressão empregada pelo Prof. Fábio Ulhoa Coelho, segundo o qual “Como tecnologia, o problema
da dogmática jurídica não é típico das ciências, qual seja, a verdade ou a falsidade de seus enunciados; seu
problema é a decidibilidade, a oportunidade de certas decisões” e, mais adiante, no mesmo local, assevera que
“A doutrina é essencialmente tecnologia, embora vez por outra arrisque-se o doutrinador a alguma ciência”
(COELHO, 2020, p. 21). 195
Da mesma forma, não é possível conceber que os animais se relacionam com os seres humanos
todos da mesma forma. Neste mesmo mundo, animais são tratados com afetividade e com crueldade, com
amor e com violência. Dessa constatação fundamental é que apresenta uma proposta legislativa para
equacionar a distribuição de direitos entre as várias categorias de animais.
A partir do direito à vida, reconhecido (ou não) pelo ordenamento jurídico posto, a capacidade
jurídica animal pode ser dividida em três níveis: (a) capacidade jurídica animal plena; (b) capacidade jurídica
animal plena reduzível; (c) capacidade jurídica animal reduzida.
Os animais com capacidade jurídica plena são aqueles aos quais o ordenamento jurídico já
garante o direito à vida como direito inviolável, que não comporta supressão por razões ecológicas,
socioculturais, econômicas ou científicas. A proposta do Código não inova substancialmente quanto a essa
categoria, uma vez que animais de estimação – como cães e gatos – e cetáceos (cf. Lei 7.643, de 18 de
dezembro de 1987) já ostentam atualmente este Código privilegiado de direitos fundamentais.
A novidade – uma reivindicação ética tão antiga quanto frequente – é a extensão desses direitos
fundamentais básicos aos primatas (chimpanzés, bonobos, gorilas, dentre outros), cuja estrutura genética é
muito similar à dos seres humanos (MIGLIORE, 2012; WISE, 2004; GORDILHO, 2008).
Por sua vez, também não se inova substancialmente a ordem jurídica ao reconhecer que os
animais silvestres têm capacidade jurídica plena, mas reduzível, pois o ordenamento jurídico já lhes garante o
direito à vida, mas esse direito fundamental pode ser suprimido por razões ecológicas ou científicas, contidas
em permissão, licença ou autorização da autoridade competente, como assim prevê o art. 29 da Lei
9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais).
E prevenindo-se contra as eventuais objeções do setor econômico, o Código reconhece a
existência de animais aos quais prepondera a valoração econômica: são os animais domésticos e aquáticos
com capacidade jurídica reduzida, porquanto o ordenamento jurídico não lhes concede o direito à vida, muito
embora tenham o direito fundamental à existência digna, livre de crueldades.
Nessa última categoria enquadram-se os animais submetidos à exploração pecuária e pesqueira,
nos termos dos arts. 23, VIII e 187, § 1º, da Constituição, além dos animais usados em explorações científico-
didáticas, conforme disciplina da Lei Federal 11.794/2008.
Dessa forma, o Código não compromete a existência da pecuária, da pesca e da experimentação
científica, mas, evidentemente, por imposição constitucional (art. 225, § 1º, VII), também protege a dignidade
própria desses animais contra as práticas cruéis. Existem limites que não podem ser ultrapassados nem mesmo
em nome do desenvolvimento econômico, porque se consubstanciam em direitos fundamentais, cláusulas
pétreas da Constituição.
É, portanto, nessa divisão de direitos animais, que respeita as balizas traçadas pela Constituição,
harmonizando desenvolvimento econômico com preservação ambiental e respeito à dignidade animal, que se
estrutura a proposta de um Código de Direito e Bem-Estar Animal.

Subcapítulo 3.2. - Da planificação do Código de Direito e Bem-Estar Animal


Como se verifica nas grandes codificações nacionais – do Código Penal, passando pelo Código Civil
e chegando ao recente Código de Processo Civil – o C´[ódigo de Direito e Bem-Estar Animal também é dividido
em Parte Geral e Parte Especial.
A tarefa da Parte Geral é de traçar as linhas mestras que conferem corpo e organicidade ao
sistema de Direito Animal brasileiro. A Parte Geral chama para si a solução das principais questões que antes,
pela fragmentação legislativa sobre animais, tinham difícil solução.
É na Parte Geral é que as encerram as normas fundamentais do Direito Animal, com os conceitos
primordiais relativos à subjetividade jurídica dos animais, os princípios estruturantes do Direito Animal e –
certamente o mais importante –, a definição de cada nível de capacidade jurídica animal, com a associação
dos grupos ou espécies animais enquadrados em cada nível e a atribuição dos direitos fundamentais
correspondentes.
Repita-se que, nessa distribuição de direitos, o Código mais organiza do que propriamente inova.
A adoção da linguagem dos direitos para animais, como se viu nesta Exposição de Motivos, não é mais

196
novidade no Brasil, tratando-se de tecnologia jurídica amplamente assumida por diversas fontes normativas
nacionais, especialmente nos Estados e nos Municípios.
Importante anotar que a Parte Geral do Código é expressa em adotar o critério da senciência para
a definição de direitos animais, por derivação constitucional, sem menosprezar as exigências do princípio da
precaução, o que impõe, por coerência, que seu regime jurídico se estenda para os animais invertebrados que
também possuam essa capacidade da consciência, como já se sabe ocorrer em cefalópodos (como nos polvos).
A Parte Geral se fecha com a atualização do catálogo exemplificativo de maus-tratos contra
animais, melhor agora chamado de rol de condutas vulnerantes de direitos fundamentais animais, visando a
orientar a fiscalização administrativa e a tipificação penal dessas condutas, atividades essenciais para a tutela
efetiva da dignidade animal. Esse rol não foi construído por mera intuição do que ocorra, mas baseado naquilo
que a experiência técnica já amealhou, como é caso da Resolução 1.236, de 26 de outubro de 2018, do
Conselho Federal de Medicina Veterinária, que nos fornece a lista mais atualizada de condutas consideradas
maus-tratos contra animais.
O Código de Direito e Bem-Estar Animal – como codificação do Direito Animal municipal – tem na
sua Parte Geral o esquema fundamental da sua organização dogmática e metodológica, respondendo aos
anseios doutrinários e jurisprudenciais nesse sentido.
A Parte Especial do Código de Direito e Bem-Estar Animal é dividida em cinco Livros, cada qual
contendo regras específicas sobre determinados campos de juridicidade envolvendo animais e humanos.
No Livro I, o Direito das Famílias Multiespécies organiza e disciplina a realidade dessas novas
comunidades compostas por humanos e seus animais de estimação. Trata-se de fenômeno sociológico
conhecido, debatido nas Varas de Família e até mesmo nos Tribunais Superiores. Faltava dar consistência
normativa ao fenômeno, para facilitar a aplicação dos novos direitos (ATAIDE JUNIOR, 2020c).
Apresentando-se como novo modelo de entidade familiar, a relação entre humanos e animais de
estimação passa a ser forjada no vínculo jurídico de responsabilidade familiar dos humanos para com os
animais, o que atribui aos primeiros uma série de deveres fundamentais para com os segundos. Nesse
particular, a proposta não exita em encarar o que realmente acontece nessas comunidades: os animais de
estimação são tratados como filhos por laços de afetividade. Não se trata, evidentemente, de igualar filhos
humanos e filhos não humanos ou de conferir-lhes os mesmos direitos. Trata-se de reconhecer que os animais
de estimação também são considerados membros das famílias, merecendo a proteção devida nesse sentido.
A paternidade nas famílias multiespécies é afetiva e a afetividade é protegida pelo ordenamento jurídico
brasileiro.
Também é notável a aderência do Código à realidade contemporânea quando normatiza, com
mais profundidade, a situação de cães e gatos, animais de estimação que mais ocupam as famílias
multiespécies, além de produzirem consideráveis preocupações nas cidades quanto àqueles em situação de
rua e de abandono, tanto pelo aspecto da vulneração de seus direitos fundamentais, quanto pelo aspecto da
saúde pública.
No Livro II regula-se o Direito da Liberdade Natural dos Animais Silvestres, passando, desde logo,
a percepção de que esses animais são indispensáveis para a consecução de um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, com a biodiversidade faunística protegida contra a extinção das espécies, conforme dever público
de proteção previsto na Constituição Federal (art. 225, § 1º, VII).
Nesse Livro, o Código apresenta-se conforme a ordem jurídica atual: a vida e a liberdade dos
animais silvestres somente pode ser excepcionada por justificadas razões ecológicas ou científicas. Além disso,
pela primeira vez se estabelecem regras e proibições visando a garantir os direitos fundamentais dos animais
aquáticos, seres vivos também hipervulneráveis às ações antrópicas.
O Livro III, ao regular o Direito da Existência Digna dos Animais Domésticos com Valor Econômico,
sepulta os argumentos econômicos contrários ao projeto, pois não compromete a pecuária e a ciência com
animais, mas impõe os limites necessários para resguardar a existência digna destes seres vivos, conforme
imposição constitucional.
Nesse livro, são reunidos os temas de destaque – transporte de animais vivos, animais em
veículos de tração, animais em atividades de entretenimento humano e animais em experimentos didáticos e
científicos – geralmente fragmentados em leis locais ou em atos normativos infralegais, os quais não são

197
dotados do alcance e da estabilidade jurídica necessária para o atendimento de direitos fundamentais com
segurança jurídica.
Os três primeiros livros do Código encerram as três grandes subdivisões do Direito Animal
brasileiro, com as disciplinas próprias para os animais de acordo com seus níveis de capacidade jurídica.
O Livro IV densifica normativamente o princípio da participação comunitária na produção de
soluções para as questões animais. Nesse ponto, é nítida a inspiração advinda do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069/1990), desde as definições das políticas de atendimento aos direitos fundamentais
animais, até as estruturações dos órgãos de decisão política e de execução, com especial destaque à criação
do Conselho Tutelar Animal, como órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos animais. Infelizmente, é sabida a falta de estrutura
administrativa mínima em cada município para atender, sobretudo, aos animais em situação de risco, fato
contra o qual a instituição de Conselhos Tutelares Animais pretende reagir.
Uma normatização fundamental e necessária, contida nesse Livro, se dá em relação às entidades
de proteção animal, especialmente aquelas que realizam o abrigamento de animais em situação de risco, as
quais precisam tanto de apoio, como de fiscalização para a efetiva garantia da dignidade dos animais
abrigados.
Por fim, o Livro V relaciona as novas infrações administrativas, indispensáveis para conferir força
e autoridade às regras e princípios do novo Código, criando uma nova pauta de comportamentos em respeito
à dignidade animal, coibindo a violência, os maus-tratos e a crueldade contra os animais.
Assim é o Código de Direito e Bem-Estar Animal, trazendo uma pauta que pretende proteger e
criar direitos fundamentais para os animais, chamando à responsabilidade não só a coletividade, mas,
precipuamente, o Poder Público, pois encarregado constitucional de proteger os animais da crueldade.

Vicente de Paula Ataide Junior


Professor da Faculdade de Direito da UFPR

Francisco José Garcia Figueredo


Professor da Faculdade de Direito da UFPB

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200
1.7. Parcerias e cooperação com entidades públicas e privadas

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Levantar possíveis normativas e publicações técnicas que podem ser editadas em parceria entre o
DPDA/MMA e o CFMV.
2. Finalizar a proposição do Plano de Trabalho do Acordo de Cooperação Técnica a ser firmado entre o
DPDA/MMA e o CFMV.
3. Minutar o projeto do “SELO FEDERAL DE RESPONSABILIDADE ANIMALITÁRIA”.
4. Prospectar a viabilidade de parcerias junto a instituições de ensino superior com vista a ofertar castração
minimamente invasiva.
5. Procurar parcerias com as diversas instituições para apoiamento de projetos do DPDA.

INTRODUÇÃO
As parcerias e cooperações são atualmente ferramentas para a realização de políticas públicas no
Brasil, aspecto que vai além do financiamento, pois com elas se amplia a gestão participativa a partir do
potencial das empresas, organizações do terceiro setor e instituições de ensino superior em contribuírem com
suas expertises não apenas para executar, mas, também, na elaboração dos programas e projetos estatais.
Para tanto, Estado, academia, setor privado e terceiro setor têm revisto os seus papéis nas últimas décadas,
voltando o olhar à necessidade de integração para a maior efetividade das políticas sociais, trazendo
benefícios para todos os envolvidos. Segundo Teodósio A. S. S. (2008): “A gestão de políticas públicas e
projetos sociais passou por transformações e incorporou o discurso da construção de parcerias como um
elemento central e essencial para sua efetivação, tendo as organizações da sociedade civil e, mais
recentemente, também as empresas, papel relevante nessa dinâmica. ”
Com esse olhar, propõe-se, visando a construção participativa do Programa Nacional de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos, firmar convênios e parcerias direcionados a colaborar com a execução de
projetos e a formação de competências voltados ao controle populacional através de esterilizações cirúrgicas
e demais ações como: levantamento censitário, registro e identificação; atenção sanitária aos animais
comunitários, ferais e de vida livre; enfrentamento de zoonoses; inibição de maus-tratos; atenção aos
acumuladores de animais; atuação em desastres em massa envolvendo animais domésticos e selvagens; e
outras que tenham interface com a problemática.
Num primeiro momento, atenta-se para a necessidade das normativas e as diretrizes oriundas do
Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, a serem elaboradas para a execução do programa,
estarem em consonância com as dos demais órgãos, em especial com as do Conselho Federal de Medicina
Veterinária – CFMV, pois diversas de suas ações são permeadas pelo exercício profissional e pela execução de
serviços vinculados à Medicina Veterinária e à Zootecnia. Ao mesmo tempo, oportuno o momento para o
encaminhamento de proposições ao CFMV com o objetivo da autarquia, dentro dos aspectos legais e
administrativos, publicar e revisar normas para assegurar a sociedade e, principalmente, os animais atendidos
pelo Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães de Gatos.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


 Realização de levantamento de temas para a publicação de documentos técnicos norteadores das
ações do programa por meio de parceria entre o DPDA/MMA e o CFMV;
 Finalização, pelos representantes do MMA e do CFMV, de proposta para Minuta de Termo de
Cooperação Técnica, com respectivo plano de trabalho (Anexo II);

201
 Elaboração de pré-projeto para o “SELO FEDERAL DE RESPONSABILIDADE ANIMALITÁRIA”.
 Levantamento de ementa para a formação de médicos-veterinários em castração minimamente
invasiva, junto a instituições de ensino superior ou de formação profissional.
 Levantamento de exemplos de parcerias entre instituições públicas e privadas para prospectar
parcerias para o apoiamento dos projetos do Departamento de Proteção e Direito dos Animais –
DPDA/MMA.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1. Levantar possíveis publicações e normativas técnicas que podem ser editadas em parceria entre o
DPDA/MMA e o CFMV.
Como resultado da atividade, sem esgotar outras temáticas que podem ser trabalhadas para a
produção de normativas e publicações conjuntas entre o DPDA e o CFMV, propõem-se os seguintes temas:
a) Manual de Diretrizes para o Gestores e Responsáveis Técnico de Ações de Manejo de População de Cães e
Gatos;
b) Manual de Diretrizes para o Gestores e Responsáveis Técnicos de Abrigos/Centro de Referência de Animais
Vulneráveis
c) Manual de Diretrizes com diretrizes para a atuação de médicos-veterinários e zootecnistas em desastres
em massa envolvendo animais domésticos e selvagens.
d) Instituição do Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais;
e) Normativas técnicas do DPDA:
 Gestão de animais comunitários;
 Gestão de animais ferais e/ou de vida livre;
 Gestão e manejo dos animais em situação de abrigos;
 Enfrentamento de zoonoses (ex: leishmaniose, esporotricose, etc.);
 Inibição de maus-tratos aos cães e gatos;
 Atenção aos acumuladores de animais, e
 Outras atividades relacionadas ao manejo de populações de cães e gatos vinculadas a serviços médico-
veterinários e zootécnicos.

2. Finalizar a proposição do Plano de Trabalho do Acordo de Cooperação Técnica a ser firmado entre o
DPDA/MMA e o CFMV.
Os representantes da DPDA/MMA e do CFMV propõem minuta do Termo de Cooperação Técnica,
transitando previamente em ambos os órgãos, para firmar parceria voltada a realizar atividades objetivando
elaboração, proposição, revisão e publicação de normas e diretrizes para as ações que permeiam o Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (Anexo I).

3. Minutar o projeto do “SELO FEDERAL DE RESPONSABILIDADE ANIMALITÁRIA”.


Como resultado de proposição lançada em reunião do DPDA/MMA, realizada no dia 14 de julho de
2023, apresenta-se o pré-projeto do “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária”, objetivando estimular
publicamente as ações de responsabilidade social de empresas apoiadoras de projetos do DPDA/MMA
direcionados ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos (Anexo II).
A proposição do projeto em esfera nacional referencia-se em ações similares atualmente
desenvolvidas em diversos municípios brasileiros, entre eles Curitiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora.

202
4. Prospectar a viabilidade de parcerias para oferta de formação em castração minimamente invasiva, junto
a instituições de ensino superior.
Na atualidade, um método reconhecido para a realização de esterilização cirúrgica em cães e gatos é
o de intervenção minimamente invasiva, o qual requer processo de qualificação dos cirurgiões médico-
veterinários. Por meio desse procedimento, otimizam-se recursos humanos e materiais, reduz-se o tempo
cirúrgico e riscos trans e pós-cirúrgicos, diminui-se a área de incisão e a incidência de intercorrências, evita-se
traumas nos órgãos abdominais manipulados durante o procedimento, entre outros benefícios,
proporcionando, dessa forma, maior segurança aos animais e agilidade aos processos dos eventos de
esterilização em massa.
Considerando que o Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, visando a
padronização dos procedimentos e a melhor utilização dos recursos envolvidos, demandará grande número
de cirurgiões médico-veterinários qualificados na técnica citada, propõe-se que sejam firmados
convênios/parcerias entre o DPDA/MMA e instituições de ensino superior com cursos de medicina veterinária
ou de formação profissional para serem disponibilizados aos médicos-veterinários dos municípios,
estabelecimentos médico-veterinários e ONGs.
Nesse sentido, toma-se como referência a ementa de curso de curta duração proposta em anos
anteriores pelo médico-veterinário Prof. Dr. Stelio Pacca Loureiro Luna, a qual estabelece carga horária de 12
horas, divididas em 04 horas teóricas e 08 horas práticas (ANEXO III). Entretanto, entende-se que uma nova
ementa poderá contemplar outros temas relacionados aos aspectos da cadeia de esterilização em massa de
cães e gatos, como por exemplo: protocolos anestésicos e antiálgicos, biossegurança, intervenções em
intercorrências pré, trans e pós-cirúrgicas, segurança do paciente, elaboração do Plano de Gerenciamento de
Resíduos dos Serviços de Saúde - PGRSS e outros tópicos afins.

5. Prospectar parcerias com instituições diversas para apoiamento de projetos do DPDA.


O Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos terá diversas frentes e, nesse
sentido, as parcerias com instituições diversas, sejam elas privadas, públicas, do terceiro setor e de ensino
superior contribuirão para o planejamento e a execução das ações necessárias. Assim, foram identificadas
iniciativas que podem colaborar como modelo de parcerias futuras para o apoiamento dos projetos do
DPDA/MMA.

a) Programa Banco Municipal de Rações


O seu objetivo é captar doações de rações e promover a sua distribuição a ONGs, protetores
independentes, pessoas e/ou famílias em condição de vulnerabilidade social e que possuem animais.
Programas com esse objetivo estão instituídos por lei municipal em diversas cidades brasileiras, a exemplo de:
Arapongas/PR, Curitiba/PR, Indaiatuba/SP, Juiz de Fora/MG, Londrina/PR e Porto Belo/SC (ANEXO IV).
As doações podem ser provenientes de estabelecimentos comerciais; doações das apreensões por
órgãos da Administração Municipal, Estadual ou Federal; doações de órgãos públicos ou de pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado; doações obtidas por projetos de patrocínio; entre outros.

b) Cooperação técnica entre órgãos públicos e instituições de ensino superior e/ou de qualificação
profissional
O instrumento de cooperação técnica entre o DPDA/MMA e outros órgãos das esferas federal,
estadual e municipal com instituições de ensino superior e/ou de qualificação profissional poderá ser utilizado
na execução de diversas frentes do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, entre
elas o controle de natalidade de cães e gatos, levantamento censitário de animais, prevenção e controle de

203
zoonoses, programa de Captura, Esterilização e Devolução (CED) de animais ferais e de vida livre, formação e
qualificação de profissionais e gestores para as ações do programa, e diversas mais (ANEXO V – MODELO DE
MINUTA).

c) Cidade “Amiga dos Animais”


O modelo “Cidade Amiga dos Animais” é uma proposta a ser utilizada para firmar parcerias entre entes
da federação, com o intuito de desenvolver boas práticas de respeito à convivência harmoniosa no meio
urbano entres os cidadãos e os cães e gatos, e empresas que reconhecidamente olhem para as questões da
proteção e dos direitos dos animais. Os dispositivos dos termos firmados poderão pactuar obrigações e
contrapartidas que beneficiem a execução das ações do Plano Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos e, ao mesmo tempo, vinculem as marcas e os produtos das empresas com sua participação em ações
de responsabilidade socioambiental (ANEXO VI – MODELO DE MINUTA).

d) Programas Socioambientais
As questões socioambientais são preocupações recorrentes nas empresas, principalmente naquelas
que têm interfaces com os recursos naturais ou com atividades com potencial de interferir nas condições das
comunidades presentes em suas áreas de atuação. Também há, como descrito em tópicos anteriores, aquelas
que possuem uma gestão atenta às suas responsabilidades com o tema e, ainda, as que devem reparar danos
provocados ao ambiente e/ou a comunidades decorrentes de suas atividades.
No último caso, cita-se como exemplo o “Programa de Apoio aos Animais”, realizado em Alagoas pela
empresa Braskem como parte da execução do “Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação”
para reparar os danos ocasionados pela Extração de Sal-Gema em áreas de Maceió17.
Atentando-se a essas possibilidades, há a oportunidade de captar recursos destinados pelas empresas
para projetos socioambientais, direcionando-os à execução do Plano Nacional de Manejo Populacional Ético
de Cães e Gatos, por meio de repasses aos municípios, ONGs e outros agentes.

CONCLUSÃO
Para a execução das propostas apresentadas no presente relatório deverão ser realizados trabalhos
futuros para definir o portfólio de parcerias e convênios estabelecendo-se, inicialmente:
a) Definir quais programas, projetos e ações poderão ser atendidos por meio de parcerias/convênios; e
b) Estabelecidas as possíveis parcerias e convênios a serem firmados, definir os seus dispositivos normativos
e quais serão os instrumentos de captação de interessados (Edital de Chamamento, Credenciamento, Carta
Convite, etc.).
Especificamente para o Termo de Convênio MMA/CFMV, a proposição de minuta deverá ser
apresentada aos órgãos para validação dos pontos apresentados, em especial das atividades e prazos
propostos, e demais fluxos necessários.
Em relação ao “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária”, sugere-se realizar estudos de
viabilidade técnica e administrativa e, entendendo-se aplicável e de interesse para a execução das propostas
do DPDA/MMA, desenvolver o projeto e definir os próximos passos para sua oficialização.
No caso das parcerias com instituições de ensino superior ou de formação profissional, indica-se
definir o escopo, ementa e metodologias para a realização do curso de qualificação de médicos-veterinários
para procedimentos minimamente invasivos em esterilizações de cães e gatos. Entretanto, é necessário
observar os resultados dos outros grupos para o encaminhamento dessa atividade.

17
Programa de Apoio aos Animais: https://www.braskem.com/programa-apoio-animais

204
Finalizando, denota-se a possibilidade de surgir, nas conclusões dos demais grupos de trabalho,
propostas de cursos e treinamentos voltados a qualificar os diversos partícipes das ações vinculadas pelo Plano
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, como gestores e colaboradores municipais, médicos-
veterinários e zootecnistas, colaboradores de ONGs e demais agentes. Assim propõe-se que seja realizado
levantamento das conclusões dos demais grupos de trabalho para elaborar lista de cursos que possam ser
incluídos em parcerias e convênios com instituições de ensino superior ou de formação profissional.

REFERÊNCIAS
TEODÓSIO, Armindo S. de Sousa. PARCERIAS TRI-SETORIAIS NA ESFERA PÚBLICA: perspectivas, impasses e
armadilhas para a modernização da gestão social no Brasil. 2008. 266 f. Tese (Doutorado em Administração
de Empresas) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo,
2008. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/2537/71050100636.pdf?sequence=2&isAll
owed=y>. Acesso em: 29 de jul. de 2023.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador e Relator:
 Leonardo Nápoli, Médico-veterinário Especialização em Direito Animal e Especialização em Educação
Ambiental. Membro da Comissão de Desastres em Massa/CFMV. Presidente do Grupo de Trabalho
Técnico para Elaboração dos Manuais de Responsabilidade Técnica do CFMV. Atuação em Perícia e
Assistência Judicial. Atuou em clínica e cirurgia de cães e gatos.

Outros membros:
 Ana Paula de Abreu Botelho. Orientadora de Famílias Multiespécies, Atriz e Roteirista. Mestre em
Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 Erivânia Camelo de Almeida, Médica-veterinária, Doutora em Medicina Veterinária e Mestre em
Comunicação e Administração Rural. Chefe de Gabinete da Presidência do CFMV. Ex-Presidente do CRMV-
PE
 Katia Souza, Economista, MBA em Gestão Pública. Atuação na área de relações governamentais e
interlocução entre o setor público e privado. Responsável pela área de Relações Governamentais na Mars.
 Virgínia Teixeira do Carmo Emerich. Médica-veterinária, Mestre em Epidemiologia, Especialização em
Gestão de Vigilância Sanitária, Atua na Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal de Serra –ES,
Presidente do CRMV-ES e Conselheira eleita do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

205
ANEXO I - Proposta de Minuta do Termo de Cooperação Técnica DPDA/MMA – CFMV

PLANO DE TRABALHO

Nota Explicativa 1: Instrumento que integra a proposta de celebração do Acordo de Cooperação Técnica,
contendo todo o detalhamento das responsabilidades assumidas pelos partícipes. O presente plano de
trabalho é uma versão norteadora, de modo que todas as tarefas e o cronograma devem ser analisados e
adaptados em conformidade com o objeto da avença.

Nota Explicativa 2: O Plano de trabalho deverá integrar o Instrumento do Acordo de Cooperação Técnica como
anexo, bem como deverá ser aprovado pelos setores responsáveis de ambos os partícipes.

Nota Explicativa 3: As alterações no Plano de Trabalho, que acarretem consequências jurídicas, devem ser
efetivadas por intermédio de termo aditivo e submetidas previamente à consultoria jurídica dos partícipes.

1. DADOS CADASTRAIS

PARTICIPE 1: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA

CNPJ:

Endereço: Cidade: Estado:

CEP:

DDD/Fone:

Esfera Administrativa (Federal, Estadual, Municipal) Nome do responsável:

CPF:

RG:

Órgão expedidor:

Cargo/função:

Endereço: Cidade: Estado:

CEP:

PARTICIPE 2: CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA

CNPJ:

Endereço: Cidade: Estado:

CEP:

DDD/Fone:

Esfera Administrativa (Federal, Estadual, Municipal) Nome do responsável:

CPF:

RG:

206
Órgão expedidor:

Cargo/função:

Endereço: Cidade: Estado:

CEP

2. IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO

Título: ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA (SEM REPASSE DE RECURSO FINANCEIRO) ENTRE MINISTÉRIO DO
MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA - MMA E O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV

PROCESSO nº:

Data da assinatura:

Início (mês/ano): Término (mês/ano):

Formalizar a cooperação técnica, sem repasses financeiros, entre o MMA e o CFMV, por meio de trabalhos
conjuntos de suas câmaras técnicas e/ou grupos de trabalhos, para a análise, a formulação e a revisão de
normativos técnicos que tenham interface e/ou fomentem políticas públicas voltadas ao Programa Nacional
de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos construído com a participação de diversos atores e com
representatividade de todos os estados da federação.

3. DIAGNÓSTICO
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem recebido desde 2021 significativo aporte de recursos
oriundos de emendas parlamentares, especialmente voltado para aquisição de Unidade Móvel de Esterilização
e Educação em Saúde (UMEES) ou contratação de serviços veterinários para realização de esterilizações
cirúrgicas de cães e gatos.
Além do expressivo volume de beneficiários (municípios) que objetivam adquirir as UMEES, por intermédio de
instrumentos de repasse, cada município tem autonomia para especificar as UMMES que deseja adquirir,
gerando diferentes tipos de Termos de Referência, documento utilizado na licitação.
Paralelo a esse cenário, nota-se que na maioria dos municípios não há diagnóstico situacional das populações
de animais, seja nos aspectos quantitativos e/ou qualitativos, políticas públicas para implantação de ações
voltadas para a educação da guarda responsável, ações para a inibição dos maus-tratos, identificação e
registro animal, gestão de animais ferais e de vida livre, prevenção e controle efetivo de zoonoses, elaboração
de projetos de controle reprodutivo com indicadores efetivos, além de outras ferramentas que podem e
devem compor um amplo Programa de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Ao mesmo tempo, quando
essas ações ocorrem, na maioria das vezes não são executadas de forma integrada, sistêmica e padronizada
por parte dos municípios, que têm autonomia para definir os programas para o manejo populacional de cães
em gatos.
Outros agentes que devem ser observados e incluídos no Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos são os
abrigos, as Organizações Não Governamentais – ONGs e outros que atendem animais não domiciliados,
comunitários, ferais, em risco e vulneráveis, em situações de desastres e as pessoas em situação de acúmulo
de animais.
Cabe lembrar que as atividades mencionadas têm relação direta com profissionais médicos-veterinários e
zootecnistas, estabelecimentos privados com serviços médico-veterinários, ONGs e órgãos públicos, que estão
sob o regime de normativas do Sistema CFMV/CRMVs.
Um ponto especialmente crítico é a atual aplicação das resoluções do CFMV pelos CRMVs para os projetos de
controle populacional e a autorização do funcionamento das Unidades Móveis de Esterilização e Educação em
Saúde – UMEES, que em diversos casos tem causado atrasos na execução dos projetos de esterilização

207
executados pelos municípios, em sua grande maioria vinculados a processo licitatório e cumprimento de
contrato.
Com a evolução da sociedade e o aumento do seu olhar em relação aos animais, observa-se a necessidade dos
órgãos normatizadores, neste caso o MMA e o Sistema CFMV/CRMVs, estarem imbuídos na proposição
alinhada de diretrizes, trazendo segurança normativa a todos partícipes dos processos, colaborando para a
padronização nacional e a maior efetividade dos programas municipais, melhorando a utilização dos recursos
e, principalmente, buscando o equilíbrio entre o ambiente e populações humana e animal.
Concomitantemente, há a possibilidade dos órgãos trabalharem conjuntamente para revisar, elaborar e
assessorar tecnicamente a formulação das demais diretrizes do MMA necessárias para executar o Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, em especial aquelas direcionadas aos Centros de
Referência de Animais Vulneráveis (abrigos), aos animais comunitários, aos animais ferais e/ou de vida livre,
ao enfrentamento de zoonoses (ex: leishmaniose, esporotricose, etc.), às pessoas em situação de acúmulo de
animais e à atuação de médicos-veterinários, zootecnistas e grupos de resgate nos eventos de desastres.

4. ABRANGÊNCIA
O Acordo de Cooperação Técnica terá abrangência nacional ao colaborar tecnicamente na elaboração das
diretrizes do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, direcionado a estabelecer
políticas públicas para subsidiar os municípios brasileiros no atendimento dos cães e gatos, em especial os
vulneráveis e de áreas populacionais de baixa renda. Ao mesmo tempo, padronizarão as diretrizes que
nortearão as parcerias entre entidades públicas e da sociedade civil que executam instrumentos de repasse
do Programa de Proteção e Defesa Animal.

5. JUSTIFICATIVA
O manejo populacional de caninos e felinos é importante medida para saúde-única, visto que a diminuição
de animais abandonados nas ruas favorece o controle de zoonoses, a saúde e o bem-estar dos animais, as
ameaças à fauna silvestres e à biodiversidade, a saúde das pessoas e a qualidade ambiental das cidades.
Outras esferas a serem observadas para o manejo populacional de cães e gatos são: os Centros de Referência
de Animais Vulneráveis (abrigos), os animais comunitários, os animais ferais e/ou de vida livre, o
enfrentamento de zoonoses (ex: leishmaniose, esporotricose, etc.), as pessoas em situação de acúmulo de
animais e as intervenções em desastres, que praticamente não têm normas específicas e são áreas de
crescente importância na elaboração de uma política pública voltada para o tema.
Para o estabelecimento de um arcabouço normativo contextualizado com as demandas da sociedade
brasileira e dos municípios, que garanta serviços médico-veterinários e zootécnicos seguros para a sociedade,
em especial aos animais atendidos, e que ao mesmo tempo seja efetivo e otimize o recurso público, é
primordial o trabalho conjunto das equipes técnicas do MMA e do CFMV.
A colaboração técnica entre os órgãos permitirá a elaboração de diretrizes que facilitarão a padronização dos
programas de manejo populacional a serem executados nos municípios, agilizando a destinação de recursos
às prefeituras, ONGs, instituições de ensino e outros agentes. Será relevante ainda para o MMA a parceria
para receber apoio técnico aos projetos que objetivem a execução de uma agenda de Proteção, Defesa e
Direitos Animais.
Quanto ao Sistema CFMV/CRMVs, possibilita que as normas editadas pelo MMA estabeleçam padrões que
ratifiquem os dispositivos de suas resoluções na execução das atividades da medicina veterinária e da
zootecnia presentes nas ações dos programas de manejo populacional de cães e gatos. Esta parceria agilizará
os processos de registro de instituições, empresas e profissionais, nas homologações de anotações de
responsabilidade técnica e na autorização de projetos de esterilização. Ao mesmo tempo, aumentará a
efetividade da fiscalização e qualificará os serviços prestados por profissionais, estabelecimentos e projetos
voltados à área, trazendo segurança aos animais e à sociedade.

208
6. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS

Objetivo Geral:
Estabelecer parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima - MMA e o Conselho Federal
de Medicina Veterinária - CFMV para a elaboração de documentos técnicos com vistas à Proteção, Defesa
e Direitos Animais, por meio de diretrizes voltadas à execução do Plano Nacional de Manejo Populacional
de Cães e Gatos.

Objetivos Específicos:
1 - Colaboração técnica para a elaboração das diretrizes, normativas, treinamentos e publicações do MMA,
voltadas para:
 O Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos;
 A padronização das especificações dos Projetos de Manejo Populacional para todas as unidades
federativas e das Unidades Móveis de Esterilização e Educação em Saúde (UMEES);
 A elaboração do Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais;
 As atividades dos Centros de Referência de Animais Vulneráveis (abrigos),
 A gestão dos animais comunitários;
 O enfrentamento de zoonoses (ex: leishmaniose, esporotricose, etc.);
 A gestão de animais ferais e/ou de vida livre;
 A inibição de maus-tratos aos cães e gatos;
 A atenção aos acumuladores de animais, e
 Outras atividades relacionadas ao manejo de populações de cães e gatos vinculadas com serviços
médico-veterinários e zootécnicos.
2 - Apresentação de propostas ao CFMV para revisão, atualização e padronização dos requisitos para:
 Os procedimentos de contracepção de cães e gatos em programas de educação em saúde, guarda
responsável e esterilização cirúrgica com a finalidade de manejo populacional;
 A autorização do funcionamento das Unidades Móveis de Esterilização e Educação em Saúde
(UMEES);
 Outras ações dos programas de manejo populacional de cães e gatos que tenham interface com as
atividades médico-veterinárias e zootécnicas.

7. METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO

A equipe do DPDA será responsável em:


a) Disponibilizar as propostas de normativas técnicas do MMA voltadas ao tema para análise técnica do
CFMV;
b) Indicar representantes para participar dos trabalhos a serem definidos no presente convênio;
c) Encaminhar propostas de análise e revisão de normativas do Sistema CFMV/CRMVs voltadas ao tema
para o CFMV;
d) Propor ao CFMV o estudo para elaboração de novas normativas que se apliquem ao tema.

A equipe do CFMV será responsável em:


a) Indicar representantes para participar dos trabalhos a serem definidos no presente convênio;
b) Analisar as propostas de normativas técnicas do MMA voltadas ao tema;
c) Avaliar as propostas de análise e revisão de normativas do Sistema CFMV/CRMVs encaminhadas pelo
MMA;
d) Propor ao MMA o estudo para elaboração de novas normativas que se apliquem ao tema.

209
8. UNIDADE RESPONSÁVEL E GESTOR DO ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

Indicar a unidade da entidade responsável pelo acompanhamento do acordo: Departamento de Proteção,


Defesa e Direitos Animais

Nome do gestor:

9. RESULTADOS ESPERADOS

• Apoiar tecnicamente a elaboração e execução do Programa Nacional de Manejo Populacional


Ético de Cães e Gatos;
• Estabelecer a padronização das especificações dos Projetos de Manejo Populacional para todas as
unidades federativas e das Unidades Móveis de Esterilização e Educação em Saúde (UMEES);
• Participar em conjunto na elaboração do Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa
Envolvendo Animais;
• Publicar em parceria os Manuais de:
a) Diretrizes para Gestores e Responsáveis Técnicos de Ações de Manejo de População de Cães e
Gatos;
b) Diretrizes para Gestores e Responsáveis Técnicos de Abrigos/Centro de Referência de Animais
Vulneráveis;
c) Diretrizes para a atuação de médicos-veterinários e zootecnistas em desastres em massa
envolvendo animais domésticos e selvagens.
• Estudar propostas para elaborar e publicar em parceria materiais técnicos direcionados a:
a) Gestão dos animais comunitários;
b) Enfrentamento de zoonoses (ex: leishmaniose, esporotricose, etc.);
c) Gestão de animais ferais e/ou de vida livre;
d) Gestão e manejo dos animais em situação de abrigos;
e) Inibição de maus-tratos aos cães e gatos;
f) Atenção aos acumuladores de animais, e
g) Outras atividades relacionadas ao manejo de populações de cães e gatos vinculadas com serviços
médico-veterinários e zootécnicos.

10. PLANO DE AÇÃO

Eixos Ação Responsável Prazo Situação

Reuniões com CFMV para


2
discussão e padronização das A iniciar
meses
especificações das UMEES;

Padronização das Estabelecimento de normativa


especificações das Unidades do MMA com indicação das 3
1 A iniciar
Móveis de Esterilização e especificações desejadas para meses
Educação em Saúde (UMEES) as UMEES;

Divulgação das especificações


3
das UMEES do MMA para os A iniciar
meses
CRMVs.

Reuniões com CFMV para 2


2 Padronização das A iniciar
discussão e padronização das meses
especificações dos projetos de
especificações de projetos de

210
controle populacional para controle populacional de cães
todas as unidades federativas. e gatos;

Estabelecimento de normativa
do MMA com indicação dos
critérios de aprovação e 3
A iniciar
especificações dos projetos de meses
controle populacional de cães
e gatos;

Divulgação dos critérios de


aprovação e especificações
3
dos projetos de controle A iniciar
meses
populacional de cães e gatos
do MMA para os CRMVs.

Elaboração do Programa Participação do CFMV na


Nacional de Manejo formulação e instituição do
3 Populacional Ético de Cães e Programa Nacional de Manejo Iniciado
Gatos Populacional Ético de Cães e
Gatos.

Manual de Diretrizes para o


Gestores e Responsáveis 2
Técnicos de Abrigos/Centro de A iniciar
meses
Referência de Animais
Vulneráveis
Manual de Diretrizes para o
Elaboração e Publicação de Gestores e Responsáveis 4
A iniciar
4 Manuais para Gestores e Técnico de Ações de Manejo de meses
Responsáveis Técnicos População de Cães e Gatos
Manual de Diretrizes para a
atuação de médicos-
veterinários e zootecnistas em 5
A iniciar
desastres em massa meses
envolvendo animais
domésticos e selvagens
Elaboração de Plano Nacional
de Contingência de Desastres Participação do CFMV na
em Massa Envolvendo Formulação e Instituição do
2
5 Animais, com formação do Plano Nacional de A iniciar
meses
Comitê Gestor de Crise e Contingência de Desastres em
capacitação de agentes de Massa Envolvendo Animais;
salvamento.

a) Gestão dos animais


comunitários;
Estudos de propostas para b) Enfrentamento de zoonoses 5
6 elaborar e publicar em (ex: leishmaniose, A iniciar
meses
parceria materiais técnicos esporotricose, etc.);
c) Gestão de animais ferais
e/ou de vida livre;

211
d) Gestão e manejo dos
animais em situação de
abrigos;
e) Inibiçãode maus-tratos aos
cães e gatos;
f) Atenção aos acumuladores
de animais, e
g) Outras atividades
relacionadas ao manejo de
populações de cães e gatos
vinculadas a serviços médico-
veterinários e zootécnicos.

212
ANEXO II - Pré-projeto do “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária

1. INTRODUÇÃO
O projeto propõe reconhecer e estimular as boas práticas das Pessoas Jurídicas voltadas à defesa, à
saúde e à melhoria da qualidade de vida dos animais atendidos pelo Programa Nacional de Manejo Ético de
Cães e Gatos por meio do “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária”, conferido como chancela do
Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática – MMA, reconhecendo publicamente suas ações de
responsabilidade social.

2. JUSTIFICATIVA
A superpopulação de cães e gatos no Brasil gera fortes impactos socioambientais negativos e seu
manejo ético traz benefícios diversos. Paralelamente, há uma reivindicação da sociedade, que se mobiliza para
proteger cães e gatos em situação de vulnerabilidade, resgatando, reabilitando, esterilizando, abrigando e
realocando esses animais em novos lares. Somado a esse cenário, observa-se as crescentes situações de maus-
tratos e abusos, principalmente com os animais sem domicílio e vulneráveis, exigindo cada vez mais
providências do poder público.
Nesse viés, dentro do contexto de estimular as pareceria entre os setores público e privado, o “Selo
Federal de Responsabilidade Animalitária” torna-se mais uma ferramenta para incrementar a captação de
recursos destinados ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, os quais serão
destinados aos municípios que atenderem as diretrizes estabelecidas pelo MMA.
Pesquisas realizadas na última década sinalizam que os consumidores estão mais atentos e exigentes,
dando preferência às empresas comprometidas com ações socioambientais efetivas. O número de
consumidores que escolhem as empresas responsáveis é crescente. Em 2019, estudos apontaram que 87% da
população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados
disse “que não se importa em pagar um pouco mais por isso”.
Ao mesmo tempo, as empresas que adotam práticas mais responsáveis e preocupadas com questões
socioambientais são mais bem vistas por colaboradores e fornecedores, que passam a valorizar cada vez mais
suas relações comerciais e o espaço de trabalho. Assim como os clientes, que veem essas marcas com mais
credibilidade.
3. METODOLOGIA
Será concedido o “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária” às empresas com reconhecido perfil
de responsabilidade socioambiental voltado a apoiar às diretrizes do Programa Nacional de Manejo Ético de
Cães e Gatos, em especial com ações direcionadas aos seguintes aspectos:
I. Projetos de esterilização de cães e gatos para o manejo ético de cães e gatos;
II. Combate aos abusos e maus-tratos com animais;
III. Levantamento populacional, registro e identificação de cães e gatos;
IV. Campanhas de adoção e ações educativas de guarda responsável;
V. Doação de medicamentos, insumos e ração aos municípios aderentes e às ONGs e protetores
devidamente cadastrados;
VI. Atendimento de resgate e médico-veterinário aos animais em situação de risco;
VII. Patrocínio e apoio a eventos destinados às questões da proteção dos animais.
Empresas de quaisquer portes poderão solicitar o “Selo Federal de Responsabilidade Animalitária”,
desde que não tenham condenações administrativas, cíveis ou penais por danos ambientais, que não adotem

213
posturas de desrespeito à legislação de proteção aos animais e/ou que não patrocinam eventos que causem
qualquer tipo de sofrimento aos animais.
A empresa que conquistar o selo terá o direito de utilizá-lo, da forma necessária, na prospecção da
sua empresa e produtos, desde que não haja conflito de interesses ou incompatibilidade com os conceitos de
bem-estar animal e de proteção à fauna. Deste modo, o consumidor ao adquirir um produto com o Selo saberá
que parte de sua compra estará colaborando com ações voltadas à proteção animal.
As regras para a concessão do selo e as formas de patrocínio e/ou apoio proveniente das empresas
serão definidas por meio de norma do MMA e, num primeiro momento, compreenderão recursos financeiros,
materiais ou custeio de serviços destinados à execução do Programa Nacional de Manejo Ético de Cães e
Gatos.

4. REFERÊNCIAS
PL 13 / 2020 – Assembleia Legislativa de São Paulo - Institui o selo Amigo dos Animais de reconhecimento a
empresas, associações e fundações que se destacam na promoção de iniciativas da causa animal.
https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1000316397
LEI Nº 14.406, DE 29 DE ABRIL DE 2022, Cria o Selo Municipal “Amigos dos Animais” e dá outras providências
https://www.camarajf.mg.gov.br/sal/norma.php?njt=LEI&njn=14406&njc=
LEI Nº 7.359, DE 10 DE MAIO DE 2022. Dispõe sobre a criação do Selo Empresa Amiga do Animal, a ser
concedido às empresas que realizarem doações de alimentos e medicamentos a abrigos e ONG que atuem
na proteção dos animais, na forma que menciona. (Regulamentada pelo Decreto nº 51018/2022)
https://leismunicipais.com.br/a/rj/r/rio-de-janeiro/lei-ordinaria/2022/736/7359/lei-ordinaria-n-7359-2022-
dispoe-sobre-a-criacao-do-selo-empresa-amiga-do-animal-a-ser-concedido-as-empresas-que-realizarem-
doacoes-de-alimentos-e-medicamentos-a-abrigos-e-ong-que-atuem-na-protecao-dos-animais-na-forma-
que-menciona
DECRETO RIO Nº 51018 DE 22 DE JUNHO DE 2022 Regulamenta a Lei nº 7.359, de 10 de maio de 2022, que
dispõe sobre a criação do Selo Empresa Amiga dos Animais, a ser concedido às empresas que realizarem
doações de alimentos e medicamentos a abrigos e ONG que atuem na proteção dos animais, na forma que
menciona
https://doweb.rio.rj.gov.br/apifront/portal/edicoes/imprimir_materia/848836/5379
LEI Nº 16.154, DE 28 DE ABRIL DE 2023 - PUBLICADA NO DOM DE 28/04/2023, Institui o selo Empresa Amiga
dos Animais de Curitiba.
https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/curitiba/lei-ordinaria/2023/1616/16154/lei-ordinaria-n-16154-2023-
institui-o-selo-empresa-amiga-dos-animais-de-curitiba

214
ANEXO III - Ementa de curso de esterilização cirúrgica em cães e gatos e de intervenção minimamente
invasiva

Curso de Capacitação de Médicos Veterinários para Realizaçãode Técnicas de Contracepção Cirúrgicas


Minimamente Invasivas em Cães e Gatos (Prof. Dr. Stelio Pacca Loureiro Luna)

Dias e horários: a definir

Curso teórico: 1º dia – 4 horas

Curso prático: 2º dia – 8 horas

Vagas: 24

Publico: médicos veterinários autônomos e de centros/serviços de controle de zoonoses ou decontrole


animal.

Objetivo geral: capacitar médicos veterinários para realização de cirurgias de orquiectomia e ovário-salpingo-
histerectomia (OSH) minimamente invasivas, no sentido de incentivar a implantação ou implementação do
Programa de Controle de Populações de Cães e Gatos nosmunicípios do Brasil.

Justificativa

Os animais de estimação são em sua maioria cães e gatos. A falta de conscientização sobre a propriedade
responsável de cães e gatos, leva a uma procriação excessiva desses animais, tanto domiciliados, como
errantes, o que constitui, atualmente, um problema de saúde pública de proporções elevadas em centros
urbanos.

Estima-se que há um cão para cada 4 habitantes e um gato para 14. Cada cadela ou gata pode dar duas crias
ao ano e estas fêmeas poderiam gerar em condições normais ao redor de 7 filhotes por ano. Segundo estudo
americano, uma só cadela e seus descendentes podem em um período de 6 anos gerar 67.000 filhotes e um
macho pode se procriar com uma centena de fêmeas.

Animais não-domiciliados podem causar diversos transtornos como acidentes de trânsito, agressão a seres
humanos, contaminação ambiental e transmissão de zoonoses.

O aspecto humanitário e o apelo à melhoria da saúde publica são duas justificativas consideráveis para a
resolução do problema da superpopulação de cães e gatos. A maioria dos municípios brasileiros, que possuem
uma política de controle de zoonoses, opta pelo sacrifício de cães e gatos. A cada hora 54 animais são
eliminados no Brasil. Entretanto, o sacrifício de animais esbarra em questões éticas, já que não é visto
com bons olhos pelas entidades de proteção animal e por uma boa parte da população que se preocupa
com o bem- e s t a r dos animais. Adicionalmente está demonstrado que este método não é eficaz quando
empregado isoladamente,pois não atinge a raiz do problema. O custo da captura, transporte, alojamento,
sacrifício edisposição do cadáver animal é de duas a quatro vezes maior que a vacinação, desverminação,
identificação e castração cirúrgica. A taxa de sobrevivência de animais não removidos repõe rapidamente
a taxa de animais eliminados, necessitando uma eliminação de 50 a 80% da população animal por ano, para
haver eficácia, o que é impraticável. Para o controle ou diminuição da população animal, é de fundamental
importância o controle reprodutivo desses animais, principalmente por meio da esterilização cirúrgica. A
vantagem da esterilização cirúrgica é promover a incapacidade reprodutiva instantânea pós-cirúrgica e
irreversível.

215
É de fundamental importância a atualização dos profissionais no que diz respeito ao aprendizado de técnicas
minimamente invasivas de contracepção cirúrgica, em animais domiciliados ou não, com redução dos custos
dos procedimentos e aumento do rendimento do trabalho do Médico Veterinário.

Fatos e mitos da contracepção cirúrgica

Idade: a cirurgia pode ser realizada a partir de 60 dias nas fêmeas e ao se observar os testículos na bolsa
escrotal nos machos. A realização da cirurgia em cadelas antes do primeiro cio, reduz o risco de tumores de
mama, de 26% para 0,5% quando comparado à realização da mesma após o segundo cio.

Alteração de comportamento: não existem evidências de alteração de comportamento dos animais que são
submetidos à contracepção cirúrgica.

Aumento da altura: a realização de cirurgias na fase pré-púbere pode desencadear um pequeno aumento do
comprimento dos ossos longos dos animais.

Incontinência urinária: a contracepção cirúrgica pode desencadear incontinência urinária em algumas fêmeas.

Aumento de peso: tendo em vista à redução do metabolismo, há necessidade de uma diminuição do


fornecimento de alimentos para que o animal não ganhe peso, associando-se à prática de atividades físicas.

Dia 1 – Programa Teórico

Duração: 4 horas

14:00 - Programa de controle de populações de cães e gatos

14:45 - Bioética e bem-estar animal

15:15 – Analgesia e anestesia para castração de grande número de cães e gatos

15:45 - Intervalo

16:00 - Derrubando os mitos contra a gonadectomia antes da puberdade e Técnica cirúrgicaminimamente


invasiva

17:00 - Esterilização em massa: custos; assepsia e antissepsia; cuidados pré, trans e póscirúrgicos e
complicações das cirurgias de esterilização

18:00 - Discussão

Dia 2 - Programa Prático

Duração: 8 horas

Prática das técnicas cirúrgicas – 2 alunos por mesa com realização de 4 cirurgias por aluno

Material didático incluído

- Apostila

216
Tópicos: Introdução; Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas para OSH e orquiectomia de caninos e felinos;
técnicas anestésicas para castração de grande número de cães e gatos – eficácia anestésica/analgésica,
segurança, controle da dor pós-operatória, custo; fluxograma de trabalho para castrações em massa; manejo
sanitário.

- DVD

DVD com a filmagem e explicação das técnicas comentadas e discutidas durante as aulas teórico-práticas;
incluindo técnicas de paramentação e montagem da mesa cirúrgica com instrumental necessário para
realização dos procedimentos de contracepção cirúrgica.

Investimento - custos

Custo: R$ 320,00 por aluno

Cada aluno receberá:

• Apostila
• DVD
• Caso não haja interesse no DVD o custo será de R$ 280,00

Inclui disponibilidade de material cirúrgico e de consumo (medicamentos e material) a cargo dos ministrantes

Observações (contrapartida dos organizadores locais):

 transporte, alimentação e hospedagem de 4 (quatro) professores (este item poderá serdesnecessário


dependendo do local de realização do curso)
 disponibilizar um cão, uma cadela, um gato e uma gata por aluno, por meio de contato com
proprietários, Sociedades Protetoras ou outros e se responsabilizar pelo pós-operatório

217
ANEXO IV - Legislações de Bancos de Rações para Animais

Arapongas/PR

LEI Nº 4.988, DE 30 DE AGOSTO DE 2021, Institui o Programa Banco de Ração e Utensílios para Animais no
Município de Arapongas/Pr.

https://leismunicipais.com.br/a1/pr/a/arapongas/lei-ordinaria/2021/499/4988/lei-ordinaria-n-4988-2021-
institui-o-programa-banco-de-racao-e-utensilios-para-animais-no-municipio-de-arapongas-
pr?q=banco+de+ra%C3%A7%C3%A3o

Curitiba/PR

LEI Nº 15.449 DE 28 DE MAIO DE 2019, Institui, no âmbito do Município de Curitiba, o Programa Banco de
Ração para Animais e dá outras providências.

(Regulamentada pelo Decreto nº 1226/2019)

https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/curitiba/lei-ordinaria/2019/1545/15449/lei-ordinaria-n-15449-2019-
institui-no-mbito-do-municipio-de-curitiba-o-programa-banco-de-racao-para-animais-e-da-outras-
providencias

Dispõe sobre a regulamentação da Lei Municipal nº 15.449, de 28 de maio de 2019, que instituiu o Programa
Banco de Ração para Animais do Município de Curitiba.

https://leismunicipais.com.br/a/pr/c/curitiba/decreto/2019/122/1226/decreto-n-1226-2019-dispoe-sobre-
a-regulamentacao-da-lei-municipal-n-15449-de-28-de-maio-de-2019-que-instituiu-o-programa-banco-de-
racao-para-animais-do-municipio-de-curitiba

Indaiatuba/SP

Banco de Rações para Animais

https://www.indaiatuba.sp.leg.br/camara-aprova-criacao-de-banco-de-racao-para-animais-a-ser-provido-
por-doacoes

Juiz de Fora/MG

LEI Nº 14.555, de 06 de janeiro de 2023 - Autoriza o Poder Executivo a instituir o Banco de Ração, para Animais
no Município de Juiz de Fora, bem como criar o programa de lar temporário aos animais abrigados no Canil
Municipal de Juiz de Fora - Substitutivo ao Projeto nº 180/2021

https://www.pjf.mg.gov.br/e_atos/e_atos_vis.php?id=102536

218
Londrina/PR

LEI Nº 12.718, DE 22 DE JUNHO DE 2018. Autoriza o Chefe do Poder Executivo a implantar o Programa Banco
de Ração do Município de Londrina e dá outras providências.

https://www2.cml.pr.gov.br/leis/2018/web/LE127182018consol.html

Porto Belo/SC

LEI MUNICIPAL Nº 2.870, DE 3 DE ABRIL DE 2020, Institui para o Município de Porto Belo, o "Banco de Ração"
e o "Banco de Acessórios para Animais", e dá outras providências

(Regulamentada pelo Decreto nº 2486/2020)

https://leismunicipais.com.br/a/sc/p/porto-belo/lei-ordinaria/2020/287/2870/lei-ordinaria-n-2870-2020-
institui-para-o-municipio-de-porto-belo-o-banco-de-racao-e-o-banco-de-acessorios-para-animais-e-da-
outras-providencias

DECRETO Nº 2.486, DE 23 DE JULHO DE 2020, Regulamenta a Lei Municipal nº 2870, de 3 de abril de 2020, que
instituiu o "Banco de Ração" e o "Banco de Acessórios para Animais" e dá outras providências.

https://leismunicipais.com.br/a/sc/p/porto-belo/decreto/2020/248/2486/decreto-n-2486-2020-
regulamenta-a-lei-municipal-n-2870-de-3-de-abril-de-2020-que-instituiu-o-banco-de-racao-e-o-banco-de-
acessorios-para-animais-e-da-outras-providencias

219
ANEXO V - Modelo de Minuta de Termo de Cooperação Técnica Instituição de Ensino Superior/Formação
Profissional x Prefeitura

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA QUE ENTRE SI CELEBRAM A PREFEITURA DO MUNICIPIO DE XXXXXX E O


INSTITUTO EDUCACIONAL XXXXXX OBJETIVANDO O CONTROLE DA NATALIDADE DE CÃES E GATO A PREVENÇÃO
E CONTROLE DAS ZOONOSES E O FOMENTO À SAÚDE ÚNICA ATRAVÉS DE PROJETOS DE EXTENSÃO
RELACIONADOS AO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE.

Pelo presente instrumento, de um lado, a PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE XXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito
público interno, com sede no XXXXXXX, situado na Rua XXXXXXXX XXXX, nº XX, na cidade de xxxxxx, inscrita no
CNPJ sob nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx, neste ato representado pelo Prefeito, xxxxxxxxxxxxxxx xxx, portador da cédula
de identidade RG nº xxx.x.x.xxx e inscrito no CPF nº xxx.xxx.xxx.-xx, brasileiro, com domicílio profissional nesta
cidade, doravante denominada PREFEITURA, e o INSTITUTO EDUCACIONAL XXXXXX, instituição de direito
privado, de fins educacionais, entidade mantenedora do Centro Universitário de xxxxxx, como sede na Rua
xxxxxxx, nº xx, na cidade de xxxxxxxx, inscrito no CNPJ MF sob nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx, neste ato representado por
seu Diretor Presidente, Professor xxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, professor universitário, portador da cédula de
identidade RG nº x.xxxx.xxx e do CPF/MF nº xxx.xxx.xxx-xx, doravante denominado INSTITUTO, celebram o
presente Termo de Cooperação Técnica, mediante as cláusulas e condições seguintes:

CLÁUSULA PRIMEIRA
O presente Termo de Cooperação Técnica tem por objetivo a somatória de esforços e cooperação entre os
partícipes, buscando viabilizar o desenvolvimento de Controle da natalidade de cães e gatos, a prevenção e o
controle das zoonoses e o fomento à saúde única através de projetos de extensão relacionados ao Programa
de Educação pelo trabalho para saúde no município de xxxxxx.

CLÁUSULA SEGUNDA
O presente Termo terá vigência pelo prazo de 02 (dois) anos, com início em xx/xx/xxxx e término em xx/xx/xxxx.
§ 1 ° - O presente Termo poderá ser denunciado e rescindido por iniciativa de qualquer dos partícipes, a
qualquer tempo, mediante notificação prévia, por escrito, com antecedência mínima de 90 (noventa) dias.
§ 2º - Havendo motivo relevante e interesse dos partícipes, o Termo poderá ter seu prazo prorrogado, mediante
termo aditivo, observado o limite de 05 (cinco) anos de vigência.

CLÁUSULA TERCEIRA
Constituem obrigações e responsabilidades específicas da PREFEITURA:
a) Encaminhar os animais (cães e gatos) recolhidos pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), somente
animais com relevância a saúde pública, às instalações pertencentes e disponibilizados pelo INSTITUTO (canis e
gatis);
b) Encaminhar os animais que passaram pelo período de observação ou da quarentena, de preferência ao seu
local de origem, caso não for possível, transferi-los para estabelecimentos veterinários que tenham como
prerrogativa o cuidado com os animais e ou solicitar apoio a adoção do animal;

220
c) Cuidar dos animais recolhidos pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) enquanto estiverem nas
dependências do INSTITUTO;
d) Realizar nas instalações e com equipamentos do INSTITUTO cirurgias ovário-salpingo-histerectomia (OSH) ou
de orquiectomia (OC) em cães e gatos, fornecendo materiais, insumos, medicamentos, alimentação e limpeza
das instalações;
e) Responsabilizar-se pelo transporte de animais recolhidos·
f) Manter o acompanhamento, supervisionar, orientar, fiscalizar e avaliar as execuções das ações integrantes
deste termo, objetivando as adequações que porventura se façam necessárias para a consecução dos objetivos
propostos;
g) Informar e alimentar o sistema de informação municipal de identificação permanente dos animais;
h) Manter, nas dependências do INSTITUTO, a que alude este Termo, por designação e ato de autorização de
autoridade competente da PREFEITURA, servidores públicos do quadro da PREFEITURA, para a execução das
atividades decorrentes do objeto do presente Termo, bem como poderá indicar pessoa fora do quadro da
PREFEITURA, porém, afeta institucionalmente às ações objeto do presente Termo (tais como: prestadores de
serviços do CISMETRO), tudo sem ônus algum ao INSTITUTO;
i) Instituir mecanismos de controle de frequência dos servidores da PREFEITURA, quando nas dependências do
INSTITUTO, observados os direitos e deveres instituídos pela legislação trabalhista;
j) Programar atividades de Extensão à Saúde Única e de Manejo Populacional Humanitário de cães e gatos sem
prejudicar as atividades do INSTITUTO;

CLÁUSULA QUARTA
Constituem obrigações e responsabilidades específicas do INSTITUTO:
a) Ceder e disponibilizar à PREFEITURA, canil e gatil adequados e suficientes para O recolhimento dos animais
pela PREFEITURA, até a quantidade de xx (xxxx) cães e xx (xxxxx) gatos;
b) Receber os animais recolhidos pela PREFEITURA;
c) Ceder e disponibilizar a PREFEITURA, uso de dependências do INSTITUTO, consistente em espaço físico e
instalações suficientes no "Hospital Veterinário" (compreendendo centro cirúrgico, salas de atendimento à
consulta e ala de doença infecciosa), na sala de patologia, na unidade de Vigilância de Zoonoses - UVZ e na sala
de técnica cirúrgica, para os procedimentos que se fizerem necessários, mediante prévio agendamento;
d) Fornecer instalações e equipamentos necessários para a realização dos procedimentos cirúrgicos de ovário-
salpingo-histerectomia(OSH) ou de orquiectomia (OC) em cães e gatos;
e) Manter arquivo individualizado de toda documentação referente ao Termo, que ficará à disposição da
PREFEITURA por período não inferior ao de 05 (cinco) anos;
f) Permitir que a pessoa indicada pela PREFEITURA e inscrita no Conselho Regional de Medicina Veterinária
exerça o controle e fiscalização das ações integrantes deste Termo;
g) Comunicar, de imediato, à PREFEITURA a ocorrência de qualquer fato relevante para a execução do presente
Termo.

221
CLÁUSULA QUINTA
Avençam que cada partícipe será o único responsável para com seus respectivos empregados e auxiliares
envolvidos na consecução deste Termo, no que concerne ao cumprimento da legislação trabalhista, de
previdência social, quanto a seguro de acidentes de trabalho ou quaisquer outros encargos previstos em lei,
em especial no que diz respeito às normas de segurança do trabalho, prevista na legislação federal.
Avençam os partícipes e, outrossim, declaram expressamente estarem cientes de que são de sua inteira
responsabilidade os pagamentos de todas as despesas com remunerações, encargos previdenciários e
trabalhistas, bem como quaisquer outros que porventura integrem os salários ou vencimentos dos seus
respectivos empregados/servidores envolvidos na consecução deste termo.

CLÁUSULA SEXTA
Fica avençado entre os partícipes, que para a fiel consecução do presente Termo de Cooperação Técnica, não
ocorrerá a transferência ou repasse de recursos financeiros de um partícipe a outro, em hipótese alguma e a
que título seja.

CLÁUSULA SÉTIMA
O funcionamento da PREFEITURA no Departamento de Zoonoses e Bem-Estar Animal será de segunda-feira a
sexta-feira das 8:00h. as 18:00h.

CLÁUSULA OITAVA
As controvérsias surgidas na execução do presente Termo deverão ser resolvidas integralmente na via
administrativa. Caso, todavia, não se alcance a solução, e como medida excepcional, as partes elegem o Foro
da Comarca de xxxxxxx para dirimir qualquer dúvida ou litígio que porventura possa surgir na execução deste
Termo, com expressa renúncia de qualquer outro, por mais privilegiado que seja.
E por estarem justas e acordadas, assinam o presente instrumento em 02 (duas) vias de igual teor e forma, com
05 (cinco) laudas, e para um só efeito, na presença das testemunhas que também subscrevem.
Xxxxxxxxxx, aos xx de xxx de 202x.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE xxxxxxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx
Prefeito
INSTITUTO EDUCACIONAL xxxxxxxx
Professor xxxxxxxx xxxxxxxx
Diretor Presidente
Testemunhas :
1- ________________________ 2- _________________________
Nome: Nome:
R.G.: R.G.:

222
ANEXO VI - Minuta de Termo de Parceria “Cidade Amiga dos Animais” Empresa x Prefeitura

TERMO DE PARCERIA QUE ENTRE SI CELEBRAM A


PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXXXX XX E, DO OUTRO LADO,
XXXXXX XXXX.

A PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXXX XXX, qualificada XXXXXXXXXXX, inscrita no XXXXXXXXXXXXXXXXX,


estabelecida na XXXXXXXXXXXXXXXXX, n.º XXXXXXXXXXXXXXXX, Bairro XXXXXXXXXXX, cidade de XXXXXXXXXX,
Estado de XXXXX, CEP: XXXXXXXX, neste ato devidamente representada por xxxxxxxx, nacionalidade, portador
do RG n.º xxxxxxxxxx e inscrito no CPF/MF sob o nº xxxxxxxxxxxxxx, doravante denominada simplesmente
“PREFEITURA”, e EMPRESA XXXXXXX XXXX XXX, sociedade por ações, inscrita no CNPJ sob o n.º
XX.XXX.XXX/XXXXX-XX, estabelecida na Rua XXXXXXXXX XXXXX, nº XX, XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, CEP XX.XXX-
XXX, neste ato devidamente representada por seus procuradores legalmente constituídos, doravante
designada XXX XXX, e, em conjunto como “Partes”.

CONSIDERANDO QUE:
a) As PARCEIRAS têm interesse em celebrar parceria para o desenvolvimento de boas práticas para uma
cidade amiga dos animais e para a divulgação da XXXXX XXX, e suas marcas de alimento para cães e gatos,
como incentivadoras da criação dos espaços e do posicionamento, conforme detalhado na proposta anexa.
b) As prestações a serem assumidas pelas PARCEIRAS são reconhecidas por ambas como
manifestamente proporcionais.
Resolvem as PARCEIRAS, de comum acordo, celebrar o presente Termo de Parceria (“TERMO” ou
“PARCERIA”), que será regido e interpretado em conformidade com os seguintes termos e condições, a saber:
1. OBJETO
1.1. O presente TERMO tem por objeto a parceria entre PREFEITURA e XXXX XXXX para iniciar as ações que
estabeleçam o posicionamento da cidade como Amiga dos Animais.
1.2. A presente parceria será estabelecida:
a) A PREFEITURA se compromete a com a realização de um censo da população de cães e
gatos; mapeamento de protetores independentes e ONGs; cadastro de veterinários,
clínicas e prestadores de serviço para futuras ações de castração e vacinação; adaptação
de pelo menos um parque da cidade para parque pet.
A Empresa xxxx xxxx se compromete a apoiar a PREFEITURA nas ações acima e a realizar a
Capacitação em grupo para comerciantes (bares, restaurantes, hotéis e pousadas), além
da instalação de pontos de apoio para turistas com pet (dois pontos de hidratação e dois
estações de limpeza).

b) A Empresa xxxxx xxxx se compromete a promover ações de comunicação incluindo posts


das redes sociais, divulgação para a imprensa, distribuição de amostras de produtos (em
evento a definir) e ação com influenciadores digitais, a serem definidos, sendo que os
detalhes das ações e material publicitário deverão ser aprovados mediante acordo prévio
entre as PARCEIRAS, bem como orientação para staff indicado pela PREFEITURA,
incluindo agências de marketing e relações públicas.

223
1.3. Os custos envolvidos nas ações serão arcados por cada PARCEIRA responsável pela respectiva ação.
Custos extras serão analisados e definidos pelas PARCEIRAS através de aditivo contratual.
2. REGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA
2.1. A Empresa xxxx xxxxxx reconhece que qualquer publicidade, marketing, materiais promocionais,
incluindo, sem limitação, televisão, rádio, jornal, internet, post em redes sociais, mensagens enviadas via
WhatsApp (ou qualquer outra plataforma de comunicação similar) e publicidade impressa, embalagens,
folhetos, publicidade exterior, mala direta, cupons e materiais de ponto de venda, bem como qualquer outro
tipo de material ("MATERIAIS"), e as atividades relacionadas de publicidade, promoção, marketing, pesquisas
e estudos de mercado realizadas pela PREFEITURA, nos termos e limites desta relação de PARCERIA devem
seguir para análise e autorização da XXXXX XXXXX.
3. EXTENSÃO OU REDUÇÃO DO ESCOPO
3.1. Se, porventura, no curso da presente PARCERIA, as PARCEIRAS decidirem por estender ou reduzir o
escopo da PARCERIA, a alteração somente produzirá efeitos e será considerada válida e vinculante após o
adendo contratual a ser firmado de comum acordo entre as PARCEIRAS, que será instrumentalizado em forma
de Anexo, no qual serão fixadas as novas condições pactuadas.
4. OBRIGAÇÕES DAS PARTES
4.1. Além de todas as obrigações decorrentes de leis aplicáveis a este TERMO e das assumidas nas demais
cláusulas e Anexos, as Partes, se responsabilizam em:
a) Arcar, individualmente, com os todos os custos do seu pessoal quando da realização das ações
sem qualquer responsabilização da outra Parte;
b) satisfazerem todas as exigências dos poderes públicos a que derem causa, incluindo, mas não
se limitando, ao cumprimento de todos os protocolos sanitários de desinfeção do ambiente de forma
a evitar qualquer tipo de contaminação cruzada, se responsabilizando, solidariamente, sobre
infrações que venham a praticar;
c) Arcarem, conjuntamente, com todas as despesas para realizar as adequações necessárias,
apontadas nos relatórios de diagnósticos a fim de garantir que as lojas dos restaurantes e espaços
sigam as recomendações de um espaço/estabelecimento considerado “amigo dos animais”;
5. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR
5.1. Ante a ocorrência de qualquer circunstância que possa, conforme o Código Civil Brasileiro descreve
em seu artigo 393 e parágrafo único, ser invocada como caso fortuito ou motivo de força maior, deverá a
PARCEIRA afetada enviar à outra, em até 3 (três) dias, uma notificação comunicando a ocorrência do fato,
como serão afetadas as atividades desta PARCERIA, as medidas que estiverem sendo tomadas e a previsão
para a regularização da situação.
5.2. Os prazos desta PARCERIA afetados pela ocorrência de caso fortuito ou motivo de força maior serão
prorrogados proporcionalmente ao atraso que esta lhes tiver acarretado, considerando-se as características
de cada ocorrência, mediante formalização de aditivo contratual.
5.3. A interrupção da PARCERIA decorrente de caso fortuito ou força maior, por um período superior a 60
(sessenta) dias, facultará às PARCEIRAS dar por terminada a presente PARCERIA, sem que sejam devidos
quaisquer valores a título de multa ou indenização.
5.4. É certo ainda entre as PARCEIRAS que o caso fortuito e a força maior somente serão considerados
como excludentes da responsabilidade civil quando o fato gerador do dano não for relacionado ao próprio
risco das atividades desenvolvidas por cada PARCEIRA no âmbito desta PARCERIA.
6. PRAZO
6.1. O presente TERMO entrará em vigor na data da sua assinatura e irá vigorar por 12 (doze) meses.

224
6.2. Este TERMO será poderá ser prorrogado ou renovado única e exclusivamente mediante acordo escrito
firmado entre as PARCEIRAS anteriormente ao final da vigência, sem o que restará automaticamente
terminado, independentemente de notificação ou outra formalidade.
7. RESCISÃO
7.1. Este TERMO poderá ser rescindido de pleno direito e independente de qualquer interpelação judicial,
nas seguintes hipóteses:
a) Descumprimento por qualquer das PARCEIRAS de qualquer obrigação ou condição prevista
neste instrumento ou em seus Anexos, após notificada, não sanar a irregularidade no prazo de 10 (dez)
dias;
b) Na ocorrência de caso fortuito ou de força maior, conforme disciplinado neste TERMO, desde
que tal fato continue produzindo efeitos por mais de 60 (sessenta) dias;
7.2. RESILIÇÃO. O presente TERMO poderá ser denunciado por qualquer uma das PARCEIRAS,
imotivadamente, sem qualquer ônus, mediante notificação por escrito com antecedência mínima de 30
(trinta) dias.
7.3. As PARCEIRAS comprometem-se a cessar o uso de propriedade intelectual da outra PARCEIRA, caso
previamente autorizado tal uso, no advento de qualquer hipótese de rescisão ou ao término da vigência do
presente TERMO.
7.4. A rescisão desse TERMO resguarda os direitos das Partes de buscarem eventuais ressarcimentos e/ou
indenizações à outra Parte por fatos ocorridos durante a vigência do Contrato e não notificados até a data da
rescisão contratual.
8. PROPRIEDADE INTELECTUAL
8.1. As PARCEIRAS não poderão utilizar as marcas, logotipos, jargões ou outra propriedade intelectual uma
das outras, exceto para os fins estabelecidos no objeto desta PARCERIA e especificados na Cláusula 1 deste
TERMO, para os quais as PARCEIRAS concedem autorização de uso, observadas as regras previstas neste
TERMO, especialmente no item 1.1.2.1.
9. CESSÃO E TRANSFERÊNCIA
9.1. Nenhuma das PARCEIRAS poderá ceder, dar em garantia ou transferir a terceiros, no todo ou em
parte, os direitos e obrigações oriundos do presente TERMO, salvo com a prévia anuência da outra PARCEIRA.
Será nula a cessão efetuada em desacordo com esta cláusula, não produzindo quaisquer efeitos.
10. DISPOSIÇÕES GERAIS
10.1. Autorização e Poderes. Os seus representantes legais possuem plena capacidade para celebrar o
presente TERMO e realizar todas as operações aqui previstas, independentemente de qualquer outra
autorização, tendo tomado todas as medidas de natureza societária e outras eventualmente necessárias para
autorizar a sua celebração;
10.2. Ausência de Violação. Consentimentos. No seu melhor conhecimento, a celebração deste TERMO e as
obrigações aqui previstas (i) não violam ou violarão qualquer disposição dos seus estatutos; (ii) não violam ou
violarão, não infringem ou infringirão de qualquer forma, constituem ou constituirão, ou dão ou darão causa
a inadimplemento, nos termos de qualquer das disposições de qualquer contrato ou compromisso ou outra
obrigação relevante em que seja parte ou esteja vinculada; (iii) não infringe qualquer disposição de lei,
decreto, norma ou regulamento, ordem administrativa ou judicial a que esteja sujeita; (iv) não exige qualquer
consentimento, aprovação ou autorização de, aviso a, ou arquivamento ou registro junto a qualquer pessoa
física ou jurídica, tribunal ou autoridade governamental; (v) foram previamente discutidas, representando
fielmente o negócio jurídico entabulado pelas PARCEIRAS;

225
10.3. Constituição e Situação Regular. Estão legalmente constituídas de acordo com as leis do Brasil e
habilitadas a conduzirem seus negócios como atualmente os têm conduzido, possuindo as autorizações
administrativas necessárias para exercer suas atividades;
10.4. Capacidade Econômico-Financeira. As PARCEIRAS têm capacidade econômico-financeira para
suportar as obrigações assumidas no presente TERMO e demais documentos;
10.5. Empregados. Em relação aos seus empregados: (i) não utilizam mão de obra infantil, sendo que o
termo infantil refere-se a pessoas abaixo da idade permitida em lei para o exercício de atividade laboral; (ii)
empregam somente pessoas cuja presença seja voluntária, concordando em não usar trabalho de prisioneiros,
ou usar punições físicas ou outras formas de coerção mental ou física como forma de disciplina de seus
empregados; (iii) cumprem com todo o pagamento de salário e horário aplicável por lei, inclusive de salário
mínimo, horas extras e jornadas máximas; (iv) garantem um local de trabalho seguro e saudável, com as
instalações construídas e mantidas de acordo com a lei; e (v) não discriminam as pessoas nas suas
contratações, ou, ainda, nas práticas empregatícias, em razão de sua raça, cor, credo, nacionalidade, afiliação
política ou preferência sexual;
11. DISPOSIÇÕES GERAIS
11.1. O fato de qualquer PARCEIRA, a qualquer tempo, não fazer valer as disposições e condições
estipuladas neste TERMO ou não exercer qualquer direito nele previsto não constituirá renúncia nem deverá
afetar o direito da referida PARCEIRA de exercer o referido direito ou medida no futuro.
11.2. O presente TERMO constitui o acordo integral das PARCEIRAS e anula e substitui quaisquer acordos e
documentos anteriores entre as PARCEIRAS, verbais ou escritos, em relação à mesma matéria e objetos
tratados no presente.
11.3. Se qualquer disposição contida neste TERMO for considerada inválida, ilegal ou inexequível de
qualquer forma, a validade, legalidade ou exequibilidade das outras disposições contidas neste TERMO, não
serão afetadas ou prejudicadas de qualquer maneira em virtude do referido fato. As PARCEIRAS deverão
negociar de boa-fé a substituição das disposições inválidas, ilegais ou inexequíveis por disposições válidas,
cujo efeito econômico se aproxime o máximo possível do efeito econômico das disposições inválidas, ilegais
ou inexequíveis.
11.4. Dá-se ao presente TERMO o caráter de não exclusividade.
11.5. O presente TERMO obriga as PARCEIRAS e sucessores, a cumprirem e a fazerem cumprir, a qualquer
tempo, as cláusulas ora pactuadas.
11.6. Durante o curso da vigência deste TERMO e relativamente ao seu cumprimento, todas as
manifestações deverão ser expressas, por escrito, não importando o silêncio das PARCEIRAS em concordância
com qualquer termo e/ou condição que se lhe queira aplicável.
11.7. Nenhuma das PARCEIRAS poderá alegar desconhecimento ou não recebimento de qualquer
comunicação que tenha sido dirigida e endereçada na forma prevista acima, sendo certo que nenhuma delas
poderá alegar desconhecimento se, tendo mudado de endereço, não notificou a outra de tal circunstância e
do novo endereço.
11.8. Fica expressamente estipulado que não se estabelece, por força do presente TERMO, qualquer vínculo
de natureza empregatícia, societária, associativa ou de responsabilidade entre as PARCEIRAS, sendo cada uma
das PARCEIRAS responsável em suas áreas específicas por todas as obrigações e encargos decorrentes da
legislação vigente, seja a civil, tributária, penal, trabalhista, previdenciária, social, de caráter securitário ou
qualquer outra, obrigando-se, assim, a realizar todos os procedimentos necessários a fim de isentar a outra
parte de toda e qualquer responsabilidade, patrimonial ou não.
11.9. As PARCEIRAS declaram e garantem que não estão envolvidas, direta ou indiretamente, por seus
representantes, administradores, diretores, sócios, funcionários e colaboradores em qualquer atividade ou
prática que constitua uma infração aos termos da Lei Anticorrupção atualmente vigente. Garantem ainda que

226
não irão, direta ou indiretamente, oferecer, dar, fazer, prometer, pagar ou autorizar pagamento em dinheiro,
presentes de qualquer natureza ou qualquer coisa de valor, em espécie ou não, para qualquer colaborador ou
funcionário uma da outra ou para terceiros relacionados ao presente TERMO, que não decorra expressamente
das obrigações assumidas no presente TERMO.
c) Toda possível interação, de qualquer natureza, com um agente público ou seus assessores,
agindo em caráter transitório ou sem remuneração, em qualquer nível ou instância,
nacional ou estrangeiro, bem como com partidos políticos, agências regulatórias,
representações diplomáticas, entidades paraestatais, empresas de propriedade do
governo ou sob o seu controle ou funcionário ou empregado de qualquer organização
internacional pública ou privada, que eventualmente seja necessária em razão das
obrigações assumidas neste TERMO, deve se dar tão somente nos termos do presente
instrumento, e com prévia e expressa anuência das PARCEIRAS.
12. FORO
12.1. Fica eleito o Foro Central da Cidade de XXX XXX, Estado de XXX XXX, com renúncia expressa por
qualquer outro, por mais privilegiado que seja ou venha a ser, para dirimir toda e qualquer questão oriunda
do presente TERMO.
E, por estarem assim, justas e avençadas, as Partes, por meio de seus representantes legais, assinam o
presente instrumento por meio eletrônico e perante as duas testemunhas abaixo indicadas, para que sejam
produzidos todos os seus devidos efeitos legais, reconhecendo e concordando que as referidas assinaturas
realizadas através de plataforma eletrônica são juridicamente válidas e vinculativas nos termos da legislação
aplicável.

Xxxxxxx, xx de xxxxx de 202x.

___________________________________________________
PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXX XXXXX

___________________________________________________
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX

Testemunhas:

____________________________________ _____________________________________
Nome: Nome:
RG: RG:
CPF: CPF:

227
Addfdghjlb

PILAR 2

2. Gestão das
Populações de Cães e
Gatos
2.1. Censo animal – animais domiciliados e em situação de rua
2.2. Registro e identificação de animais e microchipagem
2.3. Castração como estratégia de controle populacional
2.4. Atenção básica à saúde animal
2.5. Zoonoses e medidas de enfrentamento
2.6. Impacto ambiental e na fauna silvestre

228
2.1. Censo animal – animais domiciliados e em situação de rua

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Fomentar que sejam adotadas estratégias de levantamento das populações de cães e de gatos por todo o
território nacional, promovendo a sensibilização de gestores quanto à relevância do tema e apresentando
possibilidades e sugestões para viabilização da realização das estimativas.

INTRODUÇÃO
Considerando a diversidade e a complexidade de ambientes presentes nos Estados e Municípios de
um país com dimensões continentais como o Brasil, o qual apresenta extensão territorial de 8.510.417,771
km² (BRASIL, 2023), destaca-se a importância de se conhecer minimamente o tamanho e a composição das
populações de cães e gatos, de forma local e preferencialmente compondo um apanhado nacional, como
etapa fundamental para que gestores possam adotar as melhores estratégias de manejo humanitário das
populações destes animais de companhia.
O estabelecimento de diagnóstico populacional possibilita o direcionamento da aplicação de políticas
públicas de proteção e de bem-estar animal, tornando otimizado o uso de recursos públicos e permitindo
monitoramento mais efetivo dos resultados alcançados com programas de controle de natalidade, por
exemplo, o que até o momento tem ocorrido essencialmente de forma empírica em várias regiões. Além disso,
ao se conhecer o perfil situacional dos grupos de animais no contexto das cidades a atuação na prevenção de
zoonoses pode ser refinada e feita de forma estratégica e com maior substancialidade.
Apesar de existirem referências que apresentam números em relação à proporção de habitantes,
tratam-se fundamentalmente de inferências de estudos realizados em contextos ambientais e
socioeconômicos específicos, o que pode acarretar conclusões restritas ou muitas vezes equivocadas. Nesse
sentido, mostra-se de extrema relevância a realização regional do levantamento das populações canina e
felina com o uso de metodologia adequada e efetiva análise dos resultados. Para que se tenha êxito, há a
necessidade de projeto com previsão de continuidade e garantia de entregas, considerando desde as fases
iniciais, de delineamento e de planejamento, a execução e também a organização e o processamento dos
dados com a garantia de obtenção de relatório final conclusivo.
É importante destacar que a metodologia aplicada deve permitir também, ainda que na forma de
projeções, a obtenção de informações sobre aqueles animais que vivem em situação de rua. Nesse sentido,
destacam-se três principais razões para que sejam estimadas as populações de cães de rua: avaliar a
necessidade de uma intervenção, planejar e posteriormente avaliar o impacto da intervenção (WORLD
ANIMAL PROTECTION).
Dessa forma, ao tempo em que este documento almeja deveras evidenciar a importância de se
estabelecer os números das populações animais, incentivando primordialmente que as abordagens relativas
aos animais de estimação possam ser amplamente consideradas em pesquisas gerais periódicas como o Censo
Demográfico e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE, buscou-se apresentar sugestões de métodos e estratégias diversos a fim de embasar a
adoção do melhor deles conforme cada realidade, possibilitando nortear a elaboração de plano de manejo
populacional adequado e efetivo, de forma ética e sustentável.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:


1. Criação de grupo whatsapp para alinhamentos gerais;

229
2. Realização de reunião de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados ao
diagnóstico populacional;
3. Realização de pesquisas bibliográficas sobre diagnóstico populacional de cães e gatos.
4. Elaboração de relatório final

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


O conhecimento das características das populações de animais das cidades deve ser entendido como
premissa básica para que se alcance efetividade no manejo e na gestão dos animais nas cidades. No entanto,
na rotina de condução das políticas públicas, nem sempre o planejamento permite que as atividades sejam de
fato iniciadas com o levantamento populacional. Nestes casos, a fim de que a ausência de números
consolidados das populações locais não seja um impeditivo do advento de investimentos em estratégias de
manejo de cães e gatos, informações genéricas disponíveis podem ser úteis neste direcionamento
introdutório.
Como exemplos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que seja considerada para países
emergentes a razão cão: habitante de 1:7, ou seja, 1 cão para cada 7 habitantes (WHO, 1992) e a Fundação
Nacional de Saúde propõe 1:8, ou seja, um cão para oito habitantes (BRASIL, 2002). Para felinos, considerando
estudo realizado por ALVES et al. (2005) em 41 municípios do interior do Estado de São Paulo, a proporção
gato/habitante foi de 1:16,4. Tais referências podem servir como informação preliminar na execução das
políticas públicas de proteção animal, porém, é importante ponderar que diversos estudos já realizados
demonstram haver grande variação nestas proporções conforme o contexto de cada ambiente. Portanto, faz-
se imprescindível que o amparo em referências gerais seja transitório e não definitivo, buscando a
implementação de estudos locais com maior fidedignidade em relação aos próprios cenários.
É importante relembrar brevemente conceitos de estatística para melhor clareza quanto às
abordagens do levantamento das populações animais. A começar pela expressão popularmente e
frequentemente utilizada “Censo Animal” e que na grande maioria das vezes a metodologia adotada no
levantamento consiste na obtenção das informações por amostragens e não o recenseamento propriamente
dito. Censo significa analisar todos os elementos extraídos de uma população. População é o conjunto de
elementos que contém uma ou mais características de interesse e amostra é um subconjunto da população
que também contém as características de interesse. Amostragem representa a seleção de subconjuntos da
população de interesse, que gera a amostra e que possibilita realizar inferências sobre a população a partir da
análise dos dados (FREIRE, 2021).
De forma ideal, o levantamento das populações de cães e gatos no país deveria ser pensado como
componente fundamental dos inquéritos domiciliares como o Censo Demográfico e/ou a Pesquisa Nacional
de Saúde (PNS), com aplicação representativa e abrangente de questionários nas residências por todo o
território brasileiro. Sugere-se, portanto, que haja por parte do Ministério do Meio Ambiente a devida
articulação com pastas correlatas a fim de que tal medida possa, ainda que em médio ou longo prazo, ser
implementada.
De modo alternativo, destaca-se a possibilidade da obtenção de projeções matemáticas com base em
dados amostrais, sendo que estes precisam ser representativos e aleatórios, com delineamento correto e
preferencialmente considerando intervalo de confiança de 95%.
A aplicação de questionários domiciliares se mostra vantajosa em relação ao uso de formulários
eletrônicos e deve ser preconizada, principalmente por garantir a aleatoriedade, uma vez que neste segundo
modelo as respostas são realizadas voluntariamente por iniciativa das pessoas e isto pode representar uma
amostra tendenciosa ou pouco representativa.

230
Sempre que possível, é razoável que as equipes que atuarão no projeto, desde a coleta de dados,
tenham afinidade intrínseca com o tema, priorizando que estas sejam compostas por profissionais e/ou
estudantes das áreas de medicina veterinária, biologia e zootecnia. Nos demais casos, os recenseadores
devem ser cuidadosamente preparados e sensibilizados por profissionais quanto à importância e
responsabilidade do trabalho a ser executado.
Cada órgão gestor deve buscar aproveitar as oportunidades oferecidas para a coleta de dados, sendo
que três principais estratégias de operacionalização são sugeridas abaixo, ressalvando a necessidade do
apropriado rigor estatístico e de adequado conhecimento técnico no processamento e análise dos dados.
1) Aplicação de questionários e coleta de dados com equipes próprias do órgão:
Em casos de Municípios de menor extensão territorial ou eventualmente com disponibilidade
de amplo quadro de recursos humanos, pode-se estabelecer que a coleta de dados seja feita
por equipes próprias, realizando a integração operacional com as diversas pastas que compõe
a administração pública e possibilitando que os questionários sejam aplicados, por exemplo,
por agentes comunitários de saúde ou agentes de controle de endemias;
2) Ações conjuntas ou em parceria com Escolas de Medicina Veterinária:
Nas cidades que contam com faculdades ou universidades de cursos de áreas correlatas ao
tema, especialmente a medicina veterinária, os gestores podem dispor de conhecimento
técnico mais facilmente acessível e a possibilidade do estabelecimento de parceria com as
instituições de ensino para a realização do levantamento das populações animais deve ser
considerada;
3) Contratação dos serviços especializados:
Representando forma menos trabalhosa de obtenção dos dados, cabendo aos gestores
fundamentalmente viabilizar e fiscalizar a execução das etapas, a contratação dos serviços
técnicos se destaca como estratégia importante para ambientes mais complexos e/ou com
menor disponibilidade de equipes próprias. Apesar da obrigatoriedade da previsão e da
disponibilidade orçamentária para viabilização, fator que precisa ser levado em conta, a
prestação especializada dos serviços amparada em cláusulas contratuais impositivas de
obrigação de fazer tende a representar maior segurança quanto ao atingimento do objetivo,
representando a garantia de sustentabilidade do projeto, com a devida conclusão e obtenção
de relatório final.
No Município de Curitiba, capital do Estado do Paraná e com população de 1.773.733 (IBGE, 2022),
prevaleceu a escolha pela opção de número 3 acima, com a contratação de empresa prestadora de serviço
técnico-científico especializado. A metodologia utilizada pela empresa no projeto tem sido utilizada com
considerável regularidade nos estudos das populações de animais e foi desenvolvida por pesquisadores da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, que apresentam métodos de
estimativa e de modelagem de dinâmica de populações inclusive com disponibilização de ferramentas de uso
gratuito (BAQUERO, 2015; BAQUERO et al, 2016a; BAQUERO et al, 2016b). As entrevistas domiciliares foram
realizadas por médicos-veterinários, entre março e junho de 2023, e ao todo foram aplicados 3.772
questionários em todas as áreas do município. Os dados estão em fase de processamento para a devida
entrega do relatório final. No ANEXO 1 foi incluído o modelo do questionário utilizado na cidade, o qual foi
elaborado pelos pesquisadores da AAC & T Assessoria em Pesquisa Científica – CNPJ 32.303.060/0001-70.

231
CONCLUSÃO
Evidenciou-se a relevância da realização do levantamento das populações de cães e gatos em todas as
regiões brasileiras, sem o qual ficam comprometidos o estabelecimento do ponto de partida e a avaliação de
indicadores dos programas de manejo populacional.
Destaca-se, também, a importância de que as informações do levantamento das populações de cães
e gatos sejam trabalhadas de forma integrada com outros temas relacionados, como o diagnóstico situacional
e o registro e identificação animal.

REFERÊNCIAS
ALVES, M. C. G. P.; MATOS, M. R.; REICHMANN, M. L.; DOMINGUEZ, M. H. Dimensionamento da população de
cães e gatos do interior de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 39, n. 6, p. 891-897, 2005.
BAQUERO, Oswaldo Santos. Manejo populacional de cães e gatos: métodos quantitativos para caracterizar
populações, identificar prioridades e estabelecer indicadores. 2015. Tese (Doutorado em Epidemiologia
Experimental Aplicada às Zoonoses) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2015. doi:10.11606/T.10.2016.tde-16122015-105959. Acesso em: 2023-08-07.
BAQUERO, O.S., Akamine LA, Amaku M, Ferreira F. Defining priorities for dog population management through
mathematical modeling. Preventive Veterinary Medicine. 2016 Jan;123:121-127. DOI:
10.1016/j.prevetmed.2015.11.009. PMID: 26652574.
BAQUERO, O.S. Companion Animal Population Management – CAPM, 2016. Disponível em:
https://oswaldosantos.github.io/capm/
BRASIL. Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. Encontro Nacional dos Coordenadores de
Zoonoses. Relatório Anual. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2002.
BRASIL. Portaria nº PR-197, de 21 de março de 2023. Aprova os valores de áreas territoriais do Brasil, Estados
e Municípios. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Edição 59, p.88, Seção 1.
FREIRE Sergio Miranda. Livro Eletrônico: Bioestatística Básica. Rio de Janeiro, Projeto: Desenvolvimento de
Material Didático para o Ensino de Estatística. LAMPADA – Laboratório Médico de Pesquisas Médicas
Avançadas – UERJ, 2021. Disponível em:
http://www.lampada.uerj.br/arquivosdb/_book/bioestatisticaBasica.html
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2022. Rio de Janeiro: IBGE,
2022.
WORLD ANIMAL PROTECTION (WAP). Estimando populações caninas: um guia metodológico. Disponível em:
< https://dkt6rvnu67rqj.cloudfront.net/cdn/ff/fNkWZGENKEryjyg0i_WD9q7XZ8MF4N_-Z-
2xJeCo_dA/1615386159/public/media/estimando_populacoes_caninas_WAP.pdf>. Acesso em: 07 de Agosto
de 2023.
World Health Organization (WHO). World Society for Protection of Animals. Guidelines for the dog population
management. Genebra; 1992.

232
IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador e Relator:
● Edson Ferraz Evaristo de Paula. Zootecnista formado pela Universidade Federal do Paraná e possui
mestrado em Ciências Veterinárias pela mesma instituição. É especialista em Administração Pública e
Gerência de Cidades e servidor público da Prefeitura Municipal de Curitiba. Atualmente é Diretor do
Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Outros membros:
• Rodrigo Adolpho Brasil de Oliveira. Médico Veterinário, epidemiologista. Secretaria do Meio Ambiente
de Boa Vista/Roraima e CRMV/RR
• Jorge Luiz Maia Carneiro. Médico Veterinário, especialista em Gestão da Vigilância Sanitária. Secretaria
Municipal da Saúde de Manaus e CRMV/AM
• Rosangela Gebara. Médica Veterinária, MSc. em Ciências Veterinárias. Instituto de Medicina Veterinária
do Coletivo e CRMV/SP

233
ANEXO I - Questionário para estimativa populacional de cães e gatos do município de Curitiba

1- Dados gerais:
N° de sorteio: Data: Código do setor censitário (Bairro/Regional):

Entrevistador: Entrevista: (Atendida) (recusa) (casa fechada)

Entrevistado: Endereço:

Celular: Escolaridade do entrevistado: (fundamental) (médio) (técnico) (superior)


(não há)

Têm cães ou gatos? (Sim) Número de residentes no domicílio: ( ) Crianças (até 12 anos)
(Não) ( ) Adolescentes (até 18 anos) ( ) Adultos (até 60 anos) ( ) Idosos

2- Animais presentes no domicílio:

Nome Espécie Sexo Idade Castrado Acesso a rua Aquisição Município


desacompanhado? e estado de Filhotes
aquisição nos
u12?

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

234
(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

(C) (G) (F) (<1a) (S) (N) (S) (N) (co) (ad) (s) (n)
(M) (entre 1- (u12) (ga) (u12) (na)
5a) (ca)
(entre 5-
10a)
(>10a)

4- Animais que moraram no domicílio nos últimos 12 meses, mas não atualmente.
Obs: esta tabela deve ser respondida por todos os entrevistados, independente de não ter animais
atualmente!

Nome Espécie Sexo Idade Castrado Nº de Aquisição Destino


filhotes

(C) (G) (F) (<1a) (entre 1-5a) (S) (N) (s) (n) (co) (ad) (ga) (su) (mo) (do)

235
(M) (entre 5-10a) (>10a) (na) (u12) (ca) (ve) (ab)

(C) (G) (F) (<1a) (entre 1-5a) (S) (N) (s) (n) (co) (ad) (ga) (su) (mo) (do)
(M) (entre 5-10a) (>10a) (na) (u12) (ca) (ve) (ab)

(C) (G) (F) (<1a) (entre 1-5a) (S) (N) (s) (n) (co) (ad) (ga) (su) (mo) (do)
(M) (entre 5-10a) (>10a) (na) (u12) (ca) (ve) (ab)

(C) (G) (F) (<1a) (entre 1-5a) (S) (N) (s) (n) (co) (ad) (ga) (su) (mo) (do)
(M) (entre 5-10a) (>10a) (na) (u12) (ca) (ve) (ab)

(C) (G) (F) (<1a) (entre 1-5a) (S) (N) (s) (n) (co) (ad) (ga) (su) (mo) (do)
(M) (entre 5-10a) (>10a) (na) (u12) (ca) (ve) (ab)

Para pessoas que têm animais:

5- Algumas das seguintes opções é a (é perigoso para o animal) (custo da castração) (falta de tempo)
razão pela qual não castrou seu (quer crias do animal) (nunca pensou sobre o assunto) e/ou
animal? outros:

6- Qual o destino mais frequente dos desaparecimento (c) (g); abandono (c) (g); morte (c) (g); doação
seus cães/gatos? (c) (g) outros:

Para pessoas que NÃO têm animais:

1- Se você tivesse um animal, (sim) (não) (não sei)


optaria pela castração?

2- Se optasse por não castrar, (é perigoso para o animal) (custo da castração) (falta de tempo) (quer
qual seria o motivo? crias do animal) (nunca pensou sobre o assunto) e/ou outros:

3- Se você resolvesse ter um (compraria) e/ou (adotaria)


animal, como procederia?

4- Qual o motivo de não ter (custo), (falta de tempo), (não gosta), (gosta, mas nunca teve interesse
animais? em ter animais) ou (nunca pensou sobre isso)

Abreviações: c: cão; g: gato; f: fêmea; m: macho; u12: últimos 12 meses, contando desde a entrevista; co:
comprou em petshop ou criadouro; ad: adotou em CCZ ou em ONG; ga: ganhou de outra pessoa; ca: animal
estava castrado quando foi adquirido; mo: morreu; do: foi doado; ve: foi vendido; ab: foi abandonado; su:
sumiu; na: não se aplica.

Adaptado de: Baquero et al, 2016.

236
2.2. Registro e identificação de animais e microchipagem

OBJETIVOS DA ATIVIDADE

1. Realizar um levantamento de modelos de registro de animais e microchipagem;


2. Propor um modelo de sistema para registro e identificação de cães, gatos e equídeos para ser instalado nos
municípios;
3. Propor uma minuta de lei para registro e identificação de animais nos municípios

INTRODUÇÃO

Um dos componentes essenciais no manejo de populações caninas e felinas é o estabelecimento do


vínculo entre o animal e seu tutor, estabelecendo a guarda responsável. Sendo assim, o registro e identificação
dos animais se torna um instrumento essencial e imprescindível em qualquer programa (Gerbara, 2019).
Existem muitas razões pelas quais a identificação de animais com tutor deve ser incentivada, incluindo:
A identificação é o mecanismo chave para reunir cães e gatos “perdidos” com seu tutor assim reduz o número
de animais em abrigos (e o ônus financeiro e administrativo que isso acarreta para autoridades ou grupos de
bem-estar animal). A identificação ajuda a garantir que a responsabilidade pelo comportamento de um animal
pode ser atribuída corretamente, por exemplo, no caso de um ataque de cachorro. A identificação visível
desencoraja a crueldade, roubo e fraude, ajudando assim a salvaguardar o bem-estar do animal. Ao conectar
claramente o dono e o animal de estimação, a identificação pode reduzir a probabilidade de abandono e
encorajar os donos a assumirem a responsabilidade pelo comportamento de seus animais. A identificação
pode ser um componente essencial dos sistemas legislativos que buscam garantir que os proprietários tomem
responsabilidade adequada por seus animais (Word Animal Protection, 2019).
O microchip é um dispositivo eletrônico implantado privativamente por médico-veterinário, por via
subcutânea, que possui um número único de série revelado quando aproximado a um leitor e que contém
informações sobre o animal, tais como nome, raça, sexo, idade e identificação do proprietário ou tutor
(resolução 1321/2020).
A utilização de transponders (microchip) na identificação de animais é o método de escolha em
programas onde serão necessários a identificação de um grande número de animais, como por exemplo
programas governamentais, pois o número de combinações alfanuméricas permite identificar todos os cães
de um país e os possíveis erros humanos são minimizados, pois um aparelho digital é utilizado para ler estes
números de forma correta. Desde 1987, quando foi promulgada a chamada “Conventions for the Protection
of Pet Animals” a Comunidade Europeia vem recomendando a microchipagem de animais como forma de
reforçar as ações em guarda responsável (Gerbara, 2019).
Assim, a identificação dos cães por meio do microchip diminui os riscos de abandono e aumenta as
chances de animais perdido retornarem às suas famílias. E também pode ser considerado um indicador de
guarda responsável, uma vez que os tutores microchip em seus animais e aparentam preocupar sem cuidar
adequadamente estão menos dispostos a abandonar. Além disso, podem estar mais motivados a encontrar
este animal caso venha se perder. Entretanto, para que essa importante ferramenta possa avançar é
necessário educação da população, políticas públicas para microchipagem em larga escala e um banco de
dados integrado (Fatjó, 2015).
Países com estratégias humanitárias de controle bem-sucedidas geralmente têm sistemas
abrangentes de identificação, registro e rastreabilidade implementados.

237
Conforme Organização Mundial para Saúde Animal (OIE) (2010), o registro e identificação dos animais
e monitoração do tamanho populacional faz parte de um programa de manejo populacional. A identificação
dos animais auxilia no monitoramento de animais nas vias urbanas, manejo ambiental, visualização da taxa de
sobrevivência e identificação dos tutores, já que fornece indicadores para o gerenciamento das informações
(Garcia, Calderón e Ferreira, 2012).
Embora existam legislações que estabeleça a criação de um banco de dados para armazenagem de
informações dos animais em cada município, há necessidade para um controle correto de comunicação entre
as três esferas de governo (municipal, estadual e federal), para que possa ser criado um sistema único para
coleta e armazenamento de informações individualizadas dos animais e seus tutores, facilitando o registro, a
interpretação dos dados e desta forma possibilitando maior eficiência no manejo populacional de cães e gatos.
No Município de Curitiba, capital do Estado do Paraná e com população de 1.773.733 (IBGE, 2022), já
em 2009 foi implantado o Sistema de identificação Animal – SIA. Além de portal público disponibilizado ao
cidadão na internet – www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br, as informações de cadastros de animais e seus
responsáveis compõem base de dados robusta que representa ferramenta importante na gestão da fauna da
cidade. O sistema foi modernizado em 2019 (https://www.ici.curitiba.org.br/noticias/ici-apresenta-projeto-
da-rede-de-protecao-animal/2193 /) e atualmente conta com 150.000 animais identificados por microchip
registrados. Houve considerável incremento do número de registros quando a microchipagem passou a ser
feita associada às cirurgias do Programa Municipal de Castração de Cães e Gatos, somando aos cadastros
resultantes da realização de eventos periódicos de identificação gratuita de animais em espaços públicos na
cidade. No ANEXO I são apresentadas imagens do SIA.
Ainda, em Curitiba a Lei Municipal nº 13.914/2011 estabelece a necessidade de que animais
disponibilizados para a comercialização e para a doação devem estar microchipados. No caso da venda, deverá
ser fornecido também o certificado de identificação do animal, contendo o número do código de barras do
microchip. Os estabelecimentos comerciais de animais vivos devem também dispor obrigatoriamente de
equipamento de leitura universal de microchip, para a conferência do número de registro no ato da compra,
venda ou permuta.
No Estado de Minas Gerais, no tocante a tutela da fauna doméstica, primeiramente, cabe esclarecer
que as ações relativas ao bem-estar dos animais domésticos (cães e gatos) em Minas Gerais é definida pela
Lei Estadual nº 21.970 de 15 de janeiro de 2016, que dispõe sobre “a proteção, a identificação e o controle
populacional de cães e gatos”. Na referida norma, destacamos o artigo 3º, que define o papel do Estado e
Municípios:
Art. 3º – Compete ao município, com o apoio do Estado:
I – implementar ações que promovam:
a) a proteção, a prevenção e a punição de maus-tratos e de abandono de cães e
gatos;
b) a identificação e o controle populacional de cães e gatos;
c) a conscientização da sociedade sobre a importância da proteção, da identificação
e do controle populacional de cães e gatos;
II – disponibilizar processo de identificação de cães e gatos por meio de dispositivo
eletrônico subcutâneo capaz de identificá-los, relacioná-los com seu responsável e
armazenar dados relevantes sobre a sua saúde.
§ 1º – As ações de que trata o caput deste artigo poderão ser realizadas por meio de
parceria com entidades públicas ou privadas.
§ 2º – Compete ao Estado disponibilizar sistema de banco de dados padronizado e
acessível que armazene as informações de que trata o inciso II do caput deste artigo.

238
§ 3º – Compete ao responsável pelo animal proceder à identificação a que se refere
o inciso II do caput deste artigo, nos termos definidos em regulamento.
Adicionalmente à Lei 21.970, o Estado de Minas Gerais, por meio da Lei Estadual n° 24.313, de 28 de
abril de 2023, que estabelece a estrutura orgânica do Poder Executivo do Estado, atribuiu à Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD competências relacionadas ao tema,
conforme destacado abaixo:
Art. 37 - A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
- Semad -, órgão responsável por implementar e acompanhar as políticas públicas
para a conservação, a preservação, a recuperação e a fiscalização dos recursos
ambientais, visando ao desenvolvimento sustentável, à melhoria da qualidade
ambiental, à mitigação das emissões de gases de efeito estufa e à adaptação dos
efeitos das mudanças climáticas, em articulação com os demais órgãos e entidades,
tem como competência planejar, elaborar, deliberar, coordenar, gerir e
supervisionar as ações setoriais a cargo do Estado relativas:
(...)
IX - ao planejamento, ao monitoramento e à execução de atividades de fiscalização
visando à proteção dos animais silvestres, exóticos e domésticos no Estado, em
articulação com os demais órgãos e entidades do Sisema;
X - à formulação, ao desenvolvimento e à implementação de políticas públicas
visando ao bem-estar, ao manejo populacional ético, à identificação e à educação
humanitária dos animais domésticos, em articulação com os demais órgãos e
entidades da administração, em apoio aos municípios no âmbito dessas políticas;
No contexto legal acima destacado, ficou estabelecido pelo legislador que a competência para
execução das ações de proteção à fauna doméstica é dos Municípios, cabendo ao Estado apoiá-los nos moldes
previstos na Lei Estadual 21.970/16.
Para fins do cumprimento de suas competências legais, a Semad, por meio da Subsecretaria de Gestão
Ambiental e Saneamento (SUGES) estruturou um conjunto de políticas públicas e ações visando dar suporte
aos municípios visando à promoção do bem-estar animal, medidas que serão detalhadas mais abaixo.
Para facilitar o entendimento, apresentamos resumo das linhas de atuação da Semad:
I - Manejo ético populacional e bem-estar animal
- Identificação
- Castração
- Banco de dados
II - Educação Humanitária
- Programas, projetos e ações de educação ambiental, de educação humanitária para a
promoção do bem-estar animal e de gestão socioambiental
III - Fiscalização, preventiva, ostensiva e atendimento à denúncias
- Fiscalização preventiva e repressiva (maus tratos, abusos, crueldade à fauna doméstica)
- Aplicação de penalidades referentes à fauna doméstica
- Atendimento às denúncias e requisições.
No tocante, especificamente à temática da identificação e registro dos animais domésticos, a
Semad/MG executa o Programa Estadual de Microchipagem de Animais Domésticos – “Conheça seu Amigo”,
lançado em 2021, o Programa visa atender aos incisos I e II do art 3º da Lei 21.970, sendo uma política
importante para suporte aos municípios no planejamento de uma série de ações referentes a gestão da fauna

239
doméstica, como o combate e punição ao abandono de animais e no estabelecimento de políticas
diferenciadas para cada região dos municípios.
O Programa Conheça seu Amigo consiste na entrega pelo Estado de microchips de identificação animal
em número de 10% da população de cães e gatos do Município credenciado através de edital de seleção,
acompanhado de leitor, para serem utilizados em animais de rua e da população de baixa renda, bem como
nos animais sob a tutela de OSCs e lares temporários.
Como contrapartida da doação, o Município selecionado deverá realizar a castração dos animais e o
preenchimento das informações dos animais no Sistema de Identificação de Animais Domésticos.
No primeiro Edital do Programa, lançado em dezembro de 2021, foram contemplados 74 municípios,
os quais receberam em 2022 a doação de 62.948 microchips e 74 leitores de microchips, sendo que 71
municípios permaneceram na execução.
O segundo Edital do Programa foi publicado no final de 2022 e selecionou 37 municípios para
participação, sendo a doação de 40 mil microchips e 37 leitores realizada em evento oficial, no dia 26/04/2023.
Atualmente, somamos 105 municípios mineiros executando microchipagens e castração de cães e
gatos. No total foram investidos pelo Governo do Estado R$ 568.723,49 para implementação do Programa
Conheça seu Amigo junto aos municípios de MG, com a consequente doação de 103 mil microchips e 108
leitores de microchips, em 2023, 40 novos municípios se juntaram ao programa.
Cumpre-nos destacar, que os Editais de seleção são lançados anualmente, amplamente divulgados a
todos os municípios do Estado e de livre concorrência.
No tocante à gestão das informações dos animais identificados, o Estado de Minas Gerais, disponibiliza
aos municípios o Sistema Estadual de Identificação de Animais Domésticos, demonstrado no Anexo I, lançado
em maio de 2022, em cumprimento às determinações da Lei nº 21.970, de 15 de janeiro de 2016 (§ 2º do art.
3º).
O Sistema de Identificação de Animais Domésticos, acessível através do link
<https://microchipagem.meioambiente.mg.gov.br>, visa o cadastro das informações dos animais
microchipados, contendo informações sobre raça, cor, porte, dados do tutor, endereço, local de resgate,
idade, data da castração, dentre outras informações. O Sistema possui, até junho de 2023, 188 usuários
cadastrados e 40.278 cães e gatos registrados.
Cabe destacar que é o primeiro e sistema estadual de identificação do Brasil e está disponível sem
custo algum aos municípios e seus parceiros, sendo franqueado o uso por meio de senha, requisitada junto à
Semad.
Adicionalmente, ainda em cumprimento ao parágrafo segundo do art. 3º da Lei Estadual 21.970, a
Semad disponibiliza um Banco de Dados na Infraestrutura de Dados Espaciais do Sisema, com acesso
franqueado a toda a sociedade informações especificas, por municípios, de dados ambientais referentes a
fauna doméstica.
A ferramenta visa subsidiar o planejamento e promoção de ações imediatas e permanentes na gestão
da fauna doméstica, com informações estratégicas visando à implantação de banco de dados para auxiliar não
só o Poder Público na sua atuação, mas também a sociedade civil e toda a população, para atuação em prol
da defesa dos direitos e bem-estar dos animais domésticos.
A partir das informações ali disponíveis, os munícios possuem condições de conhecer informações
sobra a fauna doméstica em seu próprio território que muitas vezes desconhece, sendo que o estado, por
meio de técnicas de geoprocessamento e análise de dados tem a condição de fornecer.
Atualmente são 10 camadas de informação disponível para visualização e download, a saber:
1) Número de animais castrados por município através de convênios;
2) Municípios com convênios assinados para manejo ético populacional;

240
3) Estimativa de população canina;
4) Estimativa de população felina;
5) Estimativa de população de cães e gatos;
6) Proporção da população de cães e gatos em relação a humanos;
7) Prioridade para políticas públicas de fauna doméstica.
8) Número de microchips distribuídos aos municípios
9) Número de organizações de proteção por município
10) Número de protetores independentes por município.
Por fim, aproveitando a oportunidade, cumpre destacar em breves linhas, outras frentes trabalhadas
em Minas Gerais:

1) Diagnóstico do tamanho das populações de cães e gatos:


A Semad disponibilizou, para acesso público, na Infraestrutura de Dados Espaciais do Sistema Estadual
de Meio Ambiente – Sisema, a estimativa populacional do número de cães e gatos existentes nos municípios
de Minas Gerais, com base nos dados da vacinação antirrábica realizada no ano 2021, disponibilizado pela
Secretaria de Estado de Saúde – SES, acrescidos do coeficiente de 20%, considerando que a cobertura vacinal
é calculada estimando-se atingir 80% da população animal. Portanto, a estimativa apresentada atende como
preceito um total estimado dos cães e gatos do Estado.
Segue o link para acesso aos dados espaciais: http://www.meioambiente.mg.gov.br/infraestrutura-
de-dados-espaciais

2) Controle Populacional de cães e gatos:


A SEMAD possui o Programa Estadual de Esterilização de Animais Domésticos, lançado em 2019, o
Programa atende o inciso do art 3º da Lei 21970, especificamente o controle populacional de cães a gatos. A
estratégia adotada pelo Estado foi a prevista no § 1º, que prevê a possibilidade de parcerias com entidade
públicas e privadas.
O programa prevê castrações em todo o estado de Minas Gerais, voltadas a população de baixa renda
e animais em situação de vulnerabilidade, por meio de convênios e termos de fomento firmados ao longo dos
últimos 4 anos, sendo o montante investido nessas ações, até o momento, a ordem de R$ 35 milhões.
De dezembro/2019 até maio/2023 foram realizadas 156.442 castrações de cães e gatos em todo o
Estado.

3) Educação Humanitária
No tocante as ações voltadas à educação humanitária e a conscientização da guarda responsável, a
Semad desenvolve o Programa Estadual de Educação Ambiental e Humanitária “Jovens Mineiros
Sustentáveis”, que é um programa permanente de educação ambiental desenvolvido pela Semad em parceria
com prefeituras municipais. O público-alvo são os professores e os alunos do ensino fundamental da rede
municipal de ensino.
O Programa visa atender, dentre suas linhas de ação, o inciso I do Art 3º da Lei 21.970 e consiste em
um conjunto de atividades de educação ambiental e humanitária com foco na conscientização da sociedade
sobre a importância da proteção, da identificação e do controle populacional de cães e gatos, importância da
adoção, e o combate ao abandono e maus-tratos de animais.
Lançado em 2021, por meio de editais públicos, conta com os seguintes resultados:
- Municípios beneficiados: 107
- Escolas participantes: 189

241
- Turmas atendidas: 335
- Professores: 300
- Alunos participantes: 6.681
Todo o material do programa está disponível para a sociedade mineira, independente da seleção nos
editais, queira ter conhecimento e utilizar os manuais e materiais didáticos produzidos pela semad, por meio
do link http://www.meioambiente.mg.gov.br/jovensmineiros

4) Promoção da saúde animal


Outra vertente de ação do estado, desde 2019, é o bem-estar animal em suas diversas vertentes, entre
elas a vacinação e vermifugação, a doação de veículos para atendimento veterinários e manejo ético
populacional, atendimento veterinários de urgência e emergência, doação de ração e medicamentos, doação
de equipamentos para clínica veterinária popular. São cerca de 100 municípios beneficiados por meio de
parcerias entre estado, consórcios e ONGs para as atividades citadas.
Ressaltamos, que a Semad está em fase de elaboração de projeto para disponibilizar aos municípios
atendimento básico de saúde animal itinerante, com previsão de lançamento do Edital ainda no ano de 2023.

5) Ações de combate aos maus-tratos e ao abandono de animais


Foi lançado no último dia 26/04/23 o Programa Estadual de Resgate Animal, voltado para o apoio ao
combate do abandono de animais domésticos, com os seguintes objetivos:
- Apoiar os municípios e organizações da sociedade civil na promoção do bem-estar e da proteção dos
animais domésticos;
- Reduzir a quantidade de cães e gatos abandonados nas ruas;
- Prevenir ou reduzir o risco de agravos, como mordeduras e arranhaduras, acidentes de trânsito, bem
como a proliferação de parasitas e a transmissão de zoonoses, além de outros riscos à saúde pública e animal
e ao meio ambiente;
- reduzir as causas de sofrimento dos animais domésticos do Estado de Minas Gerais;
A primeira ação do Programa de Resgate Animal, consiste no repasse de recursos para 6 municípios e
6 Organizações da Sociedade civil, selecionados através de Editais de Seleção de Municípios e de Chamamento
Público de OSCs, visando a aquisição de veículos de resgate animal. Tais Editais estão em andamento, em fase
de análise das inscrições dos municípios e em fase de recebimento de proposta de OSCs. O programa terá
novas ações, que estão em fase de planejamento.
Neste tópico, vale mencionar também que a Semad, por meio da Subsecretaria de Fiscalização, realiza
ações de fiscalização preventiva e ostensiva, bem como, atendimento a denúncias de maus-tratos à animais
domésticos.

6) Com o objetivo de conhecer o cenário da Fauna Doméstica no Estado, visando o desenvolvimento de ações
e projetos em parcerias com os municípios para apoio e atuação conjunta com as Organizações da Sociedade
Civil e Protetores independentes, que desempenham papel essencial na execução das políticas públicas,
conforme previsto na lei 21.970, foi lançado o Cadastro Estadual de Entidades de Proteção Animal e Protetores
Individuais, que está aberto ao preenchimento pelos interessados e servindo de subsídio aos projetos em
elaboração pela Semad.

7) Por fim, a SEMAD disponibiliza aos municípios Mineiros um “Portfólio de Serviços e Ações do Sisema para
Apoio a Municípios - Ano de 2023”, que reúne um acervo de 48 serviços e ações, dentre elas trás ações de
Fauna Doméstica, e tem o objetivo de apresentar os serviços e ações ambientais estaduais disponíveis às

242
administrações municipais, sendo o documento apresentado de forma consolidada, com links e telefone de
contato de cada responsável.
Assim, o gestor municipal terá mais agilidade para acessar as informações que precisa para
desenvolver suas iniciativas, instrumentos e estratégias de gestão ambiental, trazendo mais qualidade de vida
para a população mineira. O Portifólio está acessível no link:
http://www.meioambiente.mg.gov.br/images/stories/2021/GESTAO_AMBIENTAL/Portfolio_de_Servi%C3%A
7os_2023.pdf

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

As tarefas desenvolvidas sobre o tema foram:


1. Realização de pesquisa bibliográfica sobre registro e identificação de cães e gatos.
2. Reunião para discussão e apresentação de programa municipais e estaduais sobre o tema, com os
modelos de Minas Gerais, Jundiaí, Curitiba e Pelotas.
3. Sugestão de modelo de sistema de banco de dados para registro e identificação de cães e gatos para
os munícipios
4. Sugestão de leis municipais de registro de animais

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As atividades realizadas neste grupo de trabalho mostraram, inicialmente, a necessidade de se discutir


com mais profundidade a temática relacionada a identificação e ao registro dos animais domésticos, com
tempo hábil para encontros entre os participantes, visando possibilitar a criação em conjunto de conteúdos
eficientes à gestão dos estados e municípios, considerando a diversidade de cenários existentes entre os
estados e entre os municípios. Tal diversidade ocorre até entre os municípios de um mesmo estado.
Ademais, verificamos como ferramenta primordial para gestão da fauna doméstica pelo poder
público, seja federal, estadual ou municipal, a existência de Sistema de informações, onde deverão ser
cadastradas informações sobre os animais e tutores. Entendemos também, pela necessidade da padronização
da identificação dos animais através da microchipagem, devendo ser publicada legislação implementando a
obrigatoriedade da identificação, bem como, devendo o poder público apoiar na implementação da obrigação,
através de projetos e programas que possibilite que todos os animais sejam microchipados.

CONCLUSÃO

Conforme já citado no item acima, este grupo conclui, inicialmente, pela necessidade de se discutir
com mais profundidade a temática relacionada a identificação e ao registro dos animais domésticos, com
tempo hábil para encontros entre os participantes, visando possibilitar a criação em conjunto de conteúdos
eficientes à gestão dos estados e municípios, considerando a diversidade de cenários existentes entre os
estados e entre os municípios.
Na oportunidade, o grupo manifesta o interesse em conhecer o Sistema de Informações que o
Governo Federal está desenvolvendo, de modo a permitir contribuição no desenvolvimento da ferramenta
considerando as experiências dos integrantes com a gestão de seus sistemas individuais, possibilitando
desenvolvimento de um sistema federal mais eficiente e abrangente a todos os estados e municípios da
federação.
Cumpre mencionar que a microchipagem de animais de estimação para a criação do Cadastro Nacional
de Identificação Animal no Brasil, tendo como parâmetro, o modo como, na contemporaneidade, está

243
normatizado pelos diversos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Os dados da
PNS/2013 e da PNS/2019 evidenciam que, ao longo dos anos, houve um progressivo aumento no número de
cães e gatos vivendo nos domicílios brasileiros. Além disso, dados apontam para o fato de o Brasil também se
destacar em razão de uma vasta população de outras espécies de animais de estimação. Não obstante isso,
inexiste lei federal que estabeleça normas gerais sobre a microchipagem de animais de estimação. Muitos
Estados e Municípios (capitais) sequer possuem normas jurídicas próprias sobre o assunto e, mesmo quando
as possuem, regulam a matéria à sua maneira, o que gera uma vasta heterogeneidade normativa sobre o tema
no Brasil. Diante dessa realidade, concluiu-se que a criação e a implementação de um Cadastro Nacional de
Identificação Animal, a ser gerido pelo Governo Federal — com a cooperação dos Governos dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e, também, da sociedade de civil — exige que a identificação dos animais de
estimação dê-se pelo implante de microchips. Isto porque o código singular de cada microchip implantado e
o banco de dados a que remete servirão para alimentar o referido Cadastro e viabilizar um importante
mecanismo de feedback capaz de aprimorar, de forma constante, as políticas públicas específicas e a tutela
dos animais de estimação.
Desta feita, concluímos que a ferramenta primordial para gestão da fauna doméstica pelo poder
público, seja federal, estadual ou municipal, é a implementação de Sistema de informações, onde deverão ser
cadastradas informações sobre os animais e tutores. Entendemos também, pela necessidade da padronização
da identificação dos animais através da microchipagem, devendo ser publicada legislação implementando a
obrigatoriedade da identificação, bem como, devendo o poder público apoiar na implementação da obrigação,
através de projetos e programas que possibilite que todos os animais sejam microchipados.

REFERÊNCIAS

GEBARA, R.R. Livro Medicina Veterinária do Coletivo, p. 209, 2019.


Word Animal Protection. Identification methods for dogs and cats. Disponível em: https://www.icam-
coalition.org/download/identification-methods-for-dogs-and-cats/

Fatjó J, Bowen J, García E, Calvo P, Rueda S, Amblás S, Lalanza JF. Epidemiology of Dog and Cat Abandonment
in Spain (2008-2013). Animals (Basel). 2015 Jun 12;5(2):426-41. doi: 10.3390/ani5020364. PMID: 26479243;
PMCID: PMC4494419.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO Publicado em: 27/04/2020 | Edição: 79 | Seção: 1 | Página: 112 Órgão: Entidades
de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais/Conselho Federal de Medicina Veterinária RESOLUÇÃO Nº
1.321, DE 24 DE ABRIL DE 2020
Garcia RCM, Calderón N, Ferreira F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de populações
caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev Panam Salud Publica.
2012;32(2):140
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2022. Rio de Janeiro: IBGE,
2022.
BRITO, Fernando de Azevedo Alves. A microchipagem de animais de estimação para a criação de um cadastro
nacional de identificação animal no Brasil. Salvador: UFBA, 2022, p. 230. Orientador: Heron José de Santana
Gordilho. (Tese – Doutorado em Direito – Programa de Pós-graduação em Direito – Universidade Federal da
Bahia).

244
IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora e Relatora:
 Patrícia Carvalho da Silva. Formada em Direito, pós-graduada em Direito Ambiental e pós-graduanda em
Gestão Ambiental. Servidora Pública da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável do Estado de Minas Gerais, atualmente Coordenadora do Núcleo de Fauna Doméstica da
Secretaria.

Membros do Grupo:
 Andrea Leão Gil. Médica-veterinária formada pela FMVZ-USP em 1998, especializada em Medicina
Veterinária do Coletivo pela UFPR em 2023. Voluntária em 2 ONGs de proteção animal em Goiás.
 Edson Ferraz Evaristo de Paula. Zootecnista formado pela Universidade Federal do Paraná e possui
mestrado em Ciências Veterinárias pela mesma instituição. É especialista em Administração Pública e
Gerência de Cidades e servidor público da Prefeitura Municipal de Curitiba. Atualmente é Diretor do
Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
 Daniela Araújo. Graduada em Relações Públicas, Geografia e Administração de Empresas, pós-graduada
Gestão e em Educação Ambiental, fundadora da OSC DO BEM PET em Nova Lima/MG, atualmente Diretora
do Departamento de Bem-Estar Animal em Jundiaí/SP.
 Fabiane Peter. Advogada, pós-graduada em Direito Animal pela Uninter/Esmafe e pós-graduada em
Direito Ambiental pela UFPEL. Membro da CPDA da OAB/RS - subseção Pelotas.

245
ANEXO I - Modelos dos Sistemas de Identificação dos municípios de Curitiba/PR, Jundiaí/SP e do estado de
Minas Gerais

1) Município de Curitiba/PR
SIA – CURITIBA

246
2) Município de Jundiaí/SP

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260
261
262
263
3) Estado de Minas Gerais

264
265
266
267
268
269
270
271
ANEXO II - Algumas legislações sobre a implementação da microchipagem como ferramenta de
identificação de animais domésticos

272
273
274
275
276
277
278
279
280
281
282
ANEXO III - Sugestão de modelo de sistema de banco de dados para registro e identificação de cães e gatos
para os munícipios

Informações/conteúdo do banco de dados


Registro feito pelo Tutor:
 Nome do tutor, sexo, idade, CPF, beneficiário do CAD único, endereço, telefone, e-mail, rede social,
número do microchip
 Nome do animal, espécie, raça, sexo, idade, cor, status reprodutivo, se não é castrado: já teve crias?
Quantas? status sanitário (vacinado ou não) informação sobre hábitos do animal (sai de casa
desacompanhado), foto do animal, foto do cartão de vacinação
 Nome do médico veterinário responsável, clínica, telefone,

Cadastro das clínicas veterinárias e MV


 Nome, CRMV, CPF, email, rede social, nome da clínica, endereço

Cadastro de criadores
 Nome, endereço, telefone, número de registo do kennel
 Informações sobre os animais

Cadastro de ONGs/Protetores independentes


Nome, responsável, telefone, CNPJ
Cadastro de animais comunitários, colônias de felinos e animais com tutor em situação de rua
Formas de pesquisa do sistema

283
2.3. Castração como estratégia de controle populacional

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Discutir aspectos a serem apresentados ao Conselho Federal de Medicina Veterinária voltados a facilitar
a atuação do Médico Veterinário em atividades de Controle Populacional
2. Discutir e propor estratégias que qualifiquem e habilitem os profissionais que irão atuar em programas de
controle populacional.
3. Propor estrutura física básica para realização de programas de Controle populacional cirúrgico em
diferentes realidades dos municípios.
4. Apresentar proposta de padronização processos de trabalho nos programas de Controle populacional
5. Apresentar propostas de fomento a realização de grandes eventos de castração.

INTRODUÇÃO
A castração é amplamente reconhecida como uma estratégia eficaz para o controle populacional de
cães e gatos. A realização do procedimento, tanto em machos quanto em fêmeas, reduz a possibilidade de
reprodução, diminuindo a frequência de nascimentos indesejados e a superpopulação desses animais.
Existem diferentes benefícios da castração, além de controlar a reprodução. Para os machos, a
castração pode prevenir e/ou minimizar problemas de comportamento, como marcação de território,
agressividade e desejo de fugir para buscar uma parceira. Também há a redução do risco de doenças
relacionadas aos órgãos reprodutivos, como infecções e câncer de próstata.
Já para as fêmeas, a castração reduz o risco de câncer de mama, infecções uterinas graves (piometra)
e câncer de ovário. Também evita o estresse e problemas de saúde associados ao ciclo reprodutivo, tais como
o cio e as gestações indesejadas.
Além dos benefícios individuais para os animais, a castração contribui para o bem-estar da
comunidade como um todo. O excesso populacional de cães e gatos de rua pode ter consequências negativas,
como aumento de acidentes automobilísticos envolvendo animais, disseminação de doenças infecciosas,
maior incidência de maus-tratos e abandono, e maior pressão sobre abrigos e organizações de resgate animal.
Um fator preponderante para o estabelecimento de programas de controle Populacional é a
diminuição do risco de transmissão de Zoonoses. Conforme estudos atuais, 70% das doenças infecciosas em
humanos têm caráter zoonótico. Neste contexto representam riscos a raiva, a esporotricose, inúmeras
verminoses e zoonoses emergentes. O Controle Populacional representará, junto com a cultura da guarda
responsável representará um grande avanço no Controle das Zoonoses.
Para que a estratégia seja efetiva, é necessária uma abordagem abrangente, combinando a castração
com campanhas de conscientização sobre a responsabilidade de cuidar dos animais, da saúde com medidas
de prevenção, adoção responsável e incentivos financeiros para a realização do procedimento em animais de
famílias carentes.
É importante ressaltar que a castração deve ser realizada por profissionais habilitados, em um
ambiente adequado, seguindo as melhores práticas de bem-estar animal e garantindo a recuperação pós-
operatória adequada.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Compartilhamento de experiencias dos componentes do grupo relacionadas ao tema.
2. Realização de reuniões de trabalho para discussão das diretrizes propostas e pactuadas.
3. Construção de relatório para apresentação à Coordenação do Programa.

284
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Algumas das preocupações expressadas durante as discussões representam o dia a dia dos
veterinários que já atuam em mutirões e/ou campanhas de castração e dizem respeito ao dilema entre
massificar estas atividades sem colocar os animais em situação de risco, por descumprir os preceitos de bem-
estar ao deixar de realizar qualquer procedimento fora do que prevê o ordenamento jurídico e as boas práticas
definidas pelos órgãos reguladores como o sistema CFMV/ CRMVs e a ANVISA.
O senso comum define a esterilização cirúrgica como principal método de controle reprodutivo.
Também podem ser aceitos métodos de esterilização química de machos, desde que devidamente
reconhecidos e permitidos pelos órgãos reguladores e acompanhados dentro de programas específicos com
monitoramento. Outrossim, o grupo se manifesta unanimemente contrário a utilização de métodos
contraceptivos que utilizem fármacos anticoncepcionais hormonais como estratégia de controle reprodutivo
em massa. Tal posição se baseia em estudos que demonstram os riscos inerentes a tal prática (ANEXO I).
Por ser o médico veterinário, o profissional central na execução de um Programa de Controle
Populacional, faz-se necessário garantir relações de trabalho que não sejam precárias ou em desacordo com
as regras do mercado, como contratações com valores remuneratórios baixos, jornadas de trabalho
incompatíveis com o bem-estar e a saúde do profissional, más condições do ambiente de trabalho (ANEXO I).
Neste sentido recebemos com muito entusiasmo a informação por parte de membros do CFMV de
que a Resolução CFMV N° 962, de 27 de agosto de 2010, que normatiza os Procedimentos de Contracepção
de Cães e Gatos em Programas de Educação em Saúde, Guarda Responsável e Esterilização Cirúrgica com a
Finalidade de Controle Populacional, está sendo revista e deve contemplar várias questões levantadas nas
discussões realizadas pelo grupo (ANEXO II). O grupo também sugeriu que, tais questões sejam apresentadas
ao CFMV de forma a facilitar a realização de mutirões de castração, bem como a atuação de veterinários
itinerantes, sempre garantindo o bem-estar e segurança máxima dos pacientes e evitando entraves
administrativos que comprometam a realização do trabalho de ordem profissional.
Outro ponto discutido diz respeito a necessidade de definir parâmetros de formação e habilitação dos
profissionais que deverão atuar num eventual programa de controle populacional realizado por um município.
Tal discussão surgiu pela constatação de alguns participantes do grupo de que, infelizmente, em alguns
programas de castração existentes, a formação e as habilidades do profissional médico veterinário
participante, acaba representando um gargalo para o aumento do alcance e eficiência do programa. Neste
sentido, entendemos que o investimento em cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação e residência,
promovidos e incentivados pelo nível federal, devem minimizar esta situação. O intercâmbio com a Academia,
estimulando os estudantes de medicina veterinária a refletir desde o início da formação, poderia aumentar a
sensibilização destes futuros profissionais para necessidade de discussão e atuação na Medicina Veterinária
do Coletivo (ANEXO III).
Também foi discutida a infraestrutura mínima para que um município possa aderir ao programa e
realizar as atividades de controle reprodutivo. Foram abordadas questões relacionadas a diversidade
socioeconômica e cultural dos municípios e territórios. Houve consenso que será necessário aprofundar
estudos no sentido de garantir o incentivo a estruturas mínimas em áreas carentes afastadas, como
comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas, em grande parte afastadas dos grandes centros urbanos e
de estabelecimentos veterinários com condições de oferecer apoio. Para estas situações o grupo sugere
estudos no sentido do próprio Ministério do Meio Ambiente incentivar financeiramente a aquisição pelo
município executor de estruturas móveis, tais como Barcos de Castração, Hospitais (em forma de tendas) de
campanha e Castramóveis, de forma a garantir a necessária mobilidade e permitir o acesso e realização de
serviços em áreas remotas, que hoje se encontram totalmente desassistidas e, em grande parte dos casos, o

285
controle populacional ético de cães e gatos não representa, para os governantes locais uma preocupação
prioritária ou, simplesmente não existem recursos financeiros municipais disponíveis para este tipo de
atividade. Importante frisar que outras pastas ministeriais já desenvolvem programas sustentáveis de
atendimento a estas comunidades remotas, como o Ministério da Saúde com as suas Unidades Básicas de
Saúde Fluviais, que já tem eficiência comprovada e toda uma documentação detalhando critérios para o
incentivo desde a construção/aquisição das Unidades, bem como o custeio das equipes. Utilizar o referido
modelo, poderia acelerar o acesso destas comunidades aos serviços e garantir a continuidade dos trabalhos.
Importante ressaltar que boa parte destas áreas remotas se encontram na Amazonia Legal e muitas são
vizinhas de áreas de proteção ambiental, bem como de Reservas Naturais que podem estar sob algum tipo de
risco ao se considerar o possível impacto ambiental dos cães e gatos sem controle reprodutivo e populacional.
O grupo também discutiu a conveniência da criação e manutenção de um cadastro nacional de
médicos veterinários que possam atuar em nível nacional aos moldes da Força Nacional de Saúde. Tal cadastro
seria coordenado por uma parceria do MMA com o CFMV, garantindo uma pronta atuação pela mobilização
destes profissionais em situações de calamidade ou em áreas remotas e sem cobertura pelas estruturas
governamentais locais. O cadastro estaria vinculado à formação de equipes com experiencia em: realização
de atividades de castração humanitária em massa de cães e gatos (campanhas e mutirões de castração);
prática em procedimentos cirúrgicos de esterilização minimamente invasivos; procedimentos de CED
(Captura, Esterilização e Devolução); abordagem da população a ser atendida; e conhecimentos na área de
Medicina Veterinária do Coletivo. O atendimento a todos estes critérios e a outros a serem acrescentados
levaria a um aumento da capacidade de resposta a estas situações críticas, bem como a eficiência dos
trabalhos que poderiam ser monitorados periodicamente pelos órgãos controladores do sugerido cadastro.
Também foi consenso do grupo a necessidade de discussão com o Ministério da Saúde sobre uma
revisão imediata da Política Nacional de Controle de Zoonoses, que acaba direcionando todas as atividades de
castração de cães e gatos para a área de meio ambiente, inclusive dificultando a utilização de recursos
repassados pelo Governo Federal para o Controle de Zoonoses, para esta atividade. Faz-se necessário
reconhecer e institucionalizar a Castração de Cães e Gatos como atividade de interesse em saúde pública, de
forma a tornar realidade neste primeiro momento o princípio da Saúde Única através da união dos esforços
das áreas do Meio Ambiente e da Saúde, visando a saúde e o bem-estar de animais humanos e não humanos,
sempre alinhado ao conceito ampliado da saúde.
O grupo também entendeu ser necessário o estabelecimento de uma padronização dos processos de
trabalho nas atividades que integrarão um Programa de Controle Populacional Ético de Cães e Gatos pelo
município, particularmente nas atividades de abordagem da população e realização dos procedimentos de
cunho mais técnico.
A definição de kits cirúrgicos mínimos, protocolos anestésicos, exames laboratoriais pré cirúrgicos,
protocolos medicamentosos pós cirúrgicos, devem ser discutidos pelos profissionais, órgão de classe,
comunidade acadêmica e toda a sociedade, de forma a permitir a realização dos Programas considerando o
bem-estar dos animais, a capacidade instalada do município, a disponibilidade de recursos financeiros, bem
como o interesse da população. Deve ser preocupação precípua o alinhamento com as resoluções do CFMV já
existente, sem excluir a possibilidade de interação futura com este órgão para promover avanços na regulação
e facilitar a execução dos programas, sempre que possível, considerando as especificidades regionais, de
forma a orientar todo o Sistema CFMV/CRMVs a garantir a colaboração permanente. Isto certamente validaria
as decisões dos órgãos de classe como reflexo dos interesses de toda a sociedade.
A preocupação quanto a Padronização deve se estender aos equipamentos, insumos e protocolos pois
isso poderia facilitar o processo de incentivo financeiro pelo Programa Nacional para a compra destes
materiais, inclusive de forma centralizada e estratégica. Neste sentido é interessante levar em conta o

286
exemplo do Ministério da Saúde ao estabelecer a RENAME – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, a
CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS e a RENEM – Relação Nacional de
Equipamentos e Materiais Permanentes Financiáveis para o SUS. O estabelecimento destes parâmetros por
estruturas Colegiadas dentro do organograma do Órgão Federal responsável pelo programa, permite a
constante discussão e atualização de todos os materiais necessários para um aporte financeiro eficiente,
sustentável, rastreável e auditável.
Também foi discutida a realização de Grandes Eventos de Castração, como alguns realizados em alguns
países, com a participação de médicos veterinários brasileiros e alguns do exterior. Tais eventos poderiam ser
coordenados pelo nível central do programa em parceria com o CFMV e outros Ministérios, como Saúde e
Defesa. Estes eventos além de poder contemplar Comunidades Remotas devido a mobilização de grande
estrutura, deve envolver as três esferas governamentais. Confeririam enorme visibilidade ao Programa,
chamando a atenção de toda a sociedade, bem como da Comunidade Internacional para a problemática. O
sucesso da atividade, bem como a referida visibilidade poderá ser o catalisador para futuras parcerias
nacionais e internacionais além de facilitar a captação de recursos para ações futuras.

CONCLUSÃO
A esterilização cirúrgica, popularmente conhecida como castração de cães e gatos, consiste no método
de controle reprodutivo mais eficiente destas espécies e quando aliado a outras medidas gerais, como registro
e identificação de animais e tutores, educação para todos os cidadãos sobre guarda responsável e respeito a
todas as formas de vida, além de legislação que permita ao poder público realizar todas as tarefas inerentes
ao programa, bem como caracterizar legalmente a guarda responsável e todos os direitos e deveres dos
tutores de animais, é possível alcançar um padrão de relação entre as espécies envolvidas e destas com o meio
ambiente evoluído e característico de uma situação geral de “bem- estar único”.
O poder público deve ser responsável pelo estabelecimento dos programas e, deve regular e
estabelecer os parâmetros para que os resultados compensem os investimentos necessários. Estes
parâmetros devem contemplar as seguintes diretrizes: Base legal sólida; Habilitação e aperfeiçoamento
profissional; definição de estruturas mínimas para estabelecimentos fixos e estruturas móveis; Proposta de
Processos de trabalho; e a realização e fomento de grandes eventos de castração. Fundamental ter sempre
em foco o bem-estar dos animais, a atuação ética dos profissionais, a racionalidade na utilização dos recursos
e a definição de metas baseadas em estudos científicos.
O Nível Federal, pela robustez e capacidade financeira (ANEXO IV) deve assumir o protagonismo no
estabelecimento das Diretrizes. A execução das ações deve ser realizada pelos municípios, em respeito à lógica
constitucional da municipalização, podendo os Estados agirem, quando não houver reconhecida a capacidade
financeira, logística e técnica dos Municípios. Faz-se imprescindível a participação da Sociedade Civil
Organizada, através da ONGs, Associações, Protetores Independentes e Médicos Veterinários Itinerantes.
A normatização e organização dos Programas de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos são
condições básicas para permitir a opção de adesão dos municípios. Para isso é preciso uma interlocução
constante com os profissionais envolvidos, através dos conselhos de categoria, com as instituições acadêmicas
e com a sociedade em geral.
A qualificação e aperfeiçoamento dos profissionais para a atuação de excelência nestes programas
deve ser fomentada, assim como o devido reconhecimento destes profissionais em todos os aspectos,
inclusive o financeiro.
Vários modelos de atuação do Poder Público federal como fomentador e regulador de ações
semelhantes em áreas da Saúde já existem e demonstraram ser exitosas. Neste caso pode-se buscar inspiração

287
nestes modelos e aplicar, conforme a necessidade, diminuindo a possibilidade de erros e respeitando a
urgência que o assunto exige.
Por fim acreditamos que o estabelecimento das diretrizes descritas acima, podem trazer resultados
positivos imediatos e grandiosos que mudariam a triste realidade dos animais em nossas cidades e em
comunidades isoladas e com baixo índice de desenvolvimento humano, consequentemente mudando a
realidade do nosso País.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador e Relator:
 Jorge Luiz Maia Carneiro – CRMV-AM 0159 - Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade
Federal Fluminense (1990), Especialização em Gestão da Vigilância Sanitária. Ex-Diretor do CCZ de Manaus
(2007-2009). Atualmente é fiscal de saúde da Prefeitura Municipal de Manaus. Tem experiência na área
de Medicina Veterinária, com ênfase em Zoonoses e Saúde pública. Conselheiro Municipal de Saúde.
Integrante da Comissão de bem-estar Animal do CRMV-AM.

Colaboradores:
 Vania de Fatima Plaza Nunes, médica veterinária- Unesp Botucatu; diretora técnica do Fórum Nacional
de Proteção e Defesa Animal, pós-graduada em Saúde pública; Saúde ambiental; Vigilância sanitária, todas
pela Unicamp, Bem-estar animal, pelo E- learning Cambridge; Comportamento Animal, pela Qualittas;
Ecologia e Educação Ambiental, pela Unianchieta, perita CEDA MPMG, Superintendente da Fundação
Serra do Japi- Jundiaí- SP.
 Evellynne Hildegard Marques, CRMV-AL 00797. Médica veterinária (UFAL-2012). Membro CFMV/CRMV-
AL (Comissão de saúde pública). Doutoranda em Políticas públicas-SOTEPP-UNIT-AL. Mestre em Ciência
Animal (UFAL-2018). Diretora técnica da Secretaria Extraordinária do Bem-Estar Animal de Maceió-AL.
 Maridelzira Betânia Moraes David. Mestre e Doutoranda em Saúde e Produção Animal na Amazônia.
Médica Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia; Chefe do Centro de Zoonoses de Belém
de 2020 a 2022. Coordenadora do Projeto Veterinários da Amazônia.
 Amélia Margarida de Oliveira, Médica Veterinária (UNIMAR - Universidade de Marilia - 2001. Fundadora
e Presidente da Associação Protetora Veterinários na Estrada. Atuando com programas de controle
populacional no Brasil e América Latina (Bolívia, Peru) e América do Norte (Mexico).
 Pamela Durando, Advogada. Assessora Jurídica de Petrolina/PE, Membro da Comissão Nacional de Direito
Animal do Conselho Federal da OAB.
 Juliana Tozzi de Almeida, CRMV-ES 01842 - Médica Veterinária (UFES), Mestre em Ciências Veterinárias
na área de bem-estar animal (UFPR), e Doutoranda em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal,
na área de Epidemiologia (FMVZ-USP). Há 10 anos atua na área de MV preventiva e bem-estar animal com
ênfase em manejo populacional de cães e gatos. Integrante da comissão de bem-estar animal do CRMV-
ES; colaboradora no livro referência no Brasil, MVC: fundamentos e prática.
 Aaron Ramathan - Médico Veterinário formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2018).
Especialista em Medicina Veterinária do Coletivo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em
Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Coordenador do projeto de extensão
Barco Saúde Única. Diretor Geral da Fundação de Atenção à Saúde do município de Morretes/PR.
 Rodrigo M C Martinez, médico veterinário, bacharel em turismo, pós-graduando em ortopedia na
Anclivepa, responsável pelo Vet Nômade, proprietário do hospital Veterinário Vet Nômade Guriri-ES,

288
selecionado entre os 20 jovens empreendedores sociais do Brasil por uma rede americana, participa dos
mutirões de castração internacionais no México, mais de 90mil castrações em mais de 50 cidades do Brasil.
 Graciela Naibert Giurni - Médica Veterinária pela UFRGS, pós-graduanda em Saúde Pública, atual
assessora técnica em saúde e direitos animais da bancada do PT da Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Sul e coordenadora do Núcleo de Direitos Animais do PT de Porto Alegre.
 Marco Ciampi, Presidente e Diretor Executivo da ARCA Brasil-Associação Humanitária de Proteção aos
Animais. Em 1992 foi o primeiro representante no país da World Society for the Protection of Animals
(hoje WAP).

289
ANEXO I - Normativas/legislação

1. RECONHECIMENTO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE DO CARÁTER DE RELEVÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA


PARA AS AÇÕES DE CONTROLE REPRODUTIVO DE CÃES E GATOS
2. CONTRATAÇÃO DO MÉDICO-VETERINÁRIO PARA OS PROGRAMAS DE MANEJO POPULACIONAL E
MUTIRÕES DE CASTRAÇÃO NOS MUNICÍPIOS
3. VENDA INDISCRIMINADA DE ANTICONCEPCIONAL

Motivo/Razão Legislação/trecho/Link
1. RECONHECIMENTO DA CASTRAÇÃO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Política Pública LEI Nº 13.426, DE 30 DE MARÇO DE 2017. Dispõe sobre a política de controle da
natalidade de cães e gatos e dá outras providências.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13426.htm

Médico veterinário, RESOLUÇÃO Nº 962, DE 27 DE AGOSTO DE 2010. Normatiza os Procedimentos de


profissional da saúde Contracepção de Cães e Gatos em Programas de Educação em Saúde, Guarda
responsável técnico com Responsável e Esterilização Cirúrgica com a Finalidade de Controle Populacional.
base em normas éticas e http://ts.cfmv.gov.br/manual/arquivos/resolucao/962.pdf
de bem-estar animal.

Guarda responsável LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. “Lei dos crimes ambientais”, pelo tocante
ao Art.32: (com recente atualização para o tocante caninos e felinos domésticos): Na
esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da Lei nº 9.605, com alteração da lei nº
14.064/2020, prevendo pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em
caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em de ⅓ a ⅙.

-Estão inclusos na interpretação legal sobre maus-tratos, a não prestação de assistência


veterinária nos casos de adoecimento dos animais, com isso, evidencia a necessidade
imperativa de ensinar a cuidar, pois a prevenção de doenças depende de manejo dos
tutores dos animais.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm#:~:text=L9605&text=LEI%20N%C
2%BA%209.605%2C%20DE%2012%20DE%20FEVEREIRO%20DE%201998.&text=Disp%C
3%B5e%20sobre%20as%20san%C3%A7%C3%B5es%20penais,ambiente%2C%20e%20d
%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.

Relevância saúde PORTARIA Nº 1.138, DE 23 DE MAIO DE 2014. “Define as ações e os serviços de saúde
pública - tanto voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por
preventivo como no animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública.”
controle de zoonoses. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1138_23_05_2014.html

Atenção: trechos em que se encaixam caninos e felinos domésticos:

290
Art. 5º As ações e os serviços de saúde voltados para a vigilância, a prevenção e o
controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de
relevância para saúde pública, serão financiados com os recursos do Piso Fixo de
Vigilância em Saúde (PFVS), bem como com recursos próprios dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, observando-se as disposições contidas na legislação vigente.

Art. 6º As ações de vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados


por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para saúde pública, deverão ser
inseridas na Programação Anual de Saúde (PAS), observadas as diretrizes constantes nos
Planos de Saúde.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3134_17_12_2013.html

Importante para corrigir Atenção para as contradições:


conceito í posto e Esclarecimento sobre a Portaria nº 1.138/GM/MS, de 23 de maio de2014.
lembrar que ações de II. As ações, atividades e estratégias de educação em saúde para a guarda responsável
castração representam de animais de que trata o inciso II do Art. 3º são voltadas para prevenção de zoonoses,
ações de saúde visando à promoção da saúde humana, diferenciando-se dos programas de guarda
pública/única: responsável de animais que visam primordialmente à saúde animal, o bem-estar animal
ou a segurança pública.

b) Quando realizadas sem foco na promoção e proteção da saúde humana não se


configura em ação ou serviço público de saúde, pois nem todo animal doméstico é de
relevância para a saúde pública, já que constituem parte da fauna antrópica existente.

c) Podem ser realizadas como medida de controle de zoonose apenas em área


endêmica/epidêmica, ou seja, apenas em área de reconhecida transmissão para
determinada zoonose de relevância para a saúde pública. Assim, é infundado realizar
medidas específicas de controle de população de animais unicamente visando à
prevenção de zoonoses;

Doc. PDF.
Portaria pode ser útil. PORTARIA Nº 3.134, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2013. Dispõe sobre a transferência de
Verificar se ainda está recursos financeiros de investimento do Ministério da Saúde a Estados, Distrito Federal
vigente: e Municípios, destinados à aquisição de equipamentos e materiais permanentes para a
expansão e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e cria a Relação Nacional de
Equipamentos e Materiais Permanentes financiáveis para o SUS (RENEM) e o Programa
de Cooperação Técnica (PROCOT) no âmbito do Ministério da Saúde.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt3134_17_12_2013.html

Para incluir cães e gatos PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 5, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017. Consolidação das
no contexto zoonótico: normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.

291
Ver: CAPÍTULO V DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE VOLTADOS PARA VIGILÂNCIA,
PREVENÇÃO E CONTROLE DE ZOONOSES E DE ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS E VENENOSOS, DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA.
http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Legislacoes/Portaria_Consolidaca
o_5_28_SETEMBRO_2017.pdf

Justificativas Doc. oficial do MS: Manual de Vigilância, Prevenção e Controle de Zoonoses:


zoosanitárias: Ver:
1.Zoonoses monitoradas por programas nacionais: aqui entra leishmaniose.
2.Zoonoses de relevância regional ou local: aqui entra esporoticose
3.Zoonoses emergentes ou reemergentes.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_zo
onoses.pdf

2. CONTRATAÇÃO DO MÉDICO-VETERINÁRIO PARA OS PROGRAMAS DE MANEJO POPULACIONAL E


MUTIRÕES DE CASTRAÇÃO NOS MUNICÍPIOS

1. Trabalho ético - bem-estar animal: Código de Ética Profissional do Médico-


Veterinário, Resolução CFMV 1138/2016

2. A resolução Nº 962, DE 27 DE AGOSTO DE 2010. Normatiza os Procedimentos de


Contracepção de Cães e Gatos em Programas de Educação em Saúde, Guarda
Responsável e Esterilização Cirúrgica com a Finalidade de Controle Populacional.

3. Controle populacional nacional, minimamente castração e educação em saúde e


guarda responsável, conforme a Lei Federal nº 13.426, de 30 de março de 2017.

4. Código de Ética Profissional do Médico-Veterinário, Resolução CFMV 1138/2016, diz


que o médico-veterinário não deve oferecer nem permitir que seus serviços profissionais
sejam oferecidos como prêmio de qualquer natureza. Castração não deve ser atrativo!
Se as clínicas/castramóveis particulares tiverem interesse em colaborar com o controle
populacional da cidade, devem se vincular às instituições públicas; se credencie às
prefeituras por exemplo; faça parceria com universidades.

5. LEI Nº 11.792, DE 28 DE MARÇO DE 2023 - Institui o Programa Estadual de Controle


Populacional e Bem-Estar de Animais Domésticos e adota outras providências.
Art. 14. Para a elaboração, a implantação, a operacionalização e o monitoramento de
todas as etapas do Plano de Gerenciamento do Controle Populacional e Bem-Estar de
Animais Domésticos, será designado médico veterinário, responsável técnico,
devidamente registrado no conselho profissional competente.

292
Parágrafo único. Quando não houver médico-veterinário nos quadros do Poder Público
responsável, poderá ser contratado, ou nomeado, profissional exclusivamente para esse
fim.

3. VENDA INDISCRIMINADA DE ANTICONCEPCIONAL PARA CÃES E GATOS

Proibição de venda, LEI ESTADUAL PE Nº 17.663, DE 10 DE JANEIRO DE 2022.


exceto sob prescrição do
Lei estadual Goiás 21.910/23
médico-veterinário.
Envolver/recorrer ao Projeto de Lei federal -
CFMV e MAPA. https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=207900
2#:~:text=Congresso%20Nacional%20decreta%3A-
,Art.,utilizada%20na%20forma%20do%20receitu%C3%A1rio.

Justificativas: ata MAPA Evelynne

PLs federal para apoiar: seguem justificativas científicas:


A organização das permanências dos caninos e felinos domésticos nas cidades, depende de uma tríade básica de
políticas pública, saber: guarda responsável (com microchipagem), investimento financeiro em castração e
educação ambiental e que é complementar com outras três políticas como reconhecimento do cão e do gato
comunitário, reconhecimento legal do método CED (Captura, Esteriliza e devolve) e no fim, a política da punição do
cidadão
MELO, E.H.M. et al., 2022. IMPORTÂNCIA DA TRÍADE BÁSICA DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE CANINOS E FELINOS
DOMÉSTICOS PARA A SAÚDE ÚNICA NO BRASIL: ANÁLISE COMPARATIVA NACIONAL E INTERNACIONAL. Congresso
Iberoamericano de Saúde Pública Veterinária, 4ª edição, de 12/09/2022 a 15/09/2022. ISBN dos Anais: 978-65-
81152-88-8. https://eventos.congresse.me/cispvet/resumos/24828.pdf?version=original

O reconhecimento federal brasileiro sobre o método CED é importante para dirimir divergências éticas
interpretativas perante a atualização penal da Lei federal brasileira 9.605 e evitar insegurança jurídica aos
veterinários quanto ao corte da ponta da orelha dos felinos, quanto a devolução não ser apontada como abandono
e por ser importante estímulo a saúde única.
MARQUES DE MELO, E.H.; NUNES, A.C.B.T.; CÂMARA, D.R. CED NO CONTROLE DE CANINOS E FELINOS DOMÉSTICOS
NO BRASIL. Revista CFMV Brasília DF Ano XXVII nº 89. https://www.cfmv.gov.br/revista-cfmv-v-3-n-89-
2021/comunicacao/revista-
cfmv/2021/11/10/?fbclid=IwAR13SVr0l4NEvQR743wiDnchmxYHQnQE3T7Y_bRBNFLcFOaNZeAZF6fk2No#2
MELO, E.H.M. et al., 2022. CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DE CANINOS E FELINOS DOMÉSTICOS COMO
ALIADO A SAÚDE ÚNICA: A IMPORTÂNCIA DO RECONHECIMENTO LEGISLATIVO NO BRASIL | DOI
10.54265/PPLA1951. Congresso Iberoamericano de Saúde Pública Veterinária, 3ª edição, de 31/08/2021 a
03/09/2021. ISBN dos Anais: 978-65-89908-81-4. https://eventos.congresse.me/cispvet/resumos/18117.pdf

Reconhecer caninos e felinos comunitários colabora para redução de aglomeração e acumulação animal, com
impactos na saúde pública.
MELO, E. H. M. de, AMARAL, M. F. do; CÂMARA, D.R.; Diogo Ribeiro, NUNES, A. C. B.T. Importância do
reconhecimento legislativo federal brasileiro sobre

293
caninos e felinos domésticos comunitários e organização de ambientes de
acolhimento em apoio à saúde única. Congresso Iberoamericano de Saúde Pública Veterinária, 4ª edição, de
12/09/2022 a 15/09/2022. ISBN dos Anais: 978-65-81152-88-8.

O acúmulo de animais, as deficientes condutas de manejo sanitários e a delicada situação


socioeconômica dos acumuladores, revelam um problema multidisciplinar de importância
para políticas públicas especialmente as da Captura, Esterilização e Devolução e reconhecimento de caninos e
felinos comunitários.
MARQUES DE MLO, E.H.M. et al. ACUMULADORES DE CÃES E GATOS NO BRASIL: UM PROBLEMA SOCIAL, DE SAÚDE
E POLÍTICO. DOI: 10.54751/revista foco. v16n3-110.
https://ojs.focopublicacoes.com.br/foco/article/view/1404/1020

MARQUES DE MOLO, et al., 2022. Aspectos envolvidos nas desordens reprodutivas de cadelas e gatas expostas a
progestinas. Revista CFMV Brasília DF Ano XXVIII nº 90. www.cfmv.gov.br

A complexidade, gravidade e óbitos causados por hiperplasias mamarias em gatas, está associada ao uso de
progestinas.
Evelynne HM de Melo, Diogo R Câmara, Marcia K Notomi, Flávia F Jabour, Rita A Garrido, Alexandre CJ Nogueira,
Jarbas CS Júnior and Fernando W de Souza. Effectiveness of ovariohysterectomy on feline mammary fibroepithelial
hyperplasia treatment. https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1098612X20950551

Reunião técnica com o MAPA sobre progestinas: Os pesquisadores esclarecem que essa é uma questão de bem-
estar animal, com reflexos sociais, políticos, jurídicos e legislativos. “A atualização legislativa sobre cães e gatos mais
recente, de 2020, propõe um olhar mais atento sobre o cuidado com estes animais. Levamos de modo pioneiro,
com apoio da via parlamentar e OAB-AL, o debate à instância federal responsável pela regulamentação do comércio
destes fármacos que é o Ministério da Agricultura, em Brasília, apresentando sugestões para mudar essa realidade
em todo o país”, explica Evellynne Melo. (ver ata em anexo)
https://ufal.br/transparencia/noticias/2022/4/pesquisadores-alertam-para-o-risco-de-vacinas-anti-cio-em-caes-e-
gatos
PL1993/2021 Altera a Lei nº 13.426, de 30 de março de 2017, para dispor sobre método de esterilização
de caninos e felinos domésticos de vida livre. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2285123
PL 2645/2021 Proíbe a comercialização de fármacos anticoncepcionais hormonais de uso veterinário
para cadelas e gatas sem receita médico-veterinária. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2291956
PL 2359/2021 Dispõe sobre o Registro Geral de Caninos e Felinos Domésticos do Brasil. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=228854
6
PL 3446/2021 Dispõe sobre o reconhecimento legal, bem-estar de cães e gatos comunitários, os
ambientes de acolhimento desses animais e dá outras providências. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2301598

294
PL6251/2019 Dispõe sobre o cartão sanitário animal e dá outras providências). Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=223156
5
Legislação internacional: para inspirar sobre custeio público para castração de cães e gatos:
Portugal tem orçamento O mais recente, em Portugal, o apoio financeiro federal para cirurgias de castração, para
federal para castração: municípios, consiste na atribuição das seguintes quantias fixas, por cada
esterilização/castração: a) Gato macho - 15 (euro); b) Cão macho - 30 (euro); c) Gata - 35
(euro); d) Cadela - 55 (euro) (PORTUGAL; DESPACHO N.º 2301/2019).
Turquia tem orçamento Municípios serão cobrados com a esterilização obrigatória de todos os animais vadios.
para castração: Os municípios terão que dedicar 1% de seu orçamento diretamente aos animais... (LAW
NO: 5199-2004)
Itália tem orçamento “(Art 10) e nestes locais devem ser esterilizados, tal como está dito na legislação daquele
para castração: país: “..fornecer os serviços necessários para fins de esterilização e prevenção de doenças
próprias dos animais em questão” (ART. 12) e para a qual foi definido a dotação para o
exercício financeiro, da época [1988], tal como está dito: “ a determinação em L.
500.000.000 (moeda da época). (LEGGE REGIONALE 9 settembre 1988, n. 63).
Obs.: como não sei se será útil nesse momento mencionar os exemplos internacionais,
deixo até aqui. se for útil, anexo outros.
Para programas de educação ambiental em saúde com cães e gatos:
Motivo Legislação/Trecho/Link
Na escola: Na escola:
- Trabalhar conforme a Lei n° 9.795/1999, que: “Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.”; onde está
entendido que: “a Educação Ambiental é componente essencial e permanente da
Educação Nacional, devendo estar presente, de forma articulada, nos níveis da Educação
Superior e da Educação Básica e em suas modalidades, para isso devendo as instituições
de ensino promovê-la integradamente nos seus projetos institucionais e pedagógicos.”

A Educação Ambiental é conceituada como os processos pelos quais o indivíduo e a


coletividade constroem conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais, voltados
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm

- Trabalhar conforme RESOLUÇÃO Nº 2, DE 15 DE JUNHO DE 2012 (*) que “Estabelece


as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental.”, onde se reconhece que
“As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica em todas as suas etapas e
modalidades reconhecem a relevância e a obrigatoriedade da Educação Ambiental”
; que “O atributo “ambiental” na tradição da Educação Ambiental brasileira e latino-
americana não é empregado para especificar um tipo de educação, mas se constitui em
elemento estruturante que demarca um campo político de valores e práticas,
mobilizando atores sociais comprometidos com a prática político-pedagógica
transformadora e emancipatória capaz de promover a ética e a cidadania ambiental”; e

295
que “O reconhecimento do papel transformador e emancipatório da Educação Ambiental
torna-se cada vez mais visível diante do atual contexto nacional e mundial”; permite
entender que as escolas devem sistematizar, estimular e orientar meios educativos
voltados a criar um cidadão responsável com meio ambiente.

(*) Resolução CNE/CP 2/2012. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de junho de 2012 –
Seção 1 – p. 70.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=109
88-rcp002-12-pdf&category_slug=maio-2012-pdf&Itemid=30192
Extra escola: -Nos programas de castração: trabalhar conforme a RESOLUÇÃO Nº 962, DE 27 DE
AGOSTO DE 2010 “Normatiza os Procedimentos de Contracepção de Cães e Gatos em
Programas de Educação em Saúde, Guarda Responsável e Esterilização Cirúrgica com a
Finalidade de Controle Populacional”, onde o CAPÍTULO III especifica que: “Parágrafo
único. O projeto de execução deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens: VIII -
atividades de educação sanitária, bem-estar animal e de guarda responsável, se possível
inseridos no ensino básico municipal.”
http://ts.cfmv.gov.br/manual/arquivos/resolucao/962.pdf

- Nos programas de castração trabalhar conforme a LEI Nº 13.426, DE 30 DE MARÇO DE


2017 que “Dispõe sobre a política de controle da natalidade de cães e gatos” envolvendo
educação ambiental do cidadão”. Art. 3º “O programa desencadeará campanhas
educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem a assimilação pelo
público de noções de ética sobre a guarda responsável de animais domésticos.”
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13426.htm

-De modo geral: trabalhar baseado na Lei federal 9.605 “Lei dos crimes ambientais”,
pelo tocante ao Art.32: (com recente atualização para o tocante caninos e felinos
domésticos): Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da Lei nº 9.605, com
alteração da lei nº 14.064/2020, prevendo pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e
proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em de ⅓
a ⅙.

-Estão inclusos na interpretação legal sobre maus-tratos, a não prestação de assistência


veterinária nos casos de adoecimento dos animais, com isso, evidencia a necessidade
imperativa de ensinar a cuidar, pois a prevenção de doenças depende de manejo dos
tutores dos animais. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2020/lei/l14064.htm
-É um esforço para evitar produção de infratores.
-Nos ambientes públicos: trabalhar ações na forma de eventos.

Sugestões por: Evelynne Marques-CRMV-AL 00797. 82-99142-3143; Juliana Tozzi de Almeida, CRMV-ES
01842.

296
ANEXO II - Sugestões a serem apresentadas ao CFMV de modificações na resolução 962/10

 Possibilidade da atuação do Médico Veterinário em mutirões de castração em outros estados sem


necessidade de registro secundário, desde que faça parte de Cadastro nacional coordenado pelo
CFMV/MMA.
 Possibilidade da retirada da sala de paramentação nos Castramóveis, principalmente os de pequeno
porte.
 Retirada da exigência de banheiros pra unidades móveis
 Retirada da exigência de 60 dias de antecedência para o licenciamento dos mutirões de castração
 Substituir os convênios com instituições de Ensino Superior pela supervisão no local por 48 horas após
a realização de todos os procedimentos
 Retirada da exigência do cilindro de oxigênio por outros meios de oferta de suporte respiratório.
 Autorização da participação de médicos veterinários estrangeiros em grandes eventos de castração,
desde que eles tenham reconhecido conhecimento técnico e notável saber.
 Liberação para realização de outros espaços físicos para realização de procedimentos cirúrgicos, desde
que atendidas as condições sanitárias e regulamentares, tais como, barracas hospitais, escolas e
igrejas (Resolução CRMV-PR 01/2019)

297
ANEXO III - Considerações sobre a habilitção e capacitação de medicos veterinários para programas de
castração

Técnicas minimamente invasivas são ideais para mutirões de castração, já que permitem que o animal
retorne para casa logo que se recupere da anestesia. Além disso, evita muito tempo de hospitalização,
diminuindo o custo do procedimento e o estresse do paciente (QUESSADA et al,2009). Ao longo de oito anos,
os Estados Unidos realizaram diversos estudos, comparando castração convencional e castração precoce, de
cães e gatos, quando se constatou que há a mesma incidência de complicações físicas e comportamentais,
tanto dos animais castrados precocemente quanto dos animais castrados a tempo convencional (ANDRADE;
BITTENCOURT, 2013). A segurança dos programas de castração pode ser avaliada pela qualidade do
procedimento cirúrgico. É um termômetro para a população de modo geral, que toda a atividade de castração
transcorreu bem através da observação de mínimas complicações operatórias, bem como ausência de óbitos.
Um aspecto que garante segurança operatória em cadelas e gatas é a técnica minimamente invasiva, sendo a
qual imprescindível para atender animais no método CED. Ainda sobre este método CED, que possui o melhor
perfil para o trabalho com animais de vida livre/errantes, trata-se de método aplicado no Brasil, contudo sem
regulamentação, normatização ou legalização tal como acontece em outros países, o que evidencia a
necessidade de sugerir ao CFMV que elabore documento técnico quanto a ser imprescindível a técnica
minimamente invasiva (por razões óbvias frente a devolução do animal para evitar ser interpretado como
abandono); quanto a se normalidade o corte/marcação da ponta da orelha dos felinos (por razões óbvias frete
a atualização de Lei federal 96505 no Art. 32. onde está descrito o abuso, a mutilação e maus tratos aos cães
e gatos (MELO, et al., 2021). O Brasil ainda não tem o reconhecimento legislativo para o método CED e é
momento de apoio ao PL que trata dessa matéria e que está tramitando atualmente na Câmara Federal
(PROJETO DE LEI N.º 1.993, DE 2021) (BRASIL, 2019). Há muitas vantagens para um abrigo de animais esterilizar
todos os animais antes da adoção: os gastos cirúrgicos e anestésicos são menores em filhotes, há a garantia
de que todos os animais doados jamais irão gerar descendentes. Ao ter todos os irmãos de ninhada juntos se
permite que as castrações sejam realizadas em grande número em curto período, e não será preciso
despender recursos e tempo na procura dos adotantes quando os animais adotados chegarem à idade ideal
para passarem pela cirurgia. Esses recursos poderão ser direcionados para outras atividades mais produtivas,
como investigação de casos de crueldade e educação (FAGGELLA; ARONSOHN, 1993a; HOWE, 2000, 2001). A
abordagem lateral pelo flanco na OSH é outra técnica cirúrgica, usada habitualmente em bovinos e equinos
assim como nos répteis; porém em cadelas e gatas seu emprego não é habitual. Apresenta-se como uma
alternativa, na qual o trauma cirúrgico é menor que 9,10. O procedimento é sugerido quando um animal tem
excesso de desenvolvimento mamário ou em situações, tais como OSH em gatos selvagens, em que o
monitoramento pós-operatório e acompanhamento podem ser limitados. Tal abordagem cirúrgica é realizada
em gatas e em cadelas pequenas ou de conformação corporal estreita. Os autores consideram como vantagem
a menor chance de deiscência e evisceração do acesso pelo flanco se comparado ao acesso pela linha média
ventral, o que pode ser importante em animais de abrigo castrados em grande escala, onde pode haver poucos
cuidadores durante o pós-operatório (LICHTLER,2014).

Objetivos da atividade

 Propor locais para capacitação de profissionais na Técnica minimamente invasiva mediana e


pelo flanco, assim como cirurgias “à campo”, para atuação em locais de desastres assim como
em locais de difícil acesso. (Castração pediátrica, planejamento, CED, manejo de resíduos,
educação ambiental, materiais para pesquisa).

298
 Elaborar um método de avaliação para credenciamento do profissional em um Cadastro
nacional de Veterinários para trabalhos de controle populacional, em diversas regiões do país,
e capacitar para trabalhar sob pressão, e intercorrências.
 Desenvolver um Cadastro Nacional de Veterinários para o desenvolvimento das atividades
itinerantes a nível nacional e internacional, para acesso de gestores;
 Desenvolver formulário simplificado, para relatórios das atividades.

Discussão dos resultados

As entidades para servir de capacitação técnica cirúrgica de castração minimamente invasiva podem ser
indicadas pelos CRMVs e ANCLIVEPAs pois há uma sede em cada unidade federativa, bem como há também
credenciamento de cursos de especialização e titulação de especialistas.

Universidades Federais ou particulares através dos Cursos de medicina veterinária, também podem ser
locais apropriados para a capacitação técnica aqui requerida.

As instâncias supracitadas e de fiscalização profissional, devem ser estimuladas pelo governo federal a
promoverem cursos de capacitação técnica para esta finalidade de modo permanente a manterem turmas de
estudantes/profissionais com certificação ao final da capacitação.

As instâncias supracitadas devem buscar cadastrar veterinários docentes /técnicos capazes de ministrar
aulas e capacitar quanto ao domínio da técnica operatória e anestesias.

Cada instância proponente dos cursos técnicos de capacitação cirúrgica, deve conter ao final da jornada
de aulas (teóricas e práticas), meios próprios desenvolvidos para habilitação dos participantes concluintes da
capacitação. Tais como aulas práticas e provas.

As instâncias proponentes dos cursos técnicos de capacitação cirúrgica podem se utilizar de meios
sintéticos para colaborar com o ensino de etapas operatórias, substituindo o animal vivo, até que se obtenha
destreza suficiente para treinar in vivo.

O governo deve estimular o desenvolvimento de modelos alternativos ao ensino de etapas operatórias,


bem como promover lista de modelos existentes no país para oferecer aos programas de capacitação.

No Brasil há vários modelos sintéticos descritos na literatura, deixarei um aqui como exemplo
(MARQUES DE MELO, et al., 2018). As Instituições Universitárias CRMVs e ANCLIVEPAs regionais podem indicar
veterinários que estejam certificados (pelos cursos oferecidos pelas próprias instituições), bem como outros
veterinários nas suas regiões que sejam habilidosos e com longa experiência já desenvolvendo as técnicas
operatórias minimamente invasivas, bem como experiência em programas de castração em massa, popular e
em áreas de desastres, quando solicitados por gestores do próprio Estado, caso estes não possuam
profissionais qualificados para as atividades de controle populacional em suas regiões.

A capacitação do Médico Veterinário para atuação junto ao Programa nacional de Controle


Populacional, além de preparar este profissional para técnicas com mínimos riscos para o paciente,
desenvolverá outras temáticas como a Saúde Única, Controle em áreas de Proteção Ambiental ressaltando a
importância do controle populacional de cães e gatos dentro das comunidades onde estes atuarem. Servirá
como meio de padronização das ações, levando em conta que os locais podem ter diversos aspectos a serem
intermediados, mas a finalidade é o controle populacional ético.

299
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de cães e gatos, recomendamos que
os municípios busquem na base de dados deste Cadastro Nacional, os Médicos Veterinários credenciados para
essa finalidade, caso não tenham à disposição de suas instituições, profissionais com essas competências. O
objetivo desse cadastro não é limitar as atividades veterinárias locais, e sim capacitar os profissionais para
atendimento a diversas demandas, inclusive em ocasiões de desastres e de locais de difícil acesso contribuindo
para nortear os gestores na execução do controle populacional de cães e gatos.

300
ANEXO IV - Proposta legislativa de financiamento federal para a castração de cães e gatos

Preâmbulo:

Embora no Brasil o instrumento punitivo esteja à frente do instrumento educativo (que seria com vistas a
Posse responsável) e do instrumento sanitário (que seria com vistas a castração) conduzindo a demanda cães
e gatos no centro urbano, é importante lembrar que se trata de um problema multidisciplinar e por tanto com
responsabilidades específicas de cada Ministério. Há necessidade de união entre as pastas para evitar que as
iniciativas necessárias ocorram isoladas e fragmentadas, pois atualmente observa-se que o MMA tem
discutido secretaria específica para lidar com castração, o MS demonstra necessidade de atualização no
conceito de “saúde única” ao tempo que conhece os riscos zoonótico associados ao tema e se diz “não se opor
as castrações” e o MAPA tem demonstrado entender a importância do controle de nascimento destes animais,
contudo, teme por elevar a natalidade ao se instituir obrigatoriedade de receita veterinária para compra de
contraceptivo hormonal para cadelas e gatas (método que isolado não é eficaz devido ao alto custo
operacional para garantir segurança de saúde aos bichos e por não ser definitivo como é o caso da cirurgia de
castração).

PROPÕE-SE com isso, que: seja instituída a “Política federal de apoio financeiro permanente para programas
de castração cirúrgica de caninos e felinos com vistas a segurança sanitária do país e ao bem-estar animal com
orçamento partilhado entre MS, MMA e MAPA”. (PROPOSIÇÃO A SEGUIR).

PROPOSIÇÃO N° _____ de 2023

“Cria o fundo financeiro de saúde específico


para apoio permanente aos programas de
castração cirúrgica de caninos e felinos com
vistas a segurança sanitária do país e ao bem-
estar animal com orçamento partilhado entre
MS, MMA e MAPA.”

Objetivo: É proposto aprovar um apoio financeiro nacional proveniente da dotação de receitas gerais do
orçamento de funcionamento partilhado entre Ministérios da Saúde-MS, do Meio ambiente-MMA e da
Agricultura Pecuária e abastecimento-MAPA, para promover programas de apoio à esterilização cirúrgica de
caninos e felinos domésticos nos municípios do Brasil.

Com base na Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3º do art. 198 da
Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com
saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e
8.689, de 27 de julho de 1993, e dá outras providências;

301
Com base na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências;

Com base no Decreto nº 1.232, de 30 de agosto de 1994, que dispõe sobre as condições e a forma de repasse
regular e automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde Estaduais, Municipais
e do Distrito Federal;

Com base no Decreto nº 7.507, de 27 de junho de 2011, que dispõe sobre a movimentação de recursos federais
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, em decorrência das leis citadas;

Com base na Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde e dá outras providências;

Com base reunião ocorrida aos 04 dias do mês de maio do ano de 2021, às 14:30 horas pela
CPV/CGPV/DSA/DAS do MAPA, laboratórios farmacêuticos de progestinas, OAB-AL, parlamentares com
respectivas representações, onde se constatou que no Brasil a classe técnica veterinária já expressou através
de publicações científicas que os riscos em causar adoecimento nas cadelas e gatas é alto e com isso relatam
frequentemente que tais fármacos (a base de progesterona) são desaconselhados a serem administrados nas
fêmeas desta espécie sem orientação de veterinário, desaconselhado seu uso prolongado bem como por
objetivo de controle populacional em massa destes animais;

Considerando que a classe veterinária no Brasil tem trabalhado na formação destes profissionais com amplo
direcionamento ao não uso de fármacos hormonais em cadelas e gatas com a finalidade contraceptiva e
sempre frisam que a opção segura é a cirurgia de castração (cirurgia amplamente ensinada nas faculdades),
sendo para isso observado inúmeros programas de extensão universitária e campanhas educativas de origem
acadêmica com vistas a conscientização de tutores destes animais sobre o não uso do método hormonal
contraceptivo;

Considerando a reunião ocorrida aos 04 dias do mês de maio do ano de 2021, às 14:30 horas pela
CPV/CGPV/DSA/DAS do MAPA, onde se debateu formas seguras para o controle de compra e venda de
fármaco hormonal a base de progesterona para finalidade de contracepção em cadela se gatas, sobre o qual
estima-se ocorrer um elevado aumento de natalidade destes animais no centro urbano brasileiro, caso a
comercialização passe a ocorrer mediante controle de receituário restrita a emissão por médico veterinário;

Considerando os mais de 30 anos, desde a década de 90, que o Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento-MAPA, mantém no Brasil a liberdade comercial de progestinas de uso veterinário sem controle
de receita prescrita pelo médico veterinário e este tem sido um facilitador de doenças sérias reprodutivas nas
cadelas e gatas muito bem documentado em literatura científica em todo o território nacional, ao tempo em
que o MAPA teme um aumento de natalidade de cães e gatos após restrição de compra das referidas
progestinas, observa-se necessidade definir um programa de custeio financeiro da união para castração
permanente de caninos e felinos domésticos, e desse modo,

302
FICA DEFINIDO QUE:

Art 1°-É criado o fundo financeiro de saúde específico para apoio permanente aos programas de castração
cirúrgica de caninos e felinos com vistas a segurança sanitária do país e ao bem-estar animal com orçamento
partilhado entre MS, MMA e MAPA

Parágrafo único: Esta proposição se refere a um apoio financeiro sobre o único método eficaz para controle
de nascimento de caninos e felinos domésticos que é cirurgia de castração e segue em apoio a LEI FEDERAL
Nº 13.426, DE 30 DE MARÇO DE 2017.

Art 2°- Os Ministérios devem definir orçamento baseado no custo operacional para cada cirurgia
acompanhando atualizações anuais estabelecidas por entidade técnica médico-veterinária.

Art 3°- As quantidades de cirurgias devem ser baseadas em estudos das populações das áreas urbanas
previamente, considerando vulnerabilidade aos maus tratos e de acordo ao citado no “I” do Art 2°, da LEI Nº
13.426, DE 30 DE MARÇO DE 2017. “A esterilização de animais [cães e gatos] será executada mediante
programa em que seja levado em conta: a necessidade de atendimento prioritário ou emergencial, em face da
superpopulação, ou quadro epidemiológico”

§1 Adicionado ao Art 2° deve estar o caráter preventivo à incidência de zoonoses baseado no


conhecimento de endemias localizadas.

Art 4° -Beneficiários:

1 – Serão beneficiados pelo apoio financeiro os municípios, através de suas entidades gestoras; Organizações
não governamentais, devidamente registradas e reconhecidas pelas entidades públicas municipais e estaduais
e que exerçam atividades de controle populacional de caninos e felinos domésticos e entidades de pesquisas
científicas com finalidade epidemiológica aliada ao um programa de castração cirúrgica de caninos e felinos
domésticos.

Art 5°- Quando observada a necessidade local para programa de castração cirúrgica de caninos e felinos
domésticos, o apoio financeiro deverá ser solicitado ao ente federal pela gestão executiva municipal, sempre
no início do planejamento executivo e solicitado pelas entidades (ONGs) através de representação formal de
prefeitura municipal.

Art 6°- O apoio financeiro poderá ser solicitado por entidades de pesquisas científicas, como faculdades de
medicina veterinária públicas ou privadas, que tenham objetivo de executar programas de castração de
caninos e felinos domésticos ao tempo em que produz pesquisas de apoio epidemiológico para contribuir com
a realidade local.

Art 7°- O apoio financeiro terá limite mínimo e máximo pré-estabelecido pelo ente federal.

JUSTIFICATIVA

É a interferência humana que causa a superpopulação de cães e gatos. São as regras e regulamentos
criados com objetivo de preservar a saúde pública/saúde humana, que previnem o abandono e garantem o

303
bem-estar de cães e gatos. Isto é confirmado na literatura legislativa internacional e histórico de dinâmicas
sociais. Contudo, o aumento do PIB per capita está intimamente relacionado à redução do número destes
animais “errantes/vadios/livres sem controle” (STERNHEIM, 2012); de modo que, em países com alta
desigualdade econômica, é um desafio a aplicação de regras mais rígidas de convivência homem-animal,
porque com pessoas abaixo da linha da pobreza, não há meios para simplesmente cumprir uma correta criação
animal e esta medida não deve ser isolada. Seja pela segurança sanitária ou por menos sofrimento animal, um
empenho público deve acontecer para o controle de nascimento de cães e gatos, associada a uma política de
posse responsável. Estabelecer como meta que o Brasil tenha uma população de cães e gatos estéreis, nas
classes sociais de baixa renda, é uma medida transformadora da realidade e deve ser uma prioridade tal como
outros países. Desde a década de 90 que, a Organização Mundial da Saúde afirma que o método mais eficaz
na questão “cães e gatos urbanos” é a combinação de: Esterilização, educação ambiental e identificação
animal para posse responsável com vistas a segurança sanitária.

Mesmo assim, ainda, o controle das populações de caninos e felinos nos centros urbanos é preocupação em
várias sociedades. Para este controle o método de contracepção farmacológica hormonal é ineficaz e oneroso
devido a necessidade de repetição do fármaco (quadrimestral) e pela dependência de assistência veterinária
prévios ao uso deste método (consultas e exames de citologia vaginal para identificação correta do período
reprodutivo das fêmeas) e pela possibilidade de efeitos colaterais sérios com o uso prolongado. O método de
controle populacional para estes animais através de cirurgias de castração é único método eficaz por ser
definitivo e requerido somente uma única vez, e no Brasil está reconhecido legalmente pela LEI federal Nº
13.426, DE 30 DE MARÇO DE 2017, contudo necessitando de estratégias financeira para consolidar sua eficácia
enquanto política pública (ainda não é realidade em todos os estados). Neste país, é livre a criação de cães e
gatos por todas as classes sociais, razão pela qual [estes] estão sob a “guarda” de pessoas com poder financeiro
deficiente para mantê-los cuidado sobretudo prevenindo doenças. A presença de cães e gatos na sociedade
não é um acaso; estes animais foram domesticados pelo homem, e no Brasil com forte histórico de sua
introdução no processo de colonização, ainda são encontrados em livre reprodução nas vias públicas até o
presente. Não há regras com vistas a convivência/posse/tutoria responsável postas pelo estado brasileiro
ainda. O significado dessa liberdade tem repercussões/consequências nos âmbitos sanitário, ambiental e no
bem-estar animal. O adoecimento destes animais, quando sob a guarda/posse de pessoas sem condições
financeiras para tratá-los, tem gerado problemas sérios de abandono (em abrigos ou via pública) frente ao
risco da aplicabilidade das sansões legais instituídas pela recente Lei sansão. Dessa forma, tem-se as seguintes
considerações aqui elencadas com vistas ao controle de natalidade eficaz e ético que sustentam a necessidade
de propor uma “Política federal de apoio financeiro permanente para programas de castração cirúrgica de
caninos e felinos com vistas a segurança sanitária do país e ao bem-estar animal com orçamento partilhado
entre Ministérios: MS, MMA e MAPA”:

304
2.4. Atenção básica à saúde animal

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Elaborar proposta de Termo de Referência Municipal de Atenção Básica a animais de estimação;
2. Viabilizar que o Serviço Médico Veterinário Municipal possa prestar Atenção Básica à Saúde de cães e
gatos prevenindo abandono;
3. Propor modelo de Edital de Credenciamento para Médico Veterinário da Família, para que Escolas de
Medicina Veterinária realizam ações em suas comunidades e que os municípios possam criar a função ou
adaptar ao seu quadro funcional profissional para essa finalidade;
4. Propor ações de parcerias com empresas e a articulação em prol da Saúde Única;
5. Propor Termo de Parceria com a indústria de insumos para cães e gatos, de tal forma a otimizar o uso de
produtos com prazo de validade próximo, e que não serão comercializados, para que possam ser
encaminhados para uso em ações coletivas em comunidades vulneráveis previamente avaliadas dentro
do PMPCG local;
6. Criar uma Central por Estado para gestão de insumos doados a serem usados nas ações de comunidades
vulneráveis (vacinas, vermífugos, antipulgas e carrapatos, entre outros que poderão ser avaliados e
incluídos em caso de demanda);
7. Definir o protocolo básico para atendimento a cães e gatos em vulnerabilidade como fomentador para
promoção da saúde animal e aprimorar o programa de MPCG.

INTRODUÇÃO
A realidade atual nos apresenta um panorama em que a população e a proteção animal se mobilizam
e buscam o poder público para exigir que sejam disponibilizados mais castrações e Hospitais Veterinários
Públicos, tanto para atender os animais que se encontram em situação de rua, como aqueles tutelados por
famílias de baixa renda ou pela proteção animal, seja ela em ONGs com trabalhos mais estruturados, seja por
pessoas independentes que desenvolvem trabalho que deveria ser feito pelo poder público.
Partindo-se da premissa de que um “Sistema de Saúde” deve ser baseado em “saúde” e não em
“doença”, conclui-se que a medida para evitar a doença seja a prevenção. Ou seja, prevenção deve ser sempre
a prioridade de um Sistema de Saúde. (Biondo, 2023).
O modelo brasileiro de Saúde Pública Humana (SUS) tem sido elogiado em todo o mundo e pode ser
base para a Saúde Pública Animal - desde que seguidos os preceitos de prevenção como base da saúde, sem
prejuízo do assistencialismo, atuando dentro dos princípios da equidade, mas com investimento na
informação e educação como formas resolutivas de saúde individual e pública. (Biondo, 2023)

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Realização de pesquisas bibliográficas sobre Atenção Básica à Saúde Animal, SUS Animal e Saúde Única;
2. Estabelecer um GT para realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e
métodos adequados para proposição de ações de Atenção Básica à Saúde Animal;
3. Desenvolvimento de modelos de documentos - Protocolos e Termo de Referência;
4. Proposição de parcerias com empresas e a articulação em prol da Saúde Única.
5. Proposição de termo de cooperação e parceria para escolas de medicina veterinária em todo território
nacional para atuação para públicos-alvo dentro do conceito de saúde única em famílias multiespécie.

305
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O Brasil vive uma história recente de médicos veterinários inseridos na saúde. A Medicina Veterinária,
mesmo sendo uma profissão com muitas áreas de atuação na saúde preventiva e saúde animal, ainda hoje é
uma profissão pouco reconhecida pelos serviços de saúde pública como integrante do SUS. Da abordagem
higienista para controle de doenças de caráter zoonótico como a raiva, restam ainda uma visão pouco
humanitária em relação às condutas necessárias para efetivar a Saúde Única e ações para família multiespécie,
que incluam a prevenção de enfermidades com ações simples e efetivas que garantam a minimização do
adoecimento dos animais da família e o risco do abandono.
Observa-se que existe uma resistência nas políticas de saúde em usar recursos dessa pasta para
custear ações - o que não acontece com as demais profissões da saúde. A demanda nacional, independente
do estado que estamos, mostram nos seus municípios a necessidade de Atenção Veterinária. Os Hospitais
Veterinários Universitários deveriam ser custeados pelo Sistema Único de Saúde, ou por parcerias com os
Municípios e Estados ou com a Federação. Mesmo que sem uma diretriz única, em muitas localidades já
existem modelos de atenção a animais de estimação, não existindo um padrão básico definido, variando de
serviços com consultas apenas, a outros com serviços mais complexos, incluindo cirurgias e exames.
Entretanto não existe, como na Saúde Humana, a Atenção a Saúde dos animais Básica, de Média e de
Alta Complexidade, e é preciso, sim, utilizar recursos da Saúde de forma mais abrangente, provendo serviços
básicos mas que previnam situações de abandono, no maior número possível de municípios, e, se possível,
onde existem estruturas de ensino já implantadas da Medicina Veterinária, implementar as instalações já
existentes dos Hospitais Veterinários Universitários, contratar mais professores, admitir mais residentes e
fazer, a exemplo das outras áreas de saúde, e buscar que 100% do ensino seja voltado às comunidades mais
vulneráveis preferencialmente (Biondo, 2012). Além disso, buscar, para casos de municípios conurbados ou
muito próximos, que se estabeleçam consórcios intermunicipais para otimizar o acesso a uma população de
animais de estimação sem outra forma de acesso aos serviços básicos de saúde e controle reprodutivo
definitivo.
É importante que se viabilize a possibilidade da inclusão dos Médicos Veterinários nos Programas De
Saúde Municipais para cuidar da saúde animal nos aspectos da prevenção de agravos, enfermidades e
possibilitando que os atendimentos sejam feitos ao menos a população mais vulnerável e aos seus animais,
assim como a proteção animal, garantindo que existam fontes de custeio, sejam municipais, estaduais ou
federais, e que estas possam ser disponíveis através de projetos para Programas de Saúde Animal Básica que
garanta o acesso a Programas de Saúde Animal preventivo e controle reprodutivo, como pilares de Saúde da
Família Multiespécie.
Um aspecto importante a ser discutido é o caminho seguido pela Medicina Veterinária, diferente do
proposto pelo Ministério da Saúde para a saúde humana, que se baseia no Sistema Único de Saúde (SUS) e
custeio de Hospitais Públicos Universitários para atendimento gratuito da população. A importância de
sistemas gratuitos de atendimento aos animais de companhia é inquestionável, mas esta iniciativa deve ser
instalada de forma planejada, dimensionada e discutida amplamente para que não sejam frustradas as
expectativas a curto, médio e longo prazo de nossa sociedade. (Biondo, 2014)
Estudos demonstram que o SUSA - Sistema Único de Saúde Animal, custa pouco, cerca de 0.3% do
orçamento federal, estadual e municipal. Seria um valor próximo a 10 bilhões para a União - valor muito baixo
quando comparado com o resultado que ele terá na vida da população humana e não humana. (Lopes, 2021)
Em resumo, tão importante quanto investir no atendimento de animais domésticos em hospitais veterinários
gratuitos, deve ser o investimento nos pilares básicos de 1. Guarda responsável, 2. Castrações, 3. Combate ao
Abandono e 4. Programas de adoção.

306
CONCLUSÃO
Das discussões elencadas, pode-se concluir pelas seguintes perspectivas:
 A Atenção Básica em Saúde Animal deve levar em consideração sempre a realização de exame clínico,
vacinação (polivalente espécie-específica e antirrábica), desverminação, antipulgas e carrapatos,
orientações sobre alimentação, manejo e comportamento da espécie, ou seja, em resumo: “um Sistema
de Saúde Animal baseado em prevenção em saúde e não apenas assistencialismo (atendimentos) ”.
(Biondo, 2023).
 Importante o investimento na Educação em Guarda Responsável de animais de companhia inseridas no
conteúdo do Ensino Fundamental e Médio das redes municipais, estaduais sejam elas públicas ou
particulares;
 O ensino de conteúdos básicos de comportamento de cães por profissionais e alunos especializados da
Medicina Veterinária e Zootecnia, em eventos regulares em locais públicos de alta circulação com
potenciais adotantes poderiam melhorar e muito os índices atuais de adoção;
 Os lares temporários têm demonstrado socialização, em particular realizado pelas protetoras
independentes.
 É fácil perceber que com a atuação certa e efetiva, podemos não só prevenir doenças - afinal, prevenir é
mais barato que remediar -, mas promover maior qualidade de vida para todos. (Lopes, 2021).

REFERÊNCIAS
BIONDO, Alexander W. Sistema Único de Saúde Animal. Revista Clínica Veterinária, Ano XVII, n. 98,
maio/junho, 2012.
_____________. Hospital veterinário público ou privado, pago ou gratuito? SEÇÃO: MEDICINA VETERINÁRIA
DO COLETIVO. Arquivo pessoal, 19 de julho de 2014.
______________. Atenção Básica à Saúde (e Saúde Única). Apresentação do “painel 5: Atenção básica à
saúde animal (vacina, vermífugo)” referente ao “Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos”, na
Segunda reunião Técnica, parte dos Encontros para Formulação do Programa Nacional de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos. 21 de julho de 2023.
LOPES, Reginaldo. Projeto SUS Animal. Revista. 27 de dezembro de 2021.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador:
• Alexander W. Biondo. MSc, DVM, PhD. Professor Titular da Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
Brasil. Professor visitante da Purdue University,, EUA.

Relatora:
• Vania de Fátima Plaza Nunes. Médica veterinária- Unesp Botucatu; diretora técnica do Fórum Nacional
de Proteção e Defesa Animal, pós-graduada em Saúde pública; Saúde ambiental; Vigilância sanitária,
todas pela Unicamp, Bem estar animal, pelo E- learning Cambridge; Comportamento Animal, pela
Unifeob, Medicina Veterinária Legal pela Qualittas; Ecologia e Educação Ambiental, pela Unianchieta,
perita CEDA MPMG, Superintendente da Fundação Serra do Japi- Jundiaí- SP.

307
Outros membros:
• Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Especialista em TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana;
Coordenadora de Defesa Animal em Três Corações - MG; Membro da CDA-OAB-MG; Associada Fórum
Animal, MFA, SVB, AE, WWF.
 Ana Liz Bastos. Médica-Veterinária, mestre e doutora pela EV-UFMG; conselheira e membro da Comissão
de Saúde Única e de MVC do CRMV-MG, membro do IMVC, consultora técnica da CEDA/MPMG e
coordenadora da capacitação para a gestão do MPCG para os municípios do PRODEVIDA da CEDA/MPMG.

308
ANEXO I - Modelo de Credenciamento de Clínicas Veterinárias com Prefeituras

EDITAL DE CREDENCIAMENTO xxx/202X


PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº xxx/202X
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº xxx/202X
CREDENCIAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

A PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXXX, Estado de XX, inscrita no CNPJ XXXXXXX, com endereço
XXXXXXXXXX, nº XX, por meio de sua Comissão Permanente de Licitação designada pela Portaria n.º XX/20XX,
torna público a quem possa interessar que, a partir de XXXX de 202X, iniciará o CREDENCIAMENTO de clínicas
veterinárias com a finalidade de credenciar pessoas jurídicas para prestação de serviços especializados na
realização de atendimentos clínicos, exames, internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos
machos e fêmeas de pequeno, médio e grande porte, e animais silvestres, conforme disposto no TERMO DE
REFERÊNCIA (Anexo I) deste edital e em conformidade com a Lei Federal nº 8.666/93 e demais disposições
aplicáveis e demais exigências constantes do presente edital.

1. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


1. O inteiro teor deste Edital e de seus Anexos estará disponível no endereço eletrônico da Prefeitura:
www.XXXX.xx.gov.br a partir de XX de 202X

1.2 – As solicitações de esclarecimento de dúvidas a respeito das condições deste Edital deverão ser
endereçadas ao Presidente da Comissão Permanente de Licitação através do e-mail XXXX@XXX.com.

1.2.1 – Na solicitação de esclarecimentos, enviada via e-mail, o consulente ficará responsável


por certificar-se de que o mesmo foi recebido pela Secretaria Municipal de Administração, através do
telefone (XX) XXXX-XXXX, tendo em vista a possibilidade de ocorrerem falhas técnicas no envio do e-
mail.

2. DO OBJETO
1. O presente edital tem como objeto o CREDENCIAMENTO de clínicas veterinárias com a finalidade
de credenciar pessoas jurídicas para prestação de serviços especializados na realização de
atendimentos clínicos, exames, internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos machos
e fêmeas de pequeno, médio e grande porte, e animais silvestres.
3. DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
1. O processo de credenciamento é regido pela Lei Federal nº 8.666, de 1993, com suas posteriores
modificações, e demais legislações pertinentes, aplicando-se, no que couberem, os princípios gerais
de direito público, suplementados pelo direito privado.

4. DA PARTICIPAÇÃO NO CREDENCIAMENTO
4.1 - Poderão participar deste credenciamento somente pessoas jurídicas que satisfaçam as
condições específicas de habilitação fixadas neste edital e que aceitem as exigências estabelecidas
neste instrumento e na Lei Federal nº 8.666/93, no que couber.

4.2 - NÃO PODERÃO PARTICIPAR AS PESSOAS JURÍDICAS QUE:


4.2.1 - Estejam cumprindo as sanções previstas nos incisos III do art. 87 da Lei n 8.666/93.
4.2.1 - Sejam declaradas inidôneas nos termos da lei;
4.2.2 - Tenham falência ou concordata decretada;

309
4.2.3 - Sejam impedidas de licitar, contratar ou transacionar com a Administração Pública,
direta ou indireta;
4.2.4 - Que tenham pendências financeiras ou contratuais para com o Município de XXXX - XX.

5. DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A HABILITAÇÃO


1. Solicitação para credenciamento, conforme modelo contido no Anexo III deste edital.

2. Cópia do Comprovante de Inscrição e Situação Cadastral no CNPJ da empresa emitido pela Receita
Federal do Brasil.

3. Contrato Social consolidado, ou contrato social e suas respectivas alterações, chancelados pela Junta
Comercial ou Cartório de Títulos e Documentos, conforme o caso.

4. Declaração do proponente de que não pesa contra si declaração de inidoneidade, expedida por órgão
da Administração Pública de qualquer esfera de Governo, que cumpre o disposto no art. 7º, XXXIII da
Constituição Federal e na Lei nº 9.854/99 de acordo com modelo constante do Anexo IV deste edital.

5. Declaração de Cumprimento do Disposto no Art. 7º, XXXIII da Constituição Federal, de acordo com modelo
constante do Anexo II deste edital.

6. Certidão de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União, comprovando
a regularidade junto ao INSS e demais tributos federais e débitos com a União.

7. Prova de regularidade junto ao FGTS - Certidão de Regularidade de Situação.

8. Prova de regularidade junto à Fazenda do Município do licitante - Certidão Negativa de Débitos ou


equivalente.

9. Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas emitida pelo Tribunal Superior do Trabalho.

10. Relação dos profissionais médicos veterinários que prestarão os serviços, com as respectivas cópias
de seus documentos de identificação pessoal (CPF e RG) bem como de seus registros no Conselho Regional de
Medicina Veterinária e as demais informações elencadas no Anexo V deste edital.

5.11 - Os documentos acima descritos deverão ser apresentados, preferencialmente, por


cópias autenticadas, ou por cópias acompanhadas dos originais para conferência e autenticação
pelo Município de XXXXX.

310
5.11.1 - As certidões que compõem a documentação exigida e que possuem data de validade deverão
estar válidas na data do pedido de credenciamento, devendo ser atualizadas no momento da assinatura do
contrato e durante a sua vigência.

5.11.2 - Para aqueles documentos sem data de vencimento, sua validade será de 60 (sessenta)
dias, contados da sua expedição.

5.12 - Serão desconsideradas as cópias rasuradas, ilegíveis, apagadas ou que apresentarem


qualquer defeito capaz de colocar em dúvida a sua fidelidade.

5.13 - Os documentos deverão ser apresentados, preferencialmente, nesta mesma ordem de


numeração.

6. DAS CONDIÇÕES PARA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS


Além das condições no Termo de Referência (Anexo I do Edital) as empresas deverão:

1. Realizar os atendimentos no Município de XXXXX/XX, nas clinicas dos profissionais credenciados,


conforme autorização prévia emitida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e
Meio Ambiente.

6.1.1. No caso de clinicas de outros municípios que venham a se credenciar, as mesmas deverão
providenciar, sem qualquer ônus para a Prefeitura de XXXXX/XX, local no município de XXXXX e que atenda a
todas as exigências deste edital para a prestação dos serviços.

2. O total de serviços, exames e procedimentos a serem prestados estão relacionados no item 13 deste
Edital.

3. O Município de XXXXXX/XX reserva-se o direito de fiscalizar, de forma permanente, a prestação dos


serviços pelos credenciados, podendo aplicar penalidades e proceder ao descredenciamento em casos de má
prestação, verificada em processo administrativo específico, com garantia do contraditório e da ampla defesa.

4. O credenciamento configurará uma relação contratual de prestação de serviços.

7. DA PROPOSTA
7.1 - A proposta de adesão deverá ser elaborada, preferencialmente, em papel timbrado da
proponente, ou com sua completa identificação, através de impressão ou por carimbo padronizado.

7.2 – Seguir o modelo que compõe este edital (ANEXO III).

7.3 – Ser apresentada em língua nacional isenta de rasura, emendas ou entrelinhas e, ao final,
deve ser datada e assinada pelo representante legal da empresa proponente.

7.4 - Os documentos exigidos neste edital deverão ser entregues na Secretaria Municipal de
Administração da Prefeitura de XXXXX, situada na XXXXX, XXX, XXX, XXX, XX a partir do dia XXXX de XXXXXX
de 202X, das 09h00 às 16h30.

311
7.5 - Todos os documentos exigidos neste Edital para a instrução do processo de credenciamento
deverão ser entregues em envelope fechado no qual conste as seguintes informações em sua parte externa:

DOCUMENTOS PARA O CREDENCIAMENTO xxx/2022


Prestação de serviços especializados na realização de atendimentos clínicos, exames,
internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos machos e fêmeas de pequeno, médio e
grande porte.
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO - PREFEITURA MUNICIPAL DE XXXXX-MG
Av. XXXXXX – Bairro – Município – MG. CEP – xxxxx-xx
A/C: COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÕES

O envelope deverá conter também, em sua face externa, a identificação completa da empresa
proponente, conforme abaixo:

RAZÃO SOCIAL__________________________________________________________
End. Comp.: _____________________________________________________________
CEP: _______________ CNPJ _________________________________________
Nome do responsável legal __________________________________________________
Fone: _________________________________ Celular________________________
e-mail___________________________

7.6. Os documentos exigidos para a inscrição não poderão ser remetidos por fax ou por correio
eletrônico.

7.7. As informações prestadas no ato da inscrição, assim como a documentação entregue são de inteira
responsabilidade do interessado, cabendo-lhe certificar-se, antes da sua inscrição, de que atende a todos os
requisitos para participar do processo de credenciamento.

8. DA ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO
1. A análise dos documentos apresentados será realizada pela Comissão Permanente de Licitação da
Prefeitura de XXXXX.

2. Fica definida a data de XXX de 202X às 09:00 horas para a abertura dos envelopes de credenciamento
na Sala de Reuniões da Secretaria Municipal de Administração da Prefeitura de XXXX, situada na Avenida
XXXXX, XX, Bairro, Município, XX.

3. O credenciamento permanecerá aberto para outras empresas interessadas em se credenciarem após


essa data.

4. A Comissão Permanente de Licitação irá avaliar os documentos das empresas conforme os critérios de
qualificação relacionados no item 9.

9. DA HABILITAÇÃO

312
1. Serão consideradas habilitadas as empresas que apresentarem a documentação válida exigida e se
enquadrarem nas regras deste Edital.

2. Serão consideradas inabilitadas as empresas que, por qualquer motivo:

3. Estejam declaradas inidôneas ou punidas com suspensão do direito de licitar ou contratar com a
Administração Pública, Direta ou Indireta, Federal, estadual ou Municipal, desde que o ato tenha sido
publicado no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município, pelo órgão que o expediu;

4. Deixarem de apresentar qualquer documentação exigida neste Edital.

1. No caso da ausência ou irregularidade de algum documento, a empresa interessada poderá apresentá-


lo(s) posteriormente para se habilitar no credenciamento.

10. DA CONTRATAÇÃO
1. As empresas habilitadas serão contratadas por meio de instrumento de prestação de serviços, onde
se estabelecerão os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, conforme minuta de
contrato constante do Anexo VI deste Edital.
2. O contrato de credenciamento terá prazo de 12 (doze) meses, renovável por iguais períodos.

3. O contrato poderá ser rescindido a qualquer tempo, por ato formal e unilateral da Administração, nos
casos enumerados na Lei Federal nº 8.666, de 1993 e suas alterações, comunicando expressamente ao
contratado, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, hipótese em que será procedido o
descredenciamento, sem prejuízo dos serviços já prestados e sem que caibam, ao contratado, quaisquer
direitos, vantagens ou indenizações.

4. O contrato celebrado com a empresa habilitada não gera ao credenciado qualquer vínculo
empregatício com a Prefeitura Municipal de XXXXX.

5. Os direitos e deveres das partes, regras de atendimento, pagamento, acompanhamento da execução


dos serviços e demais normas serão previstas no contrato a ser celebrado, nos termos da minuta do contrato
constante do Anexo VI.

11. DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO


1. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente realizará o
acompanhamento da execução dos serviços contratados por meio de auditorias, comunicações
escritas e outras atividades correlatas, sendo as intercorrências registradas em relatórios anexados
ao processo do credenciado.

12. DAS RESPONSABILIDADES DAS EMPRESAS CREDENCIADAS

313
1. Os serviços das clínicas credenciadas englobam a realização de exanes, procedimentos e cirurgias
conforme descritos no Termo de Referência. Anexo I deste edital.

1. O transporte dos animais até a(s) clínica(s) e seu transporte de volta a origem não serão de
responsabilidade da(s) empresa(s) credenciada(s).

13. DOS SERVIÇOS A SEREM PRESTADOS, QUANTIDADES E VALORES


Valor
Item Descrição Unid. Qtde. Valor Total
Unitário
1 ACUPUNTURA SESSÃO SV 15 115,0000 1.800,00
2 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO LOCOMOTOR ANTERIOR TOTAL SV 5 600,0000 3.000,00
3 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO LOCOMOTOR POSTERIOR TOTAL SV 5 600,0000 3.000,00
4 AMPUTAÇÃO DE FALANGE DISTAL SV 3 300,0000 900,00
5 ATENDIMENTIO EMERGENCIAL POLITRAUMATIZADO SV 5 140,0000 700,00
ATENDIMENTO EMERGENCIAL VITIMAS
6 SV 5 140,0000 700,00
ENVENENAMENTO/INTOXICAÇÕES
7 BIOQUIMICO - CADA FUNÇÃO SV 50 25,0000 1.500,00
8 CESARIANA SV 10 450,0000 4.500,00
9 CISTOTOMIA SV 5 450,0000 2.250,00
10 CITOLOGIA SV 5 115,0000 575,00
11 CONSULTA PLANTÃO SV 30 100,00 3.000,00
12 CONTAGEM DE RETICULÓCITOS SV 10 38,00 380,00
13 CURATIVO SIMPLES SV 20 25,0000 500,00
14 CULTURA + ANTIBIOGRAMA SV 5 95,00 475,00
15 DEBRIDAMENTO DE FERIDA SV 10 50,00 500,00
16 DESOBSTRUÇÃO RENAL FELINA SV 10 150,0000 1.500,00
17 DIARIAS COM MEDICAÇÃO SV 50 70,0000 3.500,00
18 DRENAGEM CIRURGICA DE ABCESSO SV 5 150,0000 750,00
19 ELETROCARDIOGRAMA SV 5 150,0000 750,00
20 ENEMA SV 5 40,0000 200,00
21 ENUCLEAÇÃO DO GLOBO OCULAR SV 3 300,0000 900,00
22 ESPLENECTOMIA SV 2 450,0000 900,00
23 EUTANASIA SV 15 130,0000 1.950,00
24 EVISCERAÇÃO - TRATAMENTO CIRURGICO SV 2 300,0000 600,00
25 EXERESE DE TUMOR CUTANEO SV 20 230,0000 4.600,00
26 EXTRAÇÃO DE DENTE SIMPLES SV 5 150,0000 750,00
27 FIBRINOGÊNIO PLASMÁTICO SV 10 38,0000 380,00
28 FISIOTERAPIA SESSÃO SV 15 120,0000 1.800,00
29 FIV/FELV SV 20 82,0000 1.640,00
30 FLUIDOTERAPIA DURANTE 4 HORAS SV 30 50,0000 1.500,00
31 GASTROTOMIA SV 3 600,0000 1.800,00
32 GLÂNDULAS SALIVARES SV 2 500,0000 1.000,00
33 HEMOGRAMA COMPLETO SV 200 28,0000 5.600,00
34 HERNIA DIAFRAGMATICA SV 2 550,0000 1.100,00

314
35 HERNIA INGUINAL UNILATERAL SV 2 300,0000 600,00
36 HERNIA PERIANAL SV 2 500,0000 1.000,00
37 HISTOPATOLÓGICO SV 5 170,0000 850,00
38 IMOBILIZAÇÃO PARA FRATURAS E LUXAÇÕES SV 3 150,0000 450,00
39 LAPARATOMIA EXPLORATORIA SV 2 400,0000 800,00
40 MASTECTOMIA SIMPLES ( RETIRADA DE UMA MASSA) SV 10 400,0000 4.000,00
41 MASTECTOMIA TOTAL BILATERAL SV 5 1000,000 5.000,00
42 MASTECTOMIA TOTAL UNILATERAL SV 10 600,0000 6.000,00
43 MULETA DE THOMAS SV 3 300,0000 900,00
44 OSTEOSSÍNTESE DE SÍNFISE MANDIBULAR SV 5 600,0000 3.000,00
45 OSTEOSSINTESE – FÊMUR (PINO E CERCLAGEM) SV 3 750,0000 2.250,00
46 OSTEOSSINTESE – FÊMUR ( PLACA E PARAFUSO) SV 3 900,0000 2.700,00
47 OSTEOSSINTESE – PELVE (PINO PERCUTÂNEO) SV 3 750,0000 2.250,00
48 OSTEOSSINTESE – PELVE (PLACA ) SV 3 900,0000 2.700,00
49 OSTEOSSINTESE – RADIO (PINO PERCUTÂNEO) SV 3 750,0000 2.250,00
50 OSTEOSSINTESE – RADIO (PLACA) SV 3 900,0000 2.700,00
51 OSTEOSSINTESE – TÍBIA (PINO PERCUTÂNEO) SV 3 750,0000 2.250,00
52 OSTEOSSINTESE – TÍBIA (PLACA) SV 3 900,0000 2.700,00
53 OSTEOSSINTESE – ULNA (PINO PERCUTÂNEO) SV 3 750,0000 2.250,00
54 OSTEOSSINTESE – ULNA (PLACA) SV 3 900,0000 2.700,00
55 OSTEOSSINTESE – UMERO (PINO PERCUTÂNEO) SV 3 750,0000 2.250,00
56 OSTEOSSINTESE – UMERO (PLACA) SV 3 900,0000 2.700,00
57 OTO - HEMATOMA BILATERAL SV 3 320,0000 960,00
58 OTO-HEMATOMA UNILATERAL SV 5 180,0000 900,00
59 PARASITOLÓGICO DE FEZES SV 10 25,0000 250,00
60 PARTO DISTOCICO SV 3 170,0000 510,00
61 PERFIL HEPÁTICO + HEMOGRAMA SV 30 55,0000 1.650,00
62 PERFIL RENAL SV 30 55,0000 1.650,00
63 PERFIL RENAL + HEPÁTICO I SV 30 75,0000 2.250,00
64 PERFIL RENAL + HEPÁTICO II SV 30 85,0000 2.550,00
65 PESQUISA DE HEMATOZOÁRIOS SV 10 15,0000 150,00
66 PIOMETRA SV 10 350,0000 3.500,00
67 PUNÇÃO ABDOMINAL SV 5 50,0000 250,00
68 RADIOGRAFIA SIMPLES 1 POSIÇÃO COM LAUDO SV 30 120,0000 3.600,00
69 RADIOGRAFIA SIMPLES 1 POSIÇÃO SEM LAUDO SV 30 100,0000 3.000,00
70 RADIOGRAFIA SIMPLES 2 POSIÇÕES COM LAUDO SV 30 200,0000 6.000,00
71 RADIOGRAFIA SIMPLES 2 POSIÇÕES SEM LAUDO SV 30 180,0000 5.400,00
72 RASPADO DE PELE/PESQUISA DE ÁCAROS SV 5 31,0000 155,00
73 REDUÇÃO DE PROLAPSO UTERINO SV 3 170,0000 510,00
74 REDUÇÃO DE PROLAPSO VAGINAL SV 3 170,0000 510,00
75 REMOÇÃO DE MIIASE- COM SEDAÇÃO SV 3 150,0000 450,00
76 REMOÇÃO DE MIIASE -SEM SEDAÇÃO SV 3 100,0000 300,00
77 REPOSIÇÃO DO GLOBO OCULAR NÃO CIRURGICO SV 3 150,0000 450,00
78 RETIRADA DE ESPINHO DE OURIÇO SV 5 150,0000 750,00
79 SESSAO QUIMIOTERAPIA COM VINCRISTINA SV 30 80,0000 2.400,00

315
80 SUTURAS SV 5 150,0000 750,00
81 T3 TOTAL SV 3 54,0000 162,00
82 T4 TOTAL/LIVRE SV 3 54,0000 162,00
83 TESTE DE CINOMOSE SV 20 62,0000 1.240,00
84 URINA TIPO I SV 5 20,0000 100,00
85 ULTRASSOM ABDOMINAL SV 50 100,0000 5.000,00
86 URETROSTOMIA SV 3 350,0000 1.050,00
VALOR TOTAL 153.659,00

13.1. O uso de medicamentos, anestésicos, insumos e materiais hospitalares são de inteira


responsabilidade do credenciado, bem como o seu custo e deverá obedecer a legislação pertinente vigente.
13.2. O médico-veterinário, após avaliação do animal, em casos específicos, poderá optar pela não
realização do procedimento cirúrgico desde que apresente laudo médico-veterinário comprovando a
impossibilidade da cirurgia que deverá ser apresentado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Município de XXXXXX/XX.
13.3. O médico-veterinário deverá realizar os procedimentos cirúrgicos sob anestesia geral, mediante o
emprego de materiais devidamente registrados nos órgãos competentes e devidamente esterilizados, para
cada animal;
13.4. O médico-veterinário deverá responsabilizar-se pelas orientações pré e pós-cirúrgicas aos
proprietários dos animais;
13.5. A empresa credenciada deverá orientar o proprietário do animal quanto à guarda responsável de
animais domésticos, assim como orientação quanto às zoonoses de importância em saúde pública, indicadas
pela Vigilância Sanitária;
13.6. A empresa credenciada será responsável, direta e exclusivamente pela execução da totalidade dos
serviços não podendo subcontratar, ceder ou transferir a responsabilidade destes serviços, no todo ou em
parte, a terceiros, sob pena de rescisão do contrato;
13.7. A empresa credenciada deverá executar os serviços contratados com observância das normas de
vigilância sanitária, de biossegurança e de segurança e higiene do trabalho em vigor;
13.8. A empresa credenciada não poderá cobrar qualquer valor ou taxa dos proprietários dos animais
pela execução dos serviços contratados através deste edital de credenciamento.
13.9. A Prefeitura de XXXXXX/XX pagará para a empresa credenciada através deste Edital os serviços
efetivamente prestados, após validação pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio
Ambiente do Município de XXXXX/XX.

14. DOS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS


14.1. As despesas oriundas do credenciamento serão suportadas pela dotação orçamentária:
XXXXX– ficha XXXX.

15. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DO DESCREDENCIAMENTO


1. O descumprimento total ou parcial das obrigações assumidas pela empresa contratada sujeitará a
mesma, no que couber às sanções previstas na Lei Federal nº 8.666 de 1993, garantido a prévia
defesa e ainda, pelo não cumprimento de quaisquer das obrigações assumidas, às seguintes
penalidades:

1. Advertência por escrito;

316
2. Suspensão temporária do credenciamento, por prazo não superior a 02 (dois) meses, justificada
previamente pela Secretaria Municipal de Saúde – Divisão de Vigilância Sanitária;

3. Rescisão do contrato.

2. São causas de descredenciamento do contratado a reincidência no descumprimento de quaisquer das


condições elencadas neste Edital, na Minuta Contratual, na prática de atos que caracterizem má-fé em relação
ao Município, apuradas em processo administrativo, ou ainda o não atendimento a princípios éticos definidos
no Código de Ética Profissional.

16. DA REVOGAÇÃO DO EDITAL DE CREDENCIAMENTO


1. O presente Edital poderá ser revogado por razões de interesse público, decorrentes de fatos
supervenientes, devidamente comprovados, pertinentes e suficientes para justificar sua revogação,
sem que disso decorra qualquer direito ou indenização ou ressarcimento para os interessados.

17. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


1. A qualquer tempo as empresas interessadas poderão apresentar a documentação exigida neste
edital e credenciarem-se, ficando vinculados às cláusulas contidas neste instrumento.

2. A minuta do Contrato de Credenciamento, assim como o inteiro teor do Edital estarão à disposição
dos prestadores, para conhecimento de suas cláusulas, no endereço eletrônico da Prefeitura Municipal de
XXXXX: www.XXXX.xx.gov.br

3. Nenhuma indenização será devida aos participantes pela elaboração ou apresentação de


documentação relativa ao presente Edital, ou ainda, por qualquer outro motivo alegado em relação a este
processo de credenciamento.

4. Caberá ao contratado a obediência às normas de qualidade de atendimento impostas pelo Ministério


da Saúde, Vigilância Sanitária, normas Municipais ou outra entidade reguladora da atividade exercida,
reservando-se ao Município o direito de recusar e sustar a prestação de serviços dos credenciados que não se
adequarem às normas estabelecidas.

5. A inobservância, em qualquer fase do processo de credenciamento, por parte do interessado, dos


prazos estabelecidos em notificações pessoais ou gerais, será caracterizada como desistência, implicando sua
exclusão do certame.

6. A inexatidão de afirmativas, declarações falsas ou irregulares em quaisquer documentos, ainda que


verificada posteriormente, será causa de eliminação do interessado do processo de credenciamento,
anulando-se a inscrição, bem como todos os atos dela decorrentes, sem prejuízo das demais medidas de
ordem administrativa, cível ou criminal.

317
7. É de inteira responsabilidade do interessado acompanhar as informações e os resultados
disponibilizados no site da Prefeitura de XXXXX (www.XXX.mg.gov.br).

17.7.1. As empresas interessadas na presente licitação deverão acompanhar a mesma no site do


Município, no mesmo endereço eletrônico onde realizaram o download do Edital e onde serão postados as
eventuais alterações, atas, recursos. A empresa interessada poderá, opcionalmente, cadastrar-se neste site,
na página onde realizou o download do Edital para ser informada automaticamente, via e-mail, de qualquer
novo arquivo relativo ao certame que for colocado no site do Município de XXXXX/XX.

8. Não serão fornecidas informações por telefone quanto ao processo de credenciamento, bem como
não serão expedidos atestados, cópias de documentos, certificados ou certidões relativas à inscrição e
participação, valendo para tal fim os resultados publicados.

9. Os casos omissos serão dirimidos pela Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de XXXXX.

18. DO FORO
1. Fica eleito o Foro da comarca de XXXX - XX, para dirimir quaisquer dúvidas oriundas da execução
deste instrumento.

19. FAZEM PARTE INTEGRANTE DESTE EDITAL


Anexo I – Termo de Referência
Anexo II - Declaração de Cumprimento do Disposto no Art. 7º, XXXIII da Constituição Federal
Anexo III - Modelo de Solicitação de Credenciamento
Anexo IV - Modelo de Declaração de Idoneidade
Anexo V - Modelo de Currículo Padrão - Formação Profissional
Anexo VI - Minuta do Contrato de Credenciamento.

XXXXX, xxx de 202X

Secretário Municipal de Administração.

318
ANEXO I
TERMO DE REFERÊNCIA
ELABORADO PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E MEIO AMBIENTE DE
GUAXUPÉ

319
320
321
322
ANEXO II
CREDENCIAMENTO 00X/202X
PRC nº XXX/202X
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO nº XXX/202X
CREDENCIAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

DECLARAÇÃO
DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DO DISPOSTO NO ART. 7º, XXXIII DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A empresa___________________________, inscrita no CNPJ sob o Nº _________, neste ato


representada por _____________________ (qualificação: nacionalidade, estado civil, cargo ocupado na
empresa), em atendimento ao disposto no Edital de Credenciamento 004/2021 e no inciso V do art. 27 da Lei
8666/93, vem perante Vossa Senhoria DECLARAR que não emprega menor de dezoito anos em trabalho
noturno, perigoso ou insalubre, bem como não emprega menor de dezesseis anos.
Ressalva: assinalar aqui se emprega menor, a partir de quatorze anos, como aprendiz ( )

Por ser expressão da verdade, firmamos a presente.

(Local e data) __________________________________

_______________________________________
NOME
Representante legal da empresa
CPF

ANEXO III
MODELO DE SOLICITAÇÃO DE CREDENCIAMENTO

À Comissão Permanente de Licitação


CREDENCIAMENTO 004/2021
PRC nº 242/2021
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO nº 031/2021
CREDENCIAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

Inscrição no credenciamento para a estação de serviços especializados na realização de atendimentos


clínicos, exames, internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos machos e fêmeas de pequeno, médio
e grande porte.

___________________(nome da empresa), inscrita(o) no CNPJ sob o nº ___________________


com sede na _________________________ (endereço completo, telefone, e-mail, cidade, estado, CEP),
requer sua inscrição para a realização de serviços especializados na realização de atendimentos clínicos,
exames, internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos machos e fêmeas de pequeno, médio e
grande porte, conforme disposto no TERMO DE REFERÊNCIA e nos demais termos do Edital de
Credenciamento nº. 00X/202X – Processo nº XXX/202X – Inexigibilidade n º 0XX/202X.

323
Informo que há disponibilidade para a realização dos seguintes serviços:
Valor Valor
Item Descrição Unid. Qtde.
Unitário Total
1 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO LOCOMOTOR ANTERIOR TOTAL SV 3 600,0000 1.800,00
2 AMPUTAÇÃO DE MEMBRO LOCOMOTOR POSTERIOR TOTAL SV 3 600,0000 1.800,00
3 AMPUTAÇÃO PAVILHÃO AURICULAR- UNILATERAL SV 2 225,0000 450,00
4 ATENDIMENTIO EMERGENCIAL POLITRAUMATIZADO SV 5 130,0000 650,00
ATENDIMENTO EMERGENCIAL VITIMAS
5 SV 5 130,0000 650,00
ENVENENAMENTO/INTOXICAÇÕES
6 BIOQUIMICO HEPATICO ( TGO + TGP+F.A )-CADA FUNÇÃO SV 30 25,0000 750,00
7 BIOQUIMICO RENAL ( UREIA + CREATININA ) - CADA FUNÇÃO SV 30 25,0000 750,00
8 CESARIANA SV 5 400,0000 2.000,00
9 CESARIANA COM OVARIOHISTERCTOMIA SV 5 400,0000 2.000,00
10 CISTOTOMIA SV 5 400,0000 2.000,00
11 CORREÇÃO DE FENDA PALATINA SV 2 250,0000 500,00
12 CURATIVO SIMPLES SV 10 25,0000 250,00
13 DEBRIDAMENTO DE FERIDA SV 5 50,0000 250,00
14 DESOBSTRUÇÃO RENAL FELINA SV 10 150,0000 1.500,00
15 DIARIAS SEM MEDICAMENTOS SV 50 30,0000 1.500,00
16 DRENAGEM CIRURGICA DE ABCESSO SV 5 130,0000 650,00
17 ENEMA SV 5 40,0000 200,00
18 ENUCLEAÇÃO DO GLOBO OCULAR SV 5 250,0000 1.250,00
19 ESPLENECTOMIA SV 3 400,0000 1.200,00
20 EUTANASIA SV 12 100,0000 1.200,00
21 EVISCERAÇÃO - TRATAMENTO CIRURGICO SV 3 300,0000 900,00
22 EXAME PARASITOLOGICO DE FEZES SV 10 25,0000 250,00
23 EXERESE DE TUMOR CUTANEO SV 5 220,0000 1.100,00
24 EXTRAÇÃO DE DENTE SIMPLES SV 5 140,0000 700,00
25 FLUIDOTERAPIA DURANTE 4 HORAS SV 30 35,0000 1.050,00
26 GLICOSE SV 20 25,0000 500,00
27 HEMOGRMA COMPLETO SV 100 30,0000 3.000,00
28 HERNIA DIAFRAGMATICA SV 3 550,0000 1.650,00
29 HERNIA INGUINAL UNILATERAL SV 3 250,0000 750,00
30 HERNIA PERIANAL SV 3 500,0000 1.500,00
31 IMOBILIZAÇÃOPARA FRATURAS E LUXAÇÕES SV 5 150,0000 750,00
32 LAPARATOMIA EXPLORATORIA SV 3 400,0000 1.200,00
33 MASTECTOMIA SIMPLES ( RETIRADA DE UMA MASSA) SV 10 350,0000 3.500,00
34 MASTECTOMIA TOTAL UNILATERAL SV 5 500,0000 2.500,00
35 OSSTEOSSINTESE - RADIO ( PLACA ) SV 3 900,0000 2.700,00
36 OSTEOSSINTESE SV 3 750,0000 2.250,00
37 OSTEOSSINTESE - FEMUR ( PLACA E PARAFUSO) SV 3 900,0000 2.700,00
38 OSTEOSSINTESE - FERMUR ( PINO E CERCLAGEM SV 3 750,0000 2.250,00
39 OSTEOSSINTESE - PELVE ( PINO PERCUTANEO ) SV 3 750,0000 2.250,00
40 OSTEOSSINTESE - PELVE ( PLACA ) SV 3 900,0000 2.700,00
41 OSTEOSSINTESE - RADIO ( PIN PERCUTANEO) SV 3 750,0000 2.250,00

324
42 OSTEOSSINTESE - TIBIA ( PLACA ) SV 3 900,0000 2.700,00
43 OSTEOSSINTESE - ULNA ( PINO PERCUTANEO) SV 3 750,0000 2.250,00
44 OSTEOSSINTESE - ULNA (PLACA ) SV 3 900,0000 2.700,00
45 OSTEOSSINTESE - UMERO ( PALCA ) SV 3 900,0000 2.700,00
46 OSTEOSSINTESE - UMERO ( PINO PERCUTANEO ) SV 3 750,0000 2.250,00
47 OTO - HEMATOMA UNILATERAL SV 5 170,0000 850,00
48 OTO-HEMATOMA BILATERAL SV 3 300,0000 900,00
49 PARTO DISTOCICO SV 5 170,0000 850,00
50 PENECTOMIA SV 2 400,0000 800,00
51 PIOMETRA SV 10 300,0000 3.000,00
52 PUNÇÃO ABDOMINAL SV 5 45,0000 225,00
53 RADIOGRAFIA SIMPLES 1 POSIÇÃO COM LAUDO SV 5 115,0000 575,00
54 RADIOGRAFIA SIMPLES 1 POSIÇÃO SEM LAUDO SV 5 90,0000 450,00
55 RADIOGRAFIA SIMPLES 2 POSIÇÕES COM LAUDO SV 5 200,0000 1.000,00
56 RADIOGRAFIA SIMPLES 2 POSIÇÕES SEM LAUDO SV 5 170,0000 850,00
57 REDUÇÃO DE PROLAPSO UTERINO SV 3 170,0000 510,00
58 REDUÇÃO DE PROLAPSO VAGINAL SV 3 170,0000 510,00
59 REMOÇÃO DE MIIASE- COM SEDAÇÃO SV 3 150,0000 450,00
60 REMOÇÃO DE MIIASE -SEM SEDAÇÃO SV 6 90,0000 540,00
61 REPOSIÇÃO DO GLOBO OCULAR NÃO CIRURGICO SV 5 130,0000 650,00
62 RETIRADA DE CORPO ESTRANHO ( GASTROTOMIA ) SV 3 400,0000 1.200,00
63 SESSAO QUIMIOTERAPIA COM VINCRISTINA SV 30 60,0000 1.800,00
64 SUTURAS SV 5 150,0000 750,00
65 TESTE DE CINOMOSE SV 10 45,0000 450,00
66 TESTE DE FLUORESCEINA SV 10 15,0000 150,00
67 TESTE DE RASPAGEM DE PELE SV 5 25,0000 125,00
68 TORÇÃO / DILATAÇÃO GASTRICA SV 3 600,0000 1.800,00
69 ULTRASSOM ABDOMINAL SV 10 100,0000 1.000,00
70 URETROSTOMIA SV 3 350,0000 1.050,00
VALOR TOTAL

Observações:
a) Os valores dos serviços são fixos, não devendo ser alterados para mais ou para Menos;
b) A proponente deverá manter em sua proposta apenas os itens dos quais for participar, apagando os
demais mas conservando o número original do item.

Local e data: __________________

__________________________________________
(Nome, CPF e assinatura do representante legal da empresa)

325
ANEXO IV

À Comissão Permanente de Licitação


CREDENCIAMENTO 004/2021
PRC nº 242/2021
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO nº 031/2021
CREDENCIAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

MODELO DE DECLARAÇÃO DE IDONEIDADE

___________________(nome da empresa), inscrita(o) no CNPJ sob o nº ___________________


com sede na _________________ (endereço completo), DECLARA, para os fins de direito, na qualidade de
solicitante de credenciamento na área de medicina veterinária, que não foi declarada inidônea para licitar ou
contratar com Poder Público, em qualquer de suas esferas bem como cumpre o art. 7º, XXXIII da Constituição
Federal e Lei nº 9.854/99.

Por ser expressão da verdade, firmo a presente.

Local e data

NOME
Representante legal da empresa

326
ANEXO V
À Comissão Permanente de Licitação
CREDENCIAMENTO XXX/202X
PRC nº XX/202X
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO nº XXX/202X
CREDENCIAMENTO DE CLÍNICAS VETERINÁRIAS

MODELO DE CURRÍCULO PADRÃO - FORMAÇÃO PROFISSIONAL


Nome completo......................................................................................................................
Graduação/Curso......................................... Instituição .......................................................
Período .................................... Nº do Registro do certificado:..............................................
CPF ........................................... RG................................

Especialização (quando houver)


Curso .......................... Instituição .........................................................
Período ...................................... Nº do Registro do certificado:...........................................

Residência (quando houver)


Curso ........................... Instituição ...............................................................................
Período .................................................. Nº do Registro do certificado:.........................

Mestrado (quando houver)


Curso ............................ Instituição ...................................................................
Período ............................................ Nº do Registro do certificado:..........................................

Doutorado (quando houver)


Curso ...................................... Instituição .......................................................................
Período ..................................... Nº do Registro do certificado:..........................................

Observações:
1 - O preenchimento de todos os campos é obrigatório. Apresentar toda documentação comprobatória.
2 – Apresentar cópia do CPF, RG e Registro no CRMV

Local e data: .............................................., ............/............/............


.......................................................................................
Assinatura

ANEXO VI
MINUTA CONTRATUAL

327
Pelo presente instrumento as partes abaixo assinadas, de um lado o Município de XXXXX
– MG, Av. XXX, XX, bairro, inscrito no CNPJ sob o nº XXXXXX, representado neste ato, pelo
_____________________________, brasileiro, casado, portador do RG ___________ e inscrito no
CPF sob o nº ________________, residente e domiciliado neste Município, como CONTRATANTE, e
do outro lado o (a) -------------------------------------------------------, com sede -------------------------------------
------------------------------- – CNPJ: -----------------------------------, inscrição municipal ----------------------------
---------, doravante denominada simplesmente CONTRATADA, representada neste ato por seu
representante legal -------------------------------------, brasileiro, solteiro(a), profissão, residente na -------
-----------------, na cidade de --------------------------, estado de --------------- , portador da Cédula de
Identidade nº .............. CPF. ....................., tendo em vista o que dispõe a Constituição Federal, em
especial os artigos 196 e seguintes, as normas gerais da Lei Federal 8.666, de 21/06/1993, e suas
posteriores modificações; e, ainda, o reconhecimento de inexigibilidade de licitação, fundamentado
no “caput” do art. 25 da Lei Federal nº 8.666, de 21/06/1993, tem por justo e avençado o presente
contrato, que se regerá pelas cláusulas e condições estabelecidas.

CLÁUSULA PRIMEIRA: DO OBJETO


1.1 Credenciamento para prestação de serviços especializados na realização de atendimentos clínicos,
exames, internações e procedimentos cirúrgicos em cães e gatos machos e fêmeas de pequeno, médio e
grande porte conforme detalhado a seguir:
Item Descrição Unid. Qtde. Valor Unitário Valor Total
---

CLÁUSULA SEGUNDA: DO REGIME DE EXECUÇÃO E DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL


2.1 A presente relação jurídica contratual em regime de credenciamento é disciplinada pela Lei Federal nº
8.666/93, Lei nº 8080/90 e outras que regulam a modalidade em apreço, se fundamentando no procedimento
licitatório modalidade Credenciamento, edital de Credenciamento 00X/202X, Inexigibilidade de Licitação nº
0XX/202X, Processo Administrativo nºXX/202X.

2.2 A prestação dos serviços será de acordo com o disposto no TERMO DE REFERÊNCIA IAnexo I) e demais
termos do Edital de Credenciamento nº. 00X/202X – Processo nº XXX/202X – Inexigibilidade nº 0XX/202XX e
conforme a necessidade e conveniência administrativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente do Município de XXXX.

2.3 Aplicam-se, igualmente, a presente relação, os demais atos legislativos e normatizadores de ordem pública
pertinentes.

CLÁUSULA TERCEIRA: DAS OBRIGAÇÕES E RESPONSABILIDADES DO CONTRATADO


3.1 Executar os serviços conforme descrito no TERMO DE REFERÊNCIA e demais termos do Edital de
Credenciamento nº. 0XX/202X – Processo nº XX/202X – Inexigibilidade n º XXX/202X que ficam fazendo parte
deste instrumento contratual como se nele estivessem transcritos.

3.1.1 Somente executar os serviços mediante a autorização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento


Econômico e Meio Ambiente do Município de XXXX.

3.2 Não delegar ou transferir a terceiros a prestação de serviços ora pactuados, sob pena de
descredenciamento.

3.3 Manter seus dados cadastrais junto à Secretaria Municipal de Administração devidamente atualizados,
informando formalmente quaisquer alterações imediatamente após a sua ocorrência, para fins de atualização.

328
3.4 Fornecer, quando solicitado e mediante acordo quanto ao prazo de entrega, relatórios periódicos ou
pontuais que retratem os serviços realizados, observadas as questões éticas e o sigilo profissional, bem como
quaisquer outros que vierem a ser exigidos por força de lei ou regulamentação específica, desde que
referentes ao objeto do presente instrumento.

3.5 Manter em perfeita regularidade suas obrigações previdenciárias, tributárias e/ou parafiscais, bem como
sua situação junto aos órgãos oficiais fiscalizadores de suas atividades.

3.6 A recusa de prestação de serviço sem justificativa aceitável acarretará no descredenciamento imediato do
CONTRATADO.

CLÁUSULA QUARTA: DAS OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE


4.1 Manter contato permanente com o CONTRATADO, no sentido de mantê-lo atualizado quanto às normas,
procedimentos e métodos vigentes, observando a antecedência necessária, para a efetiva adequação do
CONTRATADO aos mesmos.

4.2 Realizar auditorias e/ou perícias nos procedimentos realizados pelo CONTRATADO, obedecendo aos
princípios estabelecidos pelo Código de Ética Profissional.

4.3 Pagar ao CONTRATADO os serviços prestados conforme cláusula primeira, de acordo com os termos,
tabelas, limites e condições que estiverem em vigor.

4.4 Providenciar a publicação resumida deste Contrato e eventuais aditivos.

CLÁUSULA QUINTA: DA FORMA DE PAGAMENTO


5.1 Os serviços, objeto deste Contrato, que tenham sido regularmente prestados, conforme o estipulado no
presente instrumento serão pagos ao CONTRATADO conforme os valores da Clausula I.

5.2 Não será permitido ao CONTRATADO, em nenhuma hipótese, a cobrança de serviços, diárias, taxas,
materiais, medicamentos ou honorários, sob qualquer pretexto e/ou forma, dos beneficiários, sob pena de
descredenciamento.

5.4 O contratado apresentará até o 5º(quinto) dia útil do mês subseqüente ao da realização das cirurgias a
fatura correspondente aos valores das mesmas, mediante apresentação de Nota Fiscal, cujos encargos fiscais,
previdenciários e tributários são de responsabilidade do contratado.

5.4.1 Para fins de comprovação da realização das cirurgias, o contratado deverá apresentar todas as
solicitações de cirurgia autorizadas pela Secretaria Municipal de Saúde – Divisão de Vigilância
Sanitária, referentes ao período da Nota Fiscal.

5.5 Os pagamentos serão efetuados em até 30 (trinta) dias após a entrega da nota fiscal, uma vez
cumpridas todas as formalidades legais anteriores a este ato.

5.6 O pagamento será efetuado por crédito em conta corrente ou excepcionalmente na Secretaria Municipal
de Finanças, a critério desta.
5.7 As notas fiscais/faturas que apresentarem incorreções serão devolvidas à Contratada e seu
vencimento passará a contar da entrega das notas fiscais/faturas válidas.

CLÁUSULA SEXTA: DA VIGÊNCIA, RENOVAÇÃO E SUSPENSÃO DO CREDENCIAMENTO


6.1 O presente contrato de credenciamento terá prazo de 12 (doze) meses, renovável por iguais períodos.

329
6.2 O CONTRATADO poderá, por motivos justificáveis e a juízo da Administração, interromper a prestação de
serviços objeto deste instrumento, desde que solicitado à Secretaria Municipal de Administração, por escrito,
com 30 (trinta) dias de antecedência à interrupção da prestação dos serviços.

CLÁUSULA SÉTIMA – DA RESCISÃO


7.1 Pela inexecução total ou parcial deste instrumento, este poderá ser rescindido em qualquer tempo, através
de ato formal e unilateral da CONTRATANTE, nos casos enumerados na Lei Federal nº 8.666, de 1993,
assegurado o contraditório e ampla defesa do CONTRATADO,

7.2 O CONTRATANTE poderá rescindir o presente contrato mediante simples aviso extrajudicial, com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, por ato unilateral, reduzido a termo, precedido de decisão escrita e
fundamentada, nas seguintes hipóteses:
a) Quando houver desvio de ética;
b) Desobediência das normas administrativas, inclusive a cobrança de serviços, diárias, taxas, materiais,
medicamentos ou honorários, sob qualquer pretexto e/ou forma, dos beneficiários;
c) Erros por imperícia, negligência ou imprudência;
d) Desempenho clínico ou comportamental insatisfatório;
e) Conveniência administrativa;
f) Necessidade de adequação da despesa do CONTRATANTE com a sua receita;

7.3 O ato unilateral de que trata o item anterior deverá ser precedido de justificativa, elaborada pela
administração.

7.4 No caso da rescisão prevista no item anterior, o CONTRATANTE deverá comunicar o CONTRATADO, com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, a formalização do descredenciamento, sem prejuízo dos serviços já
prestados e sem que caiba ao CONTRATADO quaisquer direitos, vantagens e/ou indenizações.
7.5 O presente contrato poderá ser rescindido por acordo entre as partes, reduzido a termo, precedido de
decisão escrita e fundamentada.

7.6 Na hipótese de rescisão, o CONTRATADO fará jus ao recebimento de valores relativos a serviços já
prestados e ainda não pagos pelo CONTRATANTE.

CLÁUSULA OITAVA – DO VALOR E DAS DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS


8.1 O presente Contrato apresenta valor total de R$________ ( ).

8.2 As despesas oriundas do credenciamento serão suportadas pela dotação


orçamentária XXXXXXXXXXXX– ficha 1062.

CLÁUSULA NONA: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS


9.1 O credenciamento da clinica de que trata o presente contrato não determina, entre o CONTRATANTE e os
respectivos profissionais, qualquer vínculo empregatício ou funcional.

9.2 As cláusulas do presente instrumento poderão ser alteradas em função de procedimentos para a
adequação, modernização ou atualização do sistema de execução dos serviços contratados ou de
fundamentos legais, mediante termo aditivo.

CLÁUSULA DÉCIMA: DO FORO


10.1 Fica eleito o Foro da Comarca de XXXXX, com renúncia expressa de qualquer outro, por mais privilegiado
que seja, para dirimir quaisquer dúvidas decorrentes deste contrato.

330
Por estarem justos e acertados, assinam o presente instrumento.

XXXXXX, de de 2021.
CONTRATANTE:
CONTRATADO:
Testemunhas:
Assinatura:_____________________ __________________________

CPF: _________________ __________________________

331
ANEXO II - Modelo de Lei SUS Animal

LEI MUNICIPAL 2.917, DE 07 DE JULHO DE 2022

INSTITUI O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ANIMAL DO


MUNICÍPIO DE NOVA LIMA (SUSANL), EM
CUMPRIMENTO AO DISPOSTO NO ARTIGO 23, II, VI E
VII E NO ARTIGO 30, I E II DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O POVO DO MUNICÍPIO DE NOVA LIMA, ESTADO DE MINAS GERAIS, por seus representantes na Câmara
Municipal APROVOU e eu, Prefeito Municipal, em seu nome, SANCIONO a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território do Município de Nova Lima, as ações e serviços de saúde e bem-
estar animal, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
naturais ou jurídicas de direito público ou privado.

Parágrafo único. VETADO

Art. 2º A saúde e o bem-estar são direitos fundamentais dos animais, devendo o Município prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1º O dever do Município de garantir a saúde e o bem-estar animal consiste na formulação e execução de


políticas públicas que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º O dever do Município não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

Art. 3º A saúde e o bem-estar animal têm como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, o conforto, a proteção, o abrigo, a segurança, a higiene, a ausência de dor, lesões, doenças,
medo ou aflição.

Parágrafo único. dizem respeito também à saúde e bem-estar animal as ações que, por força do disposto no
artigo anterior, se destinam a garantir aos animais condições de bem-estar físico e mental, respeitados os
seus instintos e necessidades.

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde e bem-estar animal, prestados por órgãos e/ou instituições
públicas municipais da Administração direta constitui o SUSANL.

§ 1º O SUSANL não dispensará auxílio oriundo de ações e serviços de saúde e bem-estar animal
eventualmente prestados por órgãos e/ou instituições públicas federais ou estaduais.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do SUSANL, em caráter complementar.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES

332
Art. 5º São objetivos do SUSANL:

I - A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde e bem-estar dos


animais;

II - A formulação da política de saúde animal destinada a promover a observância do disposto no art. 2º;

III - A assistência aos animais por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e
bem-estar, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas;

IV - A realização de ações de intersetorialidade entre o SUSANL e outras políticas públicas municipais que
sejam responsáveis pela educação e/ou tratamento de pessoas cujos comportamentos possam afetar a
saúde e o bem-estar do animal, a exemplo dos acumuladores de animais.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUSANL:

I - VETADO. VETADO. VETADO. VETADO.

II - A participação na formulação da política e execução de ações de incentivo à guarda e à adoção


responsável;

III - VETADO;

IV - A colaboração na proteção do meio ambiente;

V - VETADO;

VI - A formulação da política de saúde animal;

VII - A manutenção de programas de esterilização de animais para combater a superpopulação, sendo que,
para os animais em condição de rua, serão priorizadas a realização de castração precoce e a utilização do
método "CED" - Captura, esterilização e devolução, quando tecnicamente recomendáveis;

VIII - O combate ao abuso e aos maus-tratos de animais;

IX - VETADO;

X - VETADO;

XI - O apoio na proteção e cuidado com os animais comunitários e os animais em condição de rua;

XII - A educação para a conscientização da proteção de animais domésticos e da preservação da fauna;

XIII - A observância e a execução do disposto nas seguintes Leis Municipais, sem prejuízo de outras leis e
regulamentos federais, estaduais ou municipais que disponham sobre saúde, proteção e bem-estar animal:
Lei nº 2.230, de 21 de outubro de 2011; Lei no, 2.441, de 10 de junho de 2014, com a redação dada pela Lei
nº 2.582 de 02 de junho de 2017; Lei nº 2.475, de 17 de outubro de 2014, com a redação dada pela Lei
nº 2.583, de 02 de junho de 2017; Lei nº 2.673, de 17 de janeiro de 2019; Lei nº 071, de 11 de dezembro de
2020; Lei nº 2.822, de 07 de janeiro de 2021; Lei nº 2.837, de 10 de maio de 2021; Lei nº 2.844, de 07 de
junho de 2021.

333
§ 1º VETADO.

§ 2º VETADO.

I - VETADO.

II - VETADO.

CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e bem-estar animal e os serviços privados credenciados,
contratados ou conveniados que integram o SUSANL, devem obedecer aos seguintes princípios:

I - VETADO;

II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade
do sistema;

III - Preservação dos animais na defesa de sua integridade física e moral;

IV - Igualdade da assistência à saúde animal, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - Direito à informação aos responsáveis pelos animais assistidos, sobre a saúde destes, qualquer serviço ou
condição;

VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo animal;

VII - Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a


orientação programática;

VIII - Participação da comunidade;

IX - Integração em nível executivo das ações de saúde e bem-estar animal e meio ambiente;

X - Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos do Município na prestação de


serviços de assistência à saúde e bem-estar dos animais, sem prejuízo da participação do Estado e da União;

XI - Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência, e

XII - Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.

CAPÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO

Art. 8º As ações e serviços de saúde e bem-estar animal serão executados pelo SUSANL, diretamente ou
mediante participação complementar da iniciativa privada.

Parágrafo único. ações e serviços advindos da União e do Estado complementarão, no que couber, o

334
disposto no caput.

Art. 9º A direção do SUSANL será definida em regulamento do Poder Executivo Municipal, podendo ser
exercida por uma ou mais Secretarias que tenham como competências legais garantir a saúde e bem-estar
animal.

Parágrafo único. Decreto do Poder Executivo Municipal regulamentará a forma de atuação dos órgãos
responsáveis pelo SUSANL e a sua articulação com os demais órgãos executivos municipais.

Art. 10. O Município poderá integrar consórcios públicos para desenvolver em conjunto com outros
Municípios as ações e os serviços de saúde animal que lhes correspondam.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 11. O Município, sem prejuízo de eventual cooperação da União ou do Estado e respeitadas as
competências estaduais e federais, exercerá, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I - Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde animal, definindo os mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e
serviços de saúde e bem-estar animal;

II - Administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde e bem-estar
animal;

III - Acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde e bem-estar dos animais atendidos;

IV - Organização e coordenação do sistema de informação de saúde e bem-estar animal;

V - Participação na formulação da política e na execução das ações de proteção e recuperação do meio


ambiente;

VI - Elaboração da proposta orçamentária do SUSANL em conformidade com o plano de saúde e bem-estar


animal;

VII - Elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde e bem-estar animal;

VIII - Propor a celebração de convênios e acordos relativos à saúde e bem-estar animal;

IX - Normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde animal no seu âmbito de


atuação;

X - VETADO;

XI - Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial;

XII - Promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades
representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para ações e serviços de
saúde e bem-estar animal;

XIII - Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento emergencial;

335
XIV - Elaboração e atualização periódica do plano de saúde e bem-estar animal;

XV - Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição animal;

XVI - VETADO. VETADO. VETADO.

XVII - Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e bem-estar
animal, nos limites da competência municipal;

XVIII - Elaborar normas para regular as relações entre o SUSANL e os serviços privados contratados de
assistência à saúde e bem-estar animal;

XIX - Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e bem-estar animal e gerir e
executar os serviços públicos de saúde animal;

XX - Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde e bem-estar animal;

XXI - Controlar os agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde e bem-estar animal e atuar
junto aos demais órgãos competentes para controlá-los;

XXII - VETADO.

XXIII - Celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde e bem-estar
animal, bem como controlar e avaliar sua execução;

XXIV - Acompanhamento, avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade animal no


âmbito do Município.

Parágrafo único. para o atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de


situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente
poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
indenização.

CAPÍTULO VI
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA

Art. 12. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea "c" do inciso I do art. 6º consiste em:

I - Dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde animal, cuja prescrição esteja em
conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico veterinário para a doença ou o
agravo à saúde a ser tratado;

II - VETADO.

Art. 13. Para cumprimento do disposto no artigo 12, o Poder Executivo Municipal poderá:

I - Instalar e financiar, com recursos próprios ou provenientes da iniciativa privada, Hospital Veterinário e/ou
clínicas veterinárias, devidamente munidos de equipamentos, insumos e recursos humanos;

II - Instalar e financiar, com recursos próprios ou provenientes da iniciativa privada, Farmácias Veterinárias

336
devidamente munidas de equipamentos, insumos e recursos humanos, especialmente para a dispensação de
medicamentos e produtos de interesse para a saúde animal.

Parágrafo único. para os efeitos do disposto no caput, são adotadas as seguintes definições:

I - Produtos de interesse para a saúde animal: órteses, próteses e equipamentos médicos;

II - Protocolo clínico veterinário e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde animal; o tratamento preconizado, com os medicamentos
veterinários e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos
de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos.

Art. 14. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou


produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde animal de que tratam,
bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação
adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira escolha.

Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos veterinários de que trata o caput deste
artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as
diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde animal de que trata o protocolo.

Art. 15. Na falta de protocolo clínico veterinário ou de diretriz terapêutica, a dispensação será realizada com
base nas relações de medicamentos veterinários instituídas pelo gestor do SUSANL.

Parágrafo único. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUSANL de novos medicamentos, produtos e
procedimentos veterinários, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico veterinário ou de
diretriz terapêutica, são atribuições da direção do SUSANL.

Art. 16. São vedados:

I - O pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimento clínico ou


cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;

II - A dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto, nacional ou


importado, sem registro na ANVISA.

CAPÍTULO VII
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE ANIMAL

Art. 17. Os serviços privados de assistência à saúde e bem-estar animal caracterizam-se pela atuação, por
iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado
na promoção, proteção e recuperação da saúde e bem-estar animal.

Art. 18. A assistência à saúde e bem-estar animal é livre à iniciativa privada.

Art. 19. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde e bem-estar animal, serão observados os
princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do SUSANL quanto às condições para seu
funcionamento.

Art. 20. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população animal do Município de Nova Lima, o SUSANL poderá recorrer aos serviços ofertados pela

337
iniciativa privada.

Parágrafo único. a participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou
termo de colaboração, observadas, a respeito, as normas de direito público.

Art. 21. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência
para participar SUSANL.

Art. 22. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial
serão estabelecidos pela direção SUSANL.

§ 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida neste
artigo, a direção do SUSANL deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que
garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.

§ 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e


diretrizes do SUSANL, mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.

§ 3º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado exercer


cargo de chefia ou função de confiança no SUSANL.

CAPÍTULO VIII
DOS RECURSOS E DA GESTÃO FINANCEIRA

Art. 23. O orçamento do Município destinará ao SUSANL, de acordo com a receita estimada, os recursos
necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 24. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:

I - Repasses federais ou estaduais;

II - Ajuda, contribuições, doações e donativos;

III - Alienações patrimoniais e rendimentos de capital;

IV - Taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do SUSANL;

V - Recursos oriundos de condicionantes, compensações e/ou ações mitigatórias no âmbito de processos


administrativos de licenciamento ambiental ou nos termos de ajustamento de conduta firmados com o
Município de Nova Lima ou com o Ministério Público Estadual;

VI - Rendas eventuais.

Parágrafo único. as receitas geradas no âmbito do SUSANL serão creditadas diretamente em contas
especiais, movimentadas pela sua direção.

Art. 25. Os recursos financeiros do SUSANL serão depositados em conta especial e movimentados sob
fiscalização do Conselho Municipal vinculado ao seu órgão de direção.

Parágrafo único. os recursos financeiros do SUSANL serão movimentados via Fundo Municipal vinculado ao

338
seu órgão de direção.

CAPÍTULO IX
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO

Art. 26. O processo de planejamento do SUSANL será instrumentalizado por meio do Plano Municipal de
saúde e bem-estar animal.

§ 1º O Plano Municipal de saúde e bem-estar animal será a base das atividades e programações do SUSANL e
seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas no Plano Municipal
de saúde e bem-estar animal, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde
animal.

Art. 27. O Conselho Municipal vinculado à direção do SUSANL estabelecerá as diretrizes a serem observadas
na elaboração do Plano Municipal de saúde e bem-estar animal.

Art. 28. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de
saúde animal com finalidade lucrativa.

Art. 29. As despesas com a execução da presente lei correrão por conta de dotações orçamentarias próprias,
suplementadas, se necessário.

CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 30. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados.

Art. 31. A direção do SUSANL organizará, no prazo de 02 (dois) anos, contados da data de publicação desta
lei, um sistema municipal de informações em saúde e bem-estar animal, abrangendo questões
epidemiológicas e de prestação de serviços.

Art. 32. O Poder Público regulamentará esta lei no prazo de até 12 (doze) meses, contados da data de sua
publicação, tratando, em especial, sobre:

I - Os critérios de prioridade de atendimento no SUSANL;


II - Os critérios para a realização da eutanásia de animais;
III - A criação de um canal de atendimento para orientação à população para utilização dos recursos e
serviços no âmbito do SUSANL;
IV - VETADO.
V - VETADO.

Art. 33. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Nova Lima, 07 de julho de 2022.


JOÃO MARCELO DIEGUEZ PEREIRA
PREFEITO MUNICIPAL

339
ANEXO III - Modelo de Lei PSA - Programa de Saúde Animal

LEI N° 2714, de 17 de outubro de 2019

INSTITUI O PROGRAMA DE SAÚDE ANIMAL –


PSA- E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Prefeito de Guaxupé, Faço saber que a Câmara Municipal apro vou e eu sanciono
e promulgo a seguinte lei:

Art. 1º. Fica criado no Município de Guaxupé o “Programa de Saúde Animal” – PSA – contemplando
ações de controle populacional, identificação animal, educação ambiental e sanitária, de bem-estar animal,
de guarda responsável e de inibição dos maus tratos infligidos aos caninos e felinos.

Art. 2º. Como parte do Programa de Saúde Animal, fica criado o Programa de Controle Populacional
de Cães e Gatos, que tem como objetivo promover o controle reprodutivo de animais domésticos no Município
de Guaxupé, disponibilizando às famílias em situação de vulnerabilidade econômica, às entidades protetoras
de animais e aos protetores individuais, a esterilização/castração cirúrgica e microchipagem gratuita de
animais das espécies caninas e felinas.

§ 1º O programa mencionado no artigo 2º deste regulamento serão destinados, inicialmente:

I - Aos cães e gatos, machos e fêmeas, abandonados e encontrados no Município de Guaxupé, desde que sob
guarda de um responsável para os cuidados pré e pós-operatórios e assinatura de Termo de Responsabilidade;

II - As entidades protetoras de animais situadas no município de Guaxupé, sem fins lucrativos, que estejam
devidamente constituídas nos termos da lei civil, cuja função precípua seja a proteção animal;

III - Aos cães e gatos, machos e fêmeas, que pertençam às famílias em situação de vulnerabilidade econômica,
residentes no município de Guaxupé.

§ 2º Consideram-se em situação de vulnerabilidade econômica, para fins desta Lei, as pessoas com renda
familiar de até 1/2 (meio) salário-mínimo por membro familiar ou até 3 (três) salários mínimos mensais de
renda total da família.

§ 3º A condição prevista no parágrafo anterior será apurada por declaração de rendimentos subscrita pelo
requerente, exigindo-se, sempre que possível, o comprovante de renda.

Art. 3º. Ainda como parte do Programa de Saúde Animal, fica criado o Programa de Vacinação e
Vermifugação de Cães e Gatos, que tem como objetivo a prevenção de zoonoses, a redução e eliminação da
morbidade e mortalidade, bem como o sofrimento dos animais causado por doenças no Município de
Guaxupé, disponibilizando às famílias em situação de vulnerabilidade econômica, às entidades protetoras de
animais e aos protetores individuais, a vacinação e vermifugação gratuita de animais das espécies caninas e
felinas.

§ 1º O programa mencionado no artigo 3º desta Lei serão destinados, inicialmente:

I - Aos cães e gatos, machos e fêmeas, abandonados e encontrados no Município de Guaxupé, desde que sob
guarda de um responsável e mediante assinatura de Termo de Responsabilidade;

340
II - As entidades protetoras de animais situadas no município de Guaxupé, sem fins lucrativos, que estejam
devidamente constituídas nos termos da lei civil, cuja função precípua seja a proteção animal;

III – Aos cães e gatos, machos e fêmeas, que pertençam às famílias em situação de vulnerabilidade econômica,
residentes no município de Guaxupé.

§ 2º Consideram-se em situação de vulnerabilidade econômica, para fins desta Lei, as pessoas com renda
familiar de até 1/2 (meio) salário-mínimo por membro familiar ou até 3 (três) salários mínimos mensais de
renda total da família.

§ 3º A condição prevista no parágrafo anterior será apurada por declaração de rendimentos subscrita pelo
requerente, exigindo-se, sempre que possível, o comprovante de renda.

Art. 4º. Fica a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente a responsabilidade
de gerir o Programa de Saúde Animal.

§ 1º. As Secretarias de Saúde, Assistência Social e Educação deverão auxiliar e apoiar as ações e atividades
desse programa.

§ 2º. Demais Secretarias, Organizações Não Governamentais - ONGs, Rede de Voluntários, instituições,
empresas e a comunidade em geral, também poderão apoiar, auxiliar ou contribuir para o desenvolvimento
das ações e atividades.

Art. 5º. O financiamento do Programa se dará por meio de dotação orçamentária específica da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Parágrafo único. O Programa também poderá ser apoiado por pessoas físicas e jurídicas que se
disponham, como parceiras, a contribuir com a doação de materiais, serviços ou recursos financeiros para o
desenvolvimento de ações identificadas com o Programa.

Art. 6º. Coordenará o Programa um Médico Veterinário com o devido registro no Conselho da Classe.

Art. 7º. A Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente executará o Programa de Controle


Populacional de Cães e Gatos, por meio do credenciamento de Clínicas e/ou Hospitais Veterinários locais para
a prestação de serviços de esterilização/castração cirúrgica e microchipagem.

Parágrafo único. Após o regular credenciamento das Clínicas e/ou Hospitais Veterinários, os tutores
responsáveis de animais que estejam definidos através do comprovante de vulnerabilidade econômica, as
entidades protetoras de animais e os protetores individuais poderão efetuar a inscrição no Programa de
Controle Populacional da Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente, conforme a disponibilidade de
vagas, bem como, de acordo com a possibilidade financeira do Município e a capacidade de execução dos
serviços por parte das Clínicas e/ou Hospitais Veterinários credenciados.

Art.8º. A Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente executará o Programa de Vacinação e


Vermifugação de Cães e Gatos, em sede própria, pelo Médico Veterinário do Município, após o devido
cadastramento.

Parágrafo único. Após o regular cadastramento, os tutores responsáveis de animais que estejam definidos
através do comprovante de vulnerabilidade econômica, as entidades protetoras de animais e os protetores
individuais poderão efetuar a inscrição no Programa de Vacinação e Vermifugação da Secretaria de

341
Desenvolvimento e Meio Ambiente, conforme a disponibilidade de insumos, bem como, de acordo com a
possibilidade financeira do Município.

Art.9º. Compete à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente:

I - O fornecimento de autorização para os procedimentos de esterilização/castração cirúrgica, microchipagem,


vacinação e vermifugação.

II - A prestação de contas ao setor de contabilidade do Município, a fim de efetivar o pagamento às clínicas0.

III - O preenchimento da Ficha de Cadastro do Animal e recolhimento da documentação necessária para o


cadastramento;

IV - distribuir de forma dirigida a cartilha de guarda responsável, contendo todas as informações dos
programas em questão.

Parágrafo único. A indicação da clínica veterinária conveniada será pelo regime de rodízio.

Art.10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Guaxupé, 17 de outubro de 2019

JARBAS CORRÊA FILHO DÉBORAH DE ANDRADE VASCONCELOS


Prefeito de Guaxupé Procuradora do Município

342
2.5. Zoonoses e medidas de enfrentamento

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
Apresentar uma proposta para um sistema de comunicação e informação de agravos de notificação
em cães e gatos e elaboração de um esboço de Instrução normativa para notificação compulsória de zoonoses
em cães e gatos no âmbito do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos.

INTRODUÇÃO
O modelo atual de relação entre seres humanos, seres não-humanos e o meio ambiente, propicia o
aumento da frequência e do surgimento de agravos zoonóticos (GIBB et al., 2020). Considerando a importância
e a intensidade das relações entre humanos com cães e gatos, entende-se que o acesso à informações precisas
e de forma ágil sobre as zoonoses dessas espécies, possui importantes impactos na saúde única.
Uma das principais ferramentas para a vigilância epidemiológica das doenças é a notificação de casos.
O conhecimento da ocorrência das doenças, sua localização, frequência, espécies acometidas e demais
informações são cruciais para os serviços de saúde pública, saúde única e vigilâncias realizarem o
planejamento de ações para seu enfrentamento e diminuir a vulnerabilidade social, econômica, ambiental e
animal.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) foi desenvolvido na década de 90, tinha
como proposta coletar e processar dados sobre agravos em todo o território, fornecendo informações para a
análise de dados de doenças, estudar agravos e estimar o risco de saúde na população, detectar surtos ou
epidemias, contribuindo, para a tomada de decisões de políticas públicas em saúde (LAGUARDIA, 2004).
Porém percebemos que o Sinan evoluiu pouco estando defasado na condensação dos dados e não disponível
em nenhuma versão para aplicativos. Mas principalmente não apresenta nenhuma informação ou interface
de dados ou informações sobre zoonoses e epizootias ou sistemas de notificação para animais.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) foi desenvolvido na década de 90, tinha
como proposta coletar e processar dados sobre agravos em todo o território, fornecendo informações para a
análise de dados de doenças, estudar agravos e estimar o risco de saúde na população, detectar surtos ou
epidemias, contribuindo, para a tomada de decisões de políticas públicas em saúde (LAGUARDIA, 2004).
Porém percebemos que o Sinan evoluiu pouco estando defasado na condensação dos dados e não disponível
em nenhuma versão para aplicativos. Mas principalmente não apresenta nenhuma informação ou interface
de dados ou informações sobre zoonoses e epizootias ou sistemas de notificação para animais.
O Ministério da Agricultura e Pecuária obriga a notificação de algumas zoonoses, conforme Instrução
Normativa MAPA nº 50/2013 ( https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/saude-animal/arquivos-sisa/Listadedoencasanimaisdenotificaoobrigatoria.pdf/view), mas esse
regulamento tem foco principalmente em animais de produção. Atualmente no Brasil não existe um sistema
unificado e exclusivo para notificação de zoonoses de cães e gatos, que possa servir de base para ações efetivas
de orientação, monitoramento, evolução e estratégias de ações efetivas para enfrentamento. Esta ausência
cria um vazio de informações sobre estas doenças, suas relações com os casos humanos, com os
determinantes sociais em saúde, os objetivos do desenvolvimento sustentável e com a vulnerabilidade social
e econômica. Assim, a notificações de zoonoses de cães e gatos é negligenciada e subnotificada.
O grupo quadripartite, One Health High-Level Expert Panel (OHHLEP), reforçou em maio de 2023, um
pedido de elaboração de prevenção aprimorada de transbordamento zoonótico dentro da tríade de
prevenção, preparação e resposta a pandemias. O documento defende a necessidade de reduzir o risco de
disseminação de doenças zoonóticas na fonte por meio de medidas de prevenção aprimoradas, uma

343
abordagem que é mais eficiente do que depender da detecção e resposta à doença. A prevenção do
transbordamento de patógenos de animais para humanos significa mudar o paradigma de controle de doenças
infecciosas de reativo para proativo (prevenção primária). A prevenção inclui abordar os determinantes do
surgimento de doenças, nomeadamente fatores e atividades ecológicas, meteorológicas e antropogênicas que
aumentam o risco de contágio, de forma a reduzir o risco de infeção humana. Ações de biovigilância em
hospedeiros naturais, pessoas e meio ambiente, compreendendo a dinâmica de infecção de patógenos e
implementando atividades de intervenção. Mudar o paradigma de reativo para proativo requer abordagens
de saúde única que abordem os múltiplos impulsionadores do surgimento de doenças. Uma nova publicação
orientando estratégias e a mudança do paradigma de reativo para proativo podem ser acessadas através do
link https://www.who.int/publications/m/item/prevention-of-zoonotic-spillover
A coleta de dados tem sido o grande desafio atual com cada vez maior quantidade de dados e
informações, cada vez mais numerosos e diversificados. Neste prisma o problema o armazenamento destes
registros de ocorrência sob várias formas numéricas, textuais, figurativas (mapas rudimentares e fotos,
inclusive) torna-se necessário criar os meios de organizá-los, tratá-los e apresentá-los em seus contextos
taxonômico e territorial, para se obter um conhecimento coordenado da realidade, ou seja, transformar os
dados em informação geoincluída.
Um exemplo é a plataforma de Vigilância e Controle (ViconSaga), plataforma de iniciativa 100%
nacional, livre de custos e desenvolvida em código aberto, pelo Laboratório de Geoprocessamento da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (LAGEOP/UFRJ) em parceria com o Laboratório de Geoprocessamento
Aplicado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (LGA/UFRRJ), que permite a criação de projetos
independentes utilizando as ferramentas disponibilizadas pelo sistema VICON. A versão mobile teve
contribuição no desenvolvimento final e de teste em parceria com o Núcleo de Experimentação de Tecnologias
em Saúde (NEXT/ICICT/FIOCRUZ). A plataforma permite a entrada e gestão dos dados a partir dos registros do
aplicativo para dispositivos móveis, permitindo ao usuário a geração de registros diretamente do campo,
apenas utilizando os recursos integrados do dispositivo móvel, para as notificações e armazenamento dos
dados e posterior disponibilização dos dados para avaliação. Certamente um sistema como este ou similar
poderia contribuir para o entendimento e compreensão das zoonoses em cães e gatos e todas as analises
epidemiológicas e fortalecer as estratégias de enfrentamento.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


• Realização de reunião e formação de um grupo para discutir as ações e a elaboração do relatório;
• Desenvolvimento de modelo de notificação compulsória (Anexo I);
• Desenvolvimento de um esboço de Instrução Normativa sobre notificação compulsória (Anexo II).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Considerando o Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, na reunião de
discussão do grupo, se considerou o tema de grande complexidade e com perspectivas diferentes dos diversos
grupos participantes e profissionais, considerando suas experiências e atividades de trabalho. E considerando
toda a complexidade que envolve a criação de um sistema de comunicação e informação de agravos de
notificação de cães e gatos em âmbito nacional integrado com estados e municípios.
Foi sugerido como primeira ação instituir um “Comitê translacional para elaboração do Sistema
Nacional de Informação e Comunicação de Zoonoses de Cães e Gatos no âmbito do Programa Nacional de
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos” com participação de integrantes dos Ministérios envolvidos
(Saúde, Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Agricultura e Pecuária, Desenvolvimento e Assistência Social,

344
Família e Combate à Fome, Planejamento e Orçamento e Educação), sociedades de classe, pesquisadores e
especialistas e Representantes da Sociedade Civil para um debate amplo sobre:
a) A necessidade e importância da notificação compulsória;
b) Avaliar e estabelecer doenças prioritárias (considerar relevância e alinhamento com os objetivos do
desenvolvimento sustentável, saúde coletiva, saúde pública, vulnerabilidade social e econômica); Foi
considerado em um primeiro ciclo e considerando sua relevância para a saúde pública, Leishmaniose
animal, Esporotricose Zoonótica, Leptospirose, Toxoplasmose. Porém o sistema deve permitir a inclusão
de outras doenças zoonóticas de cães e gatos.
c) Avaliar quais informações devem ser geradas a partir do sistema (positividade ou negatividade como
modelo simplificado ou ampliado com dados sobre prevalência, incidência, positividade, morbidade,
mortalidade, letalidade)
d) Estabelecer as responsabilidades e obrigatoriedades da União, estados, municípios e sociedade civil
e) Criar, discutir, estabelecer quem será responsável pela hospedagem/armazenamento dos dados gerados,
bem como o fluxo de notificação, de quem será a responsabilidade da notificação, quem será responsável
pela confirmação ou exclusão dos casos
f) Fortalecer, ampliar, criar, estabelecer uma rede de colaboradores e parceria para o diagnóstico de triagem
e confirmatório das doenças.
g) Garantir estratégias para o monitoramento e tratamento (quando for o caso) e/ou cuidados paliativos dos
animais doentes no âmbito no programa nacional e considerando populações em vulnerabilidade social,
econômica e ambiental.
h) Esboçar um modelo de documento para fins de notificação compulsória (Instrução Normativa, Nota
técnica, lei) – anexo 2
i) Esboçar uma lista de perguntas para um modelo de formulário de notificação compulsória, para ser
utilizado pelas diversas instâncias (Federal, Estadual e Municipal), para fins de investigação, notificação,
orientação e ações proativas no enfrentamento de zoonoses de cães e gatos no âmbito do Programa
j) Fortalecer e reforçar o papel de Médicos Veterinários no Núcleo Ampliado de Saúde da Família.
k) Poderia ser aplicado um modelo similar ao ViconSaga através do seu aplicativo para dispositivos móveis
que já é funcional, necessitando apenas de customização e adequação ao Programa.

CONCLUSÃO
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, é importante de
que os estados e municípios se comprometam a realizar além do plano nacional do manejo populacional, a
adesão nas estratégias de informação e comunicação em zoonoses de cães e gatos, como estratégia essencial
na diminuição de zoonoses, com o desenvolvimento e/ou adesão de estratégias eficazes para o controle de
zoonoses em cães e gatos, sempre visando o bem-estar e a saúde dos mesmos e das populações em
vulnerabilidade social, econômica e ambiental, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da
Quadripartite.
É altamente recomendável que sejam realizados estudos preliminares, levantamentos, estudos
contínuos para monitorar e ajustar as ações do sistema de informação e comunicação em zoonoses de cães e
gatos, com o objetivo de alcançar um manejo humanitário ético e sustentável.
Além disso, sugerimos que seja adotado um modelo nacional, simples, customizado, de fácil
aplicabilidade e usabilidade com vistas a padronizar os dados coletados em nível nacional facilitando a análise
comparativa e a identificação de tendências de zoonoses em diferentes regiões, possibilitando uma
abordagem mais efetiva e abrangente na gestão de zoonoses de populações de cães e gatos em todo o país.

345
REFERÊNCIAS
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https://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@gtf-escriba-sesa@fc279c5f-
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health of humans, animals, plants and the environment. Rome. https://doi.org/10.4060/cc2289en

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador:
• Paulo Abilio Varella Lisboa. Médico Veterinário. Mestre em Clínica Médica Veterinária. Doutor em
Ciências Veterinárias com ênfase em sistema de notificação, georreferenciamento em leishmaniose.
Presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ. Tecnologista em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz-
RJ.

Relatora:
• Lisandra Ferreira Dornelles Fraga da Silva. Graduação em Medicina Veterinária pela UFRGS (2001). Ex-
Presidente do CRMV-RS (2018 a 2021). Coordenadora estadual no RS da Associação Brasileira de Medicina
Veterinária Legal. Fundadora da ONG “Médicos Veterinários de Rua” no RS, com atuação em Porto Alegre
e Caxias do Sul.

Outros membros:
• Douglas Honório. Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (1997). Tecnólogo
em Gestão Ambiental (2017). Auditor Fiscal Federal Agropecuário do MAPA desde 2002. Chefe substituto
do Serviço de Fiscalização de Insumos Pecuários e Saúde Animal na Bahia. Membro do Comitê de Ética,
Bioética e Bem-estar Animal do CRMV-BA.
• Cristiane dos Reis Ritter. Graduada em Medicina Veterinária pela UFRGS (1999). Sócia Proprietária da Poa
PetCare Centro Veterinário em Porto Alegre. Coordenadora da comissão de Ética e legislação do CRMV-
RS (2018-2021).
• Camila Stefanie Fonseca de Oliveira. Graduada Medicina Veterinária pela UFMG (2009). Mestrado (2011)
e Doutorado (2015) em Ciência Animal com ênfase em Epidemiologia. Professora de Saúde Pública
Veterinária da UFMG.
• Ian Philipo Tancredi. Médico Veterinário, Mestre e Doutor em Parasitologia Veterinária, Professor da
UFMT Campus Sinop.

346
• Idevania Vieira do Nascimento - Médica Veterinária 17 anos atuando na Saúde pública no município de
Teresina _Piauí. Especialista em Saúde Pública.
• Jessika Caroline Ferreira da Silva – Medica Veterinária, Mestranda em Ciências de Animais de laboratório.
Veterinária do Serviço de Saúde Única da Fundação Oswaldo Cruz –RJ.

347
ANEXO I - Exemplo de perguntas para um modelo de formulário para notificação de suspeita de zoonose

A notificação dos casos suspeitos ou confirmados de doenças transmitidas por animais (zoonoses) é de
extrema importância para a identificação de áreas de risco, controle de número de casos e criação de políticas
públicas para controle, tratamento das doenças e orientação da população. Importante ressaltar que a Lei
14228/2021 proíbe a eutanásia de animais, a não ser em casos de males, doenças graves ou enfermidades
infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a vida humana e de outros animais.
* Indica uma pergunta obrigatória
Data da notificação:*
Quem está notificando?*
Tutor do animal/Centro de Vigilância Sanitária/Centro de Controle de Zoonoses/Hospital ou Clínica
Veterinária Pública/Médico Veterinário Privado/Outras instituições públicas ou privadas de interesse
veterinário (laboratório de diagnóstico, instituição de ensino ou pesquisa, etc.)
Nome completo do notificador*
E-mail do notificador para contato da Vigilância Sanitária
Telefone do notificador para contato da Vigilância Sanitária com DDD*
(Se a notificação for por profissional)
Nome do Tutor*
O tutor foi informado que a doença que o animal apresenta é uma zoonose e há risco de transmissão e
contágio humano?*
(Se a notificação for pelo tutor)
O animal já foi atendido por Médico Veterinário?*
Você foi informado que a doença que o animal apresenta pode ser transmitida para as pessoas?*
Nome do animal* Espécie* (Canino, Felino, Outro) Sexo* Idade*
Endereço onde o animal suspeito mora*
CEP
O animal é castrado?*
O animal tem acesso à rua?*
A suspeita é de que doença?*
Raiva/Leptospirose/Leishmaniose/Esporotricose/Toxoplasmose/Outro
Na residência há outros animais com os mesmos sintomas?*
Na residência há pessoas com os mesmos sintomas?*
Foram realizados exames confirmatórios?*
O animal já está em tratamento?*
Segue link de um formulário criado pelo grupo de trabalho em plataforma do google forms – para fins de
verificação, viabilidade e experimentação – NÃO REPRESENTA UM MODELO DE UTILIZAÇÃO OFICIAL.
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScjSLV8t-
cEzP8tWLea06__qUrUJ6sA006k9VXabEIVGeAjmA/viewform

348
2.6. Impacto ambiental e na fauna silvestre

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Abordar questões e elaborar uma proposta de um inquérito de investigação do impacto da população de
cães e gatos em locais de remanescentes florestais e áreas especialmente protegidas;
2. Realizar um levantamento de modelos de diagnóstico populacional de cães e gatos em locais de reserva
ambiental;
3. Elaborar um roteiro para orientação de municípios/órgãos ambientais da esfera governamental/federal a
realizarem o manejo populacional de cães e gatos em locais de reserva ambiental;
4. Elaborar uma cartilha de instruções básicas sobre o tema proposto;
5. Elaborar e implantar programas de educação humanitária ambiental em Bem-estar animal aplicado às
comunidades do entorno ou nas áreas de preservação/conservação, restauração ambiental.

INTRODUÇÃO
Na biodiversidade mundial, o Brasil é o país de maior destaque, possuindo seis biomas terrestres, três
grandes ecossistemas marinhos e mais de 103.870 espécies de animais e 43.020 espécies de vegetais
conhecidas ao longo de seu território e suas águas (FREITAS, 2011). O ecossistema que envolve o habitat dos
animais silvestres merece atenção no equilíbrio, com disponibilidade de água e oferta de alimentos, com um
ambiente seguro. Nesse sentido o cuidado com o ecossistema, considerando o habitat dos animais silvestres
é a forma de manejo e preservação mais adequada para as diferentes espécies no seu ambiente de vida livre.
No entanto, mudanças no meio-ambiente podem influenciar na dinâmica da ocorrência de uma doença, que
pode circular em diferentes populações presentes (FREITAS, 2011).
Em ciência, a epidemiologia é o segmento que estuda a distribuição dos estados de saúde/doença e
os seus fatores condicionantes e determinantes nas populações humanas (GORDIS, 2008; LAST, 2008).
Considerando que uma enfermidade não pode ser separada do ecossistema em que interagem os elementos
que concorrem para sua ocorrência, a interação agente etiológico, meio ambiente e hospedeiro (GORDIS,
2008), o conhecimento desta influência mútua na participação e impacto das populações de cães e gatos na
fauna silvestre é de grande valor para que ações de estratégias de controle da enfermidade e condições de
monitoramento e controle em desequilíbrio entre espécies (FREITAS, 2011). Da mesma forma, agentes
patogênicos que convivem de forma estável em ambientes naturais, podem afetar a animais de estimação
que frequentem áreas de restrição de uso, como florestas, trazendo risco a esses animais e ainda podendo
levar a riscos aos humanos com os quais esses animais convivem.
Nesse sentido, como exemplo, citamos estudos recentes sobre a pressão predatória à batuíra-bicuda
documentando a predação por cães domésticos (Canis familiaris) em ilhas utilizadas como ninhais e áreas de
invernada na costa norte brasileira. Os pescadores trazem cães para fazer a guarda dos barcos e do
equipamento de pesca. Os cães reproduzem nas ilhas e enquanto o número de cães cresce, cresce também a
probabilidade de predação das aves em nidificação. Andrade, em 2015, citou a predação de ninhos de tracajá
(Podocnemis unifilis) por cães domésticos em 6,45% dos ninhos monitorados, em Terra Santa, Pará, durante
projeto de recuperação de populações da espécie de quelônio.
O monitoramento e controle populacional de cães e gatos em áreas de preservação ambiental, deve
ocorrer independente do território e do grau de conservação. Estratégias específicas de ação devem ser
consideradas, como seguem abaixo, em descrição de atividades, sendo os tópicos apresentados os estudados.

349
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
1. Realização de pesquisas bibliográficas sobre a influência de cães e gatos em locais de reserva
ambiental.
2. Promover a parceria entre os diversos níveis de gestão de áreas protegidas para implantação e
monitoramento permanente de programas de controle e manejo de populações de cães e gatos.
3. Realização de reuniões de trabalho do grupo para discussão de abordagens e métodos adequados ao
diagnóstico do impacto populacional de cães e gatos em locais de reserva ambiental.
4. Realização de pesquisas em metodologias de comunicação e educação ambiental para aplicação em
população em áreas periurbanas (assentamentos) e de povos originários.
5. Definir protocolos de avaliação e monitoramento da presença de populações de cães e gatos em áreas
de preservação ambiental.
6. Elaboração de instrumento de avaliação da população de cães e gatos em reserva ambiental, incluindo
peculiaridades desse território e um inventário da fauna nativa.
7. Treinamento de equipes e para recolhimento e/ou captura de cães e gatos em locais de reserva
ambiental, bem como de animais silvestres.
8. Orientar métodos de marcação e/ou identificação para classificação de cães e gatos e animais
silvestres em locais de reserva ambiental.
9. Definir modelos de unidade de assistência móvel para castração em locais de reserva ambiental
(Barracas de campanha/barcos de campanha).
10. Realização de pesquisas em metodologias de controle de vetores para aplicação em população em
áreas periurbanas (assentamentos) e de povos originários, quando presentes zoonoses.
11. Realização de pesquisas em metodologias de destino final dos cães e gatos não aptos a castração
(viabilidade de tratamento).
12. Realização de pesquisas em metodologias de destino final dos cães e gatos aptos à castração.
13. Realização de pesquisas em metodologias de sistema de armazenamento de amostras biológicas para
fins de necessidade de contraprova de diagnósticos por óbito em animais silvestres, bem como cães e gatos.
14. Elaboração de protocolos para emissão de relatórios das ações realizadas, bem como a descrição das
atividades por meio de prontuários, dados esses que podem ser base para construção e elaboração de laudos
e histórico de mapeamento das atividades realizadas no local.
15. Definir protocolos seguros de descarte de lixos comuns e infecciosos associados a atividade proposta
em áreas de reserva ambiental.
16. Monitorar e avaliar as ações desenvolvidas no controle populacional de cães e gatos em áreas de
reserva de modo permanente.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Os modelos desenvolvidos fornecem um instrumento essencial para que os municípios realizem o
levantamento das populações de cães e gatos em suas regiões em áreas de reserva, possibilitando o
planejamento e a execução de ações mais direcionadas e eficazes. Por meio do roteiro e do modelo
elaborados, torna-se viável estabelecer diretrizes básicas para o planejamento estratégico em atuação dos
órgãos responsáveis e das organizações envolvidas, garantindo um manejo ético e humanitário desses
animais. Essa abordagem é fundamental para alcançar um controle populacional sustentável e respeitoso,
levando em consideração o bem-estar e a saúde dos animais envolvidos.
Considera-se que para elaboração desse texto, foram utilizados conceitos e legislação vigente
referente ao ano de sua redação, assim, sugere-se que na utilização dos anexos abaixo listados, Anexo
I e Anexo II, como formas de recomendação em ação do controle populacional de cães e gatos em

350
Unidades de Conservação, se considere a legislação atual e vigente que é aplicada no local (estado e
município), respeitando a esfera em gestão e organização governamental do local, com as condições
de realidade da problemática.
Nesse contexto, seguem como anexos: Anexo I - Roteiro básico na intervenção da proposta
apresentada, sequencialmente para instrução de modo mais sucinto segue uma cartilha básica para
orientação de gestores (Anexo II).

CONCLUSÃO
O trabalho em áreas de UC, fragmentos florestais ou áreas que possuam população silvestre-
doméstica, podem receber atividades de controle populacional de forma volante, uma vez que nessas
localidades muitas vezes não existem estruturas prontas para a realização de cirurgias de castração. As equipes
para a realização dessas atividades devem ter uma capacitação específica, e que podem estar inseridas no
cadastro nacional de veterinários para controle populacional. Nesse momento as atividades de coleta de
material, ações educativas devem ocorrer paralelamente, para estabelecimento de consciência ambiental
sobre a guarda responsável, bem-estar animal e Saúde Única.
Ademais, é importante que o monitoramento de mamíferos silvestres e domésticos seja realizado em
conjunto, pois dessa forma será possível desenhar medidas mitigadoras efetivas, levando em consideração as
sobreposições e agregações de acidentes com veículos automotores (atropelamentos, por exemplo).
Considera-se importante que se realize um monitoramento dos animais de pessoas que residem próximas às
áreas de preservação ambiental, principalmente em zonas de amortecimento (mais passíveis de conflitos
socioambientais), prevendo impactos como atropelamentos e/ou eventos locais que demonstram que cães e
gatos também ficam expostos a este risco quando vão em busca de alimento nas estradas, visto que podem
encontrar carcaça de animais silvestres nas vias próximas às áreas de preservação ambiental e vice-versa,
podendo ocasionar acidentes com veículo automotores fatais com seres humanos, além disso o trânsito
desses animais domésticos pode promover a disseminação de enfermidades, dentre elas a brucelose, micoses
e sarnas.
As práticas desenvolvidas dentro do amplo campo da Educação Ambiental também se revelam
indispensáveis. É de grande importância compreender como os residentes locais interagem e percebem o
ambiente em que estão inseridos, assim como os problemas por eles destacados, para que, dessa forma, a
relação entre os moradores e gestores de uma UC fique mais próxima e fortalecida. Além disso, essa
compreensão auxilia na elaboração e implementação de programas de comunicação, assim como os
programas de Educação Ambiental para a conscientização.
O Plano Municipal deve atender tais impactos causados por cães e gatos e abordados em pastas da
Saúde e Meio Ambiente, fortalecendo a prática da Saúde Única local.

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352
JORNAL NACIONAL - Macacos são vítimas da falta de informação sobre febre amarela. Conteúdo exibido
aos 25 de Janeiro de 2018. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/01/macacos-sao-vitimas-da-
falta-de-informacao-sobre-febre-amarela.html Acesso em 30 de Jul. 2023.
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353
IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador e Relator:
 André Luiz Baptista Galvão. Médico Veterinário pela Uniderp, Residência em Clínica Médica de
Pequenos Animais, Mestre e Doutor pela FCAV/Unesp Jaboticabal. Professor Adjunto da Universidade
Federal de Roraima nas disciplinas de Clínica Médica de Pequenos Animais, Semiologia Clínica
Veterinária e Patologia Clínica.

Outros membros:
 Maridelzira Betânia Moraes David. Mestre e Doutoranda em saúde e produção animal na Amazônia.
Médica Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia; Chefe do Centro de Zoonoses de Belém
de 2020 a 2022. Tesoureira do CRMV-PA de 2019 a 2021. Coordenadora do Projeto Veterinários da
Amazônia.
 Laerzio Chiesorin Neto. Médico veterinário graduado pela UFPR, mestrando pela Universidade Federal
de Lavras. Ex membro da Comissão Nacional de Animais Silvestres (CNAS/CFMV). Médico Veterinário do
Centro de Triagem de Animais Silvestres de Manaus e professor universitário.
 Luciana Batalha de Miranda Araújo, Médica Veterinária pela UFF, mestre e doutora pela
UNESP/Botucatu, pós doutora Brown University/USA, professora de Medicina Veterinária do Coletivo,
Medicina Veterinária Legal e Animais Silvestres da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG,
Coordenadora de Ensino (EVZ/UFG).
 Luana Clarice das Neves. Bióloga, bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP) e mestre em Ecologia de Biomas Tropicais pela mesma instituição. Atualmente,
doutoranda em Ciência Animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com ênfase em
Epidemiologia, Manejo Animal.
 Vania de Fátima Plaza Nunes, médica veterinária, Unesp Botucatu, com especialização em Saúde
Pública, Saúde Ambiental, Vigilância Sanitária todas pela Unicamp, Ecologia e Educação Ambiental pela
UniAnchieta, Comportamento animal pela Unifeob, Medicina Veterinária Legal pela Qualittas, Diretora
técnica do Fórum Nacional de proteção e defesa animal, superintendente da Fundação Serra do Japi,
Jundiaí-SP.

354
ANEXO I - Roteiro básico para controle populacional de cães e gatos em áreas protegidas nos municípios

1 - AVALIAÇÃO LOCAL

1.1. - Estimativa populacional de cães e gatos em áreas protegidas

Para o início das atividades é importante avaliar as condições e etapas que devem ser realizadas para
o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, como transportes, logística, aplicação de recursos e
investimentos já destinados ao município. A definição da cronologia e logística para ação permitem melhor o
avanço das atividades conforme a realidade local. Abaixo são abordados temas elencados com propostas de
ação conforme a literatura consultada.

O levantamento de população de cães e gatos em regiões de áreas protegidas (Unidades de


Conservação ou outras categorias), pode ser iniciada por ações concomitantes realizadas no local pelo
município, respeitando o calendário de atividades da vigilância epidemiológica e/ou da atenção básica de
saúde, como as atividades de campanha realizadas por agentes comunitários de saúde, por exemplo: “Manejo
integrado para prevenção da proliferação de vetores de dengue e leishmaniose e de escorpiões ” (SUCEN,
2007). Conforme o ICMBIO (2019) na presença de gatos domésticos, informar servidores, moradores da UC -
Unidade de Conservação e do entorno, visitantes, pesquisadores e outros sobre os riscos de introdução e
dispersão de espécies exóticas invasoras na UC e no entorno. Identificar propriedades no entorno da UC onde
sejam mantidos gatos e outras áreas de ocorrência comum para elaboração de um alinhamento gestores e
ação, apresentando desafios e propostas de resolução de problemáticas em gestão operacional (ALMEIDA,
2011). Ademais, no referido trabalho, merece atenção o impacto da população não controlada de cães e gatos,
pois na ocasião, estima-se que uma gata possa ter defecado na caixa da água ou nos sistemas de fornecimento
de água da cidade, considerando que o protozoário tem no felino o hospedeiro natural, o que provavelmente
levou ao surto de toxoplasmose em grandes proporções em Santa Isabel do Ivaí (ALMEIDA, 2011).

No mesmo sentido, que envolve a participação de uma equipe multiprofissional, a identificação no


local de acumuladores de animais em áreas de reserva se faz necessária, pois a questão dos acumuladores de
animais tornou-se um grande desafio para a gestão pública e para os profissionais da saúde. A ação com os
acumuladores, envolve uma participação multiprofissional, sendo necessário definir competências para cada
órgão relacionado no local, como o Poder Público, as Secretarias de Saúde e de Assistência Social (TEIXEIRA;
SILVA e SOARES, 2016). As informações sobre seus impactos sobre a biodiversidade devem ser fortemente
disseminadas entre servidores e visitantes, para obter apoio a ações de controle e reduzir a soltura e o
abandono de animais (ICMBIO, 2019).

Conforme o tema proposto central, sobre os impactos ambientais em decorrência da população de


cães e gatos em áreas naturais, é importante ressaltar que os portadores da síndrome de Noé, constituem um
problema de saúde pública, animal e ambiental, pois as residências dos acumuladores de animais geralmente
são focos potenciais de zoonoses e endemias transmitidas por vetores, podendo servir de abrigo para animais
sinantrópicos e animais peçonhentos, o que reflete em problemas para a comunidade e desequilíbrio
ambiental importante (TEIXEIRA; SILVA e SOARES, 2016).

Ressalta-se que quando criada uma UC, o seu objetivo é fazer com que esta contribua efetivamente
para a conservação da biodiversidade e do ecossistema como um todo. A invasão por espécies exóticas é
considerada a primeira causa de perda de biodiversidade em unidades de conservação (LEÃO et al., 2011).
Segundo o ICMBIO (2019) espera-se que as UCs estejam cercadas, com medidas de vigilância no local,
devendo-se fechar possíveis entradas ou dificultar e desestimular a entrada de cães colocando obstáculos à
sua entrada ou passagem.

355
A presença de cães e gatos na interação com as espécies nativas, promove um desequilíbrio nas
Unidades de Conservação, pois esses animais domésticos realizam: A) a competição por território; B) a
predação e; C) a transmissão de agentes potencialmente patogênicos (LESSA et al., 2016).

Conforme o ICMBIO (2019) para identificação de animais exóticos, armadilhas fotográficas devem ser
instaladas em pontos de entrada das UC (caso seja cercada ou ilha) e outros pontos ao longo de trilhas que
podem ser utilizados por gatos das redondezas. Uma base de dados de registros fotográficos deve ser
construída para identificar os animais que frequentam a Unidade e facilitar a identificação dos respetivos
proprietários, que devem ser solicitados a manter os gatos contidos em casa especialmente no início da
manhã, ao final da tarde e durante a noite, horários em que os animais tendem a sair para caçar.

Ressalta-se que de acordo com o ICMBIO (2019) não se deve manter, mesmo que provisoriamente,
cachorros-domésticos abandonados em UC. Também não se deve disponibilizar qualquer tipo de alimento na
sede ou em outras áreas.

1.2. Metodologias de comunicação e educação ambiental aplicadas na população

Na proposta em ação aos munícipes, devem ser considerados, a forma de comunicação aplicada na
abordagem, e respeitando o tema central proposto as atividades devem prioritariamente manter o equilíbrio
ambiental. Devem ser também elencadas: formato, público-alvo, instituição produtora, enfoque, conteúdo,
linguagem ou discurso, tipo e qualidade das imagens e outros critérios de qualidade e efetividade dos
materiais a serem utilizados (ARMINDO, DINIZ e SCHALL, 2011).

De acordo com Armindo, Diniz e Schall (2011), critérios na comunicação devem ser considerados: 1)
Formato e forma de abordagem do material educativo; 2) Público-alvo do material educativo; 3) Instituição
que produziu o material; 4) Ano do material ou atemporal; 5) Endereço ou telefone para contato; 6) Enfoque
dado pelo material; 7) Conteúdo das informações presentes no material; 8) Tipos de discursos ou linguagens;
9) Mensagem objetiva e de fácil compreensão e entendimento; 10) Mensagem atrativa e que mantenha a
atenção do leitor; 11) que não provoque interpretações ambíguas; 12) Avaliar se a mensagem não apresenta
ideias tendenciosas ou preconceituosas; 13) revisar o material para não conter informações incorretas ou
erros ortográficos; 14) avaliar se o conteudo não está sobrecarregado de texto; 15) se o material não contém
termos técnicos e/ou complexos; 16) Observar se o material não contém informações em excesso, repetitivas
ou desnecessárias; 17) se o tamanho da letra facilita a leitura (atenção aos idosos, crianças e analfabetos); 18)
observar se a linguagem utilizada está adequada ao público alvo; 19) Tipos de imagens presentes no material;
20) se as ilustrações não estão deturpadas ou desproporcionais; 21) se as ilustrações de pessoas não estão
deturpadas, grotescas ou desproporcionais; 22) observar se há identificação da escala utilizada nas imagens;
23) observar se há identificação da autoria das fotos e desenhos; 24) se as ilustrações aclaram ou
complementam o texto.

A forma de aplicação do conteúdo em educação ambiental e as palavras e imagens utilizadas não


podem causar erros de interpretação e/ou distorção da mensagem que se quer transmitir. Importante
recordar o ocorrido, pela falta de informação pela população de diferentes cidades do Brasil, em relação a
Febre Amarela, a carência em orientação e informação, promoveu a morte de macacos pela ação da
população. Os saguis, e espécies ameaçadas de extinção, como bugios e até micos-leões-dourados, foram
alvos de ataques. O fato ocorreu pela desinformação: “os macacos não transmitem a febre amarela; são tão
vítimas da doença quanto o ser humano” (JORNAL NACIONAL, 2018).

356
2. EQUIPE HABILITADA PARA AÇÃO

Para a atividade proposta nas ações de controle populacional de cães e gatos em áreas protegidas, é
importante que a equipe esteja instruída e capacitada no preenchimento adequado de relatórios e/ou
formulários. Vale ressaltar, que o trabalho de manter uma equipe seguindo os procedimentos corretos no
preenchimento de prontuários é complexo, tornando-se desafiadora e dificultosa a medida que envolve maior
número de profissionais envolvidos. Recomenda-se que equipes não devam ser treinadas apenas com vistas
à realização de procedimentos técnicos, mas também com relação ao preenchimento dos prontuários de
acordo com o sistema utilizado (CFMV-SP, 2021).

As equipes envolvidas no processo da ação e efetivamente na realização do controle populacional de


cães e gatos em áreas protegidas, necessitam além do conhecimento básico em credenciamento para
atividade em cirurgia e anestesiologia veterinária é imprescindível que a equipe esteja habilitada de forma
consciente e efetiva no trabalho que envolve a ação. Nesse contexto, a participação de universidades privadas
e públicas com referência no assunto representa grande contribuição na elaboração da logística, mão de obra
qualificada, com redução de custos ao município, maior velocidade da ação e melhor logística do emprego de
recursos humanos para o município, além do fortalecimento das unidades de ensino em atividades em
exercício da cidadania (GALVÃO et al., 2019) . A equipe deve estar alinhada e ciente das atividades para que
não ocorram acidentes, como mordidas, arranhões e até mesmo fugas (GALVÃO et al., 2019). Ressalta-se que
para atividades de parceria como as supracitadas os órgãos locais responsáveis pela ação devem considerar
as limitações em transporte e demais custos, e desse modo ofertar as universidades, ressalta-se ainda a
avaliação da possível parceria junto ao centro de controle de zoonoses, unidades de vigilância ambiental e
clínicas veterinárias próximas (GALVÃO et al., 2019).

Segundo a International Union for Conservation of Nature (IUCN) (2008), áreas protegidas são espaços
geográficos definidos, reconhecidos, destinados e geridos por meio legais, com o objetivo de conservar a
natureza a longo prazo, os serviços associados aos ecossistemas e os valores culturais. No Brasil, as Unidades
de Conservação (UC) são norteadas pela Lei federal n. 9.985, de 18 de julho de 2000, conhecida como Lei do
SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) (BRASIL, 2000). Nela estão inseridas as categorias de
UC, entre proteção integral e uso sustentável, bem como caracteriza as restrições de cada tipo. Neste aspecto,
a presença de animais domésticos, como cães, gatos e animais de produção no interior destas áreas pode ser
vedada, a partir da própria lei federal, bem como dos Planos de Manejo das Áreas, que são documentos
norteadores confeccionados com o intuito de regrar o uso das UCs. Apesar do arcabouço legal ser federal, as
UC podem ser também decretadas por Estados e Municípios, e mesmo possuir áreas particulares. Desta forma,
o profissional atuante em áreas protegidas deve sempre buscar o órgão gestor da área, de modo a solicitar
autorização para a atividade em seu interior ou zona de amortecimento, bem como ajustar seu plano de ação
às restrições de uso da UC.

3. PROCEDIMENTO DE CASTRAÇÃO E/OU ESTERILIZAÇÃO DE CÃES E GATOS

3.1. LOGÍSTICA

A interação animal-homem no meio ambiente é passível de condições perturbadoras da saúde, ou


seja, a instalação de doenças. Ressalta-se que saúde em seu conceito, compreende em um estado de relativo
equilíbrio da forma e da função do organismo, resultante do seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem
a perturbá-lo. A organização mundial da saúde define saúde como completo bem-estar físico, mental e social
(GORDIS, 2008; FREITAS, 2011). Nesse contexto, a presença de cães e gatos em UC pode comprometer o bem-
estar físico, mental e social dos animais silvestres.

357
Para elaborar estratégias no controle populacional de cães e gatos em UC, é considerado importante
a observação do que se passa na população, prestando maior atenção às condições de saúde e as causas ou
eventos capazes de perturbá-la, como no caso da predação e ou circulação de doenças. Nesse contexto,
merece destaque um documento publicado pela Organização Mundial da Saúde de 2005, nesse documento
considera a restrição de movimento, controle de habitat e controle de reprodução como principais medidas
para manejo e controle da população de cães, ainda com foco na prevenção da raiva (XAULIM et al., 2016).

Dessa forma, após o mapeamento, observação e identificação dos eventos ou causas que perturbam
a saúde, podemos estabelecer medidas e estratégias de prevenção em maior preservação da fauna e flora em
áreas de reserva (FREITAS, 2011).

Nos procedimentos de esterilização de cães e gatos, devem ser utilizados meios e técnicas que causem
o menor sofrimento aos animais, de maneira ética, com insensibilização, de modo que não se exponha o
animal a estresse e a atos de crueldade, abuso ou maus-tratos, nos termos da legislação vigente (XAULIM et
al., 2016). A não atenção aos devidos cuidados supracitados, conforme Xaulim et al., (2016), tal falta implica
nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.

3.1.1 Meios de captura dos cães e gatos

Considerando que a Sociedade Mundial para a Proteção dos Animais e a Organização Mundial de
Saúde, estabeleceram orientações sobre os métodos de captura mais aconselhados para cães e gatos.
Podemos citar as seguintes metodologias de captura para cães e gatos, considerando que a captura desses
animais é uma tarefa desafiadora, tornando-se imprescindível que o pessoal que a executa tenha formação
adequada à mesma. Para aplicação do método de contenção deve-se considerar o material necessário e
habilitação da equipe. As metodologias possíveis são: caixas de captura, coleiras, laços e redes. Recomenda-
se para aprofundamento das opções a leitura: Guia de normas de captura de cães e gatos, Portugal
https://www.dgav.pt/wp-content/uploads/2021/02/documento-da-folha-28.pdf .

Os métodos a serem considerados para a captura deverão estar de acordo com as particularidades do
local, características dos animais e a base do manejo, que pressupõe que um método de captura e contenção
deve ser realizado rapidamente, minimizando o estresse e deve ser seguro para o animal e para a equipe que
está realizando o procedimento (FOWLER, 1986).

3.2. MATERIAIS NECESSÁRIOS

Em áreas de conservação, observa-se a presença de animais domésticos em sua maioria criados de


forma semi-domiciliar ou de vida livre, o que torna difícil qualquer trabalho de manipulação nesses sem causar
stress na contenção.

Possuir um método seguro, confiável e reproduzível para obter sedação pode ser uma valiosa
ferramenta de diagnóstico e tratamento, evitando a necessidade de recorrer à anestesia total ou sujeitando
um animal potencialmente comprometido à contenção manual (MOORE et al, 2010).

Normalmente faz-se necessário utilizar fármacos psicotrópicos (tranquilizantes, anestésicos) para


evitar ou reduzir possíveis danos aos animais (trauma, estresse excessivo de lutar, miopatia por captura) e à
equipe (lesões em geral), além de reduzir o tempo de manuseio e possibilitar a coleta de amostras de uma
forma mais segura (KATZ et al, 2018). O uso da zarabatana tem como vantagem causar um menor trauma ao
impacto do dardo com o animal e boa precisão a distâncias de até 10 a 15 metros (CHAVES e ABIMUSSI, 2015).

358
Considerando essa prática mais utilizada em animais silvestres, observamos que nestas localidades,
os cães e gatos possuem a postura arredia, assustada, poucas vezes agressiva. Para tanto, se faz necessário
resguardar a integridade destes assim como dos profissionais, para que o trabalho seja eficiente com o mínimo
de intercorrências, utilizando redes, alimentos com sedativos, ou outras formas atrativas para uma captura
com o mínimo de stress.

Segue como sugestão na logística e uso de materiais necesário para contenção, recomenda-se: Guia
de normas de captura de cães e gatos, Portugal https://www.dgav.pt/wp-
content/uploads/2021/02/documento-da-folha-28.pdf.

3.3. EXAMES

A introdução de doenças infecciosas de importância no ambiente natural é outro fator importante,


quando consideramos a manutenção de cães e gatos no entorno e/ou interior de fragmentos florestais, áreas
verdes ou unidades de conservação. Por este e outros motivos, a própria legislação federal (Lei Federal n.
9.985, de 18 de julho de 2000) já cita a restrição da presença de animais não autóctones em Unidades de
Conservação (salvo exceções descritas no documento). Schmitt et al (2003), em estudo no Pantanal,
identificou a presença do vírus da leucemia felina (FELV) e da peritonite infecciosa felina (FIPV) em uma
jaguatirica (Leopardus pardalis) de vida livre, indicando a presença desse vírus típico de felinos domésticos no
ambiente natural, com potencial alarmante de danos a longo prazo. Lunardi et al. (2018) relatam a presença
do vírus da cinomose canina afetando um filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) em Minas
Gerais. Neste mesmo caminho, já foram relatados casos do mesmo vírus em animais das famílias Canidae,
Procyonidae, Mustelidae, Hyaenidae, Ursidae, Viveridae, e Felidae e, no Brasil em Cerdocyon thous,
Chrysocyon brachyurus, Lycalopex vetulus, Pseudalopex gymnocercus, Galictis cuja, Galictis vittata e
Leopardus pardalis (LUNARDI, 2018).

As sarnas com potencial zoonótico, como a escabiose canina, é considerada uma dermatopatia de
importância em saúde pública, por apresentar transmissão do animal aos humanos. É causada pelo ácaro
Sarcoptes scabiei. A transmissão acontece por meio de contato entre indivíduos, sendo altamente contagiosa
e também pode ocorrer indiretamente por meio de objetos contaminados (KALTSOGIANNI et a., 2017). O risco
da sarna sarcóptica é eminente para os animais silvestres, a investigação da presença da sarna sarcóptica em
áreas de reserva é de extrema importância, visto que esse ácaro representa potencial risco aos canídeos
silvestres e, mais recentemente em pequenos roedores (MILLÁN et al., 2011). As consequências da presença
desse tipo de sarna em animais silvestres tendem a ser catastróficas (MILLÁN et al., 2011). Diante do
supracitado, considera-se a relevância o monitoramento na população de cães e gatos em ambiente de UC
quanto a presença desse ácaro.

Nas condições de oportunidade de coleta de amostras biológicas de cães e gatos em UC, sugere-se o
uso de testes rápidos na pesquisa de antígenos e anticorpos dos agentes mencionados acima, ressalta-se a
pesquisa Brucela canis, Erlichia sp, Dirofilaria immitis, Borrelia burgdorferi, Babesia sp, Leischimania sp.,
dependendo da localização geográfica e da incidência destes microrganismos no local onde o cão vive. Para
os gatos sugere-se a pesquisa micoplasmose, vírus da leucemia viral felina (FeLV) e vírus da imunodeficiência
viral felina (FIV). Os testes rápidos são de fácil transporte e permitem uma triagem do diagnóstico situacional
elaborado. O mesmo em sugestão cabe, o uso de máquinas portáteis veterinárias espécie-específica, para fins
de avaliação clínica do paciente para constatação do perfil hematológico, renal e hepático é considerado
importante, principalmente na necessidade de intervenções emergenciais no processo de triagem e/ou em
intercorrências cirúrgicas no procedimento de esterilização. Reforça-se a recomendação do uso dos testes
rápidos e equipamentos portáteis que permitem avaliação do perfil hematológico, renal e hepático em

359
condições de desastres e/ou em locais de difícil acesso, como por exemplo em ações em comunidades
indígenas.

3.4. RELATÓRIO DE ATIVIDADES POR MEIO DE PRONTUÁRIO

Todos os dados do paciente, devem ser transcritos e anotados no prontuário médico-veterinário,


reúne toda a história clínica do paciente, com procedimentos realizados e documentos relacionados ao
atendimento, dados do exame físico, exames laboratoriais solicitados, procedimentos anestésicos e cirúrgicos.
O preenchimento adequado do documento é também uma forma de demonstrar habilidade técnica, respeito
e responsabilidade por parte do profissional perante o paciente. Considera-se importante, para o
preenchimento do prontuário a ordem cronológica das etapas do atendimento em que o paciente foi
submetido, de maneira clara e, no caso de prontuários manuscritos, com letra legível.

De acordo com a Resolução nº 1.321 (de 24 de abril de 2020), o prontuário médico-veterinário deve
ser escrito e datado, sem rasuras ou emendas, emitido e assinado, privativamente por médico-veterinário,
que irá detalhar, cronologicamente, informações e dados sobre os atendimentos ambulatoriais e clínicos,
anestésicos e cirúrgicos (CRMV-SP, 2021). O preenchimento completo deve ser considerado, conforme a
Resolução CFMV nº 1.321/2020. A falta de assinatura e carimbo ao final do atendimento; o preenchimento do
prontuário manuscrito com letra ilegível e a utilização desmedida de siglas que não são de conhecimento
acadêmico podem trazer prejuízos ao profissional e sua equipe. O prontuário deve ser arquivado por pelo
menos 5 anos após a data do último atendimento, mesmo em caso de óbito do animal. (CRMV-SP, 2021).

3.5. DESTINAÇÃO FINAL DO PACIENTE

Segundo a Instrução Normativa IBAMA no 179/2008, qualquer indivíduo de espécies exóticas (gatos e
cães) apreendidos, resgatados devem ser entregues às autoridades competentes, pois o animal não poderá
ser destinado para outra área onde possa viver em vida livre. De acordo com o Decreto no 6.514, de
22/07/2008, que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais, após a captura de animais exóticos, é preciso
determinar se o indivíduo é feral, errante ou doméstico. No caso de indivíduos domésticos que possuam tutor,
o responsável pela posse deve ser identificado e o animal, devolvido ao dono, sempre que possível. Ao
identificar o proprietário do animal, o mesmo pode, inclusive, ser autuado. Caso o indivíduo capturado for
considerado errante, ou não puder ser devolvido para o tutor, o mesmo deve ser preferencialmente
encaminhado para o Serviço de Controle de Zoonoses do Município (ICMBIO, 2019). Importante salientar que
a grande maioria dos municípios não possui local adequado para destinação de animais capturados, devendo
haver a previsão de estratégias de ressocialização e encaminhamento dos animais para reinserção ao convívio
familiar.

3.6. SISTEMA DE MARCAÇÃO E/OU IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS EXÓTICOS EM UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO

Segundo o ICMBIO (2019), as formas de marcação envolvem: a marcação na orelha, a implantação de


microchip ou o uso de coleiras com identificação, métodos de marcação válidos para animais submetidos a
castração de indivíduos residentes no entorno imediato.

360
4. ARMAZENAMENTO E RESERVA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS PARA CONTRA-PROVA

Para fins de amparo nas condições de intercorrência, como na condição de óbito e/ou
questionamentos das atividades no quesito de saúde e bem-estar animal, para medida protetiva da equipe e
demais envolvidos, recomenda-se o armazenamento de amostras biológicas original (sangue, fezes e urina),
identificada, lacrada e conservada a -20ºC (vinte graus Celsius negativos), para fins de confirmação do
diagnóstico e/ou necessidade de contra-prova, orientação baseada conforme modelo descrito em BRASIL
(2004).

Referências e literatura sugerida para estudo

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XAULIM, G.M.D.R.; BEGALLI, J.H.; CASTROS, C.V.B.; SOARES, D.F.M.; NUNES, V.F.P. Proteção, identificação e
controle populacional de cães e gatos, uma abordagem sobre as legislações para animais de companhia.
Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 83 - dezembro de 2016.

363
ANEXO II - Cartilha

PERGUNTAS E RESPOSTAS: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES E GATOS EM ÁREAS DE


RESERVA

Conviver com animais atualmente não é só parte da vida das pessoas, a interação homem com animais de
companhia permite benefícios para saúde e gera empregos. Adicionalmente, a preocupação e o cuidado com
animais silvestres também é uma consciência em expansão por parte das pessoas e órgãos governamentais,
que deve ser considerada. Os animais silvestres residem em áreas de mata e em áreas de reserva ambiental.

1 -QUEM SÃO OS ANIMAIS SILVESTRES?

Resposta: Entende-se por Animais Silvestres todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas,
migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo
naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas. O Brasil possui uma legislação que visa
a proteção de sua flora e fauna, a Constituição Federal de 1988 tutela a fauna e a flora brasileira. Visando a
preservação do ecossistema, o manejo dos habitats, considerando a harmonização das dinâmicas
populacionais humanas e silvestres, a legislação assegura a alimentação, reprodução e abrigo aos animais.
Adicionalmente os animais silvestres são protegidos pela legislação por práticas que coloquem em risco as
funções ecológicas da fauna, que pode provocar a extinção de espécies ou submetam os animais à maus-
tratos, ficando ainda proibida perseguição, destruição, caça, apanha ou captura de exemplares, remoção e
comércio ilegal.

2- QUAL O OBJETIVO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO?

Resposta: Quando criada uma Unidade de Conservação, o seu objetivo é fazer com que esta contribua
efetivamente para a conservação da biodiversidade e do ecossistema como um todo. Nesse sistema estão
inclusos os animais silvestres, as diferentes vegetações que a compõem, assim assegura o equilíbrio desse
sistema.

3- POR QUE ELABORAR UM SISTEMA DE CONTROLE E VIGILÂNCIA DA POPULAÇÃO DE CÃES E GATOS EM


ÁREAS DE RESERVA?

Resposta: Considerando o cenário para a preservação da saúde e do bem-estar animal, temos três pontos
importantes: o meio ambiente, o ser humano e os animais silvestres e os animais domésticos. Dentro dessa
interação, o conceito de preservação de saúde é mais amplo, pois esses três pontos estão passíveis de
perturbação da saúde, com a presença de doenças que podem afetar o homem e/ou os animais ou ambos.
Nesse sentido, entende-se por perturbação, a circulação de doenças e desequilíbrio entre as espécies. Assim,
a presença de cães e gatos em áreas de reserva promove um desequilíbrio no ambiente, além da possibilidade
de doenças. Cães e gatos são animais domésticos, e nessa condição, esses animais irão competir por território;
competir por alimento (predação) e transmissão pelos cães e/ou gatos podem permitir a entrada de agentes
causadores de doença potencialmente maléfica para os animais silvestres.

4- QUAIS DOENÇAS PODEM SER OCORRER POR CAUSA DO DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL EM ÁREAS DE
RESERVA?

364
Resposta: Merecem destaques as doenças conhecidas como Zoonoses, que são as doenças infecciosas
naturalmente transmissíveis de animais para seres humanos. Podemos citar como exemplos essas doenças:
as Micoses (tinhas); a Toxoplasmose; a Leptospirose; a Leishmaniose e a Raiva, doenças especie especificas
que podem atingir animais de diferentes grupos de classificação zoologica, onde esses não possuem
capacidade de resposta a enfermidade em questão vindo a desenvolver rapidamente quadro grave da
enfermidade, e vindo a óbito.

5- EXPLIQUE MELHOR? COMO OS CÃES E GATOS INTERFEREM EM ÁREAS PROTEGIDAS?

Resposta: A consequência da interferência de cães e gatos em unidades de conservação (UC), foi descrita por
Doherty et al., (2017), que analisaram os dados fornecidos pela União Internacional para a Conservação da
Natureza (IUCN), de novembro de 2016, e observaram o impacto da presença de cães errantes sobre a
manutenção de espécies de anfíbios, aves, mamíferos e répteis em todo o mundo. Os cães foram responsáveis
pela extinção de 11 espécies de vertebrados e são reconhecidamente potenciais agentes de extinção de mais
188 espécies pelo mundo, sendo 96 mamíferos, 78 aves, 22 répteis e três anfíbios. Importante frisar que o
impacto destes animais não se dá apenas pela predação em si, mas também pela transmissão de doenças,
competição, hibridização e pelo distúrbio que provocam no ambiente. Dentre as regiões do mundo
consideradas com maior risco de extinção está a América do Sul, com 28 espécies ameaçadas.

Pesquisa mais recentes, de Roldán (2023) mostra que o crescimento da população de cães e gatos pelo mundo,
associado ao potencial de predação dessas espécies, representam uma ameaça não apenas para a vida
silvestre, mas também abre uma porta de entrada para a transmissão de doenças parasitárias, sendo algumas
zoonóticas, como a toxoplasmose, toxocaríase e a contaminação por cestóides. Além das doenças parasitárias,
as infecciosas também são de grande importância, e sabemos atualmente que há potencial de transmissão de
agentes diversos entre humanos, cães e gatos. Recentemente observou-se em gatos a vulnerabilidade à
síndrome respiratória severa aguda provocada pelo coronavírus 2, assim como de animais silvestres. A cadeia
de transmissão entre animais domésticos e silvestres ainda está em estudo neste caso, mas o fato em si expõe
a relevância de controle de animais domésticos não domiciliados e o impacto que estes animais podem
promover na saúde ambiental e humana (MASTUTIK, 2022).

6 - COMO CONTROLAR A POPULAÇÃO DE CÃES E GATOS EM ÁREAS DE RESERVA?

Resposta: Deve-se educar e sensibilizar a população residente e do entorno da Unidade de Conservação UC


para que animais de estimação, em especial cães e gatos, sejam contidos para evitar sua entrada em UC e que
sejam castrados, marcados e identificados por meio de coleira, chip ou outro método de identificação, ficando
sob a guarda responsável. Ressalta-se que não se deve manter, mesmo que provisoriamente, cachorros-
domésticos e gatos abandonados em UC. Também não se deve disponibilizar qualquer tipo de alimento na
sede da UC ou em outras áreas. A manutenção de cães e gatos domésticos por servidores na Unidade, ainda
que presos, também deve ser reprimida.

Referências e literatura sugerida para estudo

FREITAS, C.I.A. Animais Silvestres: Manejo, comportamento e noções básicas de clínica e terapêutica.
UFERSA, 2011, v.1. Disponível em:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/zootecnia/sanidade/livros/ANIMAIS%20SILVESTRES.pdf Aceso em:
30 Jul. 2023.

365
GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA O MANEJO DE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS EM UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO FEDERAIS - ICMBIO 2019 Disponível em:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Guia_de_Manejo_de_EEI_em_UC_v3.pdf . Acesso em: 30 de Jul. 2023.

TEIXEIRA, G.N.R; SILVA, J.A.M.; SOARES, D.F.M. Acumuladores de animais. Cadernos Técnicos de Veterinária
e Zootecnia, nº 83 - dezembro de 2016.

MOORE, R. P et al. Use of Selected Sedatives and Analgesics in Marine Mammals in a Large Public Aquarium.
IAAAM, 41st Annual Conference of the International Association for Aquatic Animal Medicine, Vancouver,
2010.

KATZ, et al. Chemical immobilization protocols in free-ranging South American fur seal (Arctocephalus
australis) and adult female South American sea lion (Otaria byronia). Marine Mammal Science, v. 35, 2018.

CHAVES, A. S. Y. R; ABIMUSSI, C. J. X. Contenção de grandes felinos - revisão de literatura. Alm. Med. Vet.
Zoo, São Paulo, 2015.

366
Addfdghjlb

PILAR 3

3. Proteção e Educação
para Direitos Animais
3.1. Centro de Referência de Animais Vulneráveis – CRAV
3.2. Animais comunitários e de vida livre
3.3. Educação para guarda responsável e conscientização pública
3.4. Vigilância epidemiológica do abandono
3.5. Prevenção e combate aos maus-tratos
3.6. Enfrentamento à acumulação de animais e cuidar de pessoas
3.7. CED – Castração, Esterilização e Devolução
3.8. Resposta a animais em situação de desastres

367
3.1. Centro de Referência de Animais Vulneráveis – CRAV

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Estabelecer um instrumento normativo para diretrizes e protocolos homogêneos para o correto
funcionamento e manutenção de abrigos públicos, mistos e/ou privados em todo território nacional;
2. Propor termo de referência para promoção de cursos formadores de gestores, médico-veterinários e
colaboradores em Medicina de Abrigos.

INTRODUÇÃO
O abandono animal é um problema multifatorial que gera impacto negativo no bem-estar dos animais
e riscos à saúde pública (Oliveira, 2019). Para diminuir o número de animais de rua é necessário realizar um
adequado e complexo manejo populacional de cães e gatos (MPCG), o que inclui a participação do poder
público, das associações protetoras e da população (GARCIA; CALDERÓN; FERREIRA, 2012). A ausência de
programas eficientes para o manejo populacional de cães e gatos (MPCG) aumenta ainda mais essa
problemática. Ter um programa completo que, além de controlar a reprodução animal, possa conscientizar
toda a população sobre a tutela responsável, conseguirá amparar ações para o enfrentamento desse problema
que assola muitos municípios do nosso país (Garcia et al, 2019).
Considerando que abrigos de animais são uma das estratégicas de um programa MPCG,
correspondendo a um local de passagem, em que os animais serão tratados e reabilitados até conseguirem
serem reintroduzidos de forma segura na sociedade por meio da adoção, devem ser estabelecidos os planos
de metas, protocolos claros de gestão, fluxogramas e procedimentos operacionais padronizados, bem como
planejamento com relação à captação e bom uso dos recursos humanos, materiais e financeiros. A escolha do
local de implantação, a seleção dos recursos humanos, o planejamento estrutural, o marketing e as parcerias
são pontos cruciais a serem definidos antes mesmo do abrigo iniciar o seu trabalho de amparo ao primeiro
animal (NEWBURY, et. al., 2010).
A medicina de abrigos é uma área em ascensão no Brasil, de importância sanitária, epidemiológica e
ambiental de grande relevância para a promoção da saúde dos indivíduos e comunidades, além da melhoria
do bem-estar dos animais. Entretanto, no país, as informações de estratégias efetivas do gerenciamento das
doenças e dos protocolos de gestão e de estruturas ainda são baseadas em dados científicos limitados, em
pareceres de especialistas e na clínica coletiva de médicos-veterinários de abrigos (GARCIA, 2019; GALDIOLI
et al., 2020). O conhecimento absoluto da Medicina de Abrigos para gestores, médicos-veterinários,
colaboradores e todos os atores, é de suma importância para que políticas internas sejam aplicadas colhendo
resultados de forma positiva. Os abrigos, sejam eles municipais, mistos, privados e ou de organizações não
governamentais, devem ser interpretados como um sistema complexo (Garcia et al, 2019) que recebe animais
provenientes de inúmeros locais e condições que por muitas vezes requer atenção e que devem passar por
todo cuidado necessário seja pela saúde debilitada ou pelo seu comportamento inadequado, para manter o
nível de bem-estar sempre elevado.
Atuar em abrigos com disciplina focadas em normas pré-estabelecidas com diretrizes e protocolos de
forma homogênea é essencial para assegurar o bom e correto desempenho para a segurança de todos os
gestores e colaboradores e consequentemente de todos os animais em situação de abrigo. Conhecer diretrizes
que favoreçam e assegurem o bem-estar dos animais faz toda a diferença para estabelecer um trabalho
eficiente dentro de cada município.
E por fim, referenciar um termo que contemple cursos para a formação de gestores, médico-
veterinários e colaboradores em Medicina de Abrigos se faz necessário para fortalecer o bom desempenho

368
das políticas internas efetivando que todos os animais em situação de abrigos recebam uma atenção focada
na melhoria da sua saúde física e mental. O conhecimento de todas as áreas atuantes dentro dos abrigos faz
com que todos colham respostas efetivas para eficiência da capacidade de prover cuidados, manutenção na
entrada e saída desses animais e conhecimento do manejo comportamental.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Desenvolvimento de um Instrumento Normativo com diretrizes e protocolos para abrigos públicos de cães
e gatos (Anexo I).
2. Desenvolvimento de um Termo de Referência para Edital para Curso de Formação em Medicina de Abrigos
para gestores, veterinários e colaboradores que atuam em abrigos (Anexo II).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Ter uma gestão eficiente nos abrigos, sejam eles públicos, mistos, privados e ou de organizações não
governamentais, é parte fundamental no sucesso de um Programa de Manejo Populacional Ético de Cães e
Gatos. Assim, os modelos desenvolvidos neste projeto fornecem ferramentas importantes para que a gestão
dos abrigos aconteça de forma eficiente e produtiva, possibilitando que os gestores, e todos os atores, estejam
aptos a realizar as ações relacionadas a manutenção dos animais no coletivo, com as etapas necessárias para
implementar a saúde e o bem-estar dos animais abrigados por meio de prevenção de doenças, e garantindo
a sanidade física e mental de todos os envolvidos.
As diretrizes e protocolos para todos os abrigos trazem uma confiança na estabilidade de políticas
públicas com respostas homogêneas e resultados eficazes para todos os envolvidos, humanos e animais. Saber
como caminhar dentro de um assunto peculiarmente sensível, mas necessário, é colher bons resultados como
os propostos no IN (instrumento normativo). A edição da Instrução Normativa traz diversos benefícios: (1)
estabelece diretrizes específicas para nortear o funcionamento de abrigos públicos de animais, visando
aprimorar sua atuação e garantir padrões mínimos de cuidado animal em todo o país, (2) proporciona um
quadro regulatório claro e abrangente, que facilita a aplicação de normas e regulamentos em nível local,
estadual e federal, (3) estabelece critérios para alojamento, alimentação, manejo sanitário, socialização,
enriquecimento ambiental e adoção responsável ajuda a garantir que os animais recebam tratamento
adequado, reduzindo riscos à saúde, estresse e sofrimento, (4) promove a transparência e a prestação de
contas, (5) auxilia o Médico-veterinário Responsável Técnico em suas atribuições e em contribuir para a
profissionalização dos abrigo e a ciência da Medicina de Abrigos, promovendo a formação de equipes
capacitadas e a adoção de boas práticas de governança e gestão, e, por fim, (6) fortalece a imagem do país no
que diz respeito à proteção e bem-estar animal.
Além disso, promover e fornecer um curso de formação de medicina de abrigos aos profissionais,
gestores e colaboradores atuantes em abrigos de animais trará conhecimentos contemplando várias áreas
para a excelência dos serviços prestados navegando desde a sua atuação na saúde pública, bem como
avaliação da gestão, medidas preventivas, capacidade de prover cuidados, saúde física e mental dos animais
e pessoas atuantes, manejo comportamental e promoção da adoção dos animais abrigados. O curso auxiliará
no gerenciamento da saúde no coletivo, prestando assistência médica de qualidade com o objetivo de garantir
que os animais, individualmente, estejam física e mentalmente saudáveis. Esse curso é apresentado no Termo
de Referência (anexo 2).

369
CONCLUSÃO
A existência de abrigos ainda se faz necessária dentro de um programa sustentável de manejo de
populações de cães e gatos, como um local voltado a reabilitação e reintrodução do animal na sociedade, com
ênfase no recolhimento, cuidados e à proteção da saúde e bem-estar do animal até sua devolução para
sociedade. Essas instituições desempenham um papel fundamental na promoção da saúde, segurança e
dignidade dos animais, bem como na conscientização da população sobre a responsabilidade e o respeito aos
seres vivos. A proposta desse relatório dará subsídios para que todos os envolvidos compreendam e atuem
de forma correta fazendo com que possam aplicar todos os conhecimentos, atuando para melhoria do Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos, na diminuição de animais abandonados e na promoção de maior qualidade
de vida para os animais em situação de abrigos.

REFERÊNCIAS
DIRETRIZES SOBRE PADRÕES DE CUIDADOS EM ABRIGOS DE ANIMAIS (2018). [tradução Fabiana Buassaly
Leistner]. 1 ed. - São Paulo: PremieRpet. Título original: Guidelines for standards of care in animal shelters – 1
ed. - 2010.
GALDIOLI, L.; FERRAZ, C. P.; LIMA, L. C. F.; GARCIA, R. C. M. Medicina de abrigos – desafios e avanços no Brasil.
Revista Clínica Veterinária. v. 144, p. 28-34, 2020.
GARCIA, R. C. M. Introdução à medicina de abrigos. In: GARCIA, R. C. M., CALDERÓN, N., BRANDESPIM, D. F.
Medicina veterinária do coletivo: fundamentos e práticas. São Paulo: Integrativa, p. 274-286, 2019. ISBN: 978-
65-80244-00-3.
GARCIA, R. C. M.; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev Panam Salud
Publica. 2012;32(2):140–4.
OLIVEIRA, H.V.C (2019). Epidemiologia do abandono animal. IN Medicina Veterinária do Coletivo:
fundamentos e práticas. 1ª ed. cap 2. 5.4 p 200-207, cap 5 2.10 p 200-208. Integrativa vet.
NEWBURY, S. et. al. Guidelines for standards of care in animal shelters. (2010) The Association of Shelter
Veterinarians, p. 15-18.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador:
 Lucas Galdioli. Médico-veterinário pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Residência
Multiprofissional em Medicina Veterinária do Coletivo pela UFPR. Mestre e doutorando em Ciências
Veterinárias pela UFPR. Vice-presidente do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC). Gerência
no Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. Organizador e coautor do livro digital Medicina de
Abrigos: Princípios e Diretrizes.

Relatora:
 Ana Lucia Baldan (Lu Baldan). Bióloga e Médica-veterinária. Docência em Bem-Estar Animal pela
World Animal Protection (WPA). Mestra em Ciências pela FFCLRP/USP com ênfase em Etologia Animal.
Doutoranda em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com ênfase em
Medicina Comportamental de Abrigos. É Consultora Técnica do Instituto de Medicina Veterinária do
Coletivo (IMVC).

370
Outros membros:
 Andrea Leão Gil. Médica-veterinária formada pela FMVZ-USP em 1998, especializada em Medicina
Veterinária do Coletivo pela UFPR em 2023. Voluntária de 2 ONGs de proteção animal em GO.
 Loren D’Aprile. Médica veterinária graduada pela UNISA em 2015. Residência em Medicina Veterinária do
Coletivo pela UFPR 2015 - 2017. Especializada em Medicina Veterinária Legal, Homeopatia Veterinária
e Homeopatia Veterinária Avançada. Mestre em Reprodução Animal pela FMVZ/USP 2021.
 Maria do Socorro Peixoto da Silva. Auxiliar de veterinária. Presidente da Associação Santuário Dog & Cat
em São José do Campestre - RN. Administra um abrigo com 70 animais da ONG.
 Thaís Câmara Tavares. Médica-veterinária com especialização em Medicina Veterinária Legal. Membro
da Comissão de Medicina Veterinária Legal do CRMV/CE. Trabalha na Coordenadoria de Proteção dos
Animais do Estado do Ceará - COANI.
 Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Esp. TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana; Coordenadora Defesa
Animal em Três Corações - MG; Membro da CDA-OAB-MG; Associada Fórum Animal, MFA, SVB, AE, WWF.
 Yasmin da Silva Gonçalves da Rocha. Médica-veterinária. Mestra e doutoranda em Ciências Veterinárias
pela UFPR. Embaixadora e Coordenadora de equipes de campo em estimativas populacionais de cães e
gatos do IMVC.

371
ANEXO I - Instrumento Normativo que estabelece diretrizes para o funcionamento de abrigos públicos
para cães e gatos em todo o território nacional

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX, DE XX DE XXXX DE 2023

Estabelece diretrizes para o funcionamento de


abrigos para cães e gatos em todo o território
nacional.

A MINISTRA DE ESTADO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, no uso das atribuições
conferidas pelo Decreto nº 11.349, de 1º de janeiro de 2023, e o disposto na Lei nº xxxxxxx, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes para o funcionamento de abrigos para cães e gatos em todo o território nacional,
na forma desta Instrução Normativa
CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa, considera-se:
I - Abrigos: são estabelecimentos sem finalidade comercial ou lucrativa, que tem o intuito de resgatar
seletivamente animais que estejam em situação de rua por motivos específicos (em situação de
riscos/sofrimento ou por segurança e saúde pública), como uma das estratégias de um programa de
manejo populacional e/ou apreendidos de maus-tratos, assim como oferecer alojamento temporário
e cuidados especializados para recuperá-los e reintroduzi-los na sociedade. Os abrigos podem ser
públicos, privados e mistos.
a) Abrigos públicos: são estabelecimentos de propriedade da Administração Pública, personalizados
como pessoa jurídica de direito público. Não possuem finalidade comercial ou lucrativa e se
enquadram como entidades do primeiro setor.
b) Abrigos mistos: são resultantes de parcerias contratuais entre os abrigos públicos e privados, e que
não possuem finalidade comercial ou lucrativa.
c) Abrigos privados: são os estabelecimentos personalizados como pessoas jurídicas de direito privado,
cuja propriedade são entidades do terceiro setor. Não possuem finalidade comercial ou lucrativa. Aqui
são compreendidas as Organizações Não Governamentais – ONGs, Organizações da Sociedade Civil –
OSC, as OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e as OS – Organização Social.
d) Outras terminologias implicadas como "canil/gatil municipal" são alternativas de nomeação de
"abrigo" para indicar estruturas físicas anexadas às Unidades de Vigilância de Zoonoses, vinculadas ao
Sistema Único de Saúde (SUS), responsáveis pela execução de parte ou da totalidade das atividades,
das ações e das estratégias referentes à vigilância, de forma contínua e sistemática, de populações de
animais potencialmente ou sabidamente de relevância para a saúde pública.
e) Outras terminologias implicadas como "Centro de Acolhimento Transitório de Animais (CATA)",
"Centro de Recolhimento de Animais em Risco (CRAR)", "Centro de Acolhimento Animal (CAA)",
"Centro de Referência de Animais Vulneráveis (CRAV)", "Centro de Bem-estar Animal (CEBEA)", dentre
outras variações, são alternativas de nomeação de "abrigo" para indicar estruturas físicas anexadas
ao Departamento de Proteção e Bem-estar Animal do município, que possuam animais sob seus
cuidados e tutela com o objetivo que se enquadra no termo "abrigo" definido pela presente IN.

CAPÍTULO II -
DAS CONSIDERAÇÕES GERAIS
Art. 3º Os abrigos para cães e gatos devem ser destinados à proteção e cuidado de animais em situação de
abandono, maus-tratos ou vítimas de violência.
Art. 4º Os abrigos devem estar integrados dentro de uma política pública de manejo populacional humanitário
e sustentável de cães e gatos, funcionando como casas de passagem e atuando no resgate seletivo
(respeitando a capacidade de prover cuidados), recuperação, ressocialização e reintrodução na sociedade por
meio dos processos de adoções.

372
Art. 5º Os abrigos devem ser um núcleo de referência em programas de cuidados médicos-veterinários,
controle, bem-estar animal e projetos educativos com foco em educação humanitária e animalista,
aprimorando questões que previnam o abandono e estimulem a tutela responsável.
Art. 6º Os abrigos públicos anexados aos estabelecimentos responsáveis por vigilância de zoonoses
pertencentes ao SUS deverão observar as normas estabelecidas no Manual de Normas Técnicas para
Estruturas Físicas de Unidades de Vigilância de Zoonoses nos limites da Portaria nº 2.087, de 17 de julho de
2018.
Art. 7º Os abrigos devem oferecer condições necessárias para promover o elevado grau de bem-estar animal,
respeitando as necessidades fisiológicas e comportamentais das espécies abrigadas, incluindo instalações,
alimentação, água, cuidados médico-veterinários e higiene adequada.
Art. 8º É proibida a eliminação/extermínio da vida de cães e de gatos, sendo possível a realização de eutanásia
nos casos de males, doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a
saúde humana e a de outros animais, nos limites da Lei nº 14.228, de 20 de outubro de 2021.
Art. 9º Os abrigos públicos devem contar com equipe técnica capacitada e treinada, incluindo médicos-
veterinários, zootecnistas e outros profissionais habilitados.
Art. 10. Os animais acolhidos nos abrigos devem passar por uma avaliação comportamental, clínica e sanitária,
e passar por esterilização permanente por cirurgia (castração), ou por outro procedimento que garanta
eficiência, segurança e bem-estar ao animal, antes de serem adotados.
Art. 11. Os abrigos poderão funcionar como um local temporário de acolhimento dentro de um programa de
captura/recolhimento, vacinação, esterilização (castração) e devolução (CED) de animais encontrados em
áreas públicas, comunitários ou não, e que não representem risco à saúde pública e a outros animais.
Parágrafo único. Os abrigos poderão funcionar como um local temporário de acolhimento para medidas
preventivas e terapêuticas de animais considerados comunitários.
Art. 12. Os abrigos públicos deverão realizar eventos de adoção periodicamente em locais de ampla
visibilidade do público, bem como manterão dias e horários de funcionamento abertos ao público para
visitação e adoção no local, atrelados a um programa sólido e bem estruturado de promoção da tutela
responsável que busque trabalhar as necessidades básicas da espécie e aspectos comportamentais positivos
a fim de promover um alto grau de qualidade de vida a esses animais.
Art. 13. Os abrigos públicos terão vagas prioritárias em programas governamentais oficiais para esterilização
permanente por meio de cirurgia (castração) e adoção de animais.
Art. 14. Os abrigos devem apresentar relatórios periódicos sobre seu funcionamento e condições dos animais
abrigados, permitindo visitas de autoridades competentes para avaliação e fiscalização.

CAPÍTULO III
DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO

Art. 15. Os abrigos devem possuir Responsáveis Técnicos que, quando no exercício de suas funções, devem
assegurar:
I - A avaliação do abrigo por meio do diagnóstico situacional periodicamente;
II - Identificar os pontos críticos que o abrigo apresenta;
III - Avaliação estrutural do abrigo realizando a separação física necessária no ambiente para adequar
o melhor fluxo dos animais; classificar o abrigo em área crítica, semicrítica e não crítica de acordo com o grau
de risco visando a prevenção das doenças e a saúde do trabalhador;
IV - Elaborar instrumentos de boas práticas para capacitação e treinamento dos colaboradores e/ou
voluntários nas diferentes áreas-alvo do trabalho com os animais;
V - Manter registro de todos os animais e um relatório mensal para avaliar a dinâmica populacional
do abrigo (entrada, saída, morbidade e mortalidade); avaliar a capacidade de prover cuidados (CPC) do abrigo;
VI - Garantir que todos os animais abrigados recebam vacinação e vermifugação administrados por
médicos-veterinários e seguindo os preceitos da medicina de abrigos;
VII - Assegurar medidas profiláticas aos animais através da higienização das instalações, elaborando
protocolos operacionais padrão referentes à limpeza e à sanitização;

373
VIII - Orientar sobre alimentação adequada para cada espécie, bem como o armazenamento e a
qualidade dos insumos;
IX - Garantir e monitorar a saúde e o bem-estar dos animais em todas as fases da vida, atentando para
os aspectos nutricionais, ambientais, sanitários, comportamentais e psicológicos;
X - Proporcionar manejo etológico e medidas de enriquecimento ambiental e exercício adequado ao
temperamento, condição física, grau de energia, espécie, raça, idade e tamanho do animal;
XI - Assegurar o monitoramento diário dos animais dos abrigos;
XII – Desenvolver, executar e fiscalizar ações que promovam o manejo reprodutivo dos animais;
XIII - Supervisionar e acompanhar programas de adoção e outros eventos que promovam o bem-estar
dos animais dentro das normas legais;
XIV - Intervir em casos de ocorrência de maus-tratos e violência;
XV - Elaborar plano de contingência para minimização de risco e danos, nos casos de desastres
ambientais;
XVI - Garantir a elaboração, implantação e o cumprimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos;
XVII - Manter os colaboradores envolvidos cientes do risco de acidentes e zoonoses, além da
preocupação com a higiene e profilaxia individual;
XVIII - Desenvolver, apoiar e praticar ações para políticas públicas baseadas em conhecimento técnico-
científico, diante das demandas sociais.

CAPÍTULO IV
DA GESTÃO ORGANIZACIONAL E POLÍTICAS INTERNAS
Art. 16. Abrigos de animais devem ter uma gestão efetiva com base em um planejamento estratégico.
Art. 17. Os abrigos públicos deverão seguir os objetivos, metas e estratégias, permitindo o estabelecimento
de protocolos, serviços e programas.
Art. 18. Os abrigos deverão definir e atuar dentro da sua capacidade de prover cuidados (CPC), ou seja, a
capacidade máxima da instituição para fornecimento de cuidados apropriados, visando o bem-estar dos
animais e das pessoas atuantes no abrigo, permitindo um atendimento de excelência em ambiente
humanizado.
I – Os abrigos devem monitorar a população de animais dentro do abrigo de forma rotineira e
sistemática, determinando planos de ação para verificar a atuação dentro da sua capacidade ideal,
permitindo rápida intervenção em situações que excedam essa capacidade e garantindo o elevado
grau de bem-estar dos animais;
II – Os abrigos devem avaliar o fluxo dentro do abrigo periodicamente através da determinação do
tempo que o animal permanece em cada setor (quarentena, isolamento, modulação comportamental,
entre outros) até ser direcionado para adoção, devendo haver identificação dos impedimentos que
venham a ocorrer durante o percurso, para que assim planos de ação possam ser traçados para reduzir
ao máximo o tempo de permanência dos animais no abrigo;
III – Os abrigos devem determinar a quantidade de colaboradores necessários para atender
adequadamente a quantidade de animais abrigados, considerando o tempo disponível adequado para
cada equipe desempenhar o seu trabalho dentro do abrigo.

CAPÍTULO V
DA ESTRUTURA FÍSICA ADEQUADA
Art. 19. Para a implementação e criação do abrigo há a necessidade de um projeto arquitetônico específico,
que se adeque às leis e normas e que cumpra as requisições necessárias para promover e manter um alto grau
de bem-estar aos animais abrigados. A estrutura física adequada deve atender à rotina do abrigo e
proporcionar às necessidades dos animais (saúde comportamental, biológica, psicológica e social) e a
seguridade das pessoas e do público.
Art. 20. O projeto da estrutura do abrigo deve adotar acomodações bem projetadas para permitir padrões
aprimorados de manejo, bem como um melhor ambiente de trabalho para os colaboradores.

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I - Deve-se atentar da necessidade de ter um projeto arquitetônico acompanhado por um Responsável
Técnico para garantir o atendimento das necessidades específicas desse espaço;
II - Deve-se atentar aos fluxos dos animais, dos visitantes, dos serviços e do fluxo administrativo para
prevenir contaminações;
II - Deve-se atentar aos materiais no projeto para que sejam adequados para o tipo de construção,
atendendo adequadamente a segurança, bem-estar e saúde dos animais e usuários (colaboradores e
visitantes), garantindo adequada durabilidade e manutenção, e a aspectos de contenção acústica.
Art. 21. O local para instalação e construção do abrigo deve ser levado em consideração: o entorno, a
implantação do edifício, o solo e a condição topográfica, o clima do local, a orientação solar, e o programa de
necessidades do abrigo.
Parágrafo único. O local escolhido para a construção do abrigo não deve estar próximo de escolas, hospitais
ou indústrias de alimentos, fontes de poluição sonora, e deve estar em áreas de fácil mobilidade e acesso,
abastecido de energia elétrica, água e instalações telefônicas, dispor de rede de esgoto apropriada, ou outra
forma de destino tecnicamente viável, evitando-se a contaminação ambiental, áreas de menor densidade
populacional, distante de mananciais e fora de áreas de risco e possuir rota de fuga clara e plano de
salvamento dos animais e colaboradores em caso de situações adversas que ofereçam risco à vida.
Art. 22. A localização do abrigo deve estar em conformidade com o zoneamento municipal, bem como
obedecer às legislações municipal, estadual e federal que norteiam a construção de edificações, de uso e
ocupação do solo, de proteção de mananciais, verificando-se se a criação de animais é permitida no local,
documentações específicas da Fundação Nacional da Saúde do Ministério da Saúde e as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O abrigo só poderá funcionar com alvará da vigilância sanitária
atestando que o local é apropriado.
Art. 23. O tamanho da instalação e a quantidade de animais abrigados devem ser avaliados a partir de
planejamentos prévios, e com base em levantamentos epidemiológicos, censos ou outros métodos de
estimativas populacionais disponíveis no município; bem como aspectos relacionados à (ao): entrada e saída
dos animais, tempo médio de permanência, áreas de quarentena e isolamento médico, áreas administrativas,
áreas médicas, áreas para avaliação comportamental e recreação dos animais, áreas de serviços gerais e áreas
para os funcionários, voluntários e para a comunidade.
Art. 24. As instalações dos animais devem assegurar um espaço adequado suficiente para permitir
movimentos básicos, de modo que possam circular livre e comodamente pelo recinto, de acordo com o
tamanho do animal e suas necessidades como indivíduo e espécie. Devem conter todos os recursos
necessários para os animais, ou seja, suprir as necessidades básicas e permitir que o animal desenvolva seu
repertório comportamental pertinente à sua fase de desenvolvimento, estimulando-o positivamente, com
desafios que previnam a ansiedade, frustração e o estresse crônico, mantendo bons níveis de bem-estar e,
consequentemente, não comprometer os índices de seu desempenho físico/mental.
§ 1º Para o alojamento de cães o tamanho necessário é variável de acordo com o tamanho de cada
animal e quantidade dos animais. Recomenda-se ter pelo menos 5 m2 de área para cada cão de até 20 kg de
peso corporal e 2,5 m2 adicionais para cada cão de até 20 kg introduzido a mais no recinto; para cães acima
de 20 kg, a recomendação é de 10 m2 por animal e 5 m2 adicionais para cada cão acima de 20 kg introduzido
no recinto.
I - Todo alojamento deve ter uma área externa de solário, anexa ao alojamento interno, que é
descoberta ou parcialmente coberta, possibilitando o contato do animal com o sol e o seu estímulo visual e
sensorial, podendo ser também uma área destinada à realização da eliminação (micção e defecação). Sugere-
se que o dimensionamento mínimo dessa área seja de 2,5 m2 por cão;
II - Deve-se ter áreas de lazer e áreas de socialização que sejam coletivas para os cães, anexas aos
alojamentos e ao solário. Recomenda-se um mínimo de 4 m2 por cão;

375
III - Recomenda-se que as instalações para cães tenham acessos bilaterais ou compartimentalizados,
ou seja, sejam de compartimento duplo, divididas no meio por uma porta de transferência (como por exemplo
a porta tipo guilhotina), que permite a separação das áreas de descanso e eliminação e, também, permite aos
colaboradores a capacidade de prestar cuidados diários seguros, eficientes e confere os benefícios adicionais
da redução dos riscos de transmissão de doenças tanto para o cão individual quanto para a população. Deve-
se evitar instalações longas e estreitas;
IV - Para alojamentos em grupos (baias coletivas) de cães recomenda-se manter pequenos grupos de
dois até seis animais. É obrigatoriamente necessário que seja realizada uma rigorosa seleção e
monitoramento, sendo inaceitável abrigar animais aleatoriamente apenas por falta de espaço ou por terem
sido resgatados ao mesmo tempo. As considerações relativas à seleção incluem:
(a) Separação por idade
(b) Avaliação comportamental antes do agrupamento
(c) Prevenção de doenças infecciosas através de triagem, vacinação e controle de parasitas.
(d) A introdução de um cão a outro alojamento deve ser feita de forma segura e gradual.
§ 2º Para o alojamento de gatos o tamanho necessário é variável de acordo com o tamanho de cada
animal e quantidade dos animais, mas recomenda-se ter pelo menos 0,75 m2 a 1 m2 de área para cada gato.
I – No caso de uso de gaiolas, recomenda-se fortemente que sejam de compartimentos duplos, ou
seja, compartimentalizadas por meio de portais, para que haja uma separação entre as áreas de alimentação
e repouso da área de eliminação (micção e defecação). O uso de gaiolas compartimentalizadas é útil, também,
para manter os gatos recém alocados em observação (quarentena), aqueles doentes (isolamento) ou
machucados e os animais que não aceitam o convívio com outros;
II - A qualidade do espaço é extremamente importante, sendo necessário ter um espaço
tridimensional, incluindo um lugar para se esconder, uma área de descanso elevada, áreas de alimentação e
eliminação (micção e defecação) separadas o mais amplamente possível, camas confortáveis e uma superfície
para arranhar;
III - Recomenda-se que os corredores internos entre as instalações sejam suficientemente largas para
que os aerossóis das secreções por meio de tosses e espirros não alcancem as outras instalações,
principalmente em áreas de quarentena e isolamento em abrigos que geralmente utilizam o sistema de gaiolas
uma em frente à outra, sendo recomendado uma distância mínima absoluta de 1,2 metros;
IV - É fundamental que os gatos não sejam alojados junto aos cães, sendo necessário planejar ter pelo
menos duas portas separando as áreas de alojamento dos gatos de outras áreas barulhentas, incluindo os
alojamentos dos cães, e fornecer paredes de isolamento acústico ao redor das áreas dos gatos para evitar a
presença dos ruídos dos cães;
V - Nos alojamentos em grupos para gatos é recomendado pelo menos 1,7-1,8 m2 de espaço de piso
por gato, sendo que precisam da oportunidade de manter uma distância de 1-3 metros entre si de outros
gatos. É recomendado manter grupos entre 2 e 4 gatos por instalação, sendo que instalações menores são
mais preferíveis em comparação com instalações de grupo maiores a fim de evitar o reagrupamento frequente
e permitir esvaziamento e desinfecção periódica completa das instalações em grupo. O limite máximo
recomendado para agrupar gatos em grupo é entre 6 e 8 animais por gatil, formado por animais que convivam
de forma socialmente positiva.
VI - Os alojamentos dos gatos devem ter uma área de solário que disponha de uma área segura à prova
de fuga adequada, que permita a entrada de luz solar e a observação do ambiente externo, seja uma sala
adjacente fechada enriquecida ou outro recinto seguro.
Art. 25. As instalações sanitárias devem ser adequadas e em número suficiente para atender às necessidades
dos colaboradores e dos animais abrigados.
Art. 26. Os lavatórios devem possuir dispensadores de sabonete líquido, papeleiras com papel toalha não
reciclado e lixeiras com tampa acionada por pedal e saco plástico.
Art. 27. Os ralos das instalações sanitárias devem ser sifonados e possuir dimensões adequadas para garantir
o escoamento eficiente das águas de lavagem. Devem ser individuais e do tipo escamoteado com a abertura
da área de drenagem em tamanho adequado para evitar lesões e/ou acidentes nos animais.
Art. 28. Os abrigos deverão apresentar a seguinte estrutura mínima:

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I - Recepção/escritório: Local destinado ao cadastro, chegada e saída de animais, com exposição do
certificado de regularidade e indicação do Responsável Técnico;
II - Sala de interação humano-animal: destina-se ao contato do futuro adotante com o animal
previamente escolhido, oportunidade de transmitir mensagens importantes da equipe para os adotantes em
um ambiente calmo onde são mais propensos a acolher a informação. A sala de interação tem um grande
efeito na hora da adoção desses animais, proporcionando contato físico e um reconhecimento mútuo. Pode
ser uma área cercada e descoberta para os cães e uma sala fechada e/ou telada para os gatos. Essa área
também deve ser para membros do público que desejam passar mais tempo com um animal fora do ambiente
da sua instalação primária.
III - Quarentena: área destinada à observação temporária dos animais recém-chegados e que não
aparentam nenhuma doença transmissível, que serão mantidos em observação. O local deve contar com baias
individuais e cobertas, com garantia de uma boa ventilação e baixa intensidade de ruídos; o piso deve ser
impermeável, antiderrapante e com os cantos arredondados, permitindo melhor limpeza; e as paredes
azulejadas/impermeáveis;
IV - Isolamento: refere-se à separação física dos animais infectados do restante da população, tanto
para receber tratamento específico quanto para proteger os demais animais. O local deve contar com baias
individuais e cobertas, com garantia de uma boa ventilação e baixa intensidade de ruídos; o piso deve ser
impermeável, antiderrapante e com os cantos arredondados, permitindo melhor limpeza; e as paredes
azulejadas/impermeáveis. As instalações das áreas de isolamento devem ser separadas estritamente da área
de quarentena e de outras instalações, de preferência em um prédio/bloco separado para ter uma circulação
de ar separada do resto da instalação e prever acesso restrito aos funcionários;
V - Instalações dos animais e solário: As instalações dos animais devem assegurar um espaço adequado
respeitando as necessidades de cada espécie abrigada conforme artigos supracitados. As baias devem possuir
estrutura interna coberta, preferencialmente em alvenaria. O solário deve ser uma área externa obrigatória e
anexa à baia, sem cobertura ou parcialmente coberta, possibilitando o contato do animal com o sol e o seu
estímulo visual e sensorial, podendo ser também uma área destinada à realização da eliminação (micção e
defecação).
Recomendações gerais sobre a estrutura física das instalações dos animais:
a) As paredes devem ter superfície sólida e seladas com tintas especiais que possam ser lavadas
adequadamente. Não deve ter aberturas ou áreas rachadas e recomenda-se que os cantos e toda a
extensão sejam arredondados. Podem ser também vidro, sistemas de revestimento de paredes, bloco
de concreto polido, azulejos. É inaceitável o uso de madeira, papel de parede pintado, PVC, bloco de
concreto padrão, caso esse não esteja revestido. A altura das paredes pode variar de acordo com o
tipo de instalação, sendo recomendado geralmente de 2,5 a 2,7 metros, e devem ter superfície
impermeável até no mínimo 1,2m de altura;
b) Os pisos devem ser resistentes/duráveis, impermeáveis, superfície lisa/não porosa (cerâmica, por
exemplo), antiderrapantes, de fácil limpeza e cantos com bordas arredondadas. Devem ter uma leve
inclinação para as áreas de drenagem e permitir o escoamento de água e resíduos em direção ao ralo,
que deve ser individual e do tipo escamoteado. A abertura da área de drenagem não deve ser inferior
a 20 cm de diâmetro e devem ser cobertas para evitar lesões nas patas dos animais;
c) Os tetos podem ter forros de gesso pintado, preferencialmente com isolamento acústico (gatos), ou
terem suas estruturas aparentes, com uso de telhas cerâmicas/ barro ou telhas termoacústicas
(gatos);
d) A ventilação deve ser mantida em uma velocidade alta o suficiente para fornecer ar limpo (puro)
em todas as áreas do abrigo, inclusive dentro dos recintos primários. Todos os sistemas de ventilação
devem ser submetidos a devida manutenção e a qualidade do ar deve ser monitorada na altura do
animal. Entre 10 e 20 trocas de ar ambiente por hora com ar fresco (puro) constituem a recomendação
padrão para a ventilação adequada de instalações de animais;
e) A temperatura deve ser mantida acima de 15,5 °C e abaixo de 26,6 °C, e a umidade relativa deve
variar de 30 a 70%.

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f) A iluminação nos recintos deve ser posicionada de tal modo que cada animal consiga evitar a
exposição a quantidades excessivas de luz ou escuridão. Níveis adequados de escuridão são tão
importantes quanto níveis adequados de luz. Tanto a iluminação como a ausência dela devem ser
proporcionadas, para que elas mantenham os ritmos (circadianos) naturais de sono e vigília.
VI - Área de lazer: Deve ser construído espaços para atividades físicas e interações intra e interespécies
com enriquecimentos ambientais para que os animais possam exercitarem e realizar comportamentos
naturais, respeitando as necessidades de cada espécie abrigada;
VII - Depósito de alimentos: Os alimentos devem ser estocados em sala coberta e fechada, com boa
ventilação e iluminação, janelas teladas e porta mantida fechada. Os pacotes de ração devem ser armazenados
em estrados ou bancadas. Devem ser respeitadas as premissas adequadas para a área interna e externa do
local de armazenamento e depósito de alimentos dos animais. Faz-se necessário a observação constante do
local de armazenamento de alimentos a fim de detectar/identificar possíveis roedores e outros animais;
VIII - Ambulatórios/Enfermarias: As enfermarias e/ou ambulatórios veterinários são as dependências
destinadas ao atendimento dos animais pertencentes exclusivamente ao estabelecimento para exame clínico,
realização de procedimentos ambulatoriais e vacinação, sendo vedada a realização de anestesia geral e/ou de
procedimentos cirúrgicos e a internação. Deve ser seguido a Resolução do CFMV no 1.275, de 25 de junho de
2019, e possuir: arquivo médico físico e/ou informatizado; sala de atendimento com unidade de refrigeração
exclusiva de vacinas, antígenos, medicamentos de uso veterinário e outros materiais biológicos; mesa
impermeável para atendimento; pia de higienização; armário próprio para equipamentos e medicamentos; e
balança para pesagem dos animais.
a) É importante ter um ambulatório/enfermaria para os animais saudáveis, um para quarentena (sala
de triagem) e outro para o isolamento.
b) Sugere-se ter uma área de reabilitação física e psicológica que deve ser projetado para oferecer
cuidados abrangentes e especializados, visando à recuperação tanto física quanto emocional desses
animais.
IX - Sala de banho e tosa: A sala de banho deve ser provida de tanques de banho (com previsão de
água aquecida), com superfícies duráveis e resistentes a riscos (arranhões), e de fácil drenagem, que
idealmente não devem permitir o acúmulo de água e resíduos. Deve haver uma superfície antiderrapante no
chão, em frente a área de lavagem para garantir a segurança dos funcionários. Para a área de tosa devem ser
previstas mesas de preparação e secagem seguras, com tampos que contenham superfícies antiderrapantes
de fácil limpeza e com os devidos equipamentos para a secagem. Podem ser previstos equipamentos como
girafas e outros sistemas de contenção para garantir a segurança dos animais durante o procedimento, além
de armários para guardar toalhas, produtos e materiais de higiene. Todas as superfícies e os revestimentos
devem ser de fácil higienização, permitindo limpeza e desinfecção de forma eficaz. Tanto as paredes como o
piso devem ser lisos, resistentes à umidade e a desinfetantes e outros produtos de limpeza.
X - Lavanderia: Deve ser disponibilizada uma área específica para a lavagem e higienização de roupas
e acessórios dos animais, equipada com máquina de lavar, tanque e espaço para secagem;
XI - Almoxarifado: Destinado ao armazenamento de produtos de limpeza, materiais de higiene e
outros insumos necessários ao funcionamento do abrigo. Deve ser organizado, de fácil acesso e contar com
prateleiras ou armários, e ter um tamanho apropriado de acordo com a necessidade e o tamanho do abrigo;
XII - Setor de descarte de resíduos: Deve ser designado um local adequado para o descarte correto de
resíduos, seguindo as normas ambientais vigentes, em especial a Lei Federal n° 12.305/10, a RDC ANVISA n°
222 de 28/03/2018 e a Resolução CONAMA n° 358 de 29/04/2005. Normas Estaduais e Municipais sobre o
tema também devem ser conhecidas e atendidas. É importante que este setor seja separado das demais áreas
do abrigo, garantindo a higiene e segurança dos funcionários e animais; e deve ser localizado em uma área
estratégica de fácil acesso aos veículos coletores, e, em caso de sala específica de eutanásia dos animais, não
ser distante desse local também.

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XIII - Cozinha: Espaço destinado ao preparo dos alimentos dos animais abrigados, com bancadas, pia,
fogão e geladeira. Deve ser mantida limpa e organizada, seguindo as normas sanitárias. Deverá haver um local
separado e apropriado para que os funcionários/colaboradores possam realizar suas refeições, sendo
terminantemente proibido compartilhar itens de cozinha, alimentos, eletrodomésticos, e acessórios voltados
ao uso dos animais para fins que não os de prover alimentação adequada e saudável aos mesmos;
XIV - Sanitários: Deve ser disponibilizado pelo menos um banheiro para uso dos colaboradores, em
conformidade com as exigências de higiene e segurança. Devem ser providos de vaso sanitário com tampa,
lixeira com tampa de acionamento a pedal, lavatório com saboneteira para sabão líquido, além de papel toalha
para a secagem das mãos ou secador de mãos automático. Estes locais também deverão ser equipados com
chuveiros para os colaboradores, que deverão estar fisicamente isolados das áreas do sanitário e pia. A
quantificação de sanitários e os seus dimensionamentos devem obedecer aos critérios pertinentes
estabelecidos pelo Código de Obras, conforme o fluxo de pessoas previsto para o abrigo. Além disso, é
fundamental se atentar às denominações da NBR 9050 acerca da acessibilidade para o projeto de sanitários,
banheiros e vestiários, incluindo a previsão de sinalização apropriada (placas, sinalização de piso etc),
conforme normas vigentes, inclusive com a devida sinalização de emergência;
XV - Sala de descanso dos colaboradores: Espaço destinado ao descanso dos colaboradores, com
cadeiras ou sofás, mesa e outros itens necessários para o bem-estar e conforto durante os intervalos de
trabalho. Prever neste, também, local para esquentar as alimentações, mesas e cadeiras para as refeições;
prever bancada em inox com cuba, instalação para fogão e geladeira. Os refeitórios devem ser dimensionados
de acordo com o número de usuários, obedecendo às orientações da ABNT e devem ter pisos e paredes lisos,
resistentes, laváveis e de fácil higienização.
XVI - Sala de auditório: Ambiente destinado para reuniões, treinamentos, capacitações dos
colaboradores e planejamento de estratégias das atividades. Prover mesa com cadeiras e local para exposição
de materiais audiovisuais.
XVII – Setor cirúrgico e áreas adjacentes: em abrigos que realizarem atendimentos cirúrgicos, será
necessário seguir as exigências da Resolução no 1.275, de 25 de junho de 2019 do Conselho Federal de
Medicina Veterinária. Esse ambiente é destinado às cirurgias dos animais alojados nos abrigos ou ao público
externo. Este local deve ser dividido em vestiários; ambiente para preparo do paciente contendo mesa
impermeável; ambiente de recuperação do paciente; ambiente de antissepsia e paramentação
imediatamente adjacente à sala de cirurgia, com pia e dispositivo dispensador de detergente e torneiras
acionáveis por fotossensor, ou através do cotovelo, joelho ou pé; sala de lavagem e esterilização de materiais
contendo equipamentos para lavagem, secagem e esterilização de materiais por autoclavagem, com as
devidas barreiras físicas; sala de cirurgia.

CAPÍTULO VI
DA SAÚDE E BEM-ESTAR ANIMAL

Art. 29. O abrigo deve implementar um programa de saúde e bem-estar animal, coordenado pelo Médico-
veterinário Responsável Técnico, visando garantir a saúde, o bem-estar físico e comportamental e todos os
cuidados adequados dos animais abrigados.
Art. 30. O programa deve abranger as seguintes medidas:
I - Vacinação: Todos os animais do abrigo, na admissão, devem receber as vacinas obrigatórias por
legislação e as essenciais recomendadas de acordo com as diretrizes estabelecidas pelas autoridades sanitárias
e aplicadas à medicina de abrigos. O médico-veterinário Responsável Técnico deverá avaliar quais vacinas
serão recomendadas para o abrigo, de acordo com as diretrizes, com os princípios da Medicina de Abrigos,
com a prevalência geográfica das doenças, a legislação vigente, o tipo de tecnologia empregada e a
disponibilidade comercial das vacinas no país.
a) Todos os animais que são admitidos no abrigo, sem garantia de vacinação prévia, devem ser
vacinados na admissão - antes de serem liberados da quarentena - com:
1. Cães: cinomose (CDV), parvovirose (CPV-2), hepatite (CAV-2), parainfluenza (CPiV), Leptospirose (L.
interrogans sorovares canicola e icterohaemorrhagiae), B. bronchiseptica e raiva.

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2. Gatos: parvovirus (FPV), calicivirus (FCV), herpesvírus (FHV-1), Leucemia viral felina (FeLV) (para
filhotes até 1 ano de idade e animais negativos) e raiva.
II - Controle de parasitas: Deve ser realizado um controle efetivo de parasitas internos (vermes) e
externos (pulgas, carrapatos, etc.) nos animais abrigados na admissão. O Médico-veterinário Responsável
Técnico deve estabelecer um protocolo de desverminação e aplicação de produtos antiparasitários,
considerando a idade, peso e condição de saúde de cada animal;
III - Exames de saúde: Recomenda-se a realização de exames de rotina nos animais, como exames de
sangue, fezes e urina, a fim de detectar precocemente possíveis doenças e garantir diagnóstico e tratamento
adequados. O Médico-veterinário Responsável Técnico deve estabelecer um cronograma de exames de saúde
e monitorar regularmente o estado de saúde dos animais;
IV - Atendimento veterinário: O abrigo deve disponibilizar de atendimento médico-veterinário regular
para os animais, abrangendo casos de rotina e emergenciais, seja pela contratação de profissional ou por
convênios com estabelecimentos veterinários que oferecem esses serviços. O Médico-veterinário Responsável
Técnico deve estar disponível para consultas, procedimentos médicos e cirúrgicos, bem como fornecer
orientações aos colaboradores do abrigo sobre os cuidados de saúde a serem prestados aos animais;
V - Bem-estar animal: É fundamental o conhecimento da ciência do Bem-estar Animal, onde as
necessidades dos animais devem ser respeitadas. Deve-se verificar que esses animais abrigados estejam livres
de fome e sede, livres de desconforto, livres de dor, doença e injúria, livres de medo e estresse, livres de
doenças e livre para manifestar o comportamento natural, além da aplicação de estímulos positivos. Isso inclui
oferecer alimentação adequada para a espécie e balanceada para as necessidades do animal, garantir acesso
a água limpa e fresca em quantidade suficiente a suprir a necessidade hídrica dos animais abrigados, oferecer
vacinas, medicamentos e tratamentos médicos-veterinários, bem como medidas de prevenção de doenças e
agravos, oferecer abrigos confortáveis e protegidos das intempéries, e permitir exercícios e socialização dos
animais, de acordo com suas necessidades individuais. O Médico-veterinário Responsável Técnico deve
orientar e capacitar os colaboradores do abrigo quanto ao conhecimento mínimo das boas práticas de bem-
estar animal. Deve ter conhecimento das diretrizes sobre padrões de cuidado em abrigos que assegura o bem-
estar dos animais: todos os colaboradores que interajam com os animais em seu manejo devem conhecer os
animais do abrigo, proporcionar um ambiente interativo, interagir mais tempo com esses animais, apoiar a
tornar a rotina previsível, aumentar a chance desses animais explorarem ambientes diferentes de forma
segura e promover interações positivas como a socialização.
VI - Análise comportamental: Todo abrigo deverá ter um Programa de Manejo Etológico (PME) incluído
em suas atividades. Esse programa incluirá capacitação dos colaboradores e médicos-veterinários com
protocolos, para cães, de interação humano-cão, treinamento e enriquecimento ambiental e, para gatos, de
interação e enriquecimento ambiental. A capacitação em abrigos proporcionará conhecimentos para efetuar
modulação comportamental, ressocialização e socialização, para que os animais possam ter mais chances de
terem uma adoção efetiva. Ainda dentro da capacitação em manejo etológico os colaboradores serão
preparados para o aconselhamento e o acompanhamento pós adoção, proporcionando uma segurança maior
para o abrigo, diminuindo as taxas de devolução e ainda prevenindo casos de maus-tratos e abandono. O
programa de manejo etológico deverá ser permanente e reaplicado sempre que entrarem novos animais e ou
colaboradores nos abrigos.

CAPÍTULO VII
DOS REGISTROS E DOCUMENTAÇÃO:

Art. 31. O abrigo é responsável por manter registros e documentação atualizados de todas as atividades
relacionadas à rotina e aos aspectos sanitários.
§ 1º Os registros devem abranger, mas não se limitar a:
I - Registro individual dos animais: deve ser mantido um registro detalhado de cada animal abrigado
na admissão, contendo informações como dados de identificação, número do microchip, fotos, histórico de
vacinação, tratamentos médicos e comportamentais realizados, datas de vermifugação, exames de saúde,
entre outros dados relevantes;

380
II - Registro de alimentação: deve ser mantido um registro diário da alimentação fornecida a cada
animal, incluindo a quantidade e o tipo de alimento oferecido;
III - Registro de limpeza e higienização: devem ser registradas as atividades de limpeza e higienização
das instalações do canil, incluindo a frequência, os produtos utilizados e as áreas limpas. Esses registros servem
como comprovação da adequada higienização do ambiente e podem ser solicitados por autoridades sanitárias;
IV - Registro de medicamentos e tratamentos: deve ser mantido um registro dos medicamentos
administrados aos animais, bem como dos tratamentos realizados, incluindo doses, datas e responsáveis pela
administração;
V - Registro de visitas veterinárias: devem ser registradas todas as visitas e atendimentos médicos-
veterinários realizados no abrigo, incluindo consultas, procedimentos médicos-veterinário, cirurgias e
orientações fornecidas pelo Médico-veterinário Responsável Técnico;
VI - Registro de adoções e destinação dos animais: deve ser mantido um registro das adoções
realizadas, com informações sobre os novos tutores e os animais adotados. Além disso, deve ser registrado o
destino dos animais que não forem adotados, como transferências para outros abrigos, encaminhamento para
programas de adoção responsável ou outras medidas adequadas;
VII - Registro de óbito: devem ser registrados todos os óbitos, inclusive eutanásias devidamente
justificadas pelo Médico-veterinário Responsável Técnico ou pelo profissional que as realizaram.

§ 2º Os registros e documentações devem ser mantidos de forma organizada e atualizada, estando


disponíveis para consulta pública quando necessário. Eles são essenciais para o controle e a transparência das
atividades do abrigo, além de auxiliar no monitoramento da saúde e do bem-estar dos animais abrigados.

Art. 32. Os abrigos públicos deverão cadastrar e alimentar mensalmente a sua dinâmica populacional em um
banco de dados, contribuindo com uma base de estatística nacional para o desenvolvimento de políticas
públicas que possam reduzir o abandono de animais de estimação e promover a adoção.

CAPÍTULO VIII
DOS COLABORADORES

Art. 33. Contratação: Recomenda-se que os colaboradores responsáveis pelo tratamento dos animais no
abrigo sejam contratados especificamente para essa função, a fim de evitar a rotatividade e promover a
continuidade dos cuidados.
Art. 34. Capacitação: Os colaboradores do abrigo devem receber treinamento e capacitação adequados sobre
os princípios e diretrizes da medicina de abrigos. O Médico Veterinário Responsável Técnico deve promover
programas de capacitação e fornecer orientações claras sobre as responsabilidades de cada membro da
equipe.
Parágrafo único. Capacitação dos colaboradores quanto aos riscos de acidentes e zoonoses, além da
preocupação com a higiene e profilaxia individual: Os colaboradores e voluntários devem passar por formação
inicial básica sobre as principais zoonoses e doenças espécie-específicas, bem como por atualizações
periódicas ou novos aprendizados necessários a manter a segurança e conhecimento de todos os envolvidos
no manejo do abrigo. As mesmas deverão ser feitas pelo Médico-veterinário Responsável Técnico e este
também deve manter um manual de boas práticas que incluam tópicos relevantes deste tema incluindo as
particularidades locais ou regionais justificadas epidemiologicamente. Além disso, todos devem ser
capacitados em manejo etológico dos animais, para facilitar não só a rotina diária, mas evitar brigas, acidentes
e fugas dos animais.
Art. 35. Equipamentos de proteção individual (EPIs): Para garantir a segurança dos colaboradores, EPIs, como
luvas e botas de proteção, devem estar disponíveis para uso durante as atividades do abrigo. Os funcionários
devem receber orientações sobre a correta utilização e manutenção dos EPIs, além de serem incentivados a
adotar boas práticas de higiene pessoal, como a lavagem das mãos. O uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs) deve ser supervisionado e avaliado pelo Médico-veterinário Responsável Técnico
promovendo segurança no uso.

381
Art. 36. Promoção da saúde e bem-estar dos colaboradores: Deve ocorrer a promoção da saúde e o bem-estar
dos colaboradores do abrigo, por meio de programas de saúde ocupacional, com check-ups médicos regulares,
vacinação adequada e acesso a serviços de assistência médica quando necessário, condições de trabalho
seguras, como instalações adequadas, prevenção de acidentes e acesso a treinamentos de primeiros socorros.

CAPÍTULO IX
DAS MEDIDAS GERAIS DE SEGURANÇA

Art. 37. O abrigo deve adotar medidas gerais de segurança para proteger tanto os animais quanto os
colaboradores e visitantes. Isso inclui, mas não se limita a:
I - Identificação adequada dos animais com etiquetas, coleiras e/ou microchips, contendo informações
de identificação e contato do abrigo;
II - Manutenção regular das instalações para evitar danos estruturais e minimizar riscos de acidentes;
III - Estabelecimento de procedimentos de emergência e planos de evacuação em caso de incêndios,
inundações ou outras situações de risco;
IV - Implantação de sistemas de segurança, como câmeras de monitoramento (CiTV) e alarmes, para
prevenir o acesso de pessoas não autorizadas e monitorar as atividades no canil;
V- O abrigo deve ter vigilantes 24 horas por dia, e caso aconteça alguma ocorrência durante seu turno,
deve ser treinado a acionar a equipe médico veterinária e, se a ocorrência for de ordem emergencial no que
compete à saúde e segurança dos colaboradores, deve acionar as autoridades competentes.
VI - Deve haver orientação aos visitantes, de forma verbal e escrita, também com comunicação clara
para pessoas com deficiência, a fim de que as regras de segurança e restrição de acesso às áreas privativas do
abrigo e demais orientações, sejam corretamente compreendidas.

CAPÍTULO X
DA EUTANÁSIA

Art. 38 A eutanásia deve ser realizada pelo médico-veterinário na supervisão e/ou execução quando a saúde
e o bem-estar do animal estiverem comprometidas de forma irreversível, visando eliminar a dor e o sofrimento
que não podem ser controlados por outros tratamentos.
Art. 39. A eutanásia também pode ser indicada quando o animal representar uma ameaça à saúde pública, de
acordo com as normas vigentes.
Art. 40. Os procedimentos e métodos devem seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução do CFMV n°
1.000 de 11 de maio de 2012 e, no caso de atualização desta resolução, seguir sempre as recomendações do
CFMV.
Art. 41. É essencial que todos que são responsáveis por realizar a eutanásia dentro do abrigo recebam
treinamento sobre todas as fases do processo, sobre legislação, ética, além de apoio psicológico constante, a
fim de se evitar a "fadiga da compaixão" e a "síndrome do esgotamento" e outras doenças e desordens de
saúde mental, que causam tanto prejuízo às pessoas e aos animais que dependem delas.
Art. 42. Em casos de morte de animais no estabelecimento, é necessário informar imediatamente o
responsável técnico para avaliar a necessidade de necropsia ou outros exames.
Art. 43. Os cadáveres dos cães e gatos devem ser destinados adequadamente, de acordo com as resoluções
do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 358/2005 e RDC da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA 306/2004, bem como pelas legislações locais, estaduais e municipais.
Art. 44. Esta instrução normativa entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

382
A existência de abrigos ainda se faz necessária dentro de um programa sustentável de manejo de
populações de cães e gatos, como um local voltado a reabilitação e reintrodução do animal na sociedade, com
ênfase no recolhimento, cuidados e à proteção da saúde e bem-estar do animal até sua devolução para
sociedade. Essas instituições desempenham um papel fundamental na promoção da saúde, segurança e
dignidade dos animais, bem como na conscientização da população sobre a responsabilidade e o respeito aos
seres vivos.
No entanto, é evidente que a gestão e operação desses abrigos podem variar consideravelmente e
que a falta de diretrizes claras pode resultar em disparidades na qualidade do cuidado e gerar impactos
diretamente na saúde, no bem-estar dos animais, no bem-estar dos colaboradores, nas taxas de adoção que
em geral são baixas e em outros aspectos importantes para o sucesso do abrigo, com um cenário de super
lotação animais, com baixo grau de bem-estar animal, altas taxas de enfermidades, devolução de animais
adotados, entre outros, o que impacta e pode impactar diretamente no conceito do que é a Saúde Única, uma
vez que pode gerar agravos de saúde animal, humana e riscos ambientais.
Portanto, justifica-se a edição de uma Instrução Normativa que estabeleça diretrizes específicas para
nortear o funcionamento de abrigos públicos de animais, visando aprimorar sua atuação e garantir padrões
mínimos de cuidado animal em todo o país. A adoção de diretrizes unificadas traz diversos benefícios. Em
primeiro lugar, proporciona um quadro regulatório claro e abrangente, que facilita a aplicação de normas e
regulamentos em nível local, estadual e federal. Isso evita lacunas legais, contradições e redundâncias,
promovendo uma maior eficiência administrativa e jurídica.
Além disso, diretrizes bem definidas contribuem para o aprimoramento dos cuidados prestados aos
animais nos abrigos públicos. Estabelecer critérios para alojamento, alimentação, manejo sanitário,
socialização, enriquecimento ambiental e adoção responsável ajuda a garantir que os animais recebam
tratamento adequado, reduzindo riscos à saúde, estresse e sofrimento.
A Instrução Normativa também promove a transparência e a prestação de contas. Ao estabelecer
requisitos para relatórios regulares, monitoramento e inspeções periódicas, garante-se que os abrigos
públicos sejam fiscalizados de forma adequada, responsabilizando-os por suas ações e assegurando que
cumpram com suas obrigações legais e éticas.
Além disso, ao definir orientações claras para a gestão de recursos humanos e financeiros, a Instrução
Normativa pode auxiliar o Médico-veterinário Responsável Técnico em suas atribuições e em contribuir para
a profissionalização dos abrigos públicos e a ciência da Medicina de Abrigos, promovendo a formação de
equipes capacitadas e a adoção de boas práticas de governança e gestão.
Por fim, a edição desta Instrução Normativa fortalece a imagem do país no que diz respeito à proteção
e bem-estar animal. Demonstra o comprometimento das autoridades governamentais com a causa animal,
aumenta a confiança da população nos abrigos e pode servir como referência para outros países que buscam
aprimorar suas políticas e práticas de cuidado animal.
Diante desses argumentos, torna-se evidente a necessidade de se editar uma Instrução Normativa que
estabeleça diretrizes para o funcionamento de abrigos de animais, visando aprimorar a proteção, o cuidado e
a gestão dessas instituições em todo o país.

383
ANEXO II - Termo de referência para edital para curso de formação em medicina de abrigos para gestores,
veterinários e colaboradores que atuam em abrigos

TERMO DE REFERÊNCIA

1. OBJETO
Contratação de empresa para promoção de curso de formação em Medicina de Abrigos, tendo como público-
alvo gestores, servidores públicos, médico-veterinários e colaboradores atuantes em abrigos de cães e gatos.

2. INTRODUÇÃO
Este termo de referência estabelece as diretrizes e requisitos para a abertura de um edital visando à
contratação de uma organização especializada para o desenvolvimento de um Curso de Formação em
Medicina de Abrigos. O curso tem como objetivo treinar profissionais médicos-veterinários, gestores,
colaboradores e servidores públicos parceiros municipais que atuam em abrigos de cães e gatos. Será realizado
de forma remota, composto por uma parte teórica, abordando os fundamentos da Medicina de Abrigos, além
de uma parte prática nas instalações do abrigo, que consistirá na formação sobre o manejo etológico de cães
e gatos em situação de abrigo para aumentar a probabilidade das adoções.

3. JUSTIFICATIVA PARA CONTRATAÇÃO

3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DA CONTRATAÇÃO


A Medicina de Abrigos é a área da medicina veterinária dedicada ao estudo dos fatores que
influenciam a manutenção de animais no coletivo para promover a melhor qualidade de vida de animais
abrigados ou outras instalações dedicadas a encontrar-lhes novos lares. Essa área foi reconhecida
formalmente pela American Veterinary Medical Association (AVMA) como uma especialidade em 2014, nos
Estados Unidos, e no Brasil é estudada na Medicina Veterinária do Coletivo reconhecida pelo Conselho Federal
de Medicina Veterinária em 2021. Ela combina estratégias e princípios dos cuidados da saúde individual com
as necessidades da população daquele microambiente.
Os abrigos são uma das estratégias que compõe um programa de manejo populacional de cães e gatos,
recuperando os animais abandonados e reintroduzindo-os na sociedade por meio da adoção, mas não
resolvem o problema da presença deles nas ruas e nem do abandono. Os estudos da Medicina de Abrigos no
Brasil foram uma demanda das mudanças das políticas públicas para o manejo populacional de cães e gatos.
Visto que é uma área pouco abordada na Medicina Veterinária e que exige protocolos e manejos específicos
para animais em coletivo, é extremamente necessário que pesquisas e formações sejam realizadas.
Essa área origina-se na tentativa de suprir as dificuldades que os médicos-veterinários, gestores e
colaboradores de abrigos encontram para garantir a saúde e o bem-estar dos animais no coletivo, além da
educação de toda a comunidade pela qual são responsáveis. As suas vastas aplicabilidades e a exigência de
saberes específicos demonstram a necessidade do desenvolvimento de protocolos e de linhas orientadoras
cujos objetivos finais se expressarão na melhora do estado hígido e das condições higiênico-sanitárias dos
animais abrigados, e no aumento do número de animais adotados. Além disso, os abrigos têm um papel
importante na articulação com os órgãos responsáveis para garantir políticas públicas voltadas aos animais
não domiciliados, com objetivo final de coibir as práticas de abandono.
Discrepando expressivamente dos padrões internacionais, que são embasados em uma literatura
consistente, os abrigos no Brasil possuem diversas particularidades, tornando complexo o estabelecimento de
protocolos. Além disso, não existem estudos nacionais publicados sobre o número de abrigos no país, o
número de animais abrigados e nem informações sobre o perfil desses animais, bem como não há relatos
sobre os manejos realizados nos abrigos e se há o conhecimento dessa ciência por parte dos colaboradores
que atuam na área. O que existe são iniciativas em andamento que visam conhecer de forma fidedigna a
realidade dos abrigos brasileiros. Em um estudo realizado em 2022 com o objetivo de avaliar o perfil dos
abrigos brasileiros em relação as suas políticas internas e externas, relatou que 67,9% (239) dos 352 abrigos
participantes era de natureza particular e foi observado falta de políticas públicas voltadas para a prevenção

384
do abandono e do manejo populacional, além da falta de aplicabilidade de protocolos e manejos relacionados
à Medicina de Abrigos. Outro estudo, também realizado em 2022, cujo objetivo foi avaliar as percepções de
colaboradores atuantes em abrigos de animais sobre os manejos e protocolos em Medicina de Abrigos,
retratou que 245, das 554 pessoas participantes das cinco regiões do Brasil, desconheciam que existe uma
ciência apenas para o estudo dos animais que estão em situação de abrigos.
Dessa forma, o oferecimento de cursos de formação nessa área dará subsídios para gestores,
funcionários e profissionais atuantes para fornecer maior qualidade de vida aos animais, compreender o papel
da ONG na sociedade e na saúde pública, saber aplicar os conhecimentos específicos e protocolos de abrigos,
diminuir o número de abandonos e devoluções de animais às ruas, refletindo diretamente na resolução de
problemas de saúde pública.

3.2 RESULTADOS E BENEFÍCIOS A SEREM ALCANÇADOS


Espera-se capacitar gestores, médicos-veterinários e colaboradores atuantes em abrigos de animais, de
acordo com suas funções exercidas e condutas referentes à profissão, terá como resultados, ao ser colocada
em prática, o aumento no grau de bem-estar dos animais abrigados, a promoção de adoções conscientes e a
orientação sobre o papel e a função dos abrigos como uma importante estratégia dentro de um programa de
manejo populacional de cães e gatos. A modificação da realidade dos abrigos brasileiros de animais, através
da educação em práticas específicas com protocolos e diretrizes que transformem de forma positiva a
realidade atual, sendo um expressivo resultado em relação a Medicina de Abrigos no Brasil.

4. OBJETIVO DA CONTRATAÇÃO

O objetivo da contratação é a promoção do curso de capacitação com o intuito de dar suporte e trazer
conhecimento específico à médicos-veterinários, gestores e colaboradores de abrigos públicos, privados ou
mistos sobre os fundamentos da Medicina de Abrigos, além de formação sobre manejo etológico de cães e
gatos em situação de abrigo, para aumentar o grau de bem-estar desses animais e probabilidade de adoções
bem-sucedidas"

5. CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS


5.1. Os serviços a serem contratados devem possuir padrões de desempenho e qualidade técnico
profissional especializados, uma vez que deverá ser conduzido por uma ou mais pessoas físicas, mesmo
quando a contratada é pessoa jurídica, nos termos do art. 13, VI da Lei nº 8.666 de 1993.
5.2. Os serviços a serem contratados devem se enquadrar nos pressupostos do Decreto n° 2.271, de 1997,
constituindo-se em atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares à área de competência
legal do órgão licitante, não inerentes às categorias funcionais abrangidas por seu respectivo plano de cargos.
5.3. A prestação dos serviços não deve gerar vínculo empregatício entre os empregados da CONTRATADA
e a CONTRATANTE, vedando-se qualquer relação entre estes que caracterize pessoalidade e subordinação
direta.

6. ESPECIFICAÇÃO DOS REQUISITOS DA CONTRATAÇÃO


6.1. REQUISITOS DE FORMAÇÃO E EXIGÊNCIAS DO PROPONENTE
6.1.1 No momento da qualificação, será efetuada a verificação de documentos providos pela proponente
visando comprovação da aptidão para o desempenho de atividade pertinente e compatível em características,
quantidades e prazos, com o objeto da licitação. Para tal a proponente deverá apresentar declarações
fornecidas por pessoas jurídicas de direito público e privado certificando a qualidade do serviço prestado pela
Contratada, com no mínimo os seguintes itens:
6.1.2 Comprovar experiência prévia na área de Medicina de Abrigos, por meio de apresentação de portfólio,
certificados ou declarações de trabalhos realizados;
6.1.3 Apresentar proposta técnica e pedagógica detalhada, descrevendo a abordagem metodológica,
estrutura do curso, material didático e cronograma proposto;

385
6.1.4 Dispor de equipe qualificada e com conhecimento técnico-científico na área, devidamente comprovado.
6.1.5 Declaração de que o serviço, objeto deste Termo de Referência, será realizado de forma satisfatória;
6.1.6 Contato (nome, endereço, telefone) do responsável pela área de treinamento da empresa ou
organização emissora do atestado;

6.2. REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA


No momento da qualificação, será efetuada a verificação de documentos providos pela proponente visando
comprovar qualificação técnica para o desempenho da atividade pertinente e compatível com o objeto da
licitação. A licitante deverá apresentar declaração de que, à época da assinatura do contrato, alocará na
prestação de serviços instrutores ou consultores com experiência em medicina de abrigos.

6.3. REQUISITOS LEGAIS


O presente processo de contratação deve estar aderente à Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações), IN. nº 01/2019 SGD/ME (Contratação de Soluções de TIC) e legislação
específica aplicada.

6.4. REQUISITOS DE SEGURANÇA E PRIVACIDADE


A CONTRATADA deverá garantir que seus profissionais respeitem e sigam os padrões, processos e
procedimentos estabelecidos pela CONTRATANTE para a prestação dos serviços, especialmente a Política de
Segurança da Informação a ser informada e disponibilizada por ocasião da contratação;
Deverão ser seguidos todos os procedimentos descritos na Legislação vigente durante o período contratado
incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD);
A CONTRATADA deverá manter sigilo sobre quaisquer informações do CONTRATANTE às quais, durante a
vigência do contrato, venha a ter conhecimento ou acesso, devendo entregar a CONTRATANTE o Termo de
Confidencialidade, assinado por seu representante legal, e pelos profissionais designados para a prestação de
serviços.

6.5. REQUISITOS SOCIAIS, AMBIENTAIS E CULTURAIS


Os produtos gerados em função da prestação dos serviços, bem como todas as documentações, deverão ser
entregues no idioma português do Brasil (PT-BR), com exceção de termos técnicos usuais que poderão ser
apresentados em língua estrangeira;
A CONTRATADA deverá atender no que couber, os critérios de sustentabilidade ambiental. Destaca-se, as
recomendações contidas no Capítulo III, DOS BENS E SERVIÇOS, com ênfase no art. 5º da Instrução Normativa
nº 01/2010 STI/MPOG, bem como, o Decreto nº 7.746/2012 que estabelece critérios, práticas e diretrizes para
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e a Lei nº 12.305/2010 que institui a política de resíduos
sólidos, tais como:
 Gerar o menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
 Dar preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
 Dar maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
 Na geração de empregos, utilizar preferencialmente mão de obra local;
 Utilizar materiais com maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
 Fazer uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e
 Fazer usos de produtos de origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens,
serviços e obras.

7. REGIME DE EXECUÇÃO DO CONTRATO


7.1. O curso deverá ser ministrado no remoto e/ou híbrido (remoto e presencial);
7.2. O curso deverá abordar em seu conteúdo programático os fundamentos e práticas da Medicina de
Abrigos, incluindo minimamente os seguintes assuntos: introdução e histórico da medicina de abrigos,
avaliação, gestão, medidas preventivas, bem-estar e comportamento de cães e gatos, manejo etológico,
métricas, promoção da adoção, captação de recursos, políticas externas aos abrigos (manejo populacional de

386
cães e gatos), saúde mental dos animais e dos colaboradores.
7.3. O curso deverá ter no mínimo uma carga horária de 40 horas no que se refere a parte teórica e no
mínimo 20 horas no que se refere à parte prática, podendo ser uma parte teórica sobre os fundamentos da
medicina de abrigos e uma parte prática relacionada ao manejo etológico de cães e gatos.
7.4. O prazo total para desenvolvimento do curso pelo proponente, a parte teórica e prática, material
didático e videoaulas gravadas, será de 6 meses a partir da data de contratação.

7.5. O curso dever incluir:


7.5.1. Material(is) exclusivo(s) do curso enviada digitalmente;
7.5.2. Certificado: terá direito ao certificado, SOMENTE o aluno/participante devidamente inscrito no curso
que tiver frequência mínima de 80% do curso. Pode ter critério de nota mínima a partir de avaliações de
fixação do conteúdo, que não seja superior a 80% de acertos.

8. OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
8.1. Executar os serviços conforme especificações deste Projeto Básico e de sua proposta, com a alocação dos
empregados necessários ao perfeito cumprimento das cláusulas contratuais, além de fornecer e utilizar os
materiais e equipamentos, ferramentas e utensílios necessários, na qualidade e quantidade mínimas
especificadas neste documento e na proposta.
8.2. Reparar, corrigir, remover ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, no prazo fixado pelo fiscal
do contrato, os serviços efetuados em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
execução ou dos materiais empregados.
8.3. Utilizar empregados habilitados tecnicamente e com conhecimentos básicos dos serviços a serem
executados, em conformidade com as normas e determinações em vigor.
8.4. Submeter previamente, por escrito, à Contratante, para análise e aprovação, quaisquer mudanças nos
métodos executivos que fujam às especificações do objeto.
8.5. Manter durante toda a vigência do contrato, em compatibilidade com as obrigações assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas para a contratação.
8.6. Elaborar a lista de presença dos participantes;
8.7. Emitir certificados de participação;
8.8. Elaborar e encaminhar digitalmente o material de apoio às aulas para todos os participantes;
8.9. Responsabilizar-se pelas despesas relacionadas com os palestrantes, equipe de apoio e outros custos
operacionais para a realização do curso.

9. OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE
9.1. Exigir o cumprimento de todas as obrigações assumidas pela Contratada, de acordo com as cláusulas
contratuais e os termos de sua proposta;
9.2. Notificar a Contratada por escrito da ocorrência de eventuais imperfeições, falhas ou irregularidades
constatadas no curso da execução dos serviços, fixando prazo para a sua correção, certificando-se que as
soluções por ela propostas sejam as mais adequadas;
9.3. Enviar, em tempo hábil, a lista de inscrição dos participantes para elaboração dos certificados;
9.4. Pagar à Contratada o valor resultante da prestação do serviço, no prazo e condições estabelecidas neste
documento.

10.MODELO DE GESTÃO DO CONTRATO


10.1. CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
Observados os prazos para prestação do serviço, o objeto será recebido pelo fiscal do contrato mediante
verificação da conformidade com o Termo de Referência e sua consequente aceitação por meio de atestação
exarada na Nota Fiscal/Fatura emitida pela contratada, procedendo-se às observações, se necessário, o que
será considerado recebimento provisório.
10.1.1. Após a execução do curso, conforme cronograma a ser informado na assinatura do contrato, o objeto

387
será recebido em caráter definitivo, que deverá ser efetuado no prazo de 10 (dez) dias contados do
recebimento provisório, com a conferência física, quantitativa e qualitativa dos objetos (quando houver),
conforme nota de empenho e nota fiscal.
10.1.2. O aceite/aprovação do serviço pelo órgão licitante não exclui a responsabilidade civil do contratado
por vícios de quantidade ou qualidade do objeto ou disparidades com as especificações, verificadas,
posteriormente, garantindo-se ao órgão licitante as faculdades previstas no artigo 69 da Lei nº 8.666/93.

10.2. RECURSOS HUMANOS NECESSÁRIOS ÀS ATIVIDADES DE GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

10.2.1. Para cumprir as atividades de gestão e fiscalização do Contrato a CONTRATANTE designará servidores
(titulares e substitutos) para executar os seguintes papéis:
a) Gestor do Contrato: responsável pela coordenação das atividades relacionadas à gestão do Contrato, bem
como pela formalização dos procedimentos que envolvam prorrogação, alteração, reequilíbrio, pagamento,
aplicação de sanções, dentre outros;
b) Fiscal Técnico: responsável pela avaliação da execução do objeto nos moldes contratados, aferindo se a
quantidade, qualidade, tempo e modo de prestação dos serviços estão compatíveis com os indicadores de
desempenho previstos neste Termo de Referência;
10.2.2. As ocorrências acerca da execução contratual serão registradas durante toda a vigência da prestação
dos serviços, cabendo ao gestor e aos fiscais a adoção de providências necessárias ao fiel cumprimento das
cláusulas contratuais
10.2.3. O recebimento definitivo será realizado pelo Fiscal do Contrato, que analisará o relatório da
fiscalização, solicitando as correções necessárias à Contratada, se necessário, e comunicando-a para que emita
nota fiscal/fatura com o valor exato dimensionado pela fiscalização.

10.3. PAGAMENTO
10.3.1. O pagamento será efetuado pela CONTRATANTE no prazo de 30 (trinta) dias corridos, contados do
recebimento da Nota Fiscal/Fatura.
10.3.2. A emissão da Nota Fiscal/Fatura será precedida do recebimento definitivo do serviço, conforme este
Termo de Referência.
10.3.3. O pagamento será creditado em conta bancária indicada pela CONTRATADA, até o 30º (trigésimo) dia
após declaração de aferição (ateste) do recebimento elaborada pela unidade solicitante, na nota fiscal/fatura,
encaminhada pela CONTRATADA.
10.3.4. A Nota Fiscal ou Fatura deverá ser obrigatoriamente acompanhada da comprovação da regularidade
fiscal, constatada por meio de consulta on-line ao SICAF ou, na impossibilidade de acesso ao referido Sistema,
mediante consulta aos sítios eletrônicos oficiais ou à documentação mencionada no art. 29 da Lei nº 8.666,
de 1993.
10.3.5. Constatando-se, junto ao SICAF, a situação de irregularidade do fornecedor contratado, deverão ser
tomadas as providências previstas no do art. 31 da Instrução Normativa nº 3, de 26 de abril de 2018.
10.3.6. O setor competente para proceder o pagamento deve verificar se a Nota Fiscal ou Fatura apresentada
expressa os elementos necessários e essenciais do documento, tais como:

a) o prazo de validade;
b) a data da emissão;
c) os dados do contrato e do órgão contratante;
d) o período de prestação dos serviços;
e) o valor a pagar; e
f) eventual destaque do valor de retenções tributárias cabíveis.

10.3.7. Havendo erro na apresentação da Nota Fiscal/Fatura, ou circunstância que impeça a liquidação da
despesa, o pagamento ficará sobrestado até que a CONTRATADA providencie as medidas saneadoras. Nesta
hipótese, o prazo para pagamento iniciar-se-á após a comprovação da regularização da situação, não

388
acarretando qualquer ônus para a CONTRATANTE;
10.3.8. Nos termos do item 1, do Anexo VIII-A da Instrução Normativa SEGES/MP nº 05, de 2017, será efetuada
a retenção ou glosa no pagamento, proporcional à irregularidade verificada, sem prejuízo das sanções
cabíveis, caso se constate que a CONTRATADA:
a) não produziu os resultados acordados;
b) deixou de executar as atividades contratadas, ou não as executou com a qualidade mínima exigida;
c) deixou de utilizar os materiais e recursos humanos exigidos para a execução do serviço, ou utilizou-os com
qualidade ou quantidade inferior à demandada.
d) será considerada data do pagamento o dia em que constar como emitida a ordem bancária para pagamento.

10.3.9. Antes de cada pagamento à CONTRATADA, será realizada consulta ao SICAF para verificar a
manutenção das condições de habilitação exigidas no edital.
10.3.10. Constatando-se, junto ao SICAF, a situação de irregularidade da CONTRATADA, será providenciada
sua notificação, por escrito, para que, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, regularize sua situação ou, no mesmo
prazo, apresente sua defesa. O prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, a critério da
CONTRATANTE.
10.3.11. Previamente à emissão de nota de empenho e a cada pagamento, a Administração deverá realizar
consulta ao SICAF para identificar possível suspensão temporária de participação em licitação, no âmbito do
órgão ou entidade, proibição de contratar com o Poder Público, bem como ocorrências impeditivas indiretas,
observado o disposto no art. 29, da Instrução Normativa nº 3, de 26 de abril de 2018.
10.3.12. Não havendo regularização ou sendo a defesa considerada improcedente, a CONTRATANTE deverá
comunicar aos órgãos responsáveis pela fiscalização da regularidade fiscal quanto à inadimplência da
CONTRATADA, bem como quanto à existência de pagamento a ser efetuado, para que sejam acionados os
meios pertinentes e necessários para garantir o recebimento de seus créditos.
10.3.13. Persistindo a irregularidade, a CONTRATANTE deverá adotar as medidas necessárias à rescisão
contratual nos autos do processo administrativo correspondente, assegurada à CONTRATADA a ampla defesa.
10.3.14. Havendo a efetiva execução do objeto, os pagamentos serão realizados normalmente, até que se
decida pela rescisão do contrato, caso a CONTRATADA não regularize sua situação junto ao SICAF.
10.3.15. Será rescindido o contrato em execução com a CONTRATADA inadimplente no SICAF, salvo por motivo
de economicidade, segurança nacional ou outro de interesse público de alta relevância, devidamente
justificado, em qualquer caso, pela máxima autoridade da CONTRATANTE.
10.3.16. Quando do pagamento, será efetuada a retenção tributária prevista na legislação aplicável, em
especial a prevista no artigo 31 da Lei 8.212, de 1993, nos termos do item 6 do Anexo XI da IN SEGES/MP n.
5/2017, quando couber.
10.3.17. Nos casos de eventuais atrasos de pagamento, desde que a CONTRATADA não tenha concorrido, de
alguma forma, para tanto, fica convencionado que a taxa de compensação financeira devida pela
CONTRATANTE, entre a data do vencimento e o efetivo adimplemento da parcela é calculada mediante a
aplicação da seguinte fórmula:
EM = I x N x VP, sendo:
EM = Encargos moratórios;
N = Número de dias entre a data prevista para o pagamento e a do efetivo pagamento;
VP = Valor da parcela a ser paga.
I = Índice de compensação financeira = assim apurado: I = (6 / 100) / 365.

10.4. MONITORAMENTO DE RISCOS


Cabe aos Fiscais, Gestor do Contrato e ao Preposto da CONTRATADA monitorar possíveis riscos, incluindo
riscos não identificados no Mapa de Gerenciamento de Riscos do processo de contratação, ao longo da
execução do contrato e tomar as ações necessárias para minimizá-los e ou impedi-los de prejudicar a
adequada execução.

389
11.REAJUSTE
11.1. Os preços são fixos e irreajustáveis no prazo de um ano contado da data limite para a apresentação
das propostas.
11.2. Dentro do prazo de vigência do contrato e mediante solicitação da contratada, os preços contratados
poderão sofrer reajuste após o interregno de um ano, aplicando-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo – IPCA/IBGE ou outro índice que venha a substitui-lo exclusivamente para as obrigações iniciadas e
concluídas após a ocorrência da anualidade.
11.3. Nos reajustes subsequentes ao primeiro, o interregno mínimo de um ano será contado a partir dos
efeitos financeiros do último reajuste.
11.4. No caso de atraso ou não divulgação do índice de reajustamento, o CONTRATANTE pagará à
CONTRATADA a importância calculada pela última variação conhecida, liquidando a diferença correspondente
tão logo seja divulgado o índice definitivo. Fica a CONTRATADA obrigada a apresentar memória de cálculo
referente ao reajustamento de preços do valor remanescente, sempre que este ocorrer.
11.5. Nas aferições finais, o índice utilizado para reajuste será, obrigatoriamente, o definitivo.
11.6. Caso o índice estabelecido para reajustamento venha a ser extinto ou de qualquer forma não possa
mais ser utilizado, será adotado, em substituição, o que vier a ser determinado pela legislação então em vigor.
11.7. Na ausência de previsão legal quanto ao índice substituto, as partes elegerão novo índice oficial, para
reajustamento do preço do valor remanescente, por meio de termo aditivo.
11.8. O reajuste será realizado por apostilamento.

12. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS


12.1. Aplicam-se as seguintes sanções administrativas nos casos de inadimplemento das obrigações
contratuais, garantida a prévia defesa, conforme Lei 8.666/93:
I - Advertência;
II - Multa nas seguintes condições:
a) 0,5% (cinco décimos por cento) ao dia sobre o valor total da Autorização de Compra, no caso de atraso
injustificado para entrega do produto, limitada a incidência de 30 (trinta) dias;
b) 15% (quinze por cento) sobre o valor total da Autorização de Compra, em caso de inexecução parcial da
obrigação assumida; e
c) 30% (trinta por cento) sobre o valor total da Autorização de Compra, em caso de inexecução total da
obrigação assumida.
III - Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração
Pública, por período não superior a 2 (dois) anos, conforme art. 87, inciso III da Lei 8.666/93.
IV - Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade. A qual será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no item 12.1
III.
12.2. O atraso na entrega de produto superior a 30 (trinta) dias corridos, caracteriza inexecução parcial ou
total, conforme o caso.
12.3. As sanções previstas no item 13.1 - I, III, IV e V poderão ser aplicadas conjuntamente a do item 13.1 - II,
facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo.
12.4. Nos casos em que a entrega do produto ocorrer de forma fracionada, a multa prevista no item 13.1 - II
incidirá apenas sobre a parcela que estiver em atraso.
12.5. As sanções previstas no item 13.1 - I, II poderão ser aplicadas pelo Gestor do Contrato.
12.6. Os procedimentos e competência de aplicação das sanções previstas neste termo de referência,
deverão obedecer ao ATO PGJ N° 462/2013.
12.7. A multa, aplicada após regular processo administrativo, será cobrada administrativamente, deduzindo-
se do valor da nota fiscal/fatura e não sendo suficiente, será intimado o particular contratado para que efetue
o pagamento mediante depósito na conta do MPPI, ou, ainda quando for o caso, cobrado judicialmente.
12.8. Na contagem dos prazos para defesa prévia, recurso e pedido de reconsideração, excluir-se-á o dia do

390
início e incluir-se-á o dia do vencimento.
12.9. Os prazos deverão se iniciar e vencerem em dias de expediente da Administração contratante.
12.10. As penalidades aplicadas serão obrigatoriamente registradas no SICAF.

13. CRITÉRIOS DE SELEÇÃO


A seleção da organização responsável pelo desenvolvimento do curso será realizada com base nos seguintes
critérios, aos quais serão atribuídos um total de 1.000 pontos:

a) Experiência comprovada em capacitação para a formação em medicina de abrigos: 50 pontos por turma
ministrada, até um total de 250 pontos;
b) Qualificação da equipe responsável pelo desenvolvimento do curso: será considerada a titulação máxima
de cada integrante, até um total de 250 pontos, conforme:
 Doutorado: 50 pontos;
 Mestrado: 30 pontos;
 Especialização: 10 pontos.
c) Capacidade técnica e estrutura adequada para produção do material didático e gravação das videoaulas:
250 pontos;
d) Proposta técnica e pedagógica coerente com os objetivos e conteúdos propostos neste termo de
referência: 250 pontos.
O proponente que obtiver a maior pontuação geral será selecionado como a organização responsável
pelo desenvolvimento do curso. Em caso de empate, serão considerados critérios de desempate, como o
proponente com maior pontuação em “a”; seguido de “b”, “c” e “d”.
A banca examinadora será composta por dois servidores do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do
Clima e dois integrantes da área acadêmica, com notório saber na temática do edital, e titulação mínima de
doutorado. Será garantido que não haja parentesco entre os proponentes e os examinadores, assegurando a
imparcialidade e a transparência do processo de avaliação.

14. PROCESSO DE SELEÇÃO


O processo de seleção será conduzido da seguinte forma:
14.1 Publicação do edital de abertura do processo seletivo em meios de divulgação adequados, estabelecendo
prazos e critérios para participação e envio das propostas;
14.2 Análise e avaliação das propostas técnicas e pedagógicas recebidas, levando em consideração as normas
estabelecidos neste termo de referência;
14.3 Seleção da entidade vencedora, levando em consideração a experiência, capacidade técnica e qualidade
da proposta apresentada;
14.4 Comunicação oficial do resultado do processo seletivo aos participantes e assinatura do contrato com a
entidade selecionada.

15. PROPRIEDADE INTELECTUAL


Os direitos autorais de todo o material produzido durante o curso, incluindo o material didático, videoaulas
e demais recursos desenvolvidos, serão cedidos ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
(MMA) durante o período contratado.

16. ATUALIZAÇÃO DO CONTEÚDO


O proponente selecionado para o curso de formação em Medicina de Abrigos tem a obrigatoriedade de
manter os materiais didáticos, slides e vídeo aulas atualizados pelo período de 4 anos. Mudanças legislativas,
atualizações relevantes ou informações pontuais que afetem o conteúdo do curso devem ser comunicadas
pelo proponente. O MMA arcará com as despesas proporcionais às mudanças realizadas. As atualizações serão
feitas apenas em componentes pontuais. Reformulações completas não se aplicam. O proponente deve
informar ao MMA a necessidade de atualizações e apresentar uma proposta detalhada e justificativa. Após
aprovação, o proponente terá prazo para realizar as alterações. O MMA pode solicitar ajustes adicionais. A

391
obrigatoriedade de atualização garante a relevância e precisão do conteúdo do curso, acompanhando as
mudanças na área do manejo populacional ético de cães e gatos.

17. INFORMAÇÃOES DE CONTATO


Para esclarecimento de dúvidas ou obtenção de mais informações sobre este processo seletivo, favor entrar
em contato com:

Nome: [Inserir nome]


Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais
Endereço: [Inserir endereço]
Telefone: [Inserir telefone]
E-mail: [Inserir e-mail]

18. DISPOSIÇÕES FINAIS


Este termo de referência define as principais diretrizes para a contratação de entidade responsável pelo
desenvolvimento do curso de formação em Medicina de Abrigos. O Departamento de Proteção, Defesa e
Direitos Animais reserva-se o direito de cancelar ou suspender o processo seletivo a qualquer momento, caso
julgue necessário, sem a obrigação de justificar sua decisão. O presente termo de referência está sujeito a
ajustes e complementações, conforme necessidades identificadas durante o processo seletivo.

Será eleito o foro de Brasília para dirimir quaisquer questões ou controvérsias decorrentes deste termo de
referência e do contrato resultante do edital.

Brasília-DF, xx de xxxxxxxxx de 202X.

_______________________________________________
Nome do servidor/membro
Cargo
Unidade/Setor/Departamento

392
3.2. Animais comunitários e de vida livre

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Desenvolver modelo de minuta de instrução normativa que estabeleça diretrizes para a proteção e o
manejo populacional de cães e gatos comunitários que habitem em órgãos e entidades da Administração
Pública, direta e indireta.
2. Propor um modelo de minuta de lei estadual quanto aos Animais Comunitários.
3. Propor um modelo de minuta de lei municipal quanto ao Programa Animal Comunitário.

INTRODUÇÃO
No Brasil, 12 dos estados brasileiros, e também alguns municípios, possuem legislação que dispõe
sobre o controle de natalidade e proteção de cães e gatos, que reconhece e regulamenta o animal comunitário
e seus cuidadores. No entanto, há limitações nessas legislações, tanto quanto na definição do animal
comunitário e nortear ações para com estes animais, como para designar os atores sociais envolvidos e seus
respectivos papéis neste contexto.
A compreensão quanto à dinâmica populacional de cães e gatos se faz necessária para a
implementação de estratégias assertivas. Dentre as categorias reconhecidas em situação de rua, estão os
perdidos, semi-domiciliados; comunitários e os sem tutor. A formação de vínculo afetivo entre os animais que
vivem nas ruas e moradores locais, aliada ao fato de terem cuidadores, serem esterilizados, vacinados,
identificados, corroboram com as estratégias de controle populacional, sendo então chamados de
comunitários. No entanto, quando nos referimos aos gatos comunitários, falamos em Captura, Esterilização
Vacinação e Devolução (C.E.V.D), porque diferentemente dos cães, a relação das pessoas com os gatos é outra
o que faz com que apresentem perfis ariscos e até mesmo ferais, e formação de colônias, não sendo possível
o recolhimento e sim a captura.
O animal comunitário é visto como um forte aliado ao manejo dessa população, (a) por ser passível de
ser monitorado a partir do seu local de permanência estabelecido pelo forte vínculo com a comunidade local;
(b) impedir, por intermédio do comportamento natural da espécie, que outros animais se instalem no local;
(c) ser foco de controle populacional por serem castrados; (d) ser saudável e alta expectativa de vida, por ser
assistidos pelos moradores locais; e (e) sentinelas ambientais, ou seja, alertas para doenças espécie-
específicas/zoonóticas ou questões sociais, como a correlação entre as violências humana e animal (Teoria do
Elo).
Diante disso, a proposta para a implantação do Programa Animal Comunitário em âmbito municipal
(adaptável a outros cenários) foi motivada, e com o intuito de promover o bem-estar animal, a saúde única, a
participação social e o controle populacional. Ainda, por intermédio do monitoramento dos animais, gerar
banco de dados, e otimizar a consulta de informações e a avaliação do programa a médio e longo prazo, por
meio de indicadores.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Realização de reuniões de trabalho do GT para discussão sobre os pontos levantados na instrução
normativa.
2. Realização de pesquisas bibliográficas sobre animais comunitários para embasar as sugestões.
3. Desenvolvimento da instrução normativa sobre animais comunitários (Anexo I).
4. Proposta de um modelo de legislação municipal sobre o Programa Animal Comunitário (Anexo II).

393
5. Proposta de um modelo de legislação estadual sobre o Programa Animal Comunitário (Anexo III).
6. Sugestão de material para implantação de política pública institucional em Instituições de Ensino Superior
(IES) e os animais comunitários (Anexo IV).
7. Encaminhamentos para o desenvolvimento de cartilha com pontos chaves para o entendimento sobre os
animais comunitários e a necessidade de política pública para com esses animais nos municípios (a
desenvolver no futuro, com a continuidade do GT).
8. Encaminhamentos para planejamento de Conferências regionais, estaduais e federal sobre “Comunidades
e seus animais comunitários. ” (A desenvolver no futuro, com a continuidade do GT).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Os modelos sugeridos fornecem um instrumento essencial para que possibilite aos municípios um
planejamento e a execução de ações mais direcionadas e eficazes. Por meio da instrução normativa e minutas
de lei estadual e municipal, torna-se viável estabelecer diretrizes claras para a atuação dos órgãos
responsáveis e das organizações envolvidas, garantindo um manejo ético e humanitário desses animais. Essa
abordagem é fundamental para alcançar um controle populacional sustentável e respeitoso, levando em
consideração o bem-estar e a saúde dos animais envolvidos.

CONCLUSÃO
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, recomendamos que
os municípios se comprometam com a implantação do Programa Animal Comunitário para que tenham
estratégias direcionadas e eficazes para o controle das populações desses animais, tendo em vista bem-estar
e saúde únicos. É altamente recomendável que sejam realizados levantamentos e estudos contínuos para
monitorar e ajustar as ações do programa, com o objetivo de alcançar um manejo populacional ético e
sustentável.
Além disso, sugerimos que a partir da instrução normativa seja embasada a construção de um modelo
nacional, bem como as minutas de lei, simples e de fácil aplicabilidade, com vistas a padronizar os dados
coletados em nível nacional. Isso facilitará a análise comparativa e a identificação de tendências em diferentes
regiões, possibilitando uma abordagem mais efetiva e abrangente na gestão das populações de cães e gatos
em todo o país.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J. T. Adoção do Programa Cão Comunitário como estratégia adicional para o manejo
populacional de cães no Paraná. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2017.
C.E.D ALLEY CATS. Alley Cat Allies, Bethesda, 2016. Disponível em:
https://www.aspcapro.org/sites/default/files/TNR_workshop_handbook.3.pdf. Acesso em: 04 ago. 2023.
CED: SAIBA O QUE É. Ampara Animal, 2021. Disponível em: https://amparanimal.org.br/ced-saiba-o-que-e/.
Acesso em: 04 ago. 2023.
GARCIA, R.C.M; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Rev Panam Salud
Publica, Washington, v. 2, n. 32, p. 140-144, 2012. Disponível em:
https://scielosp.org/pdf/rpsp/2012.v32n2/140-144/pt. Acesso em: 04 ago. 2023.

394
ICAM. ARE WE MAKING A DIFFERENCE? A Guide to Monitoring and Evaluating Dog Population Management
Interventions. ICAM, 2015. Disponível em: https://www.icam-coalition.org/download/are-we-making-a-
difference/. Acesso em: 04 ago. 2023.
ICAM. HUMANE DOG POPULATION MANAGEMENT GUIDANCE. ICAM, 2019. Disponível em:
https://www.icam-coalition.org/download/humane-dog-population-management-guidance/. Acesso em: 04
ago. 2023.
MANEJO HUMANITÁRIO DE CÃES: Curso de Manejo Humanitário e Sustentável de Populações de Cães e
Gatos. WAP, São Paulo. Disponível em :
https://www.worldanimalprotection.org.br/sites/default/files/media/br_files/manejo_humanitario_de_caes
_wap_portugues_pg2_alta.pdf. Acesso em: 04 ago. 2023.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadores e Relatores:
 Rogério Rammê. Doutor em Direito pela PUCRS. Mestre em Direito Ambiental pela UCS. Pós-graduado
em Direito dos Animais pela Universidade de Lisboa. Professor do PPGDir da Universidade de Caxias do
Sul - UCS. Coordenador do Projeto de Extensão Direitos Animais IPA. Coordenador do Curso de Pós-
Graduação em Direito Animal e Prática Jus Animalista da EJUSP. Advogado animalista.

 Juliana Tozzi de Almeida. Médica Veterinária (UFES), Mestre em Ciências Veterinárias na área de bem-
estar animal (UFPR), e Doutoranda em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, na área de
Epidemiologia (FMVZ-USP). Integrante da comissão de bem-estar animal do CRMV-ES; colaboradora no
livro referência no Brasil, MVC: fundamentos e prática, com capítulo sobre os cães comunitários; criadora
do protocolo para implantação do Programa Cão Comunitário em municípios, e idealizadora/CEO da Cão
Comunitário Brasil.

Outros membros:
 Agda Roberta Farias Frare. Advogada, especializada em Direito Público, e pós-graduada em Direito Animal
pela Universidade de Lisboa-Portugal. Presidente da Comissão de Defesa Animal da OAB/SP — subseção
de Amparo.
 Ariene Cristina Dias Guimarães Bassoli. Bióloga pela UNESP-Botucatu, Mestre e Doutora em Biologia
Celular e Estrutural pela UNICAMP, Profa. do Depto. de Histologia e Embriologia/CB/UFPE, Coordenadora
do Projeto Adote um Vira-Lata/UFPE, Coordenadora de Bem-estar Animal/DSA/SINFRA/UFPE.
 Letícia Santos Rezende. Médica Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (1991), Residência em
Anestesiologia pela UNESP - Botucatu, Mestre em Imunologia e Doutora em Ciência Animal nos Trópicos
pela Universidade Federal da Bahia. Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia. Diretora do Hospital Universitário de Medicina Veterinária. Coordenadora dos
projetos de extensão Amigo de Patas e Patas da UFRB.
 Luciana Dantas de Medeiros. Bibliotecária (UFRN 2006), Mestra em Ciência da Informação (UFPB 2019),
Coordenadora da Comissão de Direito e Bem-Estar Animal da Universidade Estadual da Paraíba -
CDBEA/UEPB; Membro Convidada da CODAN/OAG - CG.
 Maria Raquel Isnard Moulin. Médica Veterinária (UFV,1992), doutorado em Biologia Celular e Molecular
(FMRP-USP,2006). Docente em curso de Medicina Veterinária, coordenadora do Núcleo de Estudos em
Medicina Veterinária do Coletivo e presidente da Comissão Permanente de Política de Animais da UFLA.

395
 Sônia Martins Teodoro. Zootecnista, MSc Zootecnia, DSc Agronomia, Phd Ambiência. Prof. Pleno UESB -
Campus de Itapetinga, coordenou por 11 anos a CEUA/UESB, integra a Comissão Multicampi de Animais
Comunitários da UESB e voluntária da SOS Animais de Rua - Itapetinga
 Thaís Câmara Tavares. Médica Veterinária com especialização em Medicina Veterinária Legal. Membro
da Comissão de Medicina Veterinária Legal do CRMV/CE. Trabalha na Coordenadoria de Proteção dos
Animais do Estado do Ceará - COANI.

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ANEXO I – Minuta de IN com diretrizes para a proteção e o manejo populacional de cães e gatos
comunitários

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX/2023 - MMA

Estabelece diretrizes para a proteção e o manejo populacional de cães


e gatos comunitários que habitem em órgãos e entidades da
Administração Pública, direta e indireta.

A MINISTRA DE ESTADO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, no uso das atribuições
que lhe foram conferidas pelo Decreto nº 11.349, de 1º de janeiro de 2023, e o disposto na Lei nº 13.426, de
30 de março de 2017, considerando a necessidade de estabelecer diretrizes para a proteção e o manejo
populacional de cães e gatos comunitários que habitem em órgãos públicos ou entidades da Administração
Pública direta e indireta, resolve:

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


Art. 1º Esta Instrução Normativa estabelece as diretrizes para a proteção e o manejo populacional de cães e
gatos comunitários que habitam órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta.
Art. 2º Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se:
I - Animais comunitários: Animais domésticos ou domesticados que vivem em situação de rua e que apesar de
não terem responsável definido e único, estabelecem com a comunidade e com o local onde vivem vínculos
de dependência e manutenção.
II - Administração Pública Direta: composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes da federação: União,
estados, Distrito Federal e municípios;
III - Administração Pública Indireta: composta por entidades públicas descentralizadas e autônomas, bem
como seus respectivos órgãos, mas sujeitas ao controle do Estado;
IV - Bem-estar animal: Conjunto de ações voltadas para garantir o estado de equilíbrio físico, mental e social
dos cães e gatos, assegurando condições adequadas de alimentação, abrigo, saúde, higiene e manejo.
V - Cuidadores: Indivíduos ou grupos que, de forma voluntária e responsável, auxiliam no cuidado, proteção e
alimentação dos cães e gatos comunitários.
§1º Cães e gatos ferais que vivam isolados ou em colônias e que desenvolvam os laços de dependência e
manutenção acima referidos também se inserem no conceito de animais comunitários de que trata esta
instrução normativa.
§2º Inserem-se no conceito de animais comunitários, os animais que habitam as dependências de órgãos ou
entidades da Administração Pública, direta ou indireta, desde que tenham desenvolvido os laços referidos no
Inciso I deste artigo, com pessoas da comunidade, servidores, trabalhadores ou empregados do órgão ou
entidade.
CAPÍTULO II - DA PROTEÇÃO DOS ANIMAIS COMUNITÁRIOS
Art. 3º Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta e indireta, ficam responsáveis por garantir a
proteção e o cuidado adequado aos cães e gatos comunitários que habitam suas instalações ou áreas sob sua
responsabilidade.

397
Art. 4º Os cuidadores devem ser reconhecidos e apoiados pelos órgãos e entidades da Administração Pública,
direta e indireta, como parceiros no cuidado com os cães e gatos comunitários.
§ 1° Podem ser considerados cuidadores os membros da comunidade, servidores, trabalhadores e/ou
empregados de órgão ou entidade da Administração Pública, direta ou indireta, que tenham estabelecido
vínculos de cuidado, proteção, afeto e dependência com um ou mais animais comunitários que habitam o
local e que, para tal fim, se disponham voluntariamente a cuidar dos referidos animais.
§ 2° Os cuidadores devidamente reconhecidos e apoiados pelo órgão ou entidade da Administração Pública
se tornam responsáveis por promover os cuidados com higiene, saúde, incluindo atendimentos médico-
veterinários de rotina e emergenciais, vacinação obrigatória e castração dos animais comunitários, e
alimentação dos animais comunitários aos quais tenham desenvolvido os laços de dependência e
manutenção, devendo zelar, também, pela limpeza do local em que estes se encontrem.
§ 3° Os órgãos ou entidades da Administração Pública, direta e indireta, que possuam animais comunitários
em suas dependências, devem cooperar com o trabalho de proteção e cuidado desempenhado pelos
cuidadores, não impondo obstáculos ou restrições que inviabilizem o bem-estar dos animais.
Art. 5º Os órgãos ou entidades da Administração Pública, direta e indireta, que possuam animais comunitários
deverão desenvolver ações complementares à proteção dos referidos animais de que trata esta instrução
normativa, dentre as quais:
I – possibilitar estratégias e ações para a melhoria do bem-estar dos animais comunitários em suas
dependências;
II - apoiar e desenvolver em parceria com os cuidadores comunitários a realização de CED (Captura,
Esterilização e Devolução) como estratégia de controle populacional, com prioridade para a esterilização
minimamente invasiva, e com cuidados veterinários e de manejo adequados durante todo o processo.
III - promover cursos, palestras, seminários e ações de educação e conscientização voltados à comunidade,
incluindo servidores públicos e demais trabalhadores do local, sobre a importância da guarda responsável, do
respeito e da proteção dos direitos animais.
IV - celebrar convênios e parcerias com entidades de proteção animal e organizações de sociedade civil,
universidades, estabelecimentos veterinários, profissionais especializados, empresas públicas ou privadas e
entidades de classe, a fim de buscar expertise técnica e apoio na implementação das diretrizes desta norma;
V - estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação periódica das ações implementadas, a fim de
verificar a efetividade das diretrizes estabelecidas e promover ajustes necessários, sempre com foco no bem-
estar dos animais comunitários;
VI – criar no órgão ou entidade uma Comissão Permanente de Proteção, Defesa e Direitos Animais para
acompanhar e avaliar as ações de manejo e controle populacional de animais comunitários em órgãos
públicos;
Art. 6º A Administração Pública, ao lidar com os animais comunitários de que trata esta instrução normativa,
deve se pautar em princípios de cuidado compassivo e humanitário, bem como nos princípios da dignidade
animal, da não maleficência, da participação comunitária e na regra constitucional de vedação de submissão
dos animais a atos de crueldade
Art. 7° A Comissão Permanente de Proteção, Defesa e Direitos Animais será composta por representante(s)
do órgão ou entidade pública, dos cuidadores, bem como membros da comunidade, preferencialmente
vinculados à entidades de proteção animal, devendo reunir-se regularmente, com o objetivo de coordenar e
avaliar as ações de manejo e controle populacional de animais comunitários que habitem o órgão ou entidade
da Administração Pública.
CAPÍTULO II - DAS DIRETRIZES PARA O MANEJO DE ANIMAIS COMUNITÁRIOS

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Art. 8º O manejo de cães e gatos comunitários deve ser realizado de forma humanitária, observando-se os
princípios de bem-estar animal.
Art. 9º Para fins de proteção para os animais comunitários que habitam os espaços de órgãos ou entidades da
administração pública, poderão ser colocadas estruturas de abrigamento observados os seguintes requisitos:
I - as referidas estruturas, deverão ser colocados de forma a não prejudicar o trânsito de veículos e pessoas,
bem como a fauna nativa local;
II – as estruturas de abrigamento, poderão ser identificados com placa informativa com os dizeres “Animais
Comunitários” e referência a esta instrução normativa.
Art. 10 É proibida a perseguição, maus-tratos, caça ou eliminação violenta de cães e gatos comunitários por
parte de agentes públicos ou da população em geral, sujeitando o infrator às penalidades previstas na
legislação vigente.
Art. 11 Os animais e os cuidadores de que trata esta instrução normativa deverão ser cadastrados junto ao
órgão ou entidade respectivo.
Parágrafo Único. Quando solicitado, os dados referentes ao cadastro dos animais comunitários podem ser
enviados para compor o banco de dados do Programa de Proteção Animal desenvolvido pelo poder público
Federal, Estadual e/ou Municipal.
Art. 12 O registro e a identificação dos animais comunitários que habitam órgãos e entidades da Administração
Pública para fins de cadastro poderão ser realizados pela Comissão de Proteção, Defesa e Direitos Animais,
com o auxílio dos cuidadores, podendo, a título exemplificativo, serem adotadas, dentre outras, as seguintes
formas:
I - Microchipagem;
II - Uso de coleira com placa para identificação visual em cães, contendo o nome e o número de identificação
do animal comunitário, bem como o nome e o contato do órgão ou entidade da Administração Pública onde
aquele animal se encontra.
III - Registro fotográfico, com imagens nítidas que mostram o animal em pelo menos quatro ângulos (frontal,
caudal e laterais esquerda e direita);
Parágrafo único. Nas colônias de gatos, ferais ou não, quando inviável o cumprimento dos critérios acima, fica
permitida a identificação dos animais por meio da instalação de placa em que constem informações
relacionadas aos cuidadores e ao manejo que está sendo realizado.
Art. 13 Casos consolidados de formação de vínculos de dependência e manutenção dos animais com o local e
com os cuidadores, asseguram aos animais comunitários o direito de serem mantidos no local que habitam.
Art. 14 O encaminhamento de animais comunitários de que trata essa resolução para fins de adoção privada
deverá ser encaminhada com a participação direta do(s) cuidador(es) comunitário(s), ouvida à comissão,
registrados junto ao órgão ou entidade
CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 15 As despesas para as ações de manejo, previstas nesta instrução normativa, deverão ser previstas na
dotação orçamentária do respectivo órgão.
Art. 16 Os casos omissos serão resolvidos pelo órgão da Administração Pública responsável pela Proteção e
Defesa dos Animais, após deliberação da Comissão.
Art. 17 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 18 Revogam-se as disposições em contrário.

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JUSTIFICATIVA
A presença de animais comunitários em órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta é
uma realidade que demanda atenção e ação efetiva. Esses animais, frequentemente desprovidos de cuidados
adequados, podem enfrentar problemas de saúde e bem-estar, representando riscos tanto para si mesmos
quanto para as pessoas que frequentam esses espaços.
Dada a importância que os animais comunitários exercem no contexto social, na saúde única e no bem-estar
animal, somando-se à evolução do pensamento humano no sentido de avançar na proteção e no
reconhecimento enquanto sujeitos de direitos, é que se torna necessária uma normativa específica que trate
da matéria.
Nesse contexto, justifica-se a edição de uma Instrução Normativa que estabeleça diretrizes para o manejo e
controle populacional desses animais em órgãos ou entidades da Administração Pública direta e indireta. Essa
medida se faz necessária por diversos motivos.
Em primeiro lugar, é responsabilidade do Estado garantir o cuidado e a proteção dos animais em
vulnerabilidade. Através da criação de diretrizes claras, a Administração Pública demonstra seu compromisso
em assegurar que esses animais sejam tratados com respeito e dignidade, promovendo a adoção de medidas
que visem ao seu bem-estar.
Adicionalmente, a edição de diretrizes para o manejo populacional dos animais comunitários que habitem as
estruturas da administração pública direta e indireta, é fundamental para coibir práticas de maus-tratos.
Estabelecer parâmetros éticos para o manejo adequado desses animais é essencial para prevenir situações de
sofrimento e garantir que sejam tratados de acordo com princípios de cuidado compassivo e humanitário.
Os animais comunitários funcionam como barreiras sanitárias, sendo possível minimizar os riscos de
transmissão de doenças, protegendo tanto os animais quanto a comunidade. Outro aspecto importante é o
controle populacional ético e responsável. Por meio da esterilização cirúrgica desses animais, evita-se a
reprodução indiscriminada, atuando como barreiras reprodutivas. Além disso, a presença dos animais
funciona como barreira física a outros animais.
A edição da Instrução Normativa também contribui para uma gestão mais eficiente e transparente. Ao
estabelecer diretrizes claras para o manejo e controle populacional, a Administração Pública Federal promove
uma gestão mais eficaz dos recursos disponíveis, garantindo o uso adequado de verbas públicas e facilitando
a fiscalização e a prestação de contas.
A edição de diretrizes para a proteção e manejo populacional dos animais comunitários que habitam órgãos e
entidades da Administração Pública reforça o compromisso do Estado com a proteção animal e serve de
exemplo para outras esferas de governo. Essa iniciativa contribui para o fortalecimento das políticas públicas
de proteção animal, incentivando a adoção de práticas similares em âmbito nacional e promovendo uma
abordagem mais consistente e abrangente no cuidado desses animais em todo o país.
Portanto, considerando a responsabilidade do Estado no cuidado dos animais, a prevenção de maus-tratos, a
necessidade de um manejo ético, a promoção da saúde única e a busca por uma gestão eficiente, a edição de
uma Instrução Normativa com diretrizes para a proteção e manejo populacional dos animais comunitários que
habitam órgãos e entidades da Administração Pública é fundamental.
Por fim, essas diretrizes proporcionarão um arcabouço legal claro e orientações práticas para assegurar que
esses animais recebam os cuidados adequados, sejam esterilizados de forma ética, tenham seu bem-estar
protegido. A iniciativa contribuirá para a promoção de políticas públicas mais abrangentes, fortalecendo o
compromisso do Estado com a proteção animal e com a saúde única.

400
ANEXO II – Minuta de Lei Estadual sobre Animais Comunitários

LEGISLAÇÃO ESTADUAL ANIMAIS COMUNITÁRIOS

Dispõe sobre animais comunitários no Estado ____________,


estabelece normas para seu atendimento e dá outras providências.

A Assembleia Legislativa do Estado __________________ decreta:


Art. 1º – O animal comunitário, animal não-domiciliado, que estabelece com a comunidade em que vive
laços de dependência e de manutenção, ainda que não tenha um responsável único e definido.
§ 1º - O animal reconhecido como comunitário deve ser recolhido e cadastrado pelo poder público para fins
de esterilização, vacinação antirrábica, registro e identificação (preferencialmente por microchip) e devolvido
à comunidade de origem.
Parágrafo único - O manejo e a atenção continuada de animais comunitários serão realizados com base na
corresponsabilidade de uma Comissão Permanente formada por membros do Executivo Municipal,
cuidadores, Organização Sociedade Civil (OSC´s) de Proteção Animal, protetores independentes e
comunidade.
Art. 2º – Poderão ser considerados mantenedores ou cuidadores de animais comunitários os membros da
comunidade que se disponham voluntariamente a cuidar e respeitar os direitos desses animais.
§ 1º – Os cuidadores de que trata o caput serão cadastrados pelo órgão municipal responsável, do qual
receberão documento comprobatório contendo todas as especificações do animal comunitário e dos
cuidadores.
§ 2º – Os cuidadores proverão, voluntariamente e às suas expensas, os cuidados com higiene, saúde e
alimentação dos cães comunitários pelos quais se responsabilizam, devendo zelar também pela limpeza do
local em que estes se encontram. Além disso, coleira com placa, para identificação visual, contendo o nome
e o número de identificação do cão comunitário, bem como o nome e o contato do(s) cuidador(es).
§ 3º - Impreterivelmente, em casos de maus-tratos, acidentes, injúrias, adoção ou óbito do cão comunitário,
os cuidadores deverão imediatamente comunicar ao poder público.
§ 4º - Deverão ter no mínimo dois cuidadores para cada cão comunitário, ou colônia de gatos.
Art. 3º - Para abrigamento dos animais comunitários, fica permitida a colocação de abrigos em vias públicas,
escolas públicas e privadas, órgãos públicos e empresas públicas e privadas, desde que com a autorização do
órgão municipal responsável e o responsável pelo local.
§ 1º – Os abrigos de que trata o caput deverão ser colocados de forma a não interromper ou prejudicar o
passeio de pedestres e o trânsito.
Art. 4º As colônias de gatos serão mapeadas e cadastradas pelos órgãos competentes.
§ 1º Durante o procedimento de esterilização cirúrgica minimamente invasiva, os animais serão cadastrados,
vacinados contra Raiva, marcados com o corte de orelha esquerda (padrão universal), e identificados com o
microchip.
Art. 5º – Para efetivar esta lei, o poder público deverá viabilizar as seguintes medidas:
I – incentivar campanhas de conscientização ao público sobre o conceito de animais comunitários, bem como
aos cuidadores sobre o respeito aos direitos dos animais e a necessidade de cuidados fundamentais a sua
sobrevivência;
II – incentivar estratégias e ações para a melhoria do bem-estar, respeito e proteção aos animais comunitários;
III – incentivar campanhas que conscientizem o público da necessidade de esterilização, de vacinação
periódica e que maus-tratos e abandono configuram crime ambiental;
IV – promover orientação técnica aos adotantes e ao público em geral para os princípios da tutela responsável
de animais, visando atender às necessidades físicas, psicológicas e ambientais;
V – registrar os dados do animal por meio de cadastro informatizado, renovável anualmente.
Parágrafo único – O cadastro de que trata o inciso V do caput deverá conter:
I – nome completo, endereço e contato telefônico dos cuidadores;
II – nome do animal e registro com foto;

401
III – tempo de permanência no local;
IV – histórico médico-veterinário, no qual devem estar inseridos eventos como castração, vacinação, estado
de saúde, entre outros.
Art. 6º – O animal comunitário nos municípios deverá se vincular a um programa para tal, no qual incluirão a
formação de comitê e ações integradas entre os atores sociais, aliados ao programa para o manejo ético
populacional de cães e gatos.
§ 1º - O poder público poderá celebrar convênios e parcerias com entidades de proteção animal e
organizações de sociedade civil, universidades, estabelecimentos veterinários, empresas públicas ou privadas
e entidades de classe, para a consecução dos objetivos desta lei.
Art. 7º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
xx de xxxx de 20xx.
Deputado xxxxxxx

Justificativa: Este projeto de lei reconhece o animal comunitário como sendo aquele que, sem tutor definido,
estabelece relação de dependência e vínculo afetivo na comunidade em que vive. Dessa forma, o animal
comunitário integra a vida da comunidade fazendo parte da coletividade.
Deixar um animal sem acesso ao atendimento de suas necessidades, tais como a alimentação e abrigo,
configura-se ato de crueldade. Cabe ao poder público, com a participação da sociedade civil, o atendimento a
esses direitos que lhes são inerentes e tanto quanto o cumprimento dos deveres para com eles, que é o de
lhes prover a saúde e o bem-estar.
Dada a importância que os animais comunitários exercem no contexto social, na saúde única e no bem-estar
animal, somando-se à evolução do pensamento humano no sentido de avançar na proteção e no
reconhecimento enquanto sujeitos de direitos, é que se torna necessária uma lei específica que trate da
matéria.

402
ANEXO III – Minuta de Lei Municipal de Programa Animal Comunitário

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL PROGRAMA ANIMAL COMUNITÁRIO

Dispõe sobre a regulamentação do Programa Animal


Comunitário, estabelece normas para sua implementação no
município de _______________ e dá outras providências.

O Prefeito de _____________, no uso das atribuições que lhe são conferidas, faço saber que o Poder
Legislativo decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art.1° Animal comunitário é aquele que estabelece com membros da comunidade local onde vive, vínculos de
dependência e manutenção, apesar de não ter tutor definido e único.
§ 1º É aplicável às espécies cão doméstico (canis familiaris) e gato doméstico (felis catus). § 2° O animal
comunitário não poderá ser recolhido como animal errante, exceto nos casos em que colocar em risco a saúde
dos demais animais da comunidade ou da população que com ele convive.
Parágrafo único - O manejo e a atenção continuada de animais comunitários serão realizados com base na
corresponsabilidade de uma Comissão Permanente formada por membros do Executivo Municipal,
cuidadores, Organização Sociedade Civil (OSC´s) de Proteção Animal, protetores independentes e
comunidade.

Art. 2º – Mantenedores ou cuidadores de animais comunitários são membros da comunidade, em que vive o
animal, e que se disponham voluntariamente a cuidar e respeitar os direitos desses animais.
§ 1º – Os cuidadores serão cadastrados pelo órgão municipal responsável, do qual receberão documento
comprobatório contendo todas as especificações do animal comunitário e de seus cuidadores.
§ 2º – Os cuidadores proverão, voluntariamente e às suas expensas, os cuidados com higiene, saúde e
alimentação dos animais comunitários pelos quais se responsabilizam, devendo zelar também pela limpeza
do local em que estes se encontram. Além disso, a coleira para identificação visual, contendo o nome e o
número de identificação do cão comunitário, bem como o nome e o contato do(s) cuidador(es).
§ 3º - Impreterivelmente, em casos de maus-tratos, acidentes, injúrias, adoção ou óbito do cão comunitário,
os cuidadores deverão imediatamente comunicar ao poder público.
§ 4º - Deverão ter no mínimo dois cuidadores para cada animal comunitário.

Art.3° O Programa Animal Comunitário será coordenado pelo Centro de Controle de Zoonoses e pela
Subsecretaria do Bem-Estar Animal.
§ 1º O animal comunitário cadastrado, deve ser esterilizado cirurgicamente, vacinado anualmente contra
Raiva, desparasitado periodicamente, receber atendimento do médico veterinário sempre que necessário e
ser registrado com foto.
Parágrafo único: O poder público poderá celebrar convênios e parcerias com entidades de proteção animal e
organizações de sociedade civil, universidades, estabelecimentos veterinários, empresas públicas ou privadas
e entidades de classe, para a consecução dos objetivos desta lei.
§ 2º Os critérios para triagem do cão comunitário ao Programa são: 1) Viver exclusivamente na rua; 2) Possuir
um local de permanência estabelecido; 3) Vínculo com a comunidade de no mínimo um ano; 4) Possuir abrigo
fixo; 5) Mínimo dois mantenedores por animal; 6) Idade – adulto e idoso; 7) Porte – pequeno a médio;

403
§ 3º Os critérios para triagem do mantenedor são: 1) Não apresentar perfil de acumulador; 2) Não viver em
situação de rua; 3) Ter a manutenção do animal em vigência; 4) Assinar o termo de adoção comunitária.
§ 5º O cadastro deverá ser atualizado e renovado anualmente nos órgãos competentes.
§ 6º No caso de necessidade de alteração do cuidador em virtude de mudança de endereço ou por qualquer
motivo pessoal, outro voluntário poderá/deverá se apresentar no Centro de Controle de Zoonoses e
Subsecretaria do Bem-Estar Animal para solicitar a alteração, devendo declarar o motivo da substituição.

Art. 8 As colônias de gatos serão mapeadas e cadastradas pelos órgãos competentes.


§ 1º Durante o procedimento de esterilização cirúrgica minimamente invasiva, os animais serão cadastrados,
vacinados contra Raiva, marcados com o corte de orelha esquerda (padrão universal), e identificados com o
microchip.

Art.9° O animal comunitário devidamente cadastrado terá prioridade na inserção em programas de controle
populacional cirúrgico gratuito.

Art.10° A eutanásia não poderá ser realizada no animal comunitário para fins de controle populacional.

Art.11° O programa animal comunitário incluirá a formação de um Comitê Permanente e ações integradas
entre os atores sociais, aliados ao programa para o manejo ético populacional de cães e gatos.

Art.12° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA: A Constituição Federal em seu capítulo VI, art.225, parágrafo primeiro, inciso VII, considera
dever do Estado e da Coletividade zelar pelos animais e impedir as práticas que os submetam à crueldade.
Além disso, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados. Assim, o presente projeto de lei busca normatizar e sistematizar a proteção dos animais
comunitários no âmbito do Município de ____________________, por conta da elevada importância do tema
para toda a sociedade __________________. O animal comunitário, aquele que, sem tutor definido, se integra
à vida de uma comunidade de forma a com seus membros estabelecer laços de afeto e dependência
recíprocos, laços esses que lhe garantem abrigo e condições de sobrevivência. Além de representar a
transposição para a vida prática dos preceitos constitucionais, detêm a importância psicossocial de interação,
comportamento cooperativo, responsabilidade, cidadania e fortalecimento do tecido comunitário. Torna-se
indispensável portanto a caracterização do animal comunitário como figura integrante da vida urbana. O bem-
estar dos animais envolve a sua saúde, sua proteção e sua conservação, tendo a necessidade de estabelecer
regramentos para que haja o devido respeito e a proteção da integridade dos seres em questão. Acrescente-
se que o respeito pelos animais por parte do ser humano está ligado ao respeito entre a própria espécie
humana. Desta forma, a proposta legal, fundamentada em valores socioambientais, constitui uma base legal
para defender e proteger os animais e suas existências enquanto elementos bióticos que integram o
patrimônio Nacional do Município, promovendo cooperação, parcerias e trabalho em rede, fatores
constituintes de se viver em sociedade.

404
ANEXO IV – Caderno Técnico Manejo Populacional de Cães e Gatos em Campi Universitários

Disponível em https://vet.ufmg.br/wp-content/uploads/2023/07/cteletronico-107-completo.pdf

405
3.3. Educação para guarda responsável e conscientização pública

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Implantar o Programa Nacional de Educação Animalista em todos os níveis de educação, em todos o
território nacional;
2. Criar o Programa de formação continuada docente em Educação Animalista;
3. Desenvolver conteúdos e materiais didáticos específicos para cada nível de atenção;
4. Estimular programas de alcance ao grande público sobre educação animalista;
5. Propor materiais para diferentes mídias sobre guarda responsável de ampla divulgação para
conscientização da sociedade;
6. Elaborar conteúdos básicos para a formação do médico veterinário sobre temas relacionados à guarda
responsável, manejo populacional e prevenção de maus-tratos e abandono.

INTRODUÇÃO
Educação é um direito fundamental de todos, garantido na Constituição Federal. Perpassa o
desenvolvimento humano por meio do ensino e da aprendizagem, visando a desenvolver e a potencializar a
capacidade intelectual do indivíduo. A educação não é apenas transmitir conhecimentos, mas é através dela
que se busca a autonomia, a criticidade, e melhorar nossas habilidades e competências.
Ensinar a cuidar é a prioridade para promover o bem-estar animal em equilíbrio zoosanitário. No Brasil
é livre a criação de cães e gatos e o acesso a estes animais ocorre em desequilíbrio com o acesso ao médico
veterinário, razão da criação desordenada frequente no país, sobretudo pela ausência de compreensão
quanto às necessidades que são fundamentais para o correto manejo e manutenção saudável. A saúde animal
caminha em ligação com a saúde humana e saúde ambiental, e tem sido consolidada no conceito de saúde
única defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial da Saúde Animal (OIE),
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). (Melo, 2022)
As atividades instrutivas/educativas sobre criação de caninos e felinos domésticos constituem
educação ambiental, pois estas espécies de animais são parte da fauna antrópica existente no centro urbano
e assim reconhecidas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2014) e constitui parte integrante da tríade de políticas
públicas básicas para esse tema, a saber: Guarda responsável, Investimento em castração e educação
ambiental (MELO, 2022).
Quando falamos em educação animalista, que engloba educação ambiental humanitária usando como
base os princípios do bem-estar animal com foco nos direitos animais, temos que atentar para a necessidade
de que os programas de educação devem ultrapassar as barreiras da educação formal. Vivemos em uma
sociedade que não conhece a grave situação que envolve os animais não humanos e que raramente se faz a
conexão que o desequilíbrio ambiental, a violência e os maus-tratos aos animais, mesmo distante dos nossos
olhos, possui efeitos consideráveis em nossa vida.
Cães e gatos estão cada dia mais ganhando um papel de destaque no ambiente familiar brasileiro,
hoje já conhecemos o termo família multiespécie, porém, nosso país ainda enfrenta enormes desafios tanto
no descontrole das populações caninas e felinas, quanto na forma como os animais são tratados e vistos na
sociedade. Nesse sentido há necessidade de se atribuir um grau elevado de importância nos Programas de
Educação para mudanças efetivas no comportamento tanto daqueles que detém animais sob sua guarda,
quanto nos relacionamentos sociais envolvendo animais não-humanos. Ainda cabe ressaltar que cães e gatos,

406
quando reconhecidos em seus direitos e dignidade podem ser os grandes embaixadores das ações que visem
o enfrentamento aos maus-tratos, abandono, a omissão e em especial a crueldade contra todos os animais.
A guarda responsável deve ser enfatizada, inclusive atribuindo a responsabilidade civil e criminal do
guardião em caso de negligência e ou omissão deste com o animal, tendo por base a manutenção do mínimo
necessário para a sobrevivência deste e sua convivência com outros animais e seres humanos, ou seja,
alimentação, hidratação, cuidados veterinários básicos e lazer. O guardião de um animal doméstico ou de
estimação deve aceitar e assumir os seus deveres centrados no atendimento das necessidades físicas,
psicológicas e ambientais do seu animal, bem como, a prevenção de riscos para si próprio ou para terceiros
(potencial de agressão, potencial de acidente de trânsito, transmissão de doenças e contaminação ambiental).
“A educação em bem-estar animal promove conhecimento, entendimento, habilidades, atitudes e
valores relacionados ao envolvimento humano nas vidas dos animais”, (World Animal Protection, 2014)
Educar as pessoas é fundamental em programas humanitários de manejo de animais bem sucedidos.
Isso porque todos os problemas associados a cães e gatos são influenciados pelo comportamento humano.
Uma educação adequada sobre o comportamento dos animais não humanos também pode resultar em
benefícios sociais e econômicos. Isso se deve uma vez que poderão haver menos oportunidades de
transmissão de doenças e menos pressão nos serviços de saúde.
Construção coletiva do grupo, 2023.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Fazer o levantamento dos materiais disponíveis em educação para a guarda responsável;
2. Realizar a busca ativa de documentos, livros e materiais a serem disponibilizados para educadores;
3. Buscar cursos de formação docente em educação animalista, educação humanitária em bem-estar
animal;
4. Desenvolver modelo de curso de formação docente;
5. Desenvolver proposta para Conferências regionais, estaduais e federal sobre Educação Animalista,
anualmente.
6. Inserir na formação do médico veterinário conteúdo sobre temas relacionados à guarda responsável,
manejo populacional e prevenção de maus-tratos e abandono.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Os cuidados adequados com os animais envolvem questões éticas e de saúde pública. A guarda
responsável se torna tema central de discussão em nossa sociedade, devido às interações homem-animal cada
vez mais estreitas e também pelo enorme descontrole populacional de cães e gatos nas cidades e a pouca
oferta de políticas públicas eficientes.
Apesar disso, a guarda responsável é um tema interessante não apenas para aqueles que se importam
com uma vida digna aos animais, mas também essencial para evitar problemas á saúde pública como possíveis
agressões e ocorrência de zoonoses.
Implantar um programa de educação para a guarda responsável exige do gestor uma visão ampla do
conceito de educação, para além das escolas, mas também objetivando atingir o grande público atrav´pes da
educação não formal.
Para tanto algumas questões devem ser abordadas nas comunidades: cuidados básicos que devem
ser oferecidos aos animais como alimento, água, abrigo para as condições do clima, garantia de acesso à
saúde, vacinação regular, prevenção para crias indesejadas com a realização de cirurgias de castração ao
animal, supervisão em passeios, atenção às características comportamentais dos animais e em um nível mais
avançado, treinamento e socialização.

407
Os programas de educação para a guarda responsável devem caminhar lado a lado com as ações de
manejo populacional. Inclusive em relação ao seu investimento. Os investimentos em educação podem e
devem ser em igual proporção ao que é investido nas ações de manejo.
Alguns pontos de importante destaque:

Nas escolas
A escola exerce dois papéis fundamentais na sociedade: socializar e democratizar o acesso ao
conhecimento e promover a construção moral e ética dos estudantes. Esses dois papéis compõem a formação
de pessoas conscientes, críticas, engajadas e com potencial de transformação de si mesmas e da sociedade. O
papel da escola na formação do cidadão é essencial para o bom funcionamento da sociedade.
Assim os programas de educação devem partir da escola para a sociedade, vislumbrando esta como
um canal de integração entre o aluno, a família e a comunidade na qual ela está inserida.
Os temas envolvendo os bons cuidados com animais, a importância da castração, a compreensão das
consequências dos maus tratos, do abandono e a conceituação de família multiespécie podem ser abordados
em todos os níveis de ensino, em progressivo grau de complexidade.
Cabe também à escola como multiplicadora a criação de projetos que acolham a comunidade local e
a propagação do conhecimento adquirido em sala de aula.
Os programas de educação devem contar também com a formação docente permanente.

Na sociedade
Para atingir o grande público necessário se faz campanhas informativas, educativas e publicitárias
sobre ações transformadoras na melhoria da convivência entre humanos e não humanos no ambiente urbano.
Aqui, se faz importante a informação sobre crimes de maus tratos, crimes de abandono, a negligência
e omissão nos cuidados aos animais e sua responsabilização legal. Também é importante destacar nestas
ações a elevação do status moral dos animais, o convívio com a fauna sinantrópica, a criação de programas de
animais comunitários, dentre outros.
Todos os espaços públicos podem ser utilizados para estas ações. Promoções de palestras em locais
públicos, veiculação de matérias nas mídias locais, participação de ações educativas em feiras, eventos e
campanhas de conscientização.
A utilização de material visual como “busdoor,” “outdoor,” painéis, placas de orientação também são
ferramentas muito eficazes para a disseminação de informação.
A guarda responsável de animais de estimação representa aspecto importante para relação humano-
animal. Uma sociedade que se preocupa com o bem-estar e a saúde dos seus indivíduos e atua com ética no
trato e convivência com animais de estimação, desenvolve melhor o conceito de respeito e torna a vida nas
cidades mais saudável. (Santinelli, 2021)

CONCLUSÃO
Após a implementação de um Programa Nacional de Educação Animalista e consequente formação
docente para atuar sobre diferentes temas que envolvam educação ambiental, educação humanitária para a
guarda responsável, bioética, dentre outros temas relacionados possibilitará uma nova compreensão na forma
como os animais são vistos na sociedade e também em como as noções de empatia e respeito entre humanos
e não-humanos podem contribuir para efetivamente o vislumbre de uma educação para a paz, constituindo
assim um verdadeiro marco civilizatório no Brasil.

408
Além disso, as ações de educação em diferentes mídias atuarão como veículo a fazer ecoar temas tão
sensíveis que envolvem os animais, porém, desconhecidos de grande parte da população, podendo assim,
serem além de detentoras do saber das boas práticas envolvendo animais, também propagadoras de
informação sobre a temática e consequente diminuição da crueldade animal, maus-tratos, abandono e toda
forma de violência.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Federal de Medicina Veterinária. Resolução nº 962/2012, de 27 de agosto de 2010.
Normatiza os procedimentos de contracepção de cães e gatos em programas de educação em saúde, guarda
responsável e esterilização cirúrgica com a finalidade de controle populacional. Diário Oficial da União:
seção 1, Brasília, DF, p. 118, 02 nov, 2010. Disponível em:
http://ts.cfmv.gov.br/manual/arquivos/resolucao/962.pdf. Acesso em: 02 ago. 2023.
BRASIL. Conselho Federal de Medicina Veterinária. Resolução nº 1.236/2018, de 26 de outubro de 2018.
Define e caracteriza crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de
médicos veterinários e zootecnistas e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,
ed. 28, p. 133-137, 29 out, 2018. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/47542721/do1-2018-10-29-resolucao-n-1-236-de-26-de-
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BRASIL, Lei nº 14.064, de 29 de setembro de 2020. Altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para
aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato.Brasília,
DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2020/lei/l14064.htm. Acesso em: 02 ago. 2023.
CEDEF. Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna. Políticas de Manejo Ético Populacional de Cães e Gatos
em Minas Gerais. Belo Horizonte: 2019. 272 p. Disponível em: https://defesadafauna.blog.br/wp-
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GENARO, G. Gato doméstico: futuro desafio para controle da raiva em áreas urbanas? Pesq. Vet. Bras. , Rio
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KATAGIRI, S.; OLIVEIRA-SEQUEIRA, T. C. G. Zoonoses causadas por parasitas intestinais de cães e o
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MELO, E.H.M. et al. Importância da tríade básica de políticas públicas sobre caninos e felinos domésticos
para a saúde única no Brasil: análise comparativa nacional e internacional. In: CONGRESSO
IBEROAMERICANO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA, 4., 2022, Anais [...]. 2022. Online. Disponível em:
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Mestrado Profissional Pesquisas em Saúde - MPPS) - Centro Universitário CESMAC, Maceió, 2016.
MARQUES DE MELO, et al. Iniciativas de políticas públicas sobre caninos e felinos em Alagoas Brasil. In:
SEMANA ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - SEMVET/UFAL, 6, v. 2, 2019, Anais [...], Viçosa - AL:
UFAL, 2019. Disponível em: file:///C:/Users/Luciana/Downloads/8078-35462-1-PB.pdf. Acesso em: 03 ago.
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MARQUES DE MELO, et al. Interdisciplinaridade na educação ambiental do cidadão que cria caninos e
felinos: da pesquisa à intervenção no problema. In: SEMANA ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA -
SEMVET/UFAL, 5, v.1, 2018, Anais {...}, Viçosa - AL: UFAL, 2018. Disponível em:

409
https://www.seer.ufal.br/ojs2-somente-consulta/index.php/medvet/article/view/5895/4154. Acesso em: 03
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MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Esclarecimento sobre a Portaria nº 1.138/GM/MS, de 23 de
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REICHMANN, ML; Pinto, HB; Arantes, MB; Santos MB; Viaro, O; Nunes, VP. Educação e Promoção da Saúde
no Programa de Controle da Raiva. Instituto Pasteur, 2000.
SANTINELLI, R. O manejo populacional ético de cães e gatos exige dedicação e responsabilidade. Jornal O
Alfenense, 2021. Disponível em: https://www.oalfenense.com.br/noticia/1699/o-manejo-populacional-
etico-de-caes-e-gatos-exige-dedicacao-e-responsabilidade-parte-ii-n-acoes-educativas
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA A SAÚDE ANIMAL. Pesquisa Radar Pet 2020.
COMAC, São Paulo, 2020. Disponível em: https://sindan.org.br/wp-content/uploads/2021/07/RADAR-PET-
2020-APRESENTACAO-2.pdf. Acesso em: 04 ago. 2023.
SEVERIN, M. A pobreza e a falta de lei impedem o combate aos cães vadios Bonaire. Caribbean Network,
Kralendijk, 11 abr. 2021. Disponível em:
https://caribischnetwerk.ntr.nl/2021/04/11/armoede-en-ontbrekende-wet-staan-aanpak-zwerfhonden-
bonaire-in-de-weg/. Acesso em: 02 ago. 2023.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador/a:
 Evelynne Hildegard Marques de Melo. Médica veterinária (UFAL). Doutoranda em Políticas Públicas
(SOTEPP-UNIT-AL). Mestra em Ciência Animal (UFAL). Membro do CFMV/CRMV-AL Comissão Saúde
Pública. Diretora Técnica da Secretaria de Bem-Estar Animal de Maceió - AL.

Relator/a:
 Renata Santinelli. Advogada, Mestre em Bioética. Professora. Coordenadora de Ações Políticas do Fórum
Nacional de Proteção e Defesa Animal; Fundadora da Frente Mineira de Proteção Animal; Presidente do
Conselho Municipal de Proteção Animal de Alfenas - MG; Gestora da Associação Anjos de Patas em Alfenas
- MG.

Outros membros:
 Ana Botelho. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Orientadora de Famílias
Multiespécies, Atriz, Roteirista. Pesquisa para projeto de Doutorado em Ética Animal (Obrigações Morais
com Animais Domesticados, Política e Educação)
 Fabiane Peter. Advogada, Especialista em Direito Animal pela Uninter/Esmafe e Especialista em Direito
Ambiental pela UFPEL. Membro da CPDA da OAB/RS - subseção Pelotas.
 Lisandra Ferreira Dornelles Fraga da Silva. Médica Veterinária (UFRGS 2001). Ex-Presidente do CRMV-RS
(2018 a 2021). Coordenadora Estadual no RS da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal.
Fundadora da ONG “Médicos Veterinários de Rua” no RS, com atuação em Porto Alegre e Caxias do Sul.
 Luciana Dantas de Medeiros. Bibliotecária (UFRN 2006), Especialista em Biblioteconomia (FIJ 2011),
mestra em Ciência da Informação (UFPB 2019), Coordenadora da Comissão de Direito e Bem-Estar Animal
da Universidade Estadual da Paraíba - CDBEA/UEPB; Membro Convidada da CODAN/OAG - CG.

410
 Maria Raquel Isnard Moulin. Médica veterinária (UFV 1992), doutorado em Biologia Celular e Molecular
(FMRP-USP 2006). Docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Coordenadora do Núcleo de Estudos em Medicina Veterinária do Coletivo (DMV-UFLA). Presidente da
Comissão Permanente de Política de Animais da UFLA.
 Pauline Machado. Jornalista e acadêmica de medicina veterinária (4º ano); MBA em Liderança e Gestão
de Pessoas; Atuante na Causa Animal desde 2005; Produtora de eventos solidários à causa sócio-ambiental
há 18 anos; responsável pelo Processo de adoção dos gatos da Associação Beco da Esperança há três anos;
Embaixadora da Anclivepa - PR; Diretora do Canal de Estimação.
 Roseana Diniz. Médica veterinária (UFRPE, 1987), doutorado (UFRPE, 2008) e pós-doutorado (UPenn,
2010) em Etologia (Felinos). Docente no curso de Medicina Veterinária da UFRPE (1997) das disciplinas de
Clínica Médica de Caninos e Felinos e de Medicina Integrativa Aplicada a Cães e Gatos. Atua na Medicina
de Abrigo e do Coletivo desde 2000.
 Sônia Martins Teodoro. Zootecnista, Mestra em Produção Animal, Doutora em Agronomia e Pós Doc em
Ambiência. Professora Pleno UESB - Campus de Itapetinga, coordenou por 11 anos a CEUA/UESB, integra
a Comissão Multicampi de Animais Comunitários da UESB e voluntária da SOS Animais de Rua - Itapetinga.
 Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Especialista em TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana;
Coordenadora de Defesa Animal em Três Corações - MG; Membro da CDA-OAB-MG; Associada Fórum
Animal, MFA, SVB, AE, WWF.
 Vania de Fátima Plaza Nunes. Médica veterinária- Unesp Botucatu; Diretora técnica do Fórum Nacional
de Proteção e Defesa Animal, Pós-graduada em Saúde pública; Saúde ambiental; Vigilância sanitária, todas
pela Unicamp, Bem-estar animal, pelo E-learning Cambridge; Comportamento Animal, pela Unifeob,
Medicina Veterinária Legal pela Qualittas; Ecologia e Educação Ambiental, pela Unianchieta, perita CEDA
MPMG, Superintendente da Fundação Serra do Japi- Jundiaí- SP.

411
ANEXO I - Sugestão de conteúdos e material didático

Conteúdos e sugestão de material


Abordagem específica - Qual é o papel do Médico Veterinário neste processo de informação à
sobre o médico população?
veterinário:
Abordagem específico - Gatos domésticos:
sobre gatos: -O que preciso para criar um gato?
- Como cuidar de gatos?
- Adotou um gato da rua? O que fazer?
-Como você transporta seu gato?
-Porque devo criar o gato somente dentro de casa (parte 1)
-Porque devo criar o gato somente dentro de casa ( parte 2)
-É legal criar muitos gatos em casa?.
-O que todo gato precisa ter em casa?
-O que meu gato deve comer?
-Qual água meu gato deve beber?.
-Quantas vezes meu gato precisa ser vacinado?
-As vacinas protegem o gato contra quais doenças?
-Preciso proteger meu gato contra quais verminoses?
-Toxoplasmose. O que é? Como prevenir?
-A mulher grávida e a Toxoplasmose..
-O que fazer com as fezes do meu gato?
-Meu gato pode dormir comigo?
- FIV E FELV. O que é e por que testar?
-Esporotricose (explicar que o gato é vítima e não vilão)
-Gatos precisam tomar banho?
-Como dar medicação líquida ao gato?
-Como dar comprimido ao gato?
-Por que castrar a gata e o gato ?
- Posso dar sache para o meu gato?
- Como deve ser a alimentação dos gatos
- Hidratação: como estimular a ingestão de água pelos gatos?
- Orientações sobre adaptação de um novo gato em casa;
- Importância da gatificação da casa para receber um gato (enriquecimento
ambiental)
- Comportamentos dos gatos
Abordagem específico -Como cuidar de cães?
sobre cães: -Adotou um cão da rua? O que fazer? .
-O que meu cão deve comer?
-Qual água meu cão deve beber?
-Quantas vezes meu cachorro precisa ser vacinado?
-As vacinas protegem o cão contra quais doenças?.
-O que é LEISHMANIOSE?
-O que é LEPTOSPIROSE?
-Preciso proteger meu cão contra as verminoses?
-Cachorro criado em apartamento tem menos risco de ter verminoses?
-TVT-Tumor Venéreo Transmissível. O que é? Como prevenir?
-Quantas vezes tenho que dar banho em meu cachorro?
-Meu cachorro pode dormir comigo?

412
-Como deve ser a casinha do meu cachorro?
-Por que preciso passear como cão preso na guia?
-Tenho um cão feroz! O que fazer?
-Porque castrar a cadela e o cachorro?
Abordagem comum às -É importante prevenir pulgas?
duas espécies (cães e -É importante prevenir carrapatos?
gatos): -Por que não posso aplicar injeções para evitar que a fêmea fique prenha??
-O que fazer quando seu animal adoecer?
-Hora do parto. O que fazer?.
-Porque só devo vacinar com o Veterinário?
-Seu cão e seu gato tem cartão de vacina?.
-Medicações contra vermes. É importante?
-O que são ZOONOSES?
-Quais as zoonoses mais comuns?
-O que é “DIPILIDIOSE”?.
-O que é “LARVA MIGRANS CUTÂNEA”?
-O que é “LARVA MIGRANS VISCERAL”?
-O que é “GIARDÍASE”?
-Qual é a vacina aplicada na Campanha da Prefeitura?
-O que fazer com o filhote órfão?.
-Três passos para o correto pós-operatório
-O que pode acontecer com quem abandona?
-Ficou com alguma dúvida?
-Algo mais ?
Estabelecer conteúdo para diferentes faixas etárias, públicos:
Conteúdo compacto Importância da vacinação;
para adultos e idosos -Importância da vermifugação e desparasitação geral (abordar parasitas
(palestras ou vídeos): internos e externos);
-Alimentação adequada;
-Abrigo adequado;
-O passeio na via pública;
-Quando ir ao médico veterinário;
-Porque fazer castração;
-Para que serve a microchipagem?
-O que significa zoonose?
-Quantos cães e gatos eu posso ter em casa?

Sobre maus tratos aos caninos e felinos domésticos:


-Se maltratar vai preso? Tem lei sobre isso no Brasil?
-O que são considerados maus tratos?
-Onde posso denunciar um caso de maus tratos ?
-Algo mais ?
Rinha de cães, corrida de galgos, tingimento dos animais, zoofilia e até
“humanização” dos animais com uso de roupinhas sem finalidade protetiva.
Conteúdo para 1-Filme: Fulaninho, o cão que ninguém queria.
crianças a partir de 12 O Kit Fulaninho é constituído do DVD e de material impresso — o Manual
anos, adolescentes e Pedagógico e o Caderno de Brincadeiras. Tem sido adotado por Secretarias de
adultos (vídeos): Saúde de vários municípios para complementar a educação dos jovens.
Adquira o DVD e colabore com a expansão da Educação Humanitária:
http://www.guiavegano.com.br/vegan/el...

413
Saiba mais sobre o Instituto Nina Rosa: Site:
http://www.institutoninarosa.org.br/s... E-mail: inr@institutoninarosa.org.br
Acesso público: https://www.youtube.com/watch?v=gn1ISZY31H0

2-Filme: Criando um amigo.


Ensina como evitar mordeduras de cães e gatos.
Ajuda crianças e adultos a entender seus animais e a conviver melhor com
eles.
Adquira o DVD e colabore com a expansão da Educação Humanitária:
http://www.guiavegano.com.br/vegan/el...
Saiba mais sobre o Instituto Nina Rosa:Site:
http://www.institutoninarosa.org.br/s...
E-mail: inr@institutoninarosa.org.br

Conteúdo para 3-Filme: animais domésticos | conhecendo os animais | vídeo educativo


crianças: a partir de Vídeo que apresenta de maneira lúdica os animais domésticos.
cinco anos: Idênticas diferenças e semelhanças entre animais domésticos e animais
selvagens. Promover o processo de ensino/aprendizagem com auxílio da
tecnologia. Animação infantil para despertar o interesse de crianças para o
tema Animais Domésticos.
Conheça nosso blog Alfabrinca na Rede e baixe gratuitamente atividades,
fichas de leitura e moldes: https://alfabrincanarede.blogspot.com/

4-Filme: Vídeo educativo Animais Domésticos e Selvagens para crianças.


Série Planos de aulas do Blog Profissão Professor. Para crianças de até 5 anos.
Acesso público: https://www.youtube.com/watch?v=KrrnEjicFyg

5- Filme: A casa dos ANIMAIS | ERA UMA VEZ. Para crianças de até 5 anos.
Autora: Kerliane da Silva Uchôa
Acesso público: https://www.youtube.com/watch?v=sy_lbd8pUjo
https://www.youtube.com/watch?v=U2gkkjggbhA

6-Animação musical. Patati Patatá - Animais de estimação (DVD No Castelo


da Fantasia)
Patati Patatá convida as crianças para conhecer um mundo de sonho e magia.
Viaje conosco nas asas da imaginação, e divirtam-se com as canções desta
dupla.Seja você o personagem principal "No castelo da Fantasia"! Spotify:
https://open.spotify.com/user/patatie...
Acesso público: https://www.youtube.com/watch?v=E8kH4m4KjIo

LETRA: ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO


“ANIMAIS, ANIMAIS, DE ESTIMAÇÃO SÃO DEMAIS, SÃO DEMAIS, QUEREM
PROTEÇÃO SE VOCÊ QUER TER UM
TRATE COM CARINHO E VOCÊ NUNCA MAIS, VAI FICAR SOZINHO
PODE SER CACHORRINHO GATO OU PASSARINHO PAPAGAIO OU TARTARUGA
SÃO TODOS MANSINHOS
SÃO PEQUENOS, OU GRANDÕES ISSO NÃO IMPORTA ELES DÃO MUITO AMOR
ABRA A SUA PORTA”.
7 -FILME DA DISNEY: O PATINHO FEIO, que traz a abordagem do bullying e
que podemos fazer analogia com a exclusão do patinho feio, tanto com as

414
pessoas que ainda sofrem discriminção seja pelo seu nível social, seja pela cor
da pele, alguma deficiência física, mental ou emocional, assim como os
animais sem raça definida. Uma forma lúdica de fazer com que as crianças
entendam que a exclusão não é a melhor opção e que os animais também
sofrem com isso.
-Algo mais ?
Lançar campanhas Objetivo: Produção de vídeo educativo (pelo menos até três vídeos) sobre:
estaduais: 1- cuidados com cães e gatos de até 1 min.
2- Maus tratos e a punição existente no Brasil até 1 mim.
3 - O poder curativo do convívio com os animais
Público-alvo da campanha: Faculdades de comunicação social, publicidade e
propaganda
Público-alvo de expectadores para os vídeos: Crianças e adultos em geral.
Premiação: definir
Edital: produzir
Produção de Ativar Instagram exclusivo (ou outra mídia do momento):
conteúdo digital: -Usar conteúdo disponível do guia educativo sobre cães e gatos sugerido no
item a cima.
-Executado por: pessoal específico de Comunicação
-Programar postagem por assuntos de interesse focando “ensinar a cuidar”.
-Mesclar postagens leves com assuntos técnicos;
-Mesclar vídeos com mensagens educativas e artes visuais instrutivas;
-Finais de semana oferecer conteúdo de distração.
-Feed: é cartão de visita. Storyes: cotidiano. (manter videos como conteúdos
centrais no feed).
Coluna “Fala Proteção https://www.oalfenense.com.br/fala-protecao-animal-
Animal”
Fazer levantamento de material que pudesse ser utilizado como apoio para as atividades de educação
animalitária: (obs.: documentos todos em pdf disponíveis.)
MPU-SP CARTILHA DE DEFESA ANIMAL. ELOISA BALIZARDO
Promotora de Justiça. Ministério público do estado de São Paulo.
CCZ-Campinas-SP Manual de Posse Responsável e Bem-Estar Animal. CCZ Campinas. GAVAA
Grupo de Apoio Voluntário aos Animais Abandonados:
www.ccz.campinas.sp.gov.br. e-mail: saude.zoonoses@campinas.sp.gov.br
Prefeitura de Nosso amigo cão : um guia para a guarda responsável / Coordenação. Ligia
Botucatu Souza Lima Silveira da Mota ... et al.Projeto gráfico Gabriele. Gimenes Pereira,
Henrique Devidé. - Botucatu: O Autor, 2018, 47 p.
ISBN: 978-85-918941-1-6
Comissão de saúde Aprenda com a Dra Catarina sobre zoonoses. Cartilha ilustrada. 16p.
pública.
CRMV-SC
SMS-SP Manual do educador. “Criando um amigo”. Manual de Prevenção contra
agressões por cães e gatos. Centro de Controle de Zoonoses, Gerência de
Vigilância Ambiental – Coordenadoria de Vigilância em Saúde Secretaria
Municipal da Saúde Prefeitura do Município de São Paulo. Maio de 2004.
ALESP-SP Proteção e defesa dos animais. Francisco Feliciano Filho. Cartilha ilustrada, 23
p.
Prefeitura de Maceió- Melo, Evelynne Hildegard Marques de. Perguntas e respostas sobre cães: um
AL guia educativo para o cidadão de Maceió/ Evelynne Hildegard Marques de
Melo, Silvio Romero de Oliveira Abreu. – Maceió: NEAFA, 2017. ISBN 978-85-
93526-07-7

415
Prefeitura de Maceió- Melo, Evelynne Hildegard Marques de. Perguntas e respostas sobre gatos: um
AL guia educativo para o cidadão de Maceió/ Evelynne Hildegard Marques de
Melo, Silvio Romero de Oliveira Abreu. – Maceió: NEAFA, 2017. 51 p. : il. ;
Color.
O Poder e a promessa O Poder e a Promessa da Educação Humanitária é voltado para educadores
da Educação em geral, incluindo obviamente os pais. Tem atividades altamente
humanitária inspiradoras, que podem ser compartilhadas com crianças e adultos.
Cada atividade traz no seu início informações sobre: materiais necessários,
tempo de duração, para qual série é indicada e disciplinas relacionadas.
As atividades deste livro podem ser beneficamente transformadoras, pois têm
o poder de ampliar consciências.
https://www.institutoninarosa.org.br/institutoninarosa/site/wp-
content/uploads/2021/04/O_Poder_e_a_Promessa_completo.pdf
MATERIAIS https://protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br/materialeducativo
EDUCATIVOS DA 2011 - Gibi Animal não é brinquedo não.pdf
PREFEITURA DE 2013 - Apostila Veterinário Mirim (Capacitação de professores).pdf
CURITIBA 2013 - Cartilha A Cidade e seus bichos.pdf
2013 - Cartilha Zoonoses, bem-estar animal e guarda responsável.pdf
2014 - Animal não é brinquedo (mobiliário urbano).pdf
2014 - Quem é o Cão Comunitário.pdf
2019 - Livreto Guarda Responsável.pdf
2020 - Cidade Amiga dos Animais 2020 - World Animal Protection LIVRO.pdf
2020 - Curitibinha Proteção Animal e Tráfico de Silvestres - GIBI.pdf
2019 - Cidade Amiga dos Animais 2019 - World Animal Protection LIVRO.pdf
LIVRO A Aplicação da Teoria do Link nas ocorrências da Polícia Militar Paulista
(Marcelo Robis e Francisco Navarro)
CEDA MPMG http://defesadafauna.blog.br/publicacoes/
Pensar cartilhas/materiais alternativos que não sejam impressas:
CEDA MPMG http://defesadafauna.blog.br/publicacoes/
Prefeitura de Maceió- O autor principal, disponibiliza o conteúdo para veiculação digital e
AL adaptação a cada município que desejar utilizar.. Melo, Evelynne Hildegard
Marques de. Perguntas e respostas sobre cães: um guia educativo para o
cidadão de Maceió/ Evelynne Hildegard Marques de Melo, Silvio Romero de
Oliveira Abreu. – Maceió: NEAFA, 2017. ISBN 978-85-93526-07-7
Prefeitura de Maceió- O autor principal, disponibiliza o conteúdo para veiculação digital e
AL adaptação a cada município que desejar utilizar. Melo, Evelynne Hildegard
Marques de. Perguntas e respostas sobre gatos: um guia educativo para o
cidadão de Maceió/ Evelynne Hildegard Marques de Melo, Silvio Romero de
Oliveira Abreu. – Maceió: NEAFA, 2017. 51 p. : il. ; Color.
gibi_da_saude_ano1_ https://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/gibi_da_saude_ano1_n1.pdf
n1.pdf
https://www3.santoandre.sp.gov.br/gcz/index.php/cartilha/

https://crmvsp.gov.br/infograficos/guarda-responsavel-uma-questao-de-
GUARDA saude-publica/
RESPONSÁVEL

Guarda Responsável

416
Campanhas https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=723
educativas do CRMV- Campanha 1 contra abandono
RS https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=1176
Maus tratos 14/04/22
https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=1183
Maus tratos 19/04/21
https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=733
Guarda responsável 19/12/19
https://crmvrs.gov.br/sistema/noticia_detalhada.php?id_noticias=562
Castração 07/05/19
https://crmvrs.gov.br/sistema/noticia_detalhada.php?id_noticias=743
Leishmaniose 06/01/20
https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=730 conta o
abandono 17/12/19
https://www.crmvrs.gov.br/noticia_detalhada.php?id_noticias=768
Guarda responsável 20/02/20
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=29#campanha
Peças esporo
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=24#campanha
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=21#campanha
Peças no impulso não adote
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=18#campanha
Peças leishmaniose
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=16#campanha
Peças dezembro verde contra o abandono
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=14#campanha
Peças raiva
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=11#campanha
Peças guarda responsável
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=10#campanha
Peças toxoplasmose
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=8#campanha
Peças Maus tratos
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=7#campanha
Peças castração

https://www.crmvrs.gov.br/campanha_temperatura_animal.php#campanha_
temperatura_animal
Peças cuidados no verão
https://www.crmvrs.gov.br/campanha.php?id_campanha=33
Peças controle de pulgas
Sugestão de revisão de currículo de curso superior de medicina veterinária para incluir técnicas
minimamente invasiva, castração precoce e medicina do coletivo:
Disciplinas eletivas Medicina Veterinária do Coletivo
Técnica cirúrgica: esterilização cirúrgica minimamente invasiva de cães e gatos
Medicina Veterinária Paliativa
Medicina Veterinária Integrativa
Inteligência emocional e aspectos da dor do paciente, da família e do Médico
Veterinário
Liderança e Gestão de Pessoas
Empreendedorismo e gestão de negócios

417
Gestão de marketing
Estratégias de empregabilidade: como entrar e se manter no mercado de
trabalho
Inserir vagas na residência para o Medicina Veterinária do Coletivo:

3.4. Vigilância epidemiológica do abandono

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Aplicar um questionário de diagnóstico situacional que permita a territorialização, com ênfase às questões
relacionadas ao abandono de animais domésticos;
2. Propor campanhas educativas para prevenção ao abandono;
3. Apontar ações necessárias que irão impactar na diminuição do abandono.

INTRODUÇÃO
Os cães e gatos têm um papel significativo na sociedade, e a convivência com eles beneficia tanto os
seres humanos quanto os próprios animais. No entanto, essa coexistência nem sempre é pacífica. O rápido
crescimento das populações de cães e gatos é impulsionado pelo seu elevado potencial reprodutivo, o que
traz diversos riscos à saúde pública, como mordeduras e transmissão de doenças zoonóticas, além de ameaçar
espécies silvestres por meio de predação. Além disso, os próprios animais sofrem com maus-tratos,
negligência e abandono, o que também impacta negativamente os ecossistemas. Para enfrentar esse
problema, é necessário adotar uma abordagem baseada em uma estratégia de saúde única.
O abandono de animais é uma consequência de como os animais são percebidos e tratados na
sociedade, entender quais as causas desse abandono podem ser cruciais para a criação de políticas públicas
de prevenção e combate ao abandono. Esse é o principal objetivo da epidemiologia do abandono e deve
funcionar como um direcionamento para as ações de proteção animal (Brugnerotto, 2023).
Considerando a forma negativa em que o abandono de animais impacta tanto a saúde dos animais
quanto a dos seres humanos, é necessário que as políticas públicas tenham sua ação baseada na prevenção
dos fatores que fomentam este agravo. Faz-se necessária a compreensão dos fatores que motivam a sua
ocorrência, para isso é essencial avaliar suas dimensões, monitorar suas tendências, identificar grupos de risco
e seu processo de disseminação, recomendar medidas a serem adotadas para sua prevenção e controle, além
de avaliar o impacto e a adequação necessária das medidas de intervenção. São essas ações que fazem parte
da vigilância epidemiológica do abandono (Garcia; Calderón; Ferreira, 2012). O principal alvo de qualquer
programa que vise a redução da população de animais deve ser a prevenção ao abandono (AMAKU; DIAS;
FERREIRA, 2010).
Nem todos os cães que estão nas ruas estão propriamente abandonados, uma quantidade expressiva
pode ter tutores, e estão nas ruas como resultado do comportamento humano inadequado, como tutela
irresponsável (por exemplo, deixar o animal sair sem monitoramento) ou animais perdidos (Brugnerotto,
2023). O comportamento humano possivelmente é o principal agente envolvido na dinâmica da população
animal (ICAM, 2008). Dessa forma, é essencial conscientizar a sociedade sobre a responsabilidade na criação
e cuidado desses animais, buscando evitar que mais cães e gatos se encontrem em situações de abandono nas
ruas.
Uma grande parte desses animais que estão na rua acabam em abrigos, que muitas vezes não dispõem
da estrutura mínima necessária para oferecer cuidados adequados, acarretando diversos problemas que vão
desde a disseminação de doenças até maus-tratos aos animais. É de suma importância que os abrigos

418
desempenhem um papel transitório, não sendo vistos como meros depósitos ou locais para descarte de
animais indesejados por seus tutores. Pelo contrário, eles devem se empenhar em promover a adoção
responsável dos animais resgatados, proporcionando o apoio necessário para reabilitá-los e encontrar novos
lares, onde possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida (Silva, 2022).
Nos abrigos e entidades de acolhimentos dos animais abandonados, sejam oficiais ou não, a promoção
de eventos de adoção é o que ocorre para tentar sanar o número cada vez mais crescente de animais nesses
locais. Mas todo evento de adoção precisa ser realizado de forma adequada e criteriosa, e o acompanhamento
da nova família ou novo tutor no pós-adoção é fundamental para identificar riscos de um novo abandono
(Bastos et al, 2019).
Um aspecto adicional de relevância, consiste na adequada preparação desses animais antes de serem
adotados. Tal medida propicia o desenvolvimento de um repertório comportamental mais apropriado para
a coexistência harmoniosa com seres humanos e animais não-humanos (Protopopova et al., 2012; Luescher
e Medlock, 2009), reduzindo, dessa maneira, a probabilidade de devoluções futuras. Além da etapa
preparatória prévia à adoção, a implementação de aconselhamento subsequente à efetivação da adoção se
configura como uma ferramenta de extrema importância para prevenir qualquer tipo de reabandono. A
manutenção de um contato regular e proativo com os adotantes revela-se eficaz na minimização das chances
de devolução, dado que os animais se encontram em um período de adaptação à nova realidade (Galdioli et
al., 2023).

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Implementar uma metodologia para o diagnóstico situacional dos pontos de abandono de cães e gatos
em todo território nacional (Anexo I).
2. Promover Campanhas de Prevenção ao Abandono Animal em todos os municípios, com “banners”
explicativos com QR Code, e cartilhas em parceria com as secretarias de educação (Anexo II).
3. Preparação dos animais abrigados, com interação humano-animal para cães e gatos e com treinamento
para cães, para que a taxa de adoção aumente e a taxa de devolução diminua (Anexo III).
4. Implementar Programas de Adoção para todos os abrigos, sejam eles municipais, mistos, privados e
organização não governamental, com regulamentação para eventos.
5. Aconselhamento Pós Adoção para que os adotantes sejam acolhidos e compreendam o tempo de
adaptação dos animais recém adotados (Anexo IV).
6. Regulamentar a criação e venda de animais domésticos em todo o território nacional.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


As ações sugeridas e apresentadas nesse relatório serão de fundamental importância para que os
gestores públicos possam enfrentar a questão do abandono de cães e gatos, uma vez que estratégias que
envolvam diagnóstico situacional, educação em guarda responsável, conhecimento sobre comportamento
animal, implantação de programas eficazes de adoção e a regulamentação da criação e venda de cães e gatos
são alguns dos pilares das políticas de manejo populacional ético de cães e gatos.
A realização de um diagnóstico situacional sobre o abandono de animais no território reveste-se de
extrema importância, uma vez que permite o mapeamento preciso da população animal em cada região
estudada. A partir dessa compreensão detalhada do cenário, torna-se possível a implementação de políticas
públicas efetivas para mitigar o problema do abandono. O emprego de questionários é uma ferramenta valiosa

419
nesse processo, pois proporciona informações relevantes sobre a qualidade de vida das famílias e dos próprios
animais da área em estudo. Com tais dados em mãos, torna-se factível a elaboração de um mapeamento dos
possíveis casos de abandono, que servirá como base sólida para a criação de um programa abrangente e eficaz
de Manejo Populacional de Cães e Gatos (MPCG). Por meio desse programa, será possível implementar ações
coordenadas e bem direcionadas, visando à redução do abandono de animais e à promoção de políticas de
proteção e cuidado responsável. Desse modo, a abordagem se torna mais abrangente e proativa, alinhando-
se com o objetivo de garantir o bem-estar dos animais e a construção de uma sociedade mais consciente e
engajada em relação à questão animal.
A proposta da campanha de prevenção ao abandono é de suma importância para que o município,
primeiramente sensibilize a população que abandono é maus-tratos e que maus-tratos é crime (Lei
14.064/2020), além disso, a campanha deve buscar disseminar seus princípios por toda a rede de educação
municipal, abrangendo desde o ensino básico até o fundamental. Para tanto, planeja-se a produção de
cartilhas educativas focalizadas na prevenção do abandono, a fim de conscientizar os cidadãos desde cedo
sobre a importância da guarda responsável e do respeito aos animais de companhia. Outra sugestão
pertinente da campanha é a instalação de "banners" em pontos suscetíveis a ocorrências de abandono, tais
como nas portas de abrigos, sejam eles públicos, privados ou organizações não governamentais, bem como
em clínicas veterinárias, universidades e estabelecimentos comerciais que lidam com animais. Dessa forma, a
campanha visa abranger diversos setores da sociedade, dando amplitude e promovendo a conscientização de
modo abrangente e eficaz. Com ações educativas em conjunto com a informação visual em locais estratégicos,
a expectativa é criar uma consciência coletiva acerca da proteção animal e, consequentemente, reduzir os
casos de abandono e maus-tratos em prol do bem-estar dos animais.
Preparação dos animais em abrigos com programas que estimulem a interação humano-animal e
entre os animais nos abrigos, além da educação com treinamentos, são fundamentais para o aumento da
adoção em abrigos, bem como para o fortalecimento do vínculo entre o cão e seu futuro tutor. Promover
interação humano-animal fora das baias melhora o comportamento dos animais, reduz o estresse e promove
o aumento de bem-estar, e treinar um comportamento social adequado aumenta a taxa de adoção e diminui
a taxa de devolução.
A adoção é a estratégia usada entre todos os abrigos para que os animais abrigados voltem para a
sociedade, porém os eventos de adoção precisam ser distribuídos de forma igualitária nos municípios para
que esses animais e seus respectivos abrigos tenham a mesma chance. Cada município deverá convocar os
abrigos, sejam eles municipais, mistos, privados e organizações não governamentais, para distribuir uma
agenda de eventos de adoção, isso favorece para que tenham um controle das respostas às adoções. Além
disso, é imprescindível que se busque outras alternativas para aumentar as chances de adoção além dos
eventos. Implementar programas de adoção com respostas positivas, como já visto em Curitiba/PR, além de
aumentar a chance de adoção faz com que a sociedade como um todo possa contribuir com esse aumento.
Esses programas existem só para cães e já estão sendo aplicados, são o Passeio para Adoção (PA) que permite
que o cão saia do abrigo para passear e o Lar Adotivo (LA) que permite que o cão saia do abrigo para dormir
fora.
Após os animais serem adotados é importante que cada município exija que os abrigos se
responsabilizem por efetuar o acompanhamento de todos as adoções. O aconselhamento pós adoção deverá
ser executado por colaboradores de cada abrigo, de forma proativa e constante, através de um questionário,
podendo ser presencialmente e ou on-line. Esse acompanhamento tem o intuito de evitar o reabandono, pois
os adotantes muitas vezes não entendem que o animal precisa de um tempo para adaptação e que ele pode
mudar seu comportamento.

420
A criação e venda de animais domésticos é uma prática comum em todo território nacional, mas não
existe uma regulamentação que estabeleça as regras dessa venda e nem tão pouco da criação de cães e gatos.
Sabemos que muitas vezes esses animais são criados e comercializados de forma clandestina e sem nenhuma
preocupação com as diretrizes e normas do bem-estar animal. A proposta para criação desta regulamentação
é que estabeleça os critérios descritos à seguir: todos os criadores devem estar definidamente cadastrados
em um registro nacional; que a reprodução desses animais estejam de acordo com sua natureza, ou seja sem
reprodução forçada e não mais que uma cria dentro de um ano; que o local de venda desses animais, quando
for fora do canil ou gatil, estejam definidamente registrados e autorizados a comercializá-los; que todo
estabelecimento de venda e ou criação tenha um responsável técnico (RT médico-veterinário); proibir a venda
de cães e gatos expostos em gaiolas e nas ruas; o local de exposição desses animais deverá ter espaço
suficiente para que eles consigam se movimentar livremente e tenham acesso a água, comida, luz solar e local
para suas necessidades; proibir venda desses animais em eventos de adoção; ter uma fiscalização proativa nos
canis e gatis para verificar a veracidade de seus registros e registros das ninhadas e por fim, mas não menos
importante, exigir que todos os animais disponíveis para a venda sejam microchipados e que esse registro faça
parte de um banco de dados a nível nacional.

CONCLUSÃO
O abandono de animais é um fenômeno complexo que tem suas raízes em múltiplos fatores. Esses
elementos abrangem desde características intrínsecas dos animais até aspectos relacionados aos seres
humanos, incluindo o grau de vínculo estabelecido com os animais, o nível educacional e socioeconômico. A
epidemiologia do abandono de animais visa analisar as variáveis associadas a esse problema, identificando
não apenas a população de maior risco, mas também propondo medidas de intervenção para prevenir essa
prática.
Precisamos ter como foco que a solução de um problema depende de seu entendimento correto, do
contrário, arrisca-se a tratar apenas suas consequências, sem erradicar as suas causas, desperdiçando tempo
e recursos. A epidemiologia do abandono desempenha um papel importante ao oferecer uma orientação
essencial para a implementação de um planejamento estratégico e eficaz. Neste relatório, abordamos alguns
pontos que exercem influência direta sobre o problema do abandono, embora reconheçamos que não
esgotamos todas as discussões e aspectos relacionados ao tema, uma vez que muitos desses tópicos já estão
sendo debatidos em outros grupos.
Diante disso, as propostas apresentadas aqui fornecem uma base para que os municípios possam
implementar ações que contribuam para a redução do abandono animal em suas regiões. Essas ações visam
aprimorar os níveis de bem-estar tanto para os animais quanto para os seres humanos, bem como para o meio
ambiente como um todo.

REFERÊNCIAS
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Population Studies, v. 17, n. 2, p. 69–78, 2010.
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Coletivo: fundamentos e práticas. 1ª ed. cap 2. 5.10 p 257-264, Integrativa vet.
BRUGNEROTO, M. Epidemiologia do Abandono de Animais Domésticos e Aspectos Relacionados. Dissertação
(Mestrado em Ciências Veterinárias) - Universidade Federal do Paraná - UFPR, 2023.
GALDIOLI, L.; ROCHA, Y. S. G.; BALDAN, A. L.; GARCIA, R. C. M (2023). Monitoramento Pós-adoção em abrigos
de cães e gatos. Recursos Educacionais Abertos - UFPR. Disponível em: https://hdl.handle.net/1884/83713

421
GARCIA, R. DE C. M.; CALDERÓN, N.; FERREIRA, F. Consolidação de diretrizes internacionais de manejo de
populações caninas em áreas urbanas e proposta de indicadores para seu gerenciamento. Revista
Panamericana de Salud Publica/Pan American Journal of Public Health, v. 32, n. 2, p. 140–144, 2012.
ICAM, I. C. A. M. Humane Dog Population Manegement Guidance. 2008.
LOPES, Reginaldo. Projeto SUS Animal. Revista. 27 de dezembro de 2021.
LUESCHER, A.U. & MEDLOCK, R.T. (2009). The effects of training and environmental alterations on adoption
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OLIVEIRA, H.V.G.Livro Medicina Veterinária do Coletivo, p. 200, 2019.
PROTOPOPOVA, A., GILMOUR, A.J., WEISS, R.H., SHENA, J.Y. & WYNNE, C.D.L. (2012). The effects of social
training and other factors on adoption success of shelter dogs. Applied Animal Behaviour Science 142 61–68.
doi:10.1016/j.applanim.2012.09.009
SILVA, A. S. (2022). Reflexões sobre os abrigos de animais como estratégia de PCG. Disponível em:
https://institutomvc.org.br/site/index.php/2022/06/27/reflexoes-sobre-os-abrigos-de-animais-como-
estrategia-de-mpcg/

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora:
 Michele Brugnerotto. Médica-veterinária formada pela UFPR; especialização em vigilância em saúde
ambiental pela UFRJ; Mestre em Ciências Veterinárias pela UFPR com o tema epidemiologia do abandono
de animais domésticos.

Relatora:
 Ana Lucia Baldan (Lu Baldan). Bióloga e Médica-veterinária. Docência em Bem-Estar Animal pela World
Animal Protection (WPA). Mestre em Ciências pela FFCLRP/USP com ênfase em Etologia Animal.
Doutoranda em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com ênfase em
Medicina Comportamental de Abrigos. Consultora Técnica do Instituto de Medicina Veterinária do
Coletivo (IMVC).

Outros membros:
 Andrea Leão Gil. Médica-veterinária formada pela FMVZ-USP em 1998, especializada em Medicina
Veterinária do Coletivo pela UFPR em 2023. Voluntária em 2 ONGs de proteção animal no Estado de
Goiás.
 Ariene Cristina Dias Guimarães Bassoli. Bióloga pela UNESP-Botucatu, Mestre e Doutora em Biologia
Celular e Estrutural pela UNICAMP, Profa. do Depto. de Histologia e Embriologia/CB/UFPE, Coordenadora
de Bem-estar Animal/DSA/SINFRA/UFPE.
 Juliana Tozzi de Almeida. Médica-veterinária. Mestre Ciências Veterinárias, na área de bem-estar animal
(UFPR), e Doutoranda em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, na área de Epidemiologia
(FMVZ-USP).
 Trycia Murta. Bacharel em Turismo, Especialista em TICs, Gestão Pública e Legislação Urbana;
Coordenadora de Defesa Animal em Três Corações - MG; Membro da CDA-OAB-MG; Associada Fórum
Animal, MFA, SVB, AE, WWF.
 Rita de Cássia Maria Garcia. Docente do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, médica-
veterinária pela FMVZ/USP (1988). Mestrado (1996) e Doutorado (2009) pela FMVZ/USP, Presidente do

422
Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC) e membro da diretoria da Associação Brasileira de
Bem-Estar Animal (ABBEA).

ANEXO I - Ficha de Diagnóstico Situacional

Cidade: Bairro:
Rua: N°
Entrevistado(a):

1. CONDIÇÃO FAMILIAR:
1.1. Quantas pessoas moram na residência?
1.2. Quantas são crianças?
1.3. Quantas são adolescentes?
1.4. Crianças/ adolescentes frequentam a escola? Sim Não
1.5. Quantas pessoas da família trabalham?
Obs.:

2. CONDIÇÃO AMBIENTAL-SANITÁRIA:
2.1. Qual a forma de coleta de esgoto?
( ) Pública ( ) Fossa ( ) Joga direto no rio ( ) Outra: Qual?
2.2. Forma de abastecimento de água:
( ) Pública (Sanepar) ( ) Poço particular ( ) Poço coletivo ( ) Outra: Qual?
2.3. Passa coleta de lixo? ( ) Sim ( ) Não
2.4. A coleta de lixo é seletiva? ( ) Sim ( ) Não
2.5. É feita a separação do lixo na residência? ( ) Sim ( ) Não
2.6. Possui terreno baldio ao lado da residência? ( ) Sim ( ) Não
2.7. Tem acúmulo de lixo ao lado da residência? ( ) Sim ( ) Não
2.8. Tem a presença de mata nativa próximo a residência? ( ) Sim ( ) Não
2.9. Presença de rio próximo a residência? ( ) Sim ( ) Não
Obs.:

423
3. CONDIÇÃO DOS ANIMAIS:
3.1. Possui animais de companhia?
( ) Cães – Quantos? ( ) Gatos – Quantos? ( )Outros – Qual?
3.2. Coloque a quantidade de animais por sexo: ( ) Fêmea ( ) Macho
3.3. Condições que os animais vivem?
Vivem soltos no quintal fechado sem acesso à rua Ficam no quintal acorrentado
Vivem soltos no quintal com acesso à rua Ficam presos em um canil
Outro – Qual?
3.4. Os animais são vacinados?
( ) Não ( ) Sim – Qual? ( ) Anti-rábica ( )Múltipla ( ) Outra – Qual?
3.5. Os animais são castrados? ( ) Não ( ) Sim – Quantos?
3.6. Os animais já tiveram acesso ao veterinário? ( ) Não ( ) Sim – Motivo:
3.7. Animais possuem identificação com microchip? ( ) Não ( ) Sim
3.8. O animal tem acesso a água fresca? ( ) Não ( ) Sim
3.9. O animal é alimentado com que frequência? ( ) 1x dia ( ) 2x dia ( ) 3x dia
( ) deixa ração à vontade
Obs.:

5. ABANDONO:
5.1. Você já observou animais vagando sozinhos pelas ruas? ( ) Não ( ) Sim
5.2. Já presenciou animais sendo deixados nas ruas do bairro? ( ) Não ( ) Sim
5.3. Existe algum local conhecido por ser ponto de abandono de animais? ( ) Não ( ) Sim
Se sim, Onde:
5.4. Qual é a sua percepção sobre a quantidade de animais de rua nesta região em comparação com alguns
anos atrás? ( ) Não aumentou ( ) Aumentou ( ) Está igual ( ) Não sei
Obs.:

Data:

424
Responsável pela aplicação do questionário:
Função:

425
ANEXO II - Campanha de prevenção ao Abandono

426
ANEXO III - Preparação dos animais abrigos. Interação humano-cão e treinamento

Protocolo de Interação Humano-cão (IHC) e Treinamento (TR) para Cães em Situação de Abrigo

A interação humano-cão para os animais do abrigo deveria fazer parte do dia a dia de um abrigo assim como
a limpeza das baias, a alimentação e os cuidados veterinários, pois os cães são seres sociais, gostam de viver
em grupos e de ter contato com animais de outras espécies como nós os humanos. Muitos acham que o fato
de os colaboradores estarem presentes durante a limpeza e ou alimentação já é o suficiente para aqueles cães
alojados, mas não, os cães precisam ser acariciados, interagir de fato com os humanos e não só ganhar petiscos
visto que muitos preferem o carinho a petiscos. O protocolo de interação humano-cão (IHC) foi um protocolo
desenvolvido para proporcionar interação, e é bem importante que seja aplicado fora das baias para que o
cão, além de se exercitar, sinta odores e texturas diferentes aliviando o estresse e proporcionando o bem-
estar desses cães em confinamento. A interação com humanos serve como um enriquecimento ambiental aos
cães abrigados. Após a prática do IHC pode-se aplicar, na sequência, o Protocolo de Treinamento (TR). Este
protocolo foi desenvolvido para uma dissertação de mestrado e baseado no método Schutzhund, um método
de adestramento sem castigo desenvolvido na Alemanha e trazido para o Brasil em 1990. O Schutzhund é um
conjunto de comandos usados em treinos de cães de proteção e guarda, sempre aplicado com muito contato
físico, gestos e carinho. O protocolo consiste em um treinamento para ensinar aos cães comandos básicos de
adestramento, aplicados sempre com muito carinho e associado com petiscos. O propósito do carinho, nesse
treinamento específico é proporcionar uma maior interação entre os cães e a pessoa que está aplicando o
protocolo, para obter um vínculo e uma confiabilidade maior entre o cão e o humano (IHC), ajudando assim
nas futuras adoções.

URI

https://hdl.handle.net/1884/81932

https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/81932

Recursos Educacionais Abertos - REA - UFPR - vídeo explicativo

427
ANEXO IV - Questionário Aconselhamento Pós Adoção

428
3.5. Prevenção e combate aos maus-tratos

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Planejar a criação de Conselho Tutelar Animal municipal e/ou regional;
2. Capacitar médicos veterinários e fiscais para atuar na fiscalização de maus tratos;
3. Elaborar material informativo de conscientização para alunos e pais e capacitar professores sobre o tema;
4. Capacitar autoridades civis (Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e militares sobre a Teoria do Elo;
5. Elaborar projetos para os municípios com objetivos de conseguir recursos orçamentários;
6. Colaborar na implementação de IML Veterinário junto a Polícia Científica de cada Estado para perícias
médico legais veterinárias;
7. Orientar a fiscalização de criadouros clandestinos;
5. Elaborar material informativo para tutores notificados em casos de negligências;
6. Elaborar curso de responsabilização para reflexão e reeducação de pessoas processadas judicialmente por
violência contra animais;
7. Realizar parceria com o Ministério Público para que os Termos de Ajustamento de Condutas (TACs)
prevejam auxílio a animais vítimas de maus tratos;
8. Elaborar protocolo único para médicos veterinários relatarem casos de suspeita de maus tratos.

INTRODUÇÃO
No mundo todo os crimes contra animais vêm recebendo cada vez mais visibilidade e o Estado sendo
chamado a dar solução a estes delitos. A sociedade brasileira demanda justiça em relação aos casos de maus
tratos aos animais, as denúncias e condenações ainda são escassas em comparação com a realidade dos casos.
O Brasil tem um histórico de normas e leis aprovadas que não se realizam na sociedade por falta de
conscientização e profissionais capacitados, e no referente aos crimes envolvendo abusos contra animais não
é distinto. O comprometimento do Estado e de equipes multidisciplinares envolvendo diferentes atores da
sociedade é fundamental para a busca de soluções nesses casos. Nesse sentido, o presente relatório tem como
objetivo propor ações de prevenção e combate aos maus tratos aos animais no Brasil, a fim de colaborar com
a proteção dos animais e alcançar uma sociedade mais justa.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Realização de pesquisas bibliográficas sobre temas envolvendo violência e negligência contra animais;
2. Estudo de legislação, protocolos e políticas públicas vigentes;
3. Realização de reunião de trabalho do grupo para discussão de tópicos e métodos adequados à prevenção
e enfrentamento aos casos de maus tratos;
4. Desenvolvimento de curso de capacitação para fiscais e médicos veterinários para atuar na fiscalização de
maus tratos (Anexo I);
5. Desenvolvimento de material informativo para a comunidade escolar: alunos, pais e professores (Anexo
II);
6. Desenvolvimento de curso de capacitação para autoridades civis (Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e
militares sobre a Teoria do Elo (Anexo III);
7. Desenvolver projetos para os municípios com objetivos de conseguir recursos orçamentários;
8. Desenvolvimento de cartilha para tutores envolvidos em casos de maus tratos (Anexo II);
9. Desenvolvimento de curso de responsabilização de pessoas processadas judicialmente (Anexo IV);

429
10. Desenvolvimento de protocolo único para médicos veterinários relatarem casos de suspeita de maus
tratos.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


As propostas apresentadas fornecem um instrumento essencial para que os municípios respondam às
demandas relacionadas à prevenção e o combate aos maus tratos no Brasil, possibilitando o planejamento e
a execução de ações mais direcionadas e eficazes. Por meio dos materiais elaborados, torna-se viável
estabelecer diretrizes claras para a atuação dos órgãos responsáveis e das organizações envolvidas, garantindo
uma resposta eficaz nos casos que envolvem negligência e crueldade com animais. A conscientização e as
diretrizes para abordagem prática são fundamentais para responder a uma demanda cada vez maior de nossa
sociedade e alcançar justiça em relação aos casos de maus tratos contra animais, levando em consideração o
dever do Estado em relação à proteção da fauna do Estado, a senciência animal, o Bem-estar, o animal como
membro da família, a saúde única e a justiça social.

Ações de Prevenção aos Maus-tratos

1. Planejamento para criação de Conselho Tutelar e Proteção Animal municipal e/ou regional.
As atribuições do órgão são atender à população com ações de prevenção e combate aos maus tratos como:
● orientações sobre guarda responsável e bons tratos com foco no Bem-estar animal;
● trabalhar, em consonância com a Lei Federal 13.426/2017, a conscientização sobre a importância do
controle de natalidade de cães e gatos;
● receber as denúncias e auxiliar na interlocução entre a polícia judiciária, guarda municipal e Ministério
Público na coibição e resolução de casos envolvendo denúncias de maus tratos;
● contar com um Disque Denúncia, como um canal oficial para denúncias, feitas inclusive de forma anônima,
de suspeitas de casos de maus-tratos aos animais;
● criar um canal específico para denúncias de maus tratos que possibilite a realização dos registros com
inclusão de dados (fotografias, vídeos etc) como um número de whatsapp, bem como o respectivo
acompanhamento pelos usuários mediante protocolo;
● ações de incentivo à adoção de animais.
O Conselho Tutelar Animal pode se guiar pelas diretrizes estabelecidas para os Conselhos Tutelares
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA, artigos 131 a 140, Lei 8069/90.
Para atender municípios que conte com população de até 10.000 habitantes, sugerimos a criação de
Conselhos Regionais, sob a forma de consórcios intermunicipais.
2. Capacitação/qualificação de médicos veterinários e fiscais que atuam em níveis municipais e
estaduais (CCZs, Secretarias e Departamentos de BEA) em Medicina Veterinária Legal;
3. Material informativo de conscientização para escolas envolvendo alunos e pais e capacitação
com os professores da rede escolar;
4. Capacitação junto às autoridades civis (Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e militares
referente ao atendimento de denúncias envolvendo casos de maus tratos aos animais;
5. Elaborar, em consonância com a Lei Federal 9795/1999, que dispõe sobre a educação ambiental,
projetos para os municípios, com objetivos para conseguir recursos orçamentários através do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação – FNDE.

430
Ações de Combate aos Maus-tratos

6. Implantação de IML Veterinário junto a Polícia Científica de cada Estado para perícias médico
legais veterinárias relacionadas a casos de maus-tratos; criação do cargo médico veterinário legista e abertura
de vagas em concursos públicos;
7. Fiscalização de criadouros clandestinos de animais de raça, criação de cães para rinhas e
corridas ilegais; criminalização de eventos que envolvem associações criminosas, criação de protocolos para
autorização de criadouros de animais;
8. Orientação/material informativo para tutores em casos de notificações envolvendo
negligência contra animais;
9. Curso de responsabilização para reflexão e reeducação para pessoas processadas judicialmente por
violência contra animais;
10. Parceria com o Ministério Público para que os Termos de Ajustamento de Condutas (TACs)
prevejam doação de ração, medicamentos veterinários e outros produtos, ao órgão municipal, bem como, nos
casos em que couber acordo de não persecução penal nos crimes de maus tratos que o TAC determine, nos
termos do art.28-A do Código de Processo Penal, o custeio das despesas com o animal vitimado acolhido pelo
órgão municipal (abrigo, alimentação, atendimento veterinário) bem sua participação em curso de
responsabilização proposto de ressocialização, com o intuito de evitar a reincidência de crimes de maus-tratos
contra os animais;
11. Protocolo único para casos de suspeitas de maus tratos para médicos veterinários que atuam
em estabelecimentos veterinários;
12. Criação da Patrulha Animal com equipe da guarda municipal capacitada para acompanhamento
das denúncias de maus tratos.

CONCLUSÃO
Para adesão ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, recomendamos que
os municípios se comprometam a realizar as proposições abordadas por esse Grupo de Trabalho para
prevenção e combate aos maus-tratos aos animais como etapa preliminar fundamental para resposta à
demanda da sociedade quanto a busca de justiça envolvendo negligências e crueldade aos animais. Através
dessas proposições, será possível desenvolver estratégias eficazes para a prevenção e combate de maus tratos
aos animais. É altamente recomendável que sejam realizados levantamentos e estudos contínuos para
monitorar e ajustar as ações do programa, com o objetivo de alcançar respostas e soluções.
Além disso, sugerimos que seja adotado um modelo nacional, simples e de fácil aplicabilidade, com
vistas a padronizar os dados coletados em nível nacional. Isso facilitará a análise comparativa e a identificação
de tendências em diferentes regiões, possibilitando uma abordagem mais efetiva e abrangente na gestão das
populações de cães e gatos em todo o país.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador/a:
 Esther Mercedes Espejo de Faria Alvim. Médica Veterinária e Internacionalista, especializada em
Medicina Veterinária Legal, doutoranda FMVZ USP com projeto em materialização de provas científicas
na constatação e qualificação de abusos envolvendo animais, Coordenadora SP e de Assuntos
Internacionais da Associação Brasileira de MVL, Membro CDA da OAB SP, Perita Judicial e Assistência
técnica nos tribunais SP.

431
Relator/a:
 Tainá Roberta Mello de Oliveira. Advogada, Presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos dos
Animais da 16ª subseção da OAB/SP.

Outros membros:
 Agda Roberta Farias Frare. Advogada, especializada em Direito Público, e pós-graduada em Direito Animal
pela Universidade de Lisboa-Portugal. Presidente da Comissão de Defesa Animal da OAB/SP — subseção
de Amparo.
 Anderson Correia. Jornalista, advogado animalista e vereador de Caruaru/PE, pós-graduado em Direito
animal
 Claudio Zago Junior. Tecnólogo de Segurança Pública, Biólogo, Educador Físico, Médico Veterinário.
Membro de Comissões (CFMV e CRMV-SP)
 Fabiane Peter. Advogada, Especialista em Direito Animal pela Uninter/Esmafe e Especialista em Direito
Ambiental pela UFPEL. Membro da CPDA da OAB/RS - subseção Pelotas.
 Jéssica Amorim. Advogada, especialista em Direito Animal. Coordenadora da Comissão de proteção aos
animais, meio ambiente da Assembleia Legislativa - AM.
 Laiza Bonela. Médica veterinária, doutora em ciência animal, pós-graduada em Medicina Veterinária
Legal, trabalha com maus-tratos e a relação entre as violências desde 2017.
 Pamela Durando. Advogada Membro do Conselho Federal da Comissão de Direito Animal da OAB,
Presidente do Conselho Municipal de Proteção Animal de Petrolina PE.
 Paulo César Maiorka. Médico Veterinário, patologista, bacharel em Direito, professor da FMVZ USP, perito
louvado em São Paulo SP.
 Thaís Câmara Tavares. Médica Veterinária com especialização em Med. Vet. Legal. Membro da Comissão
de Med. Vet. Legal do CRMV/CE. Trabalha na Coordenadoria de Proteção dos Animais do Estado do Ceará
- COANI.

432
ANEXO I - Curso de capacitação para fiscais e médicos veterinários para atuar na fiscalização de maus tratos

Objetivo

Elaborar a minuta de curso de formação a nível nacional para habilitar profissionais médicos veterinários e
fiscais para a atuação profissional, técnica e ética nos casos de suspeitas de maus tratos envolvendo animais
com base na Medicina Veterinária Legal.

Justificativa

Considerando que os animais são seres sencientes, ou seja, dotados de sentimentos com direito a dignidade,
assistência e respeito;

Considerando a Declaração de Cambridge sobre a conclusão de um grupo de neurocientistas renomados de


que os humanos não são os únicos animais com as estruturas neurológicas que geram consciência;

Considerando a regra da proibição da submissão de animais à crueldade descrita no Art.225, Art.VII da


Constituição Federal;

Considerando a Lei Federal 9605/1998 que criminaliza aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos;

Considerando a Resolução n°1236 de 26 de outubro de 2018 que define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras
providências;

Considerando que os animais representam grande papel no equilíbrio do ecossistema, impactando


diretamente na Saúde Única;

Considerando que mais da metade das residências em todo o mundo tem pelo menos um animal de
companhia;

Justifica-se a necessidade da capacitação e qualificação de médicos veterinários e outros profissionais que


atuam na fiscalização.

Metodologia

O curso de capacitação deverá abordar três eixos. Deverá ser contratado uma empresa de marketing para
estruturação do curso que poderá estruturar da melhor forma as proposições do grupo de trabalho técnico
com experiência teórica e de campo.

433
Eixo 1 – Guarda responsável e Bem-estar Animal

Eixo 2 – Competências no âmbito administrativo e âmbito penal

Eixo 3 – Medicina Veterinária Legal

Conclusão

O curso de capacitação a ser criado deve ser trabalhado seguindo os pilares supracitados de acordo com cada
eixo elencado. Por se tratar de uma proposta inicial, cada item deve ser avaliado juntamente a uma
empresa/agência especializada em marketing e juntamente da Secretaria de Educação, se possível, para
estruturação da melhor forma de aplicação.

434
ANEXO II - Material informativo de conscientização para escolas envolvendo alunos, pais e professores

Objetivo

Elaborar a minuta de um material informativo a nível nacional e elaborar proposta de inclusão de materiais
educativos sobre o tema envolvendo animais domésticos no currículo das escolas do país;

Justificativa

Considerando que os animais são seres sencientes, ou seja, dotados de sentimentos com direito a dignidade,
assistência e respeito;

Considerando a Declaração de Cambridge sobre a conclusão de um grupo de neurocientistas renomados de


que os humanos não são os únicos animais com as estruturas neurológicas que geram consciência;

Considerando a regra da proibição da submissão de animais à crueldade descrita no Art.225, Art.VII da


Constituição Federal;

Considerando a Lei Federal 9605/1998 que criminaliza aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos;

Considerando a Resolução n°1236 de 26 de outubro de 2018 que define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras
providências;

Considerando que os animais representam grande papel no equilíbrio do ecossistema, impactando


diretamente na Saúde Única;

Considerando que mais da metade das residências em todo o mundo tem pelo menos um animal de
companhia;

Justifica-se a necessidade da capacitação e qualificação de médicos veterinários e outros profissionais que


atuam na fiscalização.

Metodologia

O material educativo deverá ter o foco na comunidade escolar, com abordagem a diferentes faixas etárias.
Deverá ser contratado uma empresa de marketing para estruturação dos materiais a serem divulgados, a
empresa deverá estruturar da melhor forma e em diferentes formatos as proposições do grupo de trabalho
técnico com experiência teórica e de campo. Um outro ponto importante, seria uma parceria com a Secretaria
de Educação. O material a ser produzido deverá abordar diferentes espécies, faixas etárias, fatores étnicos e
culturais. Os temas a serem abordados são, entre outros:

435
· Senciência animal, o que é?

· O que é Bem-estar animal?

· O que fazer após adotar ou comprar um animal não-humano (cuidados)? Guarda responsável

· Benefícios da castração em Cães e Gatos

· Você sabe o que são zoonoses?

· Animais comunitários - CED

· Direitos dos Animais e Deveres do Tutor

· O crime de maus-tratos contra animais

· Como denunciar um crime?

Conclusão

O material educativo a ser criado deve ser trabalhado seguindo a metodologia citda. Por se tratar de uma
proposta inicial, cada item deve ser avaliado juntamente a uma empresa/agência especializada em marketing
e juntamente da Secretaria de Educação, se possível, para estruturação da melhor forma de aplicação.

436
ANEXO III - Curso de capacitação para autoridades civis (Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e militares

Objetivo

Elaborar a minuta de curso de formação a nível nacional para capacitar e conscientizar autoridades civis
(Polícia Civil e Guarda Civil Municipal) e militares referente ao atendimento de denúncias envolvendo casos
de maus tratos aos animais.

Justificativa

Considerando que os animais são seres sencientes, ou seja, dotados de sentimentos com direito a dignidade,
assistência e respeito;

Considerando a Declaração de Cambridge sobre a conclusão de um grupo de neurocientistas renomados de


que os humanos não são os únicos animais com as estruturas neurológicas que geram consciência;

Considerando a regra da proibição da submissão de animais à crueldade descrita no Art.225, Art.VII da


Constituição Federal;

Considerando a Lei Federal 9605/1998 que criminaliza aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos;

Considerando a Resolução n°1236 de 26 de outubro de 2018 que define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras
providências;

Considerando que os animais representam grande papel no equilíbrio do ecossistema, impactando


diretamente na Saúde Única;

Considerando que mais da metade das residências em todo o mundo tem pelo menos um animal de
companhia;

Justifica-se a necessidade da capacitação e qualificação de médicos veterinários e outros profissionais que


atuam na fiscalização.

Metodologia

O curso de capacitação deverá abordar três eixos. Deverá ser contratado uma empresa de marketing para
estruturação do curso que poderá estruturar da melhor forma as proposições do grupo de trabalho técnico
com experiência teórica e de campo.

Eixo 1 – Direito dos animais e deveres do tutor

Eixo 2 – Teoria do Link (elos entre violência contra vulneráveis)

Eixo 3 – O papel da Perícia Veterinária

437
Conclusão

O curso de capacitação a ser criado deve ser trabalhado seguindo os pilares supracitados de acordo com cada
eixo elencado. Por se tratar de uma proposta inicial, cada item deve ser avaliado juntamente a uma
empresa/agência especializada em marketing e juntamente da Secretaria de Segurança, se possível, para
estruturação da melhor forma de aplicação.

438
ANEXO IV - Curso de responsabilização para reflexão e reeducação para pessoas processadas
judicialmente por violência contra animais

Objetivo

Elaborar a minuta de curso de responsabilização a nível nacional para reeducar pessoas processadas
judicialmente por violência contra animais

Justificativa

Considerando que os animais são seres sencientes, ou seja, dotados de sentimentos com direito a dignidade,
assistência e respeito;

Considerando a Declaração de Cambridge sobre a conclusão de um grupo de neurocientistas renomados de


que os humanos não são os únicos animais com as estruturas neurológicas que geram consciência;

Considerando a regra da proibição da submissão de animais à crueldade descrita no Art.225, Art.VII da


Constituição Federal;

Considerando a Lei Federal 9605/1998 que criminaliza aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos;

Considerando a Resolução n°1236 de 26 de outubro de 2018 que define e caracteriza crueldade, abuso e maus-
tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras
providências;

Considerando que os animais representam grande papel no equilíbrio do ecossistema, impactando


diretamente na Saúde Única;

Considerando que mais da metade das residências em todo o mundo tem pelo menos um animal de
companhia;

Justifica-se a necessidade da capacitação e qualificação de médicos veterinários e outros profissionais que


atuam na fiscalização.

Metodologia

O curso de capacitação deverá abordar dois eixos. Deverá ser contratado uma empresa de marketing para
estruturação do curso que poderá estruturar da melhor forma as proposições do grupo de trabalho técnico
com experiência teórica e de campo.

Eixo 1 – Direito dos animais e deveres do tutor

Eixo 2 – Teoria do Link (elos entre violência contra vulneráveis)

439
Conclusão

O curso de capacitação a ser criado deve ser trabalhado seguindo os pilares supracitados de acordo com cada
eixo elencado. Por se tratar de uma proposta inicial, cada item deve ser avaliado juntamente a uma
empresa/agência especializada em marketing e juntamente da Secretaria de Segurança, se possível, para
estruturação da melhor forma de aplicação.

440
3.6. Enfrentamento à acumulação de animais e cuidar de pessoas

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Elaborar uma proposta de minuta de Lei que entre outras medidas e informação descreva uma
orientação de protocolo para enfrentamento a situações de acumulação que possa servir de modelo
para Estados e Municípios;
2. Elaborar uma proposta de modelo de curso de formação/capacitação/atualização que possa ser
aplicado no âmbito Federal, Estadual e Municipal para desenvolvimento técnico, profissional, ético e
emocional de profissionais que já atuem ou venham a atuar neste cenário;
3. Propor materiais educativos para a sociedade e profissionais contendo informações e orientações
sobre a da temática associada a transtorno de acumulação.

INTRODUÇÃO
A acumulação é um fenômeno complexo que afeta significativamente a saúde única, o bem-estar das
pessoas e dos animais envolvidos e o equilíbrio ambiental. Caracterizada pela retenção excessiva e
descontrolada de objetos e/ou animais, as situações de acumulação representam um desafio crescente para
a sociedade contemporânea. Com o intuito de abordar esse problema de forma abrangente e eficiente, a
criação de uma instrução normativa com protocolo de enfrentamento, bem como leis municipais e estaduais,
torna-se imprescindível.
As pessoas em situação de acumulação se caracterizam pela incapacidade de reconhecer os efeitos
negativos de suas falhas no bem-estar dos animais, nos membros da família e no meio ambiente em que
vivem, além da incapacidade de fornecer os padrões mínimos de saneamento, espaço, alimentação e cuidados
veterinários aos animais (PATRONEK, 2006, SOARES et. al., 2022).
O comportamento de acumulação resultante representa um grave problema de saúde pública, pois
pode gerar condições prejudiciais à saúde, à segurança e ao bem-estar dos indivíduos diretamente envolvidos,
da comunidade do entorno, de familiares e dos animais. Dentre as consequências prejudiciais estão o risco de
desabamentos, incêndios e problemas de ordem sanitária, com condições ambientais favoráveis à proliferação
de vetores e roedores e à possível disseminação de zoonoses.
Quanto aos animais em situação de acumulação, geralmente são mantidos em condições de
superlotação, desnutrição, insalubridade e falta de cuidados veterinários, o que impacta consideravelmente o
seu grau de bem-estar. Devido à complexidade e multiplicidade de fatores associados aos casos de
acumulação, estes acabam quase sempre sendo negligenciados pelas autoridades. Como consequência, os
casos tornam-se crônicos, o que agrava ainda mais a acumulação e suas implicações (CUNHA; BIONDO, 2019).
Os casos de acumulação de animais podem ser considerados uma terceira dimensão dos maus-tratos
contra animais, pois não se enquadram nos modelos existentes de crueldade animal, uma vez que a falha no
provimento de cuidados aos animais é infligida passivamente e, contraditoriamente, ocorre em combinação
com uma forte e positiva conexão da pessoa com os animais (PATRONEK, 2008). É fato que o sofrimento
animal ocorre nas situações de acumulação devido a negligência, porém, ocorre de maneira não intencional e
com um forte vínculo positivo da pessoa que acumula com os animais.
Além do olhar e cuidado para com os animais, deve-se também ter este mesmo cuidado com as
pessoas em situação de acumulação, os aspectos de saúde mental não podem ser ignorados e negligenciados,
devem também serem abordados, pois estamos lidando com uma patologia. Por isso, a importância do
trabalho dos profissionais de saúde mental neste contexto.

441
Diante disso, ressalta-se que, trabalhar no enfrentamento à acumulação de animais e no cuidado com
as pessoas é de extrema importância para o Brasil, visto que há no país um número crescente de animais em
situação de rua e de que, animais em situação de acumulação são uma realidade complexa e desafiadora para
os municípios, que impactam diretamente no manejo populacional de cães e gatos.
A base de diretriz para as proposições deste tema foram os conjuntos de documentos apresentados
na revisão bibliográfica, pelos grupos de trabalho, como por exemplo o Guia desenvolvido pelo Estado de
Minas Gerais, que já atua de forma consistente nesta área, além das proposições realizadas por todos os
profissionais respeitando suas experiências, expertises e diferenças regionais e a pluralidade profissional que
foram acrescentados para a construção de u documentos de referência.
As sugestões inseridas neste relatório foram desenvolvidas com foco no trabalho multiprofissional,
translacional e multisetorial, que orienta e torna possível uma assistência integral, atuando de dentro das
diretrizes profissionais das suas áreas para um resultado colaborativo e integrado de atuação proativo e não
fragmentado.
Estudos internacionais demonstram que a abordagem aos casos deve ser interdisciplinar, desde a
investigação, diagnóstico situacional, enfrentamento, resolução, monitoramento e avaliação periódica e
continua (PATRONEK, 2006), envolvendo um detalhado planejamento das etapas do atendimento dos
indivíduos em situação de acumulação. Para o desenvolvimento dessa abordagem, faz-se necessário a
estruturação de um protocolo específico para os casos de acumulação de animais (CUNHA; BIONDO, 2019).
Contudo, ressalta-se que, estamos lidando com indivíduos, ou seja, subjetividades e individualidades.
Nenhum protocolo irá conseguir contemplar todas as subjetividades existentes. Diante disso, necessita-se
criar um protocolo que seja uma base para o trabalho com a temática, mas que seja flexível e aprimorado,
diante de cada caso, de acordo com as necessidades.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

1. Realização de reuniões para trabalho em grupo;


2. Elaboração das propostas de forma coletiva a partir da leitura dos documentos disponibilizados e
compartilhados no grupo
3. Elaboração coletiva do relatório final, respeitando todas as ideias, proposições e sugestões de forma
translacional.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


A necessidade de uma Lei, Decreto ou Instrução Normativa nacional com protocolo detalhado de
prevenção, enfrentamento, monitoramento e avaliação da situação de acumulação que possa ser exemplo
para documentos a serem elaborados por Estados e Municípios, com base em referências teóricas
experiências de gestores e pesquisadores que já desenvolveram estratégias eficazes, e que possam constituir
um arcabouço legal sólido para embasar ações governamentais e comunitárias que busquem soluções efetivas
e humanizadas para esse desafio em questão. Dentre essas referências, destacam-se:
1. Guia Animais em Situação de Acumulação: Estratégias de Saúde Única para Atenção aos Casos:
Elaborado pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, esse guia oferece diretrizes para
abordagem de situações de acumulação.
2. Guia Atenção aos Acumuladores de Animais, Leishmaniose Visceral Canina e Esporotricose Zoonótica:
Ministério Público do Estado de Minas Gerais, esse guia destaca a relevância do enfrentamento
integrado das síndromes de acumulação, associando-as a doenças zoonóticas que podem afetar tanto

442
a saúde das pessoas quanto dos animais. A abordagem integrada visa promover ações preventivas e
de tratamento eficazes.
3. Decreto nº 57.570/2016 - Política Municipal de Atenção Integral às Pessoas em Situação de
Acumulação no Município de São Paulo: Esse decreto institui uma política pública específica para
tratar da acumulação compulsiva de objetos e animais no município de São Paulo. O documento
estabelece diretrizes para a atuação intersetorial, respeitando a autonomia das pessoas afetadas e
buscando soluções que priorizem o acolhimento e o tratamento adequado.
4. Decreto nº 11/2019 - Política Municipal de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação e Criação
do Comitê de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação (CAPSA) do município de Pinhais: Esse
decreto, do município de Pinhais, cria uma política específica para lidar com a acumulação compulsiva
e estabelece o Comitê de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação (CAPSA), que busca articular
ações e propor soluções de forma coordenada e efetiva.
5. A Lei 9.973 de 12/01/2023 - RJ - que institui a política Estadual de Atenção Integral as Pessoas em
Situação de Acumulação (Síndrome de Diógenes) e dá outras providências. Que considera como
situação de acumulação o amontoamento excessivo de objetos, resíduos ou animais, associados à
dificuldade de organização e manutenção da higiene e salubridade do ambiente, com potencial risco
à saúde individual e coletiva, o qual pode estar relacionado a transtorno mental devidamente
diagnosticado por meio de laudo médico
6. A Lei 7.268 de 18/03/2022 - RJ - que Cria o Programa de Atenção às Pessoas Portadoras do Transtorno
de Acumulação Compulsiva de Animais no Município e dá outras providências. Que entende como
situação de acúmulo de animais a concentração excessiva de animais em um mesmo local, associada
à incapacidade de fornecer os padrões mínimos de saneamento, espaço, alimentação e cuidados
veterinários, trazendo sofrimento aos animais e ao tutor responsável pela guarda.]

Sendo assim, foi desenvolvido um modelo Lei para instituir a Política (Nacional, Estadual ou Municipal)
de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação e seus animais (anexo I) deste relatório. Adicionalmente,
propõe-se um material contendo o passo a passo com orientações de como o município poderá fazer o
enfrentamento das situações de acumulação (Anexo II).
A necessidade fundamental para que gestores e demais profissionais já envolvidos ou que possam a
vir trabalhar no enfrentamento às situações de acumulação estejam sensibilizados e capacitados a respeito da
complexidade dessa temática e de todos os seus desdobramentos.
Nesse sentido, sugere-se a realização de treinamentos técnicos multiprofissionais periódicos que
sejam capazes de sensibilizar os gestores e instrumentalizar os servidores para que as abordagens futuras nos
casos de acumulação sejam mais eficazes, principalmente no que diz respeito à melhora da qualidade de vida
de todos os envolvidos e cuidados com a saúde pública.
Os objetivos desses treinamentos incluem:
 Sensibilizar, capacitar e orientar os profissionais de diferentes áreas do serviço público sobre o tema,
visando a promoção de uma abordagem multidisciplinar e intersetorial dos casos;
 Promover discussões intersetoriais e multidisciplinares de casos de acumulação previamente
identificados, estimulando a busca conjunta por estratégias mais eficazes de abordagem aos casos;
 Estimular a criação dos Comitês de Trabalho Intersetorial de Atenção Integral às Pessoas e Animais
em Situação de Acumulação (CIASA), visando garantir a integralidade da atenção ao indivíduo e o
envolvimento da família, comunidade e demais atores (profissionais públicos e privados) na situação
de acumulação;

443
 Treinamentos técnicos, desenvolvidos por psicólogos, com foco no preparo dos profissionais para
lidarem com demandas emocionais existentes neste campo de atuação;
 Treinamentos técnicos desenvolvidos por médicos veterinários com foco na identificação de situações
que envolvam maus tratos, identificação de sinais e sintomas de doenças de interesse nas saúdes
animal, pública e ambiental, além de informações para que se crie uma massa critica com gestores e
demais profissionais envolvidos na atenção a essas situações de acumulação, para que tenham
argumentos confiáveis para conversar com as pessoas sobre a necessidade da castração e outras
técnicas de controle da população de animais.
 Inserir o tema de saúde mental/inteligência emocional nos treinamentos técnicos, com foco no
preparo dos profissionais para lidarem com demandas emocionais existentes neste campo de
atuação;
 Programas de acompanhamento da equipe com foco no cuidado da saúde mental dos profissionais;
 Tópicos essencial do treinamento: a) Definição e identificação das situações de acumulação, b) Riscos
associados, c) Maus-tratos aos animais de forma não intencional, d) Construção de um vínculo
empático entre o indivíduo em situação de acumulação e os envolvidos na intervenção
 Abordagem multiprofissional que vise promover o bem-estar dos animais envolvidos, além do bem-
estar e tratamento da Pessoa em Situação de Acumulação e diminuir as chances de recidivas. O
formato da proposta para o desenvolvimento de treinamento para os profissionais que atuam nestes
contextos (técnico e emocional) consta no anexo III.

CONCLUSÃO
Foi consenso do grupo de trabalho a necessidade de criação de uma Lei, Decreto ou Instrução
Normativa federal com protocolo de prevenção e enfrentamento da acumulação, aliada à implementação de
treinamentos multiprofissionais periódicos, abordagem integrada e multiprofissional, intersetorial e
translacional considerando tanto a saúde humana a saúde animal e o meio ambiente, para promover a
sensibilização, conscientização e capacitação de profissionais e da sociedade civil, além de orientar a
implementação de protocolos de abordagem, diagnostico situacional, enfrentamento, monitoramento
permanente, avaliação dos resultado e melhorias
O GT considerou de grande importância e necessidade a elaboração de um curso de treinamento,
capacitação, atualização, formação, etc, de forma multiprofissional, intersetorial e translacional para
abordagens nos casos de acumulação de animais.
Foi consenso do grupo, respeitando as diversas opiniões a necessidade de se respeitar a autonomia
das pessoas em situação de acumulação, proporcionar um ambiente saudável e seguro, contribuindo para
uma convivência inclusiva e consciente na comunidade.

REFERÊNCIAS
CUNHA, G. R., BIONDO, A. W. Acumulação de animais. In: GARCIA, R. C. M.; CALDER.N, N.; BRANDESPIM, D. F.
Medicina veterinária do coletivo: fundamentos e práticas. 1. ed. São Paulo: Integrativa Vet Brasil, 2019. p. 172-
178. ISBN: 978-6580244003.
Decreto nº 11/2019 - Política Municipal de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação e Criação do
Comitê de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação (CAPSA) do município de Pinhais
Decreto nº 57.570/2016 - Política Municipal de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Acumulação no
Município de São Paulo.

444
Guia Animais em Situação de Acumulação: Estratégias de Saúde Única para atenção aos casos. MOMG. 2023.
Guia Atenção aos Acumuladores de Animais, Leishmaniose Visceral Canina e Esporotricose Zoonótica: MPMG,
2022.
Lei 7.268 de 18/03/2022 - RJ - que Cria o Programa de Atenção às Pessoas Portadoras do Transtorno de
Acumulação Compulsiva de Animais no Município e dá outras providências o e dá outras providências
Lei 9.973 de 12/01/2023 - RJ - que institui a política Estadual de Atenção Integral as Pessoas em Situação de
Acumulação (Síndrome de Diógenes) e dá outras providências.
PATRONEK, G. Animal hoarding: A third dimension of animal abuse. In: ASCIONE FR, editor. The International
Handbook of Animal Abuse and Cruelty: Theory, Research, and Application. 1st ed. Purdue University Press;
2008. p. 221–40.
PATRONEK, G.J., LOAR, L., NATHANSON, J.N. Animal Hoarding: Structuring interdisciplinary responses to help
people, animals and communities at risk. Hoarding of Animals Research Consortium. 2006.
SANTOS, Emanuela Rodrigues dos. O transtorno da acumulação de animais: uma análise jurídica sobre a
proteção dos direitos dos animais. Acesso em:https://www.unifor.br/documents/20143/4845162/GT3-
Emanuela+Rodrigues+dos+Santos.pdf
SOARES, D.F.M.S.; OLIVEIRA, C.S.F.; MALTA, E.A. A linha tênue entre a situação de acumulação e os abrigos
para animais. In: GALDIOLI, L.; GARCIA, R.C.M. Medicina de abrigos princípios e diretrizes. Ebook 2022, 1.140
páginas, ISBN: 978-65-00-55235-5.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenadora:
 Bianca Stevanin Gresele. Especialista em Psicologia Analítica; Pós-graduanda em prevenção e pósvenção
de suicídio; Mestre e Doutoranda em Psicologia Clínica; Especialista na área de saúde mental na medicina
veterinária; Membro fundadora e Presidente da Ekôa Vet - Associação Brasileira em prol da Saúde Mental
na Medicina Veterinária.

Relatoras:
 Paulo Abilio Varella Lisboa. Médico Veterinário, Mestre e Doutor em Ciências Veterinárias, Tecnologista
em Saúde Publica da Fundação Oswaldo Cruz - RJ, Presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ.
 Lisandra Ferreira Dornelles Fraga da Silva. Graduação em Medicina Veterinária pela UFRGS (2001). Ex-
Presidente do CRMV-RS (2018 a 2021). Coordenadora estadual no RS da Associação Brasileira de Medicina
Veterinária Legal.
 Cristiane dos Reis Ritter. Médica Veterinária formada pela UFRGS em 1999. Residência Médico-
Veterinária no HCV UFRGS em 2000. Coordenadora da Comissão de Ética e Legislação do CRMV-RS gestão
2018-2021.

Outros membros:
● Douglas Honório. Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo (1997). Tecnólogo
em Gestão Ambiental (2017). Auditor Fiscal Federal Agropecuário do MAPA desde 2002. Chefe substituto
do Serviço de Fiscalização de Insumos Pecuários e Saúde Animal na Bahia. Membro do Comitê de Ética,
Bioética e Bem-estar Animal do CRMV-BA.
● Danielle Ferreira de Magalhães Soares - Médica Veterinária, Epidemiologista, Doutora em Ciência Animal,
Professora na Escola de Veterinária da Universidade Federal de MG.
● Eliana Aparecida Malta. Membro da Rede de Proteção Animal de Minas Gerais. Diretora da Rockbicho.

445
● Fabiane Peter, Advogada, Especialista em Direito Animal pela Uninter/Esmafe e Especialista em Direito
Ambiental pela UFPEL. Membro da CPDA da OAB/RS.
● Graziela Ribeiro da Cunha - Médica Veterinária; Possui residência em Medicina Veterinária do Coletivo,
Mestrado e Doutorado em Ciências Veterinárias pela UFPR. Médica Veterinária da Secretaria de Meio
Ambiente da Prefeitura de Pinhais.
● Ingrid Bueno Atayde Machado - Médica Veterinária; Mestre e Doutora em Ciência Animal. Graduanda em
Psicologia; Pós-graduanda em Neuropsicologia e em Logoterapia e Análise Existencial. Vice-presidente
CRMV-GO.
● Laiza Bonela Gomes - Médica Veterinária; Doutora em Ciência Animal; Especializada em Medicina
Veterinária Legal; Professora titular FAMINAS; Analista técnica do INSTITUTO ARBO. Coordenadora
Científica do IMVC. Membro da Comissão de Saúde Única do CRMV/MG.
● Luana Clarice da Neves - Bióloga, bacharela em Ciências Biológicas e mestre em Ecologia de Biomas
Tropicais pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Doutoranda em Ciência Animal pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com ênfase em Epidemiologia, Manejo Animal.
● Rodrigo Bordin Piva - Médico Veterinário; Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo - UFPR;
Médico Veterinário na Subsecretaria de Bem-Estar Animal do Município de Campo Grande -MS;
Presidente do CRMV-MS Gestão 2019-2022.
● Sueli Cândida Maciel, Psicóloga da Divisão de Vigilância de Zoonoses de São Paulo, especialização Clínica,
Psicossomática e Impactos da Violência em Saúde, Suplente da Coordenação do Comitê Inter secretarial
de Atenção Integral à Pessoa em Situação de Acumulação da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

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ANEXO I – Minuta de norma para política de atenção às pessoas em situação de acumulação e seus
animais

MODELO DE LEI/DECRETO OU INSTRUÇÃO NORMATIVA PARA POLÍTICA DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS EM


SITUAÇÃO DE ACUMULAÇÃO E SEUS ANIMAIS

Institui a Política de Atenção Integral e continuada às Pessoas e animais em Situação de Acumulação e cria
o Comitê INTERSETORIAL de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação e seus animais – CIASA

CONSIDERANDO a alínea "a" do inciso VI do art. 84 da Constituição Federal;

CONSIDERANDO o art. 15 da Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990, que "dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências";

CONSIDERANDO a Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001, que "dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental";

CONSIDERANDO o art. 2º da Lei nº 8.742/93 de 07 de dezembro de 1993, que dispõe sobre os objetivos da
Política de Assistência Social;

CONSIDERANDO a lei nº 11.802 de 18 de janeiro de 1995, que “Dispõe sobre a promoção da saúde e da
reintegração social do portador de sofrimento mental; determina a implantação de ações e serviços de
saúde mental substitutivos aos hospitais psiquiátricos e a extinção progressiva destes; regulamenta as
internações, especialmente a involuntária, e dá outras providências”;

CONSIDERANDO a lei Nº 21.970/16, QUE DISPÕE SOBRE a proteção, a identificação e o controle populacional
de cães e gatos.

CONSIDERANDO a lei federal nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, Art. 32. que determina que Praticar ato
de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa e a lei federal nº 14.064 que Altera a Lei nº 9.605, para
aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato.

CONSIDERANDO a LEI N° 22.231 / 2016 - MG que Dispõe sobre a definição de maus-tratos contra animais no
Estado e dá outras providências.

CONSIDERANDO a Lei Nº 23724 DE 18/12/2020 que Acrescenta parágrafo ao art. 1º da Lei nº 22.231 , de 20
de julho de 2016 dizendo que os animais são reconhecidos como seres sencientes, sujeitos de direito
despersonificados, fazendo jus a tutela jurisdicional em caso de violação de seus direitos, ressalvadas as
exceções previstas na legislação específica.

CONSIDERANDO a Lei 9.973 de 12/01/2023 - RJ - que Institui a politica Estadual de Atenção Integral as
Pessoas em Situação de Acumulação (Sindrome de Diógenes) e da outras providências. Que considera como
situação de acumulação o amontoamento excessivo de objetos, resíduos ou animais, associados à
dificuldade de organização e manutenção da higiene e salubridade do ambiente, com potencial risco à saúde
individual e coletiva, o qual pode estar relacionado a transtorno mental devidamente diagnosticado por
meio de laudo médico

CONSIDERANDO a Lei 7.268 de 18/03/2022 - RJ - que Cria o Programa de Atenção às Pessoas Portadoras do
Transtorno de Acumulação Compulsiva de Animais no Município e dá outras providências o e dá outras
providências. Que entende como situação de acúmulo de animais a concentração excessiva de animais em um

447
mesmo local, associada à incapacidade de fornecer os padrões mínimos de saneamento, espaço, alimentação
e cuidados veterinários, trazendo sofrimento aos animais e ao tutor responsável pela guarda.

Art. 1º Fica instituída a Política Municipal de Atenção às Pessoas e animais em Situação de Acumulação e
criado o Comitê Intersetorial de Atenção às Pessoas e animais em Situação de Acumulação - CIASA.

CAPÍTULO I - DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS E ANIMAIS EM SITUAÇÃO DE ACUMULAÇÃO

Art. 2º Para os fins deste decreto, considera-se como situação de acumulação o acúmulo excessivo de objetos,
resíduos ou animais, associado à dificuldade de organização e manutenção da higiene e salubridade do
ambiente, com potencial risco à saúde individual e coletiva, a qual pode estar relacionada a um transtorno
mental ou outras causas.

Art. 3º A Política de Atenção Integral às Pessoas e Animais em Situação de Acumulação observará os seguintes
princípios e diretrizes:

I - universalidade;

II - acessibilidade;

III - fortalecimento do vínculo familiar e comunitário;

IV - continuidade do cuidado;

V - integralidade da atenção;

VI - responsabilização;

VII - humanização;

VIII - equidade;

IX - territorialidade.

Art. 4º São objetivos da Política de Atenção Integral às Pessoas e Animais em Situação de Acumulação:

I - Garantir a atenção integral à saúde das pessoas em situação de acumulação, objetivando o seu bem-estar
físico, mental e social e a adoção de medidas de prevenção de doenças e proteção da saúde individual e
coletiva

II - Fortalecer a articulação das ações de vigilância e assistência à saúde e contribuir para a organização e
qualificação dos serviços da rede de atenção à saúde, objetivando a integralidade do cuidado, bem como o
apoio matricial para a gestão do trabalho em saúde;

III - Estabelecer as medidas de intervenção necessárias e os órgãos competentes pela sua execução no
atendimento às pessoas e seus animais em situação de acumulação, visando ampliar a capacidade de
intervenção e resolutividade, mediante uma atuação interdisciplinar, intersetorial e integrada;

448
IV - Garantir a formação e educação permanente de profissionais e gestores para planejamento e execução
das ações e serviços necessários ao atendimento às pessoas e animais em situação de acumulação;

V - Promover o engajamento da família e da comunidade próxima no apoio à pessoa e animais em situação de


acumulação, visando o fortalecimento de seus vínculos sociais e comunitários, bem como a adoção das
medidas necessárias no âmbito domiciliar a fim de intervir nas condições e fatores de risco à saúde individual
e coletiva identificados nesse ambiente;

VI - Proporcionar o acesso das pessoas em situação de acumulação e vulnerabilidade social aos benefícios
assistenciais e aos programas de transferência de renda, na forma da legislação específica.

VII – Prover assistência imediata e contínua aos animais acumulados garantindo as condições de sobrevivência
e bem-estar animal, o atendimento clínico, e o controle populacional enquanto permanecerem nos ambientes
de acumulação.

VIII – Garantir que o indivíduo assistido não receba ou recolha novos animais enquanto estiver em
tratamento.

CAPÍTULO II DO COMITÊ INTERSETORIAL DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS E ANIMAIS EM SITUAÇÃO DE


ACUMULAÇÃO – CIASA

Art. 5º Fica criado o Comitê Intersetorial de Atenção às Pessoas e Animais em Situação de Acumulação - CIASA,
responsável por identificar, atuar, acompanhar e avaliar as dificuldades na implementação da Política de
Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação, composto por representantes dos seguintes órgãos e
secretarias.

I - 07 (sete) representantes dos Departamento de Proteção e Defesa Animal, Secretária do Meio Ambiente,
Secretária de Saúde, sendo: a) 03 (três) da Saúde Mental, sendo obrigatório 01 (um) ser médico psiquiatra e
01 (um) psicólogo; b) 01 (um) do Programa de Saúde da Família (de preferência da Equipe de Saúde da
Família); c) 01 (um) do Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF), dos quais 01 (um) deverá ser psicólogo,
d) 02 (dois) membros da Vigilância em Saúde, sendo obrigatório 01 (um) médico veterinário com atuação em
Saúde Única e de preferência um supervisor de campo (Agente de Combate a Endemias nível 2.

II - 2 (dois) representantes da Secretaria de Assistência Social, sendo: a) 01 (um) assistente social do Centro de
Referência de Assistência Social – CRAS, b) 01 (um) assistente social do Centro de Referência Especializado de
Assistência Social - CREAS;

III - 02 (um) representante da Secretaria de Meio Ambiente, sendo obrigatório um profissional da Gerência de
Defesa Animal;

IV - 01 (um) representante Do Ministério Público;

V - 01 (um) representante da Defesa Civil;

VI - 02 (dois) representantes do Conselho de Saúde, sendo obrigatório um membro da Comissão que atue na
relação entre pessoas e animais (como é a Comissão Interinstitucional de Saúde Humana na sua relação com
os Animais (CISHRA em Belo Horizonte/MG).

VI – 01 (um) representante da limpeza urbana.

449
VII - 03 representante da Sociedade civil, proteção animal em nível independente ou OSC.

§ 1º Caberá ao Departamento de Proteção e Defesa animal Saúde coordenar a implantação desta Política,
bem como promover as avaliações e articulações necessárias para garantir sua execução.

Art. 6º O Comitê de Atenção às Pessoas e Animais em Situação de Acumulação deverá:

I – Elaborar, sugerir a criação e executar a Política de Atenção às Pessoas e Animais em Situação de


Acumulação;

II - Articular ações de promoção e assistência à saúde no nível Federal, Estadal e Municipal, visando ao bem-
estar físico, mental e social das pessoas e animais em situação de acumulação;

III - Criar um fluxo de notificação e manter atualizado banco de dados dos casos de pessoas e animais em
situação de acumulação atendidos, para uso interno da Administração pública e de acesso restrito;

IV - Promover reuniões para discussão conjunta dos casos atendidos considerando as particularidades de cada
usuário e as necessidades identificadas em seu atendimento, sempre atento às prioridades;

V - Convidar para participar das reuniões os órgãos ou entidades públicas como a Delegacia Especializada em
Investigação de Crimes Contra a Fauna e/ou representantes da sociedade civil e proteção animais (Elo)
envolvidos no atendimento dos casos de pessoa em situação de acumulação que serão discutidos;

VI - Disponibilizar os telefones e endereços eletrônicos atualizados dos representantes de cada órgão ou


Secretaria que compõem o Comitê à rede de serviços de assistência e vigilância em saúde do território. Para
atendimento fora do horário de trabalho estabelecer um regime de plantão;

VI - Capacitar, adequar e atualizar equipes que recebem as informações dos denunciantes acerca de possíveis
casos de situações de acumulação;

VIII - Estabelecer estratégias para fortalecer a prevenção e o cuidado ampliado e integral às pessoas e animais
em situação de acumulação;

IX - Contribuir para o processo de educação permanente dos profissionais de saúde e de outros órgãos
envolvidos no atendimento dos casos;

X - Estabelecer fluxos assistenciais para garantir o cuidado domiciliar continuado e a responsabilidade de cada
um dos níveis do cuidado na atenção integral à saúde da pessoa atendida e seus animais, visando à proteção
da saúde individual e coletiva;

XI - Nos casos em que a pessoa em situação de acumulação não autorize o acesso ao imóvel, encaminhar
relatório circunstanciado, caracterizando situação de risco à pessoa, seus animais, e/ou à saúde pública, à
Procuradoria Geral, para a adoção das medidas judiciais de ingresso no imóvel e a adoção das intervenções
necessárias para eliminar ou minimizar os riscos sanitários identificados no local.

XII - Quando a pessoa em situação de acumulação apresenta pouca ou nenhuma adesão ao tratamento e for
observada a manutenção ou agravamento das condições de risco à saúde, comunicar o Ministério Público
visando à mediação junto à pessoa em situação de acumulação e sua rede de apoio e/ou tutores legais ou, se
necessário, à adoção da medida judicial pertinente;

450
XIII - Comunicar o Ministério Público, quando houver necessidade de interdição ou de acionar judicialmente
os familiares e/ou tutores legais, visando prover os meios indispensáveis para a manutenção da saúde e da
vida da pessoa.

XIV - Elaborar o Processo Terapêutico Singular (PTS) de cada caso e designar um membro do Comitê (e seu
suplente), denominado gestor do caso, que deverá ser responsável por compilar e registrar as informações de
cada ação executada e acionamento de demais equipes;

XV - Garantir sigilo das informações contidas em prontuários, relatórios, imagens e qualquer documento
relacionado ao usuário no que tange as ações realizadas pelo CIASA;

XVI - Estimular a pessoa em situação de acumulação a utilizar equipamentos públicos esportivos, culturais,
sociais, dentre outros, visando à construção e resgate de vínculos sociais e comunitários e sua inserção
ocupacional.

XVII – Estimular a doação responsável dos animais, de acordo com a avaliação do médico veterinário que
acompanha o caso (PTS) de forma a garantir bem estar de ambos e salubridade do ambiente.

XVII - Evitar que agentes públicos, como policiais ou promotores de justiça, ACES constranjam
desnecessariamente vítimas e testemunhas, gerando sofrimento ou estigmatização, principalmente em
crimes contra a dignidade.

XVIII – Prever ações em casos de acumulação de animais que envolvam comercializam cães e gatos por pessoas
físicas ou jurídicas que deverão:

a) providenciar a identificação do animal antes da venda;

b) atestar a procedência, a espécie, a raça, o sexo e a idade real ou estimada dos animais;
c) comercializar somente animais devidamente imunizados e desverminados, considerando-se o protocolo
específico para a espécie comercializada

d) disponibilizar a carteira de imunização emitida por médico-veterinário, na forma da legislação pertinente;

e) fornecer ao adquirente do animal orientação quanto aos princípios da tutela responsável e cuidados com o
animal, visando a atender às suas necessidades físicas, psicológicas e ambientais.

Art. 7º As ações dos órgãos e entidades envolvidos no atendimento das pessoas e animais em situação de
acumulação devem ser planejadas e executadas de modo coordenado com o profissional da Unidade de Saúde
da Família (Unidade Básica de Saúde).

Art. 8º Caberá ao Departamento de Proteção e Defesa Animal

I. Nomear os servidores que comporão o Comitê/Comissão para abordagem preconizada no atendimento dos
casos de pessoas e animais em situação de acumulação.

II. Acompanhar por meio do CIASA, a equipe multidisciplinar formada por profissionais diversos, de áreas como
saúde e assistência social, reforçando a continuidade e permanência do cuidado do usuário e monitoramento
periódico do imóvel de pessoas em situação de acumulação.

451
III. Garantir o resguardo do agente público durante as ações junto ao morador e o imóvel, a entrada e o acesso
ao mesmo, o manejo ou remoção dos animais quando justificada pelo CIASA. O resguardo pode se dar por
meio da Procuradoria Geral do município ou outros meios de assessorias jurídicas. Poucos casos necessitarão
de judicialização, sendo esse último recurso, quando as demais ações forem esgotadas. Em casos judicializados
ou não, deve haver suporte a outros setores, tais como: promotorias de justiça (saúde, mulher, idoso, defesa
da fauna, saúde mental), guarda municipal, corpo de bombeiros, defesa civil, associações comunitárias, dentre
outras; conforme realidade do município.

IV. Após discussão de cada caso no CIASA, se houver necessidade, oficiar a Autoridade de Limpeza Urbana
para adotar as providências de limpeza total ou parcial do imóvel e remoção de resíduos ou lixo.

V. Se houver necessidade, providenciar construção ou reforma no imovel a fim de garantir segurança e bem-
estar dos animais e das pessoas que irão atuar no caso. A limpeza e obra podem ser consentidas ou
compulsórias (judicializadas), dependendo da situação os trâmites são diferenciados.

VI. Obter e fornecer, dados de identificação do proprietário do imóvel em que haja suspeita ou que seja
identificada situação de acumulação.

Art. 9º Caberá à Secretaria de Saúde:

A) Equipes de Saúde da Família (ESF) e Núcleo de Apoio à Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)

I. Vigilância ativa de pessoas em situação de acumulação para identificação precoce dos casos por meio das
visitas domiciliares dos ACS.

II. No caso de conhecimento prévio de pessoas e animais em situação de acumulação, devem ocorrer visitas
domiciliares para avaliar sua condição de saúde e riscos sanitários, de acordo com o checklist inicial proposto
pelo CIASA. A abordagem inicial deve ser feita pela pessoa de maior vínculo com o usuário, normalmente um
ACE ou ACS, assistente social, médico veterinário ou outro profissional identificado para este primeiro contato.

III. Dar acesso à atenção básica e especializada à família, ao indivíduo e aos animais em situação de acumulação
com interação entre todos os profissionais referentes ao NASF para um atendimento e acompanhamento
integral do indivíduo e seus animais.

IV. Atendimento domiciliar em casos necessários, por meio de abordagem biopsicossocial construída em
conjunto com a pessoa em situação de acumulação e sua família, a fim de que reconheçam que os
comportamentos praticados oferecem risco à saúde e que é indispensável a adoção de medidas que almejam
a redução dos bens acumulados e a melhor organização do ambiente;

V. Notificar regularmente ao CIASA os novos casos de pessoas em situação de acumulação;

VI. Acionar os serviços competentes, quando necessário para planejamento e execução das ações cabíveis aos
demais órgãos;

VII. Promover educação em saúde sobre o tema acumulação de animais e treinamento dos agentes de saúde
para abordagem e identificação de casos. Por se tratar de uma temática transversal, poderá ser realizada
conjuntamente com a Atenção Básica, Vigilância em Saúde, Limpeza Urbana, Assistência Social e Gerência de
Defesa Animal.

452
VIII - inserir no PTS as metas estabelecidas com o paciente para o desfazimento sistemático e contínuo dos
objetos ou resíduos acumulados, bem como prever estratégias que busquem a ressignificação desses objetos
pelo sujeito, considerando sua tipologia, natureza, finalidade e valor;

IX - incluir no PTS informações e localização dos serviços públicos de coleta, tratamento e destinação dos
resíduos próximos ao imóvel, a fim de estimular o uso de técnicas de reciclagem, reutilização ou
reaproveitamento dos materiais, como forma de agregar valor aos objetos acumulados, quando for o caso,
bem como contribuir para o descarte correto de objetos ou materiais inservíveis

X - no caso de pessoa em situação de acumulação que possui animais, inserir no PTS ações e metas acordadas
visando à manutenção dos animais em condições adequadas de alojamento, alimentação, saúde, higiene e
bem-estar e a destinação adequada dos dejetos, bem como a redução do número de animais conforme
critérios estabelecidos pelo CIASA em consonância com a legislação sanitária.

XI- organizar o atendimento e desenvolver estratégias para fortalecer o cuidado ampliado e integral das
pessoas em risco ou situação de violência, incluindo a notificação dos casos suspeitos ou confirmados de
negligência, abandono e outras formas de violência, bem como na ocorrência de acidentes, acionando as redes
de cuidado e de proteção social existentes no território, de acordo com as necessidades identificadas

Art. 10º Caberá aos Serviços de Saúde Mental (Centro de Atenção Psicossocial CAPS II e AD):

I. Realizar o atendimento da pessoa em situação de acumulação e de sua família;

II. Acompanhamento psiquiátrico e psicológico para a pessoa em situação de acumulação.

III - atuar no modelo de matriciamento, em que as equipes de atenção básica e de saúde mental,
conjuntamente, criem uma proposta de intervenção terapêutica para atendimento dos casos de pessoas em
situação de acumulação, incluindo a discussão coletiva de casos clínicos, capacitação das equipes técnicas
envolvidas e, quando necessário, atendimento conjunto dos casos;

IV - contribuir na elaboração e execução do PTS dos casos atendidos junto ao CIASA;

V - incluir, no PTS, o atendimento nas unidades que integram a rede de atenção psicossocial, tais como os
Centros de Atenção Psicossocial, os Centros de Convivência e os Serviços de Emergência da Secretaria
Municipal da Saúde;

VI - promover a educação permanente dos profissionais do sistema de saúde municipal acerca da situação de
acumulação e intervenções necessárias visando à redução de danos à saúde.

Art. 11 Caberá a Vigilância Ambiental em Saúde/ Serviço de vigilância e controle de zoonoses

I. Realizar vistorias, orientar o morador sobre os cuidados com o ambiente e os animais;

II. Informar a UBS da área os casos de pessoas em situação de acumulação identificados pela equipe técnica
nas ações de vigilância em saúde (quando identificados pelo ACE).

III. Classificar o risco ambiental em alta, média ou baixa complexidade;

IV. Registrar a situação identificada em instrumentos específicos e padrões no município, como formulários e
relatórios.

453
V. Dar conhecimento à UBS da situação diagnosticada;

VI. Participar da ação de limpeza e monitorar o imóvel;

VII. Coordenar e executar as medidas de controle químico, quando indicadas, de desratização e demais
serviços de controle de vetores, animais sinantrópicos e reservatórios;

VIII. Realizar os procedimentos específicos, no caso de presença de animais (cães e gatos), tais como vacinação
antirrábica, exame de leishmaniose visceral em cães e esporotricose em gatos, vermifugação, controle de
ectoparasitas, esterilização (quando os animais estiverem aptos para o procedimento), identificação por meio
de dispositivo eletrônico (microchip) e de forma externa (coleiras com placas ou marcação com tinta em cães
e marcação da ponta de orelhas nos gatos), além de fotos com resenhas individuais registradas em planilha
eletrônica), dentre outros cuidados inerentes ao controle de zoonoses, como encaminhamento para
tratamento de gatos com esporotricose para o Hospital Público. Quando possível realizar a vacinação com a
polivalente de acordo com a espécie.

IX - nos casos de animais suspeitos ou comprovadamente portadores de zoonoses ou causadores de agravos


à saúde humana, caberá à autoridade sanitária indicar as medidas de prevenção e controle que devem ser
adotadas pelo responsável

X. Promover a educação continuada dos profissionais das Unidades de Vigilância em Saúde acerca do manejo
e contenção de cães e gatos, bem como das demais abordagens preconizadas no atendimento dos casos de
acúmulo de animais, garantindo a segurança do colaborador e dos animais (sugere-se o curso de Formação de
Oficiais em Controle Animal (FOCA) – https://portal.itecbr.org/curso-foca ou outros.

XI. Promover orientação técnica quanto às medidas de proteção da saúde que o responsável pelos animais
deverá adotar visando eliminar ou reduzir riscos de situações insalubres à saúde individual e coletiva;

XII - caso seja constatado risco elevado e iminente à saúde humana, poderá ser indicada a apreensão de
animais por técnico competente da Divisão de Vigilância de Zoonoses, quando não houver possibilidade de
manejo dos animais no local e encaminhamento para locais apropriados.

Art. 12 Caberá à Vigilância Sanitária

I. Em casos em que há risco à saúde pública deve-se utilizar instrumentos para cientificação da situação de
risco identificada. Caso a situação não seja corrigida, deve-se registrar o diagnóstico situacional e anexar laudo
técnico emitido pelo profissional responsável a fim de direcionamento e tomada de providências cabíveis
junto aos setores envolvidos.

Art 13. Caberá à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (por meio do Centro de Referência de
Assistência Social - CRAS e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS)

I - Informar à Unidade de Saúde da Família da área de abrangência do imóvel e ao CIASA os casos suspeitos ou
identificados de pessoas e animais em situação de acumulação.

II - Realizar visitas domiciliares junto à equipe da UBS, em acordo com o CIASA, à pessoa em situação de
acumulação e sua família, realizando estudo social com o objetivo de avaliar a vulnerabilidade e os riscos a
que estão expostos;

454
III. Em situações de indivíduo com baixa renda, realizar a inscrição no Cadastro Único de Assistência Social para
facilitar o acesso a programas de benefícios eventuais e de prestação continuada;

III. Nos casos em que a pessoa resida sozinha ou tenha vínculos familiares frágeis, tentar localizar e contatar
familiares que possam acompanhá-la;

IV. Realizar encaminhamentos da pessoa em situação de acumulação a rede sócio assistencial de alta
complexidade quando for o caso, após avaliação de saúde;

V. Estimular a pessoa em situação de acumulação a realizar atividades ocupacionais.

VI - referenciar a família para os equipamentos da Assistência Social para acompanhamento, fortalecimento


dos vínculos sociofamiliares e encaminhamentos para a rede socioassistencial;

Art. 14 Caberá à Secretaria do Meio Ambiente (especialmente à Gerência de Defesa Animal)

I. informar ao CIASA e à Unidade de Saúde da Família da área de abrangência do imóvel os casos suspeitos ou
identificados de pessoas em situação de acumulação, bem como oferecer apoio técnico e intervir conforme
necessidade dos casos, especialmente nos casos de acumulação de animais;

II. Avaliar o grau de bem-estar dos animais em situação de acumulação.

III. Emitir laudo de maus tratos aos animais, se pertinente;

VI. Promover o atendimento dos animais que necessitem de assistência à saúde nos hospitais públicos/ clínicas
ou consultórios veterinários conveniados com a Prefeitura, de acordo com a realidade de cada município;

V. Juntamente ao Serviço de controle de zoonoses, promover ações de manejo ético populacional de cães e
gatos nos imóveis com acúmulo de animais, assim como nas regiões prioritárias do município.

VI. Instruir e acompanhar o tutor para garantir as condições mínimas para um bem-estar adequado dos
animais acumulados.

VII. Quando for necessário, por meio de acordo pré-estabelecido, proceder o recolhimento e encaminhamento
para atendimento e abrigo temporário dos animais, em caso de bem-estar inadequado. Os animais removidos
devem ter destino adequado em lares temporários previamente estabelecidos pelo CIASA, ou para um Centro
de acolhimento transitório e adoção (CATA) de responsabilidade municipal

VIII. Realizar eventos de adoção rotineiros a fim de destinar os animais recolhidos dos imóveis das PSA, se for
o caso.

IX. Promover orientação jurídica para cumprimento das ações de bem-estar animal (por exemplo: garantir que
sejam resguardados os direitos aos animais contidos na CR/88 e leis afins).

X. Contribuir para a remoção de lixo, detritos e materiais inservíveis que possam comprometer a preservação
da saúde pública ou a segurança dos agentes públicos, quando houver permissão do responsável pelo imóvel
ou por determinação judicial, sendo a data da ação previamente estabelecida com os membros da equipe que
acompanham o caso.

455
XI. No recolhimento de cães e gatos pelo poder público, serão observados procedimentos de manejo, de
transporte e de guarda que assegurem o bem-estar do animal, e será averiguada a existência de responsável
pelo animal.

§ 2º O animal recolhido será esterilizado, identificado e disponibilizado para adoção caso permitido pela PSA.

§ 3º Os locais destinados à guarda e exposição dos animais disponibilizados para adoção serão abertos à
visitação pública, devendo os animais ser separados segundo sua espécie, seu porte, sua idade e seu
temperamento.

§ 4º É proibida a entrega de cães e gatos recolhidos por órgãos ou entidades públicas para a realização de
pesquisa científica ou apresentação em evento de entretenimento.

§ 5º O cão ou gato que tenham, comprovadamente, sofrido atos de crueldade, abuso ou maus-tratos e que
tenham sido recolhidos nos termos deste artigo não serão devolvidos a seu responsável, devendo ser
esterilizados e disponibilizados para adoção.

Art 15 – Caberá ao Serviço de Limpeza Urbana

I. Realizar vistoria e dimensionar os recursos operacionais para a execução da ação de limpeza;

II. Realizar a ação de limpeza conforme emissão de ordem de serviço;

III. Emissão de relatório ao final da ação para fins de arrecadação;

IV. Os materiais removidos pela limpeza urbana deverão ser destinados ao aterro sanitário. Quando houver
permissão do responsável pelo imóvel ou por determinação judicial, nos casos possíveis destinar para
reciclagem;

V. Deve-se atentar para destinação dos itens de valor de forma a garantir a sua guarda por entidades/
familiares/oficial de justiça, de acordo com cada situação;

VI. Divulgar e capacitar os profissionais da rede de atenção à pessoa em situação de acumulação sobre técnicas
de reciclagem, reutilização ou reaproveitamento de materiais.

V - garantir a participação do órgão gerenciador do serviço municipal de coleta e destinação de resíduos na


definição da estratégia de ação e articulação com os responsáveis pela execução do serviço de retirada dos
resíduos, seja por cumprimento de determinação judicial, seja por concordância do próprio acumulador;

Art. 16 – Caberá à Defesa Civil

a. Realizar a avaliação da infraestrutura dos imóveis que apresentam situação precária de conservação e
adotar as medidas necessárias visando prevenir a ocorrência de acidentes no imóvel.

Art. 17 Caberá à Procuradoria Geral:

I - ajuizar as medidas judiciais pertinentes para viabilizar a execução de medidas indicadas pelas Secretarias e
órgãos municipais participantes deste Comitê;

456
II - encaminhar informações ao Ministério Público, quando houver situação de acumulação com pouca ou
nenhuma adesão ao tratamento de pessoa em situação de acumulação e for observada a manutenção ou
agravamento das condições de risco à saúde.

Parágrafo único. Caberá somente à PROGE a avaliação final de qualquer encaminhamento ao Ministério
Público.

Art. 18 Caberá ao Conselho de Saúde:

I - atuar no controle da execução da Política Municipal de Atenção às Pessoas em Situação de Acumulação,


incluídos seus aspectos econômicos, financeiros e de gerência técnico-administrativa;

II - estimular a participação comunitária na discussão para o enfrentamento do transtorno da acumulação, no


sentido de prevenir que a própria comunidade sobrecarregue os usuários do transtorno com o
encaminhamento de animais e/ou materiais inservíveis.

Art. 19 Caberá à Comissão Gestora dos Hospitais Veterinários Públicos:

I. promover o atendimento dos animais que necessitem de assistência à saúde nos hospitais
veterinários conveniados com a Prefeitura.

Art. 20 O termo de autorização constante do Anexo Único deste decreto será utilizado para registrar a
autorização de entrada no imóvel, pelos agentes da Prefeitura e do serviço de limpeza contratado pelo órgão
municipal competente, a fim de promover as ações de prevenção e controle de animais sinantrópicos de
relevância para a saúde pública, a vacinação antirrábica, o registro e a microchipagem de cães e gatos
encontrados no imóvel, quando indicado pela autoridade sanitária, e a remoção dos objetos, materiais e
resíduos indicados

Art. 21 As despesas com a execução deste decreto correrão por conta das dotações orçamentárias próprias,
suplementadas se necessário.

Art. 22 Esta Lei/Decreto/IN entra em vigor na data de sua publicação.

457
ANEXO II – Proposta de desenvolvimento de treinamento para profissionais que atuam em situação de
acumulação

● Saúde mental:
- Treinamentos técnicos, desenvolvidos por psicólogos, com foco no preparo dos profissionais para
lidarem com demandas emocionais existentes neste campo de atuação;
Inserir o tema de saúde mental/inteligência emocional nos treinamentos técnicos, com foco no preparo dos
profissionais para lidarem com demandas emocionais existentes neste campo de atuação. Temas: processo
de luto e a perda do animal, teoria do apego, comunicação assertiva e comunicação de más notícias, saúde
mental e bem-estar, gestão de equipe e dentre outros;

- Programas de acompanhamento da equipe, cuidar da saúde mental dos profissionais; as equipes


terem disponíveis psicólogos para acompanhamento;
Programas de acompanhamento: as equipes terem disponíveis psicólogos para acompanhamento (clínico e
organizacional). Ter psicólogos clínicos para poder encaminhar os profissionais que precisarem (atendimento
individual) e, ter psicólogos que acompanhem as equipes para ajudar nas demandas do grupo e da rotina
(atendimento da equipe).

- Programa de formação das equipes multidisciplinares, gestores e funcionários, realizados por médicos
veterinários, que farão parte permanente dessas equipes, em saúde única, bem-estar animal e cinco
liberdades, além de orientações de conhecimentos básicos para identificação de zoonoses e outras
doenças de interesse na saúde pública.
Programas de acompanhamento, avaliação, tratamento castração e garantia das cinco liberdades dos animais
em situação de acumulação realizados em parceria com os programas de extensão das Universidades, ONGs,
órgãos públicos e lideranças comunitárias.

INTRODUÇÃO

- Promover treinamentos técnicos multiprofissionais que sejam capazes de sensibilizar os gestores e


instrumentalizar os servidores para que as abordagens futuras nos casos de acumulação sejam mais
eficazes, principalmente no que diz respeito à melhora da qualidade de vida de todos os envolvidos,
servindo de base para formulação de políticas públicas específicas para o acompanhamento mais
adequado dos casos de acumulação.

OBJETIVOS

- Sensibilizar, capacitar e orientar os profissionais de diferentes áreas do serviço público sobre o tema,
visando a promoção de uma abordagem multidisciplinar e intersetorial dos casos.
- Promover discussões intersetoriais e multidisciplinares de casos de acumulação previamente
identificados, estimulando a busca conjunta por estratégias mais eficazes de abordagem aos casos.
- Estimular a criação dos Comitês de Trabalho Intersetorial de Atenção Integral às Pessoas e Animais
em Situação de Acumulação (CIASA), visando garantir a integralidade da atenção ao indivíduo e o

458
envolvimento da família, comunidade e demais atores (profissionais públicos e privados) na situação
de acumulação.

PÚBLICO ALVO

- Profissionais de diversos setores do serviço público, que possam ter contato direto ou indireto com
casos de acumulação de animais e/ou objetos na sua rotina de trabalho.

FORMATO

- Sugere-se a realização de oficinas divididas em 4 etapas conforme descrito abaixo: nivelamento


abordando os temas citados no início do documento, para que os participantes possam ter uma visão
mais panorâmica do tema e possam identificar e discutir ideias pré-concebidas que possam ser
limitantes no processo. Tais conhecimentos podem ser base para as habilidades desenvolvidas no
treinamento)
-
Primeira Etapa: Construção coletiva de mapa mental com os principais sinalizadores que devem ser
observados nos casos de acumulação a fim de se reunir os prévios conhecimentos e ideias da equipe. Todos
os mapas devem conter pelo menos os itens: Identificação dos casos, abordagem na residência, avaliação do
caso, manejo dos animais, papel dos vizinhos e familiares, atenção à saúde mental do indivíduo e saúde dos
animais sob sua guarda, além do monitoramento que se fizer necessário.

Segunda etapa: Apresentação das características da situação de acumulação contendo os seguintes tópicos:
definição e identificação das situações de acumulação, riscos associados, maus-tratos aos animais de forma
não intencionais, construção de um vínculo empático entre o indivíduo em situação de acumulação e os
envolvidos, para aumentar as chances de sucesso da abordagem e a necessidade de abordagem
multiprofissional que vise promover o bem-estar e saúde dos animais envolvidos, promover o bem-estar e
tratamento da Pessoa em Situação de Acumulação e diminuir as chances de recidivas

Terceira etapa: Elaboração de um mapa falado para a reflexão sobre os possíveis casos no território.

Quarta etapa: Realização de uma simulação de intervenção para a avaliação das competências, habilidades e
atitudes adquiridas durante a oficina.

459
ANEXO III - Passo a passo com orientações de como o município poderá fazer o enfrentamento das
situações de acumulação

460
461
Fonte: Guia Animais em situação de acumulação, MPMG, 2023.

462
3.7. CED – Castração, Esterilização e Devolução

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Estabelecer normas, diretrizes e protocolos homogêneos exequíveis na temática de Captura,
Esterilização e Devolução de Cães e Gatos;
2. Propor termo de referência para promoção de cursos formadores de médico-veterinários e
colaboradores em CED (Captura – Esterilização - Devolução);
3. Encaminhar sugestões ao CFMV sobre o PIC na orelha para identificação (possível alteração na
resolução Nº 877/2008 CFMV);
4. Propor material de esclarecimento e sensibilização, tanto para técnicos como para sociedade em
geral.

INTRODUÇÃO

Interação homem, cães e gatos


Cães e humanos coexistem há mais de quatrocentos mil anos, desde que os homens no período
paleolítico ocuparam os mesmos locais de caça dos lobos, disputando alimento e abrigo. Essa convivência ao
longo do tempo associada ao isolamento genético e adaptações biológicas e comportamentais, resultou na
geração de boa parte das raças de cães conhecidas (MACEDO, 2011 apud MORRIS, 1986).
Acredita-se que o gato, nome científico Felis catus, tenha, na verdade, passado por um processo de
auto domesticação por volta do ano 7.000 a 100 a.C (TATIBANA & COSTA-VAL, 2009). O comportamento que
o gato doméstico apresenta hoje em dia é o resultado final de uma série de fatores evolutivos, que
contribuíram para a aproximação entre as duas espécies, e da genética do gato, que determina como ele se
comunica e socializa (GENARO, 2004). O gato aprendeu a se comunicar mediante vocalizações com os seres
humanos. Entre indivíduos da mesma espécie, a comunicação vocal acontece com fins reprodutivos ou na
relação entre filhotes e a mãe, como um chamado por atenção a cuidados (CARVALHO, 2016), comportamento
que o gato irá replicar em sua comunicação com os humanos (PIOLI e KOWALSKI, 2022).
Atualmente a relação homem-animal é praticamente simbiótica; os animais fornecem companhia,
trocas afetivas e uma lealdade que é enaltecida pelos amantes de animais, que em troca, devem atender às
suas necessidades básicas (ZAGO, 2013 apud RINDOS, 1980). A natureza do relacionamento homem-animal,
em sua forma ideal, não é de exploração ou lucro, mas de reciprocidade. Entretanto, esse conceito idealístico,
é constantemente violado pelos humanos (ROLLIN, 1991). Existem literatura e trabalhos sociais que
comprovam os efeitos positivos da interação homem-animal sobre a saúde, e recentemente vimos a legislação
nacional e internacional reconhecer o status de suporte físico, emocional e social dos animais para nós
humanos (NETTING et al, 2013; COSTA et al, 2021; ANDRÉ et al, 2021; SOUSA et al, 2022). Existem diversas
terapias que utilizam animais para estímulo cognitivo de crianças, idosos e ressocialização de encarcerados
(BADRU et al, 2018; SILVA et al, 2020).
Muitos felinos de vida livre são encontrados em áreas urbanas, rurais, vivendo em estacionamentos,
em estabelecimentos comerciais, shoppings centers, praças, cemitérios etc. A maioria destes animais não
nasceu nestes locais; grande parte são animais que foram abandonados ou são crias de gatas que foram
abandonadas. Este é um fenômeno que ocorre em praticamente todas as cidades, sejam elas pequenas ou
grandes metrópoles e é um problema antropogênico, ou seja, causado pelo homem (MVABRIGOS, 2022).
Na nossa sociedade vemos animais que recebem cuidados excelentes, onde muitos têm status de
parte da família ou “filhos” e milhões de outros são sacrificados, sofrem desnutrição, doenças ou são utilizados

463
como alimentos por não terem tutores preocupados com o bem-estar físico e psicológico desses animais
(OLSON et al., 1991; AGUIAR et al, 2021; LÁZARO, 2023). Na ausência de um controle populacional efetivo, a
quantidade de cães e gatos de rua se multiplica de forma geométrica. Nas populações de baixa renda, onde a
família tem dificuldade para conseguir o próprio sustento, é ainda mais difícil alimentar e esterilizar os animais
de estimação e o número interminável de filhotes que estes, intactos, podem produzir (NETO, 2000).
No Brasil, o programa de controle de zoonoses, em especial a raiva, iniciou na cidade de São Paulo no
ano de 1973, através da Comissão Permanente do Controle da Raiva (CPCR), devido à epidemia da doença que
ocorria na cidade, acometendo principalmente cães e gatos, os quais eram considerados os principais
transmissores da raiva humana. Esse programa foi implantado também em outras cidades brasileiras,
especialmente grandes centros urbanos, nos quais a mesma situação ocorria. Vale ressaltar que o referido
programa se baseou nas diretrizes de organizações internacionais, como por exemplo a OMS, levando em
consideração a experiência de vários países no controle da raiva (INSTITUTO PASTEUR, 2000).
O programa de controle da raiva aplicado no Brasil baseava-se no informe técnico da OMS, publicado
também no ano de 1973, o qual indicava a captura e o sacrifício de animais em situação de abandono como o
principal método de controle populacional e, consequentemente, controle da disseminação da raiva
(INSTITUTO PASTEUR, 2000). Todavia, em 1990, a própria OMS concluiu que essa metodologia de controle
populacional, bem como controle da zoonose, não estava sendo eficaz. A questão da superpopulação de
animais errantes continuava sendo um problema recorrente e de âmbito mundial (SANTANA et al., 2004).
Através de estudos, foi constatado que apesar do recolhimento e sacrifício dos animais errantes pelo
Poder Público, sua quantidade rapidamente aumentava, já que essa prática causava um desequilíbrio na
população atingida; reduzindo o seu número, aumentava inversamente a sobrevida dos animais que ficavam.
Isso conduz a duas consequências: o aumento da taxa de natalidade e a aproximação de animais das regiões
vizinhas; consequentemente, em pouco tempo se restabelece o número antigo de animais em situação de
abandono e, muitas vezes, originando o surgimento de doenças e conflitos que antes não existiam (SANTANA
et al., 2004).
Além disso, esse método de controle, definido historicamente como “etapa da captura e eliminação
de animais”, passou a ser questionado, também, após a constatação dos enormes gastos despendidos pelos
Estados que adotaram tal medida, sem qualquer resultado prático para o controle da raiva e outras zoonoses.
Inaugurou-se, a partir da crítica destas experiências fracassadas, a segunda fase das políticas públicas
para o controle das zoonoses e da superpopulação de animais em situação de abandono, chamada de “etapa
da prevenção ao abandono”. Nessa fase, as medidas utilizadas eram controlar a população através da
esterilização; promover uma alta cobertura vacinal; incentivar a guarda responsável; elaborar legislação
específica; estabelecer controle no comércio de animais; identificar e registrar os animais; e recolher de forma
seletiva os animais errantes (SANTANA et al., 2004).
A castração de cães e gatos pode ser parte de uma solução viável em longo prazo, uma vez que reduz
ou impede o crescimento das populações, tornando-se essencial no manejo e controle de populações animais
de rua (MPMG, 2019).
Os benefícios da castração são incontestáveis, pois além de reduzir o número de ninhadas indesejadas
e de abandono, contribui para a diminuição de fugas, redução da agressividade, do comportamento
territorialista, redução de mordidas em humanos, economizando gastos públicos com tratamento de lesões e
prevenção da raiva e de outras doenças decorrentes desses agravos (MPMG, 2017), aumenta a sobrevida,
melhora o bem-estar dos animais, e controla a disseminação de determinadas zoonoses, sendo, portanto,
uma ferramenta de Saúde Única (GEBARA, 2022).
Nesse sentido, a CED (Captura, Esterilização e Devolução) em felinos é um método de manejo
humanitário e efetivo na redução e controle do número de animais de vida livre que vivem em colônias. Este

464
trabalho deve ser permanente e reavaliado ao longo do tempo. O programa de CED não envolve apenas ações
como castração, vacinação e devolução, mas também o cuidado com os animais da comunidade de forma a
preservar níveis satisfatórios de bem-estar e a saúde única (GEBARA, 2022).

Características reprodutivas de cães e gatos


Cães e gatos são animais pluríparos, com período gestacional curto (em torno de 60 dias), alto número
de filhotes por gestação, e atingem a maturidade sexual com idade média de seis meses, embora algumas
gatas atinjam a puberdade com quatro meses (HAUGHIE, 2001). Isso permite que cadelas e gatas possam vir
a gerar alto número de descendentes durante a sua vida, determinando importante acréscimo na população
de animais abandonados, seja através da procriação de fêmeas sem dono ou do abandono de ninhadas pelos
tutores.
Os felinos, em especial, se caracterizam por um ciclo reprodutivo cíclico e número significativo de
filhotes por ano. Com uma disponibilidade alta de alimentos, seja por fornecimento de cuidadores ou por
acesso ao lixo doméstico, esses animais podem se multiplicar com grande rapidez, de dezenas a centenas de
indivíduos em um curto período de tempo. Gatos de colônia são vítimas da violência humana, atropelamentos,
envenenamentos e brigas intensas para se reproduzir, bem como na busca de alimento e abrigo para si e seus
filhotes. São suscetíveis a doenças infecciosas como raiva, FIV, FeLV e esporotricose, e parasitárias, como sarna
e infestação por pulgas, além de ferimentos severos e, normalmente, terminam seus dias precocemente, sem
acesso a qualquer tipo de auxílio ou assistência.
É importante ressaltar que, segundo Litchtler (2014), animais abandonados podem gerar diversos
problemas sanitários tanto para animais domiciliados quanto para as pessoas da região onde habitam pela
transmissão de doenças de caráter zoonótico (leptospirose, raiva, leishmaniose, esporotricose), além de ser
possível que promovam acidentes automobilísticos, espalhamento de lixo, influenciando na higiene pública e
na poluição visual – e constituem também problema social e educacional, que só podem ser solucionados pela
implementação de políticas públicas de controle (AVANZINO, 1991; ARKOW, 1991; BEAVER, 1991; ROLLIN,
1991).
Métodos não cirúrgicos têm sido utilizados na tentativa de controlar a superpopulação de cães e
gatos, mas os resultados têm se mostrado, por hora, menos eficientes do que a esterilização cirúrgica
(LITCHTLER, 2014). Além do impedimento reprodutivo, a castração possibilita a prevenção de doenças nos
órgãos reprodutivos e a diminuição na incidência de problemas estrógeno-dependentes (JOHNSTON, 1991).
Na castração tradicional, em geral se castram animais a partir dos seis meses. Sem que haja dados ou
pesquisas que comprovem ser a idade ideal, sendo apenas uma convenção – provavelmente para ter certeza
do desenvolvimento dos animais, assim como do sistema imune. O avanço científico no estabelecimento de
protocolo vacinal e de técnicas anestésicas, em especial para paciente pediátricos, ainda não era estabelecido,
de forma que era mais seguro esperar para realizar o procedimento cirúrgico até que o animal atingisse uma
idade e peso para segurança do procedimento (MACKAY, 1995).
Essas limitações, ocasionaram falhas no controle populacional porque muitos tutores não retornavam
com seus animais adotados para a castração na idade estabelecida (MACKAY, 1995). Acordos prévios para
castração estabelecidos por ONGs ou protetores individuais com o adotante têm cumprimento inferior a 60%,
o que implica que esses animais entrem em reprodução e novas ninhadas acabem indo parar nos abrigos. A
não esterilização é multifatorial: fatores pessoais e culturais incluindo afiliação religiosa, origem étnica,
destino desejado para o animal, localização urbana ou rural do adotante, grau de alfabetização e condição
econômica (KUSTRITZ, 2012; SILVA, 2021).
Em machos, no caso de animais que retornarão às ruas após o procedimento, a vasectomia se mostra
um método implementável no controle da população de animais errantes, pois não produzirá descendentes

465
e ainda competirá com cães ou gatos intactos pelas fêmeas, formando uma barreira reprodutiva. Kendall
(1979) observou um bom controle populacional num estudo com gatos de rua vasectomizados. Desde a
década de 80, abrigos americanos iniciaram o programa de esterilização precoce com bons resultados, os
animais são castrados a partir de seis a oito semanas de idade, com rápida recuperação e menor incidência de
complicações (MACEDO, 2011).
CED (captura esterilização devolução), também denominada CEVD (captura esterilização vacinação e
devolução) ou Trap Neuter-Return (TNR) é uma metodologia reconhecida internacional por adotar uma
abordagem humanitária e sustentável para lidar com as populações de gatos comunitários ou ferais em uma
comunidade, sendo eficaz no controle de populações felinas e humanitário do ponto de vista da preservação
do bem-estar destas colônias e da melhoria de sua interação com a comunidade a qual está inserida
(GERBARA, 2019).
O método CED se mostra uma boa ferramenta no controle populacional de animais em comunidades
carentes, proporcionando castração para gatos semi domiciliados de famílias de menor poder aquisitivo,
reduzindo o número de abandonos e demais malefícios causados pelo descontrole populacional felino
(MELLO, 2016). Além disso, a manutenção e o monitoramento de colônias felinas podem auxiliar no controle
biológico de roedores, problema sanitário comum, especialmente em grandes centros urbanos (KORTIS,
2013).

Histórico do CED no mundo e brasil:


● 1950: Nesse ano foi descrito pela 1ª vez – ativista Ruth Plant na Inglaterra;
● 1975: Ruth Plant fundou a ONG “Cat Action Trust” (UK) – com mapeamento de 153 colônias
de gatos ferais em Londres;
● 1965: a Itália inicia programas de CED;
● 1970: vários grupos de proteção nos EUA iniciam CED (New Jersey e Massachutess) e começa
a ser replicado no Canadá;
● 1980: UFAW (Universities Federation for Animal Welfare) organizou o 1º Simpósio sobre CED
– The Ecology and Controlo f Feral Cats – onde experiências do Reino Unida e do Canadá foram
apresentadas;
● 1982: UFAW publicou o Guia – TNR: Feral Cats: Suggestions for Control;
● 2001: criou-se o 1º National Feral Cat Day;
Como marco histórico no Brasil, em 2008, o Estado de São Paulo aprovou a lei 12.916 que regulamenta
a eutanásia em cães e gatos capturados das ruas. Com essa nova legislação, o abate não é mais considerado
uma estratégia de controle aceitável, apenas reservado a redução de sofrimento e a animais agressivos,
deixando apenas a castração e a adoção como estratégias para o controle das populações de animais não
tutelados (GALVIS et al., 2015). Logo após esse feito, o Rio Grande do Sul também adotou as mesmas medidas
e ambos os estados viraram referência no controle ético e de bem-estar da população de animais em situação
de abandono (INSTITUTO PASTEUR, 2000).
No Brasil percebeu-se que as alternativas utilizadas para o manejo dessas populações, como a captura
dos animais e soltura em outras áreas, encaminhamento para abrigos (sendo o manejo ou adoção desses gatos
inviável por sua natureza selvagem) e eutanásia não eram soluções definitivas para o problema (MELLO, 2016).
Desde 2008, o Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte / MG utiliza o método de controle
populacional de cães e gatos errantes pela CED. A rotina das castrações consiste no recolhimento do animal
na rua mediante demanda da população, frequentemente feita por telefone, e avaliação prévia do animal por
um Médico Veterinário, com coleta de sangue em cães para realização do exame de leishmaniose visceral
canina (LVC). Os cães sorologicamente positivos são submetidos a eutanásia, conforme o Manual de Vigilância

466
e Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde (2006), e os negativos são esterilizados,
identificados com dispositivo eletrônico (microchip), vacinados (raiva e óctupla), desverminados e
disponibilizados para adoção. Os animais que não são adotados, retornam para o ambiente que foram
capturados (BRASIL, 2016; BATISTA et al., 2015), segundo fluxograma da Figura 1 (BEGALI, 2020).

FIGURA 1.Fluxograma da rotina de recolhimento de cão e gato pelo método Captura Esterilização e
Devolução (CED), em Belo Horizonte – MG. Fonte: BEGALI, 2020.

Em 2011, a Autoridade Portuária de Santos (SPA) realizou a criação de um programa de controle


populacional, através de CED, com a captura dos animais, castração, cuidados sanitários, como vacinação,
vermifugação e controle de ectoparasitas, doação de animais e, quando necessário, reabilitação e
atendimento clínico – cirúrgico. Além disso, o programa contemplava a conscientização para posse
responsável através de campanhas educacionais com os trabalhadores portuários e nas redes sociais, e
aplicava, ainda, mecanismos punitivos para aqueles que abandonassem os animais (GUIMARÃES, 2023).

467
Apesar do método CED ser utilizado em diversos países do mundo e ser reconhecido por grandes
instituições de bem-estar animal como uma estratégia mais humanizada, efetiva e financeiramente viável para
controlar populações de gatos errantes, no Brasil ele ainda é pouco implementado. A maioria dos gatos não
domiciliados do país são resgatados e colocados em abrigos já superlotados, com poucas chances de adoção.
Vale ressaltar que ainda é grande o preconceito em relação a esses animais, assim como a falta de
conhecimento em relação à guarda responsável e à criação indoor (sem acesso à rua) (MELLO, 2016).
Nesse contexto, parece evidente que a adoção e eficácia do método CED está relacionada a condições
e variáveis regionais ou locais, que precisam ser caracterizadas para ter maior probabilidade de sucesso desse
processo. As peculiaridades existentes em regiões fronteiriças como ocorrido durante o surto de raiva urbana
no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul, em 2015, expuseram algumas fragilidades tais como a
geografia da fronteira Brasil/Bolívia facilitando o alto fluxo, diário, de pessoas e animais, além da existência
de um grande número de animais semi e não domiciliados e susceptíveis, resultou na ocorrência de uma
epizootia com 47 casos de cães positivos, diagnosticados laboratorialmente, um caso canino confirmado por
vínculo epidemiológico, e um caso humano com óbito.
O perfil epidemiológico revelou que a maioria dos casos teve transmissão canina, com variante
antigênica 1, a mesma variante isolada no município no surto de 2008, comumente isolada em cães da Bolívia.
A esterilização em massa das populações de cães e gatos foi apontada como alternativa viável no controle da
ocorrência de diferentes zoonoses, inclusive com eficiência superior a pratica de captura e eutanásia de cães
errantes. Entretanto ressalta-se que não deve ser utilizada exclusivamente. O dimensionamento das
populações de cães e gatos, as atividades de educação sanitária e de posse responsável são complementares
e fundamentais para obtenção de melhores resultados para diferentes aspectos da saúde pública (SILVA et
al., 2015).
As características ambientais também são fundamentais na construção de estratégias de CED como
alternativa para a manutenção da saúde e bem-estar animal. A esporotricose em Corumbá-MS é um exemplo
real de adaptação do agente fúngico telúrico, a condições socioambientais favoráveis a sua disseminação,
resultando na explosão de casos de esporotricose zoonótica com a participação da espécie felina. O primeiro
caso no município de Corumbá, foi diagnosticado em 2011, em uma clínica veterinária particular. Desde 2016,
o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vem recebendo casos suspeitos, clinicamente compatíveis com
esporotricose. Desde então iniciaram-se ações de comunicação, esclarecimentos e orientações à população,
num trabalho integrado entre órgãos de saúde pública, Organização Protetora de Animais e a mídia local.
Em 2019 foram registrados 222 gatos até o mês de agosto. No mesmo ano, técnicos da Secretaria de
Saúde, publicaram nota informativa nº 01/2019 no Diário Oficial do município, e a doença passou a ser de
notificação semanal à Vigilância Epidemiológica. Após as ações desenvolvidas, houve um aumento por parte
dos munícipes na busca por informações e orientações; consequentemente, houve o aumento no
recolhimento de animais com sinais clínicos suspeitos. Além disso, observamos uma maior procura de
pacientes com lesões cutânea nas Unidades Básicas de Saúde. As estratégias de controle devem priorizar a
notificação de casos suspeitos, o diagnóstico da esporotricose animal e humana, a aplicação e
acompanhamento do tratamento, além de maior esforço na realização de educação sanitária, posse
responsável e controle populacional de felinos (ARAÚJO, 2019; DA SILVA et al., 2019).
Diante do exposto, observa-se a importância da esporotricose zoonótica no ambiente urbano; mas,
diante dos aspectos ambientais identificados nessa localidade, da proximidade e contato de espécies silvestres
do Pantanal com felinos domésticos urbanos, há evidências robustas que sugerem o risco de ocorrência de
spillover (GOLDSTEIN & ABRAHAMIAN, 2016).
A disseminação da CED como alternativa no cuidado desses felinos de vida livre e a conscientização
da esterilização em massa como estratégia contra o abandono é fundamental para que a sociedade

468
compreenda melhor os gatos de colônia e gatos semi domiciliados, se sensibilize com a condição de vida que
lhes foi imposta e possa se sentir confiante em iniciar ações destinadas a ajudá-los (MELLO, 2016).

Etapas do CED

 Captura
A captura desses animais é realizada através de armadilhas e do uso de puçá para gatos; e cambão,
focinheiras e coleiras para cães.O comportamento arisco, para amaioria dos animais, impede o simples
recolhimento destes animais, e uma captura realizada de forma incorreta representa riscos, não só ao
profissional, mas também ao animal. As armadilhas são instaladas em locais estratégicos, dentro do perímetro
de deslocamento do animal e, sempre que possível, em uma área coberta, onde haja baixa circulação de
pessoas e contato com outros animais, minimizando assim fatores estressantes aos animais.
A equipe realiza um estudo rápido no local sobre o comportamento da colônia para decidir o horário
em que as armadilhas serão instaladas e, normalmente, costuma ser no começo da manhã ou durante a tarde,
horário em que os animais saem em busca de comida, sendo utilizada ração úmida como isca. No caso dos
animais tratados por funcionários ou moradores locais, pedimos que, no dia, não ofereçam nenhum alimento
para facilitar o processo da captura. As armadilhas utilizadas são do tipo automática, que possuem um
mecanismo em que o próprio gato aciona seu fechamento. Após a captura, conforme o comportamento do
animal, ele pode ser transferido para uma caixa de transporte ou gaiola de contenção. A luva de raspa de
couro pode ser utilizada em caso de necessidade ou possibilidade da captura manual, como é o caso de
animais mais dóceis.
 Esterilização
A castração é um método cirúrgico que consiste na remoção do útero e ovários na fêmea
(ovariohisterectomia-OH), através da técnica minimamente invasiva pela linha alba ou flanco com o uso do
gancho ou o próprio dedo do cirurgião para localização e exposição dos mesmos, e dos testículos
(orquiectomia) no macho, eliminando a capacidade reprodutiva de ambos. Para a realização do procedimento,
o protocolo anestésico varia, principalmente, em função da idade e condição física do animal. O pós-
operatório inclui a administração de antibiótico, anti-inflamatório e analgésico, além do curativo da ferida
cirúrgica.
 Marcação de Orelha ou Tatuagem
Todos os felinos submetidos à esterilização recebem uma marcação na orelha esquerda (ou a
padronizar pelo programa, com possibilidade de mudança de lado por espécie), que consiste em um pequeno
corte a ser feito bem na ponta da orelha, por ser uma área pouco vascularizada, ainda sob efeito da anestesia.
O procedimento é considerado uma marcação de padrão internacional, criado como identificação visual para
reconhecer um animal que já foi capturado anteriormente, evitando que o mesmo esteja sujeito à uma nova
captura sem necessidade.
Já para cães, a tatuagem na fac interna da orelha é a
 Vacinação
Os felinos e cães são imunizados apenas com a vacina antirrábica, pois é a única enfermidade
zoonótica transmissível que é imunoprevenível. A vacinação em gatos ferais é feita apenas na oportunidade
de contenção, como a captura para a castração, pois
o comportamento arredio desses animais representa uma barreira aos profissionais da equipe. Felinos e
canios domesticados, semi domiciliados, que sejam submetidos à CED, recomenda-se que sejam vacinados na
sua totalidade.

469
 Controle de parasitas
A desparasitação dos animais antes da soltura, sempre que possível, deve ser realizada com
medicação de largo espectro.
 Devolução:
Os animais possuem duas destinações possíveis: a devolução ao local de origem ou adoção. Isso é
determinado de acordo com as características do gato.
Os felinos domésticos passam pela fase de socialização a partir da terceira semana de vida e, quando
eles não são apresentados aos estímulos e experiências individuais de forma adequada, podem ocorrer
distúrbios comportamentais e sinais de agressividade no animal, o que pode se tornar um motivo para que as
pessoas abandonem, devolvam um animal ao seu abrigo de origem ou até mesmo optem pela eutanásia
(JOHNKE et al, 2022).
Portanto, um gato feral que não permite aproximação e manipulação da equipe, dificilmente se
adapta ao ambiente doméstico e, forçar uma adoção, irá induzi-lo ao estresse sem necessidade. Além disso,
caso o animal não se acostume com o novo tutor, há a possibilidade de o mesmo abandoná-lo e, nessas
circunstâncias, a melhor opção é a devolução ao local de origem com o cadastro das colônias para
monitoramento sempre que necessário.
Gatos com comportamento dócil têm potencial de adoção, e devem ser encaminhados a
mantenedores. Na ausência de entidades ou protetores que possam assumir essa função de tutelar
temporariamente e intermediar as adoções, esses animais também são retornados às suas colônias de
origem.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES E RESULTADOS

Reunião inicial de trabalho e determinação de pontos chaves para execução dos trabalhos
Nessa reunião, no dia 31 de Julho de 2023, foi determinado os principais objetivos do Grupo de Trabalho
(GT), bem como os produtos a serem desenvolvidos na temática CED junto ao PROGRAMA NACIONAL DE
MANEJO POPULACIONAL ÉTICO DE CÃES E GATOS. Do dia 31 de Julho a 05 de Agosto de 2023, o GT fez quatro
reuiniões online, além de diariamente ocorrer a interação via whatssap. As atividades e produtos estão abaixo
elencados, dos itens 3.2 a 3.5.

Formatação de uma instrução normativa com diretrizes de captura, esterilização e devolução para felinos
e canino
O GT -CED-BR propos Instrução Normativa (a ser melhorada através docronograma de atividades do
GT) para ser apreciada e aprovada apos deliberação ministerial, conforme descrito no ANEXO I.

Elaboração de um protocolo de CED para felinos


A partir de revisão bibliográfica e expertise da equipe do GT, traçou-se um protocolo de CED para
felinos de forma inicial, com fluxograma na Figura 2 e etapas a serem descritas. O mesmo estará em
melhoramento nos próximos encontros.
 Estudo da dinâmica de populações de Felinos: Buscar um estudo profundo da colônia:
número de animais, idades, comportamento, hábitos, registros fotográficos, informações
junto a comunidade que estão inseridos.

470
FIGURA 2.Fluxograma para método Captura Esterilização e Devolução (CED) de felinos, desenvolvido pelo GT-
CED-BR.

 Definição de estratégias: Após o levantamento de informações sobre as populações de felinos (nível de


ferocidade) ou indivíduos solitários, as estratégias serão definidas para efetiva aplicação do CED, de acordo
com os recursos disponíveis ao executor, porém sempre pautado na legislação vigente do CFMV. Um
ponto essencial na estratégia é a definição do órgão responsável pela execução ou contratação do
programa, contendo o local para onde os animais serão encaminhados e esterelizados, e caso seja optado
por realizar pós-operatório, onde o mesmo será mantido e medicado.
 Abertura da demanda: A demanda deverá seguir o planejamento de execução do CED, seja através da
busca ativa de colônias, levantamento de demanda através de canais de comunicação com o executor,
através da população, funcionários públicos de setores como endemias, saúde da família ou outros do SUS
Municipal. A demanda deverá sempre seguir a avaliação do estudo de dinâmica da colônia e/ou indivíduo,
conforme descrito. A demanda deverá sempre gerar um protocolo, para acompanhamento da ação pelo
solicitante e melhor organização das informações e dados gerados.

471
 Captura dos felinos: A equipe responsável pela captura deverá ter treinamento adequado e
atualizado, pautado no bem-estar animal e legislação vigente. Toda captura de felino feral deverá
priorizar a segurança da equipe e do animal. Os equipamentos mínimos (EPI e coletivos) para a equipe
de captura são: Armadilha de captura; Caixas/gaiolas de transporte de boa qualidade e seguras;
Puçás;Panos, lonas para cobrir as caixas / gaiolas, armadilhas de captura;Luva de proteção de material
adequado, onde cada membro deve ter a sua; Perneira, onde cada membro deve ter a sua; Uniforme
individual, para identificação dos membros; Ficha para registro de informações e dados, podendo ser
digital ou escrita, para posteriormente ser cadastrada digitalmente; Câmera fotográfica ou celular com
boa qualidade de imagem, para registro e cadastro do animal e da ação; Material para
georreferenciamento do local da captura;Veículo apropriado para o transporte dos animais; Materiais
solicitados na formulação da estratégia do local. A estratégia de captura deverá sempre levar em
consideração o perfil dos animais e / ou colônia, e recursos disponíveis. Caso seja possível a utilização
de câmera GoPro por um membro da equipe, é recomendável. É importante ressaltar que a captura
do animal somente poderá ser realizada após o fluxograma pronto e exequível, contendo o local de
recebimento e responsável. É importante que a equipe de captura seja imunizada principalmente
contra raiva e tétano.
 Avaliação clínica, desparasitação interna e externa: No local do recebimento do animal, o mesmo
deverá ser avaliado por um Médico Veterinário, realizando a desparasitação interna com medicação
palatavel, exceto em situações onde as condições clínicas sejam ruins e a indicação seja eutanásia.Em
felinos ferais a avaliação clínica pode ser realizada visualmente e as desparasitações via oral em
alimento palatável. Os dados devem ser anotados em ficha específica que contenha as informações
dos itens anteriores. É importante a pesquisa em busca de feridas para pesquisa de Esporotricose.
 Animal com ferida e suspeito para esporotricose: Os órgãos públicos que forem responsáveis pela
execução do CED deverão, sempre que possível, realizar método de diagnóstico para esporotricose,
sendo o mais simples o imprinting, ou mais fidedignos como histológico ou cultura fúngica (cada
município deverá adotar a estratégia de acordo com sua realidade), devendo prezar pela realização,
visto que se trata de uma zoonose de grande importância sanitária.
 Animal debilitado, não suspeito para esporotricose: Animais debilitados que apresentem quadro
clínico incompatível com a realização da castração, deverão ser tratados em local específico, pré-
estabelecido na estratégia. Após a alta médica, o animal retorna ao fluxograma. Deve-se sempre
considerar os aspectos individuais e coletivos comportamentais do animal. Caso o animal, mesmo não
suspeito para esporotricose, apresente quadro clínico indicativo de eutanásia, ficará a critério do
médico veteriário a realização da mesma, devendo o cadáver ser encaminhado conforme legislação
vigente.
 Animal suspeito para esporotricose: O felino suspeito deverá ter material coletado para realização
de exames confirmatórios, de acordo com a legislação vigente e protocolo local estabelecido. O animal
positivo com impossibilidade de tratamento deverá ser encaminhado a eutánasia, de acordo com a
legislação vigente, caso não tenha um responsável para realizar seu tratamento e garantir a
permanência em ambiente restrito. Sempre avaliar as características comportamentais do animal.
Animais com pequenas feridas, negativos aos métodos de diagnóstico, deverão ser avaliados pelo
Médico Veterinário e, em caso de quadro clínico compatível, deverão ser encaminhados para a
castração.
 Esterilização e desparasitação externa: Os felinos, deverão passar por cirurgia minimamente invasiva,
com técnicas as mais modernas possível, contempladas na estratégia, que visem o bem-estar animal,
desde que sejam autorizadas pelo CFMV.

472
 Identificação e desparasitação externa: Todos os felinos submetidos ao CED deverão ser
identificados, podendo-se utilizar a marcação por corte na ponta da orelha que é de fácil visualização,
o microchip que requer, ainda, padronização nacional e não é visível sem o leitor, ou a tatuagem na
interior orelha (pina) com código específico, sendo necessário a criação de um banco de dados
nacional. Animais ferais devem receber a desparasitação externa ao fim da identificação ainda
sedados.
 Imunização, desparasitação externa e limpeza de orelhas: Todos os felinos submetidos ao CED
deverão ser vacinados contra raiva no momento da cirurgia, por ser uma zoonose prevenível. Os
municípios que não são contemplados com a vacina durante todo o ano, deverão solicitar ao órgão
responsável a manutenção de quantidade para aplicação nesses animais, não esperando a época da
vacinação anual apenas.
 Pós-operatório: O pós-operatório dos felinos pode variar de 24 a 72 horas, sugerindo-se 72 horas em
CATA adaptado para esses animais, considerando-se o manejo cat friendly, e a medicação necessária
ministrada via oral com petiscos ou alimentos palatáveis.
 Devolução: A janela de tempo indicada para a devolução dos animais é de 24 a 72 horas pós-captura,
com no mínimo 16-24 horas após a cirurgia, para garantirmos o bem-estar dos animais. Não se deve
demorar para devolver os animais às suas colônias, pois estes podem ficar muito estressados longe
de seu habitat, e por conta deste estresse, podem parar de ingerir alimentos e água. Quanto maior o
tempo decorrido até a devolução, mais difícil será o retorno à posição social dos felinos dentro de suas
colônias.

Elaboração de um protocolo de CED para caninos


A partir de revisão bibliográfica e expertise da equipe do GT, traçou-se um protocolo de CED para
caninos de forma inicial, com fluxograma na Figura 3 e etapas a serem descritas. Ainda, ficou determinado
um encontro para troca de experiências e novas perspectivas a serem realizados em novembro em Maceió,
com apoio financeiro parcial do GRUPEQUI-UFAL.
Os protocolos sugeridos abaixo poderão ser aplicados a cães ferais, desde que não apresentem risco
à população, cães não comunitários e cães comunitários.
 Estudo da dinâmica de populações de cães: Para a realização do CED em cães se faz necessário o
conhecimento do local, comunidade, presença e hierarquia de matilhas, visto que os cães têm
comportamentos específicos da espécie.

473
FIGURA 3.Fluxograma para método Captura Esterilização e Devolução (CED) de caninos, desenvolvido pelo
GT-CED-BR.

 Definição de estratégias: Após o levantamento de informações sobre as populações


caninas (matilhas) ou indivíduos solitários, as estratégias serão definidas para efetiva aplicação do
CED, de acordo com os recursos disponíveis ao executor, porém sempre pautado na legislação vigente
do CFMV. Um ponto essencial na estratégia é a definição do órgão responsável pela execução ou
contratação do programa, contendo o local para onde os animais serão encaminhados e esterelizados,
e caso seja optado por realizar pós-operatório, onde o mesmo será mantido e medicado.
 Abertura da demanda: A solicitação para a captura de um cão não conhecido em
determinada localidade, sem tutor, saudável ou não, com comportamento de risco ou não, membro
de matilha ou não, poderá ser realizada ao órgão, empresa ou entidade responsável pelo CED, de
várias formas: Através da população, via meio de comunicação disponibilizado para tal demanda;
Através de funcionários públicos de setores, como endemias e saúde da família; Através de busca ativa
realizada pelo executor; Ou de acordo com a estratégia adotada, sendo sempre necessária a criação

474
de um número de protocolo quando a demanda for gerada, para acompanhamento da ação pelo
solicitante e melhor organização das informações e dados gerados.
 Captura dos cães: A equipe responsável pela captura do animal deverá ter
treinamento adequado e atualizado, pautado no bem-estar animal e legislação vigente. Toda captura
de cão feral deverá priorizar a segurança da equipe e do animal. Caso seja necessário realizar a
sedação ou anestesia, a equipe de captura deverá contar com a presença de um médico veterinário,
que será responsável pelo procedimento, mesmo que outro membro da equipe faça a aplicação do
medicamento (caso seja treinado para captura de cães ferais e tenha maior facilidade de acesso ao
animal do que o médico veterinário). Os equipamentos mínimos (EPI e coletivos) para a equipe de
captura são: Caixas de transporte de boa qualidade, seguras e proporcionais a variados portes de
cães;Cambão; Cordelete; Guias e coleiras de variados tamanhos; Focinheiras de variados tamanhos;
Corda para laço; Luva de proteção de material adequado, onde cada membro deve ter a sua; Perneira,
onde cada membro deve ter a sua; Uniforme individual, para identificação dos membros; Ficha para
registro de informações e dados, podendo ser digital ou escrita, para posteriormente ser cadastrada
digitalmente; Câmera fotográfica ou celular com boa qualidade de imagem, para registro e cadastro
do animal e da ação; Material para georreferenciamento do local da captura; Veículo apropriado para
o transporte dos animais; Materiais solicitados na formulação da estratégia do local. Caso seja possível
a utilização de câmera GoPro por um membro da equipe, é recomendável. É importante ressaltar que
a captura do animal somente poderá ser realizada após o fluxograma pronto e exequível, contendo o
local de recebimento e responsável.
 Avaliação clínica, desparasitação interna e externa: No local do recebimento do
animal, o mesmo deverá ser avaliado por um médico veterinário, realizando a desparasitação interna
e externa, exceto em situações onde as condições clínicas sejam ruins e a indicação seja eutanásia.
Em cães ferais a avaliação clínica pode ser realizada visualmente e as desparasitações via oral em
alimento palatável. Os dados devem ser anotados em ficha específica que contenha as informações
dos itens anteriores.
 Testagem para leishmaniose: Os órgãos públicos que forem responsáveis pela
execução do CED deverão, sempre que disponíveis, realizar teste rápido para leishmaniose, devendo
prezar pela realização, visto que se trata de uma zoonose de grande importância sanitária.
 Animal debilitado, não reagente para leishmaniose: Após a testagem rápida, o animal
não reagente e que apresente quadro clínico incompatível com a realização da castração deverá ser
tratado em local específico, pré-estabelecido na estratégia. Após a alta médica, o cão retorna ao
fluxograma. Caso o animal, mesmo não reagente, apresente quadro clínico indicativo de eutanásia,
ficará a critério do médico veteriário a realização, devendo o cadáver ser encaminhado conforme
legislação vigente.
 Animal reagente para leishmaniose: O cão reagente ao teste rápido deverá ter
material coletado para realização de exames confirmatórios, de acordo com a legislação vigente. O
animal que confirmar ser positivo deverá ser encaminhado a eutánasia, de acordo com a legislação
vigente, caso não tenha um responsável para realizar seu tratamento e se responsabilizar por ele de
forma domiciliada. Animais reagentes ao teste rápido, porém negativos nos testes confirmatórios,
serão encaminhados para a castração.
 Animal não reagente para leishmaniose: O cão não reagente no teste rápido será
encaminhado para a cirurgia de castração o mais breve possível.

475
 Esterilização: Os cães, machos e fêmeas, deverão passar por cirurgia minimamente invasiva, com
técnicas as mais modernas possível, visando o bem-estar animal e contempladas na estratégia, desde
que sejam autorizadas pelo CFMV.
 Identificação: Todos os cães submetidos ao CED deverão ser identificados, para tal ação poderá ser
utilizado o microchip (o qual ainda é necessária uma padronização nacional e não é visível sem o
leitor), ou a tatuagem na interior orelha (pina) com código específico (necessidade de um banco de
dados nacional). Animais que passam pelo CED podem receber microchip e tatuagem de fácil
visualização. O corte de ponta de orelha para cães não é indicado.
 Vacina contra raiva: Todos os cães submetidos ao CED deverão ser vacinados contra raiva no
momento da cirurgia, visto que é uma zoonose prevenível. Os municípios não contemplados com a
vacina durante todo o ano, deverão solicitar ao órgão responsável a manutenção de quantidade para
aplicação nesses animais, não esperando a época da vacinação anual apenas.
 Pós-operatório: É sugerido que cães e cadelas permaneçam em local adequado para realizar o pós-
operatório por pelo menos cinco dias, para fornecimento de medicação prescrita pelo médico
veterinário e acompanhamento da cicatrização, visto que se a soltura for imediata a cirurgia, os riscos
de complicações que prejudiquem o sucesso da cirurgia são grandes. É pertinente ressaltar que o local
para o pós-operatório deva ser apenas para tal ação, sendo seguro para o tratador e animal, não sendo
o mesmo local de internação de animais doentes, abrigos ou CCZ, exceto quando houver nesses locais,
baias separadas para o pós-operatório.
 Devolução: Após alta clínica cirúrgica do animal, pelo médico veterinário, o mesmo deverá ser
transportado adequadamente ao local de captura, ou ao máximo possível desse, de acordo com o
georreferenciamento da captura. É orientado que a ação seja devidamente registrada por meio
fotográfico ou vídeo, ou ambos.

Proposiçâo de termo de referência para promoção de cursos formadores de médico-veterinários e


colaboradores em CED (captura – esterilização - devolução)
O GT- CED-BR buscou fazer um termo de referência para cursos aos médicos veterinários e discute
outra para colaboradores a ser discutido em próximas reuniões.

Curso de formação de médicos veterinários para CED de cães e gatos do brasil


O objetivo do curso é capacitar médicos-veterinários para integrar programas de CED no Programa
Nacional para Cães e Gatos, para que estes profissionais sejam capacitados para executarem com precisão
até às técnicas cirúrgicas mais indicadas e exequíveis em cada situação.

Metodologia do curso
O Curso será elaborado em formato híbrido, numa carga horária de 80 horas, sendo 40 horas de
aulas de fundamentação teórica Ead e 40 horas em dois encontros presenciais, com a prática a ser
desenvolida para cada espécie. O curso será composto por xxxx módulos, ocorrendo os Ead um por semana
e dois encontros presenciais de 20 horas. A primeira semana será liberado módulo 01 e também será
destinada para a ambientação dos participantes com a plataforma e apresentação do curso. As aulas serão
ministradas por profissionais renomados da área, fazendo uso de diferentes recursos didáticos como
videoaulas e material complementar. A carga horária total corresponde a 40 horas. O curso se iniciará
.................., a plataforma ficará liberada mais 30 dias após o término do curso (ou seja, até dia 11 de julho
de 2023).

476
PROGRAMAÇÃO DO CURSO

Módulo Aula

Módulo 1 - Introdução Apresentação do Curso


e Histórico Histórico do CED em Gatos
Ao Metodo CED em Histórico do CED em Cães
gatos e Cães
Módulo 2 - Avaliação e Estudo do local
Estratégias de Ação Identificação de Animais
Planejamento de ações no Modelo
Quadrupla hélice de Inovação
Métodos e instrumentos para captura de gatos
Módulo 3 – Capturas Métodos e instrumentos para captura de cães
Técnicas de captura em cães
Técnicas de captura em gatos
Módulo 4 - BEA , Conceitos de Bem-estar Canino
Sanidade e Comportamento de Cão Comunitário
Cães Problemas Comportamentais de Cães
Encaminhamento e gestão de CATA (abrigos)
Manejo Livre de Estresse
Vacinação de cães
Doenças de potencial zoonótico
Doenças intraespecíficas de interesse ao CED .
Módulo 5 - BEA , Conceitos de Bem-estar Canino
Sanidade e Comportamento de Cão Comunitário
Gatos Problemas Comportamentais de Gatos
Encaminhamento e gestão de CATA (abrigos)
Manejo Livre de Estresse
Vacinação de cães
Doenças de potencial zoonótico
Doenças intraespecíficas de interesse ao CED.
Módulo 6- Anestesia e Avaliação do paciente e exames pré-operatórios
Esterilização Minimamente Técnicas Anestésicas para CED
Invasiva em Cães Técnicas Cirúrgicas para Machos
Técnicas Cirúrgicas para Fêmeas
Manejo do paciente no pós-operatório

Módulo 7- Anestesia e Avaliação do paciente e exames pré-operatórios


Esterilização Minimamente Técnicas Anestésicas para CED
Invasiva em Gatos Técnicas Cirúrgicas para Machos
Técnicas Cirúrgicas para Fêmeas

477
Manejo do paciente no pós-operatório

Programas de Adoção
Módulo 8 - Promoção Protocolos de Adoção, Acompanhamento e
da Adoção e Recursos Monitoramento Pós-adoção
A promoção do marketing digital em abrigos de animais na
otimização de resultados/adoções
Marketing e Captação de Recursos
Construindo Pólíticas Público-Privadas

Encaminhamento de sugestões ao CFMV sobre marcação de orelha e interrupção de gestação em programas


CED
 Foram elaborados dois ofícios para o Conselho Federal de Medicina Veterinária:
 Solicitação de revisão da resolução nº 877/2008 CFMV, que trata sobre a marcação de orelha como
identificação visual de felinos castrados pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED) o primeiro
acerca de deixar mais explicito que a marcação de orelha em animais de Programas CED não compõe
maus tratos (ANEXO II).
 Solicitação de roda de conversa para construção de resolução acerca da interrupção de gestação em cães e
gatos de vida livre pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED) (ANEXO III).

Proposição de materiais para esclarecimento e sensibilização, tanto para técnicos como para sociedade em
geral
 Criar uma sessão técnico-cientifica a cada dois meses na revista nosso clínico
Popularizar o CED e trazer mais artigos e subsídios científicos para executar programas eficazes é o
principal objetivo do GT-CED-BR, sendo que a equipe já conseguiu espaço para artigos regulares na Revista
Nosso Clinico, ISSN, perfazendo no mínimo 12 artigos, que ao final gerarão um livro a ser utilizado como
bibliografia nacional. O ofício de solicitação para a coluna científica e a resposta estão no ANEXO IV e ANEXO
V.

 Elaborar um manual explicativo para sociedade


Os programas CED para cães são diferentes dos de gatos, sendo que para felinos o GT-CED-BR irá
desenvolver um material a partir do desenvolvido a AMPARA Animal pela médica veterinária MSc Renata
Gebara, com revisão técnica pelas Médicas veterinárias Otávia Augusta de Mello, Conceição Henrique, Ioana
Bertolla e Noemi Mazzaro (ANEXO VI).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


As ações apresentadas servirão de base para o desenvolvimento e a estruturação do Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos nos municipios brasileiros, no pilar de proteção e
educação para direitos animais, enfatizxando as ações ativas dinâmicas para CED - Captura, Esterilização e
Devolução de cães e gatos.
Os modelos apresentados fornecem um instrumento essencial para que os municípios iniciem CED de
cães e gatos em suas regiões, no entanto as ações do GT-CED-BR continuam dando desdobramentos e um
cronograma de ação como desdobramentos. Essa abordagem de continuidade é fundamental para alcançar
um controle populacional sustentável e respeitoso, priorizando o bem-estar e a saúde de todos os animais
envolvidos.

478
Desdobramentos e cronograma de atividades
Com o intuito de expandir as ações futuras e difundir ao máximo as práticas presentes na metodologia
CED, o grupo propõem as seguintes atividades, com no mínimo 2 anos de duração:

ATIVIDADES/ETAPAS
Set/23- Abr/24- Out/24- Maio/25-
Mar/24 Set/24 Abr/25 Nov/25
Reuniões Quinzenais do GT-CED- BR x
construção, avaliação e implementação da
proposta
Encaminhamentos com CFMV x

Elaboração de documento referencial com x


normas, diretrizes e protocolos homogêneos
exequíveis de CED para cães e gatos
Elaboração de protocolo de CED para cães e x x
gatos.

Elaboração de termo de referencia para x


treinamento e capacitação em CED para
profissionais diversos ( retirando parte
cirurgica)
Execução de treinamentos e formação de x x x x
Med. Vet. para CED

Execução de treinamentos e formação de x x x


profissionais diversos para CED

Apresentação do documento conforme as x


orientações do MMA

Publicação do Plano Nacional de CED em x x x x


revista científica.

Realizar o I Seminário Nacional sobre o x


metodo CED – na cidade de Maceió/AL

Copilação de Artigos para Confecção de Livro x


Base

479
CONCLUSÃO
Para desenvolvimento dos programas CED, recomenda-se a integração entre as várias áreas de
trabalho, criando política pública alicerçada na saúde única, com frentes na educação, formação, intervenção
e construção baseada na quadrupla hélice de inovação, ou seja, trazendo empresas, universidades e sociedade
civil ao apoio do governo para concreta e eficaz efetivação do Programa Nacional de Manejo Populacional
Ético de Cães e Gatos

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IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador/a:
 Pierre Barnabé Escodro. Médico Veterinário, Especialização em Acupuntura Veterinária, Especialização e
MSc em Cirurgia Veterinária, DSc em Biotecnologia. Professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
onde coordena o GRUPEQUI-UFAL. Coordenador do Programa de Apoio aos Animais UFAL-BRASKEM.
Pesquisador Produtividade CNPq DT-2.

Relatores:
● Mônica Melo, Economista, Msc em Sociologia. Superintendente de Proteção e Defesa Animal do estado
de Alagoas. Coordenadora Administrativa do Projeto Integra Animal UFAL-BRASKEM.
● Sharacelly de Souza Farias, Zootecnista (UFS), MSC Produção Animal (FZEA-USP), DSC em Bem-Estar Único
(FMVZ-USP).

Outros membros
● Sônia Martins Teodoro. Zootecnista, MSc Zootecnia, DSc Agronomia, Phd Ambiência. Prof. Pleno UESB -
Campus de Itapetinga, coordenou por 11 anos a CEUA/UESB, integra a Comissão Multicampi de Animais
Comunitários da UESB e voluntária da SOS Animais de Rua - Itapetinga
● Enderson Fernandes Santos Barreto, Médico Veterinário. Gerente de Vigilância Ambiental, responsável
pelo CCZ e CCA de Cons. Lafaiete/MG. Coordenador do GRAD Brasil (Grupo de Resgate de Animais em
Desastres).
● Carla Maria Sássi de Miranda - Bacharel em Direito, Médica Veterinária, Bombeira Civil, Especialista em
Clínica e Cirurgia de Animais Silvestres, Pós-Graduada em Gestão e Análise Ambiental, Mestranda UFF,
Docente Univiçosa, Membro do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal de Viçosa, Presidente
ONG ALPA (Associação Lafaietense de Proteção Animal), Coordenadora GRAD (Grupo de Resgate de
Animais em Desastres).
● Luciana Batalha de Miranda Araújo - Médica Veterinária, MSc e PhD e pós doutora em Reprodução
Animal, Coordenadora de Ensino da EVZ / UFG, e professora de Animais Silvestres, Medicina da
Conservação, Medicina Veterinária Legal e Medicina Veterinária do Coletivo na mesma instituição.
● Bruno Resende Teófilo - Médico Veterinário, Mestrando em Medicina Veterinária Preventiva na UFRPE e
Analista Técnico em Manejo Populacional de Cães e Gatos do IMVC.

482
ANEXO I - Proposicão de Normativa para CED no Brasil

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX, DE XX DE XXXX DE 2023


Estabelece diretrizes para a prática do Programa CED
(Capturar-Esterilizar-Devolver) em gatos e cães no âmbito do
território nacional.

A MINISTRA DE ESTADO DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, no uso das


atribuições conferidas pelo Decreto nº 11.349, de 1º de janeiro de 2023, e o disposto na lei nº 13.426, de 30
de março de 2017 e lei nº 14064, de 29 de setembro de 2020, resolve:
Art. 1º Estabelecer diretrizes para a prática do Programa CED (Capturar-Esterilizar-Devolver) em gatos
e cães no âmbito do território nacional, na forma desta Instrução Normativa.
CAPÍTULO I - DAS DEFINIÇÕES
Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa, considera-se:
I – A existência de animais domésticos (cães e gatos) em logradouros públicos ou privados por meses,
leva a necessidade de programa de manejo populacional, sem resolução com medidas rápidas ou arbitrárias
que desencadeiem crueldade, maus tratos e/ou morte dos animais.
II- Um programa de CED (Capturar-Esterilizar-Devolver) consiste em método não letal de controle
populacional de animais em situação de abandono ou criados sem tutor, muitos deles ferais (não
domesticados) ou ariscos.
III– Capturar: ato de apreensão temporária do animal, a ser realizada nos caninos com corda, coleira
ou cambão e, nos felinos, com caixa de transporte ou armadilhas individuais ou coletivas, de modo a reter o
animal para o jejum anterior à cirurgia de esterilização;
IV – Esterilizar: consiste na execução de método cirúrgico para controle populacional de cães e gatos,
sendo a orquiectomia em machos e ovariohisterectomia em fêmeas. Apresenta por finalidade o controle de
doenças e ninhadas indesejadas e deve ser realizado por profissional médico veterinário habilitado.
V – Devolver: ato de retorno do animal ao local anteriormente capturado após recuperação
anestésica e liberação clínica veterinária, sem riscos à recuperação de saúde do animal, seja cão ou gato.
VI- Colônias: é a nomenclatura inerente ao agrupamento de felinos em um determinado território,
geralmente com objetivo da sobrevivência dos indivíduos.
VII- Matilhas: termo destinado para definir coletivo de cães, que nesta instrução normativa considera
os canídeos de vida livre em convívio social nos logradouros públicos e privados, tanto na zona urbana quanto
rural.
VIII- Animais domésticos comunitários: são considerados os cães e/ou gatos, que estabelecem com a
comunidade em que vivem laços de dependência e de manutenção, ainda que não possuam responsável único
e definido, sendo mantidos em locais sob a responsabilidade de um ou mais tutores/cuidadores.
IX- Um programa CED organizado, humanitário e sustentável, consiste em única abordagem
humanitária, eficaz e aceita pelos diversos setores da sociedade no controle e estabilização de uma população
de cães e gatos de vida livre em uma determinada área.
§ 1º O programa CED poderá ser realizado por cidadão ou instituição pública, privada e/ou sem fins
lucrativos, com comprovada formação e capacitação para tal, desde que a esterilização seja realizada em
clínica ou hospital veterinário; unidade móvel (castra móvel) ou projeto/ mutirão devidamente regularizado e
com aprovação do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado a ser executado.

483
§ 2º Mesmo sendo de execução pública, privada e/ou sem fins lucrativos, o CED preferencialmente
deve ser implementado com anuência e apoio dos órgãos governamentais locais, inclusive porque a
responsabilidade do controle populacional dos cães e gatos de vida livre recai também sobre o poder público.
CAPÍTULO II - DAS CONSIDERAÇÕES GERAIS
Art. 3º É proibida a eliminação da vida de cães e de gatos, com exceção da eutanásia nos casos de
males, doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde
humana e a de outros animais, nos limites da Lei nº 14.228, de 20 de outubro de 2021.
Art. 4º Capturar e remover (ou matar) gatos e cães de vida livre, além de ser cruel e não permitido
pela legislação federal, é também ineficaz do ponto de vista do controle destas populações.
Art. 5º A remoção drástica e abrupta de cães e gatos em áreas previamente habitadas criará uma
abertura territorial, chamada de efeito “vácuo”, que causará uma diminuição imediata no número de animais
do local, porém com consequente e relevante aumento de população em médio prazo de tempo.
Art. 6º Os abrigos para cães e gatos devem ser destinados à proteção e cuidados de animais em
situação de abandono, maus-tratos ou vítimas de violência, com intuito de resgate seletivo de animais em
situação de rua por motivos específicos (em situação de riscos/sofrimento ou por segurança e saúde pública).
Art. 7º Os abrigos devem ser considerados para oferecer alojamento temporário e cuidados
especializados para recuperar cães e gatos e reintroduzi-los na sociedade, podendo ser públicos, privados e
mistos.
Art. 8º Os abrigos não devem ser primeira opção nos casos de cães e gatos de vida livre, que habitam
há meses alguma área, a não ser em situações de sofrimento, maus tratos ou risco a segurança e saúde pública.
Art. 9º Para a realização do Programa CED em uma área, sempre haverá necessidade da avaliação
criteriosa local e estratégia de captura, considerando a dinâmica das colônias, matilhas ou dos animais
comunitários, considerando de forma mínima: a estimativa e identificação dos animais (por idade, sexo e
pelagem por foto), análise comportamental (ferais, ariscos, dóceis ou recém-abandonados), horários de
maior movimentação, fontes alimentares, existência de cuidadores ou alimentadores ( que devem ser
inseridos no programa), enumeração de estratégias anteriores e quais principais queixas para
moradores/estabelecimento comercial.
Parágrafo único. Essa proposição deve ser detalhadamente descrita antes do início do programa,
fazendo parte da metodologia de ação.
Art.10º A captura dos animais deve incluir o mínimo de estresse, utilizando puças, armadilhas
individuais (Tomahawk) ou coletivas (Drop Trap) apropriadas para felinos e coleiras, redes de arremesso,
focinheiras e cambão para cães, além de caixas de transporte amplas. Recomenda-se não oferecer alimento
aos animais por até 24 horas, para garantir que os mesmos estejam famintos e mais propensos a serem
atraídos pelo alimento (isca) e a entrarem nas armadilhas, porém a água deve ser mantida.
Art.11º É indicado para os animais (cães e gatos), durante o Programa CED, que sejam vacinados
contra raiva e submetidos ao tratamento de endo e ectoparasitas.
Art.12º Filhotes de cães e gatos, menores que 8 semanas e estiverem sem a mãe, devem ser
resgatados para cuidados neonatais até poderem ser castrados e colocados para adoção.
Art. 13º Quando possível, deve-se encaminhar os animais dóceis resgatados (adultos ou filhotes) para
a adoção responsável. E os animais doentes devem ser tratados antes de serem devolvidos à colônia ou
encaminhados para um abrigo/santuário para serem colocados para adoção.
CAPÍTULO III- CED, BEM-ESTAR E SAÚDE EM GATOS
Art. 14º O jejum de gatos adultos deve ser de 4 a 8 horas, enquanto de filhotes de 2 a 4 horas, tempo
que devem ser mantidos sob observação, isolados em gaiolas ou caixas de transporte em ambiente arejado e
isolado.

484
Art. 15º Os exames hematológicos não são de obrigatoriedade na espécie, principalmente em felinos
ferais e/ou ariscos, visto o estresse da coleta e alterações inerentes a mesma, já bem descritos em estudos
clínicos e programas CED com gatos.
Art. 16º Os felinos devem ser avaliados clinicamente no momento de observação, ficando a cargo do
médico veterinário responsável técnico, a necessidade de exames hematológicos, bioquímicos, radiológicos,
ultrassonográficos ou outros complementares.
Art. 17º Recomenda-se a esterilização de felinos a partir de 2 (dois) meses de idade, chamada de
castração pediátrica, desde que hígidos e no caso dos machos com testículos bem identificados na bolsa
escrotal.
Art. 18º Para identificação dos gatos castrados em colônias, adota-se a marcação da orelha, que
consiste na pequena retirada da ponta, distal a circulação circunflexa, com preferência pela orelha esquerda.
§ 1º A marcação de orelha, realizada por médico veterinário em ambiente cirúrgico apropriado e com
animal sob anestesia consiste em procedimento técnico viável, não configurando maus tratos ou ato de
crueldade.
§ 2º Os programas CED podem optar pela marcação de orelhas diferentes para machos e fêmeas,
ficando a cargo dos mesmos a determinação das orelhas a serem marcadas.
Art. 19º A identificação complementar dos gatos com tatuagens na orelha e ou chips também são
recomendadas, independente da marcação de orelha, a fim de cadastro e controle ao longo prazo em casos
de animais doentes e / ou óbitos.
Art. 20º A anestesia deve contar com fármacos que promovam obrigatoriamente narcose (sono
artificial), miorrelaxamento e analgesia, não sendo permitida anestesia dissociativa sem associação de
fármacos que promovam analgesia satisfatória. A anestesia geral e a analgesia preventiva/multimodal são
altamente recomendadas.
Art. 21º As técnicas para esterilização de gatas (ovariohisterectomia- OH) indicadas são duas: como
primeira opção a técnica minimamente invasiva realizada no ponto médio entre a cicatriz umbilical e a borda
anterior do púbis) com aproximadamente de 1 a 2 cm; a segunda opção é a técnica realizada pela fossa
paralombar, indicada principalmente para gestantes, gatas com hiperplasia mamária, gatas com risco de
evisceração e em casos de eleição pelos cirurgiões veterinários.
Art. 22º A interrupção de gestação é permitida em gatas submetidas ao programa CED, visto ser
relativamente comum ocorrer a identificação da gestação após a anestesia e abertura abdominal; não existir
risco às gestantes; os animais não apresentam tutores e a manutenção da vida fica ameaçada aos filhotes nas
condições de vida livre; e fetos de mamíferos permanecem em estado de inconsciência durante toda a
gestação e, portanto, não pode perceber conscientemente a dor.
Art. 23º A técnica de eleição para esterilização de machos é realizando a incisão única pela rafe
mediana escrotal e retirada dos testículos sem sutura de pele. Em casos de animais com testículos retidos no
anel inguinal, é permitido, durante a CED, o acesso inguinal.
Art. 24º O pós-operatório deve contar sempre com antibioticoterapia de amplo espectro e analgesia,
sendo que a reintrodução dos felinos às colônias, no exato local em que foram capturados, deve ocorrer no
mínimo com 18 a 24 horas após cirurgia, com animal já desperto e realizado primeira alimentação.
Parágrafo único. Em casos que for necessário a soltura em local que não o de captura, todos os gatos
da colônia devem ser capturados e soltos simultaneamente no novo território, que já deve estar preparado
com alimento e abrigo para recebê-los, tornando a adaptação mais tranquila.
Art. 25º Exames complementares diagnósticos podem ser realizados para avaliação de doenças
intraespecíficas entre felinos e as de potencial zoonótico.

485
Parágrafo único: Felinos com esporotricose ou outras doenças infectocontagiosas com potencial
zoonótico não devem ser reintroduzidos a vida livre, sendo eutanasiados ou mantidos em tratamento sob
isolamento, sempre com um médico veterinário responsável técnico identificado para acompanhamento.
Art. 26º A vacinação contra doenças intraespecíficas é recomendada em programas CED que os pode
fazer, sendo a vacinação da tríplice felina (contra paleucopenia, herpes vírus felino rinotraqueíte e calicivirose)
a mais indicada.
CAPÍTULO IV- CED, BEM-ESTAR E SAÚDE EM CÃES
Art. 27º O jejum de gatos adultos deve ser de 4 a 12 horas, enquanto de filhotes de 3 a 6 horas, tempo
que devem ser mantidos sob observação, isolados em gaiolas ou caixas de transporte em ambiente arejado e
isolado.
Art. 28º O hemograma completo pré-operatório é de obrigatoriedade na espécie, ficando a cargo do
médico veterinário responsável técnico, a necessidade de outros exames hematológicos, bioquímicos,
radiológicos, ultrassonográficos ou complementares.
Art 29º Recomenda-se a esterilização de caninos a partir de 3 (três) meses de idade, chamada de
castração pediátrica, desde que hígidos e no caso dos machos com testículos bem identificados na bolsa
escrotal.
Art. 30 º Para identificação dos cães castrados em matilhas ou em ambientes que são comunitários,
adota-se a tatuagem na face interna da orelha.
Art. 31º A identificação complementar de cães com chips são também recomendadas, independente
da tatuagem, a fim de cadastro e controle ao longo prazo em casos de animais doentes e / ou óbitos.
Art. 32º A anestesia deve contar com fármacos que promovam obrigatoriamente narcose (sono
artificial), miorrelaxamento e analgesia nos cães, sendo recomendada anestesia geral e analgesia
preventiva/multimodal.
Art. 33º As técnicas para esterilização (OH) de cadelas indicadas são duas: como primeira opção a
técnica minimamente invasiva realizada no ponto médio entre a cicatriz umbilical e a borda anterior do púbis)
com aproximadamente de 2 a 4 cm; a segunda opção é a técnica realizada pela fossa paralombar, indicada
principalmente para gestantes, cadelas com hiperplasia ou tumores mamários, cadelas com risco de
evisceração e em casos de eleição pelos cirurgiões veterinários.
Art. 34º A interrupção de gestação é permitida em cadelas submetidas ao programa CED, visto ser
relativamente comum ocorrer a identificação da gestação após a anestesia e abertura abdominal; não existir
risco às gestantes; os animais não apresentam tutores e a manutenção da vida fica ameaçada aos filhotes nas
condições de vida livre; e fetos de mamíferos permanecem em estado de inconsciência durante toda a
gestação e, portanto, não pode perceber conscientemente a dor.
Art. 35º A técnica de eleição para esterilização de machos é a com incisão única pré-escrotal e retirada
dos testículos com no mínimo sutura intradérmica de pele. Em casos de animais com testículos retidos no anel
inguinal, é permitido, durante a CED, o acesso inguinal.
Art. 36º O pós-operatório deve contar sempre com antibioticoterapia de amplo espectro e analgesia,
sendo que a reintrodução dos cães no exato local em que foram capturados, deve ocorrer no mínimo com 72
horas após cirurgia, com animal já desperto e realizado as alimentações diárias.
Art. 37º Exames complementares diagnósticos podem ser realizados para avaliação de doenças
intraespecíficas entre os cães e as de potencial zoonótico, sendo o teste rápido para Leismaniose o de primeira
eleição e relevância nos programas CED de cães.
§ 1ºCaninos com leishmaniose tem indicação de eutanásia, sendo avaliados casos excepcionais de
terapêutica a partir da vigilância sanitária local e execução com reponsabilidade do médico veterinário técnico
do programa CED.

486
§ 2º Os cães com outras doenças infectocontagiosas com potencial zoonótico não devem ser
reintroduzidos a vida livre, sendo eutanasiados ou mantidos em tratamento sob isolamento, sempre com um
médico veterinário responsável técnico identificado para acompanhamento.
Art. 38º A vacinação contra doenças intraespecíficas é recomendada em programas CED para cães que
os pode fazer, sendo a vacinação preventiva de cinomose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza,
parvovirose, coronavirose e leptospirose a mais indicada.
CAPÍTULO V
DA ESTRUTURAÇÂO, REGISTROS E DOCUMENTAÇÃO

Art. 39º. O programa CED pode ser executado por instituição pública ou privada, através de clínicas/hospitais
veterinários regulares no CRMV, projetos de extensão, mutirões e unidades móveis.
Art. 40º Em casos de programas CED por projetos de extensão, mutirões e unidades móveis, devem apresentar
projeto com aprovação pelo CRMV e contar com clínica /hospital veterinário de apoio para
emergências num raio máximo de 100 quilômetros de distância.
Art.41º A distância entre a captura dos animais e o procedimento cirúrgico não deve exceder 150 quilômetros,
para preservar a sanidade e bem estar animal
Art. 42º O programa CED deve manter documentação atualizada de todas as atividades relacionadas à rotina
e aos aspectos sanitários.
§ 1º Os registros devem abranger, mas não se limitar a:
I - Registro individual dos animais: deve ser mantido um registro detalhado de cada animal
submetido ao CED, contendo informações como dados de identificação, fotos, avaliação
comportamental, tratamentos médicos e comportamentais realizados, datas de vermifugação,
vacinação, exames de saúde, entre outros dados
relevantes;
II - Registro de medicamentos e tratamentos: deve ser mantido um registro dos medicamentos
administrados aos animais, bem como dos tratamentos realizados, incluindo doses, datas e
responsáveis pela administração;
III - Registro de adoções ( se houverem) e destinação dos animais.
IV- Registro de intercorrências clínicas associadas ao CED.
IV- Registro de óbitos: devem ser registrados todos os óbitos, inclusive eutanásias devidamente
justificadas pelo Médico-veterinário Responsável Técnico ou pelo profissional que as
realizaram.
§ 2º Os registros e documentações devem ser mantidos de forma organizada e atualizada, estando disponíveis
para consulta pública quando necessário.

CAPÍTULO VI
DOS COLABORADORES

Art. 43º Contratação: Recomenda-se que os colaboradores responsáveis pelo CED sejam contratados
especificamente para essa função ( na modalidade Bolsa ou CLT), a fim de evitar a rotatividade e
promover a continuidade dos cuidados.
Art. 44º Capacitação: Os colaboradores do CED devem receber treinamento e capacitação adequados sobre
os princípios e diretrizes dos programs CED. O Médico Veterinário Responsável Técnico deve
promover programas de capacitação e fornecer orientações claras sobre as responsabilidades de
cada membro da equipe.

487
Parágrafo único. Capacitação dos colaboradores quanto aos riscos de acidentes e zoonoses, além da
preocupação com a higiene e profilaxia individual: Os colaboradores e
voluntários devem passar por formação inicial básica sobre as principais
zoonoses e doenças espécie-específicas, bem como por atualizações periódicas
ou novos aprendizados necessários a manter a segurança e conhecimento de
todos os envolvidos. As mesmas deverão ser feitas pelo Médico-veterinário
Responsável Técnico e este também deve manter um manual de boas práticas
que incluam tópicos relevantes deste tema incluindo as particularidades locais
ou regionais justificadas epidemiologicamente.
Art. 45º Equipamentos de proteção individual (EPIs): Para garantir a segurança dos colaboradores, EPIs, como
luvas e botas de proteção, devem estar disponíveis para uso durante as atividades. Os funcionários
devem receber orientações sobre a correta utilização e manutenção dos EPIs, além de serem
incentivados a adotar boas práticas de higiene pessoal, como a lavagem das mãos. O uso de
equipamentos de proteção individual (EPIs) deve ser supervisionado e avaliado pelo Médico-
veterinário Responsável Técnico promovendo segurança no uso.
Art. 46º Promoção da saúde e bem-estar dos colaboradores: Deve ocorrer a promoção da saúde e o bem-estar
dos colaboradores dos programas CED, por meio de programas de saúde ocupacional, com check-
ups médicos regulares, vacinação adequada e acesso a serviços de assistência médica quando
necessário, condições de trabalho seguras, como instalações adequadas, prevenção de acidentes e
acesso a treinamentos de primeiros socorros.

CAPÍTULO VII
DAS MEDIDAS GERAIS DE SEGURANÇA

Art. 47. Os programas CED devem adotar medidas gerais de segurança para proteger tanto os animais quanto
os colaboradores. Isso inclui, mas não se limita a:
I - Identificação adequada dos animais, contendo informações de identificação e local de origem;
II - Manutenção regular das instalações para evitar danos estruturais e minimizar riscos de
acidentes;
III - Estabelecimento de procedimentos de emergência e planos de evacuação em caso de incêndios,
inundações ou outras situações de risco;
IV – Tratamento adequado dos resíduos biológicos , principalmente ovários, úteros e testículos
retirados, através de empresas cadastradas ou programas aprovados de tratamentos de dejetos
clínicas e hospitais veterinários.

CAPÍTULO VII
DA EUTANÁSIA

Art. 48º A eutanásia deve ser realizada pelo médico-veterinário na supervisão e/ou execução quando a saúde
e o bem-estar do animal estiverem comprometidas de forma irreversível, visando eliminar a dor e o
sofrimento que não podem ser controlados por outros tratamentos.
Art. 49º A eutanásia também pode ser indicada quando o animal representar uma ameaça à saúde pública, de
acordo com as normas vigentes.

488
Art. 50º Os procedimentos e métodos devem seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução do CFMV n°
1.000 de 11 de maio de 2012 e, no caso de atualização desta resolução, seguir sempre as
recomendações do CFMV.
Art. 51º É essencial que todos que são responsáveis por realizar a eutanásia dentro do programa CED recebam
treinamento sobre todas as fases do processo, sobre legislação, ética, além de apoio psicológico
constante, a fim de se evitar a "fadiga da compaixão" e a "síndrome do esgotamento" e outras
doenças e desordens de saúde mental, que causam tanto prejuízo às pessoas e aos animais que
dependem delas.
Art. 52º. Em casos de morte de animais, é necessário informar imediatamente o responsável técnico para
avaliar a necessidade de necropsia ou outros exames.
Art. 53º Os cadáveres dos cães e gatos devem ser destinados adequadamente, de acordo com as resoluções
do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 358/2005 e RDC da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA 306/2004, bem como pelas legislações locais, estaduais e municipais.
Artº 54. Esta instrução normativa entra em vigor na data de sua publicação.

489
ANEXO II - Solicitação de revisão da resolução nº 877/2008 CFMV

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CAMPUS DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA INSTITUCIONAL GRUPO DE PESQUISA
E EXTENSÃO EM EQUIDEOS E SAÚDE INTEGRATIVA- GRUPEQUI-UFAL
GRUPO DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE CED –
CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DE CÃES E GATOS NO BRASIL

Of. GT-CED-BR 002-23


Maceió, 06 de Agosto de 2023.

À Excelentíssima Senhora Ana Elisa Fernandes de Souza Almeida


Diretora Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária/CFMV

Assunto: Solicitação de revisão da resolução nº 877/2008 CFMV, que trata sobre a marcação de orelha como
identificação visual de felinos castrados pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED)

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, através do Departamento


para Proteção, Defesa e Direitos dos Animais, de forma inovadora e urgente,
convocou vários profissionais e pesquisadores para construir o Programa Nacional
de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, sendo que estamos na coordenação
do Grupo de Trabalho para implementação de CED - Captura, Esterilização e
Devolução de Cães e Gatos no Brasil (GT-CED-BR), focando na construção e
estruturação de Políticas Públicas CED.

Dentro deste contexto e considerando que um dos principais gargalos da aplicação do método consiste na
relutância por parte de colegas veterinários em realizar a marcação de orelha dos animais castrados, sob o
pretexto de configurar-se como mutilação. Embora a resolução nº 1027/2013 exclua a marcação como sendo
um procedimento estético, dessa forma não constando no rol de procedimentos proibidos, é necessário que
haja revisão da resolução nº 877/2008, deixando explícito do que se trata a marcação da orelha e embasando
o procedimento, respaldando os profissionais que atuem na Medicina Veterinária do Coletivo.

Gostaríamos muito de contar com apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária nessa construção tão
necessária para a ciência e políticas públicas da proteção animal e saúde única.

Estamos à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Prof. Dr. Pierre Barnabé Escodro


Coordenador GRUPEQUI-UFAL e GT- CED- BR , Professor UFAL
e Pesquisador Produtividade CNpq DT-2

490
ANEXO III - Solicitação de roda de conversa para construção de resolução acerca da interrupção de gestação em
cães e gatos de vida livre pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CAMPUS DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA INSTITUCIONAL GRUPO DE PESQUISA
E EXTENSÃO EM EQUIDEOS E SAÚDE INTEGRATIVA- GRUPEQUI-UFAL
GRUPO DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE CED –
CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DE CÃES E GATOS NO BRASIL

Of. GT-CED-BR 003-23


Maceió, 04 de Agosto de 2023.

À Excelentíssima Senhora Ana Elisa Fernandes de Souza Almeida


Diretora Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária/CFMV

Assunto: Solicitação de roda de conversa para construção de resolução acerca da interrupção de gestação em cães
e gatos de vida livre pelo método Captura-Esterilização-Devolução (CED)

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, através do Departamento


para Proteção, Defesa e Direitos dos Animais, de forma inovadora e urgente,
convocou vários profissionais e pesquisadores para construir o Programa Nacional
de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, sendo que estamos na coordenação
do Grupo de Trabalho para implementação de CED - Captura, Esterilização e
Devolução de Cães e Gatos no Brasil (GT-CED-BR), focando na construção e
estruturação de Políticas Públicas CED.

Dentro de um contexto de Saúde Única, o método CED se insere como uma das ferramentas de programa
bem sucedido de manejo populacional ético de cães e gatos de longo prazo, em que os resultados das
intervenções serão percebidos a longo prazo com a diminuição de ninhadas e consequente redução do
avistamento de animais em situação de rua (Bastos et al., 2019).

Entretanto, um dos principais dilemas recai acerca da abordagem de cães e gatos de vida livre que, por não
terem um tutor se responsabilizando por estes animais, sendo inviável o fornecimento de um histórico dos
mesmos, acabam por ser diagnosticados como gestantes durante o procedimento cirúrgico. Dessa forma,
faz-se mais do que necessário um debate acerca das questões profissionais e éticas que envolvem a
terminação de gestação.

De acordo com a Association of Shelter Veterinarians’ Veterinary Task Force to Advance Spay-Neuter et al.
(2016), os fetos de cães e gatos permanecem em um estado de inconsciência durante a gestação e, dessa
forma, não são capazes de sentir dor. Dessa forma, a remoção do útero gravídico não necessita de eutanásia
fetal para garantir uma morte indolor. Logo, do ponto de vista ético, o procedimento está cientificamente
embasado e caberia somente ao médico-veterinário optar pela sua realização.

Por outro lado, a interrupção de gestação pode ser abordada em contextos mais práticos durante a execução
de um programa de controle ético de uma colônia de cães e gatos. No caso de animais ferais, ou seja, que

491
possuem pouco ou nenhum contato com os seres humanos, abrigá-los durante a gestação até que possam
conceber suas ninhadas é inviável, além de atentar contra o bem-estar dos animais e ser passível de
classificação como maus-tratos (Bastos et al., 2019). No caso da devolução sem que

seja realizado o aborto seguido de castração, os animais dificilmente serão capturados novamente após
terem suas ninhadas, o que acabaria por perpetuar por mais algumas gerações a problemática de
superpopulação das espécies, principalmente no caso dos gatos, que tendem a desenvolver aversão
completa às armadilhas após uma experiência traumática.

Do ponto de vista de abrigos de animais, por outro lado, Wijsman et al. (2013) demonstrou que a não
realização do procedimento de castração em fêmeas diagnosticadas como gestantes afetou negativamente
a quantidade dos animais inseridos naquele ambiente, e consequentemente a saúde e bem-estar dos
mesmos, impactando a taxa de adoção e comprometendo a rotatividade dos animais no sistema.

Por fim, vale ressaltar a necessidade de uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária
amparando legalmente os profissionais que optarem por este tipo de procedimento, sem que haja receio de
represálias por outros colegas veterinários ou da sociedade como um todo.

Estamos à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Referências Bibliográficas:

Association of Shelter Veterinarians’ Veterinary Task Force to Advance Spay-Neuter; Griffin, B.; Bushby, P.A.;
McCobb, E.; White, S.C.; Rigdon-Brestle, Y.K.; Appel, L.D.; Makolinski, K.V.; Wilford, C.L.; Bohling, M.W.; Eddlestone,
S.M.; Farrell, K.A.; Ferguson, N.; Harrison, K.; Howe, L.M.; Isaza, N.M.; Levy, J.K.; Looney, A.; Moyer, M.R.; Robertson,
S.A.; Tyson, K. The Association of Shelter Veterinarians' 2016 Veterinary Medical Care Guidelines for Spay-Neuter
Programs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 249(2), 2016. Disponível em: <
https://avmajournals.avma.org/view/journals/javma/249/2/javma.249.2.165.xml>. doi: 10.2460/javma.249.2.165.

Bastos, A.L.F.; Oliveira, L.B.S.; Nunes, V.F.P. Manejo populacional de gatos ferais. In: Garcia, R.C.M.; Calderón, N.;
Brandespim, D.F. Medicina veterinária do coletivo: fundamentos e práticas. 1a ed. Campo Limpo Paulista: Integrativa
Vet., 2019. p.240-245.

Wijsman, N.; van der Leij, W.J.R.; van Sluijs, F.J. Whether or not to castrate a gravid cat in an animal Shelter: Analysis
of the outcome. 2013. Disponível em: < https://www.semanticscholar.org/paper/Whether-or-not-to-castrate-a-
gravid-cat-in-an-an-of-Wijsman/8afe4b33c778f31a4e56a225dad78e8bc1b3c39d>.

Prof. Dr. Pierre Barnabé Escodro


Coordenador GRUPEQUI-UFAL e GT- CED- BR , Professor UFAL
e Pesquisador Produtividade CNpq DT-2

492
ANEXO IV - Solicitação para inclusão de sessão de artigos regulares sobre Captura – Esterilização- Devolução (
CED) de Cães e Gatos na revista- Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CAMPUS DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA INSTITUCIONAL GRUPO DE PESQUISA
E EXTENSÃO EM EQUIDEOS E SAÚDE INTEGRATIVA- GRUPEQUI-UFAL
GRUPO DE TRABALHO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE CED –
CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E DEVOLUÇÃO DE CÃES E GATOS NO BRASIL

Of. GT-CED-BR 001-23


Maceio, 04 de Agosto de 2023.
Ao Excelentíssimo Senhor Fernando Figueirola
Diretor Presidente da Revista Nosso Clínico

Assunto: Solicitação para inclusão de sessão de artigos regulares sobre Captura – Esterilização- Devolução ( CED)
de Cães e Gatos na revista- Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima , através do Departamento para Proteção,


Defesa e Direitos dos Animais, de forma inovadora e urgente, convocou vários profissionais e pesquisadores
para construir o Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos, sendo que estamos na
coordenação do Grupo de Trabalho para implementação de CED - Captura, Esterilização e Devolução de Cães e
Gatos no Brasil ( GT-CED-BR), focando na construção e estruturação de Políticas Públicas CED.
Dentro da linha de trabalho, há necessidade nacional de trabalhos científicos que popularizem e reforcem
a viabilidade e eficácia da técnica, sendo que vimos por meio desse solicitar que a Revista Nosso Clínico abra o espaço
a partir de Setembro de 2023 para artigos de CED, com mínimo de dois anos de duração, gerando ao final um livro
de estruturação científica na temática. Ainda, ratifico que ficarei responsável , junto com meus pares, pela revisão
dos trabalhos e liberação para publicação.
Gostaríamos muito de contar com apoio da Revista Nosso Clínico nessa construção tão necessária para a
ciência e políticas públicas da proteção animal e saúde única.

Prof. Dr. Pierre Barnabé Escodro


Coordenador GRUPEQUI-UFAL e GT- CED- BR , Professor UFAL
e Pesquisador Produtividade CNpq DT-2

493
ANEXO V – Ofício à revista Nosso Clínico

494
ANEXO VI - Manual CED Captura, esterilização e devolução de felinos de vida livre

Autora: M.V MSc. Rosangela Ribeiro Gebara – Gerente de Projetos AMPARA Animal

Revisão Técnica: M. V. Otávia Augusta de Mello, M.V. Conceição Henrique, Ioana Bertolla, Noemi Mazzaro

Revisão Ortográfica: Rafael Bahov Shinnishi

Disponível em https://mvabrigosbrasil.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Manual-de-
CED_FINAL_abril.22.pdf

495
3.8. Resposta a animais em situação de desastres

OBJETIVOS DA ATIVIDADE
1. Elaborar Instrução Normativa (marco regulatório nacional) para as ações de resposta aos desastres que
envolverem animais (estabelecer competências entre os entes federados, estabelecer metodologia de
integração entre as instituições públicas, privadas e organizações da sociedade civil); popularizar e divulgar
o Plano Nacional de Contingência em todos estados e municípios do país;
2. Propor minuta de curso de formação a nível nacional para habilitar profissionais para a atuação
profissional, técnica, emocional e ética nos cenários de desastres;
3. Elaborar a minuta de um material informativo a nível nacional e elaborar proposta de inclusão de
materiais educativos sobre o tema no currículo das escolas públicas e privadas do país;
4. Propor a criação do mapa nacional de áreas de maior vulnerabilidade e risco de desastres e/ou acidentes
para os animais domésticos e silvestres.

INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas os desastres têm ocorrido de forma crescente a nível global, afetando
principalmente as áreas que apresentam maior vulnerabilidade. Essa vulnerabilidade pode ser influenciada
por diversos fatores, tais como clima, posição geográfica, relevo, desenvolvimento socioeconômico, entre
outros. No Brasil esse cenário não tem sido diferente e seres humanos, meio-ambiente e animais têm sofrido
todos os anos com as inundações, secas, derramamentos de óleo, desabamentos, rompimentos de barragem
e incêndios. Em virtude disso, é fundamental a proposição de políticas públicas que possam proteger os
animais, bem como salvaguardar também, a saúde única como um todo. Além de políticas públicas, há a
necessidade de sensibilizar a sociedade e os órgãos públicos sobre a importância das ações de prevenção e
resposta aos desastres, bem como capacitar profissionais que irão atuar nestes cenários, visando uma atuação
técnica, especializada, ética e de maneira oficial, atrelada aos órgãos gestores dos incidentes.
Diante dessas necessidades, as proposições deste painel foram realizadas pelos profissionais experts
no assunto no Brasil, de maneira correspondente e atrelada aos documentos oficiais existentes no país, com
a óptica de aprimorá-los, bem como de acrescentar pontos ainda não trabalhados anteriormente.
Sendo os desastres em massa eventos de natureza complexa e desafiadora, torna-se urgente
dispositivos legais, ferramentas, programas e estratégias nacionais para assegurar que a resposta a estes
incidentes ocorra de maneira cada vez mais exitosa, célere e responsável, salvaguardando e protegendo,
animais, pessoas e meio-ambiente.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES


1. Leitura de referências bibliográficas que constam diretrizes sobre o assunto no Brasil;
2. Realização de reuniões de trabalho em equipes para construção das proposições;
3. Desenvolvimento de modelo de Instrução Normativa;
4. Desenvolvimento de estratégias para popularizar e divulgar o Plano Nacional de Contingência em todos
estados e municípios do país;
5. Desenvolvimento de minuta de curso de formação a nível nacional para habilitar profissionais para a
atuação profissional, técnica e ética nos cenários de desastres;
6. Desenvolvimento de minuta de um material informativo a nível nacional;
7. Desenvolvimento de uma proposição para o mapa nacional de áreas de maior vulnerabilidade e risco
para os animais.

496
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1. Elaboração Minuta Instrução Normativa


O Grupo de Trabalho do Painel de Desastres DPDA-MMA sugeriu a instituição por meio de instrução
normativa conjunta do Ministério do Meio Ambiente - MMA e do Ministério da Integração e do
Desenvolvimento Regional – MIDR que seja estabelecido o Plano Nacional de Gestão de Animais em
Desastres - PNGAD. O PNGAD tem por objetivo integrar as políticas públicas para o atendimento
emergencial dos animais em desastres, abrangendo ações de prevenção, mitigação, preparação,
resposta, monitoramento e assistência voltadas aos animais vitimados, promovendo a saúde única.
Além disto, propõe a integração com as ações executadas pela defesa civil, a promoção de
treinamentos e cursos aos profissionais necessários para o atendimento de emergências, integração
dos entes federados para execução das ações e padronização das atividades conforme preconizado
pelo Sistema de Comando de Incidentes.
2. Proposição de estratégias para popularização do Plano Nacional de Contingência
O Grupo de Trabalho do Painel de Desastres DPDA-MMA sugeriu que estratégias sejam realizadas para
divulgar e popularizar o documento oficial mais completo a nível nacional que temos até hoje sobre a
temática dos desastres, o Plano Nacional de Contingência para Desastres em Massa envolvendo
Animais (PNCDMA). O princípio é de que, divulgando o documento através de vários veículos de
comunicação, os municípios estejam melhor preparados para responder aos incidentes, bem como
possam adaptar o PNCDMA de acordo com as vulnerabilidades e riscos de sua localidade.
3. Elaboração Minuta de curso de formação nacional para profissionais
O Grupo de Trabalho do Painel de Desastres DPDA-MMA sugeriu a proposição de uma minuta de curso
de formação a nível nacional para habilitar profissionais para a atuação profissional, técnica e ética
nos cenários de acidentes e/ou desastres que envolvem animais. Este curso perpassa por questões
envolvendo a saúde única, a saúde mental dos profissionais, bem como os aspectos éticos e técnicos
das ações nos cenários de desastres. Dentre os temas pertinentes, destaca-se o processo de luto e a
vivência da perda do animal, as habilidades de comunicação e a capacidade de transmitir notícias
difíceis, bem como a promoção da saúde mental e bem-estar, além da efetiva gestão de equipe, entre
outros assuntos correlatos.
A abordagem desses temas em capacitações técnicas proporcionará aos profissionais a compreensão
e a capacitação necessárias para lidarem adequadamente com os aspectos emocionais inerentes a sua
prática profissional.
4. Elaboração estrutura material informativo
O Grupo de Trabalho do Painel de Desastres DPDA-MMA sugere a elaboração de materiais
informativos bem como sua inclusão no currículo das escolas do país, abordando os eixos: 1 –
Prevenção de Riscos (prevenção/preparação para o desastre), 2- Como agir durante o desastre
(resposta ao desastre) e 3- Como agir após o desastre (recuperação do desastre).
5. Proposição da criação do mapa nacional de áreas de maior vulnerabilidade e risco de acidentes e/ou
desastres envolvendo animais
Após as discussões ocorridas nos encontros técnicos, foi sugerido a construção de um mapa nacional
de vulnerabilidade e risco de acidentes e/ou desastres envolvendo animais.
Foram trabalhadas propostas oriundas de técnicos, que desenvolvem atividades diretamente ligadas
ao resgate técnico animal, de várias regiões do país e das mais diversas áreas do conhecimento.
Foi abordado de que forma o mapa seria construído apontando quais pontos seriam relevantes para
a criação do cenário nacional de risco envolvendo animais e sugerido o envolvimento direto de

497
instituições governamentais, privadas e do terceiro setor para o levantamento das informações
relevantes para a composição, execução e divulgação da proposta.
Como resultado da proposição de criação do mapa nacional de pontos de riscos para animais silvestres
e domésticos surgiu a proposta de: articulações entre instituições, identificação de critérios de
vulnerabilidade e risco, obter através de autorizações federais, estaduais e municipais legalidade para
o recrutamento de dados, realização de workshops em todos os 26 Estados brasileiros e no Distrito
Federal para Agrupamento de dados a respeito de fauna e animais domésticos locais e projeções para
prevenção, resposta operacional e recuperação de incidentes locais, compilação de todos os
licenciamentos locais com potencial risco de desastre e impacto para animais domésticos e silvestres,
caracterizando o tipo de atividade, cenário de pior caso, e condicionantes relacionadas à mitigação
do impacto em caso de acidentes, Compilação de todos os licenciamentos locais com potencial risco
de desastre e impacto para animais domésticos e silvestres.
A partir dessas decisões, foi proposto a construção de uma Matriz de Responsabilidade Técnica para
distribuição das obrigações institucionais, a manutenção das informações e alinhamento das ações ao
longo do ano e ampla divulgação e capacitação da população local.

CONCLUSÃO
Para a execução das propostas apresentadas no presente relatório deverão ser realizados trabalhos
futuros para definir o portfólio de parcerias e convênios estabelecendo-se, inicialmente:
I. Definir quais proposições poderão ser atendidos por meio de parcerias/convênios; e
II. Estabelecidas as possíveis parcerias e convênios a serem firmados, definir os seus dispositivos normativos
e quais serão os instrumentos de captação de interessados (Edital de Chamamento, Credenciamento, Carta
Convite, etc.)
Especificamente para as parcerias, as proposições de minuta deverão ser apresentadas aos órgãos
para validação dos pontos apresentados, em especial das atividades e prazos propostos e demais fluxos
necessários.
Em relação ao “Mapa Nacional de Vulnerabilidade e Risco de Acidentes e/ou Desastres Envolvendo
Animais”, sugere-se realizar estudos de viabilidade técnica e administrativa e, entendendo-se aplicável e de
interesse para a execução das propostas do DPDA/MMA, desenvolver o projeto e definir os próximos passos
para sua oficialização.
No caso das parcerias com instituições de ensino superior ou de formação profissional, indica-se
definirmos um escopo, ementas e metodologias para a realização e padronização do curso de qualificação de
médicos-veterinários, zootecnistas, biólogos e técnicos de campo para ação em resgate técnico animal em
todo país.

REFERÊNCIAS
1. GOMES, L. B.; REIS, S. T. ; ATAYDE, I. B. ; BASTOS, A. L. ; MIRANDA, C. M. S. et al. Plano Nacional de.
Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais. 2020.
http://https://www.cfmv.gov.br/plano-nacional-de-contingencia-de-desastres-em-massa-
envolvendo-animal/comunicacao/publicacoes/2020/10/05/#1
2. DE SOUZA, Marcos Vinícius. Medicina veterinária de mega catástrofes no Brasil: história e despreparo
repetidos. PUBVET, v. 13, p. 127, 2019.
3. EM-DAT, The International Disaster Database–Centre for Research on the Epidemiology of Disaster
(CRED). URL: http://www. emdat. be.

498
4. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. (ed.). Plano Nacional de Contingência de Desastres
em Massa Envolvendo Animal. Brasília: Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2020. BRASILIA.
Disponível em: https://www.cfmv.gov.br/plano-nacional-de-contingencia-de-desastres-emmassa-
envolvendo-animal/comunicacao/publicacoes/2020/10/05/#1. Acesso em: 05 de agosto de 2023.
5. PINTO, A. J. W. In: Manual Técnico de Socorrismo e Resgate Animal. Ed Pimenta v.1, 2021.

IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Coordenador/a:
● Laiza Bonela Gomes – Médica-Veterinária. Doutora em Ciência Animal. Especializada em MVL. Professora
titular FAMINAS. Analista técnica Instituto Arbo. Coordenadora Científica IMVC. Membro da comissão
estadual de Saúde Única do CRMV/MG. Presidente da Comissão Nacional de Desastres em Massa
Envolvendo Animais do CFMV.

Relator/a:
● Paula Helena Santa Rita - Graduada em Ciências Biológicas e Medicina Veterinária. Mestre em Ciência
Animal. Doutora em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária. Pesquisadora e Coordenadora
do Biotério da UCDB. Preside as Comissões Estaduais de Animais Silvestres e Meio Ambiente e Medicina
Veterinária de Desastres do CRMV/MS. Membro da CNDM/CFMV. Coordenadora operacional do Grupo
de Resgate Técnico Animal do Pantanal (GRETAP/MS).

Outros membros:
● Aldair Junio Woyames Pinto - CRMV- MG 11224 - PhD em patologia investigativa pela UFMG, pós-
graduado em MVL. Autor Manual Técnico em Socorrismo e Resgate Animal. Coordenador GRABH.
● Ana Paula Felicio, zootecnista e bacharel em direito, membro das CEMVD e CEASMA do CRMV-MS,
Membro da CNDM do CFMV. Operacional de logística GRETAP/MS.
● Bianca Stevanin Gresele, Psicóloga e Professora, Pós-graduanda em prevenção e pósvenção de
suicídio; Mestre em Psicologia Clínica; Membro fundadora e Presidente da Ekôa Vet.
● Daniely Ayabe Curcio, Médica Veterinária, Mestre em Ciências Ambientais e Sustentabilidade
Agropecuária, membro das CEMVD e CEMVL do CRMV-MS e Membro operacional do GRETAP-MS.
● Esther M. Espejo de F. Alvim - Médica veterinária e Internacionalista, especializada em Med. Vet
Legal, doutoranda FMVZ USP, membro Comissão Resgate Técnico e Med Vet Desastres CRMV-SP.
● Carla Maria Sássi de Miranda - Bacharel em Direito, Médica Veterinária, Pós-Graduada em Gestão e
Análise Ambiental, Coordenadora GRAD (Grupo de Resgate de Animais em Desastres).
● Claudia C. do Nascimento - Médica Veterinária, Mestre em Conservação de Biodiversidade de
Ecossistemas Costeiros- UNESP. Membro da Comissão Resgate Técnico CRMV-SP.
● Claudio Zago Junior - Tecnólogo de Segurança Pública, Biólogo, Médico Veterinário, Membro da
Comissão de Resgate Técnico Animal do CRMV SP e membro CNDM/CFMV.
● Enderson Fernandes Santos Barreto, Médico Veterinário. Gerente de Vigilância Ambiental,
responsável pelo CCZ e CCA de Cons. Lafaiete/MG. Coordenador do GRAD Brasil.
● Fabiana Merida. Médica veterinária Grad e MVR-SP. Pós-graduanda em medicina do coletivo.
● Flavia Bomfim de Ataide Trindade - Jornalista, diretora e produtora para cinema e tv. Pós-graduada
em produção para Cinema e TV FGV-RJ. Membro do GRAD.
● Geovani V. Tonolli, Médico Veterinário Instituto Homem Pantaneiro, membro da Comissão Estadual
de Medicina Veterinária de Desastres do CRMV-MS. Membro operacional do GRETAP-MS.

499
● Leonardo Maggio de Castro, médico veterinário, coordenador do Grupo de Estudos em Resgate
Técnico Animal da Universidade de Sorocaba - GERTA UNISO, membro da CNDM/CFMV.
● Leonardo Nápoli, Médico-veterinário Esp. em Direito Animal. Membro da Comissão de Desastres em
Massa/CFMV. Presidente da Comissão Desastres do CRMV/PR.
● Mariana Alves C. Queiróz, médica veterinária do Instituto Homem Pantaneiro e do Posto Médico
Veterinário Avançado em Áreas Remotas da Serra do Amolar. Membro operacional do GRETAP-MS.
● Marilym Kim Nascimento Silva. Bacharel em Educação física, Bombeira civil, líder do Grupamento
tático da defesa civil de Congonhas MG, Coordenadora do GRAD.
● Vânia de Fátima Plaza, Médica Veterinária. Pós-graduação em Vigilância Ambiental. Coordenadora do
GRAD Brasil (Grupo de Resgate de Animais em Desastres).

500
ANEXO I – Minuta Instrução Normativa para o Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres –
PNGAD

INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA MMA/MIDR N° XX, DE XXXXX DE 2023

Estabelece o Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres –


PNGAD.

A MINISTRA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DO CLIMA, no uso das atribuições que lhe confere
o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso IX,
da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, resolve:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º. Esta instrução normativa institui o Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres - PNGAD.
Art. 2°. Para efeitos desta normativa, considera-se:
I. Animal doméstico: todo animal que pertence a espécie que, por meio de processos históricos
tradicionais e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico, apresenta características biológicas e
comportamentais em estreita dependência do homem, apresentando fenótipo variável, diferente da espécie
silvestre que o originou;
II. Animal exótico: todo animal pertencente a espécie ou subespécie cuja distribuição geográfica original
não inclui o território brasileiro ou as águas jurisdicionais brasileiras e a espécies ou subespécies introduzidas
pelo homem, inclusive domésticas;
III. Animal silvestre: todo animal pertencente a espécie nativa, migratória e qualquer outra não exótica,
que tenha todo ou parte do seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro ou águas
jurisdicionais brasileiras;
IV. Assistência e manutenção: ações primárias emergenciais com vistas ao atendimento das necessidades
dos animais;
V. Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Material Biológico (ABIO): autorização instituída pela
Instrução Normativa No 8 de 14 de julho de 2017 que permite ao empreendedor manejar, capturar, coletar e
transportar material biológico animal com a finalidade de realização das atividades de
levantamento/diagnóstico, monitoramento e afugentamento/resgate no âmbito do processo de
licenciamento ambiental federal;
VI. Captura preventiva: procedimento de captura de animal visando translocá-lo para outra região que
seja adequada para a espécie, ou para encaminhá-lo temporariamente a cativeiro, com o objetivo de afastá-
lo de situação de risco;
VII. Cativeiro: empreendimento, de pessoa jurídica ou física, que possui estrutura e capacidade adequada
para o recebimento e manutenção, temporária ou permanente de animais;
VIII. Desastre: Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema
vulnerável, causando danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais.
Os desastres são quantificados em função dos danos e prejuízos em termos de intensidade, enquanto os
eventos adversos são quantificados em termos de magnitude;
IX. Desastres naturais: são aqueles produzidos por fenômenos e desequilíbrios da natureza, não incidindo
culpabilidade ou relação a mitigação e compensação. Estes desastres são divididos:
a. Desastres geológicos: terremotos, emanações vulcânicas, movimentos de massa (deslizamentos,
rolamentos, tombamentos, corridas de massa, etc), erosões;
b. Desastres hidrológicos: inundações, enxurradas, alagamentos, desastres meteorológicos (ciclones,
frentes frias, tornados, tempestades, vendavais, temperaturas extremas de frio ou calor);
c. Desastres climatológicos: estiagem, seca, incêndio florestal, baixa umidade do ar;

501
d. Desastres biológicos: epidemias, infestações/pragas.
X. Desastres humanos ou antropogênicos: são aqueles resultantes de ações ou omissões humanas e
estão intimamente relacionados com as atividades do homem, enquanto agente ou autor,
desdobrando-se em ações criminais, cíveis e/ou administrativas. Estes desastres são divididos em:
a. Desastres relacionados a substâncias radioativas;
b. Desastres relacionados a produtos perigosos;
c. Desastres relacionados a conflitos bélicos;
d. Desastres relacionados a transporte de produtos perigosos;
e. Desastres relacionados a incêndios urbanos;
f. Desastres relacionados a transporte de passageiros e cargas não perigosas
XI. Destinação de animais: ações coordenadas para destino dos animais vitimados, realizadas após
avaliação técnica que indique dispensa da necessidade de intervenção e/ou manutenção;
XII. Evento: ocorrência de um acontecimento ou de um fenômeno aleatório;
XIII. Incidente: evento de causa natural ou provocado por ação humana que requeira a intervenção de
equipes dos serviços de emergência para proteger vidas, bens e ambiente;
XIV. Instalação de Atendimento à Fauna: unidade de manejo temporária móvel ou fixa cuja mobilização
depende da ocorrência de desastres envolvendo animais ou do acionamento para ampliar a capacidade de
resposta;
XV. Manejo zootécnico: ações direcionadas a animais vítimas diretas e indiretas com o fim de
proporcionar alimentação adequada, transporte seguro, bem-estar animal, instalações para permanência ou
repouso e fornecimento hídrico voltado a priorizar a homeostase;
XVI. Monitoramento: procedimento utilizado para aferir indicadores de determinada comunidade,
população ou fator abiótico e demais interações possíveis desses, em um determinado intervalo de tempo e
recorte geográfico, com a finalidade de verificar a ocorrência de mudanças, identificar os principais fatores
modificadores, avaliar os efeitos e impactos nos ecossistemas, nas comunidades, nas populações e/ou nas
espécies e aferir a efetividade da resposta aos animais acometidos por desastres;
XVII. Posto Médico-Veterinário Avançado (PMVA): estrutura de caráter emergencial e temporário,
destinado aos atendimentos clínicos para estabilização dos parâmetros vitais e procedimentos anestésicos e
cirúrgicos que salvaguardam a vida do animal vitimado e que deve ser desmobilizado ao fim das respectivas
atuações;
XVIII. Quarentena: período de isolamento do animal na unidade de reabilitação ou instalaçnao de manejo
temporário para que doenças preexistentes possam ser detectadas;
XIX. Reabilitação de fauna: ação de recuperar as condições sanitárias, físicas, psíquicas e comportamentais
de um animal silvestre, de modo que o permita se desenvolver em seu ambiente natural de forma
independente e de acordo com as características biológicas de sua espécie;
XX. Resgate técnico animal: atividade coordenada na qual se aplicam técnicas e procedimentos
veterinários e zootécnicos consolidados e específicos para socorro aos animais vitimados;
XXI. Sistema de Comando de Incidentes (SCI): ferramenta de gerenciamento de incidentes padronizada,
para todos os tipos de sinistros, que permita a seu usuário adotar uma estrutura organizacional integrada para
suprir as complexidades e demandas de incidentes únicos ou múltiplos, independentemente das barreiras
jurisdicionais;
XXII. Soltura: procedimento de restituir o espécime à natureza, preferencialmente em seu ambiente
natural de origem, ou semelhante, dentro dos limites de sua distribuição geográfica, com a devida autorização
emitida pelo órgão ambiental responsável;
XXIII. Triagem: processo voltado à classificação da ordem e prioridade de atendimento dos animais
vitimados;
XXIV. Zona fria: é zona em que se estabelece o local para recepção da fauna e outras funções que se
considere necessárias ao controle do incidente. É também chamada de zona limpa, zona verde ou zona de
apoio geral;
XXV. Zona morna: é uma área intermediária entre a quente (de maior risco) e a fria (totalmente segura).
Na zona morna o acesso e a circulação ainda são restritos, mas as condições de risco não são tão altas,

502
propiciando uma área para que os profissionais se equipem, descontaminem, repassem orientações e façam
as últimas verificações de segurança antes de adentrar a zona quente. Por isso, ela é utilizada como ponto de
partida para as ações na zona quente;
XXVI. Zona quente: local onde são operacionalizadas as estratégias de resposta ao incidente. Neste local são
realizados resgates dos animais vitimados.
Art. 3º. É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias
para a gestão de animais em desastres.
§ 1º. As medidas previstas no caput poderão ser adotadas com a colaboração de entidades públicas ou
privadas e da sociedade em geral.
§ 2º. A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e
mitigadoras da situação de risco.
§ 3º. Ficam mantidas todas e quaisquer condicionantes relacionadas a resposta à animais silvestres ou
domésticos nos processos de licenciamento ambiental.

CAPÍTULO II
DO PLANO NACIONAL DE GESTÃO DE ANIMAIS EM DESASTRES - PNGAD
Seção I
Diretrizes e Objetivos
Art. 4º. O PNGAD abrange as ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta, monitoramento e
assistência voltadas aos animais atingidos por eventos de desastres.
Parágrafo único. A PNGAD deve integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano,
saúde e meio ambiente, tendo em vista a promoção da saúde única e o atendimento emergencial dos animais
em desastres.
Art. 5º. São diretrizes da PNGAD:
I. atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para atenção aos
animais das comunidades atingidas por desastres naturais ou de responsabilidade não determinada;
II. abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta, monitoramento e
assistência aos animais atingidos por desastres;
III. a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização dos impactos ocasionados aos animais
em desastres;
IV. adoção da bacia hidrográfica, de acordo com o estabelecido em lei para as intervenções relacionadas
às populações humanas, como unidade de análise das ações de prevenção dos impactos aos animais atingidos
em desastres relacionados a corpos d’água;
V. planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e incidência de desastres no
território nacional;
VI. participação da sociedade civil;
VII. cumprimento de outros instrumentos legais vigentes relacionados à resposta aos animais em
desastres.
Art.6º. São objetivos da PNGAD:
I. reduzir os impactos aos animais atingidos em desastres;
II. atendimento emergencial e assistência às populações animais atingidas por desastres;
III. colaborar para reinserção de animais oriundos das áreas afetadas por desastres;
IV. incorporar a redução do risco de impacto aos animais atingidos por desastre entre os elementos da
gestão territorial e do planejamento das políticas setoriais;
V. promover a integração do PNGAD com as ações de proteção e defesa civil;
VI. promover a inclusão do PNGAD como tema no desenvolvimento de cidades resilientes e nos processos
sustentáveis de urbanização;
VII. promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades dos animais em
situações de desastres, de modo a evitar ou reduzir os impactos a eles causados;
VIII. promover cursos de treinamento de resgate técnico animal, permanentemente;

503
IX. monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos, biológicos, nucleares, químicos e
outros que podem afetar as populações animais em desastres;
X. produzir orientações às comunidade em como atuar com as populações animais para atuar diante dos
alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de desastres naturais;
XI. combater a utilização de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco pelas populações animais e
promover a realocação das populações existentes nessas áreas;
XII. estimular iniciativas que resultem na alocação de animais em local seguro;
XIII. desenvolver consciência nacional acerca dos impactos e riscos aos animais em situações de desastre;
XIV. orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de prevenção e de resposta em
relação aos animais em situação de desastre e promover a proteção desses; e
XV. integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do Sistema Nacional de Proteção e
Defesa Civil - SINPDEC na previsão e no controle dos efeitos negativos de eventos adversos sobre as
populações animais, os bens e serviços e o meio ambiente;
XVI. Integrar as Diretorias de Licenciamento Ambiental do IBAMA, bem como a Coordenação-Geral de
Emergências Ambientais (Cgema) Coordenação de Prevenção e Gestão de Riscos Ambientais (Cprev), e de
Atendimento a Acidentes Tecnológicos e Naturais (Coate), bem como os Núcleos de Prevenção e Atendimento
a Emergências Ambientais (Nupaem) instalados em cada uma das Superintendências do Ibama nos estados;
XVII. Integrar o Instituto Chico Mendes na participação da tomada de decisão referente a desastres a
animais ameaçados de extinção ou quando este ocorra em Unidades de Conservação Federal; e
XVIII. Integra o Ministério da Agricultura para apoio a resposta a animais em desastres, relacionadas a
emissão emergencial de Guias de transporte Animal (GTAs), bem como no apoio diagnóstico em caso de
ocorrência concomitante de doenças de notificação obrigatória.
Seção II
Das Competências dos Entes Federados
Art. 7º. Compete à União:
I. expedir normas para implementação e execução da PNGAD;
II. coordenar o Sistema Nacional de Proteção ao Animais em Desastres - SINPAD, em articulação com os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III. promover estudos referentes às causas e possibilidades de ocorrência de desastres de qualquer
origem, sua incidência, extensão e consequência;
IV. apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no mapeamento das áreas de risco, nos estudos
de identificação de ameaças, suscetibilidades, vulnerabilidades e risco de desastre e nas demais ações de
prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação;
V. instituir o Grupo Nacional para Gestão de Animais em Desastres, para apoio aos Estados, Municípios
e Distrito Federal;
VI. instituir e manter sistema de informações e monitoramento de desastres;
VII. instituir e manter cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de
deslizamentos de grande impacto, tais como: incêndios florestais de grandes proporções, inundações bruscas
ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos;
VIII. incentivar a instalação de centros universitários de ensino e pesquisa sobre desastres e de núcleos
multidisciplinares de ensino permanente e a distância, destinados à pesquisa, extensão e capacitação de
recursos humanos, com vistas no gerenciamento e na execução de atividades de proteção e resgate de animais
em desastres;
IX. fomentar a pesquisa sobre os impactos dos eventos deflagradores de desastres nos animais; e
X. apoiar a comunidade docente no desenvolvimento de material didático-pedagógico relacionado à
assistência e resgate de animais em desastres;
§ 1º. O Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres – PNGAD conterá, no mínimo:
I. a identificação dos riscos de desastres nas regiões geográficas e grandes bacias hidrográficas do País;
II. Identificação dos riscos de desastres ambientais nas águas jurisdicionais brasileiras (costeira e
offshore);
III. a identificação dos tipos de desastres; e

504
IV. o Programa de Resgate Técnico Animal;
§ 2º. O prazo para publicação do Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres – PNGAD será de um ano
e deverá ser revisado a cada quatro anos.
Art. 8º. Compete aos Estados:
I. executar o PNGAD em seu âmbito territorial;
II. coordenar as ações estaduais do PNGAD em articulação com a União e os Municípios;
III. instituir o Plano Estadual de Gestão de Animais em Desastres;
IV. instituir o Grupo Estadual para Gestão de Animais em Desastres;
V. apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das áreas de risco, na elaboração dos
Planos de Contingência de Proteção aos Animais e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de
ações emergenciais;
VI. Promover a capacitação técnica dos profissionais que atuarão no resgate técnico animal,
conjuntamente com a Defesa Civil;
VII. Organizar os grupos de resgate técnico animal e sua operacionalização conjunta com a Defesa Civil;
VIII. Prover instalação do Posto Médico-Veterinário Avançado (PMVA) para o manejo de animais atingidos
por desastres
Art. 9º. Compete aos Municípios:
I. executar o PNGAD em âmbito local;
II. coordenar as ações do PNGAD no âmbito local, em articulação com a União e os Estados;
III. incorporar as ações de proteção aos animais em desastres no planejamento municipal;
IV. identificar e mapear as áreas de risco de desastres;
V. promover a fiscalização das áreas de risco de desastre e vedar novas ocupações nessas áreas;
VI. organizar e administrar abrigos provisórios para assistência aos animais em situação de desastre, em
condições adequadas de higiene e segurança;
VII. manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos, bem como
sobre protocolos de prevenção e alerta e sobre as ações emergenciais em circunstâncias de desastres;
VIII. mobilizar e capacitar técnicos para atuação na ocorrência de desastres;
IX. promover a coleta, a distribuição e o controle de suprimentos em situações de desastre para
manutenção dos animais;
X. proceder à avaliação do quantitativo e das espécies de animais atingidas por desastres;
XI. manter a União e o Estado informados sobre a ocorrência de desastres e as atividades de proteção
animal no Município; e
XII. estimular e apoiar a participação de entidades privadas, associações de voluntários, clubes de serviços,
organizações não governamentais e conselhos regionais de biologia e medicina veterinária nas ações de
resgate animal e promover o adequado treinamento de voluntários para atuação conjunta com a defesa civil.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA NACIONAL DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS EM DESASTRES - SINPAD
Seção I
Disposições Gerais

Art. 10°. O SINPAD é constituído pelos órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e pelas entidades públicas e privadas de atuação significativa na área de
proteção dos animais.
Parágrafo único. O SINPAD tem por finalidade contribuir no processo de planejamento, articulação,
coordenação e execução dos programas, projetos e ações de proteção aos animais em situação de desastre.
Art. 11. O SINPAD será gerido pelos seguintes órgãos:
I. órgão consultivo: CONPAD – Conselho Nacional de Proteção aos Animais em Desastres;
II. órgão central, definido em ato do Poder Executivo federal, com a finalidade de coordenar o sistema;
III. os órgãos regionais estaduais e municipais de proteção e defesa civil; e
IV. órgãos setoriais dos 3 (três) âmbitos de governo.

505
Parágrafo único. Poderão participar do SINPAD os conselhos regionais profissionais de biologia e medicina
veterinária, as universidades públicas e privadas, as organizações da sociedade civil.
Seção II
Do Conselho Nacional de Proteção aos Animais em Desastres - CONPAD
Art. 12. O CONPAD, órgão colegiado integrante do Ministério do Meio Ambiente - MMA, terá por finalidades:
I. auxiliar na formulação, implementação e execução do Plano Nacional de Gestão de Animais em
Desastres – PNGAD;
II. propor normas para implementação e execução da PNGAD;
III. expedir procedimentos para implementação, execução e monitoramento da PNGAD, observado o
disposto nesta normativa e em seu regulamento;
IV. propor procedimentos para atendimento aos animais em situação de desastre, observada a legislação
aplicável; e
V. acompanhar o cumprimento das disposições legais e regulamentares de proteção aos animais.
§1º. A organização, a composição e o funcionamento do CONPAD serão estabelecidos em ato do Poder
Executivo Federal.
§ 2º O CONPAD contará com representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da
sociedade civil organizada, e por especialistas de notório saber.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 13. Em situações de iminência ou ocorrência de desastre, ficam os órgãos competentes autorizados a
transferir bens apreendidos em operações de combate e repressão a crimes para os órgãos de proteção aos
animais.
Art.14. Os recursos para execução do Plano Nacional de Gestão de Animais em Desastres – PNGAD poderão
ser provenientes de origens diversas, como dotações do Orçamento Anual, doações e projetos de cooperação
técnica nacional e internacional, fundos voltados ao meio ambiente, fundos voltados a defesa civil e recursos
decorrentes da conversão de multas, entre outras possíveis fontes e parcerias.
Art. 15. Esta normativa entra em vigor na data de sua publicação.

506
ANEXO II – Proposta para Popularização e divulgação do Plano Nacional de Contingência

Popularizar e divulgar o Plano Nacional de Contingência em todos estados e municípios do país

1- Criar diferentes materiais que possam ser distribuídos nas redes sociais, no rádio, tv , jornais e outros em
linguagem clara e objetiva informando sobre o que é e como devem ser feitos esses planos locais.

2- Criar modelo de documento e sugerir envio através da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, para
todos os Estados e sugerindo a distribuição às Coordenadorias para que sejam distribuídas aos municípios. O
objetivo é sensibilizá-los da importância da inclusão dos animais nos modelos locais para Resgate Técnico,
prevenção, entre outros, usando como base o Plano Nacional de Contingência para Desastres em Massa
envolvendo Animais (PNCDMA).

A criação desse material deve partir do PNCDMA, tendo ele como base, e ser aprimorado de acordo com as
realidades locais de cada município. Os materiais com todas as especificidades de acordo com as realidades
locais devem ser trabalhados e estruturados com ampla participação com realidades de diferentes tipos de
incidentes e regiões do Brasil. Sugere-se a criação de um GT conjuntamente a representantes da Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil, para que estes sejam parte da construção do material.

Conclusão:

A ampla divulgação do Plano Nacional de Contingência de Desastres em Massa Envolvendo Animais, deve ser
trabalhada de forma sistema e multi-setorial. A inclusão como material enviado de forma oficial pela
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, aos Estados e estes ao Município é a medida mais eficaz para
conscientização da importância do documento e aplicação.

507
ANEXO III - Minuta Curso de Formação para a atuação profissional, técnica e ética nos cenários de
acidentes e/ou desastres que envolvem animais

1. OBJETIVO

Propor minuta de curso de formação a nível nacional para habilitar profissionais para a atuação profissional,
técnica e ética nos cenários de acidentes e/ou desastres que envolvem animais.

2. JUSTIFICATIVA

O Brasil com sua extensão territorial, características geográficas, culturais, biodiversidade, variedade de
biomas e produção animal, apontam necessidades de balizamento nas técnicas operacionais em resgate
técnico animal para animais domésticos e silvestres.

O desenvolvimento de um curso de formação em padronização estratégica e resgate técnico animal em


Desastres torna-se de suma importância no que envolve manejo e bem-estar animal em todo território
nacional.

O curso de Capacitação em Padronização Estratégica e Resgate Técnico Animal em Desastres tem como
objetivos capacitar gestores estaduais, municipais, militares e sociedade civil que atuarão na área de resgate
técnico animal com base no bem-estar, proteção, defesa e direitos dos animais de maneira a aumentar a
eficiência de resposta das atividades que envolvem o resgate técnico animal, desde a seleção da equipe e
logística à contenção química e física, manejo, translocação, tratamento, soltura e aporte nutricional básico
de animais vitimados por desastres ambientais.

A Saúde Única é uma abordagem global multissetorial, transdisciplinar, transcultural, integrada e unificadora
que visa equilibrar e otimizar de forma sustentável a saúde de pessoas, animais e ecossistemas. Além disso,
não se pode deixar de incluir o tema saúde mental, que tem como objetivo a avaliação do estado emocional
desses indivíduos, com vistas a determinar sua aptidão para atuação nesse contexto específico, destacando-
se o processo de luto, a vivência da perda do animal, as habilidades de comunicação, a capacidade de
transmitir más notícias, bem como a promoção da saúde mental e bem-estar, além da efetiva gestão de
equipe, entre outros assuntos correlatos, tais como a preservação ética em desastres.

3. METODOLOGIA

Toda parte teórica da formação será composta por videoaulas gravadas, acompanhadas de material didático
de apoio, com avaliação ao final de cada módulo. Os capítulos teóricos mínimos a serem abordados são:

 Saúde única:
* Conceitos básicos sobre saúde única;
*Os impactos dos desastres no (res) surgimento zoonoses emergentes e reemergentes;
 Conceitos básicos de ecologia da conservação;

508
 Saúde mental:

*Desenvolver um instrumento de avaliação psicológica destinado à aplicação em procedimentos


seletivos de profissionais que se predisponham a engajar em intervenções em cenários de desastres.
*Propõe-se a incorporação do tema saúde mental e inteligência emocional nos programas de
treinamento técnico, com ênfase na preparação dos profissionais para enfrentarem as demandas
emocionais inerentes a este domínio de atuação.
*Propõe-se a implementação de programas de acompanhamento que disponham de profissionais de
psicologia, tanto no âmbito clínico quanto organizacional, para atender às necessidades das equipes.

 Ética nos cenários de desastres:

Fundamentos da ética (valores e virtudes; condutas éticas, ética na tomada de decisão);


Ética profissional (reputação e imagem do profissional) e Legislações (código de ética medicina
veterinária, zootecnia, biologia, etc);

 Conceitos e Classificação de Desastres


Definição, classificação e avaliação de desastres.
Causas e impactos dos desastres ambientais a nível nacional, estadual e regional.

 Identificação de riscos e vulnerabilidade


Identificação de áreas vulneráveis e população em risco
Avaliação e monitoramento de riscos

 Marco legal e Políticas de Gestão de Desastres


Legislação nacional e internacional relacionada a desastres
Planos de contingência e protocolos de resposta

 Preparação e Planejamento para Emergências


Elaboração de plano de ação e resposta
Simulações e exercícios práticos de preparação

 Resposta e Gerenciamento de Crises


Coordenação de equipes e recursos durante desastres
Procedimentos de primeiros socorros e atendimentos emergencial

 Logística e Gestão de Abrigos


Suprimentos e distribuição de recursos essenciais
Acolhimento e assistência às vítimas
Gestão da mão de obra voluntária

 Comunicação e Engajamento Comunitário


Estratégias de comunicação em situações de crise
Importância do apoio comunitário e voluntariado
Análise de desastres reais e lições aprendidas
Exemplos de melhores práticas em gestão de desastres.

 Gestão de Emergência e cadeia de comando para a proteção e resposta a aos animais envolvidos
em desastres
o Conceitos e Classificação de Desastres
 Definição, classificação e avaliação de desastres.

509
 Causas e impactos dos desastres ambientais a nível nacional, estadual e regional.
o Identificação de riscos e vulnerabilidade
 Identificação de áreas vulneráveis e população em risco
 Avaliação prévia e monitoramento de riscos

o Marco legal e Políticas de Gestão de Desastres


 Legislação nacional e internacional relacionada a desastres

o Noções de SCI - Sistema de Comando de Incidentes


- Estrutura Organizacional de Resposta;
- Seções, Subseções e Forças Tarefas
- Competências, habilidades e perfil para integrar força tarefa
- Comando Unificado e Posto de Comando;
- Cadeia de Comando;
- Equipe de Gestão do Incidente;
- Fluxo de Comunicação durante o Incidente
- Nomenclaturas relacionadas à resposta à incidentes;
- Caracterização das zonas: fria, morna e quente
- Atuação dos especialistas em resposta à animais envolvidos em desastres no
Centro ou Posto de Comando
- Fases da Resposta aos animais envolvidos em desastres: reativa e continuada
-Gatilhos para a resposta continuada relacionado aos animais envolvidos em
desastres.
- Ciclo P
- Plano de Ação do Incidente
- Formulários
o Aspectos de Segurança Pessoal envolvido no atendimento à animais envolvidos em
desastres
 EPIs
 Posturas
 Riscos associados ao atendimento à animais envolvidos em desastres,
Zoonoses;
 Atendimento Pré Hospitalar (Noções Básicas)
o Planejamento
- Plano de Proteção e Resposta à animais envolvidos em desastres
- Especificidades de pequenos animais, grandes animais, animais silvestres e
aquáticos.
- Eficiência e fatores que interferem no Plano de resposta à animais envolvidos em
desastres
- Delineamento de Estratégias e táticas de resposta
- Resposta primária - Monitoramento
 Inicial: dimensionamento do cenário
 Durante a resposta
 Monitoramento pós incidente
- Resposta Secundária
- Captura preventiva (domésticos e Silvestres)
- Afugentamento (Silvestres)
- Resposta Terciária
- Resgate Técnico dos animais vitimados
- Técnicas pequenos animais
- Técnicas grandes animais e de produção

510
- Técnicas de Silvestres;
- Técnicas de Marinhos;
- Triagem;
- Posto Médico Avançado Veterinário;
- Boas Práticas no manejo em geral (durante e pós desastres)
- Reabilitação de animais silvestres e marinhos
-Eutanásia
- Necropsia
o Documentação e Cadeia de Custódia
o Estudos de casos

CASO SEJA PRESENCIAL

o Elaboração de Plano de resposta à animais envolvidos em desastres (grupos para diferentes


tipos de desastres e fauna)
o Simulado

Observações:
Para facilidade de implementação os cursos podem ser oferecidos itinerantes aos principais órgãos
oficiais envolvidos em cenários como estes: bombeiros militares e defesa civil a fim de que estes sejam
reproduzidos em cada estado as suas corporações, além de criar novos cursos de capacitação, sendo eles:

 Curso básico de atendimento pré-hospitalar veterinário (APHV);


 Curso intermediário de atendimento pré-hospitalar veterinário (APHV);
 Curso exclusivo para profissionais médicos veterinários funcionários públicos atuantes em órgãos
públicos nas esferas municipais e estaduais;
 Curso avançado de atendimento pré-hospitalar veterinário (APHV);
 Curso para profissionais médicos veterinários atuantes em cenários de desastres.

511
ANEXO IV - Minuta Material Informativo

Objetivo
Elaborar a minuta de um material informativo a nível nacional e elaborar proposta de inclusão de materiais
educativos sobre o tema envolvendo animais domésticos no currículo das escolas do país;

Justificativa
Considerando que os animais são seres sencientes, ou seja, dotados de sentimentos com direito a dignidade,
assistência e respeito;

Considerando que os animais representam grande papel no equilíbrio do ecossistema, impactando


diretamente na Saúde Única;

Considerando a realidade clara da necessidade de resposta aos animais vitimados por desastres,
exemplificados pelos inúmeros casos de resposta nos incidentes do Brasil e do mundo.

Considerando que cerca de 70% dos resgates são realizados pelos próprios moradores nas primeiras horas
após um incidente;

Considerando que mais da metade das residências em todo o mundo tem pelo menos um animal de
companhia e há indícios que 80% desses tutores estão dispostos a arriscar suas próprias vidas para resgatar
seus animais.

Justifica-se a necessidade da informação básica para a população sobre medidas preventivas, de resposta e
recuperação durante incidentes, sejam eles naturais ou não.

Justifica-se a inserção de animais domésticos no Plano de Contingência Familiar considerando que os animais
hoje compõem o núcleo familiar, constituindo as famílias multiespécies.

Metodologia

O material educativo deverá abordar três eixos, com abordagem a diferentes faixas etárias.

Deverá ser contratado uma empresa de marketing para estruturação dos materiais a serem divulgados, a
empresa deverá estruturar da melhor forma e em diferentes formatos as proposições do grupo de trabalho
técnico com experiência teórica e de campo. Um outro ponto importante, seria uma parceria com a Secretaria
de Educação. O material a ser produzido deverá abordar diferentes espécies, faixas etárias, diferentes tipos
de incidentes, terrenos e fatores étnicos e culturais.

Eixo 1 – Prevenção de Riscos (prevenção/preparação para o desastre)


Eixo 2 - Como agir durante o desastre (resposta ao desastre)
Eixo 3 – Como agir após o desastre (recuperação do desastre)

512
Eixo 1 – Prevenção de Riscos

Elaborar o material com medidas de preparação para cenários de risco, abordando principalmente:

 Preparação para evacuar seus animais com segurança em uma situação de evacuação emergencial;
 Manejo de animais de pequeno e grande porte considerando os fatores de risco envolvidos;
 Instrução para despertar o senso de análise de risco considerando seus animais;
 Busca de medidas de identificação dos animais, seja microchip, coleira, dentre outros;
 Preparação dos documentos dos animais, caixas de transporte, guias e coleiras, mantendo-os em
locais de fácil acesso;
 Apresentação das rotas de fuga e pontos de encontro;
 Preparação da Mochila de Emergência Pet - alimentação (não perecíveis) + hidratação + medicação
(animais que fazem uso recorrente)+ carteira de vacinação (manter atualizada)

Eixo 2 - Como agir durante o desastre


Elaborar o material com medidas de comportamento durante um desastre considerando os animais e o
cenário de risco:

 Como proceder com os animais durante os desastres:


o Seja uma evacuação emergencial
o Medidas para mitigar os impactos em caso de impossibilidade de evacuar os animais;
o Colocar uma identificação na porta da casa para que os serviços de resgate saibam que
existe animais domésticos no interior, se possível indicar o número e a espécie.
o Quais órgãos acionar em uma situação de desastre (Defesa Civil, Corpo de bombeiro militar).

Eixo 3 – Como agir após o desastre


Elaborar o material com medidas após um desastre considerando os animais e o cenário:

 Riscos de doenças de caráter zoonótico após um desequilíbrio daquele ecossistema;


 Sobre os impactos do incidente no ecossistema a médio, curto e longo prazo;
 Sobre a importância de monitorar a saúde do seu animal após o incidente.
 Como ajudar um animal perdido, abandonado ou único sobrevivente de uma família

→ É importante buscar estratégias para conscientizar a população e minimizar as taxas de abandono de


animais no pós desastre.

Conclusão:
O material educativo a ser criado deve ser trabalhado seguindo os pilares supracitados de acordo com cada
eixo elencado. Por se tratar de uma proposta inicial, cada item deve ser avaliado juntamente a uma
empresa/agência especializada em marketing e juntamente da Secretaria de Educação, se possível, para
estruturação da melhor forma de aplicação. Deve-se levar em consideração a revisão da Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil, para uma abordagem multi- ministerial e amplamente abrangente.

513
Referências

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. (ed.). Plano Nacional de Contingência de Desastres em


Massa Envolvendo Animal. Brasília: Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2020. BRASILIA. Disponível
em: https://www.cfmv.gov.br/plano-nacional-de-contingencia-de-desastres-emmassa-envolvendo-
animal/comunicacao/publicacoes/2020/10/05/#1. Acesso em: 05 de ago. de 2023.

Berta Berta Abreu, Thaysa Prado Ricardo dos Santos, Camila Eduarda Nascimento Santos, ROMPIMENTO DA
BARRAGEM DE BRUMADINHO , Anais do EVINCI - UniBrasil: v. 5 n. 1 (2019): Caderno de Resumos

VENANCIO, Renato. MÓL, Samylla. A proteção jurídica aos animais no Brasil – uma breve história. Editora
FGV, 1. Ed. Rio de Janeiro, 2014.

DARROCH, John; ADAMSON, Carole. (2016), Companion animals and disasters: the role of human services
organizations. Aotearoa New Zealand Social Work, 28, 4

514
ANEXO V - Criação Mapa Nacional de vulnerabilidades

1 OBJETIVO
Propor a criação do mapa nacional de áreas de maior vulnerabilidade e risco de desastres e/ou acidentes para
animais domésticos e silvestres.

2 JUSTIFICATIVA
O Brasil com sua extensão territorial, longa costa litorânea e as diversas características geográficas, culturais
e de biomas, apontam necessidades de atenção com os possíveis pontos vulneráveis e de risco para animais
domésticos e silvestres.

O mapeamento e conhecimento de áreas em potenciais para ocorrência de desastres e/ou acidentes, sejam
ambientais ou de origem antropogênica, pode significar a diferença em resultados nas fases de Prevenção,
Resposta Operacional e Recuperação nas diferentes regiões do país e impulsionam as articulações
interinstitucionais entre setores governamentais, privados, terceiro setor e população local que atuam na
esfera das atenções com a fauna e os animais domésticos.

3 METODOLOGIA

3.1 Identificação de critérios de vulnerabilidade e risco

Primeiro, é preciso definir os critérios que serão usados para determinar a vulnerabilidade e os riscos
enfrentados pelos animais em diferentes regiões. Esses critérios podem incluir fatores como habitat
ameaçado, nível de poluição, fatores socioeconômicos, expansão urbana, mudanças climáticas, controle
populacional, entre outros.

3.2 Permissões

Obter as autorizações e permissões legais para realizar a pesquisa, especialmente se envolver visitas a
propriedades privadas ou interação com animais de rua.

3.3 Coleta de dados

É importante reunir informações relevantes sobre a população de cães e gatos, o status sanitário das espécies,
ocorrência de ameaças e impactos ambientais em todo o país (cidade específica, bairro e/ou área rural).
Algumas abordagens comuns incluem censo físico (contagem direta de animais e observações de campo),
amostragem aleatória, entrevistas com moradores, questionários, entre outros.

3.3.1 Workshops:

A se realizarem em cada um dos 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal, reunindo pesquisadores e técnicos
dos diversos segmentos (Órgãos ambientais federais, Agências de defesa sanitária animal estaduais, órgãos
ambientais estaduais, Secretarias de Meio Ambiente Municipais, Centros de Controle de Zoonoses, Conselhos
Regionais de Medicina Veterinária e Biologia, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Defesa Civil,
Universidades, Terceiro Setor, empreendimentos que possuam potencial risco de desastres envolvendo
animais e afins) para:

 Agrupamento de dados a respeito de fauna e animais domésticos locais e projeções para prevenção,
resposta operacional e recuperação de incidentes locais.

515
 Compilação de todos os licenciamentos locais com potencial risco de desastre e impacto para animais
domésticos e silvestres, caracterizando o tipo de atividade, cenário de pior caso, e condicionantes
relacionadas à mitigação do impacto em caso de acidentes.
 Construção de uma Matriz de Responsabilidade Técnica para distribuição das obrigações
institucionais.
 Manutenção das informações e alinhamento das ações ao longo do ano.

3.1.2 Elaboração de Informativos:

Elaborar formas de divulgação das informações geradas, abrangendo todas as Instituições envolvidas para
divulgação para a população local.

3.1.3 Análise e modelagem de dados:

Utilizando técnicas de geoprocessamento e modelagem espacial, os dados coletados devem ser analisados
para criar um índice de vulnerabilidade e risco para os animais em cada região do país. Isso ajudará a
priorização de áreas com urgência de intervenções.

3.4 Elaboração do mapa

Com base na análise de dados e nos resultados das consultas com especialistas e comunidades, o mapa
nacional de áreas de maior vulnerabilidade e risco para os animais será desenvolvido, apresentando
informações detalhadas sobre os fatores que tornam cada área mais vulnerável e arriscada para as espécies.

Integrar o mapa criado ao Mapeamento Ambiental de Resposta à Emergência no Mar para a fauna (MAREM).

3.5 Divulgação, Implementação e Monitoramento

3.3.1 Construção e/ou incorporação deste MAPA no gov.br

Após análise feita, a implementação destes dados no sistema gov.br seria uma ótima ferramenta de consulta
aos órgãos responsáveis e pela própria defesa civil. Assim como dados presentes no Datasus, são valiosos
como consulta, o mapa nacional envolvendo animais em áreas de risco seria importante na construção e
agilidade em casos de incidentes.

Como exemplo mundial temos o https://www.cred.be/publications. Neste site de abrangência mundial, temos
atualizados semanalmente todos os desastres internacionais, artigos e mapa do mundo com áreas de risco.

3.3.2 Monitoramento e atualização:

Um mapa de áreas de vulnerabilidade e risco para os animais não é um documento estático. Ele deve ser
periodicamente revisado e atualizado com novos dados e informações, para refletir as mudanças nas
condições ambientais e as iniciativas de conservação implementadas. Esse mapa será uma valiosa ferramenta
para orientar esforços de prevenção, direcionar recursos e promover ações concretas para proteger as
espécies e suas áreas de ocorrência mais vulneráveis no país.

516
Referências:

Sallaberry-Pincheira, N.; Vera, C. 2018. Manual básico operacional


para rescate y rehabilitación de fauna silvestre en situaciones de desastres y
consideraciones para incorporar el componente fauna en proyectos de restauración ecológica. Santiago, Chile.
260 pp.
DE SOUZA, Marcos Vinícius. Medicina veterinária de mega catástrofes no Brasil: história e despreparo
repetidos. PUBVET, v. 13, p. 127, 2019.
DE SOUZA, Marcos Vinícius. Medicina veterinária de mega catástrofes no Brasil: história e despreparo
repetidos. PUBVET, v. 13, p. 127, 2019.
EM-DAT, The International Disaster Database–Centre for Research on the Epidemiology of Disaster (CRED).
URL: http://www. emdat. be.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA. (ed.). Plano Nacional de Contingência de Desastres em
Massa Envolvendo Animal. Brasília: Conselho Federal de Medicina Veterinária, 2020. BRASILIA. Disponível em:
https://www.cfmv.gov.br/plano-nacional-de-contingencia-de-desastres-emmassa-envolvendo-
animal/comunicacao/publicacoes/2020/10/05/#1. Acesso em: 05 de ago. de 2023.
PINTO, A. J. W. In: Manual Técnico de Socorrismo e Resgate Animal. Ed Pimenta v.1, 2021

COSTA, M. V.; CHAVES, P. S. V.; OLIVEIRA, F. C. Uso das Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental em
Estudos Realizados no Ceará. In: XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UERJ – 5 a 9 de
setembro de 2005.

517
APÊNDICE I – Transcrição da reunião preparatória em 7 de julho de 2023

Parte 1:

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia a todos e todas. Sejam muito bem-vindos a essa primeira
reunião pública preparatória para a elaboração do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães
e Gatos. Meu nome é Vanessa Negrini e eu estou diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos
Animais aqui no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Já começo o dia agradecendo a cada um
e cada uma que estão aqui. Vocês foram convidados, indicados a participarem dessa reunião pelo histórico
que vocês já têm no trabalho de manejo populacional, sejam como profissionais, sejam como gestores
públicos, representantes de entidades. Nesta sala, eu ouso dizer que tem as principais pessoas que pensam e
atuam hoje no Brasil no manejo populacional de cães e gatos. Então, nesse sentido, o objetivo nosso é se
apoiar em ombros de gigantes. A gente não quer reinventar a roda. A gente quer ouvir de quem já está fazendo
e a gente se apoiar nesse conhecimento, nessa experiência, para que a gente possa realmente caminhar na
elaboração e na construção de um plano que seja representativo dos anseios da sociedade, dos direitos
animais e que realmente tenha respaldo nessa variedade, nesse arcabouço tão diverso que é o Brasil. E eu
acho que somente com esse olhar múltiplo e diverso que tem a representatividade aqui hoje, tem gestores
municipais, gestores estaduais, representantes da academia, parlamentares, pesquisadores, entidades de
direitos animais, representantes do Ministério Público, do Judiciário, ou seja, nesse olhar amplo que o manejo
populacional não é só a castração. Ele perpassa pela educação, pelos direitos animais, pela guarda
responsável, pela saúde, são vários pontos. Então, eu queria inicialmente pedir que a equipe do DPDA se
apresentasse rapidamente.

A SRª. NÚBIA SILVA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Bom dia, meu nome é Núbia Silva, eu sou médica veterinária na Missão Ambiental do
Ministério do Ambiente desde 2007, e eu compondo a equipe do DPDA.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Bom dia.

O SR. MARCELO GOMES (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Bom dia, Marcelo Gomes, eu estou no Ministério desde 2005, biólogo, e estou nesse
setor desde o início do ano, e o meu foco é mais na área de convênios mesmo.

A SRª. DHARANA GUEDES (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Bom dia, meu nome é Dharana, eu sou veterinária também do DPDA, eu sou analista
ambiental já desde 2008 e iniciei no DPDA nesse ano também.

A SRª. PAULA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio Ambiente
– MMA) − Bom dia, meu nome é Paula, eu também sou analista ambiental e médica veterinária aqui do DPDA,
eu estou no Ministério também desde 2007.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tem mais alguém da equipe on-line?

O SR. RICARDO ALMEIDA SOUZA – Bom dia, meu nome é Ricardo Almeida Souza, eu sou médico veterinário,
empresário do ramo, e atuamos em mutirões de castração no estado do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Fui convidado pelo professor Alexandre Biondo a estar aqui participando.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada. Gente, só lembrando, o link da presença já está no chat,

518
está? Então eu vou pedir a gentileza que todos e todas façam esse registro no link. Nós estamos com 110
participantes. Eu queria verificar aqui com vocês, se vocês querem fazer uma rodada rápida, nome, profissão
e órgão, a gente vai levar aí um tempinho, mas é uma rodada rápida de apresentação e a gente entra na pauta.
Pode ser? Bem rapidinho? Eu vou chamando aqui pela visualização aqui, Arthur.

O SR. ARTHUR REGIS (Comissão de Defesa dos Direitos Animais da OAB/DF) – Bom dia, Arthur Regis,
advogado, biólogo, mestre do time bioética, professor universitário de direito animal, aqui representando a
Comissão de Defesa dos Direitos Animais da OAB/DF.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Fernanda e Daniele. Cris?

O SR. CRIS MORAES (Vereador do Município de Canoas/RS) – Bom dia, me chamo Cris Moraes, sou vereador
eleito pela causa animal aqui no município de Canoas, sou bacharel em direito e estou representando o
legislativo aqui nessa reunião.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, professor. Rita.

A SRª. RITA GARCIA (UFPR) – Bom dia, nesse ato eu estou representando a Universidade Federal do Paraná.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada. Adolfo.

O SR. ADOLFO SASAKI (Anclivepa) – Qual dos Adolfos?

O SR. ADOLFO FIRMINO (UFJF) – Bom dia. Tem mais um Adolfo aí? Bom, eu já me apresentei, então eu
acredito que seja você.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − É porque a gente reiniciou, então se você quiser falar para ficar
gravado.

O SR. ADOLFO FIRMINO (UFJF) – Está bem. Meu nome é Adolfo Firmino da Silva Neto, eu sou professor da
Universidade Federal de Juiz de Fora, no curso de medicina veterinária, sou médico veterinário e estou
representando a minha instituição.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Então o outro Adolfo, Sasaki?

O SR. ADOLFO SASAKI (Anclivepa) – Bom dia, meu nome é Adolfo Sasaki, sou médico veterinário, presidente
da Anclivepa Paraná e também coordenador do Fórum das Entidades da Medicina Veterinária do Paraná e
recém eleito presidente do Conselho de Medicina Veterinária do Paraná.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Leonardo?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Bom dia a todos, Leonardo
Nápoli, secretário-geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná e este evento representando
o Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Camila.

519
A SRª. CAMILA DANTAS (ADEMA/SE) – Bom dia, eu sou Camila, representante da ADEMA, Administração
Estadual do Meio Ambiente de Sergipe, sou médica veterinária e atuo como fiscal ambiental.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Patrícia? Patrícia está presencial aqui, é de Minas Gerais
e fez questão de vir presencial. Obrigada, Patrícia.

A SRª. PATRÍCIA CARVALHO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de


Minas Gerais) – Bom dia, pessoal, eu sou a Patrícia. Eu sou a Patrícia, atualmente coordenadora do Núcleo de
Fórmula Doméstica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas
Gerais. É um prazer estar aqui, estamos muito felizes com o convite e fizemos questão de comparecer
pessoalmente nessa primeira reunião.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, muito obrigada. Marcos Ciampi. Está sem áudio, Marcos.
Está sem áudio. Eu vou passar aqui para Selma e depois volto para você. Doutora Selma?

A SRª. SELMA DUARTE (Comissão de Proteção Jurídica Família Multiespécie do IBDFAM/DF) – Bom dia, meu
nome é Selma Duarte, eu sou advogada, estou representando a Comissão de Proteção Jurídica Família
Multiespécie do IBDFAM/DF.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Gente, tem uma lista de presença no chat, um formulário
no Google, está? Se quem estiver com dificuldade, pede no celular ali da Olinda para reencaminhar. Você
reencaminha, Paula, por favor? Ah, então está bom. Está, obrigada. Agda?

A SRª. AGDA FARIAS (Conselho Municipal do Meio Ambiente de Amparo/SP) – Bom dia, eu sou Agda,
advogada, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais aqui da OAB Amparo e presidente do
Conselho Municipal do Meio Ambiente aqui de Amparo também, São Paulo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Severino?

O SR. SEVERINO DOS SANTOS (UFCG) – Bom dia, eu represento a Universidade Federal de Campina Grande,
sou professor atualmente no curso de Medicina Veterinária.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Marcos? Marcos? Marcos não está conseguindo. Ana Liz.
Professora Ana Liz.

A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Bom dia, obrigado pelo convite. Sou médica
veterinária, estou representando aqui o IMVC, Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo e o Conselho
Regional de Medicina Veterinária aqui de Minas, o qual eu sou conselheira. Mais uma vez, é um prazer estar
aqui, podendo colaborar nessa área que eu atuo há anos e tenho verdadeira paixão. Obrigada pelo convite.
Parabéns pela iniciativa, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Ana Liz, professora, e a participação do IMVC para
a gente que é fundamental. Vocês inspiram muito a nossa caminhada.

A SRª. ROSÂNGELA GEBARA (IMVC) – Olá, bom dia a todos. Eu estou aqui na Comissão de Bem-Estar do
Conselho Federal de Medicina Veterinária, inclusive a gente está aqui dentro da reunião hoje. Faço parte
também do IMVC, sou coordenadora de projetos. Muito obrigada.

520
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Marcelo? O Marcelo é o Marcelo Gomes, não?
Ingrid?

A SRª. INGRID ATAYDE (CRMV-GO) – Bom dia, sou Ingrid Atayde, médica veterinária, doutor em ciência
animal. Sou vice-presidente do CRMV-GO, sou membro da Comissão Nacional de Medicina Veterinária Legal
do Conselho Federal de Medicina Veterinária e sou presidente da Comissão Estadual de Medicina Veterinária
Legal. Parabéns pelo evento, muito feliz de encontrar tantas pessoas conhecidas, que eu sei que são muito
competentes. Eu acho que vai ser uma reunião excelente. Obrigada por participar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Júlio.

O SR. JÚLIO ARAÚJO (Secretaria Estadual de Saúde do Piauí) – Bom dia, sou Júlio Araújo, sou laboratorista
aqui da Coordenação Regional de Saúde de Picos, do estado do Piauí e nesse ato representando a Secretaria
Estadual de Saúde.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Paula?

A SRª. PAULA BASTOS (IMVC) – Eu sou Paula Bastos, sou médica veterinária e estou representando o Instituto
de Medicina Veterinária do Coletivo, o IMVC.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Inácio?

O SR. INÁCIO BRANDOLT (UNIPAMPA) – Bom dia, meu nome é Inácio Brandolt, eu sou médico veterinário,
estou diretor do Hospital Veterinário aqui da Universidade Federal do Pampa, UNIPAMPA, em Uruguaiana, no
Rio Grande do Sul, e é essa instituição que eu estou representando.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Tadeu? O Tadeu está com problema no som. Gutenberg?

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Olá, bom dia. Eu sou Gutemberg Ferreira, médico veterinário,
atualmente estou assessor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco, que eu
estou representando aqui nessa reunião.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Eduardo? Eduardo Chaib?

O SR. EDUARDO CHAIB (Câmara Temática da Região Metropolitana de Campinas) – Muito obrigado de estar
junto com essa equipe, de ser indicado. Hoje eu estou representando a Câmara Temática da Região
Metropolitana de Campinas, a GECAMP, é a primeira no Estado de São Paulo que tem essa Câmara Temática,
e eu atuo no município da Prefeitura de Jaguariúna.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Rachel?

A SRª. RACHEL AZAMBUJA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Mateus do Sul/PR) – Bom dia,
meu nome é Rachel Azambuja Langaro, eu trabalho na Secretaria Municipal de Meio Ambiente da minha
cidade, que é São Mateus do Sul, fica no sul do Paraná, é uma cidade pequenininha, com 40 mil habitantes, e
eu espero ajudar na contribuição, principalmente com a visão dos municípios menores, porque eu vejo que o
pessoal aí é muito de capital e tal, e a gente precisa também trabalhar esses municípios menores.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Laudenice?

A SRª. LAUDENICE MONTEIRO (Secretaria de Estado do Bem-Estar Animal do Amapá) – Olá, bom dia. Sou
Laudenice Monteiro, hoje represento o Estado do Amapá, estou como secretária do Estado do Bem-Estar
Animal.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. José Emílio?

O SR. JOSÉ EMÍLIO (Secretaria do Bem-Estar Animal do Governo do Amapá) – Oi, bom dia, todo mundo
escuta?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

O SR. JOSÉ EMÍLIO (SECRETARIA DO BEM-ESTAR ANIMAL DO GOVERNO DO AMAPÁ) – Bom dia, sou José
Emílio, estou assessor da Secretaria do Bem-Estar Animal do Governo do Amapá.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Biondo?

O SR. ALEXANDER WELKER BIONDO (Universidade Federal do Paraná- UFPR) – Sou o professor Alexander
Biondo, médico veterinário, representando aqui também a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Pauline?

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Bom dia, meu nome é Pauline, sou jornalista, sou jornalista veterinária de
escola aqui de Curitiba e atuo na área Junta ONG desde 2015.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Kelly?

A SRª. KELLY (Universidade Federal de Goiás) – Bom dia, meu nome é Kelly Oliveira, sou médica veterinária,
docente pela Universidade Federal de Goiás, estou representando a Comissão Nacional de Bem-Estar do
Conselho Federal de Medicina Veterinária.

A SRª. ANGELINE AMORIM (Secretaria de Bem-Ambiente de Manaus/AM) – Bom dia, eu sou Angeline,
trabalho aqui na Secretaria de Bem-Ambiente de Manaus, sou assistente técnica no Departamento de Áreas
Protegidas e vou desenvolver as questões aqui de bem-estar animal aqui em Manaus.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Você está sem áudio, Vanessa.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Bom dia a todos, estamos aqui. E agora, tem áudio?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − O pessoal de casa está ouvindo, gente?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim. Agora está.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Sim.

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INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Bom dia a todos e a todas, os que estão aqui nesta sala e os que estão
virtualmente, quero agradecer a Vanessa já, e dizer que a nova composição do Conselho, a nova diretoria vai
continuar esse trabalho que foi desenvolvido por doutor Francisco e o Conselho Federal está sempre à
disposição da causa animal e está à disposição de todos. Muito obrigada pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutora.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, a gente não está te ouvindo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está ouvindo agora? Bárbara Lopes?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim. Agora sim.

A SRª. BÁRBARA LOPES – Bom dia, Bárbara Lopes, sou bióloga, estou representando a Secretaria de Meio
Ambiente e Sustentabilidade em Fernando de Noronha, de Pernambuco.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada.

A SRª. ROSANE GARCIA (Prefeitura de Fortaleza) – Bom dia. Meu nome é Rosane Ramalho Garcia, sou médica
veterinária em Fortaleza, sou membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal e trabalho na Prefeitura de
Fortaleza.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Adriana Santos.

A SRª. ADRIANA SANTOS (CRMV-GO) – Bom dia, meu nome é Adriana Silva Santos, sou médica veterinária,
professora do Distrito Federal Goiano e estou aqui representando o CRMV Goiás, juntamente à Ingrid, onde
eu sou conselheira.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Fabiana Esteca.

A SRª. FABIANA ESTECA (UFSM) – Bom dia, eu sou Fabiana Esteca, professora da Universidade Federal de
Santa Maria, represento a minha instituição, atualmente estou coordenadora de um projeto de extensão
chamado Projeto Zelo, que nós trabalhamos a conscientização e tentamos reduzir o abandono dentro do
campus da UFSM. Muito obrigada pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Jorge.

O SR. JORGE CARNEIRO (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas) – Bom dia, Jorge Carneiro,
médico veterinário, conselheiro municipal de saúde de Manaus e também membro da Comissão de Bem-Estar
Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Montserrat. Sumiu aqui. Gilmar.

O SR. GILMAR ARAÚJO (Assessor Parlamentar) – Bom dia a todos, meu nome é Gilmar, hoje estou assessor
parlamentar do deputado federal Bruno Ganem, trabalho intensamente com a causa animal, minha formação
hoje sou mestre em saúde pública. Obrigado, Vanessa, e parabéns por essa reunião, viu?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada você.

A SRª. MONTSERRAT BEVILAQUA (Assessora Parlamentar) – Oi, Vanessa. Bom dia. Desculpe aí, falhou aqui o
meu microfone. Sou a Montserrat Bevilaqua. Bom dia para todos. Eu estou aqui representando o deputado
Felipe Beccari, da União de São Paulo. Ele é o vice-presidente da Frente Parlamentar de Proteção aos Animais
e a gente veio para participar de toda a programação. Muito obrigada pelo convite. Um bom trabalho para
todos nós aqui.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Deixa eu ver aqui. Alessandra Benedetti.

A SRª. ALESSANDRA BENEDETTI (Ampara Animal) – Oi, bom dia. Eu sou médica veterinária, estou
representando a Ampara Animal e eu trabalho com o controle ético de gatos de vida livre.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Paula Bastos.

A SRª. PAULA BASTOS (IMVC) – Eu sou médica veterinária, estou representando o Instituto de Medicina
Veterinária do Coletivo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Rodrigo Oliveira.

O SR. RODRIGO OLIVEIRA (CRMV/RR) – Bom dia. Eu sou médico veterinário epidemiologista, representando
o Conselho de Medicina Veterinária de Roraima e também pela Prefeitura da capital.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Pâmela Durando. Não estou te ouvindo, Pâmela. Tem que
abrir o microfone.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Bom dia a todos. Eu sou membro da Comissão Nacional de Direito
Animal da OAB e represento aqui a cidade de Petrolina, Pernambuco.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Letícia. Não estamos te ouvindo, Letícia.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Agora vocês conseguem me ouvir?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Agora conseguem me ouvir?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Conseguem me ouvir agora?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim. Você a gente já tinha ouvido, era a Letícia que a gente não tinha
conseguido ouvir, mas...

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A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Ah, tudo bem, tudo bem.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Paulo Vianez. Está sem áudio, Paulo.

O SR. CARLOS TADEU BANDEIRA DE LAVOR (Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará) – Vanessa,
deixa eu me apresentar. Passou o meu nome.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, pode falar.

O SR. CARLOS TADEU BANDEIRA DE LAVOR (Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará) – Meu nome
é Carlos Tadeu Bandeira de Lavor. Eu sou médico veterinário e estou representando a Secretaria de Meio
Ambiente do Estado do Ceará.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, bem-vindo. Rogério. Professor Rogério.

O SR. ROGÉRIO RAMMÊ (Advogado Animalista) – Bom dia a todos. Desculpa, não sei se outra pessoa ia falar.
Eu sou Rogério Rammê, sou de Porto Alegre, sou professor de Direito Animal, coordeno o projeto de extensão
de direitos animais do IPA aqui em Porto Alegre e uma pós-graduação em Direito Animal pela IJUSP. Estou
aqui representando também como advogado animalista interessado no tema. Espero contribuir. Muito
obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Gente, só lembrando, tem o link no chat, viu? Para
assinar a presença no Google, no formulário do Google. É super importante esse registro. Flávia Suassuna.

A SRª. FLÁVIA SUASSUNA (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Paraíba) – Oi, bom
dia a todos. Eu sou Flávia Suassuna, estou representando a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade da Paraíba.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Professor Paulo Maiorka.

O SR. PAULO MAIORKA (USP) – Bom dia a todos. Meu nome é Paulo Maiorka, eu sou da Universidade de São
Paulo, sou médico veterinário e patologista, dou aula de Medicina Legal e sou bacharel em Direito e colaboro
esporadicamente com o grupo. É um prazer estar aqui. Muito obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. O meu reconhecimento, o meu agradecimento aos
professores Biondo e Paulo Maiorka que me ajudaram muito no início da escritura, dos artigos do DPDA que
entraram no decreto. Cada pessoa dessa sala vai se somando e vai deixando a sua marca nesse processo.
Muito obrigada, gente. José Emílio.

O SR. JOSÉ EMÍLIO (SECRETARIA DO BEM-ESTAR ANIMAL DO GOVERNO DO AMAPÁ) – Oi, bom dia. Estou
assessor hoje da Secretaria do Bem-Estar Animal pelo governo do Amapá.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Rai.

A SRª. FERNANDA CIOLFI (CRMV-MG) – Bom dia. Enquanto a Rai não entra, o meu nome foi chamado, mas
não deu tempo de falar. Eu sou Fernanda Ciolfi, sou médica veterinária. Faço parte da equipe de fiscalização

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do CRMV de Minas Gerais. Hoje eu estou como assessora técnica e sou eu que acompanho os projetos de
controle reprodutivo que são enviados aqui para o Conselho em Minas Gerais. Muito obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Quando os vídeos estão abertos, eu consigo chamar.
Então, quem faltou falar? Quem quer se apresentar? Porque, assim, a gente também vai ter um momento das
falas à tarde, né? Então, é um...

A SRª. ANDREIA DE PAULA VIEIRA (CRMV-PR) – Eu gostaria de falar. Eu sou Andréia de Baula Vieira, sou
médica veterinária, sou cientista de bem-estar animal. Eu trabalho em políticas públicas nas questões de bem-
estar. Estou presidente de [Ininteligível] hoje e sou secretária-geral eleita do Conselho Regional de Medicina
Veterinária do Paraná.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. A Vânia?

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Oi, bom dia. Eu sou Vânia Plaza
Nunes, sou médica veterinária em São Paulo, moro no município de Jundiaí. Estou aqui representando como
diretora técnica o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e também a ONG local aqui, que é o Grupo de
Voluntários para a Valorização da Vida Animal. Aqui é uma cidade de porte médio, então, só para fazer um
recorte, como disse a colega do Rio Grande do Sul, para que a gente tenha representatividade de diferentes
cidades também. Uma alegria. Muito obrigada pelo convite, viu, Vanessa?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Vânia. Obrigada demais. Luciana? Gente, daqui a
pouquinho vou pedir para todo mundo abrir câmera, então, quem quiser passar batom, etc. e tal, para a gente
fazer aquela foto histórica. Vão ser vários vídeos, a gente já está em seis páginas aqui, mas eu acho importante,
é um momento importante dessa construção. Luciana Batalha.

A SRª. LUCIANA BATALHA (UFG) – Bom dia, pessoal. Eu sou a Luciana Batalha, sou médica veterinária e sou
professora da Universidade Federal de Goiás, da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, e lá na escola eu
ministro as disciplinas de Medicina Veterinária do Coletivo, Medicina Veterinária Legal e Animais Silvestres.
Então, é um prazer muito grande estar aqui, é ótimo ter sido convidada para essa reunião, esse momento é
realmente histórico, e eu espero poder contribuir e aprender bastante com todos os debates que vão
acontecer ao longo desse período. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Luciana. Danielle?

A SRª. DANIELLE FERREIRA (UFMG) – Bom dia, sou a Daniele, estou representando a UFMG pela Comissão
dos Animais do Campos. Prazer.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Edson Evaristo. Quem já falou, vai abaixando a mãozinha
para me saber quem falta, gente.

O SR. EDSON EVARISTO (Departamento de Fauna da Prefeitura de Curitiba) – Oi, bom dia. Edson, sou
zootecnista, diretor do Departamento de Fauna da Prefeitura de Curitiba.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Ítalo?

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O SR. CARLOS ÍTALO (Secretaria de Meio Ambiente da Paraíba) – Bom dia, sou o diretor do Mestre Animal
aqui de João Pessoa, na Paraíba. Então, é ligado à Secretaria de Meio Ambiente e coloco a disposição aqui
para discutir as pautas.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Graciela?

A SRª. GRACIELA GIURNI (Assessora Parlamentar) – Bom dia a todos e a todas. Prazer estar aqui, Vanessa.
Sou médica veterinária, atualmente assessora parlamentar e da bancada do PT do Rio Grande do Sul e do
deputado estadual Leonel Rad.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Aí, Graciela, a gente fazia a [Ininteligível] junto. A Marilene
Brasil. Marilene. Depois da Marilene, está sem o nome, então, aí eu não consigo chamar.

A SRª. NAZARÉ FONSECA – Bom dia, eu gostaria de falar. Eu não estou conseguindo acionar a mãozinha, está?
Não puder me chamar. Nazaré.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Já fala, Nazaré.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (UFRA) – Muito obrigada. Bom dia, eu sou Nazaré Fonseca de Souza. Sou professora
da Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém do Pará. Estou presidente do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Pará e trabalho, trabalhei bastante com o controle populacional. Nós fundamos
dentro da universidade desde 2009 o Projeto Vida Digna e de lá para cá até 2016 ficou ordenadora. O projeto
hoje já não existe, mas a gente continua pela universidade neste incentivo e o conselho também é muito
relacionado com essa questão da preocupação da ética e do controle populacional. Estou à disposição para
contribuir para aprender com vocês. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Nazaré. Marilene.

A SRª. MARILENE BRASIL (Departamento de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente e Políticas


Indígenas do Acre) – Bom dia, sou Marilene Brasil. Sou chefe do Departamento de Biodiversidade da
Secretaria de Meio Ambiente e Políticas Indígenas do Acre. Espero contribuir com as discussões. Sou bióloga.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Marilene. Depois da Marilene está só 852. Está sem
o nome. Ele sumiu aqui. Vamos para cá, Chiquinha.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Bom dia. Pronto, pode falar. Será que o 852 sou eu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Isso, está sem o nome.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Onde é que eu ponho o nome, então? Bem, eu sou a Conceição. Eu
sou responsável pelos projetos de controle populacional da Amparo Animal com atuação em São Paulo e
cidades do interior, aqui na região. Espero poder contribuir com vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Obrigada pelo convite.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu quero só pedir a paciência de todos. Eu acho tão importante essa
palavra de apresentação porque a gente se vê e ganha a riqueza e a representatividade de instituições e de
estados. Então, eu quero pedir para todo mundo segurar firme, que é muito importante a gente, inclusive,
registrar e se reconhecer, porque cada um e cada uma que está aqui é porque tem uma história, uma trajetória
importante. Então, é importante a gente fazer esse registro no início. Kátia?

A SRª. KÁTIA SOUZA – Olá, bom dia. Eu sou a Kátia. Eu trabalho na área de relações governamentais e eu
represento a [Ininteligível], que tem como objetivo fazer o mundo melhor para os pets. Eu concordo com você,
Vanessa. Eu estou chocada com a quantidade de pessoas e com a qualidade das pessoas que estão aqui nessa
call. Parabéns.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Kátia. Raquel?

A SRª. MARIA RAQUEL (Universidade Federal de Lavras) – Bom dia. Meu nome é Maria Raquel. Eu sou
professora da Universidade Federal de Lavras, sou médica veterinária. Lá eu estou numa comissão de política
de animais, onde a gente está desenvolvendo um programa de manejo ético-humanitário populacional dos
animais do campus. E eu estou muito feliz de estar participando aqui desse evento, com tantas pessoas que
eu já conheço, de outros eventos, de redes sociais. Parabéns pela iniciativa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Raquel. E depois tem só iPhone, não tem o nome da
pessoa.

O SR. MARCO CIAMPI – Será que sou eu? Será que sou eu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pode ser. Sou eu, então?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vamos lá.

O SR. MARCO CIAMPI (Arca Brasil) – Então, vamos lá. Eu sou o Marco Ciampi, presidente e fundador da Arca
Brasil. Em 1992, fui escolhido como representante da WSPA, hoje WAP. Fui o primeiro representante aqui no
Brasil e, a partir daí, fiz uma imersão internacional nessas questões de relação homem-animal. Depois que a
entidade se retirou do país, a WSPA, na época, resolvemos criar um movimento brasileiro, porém, com uma
estrutura e um pensamento profissional. Na época, conheci a doutora Rita Garcia, que nos apresentou a essa
comissão. E, desde então, criamos o que é chamado o primeiro plano de controle ético de cães e gatos no
país, em 1996. Também realizamos os congressos do bem-estar animal, três edições. Estou aqui para
contribuir no que for possível.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Gente, quem tiver presencial e quiser se apresentar
usando o notebook como linda, só para poder ficar registrado a Karina, porque, senão, fica parecendo só a
sala, longe as pessoas não vão se ver. Vamos chamar o pessoal presencial? Quem é a professora? Vamos
alternando, quem está presencial e online.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Bom dia a todos.

A SRª. SIMONE PERECMANIS (UnB) – Bom dia a todos. Meu nome é Simone Perecmanis, sou professora da
Universidade de Brasília e estou dirigindo o Hospital Veterinário da Universidade de Brasília. Obrigada.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − De qualquer forma, não apareceu. Tinha que virar mais um
pouquinho antes. Vamos chamar a Aninha. Obrigada, professora Simone. Aninha.

A SRª. ANINHA (Instituto Vida Viva) – Olá, bom dia. Eu sou a Aninha. Eu moro na cidade de Francisco Morato,
Grande São Paulo. Faço parte de uma associação socioambiental que se chama Instituto Vida Viva há mais de
20 anos. Sou também do Setorial de Direitos dos Animais do Partido dos Trabalhadores. É um grande prazer
estar aqui hoje.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Saúde Animal São Paulo.

A SRª. REBECA POLITI (Saúde Animal) – Olá, pessoal. Bom dia. Meu nome é Rebeca Politi. Eu coloquei Saúde
Animal, que é o nome da nossa coordenadoria. A gente está com toda a equipe aqui de São Paulo. O nosso
trabalho é com o Programa de Manejo Ético de Cães e Gatos, especialmente. A gente representa a Secretaria
de Meio Ambiente aqui de São Paulo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Se puder compartilhar com todo mundo o link, que
aí cada um faz o registro da sua presença, até para depois estar certificado, direitinho, está o link no chat.
Ronaldo Morato.

O SR. RONALDO MORATO (Diretoria de Conservação da Biodiversidade – MMA) – Bom dia a todos. Parabéns,
Vanessa, pela organização do evento. Ronaldo Morato. Eu sou médico veterinário, formado em Viçosa.
Atualmente, coordenador geral na DCBIU, no Ministério do Meio Ambiente.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Ronaldo. Carla Campos.

A SRª. CARLA CAMPOS (FIOCRUZ) – Oi, bom dia, gente. Queria inicialmente agradecer pela possibilidade de
participar e parabenizar. Eu que trabalho com Saúde Única, eu fico muito feliz de ver essa integração entre
pessoas de diferentes cidades, locais e instituições. Então, eu trabalho na Fiocruz, coordeno o Programa de
Pesquisa Translacional em Saúde Única e também sou diretora adjunta de uma das unidades, chamada ICTB,
onde nós temos programas e projetos voltados a animais domésticos em vulnerabilidade dentro do contexto
da Saúde Única. Obrigada, bom evento a todos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Laerzio.

O SR. LAERZIO NETO (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Manaus/AM) – Olá, bom dia. Meu nome é
Laerzio, sou médico veterinário, aqui da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Manaus, no Amazonas.
Estamos iniciando essa parte de bem-estar animal e vinculado a esse controle populacional. A disposição aí.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Doutora Ana Paula.

A SRª. ANA PAULA (Universidade Federal do Norte do Tocantins) – Oi, bom dia. Eu acho que sou eu, Ana
Paula, mas meu nome consta só como Paula, eu acho. Bom dia, gente. Médica veterinária, formada pela
UNESP Joboticabal. Há 15 anos professora da Universidade Federal do Norte do Tocantins, nesse tempo
desenvolvendo projetos de extensão com o objetivo do controle populacional. E também há três anos
trabalhando em parceria com o Centro de Controle da População Animal Municipal do município. Obrigada
pelo convite.

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A SRª. ANA PAULA DE VASCONCELOS (OAB/DF) – Bom dia, sou Ana Paula de Vasconcelos, sou diretora jurídica
do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e também estou representando a Comissão de Direito dos
Animais da OAB/DF. Parabéns, Vanessa, pela iniciativa. É um tema de extrema importância para todo o país e
eu considero um dos mais críticos na área de proteção e defesa animal. Então eu acho que nós vamos ter
muito êxito. Parabéns mais uma vez.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Denizard.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Bom dia a todos, meu nome é Denizard André, sou médico
veterinário de formação, mestrado e doutorado em sanidade animal pela Universidade Federal de Goiás.
Estou representando o Ministério da Saúde, Coordenação Geral de Controle Zoonose. Faço parte do Grupo
Técnico de Saúde Única. Obrigado, doutora Vanessa, pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Jéssica. Jéssica Sodré. Só um minuto.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ (Secretaria do Bem-Estar Animal do Estado do Amapá) – Bom dia, sou Jéssica Sodré,
formada em administração. Estou chefe de gabinete da Secretaria do Bem-Estar Animal do Governo do Estado
do Amapá e é um prazer estar aqui com vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Ravena. Ravena.

A SRª. RAVENA GUEDES (SEMAR) – Bom dia a todos, meu nome é Ravena Guedes, eu sou médica veterinária
e estou representando a SEMAR do Piauí.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Lu Menegolo.

A SRª. LUCIANE MENEGOLO (Secretaria de Estado do Bem-Estar Animal do Amapá) – Olá, bom dia. Meu
nome é Luciane Menegolo, sou médica veterinária. Estou como coordenadora de saúde animal da Secretaria
de Estado do Bem-Estar Animal aqui no Amapá. Quero dizer a todos que nós, como Secretaria pioneira de
Estado, para nós é um prazer participar de uma reunião tão importante.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. A gente ficou muito feliz com a presença de vocês.
Cláudio Bordalo.

O SR. CLÁUDIO BORDALO (OAB/PA) – Bom dia, sou ouvido? Vocês me ouvem?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Eu estou ouvindo.

O SR. CLÁUDIO BORDALO (OAB/PA) – Cláudio Bordalo, advogado, vice-presidente da Comissão de Defesa do
Direito dos Animais da OAB/PA.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, bem-vindo. Inara Ribas.

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A SRª. INARA RIBAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás) –
Bom dia, como você me ouve? Sim. Desculpa, eu estou sem câmera, mas eu estou aqui representando a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás. Atualmente, eu estou como
gerente de conservação da universidade em fauna. Eu não vou conseguir estar com vocês o dia todo, mas a
Secretaria de Meio Ambiente vai continuar representada aqui pela Kauana, que também está na sala com a
gente. Uma boa reunião para todos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gente, só ressaltando, quem tiver que sair e não for poder ficar, é
muito importante que não deixe de registrar a presença. Está o link do formulário no chat, está bom? Inara.

A SRª. INARA RIBAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás) – Já
falei, obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Mariana, está ouvindo? Está sem áudio.

A SRª. MARIANA MIRALT (Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) – Olá, bom dia. Eu sou
Mariana, Mariana Miralt. Sou da SEMADESC, Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul. Eu sou
médica veterinária e bióloga, com mestrado em Ecologia e... Ecologia e Conservação. Agradeço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Mariana. Carla Sassi.

A SRª. CARLA SASSI (Conselheiro Lafaiete/MG) – Bom dia, gente. Eu sou Carla Sassi, médica veterinária,
bacharel em Direito, assessora do Deputado Federal Fred Costa, e hoje aqui também representando a cidade
de Conselheiro Lafaiete, que tem o projeto Detenha uma Castra desde 2012, que é uma referência nacional,
sendo duas vezes premiada pela WSPA como Cidade Amiga dos Animais da América Latina. Então, parabéns,
Vanessa, mais uma vez por toda essa gestão que você vem fazendo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. A Carla, que a gente foi junto com ela na missão
[Ininteligível] no território Yanomami. Beleza. Betânia? Betânia, nos ouve?

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA (UFRA) – Bom dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA (UFRA) – Bom dia a todos. Bom dia a todos. O meu nome é Maridelzira Betânia
David, sou médica veterinária e estou representando a Universidade Federal Rural da Amazônia e também
muito forte no projeto Veterinários da Amazônia, que realiza controle populacional no estado do Pará. Bom
dia a todos. Muito obrigada pelo convite e espero que seja um excelente evento.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Amanda Munari?

A SRª. AMANDA MUNARI (Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul) – Olá, bom dia.
Amanda Munari, sou engenheira ambiental e sanitarista, mestre em ciências ambientais. Estou aqui
representando a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, em especial a Divisão de Políticas
Públicas para Animais. Foi uma divisão que foi criada, um setor que foi criado agora nesse início de governo.
Aqui a gente tem um programa de castração de cães e gatos, que a gente já vem trabalhando há um tempo e
a gente espera poder contribuir com o pessoal e agradeço a Vanessa pelo convite. Estou muito feliz aqui

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também de ver outros conhecidos do estado e do Brasil inteiro, que temos a Vânia, o Arthur. Muito legal ver
vocês aí.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. TaCiana?

A SRª. TACIANA GALBA (UFPI) – Bom dia a todos. Sou Tatiana, sou professora, médica veterinária do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Piauí.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, bem-vinda.

A SRª. TACIANA GALBA (UFPI) – Estou representando o Hospital Veterinário.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Ana Botelho? Está sem áudio, Ana.

A SRª. ANA BOTELHO – Foi? Meu nome é Ana Botelho, sou atriz, sou roteirista, sou mestre em filosofia. Estou
elaborando um projeto de pré-doutorado justamente na área de consideração moral com os animais
domesticados e fui convidada pela Vanessa. Estou muito feliz. Obrigada, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Iolanda.

A SRª. IOLANDA SILVA (Fórum de Bem-Estar Animal) – Oi, gente. Bom dia. Sou Iolanda, sou de Olinda,
Pernambuco. Componho aqui a coordenação do Fórum de Bem-Estar Animal e estou na coordenação estadual
do Setorial de Direitos Animais do PT. Quero parabenizar, agradecer a oportunidade de estar participando
desse momento tão importante na causa animal. E a gente tem certeza da dimensão e da proporção, da
grandiosidade do que essa causa é refletida nesse dia de hoje. Parabéns, Vanessa. Parabéns a todos que
compõem, que organizaram o evento.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Yolanda. Paulo Zunino?

O SR. PAULO ZUNINO (CRMV/SC) – Bom dia, Paulo Zunino, médico veterinário, assessor técnico do Conselho
Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Ângela Katz? Ângela, consegue me ouvir? Vou passar
para a UFRM. Mas não tem o nome.

A SRª. ISNELDA MAYSONNAVE – Bom dia. Está ouvindo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

A SRª. ISNELDA MAYSONNAVE – Sou Isnelda, representante aqui da Universidade Federal de Roraima. Muito
obrigada pelo convite. Vai dar tudo certo. Vai ser perfeita essa sua reunião.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Adoro, melhores pessoas. Letícia? Letícia Santos? Ângela,
consegue nos ouvir? Ângela caiu.

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A SRª. LETÍCIA SANTOS (UFRB) – Oi, gente. Eu estou aqui. Letícia. Eu estou conectando. Eu acabei de chegar
de uma consulta com o meu pai, eu estava assistindo a reunião pelo celular da rua e cheguei que estava
tentando conectar computador e deu isso. Bom, eu sou Letícia. Eu sou médica veterinária. Eu sou professora
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, representando essa instituição aqui nessa reunião. Gostaria
de parabenizar a proposta e também, como os outros colegas já mencionaram, falar que eu estou muito feliz.
E ainda mais que já me deparei com duas colegas. Estou vendo Ângela bem aqui na minha frente na tela e
Raquel. Somos contemporâneas de universidade. Eu acho que vamos ter muito a contribuir nesse processo
de construção junto com vocês. Então, é isso. Muito obrigada pelo convite. Vanessa, você, quando me
chamou, eu falhou. Não ouvi. Então, se quiser...

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – É só relatório, né?

A SRª. ÂNGELA (Holambra/SP) – Eu sou a Ângela. Estou coordenadora da Vigilância Ambiental do município
de Holambra, em São Paulo. A gente está instituindo a saúde única. Nós temos aqui, na Vigilância Ambiental,
coordeno a Zoonose, Bem-Estar Animal. E a gente está implantando agora um programa de castração dos
animais do município. Só que ainda de forma muito remota e a gente está precisando de bastante informação
e conhecimento para aumentar nossas possibilidades aqui do manejo. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Aqui, presencial, tem o Carlos.

O SR. CARLOS EDUARDO (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) – Bom dia a todos.
Estão saindo muito bem? Sim. Meu nome é Carlos Eduardo. Sou assessor especial de assessoria animal ligada
à SETESC, Secretaria de Turismo e Esporte, Estado, Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania. Sou especialista em
manejo de animais domésticos. O que tem a ver a assessoria com a SETESC? Até agora, não sei, mas é
importante para o governador do Estado do Mato Grosso do Sul já tomou a iniciativa de ter na sua pasta a
defesa e proteção para a vida animal. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Alex.

O SR. ALEX (Advogado Animalista) – Bom dia a todos. Sou o Alex, sou advogado animalista. Faço parte do
projeto Baleia Jubarte de Santa Catarina, ativista de direitos dos animais e também coordenador setorial de
direitos dos animais do IPT de Santa Catarina. Parabéns a todos e a todos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Alex. Luana Paes.

A SRª. LUANA PAES (UnB) – Bom dia, pessoal. Na verdade, estou presencial aqui. Sou Luana, sou da
Universidade de Brasília, da Secretaria de Manejo da Universidade. E a gente instituiu o Programa de Manejo
Comum dos Animais Comunitários bem recente. Acho que a gente tem mais a aprender aqui do que contribuir.
Mas estamos aqui representando a Secretaria de Manejo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Renato.

O SR. RENATO LEGRASSI (Departamento de Conservação e Sustentável da Biodiversidade – MMA) – Bom


dia, pessoal. Sou Renato Legrassi, sou biólogo e analista ambiental do Departamento de Conservação e
Sustentável da Biodiversidade aqui do Ministério do Ambiente e Mudanças do Clima. Essa unidade é o locus
institucional aqui do governo federal que trata da questão de espécies exóticas invasoras.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Renato, muito obrigada pela participação. Altair.

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O SR. ALTAIR SANTANA (CRMV-BA) – Bom dia a todos. Sou Altair Santana, presidente do Conselho Regional
de Medicina Veterinária da Bahia. Estou participando aqui com a assessora técnica aqui do Conselho, Isa Porto,
zootecnista. E gostaria de agradecer a Vanessa Negrini pelo convite. Estamos aqui à disposição.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Altair. Targino. Targino. Vou passar para o Gustavo.
Gustavo.

O SR. GUSTAVO XAULIN (Ministério Público de Minas Gerais) – Bom dia a todos e a todas. Sou Gustavo Xaulin,
sou médico veterinário. Atualmente, estou na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério
Público de Minas Gerais.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gustavo, muito obrigada. Acho que o Targino chegou.

O SR. CARLOS TARGINO (MMA) – Oi. Me ouvem? Bom dia. Carlos Targino, analista ambiental do Ministério
do Meio Ambiente. Trabalho também no Departamento de Conservação e Sustentável na elaboração de
políticas, planos e programas especial em espécies exóticas invasoras. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Carlos. Laura.

A SRª. LAURA REIS (UnB) – Bom dia a todos e a todas. Sou Laura Reis, médica veterinária da Universidade de
Brasília. Trabalho na Secretaria do Meio Ambiente.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Paula, desliga o seu, o notebook está dando... Porque está no
microfone só da sala.

A SRª. LAURA REIS (UnB) – Bom dia a todos e a todas. Sou Laura Reis, médica veterinária da Universidade de
Brasília. Trabalho também na Secretaria do Meio Ambiente e estou desenvolvendo um plano de manejo dos
animais comunitários da universidade. Muito obrigada pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Luciana.

A SRª. LUCIANA DE PAULA (Coordenadora Estadual de Defesa dos Animais de Minas Gerais) – Bom dia a
todos e a todas. Aqui é a Luciana Imaculada de Paula. Eu sou promotora de justiça em Minas Gerais e
atualmente trabalho como Coordenadora Estadual de Defesa dos Animais. Queria te cumprimentar, Vanessa,
pela iniciativa tão importante e agradecer a oportunidade de participar. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Doutora Luciana, a gente ficou muito honrado com a presença da
senhora e dizer que o [Ininteligível] é um motivo de inspiração para todo o Brasil. A gente tem muito a
aprender com vocês.

A SRª. LUCIANA DE PAULA (Coordenadora Estadual de Defesa dos Animais de Minas Gerais) –Obrigada. E
nós com todos aqui, né? De fato, é uma turma que, com certeza, cada um vai poder contribuir com uma fala
importante, com uma experiência importante. Nós vamos sair melhores dessa reunião. Parabéns e obrigado,
Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutora. Hélia.

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A SRª. HÉLIA PIEDADE – Olá. Bom dia. Estão me ouvindo? Meu microfone está ruim aqui.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pode falar um pouquinho mais alto. Isso. Agora todo mundo vai
ouvir.

A SRª. HÉLIA PIEDADE (Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo) – Isso. Então, eu sou a Hélia. Sou médica
veterinária e também formada em gestão ambiental. Trabalho aqui na Secretaria de Meio Ambiente,
Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo. Na Coordenadoria de Fauna Silvestre, no Departamento de
Fauna. E a gente já vem há alguns anos trabalhando nessa interface de coexistência cães e gatos no entorno
de unidades de conservação. Eu espero que a gente possa estar realmente trabalhando junto aqui para
desenvolver um trabalho no país como um todo. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Hélia. Eu queria que o deputado se apresentasse.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Tudo bem? Bom dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Só um pouquinho. Está aparecendo ele ali na tela? A gente está... Já
está aparecendo? Está, está. Pronto.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Obrigado pelo convite, Vanessa. [Ininteligível] que está no Rio de
Janeiro. Antes eu fui Secretário do estado, a gente tem lá o RJPET da nossa subsecretaria e a gente
[Ininteligível] sobre castração urbana no estado do Rio.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deputado, muito obrigada. É uma honra contar com a sua presença
aqui hoje. E o trabalho dos parlamentares da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais juntamente com o
DPDA tem sido muito importante. E a gente fica muito feliz de ter a representação de vocês aqui hoje com
esse diálogo. Obrigada. Idebana. Idebana, está ouvindo? Juliana, vereadora Juliana.

A SRª. JULIANA PRUDÊNCIO (UVB) – Bom dia. Sou Juliana Prudêncio. Estou representando o Legislativo
Nacional através da UVB Animal do Brasil, União dos Vereadores do Brasil. Queria parabenizar a iniciativa
Vanessa, falar que estou muito feliz de poder estar participando e vendo tantos rostos. A maioria conhecida,
eu fico até feliz, sinal que eu estou no caminho certo, já conheço tanta gente envolvida com a causa.
Infelizmente, estou vendo que tem pouca aderência do Legislativo. Vi poucas pessoas aí representando
legislativos municipais, mas eu fiquei feliz que a gente está tendo representatividade de pequenas cidades. É
muito importante isso. Parecia que antes elas não eram vistas. Então, quem tem algum vereador que é
envolvido com a causa ou que conheça alguém que precise entrar e aderir, por favor, peça para me procurar,
porque isso aqui que a gente está fazendo também é política e a gente precisa ter essa abrangência ali nos
legislativos para poder cobrar o que for decidido aqui hoje nessa reunião e em todas as outras. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Juliana. Idevânia? Idevânia, eu acho que não pode ser mais
ouviu. Alisson?

O SR. ALISSON SILVA (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/MG) – Bom dia. Queria me desculpar
porque eu estou sem câmera aqui, mas meu nome é Alisson Silva, eu sou médico veterinário e hoje eu estou
representando a diretoria de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Leonardo, quer se apresentar?

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O SR. LEONARDO PIRES – Claro. Bom dia a todos e todas. Meu nome é Leonardo Pires. Hoje eu estou como
chefe de gabinete do deputado federal Marcelo Queiroz e também fui subsecretário de agricultura do estado
do Rio de Janeiro, onde eu pude acompanhar e desenvolver o Agenda PET, nosso programa de castração
gratuita, que é um sucesso lá no estado. Em um ano nós conseguimos fazer mais de 200 mil castrações
gratuitas e estou aqui para somar também, ajudar um pouquinho com a nossa pequena experiência.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada.

O SR. LEONARDO PIRES – Obrigado pelo convite, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Então, Guilherme, quer se apresentar?

O SR. GUILHERME MOSTRADA – Bom dia. Bom dia a todos. Guilherme Mostrada, ex-secretário de Estado de
Segurança Pública e Justiça do Acre, ex-secretário federal e hoje um defensor árido, em defesa dos animais.
Em 10 anos acho que eu já resgatei mais ou menos em torno de 500 animais, só em casa tem 6. E vim para
[Ininteligível], um município que tem até uma característica bem interessante em defesa dos animais. Ele tem
um centro zoológico muito bom que resgata animais com problemas, com maus tratos e tudo, cuida, castra,
microchipa e tem todo um trabalho em Joinville que cuida disso. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Ana Paula.

A SRª. ANA PAULA TENÓRIO – Bom dia. Ana Paula Tenório, médica veterinária, professora de bem-estar
animal da Universidade Federal Rural de Pernambuco e animadíssima aqui com esse encontro. Muito obrigada
pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Idevânia, será que ela consegue agora falar? Gente, então,
como a gente tinha combinado, eu vou pedir, então, agora, que todo mundo abra suas câmeras para a gente
poder fazer aquele registro. Linda, você está com o celular para fotografar todo mundo aqui assim? E a gente
vai colocar lá na tela também. Então, todo mundo abre as câmeras. E nós vamos tirar o... Deixa eu ver aqui.
Então, são seis páginas, vão ser seis retratos, tipo, coisa mais antepassada. Então, olha...

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Bom dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia. Então, olha... Primeira foto, Betânia está desligada, Mariana
desligada, Targino desligada. Olha, está aí. Eu vou tirar assim mesmo, depois a gente vai voltando. Então,
primeiro, um, dois, três. Segura um pouquinho que tem que descarregar ali [Ininteligível]. Já foi. Agora a
segunda. Todo mundo sorrindo. Um, dois, três e já. Colocar ali. Terceira página, todo mundo sorrindo. Um,
dois, três e já. Quarta página, tem gente desligada ainda aqui na quarta página. Um, dois, três, foi. Só mais
duas. Registrar para posteridade isso aqui, gente. Na quinta página, ainda tem bastante gente desligada aqui,
mas, deixa eu ver. Está desligada ainda. Vou colocar assim mesmo, para aparecer pelo menos unzinho. E a
última. Vou tirar uma de novo aqui, para ver se tinha gente fechada. Então, um, dois, três. Quero ver aqui
como é que faz para colocar. Agora eu vou tirar uma da pessoa que está aqui. O povo virar, não vou mostrar
lá. Olha, está vendo aparecendo? Vai, está aparecendo. Está aparecendo só um pouquinho do Paulo que está
aparecendo ali em destaque, e não está...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Deixa eu ver aqui. Agora foi só...

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, mas aqui está dando, está todo mundo aparecendo. Deixa eu
ver... Aqui está dando que está aparecendo. Atenção, plateia sorrindo, um, dois, três... Olinda, [Ininteligível]
tirando aí para cá, para pegar todo mundo, por exemplo, no celular mesmo, Olinda. Deixa ele ficar em pé ali
no meio. Lá no meio. Um, dois, três... Pegando todo mundo. Joia! Bom, gente, é um pouco aqui demorado,
né? Essa sala está muito linda, né? Isso foi importante para gente poder documentar essa riqueza de
representatividade, de instituições. Nós temos aqui representantes dos estados, dos municípios, dos
parlamentares, da academia, pessoas que já têm mais de 30 anos de história na bagagem, na questão da
proteção animal, dos direitos animais. Então é importante a gente ter esse reconhecimento registrado, né?
Porque o que a gente está tentando construir aqui é algo realmente importante. A gente... é a primeira reunião
desse debate público que tem como objetivo a gente trabalhar na formulação do Programa Nacional de
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Então, eu queria colocar aqui para vocês como que a gente pensou
a sistemática para trabalhar a reunião de hoje. Todo mundo recebeu a programação, certo? O programa lá no
grupo. Bom, então, hoje é a primeira reunião. Essa parte da manhã, a gente pensou em fazer a apresentação
de uma pesquisa que a gente realizou com os municípios. É um diagnóstico. Responderam 400 municípios,
falando legislação que tem, quem tem canil, quem faz a política. Ele é um nível de diagnóstico, né? A ideia é a
gente seguir com essa pesquisa ao longo do ano. Mas ali já dá pistas importantes para gente saber onde
estamos e para onde a gente quer caminhar. Em seguida, a gente vai fazer uma breve apresentação falando...
Uma das coisas, assim, de 90% das visitas que a gente recebe aqui no DPDA é para perguntar sobre os
convênios, né? Sobre as emendas parlamentares. Então, eu vou dar um panorama de como que é a liberação
dessas emendas, o que a gente tem liberado, para que serve, como que tem acesso, né? Mostrar o que foi
possível avançar com esse modelo e o que a gente quer avançar daqui para frente, né? E depois, a gente vai
apresentar alguns pressupostos que a gente entende que são fundamentais a gente ter como premissa desse
debate da elaboração do programa. É aquele ponto de partida que a gente fala assim: “Olha, isso aqui são
condições que a gente precisa vislumbrar, né?” São os eixos mostradores do debate, né? E aí, dependendo do
horário que a gente avançar, mas eu imagino que até as 12h horas a gente já terminou aqui, a gente faz uma
pausa e retoma das 14h às 17h, já com os blocos temáticos. E aí a gente está dividindo aqui, a gente está
chamando de pilares, dividimos em três pilares, né? E aí seriam inscrições de três minutos de fala para cada
pessoa e uma hora de debate para cada pilar desse. Por que três minutos? Para gente dar a possibilidade da
maior quantidade possível de falar, porque hoje aqui não é para gente escrever nada, são chuvas de ideia, são
impressões, é uma problemática ou uma prática que já seja feita no município, no estado, né? São chuvas de
ideia, é levantar a maior quantidade possível de informação. E no final de cada bloco, a gente tira o
encaminhamento dos participantes, que aí sim vão participar da reunião técnica, serão três reuniões técnicas,
dia 14, dia 21 e dia 28. Cada reunião técnica dessa corresponde a um dos pilares. Deixa eu compartilhar aqui,
que eu acho que fica mais fácil de acompanhar, né? Está todo mundo vendo agora, vai começar a ver o Word,
né? Pronto, acho que ficou melhor de acompanhar quem está aqui. Deixa eu só comentar aqui. Pronto, mas
também quem está de casa está com esse documento, esse PDF aberto. Então o primeiro pilar, né? A gente
está colocando as diretrizes, planejamento e capacitação de gestores. Segundo pilar, gestão das populações
de cães e gatos. Terceiro pilar, proteção e educação para os direitos animais. Então a ideia é que hoje a gente
faça falas públicas, três minutos. A pessoa pode se inscrever, ela faz a fala dela de três minutos, aí vai para o
final da fila. Aí se quiser fazer outra fala de três minutos e vai, até completar o teto, que seria uma hora de
debate para cada bloco, para dar tempo de a gente fechar os três blocos. Sendo que no final de cada bloco a
gente tira os encaminhamentos de quem vai compor realmente esse grupo técnico para participar. Dia 14 vai
ser o debate do pilar 1, dia 21 o debate do pilar 2. E aí a gente trazer especialistas, trazer boas práticas, que aí
nas reuniões técnicas vai ser o dia exclusivo para ele pilar, para esgotar. A gente nunca esgota um assunto,
mas é profundar o máximo aquele assunto e sair com documentos produzidos. Pode ser uma sugestão de uma
nota técnica, pode ser a sugestão de uma instrução normativa, pode ser aquilo que aquele grupo entender
que é importante consolidar os debates daquilo. Beleza. E aí no final dessas três rodadas de reuniões técnicas,
o objetivo é a gente fechar dia 31/07 com o seminário e esse seminário, ele aberto. A ideia é a gente colocar,
a gente tem uma sala de mil pessoas, mas se precisar de uma sala de 10 mil pessoas online, a gente tem essa
sala de 10 mil pessoas também. Que seria um grande seminário para apresentar os debates, esse debate

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técnico, para sociedade civil, para alta direção do Ministério do Ambiente, a gente convidar assessores,
secretários, e apresentar o resultado desse trabalho formulado com ampla representatividade da sociedade
civil, dos parlamentares, da academia, dos estados, dos municípios. Fica bom desse jeito, gente? Alguém
quer... Então eu acho que vamos começar, né? Deixa eu fechar aqui os documentos, o compartilhamento. E
agora eu vou compartilhar. Então nós vamos começar pelo diagnóstico. Quem está em casa está conseguindo
ver o PowerPoint, gente? Diagnóstico sobre implementação?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim, está aparecendo.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Está sim, está tranquilo.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Só não está no modo apresentação.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vou tentar colocar aqui. Agora deu, né, gente? Todo mundo em casa
está vendo em modo cheio agora?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto. Bom, gente, então isso aqui foi uma pesquisa que foi feita...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – O modo apresentação é embaixo, do lado direito, não é?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Mas quando eu coloco o modo apresentação, ele não está deixando
eu passar a página.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – 5Normalmente fica no rodapé a opção de modo apresentação.


Rodapé lado direito.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Agora deu, gente. Agora conseguiram?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Para mim ainda não está no modo apresentação. Ele está só
mostrando metade, só.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É, está mostrando normal do jeito que estava antes, Vanessa. Talvez
o que você possa fazer é excluir a sequência de slides, se não der certo, e colocar um pouquinho maior a tela,
ou colocar na forma do PDF, que daí você consegue ir passando melhor cada um. Vira e mexe, isso acontece
no Zoom. Agora foi, Vanessa. Agora deu. O único problema é que, nesse modo, ele não deixa... Deixa eu ver
se eu coloco o PDF rapidão, gente. Pois é, gente, o modo apresentação é muito baixo. Vou abrir o IPDF aqui
para ver se fica melhor, gente. Melhorou um pouquinho, gente, com o PDF?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Melhorou.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim, está bom.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está bom, né? Então, ótimo. Bom, gente, então essa pesquisa foi
realizada com os municípios brasileiros de junho de 2022 a março de 2023. Foi uma pesquisa que foi
disponibilizada no site do IBMA e o objetivo é conhecer um pouquinho a realidade brasileira, na proteção
animal, identificar as diferenças regionais e ver como estava a formatação das políticas públicas nos

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municípios. Essas tinham 30 perguntas, né? A gente não vai apresentar todas aqui, a gente trouxe as mais
pertinentes. Teve uma... A região que mais respondeu foi o Sudeste, seguida da região Sul, mas teve
participação, resposta de todas as regiões. Total de municípios participantes nessa pesquisa foram 440
municípios que responderam. Então, a primeira coisa que a gente perguntou é se havia legislação e dotação
orçamentária específica por controle populacional, né? Ou alguma coisa falando de bem-estar de cães e gatos
do município. Então, 62% dos municípios não têm qualquer legislação sobre proteção e direitos animais. E
60% não tem adotação específica. Então, assim, isso aí sinaliza para gente a importância de a gente estar
preparando os nossos gestores municipais, né? Para pensar as políticas públicas de direitos animais enquanto
política. Tem que estar inserida lá na LDO, tem que ter leis que respaldam, né? Que não é só vir aqui para o
MMA e pedir um castra-móvel: “Ah, quero um castra-móvel” Pedir castra-móvel não é política. Até chegar no
castra-móvel, até chegar num centro cirúrgico, até chegar numa campanha de castração, você tem que ter
todo um outro respaldo. Respaldo legal, respaldo orçamentário, né? E ainda assim, que você tenha mil reais
na conta que o município destinou para aquela ação. Ele tem ação. Não estou falando... Cada município tem
a sua realidade, a sua capacidade financeira, mas você ter um pensamento sistêmico sobre direitos animais,
ele faz tudo isso aqui. Legislação, dotação orçamentária, né? E aí, depois, tem aquelas questões, às vezes, vai
querer fazer um mutirão de castração, mas esse município não tem nenhum respaldo de política. E aí, o que
acontece? Esbarra num impedimento do Conselho, num justo impedimento do conselho de medicina
veterinária. Não tem como aprovar uma campanha dessa se você não tem nenhum respaldo de políticas
públicas. O município possui política pública formalmente estabelecida, né? Para cães e gatos? 62% falaram
que não. Aqui do lado tem a distribuição por estados. Os entrevistados, né? Grau de urgência da
implementação de políticas públicas. Para considerando abandono, maus tratos, controle populacional e
guarda-responsável. Os entrevistados, 40%, né? Identificaram isso como uma urgência. Então, de onde que
vem esse sentimento de urgência, né? De mais da metade... De quase a metade dos entrevistados? Da
demanda da população. O gestor é movido pela demanda da população. É o gestor municipal que está ali na
ponta, sentindo o que as pessoas querem, o que é uma demanda da sociedade, o que é uma cobrança
daqueles municípios e 40% aqui identificou que é uma alta urgência, e 36% colocou uma média urgência.
Então, se você for colocar aí, é 76% identificaram como uma medida urgente. Então, a gente tem um campo
fértil que dá para trabalhar. O município possui órgão de fiscalização ou parceria destinado ao combate aos
maus tratos animais? 45% responderam que não. Então, assim, mais da metade respondeu que tem. Ainda,
45% é um número elevado. Ou seja, falta a gente fazer esse OH mais sistêmico e multissetores para questão
animal. Porque é isso que a gente está batendo muito na tecla. Quando a gente fala... E aí, vocês observam
que a gente chamou uma reunião de manejo populacional ético. A gente não chamou uma reunião de
castração de cães e gatos. Porque a castração é um dos instrumentos do manejo, mas o manejo, ele envolve
combate aos maus tratos, combate ao abandono, guarda responsável, educação para os direitos animais,
saúde animal. É uma questão bem mais ampla do que a castração, a castração é um dos instrumentos. O
município possui programa de combate aos maus tratos, 65% não têm nenhum programa de combate aos
maus tratos. E aí a importância e a representatividade dessa sala, dessa audiência, com representantes do
poder executivo, do legislativo, do judiciário. O professor Vicente falou que participaria, mas do Ministério
Público. Da gente pensar esse olhar da formação mesmo, da gente avançar para formação de um sistema de
proteção e defesa dos direitos animais. O município possui órgão responsável pelo controle populacional ou
bem-estar de cães e gatos? Qual é o órgão dos municípios que possui esse órgão responsável pelo controle?
Qual é o órgão? 40% dos municípios que fazem esse controle, 40% estão a cargo da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e 37% estão a cargo da Secretaria Municipal de Saúde. Ou seja, Saúde e Meio Ambiente têm
que caminhar junto. Tem que caminhar junto porque você vê que ela perpassa todas as áreas, mas Saúde e
Meio Ambiente estão muito voltadas para esse espaço, passa educação, passa segurança, mas essencialmente
focada em Meio Ambiente e Saúde. O município dispõe de estrutura de recolhimento de animais, tipo caminho
municipal? 76% não têm essa estrutura. E aí quando a gente fala de combate aos maus tratos, a gente está
falando de toda uma cadeia de custódia. Quem fica com a cadeia de custódia desse animal? Aqui no DF é a
Ana Paula, já divulga o seu telefone. A Ana Paula que faz a cadeia de custódia dos animais aqui no DF e cada
município tem uma Ana Paula na vida. Isso não está certo, isso não está certo, porque é o Estado lavando a
mão. A gente tem que ter uma cadeia de custódia desse animal, porque senão a autoridade que insere vai lá

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e até faz ocorrência, mas o que ele faz com esse animal? Deixa com o próprio agressor. A gente tem que pensar
mecanismos para acolher a vítima dos maus tratos. Um item que a gente colocou que é muito relevante aqui
para a questão do Ministério do Ambiente. Unidades de conservação que tenham a incidência de
superpopulação de três gatos. 20 relataram que possuem unidade de conservação com incidência de cães e
gatos e a gente sabe que cães e gatos que são abandonados em mediações de unidades de conservação, de
florestas urbanas. Rio e São Paulo, a gente tem muito isso. É a segunda maior causa de pregação de animais
silvestres, é a pregação feita pelos animais domésticos que se tornam ferais e abandonados nessas mediações,
então, você tem o problema da biodiversidade também. Cães e gatos acabam impactando na vida dos outros
animais. Pregação de passarinho, pequenos roedores, pequenos mamíferos, tudo é impactado pela pregação
desses animais. O município realiza algum tipo de censo animal para saber a quantidade de população de cães
e gatos? Gente, 67% não. Como é que a gente pode pensar e fazer políticas públicas sem saber, sem o critério
científico, sem se basear num censo animal? A gente vai falar, vai ter o painel em que a gente vai discutir as
metodologias de censo, como fazer, mas eu queria já dar uma notícia boa. A Dani do Ministério da Saúde...
Quem está representando o Ministério da Saúde? Tem alguém que já chegou na sala? Eu acho que a Dani está.
Não lembro quantas apresentações ele já tinha apresentado, mas eu quero aproveitar e agradecer de tudo a
parceria com o Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde, ele realiza a Pesquisa Nacional de Saúde, que foi
realizada em 2013 e 2019 e ali perguntava quantos cães e quantos gatos e aí a gente foi, o coordenador dessa
área, o Dr. Francisco, a gente falou, além de quantos cães e quantos gatos, eu preciso saber quem está
castrado e quem não está castrado. E foi uma janela de oportunidade muito boa, foi acolhido. Então, já nessa
Pesquisa Nacional de Saúde, não é um censo, é uma amostragem, mas já vai dar uma boa orientada para a
gente, desse percentual, já o que vem já vai estar mostrando. Então, vai saber quantos cães e quantos gatos,
quem está castrado e quem não está castrado. É um apontamento amostral, mas já vai dar bons elementos
para gente. Então, graças a essa parceria aí com o Ministério da Saúde, porque se a gente fosse tirar para fazer
um censo, fazer um censo é caríssimo. E o próximo censo vai ser em dois... Vai agora, né? Então, daqui a dez
anos. Ainda está sendo feito. Então, quer dizer, a gente precisava de ter outras estratégias que dessem, pelo
menos, alguma norteada científica para gente começar a fazer esse trabalho. Como é que vamos bater na
porta do Congresso? A gente está agora, né? Com a LDO. Vai ficar para o segundo semestre? Vai ficar para o
segundo semestre. Depois vem o LOA e como é que a gente vai lá disputar o orçamento se eu não sei qual é
o tamanho do problema? A gente não faz política pública sem dados. Então, isso é fundamental. E aí, nos
painéis, a gente vai... Além dessa pesquisa, a gente vai discutir outras estratégias. Estratégias estaduais,
estratégias municipais para gente chegar cada vez mais nesse refinamento, que ele vai ser fundamental para
gente disputar o orçamento. Problemas de zoonose, né? Então, 35% dos municípios pesquisados relataram a
questão da leishmaniose, seguido dessa esporotricose, seguido da raiva. Então, realmente, a questão do
manejo populacional, ele passa, sim, pela questão da saúde animal e até porque a gente sabe que saúde
animal é saúde humana e saúde ambiental está bem junto, não tem como você cuidar de uma parte e
descuidar da outra. Então, é coisa que também tem que estar pensada e contida nos nossos planos e nos
municípios para entender de uma vez por todas que a gestão do manejo populacional tem que ser em conjunto
com a saúde, com o meio ambiente, para gente poder dar conta de todo esse arcabouço. O município, ele
dispõe de centro de controle de zoonose, de vigilância de zoonose? E 66% disseram que não. Então, é um
número muito elevado, gente. Principalmente considerando essas zoonoses que são de agravo sério para
saúde humana também. Então, são números que a gente precisa refletir e se debruçar e saber como que a
gente vai poder fazer em silêncio para ter essa sensibilização nos nossos municípios. O município realiza
campanha, ação periódica para evitar zoonose? Em 45% não e 55% realiza. É um número bom, 55% realiza,
mas metade não faz. Metade não tem ação educativa, esclarecimento, vacinação. Então, isso aí revelando um
perigo para saúde animal e para saúde humana. Bom, então a gente não apresentou tudo, é só a gente trouxe
aqui os dados mais relevantes, mas a perspectiva nossa, a gente fechou essa pesquisa agora, mas no painel
que a gente vai falar sobre o diagnóstico, acho que é o primeiro painel, a nossa perspectiva é a gente olhar
para essas perguntas, reformular essas perguntas e abrir uma nova consulta e ir tentando alcançar o máximo
possível de municípios brasileiros. Então, assim, quem for trabalhar no primeiro painel, a expectativa nossa
aqui na região técnica, a gente se debruça na reformulação dessa pesquisa. Para quê? Porque já que a gente
teve esse esforço de fazer uma pesquisa nacional, de repente contempla alguma outra pergunta, ah, o

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Conselho Federal de Medicina Veterinária tinha interesse de perguntar isso, parlamentos tinham interesse de
perguntar isso, então a gente já faz uma pesquisa só, o esforço é único, a gente todo mundo replica a mesma
pesquisa e alcança a academia. Uma pesquisa dessa, ela pode, e os dados vão ser públicos, a gente pode
socializar com pesquisadores, gerar dados públicos que gerem pesquisas públicos, que gerem conhecimento
científico, publicações, e que respaldem a tomada de decisão. Bom, então é, dessa parte aqui é isso, deixa eu
parar esse compartilhamento. Alguma dúvida gente, algum comentário sobre isso aqui?

O SR. CLÁUDIO BORDALO (OAB/PA) – Vanessa. Cláudio Bordalo do Pará.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Cláudio, o Carlos está falando, eu já te dou a palavra em seguida,
está bom?

O SR. CARLOS – Com licença, senhor Cláudio. Na minha visão, a questão da cadeia de custódia, o Estado não
pode alterar a população, e muito menos o voluntariado. Os animais vítimas de maus tratos não podem ser
apenas acolhidos, e colocados no caminho, esses animais eles precisam ser ressocializados, para que eles
possam ser adotados e temos um mínimo de garantia que esse animal não vai retornar a ser vítima de maus
tratos e abandono. Então, eu acredito que quando a gente pensa numa política para questão de custódia de
animais, ela tem que ser não um caminho, mas sim uma ressocialização.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Cláudio, depois Ana Paula.

O SR. CLÁUDIO BORDALO (OAB/PA) – Vanessa, eu me preocupei em um momento do quadro em que aparece
que apenas um município do Estado do Pará prestou informações.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeito.

O SR. CLÁUDIO BORDALO (OAB/PA) – E me pareceu que os dados em relação a isso podem estar muito
deturpados. Eu faço parte de um grupo de protetores de pelo menos uns 10 a 15 municípios do Estado, onde
eles me relatam principalmente na questão da zoonose uma gravidade muito maior do que apareceu no
quadro. Eu não sei em relação aos outros Estados, mas em relação ao Estado do Pará, me parece que a
informação é muito longe da realidade.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Cláudio, obrigada pela observação. Como a gente falou, foi um
levantamento, foi feito com 440 municípios que foram os que responderam a esse questionário nesse
momento. A ideia é a gente reformular essas perguntas, colocando os acréscimos e as contribuições dessa
audiência que vai trabalhar na reunião técnica, e a gente abrir novamente a consulta, porque os gestores já
são próprios agora. A gente precisa rodar novamente. A gente está com a popularidade de todas as regiões,
de todos os Estados. A parceria que a gente está construindo junto com o Conselho Federal de Medicina
Veterinária, a gente tem condições de chegar aos quase 6 mil municípios que a gente tem, 5.700 e? 5.726
municípios. Quanto mais municípios a gente atingir, mais credíveis vão ser essas informações, mas, claro, cada
pesquisa ter sua validade vai dando indicadores, e a ideia se soma.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Vanessa?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ana Paula e depois já lhe passo a palavra.

A SRª. ANA PAULA – Esses dados são bastante interessantes, porque começam a [Ininteligível] esse universo
que a gente conhece na prática, mas nós temos poucos dados. E eu sempre insisto que, nas minhas falas em

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Brasília, é que para a gente tentar resolver o problema, nós temos que primeiro conhecê-lo e é um dos grandes
gargalos que nós temos. Em relação à crise custódica, me preocupa muito também a questão da destinação
do animal, porque nós não podemos resolver o problema de forma institucional, resolver o problema da
polícia, de destinação, e esse animal não ter um parto efetivo na vida dele e ter sua vida transformada. Então,
a ideia de abrigo público me assusta bastante, ainda mais da maneira assolada, como eu vejo que alguns
Estados têm tentado fazer. Então, eu acho isso muito importante, Vanessa, para o nosso debate aqui, para a
gente [Ininteligível] sobre esse assunto, e para que as pessoas entendam que política pública se faz com ações
múltiplas. Não adianta você construir um abrigo, fazer um depósito, em dois meses você tem dois mil animais
ali, animais vítimas de apreensão, muitas vezes, agora com a nova legislação. Eu acompanho situações
judiciais, um animal desses fica preso na justiça dois, três anos. Então, a gente não pode deixar nada. Então,
sim, tem as explicações legais, talvez os gestores não enxergam isso e nós vamos precisar debater bastante o
assunto para que a gente não corra um grave erro.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Denizard?

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Vanessa, só para contribuição, meu nome é Denizard,
apresentando novamente, eu estou representando o Ministério da Saúde, o Grupo Técnico da Saúde Única.
Na verdade, nós temos, aproximadamente, 287 unidades de vigilância zoonose em todo o Brasil. Eu sei que,
pela quantidade de município, é um número bastante pequeno. Isso é, mais ou menos, em média. O Ministério
fez um diagnóstico institucional, 2021-2022, onde...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Qual o total, desculpa?

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – 287 unidades de vigilância zoonose cadastradas no
Ministério da Saúde. Não quer dizer que, pode ser que alguma que não tenha respondido esse chamamento,
não exista, mas, catalogadas, são 287 espalhadas em todo o Brasil, em todas as regiões. Somente o estado do
Acre que não tem, Amapá, que não tem unidade de vigilância zoonose, mas já existe em construção. E
também, com relação à vacinação Nacional de Cães e Gatos, existe um Programa Nacional de Vacinação de
Animais, Cães e Gatos, do Ministério da Saúde, que é coordenado pelo Grupo Técnico da Raiva, certo? E
mesmo não tendo centro de controle de zoonose, os municípios realizam, sistematicamente, a vacinação de
cães e gatos. Só para esclarecer. Muito obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Denizard. Eu não sei se você estava, na hora que eu falei,
sobre a parceria do Ministério da Saúde e o Governo Federal.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Sim, sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, já passa meu agradecimento, reforça lá com o Francisco, está?

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Eu participei da reunião contigo, lá no Ministério.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, pronto. Então, já reforça aí nossos agradecimentos e a
participação de vocês, assim, nessa rodada de debates, vai ser fundamental. Inclusive, para ajudar a gente a
reformular esse questionário e aí a gente pode agregar questões que sejam importantes para vocês,
reformular outras, para a gente fazer um diagnóstico bem abrangente.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Com certeza.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Denizard.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Com certeza.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – A Dra. Suzane e depois a Marilene.

A SRª. SUZANE – Eu me chamo Suzane, eu sou representante da Secretaria Municipal do Ambiente, de Aracaju,
e do Programa de Ajuanimal. Quando vocês estavam falando sobre cadê a história, eu acho que nós falamos
sobre dupla ou ideia, né? O Programa Ajuanimal, ele é formatado em quatro eixos: Saúde animal, castração,
abrigo temporário e apoio à adoção. E o abrigo temporário, ele funciona um pouco próximo do que o Carlos
falou, que traz essa questão da ressocialização. Então, é um abrigo voltado para animal em situação de
vulnerabilidade, que pode ser tanto nos resgastes realizados pela Polícia de Proteção Animal, como por nossa
própria equipe de maus tratos, porque a Secretaria também é Polícia de Proteção Animal. Então, é um abrigo
temporário que ele funciona nas residências, é protetor independente, no caso não é um e não é outro, não
tem CNPJ, não é empresa, são pessoas, população geral, que tem interesse em receber esses animais. Em
Aracaju, nós temos uma lei que limita o número a 10 animais por residência, mas é um formato que nos
permite abrigar esse animal em situação de vulnerabilidade pelo período de 12 meses, dando apoio de um
auxílio no qual nós desenvolvemos a legislação própria para esse abrigo e também temos todo o aparato de
prestação de saúde desse animal e preparamos ele para a futura adoção, caso o protetor, que está abrigando
temporariamente, não tenha interesse na falta permanentemente. Então, assim, é o que eu queria trazer,
porque talvez essa questão que foi ao nosso entendimento, que é um caminho público, ele é totalmente
inviável e a retirada dos animais posteriormente é muito difícil, porque a população ainda não tem essa
sensibilização de adoção, então, talvez o abrigo temporário possa funcionar nos demais estados e municípios.
Muito obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Suzane. Inclusive, essa questão de normas, gente, é uma
frente que é bastante importante. Como a gente viu aqui, a grande maioria dos municípios não tem legislação
própria de direitos animais. Então, eu acho que um trabalho bastante interessante desse grupo seria a gente
compor um banco de projetos de lei que servisse de modelo que já pudesse ser aplicado em todos os
municípios e colocaria catalogado, direitinho. Dra. Erivania?

A SRª. ERIVANIA CAMELO DE ALMEIDA (Conselho Federal de Medicina Veterinária) – Inclusive, Gisele, achei
muito interessante essa ideia desse banco de lei de legislação, porque a gente trabalhou há algum tempo
minha vida toda na empresa, [Ininteligível], uma das coisas, quando a gente começou a implantar a inspeção
municipal, o maior problema que a gente tinha era exatamente a deficiência dos municípios com relação a
preparar as leis, a preparar os decretos. Esse foi um trabalho que a gente desenvolveu para implantar o
sistema municipal de inspeção e esse banco é extremamente importante. Com relação a essa pesquisa, eu
acho fantástico, ter um projeto já é o início e com esse início a gente já sabe o que acontece no Brasil, são
retratos, a gente vai ter daqui a alguns dias, acho que em 2015, 2016, o Congresso Nacional dos Secretários
de Saúde dos Municípios. Eu acho que a gente está com um estande lá e está à disposição de vocês para gente
colocar material durante o dia e seria, se tiver já material em relação a empresas, a gente já pode distribuir
nesse Congresso que congrega mais ou menos 5 mil secretários de saúde em todo o Brasil. E seria muito bom
a gente contribuir com essa distribuição desse material, inclusive com essa pesquisa de sensibilização e
lembrar que infelizmente... Essa iniciativa do Ministério do Meio Ambiente é a gente tem que louvar, porque
nos municípios ainda fica a saúde, ainda tem que estar à frente com todos os problemas, não existe lei. Fui
vereadora e fui prefeita de minha cidade e ninguém falava disso, ao contrário, na época quem pensava em
defesa de animais era muito mal visto, isso ainda é muito mal visto em muitas cidades pequenas do interior
do Nordeste, do Norte e também do Sul e Sudeste. E a gente fica muito sensibilizado com esse trabalho de
vocês, acho que agora sim a gente conversa muito bem quando o meio ambiente está à frente e como você

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disse, não é só repassar recursos para fazer castração, mas sim uma política, um programa que tenha começo,
que a gente tenha medo e a gente vai acompanhando. É muito bom ver toda a sociedade aqui de deputados,
do judiciário, do Ministério Público, das universidades, da academia, da ciência. Acho que a gente está
começando bem e todos nós, juntos, a gente vai modificar em pouco tempo esse problema que a gente está
[Ininteligível] ainda nesse Brasil um tanto e é um país que a gente é o terceiro maior mercado PET do mundo,
o terceiro maior mercado PET, quando eu fiquei extremamente sensibilizada, quando eu vi que tem vários
medicamentos, nós não temos [Ininteligível] veterinário e imagine que hoje, por exemplo, não tem no Brasil
para se comprar medicamentos para fazer o contraste, para fazer o exame de imagem. Porque simplesmente
a indústria disse: “Não, não vou fazer mais, não vou distribuir mais para uso veterinário.” E aí como é que fica
hoje os milhares de exames que a gente tem que fazer no Brasil e não há o contraste? Isso caracteriza maus
tratos, porque a gente pensa que não é, que está tão distante essa coisa, mas é um problema que a gente tem
enfrentado no dia a dia e que a gente tem essa oportunidade agora. Então a gente está à disposição, Vanessa.
A partir de todos os eventos que o Conselho, que o sistema CRMV for fazer, a gente está junto para divulgar
não somente a pesquisa, mas tudo o que a gente vai distribuir durante esse período.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Eu acho que a gente pode dar uma priorizada, então,
em reformular essas questões. A gente já compartilha lá no grupo os dados dessa pesquisa, a gente já coleta
as informações dessa informação para tentar ver se a gente consegue já aplicar e aproveitar essa janela, que
é 15 dias. Eu acho que se a gente der uma priorizada a gente consegue. E aí nem que for um banner com QR
Code, a pessoa vai lá, abre a janela e entra e já responde ali, que não consigo material impresso, mas pelo
menos dessa forma. Essa questão de medicamentos, eu resumo que esse fórum aqui, a gente está caminhando
aqui, na verdade, para a criação de um sistema nacional de proteção, defesa e direitos animais. Eu acho que
isso aqui é o germe da criação desse sistema e uma atuação que pode ser capitaneada pelo Ministério do
Ambiente é fazer a tomada de preços nacional para medicamentos, que ali os municípios aderem a essa
tomada de preços. Para os medicamentos que são básicos para atendimento ali nos municípios. O preço fica
mais barato e você faz uma tomada de preço que [Ininteligível]. Gente, nós estamos então em três falas e a
gente encerra a inscrição na fala do Rodrigo. O Guilherme quer falar? Então na fala do Guilherme a gente
sempre... Porque, na verdade, essa discussão vai ser à tarde. [Intervenção simultânea. Então, a Marilene,
depois Luciana, o Rodrigo, o Guilherme e aí a gente encerra a inscrição.

O SR. RODRIGO OLIVEIRA (CRMV/RR) – Só um pedido, por gentileza, só uma interferenciazinha. Tem
microfone aberto e a gente está com dificuldade de ouvir vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você me ouve bem, Rodrigo?

O SR. RODRIGO OLIVEIRA (CRMV/RR) – Agora sim. Acho que fecharam aí. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Então, está bom, obrigada. Então, a Marilene.

A SRª. MARILENE BRASIL (Departamento de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente e Políticas


Indígenas do Acre) – Bom dia, novamente. Eu notei que na pesquisa só tem, só se refere a 23 estados. Como
o Acre não está na lista dos estados, eu gostaria de saber se é possível a gente ter acesso ao questionário para
a gente aplicar aqui nos municípios do Acre para ajudar na padronização de dados. E também eu gostaria de
saber onde fica o relatório no site do MMA que eu dei uma busca e não encontrei. Obrigada. Eu pedi no chat
também.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Marilene, eu penso assim, essa pesquisa que a gente correu, a gente
já encerrou ela. A ideia agora é a gente reformular e abrir para todo mundo responder. E aí o Acre responderia

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a nova. Não está disponível no chat, porque o chat de todo o governo federal está sendo reformulado e muita
coisa foi retirada do árbitro publicada na última gestão e a gente está nesse trabalho de reformular, mas todos
aqui que estão nessa agência já estão no grupo que foi criado pelo WhatsApp, a gente vai mandar para o e-
mail e também esse grupo ele facilita. Então, Marilene, coloca o telefone do DPDA, WhatsApp do DPDA aqui
no chat e aí quem não estiver participando do grupo pede para Marilene que ela já coloque. Aliás, é o seguinte,
quem não estiver no grupo do WhatsApp, coloca o celular, claro, aqui no chat que a Marilene já vai
adicionando todo mundo agora, quem estiver faltando. Está bom? E aí, quando terminar a reunião de hoje, a
gente já vai compartilhar esse relatório, esses dados da pesquisa e ali fica sendo o nosso ponto focal, mas,
claro, a gente vai mandar também todos os e-mails, está bem? Por isso que é importante, responde a lista de
presença reformulada porque ali tem municípios, e-mail, a gente consegue socializar melhor esse formulário.
E aí, com estratégia de discriminação da pesquisa, Marilene, é fundamental que cada secretário estadual faça
chegar a todos esses municípios. É super importante, você está certíssima. Então, Luciana, depois o Rodrigo e
o Guilherme.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, deixa eu só falar uma coisa, o formulário tem um lugar para
colocar o telefone, sabe?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tem, tem sim, mas como a Marilene já está aqui, ela já está
adicionando quem está faltando. Ela vai adicionando lá no grupo. Já tinha sete ou oito pessoas lá no grupo.
Algumas pessoas que estão aqui na sala não estão lá ainda, ela vai adicionar. Quem está falando?

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – É microfone aberto.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − É a Luciana agora, então?

A SRª. LUCIANA BATALHA (UFG) – Vou falar. Vanessa, só para compartilhar aqui a experiência do evento que
você até já participou aqui em Minas Gerais, que foi com o Legislativo Municipal, vai ter um produto que é um
compilado de leis com potencial de replicabilidade para os municípios. Essa pesquisa foi feita pela doutora
Samila Moll, que é muito conhecida por ser uma advogada animalista, e deve integrar a revista com as
palestras que foram feitas. Então pode ser um produto que seja interessante aqui para os objetivos desse
fórum e eu coloquei aqui no chat também o link para o blog da coordenadoria. Ali consta um compilado de
leis municipais, principalmente de manejo populacional, do Estado de Minas Gerais, que pode servir também
de inspiração para os participantes. E também gostaria de convidar todos a lerem a parte de publicações,
temos ali guias de publicações técnicas que foram feitos com a Universidade Federal de Minas Gerais e outros
parceiros importantes como a UAP, e que representam em grande parte do nosso esforço aqui em Minas
Gerais em compreender e tentar apoiar a implementação de políticas públicas para os municípios. Pode ser
uma contribuição aqui para esse fórum. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, doutora Luciana. Com certeza vai ser um ponto de partida
fundamental e aí nessa reunião técnica que vai ter, seria importante a senhora participar desse grupo técnico
para ajudar nesse debate, porque aí a gente junta esse copilado de leis e os demais integrantes também fazem
aporte de outras leis que eventualmente tem em seus estados, em seus municípios, e aí a gente produz um
copilado geral dessa audiência.

A SRª. LUCIANA BATALHA (UFG) – Perfeito, Vanessa, obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério
do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Rodrigo?

546
O SR. RODRIGO OLIVEIRA (CRMV/RR) – Boa tarde a todos. Boa tarde, Vanessa. Obrigado pelo convite aí.
Reforçar a tua fala da importância de participar das câmaras técnicas, vamos dizer assim, das diretrizes. Vai
organizar a fala e a gente vai poder expor com mais tranquilidade e com mais tempo algumas proposições,
mas, de maneira geral, eu queria só me colocar aqui. Todo mundo tomando sua fluoxetina, que a ansiedade é
a maior, porque tem tanta coisa para fazer. A gente fica querendo resolver as coisas, mas é passo a passo. E
eu acho que pela experiência que eu tenho dentro do Sistema Único de Saúde, de organização mesmo, desde
a sua criação, a gente vem desenvolvendo o SUS dentro da descentralização, da equidade, enfim, aqueles
princípios básicos. E a gente percebe que é dificuldade enorme, porque o Brasil é muito heterogêneo, inclusive
por regionalidades, região Norte, Nordeste, enfim, cada um com suas particularidades. E a grande dificuldade
perpassa, não só no planejamento, mas no financiamento de qualquer tipo de ação. O SUS tem o seu
orçamento já predefinido e, como ouvi a fala de uma colega, as ações relacionadas aos animais, seja ela de
que ordem for, de que origem for, castração, controle populacional, acolhimento, enfim, elas não têm ainda
essas diretrizes orçamentárias, vão ser assim definidas. E a gente fica dependendo de emenda, emenda daqui,
orçamento próprio. E a realidade dos municípios, dos menores municípios, é cruel. Simplesmente não tem
espaço para prioridade dentro da prioridade, já está tudo completamente comprometido. Então, nós
podemos aqui, e eu acho importantíssimo, e aí eu agradeço a cada um de vocês presentes aí nesse esforço
dessa construção do Plano Nacional, nós podemos aqui ter várias ideias, mas eles vão perpassar
fundamentalmente pela definição dessa política nacional orçamentária que nos encaixar. Então, nós somos
do meio ambiente, nós somos da saúde, nós somos dos dois, nós somos o quê? Nós precisamos definir as
diretrizes e garantir orçamento para que elas possam serem exequíveis. E esse esforço, então, também vai
para as bases parlamentares, desde os municípios até os estados. Eu vejo aqui os representantes de vários
órgãos, de estados e até de representantes de parlamentares, e eu sei desse esforço, com certeza deles, e sei
que eu não estou vendendo aqui sabedoria, todos já sabem disso, só estou reforçando que a gente precisa se
debruçar nisso de maneira a dar exequibilidade ao que foi planejado aqui. E já assim, tentando ser menos
prolixo, porque o assunto é tão grande, tão abrangente, com relação ao censo, eu me inscrevi, por exemplo,
na gestão de populações de cães, porque eu também concordo, Vanessa. É fundamental ter dados, porque
senão a gente não faz política pública. Qual é a realidade de cada um? Então, às vezes um município bem
pequeno, por tantas dificuldades que tem, pode ter uma dimensão de problema muito maior do que uma
capital já metropolitana, uma metrópole. Então eu acho fundamental isso. E passa também novamente pela
questão orçamentária. Eu vou dar o exemplo daqui nosso. A gente tem já um monte de planejamento em
cima disso 1:53:37.2, mas a gente não tem como executar, por conta de dificuldades financeiras. Bom, eu não
vou me estender, só agradecer e esperar a reunião técnica e pedir para os colegas realmente se inscreverem
lá no link da presença. E eu já optei aqui pela gestão de populações de cães e gatos. Muito obrigado, Eliana.
Gente, essa questão orçamentária é uma coisa que nos aflige, mas eu falo para vocês. Um dos grandes
privilégios de estar nesse posto de diretora é eu estou tendo a oportunidade rara de conversar com gente de
todo o Brasil, de todos os estados, municípios, vereadores, gente da proteção, gente dos gestores. E pelo que
eu percebo, claro, a questão orçamentária é importante, mas ela não define tudo. Sem o planejamento e sem
a gestão e sem o planejamento, eu posso carcar o orçamento que for, que nunca vai ser suficiente. Eu posso
ter orçamento maior do mundo se eu não tiver antes a cultura da gestão, a cultura do planejamento, a cultura
de trabalhar com os dados científicos. Não vai ter orçamento que baixe. E digo para vocês, tem muita coisa
que a gente depende do orçamento. Tem como eu fazer gastração sem orçamento, mas o manejo tem várias
outras etapas e tem muita coisa que dá para a gente fazer com os recursos que já fiz. Organizando as forças
locais, os recursos locais que a gente já tem. E outra, quanto mais a gente se organizar, quanto mais municípios
envolvidos, quanto mais atores da sociedade que estiver envolvidos, mais força a gente vai ter para estar
reivindicando esse orçamento. E é isso que a gente está construindo aqui hoje. Eu falo para vocês, isso aqui é
a certidão de nascimento. Quem assinou o nome nacionalista de presença está assinando a certidão de
nascimento do Futuro Sistema Nacional de Proteção, Defesa e Direitos Animais. Assinem, gente. Isso aí é
documento histórico. Vou passar. Tem o Rodrigo escrito, depois o Guilherme. E aí tem o Claudio e o André e
a gente recebe as falas para a gente dar continuidade. Está bom? Então, o Rodrigo... Não, o Rodrigo foi o que
falou agora, né? Foi o que falou agora. Então, é o Guilherme. É isso.

547
O SR. GUILHERME – Bom, em primeiro lugar, eu estou completamente [ininteligível] com os dados que eu vi.
É [ininteligível] que 65%, quase 70% dos municípios do Brasil não se preocupem com o bem-estar animal. O
que mais me [ininteligível] ainda é o estado onde eu moro, em Santa Catarina, o índice de não, não, não, não,
altíssimo. E uma preocupação minha sobre a questão de todos, por exemplo, tem três municípios no meu
estado que para você, para o município pegar o animal, alguém tem que ligar para eles ou entrar num site,
preencher um relatório quilométrico onde o cachorro, que o animal, um cachorro, um gato, um pássaro, está
agonizando, até eles mandarem alguém vir pegar o animal que já faleceu. E, pior ainda, o município faz o
seguinte. Ele pega, então você vai, cadastra, vai lá, eles vêm, cuidam do animal, só que você vira tutor
temporário. Então, as pessoas não fazem a solicitação para que o município venha pegar, ele tem a condição,
porque eles não têm a condição, depois de ser o tutor temporário desse animal. Eu tenho conversado muito
com o deputado Marcelo de criarmos leis dentro do Congresso que obriguem municípios com mais de 200,
uma ideia minha, por exemplo, com mais de 250 mil habitantes a terem um programa municipal de bem-estar
animal. E outra preocupação, as ONGs. O município tem, ao menos, umas 10. Todas elas devem aos seus
veterinários. As dívidas das ONGs são quilométricas, porque o Estado não contribui, o município não contribui,
e as ONGs arrumam todos os custos. Tem ondes em Joinville, em Jaraguá do Sul, ONGs em [ininteligível]
Florianópolis, que devem mais de 50 mil reais ao veterinário e que são pessoas, são veterinários que eu tenho
que aplaudir porque eles não cobram, eles não ficam forçando: “Olha, você fica com o dinheiro, você fica com
o dinheiro, você fica com o dinheiro.” Eu mesmo já fiz castração de mais de 150 animais pagando pelo meu
bolso em Joinville. Porque o município não... Ele tem a [ininteligível] local, ele tem médico veterinário, ele faz
a castração, mas ele não aceita o animal de rua, vindo da rua. Você: ah, eu peguei um animal na rua, trouxe
aqui para o município. Não, nós não aceitamos. O animal está gozando de boa saúde, mas ele não está
castrado, ele não está vacinado, ele não está vermifugado. E ele vai ser castrado, ser vermifugado, ser vacinado
e vai voltar para a rua. A minha vizinha, só um exemplo, faleceu. A filha pegou o cachorro que tinha na casa e
largou dois gatos na casa. Casa vazia. Chegou um inquilino e disse, eu falei: “Ah, que bom que você está aí.”
Eu dava comida para ele, porque os gatos têm arredios, não é? Eu dava alimentação para eles, por baixo do
portão. Quando chegou o inquilino, eu falei, que bom que o senhor, poxa, estou cuidando deles e tal, eu posso
até comprar ração para o senhor cuidar. “Não, eu tenho uma ordem para dar a destinação final desses
animais.” Eu falei assim: Se eles não estiverem aqui amanhã, o senhor está triste. Os dois gatos estão lá em
casa hoje. Então, essa é a minha preocupação. O custo dos medicamentos veterinários é extremamente
elevado. Extremamente elevados. Pouquíssimas pessoas têm condição de pagar uma dedicação veterinária.
Por isso que vários veterinários, nós temos vários aqui, receitam remédios informais para os animais.
Antibióticos. Antibióticos. Vários tipos de medicação são de uso humano, mas também servem para os
animais, porque o custo de um medicamento para a população é muito alto. E se a gente começar a falar, a
maioria das pessoas que têm pets em casa são pessoas de baixa renda, são pessoas de baixíssima renda que
cuidam. Acho que o Marcelo vai reconhecer, tem um rapaz no aeroporto de Santos Dumont que tem dois
pets, dois cachorros, o cachorro não larga ele em nenhum [ininteligível]. Eu já falei: quero e levo eles para a
minha casa. Eu boto uma caixinha, um pedacinho, faço tudo e mando eles para a minha casa em Joinville. O
cachorro [ininteligível], porque ele vende as coisas dele, consegue um recurso e a primeira situação dele é
cuidar dos animais. Os cachorros têm carteira de vacinação, são castrados, tudo, tudo, mas é morador de rua.
Uma legislação, e isso estou muito feliz de ouvir isso, de se criar uma legislação nacional que obrigue
municípios a realmente ter a consciência de que nós estamos tratando com seres vivos. E que muitos, e eu
tive vários, são mais humanos do que muitas gente que eu conheço. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada, Guilherme. Deputado Marcelo.

O SR. MARCELO (Deputado) – Eu prometi que eu ia tentar escutar as palavras, mas eu tenho um problema
que eu tenho que soltar. Daqui a pouco o deputado vai ter que voltar para o Leão me representando, mas só
para seguir, eu vou deixar meu cartão, meu contato para todo mundo, pedir minha inclusão no meu celular
também, Guilherme, que talvez possa ser tão operativo, mas acho que eu sempre gosto. Terceiro, eu acho
que a gente podia trazer essa discussão, porque sexta-feira para quem quer falar, geralmente a gente está nas
suas bases. Então, uma ideia que eu vou fazer, se você quiser, eu sou da agência pública na produção de

548
[ininteligível]. Minha sugestão do dia 16 de agosto é a gente ter uma entrevista de semana aqui. As duas
próximas semanas não devem ter sessão. Então, em termos de disponibilidade, a gente também convoca todo
mundo. Quinto, depois também, se você puder compartilhar, eu fiz uma [ininteligível] legislativa que eu chamo
de Secretaria de AJPET, para talvez fazer um pouco do modelo do AJPET no Brasil. O que eu fiz lá tem o ponto
de contar o próprio episódio da verdade, diferente de várias regionalidades. Isso não pode ter um problema
só no plano nacional. O que você tem feito aí é um sucesso. Sexto, eu acho que a gente tem aí a grande chance,
e eu acho que aqui tem muita gente na unida, não sei o que você tem feito de campanha, mas não é aquele
orçamento participativo. Para vocês terem uma ideia, esse sábado de junho eu estou colocando 200 mil
conferentes na rua do Rio de Janeiro. A gente posta e a gente... Assim, eu não vou me contentar e não passar
o cara que está com 16 mil. É a sexta-feira. Se a gente passar os 16 mil, a gente tem uma cifra. São preitos de
categoria, não são preitos de grama. Então, eu acho que a gente tem aí, você pode contar para todos os
deputados ou pessoal de escritores, para a gente avançar. Sétimo, é uma coisa que eu sugiro, eu acho que é
grande questão, para a gente avançar e ter certeza de ser informado até o final dos quatro anos, é bolar já
uma champanhe de atletismo de preços sem precisar de orçamento e que eu acho que o Ministério tem que
ter. Porque senão, eu acho que eu não vejo como a diluição de municípios e estados ser a melhor solução. A
gente tem que se concentrar nesse sentido, nessa estratégia. Na questão do orçamento, eu acho que
[ininteligível] são muito bem-vindos, mas eu não vou falar o número de casos, por exemplo. No Rio de Janeiro,
o Governador não vota duas vezes mais o orçamento do que eu tenho mesmo. Então, esse é o meu trato lá,
se tiver alguém para me votar aí, mas também no Rio de Janeiro, eu vou estar com a mão em movimento e
por isso que eu faço a castração. Então, acho que tem... Também acho que eu tenho que ter os dados, os
deputados também, porque, sei lá, eu vou estar me votando ali, mas acho que tem que sempre pensar assim,
por que [ininteligível] no Ministério e por que [ininteligível] na cidade? Isso é um grande desafio, quando você
fala para os deputados, que é uma questão da memória também, e saber o que está com a dificuldade. É 100%
animal, etc. Outra coisa que eu acho importantíssima que a gente conseguiu no Rio de Janeiro e aqui, em
torno geral, não conseguiu, é a gente tentar tornar, pelo menos na Polícia Nacional de Castração, colocar
dentro do orçamento da saúde. Não precisa ser executado pelo Ministério da Saúde, mas pode ser
centralizado pelo ambiente. Por quê? Porque o orçamento da saúde é obrigatório, metade do dinheiro é do
Saúde. Então, se a gente conseguir isso, isso tem que tornar o sentido. Porque, para mim, a Política Nacional
de Castração é a cultura de Zoonose e da saúde. Então, a [ininteligível] da saúde, para mim, não é chato,
porque a gente vai pegar uma fatia grande e queira dela, mas acho que a gente tem que pressionar também.
E, por fim, eu acho que, assim, duas últimas coisas. Eu acho que o modelo do Rio funciona também, porque a
gente licita aquilo que é privado e licita os testes homogêneos, e eu acho que isso dá uma distensionada do
que sair no Rio, porque, não sei se nacionalmente, mas no Rio tem dado certo. E acho que a gente precisa usar
as diversidades que é uma coisa que eu não faço, mas quero fazer no Rio de Janeiro. E, por fim, a gente está
voltando à reforma tributária. Ontem consegui ser livre. Eu sou presidente da Comissão de Cultura. Hoje, se
partir de lá para beneficiar a cultura, eu não consegui beneficiar os animais, mas também por quê? Eu acho
que, assim, você fazer uma ordem da ração, os hospitais por parte de lá, é muito difícil. Você [ininteligível]
esses casos, porque os setores estão salvando, acho que já alguns poucos, mas eu acho que o mínimo, que
agora vai ser a discussão do segundo semestre, eu acho que a gente tem que medir. Não adianta falar dez
pessoas na época da última tarde, porque a gente pode achar que a gente não sabe a força do animal, mas
não dá para competir com outros setores ainda. A gente tem dez, doze deputados à frente do ar, em 250, mas
a gente pode edificar, na questão da isenção, na dedução do imposto de serviços médicos, do bem-estar
animal, veterinários, do imposto de renda, que vai ser a discussão que começa no primeiro dia de agosto.
Então, basicamente, é isso. Vou colocar 100% da discussão, pedir mil desculpas, porque a [ininteligível]
continua sendo notada, e usem o seu celular. Quem quiser, no Rio de Janeiro, a igreja já está convidadíssima
para passar de dúvida, mas quem quiser ir lá conhecer, 100% da discussão, é só mandar um e-mail. Obrigado.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Antes de passar, vou pedir para ele sentar aqui. Quem está em casa,
não precisa aparecer na foto, gente. Deixa eu fechar o bucho aqui. Deu? (intervenção fora do microfone)

549
Gente, eu vou passar a palavra para a Edilene, que está transcrita, e a inscrição tinha que ser encerrada. Eu
vou deixar para mais falas, para parte da tarde. Porque eu ainda tenho a apresentação para a gente contar,
porque, se a gente vai retomar, a gente vai ter as novas inscrições à tarde.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, deixa eu só pedir uma gentileza. Tem bastante gente que,
às vezes, está deixando o microfone aberto, e a gente que está aqui em casa não consegue ouvir, porque está
dando muita interferência. E outra coisa, eu não sei como está... Não sei se sou só eu, mas eu estou com
bastante dificuldade de ouvir o que está sendo dito aí. Às vezes, está muito longe do microfone, e, às vezes,
está dando interferência, a gente não vê o rosto de quem está falando. Então, a gente está com bastante
dificuldade de ouvir por aqui. Se puder melhorar a qualidade do som, que chega a quem não está presencial,
eu acho que vai ser interessante. Eu agradeço. Está bom? Então, obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Melhor percepção aqui. Doutora, vocês estão... É todo som de todo
mundo. O meu vocês estão ouvindo bem?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – O seu está muito bom, mas quando as outras pessoas falam, parece
que está longe do microfone.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Então, a gente pode só falar com mais vontade e mais pertinho do
microfone, está bem? Para o pessoal tiver...

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Microfones abertos também.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Isso, tem vários microfones abertos, está interferindo bastante. O
último deputado, eu sei que falou coisas interessantes, mas a maior parte que chegou no meu ouvido foi
barulho, não foi exatamente a fala dele.

A SR.ª DARANA – Vanessa, é a Darana. Então, eu percebo que acho que tem microfones aí da sala que ficam
abertos também, que isso está interferindo na qualidade do áudio e atrapalha a pessoa que está com a palavra
aí no presencial, por isso que a gente fica com essa dificuldade em casa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vamos tentar aqui. Você se sinaliza. A gente já viu aqui, todo mundo
com o microfone fechado e aí a gente vai... A última fala agora é da Edilene e depois é um pouco a
apresentação para a gente ir para o intervalo e a gente volta às discussões à tarde. Então, é Edilene.

A SR.ª EDILENE – Bom dia a todos. Meu nome é Edilene. Estou como subsecretária de produção [ininteligível]
do Distrito Federal.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Está um pouco baixo. Está um pouco baixo.

A SR.ª EDILENE – Está baixo?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É, por favor.

A SR.ª EDILENE – Melhorou? Olá, melhorou?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Melhorou. Agora melhorou.

A SR.ª EDILENE – Então, eu vou me apresentar novamente. Meu nome é Edilene, eu estou como subsecretária
de proteção animal do Distrito Federal, representando a Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal. Eu

550
só quero fazer uma observação em relação à pesquisa que a Vanessa comentou sobre animais castrados ou
não. Hoje, a Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal, por meio da subsecretaria, nós lançamos uma
pesquisa com a mesma didática no sentido de saber quantos animais existem no Distrito Federal, quantos
estão castrados ou não, vacinados ou não, vacina antirrábica e vermifugados ou não. Desses também, se eles
moram em apartamento, casa, vida livre, se as pessoas costumeiramente dão alimento aos animais, mas o
que acontece? A pesquisa é ótima. Ela está disponível para a população do Distrito Federal. Porém, nós temos
quase 3 milhões de habitantes no DF. O alcance da pesquisa é o fator que mais dificulta porque as pessoas
normalmente não respondem. Hoje, a gente não conseguiu alcançar nem mil respostas. Então, ela é
superinteressante. Quando é que a gente vai conseguir realmente chegar na população que mais necessita
para poder castrar, em especial, os animais nas regiões administrativas mais carentes, mas para chegar nessa
população, as pessoas olham e falam: Ah não. É dois minutinhos de resposta. As pessoas normalmente não
fazem. Então, a pesquisa é superinteressante. Eu acho que com a participação do Ministério da Saúde a gente
vai ter uma amplitude maior, mas para chegar mesmo na ponta é que realmente é o fator que mais dificulta.
Então, acho que a gente precisa pensar em como levar para a pontinha para a pessoa que vai para a Zona
Rural. Isso eu ainda não consegui trabalhar aqui no DF. A minha contribuição à pesquisa está disponível. Se
vocês quiserem, depois eu coloco o link no grupo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – É muito importante e já faça a convocação para você participar do
pilar que vai ter a pesquisa. Lá no chamado, que tem o grupo, lá você identifica qual grupo você quer participar.
É fundamental a sua participação nessa frente. Gente, eu vou interromper as falas agora para a gente seguir
o cronograma. Eu vou fazer a apresentação então, assim, do que são os eixos fundamentais dessa ideia da
construção do Programa Nacional de Manejo Populacional Éticos de Cães e Gatos. Não é o programa. O
programa vai ser construído por essa audiência, juntos. Não tem nada fechado, aqui são aqueles eixos
fundamentais. Alguém ajuda a fechar aí. Obrigada. Então, aqui são ideias e para que a gente possa ter como
eixo os norteadores, quando a gente for levar para as reuniões temáticas, para a gente ter essa perspectiva.
Bom, eu vou falar de onde nós estamos, da situação atual hoje, de como que é executado as ações de manejo
populacional pelo Ministério do Meio Ambiente e para onde a gente quer caminhar. Bom, esse aqui é o mapa
das transferências. Hoje, o que a gente tinha até a gestão passada? A gente tinha uma coordenação de
proteção e defesa animal. Era uma coordenação especificamente voltada para cães e gatos. E ela funcionava
basicamente com transferências voluntárias, as emendas parlamentares. Essa é a ação orçamentária 2087.
Nos anos de 2021 e 2022, foram feitos, aqui pelo Ministério do Mediante, 145 instrumentos de repasse, essas
transferências voluntárias, esses instrumentos de convênio, para 19 estados. Aqui tem o mapa, esses
laranjinhas pequenininhas é onde estava. Quem trabalha em gestão pública, sabe o que são as dificuldades
de você fazer um convênio. Para cada convênio desse, você vai exigir um analista que às vezes vai ficar 2, 3,
às vezes 4 anos com esse processo desde a análise, a direção, a liberação, a execução e a prestação de contas.
Às vezes há uma emenda, não sei, 100 mil reais, que não vai pagar, às vezes não paga o salário dos
funcionários, dos servidores envolvidos naquela análise, naquele período todo. Isso quando você consegue
executar. Executando ou não executando, o trabalho vai ser o mesmo. Você pode ter todo o trabalho para lá
no final o Estado falar que não consegue executar, que não devolve dinheiro. Pode acontecer isso também.
Então, a gente tem essa situação de que, mesmo com todos esses esforços, e eu reconheço que é importante
a gente ter as emendas parlamentares, porque se ela estiver vinculada a uma política de forma desordenada,
ela não taca nem o sol para prender. Então, hoje, a gente tem esses 145 instrumentos, se eu não repetir em
nenhuma cidade, e tem algumas que repetem, eu alcançaria em tese 2,6%, 2,6%, nem 3% dos municípios
brasileiros. Mesmo com todos esses esforços, que hoje, ele compromete 100% da força de trabalho do DPDA,
está comprometido com o controle desses convênios. E eu falo para vocês que a gente está assim. A
capacidade de trabalho e de analisar novas emendas já está colapsando. A gente não consegue dar resposta
de análise de novos convênios. Então, até dia 13, a gente está chamando uma reunião exclusiva com as
assessorias de [ininteligível] dos parlamentares para gente tentar ver uma estratégia. Que a ideia é a gente
sair dessa ótica pulverizada e conseguir liberar as emendas. Como que a gente vai liberar de uma forma que
faça um convênio, que atenda todos os parlamentares? Para gente conseguir dar vazão a essa demanda de
chegar, enquanto a gente trabalha na construção da política, e a gente maximizar esses resultados. Então,

551
essa do dia 13 é super importante também, se vocês puderem participar. Então, gente, o que a gente tem
aqui? Desses 145 instrumentos, desses 145 instrumentos, de 2021 a 2022, 79 foram Castramóveis. Só que,
desses 79, até agora, apenas 19, efetivamente, foram entregues. Por quê? Pelo tempo. Licitação, juntar, fazer,
comprar o veículo. Beleza. E aí vai passando o tempo e o que acontece? Essa semana dois municípios
devolveram o dinheiro. Não vão fazer mais não, porque esse dinheiro já não dá mais para comprar o veículo.
Não vai conseguir comprar. Ou seja, a gente consumiu toda uma força de trabalho do Estado, que ficou aí dois
anos trabalhando nesse convênio, e o município chegou no final e falou que não conseguiu executar.
Desperdiçou a emenda do parlamentar, que o parlamentar podia ter aplicado em outro. A pessoa não viu o
cheiro desse Castramóvel. E outra, dos castramóveis e prévios, a gente tem várias notícias de Castramóvel que
está encostado na garagem do município. Por quê? Castramóvel sozinho não é política. Para dar o
Castramóvel, tem que ter a política. Tem que ter a previsão orçamentária da gasolina, do motorista, do
veterinário, do recepcionista que vai agendar essa castração. Então, só o Castramóvel ir lá, vai ser jogar
dinheiro fora. Então, é um outro passo que a gente vai fazer agora. A gente vai fazer um questionamento de
saber, desses 19 que efetivamente foram efeitos, quantos que estão nas ruas realmente realizando a
castração. A gente ainda não tem esse levantamento. Beleza. Quatro foram para os centros cirúrgicos, ou seja,
o município tinha ali um local e aí comprou equipamento para montar o centro cirúrgico. Alguns instrumentos
para insumo, que é outra coisa que a gente vai ter que discutir, porque a gente tem problema com a questão
da prestação de contas, com a questão de insumo. [ininteligível], você compra a ração, amanhã o cagado
comeu, no outro dia já virou, já foi como diz, para o ralo, literalmente esse dinheiro público, e você fica quatro
anos pagando e sem mesmo. E a gente está tendo problema com essa prestação de contas e problemas de
ordem jurídica da gente manter esse negócio de insumo. Então, é outra coisa que a gente vai ser pauta para
gente ver alternativas. E a questão de 37 instrumentos de serviço de castração, que é o que efetivamente mais
rápido vem no Estado, que é o modelo do Ibram, que faz um edital, contrata quem adere aquele edital, vai lá
e realiza o serviço de castração. São 37 instrumentos, mas da forma que foi feito, a gente não tinha, a gente
operava na ótica do município, a ONG, ele que entregava o seu plano de trabalhar: Ah, com esse dinheiro
conseguia fazer tantas castrações, porque é o preço local. Mas ele não vinha atrapalhado a uma política do
município, não vinha atrapalhado por quem tinha uma política nacional, esses instrumentos de tomada, de
preço, que dava para você baratear, e olha o resultado que ínfimo. Isso aqui, 15 mil castração, eu acho que a
Ana sozinha já fez. Então, 15 mil cães, 18 mil castrados, de 2021 até 2022, envolvendo 6.482.000 em emendas.
É ínfimo. Ou seja, isso dá para gente, esses resultados dão para dizer que não existia política realmente,
efetivamente. E que a gente tem que se debruçar para esses dados e falar: “Olha, daqui que nós estamos
partindo para onde a gente quer chegar.” Das emendas indicadas, todo mundo fala assim, e é muito noticiado
que a coordenação que tinha de cães e gatos foi a que mais é a segunda que mais recebia emendas
parlamentares aqui no MMA. De fato, era a que mais tinha indicação de emendas parlamentares. Só que não
é o que mais executa, 2021 foram indicadas 24 milhões em emendas parlamentares, só conseguiu ser
realmente celebrados 8 milhões. Ou seja, o parlamentar perdeu oportunidade de aplicar esse dinheiro.
Quando comprou [ininteligível], tem parlamentar que não foi nem reeleito, não vai nem pagar esse
gastronomia. Quando, se chegar, se entregue. Porque tem município que já está desistindo, que não vai dar
conta de comprar. E em 2022, de 20 milhões que foram indicados, só 4 milhões foram celebrados. Isso por
vários motivos, ou indica para ONG que às vezes não tem a capacidade técnica de comprovar, de apresentar
documentação, não tem aquele preparo. Indica para o município que o município não tem o plano que é
necessário, esbarra por várias questões. Desde a técnica, desde as orçamentáveis, que é coisa que a gente vai
ter que se debruçar para realmente pensar. O que a gente quer fazer? A gente quer fazer de forma que a gente
está celebrando? Ah, muito fácil eu falar 24 milhões, mas está, o que que realmente chegou na ponta? O que
que virou de castração? É isso que interessa. E aí, é o que a gente quer lançar. A gente quer sair, então, de um
sistema de conta gotas, para gente realmente apresentar para sociedade a inauguração de um programa
nacional de manejo populacional de cães e gatos, em que a castração seja um elemento. E aí, quando a
cachorrinha resistência nessa foto, eu acho que é emblemático. Quando a cachorrinha resistência subiu a
rampa do planalto, eu falo que comunicação, a gente fala de várias formas. A gente faz comunicação escrita,
falada, mas comunicação também é com gestos. E esse gesto, para mim, é muito claro, que ali a gente também
está dizendo que os animais vão ter que ser prioridade, porque é uma reivindicação social. E eu acho que a

552
gente está aqui, nessa audiência hoje, em busca de ir atrás dessa promessa que está expressa nessa foto. A
questão de que nos anima, que o departamento foi criado, e a gente teve a remodelagem, foi criado o
departamento pelas mãos da ministra, no GT de transição. E essa fala, muito importante nessa fala dela: “A
humanidade vai cada vez mais abrir os horizontes de como pensar a vida, não apenas na perspectiva
topocêntrica, mas de todas as formas de vida, de todas as formas de existência. Quando a gente pensa a defesa
da vida, a gente tem que pensar também nos direitos dos animais, do mesmo jeito que existem os direitos
humanos, são os direitos dos animais. Pois os animais somos todos nós.” Isso aqui foi a ministra Marina, em
dezembro de 2022. O maior evento durante o governo de transição foi o evento realizado pelos direitos
animais. E, com certeza, deu força para a gente consolidar a criação do departamento. Assim como, com base
nessa audiência, nessa reunião, nas reuniões temáticas que se seguirão. E tem esperança que a gente vai
realizar um grande seminário, com o potencial de ter uma sala de mil, dez mil pessoas, vai fortalecer também
a criação do plano. Essa foto aqui foi a mais curtida de todos os tempos, do perfil do presidente e da Janja,
eles fizeram um [ininteligível] no dia 14 de março, Dia dos Animais, com Resistência e Pérez, a outra
cachorrinha, a resistência mais famosa que foi resgatada lá em um acampamento. Para simbolizar esse dia
nacional dos animais e reforçar nosso compromisso pelos direitos de todos os animais de combater o
abandono e maus tratos. Então, é uma fala que nos enche de esperança em que, quando a gente desenhar,
fizer um desenho desse plano, a gente vai ter uma [ininteligível]. A gente vai ter oportunidade de ter a gente
presente, sabendo de todas as situações. Porque quando a gente fala de orçamento, orçamento é um só, é
um caixa só, que ali está a saúde, educação, segurança e agora a gente quer que estejam os animais também.
E a capacidade vai depender do que a gente conseguir mobilizar de estados, de municípios, de prefeitos, de
vereadores. Nós realizamos no começo do ano um fórum com a participação de 300 vereadores, sinalizando
vereadores animalistas. Então, essas instâncias vão ser construídas assim, com reuniões como hoje.
Fundamentos, a gente tem a lei 13.426, que instituiu a política de controle de natalidade de cães e gatos, e
essa política efetivamente nunca foi regulamentada. Então, é isso que a gente está aqui buscando, a
regulamentação dessa lei, que ela institui a política com base em estudo das localidades prioritárias, ou seja,
o censo animal, tratamento prioritário aos animais em vulnerabilidade, ou pertencentes à baixa renda, ou
seja, todo esse movimento. Quantos desses animais foram de animais vulneráveis? Espação de rua, estruturas
de baixa renda. Esse é o nosso público. Por que a gente quer? Não, porque está na lei. Tem uma lei que diz
para o público. E está aqui. Campanhas educativas sobre guarda responsável. Está na lei. Então, o programa
que a gente vai se debruçar para fazer esse desenho, precisa estar caminhando junto com esses fundamentos.
A gente tem a portaria do MMA, que institui a Agenda Nacional de Proteção e Defesa de Cães e Gatos, que
com seis eixos orientadores, o controle populacional de cães e gatos, atenção médica veterinária e educação
sobre guarda responsável e bem-estar animal. O decreto 11.349, que foi o decreto que reuniu o Ministério do
Meio Ambiente e criou o Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais em que um dos artigos
fala que compete ao departamento promover programas e projetos para o controle populacional ético de
Cães e Gatos. Trabalhando aí, atuando na elaboração dessas diretrizes e trabalhando como o órgão que vai
fomentar essas políticas em todo o território. Então a gente tem esse respaldo também. E aí foi até
interessante o que o deputado falou, né, da questão da gente puxar o orçamento da saúde. A gente já está lá
no projeto de lei da [ininteligível], a gente está com umas sugestões de ajustes de preço, vou até passar para
você também, porque aqui ele está com situações excepcionais. Vamos dizer que são excepcionais? Só isso.
Só isso. Só isso. Está bem? E aí, para ser regra, para ser regra, né, dá para gente trabalhar isso. Bom, onde
estamos? Brasil tem hoje 54 milhões de cães, 24 milhões de gatos, e se a gente cruzar os braços ou continuar
trabalhando de forma desarticulada, porque tem muita ação, gente, mas a gente precisa trabalhar de forma
articulada. União, estados, municípios. Se a gente continuar do jeito que está até 2030, vão ser 26% a mais,
vão ser 112 milhões de animais. Claro, ferindo aí os direitos desses próprios animais, mas também se tornando
um problema de saúde humana, pelas Zoonoses, um problema ambiental, né, um problema de saúde humana,
de saúde única. Eu... A gente sempre se esquece, né, cães e gatos, eles comem o quê? Que o gato, eles comem
outros animais em forma de nação. Olha que interessante, a gente sempre esquece. E os cães e gatos, eles
acabam tendo impacto, inclusive, na questão climática, com a questão pecuária. Então, por isso que a gente
está aqui no meio ambiente também. Ele também tem essa pressão climática, e a emergência climática não é
uma brincadeira, ela desrespeita a vida de cada um e cada uma daqui. Não tem pesquisa brasileira, mas tem

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uma pesquisa norte-americana que mostra que se você pegasse a população de cães e gatos norte-americanos
e criasse um país hipotético, essa população seria a quinta maior consumidora de carne do mundo. Olha que
interessante. O que isso representa de pressão no desmatamento, na pecuária. Então, como que a gente faz?
É o controle populacional ético. A gente não quer muitos animais, a gente quer que os nossos animais vivam
mais e melhores, se alimentando bem, a gente tem a média populacional, e isso foi na aula da professora Liz,
a média de três anos e meio de vida. Ou seja, aí você castra um animal hoje, você gasta um dinheiro na
castração daqui, daqui a pouco ele já morreu, já foi substituído por outro filhote. Pode ser isso, a gente precisa
que o nosso animal viva mais, melhor, bem cuidado, com assistência veterinária, com assistência de saúde,
para que a gente possa fazer esse manejo adequado. Aqui no meio ambiente, o nosso programa de manejo
populacional ético, ele vai constar, no plano plurianual, de dois programas. A gente tem seis programas aqui
no meio ambiente, a gente vai estar dialogando especialmente com a produção e a reparação da
biodiversidade, e a gente tem colegas aqui do MMA que trabalham nessa linha de frente, e a questão da
qualidade ambiental nas cidades e nos campos. Então são os dois programas que a gente dialoga com todos,
mas está mais voltado com esses dois aqui. Então a gente tem o respaldo de estar dentro desses dois
programas. A questão das justificativas para intervenção, nem preciso me alongar aqui, é tudo isso que a gente
já falou. Bem lembrado também o deputado, ele falou da questão da reivindicação social, e aí eu queria
compartilhar com vocês. Um pouquinho, gente. Gente, o que nós temos agora? E nós estamos com uma
audiência de 140 representantes dos estados e municípios. O governo federal, ele abriu uma consulta na
plataforma Brasil Participativo para saber quais são as prioridades das pessoas no planejamento do governo
nos próximos quatro anos, é o PPA participativo. E ali, as pessoas têm possibilidade de votar em até três
propostas. E a gente está pedindo, foi em trabalho junto com as entidades, com os movimentos sociais, a
priorização de algumas propostas. E a primeira que a gente colocou aqui no topo, e aí se vocês digitarem, a
gente vai colocar o link lá no chat, que é o link que vai direto para cá, olha, esse link aqui, está vendo? Link
aqui embaixo pelos animais. Se alguém puder copiar e colocar lá no chat, gente, o pessoal do MMA tem o link.
Você clica, aí ele vai cair aqui. Aí, por exemplo, a Política Nacional de Controle Populacional de Cães e Gatos,
ela está entre as dez mais votadas de um total de mais de cinco mil propostas cadastradas, então, assim,
13.762. As cinco propostas mais votadas, elas vão ser entregues nas mãos direto do presidente Lula. E aí tem
aqui o nosso amigo Carlos, que ele também vai entregar para a companheira lá do Estado, a nossa ministra
Simone Tebet, teve conversando com ela há uns três semanas atrás, e quando terminar essa votação, ele vai
entregar pessoalmente também para ela. Porque se você for olhar aquele link, eu tenho aqui na casa dele. A
gente conta com você. Para isso, coloca lá a bicharada toda na frente para entregar lá. Vai ser ótimo. Ó, se eu
coloco aqui as mais votadas, foi aquilo que o deputado falou, as primeiras são pautas corporativas, são
carreira, salário, piso de enfermagem, está vendo? 56 mil votos. Volta para caramba, gente, mas a gente tem
condições de puxar isso aqui. As cinco mais votadas, elas vão ser entregues na mão do presidente de Lula, mas
ele vai ver que é tudo pauta corporativa. Aí você vai andando, vai andando aqui. A nossa estava em nono, está
em décimo agora. Não podemos perder, porque perdeu para o auxílio alimentação, também é pauta
corporativa. Se você for olhar de pautas de interesses coletivos e difusos, a nossa é a primeira. 13.763 votos.
Só que a gente tem que especificar isso aqui, gente. Por exemplo, os médicos veterinários, a gente tem 145
médicos veterinários, 158 mil ou mil, imagina mandar um e-mail para todos os médicos veterinários. Os
médicos veterinários também a gente tem esse programa, pedindo para eles votarem. A gente tem potencial
de ficar entre essas cinco, porque ela vai direto para mão do presidente Lula e todos os parlamentares. Olha
a popularidade do deputado Queiroz. Ele fez um vídeo ensinando ele passo a passo como voto e todos os
parlamentares da frente fazem isso.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Eu estou voltando para o Rio hoje exatamente para organizar uma ação
de [ininteligível] lá no Estado para gente divulgar e pedir o voto mesmo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – É até dia 14, gente. Já está acabando. Então, assim, quem tiver e-
mail de mala direta, pessoal famoso, quem for amiga desses pessoal que gostam da proteção animal, artistas,
se o conselho puder mandar para todos os filiados, OAB, mandar para todos os advogados animalistas para
gente ter para cima. Porque, gente, vai ser um surto, eles já tão sabendo que é a primeira pauta mais votada

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de interesses coletivos e difusos, mas imagina mesmo com a pauta corporativa, a gente fica para cima. Isso
fortalece, gente. Ele dá legitimidade porque, assim, o governo presidencial é um governo democrático, ele vai
trabalhar em cima de processos democráticos. E essa legislação é aquilo que a gente precisa dar para ele para
responder, criar o programa, direcionar o orçamento. Então, ia ser muito importante se a gente pudesse
contar com essa... Eu vou compartilhar aqui, gente. Vocês compartilharam aqui no chat? Então, nesse link
free, ele cai para todas as propostas. Agora, se puderem focar especialmente nessa política nacional de
controle populacional de cães e gatos, é muito importante. E aí, é o seguinte, dentro do ministério, também
os Ministros têm que dar a resposta, dizendo o que que vai fazer com as cinco propostas mais votadas dentro
do ministério. E dentro do ministério do Meio Ambiente, essa é a mais votada. Então, assim, minimamente
aqui dentro do ministério, a gente vai ter que dar uma resposta oficial sobre isso. E aí, a gente espera, no
seminário do dia 31, a gente trazer, inclusive, o autor da proposta para vir aqui e a gente fazer essa solenidade.
Deixa eu ver que tenho que compartilhar aqui. Aí, voltando aqui para o PDF. Bom, então, são as justificativas,
né, reivindicação social, família dos pets, 61% das famílias hoje não consideram cão e gato como cão e gato, é
mesmo cão e família. A gente não decide mais: ah, separou, quem comprou esse gato? Antigamente era assim,
né, quem comprou esse cachorro? Agora não, vai para vara de família para saber guarda compartilhada,
pagamentos de pensão, dia de visita, é um membro da família, né? Então, toda essa, a questão da fauna
silvestre, a preservação ambiental, saúde única, todos os impactos socioeconômicos, tudo isso está
relacionado. Aqui eu já falei, né, essa questão da votação, aqui está o link, então isso aqui, gente, é muito
importante. A gente está com essa audiência qualificada, cada um e cada uma aqui tem pelo menos mil
contatos de celulares. Não, sem brincadeira, mil contatos, assim, de pessoas que você tem salvo. Nem que
você passe o final de semana encaminhando um por um, porque em grupo também ninguém volta. Gente, a
gente tem condições de encaminhar aqui para sempre 145 mil contatos, se for coisa pessoal, se não está, né?
Então, assim, vamos fortalecer isso aí. Eixos prioritários, gente, para gente, para a gente, quando a gente for
fazer essas rodadas técnicas, e a gente vai se debruçar nas reuniões técnicas, já no começo dessa tarde, e
depois nas três reuniões subsequentes. A gente precisa ter em vista aqui o que está na lei, que é o estudo das
localidades prioritárias, ou seja, o Censo animal, o levantamento do quantitativo dos animais a serem
esterilizados. Não adianta, eu, por exemplo, a gente tem que fazer, recusar planos de trabalho, é melhor
colocar entre aspas, porque a pessoa escreve de qualquer jeito e manda. Que a pessoa fala assim: ah, está
bem, eu recebi dinheiro para fazer 100 castrações. Eu vou fazer três castrações esse mês, dois meses que vem.
Isso e nada é a mesma coisa, porque a gente tem critérios científicos, a gente tem fórmula científica para me
dizer qual é a percentual que eu tenho que castrar para que aquela política faça qualquer efeito. Senão, ou a
gente segue esses critérios científicos, ou não gastar qualquer dinheiro é a mesma coisa, porque você tem a
taxa de repopulação desses animais. Então, a gente tem que trabalhar com ciência, com levantamento do
quantitativo, aqui tem tantos, tantos que estão sem castrar, e eu tenho que castrar o percentual X, ou eu vou
estar jogando dinheiro do contribuinte fora, a gente tem critérios científicos para isso. E a gente precisa demais
do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que tem esses estudos, que tem esses dados, e que vai saber
direcionar como a gente vai chegar a essa fórmula. O tratamento prioritário dos animais de baixa renda, gente,
é o nosso público, é o nosso público, que é quem não tem condições de pegar um serviço particular. O
tratamento prioritário das comunidades vulneráveis, circunstância de unidades de conservação, das
comunidades tradicionais. No início do ano, juntamente com o Fórum Animal e com o GRAD, a gente teve, e
aí eu vi que tinha um representante de Roraima aqui, de uma universidade de Roraima. A gente teve entrada
em território Yanomami. A quantidade de cães e gatos em território Yanomami numa biodiversidade já
fragilizada, pessoas já foram utilizadas e aqueles animais sem qualquer controle populacional e sem qualquer
atendimento médico. Então, isso é muito sério. Eixos prioritários com maus-tratos [ininteligível] e educação e
a guarda responsável. Então, isso é o que a gente precisa ter em mente quando a gente for trabalhar e se
debruçar nesse programa. Gente, esse mapa aqui é super importante, esse mapa aqui é o nosso cliente, é o
nosso público. Esse mapa aqui é o mapa do Bolsa Família, a gente tem 21 milhões de famílias cadastradas nos
programas de assistência social. Para a gente, é muito importante que a gente consiga vincular um programa
com atendimento prioritário ao CadÚnico. A pessoa beneficiária do CadÚnico, ela ganha uma pontuação que
vai deixar ela prioritária nesse atendimento. Porque aí a gente vai estar conseguindo atender esse público
aqui, essas famílias que estão em estado de vulnerabilidade. E aí, a questão de que vai ser um trabalho, precisa

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ser um trabalho, precisa ser um trabalho de união estados e municípios, em que cada um dá uma
contrapartida. Então, por exemplo, ah, a União, a gente vai ter o repasse da União para fazer de X castrações.
Qual é a contrapartida do estado? Qual é a contrapartida dos municípios? Tem que ter ali o programa de
combate aos maus-tratos e abandono. Tem que fazer a capacitação de gestores. E aí o coletivo, o Instituto de
Medicina de Coletivo Veterinário, tem um curso muito bacana, junto com o Plano e Vida, em Minas Gerais,
que a gente espera desenhar algo parecido para a gente fazer a capacitação de todos os gestores municipais,
capacitar os gestores de como eles vão fazer os planos municipais. Que ali ele vai aprender a fazer o
diagnóstico de situação animal, ele vai aprender a fazer o Censo, ele vai aprender quais são as leis que ele
precisa ter aprovado. Para quê? Para ele poder fazer a gestão da proteção animal no município. Senão não
adianta chegar, não adianta mandar 10 milhões para o município do que não vai... Aquele dinheiro não vai ser
bem aplicado, não vai resolver o problema dele, se ele não tiver essa capacitação. E a gente quer fazer essa
capacitação aqui pelo MMA e é coisa que vai estar dentro da discussão desses grupos técnicos. A questão da
gente ter o médico veterinário responsável por esse programa, a questão dos protocolos de atendimento em
casos de maus-tratos. A gente está falando da cadeia de custódia, o que faz com esse animal? A questão do
protocolo para a questão de acumulação de animais. E a gente tem muita experiência, o Conselho tem
diretrizes sobre isso. Minas já tem trabalhos publicados sobre isso, a gente precisa consolidar isso tudo em
diretrizes nacionais. E aí alguém falou: ah, lei para obrigar o município. Não tem. A gente é de uma federação,
a federação os entes são em sua autonomia. O que a gente pode fazer é construir as diretrizes e falar para o
Estado e para o município falar assim: Olha, você quer participar do programa? Você quer ter acesso a
recursos? Tem que seguir as diretrizes. Aí sim, é opcional. O Estado e o município, eles aderem, aí no que ele
adere, ele sabe que tem que seguir aquelas diretrizes. Não tem como eu impor, mas tem como a gente colocar
as diretrizes e o Estado que quiser participar, ele adere. A questão do SICAD. Gente, a gente sabe que tem
alguns Estados que já tem algumas experiências de registro de animais em Rio, Minas, acho que em Paraná
tem também alguma coisa. O que falta? A gente falta ter um controle, um sistema nacional em que seja
acessível para todos os Estados, para todos os municípios, que a gente possa fornecer esse sistema de forma
descentralizada. Não é que o Ministério vai ficar, o pessoal vai ficar, diz que é animal, você liga e cadastra o
seu, a gente não vai ter isso. A gente fornece, desenvolve o sistema, fornece para o município, o município
cadastra os seus parceiros. Então, por exemplo, ah, o município pode cadastrar os hospitais veterinários, as
clínicas veterinárias, os agentes de endemia, as universidades, o município que decide quem vai ser os
parceiros que vai ficar cadastrado ali para alimentar esse sistema. As pessoas entram e cadastram, como se
fosse um aplicativo. Ah, eu sou tutor desse animal aqui, eu vou lá e cadastro o meu gato e gato e cadastro o
meu gato. Cadastro o meu gato e cadastro o meu cachorro e indico se ele está cadastrado ou não. Aquilo dali
vai gerar dados para o município olhar e direcionar sua política pública. Ele vai saber: olha, nesse município
aqui eu tenho um problema de superpopulação de gato. Nesse bairro aqui, ele me indica tantos animais sem
castrar. E aí eu começo a fazer depois, num segundo momento, cruzamentos de gatos com a saúde. Se eu sei
que nesse bairro aqui eu tenho uma população X de gatos sem castrar e ali começa a ter problema de
Espalotripose, eu já começo a entender a correlação, eu já começo a direcionar políticas públicas. Então, para
a gente, o desenvolvimento desse Cad aqui é um eixo fundamental para a gente começar a gerir, fazer a gestão
do manejo populacional de gatos e gatos. Qual vai ser o interesse da pessoa em alimentar isso aqui? Ela vai
ter a expectativa da castração, ela sabe que ela, colocando o animal, o registro dela aqui, ela vai ficar no banco
de dados que vai estar informando para o município, para o estado, que aquele animal precisa ser castrado.
Vai gerar o RG animal, entendeu? Que é outra coisa que tem a expectativa, porque só quer ter o RG do animal.
E para o estado? E para o município? Por que ele vai ter o interesse em fazer a campanha, de repente ele
pegar e ir para o tablet de casa em casa pedindo para as pessoas fazerem o cadastro? Porque ele vai ter acesso
a recursos do programa a partir dos dados que estiverem alimentados ali. A gente vai saber que aquele
município tem x animais que precisam ser castrados. Então, vai ser interesse do município também ter esses
animais cadastrados. E a partir daquilo dali, a gente pode pensar, a gente vai gerando indicativos que vai
fortalecer o nosso estudo do orçamento. Porque uma coisa vai chegar hoje e falar assim: ah, eu tenho 54
milhões de pães e 24 milhões de gatos. Está bem, e aí? O que você quer com isso aí? Eu não sei quem está
castrado, não sei quem está vacinado, eu preciso gerar dados. E o SICAD vai começar a gerar dados, para a
gente poder reivindicar o orçamento, que aí foi o que o foi o Rodrigo falou, a gente precisa de orçamento. Sim,

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mas a gente vai ter força para disputar o orçamento a hora que a gente tiver dados sobre isso. E o SICAD para
a gente é fundamental nisso. E sem contar que no SICAD a gente vai conseguir fazer esse vínculo mostrando
quem é o tutor que tem o que é do CadÚnico. Então eu já consigo nivelar esse programa para ele sinalizar
uma prioridade de atendimento naquele município, né? Então isso aqui é uma coisa e aí o que que é
importante? A gente trazer para a nossa reunião técnica, essas experiências. Ah, eu conheço a experiência do
[ininteligível]. Importante a gente trazer o gestor desse, a experiência de Minas, a experiência do Paraná. Até
para a gente pensar depois: ah, quais são os campos em comum? Poxa, ah, aqui eu faço desse jeito, aqui eu
faço desse jeito. Ah, vamos tirar então o modelo nacional e aí depois a gente dialogar em como que a gente
vai pegar os dados que já estão no Rio e alimentar aqui no SICAD? Como que a gente pega os dados de Minas
e joga aqui para dentro? A gente tem um cadastro nacional, realmente, né? Gente, como que a gente vai
financiar isso? Ah, a gente precisa, a gente tem alguns caminhos. A gente tem alguns caminhos, claro, a gente
vai atrás de dotações orçamentárias da União e todo esse movimento de priorizar e de produzir dados vai
fortalecer esse nosso, essa nossa caminhada. A questão, aqui a gente colocou esse nome, ele é meramente
ilustrativo, porque esse fundo não existe. Ou a gente pode ir atrás de criar e aí a gente ir atrás da bancada
animalista para apresentar um projeto de lei ou a gente pode trabalhar em alterar o texto de algum fundo que
já existe para incluir uma rubrica de direitos animais. E aí dia 13 na rodada nacional a gente pode dar uma
conversada para a gente afinar isso com a bancada. Por quê? Esse fundo viria os valores de condenações
judiciais, de multas, de indenização, Ministério Público, Ministério Público faz os TACs, faz a condenação e vai
tudo para lá. E você tendo um fundo que é específico para isso, você tem o estímulo de estar fazendo esses
valores. As doações realizadas por próprias pessoas físicas e jurídicas, tanto nacionais quanto estrangeiras, a
gente tem uma série de acesso a fundos internacionais, mas a gente precisa compor a nossa rubrica para estar
recebendo esses valores. E uma coisa, gente, que está me deixando muito empolgada, tem gente que não
gosta que a gente faça vinculação com a questão ambiental: Ah, tem que ser só pelos direitos animais. Gente,
para quem gosta dos animais, você não precisa de justificativa nenhuma, não precisa nem dessa manhã aqui,
a gente entende a importância de cuidar dos animais. Só que quando a gente está fazendo a discussão de
Estado, e numa discussão de Estado, a gente tem que começar, inclusive, porque não está nem aí para animais.
A gente vai estar disputando [ininteligível], então a gente tem que ter argumentos técnicos e argumentos que
mostrem a importância disso para o conjunto da sociedade. E quando a gente considera a questão do impacto
ambiental da população de cães e gatos, é nesse sentido de mostrar que essa discussão também é importante
para a vida humana. A emergência ambiental, inclusive, está na reforma tributária que foi aprovada, a questão
ambiental está na reforma tributária, porque está em jogo a vida de todo mundo. Então, por isso que a gente
faz esse debate. A gente tem a média de emissão de carbono de aproximadamente 770 quilos de CO2 por ano
por cão, os mais magrinhos, uns parrudinhos gordos, igual temos lá em casa, acho que puxa um pouquinho
essa média para cima. Gato, eu tenho uns gatos que parecem uns porcos, os bichinhos lá de casa. Eu vou brigar
com ele falando que eu tenho que regrar a ração, mas eu não consigo, eu sou frouxa. 310 quilos de CO2 por
ano por gato, se você for juntar toda a população, isso significa que a emissão dos cães e gatos no Brasil dá 49
milhões de toneladas de CO2 por ano. Se a gente não fizer nada e essa curva se concretizar, e a gente chegar
a 112 milhões de animais até 2030, 2030 é o marco dos compromissos dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável. Se a gente extrapolar 1,5 graus e subir a temperatura da Terra até 2015, colapsou. Então todos
os esforços são feitos para a gente não extrapolar essa curva e que a gente vai dar contribuição aos direitos
animais, aos direitos animais contribuindo para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a gente tem
que incorporar essa defesa em toda a nossa pauta. Se a gente não adotar, então, um manejo, um programa
articulado no Estado dos Municípios, a gente vai chegar a 66 milhões de toneladas de CO2 por ano. E aí que
está a preocupação, mas a beleza e a oportunidade também. A gente está discutindo a regulamentação do
crédito de carbono e esses 17 milhões de toneladas de carbono por ano, que a gente deixaria de emitir até
2030, ele teria o potencial de gerar um valor de 1,1 bilhão de dólares no mercado de carbono. É dinheiro que
daria para a gente financiar o próprio programa, ou seja, o programa ele se paga. Dependendo de como a
gente construir aqui, e é por isso que é importante essa audiência tão qualificada, para a gente entregar isso
bem justificado, bem com os argumentos das assessorias jurídicas, parlamentares, tudo definido, nós vamos
lá para esse programa para negociar com o BNDES. Não tem ideia dessa. A gente tem aqui 17 milhões de
toneladas de carbono, que a gente vai deixar de emitir até 2030 e a gente quer negociar isso aqui. E o valor

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vai para onde? Vai para pagar as castrações. Então, isso está me deixando com bastante expectativa. Bom, eu
acho que para amanhã era isso. Gente, nossa, [ininteligível]! 12h07, quase que... Finalizando, a tarde, o que é
o objetivo? É a gente ter uma hora de debate para cada um desse pilar. Pilar 1, de Defesa e Planejamento e
Capacitação dos Gestores. Pilar 2, você vai falar, né? (intervenção fora do microfone) Ah, está bem. Já te dou.
Ah! Ah! Pronto. Você colocou [ininteligível]? Obrigada. Muito obrigada pela participação, pela vinda do
Deputado e a gente está aqui com vocês, está bem? Já tem, é importante. Muito obrigada. Muito obrigado.
Muito obrigada, viu? Bom, gente, então a tarde, a gente vai ter uma hora de debate para cada um desses
pilares. E aí a ideia não é aprofundar, viu, gente? Ainda não são as teses, não são os documentos. Vai ser
inscrições de três minutos e aí para fluir, né? Vai ser contado, então eu vou pedir já paciência de todo mundo,
para ninguém ficar chateado, que quando der três minutos, a gente interrompe e passa para o outro. Deu
três, vai ter alguém computando, está bem? Três minutos, interrompo e passa para o outro. Aí você pode se
inscrever de novo, vai para o final da fila, até dar uma hora, beleza. Uma hora para cada um desses. Chuva de
ideias, experiências, reclamações, preocupações, não precisa ter muita forma. É aquilo que achar importante
da gente pontuar agora e no final, e faltando dez minutos para cada bloco desse terminar, a gente tem que
fazer um indicativo daqueles profissionais, assim: pô, a gente conhece quem são as pessoas de ponta de cada
área dessa. Falar assim: olha, para a reunião do dia 14 e do 7 é fundamental a gente convidar essas e essas
pessoas, ainda que não estejam participando aqui, porque a gente faz um convite pelo DBDA, para vir fazer
uma explanação técnica mesmo, está? Aí vai ser aprofundado. Vai ser uma manhã inteira só para debater
aquele pilar. A mesma coisa, o pilar dois e o pilar três, cada um com três minutos de fala. E a outra coisa que
eu queria falar, eu já vou deixar lá no site também, a inscrição para o seminário, que é o fechamento. Aí assim,
cada reunião técnica dessa, do dia 14, do dia 21, do dia 28/07 a gente já vai tirar os nomes para participar do
seminário. Aí a gente já vai fazer a programação do seminário. Entendeu? Que é esse seminário público. Aí a
gente tem que chamar todos os municípios, a gente tem que ter os cinco municípios aqui. O protetor, aquele
que resgata, a dona Maria, o seu José, todo mundo, sabe? Que é a grande pactuação, assim, a grande
divulgação social. E aí a gente vai fazer o trabalho de ver se a gente traz ou a secretaria executiva aqui, talvez,
né? Eu não sei como a gente está agindo, mas a gente vai convidá-la, obviamente, né? E para poder fazer a
apresentação, eu comecei o quê? A ideia é apresentar todos esses esforços técnicos, né? Todas as construções
que a gente fez rumo à construção desse programa. Dúvidas, gente? Sei que eu falei muito, foi muito rápido,
mas acho que a gente manteve o cronograma.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Vanessa, eu levantei a mão, eu
posso fazer uma fala bem breve?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Pode. Você e aí depois o Rodrigo.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Está bem, é o seguinte, quando
você falou sobre o programa do uso do cadastro único e a questão para priorização, né, de quais são os
segmentos populacionais e também quando você falou sobre o programa de registro e identificação, eu acho
que aqui em Jundiaí, que a gente já tem um programa há mais de 18 anos, recentemente, tudo isso há uns
dois anos foi implantado e o resultado é muito positivo, está bem? Então já tem programa pronto, a pessoa
quando agenda que quer castrar o seu animal, pelo próprio histórico que ela coloca bem rápido, na verdade
ela já consegue fazer a triagem de quais são os animais prioritários que vão ser chamados para os programas
de castração públicos, está bem? Então eu acho que tem uma contribuição boa e a mesma coisa do programa
de registro e identificação, que já foi feita, né, a capacitação dos profissionais para fazer uso disso. Então acho
que tem já também um conhecimento acumulado que pode ser aproveitado para não retrabalhar o tema,
então fica aí a sugestão. Obrigada, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada, Vânia. A ideia desses GTs é justamente isso, Vânia, é a
troca de experiências, olhar as experiências que já existem, né, que já estão postas, trazer esses especialistas,
então é muito importante que você participe desses pilares, viu, que dialoga com essas questões.

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A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Para quem quer fazer curso especialista dessas áreas, né, para
mostrar o que já tem feito, a gente. Gente, nem o menor esforço, ninguém vai reinventar a roda, nós vamos
acreditar todo mundo, essa lista de presença aqui é para que todo mundo tenha um curso a respeito da
história do que está sendo feito. Ah, nós vamos implantar, fazer um curso de capacitação de gestores, nós
vamos dizer de onde que surgiu a ideia, quem já estava fazendo, de onde foram as experiências. Ah, nós vamos
fazer um SICAD. Então, quais foram as inspirações do SICAD? Isso tudo vai estar amplamente documentado,
porque a proteção, um, a proteção não faz sozinha, dois, a proteção não nasceu hoje, tem gente que está
trabalhando 40 anos com isso no Brasil. A gente tem que dar os créditos e os reconhecimentos de toda essa
história, que é uma história coletiva, né, e a gente não pode invisibilizar esse trabalho que já existe. Essa não
há encontro justificante, está? Rodrigo?

O SR. RODRIGO – É, duas dúvidas. O link de acesso à tarde é o mesmo? Essa é uma questão?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Isso.

O SR. RODRIGO – Está bem. Então, e a outra é, acho que eu já ouvi aqui também de uma colega. Eu fiz a minha
assinatura lá de presença e opção pelo Pilar 2, se não me engano, mas eu gostaria de participar também do
primeiro, é possível?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Sim, é porque assim, pelo menos para gente distribuir para ter
aquelas pessoas responsáveis por cada um do Pilar, para não ficar nenhum Pilar vazio. Aí até à tarde a gente
vai dar um feedback de dizer quantas pessoas está em cada Pilar, para não deixar nenhum desguarnecido.

O SR. RODRIGO – Ah, está bem. E é porque, no caso, como eu já fiz a inscrição, se há possibilidade de correção
ou...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Não, pode, pode... O que que acontece? O grupo, está todo mundo
já no grupo lá do WhatsApp, gente?

O SR. RODRIGO – Não.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Quem não tiver, manda o número aí no chat que a Olinda vai
adicionar.

O SR. RODRIGO – Ok.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Por exemplo, a gente vai compartilhar os links lá. A presença, pelo
amor de Deus, registra, por exemplo, o seu formulário. Vocês estão entendendo o que é um formulário? Não
é colocar o nome, escrever o nome no chat. É que tem o link de um formulário no Google, no Google Form, e
aí você preenche esse Google Form, que ali tem e-mail, qual coisa que você vai participar, está bom? Mais
alguma coisa, gente? Ou a gente volta e voltamos, então, pontualmente às 14h?

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Vanessa?

559
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Oi?

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Vanessa tem uma dúvida.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Fala um pouquinho mais alto. Quem está falando?

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – É Pauline.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Fala um pouquinho mais alto, Pauline, por favor.

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Vanessa, dá para chamar, para convidar ainda uma pessoa para participar à
tarde nos próximos encontros, ou não?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Dá, dá sim.

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Está bom. Vou chamar nossa professora. Muito obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Imagina, chama ela e depois já pede para ela preencher a presença
lá no formulário para ela entrar no grupo e tudo.

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Está bom, obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu que agradeço. Fechamos, gente? Então, eu vou interromper a
gravação agora.

Parte 2:

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Você pode passar a fila aqui agora para... Então, nós continuamos,
nós fizemos um seminário dia 30 e 31 do mês de maio com 79 municípios do Mato Grosso do Sul, trazendo os
agentes de endemia e profissionais servidores da área de saúde do Zoonose para discutir os municípios. Antes
da gente desenhar esse programa, entender a realidade de cada município para que a gente seja o máximo
possível assertivo e, como a doutora mesmo disse, não inventar na roda, mas ajudar na rodada. A Assessoria
Especial de Defesa e Proteção da Vida do Animal está vinculada à Secretaria de Estado de Turismo, Esporte,
Cultura e Cidadania do Governo do Mato Grosso do Sul. Tem como missão gerir políticas públicas que
garantam o direito da proteção à vida dos animais domésticos em situação de rua. No Estado, existem diversas
organizações não-governamentais que atuam com a prática de proteção aos animais domésticos, combate ao
abandono e maus-tratos. No entanto, é a primeira vez que o Executivo Estadual insere em sua estrutura básica
um setor com este foco. Programa Estadual de Política de Proteção da Vida Animal, apelidado carinhosamente
lá pela nossa assessoria como “MS Vida Animal”. A motivação deste programa é a necessidade de
compreender a real situação de animais domésticos do Mato Grosso do Sul. As demandas das entidades não-
governamentais e as protetoras de animais domésticos que configuram na implementação de políticas de
proteção já ouvidas em agendas realizadas por essa assessoria. Pela empiricamente, mesmo empiricamente,
a qualidade de expressão, expressiva de animais que são abandonados e que vivem nas ruas, a potencial
proliferação de Zoonoses, que serão objeto e construção de indicadores deste programa. Dimensão do plano
do nosso governador Eduardo Liro, de 2023 a 2026. Projetos portadores do futuro: “Implementar políticas
públicas que promovam o bem-estar dos animais domésticos, transversalidade das políticas; articular as

560
políticas de meio ambiente, saúde humana e saúde animal e discutir saúde única; atenção aos municípios de
gestão territorial competitiva; priorizar a interiorização do desenvolvimento e ampliar a ação de apoio aos
municípios.” Essas dimensões estão constadas no plano de governo do Mato Grosso do Sul. E também nos
baseamos nos cinco pilares do bem-estar animal. Juntamente com esses dois eixos, chegamos ali na diretriz
de atuação, que é o controle populacional dos Zoonose e combate aos maus-graus. Nós dividimos aqui as
caixinhas com o controle do Zoonose e combate aos maus-graus. E chegamos aqui aos eixos de execução, que
é a Rede de Castração, Estadual de Castração, atendimento Veterinário acessível que está também na
proposta de campanha do governador Eduardo Liro, a conscientização, que eu acho que é o carro-chefe hoje.
A delegacia virtual, já que nas escutas a maior demanda em relação ao combate aos maus-tratos é que as
delegacias do interior não atendem aos chamados de maus-tratos. E o centro de acolhimento, em parceria
com a SEJUSP. E a intenção é que nós fazemos esse centro de acolhimento e a mão de obra que seja
emprestada para manejo de animais, seja para estética e para outras finalidades, sejam feitas pelos agentes,
perdão, pelos reeducandos do sistema prisional. Obviamente, por todos os critérios, não tem passagem por
violência doméstica e nenhuma passagem contra maus-tratos e fiscalizados pelos agentes. Nós vamos fazer
indicadores de todos esses projetos, construir esses indicadores é a forma mais importante que tem desse
projeto para a gente entender se esses eixos de atuação estão sendo eficazes, tanto com o controle
populacional, quanto com a questão de combate aos maus-tratos. E o modelo de processo, pode passar,
doutor. Pode passar. Aí, os indicadores. Os indicadores. Pode passar. O modelo de processo simples e
agilizado, pode passar, por favor. Aqui, a gente desenhou um modelo bem simples mesmo, que vai ser
desenvolvido por uma ferramenta da SGI, que o manual, o cadastro, ele tem que ser feito pelo CadÚnico,
através de um sistema, e decide para essa prefeitura, para que ela faça essa análise desse atendimento ou
nesse ponto, ver se está conforme ao preenchimento desse formulário. Fazendo a aprovação, a gente vai fazer
os exames básicos, principalmente os exames de Leishmaniose, para saber se o animal contém a doença, e dá
também ao tutor a escolha de fazer a cirurgia e o tratamento, para a gente responsabilizá-lo também. Depois,
ela publica esse documento com aprovação, desce para a clínica conveniada, ou caça nova, ou centro de
zoonose que tem a estrutura para fazer a castração, ou até mesmo a parte que vai ser licitada para poder
realizar essa castração. E, por final, volta para o Governo do Estado, para que a gente construa o indicador.
Nossos próximos passos agora é a aprovação do Secretário, que já foi feita, a apresentação do programa a
nível, de forma macro do segundo cenário, que nós vamos fazer com os 79 municípios, o diagnóstico e a
elaboração da segunda versão já foram feitos, a elaboração do orçamento também já foi feita, a validação
final do Secretário também já foi feita, e a aprovação do Governador Eduardo Lira também já foi feita. Nós
agora estamos na fase de planejar os detalhes do cronograma, construir os indicadores e resultados,
definições de metas, execução e monitoramento dos resultados. Passa mais uma para baixo. O seminário de
proteção dos animais, a gente fez esse seminário para poder entender as realidades, e a gente coletou
também esses dados para [ininteligível]. Coletamos também esse dado, entendendo a realidade do setor de
zoonose. Quantos... A gente fez algumas perguntas chaves para poder a gente entender como que está, o que
está acontecendo em cada município. Quantos setores que atuam no setor? Então, nós temos aqui Campo
Grande, que é a nossa capital, saindo na frente com em torno de 180 servidores públicos e depois a gente vem
para Corumbá, que é a terceira maior cidade do interior do Mato Grosso do Sul, e Rio Brilhante, que é uma
coisa que nos assusta muito, porque tem cerca de 40 servidores, dá quase um servidor de saúde de zoonose
para cada morador. É, E também nós identificamos que a cidade de Rio Brilhante, o Prefeito autorizou o
Secretário de Saúde a dar 50 vacinas anti-cio por dia, eles distribuem de forma gratuita 50 vacinas anti-cio por
dia. Então, vendo a quantidade de servidores nesse setor, a gente acaba com cidades que nem têm servidores
públicos, que só fazem parte de campanha, como o Coronel Sapucaia, que faz divisa com o Paraguai. Eles têm
uma dificuldade muito grande lá, porque, como eles fazem divisa, eles ficam no meio entre o Paraguai e uma
Aldeia Indígena. Então, o Paraguai vai lá e joga o cachorro para eles, eles jogam para a Aldeia Indígena, a Aldeia
Indígena devolve o Paraguai, e eles ficam nisso o tempo todo lá, é até uma forma risonha, mas é um problema
muito sério, por conta da zoonose.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Conclui, Carlos.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Média de atendimento por dia. Então, a gente tem Campo Grande
com 100 atendimentos, e aí, por mais que o Rio Brilhante esteja destacado como o maior número de
servidores, não tem atendimentos por dia, que caracterizam ao número de servidores. Então, o segundo lugar
fica em Três Lagoas, depois Rio Verde e Mato Grosso do Sul. Quais atendimentos a população mais procura?
Então, a vacinação, depois é o teste de Leishmaniose. Média de eutanásia por dia por município: Campo
Grande está tendo a mensal, perdão, mensal de eutanásia por dia, cerca de 600 por mês, depois vem Coxim
com 300, e aí vem descendo as cidades que têm mais número de arborização do Estado. Motivo da eutanásia
é 18%, perdão, a maioria diz que é por conta da Leishmaniose, aí vem a média de castração por município,
Campo Grande sai na frente com 800 castrações por mês, porém, essas 800 castrações são feitas na maioria
das vezes nos felinos, e não nos caninos. Média da população de combate à zoonose de serviço. A população
conhece os serviços de zoonoses? A maioria diz que sim. A população acessa amplamente os serviços de
zoonoses? A maioria diz que sim. Maior dificuldade, dificuldades enfrentadas, eles falaram que há ausência
de veículo para que eles possam estar fazendo, inclusive, as campanhas de vacinação, compreendendo o
cenário municipal conforme a visão dos profissionais de zoonoses. As principais demandas da população, eles
pedem a conscientização em destaque, combate a população, demais demandas populacionais para os
setores zoonoses que não são de competência do setor, eles falam que não possuem, em segundo lugar, maus-
tratos e abandonos. Se o município faz campanha contra maus-tratos? A maioria diz que não. Se o município...
São necessárias políticas contra maus-tratos? A maioria, em unanimidade, diz que sim. Os municípios possuem
OSCs? A maioria diz que sim. Os municípios realizam feiras de adoção? A maioria diz que não. O município
realiza... Está repetido aqui. A maioria diz que não realiza feira de adoção. E a gente agradece, no final, e esse
é o programa que nós estamos trabalhando para... Já estamos com o Decreto pronto para ir para o LECOM,
para ser aprovado pelo Governador. E aí é dessa forma, que nós vamos aplicar em Mato Grosso do Sul. Então,
quero agradecer também por poder compartilhar. Minha equipe começou comigo mesmo, a gente aumentou
para duas pessoas.

Interlocutora não identificada – Já dobrou.

Interlocutora não identificada – Já dobrou, já estou feliz.

Interlocutora não identificada – Está 100%.

Interlocutora não identificada – Estou contando que, depois desse seminário e aprovação do nosso
governador, estar em reunião com ele, nós conseguimos um Veterinário. Mas, enquanto isso, a gente vai
fazendo os termos de cooperações com os municípios, com o CRMV lá no nosso estado, com a Secretaria de
Educação, para a gente trabalhar as campanhas de conscientização, com a Secretaria de Saúde e as demais
envolvidas aí também. Então, é isso. Muito obrigada.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Eu que agradeço. E, assim, não pense que você vai escapar mesmo
da segunda apresentação, está bem? Essa pedra que não te desobriga de apresentação para valer na rodada
da discussão técnica, da reunião técnica. Porque aqui, gente, o que eu achei interessante quando o Carlos veio
apresentar esse trabalho? Eu chamei para participar. É um bom modelo de como os estados podem fazer o
diagnóstico situacional de direitos animais no seu estado, que foi o que ele fez. Então, aqui, a gente pode
construir, obviamente, com outros estados que já fizeram os seus diagnósticos, a gente pode fazer um modelo
para ser replicado por todos os estados. A gente pode ser um dos produtos dessas nossas reuniões técnicas,
que vai ensejar na próxima, não é? Então, eu vou abrir aqui, gente, já agradecendo aqui imensamente o
Leonardo pela tarefa que ele vai desempenhar agora, de fazer as inscrições e controlar isso tudo. Mas não só
por isso, o Leonardo tem sido, assim, uma pessoa extraordinária, fundamental, ajudando a construir pontes,
fazer os diálogos, aglutinando pessoas, não é? Então, muito obrigada, viu, por todo esse esforço. Eu vou abrir
aqui, só para a gente lembrar, quais são os itens dos pilares, que a gente vai discutir. Então,... (intervenção
fora do microfone) Ah, não, não, gente, então, a ideia agora é a gente... Vocês estão vendo o documento

562
Word? Vocês estão vendo, né? Então, a ideia agora é a gente se debruçar sobre três blocos, o primeiro bloco
vai ser ‘diretrizes, planejamento e capacitação de gestores’. Então, das 14... Vamos considerar 14h30. Então,
das 14h30 às 15h30, certo? Uma hora de debate. São inscrições de três minutos, é chuva de ideias. É falar uma
inquietação, falar um problema, falar uma boa prática, né? E, no final, a gente tem que apontar pessoas,
técnicos, pessoas reconhecidas, experiências reconhecidas, para que, realmente, a gente tire as pessoas que
vão fazer a apresentação técnica no dia 14. O pilar 1 vai ser a reunião do dia 14, a primeira reunião técnica.
Então, nesse pilar 1, o que ele contém? Legislação e marco regulatório, orçamento, fontes de financiamento,
capacitação de gestores, o diagnóstico situacional, que é isso que o Carlos apresentou agora, Plano Municipal
de Manejo Populacional, criação de Conselho Municipal, parcerias e cooperações com entidades públicas e
privadas. Isso aqui é taxativo? Não é um rol taxativo. Inclusive, aqui nesse espaço, a gente tem condições de
mudar, de falar assim: Ah não, acho que esse tema aqui fica melhor no pilar 2. Durante o debate aqui, a gente
coloca e sai: EU acho que tem que incluir mais um outro item, entendeu? Então, agora nós vamos começar
com o debate do pilar 1. O Leonardo vai fazer as inscrições, vocês já vão fazendo a inscrição ou levantando a
mão. Algumas pessoas já se inscreveram com ele, coloca o nome no chat, e ele vai controlar o tempo de 3
minutos. Terminou os 3 minutos, você pode se reinscrever. E aí a gente vai fazendo isso até dar o limite das
15h30, e aí a gente vai para o segundo pilar. E depois vai para o terceiro pilar. Sendo que no final de cada pilar,
a gente tem que sair com os nomes que a gente vai convidar para reunião técnica. Os nomes podem ser
pessoas dessa própria audiência ou podem ser outras pessoas de fora, que eventualmente não estejam aqui,
mas que sejam aquelas pessoas que notoriamente a gente reconhece como fundamentais para o debate, e a
gente vai convidar para poder participar. Tá bom? Eu consegui esclarecer? Podemos... Posso passar a palavra
para o Leonardo, então, produzir? Então, Leonardo, é com você a palavra.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Bom, primeiro, obrigado, Vanessa, a todos aí pela confiança. Eu queria pedir uma
gentileza a todos, eu estou seguindo o chat. O que acontece? Nós não conseguimos acessar os documentos
que vocês nos passaram para fazer uma organização. Então, eu já tenho alguns nomes aqui. Eu vou citar esses
nomes. Eu tenho aqui a doutora Ana Liz, a doutora Ana Botelho, a doutora Erivania, a doutora Jéssica, Dr.
Jorge, a doutora Montserrat, doutora Joana, Dr. Alexandre, e a Patrícia, que fez um comentário, ela está sem
som, está sem som e câmera. Então, eu também, reforçando a...

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Eu acho que tem o Jorge também que levantou a mão.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Isso, o Jorge, o Jorge Caneiro já está aqui, Jorge, está bem? Você já está aqui na
lista. Então, se alguma dessas pessoas passou no chat e eu não vi, por gentileza, repassem. E aí eu peço que
quem quiser falar no segundo e terceiro grupo, para que não fique confuso, comecem a fazer as inscrições a
partir do segundo grupo. Combinado? E eu vou ter a chata função de passar o tempo para vocês. 2 minutos e
30, eu peço para concluir. E com 3 minutos, nós encerramos o microfone, sendo aberta aí a reinscrição.
Perfeito? Então, Vanessa, eu passo aqui a primeira da lista, que eu tenho é a doutora Ana Liz, do CRMV de
Minas Gerais. Doutora Ana, por gentileza.

A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Boa tarde a todos. Mais uma vez, é um prazer estar
aqui. Então, eu vou tentar concluir aqui bem rapidinho. Eu achei muito, assim, boa a proposta, viu, Vanessa?
Fiquei muito feliz. Assim, aqui em Minas, a gente tem um programa, que é o PRODEVIDA, e, enquanto IMVC,
a gente faz a capacitação dos gestores municipais. Então, a gente faz um plano e contempla isso tudo,
legislação, quais são as diretrizes, as estratégias, que hoje a ciência, a pesquisa ainda nos traz aí diversas ações
que a gente precisa ter dentro dos programas. Então, eu acho que passa por aí mesmo. É entender o
diagnóstico, colocar essas estratégias para que elas sejam realmente executadas. E o que eu vejo hoje é o
grande desafio entre, que é implantar realmente a saúde única, que é essa interface entre saúde e meio
ambiente, que é geralmente onde os Cães e Gatos estão ali, e a responsabilidade no município e no Estado.
Então, e agora no federal. Então, a gente precisa, eu acho que, estar conduzindo da melhor maneira, construir
esse plano mesmo e a política, a proposta, eu achei que ficou bem bacana, a questão do impacto dos animais,
eu achei isso maravilhoso. Mas eu acho que nessa construção é fazer realmente a saúde única ir para a prática,

563
que é o desafio de trabalhar junto, saúde, meio ambiente, o que cada um vai poder contribuir? Porque, nos
municípios, muitos nem têm, em Minas tem muitos municípios que ainda não tem o meio ambiente. Então,
isso tem uma pessoa, uma referência que não entende, e geralmente é a saúde. Então, a gente tem aí que
ver, porque o programa, como um todo, ele vai ficar distribuído, porque eu não posso deixar um agente de
saúde fiscalizar uma questão de maus-tratos, ele pode trabalhar com indicadores, na percepção. Então, é essa
união dos setores que é a grande jogada da saúde única. Fazer saúde única é multidisciplinar, interdisciplinar,
tudo que a gente vem falando. Então, assim, acho que essa discussão vai contribuir muito. E é isso, não vou
me delongar, porque a gente vai ter tempo para discutir mais exatamente. E a partir daí, a gente ter isso e
divulgar. Por isso que é tão importante a gente capacitar, porque os funcionários, os servidores, eles muitos...
Eu vejo a nossa realidade e aí vai dentro de um monte de assunto...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Ana, conclusão.

A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Então, eu acho que é importante capacitar
realmente para as pessoas entenderem o que é aquilo, e não é só uma questão de proteção, que é gostar dos
animais. Precisa de política pública, haja visto que nós estamos aí em décimo lugar, quando se fala da
preocupação com os Cães e Gatos. É isso. Obrigada, gente.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Obrigado, doutora. Eu peço a gentileza, doutora Ana Liz, eu apresentei, mas os
próximos, para que eu não corra nenhum erro, por gentileza, se apresentem rapidamente. Então, nós
passamos a palavra para a doutora Ana Botelho. Doutora Ana, por gentileza.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Olá, está me vendo aí? Será que eu consigo dividir aqui uma tela?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Eu creio que nós não teremos tempo, doutora, porque são 3 minutos.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Não, mas é muito rápido, é só umas imagens.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Eu não sei se eu consigo aqui, Vanessa, liberar a tela.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Porque isso seria fundamental até para o meu ritmo para...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Vamos fazer o seguinte, Ana.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Ham, ham.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Nós verificamos se é possível, aí eu já te chamo na sequência, pode ser?

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Tudo bem. Claro.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Ok. Obrigado. Então, passamos a palavra à doutora Erivania, do Conselho Federal
de Medicina Veterinária.

A SRª. ERIVANIA CAMELO DE ALMEIDA (Conselho Federal de Medicina Veterinária) – Obrigada, Leonardo.
Obrigada a todos. Parabéns pela manhã de grandes discussões. A gente tem que ser rápido. Então, a primeira
coisa que a gente precisa começar é discutir: como sensibilizar os agentes públicos, os profissionais, a
sociedade? E uma maneira muito interessante é apresentar essa pesquisa e fazer ampliar essa pesquisa que
foi feita aqui através de todos os segmentos. E a gente aproveitar o que a gente já tem hoje, que são os agentes
comunitários de saúde, são os agentes de endemias, são... É a nossa própria rede de contato que a gente tem,
é a rede do Conselho, de próprio Ministério, e aproveitar os Fóruns existentes. Eu fico com muito medo de
criar mais um conselho, de criar mais uma coisa. A gente tem que começar a sensibilizar, criar conselho. Se
termina, as pessoas têm tanto conselho para ir que não sabem qual é a causa e qual vai discutir. Então, a gente
tem, a gente poderia aproveitar aquele que tem, e todo o Estado tem, que culmina aqui em Brasília, são

564
aqueles encontros de associações de vereadores. A gente tem que conscientizar. Eu acho que o judiciário, o
Ministério Público, ele é bastante consciente dessa causa que a gente está militando aqui. Mas os vereadores,
os prefeitos, as primeiras-damas, é extremamente importante, é conscientizar a primeira-dama do município,
que é um caso claro aqui do nosso amigo, aqui lá de Campo Grande e dos prefeitos. Tem um encontro aqui
em Brasília, não sei se já teve esse ano, mas que tem, mas que todo Estado tem associação municipalista.
Então, se a gente começa a conversar com o vereador, que é o político mais importante na escala de contato
com a população, com os prefeitos, e aí trabalhar com os professores, com os Secretários de Educação, os
Secretários de saúde. Deve ter, sempre tem muito organizado o foco dos Secretários de saúde. Não sei se tem
de educação, mas deve ter. Então, na hora que a gente leva para o professor, que também hoje a gente sabe
que quase todas as famílias são muito [ininteligível], não sei se é diferente com os professores, a gente, como
vocês sabem, a educação, a sensibilidade começa com a criança. Na hora que a criança tem a consciência do
bem-estar animal, dos maus-tratos, e ele vai começar a formar, a ser uma pessoa diferenciada em sua família
e em sua comunidade. Com relação a recursos, acho muito interessante o repasse através das emendas, mas
ainda é pouco, a gente sabe que é pouco, que a gente vai...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Dra. Erivania 3 minutos.

A SRª. ERIVANIA CAMELO DE ALMEIDA (Conselho Federal de Medicina Veterinária) – Muito obrigada, doutor
Leonardo. Tudo bem.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Tem 30 segundos, doutora.

A SRª. ERIVANIA CAMELO DE ALMEIDA (Conselho Federal de Medicina Veterinária) – Você me cortou. Já
acabei o raciocínio. Mas é o seguinte, mas eu acho que a gente tem as emendas parlamentares sendo
importantes, a gente compete com todo mundo, por isso que é a importância da saúde, mas hoje, em quase
todo município, o vereador também tem emenda impositiva, a gente consegue usar esses vereadores, e
aquele pouquinho, que a gente acha que é pouquinho, mas para aquele município é grande. E aí, gente, eu
continuo defendendo o modelo de caixa móvel, não é um modelo legal, eu sei que não é essa, mas não é um
modelo legal. Eu fiz uma conta clara aqui, se tivesse feito pelo próprio, o que Carlos fez, o valor de uma
castração, quando você faz uma parceria com empresa privada, uma licitação, você vai conseguir avançar
muito mais. E o que eu mais admiro em você, Vanessa, nesse departamento que você está conduzindo, nessa
Secretaria, é exatamente que vocês estão entrando em um viés científico, vocês não estão só no oba-oba, mas
sim no sentido, que desde a primeira vez nós ficamos, no Conselho, impressionados com vocês. Então, vocês
chegaram ali, aquilo a gente ganhou o dia, ganhou a semana, ganhou o ano, com sensibilidade, com a
abordagem que vocês estão fazendo com a causa animal. Muito obrigada e parabéns.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Obrigado, doutora Erivania, mas me colocaram nessa difícil função, não é,
Vanessa? Obrigado, doutora. Eu só vou pedir para a Ana verificar se ela tem o ícone de compartilhamento de
tela lá embaixo, Ana.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Tem.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Verifique se o seu está liberado. Então, se o seu estiver liberado...

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Não.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Não?

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Não está liberado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Então, se o pessoal consegue liberar para a Ana... Aí...

Interlocutora não identificada – Vai, agora tenta.

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O SR. LEONARDO NÁPOLI – Vai adiantando aqui. Então, passamos a palavra para a doutora Jéssica. Vanessa,
eu vou passar para a Jéssica e depois, na sequência, eu já coloco a doutora Ana.

Interlocutora não identificada – É Jéssica Sodré? Oi?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Eu acho que a Ana conseguiu compartilhar. Então, vamos fazer o seguinte, Jéssica.
Passamos para a Ana e depois para a Jéssica.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Está ok.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Eu nunca fiz isso, então, se você quiser ir aí... Você sabe me indicar
para ir bem rapidinho?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Eu vou te avisar, Ana, que com dois minutos e trinta eu aviso que está finalizando
a fala.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Não, o que eu estava perguntando é se você consegue me avisar
como que eu faço, como é que eu busco esse documento que eu quero compartilhar.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Aí você está compartilhando a sua tela. Eu creio que se você entrar na sua tela aí
você vai encontrar o documento.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Eu não sei isso.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. De repente, tu já libera a fala, senão vai...

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – É, não, melhor alguém... Sabe por quê? A minha tela não é texto,
ela é só umas imagens com as minhas ideias. Ela é bem...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Vamos fazer o seguinte, Ana. Você acha a tela. A hora que a tela estiver pronta,
depois da Jéssica, a gente já chama de novo.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Está ótimo, está ótimo. Eu vou ver aqui se eu consigo...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Ok. Obrigado. Doutora Jéssica Sodré, por gentileza.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Boa tarde a todos. Bom, estou aqui representando a Secretaria do Bem-Estar Animal
do Governo do Estado Amapá, a primeira secretaria de estado do Brasil que trata do bem-estar animal. Ela foi
fundada em janeiro e, na criação da secretaria, nós partimos do zero. Então, o nosso princípio em agir dentro
da secretaria como estrutura pública foi fazer um planejamento estratégico. Nós chamamos algumas pessoas
da comunidade, ONGs, departamentos públicos, segurança, e nós criamos esse planejamento estratégico para
os próximos cinco anos. Inclusive, eu compartilhei com a Vanessa, se ela puder compartilhar com vocês no
grupo depois, para vocês conhecerem. E, a partir desse planejamento estratégico... Mandei no WhatsApp.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Ah, eu vou pegar aqui. Obrigada.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Ok. A partir desse planejamento estratégico, é que nós montamos as nossas ações.
Por ser uma secretaria nova, nós não temos recursos, então, nós viabilizamos algumas estratégias que foram,
principalmente, a questão da educação ambiental. Porque, hoje, o que nós lidamos no Amapá é um estado
com 16 municípios, é um estado de fronteira, onde tem regiões quilombolas, regiões alagadas, 500 mil pessoas
inscritas no CadÚnico, onde a população, ela chega a 900 mil pessoas, então, a gente vive um risco social muito

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grande. E os animais fazem parte dessa população e é onde está a maior parte da vulnerabilidade social. Então,
nós não tínhamos dados nenhum para trabalhar, então, nós corremos atrás de criar um censo, censo animal,
que vai ser lançado amanhã, às 19h, no evento de beneficente da causa animal. E esse censo abrange todos
os municípios especificamente, isentando que os municípios gastem com esse projeto e já obtenham nossos
recursos para que facilitem como lidar com a causa animal e, principalmente, as pessoas em vulnerabilidade
social. O censo é um sistema onde ele localiza as colônias, que são os animais de rua que as pessoas tratam os
animais que têm tutores, os animais que estão em ONGs. Ele mapeia todas essas questões. Então, a nossa
questão da Secretaria do Bem-estar Animal, a gente está dando andamento nos processos em relação a esse
planejamento estratégico, que ele envolve, principalmente, a educação ambiental. Em agosto, nós vamos ter...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Doutora [ininteligível]. Conclusão.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Sim. E aí, eu gostaria que vocês...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – 30 segundos.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Lessem o nosso planejamento, que lá estão todas as nossas questões, todos os nossos
levantamentos, e que eu acho que serviria de base para muita coisa aí que vocês podem fazer no município
de vocês e no estado de vocês. Obrigada.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Gente, só para avisar que eu já compartilhei lá no grupo, tanto o
diagnóstico do Mato Grosso do Sul e agora também do Amapá, está bem?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Obrigado, doutora Jéssica. Então, Ana, passamos para você, Ana, fica à vontade.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Leonardo, passa as pessoas na minha frente para eu poder tentar
achar aqui. Está bom? Que aí a gente não perde nenhum tempo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Perfeito. Obrigado, Ana.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Nada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Então, passamos para o doutor Jorge Carneiro.

O SR. JORGE LUIZ MAIA CARNEIRO – Bom, tudo bom, gente? Boa tarde. Antes de nada, gostaria de saudar a
Vanessa e a toda a equipe do MMA por essa atividade. Também queria saudar algumas pessoas conhecidas
que estão presentes aqui ou estavam presentes hoje pela manhã, eu acho que continuam agora à tarde.
Primeiro a Simone Perecmanis, colega de turma lá da Universidade Federal Fluminense, a doutora Rita Garcia
também, que eu tive a oportunidade de conhecer durante o curso de gerente de centro de zoonoses que eu
realizei em 2007 lá no CCZ de São Paulo. Bom, primeiro relatar que aqui em Manaus e no estado do Amazonas,
nós já temos algumas ações de controle reprodutivo há alguns anos. Pelo menos desde 2007, a gente tem
essas ações bem focadas na questão do controle reprodutivo. Todas elas realizadas pelo CCZ, tanto da capital,
quanto do interior do estado do Amazonas, e hoje elas são potencializadas pelo Programa de Esterilização de
Cães e Gatos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, do qual inclusive eu também faço parte. E, além disso,
a gente também tem diversas ações de ONGs, de proteção animal, protetores independentes. Agora, sempre
essas ações acabam esbarrando na questão do financiamento, principalmente financiamento público. Então,
dentro desse conceito aí de chuva de ideias, eu gostaria de deixar marcado aqui uma ideia interessante,
particularmente para os estados da região amazônica, que seria a possibilidade da utilização de recursos
oriundos do Fundo Amazônia, do Fundo amazônico, aquele fundo internacional que tanto se discute, que aos
poucos está sendo ampliado. E eu acho interessante a gente considerar a possibilidade, pelo menos da
utilização desses recursos para os estados da região amazônica, uma vez que há uma previsão da utilização
desses recursos nessa área. Segundo, eu gostaria de sugerir que a gente discutisse com o Ministério da Saúde

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a possibilidade da revisão da Política Nacional do Controle de Zoonoses. Ela foi instituída em 2014 e, por causa
dela, a gente hoje tem muita dificuldade na utilização de recursos públicos da saúde, que são aqueles recursos
que já vêm carimbados, recursos constitucionais e que a gente não consegue utilizar, restringindo eles para
áreas onde a gente já tem impacto de zoonose, e mesmo assim com muita dificuldade, porque o gestor de
saúde pensa em todas as prioridades e sempre as zoonoses acabam ficando em segundo plano. Hoje a gente
vive esse problema com a questão da Esporotricose. Então, há uma discussão muito grande com relação, por
exemplo, a usar recursos da assistência farmacêutica para auxiliar no tratamento dos animais acometidos pela
Esporotricose. Então, eu penso que seria um passo importante a gente utilizar a estrutura e a expertise que já
existe na área da saúde, até que a gente possa fazer uma transição...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – 30 segundos.

O SR. JORGE LUIZ MAIA CARNEIRO – Beleza. Até que a gente possa fazer uma transição definitiva para o
Ministério do Meio Ambiente. Então, transição mais serena. Desde 2014, a gente ainda não conseguiu fazer
essa transição. E, por último, eu fico muito preocupado quando a gente reforça muito a questão orçamentária,
voltada apenas para as emendas parlamentares, porque a gente sabe que elas muitas vezes são focadas nos
objetivos eleitorais e desvinculadas com a real necessidade da população e sem acompanhar os estudos.
Mesmo com todos os pareceres aí do Ministério do Meio Ambiente, a gente viu que a utilização dos recursos
acaba sendo, na ordem do máximo, 25% daquilo que é destinado enquanto emenda, e quando a gente vai ver
a possibilidade de execução, ela é difícil, porque ela não tenha fundamentação científica. Obrigado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Obrigado, doutor Jorge. Passamos então a palavra à doutora Montserrat. Por
gentileza, doutora Montserrat.

A SRª. MONTSERRAT GONZALEZ BEVILAQUA – Boa tarde. Mais uma vez, muito obrigada à Vanessa e toda a
equipe que está por trás da organização desse evento. É uma satisfação estar com vocês. Eu sou a Montserrat
Bevilaqua, sou chefe de gabinete do deputado federal Felipe Becari, ele é um ativista da causa animal há mais
de 10 anos, tem enfrentado grandes desafios, inclusive porque ele apoia o Instituto, não só resgata o animal,
mas também se preocupa depois como que esse animal vai ser cuidado, sobreviver, ser adotado. Então a gente
compreende muito de perto a dor de muitos dos cuidadores e temos muita disposição em colaborar com
vocês, e, inclusive porque no ano que vem ele será o presidente da Frente Parlamentar. Feita a apresentação,
quero dizer que eu acho muito certo, estou adorando estar aqui com vocês, de verdade, de todo coração,
porque eu ouvi coisas tão importantes e, assim, sinto que a equipe da Vanessa está no caminho certo. A
contribuição ao Pilar 1, que é essa questão da legislação, eu já tive uma oportunidade, vou compartilhar
rapidamente com vocês, sobre a organização do Sistema Nacional de Cultura. Quero dizer para vocês que o
Sistema Nacional de Cultura, quando eu trabalhei no Ministério da Cultura, eu fui Coordenadora de
comunicação lá, acompanhei toda essa implementação da sanção da emenda constitucional do sistema e,
fundamentalmente, os desafios eram muito parecidos com os da causa. Então, quero falar de duas referências
que eu acho muito importante a gente se debruçar, já me coloco à disposição se for criado um GT técnico para
a gente discutir a legislação, eu acredito que nós devemos ter um Sistema Nacional próprio, está certo? Então,
essa regulamentação do Sistema Nacional, no caso da cultura, o que foi que se pensou ali? Primeiramente,
que a gente tinha que organizar os conselhos, os planos e o fundo. A Vanessa colocou muito detalhadamente
a questão das emendas, não dá para ficar dessa forma, é necessário a gente pensar numa estruturação fundo
a fundo. Não é fácil, não vai acontecer de hoje para amanhã, está certo? Mas nós temos um modelo do Sistema
Nacional de Cultura, a legislação está publicada, a gente pode se basear nela, organiza os entes federativos,
está certo? E é interessante, porque quando na cultura começou esse processo, não tinha ninguém na adesão,
cada um fazia o que podia por si, hoje você tem a adesão de 27 estados, mais de 3.150 municípios, e é isso
que estrutura a política pública...

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Montserrat, 30 segundos.

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A SRª. MONTSERRAT GONZALEZ BEVILAQUA – Porque aí você está falando de governança. E eu queria dizer
que tem um sistema também que a gente não pode abrir mão, que é o Sistema Único de Saúde. O Sistema
Único de Saúde tem estrutura, princípio, governança, perpassa toda a administração municipal, o
gerenciamento e o monitoramento. Não é que a gente deva fazer parte do SUS, a gente deve ter o nosso
sistema e interagir na interface com o SUS e qualquer outro parceiro que venha. Mas vamos olhar essas duas
legislações, fazer um texto comparado e criar as nossas especificidades, essa é a contribuição. Muito obrigada
pelo tempo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Muito obrigado.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Montserrat, além das reuniões técnicas, o pessoal da assessoria
direta dos parlamentares, eu estou pedindo aí uma convocação extra dia 13. Pelo menos o pessoal da equipe
de orçamento para a gente fazer o debate dessa estratégia do orçamento.

A SRª. MONTSERRAT GONZALEZ BEVILAQUA – Eu acho muito importante e a gente pode fazer reuniões da
frente, audiências públicas e aprofundar. Mas olha, vamos focar na legislação de uma maneira nacional,
estruturada e a gente já tem modelos. Não precisa inventar roda, não. A gente avança rápido, viu, Vanessa?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Passamos, então, para a doutora Joana D'Arc. Por gentileza, doutora Joana.

A SRª. JOANA D'ARC ALENCAR DA SILVA BRITO – Boa tarde. Eu sou Joana D'Arc, represento a Secretaria de
Saúde do Município Pavussu, Piauí, uma cidadezinha do sul do estado, com 3.663 habitantes pelo último IBGE.
Eu escolhi o Pilar 1, porque, principalmente essas cidades menores, elas não têm o privilégio que a maioria
das cidades, são cidades que estão iniciando e não tem praticamente nada. Consegue me ouvir?

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Sim, estou te ouvindo sim, Joana.

A SRª. JOANA D'ARC ALENCAR DA SILVA BRITO – Então, eu também sou Coordenadora do projeto
Leishmaniose Visceral no município e, trabalhando nesse projeto, eu entendo que há necessidade de um
complemento em tudo que já foi falado aí, porque há necessidade da conscientização, sensibilizar, divulgar,
capacitar, profissional de saúde, gestor em saúde, a população. E uma das coisas que eu tenho observado, que
a equipe tem um maior interesse, agora que nós trabalhamos com o SUS, é quando se torna obrigatório para
a equipe que também há uma pontuação, tanto no individual, como no coletivo, para a equipe. E eu vejo
também a necessidade da criação de postos de atendimento para esses animais, que eu ainda não vi ninguém
falar na necessidade, porque a cidade maior, ela tem hospital, tem ONG, tem várias secretarias, tem
apoiadores. A cidade menor, a nossa realidade é outra. Então essa é a minha colocação, que vocês possam
estar revendo isso, e algum comentário dentro disso que eu falei, né? Meu muito obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Muito obrigado, doutora Joana. Passamos a palavra ao doutor Alexandre Moura,
por favor, doutor Alexandre. Dr. Alexandre!

O SR. ALEXANDRE MOURA – Oi, boa tarde. Eu estou participando da reunião, mas até então como ouvinte.
Eu não tenho nenhuma explanação para esse momento, nenhum questionamento. Estou fazendo aqui as
anotações.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Muito obrigado, doutor. Então passamos a palavra ao doutor Eduardo. Doutor
Eduardo.

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Leonardo, eu estou vendo três mãozinhas levantadas aqui, eu
acho que pedido de inscrição. Aí eu não sei se eles estão fazendo no chat também.

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O SR. LEONARDO NÁPOLI – Eu não vi a inscrição no chat, mas eu posso, essas mãozinhas são... Eu peço a
gentileza que coloquem as mãozinhas, coloquem no chat, por favor, senão eu não consigo fazer a lista aqui.
Tem o doutor Adolfo, doutor Leonardo, a doutora Ana, mas eu não sei, Dra. Aldenice... Por gentileza,
coloquem no chat, aí fica mais fácil para a gente pode fazer o controle. Obrigado. Então passamos a palavra à
doutora Jéssica.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Sobre o assunto anterior ou sobre a nova estrutura, o tópico 2?

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Porque a Jéssica já falou.

A SRª. JÉSSICA SODRÉ – Eu já falei.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Ah, desculpa, Jéssica. Então é a doutora Angeline. Doutora, está sem áudio,
doutora.

A SRª. ANGELINE AMORIM (Secretaria de Bem-Ambiente de Manaus/AM) – Oi, está me ouvindo?

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Agora sim.

A SRª. ANGELINE AMORIM (Secretaria de Bem-Ambiente de Manaus/AM) – Então, assim, eu sou professora,
sou mestre, ainda não sou doutora, não. Não sou veterinária, não. Mas, assim, eu trabalho com uns
fragmentos florestais aqui da cidade de Manaus, são unidades de conservação, e pela demanda que nos
chegou, eu me inscrevi junto com o Veterinário aqui da Secretaria no eixo 2, no pilar 2, que é gestão das
populações de Cães e Gatos. É óbvio que é interesse meu, profissional, sim, participar dessa discussão. Mas
eu gostaria também, se fosse possível, de me inscrever nessas diretrizes de planejamento e de gestores, né?
E uma observação que eu faço é quanto ao termo usado “capacitação”. Isso entra na discussão do capacitismo.
E eu acho que a gente poderia rever esse termo aí e começar a chamar ele de habilitar pessoas, né? Essa
questão de capacidades, ela tem um viés para muitas discussões. Era só essa observação. Agradecer a
oportunidade de estar na reunião, e aqui em Manaus a gente está envidando aí os esforços possíveis para
tratar da questão de Cães e Gatos aqui na Secretaria de Meio Ambiente, porque é uma demanda, além da
fauna silvestre que nós temos aqui nas nossas unidades de conservação em toda a cidade, e em relação a
sinalizações, passagem de fauna, tem toda uma situação, por conta até de ser o bioma amazônico, né? Mas é
uma demanda nova e para mim, especialmente, eu estou adentrando nesse mundo dos Veterinários. É um
prazer. Obrigada, está bem, nesse momento. Agradeço.

O SR. LEONARDO NÁPOLI – Obrigado, doutor Angelina. Passamos para o doutor Gutemberg. Doutor
Gutemberg, por gentileza.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Olá. Todos me ouvem?

+A SRª. A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – -. Sim.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Aqui eu vou ser bem rápido, até porque a colega que falou
anteriormente na questão do sistema, de políticas que já existem, como o SUS, por exemplo. Eu, como sou
servidor do SUS, então, eu sempre fico vendo, fazendo um paralelo na questão da política das questões
relacionadas à causa animal com as questões da saúde pública. Então, veja só, como sugestão que a política,
ela tem uma forma de sistema, que a política estabeleça atribuições da União, Estados e Municípios. Quem
coordena? Quem executa? Mais ou menos como é a política do Sistema Único de Saúde, que tem a garantia
de pactuação de metas entre as três esferas, que eu acho isso muito importante, que tem o estabelecimento
de indicadores e metas. E como eu vejo os colegas veterinários sofrendo na pele nos municípios pequenos,
que hoje eles estão na zoonose, amanhã eles estão na causa animal, depois eles estão no matadouro, depois

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eles estão não sei onde. E a gente sabe que a gente se capacita. Por exemplo, eu sou Médico Veterinário-
Sanitarista e eu não sei fazer clínica de pequenos animais. Então, se eu fosse funcionário hoje de uma
Prefeitura, hoje eu estaria na zoonose, amanhã o Prefeito acordaria querendo me colocar na causa animal, no
bem-estar animal, para fazer clínica. Então, a gente... Eu coloquei aqui como uma sugestão que tivesse a
garantia de financiamento e estruturas de equipe... De financiamento, garantia de financiamento para equipes
e estruturas mínimas, como acontece no Sistema Único de Saúde. A gente tem estratégia de saúde da família,
equipe 1, equipe 2, equipe 3, com a sua estrutura para a garantia daquelas atividades, a gente tem o eMulti,
que era chamado como NASF antes, agora é eMulti, que amplia essa estratégia de saúde da família com outros
profissionais e tem definição de atividades também. Eu acho interessante que as ações voltadas também para
a causa animal, elas levassem em consideração o financiamento para poder ter contratação de profissionais,
que é para evitar que o Médico Veterinário esteja em todos os lugares ao mesmo tempo, mas na verdade não
está em lugar nenhum. Então, é uma sugestão que eu deixo aqui, com definição de atividades principalmente.
Digamos, a equipe 1 vai ser baseada no Censo animal de Cães e Gatos? Está bem, então, para uma população
de tantos mil animais tem que ter um Veterinário, tem que ter um auxiliar, tem que ter tal coisa, só pode
realizar atividade clínica, só pode consultório, pode realizar cirurgia, não pode. Eu acho interessantíssimo
deixar isso bem claro e definido com financiamento para essas atividades. É a minha sugestão.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor
Gutemberg.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É, só um comentário rápido. A gente tem estudado muito o modelo
do CRAS também, Gutemberg, que ali tem justamente essa definição. Até municípios do tamanho pequeno 1,
pequeno 2, médio, grande e metrópole.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Isso.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Qual é a equipe e quantas equipes tem que ter com a quantidade de
habitantes? Obrigada.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Perfeito, que tem que ter esse indicador de equipe. Eu acho isso
muito importante, porque a estratégia de saúde da família leva em consideração a quantidade de famílias
assistidas, já que a nossa população alvo é a população animal, então, que esse Censo seja levado a sério, que
ele seja realmente realizado dentro de um conceito científico, com estratégia científica para isso, e que a gente
possa criar um indicador de formação de equipe mínima, baseado na quantidade de animais do determinado
município.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor. Então,
vamos retornar a palavra para a Ana. Ana, fique à vontade.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Qual Ana?

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Você está habilitada aqui, está bem? Ana Botelho, não está
habilitada aqui a minha... Compartilhamento de tela. Leonardo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Oi.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Acho que você tem que habilitar de novo o meu compartilhamento
de tela. São vocês que habilitam, está dizendo aqui que...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Isso. Você pode verificar
para mim, por favor, Vanessa?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está pronto, já foi.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Vocês estão me ouvindo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ham, ham.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Pessoal, eu vou direto. Eu pensei em dispositivos federais para a
aceleração do controle populacional de Cães e Gatos. Eu pensei em estratégias para conseguir dinheiro. Que
estratégias seriam essas? O que seria o dispositivo? Seria um selo federal de responsabilidade ecossocial,
criado pelo governo, e esse selo seria concedido a grandes fomentadores e patrocinadores de cirurgias de
castração e de tudo que envolve essa cirurgia. Por exemplo, o produto da pessoa que vai dar dinheiro para
esse programa pode ter esse selo, como existe o selo do Inmetro, como já existe o selo do Cruelty-Free, e pode
ter uma frase. “Esse produto financia o controle de castração de Cães e Gatos.” Pensei numa outra coisa que
seria um diploma chamado Força de Trabalho para pessoas que vão fazer parte desse programa como um
voluntariado e que o diploma vai ser interessante para a carreira deles, formandos de todas as áreas que
possam participar. A ideia é que cada castração fosse financiada por múltiplos parceiros. Por exemplo, a
concessionária de gás, de luz e de telefone, ela vai ter esse selo e vai dar um desconto para aquela instituição
que vai realizar a castração e isso com todos os que participarem. E aí eu pensei em várias outras coisas, por
exemplo, para chamar a participação popular e dar visibilidade à causa, por exemplo, poderia ter um placar
em tempo real que mostrasse todas as fases da castração e que a pessoa ficasse animada em participar desse
volume de dinheiro. Isso poderia estar num site e poderia estar nas instalações dos financiadores. Poderia ter
uma parte do placar... Já está acabando? Uma parte do placar onde tivesse o total de castração e aonde a
pessoa com todos esses fomentos...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – 30 segundos, Ana.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Já está acabando. Está bem. uma castração pudesse custar R$ 50,00
para uma pessoa e aí ela ficasse afim de participar. Tem várias outras coisas e eu vou lá para o final, que a
gente poderia fazer um prêmio Rita Lee chamado ‘Todas as Ovelhas’ com um show revertendo renda para a
causa, chamando artistas, premiando gente que já fez muito, destaques, tudo o que poderia ter de bom nesse
planejamento aí. Eu tenho outras telas aqui, mas esse é o principal. As outras telas são soluções que eu arranjei
para, por exemplo, lidar com o número imenso de castrações diárias, que é o sonho de todo mundo. Depois,
se tiver oportunidade, eu posso falar disso com mais calma, está bom? Só estou jogando a ideia para a gente
pensar. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada. Se você quiser, a gente compartilha esses slides seu lá no
grupo, aí você me encaminha em PDF.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Legal, está bom. Já encaminhei para você, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ah, está. Vou compartilhar no grupo, então, se você autorizar.

A SRª. ANA PAULA DE ABREU BOTELHO – Tá ótimo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada. (intervenções simultâneas) Gente, eu adorei o negócio do
placar. Imagina um placar desse aqui em frente do MMA, cara, massa.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Nossa, gente!

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Só, o placar tem as bolinhas, gente, tchuch, tchuch. [ininteligível]

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vamos passar, então, a
palavra para a doutora Pâmela. Por favor, doutora Pâmela.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Vocês conseguem me ouvir?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Perfeito, doutora.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Eu sou advogada aqui na cidade de Petrolina, Pernambuco. Eu
acho que de Pernambuco tem um museu e um grande colega também que está aqui, advogado. Conheço
alguns personagens aqui, importância, um colega maravilhoso aí, Ana Paula, que... Bom, ainda vou à Brasília
só para dar um abraço na Vanessa. É incrível estar aqui com vocês. Agora, nesse primeiro momento, estou
aqui amalhada de papéis, só anotando tudo que eu posso, porque a gente fica muito distante de tudo, em
especial no Nordeste, e esse Bloco 1 relacionado à questão da capacidade de gerenciamento das políticas
públicas, a necessidade, na verdade, de capacitação desses gestores, me preocupa muito a questão da
responsabilidade que possa ser também levantada a esses gestores que deixam de fazer os seus papéis, mas
é um tema de alta complexidade, a gente deve se desdobrar aqui em muita coisa. Eu prefiro nesse primeiro
momento acompanhar. Estamos disponíveis para ir à Brasília todo momento que for necessário, independente
de qualquer tipo de prestação da entidade. Estou aqui pela OAB, através da Comissão Nacional, mas sou uma
líder de ativismo aqui da cidade e a gente tem aqui na gestão de mais de 500 pessoas que atuam na causa
animal como ONG, independente. A gente tem plena ciência das dificuldades que são as mesmas em todo o
país. Então, se depender de nós, também, a principal função, acho que hoje, é difundir isso para que a
sociedade faça parte dessas ideias que estão nascendo agora. Obrigada a todos.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora
Pâmela.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Só aproveitando o gancho, o DPDA não teria recursos para convidá-
los para passagem, mas a ideia é que dia 31 a gente realize o grande seminário e quem tiver condições de vir
por suas próprias despesas para estar presencialmente em Brasília seria muito bom tê-los aqui
presencialmente para a gente fazer esse momento de encerramento desses ciclos que vão se suceder desde
de março. Nesse seminário é [ininteligível]...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Nós passamos, então, a
palavra à doutora Paula Bastos, do IMVC. Por favor, doutora Paula.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Não, ela sugeriu o projeto piloto...

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Leonardo, eu não pedi... eu não pedi um local para falar, não.
Estou aqui só fazendo minhas anotações.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Ok, então, acho que eu
confundi, acho que tem outra Paula aqui. Acho que Ana Paula, desculpa. Ana Paula, por gentileza.

A SRª. ANA PAULA DE VASCONCELOS (OAB/DF) – Pronto. Obrigada, Leonardo. Eu adorei as ideias todas que
estão saindo aqui. É muito boa essa chuva de ideias aqui. A Adriana Botelho, então, me encantou. Fiquei aqui
pensando que a gente não tem um impostômetro, né? Que fica o tempo inteiro passando quanto de imposto
está sendo pago e aí a ideia do gastrômetro, sei lá como dizer isso, seria bem incentivadora, né? Gostei muito.
Não, a minha fala é rápida aqui só para dizer, como eu represento a Universidade Federal Rural de
Pernambuco, nesse exato momento está sendo realizada, apreciada uma minuta de Resolução, que é Política

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de Saúde Única dentro dos campos e da Universidade e um dos objetivos dessa resolução é justamente essa,
realizar castrações, é o controle populacional e a promoção da saúde de Cães e Gatos abandonados nos
campos. Então, é só para trazer realmente isso que a gente está fazendo lá, né? É isso. Muito obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Ana
Paula. Passamos a palavra à doutora Laudenice, que levantou a mão, não é, doutora, por favor. Sem áudio,
doutora, o áudio está fechado. [ininteligível] Doutora, o seu áudio está muito baixo para nós aqui, pelo menos
para mim, muito baixo.

A SRª. LAUDENICE MONTEIRO (Secretaria de Estado do Bem-Estar Animal do Amapá) – Oi, está melhor? Está
melhor?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Perfeito.

A SRª. LAUDENICE MONTEIRO (Secretaria de Estado do Bem-Estar Animal do Amapá) – Está bem. Eu sou a
Laudenice, sou secretária de Estado aqui do Estado do Amapá, na primeira secretaria do Brasil, inclusive fui
ter lá com a Vanessa em Brasília, depois de nos apresentar e pegar ideias também, né? Já que ela é muito ativa
nessa causa, então sempre ideias, sempre é bom a gente pegar, né? Ideias boas, a gente sempre copia e cola,
que isso é maravilhoso. A gente não precisa perder tempo e estar criando ideias. E uma coisa que eu sempre
falo e aqui já está tendo, inclusive em agosto aqui no Estado, vai ter uma capacitação dos profissionais, da
polícia militar, porque a gente tem uma dificuldade muito grande aqui sobre denúncia de maus-tratos e a
polícia não entender que é maus-tratos. A polícia é só entender aqui em Macapá, no Estado de Amapá, que
maus-tratos é quando se degola um cachorro, se mata um gato, aí se caracteriza maus-tratos. Então a
capacitação desses policiais, que vai ter na escola de administração pública, vai ser muito bom. E a nossa ideia
é, nós temos para o batalhão, o curso que está tendo da polícia militar, nós demos a ideia de colocar na grade
de curso sobre maus-tratos animais, o bem-estar animal com os policiais, porque fica dentro da grade do curso
e eles já ficam mais atentos nessa área. A causa animal, para a gente, ela é bem antiga, mas para muita gente
ela é muito nova. E como a nossa secretaria é nova aqui também no Estado, a gente tenta sempre colocar as
outras secretarias que já existem junto com a nossa, para trabalhar junto, para poderem eles terem, criar
empatia e saber e ter certeza que a nossa secretaria se faz necessária aqui no Estado, porque o bem-estar
animal precisa muito, acho que não só aqui no Estado, mas em todo o Brasil. A nossa secretaria já está com
um plano estratégico, como a Jéssica falou, e o nosso plano estratégico, a maioria das coisas que está lá são
coisas que vocês colocaram aí, sobre a microchipagem, sobre dar apoio nos municípios, porque não tem
condições, e é o que a gente vai fazer como gestora. Eu agradeço sempre pelo olhar do nosso Governador
aqui no Estado, [ininteligível], por ele ter criado essa secretaria e ter colocado pessoas que é da causa, porque
quando a pessoa está... [ininteligível] Quando a pessoa é da causa, e a gente procura, procura o melhor,
procura, vai curiando, vai atrás, porque a gente quer sempre o melhor para os nossos bichinhos, que a gente
briga tanto por eles. Semana passada, acho que semana passada nós fomos para Blumenau, porque o projeto
de castração lá é muito bonito, é muito bonito, é muito bom e bem organizado. Eles castraram...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Laudenice, 30
segundos.

A SRª. LAUDENICE MONTEIRO (Secretaria de Estado do Bem-Estar Animal do Amapá) – Eles castraram em
quatro dias 1.400 animais, e isso para a gente é maravilhoso, né? Porque aqui em Macapá eles castram 300
por mês, quando castram. É isso, a gente está aqui para somar ideias, o que eu puder ajudar, e eu vou pegar
muitas ideias que tu colocaram aqui, muitas ideias boas, trazer para cá para o Estado também, para melhorar
a nossa vida e a vida dos animais. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Laudenice. Senhores, nós
estamos respeitando o prazo até as 2h30, nós já encerramos as inscrições, nós temos aqui a doutora Marilene,

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doutor Adolfo, doutor Leonardo, doutora Nazaré e doutor Paulo. Perfeito? Então eu passo a palavra para a
doutora Marilene, por gentileza.

A SRª. MARILENE BRASIL (Departamento de Biodiversidade da Secretaria de Meio Ambiente e Políticas


Indígenas do Acre) – Eu não tinha pedido a inscrição, mas se eu puder, eu gostaria de estar nos três pilares,
né? Porque eu também faço parte do grupo de fauna da Abema, apesar de no grupo a gente tratar fauna
silvestre, mas tem a questão da fauna sinantrópica e também dos domésticos, né? Que a gente acaba lidando
também. E aí eu queria até pedir a autorização para enviar o convite das reuniões para os colegas do GT da
Abema, para assim, a gente ter mais efetividade, né? Nas discussões, porque tem várias secretarias, várias
OEMAs nos estados e eu acho que a gente pode colaborar bastante, inclusive unindo essas agendas, né?
Pensando em saúde única, a gente pode unir essas temáticas. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Marilene, a presença da Abema é fundamental para a gente, a gente
agradece muito a participação de vocês. Essa coisa da gente dividir e fazer as inscrições por grupo, é só para
não ter perigo de nenhum grupo ficar esvaziado, viu, gente? Para a gente ver se não vai ficar faltando gente e
para que cada um, aquele negócio, quando não tem dono, ninguém se responsabiliza. E a partir do momento
que você dá o nome no grupo, você fica responsável por aquele grupo. Mas está aqui, todo mundo pode
participar de ouvinte de todos, está bom? E quem não estiver lá no grupo, já lembra de colocar o celular aí e
preencher a ficha de presença, porque a gente vai circular os links de todas as reuniões técnicas nesses
contatos no grupo. E claro, pode convidar as demais colegas da Abema também, por gentileza. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigada, doutora. Passo
a palavra então ao doutor Adolfo.

O SR. ADOLFO FIRMINO (UFJF) – Mais uma vez, estão me ouvindo? Estão me ouvindo? Ok. Mais uma vez,
obrigado pelo convite e obrigado à minha instituição por me indicar para participar dessa reunião. Eu gostaria
aqui de indicar dois pontos que são fundamentais, a meu ver, a respeito da implantação dessa proposta de
caráter nacional. A primeira é buscar realmente uma similaridade com o SUS, como foi apontado pelo colega
Gregório Ferreira. Isso vai ser uma economia de tempo fundamental e, em cima disso, inclusive advogo a favor
da estruturação dos conselhos municipais de proteção animal. Aqui em Juiz de Fora foi criado, por iniciativa
do Poder Público local, no ano de 2017, o Conselho Municipal de Proteção Animal. E foi fundamental para
operacionalizar ações de base na proteção animal, inclusive sensibilizando o Poder Público Municipal para a
tomada de ações. Além disso, tem uma preocupação muito grande com relação à estruturação de laboratórios
de referência para apoiar essas ações de proteção animal. Nós não temos, embora todo mundo fale a respeito
da clínica, da cirurgia, do atendimento, é necessário também fazer um diagnóstico com relação à saúde dos
animais. E isso deve ser feito, a meu ver, na forma de laboratórios de referência, inclusive para poder atender
as demandas de municípios que, se não têm condições de fazer o atendimento clínico-cirúrgico, estruturação
de castrações, têm muito menos condições de fazer o diagnóstico da saúde desses animais, que é o primeiro
passo para que você possa tomar todas as demais ações. Então, eu deixo aqui indicadas as minhas
preocupações e me coloco à disposição para participar e sugerir e passar a experiência que nós obtivemos
aqui em Juiz de Fora com o Conselho Municipal de Proteção Animal. É isso.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor Adolfo.
Obrigado, doutor Adolfo. Passo a palavra, então, ao doutor Leonardo.

O SR. LEONARDO MACIEL (Secretaria de Meio Ambiente e Gerenciamento de Defesa dos Animais – Belo
Horizonte) – Boa tarde a todos. É Leonardo Maciel, da Secretaria de Meio Ambiente e Gerência de Defesa dos
Animais do município de Belo Horizonte. Eu tive uma superposição de agendas e não consegui participar de
manhã. Primeiro, parabenizar a Vanessa pela condução dos trabalhos, pelo que eu entendi até agora, muito
bem-feito. E eu gostaria de, já que a gente está fazendo um brainstorming, gostaria só de fazer uma colocação
para vocês ou uma sugestão. Aqui em Belo Horizonte, a gente tem realizado uma população de mais de 2,5

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milhões de habitantes. A gente tem realizado mais de 20 a 25 mil cirurgias de castração gratuitas por ano. A
gente tem um hospital público Veterinário. A gente oferece medicação para o tratamento das protipose. A
gente tem um Ministério Público muito atuante. A gente tem aqui o PRODEVIDA. A gente tem uma Delegacia
de Crimes contra a Fauna, da Polícia Civil, uma Delegacia de Crimes contra a Fauna. E, apesar de todo esse
esforço, por que a população canina não estabiliza? Não estabiliza, a gente não conseguiu ainda fazer com
que essa população decaia. Uma das boas explicações para isso pode ser a questão jurídica, então, e a questão
legal. Vou dizer, a gente tem sempre a ideia, como nossos protetores, de vamos castrar, castrar, castrar,
castrar, castrar, vai resolver, vamos castrar, castrar. Eu entendo que a castração é o segundo passo, que tem
um primeiro passo antes, que é a de responsabilização. A pessoa tem que ser, o munícipe tem que ser
responsabilizado pelo seu animal. A gente pode morrer de fazer castração e essa população continua
crescendo, porque não tem mais responsabilização. Nessa questão da responsabilização, a gente tem muitas
pessoas bem-intencionadas chegando à causa animal, muitos parlamentares e que vão, na melhor das
intenções, fazendo muitas propostas de leis municipais, só que leis municipais bem-intencionadas, mas que,
às vezes, elas são um final, elas são o ponto final de um processo e, às vezes, a gente não encontra um pré-
requisito para que elas sejam executadas ou, então, a gente não tem, a gente carece de uma lei anterior para
que chegar a esse final da fiscalização. E isso leva a todo... Se a gente continuar nesse raciocínio, a gente tem
desde a Constituição Federal, a Constituição dos Estados e as leis municipais, a gente tem uma série de
legislações que identificam que há maus tratos, mas isso não está explicitado muitas vezes de maneira clara e
que dê uma segurança jurídica para as polícias que estão no final da ponta executarem. Então, finalizando, a
minha sugestão é que eu acho que a gente deve dar uma atenção muito especial ao processo de legislação,
ao estabelecimento de um critério, de uma sugestão, de uma escala, de uma importância de legislação, o que
é a lei, o que são leis que a gente necessita que podem nos suportar do começo ao invés de leis que enxugam
o gelo, para a gente conduzir esse processo paralelo e junto, porque não há castração e não há número de
castração que resolva a irresponsabilidade da pessoa em ter esse animal. Aí eu gostaria de me inscrever no
Pilar 1, sobre legislação, com essa experiência. A gente está aqui há seis anos na Prefeitura de Belo Horizonte
trabalhando com essa causa. Então, muito obrigado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor
Leonardo. Senhoras, nós temos mais dois colegas para abrirmos a fala e, na sequência, já faremos os
encaminhamentos para termos os nomes que trabalharão nesse primeiro bloco. Ok? Então, passamos a
palavra à doutora Nazaré, do Presidente do CRMV do Pará. Por favor, doutora Nazaré.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) – Boa tarde a todos. Eu acho que eu lutei muito durante toda a minha vida
acadêmica com relação ao controle populacional. Nosso histórico vem de 2009 e é bem distante. E trabalhar
num Estado com 144 municípios é complicado. Não só pelo número, mas pela distância. Quem conhece o Pará
deve ter uma ideia do que é você tentar resolver o problema. Desde a capital até a ilha do Marajó, onde a
gente já trabalhou. Então, justifico aqui a minha participação no bloco 2, da gestão de população de Cães e
Gatos, que é um dos problemas muito sérios que todo mundo enfrenta quando começa a se debater de frente
com esse tipo de assunto. Quantos animais eu tenho naquela cidade? Eu não sei. Vamos fazer um censo
voltado para a questão da vacinação antirrábica? E se eu disser que a vacina antirrábica não chegou lá naquele
município? E agora? Como é que eu vou contar? Então, eu acho que essa questão da gestão para que a gente
possa atingir e que na nossa experiência é no mínimo, a estatística e as pesquisas também falam isso, que no
mínimo cinco anos para que você possa ver aquele controle realmente de fato funcionar. E a gente não
conseguiu fazer isso de fato e não consegue se você não tiver multiplicadores naquela área. Então, também
temos uma parceria através do Conselho com o Ministério Público, e se você não tiver abraçado com o Poder
Público, tudo vai por água abaixo. Então, acho que e espero que a gente consiga fazer com que saiam daqui,
saiam propostas totalmente factíveis de serem realizadas, porque a história que eu conheço, pelo menos no
meu estado, tudo começou pela Universidade. E há três anos atrás, a gente já vê que, com a construção
atualmente do Hospital Público e com o Centro de Controle de Zoonoses se debatendo para tentar resolver o
problema, então, realmente, tem que juntar todo mundo e organizar. Com relação ao Conselho, o Conselho
sempre dá apoio aos projetos de controle populacional que são emanados pelas Prefeituras do interior do

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Estado, quando, na verdade, a gente dá um apoio técnico. Então, eu creio que, para que a gente possa
trabalhar numa gestão boa e que vai valer de forma nacional, é preciso que a gente tenha em mãos não
somente quantos municípios, mas também saber a população de cada, para que a gente possa, pelo menos,
reduzir e sempre vincular o acesso à população, principalmente do interior, mostrando a importância aí da
saúde única e, obviamente, a zoonose e os problemas que trazem essas grandes populações de Cães e Gatos.
Então, me coloco totalmente à disposição, no que for preciso, para somar a experiência com vocês, dessa
época que a gente começou a trabalhar, tanto na capital, quanto no interior, voltada para...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Está encerrado o tempo,
doutora.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) – Está bem. Então, eu vou... Obrigada. Então, só saber... Ah, eu vou trabalhar
o quê, com quem, para quem? Fazer essas perguntas para nós mesmos. E parabenizo, mais uma vez, pela
iniciativa. E a frase que não quer calar: agora vai, viu, doutora Vanessa? Agora vai. Agora vai, com certeza,
chegar a algum lugar. Fico feliz de ver vários colegas aqui de Conselho, de outros estados. Me sinto totalmente
em casa e à vontade. Muito obrigada, viu, Leonardo? Obrigada mesmo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Nazaré.
Então, a última fala, por favor, doutor Paulo Vianês. Alô. Doutor Paulo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, só, eu estou vendo umas manifestações aqui no chat. Gente,
a opção pelo Pilar é quando você for... Tem um link de um formulário no Google que você registra a sua
presença. E aí, lá tem a opção que você marca. Você escolhe um daqueles que aquele dali... Aquele ali, a gente
vai... Quando você encontrou aquele ali, a gente vai cobrar a sua presença ali. Mas não impede de você
participar dos outros. Tem um que você vai escolher para ser o responsável por aquele, entendeu? Mas pode
participar de tantos quantos quiser. Então, assim, manifesta o seu interesse nessa lista de presença. Que a
lista já faz a presença e já seleciona o Pilar que você vai trabalhar. Tá bom? Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Então, encerramos aqui
as inscrições desse primeiro bloco. E eu passo a palavra para você. O tempo terminou, doutor Jorge. Não sei
se o doutor... Eu lembro que tinha levantado a mão, mas nós já encerramos o tempo. Obrigado, doutor.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, hoje é só uma pincelada. É só essa churra de ideias, entendeu?
Então, esse primeiro Pilar, a gente vai voltar a conversar nele de maneira detalhada no dia 14/07, que é a
reunião técnica, está bem? E essa reunião técnica, começando às 9h da manhã. E a ideia é que a gente faça as
duas rodadas, de manhã e de tarde, porque é realmente para... É uma reunião de trabalho, de ouvir os
especialistas, aí são falas mais longas, cada um vai ter ali uns 15 minutos de fala. Vai ser uma reunião para
construir documentos, e aí a gente está nesse momento agora de a gente falar assim: Quem é que a gente vai
chamar, vão ser os convidados para fazer essas exposições técnicas? Essas exposições técnicas podem ser
pesquisadores de referência, podem ser experiências já na área, municípios, estados, que já estão
trabalhando, que realmente têm uma contribuição para mostrar o bê-á-bá de como é feito e como a gente se
inspirar. Então, é isso que a gente tem que tirar os encaminhamentos agora para esse 14/07. Não é dizer: Ah,
eu vou participar do dia 14/07. Não, esse onde cada um quer participar é lá na lista de presença que está aí
no chat, no formulário do DOC. Agora, para a gente elencar os nomes dos especialistas para... Eu penso que a
gente poderia elencar aqui o nome de cinco especialistas para dar tempo da gente ouvir essas falas de 10 a 15
minutos, que seriam mini palestras, e que a gente tivesse uma tarde de trabalho para produzir material que
fosse necessário no dia 14. Sugestões? Oferecimentos? Deixa para você conduzir, Leonardo.

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O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Então, Vanessa, nós temos
aqui a doutora Trícia sugeriu, a doutora Luciana Imaculada, do CEDA, do Ministério Público de Minas Gerais,
e a doutora Vânia Plaza Nunes, do IMVC e do Fórum. Essas foram... Agora também a doutora Ana Liz, do IMVC.
Temos três pessoas já.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu vou ler aqui.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, só uma perguntinha, porque eu escrevi lá no chat e ninguém
me respondeu, então eu vou só pedir desculpa. A gente pode indicar uma pessoa de outro município?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Pode, não, pode, pode indicar, inclusive, pessoas que não estão aqui.
A gente vai convidar.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Ah, perfeito. Era isso que eu queria.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – O pessoal pode... Não, não que [ininteligível], mas a gente convida,
a gente sai o convite pelo DPDA.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Está bem, obrigada. Viu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está bem. Oh, então, é Pilar 1, legislação, marco regulatório,
[ininteligível] e fontes de financiamento. Não vamos chamar de capacitação. Como é que a colega sugeriu? É
habilitação? Habilitar pessoas. Então, habilitar gestores. Estou tentando trocar aqui. Habilitar gestores e
profissionais envolvidos, diagnóstico situacional, plano municipal, o Conselho, formação do conselho e
parcerias e comparação com entidades públicas e privadas. Então, assim, alguém para discutir legislação,
alguém para discutir a questão do diagnóstico situacional, da habilitação de gestores. Então, de como o
processo de elaboração do plano municipal. São nomes que a gente precisa pensar. Quais são as experiências
exitosas nessa área? Quem são os pesquisadores de ponta nessa área? Então, aí aqui a gente tem a doutora
Luciana Imaculada, do CEDA, que é do Ministério Público de Minas Gerais, responsável pelo Plano de Vida. A
doutora Vânia Nunes, que é uma das precursoras de manejo populacional no Brasil. Quem está... Depois. Onde
é que está a doutora Ana Liz?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – A doutora Ana Liz...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – A Dra. Ana Liz do CRMV, que é a responsável pelo curso de habilitar
gestores. Então, temos três nomes sugeridos até agora. Tem mais algum, gente?

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Oh, Vanessa, eu sugeri, e eu
acho que nesse caso seria importante, o doutor Paulo Anselmo, da Prefeitura de Campinas, em São Paulo. E
depois... (intervenções simultâneas)

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Sobre qual tema, Vânia?

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Sobre essa questão do Plano
de Constituição de Políticas Públicas no Município, que Campinas é um trabalho bem interessante. E depois
eu sugeri...

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Paulo, não é? Paulo.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Paulo Anselmo. E depois eu
também sugeri a Daniela Araújo, que é do Departamento de Bem-Estar Animal, de Jundiaí, por conta das
políticas que eu falei de manhã sobre o sistema, de cadastro, registro e identificação. São sistemas prontos
que têm sido muito exitosos aqui. Está bom? Fora que tem todo o histórico do plano de manejo, mas esse
mais focado nesse assunto. Obrigada, viu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, nós estamos elencando os nomes e vamos colocar em
discussão, está bem? Para a gente tentar identificar os cinco nomes.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Leonardo, eu gostaria de fazer mais uma sugestão. Vocês conseguem
me ouvir?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Só um minutinho. Eu


quero só passar para a Vanessa, tem mais três nomes aqui, Vanessa, porque, senão, eu vou perdê-los no chat,
que é do deputado estadual de Pernambuco, Romero Albuquerque, é o doutor Arthur Regis, que é uma
indicação...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – É, pois é, não é só colocar um nome, a gente tem que colocar um
nome e dizer de qual temática que a pessoa vai falar para a gente ter condições de deliberar aqui.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – É do Pilar 1, do Pilar 1, o
deputado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Não, pois é, mas, assim, a pessoa vai falar: qual é a expertise dele,
qual é a experiência de sucesso? Não é só botar um nome da pessoa, a gente, porque não é todo mundo que
conhece todo mundo. Para a gente tem que saber qual é a colaboração efetiva dele dentro do Pilar 1,
entendeu? Então, por exemplo...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Eu tenho uma sugestão para colocar de um nome e eu gostaria de um
espaço para deixar lançado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vamos... Vamos colocar no chat, gente, os nomes assim, coloca o
nome, o que é que a pessoa é e qual é a contribuição dela. E aí eu faço a leitura. Pode ser assim, gente? Então,
quem tiver a sugestão, coloca o nome de quem está sugerindo e qual é a contribuição efetiva, assim, o que é
que realmente está fazendo? Oh, eu vou lendo aqui à medida que vai colocando aqui, oh. Doutora Ana Liz,
que é a habilitação de gestores e a elaboração do plano municipal, ela que é responsável pelo curso do IMCV
nessa área. Doutora Cláudia Granja Macedo Mota Ferreira, gestão de populacionais de Cães e Gatos,
diretrizes, planejamento e capacitação de gestores. Pois é, Carlos Eduardo, mas assim, qual é a experiência
dela nessa área? (intervenções fora do microfone) Diretrizes, planejamento e capacitação de gestores. Mas
qual é a experiência dela efetiva? O que... Tem o projeto que ela fez nessa área? O que é a geração concreta?
Entendeu?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Eu vou pedir para ela, que ela está me mandando e eu vou colocar,
está bom?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Aí tem Eduardo de Jaguariúna, que fez um excelente trabalho com
gestores na região metropolitana de Campinas. Daniela de Jundiaí, que tem um sistema muito legal
implantado na cidade. A gente precisa de mais consistência, gente, para... Essas candidaturas aqui estão muito
fracas. Eu acho assim...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Ô, Vanessa, não fui eu...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ajuda, é a gente colocar assim, o nome da pessoa, por exemplo,
Fulano de tal, Médico Veterinário, é responsável pelo programa X. Não uma ideia, é algo que já existe e que
já está sendo executado. Eu acho que são nomes, assim, que têm uma contribuição mais robusta, entendeu?
Para a reunião técnica. Então, aí, por exemplo, está aqui só, doutor Arthur Regis, mas não falo qual campo,
entendeu? Doutor Celso Melo, coordenador de bem-estar animal de Vila Velha. Mas, assim, qual é o
diferencial? Qual é o projeto diferencial? Porque contribuições cada um tem, mas tem que ser um projeto que
se destaca, alguma coisa que realmente tenha uma experiência inovadora, um acréscimo inovador para o
debate. Pelo menos eu penso assim. Então, eu acho que a gente...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – [ininteligível] Essas candidaturas nesse sentido.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, eu queria dar uma sugestão. Eu levantei a mão aqui, eu acho
muito bacana essa visão que você tem, mas, por outro lado, quando a gente pega os projetos que deram certo
em determinadas regiões, a gente vai ter essa experiência dessas regiões, mas elas não refletem a maioria dos
municípios, como a gente estava discutindo hoje aqui, a manhã inteira. Então, assim, eu acho interessante,
nesse momento de discussão breve que a gente teve, que o Leonardo estava, né, cortando o tempo lá de três
minutos, surgiram várias coisas, vários temas interessantes de saúde única, do impacto desses animais na
fauna e coisas assim que não são discutidas nessas políticas exatamente com esses pontos, entendeu? Eu acho
que, assim, esse é um ponto importante que a gente tem as políticas que dão certo, mas, por outro lado, é
preciso que a gente tenha ideias de outras coisas que se juntam a essas políticas e que podem interferir na
base de qualquer coisa. Por exemplo, quando se falou de Médico Veterinário no núcleo de assistência à saúde
à família, a gente sabe que é um programa que já está implantado, mas grande parte dos municípios não tem.
Então, como que a gente vai discutir isso quando a gente já tem um modelo que vai sair dessa discussão de
um grupo de ideias que já deram certo? De repente, deram certo nos municípios que têm esse tipo de suporte,
entendeu? Então, eu acho que seria interessante diversificar um pouco mais, né? Ao invés de pegar cinco
pessoas que têm toda essa expertise, pegar um pouco mais de pessoas para trazer realidades diferentes.
Apareceu uma pessoa que trabalha com fauna, apareceu um colega que fala de núcleo de assistência de
família. Então, acho que essas pessoas deveriam ser colocadas nesse grupo para elas agregarem melhor. Eu
acho que ficaria uma coisa mais legal. É a opinião minha.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Então, uma segunda proposta, então, ao invés de fechar em nomes,
a gente poderia fechar em tempos maiores de inscrição. Ao invés de, por exemplo, ser falas de três minutos,
a gente fazer falas de 10 minutos na próxima reunião e a gente passa amanhã fazendo rodadas de dez minutos.
E aí, essas pessoas que foram citadas aqui, a gente convidaria para estar nessas falas de dez minutos. E a tarde
seria reunião de trabalho, de elaboração, seja de documento, daquilo que a gente achar que tem que resultar
daquilo daqui. O que vocês acham? E aí ficaria amplo.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Vanessa, aqui é Vânia. Eu posso
fazer uma contribuição nesse tema que você está falando?

580
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Só tem a Pâmela e a Letícia que estão inscritas na frente, Vânia.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Está bem. Então, depois você
me chama, que eu estava com a mãozinha erguida aqui sem querer e agora eu baixei. Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu vou deixar para o Leonardo conduzir aí as inscrições.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Nós temos aqui a Pâmela,
a Letícia e depois a Vânia, as três inscrições. Então, Pâmela, por gentileza.

A SRª. PÂMELA DURANDO (Petrolina/PE) – Eu coloquei aí o nome do doutor Álvaro Luiz Azeredo, porque eu
acho que o controle interno, considerando que é controlador e tem mestrado nessa área de Administração
Pública e Finanças, nós vamos tratar aqui sobre diretrizes orçamentárias que devem nortear aí os programas.
Eu acho que a gente precisa começar a alinhar por tema de expertise e é importante porque a gente trata com
municípios e os municípios, principalmente nós que estamos na ponta, que somos municípios pequenos,
temos muita dificuldade de tratar quando nós levamos qualquer tipo de proposta, inclusive a nível dos
conselhos. Então, é um nome que eu coloquei para as possibilidades de contribuição até para as dúvidas que
surgirem nessa temática, dada a necessidade de expertise dessa questão orçamentária aí, é uma proposta.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, se a gente for colocar então, por exemplo, 10 minutos de
fala, inscrições de 10 minutos, a gente teria em tese até 30 falas de 10 minutos. E aí, a pessoa se programa,
faz o PowerPoint, então ficaria bem amplo ou daria 20 falas de 15 minutos, a depender dos nomes que a gente
for elencar. E aí, eu penso que a gente poderia, assim, quem for, a gente poderia criar um segundo formulário,
a gente compartilha ainda hoje lá, para a gente colocar esses nomes, assim. Ou fazer simples mesmo, lá no
chat, o nome da pessoa, e colocar 30 de 1 a 1, de 1 a 30, e a gente vai lá no chat, no formulário mesmo, melhor.
Vocês acham que é melhor a gente caminhar para isso? 30 falas de 10 minutos ou 20 de 15? Não deu 20 nomes
aqui ainda. Eu acho que talvez 20 de 15?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, a gente pode ligar alguém para a legislação, ninguém falou
que só que tem 9% que trabalham, inclusive, com a legislação de todos os estados com [ininteligível].

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Pronto, obrigada.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Acho que 20 pessoas de 15 é o ideal.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Podemos fechar em 20 de 15, gente? Todos de acordo? Quem não
estiver de acordo, se manifeste. Então, fechamos em 20 de 15. Aí o que eu vou fazer? A gente vai abrir um
Google Doc para colocar o nome da pessoa, qual é o órgão e qual o contato dela e a temática. Se extrapolar
20 nomes, a gente bota em votação lá no grupo, enfim, mas pelo que eu estou vendo aqui, vai dar 20 nomes.
Esse é só para o Pilar 1, que o Pilar 1 é dia 14. O dia 14, ele é inteirinho do Pilar 1. Então, a gente começa às
9h, faz 20 falas de 15 minutos e à tarde é o trabalho, é a operação de documento, o que precisar daquilo dali.
Tá bom? Então, Letícia e Gutemberg.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Eu gostaria de fazer uma sugestão.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutor Gutemberg, só
nós temos ainda a doutora Letícia e a doutora Vânia na frente. Ok? Aí eu já inscrevo o senhor.

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O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Porque foi perguntado assim: alguém contra? Então deu a opção
de a gente falar também, não é?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É, eu também fui contra e ninguém viu, viu? Só para você entender
que você não foi o único.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, nós estamos com 120 participantes aqui. Todos que são a
favor da proposta de 20 falas de 15 minutos, permaneça como está. Quem for contra, levanta a mão. Então,
quem está com a mãozinha levantada aí? Letícia, você está contra ou...? Letícia baixou. Então, quem é contra?
Gutemberg, Ana Paula, Vânia e Betânia. Então, por 120 menos 3, 117 votos, então, a gente segue com essa
proposta de 20 falas de 15 minutos. Tá bom?

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Você nem ouviu a minha sugestão. Antidemocrático isso, viu?
Antidemocrático.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Concordo, Gutemberg. Concordo que eu queria fazer outra proposta
e não deixaram, Gutemberg.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – Talvez, quando eu desse a minha sugestão, os votos poderiam,
inclusive, reverter, viu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu acho que isso está certo. Desculpa. Gente, eu vou ficar quietinha.
Porque... Não, não fique quietinha, não, fale. É bem rápido o que eu vou falar.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Está furando a fila.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dr. Gutemberg, então
vamos lá. Fale, por favor.

O SR. GUTEMBERG FERREIRA (CRMV-PE) – É bem rápido, veja só. Ao invés de colocarmos vários especialistas
para discorrer em cada eixo desse, em cada pilar, eu estou vendo aqui, em linhas gerais, o primeiro pilar, ele
fala muito de política pública. Talvez, se viesse uma pessoa que fosse bem embasada na questão de política
pública, o que é uma política pública, ou o que é um projeto, o que é uma proposta, e que, em linhas gerais,
apresentasse a política pública, os temas que a gente vai discutir aqui, que vão se enquadrar nesta política
pública de bem-estar, a gente faria, a gente discutiria. Mas eu acho interessante todo mundo saber o que é
uma política pública, o que é um objetivo, o que diferencia uma política de um programa? Era interessante
que o especialista viesse falar. Por exemplo, esse segundo pilar aqui, o segundo pilar, ele fala de gestão de
população. Então, uma pessoa que fosse bem embasada na questão de Censo animal: por que fazer o Censo?
Quais as características de um Censo? Como é que se faz esse Censo, como é que se faz essa questão da gestão
da população, em linhas gerais? E o outro, o último eixo, que é a proteção e a educação de direitos maus
tratos, quem é que lida com isso? Quem é o especialista? Quem é hoje um pesquisador conceituado nessa
linha de bem-estar animal, de maus tratos, dessa coisa toda? Quem entenda de lei de crimes ambientais, todas
essas coisas. Eu acho que três especialistas, um para cada eixo, já clarearia as nossas ideias para poder fazer
essa discussão de dez minutos. É a minha proposta.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu acho que agora é a Vânia que vai...

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Eu queria só complementar, já
que a gente mudou a ordem das falas, eu tenho um caminho parecido com o do Gutemberg, só que o seguinte,
a minha proposta, além de levar um ou dois especialistas naquele tema, que pudesse fazer uma fala maior
para embasar aquelas pessoas que não estão tão próximas ao tema, que a gente dividisse o que é um
programa básico de manejo populacional de Cães e Gatos e todos os outros pontos que circulam ao redor
desse programa. Porque são muitos temas e, assim, se a gente quiser fazer tudo de uma vez só, a gente não
vai fazer nada. Então, eu acho que a gente tem os pontos básicos. O que é um plano ou um programa municipal
de manejo populacional de Cães e Gatos? Ele já tem as suas diretrizes básicas. Todo o restante, Vanessa, a
minha sugestão é que, se não for possível contemplar no mesmo momento, a gente contemple no momento
complementar. Está bem? Porque, assim, os temas são amplos, se a gente for abrir demais, a gente não vai
conseguir fazer. Então, talvez trazer um especialista ou dois no tema, depois ter um espaço para uma pequena
troca de informação, dúvida e complementariedade. Inclusive, eu sugeriria que a gente podia, para as pessoas
que vão participar desse bloco, que fizessem um formulário no Google, que cada um mandasse uma dúvida,
um ponto que podia ser esclarecido para agilizar. E depois a gente já teria esse compilado, que facilitaria.
Porque tem muitos temas... Por exemplo, eu trabalho em uma unidade de conservação, eu sou gestora de
uma unidade de conservação. Se a gente for entrar nesse tema, a gente é importante, mas não é o tema
central para um município que, sei lá, tem 10, 20, 30, 50 mil habitantes e não vive esse problema, e tem um
problema fundamental, que é não ter nenhuma ação de manejo populacional. A gente tem muitos
municípios... Eu participei recentemente de um programa em Minas Gerais, eu e o Gustavo Schilling, que está
aqui, onde, na verdade, vários municípios não tinham nem um Médico Veterinário, nem de uma clínica
particular, são municípios muito pequenos. Então, também discutir alternativas regionais. Ou seja, a gente
tem que pensar: o que é o básico de um programa de manejo populacional? É ter um programa de controle
reprodutivo, é ter um programa para registro e identificação, é ter legislação, é ter atividade de educação, é
ter atividades para combater maus tratos? Vamos dizer que fossem esses cinco pontos? Beleza, vamos discutir
esses cinco pontos iniciais. O restante, a complementariedade, viria a seguir. Obrigada, Leonardo. Acho que,
basicamente, para ser bem objetivo, era isso.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Vânia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vânia, o Pilar 1, a gente tem sete tópicos dele aqui. Eu acho que, se
a gente, então, escolher uma pessoa por cada tópico, ele daria para ter sete expositores, de 15 a 20 minutos,
e daria tempo para a gente interagir, tirando dúvidas. Mas, assim, também focar em dois, três, a gente precisa
esgotar minimamente esses sete. Esse rol aqui...

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Não, pode ser o sétimo,
Vanessa. Eu usei dois, três, por exemplo, se fosse por temas. Mas eu acho que ajudaria também, se a gente
tivesse um formulário, para que todo mundo, durante a semana, até lá por quarta-feira, mandar suas dúvidas
nesse tema, porque aí você tem facilidade, para quem for fazer apresentação, já saber que tem: Olha, a
maioria tem dúvida nesse tema ou no outro, pensando nesse bloco maior. Seria isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está bem. Então, isso do formulário, da gente colocar as dúvidas, é
possível, está bem? A gente faz esse formulário para colocar as dúvidas. Agora, os nomes, então, eu penso
assim, legislação e marco regulatório, vamos colocar os nomes que a gente quer sugerir e a gente vota. Ou a
gente coloca todos os nomes aqui e a gente tira uma Comissão e essa Comissão, depois, tenta fazer essa
programação, tentando equilibrar. Porque também, senão, a gente vai pegar o resto no dia. Então, por
exemplo, a gente poderia colocar disso, todas as sugestões no chat. E aí eu vou pedir para... Núbia, você pode
consolidar essas informações dentro do bloco 1, 2...? Os nomes de cada um? Então, por exemplo, quando

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você for colocar a sugestão, coloca assim: pilar 1, item 1, que é legislação e Marco: “Sugiro Fulano de tal, que
é Médico tal, pela contribuição dele tal.” Aí faz a sugestão assim. Pode ser, gente? Então, vou colocar aqui. O
modelo é... Colocar, candidatura, candidatura: Pilar 1, tópico 1, nome da pessoa. Qualificação. Qualificação e
contribuição efetiva para o tema. Mais alguma coisa, gente? Ham? Eu não estou vendo reações. Pode ser
dessa forma, gente?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Pode.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Pode. Então, vê se apareceu aí no chat. Então, quem quiser fazer
uma sugestão de candidatura para o pilar 1 e tópico 1, aí você vai cópia, Pilar 1, tópico 1, aí coloca o nome da
pessoa, qualificação e contribuição, que a Núbia vai selecionar todos, vai colocar todos organizadinhos. Se
tiver mais de uma pessoa para um tópico, aí, gente, a gente vai tentar selecionar da forma equidade de gênero,
de Estado, para a gente dar essa capilaridade. Pode ser assim? A gente junta tudo e aí a gente tenta dar essa
capilaridade, tentando respeitar gênero, representatividade dos Estados. Tá bom? Aí, por exemplo, quem for
pilar 1, tópico 2, aí vai mudando, está bem? Porque o pilar 1 tem sete tópicos, ok?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Oh, Vanessa, o pessoal
está sugerindo o Google Forms para fazer isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Então, beleza. Vamos fazer o seguinte, eu vou criar esse Google
Form, enquanto isso você já abre a discussão do tópico 2, pode ser? Enquanto isso eu vou criando o
[ininteligível].

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, eu só vou passar
a palavra para a Letícia, senão ela vai brigar comigo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Perdão.

A SRª. LETÍCIA – Não, está tudo certo. Eu acho que até a Vanessa leu meu pensamento, porque eu levantei a
mão justamente para sugerir que fossem trabalhados os representantes dentro desses sete tópicos. E embora
aquela, não sei se foi a Luciana, que sugeriu uma discussão menor para que todos pudessem contribuir,
justamente porque tem municípios com discrepância de nivelamento aí dentro desse processo. Eu trabalho
hoje num município pequeno, eu entendo que essa realidade é bem difícil, mas eu acho que ouvirmos os
sucessos nos norteiam bastante. Então, eu acho muito importante que venham essas pessoas com
experiências positivas, com esses resultados de sucesso, porque só assim a gente vai conseguir se espelhar e
sair do nível que nos encontramos hoje. Era só isso.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Letícia. Então,
nós vamos encerrar. Tem a doutora Rita, da UFPR. Rita? Não? Então, está bem. Então, Vanessa, eu vou abrindo
o segundo bloco.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Isso, enquanto isso, eu estou criando aqui o Google Doc e aí eu vou
colocar mais um item aqui, que é o contato da pessoa, viu, gente? Porque caso não faça parte do grupo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Pessoal, vamos fazer o
seguinte, eu acho que vai ficar melhor. A Vanessa sugeriu nós fazermos as inscrições para o segundo bloco
pelas mãozinhas, certo? Tem algumas pessoas aqui que já se inscreveram, mas aí eu peço que levantem as

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mãos e eu vou abaixando as mãos à medida que vocês forem falando, perfeito? Está bem? Então, eu já abro
aí as inscrições para o segundo bloco. Então, temos aí a doutora Rita Garcia, que já, inclusive estava inscrita já
pelo chat, doutora Rita, no segundo bloco.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Leonardo, se você puder ler os tópicos do segundo bloco.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Claro. Vamos lá. Então, o
segundo bloco, o Pilar 2, que é o ‘Pilar de Gestão de Populações de Cães e Gatos’. Deixa eu só pegar os tópicos,
são: “Diagnóstico populacional de Cães e Gatos, censo animal, animais domiciliados em situação de rua,
registro de animais e identificação individual, castração como estratégia de controle populacional,
microchipagem, centro de referência de animais vulneráveis, zoonoses e medidas de enfrentamento.” Então,
esses são os itens do Pilar 2, Gestão das Populações de Cães e Gatos. As inscrições estão abertas. Passa a
palavra à doutora Rita.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Boa tarde, obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Três minutos, no mesmo
formato.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Está bom, obrigada. O registro de identificação, ele já está lá escrito
no bloco, mas eu só queria ressaltar a importância de ter o banco de dados nacional, ou que os municípios
lancem direto, ou, enfim, de ter isso organizado, que isso vai trabalhar também na prevenção do abandono,
não é? Na questão, eu acho que faltam alguns tópicos lá no bloco, eu queria sugerir alguns, o programa de
cães comunitários, a participação social, não só apenas pensando nos Comitês municipais para manejo das
populações de Cães e Gatos, mas a participação social envolvendo os líderes comunitários de cada região. E
isso tem a ver com a territorialização do programa de manejo populacional nesse território saúde. Então, a
gente já está aí fazendo o cruzamento junto com o Sistema Único da Saúde e também do Sistema Único da
Assistência Social. Interagir com esse sistema, porque esse sistema já conhece, como foi apresentado hoje
cedo, eu acho que nos da Vanessa, as famílias que estão cadastradas e que recebem alguns benefícios. A
questão dos programas também para manejo de gatos, de vida livre, está incluído isso como um tópico. O
controle do comércio, a gente tem, hoje, cada vez mais um aumento de animais abandonados de raça e a
gente precisa que essa pessoa que esteja comprando receba orientações desse criador, que seja microchipado
e que tenha esse controle. O controle dos recursos ambientais e o abandono, ele está no terceiro bloco, como
a parte educativa, mas eu acho muito importante incluir aí no bloco 2, como vigilância epidemiológica do
abandono. A necessidade da saúde e do meio ambiente caminharem juntos, endossando de novo a fala do
Jorge sobre a revisão dos programas de controle de zoonoses, eu achei fundamental isso. E para finalizar, a
gente não esquecer dos produtos muito importantes para a gente estar usando em todos os grupos. Eu acho
que, principalmente, no grupo 2 e 3, mas eu acho que daria para usar no grupo 1 também, que são os materiais
mais completos do ICAM, que é a coalizão de manejo de cães, mas que também trazem orientações para o
manejo de gatos. Tem o documento da FAO, ele é um pouco mais antigo, mas ele traz toda uma estruturação.
E seguir também o capítulo 7.7 do Código Terrestre da OIE, que eles são bem claros em toda essa estruturação
e a gente pode partir as discussões estruturadas em cima desses documentos. No site, por exemplo, do ICAM,
a gente pode encontrar os indicadores que a gente pode estar fazendo a estimativa...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Professora Rita, o tempo,
30 segundos.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − A gente pode fazer a estimativa populacional ao invés do censo,

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que sai mais em conta. E lá no site tem vários indicadores para a gente fazer o monitoramento. Então, a gente
precisaria incluir também como tópico o monitoramento, ter os indicadores, monitorar, e isso ser uma
avaliação cíclica nos municípios e nos estados. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, professora Rita.
Passamos, então, para a doutora Betânia. Doutora Betânia, por gentileza.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Boa tarde
a todos. Eu sou Betânia, aqui da Universidade Federal Rural da Amazônia, do Pará, e onde nós já
desenvolvemos alguns anos o controle populacional em áreas vulneráveis, ilhas e nessas regiões onde
normalmente não tem essa assistência médica veterinária. Então, há dois anos, eu fui gestora do Centro de
Controle de Zoonoses, onde nós desenvolvemos alguns trabalhos. Como foi a sugestão de você tentar fazer
uma coisa com menos custo e conseguir atingir a parte de proteção animal, dos animais que estão nas ruas.
Dentre esses programas que nós desenvolvemos foi “O Animal Comunitário”, onde a gente pegava animais
que estavam em logradouros públicos, fazíamos a castração, mantínhamos dentro do centro e depois esse
animal era vacinado e devolvido, já microchipado para essas áreas, para praças e esses locais onde
normalmente já existia uma pessoa que cuidava dele, era um segurança ou era uma pessoa que já tinha
alguma relação com esse animal. Então, nós desenvolvemos esse trabalho durante dois anos, no período da
minha gestão, e atendemos mais de 300 animais nessa situação dentro das ruas. E também a questão do
Abrigo Vacinado, porque a gente sabe que a pessoa que tem abrigo, dificilmente, vai levar numa campanha
de vacinação antirrábica. Então, era um recurso barato, porque a vacina é acessível dentro da Secretaria de
Saúde, a gente tinha uma mão de obra capacitada, que eram os ACEs, médicos, veterinários, e dentro desse
trabalho, dentro dos abrigos, nós fazíamos também um levantamento socioeconômico dessa pessoa. Então,
essa pessoa se tornava visível para a gestão pública. Então, era muito comum eles dizerem assim: “Poxa, eu
nunca fui atendido dentro da prefeitura, mesmo tendo todas as necessidades e propostas.” Então, isso daí foi
muito interessante por aproximar o poder público dessas pessoas que normalmente vivem à margem da
sociedade. E também a gente já desenvolve há sete anos, dentro de um projeto que nós temos denominado
“Veterinário da Amazônia”, principalmente a parte de controle populacional em área de proteção ambiental.
Então, dentro desses trabalhos, nós já fizemos o levantamento de algumas doenças, e assim como o
atendimento e a parte educativa para essas pessoas, para o entendimento da presença daqueles animais e o
limite deles dentro dessas áreas. Então, é muito interessante a gente visualizar que de uma ilha para outra
você vai ter condições totalmente diferentes, porque Belém tem ilhas...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Betânia, 30 segundos.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Certo.
Então, assim, essa parte do controle em área de proteção animal, elas realmente são bem variáveis,
principalmente dentro do nosso estado, que é gigante, a gente conseguiu perceber que são realidades bem
distintas e que é possível, sim, a gente fazer com todo um apoio adequado. Obrigada pela atenção.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora
Betânia. Nós temos agora um iPhone de iMac. Então, não sei o nome da pessoa...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu queria só tirar uma dúvida com a professora Rita, porque ela falou
aqui para a gente colocar no... A professora está me ouvindo? Ah. Você falou para colocar ‘vigilância
epidemiológica do abandono’, né? Seria no item 2? Porque a gente tem a questão do abandono no item 3.
Seria, então, a proposta de deslocar do 3 para o 2? Ou a gente pode manter no 3, mudando o nome? E aí a
questão dos cães comunitários, se a gente manteria no 3, acrescentaria no 3? Porque aí ficaria a questão de
animais vulneráveis, né? Eu acho que, de repente, a gente desceria o centro de referência de animais
vulneráveis no 3 e acrescentaria cães comunitários e a vigilância do abandono também no 3. O que vocês
acham?

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A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Ah, eu acho que pode ser, Vanessa, importante discutir, né? Eu
entendo que essas revisões foram para facilitar as discussões e para a gente se organizar e focar, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Como o 2 não está muito grande, então talvez a gente desloca. Se
vocês todos estiverem de acordo, talvez a gente, então, desloca o centro de referência de animais vulneráveis
para o 3 e aí, no 3, a gente adiciona a questão de animais comunitários. E aí, no 3, que ele tem “combate ao
abandono de animais", a gente trocaria por, em vez de combate, seria “vigilância epidemiológica do
abandono”. Seria isso?

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Eu acho que pode ser, sim, porque daí a gente tem tipo, por
vigilância, ter os dados, quem abandona, qual é o risco de ser abandonado, já fazer educação... [ininteligível]

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ah está bem, e é isso, e a participação social também ficaria no 3,
não é isso?

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Participação social, acho que barra comitês regionais...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – E territorialidade que você falou?

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Territorialização.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) –Territorialização do?

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Desse manejo, da vigilância, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Da vigilância, né? É, eu acho que é isso. Pautado mesmo a questão
dos cães comunitários. Gente, todo mundo de acordo? Então, só que aí a gente deixou mais divididinho, né?
Ficou mais equilibrado os dois blocos. Então, está bem, gente...

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Os [ininteligível] de vida livre ficariam em cima ou ficariam aí
também?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu acho que é aqui, sede é aqui.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Tá bom. Mas acho importante, então, escrever os dados de vida
livre.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – É, fica bom. Animais comunitários e de vida livre, né? Pronto.

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O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Ok, Vanessa, podemos
continuar? Então, passamos para o iPhone. Não tem o nome da pessoa. Para mim é que é o iPhone do iMac.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Leonardo, é porque eu estou na sala. Vocês me ouvem? Eu estou na
sala, por isso que eu acabei de me inscrever.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Ah, desculpa. Então, está
ótimo. É isso.

A SRª. SIMONE PERECMANIS (UnB) – Bom, só me identificando. Simone Perecmanis, da Universidade de


Brasília, diretora do Hospital Veterinário. Agradecer à Vanessa o convite. E aqui dar o olá para o meu colega,
não é? Jorge, acho que faz muito tempo que eu não o vejo, talvez uns 30 anos. Mas eu me inscrevi nesse
tópico por duas possibilidades dentro dessa temática, a primeira é discutir claramente que a gente tem um
número razoável de faculdades, para lá de razoável, né? Até, sabidamente, um número grande de faculdades
de medicina veterinária ou cursos, vamos colocar assim, de cursos de medicina veterinária no Brasil. Mas, é
interessante, porque quando a gente observa a estrutura criada, nós conseguimos identificar que alguns
desses hospitais pertencem a uma rede, não é? De fórum, especificamente criada dentro da ANDIFES e que
recebe por uma ação, eu tenho até o número dela aqui, para eu não esquecer, que é uma portaria do MEC,
que é a 748/2021, mas que nos financia nas ações de medicina veterinária nesses hospitais. Não é muito
dinheiro, não, não vou negar, não dá nem para o gasto de um hospital mediano como o nosso na UnB. Mas é
o tipo de ação que se a gente quer implementar um sistema ou uma proposta de criar, digamos assim, criar
uma proposta de castração de animais, talvez seja o caminho. O caminho da gente conversar dentro da
administração dos ministérios, e esse poderia ser vinculado ao próprio meio ambiente, uma dotação específica
nos moldes que foram feitos pela ANDIFES e pelo MEC para colocar esse financiamento para a gente conseguir
fazer a gestão dessas castrações, não é? Então, seria uma possibilidade. A outra situação é que nós também
temos, em grande maioria hoje, desses fóruns, quer dizer, digamos assim, não só dos hospitais relacionados
ao fórum, mas de vários outros hospitais, programas de residência médica veterinária, que também podem
ter um fortalecimento com esse financiamento específico para a castração, controle populacional. Então,
estou fazendo, parece que eu estou fazendo propaganda especificamente disso, mas não, é porque facilita a
gente ter uma dotação específica registrada em portaria para um órgão. E eu não estou falando de colocar
milhares de reais, não é bem isso. A Portaria...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – 30 segundos, doutora.

A SRª. SIMONE PERECMANIS (UnB) – Certo, estou terminando. Então, a nossa portaria do MEC é muito
objetiva. O nosso hospital recebe pouco menos, quase 400 mil reais. Eu acho que um valor um pouco mais,
não é? A gente conseguiria elaborar essas castrações. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora. Eu
passo a palavra à doutora Vânia. Doutora Vânia, por favor.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Obrigada, Leonardo. Olha,
algumas coisas, a doutora Rita que eu ia colocar, felizmente já colocou, então a gente vai poupar a fala. Eu só
gostaria de incluir no que ela colocou, que talvez seja importante a gente pensar, que a gente tem que ter
ações básicas de saúde animal para pensar num programa de castração. É muito comum a gente ver, castrar
o animal hoje e o animal morrer amanhã porque tinha uma hemoparasitose, ou estava numa fase incubatória
de uma Cinomose, ou de uma Parvovirose. Então, eu acho que a gente precisa incluir nessas ações um
programa que contemple esses animais serem avaliados e receberem vacinas de espécies específicas em dose
suficiente, pelo menos duas doses, vermífugo, antiparasitário externo, antipulga, anticarrapato, para que a
gente possa fazer esse controle. Acho que isso é bem importante. Da mesma forma, a pesquisa das doenças
que poderão comprometer esse animal, que ele está numa fase de incubação. Outra coisa que eu queria
colocar, eu não sei em todos os estados, eu vou falar dos que eu conheço melhor, que é o estado de São Paulo,

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o estado de Minas e o estado do Paraná, mas eu acredito que em outros também é assim. Muitas organizações
não-governamentais, que tem CNPJ, ou seja, são estabelecidas e com direito de participação social, elas
realizam programas de castração. Eu mesma sou Diretora Técnica e fundadora de uma há 18 anos, a gente
tem programa permanente com registro no Conselho de Veterinária e eu acho que em qualquer município,
esses organismos têm que fazer parte da discussão para a implantação de uma política pública. Porque, em
geral, isso não entra na questão desses planejamentos, não é? Aproveitando um pouquinho já do que a
doutora Simone falou, eu vejo que, embora a gente tenha 600 escolas de veterinária aproximadamente no
Brasil, a gente tem mais de 5 mil municípios. Então, pensar no papel que essas escolas veterinárias,
principalmente, as particulares, porque as federais, em geral, têm essa preocupação de envolvê-las nesses
programas, pensando que, para que elas sejam escolas de veterinária, elas devem pensar em desenvolver
ações de caráter social para aquela comunidade. Então, eu acho que a questão do recurso e da instalação
dessas escolas, em algum momento, precisa ter uma discussão com o Ministério da Educação, que é quem faz
isso, o MEC, que libera a abertura dessas escolas, que eles tenham esse olhar de participação social. Para
incluir também a questão dos programas de moradores de rua, por exemplo, eu moro numa cidade que tem
tudo isso, está bem? Tanto tem, uma vez por mês, as pessoas podem levar...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Vânia, 30 segundos.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Sim, que leva no Centro POP
para o atendimento Veterinário, todos são castrados, vacinados, acompanhados clinicamente, mas também a
viatura do programa de saúde da família, que atende esses moradores e que percorre a cidade, ela também
faz o atendimento desses animais periodicamente, uma vez por mês. Então, acho que por ora seria isso,
porque os outros dois tópicos mudaram para o item 3, então depois eu falo de novo. Obrigada, Leonardo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Vânia.
Passamos, então, para o doutor Paulo Vianesa. Doutor Paulo, por favor.

O SR. PAULO VIANESA – Boa tarde a todos. Parabéns pela iniciativa. É plausível e importante que haja essa
discussão. Já fazia tempo que eu esperava por uma discussão dessa. Sou daqui de Palmeiras dos Índios, do
estado de Alagoas. Nós temos aqui um programa de ação continuada chamado Pet e Amigo. Dentro dele está
inserido um Castra Móvel e hoje faz três anos que a gente está com esse programa e a gente já percebe aqui
uma diminuição na quantidade de animais de rua e também na quantidade de zoonoses. Hoje nós já estamos,
inclusive, com um workshop montado e palestrando em outros estados. A gente está indo agora para o estado
de Roraima para apresentar lá esse programa e para poder implantar também no município que nós iremos.
Quero dizer aqui o quanto a gente está tentando minimizar cada vez mais a quantidade de zoonoses. O país
tem muitos animais abandonados e talvez essa discussão aqui seja o divisor de águas para que essas políticas
públicas de controle populacional de Cães e Gatos, elas realmente se efetivem. Quero cumprimentar aqui a
doutora Maria Clara, que é colega minha de Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina
Veterinária. Cumprimentar aqui o professor Biondo, que é outro colega aqui, um gigante também dentro aí
da Saúde Única. E esse programa nosso aqui, mas Palmeira dos Índios, a gente está, inclusive, implantando
ele em aldeias indígenas e em comunidades quilombolas. Somos o primeiro município no país a desenvolver
esse tipo de trabalho em aldeias indígenas. Então, a gente está aqui à disposição. E um abraço a todo mundo
aí.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Dr. Paulo.
Passamos a palavra à Fernanda e a Daniela da SEDEST do Paraná. Por favor, Fernanda e Dani.

A SRª. FERNANDA (SEDEST Paraná) – Boa tarde. Vocês conseguem me escutar? Eu estou um pouquinho longe
do microfone.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Sim, Fernanda, te
escutamos.

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A SRª. FERNANDA (SEDEST Paraná) – Eu só queria sugerir para esse segundo pilar aí da discussão, hoje de
manhã foi falado da questão de impacto de Cães e Gatos sobre outras populações aí e animais. Então, só para
incluir, acho que ali no segundo tópico, essa discussão no segundo grupo aí de temas a serem abordados, para
que isso não passe batido e a gente consiga olhar para essa questão também. Está bom?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – E o impacto ambiental, o impacto na vida de animais silvestres? Algo
assim, Fernanda?

A SRª. FERNANDA (SEDEST Paraná) – Isso, exatamente. A gente... Eu falo aqui do Paraná, eu sou
Coordenadora de biodiversidade em educação ambiental, a parte da proteção animal para a nossa proteção
aqui. A gente tem a Conselho Estadual dos Direitos Animais e a gente tem discutido muito isso, sabe? Trazer
a questão do impacto também dessas espécies sobre a fauna silvestre, sobre a conservação de algumas
espécies, tanto com relação à predação, quanto com relação à transmissão de doenças e patógenos. Então,
vai incluir essa questão também, por favor.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Perfeito. Todos de acordo, gente?

A SRª. DANIELA (SEDEST Paraná) – No tópico dois, impacto ambiental e na vida silvestre. Obrigada.

A SRª. FERNANDA (SEDEST Paraná) – Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Fernanda e
Dani. Passamos a palavra à doutora Betânia, por favor.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Só


complementando o que nós estávamos falando há pouco, um tópico que eu acho interessante é trabalhar
também a saúde mental na proteção animal, de muitos casos. Então, o que a gente acompanha e que vê é
que, muitas vezes, certas pessoas, a gente é visível um certo desequilíbrio. E isso preocupa muito quando você
vê que ela tem 20, 30, 40, 50 animais e a pessoa, assim, vai entrando num processo de autodestruição e, ao
redor, aqueles animais vão passando pelo mesmo processo que ela. Então, assim, como uma sugestão, seria
o atendimento, uma assistência social ou um acompanhamento psicológico, psiquiátrico até, em alguns casos,
para a responsabilização de muitas pessoas que, às vezes, têm a boa vontade, elas têm muita boa vontade,
muito amor, mas elas não têm uma estrutura que comporte cuidar de vidas. Eu acho que isso é muita
responsabilidade. Então, eu acho que é interessante agregar essa atenção mental às pessoas que são
envolvidas dentro da causa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Betânia, no Pilar 3, ele tem um item que é de enfrentamento à
acumulação de animais. E eu entendo que o enfrentamento à acumulação de animais, ele perpassa pela
questão do cuidado das pessoas em situação de acumulação.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Sim. É no
Pilar 3?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está no Pilar 3.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Certo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Porque ele [ininteligível].

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A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Então, me
desculpe a intervenção inapropriada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Não, é só, é bom que a gente vai antecipar o debate, está ótimo.

A SRª. MARIDELZIRA BETÂNIA MORAES DAVID (Universidade Federal Rural da Amazônia/Pará) – Mas tudo
bem, já vai agregando. Muito obrigada, está bem? Era isso.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigada, doutora.
Passamos aqui a palavra para a professora Rita. Professora Rita, por favor.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná - UFPR) − Aproveitar o que a Betânia falou, e ela fez lembrar da saúde mental
dos colaboradores e gestores, principalmente os veterinários que estão ali na ponta, os tratadores também
de animais. Eu não sei se ficaria no primeiro bloco ou no segundo, ou se ficaria lá em capacitação. Eu não sei,
mas acho que é muito importante, eu já esquecia isso, ela fez eu lembrar disso. Eu não sei... Lá no bloco 2 que
a gente está falando, não sei como a gente poderia colocar a questão da intersetorialidade, pois, por incrível
que pareça, os próprios municípios, eles não se conversam, né? Saúde com meio ambiente. Eu acho que a
gente precisava conversar sobre isso, sabe? Eu não sei como colocar isso no papel, mas acho que tinha que
discutir a intersetorialidade, incluir, não sei se no 2 ou no 3, o controle do comércio. Vanessa, eu não sei onde
poderia ficar isso, que eu falei naquela primeira fala, né? E o controle de recursos ambientais. Posso ir
continuando? Eu posso colocar isso aí no chat também, né? Outra coisa que eu tinha pensado, já lá na primeira
fala, é a qualidade das cirurgias de castração. Gente, ainda tem gente castrando com Tilavê e Ketamina. Nós
não podemos endossar isso, não podemos. Não é a qualquer custo a castração. Não é. É uma guerra, mas não
é a qualquer custo. O abandono é uma guerra ainda, mas não é a qualquer custo. Então, qualidade das cirurgias
de castração, protocolos, quais materiais não se pode usar? Não se pode usar um lacre que não é para cirurgia.
Não se pode simplesmente esterilizar um lacre que não seja um material cirúrgico, né? A qualidade de todos
os materiais, os protocolos de anestesia e os protocolos de controle da dor. A gente acaba vendo muitos
mutirões que não tem controle da dor, entrega o animal e não entrega uma receita ou os medicamentos. É
uma preocupação muito grande em relação a isso. Sei que já tem Resoluções, e acho que precisariam ser
relidas essas resoluções e ter um encaminhamento que dá em relação a protocolos e o que estaria escrito
nesse programa, né? A Gonadectomia antes da puberdade, que seria as castrações de filhotes, eu acho que
falta capacitação, é uma ferramenta importante, faz antes do primeiro cio e a gente previne que esse animal
não vai ter cria lá no primeiro cio aquelas surpresas e facilita a adoção. Então, eu acho que a gente tem que
discutir isso também e a capacitação para cirurgias de castração minimamente invasivas. Porque não é possível
a gente fazer castração em massa e mandar um animal para casa com um corte de 10 centímetros, né? Outra
questão que eu acho importante são os nossos... Espera aí, agora há 30 segundos. São as nossas formiguinhas
que se chamam protetoras independentes. Então, é uma rede de formigas que trabalha em todo o Brasil e
que a gente precisaria de alguma maneira organizar. A gente está tentando dar uma organizada lá na região
metropolitana de Curitiba e depois eu ergo a mão de novo. Muito obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, professora Rita.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – O controle do comércio, eu acho que talvez já esteja contemplado
no pilar 3, que é a educação privada responsável e conscientização pública. Eu acho que é um tópico isso aí.
Cuidado das pessoas, eu acho que talvez nesse item 3 a gente poderia colocar um tópico de cuidar das pessoas,
cuidar dos atores, né? Que aí entra os cuidadores, os protetores, os profissionais de saúde, as pessoas em
situação de população de [ininteligível], quando tem esse cuidar das pessoas. A qualidade da castração e
protocolos, ele já está contemplado no pilar 2. Quando a gente trata da castração como estratégia de controle

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populacional, obviamente a gente vai estar discutindo castração precoce, minimamente invasiva, a questão
da qualidade da castração, os protocolos, tudo isso está contemplado nesse tópico. Pode ser assim?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim, só o controle do comércio, que não é só uma educação. Eu acho
que a gente tem que conversar com quem vende, com quem cria e tem que ter uma legislação, assim: “É
obrigado a ser chipado, é obrigado a esses criadores.” Por exemplo, eles têm que ser monitorados, eles criam
animais num espaço pequeno, depois o animal fica lá com problemas comportamentais e são abandonados.
Eles têm que ser responsabilizados, não sei como.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Hum, hum. É, porque a gente já tem o item que fala de legislação, a
gente já tem o item que fala de microchipagem e a gente já tem o item da conscientização, né? Então,...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Poderia ser a legislação, será?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ham?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Eu acho que poderia ficar legislação e conscientização, né? Porque eu
acho que seria um item específico.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – É, a gente já tem prevenção e combate aos maus-status, porque se
a gente for desmembrar cada subtópico, a gente está colocando os macrotópicos, porque aí ele dialoga com
isso, mas dialoga também com a pessoa que chuta o animal, o criador que é o clandestino. Porque senão, o
rol não é taxativo, né? Ele... É para abordar a maior quantidade possível de olhares sobre esse tema. Eu acho
que o cuidado, a gente adicionar aqui no Pilar 3, o cuidado das pessoas, porque aí ele envolve os protetores
independentes, os profissionais de saúde, as pessoas que estão em situação de acumulação. Pode ser assim?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Podemos continuar,
Vanessa?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Por mim, sim.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – A doutora Syslane, por
favor. Fique à vontade, doutora.

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Meio ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Boa tarde a todos. Estão conseguindo me ouvir? Eu gostaria de trazer uma experiência
do nosso programa de animal, é a castração como estratégia de controle para o profissional. E para nós,
funcionou muito mais quando nós fizemos o credenciamento de clínicas. Antes, a castração era realizada pelo
centro de zoonose, onde nós tínhamos um número de 600 animais ano. E agora, com o credenciamento de
clínicas, nós já castramos 820 animais, com meta de 2.500 animais para 2023, com criação para 2024. Então,
talvez seja uma estratégia credenciar clínicas, né? Porque o nosso programa, quando o animal, ele vai para a
castração, ele faz todo o exame pré-cirúrgico, como foi falado anteriormente, esse cuidado pré-castração.
Então, ele faz os exames pré-cirúrgicos, ele faz a castração, a microchipagem e está previsto também o
atendimento recorrente das intercorrências que podem ocorrer, né? Devido à realização da cirurgia de
castração. Então, de repente, pode inspirar os outros municípios a adotar esse modelo, né? E, realmente,
avançar na castração como uma estratégia de controle populacional, porque isso é gerado para nós, né? Um
outro caso nosso é que nós firmamos um convênio com a Universidade Federal de Sergipe para realizar o
diagnóstico populacional de Cães e Gatos, né? Nós, enquanto essa equipe da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, nós só conseguimos fazer o rastreamento dos acumuladores, né? Então, esse diagnóstico

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populacional geral da cidade vai ser muito útil para nós, até para nossas futuras metas de ampliação. Então, o
município... Posteriormente, a gente vai falar provavelmente de acumuladores, mas a gente rastreou 36
acumuladores e nós temos casos de mais de 100 animais em uma residência, né? Então, é realmente um caso
de saúde pública. E falando em saúde, né? Trazendo, eu gostaria de retomar a lembrança da importância da
tomada de preço do Ministério do Meio Ambiente, porque enquanto SEIMA, a nossa pauta para aquisição de
medicamentos, por exemplo, é muito complexa, porque isso não está dentro do nosso rol, né? Que
medicamentos e insumos de medicina veterinária, isso não estava previsto antes. Então, ter uma tabela tipo
o SUS de saúde humana vai ser, assim, maravilhoso para nós, porque vai facilitar quando nós quisermos fazer
os nossos mutirões, as nossas feiras de adoção, as campanhas de vacinação.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora Syslane, 30
segundos, por favor.

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Meio ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Obrigada, Leonardo. Então, assim, só realmente para que a gente não tire essa tomada
de preço de vista, né? E que mantenha realmente esse objetivo, né? E falar da importância da dotação
orçamentária, que nós já iniciamos o nosso programa com essa dotação. Então, isso facilita totalmente a
execução do programa, porque, tanto, nós, hoje nós atuamos com recurso do Tesouro Municipal, mas nós
estamos totalmente abertos, né, para receber outros recursos. Então, já ter essa dotação foi de grande
importância para que o programa fosse bem executado, né? Então, muito obrigada a todos.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora Syslane.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Talvez ao menos um dos trabalhos, um dos resultados da reunião
técnica seja a gente começar a pensar, eu sei que a gente não vai conseguir esgotar, mas a gente começar a
pensar nessa vista para a tomada de preço. Medicamentos, equipamentos, procedimentos, porque a partir do
momento que a gente publicar a política, e aí a gente vai ter que ver se esse é um Decreto, se esse é uma
Portaria, como que vai ser a política. Na hora que a gente publicar a política, a gente tem o respaldo de fazer
a tomada de preço. Não é o MMA que vai fazer a aquisição, ele faz só a tomada de preço e os municípios
aderem. Então, a gente já pode, inclusive, criar um grupo, um subgrupo, para elencar o que é de medicamento,
de material, de instrumento, perere, perere, perere, até serviços de castração. Que é, por exemplo, que é o
Edital, que é o modelo que o IBRAM faz, que é o modelo que vocês fazem. Imagina se a gente faz um Edital
Nacional para quanto que vai o preço? A gente conseguia aí, fazer um tirão de castração no Brasil inteiro a
partir dessa tomada de preço. É a nossa carreata da castração. Imagina. Vamos fazer com o Conselho de
Medicina Veterinária e trazer para a carreata da castração.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Me convenço.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutor Jorge, por favor.

O SR. JORGE CARNEIRO (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Amazonas) – Bom, assim, eu estou
viajando aqui nas falas, porque eu estou me sentindo meio que naquela época da reforma sanitária lá que
criou o SUS. Quando a gente fala, remete muito a puxar os exemplos que hoje são praticados no Sistema Único
de Saúde. Então, nesse sentido, eu penso que o SICAD, aí quando falaram em SICAD, parecia música ao ouvido,
um banco de dados unificado, muito parecido com o Prontuário Eletrônico do Cidadão, a gente poderia tirar
dados epidemiológicos, dados demográficos. Então, eu penso que é um caminho interessante. Mas eu acho
que um arcabouço legal para tudo isso aí seria bem interessante. Eu sei que está, a fala está um pouco ainda
ligada ao pilar número um, mas acaba que essa parte da gestão, ela está dependente totalmente dessa
situação. Da mesma forma, eu acho que a gente pode tirar os exemplos positivos do Sistema Único de Saúde,
mas é fundamental também pensarmos em não repetir alguns erros, que seria principalmente na questão do
financiamento. Mas que a gente deveria pensar claramente aí em um financiamento tripartite bem definido,

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onde cada ente aí que mais arrecada seja exatamente aquele que mais possa investir para que as ações de
fato possam sair. E por último, eu penso que, conforme a doutora Simone colocou, o intercâmbio com o
Ministério da Educação, ele pode ser muito mais ousado. Além de passar pela utilização da estrutura dos
hospitais universitários, eu penso que a gente poderia ir mais a fundo e pensar na transversalidade aí de ações,
com inclusão inclusive nos... Inclusão inclusive é ótimo. Com inclusão nos planos de educação, aí de questões
relacionadas a justamente à proteção animal, justamente ao respeito das formas de vida, eu acho que isso é
fundamental. Então, nesse sentido, eu acho que a gente tem que ser um pouquinho até mais ousado, talvez
a minha [ininteligível] esteja vencida e a minha ansiedade seja muito grande, como você colocou, né, Leandro?
Mas o fato é que eu estou, assim, bem encantado com tudo isso. Então era essa a contribuição que eu queria
fazer aí no Pilar 2. Obrigado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor Jorge.
Doutor Denizard, por favor.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Então, a minha contribuição seria com relação à
estimativa da população. Eu vou ler aqui um trecho que a colega do Grupo Tec da Raiva do Ministério mandou
para mim, eu solicitei a ela. Então: “Para o planejamento de vacinas e outros insumos para a execução da
campanha, além do monitoramento de indicadores de cobertura vacinal, é essencial que seja calculada a
estimativa populacional de Cães e Gatos dos municípios.” E existe algumas maneiras que os municípios e que
o Ministério adota com relação ao levantamento dessas estimativas, que podem ser realizadas por meio de
censos caninos, média dos animais vacinados nos últimos três anos e a razão cão/habitante, que é inclusive o
preconizado pela OMS. E o Grupo Tec da Raiva tem estimulado utilizar esse do IBGE, que seria a razão cão
animal habitante de um para... De, só um minuto. Que seria de um para quatro para cães e de um para sete
habitantes para gatos. Então, tem estimulado essa utilização e a gente já tem utilizado, assim,
constantemente, inclusive existe nota técnica, que é editada ano a ano, depois eu posso passar no grupo
através do WhatsApp, e inclusive esse site do IBGE que é utilizado. Deixa eu só rapidamente finalizar. Outra
questão é que nós estamos aí falando muito em relação à saúde única. E o pilar da saúde única, os três pilares
são a saúde animal, do ambiente e a saúde das pessoas do ambiente e as pessoas do ambiente e... Me fugiu,
mas a ideia é o seguinte, é que também a gente deve envolver...

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Dos animais, Denizard.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Animais, exatamente. Então, é o que me fugiu. Os animais,
a gente tem que envolver também o MAPA nessa questão, que a gente está falando muito de saúde humana
e animal e meio ambiente e estamos esquecendo do MAPA. Então, a gente tem que envolver justamente na
questão da abordagem de saúde única. Um exemplo que eu trago é com relação aos cães, na transmissão da
Hidatidose, a Equinococose, que é muito importante. Então, a gente precisa envolver também e que tem
interesse nos animais de produção, nos ovinos, por exemplo. E outra questão é o envolvimento dos cães com
os javalis, né? Que é uma temática muito importante. Então, eu trago essas questões que a gente com o
envolvimento do MAPA nesse processo. Outro detalhe também, a doutora Vanessa está trabalhando com
ministério...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dr. Denizard, 30 segundos.

O SR. DENIZARD DE ABREU (Ministério Da Saúde) – Também com relação aos acumuladores. Ok, estou
finalizando. E com relação aos acumuladores, justamente dessa problemática que a colega falou com relação
aos acumuladores e esse trabalho que tem a expertise que ela tem. Então, a gente já está trabalhando com
especialista nessa questão justamente para fazer uma abordagem dos acumuladores de animais e objetos.
Muito obrigado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado doutor Denizard.
Passamos a palavra então à doutora Ana Liz. Doutora Ana Liz, por favor.

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A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Eu acho que é importante, isso ele nessa essa
assistência veterinária a populações, né? A Cães e Gatos de população em vulnerabilidade, em situação de
rua, né? Em guarda dos protetores, aí dos protetores também independentes, eu acho que é importante a
gente pensar num sistema de saúde pública para Cães e Gatos, né? Eu acho que a gente a gente fala SUS para
animal, mas eu acho que é muito amplo e quando fala animal abre muito leque. Então, a gente precisa pensar
num sistema de atendimento público para Cães e Gatos e a gente tem aí, já foi falado no SUS, né? A gente
precisa pensar como que o SUS constitui isso aí, o atendimento básico, né? O atendimento especializado, né?
As cirurgias que a gente começou pensando já no atendimento secundário, que são as cirurgias e os animais
morrem aí com, como a doutora Vânia falou, com Cinomose, no nosso caso aqui no Nordeste Leishmania,
então a gente focou muito tempo na castração. E a gente precisa fazer esse atendimento e aí pensando nas
faculdades, fazer todo esse fluxo, a gente pelo IMVC nós estamos fazendo essa proposta, o Conselho de Minas
nos pediu uma sugestão de como seria um serviço aí de atendimento, dentro desse serviço pensar por onde
vai sair o recurso, né? Então, por isso que eu acho que é bom a gente deslocar totalmente se a gente fala SUS,
animal, isso pode soar mal, então a gente pensar num sistema público mesmo de atendimento, porque essas
populações, elas precisam desse atendimento. Então fazer um fluxo, a prefeitura, clínicas, hospitais
veterinários, né? Que a gente tem muito, em Minas, a gente tem muita faculdade e as faculdades particulares
nem tem onde os alunos buscar esse conhecimento, ter um jeito de trazer os alunos para realidade do país,
né? Da questão da vulnerabilidade social, então acho importante incluir aí no tópico 2 esse atendimento, a
assistência veterinária para baixa renda, vulnerabilidade, como é a lei que fala da castração e quais são as
prioridades. Então além da castração, incluir, primeiramente, o atendimento clínico aí desses animais,
pensando em todo o sistema, porque se eu vou, se eu sou atendido, eu preciso sair com a medicação, porque
a população vulnerável não vai ter dinheiro para comprar, então uma farmácia básica, tudo isso, todo aquele
fluxo que um paciente entra na integralidade, que o paciente entra no SUS, ele vai ter também e bem restrito
aí a essas populações, porque aí a gente não entra em concorrência, como o SUS não tem concorrência aí com
os Médicos, com as clínicas, com os convênios. Então focar esse atendimento para população, para cães e
gasto de população que realmente precisa. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Ana.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, eu queria só não deixar, a gente não perder a perspectiva
que a gente está pensando em estratégias para um atendimento nacional, e o Brasil é muito diferente. A gente
tem a situação de Minas, que está super avançado, vocês têm já 20 anos de praça aí, numa construção que
deixa vários estados no chinelo, mas a gente tem estados, e a maioria dos municípios brasileiros, que está
zero. Então, assim, quais são os cenários possíveis? Quais são os cenários de priorização? Porque a hora que,
assim, a gente joga SUS animal, e eu estava muito usando isso, eu percebi o tanto que a gente vê as pessoas
na retranca, porque, como a gente fala em SUS, o SUS é enorme, gente, para construir o SUS humano do jeito
que é hoje, foi trabalho de 50 anos. Então, assim, eu fico com medo da gente se perder no processo. Eu acho
que a gente não pode perder a perspectiva do que é a realidade do Brasil, realidades muito diferentes de
lugares que a gente tem lugares que estão na ponta e realidades que a gente não tem nada. Só que a gente
pode usar de estratégia, de está bem, a gente está falando nessa estratégia do manejo, da guarda responsável,
da castração, mas como pano de fundo, a gente está construindo, sim, o [ininteligível] da criação desse sistema
único, a gente não fala isso, a gente não coloca esse nome. Mas como pano de fundo, a gente está criando a
estrutura. Mas se a gente não priorizar algo que as pessoas entendem, que as pessoas entendem castração, o
gestor público entende castração, o político entende castração, quem fala de orçamento entende castração.
Se eu falar de SUS, a pessoa não vai entender, porque ele olha para o SUS e ver, nem o SUS humano eu estou
conseguindo. Então, só para a gente não perder também a dimensão estratégica, a gente quer chegar nisso,
mas como que a gente chega? A gente cria essas estruturas: ah, eu estou falando de castração, mas o pano de
fundo, eu estou fazendo todo um sistema que: Ah, beleza, eu equacione castração, ah, beleza, então tem
margem para consulta, tem margem para cirurgia assim, assim e assado. E outra, cada unidade da federação
vai andar, tem uns que vão andar mais. Então, por exemplo, Minas, já está num patamar que vocês já tão
sonhando com outras coisas, tem um lugar que nem a castração não tem. Então, só para a gente ter essa

595
dimensão, que a gente quer, quer muito, eu queria muito que eu falasse do SUS animal e as pessoas
compreendessem essa dimensão, né, mas ainda não. Então, às vezes a gente tem que ser estratégico, da
mesma forma que, por exemplo, eu sou vegana, eu quero falar de breguerismo, mas eu não posso, eu posso
falar de bem-estar animal, bem-estar animal as pessoas entendem, porque mesmo quem come carne, 80%
quer que esse bife chegue na sua mesa com o mínimo sofrimento possível. Então, eu, que eu sou vegana, que
queria uma libertação animal, eu consigo falar de bem-estar animal mesmo para quem é vegano. Então, assim,
são estratégias, né, ah, eu queria falar de SUS animal, mas talvez não vai entender, eu consigo falar de
castração. Só para a gente ter isso de ponto de vista, gente, desculpa jogar, eu sou toda animadinha e às vezes
eu jogo água fria, não é?

A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Não, está certa, eu acho que é isso mesmo, é nas
entrelinhas propor que antes de uma castração, uma avaliação, algo do tipo, que é isso mesmo. Mas aqui em
Minas a gente tem muita diferença ainda, no norte de Minas, no Jequitinhonha a gente não pode nem
castração, eles não conseguiam fazer, o desafio é muito grande, né, a gente tem um país aqui dentro.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Ana.
Doutora Patrícia, a doutora, a doutora Ana Paula, que está presencial, ela já tinha pedido a palavra, né, então
eu vou passar para doutora Ana Paula e depois, na sequência, para a doutora Patrícia. Doutora Ana Paula, por
favor.

A SR.ª ANA PAULA – Boa tarde, obrigada. A minha contribuição é sobre o Pilar 3. Eu gostaria de sugerir
algumas ações, para que nós pudéssemos, talvez, em termos de Ministério da Justiça, tentar implementar
algumas outras instituições normativas, nós teríamos que ter o melhor mecanismo jurídico para que as
diretrizes, principalmente em termos de treinamento da polícia, viessem de cima para baixo. Porque se nós
conseguíssemos padronizar, assim como a realidade que Dra. Liz falou de estados, eu vejo assim, aqui no
Brasil, nós temos uma polícia muito boa, muito preparada, mas nos estados, as pessoas não entendem essa
realidade. Então, se nós conseguíssemos algo em termos de Ministério da Justiça como uma diretriz, como
implementar, no curso de formação dos policiais, eu acho que seria mais fácil, porque o Brasil todo falaria
através da linguagem. Então, eu trouxe algumas sugestões, por exemplo, um trabalho junto à Secretaria de
Segurança, através de alguns estudantes de Governo de Ministério da Justiça, a construção de alternativas,
que seria, eu considero, o maior gargalo, hoje, de destinação de animais apreendidos. É implementado, no
curso de formação dos policiais, o poder básico para maus-tratos. Já o crime de maus-tratos, ele é um tipo
penal aberto, por um lado, isso é muito bom, porque, se nós tivéssemos um rol taxativo, seria muito
problemático ao longo dos anos, porque a prática criminosa vai se mudando conforme os costumes da
sociedade. Então, o fato do crime de maus-tratos é um tipo penal aberto, tem a parte boa e tem a parte ruim,
porque a carga é uma condicionada da autoridade policial, que é o que a gente ouve o tempo todo, muitos
vão ao local e não consideram aquela situação como de maus-tratos. Então, talvez, com um bom treinamento
e com um roteiro para a Polícia Civil, sem uma alteração legislativa, que seria algo muito mais complicado, nós
conseguiríamos resolver essa problemática. A questão da educação também, nós tentarmos fazer algo junto
às secretarias de educação dos estados e municípios, porque eu vejo que fica muito mais fácil, Vanessa, se a
gente conseguir alguma coisa em termos de estado ou em termos federal, para que isso seja repassado pelos
estados e, consequentemente, para os municípios, a gente consegue normatizar, consegue padronizar.
Obviamente, nós teremos sempre interpretações diversas, mas eu acho que a gente vai conseguir aparar as
arestas dessa maneira.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Ana Paula, 30
segundos.

A SR.ª ANA PAULA – A questão do enfrentamento da acumulação é uma outra questão grave, e a criação de
equipes multidisciplinares dentro de todas as secretarias do estado, seja a Secretaria de Saúde ou a Secretaria
de Segurança Pública, que é um trabalho que tem que ser feito a quatro mãos e daqui a pouquinho eu descrevo
só mais um pouquinho.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu queria só acrescentar, ali, que a gente pesquisa, a produção de
dados sobre maus tratos animais, quantidade, porque isso também gera, a gente não tem essa uniformização.
A falta [ininteligível], a gente tem que ir lá para o Ministério da Justiça para produzir esses dados.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Ana
Paula. Passa a palavra, então, para a doutora Patrícia, por favor, Dra. Patrícia.

A SRª. PATRÍCIA CARVALHO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de


Minas Gerais) – Sim. Boa tarde a todos. Vocês estão me ouvindo bem? Eu sou a Patrícia, eu sou Coordenadora
de forma doméstica do Estado, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais. E eu queria falar
bem rapidinho para vocês, aqui, agora, sobre a nossa experiência, os nossos programas. Eu já quero, gostaria
até de me inscrever para falar novamente no que foi tratado desse pilar, que eu quero explicar com detalhes
o que é cada um, como nós chegamos a cada passo. E primeiro, assim, falar que a competência de atuar com
relação à proteção e ao bem-estar chegou para a gente na SEMAD em dezembro, em final de 2019. Então,
assim, nós começamos a fazer ações desde 2020 para cá. Então, assim, nós também estamos engatinhando
ainda, porque até então, era na saúde, e a Zoonose era bem pouca. Estamos engatinhando ainda, assim, né?
Mas hoje nós temos, através de indicações de emendas parlamentares, passamos por todos os perrengues,
como a Vanessa já citou aqui, mais cedo, mas nós desenvolvemos o Programa Estadual de Esterilização, onde
a gente tem uma sete convênios para castração, e nós já castramos de 2020 para cá 167 mil, não, 190 mil,
mais ou menos, agora, considerando já esse segundo semestre, animais, 190 mil animais, mais de 500
mutirões e clínicas em mais ou menos 500 municípios do estado. Estamos trabalhando para poder aumentar
isso, né? E nós desenvolvemos também um programa de microchipagem chamado Programa Conheça o seu
Amigo, onde o estado repassa para os municípios microchips, e um leitor de microchip, e o município, em
contrapartida, faz a castração dos animais que são microchipados. E nós desenvolvemos também um sistema
estadual de identificação que, para todos os municípios do estado colocarem os dados, as informações
referentes a essa microchipagem no sistema. E aí, assim, a gente abriu o sistema também para os parceiros,
para as instituições parceiras, para os municípios que ainda não façam parte do programa, mas que executam
microchipagem, que eles possam cadastrar nesse sistema, porque o nosso intuito é ao longo prazo a gente ter
mapeado os dados dos animais mesmo do estado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora Patrícia, trinta
segundos.

A SRª. PATRÍCIA CARVALHO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de


Minas Gerais) – Nossa, não vou conseguir falar nem da metade. Enfim, nós temos também mapeado
informações de forma doméstica na nossa plataforma de dados espaciais, então é possível entrar, ele é
público, né, inclusive acessado internacionalmente. É possível entrar e acessar e ver dados, já
georreferenciados, mapeados no site. Inclusive, na lista, estamos preparando a camada para você, viu, das
universidades. Pode ficar tranquilo, vai sair logo. Com relação ao Censo do animal, né, o censo que o município
faz, o censo, a gente sabe que é muito importante que os municípios façam. E o que a gente está fazendo
como estratégia, assim, para poder incentivar os municípios e ter resultados? Pouco, ainda, mas tem surtido.
Nos editais, nos nossos editais, nos nossos programas, a gente pontua, coloca como ponto para os municípios,
aí é no município que tem censo. Então, assim, isso está incentivando os municípios. A gente já tem uma série
de municípios que já estão se movimentando, estão buscando fazer censo, porque precisam concorrer na
pontuação dos editais. Enfim, nós temos um programa de educação ambiental também voltado para o bem-
estar animal. É um programa de educação ambiental amplo, nas escolas municipais. E, dentre as várias
temáticas que a gente trata do bem-estar animal, nós temos um cadastro, nós desenvolvemos um cadastro
de entidades de proteção animal, de protetores, para a gente poder conseguir mapear as entidades de
proteção animal que tem estados, protetores, para a gente poder conseguir pensar em políticas, em projetos
para beneficiá-los. Inclusive, assim, a gente já passou os dados para o Ministério Público duas vezes para o
Ministério Público usar como...

597
O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora, desculpe, eu vou
pedir para doutora dez segundinhos, porque nós passamos quase um minuto já, doutora.

A SRª. PATRÍCIA CARVALHO (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de


Minas Gerais) – Eu gostaria, eu apresento com mais detalhes as nossas ações e estou à disposição para poder
conversar, assim, trocar figurinhas com quem precisar. Eu apresento com mais detalhes na próxima, no
momento correto. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Muito obrigado, doutora
Patrícia. Senhores, só uma questão de ordem, por causa do nosso tempo, nós estamos combinando aqui com
a Vanessa, de nós irmos até 16h05, seriam mais três falas, até o doutor Schaulin, e como os temas ficaram já
misturados com o bloco três, a partir das 16h05, a doutora Luciano, no Ministério Público de Minas Gerais, já
pediu para entrar para essa primeira fala, Vanessa, se você concordar, fechamos às dezessete e trinta, ok?
Então, vamos até o doutor Schaulin, até o doutor Gustavo, Vânia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, só para... Lá no link, eu já coloquei o Google Doc, que está
com os três pilares para colocar as indicações, está bem? É o mesmo link lá, eu coloquei os outros topos, estão
os três topos lá, para colocar os nomes de indicação, e por favor, gente, registrem a presença, que isso vai
ficar documentado para posteridade, e para legitimar o processo, né? A gente vai mostrar a
representatividade de instituições, de estados, de municípios, né? Que vai estar participando desse diálogo
todo. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vânia, vou fazer o
seguinte... Acho que abriu o microfone. Vânia, nós vamos... A partir da Vânia, eu tenho a Vânia, a Vanessa, a
Paula e o Carlos. Eu posso deixá-los já para o terceiro bloco, nessa ordem, Vânia?

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Eu só queria fazer uma
contribuição, que já existe o protocolo de avaliação para Maus-Tratos, que então pudesse considerar isso, a
gente tem vários protocolos, e só para não pensar que tem que criar o protocolo que a Ana Paula sugeriu para
área de segurança pública. Era só isso, Leonardo. Obrigada, viu?

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Vânia. Doutora
Paula Bastos, então, por favor, fique à vontade.

A SRª. PAULA BASTOS (IMVC) – A minha sugestão é a gente estender o olhar e... criar um censo, viu, Vanessa,
dos abrigos, né? Porque se falou muito em canil, em criador, em acumulador, mas nesse meio, né, entre o
criador, que é aquele que está registrado e que segue um monte de normativas, né, e o acumulador que está
numa situação, assim, de evidente Maus Pratos, né, existe aí os abrigos, uma informalidade dos abrigos, né?
E nem se fosse um censo autodeclaratório, não sei, o Ministério do Meio Ambiente, ele tem algumas condutas,
assim, em relação a outras áreas, né? Então, enfim, lógico que esse censo é para depois isso possibilitar
instituição de diretrizes, né? Tem que ter diretrizes para abrigo no Brasil, assim, diretrizes federais mínimas,
né? Lógico, aquelas que contemplem todos os estados, enfim, as diferencialidades, mas tem que ter um
mínimo ali instituído normativamente, e isso a gente não tem ainda, né? Então, a minha sugestão é que a
gente estenda o olhar para os abrigos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Paula, só para, a gente teve, inclusive, já uma primeira reunião com
o cerne, só para levantar algumas coisas, se eles terem interesse, poxa, esses caras se apaixonaram, assim,
por projeto do SICAD, e só naquela reunião que você começa a falar, e o pessoal vai viajar na Menezes, nossa,
não dá para fazer isso, eles tiraram a ideia do cerne, falaram assim, nossa, não é todo dia que a gente recebe
uma ideia tão legal, um projeto tão legal, né? Então, a primeira reunião de prospecção e tudo. E ali a gente já

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falou sobre a necessidade da gente ter tutor, pessoa física e tutor, pessoa jurídica, e que tivesse também a
possibilidade de transferir essa tutela. Então, por exemplo, o animal está abrigado, está abrigado, né, no
centro de passagem. A hora que ele, e aí ele está lá no registro como tutor, pessoa jurídica. Quando ele é
adotado, aí transfere para o tutor pessoa física. E a mesma coisa com o tutor pessoa física. Hoje ele está com
o animal servidor para outra pessoa, ele tem que fazer a transferência dessa tutela no sistema, dessa
responsabilidade. E aí a gente ficou na dúvida, a gente teve esse debate, e os animais em situação de rua?
Seria no SICAD? Seria um controle à parte? Isso a gente não avançou nesse debate. Até porque nas reuniões
técnicas e quando a gente, por exemplo, Minas, para apresentar o registro de Minas, Paraná também, a gente
vai conhecer, tem Rio também, a gente vai conhecer vários sistemas, né, para a gente ver como que funciona
e também até visando a integração, porque a ideia é que a gente faça a integração com todos esses bancos
que já existam, né, para a gente criar mesmo o registro nacional. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Paula.
Passo a palavra à doutora Conceição, por favor.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Oi, pessoal, boa tarde. Eu vou trazer aqui um pouco da prática, eu
tenho no Instituto Amparo Animal, nós temos uma equipe, nós fazemos em torno de treze mil castrações por
ano, só nas comunidades da Zona Sul de São Paulo. Então eu quero só trazer para esse debate alguns exemplos
do nosso dia a dia, que vai super de encontro com o que a Vanessa, a doutora Vanessa acabou de falar e, se
não me engano, a doutora Paula na anterior. A questão dos protetores, né, nós temos nos nossos mutirões,
que estão dentro das comunidades, nós vemos lá uma invasão de protetores desesperados para castrar os
animais. Então eles enfrentam a fila e ele só tem direito a castrar dois animais, que é a cota, que enfim, é o
que a gente pode fazer. Tem que se pensar sim, neste protetor, né, sei lá, será pessoa jurídica, por quê? Ele
não consegue, se ele conseguir castrar dois animais por mês, ele não vai nunca resolver o problema dele, do
abrigo. Então ele tem que ser tratado de forma diferenciada, ele tem que ter um canal, ele tem que ter um
lugar para procurar. Porque se nós atendermos esse protetor lá com dez, quinze animais, nós corremos o risco
de perder o contrato. Por quê? Porque a gente está ali para atender o munícipe e não o protetor, está bem?
Então esse é um ponto que eu acho que é legal trazer como exemplo, até para a gente pensar como tratar lá
na frente. Outra é a questão desse sistema. Mais do que urgente a gente ter um Sistema Único, e eu vou dar
um exemplo, nós fomos solicitados para fazer uma castração por um grupo de munícipes que moravam numa
zona rural, ali na zona sul. Particular, totalmente particular. Fizeram um censo ali dentro, eles mesmo, tudo
na mão. Eles tinham mais ou menos 80 animais para castrar. Nós topamos fazer. Mandei projeto para o CRMV,
foi negado. E por que o CRMV negou? Ah, porque não tinha microchip. Sim, mas se microchipasse esses
animais, qual seria o sistema para lançar esse microchip? Quer dizer, é jogar dinheiro fora, é jogar microchip
fora, é o animal andando no meio do mato com microchip sem dono. Então, gente, pelo amor de Deus, eu
acho que assim, não adianta criar políticas públicas, está lá, no CRMV é obrigatório, está lá, é lei. Você tem
que microchipar. Mas, gente, o microchip tem que ter dono. O microchip tem que ter fim. Ele tem que punir
ou não punir, encontrar ou não encontrar o dono. Então, não adianta ter um sistema como a gente tem o
SICAD. Ele só funciona para os animais que eu casto para prefeitura. Ele não funciona em animais particulares.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Conceição, 30
segundos.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – É uma pena que tem muitos exemplos, mas assim, estou trazendo
assim, o nosso dia a dia, gente, porque eu vejo que não é muito o dia a dia de muitas pessoas que estão mais
nas políticas, nas normas, até o próprio CRMV, né, que não está lá no dia a dia. Então, ele tem uma lei, ele está
engessado. Ó, vamos fazer. Tem que microchipar. Tem que isso, tem que aquilo. Vai na linha de frente para
entender e talvez flexibilizar um pouco mais. Cada projeto é um detalhe, gente. Cada pedido é um detalhe.
Como um Brasil tem 500 mil Brasis dentro dele. Era isso que eu queria passar. Acho que tem que pensar nisso
com mais carinho. Obrigada.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Professora Conceição só uma coisa só para eu entender. É um de
animais de vida ali, de situação de rua, que vai castrar e aí está sendo exigida a microchipagem de animais.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Isso, isso. Imagina o seguinte. É um bairro, é um local, Paraisópolis,
está, que é enorme. Tem 400 animais perambulando. Não tem dono. Aí um grupo fala: olha, vamos nos reunir,
vamos recolher esses animais, levar para castrar, chamar uma ONG, sei lá o quê, e depois a gente cuida e
libera eles no local que estão. Ok. Só que assim, é exigido que esses animais sejam microchipados. E aí assim,
a minha dúvida é, eu microchipo, legal, e eu vou cadastrar esses animais em qual sistema? Quem é o dono?
Vai estar no nome de quem? E isso foi um impeditivo que o CRMV daqui de São Paulo, ele não permitiu que a
gente fizesse sem microchip. A gente microchipou, esses animais estão andando pelo mundo e ninguém sabe
quem é o dono. Eles têm microchip, mas e aí? Não sabem nem por quem foi castrado. Então isso é muito ruim.
Assim, se está exigindo microchip, crie uma forma de amarrar isso. De efetivamente fazer isso funcionar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Esse é um ponto super importante para a gente debater nessa
reunião técnica. O SICAD, ele dá a resposta para os animais que têm os tutores, seja ele...

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Faz a gente tem que pensar realmente, tanto nas estratégias do
censo, dos animais que passam de rua, como nas estratégias de castração. E aí, como a gente vai estar todo
mundo junto nesse fórum de debates, o conselho, tanto o federal quanto os regionais também vão estar aqui,
é oportunidade de a gente colocar essa discussão e avaliar em consensos. Quando a gente evoluir para esses
consensos, a gente pode trabalhar notas técnicas que aí respaldam em cada ponta, para a gente ganhar
agilidade nas decisões. A hora que a gente cria essas notas técnicas, esses consensos, os casos se repetem. E
aí a gente passa a ter procedimentos para cada caso. Eu acho que a importância desse grupo vai ser a gente
poder avançar também nesses consensos.

A SRª. CONCEIÇÃO (Amparo Animal) – Legal. Obrigada.

Le0 Obrigado, doutora Conceição. Eu passo a palavra, então, terminando o segundo bloco, para o doutor
Gustavo Xaulim.

O SR. GUSTAVO DE MORAIS DONANCIO RODRIGUES XAULIM – Obrigado, doutor Leonardo. Obrigado pelo
convite, doutora Vanessa, e toda a equipe da senhora. Eu vou trazer, assim, para sugestão de avaliação,
entendendo, claro, que nosso país é muito grande, e tem realidades muito diferentes, até dentro dos próprios
estados, como é o caso aqui de Minas Gerais, mas como experiência nossa que tem funcionado bem, a gente
tem chegado aos municípios, pelo Ministério Público, para que os municípios façam implementação dessas
políticas, por meio dos consórcios intermunicipais, as associações de municípios. Então, a gente pega aquele
bloco grande ali de municípios pequenos, que aqui em Minas tem 853 municípios, mais ou menos 500 têm até
10 mil habitantes. Então, são municípios que individualmente não conseguiriam implementar uma política
sozinho, né? E aí, quando a gente pega no modelo consorciado ali de 10, 15, 20 municípios que já se conversam
para outros assuntos, sejam os consórcios de saúde, sejam os multifinalitários de desenvolvimento
sustentável, o consórcio faz a gestão para esses municípios todos, o custo para todo mundo fica muito menor,
o consórcio tem muito mais facilidade de contratar, por exemplo, um serviço Veterinário para fazer essa
gestão do serviço de castração, por exemplo, que é o mais comum aqui para nossa realidade, para compra
dos microchips, para distribuição entre os municípios. Então, a gente pega aquele grande grupo ali de
pequenos municípios que já têm realidades semelhantes, que já se conversam nas reuniões dos consórcios,
eles fazem essas contratações, compras e gestões coletivas, e para a gente aqui, né? Na nossa realidade, tem
funcionado muito bem, tanto que o programa ProDeVida, que a doutora Vanessa citou no início, a doutora

600
Luciana também citou pela manhã, a gente já está chegando nos 300 municípios que tem termos assinados
com o Ministério Público nesse modelo de trabalhos com consórcios e associações. Então, deixo para
discussão, não sei se para os outros estados, como é para Minas Gerais, é aplicável, mas se for, a gente tem
visto que tem sido um bom modelo. Obrigado.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor Xaulim.
Doutor Gustavo, nós tínhamos o nome da doutora Luciana já para abrir o terceiro bloco, será que ela já está...
Retornou à sala? Deixa eu ver aqui, que ela mandou mensagem agora, falando que estava...

A SR.ª LUCIANA – Eu estou aqui, Gustavo. Boa tarde a todos e a todas. Peço desculpas aqui no meu desacerto.
Queria mais uma vez cumprimentar a doutora Vanessa e todos os demais envolvidos na elaboração desse
seminário e é um prazer estar aqui podendo compartilhar a experiência do Ministério Público de Minas Gerais
nesse tema. Em primeiro lugar, eu queria dizer, assim, que todo o trabalho que o Ministério Público
desenvolve é em parcerias. E para educação, para guarda responsável, principalmente aqui abordando o tema
que me foi apresentado, essa interação é muito importante, dada a nossa formação, que é uma formação
jurídica, e nós precisamos do conhecimento da biologia, da medicina veterinária, para construir os
entendimentos que sejam tecnicamente sustentáveis e repassar o nosso público-alvo aqui, que é promotor
de justiça, juiz, né? E a partir dessa experiência, nós reforçamos as nossas parcerias através de termos de
cooperação técnica com o Conselho de Medicina Veterinária, a UFMG, principalmente, Instituto de Medicina
Veterinária do Coletivo, que tem sido aqui, assim, de muita importância para construção desse trabalho. Nós
realizamos um seminário anual que procura trazer esse conhecimento técnico e jurídico, compartilhar, visando
a implementar melhores ações por parte dos nossos promotores. Então, com relação a essa questão da
educação. Com relação ao combate ao abandono de Cães e Gatos, né? Eu acho que dois pontos importantes
aqui já foram mencionados. Um é a questão de como tratar os maus-tratos, já que nós temos um tipo penal
aberto, né? E, rapidamente, eu queria mencionar um trabalho que foi feito em parceria com a UFMG, que
pode ser disponibilizado para os fins desse coletivo, que é a criação de indicadores de bem-estar. Ele foi
baseado no trabalho do LABEA, da Universidade Federal do Paraná, para identificação de maus-tratos. Esse
conteúdo, esse checklist, eles foram transformados em um aplicativo para uso da fiscalização. E essa
estratégia, ela está sendo construída em parceria com a Subsecretaria de Fiscalização do Estado de Minas
Gerais, permitindo que policiais e agentes fiscalizadores que não têm conhecimento da medicina veterinária,
possam coletar os dados mais importantes e que levem, né, posteriormente à identificação dos casos de maus-
tratos. Uma questão seguinte que foi mencionada pela doutora Ana Liz, né, e muito bem pontuada em seguida
pela doutora Vanessa, que é a questão do atendimento às populações de baixa renda para doenças simples,
né, doenças tratáveis dos animais. Porque nós temos nos esforçado muito para retirar animais nas ruas, né,
através das políticas sanitaristas que envolvem os abrigos, as eutanásias, né, o sacrifício dos animais, mas a
principal missão, né, no manejo populacional, na minha visão, é combater o abandono. E muitas vezes esse
abandono, né, na maior parte das vezes, ele ocorre por doenças tratáveis, né, doenças que poderiam ser
evitadas, se a população de baixa renda pudesse ter acesso aos tratamentos simples, né, de atenção básica
como vacinação, para doenças específicas, antiparasitários, né, que evitariam aí também a transmissão dos
zoonoses. Então, apesar aí dos bons argumentos que a doutora Vanessa colocou, eu gostaria de propor que
seja reavaliada essa questão, pensando que nós estamos aqui hoje falando de propostas, né, nós estamos
falando de propostas, e um atendimento Veterinário básico, ele é infinitamente mais barato do que o
movimento de castração, que envolve procedimentos cirúrgicos complexos, né, dolorosos para os animais,
que tem sua importância na estratégia de manejo, foram bem aceitos, né, tanto no campo político, quanto
pela sociedade, mas que eles são mais um elemento, né, nessas estratégias que nós precisamos realizar. E
com relação ao enfrentamento da acumulação de animais, talvez seja um ponto mais difícil de todos, né, nós
temos aqui na coordenadoria pelo menos um caso por semana, já foi mencionada aqui a importância de tratar
a saúde mental das pessoas em situação de acumulação, com o que eu concordo muito, é o centro, né, de
toda preocupação, é esse ser humano que está numa situação de abandono até, e de total invisibilidade até,
que ele se torna um problema para a sociedade, né, através da morte, né, deixando aí os animais abandonados
para o município, ou então das sujidades, dos ruídos ou das zoonoses, e nós temos, nós acabamos de finalizar,
em parceria com a professora, com a UFMG, capitaneado pela professora Danieli Magalhães, que participa

601
também desse fórum, um guia de atenção voltado tanto para gestores, quanto para a sociedade civil, está em
fase final de diagramação, acredito que na próxima semana esse documento esteja pronto e disponível para
compartilhamento, e nós temos ali uma proposta de atuação, que envolve dois eixos principais, que é a
construção da política pública do município...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora, 30 segundos,
por gentileza.

A SR.ª LUCIANA – Sim, estou terminando já.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado.

A SR.ª LUCIANA – Obrigada por me lembrar, que envolve uma política pública municipal, né, de atenção aos
acumuladores e de atendimento aos animais em situação de acumulação, e também estratégias para atenção
da pessoa em situação de acumulação. E aí nós temos desde como a proteção animal pode atuar, passando
pelos gestores, até chegar numa ação judicial. Então, um documento muito completo, né, que foi um esforço
de pelo menos seis meses de trabalho, uma disciplina, né, na Faculdade de Medicina da UFMG, e que eu creio
que possa contribuir bastante aqui para a construção dos nossos entendimentos. Bom, são essas as
considerações que eu gostaria de trazer, né, entre esses tópicos que foram apresentados no Bloco 3. Muito
obrigada pela oportunidade.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora.
Passamos a palavra, então, doutor Carlos Eduardo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu só vou compartilhar aqui rapidinho, só para não ficar parecendo
que eu sou não é, né, que eu compartilho. Isso aqui é um documento que a gente está, inclusive, estudando,
isso aqui é a base do CRAS, entendeu? E aí, o modelo que a gente está estudando, esse aqui, ó, ele tem a
referência, CRAS com município, município de pequeno porte, que é de 20 mil estudantes a 5 mil famílias, né,
o CRAS por 2.500 famílias referenciadas, pequeno porte 2, né, médio porte, grande porte, e metrópole. Eu
acho que foi com o doutor, foi o Jorge, né, que eu comentei isso também. Então, assim, não é que ele não está
no nosso radar, inclusive o que a gente tem defendido o Médico Veterinário nas equipes de saúde da família,
entendeu? É só mesmo o tom de como a gente vai abordar, porque se a gente coloca, eu vejo assim, a gente
tem que ir colocando assim, coisas, viáveis, é, acorda gozo, ah, isso aqui é um pequeno problema, isso aqui eu
não consigo resolver, aí depois você vai dar mais um passinho, funciona mais um pouquinho, e vai, quando
você vê, você criou o sistema. Se eu chego já falando de solo, ó, quero criar os sons animais, eu falava isso, lá,
há quatro anos atrás, quando eu comecei a discutir a criação do Saúde e de Direitos Animais era meu mantra,
né, SUS animal, SUS animal, SUS animal, até o parlamentar nosso, do PT, de Minas, ele apresentou o projeto,
né, o regional, o projeto dele, do SUS, só que eu fui sentindo a resistência por isso, as pessoas: nossa, olha o
tamanho que é o SUS humano, né? Aí eu falei, não, a estratégia é outra, a gente dá pequeno, a gente faz o
sistema sem dizer que está fazendo o sistema, quando vê, já está criado. Então, está no radar, está bem?
Inclusive, esse aqui é o documento que a gente está estudando, aí, até onde nós, vou lá, tem que ter tantos
profissionais, eu estou tentando achar, porque eu já tinha feito uma coisa de CTRL C e CTRL V e já tinha
substituído você aqui por veterinária, assistente de veterinária, eu estou tentando achar aqui, se eu achar, eu
já compartilho com vocês. Mas, eu acho que, sem dúvida, tem que estar no debate, quando a gente for, é, o
pilar que a gente for debater é a política, a gente pensar em Médico Veterinário da família, estrutura de
atendimento mínimo, né, se é um Veterinário público, eu acho que tem que debater, é só ver como a gente
vai anunciar isso, para não assustar muito, e a gente engessar, porque senão a gente vai ficar dez anos
discutindo, sendo que a gente pode ir fazendo pequenas entregas, pequenas entregas. Doutor Carlos Eduardo,
por favor.

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O SR. CARLOS EDUARDO RODRIGUES – Gostaria só de passar uma informação, não sei se pode ser útil para
alguém que está nos estudos fazendo uma pesquisa, é, nós lá no Mato Grosso do Sul, a gente está fazendo
uma pesquisa de valor de orçamentos de castração, e a gente encontrou uma deficiência na iniciativa privada,
que é a falta de capacitação, capacitação, para eles realizarem castração em massa, e, ou, muitas das vezes, a
falta de documentação para passar o processo licitatório. Dentro disso, nós conseguimos, nós começamos a
procurar alternativas, e nos separamos com empresas de castração que fazem licitação, e eu gostaria aqui,
doutora, de passar os valores aqui, a partir de 180 reais, algo discutido aqui com a doutora também, esse valor
de 180 reais, eles já fazem os exames, é, prévios, eles, as pessoas, elas ficam participando de, de, eles montam
um grupo de informações mantendo quantos animais estão sendo castrados dentro de um ônibus, e eles vão
passando para população, como é que vai fazer os cuidados pós-castração. Os animais, eles já saem dentro
desse valor já castrados e medicados, então, eu acho que é uma alternativa, essa pesquisa que eu fiz aqui é
com castramomos do doutor Ricardo, que já tem Rio de Janeiro, Campinas, e mais tarde, acho que Paraná
também, então, vou deixar o link também disponível para quem quiser. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutor Carlos.
Bom, senhoras, nós encerramos as inscrições, nós vamos até a doutora Ana Liz, que será a última, a última a
falar, e aí eu passo para Vanessa para fazer o encerramento.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente, só para aqui, eu adicionei aqui a atenção veterinária popular
seria dessa forma e veterinária das equipes da saúde da família, no Pilar 2. Contempla gente?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, posso dar uma sugestão? Eu acho que é atenção básica à
saúde animal, está bem? Para seguir no caminho do que você falou, da gente dar um passo de cada vez, eu
acho que a gente tem que ter atenção básica, que é para garantir que os programas de castração, eles venham
a dar resultados, está bem? Porque senão a gente vai enfrentar sempre os mesmos problemas, por exemplo,
junto ao Ministério da Saúde, que questiona muito a efetividade dos programas de castração para a gente que
já está nessa estrada faz muito tempo, a gente sente isso toda hora, está bem? A gente tem que mostrar que
a gente vai investir naquele animal e que ele vai ter, aquele investimento vai ter uma durabilidade a médio
prazo, pelo menos, está bem? Então eu acho que tem que ser investimento em saúde básica animal, que é
vacina, vermífugo, antipulga e algum exame básico que seja necessário para garantir a saúde daquele animal,
está bom? Eu vou repetir o que eu falei, olha, a gente tem muitos temas, mas um programa de manejo
populacional de Cães e Gatos ele tem que ser dividido naquilo que é o central do programa e aquilo que são
as coisas que estão no entorno de um programa de manejo populacional, porque eu sei da ansiedade das
pessoas, mas seguindo o seu caminho, se a gente quiser colocar tudo de uma vez, a gente não vai conseguir
colocar, o recurso é muito pequeno e os custos são altos, é só isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – A atenção básica é a saúde animal, traduzindo esse topo todo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, agora eu queria
fazer uma pergunta, você falou ali mestre Veterinário popular, foi essa a frase?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Não, a gente substituiu, agora eu nem sei mais o que que eu escrevi,
porque agora ficou atenção básica, saúde animal. Eu tinha falado alguma coisa de médicos nas equipes do
NASF, mas eu acho que está contido aqui, atenção básica, saúde animal, porque aí eu como? Eu não posso
também obrigar o município a contratar médicos veterinários no NASF, ele pode decidir, especializar

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primordial, né? Enfim, eu não posso especializar o município também, né? Eu acho que essa fala da Vânia
contém, atenção básica, saúde animal.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Mas só ratificando
também a fala dela, eu achei muito boa. Então passamos para doutora Pauline. Doutora Pauline, por favor.

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Oi, boa tarde. Eu não sou doutora ainda, né? Como falei no início, eu sou
jornalista. Estudo, faço medicina veterinária, trabalho na clínica veterinária escola de uma faculdade particular
e a gente tem aqui um projeto de saúde única, sou monitora desse projeto e a gente já trata dessas temáticas,
todas que vocês estão falando, que a gente está tratando aqui, né? Ainda bem embrionária, mas com
perspectivas para crescer. E aí, dentro desse pilar três, que foi o que eu me inscrevi, eu trago, eu trouxe mais
três pilares que envolvem todos esses aspectos. E o primeiro deles é a importância da informação. Porque eu
vejo, eu escrevo sobre animais e o mundo pet Veterinário abandono há muitos anos. Então, o que eu vejo é
que quanto mais bem informada as pessoas estiverem, mais bem cuidados animais estarão. E isso, quando eu
falo de pessoas, não é só o tutor ou o protetor, somos todos nós. Porque quantas informações novas aqui eu
aprendi, eu tive acesso hoje, que a gente vai trocando cada um na sua área. Então, eu vejo, eu trabalho no
processo de adoção dos gatos do Beco das Prantas, que é uma ONG aqui de Curitiba, e eu vejo que as pessoas
não têm informações, não têm conhecimento sobre coisas básicas. Eu até já adotei um animal, o que eu faço
com ele? Isso que a doutora Vânia bem falou. Tem que ter vacinação, tem que ter vermífugo, antipulga, as
pessoas muitas vezes não sabem. Então, a gente não pode esperar que as pessoas venham a saber sobre quais
são as cinco liberdades dos animais, que eles são seres sencientes, conscientes, que eles precisam de cuidados
assim como nós. Então, eu tenho outra coisa também muito importante, é que as pessoas ainda não fazem
esse vínculo da saúde única, que você está tratando uma pessoa, você automaticamente está tratando esse
animal, porque muitas vezes esse animal, ele é uma bengala, uma fonte de motivação, de tratamento, até de
depressão, hoje em dia a gente tem, então a gente tem que cuidar realmente do todo. E uma fala muito bem
colocada lá no início de manhã pela Vanessa foi que a gente tem que falar também e, sobretudo, com as
pessoas que não têm vínculo com os animais. Então, como a gente poderia fazer isso? Através da educação,
então palestras, atividades lúdicas em escolas, nesse nosso projeto aqui, a gente desenvolveu o Game Saúde
do Coletivo, que é voltado para alunos do ensino fundamental, eles hoje não usam aplicativos e tecnologia,
então a gente tem já montado, eu posso depois disponibilizar para a Vanessa colocar no grupo, então falar a
linguagem de cada público. Então, a gente tem que falar com as escolas, com as faculdades públicas,
particulares, com empresas, as pessoas que estão dentro das empresas, é um público muito misto, então você
vai ter pessoas que vão ter acesso aos animais, vão ter pessoas que não gostam, mas que lidam, convivem
com os animais abandonados na rua, e aí como eu trato isso? Falar muito bem colocado com os policiais, como
eles vão lidar com a realidade do dia a dia, falar sim com a comunidade e nas comunidades carentes, porque
é lá que está o foco também de muitos problemas maus tratos, mas decorrente da falta da informação, as
pessoas, muito bem colocado também pela doutora Betânia, tratar a saúde mental, mas também capacitar as
pessoas que trabalham nas ONGs, que eu vejo que as pessoas não têm qualificação, então muitas vezes não
sabem nem ler, escrever, como elas...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – 30 segundos, doutora.

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Estou acabando. Então tem que capacitar essas pessoas para eles poderem
também fazer um manejo adequado para os animais, formar multiplicadores de pessoas para essa educação
humanitária, trabalhar também a acessibilidade, nós temos aí as pessoas surdas que têm animais, e qual o
atendimento que elas têm, cadê Veterinário que fale em libras com elas, não temos muito? Então isso tudo
vem com o apoio da comunicação, mídia a gente tem que ter o apoio, fazer eventos de nível nacional,
campanhas nacionais, lives, aproveitar as redes sociais, buscar empresas parceiras, instituições de ensino para
a gente ampliar essa comunicação, e aqui eu indico a Elizabeth MacGregor, que está aí do fórum, que ela é
diretora de educação, ela faz um projeto, um trabalho maravilhoso, eu a conheço desde 2005, e vocês estão
muito bem representados aí pela doutora Vânia e pela Ana Paula, e eu agradeço a oportunidade de falar, e

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me coloco à disposição para estar na linha aí com vocês do tópico, do Pilar Número 3. Muito obrigada mais
uma vez pela oportunidade.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado doutora Pauline,
futura doutora Pauline, não é?

A SRª. PAULINE DE AZEVEDO – Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Doutora Vânia, por favor.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Aqui a educação, ela é muito importante, e aqui no MMA, a gente
tem o Departamento de Educação Ambiental e Cidadania, que inclusive, nossa, o diretor, gente, vocês
precisam conhecer o Marcos Sorrentino, ele é uma pessoa assim, fabulosa, e assim, animalista, né, já orientou
peças abolicionistas e tal, fantástico, extraordinário. E a gente vai ter, já está no edital deles, quatro cursos
para o DPMA, para 2024. Então, é a gente priorizar um que já está no radar, é o de capacitação dos gestores,
que a gente vai ver se vai conseguir fazer dispensas, ou se vai ter que fazer o edital. O outro que está no radar
é o de contingenciamento de desastres com os animais, que a gente vai ver se é dispensas ou se vai ser o
edital. E aí a gente teria outros dois cursos, que um a gente pensa na área de bem-estar animal, e outro voltado
para a educação infantil. E aí uma coisa que você falou, essa questão da gamificação é muito bacana para
trabalhar na escola. Então, a gente pensar gamificação, game de animal, ou gibi, enfim, são tantas
possibilidades, e a gente tem esse apoio aí do nosso Departamento de Educação Ambiental, para a gente
poder... E uma coisa que para o ano que vem a gente não pode perder o time, é o Tela Verde, o Tela, como é
que chama o Tela? Circuito Tela Verde, porque esse ano circulou, já estava em cima, e eu tentei divulgar para
algumas pessoas, porque assim, é uma seleção de vídeos, que é feito no MMA, de vários temas ambientais, e
eles criaram uma categoria lá de direito animal. Então, olha a quantidade de vídeos de direito animal que a
gente tem, né, seja de guarda responsável, da questão de animais de produção. E a gente incentivar as nossas
entidades a escreverem esses vídeos no circuito Tela Verde. E aí ele fica na exibição, no catálogo de exibição
oficial do Ministério do Meio Ambiente, que vai para as escolas, que é exibido em salas de cinema, olha que
maravilha, porque a cultura também educa, às vezes muito mais que a educação formal. Então, vídeos,
músicas, ela também tem esse caráter educativo. Então, a gente tem, com certeza, um vasto caminho aí para
trabalhar nessa parte da educação pelo direito dos animais.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Vânia.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Primeiro, agradecer, Pauline, o
reconhecimento do trabalho da Elizabeth McGregor, que atualmente, além de diretora de educação, é
presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal. Para quem não conhece...

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vânia, o teu áudio... Me
desculpa.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Eu já vi, está mudo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Foi sem querer, era para
abaixar a mãozinha só.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Não, tudo bem. O Fórum
Nacional de Proteção e Defesa Animal é uma entidade de caráter nacional, tem 130 entidades de proteção e
defesa animal cadastradas no Brasil, e a gente discute políticas públicas pelos animais. O trabalho que a
Elizabeth faz, ela já fez da região norte à região sul do Brasil, mais de 150 cidades ela já foi capacitar. De
professores ribeirinhos na região amazônica, populações de alunos universitários e professores... Estou
gostando da sua gata ou do seu gato aí junto. Viu, Leonardo? Parece lá em casa. Professores que estão na

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formação pedagógica. Recentemente, no interior do Maranhão, ela fez um trabalho durante três dias com
mais de 600 alunos e professores misturados. Então, assim, a gente já tem essa expertise. Eu queria muito
dizer para vocês só que eu gostaria que o nosso trabalho, ele fosse na área de educação multissetorial,
multidisciplinar e multietário. Eu trabalho com educação aqui no meu trabalho, na Fundação Serra do Japi e a
gente tem um erro em achar que as crianças vão achar sempre o máximo usar sistemas eletrônicos e, na
verdade, a gente tem uma experiência muito grande de tirar o sistema eletrônico e trazer elas para entender
as coisas, entrando em contato com outras coisas que não é o mundo que está nesse aparelhinho aqui. A
gente precisa tirar as crianças disso justamente para promover a educação. E aí, quando a Pauline fala que
precisamos levar a informação, a informação é importante para todo mundo, para os veterinários, para os
tutores, para as crianças, para o pessoal da segurança pública, para o pessoal nas universidades. A gente
precisa entender que o que é óbvio para mim não é óbvio para o outro. A linguagem, o como eu vou tratar, a
gente tem tido uma experiência muito forte no GRAD, de trabalhar com dois tipos de comunidade. Para quem
também não conhece o GRAD, é uma força-tarefa do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, que
trabalha com resgate de animais e comunidades em desastre. E nessa experiência, a gente tem trabalhado
com comunidades vulneráveis, ribeirinhos, quilombolas e populações indígenas. Então, a gente tem que
entender que a linguagem tem que ser própria, que a gente tem que se aproximar, a gente não pode levar
uma receita de bolo. Então, a parte da comunicação, ela é muito importante e a gente tem que aprender a
lidar com isso, aprender que nós temos que fazer uma troca e não só fazer um depósito de informação e
conhecimento negligenciando a fala das pessoas. Eu queria trazer uma fala, antes que o nosso dia acabasse
aqui, que essa dicotomia de que as coisas ficam na saúde ou no meio ambiente.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Vânia, 30 segundos.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Perfeito, eu sabia, por isso que
eu estou marcando o tempo aqui. Para que a gente entendesse que a gente não pode deixar de lembrar, para
qualquer assunto que a gente for fazer, que saúde, Sistema Único de Saúde, e eu sou do tempo que ele foi
aprovado logo e implantado, eu entrei para trabalhar no Serviço Público em 89, a gente não pode ter uma
dicotomia de pensar que a saúde, ela só vai cuidar das pessoas e, principalmente quando a gente usa o termo
saúde única. Toda vez que eu tenho ouvido as pessoas falarem saúde única: “Não, nós vamos tratar da saúde
dos animais pensando na zoonose para as pessoas.” Está errado, não é isso, saúde única não é isso. Saúde
única é uma coisa integrada, eu tenho que cuidar do animal, porque ele tem que ser respeitado enquanto
sujeito de direito, eu tenho que tratar do animal porque ele tem direito à vida, à saúde, à segurança, ele não
tem obrigação, senão a gente usa o discurso do direito animal e na prática a gente não faz isso. E o que é mais
grave? A saúde não pode só apoiar políticas públicas de caráter à zoonose, não pode, porque a saúde cuidou
da zoonose enquanto era para matar os animais. Política de saúde para a Leishmaniose, para a raiva e,
atualmente, tudo que a gente manda é uma portaria recente da saúde, que não pode usar os medicamentos
do Sistema Único de Saúde que são um preço baixíssimo pelos municípios para a Esporotricose.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Dra. Vânia, desculpe
interromper, passou mais de um minuto.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal) – Vou fechar, só para na verdade
a gente não esquecer que também a gente tem que construir pontes com os nossos parceiros nos municípios,
no Estado e no Governo Federal. Muito obrigada, desculpa, Leonardo.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Vânia. Então, a
última fala agora, eu vou passar para a doutora Ana Liz, depois nós vamos encerrar, aí eu passo para a Vanessa,
caso ela queira, né, aí é ela que vai comandar o finalzinho. Então, doutora Ana, por favor.

A SRª. ANA LIZ FERREIRA BASTOS (CRMV Minas Gerais) – Obrigada. Não, é só para voltar aquele assunto do
atendimento, eu acho que Vanessa você colocou perfeito, que é o que a gente precisa do Veterinário no NASF,
a gente precisa do Médico Veterinário da família, que ele vai atender, ele vai estar junto e vai estar junto com

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os agentes comunitários. Estamos falando de família multiespécie, então a gente precisa estar no território, a
doutora Rita falou isso, então a gente precisa do Veterinário na atenção primária, e se conseguir um
pouquinho não é tão difícil ter uma Unidade Básica, que é um consultório Veterinário que a exigência do
conselho é pequena, porque eu não vou ter grandes procedimentos, isso é uma realidade que é possível,
porque meus municípios pequenos acabam conseguindo, o Veterinário da prefeitura veio da clínica, hoje em
dia é mais comum, ele é do coletivo, ele consegue fazer o atendimento básico, mas ele consegue fazer lá no
território, e as faculdades vão trazer os alunos para irem para o território, eu vou gastar muito pouco, por isso
que a gente pensa, então é simples, e falar o atendimento básico, Médico Veterinário da família só, está
excelente para começar. A gente já está pensando num sistema, mas vai ser um documento público, você já
vai ter na mão para aquele município que já queira implantar um sistema de saúde público, municipal,
entendeu? A gente não consegue ainda pensar no federal com tudo que é o SUS, concordo, eu acho que isso
aqui a gente está dando a primeira conferência de saúde, Lei 8080 dos Cães e Gatos, a gente está começando
isso, então falar só de saúde básica, sem incrementar muito, é isso mesmo, muitas vezes a gente tem que, às
vezes, infelizmente, Vânia, para conseguir avançar, ainda, junto com o Ministério da Saúde, pensar no controle
da zoonose e o impacto, por isso que a gente, os municípios que fazem muita coisa, precisam documentar
para provar que está diminuindo o número de doenças, principalmente. Então a saúde fica até feliz de
terminar, a saúde é a única, então, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Saúde, não podem dissolver,
porque mesmo o Ministério do Meio Ambiente, estão coordenando acima. O que a gente fala no município:
quem vai coordenar? É o Ministério do Meio Ambiente, mas a saúde tem que estar junto, porque a gente tem
o agente de saúde, que é o servidor maravilhoso e que a gente precisa trazer, e a educação tem que começar
nessa categoria, trazer o pessoal, afixar, precisa incluir os Cães e Gatos, existem fichas do SUS que falam de
animais, a gente nunca valorizou esses dados. Então, é isso mesmo, é começar o básico e o Médico, recolocar
o Médico Veterinário no NASF vai permitir todas essas oportunidades, de forma que não vai trazer tantos
impactos daquilo, vamos fazer um monte de coisa sem gastar dinheiro, lógico, vai ter o profissional aí. Era isso,
e acho que assim a gente fecha bem essa estrutura do atendimento básico, o Médico Veterinário da família é
um projeto lá da Universidade Univiçosa, na cidade de Viçosa, que me encantou muito e a gente pode usar
isso como modelo. Obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, doutora Ana.
Eu peço desculpa a vocês de ter essa função desagradável de cortar essas falas tão maravilhosas, mas essa foi
a missão que me foi dada. Mas eu tenho certeza que as discussões nas próximas semanas serão riquíssimas e
nós teremos oportunidades de evoluir muito, né, Vanessa? Então, agradeço a oportunidade de estar com
vocês e de, em que pese essa função chata, mas poder ouvir tantas falas que vão construir com certeza uma
política pública digna dos nossos animais. Então, passo a palavra a você, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Leonardo, muito obrigado por ter assumido essa tarefa, eu acho que
ninguém desempenharia com tanta gentileza, né, e também firmeza e à tarde foi muito produtiva. Olha a
variedade de conhecimento, de visões, né, e de avanços que a gente conseguiu construir. Mesmo nessa fala
curta, deu uma boa perspectiva dos desafios que a gente tem nas próximas reuniões técnicas. Então, eu queria
assim, imensamente agradecer a participação de cada um, estamos chegando aqui já com quase 11 horas de
trabalho, com 80 pessoas na sala e mais, na sala online e mais na sala quase cheia e também presencial. A
gente chegou a ter um momento de pico, eu olhei, com 150 e poucos participantes online. Então, quer dizer,
um dia inteiro de trabalho, né, e todo mundo focado. E fora as salas, muitas salas online aí, então, que tem
várias pessoas acompanhando junto. Tinha duas aí que eu vi que estavam mais de uma pessoa. E a qualidade
técnica, né, pessoas que realmente atuam na área e que tem vivências aí né, muitas pessoas com mais de
décadas de vivência. Então, realmente me deixou muito feliz, muito empolgada com o sentimento assim,
renovado, de que assim, muito pé no chão, gente, de que os desafios são imensos, mas que eu acho que a
gente sempre vai conseguir, a gente vai conseguir avançar em muitas coisas. Talvez a gente não consiga
realizar tudo que a gente quer na velocidade que a gente quer, mas tem curso e é um movimento irreversível,
não tem como segurar um movimento dessa magnitude, né? É claro que a gente fica sempre ansiando que
seja cada vez mais rápido, mas o movimento está feito e ele está andando e não tem como frear uma coisa

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tão bonita assim. Então, só para destacar, que o documento já está no Google, está bem? Então, por gentileza,
eu queria que vocês colocassem as sugestões, vamos colocar o teto até as 20h de hoje para informar os
nomes? Oi? (intervenção fora do microfone)

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – É, eu acho que você devia deixar, Vanessa, pelo menos até amanhã,
no final do dia, para as pessoas poderem pensar direitinho.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está bem. Ó, gente, então vamos colocar aqui segunda até 10h,
porque até meio-dia eu queria já destacar os convites. Mas aí coloca direitinho o nome da pessoa, qualificação,
coloca é como se você fosse defender mesmo a candidatura, o que que a pessoa vai contribuir praquele painel,
o e-mail, o telefone, né? E aí a gente tenta fazer um... Se tiver uma temática que tiver muitos nomes, aí a gente
vai tentar chamar, falar no grupo alguém que a gente chama, né, desses aqui. Se tiver um de cada, beleza,
está contemplado, né? E aí se tiver vários nomes, a gente vai tentar dar uma variedade de gênero, de estados,
de entidades, para a gente tentar contemplar o maior olhar diverso possível. Tá bom? É... A lista de presença
já fiz o tanto que é importante, quem não colocou ainda faz a assinatura da lista de presença, eu vou deixar lá
no grupo. Quem não entrou no grupo ainda, manda um oi para Maria Olinda, no celular do [ininteligível], eu
coloquei aqui no chat, e quem quiser anotar, é o telefone, já vou falar, cantar para vocês agora, é o 61-9968-
1415, então, 9968-1415. Quem não tiver no grupo, dá um oizinho para Maria Olinda que ela adiciona, mas eu
vi que ela adicionou, passou a tarde adicionando gente lá no grupo. Tá bom? Dito isso, muito obrigada a todos
e todas e a gente vai compartilhar lá no grupo o link para a nossa reunião. Ah, as próximas três reuniões
técnicas, elas serão online, a gente não vai ter espaço presencial, está bem? Aí vai ser tudo online, e já está o
link do seminário. Esse link do seminário, gente, é fundamental compartilhar, e aí esse seminário é amplo,
vamos compartilhar com todos os protetores, toda a sociedade civil, enfim, todo mundo que, vereadores,
presidente, com quem for, é para divulgar amplamente, está bem? E pedir aquela força para última semana
de votação, né, dos direitos animais no orçamento, quem tiver lista de associação, alunos, WhatsApp da
família, vamos compartilhar, fazer esse grande movimento final aí, está bom? Dia 13, a gente tem uma reunião
que é específica com as assessorias dos parlamentares, que é para a gente ver essa questão estratégica,
porque já vai começar a temporada de indicação de emendas, a gente vai ver umas estratégias para a gente
tentar melhorar aqueles resultados que a gente apresentou aqui, e o Gilmar está com a mão levantada. Oi,
Gilmar.

O SR. GILMAR ARAÚJO (Assessor Parlamentar) – Eu serei bem, bem breve, sobre veterinários, na equipe
multi, foi estabelecido, o Ministério da Saúde autoriza que os municípios solicitem médicos veterinários dentro
da portaria nova, que acabou de ser estabelecida recentemente pela ministra Nísia, e é só isso, para agradecer,
que atento aqui, eu agradeço a todos.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – A gente que tem que agradecer você dessa notícia maravilhosa
terminando o dia, reconhecendo o valor que a medicina veterinária tem na saúde única, principalmente, e
restabelecendo a política do NASF. Muito obrigada, a sua fala foi muito animadora.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, eu só queria...

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Por favor, só divulga aí a portaria.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Eu só pedi para mandar a portaria, aí, só uma coisa, gente, o grupo,
por enquanto ele está fechado. Vocês querem que mantenha ele fechado só para receber o envio dos
documentos? E aí, quando vocês quiserem, então, que compartilhe algum documento que seja de interesse
de todo o grupo, manda lá para o telefone da Maria Olinda, que está no DPDA Agendas, está bom?

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O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, eu só queria
fazer uma complementação à fala do Gilmar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ham.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Nós estamos, felizmente,
nessas equipes, só que, infelizmente, nós estamos no terceiro grupo, que é o grupo de 100 horas, como
opcional. Então, penso eu, para o nosso desafio, pela importância do Médico Veterinário, é ir para o primeiro
grupo que são de 300 horas e como obrigatório. Isso é uma notícia que complementa a informação do Gilmar,
mas eu penso que, diante de tudo que nós discutimos hoje, inclusive das questões da Zoonose aí eminentes,
nós temos e que seria interessante nós lutarmos para ter o Médico Veterinário no grupo principal, 300 horas
e obrigatório, né? Sendo opcional, né, Gilmar? Ainda é opcional a contratação.

O SR. GILMAR ARAÚJO (Assessor Parlamentar) – Sim, ainda é opcional. Para se transformar em
obrigatoriedade ou coisa do gênero, temos que construir aqui, juntos, conforme é aqui que nós vamos
construir isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Vai dar certo. Gente, muito obrigada, estou muito feliz com o dia de
hoje, e é histórico. Vamos tirar a foto final? Vou botar lá no... Os sobreviventes. Então, liguem as câmeras, são
três páginas. Então, primeira página está Conceição, Rita, Betânia, iPhone, Adolfo e Denizard, vamos abrir a
câmera aí para a gente bater a foto aqui. Gente, vocês estão ligados que isso aqui é um futuro... Está na
história, né? A gente está criando aqui uma coisa grande. Primeira foto. Ah, gente, está falando aí da
Conceição, Denizard... Mas eu vou tirar aqui e depois. Oh, um, dois, três... Ai, peraí, gente, para de digitar na
minha agenda se não fica... Três... Deixa eu colocar lá no grupo. A Conceição. Achei. Agora vou para segunda
página. Três, três, todo subindo. Segunda página. Ah, o Copenhag veio! Ah, o Kopenhagen veio, Kopenhagen
é uma figurinha. Peraí... E agora a última página. Quem estiver com a câmera desligada aí na última página.
Um, dois, três... Peraí que eu vou tirar de novo aqui na primeira, porque eu acho que o título tem gente...
Então, vamos lá. Um, dois, três... Deixa eu tirar aqui. Fechou! É isso. Encerramos. Obrigada, gente.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, Vanessa, só lembra de mandar para a gente as


apresentações.

609
APÊNDICE II – Transcrição da reunião técnica realizada em 14 de julho 2023,
Pilar 1: Diretrizes, Planejamento e Formação de Gestores

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia a todos e todas, estamos aqui no dia 14/07/2023,
começando a nossa segunda rodada de encontros técnicos para discussão das diretrizes para elaboração do
Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Hoje com a discussão do primeiro pilar que
comporta diretrizes, planejamento e formação de gestores. A gente vai ter hoje a assistência aqui na sala, né?
A Núbia vai estar ajudando a fazer o controle do tempo, nós temos a Bianca e a Ana Júlia que são residentes
de veterinária, né? Do professor Biondo, que vão estar auxiliando fazer a anotação das falas, né? E o professor
Biondo, eu pedi que ele fizesse a relatoria dos trabalhos, ele vai fazer a população dos resumos e
encaminhamentos, para que no final de cada dia a gente tenha isso consolidado para os nossos próximos
trabalhos, né? Então, meu nome é Vanessa Negrini, eu estou diretora aqui do Departamento de Proteção,
Defesa e Direitos Animais, de antemão já agradeço a todos e todas por estarem mais essa sexta-feira, passar
mais essa sexta-feira aqui de muito trabalho e estudo, né? Em nome dessa causa tão importante que nos é
tão cara, né? Então, temos aqui representantes de todos os estados do Brasil dando essa visão, essa
diversidade, representantes dos conselhos profissionais, das OABs, dos estados, dos municípios, dos
parlamentares estaduais, municipais, da academia e pessoas que realmente, gestores públicos, pessoas que
efetivamente vivem a realidade da proteção animal, né? Onde a proteção acontece, são pessoas que de fato
tem uma contribuição, né? Importante para esse trabalho que a gente pretende fazer aqui, que é entregar
esse desenho, né? Do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Então, de antemão,
o nosso muito obrigado pela participação de todos e todas. Eu gostaria de avisar que a lista de presença está
no chat, então é muito importante que todos e todas registrem a presença. E como que vai ser a dinâmica de
hoje aqui? Então, na parte da manhã, nós teremos expositores que vão falar de falas de 10 a 15 minutos em
cada painel para introduzir, né? Esse debate que hoje são as diretrizes, planejamento e formação de gestores.
Então, vão ser as exposições contínuas, né? No final e na parte da tarde, no final dos blocos de comentários,
a gente abre, o nosso teto é até meio-dia, a gente abre para falas de 3 minutos dos demais participantes da
sala, está bem? Sendo que o teto é até meio-dia. Então, os expositores falam e no final a gente abre, que aí
pode ser perguntas, pode ser complementos às falas dos expositores. E no final dessa parte da manhã, a gente
faz os encaminhamentos do que que a gente vai trabalhar na parte da tarde. Então, a parte da tarde é reunião
de trabalho, para a gente fazer, executar os encaminhamentos. Então, por exemplo, no final de uma palestra,
pode ser que a gente identificou lá, olha, vamos ter que selecionar quais são as leis, que é o arcabouço mínimo
para os municípios fazerem o seu plano de manejo. A gente precisa desenhar um edital, assim, uma IN. Então,
a parte da tarde vai ser para desenvolver aquilo que foi apontado na parte da manhã, como necessário para a
gente fazer essa consolidação. Deu mais ou menos para entender, gente? A dinâmica? Estão todos de acordo?
Então, ótimo. Vamos, então, começar. Então, para começar o primeiro painel do dia, no painel legislação e
marco regulatório para o manejo populacional ético, eu gostaria, então, de convidar a doutora Luciana
Imaculata de Paula, que é promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal, da CEDA, do Ministério
Público de Minas Gerais, e ela que é responsável pela implantação do Programa Regional de Defesa da Vida
Animal, PRODEVIDA. Doutora Luciana, muito obrigada por sua presença aqui conosco e por estar colaborando,
nos inspirando com o trabalho do PRODEVIDA e colaborando com o seu conhecimento técnico. A fala é sua,
muito obrigada.

A SRª. LUCIANA IMACULATA DE PAULA (Promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal) – Doutora
Vanessa, eu que agradeço a oportunidade de participar dessa iniciativa tão importante, eu estou muito
impressionada com o seu trabalho, o trabalho da sua equipe e como que nós, da Proteção Animal, podemos
ser engajados nessa construção. Então, é realmente um exemplo muito inspirador, obrigada por poder estar
aqui e trazer um pouco de reflexões sobre essa questão do marco regulatório, que é muito importante para
nossa atuação como promotora de justiça. No mês passado, nós nos reunimos com uma promotora na Bahia
que quer implementar as estratégias de manejo populacional e a dificuldade é que não tem lei no Estado.

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Então, assim, fica muito difícil para o promotor agir quando a gente não tem uma legislação que nos permite
cobrar judicialmente. Quando você vai para uma negociação com o município, com o Estado, se você não tem
o suporte normativo para exigir, você já entra perdendo muito, numa situação de grande desvantagem. E
pensando nos marcos regulatórios que nós já temos, nosso arcabouço normativo do manejo, vamos começar
pela Constituição da República, pela Constituição Federal, que é a mais importante do país. E lembrando que
ali no artigo 225, eu reconheço o valor intrínseco que cada animal tem, e esse deve ser o balizamento da nossa
situação. Nós temos aí uma preocupação com saúde única, com a saúde humana, com a questão do meio
ambiente urbano, mas também o nosso olhar precisa estar direcionado para esse ser senciente que precisa
ser respeitado de forma individualizada e pelo seu valor intrínseco. Esse reconhecimento é a base do direito
animal, já temos precedentes no Supremo Tribunal Federal, basta lembrar aí do acórdão da vaquejada, e eu
imagino que esse deve ser um dos pilares da nossa discussão e partindo daí para as novas legislações. Temos
também a Lei Federal 13.426, que foi um avanço, publicado em 2018, mas ela é restrita ao controle
reprodutivo, é uma lei importante, que traz diretrizes ali do controle reprodutivo dos animais, ela estabelece
as estratégias de esterilização cirúrgica como aquelas que devem ser utilizadas para o manejo populacional de
cães e gatos. Nós sabemos que é uma das ações que devem ser realizadas, mas ela não é talvez nem a mais
importante e nunca a única que deve ser executada. Temos também a resolução do Conselho Federal de
Medicina Veterinária, que estabelece regras para os mutirões de manejo populacional. Então, idealmente,
qual seria o cenário desejável? Que houvesse uma lei federal que estabelecesse as estratégias para que os
estados e os municípios implementassem o manejo populacional ético e humanitário de cães e gatos e
abarcasse aquelas estratégias que estão construídas na literatura específica. Eu cito aqui um artigo da Rita
Garcia e do Néstor Calderon, que consolida as diretrizes internacionais para o manejo, que podem suportar a
elaboração de uma norma ou de um plano de manejo onde existe já um regramento, existe uma política
pública constituída. Mas, idealmente, seria necessária uma norma federal ou, no mínimo, uma norma
secundária, uma resolução, uma portaria do Ministério do Meio Ambiente, que estabelecesse essa moldura
do manejo populacional. Porque, hoje, na legislação federal, nós temos esses princípios do respeito à vida
animal, da vedação da crueldade e estratégias de manejo reprodutivo. E, muito minimamente ali, a lei fala
também da educação humanitária, como eu já aprendi aqui com o Francisco. E, partindo agora, pensando
também no poder regulamentar dos municípios, os municípios podem estabelecer suas próprias regras. O
Supremo Tribunal Federal tem uma jurisprudência reiterada no sentido de manter o poder regulamentar dos
municípios, principalmente quando eles são mais restritivos e mais conservadores dos recursos naturais.
Porque, tradicionalmente, a defesa dos recursos naturais ainda se vale muito das estratégias do arcabouço
que rege o direito ambiental. Então, a gente poderia aplicar essa jurisprudência. No âmbito municipal, quais
as reflexões que eu gostaria de trazer aqui para o nosso coletivo? Seria ideal que fosse feito um código, como
a gente tem exemplos em alguns locais, um código exaustivo que tratasse de todos os temas? Ou seria mais
natural, mais orgânico, que fossem normas fragmentadas que discutissem, por exemplo, a questão do uso dos
fogos de artifício com ruídos, os maus-tratos, um código de maus-tratos, a educação humanitária. Os
municípios têm características muito diversas. Minas Gerais, Guimarães Rosa dizia, as minas são muitas. De
norte a sul de Minas Gerais, a gente tem realidade muito diferente, assim também no Brasil. Então, cada
município tem o seu caminho, mas o importante, na minha visão, é que essas estratégias, já consolidadas na
literatura, elas também venham traduzidas em códigos municipais, para que haja regramentos específicos
para aquele território. Eu vou me socorrer aqui do exemplo de Minas Gerais, mas uma vez que tem uma lei,
que é a lei de 1970, que eu considero uma lei bastante adequada, e ela traz esses pilares, essas diretrizes do
manejo populacional. Mesmo a gente tendo esse arcabouço, a gente tendo essa moldura na lei estadual, que
se complementa da lei federal, nas nossas conversas com os municípios, nós os encorajamos, incentivamos a
criar suas leis municipais. No nosso termo de compromisso, e aí nós chamamos de termo de compromisso
positivo, a primeira cláusula é o município vai regulamentar as estratégias de manejo, ele vai apresentar um
projeto de lei, porque há questões que precisam ser resolvidas ou definidas no território. Eu vou dar um
exemplo aqui, e aí eu já passo a falar um pouco sobre cada estratégia de registro e identificação. A nossa lei
estadual estabelece que a forma de identificação, o método, é o microchip, mas daí ela não desce a detalhes,
quem vai pagar esse microchip? Então o município precisa definir. Tem municípios que definem que vão fazer
o custeio dos microchips de animais que são tutelados por famílias em situação de vulnerabilidade, aí usa o

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CADÚnico para fazer esse recorte, mas tem município que fala que todo mundo tem que pagar o seu próprio
microchip, uma construção que tem sido feita município a município, mas observando as camadas, a lei
federal, a lei estadual e a lei municipal. Então pensando nessa lei federal ou estadual ou até municipal, e cada
um dentro da sua esfera regulamentadora, o ideal fosse que constassem estratégias de controle reprodutivo
de forma mais detalhada, é porque eu acho que há espaço ainda para discussão, por exemplo, sobre a fonte
de custeio, nós temos um grande vácuo aí, aliás, quem vai assumir? Nós temos usado essa decisão do governo
federal para trazer reflexão para os municípios. Olha, o governo federal colocou as estratégias de manejo
dentro do Ministério do Meio Ambiente, mas tem município que ainda trata isso dentro da Secretaria de
Saúde, mas o que é o ideal? Que haja uma interação entre essas passas, principalmente educação, saúde e
meio ambiente, que tem aí uma pauta comum, nós precisamos de todos interagir, mas quem vai assumir isso
idealmente? Por onde que vai passar essa fonte de custeio? Temos a portaria 1138, que às vezes é mal
interpretada, ou na maior parte dos casos ela é mal interpretada, e acaba sendo usada como um escudo para
não haver investimentos de verbas da saúde nas estratégias de manejo, quando ela está longe de dizer isso,
ela só estabelece momentos em que, ou situações em que esse recurso pode ser utilizado. Então, controle
reprodutivo, nós já temos uma norma que minimamente define estratégias de esterilização cirúrgica, o
registro de identificação é uma das estratégias mais importantes dentro do manejo populacional, aí temos
exemplos, já em Minas Gerais, que estabelece microchip no estado do Paraná, em muitos municípios usam-
se o sistema duplo, com sistema visível mais o microchip, que talvez seja o método ideal, a fonte de custeio,
é muito importante que os tutores que tenham condições, eles possam também ser compelidos a investir no
pagamento de um microchip, eu percebo assim uma cultura de descarte, e não de valorização do seu PET,
existe uma perspectiva da sociedade, para que a sociedade, para que o estado, assuma essas estratégias,
quando o problema é causado justamente pelos abandonos, pela falta de responsabilidade do tutor com a sua
guarda, então o registro de identificação é crucial, principalmente para a identificação dos abandonos, dos
maus-tratos, para a percepção penal, então essa é uma questão que seria muito importante, Vanessa, que
tivesse contido aí nessa regra federal, as ações educativas, que eu acho que nos impulsiona para um futuro
mais ético, mais humanitário, e na minha visão é a parte mais importante, que ela seja prevista nas grades
escolares, nós sabemos aí que as escolas têm muitas pautas, mas essa é uma pauta muito simpática, que as
crianças adoram, os adolescentes adoram trabalhar, é fácil, mas o gargalo aqui na minha experiência, Vanessa,
seria a formação dos professores, nós tivemos uma experiência aqui em Minas Gerais, que foi de fazer um
concurso em âmbito estadual, para premiar boas práticas das escolas, e nós fizemos uma cartilha, mandamos
para os professores, e assim a gente recebeu o projeto, que era pintar pintinho, então assim, nos deu uma
dimensão de como nós precisamos investir na formação dos professores também, então uma estratégia que
seja orgânica, dentro de todas as pastas, não só do meio ambiente ou da saúde, mas também da educação. O
controle do comércio de animais, nós estamos aí com um surto de reprodução de animais de raça para a
venda, esse final de semana passou no Fantástico, não tem programa sobre Holanda, de vez em quando isso
vem, essa notícia é requentada, Holanda é um país sem cães, nas ruas, e quando a gente lê matérias, e na
matéria do Fantástico também fala isso, a gente vê um forte investimento no controle do comércio de animais,
da criação e do comércio de animais, e por que isso é importante? Nós já temos animais demais, e o apelo
estético, ele é muito forte, a minha amiga Flávia Quadros, da SMPA, ela fala que os eventos de adoção são
concursos de beleza, porque as pessoas têm aquele apelo estético, elas veem os filmes da Disney, então elas
querem trazer para dentro de casa aqueles animais que elas veem nas redes sociais, então eu acho que deve
ser desencorajado e dificultado a criação de animais para a venda. Temos também um problema que nasce
daí, aqui em Minas Gerais é muito grave, são animais considerados bravios, mas animais de grande porte,
como Pitbulls, Rottweilers, que são criados aí para venda, dão grandes crias, e depois quando são apreendidos,
há uma dificuldade para promover adoção, e às vezes os animais ficam confinados dentro dos abrigos, maus
abrigos, durante o restante de sua vida, então esse é um outro pilar que eu acho que precisa ser considerado,
e as ações de combate aos maus-tratos.

A SRª. LUCIANA IMACULATA DE PAULA (Promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal) – Doutora
Luciana, concluir já, viu?

612
A SRª. LUCIANA IMACULATA DE PAULA (Promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal) – Sim, já
estou terminando, obrigada Núbia. E com relação aos maus-tratos, nós temos já a Lei 9.605, o artigo 32 foi
recentemente alterado para aumentar a pena, o grande gargalo é como identificar os maus-tratos, os policiais
eles alegam dificuldade quando a gente foge daquela situação padrão de maus-tratos, de agressão física, de
sinais exteriores de maus-tratos, e eles não têm feito a condução, não têm feito a prisão dos infratores quando
está previsto na lei, eu tenho falado com os policiais, sempre que eu sou convidada para dar palestra para
policiais, meu primeiro slide sempre é maus-tratar animais é crime, o óbvio precisa ser dito, e hoje é um crime
mais grave que o de furto, eu já falei com policiais, se você ver alguém furtando um veículo e dando um chute
no cachorro, só vai atender primeiro o chute do cachorro, porque a pena é mais grave, o legislador, o nosso
sistema já reconhece esse bem jurídico como mais valioso do que o patrimônio particular, então esse tem sido
um grande gargalo, e aí eu passo para um outro desafio Vanessa, e eu tomo a liberdade, porque eu reconheço
as possibilidades que o governo federal tem para intervir, que é para onde levar esses animais que são
apreendidos, a lei 9605, ela no artigo 25, ela estabelece que nas infrações administrativas ou criminais, os
animais precisam ser recolhidos e destinados, nós não temos boas estruturas para reabilitação e destinação
dos animais, pelo menos em Minas Gerais ainda é um grande desafio, e por último já concluindo a minha fala,
é o manejo de animais abandonados, precisamos combater os maus-tratos, abandono de animais é crime,
lembramos aí da resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária, tem um rol tão exaustivo, mas daí
os animais abandonados, animais que estão na rua, o que fazer, como manejar, a gente já tem aí a experiência
do CED, mas em um passo além, o poder público, a sociedade precisa se envolver nos cuidados desses animais,
eu brinco que é promovendo esses animais comunitários, porque se nós investirmos recursos públicos na
castração, na microchipagem do animal e devolvemos às ruas, nós estamos num argumento mais cínico,
jogando dinheiro fora, porque esse animal dificilmente ele vai sobreviver sem a supervisão de seres humanos,
então essas são as minhas preocupações, anotei aqui algumas leis que eu acho que a gente pode incentivar
os municípios, a questão do transporte de animais no serviço público, principalmente pensando na população
de baixa renda, socorro de animais que são atropelados, são leis que os municípios podem investir e nós
fizemos um seminário recentemente em Minas Gerais, a doutora Vanessa participou, vai sair uma revista com
as palestras e também com as minutos de lei com potencial de replicabilidade, é pouco tempo para muito
assunto, espero ter trazido aqui os pontos que possam servir a continuidade das reflexões, mas uma vez
agradeço a oportunidade de participar e desejo a todos um ótimo dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada doutora Luciana, sempre muito inspirador a sua fala,
muito precisa das necessidades e desafios que se apontam, então eu anotei aqui e talvez já fosse de
encaminhamento para a gente trabalhar hoje à tarde, a gente tentar então, eu sei que não dá para esgotar
em uma tarde de trabalho, mas por exemplo, recuperar essa questão desse artigo que a senhora menciona,
que conta ali as diretrizes, para a gente tentar talvez esboçar o que são tópicos fundamentais para a
Constituição dessa norma e aí pensando no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o que dá para a gente
fazer pelo DPDA, porque a gente pode até fazer uma minuta de uma lei federal e encaminhar para o Congresso,
como uma sugestão, mas a gente não tem gerência, então talvez se a gente focasse naquilo que a gente tem
gerência, fosse mais produtivo, mas um caminho não impede outro, a gente pode pensar em uma minuta de
uma lei federal e trabalhar naquilo, um instrumento que poderia ser editado dentro do Ministério do Meio
Ambiente.

A SRª. LUCIANA IMACULATA DE PAULA (Promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal) – Vanessa,
se você me permite uma fala rápida, eu fiquei refletindo sobre isso antes de vir para o evento, porque fazendo
um paralelo com os animais da fauna silvestre, a regulamentação é toda por normativas do IBAMA, então eu
acho que a gente pode trabalhar nas duas linhas, eu vou colocar depois no chat esse artigo da professora Rita
Garcia, mas eu acho que uma regulamentação do Ministério do Meio Ambiente seria um super avanço,
quando a gente vai lá nas instruções normativas do IBAMA, é tudo que regulamenta a criação de animais da
fauna silvestre brasileira, criadores amadorísticos, comerciais, então eu acho que é um exemplo que pode
servir de início com certeza.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Perfeito. Então um dos resultados do trabalho desse grupo técnico
poderia ser talvez a minuta desse instrumento normativo, que a gente pode começar a delinear hoje à tarde,
se não der tempo da gente concluir, a gente pode formar um grupo para apresentar essa minuta, a questão é
de elencar esse enxoval, vamos chamar de enxoval, esse paquete de leis que poderiam ser replicadas nos
municípios, até como requisito, porque assim, conforme a gente apresentou na semana passada, a partir da
elaboração do Programa Nacional de Comunidades Populacionais de Cães e Gatos, os entes para aderirem,
eles vão ter que ter uma contrapartida, e a contrapartida é X condições, e aí seria um paquete de leis que
seriam pré-requisitos para esses municípios aderirem ao programa, ou seja, o município que tiver interesse
em participar do programa, se comprometeria a trabalhar na implementação dessas leis, num prazo de X
meses, ou de pelo menos apresentar o projeto de lei, aí claro, a gente sabe que tem a dinâmica da aprovação.
Poderiam ser esses os encaminhamentos? De hoje à tarde.

A SRª. LUCIANA IMACULATA DE PAULA (Promotora da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal) – Eu acho
que está super bem encaminhado, Vanessa, eu me comprometo a colocar o artigo, a Lei de Minas Gerais acho
que é um bom ponto de partida também, e essa elaboração fica à disposição aqui para que a gente possa
trabalhar em conjunto, tá?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutora Lúcia Luciana, muito obrigada. Bom, então,
dando continuidade, eu gostaria de convidar agora o professor Paulo Maiorka, que é médico veterinário,
bacharel em direito, mestre doutor em patologia experimental e comparada, ele já foi membro da comissão
assessora do Conselho Federal de Medicina Veterinária e Comissão de Proteção e Defesa Animal da UAB
Nacional, e é um dos responsáveis pela edição de dois volumes, assim, monstros, né, que se tacar na cabeça
de alguém, mata. Um trabalho realmente exaustivo do Contêm de Animais, né, que é a coletânea aí de todas
as leis e normas da proteção e bem-estar animal do Brasil. Muito obrigada, professor Paulo, por sua contínua
colaboração com os trabalhos, né, tanto de concepção do DPDA quanto toda a trajetória, né, até aqui e daqui
por diante, eu tenho certeza que estará junto. Com você a palavra, professor.

O SR. PAULO MAIORKA (USP) – Bom dia, obrigada a todos, foi muito bem apresentado pela doutora Imaculata
o intuito, né, dessa coluna vertebral dessa nossa manhã, pelo menos. A minha formação é, eu sou médico
veterinário, né, eu trabalho como patologista, a minha formação é científica na área de patologia, em neuro
patologia, mas ao longo do tempo eu acabei fazendo algumas, por demanda do Ministério Público, necropsias
com finalidade pericial e, com isso, eu acabei fazendo direitos também muito envolvidos, né, por pessoas que
são muito importantes, como a doutora Maíra, da UAB aqui de São Paulo, a minha colega Rosângela Gebara,
que é um ícone dentro da medicina veterinária e hoje aqui, bem próximo, no meu quadradinho aqui, o doutor
Francisco, que é um enorme prazer, não conheço o pessoal muito, mas conheço a sua obra e assisto quase
todas as suas lives e o senhor, pra mim, é uma inspiração. Ao longo desse nosso trabalho, né, desde a criação
do NAP, né, que começou, o embrião, disso tudo, eu venho aprendendo muito com a família, eu tenho tido,
assim, grandes mentores, então, no meu trabalho eu dou a essas pessoas que me estimularam a sair da
casinha, né, então eu saí da casinha da medicina veterinária pra me ver num contexto maior. Ao longo desse
tempo, eu trabalho muito com o governo alemão e com a escola de Hannover, principalmente, e, inspirado
pela legislação alemã e pela forma como que o animal é visto na Alemanha, eu comecei a fazer um trabalho
com uma tese de doutorado que nós orientamos lá em Hannover, eu sou coorientador da tese, que é,
evidentemente, uma comparação de normas, da Alemanha e do Brasil, e vocês vão estar, eu me imagino que
vai ser difícil fazer essa comparação, porque na Alemanha nós temos uma edição, a primeira edição foi a Tulsa,
que é um código do direito animal e, posteriormente, a França lançou o Code de l 'Animal, eu estava na França
e eu comprei esse livro, e aí eu voltei e comecei a orientar essa tese na Alemanha, e, da comparação com o
Brasil, passamos a fazer uma coletânea do que existia no Brasil. Essa coletânea de leis que a Vanessa
comentou, que é um livro que tem uma figuração comercial, atualmente, que foi o produto de uma tese, que
foi, veja só, é todo um investimento do governo alemão, e nós produzimos esse livro, a tese teve como produto
final esse livro. E a ideia agora, através do DPDA, que eu venho colaborando, é que nós façamos a sessão do

614
que nós já produzimos e façamos um livro que seja disponível online gratuito para todos e de acesso livre a
todos, e também inspirado pelo próprio direito, com a inspiração do Peter Harmon, que nós passamos a
construir a forma de que nós produzimos essas leis, desde a Constituição até os municípios. Então, o meu
trabalho, nesse segmento específico de hoje, é exatamente a compilação do que há de legislação municipal.
Justamente porque esse Brasil está muito atrasado. Sabemos que no Brasil nós temos uma legislação, em nível
municipal, mais importante do que na Alemanha, sobre controle de circos. Então, a proposta que nós,
inspirados por outros países, nós passamos a fazer coisas ainda melhores. Uma delas é exatamente na questão
do controle ético. É sempre importante nós colocarmos a questão do controle ético. Então, a doutora
Imaculata já falou da inexistência, e acho que vai ser muito produtiva a nossa tarde. Eu já disponho do uso, o
que há dentro do contenho. Eu vou dar um spoiler, Vanessa. A ideia é que nós façamos um prédio dos animais
até o final da gestão, né, Vanessa? E que ela seja disponível online, de acesso a todo mundo, porque conhecer
a lei é o fundamental para a educação, como a doutora Imaculata colocou. Conhecendo a lei, nós vamos poder
discutir com as escolas, com os estudantes, desde o primário, desde a escola alimentar, até a formação dos
médicos veterinários, para que eles tenham uma visão ética e ampla da questão do controle, porque esse
controle tem a ver com o bem-estar dos próprios cães e gatos, mas também com a preservação da
biodiversidade, que será um dos tópicos que nós abordaremos também, ao longo dessas nossas discussões,
que é a perda da biodiversidade devido ao excesso de animais de vida livre, especialmente gatos, que acabam
destruindo, por boa parte, a possibilidade da fauna nativa ter essa perseverança. Então, eu agradeço a todos,
acho que a doutora Imaculata fez uma introdução perfeita, aqui essa é a espinha dorsal do que nós
trabalharemos, eu venho ao longo desse tempo trabalhando com a Vanessa, tentando auxiliar, e vou, dentro
do DBA, tentar fazer esse código animal, né, Vanessa? E nada melhor do que começar exatamente pela base,
começar a estruturar os municípios, e aí depois nós vamos pensar nas leis estaduais, nas particularidades
municipais e estaduais, para que nós venhamos a construir um código nacional que seja bastante adequado,
de preferência, no mesmo nível que é o que é Chute Gazetes e o Código Animal na França. Muito obrigado a
todos e é um prazer enorme estar com vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Paulo. Então, acho que, eu anotei aqui
uma fala sua, que eu acho que sintetiza muito o nosso sentimento, conhecer as leis é fundamental para educar.
A gente sabe que tem aquele, o desconhecimento da lei não desobriga, né, quem são os advogados me falam,
mas a gente, se a gente divulgar o máximo, tem mais chance de a gente modificar, o conhecimento também
transforma. E eu tenho muita vontade de atuar com a educação assim, nas séries mais iniciais. E aí eu quero
contar um relato para vocês, quando foi em 14 de março de 2022, a gente, quando a gente levou o primeiro
grupo de representantes de direitos animais, a gente levou 20 representantes das mais variadas entidades de
direitos animais, desde representantes de animais silvestres, domésticos, animais de produção, pessoas
veganas, animais na terra, no mar, a gente levou para que apresentassem a pauta animal para o, então,
candidato Lula, foi justamente no dia 14, que foi o dia nacional dos direitos animais. E ele ouviu lá durante
duas horas a exposição de todos eles, ouviu o pessoal defender libertação animal, contra a exportação de
gado vivo, todas as pautas, a questão dos direitos animais, toda a variedade. E ele ficou lá, ouviu todas as
apresentações, foi entregue uma reivindicação de 19 pautas, uma delas foi a criação do departamento, e é
por isso que o departamento foi criado, em atendimento dessa reivindicação. Mas o que me chamou a atenção
foi a fala dele, logo depois, quando a gente deu a palavra para ele falar, ele falou assim, gente, eu estou
ouvindo aqui o que vocês falaram, e muitas das coisas que vocês estão me trazendo aqui, eu estou ouvindo
pela primeira vez na vida, e eu vejo que faz sentido, mas eu gostaria de ter ouvido isso há muito mais tempo
atrás, e eu penso que nessas reivindicações de vocês, para a gente é tão claro a questão da educação, que a
gente não colocou de forma direta lá nos 19 itens. Aí ele falou, eu queria sugerir mais um item aqui nessa
pauta de vocês, que é importante vocês pensarem na educação, porque as crianças, porque tudo que vocês
estão falando aqui, tem coisa que vai dar para fazer, mas tem coisa que é para mudar uma sociedade, vocês
estão propondo uma nova sociedade, e isso tem que começar a ser educado das nossas crianças, desde o
início, porque tem, e ele foi falando assim, numa franqueza, numa tranquilidade, e reconhecendo que muitas
pautas ali, que estavam sendo apresentadas, ele não sabia, desconhecia, mas ele via fundamento naquilo, da
forma como foi apresentado, então foi uma sugestão do próprio presidente Lula, que a gente investisse na

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questão da educação, e assim, eu penso muito de a gente tentar imaginar como a gente alcançar os corações
e mentes dessas crianças, de forma educativa, mas que fosse gostoso, a gente tem instrumentos como gibis,
vídeos, o tiktok da vida, as gamificações, a gente precisa entender como que funciona a cabeça dessas crianças,
para entrar, tem a educação formal também, mas tem a educação informal, e eu não sei se a gente consegue,
se estaria dentro desse escopo agora, mas eu acho que a gente não pode perder a perspectiva, a gente tem
isso em mente, e ter como um objetivo do DPDA, e juntamente com todas as entidades que estão aqui, para
a gente não perder essa perspectiva. Muito obrigada. Então, seguimos, então nós vamos agora passar para o
painel, eu não sei se chegou, o doutor Álvaro e o doutor Felipe já estão na sala? Doutor Álvaro Luiz e o Felipe
Rigoni já estão na sala? Que seria o painel agora de orçamento e fontes de financiamento, eles não me
sinalizaram aqui que estão na sala. Eu vou pular então para o próximo painel, formação de gestores e
profissionais envolvidos, e aí, para abrir esse painel, eu gostaria de chamar então a doutora Ana Liz Bastos, ela
que é médica veterinária, Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo, consultora técnica da
CEDA, do Ministério Público de Minas Gerais, conselheira do Conselho Regional de Medicina Veterinária de
Minas Gerais, e tem toda uma expertise, uma experiência de mais de 30 turmas já oferecidas para capacitação
técnica de gestores municipais por meio do Programa Regional de Defesa da Vida Animal PRODEVIDA.
Atualmente, ela está coordenando um trabalho pelo Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo para a
construção de uma nota técnica com proposta de um programa de saúde público para cães e gatos em âmbito
municipal. Então, doutora Ana Alice, muito bem-vinda, muito obrigada pela gentileza de possibilitar que a
nossa equipe do DPDA fizesse de forma gratuita o curso com vocês, foi muito produtivo, a gente aprendeu
demais e a nossa expectativa é a gente tentar replicar esse curso a nível nacional com o apoio de vocês e a
gente tentar pensar em como a gente levar isso para... Meu sonho é que todos os municípios passem por essa
capacitação. Então, muito bem-vinda, a palavra é sua.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Bom dia a todos e todas,
bom dia Vanessa, obrigada, principalmente, né, por tudo estar acontecendo, sei que é uma construção
coletiva, mas tem sempre um para puxar e você foi essa pessoa, então, muito obrigada e, assim, tenho certeza
que vai ser um dia maravilhoso, né? Só fala, gente aqui que estava com esse sonho, quando a gente sonha
junto, tem tudo para dar certo. Eu queria compartilhar aqui para minha apresentação, se alguém puder me
habilitar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vou te colocar como co-host, que aí você consegue.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Então, você consegue
só colocar, clicar, lá onde vai compartilhar, e tá lá, o ano múltiplo, e aí você coloca lá, que aí todo mundo pode.
Que aí eu fiquei de co-host aqui, agora eu acabei de admitir o Tadeu aqui, aí a gente fica de co-host, senão a
minha apresentação vai ficar toda...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, espera aí, eu tiro, então, você de co-host, é isso?

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Espera aí.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – De Zoom eu entendo.
Capacitação é exatamente no Zoom.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Agora me fala como é que eu faço para...

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A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Na setinha vermelha,
escrito Share Screen. E aí você vai ver a opção, você clica lá, várias pessoas.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deixa eu ver aqui. Ainda não.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Então, me põe de co-
host de novo, que eu faço isso, depois você me tira, aí eu libero.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, pronto. Pronto. Deu?

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Pronto. Deu modo de
apresentação para vocês? Ou não?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deu sim. Deu.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Então, se você quiser
me tirar de...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Para não ficar aparecendo, né?

INTERLOCURA NÃO IDENTIFICADA – Mas não está grande ainda, né, Liz? Vai lá embaixo. Vai lá embaixo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, quando eu te tiro de co-host...

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Não está
compartilhando, sei o que que é. Eu já notei isso, vou ter que olhar. Na última capacitação, deu esse problema,
infelizmente. Mas enfim, vão lá para a gente não perder tempo, sinto muito. Eu vou deixar até...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, é... Deixa eu ver aqui. Ah, agora tá parecendo. Pronto.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – É, vamos por aqui
mesmo, que fica mais fácil. Mas então, a doutora Luciana chegou a falar um pouco do PRODEVIDA. Eu vou só
rapidamente, assim, para... Mudou aí para vocês? Mudou, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Mudou.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Então, esse PRODEVIDA
é um programa que foi criado pela SEDA, né? Aí a doutora Luciana. Tive o prazer de estar junto nessa
construção. E que é, né? É um termo, um pacto, justamente, de conduta, né? Chamado de uma forma mais
sutil de termo de compromisso positivo, porque o Ministério Público, ele não é só, né? Hoje o doutor Luciana
mesmo fala, o Ministério Público não é só a cobrança, né? É construir junto também toda a fala que ela já
teve. Mas, enfim. Então, por conta da lei estadual, né? Foi, então, a doutora Luciana fez esse termo baseado
na lei para que os municípios pudessem implantar ações de manejo, né? E foi criado de forma local, porque a
gente sabe a problemática. Mais minas, municípios muito pequenos, né? Os limites, assim. Então, se começou
a organizar localmente os municípios até como uma forma de se ajudar por meio de consórcios públicos,
associações de municípios, né? Porque a gente tem municípios de 2 mil habitantes. Eu creio que o Brasil, como

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um todo, a gente vai ter essa diversidade, né? Então, fazia todas, né? Eu não vou ficar entrando em detalhes,
mas todos os arranjos, reuniões. E aí, com todas, desde 2017, acabou que hoje já tem, né? São 273 municípios,
né? O Gustavo vai entrar aí depois, pode autorizar, mas conversei com ele antes e ontem. Então, já é uma
grande parte de Minas. E aí, os municípios faziam um arranjo, tal, e a gente fazia isso localmente, ia até a
comarca, vinha todo mundo, reunia no auditório. E aí, eu comecei, depois o Gustavo, a gente dava palestras,
um dia de palestras, vomitava informação nos municípios, né? E depois, os municípios ficavam ligando pra
cedo. E aí, o que eu faço? Como é que eu vou implantar? E eu sempre falando para doutora Luciana, ela vendo
também a necessidade, falou, doutora Luciana, a gente precisa capacitar o pessoal. Eu trabalhei 10 anos na
prefeitura de Itabirito, né? Onde eu implantei o manejo populacional. E vi a dificuldade que a gente não sabia
nada, né? E graças a isso, São Paulo, conheci Rita, Vânia, Adriana, que fizeram o programa de controle
populacional do Estado de São Paulo, lá em 2005. Então, isso me possibilitou que precisava de capacitação. E
aí, mesmo que as palestras não deram certo, a gente conseguiu, então, implantar a capacitação no ano de
2020, né? Logo que entrou a pandemia. E pra capacitação, a pandemia nos acordou e foi boa, porque, imagina,
a gente ia fazer isso localmente, como a gente fazia as palestras. Os municípios tinham que ir deslocar até um
município maior, que a gente chamava de município-sede, e pra fazer essa troca. Seria maravilhoso. Mas com
a pandemia, então, a gente pôs a capacitação de forma virtual, que foi muito bacana, né? Via a plataforma
Zoom. E aí a gente conseguiu um financiamento, né? Uma forma que a plataforma semente, né? Que é uma
das questões de recursos que vão ser tratadas, mas que a gente coloca o projeto e com medida de
compensação de multas, né? Esse dinheiro aí a doutora Luciana conseguiu. Esse dinheiro de medida de
compensação, me lembro até que foi no minerador na região de Itabirita, falei, tinha que ser pra gente, e a
gente implantou, né? Essa capacitação, e ela foi pensada, né? Idealizada por mim, Gustavo e a Bruna, que tá
aí aqui hoje. E a gente trabalha em três etapas. Por quê? Rosângela vai falar depois. Existem vários cursos aí,
muito legais, que eu acho que todo mundo tem que fazer, que é uma oportunidade também, mas a gente
pensou, por isso que chama gestão. A gente queria obrigar que o município realmente se envolvesse e
obtivesse o quê? Produtos, né? Como é que é? Mão na massa, que é o que particularmente eu conseguia fazer
porque eu trabalhei. Eu sou do mão na massa, eu sou do prático. Então a gente pega tudo que a academia
traz, e aí o FPR, o FMG, eles estão, né? Realmente outras universidades, mas essa que tem, né? A doutora
Rita, a doutora Daniela aí, que pegaram a medicina veterinária coletiva. Então a gente pega o que a pesquisa
tá falando e coloca. Porque, né? Muito tempo foi a proteção animal fazendo ações, como é até hoje, né? Então
a gente criou esse curso, a primeira etapa, a gente fala, né? Continua vomitando informações, mas a gente
precisa falar de todas as estratégias, entrega um diagnóstico, que vai ser falado aqui, e obriga o município a
resolver, a fazer esse diagnóstico. E é o primeiro momento que ele tem que dialogar. Saúde, principalmente
meio ambiente. E proteção, porque o diagnóstico é por município, né? Então não adianta o município falar, a
gente não faz isso, isso e isso. Mas e a proteção? A proteção faz, então é o município. Então é o primeiro
momento que a gente consegue colocar a saúde única, também começar a dar o primeiro passo na prática,
né? Então aí o segundo etapa, mais ou menos de 30, 40 dias, eles voltam, né? E apresentam o diagnóstico,
né? Até a equipe aí do Vanessa vai apresentar o diagnóstico, né? Do país, né? E aí a gente já fala, né? Sobre
ferramentas de gestão, porque tem muito município que já tem muita coisa bacana. Esse último mesmo, já o
G31, teve o município de Ipatinga, tem vários municípios com boas iniciativas, mas Ipatinga eles têm o agente,
o agente de endemias, lá virou o agente de saúde única, né? A gente quase chora quando vê uma coisa dessa,
então é muito legal. E aí a gente fala de indicadores, né? Muitos municípios nem sabem o que é isso, né? Então
a gente vai ter que... Às vezes a gente vê quando o município não sabe muita coisa, então fica até maçante,
então precisa repensar em excesso de informação também, que a gente quer passar tudo, né? Essa ansiedade.
E aí a gente fala do plano municipal de manejo, que isso é muito legal, que vai ser falado aí pelo Claudio, pelo
Gustavo. Então obriga o município a ter esses documentos, né? A gente exige do participante que ele
entregue, o município tem que entregar o diagnóstico para receber o certificado. Mas agora, em conversa, o
doutor Luciano já quer colocar, né? Pensando em colocar no TCP que o município vai ter que entregar o plano,
porque se ele não planeja, ele não sai do lugar. Então é fundamental. Porque, gente, quando a gente fala de
educação, a gente realmente concorda que tem que pegar nas crianças, mas a primeira educação
transformadora que a gente tem que ter são os gestores, né? Os grupos técnicos, os servidores municipais
que não sabem de nada sobre isso, né? Muita coisa é nova, não é só o presidente Lula, que é a maioria das

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pessoas. Então a gente... A educação, principalmente no manejo, são dos profissionais, né? E aí é um momento
maravilhoso, que os municípios apresentam a sua realidade, né? Tem município que não fala nada, mas eles
acham que não faz muita coisa. Não é só dele vacinar, né? Grande parte do país para raio, faz controle da
leishmaniose. Então você vê e tem que saber quanto... Agressão de cães e gatos, por quê? Porque isso é um
indicador. Então é mão na massa mesmo com esses municípios, né? E depois de 45, 60 dias, eles voltam para
a terceira etapa, onde eles apresentam esse plano, mesmo que seja de forma embrionária, mas eu geralmente
quase que obrigo o município a falar. E nessas fases a gente brinca. A primeira etapa é um muro de
lamentações. Na segunda, começa a mudar. Na terceira, não vem lamentar se não planejou. Tem município
que chega com um projeto de castração que vai apresentar no conselho, né? Aí os municípios até acham
engraçado. Eu fico brava e digo, não é isso. Vamos pensar o que é planejamento, para realmente a coisa sair
do papel. Então a gente fala todas as estratégias. Não vou entrar em detalhes, mas são diversas. Então a gente
faz com que o município pense um pouquinho em cada uma. Aqui são as fotos aí das apresentações. A gente
grava essas apresentações, porque imagina, né? A Vanessa hoje é 30, a gente fala sempre a mesma coisa. É
um pouco maçante, a gente está cada dia encurtando mais o tempo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Imagina quantas forem fazer para o Brasil inteiro.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) – Pois é. Aí vai ter que ter
vários daquilo, das particularidades. E o município que tem reserva indígena, quilombola, é outro. Mas vai ser
uma diversidade e um trabalho maravilhoso. Mas então, aqui, falando das legislações, a gente compartilha
legislações de Minas, até de outros estados também, para os municípios. A gente passa essas leis para eles.
Gente, é só adaptar, né? Reunir e adaptar a lei para a sua realidade. Então só aqui algumas fotos do pessoal.
No início fica tímido, depois já vai abrindo mais a câmera, normal. A gente estava no início também da
pandemia, depois já foi ficando mais pessoal. E aí, quando a gente vai para o planejamento, na segunda etapa,
a gente fala, vocês têm que fazer o plano por escrito, porque a gente não quer um plano de governo, a gente
quer uma política pública. E aí vocês vão ter o plano por escrito e o planejamento, que é isso aí. Onde vai ficar
na prefeitura? Ah, é no meio ambiente. Agora, em Minas, nós vamos ter referência estadual e federal. Acabou,
é o meio ambiente, a referência. Mas a saúde não pode estar fora. Então quem que coordena? Ou então a
saúde já está ótima, tem municípios que a saúde, entendeu, porque gasta dinheiro, recursos, principalmente
do município. Então a gente pede para que eles pensem na terceira etapa. Como é que vai funcionar o serviço?
Fazer um organograma mesmo com responsabilidades, que é realmente para articular os setores. Opa. E aí a
gente passa, vai ser falado, mas a gente fala cada passo a passo do plano. Eu faço uma palestra sobre o que é
política pública, por que a importância de ter um plano, dos indicadores e tudo mais. E aí a gente tem aqui um
resultado, hoje são 273 municípios, e aí eles vão entrando. Então, assim, 218 já passaram por a gente. A gente
teve os municípios que aderiram PRODEVIDA de 2017 até 2020, a gente teve um pouco de dificuldade até de
trazer. Agora não. Nos acordos já se fala do curso, e o curso é uma moeda de troca também, é um curso
gratuito para eles. Então, e aí a pessoa entende. Então já sai para achar a pessoa que vem, então a gente ainda
tem que resgatar. Por isso que eu acho legal o Pacto AI para o Brasil inteiro, vai ter aqueles interessados que
querem participar. Tem município que entra e já fica a pessoa ligando para a gente, mas tem município muito
pequeno, nem sabe o que é isso. A gente não sabe nem o sensibilizar primeiro para vir para a capacitação.
Quando vem, né? Opa.

A SRª. NÚBIA SILVA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Doutora Ana. Três minutos.

A SRª ANA LIZ BASTOS (Diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo) –Estou terminando, faltam
dois slides. A gente trabalhar virtualmente, a gente sente a necessidade de se encontrar, de conhecer. Então
a gente criou os fóruns regionais, que é onde os municípios trazem o trabalho, as experiências bem-sucedidas,
daí levaram banners. É muito legal, é uma forma de encontrar, é uma forma da gente conhecer Minas também,
a gente vai para as cidades deliciosas, fomos para Capitólio, passeamos de barco depois. Então assim, é uma
forma de estar todo mundo junto. Então esses fóruns foram muito legais e a gente pretende continuar. Então

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fazer a capacitação e promover também com os regionais, com municípios que têm realidades parecidas. E aí
aqui tem ótimas avaliações, isso foi muito bom, muito gratificante para a gente, né? Então assim, eu acho que
realmente vale a pena, a gente perguntou da aplicabilidade prática, né? Para a sua vida. Então sim, foi super
positivo. A gente sempre está, né? As pessoas realmente gostam, principalmente os médicos veterinários. E
eu acho que é realmente uma forma, porque as pessoas, os servidores e a gente ainda vai ter, não tem como
a gente sair da saúde e a gente conseguir sensibilizar e capacitar principalmente os agentes aí da ponta, que
são os de saúde, comunitários, de endemias, né? E os gestores, claro, a gente como Minas é pequeno, tem
capacitação que é, que participa o secretário de saúde, secretário de meio ambiente, aí o município deslancha,
porque a pessoa tem governabilidade ali no município. Então é muito importante essa ferramenta aí capacitar,
porque educação é a base de tudo, inclusive para os técnicos, né? Que eles, isso é muito novo, a medicina
veterinária do coletivo, manejo, assim, né? Praticamente começou nesse século, no final do ano 90 que a coisa
é feita no nosso país. Então precisa que as pessoas, e quando os servidores veem que tem uma ligação, não é
causa animal só, é política para cães e gatos. É muito importante até para mobilizar os gestores,
principalmente pautado na estratégia da saúde única, né? 00:54:43 Então fica fácil aí da gente trabalhar em
conjunto com a equipe toda. Obrigada, gente. Acho que só isso aqui, só a equipe aí, que espero que nós vamos
ter muita gente aí do país inteiro pensando junto aí nesse modelo, a gente está aí para colaborar, nós do IMVC.
Tá joia. Muito obrigada, doutora Annalise. Esse curso, ele realmente é fantástico e eu acho que de
encaminhamento para a gente trabalhar hoje à tarde, talvez a gente pudesse pensar em uma estrutura, né?
Talvez já de um edital, porque assim, o programa, ele já está sendo construído, estamos aqui trabalhando na
construção. E uma etapa fundamental da adesão dos municípios é que os gestores passem por essa
capacitação. Então, talvez como tarefa de hoje à tarde, a gente pudesse trabalhar aí no arcabouço de um
termo de referência para um edital já para o DPDA abrir para a gente estar fazendo a seleção de quem vai
aplicar o curso, né? Ah, quais são os tópicos? Ah, precisa ter um módulo assim e assim assado, né? Tantas
horas de aula. E a gente fazer o possível termo de referência que vai embasar a abertura do edital para... Eu
não sei se é um edital ou se tem dispensa, aí já é outra coisa. Mas o termo de referência é o mesmo, seja qual
vai ser o instrumento de contratação depois. Talvez, então, pode ser esse encaminhamento, a gente, para
trabalhar hoje à tarde? A gente trabalhar nesse termo de referência? Pode sim, com certeza. E aí pensando
que aí seria um curso para o Brasil. Então, como a gente adequar a experiência que vocês já estão acumulando
de Minas para a gente pensar num curso que pudesse ser para o Brasil inteiro, vai ter que ter a particularidade
de que provavelmente um curso desse tamanho não tem como a gente ter... Teria que ser tudo à distância,
né? A gente está falando aí de quase 5.500 municípios. Então, a gente pensar como que a gente faz para
adequar, né? E que o dever de casa, realmente, e eu adorei que para ser aprovado no curso é realmente a
entrega do plano municipal. Porque aí, quer dizer, o município que quiser ter acesso aos recursos do programa,
participar do programa, ele minimamente tem que ter feito esse exercício de pensar. Vai obrigar o município
a pensar no plano, de forma orgânica. Como a gente tem representantes aí do país inteiro, acho que é
importante para cada região ter gente, né? Referência aí nesse apoio que faz toda a diferença quando a gente
conhece o estado, a região que a gente atua. Com certeza. Muito obrigada. Gente, só para falar, a gente está
nesse exercício lá, a gente está quase completando com representantes de todos os estados, viu, gente? Eu
queria ter já divulgado... Desculpa, hoje eu estou com uma... A gente já queria ter divulgado, mas a gente está
fechando realmente para ter pelo menos um representante de cada estado. Está quase, faltava pouco. Não é,
Leonardo? Ontem estava faltando uns quatro, cinco estados só e a gente ia complementar. Três? Só falta três?
Ótimo. Então, assim, gente, eu acho que é simbólico, né? Porque, afinal de contas, a gente está trabalhando
aqui para entregar o plano nacional, né? Então, a gente ter a representatividade, assim, de todos os estados
é muito importante trabalhando nessa construção. Então, seguindo aqui no nosso cronograma, a gente vai
chamar, então, a doutora Rosângela Ribeiro Gebara, que ela é médica veterinária, diretora do Instituto de
Medicina Veterinária do Coletivo. Ela também atua na capacitação técnica de gestores por meio do
PRODEVIDA. E, além disso, ela está à frente de um curso de manejo humanitário sustentável de populações
de cães e gatos desenvolvido pela Proteção Animal Internacional, no Brasil, em parceria com a Faculdade de
Medicina Veterinária da UFPR. Também recentemente oferecido pelo Ministério Público de Minas Gerais.
Então, professora Rosângela, muito obrigada. Bem-vinda. A fala é sua. Bom dia, bom dia a todos. Hoje eu estou
aqui representando também a Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária,

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a qual eu faço parte. Faço parte da coordenação do IMVC, com muito orgulho. E, em 2017, nós idealizamos,
de uma forma muito embrionária, e eu trabalhava na World Animal Protection, não trabalho mais, mas nós
idealizamos o primeiro curso online de manejo humanitário de cães e gatos, junto com a professora Rita, da
UFPR, junto com o Lucas, que está aqui presente. Eu vou mostrar um pouco dessa experiência para vocês.
Deixa eu compartilhar a minha tela aqui. Espera um pouquinho, vocês me falam se vocês estão conseguindo
ver. Estamos, sim. Tá, vou passar aqui. Qualquer coisa vocês me avisam. Bom, eu vou trazer um pouco da
informação do que seria um curso de formação de gestores em manejo populacional ético de cães e gatos, a
partir dessa experiência que eu tive. E, logicamente, eu vou falar algumas coisas que a Analyse já trouxe aqui
para vocês, mas, quando a gente for ser muito repetitivo aqui, eu vou dar uma pulada nos meus slides. Mas,
primeiramente, em 2017, quando nós idealizamos esse curso, a gente tinha os objetivos muito claros, e eu
acredito que são objetivos que devem ser compartilhados por qualquer curso de manejo. Então, a gente tem
que pensar em ensinar os conceitos, como a Analyse falou, muitas pessoas muito bem-intencionadas que já
trabalham com manejo populacional há anos e anos e anos, muitas vezes não sabem. Vocês sabem conceitos
muito importantes, né? Então, a gente precisa ensinar esses conceitos e, principalmente, os conceitos já
estabelecidos e avaliados pelas principais organizações nacionais e internacionais, né? Pensando aqui nas
nacionais, obviamente, o IMVC é o primeiro que me vem em mente, mas os internacionais seria a Coalizão
Internacional de Manejo de Populações Animais, o ICAM, a OIE, a OMS, né? Organização Internacional de
Saúde Animal, Organização Internacional de Saúde e a FAO, né? E essas organizações, elas já estabeleceram,
né? Como a gente pode controlar de forma efetiva, obviamente, respeitando o bem-estar dos animais, a ética,
a lei e promovendo a saúde única. E, além de ensinar esses conceitos, além de capacitar, a gente precisa
também, de uma forma muito embutida, sensibilizar os gestores, né? Muitas vezes, muitos gestores não estão
sensibilizados à questão do manejo ético da população de cães e gatos. Então, além de ensinar, de trazer a
informação, de capacitar, de treinar, a gente precisa sensibilizar e demonstrar que a maioria dos problemas
atribuídos ao excesso populacional de cães e gatos nos municípios, eles são resultados da ação humana. Então,
a gente precisa mostrar que, através da ação humana, da transformação do comportamento humano, a gente
vai conseguir mudar essa realidade. Então, acredito que esses são os dois principais objetivos de qualquer
curso, né? Que a gente venha trabalhar aí com o manejo ético das populações. Então, em outubro de 2017,
eu já tinha um conhecimento, né? Das principais publicações internacionais e nacionais sobre isso, a
professora Rita também, que já trabalhava há décadas com isso, e o Lucas, que está aqui presente, a gente se
debruçou, arregaçou as mangas e a gente esboçou a emenda do que seria esse curso, né? A gente fez uma
primeira edição em outubro de 2017, a gente colocou numa plataforma Moodle e lançamos um curso online
gratuito. Depois, a gente teve mais três turmas e depois, felizmente, o Ministério Público de Minas Gerais
também começou a divulgar esse curso dentro da plataforma dele, de EAD, e a gente já teve mais de 1.500
alunos capacitados. Eu não tenho o número exato dos alunos capacitados dentro do Ministério Público de
Minas Gerais, mas a gente teve mais de 1.500 alunos capacitados através desse curso. O público-alvo que a
gente pensou logo no início do curso eram os representantes, os gestores e funcionários das organizações,
tanto federais, estaduais quanto municipais, que estavam envolvidos de alguma forma aí em questões de
manejo de cães e gatos, saúde pública. Veterinários, o curso era aberto, tá? Ele não era restrito para um
público só, então a gente também fez muita divulgação dentre os veterinários públicos e privados, dos serviços
veterinários, os veterinários educadores também, que davam aulas em universidades. Qualquer outro
profissional, então nós aceitávamos biólogos biotecnistas, agrônomos, qualquer outro profissional da área de
saúde ou ciências animais. Estudantes de medicina veterinária, a gente achou muito importante já trazer esses
conceitos para os próprios estudantes de medicina veterinária, que viessem a se formar e fossem trabalhar
em serviços públicos e membros de organizações de proteção animal, de bem-estar animal. Então era um
curso completamente aberto, a gente não tinha restrição de participação das pessoas, era um curso online e
gratuito. A metodologia que a gente escolheu foi uma metodologia de um curso EAD, de um curso digital à
distância, para atingir um grande número de pessoas, né? Por ser um curso online e gratuito, a gente escolheu
uma plataforma Moodle, que era uma plataforma bastante fácil, né? Para todo tipo, a usabilidade dela é muito
fácil para todo tipo de aluno. O curso inicial, ele tinha 12 módulos, a gente liberava um módulo por semana e
depois aqueles módulos podiam ser acompanhados na frequência e no ritmo próprio que a pessoa tinha, né?
Por isso que a gente chama... a gente tinha três... a pessoa tinha três meses para concluir o curso, mas ela

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poderia assistir os módulos e revisar à medida que ela quisesse. Cada módulo continham as videoaulas com
os professores, a gente convidou professores de diversos estados, de diversas experiências e expertise. A
gente colocava os materiais complementares, manuais, vídeos, papers, materiais científicos e também tinha
quizzes. Cada módulo tinha os questionários para as pessoas fazerem e verem se realmente elas estavam
assimilando aquele conteúdo. E, obviamente, a gente dava um certificado para aquelas pessoas que
completavam 80% de frequência e 80% numa prova final, que era um questionário final, trazendo todo o
conteúdo aí do curso. Deixa eu só passar aqui... o programa, né? Eu vou passar rapidamente aqui o programa,
mas a gente tinha o módulo de introdução, de ambientação, onde a gente explicava, né? Qual que era o
objetivo do curso, a relevância, a metodologia, como que a gente ia fazer e a gente apresentava os professores.
Aí, no módulo 1, a gente dava uma visão geral, um overview do que seria o curso. A gente trazia um histórico
da questão do controle desumano das populações caninas e inferinas, a gente mostrava como entender o
problema, os benefícios da convivência entre cães e gatos e os principais problemas causados pelo excesso
populacional de cães e gatos. No módulo 2, a gente entrava com a parte de quantificação, qualificação e
dinâmica populacional. O módulo 3 trazia a epidemiologia do abandono. Aqui vocês podem ver os nomes dos
professores que nós convidávamos para ministrar as aulas. O módulo 4, a gente mostrava como que aquele
gestor podia delinear um programa de manejo humanitário, manejo ético da população de cães e gatos dentro
do seu município. Então, aqui a gente entrava só com o tópico, né? Depois a gente ia se aprofundar nos
próximos módulos. O módulo 4, a gente trazia a importância da educação, principalmente na educação para
crianças e adolescentes, então a gente ensinava como que podia ter esses programas dentro dos municípios,
dentro dos programas de educação, dentro das escolas, né? A gente trazia o módulo de registro e
identificação, a parte de governo, de políticas públicas e legislação. A gente trazia a parte toda, né? Das
estratégias de saúde única, os programas básicos de atenção e saúde, controle reprodutivo, sede, né? Captura,
esterilização e devolução, a parte toda de controle do comércio, da criação e comércio de animais, né? Aqui
entrava também a questão dos acumuladores, então a gente trazia pessoas que trabalhavam já nos municípios
com isso, de diversos estados brasileiros. O módulo 7, a gente trazia o programa seletivo de resgate e adoção
de animais. O módulo 8, a gente trazia esse assunto bastante importante, da questão de eutanásia. O módulo
9, acesso aos resíduos e educação ambiental. O módulo 10, como que aquele gestor poderia implementar um
programa, então o passo a passo de como ele deve implementar dentro do seu município, primeiramente
formando, obviamente, um comitê multidisciplinar e a gente trazia exemplos e trazia indicações de como isso
pode ser feito. E o módulo 11, que era para mim o principal, né? Como esse gestor poderia avaliar a efetividade
daquele programa que ele estava inserindo dentro do seu município. E no módulo 12, a gente trazia casos de
sucesso internacionais e nacionais naquela época, em 2017. A gente teve, logo na primeira edição, a gente
fazia avaliações de satisfação com os alunos. Os problemas técnicos com a plataforma mudam, então esses
problemas técnicos acabaram atrapalhando um pouco, mas de modo geral, a gente perguntava se aquele
curso tinha sido útil para a vida profissional daquela pessoa, a vida profissional futuro, quando a gente estava
falando com os estudantes, em termos de trazer conhecimento. E a gente teve uma média de satisfação de
pessoas falando que aquele curso tinha sido muito útil, né? E aqui a gente vê duas pessoas que deram seus
testemunhos aqui em relação ao curso, né? Essa pessoa aqui, ela fala que é assustador a falta de informação
de nossos gestores, funcionários públicos, mesmo dos protetores e população em geral, tá? Então, já em 2018,
ela falava como se mata animal nesse país e ela via como muito útil aquelas informações que eram dadas
muitas vezes pela primeira vez para aquelas pessoas, tá? Aqui eu não vou repetir, né? Eu trago aqui a iniciativa
que a Annalise brilhantemente já apresentou, né? Do projeto do PRODEVIDA, do curso que foi levado através
da iniciativa Semente, o número de municípios que foram capacitados, o número de pessoas capacitadas e
todo esse projeto aí maravilhoso que eles têm, né? Após as aulas, uma segunda etapa, então eu não vou me
ater muito. Eu trouxe a primeira iniciativa aí de um curso online, de um curso EAD, mas a gente tem cursos
específicos para públicos mais específicos, aqui eu trago o exemplo do curso FOCA, que também obviamente
vai ser apresentado, então não vou me ater muito, né? Mas é um curso presencial dado dentro, né? Do serviço
veterinário, dentro das unidades de vigilância em saúde, é um curso que já capacitou mais de 3.600
profissionais na América Latina e em Portugal, e é um curso voltado para profissionais que trabalham com a
interação humano-animal e funcionários que realizam diretamente para os executores, tá? Então é um curso
bastante importante, mas eu também não vou me ater muito, porque ele vai ser apresentado nas próximas

622
apresentações. E aqui como um slide final, né? Trazendo essa experiência que eu tenho desde 2017, já fui
muitos municípios, né? Em vários estados brasileiros, capacitar diversos gestores, e aqui eu trago essa
questão, né? Quais são os desafios, né? A gente sabe que um curso à distância, um curso online, um curso
digital, ele tem a capacidade de ter um grande alcance, ele pode chegar em diversos estados brasileiros, ele
tem um menor curso, mas ele é um curso mais difícil de você alcançar e sensibilizar as pessoas, né?
Principalmente as pessoas importantes, que são os tomadores de decisão, os gestores, os políticos, os
formadores de opinião, e muitas vezes as pessoas que estão na ponta. É difícil você sensibilizar uma pessoa
num curso digital, num curso online, né? O presencial, por outro lado, ele consegue cobrir essa lacuna aí da
sensibilização, mas obviamente ele tem um maior curso, só que ele é muito mais efetivo, né? Quando você tá
cara a cara com as pessoas, você tem uma efetividade muito maior em sensibilizar, em transformar, em
capacitar aí esses executores e gestores. É muito importante a gente ter em mente, quando a gente vai fazer
um curso, que não é simplesmente jogar a informação, não é simplesmente fornecer a informação. Existem
milhares e milhares de manuais, milhares de informações aí na internet, no Google, mas um curso ele tem que
ter esse feedback do outro lado, né? A gente tem que ouvir as pessoas, a gente tem que ter momentos de
ouvir, de discutir, né? Por isso que o PRODEVIDA é bastante importante por esse lado, de trazer soluções, de
treinar as pessoas, mostrar exemplos, dar suporte, fornecer ferramentas, matrizes decisórias, formar
comunidades de apoio durante esses cursos, e obviamente o nosso intuito é fortalecer os bons hábitos e
quebrar os maus hábitos desses gestores que estão na ponta, né? O ideal seria que a gente tivesse um curso
EAD, um curso à distância, um curso online, mais treinamento in loco, né? Mais treinamento que vai,
treinamentos presenciais, né? E que esses cursos, obviamente, sejam permanentes, gratuitos e sempre
atualizados. A gente tem que, hoje em dia, principalmente tratando aí da geração Y, X, já nem sei mais que
letra, né, que a gente tem, a gente tem que utilizar metodologias ativas e dinâmicas nesses cursos, e a gente
muitas vezes tem que entender as dificuldades, as realidades, as particularidades dos locais, né? É muito
importante a gente entender que esses cursos de gestores, eles têm que mudar comportamentos e quebrar
paradigmas. Eu tenho amigos que trabalham numa organização internacional, que é a Human Behavior
Change for Animals, que é a mudança de comportamento humano para os animais, e eles utilizam
metodologias ativas para essa mudança de comportamento. E aqui uma experiência que eu tive maravilhosa,
eu fui convidado pelo governo da Angélia a fazer um curso lá de manejo de populações de cães e gatos com
gestores, né, do Ministério da Saúde, e eu pude ver que muitas das coisas que a gente aplicava no Brasil, eu
não pude aplicar lá, né? Então, trazendo um pouco dessa coisa de a gente entender as dificuldades e realidades
locais e sempre adaptar, ter essa capacidade de adaptação do local e do público que a gente tá trabalhando.
Aqui eu deixo meu e-mail, deixa eu passar aqui, e eu fico à disposição de todos. Muito obrigada. Muito
obrigada, doutora Rosângela. É uma riqueza, assim, de experiência e de possibilidades que a cabeça chega,
né? Fica azul, assim, com tantas possibilidades e a gente tem vontade de ver logo aplicado, né? E a ansiedade
da gente poder estar replicando isso tudo. Eu acho que de dever para a gente voltar hoje à tarde para a gente
fazer o exercício, talvez se a gente pudesse pensar na possibilidade da gente elencar esses principais materiais
que já foram publicados, né? Estão amplamente difundidos, mas talvez a gente verificar a possibilidade de
selecionar aqueles que são essenciais e a gente ver a possibilidade de republicar em parceria com o DPDA,
para a gente tornar isso disponível a nível nacional e ofertar dentro do material didático do programa, de
acesso. A gente pensar num hotsite do programa em que esse material estivesse ali organizado, né? Para o
município. Ah, isso aqui é na área de fazer as várias temáticas. A gente pensar em termos da capacitação, né?
Para o gestor, para as pessoas. A gente pensar também, por exemplo, lá na frente a gente vai falar de combate
a maus tratos, né? Eu sou servidora do Tribunal de Justiça e eu atuei muito tempo como conciliadora, amava
trabalhar na parte de conciliação. E nas audiências de transação penal, muitas vezes a pessoa para fazer jus
ali, o benefício da transação, ela tinha que passar também por um curso. E talvez a gente pudesse pensar, eu
não sei se a gente tem algum modelo, de um curso também para essas pessoas, né? Que pudesse fazer o curso
ali de quem fosse, né? Passar por um processo desses maus tratos, também tivesse que ter essa passagem,
né? Mas pensar os vários pontos, os gestores, o tutor, né? E a gente pensar esse material para replicar. E
assim, o nosso grande desafio vai ser a gente pensar nesse curso, né? Igual o modelo do Pura da Vida, que dê
para a gente alcançar um grande número de município, mas eu concordo com você, a gente não pode deixar
de ter em mente a coisa do treinamento presencial, né? E num segundo momento a gente pensar talvez em

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como a gente faria essa etapa, se seria grandes seminários, nem que fosse uma vez no semestre, uma vez no
ano, né? Em que a gente pudesse estar realmente juntando as pessoas. E eu lembro que no primeiro semestre
a gente fez, na verdade, aproveitando a marcha dos vereadores do Brasil, que teve aqui em Brasília, eles
pediram, abre uma janela para a gente fazer o encontro dos vereadores animalistas, né? E aí foram quase 300
vereadores, né? E foi muito bom. Então, o presencial tem sempre essa coisa, né? De você estar junto. Então,
talvez a gente pudesse pensar, né? Ou em parceria. Por exemplo, o curso que foi feito pelo Instituto de
Medicina Veterinária do Coletivo, o seminário, né? Foi em Pernambuco, né? Esse ano que eu fui lá participar
com vocês. Então, talvez a gente pensasse em parceria do DPDA com esses eventos, que a gente pudesse ter
realmente esse momento e que a gente pudesse ir criando a cultura mesmo da proteção animal no Brasil e
fosse propiciando essa oportunidade de a gente estar junto. Então, de sugestão eu acho para a gente trabalhar
hoje à tarde seria isso. A gente pensar, ah, gente, eu não sei se a gente vai voltar a falar nisso, talvez quando
a gente for falar de sede e tudo, mas um curso, assim, que eu penso que a gente podia pensar, não sei se uma
pós, se já tem isso, alguma coisa da gente estimular uma formação para os veterinários na castração
minimamente invasiva, né? Juntamente com o Conselho de Medicina Veterinária, a gente precisa difundir isso.
Como é que a gente está pensando num programa nacional de manejo populacional ético de cães e gatos se
a gente não tiver isso, assim, difundido, né? E aí pensar junto com o Conselho Federal de Medicina Veterinária,
as universidades, não sei, uma especialização. E tem essas especializações profissionais, né, que a gente pode
ofertar até pelo DPDA. É coisa para a gente anotar só para a gente não perder isso de vista. Então, essas
sugestões que eu dou, assim, da gente trabalhar hoje à tarde, a gente tentar imaginar quais são esses materiais
que a gente já tem disponível e o que a gente poderia resgatar, atualizar e publicar em parceria, né, com os
autores originais junto com o DPDA. Não sei se está adequado. Perfeito, obrigada. Eu que agradeço. Muito
obrigada, Vanessa. Tem algumas perguntas aqui no chat, da Rosângela? É, a gente vai, é aqui combinado, a
gente vai fazer todas as apresentações e aí depois a gente vai abrir as falas de três minutos, que podem ser
perguntas, tá, ou exposição, tá bom? Para a gente dar tempo de fazer as palestras. Eu queria só confirmar,
gente, se já está aqui na sala, o Álvaro Luiz Figueiredo e o secretário Felipe Rigoni, já estão na sala? Felipe tá
aqui, sou eu aqui. Oi, secretário, tudo bem? Muito bem vindo. Tá joia. Então, gente, você já quer falar agora?
Você está em trânsito, secretário? Vai falar depois? Seria melhor falar agora, mesmo em trânsito, porque eu
tenho uma outra reuniãozinha aqui. Então tá bom, então já vou passar a sua fala. Então, voltando aqui para o
segundo painel, orçamento e fontes de financiamento para o programa. Eu gostaria de chamar, já
agradecendo a presença do secretário Felipe Rigoni, né, meu conterrâneo, eu sou capixaba, minha família,
tudo aí, que ele é secretário de meio ambiente do Espírito Santo e ele elaborou o primeiro programa de
transferência fundo a fundo para os municípios no Estado do Espírito Santo. Programa que vai ser lançado
agora no próximo dia 31, né, juntamente aí com o nosso seminário, né? Então, bem-vindo, secretária, fala
sobre. Bom, gente, primeiro, bom dia, bom dia a todos e todas, trazer a nota e falar com vocês. Eu vou ser
bastante objetivo e curto, até para poder contribuir aí com a discussão que vocês estão. O que que a gente
pensou? No início do ano foi me dada essa demanda, que é fazer um programa de bem-estar animal aqui no
Estado do Espírito Santo, que funcione, que seja efetivo, que as coisas consigam de fato andar, né? E aí a gente
passou alguns meses estudando e a primeira conclusão que a gente não pode tirar, deixar de lado, que é a
responsabilidade, né, constitucional, legal para cuidar dos municípios. Então, o que a gente entendeu que a
gente precisa fazer, na verdade, é catalisar e acelerar que outros municípios fazem ou deveriam fazer, mas
ainda não fazem, né? E aí, o que que a gente pensou? Nós estruturamos aqui, através do nosso fundema, que
é o Fundo Estadual de Minha Mínima, a gente criou essas temânicas e, por lei, as tubicontas de bem-estar
animal e, neste fundo, a gente permitiu, agora, por lei, fazer o fundo a fundo. Então, basicamente, o nosso
programa vai ser uma transferência fundo a fundo dos municípios, mediante a apresentação de um plano de
trabalho, que tem que compor certo tempo, para que eles gastem com, basicamente, 50% tem que ser com
controle populacional e 70% desses 50% do valor precisa ser com castração de fêmeas e eles vão poder gastar
também com urgência e emergência, com vacinação, com exames, e uma série de outros procedimentos, que
tem uma lista taxativa de quais procedimentos, inclusive, já verificado com o Conselho Regional de Medicina,
que é muito importante, no qual eles vão poder gastar o dinheiro que a gente vai mandar para eles, né? Então,
basicamente, é isso. E a gente botou, obviamente, como prioritário, os animais errantes, ou seja, os animais
de rua e os animais de pessoas que estão no cadiúno, é quem, de fato, não tem acesso, não tem condições de

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fazer um tratamento adequado, de castrar os seus bichinhos, de cuidar deles quando necessário. Então,
basicamente, nós estamos fazendo um fundo a fundo com o município para que eles contratem clínicas
privadas, a gente não permite eles usarem esse dinheiro, inclusive, para construir estruturas próprias, porque
a gente tem que fazer estrutura própria, além de um concurso gigantesco para o antifederativo, ela demora
muito para ser efetiva quando é, né? Então, a gente decidiu, eles vão contratar clínicas, hospitais veterinários
privados, devidamente registrados, já de empleme com o Conselho Regional de Medicina Veterinária, e,
naturalmente, todo mundo, todos os municípios têm que ter um veterinário ali responsável por um programa.
Então, basicamente, a gente está fazendo desse jeito, vamos lançar em agosto, 6 de agosto, mudou um
pouquinho os dias, e aí, em mais ou menos 45, 55 dias, a gente já tem os primeiros depósitos acontecendo, e
aí os municípios vão poder começar, de fato, a fazer as contratações e as castrações. Então, assim, a gente
entendeu que esse era o jeito mais rápido e efetivo de, de fato, gerar um programa, que a gente estava até
chamando, antigamente, de um pet-sus, mas não é um pet-sus, basicamente, a gente vai contratar serviços
de saúde animal para que eles, de fato, conseguam cuidar, especialmente os animais de buzo, pessoas que
estão em estado de vulnerabilidade. A gente colocou, também, uma certa prioridade para animais de povos
tradicionais, seja que estão em aldeias, quilombos, etc., tem bastante aqui no estado, e também animais de
pessoas que vivem no entorno de unidades de conservação. Eu não sei se isso acontece em todos os estados,
mas aqui a gente tem bastante problema com cachorro e gato de rua, que acabam espantando os bichinhos
nativos das unidades de conservação. E aí, a gente também está colocando essa prioridade para o programa.
Basicamente, é isso. É um problema simples, mas que eu acredito que vai ser bastante efetivo para propulsar,
para alavancar e acelerar os resultados que vários municípios já estão tendo. Secretário, muitíssimo obrigado.
Que riqueza de experiência. Eu acho que esse modelo que vocês estão implantando é, basicamente, o que a
gente está buscando para nível nacional. Falando assim, a fala que a gente fez na semana passada, nossa,
praticamente vocês já estão fazendo aquilo que a gente está sonhando. Então, como tarefa de hoje à tarde,
eu sei que a sua assessoria está acompanhando aqui, imagino que o senhor não vai poder participar o tempo
todo, mas se vocês pudessem disponibilizar para o grupo de trabalho à tarde todo esse material, que é o
projeto, a justificativa, o formato da lei, os textos que embasaram, toda a documentação que vocês puderem,
porque isso aí vai servir para que os outros estados possam replicar esse programa em seus estados e também
vai dar o embasamento para o nacional. Excelente. A Bruna vai participar o dia todo, que é a nossa gerente.
Eu peço ela para trazer os materiais. E aproveitando a presença do senhor aqui, antes de passar para outra
fala, eu queria aproveitar para a gente fazer uma foto. Estamos com 109 pessoas na sala, eu queria que todo
mundo abrisse o vídeo para a gente registrar aqui. Eu vou fazer uma pergunta aqui. A força dos recursos é do
Tesouro Estadual. O caso aqui é prioridade para o governador, o programa de bem-estar ele não. Ele vai dar
um recurso do Tesouro Estadual anualmente para a gente fazer isso. E a gente tem também uma lei de multa.
A gente criou uma lei própria de multas com maus-tratos, além da Lei de Sanção do Justiça Nacional. E essas
multas vão também compor o fundo. Então a gente tem essas duas fontes de recursos. Uma são as multas,
que vai ser o mais baixinho, e a fonte de recursos do Tesouro Estadual. Isso tem que ser prioridade política
para o governador, senão não vai acontecer. Perfeito. Eu vou pedir então que o senhor passe, por meio da sua
assessoria, todas essas minutas, esses projetos, para que realmente respalde os outros estados e também o
programa nacional. Então vamos lá fazer a foto. Então a primeira página. Eu vou pedir para ninguém colocar
texto agora no chat, senão fica subindo e atrapalha a foto agora. Então primeira foto, 1, 2, 3. Vou salvar ali no
grupo. Agora vou para a segunda página. Vamos abrir aqui a segunda página, por favor. Todo mundo com a
câmera ligada, quem quiser aparecer. 1, 2, 3, X. Agora vou para a terceira página. Todo mundo liga aí a câmera.
Deixa eu ver a terceira página aqui. Muitas câmeras ainda desligadas. Quem puder ligar para aparecer na foto.
Vamos lá. Vou tirar assim mesmo. Todo mundo ligando a câmera na terceira. Vamos lá. 1, 2, 3. Vou tirar. 1, 2,
3. Tirei. Então deixa eu colocar aqui. Espera um pouquinho. Vou agora para a quarta página. Quem quiser ligar.
1, 2, 3. E a última. Aqui na quinta. 1, 2, 3. Tirou a foto. Pronto. Pois secretário, muito obrigada. Muito orgulho.
Eu como capixaba estou muito orgulhosa do trabalho que vocês estão fazendo. E com certeza eu gostaria
muito depois de ir visitar e conhecer pessoalmente o trabalho de vocês aí. Por favor, estamos esperando.
Muito obrigada. Valeu gente, um abraço. Parabéns, um abraço. Bom, deixa eu ver aqui. O professor Álvaro já
entrou na sala. O Álvaro, que ele seria o próximo agora, não entrou. Então deixa eu ver aqui. A Vânia já está
na sala, né? Vânia, você já pode falar agora? Ai, ótimo. Gente, então... Já estou aqui a posto. Já levantei até a

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mãozinha. Ai, que ótimo. Obrigada. Então passando então aqui para o nosso quarto painel em que vamos falar
do diagnóstico situacional da gestão animal de municípios. Eu gostaria de chamar a doutora Vânia de Fátima
Plaza Nunes. Ela que é médica veterinária com mais de 30 anos de experiência no manejo populacional de
cães e gatos, atuando tanto na gestão municipal como na proteção. Ela é diretora técnica do Fórum Nacional
de Proteção e Defesa Animal, coordenadora de um grupo de voluntários dedicado à valorização da vida animal
e colaboradora técnica do IMVC. Possui 18 anos de envolvimento contínuo em programas de controle
populacional de cães e gatos em entidades de proteção animal. Parceira de todas as horas, de todos os sonhos.
Vânia, é uma honra e muita gratidão de estarmos juntos aí nessa construção. A fala é sua. Bom, fora a emoção
desse dia ter chegado finalmente, né? E de ver tantos amigos, tanta gente que lutou junto para que esse dia
chegasse. Te agradecer e pedir desculpa para o pessoal, que a minha apresentação vai ser bem rápida, porque
ela foi, assim, construída aqui nos últimos instantes. Então, pedir para vocês não repararem, por favor, mas
eu vou tentar fazer o melhor que eu possa aqui para que a gente possa contribuir nessa questão. Eu só preciso
que alguém me diga se vocês estão vendo uma apresentação aí na frente de vocês. Estão vendo? Sim. Bom,
está aparecendo um mapinha? Está aparecendo um menininho com a interrogação. Isso, pronto. Mas está
aparecendo o resto, né? Eu nem vou tentar colocar isso de uma outra forma para evitar da gente perder muito
tempo, tá, Vanessa? Bom, então, primeiro, muito obrigada a todos. Espero contribuir aqui de uma forma bem
objetiva nessa questão do que é a gente planejar e fazer uma avaliação epidemiológica buscando promover
um diagnóstico da população de cães e gatos no nosso município. Aqui eu estou mostrando para vocês o mapa
do município onde eu vivo, em Jundiaí, no estado de São Paulo, que de agora, no último censo, trouxe para
nós quase 450 mil habitantes. Então, acho que ele pode ser um modelo de exemplo, de planejamento, para
outros locais com uma população semelhante a essa. Quando vocês olham para esse mapa, ele é interessante,
porque ele até resgata um pouco o que o doutor Filipe falou há poucos instantes, né? A gente aqui é uma
cidade que tem um terço do município que é uma reserva ambiental já há 40 anos, e o restante são os bairros
que compõem o nosso município. E aí, quando a gente chega, bem como disse a doutora Annalise, como é
que a gente vai fazer para trazer para um gestor público a necessidade dele avaliar por onde começar um
programa de controle populacional, de manejo populacional de cães e gatos. Porque o tradicional hoje é as
pessoas entenderem que é necessário, mas todo mundo pensa só no programa de castração. E a gente sabe
que não é isso, como amplamente as pessoas já que me antecederam trouxeram informações a vocês. Então,
quando a gente para para pensar, existe um conjunto de questões que a gente vai precisar avaliar. A gente
precisa saber onde estão esses animais, como eles estão distribuídos, já é feito algum programa em algum
local. Como bem disse a doutora Annalise, não é só o que o serviço público faz, é importante a gente
reconhecer o que as entidades de proteção e defesa animal fazem, o que a sociedade civil, muitas vezes em
parceria com outros médicos veterinários que compõem aquele território fazem, porque tudo isso vai fazer
parte do nosso grande diagnóstico de entender por onde a gente vai começar. Então, um ponto importante
da gente saber é a gente entender essa dinâmica, essa distribuição espacial da nossa população. Então, com
o censo que nós tivemos agora, a gente tem uma atualização muito boa de como é a distribuição da população
territorialmente e socioeconomicamente. Por que isso é importante? Porque a partir desse diagnóstico, como
também disse o doutor Filipe agora há pouco, a gente vai poder priorizar o que a gente vai fazer primeiro. Sem
eu conhecer aonde eu vou trabalhar, eu tenho que conhecer essa divisão, o que está na área urbana, na área
periurbana, o que está na área rural, o que está nas áreas próximas ou dentro das áreas de proteção ambiental,
que indivíduos são esses, como eles estão distribuídos e qual é o poder socioeconômico dessas pessoas. Por
quê? Se a gente for trabalhar com os princípios que vêm lá do início da nossa Constituição, quando o Sistema
Único de Saúde, chamava SUDES ainda, era Sistema Único Decentralizado de Saúde, ele tem princípios básicos
e talvez um dos principais princípios é discutir a questão da equidade. Então, eu preciso priorizar onde é que
eu vou distribuir esse recurso. Esse recurso vai ser distribuído para que população? Por onde eu vou começar?
Porque tudo é um fator limitante, não é só o recurso econômico, é o recurso humano, se as pessoas não têm
capacitação, onde tudo isso vai acontecer? Então, eu preciso conhecer esse território, na verdade, onde eu
vou atuar. Então, o acesso ao serviço é importante, quais são os locais onde eu tenho recorrente denúncia de
abandono de animais, onde eu tenho, por exemplo, fatores ambientais que estão acontecendo e que podem
contribuir para que essa população se multiplique? Por exemplo, lixões, depósitos de resíduos, de uma forma
geral, locais onde existe esse histórico de abandono, geralmente são locais onde a população sensibilizada,

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quando ela não sabe como resolver o problema, com o mínimo de compaixão, ela vai ali e começa a alimentar
e tentar cuidar desses animais. Então, isso é bastante importante. Tem regiões, nos municípios, onde a gente
tem animais reacomunitados. Então, hoje é bem mais diverso o diagnóstico que a gente tem que fazer, de
fato, do que era há 20 anos atrás, quando a gente não tinha essa questão dos animais serem indivíduos de
uma família multispecie, como nós temos hoje. Então, isso é um ponto bem importante da gente entender,
por quê? Porque todo o trabalho que vem sendo feito pelas redes de divulgação, que a gente tem as múltiplas
de informação, faz com que as pessoas entendam a importância dos animais dentro de uma comunidade.
Então, tudo isso tem que fazer parte desse levantamento. Então, a gente precisa entender que a gente tem
dificuldades bastante complexas, esse slide aqui é da tese de doutorado da professora Rita Garcia, e ele mostra
que, em geral, as populações são constituídas, ainda hoje, em muitas localidades, de uma grande população
de filhotes, de animais jovens, e uma pequena quantidade de animais idosos. Então, eu preciso entender onde
é, qual é a faixa de animais que eu vou ter condição de atender e atender prioritariamente. Na semana
passada, eu fiz um pequeno comentário, aqui onde eu vivo hoje, a gente tem um programa de registro, de
pedido para castração, no Departamento de Bem-Estar Animal, onde as pessoas, a fazer o agendamento, elas
querem a castração dos animais, eles atendem de acordo com o CAD, de acordo com as possibilidades de
atendimento de população de menor poder aquisitivo, prioritariamente, e o pessoal da Proteção e Defesa
Animal. Então, quando a pessoa vai fazer esse registro, lá já fica, eu tenho 10 animais, eu tenho 6 gatos e 4
cachorros. Dependendo das características, do que aquilo for preenchido, o próprio sistema vai priorizar e vai
avisar a pessoa o dia que ela tem que levar o animal, para que o animal possa ser castrado. Ela já tem todas
as informações ali. Mas isso, em geral, não existe em todos os locais. Então, nós precisamos que essa
priorização seja feita, por quê? Porque os animais de uma determinada faixa etária, são aqueles que mais
preocupam do ponto de vista da capacidade reprodutiva. Então, aqui eu também trago o trabalho do professor
Fernando Ferreira, que na tese dele de livre docência da USP, onde ele fala que é importante a gente pensar
o que a gente quer no nosso município, saber fazer um bom diagnóstico, por quê? Porque se eu souber fazer
um bom diagnóstico, eu vou ter um impacto que, em pouco tempo, ele pode ser percebido. Por quê? Porque
eu vou monitorar, eu vou fazer um diagnóstico, eu vou entender da distribuição geográfica, onde é que estão
esses animais, como esses animais estão distribuídos, qual é a prioridade, e para que eu tenha efetivamente
um resultado, eu preciso que o investimento econômico, o investimento em recursos humanos, o
investimento em insumos, seja feito naquela população que mais frequentemente tem a possibilidade de ter
a sua reprodução acontecendo sem controle. Então, é importante, como a doutora Annalise já falou, que a
gente tenha um monitoramento, uma avaliação e uma retroalimentação desse sistema. Sem os indicadores,
como ela também falou, a gente não vai conseguir estabelecer qual é a nossa prioridade. Então, é muito
comum a gente perceber que, quando se estabelece um programa de castração, isso é feito de forma pontual.
Não se estabelece qual é a minha prioridade. É uma população mais vulnerável? É a população de pessoas que
vivem em situação de rua? São pessoas que estão localizadas em bairros mais periféricos? E depois que eu
faço a castração, eu não mantenho um monitoramento sobre essa população. E isso é fundamental para quê?
Para que eu possa planejar e manter a sustentabilidade do meu sistema. Então, isso vai realimentar a minha
informação, o meu conhecimento, e vai possibilitar que a gente estabeleça novas estratégias para novas fases
de programa. Então, a gente pode ter... É muito comum as pessoas falarem, ah, eu vou ter um castramóvel.
Não, o castramóvel funciona em algumas circunstâncias. Eu tenho que pensar nele, por exemplo, numa
dificuldade de acesso da população, onde o sistema vai até ela. Mas se depois ele não retornar, isso não vai
resolver. Então, aqui eu só estou trazendo rapidamente alguns indicadores só para complementar. Eu até
incluí isso aqui agora há pouco, só por conta do que a gente já começou, do que a gente já conversou aqui por
outros profissionais. E lembrar que nós temos ferramentas importantes quando a gente quer pensar num
programa onde a gente vai fazer um diagnóstico da situação, que é reaver, e eu acho que isso aqui é muito
importante, a portaria que criou no Núcleo de Saúde da Família a presença do médico veterinário, que pode
atuar muito bem, tanto na área geral da área da saúde, em relação à questão da vigilância, das zoonoses, mas
ele também pode ser um profissional importante para pensar no manejo populacional de cães e gatos. E como
ele vai trabalhar com essas questões? Dentro dos programas que ele já faz, porque, em geral, os programas
de estratégia de saúde da família já ocorrem em populações mais vulneráveis. Então, se eu estabelecer que
eu não tenho como fazer um diagnóstico e levar um ano para fazer esse diagnóstico, porque a população é

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muito dinâmica. Então, onde eu vou começar? Talvez delimitando as áreas e aproveitando o serviço que existe
nos agentes de saúde da família, nos agentes comunitários de saúde. Depende do local, isso pode ter uma
denominação um pouquinho diferente, mas é importante que a gente tenha esses agentes como instrumento
padronizado para fazer, por exemplo, levantamento começando por aí. Em especial, é importante que eles
trabalhem nessa questão das populações de maior vulnerabilidade, para que o resultado seja o mais proativo
possível. Eu tenho que estabelecer um período, por exemplo, durante 30 dias eu vou propor um instrumento
de avaliação, eu vou capacitar esses agentes comunitários de saúde, eles vão trazer essa informação inicial,
que pode contemplar número de animais, se os animais são castrados ou não, se os animais apresentam algum
tipo de controle de parasitas internos e externos, tem algum tipo de vacinação, por quê? Porque eu não posso
simplesmente pensar que nesse diagnóstico eu vou menosprezar as condições de saúde desses animais,
porque muitas vezes eu invisto uma grande quantidade de recurso humano, recurso econômico, numa
população que está muito frágil e que ao levar, por exemplo, para um programa de castração, eu vou perder
esses animais, especialmente cães, com uma doença do carrapato, por exemplo. Ele tem lá uma helique, ele
vai acabar tendo uma hemorragia, ele vai acabar tendo um problema durante cirurgia, e ao invés de eu
melhorar a saúde daquele animal, ele vai piorar. E aí eu muitas vezes não consigo voltar com outra estratégia.
Então, isso é muito importante para entender que mesmo no município você vai ter situações diferentes,
comunidades na mesma condição, muitas vezes socioeconômica, mas com características culturais, com
características sociais bastante diferentes. Outra questão muito importante, gente, é a gente entender...
Doutora Valia, três minutos, viu? Muito obrigada, já estou no finzinho. Outra questão bastante importante
que a gente precisa entender é o fato de que a gente vive num país onde a insegurança alimentar é muito alta.
E quando a insegurança alimentar é muito alta para os humanos, isso também vai ser para os animais. Então,
o que a gente percebe? Que isso também vai comprometer a condição de saúde desses indivíduos.
Particularmente, aqui para encerrar a minha fala, eu queria trazer uma experiência pessoal que eu tive muito
antes, ainda no século passado, quando a gente aproveitava algumas estratégias que a gente já tem na saúde,
que é, por exemplo, o Programa de Acidente de Controle de Endemias, que trabalham no serviço casa-a-casa
fazendo o índice de levantamento de infestação larvária nos municípios. A gente pegou o mapa do município,
a gente sabe o número de ruas que tem isso, todos os serviços nos municípios têm condição de fazer.
Estabelecia, então, o número de quadras, dividia a cidade em setores, na minha cidade aqui a gente tem cinco
grandes setores, e em cada um desses setores a gente fazia o sorteio de quadras e trabalhava aquela quadra
e as outras oito quadras que estavam no entorno. Então, a gente tinha nove quadras. E sorteava isso, sorteia
em cinco micro-regiões em cada macro-região. Então, dessa forma, a gente conseguia, num prazo de 30 dias,
fazer um levantamento amostral da população e a gente repetia isso mensalmente. Ou seja, a gente conseguia
ter um diagnóstico daquela população sabendo exatamente quantos animais eu tinha e a condição desses
animais. Isso foi feito durante um longo período de tempo aqui no município onde eu trabalhei, trabalho ainda,
mas agora em outra área, e isso possibilitou para nós, para que quando a gente, em 1997, começasse um
programa de controle populacional, a gente convencesse os gestores de como era importante, trabalhando
onde? Nos núcleos, que a gente chamava na época de submoradia, e utilizando o próprio equipamento social
que existia, que eram os centros comunitários que existiam naqueles locais. Então, com isso, a gente conseguiu
fazer uma coletivização de ações, não só com a comunidade, mas incluindo todos os médicos veterinários, e
lá, então, em 1997, a gente começou um trabalho de controle reprodutivo muito eficiente. Naquela época,
diferente de hoje, a gente tinha um excesso de população de cães, que muitas vezes nos preocupava, e hoje
eu vejo que o nosso grande desafio é promover uma estratégia de controle para uma população que tem um
comportamento muito diferente do que a população de felinos, e também ter esse monitoramento local.
Então, eu acho que ferramentas existem muitas, foram feitos muitos trabalhos propondo ferramentas com
câmeras fotográficas, com pessoas, esse levantamento, como eu passei para vocês, com instrumentos de
avaliação, o professor Oswaldo Baqueiro, da USP, desenvolveu uma metodologia muito importante que foi
aplicada no município de Votorantim para esse diagnóstico populacional, e ela é de uso gratuito. Então, eu
acredito que, dependendo do tamanho do município, se a gente trabalhar eles por categorias populacionais,
a gente vai ter um bom resultado. Eu adoro essa frase do Vitor Hugo, porque, assim, faz muito tempo que eu
própria estou esperando por esse momento, e eu acho que ele chegou. Então, eu queria deixar elas como uma
mensagem para vocês que não há nada mais poderoso no mundo do que uma ideia cujo tempo já chegou.

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Queria deixar aí meu contato, caso alguém possa precisar, agradecer e me desculpar se eu passei alguns
instantes. Obrigada, Vanessa. Professora Vânia, muitíssimo obrigada pela gentileza de ter atendido em tempo
recorde para fazer essa apresentação, que foi, assim, primorosa. Parece que você trabalhou nela. Na verdade,
você está trabalhando nela há 30 anos, não é que foi... É 30 anos para chegar a esse grau de refinamento.
Então, muito obrigada. Se foi útil, está ótimo, Vanessa, fico feliz. Se foi útil, de alguma forma, por mais simples
que foi, eu fico feliz. Foi perfeito, foi preciso e eu agradeço demais. E eu acho que de sugestão para a gente se
debruçar na parte de trabalho, à tarde, seria a gente pensar... Eu acho que essa etapa da construção desse
índice, desse diagnóstico, ele tem que estar contido no curso de capacitação, no curso de formação dos
gestores. Necessariamente tem que ser um capítulo para ensinar os gestores. Ele está contido... Para você
fazer o plano, você tem que fazer o diagnóstico. E ali tem que ter um capítulo. Eu acho que, necessariamente,
um dos capítulos desse curso tem que ser isso. E eu acho que seria interessante a gente ter uma cartilha
também de acesso, uma cartilha ensinando o passo a passo desse diagnóstico situacional. Porque, assim, não
adianta a gente sair fazendo castração se a gente não sabe onde fazer, qual quantidade fazer, qual população
atingir. A gente tem que ter uma cartilha. E isso, quando a gente fala... Quando o pessoal... Ontem, eu tive
uma reunião com as assessorias parlamentares sobre as emendas parlamentares. E eu tentando fazer um
trabalho de sensibilização e a gente tem tido uma parceria muito boa, uma receptividade muito boa dos
parlamentares e estão querendo trabalhar junto para buscar o melhor alcance das políticas. Então, eu falei
isso com eles, que a gente tem que trabalhar com dados científicos, com metodologias científicas para poder
ter a melhor utilização do recurso público. Porque fazer o programa sem o mínimo de orçamento, você não
consegue. Mas sem critérios científicos, você pode ter o orçamento que for, que não vai ser suficiente, não
vai atingir os objetivos. Então, se a gente pudesse trabalhar hoje à tarde na ideia, pontuar na questão de uma
cartilha para explicar esse passo a passo, seria muito interessante. E a questão também, talvez à tarde a gente
pudesse visitar essa metodologia do professor Oswaldo Baqueira para ver como a gente incorpora, como a
gente pode colocar isso dentro dessa cartilha. Eu só queria fazer uma contribuição. Eu me lembro que no final
do século passado a gente fez uma cartilha para a construção de centro de controle de zoonose no Instituto
Pasteira, e a gente trabalhou com tamanhos de população. Então, eu acho que uma ideia nessa cartilha que
você está dizendo é a gente categorizar o tamanho do município, e para cada categoria a gente tem um
instrumento que possa exigir mais ou menos a curaça do ponto de vista da própria tecnologia. Porque o que
eu vejo? Que a gente não pode inviabilizar, usar um instrumento muito complexo, que, claro, vai dar
excelentes ferramentas para o trabalho, mas que muitas vezes inviabiliza a aplicação. Então, a imensa maioria
dos municípios brasileiros são pequenos. Então, se a gente caracterizasse e categorizasse por tamanho de
população, a gente pode dar um cardápio de possibilidades e orientar, preferencialmente, para facilitar o seu
trabalho, você pode usar essa metodologia e essa para outra ou outra. E aí, a partir daí, as pessoas, a partir do
momento que elas se sentem seguras, elas vão buscar mais ajuda e precisariam de um apoio. Obviamente,
quanto mais complexa a metodologia, a gente precisa de uma retaguarda técnica para ajudar na interpretação
daquela informação. Então, o ótimo, eu costumo sempre dizer inimigo do muito bom. Então, se você puder,
só para fechar aqui a minha fala, que talvez fosse algo que eu devia ter dito e acabou passando, que a gente
pudesse ter esse pensamento. E aí, na aplicação, você tem uma equipe de retaguarda, tem todo mundo aqui,
que eu tenho certeza que muitas pessoas ajudariam a gente formar uma equipe para, principalmente no
primeiro, no segundo ano de implantação, a gente poder ir avaliando qual está sendo a eficiência dessas
ferramentas no levantamento populacional e no apoio para esses técnicos, para esses gestores nos
municípios. Era só isso. Obrigada. Muito obrigada, Vânia. E com relação a essa categorização dos municípios,
é importante a gente seguir aqueles critérios do IBGE, que tem ali município, tamanho pequeno 1, pequeno
2, médio, grande e o metrópole, para a gente ter os parâmetros oficiais, eu acho que seria importante
também. Muito obrigada. Bom, seguindo aqui na nossa programação, deixa eu ver aqui. O senhor Álvaro Luiz
Figueiredo, ele já entrou na sala? Não, eu não estou conseguindo a resposta dele, a gente vai seguindo, se ele
entrar, ele me avisa. E aí, agora, seguindo aqui a nossa programação, eu vou chamar, com muito orgulho, eu
acho que é bem significativo que ela participasse dessa nossa primeira rodada técnica, a secretária Laudenice
Monteiro, que ela é protetora, fundadora da ONG Anjos Protetores, e hoje ela é a secretária da primeira
Secretaria de Estado de Bem-Estar Animal criada no Brasil, justamente lá no estado do Amapá. Então, é muito
importante, é muito significativo a participação da senhora aqui conosco, muito obrigada por estar junto. Ela

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que me fez, foi uma das primeiras visitas que eu recebi lá no departamento, no DPDA, aqui em Brasília, foi a
secretária, fiquei muito feliz com a visita dela, e hoje está participando aqui. Então, seja muito bem-vinda, e
obrigada mais uma vez, a palavra está para a senhora. Olá, bom dia, obrigada. Eu acredito que é uma alegria,
uma alegria acho que para todo mundo, principalmente não protetores, mas pessoas que se importam com
os animais, porque todo mundo sabe que os municípios, eu ouvi as doutoras falando aí sobre os municípios
fazerem o curso e serem obrigados a participar, para poder participar daquele determinado recurso, fazer o
curso. Isso é muito importante, sabe por quê? Eu moro aqui no estado, eu sou do Pará, eu moro aqui no estado
há muito tempo, e a gente sempre trabalhou com a causa animal, a gente faz os trabalhos que era para o
poder público estar fazendo. Então, hoje as ONGs, os protetores independentes, eles estão superlotados, e aí
são lotados de gato, cachorro, aí tem protetor doente psicologicamente, protetores de indivíduos, de tudo
quanto é jeito. Então, a gente batalhava muito, eu vou colocar na minha fala, eu não sou muito técnica, mas
a gente brigava muito com o município, com o estado, para poder ter alguma coisa direcionada ao bem-estar
e à causa animal. Porque, infelizmente, aqui no estado do Amapá, que é um estado que eu adotei para ser
meu, ele não tem nada de políticas públicas. Então, quem trabalha com animais e tudo, para ter isso, não tem
um partido, só tem a causa, só quer melhorar no todo. Então, para nossa surpresa, o nosso governador, o
candidato a governo, que foi o Pécio Luiz, ele ganhou o governo, e ele criou a secretaria. Então, dia 4 de janeiro,
a secretaria de bem-estar foi criada. Por finalidade, a formulação é estabelecimento das políticas públicas
destinadas à saúde, proteção e defesa do bem-estar animal, para o estado todo. E eu perguntei para o
governador eleito, governador, você acha que eu tenho capacidade de estar como secretária? Sim, você já faz
muito pela ONG, como presidente da ONG, agora você vai fazer para o estado inteiro. E ter esse apoio do
governo é muito importante para a gente. E a primeira coisa que eu fiz mesmo foi, em Brasília, falar com a
nossa Vanessa, que é um orgulho muito grande. A minha foto está guardadinha aqui no coração, com essa
foto dela que eu tenho, porque todo mundo se mexe pela causa, mas sempre tem o que tem que puxar. E
quem está puxando a gente está sendo a nossa líder e a Vanessa. E eu tenho muito orgulho de ter conhecido
ela pessoalmente. Então, de acordo pelo IBGE, o nosso estado, hoje o estado da Mapá, ele tem 733 mil
habitantes. E a nossa área são 16 municípios só. E os nossos municípios, eles são assim, bem diferentes um do
outro, sabe? Tem área quilombola, área indígena, área ribeirinha, tem tudo. A nossa diversidade aqui é muito
grande aqui no estado. Então, a gente faz fronteira com a goiana francesa, o Iapoque. Ontem eu estava em
uma reunião com o secretariado aqui, e a secretaria afrodescendente estava dizendo sobre a pobreza que
está no nosso Iapoque, em tudo, em todos os sentidos. E ele faz fronteira com um país que vive muito bem.
Então, acho que cabe a nós, gestor, fazer com que o nosso estado viva bem também. E todos os municípios.
Então, assim, são 16 municípios que não tem nada de causa animal. Nada. Imagine nada, é nada mesmo, sabe?
A única coisa que existe são as vacinas antirrábia que o estado vai lá uma vez no ano e faz a vacinação, e
acabou. Então, quando você anda pelos 16 municípios, você vê, assim, uma situação bem difícil aqui no estado.
Então, o governador, ele nos deu essa missão e a gente abraçou. Então, quando a gente está na causa já há
mais de 10 anos, aí o que foi que a gente fez? Colocamos na secretaria pessoas da causa animal que entendem
o que está acontecendo, o que pode ser feito. Porque se ele fosse colocar alguém que não fosse da causa ou
que não tivesse empatia nenhuma, não ia dar em nada. Então, foi por isso ele colocou alguém da causa animal,
né? Porque a gente... Eu, como antes, como presidente da ONG Antiprotetoras, a gente sempre fecha um
ciclo. A gente resgata, a gente trata, a gente castra, a gente doa. A gente tem que fechar esse ciclo, porque se
a gente não fechar, a gente não faz nada. Então, a nossa ideia aqui no município, a gente fez o nosso
diagnóstico, a gente vai começar a viajar em agosto para conhecer todos os nossos municípios. O que está
acontecendo realmente? Porque eu não conheço todos os municípios ainda, mas eu vou começar a conhecer,
porque vai ter indígena, vai ter área de quilombo, e tudo tem a sua particularidade. E é aí que a gente vai
trabalhar, essa particularidade. E é por isso que eu estou aqui, porque aqui, gente, vocês não sabem o quanto
eu estou feliz de ter ouvido vocês falarem até agora, que são coisas que realmente já estavam aqui na minha
cabeça e estão no nosso planejamento estratégico. A Vanessa colocou o nosso planejamento estratégico no
grupo. E se vocês lerem, vocês vão ver que quase tudo que vocês estão falando aí já está no nosso
planejamento e a gente quer executar. Mas a minha experiência como gestora é a primeira vez. E é aí que eu
vou precisar de vocês para me auxiliar na retaguarda. Entendeu? Porque ninguém faz nada sozinho. Se você
tem uma experiência boa, eu não vou inventar experiência na minha cabeça, eu vou pegar a sua experiência

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e vou adequar ao nosso estudo. E isso, para a gente, é muito importante. Eu estou muito feliz de estar aqui.
Tenho orgulho, sim, de nosso Estado ser o primeiro Estado de ter criado a Secretaria de Bem-Estar Animal. Eu
espero que o governo federal faça com que todos os Estados criem essa secretaria, porque a gente já falou
com alguns prefeitos aqui e todos eles falam que não tem condições de criar mais um departamento ou não
tem condições de criar nada para cuidar dos animais. Aí que vem capacitar os prefeitos, gestores dos
municípios a entenderem que os animais são políticas públicas. Não é só porque eu gosto do bichinho, mas a
gente tem que cuidar pela saúde única da gente, pelo bem-estar. Não é verdade, gente? Então, assim, o nosso
maior problema é convencer as pessoas que já estão lá dentro e estão no poder. Esse é o nosso problema
maior. Eu, como gestora, às vezes... Hoje eu estou como gestora e às vezes eu fico muito triste, muito
decepcionada pela burocracia, porque quando a gente está aqui, a gente quer resolver rápido. E não dá para
resolver, né? Tem que ser tudo bem devagar, tudo no seu espaço, tudo no seu tempo. Aí o nosso diagnóstico...
O que foi que a gente fez? Eu pedi para as meninas fazerem um texto para mim para eu não sair muito da
rota, porque eu me perco muito quando estou falando. Então, o município de Macapá, na capital do estado,
conta os seguintes apoios de políticas públicas voltadas à causa animal. Em novembro de 2021, com o
funcionamento do casta-mova municipal, que até então já castou aproximadamente quatro mil animais no
município, só existe no estado, só existe Macapá que tem um casta-mova. Em canto nenhum existe. E esse
casta-mova existe pela nossa abriga antes com o município que ele criou. Então, está aí. Então, dia 22, a
inauguração do Hospital Veterinário Público com atendimento de cães e gatos. Era 25 atendimentos, baixou
para 15 atendimentos no dia. A gente sabe que para uma população na capital não é nada. Então, existem as
nossas políticas públicas, mas a gente quer melhorar isso. A vacinação antirrábica são os pontos fixos e
itinerantes durante o ano inteiro. Aqui no município está tendo essa vacinação todo o tempo, e nos municípios
acontece todo ano. O pessoal vai em lua, vão nos municípios fazer essas vacinações. Aí, o que eu digo? Eles
vacinam os animais que têm dono e os animais que estão na rua. Não acontece. É o nosso gargalo também.
Os 15 municípios possuem apenas... Os 15 municípios possuem apenas campanha de vacinação. Eles não têm
mais nenhuma outra política pública voltada à causa animal, ao bem-estar animal. Nos últimos seis meses, a
Secretaria de Bem-Estar Animal vem trabalhando a sua estruturação, desenvolvimento de planejamento
estratégico, análise dos municípios, educação ambiental, tratativas políticas, investimento de recursos para
ações e programas de bem-estar animal, como banco de ração, campanha de castração, campanha de vacina
múltipla, virais e acolhimento de animais em situação de crime de maus-tratos. Habilitação de ensino para
forças policiais identificarem, entender e como agir na situação, fiscalizando desenvolvimento de ações de
educação ambiental e formulação de lei de proteção de bem-estar animal. No início de fevereiro, que foi o
início das aulas, a gente colocou o nosso projeto de Escola Amiga dos Animais. Então, a gente vai nas escolas,
damos palestras de bem-estar animal sobre posse responsável. Então, geralmente, o nosso público-alvo é de
primeiro ao quinto ano. Então, a gente tem esse projeto aqui no Estado, aqui em Macapá, que a gente vai
levar para todo o Estado, o nosso projeto Escola Amiga dos Animais, justamente porque a gente acredita que
as crianças conseguem levar e multiplicar essa ideia da posse e responsável. Porque não é só ter, mas tem que
ter responsabilidade. Quais são as responsabilidades? A gente sempre dá essa palestra, leva nossos
colaboradores para fazer essa palestra. E sobre o policiamento. A gente tem um problema muito grande aqui
no Estado, porque, como disse a doutora Luciana, ela foi muito... Eu adorei falar dela, porque tem que ter a
capacitação, não sei, tem que ter alguma coisa para a polícia, porque aqui no Estado, eles acham que maus-
tratos é só quando o cachorro já está morto, ou está regulado, ou está esfaqueado, alguma coisa assim. Fora
isso, não é maus-tratos. Então, a gente está com curso dentro da Escola de Administração Pública para a Força
Policial, para poderem entender e como agirem no caso de maus-tratos. Então, a gente conseguiu fazer com
que a Escola de Administração Pública dê esse curso para a Força Policial, voltado à Força Policial mesmo.
Porque quando existe denúncia de maus-tratos, a gente tem muita dificuldade de convencer a polícia de dizer
que aquilo ali é maus-tratos. A gente tem que convencer a polícia. Isso é um problema muito grande. Então,
a gente está fazendo esse curso de capacitação. No dia 8 de julho, foi lançado o nosso Censo Animal Estadual.
Então, nós fizemos nosso Censo Animal e o nosso Censo Animal Estadual vai estar para todo o estado. Dentro
do Censo vai estar todos os nossos municípios. Cada município vai poder entrar e fazer o Censo Animal lá
dentro. Então, para que vai ser feito? O nosso Censo Animal, que visa a pesquisa, vai mapear a população de
animais domésticos permitindo construir políticas públicas mais eficazes, principalmente para controle

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populacional dos pets em situação de rua. Os dados obtidos também vão possibilitar campanhas de proteção
mais eficazes, além de adequar o orçamento para vacinação, vermifugação, castração e outras medidas
sanitárias de acordo com a realidade a mapear eles. Quem pode cadastrar... Secretária, te interrompendo,
desculpa. Três minutos para concluir. Ok. Quem pode se cadastrar no Censo? As pessoas do ICPF, que é a
Comunidade de Protetores Independentes, CNPJs, as empresas e as ONGs. E a finalidade do nosso Censo é
mapear as colônias de animais, porque a nossa dificuldade maior é saber a quantidade de animais que estão
em estado de rua. Porque a gente consegue. Se vocês me perguntarem quantos animais tem aí, eu não vou
saber dizer nunca, porque quando o município ou o Estado dá aquela quantidade de animais, foram tantos
animais vacinados, mas foram vacinados que têm tutores. E animais que estão em rua? Não sabe. Então, o
nosso objetivo da Secretaria hoje, com esse Censo lançado, é saber a quantidade de animais que estão em
estado de rua. E junto com o Censo, os protetores independentes e ONGs vão nos ajudar nesse sentido. Se
vocês quiserem acessar o Censo, eu vou colocar o link lá no chat para vocês acessarem e darem uma olhada.
De repente, se sugerir algo que possa nos ajudar. O Censo Animais está disponível para a população em todos
os sites. A gente vai fazer igual o BGE, e em loco mesmo. Olha, mora cadastrar, precisa isso. A gente vai fazer
essa campanha de porta a porta, sim, principalmente nos municípios, para poder a gente ter a quantidade de
animais, porque senão a gente não consegue efetuar nada. Vai ser a ação feita em loco, vai ser em todo o
estado. A partir de agosto eu vou começar, a gente vai começar a sair no estado fazendo isso. Aí, eu não tenho,
como é que se diz assim, aqui no estado eu não tenho uma experiência que eu possa dizer assim, olha, essa
experiência aqui é legal para vocês. Mas eu estou muito aberta a aprender tudo o que vocês estão dizendo aí
e jogar aqui dentro, porque o governo do estado, ele está dando esse apoio. Aí, o que eu vou fazer? Aproveitar
esse apoio e focar em práticas políticas públicas voltadas à causa animal aqui no estado. E o nosso
planejamento estratégico, eu quero seguir a risca e tenho a moça, deixa eu ver, quem foi que colocou aí? Eu
até anotei aqui, deixa eu ver, Amanda. Amanda Munari, do Rio Grande do Sul. Ela tem um curso de segurança
pública. Esse curso eu não sabia. É ótimo, o que eu vou fazer? Trazer esse curso para cá e fazer com que os
policiais assistam, façam esse curso, que é muito interessante. Então, eu agradeço toda a atenção de vocês e
espero, sim, agregar muita experiência de vocês, que vocês são maravilhosos. Muito obrigada, Valência, pela
oportunidade. E se Deus quiser, todo o estado do Brasil vai ter uma Secretaria de Bem-Estar Animal para poder
a gente ajudar de uma maneira mais eficaz. Melhor. Obrigada. Muito obrigada, secretária, pela sua
participação, pelo seu protagonismo. E para a gente... Eu não sei vocês, gente, mas para mim é muito
significativo que a primeira secretária da história seja uma mulher. Porque nós, mulheres, representamos aí
80%, pelo menos, das pessoas que estão ali na ponta, resgatando, cuidando. É verdade. E, às vezes, quando
vai ter essa coisa do reconhecimento, da ocupação de um cargo público, nem sempre estão nas mulheres.
Então, eu, particularmente, fiquei muito emocionada de conhecê-la no início do ano, saber que é uma
protetora, que é uma mulher que está efetivamente assumindo. E faço votos que façam uma excelente gestão
com todos os desafios e que seja uma inspiração para que os outros Estados também criem as suas secretarias.
Então, de sugestão, para que a gente possa se debruçar na parte da tarde, eu penso que seria interessante a
gente pensar em um modelo de diagnóstico que pudesse ser replicado pelos Estados para fazer esse
levantamento situacional. Então, por exemplo, na semana passada, vocês devem ter se lembrado que tivemos
a apresentação do Carlos, que é também da instância de direito, o Carlos Eduardo, lá do Mato Grosso do Sul,
que ele também apresentou a forma como ele fez o diagnóstico situacional lá do Estado. Também é um
exemplo. Eu não sei se hoje ele está aqui, está participando hoje. Eu não o vi. Mas teve o exemplo do Carlos,
teve o exemplo também, se eu não me engano, acho que de Sergipe, que também já fez o seu diagnóstico
situacional, agora o do Amapá. Então, o interessante seria que todos os Estados se debruçassem no
diagnóstico situacional, entendessem a realidade ali dos seus municípios. Eu acho que a outra tarefa que a
gente poderia se debruçar na parte da tarde, vocês lembram que na semana passada a gente apresentou a
pesquisa que a gente fez com os municípios brasileiros, em que 400 municípios responderam que a gente fez
aquela pesquisa, e acho que a gente poderia se debruçar nas questões que estão ali, de forma a gente
reformular, ajustar, tem algumas perguntas que não estão tão bem formatadas, acho que merece a gente
revisar alguns itens, talvez acrescentar alguns itens que sejam importantes para os pesquisadores, para os
acadêmicos, para o Conselho, porque aí a gente faria um grande esforço de abrir novamente essa consulta e
atingir o maior número possível de municípios. A gente fez um levantamento e a primeira fase responderam

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440 municípios, mas eu penso que a gente pode reformular essas perguntas, tentar incorporar questões que
eventualmente sejam de interesse dos pesquisadores, a gente está perguntando também, e aí a gente
reaplicava esse questionário. Eu vou deixar aqui o link para vocês conhecerem essas perguntas, não é para
responder, porque a gente já encerrou essa pesquisa, então adicionar, não responder não adianta, porque a
gente já encerrou ela. Ai, gente, como é que faz? Meet group, peraí. Vê se chegou. Chegou, gente, o link?
Chegou. Mas eu posso pegar essas perguntas e jogar para o meu município, já que eu estou começando agora
para convencer os municípios. Mas eu esperaria, secretária, porque a gente já fechou ela, a consolidação
dessa, então eu acho que a gente tem que reformular essas perguntas e aplicar novamente. E aí aplicar,
passava para os municípios a nova, já formulada. As perguntas que estão, e como dever de tarde, a gente
pegar e se debruçar nessas perguntas e falar, a gente poderia melhorar isso aqui, faltou a gente perguntar isso
aqui, a gente se debruçaria dela. Porque se responder a eles agora, depois vai ficar confuso, porque quando a
gente for mandar o novo, eles não vão entender, porque estão respondendo... É verdade, entendi. Está bom?
Muito obrigada. Eu vou levar em cada município, quando tiver essa formulação, você pode ter certeza. Pronto.
Vou levar. Maravilhoso. Muito obrigada, secretária. Bom, continuando então, nós vamos agora falar sobre a
elaboração do Plano Municipal de Manejo Populacional. O Cláudio e o Gustavo Shaolin já estão aqui, o Cláudio,
ele estava aqui no início, deixa eu ver... Sim, estou aqui. Perfeito. Então, eu gostaria de chamar o professor
Cláudio e o de Canaima. Vanessa. Oi. Vanessa, é melhor falar o Gustavo primeiro, porque aí dá assim, eu sou
continuação dele, está bom? Ah, então está. Vamos então mudar aqui a ordem. Bom, então eu gostaria de
chamar o professor Gustavo Shaolin, ele que é médico veterinário, mestre em ciência animal, pós-graduado
em medicina veterinária legal e ele atualmente trabalha na coordenadoria estadual de defesa dos animais do
Ministério Público de Minas Gerais. Então, muito obrigada, professor Gustavo, seja muito bem-vindo e vai ser
uma alegria poder ouvi-lo nessa manhã. Palavra sua. Nós não estamos chovendo. Ainda não. Não. Será que se
entrar e sair... Vai ter que entrar e sair e aí marcam o áudio, né? Gente, enquanto o professor Gustavo
reingressa na sala, eu queria pedir que vocês lembrem de assinar a presença, é no formulário, viu, gente? Não
é dizer o nome aqui no chat, tem um formulário no Google Form. Alguém pode copiar e colocar ele novamente,
por gentileza? Então, é muito importante que todos e todas registrem a presença, porque isso aqui tudo, a
gente vai compor um processo depois formal, né? Mostrando quem participou, pronto, já está o link aí. Então,
é muito importante que todos registrem a presença e a dúvida é o seguinte, quem registrou na semana
passada, a presença é diária, então, hoje registra de novo, é a lista de presença do dia, tá? Então, é
fundamental registrar a presença. E a outra coisa é que lá no grupo, no WhatsApp, eu fiz uma enquete para
saber quem é que está com a previsão de vir participar presencial aqui em Brasília no dia 31, no seminário do
dia 31. Porque, inicialmente, a gente quer uma grande participação, a gente quer um evento aí, se a gente
puder botar 10 mil pessoas na sala, peço que todos e todas ajudem a difundir ao máximo, repliquem suas
listas, em seus contatos, em suas páginas, para a gente ter um grande número de inscrições para o seminário
do dia 31. O link já está lá no grupo. E essa participação presencial é só mesmo quem quiser vir, quiser estar
aqui em Brasília no dia. E a gente não planejou assim um grande auditório, a não ser que realmente tenha
uma demanda muito grande. A gente tem a reserva aqui de uma sala que tem uma capacidade de 40 pessoas,
que seriam pessoas que realmente ou estivessem já com a agenda marcada aqui em Brasília, a não ser que
tenha uma demanda muito grande. Falar 200 pessoas querem vir presencial, aí a gente tenta organizar para
vir para um auditório e tal. Mas aí eu peço que vocês respondam lá no grupo essa enquete para falar, olha, eu
estou querendo ir presencial, para a gente ter mais ou menos uma programação. Por enquanto ainda está
dentro desses 40 presencial. Online não, online vamos divulgar e aí vai ser um grande encerramento, é onde
a gente vai apresentar todo esse trabalho técnico que a gente consolidou ao longo dessas reuniões. Tá bom?
Deixa eu ver se eu... Eu coloquei online, que eu ia presenciar online, mas o governo acha melhor eu estar em
Brasília, porque fica bem melhor. Ah, que ótimo, vai ser um prazer. Então vocês respondem lá para mim, lá na
enquete que está lá no chat, lá do grupo, no WhatsApp, para a gente saber quem é que está nessa expectativa
de vir presencial ou quem vai participar online. E já vamos divulgar, tá? Gustavo, você quer falar para ver se
está... Funcionou agora, será? Ah, agora sim, perfeito. Obrigada. Coloquei o fone de ouvido, não sei se tem
problema com o telefone. Então, primeiro agradecer, Vanessa, doutora Vanessa, pelo convite, parabenizar a
senhora e toda a equipe do departamento por essa iniciativa, não só essa, mas todas as múltiplas frames que
vocês têm trabalhado. Algumas a gente tem trabalhado juntos. Eu vou tentar compartilhar minha tela aqui,

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vamos ver se eu consigo pelo computador. Estamos vendo. Ótimo. Eu acho que não fica a tela cheia, né? Ok,
então vai... Aí, beleza. Então eu vou comentar um pouquinho, é uma complementação, na verdade, da fala da
doutora Annalise, aqui um pouco mais cedo, em que ela fala do curso de capacitação que a gente faz com os
municípios aqui em Minas Gerais. E dentro desse curso, a gente elabora um plano municipal de manejo para
esses municípios, adaptado à realidade de cada um e baseado no diagnóstico que cada município faz
inicialmente, que também foi o tema anterior aqui da doutora Vânia, que falou sobre ponto a ponto aí do
diagnóstico. Então a gente inicia assim, mostrando para os municípios que o plano, na verdade, é um objeto
maior do que os programas que eles já executam ou pensam em executar. Tem um programa de castração,
um programa de educação, um programa de adoção. Então todos esses programas menores, vamos chamar
assim, eles estão dentro desse macro que é o plano. E maior ainda do que o plano entra esse planejamento,
que seria esse círculo azul aí no slide, que é onde a gente vai... A gente, eu falo assim, o município vai sentar
com os seus entes, com o conselho municipal, com comissões, dentro das conferências e vai fazer essa
discussão do que é importante para aquele município, como que ele vai trabalhar, vai montar aquele plano e
como vai trabalhar cada um dos programas. Então, o planejamento inicial, de forma bem resumida, a gente
vai entrar naquelas perguntas básicas que a gente tem da epidemiologia. O que vai ser feito? Quando vai ser
feito? Onde vai ser executado? Como? Por quê? Quem? Então, entra tudo muito baseado no que vai ser feito
no diagnóstico inicial, no diagnóstico situacional. A gente vai pensar quais são os objetivos e as metas desse
plano? Onde eu pretendo chegar dentro de cada programa? Quando que eu vou fazer ter data e cronograma?
Quando que eu vou reavaliar todas as ações que eu estou fazendo? Quando eu vou reavaliar o meu plano?
Quais metodologias eu vou empregar? Quais os setores e os parceiros que vão trabalhar nisso? E aí eu vou
destrinchar um pouquinho isso mais à frente tentando ser bem breve para não estourar o meu tempo. E aí
dentro do plano, como eu disse, a gente precisa trabalhar com o diagnóstico situacional, diagnóstico inicial,
ter a base legal que já foi trabalhada aqui inicialmente na fala do doutor Luciano Imaculado e do professor
Paulo, identificar quais são as fontes dos recursos financeiros, dos recursos técnicos, quais as ações
preventivas e de monitoramento e de avaliação. A gente precisa planejar ali o que é o meu objetivo a curto,
médio e longo prazo dentro desse plano e dentro desses objetivos de curto, médio e longo prazo, como que
eu vou monitorar para saber se eu conseguir atingir no curto prazo ou se eu vou jogar isso para o médio prazo.
Como que eu vou planejar e criar prioridade dentro das minhas ações e também trabalhar dentro da
divulgação e dos ajustes permanentes. Então os programas, como eu disse, eles são, dentro de um grande
plano, são ações menores que o município vai planejar para serem executadas. Então a gente vai documentar
e dar mais detalhes dentro de cada programa, dentro de cada ação. E aqui eu vou tentar dar algumas
sugestões, alguns exemplos que a gente passa para os municípios aqui em Minas na capacitação do
PRODEVIDA. Então pensando numa política resumida aqui de maneira populacional, que já foi trabalhada no
nosso primeiro encontro, já foi comentada aqui nas palestras das Brilhantes, palestras anteriores à minha, a
gente pode pegar programas de controle reprodutivo, de educação, de animais comunitários, de controle de
comércio, de adoção, de trabalho com pessoas em situação de acumulação. Então cada um desses pontos
aqui podem virar programas individuais dentro de um grande planejamento, dentro de uma grande política
pública de manejo populacional. E aí dentro de cada programa a gente vai precisar definir prioridades ou
direcionamento para as nossas ações. E aí quem tem mais costume de trabalhar com os animais de produção,
nessas empresas de consultoria para fazendas, deve estar acostumado a ouvir a seguinte frase, né? Você não
consegue fazer gestão se você não tiver diagnóstico e planejamento. Se você estiver fazendo gestão sem
diagnóstico e planejamento, você está fazendo alguma coisa aleatória. Pode dar resultado? Pode. Pode
acontecer. Mas o resultado, provavelmente você não sabe de onde ele está vindo, porque você não está
avaliando, você não diagnosticou o início para saber o final, onde é que você chegou. E a gente, dentro desse
pensamento, lá no curso de capacitação que a gente faz, a gente passou a apresentar para os municípios
ferramentas de gestão para que eles pudessem, baseado no diagnóstico feito, no planejamento, fazer a gestão
da política deles. Então aqui eu trouxe três ferramentas que a gente passa, que são ferramentas simples. A
primeira é essa matriz GUT, que ela vai medir em escala de 1 a 5, sendo o menor e o 5 maior. A gravidade, a
urgência e a tendência daquele fato tomar uma proporção maior, que seria a tendência. E aí o município,
dentro daquele planejamento, daquela brainstorming, daquelas fases de jogar ideias e juntar tudo que é o
que a gente está fazendo aqui nessas reuniões, nesses encontros, a gente sugere que ele passe a colocar

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critérios mais objetivos. Então aqui... Aqui um exemplo. Então, qual vai ser a minha prioridade para o meu
programa de castração? Aí ele vai lá, coloca lá o G, gravidade, urgência e tendência, e dá pontuação de 1 a 5.
Então uma área de classe média, com poucos animais sempre domiciliados ou em situação de rua, ela pode
ter gravidade, urgência e tendência baixa. Então eu multipliquei esses fatores e cheguei no fator 8. Agora, ao
contrário, uma área de alta vulnerabilidade, com muitos animais sempre domiciliados, com altos índices de
leishmaniose externa humana, de esporotricose, de raiva ou de outros fatores, com muitas pessoas inscritas
em programas de assistência social, começar a somar esses dados que os municípios já têm, principalmente
dentro da saúde, a gente consegue criar esses critérios objetivos e definir essas prioridades aqui nesse
exemplo do procedimento, do programa de castração. E a gente também passou outros exemplos banais.
Então, dentro da minha central de castração, uma lâmpada na recepção queimada vai ter pouco problema. Eu
consigo ir lá e trocar. Ou, se eu não trocar, ela vai influenciar pouco. Mas o armazenamento e descarte
inadequado de material pode gerar um problema grande. Então é isso que a gente tenta trabalhar com o
município para colocar dentro do programa para isso incluir o plano municipal de manejo e trazer critérios
mais objetivos. Outras ferramentas são essa aqui que chamo de 5W2H, que é mais ou menos o que eu passei
lá naquele segundo slide para perguntar quem vai fazer? Como? Quanto custa? O que vai fazer? Por quê?
Onde e quando? Fazendo essas perguntas iniciais, a gente consegue ter uma ideia do que precisa ser feito. E
aí, colocando num quadro para ficar mais visível. Aqui eu trouxe alguns exemplos de programas, mas ainda no
controle reprodutivo. Por que eu preciso fazer? Para reduzir a reprodução e renovação da minha população.
Onde que eu vou fazer? Vou usar um castra móvel, idade móvel. Qual que é o meu prazo? Vai ser um ano o
programa, a partir disso eu reavalio e vejo qual que é o meu prazo para o segundo ano. Como que eu vou fazer
esse controle reprodutivo? Vai ser esterilização cirúrgica? Ou não? Eu vou utilizar outro método que seja ético
ou não. Mas que coloca no seu planejamento. Uma terceira ferramenta é esse PDCA, que seria do inglês
Planejamento, Execução, Checagem e Ação. O município inicia com o planejamento no cantinho superior
direito, que é o verde. Ele vai para a ação, ele faz a checagem se aquilo deu certo e vai fazendo as correções.
E ele volta no planejamento para replanejar para o ano seguinte, para o mês seguinte, para o dia seguinte,
qualquer for o prazo determinado. E a última ferramenta, que aqui é muito utilizada em empresas privadas,
que é o Canvas, que vai mais ou menos mostrar aquele quadro de como, onde, quando, porquê, que eu
mostrei aqui dois slides para trás, que vai definir parceiros-chave, atividades-chave, relacionamento com
cliente, fonte de receita, fonte de custos. E isso a gente pode adaptar aqui para uma política de manejo, por
exemplo, colocando aqui os parceiros. Quais secretarias vão atuar? Quais são as atividades-chave do meu
programa ou do meu plano? Quais são os recursos-chave, fontes de custos? Ah, vai ser insumo de castração,
as impressões de material educativo, contratação de equipe, compra de equipamentos e as minhas receitas.
Ah, eu vou cobrar pelo microchip que o Dr. Luciana comentou na sua palestra sobre a legislação. Ah, são as
multas que o secretário lá do Espírito Santo comentou. A gente vai reverter isso para o meu político de manejo.
Ah, vai ser na LDO, vão ser os fundos especiais que eu vou buscar dentro do Ministério Público, por exemplo,
ter um fundo especial de recursos ou outros fundos privados, por exemplo. Então a gente consegue escrever
e talvez fique mais fácil de observar o todo do que simplesmente só executar sem esse planejamento. Outras
ferramentas que a gente mostra. Então, recolhimento seletivo. Ah, eu vou recolher qualquer animal, se eu
tenho abrigo, vou recolher qualquer um para dentro do meu abrigo. Rapidamente ele vai estar super lotado.
Os outros encontros, os outros palestrantes devem comentar sobre isso. Mas criar um critério de seleção para
trabalhar mais direcionado. A gente sabe que cobertura é curta para todo mundo. A gente puxa na cabeça,
sobra o pé para fora. Se puxa o pé para fora, sobra a cabeça de fora. Então a gente precisa trabalhar com
direção e de forma mais assertiva. Se eu recolho qualquer um, eu vou gastar mais no abrigo e não vou ter
resultado. Se eu recolho seletivo e direcionado, talvez o meu resultado seja melhor. Isso vai depender da
avaliação subsequente. Então aqui nesse exemplo, a gente utilizou aquele de modelo, aquele protocolo de
Manchester, que é aquele de pulseira, de hospital colorida. E a gente trata no vermelho, que seria a
emergência no hospital humano, como a prioridade no recolhimento. Então animais atropelados, com
condição incompatível de vida, que precisam, como última opção, a eutanásia, ou para um tratamento
médico. E como prioridade menor, aquele animal que tem boa condição de vida, boa condição corporal, que
está em situação de rua que eu vou recolher para castrar e devolver, por exemplo. Aqui já encaminhando para
o fim, então outras ferramentas, no exemplo, que podem incluir e podem estar incluídas nos programas que

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são os POPs, os procedimentos operacionais padronizados, ou padrão, em que a gente vai descrever cada
ação, como é que ela vai ser feita. E aí o maior exemplo disso é o Big Mac do McDonald's. Não ganhei nada da
empresa, para ficar claro. Mas por que que se a gente pedir um Big Mac em Belo Horizonte, pedir um em São
Paulo, pedir um em Berlim, a gente vai comer o mesmo sanduíche? Porque eles têm um protocolo falando
qual que é a sequência das ações e como que elas devem ser feitas. Então se hoje eu sou servidor lá da
epidemiologia do meu município, fui dispensado e amanhã está entrando a doutora Ana Liz no meu lugar, eu
tenho relatado todas as ações que eu preciso fazer. Ela pode revisar e entender como melhorar isso. Mas ela
vai seguir as mesmas ações dentro do município. E a gente sabe que esse fluxo de servidores é alto.
Principalmente dos agentes de endemia, agentes de saúde, médicos, veterinários. Então quando a gente tem
isso muito bem estabelecido, facilita a continuidade daquele planejamento que foi feito, mas principalmente
dos programas individuais. Outras ferramentas: Checklists que facilitam a marcação se foi feito ou se não foi
feito. É fácil interpretar, é fácil marcar, é difícil marcar alguma coisa errada. Fez ou não? Sim ou não? Fez ou
não fez? Verificou a temperatura da geladeira? Sim ou não? Marquei. Não marcou? Por que não fez? Aí a
gente vai desencadear outros protocolos. Os fluxogramas também que são de fácil visualização da sequência
das ações podem ser utilizados dentro do serviço, de pregar na parede para todo mundo visualizar o que tem
que ser feito. Muito comum nos hospitais humanos e pouco comum na medicina veterinária, infelizmente.
Aqui um exemplo de um fluxograma para fluxo de dia de castração. Desde a recepção dos tutores até a
devolução do animal para o tutor e o preenchimento da ficha de avaliação. Tem que seguir todo esse caminho
lá do início até o fim para a gente chegar no nosso resultado. E aí dentro de cada um vai ter suas fichas e a
gente avalia, vê o que deu certo, o que deu errado, corrige, vamos para o próximo dia de castração, próximo
evento de castração. Então, em resumo, meu tempo já está acabando, é isso que a gente tenta passar aqui
como experiência para os municípios. O doutor Cláudio, professor Cláudio, na sequência vai dar um exemplo
do município de Uberaba com o planejamento deles, como eles têm feito essas ações. Espero que tenha sido,
eu tenha me feito entender para todos, e que tenha sido, que eu consiga contribuir para a ação de quem está
nos assistindo aqui nessa reunião. Deixo aqui os meus contatos, o meu e-mail da coordenadoria, o meu e-mail
institucional, a nossa página, que vocês conseguem encontrar os materiais que a gente publica. A doutora
Vanessa até mandou no grupo lá recentemente, o nosso site. E o Instagram da SEDA, também para quem
quiser seguir a gente, quem quiser e puder, ajuda muito o nosso trabalho. Muito obrigado e bom dia a todos
e a todas.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutor Gustavo. É muito importante essa sua
apresentação, porque ajuda a gente entender de que forma a gente vai ter que orientar os municípios. Se a
gente for lembrar da apresentação que a gente fez desse levantamento junto aos municípios, mais de 60%
não tem nenhum plano realmente de manejo populacional. Então, só você falar lá que hoje vai ter multidão
de castração, isso não é um plano de manejo populacional. Ele pode dar certo? Pode, mas é um tiro no escuro.
Então, eu acho muito importante, acho que tem que estar contido um capítulo muito bem sólido nesse curso
de capacitação dos gestores e eu acho que isso vai ser uma importante ferramenta para esses municípios que
forem aderir ao Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Então, muito obrigada.
Bom, dando continuidade então, vou chamar então o professor Cláudio Yudi. É Kanayama? Pronunciei certo?

O SR. CLÁUDIO YUDI KANAYAMA (Palestrante Minas Gerais) – Isso mesmo, Kanayama.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ele que é médico veterinário, realiza projetos de extensão
universitária em parceria com a Universidade de Uberaba, abordando temas como guarda responsável,
animais silvestres e tráfico de animais, o combate ao tráfico de animais. Participou da revisão do plano de
manejo populacional de cães e gatos do Ministério Público, MPCG. Ministério Público? MPCG?

O SR. CLÁUDIO YUDI KANAYAMA (Palestrante Minas Gerais) – Minas Gerais.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, está bem. Não, MPCG é Manejo Populacional de Cães e Gatos.

O SR. CLÁUDIO YUDI KANAYAMA (Palestrante Minas Gerais) – Ah, de cães e gatos, está bem.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Isso, no âmbito do convênio entre a Universidade, a Prefeitura de
Uberaba e o Programa PRODEVIDA. Então, muito obrigada pela presença. A palavra é sua.

O SR. CLÁUDIO YUDI KANAYAMA (Palestrante Minas Gerais) – Bom dia a todos. Muito obrigado, Vanessa.
Todos estão aí nesse momento muito feliz da nossa história do Brasil que é falar de manejo populacional. Serei
muito breve, porque meio-dia, nós estamos aí com o horário contado. Já reduzi a minha apresentação e quero
falar que sou, eu estou aqui como uma prova viva de que dá certo quando existe capacitação e treinamento.
Então, eu fui aluno do PRODEVIDA em 2020, no auge da pandemia, falando de manejo populacional de cães e
gatos. Então, eu sou um exemplo prático e quero trazer na prática o que a gente tem feito, porque a gente
está fazendo aqui, nesse plano, ajudando o município. Que foi construído a diversas mãos. Então, agradeço a
doutora Luciana, a Ana Liz, o Gustavo, que foram meus professores e me ajudaram muito a construir esse
plano municipal. Vou aqui compartilhar a tela. Todos estão vendo? Todos conseguem ver?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, perfeito.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Sim.

O SR. CLÁUDIO YUDI KANAYAMA (Palestrante Minas Gerais) – Olha só. Então, olha só. O nosso plano tinha
quase tudo o que a gente aprendeu lá na aula do PRODEVIDA. Então, olha só. Eram 17 tópicos. Lá em 2020,
onde nós ajudamos a fazer o plano de manejo populacional de cães e gatos. Desse plano, vejam o que nós
conseguimos fazer e alcançar. Ou seja, aproximadamente metade. Educação, cuidados em saúde animal,
controle reprodutivo, eutanásia, re-identificação por meio de microchipagem, vistorias e fiscalizações de
denúncias de maus tratos, pessoas em situação de acumulação de animais, que isso é comum em todas as
cidades do Brasil. E vigilância das principais zoonoses, porque eu trabalho no hospital veterinário aqui da
universidade. Sou professor, médico veterinário e gestor aqui. E a gente tem trabalhado em parceria com a
prefeitura para auxiliar nesse manejo populacional. São várias ações. Então, o Castra-móvel, esse já teve,
acabou semana passada uma outra mutirão de castração no município, onde durante a castração, está aí, nós
temos que aproveitar o tempo. Castração é um pontinho de um plano maior, como já foi falado aí hoje. Então,
estão aí as práticas de castração. E, além da castração, nós aproveitamos o momento da castração, onde o
tutor está lá aguardando, para falar sobre pós-responsável, tutoria responsável por meio dos alunos, porque
nós estamos dentro da universidade. Então, temos a oportunidade de falar tudo. E os tutores perguntam
mesmo. Tiram todas as dúvidas, querem saber. Então, tem muita coisa para fazer. Muitas coisas que os tutores
têm interesse, querem saber. Eles perguntam e nós temos aí os alunos que querem também ensinar e ganhar
pontos também, né? Eles também querem receber. Olha, dia 17 de junho, participamos aqui do Prefeitura
Aqui, que é um evento onde todas as secretarias estão participando. E nós fomos ajudar na adoção de cães
que foram resgatados, estavam no hospital veterinário e foram, então, adotados. Tentando fechar o ciclo. É
um cão comunitário, sofreu um acidente e vai para uma adoção responsável. Também fomos para escolas
rurais. Aqui, olha, uma escola rural, aqui num distrito de Uberaba, onde nós falamos sobre posse responsável
para crianças e adolescentes. É fantástico como os adolescentes aceitam sobre posse responsável, tutoria
responsável. Eles querem saber. Tem interesse porque todos têm animais em casa. A família é multiespécie.
Estamos aí fazendo uma gincana. Eles adoram fazer e trabalhar, está bem? É importantíssimo. Já foi falado e
estou aqui para comprovar. Tem que capacitar professores e gestores. Sem eles, nós não conseguimos
avançar. Então, fica a dica que capacitares, gestores e professores do ensino médio, do ensino fundamental,
escolas municipais, estaduais e particulares é importante. Eu faço parte, também, porque nós atendemos
animais do CadÚnico e também animais de rua e animais comunitários do hospital veterinário. Fiz a parceria

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com a prefeitura. Então, hoje, eu tirei agora o que, no lado da internação, está aí os animais internados. Olha
só o que nós temos hoje: O Rex, Alberto, Maria Flor, Sofia, Princesa, Totó, Bonifácio, Flor, Guerreira, Pretim,
Mila, Estar, Belinha, Inérson e Mila, que são animais da prefeitura. Todos têm um tracejado embaixo,
sublinhado. São animais da prefeitura, da clínica e da cirurgia, da cirurgia e da clínica. Ou seja, três animais.
Sabe quanto que está no programa? Cinco! Mas, infelizmente, a demanda é grande. A hora que o município
começar a fazer parcerias, não tem volta. E cada vez vai aumentar. São alguns animais que têm tutores, são
do CadÚnico e alguns são animais comunitários. Qual que é a dificuldade? Olha aí a Guerreira. A Guerreira é
de rua, fez cirurgia e está precisando de adoção. Quem quiser levar, pode vir buscar aqui em Uberaba a
Guerreira, que está para adoção. É um animal comunitário. Então, lembrem dos desafios que vão existir num
plano. Coloquem pessoas que já têm experiência, que sabem onde ir nos gargalos. Esse projeto, que terminou
esse ano, e nós renovamos para mais um ano com a prefeitura, no total aditivado, R $ 1 milhão e 600 mil para
atender esses animais. É muito? Não! É pouco para uma cidade de quase 400 mil pessoas. Então, é saber de
onde vêm os recursos. Em média, R $ 114 mil. Atendemos 1.500 animais. Esses animais retornaram. Então, o
número de atendimentos é quase o dobro, 3.078. Média de animais atendidos ao dia aqui no hospital, 12
animais. Total de diárias, animais internados como a Guerreira, quase 3 mil diárias. Em média de internação,
a meta era 5. Hoje, nós estamos... A média foi 8, e hoje eu estou com 13. Então, veja que teoria e prática, às
vezes, não batem. Importante, exames de imagem, exames laboratoriais. Isso, hoje, precisamos saber. O
animal tem leishmaniose, esporotricose. Então, isso também é muito importante. Pró de vida. Hashtag, fica a
dica para o almoço. Siga o Dr. [Ininteligível], o Dr. Gustavo, porque dá certo. Aqui, já apanhamos muito. Então,
Minas Gerais, com certeza, vai ajudar a federação. Então, fica a dica, que vale a pena. Já está tudo pronto. É
só melhorar e adequar para cada situação. Isso foi no começo do ano. A Dr. Analyso, aqui no meinho, era aqui,
perdidinha, junto com o Dr. Renato, que é promotor, e o secretário de meio ambiente. Nós, aqui, ganhamos
três prêmios de castração, política pública e educação. Então, vale a pena. Usem essas ideias, aqui de Minas,
para vocês utilizarem. Agradeço, aqui, à Dra. Luciana, que tem empenhado muito para isso. Então, veja que
2.800 castrações fizemos, no período de um ano. Fizemos educação, outras cirurgias, trabalhando na política
pública de um município. Parcerias são importantes no Ministério, Conselho, Secretarias, Polícia Militar, Corpo
de Bombeiros. Então, agradeço muito. Terminei em meio dia, como falei para vocês, que funciona, gente.
Estou aqui como prova viva que dá, que dá mesmo. Então, vontade política de todos, por favor. Tem que ter
essa empolgação, como estou aqui agora, porque também estou com fome. Então, essa empolgação é
importante e ter vontade política para fazer. Gente, confiem que dá certo. Gente engajada é importante.
Peguem os contatos e, qualquer coisa, estamos aí. Muito, muito obrigado por estar aqui compartilhando para
vocês a experiência de Uberaba, aqui no Triângulo Mineiro. Valeu!

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Cláudio. E eu queria dizer que eu também
sou aluna do PRODEVIDA. Eu fiz o curso, já fiz a primeira etapa, ainda faltam as outras. Mas, da mesma forma
que você está trazendo o exemplo de sucesso de um ex-aluno, eu quero que o PRODEVIDA depois fale que eu
fui um caso de sucesso também de aluna do PRODEVIDA. Estou contando com isso. Estou muito na
expectativa. Gente, eu vou pedir a paciência de todos e que continuem que nós temos três falas finais para a
gente encerrar essa manhã. Eu vou deixar os comentários para de tarde, as perguntas a gente deixa para fazer
no começo, depois do almoço, para a gente dar tempo de encerrar as falas. Então, passando aqui para o sexto
painel, para falar dos Conselhos Municipais de Proteção, Defesa e Direitos Animais, eu gostaria de chamar o
doutor Francisco José Garcia Figueiredo, mestre em Direito, professor da UFPB, que leciona a disciplina de
Direito a Animais, coordenador do Núcleo de Justiça Animal, NEJA, uma expertise reconhecida nacionalmente
na discussão, na proposição e elaboração de leis e políticas públicas para os animais, e autor intelectual do
Código de Direito e Bem-Estar Animal do Estado da Paraíba. Eu brinco com ele que a vontade é que a gente
faça um Ctrl-C, Ctrl-V do Código da Paraíba e consiga fazer o Código Nacional. Então, seja muito bem-vindo,
muito obrigada por participar aqui conosco. A fala é sua.

O SR. FRANCISCO JOSÉ GARCIA FIGUEIREDO (UFPB) – Consegue me escutar e ver o slide, Vanessa?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeito.

O SR. FRANCISCO JOSÉ GARCIA FIGUEIREDO (UFPB) – Opa! Bom dia a todos e todas. Vanessa, agradeço
imensamente, mas de coração aberto, a oportunidade de aqui estar e poder contribuir, ainda que
minimamente, neste projetar que você está à frente. Então, assim, queremos falar exatamente do Conselho
de Proteção, Defesa e Direitos Animais, mas, para tanto, é preciso que a gente saiba qual é a base legal para
que o município possa legislar sobre conselhos municipais, sobre fundos municipais animalistas, enfim. Então,
eu vou só apresentar rapidamente, até porque a doutora Luciana Imaculada já falou em parte dessa legislação.
E nós temos a nossa Constituição, no artigo 23, que trata da competência comum e, assim, administrativa da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios para criarem essas leis, que, dentre elas, podem, sim, envolver
um conselho municipal. Também o artigo 30, incisos 1 e 2, da mesma Constituição, que trata da competência
legislativa de todos os municípios, dos 5.570 municípios existentes, para tratar do interesse local e
suplementar a legislação estadual e federal que, porventura, já exista dentro daquele tema. Agora, quando
não existe aquele tema já legislado em âmbito estadual ou federal, a competência, já entendeu o Supremo
Tribunal Federal, do município é plena, em razão daquele assunto. Nós temos o artigo 182 de nossa
Constituição, que trata que as políticas municipais devem, sim, considerar e devem ser feitas em atenção aos
habitantes das cidades. Habitantes, leiam-se animais humanos e animais não humanos. Nós temos a
possibilidade também trazida pela Constituição de descentralização político-administrativa do sistema de
saúde, e aí já vem aquela possibilidade que um dos palestrantes já falou, foi o secretário de meio ambiente
do Espírito Santo, já falou da possibilidade de convênios com clínicas particulares para atendimento das
necessidades vitais dos animais. Nós temos o artigo 25 da Lei de Crimes Ambientais, que a doutora Luciana
abordou brevemente, e já ratificado, por assim dizer, pela ADPF, Ação de Descumprimento de Princípio
Fundamental, número 640, que estabelece que sim, que os animais que forem resgatados de situação de
maus-tratos, estejam eles quais forem, devem ser encaminhados para um local, para um abrigo promovido
pelo próprio Estado. Estado assim, entendendo-se como Estado federado, e todos os municípios, e deve ser
tudo feito de maneira a garantir disposição, inscrita no artigo 25 da Lei de Crimes Ambientais, de maneira a
garantir o bem-estar físico desses animais, até que eles possam voltar para o seu habitat, ou então, se não for
possível, sejam reinseridos em zoológicos, se não for possível, sejam encaminhados para a entidade de
proteção animal. E o STF entendeu que é assim que tem que ser. Então, todos os municípios devem criar essa
política. Temos o artigo 32, que imprime a obrigação de não maltratar animais, especialmente, eu falo
especialmente, devido ao recrudescimento da pena cães e gatos. Temos a Lei 13.426 de 2017, que estabelece
a necessidade imperiosa de todos os municípios brasileiros esterilizarem cirurgicamente os animais. E a Lei 95,
complementar 95 de 98, que trata da forma, do modo, como os projetos de lei, os instrumentos normativos,
de um modo geral, devem ser construídos de acordo com a técnica legislativa adequada e impressa nessa Lei
complementar 95/1998. E a gente sabe, não é, Valencia, que os problemas são comuns em todos os municípios
de abandono, de envenenamento, de acumulação, de abate de animal em período gestacional, de engorda de
animais mecanicamente, tem aí o foie gras, da violência doméstica ou não. E aí, se tratando de violência
doméstica, nós temos a teoria do link, que bem nos explica da íntima relação entre essa violência doméstica
e agressão contra animais, do dano existencial e do dano de colchete, que iremos falar. Então, é dentro desse
cenário de horror, envolvendo os problemas que são comuns a todos os municípios e em relação aos animais,
que existem as possibilidades politico-legislativas de natureza animalista. E aí, nós falamos agora exatamente
do Conselho Municipal e do Conselho Tutelar Animal. Eu vou já apresentar rapidamente o que eu e o professor
Vicente de Paula Ataíde Júnior desenhamos juntos em relação tanto aos projetos de lei de Conselho Municipal
e de Conselho Tutelar Animal. Mas, via de regra, os projetos de lei ou os instrumentos normativos devem
compor do Conselho Municipal e do Conselho Tutelar Animal devem ter as seguintes diretrizes. Devem ser
órgão colegiado, de caráter consultivo e deliberativo a ponto de influenciar nas leis orçamentárias locais, fixar
diretrizes para criação, proteção e comercialização dos animais, elaborar programas, planos e normas técnicas
animalistas, de natureza animalistas e atuar na defesa dos direitos dos animais, evidentemente, no combate
aos maus-tratos, no combate às doenças, especialmente aquelas mais graves, doenças zoonóticas, como a
esporotricose, como a leishmaniose, dentre outras. Então, o Conselho Municipal de Direito Animal pode ter
como, digamos assim, ementa na lei ou no projeto de lei respectivo, o seguinte teor. Órgão deliberativo e

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controlador das ações da política municipal de atendimento aos direitos animais em todos os níveis,
assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas. Lembrando que parte
desses projetos já foi aprovado em alguns municípios, como, por exemplo, no município de São José dos
Pinhais, sob a influência direta do professor Vicente de Paula Taia de Júnior, no município de Campina Grande,
Paraíba, sob nossa influência e também com o auxílio veemente do professor Vicente de Paula Taia de Júnior,
e no município de Oliveira, interior de Minas Gerais, com a protetora lá, Mônica Lopes, que conseguiu aprovar
também parte desses projetos, e em outros municípios, já que a gente já expraiou, já distribuiu esses projetos
para vários municípios brasileiros. Então, assim, pelo próprio teor, a gente já percebe qual seria o objetivo de
um Conselho Municipal dos Direitos Animais que deve ser instituído de regra, por lei, mas pode ser por outro
instrumento normativo, decorrente ou oriundo do próprio Poder Executivo, um decreto, por exemplo, a
depender do seu teor, mas pode ser, desde que não crie despesas específicas, então pode sim ser por um
decreto, mas é bom que seja por uma lei, porque um decreto é extremamente precário, pode ser revogado
pelo próximo gestor ou pelo próprio gestor a qualquer momento, por deliberação própria, e aí esse Conselho
deve ser composto pela sociedade civil em março, por protetores e protetoras, por entidades de proteção
animal, pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, pela Polícia Ambiental, pelo Secretário de Meio
Ambiente, enfim, por uma série de autoridades que podem influenciar nessas diretrizes ou nesses planos que
devem ser concretizados em prol do direito e do bem-estar dos animais daquela localidade, claro, para que
essas políticas sejam criadas temos que ter um fundo municipal de direitos animais, esse fundo, e aí no projeto
de lei que a gente tem e que eu vou disponibilizar para que vocês possam, Vanessa, trabalhar no período da
tarde, esse fundo, ele vem de várias fontes, não só fontes particulares, como é possível, por meio de
contribuição, como também da arrecadação de multas decorrentes da infringência do ordenamento jurídico
animalista local, então, as multas aplicadas por maus-tratos e entendendo como sendo maus-tratos o
abandono, dentre outras e outras modalidades de maus-tratos animais, então já vão rechear o fundo
municipal de direitos animais e ele fica vinculado ao Conselho Municipal de Direitos Animais, esse conselho
que a gente acaba de fazer e é destinado ao financiamento de ações voltadas à execução de políticas dos
direitos animais do município. E aí, o que eu quero falar de maneira bem mais perto de vocês é do Conselho
Tutelar Animal Municipal. Aí vocês estão vendo várias cenas de maus-tratos, aqui um galo oriundo de situação
ribeirinha, embaixo nós temos uma cabra que foi também resgatada por nós, ao lado da cabra nós temos uma
cena de um matadouro na cidade de Patos, Paraíba, no interior aqui da Paraíba, com crianças e adolescentes,
então trabalho infantil, e acima uma porca da indústria de suínos. Então, esse Conselho Tutelar Animal
Municipal, ele se baseia em vários princípios, dentre eles o princípio da dignidade animal, o princípio da
participação comunitária, o princípio da cidadania animal, por intermédio do qual os interesses dos animais
devem sempre ser levados em consideração pelas leis e outros atos normativos, o princípio da precaução, e
não poderia ser diferente, Vanessa, o princípio da vedação ao retrocesso ambiental. Por quê? Nós somos
signatários do Protocolo de San Salvador, que no artigo 11, item 2, traz esse princípio da vedação ao retrocesso
ambiental como regra, e esse protocolo tem natureza jurídica de norma supralegal. O que quer dizer tudo
isso? Quer dizer que todas as conquistas alcançadas por nós na área ambiental, na área animal, elas não
podem ser revogadas por ninguém, porque o princípio da vedação ao retrocesso ambiental proíbe a retroação,
a possibilidade de revogação, de se retrogradar nas conquistas já alcançadas em prol da ambiência e também
em prol dos animais. E como tem natureza jurídica de norma supralegal, entendido assim como tal pelo STF,
desde dezembro de 2008, então promove o seguinte impacto. Quando é internalizado uma lei que traz uma
convenção internacional, um protocolo que traz como teor normas fundamentais, aquelas normas
fundamentais que, inclusive impactam diretamente na nossa Constituição, paralisando nossa Constituição nos
pontos em que a nossa Constituição dispuser de maneira menos favorável do que o que dispõe a norma
internacional internalizada nos modos previstos constitucionalmente. Então assim, é fundamental esse
princípio da vedação ao retrocesso ambiental que nós já temos aqui, já podemos lançar mão para, digamos
assim, defendermos as conquistas já alcançadas em matéria ambiental e animal. As atribuições do Conselho
são várias, por exemplo, apurar as infrações administrativas, atender os animais em situação de risco, atender
e orientar os responsáveis, instrutores e guardiões de animais, encaminhar a autoridade policial e o Ministério
Público notícia de fato em relação às infrações animalistas, expedir notificações, dentre outras, e ainda
promover a execução de suas próprias decisões e realizar as suas atribuições podendo, para tanto requisitar

640
serviços públicos nas áreas de saúde, medicina veterinária, educação, solicitar o apoio de protetores,
requisitar documentos indispensáveis à instrução de seus procedimentos administrativos e representar junto
à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações. E os
encaminhamentos dessa minha fala que eu quero deixar para vocês são os seguintes, Vanessa e demais.
Primeiro, utilizar, e aí é uma ideia iluminadíssima trazida pela doutora Luciana Imaculata na primeira fala da
manhã de hoje, que é utilizar os instrumentos normativos do Ministério do Meio Ambiente. Por quê? Porque,
como ela bem ressaltou, todos os animais, toda regra envolvendo os animais silvestres estão em instrumentos
normativos do MA, do Ministério Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente, melhor dizendo. Quero isso
dizer, Vanessa, que se nós não alcançarmos a proteção animal por intermédio do Congresso Nacional, por leis
federais, leis ordinárias e quiçá até leis complementares, a depender do tema ou subtema, nós podemos sim,
e você talvez tenha uma ingerência ainda maior, né, nesse sentido, criar esses instrumentos em âmbito do
Ministério do Meio Ambiente. Lembrando que, se o Ministério do Meio Ambiente cria esses instrumentos, o
protocolo de São Salvador, no artigo 11, item dois, diz o seguinte, olha, isso aqui é o mínimo que deve ser
garantido, então não pode sequer essa resolução ser, ou outra forma de instrumento normativo, ser revogada.
Tal como bem entendeu o STF, há bem pouco tempo, o governo anterior revogou diversas resoluções do
Ministério do Meio Ambiente e agora foram todas restauradas, com base exatamente no protocolo de São
Salvador, isto é, no protocolo que estabelece, que enaltece, que traz a proibição da vedação ao retrocesso
ambiental. Então, só enfatizando Vanessa, trazer tudo o que vocês estão idealizando, por intermédio de
instrumentos normativos do meio ambiente, que poderão se transformar em leis depois, mas se não já
existirão esses instrumentos normativos em vigor, vai ser uma conquista, sim, imensa para os animais. E
também, instrumentos normativos com temas fracionados e assim temáticos, como fogos de artifício, controle
populacional, combate aos maus tratos, teoria do link, acumuladores, danos existenciais, danos em ricochete,
a gente tem tudo isso pormenorizado que podemos passar para vocês. E acolhimento de animais maltratados,
tal como a ADPF 640, interpretando o artigo 25 da Lei de Crimes Ambientais, estabeleceu como regra e
obrigação de fazer para todos os municípios. E outra, que eu quero até falar mais de perto com o professor
Paulo Maiorca, o Código de Direito Animal, que ele sugeriu, nós já temos pronta a ideia central. Eu e o
professor Vicente também idealizamos esse Código de Direito Animal para valer nacionalmente e podemos
disponibilizar e já vamos disponibilizar para vocês também trabalharem hoje à tarde, esse Código de Direito
Animal que o professor Paulo Maiorca já sugeriu e que ele poderá ler e sugerir alterações na minuta de projeto
de lei que nós já temos. E aí o Conselho Municipal e o Conselho Tutelar Animal são ferramentas imprescindíveis
para avançarmos na proteção e defesa dos direitos animais. E outro ponto que a doutora Luciana Imaculata
trouxe é a educação animalitária ou educação animalista em todos os níveis de ensino. Se a gente não investir,
Vanessa e você bem sabe, se a gente não investir exatamente nesse ponto da educação animalitária,
certamente nós não avançaremos. E aí esse seria, faltou um né, saiu o slide, mas só faltou uma sexta
contribuição, que é o convênio com clínicas particulares por licitação adequada, tal como já trouxe o secretário
de meio ambiente de Espírito Santo, porque eu penso que realmente é muito mais vantajoso para os animais,
para a população de um modo geral, que terão clínicas espalhadas pela cidade, nas periferias e no centro das
cidades, em que elas poderão levar os seus animais. E isso é possibilitado, sim, pelo artigo 198 de nossa
Constituição, pelo artigo 7º, inciso 9, da lei 8080 de 90, que estabelecem a descentralização política
administrativa do sistema de saúde. Então são essas, Vanessa e demais, as contribuições que eu queria trazer
e me ponho assim, não é 100%, Vanessa, a disposição é 101%, viu? Sempre.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Brilhante, professor Francisco, muito obrigada pela sua generosidade
de estar compartilhando aqui conosco. E eu acho que, como dever de casa, é a gente pensar nessas minutas
para a gente estar colocando nesse enxoval aos municípios, tanto da lei, a gente colocar as duas opções, tanto
da lei quanto decreto, para que os municípios instituam os seus conselhos, mas também uma minuta de como
que seria a composição desse conselho, a questão de que todas essas temáticas a gente tem sim que começar
a se debruçar sobre os instrumentos possíveis que a gente já pode ir editando pelo Ministério do Meio
Ambiente. Até porque esse vai ser o arcabouço necessário para a existência do programa. O próprio conselho,
como a gente apresentou na semana passada, para o município aderir ao programa, um dos requisitos é que
ele institua no município o seu conselho municipal de proteção e defesa animal. Então a gente já colocaria

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essas minutas. E vamos vencendo, cada instrução normativa que a gente puder colocar pelo Ministério do
Meio Ambiente, a gente vai editando. Enquanto leis federais não são editadas, a gente vai legislando o que dá
por aqui. Então, muitíssimo obrigada. E, dando seguimento, eu gostaria de chamar, então, a doutora Juliana
Maria Rocha Pinheiro Bezerra da Silva. Ela está aqui, a doutora Juliana?

A SRª. JULIANA MARIA ROCHA PINHEIRO BEZERRA DA SILVA-Estou sim, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, ela que é advogada, pós-graduada em Direito Constitucional,
em Direito Animal, Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais, autora de livros na área de Direito Animal
e Veterinário, professora universitária e presidente da Comissão de Direito Animal da OAB Rio Grande do
Norte. Então, muito obrigada. Bem-vinda. A palavra é da senhora.

A SRª. JULIANA MARIA ROCHA PINHEIRO BEZERRA DA SILVA-Boa tarde, já, para todos e todas. Adiantamos
aqui um pouquinho no horário previsto, então, serei breve também. Muito honrada por estar aqui, muito feliz
por estar aqui. E não só por estar aqui, por ver tudo isso acontecendo. A gente vê em cada profissional, em
cada fala que foi trazida aqui, que são construções de anos. Nós vemos que são pessoas que estão dedicadas
à causa animal, dentro da sua especialidade, dentro do seu âmbito de atuação, inclusive profissional, alguns
outros de missão, de dedicar-se à proteção animal, à causa animal. E, com certeza, esse é um momento
histórico. E eu estou extremamente grata por estar aqui hoje. Espero trazer algumas contribuições. E mais
feliz, Vanessa, por ter tido a oportunidade de ouvir tantas falas importantes. Eu sou bem suspeita quando fala
de professor Francisco, porque eu sou fã do professor Francisco, reconheço no professor Francisco um
legítimo defensor da causa animal que ele visa fazer a diferença. E que bom que o professor Francisco nos
antecedeu, porque ele vai nos ajudar a encurtar um pouco a fala, porque ele já trouxe todo o arcabouço
legislativo que vem a respaldar a existência dos conselhos municipais. De minha parte, eu gostaria de fazer
algumas observações importantes. Quando a gente fala de proteção animal, é muito importante que, na nossa
opinião, que nós comecemos a construir a ideia de rede, que a gente comece a verificar a necessidade da
atuação de diversos atores sociais para que as coisas funcionem. Quando a gente fala de proteção animal, até
mesmo pelo direcionamento do 225 da Constituição Federal, a gente vê que essa proteção, que é um direito
geracional, é um direito que as próximas gerações também cabem, não somente ao Estado, mas a toda a
coletividade. Mas existe uma dificuldade muito grande de dividir de quem é qual responsabilidade, e isso é
uma coisa que nos preocupa, porque quando a gente fala dessa rede de proteção animal, a gente fala desde
do tutor de animal que tem que ter uma responsabilidade, um trato com aquele animal, com o receber aquele
animal dentro do seu seio familiar de uma forma responsável. A gente fala do Estado, por todo o seu
aparelhamento, desde a questão educacional, que foi muito bem tratada aqui, lembrada em diversas falas, a
gente também colocou um tópico lá embaixo, enquanto ouvia a fala dos demais colegas, para a gente centrar
também nisso. Passando pelos agentes de segurança, passando por uma estrutura que seja capaz de
identificar repercussões também na saúde coletiva, mas também devemos ter o Estado com um olhar para o
animal. Então, isso é um ponto que também deve ser verificado. A gente tem que entender que o animal é
sujeito de direito. Devo dizer aos senhores e senhoras aqui presentes que algumas falas me incomodam, então
muitas vezes a gente vê pessoas levantando bandeiras de proteção animal e falando, olha, nós devemos fazer
isso porque é bom para a saúde pública. Isso é reflexo. A gente tem que sim prestar essa assistência aos
animais porque eles são sujeitos de direito, eles possuem uma dignidade e o doutor Francisco trouxe aqui a
questão também da cidadania animal. Então, são preceitos e princípios que não podem ser desconsiderados
por aqueles que desejam efetivamente fazer mudanças e transformações dentro de políticas públicas
relacionadas aos animais não humanos. Além dos tutores, do Estado, a gente vê ainda um envolvimento com
protetores e protetoras de animais. E esse é um ponto, uma fala muito importante. Quando a secretária de
meio ambiente trouxe aqui o relato dela, me lembra sempre que a gente tem que lembrar que os protetores
e protetoras de animais são pessoas que fazem um trabalho de forma voluntária e que muitas vezes por
desconhecimento da coletividade são apontados como aqueles que são responsáveis para resolver um
problema. Quando as coisas não funcionam assim, protetores e protetoras de animais existem porque o
Estado falha. Se o Estado tivesse uma estrutura necessária para fazer o atendimento às necessidades que são

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evidenciadas, indiscutivelmente não haveriam tantas protetoras e protetores de animais em situação de risco.
Então quem trabalha na causa animal e lida também com essas pessoas, verifica um adoecimento não só físico
quanto psicológico. Então essa também deve ser uma preocupação do Estado. Então já que nós estamos
falando de um plano, já que nós estamos falando de uma política ampla, lembremos que na causa animal
também há pessoas. E é essa questão que se relaciona diretamente com os conselhos municipais de proteção
e defesa animal. Porque quando a gente fala de um conselho municipal, nós estamos falando de um viés, de
um instrumento onde as pessoas poderão e devem participar ativamente na construção de políticas públicas.
Quando a gente lembra de um conselho municipal de proteção e direito animal, nós estamos falando de
pertencimento, nós estamos falando de representatividade. Isso é muito bom, porque como foi trazido em
diversas falas aqui hoje, o que se observa, e isso é óbvio num país do tamanho do Brasil, a gente tem realidades
muito distintas. Então quando nós temos um órgão colegiado, consultivo, deliberativo, como conselhos
municipais de proteção e defesa animal, nós temos um instrumento capaz de analisar a realidade local para
assim levar ao gestor os pontos sensíveis e como deve ser trabalhado. Então o conselho municipal, isso é
fundamental. Eu, inclusive, aqui em Natal, de uma forma muito particular, nós temos uma lei municipal que
instituiu o Conselho de Proteção e Defesa Animal desde 2018. Esse conselho nunca foi implementado. Cheguei
a entrar com ação popular, não logrei êxito e estou agora em tratativas diretas com o secretário do gabinete
e do prefeito nesse sentido. A grande questão que se coloca com relação à implementação desse Conselho
Municipal de Defesa e Proteção Animal hoje está em qual secretaria ele estaria vinculado. Quando o professor
Francisco lembra da questão do fundo de proteção animal, talvez fosse uma forma de suprir essas desculpas
que muitas vezes nós ouvimos. A gente tem uma lei municipal que traz de uma forma fantástica a maneira
que esse conselho deve ser instituído. Quando eu falei agora há pouco na questão da representatividade, é
importante que se diga que esse conselho é formado por pessoas que vivenciam a causa animal, mas por
pessoas que têm conhecimento técnico para somar. Então a gente vê, por exemplo, na lei municipal aqui do
município de Natal, a gente vê representantes da Secretaria de Saúde, representantes da Secretaria de
Educação, nós vemos médicos veterinários, nós vemos pesquisadores vindo de universidades, além de
protetores animais, representantes comunitários, dentro das comunidades que eu falo de bairros. Então a
gente vê uma possibilidade gigantesca de se levar aos problemas, de se analisar os problemas de forma
objetiva e de uma forma muito responsável levar isso ao gestor público para auxiliá-lo na elaboração de
políticas públicas. Quando ouvi a Vanessa falando de ser condição sine qua non para que os municípios
tivessem acesso aos recursos que virão ter um conselho municipal, eu fiquei muito feliz, porque eu fiquei
imaginando uma situação que é muito parecida, o que é que poderia obrigar esses municípios a implementar
esses conselhos, que é custo zero, pelo menos aqui em Natal, porque já é uma casa de conselho, seria
justamente trazer vantagens, entre aspas, vantagens nesse sentido. Há exemplo do ICMS Ecológico, que na
questão do ICMS Ecológico, a condição sine qua non é que haja um conselho relacionado à temática do meio
ambiente. Então se já há esse direcionamento, é com certeza um direcionamento que faz com que os projetos,
que o projeto, com que toda essa gestação que nós verificamos aqui hoje, que já vem de antes, tenha tudo
para lograr isso. Então isso me deixa extremamente feliz. Além disso, quando o professor Francisco traz a
questão da atribuição dos conselhos municipais, e a gente não pode imaginar que seja um colegiado que não
tenha possibilidade de realizar mudanças, eu vou dizer aos senhores e senhoras que, dentro das atribuições
do conselho, existe, além de uma questão educacional muito forte, com estímulo à adoção responsável, a
formação de pessoas capazes de se transformar em agentes multiplicadores por meio de escolas, por meio de
questões educacionais, é fundamental que se veja também a possibilidade, como o professor Francisco falou,
de direcionar, de sugerir a aplicação de recursos públicos na questão da proteção animal. Então a gente
começa a analisar as atribuições dos conselhos municipais, e tem alguns pontos que eu acho fundamental, e
aí tem um que fala sobre propor prioridades e linha de ação na alocação de recursos em programas e projetos
relacionados à proteção animal. Então isso faz com que esses conselhos municipais, além de ter a questão da
representatividade, além de ter a questão do pertencimento, possa efetivamente impactar nas políticas
públicas relacionadas àquela localidade, que possui um contexto específico. Então por isso é importante que
se tenham órgãos construtivos, deliberativos, formados por pessoas que compreendem aquela realidade, para
conseguir levar de uma forma realista como as coisas devem funcionar. No que diz respeito às questões
educacionais, isso é necessário, e os conselhos municipais podem ser um grande braço para efetivar esse tipo

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de política educacional. Aqui no estado do Rio Grande do Norte nós temos uma lei que entrou em vigência no
ano passado, que fala, deixa eu só pegar aqui a norma, que fala justamente da realização de seminários,
palestras e debates sobre direito dos animais e proteção animal nas escolas públicas da rede estadual de
ensino. Só que o que acontece, deveria ter ocorrido a formação de profissionais para poder levar essa fala
para o ensino fundamental, ensino médio, porque é algo que é a longo prazo, mas é algo que tem uma visão
estadista. Não é algo para agora, mas a gente sabe que é uma transformação de uma sociedade, o que nós
estamos fazendo aqui hoje é uma construção. E o tipo de sociedade que nós queremos ver futuramente, e
isso se dá justamente por todas essas mudanças valorativas que nós verificamos em torno dos animais não
humanos. Então daí essa necessidade de que nós tenhamos um olhar muito atento para que a gente leve
questões educacionais, para que a gente consiga educar crianças e adolescentes. A gente fala hoje de valores
distintos, nós falamos hoje de termos que são básicos, conceitos básicos para quem é animalista, mas que
precisam ser melhor difundidos, como família multiespécie, como especismo, como sem ciência, como
animais enquanto sujeitos de direito. Então são conceitos simples, mas que podem impactar. O que a gente
poderia imaginar é o quão impactante é uma criança olhar para o seu pai e dizer, papai, eu aprendi que isso é
errado, que isso não pode ser feito. A gente tem que lembrar da nossa realidade, assim, eu não falo agora em
morando em uma capital, eu falo dos municípios mais interiorizados, eu falo de regiões onde os pais muitas
vezes não têm grau de instrução, e que aquela criança também é um canal de levar um aspecto educacional
extremamente importante. A gente sabe que o caminho não é fácil, mas a gente identifica os conselhos
municipais de proteção animal como ponto-chave para que se tenha essa representatividade, para que se
tenha esse pertencimento e se tenha as necessidades locais colocadas de uma forma muito séria. Inclusive,
no nosso esboço sobre a questão dos conselhos municipais, é importante que se fale dessas parcerias que se
pode fazer com universidades. Não somente a questão das clínicas médicas veterinárias, mas com
universidades em outros aspectos. E eu me lembro aqui, já que a gente fala muito dessa questão do manejo
ético de cães e gatos, a gente vê universidades buscando contribuir com novas técnicas. E aí, eu como não sou
médica veterinária, não sei se há alguma restrição nesse sentido, mas eu vejo, por exemplo, a UNB, que desde
março de 2022, do ano passado, que ela fala de uma nova forma de castração, sem necessidade de
procedimento cirúrgico, com nanopartículas de óxido de ferro, onde não se preocupa com o pós-cirúrgico.
Então, eu fico imaginando a realidade das colônias de gatos, cai o risco de infecção pós-cirúrgico, cai uma série
de fatores que muitas vezes são preocupantes, que são justamente essas barreiras que nos impedem, o custo,
inclusive, que nos impede de ter um programa maior de controle populacional de cães e gatos. E aí, eu vejo
esse projeto e vejo que, até agora, nenhuma prefeitura, nenhum ente federativo olhou com o olhar mais
acurado para esse projeto da UNB. Então, quando a gente tem uma realidade voltada a animais em colônias,
animais em situação de vulnerabilidade, animais abandonados, como a gente faz necessariamente nesse
sentido? Qual a preocupação? A gente pode internar um dia? E como é isso? Então, são aspectos que vêm
sendo desenvolvidos e que a comunidade acadêmica vem contribuindo muito. E, óbvio, no Conselho Municipal
de Proteção e Defesa Animal, os estudiosos que lá estão, representantes de universidades, com certeza
poderão dar esse olhar muito legal nessa forma de tratada temática. Eu gostaria só de enfatizar também que
os conselhos municipais podem ter atuação também na análise dos maus-tratos ou de ajudar na questão dos
maus-tratos animais no que diz respeito a fiscalizar, realizar denúncias. A gente sabe que existe essa
diversidade de contextos, essa diversidade de situações em cada município, mas nós temos sim que ter
agentes de segurança pública preparados. Semana passada estivemos dando um curso sobre identificação de
maus-tratos e identificação, perdão, e forma de atuação dos agentes de segurança para que eles
conseguissem, na prática, agir. Mas, Vanessa, nem sempre nós temos essa abertura. Desde o ano retrasado
que nós oficiamos ao secretário de Segurança Pública aqui do estado do Rio Grande do Norte, requerendo
que no curso de informação dos policiais civis, que é justamente a Polícia Judiciária que vai fazer a investigação
no caso de cães e gatos, e nos agentes da polícia militar, fossem inseridos matérias, e o doutor Francisco
também tem um histórico nesse sentido, para esses agentes de segurança, para que eles compreendam que
o contexto mudou. Porque quando nós temos normas mais duras que protegem, por exemplo, cães e gatos,
eles ainda têm dificuldade de entender a seriedade daquela temática e da maneira ostensiva que aquele crime
tem que ser combatido. É um crime que não cabe nem fiança, o cara só vai ser solto com audiência de custódia.
Então, assim, existe essa necessidade de trabalhar junto com esses agentes de segurança pública, levando

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essas questões educacionais. Os conselhos municipais podem fazer um belíssimo link, formando equipes,
esclarecendo, dando palestras, ou fomentando a maneira que essas palestras venham a ser trabalhadas, mas
identificando esses pontos frágeis. Aqui no Estado do Rio Grande do Norte, em Vanessa, nós só temos uma,
uma delegacia especializada em proteção animal. E que, por mais que o doutor Francisco tenha trazido aí o
princípio do não retrocesso, aqui houve um retrocesso. Porque nós tínhamos nessa delegacia, que chamava-
se DEPREMA, três agentes de segurança então somente trabalhando nessa delegacia. E atendiam Natal e
Grande Natal, então é uma zona metropolitana. Desde 2021, pronto.

A SRª. NÚBIA SILVA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Juliana, se você puder concluir, desculpe interromper aí.

A SRª. JULIANA MARIA ROCHA PINHEIRO BEZERRA DA SILVA - Ô Núbia, que é isso! Trato é trato, regras são
regras. Vou concluir.

A SRª. NÚBIA SILVA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) − Pelo adiantado do horário aí.

A SRª. JULIANA MARIA ROCHA PINHEIRO BEZERRA DA SILVA - É, só terminar o contexto.

A SRª. NÚBIA SILVA (Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio
Ambiente – MMA) – Obrigada.

A SRª. JULIANA MARIA ROCHA PINHEIRO BEZERRA DA SILVA - Eu que agradeço. E aí, essa delegacia
especializada acabou por abarcar numa cidade turística, como é Natal, além da atribuição de combate aos
maus-tratos dos animais, também a questão dos turistas, com a mesma estrutura e atendendo tão somente
Natal. Então, em todos os demais municípios aqui no estado do Rio Grande do Norte, 167, se nós não
contarmos agora com os agentes de segurança, principalmente Polícia Militar, Ambiental, Guarda Municipal,
a gente não consegue fazer um bom trabalho. Então, eu gostaria de trazer esses pontos, mostrando essa
fragilidade e a maneira pela qual os conselhos municipais de proteção e defesa dos animais podem contribuir,
porque é um canal de se levar os gestores públicos à maneira correta de se vislumbrar um problema, de se
analisar uma situação fábrica e com sugestões que quem está na ponta consegue verificar muito melhor. De
minha parte, eu agradeço demais essa oportunidade. Gostaria de enfatizar que a Ordem dos Advogados do
Rio Grande do Norte está muito feliz com a possibilidade de estar aqui, conversando com o presidente, doutor
Aldo, e estamos à disposição. Muito obrigada e parabéns a todas as falas que aqui passaram. Obrigada,
Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutora Juliana. E eu não poderia deixar de
aproveitar a sua fala, mandar um beijo para o meu time do coração, o Laguna. O glorioso Laguna, primeiro
time de futebol vegano. Tá? Aviso para eles que assim que tiver uma partida, eu vou aí pessoalmente, porque
eu quero acompanhar o campeonato. Já tenho aqui a minha camiseta oficial, meu time do coração.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Show, Vanessa! Show!

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está bom? Deixe-me um abraço para o glorioso Laguna. Então, muito
obrigada, doutora Juliana. E aí, antes de passar a fala aqui para o doutor Leonardo, eu vi aqui que chegou o
expositor que estava faltando, que é do painel anterior, o Álvaro Luiz Figueiredo. Ele está online? Eu vi que ele
entrou na sala. Que é do painel 2, de orçamento e fontes de financiamento.

O SR. ÁLVARO LUIS FIGUEIREDO (Controlador Municipal) − Olá, Vanessa. Tudo bem? Estou online, me ouve?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ouço. Então, muito obrigada. Então, retomando aqui a fala do
segundo painel, no orçamento e fontes de financiamento para o programa, a gente tem o prazer de falar com
o doutor Álvaro Luiz Figueiredo, ele que é controlador municipal, com mestrado em administração de finanças
públicas, advogado, e ele trará apontamentos sobre tomada de preço, compras, credenciamento de serviços
na implantação de políticas públicas para a proteção animal. Então, muito obrigada e a fala é do senhor. Certo.

O SR. ÁLVARO LUIS FIGUEIREDO (Controlador Municipal) − Então, Vanessa, acabou que eu caí um pouco de
paraquedas aqui e não ouvi a fala dos colegas, ainda assim agradeço a todos a oportunidade de me expor.
Espero que eu consiga agregar de alguma forma, certo? E sou controlador do município de Petrolina,
advogado. Bom, vamos lá. O credenciamento é uma inexigibilidade de licitação. Então, isso foi muito comum
na parte do COVID, né? Que os leitos de UTI foram contratados por meio desse procedimento, então acredito
que caiba demais quando a gente pega na questão das clínicas veterinárias, que seria o meio mais correto de
fazer essa contratação, já que tem que ser licitado. E, bom, alguém tem alguma pergunta de alguma forma do
que seria a instrumentalização acerca disso aí? Ou não, seria mais uma exposição aqui de ideias?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu acho que seria mais uma exposição de ideias que pudesse inspirar
as políticas nos estados e nos municípios.

O SR. ÁLVARO LUIS FIGUEIREDO (Controlador Municipal) − Certo. Então, eu acredito que o fomento por si só
desse tipo de ideia, porque no orçamento normalmente dos municípios essa parte não é muito abarcada.
Inclusive no município de Petrolina a gente tem essa dificuldade de coisas atreladas aí, principalmente a
questão animal, acredito que essa situação se repita nos outros entes. A questão orçamentária, de onde vai
vir a fonte de recursos, é um problema maior do que a formalização do meio do procedimento administrativo
de como isso daí vai ser contratado, como vai ser feito. E a partir do momento que a gente conseguir colocar
na cabeça dos gestores que é um serviço que tem que ser prestado à população, você vai ser por
credenciamento, não cabe credenciamento, é caso de licitação, se houver competitividade. Eu acho que essa
situação, essa percepção é um problema maior. E a partir do momento que isso for pensado e devidamente
instrumentalizado como uma política pública que deve ser cumprida de forma permeável pelos entes, eu acho
que a administração pública como um todo nacional deve andar nesse sentido. Entende? Bom, a princípio,
alguém tem alguma pergunta? Alguém falou mais alguma coisa de licitação, algum outro que teve voz aqui
falou alguma coisa de algum procedimento administrativo, alguma dificuldade, alguma facilidade ou não?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − A fala anterior no painel do senhor foi do secretário do Espírito Santo,
que falou da experiência de implementação fundo a fundo do repasse de recursos do Estado diretamente para
os municípios. Talvez uma contribuição importante que o senhor pudesse trazer para a gente é disponibilizar
modelos desses editais para credenciamento ou licitação. A parte da tarde vai ser a parte que a gente vai se
debruçar em trabalhar nessa, a gente está chamando de enxoval, para disponibilizar aos municípios. Então,
talvez uma contribuição para esse enxoval interessante seria modelos desse credenciamento de serviço, por
exemplo, serviço de castração, que eu acho que é um pouco o modelo aqui de Brasília, e talvez o modelo de
licitação, o modelo do Paraná, eu acho que é licitação, que aí ficaria dentro desse hall de possibilidades. Então,
talvez nesse sentido. Gente, só esclarecendo aqui, tem mãos levantadas. Pelo adiantado da hora, a gente não
vai fazer o debate agora nesse bloco, está bem? A gente vai concluir daqui a pouquinho a fala do professor
Álvaro, depois o Leonardo, a última inscrição agora da manhã, e aí a gente vai dar o intervalo do almoço, e à
tarde a gente volta com os trabalhos. E aí a gente abre para as inscrições de três minutos e os trabalhos
efetivamente.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Vanessa, só uma pergunta, todo mundo que falou vai ficar à tarde,
todos os palestrantes? Só essa pergunta.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Espero que sim, porque agora é a gente botar a mão na massa. A
expectativa é que sim, que os palestrantes retomem, até para a gente dar o desdobramento da produção que
precisa ser feita. Então, devolvo a palavra para o senhor, doutor Álvaro.

O SR. ÁLVARO LUIS FIGUEIREDO (Controlador Municipal) − Certo, Vanessa, obrigado. Então, só para não ficar
meio etéreo para algumas pessoas, essa parte da documentação eu posso enviar a questão dos modelos,
certo? Mas essa questão se cabe ou não, a questão do credenciamento, o que é o credenciamento? O
credenciamento foi uma inovação que, se não me engano, surtiu a partir de 2015, quando a licitação não seria
possível, já que a licitação, no caso de contratação de bens e serviços da administração pública, ela é a regra,
mas por que ela não é possível? Ela é uma hipótese que está no dispositivo ainda em vigor da Lei 8.666, na
parte que diz que a licitação será inexigível quando houver inviabilidade de competição. E quando há
inviabilidade de competição nesse caso? Quando a administração pública é obrigada a contratar, a demanda
é maior do que a oferta. Um exemplo que se dá normalmente é no caso dos leitos de UTI, a administração
pública estava precisando contratar a questão dos leitos, porque a questão do Covid estava afetando a nós
todos. Então, se aparecessem cinco, a administração pública deveria contratar cinco. Se houvesse dez, a
administração pública deveria contratar dez. Então não havia competitividade, daí surge o instituto do
credenciamento. A questão é que, de forma técnica, será que seria o caso agora para credenciamento em
algumas situações? Você está entendendo? Porque se você abre um edital de credenciamento, se aparecerem
50 clínicas para fazer castração, você tem que contratar as 50 clínicas para fazer a castração. Então, antes de
você... Com certeza tem muito mais do que isso, existem animais que estão na tutela do Estado que estão
para ser castrados, e não só isso, para serem feitos os serviços de saúde, inclusive que não atrelados à
castração, apesar da castração ser a mais emblemática. Então, a partir do momento que a gente tem essa
percepção que os gestores têm que cumprir essa parte de saúde pública, se não houver viabilidade de
competição, você faz o credenciamento, mas também se não tiver, se a demanda for pequena, não. O
orçamento é menor, a gente só tem um valor menor. Há a competição, então não tem problema, você faz a
licitação normalmente, entende? Então, voltando, acho que primeiro é a ideia da percepção de colocar em
prática a política pública na mente dos gestores. Acho que a ideia, primeiramente, é isso. Quanto aos digitais,
aos modelos, posso providenciar para a parte da tarde, sim. Está certo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Doutor Álvaro, muitíssimo obrigado, vai ser muito bom se a gente
puder contar com os seus conhecimentos e a sua experiência na parte da tarde, de forma que a gente possa
construir esse arcabouço de instrumentos para que os estados e municípios possam estar operando. Muito
obrigada.

O SR. ÁLVARO LUIS FIGUEIREDO (Controlador Municipal) − Eu que agradeço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, até na parte da tarde. Então, chegando à última exposição
dessa manhã, agradeço a todos e todas que estão se mantendo firme aqui conosco. O último painel da manhã,
parcerias e cooperação com entidades públicas e privadas. Eu gostaria de chamar o doutor Leonardo Napoli,
ele que é médico veterinário, especializado em educação ambiental e direito animal, com experiência em
clínica e cirurgia de pequenos animais. Ocupou várias funções em comissões no Conselho Federal de Medicina
Veterinária e o Conselho Regional de Medicina Veterinária, incluindo a presidência da Comissão de Zoonose e
Bem-Estar Animal, a presidência do Grupo de Trabalho para a Elaboração dos Manuais de Responsabilidade
Técnica do Conselho Federal de Medicina Veterinária, também é membro da Comissão Nacional de Desastres
em Massa, envolvendo animais, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, e ele vai falar sobre as
possibilidades de parceria para o desenvolvimento de normas e diretrizes alinhadas com o trabalho do
Conselho e também aqui com o DPDA. Desde já, já agradeço imensamente, Leonardo, você tem sido um
grande parceiro aí nesse trabalho. Muito obrigada, a palavra é sua.

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O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Obrigado, Vanessa. Bom
dia, boa tarde a todos. É uma difícil missão de falar para vocês todos com fome, inclusive eu aqui, mas eu vou
tratar de ser o mais breve possível. E só contextualizando um pouquinho, Vanessa, eu também estou saindo
de duas gestões com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná, nas quais eu atuei muito na
fiscalização, na coordenação da fiscalização e também em relação aos processos éticos. E uma das áreas que
nós mais percebemos que tem problemas é justamente os programas de esterilização de cães e gatos e isso
nos traz uma preocupação muito grande, porque depois de todas essas falas, e esse é outro desafio de pessoas
que já foram meus professores, são referências, eu lembro da fala da secretária Laudenice, como é diferente
o nosso país, a nossa realidade. Isso também se aplica ao contexto do Sistema Conselho Federal, Conselhos
Regionais, nós também temos essa dificuldade e o quão é importante a parceria, as parcerias, para que a gente
possa conseguir ter uma execução desses projetos de forma segura, não só para a sociedade, mas
principalmente em relação aos animais. Eu só quero ver... Opa! Então, a nossa grande preocupação é como
nós alinhamos as expectativas dos projetos, dos programas de castração ou de uma política pública de manejo
de animais com as normativas de um órgão, que é um órgão de fiscalização, que é um órgão, uma autarquia
federal, que tem na sua função essencial promover o bem-estar da sociedade, a segurança dos serviços
prestados pela medicina veterinária e pela zootecnia, e um olhar muito direcionado em relação à segurança
do paciente. Nós temos relatos de vários colegas que trabalham na fiscalização e nos preocupa muito, porque
realmente nós temos que chegar no equilíbrio da demanda de uma ação pública que envolve uma série de
serviços médicos veterinários, com uma relação que tem que ser efetiva e em tese com baixo custo, já como
falaram vários dos palestrantes, inclusive o último, em relação à contratação de serviços pelo serviço público,
e trazer essa segurança dos animais e a segurança de serviços profissionais. Então, nós percebemos que tem
acontecido muito, inclusive embates, muitas vezes, da área de proteção animal em relação a médicos
veterinários e aos conselhos regionais de medicina veterinária, porque a nossa preocupação não é apenas o
fim, e sim o meio. Como isso vai ser executado? De forma segura, de forma tranquila e de forma efetiva. Então,
essa tem sido uma grande preocupação. E só trazendo, para que a gente possa alinhar, as atribuições do
Conselho Federal e dos conselhos regionais, o sistema, é uma autarquia federal que tem como competência
principal a fiscalização, a regulamentação, a normatização, que nós vamos tratar um pouquinho à frente, como
falou bem já todos, a doutora Luciana já começou com a fala, e eu já tive que mudar a minha fala aqui já umas
10 vezes, porque veio tanta coisa, tanto assunto, e toda hora eu fico pensando que eu vou falar para fechar
esse dia tão importante. Então, nós temos a fiscalização, a regulamentação e o Tribunal de Honra, essas são
as funções principais do sistema. Quando nós falamos do sistema, o Conselho Federal, que é o nosso principal
órgão normativo, e os regionais, que além de ter também uma capacidade normativa, eles têm como principal
competência a fiscalização, o Tribunal de Honra e o Registro de Profissionais. E aí, só para que vocês tenham
noção do universo que nós estamos falando, eu tive a preocupação de trazer alguns números para vocês, que
são números de hoje. Nós temos atualmente aproximadamente 180 mil profissionais médicos veterinários e
zootecnistas. 70% desse número são médicos veterinários. Então, veja o universo que nós temos de
profissionais. Obviamente, esses profissionais atuam em diversas áreas, mas, com certeza, uma boa parte
desses animais atuam com uma interface de pequenos animais, cães e gatos, animais silvestres e na área do
setor público. E nós temos, como bem falaram vários palestrantes, e eu achei isso muito importante, nós
temos 98 mil estabelecimentos médicos veterinários no Brasil, que compreendem consultórios veterinários,
clínicas veterinárias e hospitais veterinários e temos também 476 instituições de ensino superior. Então, vejam
a possibilidade, a ramificação que nós temos em relação ao atendimento médico veterinário para toda essa
política, para todo esse programa, que vai muito mais. Muitas vezes nós falamos e tratamos do manejo de
animais domésticos e pensamos principalmente na questão da esterilização. Esse programa tem que ser muito
mais amplo, tem que ter uma visão muito mais sistêmica, porque ele vai além dessas expectativas. Esse
programa vai com diversas interfaces, que são os centros de referência de animais vulneráveis, que nós temos
chamados, os abrigos, as UVZs, as instituições de ensino superior, estabelecimentos médicos veterinários. A
gestão, outra questão muito importante, que nós temos passado por isso recentemente, infelizmente ou
felizmente, nos trouxe grandes experiências que é o estado de Minas, em relação aos eventos de desastre.
Nós temos aí uma previsão mundial, só temos aumento em relação a isso. Como é que nós manejamos, como
nós gerimos, como nós fazemos o resgate técnico desses animais, os estabelecimentos que comercializam

648
animais, feiras de adoção, todo o espectro de instituições, de órgãos, eles têm que estar na visão de um
programa de manejo de população. E nós, do sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais, nós temos a
interface em todas essas áreas. Em relação a isso, aos aspectos normativos, foi muito interessante, Vanessa,
porque nós temos várias normas que são infra, são normas que são do Conselho, que nós temos que destacar
que, num primeiro momento, elas se aplicam apenas aos personagens médicos, veterinários e zootecnistas,
porque são normas emanadas do sistema Conselho Federal, que elas têm sido referência para decisões
judiciais, têm sustentado decisões judiciais, têm sustentado algumas normas do Ministério da Saúde. E nós
entendemos que esse arcabouço normativo, que é infra, ele deve subir. E aí, vamos ao caminho do que foi
falado com a doutora Luciana, e quero acreditar que é uma das grandes propostas desse trabalho que nós
estamos fazendo, é de criar instruções normativas que possam fortalecer e elevar essas normas que são infra
a instruções normativas, e quem dirá, creio eu que assuma a responsabilidade de todo mundo, que nós
tenhamos um código em relação à proteção e defesa dos animais no Brasil, porque isso vai nos dar sustentação
e vai dar segurança para todos, inclusive para os conselhos profissionais, por quê? Porque muitas vezes nós
temos questionamentos na aplicação dessas normas, justamente pelo fato de serem normas menores, porque
são normas que se aplicam apenas ao sistema Conselho Federal e conselhos regionais. Então, eu destaco a
necessidade que nós usemos essas normas e que elas sejam referenciais efetivos para diretrizes nacionais,
obviamente respeitando todas as características regionais. Então, eu penso que a grande proposta desse
encontro, e eu tenho comentado com muitos colegas, que a partir dos trabalhos que estão sendo realizados
pelo Ministério do Meio Ambiente, eu trago a palavra esperança. Realmente, eu venho com muita esperança,
muito esperançoso em relação ao trabalho, a toda essa discussão, conforme os nossos amigos mineiros e
goianos, esse grande toró de parpite, para que a gente possa fazer uma construção efetiva, porque nós
precisamos, sim, nós termos um alinhamento dessas normas, aplicação dessas normas em conjunto. E o
porquê? Uma das situações que nós encontramos muito é no momento da fiscalização, pelo menos no estado
do Paraná. Nós temos feito, e talvez algumas normas, eu vou arriscar dizer que algumas normas nossas, em
especial a 962, que está sendo revista especificamente dos programas de esterilização. Se nós tivéssemos
estabelecido no país o plano municipal de manejo, que já está sendo aplicado em Minas Gerais, e mais uma
vez damos parabéns a Minas Gerais, está na ponta realmente desse processo, um grande núcleo, e tem sido
um grande inovador e aplicador dessas novas teorias, nós não teríamos talvez a necessidade de ter uma
resolução como a 962, porque em algumas situações nós temos discutido que a 962, que é uma resolução do
Conselho Federal, ela está extrapolando, inclusive, a competência do Conselho, que a competência do
Conselho seria fiscalizar os serviços médicos e veterinários. E pelo vazio normativo que nós temos em muitas
áreas, nós temos uma norma para que nós consigamos ter a segurança desses processos, desses serviços
veterinários dentro de um programa de esterilização, nós estamos extrapolando para situações como, por
exemplo, que são de políticas públicas, de estabelecer censo, estabelecer programas de educação,
identificação, e elas devem estar inseridas não numa norma, no meu ponto de vista particularmente, numa
norma do Conselho Federal, isso deve ser uma política pública, tem que ser um plano municipal, então se nós
tivéssemos os planos municipais bem estabelecidos e bem organizados, com um planejamento bem
construído, nós talvez tivéssemos aí condição de ter uma norma do Conselho Federal um pouco mais simples
e que fosse mais objetiva em relação efetivamente aos serviços médicos e veterinários. E aí eu vou numa outra
situação, que muitas vezes, pelo menos aqui no Paraná e acredito que em Minas Gerais e em outros estados,
o Conselho Regional de Medicina Veterinária, quando faz as fiscalizações, ela chega nos estabelecimentos ou
nos programas de esterilização e inclusive identifica infelizmente muitas situações de maus tratos, e ela fica
simplesmente de mãos amarradas, de mãos atadas, porque ela só pode, por exemplo, ela não pode fechar um
estabelecimento, nós não temos competência para isso, ou suspender imediatamente um programa de
castração. Se isso fosse feito com os outros órgãos, com a participação de outros órgãos, umas polícias, os
órgãos de meio ambiente fazendo as avaliações, identificando a questão de bem-estar e maus tratos, o
diagnóstico devidamente, talvez nós tivéssemos mais efetividade nesses programas, porque a fiscalização e
as normas, elas têm um efeito também educativo, de construção, de formação de uma nova consciência, de
um novo patamar em relação à aplicação de políticas públicas. Então muitas vezes nós nos vemos sozinhos,
por falta desses órgãos, a atuação desses órgãos acaba ficando só na atuação do Conselho, e isso causa, traz
um desgaste muito grande, não só para o Conselho, como também para os outros órgãos. Então eu penso que

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se nós tivéssemos uma política ou uma estratégia conjunta com a participação dos órgãos de meio ambiente,
que essas ações fossem conjuntas com a saúde, nós teríamos um potencial muito maior dessas ações
fiscalizadoras e normativas, e talvez aí nós conseguíssemos corrigir de uma forma mais efetiva os desvios que
estão acontecendo. Essa semana foi muito interessante, eu gostaria de compartilhar com vocês, porque eu
tive a triste missão de fazer um processo ético, fazer um julgamento, um julgamento não, fazer um motivo de
um processo ético, que era de um profissional médico veterinário de um pequeno município aqui do Paraná,
um município de 15 mil habitantes. E aí eu fiz uma reflexão em relação ao nosso papel como sistema e toda
essa relação com esses programas, porque, para vocês terem ideia, houve um comparecimento do Secretário
de Saúde para defender o colega e explicar o que aconteceu, na verdade foi um problema administrativo, foi
uma questão administrativa, não teve nenhuma questão ética, mais nada, enfim. Mas veio também o
depoimento de cidadãos, pessoas simples que vieram em favor do médico veterinário, e foi muito
interessante, porque eles destacaram como foi importante esse programa, esse projeto para o município, na
redução de animais abandonados, na redução de casos de agressões de animais, na questão de acidentes de
trânsito, numa implantação de uma política de atenção aos animais, de animais comunitários. Então, como
que nós equalizamos? Como é que nós chegamos num consenso para que as normas, dos diversos órgãos,
não apenas do Conselho Federal, elas fiquem alinhadas e que a gente possa facilitar, obviamente, no bom
sentido, esses programas sejam conduzidos com mais agilidade e mais efetividade. Talvez de forma conjunta,
nós tendo um regramento maior, uma diretriz nacional, ou minimamente, uma diretriz municipal, um plano
municipal, nós consigamos ter mais efetividade, mais agilidade nesse processo, porque também nos preocupa
muito, eu creio que a todos, como estão sendo gastos os recursos que estão sendo aplicados nesses
programas. Nós percebemos, muitas vezes, em que pese que não seja a nossa função principal, os desvios que
acontecem, muitas vezes, com gastos em recursos humanos, inclusive com insumos nesses projetos. Se
tivéssemos a norma que orientasse os municípios, nós percebemos que os municípios, muitas vezes, eles
estão, vou usar essa palavra, perdidos na hora de realizar um programa desses, em apresentar um projeto
para o Conselho, para que seja aprovado, e se tivéssemos, talvez, um olhar nacional, uma diretriz nacional
equalizada entre os diversos órgãos, nós teríamos mais efetividade nesses programas, mas penso eu que esse
é um dos grandes objetivos desse processo, já tivemos hoje, a doutora Ana Liz fez a apresentação do programa
para gestores, talvez surjam outras possibilidades de diretrizes vinculadas a todas essas questões que nós
estamos tratando. Só reforçando, agradeço mais uma vez o convite, Vanessa, e a oportunidade de estar com
vocês, e reforçando que nós ainda temos mais dois dias para nós chegarmos a votarmos nas políticas. Em foco,
eu sei que a Política Nacional de Controle Populacional é o tema, mas também nós temos a resposta aos
animais em situações de desastre, que eu particularmente tenho uma grande afinidade, e a Agenda Nacional
de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais. E só, eu gostaria de fazer um comentário em relação a falar a
doutora Juliana de Fortaleza, em relação aos conselhos municipais. Eu tive a oportunidade, muitos anos atrás,
assim que iniciou a implantação do Conselho Municipal de Proteção Animal em Curitiba, eu cheguei a ser vice-
presidente, e com certeza, aqui em Curitiba, nós tivemos, temos todo esse resultado em relação à questão da
proteção dos animais, dos programas de estabilização, e outros programas que estão estabelecidos aqui,
inclusive a Rede Municipal de Proteção Animal, foi graças ao Conselho Municipal que já trabalha há 12 anos
em relação a isso. Então, basicamente é isso, eu mudei minha palestra várias vezes, mas eu acho que a
hipoglicemia acabou atrapalhando um pouquinho, Vanessa. Rapidamente, é isso. Agradeço a vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutor Leonardo, muito obrigada. Nossa, gente,
muito obrigada a todos e todas que aguentaram firme até esse horário, e eu tenho certeza que foi uma manhã
muito proveitosa. Eu queria, Leonardo, eu acho que entra como tarefa nossa, a gente realmente pontuar quais
são esses instrumentos normativos que tem como a gente avançar, e é aquilo que eu sempre falo, a gente não
vai reinventar a roda, por exemplo, no próprio plano de contingenciamento de resgate de animais em
desastres, já tem a experiência do Conselho, já tem o acúmulo do Conselho, e o que a gente puder adaptar
para fazer as publicações das instruções normativas via o DPDA, a gente precisa fazer esse caminho, sabe?
Então, eu acho...

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O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, só mais uma
coisinha que eu acabei esquecendo de comentar, desculpa. Nós estamos, eu acredito que já comentei com
você, nós estamos agora numa fase de produção de vários manuais com diversas responsabilidades técnicas
do Conselho Federal, entre eles nós temos alguns prontos que pretendemos, o Conselho Federal pretende
publicar em setembro, e tem um em especial, um que já foi lançado, que é o de utilização de animais em
pesquisa e ensino. Então, esse manual, ele foi feito em parceria com o CONCEA, e nós vislumbramos a
possibilidade, talvez, de termos novos manuais, e, quiçá, em parceria com o Ministério de Meio Ambiente,
outros órgãos, enfim. E penso que é uma forma bem prática de encaminhamento para que nós tenhamos já
um início de alinhamento de normas, inclusive que são para aqueles que vão ser os gestores técnicos desses
programas e desses estabelecimentos, né? Desculpa, eu esqueci de comentar esse...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Foi a cereja do bolo, eu acho que de dever de casa. Então, a gente
começar... De dever de casa, dever de parte de tarde é a gente já começa a pensar e listar esses manuais,
essas normas técnicas, em que, eventualmente, a gente pode publicar e republicar em conjunto, né? Com o
DPDA e outras parcerias. Bom, só dar alguns informes. O seminário do dia 31, o link está disponível para
inscrição. Eu peço que compartilhem ao máximo. A gente já está com 690 inscrições para esse seminário. Eu
sonho, assim... Quando a gente imagina, a gente realiza, né? Eu estou com um número de 10 mil na cabeça.
Eu acho que a gente tem condições de chegar a um público que é de 10 mil participantes nesse seminário.
Tem pessoas solicitando os slides dos palestrantes de hoje. A gente já solicitou para eles, assim que forem
disponibilizados, a gente vai abrir um drive e colocar todos esses slides, inclusive os do primeiro dia também.
A questão da votação, gente, foi prorrogado. Então, a gente tem mais dois dias para votar no PPA participativo
nas propostas de direitos animais. Tem um link lá no grupo, tem um link aqui no chat. A proposta da política
de controle populacional de cães e gatos está em nono lugar geral. Então, a gente tem que se manter no top
10 e, de preferência, subir aí mais algumas posições. Então, são dois dias para a votação. Compartilhem em
suas redes, e-mail, WhatsApp, grupo da família. Vamos tentar intensificar isso aí. E aí, eu queria acordar aqui
com vocês o horário de retorno. São 13h15. Vocês acham que a gente volta 14h30 ou 15h? O que vocês acham
melhor?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Acho que 15h, Vanessa, devido à quantidade de coisas para fazer
ainda.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto. Então, a gente volta às 15h, certo? Para a gente dar
continuidade à consolidação de tudo o que foi discutido hoje de manhã. E aí, quando a gente voltar, em cada
painel, a gente abre para algumas falas de dúvidas ou de apontamentos de quem quiser contribuir. Muito
obrigada.

O SR. LEONARDO NÁPOLI (Conselho Federal de Medicina Veterinária do Paraná) – Vanessa, só um recado
rapidinho. Desculpa, eu acabei de colocar para vocês no chat. Esse é um link de um BI, com todas as instituições
de ensino superior da medicina veterinária atualizadas. Isso é realizado por Dr. Fernando Buzac, que é assessor
do Conselho Federal, atualmente, de Santa Catarina. Então, é um BI. Vocês vão ter aí todas as localizações,
inclusive, no mapa das instituições de ensino de medicina veterinária. Tem também a de zootecnia e aí eu vou
passar para vocês.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Leonardo, põe lá no grupo. Põe no grupo, porque quem está no
celular, que nem eu aqui, tem dificuldade de baixar. Por favor. Está bom? Gratidão.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada a todos e todas. E voltamos às 15 horas. Até mais
tarde. Bom almoço.

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APÊNDICE III – Transcrição da reunião técnica realizada em 21 de julho 2023,
Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia a todos e todas. Dia 21/07/, 9h11. Bem-vindos ao nosso
segundo encontro técnico para formulação do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e
Gatos. Hoje teremos o debate do Pilar 2, que é: “Gestão das populações de cães e gatos.” Meu nome é Vanessa
Negrini, eu estou diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais, e agradeço a todos e
todas por estarem contribuindo na construção dessa política pública. Então, quem participou da dinâmica da
primeira reunião técnica, hoje a gente vai seguir da mesma forma. Na parte da manhã, nós teremos a
exposição dos nossos palestrantes fazendo apontamentos, sugestões, compartilhando experiências. É com
muita alegria que eu reforço, mais uma vez, que conseguimos um feito muito especial, muito representativo,
que é contar com representantes de todos os estados do Brasil. Temos a representatividade de todos os
estados do Brasil como expositores participando desse debate. Todos, na verdade, estão contribuindo. Todos
e todas que estão aqui, de alguma forma, estão contribuindo, por isso que eu peço para que assinem ali na
lista de presença, porque eu acho que é a forma de que todos vão estar assinando ali a participação nesse
momento histórico de construção dessa política pública, mas a gente fez questão de garantir, pelo menos, ou
é gestor ou é pesquisador de cada estado, para que realmente a gente tivesse essa visão ampliada. O Brasil é
muito grande, com realidades muito distantes e para a gente era muito importante ter essa
representatividade, e é com muita alegria que eu informo que a gente conseguiu. Então, na parte da manhã,
vamos ter os debates e na parte da tarde nós vamos fazer os encaminhamentos do que foi dos
encaminhamentos de trabalho, dos desdobramentos, criar os grupos, quem vai ficar responsável por cada
grupo, para desenvolver os trabalhos apontados na parte da manhã, da mesma forma que a gente fez na
reunião passada. Então, para abrir os debates de hoje, no painel Diagnóstico Populacional de Cães e Gatos, eu
gostaria de convidar o professor Fernando Ferreira, ele que é doutor e livre docente da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de São Paulo. Ele orientou vários profissionais em universidades sobre o tema da
dinâmica e o diagnóstico populacional e atualmente ele é coordenador geral de prevenção e vigilância em
saúde animal no MAPA. Só lembrando, as falas são de 10 a 15 minutos, quando faltar 3 minutos para terminar,
para dar o tempo final de 15 minutos, uma das nossas auxiliares, agora a primeira que vai estar é quem, Núbia?
Quem vai estar ajudando a fazer o controle de tempo agora de manhã?

A SRª. ZELIA – Sou eu, Vanessa, a Zélia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Oi, Zélia, obrigada. Então, gente, quando faltar 3 minutos para dar o
tempo final, a Zélia vai falar: “Conclua, por favor.” Aí você sabe que você tem 3 minutos para fazer as
considerações finais e concluir. Então, professor Fernando, muito obrigada por estar aqui participando,
colaborando, e a palavra é sua.

O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção


e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Bom, Vanessa, primeiro eu queria
agradecer o convite, dizer que é uma satisfação. É um tema que eu me dedico, ao qual eu me dedico, eu acho
que há mais de 20 anos, então eu vou fazer, na verdade, algumas provocações, porque, como você disse, é
um momento de debate, então eu vou colocar alguns pontos que eu acho que são relevantes, que a gente
entendeu como relevantes nos últimos anos. Eu estou sem a possibilidade de compartilhar a tela, acho que
alguém precisa liberar o compartilhamento de tela aí no Zoom. Tentar de novo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você está de co-host agora, eu acho que você consegue.

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O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Agora sim. Pronto, vocês estão vendo a
minha tela

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim.

O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção


e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Então, vamos lá. Eu vou colocar só, na
verdade, eu costumo sempre me ater ao tempo, então são três... Na verdade, esse slide é toda a minha fala,
e está relacionado aos temas que eu vi que vão ser discutidos hoje e eu vou fazer comentários com as questões
que eu trabalhei, que eu acho que são grandes desafios para que a gente consiga fazer esse diagnóstico
Populacional. Quando a Vanessa me convidou, eu falei: mas, Vanessa, o diagnóstico populacional não existe
no Brasil, um diagnóstico feito adequadamente. Aí ela falou assim: “Não, mas é exatamente isso, a gente quer
problematizar, ver quais são os desafios, quais são os aspectos que precisam ser considerados.” Então, eu
considero três grandes questões que precisam ser estabelecidas para que a gente tenha um bom diagnóstico
e tenha capacidade de propor intervenções populacionais no país, e, principalmente, como se trata de
desenvolvimento de políticas públicas, a Vanessa sabe bem disso, é preciso que a gente associe a política
pública sempre a algum indicador, porque envolve a destinação de recursos, e a gente precisa estar mostrando
para o governo federal que aqueles recursos estão... Que o investimento daqueles recursos está gerando
algum tipo de resultado. Então, a gente precisa sempre, na proposição de políticas públicas, colocar
indicadores. Então, eu acho que o primeiro grande desafio, e que eu acho que representa complexidades,
considerando a experiência que a gente teve pregressamente, são as estimativas, e algumas pessoas vão falar
especificamente sobre isso, em relação à utilização de censo e amostragem, e hoje mais importante, eu acho
ainda, é a questão da estimativa das populações de vida livre. A questão de censo, eu acho que ele só é viável
em populações, em municípios, em áreas bastante pequenas. A amostragem tem uma série de complicações,
de desenhos amostrais, é preciso, mas é possível ser feita, então, eu acho que a grande estratégia é
popularizar. A gente até desenvolveu internamente aqui no nosso grupo um pacote que auxilia o desenho
amostral para que seja feita a contagem dessas populações, porque qualquer estratégia de manejo
populacional, a primeira coisa que a gente precisa ter é o número de indivíduos, o número de indivíduos que
vivem naquela população. O registro, que eu sei que é algo que vai ser abordado por outro apresentador, é
um dos mecanismos fundamentais que nos auxilia até essa base populacional. Entretanto, nem sempre as
populações fazem uma adesão muito grande a esse registro e eu vou fazer algumas problematizações do
registro mais para frente. Hoje, a gente tem também um problema associado ao manejo de população, as
populações de gatos, e as populações de gatos a gente tem lá a esporotricose e aí a contagem dessas
populações de gatos, a gente tem estimativas muito ruins do tamanho dessa população, da dimensão e do
seu impacto, e aí esse é o grande desafio, estimar essas populações que eu considero de vida livre, que muitas
das vezes não tem um tutor responsável, e aí a gente tem que usar, adaptar métodos que vêm da ecologia.
Então, essa é uma área de pesquisa, é uma área de desafio, e principalmente validar os métodos. Às vezes as
pessoas fazem adaptações muito rápidas, sem entender completamente quais são as restrições dos métodos,
e aí saem fazendo, estimando, e achando que aquelas estimativas estão corretas. Então, é preciso validar, de
alguma maneira, essas populações. Esse é um desafio metodológico brutal que a gente precisa vencer. Uma
vez conhecida, então, essa base populacional, para que a gente possa propor um manejo reprodutivo e possa
criar indicadores, a gente precisa considerar aspectos relevantes. Primeiro, a estrutura etária da população,
isso parece trivial, mas não é. Calcular a estrutura etária da população, construir as pirâmides etárias, tem
vários problemas. O primeiro é conhecer efetivamente a idade desses animais. Muitos desses animais, a gente
tem uma idade aproximada. Se tiver uma idade aproximada, já é razoável para categorias etárias, mas às vezes
nem isso é possível. A parte de registro poderia ajudar isso, se o registro fosse de qualidade. Se não, o que a
gente tem que fazer são estudos amostrais nas populações. Eu e a Rita fizemos isso no doutorado da Rita,
estimativas dessas estruturas etárias, a construção das pirâmides etárias, e eu vou dizer por que isso é
importante, porque quando você vai... Se você conhece a estrutura etária, você precisa... Primeiro, coisas que
você vai acabar sabendo: Quais são as taxas de imortalidade por sexo e por faixa etária. Então, se
eventualmente você está desenvolvendo um processo de esterilização voltado a animais de esterilização

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precoce, voltado a animais jovens, e você percebe que as taxas de imortalidade na população são
elevadíssimas nas faixas mais jovens, o esforço de esterilizar o animal jovem acaba sendo parte dele
desperdiçado, porque esses animais não sobrevivem, não chegam à vida adulta. Então, conhecer essa
estrutura etária e as taxas de imortalidade para a estrutura etária é fundamental para que eu possa dizer:
Olha, se eu vacinar animais a partir de tal idade, isso vai fazer com que o investimento, o esforço de
esterilização, ele seja maximizado, o impacto disso populacionalmente seja maximizado. Outra questão
fundamental, e para a gente conhecer também até que idade eu preciso fazer essa esterilização, eu consigo
dimensionar efetivamente qual é a idade que está em... Qual é a população que está em idade reprodutiva
efetiva, e aí dimensionar as ações para essa população. Outro aspecto que é fundamental é conhecer o sistema
reprodutivo. Aí você fala: “mas o sistema reprodutivo de cão, gato já é conhecido.” E aí eu diria que mais ou
menos, porque como eles estão sujeitos ao controle das populações, à supervisão das populações humanas,
nem sempre eles realizam o seu sistema reprodutivo da espécie de maneira concreta. Então, em algumas
regiões, ele pode ter...

A SRª. ZELIA – Fernado.

O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção


e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Oi.

A SRª. ZELIA − Por favor, conclua. Três minutos para acabar, viu?

O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção


e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Vou concluir. Um dos sistemas
reprodutivos é a poliandria, a poligenia e monogamia. Isso vai ser importante para eu saber. Eu devo priorizar
as esterilizações em machos, em fêmeas ou é indiferente? Isso é importante conhecer. E, como eu disse, as
estatísticas vitais são fundamentais. Conhecer as taxas de mortalidade, natalidade, as funções de fertilidade
que vão direcionar para que população eu preciso ver. Construir pirâmides etárias como essa. Veja que se eu
faço o registro, já estou finalizando, e não tenho no meu registro a saída da população, eu não consigo
construir pirâmides etárias. Construir tábuas de vida em que eu sei qual é a capacidade, a fertilidade em cada
idade, para direcionar as estratégias de vacinação e construir curvas de sobrevivência com taxas de
mortalidade. Era isso que eu queria apresentar e essas aqui são as funções de fertilidade que dependem do
sistema de acasalamento, que é essa função H. É isso. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professor Fernando, muito obrigada pela sua exposição, que traz aí
algumas dimensões importantes que nós vamos ter que considerar ao fazer o desenho desse Programa
Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. Muito obrigada por compartilhar a sua experiência e
talvez como desdobramento do trabalho na parte da tarde, que a gente vai tirar as matrizes de
encaminhamento, não sei se você vai poder participar, mas talvez você pudesse compartilhar conosco algum
desses modelos para a gente fazer essa identificação de como traçar essa estrutura etária, de como
desenvolver para que seja colocado no arcabouço, a gente está chamando de enxoval, para ser disponibilizado
na capacitação dos municípios para que os municípios realizem esse trabalho, essa identificação, quando
forem aderir ao programa. Então, muito obrigada.

O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção


e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Eu que agradeço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom, dando continuidade, então, eu gostaria de chamar a Syslane
Costa. Syslane já está aqui? Eu não vi ela. Deixa eu ver se ela já entrou. Syslane, você já está na sala?

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A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia.

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Bom dia. Tudo bem?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está joia. A Syslane Costa, ela que é desenvolvedora do Programa
Aju Animal e assessora técnica na Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju, responsável pelo desenvolvimento
de projetos, gestão e convênios da União e coordenação do planejamento estratégico desse programa. Então,
bem-vinda, Syslane, muito obrigada por estar participando aqui conosco. Você tem de 10 a 15 minutos.
Quando faltar 3 minutos para terminar, a Zélia te avisa, dá uma sinalizada, e aí você sabe que tem 3 minutos
para concluir. Muito obrigada. A fala é sua.

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Obrigada. Eu não estou conseguindo compartilhar a tela. Vocês conseguem ver? Está
passando?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, perfeito.

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Está sim.

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Está sim? Bom dia a todos. Eu vou iniciar apresentando um pouco da nossa experiência
com o Aju Animal. Nós lançamos o Aju Animal no final do ano, em dezembro de 2022. Então, a gente tem
caminhado para mais ou menos 7 meses de execução. Então, eu trouxe aqui alguns antecedentes. O município
já atuava na causa animal, mas era um pouco mais disperso entre as secretarias. Nós temos uma captura de
animais de grande porte, que é de empresa municipal, a Insub. E a castração e a vacinação, ela era concentrada
no centro de Zoonose e nós, SEMA, trabalhávamos com a proteção animal, através da fiscalização de maus-
tratos, e o combate aos maus-tratos e à plantação, através do programa Amigo Animal, na época. E aí, diante
dessa necessidade do município, que nós vínhamos observando, de uma situação de diversos pontos de
abandono, de colônias espalhadas pela cidade, acumuladores. Então, surge a necessidade de desenvolver o
Aju Animal. Então, nós fomos pesquisar, estudar outros programas, programas que tinham algo positivo, que
a gente pudesse agregar ao nosso desenho. Então, nós estudamos programas do exterior, programas do Brasil,
como Passo Fundo, Curitiba, Fortaleza. Então, nós fomos nos inspirando, e chegamos ao formato do programa
Aju Animal. Então, o Aju Animal é formatado em quatro eixos, é o eixo de saúde, castração, abrigo temporário
e apoio à adoção. Então, eu vou falar um pouco como funciona cada um deles para vocês. O nosso eixo de
saúde animal, nós entendemos, a partir dos estudos, que não seria viável a construção de um posto de saúde
animal, então, nós optamos pelo credenciamento de clínicas. Então, através desse credenciamento, nós
elencamos o nosso rol de atendimentos, e abrimos o chamamento público. Então, estimamos a nossa meta
ano de 4.500 de atendimento, com foco em animais comunitários, animais protetores e animais abrigados,
que são aqueles animais que estarão lá no abrigo temporário. Então, para nós, foi algo que funcionou
perfeitamente, porque esse diálogo com a clínica trouxe uma simplicidade na execução do programa, porque
a gente consegue ter esse alinhamento, e toda a estrutura da clínica, que, de repente, se a gente tivesse um
posto de saúde, demandaria muito mais energia e esforço, e a gente poderia não ter o êxito que nós estamos
tendo por meio do credenciamento de clínicas. O segundo eixo, que é o eixo da castração, funciona de duas
maneiras: Tanto pelo credenciamento de clínicas, como um convênio que nós fizemos com a Universidade
Federal de Sergipe. Então, a nossa meta a ano era 2.500 castrações, mas, em cinco meses, nós já temos o

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marco de 1.000 castrações. Então, nós buscamos esse caminho, porque a universidade, ela já tem todo o
aparato, e seria uma oportunidade de envolvermos a academia, os alunos no programa, e o credenciamento
de clínicas, que já era algo que nós estávamos trabalhando lá atrás, no eixo de saúde. Então, nós agregamos
todo esse rol de atendimentos e chegamos nesse formato. O abrigo temporário, que é o terceiro eixo do
programa, então, nós estudamos a forma de como abrigar. Então, abrigo público, a gente sabe que, muitas
vezes, se torna um depósito de animais. É muito difícil ter um abrigo que consiga, de fato, atender os animais
com todos os serviços que eles precisam, com todo o atendimento, com aquele acompanhamento do bem-
estar, porque nós temos muitos animais em situação de vulnerabilidade, animais comunitários, animais em
colônias. Então, a partir desses estudos em outras cidades, nós percebemos que o abrigo temporário em
residências seria o ideal para nós. Então, como é que ele funciona? As pessoas que querem ser tutores
temporários, eles se cadastram no nosso programa, então eles abrem as suas residências para receber os
animais. Então, eles podem receber até 10 animais em suas residências, porque a nossa legislação municipal
só permite que residam 10 animais em uma residência, e eles só recebem um acompanhamento de saúde,
um auxílio alimentação de R$60,00 por animal, e nós preparamos eles para adoção. Então, nesse formato, nós
conseguimos abrigar 600 animais por ano. E para que tudo isso pudesse acontecer, Aracaju, ela tem uma
média de 660 mil habitantes, mais ou menos, e nós tínhamos esse parâmetro de um abrigo que existe em
outro estado, no Paraná, em Curitiba, onde eles têm um abrigo público de 300 animais e é uma cidade muito
maior que Aracaju. Então, nós entendemos que esse número, para começar, seria algo que atenderia à
demanda da nossa cidade. E, a partir daí, nós criamos uma legislação própria para o abrigo temporário. Nós
temos uma lei que institui o abrigo temporário, nós temos um decreto que institui o valor do abrigo
temporário, e, então, inserimos essas restrições. Então, pessoas que têm condenação judicial de maus tratos,
elas não podem participar do programa de abrigo temporário. Servidores públicos de qualquer esfera não
podem participar do programa de abrigo temporário por conta do auxílio. Os servidores e condenação judicial
não fariam o menor sentido nós entregarmos nossos animais a alguém que já maltratou outros animais. Então,
foi um desenho que nós pensamos desde a lei até os mínimos detalhes de como atender os animais, de como
fiscalizar esses lares, e tem funcionado de uma maneira muito efetiva para nós. Então, nós temos a nossa
campanha de convidar as pessoas a se tornarem tutores temporários para receber esses animais que precisam
de tanto amor e carinho. E, só reforçando, todos os animais que estão no abrigo, eles recebem um
atendimento de saúde por parte do programa. Então, o tutor, ele não tem essa despesa, nem com a
alimentação, nem com a saúde do animal. Então, ele pode dar muito amor. E aqui eu trouxe um pouco, porque
nós temos uma plataforma na Prefeitura, onde as pessoas conseguem... Só que eu acho que a minha tela está
cortando. Elas conseguem fazer o cadastro, tanto para tutor de abrigo temporário, como para castração, como
para saúde, quando elas precisam de algum atendimento de saúde. Então, a gente usa a nossa plataforma, e
a gente torna digital também, traz a tecnologia para dentro do programa. E o quarto eixo que é a doação
responsável. Então, nós oferecemos esse apoio à doação, através das feiras de apoio à doação responsável e
nessas feiras, pretendemos fazer um agora em setembro. Então, nós queremos oferecer vacinas, consultas,
verificação, não só para aqueles animais que vão para a doação, mas para a comunidade em geral que precisa
também desse atendimento, porque animais de vulnerabilidade, muitas vezes, não é só aquele que está na
rua. Tem aquela comunidade que não tem tanta condição financeira de oferecer o atendimento de saúde para
os animais. Então, a gente quer trazer esse apoio também durante as nossas feiras de adoção. E, aliado a isso,
nós vamos fazer um fórum de proteção de saúde bem-estar animal, onde a gente vai discutir com a
comunidade, verificar até onde nós avançamos. O fórum também tem agenda para setembro. Convido a todos
de antemão, posteriormente informarem a data. E é um fórum que a gente quer conversar E dialogar, e ver o
que está funcionando, ver o que a gente pode aprimorar. Trazer as ideias também da comunidade, dos
profissionais, das pessoas da área que possam realmente agregar o nosso programa e também mostrar tudo
o que nós temos de positivo para que as pessoas também possam se inspirar. E também vamos fazer uma
pesquisa. Agora, no segundo semestre, em agosto, a gente vai iniciar a pesquisa de caracterização
epidemiológica e o monitoramento da qualidade de vida e controle populacional de animais em situação de
rua no município, por quê? Porque antes do programa nascer, nós tínhamos uma situação de a equipe fazia o
monitoramento e a equipe fazia esse rastreio, só que a gente não tinha, digamos que, condições de rastrear
toda a cidade, verificar todas as situações de vulnerabilidade que os animais se encontravam e a partir dessa

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pesquisa, a gente vai conseguir identificar mais. O que era que a gente conseguia fazer? A gente conseguia
identificar os acumuladores, que são situações que nós acompanhamos de perto, e conseguimos identificar
os pontos de abandono de animais. Então, nós temos muitos órgãos, instituições que servem como um ponto
de abandono de animais. Então, nós temos essas duas linhas de acompanhamento, mas a gente quer ampliar,
a gente quer entender muito mais a situação da população de cães e gatos na cidade. Por fim, e não menos
importante

A SRª. ZELIA − Syslane, ainda faltam três minutos, por favor, viu?

A SRª. SYSLANE COSTA (Secretária do Meio Ambiente da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Aracaju
– SEMA/ARACAJU) − Ok, muito obrigada. Nós também seremos o Aju Animal nas nossas ações de educação
ambiental. Então, é uma esquete teatral que foi desenvolvida por nossa equipe, que aborda situações de
maus-tratos e adoção responsável. Então, nós temos os nossos mascotes e tem aquecido o coração das
pessoas que assistem, porque é emocionante a maneira como a equipe conseguiu traçar essa esquete
trazendo essa sensibilização para a comunidade mesmo. Então, também a gente precisa trabalhar para
sensibilizar a comunidade. E um último comentário é que, após o nascimento do Aju Animal, nós tivemos a
situação de precisar atuar em situações de emergência ambiental Então, uma área de alagamento aqui na
cidade, a gente pudesse resgatá-los. E assim como as famílias que são resgateiras de hotéis aqui na cidade,
elas receberam esse serviço. Então, o programa Aju Animal recebeu os animais Resgatou os animais e ofereceu
esse serviço de hotel. Então, eles estavam muito tranquilos e ficaram muito bem acolhidos. Então, assim, para
encerrar, eu agradeço a oportunidade de apresentar. Nós estamos sempre disponíveis para detalhar, para
conversar mais sobre Eu acho que é uma falta que precisa ser bastante explorada. Então, muito obrigada,
doutora Vanessa, pelo convite e muito obrigada a todos pela contribuição.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, Syslane. Muito obrigada. Espero que você possa continuar
conosco no debate da parte da tarde. E eu acho que como encaminhamento, você poderia compartilhar com
a gente todo esse packet de leis, de normas que fundamentam a criação do Aju Animal, porque isso aí pode
ajudar outros estados a se esperarem. Especialmente um que foi a primeira vez que eu vi esse modelo de uma
legislação específica para abrigo temporário de animais. Eu acho que ela vai ser bastante inspiradora. Está
bom? Muito obrigada. Gente, eu queria dar alguns informes. O primeiro dele, eu compartilhei lá no grupo.
Vocês estão vendo aqui a telinha, gente? O nosso seminário, que inicialmente estava previsto para o dia...
Vocês estão vendo o cartazinho do seminário?

INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto. Então, gente, o seminário, eu já tinha falado lá no grupo.
Estava inicialmente marcado para o dia 31 de agosto, mas a gente teve que mudar porque vai ser uma oficina
do PPA, do Ministério do Meio Ambiente, com participação de todos os diretores e secretários. E a gente quer
que esses diretores e secretários também participem do nosso seminário. E aí a gente conseguiu uma outra
data, que também é emblemática, dia 10 de agosto, que é o Dia do Protetor de Animais. Então, o nosso
seminário, que seria a consolidação final de todo esse trabalho, de todo esse debate que nós estamos fazendo.
A ideia é a gente entregar nas mãos da Ministra Marina Silva toda essa consolidação desses debates que a
gente tem feito nessas reuniões técnicas ao longo desses dias todos. Então, já fica aí. Quem não fez a inscrição,
faz a inscrição, compartilha e vamos divulgar ao máximo A meta aí é a gente colocar 10 mil pessoas online
para estar participando nesse seminário, está bem? Então, o link continua o mesmo. Então, quem já fez a
inscrição não precisa fazer nova inscrição, está bem? Deixa eu parar aqui de... Como é que faz para parar de
compartilhar? Ai, meu Deus! Como é que faz para parar de compartilhar aqui? Ah, stop share, pronto.

A SRª. ANA LIZ - IMCV/CRMV − É, vai falar lá em cima.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, consegui! Mais um aviso, gente. Quem estiver trazendo esses
slides e tudo, o pessoal está pedindo. Então, por gentileza, faz um PDF e me encaminha que eu vou colocar
tudo num drive organizadinho para compartilhar com todo mundo. Então, todo mundo que desde a primeira
reunião técnica, hoje, nas próximas, vamos socializar essas apresentações na medida do possível. E, olha, nós
estamos com 110 pessoas e eu queria tirar, fazer a nossa foto de registro aqui. Então, todo mundo que puder
abrir a câmera. Aí, nesse momento, eu peço para ninguém escrever no chat, porque senão fica tampando a
carinha aqui do pessoal. Então, ninguém escreve no chat. Todo mundo abre suas câmeras. Zélia, Fernanda,
aqui na primeira página. Nós temos cinco páginas. Então, ó, todo mundo olhando. Um, dois, três, vai ser a
primeira página. Espera aí, a Zélia apareceu agora. Um, dois, três. Já, espera aí que eu vou copiar lá no grupo.
Um momento. E aí, gente, nessa reunião do dia 10, é assim, o máximo possível, vamos compartilhar, que é o
grande momento de a gente socializar tudo o que foi feito. Então, segunda página aqui. Um, dois, três. Deixa
eu tirar aqui. Agora, vamos para a terceira página. Tem bastante gente ainda. Ronaldo, Letícia, Carlos, Tainá.
Vamos ligando as câmeras aí. Eduardo, Sabrina. Vou tirar, hein, gente. Quem estiver com a câmera desligada
não vai aparecer. Um, dois, três e print. Agora, vou colocar a última página. Ah, não, a última não. Está na
quarta Então, na quarta. Quase ninguém falou. E a última aqui, quinta página. Quem quiser abrir a câmera,
print. É isso, registrado. No final, a gente faz outra. Então, muito obrigada. Bom, então, dando andamento
aqui, gente, na parte da tarde, a gente vai ter condições de comentar as falas de hoje de manhã, retomar essas
falas e tirar os encaminhamentos. Para dar continuidade, vamos, então, ao nosso segundo painel do dia, para
falar um pouquinho sobre senso animal, de animais tanto domiciliados quanto em situação de rua. O professor
Edson já está na sala?

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Bom dia, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, bom dia, professor. Bom, então, o professor Edson Ferraz
Evaristo de Paula, ele que é zootecnista formado pela Universidade Federal do Paraná, possui mestrado em
Ciências Veterinárias, é especialista em Administração Pública e Gerência de Cidades, servidor público da
Prefeitura Municipal de Curitiba. Atualmente, ele é diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da
Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente em Curitiba. Então, muito obrigada, professor, a palavra é
sua.

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Obrigado, Vanessa. Eu preciso só de autorização
para compartilhar a tela aqui. Em primeiro lugar, obrigado pelo convite e parabéns pela iniciativa e parabéns
por toda a mobilização que a gente está vendo, o seu esforço. E também quero dizer que é uma satisfação
participar e compartilhar um pouco da nossa experiência e encontrar tanta gente conhecida, tanta gente boa
aí. Leonardo, Napoli, professor Biondo, professor Fernando, Rafael, do Conselho de Veterinária, Ricardo, muita
gente conhecida. Que bom que esse time está participando da construção dessa política nacional.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu te coloquei como co-host, consegue já?

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Agora sim, certo. Deixa eu só colocar a tela
inteira aqui. Está aparecendo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

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O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Vocês me ouvem bem?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim.

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Certo, então a minha intenção aqui não é falar
sobre censo especificamente, mas não abordar muito metodologia, porque o professor Fernando já falou um
pouco e creio que possivelmente a Ana Pérola que vem em seguida vai entrar mais nesse mérito. Na condição
de gestor, eu quero trazer um pouco da nossa experiência aqui de Curitiba, como chegamos nesse momento
de conseguir trabalhar finalmente a estimativa populacional de cães e gatos na cidade. Antes de entrar no
assunto específico, para contextualizar, tem gente do país inteiro aqui, só para situar onde a gente está, o
contexto de Curitiba, que é a capital do estado, é uma cidade já com 330 anos e uma população de 1 milhão
773 mil habitantes. É uma cidade que historicamente tem investido em políticas ambientais e isso acaba agora,
que vem sendo refletido também na questão da proteção animal. Tivemos a felicidade de ser recentemente,
no ano de 2020, reconhecidos como a cidade amiga dos animais no prêmio disponibilizado dentro de um
concurso organizado pela Proteção Animal Mundial. O nosso departamento de fauna foi criado em 2010 e
dentro da organização estrutural, também apenas para contextualizar rapidamente, nós temos quatro
divisões na estrutura e a rede de proteção animal, ou divisão de monitoramento de proteção animal, é uma
dessas quatro que trabalha a questão das políticas públicas de cães e gatos na cidade. A gestão,
principalmente, essa gestão atual do prefeito Rafael Greco, a gente vem investindo muito no programa
municipal de castração de cães e gatos. Nós tivemos um salto gigantesco de 12 mil castrações na gestão
anterior, no período todo, já passamos de 100 mil animais castrados. Esse print aqui é do site da rede de
proteção animal, cujo link está indicado ali, e nós temos um placar, um indicador atualizado em tempo real
pelos prestadores de serviços, que a população consegue acompanhar o número de animais castrados na
cidade, mas, é claro, foi muito bem dito pelo professor Fernando e complementado pelo professor Biondo, eu
acho, no chat, a castração por si só, a gente sabe que ela não resolve o problema. E até o presente momento,
a gente vinha desenvolvendo a castração, o programa de castração, sem muitas informações, inclusive
algumas delas básicas, como o tamanho real da população. Nós tínhamos, já desde 2009, e Curitiba se
destacou nessa questão, até de forma inovadora, porque já em 2009, já foi implantado um sistema de
identificação animal, que é o SIA, que faz essa gestão informatizada do conjunto de informações sobre a fauna
na cidade. É um portal disponibilizado ao público, mas que tem uma interface de sistema administrativo, pelo
qual a gente faz a gestão dos dados dos animais e seus tutores. Aqui só uma tela exemplificando. É um sistema
que nos permite gerar relatórios, foi desenvolvido pelo Instituto das Cidades Inteligentes. E, até o momento,
ele foi usado também como uma referência sobre as características das populações de animais na cidade. Nós
temos hoje 224 mil cães cadastrados e 126 mil gatos. As pessoas cadastram seus animais voluntariamente. E
desse número, mais de 150 mil animais hoje já são microchipados e a gente também conseguiu incrementar
esse número de animais identificados e com esses dados vinculados aos seus tutores, muito pelo avanço no
programa de castração. Então, a gente colocou no pacote de serviços de castração também a microchipagem
e o registro animal no nosso sistema. Um exemplo das informações que o sistema nos retorna são informações
sobre a origem, a espécie do animal, se é cão e gato, se é de alguma raça específica e a origem daquele animal,
se foi comprado e onde foi comprado, assim como o médico veterinário que realizou a microchipagem. Em
complementação, além do sistema de identificação animal que nos traz dados próprios, a gente também até
o momento se amparou minimamente nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde, que trouxe a informação de
que 57,4% dos municípios, dos domicílios da região sul, possuem cães e 21,2% possuem gatos. Como Curitiba
tem 576 mil domicílios, a gente tinha estimativa de 330 mil cães e 122 mil gatos na cidade, mas, felizmente,
recentemente, e aí eu estou hoje trazendo aqui uma informação recente, porque esse contrato está em plena
execução. Acho que tem alguém com o microfone ligado aí. Nós conseguimos contratar uma empresa
especializada para desenvolver esse serviço, a gente tem chamado popularmente de censo animal, que é uma
forma da população entender, mas, claro, assim como o professor Fernando muito bem colocou, uma cidade
do tamanho de Curitiba, nós não conseguimos fazer o censo efetivamente, nós vamos trabalhar com

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estimativa populacional. E no passado nós tivemos algumas ideias, como viabilizar através de agentes de
endemias ou agentes comunitários. A pesquisa, infelizmente, ela foi inviabilizada, porque cada setor, cada
servidor público, cada setor público já tem a sua rotina e muitas vezes até é sobrecarregada. Então, colocar
mais uma demanda externa à rotina daquele setor não foi possível, por isso a gente partiu para esse momento
de termos uma contratação de um prestador de serviço. É uma empresa que está desenvolvendo, realizando
a pesquisa de campo e vai nos entregar na sequência todo o relatório com os dados finais. Aqui um mapa
ilustrativo da distribuição dos setores censitários e alguma notícia que saiu aí também, sempre tratando como
censo. Mais uma vez, porque é uma forma da população entender o que está acontecendo, mas na prática
nós teremos uma estimativa populacional. Dados da empresa contratada, que é AAC&T Consultoria e
Pesquisa, cuja responsável é a médica veterinária, a doutora Camila Martins. A metodologia utilizada, ela é
adaptada de baqueiro e colaboradores e inclusive acho que foi orientada do professor Fernando, e ela consiste
na aplicação de questionários em domicílio. Então, os pesquisadores percorreram a cidade entrevistando nas
casas das pessoas e isso foi também algo que a gente entendeu que era mais apropriado para que a informação
fosse fidedigna, diferente de quando a gente abre um formulário online, por exemplo, que nem todo mundo
responde e também a veracidade das informações pode ficar comprometida. Eu não sei se vocês enxergam,
se vocês estão visualizando aqui a planilha. Eu substituí a tela aqui, se alguém confirma, por favor, que vocês
estão conseguindo ver.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está aparecendo o método na tela. Aí tem animais presentes no
domicílio.

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − É, então realmente acho que eu não vou
conseguir, eu queria alternar, mas é só para mostrar alguns exemplos das perguntas que foram aplicadas, mas
foram, além das informações do endereço e os dados pessoais do entrevistado, nós colhemos algumas
informações sobre o perfil socioeconômico daquela residência, sobre a forma de manutenção dos animais, se
ele é mantido dentro da residência solto no quintal, se é mantido dentro da residência acorrentado, se tem
acesso sem supervisão às ruas e a idade desses animais. Foram várias perguntas, inclusive se o animal já é
castrado ou não, além do sexo. Muitas residências aqui em Curitiba não têm animais, mas mesmo quando foi
no sorteio, quando caiu no sorteio essas residências, o questionário foi aplicado, porque mesmo nas
residências que não tem animais, a gente colheu algumas informações, se num passado recente teve animal,
se o animal morreu e qual foi a causa da morte, se teria interesse em adotar, enfim, foram várias perguntas
aplicadas. Deixa eu voltar aqui para a tela do PowerPoint. E dentro dessa metodologia, a gente teve o
desenvolvimento de um estudo piloto, que foi para fazer um diagnóstico da cidade, do contexto da cidade, e
alguns ajustes na metodologia. E as coletas aconteceram nesse ano, é bem recente, a fase de campo terminou
em junho agora de 2023, com a aplicação de 3 mil, quase 4 mil questionários em todas as áreas do município.
Algumas imagens dos pesquisadores fazendo na fase de campo, só uma consideração que dentro do que a
gente colocou que como premissa da contratação e até uma conduta da própria empresa, todos os
pesquisadores de campo eram médicos veterinários, então, estavam inseridos nesse contexto da importância
da pesquisa e da fidedignidade das informações. E aqui até peço desculpas pela tarja de não divulgar, e ao
mesmo tempo que peço desculpas, eu peço a colaboração de todos, eu estou trazendo essas informações aqui
de forma inédita. A gente recebeu ontem esses dados processados e ainda não estão concluídos, é mais para
a gente ter uma noção do que devemos encontrar aqui em Curitiba. O trabalho tem um nível de confiança de
95% e nos trouxe ou vai nos trazer a hora que a entrega final for efetivamente realizada.

A SRª. ZELIA – Edson.

O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) – Pois não.

A SRª. ZELIA − Edson, por favor, mais três minutos.

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O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Certo, obrigado. Caminhando para a conclusão.
Então a gente tem aí quase 600 mil cães na cidade de Curitiba e isso é quase o dobro da estimativa da Pesquisa
Nacional de Saúde que a gente vinha usando como referência, e 185 mil gatos. Uma relação animal cão-
humano de 1 para 3 também é mais do que a gente imaginava. Essa relação é melhor, na verdade, que seja
mais humanos para cada animal, e aqui a gente tem 1 para 3, e no caso dos gatos, 1 para 9.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − É 1 gato para cada 9 humanos ou 9 gatos para cada humano?
O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Não, 1 gato para cada 9 humanos e 1 cachorro
para cada 3 humanos.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ok, obrigada.
O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − E aqui alguns dados de outros estudos em outras
cidades que foram realizados com metodologia similar para a gente ter aí uma referência de comparação.
Então, a gente está ali parecido com Jaboticabal em relação a 1 cão para 3 humanos. E aí só também em
relação à proporção de residências com animais, 53.1, isso é acima da referência nacional, que pelo PNS 2013
seria 44.3, mas ainda é abaixo do que a gente tem para a região sul de 58.6. Então, Curitiba tem animais em
53% das residências. E um dado que ainda também, mais uma vez, precisa ser melhor trabalhado e o relatório
concluído, mas trazendo de antemão só para a gente ter a chance de discutir, e é um dado que nos preocupa
muito porque é um número grande de animais que têm acesso às ruas. E aí a partir dessa entrega final do
relatório, eu já posso antecipar aqui que a gente vai ter que adaptar as nossas políticas públicas focando muito
mais nesse público, que são animais, além dos que já eventualmente vivem nas ruas, são aqueles semi-
domiciliados que as pessoas deixam que tenham acesso à rua, transitem e muitos deles não castrados e todo
o problema que isso pode representar. Agradeço a atenção de todos, deixo os meus dados aí. O site da
Proteção Animal tem todo o nosso trabalho, ele é divulgado por lá, inclusive o Arcabouço Legal. Quem tiver
curiosidade, o link está aí na tela. Obrigado e um bom evento para todos.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Edson, pela sua apresentação. Eu espero
que você possa participar conosco dos encaminhamentos dos grupos de trabalho na parte da tarde, mas eu
acho que uma contribuição que talvez fosse importante era se pudesse colaborar e compartilhar esse desenho
dessa pesquisa, desse levantamento censitário que foi feito, de modo que os demais estados pudessem fazer
estudos similares. E quanto mais estados a gente estiver replicando o mesmo desenho de pesquisa, as mesmas
perguntas, a gente consegue ter um desenho nacional dos mesmos questionamentos. Então, se pudesse,
como encaminhamento da sua fala, a gente poderia encaminhar isso aí. Muito obrigada mais uma vez. Gente...
O SR. EDSON FERRAZ EVARISTO DE PAULA (Professor e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação
da Fauna da Prefeitura Municipal de Curitiba – SMMA/PR) − Obrigado.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, professor. A equipe técnica está me passando aqui um
erro e eu queria pedir desculpa. Na fala do professor Fernando, que foi a primeira palestra, eles contaram só
10 minutos, por isso que a gente achou que foi muito rápido. Eu sei que a fala dele é sempre tão envolvente
que quando a gente vê o tempo já passou, mas eu achei rápido demais. E, especialmente naquele finalzinho
que ele começou a falar ali da questão dos modelos reprodutivos, eu tinha muito interesse, se ele estiver na
sala e puder retomar aquela tela e completar para a gente, porque acho que todo mundo ficou, meu Deus, já
acabou, e a gente queria entender aquele final. Então, se ele estiver na sala, o professor Fernando, e puder
retomar e completar essa apresentação, e aí a gente abre 10 minutos para você apresentar e completar essa
fala, porque realmente é fundamental. E, mais uma vez, minhas desculpas.

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O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Não, Vanessa, não tem problema, são só
cinco minutos. Até sugeri, eu cheguei a falar muito rápido, mas se vocês quiserem, na hora que for discutir os
temas, aprofundar, eu retomo, porque alguns deles serão abordados, eu acho, posteriormente. Se vocês
quiserem, eu falo rapidamente, mas...
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, eu acho que era importante, até para a gente compreender os
demais assuntos, se puder compartilhar novamente aquela tela, porque foi muito rápido, eu fiquei mesmo,
meu Deus, eu queria, eu preciso de mais informações disso.
O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Eu estou abrindo a apresentação aqui, só
um minuto. Eu já tinha fechado.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gente, então, enquanto o professor Fernando vai retomando ali o
slide, eu queria pedir para todos e todas que registrem a presença aí, o link está no chat, é o formulário no
Google. Então, é fundamental registrar, porque isso aí vai ficar documentado para a história. Todo mundo que
está participando desses dias está contribuindo efetivamente para a elaboração do Programa Nacional de
Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos. É uma forma de documentar que cada um e cada uma aqui está
participando desse processo. Também a gente vai fazer a emissão de certificados depois de participação.
Queria pedir também que, quem não se inscreveu, o nosso seminário, o nosso seminário final, que a gente vai
apresentar toda essa consolidação dos debates que estão sendo feitos agora, foi passado para o dia 10/08,
mas quem já fez a inscrição não precisa se inscrever novamente, mas aí vamos divulgar, a gente está com a
expectativa de colocar 10 mil pessoas para poder estar acompanhando. Bom, então, professor Fernando, a
palavra é sua. Muito obrigada.
O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Vou falar só os cinco minutos.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu acho que foi dois slides antes desse que começou a ocorrer e a
gente não pegou.
O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Foi esse aqui, estava aqui.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, isso, isso. Esse aí. Obrigada.
O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Vou falar só, vou falar rapidinho, não vou
atrasar vocês. Aqui, porque eu estava aqui, é a necessidade de a gente estabelecer a estrutura etária. E aqui
eu vou chamar atenção num detalhe. Veja que na faixa de zero a um ano tem um grande número de indivíduos
e depois de um a dois, uma redução drástica, quase para a metade. Isso mostra que de zero a um, que
completam um ano, metade desses indivíduos acabam morrendo. Então, aqui eu digo que se você faz um
processo, uma ação populacional nessa faixa aqui, eu estou mostrando aqui, nesse pedaço aqui, esses são
indivíduos que estão entre zero e um ano e que não vão chegar a dois anos. Então, isso impacta negativamente
a ação. Então, por isso que é importante eu conhecer a tábua de vida. Conhecer a tábua de vida é necessário
fazer estudos transversais. Como eu disse, você faz o registro, a população entra no registro, mas dificilmente
eles dão baixa quando o animal morre. Então, a pirâmide etária sua acaba sendo invertida, porque ela vai
crescendo, os animais vão envelhecendo e nunca morrem. Então, vai ter aqui, com 20 anos, um monte de
indivíduos que não chegaram ali, que efetivamente morreram, entraram no seu RG, obtiveram o registro, mas
não saíram da população. Então, esse tipo de estudo é fundamental em conhecer a estrutura de macho e
fêmea. Aqui, eu só vou mostrar para vocês o que a gente faz para calcular a tábua de vida. Eu preciso ter para

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cada faixa etária o número de filhotes que nascem machos e fêmeas, e aí eu calculo o que a gente chama de
função de fertilidade, ou seja, que é o potencial reprodutivo de cada indivíduo nas diferentes etapas da vida
para fêmeas aqui e para machos. Deixa eu assinalar lá. Vocês conseguem ver quando eu assinalo aqui, quando
eu faço um desenho aqui na... Só um momento. Opa, vou voltar aqui. Quando eu faço esse desenho aqui,
aparece aí para vocês, não é?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Sim. Ham, ham.
O SR. FERNANDO FERREIRA – (Professor da Universidade de São Paulo e Coordenador-Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal da Agricultura e Pecuária – MAPA) − Então, essas duas colunas... Desculpa, eu
assinalei a coluna errada. São essas duas colunas aqui, que calculam as funções de fertilidade. Então, veja que
eu tenho... Aqui é a curva de sobrevivência, não é o que eu quero mostrar. São as outras duas mesmo. São
essas duas aqui. Eu preciso calcular isso para a gente ter uma ideia de quantos filhotes machos e fêmeas
nascem por cada faixa etária. Então, eu tenho aqui um aumento. Eu consigo saber... Olha o número de filhotes
machos e fêmeas que estão nascendo aqui nesse pedaço e a gente vê qual é a fase reprodutiva mais efetiva
nas diferentes faixas etárias. Com as curvas etárias, eu calculo as curvas de sobrevivência, com aquelas tábuas
de vida. E aí eu mostro para vocês que, por exemplo, para fêmeas, as fêmeas têm uma sobrevida maior do
que os machos. Os machos têm uma taxa de mortalidade maior. Isso quer dizer que se eu fizer um processo
de esterilização voltado para macho, eu vou ter que ter um esforço muito maior. Isso sem considerar a questão
do sistema que eu falei para vocês, reprodutivo, que é a poliandria, a poligenia ou a monogamia. E essas aqui
são as funções de fertilidade que eu falei para vocês, que a gente precisa calcular a função de fertilidade. A
gente vai ter para macho, para fêmeas, aqui é F, e o M para machos. Eu tenho o número de machos e fêmeas
na população e o H, uma constante de ajuste. Existem na literatura diferentes funções de fertilidade, essa
daqui é uma que eu acho que é a que mais se adequa depois de vários estudos que eu fiz. E aqui eu tenho o
sistema de acasalamento, está nessa constante H. Sistema de acasalamento, lembra que eu falei poliandria,
poligenia e monogamia? Monogamia é o macho que reproduz com uma fêmea. Nesse cenário, tanto faz
esterilizar macho quanto fêmea, cada um que eu faço a esterilização, eu produzo impacto na população
porque o casal não reproduz. Quando eu tenho uma poliandria, ou seja, uma fêmea cruza com vários machos,
obviamente, se eu castro machos, se eu faço uma castração indiscriminada por sexo, eu tenho um impacto
menor do que se eu só esterilizar a fêmea, porque se eu esterilizo macho, se ela... Suponha que ela acasala no
período de reprodutivo do cio e ela acasala com cinco machos. Se eu esterilizar quatro desses cinco machos e
sobrar um não estéril, ela vai ter que reproduzir. Então, nesse sistema de poliandria, esterilização de fêmeas
é mais eficaz na redução. Esterilizo a fêmea e ela sai do processo. No sistema de poligenia, um macho forma
o harém, um macho cruza com várias fêmeas formando o seu harém, a esterilização dos machos, ela é mais
efetiva do que das fêmeas. Eu esterilizo apenas um macho e todo aquele harém dele ali não reproduz. Veja
que se esse processo de esterilização não comprometer a dominância do macho nesse sistema. Às vezes eu
faço a esterilização nesse animal, esse animal deixa de ser o dominante e outro ocupa o lugar dele e eu tenho
a reprodução. Então, conhecer esses mecanismos e conhecer isso em vida livre é fundamental para que eu
possa reduzir o impacto, produzir o melhor impacto possível com o recurso que a gente tem, que normalmente
é sempre limitado. A Vanessa trabalha no governo federal, sabe que a gente sempre tem muito menos
dinheiro do que a gente gostaria de ter para fazer as ações. Considerar esse sistema, obviamente você fala o
cão. O cão pode ter em vida livre um sistema de acasalamento, mas quando você tem, por exemplo, o cão
com o supervisor, aquele cão que fica isolado, ele tem um sistema que é diferente do que a gente poderia
imaginar. Quando os animais estão soltos, você imaginar uma fêmea no cio, tem vários machos em volta, um
sistema mais semelhante à poliandria, mas quando você tem supervisionado e o tutor controla a reprodução,
normalmente você tem um macho e uma fêmea. Isso acontece quando, por exemplo, eventualmente o macho
pulou ao quintal e cruzou com aquela fêmea, ou a fêmea escapou e foi coberta por um macho. Então, é um
sistema que, quando o homem entra no ciclo, esse sistema de acasalamento foge do sistema que a gente
imaginaria natural. Os animais que não têm supervisão, eles têm um sistema diferente. Então, as estratégias
para essas duas populações têm que considerar esse sistema de acasalamento. Eu acho que eu falei os cinco
minutos Vanessa? Até passei, mas a gente vai ter oportunidade de discutir, acho que esses são os aspectos
relevantes. A gente simulou, eu não vou mostrar isso para vocês, os impactos de esterilização em diversos

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cenários, mas efetivamente a gente vai poder discutir. Fico feliz de ver que a Camila está trabalhando na
consultoria, fico feliz de ver a Ana Pérola. Tem muita gente boa que foi formada e hoje, se antes a gente falava
e tinha poucas pessoas, hoje a gente tem muitos aí para discutir e debater. O Biondo está aí, então, vai ser
uma tarde que a gente pode detalhar mais efetivamente esses impactos. Eu acho que o principal é esse,
Vanessa, e aí a gente, como disse, vai para as discussões mais na tarde. Obrigado.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Fernando. Realmente era uma parte
fundamental para a gente compreender e não poderia deixar de ter sido apresentada. Muito obrigada por
retomar a fala. Bom, gente, dando seguimento, agora a gente está no painel 2, falando sobre o senso animal,
animais domiciliados em situação de rua. A gente queria convidar aqui representando o Ministério da Saúde
e aí, só para confirmar, eu vi uma fala aqui no chat, eu não sei se quem vai apresentar é a Ana Pérola ou se é
a Ana Júlia.
A SRª. ANA JULIA SILVA E ALVES – (Epidemiologista egressa do Episus e Representante do Ministério da
Saúde – MS) − Oi, Vanessa, bom dia, tudo bem?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia, bom dia. Vai ser você, Ana?
A SRª. ANA JULIA SILVA E ALVES – (Epidemiologista egressa do Episus e Representante do Ministério da
Saúde – MS) − Vai ser eu. A Ana teve uma entrevista, está chegando já, mas eu posso falar um pouquinho
sobre o que você pediu para falar.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Que ótimo. Então, deixa eu te apresentar. Então, gente, eu gostaria
de chamar, então, a professora Ana Júlia Silva e Alves, médica veterinária formada pela Unesp, mestre e
doutora em ciências no programa de pós-graduação em epidemiologia experimental aplicada a zoonoses,
egressa do EPSUS avançado no Mato Grosso do Sul e atualmente é consultora técnica do Grupo de Saúde
Única do Ministério da Saúde. Então, muito obrigada, bem-vinda, a palavra é sua.
A SRª. ANA JULIA SILVA E ALVES – (Epidemiologista egressa do Episus e Representante do Ministério da
Saúde – MS) − Obrigada, Vanessa, parabéns pelo evento, obrigada pela oportunidade de a gente falar um
pouquinho sobre essa questão. O nosso coordenador gostaria de estar, mas ele está ausente, está em férias,
então, ele pediu para a gente falar um pouquinho sobre a questão do plano da Pesquisa Nacional de Saúde
que você comentou. Então, primeiro eu queria só comentar um pouquinho onde a gente está inserida aqui
dentro do Ministério da Saúde. Eu estou dentro do GT Saúde Única, juntamente com Ana Pérola. A gente
trabalha dentro da coordenação geral de zoonoses, com algumas zoonoses de relevância em saúde pública,
raiva, leishmaniose, muitas delas tem total a ver com a questão da estimativa populacional. A esporotricose é
um dos agravos que a gente também tem trabalhado aqui dentro do GT. Então, a gente acredita que essa
mensuração, essa estimativa populacional vai ajudar muito no manejo e controle das zoonoses, que é uma
atribuição do Ministério da Saúde, essa prevenção e controle das zoonoses na população humana. E com
relação ao pedido que você fez para a gente falar um pouquinho, foi que não sei exatamente qual mês que
foi, mas a gente teve uma reunião com o Ministério do Ambiente, a doutora Vanessa esteve aqui, para a gente
poder inserir algumas outras, ver a possibilidade de inserção de algumas outras perguntas na Pesquisa
Nacional de Saúde. Então, como todos sabem, a Pesquisa Nacional de Saúde é um projeto dentro do Ministério
da Saúde, que tem como objetivo principal produzir dados no âmbito nacional sobre questões de saúde, o
estilo de vida da população brasileira, a questão da atenção à saúde também. E tem algumas perguntas que
já são relacionadas aos animais, principalmente relacionadas se tem animais ou não. E aí foi feita uma reunião,
a gente conversou aqui, a Vanessa veio e fizemos uma proposta de inserção de mais duas perguntas
relacionadas principalmente à questão da castração. Então, quantos gatos existem no domicílio, os machos
ou fêmeas que foram castrados e também a mesma pergunta relacionada a cães. Então, essa foi a proposta.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gente, eu queria pedir, por gentileza, que quem estiver com o áudio
aberto, que desligue. Têm algumas pessoas que eu não estou conseguindo desligar o áudio e eu vou excluir

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da sala, porque eu estou pedindo no privado. Então, quem não desligar e eu não conseguir desligar por aqui,
eu vou excluir, está bom? Para não atrapalhar a apresentação. Desculpa, professora.
A SRª. ANA JULIA SILVA E ALVES – (Epidemiologista egressa do Episus e Representante do Ministério da
Saúde – MS) − Não, imagina. Imagina. Então, essas perguntas, elas foram, juntamente com o Ministério do
Meio Ambiente, foram feitas como propostas para entrar na próxima Pesquisa Nacional de Saúde, que a última
foi em 2019. Eu ouvi alguém falando assim que o número, quando comparado com a Pesquisa Nacional de
Saúde, é menor, feito no Censo, acredito que foi o professor de Curitiba que comentou, porque realmente
essa pesquisa é a cada quatro anos. Então, provavelmente esse número, ele tem uma... É meio transversal
naquele momento, mas que pode haver realmente uma subestimação ao longo do tempo, por causa dessa
periodicidade. Essa foi uma proposta, ainda está em discussão, então, tem toda a questão da parceria com o
Instituto Brasileiro, IBGE, e aí tem todo esse processo para poder inserir, então, ele ainda está em processo,
mas a gente acredita que vão ser informações importantes para esse manejo populacional ético de cães e
gatos, eu acho que vai ser importante. Então, para a gente, essa contribuição vai ser um ponto forte, até para
a gente pensar nas nossas próprias ações, quanto o Ministério da Saúde na prevenção e controle de zoonoses
aí. E, até vendo algumas falas, essa questão dos animais de vida livre, os animais [Ininteligível], eles são
fundamentais desse processo, conhecimento dessa população é muito importante, visto que algumas
zoonoses, elas são, a transmissão, a dispersão, ela ocorre mesmo no ambiente e aqui eu trago muito o
conceito da saúde única, e para a gente tentar olhar nesses três elos e tentar combater os elos da melhor
forma possível para a gente conseguir ter uma qualidade de vida, tanto para a população humana, quanto
também para a população animal. Então, é um desafio, eu acho que todos aqui têm excelentes pesquisadores.
O Sr. Fernando, convivi bastante tempo com ele lá na USP e acredito que esse debate vai ser muito rico. E aqui
como o Ministério da Saúde, a gente se coloca à disposição, Vanessa, nesse trabalho em conjunto, a gente
tem feito muito trabalho em conjunto, a gente também está trazendo a pauta do transtorno de acumulação,
de pessoas em situação de acumulação, que a gente tem iniciado esse trabalho, que tem tudo a ver também
com esse processo, então, eu acho que a gente vai ter bons frutos aí nesse debate. A gente se coloca à
disposição aqui no GT Saúde Única do Ministério da Saúde. Obrigada, Vanessa.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Dra. Ana Júlia. Realmente a parceria com o
Ministério da Saúde tem sido imprescindível, tanto para a elaboração desse levantamento... Gente, eu vou
pedir para quem tiver como co-host ajudar a mutar as falas que estão ligadas, muito obrigada. Então, não só
com esse levantamento do censo mas também nesse boletim dos acumuladores no GT Saúde Única, eu tenho
certeza que serão excelentes trabalhos. Inclusive, eu já deixo o convite para vocês voltarem na próxima sexta,
em que a gente vai ter o painel sobre a questão da acumulação. Também seria muito importante a gente
contar com vocês. Essa possibilidade dessa pergunta no levantamento, ela vai ser, assim, primordial para a
gente fazer o conhecimento forte, orçamentário nessa política. A questão do, a partir do momento que a gente
tiver a criação do Sistema Nacional de Controle Populacional de Cães e Gatos, fazer esse registro, a
microchipagem. A gente também vai gerar conhecimentos que podem ser cruzados com os bancos de dados
do Ministério da Saúde. A gente tem essa cidade que tem uma superpopulação de gatos, e aqui está dando
incidência de esporotricose, ou seja, já geram novos dados para a gente poder estar fazendo, pensando
políticas públicas em conjunto. Então, muito obrigada e vamos seguir. Então, gente, a gente passando aqui
para o... Eu vi que a Sílvia chegou aqui na sala e ela está com dificuldade de conexão. Então, Sílvia, só
confirmando se você já está na sala e se você já quer fazer sua fala agora, porque eu sei que você está em
trânsito e a sua... Sílvia, você está online?
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Bom dia, não
sei se vocês estão me ouvindo.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estamos ouvindo, sim. Você vai poder ficar com a sua... Você já
gostaria de fazer sua fala agora, que você está com aquele problema de horário?

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A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Não, posso
fazer, sim. Eu saí da reunião agora, vocês estão me ouvindo?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Ham, ham, estamos ouvindo.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Ah, que bom.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está bem. Gente, então, eu vou só apresentar para vocês e pedir
licença para fazer uma inversão, que a professora Sílvia, ela vai fazer uma fala do painel 7: Impacto Ambiental
e na Fauna Silvestre, mas só porque ela está em trânsito e está com dificuldade de ficar, permanecer toda
manhã, está bem? Então, a gente vai fazer essa inversão. Eu gostaria, então, de chamar a professora Sílvia
Neri Godoy, ela que é analista ambiental do CEMAV, do ICMBio, com mestrado em patologia pela USP e
doutorado em ecologia de agroecossistemas pela USP também. Ela realizou o pós-doutorado em
epidemiologia pela USP sob orientação do professor Fernando. Então, muito obrigada, para a gente é uma
alegria ter a participação sua pela pesquisadora que você é e também pelo significativo que é também a gente
contar aí com a participação do ICMBio, entidades co-irmãs, IBAMA, ICMBio e MMA, para a gente está aí
pensando em como fazer esse programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e Gatos e eu já queria,
assim, anunciar de público que a gente quer muito roubar o nome do programa de vocês, o “Cãoservação”.
Então, bem-vinda, a palavra é sua.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Oi, estão
dando para me vir, então? Eu que agradeço, peço desculpa essa confusão, gente, que eu falo que agora meu
dia e noite está dedicado à influenza aviária Então, eu passo o dia inteiro em reunião, mas eu gosto muito
desse tema, o tema que o Biondo está aqui exagerando, Biondo, no chat. Obrigada, mas não, o trabalho dele
é muito bacana lá com os javalis. Mas voltando, queria agradecer muito o convite, queria está mais
participativa nesse tema, que é um tema que eu gosto muito. Eu me envolvi, vou colocar minha apresentação
aqui, eu me envolvi nesse tema porque antes de eu... Ixi, eu estou desabilitada, a gente tem que habilitar.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, agora você consegue, agora. Deu? Agora.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) – Agora sim.
Então, é um tema que eu gosto muito Eu entrei agora, não vi nem as outras apresentações, infelizmente,
estava em outra reunião e a tarde tem outra de influenza, mas eu estou bem contente e quero muito colaborar
com esse tema Esse tema foi do meu pós-doc, no qual o Fernando que me orientou Que foi impacto de cães
e gatos domésticos em animais selvagens. Eu era do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de mamíferos,
de mamíferos carnívoros Também vinculado ao ICMBio, aqui é o logo do VPS, que é o departamento de
epidemiologia lá da FMVZUS, na qual o Fernando me orientou e esse aqui é o nosso logo do programa, que a
gente quer que ele tenha continuidade mesmo, Vanessa. E é legal porque esse trabalho, a Ana Pérola, que
infelizmente eu só vi ali no chat que ela não pode estar aqui, ela participou, o Fernando nos orientou, a Beatriz
do ICMBio, então, a Ana Pérola hoje está na saúde, o Fernando que está na agricultura e eu aqui no meio
ambiente, então, por pensar a interlocução entre os três, óbvio que cada um acabou indo para um lugar, mas
a gente, acho que os três gostam um pouco, quatro A Beatriz Vaz, eu não sei se ela está aqui, acho que ela ia
conseguir entrar só depois das dez, que também é do ICMBio, que foi uma das principais incentivadoras desse
projeto, então, a gente quer que ele continue, Vanessa, sabe? Claro que aqui cada um acabou tomando um
rumo e não necessariamente consegue tocá-lo mais integralmente, mas tenho certeza que todo mundo quer
que ele tome asas. Então, só colocar aqui para vocês bem rapidamente, que eu não sei o que foi apresentado,
peço desculpa. Que as áreas naturais ou protegidas, elas estão cada vez mais comprimidas em decorrência do
aumento da população, em decorrência das áreas cultivadas, expansão urbana e quando eu tenho gente

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chegando próximo à floresta, eu tenho lixo e, consequentemente, quando eu tenho lixo, restos de comida, eu
tenho a aproximação De animais domésticos, em especial, cães e gatos, que acabam levando, muitas vezes, a
uma superpopulação, é muito comum as pessoas reclamarem: “Ah, aqui tem uma superpopulação de cães e
gatos.” Por exemplo, lá no Parque Nacional de Brasília, antigamente, um lixão ali. “Ah, a gente não consegue
terminar com esse problema.” Ainda tem um pouco mas um lixão a céu aberto durante anos, que acabava
sendo atrativo de alimentação para cães e gatos, ali, o resto de comida. Bom, hoje a gente tem como as
principais ameaças da biodiversidade, a destruição e a degradação de hábitos, a subexportação, que é
exploração excessiva, caça, pesca, poluição dos hábitos, a presença de espécies exóticas invasoras, como o
Biondo falou e trabalhou lá, muito bem com o javali, se a gente for pensar no cão e gato, ele é uma espécie
invasora, quando ele está em um hábito que não é dele, quando ele está na, ali na, numa mata, numa floresta,
e hoje o que vem sendo muito estudada a presença de doenças, que acaba sendo uma, uma ameaça que a
gente chama de silenciosa. Que as outras coisas, a degradação de hábitos, a poluição dessas coisas, muitas
vezes é visível aos nossos olhos. Já a presença de doenças, muitas vezes os animais são acometidos por
doenças de animais domésticos, porém, elas acabam vindo a óbito ali na própria mata e ninguém fica sabendo.
Então, as principais causas do aparecimento de doenças infecciosas hoje, emergentes nos animais silvestres,
a introdução de animais domésticos e silvestres em novo hábitos, o tráfico de animais, é muito comum,
aumento da densidade populacional, que leva ao aumento da suscetibilidade à doença, imunossupressão de
animais de vida livre, ou seja, muitas vezes, nos animais existe uma redução do hábito da sua área de vida,
então, e a proximidade ali com outros, com outras espécies. Só que eu vou mostrar o que a gente bem ou mal
consegue ver Então, de animais domésticos, é muito comum quem trabalha em clínica veterinária, chegar no
animal assim, daí a gente sempre tem o nome dele, é claro, e eu também, mas a gente esquece que além dele,
possivelmente o silvestre aqui, que a gente não viu, possivelmente veio a óbito, aqui a predação por gatos,
como todo mundo também acha bonitinho, o gato trazer o... “Ah, ele me trouxe um presentinho, ele me
trouxe uma presa.” A gente, muitas vezes, acaba vendo só o lado dos domésticos e eu não estou falando que
não deve ser visto, pelo contrário, a gente tem que pensar no bem-estar, tanto para o doméstico, quanto para
o silvestre. É que eu falo que o lado do silvestre, muitas vezes, fica ali, silencioso, porque ninguém viu, morreu
ali na mata mesmo. Então, aqui na predação é uma coisa muito frequente, e muitas vezes os cães,
principalmente, eles acabam predando, aqui é gato mas acabam predando animais silvestres e acabam nem
consumindo, que são animais domiciliados, têm proprietário, muitas vezes. Apesar que hoje a gente já tem
problema com animais domiciliados, então, é muito comum ser vídeos serem atacados por cachorros também.
Então, a predação, a gente tem que é visível, e a doença, que é uma ameaça silenciosa. Aqui acaba sendo,
muitas vezes, um problema de saúde pública e um problema na sanidade de animais de produção, por isso
que é muito importante os três ministérios estarem aqui. Aqui eu sempre coloco essa foto, essa foto é bem
clássica, que é do surto que teve de cinomose nos leões lá no Serengeti. Esses animais, as populações de leões
lá no Serengeti quase foram extintas por cinomose, porque eles começaram, eles estavam muito próximos a
aldeias, onde tinha uma grande quantidade de cachorros não vacinados que tinham, periodicamente, surto
de cinomose e eles começaram a se alimentar desses animais, e acabou levando quase à extinção dessas
populações. Na época, o Instituto Smithsonian de Washington foi lá, fez um trabalho de vacinação em torno
dos cães para evitar essa transmissão. E aqui no Brasil, o que a gente tem visto com muita frequência, gente,
é a presença de animal silvestre com sarna sarcóptica, é muito comum, muito comum. Então, porque cada vez
mais a gente tem, como eu falei, essa intersecção, esse contato de animais silvestres com animais domésticos
e a sarna vem sendo um problema muito recorrente. O lobo-guará, cachorro do mato, tem sido
frequentemente observado com sarna. Aqui, essa foto é de um menino do ICMBio também, o Rodrigo Jorge,
que também trabalhou com doenças oriundas de animais domésticos para silvestre. Então, isso aqui é uma
espécie super ameaçada, que é o cachorro-vinagre, e lá em Nova Xavantina, os animais foram acometidos com
sarna, alguns até vieram a óbito de tão imunossuprimidos que estavam por conta da sarna. Bom, gatos, eles
estão introduzidos globalmente, eu acho que não vou ficar falando isso, que eu também estou me estendendo
demais, mas só colocar alguns modelos que já foram previstos para o mundo, aqui nos Estados Unidos, os
gatos, eles acabam abatendo cerca de 2,4 bilhões de aves por ano e 12,3 bilhões de mamíferos. Se um gato, a
gente colocar na Inglaterra que um gato preda 11 animais durante 6 meses, com 9 milhões de gatos presentes
lá, a gente teria 200 milhões de animais predados por ano. Esse número de óbitos causado pelos gatos, ele

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acaba sendo maior do que causas antropogênicas, como atropelamento, envenenamento, que eu tanto falo.
Cães a gente tem... Claro que existe aquelas estimativas variadas, 900 milhões, mas inclui aqueles países que
ainda se alimentam de cães e gatos, Estados Unidos 73 milhões, no Brasil 52 milhões, isso aqui acabou
chocando um monte de gente, o Brasil tinha mais cachorros de estimação do que crianças em 2014 até 14
anos. Bom, e por mais que a gente tenha a segunda maior população de cães e gatos do planeta e que
movimente bilhões de anos pelo mercado pet, a gente tem essa situação aqui extremamente frequente.
Então, isso aqui acaba sendo destinado a uma população-alvo ali. Bom, a gente tem diversos estudos,
principalmente em fragmentos de Mata Atlântica, ligados à predação, ligado à mudança de cães domésticos
que começam a aparecer muito em armadilhas fotográficas, análise de presas, efeito de borda, dieta, do que
esses cães estão se alimentando ou não e hoje a gente tem a presença ou não de doenças que tem sido
estudado também. Bom, aqui a gente tem vários trabalhos que falam desse impacto, principalmente eu acabei
focando muito mais em cão do que gato, teve uma menina no estudo que focou mais em gato no nosso
projeto, no Programa Cãoservação. Então, esse é um livro bem clássico que fala do impacto dos cães
domésticos. Depois, se alguém quiser esses aspectos, esses materiais, eu posso passar. Bom, aqui só para
mostrar a gente tem muitos... Porque tem cachorro Eu estou falando dos impactos de cães gatos, mas eu
tenho um monte de cachorro. E aí, eu acho muito interessante uma pessoa aqui colocando para adoção um
gatinho que foi encontrado e as pessoas começam a xingar. E ela colocou alguns pré-requisitos, ser pelado,
ter condicionamento de amarração de qualidade, levar o veterinário, castrar quando tiver serviço. E as pessoas
começaram a xingar a pessoa que estava colocando essas condições. Diga não aos gatos desgatificados. É mais
fácil eu adotar uma criança do que um gato. Meus gatos caçam todo dia para mim, eu acho isso muito bonito.
As pessoas realmente não têm, é falta de informação mesmo, elas não têm a informação do que aquilo pode
causar a longo prazo para fauna selvagem. Só que é uma pesquisa que a gente fez em UCs federais, mostrando
que 88,5% das nossas unidades de conservação federal têm a presença de cães e gatos no entorno. No entorno
não, dentro, desculpa, tem registros dentro da UC. E aí que eu vou falar bem rápido, gente, porque eu sei que
eu deveria ter sido mais resumida Aqui a Beatriz Weissmann, que é do ICMBio, que foi a pessoa...
A SRª. ZELIA − Três minutos para concluir, Silvia...
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Que ajudou
muito a gente a fazer esse trabalho do programa de conservação, e aqui o professor Fernando Ferreira, que
todo mundo conhece e já apresentou. Então, aqui é um programa de conservação que a gente pensou em um
ambiente melhor da época para os carnívoros selvagens, porque eu fazia parte do CENAP, pensando nos
animais domésticos e no homem também. Então, começou o trabalho porque a Beatriz, ela tinha um grid de
armadilhas fotográficas para capturar imagens de onça, mas o que mais estava aparecendo eram os cães
domésticos. Então, no mesmo lugar onde eu passava um animal super ameaçado, como o cachorro do mato,
eu tinha a presença de cães domésticos nas armadilhas fotográficas. Aí aqui, só para mostrar, a mesma
armadilha fotográfica que fica no limite do parque, mostrando a entrada dos cães domésticos, mesma
armadilha. Passando uma grande quantidade de quati, que pode ser extremamente sensível a algumas
doenças de cães, como cinomose. Todo mundo usando, mais cachorro entrando. É claro, gente não tem as
vocês cercadas, e isso nem pode acontecer. O mirara passando, que é extremamente sensível a cinomose
também. Queixadas, isso tudo na mesma armadilha fotográfica. Só para mostrar, gente, às vezes eu não tenho
o contato direto com aquele indivíduo, porém, eles estão usando a mesma área. Dois lobinhos, eles estão
usando a mesma água, eles estão fazendo xixi e cocô no mesmo lugar. Mais cachorro entrando. Tudo no
mesmo lugar. Muitos animais... O [Ininteligível] pelado, que também é bem sensível a cinomose, usando a
mesma área. O cão passou, fez xixi, fez cocô ou pode ter deixado alguma secreção. Um gato do mato pequeno.
Aqui mostrando que tem um cachorro que até levantava a mão, levantava a perninha e fazia xixi. Mostrando
que eles estão deixando podem estar ali deixando agentes fotogênicos. Nossa, e daí, então, era criar uma
direção sanitária para as unidades de conservação que vinham sofrendo esse fato decorrente da
superpopulação de animais domésticos do seu interior e entorno. E a gente pegou esse parque estadual Carlos
Botelho como modelo, que é um grande remanescente de Mata Atlântica aqui no estado de São Paulo. E esse
parque era interessante porque tinha dois bairros que eram bem isolados da área urbana da cidade, que é São
Miguel Arcando, e que estava crescendo muito próximo ao parque. E consequentemente a sua população

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também. Então, a gente fez o que? Caracterizou a instituição, foi lá, bateu de casa em casa para fazer
realmente o censo dos animais durante três anos nesses dois bairros. Quantos animais tinham, o que eles
comiam, eles caçavam ou não caçavam, se reproduziam ou não se reproduziam, eram vacinados ou não eram.
E a gente foi tentar ter um perfil do que acontecia naquele bairro do entorno imediato e esses animais que
eram de onde esses animais estavam aparecendo nas armadilhas fotográficas. Então, a gente vê aqui de tudo.
A SRª. ZELIA − Silvia, só para informar, 15 minutos, por favor.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Oi?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Já deu 15 minutos, ela falou.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) − Ah, então,
está bom. Então, só mostrar que a gente fez a pontuação de todas as residências que a gente fez, coletou
material biológico desses animais, dessas comunidades, dos gatos também. Então, encontrava animal que
tinha brigado com um animal doméstico, fez a captura dos animais selvagens também dentro do parque,
coleta do material para ver o que eles tinham e aí, infelizmente, a gente encontrou cenas como essa, esse aqui
é um animal, esse aqui é um animal, um cachorro do mato apresentando sintomas de cinomose. E aí a gente
acabou levando esse material para a USP. Então, ele estava com sinais neurológicos bem evidentes.
Normalmente esse animal morreria dentro do mato e a gente não veria. Levou esse material da USP e foi
realmente caracterizado como cinomose e feita a análise filogenética foi visto, realmente se tratava do vírus
que era compatível com o vírus de cão. Colocamos também colar GPS nos cães, às vezes a gente agradava e
colocava um colar antifuga também [Ininteligível] para ver o quanto que eles estavam permeando aquilo no
[Ininteligível] dos cachorros e o quanto que eles estavam usando um parque estadual Carlos Botelho.
Calculamos as áreas de vida deles, fizemos uma educação ali ambiental para eles, fomos nas áreas, fomos nas
casas das pessoas, fizemos trabalho nas escolas e a nossa intenção era reduzir o contato de domésticos com
os selvagens. A gente achou que ia chegar lá e ia fazer um, ia levar uma cartilha pronta e poder extrapolar
para as outras UCs, mas a gente viu que a solução não era tão fácil, porque tem vários problemas sociais
juntos. Então, a gente precisa ver um problema como um todo. A gente estava fazendo só uma mitigação do
problema, pensando ali nos prédios, mas por que que aqueles cães estavam ali? Por que que tinha aquela
superpopulação? Então, cada lugar acaba tendo sua particularidade e tem que ser trabalhado de maneira
diferente para se construir uma solução conjunta com a comunidade, pensando em educação, infraestrutura,
desenvolvimento social, saúde a longo prazo e nessa questão de saúde única, porque é para mostrar a equipe.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Sílvia, já deu os 15 minutos? Desculpa, eu vou ter que interromper.
A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) – Não, mas já
acabou. Você está certa.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu agradeço imensamente pela apresentação. Eu queria muito que
se você pudesse compartilhar conosco os estudos completos que você fez, porque vai ser especialmente
importante para gente fundamentar esse programa dentro do Ministério do Meio Ambiente. Você sabe muito
bem que às vezes a gente tem um estranhamento e até talvez alguma resistência. “Ah, por que que a gente
vai fazer um programa de castração de cães e gatos? Será que cães e gatos não é assunto de outro Ministério?
Por que que está dentro do Meio Ambiente?” E a gente tem trabalhado muito nessa conscientização, que sim,
um programa de manejo nacional de cães e gatos é fundamental também para preservação dos animais
silvestres. Então, como encaminhamento, não sei se à tarde você vai voltar a participar conosco dos trabalhos,
eu imagino que não, pelo seu outro compromisso com a gripe aviária, mas se você puder compartilhar a
íntegra desse estudo, ele vai ser muito importante para fundamentar a criação do programa dentro do MMA.
Então, mais uma vez...

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A SRª. SÍLVIA NERI GODOY (Analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves
Silvestres - CEMAVE do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio) – Acho que eu
já mandei para alguém da sua diretoria, mas eu compartilho com quem estiver aqui. A Ana Pérola, eu vi está
aqui também, ela é muito boa na questão de lidar com a população, com a perspectiva da população, e a
gente está à disposição, porque vocês precisaram. Desculpa ter sido tão corrida, eu queria muito aproveitar,
mas nos outros encontros eu vou estar, que hoje realmente foi muito complexo. Desculpa, viu? Muito
obrigada.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada a você mais uma vez, foi excelente. Bom, gente,
então, dando andamento, e aí eu já peço desculpa, viu, gente, para gente seguir a programação aqui, a gente
vai estar fazendo a sinalização dos tempos de fala. Dando continuidade ao painel 3, então, nós vamos falar um
pouquinho dando seguimento ao registro e identificação de animais e os processos de microchipagem. A
professora Patrícia está na sala já? Patrícia Carvalho? Patrícia Carvalho está na sala?
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Ei, bom dia, estou assim.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, bom dia, muito obrigada.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, deixa eu apresentá-la. Então, a Patrícia Carvalho, ela que é
formada em Direito, com pós-graduação em Direito Ambiental, e atualmente está fazendo também uma pós-
graduação em Gestão Ambiental. Ela é coordenadora do Núcleo da Fauna Doméstica da Secretaria do Estado
do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais. Então, muito bem-vinda, e a
fala é sua. Quando faltar 3 minutos para o tempo, o pessoal vai sinalizar, conclua, professora, e você sabe que
você tem mais 3 minutos em diante. Obrigada, bem-vinda.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) – Está joia, obrigada. Eu vou compartilhar aqui
a apresentação. Só um minutinho. Um minutinho por gentileza, gente. Está compartilhando? Está aparecendo
para vocês?
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Sim, pode continuar.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Vou tentar colocar ela no formato da
apresentação. Só um minutinho, por gentileza. Bom dia a todos. Meu nome é Patrícia, eu sou atualmente
coordenadora do Núcleo de Fauna Doméstica aqui da SEMAD, de Minas Gerais. Fui convidada, especialmente,
para falar com vocês a respeito da nossa experiência com relação ao item de microchipagem e registro dos
animais. Temos muitas outras ações além dessa, mas vou me ater à questão da identificação, do registro e
identificação dos animais. Nós criamos aqui em Minas Gerais esse programa chamado Programa Estadual de
Microchipagem, conheça o seu amigo. Porque nós temos, como já foi falado amplamente na semana passada,
nós temos a Lei Estadual 20.970 que fala, que traz as diretrizes sobre a proteção, identificação e controle
populacional de cães e gatos, e ela fala que compete ao município com o apoio do Estado, dentre diversas
outras competências, compete a identificação e o controle populacional. Porém, ela dá essa competência
originária para o Estado de disponibilizar um sistema de banco de dados padronizado e acessível que armazene
as informações dos animais, os dados dos animais. Aí, por conta dessa obrigação originária que a lei nos
repassou, nós pensamos assim: Nossa, como que nós vamos conseguir incentivar os municípios a fazerem, a
realizarem a microchipagem, a identificação dos animais através do microchip e fazê-los preencher o nosso
banco de dados. Então...
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Gente... Só um pouquinho, professora. Eu vou pedir para todo mundo
desligar o áudio, porque tem uns áudios que a gente não consegue desligar e aí começa a dar interferência e

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a gente tem que tirar a pessoa da sala, e quando a gente tira da sala, ela não consegue voltar depois. Então,
assim, para evitar isso, vamos observar o áudio, por favor? Obrigada.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Então, por conta dessa... Para a gente poder
conseguir cumprir a nossa obrigação originária de disponibilizar esse banco de dados, nós criamos o programa
estadual de microchipagem, considerando todos os benefícios da microchipagem. Esse programa que nós
criamos, ele consiste no Estado, ele repassa para os municípios microchips e o leitor de microchip no
quantitativo referente a 10% da população de cães e gatos do município. Em contrapartida, também para a
gente poder conseguir fazer com que o município realize as trações e a microchipagem, a gente condicionou
como contrapartida do município para participar desse edital e receber os microchips que o município realize
a castração dos animais. Então, todo animal que é microchipado pelo município que participa do nosso
programa, ele tem que ser castrado e essa castração tem que ser preferencialmente para os animais da
população de baixa renda, animais tutelados por ONGs e protetores em lares temporários. Aí, nós
disponibilizamos...
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Com licença, só para interromper, Patrícia, os slides não estão
passando.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Não estão passando, gente? Não, para mim
aqui parece que está passando normal. Então, eu vou tirar do modo apresentação, só um minutinho. Eu acho
que ele vai aparecer para vocês. Melhorou? Está aparecendo agora?
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Sim, introdução.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Ah, está bem. Eu já falei. Esse slide já vai
passar?
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Pode pôr no módulo apresentação também, por favor.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Ele estava no módulo apresentação, mas não
estava passando. Eu vou deixar ele assim mesmo. Pode ser, gente? Está dando para vocês verem? Ok. Então,
está bem. Então, eu já vou passar para o slide que fala do programa. Como eu estava falando, esse programa
ele vai beneficiar o intuito dos municípios. A gente seleciona os municípios através de editais. Nós estamos
publicando a nossa previsão, agora a gente já tem a previsão orçamentária para isso, para publicar um edital
por ano, para poder selecionar os municípios interessados em participar do programa. E os municípios têm
um critério de pontuação para os municípios serem selecionados e eles recebem os microchips e o leitor de
microchip para poder realizar as microchipagens. Nós, para poder fomentar, passamos os microchips para os
municípios e nós criamos um sistema de identificação dos animais domésticos para que esses municípios
coloquem as informações. E esse sistema, ele é disponibilizado para todos os municípios que participam do
programa e também para todos os municípios do Estado poderem colocar, que façam a microchipagem,
independente de ser... Participar do nosso programa ou não, que façam a microchipagem. Esse sistema, ele
inicialmente, a gente abriu ele somente para municípios realizarem o cadastro das informações, mas aí, como
nós começamos a receber solicitações de OSCs parceiras, OSCs que queriam cadastrar também essas
informações, de clínicas que realizam a microchipagem também querendo cadastrar as informações, aí nós
abrimos para que essas... A gente criou um usuário específico, tem os usuários específicos para município,
usuário específico para as entidades, aí a gente libera o acesso do usuário e ele registra as informações no
sistema. O município, aqui nós, SEMAD, nós temos acesso às informações de todos os municípios, de todos os
parceiros, de todos que realizam os cadastros dos animais. O município, ele vai ter acesso a todas as
informações dos animais cadastrados no município dele, seja cadastrado por ele, seja cadastrado pelos
parceiros. E o parceiro que cadastrar, ele vai ter acesso somente às informações que ele cadastrou, mas ele
pode nos pedir, nos solicitar, ou solicitar ao município as informações. Por conta da LGPD, a gente teve que
limitar dessa forma, em consulta aqui ao nosso jurídico, a gente teve que limitar dessa forma os acessos.

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Assim, bem resumidinho mesmo para vocês, a gente na página do sistema, a gente explica o que é o programa,
o que é o sistema, a gente explica como que funciona, como que eles têm que... os municípios, os interessados
em terem acesso como usuário, como que eles têm que proceder para nos solicitar esse acesso. A gente
colocou lá perguntas frequentes que nos fazem, a gente colocou o item de perguntas frequentes e referente
ao sistema em si, ele pede as informações, os dados do animal, categoria, nome, espécie, raça, pelagem,
coloração, sexo, idade, ele permite que se coloque duas fotos do animal, ele pede, ali tem a data da
microchipagem, o número do microchip, a data da esterilização, o nome da clínica, veterinário, número de
CRMV e observações, onde os municípios podem colocar outras informações para que sirvam a nível de
consulta para eles mesmos, e tem os dados do tutor e da instituição de permanência. Os municípios, os
usuários, eles conseguem extrair uma planilha Excel com todos os dados que foram cadastrados e nós estamos
em fase de evolução desse sistema, onde vai ser possível verificar, onde vai entrar o módulo para o município
ou o interessado que perdeu seu animal, comunicar e verificar se ele tem número de microchip, nós estamos
fazendo várias, entre essas e entre outras, nós estamos fazendo várias evoluções porque a nossa ideia... Ele
foi um sistema bem simples, criado aqui dentro, pela nossa TI mesmo, aqui do SISEMA, nós não contratamos
no primeiro momento uma empresa para poder desenvolver, mas nós estamos evoluindo porque a gente quer
que esse sistema seja uma ferramenta de gestão para o município, não só para questões da microchipagem,
mas para outros pontos que sejam importantes para eles fazerem a gestão também, e principalmente também
para a gente utilizar como gestão dos nossos convênios em termos de fomento aqui também, então, nós
estamos nessa fase de contratação de empresa agora, no caso de empresa mesmo, para poder fazer essa
evolução, estamos trabalhando em evoluções mais simples aqui dentro, mas assim, a nossa ideia é que esse
sistema seja uma ferramenta de gestão mesmo, da informação para o município. E assim, e paralelo a esse
sistema, eu não fiz essa apresentação, porque acho que não caberia aqui, mas nós temos também aqui na
SEMAD a nossa infraestrutura de dados espaciais, e nessa infraestrutura de dados espaciais a gente consegue,
nós temos lá mapeados dados referentes ao quantitativo de animais, porque a gente utiliza aqui como base
para a estimativa populacional, a gente utiliza aqui no Estado os dados da Secretaria da Saúde da vacinação
antirrábica da Secretaria da Saúde. Nós pegamos os dados com a Saúde, com a nossa Secretaria da Saúde,
jogamos um índice de 20%, considerando que a cobertura vacinal ela, em tese, ela abrange 80% da população.
Então, assim, nós jogamos um índice de 20%, e aí a gente considera esse dado como um dado estatístico até
mesmo para a gente poder conseguir fazer as políticas, fazer esses editais que a gente lança periodicamente,
e aí nós pegamos esses dados, esse número do animal, a gente colocou nessa infraestrutura de dados nossa,
aqui da SEMAD. Então, assim, é acessível ao público para poder conseguir acessar e saber qual é o quantitativo
de animais tem no município, nós fizemos também uma camada referente à proporção de animais...
A SRª. DHARANA − Com licença, Patrícia, três minutos para concluir, por favor.
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) – Está joia, claro. Nós fizemos uma camada
também referente, cruzamos os dados do número da população de pessoas com a população de animais e a
gente tem uma camada lá que dá essa proporção de animais e pessoas por município. Nós temos lá também
uma camada que nós pegamos dados aqui da nossa fiscalização e cruzamos com o quantitativo de animais no
município, e a gente criou essa camada chamada “Prioridade para Políticas Públicas”, e a gente usa ela muito
para poder nos ajudar na regionalização do Estado, onde é mais importante a gente atuar. É muito legal, eu
faço paralelo aqui fazer uma apresentação somente referente a essas camadas da infraestrutura, que é bem
legal, mas basicamente é isso, eu acho que eu até gaguejei um pouquinho, porque é tanta coisa que eu gostaria
de falar e não dar tempo, mas estamos à disposição para poder passar ideias, para trabalhar em outras ideias,
e basicamente é isso.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, doutora Patrícia. Realmente a gente, o exemplo de
Minas é muito inspirador, e aí como encaminhamento para hoje à tarde, talvez nesse grupo de trabalho, a
gente possa, pudesse fornecer todos esses campos, o print, alguma coisa assim, de forma que como a gente
está no trabalho de criar o sistema nacional, é importante que a gente veja a experiência, o que que deu certo,
o que que foi útil, para a gente não estar reinventando a roda. Até porque, num plano futuro, a ideia é que

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todos os sistemas estaduais se comuniquem, então, quanto mais a gente já lançar o CICAD já com a previsão
desses dados, melhor. Então, talvez, não sei se você vai poder participar à tarde, mas talvez pudesse ser um
bom desdobramento, está bom?
A SRª. PATRICIA CARVALHO MACHADO (Analista Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais -SEMAD/MG) − Com certeza, estou totalmente à disposição,
à tarde eu só vou ter uma reuniãozinha, bem breve, entre 15h e 15h30, mas depois eu vou... É só nesse período
que eu vou me ausentar, mas eu estou à disposição inclusive para participar dos grupos, para poder ajudar
mesmo, passar nossa experiência. Muito obrigada, gente.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, gente, que agradeço. Bom, dando seguimento, a
professora Daniela Araújo já está na sala?
A SRª. DANIELA ARAÚJO PASSOS (Diretora do Departamento de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Jundiaí
–DEBEA/SP) − Estou sim.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, então, deixa eu lhe apresentar. Muito obrigada, professora
Daniela Araújo. Ela que criou e gerenciou o Programa Municipal de Registro e Identificação Obrigatório de
Cães e Gatos, utilizando o Microchip, em parceria com a Associação de Médicos Veterinários de Jundiaí e
região. Ela implementou também um sistema de agendamento eletrônico que estabelece a prioridade de
atendimento, tem uma lei específica, e priorizando as populações vulneráveis de Jundiaí. Então, muito
obrigada, bem-vinda e a palavra é sua.
A SRª. DANIELA ARAÚJO PASSOS (Diretora do Departamento de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Jundiaí
–DEBEA/SP) − Obrigada. Primeiro, eu queria agradecer a oportunidade de apresentar o nosso trabalho aqui
em Jundiaí, agradecer a Vânia também que fez a indicação, que me trouxe aqui para Jundiaí, me deu essa
oportunidade de aprender bastante aqui com o trabalho. Bom, eu vou compartilhar a minha tela aqui. Vamos
lá. Dá para ver minha apresentação?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Dá sim.
A SRª. DANIELA ARAÚJO PASSOS (Diretora do Departamento de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Jundiaí
–DEBEA/SP) – Está bem. Bom, eu vou tentar falar bem rapidinho para chegar onde eu quero chegar. Bom, a
lei municipal, ela foi criada agora em 2023, a 9.918, que fala que os animais precisam estar microchipados e
cadastrados no nosso banco de dados. É obrigatório isso, o prazo é de dois anos para as pessoas se adaptarem
a essa lei, sendo que os animais que são considerados de raças agressivas, e a lei especifica quais raças são
essas, ou animais que já morderam alguém, ou já feriram gravemente outro animal, ou mataram, esses
animais têm um prazo de seis meses, que termina no final do ano. Onde as pessoas devem microchipar esses
animais? No nosso departamento e aí a gente tem um público específico que é o público de baixa renda, a
gente funciona como um benefício social, pessoal que tem Bolsa Família, Conta Social de Energia Elétrica, eles
têm atendimento veterinário gratuito no nosso departamento, e também o direito à microchipagem gratuita.
A gente também microchipa gratuitamente os animais dos protetores cadastrados no departamento, os
animais da população em situação de rua, os animais comunitários, e a gente tem umas outras estratégias aí
que eu vou falar mais para frente. Quem não se enquadra nesse perfil, tem que buscar uma unidade
registradora, que são as clínicas veterinárias e os médicos veterinários que estão registrados na prefeitura,
regularizados na prefeitura, e que voluntariamente aderiram ao programa. Não é uma adesão obrigatória,
mas é uma vantagem para eles porque eles vão atrair clientes. E aí a gente lançou um edital, esse edital
estabeleceu as regras, só apresenta a documentação, as certidões negativas em dia, o FGTS e o cadastro
regularizado no município, que eles poderiam se tornar uma unidade registradora, a gente não definiu o preço
que eles vão cobrar pelo microchip, e essas clínicas são divulgadas no nosso site, então, a pessoa que quer
saber onde que ela pode microchipar, ela entra no site e já se informa ali. Essas unidades registradoras, elas
também têm que disponibilizar um leitor de microchip e gratuitamente ler o microchip dos animais que
qualquer pessoa chegar lá na clínica e falar olha, eu preciso saber, achei esse animal na rua, perdido, enfim,

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eu preciso do número do microchip desse animal. Eles vão ler o microchip e vão passar o número do microchip.
As unidades registradoras não têm acesso ao nosso banco de dados, o único acesso que eles têm é para
alimentar o banco de dados. Então, aqui, para vocês terem uma ideia, isso aqui é um panfletinho, essa primeira
página do lado esquerdo é o cartaz nosso também, e aí embaixo tem o QR Code que as pessoas batem o celular
e leva para página com a relação das unidades registradoras. E atrás do panfletinho tem as explicações, que a
pessoa tem que manter o banco de dados atualizado, se ela mudar de endereço, telefone, e-mail, ela tem que
manter esses dados atualizados. Se perder o animal, ela tem que informar, tem que mostrar que ela está
procurando por esse animal, porque se a gente encontrar esse animal e ele não estiver sendo procurado pelo
tutor, a gente pode responsabilizar por abandono. Em caso de transferência de microchip de tutela do animal,
a pessoa tem lá, vai no nosso site, ela consegue baixar o documento de transferência de microchip, depois
tem que entrar em contato com a gente para gente fazer essa transferência, e a gente consegue transferir o
microchip do animal para qualquer lugar do Brasil, porque é por CPF, ou por CEP, aliás, que a gente faz a
transferência de endereço. Inclusive no nosso sistema, a pessoa coloca lá, se ela mora na cidade, o animal fica
no sítio, tem o endereço dela e tem o endereço do animal, ela consegue fazer esse cadastro por endereço.
Enfim, a gente, então, tem feito algumas estratégias para poder implementar essa lei, então, a gente criou um
banco de dados específicos. Esse banco de dados, ele foi criado inicialmente para gente filtrar as castrações,
quem são as pessoas interessadas e a gente conseguir priorizar. A partir de perguntas que as pessoas
respondem ao cadastrar os animais, se cadastrar e cadastrar seus animais, a gente consegue filtrar. Quando a
gente faz... E o tutor, ele é responsável por manter os dados atualizados no sistema, mas tudo que ele já
registrou antes fica no histórico dos dados, a gente não perde. Então, se ele mudar o endereço
intencionalmente, o telefone para não ser encontrado, a gente consegue ter o histórico. Se alguém doa o
animal para outra e essa pessoa que recebeu o animal uma hora abandona esse animal e some, a gente pode
ir no tutor anterior e tentar identificar de quem era esse animal antes. Então, a gente também criou essas
unidades registradoras que são os médicos veterinários e clínicas. A gente também vai realizar, tem realizado
mutirões de microchipagem nos bairros mais vulneráveis, e aí é para aquelas pessoas do bairro mesmo,
porque são bairros onde a gente percebe que tem maior população de animais semidomiciliados. A gente fez
uma ampla divulgação na mídia, tanto em redes sociais, quanto em mídia mesmo, televisiva, jornal impresso,
enfim, fizemos muita, muita divulgação nas grandes mídias aqui da região, estamos participando de eventos
pets para divulgar a lei, abordando as pessoas, lendo os microchips dos animais, explicando sobre a lei, a
aceitação está sendo muito boa por parte dos munícipes. A gente também, o pessoal que faz, o departamento
de limpeza pública, quando eles recolhem os corpos dos animais, eles têm que passar o leitor de microchip e
passar para gente aqueles que vieram a óbito para gente dar baixa no nosso sistema. As associações
imobiliárias, a gente ainda tem que voltar a conversar com elas, mas eles mesmos propuseram para gente que
eles poderiam pedir para s pessoas, porque Jundiaí é uma cidade flutuante, de população flutuante também.
Então, aquelas pessoas que passam uma temporada aqui e depois vão embora, elas não colocam os animais
no sistema. Então, que eles poderiam começar a exigir o comprovante de microchipagem e registro no nosso
sistema, porque no nosso sistema dá para a pessoa imprimir o certificado também. A gente começou a exigir
dos protetores que eles nos apresentassem os termos de adoção, porque o que a gente tem de problema no
nosso sistema é que vários protetores vão lá, castram os animais e microchipam em seu nome e depois doam
e fica por isso mesmo e a gente acha animal abandonado na cidade que está em nome de protetor e eles não
aceitam transferir, eles não fazem em termos de adoção. Claro, tem protetores e protetores, mas tem muitos
protetores que não fazem. Então, a gente cortou esses protetores que não fazem isso do nosso sistema, do
nosso atendimento veterinário gratuito, que eles têm direito, e tem alguns que estão chiando, mas enquanto
eles não se organizarem, a gente não vai atender, ajudá-los também. E a gente tem um plano de futuramente
expandir o uso desse banco de dados nosso para os demais municípios da região metropolitana aqui de
Jundiaí, que são cerca de oito municípios. Eu vou apresentar agora só uma telinha do meu sistema, do DEBEA,
para vocês entenderem do que eu estou falando. Então, aqui no sistema a gente hoje tem 27.400... Eu não
estou enxergando. 452 animais cadastrados. Esses cadastros ainda são voluntários, porque ela ainda não
expirou o prazo para microchipagem e nem todos esses animais estão cadastrados. Esses animais que estão
cadastrados aí são animais que as pessoas pediram em algum momento a castração desses animais. E aí a
gente consegue ver aqui, logo abaixo desse número, os bairros em que a gente tem mais demanda, mais

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presença de animais. E o que a gente pode filtrar, por exemplo? A partir dessas perguntas que as pessoas
respondem, a gente pode, por exemplo, identificar onde é que a gente tem mais animais semidomiciliados na
cidade. Então, a gente tem cerca de 11.002 animais semidomiciliados, isso do cadastro voluntário. Com a lei
do microchip, daqui a dois anos a gente espera que a gente tenha uma noção real de animais na cidade, mais
próxima da realidade. Desses semidomiciliados, vamos colocar aqui, os que não estão castrados. Então, 6.762
animais semidomiciliados não estão castrados na cidade e aí a gente pode colocar aqui por sexo, vamos ver
as fêmeas. A gente tem 3.837 fêmeas semidomiciliadas que não estão castradas, a gente pode olhar por
espécie também. Enfim, a gente consegue fazer vários filtros, e esse é o mesmo sistema que a gente consegue,
que a gente usa para fazer a convocação para castração. Eu só estou mostrando essa tela porque as outras
telas têm dados das pessoas, dados pessoais, eu não posso compartilhar as outras telas, mas seria bem
interessante em algum momento a gente planejar isso e eu conseguir compartilhar sem divulgar os dados
pessoais das pessoas. E aí, por exemplo, vamos tirar aqui os semidomiciliados, vamos colocar aqui, o próprio
sistema, ele indica, e aí para castração, quais são os animais que são onde estão os animais com alta prioridade
de castração. Qual é a diferença? Às vezes o animal não é semidomiciliado, mas na casa ele tem do mesmo
sexo, do mesmo sexo, não, da mesma espécie, um macho e uma fêmea, um cachorro, e aí a chance de procriar
é maior. Então, a gente consegue verificar onde são os bairros que a gente tem que direcionar os mutirões. A
gente, em outras telas aqui do sistema, a gente consegue ver quais são os munícipes que têm mais animais
para castrar também, onde é que eles estão, e aí a gente convoca para a castração. Então, a gente tem vários
filtros aqui que a gente consegue fazer uma gestão do bem-estar animal aqui na cidade, do controle
populacional. Aqui a gente também tem outro relatório interessante que, eu vi vocês falando bastante aí.
Deixa eu entrar de novo aqui, que fiquei com a tela ligada um tempo, e aí caiu. Que é o de colônias de gatos,
indicadores. A gente, por exemplo, tem aqui as colônias de gato, como é que elas estão dispersas na cidade.
E aí a gente tem os status, se elas estão ativas, o que significa colônia ativa? Que as pessoas estão capturando
os animais e levando para a gente castrar. As concluídas são aquelas colônias, as concluídas são aquelas
colônias que a gente já castrou todos os animais ali, não apareceu nenhum novo, que a gente faz a marcação
de orelha, da ponta da orelha esquerda, e não apareceu nenhum outro animal, por enquanto. E as inativas,
aquelas que a gente sabe que tem, começou a fazer um trabalho, mas munícipe que captura e leva para a
gente castrar, eles acabaram abandonando esse trabalho e a gente precisa em algum momento retomar essa
colônia, mas a gente não dá conta. Então, a gente consegue ter uma noção que, por exemplo, hoje a gente já
castrou 969 gatos de colônia aqui em Jundiaí +e a gente tem cerca de 80 colônias já registradas no município.
Então, a gente tem uma outra tela que eu não vou conseguir mostrar no momento, também porque senão eu
vou mostrar dados dos munícipes que fazem as capturas dos animais, mas que fala que todos os animais são
microchipados também, para a gente saber se um animal foi encontrado, morto ou com hisprotricose, de
quem que é aquele animal? Ou é de uma colônia? Então, para a gente poder dar alguma atenção maior àquela
situação, àquela região ali. Então, a gente tem esse trabalho. A microchipagem, ela começou recente, esse
ano a gente já encontrou 15 animais microchipados aqui no município, desses 15, 7 fugiram de casa, a gente
conseguiu devolver para os animais, para os tutores, desculpa, 3 a gente constatou o abandono, a gente
multou e a gente fez boletim de ocorrência, 1 era animal semidomiciliado.
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Doutora Daniela, desculpa interromper, 3 minutos para concluir.
A SRª. DANIELA ARAÚJO PASSOS (Diretora do Departamento de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Jundiaí
–DEBEA/SP) – Está bom. Um era semidomiciliado, ou seja, estava dando só uma voltinha por ali e voltaria para
casa, mas ele foi levado embora e quando descobriu que estava microchipado, foi devolvido. Enfim, e três
casos, a gente não conseguiu concluir se foi abandono, se fugiu, a gente não achou o responsável, porque
como eu falei, Jundiaí é uma cidade de população flutuante e às vezes as pessoas vão embora da cidade,
voltam para os seus domicílios de origem. Quando a pessoa, ela não faz a microchipagem após o prazo de
microchipagem, a gente vai notificar essa pessoa para poder microchipar, dando o prazo, e caso ela não
microchip, ela vai ser multada no valor de 1 UFM, que é a unidade fiscal do município, que hoje está em torno
de R$212,00. Então, vale a pena microchipar, sai mais barato microchipar do que ser multado. Da mesma
forma, se a pessoa não atualizar os dados, a gente vai autuar a pessoa, notificar e posteriormente multar, se
for o caso. O que mais? Bom, eu acho que é isso. Eu falei bem rápido, porque eu fiquei com medo de não dar

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tempo dos 15 minutos, enxuguei mais ainda os meus slides, mas de tarde eu acho que eu consigo contribuir
com mais informações, com mais detalhes. Está bom?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professora Daniela. É muito interessante esse
registro que vocês desenvolveram, esses mapas analíticos, ele é muito importante para orientar as políticas
públicas e à tarde talvez a gente pudesse aprofundar em como vocês estão fazendo esse controle, essa
microchipagem dos animais em situação de rua, e também seria muito interessante se nesse grupo de trabalho
à tarde, você pudesse compartilhar também esse edital, que é para estabelecer as regras para a unidade
registradora, porque eu nunca vi esse outro edital em outras unidades, e talvez fosse servir de modelo para
os demais. Muito obrigada.
A SRª. DANIELA ARAÚJO PASSOS (Diretora do Departamento de Bem-Estar Animal da Prefeitura de Jundiaí
–DEBEA/SP) – Nada.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, dando continuidade ao nosso painel, nós encerramos, então,
o painel 3, registro e identificação, e vamos agora para castração como estratégia de controle populacional. E
aí, eu gostaria de chamar o Jorge Carneiro, ele já está na sala?
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Estou aqui, Vanessa, está
me ouvindo?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estou ouvindo. Então, vou lhe apresentar o Jorge Carneiro, ele que
foi um dos pioneiros no Amazonas sobre o controle populacional, tendo participado de cursos de técnicas
minimamente invasivas, de curso para gerente de centro de controle de zoonose e ele é professor das
disciplinas de bem-estar animal e saúde pública veterinária na Universidade Nilton Lins. Ele exerceu o cargo
de diretor de CCZ em Manaus, onde implantou o programa de castração, e atualmente trabalha no Programa
de Castramóveis da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, e atua no controle social como conselheiro
municipal de saúde. Então, muito obrigada pela presença, e a palavra é sua.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Obrigado, Vanessa. Antes
de mais nada, parabenizar, desejar um bom dia a todos. Vou tentar compartilhar a tela agora aqui, para ver
se eu vou conseguir. Opa, estou desabilitado ainda. Se eu puder habilitar...
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, feito. Gente, eu vou pedir que todos e todas aí que vão
apresentar hoje, que compartilhem o PDF para a gente colocar no drive, pode mandar ou para o meu contato
ou para o contato lá da agenda DPF para a gente ter esse material socializado com todos que estão
participando. Está bom?
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − A imagem já está
aparecendo? Compartilhada a tela?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Já, já sim. Então, na verdade, eu gostaria apenas de compartilhar
com todos a nossa experiência aqui no Estado do Amazonas, particularmente considerando as nossas
características geográficas, que são tão diferenciadas. É importante a gente lembrar que em área territorial o
Estado do Amazonas, ele é o maior do Brasil. Nossas dimensões são quase que continentais, em função das
distâncias que nós precisamos percorrer para chegar aos municípios. Aqui tem um mapa do Amazonas.
Pergunto se a imagem está passando direitinho.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, sim.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Perfeito. Então, aí é só
para vocês terem uma noção do tamanho do Estado do Amazonas e principalmente as fronteiras do Estado.

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Então, a gente faz fronteira com outros estados do país, como Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre, mas
também fazemos fronteira com Roraima, com a Venezuela, com a Colômbia e com o Peru. Então, vejam que
é realmente um tamanho que assusta. E, ao mesmo tempo que a área geográfica é extremamente grande, a
gente tem como característica a divisão territorial em 62 municípios e vejam como a disposição populacional
e, consequentemente, as densidades demográficas são extremamente variáveis. A gente tem Manaus, que é
a capital, que é um dos menores municípios do Estado do Amazonas, com mais de 2 milhões de habitantes,
segundo o Censo agora de 2022, que ainda está sendo revisto. E a gente tem, por exemplo, o município de
Barcelos, que tem em torno de 18.831 habitantes, com uma área geográfica que é o segundo maior município
em extensão territorial. Então, vejam que é um desafio, com mais de 121 milhões de quilômetros quadrados.
É quase que o tamanho de um Estado do Brasil. E aqui tem algumas imagens da capital, que é Manaus, com
seus 2 milhões de habitantes, mais de 2 milhões de habitantes, que tem uma realidade muito parecida com
todas as outras capitais e todas as outras cidades de grande porte do Brasil. Então, são áreas de extrema
diferença, do ponto de vista social, econômico, e com aqueles mesmos problemas, que são os determinantes
sociais, que acabam levando também ao sofrimento animal, ao abandono, às dificuldades que a gente tem de
poder realizar trabalhos que tenham resultados realmente impactantes, nesse sentido. É importante a gente
lembrar que existe uma outra característica geográfica que é justamente as vias de acesso para os municípios
do interior. Então, a gente chega em Manaus apenas por uma... A gente só tem uma rodovia hoje que
consegue ligar Manaus ao resto do Brasil. E, quando eu falo o resto do Brasil, liga exatamente com o Estado,
que também é isolado, que é o Estado de Roraima. A outra via que existe, que é a BR-319, que poderia ligar
com os estados ao sul do país, na verdade, ela não... Ainda está com vários problemas de licenciamento e
também não é... A sua trafegabilidade, ela é comprometida. Então, as grandes vias de movimentação, tanto
da população, quanto de produtos, são através dos rios. Então, aqui são as nossas calhas. A gente divide o
Estado em calhas de acordo com os grandes rios que existem. Gente, é muita distância. Existem municípios
que ficam afastados de Manaus por cinco dias de viagem de barco. Você imagina que é você sair da capital e
chegar num desses municípios do interior e demorar cinco dias trafegando em barquinhos como esses que
estão na imagem aí, que são os barcos regionais. Alguns são um pouco maiores, mas são todos eles mais ou
menos com esse perfil. E esses municípios têm... Aqui eu coloquei uma imagem do Festival de Parintins, que
acabou de aparecer, de acontecer, no mês de agora, no final do mês de junho, e Parintins é uma cidade que
tem essa movimentação durante um período do ano, mas depois ela volta a ser uma cidade do interior, com
cerca de 60 mil habitantes apenas. Então, bem diferente da capital. E vejam que Parintins está entre as cinco
maiores cidades do estado. Então, a gente tem a capital, com 2 milhões de habitantes, e as cinco seguintes
você chega numa realidade como essa, e sempre tendo acesso fluvial como um dos mais importantes. Os
municípios do interior, os menores, como a gente pode ver, são aglomerados como esse aí. Você tem lá áreas
territoriais enormes e uma concentração urbana bem reduzida, representando a sede do município onde a
gente tem a replicação de todos esses problemas populacionais. Aqui é uma imagem de Amaturá, por
exemplo, que é esse município que fica a 5 horas de distância. É isso aí. A cidade é isso aí. É um vilarejo, sendo
que quando você vai olhar a área territorial, ela é enorme. E dentro dessa área territorial, uma série de
reservas biológicas, reservas nacionais, áreas que precisam ser protegidas e que podem, sim, sofrer um
impacto da falta de controle populacional. O nosso estado tem um programa estadual do bem-estar animal
estabelecido através de um decreto que determina que a Secretaria do Estado do Meio Ambiente teria a
finalidade, o decreto tem a finalidade de promover a proteção, a defesa e a preservação dos animais
domésticos e estabelece como diretrizes uma série de ações e estudos que precisam ser realizados, tanto
individualmente pela própria secretaria, quanto em parceria com outros órgãos. Dentro dos objetivos, está lá
prevista já a promoção de campanhas de castração, adoção e identificação em massa, promover campanhas
de identificação solidária de animais. Então, a gente já tem um arcabouço legal que permite que sejam
realizadas essas ações. O que a gente precisa é ampliar isso e implementar de forma que a gente possa atingir
a todos os 62 municípios. A gente também tem aí, no artigo 4, prevendo que a Secretaria do Meio Ambiente
poderá e deverá compartilhar dados, estudos e informações para o desenvolvimento de ações comunitárias.
E além desse decreto, a gente tem uma profusão de leis estaduais que tratam sobre as questões relacionadas
ao bem-estar animal. Então, nós temos aí parlamentares preocupados com essa questão e que publicaram.
Veja que desde 2019 a gente já tinha algumas publicações anteriores, mas realmente, quando a gente

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conseguiu a representação da área de proteção animal no Parlamento Estadual, a partir de 2019 a gente
começou a ter a publicação de leis voltadas para o Estado e, consequentemente, acabam refletindo nos
municípios. Hoje existe tramitando nessa... Na Assembleia Legislativa, inclusive, uma proposta de um Código
Estadual de Bem-Estar Animal também, que a gente pretende discutir e realmente implantar uma política
realmente que seja praticável e executável por todos os municípios. Então, são várias leis. Agora, com relação
à castração, os processos de castração no Estado, eles foram dependentes de emendas parlamentares. Então,
o governo do Estado ainda não tinha no seu orçamento a previsão para a execução desses projetos. Então, a
partir de emendas parlamentares, a gente teve o início dos processos lá em 2020 para 2021, com os termos
de fomento que foram destinados pelo deputado Saulo Viana, na época deputado estadual, e também pela
deputada Joana Dark, que acabaram resultando, entre outras coisas, na implantação de fato desse programa
de exteriorização através da aquisição dos castramóveis. Então, hoje nós temos três castramóveis que estão
vinculados à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e um castramóvel que está em um dos municípios da área
metropolitana de Manaus, ainda em processo de implantação. E esses castramóveis é que a gente utilizou
para chegar nos resultados que eu vou apresentar em seguida. Aqui, eles estão localizados, nessa imagem que
está aparecendo para vocês, eles estão ali paradinhos na sede da Secretaria Estadual de Meio Ambiente que
fica em Manaus. Esse projeto nasceu, ele era executado de domingo a domingo. A gente tinha castrações
disponíveis para a população após o cadastro realizado, acontecendo de domingo a domingo. Só que a gente,
eventualmente, tinha castramóveis que eram embarcados em balsas e eram levados para os municípios, nas
Calhas dos Rios. Então, ali na frente, se vocês observarem, está o castramóvel embarcado numa balsa e indo
em direção aos municípios que ficam na Calha do Rio Negro, que é um dos dois grandes rios que forma o
famoso Encontro das Águas. Aqui, nós temos a imagem do castramóvel chegando em Barcelos. Então, quando
a gente fala assim: “Ah, vamos colocar na balsa e levar para o município do interior.” Gente, não é um processo
fácil, é um desafio. Então, vocês vejam aí o que é desembarcar o castramóvel em um dos portos, porque esses
portos são o seguinte: É importante entender que o ciclo das águas aqui tem uma diferença de, às vezes, até
29 metros de altura entre a época da cheia e a vazante. Então, os portos têm que ter essas plataformas móveis
para permitir o embarque e desembarque. E vejam que nem sempre a coisa casa do jeito que permita o
desembarque, por exemplo, de uma estrutura como essa, que é o castramóvel. Então, a gente sonha que um
dia a gente possa colocar esse serviço de castração dentro da própria embarcação e a própria embarcação
chegar lá com um barco de castrações, o que, com certeza, facilitaria o acesso a todos esses municípios. Depois
que você desembarca o castramóvel, ele fica ali paradinho numa estrutura onde vai permitir, no caso, o acesso
da população. Esse processo de castração é antecedido, como falei, por um cadastro que é feito da população
que deseja realizar as castrações. E aí, então, a gente faz sempre com uma demanda controlada. Aqui, por
exemplo, na área metropolitana de Manaus, o município fica do outro lado do Rio Negro, que é o município
do Iranduba, você coloca o castramóvel em cima da plataforma, até para evitar um desgaste maior, mas vejam
que também não deixa de ser um desafio, porque não é tão fácil você deslocar até esses municípios. Bom, a
nossa equipe não é só essa daí, nós trabalhamos com uma equipe um pouco maior, na verdade, são 40 pessoas
que fazem parte da equipe, entre veterinários, que são em número de 27, e também o apoio administrativo,
tanto as pessoas que trabalham no cadastramento dos tutores, quanto aqueles que acompanham também lá
o momento em que são feitos os trabalhos educativos durante o processo de castração, mas nós somos 27
veterinários, aqui estão alguns representados nessas imagens. Aqui também temos imagens, essa aqui é uma
imagem do município de Parintins, então, vejam que a população fica acomodada nas tendas, aguardando o
momento em que seus animais serão chamados para castração. E aqui é dentro de Manaus, onde a gente
também faz esse trabalho, e aí a gente sempre trabalha junto a uma escola. A escola só serve de base, mas,
na verdade, os castramóveis são colocados nessa área da escola para facilitar o processo. Então, como eu falei
para vocês, são 40 colaboradores...
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Dr. Jorge, três minutos.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Perfeito, já estou
terminando. Ok. E aqui são os números que a gente alcançou ao longo de um ano e meio de trabalho, e os
municípios também onde a gente teve a nossa participação. Então, Manaus, por estar mais perto e por ter o
trabalho desenvolvido ao longo do ano inteiro, praticamente de domingo a domingo, conseguimos esses
números em torno de 16 mil castrações e a distribuição pelos municípios, a gente teve um total de 19 mil

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castrações. No momento, o nosso programa está suspenso por motivos de reestruturação, mas a gente
entende que, em breve, ele deve retornar. Agora, é lógico que a gente precisa falar das dificuldades
encontradas. Nossas ações precisam, carecem de estudos de dinâmica populacional, como censo, taxa de
natalidade, mortalidade. Então, foi música aos ouvidos ouvir o que o professor Fernando falou. A gente tem
problemas também no registro e identificação, a gente também precisa fortalecer justamente as ações de
registro e identificação. As dificuldades, como comentei bem no início, são realmente as distâncias
continentais e as características geográficas aqui da nossa área. Uma situação importante que acho que
precisa ser considerada no estabelecimento do programa nacional é que precisa se considerar que os menores
municípios, particularmente esses municípios onde o fator amazônico impera, eles vão ter extrema dificuldade
de orçamento para poder aderir ao processo. Então, por isso que defendo, e acho que é importante a gente
considerar essa possibilidade, que também haja a possibilidade da adesão pelo Estado, não somente pelos
municípios, justamente para que o Estado seja o elemento catalisador por dispor de mais meios e maior
recurso orçamentário, para, pelo menos, iniciar esse processo, e se for o caso depois, estabelecer mecanismos
semelhantes ao do SUS de pactuação de ações, onde essas ações são gradativamente transferidas para os
municípios. E aí, enfim, a gente trabalhar com uma nova cultura de proteção aos animais. Por último, isso aqui
é uma coisa importante, que achei relevante a gente registrar, é que, apesar de todo o trabalho que é feito
com o cadastramento prévio dos tutores que irão participar, a gente ainda encontra um grande número de
faltas. As pessoas simplesmente são convocadas, são avisadas, toda estrutura é preparada para elas, e vejam
que quase 25% de todo o total que foi cadastrado e registrado não compareceu no momento, por diversos
motivos, no momento da castração. Aqui é uma imagem para mostrar, esse é um indiozinho, o indígena
Yanomami, lá na comunidade de Maturacá, que fica entre os municípios de São Gabriel da Cachoeira e Santa
Isabel do Rio Negro, lá na base da Cabeça do Cachorro, como se chama, e Cabeça do Cachorro é a área
geográfica, não tem nada a ver com esse cachorrinho que está no ombro dele, mas para a gente ver que a
gente precisa também se preocupar com essas populações tradicionais e com as áreas de reserva indígena e
ampliar os nossos programas para fora das metrópoles, para fora das grandes cidades e também buscar
atender essas regiões. E aqui, para inspirar todos vocês, o Rio Mar, isso aqui é o Alto Solimões, uma imagem
do Alto Solimões, um pôr do sol dentro de uma embarcação no Alto Solimões, e dizer que vale muito a pena
a gente continuar lutando para garantir mais saúde, bem-estar e dignidade para os nossos animais e, ao
mesmo tempo, garantir também esse princípio da saúde única. Obrigado, eu acho que eu consegui cumprir
dentro do tempo.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Jorge. É encantador conhecer os desafios
do nosso país, que é tão grande, tão diverso. No início do ano, eu tive a oportunidade de ter uma entrada em
território Yanomami e constatar ali, em loco, a grande quantidade de cães e gatos, com vários problemas de
saúde, tungíase, que afetam, inclusive, os humanos também. E o desafio, a gente sabe que o castramóvel, ele
é importante, mas a gente tem a dificuldade também de fazer chegar, e talvez o exercício de hoje à tarde, se
o senhor puder continuar conosco e participar, seria a gente pensar realmente como dar essa capilaridade. Eu
fico pensando, no início do ano a gente teve uma visita de uns representantes da Ilha do Marajó interessados
em fazer um barco-castração. Então, até o Leonardo compartilhou alguns contatos, depois o pessoal não
voltou, a gente está aguardando eles apresentarem o projeto, mas talvez fosse uma solução que servisse para
vários pontos do país, em que o acesso se dá muito pelas águas, mas que a gente pudesse também pensar
fora da caixinha. A maleta-castração, eu comentei isso com alguém, se a gente tivesse como desenvolver uma
unidade móvel mesmo, porque às vezes você só vai chegar, às vezes é o veterinário e o carro dele, que aí ele
tem ali a estrutura de... Enfim, não sei, a gente poder pensar... Porque olha a dificuldade de você deslocar
todo um aparato, e às vezes você tem município que tem ali uma unidade da prefeitura, tem uma igreja, que
você vai conseguir ali fazer um centro cirúrgico de guerra, como diz assim, esterilizando, tem todos os contatos
e tudo, mas que você conseguisse ter acesso, porque o nosso... Lá em território Yanomami mesmo você só
acessa praticamente com avião e avião que é controlado, inclusive o peso da carga que você entra. Não tem
como você levar uma unidade dessa de castra-móvel. Então, são muitos desafios, acho que a gente tem esse
desafio aí de pensar. Então, muito obrigada, e a gente espera que você possa seguir conosco.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) – Vanessa.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Oi.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Queria só registrar a
presença aqui do assessor de bem-estar da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Rodrigo Dias, ele está
presente aqui.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pede para ele ligar a câmera para poder ficar documentado aqui,
fotografar aqui.
O SR. JORGE CARNEIRO (Fiscal de Saúde da Prefeitura Municipal de Manaus/AM) − Tranquilo, foi ele que
forneceu os dados aí todos e é ele que coordena esse projeto, a gente só colabora, mas é ele que coordena
esse projeto, está bom? É um dos coordenadores.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Maravilha, muito obrigada. Gente, compartilhem conosco esses
slides para depois a gente disponibilizar para todo mundo, está bom? Obrigada. Bom, e dando continuidade,
eu gostaria de chamar o Dr. Rodrigo Mendes Carvalho Martínez, mais conhecido como Vet Nômade, ele que
é médico veterinário, pós-graduando em ortopedia pela Anclivepa, responsável pelo projeto Vet Nômade e é
proprietário do Hospital Veterinário Vet Nômade em Gururi e Espírito Santo, meu conterrâneo também, eu
sou capixaba. Ele foi selecionado entre os 20 jovens empreendedores sociais do Brasil para uma rede
americana e participa ativamente de mutirões de castração internacionais no México, onde já realizou mais
de 90 mil castrações em mais de 50 cidades do Brasil. Então, muito bem-vindo.
O SR. RODRIGO MENDES (Médico Veterinário e idealizador do Projeto Vet Nômade) − Olá, bom dia a todos.
Vanessa, agradeço pela oportunidade e confiança. Nessa fase importante, não vou conseguir compartilhar
com vocês a tela, porque eu estou numa secretaria em mutirão de castração e eu estou usando aqui o celular,
porque a estrutura aqui do evento não me possibilitou trazer o computador, mas eu fiz aqui algumas
anotações e assim, eu acho que quanto à parte da importância da castração, acho que todos nós já
entendemos que deve ser feito, os benefícios tanto para o animal como para a saúde única. Eu fiz parte
também do planejamento, do desenvolvimento do Parque Nacional, na Chapada dos Veadeiros, para controlar
espécies invasoras dentro daquela área. Quando se trata de programa de castração, nós temos uma
dificuldade muito grande, porque o Parque Nacional não tem recurso para poder custear as castrações. Então,
depende dos seus distritos e municípios em volta para poder financiar, mas eles apresentam os impactos e a
importância dessas ações dentro do parque. Então, isso é uma grande dificuldade. E uma outra coisa que eu
gostaria de colocar, que como castração, como estratégia de controle populacional, que nós temos que trazer
a importância que o médico veterinário tem dentro do programa, porque a gente fala sobre o animal, a gente
fala sobre o impacto do meio ambiente, a gente fala sobre todos os benefícios que isso traz e a gente muitas
vezes esquece que se não tiver um médico veterinário, não tem castração. Então, a gente precisa dar o valor
que esses médicos veterinários, do coletivo em específico, têm dentro do programa e qual vai ser o olhar que
o Programa Nacional vai ter para esses profissionais. Porque hoje nós temos uma resolução dos conselhos
regionais de medicina veterinária que atuam para tentar regulamentar uma questão que é de saúde pública.
Eles tentam legislar sobre esses temas. Então, a gente precisa trazer algumas atenções. E eu gostaria de
colocar a experiência de quem está realizando esse trabalho, porque não adianta a gente fazer um trabalho
maravilhoso e chegar lá na ponta e o veterinário não conseguir operar. Então, nós temos que trazer que dentro
das competências do conselho, eu acredito e respeito a instituição, mas também não posso deixar de colocar
as minhas dificuldades, que eles são criados por lei, são pessoas jurídicas, eles têm os seus patrimônios, receita
própria. A gente entende que foi criado, ele é uma administração pública que requer para poder melhorar o
funcionamento da gestão administrativa e financeira, mas dessa maneira, as resoluções e portarias que têm
hoje, de 2010, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, são limitadas e dizem respeito apenas aos
membros fiscalizados. Então, quem acaba punindo por tudo isso são os médicos veterinários, por se
envolverem nessas questões. E que são de direito público entre o cidadão e o município, Estado e União.
Então, o conselho não deveria se envolver nessas questões no sentido de punição ao médico veterinário que
cumpre uma questão que é de objetivo maior. E os limites dessas fiscalizações têm que ser vistos com regras

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claras. A gente precisa de um decreto presidencial que diga quais são as regras que são válidas para todo o
território nacional e não pensar somente nos grandes centros, porque hoje nós temos uma resolução onde
ela é focada e pensada pensando nos grandes centros, pensando nos rincões que nós temos no nosso país.
Então, significa que submeter os médicos veterinários a muitos abusos e a exploração dessas prerrogativas
vão além quando o município decide realizar um programa sem autorização. Aí eles vêm aplicando multas
ilegais aos municípios que decidem fazer esses mutirões, porque eles só poderiam multar os veterinários e
eles acabam emitindo multas a quem não são seus associados. E depois também, como eles não conseguem
alcançar os municípios eles pegam esses veterinários e entram com processos éticos. Então, quer dizer, num
país nós já temos poucos profissionais da medicina do coletivo. Se nós pegarmos esses poucos profissionais
que têm uma capacidade de fazer 20 mil castrações por ano e você silenciar e inibir ele, quantos profissionais,
quantos animais deixarão de ser castrados. Isso eu estou falando sem motivo, com morte, intercorrências,
essas coisas. Estou falando por uma questão de processo, burocracia. A burocracia dentro do programa, ela
tem que ser extinguida. Porque não é possível que a gente venha a aceitar esse tipo de coisa. Por que isso
reflete aonde? Em nascimentos. Uma outra coisa que eu queria colocar é que, assim, caso a prefeitura decida
fazer um mutirão de castração buscando análise em suas secretarias de saúde envolvendo sua vigilância
sanitária para organizar, com médico habilitado, com uma unidade móvel historiada, com o seu alvará. O
veterinário não tem que ir para uma inquisição em conselho, receber punições, multas e ter seu direito de
exercer sua profissão caçado, sem nenhuma intercorrência ou dolo de seu paciente atendido. Somente pelo
fato dele não submeter à liberação de uma autarquia, que é uma administração indireta, e não tem o direito
de legislar sobre uma questão de saúde pública. Pois se tem diversas decisões já judiciais, já de magistrados,
que afirmam que isso não é de competência das autarquias. Então, a gente precisa, sim, de uma
regulamentação da nossa lei, das castrações, com as regras claras, válida para todo o território nacional, e que
cada regional não crie outras burocracias, porque você atrapalha o trabalho itinerante, por quê? Não terá
médicos veterinários inteiros do Amazonas para poder suprir a sua própria demanda. Então, ele vai precisar
chamar reforço de pessoas de outros estados, muitas vezes, para atender algum certo tipo de demanda. Então,
a gente precisa pensar nisso. Os conselhos precisam assegurar e alcançar os municípios com relação aos seus
limites. Deixa eu só fechar aqui o negócio. Então, aqui eu queria colocar, então, os conselhos têm que alcançar,
eles não conseguem alcançar os municípios, por ser uma autarquia. A gente precisa girar esse terrorismo por
cima do médico veterinário e da medicina do coletivo. Eita, mas agora... [Ininteligível] a minha hora que
começa a dar os pânicos aqui na minha cola, mas vamos lá, e eu estou aqui chegando. Então, o que eu quero
colocar? Quais são os desafios que nós precisamos levar em consideração. Primeiro, submeter a ação a um
projeto. A cada ação que eu fizer, eu colocar um projeto de 60 dias, eu estou indo na contramão do programa,
porque se aquela cadela entrou no cio naquele dia, onde eu poderia já estar operando, durante 60 dias ela vai
ter uma gestação, e quando eu chegar naquela região, eu, em vez de castrar a sua mãe, a matriz, eu vou ter
que me preocupar em castrar os seus descendentes. Então, a figura principal do pilar do programa tem que
ser o médico veterinário, principalmente do coletivo, pois eles não têm como realizar controle populacional
dentro dessas classes se não houver essa cooperação. A gente não pode marginalizar essas pessoas. E de outro
lado, nós precisamos também entender que o grande vilão dessa história, muitas vezes, nós temos as clínicas
veterinárias, que colocam como uma reserva de mercado, que não quer que os mutirões de castração
cheguem naquele local, utiliza-se o apoio dos conselhos regionais de medicina para poder perseguir aqueles
que estão fazendo os trabalhos. Então, outra coisa que a gente tem que colocar aqui é uma unidade móvel,
ela é cara. Então, a maioria dos programas são reféns da exploração política, principalmente da causa animal,
onde deputados destinam recursos de castramóveis às suas ONGs ou àqueles municípios que têm as suas
parcerias, se beneficiam politicamente disso, colocando dinheiro e diminuindo o preço na hora de
concorrência. Precisamos fortalecer o incentivo ao empreendedorismo em nosso país, dar acesso a
financiamento aos profissionais para adquirir as suas próprias estruturas móveis de trabalho, e aumentar a
oferta de mão de obra especializada em todo o território nacional, para atender as demandas geradas, pois
hoje não temos médicos veterinários suficientes para atender todo o território nacional. E uma equipe
especializada tem capacidade média de realizar em torno de 10 a 20 mil castrações por ano. E são milhões,
são mais de 34 milhões de animais no mínimo apresentados a serem assistidos pelo programa. Então, nós
vamos precisar de que muitas pessoas estejam envolvidas e impedir que uma equipe trabalhe por questões

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políticas, por reserva de mercado, é contribuir com o aumento populacional e ir de contramão à saúde única.
Nós devemos diretamente, na criação, a capacitação nacional, porque as universidades hoje estão focadas nas
fábricas de diploma, sem prática, sem uma matéria que aborde a medicina do coletivo, e precisamos aumentar
o número de profissionais para formalizarem a qualidade e assumir a responsabilidade em exercer a medicina
do coletivo, de uma forma ética, eficiente, e que para isso colocamos à disposição também para ajudar dentro
do programa. E outra coisa que eu gostaria de colocar é que dentro desses, nós precisamos buscar o quê? O
que é a estrutura mínima que o programa vai ter que ser colocado? Porque no estado de Minas Gerais, pode
ser que eu não seja aprovado com o meu projeto porque eu não tenho uma pinça Kelly Curva, que eu não uso
dentro da minha técnica cirúrgica, mas em São Paulo eu posso adaptar. Como eu posso trabalhar em São Paulo
com a mesma equipe, com a mesma técnica, e em Minas eu não posso? Então, nós defendemos que exista,
sim, um cadastro nacional, nós precisamos que tenha um cadastro nacional desses médicos veterinários do
coletivo, principalmente que trabalham de forma itinerante, que serão grandes ferramentas a serem utilizadas
pelos municípios de pequeno porte que não tem condições de manter uma clínica veterinária, uma equipe
grande para poder realizar as castrações. Esse profissional cadastrado, ele possa atuar em todo o território
nacional para que ele não tenha que vir emitir 27 CRMVs, pagando anuidade de tudo isso, para que ele possa
ser respeitado dentro dos 90 dias, o seu tempo de atuação, porque hoje os CRMVs eles forçam o médico
veterinário que vai fazer um programa de castração em outro estado a tirar uma carteirinha secundária,
muitas vezes para fazer um dia de ação. E o que acontece? Eles orientam, se você não pode fazer isso, você
tem que contratar um responsável técnico do município. Isso é estelionato, isso é falsidade ideológica, porque
ele não é o responsável técnico. Então, nós temos que deixar que quem está à frente, que com a experiência,
possa trabalhar dentro desses municípios e ser os seus responsáveis técnicos dos seus próprios projetos. A
questão de relatórios, hoje nós somos obrigados a fornecer relatórios para o Conselho Regional de Medicina
Veterinária, sendo que esses relatórios teriam que ser emitidos ao governo, entendeu? Para que eles
pudessem utilizar esses dados que nós fazemos dentro dos mutirões, que nós coletamos dentro dos mutirões
de castrações e emitir isso para o governo, para poder contribuir para os censos. Por quê? Porque somos nós
que estamos na ponta, realizando o procedimento, estamos preenchendo o termo e estamos falando Então,
quanto ao próximo...
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Dr.
Rodrigo, três minutos para concluir.
O SR. RODRIGO MENDES (Médico Veterinário e idealizador do Projeto Vet Nômade) − Está bom.
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) – Está
bom? Obrigada.
O SR. RODRIGO MENDES (Médico Veterinário e idealizador do Projeto Vet Nômade) − Então, nós temos que
pensar como que é a realidade do nosso país. Não é em todo o território nacional que nós vamos ter uma
clínica veterinária, que nós vamos ter um hospital veterinário, para poder fazer um convênio, para poder
conseguir uma liberação. Então, muitas vezes nós precisamos fazer com que a permanência no local, para ter
intercorrências em pós-operatório imediato, seja respeitada para que a obrigatoriedade não seja uma coisa
obrigatoriedade, que seja uma sugestão Para quando você tem parceria com clínicas. Outra coisa que a gente
fala, sobre uma sala de paramentação num trailer. Olha o tamanho daquele trailer indo para, atravessando
cinco dias de viagem, para chegar no local. Uma sala de paramentação dentro de um centro cirúrgico, com
uma pia, onde você pode fazer a sepsia de mão, fazer a paramentação ali dentro, você consegue ter muito
mais espaço, e oferecer muito mais conforto e até mesmo mais agilidade em atendimento dos animais,
oferecendo mais segurança para eles. Na prática, os médicos e veterinários que estão ali operando, a cada
animal, eles não vão entrar na sala, se trocar e voltar para operar. Muitas vezes a gente está falando de
mutirões de castração. Nós precisamos trabalhar a realidade. Nós precisamos trabalhar a realidade dos
lugares, onde nós estamos apresentando os mutirões. Nem sempre a gente vai ter uma unidade móvel
equipada. Muitas vezes a gente vai ter uma escola como apoio. Muitas vezes a gente vai ter uma igreja, um
parque. E outra coisa, a gente está falando de comunidades indígenas, quilombola, todas essas coisas, que

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muitas vezes a unidade móvel não chega. Eu coloco minha unidade móvel em umas estradas, que meu ônibus
está todo quebrado. Eu tenho que gastar muito com manutenção. E uma pessoa que muitas vezes nem vai
querer colocar, submeter o seu patrimônio, há esse risco para chegar em uma comunidade e castrar 50
animais. Então, nós precisamos trazer a responsabilidade, a valorização do profissional que está na linha de
frente, trazer segurança jurídica para que ele não seja penalizado, perseguido, humilhado e exposto em redes
sociais pelos conselhos, sem ter nenhum critério, volto a repetir, sem ter nada que venha oferecer risco ao
animal. Eu acho que quem... Se eu cometi algo em cima de um único animal, não importa que eu operei em
90 mil, eu tenho que responder. Isso eu não estou questionando, está? Eu estou questionando sobre essa
questão de liberdade dos médicos veterinários. E entre outras exigências, que é colocado dentro da Resolução
Federal, que precisa ser muito bem revista, transporte de oxigênio. O transporte de oxigênio é uma coisa
inflamável. Eu já sofri acidente de... Capotei e perdi uma unidade móvel. Pode causar explosão, morte,
envolver em acidentes. A gente tem opções, independente dos locais, [Ininteligível], tem concentradores de
oxigênio elétrico que pode fornecer e suprir as necessidades, mas eles colocam como exigências. Sobre
imunização, você vai chegar lá nessa aldeia, você vai conseguir castrar todos os animais vacinados,
vermifugados, com os exames pré-operatórios, para vocês poderem fazer. E muitos colocam isso como um
item obrigatório. E esquecem que se você não fizer isso, mais animais vão nascer e mais risco à saúde pública
vai acontecer e o índice de óbito que tem esse mutirão é muito mínimo, visto o índice de óbito que tem nas
ruas de nascimento. E fora que a gente precisa criar controles que sejam eficientes. Muitas vezes o município
dispõe de 10 mil castrações e não levam exatamente para áreas periféricas onde realmente precisam.
Destinam para outros lugares e onde realmente ocorre o abandono, isso não é feito. Então, a gente precisa
rever sobre isso, está bem? Então, eu falo, a gente volta a colocar que tem que ter a capacitação, tem que ter
um decreto presidencial podendo regulamentar essa lei que nós já existimos. A unidade móvel precisa ser
acessível também para mais médicos veterinários adquirirem e se tornarem parceiros do programa. Nós
voltamos a lembrar, a fiscalização do Conselho Regional de Medicina Veterinária é importante para quando
for julgar alguma questão ética. Se algum profissional cometer algum crime ou alguma coisa que precisa ser
julgado, o Conselho tem essa capacitação, mas nós precisamos transferir a responsabilidade de legislar sobre
questões de saúde pública às secretarias de saúde e às vigilâncias sanitárias. Elas têm que ter condições de
poder organizar. Fora que os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária não têm fiscal suficiente para poder
cobrir todo o território nacional, não têm capacidade de avaliar todos os projetos afinco de todo o território
nacional, de todos os municípios, entendeu? Então, a gente tem que transferir essas responsabilidades, sim,
para os municípios, porque se um funcionário do Conselho entrar de férias, você não consegue ter informação,
porque você tem que aguardar essa pessoa voltar, porque ele é o único responsável do setor, essa experiência
própria, porque eu já passei por isso, está? Então, eu gostaria de colocar a minha disposição, a minha equipe...
Está bom, é só para...
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Conclui,
por favor. Desculpa interrompê-lo.
O SR. RODRIGO MENDES (Médico Veterinário e idealizador do Projeto Vet Nômade) − Imagina. É só para
concluir mesmo, assim, são bastante pontos, tem muito mais pontos a serem ditos. Agradecer a oportunidade,
colocar a equipe veterinária à disposição para essa construção, para essa discussão e aberta aos debates
também.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Dr. Rodrigo, muito obrigada pela sua participação, pela sua
exposição, assim como o professor Jorge, vocês trazem, assim, uma realidade que vai para além das capitais
e para a gente pensar realmente na construção de um programa nacional de manejo populacional ético de
cães e gatos, a gente não pode achar que o Brasil é só as capitais, os grandes centros urbanos, a gente tem
que pensar nas nossas realidades rurais, nos nossos municípios, em que mal chega médico para humanos,
quem dirá, para os veterinários. Os locais de difícil acesso e como poderemos trabalhar de forma a garantir
que as normas de bem-estar desse animal sejam garantidas, que não tenha nenhum abuso, que seja
respeitado, mas, ao mesmo tempo, a gente tentar avançar no entendimento do que é possível se trabalhar

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para também não engessar o trabalho, para que realmente quem esteja aí na frente possa exercer o seu
trabalho com responsabilidade, mas com tranquilidade também. Temos aqui a participação de vários
conselheiros do Conselho Federal de Medicina Veterinária, têm vários conselheiros regionais, e eu penso que,
na parte da tarde, um dos trabalhos pode ser a gente elencar esses normativos, claro que a gente não tem
incidência sobre os normativos do Conselho, mas que a gente possa se debruçar sobre ele e levar como
sugestão de procedimentos, a gente abrir esse diálogo para ver o que é o mínimo necessário para garantir a
segurança dos animais, mas que também não engesse o trabalho dos veterinários. E eu anotei aqui, muito
interessante essa questão de a gente buscar criar linhas de financiamento diferenciadas para aqueles
profissionais que desejem adquirir suas unidades móveis para estar trabalhando. Então, são algumas tarefas,
não sei se o senhor vai poder acompanhar conosco à tarde, mas seria uma grande oportunidade de contar
com o seu olhar também. Muito obrigada.
O SR. RODRIGO MENDES (Médico Veterinário e idealizador do Projeto Vet Nômade) − Está bom. Eu que
agradeço, até mais.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Até mais. Então, dando continuidade, nós vamos agora para o painel
Atenção Básica e Saúde Animal. E para abrir esse painel, eu gostaria de chamar o professor Alexandre Biondo.
Está aqui, Biondo? O professor Biondo está na sala? Ah, está na sala. Vem aqui. Pronto. O professor Biondo
que, assim, tem sido um parceiro de todas as horas, de todos os sonhos. A gente está já junto há um tempo,
desde a formulação dos artigos para a criação do departamento. Ele e o professor Paulo, a gente tem
trabalhado já há quase dois anos nesses projetos. E ele, que é médico veterinário, com ampla experiência em
patologia clínica veterinária, biologia molecular, epidemiologia e medicina veterinária do coletivo, enfocando
suas contribuições em saúde pública e vigilância de zoonose. Realizou mestrado na Universidade Federal de
Santa Maria, residência e doutorado em Illinois, Estados Unidos, e pós-doutorado na Universidade da
Califórnia. Atualmente é professor titular na Universidade Federal do Paraná, professor visitante da
Universidade de Purdue, Estados Unidos, além de consultor da Organização Pan-Americana de Saúde, OPAS
para a Saúde Única. Então, muito obrigada, professor Biondo, a palavra é sua.
O SR. ALEXANDER WELKER BIONDO (Professor Associado IV das disciplinas de Zoonoses, Biologia Molecular
Aplicada à Patologia Animal e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná - UFPR)
− Obrigado. Bom dia. Faltam dois minutos para o meio-dia. Realmente um painel maravilhoso. Eu acho que é
fundamental, Vanessa, te elogiar, elogiar a equipe por conseguir essa penetração. É importante que todos os
estados, que todas as regiões se façam presentes. É importante que a gente tenha não só soluções para
cidades grandes, para cidades acima de um milhão de habitantes, mas também para cidades até 50 mil
habitantes, entre 50 e 100 mil habitantes, entre 100 mil habitantes e 500 mil habitantes. Vou fazer uma
apresentação rápida para poder cumprir o prazo, mas talvez seja bastante informação. É claro que os que me
precederam já colocaram uma série delas. Eu vou tentar, sem polemizar, mas colocando só o conhecimento
do que a gente já tem de diferentes grupos de trabalho, de estudo, é o que nós temos nesse momento com
relação a essa saúde que a Vanessa colocou de Atenção Básica à Saúde. Eu vou já compartilhar a minha tela e
já colocar o modelo da apresentação aqui. Então, todos eu acho que estão vendo, é isso?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, estamos sim.
O SR. ALEXANDER WELKER BIONDO (Professor Associado IV das disciplinas de Zoonoses, Biologia Molecular
Aplicada à Patologia Animal e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná - UFPR)
− Está, então, vamos lá. É rápido, hein? Atenção Básica à Saúde e Saúde Única. Todos os questionamentos
agora pela manhã, isso do Rodrigo, excelente e toda essa insatisfação, ela tem base em tudo muito interligado,
desde a primeira conversa lá com o professor Fernando até agora. Então, a população, acertadamente, ela
pede mais castrações, ou seja, ela quer que castre mais e ela quer o veterinário, o hospital veterinário público.
Essas são demandas da sociedade. É claro que isso pede a insatisfação para a saúde animal, vinculado à saúde
das pessoas. É chamado de bem-estar único. Então, é claro que precisa de médicos, de medicamentos, de
hospitais, humanos, mas o bem-estar único diz que o bem-estar das pessoas depende do bem-estar dos
animais. Na minha cidade, quando eu acordo, vejo um cavalo sendo chicoteado, um gato passando fome, um

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cão de rua, aquilo interfere no meu bem-estar. E por isso que cada vez mais, Rodrigo, e demais dos programas
de manejo populacional, de castração, a sociedade exige. Nós temos um trabalho de publicação, depois eu
passo se alguém tiver interesse, nós mostramos nos 29 municípios da região metropolitana de Curitiba que
municípios que têm mais saúde humana, têm mais saúde animal. Esse é um trabalho de publicação
internacional numa revista de alto impacto, alto impacto, fator de impacto 6, mostrando exatamente isso. À
medida que a saúde humana avança, nós exigimos melhor saúde animal. Então, quando nós pedimos mais
castrações e mais hospital veterinário público, o que nós estamos pedindo, na verdade, é mais saúde animal.
E nós estamos conversando aqui, ah, precisa de mais castra-móveis, mas mais ainda agora, aí castra 100 mil,
que é o caso aqui em Curitiba, é um programa maravilhoso O Edson explicou super bem, inclusive agora, com
impacto populacional, com essa pesquisa amostral populacional, mas isso não resolve. Em Curitiba,
particularmente, e isso palavra de quem faz as castrações, você tem mais resultado populacional porque a
população tem mais educação em guarda responsável. E é nisso que nós vamos chegar Então, o primeiro
castra-móvel oficial do Brasil, nós temos orgulho de dizer que foi aqui na UFPR, que modificou, lá em 2008,
uma resolução do governo federal, modificou, até Então, era proibido os castra-móveis. A primeira, tem
sempre que falar, é da Aila, uma ONG de São Paulo, eles fizeram castra-móvel, era uma voluntária e o marido
era engenheiro naval, ele construiu um castra-móvel e nunca funcionou, porque o conselho regional, à época,
entendia de forma diferente. Os tempos mudaram, a sociedade mudou e nós temos que avançar. Quanto aos
hospitais veterinários públicos, o que nós vemos é que eles trazem essa conotação de saúde, mas não são
saúde. Aqueles que foram um pouco mais velhos, vão lembrar lá do INAMPS, do INPS, e era essa imagem que
nós tínhamos, de hospitais abarrotados, eu tinha dor de cabeça, eu ia ao hospital, eu tinha febre, eu ia para o
hospital, diarreia, orientação infantil, vacinação, tudo nos hospitais. Então, o que acontecia? Eles ficavam
saturados e é isso que nós temos hoje no Brasil, nos chamados hospitais veterinários públicos, que não são
públicos, são privados, terceirizados, e que atendem desde orientação filhote até atropelamentos
politraumatizados. Isso é um problema para o sistema de saúde, foi lá na década de 80 e, graças a Deus, veio
o SUS na década de 90. Então, só para vocês terem uma ideia de como nós fomentamos essas ideias sem o
menor embasamento científico, inclusive, essa conversa de ciência é fundamental, esse aqui é uma conversa
que nós tínhamos alguns anos atrás, só para vocês terem uma ideia, se vocês calcularem a população da cidade
de São Paulo, um cão, para ser atendido uma única vez em toda a sua vida, na quantidade de hospitais, quando
nós fizemos os cálculos, ele precisaria viver 182 anos. Para esse mesmo cão ser atendido uma única vez em 10
anos, são necessários 36 hospitais veterinários públicos só na cidade de São Paulo. Isso é inviável, gente. O
SUS não tem essa base de assistencialismo, ele tem a base de prevenção, e é onde encaixa essa conversa que
nós vamos ter agora. Além disso, o maior hospital veterinário público da cidade de São Paulo se chama USP
ou VET, que tem um custo de três vezes menor do que os hospitais veterinários terceirizados. Por que isso?
Porque, na verdade, castração, que é média complexidade e alta complexidade, são caros. O mais barato é a
guarda responsável, o mais barato é o combate ao abandono, evitar a adoção. Ou seja, não tentar chegar lá
na adoção. É claro que nós temos que resguardar as proporções do que estou comparando aqui, mas Curitiba
não é uma das cidades mais limpas do Brasil, porque tem mais lixeiro, mas porque tem menos lixo. Ela não é
mais bonita, porque tem mais pintores, mas tem menos pichações. Da mesma forma, nós teremos menos
problema com animais nas ruas se nós tivermos menos abandono e não mais castrações. O modelo de saúde
pública do Brasil é modelo no mundo, não só aqui no Brasil historicamente, na América Latina, mas para todo
mundo. E, nesse programa, o que se tem é a prevenção sem prejuízo do assistencialismo. E isso, no Sistema
Único de Saúde, significa as famílias e o agente comunitário provendo essa prevenção. E aí, quando nessa
atividade, nas unidades básicas de saúde, eu não consigo resolver o problema, aí sim, na unidade básica, eu
vou para as UPAs 24h e depois, somente nesse momento, eu vou para os hospitais, que são de alta
complexidade. Esse é o slide mais importante que a gente vai conversar nesses 10, 15 minutos. Ou seja, a
guarda responsável, ela é barata, ela provê saúde na prevenção e ela é muito eficaz. Depois, eu tenho as ações
que eu não tenho a guarda responsável, que essas pessoas vulneráveis, por exemplo, como foi citado, não
têm condições, aí eu vou prover baixa complexidade, vermífugo, antipulgas, vacinação, tanto a antirrábica,
que a Ana Júlia colocou aqui muito bem do Ministério da Saúde, é a atribuição do Ministério da Saúde à
prevenção de zoonoses, mas também as outras vacinas que são espécies específicas, parvovirose e cinomose,
porque vão evitar que esses animais morram, que essas carcaças acabem ficando em via pública e que acabem

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causando doenças. Então, guarda responsável, custo baixíssimo, educação nas escolas, inserção no conteúdo.
Baixa complexidade é um custo baixo também, se a gente pensar por animal. Média complexidade, castrações
e atendimentos de intercorrências, mais caro. E alta complexidade é caríssimo, mesmo para a medicina
humana. A maioria dos hospitais de referência do Brasil são públicos, se não todos eles, exceção feita a alguns
hospitais por capitais. Na capital paulista, Albert Einstein, Sírio-Libanês e pronto, é o Hospital de Clínicas da
USP, que é o maior hospital. Então, nós não tenhamos nunca essa visão ideológica ou idealista, utópica, seria
bom ter hospitais. Não, os hospitais nós já temos. Infelizmente, nós temos o maior número de escolas de
medicina veterinária no mundo, são mais de 500 escolas. Nos Estados Unidos, com 100 milhões de habitantes
a mais, primeiro PIB, nós temos 32, aqui são 500. Então, esses hospitais já poderiam funcionar em função da
população. Quando eu falei isso, me chamaram de maluco, de querer tirar dinheiro da saúde. Isso foi em 2012,
nesse texto de opinião, onde eu já comentava que poderíamos ter um Sistema Único de Saúde Animal, onde
o governo federal, estadual e municipal, numa tripartite semelhante ao SUS, poderia repassar recursos para
atendimento de animais em risco nos hospitais veterinários e escola. Então, está tudo escrito aqui, depois eu
posso mandar, de qualquer maneira, eu já mandei essa apresentação para a Vanessa. Obrigado pelo convite,
Vanessa. Para passar para vocês em PDF. Então, qual é a solução? É menos abandono, para que a gente tenha
menos resgates e que as ONGs, que as organizações não governamentais, se sintam à vontade para promover
a guarda responsável. Com relação a populações vulneráveis, também foi comentado aqui, sem dúvida tem
que ser trabalhada e esse, como função do nosso grupo de pesquisa, multicêntrico, é o que nós temos hoje
para trabalhar. Então, nós trabalhamos com populações vulneráveis e seus animais de companhia. Então,
moradores de rua, comunidades tradicionais ribeirinhas de ilhas oceânicas, pessoas privadas de liberdade,
aqui era um caso de uma penitenciária feminina com 80, 120 gatos. Olha o absurdo, sem tratamento esses
animais e com creche, com mulheres grávidas, presas, tutela do Estado pela DPEM. Então, tem que ser feito,
sim, saúde única, não só a saúde das pessoas, mas pensar na saúde dos animais e do meio ambiente.
Comunidades quilombolas, também foi comentado aqui, nós também agora... Deve ser um projeto maior para
todo o Estado. Sempre tenho que comentar, de todas as populações vulneráveis que nós trabalhamos, essa é
a mais desgraçada, é a mais abandonada, é uma questão, inclusive, importante. Que bom que essa gestão
federal criou o Ministério de Populações Originárias, porque essa população não tem genética protegida,
como tem indígena, só tem o território. O negro dessas comunidades quilombolas, fora do quilombo, é mais
um negro, e ele perde, inclusive, o território, que é o que está acontecendo agora em várias áreas produtivas
aqui no Paraná. Também as comunidades indígenas, para aqueles que trabalham, sabem do que estou
falando, cães que nunca foram, nunca tiveram uma corda no pescoço, nunca foram contidos. Comunidades
que têm na SESAI, Secretaria Especial de Saúde Indígena, parte do Ministério da Saúde, a saúde das pessoas,
mas eles não têm o costume de ter cães e isso gera uma série de problemas. Saúde única é saúde ambiental,
humana e animal e o que estamos falando... Deixa eu ver se consigo por aqui...
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Doutor
Alexander, três minutos para concluir.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, estamos sim.
O SR. ALEXANDER WELKER BIONDO (Professor Associado IV das disciplinas de Zoonoses, Biologia Molecular
Aplicada à Patologia Animal e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná - UFPR)
– Está bem, já estou encerrando. E o que estamos falando, então, é para essas atividades, coisas simples,
exame clínico, aqui estão tirando os carrapatos, é um grupo de pesquisa. Essas são aldeias indígenas na região
de Bauru. Então, vacinações, vacina polivalente e raiva, deseliminação, antipulgas, carrapaticida. Então, esses
mutirões de saúde de baixa complexidade são preventivos, e nessas comunidades, inclusive, auxiliam o
governo a antecipar epidemias. Junto com a saúde dos animais, também vem a saúde das pessoas e também
coleta de amostra ambiental, nesse trabalho, para que a gente faça a saúde completa, a saúde das
comunidades. Para essas comunidades indígenas, essas soluções locais podem servir de exemplo. Nós temos
um projeto pelo CNPq, aqui no Paraná, mas que pode resguardar essas diferenças, como foi bem colocado,
principalmente pelo pessoal da região norte, pode haver diferença entre as regiões, mas, o mais importante

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de hoje, sem dúvida, quando a gente fala dessa saúde, desse atendimento básico em saúde, é esse slide aqui.
Eu não tenho nem dúvida que a gente tem que entender o hospital veterinário apenas quando tiver
atendimento para educação e guarda responsável, baixa complexidade e média complexidade. Nós temos
cartilhas disponíveis para educação, e educação não é palestra nas escolas, é inserção. Por exemplo, aqui,
terceira série, quarto ano, 4, biosfera, 4.3, relações entre seres humanos e demais seres vivos, e aqui, sim,
encaixa guarda responsável. Esse é o município de São José dos Pinheiros, para aqueles que conhecem
Curitiba, é onde fica o aeroporto internacional, e ele tem, desde 2010, inserido guarda responsável transversal
e conteúdo de ciências nas escolas no ensino fundamental. Esse projeto veterinário Mirim, que é também um
concurso lúdico que acompanha a inserção, ele ganhou, em 2014, o prêmio Destaque Nacional na União de
Vereadores do Brasil. Então, era essa a conversa, e me coloco à disposição. A One Health Brasil, da qual eu
participo, ela propõe que sejam feitas essas ações integradas de saúde animal, saúde humana e saúde
ambiental. Obrigado por vocês terem parado aí o seu tempinho hoje de manhã para me assistir.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor Biondo. É sempre uma oportunidade
muito rica poder ouvi-lo, aprender com as suas experiências, e eu acho que, não sei como está a sua
disponibilidade, se vai poder participar conosco à tarde, mas talvez a gente pudesse avançar na discussão de
modelos de equipe mínima dessas equipes a exemplo do CRAS, que a gente tem lá, modelo município pequeno
1, pequeno 2, médio, grande e metrópole. Quais são as equipes mínimas e quem é que deveria constar nessas
equipes? A gente sabe que, às vezes, a gente não vai conseguir implantar tudo de uma vez, mas a gente esteja
num horizonte desenhado como proposta e mostrar que tem gente pensado nisso e para a gente estar
encaminhando. Muito obrigada.
O SR. ALEXANDER WELKER BIONDO (Professor Associado IV das disciplinas de Zoonoses, Biologia Molecular
Aplicada à Patologia Animal e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná - UFPR)
– A ideia, Vanessa, eu acho que a ideia seria desse edital mesmo que você comentou, um edital nacional de
fomento para as escolas de medicina veterinária, para desde guarda responsável, baixa e média complexidade.
Eu acho que isso ficaria com 500 escolas. Hoje, o município de todos vocês, se a gente perguntar qual de vocês
não tem uma escola de veterinária a 20 quilômetros, por favor, levante a mão. Nós estamos aqui numa
representatividade nacional de exatamente 100 pessoas. Então, por favor, levante a mão aqueles que não têm
escola de medicina veterinária a 20 quilômetros, a 10 quilômetros. Levante a mão aquele que não tem escola
de medicina veterinária a 10 quilômetros. Então, 1%, 2, então, vejam, 3. Então, é muito grande o número de
escolas do país. A gente poderia fazer essa capitalização pelas escolas de medicina veterinária. Desculpe de
me alongar.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada. Bom, gente, dando continuidade aqui, então, nós
temos... Eu só estou vendo aqui, o Cabral chegou na sala. Cabral, bom dia. Você vai poder ficar conosco mais
um pouquinho? Ou você vai entrar em operação daqui a pouco?
O Sr. CABRAL − Não, não, eu posso ficar à tarde, às duas horas. Eu saí de uma reunião que eu estava, por isso
que eu não entrei no início e à tarde, às duas horas, eu tenho uma outra reunião.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, a gente pode ir seguindo, então, na sequência das falas. Você
continua ouvindo aqui um pouquinho?
O Sr. CABRAL − Sim, sim, claro.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, está joia, Jorge. Se você tiver que dar o seu time, você sai e
avisa que a gente investe, mas vamos seguindo, então, aqui a sequência das falas. Ainda nesse painel, nós
vamos chamar a doutora Rosânia, já está na sala?
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Oi, Vanessa, estou aqui. Está me ouvindo?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estamos ouvindo. Então, vou anunciar a senhora. Então, a doutora
Rosânia Ramalho, ela que é médica veterinária, com ampla atuação em bem-estar animal, destacando-se
como membro das comissões nacionais e regionais do Conselho de Medicina Veterinária, reconhecida
internacionalmente como uma das quatro indicadas ao Prêmio de Bem-Estar Animal, pela WVA, com
contribuições significativas em Fortaleza, incluindo a implantação de vetmóveis e a primeira clínica pública do
Nordeste, a Clínica Veterinária Jacó, e programas de suporte veterinário para animais em situação de
abandono e abrigo, além do controle populacional nas unidades prisionais de Ceará. Gente, eu esqueci de
anunciar os estados que cada um está representando, que eu falei dessa importância, que essas reuniões
estão... A gente está com 100% de representatividade dos estados. Então: A doutora Rosânia representando
o Ceará; o professor Biondo, Paraná; o doutor Rodrigo, da Bahia; o Jorge Carneiro, do Amazonas; a Daniela
Araújo, de São Paulo; a Patrícia Carvalho, de Minas; a doutora Ana Júlia, aqui do DF; o professor Edson Ferraz,
do Paraná; a Syslane Costa, de Sergipe; e o Fernando Ferreira, aqui do DF. Só para ficar registrado aqui, porque
vai ser feita a ata dessa reunião, e depois a gente mostrar essa riqueza de representatividade. Então, doutora
Rosânia, muito obrigada, bem-vinda e a palavra...
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Alô? Está ouvindo?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estamos ouvindo. Estamos ouvindo, professora.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Ok, vou tentar compartilhar a minha tela, mas, de antemão, eu agradeço demais o
convite, é uma honra para mim participar dessa equipe com tantos profissionais, técnicos, pesquisadores
renomadíssimos do Brasil todo. Então, para mim, estou aprendendo muito, e é isso aí, vamos lá. Vou mostrar
um pouquinho da nossa experiência que teve em Fortaleza desde o começo, desde 2014 para cá, está bom?
Vou tentar compartilhar. Está aparecendo?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está sim, professora. Pronto.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Vamos lá, deixa eu... Bom, gente, está aqui o meu currículo, a doutora Correia já falou.
Eu coloquei muitos slides, mas vou dar uma corridinha bem rapidinho, são muitos fotos, eu queria mostrar
para vocês, independente de já estarem em Fortaleza, se vai servir ou não, onde a gente errou, onde a gente
acertou, e a gente está aqui para aprender, está bom? Então, assim, teve uma pesquisa do Instituto do SES
Brasil, de nós temos 81,5 milhões de candidatos. Desse total, 10,8% da correção...
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tem alguém... Só um pouquinho, professora. Tem alguém com o
áudio ligado, gente? Vamos verificar os áudios aí para não atrapalhar a apresentação. Desligou, obrigada. Pode
falar, professora, perdão.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Desse total, 2,1%, mais ou menos, 54.800 evoluíram para o abandono. É um dado
realmente muito preocupante, que 72% dessa população, [Ininteligível], eles não são vacinados contra a raiva.
Que corresponde a 360, são vacinados, mais ou menos, 600 milhões, e 21,5 milhões, eles não foram vacinados.
Então, mostrar um pouquinho, nós temos uma legislação, nossas leis municipais, sobre prevenção e proteção
de isolamento, Leis Municipais 10.1.6, criação de revistas de comunicação, primário de estimação. Não vou
me ater a isso, não vou perder muito tempo, mas, infelizmente, muitas dessas leis não foram fiscalizadas, não
foram cumpridas.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professora, não está passando o slide, viu? O seu slide está congelado
na tela 1.

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A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Para mim está passando.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tira do modo de apresentação, porque quem está colocando no
modo de apresentação, ele não aparece. Deixa no modo normal.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Deixa eu tentar voltar aqui. Me ajude, como é que eu faço? Pronto, voltou?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Isso, agora deu. Agora está na tela do sexo populacional, que tem
uns gráficos vermelhos e rosas.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Isso, deixa eu voltar só um pouquinho aqui. Aqui, pronto. Então, a pessoa está
passando?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está sim.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Está bom assim?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Comecei a coordenar o vídeo bem de tarde e mal, foi feita em 2017, mas a gente foi
formada pelo coordenador, [Ininteligível], dois administrativos. A gente não tem nenhum centro de apoio, é
preciso muito. Nós temos muitos casos de abandono, muitos casos de maus-tratos dos animais e, no sistema
de agressão, eles não têm onde levar os animais. Então, assim, recebe a denúncia de mal-estar, mas tem que
deixar o animal lá na casa da pessoa, porque não tem onde deixar. Então, a gente não tem um sistema de
registro municipal. Aqui são as regionais de Fortaleza, nós temos 12 regionais. Nós temos uma população de
2.428,000. É a primeira cidade do estado do Ceará, a primeira do Nordeste e a quarta do Brasil. Temos um
censo populacional de acordo, em parceria com a SMS. A gente vende míseros na casa, a gente passou um
treinamento com todos eles. Não sei se vocês sabem, mas fazemos um retrospectiva um pouquinho da nossa
história. Eu assumi o Centro de Controle de Zoonose em 2014 e fomos vítimas de uma denúncia falsa. Passei
rapidinho aqui, de uma denúncia, uma fake news, que a gente estava matando animais a marretadas. E, a
partir disso, eu encarei como uma crise que tinha sete dias que eu tinha assumido o CCZ. Então, a partir desse
momento, a gente começou realmente a implantar e teve uma sensibilidade do nosso gestor, do antigo
prefeito, que colaborou e contribuiu com as nossas...
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professora Rosânia?
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Atenção, eles não sabiam nem o que era isso. Então, como sensibilizar, falar sobre o
seu animal, ser sensível. Oi?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, já voltou. Seu áudio falhou, mas já voltou. Pode apresentar, já
está ok. Professora Rosânia? Gente, eu acho que a professora Rosânia caiu. Deixa eu ver se ela vai conseguir
voltar. Professora Rosânia, está nos ouvindo? Alô, professora Rosânia? Professora Rosânia, você está nos
ouvindo?
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Deve
ter sido algum problema de internet, Vanessa.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ela está aqui na sala, mas ela não está conseguindo falar.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Pronto, voltou?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Voltou.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Eu estou no interior, peço desculpa a vocês, eu estou no interior, no Ceará, [Ininteligível]
com meu pai. Eu estou aqui, na casa da minha tia, apresentando para vocês, está bem? Então, vamos lá. Está
na minha apresentação aí?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está tudo certo, sim, está aparecendo.
A SRª. ROSÂNIA RAMALHO GARCIA (Membro da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do CFMV e CRMV
do Estado do Ceará) − Ótimo. Então, fizemos um Centro de Controle de Zoonose. Deixa eu voltar um
pouquinho aqui. Nós fizemos um centro populacional com [Ininteligível], eles colaboraram e pegamos uma
avaliação de todas as regionais, está bem? Aqui a população, em forma de gráfico, a gente tem ideia onde,
qual é o regional que tem mais, qual é o regional que tem menos, para a gente poder mapear as nossas ações
onde a gente pode atuar melhor, está certo? Essas aí são fotos de parques, de praças, de cemitérios, hospitais,
que eu recebi assim que eu assumi a coordenação do CCZ. Então, assim, é uma coisa assustadora. Eu pensei,
gente, a gente precisa fazer alguma coisa que a gente não pode deixar essa população à deriva, assim, nenhum
controle parasitário, sem nenhuma vacinação, aí volta a saúde única que a gente precisa realmente trabalhar.
E também a função do CCZ [Ininteligível] e controle de zoonoses. Então, a partir dali, nós começamos a... Isso
aí é a problema. Antes de aqueles caninos abandonados, transmissão de zoonoses, agressões de acidente
[Ininteligível], vou passar rapidinho, que vocês já sabem. E aqui foi quando nós começamos, realmente, a
implantar as ações de bem-estar animal no CCZ, que foi um momento de... Tinha uma questão da imprensa
que fez passando a nossa mudança de ação. Começamos a inserir as coisas, não só voltadas ao humano, mas
também aos animais. Então, é o nosso manejo populacional que a gente procurou trabalhar. Centro de
[Ininteligível] Animal como [Ininteligível] ciente na parte de educação, combate e controle de zoonoses. No
Centro Populacional, a gente tentou inserir o registro e [Ininteligível]. Na saúde animal também, com consultas
veterinárias e vacinação antirrábica, teste de treinagem pela [Ininteligível]. Controle Populacional... A gente
tem um espaço reservado para isso. Então, a saúde animal, os animais em situação de abandono, foram os
nossos programas que a gente mostrou. CCZ estimou de que a gente ia para o público-alvo, são os convidados,
os locais abrigos, lar temporário, pontos de abandono, moradores de rua. A equipe é formada por veterinários,
agente e endemias, auxiliares veterinários. Essas ações, Vanessa, são muito importantes porque a gente
consegue fazer o Centro Populacional de Zoonoses mais em situação de vulnerabilidade, em situação de
abandono.
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Eu acho
que a conexão caiu novamente.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Eu acho que agora caiu de vez, gente. Enquanto a professora Rosânia
não retoma, o professor Paulo já está na sala? Professor Paulo?
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − Olá, doutora Vanessa e demais presentes. Já estou aqui na sala, estou aguardando,
assistindo às palestras. Vi agora muito com felicidade a palestra do meu super amigo e colega, doutor Biondo.
Faz um exemplo muitíssimo bom, muito bom.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, professor. Então, eu vou te anunciar, se a professora
Rosânia conseguir entrar novamente, a gente depois volta a palavra para ela, mas vamos, então, entrar no
painel, no sexto painel, Zoonose e medidas de enfrentamento. Então, eu gostaria de chamar o professor Paulo
Abílio Varella Lisboa, ele que é doutor e mestre em ciências veterinárias, atua como pesquisador no Serviço
de Saúde Única do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos da Fundação Oswaldo Cruz. Além disso,
ele é o presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de
Janeiro, revisor da Tropical Animal Health and Production. Suas principais contribuições estão voltadas para o
desenvolvimento de estratégias de manejo, controle e prevenção de zoonose em animais vulneráveis dentro
do contexto de saúde única. Então, professor, muito obrigada, seja bem-vindo, a palavra sua.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − É, muitíssimo obrigado a todos. Obrigado pelo convite Estou vendo aqui o meu
amigo, o doutor Leonardo Napoli. A gente acabou de encerrar agora um ciclo de trabalho. Também estou
vendo o doutor Rafael também lá do CRMV do Paraná e está na minha tela aqui, então, eu fico feliz de vê-los
aqui. A gente ontem estava participando lá do fechamento da oficina de enfrentamentos para o suporte no
estado do Paraná e aí tem muito a ver com o que a gente talvez fale aqui um pouco, que é uma dessas
estratégias essenciais para o enfrentamento de zoonoses. Termos a possibilidade efetiva de pensar e de forma
colaborativa e aí eu queria destacar aqui muito o trabalho do doutor Leonardo, do doutor Rodrigo no Conselho
do Paraná, que fez um esforço grande, organizou nos últimos seis meses, assim, a gente rodou 15 cidades no
estado e pôde levar uma série de palestras e debates, principalmente na interface do conselho como órgão
de classe, das prefeituras, do meio ambiente, da Secretaria de Saúde, como uma ação muito positiva. Então,
esse é um exemplo que a gente gostaria sempre que pudesse ser replicado e compartilhado. Nós só vamos
avançar quando a gente tiver essas ações mais colaborativas e efetivas. Vou compartilhar aqui a minha tela, a
minha fala não é muito longa por conta exatamente do horário, do conjunto de apresentações de todos. Então,
já vou compartilhar aqui, está bem? Espero que todos estejam vendo. Estou botando em modo de tela cheia,
ok? Está aí? Está ok? Está compartilhado?
INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA − Sim.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − Ok, então, deixa eu só diminuir aquele trem aqui, para não ficar no caminho. Então,
perfeito Então, mais uma vez, assim, me sinto honrado de poder participar desse debate É um programa
nacional aí de manejo populacional e ético, acho que isso é um alento que a gente tem para os próximos anos
e que a gente possa ter uma política de Estado que seja realmente voltada e olhada para atenção, assim
Principalmente de cães e gatos, que eles estão num vazio aí, apesar do esforço do Ministério da Saúde, do
mapa, a gente sente uma carência muito grande, principalmente, eu costumo dizer que é um vazio de dados
epidemiológicos. A gente não tem dados consistentes no Brasil em relação a isso Então, falar um pouquinho
sobre zoonose e algumas medidas de enfrentamento ou estratégias que a gente tem. Como a doutora Vanessa
falou, então, sou presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho, sou pesquisador hoje, lotado no
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, mas já
trabalhei muito, tive um projeto de zoonoses e georreferenciamento no Instituto de Comunicação da própria
Fiocruz, que foi um trabalho que a gente vai apresentar um pouquinho aqui também, uma medida. Assim,
falar de zoonoses é falar de doenças infecciosas que são transmitidas diretamente, os animais ao homem, a
gente tem sempre dados como esses aqui 75% das doenças emergentes são zoonóticas, então, existe uma
preocupação, 60% das doenças infecciosas humanas são zoonóticas e 60% dos patógenos conhecidos, vírus,
bactérias, protozoários, fungos, tem potencial zoonótico e o potencial de bioterrorismo também está
relacionado fortemente com os agentes patógenos zoonóticos. E falar de zoonoses é falar um pouco sobre
isso aqui. Isso é uma notícia que a gente acorda de manhã, vai tomar café, vai colocar comida para os nossos
gatos, aí abre, assim, o jornal eletrônico No telefone e a gente se depara com uma notícia como essa,
crescimento exagerado e super descontrolado dos casos de espalhotricose em cães e gatos nos últimos 10

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anos no Rio de Janeiro. Isso independente do esforço, muito coletivo, a gente tem que destacar o trabalho da
vigilância do Rio de Janeiro, a gente tem que falar dos esforços das instituições como o Hospital Municipal
Jorge Vaz, como a própria Fiocruz, que trabalha fortemente no atendimento ao cidadão, que trabalha
fortemente em tentar identificar, fazer de oferecimento, soltar os boletins epidemiológicos, mas isso mostra
exatamente, assim, um pouco do descontrole e de estratégias que talvez precisassem ser mais efetivas. E aí,
não quero fazer uma crítica contundente, mas a gente teve agora a soltura da nota do Ministério da Saúde em
relação ao enfrentamento da esporotricose, mas não fala de notificação, assim, que talvez possa ter sido um
pouco precipitado ou equivocado quando a gente está diante de uma doença de grande complexidade e que
só tem aumentado em todo o Brasil. Da mesma maneira, isso também é um dado agora dos últimos dois dias,
que saiu no boletim interno da Fiocruz, o aumento de casos de leishmaniose cria mais um alerta. Então, a
gente já teve um momento onde esses casos estavam diminuindo e temos percebido mais recentemente,
assim novamente um aumento dos casos. Isso pode ser reflexo da pandemia, pode ser reflexo de ações menos
consistências, a gente pode estar fazendo mais monitoramento. Então, é importante que a gente olhe Isso é
uma publicação até do nosso colega da Fiocruz, o Eduardo, que teve o prazer de estar com ele ano passado
no congresso de human health do Mato Grosso do Sul, então, onde se discutiu muita coisa com cenários muito
importantes também de [Ininteligível]. E isso saiu agora também no jornal estava numa matéria do Jornal
Nacional, falando do crescimento de casos de leishmaniose humanas. Então, criando, na verdade, essa
condição de alerta, que é um pouco mais agora em junho de 2023. Da mesma maneira falar sobre leptospirose
é uma preocupação também. Então, numa matéria também publicada no início do ano, a gente tem visto
aumento do número de casos de leptospirose nos últimos anos. E, recentemente, é notório que o Ministério
da saúde fez uma atualização para os 53 casos de febre maculosa com oito óbitos, isso também foi uma
matéria publicada agora em junho. Então, assim, a gente está falando de zoonose, a gente está falando de
algumas doenças que são muito evidentes e que, infelizmente, por mais que a gente tenha uma estratégia
local, elas acabam não sendo estratégias que sejam nacionais e que causem uma efetividade ou que
contribuam efetivamente para a diminuição do número de casos. A gente tem um artigo publicado por um
nosso colega, agora me faltou o nome aqui dele aqui, que fala sobre transmissão de doenças por vetores em
zoonoses. Então, a gente pode destacar aqui nesse artigo a leishmaniose brasiliense, infantum, tegumentar e
visceral todas elas com potencial zoonótico efetivo. A gente pode colocar aqui a tripanossomíase também com
potencial zoonótico e a gente pode colocar a babebiose que ainda não seja de potencial tão alto, ela ainda
cria uma preocupação principalmente por conta do vetor que é o carrapato do cão. Então, a gente tem que
ter uma atenção grande em relação a isso. Temos doenças também transmitidas por bactérias, por outros
vetores, então, anaplasma, borrelia, relíquia. Então, a gente tem aí um cuidado, todas elas com potencial
zoonótico também e temos doenças helmintoses que também acometem cães e que também tem potencial
zoonótico. Então, assim, é importante que a gente, além dessas, temos outras doenças também, com menor
ou maior potencial, mas estamos diante sempre de uma condição e se nós não fortalecermos os métodos, os
processos, principalmente de identificação, notificação e que essas ações possam ser integradas, talvez nós
não tenhamos possibilidade de ter resultados tão efetivos. Já foi falado muito aqui, então, eu vou passar
relativamente rápido também. A gente tem ainda um vazio também em relação aos dados efetivos. Queria
destacar que a Pesquisa Nacional de Saúde, que efetivamente fez uma pergunta sobre a quantidade de cães
e gatos ou de animais, na verdade, nas casas das pessoas, ela foi feita em 2013, está bem? Então, foi quando
a gente realmente fez a pesquisa, foi feita a coleta de sangue, foram vários dados que são dados que são
publicados. De 2013 para cá, a pesquisa, ela tem feito muito com base de indicadores, algoritmos
considerando. E a gente percebeu também, até com o resultado do censo que aconteceu agora no último
tempo, nesse último censo, é que os dados de algoritmos e as projeções, elas podem ter equívocos. Então,
quantos animais realmente hoje nós temos domiciliados no Brasil? Será que esse número, essa população de
mais ou menos 80 milhões de cães e gatos, 55 milhões de cães, 23, 24, 25 milhões de gatos é um número
absoluto? Será que isso reflete realmente essa condição? E nem temos como avaliar a condição ou a
população de cães e gatos abandonados, nem nas ONGs, nem nos abrigos. Então, a gente tem uma dificuldade
muito grande ainda em saber qual é a real população dos animais. Se a gente pensar naqueles 80 milhões de
cães, mais esses 30 milhões de cães em abrigos ou abandonados, dados do Instituto Pet Brasil, a gente está
falando de uma população estimada de 100 milhões de cães e gatos, isso é metade da população brasileira.

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Nós hoje temos mais cães e gatos do que nós temos, efetivamente, crianças de 0 a 15 anos. Então, isso
representa, primeiro, um aspecto de muita vulnerabilidade, porque a gente tem que pensar que cão e gato,
eles não são vilões em nenhuma doença zoonótica. Muitas vezes eles agem ou funcionam como reservatórios
ou vetores, mas eles são tão vítimas quanto nós. Então, eles acabam se infectando, se expondo. É o caso da
leishmaniose, quando você deixa um cachorro na varanda, exposto à exposição de flebotomíneos todos os
dias. Então, é impossível que ele não pegue a doença por conta do alto risco de exposição. E aí, esse animal
acaba sendo suscetível e causa um equívoco de diagnóstico, muitas vezes, não da doença em si, mas do
modelo, porque esse cachorro vira um reservatório e, muitas vezes, a eutanásia acaba sendo uma medida
empregada face à nossa fraqueza de criar estratégias para o enfrentamento da doença. Então, a gente acaba
ficando vulnerável, esses animais ficam muito vulneráveis também. Então, qual é o número exato? Isso é
essencial para qualquer estratégia que a gente possa adotar. Então, o censo animal, ele precisa ser feito e,
certamente, é uma das estratégias fundamentais para o enfrentamento às zoonoses no nosso país. Destacar
que a nossa população, hoje, mundial, ela já passa de 8 bilhões, a gente já não cabe mais, e os dados que a
gente tem disponíveis da ONU, da OMS, eles criam projeções que são, no mínimo, preocupantes. A estimativa
nos próximos 27 anos, ou seja, pensando numa agenda 2050, muitos de nós vamos estar presentes, nossos
filhos vão estar presentes, a gente está falando de uma população aproximada de 10 milhões de pessoas no
planeta e isso cria uma condição muito perigosa, por que quanto a gente vai estar envolvido e qual é o
potencial zoonótico que a gente tem em uma população tão grande que faz com que a gente tenha muita
vulnerabilidade? Não cabe aqui, não era a apresentação, mas a gente hoje vive ainda um crescimento das
questões relacionadas à insegurança alimentar. Hoje, alguém não vai almoçar e alguém não vai jantar. Hoje,
alguém, talvez, coma uma mistura de ração de cachorro, porque foi a única coisa que ela recebeu hoje como
benefício. Então, nós não podemos fechar os nossos olhos para todos esses problemas, quando a gente pensa
em saúde única. E esse é um artigo de um comentário do Ricardo Augusto, de um artigo publicado na Science,
que fala exatamente sobre a questão da vulnerabilidade ambiental e social para os próximos surtos
zoonóticos. Destaque que isso foi publicado ano passado, tem um ano que esse artigo foi publicado. O que ele
fala no artigo, no comentário? Os surtos acontecem com mais frequência em populações vulneráveis. E aí
mostrar até um pouco, correlacionar com o que o professor Biondo acabou de apresentar, comunidades
quilombolas, comunidades indígenas, áreas de território onde a violência ou a milícia ou o tráfico, ela se faz
presente e onde, muitas vezes, o poder público, tanto de ações de saneamento, de educação, como de
segurança, falham. Então, a gente acaba ficando muito vulnerável. Essa vulnerabilidade, ela não é só em áreas
distantes ou áreas do interior, ela também acontece na cidade e essas populações vulneráveis sofrem muito
socioeconomicamente, criam ambientes desestabilizados e, obviamente, a urbanização cria uma condição
para novas ocupações. A gente tem visto o desmatamento também acontecer de forma intensa nos últimos
anos, é uma outra preocupação. E, normalmente, essas áreas são mais pobres e não criam estruturas que
garantam ou possam garantir a saúde do ambiente, a saúde do animal, a saúde do homem. Então, é preciso
que a gente reflita e trabalhe de forma muito efetiva. Trabalhar com política pública é exatamente...
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Dr.
Paulo, te interromper, desculpa te interromper, mas são 10 minutos para concluir.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) – Está bem, ok, já estou terminando, vou rapidinho aqui.
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) –
Obrigada.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − Nada. Eu vou pegar um pedaço do professor Biondo, que ele avançou aí, mas tudo
bem, vou rapidinho. Então, falar de políticas públicas é isso, a gente identificar os problemas, como foi feito
agora, incluindo uma agenda, que é o que a gente está fazendo também agora nessa discussão, tomar

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decisões, implementar e fazer. É preciso que nós, a sociedade, trabalhemos junto com o governo para que a
gente possa trabalhar de forma sustentável, destacar aqui todo o trabalho agora da doutora Vanessa, da ação
da Secretaria de Defesa e Proteção Animal no Brasil Participativo, com a ação e com o mérito de estar na
Política Nacional de Controle Populacional, acho que é um avanço, será um resultado que, com certeza, vai
refletir muito no futuro. Lembrar que foi publicado em 2020 um livro branco, um papel branco, sobre ações
de One Health, de saúde única, e agora, recentemente, em maio de 2023, essa quadripartite, ou seja, nesse
grupo, fez uma publicação sobre transbordamento zoonótico. Isso está publicado nesse QR code, ele fala sobre
zoonoses e transbordamento, e ele traz esse algoritmo que é muito interessante, que mostra exatamente
identificar ações, reduzir o risco de transbordamento, trabalhar com atividade de redução de risco,
compreender a dinâmica da infecção, conhecer os hospedeiros, o ambiente, trabalhar com funcionadores
antropogênicos para evitar o surgimento de novas doenças e vigilância integrada. Isso trabalhando com o
meio ambiente, com animais, entendendo que esse transbordamento precisa, sim, de ações para limitar a
propagação para a população humana. Então, a gente reforçar ações de laboratórios de vigilância, vigilância
integrada, epidemiológica, diminuir a capacidade de surtos e aumentar a resposta na saúde, trabalhar com
pesquisa e desenvolvimento em vacinas e novas opções terapêuticas. Nós não temos remédios muito novos
para leishmaniose, não temos remédios muito novos para esporotricose, é preciso incentivar e trabalhar com
gestões de longo prazo. A gente cuida muitas vezes da epidemia, cuida do surto e depois essas ações
enfraquecem. A gente teve um projeto na Fiocruz que monitorava dados de zoonose, a gente trabalhava com
um aplicativo que foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, a Federal
Rural do Rio de Janeiro e a própria Fiocruz, que a gente fazia um monitoramento e a gente pôde avaliar e
detectar nos municípios, principalmente onde você tinha ocorrência das doenças em maior ou menor grau, e
a gente conseguia fazer mapas e podia estabelecer onde eu podia agir. Então, é necessário que a gente pense
em estratégias de monitoramento e ter a notificação, ter o monitoramento da doença zoonótica é
fundamental para que a gente possa ter estratégias de atuação efetiva. O uso do aplicativo foi um projeto
muito bom, que fazia com que a gente pudesse ter a percepção de leish, de esporo e gerou dados bem
interessantes para o nosso trabalho. A gente, em 2018, chegou em viagens de utilização e de ensaio do
aplicativo, a monitorar 55 mil casos de leishmaniose visceral canina, não conseguimos estabelecer uma relação
de óbito porque esses dados não existiam. Se a gente for comparar, isso representa 0,1% da população canina
domiciliada. Isso é verdade? Esse número é real? Provavelmente não, a gente tem subnotificação. Esses são
os dados que a gente conseguiu obter e nem consideramos animais em vulnerabilidade por populações,
animais comunitários ou animais de rua. Destacar aqui também todo o trabalho que está sendo feito agora
no estado do Paraná, com a notificação obrigatória, compulsória no estado em relação à esporotricose. Esses
foram os dados que foram apresentados ontem na palestra pela Dra. Raquel em Curitiba, pela Dra. Rosa,
mostrando que, na verdade, a dispersão da esporotricose nos municípios, nas cidades, nas regionais,
mostrando a importância. Se a gente não sabe onde a gente tem os casos, não sabemos como agir. Então,
destacar sempre que o caminho para o enfrentamento às zoonoses justamente começa pela notificação.
Destacar aqui que a Prefeitura do Rio tem um sistema voluntário, qualquer pessoa pode notificar, é um Google
Forms, com uma notificação simplificada, que é uma das estratégias importantes de enfrentamento. E, ao
mesmo tempo, a gente tem cidades como Duas Barras, no interior do estado do Rio, que tem uma população
pequena, tem casa com cães e gatos em vulnerabilidade, que nunca escutaram falar da doença, que nunca
receberam uma visita da vigilância, que tem ausência de dados e que tem animais positivos, tanto para
leishmaniose, como esporotricose, mas essas cidades acabam não aparecendo, porque a gente não consegue
ter um sistema de notificação efetivo e as vigilâncias locais, elas acabam não conseguindo refletir ou ter ações
que possam justificar uma condição. Então, a notificação é algo fundamental para a gente fazer. Como mudar?
Então, o CDC já mostra...
A SRª. NÚBIA SOUZA OLIVEIRA DE MEDEIROS (Coordenadora-Geral do Departamento de Proteção, Defesa
e Direitos Animais da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais – MMA) − Doutor
Paulo, nós já passamos uns minutinhos, aí, se você puder concluir, eu agradeço.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − Já estou terminando, tem mais quatro ou cinco slides, só e já vou terminando,

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está? Então, colaboração, comunicação e coordenação é efetivo. Então, ações que possam fazer esse debate,
que tragam isso para uma discussão, aqui é a Fiocruz, é o estado, o município, o próprio Ministério da Saúde,
são as empresas privadas, a gente precisa ter essa participação. E para finalizando, ações que a gente precisa
fazer é o Censo Nacional, o Sistema Nacional de Cadastro de ONGs, Abrigos e Protetores, a gente precisa ter
um Sistema Nacional de Notificação de Doenças, um SINAN animal, precisa ser efetivo. Fortalecimento de
ampliação dos laboratórios de militança local, isso tem sido um grande desafio, porque a gente não consegue,
às vezes, fazer o diagnóstico e a gente percebe que os municípios, os veterinários, principalmente cidades
menores, eles carecem de apoio diagnóstico. Fortalecer ações de inclusão de comércios veterinários,
principalmente como parceiros particulares, que são sentinelas de doenças zoonóticas, às vezes, o veterinário
da clínica particular é o primeiro profissional a identificar um gato com esporotricose, um cão com
leptospirose, eles, muitas vezes, não têm possibilidades ou não conseguem fazer a notificação. É ter o papel e
o curso de agente comunitário de saúde animal junto ou integrado com agente comunitário de saúde para
facilitar esse olhar de sentinela, principalmente em áreas de vulnerabilidade do território. Ter a Conferência
Nacional Estadual Municipal de Saúde Animal integrada com a Conferência Nacional de Saúde. A gente precisa
trabalhar de forma colaborativa, educação e saúde, ampliar a capacidade de pesquisa. O professor Biondo
falou da integração de dados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que é fundamental. Talvez diminuir a
carga tributária, remédios essenciais para o enfrentamento de zoonoses e discussão de acesso a remédios e
tratamentos e talvez a criação de uma farmácia popular, mas só vamos avançar no controle das zoonoses
quando a gente puder trabalhar. Então, capacitação, educação, organização, estratégia de saúde única, ações
comunitárias, pensar em novos modelos, mas sem deixar de pensar em acolhimento, compaixão, bem-estar
e guarda-responsável. Terminando, que a gente possa ser a alteração que a gente deseja ver e que a gente
tenha um futuro para poder fazer. Aqui é o meu e-mail, meu telefone, e eu sempre gosto de mostrar esse
slide, que o futuro vai chegar, mesmo que a gente não consiga vê-lo. Então, precisamos trabalhar de forma
bastante coletiva para que a gente possa ter esse enfrentamento. Obrigado.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada, professor Paulo. Uma apresentação muito rica de
informação. Eu peço que depois compartilhe os slides para a gente disponibilizar para todo o grupo. Se puder
continuar conosco no período da tarde, onde a gente vai distribuir as equipes de trabalho, e talvez a gente
pudesse avançar em discussões de diretrizes nacionais para várias dessas questões que o senhor trouxe. Não
tem como, pelo Pacto Federativo, às vezes a gente não consegue obrigar o município, mas a gente pode
trabalhar em cima de diretrizes que vão ser norteadoras dessas ações. Eu vejo uma perspectiva muito positiva
essa questão de um sistema nacional de notificação. Talvez a gente não precisa criar um novo sistema, a gente
possa aproveitar os que já existem, mas fazer incluir doenças de interesse veterinário para que seja realmente
de notificação obrigatória para a gente ter esse monitoramento. Muito obrigada.
O SR. PAULO ABÍLIO VARELLA LISBOA (Presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e Coordenador do Programa de Saúde Única da Fundação Oswaldo
Cruz – ICTB/FIOCRUZ-RJ) − Obrigada a vocês.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Obrigada. Dando continuidade, a professora Gisele está na sala?
Gente, eu quero contar com todos. A gente tem agora a fala da doutora Gisele, tem o Roberto Cabral e o
André Luiz. Então, são só três falas para a gente encerrar essa manhã. Peço que todos aguentem, aguardem
firmes aí, porque são discussões da maior importância. Então, a professora Gisele já está na sala?
A SRª GISELLE FERREIRA SODRÉ (Mestranda em Direito e Pesquisadora integrante do Núcleo de Pesquisa
Virada de Copérnico e do Núcleo de Pesquisas em Direito Animal da Universidade Federal do Paraná –
ZOOPOLIS/UFPR) − Já sim. Bom dia ou boa tarde.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Boa tarde. Vamos lá. Gente, pode fazer que nem eu estou fazendo
aqui também. Eu estou falando com vocês, mas estou com a minha cumbuquinha aqui com o lanche. Então,
cada um pega um lanchinho e vamos almoçar e aprendendo aqui, compartilhando as informações. A hora que

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eu fecho a câmera aqui, não é porque eu saí da sala, não. É para vocês não ficarem vendo eu mastigar e tal,
mas eu estou aqui ouvindo, está bem?
A SRª GISELLE FERREIRA SODRÉ (Mestranda em Direito e Pesquisadora integrante do Núcleo de Pesquisa
Virada de Copérnico e do Núcleo de Pesquisas em Direito Animal da Universidade Federal do Paraná –
ZOOPOLIS/UFPR) − Está certo.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, a professora Gisele Ferreira Sodré, mestranda em Direitos
pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em Direito Civil e Direito Processual pela
Universidade Estadual do Tocantins, e Direito Público, Constitucional e Administrativo e Tributário pelo
Instituto Tocantinense de Educação Superior e Pesquisa. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa Virada de
Copérnico e do Núcleo de Pesquisas em Direito Animal Zoopolis, da UFPR. Foi membro da Comissão de Direito
Animal da UAB Tocantins. Então, professora, seja muito bem-vinda. A palavra é sua.
A SRª GISELLE FERREIRA SODRÉ (Mestranda em Direito e Pesquisadora integrante do Núcleo de Pesquisa
Virada de Copérnico e do Núcleo de Pesquisas em Direito Animal da Universidade Federal do Paraná –
ZOOPOLIS/UFPR) − Eu que agradeço, muito obrigada. O que falar depois de uma apresentação como essa do
doutor Paulo Abílio, totalmente completa, abrangendo aí todas as informações referente à região norte? Não
vou estar compartilhando aqui uma tela, vou ser bem sucinta, até em razão aqui do nosso tempo, nosso
horário, mas trazer para vocês as informações referentes ao estado que é o caçula aqui do nosso país. Aqui, a
população tocantinense, hoje, ela, diferente de boa parte das cidades que foram apresentadas aqui, ela gira
em torno de um milhão e meio de pessoas. Isso distribuído em uma população normalmente em 139
municípios, sendo 129 em torno de 10 a 20 mil habitantes por município. E acima de 10 municípios distribuídos
ao restante da população. O acesso a essas cidades acabam também se tornando, para alguns locais, bastante
complicado, o que dificulta a contabilização exata de informações de situações de zoonose nessas
determinadas regiões. Atualmente, diferente do que foi se apresentado aqui, o estado não possui um controle
populacional adequado para cães e gatos. Esse controle, que normalmente é feito pelas informações que
obtivemos pelo maior centro de zoonose aqui do estado, que é o da capital de Palmas, ele é contabilizado
pelas efetivas realizações de vacinação. Quando fazem as campanhas de vacinação, eles fazem, normalmente,
uma contabilidade sucinta de quantos animais são efetivamente vacinados para que se tenha uma média, uma
estimativa de quantos animais teriam ali pela região. Então, no total, se teria, em média, em torno de uns 325
mil cães para um total de 239 mil gatos, pelas últimas informações obtidas em 2019. Sabemos que esse
número aumentou significativamente aqui na região, principalmente após o período pandêmico, onde muitas
pessoas, não só aqui no estado, mas acredito que no país inteiro, acabaram tutelando ali mais animais. E,
infelizmente, alguns outros sendo abandonados posteriormente. Dentre as zoonoses mais identificadas aqui
do estado, nós temos a leishmaniose, a toxoplasmose, a farbovirose, cinomose e, nos interiores, sarnas. Então,
muitas vezes, tem essa forma de tratamento mais próximo da capital, em clínicas veterinárias, que não se
encontram na região do interior. Então, muitas pessoas têm esse animal acometido por essa zoonose, muitas
vezes não sabem qual tipo de zoonose esse animal tem e não leva para um determinado tratamento, seja pela
via particular ou pelo meio de agendamento no próprio centro público. Apesar de não ser um atendimento
que seja, como posso dizer, totalmente amplo e satisfatório. Atualmente, o município de Palmas, ele firmou
um TAC junto com o Ministério Público, onde ele se comprometia a fornecer maior saúde e bem-estar animal
para a população de cães e gatos, com um número de castrações, pelo menos de 80 castrações ali por mês.
Porém, esse TAC nunca foi cumprido. Inclusive, esse ano, eu até estava acompanhando ali o processo, foi
ajuizada uma ação do centro público, justamente voltada a cobrar uma proposição, porque apesar de ser uma
população ainda bem inferior em relação às demais aqui apresentadas do estado, a situação já começa a se
tornar um pouco caótica pela situação da quantidade de animais que temos aqui nas ruas. E verificamos que,
na verdade, se trata de um interlaço. Então, assim, se eu não tenho a castração, eu vou ter um aumento
populacional. Se eu tenho esse aumento populacional, eu vou ter um aumento de zoonoses. Se eu não tenho
um controle de quantidade de zoonoses, de animais acometidos, de natalidades e até mesmo as mortalidades
e quais foram as causas dessa mortalidade, ao final eu não vou ter os dados que vão me possibilitar agir ou
atuar de uma forma mais efetiva na solução desse problema. Então, pelo que foi apresentado aqui, verifiquei

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que em Curitiba, eles estão fazendo um controle grande ali e atuante frente à coleta de dados e o quão isso
vem mostrando resultados. E aqui, nós ainda estamos engatinhando nesse caminho de registro. A questão da
microchipagem, aqui também no estado, não temos nenhuma legislação que determine ou nenhum programa
que incentive a microchipagem desses animais. As microchipagens que são feitas são em relação aos animais,
por vias particulares, por clínicas, animais vezes domesticados e em relação também aos semi-domiciliados,
que nós encontramos bastante no interior. Boa parte da população não tem muro, não tem cerca, não tem
divisa onde reside, nas partes mais isoladas e aí isso acaba que esse animal, por mais que ele tenha um
domicílio, ele vive em pleno contato com outros animais de rua e acaba, inclusive, levando esse mesmo
problema de zoonose do animal doméstico para o animal silvestre. Nós também enfrentamos esse tipo de
problema aqui por causa dessa convivência que acaba sendo multa em razão disso. Daquele tutor que tem ali
o animal, ele não faz a sua prevenção e quando aquele animal é acometido por uma doença, nem procura os
meios necessários para estar tratando. Em relação à zoonose, nós ainda temos um problema no quesito de
informação, porque muitas vezes essa pessoa vai pegar um animal saudável e colocar em um ambiente que
está contaminado por não aguardar o período necessário para eliminar daquele ambiente aquele determinado
zoonose. É preciso aguardar um determinado período, ela pega um animal saudável, leva para casa, às vezes
um animal adotado, isso não tem esse controle de saber para qual ambiente esse animal está indo e de
repente eu tenho um animal saudável que acaba se tornando doente, que vai conviver com outros animais na
proximidade, que às vezes também são saudáveis e que vai fazer essa transmissão. Atualmente, nós tivemos
uma pequena contabilização que na região da capital de Palmas tinha-se cerca de 8% de animais com
leishmaniose, porém em contato mesmo ali na efetividade com o centro de controle, mais com protetores e
também com... Agora me falhou o nome, mas enfim, eles me informaram que esse número é muito maior
porque basicamente 80% a 90% dos animais que são resgatados, eles vêm acometidos já com leishmaniose,
com sarna, no caso dos gatos ali, toxoplasmose, sarcoma bull virose, então, temos uma deficiência muito
grande aqui no estado de políticas públicas, as legislações que temos, elas tratam necessariamente do meio
ambiente, não temos ainda aprovado legislações que voltadas especificamente a trazer um programa que seja
mais efetivo no controle dessa população e também de evitar que se espalhe, continue se espalhando e levar
essa informação para como tratar ou como pelo menos acomodar ali aquele animal que esteja acometido com
uma determinada doença que possa vir a contaminar um outro animal ou aquele determinado ambiente.
Seriam essas as informações que eu teria e agradeço pelo tempo, falei que não ia tomar muito o tempo de
vocês, está bem cumprido aqui. Obrigada.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professora Gisele. É muito bom a gente ter essa
visão da totalidade dos estados e foi muito rico você poder trazer a experiência de Tocantins. Eu espero que
você possa participar, se não todo, pelo menos uma parte dos debates de hoje à tarde, para os
encaminhamentos. Muito obrigada. Bom, então, eu gostaria de dar continuidade aqui, a gente está entrando,
então, no nosso último painel do dia, o impacto ambiental e na fauna silvestre, que a gente já teve uma fala,
por inversão da ordem da Sílvia, do ICMBio, que ela está em uma outra atividade. E agora é uma fala para a
gente que é muito importante. Eu queria chamar aqui o Roberto Cabral, ele que é um irmão de todas as horas,
nessa parceria, nesse sonho de defesa dos direitos animais. Ele é analista ambiental no Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA. E, realmente, ele é uma das pessoas mais
aguerridas que eu conheço na defesa da fauna brasileira. Então, para nós é uma honra. Muito obrigada pela
sua participação. Cabral, a palavra é sua.
O SR. ROBERTO CABRAL (Agente Ambiental Federal e Analista Ambiental) – Ok. Obrigado, Vanessa. Falar que
sou aguerrido vindo de você é uma coisa maravilhosa. Vamos lá. Boa tarde a todos. Bom dia, considerando
alguém que deve estar em um fuso horário diferente. Eu estou falando do celular, apesar de estar em casa,
mas o computador deu um problema aqui, então, vou falar do celular, então, não tenho uma apresentação,
mas a questão é a seguinte. Primeiro, eu queria começar com, dentro da fiscalização e dentro não só do
IBAMA, mas dos órgãos ambientais, como que a gente acaba tendo essa questão de gato, cachorro, animal
doméstico, de uma forma geral. Se vocês pensarem, Código Penal Brasileiro, todos os crimes que existem
relacionados a crimes no Brasil. Na hora que a gente entra na legislação ambiental, ela vai estar por último.
Então, de todos os crimes relacionados a ser humano, a legislação ambiental está abaixo. Então, vamos para

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a legislação ambiental e os crimes relacionados a essa questão. Aí nós vamos ter desmatamento, vamos ter
garimpo, vamos ter agrotóxicos, pesca comercial, profissional e etc. A parte de fauna, normalmente, é o menos
considerado. Então, vamos para o crime de fauna. Aí a gente tem caça, tem tráfico de animais silvestres, tem
bioinvasão, introdução, maus tratos de animais silvestres, animais domésticos ficam por baixo. Então, se nós
formos considerar em termos de oprimido ou de população deixada de lado ou de crime deixado de lado,
gato, cachorro e outros animais domésticos são os últimos, são os últimos da fila a serem considerados em
política pública na questão de defesa dos animais, de defesa relacionada a crime e defesa do meio ambiente.
E aí a gente tem a parte quando esses animais invadem determinadas unidades de conservação ou áreas que
deveriam ser protegidas. E aí eles deixam de ser considerados como o último e passam a ser considerados
como os primeiros vilões e que devem ser transformados em vítima. E esse é um grande problema, e a gente
tem isso muitas vezes pior para cachorro do que para gato, porque gato acaba sendo uma ação críptica.
Tirando uma pessoa ou outra que vê o gato caçando ou alguém que tenha esse conhecimento, quando alguém
vê uma matilha de cachorro dentro da unidade de conservação, alguma coisa nesse sentido, então, ela já vira
alvo que tem que ser eliminado. E eu espero sinceramente que a gente mude essa realidade, mas a realidade
e a percepção de quase todo mundo é: Vamos eliminar esses animais. E muitas vezes sem pensar de onde é a
origem desses animais. Aqui em Brasília a gente tem um caso clássico que é da estrutural, então, as pessoas
se incomodam com as matilhas de cães dentro da unidade de conservação, que é o Parque Nacional de Brasília,
mas não percebem que enquanto não resolver o problema do abandono, que o Biondo colocou muito bem, a
questão da castração é o final, mas eu tenho o abandono, tem a guarda responsável. Enquanto eu não resolver
isso na periferia, eu vou ter sempre uma fonte de, entre aspas, contaminação daquela unidade. Então, essa é
uma questão que normalmente acaba sendo direcionada para o abate dos animais, sem considerar a questão
ética nessa situação e sem considerar a origem do problema nessa questão do abate. Então, a gente tem essa
situação dos cachorros, de como tirar os cachorros, de como evitar que eles entrem nas unidades de
conservação. E tudo isso perpassa uma política pública maior. Não adianta eu pensar que vou conseguir
resolver a unidade de conservação, o problema de invasão em unidade de conservação, com uma ação local
dentro e restrita à unidade de conservação, sem atuar na periferia. E muitas vezes os gestores não têm essa
percepção e preferem uma ação mais imediata e algo do tipo, pelo menos estou fazendo alguma coisa. Só que
esse fazer alguma coisa, você tem toda a questão ética e os maus-tratos a esse cachorro, ele não vai solucionar
o problema, ou seja, eu estou tendo um crime ambiental, se eu for pensar em questão de maus-tratos, porque
o cachorro vai ser abatido a tiro de qualquer jeito, é normalmente o que as pessoas fazem, para solucionar
um outro problema ambiental, que acaba não sendo solucionado. Na questão de maus-tratos, de uma forma
geral, que a gente também atua nisso daí, nós temos uma ausência de locais para destinar esses animais. Por
exemplo, eu não tenho centros de triagem do Ibama, vamos supor, vou pegar os animais que estão na unidade
de conservação, ao invés de abater, eu tenho que resolver imediatamente aquele problema, antes de agir na
base, na origem do problema. Então, vou abater aqueles animais ou vou capturar esses animais. Pronto,
capturei os animais, vou levar para onde agora? Os centros de triagem eu não aceito. E é certo que não
aceitem, porque você estaria misturando uma espécie doméstica com espécie silvestre. Então, perfeito isso.
Só que a gente fica sem um local para destinar esses animais. Aqui em Brasília, por incrível que seja, se eu
apreendo cavalo, eu tenho para onde destinar. Eu vou destinar para a SEAGRI, eles vão manter os animais,
vão tentar a adoção, etc. Se eu apreendo cão ou gato, eu não tenho para onde destinar. Fazendo uma
correlação com o animal silvestre, eu não tenho fiscalização de fauna, se eu não estiver sendo de triagem,
porque eu vou precisar ter um local para destinar esses animais. Então, no Brasil, como um todo, se eu não
tenho para onde levar um animal que esteja submetido a maus tratos, isso já foi até citado aqui, desculpa, eu
não guardei exatamente por quem, mas teve essa citação, mas se eu não tenho para onde destinar esses
animais, eu não tenho como fazer uma fiscalização efetiva de maus tratos. E aí, na hora que você retira esse
animal, vai caber o agente ambiental ter que se virar, ter que conseguir um local para destinar, ou seja, na
próxima vez, ele vai tentar recusar ou simplesmente não vai atender uma denúncia de maus tratos. E, com
isso, nós vamos ter os animais submetidos a maus tratos sem atendimento. CCZ, Centro de Controle de
Zoonoses, a maior parte dos centros no país inteiro tem por política, embora agora tenha a decisão do
Supremo Tribunal Federal, mas muitos ainda têm por política o abate dos animais, que vão chamar de
eutanásia ali naquele local, embora para mim não seja eutanásia. Então, também acaba não sendo uma opção.

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Acrescido a todos os problemas, que já foi falado disso, na parte de fiscalização ambiental, nos últimos tempos
a gente ainda teve um outro problema, que nos últimos quatro anos aumentou demais, que é a questão da
caça e utilizando cães de caça. E como foi liberado isso na questão do javali, inclusive a questão do uso de cães
de agarre, então, nós tivemos uma proliferação de cães de caça no Brasil, uma proliferação de canis de cães
de caça, que se tornam dois problemas. Um problema na hora que vão para a atividade de caça, os caçadores
normalmente colocam o GPS somente nos cães que eles chamam de cães mestre, ou seja, o cão que ele vai
ter maior prejuízo caso ele perca o cão, mas vários cães estão sendo abandonados pelo meio do mato, então,
estou trocando uma, entre aspas, invasão de javali para uma invasão de cães treinados a caçar. E eu tenho
observado, só que aí é de uma forma empírica, não tenho nenhum dado consolidado sobre isso, mas a gente
tem observado uma questão de aumento de sarna em lobos, aumento de raposinhas, de cachorro do mato
sendo pego com sarna, que pode estar relacionado a maior entrada desses animais no campo. Então, nós
temos tanto o abandono dos animais quanto essa questão de doenças levadas ao meio do mato. Fora isso,
com uma nova política agora que a gente pretende adotar em relação a essa questão de caça, de javali e etc.,
nós vamos ter um outro problema, que são as quantidades de cães que foram criadas, foram reproduzidas,
simplesmente para a questão da caça. E na hora que eu elimino a possibilidade de caça, o que vai acontecer
com todos esses animais? E aí entra o último caso aqui que eu estava falando, mas para mim é tudo
correlacionado, porque tudo isso vai desaguar em algum momento em unidade de conservação, ou área
natural, ou gatos sendo abandonados, cães sendo abandonados, que é a questão da venda de animais em
loja, e aí por trás eu tenho a fábrica de filhotes. Como eu tenho a venda em loja, as pessoas não precisam
verificar como é que é o criador, porque eu já tenho essa área de distribuição, e a gente tem tudo isso
correlacionado, que eu concordo e acho espetacular, a Vanessa está chamando todo mundo para a reunião
para a gente ter essas explanações, essas ideias de todos os problemas, e todos os problemas, Vanessa, eu
vejo que eles se concentram no início, na questão da guarda responsável, um registro de animais no Brasil,
um sistema que a gente consiga registrar os animais, que no futuro a gente tenha uma licença para você ter
animais, na hora que eu pego alguém com fábrica de filhotes e multo essa pessoa, retiro aqueles animais, eu
não tenho nenhum dispositivo legal que impeça que essa pessoa volte a cometer esse crime, ela pode pegar
animal de novo, quem foi pego maltratando animal pode pegar animal de novo, quem abandonou animal na
rua pode pegar animal de novo, então, tudo isso, se nós formos ver, cai na base inicial que é guarda
responsável, registro, um controle na venda, um controle na criação dos animais, que hoje para animal
silvestre a gente tem, para animal doméstico não, e uma mudança de perspectiva, de política pública e de
visão das pessoas que trabalham na fiscalização de uma forma geral, de que é importante sim a questão de
maus-tratos, porque normalmente quando você faz qualquer ação de maus-tratos você é quase que execrado,
porque deveria estar fazendo alguma ação de proteção para o animal silvestre ou para outro crime ambiental,
e as pessoas não conseguem fazer essa ligação, essa percepção da importância de se atuar na questão de
maus-tratos, de se atuar na questão também de domésticos. E a percepção dentro de unidade de conservação
de que não adianta você agir pensando que vou proteger a unidade, a biodiversidade indo ali abatendo o
cachorro ou simplesmente capturando, se eu não resolver o problema que está na periferia, que está na zona
de amortecimento da unidade de conservação, que eu vejo que nem sempre é a ideia do gestor, você ir lá e
depois falar com toda a situação negativa que envolve isso, mas para a questão ambiental, na hora que ele
fala para várias pessoas, não, eu abati tantos cães aqui, a gente tem um programa que a gente abate os cães,
as pessoas consideram que ele está fazendo alguma coisa e ele acaba se sentindo recompensado, e isso não
pode acontecer da pessoa se sentir recompensada, da mesma forma também que eu já vi agentes querendo
abater cachorro de caçador e falando que, não, eu tenho que abater o cachorro, porque senão ele vai voltar
a caçar, o caçador vai voltar a caçar.
A SRª. FRANCIENE − Cabral.
O SR. ROBERTO CABRAL (Agente Ambiental Federal e Analista Ambiental) − Na verdade, está acabando já,
estou acabando.
A SRª. FRANCIENE − Três minutos, três minutos.
O SR. ROBERTO CABRAL (Agente Ambiental Federal e Analista Ambiental) − Não, não, mas já estou acabando.
Na verdade, o caçador vai voltar a caçar, independente de aquele cachorro ser abatido ou não ser abatido, o

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que faz por alguns. Então, o que eu queria na minha fala, principalmente, é mostrar, a gente tem esse
problema realmente, é um problema crítico de ataque de cães a veados, cães a tamanduás, de gatos a,
principalmente, répteis e aves, esse é um problema sério, é um problema que, normalmente, os biólogos se
atentam muito a eles, mas não se atentam à origem do problema, eles querem resolver matando ou pegando
esses animais que estão dentro da unidade de conservação, sem ampliar o foco da origem do problema, que
foi o que quase todo mundo falou aqui, da questão da guarda responsável. Então, eu acho que o problema
que perpassa a questão da proteção do silvestre, pensando em gato, cachorro ou animais domésticos, significa
também a mesma solução relacionada a como se evitar maus tratos e abandono, que é a guarda responsável,
é proibição de venda de animais em loja, é licença, chegar ao nível de ter licença para os animais e de ter
registro desses animais. Só isso. Obrigado, gente.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Cabral. Vou falar para vocês que está tramitando já
no Ministério do Meio Ambiente a proposta de criação de um GT, o GT Direitos Animais, e que vão ser
integrados, como membros permanentes, representantes do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e ICMBio,
com a proposta de dialogar sobre essas áreas de interseção, porque a IBAMA, a ICMBio e a MMA são entidades
irmãs, e uma das pautas de trabalho desse GT seria a revisão das normas protetivas de fauna, além do Plano
de Contingenciamento de Desastres e o próprio Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e
Gatos, e a expectativa é que o Cabral, a Silvia, que já apresentou aqui, possam ser integrantes desse GT e estar
contribuindo de forma permanente com esses debates. Gente, então, nós vamos passar para a nossa última
fala da manhã. Quem está aqui, continue, porque nós vamos fazer a foto final da manhã. Então, quem resistiu
bravamente, para a gente registrar quem está aí até agora. Eu queria chamar, então, o professor André Luiz,
está na sala? Professor André Luiz?
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Sim, professora.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, pronto, já está aqui. Muito obrigada. Então, vou anunciá-lo,
professor André Luiz Batista Galvão. Ele que é médico veterinário formado pela UNIDERP, com residência,
mestrado e doutorado pela UNESP Jaboticabau. Atualmente é professor doutor adjunto do curso de Medicina
Veterinária da UFRR, que é a Universidade Federal de Roraima. Portanto, nosso representante do Estado de
Roraima também representado aqui nesse painel. Então, seja muito bem-vindo, muito obrigada e a fala...
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Eu agradeço. Estão me ouvindo bem? Agradeço a oportunidade de poder contribuir. Vou agora tentar
disponibilizar os slides. Ele falou que eu não estou habilitado a apresentar o slide.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Veja se agora dá, professor.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Agora deu. Vocês estão vendo os slides? Está dando certinho?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deixa eu ver se vai... Está carregando.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Está carregando?
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Agora sim.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Sim. Então, primeiramente, eu agradeço a indicação a poder contribuir com vocês com grandes nomes, o
professor Biondo, o Rodrigo Mendes, a própria professora Vanessa. E hoje eu vou trazer para vocês um pouco
do que é a realidade do Estado de Roraima. Vai ser uma visão, um diagnóstico mesmo, para vocês terem uma
noção. E aí eu já deixo a possibilidade em abertura de parceria e auxílio, porque nós precisamos de amparo,

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sim. Então, eu vou trazer um perfil básico aqui do inquérito da crise dos cães, das comunidades indígenas.
Bom, inicialmente, quem nos procurou para poder... Deixa eu trazer esse tipo de ação. Foi o Grupo de Resgate
de Animais em Desastres, o GRAD. Eles que tiveram, primeiramente, esse tipo de acesso às tribos Yanomami.
E aí eles trouxeram para nós amostras de sangue para que nós pudéssemos realizar as análises afins de
detectar enfermidades ou orientar qual a melhor conduta na condução desses animais. A responsável pelo
GRAD que procurou, a professora Carla, ela exerce pós-graduação aí em Minas Gerais e ela trouxe os relatos
que os animais estavam muito desnutridos, desidratados, com problemas de pele. Isso me preocupou muito,
junto com a fala citada anterior da outra colega quanto à possibilidade de sarna, justamente pensando nas
ocorrências de impacto ambiental como ocorreu na Europa quanto à questão da raposa. Lembrando que esses
animais domésticos estão sendo levados para as tribos por meio de permuta, eles falam outro termo aqui,
entre os índios e os garimpeiros. Então, teria que ter esse tipo de controle também. Ela também trouxe o
relato de uma restrição e bastante limitação de fornecimento de alimento, tanto para os animais, tanto para
os humanos. E uma desnutrição realmente, assim, tardia e você vê que ela é crônica. Não é de hoje, está bem?
Nesse sentido, então, nós fizemos a primeira análise. Aqui são as imagens dos pacientes que também nós
posteriormente fizemos avaliação na CASAI, que é a Casa de Atendimento ao Índio. Eu não sei se o vídeo vai
mostrar, mas esse é o perfil do paciente, está? Esse é o perfil dos cães, dos índios Yanomami, está bom?
Desnutrição, anemia, trombocitopenia, pontos hemorrágicos, ectoparasitas, carrapato e pulga. É um quadro
bem, assim, delicado e, para não dizer, chocante. A mesma condição está associada à nossa espécie com a
presença, também, dos ectoparasitas. Então, aí, trouxe a imagem de um índio que está aí com a tunga, o
famoso bicho de pé, então, a gente tem que saber, aí, trazer esse equilíbrio e, de modo inteligente e
estratégico, levar formas de ação que possam atender tanto os humanos e aos animais, também, no mesmo
contingente. Sequencialmente, nós vamos fazer avaliação desses animais que nós recebemos as amostras de
sangue. Nesse perfil inicial que nós recebemos, de dez animais das comunidades, nove estavam com anemia
moderada grave, sete estavam com trombocitopenia e não estavam aptos para castração no próprio quesito
nutricional, também. Para nós realizarmos atividade a campo, nos cães das tribos indígenas, na CASAI, que é
a casa que acolhe os índios aqui em Boa Vista, na capital, que foi a primeira unidade básica de atendimento
aos humanos, aos indígenas, nós utilizamos uma metodologia que eu apliquei em 2019, que é a capacitação
de equipes para inquérito sorológico canino para pesquisa de leishmaniose visceral, feito em dois municípios,
São José do Rio Preto e também Mirassol, que foi bastante elogiado e convidado, até mesmo, para ser
implementado em Portugal. Nesse sentido, teve alguma modificação nessa metodologia. Primeiro, respeito à
cultura indígena, respeito aos animais silvestres e domésticos, eu não tenho que ter foco só no animal
doméstico, eu tenho que ver o impacto ambiental e a tríade epidemiológica. Considerar riscos de acidentes,
mordeduras e fugas. É muito fácil encontrar aqui, urubu, morcego, rato. Os próprios ambientes de comum
convivência entre os índios e os animais. E eu tenho que pensar na saúde do trabalhador da minha equipe.
Nesse sentido, então, foi elaborada a proposta de estratégia e a gente foi realizar, então, essas ações com os
cães dos índios que estavam aqui em Boa Vista, na CASAI. O exame físico, desnutrição, não tem oferta de
alimento a esses cães, eles comem restos de comida e/ou animal silvestre, junto aos homens também.
Desidratação, anemia e pontos hemorrágicos pelo corpo, além de problemas de pele, iquiterícia, mas todos
têm um temperamento muito dócil, um temperamento extremamente dócil, e os indígenas, as crianças que
me auxiliaram e auxiliaram a equipe na captura desses animais, de tamanha docilidade, nós não pedimos as
ajudas às crianças, as crianças que pronto atendimento foram nos auxiliar. Bastante ectoparasitas, pulgas e
carrapatos e febre. Naquela população que nós avaliamos da CASAI, existiam poucos cães filhotes, na média
de 15 a 20 cães adultos, mas poucos cães filhotes. Agora gatos, bastante filhote de gato. Então, tem essa
preocupação também, que o gato merece atenção ali. Aqui, então, é só para ilustrar a nossa avaliação clínica
geral deles. Aqui também só para ilustrar, mais uma vez, o score corporal desses pacientes. Aí, eu fazendo a
inspeção, porque aqui tem o conceito regional de uso ainda de anticoncepcional como medida de controle
populacional, e aí tem muito caso, seja de neoplasias por origem e também, devido a um grande número de
cães na população de rua, muito TVT. Então, a gente faz muita triagem também no sistema reprodutor e
urinário dos animais. Aqui, então, sequencialmente, nós fizemos a coleta das amostras de sangue, e
sequencialmente nós já fizemos um tratamento inicial, fornecendo vermífugo e ectoparaciticidas e até mesmo
probiótico e suplementos que foram fornecidos por meio do GRAD, associado a doações com as grandes

701
empresas de modo nacional. A UFRR não tem responsabilidade sobre esse tipo de ação. Foi feito mesmo pelo
GRAD e nós ajudamos na distribuição e no fornecimento aos animais. Desses animais avaliados, que foram 12
cães, 12 cães estavam com anemia moderada severa. Sete cães estavam com trombocitopenia moderada e
um estado grave, necessitando de terapia transfuncional. Ou seja, esses animais, tanto que estão em Boa
Vista, quanto que estão nas tribos, não estão aptos à castração. Bom, diante dessa situação e do perfil, nós
temos que considerar a possibilidade das enfermidades gregas e regionais e as zoonoses. Por quê? Como visto
o drama nas redes, como vou dizer para vocês, nas mídias sociais e na mídia geral, nós temos um ser humano
em desnutrição, que é o índio. Nós temos um animal doméstico em desnutrição, o cão. Qual que é a fonte de
alimento dos dois? O animal silvestre. E eu vi, da única visita que eu fiz, eu vi índios comendo pássaros, sapos
e vi roedores andando meio-dia no local. Bom, nesse sentido, como visão de clínica médica e na condição
restrita de cuidado na amostra biológica, o que eu sugiro, talvez, para uma parceria com esse tipo de análise,
seria a utilização do proteinograma, para a gente conseguir fazer um perfil dessas doenças que poderiam estar
mais presentes e representando o risco para as três saúdes. Para o atendimento emergencial, que é o que
pretendo mostrar mais tarde, é o uso das máquinas portáteis. Nós estamos utilizando as máquinas portáteis
em estudo aqui em humano, verificando se elas podem ser validadas para os animais, porque nós temos várias
dificuldades, já como falado, pelos outros professores que atuam na região. Então, essas máquinas portáteis,
se for validada a metodologia de hematóxido, hemoglobina, creatinina e outros achados também, usando em
animal, seria uma grande forma de auxílio. Por que eu insisto no proteinograma? Porque os animais
apresentam aumento de linfonodo e deposição de imunocomplexos nos próprios olhos também. Então, eu
acredito que para investigar que doença que está circulando, o proteinograma pode nos dar um norte. As
máquinas portáteis seriam uma solução imediata para eu fazer uma triagem e ter um resultado e saber o que
eu tenho que fazer de tratamento imediato. Também, essas máquinas portáteis têm um período de duração
de bateria grande, elas podem ser utilizadas no quesito de transmissão dos dados por Bluetooth para o celular
do responsável ou manual e é uma máquina também que pode ser aplicada na atenção primária da saúde,
para crianças, mulheres e homens. Bom, também não posso ignorar, como clínico, e já venho da região de
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Araçatuba, São José do Rio Preto, Mirassol, que são locais que têm muita
leishmaniose, e nascido em Bauru, então, dispenso qualquer tipo de informação, a citologia aspirativa por
agulha fina nós realizamos e também a citologia de ponta de orelha, para vir de verificar de modo mais preciso
o que tem de imediato nesses animais.
A SRª. FRANCIENE − Professor, três minutos.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Perfeito. Para as considerações finais, falo a fala do ortopedista Rodrigo Mendes. As limitações nacionais são
diferentes. Jorge Carneiro, ele trouxe a limitação regional e local e o Brasil tem essa grande diferença mesmo,
que não pode ser ignorada, principalmente a região Norte e Nordeste, quanto no que diz respeito à
disponibilidade de insumos profissionais e acesso. Difícil acesso aos locais de instâncias e difícil acesso à
chegada de recursos, dificuldade em chegada de insumos e reagentes, identificação dos animais e
comunidades indígenas, essas comunidades são distantes umas das outras, os voos são limitados, o espaço
entre o intervalo de voo é longo, o espaço físico dentro do voo, dos aviões, é limitado. Nisso também eu tenho
que ter uma capacitação e considerar a minha equipe que está indo a campo. Dispositivos de segurança, uma
disponibilidade, se possível, de veículos automotores para facilitar o transporte dessas amostras biológicas
para físicos diagnósticos e investigação, fornecimento de água para a equipe e reagentes químicos para os
procedimentos. No foco mesmo do impacto ambiental, acho que essa foto já traz o retrato do que a gente
imagina, e do que eu tentei falar de modo mais suave. Bom, os animais silvestres, a primeira situação que me
preocupou foi o risco de sarna. Como já é relatado na Europa, a entrada da sarna sarcóptica causou
praticamente a extinção da raposa. O desequilíbrio ambiental, isso me chocou muito, e vale se pensar, embora
eu seja da clínica médica e trabalho na parte do intensivismo, tem que ter um equilíbrio psicológico da equipe,
não é qualquer um que pode ser direcionado para esse tipo de ação. E os animais silvestres são utilizados, sim,
como meio de alimento do homem e os animais domésticos, que nessa situação estavam subnutridos. E deixo
aí, e eu vi, consumo de passarinho, eu vi comendo passarinho cru, tive a oportunidade de ver roedores
andando próximo ao local onde eles ficam, por volta do meio-dia, e também o consumo de anfíbios, respeito
à cultura deles, mas nós temos que considerar isso, principalmente no que diz respeito à espécie de saltos,

702
como a gente já viveu e sabe que ocorreu com coronavírus. Não posso ignorar que para o envio das equipes
em ação eu tenho que considerar a existência de conflito armado, polícia, garimpeiro e índio. Esses riscos
devem ser considerados, sim, para qualquer tipo de ação que deve ser realizada. O que eu tinha que
apresentar era isso. Eu tenho formação muito ligada à professora Meire Marcondes Feitosa, que é referência
na parte de doenças infecciosas. Fui professor substituto na UNESP Araçatuba, na parte de clínica médica de
pequenos e tive a honra de substituir a professora Cáris, da epidemiologia. Então, parte do meu raciocínio da
epidemiologia vem dessas duas grandes referências que estou explorando aqui na clínica médica. Agradeço a
oportunidade, agradeço ao GRAD pela confiança, ao UFRR e agradeço à equipe da UFRR. Estamos disponíveis
e abertos a parcerias com outras instituições que possam, ou até mesmo nos orientar como nós podemos
seguir um caminho para fim de recursos de meio mais fácil para atender a essa demanda. Obrigado, Vanessa.
Obrigado, pessoal.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, professor André. Eu tive o privilégio de poder
participar dessa missão do GRAD no início do ano, em território Yanomami. A Carla foi para Alomai e eu fiquei
em Auaris. Inclusive, essa foto da mulher indígena com a camiseta marrom foi eu que fiz, foi uma das fotos
que eu fiz. E tive essa oportunidade de conferir in loco que toda essa tragédia que se bateu em território
Yanomami afeta pessoas e animais de forma muito dura. E que não adianta a gente pensar, não tem como a
gente pensar só em saúde animal sem vislumbrar a saúde animal. A saúde animal, ambiental e humana
caminham juntas. Não tem como você se desvencilhar. Eu acho que a gente precisa caminhar e eu acho que
esse fórum que a gente está criando com pesquisadores, gestores de todo o Brasil, a gente trabalhar rumo ao
entendimento de que, por exemplo, a Força Nacional do SUS, ela faça a convocação de médicos veterinários
quando tiver essas grandes tragédias, porque facilita o acesso, facilita chegar também essa atenção
veterinária. Essa questão de se trabalhar nas máquinas portáteis, é fundamental a gente pensar nisso. Aquilo
que eu falei também na apresentação do professor Jorge, toda aquela dificuldade dele embarcar um
castramóvel inteiro dentro da barca, dentro de um caminhão. A gente não consegue levar um castramóvel. A
Carla, olha só, a Carla quando voltou, eu não sei se ela te contou essa história, ela voltou num avião sem
gasolina.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Ela falou para mim.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ela voltou, a gente quase amarrou ela.
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Até agora eu estava tendo dificuldade em entrar, eu estou na capital, mas eu estou tendo problema de energia.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Exato, então, assim, são realidades que a gente não imagina. Para
você ter uma ideia, a hora de voo em Roraima é de um avião de seis lugares, é R$ 2.700. Ou seja, às vezes para
você ir em uma aldeia, Auaris, que é mais perto, você vai gastar R$ 10.000 para ir e R$ 10.000 para voltar. E
você, não é eu viajo hoje e amanhã estou de volta. Não, a sua entrada mínima, se você der sorte, é uma
semana. Você tem que levar a quantidade de comida de 15 dias, porque você não sabe se vai ficar uma
semana, 10 dias. Você volta quando Deus quiser, quando tiver vaga, porque é limitado o acesso. A gente
precisa ter um entendimento de que são esses brasis que existem. E as máquinas portáteis prestam atenção
emergencial e também para as pequenas cirurgias que você precisa fazer. A questão de que, por exemplo, a
gente pensar também, fazer uma discussão, e talvez a gente tenha que trazer outros profissionais para esse
olhar ampliado, antropólogos, o pessoal do Ministério de Povos Indígenas, para fazer uma discussão também
que envolva a questão do conhecimento cultural, do respeito às tradições, mas a gente tentar pensar também,
considerar na limitação de ingresso desses animais domésticos, nesses locais de difícil acesso. Então, são várias
situações, eu espero muito que o senhor possa participar conosco à tarde, pelo menos em parte, para ajudar
na construção desses grupos de trabalho e nesses encaminhamentos. Bom, gente...

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SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Nós estamos trabalhando já com a validação dessas máquinas e, com a graça de Deus, os resultados estão
sendo bem satisfatórios. Então, acredito que nesse momento de uma emergência crítica, elas podem ser
utilizadas não somente para a situação daqui, mas também como Brumadinho, porque ali tem mais facilidade,
mas aqui não, você viu.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − E a gente pode estar pensando como que a gente faz para que essas
máquinas estejam disponíveis no sistema de saúde para os profissionais?
SR. ANDRÉ LUIZ BATISTA GALVÃO (Professor-doutor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFRR) –
Exatamente, porque é a mesma humana, por isso que a gente está tentando fazer a humana, para facilitar
mais ainda essa justificativa do emprego dela, mas obrigado, e à tarde estarei presente, professora.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, muito obrigada mesmo. O senhor pode parar de
compartilhar sua apresentação? E aí eu queria que todo mundo que estivesse aqui ainda, estamos encerrando
os debates da manhã. Vamos abrir as câmeras, todo mundo, para a gente tirar uma foto, não é? O senhor para
de compartilhar sua apresentação, professor? Professor André, você tem que parar de... Está tentando, não
é? Deixou. Pronto, acho que deu. Vamos lá, então,. Agora ninguém escreve aqui no chat, senão vai tampar a
foto de quem está. São quatro páginas. Vou tirar a primeira foto aqui. Então, um, dois, três. Vou colocar lá no
grupo. Espera aí. Segunda página. Um, dois, três. Estou vendo até a Vânia aqui. Vânia, quando a gente conta
as aventuras de Auaris, ninguém acredita, não é?
SRª. VÂNIA – Nem me fale, Vanessa. Fiquei ouvindo o professor aí, lembrando de tudo, cada detalhe.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − E as fotos que a gente fez, as fotos daquilo que a gente viveu, não
é? Muito bom.
SRª. VÂNIA – Exatamente.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, bom, tirei todas as quatro fotos. Muito obrigada. Gente,
então, agora são 13 horas e 43 minutos. Podemos combinar aqui de voltarmos às 15h? Dá para o tempo de a
gente almoçar, descansar um pouquinho e voltar. Pode ser às 15h?
SRª. VÂNIA – Olha, Vanessa, eu já dei uma de você. Eu já almocei, mas para mim está ótimo, porque eu vou
fazer outras coisas enquanto isso.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Está bem. Então, 15h. Aí a mesma coisa. A tarde é para a gente fazer
os desdobramentos. É a gente pegar cada painel desse, a gente abre para falas, algumas questões, quem
quiser comentar, mas a ideia é estabelecer grupos de trabalho mesmo na parte da tarde, de
encaminhamentos, teve a sugestão de uma nota técnica, de uma lei, de fazer um... Enfim, é para distribuir
tarefas, está? Então, saiba que quem aparecer à tarde é porque vai ganhar tarefas. Vai ganhar, não Vai se
comprometer com as tarefas que vamos decidir coletivamente, está bom? Conto com vocês à tarde, bom
descanso. Às 15h voltamos, então. 15h dá tempo, gente? São 13h40, dá menos de uma hora e meia, mas dá
tempo. Então...
SRª. VÂNIA – Dá uma hora e meia, Vanessa, para começar.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Uma hora e meia?
SRª. VÂNIA – É, eu acho.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, 15... Seria 15h15? Começar 15h15, à tarde?

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SRª. VÂNIA – Pronto, 15h15.
A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está bom. Obrigada, gente. Até mais tarde.

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APÊNDICE IV – Transcrição da reunião técnica realizada em 28 de julho 2023,
Pilar 3: Proteção e Educação para Direitos Animais

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Hoje, dia 28 de julho de 2023, 9 horas e 7 minutos, e estamos dando
início ao nosso terceiro encontro técnico, para discussão, para formulação do Programa Nacional de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos. Hoje, teremos aí debate, exposições, no terceiro pilar, que é o Pilar da
Proteção e Educação para os Direitos Animais. O meu nome é Vanessa Negrini e eu estou diretora do
Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais aqui do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do
Clima. Já agradeço, assim, enormemente toda adesão, toda participação, de todos que estão contribuindo de
alguma forma, seja participando como os expositores, seja participando nos grupos técnicos. Realmente é
uma grande alegria a gente constatar que, ao longo desses quatro dias, de debates, iniciou no dia 7, que foi a
reunião preparatória, e ao longo desses três encontros técnicos, nós temos alcançado aí a participação e a
representatividade de todos os estados do Brasil, alcançamos aí 100 % de representatividade dos estados,
com a participação de gestores, de pesquisadores, de integrantes da sociedade civil, do Conselho Federal de
Medicina Veterinária e dos conselhos regionais, nesse grande movimento da gente olhar para as realidades
do Brasil, o Brasil são várias realidades diferentes, nessa tentativa da gente se reconhecer e construir um plano
que seja realmente representativo do Brasil, que possa ser um plano realmente nacional, um programa
nacional de manejo populacional ético de cães e gatos. Meu muito obrigado, agradeço também a
compreensão de todos e todas, a gente teve vários pedidos para participação como expositor nos painéis,
pessoas assim, da qualidade técnica, intelectual, experiência acadêmica, experiência profissional riquíssima,
pelo tempo e pelo espaço, a gente não conseguiu contemplar todas as solicitações, tentamos fazer da forma
mais equânime possível, garantindo equidade de gênero, representatividade dos estados, representatividade
das instituições, equilíbrio também entre acadêmicos e gestores, para a gente ter uma visão mais ampla
possível, não significa que, ah, quem não apresentou agora é porque não tinha contribuição, muito pelo
contrário, tem contribuições fantásticas, e elas estão vindo, espero que possam continuar participando dos
grupos de trabalho, e funciona assim, agora de manhã a gente vai ter as apresentações técnicas, e a tarde é o
desdobramento dos debates que nós vamos fazer agora de manhã, à tarde é a parte dos encaminhamentos
das tarefas, então, ah, hoje de manhã a gente tem encaminhamento que a gente precisa formular uma minuta
de uma instrução normativa, uma minuta de um projeto de lei, ou um termo de referência de um curso, então,
à tarde é mão na massa, é a gente desenvolver aquilo que a gente identificar agora de manhã como necessário
para compor, os elementos desse programa. Bom, então, sem mais delongas, vamos abrir os trabalhos dessa
manhã, e para começar, no primeiro tema de hoje, nós vamos falar sobre os centros de referência de animais
vulneráveis, e para a primeira exposição do dia, eu gostaria de convidar o Professor Lucas Gaudioli, ele que é
médico veterinário, vice-presidente do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo, mestrado em medicina
de abrigos, coautor do livro Medicina de Abrigos, Princípios e Diretrizes, cofundador da iniciativa Medicina de
Abrigos, Infodados e de Abrigos de Animais. Então, muito obrigada, seja bem-vindo, a palavra é sua.

O SR. LUCAS GALDIOLI (Médico-Veterinário Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) − Obrigado, Vanessa. Gostaria só de pedir a permissão de
compartilhar a tela, eu tenho uma pequena apresentação.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vê se consegue.

O SR. LUCAS GALDIOLI (Médico-Veterinário Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) − Foi. Só confirme para mim se está aparecendo para vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está sim.

706
O SR. LUCAS GALDIOLI (Médico-Veterinário Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo da
Universidade Federal do Paraná – UFPR) − Perfeito. Está na moda apresentação?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está sim.

O SR. LUCAS GALDIOLI (Médico-Veterinário Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) − Ah, perfeito. Bom, gente, obrigado, Vanessa, agradeço aí a
indicação de palestrais para falar um pouco com vocês sobre o Centro de Referência de Animais Vulneráveis.
Então, parabéns a iniciativa e também toda a equipe da Vanessa Negrini no Ministério do Meio Ambiente.
Bom, eu vou tentar ser o mais breve possível. Deixa-me colocar o meu tempo aqui também. Perfeito. Bom,
acho que a maioria das pessoas aqui já tem conhecimento que tem diversos animais abandonados em estação
de ruas em todos os municípios brasileiros, e isso acaba sensibilizando grande parte da comunidade que está
inserida nesse local. Então, a maioria das pessoas acabam sendo motivadas a resgatar esses animais, ajudar
esses animais de alguma forma, e vêm aí os abrigos de animais, os centros de referência, os CRARs, tem várias
terminologias que a gente pode utilizar, que são utilizadas, mas que vêm esses abrigos como a melhor maneira
ou primeira solução para ajudar e resgatar esses animais. Então, muitas pessoas acabam admitindo esses
animais em suas casas, ou até mesmo vendo a necessidade de admitir em abrigos públicos, mas esquece, ou
não tem conhecimento das problemáticas adivinhas com isso, sem ter um planejamento adequado, ou
entender às vezes que nem sempre o abrigo público é a primeira solução dentro de um controle populacional
no seu município, no seu estado, né? Então, é muito comum, é cultura nossa, principalmente pelo controle da
raiva, a gente vê a necessidade urgente no município em criar abrigos públicos como a primeira solução para
resolver esse problema, essa temática, esse problema de abandono dos animais em estações de rua. Mas a
gente esquece que é muito caro e oneroso a gente ter abrigos públicos. Então, para a gente construir e
implementar abrigos públicos ou abrigos privados, a gente necessita diversos planejamentos prévios e várias
pesquisas para a gente ter a melhor operação e também resolver e ter uma resolvibilidade desse problema.
Então, a problemática, essa problemática é bastante complexa e eu espero um pouquinho trazer um pouco,
elucidar um pouco essa questão. Tem, acho que alguém falando. Aí, perfeito. Obrigado. Bom, então, quando
a gente pensa em construir abrigos públicos, a gente tem que pensar em diversas etapas, né? E a principal
etapa é a gente entender se realmente aquele abrigo público naquele município ou naquele estado, nos
municípios principalmente, ele será positivo, né? Será que ele vai promover a saúde daquela comunidade?
Então, quando a gente pensa em abrigos públicos, em implementação de abrigos públicos, a gente tem que
pensar, primeiramente, que esses locais são casas de passagens e a gente tem que compreender qual é aquela
realidade daquele local, né? Então, qual é a escopa daquele problema? Qual é a melhor maneira para lidar
com essa problemática de animais em situação de rua? Quais são os fatores que afetam essa alta densidade?
Então, tem diversos questionamentos que a gente precisa levantar para verificar se a construção do abrigo,
ela vai além de uma apenas ideia atraente, né? Ou como a melhor solução naquele momento. Então, o ICAM,
principalmente, mostra que diversos municípios e locais que têm uma alta densidade de população e baixas
taxas de adoção, o que é visto em praticamente todos os municípios brasileiros, o abrigo público, ele não é a
primeira, não é a estratégia mais eficaz de manejo populacional, né? Então, a gente precisa entender aí todas
as problemáticas, densidades daquela comunidade e fazer esses planejamentos prévios, pesquisas para a
gente efetivar realmente a criação de um abrigo naquele local. Então, a gente precisa passar por todas essas
etapas, a partir do momento que a gente entende qual abrigo realmente é efetivo para aquele município, a
gente precisa criar outras políticas internas dentro daquele abrigo, né? Então, a gente precisa, principalmente,
ter metas e valores, escrever a missão de forma clara e concisa para a gente conseguir ter nossos objetivos
bem elucidados, a gente precisa criar uma rede de apoio, principalmente, né? Articulações com órgãos
governamentais, com empresas, com outros produtores independentes, pessoas da sociedade, lares
temporários e, principalmente, criar políticas, protocolos e políticas internas do abrigo para a gente ter as
melhores operações, tanto no impacto da saúde daqueles animais, também, como o impacto na saúde
daquelas pessoas que estão ali trabalhando e, principalmente, saber como promover esse abrigo, como ter o
apoio, principalmente, na geração de recursos financeiros e humanos, né? Então, não é muito fácil a gente
construir um abrigo naquele município. E, claro, a gente já listou aqui bastante sobre todas as estratégias de

707
manejo populacional de cães e gatos, sabemos que precisa ser uma estratégia permanente e contínua e,
também, multifacetada com diversas estratégias e a gente tem que lembrar que, sim, os abrigos são uma
dessas estratégias, né? Apesar de que ele não pode ser, talvez, considerado a primeira solução, a primeira
solução a ser construída para o controle populacional naquele município, mas a gente tem que lembrar que
os abrigos são extremamente essenciais para uma das estratégias desse programa de manejo populacional de
cães e gatos. Então, o que acontece é que muitos municípios brasileiros possuem apenas os abrigos como uma
dessas estratégias e sabemos que, mesmo as outras estratégias, quando são feitas de forma isolada, a gente
vai ter a recorrência do problema, a gente não vai conseguir elucidar o nosso problema, que são os animais
estacionados de rua, né? Então, a gente precisa ter essas abordagens extremamente claras e lembrar que os
abrigos públicos não são, a médio e longo prazo, a solução para a solução desses problemas, mas, sim, eles
fazem parte dessa estratégia, desse programa de manejo populacional de cães e gatos, principalmente na
promoção da saúde, de direitos e dignidade desses animais que precisam ser reabilitados e tratados. Então, a
gente tem que lembrar que os abrigos, eles são casos de passagem, eles possuem esse objetivo principal de
reabilitar os animais em situação de vulnerabilidade, ressocializar esses animais e reintroduzir na sociedade
por meio da adoção, mas, além disso, a gente tem que lembrar que os abrigos, eles precisam ser um núcleo
de referência nos cuidados, no controle, no bem-estar daqueles animais e o que é geralmente negligenciado
na parte da educação, né? Então, uma educação transformadora daquela sociedade, a gente precisa trazer a
sociedade para dentro do abrigo e isso, muitas vezes, é esquecido, né? A gente precisa falar sobre tutela
responsável, sobre educação humanitária, sobre qual que é o papel do abrigo dentro daquele município para,
cada vez mais, a gente conscientizar a sociedade em relação a isso. Então, a gente precisa interpretar o abrigo
como um sistema complexo, né? Mas que, na teoria, parece um pouco simples, né? Então, teoricamente, a
gente vai admitir um indivíduo, né? Que está em vulnerabilidade, que tem a sua origem desconhecida, nosso
objetivo é tratar esse nosso animal, reabilitar ele, para que a gente consiga, de novo, recolocar esse animal na
sociedade, né? De forma segura, aí, por meio da adoção e sem trazer riscos para os humanos e para os outros
animais. Mas isso é extremamente complexo, porque os abrigos, eles precisam ter, estarem de acordo com
todas as políticas externas relacionadas ao manejo de populacional daquele município e, também, a gente
tem que lembrar que, dentro de um abrigo que a gente vai construir, a gente tem que pensar em diversas
políticas internas que precisa de uma equipe extremamente capacitada e multidisciplinar para a gente criar
todos esses POPs, né? Essas operações, para que a gente promova a saúde, não só daqueles animais, mas de
toda aquela comunidade. Então, qual que é a problemática, né? A gente ainda tem diversos municípios
brasileiros que não tem políticas públicas de manejo populacional, a gente viu aí nos outros dias, em relação
a isso, inclusive, nas apresentações da Vanessa, o levantamento feito, que não, aí, tem essas políticas
extremamente adequadas na parte de prevenção do abandono dos animais. E em muitos abrigos que já são
construídos, seja eles públicos, privados ou mistos, a gente não tem políticas internas bem desenvolvidas,
principalmente, pensando nas medidas preventivas, aí, que a gente entende que é um dos principais preceitos
quando a gente fala sobre a medicina de abrigos, né? Tanto na promoção da saúde daqueles animais, quanto
em relação à saúde pública, né? E isso é por diversas causas, diversos desconhecimentos, até mesmo cultura
nossa, da nossa realidade, né? Então, não vou conseguir entrar aqui, especificamente, porque eu quero me
atentar a outros pontos, né? Então, como que a gente consegue progredir, né? Em relação a essa
problemática, aí, de maneira de população, diminuição do abandono, medicina de abrigos, pensando nos
abrigos públicos, né? Principalmente, em dados, né? A gente, aqui no Brasil, não temos nenhum tipo de
sistema nacional estadual para monitoramento contínuo da dinâmica populacional de cães e gatos, né? Que
estão em abrigos, então, a gente não sabe a quantidade de animais que são admitidos ou quantidade de
animais que saem, quantos animais são devolvidos, né? E quais são esses resultados. Isso torna impossível a
gente avaliar quais são as principais estratégias para lidar com essas questões. E a gente também não sabe,
né? Os números de instituições, aí, de produção animal no nosso país, isso dificulta muito a gente conseguir
criar estratégias e avaliar se nossos programas que são implementados dentro dos municípios são efetivos ou
não. Para isso, uma das formas da gente pensar em solucionar isso, dentro aqui da Universidade Federal do
Paraná, que é onde eu atuo, junto com o Instituto de Medicina Veterinária do Curitiba, a gente promoveu, né?
Uma iniciativa, que eu gostaria até de apresentar para vocês, que é a Medicina de Abrigos, Infodados de
Abrigos de Animais, para a gente fazer um mapeamento e banco de dados de abrigos de animais aqui no Brasil.

708
Então, é a primeira iniciativa aí que fala, né? Que promove. A gente também tem o intuito de promover ciência
da medicina de abrigos, mas para a gente ter um banco de dados nacional centralizado e padronizado para
ter essa estatística de abrigos de animais. Então, aqui está o escopo, mais ou menos, essa iniciativa já iniciou,
né? No final do ano passado. Atualmente, a gente tem 116 abrigos. A gente também classificou, né? Nomeou
o que seria um abrigo público, um abrigo privado, abrigos mistos e também lares temporários e protetores
independentes. Sabemos que a gente tem uma realidade bastante diferenciada de outros países que já têm
essas iniciativas. E, além do mapeamento, a gente também quer fazer, ser um banco de dados em relação à
parte de dinâmica populacional, ou seja, saber a quantidade de entrada e saída dos animais. Seja a entrada
por admissão, né? A entrada em si, mas também a devolução desses animais ou a saída, seja por meio da
adoção, das mortes, das abandonadas que ocorrem nesses locais. E por que isso, numa visão macro, é
importante? Porque a gente vai conseguir, sim, ter um banco de dados nacional, a gente vai conseguir estimar
o número desses animais que são abandonados, que estão em risco e, para isso, a gente consegue promover
melhores práticas e operações dentro dos abrigos, mas também avaliar os resultados em relação à estratégia
de manejo populacional de cães e gatos daquele município ou daquele estado. E, principalmente, na parte de
realocação, angariação de recursos humanos e, também, financeiros. Então, o nosso objetivo futuro, isso aqui
não é o nosso relatório ainda daqui do Brasil, porque a gente ainda está coletando os dados, ainda são iniciais,
mas a gente quer começar a ter esses relatórios que podem ser desenvolvidos pela nossa iniciativa, mas
também disponibilizar para cada município, para cada estado, de como que está o saneamento, ou a nível
nacional, em relação à sua dinâmica populacional dos abrigos. E, com isso, eles conseguirem, anualmente, ou
semestralmente...

A SRª. ZÉLIA − Professor Lucas, por favor, conclua.

O SR. LUCAS GALDIOLI (Médico-Veterinário Especializado em Medicina Veterinária do Coletivo da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) − Perfeito. A gente conseguir avaliar e monitorar esses dados e ver
se, realmente, ele está sendo efetivo ou não em relação às suas políticas públicas. Deixa eu pular esse vídeo
aqui, vou pular esse aqui também, que eu quero entrar em outro ponto. A gente tem vários apoiadores já,
financiadores, mas, além disso, sabendo que os abrigos públicos são necessários dentro de um programa de
manejo populacional de cães e gatos, a gente precisa estabelecer, também, algumas diretrizes. A gente sabe
que as nossas realidades em nosso país são múltiplas, então a gente precisa ter diretrizes claras para a gente
não ter má qualidade nas nossas operações e que podem impactar diretamente na saúde dos animais e,
também, na saúde pública. Então, para isso, o Ministério do Meio Ambiente já começou a construir um
instrumento normativo, essa norma legal, para criar essas diretrizes, esses padrões para os funcionamentos
de abrigos públicos, para cães e gatos em todo o território nacional. Então, nós, aqui, do Instituto de Medicina
Veterinária, fizemos a revisão em relação a essas diretrizes, com base no e-book que a gente tem, de Medicina
de Abrigos, Princípios e Diretrizes, e esse instrumento normativo pode ser até trabalhado, como no período
da tarde, e a gente já fez vários capítulos, ele está dividido em vários capítulos relacionados a várias operações
que seriam utilizadas dentro de um abrigo público ou privado. Mas, por que é importante isso? Porque a gente
começa a ter um quadro regulatório claro e abrangente, a gente consegue ter normas e evitar lacunas legais
em relação a isso, a gente contribui para o aprimoramento dos cuidados prestados a esses animais, a gente
promove uma transparência e prestação de contas, e também auxilia o médico veterinário responsável nas
suas atribuições dentro de um abrigo público. Então, eu só queria levantar esses pontos, trazer um pouco essa
introdução para vocês em relação aos abrigos, esses Centros de Reabilitação de Animais Vulneráveis, e fico à
disposição depois para trabalhar com vocês aí no período da tarde, em relação talvez a instrumento normativo
ou outras pautas. Desculpa correr, gente, mas era isso. Tive pouco tempo. Obrigado.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professor Lucas, realmente é um trabalho
fundamental, sem dados a gente não consegue realizar políticas públicas, né? E essa iniciativa do mapeamento
dos abrigos em todo o território brasileiro é muito importante e conte com o DPDA para a gente ampliar o
alcance dessa pesquisa, desse mapeamento, que é fundamental. E como encaminhamento para os trabalhos
de hoje à tarde, penso que poderíamos nos dedicar a essa proposta da instrução normativa, chamando outros

709
integrantes, pessoas que queiram colaborar, para que a gente possa fazer esse encaminhamento. Muito
obrigada. Bom, e dando andamento, a Professora Adriana já chegou? Professora Adriana? Eu não estou vendo
ela aqui, ela não respondeu. Bom, então eu vou passar aqui para o segundo painel, que nós vamos discutir
animais comunitários e de vida livre. Se a Professora Adriana Bossa chegar, a gente volta com uma palavra
para ela depois. E para iniciar essa fala, eu gostaria de chamar o Professor Rogério Rammê, ele que é Doutor
em direito pela PUC Rio Grande do Sul, pós-graduado em direito dos animais pela Universidade de Lisboa,
coordenador do projeto de extensão de direitos animais do IPA, Professor de mestrado em direito ambiental
pela Universidade Caxias do Sul, coordenador do curso de pós-graduação em direito animal e prática judo-
animalista da EJUSP, advogado e advogada animalista. Então, Professor Rogério Rammê, muito obrigada por
sua participação aqui conosco, é uma honra tê-lo aqui, já acompanho de longa data o seu trabalho, muito
inspirador, e a palavra é sua.

O SR. ROGÉRIO RAMMÊ (Advogado e Coordenador de Projeto de Extensão de Direitos Animais no Centro
Universitário Metodista – IPA) − Está bom, Vanessa, eu te agradeço muito pelo convite, pelas palavras e pela
oportunidade de estar aqui junto com todos, pessoas de longa história e caminhada na proteção dos animais,
na causa animal, de um modo geral. Agradecer a equipe do departamento também por estar pensando essas
questões tão importantes para nós, o futuro do direito animal no Brasil, da proteção animal de uma forma
geral. Bom, me toca falar, meus caros e minhas caras amigas, sobre essa proposta que está surgindo através
do departamento, que eu julgo muito importante e necessária, que é da gente também criar uma instrução
normativa em face de uma lacuna legal na legislação federal, para regulamentar de uma forma mais densa,
vamos dizer assim, e suprindo uma lacuna que existe na legislação federal, muito embora estados e municípios
estejam começando a implementar legislações de proteção dos animais comunitários, a gente percebe,
estudando essas legislações de uma forma comparada, que há muitos problemas para o futuro, em razão de
algumas incompatibilidades, alguma falta de técnica conceitual, falta de disposições mais específicas em
relação à terminologia, com relação aos direitos, deveres dos cuidadores comunitários, tem surgido, inclusive,
discussões no âmbito jurídico relacionadas à definição da figura do cuidador comunitário, muitas legislações
usando a terminologia de guardião comunitário e gerando, a partir da ideia da guarda, o conceito jurídico de
guarda, a ideia de que esse cuidador comunitário vai ter responsabilidade sobre animais comunitários, quando
esses animais causarem danos a terceiros, vejam, o que inviabiliza completamente uma política de proteção
de animais comunitários, porque não é uma adoção, não é um animal domiciliado, semi-domiciliado, que
esteja sob a supervisão desse cuidador comunitário, que na verdade está exercendo um papel de longa-manos
do Estado, do Poder Público. Então, é muito importante, observando essas carências, vamos dizer assim,
legislativas e os problemas que começam a surgir das discussões, das normas que surgem nos municípios e
nos estados, e também de um outro problema que é muito importante, que é a realidade da presença de
animais comunitários em órgãos da administração pública, em entidades da administração pública indireta.
Eu aqui, para dar um exemplo para vocês, advogo num caso que chegou a ter uma repercussão nacional,
inclusive, que é o caso da Pretinha e da Branquinha, que são duas cadelas comunitárias da empresa pública
de Correios e Telégrafos, que a gente precisou demandar na Justiça Federal para a permanência dessas
cadelinhas, que estão habitando o prédio dos Correios, aqui em Porto Alegre, onde eu resido, há mais de 10
anos, e por uma mudança de gestão, se decidiu que os animais não poderiam mais lá permanecer. Então,
surgiu das conversas com a Vanessa, a ideia de construção de uma instrução normativa, inicialmente voltada
para proteção, manejo, reconhecimento dos direitos, regulação, de uma forma geral, dos animais
comunitários que habitem as estruturas físicas de órgãos e entidades da administração pública. Então, a
justificativa básica é que haveria, por óbvio, um dever constitucional do Estado na proteção desses animais,
ainda sem uma regulamentação específica no campo federal, é uma realidade a presença desses animais
nesses órgãos, é uma realidade que muitos trabalhadores, servidores, pessoas da comunidade em geral, se
envolvem com a proteção desses animais, criam os laços de dependência, de manutenção, é possível
estabelecer uma política pública de manutenção e de proteção dessa relação de cuidado comunitário, mas a
gente precisa aproveitar essa lacuna legislativa e esse momento que nós estamos vivendo no Brasil, para
através de uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente, regulamentar a presença desses
animais, o manejo, os cuidados, quando os órgãos e entidades da administração pública tiverem animais
comunitários habitando suas estruturas físicas. Então, basicamente, na parte da tarde, a gente pretende trazer

710
um esboço de uma instrução normativa que já está em construção, e eu posso, Vanessa, se tu me permites
alguns minutinhos rápidos, basicamente, o que a gente pensa nessa instrução normativa para essa proposta
específica, uma definição técnica e normativa do que seja um animal comunitário. É muito comum legislações
municipais, às vezes, tratarem de criar uma lei do cão comunitário, esquecer a colônia de gatos, esquecer os
gatos ferais. Então, a gente precisa definir, através de uma instrução normativa federal, o conceito de animal
comunitário, definir também, e eu sou a favor, inclusive, de abolir a ideia da guarda comunitária, do conceito
de guarda, e utilizar uma expressão de cuidador comunitário, justamente para definir que essa figura é, sim,
o exercício de uma função que é do Estado, mas que está sendo delegada a um cuidador comunitário, e as
responsabilidades desse indivíduo são muito limitadas e adstritas ao cuidado comunitário com esses animais,
e não responsabilização, numa situação hipotética, desse animal morder alguém, e aí esse cuidador
comunitário ser responsabilizado como um tutor de um animal que está sob a sua tu me permites guarda
permanente, né? Essa relação é diferente, isso precisa aparecer numa instrução normativa, né? A inclusão das
colônias, dos gatos ferais nessa normatização, o reconhecimento de que essa relação de cuidado pode se
estabelecer dentro da administração pública, que quando estabelecida essa relação e consolidada essa
relação, uma direção nova do órgão não pode, simplesmente, não mais concordar com a presença dos animais,
porque se estabelece um direito dos animais ali continuarem habitando, desde que mantida essa relação de
cuidado com pessoas da comunidade ou trabalhadores do local, né? Estabelecer os direitos dos animais
comunitários nessas relações e limitar, claramente, quais são as obrigações de um cuidador comunitário
também. Então, basicamente, dentre outras questões, como priorização do uso do protocolo C.E.D, como
também criação, talvez, de uma comissão dentro desses órgãos da administração pública, quando existirem
animais comunitários nas suas estruturas. Então, a gente tem pensado, e a gente quer a ajuda de quem quiser
contribuir, para a construção de uma boa instrução normativa que possa ter eficácia, efeito para o futuro e
possa evitar que muitos casos, como o da Pretinha e da Branquinha, tenham que parar no judiciário, buscar
uma decisão judicial, uma sentença que garanta a permanência desses animais nesses ambientes, né? O caso
da Pretinha e da Branquinha, para vocês terem uma ideia, foi para a Justiça Federal, a gente teve uma sentença
de mérito na Justiça Federal, mas agora a gente está naquela tensão do julgamento de um recurso de apelação
da Empresa Pública dos Correios e Telégrafos, que continua insistindo com a remoção dos animais que lá
habitam há 10 anos. Então, eu só trouxe esse caso para ilustrar, existem muitos outros casos, animais
comunitários impostos de saúde, sendo cuidados por funcionários do órgão, em universidades federais, em
universidades estaduais, em diversos órgãos da administração pública. Então, isso é uma realidade que precisa
ser regulamentada. Então, eu agradeço, Vanessa, essa fala inicial, é só para pontuar o trabalho que está sendo
iniciado, e na parte da tarde, eu acredito que aqueles que queiram se somar a essa ideia, tenham ideias a
contribuir, queiram analisar o que já está esboçado ali, vai ser muito importante. E, mais uma vez, te agradeço
e a toda a equipe do departamento, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professor Rogério. Realmente, esse tema, ele se
repete essa problemática, né? Em todos os estados, aqui mesmo no DF, eu não sei se a Ana Paula do fórum já
está aqui na sala, a gente atuou em caso... É que está tendo problema, né? Servidores, inclusive, passando por
processo disciplinar, por tentar ajudar e suprir essa carência, que também deveria ser compartilhada com o
Estado, né? O servidor vai tentar ajudar, fazer alguma coisa, e sai com o processo administrativo, o processo
disciplinar. Então, é preciso... A gente não tem como interferir nas autonomias dos municípios e dos estados,
mas diretrizes, nós podemos trabalhar em cima de diretrizes, né? Que aí, na ausência da lei, essas diretrizes,
elas garantem ali uma segurança e um caminho a ser seguido. Eu penso que pode ser um encaminhamento
muito oportuno da gente trabalhar no bojo do programa. Então, fico convite para quem pudesse juntar esse
grupo na parte da tarde, vai ser muito bom. Mais uma vez, muito obrigada por se somar e participar desse
trabalho. A Professora Adriana já chegou na sala, gente? A Adriana Bossa? Então, nós vamos seguir. A
Professora Juliana Tozzi já está na sala. Professora Juliana Tozzi? Ah, bom dia, estou vendo aqui.

A SRª. JULIANA TOZZI DE ALMEIDA (Médica Veterinária e Colaboradora do Laboratório de Bem-estar Animal
– LABEA) − Estou aqui, bom dia. Estão ouvindo?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estamos ouvindo. Vou anunciá-la, então. Então, em continuidade
nessa temática de animais comunitários e de vida livre, gostaria de chamar, então, a médica veterinária Juliana
Tozzi, minha conterrânea, capixaba também, mestre em ciências veterinárias na área de bem-estar animal e
Doutorando em medicina veterinária preventiva e saúde animal na área de epidemiologia. Há dez anos atua
na área de medicina veterinária preventiva e do coletivo, com ênfase em manejo populacional de cães e gatos.
É integrante da Comissão Estadual de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do
Espírito Santo, colaboradora no livro de referência no Instituto Brasil e MVC Fundamentos e Prática, com
capítulos sobre cães comunitários e criadora do protocolo para a implantação do programa Cão Comunitário
em Municípios, idealizadora do Cão Comunitário Brasil. Então, Professora, muito bem-vinda e obrigada por
estar aqui participando conosco.

A SRª. JULIANA TOZZI DE ALMEIDA (Médica Veterinária e Colaboradora do Laboratório de Bem-estar Animal
– LABEA) − Obrigada a vocês, Vanessa. Eu estou tentando compartilhar aqui, eu acho que tem que liberar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vê se tá funcionando agora. Gente, e no final da fala da Professora
Juliana, quem tiver que arrumar o cabelo, maquiagem, nós vamos tirar foto, viu? Então, já ficam de sobreaviso
aí, para depois não dizer que eu não avisei antes.

A SRª. JULIANA TOZZI DE ALMEIDA (Médica Veterinária e Colaboradora do Laboratório de Bem-estar Animal
– LABEA) − Está aparecendo para vocês?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeitinho.

A SRª. JULIANA TOZZI DE ALMEIDA (Médica Veterinária e Colaboradora do Laboratório de Bem-estar Animal
– LABEA) − Está certo. Bom, bom dia a todos. Obrigada aí, Vanessa, pelo convite. Que momento, Brasil, que
momento esse que a gente está tendo essa oportunidade de estarmos todos juntos aqui, contribuindo,
colaborando nessa construção. Agradeço a Vanessa pelo convite. É um momento de muitos significados e
sentimentos, principalmente de muita honra e gratidão por estar aqui e poder colaborar nesse momento
histórico do nosso país. Bom, então, trouxe aqui para a gente conversar um pouco sobre os animais
comunitários. Como o Rogério bem falou, já é uma questão bem complexa. Temos algumas lacunas a serem
discutidas, inclusive no óbito legislativo, como o Rogério já trouxe para a gente alguns pontos. E eu trouxe
também alguns pontos para serem destacados aqui, em relação aos animais comunitários, porque é muito
conteúdo. Então, eu tentei trazer alguns pontos chaves para deixar as mensagens, as principais mensagens
aqui para nós. Então, os animais comunitários, gente, eles estão vindo com tudo para quebrar paradigmas.
Muitas questões para a gente pensar e refletir em cima, mas principalmente em relação aos animais em
situação de rua. E contribuindo na construção de novas perspectivas, tirando principalmente essa visão
pejorativa dos animais em situação de rua e trazendo novos olhares, novas perspectivas para essa questão.
Então, o animal comunitário vem para a gente ter um olhar mais de política pública, para pensar mais em
política pública. O animal comunitário tem um amparo ético, legal, técnico, científico. É uma realidade nas
cidades brasileiras e no exterior. Não é uma questão que depende só da gente. A gente acaba escutando muito
que as pessoas transformam o animal em comunitário, não é bem assim. Eu vou pontuar isso mais para frente.
Temos a limitação em relação às legislações. Estadual municipal, como o Rogério falou, para nortear quantas
ações com esses animais e os atores sociais envolvidos. Então, o Grupo da Tarde vem para a gente também
pensar em todas essas questões. Legislação Federal de 2017 sobre o controle de natalidade de cães e gatos.
Então, aí passa a ser obrigatório os municípios correrem atrás, capacitarem para pensar nessas questões.
Temos a portaria do Ministério da Saúde de 2014 ao nosso favor, em relação aos animais em situação de rua
que não pode haver o recolhimento para fim de controle populacional. Então, mais uma questão ao nosso
favor. O porquê de trabalharmos com a perspectiva dos animais comunitários. E animais em situação de rua
é de relevância para a saúde pública, saúde única. E ainda destacar a questão desses animais dentro de um

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programa. O Programa Animal Comunitário como Política Pública, visão da promoção de bem-estar animal,
controle populacional, saúde única e participação social. E traz exatamente essa questão de
corresponsabilidade entre poder público e munícipes. Essa responsabilidade compartilhada. Por se tratar de
uma questão social, vão envolver, por ser uma questão social, é uma questão complexa. Então, vai envolver,
vai precisar envolver outros atores sociais. Não é apenas nas costas de um ator social. E, por exemplo, aqui
não é sobre distribuir, por exemplo, aleatoriamente casinhas e comedores e bebedouros fixos pela cidade. E
para direcionar essas questões, eu trouxe o que a gente tem de definição hoje sobre o animal comunitário.
Onde podemos encontrá-los, um pouco sobre o programa e os impactos visados. Então, o Rogério falou sobre
a definição que a gente tem hoje. O animal comunitário é reconhecido internacionalmente por instituições
renomadas. No Brasil, hoje, em âmbito estadual, a gente tem, já temos 12 estados brasileiros que reconhecem
regulamento animal comunitário e seus cuidadores ou mantenedores. Aqui, a importância dos estudos, os
estudos científicos, conhecimento técnico, na colaboração dessa construção, para trazer esses
conhecimentos, sair dessa superficialidade de que é só, por exemplo, generalizar como todos os animais em
situação de rua são abandonados. Então, tem essa colaboração técnica nesse sentido para a gente sair da
superficialidade e vir discutindo questões mais a fundo, mais sólidas. Então, dentro desse cenário dos animais
em situação de rua, temos o estudo da dinâmica populacional. E dentro do estudo da dinâmica populacional,
o cenário que nós temos dos animais em situação de rua, são essas categorias aqui. Dentre elas, o animal
comunitário. E aí, nós temos semi-domiciliados, que são os que têm tutores, mas que têm acesso livre às ruas,
os animais perdidos e os animais sem tutores. Aqui, eu trouxe um exemplo em relação ao ponto quando as
pessoas falam que tornam ou transformam o animal comunitário, e não é bem assim. Não depende só da
gente, porque é um conjunto de fatores para que o vínculo se estabeleça. O cão, a dinâmica populacional e a
comunidade. Três exemplos aqui, cão em situação de rua, seja por abandono ou não, estabelece vínculo com
pessoas da comunidade há mais de um ano, possui seu local de permanência estabelecido. Esse é um exemplo.
Segundo exemplo, cão que acompanhou seu tutor até o hospital, internado por Covid, e ficou três meses à
sua espera. Seu tutor falece e o cão ainda fica à sua espera. É um cão candidato a ser comunitário por
permanecer na região. E um outro exemplo, cão abandonado recentemente, pessoas da região começam a
cuidar do cão e ele pode ficar ali ou não. Há um espaço de tempo entre o início dos cuidados pelos cuidadores
e a consolidação do vínculo para que ele fique no local. Ele pode ficar ali, ele pode sair dali arranjar outro local,
pode ser atropelado, pode ser adotado e etc. E aqui eu trouxe para vocês os cenários que a gente pode
encontrar esses animais comunitários nas cidades, nos municípios, nas ruas da cidade, desde escolas,
instituições de ensino superior, condomínios. Então vocês veem que é bem complexa a situação. E a Cão
Comunitário Brasil, inclusive, vem já com alguns workshops, dentre eles instituições de ensino superior. A
gente está com um grupo bem bacana aí. A gente já vai para a terceira turma do workshop em relação a
instituições de ensino superior. E no semestre que vem, vem a terceira turma de animais em municípios, o
Programa Animal Comunitário em Municípios. Então fica aí o convite também. Ai gente, desculpa, pulou lá
para o final. E também, além desses cenários, os animais, depois que eles falecem, devido ao forte vínculo que
eles estabelecem, eles são homenageados, sejam por estátuas, como o caso do Cão Amigo, em Santa Catarina,
por 20 anos viveu nas ruas de Santa Catarina. Aqui o Cão Hachiko, do Japão, que até tem um filme sempre ao
seu lado, quem não viu ainda, convido a assistir. E em função do vínculo que os animais criam com a
comunidade e passam a ter um local de permanência estabelecido, foi visto a partir dos estudos e
características específicas dessa categoria dos animais de estação de rua, os animais comunitários, eles são,
têm grande potencial para serem grandes aliados na maneira populacional, né? De cães e gatos. Por quê?
Porque com esse vínculo e com o local de permanência estabelecido, esses animais, eles passam, tem um raio
aí de atuação, né? Eu desenhei aqui para a gente exemplificar, ficar mais claro. Então, e nesse raio, esses
animais, eles têm um papel, papel social importante, né? Que acabam atuando com barreiras físicas, não
deixando outros animais adentrarem. Barreira reprodutível, porque esses animais são castrados, então não
vão acasalar com outros animais. Barreira sanitária, porque esses animais são assistidos pela comunidade e
pelo poder público. Têm expectativa de vida elevada, né? Por serem assistidos, então a saúde está sempre
sendo monitorada. São, podem funcionar também como sentinelas, alertas para a sociedade, tanto para
doenças específicas como para zoonoses, mas também para os casos de violência, né? Em uma comunidade,
principalmente se tratando a teoria do elo aí, dessa correlação das violências. E aí, forte aliado a uma rede

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populacional. Com isso tudo, né? Só com essa informação aqui, dessa atuação deles, eles são fortes aliados na
rede populacional de cães e gatos. E aí, com isso, a adoção dos animais comunitários não é o objetivo principal,
né? Mas sim o bem-estar desses animais e seu papel social, certo? Exatamente pelo que eu expliquei. E
segundo, porque o animal ter um lar, né? Não tem lar para todo mundo e porque ter um lar não é sinônimo
de bem-estar animal, a gente sabe disso. Então, o programa com o comunitário veio, o programa animal
comunitário veio para trazer toda essa importância do bem-estar animal, esse impacto, essa contribuição do
animal comunitário na saúde única, no controle populacional...

A SRª. ZÉLIA – Juliana, por favor, conclua.

A SRª. JULIANA TOZZI DE ALMEIDA (Médica Veterinária e Colaboradora do Laboratório de Bem-estar Animal
– LABEA) − Está ok, obrigada. E aí, o programa animal comunitário, gente, ele é uma adaptação do programa
com o comunitário que eu fiz durante uma proposta de protocolo durante o meu mestrado, certo? E aí, traz
várias, né? Várias etapas e tudo mais, dentre eles, cadastramento dos animais, essa coleta de bancos, essa
coleta de dados, né? Para ter um banco de dados. Aqui, só para dizer que os animais comunitários, eles estão
inseridos no manejo, no manejo populacional, com esse nosso grande evento aqui, vocês veem que não é tão
simples assim. Deixa eu passar aqui. E, para deixar uma mensagem final, é dizer que o animal comunitário
auxilia a sua comunidade a resgatar e fortalecer o espírito de coletividade, pertencimento e
corresponsabilidade por sua cidade. Espero ter deixado algumas mensagens aí principais e vocês viram, né?
Que tem bastante assunto e bastante discussão aí pela frente. Então, quem tiver com vontade aí de contribuir,
a gente se encontra no período da tarde, está bom? Muito obrigada, Vanessa, pela oportunidade, gente.
Grande abraço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professora Juliana. Essa sua frase, eu até tirei print
e coloquei lá no grupo, porque ela diz respeito muito à tônica, né? Desse painel, que eu acho que a discussão
de fundo é o direito à cidade, é a gente tentar superar essa visão higienista, né? De que a gente tem que tirar
os animais da rua a qualquer custo, mesmo que eles estejam sendo cuidados, que tenham responsáveis por
eles, né? Você quer tirar da vista. Então, talvez a gente possa contemplar nos trabalhos de hoje à tarde, no
relatório desse painel, essa concepção do direito à cidade também pelos nossos animais. Muito obrigada.
Bom, então, conforme combinado, gente, vamos tirar a nossa foto. Estamos com 118 participantes. Eu peço
que ninguém escreva agora no chat, senão ele... Por favor, não escrevam no chat agora, porque senão ele
tampa a foto de quem tá aparecendo. Então, nós temos cinco páginas aqui, são cinco retratos. Vamos lá. Na
primeira página aqui, Zélia e Cláudia ainda estão com a câmera desligada. Vamos lá. Primeira página, com um,
dois e três. Vou colocar no grupo, espera aí. Agora, a próxima, segunda página. Um, dois, três e pronto. Vou
colocar lá no grupo. Gente, quem não estiver no grupo ainda do WhatsApp e quiser participar. Zélia, coloca o
telefone lá do DPDA para inserir as pessoas no grupo. A terceira página agora. Marilene, Eliana, Carol, Adolfo,
com a câmera desligada ainda. Aderaldo. Um, dois, três. Vou tirar foto. Vou colocar lá no grupo. Gente, quem
não registrou ainda a lista de presença, por favor, registrar. Está no chat, viu? A última página. Página quatro.
Bastante gente ainda com câmera desligada, mas vou tirar assim mesmo. Um, dois, três. Só falta mais uma
página. Última página. Pronto. No final da tarde, fotos documentadas aí para história. Muito obrigada. Gente,
alguns avisos. A lista de presença, ela está no chat. Não é escrever o nome no chat, é clicar no link que tá
compartilhado no chat e preencher no formulário do Google. A gente tem um grupo do WhatsApp desses
debates técnicos. Quem não tiver no grupo do WhatsApp, é só mandar um oi para esse DPDA Agenda, que eu
vou colocar aqui no grupo. Chegou aí, gente, o número? DPDA Agenda? Então quem não tiver no WhatsApp
e quiser entrar, é só pedir para a Olinda que ela inclui lá. Deixa eu ver. Ah, o nosso seminário dia 10, gente. O
seminário dia 10, ele vai ser híbrido. Nós estamos com mil, deixa eu pegar aqui para vocês a quantidade. A
gente tá com 1479 pessoas inscritas para o seminário do dia 10 e nós temos uma reserva de um auditório
presencial para 120 pessoas. Então quem quiser participar em Brasília presencial, aí tem um link lá no grupo
que é específico para a inscrição de quem vai vir presencial, porque é limitado a 120 lugares. Aí eu só peço
que realmente só preencha esse link do presencial quem realmente tiver certeza que vai vir, para não tirar a
vaga de ninguém, né? E para a gente também organizar direitinho para caber todo mundo. Vai ser híbrido

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então. E vamos divulgar, vamos passar para as nossas listas, publicar nas redes sociais, para a gente alcançar
bastante pessoas aí online. Deixa eu ver, se eu lembrar de mais algum aviso, mais algum informe, eu vou
falando ao longo da programação. Bom, dando continuidade, dando sequência aqui então, vamos entrar na
Educação para Guarda Responsável e Conscientização Pública, né? E representando aí o Estado do Pará, eu
gostaria de chamar a Professora Nazaré Fonseca de Souza, ela que é médica veterinária, ela é ministra de
várias disciplinas na área de clínica médica, ética, legislação e deontologia, graduação e residência e graduação
e residência. Fundadora do projeto de controle populacional Vida Digna, Vida Digna itinerante, né? Na ilha do
Marajó. Projeto Luz na Amazônia, nas ilhas do entorno do Belém. A orientação através de palestras e oficinas
sobre animais domésticos e selvagens, a comunidade das Ribeirinhas, com enfoque ao controle populacional
e zoonoses, utilizando aí uma linguagem bem acessível. Ela também é presidente do Conselho Regional de
Medicina Veterinária no Pará. Então, Professora Nazaré, muito obrigada, seja bem-vinda e a palavra é sua.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Bom dia, Vanessa, a todos, me ouvem?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeitamente.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Perfeito. Vanessa, para falar a verdade, docente há mais de 35 anos, mas
pela Plataforma Zoom nunca apresentei. Eu posso mostrar aqui, você vai me dizer se tá aparecendo. Aí eu
peço ajuda, Doutor Leonardo Napoli, que tá aí, bom dia a ele, ao Paulo e a todos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Eu vou tentar, veja se aparece aí. Aparece?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ai, espera aí, gente, tá estranho aqui, porque parece que eu saí, eu
não estou como host. Alguém me tirou de host, é isso? Quem é que tá como host? Leonardo? Zélia, você tá
como host? Eu sou com host. Me coloca como co-host também, por favor, que por algum motivo eu saí de
host.

A SRª. ZÉLIA − Eita, Vanessa, eu não sei usar muito esse Zoom não, não sei nem como é que eu faço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você me coloca, Leonardo, de co-host?

O SR. LEONARDO – O Rogério também tá como co-host.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Por algum motivo eu saí de co-host. Deixa eu ver aqui. Darana, Paula,
vocês estão na sala? Vocês também estavam como co-host. Me coloca como co-host.

A SRª PAULA – Onde é? Nas configurações?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − É, nos três. Você clica na minha imagem, tem três pontinhos, aí você
coloca assim, Make Host.

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A SRª PAULA – Quando eu clico nos três pontinhos aparece só bate-papo e adicionar marcação. Então eu não
devo estar como host.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Leonardo, você está me ouvindo?

O SR. LEONARDO – Oi? Já está, Vanessa, já está como co-host.

INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO − Vanessa, eu estou ouvindo vocês, mas eu estou em outra reunião
paralela terminando, por isso que eu...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Se você só conseguir me colocar como co-host...

A SRª. ZÉLIA − Já está, Vanessa, você já está como co-host. Já está. Já está agora.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Já está? Deixa eu ver se eu consigo. Está pronto. Obrigada. Ah,
obrigada. Pronto, Professora Nazaré, vê se você consegue.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Só é clicar no assunto, aparece?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, você tem que clicar em compartilhar tela.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Ah, então dê a dica aí, porque eu nunca apresentei pelo Zoom. Deixa eu abrir
aqui.

A SRª. DHARANA − Acho que aí na barra de baixo você vai encontrar compartilhar tela.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Segurança, participantes, chat...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Depois do chat, é isso, share screen.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Aqui?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Isso. Muito bem. Aí é só clicar e aí vai selecionar onde está a sua
apresentação.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Aparece agora?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, ainda não.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Ai, Jesus. Eu acho que tem que clicar nessa seta para ver se vai, né?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Isso.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Bora ver se foi. Vai ou não?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ainda não. Você tem que clicar na seta e depois você clica na tela
onde está a sua apresentação. Vai abrir tipo uma caixinha para você selecionar.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Dois cliques, é?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não, é um clique só em share. Isso, agora vai dar.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Agora deu.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, deu. Certinho.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Espera lá, ele não está querendo ajustar para a abertura de tela, como a
gente consegue de fato... Aí, abriu toda a tela, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está certinho, pode ir. Certinho.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Vanessa, quantos minutos eu tenho que eu sou meio apegada no tempo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − São 15 minutos e a Zélia vai te falar quando faltar três.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Está ótimo. Então vamos lá, vamos correr. A gente vai falar um pouco sobre
o tema. Em primeiro lugar, agradecer. Desde o primeiro dia que eu participei, estou muito feliz, porque nós
temos essa possibilidade de estar falando sobre controle populacional. É uma luta muito grande. E a gente
está trazendo aqui para vocês uma experiência que nós tivemos com a Ilha do Marajó. O trabalho na cidade é
completamente diferente do trabalho na comunidade no interior do estado. E aí a gente vai passar algumas
informações. Depois vai falar sobre essa experiência que nós tivemos e como nós trabalhamos com essa
comunidade. Bom, em primeiro lugar, nós trabalhamos com... Acho que veio coisa de lá para cá. Está
aparecendo coisas na apresentação que não tinha, mas vamos lá. Eu vou passando e vamos ver o que é que
acontece. Então é para dizer que em Belém do Pará, em 2009, nós fundamos com outros colegas o projeto
Vida Digna, que ficou sob guarda até 2020. Atuando dentro da universidade. Depois a prefeitura começou...
As outras instituições começaram a trabalhar. E aí a nossa universidade, a UFRA, ela praticamente foi
encerrando e ficou mais com um atendimento na cirurgia, não com companhia de castração. Então esse
trabalho foi um trabalho que é uma continuidade, foi uma continuidade do Vida Digna, nós chamamos de
itinerante, e consideramos ele como uma experiência ditosa. Lembrar que o Pará tem uma população acima
de 8 milhões de habitantes e com 144 municípios, o que dificulta bastante a chegada a essas distâncias. Então,
só para lembrar aqui, o arquipélago do Marajó, estão convidados a conhecer, né? Uma ilha fluvial marítima,
com 2.500 ilhas próximas. E dentro desse polo do Marajó, com 16 municípios, nós trabalhamos em soro. Então

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aí está a dimensão da ilha como um todo, né? A população dele. E lembrando que é onde tem 700 mil cabeças
de bovídeos, né? Três vezes mais do que a população do seu município. É comum no Marajó vocês verem o
pessoal executar vários trabalhos como a própria guarda em cima dos búfalos. Aí tem um rápido exemplo do
que é a ilha. Ela é distante, a gente tem que ir de barco até lá. E como é que funcionou isso? Em primeiro lugar,
nós como pesquisadores, eu ainda não presidente, esse projeto foi desenvolvido de 2013 a 2015,
apresentamos ao Conselho, contendo um cronograma de execução, anteriormente submetido ao Comitê de
Ética, dentro da universidade. Lembrando que para que você possa atuar em qualquer área que não é a sua
capital, que é o caso aqui, você precisa primeiro ir lá, conhecer, entender os hábitos da população, da cultura,
né? E promover palestra, não só para os adultos, como também para a criançada que está na escola, sempre
usando uma linguagem bastante simples, né? Identificar os agentes comunitários de saúde da área, que pode
ser um agente da saúde, um padre, um pastor. O padre e o pastor, é muito comum nas ilhas que são menos
habitadas, né?

A SRª. DHARANA − Com licença, Doutora Nazaré, eu acho que os slides não estão passando.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Não está passando os slides?

A SRª. DHARANA − Não, acho que a senhora vai ter que clicar manualmente. Agora a senhora foi para o sexto,
né? Agora a gente consegue enxergar.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Eu vou tentar apresentar assim mesmo, vocês conseguem ver, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Agora dá, agora está ótimo.

A SRª. DHARANA − Agora sim, a gente consegue ver.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − A letra está grande, então para a gente não perder tempo...

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está perfeito.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Vocês perderam então esse show aqui? Não viram?

A SRª. DHARANA − Não vimos.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − É o convite para virem à Ilha do Marajó. Então vamos lá. Vamos continuar,
estamos no tempo, né? Então, é muito importante a questão da educação. Essa educação comunitária que
nós, como coordenadores e participantes do projeto, temos que fazer essa aproximação da comunidade. Nós
já tivemos casos de chegar em comunidades em outros projetos que eles não queriam a entrada de nenhum
pesquisador porque havia acontecido algo muito estranho com o óbito de animais numa outra situação. Então
é preciso você saber entrar e saber sair dessas comunidades. Então nós mostramos para eles, através do
[ininteligível], esse é só um resumo, como evitar problemas com o controle populacional. Cães e gatos mal
nutridos, maus tratos, lixos e dejetos nas ruas e calçadas, atropelamentos e mortes, abandono nas ruas,
promovendo acidente de trânsito, acidentes com pessoas, é mordedura, transmissão de doenças, são as
zoonoses, comercialização em feiras livres e praças públicas. Então, para eles entenderem um pouco, a gente
fala um pouco do comportamento reprodutivo. Lembrando que isso a gente está falando na educação para
poder adentrar, para fazer o trabalho. Mostrando quão cedo um macho e uma fêmea tornam-se produtivos.

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Lembrando que as raças menores, no caso, 99,9 dessa população é sem raça definida. Você encontra aqui ou
ali um animal de raça, mas os menores, independente de CSRD ou não, os que cresceram menos, eles vão ter
precocidade. E existem relatos que tem gatos que até já com quatro meses de vida podem se tornar dentro
da aptos para reprodução. Então, a importância disso. Mostrar, de fato, que algumas zoonoses, nós temos
muitas, a leishmaniose é um dos problemas, em função do excesso da população, a esporotricose que está
bombando aí com a questão dos gatos, tudo isso vinculado à superpopulação. Lembrar sempre a eles, a gente
vai entrar, vai operar, mas você precisa trazer os animais limpinhos, e desfazer um mito que tem no estado do
Pará, na questão dos municípios, que se você castrar um macho ele vai virar fêmea, ele nunca mais vai querer
outra fêmea, ele virou fêmea. Então, isso tudo a gente desmistificou, passamos a confiança de que a cirurgia
era segura, para eles não terem medo, lembrando que somente os maiores de 18 anos poderiam assinar como
responsável pelo cadastro daqueles animais, tragam um documento com foto de preferência, ou nos
permitam tirar a impressão digital, que passa a ser uma comprovação, isso com carimbo lá, aquela almofada
de carimbo para a gente registrar no nosso TCLE. Então, eles assinavam ou imprimiam a impressão digital,
num termo de consentimento livre esclarecido, onde consta a identificação dos tutores, dos animais, e é muito
importante lembrar que o nosso ponto de corte era de seis meses a seis anos, porque a partir de sete anos
para o cão, ele já é considerado idoso, e a gente, naquela distância, como vocês viram, eu não falei em exames
pré-operatórios aqui, sem condições, nós tratamos isso, perante o conselho, como um mutirão de castração,
então você não tem tempo, o que é diferente na cidade, você faz pelo menos um hemograma para ter noção
da saúde hematológica desse animal, se esse animal tem infecção, se esse animal tem plaqueta baixa, isso vai
gerar problema para o cirurgião, na hora da cirurgia. Assumindo o pós-operatório, por eles, com tratamento,
esse tratamento com anti-inflamatório e antibiótico, teriam que retornar no décimo dia para retirada de
pontos com aquele animal na clínica de apoio, que nós temos que ter, isso é importantíssimo, essa base, a
gente tem recebido no conselho projetos que eles dizem assim, nós vamos utilizar talvez um contêiner não sei
aonde, não, meu amigo, o que interessa para mim é o que está na ponta, é o animal, bacana, vai operar, vai
fazer todo um papel na comunidade e aí, o pós-operatório. Então isso é muito importante, ter uma clínica de
apoio, não adianta aqui indicar pet shop, a gente lembra aí da resolução do conselho, tem que ser algo que
possa suprir uma emergência, claro que de acordo com veterinário. Comunicar qualquer alteração com o
animal, eles comunicarem a clínica de apoio, se o animal está sentindo dor, falta de apetite, sangramento local
de cirurgia, mudança de comportamento. Pedir apoio para, nós pedimos apoio para a execução da, trazendo
essa comunidade a cada vez mais perto da gente. E aí você vê que tem uma moradora local preenchendo um
cadastro, nós orientamos para isso. Então eles se sentem super útil quando eles nos ajudam. Dá para perceber
que aí não é um consultório, é chão batido com folha, com uma mesa limpa anteriormente, cedida, conseguida
pela prefeitura e com o bar mais próximo. Os animais ficam soltos, a gente está falando de uma comunidade
que não é a cidade de Belém, e aí, coincidentemente tem bastante idoso aí com seus animais, eles já foram
previamente conversado com eles de que eles precisavam esperar, todos iam ser atendidos, porque nós
fazíamos uma média, um cronograma de 50 a 60 cirurgia por viagem, que nós fazíamos sempre no final de
semana. Então eu vou rapidamente puxar aqui, que eu já devo estar só com uns 4 ou 5 minutos, um trabalho
que foi feito da estimativa, esse trabalho serviu como TCC, foi de 2013 a 2015, onde era preenchido um
questionário, um cadastro e questionário socioeconômico, para saber qual era a situação na ilha, e aí como é
que nós estimamos quantos operar, para ter verdadeiramente uma resposta. Aí está, de acordo com a EMS, a
razão de um animal para cada 7 ou para cada 10 pessoas, e tentamos calcular 20 % da população. A outra
forma, para quem não faz isso, é chegar na secretaria e perguntar quantos animais foram vacinados contra a
raiva entre cães e gatos e estimar aquela quantidade que você vai fazer. Então, deste trabalho, foram é... foi
inferido que a população média de cães e gatos era 2.974 e de gatos 595, usando o cálculo. Aí está a
quantidade de cães e gatos operados. O método de esterilização que foi utilizado foi a OSH e a castração
química, porém a castração química nós fizemos apenas em menos de 100 animais porque não tínhamos a
droga.

A SRª. ZÉLIA − Professora Nazaré.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Oi, amor.

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A SRª. ZÉLIA – Por favor, a senhora tem 3 minutos para concluir.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Deixa comigo. Então, a castração química aqui a gente mostra. Esse tipo de
trabalho aqui, parece a minha esquerda, ele é um trabalho feito com... De uma dissertação de um dos colegas
que estava no trabalho, é uma cirurgia feita com perfurações. Não é uma exploratória, é uma aberta. E à sua
direita, você vê a aplicação do gluconato de zinco, que é para a castração química. Vocês podem ver, do lado
esquerdo, um ambiente cirúrgico totalmente fechado, dentro de uma escola, que é cedido para a gente. Isola-
se a cirurgia, leva-se todo o material da faculdade, totalmente esterilizado, e aqui, ao ar livre, é feita uma
sedação local, é aplicado o gluconato e é feito também uma dipirona na sequência. Então, desses resultados,
o que interessa para a gente, de total? Que foram evitados 1.372 nascimentos, tudo isso baseado nessa
máxima aqui, do controle populacional. Então, o que importa é você ter esse resultado, sabendo que
funcionou, que deu certo. Então, de uma taxa geral, 3,50, vamos pular isso aqui, por causa do tempo, e o
projeto, nesses dois anos, mostrou que o resultado foi satisfatório quanto à promoção do controle reprodutivo
e o bem-estar dos animais no município. Menos animal, menos despesa, algumas curiosidades, dá tempo de
mostrar, estou finalizando. Como eles chegavam lá? Essa parede aqui, essa escola. Como eles chegavam com
esses animais? As crianças, claro, com adultos, a gente não aceitava nunca o cadastro de uma criança. Animal
em paneiro, não sei se vocês conhecem, devem saber o que é um paneiro. Já tinha gente na feira vendendo
paneiro para levar para o dia da castração. O gato, também, a forma que dava para levar. E como é que eles
voltam para casa? De qualquer jeito, desde que a gente mande embora esse elemento acordado, ele não pode
ir dormindo no colo, está certo? Aí está a equipe dessa experiência editosa. Obviamente, a Doutora Betânia,
não sei se ela está aqui, ela estava lá no primeiro dia, como chefe de equipe da cirurgia, Doutor Fernando,
Professora Eva, que tem a dona da Fazenda Bom Jesus, que tem uma clínica lá, que sempre foi nosso apoio.
Aqui nós temos uma mistura de alunos de graduação e os nossos residentes. Essa equipe, ela sempre mudava.
Doutor Gilvando, também, que é cirurgião. Essa equipe, ela sempre mudava para oportunizar que os
residentes tivessem essa grande chance de estar junto à comunidade e vivenciando. Rapaz, se existe um
trabalho melhor do que fazer na comunidade, eu desconheço. Prefiro mil vezes trabalhar, a gente não tem
todas as condições, mas a gente faz um bom trabalho, sai de lá feliz e deixa todo mundo feliz. Era isso que eu
tinha para falar e estou à disposição.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professora Nazaré, por compartilhar essa receita,
essa realidade tão diversa. A gente já vê os desafios do que é fazer mutirão de castração aqui no centro da
capital do país. Eu faço ideia do que é de ilha em ilha, comunidade em comunidade.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Com certeza. Essa é uma experiência que pode ser aplicada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − É uma riqueza, eu espero que vocês possam continuar na parte da
tarde para o desenvolvimento dos encaminhamentos. Eu penso que talvez a gente pudesse pensar em questão
de como promover, aproveitar esses dias de castração para estar promovendo a parte educativa. E como a
gente adequar para todas as realidades. Eu lembro que lá em Minas, a Professora Ana Alice falou do dia D,
que quando você vai, marca um dia, a pessoa passa por uma palestra, tem as orientações de guarda
responsável e a pessoa sai dali com a data do agendamento da castração. Mas não sei se isso seria viável na
região norte, onde você tem que ir de casa em casa, praticamente comunidade em comunidade.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − É o seguinte, Vanessa, deixa eu só tentar te explicar. O que acontece é que
o tempo é rápido e não dá para detalhar muita coisa.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − A tarde a gente vai separar, isso aqui é só encaminhamento. A tarde
a gente vai voltar.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Detalha melhor, está certo. Obrigada pela oportunidade.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − E a tarde a gente lembra de fazer os encaminhamentos e como a
gente considerar isso. Muito obrigada.

A SRª. NAZARÉ FONSECA (Médica Veterinária e Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado do Pará - CMRV/PA) − Obrigada também.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom, dando continuidade, nós vamos agora para o painel 4,
Vigilância Epidemiológica do Abandono, e eu gostaria de chamar a Andrea Gil, ela que é médica veterinária,
formada pela Universidade de São Paulo, especializada em Medicina Veterinária do Coletivo, pela UFPR,
voluntária de ONGs no estado do Goiás, pelo projeto Viva Gato e Focinho Caridoso. A Andrea.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Oi,
Vanessa. Bom dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Seja bem-vinda.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Tudo bem?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tudo bem. Bem-vinda.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Olha, antes
de tudo, queria agradecer o convite, Vanessa, para participar do evento. Como foi dito, é um momento muito
feliz para todos nós. Eu já sou formada há muitos anos, participei, inclusive, das campanhas de castração do
tabuão, junto com a Rita. Tive uma parceria na época que eu era coordenadora da PET South America com a
Arca Brasil. Então, acho que é muito bom estar presente nesse momento, né? E falando aqui também da
realidade de Goiás, acho que todo mundo fala um pouquinho do estado que está representando. Goiás, apesar
de já ter uma legislação que versa sobre políticas públicas de manejo populacional de cães e gatos, ainda está
engatinhando e começando, acho que quando vier uma política pública do governo federal, vai ser um impulso
muito importante, né? Para que elas aconteçam e que a gente consiga resolver essa situação. Eu vou também
precisar compartilhar a tela. Eu sou da primeira turma da especialização do UFR. Estou vendo vários
Professores meus aqui. A gente fica até um pouquinho nervosa de falar para eles. Então, vamos lá. Espera aí.
Está entrando?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está dando fruto.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Entrou.
Espera só um pouquinho que está no slide errado. Pronto. Não está como apresentação, está? Não, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Mas é porque não está dando para... Ele não passa quando coloca
no modo de apresentação.

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A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Entrou ou
não entrou?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Entrou.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Então,
bem, só para apresentar o que eu faço hoje, eu sou voluntária dessas duas ONGs no estado de Goiás. O projeto
Focinho Caridoso, que é uma ONG-Mãe, que ela dá apoio técnico para as protetoras e abrigos independentes
e apoio técnico para os municípios que queiram fazer manejo populacional de cães e gatos. A Viva Gato é um
projeto, é uma ONG que nasceu com o objetivo de educação das pessoas em relação à guarda de gatos, mas
hoje é um abrigo. É um abrigo que tutela 50 gatos, 10 cães, e eu tenho dedicado, nos últimos 10 meses,
diariamente a vivência do abrigo e o abandono, porque ele é uma realidade muito triste. Praticamente é diário
você lidar com a questão do abandono. Eu achei que a Professora Rita ou a Michelle iam falar antes de mim e
elas vão falar, vão dar um quadro geral sobre o que que é o abandono, as causas, a problemática, mas a minha
fala hoje, a proposta, o objetivo dessa fala é propor estratégias para que a gente possa discutir no período da
tarde, principalmente nos direcionamentos, para vigilância e prevenção do abandono de animais. Certo?
Então, o abandono, ele é um problema de saúde pública, assim, a gente tem que tratar ele como se trata as
questões de saúde pública, zoonoses, na verdade a ideia, a proposta é essa. É possível a gente tratar dessa
forma, descentralizar as ações das UVZs e das Unidades de Bem-Estar Animal, pensando que a problemática
é muito grande e nós precisamos ligar as UVZs, os CCZs, as Unidades de Bem-Estar Animal, quando elas existem
nos municípios, elas não têm braço para alcançar tudo isso. Então, pensando no abandono como problema de
saúde pública, a gente pode trabalhar a vigilância com a territorialização do abandono? Trabalhar o abandono
nos territórios de saúde? Então, eu vou apresentar um pouco do que foi discutido na própria pós-graduação,
na nossa vivência, nas práticas que nós tivemos agora no final do curso, e para a gente poder conversar depois
se isso é possível, se é factível ou não. Como podemos, então, trabalhar a territorialização do abandono?
Então, a primeira ideia, o nosso grupo de especialização, a gente teve a oportunidade de ir para o Recife e
trabalhar e visitar e fazer a vivência da epidemiologia de Jaboatão e dos agentes comunitários de saúde. Então,
é possível a gente usar as estratégias da vigilância epidemiológica para direcionar as ações de combate ao
abandono? Então, nós podemos começar a fazer um registro de dados usando a vigilância epidemiológica? A
gente teve reuniões com a direção da epidemiologia lá e foi colocado que talvez sim, né? Talvez seja possível
usar o que já se tem de know-how na epidemiologia para outras doenças para tratar o abandono da mesma
forma. Então, pensando em política pública, em recolhimento de dados, como o próprio Professor Lucas falou
mais para trás, sem informação a gente não consegue estabelecer nada, né? Então, a gente pode entender o
abandono usando as ações da epidemiologia. Os agentes comunitários de saúde e de epidemiologia, eles têm
condição de identificar os locais de abandono? Tem. Nós saímos, eu inclusive tive a oportunidade de sair com
uma agente comunitária, ela me levou numa senhora que ela assistia já há muitos anos e ela identificou
quando essa senhora começou a se tornar uma acumuladora, ela identificou que ela precisava acionar uma
rede de apoio, né? Conseguiu, essa senhora chegou a ter 30 gatos, uma casinha muito pequena, ela conseguiu
chamar o VZ, a Unidade de Bem-Estar Animal e conseguiu controlar a questão da acumulação dessa senhora.
E ela conseguiu também fazer um trabalho ali no bairro, porque o que acontece, acho que vai se falar de
acumulação daqui um pouquinho mais para frente, as pessoas abandonam os animais nas portas das
protetoras, das acumuladoras, dos abrigos. Então, quando você consegue fazer um trabalho ao entorno desses
locais, você consegue prevenir ou diminuir o abandono. Então, acho que é interessante se a gente pensar se
é possível, trabalhar com as UBS, com os agentes comunitários para começar a recolher esses dados e para
fazer os trabalhos de abandono. Então, uma outra proposta seria exatamente essa, né? Uma parceria entre
os CCZs, com as UBS, para a formação de rede de apoio e prevenção do abandono dentro dos bairros. Porque
o abandono é territorial, né? Ele está localizado em algumas regiões de dentro de uma cidade, seja ela
pequena, grande. Se você conhecer de onde ele está vindo, vai ser mais fácil para que a gente possa
estabelecer as estratégias de ação, realmente, de prevenção do abandono. Será que as UBS podem funcionar
como ponto de educação e guarda-responsável? O que a gente viu dentro das UBS, né? Depois até o Professor
Daniel vai falar, meu orientador, sobre isso, mas as pessoas usam as UBS. Então, usam no bom sentido, elas

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vão lá, elas se informam, é onde elas têm os grupos de diabetes, grupos de hipertensão. Será que as UBS,
falando como saúde pública, elas também não podem ser um ponto de educação sobre guarda-responsável?
Ou será que elas não podem usar as estratégias dos abrigos americanos? Eu acho que não teve tempo para
falar sobre isso na apresentação do Lucas, mas os abrigos americanos recebem animais. Então, como eles
recebem animais, eles também tentam fazer com que esse animal não seja abandonado no abrigo. Então, eles
têm toda uma orientação do que fazer, identificar o problema daquela pessoa que está, que não consegue
mais cuidar daquele animal. Por exemplo, no Viva Gato, hoje, é um abrigo privado, não tem nenhum tipo de
vínculo com nenhum órgão público, então tem limitação de ação, mas ele recebe muitos pedidos de, não só
de resgate, mas pedidos de acolhimento. Então, claro, a gente não tem, o Viva Gato não tem a menor condição
de acolher mais animais, já trabalha dentro da capacidade de prover cuidados do abrigo, mas ele faz um
trabalho de tentar ajudar essas pessoas a não abandonarem os animais. Então, qual que é o seu problema? É
um problema de saúde, até vou colocar aqui, é um problema de saúde, é um problema econômico, é um
problema de comportamento dos cães, do cão, do gato. Então, o Viva Gato faz esse papel de educação. Então,
será que as UBSs não podem fazer isso, dentro da função delas de trabalhar com saúde pública, saúde da
família, ou mesmo aqui o veterinário do NASF, de identificar essas condições que vai gerar o abandono, e
tentar prevenir que ele aconteça? É possível, ainda, uma das ideias que foi levantada, trabalhar com líderes
comunitários, formar comissões para que possamos fazer a prevenção do abandono, identificando o problema
dos munícipes. Então, o problema aqui são as linhadas indesejadas. Os líderes comunitários podem procurar,
sim, a prefeitura, as ONGs, para que se faça uma ação de castração dentro daquele município. O problema é
um problema comportamental. Então, os animais ali, as pessoas têm uma expectativa em relação ao
comportamento do animal, ou o animal está destruindo tudo. Será que não tem uma pessoa que trabalha com
adestramento no bairro, que possa fazer parte, que possa ajudar? Os próprios líderes comunitários podem
ajudar. Por exemplo, o problema é de saúde com o tutor. O tutor não tem mais condição de ajudar aquele
animal, porque ele está doente. Então, será que ele não consegue um ar temporário até que o tutor se
recomponha? Esses líderes comunitários conhecem as pessoas do bairro. Então, seria uma forma, realmente,
do abandono a um problema tão sério. Acho que é o motivo do... Nós estamos aqui hoje. Será que a gente
consegue trabalhar dessa forma? Instruir os líderes? Trabalhar com as UBSs?

A SRª. ZÉLIA – Professora Andrea.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Já deu?

A SRª. ZÉLIA – Não. Você tem três minutos para concluir, está bom?

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Cinco
minutos. Não, eu concluí.

A SRª. ZÉLIA – Três minutos.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Está joia.
Então, a ideia realmente é, hoje à tarde, eles vão trazer esses questionamentos, para que hoje à tarde a gente
possa pensar se é possível usar as estratégias de vigilância epidemiológica para a vigilância epidemiológica do
abandono de forma regional, realmente tirar toda essa responsabilidade dos CCZs, das UBSs, das Unidades de
Bem-Estar Animal, e se é possível haver um trabalho conjunto da medicina veterinária, da saúde humana, do
meio ambiente, atuando junto às Unidades Básicas de Saúde para o recolhimento de dados e o
direcionamento de ações assertivas para a prevenção do abandono dos animais. Então, acho que é isso que
eu tinha para falar. Espero poder contribuir à tarde, que a gente possa realmente entregar um bom produto
para o dia 10, para as ações do futuro. Muito obrigado.

A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Muito
obrigada, Professora Andrea. Tenho certeza que hoje à tarde teremos muitos encaminhamentos também para
pautar esse painel e ter consolidado essas sugestões para a formatação do programa. Muito obrigada.

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A SRª. ANDREA LEÃO GIL (Médica Veterinária especialista em medicina veterinária do coletivo) − Obrigada.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − E, dando continuidade, eu gostaria de chamar, então, de convidar a
Professora Rita de Cássia Maria Garcia, ela que é médica veterinária, Professora de Medicina MVL da UFPR,
diretora do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo, e ela tem vasta experiência na capacitação de
técnicos e gestores municipais, por meio do Programa Regional de Defesa da Vida Animal Prodevida, e
também idealizou o curso de manejo humanitário e sustentável para populações de cães e gatos, desenvolvido
pela Proteção Animal Internacional, em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária da UFPR.
Recentemente, esse curso voltou a ser oferecido pelo Ministério Público de Minas Gerais. Professora Rita, é
uma imensa alegria e honra poder contar com a sua participação aqui, e ao longo desses três painéis, você
pôde constatar o quanto o seu trabalho dá frutos, pela quantidade de alunos, ex-alunos que já passaram por
aqui e que estão participando ativamente nos grupos técnicos. Para nós é uma alegria muito grande, uma
honra muito grande. Muito obrigada, sejam bem-vinda. A palavra é sua.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) – Você não imagina a minha felicidade, porque eu sempre conto um
pouquinho essa história, para a gente não esquecer e não retornar a isso. Uma vez, um dia, em uma hora e
meia, matei 150 animais abanando o rabo, para mim, animais sadios. Então, é muita alegria que eu vejo tudo
isso acontecendo. Desde a década de 90, a gente está brigando com isso, e agora a gente não briga mais, a
gente está se unindo. Então, assim, estou muito emocionada, e muito alegre por ter uma pessoa como você,
Vanessa, com tal competência de ajuntar todas essas pessoas e de estar fazendo essa feijoada vegana com
tanta gente, com tanto material. E vamos em frente. Eu vou compartilhar a minha tela. Preciso só de uma
autorização. Aqui foi. Obrigada. Vocês estão vendo?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, perfeito.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) – Vejam se mudou o slide. Mudou?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Mudou, mudou.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) – Então, gente, eu vou rapidamente dar continuidade ao que a
Andréia falou sobre a vigilância epidemiológica do abandono. Agradecer à Doutora Michelle, que organizou,
ajudou a organizar esse material, e que ela hoje é uma pesquisadora sobre o abandono lá do nosso grupo.
Então, por que a vigilância do abandono? Porque a gente, ao olhar o abandono e ver que ele afeta
negativamente a saúde animal, humana e o ambiente, animais selvagens e a poluição ambiental também, a
gente pode falar que o abandono não é um agravo à saúde, assim como zika, dengue, são agravos à saúde.
Então, por isso a gente falar em vigilância ao abandono. Bom, a epidemiologia, que seria o estudo desses
agravos, pra gente conseguir chegar a uma conclusão de qual caminho a gente vai seguir, então investigar,
avaliar, pra gente realmente ter políticas coerentes e eficazes, e fazer com que essas políticas tenham as suas
estratégias baseadas em evidência. Então, o que seria essa epidemiologia? Conhecer quem abandona, por que
abandona, quem é esse animal abandonado, qual é esse grupo de risco, tem um período que são mais
abandonados? tem locais que são mais abandonados? qual é esse número desse abandono? Então, seria pra
prover as bases técnicas para subsidiar os profissionais de saúde, na elaboração e implementação de ações
saúde, ações ambientes, ações animais. Identificar, então, e descrever o comportamento epidemiológico do
abandono, pra gente estar monitorando essas tendências, identificar os grupos, identificar os fatores de risco,
detectar o processo de disseminação desse agravo, que não é um agravo contagioso, mas ele entra num outro
tipo de vigilância, de agravos não contagiosos, avaliar a sua magnitude na cidade, nos bairros, dentro das

724
cidades, isso varia de um bairro para outro, por isso a importância do que a Andrea falou, quanto mais próximo
nós estivermos do problema, lá no território saúde, mais a gente vai conseguir identificar quais são as causas
e a gente vai estar mais próximo de encontrar soluções também locais, que aquela comunidade aceita. Então,
recomendar as medidas a serem adotadas para a sua prevenção, avaliar o impacto e a adequação dessas
medidas de intervenção. Então, o abandono, na realidade, é um problema social, e a gente tem muito o que
aprender como a área saúde, a área social, lida com o abandono de crianças. O abandono é um produto da
estrutura social, econômica e política do país, e o abandono de animais provavelmente também tem essa
interferência, isso é sobre o abandono de crianças, esse slide. Então, a gente tem um animal não humano que
é abandonado, o tutor que abandona, a sociedade que abandona, o Estado, agradecer a Michele também por
esse slide, por essa reflexão super importante, que enquanto nós não crescemos como sociedade, enquanto
nós não evoluímos como seres humanos, nós vamos continuar tendo abandono, independente das causas.
Então, aqui eu trago um artigo da Michele sobre a terminologia, a gente usa bastante a palavra abandono, a
gente definiu como aqueles que são descartados ou deixados, em vez de serem entregues a algum cuidador
ou algum abrigo. E uma palavra que pode ser usada bastante é a renúncia, a pessoa está desistindo
voluntariamente desse animal e a renúncia inclui tanto o abandono, quanto a entrega para uma pessoa, para
uma outra família ou para um abrigo. Porque os humanos tomam a decisão de encerrar seu relacionamento
com seu animal de estimação? Então, a gente pode ter um vínculo que nunca se formou, e a gente pode ter
um vínculo que se formou, mas ele em algum momento rompeu, ele teve uma ruptura desse vínculo. Então,
é uma questão complexa, é uma questão social e a gente precisa também do pessoal das ciências sociais para
nos ajudar a resolver isso. A gente tem os motivos de renúncia do animal, agora eu vou começar a usar a
palavra renúncia ao invés de abandono. Então, os motivos para a renúncia de animais, a gente tem os
relacionados com os animais, então, por exemplo, se eles agridem o comportamento deles, e os relacionados
ao tutor, relacionado principalmente com o seu modo de vida que muda, ou com mudanças à sua própria
habitação. E aí, nós temos, deixa eu só tirar aqui da frente, e aí nós temos alguns motivos de renúncia, esse é
um trabalho antigo, do Salma, mas aqui para gatos, o número um era a mudança do estilo de vida, que o
animal não se encaixava mais, e para cachorros a questão da habitação já aparecia como o primeiro lugar.
Para os gatos, em relação aos proprietários, a saúde dos proprietários e também para os cães, a saúde dos
proprietários e, em segundo lugar, o comportamento desses animais. Então, em uma outra pesquisa
qualitativa, o comportamento ele foi o primeiro, a primeira causa para que os animais fossem abandonados.
Em relação à origem dos animais que chegam aos abrigos, essa fundação ela tem trabalhos muito
interessantes, importantes e bem feitos, essa Affinity Foundation na Espanha. Então, a origem dos animais
que chegavam aos abrigos, a maioria foi encontrada na rua, e das razões para o abandono, o número aqui
empatado, 15% comportamental e a outra parte de crias não desejadas. Então, da importância da castração,
para prevenir o abandono dos filhotes. Em relação aos fatores de risco para o abandono, a gente tem animais
jovens, então, um fator protetivo, preventivo ao abandono, são animais envelhecendo, animais ficarem com
mais idades nas suas famílias. E o outro é o tempo de propriedade, então, quanto maior o tempo, menos risco
desse animal ser abandonado. Então, são duas informações importantíssimas. Então, um fator protetivo
também do tempo que esse animal está na família. Um outro fator protetivo é aulas de treinamento, então,
seria a questão comportamental que vai diminuir as chances desse animal ser renunciado. Em relação ao tutor,
geralmente homens, idade dos proprietários de cães que abandonaram menos que 50 e de gatos, menos de
35. Em relação ao nível educacional, tem um outro trabalho que a gente fez em relação a teoria do elo, que
indicou que os chefes de família, com baixo nível educacional tem uma relação direta com agressividade e
com os maus-tratos aos animais, isso também entra em abandono. Então, nós precisamos também que a
sociedade tenha oportunidades de educação, que possam fazer um nível superior, completar um nível
superior. Bom, aqui eu coloquei, sem autorização, aqui da Michelle, Michelle, você me desculpa, mas eu não
resisti, que a gente não publicou ainda, não registrado dela, mas achei importante estar colocando. A maioria
dos animais era filhote, o que que ela fez? Ela colocou um banner em um abrigo onde tinha muito abandono
e estava escrito lá, se você não pode mais ficar com o seu animal, nos ligue, entre nesse site, entre nesse
WhatsApp, mande uma mensagem pra nós. Essas pessoas que entraram em contato, ela fez a pesquisa. Por
que que essas pessoas não podiam mais ficar com os seus animais? Então, a maioria era filhotes, SRD, não
castrados, e o tempo de convivência dessas pessoas era menos de seis meses com esses animais. A maioria

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que respondeu foram mulheres e 78% tinham só até o ensino médio completo. E 70%, um pouquinho mais de
70%, não recebiam benefício social, não tinham nenhum benefício social. A gente já vai ver o porquê que eu
estou utilizando isso um pouquinho mais pra frente. E aí, ela fez também um quadro, aqui nós temos um dos
primeiros motivos pra pessoa não poder ficar mais com o animal, de ela estar renunciando ao animal, é a
questão da moradia. Mudar em não poder levar o animal, não ter o espaço, ou o animal tá causando
problemas com os vizinhos. Em relação, já finalizando essa minha fala, em relação às estratégias de prevenção
ao abandono, nós precisamos de políticas públicas eficazes, porque isso vai fazer, vai automaticamente ajudar
na prevenção do abandono. Tem um trabalho que mostra que quando os proprietários não usam serviços
públicos, o animal está em maior risco de abandono. Nós precisamos de estimativas populacionais, não só de
animais com dono, mas animais que estão presentes nas ruas. A gente precisa ter enfoque nessa diminuição
dos animais nas ruas.

A SRª. DHARANA – Com licença, Doutora Rita, a senhora tem mais três minutos pra concluir, por favor.

A SRª. RITA DE CÁSSIA MARIA GARCIA (Professora do Departamento de Medicina Veterinária da


Universidade Federal do Paraná – UFPR) – Pois não. A gente tem que aumentar o nível de guarda-responsável,
pra isso a gente precisa conhecer o nível de guarda-responsável dessa comunidade. Eu trabalhei numa
comunidade que não era o problema os animais soltos nas ruas. Então eu não vou colocar como lá um número
um, lá de guarda-responsável, que todo mundo tem que manter o seu animal dentro de casa. Então a gente
precisa conhecer essa comunidade, ver o que eles identificam como problema, para gente conseguir
realmente criar raízes nesse território. E a gente precisa diminuir essas taxas de abandono, natalidade,
mortalidade, diminuir a renovação populacional. A gente precisa envelhecer os animais, então, aumentar a
idade deles, diminuir a renovação, porque esse gráfico que vocês veem aqui na direita é uma pirâmide etária
de uma população felina. Olha quantos animais que nasceram, representado aqui na primeira barra, e quantos
não conseguiram viver e completar um ano de idade, que significa já essa segunda barra. Então essa renovação
da população, muitos nascem, muitos morrem, não interessa pra ninguém, muito menos para saúde, porque
são animais que não estão vacinados. Eles acabam não tendo uma imunidade e fazendo uma proteção, uma
barreira de proteção contra os humanos, como por exemplo para raiva. Então nós temos um fator protetivo,
que é aumentar o tempo de vida desses animais, aumentar a permanência desses animais nas famílias e
aumentar a idade desses animais. A gente precisa oferecer cuidados veterinários, atendimento básico, porque
isso é um fator protetivo, ter cuidados veterinários, ter um controle reprodutivo, e o que a gente está
trabalhando atualmente é que a gente inclua uma rede populacional e essas famílias em vulnerabilidade social
dentro da rede protetiva de assistência social, para gente realmente atingir aquelas pessoas que não têm
condições. Nas imobiliárias, proprietárias de casas alugadas, fazer uma conscientização para diminuir as
restrições desses animais. A gente precisa dos números, das estimativas, criar e aumentar essa rede de
protetores independentes, a rede de abrigos, alimentar estratégias já existentes de coleta de dados e
monitorar esses animais em risco. A pessoa que liga na prefeitura e fala eu não quero mais o meu animal, ela
precisa ser monitorada, porque esse animal está num risco muito mais elevado e o registro e identificação de
todos os animais com banco centralizado vai nos ajudar muito em relação a isso. Era isso que eu queria
compartilhar com vocês, agradeço.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professora Rita, muito obrigada, você trouxe muitos elementos que
a gente precisa trabalhar e pontuar dentro do programa, eu espero que vocês possam participar conosco à
tarde no desenvolvimento desses trabalhos e sua equipe, a Michele e todo mundo que puder contribuir pra
que possamos realmente fazer esses encaminhamentos consistentes. Eu já estou usando, inclusive, da sua
apresentação lá em Pernambuco, eu já estou usando nas minhas argumentações, inclusive numa reunião com
assessores da Frente Parlamentar, o Gilmar está aqui, que não me deixa mentir, ele estava nessa reunião, né
Gilmar? Foi justamente isso que eu falei e aí você viu a fonte, que precisamos envelhecer os animais, diminuir
a taxa de renovação, para gente efetivamente conseguir fazer um programa nacional de manejo populacional
ético de titãs e gatos. Então, muito obrigada e vamos, precisamos incorporar toda essa experiência e todas
essas informações no arcabouço do programa, muito obrigada. Bom, dando continuidade, vamos passar agora

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para o quinto painel, em que vamos falar sobre prevenção e combate aos maus tratos. O Professor Marcelo e
o Professor Fernando já estão na sala?

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Já sim, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, excelente. Então, vou anunciá-los. Para começar, então,
representando o Estado do Piauí, eu gostaria de chamar o Professor Marcelo Campos Rodrigues, ele que é
médico veterinário, graduado pela UFPI, mestrado em saúde coletiva pela Fiocruz, Doutorado em medicina
veterinária pela UFPE, Professor associado da Universidade Federal do Piauí, Professor de clínica cirúrgica
veterinária, orientador do programa de residência em medicina veterinária e coordenador do programa de
desenvolvimento de políticas de proteção convício e bem-estar animal na Universidade Federal do Piauí.
Professor Marcelo, muito obrigada pela sua participação e a palavra é sua.

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Bom dia a todos e a todas. Vanessa, eu que agradeço até essa
oportunidade de poder apresentar um programa que nós desenvolvemos, conseguimos realizar lá na
Universidade do Piauí e nós vamos trazer aqui alguns pontos dos quais nós conseguimos desenvolver durante
um certo período. Deixa eu tentar compartilhar aqui minha tela também que eu apanho um pouquinho aqui
do zoom. Vamos ver aqui.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Do lado do botãozinho do chat, lá embaixo, tem assim share screen.
Deu.

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Deixa eu ver se eu consigo partilhar na forma de apresentação. Não
estou conseguindo ver aqui para colocar na forma de apresentação. Está visualizando, né?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está sim, perfeito.

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Então, muito bem. Como iniciou essa proposta desse nosso
programa? O importante é só fazer um breve resgate histórico disso, foi de que primeiro houve uma
provocação à reitoria da nossa universidade por parte de alguns Professores que se sentiam muito
incomodados com a presença de animais no campus, principalmente nos seus setores, mais especificamente
os gatos. Então, o gato estava uma coisa muito séria, porque esses gatos urinavam, defecavam na porta dos
Professores, algumas pessoas colocavam alimentação nas portas e isso estava incomodando alguns
Professores. E logo em seguida, na universidade, dentro da universidade e no entorno da universidade,
surgiram alguns animais mortos, muitos animais mortos, fizemos uma estimativa de aproximadamente 30
animais envenenados. Isso, então, preocupou a administração da época. E nós fomos, então, procurados para
fazermos, tentarmos resolver essa problemática. E fomos bem claros para a administração de que isso deveria
ser um programa institucional e não um programa de gestão. Então, ficaria restrito somente àquela gestão
daquele reitor, mas a administração teria que assumir isso como da instituição. E houve esse
comprometimento e, então, nós partimos, juntamente com alguns Professores das mais diversas áreas para
desenvolver esse programa. Está passando aí? Alô? Estão me ouvindo? Está passando?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Está no guarda-chuva.

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O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da
Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Pronto, ótimo. Então, encabeçaram esse programa eu e o Professor
Miguel Cavalcante Filho, médico veterinário também e, na época, ele era pró-reitor de extensão. Então, nós
nos juntamos e assumimos, então, esse programa, aonde nesse programa nós tínhamos três pontos a serem
abordados e levados, que eram, no caso, uma abordagem em relação à educação, à coibição, ao abandono e
à castração cirúrgica. Aonde nós procuramos deixar bem evidente, bem claro para todos, que não adiantaria,
porque só se falava muito em castração cirúrgica, nós procuramos deixar bem claro que a castração cirúrgica,
por si só, não resolveria o problema, se não houvesse uma ação conjunta e massiva em relação à educação e
à coibição ao abandono. Bom, esse nosso programa, infelizmente, ele foi bem ativo durante os anos de 2017
até o ano de 2019, que, então, foi onde culminou a questão da pandemia e, até então, nós não conseguimos,
até o momento, restabelecer o programa como ele vinha acontecendo. Então, hoje, nós estamos atuando de
forma pontual em alguns pontos à medida que nós somos provocados. Mas, dando continuidade, dentro desse
nosso programa, no quesito educação, que foi uma educação e conscientização humana para o bem-estar dos
animais do campus, nós tivemos coordenando esse projeto, dentro do programa, o Professor Miguel, que é
pró-reitor de extensão na época, e a Professora Romina. A Professora Romina Julieta é economista e, também,
na época, ela era a pró-reitora de ensino e graduação. Esse projeto tinha como objetivo desenvolver as
campanhas educativas de guarda responsável e saúde ambiental para a comunidade. Nesse quesito, então,
nós conseguimos desenvolver cartilhas educativas, alguns cartazes para serem distribuídos no campus e no
entorno, e, também, nós determinamos locais para que esses animais pudessem ser alimentados, exatamente
para evitar que as pessoas chegassem e colocassem alimentação em qualquer lugar, principalmente nas portas
da sala dos Professores, colocassem alimentação dentro dos refeitórios. Então, procuramos normatizar pontos
onde esses animais poderiam ser alimentados. Um outro item dentro desse programa, que foi um outro
projeto que foi feito, que está dentro desse programa, foi em relação à coibição ao abandono, que é o combate
ao abandono e maus-tratos dos animais no campus universitário. E nós estivemos como coordenadores desse
projeto, também a Professora Romina e a Professora Juliana. Então, a Professora Romina, como já disse, é
economista e pró-reitora de... Me fugiu aqui. Qual é que ela era? Lembro já. E Juliana, ela é advogada,
Professora também no direito. Então, nós conseguimos juntar várias pessoas de diversas áreas para nos ajudar
então nesse programa. E tivemos como objetivo, o objetivo geral foi coibir o abandono de animais dentro das
instalações da UFPI. Com isso, dentro da coibição, nós tivemos o apoio da Vigilância da UFPI, vigilância essa
que infelizmente saiu do quadro do funcionário público. Então, nós estamos só com um número muitíssimo
pequeno, ainda que eles ainda estão por se aposentar. E essa vigilância, ela está terceirizada. De uma certa
maneira, hoje nós encontramos uma certa dificuldade, porque nos contratos...

O INTERLOCUTOR NÃO IDENTIFICADO – Olá? Travou o Professor.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gente, caiu para todo mundo aí ou é só do Professor?

A INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Caiu.

A INTERLOCUTORA NÃO IDENTIFICADA – Acho que é só a do Professor continuar a tela dele, mas a gente não
ouve.

A SRª. DHARANA – Foi ele que caiu. Eu paro o tempo dele? O que eu faço?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, para o tempo dele. Deixa eu ver aqui. Acho que ele não vai
conseguir voltar. Pior, como é que faz para tirar a tela dele? Agora caiu.

A SRª. DHARANA – Aí, agora ele caiu. Por que você acha que ele não consegue voltar?

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vamos ver se ele vai voltar. É algum problema da internet. Gente,
eu vou passar, então a palavra para o Professor Fernando e aí quando o Professor Marcelo conseguir
restabelecer a internet, a gente volta para ele concluir a fala dele. Pode ser? O Professor Fernando já está na
sala?

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Estou sim, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, então está ótimo. Então, eu gostaria de chamar, representante
de Santa Catarina, o Professor Fernando Zacchi, ele que é médico veterinário, atuou como clínico de pequenos
animais mais selvagens, atua no Sistema Federal de Medicina Veterinária e no Sistema Regional de Medicina
Veterinária desde 2005, tendo ocupado o cargo de fiscal, assessor técnico de gabinete, assessor especial da
presidência, já foi membro de SEUA, da Universidade Federal de Santa Catarina, e do grupo especial em defesa
dos direitos animais do Ministério Público de Santa Catarina. Atualmente, eu ocupa o cargo de assessor do
Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina. Professor Fernando, seja muito bem-vindo,
muito obrigada pela sua participação. Ah, o Professor Marcelo acabou de entrar. Vamos deixar ele concluir a
fala e aí...

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Vamos sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, pode voltar.

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Deixa eu tentar voltar aqui a minha apresentação.

A SRª. DHARANA – Hum... Doutor...

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Eu fiquei aonde? Em qual slide? Foi nesse mesmo?

A SRª. DHARANA – Foi nesse slide, Doutor Marcelo. E aí, só para lhe adiantar, restavam cinco minutos, não é?
Para o senhor começar a concluir. Na verdade, são oito. Desculpe, eu lhe avisarei então com três, está bom?

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Não, tudo bem. Eu termino bem rapidão aqui. Então, se for bem, na
questão da coibição do abandono, nós tivemos o apoio da vigilância da UFPI e foi de primordial importância
para o desenvolvimento dessa atividade foi um tempo de cooperação com a Delegacia de Proteção do Meio
Ambiente, com o Batalhão Ambiental da Polícia Militar e também com a OAB. Então, nós tivemos todo esse
respaldo e com isso nós conseguimos reduzir muito o abandono dos animais. Haja vista que quando era
alguém tentando abandonar o animal, principalmente carro ou moto, nós pegávamos a placa,
encaminhávamos isso à Delegacia de Proteção, era fotografado, se possível até filmado, e na delegacia, então,
eles depois faziam posteriormente a abordagem na casa da pessoa. Então, isso, de uma certa maneira, foi
muito bom e muito interessante. E tínhamos um apoio integral da OAB. Então, no setor de proteção animal
da OAB, aqui, a seccional, eles também nos deram muito apoio na época. Outro ponto, outro projeto, foi
exatamente a castração cirúrgica. Então, aí, depois de a gente fazer um trabalho massivo em relação à
educação e à coibição, nós partimos, então, para a castração cirúrgica. Era o contorno de natalidade para a
castração cirúrgica de cães e gatos no campo da URP, onde tínhamos como coordenador eu e o Professor
Francisco Lima Silva, Professor de técnica cirúrgica e também que participou muito com a gente. Então, teve

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como objetivo esse projeto, que foi desenvolver política de controle populacional de cães e gatos
abandonados no campo, visando prevenir a transmissão de zoonoses desses animais, reduzir a disseminação
de doenças sexualmente transmissíveis entre os animais e melhorar a qualidade de vida, tanto animal quanto
humana, através da cirurgia contraceptiva. Então, na castração cirúrgica, nós tínhamos algumas ações. Dentre
elas, iniciamos com um censo. Como era feito esse censo? Como o nosso campo não é tão grande, nós tivemos
a oportunidade de fazer uma estimativa através de contagem mesmo. Ou seja, nós íamos nos centros, nos
centros as pessoas conseguiam identificar aquelas pessoas, aqueles funcionários ou alunos, ou mesmo
Professores que tinham contato mais direto com esses animais, aqueles que colocavam alimentos, quando se
preocupavam, viu um animal doente, levavam para o médico veterinário, para o tratamento médico. E essas
pessoas, então, diziam, olha, aqui no meu setor eu tenho tantos animais, então as pessoas computavam. Iam
no outro setor, embora esses animais pudessem migrar de um setor a outro, interessante que as pessoas aqui
já sabiam aqueles animais que vinham de um setor a outro, e diziam, olha, tem tantos animais aqui, mas esses
daqui também frequentam por lá. E dentro desse, fizemos então esse levantamento e fizemos uma estimativa
aproximada desses animais. Após essa estimativa feita por centro, isso foi feito por centro, partimos então
para a captura, onde nós tínhamos participação de docentes, de técnicos administrativos e da comunidade
externa. Então, muitos ditos protetores animais se prontificavam em vir nos ajudar a partir do momento que
souberam do nosso programa. Nós priorizávamos a questão da castração cirúrgica em filhotes acima de 8
semanas. E os idosos, idosos acima de 75% da expectativa de vida, isso aí nós não fazíamos. Então, a castração
só é realizada nisso, nos animais em filhotes acima de 8 semanas e em idosos abaixo de 75% da expectativa
de vida, em relação à sua raça. Isso é baseado no que disse Fantônico Artopaz em 2010. Dentro ainda das
ações, além do censo e de captura, então vinha o procedimento cirúrgico por si. Então, internação e pré-
cirúrgico, isso era e ficava por sobre responsabilidade dos discentes de medicina veterinária, assistidos então,
acompanhados pelos residentes do hospital e também por nós, Professores. O transcirúrgico era realizado
então por médicos veterinários a partir do sétimo período, pelos discentes, aliás, de medicina veterinária a
partir do sétimo período, que já tinham pago técnica cirúrgica ou clínica cirúrgica, também assistido por
residentes e pelos Professores. Durante o transcirúrgico, nós fazíamos a marcação desses animais,
principalmente os felinos, onde nós adotamos o seguinte, para efeito de futuro estudo epidemiológico, nós
fazíamos o piquezinho na orelha do lado esquerdo das fêmeas e do lado direito dos machos. E o pós-cirúrgico
ficava sobre responsabilidade também, sob acompanhamento dos discentes de medicina veterinária a partir
do sexto período, também acompanhados dos residentes e dos Professores. Após o pós-cirúrgico imediato...

A SRª. DHARANA – Com licença, Doutor Marcelo, o senhor pode concluir em três minutos, por favor?

O SR. MARCELO CAMPOS RODRIGUES (Professor e Coordenador do Programa de Bem-estar animal da


Universidade Federal do Piauí – UFPI) – Pois não. Então, após o pós-cirúrgico imediato, no retorno do animal,
geralmente, dependendo da situação, nós deixávamos até 72 horas lá com a gente, e esses animais eram
devolvidos ao seu local de origem. Bom, que resultados nós tivemos? O que nós vimos de positivo em tudo
isso daí? Nós tivemos uma redução nesses três anos em relação ao abandono. Nós tivemos uma capacitação
dos discentes de medicina veterinária, então nós conseguimos capacitar bem nossos alunos, principalmente
no tocante, a parte de castração. Houve uma conscientização da comunidade universitária em relação aos
maus-tratos, com reflexo na sociedade, porque também houve um acompanhamento midiático quanto às
ações, então televisão, rádio estavam sempre em busca de informação em relação a esse programa, então foi
muito positivo. Houve uma redução considerável em relação ao abandono do animal, houve uma redução
gradativa do número de animais, ou seja, houve uma menor taxa de nascimento, e isso se juntou à adoção.
Essa adoção nós não fazíamos no campo, mas nós deixávamos bem claro que os animais castrados poderiam
ser adotados para quem interessasse, então os próprios discentes e técnicos administrativos e Professores
adotaram muito esses animais. E houve um interesse do poder público quanto ao tema, então a partir daí o
poder público passou a se interessar, quando passou a ver as ações e o quanto estava sendo positivo, tanto é
que logo em seguida o Estado abriu concurso para peritos veterinários e algumas prefeituras do interior abriu
serviços de castração, como por exemplo, as cidades de Oeiras e Floriano. E para finalizar, aliás, para finalizar
ainda não, só tem mais um aqui, dentre as dificuldades que nós encontramos, foi em relação à questão ao
financiamento, ou seja, tudo ficou por conta do hospital, houve inconstância dos discentes, era uma outra

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dificuldade que a gente tinha, eram, digamos assim, auxiliares muito flutuantes, por conta de provas, férias,
então isso foi um pouco de dificuldade que encontramos, voluntários para captura, principalmente de felinos,
aquela captura que era muscular noturna, poucos apareciam, mas nós conseguimos, de certa maneira foi uma
dificuldade, vigilância de toda a área do campo, embora nós tenhamos um campo relativamente pequeno,
mas ainda temos área com muita vegetação e muita área que ainda na época era de difícil acesso, hoje já está
um pouco mais organizada, está um pouco melhor. E também a pandemia, que foi uma dificuldade, que a
partir daí houve uma descontinuidade do programa e das quais nós não pudemos ainda, tivemos ainda a
condição de recuperar o programa e tomá-lo a todo vapor, como vimos antes. E para concluir, então, é que o
controle populacional de cães e gatos, mesmo em uma área restrita como o campo universitário, só é possível
se houver engajamento em toda a comunidade com participação ativa dos gestores. A castração isolada não
minimiza o problema. Política educacional e coibição aos maus-tratos, ou seja, fazer cumprir as leis devem ser
priorizadas. Controle populacional de cães e gatos deve ser uma ação contínua. Então, gente, era isso aí que
eu tinha que apresentar para vocês. Muito obrigado, espero ter contribuído e estou à disposição na parte atrás
também para dar maiores contribuições. Obrigado, então.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professor Marcelo. Com certeza teremos muitos
elementos aí para a gente fazer os encaminhamentos na parte da tarde. Então, eu gostaria, então, de chamar
agora o Professor Fernando, que eu já tinha feito a leitura do seu currículo, e já transfiro, então, a palavra para
o Professor Fernando Zacchi, que é médico veterinário e atualmente assessor do Conselho Regional de
Medicina Veterinária por Santa Catarina. A palavra é sua. Bom dia a todos.

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Bom dia a todos, Obrigado, Vanessa, pelo convite. Parabéns pela
condução desse trabalho gigante e maravilhoso que está sendo feito. Vamos ver se eu consigo compartilhar
aqui a minha tela. Estão vendo a tela?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, perfeito.

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Está no modo apresentação, não é?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeitinho.

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – O que eu vou falar hoje, conversar com vocês, um pouco puxa o
assunto de legislação, não foge. Os temas dos três dias, os pilares que foram discutidos são bastante
integrados, não é? E falar um pouquinho vai puxar para a parte de legislação, mas no sentido de provocar,
para ver o que a gente aplica hoje no sistema do Conselho Federal e dos regionais com relação aos médicos
veterinários, até que ponto a gente conseguiria extrapolar essas ações que têm interface no combate aos
maus-tratos, aos animais, para outros atores que atuam na mesma área. O Conselho, embora não tenha uma
ação direta, por exemplo, de resgate de animais vítimas de maus-tratos, ou de penalizar as pessoas que
provocam maus-tratos aos animais, a gente tem um papel importante na normatização do exercício do médico
veterinário, tanto do médico veterinário quanto do zootecnista. Então, o Conselho tem esse poder disciplinar
e ele também serve como órgão de orientação e fiscalização desses profissionais, além de servir como órgão
de consulta para a União, para os estados e para os municípios nessa questão que envolve o exercício
profissional. Então, há muito tempo a gente legisla nesse assunto de alguma maneira. Então, por exemplo, no
Código de Conduta do Médico Veterinário, o Conselho estabelece os deveres e os direitos. Então, como o
Professor Rogério estava colocando, quais são os direitos e deveres de quem cuida dos animais como o
responsável de um cão comunitário? Será que tem que ser tão pesado que direitos e deveres a gente pode

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trazer para o órgão onde esse animal está ali presente? Então, para o médico veterinário, por exemplo, é claro
já no Código de Ética que é um dever dele denunciar qualquer ação que não observe os preceitos éticos e os
procedimentos adequados para os animais. Então, isso já é intrínseco da nossa profissão. Da mesma maneira,
coloca lá como realizar as eutanásias nos casos justificados, seguindo a legislação de proteção aos animais.
Então, como a Professora Rita colocou lá no passado, sim, essa questão de que a política pública era a
eutanásia em massa de cães cansadios. Hoje em dia, isso já é inadmissível. E se tem um médico veterinário
atuando dessa maneira, o Conselho também vai tomar as providências com relação ao exercício profissional.
Outra questão que, para a gente, é muito clara, é vedado ao médico veterinário praticar ou permitir que se
pratique em atos de crueldade com os animais. Aí entra a questão de como é que eu vou permitir ou proibir.
A gente também não tem os superpoderes de impedir que outras pessoas façam. Mas, dentro daquelas
atividades de pesquisa, de ensino, da produção, onde eu estou inserido, onde eu tenho controle, onde eu
autuo, não basta eu não praticar. Eu tenho que não permitir que as outras pessoas que estão ali sob a minha
responsabilidade pratiquem esses atos. Outra questão que é clara para a gente é que o médico veterinário
tem que conhecer a legislação de proteção aos animais. Então, a gente não pode ser alheio a esse tema. Da
mesma maneira, respeitar as necessidades dele, não atentando contra as funções e impedindo que outros os
façam. Ou seja, a responsabilidade do médico veterinário não é só do que ele faz, e sim do que quem está ao
redor dele, impedir que quem está ao redor dele também cometa essas práticas que podem impetrar maus-
tratos aos animais. Nesse sentido, a gente acaba avançando, às vezes, para alguns vazios legislativos. Por
exemplo, em 2008, o Conselho Federal proibiu a realização de cirurgias mutilantes, proibiu qualquer cirurgia
considerada desnecessária ou que possa impedir a capacidade de expressão do comportamento natural da
espécie. Então, a partir desse momento, o médico veterinário ficou proibido de realizar o corte de cauda para
fins estéticos, o corte de orelha para fins estéticos, o corte das cordas vocais dos cães para impedir que ele
latisse, ou a extirpação das unhas dos felinos para evitar que arranhem o sofá. Então, isso, para o médico
veterinário, já está claro que é maus-tratos e que é uma conduta proibida para ele. Agora, o Conselho
consegue disciplinar e vedar essa situação para o médico veterinário. Para terceiros, além do exercício ilegal,
se ele faz uma prática dessa, a gente também poderia ter legislação que extrapolasse e disciplinasse isso
também como maus-tratos. Outra resolução que tem bastante integrada com o que a gente vem discutindo,
especialmente com os programas de controle populacional ou de manejo populacional, veio a Resolução 962,
lá em 2010, que fala várias coisas, mas o que é mais importante que tem dessa resolução? O conceito de que,
olha, não basta fazer a cirurgia, e isso tem sido discutido ao longo de todos esses encontros. Tem outras
atividades, como o senso, que são essenciais, mas, naquele momento, a resolução trouxe, como base, a
educação em saúde e guarda responsável, como uma obrigação de constar nesses programas. E, claro, a 962
está sendo rediscutida, o que a gente pode ampliar ou flexibilizar dentro dela, o Doutor Napoli já falou nessas
reuniões, mas, naquele momento, foi colocada já como a educação um fator importante. E outro fator
importante é que a perfeita realização dos procedimentos é uma prioridade. Nunca colocar em risco a saúde
e o bem-estar dos animais. Então, não adianta a gente fazer uma campanha de castração e controle
populacional, e nós mesmos, os médicos veterinários, às vezes, está impetrando maus tratos ao não dar uma
analgesia adequada. Então, mesmo que a Doutora Nazaré colocou ali a realização numa estrutura simples, às
vezes, é possível. Olha, tem o cuidado pré-operatório, tem uma triagem adequada desses animais, uma
triagem clínica para ver minimamente se ele está apto ou não a participar da cirurgia. Ter um cuidado da
analgesia desses animais, ao devolver para o proprietário, somente também quando ele tiver recuperado os
seus reflexos, não tem justificativa para eu devolver o animal ainda anestesiado. Tem justificativa para eu
conseguir fazer numa estrutura mais simples, numa comunidade onde não tem todos os recursos, e é
importante a ação. Mas, para alguns atos, dentro da realização dos procedimentos, a gente não pode abrir
mão. E aí, nesse sentido, vem o Conselho a disciplinar a conduta do profissional nesse sentido. Outra questão
que a gente disciplina lá no Conselho, com relação à proteção e combate a maus tratos, são as diretrizes de
atuação do médico veterinário nos estabelecimentos comerciais onde se expõe, onde se comercializa, onde
se mantém, onde se presta serviço para esses animais. Então, mais uma vez, é o sistema preocupado com os
cuidados, não só do ponto de vista sanitário, mas de bem-estar e proteção contra maus tratos dentro desses
estabelecimentos. Então, o Conselho fazendo esse papel legislativo de conduta do médico veterinário. Porém,
a despeito de, na Lei nº5.517, estar claramente que a direção técnica e sanitária desses estabelecimentos é

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privativa do médico veterinário, se tem animal em exposição, em serviço ou para qualquer finalidade, esse
estabelecimento tem que ter um médico veterinário e ir pensando nisso, na proteção desse animal. Então,
isso está estabelecido na legislação, porém o judiciário tem colocado situações onde diz que não é necessário
ter um médico veterinário coordenando a parte sanitária, técnica e de bem-estar desses animais que estão ali
dispostos à venda. E aí, por aí, a gente vê uma enxurrada de ações de casa agropecuária, de pet shops que
vendem animais, e mesmo assim o judiciário estabelece que não, lá não precisa ter ninguém para cuidar dessa
turma. Então, é um ponto também a gente discutir aqui de como melhorar e que ações a gente pode ter para
otimizar essa questão, porque, viu, lá no início eu estava falando, estamos falando de regras para abrigos, do
setor público, de cuidar desses animais que estão abrigados, ok, e como é que está isso lá na iniciativa privada?
Como é que os estabelecimentos que comercializam, como é que os criadores de animais estão fazendo e
dando essa assistência para os animais? Aí viemos para a nossa lei de crimes ambientais, então, lá na frente,
o médico veterinário é obrigado a conhecer essa norma, além de aplicar todas as normativas do Conselho. E
a Lei-Sanção, lá em 2020, ampliou um pouco essa questão, principalmente para cães e gatos, aumentando as
penas com relação a maus-tratos, maus-tratos impetrados contra cães e gatos, pena de reclusão de dois a
cinco anos. O que veio juntamente com essa questão? A necessidade para caracterizar os maus-tratos de uma
perícia. E aí, mais uma vez, tem municípios, tem estados se estruturando no sentido de ter o Instituto Médico
Veterinário Legal, para que tenha peritos para realmente caracterizar e, efetivamente, punir essas pessoas.
Então, também é um leque aqui que podemos investir para ver de que maneira aumentar o número de peritos
para realizar essas atividades. Aí, a resolução, a lei, traz também a questão de... Fala da prática de abuso de
atos maus-tratos como crime, mas ela não especifica o que é isso. E aí, mais uma vez, o sistema CFMV-CRMV,
lá em 2008, cumprindo e tentando tapar um vácuo legislativo, ele definiu o que é crueldade, abuso e maus-
tratos. Mas, ainda assim, o nosso poder disciplinar está mais em cima da conduta do médico veterinário e dos
zootecnistas. Então, ele, a todo momento, dizendo que a infração ética, a prática de maus-tratos, tanto direta
quanto indiretamente, desses atos, pelo médico veterinário e com o zootecnista. É dever nosso manter essa
constante atenção à possibilidade dessa ocorrência, da mesma maneira que eu não tenho que prevenir e
evitar esses atos. Então, totalmente alinhado com a conduta e a conduta esperada do Conselho com relação
a esses profissionais. E, para isso, a gente constantemente orienta, normatiza e fiscaliza. Então, eu não vou
trazer aqui tudo a 1236, porque ela é bastante extensa, mas só para o artigo 5º, ela exemplifica algumas
questões de maus-tratos e, por exemplo...

A SRª. DHARANA – Com licença, com licença, Doutor Fernando, o senhor pode concluir em mais três minutos,
por favor?

O SR. FERNANDO RODRIGO ZACCHI (Médico Veterinário e Assessor Especial da Presidência do Conselho
Federal de Medicina Veterinária – CFMV) – Sim, certamente. Estou terminando. Então, executar
procedimentos invasivos ou cirúrgicos sem os devidos cuidados anestésicos e analgésicos é maus-tratos.
Então, dentro dessa questão de programas de castração, eu imobilizar um animal para fazer uma cirurgia é
fácil. Agora, eu dar o devido anestesia e analgesia para ele, de maneira que ele não sofra durante o
procedimento ou depois do procedimento, em razão daquilo que estou fazendo, é o que a gente exige dos
profissionais que estão atuando nessa área. Da mesma maneira, o profissional não pode permitir que esses
procedimentos sejam realizados por uma pessoa sem qualificação técnica profissional. Então, também, mais
uma vez, no combate ao maus-tratos. Outro ponto que a gente traz é que é maus-tratos quando o tutor ou o
responsável de buscar assistência médico-veterinário deixa de fazer. Então, voltando ao questionamento do
Doutor Rogério, será que a gente não pode disciplinar nessa normativa que o órgão é responsável por buscar
essa assistência médico-veterinária até como forma de justificar um eventual orçamento ou recurso para o
pagamento dessa despesa pelo órgão público? Porque, às vezes, também tem isso. O órgão público quer
pagar, mas não tem rubrica para aquilo e acaba diante de uma necessidade de um animal que está sob a
guarda dele passar por algum procedimento e aquela vaquinha dos funcionários e sempre a gente precisando
dessa atividade. Então, também, como conduta, e reforçando, que o médico veterinário tem o dever de
orientar os tutores e proprietários dos animais sobre as condutas que implicam em maus-tratos e que a não
observância do disposto nessa resolução é infração do Código de Ética. Ou seja, o médico veterinário, além de
estar sujeito às sanções cíveis e penais e administrativas, quando se impetrar maus-tratos ou participar de

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situações em que estejam envolvidos maus-tratos animais, ele ainda está sujeito à penalidade do conselho,
que vai desde uma advertência, dependendo do nível do envolvimento dele, até mesmo a cassação do
exercício profissional. Ou seja, dentro do sistema, essa questão já é bastante disciplinada há muito tempo, e
a gente está aqui para ver o que a gente pode colaborar também para extrapolar para outras áreas e também
no que a gente puder otimizar as nossas normativas para dar mais andamento ao assunto. Então, agradeço a
participação e tenham um bom dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigado, Professor Fernando, pela participação. E eu me
recordo aqui que o Roberto Cabral, eu não sei se ele está aqui hoje, ele é do Ibama, ele participou do painel
da semana passada. Ele estava sugerindo que fizéssemos também, lá no âmbito do DPDA, talvez sugerisse
uma portaria com essa questão dos maus-tratos, para disciplinar e tal, e aí talvez pudesse ficar no bojo dos
encaminhamentos também desse GT hoje à tarde. Eu vou tentar ver se consigo entrar em contato com o
Cabral, ver se ele tem condições de participar hoje à tarde também e explicar melhor o que era a ideia dele.
Ele falou que manda até um esboço do que ele estava pensando e talvez a gente pudesse ir somando essas
ideias para ir avançando nesse debate. A gente entende que a aprovação de uma lei demora anos, a gente
tem algumas aí tramitando, e o que for possível a gente tentar avançar com a publicação de portarias,
instruções normativas, que já dê para ir dando uma segurança, é sempre muito importante. Então, muito
obrigada. Bom, dando continuidade, nós vamos agora ao nosso sexto painel. A Professora Bianca já está na
sala?

A SRª. BIANCA GRESELE (Psicóloga e Presidente da Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na
Medicina Veterinária – Ekôa Vet) – Olá, estou por aqui.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, obrigada. Bom, então para falar de enfrentamento à acumulação
de animais e cuidar de pessoas, tanto os profissionais quanto as pessoas em situação de acumulação, eu
gostaria de chamar a Professora Bianca Grezelli, ela que é psicóloga e Professora, especialista em psicologia
analítica, pós-graduando em prevenção e prevenção do suicídio, mestre e Doutorando em psicologia clínica,
presidente da Ekôa Vet, Associação Brasileira em Prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária. Então,
Professora Bianca, muito bem-vinda, muito obrigada por sua participação e presença aqui conosco nesse tema
que é tão dolorido, difícil, mas absolutamente fundamental abordarmos.

A SRª. BIANCA GRESELE (Psicóloga e Presidente da Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na
Medicina Veterinária – Ekôa Vet) – Com certeza. Bom, eu que agradeço pelo convite, agradeço especialmente
ao Léo Napoli, que está aqui com a gente, que me fez esse convite. É um prazer estar aqui com vocês, inclusive
acompanhando todas as apresentações. Eu não vou compartilhar a tela, está bem? Eu sempre falo, brinco que
eu tenho um perfil muito de Professora de quadro, eu sou muito essa, então eu geralmente não uso slides,
enfim. Então eu trouxe mais uma fala pra cá mesmo, está bem? Rapidamente, só como eu acho que a maioria,
estou aqui me imaginando, hipotetizando que a maioria não me conheça, mas eu sou psicóloga e atuo na área
de saúde mental da Medicina Veterinária há alguns anos já. O tema do meu Doutorado, que irei defender
daqui a alguns meses, é fatores de risco para a saúde mental do médico veterinário, então estou aí à frente
de diversas áreas em que o médico veterinário atua. Este assunto que irei trazer pra cá é uma delas, mas que
não só cabe, com certeza, ao veterinário. Então, por isso estou aqui com vocês, pra contribuir, pra aprender
também, com certeza, está bem? A Ekôa Vet que foi citada, deixo já o convite pra vocês conhecerem, que é a
Associação de Saúde Mental da Medicina Veterinária, do qual a gente criou, e depois eu compartilho a página
com vocês, está bem? Agora, focando com relação à temática em si, que foi proposta, da gente falar sobre a
questão do acúmulo, e também de pensar não somente nos acumuladores, mas também nos profissionais
que estão envolvidos com este contexto, não é? Acho que, imagino que a maioria das pessoas saibam que a
acumulação de animais é um problema muito complexo. Quando a gente fala sobre esse assunto, a gente está
falando de consequências que não envolvem somente a questão do bem-estar destes animais, mas também
de bem-estar de pessoas, de seres humanos, e não só dos acumuladores, porque, por vezes, traz impactos

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também para outras pessoas que estão envolvidas, seja dentro desta casa onde isso acontece, ou seja, em
torno dela, não é? Assim como questões também de efeitos ambientais, por conta da poluição, que
geralmente também acontece, não é? A gente, acho que assim, quando a gente fala sobre esse assunto, além
dos efeitos da acumulação na vida diária, para quem acumula, para as pessoas que estão envolvidas, tem a
questão de, por vezes, destruição dessa propriedade, às vezes das que estão em torno também, tem uma
questão de risco para a saúde pública, então também por isso a gente fundamenta sempre esse assunto como
uma questão de políticas públicas, tem questões de negligências para todos que estão envolvidos, e muitas
vezes quando esses indivíduos que são os acumuladores, se eles também são pessoas que são responsáveis
por crianças, ou às vezes por idosos, por outros indivíduos que são dependentes a este acumulador, também
a gente vê que são casos de negligência, de alienação, a família tende a se afastar, problemas de saúde mental,
enfim, então só de forma breve, passando, pincelando para vocês, só para vocês terem uma dimensão do
quanto a gente está falando de um assunto que eu costumo, uma frase que eu utilizo muito quando eu dou
aula, eu falo assim, o buraco é bem mais embaixo do que a gente imagina, a gente tem que ficar claro que
essa questão de acumulação de animais, ela é um problema multifatorial, aliás, não sei quem aqui já teve a
experiência, oportunidade por vezes de entrar em assuntos que envolvem mais a área da saúde mental, mas
a gente sempre utiliza muito essa palavra, esse termo multifatorial para tudo que envolve a saúde mental,
porque para nós sempre tem uma gama de multifatores que são envolvidos e que inclusive são subjetivos,
eles são individuais, e o fato de serem subjetivos e individuais, isso realmente deixa mais desafiador a gente
lidar com essas situações. Além de ser multifatorial, como eu já coloquei para vocês, é uma questão de saúde
pública que tem a ver com um transtorno, porque é uma doença, que leva geralmente a uma pessoa ter um
número de animais sem condições para mantê-los, não necessariamente é um número grande de animais,
porque aí já vai um dos primeiros estigmas que a gente precisa quebrar, porque às vezes os acumuladores são
associados unicamente a pessoas que têm um número muito alto de animais, e existem pessoas que, colocar
como exemplo para vocês, podem ter, por exemplo, 10 cachorros, e isso ser considerado um acumulador
também, porque o que a gente vai avaliar é a simbologia disso, e do quanto este indivíduo tem a capacidade
de cuidar destes animais. Então, acho que um dos primeiros pilares que a gente precisa enfrentar e pensar em
conjunto em como a gente pode trabalhar, para aprimorar, é enfrentar essa questão de falta de informação e
falta de entendimento a respeito da temática, e quando eu falo para vocês falta de informação, eu não estou
falando somente do médico veterinário ou do assistente social, eu estou falando do psicólogo também,
porque também para nós psicólogos, a gente olhar para este tema de acumulação é algo novo. Somente em
2003 a acumulação de animais foi inserida como listada como um transtorno psicológico específico. Antes
estava ali como um subtipo, a gente colocava em transtorno obsessivo compulsivo, no TOC, o famoso TOC.
Então, para nós, na psicologia, isso é um avanço grande, porque agora a gente entende que a gente precisa
falar especificamente sobre a acumulação de animais, e os pontos que, em alguns casos, são exclusivos a este
transtorno. Embora os casos cada vez mais estão ganhando atenção da mídia, e geralmente, ainda mais esses
casos, quando as pessoas têm um número grande de animais, e como eu disse para vocês, não é a quantidade
que vai determinar o caso de acumulação, mas sim, como é multifatorial, a gente vai avaliar esses outros
diversos fatores, como falta de padrões mínimos de cuidado com esses animais, a falta de visão do problema,
qual que é a simbologia por trás disso, simbologia no sentido de vínculo, de relação. Existe, sim, muitas vezes,
uma questão de um preenchimento de vazio, existe, mas que vazio é esse? Isso eu não posso responder e falar
que é o mesmo vazio para todas as pessoas, por exemplo. Então, quando eu trago para vocês toda essa
perspectiva emocional e reforço a palavra de que é uma doença, é um transtorno, na maioria dos casos, está
envolvida essa questão de um preenchimento de vazio, é o indivíduo que fica preenchendo esse vazio
existencial, que a gente chama, com esses animais. Então, significa que a gente está falando de pessoas que
estão doentes e precisam de uma ajuda, principalmente, não somente, psicológica. Tem muitas pesquisas
saindo sobre isso, que também estão comprovando de que, geralmente, grande parte desses acumuladores
possuem histórico de traumas, de abusos na infância, que não foram tratados, que foram negligenciados, e
que este ato de acumular está associado diretamente a isso. Eu não vou generalizar aqui, ainda mais no nosso
país, que é um país grande, mas, na grande maioria das vezes, os acumuladores tendem a serem processados
por crueldade animal, ou esses animais são retirados e, de alguma forma, este acumulador pode ser
processado ou não, mas a situação fica dessa forma. Tende-se a ignorar os aspectos que estão envolvidos de

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saúde mental, que precisam ser abordados. E aí, quando a gente olha o problema somente por essa prisma
do acúmulo e da negligência com esses animais, e da crueldade com esses animais, e a gente não envolve essa
parte psíquica também, e aí a parte psíquica que eu estou falando, tanto dos acumuladores quanto para esses
profissionais, eu já vou chegar lá, fica claro que as leis de maus tratos ou as ações que existem hoje, a grande
maioria das ações no país, não estão resolvendo esse problema, e não estão resolvendo e não estão também
prevenindo. Que, para mim, como psicóloga e como pesquisadora, eu acho que é, aliás, um pilar mais
importante ainda que a gente começar a pensar em como a gente pode prevenir vários dos fatores que a
gente conversa envolvendo a área da veterinária também. Aqui o foco com acumuladores, mas outros temas
até que foram abordados aqui, eles têm uma bela correlação com a parte também psíquica. Como é que a
gente pode começar a prevenir e sair um pouco desse modo exasperante que a gente tem como seres
humanos, de esperar o problema acontecer, e aí a gente pensar em como tratar. Eu faço uma analogia de
quando a gente está falando sobre acumuladores, para mim fica muito claro de quando a gente fala sobre
indivíduos com dependência química, que daí é um grande problema também de saúde pública, de políticas
públicas, porque eu retiro este indivíduo que é dependente da rua e coloco ele em outro lugar e pronto. Isso,
como a gente bem sabe, não vai resolver o problema. Este indivíduo só vai achar outro lugar, é questão de
tempo para que ele retome o ciclo que ele estava antes. E o mesmo acontece com estes acumuladores. Mesmo
quando eles são presos ou mesmo quando eles são retirados do ambiente, se eles não receberem um
tratamento psíquico de saúde mental adequado, isso que é uma doença, ela vai voltar e essa pessoa vai voltar
a acumular, seja animais ou seja objetos também, porque muitas vezes está associado. Então, diante disso, o
que eu acho que é a base para a gente trabalhar é a gente defender o trabalho multiprofissional, mas também
interdisciplinar, que são duas coisas diferentes. Então, é essa cooperação entre esses profissionais que
geralmente estão envolvidos para que a gente possa trabalhar em conjunto, só que o que eu vejo que
geralmente acontece hoje é o trabalho multiprofissional, só que cada um desses profissionais estão nas suas
áreas. Então, o veterinário, o assistente social, o psicólogo e alguns outros profissionais que possam estar
envolvidos também, cada um no seu contexto. E isso não é interdisciplinaridade. A gente precisa começar a
enfatizar também esse trabalho interdisciplinar, por quê? Porque quando eu sento com uma equipe, com
vários profissionais, cada um com o seu olhar e cada um com o que está sendo prezado ali, a gente tem as
chances muito maiores de a gente conseguir chegar em resoluções que realmente serão concretas e a longo
prazo do que soluções pontuais. Porque essa acho que é uma das minhas maiores críticas para este tema em
si e outros também que geralmente eu abordo na veterinária, que é a gente ficar propondo projetos ou ações
que vão resolver os problemas somente a nível superficial ou pontual. A gente precisa começar a trabalhar
com os pilares de prevenção e também de pós-venção, que é o que a gente chama na psicologia, com projetos
que eles são a longo prazo e que eles realmente vão trazer mais soluções palpáveis. E eu enxergo que isso não
é viável se a gente não entender que a gente precisa desse trabalho em conjunto sendo atuado
frequentemente. Mas aí eu volto um ponto, eu falo assim, vou voltar um degrau, vou voltar alguns passos para
trás. E o preparo desses profissionais para lidar com essas demandas, para lidar com essas demandas, seja de
acumuladores ou até algumas outras ali. Porque este preparo, ele com certeza está desfalcado. Esse é um dos
pontos que eu mais bato quando eu estou ali na área da veterinária. Eu falo que a minha experiência é mais
com veterinários, mas para mim cabe perfeitamente também com relação às outras profissões. Qual que é o
olhar, por exemplo, que o veterinário tem do acumulador? Qual que é o olhar que o psicólogo tem do
acumulador? Então percebam como falta um preparo já desta formação desses profissionais para que eles
possam...

A SRª. DHARANA – Professora Bianca. Desculpe, interromper sua fala. Se puder concluir em três minutos,
apesar da gente poder ficar aqui te ouvindo por muitas horas.

A SRª. BIANCA GRESELE (Psicóloga e Presidente da Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na
Medicina Veterinária – Ekôa Vet) – Perfeito, já vou concluir, obrigada. Bom, então a gente precisa começar a
pensar não somente nas ações práticas do projeto, mas eu acho que antes disso voltar uns passos atrás e
realmente pensar em como a gente vai preparar melhor estes profissionais para que eles possam lidar
justamente com essas demandas. E quando eu estou falando na formação desses profissionais, gente, aí que
entra também o cuidado para com esses profissionais, que eu não estou falando somente da preparação a

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nível técnico, que este é um dos maiores erros que acontece. Por quê? Porque são profissionais que estão
lidando com demandas emocionais. E o quanto eles estão sendo cuidados e o quanto estão se cuidando para
lidar com essas demandas emocionais. Pois, não sei se vocês já ouviram, taxas como taxa de burnout, fadiga
por compaixão, depressão e dentre outras doenças, os profissionais que cuidam, os profissionais da área da
saúde são os mais afetados. Justamente porque lidam com essas demandas emocionais constantemente, com
diversos desafios, que a gente sabe que a realidade tem ali também em conjunto, sem saber como lidar com
essas demandas emocionais as próprias e quem dirá do outro. Então, começam a se sobrecarregar e aí vem
essas grandes taxas que a gente vê aí relacionada aos profissionais da saúde. Então, a gente precisa apenas
repensar, sim, na parte de preparo melhor técnico, também na parte de preparo emocional destes
profissionais. E, por fim, em como a gente pode trabalhar melhor com estes acumuladores, sem focar somente
na questão do acúmulo do animal em si, mas também na doença que está vinculada a isso e começar a tratar
estes acumuladores, a tratar o que a gente chama as suas psiques, os seus traumas e, por fim, tudo o que está
envolvido. Está bom? Eu fico à disposição. Depois, quem quiser conversar, quem tiver dúvidas, enfim, estou à
disposição para ajudá-los e trabalhar em conjunto com vocês. Obrigada novamente pelo convite.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Doutora Bianca. Nos trabalhos da parte da tarde,
talvez fosse importante que fizéssemos alguns encaminhamentos no sentido a pensar num protocolo de
enfrentamento para situações de acúmulo. São Paulo e Minas já têm legislações que são avançadas, o IMVC
também tem publicações, e talvez fosse interessante que fizéssemos uma sugestão, talvez trabalhar numa IN
para ser uma diretriz nacional, a questão de um protocolo mesmo para que os governos pudessem ter o passo
a passo de como fazer esse enfrentamento. Então, quem puder se voluntariar, estou vendo aqui alguns
comentários do pessoal de Minas, então quem pudesse se oferecer, se voluntariar para esses trabalhos de
tarde será muito importante. Muito obrigada. Bom, dando continuidade, então nós vamos agora entrar no
nosso sétimo painel. O Professor Daniel Bradespin já está na sala?

O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em


Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Oi, Vanessa, bom
dia.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia. Então, representando o Pernambuco, gostaria de chamar
para falar sobre participação social e territorialização da vigilância. O Professor Daniel Bradespin, ele que é
médico veterinário, Doutor em medicina veterinária preventiva, atua nas disciplinas de saúde pública do curso
de graduação de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco, vigilância em saúde
única, no programa de pós-graduação em biociência animal e disciplina de atenção primária em saúde no
mestrado profissional em saúde única. Ele é Vice-oordenador do mestrado profissional em saúde única e
atualmente presidente da Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária de
Pernambuco. Professor, muito bem-vindo. É uma alegria contar com a sua participação aqui conosco.

O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em


Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Obrigado, Vanessa,
pelo convite, Ana Lis, pela indicação em proporcionar esse momento com tanta gente boa aqui espalhada do
Brasil inteiro. Eu acho que é um momento muito oportuno para a gente fazer essa discussão em função da
necessidade das políticas mesmo que nós precisamos construir. E eu me senti muito feliz com a fala da Bianca,
que me antecedeu agora como psicóloga, trazendo todo esse conceito da saúde única implícito nas
entrelinhas, quando ela fala da importância da atividade intersetorial e, ao mesmo tempo, multiprofissional,
multidisciplinar. O Ministério da Saúde hoje já tem um GT em saúde única. Ele vem trabalhando muito essas
questões de saúde única e eu acho que seria de fundamental importância envolver também o Ministério da
Saúde e, especificamente, esse GT de saúde única na construção dessa política atual que a gente está

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buscando aqui. Acho que eu preciso dar autorização aqui para compartilhar. Muito do que eu vou falar aqui
eu acho que já me senti contemplado pelas falas da Andrea Gil, que foi minha orientada no curso, a Professora
Rita. Então vai facilitar muito o meu trabalho aqui, porque muito já foi falado. Deixa eu ver se eu consigo aqui.
Foi, para vocês?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Sim, perfeito.

O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em


Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Ok, vamos lá. Deixa
eu só fechar isso aqui, porque está me atrapalhando. Tem uma janelinha chata aqui. Pronto, consegui fechar.
Então, considerando essa questão da participação social e territorialização da vigilância, eu acho que é muito
importante a gente contextualizar esse arcabouço conceitual da saúde urbana que envolve não só as
influências mundiais, nacionais, os determinantes municipais, mas quando a gente vem para a realidade do
nosso território, falando em território, e nessas possíveis intervenções na saúde urbana, quais são os estilos
de vida dessas pessoas que levam ao abandono ou à acumulação, como já foi falado, o que é que existe
naquele território em termos de determinantes físicos, sociais, mentais, econômicos, a moradia dessas
pessoas, e que a gente pode intervir considerando a territorialização e o local das práticas, das ações de
vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental, da assistência à saúde, enquanto unidade básica de saúde,
considerando as diferentes singularidades dos sujeitos, nós vamos ter aqui diferentes identidades de gênero,
faixas etárias, desde recém-nascidos a idosos, os animais nesse contexto todo, então quando a gente pega
hoje a definição de atenção básica pela atual política nacional de atenção básica à saúde, é bem isso aqui, a
vigilância entra dentro do conceito da atenção básica, como sendo uma das práticas de ações de saúde
coletivas, então quando a gente trabalha a questão do abandono, da acumulação, eu acredito que a medicina
veterinária tem tudo a ver, até deixo destacado aqui em vermelho, eu gosto muito dessa definição, porque a
gente atua na promoção, na prevenção, na proteção, na redução de danos, nas equipes multiprofissionais e
nas populações em um território específico, então é importantíssimo a gente conhecer e caracterizar essa
questão da territorialização. E ao mesmo tempo, a Política Nacional de Vigilância em Saúde de 2018, a
Resolução 588 do Conselho Nacional de Saúde, ela vem trazendo aqui, por exemplo, a finalidade dessa Política
Nacional de Vigilância em Saúde que é promover e proteger a saúde, bem como reduzir a vulnerabilidade e o
risco no território. Então quando a gente considera esse território, priorizando o território onde essas pessoas
vivem, e quais são essas desigualdades sociais de saúde, incluindo intervenções intersetoriais, e a gente
conhece esses grupos que estão em situação de maior risco, quais são as reais necessidades? Então, para a
gente identificar e definir essas vulnerabilidades é importantíssimo que a gente trabalhe também com a
questão do próprio controle social. Então quem são essas pessoas que vivem nessa comunidade? Quem são
esses trabalhadores? Quem são esses agentes comunitários de saúde? Esses agentes de controle de
endemias? Quais são esses trabalhadores e todos esses atores sociais que têm as suas especificidades e
singularidades culturais e sociais, como eu já disse anteriormente, considerando o território? Nessa ótica da
territorialização, então a Política Nacional de Atenção Básica vai trazer exatamente a questão do território, de
forma que esse território permita esse planejamento das ações de saúde, sejam elas setoriais e intersetoriais,
considerando os diferentes condicionantes e determinantes naquele contexto. E eu acredito que nesse
território a gente tem o olhar diferenciado dos agentes de saúde, dos agentes de endemia, dos líderes
comunitários, dos profissionais de saúde que vão trazer essas demandas daquelas famílias, daquelas áreas de
risco, daquelas áreas de abrangência da unidade de saúde, daquele município como um todo que vão variar
às vezes até dentro de um mesmo município, de um território para o outro. Então, considerando toda essa
questão da vulnerabilidade e das características singulares de todos os indivíduos naquele território, é de
fundamental importância que a gente envolva o usuário, a comunidade. Então, atendendo aos princípios, aos
fundamentos e às diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica, quando a gente fala em controle social,
essa questão de envolver a população, empoderar essa população, o que a população quer, o que a população
precisa, de repente, para reduzir essas questões de acumulação ou de maus tratos, ou de abandono, enfim,
toda essa temática que a gente vem trabalhando na medicina veterinária do coletivo, considerando o território

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e os diferentes determinantes que existem ali naquele território. Então, eu acredito que essa questão da
territorialização seja fundamental nessa política. Não adianta a gente criar uma política se a gente não
conhecer e não tiver um diagnóstico desse território. O conhecimento do território é a base para todo o
planejamento, para toda a organização, para a implantação de todas as ações de saúde, sejam elas
relacionadas à população humana, à população animal, ao ambiente. Então, o que é que eu tenho naquele
território? Que população é essa que existe ali? Que problemas são aqueles? E o que a gente pode fazer
naqueles espaços menos favorecidos, onde existe uma maior vulnerabilidade, onde existem esses grupos
sociais mais desprotegidos e que os problemas são mais frequentes? Então, quando a gente considera a
territorialização, eu tenho que considerar todos aqueles problemas e necessidades de saúde que existem
naquele território e que são visualizados pelos profissionais, pelos gestores e pela própria comunidade.
Quando a gente vai para uma comunidade, eu preciso pensar que dificuldades essas pessoas têm para
enfrentar o seu processo, que facilidades que elas têm para resolver os seus problemas no dia a dia, na sua
rotina de vida, de trabalho, social, de saúde, etc. Qual é o papel das equipes de saúde frente às
vulnerabilidades das famílias? Então, é preciso que haja esse engajamento entre a atenção básica e a
vigilância, e sair dos seus setores, como a Bianca coloca muito bem. Então, quando a gente parte para o
conhecimento do território, é preciso que a gente saia dessa barreira da saúde. O primeiro passo é entender
e fazer valer o princípio da intersetorialidade. Eu preciso de assistência social, eu preciso da saúde, eu preciso
do ambiente, eu preciso de políticas públicas que tragam à tona essa questão da saúde mental, das drogas,
enfim, de toda a característica daquele território aonde a gente está incorporando uma ação. Então, a gente
precisa de políticas relacionadas à educação, ao trabalho, à renda, ao ambiente, habitação, transporte, lazer,
considerando todo o contexto social, político, econômico, geográfico e cultural daquela área. Então, a partir
disso, com as equipes multiprofissionais, eu acho que alguém falou aqui até do veterinário, na eMulti hoje,
que não é mais NASF, e com o setor saúde, com a secretaria aqui em Recife, por exemplo, a gente tem a
Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais, e está sendo feito um trabalho maravilhoso. Eu vou participar
de uma banca agora com as ações das sedas, na terça-feira. É fantástico o que essa secretaria vem fazendo
aqui na cidade do Recife. Então, a partir do momento em que a gente mapeia a área, desenha aquela área de
abrangência, identifica as barreiras, o que a gente tem naquele território em termos de família, escola, igreja,
creche, posto de saúde, hospitais, qualquer coisa que a gente possa juntar moradores e partir para esse
controle social para atender as demandas e empoderar a população nas questões relativas à proteção e defesa
desses animais que estão ali no território, que não é culpa deles, obviamente. Então, quando a gente implanta
o processo de territorialização, e eu tenho a informação, compreendo o significado daquele contexto, seja
através das ações e serviços das equipes ou de fontes de dados secundários, a gente consegue identificar os
problemas, estabelecer as medidas, planejar recursos, criar projetos para aquele território de forma
intersetorial, que envolvam todos os problemas e não somente a questão do animal de forma isolada,
considerando a participação ativa dessa sociedade, desses usuários, dessa comunidade que está ali naquele
território, através até dos próprios conselhos distritais de saúde, que toda unidade básica de saúde tem o seu
conselho, e ali eu acredito que uma representação e uma parceria, por exemplo, das Secretarias Executivas
de Defesa dos Direitos dos Animais, em parceria com a saúde, vai conseguir absorver e fazer diagnóstico de
uma série de demandas para implantar as políticas naquele território especificamente falando. Então, quando
a gente conhece o território e determina que mecanismos que eu tenho ali, que setores, que instituições, seja
o BS, academia da saúde, escola, CRAS, CAPES, igreja, creche, o que a gente pode fazer ali e trazer a
comunidade para essa discussão enquanto gestão, seja enquanto gestão da saúde, enquanto gestão dos
direitos dos animais, do meio ambiente, da agricultura, quem quer que seja. E a partir do momento em que a
gente toma esse conhecimento daqueles indivíduos, seja...

A SRª. DHARANA – Com licença, Professor.

O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em


Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Estou encerrando.

A SRª. DHARANA – Está ótimo, obrigada.

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O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em
Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Já estou partindo
para o final. Quando a gente toma esse conhecimento daquela comunidade, seja de forma isolada ou de um
grupo de indivíduos, a gente consegue planejar essas ações compartilhadas, intervir de forma interdisciplinar,
trocando saberes, capacitando as equipes, criando responsabilidade mútua através desse diálogo, da
interação e da própria colaboração da comunidade. O que a comunidade pode fazer para reduzir aquele dano
presente naquele território e prevenir as possíveis enfermidades e consequências desses animais no território.
Então, trazendo aqui, para finalizar, a questão do controle social da saúde, é preciso que a gente tenha essas
políticas, essas ações do Estado e que envolva a comunidade de forma ativa, estabelecendo aí o direito da
cidadania, da democracia e a participação desses indivíduos. Para finalizar, eu trago um spoiler aqui, a
importância da territorialização. Agora, à tarde, eu vou participar de uma banca, uma orientada minha. Ela
mapeou as pessoas em situação de acumulação em toda a cidade do Recife. Então, aqui a gente territorializou,
já é territorializada a cidade em oito distritos sanitários e hoje a gente tem a situação aqui dos acumuladores
de animais mostrando a importância do envolvimento da gestão e da comunidade. Porque em alguns
territórios a gente percebe que a gente tem um maior engajamento, e em outros territórios a gente tem um
menor engajamento, por exemplo, da sociedade e dos próprios agentes de saúde, mostrando a necessidade
e a importância dessas ações no território. Era isso. Muito obrigado pela presença de todos e, novamente,
Vanessa, Ana Lis, pelo convite e por estar aqui contribuindo com vocês.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professor Daniel, muito obrigada. E eu acho que, para os trabalhos
de hoje à tarde, se pudéssemos fazer um encaminhamento no sentido de um esboço de uma cartilha, com um
passo a passo, porque todo esse trabalho que nós estamos fazendo é com vistas à implementação do
programa nos municípios. Então, tudo que a gente está fazendo aqui é facilitar a vida. Por exemplo, a equipe
lá de legislação, ele vai fazer uma espécie de enxoval quais são as leis mínimas que esse município precisa
apresentar. O pessoal lá do diagnóstico vai fazer um passo a passo desse diagnóstico. E, talvez, se a gente
pudesse fazer uma cartilha, fazendo passo a passo o que é a territorialização dessa vigilância, quais são os
elementos que precisamos identificar, para a pessoa não ter que inventar a roda. Claro que cada realidade,
cada município é uma coisa, mas, se você já dá ali um desenho, a pessoa consegue aplicar a sua realidade local
de maneira muito mais fácil. Porque, às vezes, você economiza anos da pessoa, até ela descobrir que ela
precisa partir daquele dali para poder fazer o diagnóstico dela. Então, talvez fique esse encaminhamento.
Vamos ver. Eu vi vários comentários, então eu tenho certeza que esse grupo vai ser, vai contar com o apoio
de bastante voluntários. Então, vamos lá. Muito obrigada.

O SR. DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM (Vice coordenador do Programa de Mestrado Profissional em


Saúde Única do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE e Presidente da Comissão de Saúde Única
do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Pernambuco – CRMV/PE) – Eu vou chegar
atrasado da tarde, nós temos uma banca, eu e a Rita, exatamente esses dos acumuladores aqui em Recife.
Mas, terminando lá, eu venho para cá, viu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Perfeito, obrigada. Geralmente, nós estamos voltando os trabalhos,
porque a gente está avançando bastante, mas, geralmente, a gente está combinando às 15 horas. Mas, vamos
ver que horas que a gente vai marcar aqui quando terminar as apresentações da manhã. Então, dando
continuidade, vamos agora partir para o nosso painel, o oitavo painel, que é Captura, Esterilização e
Devolução, o famoso C.E.D. E eu gostaria de chamar, representando o Estado de Alagoas... O Professor Pierre
já está na sala? Professor Pierre?

Estou sim.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, então...

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Eu achei que eu ia ser depois, mas
deixou... A Otávia vai falar antes ou você?

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Então, eu acho que eu quero ir primeiro.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você primeiro, Otávia?

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Eu acho que sim.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tudo bem, Professor?

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Tudo bem.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Então, desculpe. Vou chamar a Professora Otávia Nello. Ela é
fundadora do C.E.D Brasil, médica veterinária, graduada pela Faculdade Pio 10, mestrando em Epidemiologia
pela UFMG, certificada em Manejo de Colônias pela Community Cats Toronto, certificada em Manejo C.E.D
pela Cats... Eu não sei falar essa palavra, Professora.

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Neighborhood Cats.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, dos Estados Unidos. Idealizadora dos encontros nacionais de
C.E.D, dos simpósios de manejo populacional ético de animais. Autora do primeiro livro nacional sobre
captura, esterilização e devolução. Isto tudo para apresentar uma pessoa que dispensa apresentações. Ela,
aqui no Brasil, falar de C.E.D é quase falar como sinônimo de Otávia Nello. Se você procurar no dicionário
C.E.D, tem o nome da Professora Otávia Nello lá do lado. Então, para nós é motivo de muito orgulho. Muito
obrigada por sua participação. E a palavra é sua, Professora.

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Nossa, primeiramente, queria agradecer
muito o convite. Desculpa pela voz, eu estou gripada, gente. Faz um mês aqui em Belo Horizonte. A pessoa do
Maranhão pegando frio aqui. Mas é muito bom ver muita gente querida. Eveline, Professor Pierre, também,
participando comigo desse quadro de C.E.D. E para quem não me conhece, meu nome é Otávia, sou médica
veterinária, mas, primeiro, eu sou uma pessoa que faz C.E.D há 12 anos. Então, eu vim mostrar um pouquinho
para vocês sobre o C.E.D, para quem ainda não conhece, e falar um pouco dessas atuações que a gente tem
dentro de Captura, Esterilização e Devolução aqui no Brasil. Vanessa, eu vou colocar... Você me dá autorização
para eu botar na tela?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vê se já está funcionando.

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Só um instantinho. Ainda não.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deu certo agora? Deu certo.

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A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Agora, sim. Vocês me dizem se está tudo
ok, gente, quando for. Apareceu para vocês? Agora, sim. Apareceu a tela inteira?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Agora, sim.

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Qualquer coisa, vocês podem me
interromper, principalmente porque eu falo muito rápido. Como é um tema muito extenso, eu tive que
condensar em 15 minutos, porque eu posso passar dois anos falando sobre o C.E.D. Mas, primeiramente,
novamente, pelo convite, eu queria apresentar a vocês a Captura, Esterilização e Devolução, o C.E.D ou CD,
como uma ferramenta de manejo populacional ético de felinos de vida livre, bem-estar animal e saúde. Saúde
única. E reduzir um pouco esse assunto, que, na verdade, é o trabalho da minha vida. Já faz 12 anos que eu
faço Captura, Esterilização e Devolução, tanto a parte de pesca quanto a parte de pesca. E eu espero que seja
uma boa apresentação para todos. Primeiramente, a gente precisa entender que tipo de animais que são
beneficiados pelo C.E.D. E a gente tem que entender que temos populações felinas diversas. A gente tem
aquela população estritamente indoor, que vive a vida que todo gato deveria ter, dentro de casa, sem acesso
à rua, com atendimento veterinário sempre que necessário. Aquele animal que vai ter um lar para toda a sua
vida. E aí a gente tem as nossas definições de população de vida livre, que eu tenho gato semi-domiciliado,
que ele, dentro da problemática de superpopulação, é o meu maior problema, porque são aquelas fêmeas
que vão reproduzir com maior sucesso, maiores linhadas, porque elas têm abrigo, elas têm comida disponível,
então elas vão ter melhores condições de sucesso para reprodução. Eu tenho o animal comunitário, que já foi
discutido aqui, que é aquele animal que ele vive em vida livre, mas ele tem vínculos com a comunidade e ele
é cuidado por ela. Eu tenho o animal abandonado, que ele está sobrevivendo nas ruas. E eu tenho também os
meus gatos ferais e ariscos, que são os meus gatos preferidos de trabalho. E que eles podem tanto ser animais
abandonados quanto animais comunitários também. E, a partir daí, a gente tem que entender o que é o gato
feral. O gato feral é um felis catus, é uma terminologia comportamental que a gente usa para dizer que um
gato é feral, porque, na verdade, eles ultrapassaram a janela de socialização que nos gatos é mais curta, que
é de 3 a 9 semanas. A gente não fala que o gato é domesticado, ele é socializado, enquanto nos cães é de 3 a
14 semanas. Eu sempre brinco que o gato tem um tempo mais curto para aprender a amar a gente. E, a partir
daí, a gente tem duas características muito importantes para o gato feral, que, primeiramente, é a ausência
de miado, como a gente conhece, dentro da abrangência de mais de 40 sons que os gatos utilizam para a
comunicação. Mas o miado é uma comunicação entre gatos e seus seres humanos. Então, outra característica
muito importante, por exemplo, quando eu falo que tenho uma colônia de 118 animais, as pessoas dizem,
mas eu nunca vi esse tanto de gato. Porque os gatos ferais, pela ausência de socialização e justamente porque
eles evitam o ser humano, eles são animais crepusculares. Então, a gente tem que entender esse
comportamento, que eles aparecem mais durante as horas mais frias e escuras do dia, justamente para evitar
essa interação com o ser humano. Aqui eu trouxe para vocês uma esquematização de colônia. Eu gosto muito
que as pessoas consigam visualizar a colônia como um tabuleiro de xadrez ou de damas. E a partir daí a gente
vai ter os focos, que são as subdivisões das colônias, que vão ter fêmeas com seus filhotes, animais
aparentados, animais com vínculos de amizade. E ao redor, cruzando todo esse território, vão ter os nossos
machos, não castrados, que estão por ali. Tanto patrulhando o território, quanto defendendo suas fêmeas e
defendendo seus filhotes também. De onde as colônias surgem, a gente tem que entender que colônias
podem surgir por causa do abandono. Os gatos não são flores. Então, sempre que existe um abandono, uma
colônia de gatos ou um ponto de abandono, como a gente também fala, é porque a gente está falhando em
algum lugar dentro dos aspectos do manejo populacional, ético, numa comunidade, num campo universitário,
dentro de um bairro. Então, eu queria muito que as pessoas tivessem esse entendimento de que gatos não
brotam do chão. Mesmo que seja uma colônia de gatos ferais, várias gerações sem socialização, foi algum
gato, com tutor, não castrado, que veio esses animais que estão vivendo agora em vida livre. Rapidamente,
um breve histórico para vocês entenderem que o C.E.D não é algo que eu inventei, gostaria muito, mas
também não é algo novo. Ele nasceu em 1950, na Inglaterra, e a gente teve os primeiros relatos sobre colônias
felinas e as políticas ineficazes, que eram a captura dos animais e colocá-los em outro local, captura dos
animais e levar para o abrigo e altos índices de eutanásia, porque eles não podiam ser socializados. E, a partir

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daí, a gente tem a RPCA da Inglaterra, do Reino Unido, que foi... O C.E.D foi reconhecido, em 1981, como uma
estratégia de manejo válida para populações felinas de vida livre. Em 1984, a médica veterinária Jane Ranf
publica o primeiro estudo sobre impacto positivo de C.E.D nas colônias da Inglaterra. Em 1990, a gente tem,
realmente, o boom da captura, esterilização e devolução com a criação do Alec Etzalai, que, até hoje, eles são
uma referência internacional. E os Estados Unidos é o país que tem fábricas voltadas para armadilhas, tem
toda uma estrutura de movimentação para a bem-estar de animais de colônia. Em 2013, em São Paulo, a gente
teve o primeiro Encontro Nacional de C.E.D, e é muito importante para mim estar aqui hoje, porque a gente
está fazendo uma década. O C.E.D Brasil foi criado justamente para a gente passar as informações para que
mais pessoas aprendam a cuidar e ajudar esses animais que estão em vulnerabilidade. E, em 2021, a gente
teve o primeiro livro nacional de C.E.D, o Manual de Captura, Esterilização e Devolução, que foi o meu TCC da
faculdade, que eu fiz a descrição da minha experiência, da minha primeira colônia lá em São Luís do Maranhão.
E aí a gente vem para as etapas do C.E.D, a captura, que a gente vai capturar esses animais com armadilhas
que não vão machucar os mesmos, no Brasil a gente tem dois modelos, a minha favorita que é a Drop Trap,
que cai, para mim é melhor, poderia passar uma hora falando só dela, e a gente também tem aqui no Brasil
armadilhas automáticas, cada uma delas tem uma função, mas a gente tem esses materiais para captura. Em
segundo lugar, os animais são esterilizados, com técnicas minimamente invasivas, a identificação pode ser
feita tanto pela marcação de orelha, quanto também por tatuagens, e os animais são vacinados contra a raiva
e quando existem outros recursos, também contra outras doenças, como é feito lá fora. E, por último, é a
devolução, que o animal é devolvido assim que ele se recupera totalmente da anestesia para o seu local de
origem. Por que a gente devolve? Por causa do efeito vácuo. O efeito vácuo é um fenômeno que foi visto
primeiramente por biólogos em outras populações animais, cervos, gambás, raposas, e o que ele fala? Que foi
o pilar de 1950 na Inglaterra. Só que quando você tem um território, você tem um território porque você tem
recursos. Água, comida, abrigo, principalmente. Então, a partir do momento que você tira uma população
animal desse local, ainda vai ter recurso. Em pouquíssimo tempo, vai haver uma nova população animal nesse
local. Então, remover os animais, mandar os animais para a eutanásia, mandar os animais para o abrigo, isso
não resolve o seu problema. Na verdade, vai criar um problema ainda maior. Porque a partir do momento que
você utiliza o C.E.D, você vacina esses animais, castra todo mundo, você tem um controle populacional e de
zoonoses dentro desse ambiente, você também vai fazer todo um controle em relação ao ambiente que está
lá. Muitos dos nossos gatos, quando eles são castrados, eles se fixam nos territórios, eles impedem a entrada
de animais não castrados lá dentro. A gente está falando de gatos, que são animais extremamente
territorialistas. Então, a partir daí, você tem um controle dessa colônia, que ela vai, com o tempo,
naturalmente ... vai minimizando os números, enquanto isso você tem um controle. E é muito mais fácil você
castrar, a partir do momento que chega um animal novo, do que você castrar, por exemplo, 15 animais, ou
então deixar que 15, 20 animais entrem em um ambiente que fica descontrolado. Isso aqui é uma pirâmide
que eu gosto muito para mostrar os impactos do C.E.D dentro do manejo populacional ético. Em primeiro
lugar, está o santuário e a relocação, porque tem baixíssimo impacto. Os animais, eles vão para o santuário,
eles ficam lá o resto da vida. Em segundo lugar, em termos de impacto, está o resgate e a adoção, porque
botar um animal para adoção é muito caro, é muito tempo, e às vezes esse animal nunca é adotado. A captura,
esterilização e devolução, ela tem segundo lugar de importância dentro do manejo populacional, porque a
gente trabalha com grandes números e uma velocidade muito alta. Na verdade, o ciclo completo de C.E.D,
idealmente, ele é 24 horas. Então, você captura esse animal, vai para a castração, ele acorda, você devolve,
faz monitoramento da colônia. E, em primeiro lugar, como eu já falei para vocês, é a assistência a pessoas, a
felinos de vida livre, semi-domiciliados, porque esses animais que são a base do problema. Só para vocês
terem uma ideia da importância do C.E.D mundialmente, ele é utilizado em mais de 42 países como política
pública desses países para manejo de populações felinas, e ele é considerado pelo SPCA pelo método mais
economicamente viável, humano e eficaz para essas populações. E aí, o que é um C.E.D bem-sucedido, isso
aqui é um dos meus focos lá em São Luís ainda, é priorizar o C.E.D de alta intensidade sempre que possível.
Castrar o máximo de animais, o mínimo de tempo, o tempo todo, e é o tipo de C.E.D que eu faço e que a gente
sempre passa pelo C.E.D Brasil. Um animal é um problema, independente se ele é macho ou fêmea. Então,
essa foto é a perfeição de um C.E.D bem-sucedido. Eu peguei a mãe, peguei todos os filhotes, todo mundo
castrado, todo mundo vacinado, e voltando para os seus locais, para os seus cuidadores, animais hígidos,

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porque eles foram cuidados também. Então, aí a gente tem um bloqueio reprodutivo, um bloqueio zoonótico
muito importante. O fechamento dos focos e da colônia, que a gente fala fechamento porque eu castro todo
mundo, nunca deixo um animal para trás, principalmente tirar essa ideia de que, ah, vão castrar suas fêmeas.
O macho, ele tem um poder reprodutivo muito maior porque se ele não tem fêmeas para reproduzir nesse
foco específico, ele vai para outros locais causando distúrbios reprodutivos em outras populações e o
envolvimento da comunidade e o cuidado no monitoramento. O C.E.D, ele é sempre uma ação educativa. Não
existe C.E.D sem o cuidador e não existe C.E.D sem a educação desse cuidador em relação a esses animais. E
eu trouxe para vocês rapidamente um modelo dos cinco domínios que para mim é muito mais interessante
quando eu falo de populações de vida livre do que a cinco liberdades que é a gente analisar o que está
acontecendo de errado quando a gente fala de populações de vida livre. Então, assim, nutrição, eles têm
ingestões de água, eles têm ingestões de ração, e qual é a qualidade desse alimento? A gente sabe que não
existe isso em populações de vida livre, se eles não forem cuidados e passados por cuidadores. A gente tem
ambiente, todas as questões ambientais de frio, confinamento, será que esses animais têm abrigos? Será que
essas ninhadas estão sobrevivendo ao frio, ao calor excessivo? Saúde, a gente sabe que animais de vida livre,
principalmente que não são castrados, quando a gente fala, por exemplo, de esporotricose, a gente sabe que
os machos não castrados são os mais acometidos pela doença. E traumas também, porque eles se
movimentam muito para reprodução, então tem atropelamento e outros tipos de trauma. Comportamento,
esses animais estão com opções, eles estão com limitações, eles comem o que eles encontram, eles bebem o
tipo de água que eles encontram, ou esses animais estão sobrevivendo, a gente sabe que eles estão
sobrevivendo. E o último lugar, mas muito importante, que é o estado mental. O tipo de vida que esses animais
estão tendo, tendo que brigar por território, brigar por reprodução, as mães sofrendo para manter essas
ninhadas, então isso tudo tem que ser levado em consideração. E outra coisa, gatos eles são animais
extremamente capazes em termos de predação, então a gente tem sempre que lembrar que aqui não é lugar
do gato. Gato.

A SRª. PAULA SIVELLI (Analista Ambiental do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais –
DPDA/MMA) – Professora, com licença, três minutos para a conclusão.

A SRª. OTÁVIA AUGUSTA DE MELLO (Fundadora do C.E.D Brasil) – Está bem, vou correr, gente, qualquer coisa
vocês me perguntem depois. O bem-estar animal ainda, a gente tem que lembrar que gatas são fêmeas
poliéstricas, elas podem reproduzir durante todo o ano a partir de quatro meses de idade, isso falando em
países que têm as estações de ano muito bem definidas, mas aqui no Brasil é o tempo todo. Então tem uma
sugestão de que quatro pontos filhotes por ninhada, e a partir daí a gente tem um outro problema que já foi
falado aí, para onde vão esses animais? Ou eles vão para abrigos superlotados, ou eles podem acabar em
situações de acumulação, porque é muito gato, e pouca gente para atender e cuidar de todos esses animais.
Os gatos não castrados são os mais acometidos por imunodeficiência felina, a castração antes do primeiro cio
ela vai bater um problema muito sério, que é muita causa de abandono também, porque são tumores
mamários nas gatas, e 75% dos filhotes que nascem nas ruas eles não atingem o primeiro ano de idade, e isso
para mim é um número muito importante, porque é um número muito triste, e mesmo assim a gente tem
muito gato. Em relação à saúde iônica, quando eu castro uma população, eu diminuo o território felino, porque
eu tenho uma concentração desses animais, já que não precisa mais de deslocamentos reprodutivos ou de
caça, e assim eu diminuo a caça e a distribuição de desjeitos. As colônias controladas a gente consegue fazer
quando há recursos, também a disparizotação desses animais, e a vacinação antirrábica de animais de C.E.D,
eles vão fazer um bloqueio muito importante, porque eles nunca iam acabar em campanhas públicas como
são os animais de tutores. E ele é acompanhado por medidas educativas, eles sempre vão ajudar esses
cuidadores a se proteger contra tétano e raiva, isonor e esporotricose. Aqui são os desafios que a gente tem,
isso aqui é na Universidade da Flórida, que é o programa de medicina de abrigos, o C.E.D lá fora está dentro
do programa de medicina de abrigos, e o primeiro lugar é que as escolas de veterinária às vezes não entendem
que o médico veterinário faz parte da saúde única. Então o médico veterinário tem que estar em comunidade,
o médico veterinário tem que assumir o seu papel como cuidador, e isso é uma falha muito grande dentro da
graduação. A graduação é voltada somente pra cães e gatos de estimação, eles não entendem animais
comunitários, eles não veem animais comunitários, e a gente ainda tem um patamar muito distante, que o

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animal comunitário ele é o animal, ele é o amor de alguém, que é o cuidador dele, então a gente tem que
saber que esses alunos, esses futuros veterinários têm que entender que são animais que precisam e merecem
o melhor cuidado. As técnicas normalmente invasivas e castração precoce são pouquíssimas discutidas e
ensinadas na faculdade, e quando são faladas são faladas mal, infelizmente ainda, na maioria das vezes, e a
castração de alto volume e alta qualidade ainda não é uma realidade no país. Isso aqui foi um dia na
Universidade da Flórida, com alunos sendo aula, com mais de 300 animais que foram castrados no final de
semana. A partir daí a gente também tem que a maioria das cidades, como já foi falado pela Juliana Tozzi e
outras pessoas, quando eles falam de animal comunitário é somente cães, mesmo porque eles não veem os
gatos ferais, muita gente não entende como funciona essa dinâmica, mesmo com a aval do Conselho Federal
de Medicina Veterinária, quando as pessoas vão procurar o serviço público de castração, muitos veterinários
se negam a fazer a marcação de orelha, que é um procedimento técnico viável, e a vacinação no momento da
castração, isso é um problema muito grande, porque nunca mais se vai pegar esse animal. A devolução dos
animais para as colônias ainda é um tabu no Brasil, você está abandonando e as pessoas não entendem que
eu estou devolvendo esse animal para o ambiente com um selo de ok, de controle reprodutivo e também de
barreira zoonótica importantíssima, porque é uma colônia, por exemplo, de 100 animais que você nunca ia
botar a mão, você nunca ia vermifugar, você nunca ia castrar e você nunca ia vacinar contra a raiva. As pessoas
ainda acreditam erroneamente que o abrigo é a melhor opção, o abrigo não é opção, abrigo tem que ser casa
de passagem, abrigo no Brasil não funciona, infelizmente, até agora, não é lugar final de nenhum animal,
nenhum animal merece morrer no abrigo. Por último, C.E.D não é uma solução mágica, mas ele é uma
ferramenta pragmática, porque, na verdade, o problema da superpopulação é um problema geral, é um
problema nacional e ele tem várias camadas. As políticas públicas de conscientização são a base de um
programa de manejo, eu preciso ter políticas públicas que vão sair de eventos como esse, para a gente
entender que deve-se colocar todos os animais, não somente animais doces, mas principalmente esses que
não fosse pela gente que trabalha com C.E.D, eles nunca seriam parados. A devolução não é a última etapa, o
C.E.D é um programa constante, a gente tem que ter este entendimento e não há lares para todos, não há
lares para animais fofinhos, não há lares para animais idosos, não há lares para animais que têm qualquer
problema de saúde que são sociáveis. Um gato feral nunca vai ter um lar, ele não deve ir para uma casa. E,
mesmo assim, mesmo com essa natureza feral não sociável, eles merecem uma vida digna, assim como todos
os gatos, assim como todos os animais. Eu deixo aqui para vocês saberem mais, na verdade a gente está tendo
agora, em julho, o nosso quinto encontro nacional de C.E.D, o segundo dia vai ser agora, dia 29, esse é o meu
livro, que está disponível lá na Amazon, e alguns cadernos técnicos que a gente usa, para vocês terem uma
ideia da diferença de outros países, a gente tem até um livro sobre castração de volume de alta qualidade,
que eu queria muito ver isso no futuro aqui no Brasil. Agradeço, eu peço desculpas por ter corrido tanto, mas
fico aí disponível para qualquer dúvida.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professora Otávia, muito obrigada, a sua fala assim é, meu Deus, eu
sou gateira, não é? E acompanho já há vários anos e o seu trabalho é uma fonte de inspiração. A gente, que
eu faço C.E.D, e a gente tem o estigma, não é? Muitas pessoas que fazem C.E.D tem o estigma de vai ter
coragem de castrar e abandonar o animal, não é? Então, assim, eu acho que trabalhar nesse componente da
educação, da conscientização é fundamental. No primeiro dia, em um dos painéis, a gente falou que um dos
encaminhamentos seria, eu acho que foi estar nas tarefas do Professor Leonardo, fazer uma prospecção de
pós-graduação, de algumas parcerias, para um curso de especialização em técnicas minimamente invasivas,
não é? E castração precoce, porque realmente tem uma lacuna nos currículos, não é? E talvez como
encaminhamento dos trabalhos de hoje à tarde, não sei se você vai poder participar, mas talvez a gente
pudesse fazer alguns encaminhamentos no sentido de colocar isso como diretriz, a questão de que os
municípios tenham suas equipes oficiais de C.E.D, ou que pelo menos apoiem os protetores para que realizem
o C.E.D. Essa questão da marcação da orelha, os procedimentos de onde soltar, até você não pode misturar,
você pega um animal de uma colônia, você não pode misturar em outra, tem que ser na mesma. Então talvez
uma cartilha orientadora para os municípios promoverem o C.E.D, seria talvez uma contribuição espetacular
para a formulação do programa. Bom, mas mais uma vez muito obrigada e dando continuidade a esse debate,
eu vou chamar então agora, representando a Lagoso, o Professor Pierre Barnabé Escodro, ele que é médico

745
veterinário, formado pela Federal do Paraná, especialista em cirurgia e anestesiologia de grandes animais e
mestre em cirurgia pela Unesp Botucatu. Especialista em acupuntura veterinária, meus gatos estão precisando
de acupuntura. Doutora em biotecnologia, Professor da UFAL e coordenador do GRUPEQU da UFAL,
pesquisador produtividade CNPqDT2, coordena o programa de C.E.D nos bairros acometidos pelo Fenômeno
Geológico em Maceió. Então, Professor Pierre, muito obrigada por sua participação e a fala é sua. Deixa eu
ver.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Bom dia a todos.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Bom dia. Vou só tirar aqui a apresentação da Otávia.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Me habilita.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, a Otávia saiu, agora deixa eu colocar você. Perfeito. Muito
obrigada. É isso.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Eu que agradeço. Deixa eu só ver se vai
fazer certinho aqui. Não foi a que eu queria. Foi. Foi aí? Deixa eu só ver que eu estou meio... Onde eu estou
aqui? Eu apanho nesse Zoom também, não é só o pessoal que tá apanhando, a gente apanha junto. Bom, eu
não estou vendo a apresentação, mas ela tá onde?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ela está na resposta animais e estação de desastres. Ah, não, tá no
programa. Está compartilhando o PDF do programa de hoje.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Deixa eu ver o que eu faço aqui.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ele estava na apresentação, agora foi pro PDF.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Não sei o que aconteceu aqui. Eu não
estou conseguindo entrar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) – Tira o compartilhamento e volta.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Deixa eu ver se vai estar aqui agora.
Espera aí. É essa aqui que tem que ir. Foi agora?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, agora foi. Agora voltou.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Bom, gente, então, muito obrigado pelo
convite, Vanessa, todos. Eu fico até falar de C.E.D, mas de tudo que a gente tá vendo é uma integração de

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ações necessárias pra construção de políticas públicas e eu acho que nenhum trabalho isolado vai ser mágico.
Então, eu vou... Eu acho que a Otávia abordou muito bem a questão da C.E.D em termos de conceitos e da
necessidade da gente até quebrar tabus em relação a ela. Eu vou trazer um pouco do que a gente faz da
captura, esterilização e devolução. A gente chama de Case Maceió, pelo número de animais feitos. Deixa eu
só ver se vai aqui. Aqui não está indo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Professor, eu acho que quando ele coloca na página inteira ele tá
travado às vezes. Deixa no outro modo.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Mas ele deu uma sumida, porque eu
estou com duas telas, ele sumiu de uma aqui, isso que eu não estou entendendo que aconteceu.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Aqui pra gente tá aparecendo a capa.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Só a capa, né? Agora foi.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pronto, foi.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Então, o nosso grupo de pesquisa e
extensão em equídeos, eu falo de equídeos porque todo mundo fala o Pierre é um cirurgião de cavalos, o que
ele vai falar de C.E.D, mas a gente tem várias linhas de pesquisa e quando a gente chega em Maceió 15 anos
atrás, a gente se depara com os problemas nas comunidades, né? E isso faz com que nós tenhamos que sair
dos cavalos e ir pra pequenos animais, lembrando que lá em 1999 eu era Vice-presidente da Associação
Protetora da Cidade Indaiatuba, da São Paulo, e a gente começou naquela época a fazer as técnicas
minimamente invasivas e eu nem sabia o que chamava C.E.D, mas a gente também castrava os gatos e soltava
numa coisa até meio escondida porque senão as pessoas iam nos denunciar que a gente estava fazendo aquilo.
Então, há 25 anos atrás, vocês imaginem, 24 anos atrás. A gente trabalha sempre com esse conceito da saúde
única, mas eu acho até pra gente construir políticas públicas, como a gente trabalha, daqui a pouco eu vou
trazer o modelo do que a gente está fazendo dentro das áreas que foram acometidas em Maceió pela
mineração. A gente trabalha dentro de uma quádrupla hélice de inovação, em que a gente sempre conta a
universidade como expertise, aqui eu estou falando mais do programa de apoio aos animais aqui das áreas da
mineração. É uma empresa que tem que ajudar nesse financiamento, a sociedade civil que é importantíssima
e os órgãos públicos de uma forma geral. Então, se a gente trabalha dessa forma, a gente começa a construir
políticas públicas e quebrar paradigmas em relação a um não ir pra um lado e outro ir pro outro. Então, eu
acho que o que a Vanessa tem trazido aí, essa iniciativa é muito importante porque a gente tá conseguindo
unir essas quatro frentes pra que a gente construa de maneira sustentável as coisas dentro do país. Alguns
projetos que tem que a gente coordena dentro dessa área, não vou falar de todos, óbvio, mas a gente tem
PETs, a gente castra os animais do Instituto Federal, a gente tem apoios pros carroceiros. Então, assim, nos
últimos dois anos, a gente tem, de castração C.E.D minimamente invasiva, cerca de nove mil animais feitos.
Agora, a gente tá com o projeto de bem-estar, o projeto de conscientização e controle dos maus-tratos de
animais, junto com a Polícia Civil e com a Segurança Pública, que a gente tá vendo os fiéis depositários dos
animais que são submetidos a maus-tratos, a gente tá recebendo alguns, esse foi um financiamento do nosso
grupo para a Polícia Civil, num trabalho que tá dando bem sucesso no sentido de a gente entender toda aquela
epidemiologia do abandono e tentar atuar de forma transdisciplinar, que eu sempre falo, não tem como ser.
A gente tem outros projetos, na origem, numa plataforma de gás, a gente foi chamado pra tirar os animais de
lá e pôr num abrigo e a gente fez com que ela se tornasse uma Pet Friendly Company, um trabalho fantástico

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da Luana, lá do Rio de Janeiro, que é uma das diretoras, que é protetora também, então a gente conseguiu
transformar toda a visão da empresa dentro de todos se comprometerem, tem um canal de adoção, é bem
legal esse programa. A gente tem o Castramóvel e a gente tem o maior programa da gente, de apoio aos
animais, que é o que eu vou falar. A partir de um fenômeno geológico, são cinco bairros acometidos, mais de
60 mil pessoas que saíram de suas casas, quase 16 mil domicílios, que ficou parecendo The Walking Dead e as
pessoas, ao mudar daí, elas iam deixando seus animais e, de repente, aí está uma reportagem da Nature que
a gente vê que foram 20 anos de retirada, de sal-gema que é a matéria-prima do PVC. Minha gata está aqui
roncando. E daí a gente tem, então, esses bairros que foram saindo, as pessoas foram saindo e foram ficando.
Então, a gente tem trabalhos desde acompanhamento das mudanças até conscientização, vacinação de raiva
para o município. Então, hoje, nós temos uma equipe mais ou menos de 40 pessoas dentro dessa realidade.
O Instituto funciona das seis da manhã à meia-noite, tratando desses gatos nas colônias, das três horas da
tarde à meia-noite e fazendo C.E.D diariamente. A gente opera cerca de oito a dez gatos toda manhã. Então,
esse é o nome. Então, a gente vê muito problema de doenças e a gente vai desenvolvendo fármacos. Aqui,
um animal que teria que ser operado, a gente não precisou operar. Vou pôr rapidinho aqui só para vocês
verem. Aquele tamanco do lado esquerdo e do lado direito, depois de umas infiltrações, ele pulando, foi
adotado. Então, a gente vai fazendo o que a pesquisa vai ajudando? Esporotricose. A gente tem vários casos
de esporotricose. A partir do momento que a gente faz isolamento, tratamento com ozônio, ajuda de ozônio,
aqui ele com pique na orelha e adotado já também. Então, quer dizer, é um trabalho maior. A gente tem os
problemas de doenças venéreas. E aí, o nosso canil, hoje a gente tem, vocês vão ver, cerca de 220 animais
hospedados dentro daquela teoria de lar temporário, nunca pensando em abrigo. Eu acho que esse é um
ponto que tem que ser batido aqui, a gente não colocar abrigo como solução nunca. O abrigo é uma
consequência última do que a gente vai fazer em termos de proteção animal. E aí, são alguns dados do nosso
projeto. A gente fez, desde 2021, aqui em janeiro, 4.122 castrações. A gente teve 220 animais hoje
hospedados. A gente já fez quase mais, agora, mais de 7.000 vacinas de raiva para o município. A gente já fez,
hoje, 630 adoções dentro do nosso canal de adoção. O fato é que quando a gente vai ver Brasil, esse é um
perfil dos bairros, de um dos cinco bairros, a gente vê como o gato chegou em casa, ele ganhou de um amigo,
ele resgatou nas ruas. Então, a gente tem um maior número de animais que resgataram na rua. No entanto,
quando a gente vai ver o modo de criação do gato nesse bairro, e que também vai mostrar um pouco de Brasil,
a gente vê que 50% dos gatos, eles têm acesso à rua ou eles são criados soltos. E esse é um problema, eu
respondo no Ministério, a gente responde no Ministério Público a cada três meses, porque quando foi nos
liberado fazer o C.E.D nos bairros, a gente capturou muitas vezes animais que tinham tutores, e que daí a
gente ficou como capturador malvado. Então, esse é um problema também nas políticas públicas, porque a
gente tem um método de como é criado esses animais. Só para vocês terem uma ideia, 70% dos animais
dentro de um bairro de classe média nunca tinham tomado vacina. Então, isso são levantamentos nossos,
escolaridade, e daí você vai falar, ah, mas por que o pessoal não tem esses 50% que tinham nível superior?
Então, são dados aí que mostram um pouco do momento que a gente vai falar de C.E.D e que também a gente
tem que entender essa epidemiologia do abandono e como ele é criado dentro de como ele chega nas casas
e como ele vai sair. Estou olhando para cima porque estou na outra tela. A gente precisa de uma equipe
multidisciplinar e transdisciplinar. As pessoas precisam entender não só da cirurgia, mas dos pós, do
comportamento. Então, óbvio, eu tenho uma equipe muito capaz atrás de mim em relação ao
comportamento, e no fim, como o Vanessa falou, também virei um gateiro nessa história, porque a gente vai
se apaixonando por eles. As técnicas minimamente invasivas, essa questão da saúde única, isso é importante.
A gente abordar o gato de uma forma menos antropomórfica, focando na espécie e, obviamente, pensando
sempre em C.E.D, mas a gente sempre estudar muita habilidade para captura, esterilização e adoção. Falando
em exames de sangue, a gente não faz exames, a gente faz parte clínica, os animais muitas vezes são ferais, a
gente vai ter alterações de hemograma por estresse, então não vale a pena muitas vezes isso, então a gente
tenta melhorar a qualidade anestésica, trabalhando com os pilares com menos risco, uma cirurgia rápida,
minimamente invasiva, e a gente usa muito, esse é um trabalho agora publicado esse ano, que a gente usa
acupuntura muito no pós-operatório, ozônio e tal, para melhorar, diminuir a inflamação e soltar esses animais
muitas vezes antes das 24 horas, eles acordando muito rapidamente. Então isso já foi falado, eu acho que a
Otávia já abordou bem, a questão da marcação, a melhor marcação é o pique na orelha, não tem como a

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gente, pode ser interessante as etiquetas, pode ser interessante as tatuagens, etiquetas vai dar bicheira, a
gente está com problema inclusive nos jumentos, a tatuagem, ela é difícil de visualização, principalmente em
animais ferais, coleiras a gente tem acidentes, microchips, eu não consigo ter microchips móveis que eu
consiga pegar, eu já tentei, já fomos buscar no mundo inteiro que eu tivesse um microchip que eu pegue a 5,
6 metros, não consigo, não tem o que marque a isso, então, e mesmo os GPS para a política pública fica caro,
porque você vai ter a bateria às vezes funcionando por um ano e depois você vai perder essa coisa e vai gastar,
por exemplo, R$800,00 R$600,00 dólares por animal, então para a gente identificar, ele pode até ter o chip
depois que você captura, mas para identificar numa colônia que a gente está trabalhando com mil e poucos
animais, são 100 colônias que a gente já tem, hoje 70 e poucos pontos, porque foram diminuindo, o pique na
orelha é a melhor solução. Esses são os nossos pontos de alimentação, está aí todos os pontos, a gente tem
cerca de 40 pontos nos bairros dessa forma, que a gente vai trocar água todo dia, troca ração em horários
estabelecidos, é engraçado que até os ferais a hora que vai chegando a avó, eles vão chegando, eu tenho
imagem, mas não dá para... a gente podia falar só disso o dia todo, então a gente tem isso dentro dos bairros,
dos 4.122 animais castrados, 3.713 eram gatos e não domiciliados, ou eles eram free-range, domiciliados que
possuem domicílio, mas tem acesso irrestrito à rua, ou eles eram gatos feirais, e gatos feirais não
necessariamente feirais, porque muitos foram gatos abandonados de outros bairros, e com isso a gente... e a
taxa de mortalidade dentro da nossa condição de trabalho, ela não chega a 1.6%, ela na verdade a última deu
0,9, isso a gente vai calculando a cada 3 meses, então quer dizer, não é uma coisa... e muitos desses gatos que
morreram, dentro desses 0,9%, a gente vê que está associado a hérnias diafragmáticas já deles desde filhotes,
a gente tem até um estudo agora, buscando isso, que eles descompensam na anestesia, a hora que você vai
ver, ele tem uma hérnia diafragmática e a gente não tem como diagnosticar isso, pegar um por um, pensando
que a gente faz 10, 12, todo dia. Impactos do C.E.D sozinho, a gente está pensando aqui, aqui são os estudos
na Flórida, a gente viu que de 99 a 2003, de 455 gatos, teve uma redução de 55% em 14 anos. Vou mostrar
alguns números de impacto para vocês, mas eu vou mostrar para vocês que a C.E.D não faz milagres.

A SRª. PAULA SIVELLI (Analista Ambiental do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais –
DPDA/MMA) – Professor Pierre, com licença, três minutos.

O SR. PIERRE BARNABÉ ESCODRO (Professor e Orientador de Medicina Veterinária e Coordenador do


Projeto GRUPE-UFAL da Universidade Federal de Alagoas – UFAL) – Sim senhora, estamos terminando. O
impacto em números, a gente quando assumiu essa situação da catástrofe, a gente tinha 1.348 animais em
104 colônias, em janeiro de 2021, mais ou menos isso, obviamente que o desvio padrão de contar gatos não
vai estar dentro do desvio padrão de normalidade de 5%, eu posso ter 10, 12 a mais ou a menos. E hoje, em
maio, que foi a última audiência nossa pública, ela está em 760 em 72 colônias. A gente tem uma diminuição
de 43,6% em dois anos, mas você vai falar o C.E.D é fantástico, esses números são acima dos internacionais.
Não. A gente tem um programa de adoção junto que a gente faz do C.E.D para o SEA, toda em relação aos
quatro R's, de ressocialização, resgate seletivo, ressocialização, reintrodução e reabilitação, ressocialização e
reintrodução à sociedade. E a gente tem 90 mortes também que a gente teve nos bares, problemas
principalmente com atropelamento disso uns 20%, mas também o resto associado a cães ferais que a gente
teve, que as matilhas matavam os gatos, lembrando que esses bairros não tem mais pessoas, 80% deles estão
vazios, com as casas tamponadas. Os gatos vivem muito bem, eles comem ração super premium, bebem água
uma vez por dia e ainda tem um bairro para eles viverem dentro da condição normal deles de caçador, dentro
da espécie. Então, óbvio que essas mortes e esses números fazem parte até menor do que a gente teria numa
condição urbana para as cidades do Brasil. Se eu tirar os adotados e os mortos, eu tenho 918 e a minha taxa
de queda nas colônias é 17,2%. E isso mostra daí, é uma diferença que está, aí sim, até menor do que está
mostrando o impacto de alguns estudos internacionais. Por que eu quero falar isso? A série é importante, mas
a gente tem que ter outras formas de atuar junto. Então, estarmos aqui falando de tudo, dentro dessa
temática, unir tudo para a construção da política, ela é muito importante. Aí o nosso canal de adoção, aqui é
a nossa, só para vocês, a gente, quando a colônia, a gente está tendo as demolições da área, a gente tem que
realocar a colônia. Muitas vezes a gente fez esses ambientes, agora a gente vai ter 14 ambientes desses, que
vai caber 400 gatos, em média. Então, a gente tem a areiazinha, a grama lá dentro, todos os nichos, água
filtrada. Então, a gente trabalha dessa forma hoje. E, obviamente, terminando, não existe só C.E.D para

749
resolver o problema dos gatos. A gente tem que pensar em controle populacional, a gente tem que pensar em
saúde coletiva, em shelter, medicine, pensando se eles tiverem que ir para um abrigo. Medicina veterinária é
legal, eu estou falando das mortes, a gente tem que responder pelas mortes dos animais que acontecem nas
colônias. E quando a gente fala de animal comunitário, isso vai vir para nós enquanto resposta para a
sociedade. Conservação e educação ambiental são nós. Então, isso tudo faz a medicina veterinária do coletivo
acontecer de forma íntegra. Aí, os nossos parceiros hoje, em todos os trabalhos, são a OAB, Polícia Civil,
Ministério Público, as empresas, o Estado de Alagoas, a Fundeps, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa
Animal. E, aproveitando, não podia deixar de dizer que dia 30 a gente tem a manifestação contra o abate dos
jumentos em 15 capitais do Brasil. E conto com vocês em cada capital que façam esse movimento ser maior,
cada vez mais, para que a gente pare com essa atrocidade que está acontecendo com os nossos jumentos.
Aqui em Maceió, estaremos no Gararuda, esperando cerca de 200, 300 pessoas, todos de preto, tentando
fazer desse dia um dia especial, um dia notável, para que o Brasil entenda o que está acontecendo com os
jumentos, símbolo do Nordeste Brasileiro. Gente, obrigado. Eu acho que não estou, estou à disposição e à
tarde a gente estará junto.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Professor Pierre. A gente já acompanhava o seu
trabalho com referência de animais de grande porte, né? E agora, mais essa vertente aí de C.E.D, com uma
brilhante apresentação e, com certeza, aqui em Brasília, dia 30, na 208 da Asa Norte. Também estaremos lá
pelo fim do abate dos jumentos. Então, à tarde, a gente dá continuidade, não é? Eu acho que teremos vários
encaminhamentos importantes, desde sugestão de protocolos, cartilhas, orientações, instruções normativas
para ajudar aí os municípios a instituir os seus programas de C.E.D. Bom, entramos agora ao nosso último
painel da manhã, o último painel desse bloco temático. Gente, a ideia, isso aqui é o ponto de partida, né? A
gente conseguiu atingir 100% dos municípios. A ideia é que a gente possa fazer agora encontros, por exemplo,
regionais. Vamos fazer um encontro aqui só da região Norte, da região Nordeste, para a gente ir discutindo as
realidades locais de cada região. Depois, a gente pode promover, vamos fazer uma semana aqui de tal
temática, e aí a gente faz uma semana específica daquela. Então, assim, isso aqui é só o ponto. Eu sei que a
ansiedade é grande porque é o primeiro evento, assim, dentro do Departamento Nacional, não é? E a gente
quer falar tudo e quer esgotar tudo, mas, assim, isso aqui é só o ponto de partida, não é? A gente vai ter várias
oportunidades e vamos manter aí esse cronograma de atividades. Por exemplo, esse painel que nós vamos
entrar agora de grande desastre, a ideia, e já está no calendário de programação do DPDA, um seminário em
outubro, que é o dia de enfrentamento, se eu não me engano é 8 de outubro, que é o dia de enfrentamento
aos desastres, não é? Então, assim, nós vamos ter a oportunidade de revisitar cada uma dessas temáticas que
nós estamos introduzindo aqui de maneira muito breve, está bem? Só, assim, para não esquecer, quem ainda
não fez o registro da presença está no chat, é um formulário no Google, está bem? Também está no chat o
link para quem for participar presencial aqui em Brasília dos debates no dia 10, no seminário do dia 10. Quem
tiver a oportunidade de vir e participar presencial aqui em Brasília, temos a reserva aí de um auditório de 120
lugares. E o link, claro, para a inscrição online, para divulgar o máximo em todas os links, redes, grupos, redes
sociais, já estamos com quase 1.500 participantes inscritos online para o seminário do dia 10. Bom, então,
para falar sobre respostas a animais em situação de desastres, eu gostaria de chamar a médica veterinária
Carla Sassi, ela que é especialista em clínica e cirurgia de animais silvestres, pós-graduada em gestão e análise
ambiental, bacharel em direito, mestranda pela UFF, docente da Uni Viçosa, Presidente da ONG ALPA,
coordenadora... Carla, esse aqui é seu currículo mesmo?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Oi, Vanessa, é
isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ah, tá, porque eu não vi referência ao GRAD aqui, coordenadora do
programa... Coordenadora do programa Quem Ama Castro, desde 2013, e é a coordenadora do GRAD, que é
o grupo de resgate de resposta a animais em situação de desastres. Então, Carla, muito obrigada, muito bem-
vinda, e a palavra é sua.

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A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Obrigada,
Vanessa. Olha só, não estou conseguindo compartilhar.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Vê se você consegue agora.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Ah, agora deu.
Apareceu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ainda não.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Ué. Espera aí.
É, tá parecendo que tá dando um erro aqui, ó.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Tira... Aperta um verdinho, tá do lado do chat. É share screen.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Espera aí. Está
dando uma mensagem ainda de erro.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você está como como co-hostel?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Vamos lá de
novo. Apareceu?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Ainda não.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Uai, gente. Para
mim tá dando erro código 105035, não sei o que seria isso.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Aperta de novo o botãozinho share, aí vai aparecer o quê? Ele
aparece a telinha onde está a sua apresentação?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Aparece a tela.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Aí clica na telinha.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Pronto. Eu vou
lá no share de novo.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Deixa eu ver aqui.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Não tá
aparecendo. Pra mim é que tá dando...

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A SRª. BIANCA GRESELE (Psicóloga e Presidente da Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na
Medicina Veterinária - Ekôa Vet) – Se o computador dela for o Mac, às vezes a gente tem que fazer a liberação
no Mac para conseguir...

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Não, é Asus.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você quer me mandar para ver se eu consigo apresentar?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Deixa eu tentar
te mandar aqui. Espera aí. Vou tentar te mandar no WhatsApp aqui agora, pode ser?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Pode.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Ela é pequena,
talvez pelo WhatsApp dê para abrir. Ele está abrindo aqui. Não quero atrasar o pessoal não, gente. Todo
mundo com fome já.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Gente, aquilo que eu falei, desde a primeira. Eu trago a minha
comidinha aqui quando eu fecho a câmera, porque eu estou mastigando. Cada um já vai lá, pega seu
lanchinho, vamos almoçar e vamos conversando aqui. Você quer falar sem apresentação?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Não, calma.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Você vai me mandar no WhatsApp?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres –GRAD) – Estou
mandando. Aqui para mim já foi.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Não chegou ainda não, Carla. Vai falando e aí assim que chegar aqui
eu compartilho.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Deixa eu tentar
a última vez aqui.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES – Ô, Carla, desculpa entrar na conversa, mas se não for, se você quiser mandar
para mim, eu tento compartilhar aqui, está bom?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Não, já mandei
para a Vanessa aqui.

A SRª. VÂNIA PLAZA NUNES – Ah, então vai dar certo agora. Beleza. Desculpa.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Chegou,
Vanessa? Vanessa, chegou para você apresentar?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Chegou. Está abrindo aqui.

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A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Beleza. Enfim,
boa tarde a todos. Agradecer muito a Vanessa o convite para a gente poder estar falando um pouquinho desse
assunto que é algo tão novo para todo mundo aí que é amante da causa animal, que é profissional dessa área.
Então vou estar dando uma pincelada aqui do que a gente tem hoje no Brasil em relação à resposta a animais
vítimas de desastres. Os desastres estão cada vez acontecendo mais e de uma forma quase que cíclica. Pode
estar passando, Vanessa?

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Apareceu?

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Para mim
apareceu. Então quando a gente fala em desastre, primeiro a gente tem que entender o que é que vem
acontecendo, principalmente os desastres relacionados a mudanças, alterações climáticas. Então a gente tem
derramamento de petróleo, a gente tem inundação, a gente tem rompimento de barragem, a gente tem
ciclone, a gente tem movimento de massa, que são os desmoronamentos. A gente tem inúmeros, tem
incêndios florestais, grandes secas. Então são vários os tipos de desastres que a gente tem relacionados a
alteração climática que a gente vem causando no planeta recentemente. E em todos esses desastres a gente
tem animais que são vítimas. Então seja animal silvestre, seja o animal doméstico, seja o animal de produção.
Sempre quando a gente fala em algum tipo de desastre, a gente sempre vai ter espécies animais inseridas
nesse cenário, vítimas também. E a gente tem que ter conhecimento nesses cenários das doenças que estão
relacionadas, das doenças que podem se tornar um grande problema durante o desastre, no pós-desastre. A
gente tem que ter o conhecimento de como atuar nesses desastres. A gente não pode chegar ali e querer
resgatar animais, não é um trabalho de super-herói, é um trabalho totalmente técnico. Então a gente precisa
saber os EPIs que a gente vai utilizar. A gente precisa conhecer o tipo de população que tem naquele local, a
segurança da equipe que tem que estar em primeiro lugar. E, desculpa, eu vou estar falando em cima da
experiência do GRAD, eu já estou atuando nessa área de desastres há mais de 10 anos. Comecei a atuar na
região serrana do Rio de Janeiro e Nova Friburgo, um grande desastre que o Brasil vivenciou com o maior
número de vítimas humanas que a gente tem até hoje. Em janeiro de 2011, na região serrana. Pode passar,
Vanessa. Quando a gente fala que vai resgatar animais em desastres, a gente tem que saber explicar bem o
porquê que a gente vai retirar esses animais desses cenários. Primeiro, uma questão de saúde única. Isso aí já
está mais do que bem explicado aqui por todas as falas em todos os painéis desses dias todos. Os animais, eles
são vítimas, eles estão ali de certa forma sendo impactados independente se são animais de produção, se são
animais silvestres ou se são pets. E são seres sem-cientes que já, a sem-ciência animal já é mais do que provada
cientificamente. E mais recentemente a gente tem trabalhado muito com as famílias multiespécies já
reconhecidas juridicamente. E cada vez mais a gente vê a importância de continuar com esse vínculo durante
um trabalho em desastres dessas famílias multiespécies, dos seres humanos aí com os seus animais. Inclusive
várias pessoas no nosso país já perderam suas vidas porque tentaram salvar os seus animais e não
conseguiram. Então todas essas explicações do porquê resgatar animais em desastres a gente sempre tem
que estar na ponta da língua principalmente para os gestores públicos. Pode passar, Vanessa. O GRAD, gente,
é o Grupo de Resgate de Animais em Desastres. E hoje a gente tem mais de 60 membros no país inteiro e em
três estados brasileiros. A gente agora está aumentando isso. E o trabalho de resgate de animais em desastres
vai muito mais do que o resgate. Você tem toda a resposta do pós-desastre. Vários trabalhos podem ser
realizados antes que um desastre aconteça. E não só o médico veterinário ou Zootecnista que está envolvido
nessa equipe. A equipe para a atuação tem que ser multidisciplinar. E no GRAD hoje a gente tem, além de
médicos veterinários e Zootecnistas, a gente tem biólogos que são importantíssimos nessa construção. A
gente tem oceanógrafo, analista de sistema. A gente tem administradores, a gente tem bombeiros civis,
bombeiros militares. Enfim, é uma gama muito grande de profissionais. E todos esses profissionais
devidamente capacitados para atuar em todos os cenários de desastre. Capacitados em primeiros socorros,
capacitados em gestão de pessoas, em logística. Capacitados como brigadistas. Porque quando a gente vai
para um desastre, a gente precisa realmente de profissionais mais completos. É um cenário muito diferente
do que a gente está acostumado na nossa rotina. Então, principalmente a questão de segurança nesses
cenários, ela é primordial. Pode passar? Hoje, no Brasil, a gente tem o Plano Nacional de Contingência de

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Desastres em Massa Envolvendo Animais. Com certeza. A Ana Paula, que vai falar depois de mim, vai falar
sobre esse documento. Que é sensacional de leitura, extremamente simples, didática. E consegue abranger,
além de médicos, veterinários e zootecnistas. Consegue abranger qualquer pessoa interessada em estudar um
pouco sobre essa temática. Pode passar? E quando a gente fala em desastres, a gente está intimamente ligado
à defesa civil. A Defesa Civil Nacional, que é um departamento dentro do Ministério. E a defesa civil tem uma
legislação muito ampla, uma legislação muito eficaz, boa, digamos assim. Mas ela só aconteceu depois do
desastre de 2011. Ela só foi desenvolvida, só foi elaborada e depois sancionada depois do grande desastre que
o Brasil viveu em 2011. Na região serrana do Rio de Janeiro. Então foi essa lei que rege a questão dos desastres
no nosso país, que é de 2012. Então também contém vários pontos importantíssimos que quem trabalha,
quem atua nessa área de desastres tem que ter conhecimento. Pode passar? Um dos principais pontos que a
gente tem que ter conhecimento é sobre o sistema de comando de incidentes. O sistema de comando de
operações. Porque nós temos que estar inseridos dentro quando faz o organograma. Todo desastre tem um
organograma. Então quem é responsável pelos animais tem que estar inserido nesse organograma. E o sistema
de comando de incidentes, ele veio para padronizar tudo que envolve um desastre. Desde as terminologias, o
manejo de recursos, as instalações. Então a gente tem que ter um conhecimento em cima do que é o sistema
de comando de incidentes e qual que é o nosso papel nesse sistema. Pode passar? No GRAD, desde que a
gente começou a trabalhar nessas situações de desastres, todas as ações são integradas a quem está no
comando. A gente está inserido no organograma. De forma alguma você vai chegar em um cenário de desastre
e ir para a zona quente e começar a resgatar animais. Isso acontece, infelizmente, ainda talvez por pessoas
que não têm o conhecimento do que é necessário para atuar num desastre. Mas todas as ações do GRAD, elas
são totalmente alinhadas com os órgãos que estão à frente do incidente. Principalmente a defesa civil, que é
o órgão máximo dessas ações no nosso país. E também junto a bombeiros militares, marinha, a polícia
ambiental, polícia civil, polícia militar. Todos os órgãos oficiais que estão ali colaborando com a resposta
daquele incidente. Pode passar? Um grande exemplo dessa interação que a gente vem tendo com a defesa
civil nacional. A defesa civil nacional, ela tem o GAD, que é o grupo de apoio a desastres. Que é um grupo
totalmente multidisciplinar, que ele é mobilizável a qualquer momento. Ele é composto por pessoas, órgãos
e instituições técnicas. Então, hoje o GRAD faz parte do GAD, que é da defesa civil nacional. Então, quando a
própria defesa civil nacional vai dar assistência a um município, a um estado, seja o que for. E vê que tem a
necessidade do trabalho com os animais. O próprio GAD, que é da defesa civil nacional, faz o acionamento do
GRAD. Que é o nosso grupo totalmente multidisciplinar. Outro grande exemplo disso, que foi um grande
avanço no Instagram da defesa civil nacional. Eles têm lá vários posts em colaboração com o GRAD, que eles
fizeram e nos convidaram. E um dos posts em destaque que eles têm é sobre orientações dos animais nesses
cenários. Que ele tem lá em alagamento. E se vocês forem ver, é um dos posts que mais tem curtido e que
mais tem comentário elogiando a defesa civil. Então, isso com certeza foi um grande avanço para que os
animais passassem a ser vistos como vítimas desses cenários. E uma grande novidade é dentro do Ministério
da Integração e Desenvolvimento Regional. Que é onde a defesa civil está inserida. Eles estão fazendo vários
novos projetos. Esse daí eu achei sensacional. Eles têm agora os defensores da proteção. E têm três
personagens principais. E um deles é o Saliva. Que é um cachorro, um vira-lata caramelo. Que está no mesmo
patamar de igualdade dos outros personagens. E ele também ensina coisas sobre os animais. Coisas sobre o
lixo. Eu fiquei maravilhada com esse projeto do Ministério. Porque foi um avanço gigantesco. Porque ele está
no mesmo patamar que os outros personagens. Então, da importância que o governo tem dado para isso.
Pode passar. Isso aí no ano passado. O GRAD foi agraciado com a maior honraria da Defesa Civil Nacional.
Junto com outros nomes que são referências há muito tempo. Nessa área de desastre. A gente ficou muito
feliz em estar recebendo essa medalha. Como reconhecimento. E colocando os animais realmente em
evidência. Para que as pessoas entendam. Os órgãos oficiais entendam. Que os animais têm que ter um
trabalho específico. Sim, para eles. Nesse cenário. Pode passar. Já mudando um pouquinho de assunto. Em
relação ao trabalho que o GRAD realiza a campo. Nós temos os protocolos operacionais padrão. Para todas as
espécies. E para todos os tipos de cenários. Então, por exemplo. Se a gente vai trabalhar no movimento de
massa. Por exemplo, como foi Petrópolis no ano passado. A gente tem o protocolo para fazer o resgate das
aves. Que estão em gaiola. A gente tem o protocolo para fazer o resgate das aves. Que estão no quintal. Como
que esses animais devem ser transportados. Como esses animais devem ser encaminhados. Então, para todas

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as ações. Hoje nós temos os protocolos. Que são as medidas que devem ser seguidas. A risca desde o início
até o final. Destinação final daquele animal. E quando a gente está atuando em um desastre. Nós fazemos um
relatório diário. E encaminhamos para o comandante daquele incidente. Que é o gestor máximo. De toda
aquela operação. E no final de cada operação. A gente faz um relatório final. Com tudo que foi feito. E
encaminha para a Defesa Civil Nacional. Pode passar?

A SRª. PAULA SIVELLI (Analista Ambiental do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais –
DPDA/MMA) – Doutora Carla, com licença. Três minutos.

A SRª. CARLA SÁSSI (Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres – GRAD) – Beleza, estamos
acabando. Então, aqui só alguns exemplos. De diferentes protocolos espécies específicas. Em diferentes tipos
de desastres. Recentemente a gente, junto com a Defesa Civil. A gente está conseguindo estabelecer. Os
protocolos sanitários dos animais. Que ficam com seus tutores. Dentro dos abrigos humanos. Foi um passo
gigantesco. Das pessoas gestoras dos abrigos. Entenderem a importância daqueles animais. Estarem com a
sua família. E a importância para a família também. Principalmente para as crianças. Que estão ali com a vida
virada. De cabeça para baixo. E de repente nem seu animal está ali mais. Então, todos esses protocolos. A
gente tem tido muito sucesso. Quando ele é aplicado da forma correta. Pode passar? Aqui só um exemplo. A
gente conseguiu levar. Essa questão dos animais. Para dentro de grandes eventos. Esse daí eu coloquei só um
exemplo. Do que foi apresentado no ano passado. Dentro do Albert Einstein. Que eu acho que é o maior
evento. Que a gente tem em relação a desastres. No nosso país. E o ano passado a gente. Vários anos a gente
vem apresentando. O ano passado a gente falou. Sobre o protocolo sanitário. Dos animais em elos. Pode
passar? A gente falou também dos animais, do trabalho realizado em Petrópolis. Uma apresentação bem
completa. Pode passar? Esse ano. Nós conseguimos apresentar no Albert Einstein também. O trabalho
realizado em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo. E um grande avanço, que foi colocar a questão dos
animais no território Yanomami nesse evento. E principalmente relacionado a zoonoses e relacionado a
tungíase, o bicho de pé. A Vanessa esteve com a gente lá no território Yanomami e viu como que a situação é
extremamente delicada. Pode passar? Aqui alguns outros avanços que a gente teve em relação a legislação
em desastres no ano passado. Em 2021, a gente teve uma Portaria do Ministério do Meio Ambiente
relacionada ao resgate de fauna silvestre, que foi um grande problema que a gente teve nos incêndios do
pantanal. Então, essa legislação, veio posterior, a questão do pantanal abrangendo lógico, todo o território
nacional, e esse ano, a gente tem a resolução do conselho, que provavelmente a Ana Paula também vai estar
falando, que dá diretrizes a atuação do médico veterinário e zootecnistas nesses cenários de desastres. Pode
passar? Já finalizando. O GRAD já participou, nos últimos 10 anos, mais de 10 anos, de 52 desastres. No nosso
país, já foram mais de 20 mil animais assistidos, mais de 7 mil famílias espécies assistidas. quando eu falo
assistido, a gente é desde o início do trabalho, até finalizar o destino final daquele animal ou ele voltar para a
família ou ele ser adotado, enfim, nos últimos 5 anos a gente participou de todos os eventos de desastres no
nosso país. Lembrando que esses eventos são voltados para a saúde humana pouco era falado da saúde
ambiental e da saúde animal nesses cenários, a gente tem conseguido inserir, a gente precisa de mais pessoas
participando disso e a gente faz todas as capacitações necessárias todos os anos com os nossos membros e
também a reciclagem. Porém, a gente ainda precisa instruir muito a população do que fazer no momento de
evacuação, no momento de emergência, a gente está conseguindo fazer isso em várias escolas, em vários
estados brasileiros, mas principalmente, no estado do rio de janeiro. A gente precisa oficializar protocolos,
abrangendo os órgãos do governo, capacitar mais equipes do governo, o que a gente vem conseguindo fazer
junto com a defesa civil nacional para que as defesas civis municipais, regionais, tenham pelo menos um
entendimento da hora que acontecer algum problema, saber o que fazer com esses animais, a gente precisa
de mais levantamento, de dados dos animais, em locais de risco das famílias. A gente fez um trabalho muito
bacana em ouro preto junto com a defesa civil, porque ouro preto é uma bomba relógio. então a gente
conseguiu fazer um levantamento muito bom dos animais das famílias, em áreas de risco, inclusive com a
coleta de sangue, a Fiocruz é uma grande parceira e vem realizando todos os exames, que a gente coleta dos
animais nessas situações e que a gente estava conversando, que a gente precisa realmente investir nessa área
aí no Brasil, porque é muito nova, e eu tenho certeza, que o atual governo vai estender a mão para, para essa
área, que é relativamente nova no nosso país. Então, é isso gente. Muito obrigada.

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A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada Carla. Eu tenho certeza que o trabalho que o GRAD
vem realizando, para além das vidas diretamente salvas e atingidas, mas também o grande mérito de servir
com, com essa força de conscientização mesmo, da necessidade de salvar, não só as vidas humanas, como das
outras espécies também em situação de desastre. Então, muito obrigada pelo trabalho de vocês, espero que
possam participar a tarde também. E aí, para dar continuidade a essa temática de resposta a animais em
situação de desastre, representando o Mato Grosso do Sul, e o que para nós também, é muito interessante,
porque aí você traz a visão de situações, de emergência, que ocorrem, também em uma região brasileira,
muito específica, com particularidades, muito próprias, e vai ser muito bom a gente entender e ver qual é o
trabalho, por esse, por essa ótica. Eu gostaria de chamar a Professora Paula Helena Santa Rita, ela que é
graduada em ciências biológicas e em medicina veterinária Pela Universidade Católica Dom Bosco, mestre em
ciência animal pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Doutora em ciências ambientais e
sustentabilidade, Agropecuária pela Universidade Católica Dom Bosco. Atualmente é coordenadora do
Biotério UCDB, preside as comissões estaduais de animais silvestres e meio ambiente e medicina veterinária.
Ela é membro da Comissão Federal de Desastres em Massa, do Conselho Federal de Medicina Veterinária e
coordenadora operacional do Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal, GRETAP, tem experiência na área
de zoologia, com ênfase em herpetologia, atuando principalmente, nos seguintes temas: animais
peçonhentos, manejo de sanidade de fauna silvestre. Então, vamos lá. Professora Paula, muito obrigada pela
sua participação, seja bem-vinda, a palavra é sua.

A SRª. PAULA HELENA SANTA RITA (Coordenadora do Biotério UCDB, onde é Responsável Técnico do
Serpentário e da ala dos roedores e membro da Comissão Nacional de Desastres em Massa Envolvendo
Animais – CFMV) – Olá, para nós, bom dia ainda, para vocês, boa tarde. É um prazer estar compondo aqui
esse grupo tão seleto, com essa preocupação e abrangência, num tema tão delicado. Todos os temas
abordados hoje aqui, foram de extrema relevância e a felicidade, depois de um período tão tenebroso, de ver
que a luz se voltou para temas tão emergenciais, não só no nosso país, como no continente Sul-Americano,
de uma forma geral. Eu quero, alguns estavam esperando a Ana Paula Felicio, nossa zootecnista aqui, do Mato
Grosso do Sul, mas ela teve um pequeno problema familiar, eu estou entrando para substituir a Ana e trazer
um pouco da nossa perspectiva, principalmente. Eu sou 100% operacional, mas hoje não estou trazendo uma
perspectiva nossa, e sim, uma perspectiva do que a gente vem construindo dentro da Comissão Nacional do
Conselho Federal de Medicina Veterinária. Eu vou compartilhar a tela aqui, confesso que eu apanho também.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Do lado do chat, tem uma setinha verde, cher. Isso, pronto, apareceu.

A SRª. PAULA HELENA SANTA RITA (Coordenadora do Biotério UCDB, onde é Responsável Técnico do
Serpentário e da ala dos roedores e membro da Comissão Nacional de Desastres em Massa Envolvendo
Animais – CFMV) – Então. eu venho falar de desafios, que o nosso grupo, em Brasília já detectou. Na verdade,
o grupo ele é composto por pessoas que vivenciam, no dia a dia, a situação de desastres. Então, é uma
coletânea de propostas, que vem se construindo, com representantes de diversos estados brasileiros. Então,
esses são os componentes, a Ana Paula Felicio, zootecnista, também integrante das nossas comissões de
desastres e de animais silvestres, meio ambiente, aqui no Mato Grosso do Sul, Cláudio Zago Júnior, de são
Paulo, Laysa Bonella, de Minas Gerais, Leonardo Castro, de São Paulo, Leonardo Napoli do paraná, e eu que
venho, nessa situação. Nós temos grandes desafios, a Doutora Carla já trouxe uma parte visual do que o nosso
país enfrenta, e na verdade, a gente tem outras situações ao entorno, do nosso país, que também, são muito
similares, e infelizmente, com essa demanda, com essa forma, como as coisas vêm acontecendo, a tendência
e isso não sou eu falando, isso são os dados científicos mostrando, que infelizmente, os desastres, a tendência
é só aumentar, é só intensificar. E sim, se faz necessária essa organização de forma única, para que a coisa
possa evoluir. Então, nós temos grandes desafios, que são operacionais, financeiros e regulatórios. O Brasil
até pouco tempo, não tínhamos grandes problemas e a região Sul, só nesses últimos meses, já foram quatro,
cinco ciclones, que acabam aí mostrando essa necessidade de organização nacional. Então falando, o primeiro
deles, sobre os desafios operacionais, o Brasil possui características diversas nos biomas. Então nós temos aí

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essa fragilidade, na verdade, essa diversidade, que acaba envolvendo uma fragilidade operacional. Primeiro,
eu trabalhei aqui nas situações de incêndios florestais, tanto em região de cerrado, quanto em região de
pantanal e o comportamento operacional é muito diferente de um bioma para outro, dentro do mesmo
estado. Então, precisamos aí ter essa noção, essa dimensão da problemática, dividido por regiões, as equipes
operacionais necessitam dessa, desse feeling, de região para região. É bem complicada a questão de
deslocamento, de comportamento, de abordagem com as populações. Uma coisa que a Sassi frisou, é essa
comunicação, que se faz necessário com a população local, você chegar para atender uma situação onde as
pessoas daquela região já estão fragilizadas, a situação já é catastrófica. E aí você chega, a presença das
equipes, o socorrista animal, ele se mistura a outros socorristas, então, precisa ter esse feeling de tratamento,
de fala de abordagem, para que a coisa não se complique, características culturais múltiplas que diversificam
as categorias de animais impactados. Então, o nosso grupo de resgate aqui homologado pelo governo do
estado, ele tem foco na parte de animais silvestres, mas temos aí os veterinários responsáveis, tanto por
pequenos e grandes animais, e também os animais de estimação, não só os animais de produção, porque se
faz necessária essa amplitude de ação e de casuística, acidentes em zona urbana e zona rural. Nós temos essa,
existe uma diferença bem determinada quando você é de um grupo operacional. Urbano, e quando você é
um grupo operacional a campo. Então. isso tem que ser muito bem construído, esses protocolos de ação, tipos
de incidentes, como inundações, incêndios, os óleos epidemiológicos. A Sassi já trouxe esses exemplos muito
bem determinados na palestra dela e a falta de articulações interinstitucionais, que é um dos principais
problemas muitas vezes, você tem uma equipe muito bem preparada, mas algo que tem que ser visceral, nas
equipes operacionais, eu preciso chegar, e não só eu como toda a equipe, precisa ter isso muito claro na
cabeça. Então essa articulação interinstitucional, ela é fundamental para a boa realização do trabalho de
resgate técnico animal, essa integração, corpo de bombeiro, defesa civil, porque nós temos o preparo para
bem aceitar as outras equipes, as outras equipes também precisam ouvir falar saber que existimos para que
a parte operacional seja feita, de forma ética, coerente e plausível. Então eu tenho aí também, dentro dos
desafios para esse manejo de animais em situação de desastres, o contexto financeiro, os estados não tem
esse preparo. Como eu frisei anteriormente, o Brasil ele vem gradativamente se acomodando nessa situação
atual, se acomodando no sentido de entendendo a necessidade de novos investimentos e sim, além da
preparação de atendimento à população humana. Hoje, muitos dos estados, já começam a identificar a
necessidade de preparação para o atendimento das demais populações, entre eles, os animais silvestres, os
animais de produção, e os animais pet. Então, há a necessidade de fundos de emergência, para o atendimento
aos animais a nível federal, estadual e municipal. Hoje aqui no MS, a gente já faz um trabalho envolvendo
todos os municípios do nosso estado. Então, esse grupo nosso operacional, ele já faz um trabalho articulado
com as secretarias de meio ambiente dos municípios onde a gente consegue, chegando na cidade, fazer essa
conexão, entre defesa civil, ministério público, corpo de bombeiros, polícia militar ambiental, ongs, os próprios
funcionários dos municípios, de ccz, e de outras, de outras unidades do município, para dar essa visão de
conexão. Então, é feito treinamentos de sistema de comando de incidentes, é feito treinamentos básicos de
resgate técnico animal, e aí aos poucos, a gente vai dando essa conjectura, interdisciplinar, e principalmente,
multistitucional e regulatórios. Isso já foi dado, primeiro start. A Sassi traz para a gente a questão do manual
de contingência, que é o nosso, principal documento hoje norteador e que a comissão nacional vem
trabalhando, arduamente, para atualizar esse documento, esse manual. Então, a normativa nacional a
comissão nacional de desastres do conselho de medicina veterinária, que foi o órgão que, que produziu esse
documento. Então o nosso grupo, dentro da comissão nacional, do conselho federal de medicina veterinária,
a gente vem trabalhando arduamente, para atualizar esse documento, que se faz necessário, a todo tempo.
Então normativas, nacional que institua, políticas públicas eficientes para a gestão e atendimento dos animais
em desastre, se faz necessário. A regulação dos profissionais que atuam no incidente, pelos conselhos de
classe, também os conselhos regionais de medicina veterinária e zootecnia, vem trabalhando muito
fortemente acima disso, assim como o federal, porque é uma situação que comove, e a comoção, tira a razão.
Então, muitas vezes, a gente tem situações onde pessoas se envolvem, com o coração, no resgate técnico
animal e acaba gerando maiores problemas. Vou trazer um exemplo nosso aqui, em 2020 onde um grupo
chegou querendo naquele afã de querer ajudar, acabou se perdendo do Pantanal, e aí o corpo de bombeiros

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teve que sair da situação de combate ao incêndio florestal, para poder socorrer esse grupo, que se perdeu em
meio ao rio Paraguai, nos seus enlaces...

A SRª. PAULA SIVELLI (Analista Ambiental do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais –
DPDA/MMA) – Professora Paula, desculpa. Três minutos para a conclusão.

A SRª. PAULA HELENA SANTA RITA (Coordenadora do Biotério UCDB e membro da Comissão Nacional de
Desastres em Massa Envolvendo Animais – CFMV) – Ok. Ainda, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente,
com o plano nacional de ação e emergência, para a fauna impactada por óleo, que consiste em manual de
boas práticas, mapeamento ambiental, para resposta e emergência no mar, plano de fauna oleada do Ibama,
do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Nós temos a instituição, da Comissão Nacional de Desastres em
massa envolvendo animais, em 2020, o manual de resgate e assistência em situação de desastres ambientais,
também de 2020, o plano nacional de contingência de desastres em massa envolvendo animais e o fomento
as instituições de comissões estaduais, pelas autarquias regionais, que a gente tem no Espírito Santo, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná, bem atuantes atuante em suas regiões. As
iniciativas positivas do Conselho Federal de Medicina Veterinária, que é a instituição da Comissão Nacional
em massa envolvendo animais, onde houve a formação do grupo de trabalho em 2020, o manual de resgate
e assistência, de novo, falando do plano nacional de contingências e esses fomentos. Então aqui a gente tem
a resolução, que saiu agora em março, que é da Comissão Federal, a normativa 1511, que traz aí diretrizes
para a atuação de médicos veterinários ou tecnistas em desastres, envolvendo animais, a necessidade de
hierarquização do sistema de comando de incidentes, para melhor organização operacional e evitando
incidentes, acidentes maiores, e a obrigatoriedade, dos profissionais e dos grupos organizados de
responderem ao SCI, trazendo segurança para todos os envolvidos, profissionais, bombeiros, vítimas, pessoas,
animais. E ainda, falando sobre essa normativa 1511, nós temos dentro dela, as orientações para o posto
médico veterinário avançado, e aí puxando um pouquinho a sardinha para o Mato Grosso do Sul, nós temos
aí o primeiro posto médico veterinário avançado em áreas remotas, instituídas aqui, pelo grupo de resgate
técnico animal do pantanal, na região da serra do amolar e também. Ter a responsabilidade clara e objetiva
do responsável técnico das operações, isso se faz necessário, para evitar maiores problemáticas e as
proposições. Estabelecer um marco regulatório nacional, a criação de um GT para estabelecer um plano
nacional de desastres, instituir por meio de normativas um plano nacional de gestão de animais em desastres,
estabelecer diretrizes e objetivos específicos alinhados com a resolução do Conselho Federal de Medicina
Veterinária e os planos nacionais de desastres, já existentes, estabelecer as competências entre os entes
federados, instituir grupos a nível nacional, estadual e municipal, para uma gestão coordenada e alinhadas
com o SCI, sistema de comando de incidentes, integração entre as instituições, públicas, privadas e
organizações da sociedade civil e promoção, de cursos de treinamento, para atuações de profissionais, tanto
de nivelamento, como atualização. A gente fecha aqui a proposta, que o Conselho Federal de Medicina
Veterinária vem trabalhando nesses três anos, de formação. Muito obrigada, Vanessa.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Muito obrigada, Doutora Paula. Foi muito bom ver todos esses
conjuntos de iniciativas, que o conselho já está adotando. Eu acho, que você já deixou uma lista robusta de
encaminhamentos para a gente fazer o dever de casa, dever de casa não, dever da parte da tarde, do turno
da tarde e eu espero que possamos contar com vocês também no turno da tarde, para a gente dar esses
encaminhamentos. Bom, gente, não vou me alongar mais nos comentários agora, mas, a gente, são 13h29,
então, eu queria propor, que a gente fizesse um intervalo, para o almoço agora e podemos marcar a volta para
as 14h30? Uma hora de intervalo, fica bom, gente? É suficiente? para a gente almoçar e já voltar. alguém,
algum encaminhamento, 14h30 fica bom? Então, gente, na parte da tarde, a gente vai se debruçar sobre cada
temática que foi dita hoje e formar os grupos de trabalho. A Doutora Amélia, Doutor Amélia, está toda
paramentada ali, no meio do atendimento, entre um atendimento e outro, eu estou vendo que ela liga o
celular, para poder ficar assistindo. Muito obrigada, Doutora, esse tipo de coisa me emociona demais, porque
eu estou vendo, de verdade, muito obrigada. A Vânia, que passou a madrugada com a mãe e também está no
celular, então, eu fico muito emocionada, porque eu estou vendo o extraordinário esforço que cada um e cada

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uma está fazendo para se desdobrar e está aqui participando, e está fazendo mais essa doação de
conhecimento, de vivência, porque é uma doação e uma entrega muito grande que vocês estão fazendo, se
dedicando para esses trabalhos.

A SRª. PAULA HELENA SANTA RITA (Coordenadora do Biotério UCDB e membro da Comissão Nacional de
Desastres em Massa Envolvendo Animais – CFMV) – E tem mais, se me permite falar, tudo isso que está
acontecendo é um passo fundamental, um passo gigantesco, para que todas essas problemáticas, essas coisas
possam avançar. Mesmo que avance um pouco, mas é fundamental, e está avançando muito.

A SRª. VANESSA NEGRINI (Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do
Ministério do Meio Ambiente – MMA) − Estou muito feliz, gente, muito agradecida, de verdade, 1 hora e 31
minutos, a gente ainda está com 93 pessoas na sala, chegamos a quase 140, em plena sexta-feira, mais um dia
longo de trabalho, de exposição. 14h30 a gente volta. a ideia é dar os encaminhamentos de toda a parte do
debate agora e a gente volta a falar sobre a organização para o dia 10. Muito obrigada, bom descanso, até
daqui a pouquinho. Bom almoço, gente. Obrigada.

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APÊNDICE V – Composição de mesa e palestrantes das reuniões técnicas
realizadas nos dias 14, 21 e 28 de julho de 2023, e do seminário dia 10 de
agosto de 2023

14/07/2023 – Pilar 1: Diretrizes, Planejamento e Formação de Gestores

Objetivos: Este pilar tem como objetivo discutir a elaboração de diretrizes para políticas públicas para a gestão
da população de animais nos municípios; elencar o arcabouço legal para os Municípios em proteção animal;
capacitação para gestores na elaboração do plano municipal de manejo populacional, etc.

Temas:

1. Legislação e marco regulatório para manejo populacional ético


o Palestrante (Minas Gerais): Luciana Imaculada de Paula - Promotora na Coordenadoria
Estadual de Defesa Animal - CEDA-MPMG.
o Palestrante (São Paulo): Paulo Maiorka - Médico veterinário, Bacharel em Direito, Mestre e
Doutor em Patologia Experimental e Comparada.
2. Orçamento e fontes de financiamento para o programa
o Palestrante (Rio de Janeiro): Álvaro Luis Figueiredo - Controlador Municipal com mestrado em
administração de finanças públicas, Advogado.
o Palestrante (Espírito Santo): Felipe Rigoni - Secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo.
3. Formação de gestores e profissionais envolvidos
o Palestrante (Minas Gerais): Ana Liz Bastos - Médica Veterinária, Diretoria do Instituto de
Medicina Veterinária do Coletivo - IMVC, conselheira do CRMVMG.
o Palestrante (São Paulo): Rosangela Ribeiro Gebara - Médica Veterinária, Diretoria do Instituto
de Medicina Veterinária do Coletivo - IMVC.
4. Diagnóstico situacional da gestão animal nos municípios
o Palestrante (São Paulo): Vania de Fatima Plaza Nunes - Médica veterinária com mais de 30
anos de experiência no manejo populacional de cães e gatos, diretora técnica do Fórum
Nacional de Proteção e Defesa Animal.
o Palestrante (Amapá): Laudenice Monteiro - Protetora, fundadora da ONG Anjos Protetores e
secretária da primeira Secretaria de Estado do Bem-estar Animal do Brasil.
5. Plano municipal de manejo populacional
o Palestrante (Minas Gerais): Cláudio Yudi Kanayama - Médico veterinário, realizou projetos de
extensão universitária em parceria com a Universidade de Uberaba.
o Palestrante (Minas Gerais): Gustavo Xaulim - Médico-veterinário e mestre em ciência animal
(UFMG), trabalha na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério Público de
Minas Gerais.
6. Conselho Municipal de Proteção, Defesa e Direitos Animais
o Palestrante (Paraíba): Francisco José Garcia Figueiredo - Mestre em Direito, Professor da
UFPB, autor intelectual do Código de Direito e Bem-Estar Animal do Estado da Paraíba.
o Palestrante (Rio Grande do Norte): Juliana Maria Rocha Pinheiro Bezerra da Silva - Advogada,
pós-graduada em direito animal, mestre em direitos e garantias fundamentais, presidente da
Comissão de Direito Animal da OAB/RN.
7. Parcerias e cooperação com entidades públicas e privadas
o Palestrante (Paraná): Leonardo Nápoli - Médico-veterinário especializado em Educação
Ambiental e Direito Animal, com experiência em clínica e cirurgia de pequenos animais

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21/07/2023 – Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos

Objetivos: Este pilar tem como objetivo discutir as ações voltadas à gestão da população de cães e gatos,
iniciando-se pelo censo animal e reforçando o programa de castrações, saúde animal, microchipagem, registro
animal, etc.

Temas:

1. Diagnóstico populacional de cães e gatos

o Palestrante (Distrito Federal): Fernando Ferreira - Professor doutor e livre docente, da


Faculdade de medicina veterinária e Zootecnia de São Paulo. Coordenador Geral de Prevenção
e Vigilância em Saúde Animal – CGVSA (MAPA).
o Palestrante (Sergipe): Syslayne Costa - Co-desenvolvedora do Programa Aju Animal e
Assessora Técnica na Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju.

2. Censo animal – animais domiciliados e em situação de rua

o Palestrante (Paraná): Edson Ferraz Evaristo de Paula - Zootecnista formado pela Universidade
Federal do Paraná e Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba.
o Palestrante (Distrito Federal): Ana Pérola Drulla Brandão - Médica-veterinária com mestrado
e doutorado em Ciências no programa de Pós-graduação em Epidemiologia Experimental
Aplicada à Zoonoses, pelo FMVZ-USP. Consultora Técnica no Grupo Técnico de Saúde Única
do Ministério da Saúde (CGZV/SVSA/MS).

3. Registro e identificação de animais e microchipagem

o Palestrante (Minas Gerais): Patrícia Carvalho - Coordenadora do Núcleo de Fauna Doméstica


da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de
Minas Gerais.
o Palestrante (São Paulo): Daniela Araújo - Gerencia o programa municipal de registro e
identificação obrigatório de cães e gatos, utilizando microchips em parceria com a associação
dos médicos veterinários de Jundiaí e Região.

4. Castração como estratégia de controle populacional


o Palestrante (Amazonas): Jorge Carneiro - Professor de bem-estar animal e Saúde Pública
Veterinária na Universidade Nilton Lins.
o Palestrante (Bahia): Rodrigo Mendes Carvalho Martinez - Médico veterinário, proprietário do
hospital veterinário Vet Nômade em Guriri, Espírito Santo.
5. Atenção básica à saúde animal (vacina, vermífugo)
o Palestrante (Paraná): Alexander Biondo - Professor Titular na Universidade Federal do Paraná
e professor visitante na Universidade de Purdue, EUA.
o Palestrante (Ceará): Rosânia Ramalho - Médica veterinária com ampla atuação em bem-estar
animal.
6. Zoonoses e medidas de enfrentamento
o Palestrante (Rio de Janeiro): Paulo Abílio Varella Lisboa - Pesquisador no Serviço de Saúde
Única do Instituto de Ciências e Tecnologia em Biomodelos da Fundação Oswaldo Cruz - RJ.
o Palestrante (Tocantins): Giselle Ferreira Sodré - Mestranda em Direito na Universidade
Federal do Paraná.

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7. Impacto ambiental e na fauna silvestre
o Palestrante (Distrito Federal): Roberto Cabral - Analista Ambiental no Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.
o Palestrante (São Paulo): Silvia Neri Godoy - Analista ambiental do Cemave/ICMBio.
o Palestrante (Roraima): André Luiz Baptista Galvão - Professor Doutor Adjunto no curso de
Medicina Veterinária da UFRR (Universidade Federal de Roraima).

28/07/2023 – Pilar 3: Proteção e Educação para Direitos Animais

Objetivos: Este pilar tem como objetivo discutir ações voltadas à informação da população em geral, educação
formal e informal sobre guarda responsável, proteção de animais vulneráveis.

Temas:

1. Centro de Referência de Animais Vulneráveis – CRAV


o Palestrante (Paraná): Lucas Galdioli - Médico-veterinário, vice-presidente do Instituto de
Medicina Veterinária do Coletivo. Mestrado em medicina de abrigos, coautor do livro
"Medicina de Abrigos: princípios e diretrizes," cofundador da Iniciativa Medicina de Abrigos:
Infodados de Abrigos de Animais.
2. Animais comunitários e de vida livre
o Palestrante (Rio Grande do Sul): Rogério Rammê - Doutor em Direito pela PUCRS, Advogado
animalista.
o Palestrante (São Paulo): Juliana Tozzi - Médica Veterinária com ênfase em Manejo
Populacional de cães e gatos, integrante da comissão estadual de bem-estar animal do CRMV-
ES; criadora do Protocolo para implantação do Programa Cão Comunitário.
3. Educação para guarda responsável e conscientização pública
o Palestrante (Pará): Nazaré Fonseca de Souza - Médica Veterinária e Presidente do CRMV-PA.

4. Vigilância epidemiológica do abandono


o Palestrante (Minas Gerais): Rita de Cassia Maria Garcia - Médica Veterinária, professora de
MVL da UFPR, Diretoria do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo – IMVC.
o Palestrante (Goiás): Andrea Gil - Médica Veterinária especializada em Medicina Veterinária do
Coletivo pela UFPR, voluntária das ONGs Projeto Viva Gato e Focinho Caridoso.
5. Prevenção e combate aos maus-tratos
o Palestrante (Piauí): Marcelo Campos Rodrigues - Médico Veterinário, Professor e
Coordenador do Programa de Desenvolvimento de Políticas de Proteção, Convívio e Bem-
estar Animal da UFPI.
o Palestrante (Santa Catarina): Fernando Zacchi - Médico Veterinário com ampla atuação no
Sistema CFMV/CRMVs, Assessor Especial da Presidência do CFMV.
6. Enfrentamento à acumulação de animais e cuidar de pessoas
o Palestrante (Paraná): Bianca Stevanin Gresele - Psicóloga e Professora, Presidente da Ekôa Vet
- Associação Brasileira em prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária.
7. Participação social e territorialização da vigilância
o Palestrante (Pernambuco): Daniel Bradespin - Médico veterinário, doutor em medicina
veterinária preventiva, Presidente da comissão de saúde única do CRMV-PE.
8. CED – Captura, Esterilização e Devolução

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o Palestrante (Maranhão): Otávia Mello - Fundadora do C.E.D. BRASIL, médica veterinária
mestranda em Epidemiologia pela UFMG.
o Palestrante (Alagoas): Pierre Barnabé Escodro - Médico Veterinário com experiência no
programa CED em Maceió.
9. Resposta a animais em situação de desastres
o Palestrante (Minas Gerais): Carla Sassi - Médica veterinária especialista em clínica e cirurgia
de animais silvestres, Presidente ONG ALPA.
o Palestrante (Mato Grosso do Sul): Paula Helena Santa Rita - Médica Veterinária coordenadora
do Biotério da UCDB, coordenadora operacional do Grupo de Resgate Técnico Animal do
Pantanal (GRETAP/MS).

10/08/2023 - Seminário para Formulação do Programa Nacional de Manejo Populacional Ético de Cães e
Gatos

PROGRAMAÇÃO

Coordenação dos trabalhos - Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (Vanessa Negrini)

MESA DE ABERTURA

Composição da Mesa de Abertura – Parte I:

1. Frente Parlamentar em Defesa dos Animais (Deputado Delegado Matheus Laiola, Deputado Felipe
Becari, Deputado Marcelo Queiroz)
2. Judiciário (Vicente de Paula Ataide Junior)
3. Ministério Público (Luciana Imaculada de Paula)
4. Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB (Ana Paula de Vasconcelos)
5. Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV (Leonardo Nápoli)
6. Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente – ABEMA (Antônio Gutemberg Gomes
de Souza)
7. Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente – ANAMMA (Isabel Honorato)
8. União de Vereadores do Brasil – UVB (Vereadora Juliana Prudêncio, Vereador Anderson Caruaru)

Composição da Mesa de Abertura – Parte II:

1. Departamento de Florestas (Fabíola Zerbini – Diretora)


2. Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (Ronaldo Gonçalves Morato –
Coordenador Geral)
3. Departamento de Educação Ambiental e Cidadania (Isis Akemi Morimoto Toschi Oliveira -
Coordenadora Geral do DEA)
4. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama (Raquel Sabaini)
5. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Tainah Corrêa Seabra Guimarães)
6. Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (Simone Perecmanis)
7. Assessorias Parlamentares Estaduais em Meio Ambiente e Direitos Animais (Graciela Naibert Giurni)
8. Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (Núbia Medeiros)

APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS TÉCNICOS

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Pilar 1: Diretrizes, Planejamento e Formação de Gestores

1.1. Legislação e Marco Regulatório para Manejo Populacional Ético

 Dr. Paulo Maiorka, Médico Veterinário, Bel. em Direito, Professor Doutor Associado do Departamento
de Patologia – FMVZ-USP

1.2. Orçamento e Fontes de Financiamento para o Programa

 Dra. Pâmela Durando, Advogada - OAB/PE 024.386, membro da Comissão Nacional do Direito dos
Animais do Conselho Federal da OAB e da Comissão da OAB/Petrolina. À frente da Assistência Jurídica
do Município de Petrolina.

1.3. Formação de Gestores e Profissionais Envolvidos

 Dra. Ana Liz Bastos, Médica-Veterinária, mestre e doutora pela EV-UFMG; conselheira e membro da
Comissão de Saúde Única e de MVC do CRMV-MG, membro do IMVC, consultora técnica da
CEDA/MPMG e coordenadora da capacitação para a gestão do MPCG para os municípios do
PRODEVIDA da CEDA/MPMG.

1.4. Diagnóstico Situacional da Gestão Animal nos Municípios

 Dra. Vania de Fátima Plaza Nunes, Médica Veterinária- Unesp Botucatu; diretora técnica do Fórum
Nacional de Proteção e Defesa Animal, pós-graduada em Saúde Pública, Saúde Ambiental, Vigilância
Sanitária, todas pela Unicamp, Bem-estar Animal, pelo E-learning Cambridge; Comportamento
Animal, pela Qualittas; Ecologia e Educação Ambiental, pela Unianchieta, perita CEDA MPMG,
Superintendente da Fundação Serra do Japi- Jundiaí-SP.

1.5. Plano Municipal de Manejo Populacional

 Dr. Gustavo de Morais Donancio Rodrigues Xaulim, Médico-Veterinário, mestre em Ciência Animal
(Epidemiologia) pela EV-UFMG, pós-graduado em Medicina Veterinária Legal pela Faculdade
Qualittas, pós-graduando em Direito Animal pela UNINTER, membro da Comissão de Saúde Única do
CRMV-MG, assessor na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (CEDA) do MPMG.

1.6. Conselho Municipal de Proteção, Defesa e Direitos Animais e Conselho Tutelar

 Dr. Francisco José Garcia Figueiredo, Mestre em Direito; professor do Departamento de Direito
Privado da UFPB, lecionando a disciplina Direito Animal; coordenador do Núcleo de Justiça Animal da
UFPB (NEJA); autor intelectual do Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba (Lei n.° 11.140/18);
advogado animalista.

1.7. Parcerias e Cooperação com Entidades Públicas e Privadas

 Dra. Virgínia Teixeira do Carmo Emerich, Médica-Veterinária, Mestre em Epidemiologia,


Especialização em Gestão de Vigilância Sanitária, atua na Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal
de Serra – ES, Presidente do CRMV-ES e Conselheira eleita do Conselho Federal de Medicina
Veterinária.

Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos

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2.1. Censo Animal – Animais Domiciliados e em Situação de Rua

 Dra. Rosangela Gebara, Médica Veterinária, MSc. em Ciências Veterinárias. Instituto de Medicina
Veterinária do Coletivo e CRMV/SP

2.2. Registro e Identificação de Animais e Microchipagem

 Dra. Patrícia Carvalho da Silva, Formada em Direito, pós-graduada em Direito Ambiental e pós-
graduanda em Gestão Ambiental. Servidora Pública da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais, atualmente Coordenadora do Núcleo de
Fauna Doméstica da Secretaria.

2.3. Castração como Estratégia de Controle Populacional

 Dr. Jorge Luiz Maia Carneiro, Médico Veterinário com especialização em Gestão da Vigilância Sanitária.
Foi Diretor do CCZ de Manaus. Tem experiência na área de Zoonoses e Saúde Pública. Conselheiro
Municipal de Saúde. Integrante da Comissão de Bem-Estar Animal do CRMV-AM.

2.4. Atenção Básica à Saúde Animal

 Dr. Alexander W. Biondo, MSc, DVM, PhD. Professor Titular da Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, Brasil. Professor visitante da Purdue University, EUA.

2.5. Zoonoses e Medidas de Enfrentamento

 Dr. Paulo Abílio Varella Lisboa, Médico Veterinário. Mestre em Clínica Médica Veterinária. Doutor em
Ciências Veterinárias com ênfase em sistema de notificação, georreferenciamento em leishmaniose.
Presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ. Tecnologista em Saúde da Fundação Oswaldo
Cruz-RJ.

2.6. Impacto Ambiental e na Fauna Silvestre

 Dr. André Luiz Baptista Galvão, Médico Veterinário pela Uniderp, Residência em Clínica Médica de
Pequenos Animais, Mestre e Doutor pela FCAV/Unesp Jaboticabal. Professor Adjunto da Universidade
Federal de Roraima nas disciplinas de Clínica Médica de Pequenos Animais, Semiologia Clínica
Veterinária e Patologia Clínica.

Pilar 3: Proteção e Educação para Direitos Animais

3.1. Centro de Referência de Animais Vulneráveis – CRAV

 Dra. Ana Lucia Baldan (Lu Baldan), Bióloga e Médica-Veterinária. Docência em Bem-Estar Animal pela
World Animal Protection (WPA). Mestre em Ciências pela FFCLRP/USP com ênfase em Etologia Animal.
Doutoranda em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com ênfase em
Medicina Comportamental de Abrigos. Consultora Técnica do Instituto de Medicina Veterinária do
Coletivo (IMVC).

3.2. Animais Comunitários e de Vida Livre

765
 Dr. Rogério Rammê, Doutor em Direito pela PUCRS. Mestre em Direito Ambiental pela UCS. Pós-
graduado em Direito dos Animais pela Universidade de Lisboa. Professor do PPGDir da Universidade
de Caxias do Sul - UCS. Coordenador do Projeto de Extensão Direitos Animais IPA. Coordenador do
Curso de Pós-Graduação em Direito Animal e Prática Jus Animalista da EJUSP. Advogado animalista.

3.3. Educação para Guarda Responsável e Conscientização Pública

 Dra. Evelynne Hildegard Marques de Melo, Médica Veterinária (UFAL). Doutoranda em Políticas
Públicas (SOTEPP-UNIT-AL). Mestra em Ciência Animal (UFAL). Membro do CFMV/CRMV-AL Comissão
Saúde Pública. Diretora Técnica da Secretaria de Bem-Estar Animal de Maceió - AL.

3.4. Vigilância Epidemiológica do Abandono

 Dra. Andrea Leão Gil, Médica-Veterinária formada pela FMVZ-USP em 1998, especializada em
Medicina Veterinária do Coletivo pela UFPR em 2023. Voluntária em 2 ONGs de proteção animal no
Estado de Goiás.

3.5. Prevenção e Combate aos Maus-Tratos

 Dra. Esther Mercedes Espejo de Faria Alvim, Médica Veterinária e Internacionalista, especializada em
Medicina Veterinária Legal, doutoranda FMVZ USP com projeto em materialização de provas
científicas na constatação e qualificação de abusos envolvendo animais, Coordenadora SP e de
Assuntos Internacionais da Associação Brasileira de MVL, Membro CDA da OAB SP, Perita Judicial e
Assistência técnica nos tribunais SP.

3.6. Enfrentamento à Acumulação de Animais e Cuidar de Pessoas

 Dra. Bianca Stevanin Gresele, Especialista em Psicologia Analítica; Pós-graduanda em prevenção e


pósvenção de suicídio; Mestre e Doutoranda em Psicologia Clínica; Especialista na área de saúde
mental na medicina veterinária; Membro fundadora e Presidente da Ekôa Vet - Associação Brasileira
em prol da Saúde Mental na Medicina Veterinária.

3.7. CED – Castração, Esterilização e Devolução

 Dra. Pierre Barnabé Escodro, Médico Veterinário, Especialização em Acupuntura Veterinária,


Especialização e MSc em Cirurgia Veterinária, DSc em Biotecnologia. Professor da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL) onde coordena o GRUPEQUI-UFAL. Coordenador do Programa de Apoio aos
Animais UFAL-BRASKEM. Pesquisador Produtividade CNPq DT-2.

3.8. Resposta a Animais em Situação de Desastres

 Dra. Laiza Bonela Gomes, Médica-Veterinária. Doutora em Ciência Animal. Especializada em MVL.
Professora titular FAMINAS. Analista técnica Instituto Arbo. Coordenadora Científica IMVC. Membro
da Comissão Estadual de Saúde Única do CRMV/MG. Presidente da Comissão Nacional de Desastres
em Massa Envolvendo Animais do CFMV.

MESA DE ENCERRAMENTO

766
 Autor da Proposta no PPA Participativo (Alex Chernehaque)
 Conselho de Participação Social da Presidência da República (Guilherme Zambarda Leonardi)
 Secretaria Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental (Adalberto Maluf)
 Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (Rita Mesquita)
 Secretaria Nacional de Participação Social da Presidência da República (Renato Simões)
 Secretaria Executiva do MMA (João Paulo Capobianco)

767
APÊNDICE VI – Lista de presença das reuniões preparatória e técnicas
realizadas nos dias 7, 14, 21 e 28 de julho de 2023

Carimbo de data/hora Nome Campo De Formação Órgão/Entidade Que Representa Cargo Município UF
Acadêmica
7/7/2023 9:08:40 Leonardo Nápoli Veterinária Conselho Federal De Medicina Veterinária Secretário Geral Do Crmv-Pr Curitiba PR

7/7/2023 9:19:49 Cris Moraes Direito Câmara Municipal De Canoas Vereador Canoas RS

7/7/2023 9:19:56 Daniela Patricia Tozetto Veterinária Sedest/Pr Assesssora Técnica Curitiba PR

7/7/2023 9:20:21 Severino Silvano Dos Santos Higino Veterinária Universidade Federal De Campina Grande Coordenador De Ensino Patos PB PB

7/7/2023 9:20:27 Acacio Duarte Pacheco Veterinária Ufac Professor Rio Branco AC

7/7/2023 9:20:27 Rosângela De Oliveira Alves Carvalho Veterinária Hospital Veterinário/EVZ/UFG Diretora Do HV?EVZ/UFG Goiânia GO

7/7/2023 9:20:30 Luciana I Paula Direito Mpmg Promotora De Justiça Bh MG

7/7/2023 9:20:38 Amanda Bellettini Munari Engenheira Ambiental E Secretaria Estadual De Meio Ambiente E Infraestrutura Do Rio Assessora Especial Porto Alegre RS
Sanitária Grande Do Sul
7/7/2023 9:20:42 Renata Santinelli Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal/ Frente Mineira De Fnpda - Coordenadora De Ações Políticas / Frente Mineira - Alfenas MG
Proteção Animal Idealizadora Do Movimento
7/7/2023 9:20:48 Ravena Veterinária Secretaria Do Meio Ambiente Recursos Hídricos Do Piauí Coordenação De Controle Da Fauna Silvestre Piauí PI

7/7/2023 9:20:54 Fernanda Ciolfi Veterinária Crmv-Mg Assessora Técnica Belo Horizonte MG

7/7/2023 9:21:05 Rosangela Gebara Veterinária Imvc Coordenadora De Projetos - Mpcg Sao Paulo SP

7/7/2023 9:21:05 Artur Kanadani Campos Veterinária Universidade Federal De Vicosa Professor Vicosa MG

7/7/2023 9:21:12 Rita De Cassia Maria Garcia Veterinária Ufpr Docente, Pesquisadora Curitiba PR

7/7/2023 9:21:13 Roberta Carvalho Ciências Naturais Ibama Técnico Ambiental Brasília DF

7/7/2023 9:21:17 Ronaldo G Morato Veterinária Dcbio-Mma Coordenador Geral Brasilia DF

7/7/2023 9:21:18 Alisson Oliveira Da Silva Veterinária Prefeitura De Belo Horizonte Técnico Superior Em Saúde - Médico Veterinário Belo Horizonte MG

7/7/2023 9:21:24 Paula Sivelli Veterinária Mma Analista Ambiental Brasilia DF

7/7/2023 9:21:29 Paula Andrea De Santis Bastos Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo - IMVC Conselho Fiscal São Paulo SP

7/7/2023 9:21:33 Ana Paula De Abreu Botelho Filosofia Protetor Independente Protetor Rio De Janeiro RJ

7/7/2023 9:21:36 Agda Roberta Farias Frare Direito Comissão De Proteção E Defesa Animal Oab Amparo/Sp Presidente Amparo SP

7/7/2023 9:21:40 Esporte Veterinária Universidade Federal Rural Da Amazônia Médica Veterinaria Belém PA

7/7/2023 9:21:43 Luciane Cristina Menegolo Veterinária Secretaria De Estado Do Bem-Estar Animal Do Amapá Coordenadora De Saúde Animal Macapá AP

7/7/2023 9:21:45 Lucas Galdioli Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Vice-Presidente Curitiba PR

7/7/2023 9:21:48 Selma Luiz Duarte Direito Comissão De Proteção Juridica À Familia Multiespécie Do Ibdfam Df Presidente Brasilia DF

7/7/2023 9:21:52 Arthur Henrique De Pontes Regis Direito Comissão De Proteção E Defesa Dos Direitos Dos Animais Da Presidente Brasília DF
OAB/DF
7/7/2023 9:21:53 Vania De Fatima Plaza Nunes Veterinária Forum Nacional De Protecao E Defesa Animal Diretora Tecnica Jundiai. Sp SP

7/7/2023 9:21:59 Júlio Araújo Silva Nutricionista Secretaria Estadual De Saúde Do Piauí Laboratorista Picos PI

7/7/2023 9:22:07 Ana Paula Iglesias Santin Veterinária Escola De Veterinária E Zootecnia Da Universidade Federal De Professora Associada Goiânia GO
Goiás
7/7/2023 9:22:18 Katia Souza Economista Mars Gerente De Relações Governamentais Campinas SP

7/7/2023 9:22:22 Angela Varella Katz Veterinária Prefeitura De Holambra Coordenadora Técnica Da Vigilância Ambiental De Holambra Holambra SP

7/7/2023 9:22:25 Monica Koch Biológia Secretaria De Estado Do Meio Ambiente E Da Economia Verde- Gerente De Integração E Planejamento Ambiental Florianopolis SC
Semae
7/7/2023 9:22:37 Rachel Azambuja Langaro Veterinária Smma - Secretaria Municipal De Meio Ambiente De São Mateus Do Responsável Pelo Controle Populacional São Mateus Do PR
Sul Sul
7/7/2023 9:22:38 Fernanda Goss Braga Biológia Sedest/Pr Assessora Técnica Diretoria De Politicas Ambientais, Curitiba PR
Coordenadora Recursos Naturais E Educação Ambiental
7/7/2023 9:22:38 Graciela Naibert Giurni Veterinária Mandato Deputado Estadual Leonel Radde E Bancada Pt Rs Assessora Tecnica Bancada Pt Rs Porto Alegre RS

7/7/2023 9:22:42 José Eduardo Chaib De Moraes Veterinária Prefeitura De Jaguariuna E AGEMCAMP Coordenador RMC E SP
Jaguariúna
7/7/2023 9:22:46 Nubia Elizabeth De Santana E Silva Veterinária MMA Analista Ambiental Brasilia DF

7/7/2023 9:22:59 Maria Conceição Henrique Veterinária Ampara Animal Rt São Paulo SP

7/7/2023 9:23:07 Marilene Vasconcelos Da Silva Brazil Mestre Em Ecologia E Manejo Ecretaria De Estado Do Meio Ambiente E Das Políticas Indígenas - Chefe Do Departamento De Biodiversidade Rio Branco AC
De Recursos Naturais E SEMAPI/AC
Doutorado Em Biodiversidade
7/7/2023 9:23:15 Samir Faccioli Caram Veterinária Crmv-Ro Secretário Geral Porto Velho RO

7/7/2023 9:23:23 Laerzio Chiesorin Neto Veterinária Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Assistente Técnico De Nível Superior Manaus AM

7/7/2023 9:23:36 Ana Paula Monteiro Tenório Veterinária Universidade Federal Rural De Pernambuco Diretora Do Departamento De Medicina Veterinária Recife PE

7/7/2023 9:23:40 Anna Karoline Piauilino Direito Secretaria Estadual De Meio Ambiente E Recursos Hídricos Do Piauí Coordenadora Estadual De Proteção E Bem Estar Animal Teresina PI

7/7/2023 9:23:43 Maria Raquel Isnard Moulin Veterinária Universidade Federal De Lavras - Ufla Professora Associada/Presidente Da Comissão Permanente De Lavras MG
Política De Animais Da Ufla
7/7/2023 9:23:57 Adolfo Y Sasaki Veterinária Anclivepa Pr / Feclamev Pr / Sindivet Pr / Recem Eleito Presidente Presidente Curitiba PR
Crmvpr 2023-2026
7/7/2023 9:23:58 Jorge Luiz Maia Carneiro Veterinária Comissão De Bem Estar Animal Do Crmv-Am Membro Manaus AM

7/7/2023 9:24:06 Inara Carolina De Paula Ribas Agronomia SEMAD/GO Analista Ambiental Goiânia GO

7/7/2023 9:24:17 Carolina Madeira Lucci Veterinária Universidade De Brasília (Unb) Professora Pesquisadora Brasília DF

7/7/2023 9:24:24 Luciana Batalha De Miranda Araújo Veterinária Universidade Federal De Goiás Professor Associado Goiânia GO

7/7/2023 9:24:26 Ingrid Bueno Atayde Machado Veterinária Crmv-Go Vice-Presidente Goiânia GO

7/7/2023 9:24:54 Paulo Augusto Aragão Zunino Veterinária Crmv-Sc Assessor Técnico E De Gabinete Florianópolis SC

7/7/2023 9:24:54 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria De Defesa Animal Diretora Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/7/2023 9:26:01 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria De Defesa Animal Diretora Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/7/2023 9:26:02 Letícia Olbertz Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária Do Paraná Médica Veterinária Curitiba PR

7/7/2023 9:26:35 Sebastiana Aparecida Rocha Ferreira Protetora, Membro De Instituto Vida Viva Diretora De Assuntos Educacionais Francisco Morato SP
Associação
7/7/2023 9:26:46 Erivania Camelo De Almeida Veterinária Conselho Federal De Medicina Veterinária Chefe De Gabinete Brasília DF

7/7/2023 9:27:06 José Emílio Bezerra Ribeiro Neto Técnico Informática Secretaria Do Bem Estar Animal Assessor Administrativo Macapá AP

7/7/2023 9:27:14 Kauana Peixoto Mariano Barros Veterinária Semad/Go Analisa Ambiental Goiania GO

7/7/2023 9:27:14 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria De Defesa Animal Diretora Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/7/2023 9:27:26 Joana D'Arc Alencar Da Silva Brito Biológia Secretaria Municipal De Saude, Pavussu-PI Coordenadora De Saúde Pavussu PI

7/7/2023 9:27:33 Maria Do Socorro Monteiro Da Silva Engenheira Agrônoma Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Chefe De Divisão De Análise Técnica De Áreas Protegidas Manaus AM

7/7/2023 9:27:40 Gutemberg Felix Ferreira Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária De Pernambuco - Crmv- Assessor Técnico Recife PE
Pe
7/7/2023 9:28:55 Jose Luiz Jivago De Paula Rolo Veterinária Universidade De Brasília Médico Veterinário Brasília DF

7/7/2023 9:29:05 Bianca Barbara Fonseca Da Silva Veterinária UFPR Residente Paraná PR

7/7/2023 9:29:25 Pauline De Azevedo Machado Chaves Jornalista E Acadêmica De Centro Universitário Unicuritiba Auxiliar Laboratório Curitiba PR
Medicina Veterinária
7/7/2023 9:29:29 Alessandra Benedetti Ferreira Veterinária Ampara Animal Gestora Na Area De Controle Ético De Gatos De Vida Livre São Paulo SP

7/7/2023 9:29:34 Carla Sássi Veterinária Alpa Conselheiro Lafaiete Mg Coordenadora Geral Conselheiro MG
Lafaiete
7/7/2023 9:29:49 Eder Toledo Veterinária Sema Mt Coordenador De Fauna Cuiabá MT

7/7/2023 9:30:06 Rodrigo Adolpho Brasil De Oliveira Veterinária CRMV RR E Prefeitura De Boa Vista / Sec. Meio Ambiente Médico Veterinário Boa Vista RR

768
7/7/2023 9:30:22 Pamela Durando Direito Oab Membro Da Comissao Nacional De Direito Animal Petrolina PE

7/7/2023 9:30:52 Gilmar Araújo Assessor Parlamentar Câmara Dos Deputados Assessor Parlamentar Df DF

7/7/2023 9:31:54 Jessica Sodré Administração Secretaria Do Bem-Estar Animal Do Governo Do Estado Do Amapá Chefe De Gabinete Macapá AP

7/7/2023 9:32:54 Edson Evaristo Zootecnia Prefeitura Municipal De Curitiba Diretor De Fauna Curitiba PR

7/7/2023 9:33:48 Ana Paula De Vasconcelos Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal Diretora Jurídica Brasília DF

7/7/2023 9:36:54 Rebecca Politti Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Semil-Sp Coordenadora São Paulo SP

7/7/2023 9:37:02 Isnelda Maysonnave Direito Ufrr Administrador Boa Vista RR

7/7/2023 9:37:07 Carlos Tadeu Bandeira De Lavor Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Mudança Do Clima Do Ceará Coordenador De Defesa E Proteção Animal Fortaleza CE

7/7/2023 9:37:08 Alexander Welker Biondo Veterinária Universidade Federal Do Paraná - Ufpr Professor Titular Curitiba PR

7/7/2023 9:37:08 Diao Alex Chernehaque Direito Sda Sc Coordenador Florianópolis SC

7/7/2023 9:37:09 Ana Paula Coelho Ribeiro Veterinária Universidade Federal Do Norte Do Tocantins Docente Araguaina TO

7/7/2023 9:37:53 Adolfo Firmino Da Silva Neto. Veterinária Universidade Federal De Juiz De Fora Professor Associado. Juiz De Fora MG

7/7/2023 9:38:04 Ana Liz Ferreira Bastos Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo E Crmvmg Consultora E Conselheira Itabirito MG

7/7/2023 9:38:13 Montserrat Gonzalez Bevilaqua Comunicação Social/ Gabinete Do Deputado Federal Felipe Becari (União-Sp) Chefe De Gabinete São Paulo SP
Jornalismo E Especialista Em
Direito Legislativo
7/7/2023 9:38:18 Bárbara Gomes Lopes Biológia Secretaria Estadual De Meio Ambiente, Sustentabilidade E Fernando Assessora Técnica Recife PE
De Noronha De Pernambuco
7/7/2023 9:38:46 Angeline Ugarte Amorim Prof.Lic. Ciências Naturais E Sec. Mul. Meio Ambiente E Sustentabilidade Prof. Assist. Técnica No Dep. Mud. Climática E Áreas Protegidas Manaus AM
Mestre Em Ciências Do
Ambiente E Sustabilidade Da
Amazônia
7/7/2023 9:39:07 Adriana Da Silva Santos Veterinária CRMV/GO Conselheira Efetiva/ Professora IF GOIANO Urutaí GO

7/7/2023 9:41:07 Andreia De Paula Vieira Veterinária Sindivet Pr/Crmv Pr (Em Transição) Medica Veterinaria E Cientista De Bem-Estar Animal E Saude Curitiba PR
Unica
7/7/2023 9:41:42 Ricardo De Almeida Souza Veterinária Grupo CVRBG - Clinica Veterinaria Ricardo CEO E RT Medico Veterinario Mairinque SP

7/7/2023 9:42:13 Rogério Rammê Direito Projeto De Extensão Direitos Animais Ipa E Cusro De Pós Professor De Direito Animal E Advogado Animalista Porto Alegre RS
Graduação Em Direito Animal Da Ejusp
7/7/2023 9:42:57 Carlos Ítalo Suassuna De Oliveira Eng. Civil Secretaria De Meio Ambiente / Prefeitura De João Pessoa- PB Diretor De Bem-Estar Animal João Pessoa PB

7/7/2023 9:43:11 Maria Do Rosário Ramalho Garcia Veterinária Cfmv E Prefeitura De Fortaleza Membro Da Comissão Nacional De Bem Estar Animal E Fortaleza CE
(Rosânia Ramalho) Veterinária Na Prefeitura
7/7/2023 9:43:17 Graciela Kunrath Lima Biológia Ufmg - Comissão Permanente De Política De Animais Da Ufmg Bióloga Belo Horizonte MG

7/7/2023 9:46:07 Berenice Teresinha Prossi Direito Sema Chefe De Divisão Porto Alegre RS

7/7/2023 9:47:24 Laudenice Ferreira Monteiro Secretária De Estado Bem- Governo Do Estado Ap. Secretária Macapá AP
Estar Animal. /Protetora.
7/7/2023 9:48:14 Paula Veterinária Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Brasília DF

7/7/2023 9:48:22 Danielle Ferreira De Magalhaes Soares Veterinária Universidade Federal De Minas Gerais Professor Belo Horizonte MG

7/7/2023 9:48:28 Mariana Coelho Mirault Pinto Biologa E Veterinaria Semadesc/Ms - Secretaria De Meio Ambiente, Desenvolvimento, Bióloga/Médica Veterinária Campo Grande MS
Ciência, Tecnologia E Inovação.
7/7/2023 9:49:16 Matheus Batista Economia Masterfoods Brasil Estagiário De Relações Governamentais Campinas SP

7/7/2023 9:51:04 Patrícia Carvalho Da Silva Direito Secretaria De Estado De Meio Ambiente E Desenvolvimento Coordenadora Do Núcleo De Fauna Doméstica Belo Horizonte MG
Sustentável (SEMAD) De Minas Gerais
7/7/2023 9:51:07 Carla De Freitas Campos Veterinária Fiocruz Diretora-Adjunta Do ICTB E Coordenadora Do Fio-Saude Unica Rio De Janeiro RJ

7/7/2023 9:51:52 Altair Santana De Oliveira Veterinária Crmv-Ba Presidente Salvador BA

7/7/2023 9:52:07 Karen Cristina Camargo Caragnano Biológia Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Secretaria De Meio Diretora De Planejamento E Relações Institucionais São Paulo SP
Ambiente, Infraestrutura E Logística Do Estado De São Paulo
7/7/2023 9:54:13 Gustavo De Morais Donancio Veterinária CEDA-MPMG Assessor Belo Horizonte MG
Rodrigues Xaulim
7/7/2023 9:54:28 Helia Maria Piedade Veterinária Secretaria De Meio Ambiente, Infraestruura E Logistica Do Estado Especialista Ambiental Sao Paulo SP
De Sp
7/7/2023 9:55:24 Inácio Manassi Da Conceição Brandolt Veterinária UNIPAMPA - Universidade Federal Do Pampa Médico Veterinário - Diretor Do Hospital Veterinário Da Instituição Uruguaiana RS

7/7/2023 9:55:27 Claudio Ronaldo Barros Bordalo Direito Comissão De Defesa Dos Animais Da Oab/Pa. Vice-Presidente Belém PA

7/7/2023 9:55:38 Paulo Cesar Maiorka Veterinária Universidade De São Paulo Professor São Paulo SP

7/7/2023 9:56:24 Darly Geraldo De Sena Junior Agronomia Universidade Federal De Jataí Professor Jataí GO

7/7/2023 9:58:23 Laura Reis E Silva Veterinária Secretaria Do Meio Ambiente (Sema) - Universidade De Brasília Unb Médica Veterinária Brasília DF

7/7/2023 10:08:01 Iolanda Silva Direito Setorial Direito Animal Pt Pe Autônoma Olinda PE

7/7/2023 10:08:57 Luana De Aguiar Paes Veterinária Secretaria De Meio Ambiente Da Unb Médica Veterinária Brasília DF

7/7/2023 10:09:59 Leticia Santos Rezende Veterinária Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia Docente/Diretora Do Hospital Veterinário Cruz Das Almas BA

7/7/2023 10:10:04 Fabieni Okiyama Veterinária Fav Unb Médica Veterinária Brasilia DF

7/7/2023 10:14:07 Tatiane Magalhães Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Diretora Tecnica Ii São Paulo SP

7/7/2023 10:16:20 Susy Saiki Administração Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Semil/Sp Diretora Técnica I São Paulo SP

7/7/2023 10:16:52 Edna Miyoko Yano Enfermeira, Defensora Da Na Na Varginha MG


Saude Unica, Conselheira No
Conselho Municipal De Saude
De Varginha/Mg, Membro Co
Coletivo Rio Verde Vivo.
7/7/2023 10:17:35 Rafaela Carolina Lopes Assis Luns Veterinária Crmv-Mg Chefe De Fiscalização Belo Horizonte MG

7/7/2023 10:26:25 Carla Manarte Arquiteta E Urbanista Associação Sem Raça Definida Presidente Manaus AM

7/7/2023 10:31:30 Yasmin Da Silva Gonçalves Da Rocha Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Embaixadora São José Dos PR
Pinhais
7/7/2023 10:34:24 Alexandre Moura Engenheiro Agrônomo Apime E Lar Irmãos Animais Vice Presidente Apime Recife PE

7/7/2023 10:41:25 Vania Plaza Nunes Veterinária Forum Nacional De Protecao E Defesa Animalal Diretora Tecnica Jundiai SP

7/7/2023 10:48:18 Felipe Lima Santos Gestão De Políticas Públicas Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Secretaria De Meio Diretor Técnico Ii São Paulo SP
Ambiente/Sp
7/7/2023 10:49:58 Francisco Atualpa Soares Júnior Veterinária Crmv-Ce Presidente Fortaleza CE

7/7/2023 10:50:13 Nathalia ONG Sem Raça Definida Vice-Presidente Manaus AM

7/7/2023 10:50:46 Flávia Dias Suassuna Biológia Secretaria De Estado Do Meio Ambiente E Sustentabilidade Da Gerente Operacional De Descarbonização João Pessoa PB
Paraíba
7/7/2023 10:52:10 Ludney De Queiróz Alvares Mendes Psicologia/Psicopedagogia Secretaria De Estado De Desenvolvimento Ambiental - SEDAM Gerente De Projetos Em Educação Ambiental Porto Velho RO

7/7/2023 10:52:28 Fernando Rodrigo Zacchi Veterinária Crmv-Sc Assessor Florianópolis SC

7/7/2023 10:53:27 Ricardo Luiz De Oliveira Gestão Pública CRMV MG Fiscal Belo Horizonte MG

7/7/2023 10:57:24 Maria Clara Carlos Da Silva Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária Conselheira Efetiva Maceio AL

7/7/2023 10:58:31 Ana Paula De Vasconcelos Direito Comissão De Direito Dos Animais Da OAB-DF Vice Presidente Brasília DF

7/7/2023 10:59:44 Taciana Galba Da Silva Tenório Veterinária Hospital Veterinário Universitário - Campus Ministro Petrônio Portella Diretora Teresina PI
- Universidade Federal Do Piauí
7/7/2023 10:59:55 Aulus Teixeira Silva Gestão Pública Rede Sustentabilidade Coordenador Nacional De Comunicação Irecê BA

7/7/2023 11:01:33 Bruna Rodrigues Dos Santos Estudante De Direito Secretaria De Meio Ambiente E Recursos Hídricos Do Estado Do Gerente De Bem-Estar Animal Vitória ES
Espírito Santo
7/7/2023 11:02:57 Denizard Andre De Abreu Delfino Veterinária Grupo Técnico Saúde Única Da Coordenação-Geral De Vigilância De Médico Veterinário Brasília DF
Zoonoses E Doenças De Transmissão Vetorial (Cgzv/Dedt/Svsa/Ms)
7/7/2023 11:03:27 Isa Porto Meireles Zootecnia Crmv-Ba Assessora Técnica Da Presidência Salvador BA

7/7/2023 11:04:14 Raphael Antonio De Oliveira Silva Biológia UFMS Técnico Em Assuntos Educacionais Paranaíba MS

7/7/2023 11:04:58 Camila Dantas Da Cunha Pereira Veterinária Adema/SE Médica Veterinária, Analista Ambiental, Representante Do Cetas Aracaju SE
Estadual E Do Zoológico Do Estado
7/7/2023 11:13:08 Dharana Guedes Mendonça Antunes Veterinária Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Brasília DF

7/7/2023 11:13:26 Idevania Vieira Veterinária Gerência De Zoonoses _Teresina Piaui Gerente Teresina PI

7/7/2023 11:16:00 Fabiana Letícia Pereira Alves Stecca Administração Universidade Federal De Santa Maria - Ufsm Professora Coordenadora Do Projeto Zelo Santa Maria RS

7/7/2023 11:16:40 Márcia Maria De Paula Opção 5 Vigilância Em Saúde Município De Lavras MG Coordenadora Vigilância Em Saúde Ambiental Lavras MG

7/7/2023 11:28:12 Juliana Prudêncio Opção 5 Uvb Animal Presidente Três Corações MG

7/7/2023 11:42:41 Joel Pereira Dias De Souza Aráujo Opção 5 Semsa Agente De Vigilância Em Zoonoses Rio Branco AC

7/7/2023 12:08:17 Syslayne Carlos Da Silva Costa Arquitetura E Urbanismo Secretaria Municipal Do Meio Ambiente - SEMA Aracaju Assessora Técnica Aracaju SE

7/7/2023 12:27:50 Carla Viviane Fernandes De Sousa Direito Associação De Proteção Aos Animais De Pouso Alegre MG SOS Presidente Pouso Alegre MG
BICHOS
7/7/2023 14:44:20 Leticia Santos Rezende Veterinária Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia Docente/Diretora Do Hospital Veterinário Cruz Das Almas BA

769
7/7/2023 14:44:36 Simone Perecmanis Veterinária Hvet/Fav/Unb Diretora Do Hospital Veterinário Da Unb Brasilia DF

7/7/2023 14:45:07 Inajara Fiusa De Barros Ramos Biológia Coletivo Amigos Dos Animais De Assis - FCL/UNESP - Assis Doutoranda Em Biociências Assis SP

7/7/2023 14:45:58 Laudenice Monteiro Protetora Governo/Secretaria Bem-Estar Animal Secretária Macapá AP

7/7/2023 14:46:27 Denizard André De Abreu Delfino Veterinária Ministério Da Saúde-GT. Saúde Única-Controle De Zoonoses Médico Veterinário Brasília DF

7/7/2023 14:46:55 Monica Koch Biológia Semae - Sc Gerente De Integração E Planejamento Ambiental Florianopolis SC

7/7/2023 14:48:41 Carlos Eduardo Rodrigues Especialista Em Manejo De Setescc - Secretária De Estado, Turismo, Esporte, Cultura E Assessor Especial De Defesa E Proteção Animal Campo Grande MS
Animais Cidadania
7/7/2023 14:49:01 Júlio Araújo Silva Nutrição Secretaria Estadual De Saude Do Piauí- 9a. Coordenação Regional Laboratorista Picos PI
De Saúde
7/7/2023 14:49:08 Carlos Gabriel Almeida Dias Veterinária Saúde Única Ictb Fiocruz Rj Médico Veterinário Rio De Janeiro RJ

7/7/2023 14:49:20 Sandro De Melo Braga Veterinária Universidade Federal De Goiás Professor Do Magistério Superior Goiânia GO

7/7/2023 14:49:40 Anderson Correia Direito Câmara Municipal De Caruaru Vereador Caruaru PE

7/7/2023 14:50:18 Helia Maria Piedade Veterinária Secretaria De Meio Ambiente, Infraestrutura E Logistica Do Estado Especialista Ambiental Sp SP
De Sp
7/7/2023 14:51:30 Kauana Peixoto Mariano Barros Veterinária Semad/Go Analista Ambiental Goiânia GO

7/7/2023 14:52:22 Severino Silvano Dos Santos Higino Veterinária Universidade Federal De Campina Grande Coordenador De Ensino Patos PB

7/7/2023 14:52:50 Daniela Patricia Tozetto Veterinária Sedest Assessora Técnica Curitiba PR

7/7/2023 14:54:55 Isabella Santana Veterinária UFU Técnico Administrativo Uberlandia MG

7/7/2023 14:55:07 Nazaré Fonseca De Souza Veterinária Crmv-Pa Presidente Belém PA

7/7/2023 14:58:15 Isnelda Maysonnave Direito Ufrr Administrador Boa Vista RR

7/7/2023 14:59:08 Fernanda Braga Biológia Sedest Coordenadora De Recursos Naturais E Educação Ambiental Curitiba PR

7/7/2023 15:03:30 Ana Cristina Araujo Pinto Veterinária Fiocruz Veterinária Rio De Janeiro RJ

7/7/2023 15:09:11 Cris Moraes Direito Câmara Municipal De Canoas Vereador Canoas RS

7/7/2023 15:09:14 Taciana Galba Da Silva Tenório Veterinária HVU/CMPP/UFPI Diretora Teresina PI

7/7/2023 15:10:57 Susy Hevellyn Souza Pinheiro Biológia Semmas Diretora De Departamento Amazonas AM

7/7/2023 15:12:36 Carolina Madeira Lucci Veterinária Universidade De Brasília Professora Pesquisadora Brasília DF

7/7/2023 15:18:08 Selma Luiz Duarte Direito Comissao De Proteção Juridica A Familia Multiespécie Presidente Brasilia DF

7/7/2023 15:21:32 Idevania Vieira Do Nascimento Veterinária Gerência De Zoonoses Teresina Piauí Gerente Teresina PI

7/7/2023 15:28:04 Paulo Campos História/Música Setorial De Direitos Animais Do Partido Dos Trabalhadores Coordenador Adjunto Belo Horizonte MG

7/7/2023 15:28:42 Bianca Barbara Fonseca Da Silva Veterinária UFPR Residente Paraná PR

7/7/2023 15:29:38 Simone Perecmanis Veterinária Hvet/Fav/Unb Diretora Do Hospital Veterinário Unb Brasilia DF

7/7/2023 15:30:17 Pamela Durando Direito Oab Advogada Petrolina PE

7/7/2023 15:30:40 Sônia Martins Teodoro Zootecnia Uesb / Ong Sos Animais De Rua Docente / Voluntária Da Ong Itapetinga BA

7/7/2023 15:31:24 Ariene Cristina Dias Guimarães Biológia Coordenação De Bem-Estar Animal Da Ufpe Coordenadora/Professora Recife PE

7/7/2023 15:31:28 Leonardo Maciel Veterinária Prefeitura De Belo Horizonte Gerente De Defesa Dos Animais Belo Horizonte MG

7/7/2023 15:33:13 Hortencia Martins Barreto Pimenta Protetora Deputado Federal Leo Prates Protetora Irecê BA

7/7/2023 16:55:59 Agda Roberta Farias Frare Direito Comissão De Proteção E Defesa Animal Oab Amparo Presidente Amparo SP

7/7/2023 17:06:24 Ludney De Queiróz Alvares Mendes Psicóloga Secretaria De Estado De Desenvolvimento Ambiental-SEDAM Gerente De Projetos Em Educação Ambiental/CEAM Porto Velho RO

7/7/2023 17:11:34 Maridelzira Betânia Moraes David Veterinária Universidade Federal Rural Da Amazônia Médica Veterinária Belém PA

7/7/2023 17:12:29 Antonio Manoel Linhares De Sousa Coordenador De Endemias Secretaria Municipal De Saúde De São Pedro Do Piauí Coordenador De Endemias São Pedro Do PI
Piauí
7/7/2023 17:13:13 Vania Plaza Nunes Veterinária Forum Nacional De Proteção E Defesa Animal Diretora Tecnica Jundiai SP

7/7/2023 17:13:48 Maria Raquel Isnard Moulin Veterinária Universidade Federal De Lavras - Ufla Professora Associada Lavras MG

7/7/2023 17:22:09 Eliana Aparecida Malta Proteção Animal Rockbicho Assoc Prot Animal Diretoria Belo Horizonte MG

7/7/2023 17:31:36 Roberta Carvalho Ciências Naturais Ibama Técnico Ambiental Brasília DF

7/7/2023 17:35:42 Pauline De Azevedo Machado Chaves Jornalista E Academica De Centro Universitário Unicuritiba Educadora Administrativa Curitiba PR
Medicina Veterinaria
7/8/2023 8:17:45 Rosânia Ramalho Veterinária Cobea/Cfmv E Prefeitura De Fortaleza Membro Da Comissão E Apoio Técnico Fortaleza CE

7/8/2023 23:07:49 Marco Ciampi Tecnico Em Comércio Exterior Arca Brasil - Associação Humanitária De Prot. E Bem-Estar Animal Presidente/Diretor Executivo São Paulo SP

7/10/2023 17:57:44 Joana Darc Cordeiro De Lima Direito Comissão De Proteção Aos Animais, Meio Ambiente E Presidente / Deputada Estadual Manaus AM
Desenvolvimento Sustentável Da Assembleia Legislativa Do
Amazonas
7/14/2023 9:02:46 Juliana Maria Rocha Pinheiro Bezerra Direito OAB/RN Presidente Da Comissão De Direito Animal Natal RN
Da Silva
7/14/2023 9:03:27 Cláudio Yudi Kanayama Veterinária Universidad De Uberaba - Hospital Veterinário Da Uniube Gerente Clínico, Gestor E Rt / Crmv Mg-6191 Uberaba MG

7/14/2023 9:03:30 Fabiane Peter Direito Secretária De Qualidade Ambiental Chefe De Setor - Coordenadora Castrações E Políticas Públicas Pelotas - RS RS

7/14/2023 9:04:03 Renata Santinelli Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal/ Frente Mineira De Fórum Animal - Coordenadora Política/ Frente Mineira - Alfenas MG
Proteção Animal Idealizadora
7/14/2023 9:05:22 Camila Martins Pires Biológia Associação De Proteção Animal De Tefé - Apat/Am Fundadora/Voluntária Tefé AM

7/14/2023 9:06:09 Agda Roberta Farias Frare Direito Comissão De Proteção E Defesa Animal - Oab - Amparo/Sp Presidente Amparo SP

7/14/2023 9:06:24 Jorge Luiz Maia Carneiro Veterinária Cebea Crmv Am Integrante Manaus AM

7/14/2023 9:06:46 Hortência Barreto Pimenta Protetor Deputado Federal Leo Prates Protetora Irecê BA

7/14/2023 9:07:25 Brunna Gabriela Gonçalves De Oliveira Veterinária IMVC Analista Técnica Belo Horizonte MG
Ferreira
7/14/2023 9:07:30 Paula Andrea De Santis Bastos Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo -IMVC Conselheira Fiscal São Paulo SP

7/14/2023 9:07:44 Ana Lucia Baldan Veterinária Ufpr Doutoranda Curitiba PR

7/14/2023 9:07:51 Monica Koch Biológia Semae - Sc Gerente De Integração E Planejamento Ambiental Florianopolis SC

7/14/2023 9:07:54 Paulo Cesar Maiorka Veterinária Usp Professor São Paulo SP

7/14/2023 9:07:56 Leonardo Nápol Veterinária Conselho Federal De Medicina Veterinária Membro Da Comissão Nacional De Desastres Em Massa Curitiba PR

7/14/2023 9:07:58 Rosangela Gebara Veterinária Cobea - Cfmv E Imvc Membro Comissao De Bem-Estar (Cfmv) E Coordenadora De São Paulo SP
Projetos
7/14/2023 9:08:05 Maria Raquel Isnard Moulin Veterinária Universidade Federal De Lavras - Ufla Professora Associada/Presidente Da Comissão Permanente De Lavras MG
Políticas De Animais Da Ufla
7/14/2023 9:08:09 Luciane Cristina Menegolo Veterinária Secretaria Estadual Do Bem Estar Animal Coordenadora De Saúde Macapá AP

7/14/2023 9:08:11 Bárbara Gomes Lopes Biológia Secretaria Estadual De Meio Ambiente, Sustentabilidade E Fernando Assessora Técnica Recife PE
De Noronha De Pernambuco
7/14/2023 9:08:13 Fernando Zacchi Veterinária Crmv-Sc Assessor Florianópolis SC

7/14/2023 9:08:18 Sônia Martins Teodoro Zootecnia Uesb E Sos Animais De Rua Docente E Pesquisadora / Voluntária Itapetinga BA

7/14/2023 9:08:20 Katia Souza Economista Mars Gerente De Relações Governamentais Campinas SP

7/14/2023 9:08:21 Michele Brugnerotto Veterinária Sesa/Pr Médica Veterinária Curitiba PR

7/14/2023 9:08:26 Laerzio Chiesorin Neto Veterinária Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade - Assistente Técnico De Ensino Superior Manaus AM
Semmas. Prefeitura De Manaus, Amazonas
7/14/2023 9:08:39 Ana Paula Monteiro Tenório Veterinária Universidade Federal Rural De Pernambuco Diretora Do Departamento De Medicina Veterinária Recife PE

7/14/2023 9:08:46 Edna Miyoko Yano Enfermeira Na Professora E Conseheira Do Conselho Municipal De Saude Varginha MG

7/14/2023 9:08:54 Clara Inês Da Silva Sullyvan Veterinária Secretaria De Bem- Estar Animal Chefe De Departamento De Saúde Animal Macapá AP

7/14/2023 9:09:13 Laudenice Ferreira Monteiro Protetora Governo Secretária Macapá AP

7/14/2023 9:09:22 Vágila Frota Gomes Direito Direito Animal Do Brasil - Dab Presidente Do Conselho Diretor Camocim CE

7/14/2023 9:09:34 Aline Bezerra Virginio Nunes Veterinária Prefeitura De Belo Horizonte/ Secretaria Municipal De Saúde Gerente De Esterilização De Animais - Veterinária Belo Horizonte MG

7/14/2023 9:09:39 Nubia Elizabeth De Santana E Silva Veterinária DPDA/MMA Analista Ambiental Brasilia DF

7/14/2023 9:09:44 Edilene Dias Cerqueira Gestão Pública Secretaria Do Meio Ambiente E Proteção Animal Do Df Subsecretaria De Proteção Animal Brasília DF

7/14/2023 9:10:45 Arturr Kanadani Campos Veterinária Universidade Federal De Viçosa Professor Viçosa MG

7/14/2023 9:11:09 Ana Júlia Santos Thoma Veterinária Ufpr Residente Em Medicina Veterinária Do Coletivo Curitiba PR

7/14/2023 9:11:18 Francisco José Garcia Figueiredo Direito Universidade Federal Da Paraíba (Núcleo De Justiça Animal - Neja) Professor Joáo Pessoa PB

770
7/14/2023 9:12:02 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria De Defesa Animal - Cooda Coordenadora Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/14/2023 9:12:56 Daniela Patricia Tozetto Veterinária Sedest Assessora Técnica Curitiba PR

7/14/2023 9:14:17 Thaís Câmara Tavares Veterinária Coordenadoria De Proteção E Defesa Dos Animais Do Estado Do Assistente Técnica Fortaleza CE
Ceará
7/14/2023 9:14:50 José Eduardo Chaib De Moraes Veterinária Agemcamp/ Camara Tematica De Bem Estar Animal E Saude Animal Coordenador Medico Veterinario Regiao De SP
Pref. De Jaguariuna Campinas
Jaguariuna-SP
7/14/2023 9:18:40 Karen Cristina Camargo Caragnano Biológia Secretaria De Meio Ambiente, Infraestrutura E Logística Do Estado Diretora De Planejamento E Relações Institucionais São Paulo SP
De Sp - Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal
7/14/2023 9:19:08 Ana Paula De Vasconcelos Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal Diretora Juridica Brasília DF

7/14/2023 9:21:12 Rafaela Carolina Lopes Assis Luns Veterinária Crmv-Mg Chefe De Fiscalização Do Crmv-Mg Belo Horizonte MG

7/14/2023 9:21:38 Inácio Manassi Da Conceição Brandolt Veterinária UNIPAMPA - Universidade Federal Do Pampa Médico Veterinário, Diretor Do Hospital Veterinário Da Instituição Uruguaiana RS

7/14/2023 9:22:36 Joana Darc Alencar Da Silva Brito Biológia Secretaria Municipal De Saúde De Pavussu-PI. Coordenadora Pavussu-PI. PI

7/14/2023 9:22:37 Virgínia Emerich Veterinária Crmv-Es Presidente Vitória ES

7/14/2023 9:22:56 Angela Varella Katz Veterinária Vigilância Ambiental/Prefeitura De Holambra Coordenadora Técnica Holambra SP

7/14/2023 9:23:06 Gutemberg Felix Ferreira Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária De Pernambuco (Crmv- Assessor Técnico Recife PE
Pe)
7/14/2023 9:23:11 Marilene Vasconcelos Da Silva Brazil Biológia Secretaria De Estado De Meio Ambiente E Políticas Índigenas Chefe Do Dpto De Biodiversidade Rio Branco AC

7/14/2023 9:23:13 Montserrat Bevilaqua Jornalista E Especialista Em Gabinete Do Deputado Federal Felipe Becari (União-Sp) Chefe De Gabinete Brasília DF
Direito Legislativo
7/14/2023 9:23:34 Júlia Amorim Faria Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Médica-Veterinária Belo Horizonte MG

7/14/2023 9:23:52 Patrícia Carvalho Da Silva Direito Secretaria De Estado De Meio Ambiente E Desenvolvimento Coordenadora Do Núcleo De Fauna Doméstica Belo Horizonte MG
Sustentável De Minas Gerais
7/14/2023 9:24:44 Selma Luiz Duarte Direito Comissão De Proteção Jurídica À Família Multiespécie Presidente Brasilia DF

7/14/2023 9:28:25 Carlos Tadeu Bandeira De Lavor Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Mudança Do Clima Do Ceará Coordenador De Defesa E Proteção Animal Fortaleza CE

7/14/2023 9:31:33 Rebecca Politti Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Coordenadora São Paulo SP

7/14/2023 9:31:34 Angeline Ugarte Amorim Professora Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Professora Assistente Técnica Manaus AM

7/14/2023 9:38:32 Graziela Bette Francisco Veterinária Ufpr (Residência Em Medicina Veterinária Do Coletivo) Residente Em Medicina Veterinária Do Coletivo Pela Ufpr Curitiba PR

7/14/2023 9:39:56 Gilmar Araújo Opção 5 Câmara Dos Deputados Assessor Parlamentar Df DF

7/14/2023 9:47:28 Maria Do Socorro Monteiro Da Silva Engenheira Agrônoma Semmas Manaus Chefe De Divisão De Análise Técnica De Áreas Protegidas Manaus AM

7/14/2023 9:53:00 Graciela Kunrath Lima Biológia Ufmg - Comissão Permanente De Políticas De Animais Dos Campi Bióloga Belo Horizonte MG

7/14/2023 10:05:43 Leonildo De Lima Fonseca Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Sustentabilidade Do Estado Da Assessor De Gabinete João Pessoa PB
Paraíba
7/14/2023 10:06:20 Rodrigo Marques Dias Veterinária Secretaria De Estado Do Meio Ambiente Do Estado Do Amazonas - Gestor Da Assessoria De Bem-Estar Animal Manaus AM
Sema/Am
7/14/2023 10:06:35 Graciela Naibert Giurni Veterinária Bancada Pt Rs E Mandato Dep. Leonel Radde Assessora Tecnica Bancada Pt Porto Alegre RS

7/14/2023 10:13:25 Juliana Tozzi De Almeida Veterinária CRMV-ES Médica Veterinária Vitória ES

7/14/2023 10:14:11 Ana Cristina Araujo Pinto Veterinária Fiocruz Coordenado Do Programa De Saúde Única Rio De Janeiro RJ

7/14/2023 10:18:03 Susy Hevellyn Souza Pinheiro Biológia Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade – Diretora De Departamento Manaus -Am AM
Semmas
7/14/2023 10:25:43 Basquete Veterinária Universidade Federal Rural Da Amazônia Medica Veterinaria Belém PA

7/14/2023 10:25:57 Gustavo De Morais Donancio Veterinária CEDA/MPMG Médico-Veterinário/Assessor Belo Horizonte MG
Rodrigues Xaulim
7/14/2023 10:26:03 Pamela Durando Direito Oab Pernambuco Advogada Petrolina PE

7/14/2023 10:26:26 Amanda Bellettini Munari Engenheira Ambiental Sema-Rs Assessora Especial Porto Alegre RS

7/14/2023 10:26:35 Sônia Martins Teodoro Zootecnia Uesb E Sos Animais De Rua Docente E Voluntária Itapetinga BA

7/14/2023 10:26:38 Eliana Malta Osc Protecao Animal Rockbicho Assoc Prot Animal Diretora Belo Horizonte MG

7/14/2023 10:27:32 Núbia Souza Oliveira De Medeiros Engenheira Ambiental Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Brasília DF

7/14/2023 10:28:11 Maria Do Rosário Ramalho Garcia Veterinária Cfmv/Crmv/Prefeitura De Fortaleza/Ce Membro Da Comissão Nacional E Regional Do Cfmv E Crmv, Fortaleza CE
Veterinária Da Prefeitura De Fortaleza
7/14/2023 10:28:21 Rebecca Politti Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Semil/Sp Coordenadora São Paulo SP

7/14/2023 10:29:54 Rosângela De Oliveira Alves Carvalho Veterinária HV/EVZ/UFG Professora Do Magistério Superior/ Diretora Do HV Goiânia GO

7/14/2023 10:30:46 Adriana Araújo Administração De Empresas E Mmda Movimento Mineiro Pelos Direitos Animais Coordenadora Belo Horizonte MG
Pública
7/14/2023 10:31:47 Carolina Madeira Lucci Veterinária Unb Professora Pesquisadora Brasília DF

7/14/2023 10:31:50 Severino Silvano Dos Santos Higino Veterinária Universidade Federal De Campina Grande Professor/Coordenador De Curso Patos PB

7/14/2023 10:35:09 Márcia Maria De Paula Opção 5 Vigilância Em Saúde Ambiental Coordenadora Lavras-MG MG

7/14/2023 10:43:07 Paulo Augusto Aragão Zunino Veterinária Crmv-Sc Assessor Técnico Florianópolis SC

7/14/2023 10:45:00 Alessandra Benedetti Ferreira Veterinária Ampara Animal Veterinária Jundiai MG

7/14/2023 10:50:10 Nazaré Fonseca De Souza Veterinária Crmv-Pa Presidente Belém PA

7/14/2023 10:52:24 Angeline Ugarte Amorim Professora Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Professora Assistente Técnica Manaus AM

7/14/2023 10:56:46 Maria Clara Carlos Da Silva Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária Conselheira Efetiva Rio Largo AL

7/14/2023 10:57:09 Vicente De Paula Ataide Junior Direito Universidade Federal Do Paraná Professor Adjunto Curitiba PR

7/14/2023 10:58:12 Lucyan Santos Abreu Direito Secretaria Do Bem-Estar Animal Do Amapá - Secbea Assistente Técnico-Jurídico Macapá AP

7/14/2023 10:58:59 Aulus Teixeira Silva Gestão Pública Rede Sustentabilidade Coordenação Nacional De Comunicação / Salvador BA

7/14/2023 11:02:46 Lucas Galdioli Veterinária Imvc Vice-Presidente Curitiba PR

7/14/2023 11:09:49 Vania Plaza Nunes Veterinária Forum Nacional De Proteção E Defesa Animal Diretora Tecnica Jundiai SP

7/14/2023 11:20:23 Mônica Melo Sociologia Superintendencia De Defesa E Proteção Animal Do Estado De Superintendente Maceió AL
Alagoas.
7/14/2023 11:31:43 Julio Araújo Silva Nutrição Sesapi Laboratorista Picos PI

7/14/2023 11:36:14 Ludney De Queiróz Alvares Mendes Psicologia Secretaria De Estado De Desenvolvimento Ambiental -Sedam Gerente De Projetos Em Educação Ambiental Porto Velho RO

7/14/2023 11:59:08 Paulo Abílio Varella Lisboa Veterinária Fiocruz Tecnologista Rio De Janeiro RJ

7/14/2023 12:07:38 Luciana Imaculada De Paula Direito Ceda/Mpmg Promotora De Justiça Belo Horizonte MG

7/14/2023 12:07:57 Gutemberg Felix Ferreira Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária De Pernambuco (Crmv- Assessor Técnico Recife PE
Pe)
7/14/2023 12:19:43 Eliana Malta Osc Prot Animal Rockbicho Diretora Belo Horizonte MG

7/14/2023 12:25:08 Adolfo Firmino Da Silva Neto Veterinária UFJF Professor Juiz De Fora MG

7/14/2023 13:17:42 Celso Christo Coutinho Da Silva Veterinária Prefeitura Municipal De Vila Velha-ES E CRMV-ES Diretor De Bem Estar Animal Vila Velha ES

7/14/2023 14:35:36 Adriana Borsa Veterinária Ufmt Professora Cuiaba MT

7/14/2023 14:41:55 Leticia Santos Rezende Veterinária Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia Professora/Diretora Do Hospital Veterinário Cruz Das Almas BA

7/14/2023 14:54:55 Letícia Olbertz Veterinária Crmv-Pr Médica Veterinária Curitiba PR

7/14/2023 15:09:31 Idevania Vieira Do Nascimento Veterinária Gerência De Zoonoses Teresina Piauí Medica Veterinária Teresina PI

7/14/2023 15:09:33 Rafael Stedile Veterinária Crmv-Pr Médico-Veterinário (Assessoria Técnica) Curitiba PR

7/14/2023 15:09:36 Gabrielle Kayle Braga Alves Veterinária Dab Diretoria Fortaleza CE

7/14/2023 15:09:53 Jaqueline Santos Sousa Veterinária Secretaria Estadual De Saúde De Pernambuco E Conselho Regional Analista Em Saúde Sanitarista Caruaru PE
De Medicina Veterinária De Pe
7/14/2023 15:10:10 Angela Varella Katz Veterinária Vigilância Ambiental/Prefeitura Coordenadora Técnica Holambra SP

7/14/2023 15:10:31 Miriam Neder De Assis Falce Administração Associação Amor Não Tem Raça -JF Presidente Juiz De Fora MG

7/14/2023 15:10:49 Joel Pereira Gestão Publica Semsa Ac Agente De Vigilância Em Zoonoses Rio Branco AC

7/14/2023 15:10:52 Agda Roberta Farias Frare Direito Cpda - Oab Amparo Presidente Amparo SP

7/14/2023 15:11:47 Álvaro Luiz Figueiredo Pereira De Direito Prefeitura/Controladoria Municipal De Petrolina Coordenador E Controlador Do Município Petrolina PE
Azeredo
7/14/2023 15:13:36 Edna Miyoko Yano Enermeira, Protetora, Na Na Varginha MG
Conselheira De Saude
7/14/2023 15:27:48 Pauline De Azevedo Machado Chaves Jornalista E Acadêmica De Centro Universitário Unicuritiba Clínica Escola Veterinária Unicuriitba Curitiba PR
Medicina Veterinária
7/14/2023 16:49:15 Syslayne Carlos Da Silva Costa Arquitetura E Urbanismo Secretaria Municipal Do Meio Ambiente - SEMA Aracaju Assessora Técnica Aracaju SE

7/14/2023 18:02:18 Vania Plaza Nunes Veterinária Fnpda Diretora Tecnica Jundiai SP

771
7/14/2023 18:03:31 Berenice Teresinha Prossi Ciências Jurídicas E Sociais Sema - Divisão De Políticas Públicas Para Animais Chefia De Divisão Porto Alegre RS

7/14/2023 18:03:40 Marcelo Campos Rodrigues Veterinária Ufpi Professor Teresina PI

7/14/2023 18:04:55 Taciana Galba Da Silva Tenório Veterinária Hospital Veterinário Universitário - Campus Ministro Petronio Portella Diretora Teresina PI
- Universidade Federal Do Piauí
7/14/2023 18:07:05 Ana Paula De Abreu Botelho Filosofia Individual Ética E Educação Multiespécie Rj RJ

7/14/2023 18:27:30 Dario Marcio Do Carmo Gestao Publica E Adm Instituto Anjos De Luz Presidente Guarulhos SP

7/21/2023 9:03:19 Leonardo Nápoli Veterinária Cfmv Secretário Geral Do Crmv-Pr Curitiba PR

7/21/2023 9:09:09 Ronaldo G Morato Veterinária Dcbio-Mma Coordenador Geral Brasília DF

7/21/2023 9:10:58 Ana Lucia Baldan Veterinária Ufpr Doutoranda Curitiba PR

7/21/2023 9:11:03 Jessica Sodre Administração Secretaria Do Bem-Estar Animal Governo Do Amapá Chefe De Gabinete Macapá AP

7/21/2023 9:11:20 Maria Raquel Isnard Moulin Veterinária Universidade Federal De Lavras - Ufla Docente - Comissão Permanente De Política De Animais Lavras MG

7/21/2023 9:11:24 Aulus Teixeira Silva Gestão Pública Elo Animal - Rede Sustentabilidade Coordenação Nacional De Comunicação/ Coordenação Bahia Salvador BA

7/21/2023 9:11:26 Sônia Martins Teodoro Zootecnia Uesb / Sos Animais De Rua Docente E Pesquisadora / Voluntária Itapetinga BA

7/21/2023 9:11:32 Edna Miyoko Yano Enfermeira, Professora, Na Na Varginha MG


Protetora, Ativista
7/21/2023 9:11:36 Rodrigo Mendes Carvalho Martinez Veterinária Vet Nômade Gestor Porto Seguro Ba BA

7/21/2023 9:11:36 Francimery Bastos Setorial Direitos Animais Pt Sda Df Ass Social Brasília DF

7/21/2023 9:11:37 Giselle Ferreira Sodré Direito Ufpr Mestranda Novo Acordo TO

7/21/2023 9:11:39 Roberta Glaucia Pessoa De Carvalho Ciências Naturais Ibama Técnica Ambiental Brasília DF

7/21/2023 9:11:39 Andrea Leão Gil Veterinária Médica Veterinária Autonoma Voluntária Em Projetos Socias Goiânia GO

7/21/2023 9:11:42 Eliana Malta Osc Protecao Animal Rockbicho.Org Diretoria Belo Horizonte MG

7/21/2023 9:11:51 Carlos Pinotti Administrador Aaaano - Osc Da Causa Animal Presidente Nova Odessa SP

7/21/2023 9:11:58 Laerzio Chiesorin Neto Veterinária Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Da Assistente Técnico De Nível Superior Manaus AM
Prefeitura De Manaus
7/21/2023 9:11:58 Edson Ferraz Evaristo De Paula Zootecnia Departamento De Pesquisa E Conservação Da Fauna Diretor Curitiba PR

7/21/2023 9:11:59 Amanda Bellettini Munari Engenharia Ambiental Sema/Rs Assessora Especial Porto Alegre RS

7/21/2023 9:12:03 Camila Martins Pires Biológia Associação De Proteção Animal De Tefé (Apat) - Am Voluntária/Fundadora Tefé AM

7/21/2023 9:12:08 Carlos Tadeu Bandeira De Lavor Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Mudança Do Clima Coordenador De Defesa E Proteção Animal Fortaleza CE

7/21/2023 9:12:08 Diao Alex Chernehaque Direito Sda Pt Sc Coordenador Florianópolis SC

7/21/2023 9:12:08 Katia Chubaci Veterinária Castrabus E Chubaci Sócia Proprietária Florianópolis SC

7/21/2023 9:12:20 Ricardo De Almeida Souza Veterinária Grupo CVR-BG MV RT E CEO Mairinque SP

7/21/2023 9:12:28 Alisson Oliveira Da Silva Veterinária Prefeitura Municipal De Belo Horizonte Técnico Superior Em Saúde - Médico Veterinário Belo Horizonte MG

7/21/2023 9:12:46 Adriana Araújo Mmda Adm Empresas E Movimento Mineiro Pelos Direitos Animais Mmda Coordenadora Belo Horizonte MG
Contabilidade Publica
7/21/2023 9:12:51 Beatriz De Mello Beisiegel Biológia Icmbio NGI Iperó Analista Ambiental Sao Miguel SP
Arcanjo
7/21/2023 9:12:53 Paulo Augusto Aragão Zunino Veterinária Crmv-Sc Assessor Técnico Florianópolis SC

7/21/2023 9:12:54 Rebecca Politti Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Secretaria De Meio Coordenadora São Paulo SP
Ambiente, Infraestrutura E Logística De São Paulo
7/21/2023 9:12:57 Felipe Lima Santos Gestão De Políticas Públicas Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Diretor Técnico Ii São Paulo SP

7/21/2023 9:13:18 Maridelzira Betânia Moraes David Veterinária Universidade Federal Rural Da Amazônia Médica Veterinária Belem PA

7/21/2023 9:13:36 Caroline Thamie Yshida Direito E Veterinária Secretaria De Meio Ambiente, Infraestrutura E Logística Diretor Técnico Iii São Paulo SP

7/21/2023 9:13:46 Virgínia Teixeira Do Carmo Emerich Veterinária CRMV -ES Presidente Vitória ES

7/21/2023 9:13:51 Miriam Neder De Assis Falce Presidente Ong Proteção Amor Não Tem Raça -JF Presidente Juiz De Fora MG
Animal
7/21/2023 9:13:59 Ariene Cristina Dias Guimarães Bassoli Biológia Ufpe Coordenadora De Bem-Estar Animal/Professora Recife PE

7/21/2023 9:14:02 Rosânia Ramalho Garcia Veterinária Cfmv/Crmv/Prefeitura De Fortaleza Membro Da Comissão Nacional E Regional Dó Conselho De Fortaleza CE
Veterinária
7/21/2023 9:14:13 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria Municipal De Defesa Animal - Cooda Diretora Da Coordenadoria De Defesa Animal Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/21/2023 9:14:46 Agda Roberta Farias Frare Direito Comissão De Proteção E Defesa Animal Oab/Sp - Subseção De Presidente Amparo SP
Amparo
7/21/2023 9:14:54 Claudio Ronaldo Barros Bordalo Direito Oab/Pa -Cdda Vice-Presidente Belém PA

7/21/2023 9:15:11 Jorge Luiz Maia Carneiro Veterinária Crmv Am Integrante Da Cebea Manaus AM

7/21/2023 9:15:14 Darly Geraldo De Sena Junior Agronomia Universidade Federal De Jataí - UFJ Professor Jataí GO

7/21/2023 9:16:24 Adolfo Firmino Da Silva Neto Veterinária Universidade Federal De Juiz De Fora. Professor Juiz De Fora. MG

7/21/2023 9:17:10 Marcelo Campos Rodrigues Veterinária Ufpi Professor Teresina PI

7/21/2023 9:17:39 Daniela Araújo Passos Administração E Relações Departamento De Bem-Estar Animal Prefeitura De Jundiai Diretora Jundiai SP
Públicas, Gestão Ambiental
7/21/2023 9:18:05 Guilherme Zambarda Leonardi Direito Frente De Ações Pela Libertação Animal - Brasília DF

7/21/2023 9:18:07 Nubia Elizabeth De Santana E Silva Veterinária DPDA/MMA Analista Ambiental Brasilia DF

7/21/2023 9:19:39 Juliana Maria Rocha Pinheiro Bezerra Direito OAB/RN Presidente Da Comissão De Direito Animal Natal RN
Da Silva
7/21/2023 9:19:47 Ana Paula Veterinária Secretaria De Estado Da Cidadania E Da Pessoa Com Deficiência Supervisora De Identificaçãoe Controle Da População De Cães E Maceió AL
Gatos.
7/21/2023 9:20:06 Luciane Cristina Menegolo Veterinária Secretaria Do Bem Estar Animal Coordenadora De Saúde Animal Macapá AP

7/21/2023 9:21:20 Michele Brugnerotto Veterinária Sesa/Pr Médica Veterinária - Vigilância Ambiental Curitiba/PR - 2ª PR
Regional De
Saúde
7/21/2023 9:22:44 Victor Andrade De Araujo Biólogo E Servidor Público Do MMA Agente Administrativo Df DF
MMA
7/21/2023 9:25:27 Marco Ciampi Comércio Exterior Arca Brasil Presidente/Diretor Executivo São Paulo SP

7/21/2023 9:25:43 Angeline Ugarte Amorim Professora Semmas Manaus Professora Assistente Técnica Manaus AM

7/21/2023 9:26:23 Paulo Sergio D’andrea Biológia Instituto Oswaldo Cruz Pesquisador/ Vice Diretor Rio De Janeiro RJ

7/21/2023 9:26:40 Tatiane Magalhães Veterinária Coordenadoria De Saúde E Defesa Animal/Semil Diretora Técnica Ii São Paulo SP

7/21/2023 9:27:06 Ana Liz Bastos Veterinária Instituto De Medicina Veterinário Do Coletivo Consultora Técnica Itabirito MG

7/21/2023 9:28:55 Júlia Amorim Faria Veterinária Imvc Médica-Veterinária Belo Horizonte MG

7/21/2023 9:30:11 Márcia Maria De Paula Opção 5 Prefeitura Municipal De Lavras-MG Coordenadora Vigilância Em Saúde Ambiental Lavras-MG MG

7/21/2023 9:31:24 Karen Cristina Camargo Caragnano Biológia Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Secretaria De Meio Diretora De Planejamento E Relações Institucionais São Paulo SP
Ambiente, Infraestrutura E Logística Do Estado De Sp
7/21/2023 9:32:53 Inajara Fiusa De Barros Ramos Biológia Coletivo Amigos Dos Animais De Assis - UNESP/Assis Bióloga/Voluntária - Doutoranda/Pesquisadora Assis SP

7/21/2023 9:34:56 Fabiane Peter Direito Oab Comissão De Proteção E Defesa Dos Animais Pelotas RS

7/21/2023 9:35:01 Dario Marcio Do Carmo Gestao Publica Instituto Anjos De Luz Presidente Guarulhos SP

7/21/2023 9:36:04 Bruno Resende Teófilo Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Analista Técnico Aracaju SE

7/21/2023 9:38:17 Carlos Gabriel Almeida Dias Veterinária Proúnica/Ictb/Fiocruz Médico Veterinário De Gatos Rio De Janeiro RJ

7/21/2023 9:38:31 Ana Cristina Araujo Pinto Veterinária Fiocruz Coordenadora Do Programa De Saúde Única Rio De Janeiro RJ

7/21/2023 9:39:44 Eduardo Chaib De Moraes Veterinária Agemcamp E Prefeitura De Jaguriuna Medico Veterinario Coordenador Jaguariuna SP
Região
Metropolitana De
Campinas
7/21/2023 9:40:20 Juliana Tozzi De Almeida Veterinária CRMV-ES Comissão Bem-Estar Animal Vitória ES

7/21/2023 9:44:37 Susy Missae Saiki Administração Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Secretaria Do Meio Diretor Técnico I São Paulo SP
Ambiente, Infraestrutura E Logística - São Paulo
7/21/2023 9:44:46 Kátia Bezerra Jornalista Ativista Autônoma Boa Vista RR

7/21/2023 9:46:03 Ana Paula De Vasconcelos Direito Fórum Animal Diretora Jurídica Brasília DF

7/21/2023 9:46:51 Graciela Kunrath Lima Biológia Comissão Permanente De Política De Animais Dos Campi Da Ufmg - Bióloga Belo Horizonte MG
Cppa Ufmg
7/21/2023 9:49:43 Rafael Stedile Veterinária Crmv-Pr Assessoria Técnica Curitiba PR

7/21/2023 9:51:05 Daniela Patricia Tozetto Veterinária Sedest Assessora Técnica Curitiba PR

7/21/2023 9:59:08 Ana Paula Monteiro Tenório Veterinária Ufrpe Diretora Do Departamento De Medicina Veterinária Recife PE

772
7/21/2023 10:02:30 Idevania Vieira Do Nascimento Veterinária Gerencia De Zoonoses Teresina PI Médica Veterinária Teresina PI

7/21/2023 10:03:38 Rodrigo Adolpho Brasil De Oliveira Veterinária CRMV Roraima Acessor Boa Vista RR

7/21/2023 10:05:38 Gabrielle Kayle Braga Alves Veterinária Dab (Direito Animal Do Brasil) Diretora Técnica Fortaleza CE

7/21/2023 10:05:43 Maiara Almeida Maia Psicologia Ministério Da Saúde Profissional Em Treinamento Do Episus Avançado Brasília DF

7/21/2023 10:06:58 Hortencia Martins Barreto Pimenta Protetora Deputado Federal Leo Prates Adm Irecê BA

7/21/2023 10:07:05 Thainá Parize Veterinária Secdef Alagoas Medica Veterinaria Maceio AL

7/21/2023 10:07:05 Jorge Lemos Estudante De Veterinária Instituto Quem Ama Castra Os Animais Assessor Cabo De Santo PE
Agostinho
7/21/2023 10:07:14 Nádia Yumie Veterinária Secretaria De Meio Ambiente Diretor Ii São Paulo SP

7/21/2023 10:10:14 Renata Santinelli Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal/ Frente Mineira De Fórum Animal: Coordenadora Política/ Frente Mineira: Alfenas MG
Proteção Animal Idealizadora
7/21/2023 10:11:41 Renato Da Silva Vieira Veterinária ULBRA PALMAS Acadêmico Palmas TO

7/21/2023 10:12:05 Carlos Eduardo Leite Rodrigues Dos Groomer Especialista Em SETESCC- SECRETARIA DE ESTADO, TURISMO, ESPORTE, ASSESSOR ESPECIAL Campo Grande MS
Santos Estética Animal/Aux.Vet CULTURA E CIDADANIA
7/21/2023 10:12:57 Selma Luiz Duarte Direito Comissao De Proteção Juridica À Familia Multiespécie Do Ibdfam - Presidente Brasilia DF
Df
7/21/2023 10:15:05 Patrícia Carvalho Da Silva Direito Secretaria De Estado De Meio Ambiente E Desenvolvimento Coordenadora Do Núcleo De Fauna Doméstica Belo Horizonte MG
Sustentável De Minas Gerais - SEMAD
7/21/2023 10:18:34 Alexandre Jorge P. Moura Engenharia Agronômica Apime E Lar Irmãos Animais Vice Presdente Recife PE

7/21/2023 10:21:25 Adriana Da Silva Santos Veterinária Crmvgo/IF Goiano Conselheira / Professora Pires Do Rio GO

7/21/2023 10:23:23 Leticia Santos Rezende Veterinária Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia Professor/Diretor Hospital Veterinário Cruz Das Almas BA

7/21/2023 10:25:22 Vania Plaza Nunes Veterinária Forum Nacional De Protecao E Defesa Animal Diretora Técnica Jundiai SP

7/21/2023 10:30:42 Gilmar Araújo Júnior Opção 5 Cd Assessor Parlamentar Brasília DF

7/21/2023 10:34:34 Maria Do Socorro Peixoto Da Silva Protetora De Animais Associacao De Proteção E Valorização Da Vida Animal Dos Animais Presidente São José Do RN
De Sao Jose Do Campestre RN- Santuário Dog E Cat Campestre
7/21/2023 10:38:16 Luciana Batalha De Miranda Araújo Veterinária Escola De Veterinária E Zootrcnia / UFG Professor Goiânia GO

7/21/2023 10:41:17 Rosângela De Oliveira Alves Carvalho Veterinária Hospital Veterinário/UFG Diretora Do HV Goiânia GO

7/21/2023 10:42:04 Yasmin Da Silva Gonçalves Da Rocha Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Embaixadora São José Dos PR
Pinhais
7/21/2023 10:42:58 Gustavo Xaulim Veterinária Ceda/Mpmg Médico-Veterinário/Assessor Belo Horizonte MG

7/21/2023 10:57:54 Lisandro Luís Frederico Direito Gabinete Rodrigo Gambale / Ong Município De Suzano Secretário Parlamentar Suzano SP

7/21/2023 10:59:27 Carla Manarte Arquitetura E Urbanismo Associação Sem Raça Definida Presidente Manaus AM

7/21/2023 11:03:27 Joana Darc Cordeiro De Lima Direito Comissão De Proteção Aos Animais, Meio Ambiente E Presidente Manaus AM
Desenvolvimento Sustentável - CPAMA/ALE-AM
7/21/2023 11:11:43 Susy Pinheiro Biológia Semmas Diretora De Departamento Manaus AM

7/21/2023 11:12:48 Denise De Sousa Falcão Direito PT Membro Do Setorial Fortaleza CE

7/21/2023 11:28:57 Luciana I Paula Direito Ceda/Mpmg Promotora De Justiça Belo Horizonte MG

7/21/2023 11:32:08 Jessica Brenda De Paula Amorim Direito CPAMA - Comissão De Proteção Aos Animais, Meio Ambiente E Coordenadora Manaus AM
Desenvolvimento Sustentável Da Assembleia Legislativa
7/21/2023 11:36:43 Edson Ferraz Evaristo De Paula Zootecnia Departamento De Pesquisa E Conservação Da Fauna Diretor Prefeitura De PR
Curitiba
7/21/2023 11:54:46 Ludney De Queiróz Alvares Mendes Psicologia Secretaria De Estado De Desenvolvimento Ambiental-SEDAM Gerente De Projetos Em Educação Ambiental Porto Velho RO

7/21/2023 11:55:03 Mariana Coelho Mirault Pinto Bióloga E Veterinária Semadesc Bióloga Campo Grande MA

7/21/2023 12:11:23 Nazaré Fonseca De Souza Veterinária Crmv-Pa Presidente Belém PA

7/21/2023 12:23:38 Graciela Naibert Giurni Veterinária Mandato Leonel Radde Assessora Parlamentar Porto Alegre RS

7/21/2023 12:51:52 Rachel Azambuja Langaro Veterinária Smma Médica Veterinária São Mateus Do PR
Sul
7/21/2023 13:21:56 Leonildo De Lima Fonseca Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Sustentabilidade Da Paraíba Assessor De Gabinete João Pessoa PB

7/21/2023 13:25:17 Haiuly Viana Gonçalves De Oliveira Veterinária Autônoma Médica Veterinária São Paulo SP

7/21/2023 14:05:14 Alexsandro Pereira Machado Política Setorial De Direitos Animais Pt-Df Coordenador Brasília DF

7/21/2023 15:07:50 Rafael Stedile Veterinária Crmv-Pr Assessoria Técnica Curitiba PR

7/21/2023 15:12:09 Ana Paula De Abreu Botelho Filosofia -Ética Individual Educadora Canina Rio De Janeiro RJ

7/21/2023 15:14:01 Dharana Guedes Mendonça Antunes Veterinária Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Dpda Brasília DF

7/21/2023 15:16:27 Rodrigo Mendes Carvalho Martinez Veterinária Vet Nômade Gestor Porto Seguro Ba SP

7/21/2023 15:26:07 Marcelo Campos Rodrigues Veterinária Ufpi Professor Teresina PI

7/21/2023 15:27:47 Ana Pérola Drulla Brandão Veterinária Gt Saúde Única/Cgzv/Svsa/Ms Consultora Técnica Brasília DF

7/21/2023 15:28:42 Clara Sullyvan Veterinária Secretaria De Bem Estar Animal Do Amapá Chefe De Departamento De Saúde Animal Macapá AP

7/21/2023 15:28:52 Celso Christo Coutinho Da Silva Veterinária Prefeitura Municipal De Vila Velha Diretor De Bem Estar Animal Vila Velha ES

7/21/2023 15:42:20 Vanessa Carli Bones Veterinária Crmv-Pr Médica Veterinária Fiscal Cascavel PR

7/21/2023 15:46:32 Rodrigo Marques Dias Veterinária Secretaria De Estado De Meio Ambiente Do Amazonas Assessoria De Bem-Estar Animal Manaus AM

7/21/2023 15:50:53 Eder Toledo Veterinária Sema Mt Coordenador De Fauna Silvestre Cuiabá MT

7/21/2023 16:53:47 Ana Lucia Baldan Veterinária Ufpr Doutoranda Curitiba PR

7/21/2023 16:55:44 Ludney De Queiróz Alvares Mendes Psicóloga Secretaria De Estado De Desenvolvimento Ambiental-SEDAM Gerente De Projetos Em Educação Ambiental Porto Velho RO

7/21/2023 16:57:22 Luciana Dantas De Medeiros Biblioteconomia - Ciência Da Universidade Estadual Da Paraíba - UEPB Coordenadora Da Comissão De Direito E Bem-Estar Animal Da Campina Grande PB
Informação UEPB
7/21/2023 16:57:39 Pamela Durando Direito Oab Membro Da Comissao De Direito Animal Do Conselho Federal Petrolina PE

7/21/2023 16:58:37 Roberta Glaucia Pessoa De Carvalho Ciências Naturais Ibama Técnico Ambiental Brasília DF

7/21/2023 16:59:30 Joel Pereira Dias De Souza Araújo Gestão Publica Semsa Agente De Vigilância Em Zoonoses Rio Branco AC

7/21/2023 17:01:12 Alexandre Moura Engengaria Agonômica Apime E Lar Irmãos Animais Vice Presidente Recife PE

7/21/2023 17:01:32 André Luiz Baptista Galvão Veterinária Ufrr Professor Boa Vista - Rr RR

7/21/2023 17:03:04 Núbia Souza Oliveira De Medeiros Engenharia Ambiental Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Brasília DF

7/21/2023 17:56:21 Vanessa Negrini Comunicação Dpda/Mma Diretora De Direitos Animais Brasília DF

7/21/2023 17:57:37 José Emílio Bezerra Ribeiro Neto Analista De Sistemas Secretaria De Estado Do Bem-Estar Animal Assessor Administrativo Macapá AP

7/21/2023 18:15:00 Inácio Veterinária UNIPAMPA Médico Veterinário - Diretor Do Hospital Veterinário Uruguaiana RS

7/21/2023 19:31:53 Syslayne Carlos Da Silva Costa Arquitetura E Urbanismo Secretaria Municipal Do Meio Ambiente - SEMA Aracaju Assessora Técnica Aracaju SE

7/21/2023 23:01:21 Elaine Alzemira Oliveira Jubette Gestão Publica Sema/Rs Assessora Porto Alegre RS

7/28/2023 8:30:45 Paula Sivelli Veterinária Ministério Meio Ambiente Analista Ambiental Brasilia DF

7/28/2023 8:46:30 Sônia Martins Teodoro Zootecnia Uesb / Sos Animais De Rua - Itapetinga, Ba Docente, Pesquisadora / Voluntária Itapetinga BA

7/28/2023 8:47:54 Luciana Dantas De Medeiros Opção 5 Comissão De Direito E Bem-Estar Animal/UEPB Coordenadora Campina Grande PB

7/28/2023 9:03:36 Rita De Cassia Maria Garcia Veterinária Ufpr E Imvc Docente Curitiba PR

7/28/2023 9:03:42 Brunna Gabriela Gonçalves De Oliveira Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Assistente Técnico Belo Horizonte MG
Ferreira
7/28/2023 9:03:45 Michele Brugnerotto Veterinária Sesa/Pr Médica Veterinária Curitiba PR

7/28/2023 9:03:48 Bianca Stevanin Gresele Psicologia Psicóloga Bianca Gresele E Ekôa Vet Psicóloga Curitiba PR

7/28/2023 9:03:50 Otávia Augusta De Mello Veterinária C.E.D. BRASIL Fundadora Belo Horizonte MG

7/28/2023 9:04:14 Laiza Bonela Veterinária Imvc E Instituto Arbo Coordenadora Científica / Analista Técnica Lagoa Santa MG

7/28/2023 9:04:30 Agda Roberta Farias Frare Direito Comissão De Proteção E Defesa Animal - Oab/Sp - Subseção De Presidente Amparo SP
Amparo
7/28/2023 9:05:19 Júlio Araújo Silva Nutrição Secretaria Estadual De Saúde Microscopista Picos PI

7/28/2023 9:05:22 Karolynne Leal De Carvalho Veterinária Jrede Coordenadora Executiva Itabuna BA

7/28/2023 9:05:30 Marilene Vasconcelos Da Silva Brazil Biológia Secretaria De Estado De Meio Ambiente E Das Políticas Indígenas Chefe Do Depto. De Biodiversidade Rio Branco AC

7/28/2023 9:05:33 Hortência Martins Barreto Pimenta Protetora Deputado Federal Leo Prates Secretaria Irecê BA

7/28/2023 9:05:56 Daniel Friguglietti Brandespim Veterinária Ufrpe - Universidade Federal Rural De Pernambuco Professor Recife PE

7/28/2023 9:06:04 Lisandra Dornelles Veterinária Abmvl Coordenadora Estadual Porto Alegre RS

773
7/28/2023 9:06:15 Thaís Câmara Tavares Veterinária Coordenadoria De Proteção Animal Do Estado Do Ceará Assessora Técnica Fortaleza CE

7/28/2023 9:06:41 Trycia Murta Turismo, Com Especialização Coordenadoria De Defesa Animal Diretora Três Corações MG
Em Gestão Pública E
Legislação Urbana
7/28/2023 9:06:53 Fernando Rodrigo Zacchi Veterinária Cfmv/Crmv-Sc Assessor Florianópolis SC

7/28/2023 9:07:44 Andrea Leão Gil Veterinária Médica Veterinária Autonoma Mv Especializada Em Med Vet Do Coletivo Goiania GO

7/28/2023 9:08:22 Lisandra Dornelles Veterinária Abmvl Coordenadora Estadual Porto Alegre RS

7/28/2023 9:08:26 Eliana Malta Osc De Proteçao Animal Rockbicho Assoc Prot Animal Diretoria Belo Horizonte MG

7/28/2023 9:08:42 Diao Alex Chernehaque Direito Sda Sc Coordenador Florianópolis SC

7/28/2023 9:08:43 Camila Martins Pires Biológia Associação De Proteção Animal De Tefé (Apat) - Amazonas Sócio Fundadora Tefé AM

7/28/2023 9:08:45 Rodrigo Adolpho Brasil De Oliveira Veterinária CRMV RR E Prefeitura De Boa Vista Roraima Médico Veterinário Boa Vista RR

7/28/2023 9:08:47 Karolynne Leal De Carvalho Veterinária Elo Animal Rede Coordenadora De Politicas Públicas Itabuna BA

7/28/2023 9:09:06 Marcelo Campos Rodrigues Veterinária Ufpi Professor Teresina PI

7/28/2023 9:09:20 Claudia Carvalho Do Nascimento Veterinária Kanaloa Meio Ambiente Diretora Praia Grande SP

7/28/2023 9:09:57 Angela Varella Katz Veterinária Vigilância Ambiental/Zoonoses-Prefeitura Coordenadora Técnica Holambra SP

7/28/2023 9:10:08 Carlos Tadeu Bandeira De Lavor Veterinária Secretaria De Meio Ambiente E Mudança Do Clima Do Estado Do Coordenador De Defesa E Proteção Animal Fortaleza CE
Ceará
7/28/2023 9:10:09 Paula Andrea De Santis Bastos Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo - IMVC Conselheira Fiscal. São Paulo SP

7/28/2023 9:11:06 Maria Raquel Isnard Moulin Veterinária Universidade Federal De Lavras - Ufla Professora Associada - Comissão Permanente De Política De Lavras MG
Animais
7/28/2023 9:11:26 Claudio Zago Junior Veterinária Conselho Federal De Medicina Veterinaria Membro De Comissão Bragança Paulista SP

7/28/2023 9:11:33 Laerzio Chiesorin Neto Veterinária Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Assistente Técnico De Nível Superior Manaus AM

7/28/2023 9:11:43 Leonardo Nápoli Veterinária Conselho Federal De Medicina Veterinária Secretário Geral Do Crmv Pr Curitiba PR

7/28/2023 9:11:54 Paulo Cesar Maiorka Veterinária Usp Professor São Paulo SP

7/28/2023 9:13:37 Virgínia Teixeira Do Carmo Emerich Veterinária CRMV ES Presidente Vitória ES

7/28/2023 9:14:38 Fabiane Peter Direito Oab/Rs Advogada Pelotas RS

7/28/2023 9:15:10 Luciane Cristina Menegolo Veterinária Secretaria De Estado Do Bem Estar Animal Coordenadora De Saúde Animal Macapá AP

7/28/2023 9:15:19 Nádia Yumie Narita Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Secretaria De Meio Diretor Técnico Ii São Paulo SP
Ambiente
7/28/2023 9:15:43 Jorge Luiz Maia Carneiro Veterinária Cebea Crmv Am Integrante Manaus AM

7/28/2023 9:16:53 Yasmin Da Silva Gonçalves Da Rocha Veterinária UFPR/IMVC Doutoranda/Embaixadora Curitiba PR

7/28/2023 9:17:06 Carla Sássi Veterinária Grad Coordenadora Conselheiro MG


Lafaiete
7/28/2023 9:17:14 Dharana Guedes Mendonça Antunes Veterinária Ministério Do Meio Ambiente Analista Ambiental Brasilia DF

7/28/2023 9:17:24 Bárbara Lopes Biológia Secretaria De Meio Ambiente, Sustentabilidade E Fernando De Assessora Técnica Recife PE
Noronha De Pernambuco
7/28/2023 9:17:30 Gustavo De Morais Donancio Veterinária CEDA/MPMG Médico-Veterinário/Assessor Belo Horizonte MG
Rodrigues Xaulim
7/28/2023 9:17:48 Ana Paula Menezes Félix Veterinária Secretaria De Estado Da Cidadania E Da Pessoa Com Deficiência Supervisora De Identificação Da População De Cães E Gatos Maceió AL

7/28/2023 9:18:43 Bruno Resende Teófilo Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Analista Técnico Aracaju SE

7/28/2023 9:19:25 Susy Missae Saiki Administração Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal - Semil/Sp Diretor Técnico I São Paulo SP

7/28/2023 9:20:34 Rodrigo Piva Veterinária Pref. Campo Grande Mesico Veterinário Campo Grande MS

7/28/2023 9:20:42 Dario Marcio Do Carmo Gestao Publica Instituto Anjos De Luz Presidente Guarulhos SP

7/28/2023 9:21:46 Susy Pinheiro Biológia Semmas Diretora De Departamento Manaus AM

7/28/2023 9:23:29 Romulo Guimarães Direito Secdef/Al Gerente De Políticas Públicas De Bem Estar Animal Maceió AL

7/28/2023 9:25:15 Esther Espejo Veterinária Usp Doutoranda E Perita Veterinária São Paulo SP

7/28/2023 9:27:42 Adriana Da Silva Santos Veterinária Crmv Go/ IF Goiano Campus Urtuai Conselheira / Professora Pires Do Rio GO

7/28/2023 9:28:30 Daniela Patricia Tozetto Veterinária Sedest/Pr Assessora Técnica Curitiba PR

7/28/2023 9:28:57 Alisson Oliveira Da Silva Veterinária Prefeitura De Belo Horizonte Técnico Superior Em Saúde - Médico Veterinário Belo Horizonte MG

7/28/2023 9:29:40 Fernanda Góss Braga Biológia Sedest-Pr Coord. Recursos Naturais E Educação Ambiental Curitiba PR

7/28/2023 9:29:56 Laudenice Ferreira Monteiro Protetora Governo Do Amapá/Secretaria. Secretária De Estado Macapá AP

7/28/2023 9:30:42 Kamilla De Carli Direito Sedest-PR Assessora Técnica Curitiba PR

7/28/2023 9:31:54 Lucas Galdioli Veterinária Imvc Vice-Presidente Curitiba PR

7/28/2023 9:32:07 Rachel Azambuja Langaro Veterinária Secretaria Municipal De Meio Ambiente Médica Veterinária São Mateus Do PR
Sul
7/28/2023 9:33:13 Karen Cristina Camargo Caragnano Biológia Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Secretaria De Estado Diretora De Planejamento E Relações Institucionais São Paulo SP
Do Meio Ambiente, Infraestrutura E Logística De São Paulo
7/28/2023 9:34:16 Thaina Parize Veterinária Secdef Alagoas Medica Veterinaria Maceio AL

7/28/2023 9:37:03 Júlia Amorim Faria Veterinária Imvc Médica Veterinária Belo Horizonte MG

7/28/2023 9:37:22 Renata Santinelli Direito Fórum Animal/Frente Mineira De Proteção Animal Fórum Animal - Coordenadora Política / Frente Mineira De Alfenas MG
Proteção Animal - Idealizadora
7/28/2023 9:40:58 Cris Moraes Direito Câmara Municipal De Canoas Vereador Canoas RS

7/28/2023 9:42:46 Maria Do Socorro Peixoto Da Silva Protetora De Animais Associação Santuário Dog&Cat Presidente Sao Jose Do RN
Campestre
7/28/2023 9:46:22 Graciela Kunrath Lima Biológia Comissão Permanente De Política De Animais Da Ufmg (Cppa- Bióloga Belo Horizonte MG
Ufmg)
7/28/2023 9:47:47 Ana Paula Monteiro Tenório Veterinária Ufrpe Diretora Do Departamento De Medicina Veterinária Recife PE

7/28/2023 9:48:02 Ana Paula De Vasconcelos Direito Fórum Nacional De Proteção E Defesa Animal Diretora Juridica Brasília DF

7/28/2023 9:48:47 Cristiane Dos Reis Ritter Veterinária Poa Petcare Sócia Gerente Porto Alegre RS

7/28/2023 9:49:35 Douglas Honório Veterinária Ministério Da Agricultura E Pecuária Auditor Fiscal Federal Agropecuário Salvador BA

7/28/2023 9:49:36 Joel Pereira Gestão Publica Semsa/DCZ Agente De Vigilância Em Zoonoses Rio Branco AC

7/28/2023 9:50:18 Joana D'Arc Alencar Da Silva Brito Biológia Secretaria Municipal De Saude De Pavussu-PI. Coordenadora Pavussu PI

7/28/2023 9:51:11 Rosânia Ramalho Garcia Veterinária Cfmv/Crmv/Prefeitura De Fortaleza Membro Das Comissões De Bem Estar Animal Fortaleza CE

7/28/2023 9:52:55 Ariene Cristina Dias Guimarães Bassoli Biológia Ufpe Coordenadora De Bem-Estar Animal Recife PE

7/28/2023 9:55:16 Fabiana Letícia Pereira Alves Stecca Gestão Ufsm Professora Coordenadora Do Projeto Zelo Ufsm Santa Maria RS

7/28/2023 9:57:31 Paulo Sergio D'andrea Zoologia De Vertebrados Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz Vice Diretor De Ensino, Informação E Comunicação Do Ioc Rio De Janeiro RJ

7/28/2023 9:57:36 Maridelzira Betânia Moraes David Veterinária Betania2.Ufra@Gmail.Com Medica Veterinaria Belém PA

7/28/2023 9:57:44 Rebecca Politti Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal Da Secretaria De Meio Coordenadora São Paulo SP
Ambiente, Infraestrutura E Logística
7/28/2023 9:57:56 Tatiane Magalhães Veterinária Coordenadoria De Defesa E Saúde Animal/Sp Diretora Técnica Ii São Paulo SP

7/28/2023 9:58:08 Alessandra Benedetti Ferreira Veterinária Ampara Animal Veterinária São Paulo SP

7/28/2023 9:58:18 Clara Inês Da Silva Sullyvan Veterinária Secretaria De Bem Estar Animal Chefe De Departamentos De Saúde Animal Macapá AP

7/28/2023 9:58:56 Rafael Stedile Veterinária Crmv-Pr Assessoria Técnica Curitiba PR

7/28/2023 9:58:58 Pierre Escodro Veterinária Universidade Federal De Alagoas Professor Maceió AL

7/28/2023 9:58:59 Leticia Santos Rezende Veterinária Universidade Federal Do Recôncavo Da Bahia Professor/Diretor Do Hospital Universitário Cruz Das Almas BA

7/28/2023 9:59:09 Jessica Ferreira Sodre Administração Secretaria Do Bem-Estar Animal Governo Do Amapá Chefe De Gabinete Macapá AP

7/28/2023 9:59:38 Adolfo Firmino Da Silva Net Veterinária Universidade Federal De Juiz De Fora Professor Juiz De Fora MG

7/28/2023 9:59:40 Evelynne Hildegard Marques De Melo Veterinária Secretaria Extraordinária Do Bem Estar Animal De Maceió-AL Diretoria Técnica Maceió AL

7/28/2023 10:00:38 Rogerio Rammê Direito Projeto De Extensão Direitos Animais Ipa Professor Porto Alegre RS

7/28/2023 10:00:47 Alexandre Moura Engo. Agrônomo Febema Apime Lar Irmãos Animais Vice Presidente Apime Recife - Olinda PE
Paulista
7/28/2023 10:01:06 Francimery Bastos Assistente Social Setorial Direitos Animais Pt Df Filiada Brasilia DF

7/28/2023 10:01:26 Jose Eduardo Chaib De Moraes Veterinária Agemcamp E Prefeitura De Jaguariuna Coordenador E Medico Veterinario Regiao SP
Metropolitana De
Campinas
7/28/2023 10:01:55 Aderaldo Alexandrino De Freitas Veterinária DMV-UFRPE Coordenador De Residencia Em Área Profissional De Saúde Em Recife-PE PE
Medicina Veterinária

774
7/28/2023 10:03:28 Georgia Carioca Melo Direito Comissão De Defesa Dos Direitos Dos Animais Oab/Ce Presidente Fortaleza CE

7/28/2023 10:04:09 Berenice Teresinha Prossi Direito Dippa/ Sema Chefe Da Divisão Porto Alegre RS

7/28/2023 10:04:10 Artur Kanadani Campos Veterinária Ufv Professor Vicosa MG

7/28/2023 10:04:35 Edilene Dias Cerqueira Opção 5 Sema/Df Subsecretaria De Proteção Animal Brasília DF

7/28/2023 10:06:08 Pauline De Azevedo Machado Chaves Jornalista E Acadêmica De Centro Universitário Unicuritiba Clínica Veterinária Escola Unicuritiba Curitiba PR
Medicina Veterinária
7/28/2023 10:07:12 Darly Geraldo De Sena Junior Agronomia Universidade Federal De Jataí - UFJ Professor Jataí GO

7/28/2023 10:09:38 Ana Lucia Baldan Veterinária Ufpr Doutoranda Curitiba PR

7/28/2023 10:10:31 Juliana Tozzi De Almeida Veterinária CRMV-ES / Cão Comunitário Brasil Comissão De Bem-Estar Animal/Idealizadora Sp SP

7/28/2023 10:12:57 Vania Plaza Nunes Veterinária Forum Na Ional De Protecao E Defesa Animal Diretora Técnica Jundiai SP

7/28/2023 10:13:02 Angeline Ugarte Amorim Professora Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Professora Assistente Técnica Manaus AM

7/28/2023 10:13:07 Bruno Resende Teófilo Veterinária Instituto De Medicina Veterinária Do Coletivo Analista Técnico Aracaju SE

7/28/2023 10:13:31 Valdir Vieira Da Silva Veterinária Ufal Graduando Estrela De AL


Alagoas
7/28/2023 10:17:25 Edson Ferraz Evaristo De Paula Zootecnia Departamento De Pesquisa E Conservação Da Fauna Diretor Curitiba PR

7/28/2023 10:25:12 Mônica Melo Sociologia Secdef - Alagoas Superintendente De Defesa E Proteção Animal Maceió AL

7/28/2023 10:29:37 Inácio Veterinária UNIPAMPA TAE - Médico Veterinário, Diretor Do Hospital Veterinário Uruguaiana RS

7/28/2023 10:34:37 Luane Da Costa Pinto Lins Fragoso Professora CEFET RJ CAMPUS NOVA IGUAÇU Diretora De Campus Nova Iguacu RJ

7/28/2023 10:36:26 Juliana Maria Rocha Pinheiro Bezerra Direito OAB/RN PRESIDENTE DA COMISSÃO ESPECIAL DE DIREITO ANIMAL Natal RN
Da Silva OAB/RN
7/28/2023 10:36:28 Luane Da Costa Pinto Lins Fragoso Professora Cefet-Rj Diretora De Campus Nova Iguaçu RJ

7/28/2023 10:39:26 Gilmar Araujo Junior Opção 5 Cd Assessor Parlamentar Df DF

7/28/2023 10:45:46 Paulo Augusto Aragão Zunino Veterinária Crmv-Sc Assessor Técnico Florianópolis SC

7/28/2023 10:59:25 Denise De Sousa Falcao Direito PT Membro Setorial Fortaleza CE

7/28/2023 11:00:48 Jessica Amorim Direito Cpama - Comissão De Proteção Aos Animais, Meio Ambiente E Coordenadora Manaus AM
Desenvolvimento Sustentável
7/28/2023 11:02:39 Helia M Piedade Veterinária Semil Sp- Coord Fauna Silvestre- Dep Fauna Esp Ambiental Saopaulo SP

7/28/2023 11:02:45 Inajara Fiusa De Barros Ramos Biológia Coletivo Amigos Dos Animais De Assis - FCL/UNESP Assis Bióloga Voluntária - Doutoranda Em Biociências Assis SP

7/28/2023 11:03:38 Maria Do Socorro Monteiro Da Silva Engenheira Agrônoma Secretaria Municipal De Meio Ambiente E Sustentabilidade Chefe De Divisão De Análise Técnica De Áreas Protegidas Manaus AM

7/28/2023 11:03:45 Carla De Freitas Campos Veterinária Fiocruz Diretora-Adjunta Rio De Janeiro RJ

7/28/2023 11:05:35 Amélia Veterinária Veterinários Na Estrada Presidente São João Delrei MG

7/28/2023 11:07:57 Pamela Direito OAB Membro Da Comissão Nacional Petrolina PE

7/28/2023 11:14:00 Pamela Direito Oab Membro Da Comissao Nacional Petrolina PE

7/28/2023 11:16:07 Mariana Coelho Mirault Pinto Veterinária E Bióloga Semadesc Ms Bióloga Campo Grande MS

7/28/2023 11:36:06 Beatriz De Mello Beisiegel Biológia NGI Icmbio Iperó Analista Ambiental Capão Bonito SP

7/28/2023 11:39:40 Rodrigo Marques Dias Veterinária Secretaria De Estado Do Meio Ambiente Do Amazonas Assessoria De Bem-Estar Animal Manaus AM

7/28/2023 11:55:18 Evelynne Hildegard Marques De Melo Veterinária Secretaria Extraordinária Do Bem-Estar Animal De Maceió-AL Diretoria Técnica Maceió AL

7/28/2023 11:55:37 Luana Clarice Das Neves Biológia UFMG Pesquisadora (Doutoranda) Belo Horizonte / MG
Ouro Preto - Mg
7/28/2023 11:55:52 Aline Das Merces Ferreira Bombeiro Civil Grad Voluntária Ponte Nova MG

7/28/2023 11:55:58 Graciela Naibert Giurni Veterinária Mandato Deputado Leonel Radde Rs Assessora Técnica Porto Alegre RS

7/28/2023 11:58:00 Amelia Veterinária Veterinarios Na Estrada Presidente Sao Joao Delrei MG

7/28/2023 12:03:41 Gerlane De Lisiex Dias Correia Direito Universidade Federal Da Paraíba Técnico Em Secretariado João Pessoa PB

7/28/2023 12:05:28 Lisandro Luís Frederico Assessoria Parlamentar / Ong Ong Pas Projeto Adote Suzano Voluntário Suzano SP

7/28/2023 12:07:33 Fabiana Merida Veterinária GRAD Veterinária Itú SP

7/28/2023 12:09:23 Luciana Batalha De Miranda Araújo Veterinária Escola De Veterinária E Zootecnia / UFG Professor Goiânia GO

7/28/2023 12:21:55 Nazaré Fonseca De Souza Veterinária Crmv-Pa Presidente Belém PA

7/28/2023 12:27:00 Stefanie Sussai Veterinária Associação Médicos Do Mundo Coordenadora Nacional Do Projeto Médicos-Veterinários De Rua Itanhaém SP

7/28/2023 12:28:34 Adolfo Y Sasaki Veterinária Anclivepa Pr Presidente Curitiba PR

7/28/2023 12:49:34 Fabiana Merida Veterinária Grad Veterinária Itú SP

7/28/2023 12:49:46 Gutemberg Ferreira Veterinária Conselho Regional De Medicina Veterinária De Pernambuco (Crmv- Assessor Técnico Recife PE
Pe)
7/28/2023 12:52:45 Jenifer Gonçalves Larrea Automação Industrial - Ifmt Associação É O Bicho Mt! Presidente Cuiabá MT

7/28/2023 12:55:20 Cristiane Diniz Candido Tradutora Grad Brasil Auxiliar Mongaguá SP

7/28/2023 13:04:51 Alexsandro Pereira Machado Administração Setorial De Direitos Animais Pt-Df Coordenador Brasília DF

7/28/2023 13:11:30 Flavia Trindade Jornalista Grad Resgatista Rio De Janeiro RJ

7/28/2023 13:32:20 Celso Christo Coutinho Da Silva Veterinária Prefeitura Municipal De Vila Velha Diretor De Bem Estar Animal Vila Velha ES

7/28/2023 14:01:00 Selma Luiz Duarte Direito Comissao De Proteção Juridica À Familia Multiespécie Do Ibdfam Df Presidente Brasilia DF

7/28/2023 14:18:04 Paula Helena Santa Rita Veterinária Ucdb E Crmv Ms Coordenadora Campo Grande MS

7/28/2023 15:19:26 Ana Liz Bastos Veterinária Imvc E Crmvmg Consulta Itabirito MG

7/28/2023 17:43:19 Ana Paula De Abreu Botelho Filosofia Individual Educadora Canina Rio De Janeiro RJ

7/28/2023 17:51:21 Miriam Neder De Assis Falce Administração Associação Amor Não Tem Raça -JF Presidente Juiz De Fora MG

7/28/2023 17:53:25 Evelynne Hildegard Marques De Melo Veterinária Secretaria Extraordinária Do Bem-Estar Animal Diretora Técnica Maceio AL

7/28/2023 18:21:35 Idevania Vieira Do Nascimento Veterinária Gerencia De Zoonoses Medica Veterinária Teresina PI

7/28/2023 18:37:40 Álvaro Luiz Figueiredo Pereira De Direito Controladoria/Prefeitura Municipal De Petrolina Controlador Do Município Petrolina PE
Azeredo
7/28/2023 18:47:41 Maria Clara Carlos Da Silva Veterinária CRMV AL Conselheira Efetiva Rio Largo AL

7/28/2023 19:08:15 Elaine Jubette Gestão Pública Sema Rs Assessora Porto Alegre RS

7/28/2023 20:05:39 Paulo Abílio Varella Lisboa Veterinária Crmv Rj Veterinário Rio De Janeiro RJ

775
APÊNDICE VII – Lista de participantes inscritos no Seminário do dia 10 de
agosto de 2023

Você Representa Algum Você Representa Alguma


Nome Sobrenome UF Cidade Órgão Público Ou Organização Da Sociedade
Autarquia? Civil?
Aaronson
Ramathan Freitas PR Morretes Sim Não
Acácio Duarte Pacheco AC Rio Branco Sim Não
Adaebson Santos Da Silva RN Tibau Do Sul Sim Não
Adelaide Menezes De Magalhães RJ Rio De Janeiro Não Sim
Adelina Aichinger MG Sete Lagoas Não Não
Adna Teixeira PE Garanhuns Não Não
Adolfo Firmino Da Silva Neto MG Juiz De Fora Sim Não
Adolfo Sasaki PR Curitiba Não Sim
Adriana Araujo MG Belo Horizonte Não Sim
Adriana Borsa MT Cuiabá Sim Sim
Adriana Cavalheiro MA Balsas Não Sim
Adriana Da Silva Santos GO Pires Do Rio Sim Não
Adriana De Siqueira SP São Paulo Não Não
Adriana Martins SP São Paulo Não Não
Adriana Menezes Resende Melgaço MG Sete Lagoas Sim Não
Adriana Motta RJ Niterói Não Não
Adriana Odalia Rimoli MS Campo Grande Não Não
Adriana Rocha MS Campo Grande Não Não
Adriana Sacioto Marcantonio SP Pindamonhangaba Não Não
Adriana Serpa RJ Rio De Janeiro Não Sim
Adriana Souza MG Contagem Sim Sim
Adriana Varol RJ Duque De Caxias Sim Não
Adriana Wanderley SP São José Dos Campos Não Não
Adriana Xande SP Embu Das Artes Sim Não
Adriana Cristina Guerra Boni SP Barueri Sim Não
Adriana De Lima
Pereira Corradi PA Altamira Não Não
Adriane Furlan Alves Ferreira MG Uberlândia Não Sim
Adriane Paula De Oliveira SP São José Dos Campos Sim Não
Adriano Martins Santos MG Itamogi Sim Não
Adriano Mayoral SP Indaiatuba Sim Não
Adriano Polegato SP Ribeirão Preto Sim Não
Adrielle Cabral RR Boa Vista Não Não
Adrielly Souza PE Recife Não Não
Agda Frare SP Amparo Sim Sim
Aglai Antonieta Bento Cavalcanti Ferreira DF Brasília Não Não
Agnes Wentzel RJ Guapimirim-Rj Sim Sim
Aíssa Tomaz Candé DF Não Não
Aiuara Sette Ramos SC Concórdia Sim Sim
Alafy Alex AC Rio Branco Sim Não
Alaine Oliveira PE Cupira Não Não
Alana Ferraz Vale RS Arroio Dos Ratos Não Não
Albeniz Leite Da Silva Neto PA Belém Não Sim
Alcindo Perosa SC Ibiam Sim Não
Alda Selma Frota Monteiro PA Belém Não Não

776
Aldinete Vieira AL Maceió Sim Não
Aleriles Carneiro Campos BA Serrinha Não Não
Alessandra Arnaudin Rabelo GO Não Sim
Alessandra Benedetti SP Jundiaí Não Sim
Alessandra Concer SP Itatiba Não Sim
Alessandra De Araújo PE Jaboatao Não Não
Alessandra Sayegh Arreguy Silva MG Viçosa Não Não
Alessandra Travasso BA Trancoso Não Não
Alessandra Yukie Suiama SP Piedade Sim Não
Alessandro De Oliveira Ferraz MG Governador Valadares Não
Alex Oliveira SP São Paulo Não Não
Alexander Ramírez Salazar Zipaquirá - Colombia Sim Não
Alexander Welker Biondo PR Curitiba Sim Não
Alexandra De Lucena PE Recife Não Não
Alexandra Ferreira Lima Beraldi SP São João Da Boa Vista Não Não
Alexandra Mattiazzo SP Sao Paulo Sim Não
Alexandra Gimenez Costa SP Sim
Alexandre Esperidião SP São Paulo Sim Não
Alexandre Terreri SP São Paulo Não Sim
Alexandre Luis Terreri SP São Vicente Não Sim
Alexandre Redson Soares Da Silva PE Petrolina Sim Não
Alexsandra Silva De Paula PE Recife Sim Não
Alexsandro Pereira Machado DF Brasilia Não Sim
Alfonso Espindola SC Blumenau Sim Não
Alice Campos MG Viçosa Não Não
Alice Oliveira CE Fortaleza Não Sim
Alice Oliveira CE Fortaleza Não Sim
Alice Teixeira Meirelles Leite RS Rio Grande Sim
Alice Kelly Silva MG Santana Do Paraíso Sim Não
Alice Vitória Nunes
De Melo Melo PE Recife Não Sim
Alick Sulliman Santos De Farias PB João Pessoa Sim Não
Aline Alves Santana De SP Mogidascruzes Sim Não
Aline Bezerra MG Belo Horizonte Sim Não
Aline Duarte RS Tapes Não Sim
Aline Girotto Soares RS Porto Alegre Não Não
Aline Gonçalves De Freitas PI Teresina Não Sim
Aline Luciano SC Caçador Sc Sim Não
Aline Paulino Moreira MG Serro Sim Não
Aline Rodrigues DF Brasília Não Sim
Alinne Guimarães PE Petrolina Não Não
Alison Camargo Silvestre PR Londrina Sim Não
Alison Garcia Dos Santos RN Macaiba Não Não
Alison Weyh Gesser PE Garanhuns Não Não
Alisson Inácio Batista CE Juazeiro Do Norte Não Não
Alliny Das Graças Amaral GO Anápolis Sim Não
Allisson Jhonatan Gomes Castro SC Florianópolis Sim Não
Amanda Alves MG Bh Não Não
Amanda Barbosa Chaveiro MG Paracatu Não Sim
Amanda Bernardes SP Arujá Não Sim
Amanda Bragato Pereira RS Santa Cruz Do Sul Sim Não
Amanda De Assis Saturno Dos Santos PR Maringá Não Não
Amanda De Sena Warnk PR Curitiba Não Não

777
Amanda Fonseca MG Paracatu Não Não
Amanda Guilherme Gonçalves PR Umuarama Não Não
Amanda Leite Bastos Pereira SC Araranguá Sim Não
Amanda Lima DF Brasília Não Não
Amanda Mello RJ Nilópolis Sim Sim
Amanda Moreira MG Itabira Não Sim
Amanda Nobre De Souza MG Belo Horizonte Não Não
Amanda Novais Grecco SP São Paulo Não Não
Amanda Oliveira Da Silva RS Imbé Sim Não
Amanda Rebeka Lima De Souza AC Rio Branco Não Não
Amanda Rodrigues BA Salvador Não Não
Amanda Rodrigues Barbosa MA São Luís Não Não
Amanda Ruda PR Curitiba Não Não
Amanda Santarosa ES Aracruz Sim Não
Amanda Turolla RJ Rio De Janeiro Não Não
Amanda Viana BA Barra Do Choça Sim Não
Amanda Vieira Dos Santos DF Brasília Não Não
Amanda Westin DF Brasilia Não Não
Amanda Maria Borotti SP Rio Claro Sim Não
Amanda Beatriz Santana Moreira BA Feira De Santana Sim Não
Amanda Cristiny Freitas Setubal MA São Luís Não Não
Amanda Julia Baniski Caron PR Ponta Grossa Não Não
Amanda Raíssa Neves De Amorim RN Natal Não Não
Amanda Vitória Balbino RN Bento Fernandes Não Não
Amandha Pâmella Dias Moreira MG Taiobeiras Não Sim
Amara Areias PE Paulista Não Não
Amelia Franciulli SP Itanhaem Não Não
Ana Botelho RJ Rio De Janeiro Não Não
Ana Campos RS Bagé Não Não
Ana Carolina Pavan Bordini SP Araras Não Não
Ana Dalpupo RS Erechim Não Não
Ana Faria DF Brasília Não Não
Ana Leal RS Santa Cruz Do Sul Não Não
Ana Leocadio BA Não Não
Ana Maria Ramos Da Silva ES Vitória Sim Não
Ana Maria Ramos Da Silva ES Vitória Não Não
Ana Ramos PA Bragança Não Sim
Ana Rossi RS Caixas Do Sul Não Não
Ana Tenorio PE Recife Sim Não
Ana Tormin GO Não Sim
Ana Amélia Domingues Gomes PE Petrolina Não Não
Ana Beatriz Garcia SP Gastão Vidigal Não Não
Ana Carla Da Silva
Cardoso Maia Maia MG Campo Belo Não Sim
Ana Carolina Da Cunha Rodrigues BA Vitória Da Conquista Não Não
Ana Carolina De Morais Garcia PR Bandeirantes Não Não
Ana Carolina Dias De Moraes SP Porto Feliz Não Sim
Ana Carolina Macedo Leitão RJ São Pedro Da Aldeia Sim Não
Ana Carolina Oliveira Roque Cunha SP Bertioga Sim Não
Ana Carolina Pereira AL Coruripe Sim Não
Ana Carolina Pessoa Braz De Oliveira BA Vitoria Da Conquista Não Sim
Ana Carolina Pompéia Navarro Mendonça CE Fortaleza Não Não
Ana Carolina Tavares Bonini SP Jaboticabal Não Não

778
Ana Carolina
Lacerda Teresani Lacerda MG Contagem Não Não
Ana Carolina
Soares Rocha Melero SP Pirapozinho Sim Não
Ana Caroline Ceranto PR Umuarama Não Não
Ana Caroline De Andrade SP Santa Rosa De Viterbo/Sp Sim Não
Ana Caroline Kerber PR Pato Branco Não Sim
Ana Clara Pereira SC Araquari Não Não
Ana Clara Agular Santos MG Juiz De Fora Não Não
Ana Clara Da Silva Maciel SP Santa Branca Não Não
Ana Clara Moreira
Morais Alves MG Belo Horizonte Não Não
Ana Claudia Alvarenga Cardoso RJ Rio De Janeiro Não Não
Ana Claudia Alvarenga Cardoso RJ Rio De Janeiro Não Não
Ana Claudia Cardoso MG Alvorada De Minas Sim Não
Ana Claudia Gomes MG Bom Jardim De Minas Sim Não
Ana Cláudia Ramos De Araújo PE Recife Sim
Ana Cláudia Vitoretti Felippe MG Juiz De Fora Não Não
Ana Claudia Leimig Telles CE Juazeiro Do Norte Não Sim
Ana Cristina Araujo Pinto RJ Rio De Janeiro Sim Não
Ana Cristina Batista Dias Bento SP Tapiratiba Não Não
Ana Das Graças Machado Da Matta ES Anchieta Sim Não
Ana Flávia Rodrigues MG São Gotardo Sim
Ana Izabel Barbosa
Ana Julia Magnus De Assis RS Arroio Do Sal Sim Não
Ana Julia Okano De Almeida SP Morro Agudo Não Não
Ana Lara Basiquetto Rufino SC Joinville Sim Não
Ana Laura De Souza Gonçalves SP Mairiporã Não Sim
Ana Liz Bastos MG Itabirito Sim Sim
Ana Lucia Baldan PR Curitiba Sim Não
Ana Lúcia Busch RJ Rio De Janeiro Não Não
Ana Lúcia Corrêa E Castro DF Arniqueira Não Não
Ana Lúcia Fernandes Polonio PR Londrina Não Não
Ana Lucia Ywane DF Brasília Não Não
Ana Lucia De Souza Duarte CE Juazeiro Do Norte Não Não
Ana Luisa Jacon Rosa SP Lençois Paulista Sim Sim
Ana Luiza De Jesus Gusmão BA Vitória Da Conquista Sim Não
Ana Luiza Gomes Caixeta MG Patos De Minas Não Não
Ana Luiza Horta Simões MG Itabirito Sim Não
Ana Luiza Lourenço MS Campo Grande - Ms Sim Não
Ana Luiza Silva Lima MG Belo Horizonte Não Não
Ana Marcia Freitas Vasconcelos MG Alfenas Sim Não
Ana Maria Gomez Barranzuela RR Boa Vista Não Não
Ana Maria Ramos Da Silva ES Vitória Sim Não
Ana Maria Carolina Tomé SP Mogi Das Cruzes Sim Sim
Ana Maria E Souza Braga RS Porto Alegre Não Não
Ana Maria
Francisco Guedes MG Maria Da Fé Sim Não
Ana Milena Ribeiro DF Brasília Não Não
Ana Pau Muniz Dias SP Santa Cruz Da Conceição. Não Não
Ana Paula Batista Masseno SP Avaré Não
Ana Paula Coelho Ribeiro TO Araguaína Sim Não
Ana Paula Da Rosa RS São Nicolau Sim Não
Ana Paula Da Silva SP Nova Canaã Paulista Sim Não

779
Ana Paula Jacon Zainedir PR São José Dos Pinhais Sim Não
Ana Paula Magalhães Da Silva Petili SP Sorocaba Não Não
Ana Paula Magalhães Petil SP Sorocaba Não Não
Ana Paula Marques PE Caruaru Não Não
Martareli De Oliveira
Ana Paula Pelegrini PR Terra Boa Sim Não
Ana Paula Menezes Felix AL Maceió Sim Não
Ana Paula Neuschrank Albano RS Pelotas Não Não
Ana Paula Rabelo MG Três Corações Sim Não
Ana Paula Soares Gonçalves GO Rio Verde Não Não
Ana Paula Souza Sementillee SP Bauru Sim Não
Ana Paula Wasileski PR Dois Vizinhos Não Não
Ana Paula
Rodrigues Da Luz Neri PE Recife Não Não
Ana Paula Vieira Bernardi SC Blumenau Não Não
Ana Pérola Drulla Brandão DF Brasília Sim Não
Ana Selma Moreira SC Navegantes Não Sim
Machado De Oliveira Frota
Ana Silvia Curado GO Goiânia Não Não
Anamaria De Brenner Lima RS Imbé Não Não
Anameire Martins BA Itapetinga Não Não
Ananelia Alves SC Florianópolis Não Não
Anderson Correia PE Caruaru Sim Não
Anderson Dos Santos RS Rio Grande Sim Não
Anderson Guimarães Oliveira SP São Paulo Sim Não
Anderson Ribeiro RS Sao Leopoldo Não Sim
Anderson Rodrigues Da Silva PR Arapongas Não Não
Anderson Dos
Santos Dos Santos RS Rio Grande Sim Não
André Chiang SP Suzano Sim Não
André Luiz Pereira Silva MG Itabira Sim Não
André Luiz Baptista Galvão RR Boa Vista Sim Não
Andréa Bastos Gomes RJ Não Não
Brandão De Souza Princivalli
Andréa Campos DF Brasília Não Não
Andrea Garcia Sellanes RJ Armação Dos Búzios Não Não
Andrea Leão Gil GO Goiânia Não Sim
Andrea Porto MG Nova Lima Não Sim
Andréa Relva Izzo SP São Carlos/Sp Sim Não
Andréa Ricci MA São Luís Não Sim
Andrea Janaína Mello MT Cuiaba Sim Não
Andreia Dias Kubota SP Rafard-Sp Sim Sim
Andreia Dos Santos RJ Niterói Não Não
Andreia Gomes DF Guará Não Sim
Andreia Tuvani SP Porto Feliz Não Sim
Andréia Aparecida Rezende Sanches PR Maria Helena Sim Não
Andreia Cristiane Silva MA Carolina Não Não
Andréia Cristina Silva PR Foz Do Iguaçu Não Não
Andresa Severino SC Capivari De Baixo Sc Não Não
Andressa Costa Furquim Oliveira GO Rio Verde Sim Não
Andressa Vaz Martins Coaracy GO Rio Verde Sim Não
Andreza De
Oliveira Garcia RJ São Gonçalo Não Não
Andreza Sabrina Da Silva Gomes RN Natal
Andrezza De Moura Costa Said AM Manaus Não Não

780
Andrezza Machado SC Laguna Não Não
Andrezza Miguel RN Não Não
Ane Karoline Maia PR Curitiba Não Não
Aneli Marques Neves Conceicao SP Americana Sim Não
Angela Caruso SP São Paulo Não Sim
Ângela Cristina Fernandes SP São Paulo Não Sim
Angela Pessanha RJ Rio De Janeiro Não Não
Angela Varella Katz SP Holambra Sim Não
Ângela Maria Dos
Santos Leite Leite MG Capitólio Sim Sim
Angelica Albar RJ Rio De Janeiro Não Não
Angélica Leivas Pereira RS Rio Grande Sim Não
Angelica Rizzatti Padilha SC Treviso Sim Não
Angelica Soares SP Campinas Não Não
Angelica Tatarunas SP São Paulo Não Não
Angelica Vicente Dos Santos RR Boa Vista Não Não
Angélica Cristina Lima Gonçalves MG Monte Alegre De Minas Não Sim
Angélica Soares Soares SP Campinas Não Não
Angelika A. MA São Luís Não Não
Angelika Macsan MA São Luís Não Não
Angelize Braun SP Itapeva Sim Não
Angelo Tancredo RJ Duque De Caxias Sim
Aníbal Souza Felipe Da Silva MG Montes Claros Não Não
Aníbal Souza Felipe-Silva MG Salinas Não Não
Anna Lech SP Bertioga Sim Não
Anna Merege SP Ourinhos Não Sim
Anna Pio Soares Dos Santos MG Belo Horizonte Não Não
Anna Sarmento SP São Paulo Sim Não
Anna Carolina De Carvalho MG Belo Horizonte Sim Não
Anna Carolina Gritti Da Silva SP Amparo Sim Não
Anna Carolina Santana Rangel Moura BA Salvador Não Não
Anna Carolina Silva De Queiroz PB João Pessoa Não Não
Anna Catharina
Maia Del Von Sydow SP São Paulo Sim
Anna Christina Da
Silva Silva DF Brasilia Não Não
Anna Clara Vasques Fliess De Castro RJ Petrópolis Não Não
Anna Consuelo Merege SP Ourinhos Não Sim
Anna Julia Girardi SC Blumenau Sim Não
Anna Karla Ferreira De Melo AL Maceió Não Não
Anna Luiza Silva MG São Joaquim De Bicas Sim Não
Anne Soares CE Maracanaú Não Não
Anne Lydse Oliveira De Carvalho Macedo BA Esplanada Sim Não
Gomes Andrade Ferreira
Anne Mirelly Formiga PB Não Não
Annelisa Baratto RS Ijui Não Não
Anny Carla Franco De Moura MS Corumbá Não Não
Antonia Ferreira Lima CE Crato Não Sim
Antonia Ferreira
Lima Ferreira Lima MA Pedreiras Não Não
Antonia Ferreira
Lima Ferreira Lima MA Pedreiras Não Sim
Antoniana Ottoni DF Brasília Não Sim
Antonio Donizete Figueira SP Colina Sim
Antonio Jacinto Lourenço Nogueira CE Cariús Sim Não

781
Any Karoline Marques Bonfim DF Planaltina Não Não
Aparecida De
Lourdes Tavares Luciano SP Maua Não Não
Aracelli Hammann SC Lages Não Sim
Aretusa Silva Nascimento PB Campina Grande Sim Não
Ariadna Levandoski PR Curitiba Não Não
Ariane Dias Alvarez RS Viamão Não Não
Ariane Graciela Teixeira Da Silva MG Diamantina Sim Não
Ariel Alves Almeida GO Ipameri Não Não
Ariene Cristina Dias Guimarães Bassoli PE Recife Sim Não
Arlene Lazzari RS Farroupilha Sim Não
Arley Marcos MG Patrocínio Sim
Arnaldo Garcia MA São Luís Sim Não
Arthur Gomes Pinheiro Silva BA Vitória Da Conquista Não Não
Arthur Peres Garcia DF Brasília Não Não
Arthur Vendruscolo PR Iguaraçu Sim Não
Arthur Octávio Nolasco Monteiro MT Cuiabá Sim Não
Artur Buriti PB João Pessoa Sim Não
Artur Kanadani Campos MG Viçosa Sim
Aryane De Campos GO Valparaíso De Goiás Não Não
Augusto Barbosa Lages MG Governador Valadares Não Não
Augusto Lages MG Governador Valadares Sim Não
Aulus Teixeira BA Salvador Não Sim
Áurea Caribé BA São Félix Não Não
Aurelio Calheiros De Melo Junior DF Brasilia Não Não
Aureluci Francisca Dos Santos PE Recife Não Sim
Auristone De Paula Viana ES Itapemirim Sim Não
Auristone De Paula Viana ES Itapemirim Sim Não
Aurora Guadagnin PR Campo Largo Não Sim
Aurora Carla Guadagnin PR Campo Largo Não Sim
Aysla Matsumoto SC São José Sim Não
Barbara Alves Ferreira SP Orindiúva Sim Não
Bárbara Becker Teixeira SC Florianópolis Sim Não
Bárbara De Brito Silva GO Goiânia Não Não
Bárbara Eduarda MG Ibirité Não Não
Barbara Goloubeff MG Belo Horizonte Não Sim
Bárbara Lopes PE Recife Sim Não
Bárbara Luiza Dos Santos Damas MG Belo Vale Não Não
Bárbara Silva Alves BA Vitória Da Conquista Não Não
Barbara Stenzel RS Imbé Sim Não
Barbara Ann West SP Boituva Sim Não
Bárbara Gabriela Tovo PR Toledo Não Não
Bárbara Rhaíssa Pinheiro De Lima RN Macaiba Não Não
Beatriz Beisiegel SP São Miguel Arcanjo Não Não
Beatriz Garcia Gonçalves SP São Paulo Não Não
Beatriz Silva SP São Paulo. Não Não
Berenice Guimarães Da Costa RS Rio Grande Não Não
Berenice Rodrigues RS São Leopoldo Não Não
Bernardo Broetto DF Brasilia Não Não
Bertulino José De Oliveira MG Ipanema Sim Não
Betânia Gomes Rodrigues MG Turmalina Sim Não
Bianca Barbara Fonseca Da Silva PR Curitiba Não Não
Bianca Betzold RJ Rio De Janeiro Não Não

782
Bianca Gresele PR Curitiba Não Não
Jennifer Domingues
Bianca Sacramento MG Belo Horizonte Não Não
Bianca Lavarda Ramos RS Santa Cruz Do Sul Sim Não
Bianca Moreira De Souza MG Bh Sim
Bianca Ribeiro Martins MG Mateus Leme Não Não
Bianca Romeu SC Florianópolis Não Não
Bianca Sartorelli BA Rio De Contas Não Não
Bibiana Welter Pereira RS Gravataí Sim Não
Blenda Araujo Martins Ferreira MG Lavras Não Não
Brenda De Andrade Machado MG Belo Horizonte Não Não
Brenda De Souza Fonseca MG Limeira Do Oeste Sim Não
Brenda Neves SC Florianópolis Não Sim
Brenda Pickler PR Ouro Verde Do Oeste Sim Não
Brenda Rodrigues Barra Cavalcante MG Coronel Fabriciano Não Não
Breno Oliveira Lima Ramos MG Belo Horizonte Não Não
Breno Sampaio Santos CE Fortaleza Não Não
Breno Tabosa PE Caruaru Não Não
Bruna Betti MG Contagem Não Não
Bruna Brati Teodoro SC Joinville Não Não
Bruna Da Silva Rocha PR São José Dos Pinhais Sim Não
Bruna Devens ES Fundão Sim Não
Bruna Galvao PE Belo Jardim Sim Não
Bruna Iwayama SP Parapuã Não Não
Bruna Lopes Oliveira TO Palmas Não Não
Bruna Lopes Oliveira MA Tuntum Sim Não
Bruna Medeiros De Liz SC Blumenau Não Não
Bruna Miranda Pereira DF Não Não
Bruna Morais SP Orindiúva Sim Não
Bruna Paris PA Belém Não Não
Bruna Rocha Martins Arêas MG Sete Lagoas Não Não
Bruna Rocha Martins Arêas MG Sete Lagoas Não Não
Bruna Rodrigues ES Vitória Sim Não
Bruna Silva MG Santa Luzia Não Não
Bruna Antonia Bretz MG Belo Horizonte Não Não
Bruna Antonia Bretz MG Bh Não Não
Bruna Gabriela Martins Nankoo RR Boa Vista Não Não
Bruna Giovanna Matos MA São Luís Não Não
Bruna Luiza Figueredo Pinto BA Vitória Da Conquista Não Não
Bruna Tayna Gomes Da Silva RJ Rio De Janeiro Não Não
Brunna Barni RS Porto Alegre Sim Não
Gabriela Gonçalves De
Brunna Oliveira Ferreira PR Curitiba Não Não
Brunna Saragiotto SP São Paulo Sim Não
Bruno Campos MG Belo Horizonte Não Não
Bruno Damato MG Oliveira Sim Não
Bruno Do Carmo RJ Maricá Sim Não
Bruno Jackson PB Coremas Não Não
Bruno Marques MG Belo Horizonte Não Não
Bruno Reis Belvino MG Belo Horizonte Sim Não
Bruno Reis Martins PR Curitiba Sim Não
Bruno Resende Teófilo SE Aracaju Não Não
Bruno Souza RJ Niterói Sim Não

783
Bruno Daniel Navarro PR Cornélio Procópio Não Sim
Bryan William Marques RS Poço Das Antas Sim Não
Caio André Magalhães Silva MG Contagem Não Não
Caio André Magalhães Silva MG Contagem Não Não
Camila Amorim Silva GO Goiânia Não Sim
Camila Araujo Dos Anjos SP Taboão Da Serra Não Não
Camila Barros De Miranda PR Curitiba Não Não
Camila De Almeida Goulart MG Sete Lagoas Não Não
Camila De Oliveira SP Bauru Não Não
Camila Duarte RS Canguçu Sim
Camila Firmino De Azevedo PB Campina Grande Não Não
Camila Furtado RJ Duque De Caxias Não Sim
Camila Gir SP Não Não
Camila Marques SP Pirapozinho Não Não
Camila Martins Pires SP São Paulo Não Sim
Camila Mottin PR Campo Mourão Não Sim
Camila Pereira RS Pelotas Sim Não
Camila Ramalho MG Teófilo Otoni Não Não
Camila Redivo RJ Niterói Não Não
Camila Rodrigues SP Monteiro Lobato Sim Não
Camila Siqueira Costa MG Bh Não Não
Camila Stupak PR Curitiba Não Não
Camila Alves
Tenório Prazeres AL Maceió Não Não
Camila Aparecida Figueiredo SC Agrolândia Não Não
Camila Stefanie Fonseca De Oliveira MG Belo Horizonte Sim Não
Camilla Canelada DF Brasília Não Não
Camilla Pandolfo SC Xaxim Sim Não
Camilla Pandolfo SC Xaxim Sim Não
Camilly Pereira MG Belo Horizonte Não Não
Carina Brauna Bruno Sales CE Fortaleza Não Não
Carine Abreu RS Porto Alegre Não Não
Carine Moreira De Oliveira MT Lucas Do Rio Verde Sim Não
Carla Bernardes SP São Paulo Não Sim
Carla Carvalho SP São Paulo Sim Não
Carla Cristina Dias Scalabrin SP Mairinque Não Não
Carla Manarte AM Manaus Não Sim
Carla Rodrigues SP Santo André Não Não
Carla Sássi MG Conselheiro Lafaiete Não Sim
Carla Viana Maciel MG Turmalina Não Sim
Rebouças Marques Do
Carla Janaina Rosário MA São Luís Sim
Carla Naiara Rocha BA Salvador Não Sim
Carla Passinato Aldigueri PR Curitiba Não Não
Carla Roberta
Barros Cabral Silva MG Betim Sim Não
Carlos De Lavor CE Fortaleza Sim Não
Carlos Leite MG Lavras Não Não
Carlos Pinotti SP Nova Odessa Não Sim
Carlos Alberto D'avilla De Oliveira SP Ribeirão Preto Sim Sim
Carlos Alberto Zardeto Ferrari SP Itu Não Não
Carlos Alberto Zardeto Ferrari SP Itu Não Não
Carlos Cezar Medeiros Bezerra PR Terra Boa - Pr Sim Sim
Carlos Eduardo De Santi PR Foz Do Iguaçu Não

784
Carlos Eduardo De Santi PR Foz Do Iguaçu Não Não
Carlos Eduardo Rodrigues MS Campo Grande Sim Não
Carlos Eduardo De Britto SC Pomerode Não Não
Carmem Portela SP São Paulo Não Não
Carmem Portela SP São Paulo Não Não
Carmem Verônica Fanaia Miquilino MS Campo Grande Não Não
Carmem Verônica Fanaia Miquilino MS Campo Grande Não Não
Carmen Da Silva PA Belém Não Não
Carmen Lopes RS Porto Alegre Não Não
Carmen Pierobon SP Jundiai Não Sim
Carmen Silva PA Belém Não Não
Carmen Ma Calderon MS Campo Grande Não Não
Carmenluci Aparecida Da Silva Camargo SP Bauru Sim Não
Carolina Correia RS Caxias Do Sul Não Não
Carolina Estevam SP São Paulo Não Não
Carolina Farias RJ Duque De Caxias Sim Não
Carolina Fiuza BA Salvador Não Sim
Carolina Gadelha Catunda CE Fortaleza Não Não
Carolina Gadelha Catunda CE Maranguape Não Não
Carolina Maciel Vuaden RS Porto Alegre Não Não
Carolina Novinski PR Curitiba Sim Não
Carolina Piva RS Caxias Do Sul Não Não
Caroline Aparecida Damaceno PR Londrina Não Não
Caroline Buri PE Recife Não Não
Caroline Cardoso Ruiz Fernandes PR Londrina Não Não
Caroline Constantino PR Apucarana Sim Não
Caroline De Paula PR Palmeira Sim Não
Caroline Ferreira RJ Rj Não Não
Caroline Lussani RS Poa Não Não
Caroline Machado SP Guarulhos Não Não
Caroline Yshida SP São Paulo Sim Não
Caroline Yshida SP São Paulo Sim Não
Carvalho Gabriela DF Brasília Não Sim
Cássia Rossi MG Viçosa Não Sim
Cassiane Schmidt PR São Jorge Doeste Não Não
Cassio Schmidt PR Jaguariaiva Sim Não
Catarina Módena MS Dourados Não Não
Catarina Módena MS Dourados Não Não
Catharina De Albuquerque Vieira PE Recife Sim Não
Cáthya Goulart MG Pains Sim Sim
Catia Dejuste De Paula RJ Niterói Sim Não
Catia Seifert MS Paranaíba Não Não
Catiúcia Castro MG Coronel Xavier Chaves Sim Não
Cecilia Pedra MG Contagem Não Não
Célia Lopes PR Cianorte Não Sim
Celia Rios BA Salvador Não Sim
Célia Serrano RJ Resende Não Sim
Celia Janaina Lopes
Rios Rios BA Salvador Não Sim
Célia Regina Goncalves SP São Paulo Não Não
Célio Castro BA Juazeiro Não Não
Celio Willian Ferreira Damaceno MG Oliveira Sim Não
Celso Christo ES Vila Velha Sim Não

785
Celso Christo Coutinho Da Silva ES Vila Velha/Es Sim Não
Celso Christo Coutinho Da Silva ES Vila Velha Sim Não
Ceres Louise De Mendonça Barbosa AL Maceió Não Não
Cezar Augusto De Souza E Silva MG Belo-Horizontinos Não Sim
Chaoline Luana Kamer SC Orleans Não Não
Charlene Santana Bortoleto MS Três Lagoas Sim Sim
Christian V SP São Paulo Sim Não
Christiani Vendramini PR Maringá Não Não
Christopher Santos Cardoso DF Brasilia Não
Cibelly Castro DF Gama Sim Não
Cintia Midori Kaminishikawahara PR Londrina Não Não
Cintya De Azambuja Martins PA Santarém Não Não
Cirlene Aparecida De Assis MG Alfenas Não Sim
Clara Miranda RJ Nilópolis Não Não
Clara Sullyvan AP Macapá Sim Não
Clara Inês Sullyvan AP Macapá Sim Não
Clara Lígia Santos
Do Nascimento DF Brasília Não Não
Clara Stefany Gonçalves De Jesus DF Brasília Não Não
Clarice Gomes Marotta MG Belo Horizonte Não Não
Clarício Alvim Bugarim Neto AL
Clarisa Chaves RS Porto Alegre Não Não
Clarissa Vincenzi PR Curitiba Não Não
Clarissa De Moraes Polesca MG Ponte Nova Sim Não
Clarisse Cid DF Brasília Não Não
Clarisse Cid DF Brasília Não Não
Clarisse Santos Ferreira DF Planaltina Não Não
Cláudia Barcelli SP Sorocaba Não Não
Claudia Da Silva Magalhaes CE Crato Sim Não
Claudia Ferreira MS Campo Grande Sim Não
Claudia Ferreira MG Lagoa Santa Não Não
Claudia Ferreira Avila Batista MG Lagoa Santa Não Não
Claudia Gonçalves Batista MG Itauna Sim Não
Claudia Lima Carvalho SP Cajamar Não Não
Claudia Massagardi Silva SP Não Não
Claudia Naria MG Patrocínio Minas Gerais Sim Não
Claudia Rodrigues Cacciari SP Araçariguama Sim Não
Cláudia Teixeira Dos Santos MG Belo Horizonte Não Não
Claudia Valéria RJ Armação Dos Búzios Sim Não
Cláudia De Cássia
Nicetto Buriti SP São Caetano Do Sul Não Não
Cláudia Lúcia Vieira GO Trindade Sim Não
Claudia Regina Cavalheiro SC Florianópolis Sim Não
Claudio Bordalo PA Belém Não Sim
Claudio Depes SP Assis Não Não
Claudio Dias DF Brasília Não Não
Claudio Zago Junior SP Bragança Paulista Sim Não
Claudyvan Silva PE Recife Não Não
Cleide Pereira PA Belém Não Não
Cleide Nadja Trindade DF Setor O/ Ceilândia Norte Não Sim
Cleidiane Nunes SP São José Dos Campos Não Não
Clélia Silveira De Carvalho DF Brasília Não Sim
Clélia Soares De Assis MG Coronel Xavier Chaves Sim Não

786
Cleusa Freire MG Alpinopolis Sim Não
Cleusa Cristine Arance Peixoto RS Santo Ângelo Não Sim
Conceição Avila RS Piratini Sim Não
Cris Moraes RS Canoas Sim Não
Cristhianne Cremonese RO Pimenta Bueno Sim Não
Cristhianne Cremonese RO Pimenta Bueno Sim Não
Cristhianne Cremonese RO Pimenta Bueno Sim Não
Cristhianne Cremonese RO Pimenta Bueno Sim Não
Cristian Rodrigo Alves Nogueira SP Palmital Sim Sim
Cristiana Santos Francisco MG Belo Horizonte Não Não
Cristiane Batista AL Maceió Não Não
Cristiane Berçot Budziareck RS Pelotas Sim Não
Cristiane Candido SP Mongaguá Não Não
Cristiane Demétrio BA Lençóis Não Sim
Cristiane Diogo RJ Duque De Caxias Sim Não
Cristiane Froio SP São Paulo Não Não
Cristiane Goncalves PR Curitiba Não Não
Cristiane Kucska Masutti SP Limeira Não Não
Cristiane Marcusso SP São Bernardo Do Campo Sim Não
Cristiane Masutti SP Limeira Não Não
Cristiane Matoso MG Uberaba Não Não
Cristiane Moraes De Souza PR Londrina Não Sim
Cristiane Muner PR Renascença Sim Não
Cristiano Scala Chiaratti SP Descalvado Sim
Cristina De Abreu Paulino SP Campinas Não Não
Cristina Galerani PR Piraquara Sim
Cristina Galerani PR Piraquara Sim Não
Cristina Maia Dos Santos SP Caieiras Não Não
Cristina Marteletti RS Alvorada Não Não
Cristina Moreira RJ Nilópolis Sim Sim
Cristina Oliveira RS Pelotas Não Não
Cybele Jacobson GO Não Sim
Cynthia Dias RO Porto Velho Não Não
Cynthia Scaramucci SP Gália Sim Sim
Cynthia Paola Lopes MG Belo Horizonte Não Não
Cynthia Saraiva Gelais MG Não Não
Cynthia Saraiva Gelais MG Bh Não Não
Daiana Vognach Kafender RS Santa Cruz Do Sul Não Não
Daiane Cristine Silva Reis GO Valparaíso De Goiás Sim Não
Daiane F Oliveira RS Rio Grande Não Não
Daisy Montenegro CE Fortaleza Não Não
Dalila Gurgel Neta RN Natal Sim Não
Dalzira Soares Sampaio Silva DF Brasília-Guara Ii Não Não
Daniel Augusto Silva MG Sacramento Não Não
Daniel Friguglietti Brandespim PE Recife Sim Não
Daniel Ribeiro SC Florianópolis Não Sim
Daniel Viana CE Fortaleza Sim Não
Daniel Frederico Fagundes De Lima Andrade RN Natal Não Não
Daniela Albuquerque CE Fortaleza Não Não
Daniela Andrade SP São Paulo Não Sim
Daniela Araújo Passos SP Jundiaí Sim Não
Daniela Belga DF Brasília Não Não

787
Daniela Candido Dosso RS Farroupilha Não Não
Da Luz Sanchotene
Daniela Gonçalves RS Itaqui Sim
Daniela Dias Mota Mobiolli SP Rafard Não Não
Daniela Foini RJ Rio De Janeiro Não Não
Daniela Kurylo PR Curitiba Não Não
Daniela Meira SP Santo André Não Não
Daniela Nagano Pinaffi Dos Santos SP Pirapozinho Sim Não
Daniela Pereira MG Belo Horizonte Não Não
Daniela Vectirans SP Sorocaba Sim Não
Daniela Aparecida Pinto MG Visconde Do Rio Branco Não Não
Daniela Fernanda Toledo SP Bragança Paulista Não Não
Daniela Maia Rabelo GO Goiânia Sim Não
Daniela Maria Gardini Linhares MG Paracatu Não Sim
Daniela Patricia Tozetto PR Curitiba Sim Não
Daniela Porto M. De Salles SP São Paulo Não Não
Daniele Andreazza RS Veranópolis Sim Não
Daniella Caroline Gaya Baldança Cabral SC Navegantes Não Não
Danielle Bahia PR Guarapuava Não Não
Danielle Berwig Möller SC Orleans Não Não
Danielle Fernandes MG Belo Horizonte Não Não
Danielle Ferreira MG Belo Horizonte Sim Não
Danielle Mansur DF Brasília Não Sim
Danielle Mansur DF Aguas Claras Não Sim
Danielle Melo PI Teresina Não Não
Danielle Silva Durand Pinto PB Campina Grande Não Não
Daniely Ayabe Curcio MS Campo Grande Não Não
Guaçui-Es Divino São
Danilo Braga Dos Santos Vieira Curti ES Lourenço -Es Não Sim
Dara Costa MG Ibirite Não Não
Dario Carmo SP Guarulhos Não Sim
Darly Sena Jr GO Jataí Sim
David Selhorst SC Florianópolis Não Não
Dayane De Medeiros PR Londrina Sim Não
Dayane Silva Jube Cintra GO Goiânia Não Sim
Daynneth Maia Da Costa Santos MA Não Não
Débora Andrade RS Panambi Não Não
Débora Andrade RS Panambi Não Não
Débora Bruschi Karmaluk MG Belo Horizonte Não Não
Débora Costa RS Herval Sim Sim
Debora Cristina Olsson SC Concórdia Sim Não
Débora De Oliveira Santos MG Belo Horizonte Não Não
Débora Rosa SP Araçoiaba Da Serra Não Sim
Deborah Fasanelli SP São Paulo Não Sim
Deidra Gonçalves AM Manaus Sim
Deivin Julio Correia PR General Carneiro Sim Não
Delaine Oliveira Sabbagh MG Brunadinho Não Não
Delma Verônica Teixeira CE Miraíma Sim Não
Dener Vieira Nascimento SC Laguna, Santa Catarina Sim Não
Marechal Cândido
Denilson Dos Santos PR Rondon Não Sim
Denise De Paulo Pedrini SP Nova Canaã Paulista Sim Não
Denise Falcão CE Fortaleza Não Não
Denise Marin Mazeto SP São Paulo Não Não

788
Denise Theodoro Da Silva PR Ivaiporã Sim
Denise Theodoro Da Silva PR Ivaiporã Não Não
Denise Tremura SP São José Do Rio Preto Não Não
Denise Langanke Santos SP Santo André Não Não
Denison Paixão MS Teremos Sim Não
Deusiane Santos SC Ilhota-Sc Sim Não
Deyna Arêas BA Ilhéus Não Não
Dhiordan Lovestain MG Ouro Preto Sim Não
Dhne Maria Pereira Da Silva PA Tracuateua Não Sim
Diana Cuglovici Abrão MG Guaxupé Sim Não
Diao Alex Chernehaque SC Florianópolis Não Sim
Diego Karison SP Ribeirão Preto Não Não
Diego Leonardo BA Ibicuí Sim
Diego Marcel BA Prado Não Não
Dilcinea Abadia MG Patos De Minas Sim Não
Dilcinea Abadia
Félix De Souza Abadia MG Patos De Minas Sim Não
Diogo Alves Da Conceicao RJ Niterói Sim Não
Diogo Mayer Fernandes MS Campo Grande Sim Não
Dionata Soares De Paula PR Jaguariaiva Não Não
Dionata Soares De Paula PR Jaguariaiva Não Não
Dionisio Guariero SP Tanabi-Sp Não Sim
Dionizio Genova Junior SP Assis Sim Não
Donner Abreu De Lara Resende DF Brasília Não Não
Dorcelina Ferrari Santa Clara Doeste Não Não
Douglas Almeida PR Campo Mourão Não Não
Douglas Honório BA Salvador Sim Sim
Douglas Pereira De Castro RJ Maricá Não Não
Douglas Pereira De Castro RJ Rio De Janeiro Não Não
Douglas Reichert SC Luiz Alves Sim
Duanny Murinelly De Souza Cunha SP São Paulo Sim Não
Durval Baraúna Júnior PE Petrolina Sim Não
Eclair Da Silva MG Contagem Sim Não
Eddymary Assis Dos Santos MG Ipanema Não Não
Eder Severino
Blasius Blasius PR Foz Do Iguaçu Não Sim
Ederson Lirio Santos MG Nova Lima Sim Não
Edilene Cerqueira DF Brasília Sim Não
Edilene Cerqueira DF Brasília Sim Não
Edilene Dias Santos PB Campina Grande Não Não
Edilton Pereira De Assis Filho PE Recife Sim Não
Edineide Carneiro
Parente Sampaio Carneiro Parente Sampaio PE Olinda Não Não
Edirene Ribeiro Da Silva MA Tuntum-Ma Não Não
Edlen Andrade De Medeiros SP São Paulo Não Não
Edlen Medeiros SP São Paulo Não Não
Edmar José Amaral Gonçalves DF Sobradinho Não Sim
Edmar José Amaral Gonçalves DF Brasilia Não Não
Edmara Correia PR Rolândia Não Não
Edmara Correia PR Rolandia Não Não
Edna Cristina Da Silva SP Sp Não Não
Edna Maria Oliveira MG Antônio Dias Não Não
Edna Miyoko Yano MG Varginha Não Não
Edneia De Cássia Xavier MG Paraisopolis Sim Não

789
Eduarda Nieves Marinho MG Mario Campos Sim Não
Eduarda Cora Gois PR Curitiba Não Não
Eduardo De Matos Trajano RS Imbé Sim Não
Eduardo Ricci SP Batatais Sim
Eduardo Signor RS Espumoso Não Sim
Eduardo Antonio Amâncio Da Silva MT Matupá Sim Não
São Sebastião Da
Eduardo Henrique Baltrusch De Gois PR Amoreira Sim Não
Eduardo Henrique Kammler PR Toledo Não Não
Eduardo Henrique Sousa Garcia SP Franca Sim Não
Edwiges Dias ES Vitória Sim Não
Eiane Batista Lima SP Bauru Sim Não
Elaine Jubette RS Porto Alegre Sim Não
Elaine Cristina Do Carmo Tozo PA Belém Não Não
Elaine Cristina Kovalski RS Porto Alegre Não Não
Elan Cardozo Paes De Almeida RJ Niterói Não Não
Elce Regina Pereira Lopes MG Carmo Do Paranaíba Sim Não
Elciana Matos Da Silva BA Serrinha Não Sim
Eldimara Caires GO Anicuns Sim Não
Elena Maria Hurtado SP São Paulo Não Não
Eli Costa RS Santo Ângelo Não Não
Eli Dias GO Paraúna Não Não
Eliana Lobo De Oliveira DF Brasilia Não Não
Eliane Duarte Damasceno Miranda MG Belo Horizonte Não Não
Eliane Nascimento MG Visconde Do Rio Branco. Não Sim
Eliane Parajara ES Cachoeiro De Itapemirim Não Sim
Eliane Salles Da Silva GO Goiania Não Não
Eliane Sander
Mansur Mansur MG Belo Horizonte Não Não
Elienai Freitas Dos Santos PA Vitória Do Xingu Sim Não
Eliezer Timm RS Canguçu Sim Não
Elika Delazare ES Serra Não Não
Elisabete Rosa Cruz BA Belo Campo Não Não
Elisabete Silva SP São Não Não
Elisandra Burg PR Medianeira Não Não
Elisângela Almeida MG São José Da Varginha Não Sim
Elisângela Aparecida Da Silva MG Frutal Não Não
Elisângela Celestino MG Limeira Do Oeste Sim Não
Elisângela Santos BA Itiúba Não Sim
Elisangela Silva BA Não Não
Elisângela Sardinha
Dos Santos Santos França GO Parauna Sim Não
Elisete Jardim Da Costa PA Santarem Não Não
Elitania Teixeira SP Suzano Não Não
Eliza Leão SP Campinas Não Não
Morais Rodrigues
Eliza Mara Sponchiado MS Rio Brilhante Não Sim
Elizabeta Amorim Santos PE Recife Não Não
Elizabeth De Campos DF Brasilia Não Não
Elizabeth Veronese RJ Barra De São João Sim
Elizete De Fatima
Valadares Lucas Valadares MG Morada Nova De Minas Não Não
Ellen Cardoso PR Antonina Não Não
Ellen Mariano RJ Rio De Janeiro Não Não
Eloir Pereira PR Colombo Sim Não

790
Elyana Lanes SP Praia Grande Não Não
Emanuella Rosa RJ São Gonçalo Não Não
Emanuelly Gonzales Wagnitz PR Matinhos Não Não
Emely Carolina Arruda PR Curitiba Sim Não
Emely Carolina Arruda PR Curitiba Sim Não
Emerson Evangelista Silva MG Nova Serrana Sim Não
Emerson Rogerio Teixeira PR Ubiratã Sim Não
Emily Brennsen PR Paranaguá-Pr Não Sim
Emily Kravetz PR Curitiba Sim Não
Enderson Barreto MG Conselheiro Lafaiete Sim Sim
Eneleia Do Valle Cordeiro MG Inhaúma Não Não
Eric Mariano Souza PR Paranaguá Sim Não
Eric Paro PR Umuarama Não Não
Ericka Rodrigues Maia CE Santana Do Cariri - Ce Sim Não
Érico Marcantonio RS Bento Gonçalves Não Não
Erik Henrique SP Tupi Paulista Sim
Erika Zanoni Fagundes Cunha PR Ponta Grossa Não Não
Erika Yuri Kawakita MS Deodápolis Sim Não
Erivanete Tarquino PB Joao Pessoa/Pb Não Sim
Erivelto Araújo SP Santopolis Do Aguapeí Sim Não
Ernando R. Rocha MG Belo Horizonte Não Não
Eronilma Barbosa Da Silva AL Maceió Não Não
Eslaine Alves Campolina Rodrigues MG Sarzedo-Mg Não Não
Eslaine Alves Campolina Rodrigues MG Sarzedo Não Não
Eslaine Alves Campolina Rodrigues MG Ibirité Não Sim
Estefanny Alves GO Formosa Sim
Esteffany Barbosa PE Recife Não Não
Estela Sales Bueno De Oliveira BA Salvador Não Sim
Ester Lopes PR Curitiba Não Não
Estevão De Miranda MG Serro Sim Não
Esther Espejo SP São Paulo Sim Não
Esther Espejo SP São Paulo Sim Não
Esther Magdanelo SP Santana De Parnaíba Não Não
Ethiene Santos MG Belo Horizonte Sim Não
Eugênio Scolforo Louzada MG Viçosa Não Não
Eukira Enilde Monzani SP Descalvado Sim Não
Eva Maristane Rodrigues Muller RS Santiago Sim Sim
Eva Verônica
Nunes Neves PE Jaboatão Dos Guararapes Não Não
Evelyn Nestori Chiozzotto SP Votorantim Sim Não
Evelynne Hildegard Marques De Melo AL Maceió Sim Não
Evelynne Hildegard Marques De Melo AL Maceió Sim Não
Ewellyn Beatriz Gonçalves Da Silva GO Porangatu Não Não
Fabia Marques SP Sorocaba Não Não
Fabiana Amorim Rocha BA Barra Do Choça Sim Não
Fabiana Arakaki DF Brasília Não Não
Fabiana Bast Sim Não
Fabiana Gomes BA Lauro De Freitas Não Não
Fabiana Merida SP Itú Não Sim
Fabiana Milhomem DF Brasília Não Não
Fabiana Weiser PR Palotina Não Não
Fabiana Aparecida
Lima Alcantara
Figueiredo Figueiredo SP Bauru Sim Não

791
Fabiana Letícia Stecca RS Santa Maria Sim Não
Fabiane Ibarra SP Lençois Paulista Sim Não
Fabiane Peter RS Pelotas Sim Não
Fabiane Weis Gonçalves BA Luís Eduardo Magalhães Não Não
Fabiano Cunha Ceschini PR Cianorte Sim Não
Fabiano Cunha Ceschini PR Cianorte Sim Não
Fabiano Luz PB Alagoa Grande Sim Não
Fabiano Novaes Rocha RJ Maricá Sim Não
Fabieni Tiemy Okiyama Oliveira DF Brasilia Sim Não
Fabio Calado SP Campinas Não Não
Fábio Silva De Souza RR Boa Vista Não
Fabíola Iecks Gomes Torres SP Serra Negra Sim Não
Fabricio Reis Gomes Da Silva SP Osasco Sim Não
Fabrine Odete Da Costa Reis MG Muriaé Sim Não
Fabyana Moraes De Carvalho SP São Paulo Não Não
Fagner De Moraes De Oliveira SC São Bento Do Sul Não Não
Farah Da Silva Faustino SP Arujá Não Não
Fátima Sena RJ Nilópolis Não Sim
Fátima Zotte DF Taguatinga Sul Brasilia -Df Não Não
Fátima Zotte DF Taguatinga Sul .Bsb Não Não
Feenanda Moreno SP Mogi Das Cruzes Sim Não
Felipe Carradore Nunes SC Tubarão Não Sim
Felipe Costa MA Tuntum Sim Não
Felipe Filgueiras Facklam RJ Petrópolis Sim Não
Felipe Gerran DF Brasília Não Não
Felipe Lima SP São Paulo Sim Não
Felipe Oliveira DF Taguatinga Não Sim
Felipe Pedrosa SP Jundiaí Não Não
Ferdimam Gomes De Souza Junior MA Imperatriz Sim Não
Fernanda Almeron De Souza RS Porto Alegre Não Não
Fernanda Alvares Da Silva DF Brasilia Não Não
Fernanda Alves Ferreira SP Taubaté Sim Não
Fernanda Ataide AL Limoeiro De Anadia Sim Não
Fernanda Camacho SC Lauro Müller Sim Não
Fernanda De Paula Schmitt SP São José Dos Campos Não Não
Fernanda Ferreira Dos Santos SP Paulínia Sim Não
Fernanda Garcia Carvalho GO Goiânia Não Não
Fernanda Góss Braga PR Curitiba Sim Não
Fernanda Guimarães DF Brasília Não Sim
Fernanda Hoffman Barbosa MG Belo Horizonte Não Sim
Fernanda Leme TO Palmas Não Não
Fernanda Lobo PB João Pessoa Não Não
Fernanda Louro De Souza MG Belo Horizonte Sim Não
Fernanda Magalhães MG Belo Horizonte Não Não
Fernanda Mendes MG Rio Paranaiba Não Sim
Fernanda Miziara DF Brasília Não Não
Fernanda Moura Fernandes MG Uberlândia Não Sim
Fernanda Oliveira E Silva SP Jacareí Sim Não
Fernanda Périco Boehm SC Balneário Camboriú Não Não
Fernanda Pinheiro Lima MG Formiga Sim Não
Fernanda Sica SP Ribeirão Preto Não Sim
Fernanda Silva Da Costa MG Belo Horizonte Sim Não

792
Fernanda Tome Da Silva Tavares MG Uberaba Não Não
Fernanda Trovani PR Lidianópolis - Pr Não Sim
Fernanda Xavier De Castro Santana GO Rio Verde Sim Não
Fernanda Bastos Teixeira CE Crato Não Não
Fernanda Eugenia Martins Freires CE Fortaleza Não Sim
Fernanda Hatsue Nakasato SP Marília Sim Não
Fernando Carlos Barbosa Silva MG Patos De Minas Não Não
Fernando De Azevedo Alves Brito BA Vitória Da Conquista Não Não
Fernando Ferreira SP São Paulo Não Não
Fernando Ferreira SP São Paulo Sim Não
Fernando Inácio De Melo MG Belo Horizonte Não Não
Fernando Sassarroni MG Jacutinga Não Não
Fernando Dos
Santos Murai SP Guaraçai Sim Não
Filipe Carrilho Arantes Ribeiro TO Palmas-To Sim Não
Filipe Formento RS Gravatai Não Não
Filipe Mendes DF Brasília Não Não
Filipi Oliveira Floriano SC Major Vieira Sim Não
Flavia Assad Calux SP São Paulo Não Não
Flavia Bomfim De Ataide Trindade RJ Rio De Janeiro Não Sim
Flávia Brettas MG Belo Horizonte. Não Não
Flávia Da Silva PR Paranaguá Não Não
Flávia De Figueiredo Machado GO Goiânia Não Não
Flávia Franchini MG Paraisópolis Sim Sim
Flávia Gomes PE Recife Não Não
Flavia Martinez SP Louveira Não Sim
Flávia Ribeiro GO Goiânia Não Não
Flávia Rodrigues CE Fortaleza Não Não
Flávia Santana
Flávia Souza PR Campo Magro Sim Sim
Flávia Souza PR Sim Sim
Flavia Velloso Bruschi MG Belo Horizonte Não Não
Flávia Castro
Huber Huber RJ Cabo Frio Sim Não
Flávia Castro
Huber Huber RJ Buzios Sim Não
Flávio Crepaldi SP Nova Independência Sim Não
Flávio Santos De Jesus BA Salvador Não Não
Francéllwika
Catharine Gomes De Azevedo SC Concórdia Sim Não
Francielle Gonçalves Cordeiro PR Balsa Nova Sim Não
Francielli Xavier Molina PR Colombo Sim Não
Francielli Xavier Molina PR Colombo Sim
Francis Paula De Oliveira Silva PA Belém Não Não
Francis Paula De Oliveira Silva PA Belém Não Não
Francisca Liliane Lucas Chaves CE Fortaleza Não Não
Francisco Figueiredo PB João Pessoa Sim Sim
Francisco Pizzolato Montanha PR Siqueira Campos Sim Não
Francisco Pizzolato Montanha PR Siqueira Campos Sim Não
Francisco Rondon Monteiro RJ Rio De Janeiro Não Não
Francisco Alex Carlos Paiva CE Sobral Não Sim
Francisco José Garcia Figueiredo PB João Pessoa Sim Sim
Centro Novo Do
Francisco Lima Da Silva MA Maranhão Sim Sim
Francys Ceccatto PR Curitiba Não Não

793
Frank Pinheiro PA Bragança -Pa Não Sim
Frederico Rodrigues De Oliveira MG Novorizonte Não Não
Gabriel Gomes Pinheiro Santos AL Maceió Sim Não
Gabriel Pinheiro AL Maceió Sim Não
Gabriela Almeida ES Serra Sim Não
Gabriela Araújo De Freitas MG Itapecerica Sim Não
Gabriela Bassan SP São Paulo Não Não
Gabriela Bonel De Paula SP Jumirim Sim Não
Gabriela Cardoso Barbosa MG Lagoa Grande Mg Não Não
Gabriela Ceratti Hoch RS São Nicolau Sim Não
Gabriela Ferreira Félix
Gabriela Govetti SP Guarulhos Não Não
Gabriela Marchetti Girardi SC Ponte Serrada Não Sim
Gabriela Muricy BA Itapetinga Não Não
Gabriela Passarini Bergamo PR Campo Bonito Sim Não
Gabriela Pohl Goerck RS Novo Hamburgo Não Não
Gabriela Prestes PR Curitiba Não Não
Gabriela Profeta SP São Paulo Não Não
Toaiari Rodrigues Farinha
Gabriela Cordeiro SC Lages Não Não
Gabriela Winter Gindri PR Guarapuava Não Não
Gabriela Adriana Ávila Da Silva RS São Leopoldo Não Não
Gabriela Cristina Ferreira Sabadin MG Nova Ponte Sim Sim
Gabriela Maria Garcez PB Campina Grande Não Não
Gabriele Marisco BA Vitória Da Conquista Não Sim
Gabriele Mendes Xavier PB Patos Sim Não
Gabriella Drygala Andrade SP Cotia Não Não
Gabriella Rezende PE Petrolina Não Sim
Gabriella Santos Codato PR Umuarama Não Não
Gabrielle Fontenelle RJ Rio De Janeiro Não Não
Gabrielle Kayle
Braga Alves Alves CE Fortaleza Não Sim
Gabrielle Kayle
Braga Alves Kayle CE Fortaleza Não Sim
Gabrielle Kayle
Braga Alves Kayle CE Fortaleza Não Sim
Santa Rita Do Passa
Gabrielli Dentello Guzman SP Quatro Não Não
Gabrielli Cristina Ribeiro Meneguini PR Londrina Não Não
Gabryelly Valdevino Marques PB Campina Grande Não Não
Gardênia Lima Rodrigues Leite MG Betim Não Não
Geisa Cabral DF São Sebastião Não Não
Geisielle Gomes AL Maceió Não Não
Geni Alves MG Santana Do Riacho Não Não
Geni Alves MG Santana Do Riacho Não Não
Geórgia Aquino SP Cotia Não Não
Geórgia Carioca Melo CE Fortaleza Sim Não
Geovana Carolaine Ramos Cassimiro GO Jataí Sim Não
Geovane Campina CE Fortaleza Não Não
Geraldo Abreu MG Contagem Sim
Geraldo Ribeiro MG Rio Manso Não Não
Geraldo Vieira De
Andrade Filho Andrade PE Recife Não Não
Gerard Vicente
Dantas De
Medeiros Medeiros RN Natal Sim Não

794
Gerlane Silva Ferreira PA Abaeetetuba Não Não
Gerlane De Lisiex Dias Correia PB João Pessoa Não Não
Gerônimo Da Silva Cabral PA Ananindeua Não Não
Gertrudes Gomes DF Brasília Não Não
Gesielle Barcelos Rangel MG Contagem Sim Não
Giancarlo Berro RS Itaqui Sim Não
Giezy Felix Barbosa Junior RN Extremoz Sim Não
Gilberto Martins Junior MG Patrocinio Sim Não
Gilberto Piassa SP Amparo-Sp Sim Não
Gilberto Schein SP São Paulo Não Não
Gilberto G G Hernandez RJ Rio De Janeiro Não Não
Gilcimar Dos Santos Almeida PA Vitória Do Xingu Sim Não
Gilda Cardoso De Oliveira MG Uberaba Não Sim
Gilda Cardoso De Oliveira MG Uberaba Não Sim
Gilda Cardoso De Oliveira MG Uberaba Não Sim
Gilmar Batista De Araujo Junior DF Brasília Sim Não
Gilmar Batista De Araujo Junior DF Sim Não
Gilmara Oliveira MG Passos Sim Não
Gilson Dias Rodrigues MG Belo Horizonte Sim Não
Gilvana Maria Vieira Xavier AL Coruripe Não
Giordana De Jesus Pontes SP São Paulo Não Não
Giovana Neilza Do Nascimento PE Carpina Não Não
Giovana Nogueira SP Angatuba Não Não
Giovana Silva MG Abaeté Sim Não
Giovana A. Dos Reis Ghidini RS Imbé Sim Não
Giovana Maria Gomes Uruçu MA Tuntum Sim Não
Giovanna Marques CE Caucaia Não Não
Giovanni De Carvalho RN São Francisco Do Oeste Sim Não
Girlene Jacob PR Curitiba Sim Não
Girlene Maria
Pazini Jacob PR Curitiba Sim Não
Gisela Rolim CE Fortaleza Não Não
Gisela Rolim CE Fortaleza Não Não
Gisèle Bance SP Santo André Não Sim
Gisele Da Silva SP Mairiporã Não Sim
Giselle Ingred CE Fortaleza Não Não
Giselle Sodré TO Novo Acordo Não Não
Giuliana Cavalcanti Dos Santos PR Umuarama Não Não
Gladstone Carneiro De Freitas CE Fortaleza Não Não
Rio Verde De Mato
Gleice Mara Higashi MS Grosso-Ms Sim Não
Gleisi Helena Hoffmann DF Brasília Sim Não
Glenda Vieira Chaves CE Juazeiro Do Norte Não Não
Goretti Queiroz PE Recife Não Sim
Goretti Queiroz PE Recife Não Sim
Graciela Giurni RS Porto Alegre Sim Não
Gracienne Fonseca MG Capim Branco Sim Não
Gracilene Sobral Da Silva Barros PE Jaboatão Dos Guararapes Não Não
Graziela Oliveira DF Brasília Não Não
Graziela Ribeiro Da Cunha PR Curitiba Sim Não
Graziela Ribeiro Da Cunha PR Curitiba Sim Não
Graziele Carolina Da Cunha MG Cambuí Não Não
Grazielle Losso PR Guarapuava Não Sim

795
Greice Crislaine Maciel RS Novo Hamburgo Não Não
Greice Monteiro
De Moraes SP Marília Não Não
Guilherme Henrique Poli De Oliveira SP São Paulo Não Não
Guilherme Towata Sato SP São Paulo Sim Não
Guilherme Zambarda Leonardi DF Brasília Não Sim
Guilherme
Fernando Ferreira Silva SP Pindorama Sim Não
Guilherme José Alves Ferreira BA Vitória Da Conquista Não Não
Guilherme Vitor Guimarães Tenório DF Jardim Botânico Não Não
Gustavo Arraz Brito DF Sobradinho Não Não
Gustavo Baldissera RS Soledade Sim Sim
Gustavo Claret MG Carmo Da Mata Sim Não
De Morais Donancio
Gustavo Rodrigues Xaulim MG Belo Horizonte Sim Não
Gustavo Luz Sales MG Ijaci Não Não
Gustavo Martins Olivi SP Araraquara Não Não
Gustavo Pereira PE Recife Não Não
Gustavo Ribeiro Mercatelli SP São Bernardo Do Campo Sim Sim
Gustavo Vitor
Farias Da Silva Farias Da Silva Macaíba Não Não
Gustavo Vitor
Farias Da Silva Farias Da Silva Macaíba- Rn Não Não
Gutemberg Ferreira PE Recife Sim Não
Gutemberg Ferreira PE Recife Sim Não
Haiane Arruda Luz Amorim TO Babaçulândia Sim Não
Haiuly Viana Gonçalves De Oliveira SP São Paulo Não Não
Hanna Gledyz RJ Niterói Não Não
Hanna Stéfanie Santos Dias BA Alagoinhas Não Não
Harley Camila Do Nascimento Guimarães ES Conceição Da Barra Não Não
Hatahuana Pereira Da Rosa RS Pelotaa Não Não
Heidi Valquíria Ponge Ferreira SP Cotia Não Não
Helen Graças PE Recife Não Não
Helena Vasena RS Rio Grande Não Não
Helena Vasena RS Rio Grande Sim Não
Helena Francisca Piaseski SC Palmitos Não Sim
Helenice Aparecida Celestino Ramalho SP Suzano Sim Não
Helia Piedade SP Sao Paulo Sim Não
Helia Piedade SP Sao Paulo Sim Não
Helia Maria Piedade SP Sao Paulo Sim Não
Heliana Silva SP Não Não
Hellen Cristine Lima Lopes MT Sinop-Mt Não Não
Heloísa Hélida Silva Macêdo PB Campina Grande - Pb Não Não
Heloise Oliviera SC Tubarao Não Não
Heloise Zavatieri Polato RJ Rio De Janeiro Não Não
Henrique Guerin SP Jacareí Não Sim
Henrique Nogueira França SP Fernandópolis Não Não
Hermana Ramos PE Belo Jardim Não Sim
Herta Tockus SP São Paulo Não Não
Hidayane França MA Não Não
Hilton Tavares SP Diadema Não Não
Hira De Lima MG Rio Pomba Não Sim
Hira Fernanda De Lima MG Rio Pomba Mg Não Sim
Homero Leite SP Piracicaba Não Não
Hortência Barreto Pimenta BA Salvador Não Sim

796
Hugo César Araújo De Lima RN Natal Rn Não Não
Hugo Leonardo Da Cunha Amaral RS Cerrito Sim Não
Humberto Espinoza San Jose Sim
Iago Alves MG Ipanema Sim Não
Iago Alves Teófilo MG Ipanema Sim Não
Iara Marques RN Natal Não Não
Iasmin Do Amaral Natel RS Gravataí Não Não
Idael Christiano De Almeida Santa Rosa MG Para De Minas Sim Sim
Idevania Vieira Do Nascimento PI Teresina Sim Não
Ieda Maria Holetz SC Ituporanga Sim Não
Igor Ernane Resende Martins MG Cláudio Sim Não
Igor Gomes PE Recife Não Não
Igor Moraes DF Brasília Sim Não
Igor Alves Rocha Igor Alves Rocha BA Vitória Da Conquista Não Não
Ilamilto Simplicio Da Silva PB Campina Grande Sim Não
Ilka Do Nascimento Goncalves BA Salvador Sim Não
Ilza Pinheiro MG Guaxupé Não Sim
Inajara Fiusa De Barros Ramos SP Assis Não Não
Indianara De Vargas RS Chapada- Rs Sim Não
Indira Trüeb SP Jundiaí Não Não
Ineida Gomes Da Cunha GO Aparecida De Goiânia Não Não
Ines Pitaluga MG Belo Horizonte Não Não
Inês Gomes
Gouvea Gouvea MG Juiz De Fora Não Não
Ingrid Monteiro Sim Não
Iolanda Silva PE Olinda Não Sim
Iolanda Silva PE Olinda Não Sim
Santo Antônio Do
Iracema Caetano Rosa GO Descoberto Não Não
Iran Pontes PB João Pessoa Não Não
Isabel Yoshiko Ashiuchi Bertucci DF Brasília Não Não
Isabela Ferreira MG Porteirinha-Mg Sim Não
Isabela L. MG Sarzedo Não Não
Isabela L. MG Sarzedo Não Não
Isabela L. MG Sarzedo Não Não
Isabela Yamamoto SC Tubarão Não Não
Isabela Pérola De Azevedo Silva DF Brasília Não Não
Isabela Pérola De Azevedo Silva DF Brasília Não Não
Isabella De Oliveira Silva Lauria GO Senador Canedo Sim Não
Nascimento Feio De Lemos
Isabella Gerhard PR Curitiba Não Não
Isabella Pissinati Marzolla PR Sertanópolis Sim Não
Isabella Maria Alves MS Três Lagoas Não Não
Isabelle Cristine Camargo Angelino PR Umuarama Não Não
Isabelle Teodoro Cruz DF Brasília Não Não
Isabelly Lira SP Botucatu Não Não
Isadora Castro De Meira Lins PE Recife Não Não
Isadora El Cadre Pereira Janene SC Camboriú Não Não
Isadora Kamyla GO Porangatu Não Não
Isadora Luiza Backes PR Toledo Não Não
Indaiara Gonçalves Granjeiro
Isis Taques MT Campo Verde Sim Não
Isis Akemi Morimoto DF Brasília Sim Não
Isnaíra Souza PE Petrolina Não Não

797
Itala Gabriela Santos Negrini DF Brasília Não Não
Italo Oliveira PB João Pessoa Sim Não
Iucif Abrão Nascif Júnior PR Realeza Sim Não
Lins Do Nascimento
Iuri Kauan Demarchi RO Rolim De Moura Não Sim
Iussef Mahmoud
“Joe” Bezzi DF Taguatinga Sul/Centro Não Sim
Ivan Gonçalves PE Cupira Não Sim
Ivan Jose Restrepo Busato PR Colombo Sim Não
Ivan Junior Fonseca PR Cascavel Pr Não Não
Ivana Almeida Barbosa Bispo BA Salvador Não Não
Ivana Almeida Barbosa Bispo BA Salvador Não Não
Ivanilda Helena Da Costa SP São Paulo Não Não
Ivanilda Helena Da Costa SP São Paulo Não Não
Ive Pignolati MG Vespasiano Sim Não
Ivo Quintino RJ Macaé Não Não
Ivonete Antunes Ferreira MG Paracatu Não Não
Ivonete Antunes Ferreira MG Paracatu Não Não
Iza Belita Rodrigues Araujo MA São Luís Não Não
Izabela Buzetti Dias ES Ibiraçu Sim Não
Izabella Moreira Marques MG Jaboticatubas Não Não
Izadora Albuquerque MG Belo Horizonte Não Não
Jaciara Araújo S De Santana PE Igarassu Não Não
Jacira Torreão RN Natal Sim Não
Jacira Neves Da
Costa Torreão RN Natal Sim
Jacira Neves Da
Costa Torreão RN Natal Sim Não
Jackson Franklin Peixoto Sales MG José Gonçalves De Minas Sim Não
Jacqueline Azevedo ES Vila Velha Sim
Jade Amorim
Garcia Garcia MG Itabira Não Não
Jadenice Fatima BA Itororó Não Não
Jadir Vicente Da Silva Filho MG Itabirito-Mg Sim Não
Jairo Do Nascimento Silva PB Campina Grande Não Não
Jamile Giudice De Faria SP Guararema Não Sim
Jana Kelly Dos Santos AL Maceió Sim Não
Jana Kelly Dos Santos AL Maceió Sim Não
Janaina Aparecida Oliveira Camilo MG Campo Do Meio Não Não
Janaina França RS São Gabriel Sim Não
Janaina Hammerschmidt PR Pinhais Não Não
Janaina Lindbech PR Ponta Grossa Não Sim
Janaina Poletto RS Santa Cruz Do Sul Sim Sim
Janaína Sanches RS Coronel Bicaco Sim Não
Janaina Silva PB João Pessoa Não Sim
Janaina Tomio SC Fraiburgo Sim Não
Janaina Costa De Melo RJ Rio De Janeiro Não Não
Jane Oliveira MG Juiz De Fora Não Não
Jane Saad MG Belo Horizonte Não Não
Jane Maria Gomes Pancinha RS Porto Alegre Não Não
Jane Paiva De
Moura Moura MG Itabirito Sim Não
Jane Saad Saad MG Belo Horizonte Não Não
Janete Cruz RS Porto Alegre Não Não
Janete De Fátima
Wilczck Silva Silva PR Campina Grande Do Sul Não Sim

798
Janete Regina Da Cruz RS Porto Alegre Não Não
Janira Marial Santos SP São Paulo Não
Jaqueline Andrade Ribeiro Da Silva GO Goiânia Sim Não
Jaqueline De Andrade Torres MS Campo Grande Sim Não
Jaqueline Martins Pereira SP Campinas Não Não
Jaqueline Nicolas Paula Leite SP São Paulo Não Não
Jaqueline Nicolas Paula Leite SP São Paulo Não Não
Jaqueline Sá SC Criciúma Não Não
Jaqueline Valente SC Criciúma Não Não
Jaqueline Luiza Scoloski RS Maximiliano De Almeida Não Não
Jaqueline Maria Dos Santos Sousa PE Caruaru Sim Não
Jaqueline Maria
Dos Santos Sousa PE Caruaru Sim Sim
Jarde Javerson De Souza MG Governador Valadares Não Não
Jayana Dias Dos Anjos RN Natal Não Não
Jayme Augusto Peres PR Guarapuava Não Não
Jayne Nascimento De Souza PR São Jorge Do Ivaí Sim Não
Jean Francisco Venturin Samonek PR Pinhais Sim Não
Jeanne Castilho De Souza DF Brasília Não Não
Arraial D'ajuda, Porto
Jeannette Eggengoor BA Seguro Não Sim
Jeferson Santiago De França SP São Paulo Não Não
Jefferson Silva De Araujo SP Jandira Sim Não
Jefferson Cesar Padrin Filho SP Dois Córregos Sim Não
Jenifer Larrea MT Cuiabá Não Sim
Jeniffer Bacca SC Brusque Não Não
Jeniffer Rita Migot MG Bandeira Do Sul Sim Não
Jennifer Serna PR Curitiba Não Não
Jerônimo Maroso RS Arroio Do Sal Sim Não
Jeronimo Vargas PR Nova Esperança Sim Não
Jesenita Ferreira BA Prado Não Sim
Jéssica Caroline Rocha Sarto SP Botucatu Sim Não
Jessica Cristina De Oliveira SP Jandira Não Não
Jessica De Morais Oliveira GO Goiânia Não Não
Jessica F Sodre AP Macapá Sim Não
Jéssica Lelis De Miranda MG Viçosa Não Não
Jessica Lima MG Felicio Dos Santos Sim Não
Jessica Rosa Figueiredo SE Nossa Senhora Da Glória Não Não
Jessica Sodré AP Macapá Sim Não
Jessica Spinola MG Ipanema Sim Não
Jessica Spinola MG Ipanema Sim Sim
Jéssica Anunciação Camargo PR Curitiba Não Não
Jéssica Brenda De
Paula Amorim AM Manaus Sim Não
Jéssica Brenda De
Paula Amorim AM Manaus Sim Não
Jessica Cecilia
Oliveira Cecilia MG Patrocinio Minas Gera Sim Não
Jéssica Cristiane Bertoni MG Andradas Sim Não
Jessica Maira Derhon PR Luiziana Não Não
Jéssica Rochelle Pereira SP Araraquara Não Não
Jessica Rosa Figueiredo SE Nossa Senhora Da Glória Sim Não
Jessica Tainá Guczak SC Massaranduba Sim Não
Jessika Caroline
Ferreira Da Silva RJ Rio De Janeiro Não Não

799
Jessyca Ferreira SP Santo André Sim Não
Jessyca Maria Bezerra AL Não Não
Jhenifer Eduarda Da Rosa PR Medianeira Sim Não
Jhenifer Eduarda Da Rosa PR Medianeira Sim Não
Joan Gabriel Da
Fonseca Gabriel RN Macaiba Não Não
Joan Gabriel Da
Fonseca Gabriel RN Não Não
Joana De Bairros Neris RS Pelotas Não Não
Joana Ferreira Da Silva SC Sombrio Não Sim
Joana Ito SP Såo Paulo Não Não
Joana Ortiz RJ Niterói Sim Não
Joana Salgado PE Recife Não Não
Joana Zafalon Ferreira MG Bambuí Não Não
Joana Darc Cordeiro De Lima AM Manaus Sim Não
Joana Darc Cordeiro De Lima AM Manaus Sim Não
Joana Kelly Martins Lopes PR Maringa Sim Não
Joana Victória De Lima França AL Maceio Não Não
João Pereira RJ Rio De Janeiro Não Não
João Uez RS Caxias Do Sul Sim Não
João Alberto Fogagnolo PR Curitiba Não Não
João Alves Do Nascimento Júnior PE Petrolina Não Não
João Gabriel Borges Ribeiro GO Goiânia Não Não
João Gabriel Feriato Do Nascimento PR Itambaracá Não Não
João Gabriel Zerba Corrêa SP São Paulo Sim Não
João Henrique Farinhas Dos Santos PR Quitandinha Sim Não
Joao Paulo Ferreira Laurentino PB João Pessoa Não
Joao Pedro Boneti PR Francisco Beltrão Não Não
João Pedro Correa PR Apucarana Sim Não
João Pedro Nassar Reis SP São Paulo Não Não
João Ricardo Viera PR Maringá Sim Não
Joceline Borges SP São Bernardo Do Campo Não Não
Joelma Camargo PR Ribeirão Claro Não Sim
Joelma Prilips SP Jacareí Sim
Joelson De Sousa Vieira PI Castelo Do Piauí Sim Não
Johnny Araujo PE Recife Não Não
Jonathan Dalla Rosa Melo RS Santo Ângelo Não Não
Jonathan Dalla Rosa Melo RS Santo Ângelo Não Não
Jordana Vieira MG Itaúna Sim Não
Jordania Santos Oliveira MG Serro Mg Sim Não
Jordânia Santos Oliveira MG Serro Sim
Jordanna Araújo PB João Pessoa Não Não
Jordeano Araujo Sousa PI Teresina Não Não
Jorge Carneiro AM Manaus Sim Não
Jorge Augusto
Pereira De Lemos Lemos PE Cabo De Santo Agostinho Sim
José Ferreira GO Anápolis Sim Não
José Affonso Sampaio Barbosa Filho RJ Petrópolis Não Sim
Jose Alexandre Pereira PB Campina Grande Não Não
José Aurélio De Águila Terceiro CE Fortaleza Não Não
José Carlos Soares RS Alvorada Não Sim
José Da Silva Júnior Júnior RN Florânia Sim Não
José Eduardo Chaib
De Moraes Chaib SP Jaguariuna Sp Sim Não

800
José Eduardo Chaib
De Moraes Eduardo Chaib SP Jaguariúna Sim Não
José Emílio Bezerra Ribeiro Neto AP Macapá Sim Não
José Fagner
Bezerra Fernandes Fagner Fernandes PE Caruaru Sim Sim
José Leandro Pinto MA São Luis Não Não
José Ribamar Barros Fares MG Medina Sim Sim
José Roberto Costa PR Toledo Sim Sim
José Rogério
Moreira Santana SP Mauá Sim Não
José Rogério
Moreira Santana SP Mauá Sim
Jose Sergio Righetti PR Mandaguaçu Sim Sim
José Soares De
Almeida Júnior Almeida CE Fortaleza Não Não
Joseane Trevisan PR Guaratuba Não Sim
Joseane Trevisan PR Guaratuba Não Sim
Josenildo Vasconcelos PE Caruaru Não Não
Josiane Bolonhezi PR Terra Roxa Não Não
Josiane De Lemos Costa RS São José Do Norte Sim Não
Josiane Santos De Souza PR Cianorte Sim Não
Joysiene Sanguinete Coelho MG Diamantina Sim Não
Joziane Avila Lopes PR Curitiba Não Não
Jucelma Rocha MS Campo Grande Sim Não
Jucelma Rocha MS Campo Grande Sim Não
São José Dos Quatro
Jucimara Mendes De Oliveira MT Marcos Sim Não
Júlia Amorim Faria MG Belo Horizonte Não Sim
Julia Bandeira Fonseca RS Gravataí Não Não
Júlia Gomes Faria DF Brasília Não Não
Júlia Isnard Moulin Gomes MG Lavras Não Não
Júlia Pereira DF Taguatinga Não Não
Júlia Ribeiro De Sá GO Senador Canedo Sim Não
Júlia Maria Sales Santos PE Recife Não Não
Juliana Campedelli SP Não Não
Juliana Da Silva Cândido PE São Lourenço Da Mata Não Não
Juliana De Oliveira Alves MG Divinópolis Não Não
Juliana Dequeche PR Curitiba Sim Não
Juliana Dortas BA Salvador Sim Não
Juliana Faccio SC Guatambu Sim Não
Lapinha Da Serra, Santana
Juliana Giffoni MG Do Riacho Não Não
Juliana Heringer MG Belo Horizonte Sim Não
Juliana Hoffmann PR Curitiba Não Não
Juliana Kopczynski SP Guarulhos Sim Não
Juliana Matos Freitas De Alcântara RJ Rio De Janeiro Sim Não
Juliana Merten Padilha AL Maceió Não Não
Juliana Morais GO Goiânia Não Sim
Juliana Oliveira De Paula SP Jundiaí Não Sim
Juliana Pereira Da Silva Koczinski RR Boa Vista Não Não
Juliana Pierangeli MG Lavras Não Não
Juliana Prudêncio MG Três Corações Sim Não
Juliana Resende Araujo MS Campo Grande Sim
Juliana Rezende MG Betim Não Não
Rocha Pinheiro Bezerra Da
Juliana Silva RN Natal Sim Não
Juliana Silva PR Terra Roxa Sim Não

801
Juliana Silva PR Terra Roxa Sim
Juliana Simplício PB Campina Grande Sim Não
Juliana Tozzi De Almeida ES Vitória Sim Não
Juliana Trindade RJ Rio De Janeiro Não Não
Deuselita Cançado De
Juliane Alcântara Araripe DF Brasília Não Sim
Cançado De Alcântara
Juliane Deuselita Araripe DF Brasília Não Sim
Juliano Nóbrega SP Botucatu Sim Não
Julie Fontes SP Campinas Sim Não
Júlio Araújo Silva PI Picos Sim Sim
Julio Cesar Juvenal Juvenal PR Guaíra Sim Não
Jurandir Almeida PE Recife Sim Não
Juscelita Noetzold RS Alegrete Não Sim
Jussara Araujo De Almeida MG Juiz De Fora Sim Não
Kaiky Sathler SP São José Dos Campos Não Não
Kaio Fernando Dos Santos Melo DF Riacho Fundo Ii Não Não
Kaique Leite RJ Duque De Caxias Não Não
Kalina Moreira PE Recife Não Não
Kalyne Barbosa PR Primeiro De Maio Sim Não
Kamila Soares Dos Santos MG Itambacuri Sim Não
Kamilla De Carli PR Curitiba Sim Não
Kamilla Tayar MG Uberaba Não Não
Kamilly Silva Mateus RN Macaiba Não Não
Karen Prokoski PR Santa Helena Sim Não
Karen Cristina
Camargo Caragnano SP São Paulo Sim Não
Karina Bambach RO Porto Velho Sim Não
Karina Barbosa Da Silva PR Colombo Sim Sim
Karina Brandão RJ Saquarema Não Não
Karina Carneiro Santos SE Aracaju Não
Karina Da Silva Soares RJ Duque De Caxias Não Não
Karina Kikuti SP São Paulo Não Não
Karina Mendonça Brandão RJ Saquarema Não Não
Karina Richetti RS Parobé Não Não
Karine Martini Machado PR Foz Do Iguaçu Sim Não
Karine Mesomo PR Não Não
Karine Mesomo PR Cascavel Não Não
Karine Rodrigues Pires DF Brasília Não Não
Karlos Yuri Fernandes Pedrosa MA Balsas Sim Não
Karol Castro SP Santos Sim Não
Karolaine Oliveira Pereira Resende MG Paracatu Não Não
Karoline Martins Lopes Falcão MG São José Da Lapa Sim Não
Karoll Sarmento AL Maceió Não Não
Karuanny Costa MA Tuntum/Ma Não Não
Katelin Rodrigues Mendes RJ Rio Das Ostras Sim
Katharyne Bezerra PE Belo Jardim Não Sim
Katheny Bianka MG Limeira Do Oeste Não Não
Katia Chubaci SC Florianópolis Não Sim
Katia Chubaci SC Florianópolis Não Sim
Kátia Duarte Moreira RS Rio Grande Não Não
Kátia Franco MG Juiz De Fora Sim Não
Kátia Lopes MG Belo Horizonte Não Sim
Katia Marsicano DF Brasilia Não Sim

802
Katia Moreira RS Rio Grande Não Não
Katia Nascimento ES Serra Sim Não
Katia Santana SP Sao Paulo Não Não
Katia Souza SP Campinas Não Não
Katia Souza SP Campinas Não Não
Kátia Vieira Wester RJ Rio De Janeiro Não Não
Katia Cristina
Moura Lopes De Oliveira MG Belo Horizonte Não Não
Kátia Cristina. M. Lopes De Oliveira MG Belo Horizonte Não Sim
Katiane Chagas Da Silva PB João Pessoa Não Não
Katya Lorraynny Souza Barbosa GO Minaçu Não Não
Katynara Goedert SE Lages Sim Não
Kauana Peixoto Mariano Barros GO Goiânia Sim Não
Keila Camila Da Silva SP Dois Córregos Sim Não
Keila De Moraes
Rebelo Moraes RJ Rio De Janeiro Não Não
Keila Franciely
Ferreira Reis BA Paulo Afonso Não Não
Keila Soares Coracini Dos Santos GO Campestre De Goiás Sim Não
Kelly Capatto SP Mongaguá Sim Não
Kelly Capatto SP Mongaguá Sim
Kelly Moreira Correia TO Palmas Sim Não
Kelly Pilissani BA Quijingue Não Não
Kelly Christine Oliveira CE Fortaleza Não Não
Kelly Cristina Benettao MG Arceburgo Sim Não
Kelly Cristina De Carias MG Belo Horizonte Não Não
Kelma Vanessa Araujo Jorge AL Novo Lino- Alagoas Não Não
Kélvin Braga Pereira RS Taquari Não Sim
Kennia Mendes Prietsch RS Jaguarão Sim Não
Kenny Rogeres Cupertino De Souza ES Vila Velha Não Não
Kercia Paulin De Oliveira PB João Pessoa Não Não
Kharla Rabelo CE Fortaleza Não Não
Kleber Bordignon PR Coronel Domingos Soares Sim Não
Klessiany Soares Rodrigues CE Fortaleza Sim Não
Kristian Klein SP Itanhaem Não Sim
Ladenir T Ballen SC Chapecó Não Sim
Reginae Do Monte Pessoa
Laelia Felix PE Recife Sim Não
Laerzio Chiesorin Neto AM Manaus Sim Não
Lahis Macedo Santana BA Ibicoara Sim Não
Laís Costa Ramos RJ Rio De Janeiro Não Sim
Laís De Souza Ferreira SP Cotia Não Não
Lais Lessa AL Coruripe Sim Não
Laís Santos SP Não Não
Lais Souza PA Belém Não Não
Laissamy Rodrigues DF Brasilia Não Não
Laiza Bonela MG Lagoa Santa Não Sim
Lana Leite RN João Câmara Sim Sim
Lara Andrade De Rezende MG Divinópolis Não Não
Lara Muniz Araujo Costa MG Campestre Sim Não
Lara M. F. Romanini SP Itápolis Sim Não
Lariessa Francielli Leonardo Borba PR Curitiba Não Não
Larissa Alves MG Coromandel Sim Sim
Larissa Andrade Xavier MG Buritis Sim Não

803
Larissa Camurça CE Maracanaú Sim Sim
Larissa Frias SP Nova Odessa Não Não
Larissa Lima SP Praia Grande Não Não
Larissa Lundstedt SP Penapolis Sim Não
Larissa Pinheiro CE Fortaleza Não Não
Larissa Porto RS Porto Alegre Não Não
Larissa Rodrigues Caixêta SP Palhoça Sim Não
Larissa Salgado DF Brasília Não Não
Larissa Vivan RS Farroupilha Sim Não
Larissa Megumi Nogueira Sato SP Botucatu Não Não
Laryssa Lourenço De Miranda GO Goiânia Não Não
Laudenice Monteiro AP Macapá Sim Não
Laudenice Monteiro AP Macapá Sim Não
Laudenice Monteiro AP Macapá Sim Não
Lauis Brisolara Corrêa RS Jaguarão Sim Não
Laura Canellas Ferreira MG Papagaios Não Sim
Laura Ferreira MG Papagaios Não Sim
Laura Ferreira MG Papagaios Não Sim
Laura Militão PE Recife Não Não
Laura Nunes MG Patrocínio Sim Não
Laura Oliveira PE Camaragibe Sim Não
Laura Ratto Finkler RS Pinheiro Machado Sim
Laura Ratto Finkler RS Pinheiro Machado Sim
Laura Reis E Silva DF Brasília Sim Não
Laura Ribeiro AL Colônia Sim Sim
Laura Tais Machado Fagundes RS Rio Grande Sim Não
Laura Cecília Fagundes Dos Santos Braz SE Aracaju Não Sim
Laura Cristina
Vieira Pizzi RS Porto Alegre Não Não
Laura Latrechia Pacheco Esteves SP Não Não
Layanna Lara Ribeiro Coelho PI São João Do Piauí Sim
Layanne Costa MG Ipatinga Não Sim
Layrez Reis MS Campo Grande Não Não
Laysla Gonçalves MG Volta Redonda Não Não
Leandro Alves De Araújo CE Caucaua Sim Não
Leandro Maia PR Campo Mourão Sim Não
Leandro Maia PR Campo Mourão Sim Não
Leandro Rodrigues Maroccolo MG Paracatu Sim Sim
Leandro Silvestre PB João Pessoa Sim Não
Leidiana Rodrígues Cordeiro MG Três Marias Não Não
Leidiane Rodrigues MG Resende Costa Sim Não
Leidiane Daniele Rodriguestolentino MG Janaúba Não Não
Leila Batalha MG Belo Horizonte Não Não
Leilane Barcelos MG Contagem Sim Sim
Leilane Barcelos MG Contagem Sim Não
Lenia Faleiro RS Esteio Não Não
Lenir Teresa Jetske RS Santo Ângelo Não Sim
Lenize Doval RS Porto Alegre Não Não
Lenka Lacerda MA São Luís Não Não
Lenon Canassa PR Querência Do Norte-Pr Sim Não
Léo Cristhian PE Recife Não Não
Leonam Pinheiro Rodrigues AL Maceió Sim Não
Leonardo Burlini SP São Paulo Sim

804
Leonardo Cândido RJ Resende Sim Não
Leonardo Jardim Oliveira MG Uberaba Sim Não
Leonardo Napoli PR Curitiba Sim Não
Leonardo Nápoli PR Curitiba Sim
Leonardo Oliveira Lopes Silva SP Presidente Prudente Sim Não
Leonardo Prates BA Salvador Sim Sim
Leonardo Prates BA Salvador Sim Não
Leônidas De Carvalho PA Castanhal Sim
Leônidas Olegário PA Castanhal Sim Não
Leonilda Oliveira Dos Santos BA Prado Não Não
Leonildo Fonseca PB João Pessoa Sim Não
Leridiny Coelho MG Contagem Não Não
Leticia Bispo Alves Barbosa BA Alagoinhas Não Sim
Leticia Botega MA Sao Luis Não Sim
Letícia Dos Santos Lopes Rosa SP Mirandópolis Sim Não
Letícia Duarte SP Itu Não Não
Leticia Fantinel ES Vitoria Não Não
Leticia Fantinel ES Vitória Não Não
Leticia Lira Ravaioli SP São Paulo Não Não
Letícia Rebello PE Recife Não Não
Leticia Santos Rezende BA Cruz Das Almas Sim Não
Leticia Cristina Silva Gasparin MS Dourados Não Não
Leticia Cristine
Castelo Braga GO Goiânia Não Não
Leticia Saldanha Siqueira RJ Petrópolis Não Não
Liana Barros CE Fortaleza Não Sim
Liane Nunes Soares SP São Paulo Não Não
Lídia Vieira De
Souza Vieira De Souza GO Paraúna Sim Não
Lidiane De Jesus Silva MG Belo Horizonte Não Não
Ligia Macedo Silva MG Uberlândia Não Sim
Lilian Fidalgo RJ Resende Não Não
Lilian Higino Duarte MG Barbacena Sim
Lilian Wagner Costa DF Brasília Não Não
Liliana Dutra SC Tubarão Não Não
Liliane Lovato RS Joinville Sim
Liliane Nahás Lara Camargos MG Contagem Sim
Lilliam Santos De Andrade RJ Rio De Janeiro Não Não
Lillian Lucas Carrion SC Criciúma Não Não
Lina Moreno Não Não
Lindomar Machado Dos Santos PE Recife Não Não
Lindomar Machado Dos Santos PE Jaboatão Dos Guararapes Não Sim
Lirian Francino Silva SP São Paulo Não Não
Lisandra Dornelles RS Porto Alegre Não Sim
Lisandro Frederico SP Suzano/Sp Sim Sim
Lisiane Blom DF Brasília Não Não
Lisiane Da Rosa De Siqueira RS Westfália Não Não
Lisiane De Sousa Santos MA São Luís Não Não
Lívia Castro MG Belo Horizonte Não Não
Livia Maia Passos Peralva BA Salvador Não Não
Livia Maia Passos Peralva BA Salvador Não Não
Lívia Oliveira Senra Silva MG Lavras Não Não
Lívia Silveira Munhoz RS Pelotas Sim Não

805
Lívia Ferreira Almeida MG Nova Lima Sim Não
Liza Prado MG Uberlândia Sim Não
Lizandra De Oliveira Santos PB Areia Não Não
Lizandra Reis SP Registro Sim Não
Lizangela Nascimento RN Vera Cruz Não Não
Lízia Colares Vilela MG Teófilo Otoni Sim Não
Liziane Dos Santos Jardim RS Porto Alegre Não Não
Liziane Mello Pereira RS Rio Grande Não Não
Lizie Buss DF Brasília Não Não
Loren D'aprile PI Bom Jesus Não Não
Lorena Brasil DF Não Não
Lorena Castro MG Cláudio Não Sim
Lorena Sauer PR Curitiba Sim Não
Lorraine Maria Lampier Pimenta ES Domingos Martins Sim Sim
Lorranne Teixeira BA Vitória Da Conquista Não Não
Louise Julia Camilo Da Silva PB Campina Grande Não Não
Louise Julia Camilo Da Silva PB Campina Grande Não Não
Lourdes Sprenger RS Porto Alegre Sim
Lourdes Sprenger RS Porto Alegre Sim Não
Lourdes Sprenger RS Porto Alegre Sim Não
Lourencianne Cardoso GO Uruaçu Sim Não
Loury Lay Gomes Almeida TO Palmas Não Não
Lu Anjos MG Luminarias Sim Não
Luan Felipe RN Vera Cruz Não Não
Luana Braiz RS Pelotas Sim Não
Luana Cardoso Dias SP Santos Não Não
Luana Carvalho MG Santa Rita Do Sapucaí Sim Não
Luana Dos Santos RN Não Não
Luana Lopes DF Não Não
Luana Ribeiro Alves TO Palmas Sim Não
Luana Clarice Neves MG Belo Horizonte Sim
Luana Cristina Soares MG Itabira Sim Não
Luana Pereira Abreu Silva GO Porangatu Não Não
Luane Da Costa Pinto Lins Fragoso RJ Rio De Janeiro Sim Não
Luane Fragoso RJ Rio De Janeiro Sim Não
Lucas Galdioli PR Curitiba Não Não
Lucas Pinheiro RN Maxaranguape Não Sim
Lucas Schneider Bueno PR Curitiba Não Não
Lucas Belchior Souza De Oliveira MG Bh Não Não
Lucia Anita Teixeira De Lima RS Santo Ângelo Sim Sim
Lucia Costa DF Brasília Não Não
Lúcia Santos BA Vitória Da Conquista Não Não
Lucia Xavier RJ Rio De Janeiro Sim Não
Lúcia Cristiane
Juliato Stefanelli SP Americana Não Não
Lúcia Regina Julião MG Pará De Minas Não Sim
Luciana Aparecida Nunes Cardoso SP Cerquilho Sim Não
Luciana Batalha De Miranda Araújo GO Goiânia Sim Não
Luciana Batalha De Miranda Araújo GO Goiânia Sim Não
Luciana Braga PR Cascavel Não Sim
Luciana Casartelli Alves SP Santos Não Não
Cesconetto Fernandes Da
Luciana Silva SC Joinville Sim

806
Luciana Cevallos DF Brasília Não Não
Luciana Chiyo PR Foz Do Iguaçu Não Não
Luciana Costa Barboza SP São Bernardo Do Campo Sim Não
Luciana Dantas De Medeiros PB Campina Grande Sim Não
Luciana De Medeiros PB Campina Grande Sim
Luciana De Oliveira Ramalho PB João Pessoa Não Não
Luciana De Oliveira Ramalho PB João Pessoa Pb Não Não
Luciana Ferreira RJ Rio De Janeiro Não Sim
Luciana Ferreira SP São Paulo Não Não
Luciana Galeb PR Curitiba Não Não
Luciana Jardim SP Serra Negra Sim Não
Luciana Lacerda RS Porto Alegre Não Não
Luciana Lippi SP Santana De Parnaíba Não Não
Luciana Midori SP São Paulo Não Não
Luciana Passos PB João Pessoa Não Não
Luciana Pimenta GO Caldas Novas Não Sim
Luciana Rocha BA Rio De Contas - Ba Não Não
Luciana Salles Vasconcelos Henriques SP Campinas Sim Não
Luciana Sinicio SP Guarulhos Sim Sim
Luciana Soares SP Salto Sim Sim
Luciana Vargas SC Joinville Não Não
Luciana Vasconcelos SP Pedra Bela Sim Não
Luciana Aparecida Anjos MG Luminárias Sim Sim
Luciana Aparecida Bispo Dantas Dias MT Porto Esperidião Sim Não
Luciana Aparecida Bispo Dantas Dias MT Porto Esperidião Sim Não
Luciana Braga De Souza SP Ribeirão Preto Não Não
Luciana Dezan Parteli RJ Nova Iguaçú Não Não
Luciane Nascimento PE Paudalho Não Sim
Luciane Cristina Menegolo AP Macapá Sim Não
Luciane Cristina Menegolo AP Macapá Sim Não
Luciano Araujo MG Contagem Sim Não
Luciano Chilaver SP Amparo, São Paulo. Sim Não
Luciano José Eloy SP Sorocaba Não Não
Luciene Maria Dos Santos RJ São João De Meriti Não Sim
Lucilene Da Silva Dos Santos DF Brasília - Sf Não Não
Lucilene Granuzzio Camossi SP Itirapina Sim Não
Lucimar Carvalho MA Sao Luis Não Não
Lucimar Aparecida Pereira DF Não Não
Lucimara Gurgel PR Piraquara Não Não
Lucimara Pires PR Curitiba Não Sim
Luciola Cabral CE Fortaleza Não Sim
Ludimila Silva De Alcantara BA Piatã-Ba Sim Não
Ludmila Prazeres BA Lauro De Freitas Não Sim
Ludmila Teles Santos De Araújo BA Salvador Não Não
Ludmilla Célia Galbas BA Salvador Não Não
Ludney De Queiróz Alvares Mendes RO Porto Velho Sim Não
Luilson Cunha RN João Câmara Sim Sim
Luis Jacomelli AL Maceió Não Não
Luís Alberto De
Carvalho Pavese ES Guaçuí Não Não
Luísa Lisboa Lara MG Belo Horizonte Não Não
Luisa Walmorbida De Araújo RS Vacaria Sim Não
Luiz Kochhann GO Paraúna Não Não

807
Luiz Antônio Polesello PR Coronel Vivida Sim Não
Luiz Carlos Barros SC Capivari De Baixo Não Não
Luiz Carlos Vieira MG Ipanema Sim Não
Luiz Carlos Vieira MG Ipanema Sim Não
Luiz Eduardo
Ristow Ristow MG Nova Lima Não Não
Luiz Eduardo
Ristow Ristow MG Nova Lima Não Não
Luiz Eduardo
Ristow Ristow MG Nova Lima Não Não
Luiz Fernando Micheletti SP São Paulo Sim Não
Luiz Gustavo Carmelo SP Jaboticabal Sim
Luiz Henrique Facin SP Bauru Sim Não
Luiza Carvalho PE Ipojuca Não Sim
Luiza Costa E Silva De Mattos SP São Paulo Não Não
Luiza Nunes RO Ji-Paraná Não Não
Luiza Pinto MG Palma Não Não
Luiza Santos Rodbard PR Curitiba Não Não
Luiza Sousa DF Planaltina Não Não
Luiza De Marilac Meireles Barbosa DF Brasília Não Não
Luiza Vanesca Alves PE Garanhuns Não Não
Luiza Vanesca Alves PE Garanhuns Não Não
Magali Moreira Gonçalves PR Jacarezinho-Pr Sim Não
Maiana Santana BA Salvador Não
Maiara Bernardina De Carvalho PR Iguaraçu Sim Não
Mailce Mendes MG Belo Horizonte Não Sim
Mailce Maria Mend. Mendes MG Belo Horizonte Não Sim
Maíra Posteraro Freire AM Manaus Não Não
Makeldes Borges PA Redencao Sim Não
Malu Sampaio PE Recife Não Não
Manú Dos Bichos SC Garopaba Não Não
Manuela Conceição Silva MA São Luís Não Não
Mara Badan MT Cuiabá Não Não
Mara Chaves Gouveia MG Monte Alegre De Minas Sim Sim
Mara Moscoso DF Brasília Não Sim
Marcel Pereira Da Silva SP Suzano Sim Sim
Marcel Sales Girão CE Fortaleza Sim Não
Marcela Apolinario MG Sabara Não Não
Marcela Arantes Coelho GO Goiânia Sim Sim
Marcela Budant Franco PR Paranaguá Sim Não
Marcela Cerda SP Campinas Não Não
Marcela De Lima Simões SP Cajamar Não Não
Marcela Vesari SP Mauá Não Não
Marcela Cristina Ciurlino Mendes Ribeiro SP Santos Sim Não
Marcelle Almeida Amaral ES Linhares Sim Não
Marcelle Alves MG Belo Horizonte Não Não
Marcelle Cristine MS Ladário Não Não
Marcelle Moraes BA Salvador Sim Não
Marcelo Braghetta Pedroza MG Guaxupe Sim Não
Marcelo Colonato SP Guarulhos Não Sim
Marcelo Mattos Antunes SC Camboriú Não Não
Marcelo Megali MG Bom Despacho Sim Não
Marcelo Nascimento ES Vila Velha Sim Não
Marcelo Paes RJ Seropédica Sim Não

808
Marcelo Rodrigues PI Teresina Sim Não
Marcelo Santos ES Vitória Sim Não
Marcelo Airton De Oliveira SC Lages Sim Não
Marcelo Braghetta Pedroza MG Guaxupé Sim Não
Márcia Borges PE Petrolina Pe Não Não
Marcia Brandão SP Mauá Não Sim
Marcia Davanso SP Bragança Paulista Não Sim
Marcia Lirio SC Passo De Torres Não Sim
Márcia Lúcia Kaila Viana Da Silva PA Belém Não Não
Marcia Nascimento PA Ananindeua Não Não
Marcia Neves PR Curitiba Não Não
Marcia Neves PR Curitiba Não Não
Márcia Nunes CE Sobral Não Não
Márcia Oliveira Dos Santos AM Manaus Não Não
Marcia Pereira Da Silva BA Prado Não Sim
Marcia Picanço PR Antonina Não Não
Márcia Rodrigues Horta SP São Paulo Não Sim
Marcia Santin PR Maringa Não Não
Márcia Teixeira MS Campo Grande Não Sim
Márcia Teixeira Lima DF Recanto Das Emas Não Não
Marcia Venturini De Assis Pimentel MG Antônio Dias Não Não
Márcia Cristina Campos SP Hortolândia Sim Não
Márcia Cristina Dos Santos Sena AL Maceió Não Não
Márcia Cristina
Nunes Vieira Carvalho SP Pardinho/Sp Sim Não
Balneário Ibicui, Terra De
Marcia Eliana Migotto Araujo RS Areia Sim Não
Márcia Maria De Paula MG Lavras-Mg Sim Não
Márcia Maria Meneses BA Salvador Não Sim
Marcia Nunes Dias CE Sobral Ce Não Não
Marcia Regina Pinho Guimarães Dos Santos RJ Niterói Não Não
Marcia Valeria Alves PA Belém Sim Sim
Marcilia Júnia De Oliveira MG Belo Horizonte Não Sim
Marcio França Dos Santos PI José De Freitas-Pi Sim Sim
Marcio Henrique Reis PR Cascavel Sim Sim
Márcio Otair Hart SC Saudades Sim Não
Marco Ciampi SP São Paulo Não Sim
Marco Aurélio Cunha Del Vechio PR Umuarama Sim Sim
Marcos Britto SP Guararema Sim Não
Marcos Cardoso TO Palmas Sim Não
Marcos Diego RN Serrinha/Rn Não Não
Marcos Gonçalves Da Silva RR Boa Vista Não Sim
Marcos Guimaraes MG Medina Sim Não
Marcos Tavares RJ Duque De Caxias Sim
Marcos Alexandre Barboza De Santana PE Camaragibe Não Não
Marcos Vinicius Silva RN Currais Novos-Rn Sim Sim
Mari Polachini SP Peruíbe Não Sim
Maria Clara AL Maceió Não Não
Maria Cunha ES Serra-Es Não Sim
Maria Cunha ES Serra Não Sim
Maria Dalmolin PR São Jorge D'oeste Não Não
Maria Damasceno CE Fortaleza Não Não
Maria Eduarda Pires Do Prado PR Umuarama Não Não

809
Maria Helena MG Belo Horizonte Não Não
Maria Lusiani SP São Caetano Do Sul Não Não
Maria Nunes MG Patrocinio Sim Não
Maria Oliveira RS Porto Alegre Não Não
Maria Santana RN Natal Não Não
Maria Silva PE Ipojuca Não Não
Maria De Fatima Cabral SP São Paulo Não Não
Maria Alice Pires Moreira GO Pires Do Rio Não Não
Maria Alycia Silva Vaz GO Goiânia Não Não
Maria Amanda Farias De Sousa TO Filadélfia Sim
Maria Angélica Da Silva Ferreira MG Belo Horizonte Não Não
Maria Angélica Jardiim De Paula MG Contagem Não Não
Maria Annaterra Leal Salustiano PE Recife Não Não
Maria Aparecida Ramos De Meneses PB João Pessoa Sim
Maria Bernardete Oliveira Trajano Da Silva SP Santos Não Não
Maria Betânia
Valladão De Sousa Valladão RN Parnamirim Sim
Maria Carolina O. Sestak Rodrigues PR Pato Bragado Sim Não
Maria Carolina
Oliveira Sestak
Rodrigues Sestak Rodrigues PR Pato Bragado Sim Não
Maria Cicera Duarte De Sousa CE Juazeiro Do Norte Não Não
Maria Clara Carlos Da Silva AL Rio Largo Sim Não
Maria Cleusa Freire MG Alpinópolis Sim Não
Maria Cleusa Freire MG Alpinópolis Sim Não
Maria Conceição Henrique SP São Paulo Não Sim
Maria Conceição Henrique SP São Paulo Não Sim
Maria Conceição Henrique SP São Paulo Não Sim
Maria Cristina Araujo BA Salvador Não Não
Maria Cristina Brugnara Veloso MG Nova Lima Não Sim
Maria Cristina Costa MG Belo Horizonte Não Não
Maria Cristina Freitas MS Campo Grande Não Não
Maria Cristina Salerno SP São Paulo Não Não
Maria Da Gloria
Alves Cunha ES Serra Não Sim
Maria Da Gloria
Alves Cunha ES Serra Não Sim
Maria Das Graças Sales BA Rio De Contas Não Sim
Maria De Fatima Vieira Peixoto PE Recife Não Não
Maria De Fatima
De Araujo Ferr PE Recife Não Não
Maria De Lourdes Jorge Viana Silveira RS São Jerônimo Não Não
Maria De Lourdes
N Do Amaral Sousa RN Natal Não Sim
Maria Do Socorro
Peixoto Da Silva RN Sao Jose Do Campestre Não Sim
Maria Do Socorro São José Do Campestre
Peixoto Da Silva RN Rn Não Sim
Maria Eduarda Nunes Gomes DF Brasília Não Não
Maria Eduarda Dos Santos Miranda RJ Rio De Janeiro Não Não
Maria Eduarda
Duarte Araújo MG Belo Horizonte Não Não
Maria Elizabete Da Costa SP São Paulo Não Não
Maria Emilia Nascimento RJ Guapimirim Não Sim
Maria Emília Ramalho MG Carmo Da Cachoeira Não Não
Maria Eugenia Carretero SP São Paulo Não Sim
Maria Fernanda Côrtes Guillaume MG Formiga Não Não

810
Maria Fernanda Silva Faria MG Itaúna Não Não
Maria Fernanda Sousa PB Campina Grande Não Não
Maria Gorett De Almeida SP Santo André Não Não
Maria Ilza Rocha Damasceno CE Fortaleza Não Não
Maria Jose Oliveira PE Bonito Não Sim
Maria José Veloso Dos Santos DF Brasilia Não Não
Maria José Luiz Rocha SP São Paulo Não Não
Maria José Luiz Rocha SP São Paulo Não Não
Maria Laura Cândido Da Rosa SC Forquilhinha Não Não
Maria Lucília Dos Santos Warken MG Janaúba Sim Não
Maria Luiza Didier Marques PE Recife Não Não
Maria Priscila Lobo Saldanha AL Coruripe Sim Não
Maria Raphaella Santos Azevedo BA Vitória Da Conquista Não Não
Maria Raquel
Isnard Moulin MG Lavras Sim Não
Maria Thereza Hermeto Franco MG Nova Lima Não Não
Maria Zilvaneide De Paula Lima AP Macapá Sim Não
Mariab Dinelma PA Castanhal Sim Não
Mariana Adami Borgert SC Florianópolis Não Não
Mariana Amaral AL Lagoa Da Canoa Não Não
Mariana Beligoli MG Esmeraldas Sim Não
Mariana Beritti Marques MG Caxambu Sim Não
Mariana Borges CE Fortaleza Não Não
Mariana Coelho Mirault Pinto MS Campo Grande Sim Não
Mariana Dracz DF Brasília Não Não
Mariana Eches Urbaneja PR Londrina Não Não
Mariana Franco MG Governador Valadares Sim Não
Mariana Franco MG Governador Valadares Sim Não
Gomes Ferreira Machado De
Mariana Siqueira PE Recife Sim Não
Mariana Leal MG Bh Não Não
Mariana Leal Da Silva RJ Paraíba Do Sul Não Não
Mariana Liceia MG Contagem Sim Sim
Mariana Lucena MG Manga Não Sim
Mariana M. Brunhara De Oliveira SP Iracemápolis Sim Não
Mariana Mende Torres Lobo DF Brasília Sim Não
Mariana Mirault MS Campo Grande Sim
Mariana Mirault MS Campo Grande Sim
Mariana Moraes Dionysio De Souza SP São Paulo Sim Não
Mariana Muller Da Silva SC Benedito Novo Sim Não
Mariana Paes SP São Paulo Não Não
Mariana Régis Biurrum BA Vitória Da Conquista Não Não
Mariana Reis Da Silva PB João Pessoa Não Não
Mariana Rezende DF Brasília Sim Não
Mariana Schnaider Ribas SC Antônio Carlos Sim Não
Mariana Serra DF Santa Maria Não Não
Mariana Silva RJ Rio De Janeiro Não Não
Mariana Helena Carvalho E Silva RN Natal Não Não
Mariana Reolon
Dos Reis RS Cruz Alta Não Não
Mariane Dos Reis Pereira PR Piraquara Sim Não
Mariângela Freitas De Almeida E Souza RJ Rio De Janeiro Não Sim
Marianne Ferreira Passos GO Rio Verde Sim Não
Mariany Ferreira MG São João Da Ponte Não Não

811
Maribel Amengual PB Joao Pessoa Não Sim
Maridelzira Betânia
Moraes David PA Belem Sim Sim
Marilene
Vasconcelos Da
Silva Brazil AC Rio Branco Sim Não
Maríli Rosa Rodrigues SP Sertãozinho Sp Não Não
Marília De Sousa Pereira SP São Paulo Não Não
Marília Dias CE Fortaleza Sim Não
Marília Ribeiro Dos Santos SP Jacareí Não Não
Marília Gabriela Zabeu SP São Paulo Não Não
Marilise Oliveira Mesquita RS Porto Alegre Não Não
Marilu Mengue Da Silva RS Torres Sim Não
Marilza Angela Da
Cruz Marilza MG Patos De Minas Não Não
Marilza Angela Da
Cruz Marilza MG Patos De Minas Não Não
Marina Brito BA Porto Seguro Não Não
Marina Contri SP Dois Córregos Não Sim
Marina Costa MG Contagem Não Sim
Marina Dutra MG Contagem Sim Não
Marina Fernandes BA Salvador Não Não
Marina Munhoz Alvares Silva SP Mauá Não Não
Marina Osti Maia SP São Paulo Não Não
Marina Tie Shimada SP Santa Fé Do Sul Não Não
Marinara Bessa PB João Pessoa Não Não
Marinete Moura AM Manaus Sim
Mário Costa PE Olinda Não Não
Mario Ramos De
Paula E Silva SP Bauru Sim Não
Marioní Martins PR Mariopolis Não Sim
Marisa De Jesus BA Salvador Não Não
Marisa De Jesus BA Salvador Não Não
Marivanda Perin GO Goiânia Não Não
Marivania Campos MG Belo Horizonte Não Não
Mariza Fordellone PR Bandeirantes Sim Sim
Mariza Fordellone Rosa Cruz PR Bandeirantes Sim Sim
Mariza Fordellone Rosa Cruz PR Bandeirantes Sim Sim
Mariza Pasquali SC Benedito Novo Sim Sim
Marla Oliveira D'esquivel MG Teófilo Otoni -Mg Sim Não
Marleth Nunes Da Costa SP Porto Feliz Sim Não
Marli Marcondes MS Nova Alvorada Do Sul Não Sim
Marlon Henrique Borges De Resende GO Goiânia Não Não
Marly Coelho Januário MG Viçosa Sim Não
Marta Calasans BA Salvador Não Não
Marta Helena Pelegrin Sirio MG Alfenas Sim Não
Marta Helena Pelegrin Sirio MG Alfenas Sim Não
Marta Maria Da Silva RS Arroio Do Sal Não Sim
Marta Railda Gama De Souza PA Belém Não Não
Martha De Barros RJ Cabo Frio Não Não
Martina De Bona SC Caibi Sim Não
Marucia Medina Calvão RJ Cachoeiras De Macacu Não Sim
Marúcia Medina Calvão RJ Cachoeiras De Macacu Não Sim
Marúcia Medina Calvão RJ Cachoeiras De Macacu Não Sim
Marúcia Medina Calvão RJ Cachoeiras De Macacu Não Sim

812
Mary Ana Petersen Rodriguez MG Frutal Não Não
Mary Ana Petersen Rodriguez MG Frutal Não Não
Masahiko Ohi PR Curitiba Não Sim
Mateus Almeida MS Campo Grande Não Não
Matheus Amaral Batista SP Itapirapuã Paulista Sim Não
Matheus Barboza Costa MG Aracuai Não Não
Matheus Berno SP Garça Sim
Matheus Dos Santos Machado ES Anchieta Sim Não
Matheus Henrique MG Bh Não Sim
Matheus Motta RS Jaguarão Sim Não
Matheus Rodrigues Lopes SP Botucatu Não Não
Matheus Viana MG Alfenas Sim Não
Matheus Vinicius Souza PR Bandeirantes Não Não
Maura Takemiya SP São Paulo Não Não
Mauricio Cândido De Macedo SP Glicério Sim Não
Mauricio Mathias RJ Campos Dos Goytacazes Não Não
Mauricio Paiva RJ Penedo- Itatiaia Não Sim
Mauro Theobald DF Brasília Não Não
Mauro De Freitas Filho SP São José Do Rio Preto Sim Não
Mayara Pereira SP Eldorado E Jacupiranga Sim Não
Mayra Araguaia
Pereira Figueiredo RO Rolim De Moura Sim
Mayra Renata Viola Aguiar SP Peruíbe Sim Sim
Maysa Lemos SC Imaruí Sim Não
Maysa Pellizzaro PR Curiti Não Não
Meio Ambiente BA Macaúbas Sim Não
Meirielly Paiva MG Paiva Não Não
Melca Altoé De Marchi PR Paranavaí Não Não
Melina Mariana Silva GO Caldas Novas Não Não
Melissa Dalla-Lana MG Belo Horizonte Não Não
Melissa Silva Freitas BA Vitória Da Conquista Não Não
Mellissa Sousa PB Campina Grande Não Sim
Mérilin Ramonike Santos Gouveia PE Arcoverde Sim Não
Mery Costa Neves De Souza SC Florianópolis Não Não
Messias Luis Faria SP Bauru Sim Não
Micaela Honorato Honorato SP Jaboticabal Não Não
Michele Acosta Bozetti MT São José Do Rio Claro-Mt Não Não
Michele Brugnerotto PR Curitiba Sim Não
Michele Brugnerotto PR Curitiba Sim Não
Garcia Medeiros Teotonio De
Michele Castro PR Pinhais Sim Não
Michele Gois MG Esmeraldas Não Não
Michele Rocha MG Presidente Kubitschek Sim Não
Michele Santos Ferreira PR Jacarezinho Sim Sim
Michele Soares RN Natal Não Não
Michele Adriana
Marcos Zani MG Patrocinio Não Sim
Micheli Rygoll Borges De Oliveira RS Vacaria Sim Não
Micheline Costa De Oliveira CE Paraipaba Não Sim
Michelle Damacena BA Vitória Da Conquista Sim
Michelle De Paula Gabardo MG Bambuí Não Não
Michelle Holanda BA Salvador Sim Não
Michelle Lopes MG Alfenas Não Não
Michelle Muriel PA Belém Não Sim

813
Mickaelly Beatriz AL Maceió Não Não
Miguel Filho PE Olinda Não
Milena Lima SP Hortolândia Sim Não
Mirela Soares Vilioti SP São Roque Não Não
Mirella Tomaz Soares SP Marília Sim
Miriam Neder De Assis Falce MG Juiz De Fora Não Sim
Miriam Pirauá MG Brumadinho Não Não
Mirian Ferreira SP São Paulo Não Sim
Mirian Lais Guolo SC Cordilheira Alta Sim Não
Mirza Cordeiro BA Feira De Santana Sim Não
Moacir Speck SC Itapoá Sim Não
Moacir Ebertom Speck SC Itapoá Sim Não
Monalisa De Witt Ardenghy RS Trindade Do Sul/Rs. Sim
Monaliza Thomaz De Moura E Silva MS Fatima Do Sul Sim Não
Monica Alves BA Cruz Das Amas Não Não
Mônica Bello ES Vitória Não Não
Monica Caldiron SP São Paulo Não Sim
Monica Chaves Francozo PR Cruzeiro Do Sul Sim Não
Monica Da Silva Nunes SP Não Não
Mônica Ferraz SP Presidente Epitácio Sim
Mônica Melo AL Maceió Sim Não
Mônica Rezende BA Porto Seguro Não Sim
Monica Torres RJ Barra Mansa Não Sim
Monica Xavier Fonseca BA Corumbau Não Não
Monica Alexandra Dittrich Santos SP Bauru Não Não
Mônica Helena Brito MG Tiros Não Não
Monica Helena Lopes MG Oliveira Não Sim
Monica Helena Lopes MG Oliveira Sim Não
Monica Helena Lopes MG Oliveira Sim Não
Monica Helena Lopes MG Oliveira Não Sim
Monique Fittipaldi PE Petrolina Não Sim
Monique R C Silva SP Guaratingueta Não Não
Montserrat Bevilaqua DF Brasília Sim
Morgana Borges Hoepers SC Forquilhinha Sim Sim
Morgana Costa Martins DF Guará Não Não
Motserrat Bevilaqua DF Brasília Sim Não
Murillo Lima SP São Paulo Não Não
Mylena Roque RS Giruá Não Não
Mylene Leite AL Maceió Não Sim
Nádia Narita SP São Paulo Sim Não
Nadia Tasso Lima SC Laguna Sim Não
Naiara Barcelos Pereira MG Sim Não
Nair Chiba SP São Paulo Não Não
Natália Brandão MG Santa Rita Do Sapucaí Sim Não
Natalia Kolodin Ferrari SC Florianópolis Não Não
Natalia Kolodin Ferrari SC Florianopolis Não Não
Natália Silva Da Costa DF Brasília Não Não
Natalia Volpi Da Silva SC Não Não
Natalia Maria Lucindo PR Fazenda Rio Grande Sim Não
Natalia Maria Lucindo PR Fazenda Rio Grande Sim Não
Nataliane Lima Silva AL Maceió Não Não
Natasha Liliana PR Foz Do Iguaçu Não Não

814
Nathalia Couto SP Itatiba Não Não
Nathalia Cruz PB Campina Grande Não Não
Nathalia Rodrigues AM Manaus Não Sim
Nathália Vaccari PR Campina Grande Do Sul Não Não
Nathalia Vicarivento SP Ribeirão Preto Sim Não
Nathália Luzia Vieira Gusmão SP Santos Não Não
Nathalie Sanarelli MG Patrocínio Sim Não
Nathia Nathaly Rigoglio PR Arapongas Não Não
Nayara Brea DF Brasília Não Não
Nayara Carvalho Almeida Pinto DF Águas Claras Não Não
Nayara Bernardes
De Aguiar Pereira MG Contagem Não Não
Nazaré Moraes SE Aracaju Não Sim
Nazaré Fonseca Souza PA Belém Sim Não
Nazaré Fonseca Souza PA Belém Sim Sim
Neicy Milila Barros De Moraes MG Patos De Minas Não Sim
Neila Janaína De
Morais Barbosa PE Garanhuns Não Não
Nelson Andrade MA São Luís Não Não
Nelson Carvalho SP Vinhedo Não Não
Nelson Torres Magalhães SP São Paulo Sim Não
Nestor Calderon SP São Paulo Não Sim
Neusa Mary Morikawa SP Mogi Das Cruzes Não Não
Neuzimar Camacam BA Amargosa Não Não
Newton De Souza PR Cascavel Não Não
Nicole Bueno Kercher Nobre SC Rio Do Sul Sim Não
Nicole De Jesus Domiciano BA Salvador Não Não
Nicole Fernandes MG Ipatinga Não Não
Nicole Muniz Ferreira Gonçalves PR Curitiba Não Não
Nicolli Leal PE Jaboatão Dos Guararapes
Jaboatão Dos
Nicolli Leal PE Guararapes-Pe Sim Não
Nikole Kareen Koenig SC Blumenau Sim Não
Nilo Nogueira MS Sidrolândia Sim Não
Nina Biagini PR Londrina Sim Sim
Nina Lucas MG Sete Lagoas Não Não
Nivea Orso DF Brasília Não Não
Noêmia Ferreira De Abreu SC Garopaba Não Não
Nordman Wall MA São Luís Não Não
Norma Souza RS Porto Alegre Não Não
Nubia Da Rocha Norbach RS Alpestre Sim Não
Núbia Silva DF Brasília Sim Não
Núbia Souza Oliveira De Medeiros DF Sim Não
Olir Maximino Da Silva Júnior SC Concórdia Sim Não
Ornela Inagaki Lima, Perú Sim
Oskar Ditt Kump SP Presidente Prudente Sim Não
Osny Santo Pelegrinelli PR Manoel Ribas Sim Não
Osorio Henrique
De Souza Neto Souza GO São Miguel Do Araguaia Não Não
Otávio Ribeiro MG Alpinópolis Sim
Oziel Galvão Magdalena PR Londrina Sim Não
Paloma Carla Fonte Boa Carvalho MG Lagoa Da Prata Sim Não
Pamela Castilhos RN Natal Não Não
Pamela Durando PE Petrolina Sim Sim

815
Pamela Durando PE Sim
Pamela Mariano MG Nanuque Não Não
Pamela Miranda Da Silva Chaves PA Vitória Do Xingu Sim Não
Pamela Oliveira PR Curitiba Não Não
Pâmela Aparecida Landucci SP Jumirim Sim Não
Pamela Cristiny Pereira Da Silva RN Bento Fernandes Não Não
Paola Bellotti RS Santa Cruz Do Sul Não Não
Paolineli De Sousa Vidal MG Divinópolis Não Não
Patricia Beloto Bertola SP Não Não
Patrícia Cardoso De Souza SP Palmital-Sp Sim Sim
Patrícia Carvalho Da Silva MG Belo Horizonte Sim Não
Patricia Da Silva MG Belo Horizonte Se Não Não
Patricia Da Silva Nunes RJ Maricá Não Sim
Patricia Daltrini BA Corumbau- Prado Não Não
Patricia De Oliveira Martins RS Porto Alegre Sim Não
Patricia De Souza MG Tabuleiro Não Não
Patrícia Dutra MG Caeté Não Sim
Patrícia Dutra MG Caete Não Sim
Kirch Dzewielewski Magnani
Patricia Campos SC Concórdia Sim Não
Patricia Marques ES Vila Velha Sim Não
Patricia Marques Ferreira SP São Paulo Não Não
Patricia Rodrigues SC Florianópolis Sim Não
Patrícia Rodrigues De Souza MG Tabuleiro Não Não
Patrícia Rodrigues De Souza MG Tabuleiro Não Não
Patricia Rodrigues De Souza MG Tabuleiro Não Sim
Patrícia Rosa RS Gravataí Não Não
Patricia Silva DF Brasília Não Não
Patrícia Silva DF Brasília Não Não
Patricia Silva Lemos ES Ibitirama Sim Não
Patricia Soares RN Natal Não Não
Patrícia Antunes Schiavone Saciloti SP São Carlos Não Sim
Patrícia Aparecida Cunha MG Uberlândia Não Não
Patricia Cristina Ramos PR Rebouças Não Não
Patricia Helena Batista Silveira MG Sete Lagoas Sim Não
Patríck Batista SP Apiai Não Não
Patrick Luiz Bola Gonsales PR Capanema Sim Não
Pattricia Aquino PE Recife Não Sim
Paula Boller Bissoli SC Araranguá Não Não
Paula Brasil AM Manaus Não Não
Paula Sieben Da Silveira PR São Mateus Do Sul Não Não
Paula Wolfgan Cieslinski Wendling PR São José Dos Pinhais Não Não
Paula Andrea De Santis Bastos SP São Paulo Não Sim
Paula Danielle Matheus DF Brasília Não Não
Paula Heloisa Campanha MG Paracatu Não Sim
Paulene Maria Dos
Santos Rocha Rocha CE Morrinhos Não Sim
De Azevedo Machado
Pauline Chaves PR Curitiba Não Sim
Pauline Voss AM Manaus Não Sim
Paulo Barros Martins SP Itapeva Sim Não
Paulo Campos MG Belo Horizonte Não Sim
Paulo Campos MG Belo Horizonte Não Sim
Paulo Campos MG Belo Horizonte Não Sim

816
Paulo Dornelas SP Suzano Sim Não
Paulo Gerytch PR Castro Sim Não
Paulo Lisboa RJ Rj Não Não
Paulo Machado E Silva GO Ipameri Sim Não
Paulo Santos GO Goiânia Sim Não
Paulo Tavares PB Joca Claudino Sim Não
Paulo Thomazella SP Sorocaba Não Não
Paulo Zunino SC Palhoça Sim
Paulo Abilio Lisboa RJ Rio De Janeiro Sim Não
Paulo Abilio Varella Lisboa RJ Rio De Janeiro Sim Não
Paulo Henrique Pereira De Andrade Reis BA Quijingue Não Não
Paulo Henrique Silva MG Itabira Sim Não
Paulo Henrique Tavares De Melo PE Capoeiras Não Não
Paulo Hipólito Chiarentin Bida SC Irineópolis Sim Não
Paulo Roberto Corrêa Jr RJ Araruama Não Não
Paulo Sergio D'andrea RJ Rio De Janeiro Não Não
Paulo Sergio D’andrea RJ Rio De Janeiro Sim Não
Pedro José Pereira Neto GO Rio Verde Sim Não
Pedro Louback MG Contagem Sim Não
Pedro Vian Rodrigues SP Santa Clara D'oeste Sim Não
Pedro Henrique Anders RS Giruá Sim Não
Pedro Henrique Ferreira Alvarenga Pinto SP São Paulo Não Não
Perpetua Farias De Lima AM Careiro Da Várzea Sim Não
Pet Sem Fronteiras Ltda MG Nova Lima Não Sim
Phabiana Oliveira AL Maceió Não Não
Pierre Escodro AL Maceió Sim Não
Pietra Caroline Loureiro De Sant'anna RJ Resende Não Sim
Poliana Alcântara MG Paracatu Não Não
Poliana Carneiro Martins GO Rio Verde Sim Não
Poliana Maria Da Silva PB Campina Grande Não Não
Pollyanna
Quartezani D’amorim ES São Mateus Não Sim
Polyana Abrantes MG Prados Não Sim
Pricila Pietralonga ES Guarapari Sim Não
Priscila Fernandes Farias SC Florianópolis Sim Sim
Priscila Lessa Andrade MG Contagem Sim Não
Priscila Marques Justa CE Fortaleza Não Não
Priscila Nascimento RJ Rio De Janeiro Não Não
Priscila Oliveira Pinto MG Capitólio Sim Sim
Priscila Souza CE Crato Sim
Priscila Tessuto MG Belo Horizonte Não Não
Thronicke Rodrigues
Priscila Figueiredo MS Não Sim
Priscilla Finamore SP Louveira Não Sim
Priscilla Petrazzini DF Brasilia Não Não
Priscilla Semencio Da Silva SP São Paulo Não Não
Priscilla Uchôa CE Fortaleza Não Não
Priscilla Vecchi SP Indaiatuba Não Não
Priscylla Sayuri Miya SP Campinas Não Não
Rachel G Dos Santos DF Brasilia Não Não
Rachel Langaro PR São Mateus Do Sul Sim Não
Rachel Werneck MG Belo Horizonte Não Sim
Rafae Titan PA Curralinho Não Não

817
Rafael Marques PE Recife Não Não
Rafael Ribeiro De Lima MG Ouro Preto Sim Não
Rafael Ribeiro De Lima MG Ouro Preto Sim Não
Rafael Stedile PR Curitiba Não Não
Rafael Van Erven Ludolf RJ Niterói Não Não
Rafaela Aguilera PR Sertanópolis Sim
Rafaela Aguilera PR Sertanópolis Sim Não
Rafaela Brunelli MS São Gabriel Do Oeste Sim Não
Rafaela Da Rosa RS Sobradinho Não Não
Rafaela Macedo BA Licinio De Almeida Não Sim
Rafaela Silva Luz Santos SP Carapicuiba Sim Não
Rafaela Vilar Constantini SP Charqueada Não Não
Rafaela Cristina Respeita De Lima RJ Araruama Não Não
Rafaella Barini Bandeira SC Florianópolis Não Não
Rafaella Kappaun RJ Niterói Não Não
Rafaelly Silva Lima Oliveira AL Mar Vermelho Não Não
Railda Da Conceição Santana BA Salvador Não Não
Railda Da Conceição Santana BA Salvador Não Não
Raissa Mariano RS Não Não
Ramires Albuquerque PE Exu Não Não
Ramon De Vargas Nunes RS Arroio Do Sal Sim Não
Raphael Giacomelli CE Fortaleza Não Não
Raphael Gomes RJ Rio De Janeiro Não Não
Raphael Nogueira RJ Rio De Janeiro Não Não
Maria De Oliveira Moraes
Raphaela Vasques ES Serra Sim
Raquel Alves BA Guanambi Não Não
Raquel Brodbeck SC Blumenau Não Não
Raquel Facuri SP São Paulo Não Sim
Raquel Ismail SP São Paulo Não Não
Raquel Monti Sabaini DF Brasilia Sim Não
Raquel Soares Juliano MS Corumbá Ms Não Não
Raquel Szinvelski SC Rio Das Antas Sim Não
Raul Araujo Da Silva PR Foz Do Iguaçu Não Não
Raul Rodrigues De
Freitas Freitas MG Itaobim Sim
Rayane Gomes Medeiros Da Silva PE Recife Não Não
Rayane Luciano RJ Niterói Não Não
Rayssa Priscilla Fernandes Porto GO Porangatu Sim Não
Rebeca Fontoura BA Não Não
Rebecca Martins RJ Rio De Janeiro Não Não
Rebecca Politti SP São Paulo Sim Não
Regiane Francelli SP Atibaia Não Não
Regiane Pereira Baptista Da Silva PR Umuarama -Pr Não Sim
Regiane Monteiro
Da Silva Campos Campos SC Palhoça Não Não
Regina Becker RS Porto Alegre Não Sim
Regina Lúcia PE Caruaru Não Sim
Regina Menezes GO Goiânia Não Sim
Regina Rios PR Pinhais Sim
Regina Célia Fróz MA São Luís Sim Não
Regina Coeli Falcone MG Nova Lima Não Não
Regina Lúcia De Oliveira Cavalcante PE Caruaru Não Sim
Regina Maria Gomes De Oliveira DF Brasilia Não Sim

818
Regina Maria Vasconcelos Da Silva PE Recife Sim Não
Regina Yara Soares SP Embu Guaçú/ Cipó Não Não
Reginaldo Gonçalves DF Brasilia Não Não
Reginaldo Oliveira Lima MA Itapecuru Mirim Sim Não
Reinaldo Da Cruz Santos Junior SP Iguape Não Não
Rejane Ferrarez Geraldo MG Arceburgo Sim Não
Rejane Oliveira DF Brasília Não Não
Rejane Pinheiro CE Fortaleza-Ce Sim Sim
Rejane Das Graças Pacheco MG Patos De Minas Sim Sim
Remca Rede De
Mobilização Pela
Causa Animal Ludmila Dos Prazeres Costa BA Lauro De Freitas Não Sim
Renan Cristian Pavi RS Vale Real Não Sim
Renata Ampessan Sartor PR Cascavel Não Não
Renata Andrade MG Belo Horizonte Não Não
Renata Arruda MG Belo Horizonte Não Sim
Renata De Sousa DF Brasília Não Não
Renata Faria Alves RJ Niterói Sim Sim
Renata Fortes SC Florianópolis Não Sim
Renata Machado RS Charqueadas Não Não
Renata Póvoa Moniz DF Brasília Não Não
Renata Praxedes RN Mossoró Não Sim
Renata Santinelli MG Alfenas Não Sim
Sotomaior Macedo
Renata Quichabeira PR Balsa Nova Sim
Renata Sousa De Freitas PA Belém Não Não
Renata Anne Coelho De Oliveira PR Curitiba Não Não
Renata Damásia Da
Rocha Braga Garandy MG Belo Horizonte Não Não
Renata Elisabeth Becher RS Porto Alegre Não Sim
Renata Gomes Mielezarski RS Eldorado Do Sul Não Não
Renato Amaral PA Belém Não Não
Renato Da Silva Meneses BA Salvador Não Não
Renato Da Silva Vieira TO Palmas Não Não
Renato Yamaguchi Não
Renato Zanetti SP São Paulo Não Não
Ricardo Arenales Santos SP Presidente Prudente Sim Não
Ricardo Gomes PB Campina Grande Não Não
Ricardo Leal RS Alvorada Não Não
Richardson Bruno PE Cabo De Santo Agostinho Sim Não
Rinaldo Rossi BA Ibicoara Sim Não
Rita De Cássia Dos Santos Abreu DF Arniqueira Não Não
Rita De Cassia Feitoza PE Araripina Sim Não
Rita De Cassia Vieira E Silva SP São Paulo Não Não
Rita De Cassia
Maria Garcia PR Curitiba Sim Sim
Rita Emiliana De Campos Moraes BA Jaguaquara Sim Não
Rita Nelma
Pimentel Sousa PE Petrolina Não Não
Roberlan Moreno AL Mar Vermelho Não Não
Robert De Carvalho MA Pedreiras Sim
Robert De Carvalho MA Pedreiras Sim
Robert Ferreira Barroso De Carvalho MA Pedreiras Sim Não
Roberta Chideroli PR Paranavaí Sim Não
Roberta Guarnieri SP Santos Sim Não

819
Lemgruber Boechat
Roberta Rodrigues RJ Rj Não Não
Roberta Rodrigues RJ Rj Não Não
Roberta Zanella Zoz PR Cascavel Não Não
Roberta D Angela Menduni-Bortoloti BA Vitória Da Conquista Sim Sim
Robson Damasceno RO Porto Velho Sim Não
Robson Dos Santos São José Dos Quatro
De Andrade Santos De Andrade MT Marcos Sim
Rocheli Tugera SP Ferraz De Vasconcelos Não Não
Rodolfo Godoy PE Bonito Sim Sim
Rodrigo Arruda Prates SP Pirangi Sim Não
Rodrigo Arruda Prates SP Pirangi Sim Não
Rodrigo Barroso MG Belo Horizonte Não Não
Rodrigo Brandão Da Cruz RN Mosssoró Não Sim
Rodrigo Caceres SP Araçatuba Sim Não
Rodrigo Dias AM Manaus Sim Não
Vitória Da Conquista E
Rodrigo Mendes Carvalho Martinez BA Porto Seguro Não Sim
Rodrigo Piva MS Campo Grande Sim Não
Rodrigo Piva MS Campo Grande Sim Não
Rogeria Tolaino SP Salto Não Sim
Rogério Félix CE Fortaleza Não Não
Rogério Lara Russo MG Contagem Sim
Rogerio Ramme RS Porto Alegre Não Não
Rogério Rammê RS Porto Alegre Não Não
Rogério Menezes De Mello SP Sim Não
Roldao Antonio Puci Neto SP Bauru Sim Não
Romeu Luiz De Podestá Jr ES Anchieta -Es Sim Não
Rômulo Gandia MG Lavras Não Sim
Romulo Guimarães AL Maceió Sim Não
Rômulo Aécio Alves Chaves GO Valparaiso De Goias Não Não
Araraquara /Américo
Ronaldo Franco SP Brasiliense Sim Sim
Ronaldo Tavares PR Piraquara/Pr Não Não
Ronaria Caísse
Soares Da Costa Henrique RN Nataaal Não Não
Ronimar Del Pino RS Porto Alegre Não Não
Roniuza Reneuda De Araújo PI Teresina Não Não
Rosa Jácome DF Brasília Não Não
Rosa Elisa Villanueva SC Florianopolis Não Não
Rosa Elisa Villanueva SC Floruanopolis Não Não
Rosa Maria Ravazzi SP Santa Isabel Sim Não
Rosalyne Patrícia
Torres Soares Patrícia PE Caruaru Sim Não
Rosalyne Patrícia
Torres Soares Patrícia Torres PE Caruaru Sim
Rosana Andreatta Carvalho Schmidt SC Florianópolis Não Não
Rosana Camero Guerra SP Bebedouro Sim Não
Rosana Colatino Soares Reis RJ Seropédica Sim Não
Rosana Salgarello AL Maceió Não Não
Rosana Claudia
Zeferino De Souza De Souza MG Contagem Sim Sim
Rosana Claudia
Zeferino De Souza Souza MG Contagem Sim Não
Rosana Claudia
Zeferino De Souza Souza MG Contagem Sim Não
Rosana Maria Viana MG Cachoeira Da Prata Não Não
Rosana Maria Viana MG Cachoeira Da Prata Não Não

820
Rosane Câmara Nigro SP Sorocaba Não Não
Rosangela Chad SP Cubatão Sim Não
Rosangela Gebara SP São Paulo Não Sim
Rosangela Rodrigues GO Goiânia Não Não
Rosangela Ziech PR Dois Vizinhos Sim
Rosângela Alves Fernandes RN Caraúbas/ Rn Sim Sim
Rosângela Alves Fernandes RN Caraúbas Rn Sim Sim
Rosangela De
Oliveira Carvalho GO Goiânia Sim Não
Rosânia Ramalho Garcia CE Fortaleza Sim Não
Rosânia Ramalho Garcia CE Fortaleza Sim
Rose Mary Coser SP Araras Não Sim
Roseana Tereza Diniz De Moura PE Recife Sim Não
Roseane Nunes De Santana Campos SE Nossa Senhora Da Glória Sim Não
Roselaine Modesto De Padua RS Porto Alegre Não Sim
Roseles Turatto SP São Paulo Não Não
Roseli Borges Teixeira PR Curitiba Não Não
Roselvira Passini SP Itatiba Não Sim
Rosely Hette SP São Paulo Não Não
Rosemari Menna RS Canoas Não Não
Rosemeire Frederico SP Suzano Não Não
Rosemeire Rodrigues Silva SP Guarulhos Não Sim
Rosemery Tiepolo PB João Pessoa Não Sim
Rosiane Suelen Santos Minas De Ouro MG Riacho Dos Machados-Mg Sim Não
Rosilane Silva MG Mário Campos Não Não
Rosimeire Rita Bernardes De Moura MG Alfenas Não Não
Rosineide Rodrigues Da Silva PA Parauapebas Não Sim
Rosinha Alves Gomes DF Não Não
Rosmari Aparecida Scaglia SP Ipeúna/Sp Não Não
Rozélida Santos RS Porto Alegre Não Sim
Rozilda Dos Santos CE Caucaia Não Sim
Rozzama Chrissiany
Lindsmann
Medeiros Souza TO Palmas Não Sim
Rubens David SP São Paulo Não Não
Rubia Macedo PR Cascavel Sim Não
Sabrina Assis SP Apiaí Sim Não
Sabrina Busnello SP São Paulo Não Não
Sabrina De Oliveira Lopes PR Bandeirantes Não Não
Sabrina Ferrazoni Superibi SP Sbc Não Não
Sabrina Leal Pscheidt SC Araranguá Não Não
Sabrina Leonel ES Vila Velha Não Sim
Sabrina Oliveira PR São José Dos Pinhais Não Sim
Sabrina Santana Ribeiro RJ Guapimirim Sim Não
Sahra Santana GO Porangatu Não Não
Sallene Da Silva Maciel MS Jardim Sim Não
Salomé Gonçalves Simoes PE São José Do Egito Não Sim
Salvador Raimundo Fernandes MG Felício Dos Santos Sim Sim
Samanta Ramos RS São Lourenço Do Sul Sim Não
Samantha Kelly Ribeiro Leão MG Contagem Sim Não
Samara Dantas RN Macaíba Não Não
Samara De Pinho MG Palma Não Sim
Samara Pimentel AL Maceió Não Não
Samara Pimentel AL Maceió Não Não

821
Samia Gerassi Casamassa SP São Paulo Não Sim
Samilla Santos MG Betim Sim Não
Samilla Vieira Dos Santos MG Betim Sim Não
Samir Hage BA Itabuna Sim Não
Samira Audeh RS Jaguarão Não Não
Samylla Mól Mól MG Belo Horizonte E Mariana Não Não
Samyly Coutinho De Aguiar Silva AM Manaus Não Não
Sandra Colpo BA Luís Eduardo Magalhães Sim Sim
Sandra Colpo BA Luís Eduardo Magalhães Sim Sim
Sandra Deitos RJ Rio De Janeiro Não Não
Sandra Faccenda BA Paulo Afonso Não Não
Sandra Galli SP Jundiaí Não Sim
Sandra Goularte MS Sidrolândia Sim Não
Sandra Suassuna RN Patu Não Não
Sandra Tietz Marques RS Porto Alegre Não Não
Sandra Valle PR Nova Londrina Não Sim
Sandra Veiga PR Piraquara Não Não
Sandra Regina Chaves PB Alagoa Grande Não Sim
Sandra Regina Goularte MS Sidrolândia Sim Não
Sandra Regina Martins Fialho RJ Niterói Sim Não
Sandra Renata
Sampa Salaberry SP Campinas Não Não
Sara De Souza Picanço Ortega PR Curitiba Não Não
Sara Mendonça PR Curitiba Não Não
Sara Moura Da Rocha RN Macaíba Não Não
Sara Cristina De Faria MG Alfenas Não Não
Sarah Simeya Duarte Teixeira AL Maceió Não Não
Sarah Carolina Brandão De Souza Neto RJ Rio De Janeiro Não Não
Saulo Adalecio Da Cruz GO Minaçu
Saulo Daniel Dos Anjos Leite PE Não Não
Saulo Daniel Dos Anjos Leite PE Tuparetama Pe Não Não
Sebastião Carvalho AL Coruripe Sim Não
Sebastião Carvalho AL Coruripe Sim Não
Selma Duarte DF Brasilia Não Sim
Selma Duarte DF Brasilia Não Sim
Selma Luiz Duarte Luiz Duarte DF Brasilia Não Sim
Sergio Luiz Teodoro SP Itaquaquecetuba Não Sim
Sharon Feldman SP Não Não
Sharon Morais RJ Niterói Não Sim
Sheila Bispo BA Salvador Não Não
Sheila Aparecida Lentulo SP Franco Da Rocha Não Não
Sheila Mara Demarqui SP Bauru Sim Não
Sheyla Rodrigues De Almeida May RJ Araruama Não Não
Sheyla Sousa SC Criciúma Não Não
Shirley Andréa De Aguiar Da Paz SP Paraibuna Sim Não
Shirlianny Reis Da Silva PA Capanema Não Não
Sidnei Bernardo Gaspar ES João Neiva Sim Não
Silmara Ferreira Braz PB João Pessoa Não Não
Silvana Da Costa Ferreira MG Rio Paranaíba Não Sim
Silvana Mazeto SP Piracicaba Não Não
Silvana Soares De Souza CE Guaramiranga Sim Não
Silvana Magda
Sarmento De Souza AL Maceió Não Não

822
Silvania Ferreira Da Silva Marques AL São Miguel Dos Campos Não Sim
Silvia Martins RS Guaíba Sim Não
Silvia Rios SP São Paulo Não Não
Silvia Cristina Severo De Souza MG Belo Horizonte Não Não
Silvia Maria Gonçalves Pereira RJ Maricá Não Não
Silvia Maria Nunes Dantas RN Macau Não Sim
Silvia Maria Nunes Dantas RN Macau Não Sim
Silvia Marita Llanos Carrillo SP Campinas Não Não
Silvia Regina Kleeb SP São Paulo Não Não
Silvio Valle RJ Niterói Não Não
Silvio Valle RJ Niterói Não Não
Simelli Lemes De Santana Crepaldi GO Goiânia Sim Não
Simone Antunes Flores SC Tubarão Não Não
Simone Cazimiro SC Blumenau Não Não
Simone Da Silva Agostinho RS Coxilha Sim Não
Simone Gomes Portugal RJ Maricá Não Não
Porto Seguro - Arraial
Simone Lima Da Costa Preuss BA D'ajuda Não Sim
Simone Rivera De Sousa Lima RJ Rio De Janeiro Não Não
Simone Schultz SC Joinville Sim Não
Simone Terra Contatore SP Tanabi Não Não
Simone De Corrêa PR Joaquim Tavora/Pr Sim Não
Simone Maria Alencar MS Sonora Sim Não
Simoni Trigo SP Ilhabela Sim Sim
Vista Alegre Do Abunã
Distrito De Porto Velho -
Sirlei Menegardo RO Rondonia Não Não
Sirlene Moreira Fideles GO Jataí Não Não
Sofia Monteiro SP Mogi Guaçu Não Não
Solange Carneiro Dias ES Vila Velha Não Sim
Solange Costa MG Patrocínio Sim
Solange Dias ES Vila Velha Não Sim
Solange Gaspar PA Bragança Não Não
Solange Hette MG Gonçalves Não Sim
Solange Hette MG Gonçalves Não Sim
Solange Marreiros Da Silva MA São Luís Não Não
Solange Marreiros Da Silva MA São Luís Não Não
Solange Patricio SP Mairiporã Não Não
Solange Aparecida Marconcin PR Pinhais Sim Não
Solon Flores BA Salvador Não Não
Sônia Martins Teodoro BA Itapetinga Sim Sim
Sônia Martins Teodoro BA Itapetinga Sim Sim
Sônia Zainko RJ Petrópolis Não Não
Sophia Betat RS Porto Alegre Não Sim
Soraia Barbosa De Oliveira AL Maceió Não Não
Soraya Barbosa PI Teresina Não Sim
Soraya Silvestre SP Avaré Não Sim
Stefania Dallas G B Almeida SP Ribeirão Preto
Stefanie Sussai SP Itanhaém Não Sim
Stefanne Aparecida Gonçalves MG Belo Horizonte Sim Não
Stelinne De Mattos Ramos Dutra SP Santos Não Não
Stella Cintie De Souza Silva ES São Gabriel Da Palha Não Não
Stelle De Souza DF Brasília/Df Não Sim
Stephanie Cassiani Reis Santos MG Coronel Fabriciano Não Não

823
Sthéfany Bruna De Oliveira Dos Santos MA Paço Do Lumiar Não Não
Sueli Alves SP Ferraz De Vasconcelos Não Não
Sueli Di Mauro SP Itatiba Não Não
Suely Ruth Silva PB Pedras De Fogo Sim Não
Susan Einsfeld Vieira RJ Itaboraí Não Não
Susan Mobley Erpen SP Campinas Não Não
Susana Ranieri SP São Paulo Não Não
Susy Pinheiro AM Manaus Sim Não
Susy Saiki SP São Paulo Sim Não
Suzana Oliveira RJ Rio De Janeiro Sim Sim
Suzianne Braga E Silva MG Unaí Sim Não
Sylvia Correa RJ Araruama Sim Não
Sylvia Takishita SP São José Dos Campos Não Sim
Synthya Torquato Dos Reis BA Salvador Sim Não
Syslayne Carlos Da Silva Costa SE Aracaju Sim Não
Tábata Pereira Dias RS Sim Não
Tábata Pereira Dias RS São José Do Norte Sim Não
Taciana Dalla Rosa SP Santa Bárbara D’oeste Sim
Tainá Bill PR São José Dos Pinhais Não Não
Taina Mello SP Bragança Paulista Não Não
Tainah Corrêa
Taís Frassetto Da Cruz PR Santa Helena Não Não
Taís Zimak Figueiredo SP Franca Sim Não
Taissa Telaska PR Virmond Sim Não
Taiza Gonçalves De Araújo Costa MG Contagem Sim
Tales Tiago GO Parauna Não Não
Talia Tremori SP Louveira Sim Não
Talita Borges SP Ribeirão Preto Sim Sim
Talita Félix SP Caçapava Sim Não
Tamara Bandeira Santos TO Ananás Não Não
Tamara Leite Cortez SP São Paulo Não Não
Tamille Almeida Prado RR Não Não
Tamylin Nagasawa PR Cascavel Não Não
Tamyris Ferreira PE Vicência Não Não
Tanaela Muller RS Candelária Sim Não
Tania Bezerra SP Sao Jose Dos Campos Não Não
Tânia Cavalcante PI Teresina Sim Não
Tânia Cristina De Castro MG Arcos Sim Não
Tânia Fleituch De Mello RR Boa Vista Não Não
Tania Iglesias BA Salvador Não Não
Tania Lordello RJ Rio De Não Não
Tânia Rodrigues DF Brasília Não Não
Tania Talhari DF Brasilia Não Não
Tânia Aparecida Silveira MG Patos De Minas Sim Não
Tania Custódio Cerqueira DF Itapoã Não Não
Taoana Perrelli Sarmento PE Olinda Não Não
Tarcisio Duarte Chagas RJ Rio De Janeiro Não Não
Tarsila Danuta Vale Bianchi MS Ivinhema Sim Não
Tássia Luiza A. B. Coscia SP Apiaí Sim Não
Tatiana Arantes Martins DF Taguatinga Não Não
Tatiana Carli Mota SP São Paulo Não Não
Tatiana De França Sales SP São Paulo Não Sim

824
Tatiana De Lima CE Ocara Não Não
Tatiana Giacoia MG Belo Horizonte Não Não
São Sebastião Da Bela
Tatiana Paula Carneiro Vista Sim Não
Tatiane Aranha Da Penha Silva MA São Luís Sim Não
Tatiane Brancalione SC São Miguel Do Oeste Sim Não
Tatiane Campos PB João Pessoa Sim Não
Tatiane Castro Barreto RS Tapes Sim Não
Tatiane Linha Torres GO Ipameri Sim Não
Tatiane Magalhães SP São Paulo Sim Não
Tatiane Stefani Barbosa PR Campo Mourão Não Não
Tatiele Zotti RS Farroupilha Sim Não
Tatyanne Santana SP Suzano Não Não
Tayná Letícia Antunes Santos MG Betim Sim
Taynah Moreira MG Bh Não Não
Taynara Júnia
Shirley Santos Couto MG Bom Jesus Do Amparo Sim Não
Teka Snob MG Belo-Horizonte Não Não
Telismar Lemos Junior RS Santo Ângelo Não Sim
Telma Lourenço Da
Silva Lourenço AL Maceió Não Não
Teresa Cristina Da
Paixão Silva Leal Leal CE Iguatu Não Não
Tereza Kélvia Pinheiro Pereira AL Maceió Não Não
Evelin Vasconcelos De
Thainá Almeida BA Cruz Das Almas Não Não
Thaina Parize AL Maceió Sim Não
Thais Araujo GO São Luís De Montes Belos Sim Sim
Thais Brandao ES Vargem Alta Não Sim
Thais Calvi Arend RS Canoas Sim Não
Thaís Câmara Tavares CE Fortaleza Sim
Thais Guimarães RJ Casimiro De Abreu Sim Não
Thais Magalhães DF Brasília Não Não
Thaís Mota SP Boituva Não Não
Thais Mota Não Não
Thais Oliveira Do Nascimento CE Fortaleza Não Não
Thais Queiroz De Medeiros RN Natal Não Não
Thaís Roque RS Ivoti Não Sim
Thaís Salgado Pimenta RJ Río De Janeiro Não Não
Thais Silva MG Itabira Não Não
Thais Souza GO Anápolis Não Sim
Thais Souza Teixeira MG Patos De Minas Não Não
Thais Stabile MG Campo Florido Sim Não
Thais Vann RS Pelotas Não Não
Thais Viotto SP Bauru Não Sim
Thais Helena Bergonso SP Bauru Sim Não
Thaisa Carvalho RJ Niterói Não Não
Thaísa Mara Dos Anjos Lima PB João Pessoa Não Sim
Thales Borges MG Para De Minas Sim Não
Thalia Loureiro MA São Luís Não Não
Thalita Blankenheim SP Neves Paulista Não Não
Thássia Hellen Neves Jaques Pereira PR Lindoeste Não Não
Thatiana Carvalho AM Manaus Não Não
Thauanny Carvalho PR Londrina Não Não
Thayla Lopes Da Silva Ferreira BA Salvador Não Não

825
Meneguete Do Amaral
Thayla Heloisa Pereira PR Nova Santa Bárbara Sim Não
Thaylane Santana TO Palmas Não Não
Thaylane Santana TO Palmas Não Não
Thayná Fagundes Araújo PB Campina Grande Sim Não
Thelma Lúcia Pereira Dias PB Campina Grande Sim Não
Themis Buchmann PR Curitiba Sim Não
Theodoro Nascimento PE Tabira Não Não
Theodoro Patrício Do Nascimento PE Tabira Pernambuco Não Sim
Thereza Christina Lopes Coutinho RJ Rio De Janeiro Não Não
Thiago Alex Nascimento Dos Santos MS Campo Grande Sim Não
Thiago Bernardo Xavier RN Macaíba Sim Não
Thiago Fuchs SC Mafra Não Sim
Thiago Pereira De Vargas RS Porto Alegre Não Sim
Thiago Santos SP Bauru Sim Não
Thiara Gonçalves Eberhardt SC Araquari-Sc Sim Não
Thielly Tuparay RS Itaqui Sim Não
Thuann Rawel RN Baraúna Não Não
Thyalle Alves PE Ipojuca Não Não
Tiago Maciel MG Carmo Do Cajuru Não Não
Tiago Marques RS Santa Cruz Do Sul Sim Não
Tiago Gois Da Silva Gois SE Moita Bonita Sim Não
Tiago Torrecillas Sturion PR Leópolis Sim Não
Ticiana Bueno SP São Vicente Sim Não
Ticiana Bueno SP São Vicente Sim Não
Ticiana Lima Ferreira Sampaio BA Feira De Santana Sim Não
Tiffany Maia Dimas AC Rio Branco Sim Não
Trycia Murta MG Três Corações Sim Sim
Trycia Murta MG Três Corações Sim Sim
Tuanna Ranyelli Ramalho Fernandes BA Igaporã Sim Não
Ubiramara Senatore SP Palmital Não Sim
Ubiratan Figueiredo SP São Caetano Do Sul Sim Sim
Uirlei De Oliveira Borges BA Macaúbas Sim Não
Ursula Veras RJ Rio De Janeiro Não Não
Vágila Frota CE Camocim Não Sim
Valdson José GO Formosa Sim
Valéria Amorim Cidreira MA Viana Não Não
Valéria Barbieri SP Jaboticabal Sim Não
Valéria Barbieri SP Jaboticabal Sim Não
Valéria Camprigher SP Bauru Não Não
Valéria Da Silva Chaves RS Porto Alegre Não Não
Valéria Padilha SP Campinas Não Sim
Valéria Pires Corrêa SP São Paulo Não Não
Valeria Ribeiro Silva AL Maceio Não Não
Valéria Veras De Paula RN Mossoró Sim Não
Valéria Zukauskas SP Santo Antônio Do Pinhal Não Não
Valéria Cristina Ferreira Campos MG Tiros Não Sim
Valéria Lyra Lisboa
Monteiro Monteiro AL Maceió Sim Não
Valesca Scatamburlo ES Marataizes Sim Não
Valonia Farias CE Guaraciaba Do Norte Não Não
Vanda Branchine DF Brasília Sim Não
Vanda Maria Del Cistia Mello DF Park Way Brasília Não Não

826
Vanessa Amaral PA Ananindeua Não Sim
Vanessa Bonatti SP Franca Não Não
De Oliveira Gaudereto
Vanessa Guimarães MG Belo Horizonte-Mg Não Sim
Vanessa Do Carmo Ferreira Jenuário CE Fortaleza Sim Não
Vanessa Do Carmo Ferreira Jenuário CE Fortaleza Não Sim
Vanessa Dutra Lopes RS Herval Sim Não
Vanessa Ferri Nascimento PR Curitiba Não Não
Vanessa Ficagna PR Corbélia Sim Não
Vanessa Kolbe RS Não Não
Vanessa Negrini Sim Sim
Vanessa Nishizawa SP Marília Sim Não
Vanessa Oliveira Tavares DF Brasília Não Não
Vanessa Reis MG Belo Horizonte Não Não
Vanessa Ribeiro MG Conselheiro Lafaiete Sim Não
Vanessa Ribeiro MG Conselheiro Lafaiete Sim Não
Vanessa Rocha Teixeira RS Pelotas Não Não
Vanessa Rosa Portella MT Primavera Do Leste Não Sim
Vanessa Santos PR São Pedro Do Ivaí Sim
Vanessa Santos PR São Pedro Do Ivaí Sim
Vanessa Sartore SP Ribeirão Preto Não Sim
Vanessa Silva Do Amaral PA Ananindeua Não Sim
Vanêssa Teixeira De Carvalho DF Brasília Não Não
Vanessa Cristiane Guimarães De Moraes AL Não
Vanessa Fernanda
Da Silva Cereda SP São José Dos Campos Não Não
Vanessa Miranda Reis MG Belo Horizonte Não Não
Vania Plaza Nunes SP Jundiai Não Sim
Vania Santos PE Petrolina Não Não
Vânia Tomaz RO Porto Velho Não Sim
Vania De Fatima Plaza Nunes SP Jundiai Sim Sim
Vania Teixeira De
Souza Teixeira CE Fortaleza Não Não
Vanilda Dorneles MG Rio Paranaiba Sim Não
Vânius Dipe MG Muzambinho Não Não
Vanusa Dos Santos Ramos RS Caxias Do Sul Não Não
Vanuska Gomes Valença PE Olinda Não Não
Varlei Nascimento MT Cuiabá Sim
Vera Andrade SC Catanduvas Não Não
Vera Vernaide Pordeus Formiga De Oliveira PB Sousa Não Sim
Verônica Azzolin Fontanari RS Maçambará Sim Não
Veronica Mosquera SP Mirassol Não Não
Vicente De Paula Ataide Junior PR Pinhais Sim Não
Victor Acero Bogotá, Colombia Não Não
Victor Bickel MG Belo Horizonte Não Não
Victor Chiaroni Galvão SP São Paulo Sim Não
Victor Jacques Mendes SP Suzano Não Não
Victoria Franco PB Campina Grande Sim Não
Vigilância Sanitária
Campo Florido Visa MG Campo Florido Sim Não
Vinicius Gross PR Ponta Grossa Não Não
Vinicius Monteiro Bezerra MG Belo Horizonte Não Não
Virginia Aguiar Sorice MG Mateus Keme Sim Não
Virgínia Emerich ES Vitoria Sim Não

827
Virgínia Emerich ES Vitória Sim Não
Virgínia Ferreira RJ Rj Não Não
Vitor Alves SP Orindiuva Sim Não
Vitor Quadros BA Vitória Da Conquista - Ba Não Sim
Vitor Gonçalves Teixeira PR Curitiba Não Não
Vitória Balduino DF Brasília Sim Não
Vitória De Araújo Silva AL Junqueiro Não Não
Vitória Furquim Nascimento PR Curitiba Não Não
Vitória Veronezi SP Não Não
Vitória De Moraes Valério MG Dores De Campos Não Não
Vivian Boturi MG Guaranésia Não Sim
Vivian Lindmayer Cisi SP Salto Não Não
Viviane Costa Silva MG Paracatu Não Sim
Viviane Costa Silva MG Paracatu Não Sim
Viviane Kobuszewski SP Juquitiba Sim Não
Viviane Medeiros RN Natal Não Não
Viviane Oliveira MG Salinas Não Sim
Viviane Pereira De Oliveira MG Salinas Não Sim
Viviane Rodrigues Alexandre SP Ribeirão Preto Não Sim
Viviane Ronfini Vieira RJ Rio De Janeiro Não Não
Viviane Senger RS Novo Hamburgo Não Sim
Viviane Theodoroski Bachmann SC Mafra Não Não
Viviane Da Silva Medeiros RN Natal Não Não
Vivianne Duarte Borges MG Ibiá Não Sim
Wagner Diniz SP Indaiatuba Não Não
Walison Florenço Reis MG Contagem Não Não
Walkiria Arruda MS Corumbá Não
Walkiria Plaza Nunes SP Jundiaí Não Sim
Walquiria Gava ES Viana Sim Não
Walquiria Vieira ES Vitória Sim Não
Walter Octaviano Bernis Filho MG Salinas Sim Não
Waneska Alves MG Governador Valadares Não Não
Wanessa Ingrid De Albuquerque Paiva PE Recife Não Não
Warley Lopes Dos Santos MG Francisco Badaró Sim Não
Wendell Godinho RN Parnamirim Não Não
Wendy Mara Santiago De Oliveira PR Maringá Não Não
Werik Barrado MG Belo Horizonte Não Não
Weslene Souza Valverde GO Valparaiso Não Não
Weslene Souza Valverde GO Valparaiso De Goiás Não Não
Willadesmon Silva BA Salvador Sim
Wilsandra Vieira DF Brasília Não Sim
Wiria Ranger Da
Silva Ranger Da Silva GO Porangatu Não Não
Yalle Carolina
Ferreira Silva BA Vitória Da Conquista Não
Yaly Pozza DF Brasília Sim Não
Yamini Berbi GO Caldas Novas Não Não
Yanê Carvalho PR Curitiba Não Não
Yara Cristina Martins De Souza MS Campo Grande Não Não
Yasmim Genofre Tavolaro SP São Paulo Não Não
Yasmin Batista RN Natal Não Não
Yasmin Lopes PR Curitiba Não Não
Ylmara Gomes
Rodrigues Rampinelli DF Brasília Sim Não

828
Yuri Bandeira PE Araripina Sim Não
Yuri Lima SP São Paulo Não Sim
Zaira Mentor PE Vicência Não Sim
Zélia Soares GO Goiânia Não Não
Zelia Diana Barbosa GO Goiânia Não Não
Zelina Pires De A. Nogueira DF Brasilia Não Sim
Zenilda Torres Da Conceição MS Corumba Não Sim
Zeno Fixina Barreto Filho PB Catolé Do Rocha Não Não

829
Números da participação popular no Seminário para Elaboração do Programa Nacional de Manejo
Populacional Ético de Cães e Gatos

>>2.704 pessoas se inscreveram para participar online do Seminário pela plataforma de eventos Sympla

>>2.175 pessoas acompanharam online o Seminário pelo Zoom

830
>> 2.900 pessoas acompanharam o Seminário pelo canal do MMA no YouTube

>> 134 pessoas se inscreveram para participar presencialmente do Seminário

831
APÊNDICE VIII – Slides apresentados nas reuniões preparatória e técnicas
realizadas nos dias 7, 14, 21 e 28 de julho de 2023

 DPDA
 Alexander Biondo
 Ana Liz Bastos
 André Luiz Baptista Galvão
 Andrea Gil
 Carla Sassi
 Cláudio Yudi Kanayama
 Daniel Bradespin
 Daniela Araujo
 Edson Ferraz Evaristo de Paula
 Fernando Zacchi
 Francisco José Garcia Figueiredo
 Giselle Ferreira Sodré
 Gustavo Xaulim
 Jorge Carneiro
 Leonardo Nápoli
 Lucas Galdioli
 Marcelo Campos Rodrigues
 Nazaré Fonseca de Souza
 Otávia Mello
 Patrícia Carvalho
 Paula Helena Santa Rita
 Paulo Abílio Varella Lisboa
 Pierre Barnabé Escodro
 Rita de Cassia Maria Garcia
 Rosangela Ribeiro Gebara
 Rosânia Ramalho
 Silvia Godoy
 Syslayne da Silva Costa
 Vania de Fatima Plaza Nunes

832
Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais
Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais
• Segundo o último índice do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), de 2019, as populações
de cães e gatos eram de 54 milhões e 24 milhões,
respectivamente. Sem uma política pública efetiva
Descontrole Populacional de Cães e Gatos
para o manejo populacional, estima-se que esses
números possam chegar a 71 milhões de cães e
41,5 milhões de gatos em 10 anos, causando
impactos negativos na predação de animais da
fauna silvestre, no desmatamento e mudança
climática e no aumento de zoonoses, afetando
também a saúde humana.
• A projeção de crescimento de 26% até 2030 foi feita
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em pesquisa
atualizada para a Comissão de Animais de
Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da
Indústria de Produtos para Saúde Animal.
Diagnóstico sobre a implementação de
políticas públicas de defesa e proteção de
animais domésticos nos municípios
• Realização: DPDA/SBIO/MMA
• Público-alvo: municípios brasileiros
• Período da pesquisa: de junho de 2022 a março 2023
• Amostra: 400 municípios
• Conhecer a realidade brasileira
• Identificar as diferenças regionais
• Compreender a distribuição da política de proteção e defesa de caninos e felinos
Participação por Região

Distribuição da Pesquisa por Região


7,50%

13,86%
34,09%

2,05%

42,50%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul


Há legislação e dotação específica para controle populacional e/ou
bem-estar de cães e gatos no município?
Legislação específica Dotação específica
62,50%
60,00%

40,00%
37,50%

Não Sim Não Sim


O município possui política pública formalmente estabelecida para
proteção e defesa de cães e gatos?

52
62%

38%
25
23
19

14

6 5
2 3 3 2 2 2 2 2
1 1 1 1

Não Sim AL BA CE ES GO MG MS MT PB PE PI PR RJ RO RR RS SC SE SP
Qual o grau de Urgência para implementação de políticas públicas? (contra
abandono e maus-tratos; controle populacional; guarda responsável)

57,38%
40,68%

36,14%

44,44%

43,33%
42,42%

40,11%

35,83%

34,00%
33,33%
Alta Urgência

27,87%
27,27%
Baixa Urgência
Média Urgência

18,18%

16,04%

15,33%
Não Respondeu

12,12%

11,11%
11,11%
15,00%
Urgente

8,02%
6,56%

5,33%
4,92%

3,28%

2,00%
0,00%

0,00%

0,00%
7,05%

1,14% Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Total Alta Urgência Baixa Urgência Média Urgência Não Respondeu Urgente
Município possui órgão de fiscalização ou parceria destinado ao combate
aos maus-tratos aos animais?

54,77% 37,70%
44,44%
54,01%
60,61% 62,00%
45,23%

62,30%
55,56%
45,99%
39,39% 38,00%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Não Sim Não Sim


O município possui programa para o combate aos maus-tratos de animais?

65,00% 11,11%
27,87%
39,39% 35,83% 37,33%

35,00%
88,89%
72,13%
60,61% 64,17% 62,67%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Não Sim Não Sim


Quando realizado, qual o órgão O município dispõe de estrutura de
responsável pelo controle populacional recolhimento de animais (canil
e/ou bem-estar de cães e gatos? municipal, por exemplo)?

Estrutura de recolhimento
Unidades Administrativas Municipais 76,14%

40%
37%

17%

23,86%
3% 2% 1%

Secretaria Secretaria Secretaria Secretaria ou Setor Vigilância Sem Registro


Municipal de Municipal de Municipal de Diretoria Sanitária e
Meio Ambiente Saúde Agricultura e Municipal de Endemias
Meio Ambiente Proteção Animal Não Sim
Existe Unidade de Conservação Federal com superpopulação de cães e/ou gatos?

Estados com UCs Federais com superpopulação de


cães e/ou gatos
6

2 2

1 1 1

ES GO MG MT PR RJ RS SP

Dos 440 municípios, 20 relataram que possuem Ucs com superpoluação de gatos e cães. Quase 5% dos
municípios participantes.
Não
67,73%

Sim
32,27%

AL
60,00% 40,00%

75,00% 25,00%
AM
BA
100,00% 0,00%
CE

62,50% 37,50%
ES

80,00% 20,00%

82,35% 17,65%
GO

0,00% 100,00%
MA

49,23% 50,77%
MG

25,00% 75,00%
MS

83,33% 16,67%
MT
PA

100,00% 0,00%
Não
PB
população de cães e gatos?

57,14% 42,86%
Sim
PE

71,43% 28,57%
PI

25,00% 75,00%
PR

79,03% 20,97%
RJ

44,44% 55,56%

50,00% 50,00%
RN

33,33% 66,67%
RO
RR

100,00% 0,00%
RS

85,45% 14,55%
SC

82,35% 17,65%
SE

28,57% 71,43%
SP

62,50% 37,50%
O município realiza algum tipo de censo animal para saber o quantitativo da
Existe problema(s) de zoonose(s)? Quais?

Zoonoses Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul Total Geral Total Geral

Leishmaniose 18 41 1 75 20 155 35,23%

Esporotricose 8 2 38 20 68 15,45%

Raiva 4 9 2 15 19 49 11,14%

Escabiose 2 9 11 2,50%

Brucelose 1 2 3 0,68%

Leptospirose 1 1 1 3 0,68%

Larvar Migrans 1 1 2 0,45%

Sem Registro 9 2 2 47 65 125 28,41%

Não se aplica 2 1 8 13 24 5,45%

Total Geral 33 61 9 187 150 440 100,00%


O município dispõe de Centro de Controle de Zoonose?

14,00%
26,23% 22,22%
36,36%
66,82% 50,80%

86,00%
73,77% 77,78%
33,18% 63,64%
49,20%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Não Sim
Não Sim
O município realiza campanhas ou ações periódicas para evitar
zoonoses?

55,00% 30,67%
51,52%
45,00% 67,21% 66,67% 70,59%

69,33%
48,48%
32,79% 33,33% 29,41%

Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Não Sim Não Sim


Alcance
2,60%
Municípios
145 Instrumentos
19 Estados
Castramóvel 79 19 entregues
Centro Cirúrgico 04
Insumos Diversos 07
Outros 18
15.853 cães
Serviços Castração 37 R$6.482.522
18.955 gatos
Total 145
Ano Emendas Indicadas Celebrados

2021 R$ 24 milhões R$ 8. 539 milhões

2022 R$ 20 milhões R$ 4.847 milhões


Participação das Regiões nas Reuniões Preparatória e Técnicas

Sul
15%
Nordeste
24%

Centro-Oeste
8%

Norte
11%

Sudeste
42%
• Controle populacional de cães e gatos é a principal
demanda dos vereadores e vereadoras
• Lei nº 13.426, de 30 de março de • Portaria GM/MMA nº 288, de 11
2017 de novembro de 2022
Institui a política de controle da • Institui a Agenda Nacional de
natalidade de cães e gatos no Brasil Proteção e Defesa de Cães e Gatos.
• estudo das localidades prioritárias; • Três eixos orientadores:
• tratamento prioritário aos animais I - controle populacional de cães e
pertencentes ou localizados nas gatos;
comunidades de baixa renda; II - atenção médico-veterinária e;
• campanhas educativas sobre III - educação e sensibilização sobre
guarda responsável. guarda responsável, bem-estar e
prevenção contra maus-tratos a
cães e gatos.
• Decreto nº 11.349, de 1º de janeiro • Projeto de Lei do Congresso Nacional
de 2023 nº 4, de 2023 (LDO)
• Art. 20. Ao Departamento de • Art. 49. As ações e os serviços de
Proteção, Defesa e Direitos Animais saúde direcionados à vigilância, à
compete: prevenção e ao controle de zoonoses
apoiar órgãos públicos competentes e de acidentes causados por animais
na elaboração e implementação de peçonhentos e venenosos, de
políticas, programas ou projetos para relevância para a saúde pública,
promover o controle populacional contemplarão recursos destinados ao
ético de cães e gatos. desenvolvimento e à execução de
ações, atividades e estratégias de
controle da população de animais,
que devam ser executadas em
situações excepcionais, inclusive para
a castração e a atenção veterinária.


Atenção Básica à Saúde
(e Saúde Única)

Alexander W. Biondo, DVM, MSc, PhD


Professor – Department of Veterinary Medicine
UFPR – Universidade Federal do Paraná, Brazil
abiondo@ufpr.br

Adjunct Professor - Purdue University, USA


abiondo@purdue.edu

Brasília, 21 de julho de 2023


Mais castrações !!!

Hospital Veterinário Público !!!


SISTEMA DE SAÚDE
DEVE SER BASEADO
EM SAÚDE

E NÃO
EM DOENÇA

O que custa menos, vacinar ou tratar poliomielite, meningite, raiva ou coqueluche ?


O que custa menos, oferecer diagnóstico e tratamento gratuítos de AIDS ou interná-los ?

PREVENÇÃO DEVE SER SEMPRE A PRIORIDADE DE UM SISTEMA DE SAÚDE


Cidade de São Paulo: 11.895.893 habitantes (2013)
Estimativa (4:1): ~ 3.000.000 cães

HOSPITAL VETERINÁRIO
Atendimentos/dia: 30 (Norte) 15 (Leste) = 45/dia.
Anual: 365 dias x 45/dia = 16.425 atendimentos/ano.
3.000.000 cães/16.425 atendimentos/ano = 182 anos.

Para um cão ser atendido uma vez em 10 anos :


182 / 10 x 2 = 36 hospitais veterinários públicos.

PREVENÇÃO COMO PRIORIDADE.


Cidade de São Paulo: 11.895.893 habitantes (2013)
Estimativa (4:1): ~ 3.000.000 cães

HOSPITAL VETERINÁRIO
Atendimentos/dia: 30 (Norte) 15 (Leste) = 45/dia.
Mensal: ~ R$1.000.000,00 para 1.350 atendimentos.
Atendimento: R$740,00 cada.

O que custa menos, vacinar ou tratar cinomose ?

PREVENÇÃO COMO PRIORIDADE.


Saúde Pública

O modelo brasileiro de saúde pública humana (SUS) tem sido


elogiado em todo o mundo e pode ser base para a saúde pública
animal.

Desde que seguidos seus preceitos de prevenção como base da


saúde, sem prejuízo do assistencialismo, mas com
investimento na informação e educação como formas resolutivas
de saúde individual e pública.

PREVENÇÃO COMO PRIORIDADE.


Guarda Baixa Média Alta
Responsável Complexidade Complexidade Complexidade
Perspectivas

O investimento na educação em guarda responsável de animais de


companhia inseridas no conteúdo do ensino fundamental da rede
municipal de escolas.

O adestramento básico de cães e feiras regulares em locais públicos


de alta circulação de potenciais adotantes poderiam melhorar e muito os
índices atuais de adoção.

MENOS ABANDONO Os lares temporários tem demonstrado socialização, em particular


SIGNIFICA realizado pelas protetoras independentes.

MENOS RESGATES
Um sistema de saúde animal baseado em prevenção em saúde e não
apenas assistencialismo (atendimentos).
Populações Vulneráveis

• Acesso reduzido ou limitado

• Populações de fronteira e índios.


• Populações ribeirinhas e ilhas.
• Populações privadas de liberdade (presos)

• Fatores de desigualdades sociais

• Profissionais de sexo
• Usuários de drogas e pessoas em situação de rua
• Homossexuais, negros, idosos e favelados
• Indivíduos sob o estigma social de doenças infecciosas.
Moradores de rua
Comunidades
Tradicionais
Pessoas privadas
de liberdade
Quilombolas
Comunidades
Indígenas
Saúde
Ambiental

Saúde Saúde
Humana Animal
Comunidades Indígenas

Sempre: exame clínico, vacinações (polivalente and raiva), desverminação, antipulgas/carrapatos


Comunidades
Indígenas
Saúde Única em Comunidades Indígenas

• Soluções locais podem ser aplicadas globalmente.


• Nossas ações afetam tanto a saúde local como a global.
• Prover Saúde Única.
• Ações éticas, sociais, ambientais na saúde local e global.
• Saúde Única fortalece ações integradas locais, nacionais e internacionais
Guarda Baixa Média Alta
Responsável Complexidade Complexidade Complexidade
2010
Perguntas
?
Capacitação de gestores, técnicos e protetores para implantar
políticas públicas para cães e gatos

M.V. Ana Liz Bastos, PhD.


Vice-coordenadora do IMVC
Perita e consultora da CEDA/MPMG
Conselheira CRMVMG

1
Identificação de municípios organizados localmente

Mobilização institucional e social

Reuniões individualizadas para autocomposição (adesão)

Apoio na busca de recursos para execução das medidas

Capacitação dos agentes públicos e protetores

Acompanhamento das cláusulas pelos promotores

Suporte contínuo aos municípios


INSTITUTO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
Saúde Ambiental. Saúde Animal. Saúde Humana. Saúde Única.

3
• Visão geral do manejo populacional
• Entrega do Diagnóstico Situacional
1ª Etapa

• Apresentação do Diagnóstico Situacional


• Ferramentas de Gestão
• Indicadores para avaliação
2ª Etapa • Início do Plano Municipal de Manejo Populacional

• Apresentação e discussão do Plano Municipal de Manejo


Populacional
• Parcerias para concretização da Política de Manejo Populacional
3ª Etapa • Fontes de recursos

4
Educação transformadora

Programas para animais comunitários / Legislação


animais de vida livre

Promoção da saúde dos


indivíduos e comunidades

Vigilância do abandono e de Controle fontes 4As


zoonoses

Assistência aos animais


Políticas publicas para em situação de
PS Acumulação desastres
Controle do comercio

Registro e identificação

Fiscalização de denuncias de
Cuidados com saúde e maus-tratos
bem-estar-animal
Controle reprodutivo

Restrição movimentos
Recolhimento seletivo
6
7
8
9
PLANEJAMENTO

Qual setor e quem executará o


programa no município?

Descrever como será o organograma do


serviço que fará a gestão do programa.
O QUÊ É PRECISO PREVER NA CONSTRUÇÃO DE UM PLANO MUNICIPAL DE MPCG

• Recursos financeiros;
• Recursos técnicos e
humanos;
• Base Legal;
• Diagnóstico situacional;
• Planejamento;
• Ações preventivas e de
controle;
• Monitoramento;
• Avaliação;
• Divulgação e ajustes
permanentes.
RESULTADOS ATÉ JULHO DE 2023

218 municípios
atendidos*
(131 municípios
totalmente
capacitados)

273
municípios
PRODEVIDA
Mais de 600
profissionais
09 viagens em
capacitados*
Fóruns
(319 profissionais
Regionais
totalmente
capacitados)

*com pelo menos 1a. etapa


Fóruns Regionais do PRODEVIDA

Os fóruns são importantes para verificar o andamento da implementação de medidas de MPCG no


estado de Minas Gerais e avaliar quais foram os avanços e dificuldades após um ano de trabalho.

Foram realizados em 09 municípios mineiros, sendo que 190 municípios foram convidados para o
evento.

Cerca de 705 pessoas acompanharam os fóruns.


Avaliação do curso por participantes
Avaliação do curso por participantes
Avaliação do curso por participantes

"Pra mim foi um privilegio poder participar dessa capacitação, consegui


colocar em pratica todas as dicas e sugestões que foram apresentadas, e
foi ótimo pra mim tanto me questão profissional quanto em questão
acadêmica, porque é importante entender essa realidade.“

Comentado deixado por participante no formulário de avaliações


Avaliação do curso por participantes

"Essa capacitação foi primordial para dar as diretrizes para construção


dos processos de trabalho no Manejo Populacional de cães e gatos do
município. Além disso, as trocas de conhecimentos, as parcerias firmadas
entre os municípios foram muito positiva. Construir parcerias
compartilhadas é fundamental para ter condições de promover saúde
humana, animal e ambiental.“

Comentado deixado por participante no formulário de avaliações


Avaliação do curso por participantes

"Todo o curso foi muito enriquecedor!


Consegui adquirir muito conhecimento e inspiração para desenvolvimento
de metas e projetos para meu município."

Comentado deixado por participante no formulário de avaliações


OBRIGADA!

FALE CONOSCO!

capacitacaompcg@institutomvc.org.br
@imvcbr 19
Inquérito Básico da crise
em Saúde dos Cães nas
comunidades Yanomami –
Roraima – Brasil
Prof. Dr. André Galvão
UFRR – CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS
UFRR - SEMIOLOGIA
UFRR - PATOLOGIA CLÍNICA
CONTRIBUIÇÃO INICIAL

Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD)


LABORATÓRIO DO COMPLEXO VETERINÁRIO DO UFRR
FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023
CONTRIBUIÇÃO INICIAL
 Cães gatos – nas comunidades – permuta - Garimpo
 Relatos de animais desnutridos;
 Ectoparasitas em animais e humanos;
 PULGAS...

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


CONTRIBUIÇÃO INICIAL

 GRAD
 LABORATÓRIO DO COMPLEXO VETERINÁRIO DO UFRR
 AMOSTRAS COMPROMETIDAS (CALOR E TRANSPORTE)
 10 CÃES COMUNIDADES:
 9 estavam com anemia (moderada a grave)
 7 estavam com trombocitopenia
 Não aptos para a castração.
ELABARAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO

GRAD
APRIMORANDOS DO COMPLEXO VETERINÁRIO
DO UFRR
METODOLOGIA – GALVÃO et al., 2019
ELABORAÇÃO DA AÇÃO

 CONSIDERADO:
 Respeito a cultura indígena
 Respeito aos animais silvestres e domésticos
 Cuidado: Acidentes e Fugas
 Risco de Zoonoses
 Saúde do Trabalhador (dispositivos de segurança)
ELABORAÇÃO DA AÇÃO - CASAI

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – CASAI – EXAME FÍSICO GERAL

 DESNUTRIÇÃO - OPÇÕES EM ALIMENTO RESTRITA!?


 DESIDRATAÇÃO
 ANEMIA E PONTOS HEMORRÁGICOS PELO CORPO
 ICTERÍCIA
 TEMPERAMENTO DÓCIL (AUXÍLIO DE CRIANÇAS)
 ECTOPARASITAS – PULGAS E CARRAPATOS
 FEBRE
AÇÃO – CASAI – EXAME FÍSICO GERAL

 POPULAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS


 POUCOS FILHOTES DE CÃES...
 FILHOTES DE GATOS MAIS PRESENTES...
AÇÃO – CASAI – EXAME FÍSICO GERAL

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – CASAI – EXAME FÍSICO GERAL

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – CASAI – COLETA AMOSTRA
SANGUE FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023
AÇÃO – CASAI – VERMIFUGOS E
ECTOPARASITICIDAS – MATERIAL DOAÇÃO

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – CASAI – VERMIFUGOS E
ECTOPARASITICIDAS – MATERIAL DOAÇÃO

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – DIAGNÓSTICO – CÃES - CASAI

 GRAD
 LABORATÓRIO DO COMPLEXO VETERINÁRIO DO
UFRR
 12 CÃES
 12 estavam com anemia (moderada a grave)
 7 estavam com trombocitopenia (moderada)
 1 estado grave (óbito) – terapia transfusional
 Não aptos para a castração.
AÇÃO – DIAGNÓSTICO – CÃES - CASAI

 ENFERMIDADES
 ZOONOSES
 AMOSTRA DE SÉRICAS
 PROTEINOGRAMA

 MÁQUINAS PORTÁTEIS DE USO


 COMUM PARA ANIMAIS E HOMEM
 SOLUÇÃO? Resultados? Transporte?

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – DIAGNÓSTICO – CÃES - CASAI

 ENFERMIDADES
 ZOONOSES
 AMOSTRA DE SÉRICAS
 PROTEINOGRAMA

 MÁQUINAS PORTÁTEIS (IMEDIATO)


 COMUM PARA ANIMAIS E HOMEM
 SOLUÇÃO? Resultados? Transporte?

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – DIAGNÓSTICO – CÃES - CASAI

 ENFERMIDADES
 ZOONOSES
 AMOSTRA DE SÉRICAS
 PROTEINOGRAMA

 MÁQUINAS PORTÁTEIS (IMEDIATO)


 Atenção primária as saúdes
 Crianças, Mulheres e Homens
 CÃES – MESMA MÁQUINA...

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


AÇÃO – DIAGNÓSTICO – CÃES - CASAI

 ENFERMIDADES REGIONAIS (Trypanossoma sp.)


 Citologia aspirativa por agulha fina
 Citologia ponta de orelha

DIAGNÓSTICO – INQUÉRITO

Arquivo pessoal
Considerações... Roraima

 Fala do Ortopedista Rodrigo Mendes (limitações nacionais)


 Fala da Prof. Jorge Carneiro (limitação regional e local)
 Brasil com realidades diferentes (insumos e profissionais)
Considerações... Roraima

 Difícil acesso aos locais;


 Distâncias e difícil acesso e chegada de recursos;
 Dificuldade em chegada Insumos e reagentes;
 Identificação dos animais e comunidade indígena;
 Voos limitados;
 Espaço restrito nos aviões;
AÇÃO – MAIOR CONTRIBUIÇÃO - CVET

 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA (ANIMAIS)


 TRANSPORTE – COMBUSTÍVEL (AUTOMOTORES)
 FORNECIMENTO DE ÁGUA
 REAGENTES QUÍMICOS PARA ANÁLISES

EMENDA PARLAMENTAR
CONSIDERAÇÕES FINAIS – SAÚDE ÚNICA

FONTE DA IMAGEM: GRAD, 2023


CONSIDERAÇÕES FINAIS – SAÚDE ÚNICA

SAÚDE ÚNICA...
ANIMAIS SILVESTRES – RISCO SARNA (Europa) - outras
Desequilíbrio... Saúde dos Animais Silvestres...
 ANIMAIS SILVESTRES:
 ALIMENTO – HOMEM – ANIMAL DOMÉSTICOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS – SAÚDE ÚNICA

SAÚDE ÚNICA...
ANIMAIS SILVESTRES – RISCO SARNA E OUTROS
 ANIMAIS SILVESTRES – FONTE DE ALIMENTO!
 ALIMENTO – HOMEM – ANIMAL DOMÉSTICOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS – SAÚDE ÚNICA

SAÚDE ÚNICA...
SINANTRÓPICOS – FONTE DE ALIMENTOS?
ZOONOSE – ESPÉCIE DE SALTO – COVID-19
CONSUMO DE ANFÍBIO – ROEDORES - AVES??

Arquivo pessoal, 2023 – 12:00h


CONSIDERAÇÕES FINAIS

 PARA ENVIO DE EQUIPES...


 EXISTÊNCIA DE CONFLITOS ARMADOS...
 GARIMPEIROS... INDÍOS...
 RISCOS
AGRADECIMENTO

 GRAD
 EQUIPE DO CVET UFRR

albg130182@gmail.com

Propostas em parceria
Estamos à disposição
Vigilância
Epidemiológica do
Abandono
M V A N DR EA L EÃO G I L
MÉ DI CA V E T ERI NÁRIA ES P ECI ALIZADA E M ME DI CI NA V E T ERINÁRIA DO
COL E T I VO P E L A U F P R
Vigilância Epidemiológica do Abandono

Objetivo

❖ Propor estratégias para vigilância e prevenção do abandono de animais

◦ Abandono é um problema de saúde pública,

◦ Descentralizar as ações das UVZs e das Unidades de Bem-estar animal,

◦ Territorialização do abandono – trabalhar o abandono nos territórios de saúde.


Vigilância Epidemiológica do Abandono
Como podemos trabalhar a territorialização do abandono?

◦ Estratégias da vigilância epidemiológica para direcionar as ações – registros de dados

◦ Agentes comunitários de saúde e epidemiologia – identificação dos locais de abandono

◦ Parcerias com as UVZs/UBS para a Formações de redes de apoio e prevenção do abandono dentro dos bairros, direcionamento
de ações funcionar como pontos de Educação em Guarda Responsável - estratégias dos abrigos americanos

◦ Líderes comunitários comissões para prevenção do abandono identificação dos problemas dos munícipes (problemas
econômicos, comportamentais, problemas de saúde, castração)
Vigilância Epidemiológica do Abandono
Conclusão

◦ Podemos usar as estratégias da vigilância epidemiológica, para a vigilância epidemiológica do abandono


de forma regional?

◦ Pode haver um trabalho conjunto da medicina veterinária e da saúde humana, atuando junto as
unidades básicas de saúde para o recolhimento de dados e direcionamento de ações assertivas para a
prevenção do abandono de animais?
Vigilância Epidemiológica do Abandono

Obrigada!
Andrea Gil
Email: dealgil@gmail.com
RESPOSTAS A ANIMAIS EM
SITUAÇÕES
DE DESASTRES
Carla Sássi
Médica Veterinária
Departamento de Proteção,
Coordenadora GRAD Defesa e Direitos Animais
PORQUE RESGATAR ANIMAIS
EM DESASTRES?
•Saúde única

•Vítimas

•Seres sencientes
Grupo de Voluntários com experiência em resposta à fauna atingida
por desastres. Grupo composto por 60 membros, entre Médicos
Veterinários, Biólogos, Oceanógrafos, Analistas de Sistemas,
Administradores, Zootecnistas, Bombeiros Civis, Acadêmicos e
Auxiliares de várias partes do país, com o objetivo de promover
ajuda humanitária aos animais e famílias que possuem animais em
circunstâncias de vulnerabilidade e em desastres, com equipe
técnica qualificada e capacitada para atuar em diferentes situações.
Terminologia comum
Cadeia de comando
Alcance de controle
Comando unificado
Organização modular
Instalações padronizadas
Comunicações integradas
Manejo integral dos recursos

Plano de ação PNCDMA - CFMV


Ações Integradas
Em todos os desastres o GRAD
atuou em total alinhamento Coronel João Sá/BA – 2019
com os órgãos a frente do Manhuaçu/MG – 2020

incidente.
S. M. Itabira/MG – 2021

Pantanal / MT – 2020
P. Getúilo/SC – 2020
É uma descrição
detalhada de
todas as medidas
necessárias para
a realização de
uma tarefa.
Protocolo Sanitário Realizado Nos Animais Das Famílias Atingidas Em Ilhéus, BA.
Encoleiramento
Espécie Número de Indivíduos Desparasitação Vacinação Alimentação
repelente
Cães 58 X X X X

Gatos 09 X X X

Coelhos 03 X X

Jabuti 01 X X
Ações De Resposta A Fauna Atingida Na Tragédia De Petrópolis, RJ
Espécies Número de Indivíduos Vacina Microchip Desparasitação Retorno a Família Adoção
Cães 144 x x x 120 24
Gatos 41 x x x 35 06
Psitacídeos 12 - - x - 08 adoção
04 Ibama
Coelhos 04 - x x - 04
Peixes 189 - - - - 189
Passeriformes 01 - - x - Ibama
Perus 02 - - x 02 -
Galinhas 06 - - x 06 -
• 52 desastres • Instruir a população

• Mais de 20 mil animais • Oficializar protocolos


assistidos
• Capacitação das equipes do
• Mais de 7 mil famílias governo
multiespécies assistidas
• Levantamento de dados
• Eventos sobre desastres
• Investimentos
• Capacitações necessárias
carlasassivet@yahoo.com.br 31 987090321 carlasassivet / GRAD Brasil
PLANO MUNICIPAL DE MANEJO POPULACIONAL DE
CÃES E GATOS

A EXPERIÊNCIA DE UBERABA – MG

Prof. Cláudio Yudi


Médico Veterinário
Hospital Veterinário da Uniube
Universidade de Uberaba
PLANO DE MANEJO POPULACIONAL
PERGUNTAS
• HÁ LEIS MUNICIPAIS SOBRE MANEJO
POPULACIONAL?
• HÁ SUPERINTENDÊNCIA DE BEM-ESTAR
ANIMAL?
• HÁ CONSELHO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E
DEFESA DOS ANIMAIS?
• HÁ O FUNDO MUNICIPAL DE BEM-ESTAR
ANIMAL?
PLANO DE MANEJO POPULACIONAL
PERGUNTAS

HÁ VONTADE POLÍTICA?
HÁ PESSOAS ENGAJADAS?
PLANO DE MANEJO POPULACIONAL

OBJETIVOS
• MELHORAR OS CUIDADOS DISPENSADOS AOS ANIMAIS

• REDUZIR A DENSIDADE E RENOVAÇÃO POPULACIONAL DE


CÃES E GATOS

• REDUZIR OS RISCOS PARA A SAÚDE PÚBLICA

• IMPLEMENTAR A TUTORIA RESPONSÁVEL DE CÃES E GATOS


– FAMÍLIA MULTIESPÉCIE
SAÚDE SAÚDE SAÚDE
ANIMAL HUMANA AMBIENTAL
SAÚDE SAÚDE SAÚDE
ANIMAL HUMANA AMBIENTAL
SAÚDE
MEDICINA SAÚDE PÚBLICA MEDICINA SAÚDE
VETERINÁRIA ECONÔMICA HUMANA AMBIENTAL
GESTÃO
PÚBLICA
SAÚDE SAÚDE SAÚDE
ANIMAL HUMANA AMBIENTAL
SAÚDE
MEDICINA SAÚDE PÚBLICA MEDICINA SAÚDE
VETERINÁRIA ECONÔMICA HUMANA AMBIENTAL
GESTÃO
PÚBLICA
ZOONOSES RESISTÊNCIA PROFISSIONAIS
BACTERIANA
DOENÇAS COMUNS
CONTROLE EM ANIMAIS E
DE VETORES HUMANOS
INTERAÇÃO
HOMEM E ANIMAL
INFECÇÕES
FAMÍLIA
PARASITÁRIAS
MULTIESPÉCIE
VIRAIS DESASTRES
BACTERIANAS INTERNAÇÃO AMBIENTAIS
ESTRATÉGIAS DO PROGRAMA DE MPCG
1-Educação
2-Cuidados básicos com a saúde animal
3-Cuidados Básicos de Saúde Animal- Controle reprodutivo
4-Controle de acesso aos recursos no ambiente externo ao domicílio
5-Recolhimento seletivo de animais errantes
6-Adoção de animais dos Abrigos
7-Cão Comunitário
8-Eutanásia
9-Registro de identificação
10-Gatos comunitários e em colônias
11-Cães e gatos em áreas de reserva ambiental
12-Criação e venda de cães e gatos
13-Vistorias/Fiscalização de maus-tratos
14-Pessoas em situação de acumulação de animais
15-Manutenção de cães e gatos recolhidos das ruas – Lar temporário
16-Planos de contingência
17-Vigilância das principais zoonoses que envolvem os cães e gatos
1-Educação
2-Cuidados básicos com a saúde animal
3-Cuidados Básicos de Saúde Animal- Controle reprodutivo
4-Controle de acesso aos recursos no ambiente externo ao domicílio
5-Recolhimento seletivo de animais errantes
6-Adoção de animais dos Abrigos
7-Cão Comunitário
8-Eutanásia
9-Registro de identificação
10-Gatos comunitários e em colônias
11-Cães e gatos em áreas de reserva ambiental
12-Criação e venda de cães e gatos
13-Vistorias/Fiscalização de maus-tratos
14-Pessoas em situação de acumulação de animais
15-Manutenção de cães e gatos recolhidos das ruas – Lar temporário
16-Planos de contingência
17-Vigilância das principais zoonoses que envolvem os cães e gatos
10
12
13
14
Capacitação para professores da Rede Municipal
SUPERINTENDÊNCIA
PARCERIAS
DE BEM-ESTAR ANIMAL
Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais
Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos
Animais

PILAR 3: PROTEÇÃO E EDUCAÇÃO PARA DIREITOS


ANIMAIS

PARTICIPAÇÃO SOCIAL E
TERRITORIALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA

Daniel Friguglietti Brandespim


Universidade Federal Rural de Pernambuco
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000600013
https://cemedmg.files.wordpress.com/2013/08/1338329432_ubscom-familia.jpg
MS/SAS/ATENÇÃO BÁSICA (BRASIL, 2017)
http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-16731998000200002
http://concurseirosdeservicosocial.blogspot.com.br/2015/06/sintese-sobre-o-modelo-de-protecao.html
https://cemedmg.files.wordpress.com/2013/08/1338329432_ubscom-familia.jpg
Contexto social,
politico,
econômico,
geográfico e
cultural
http://slideplayer.com.br/slide/8425405/
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/controle-social/
Fonte: DAB/SAS/MS. 2013 – CAB 39
• Ações compartilhadas para uma intervenção
interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e
responsabilidades mútuas, gerando experiência para
ambos os profissionais envolvidos

pucrs.br
https://www.researchgate.net/figure/Figura-01-Dimensoes-teoricas-para-o-Controle-Social_fig1_336139316
Fonte: Laelia Reginae do Monte Pessoa Felix, Dissertação de Mestrado, 2023
daniel.brandespim@ufrpe.br
Estruturando o Programa Nacional de Manejo Populacional
Ético de Cães e Gatos
Pilar 2: Gestão das Populações de Cães e Gatos

Painel: Registro e identificação de animais e microchipagem

Daniela Araújo Passos


Diretora do Departamento de Bem Estar Animal - DEBEA
Prefeitura de Jundiaí – SP
21/07/2023
Lei Municipal 9.918 de 05 de abril de 2023

• O que fala a lei: cães e gatos do Município de Jundiaí deverão ser obrigatoriamente registrados e
identificados por meio do Sistema de Gestão do Bem-Estar Animal – GBEA

• Prazo: até 2 (dois) anos para microchipar e cadastrar seus animais, sendo que animais de raças
consideradas perigosas, assim como animais que tenham mordido alguém, ferido gravemente ou matado
outro animal, ou considerados de risco terão até 6 (seis) meses. – após o prazo a pessoa poderá ser
notificada e multada (1 UFM) por animal

• Onde microchipar: no DEBEA ou em uma Unidade Registradora

• Todas as Unidades Registradoras deverão disponibilizar pelo menos um leitor de microchip para que os
munícipes possam, gratuitamente, verificar o número do microchip do animal caso o mesmo seja
encontrado perdido ou abandonado em espaços públicos e privados
Estratégias de implementação
• Criação de um sistema de banco de dados específico, com histórico dos dados;
• Criação de Unidades Registradoras;
• Realização de mutirões de microchipagem em bairros mais vulneráveis;
• Ampla divulgação na mídia;
• Participação em eventos PET para divulgar a lei;
• Repasse dos microchips dos animais que vem a óbito pelo Departamento de
Limpeza Pública;
• Alinhamento com as associações de imobiliárias;
• Exigência de apresentação dos termos de adoção para a renovação do Cadastro
de Protetor no DEBEA;
• Plano de futuramente expandir o uso do banco de dados para os demais
municípios da região metropolitana.
GBEA
Gestão do Bem-Estar
Animal
Experiência da Rede de
Proteção Animal

“Curitiba uma cidade


que protege seus animais”

Edson Evaristo
Diretor
Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna - MAPCF

Secretaria Municipal do Meio Ambiente


Prefeitura Municipal de Curitiba
Curitiba - contexto
o Capital do Estado do PR
o 330 anos
o 1.773.733 habitantes (IBGE - 2022)
o Capital Ecológica → Capital da Sustentabilidade
o 60m² de área verde/habitante

o Cidade Amiga dos Animais (World Animal Protection 2020)


O Departamento de Pesquisa e
Conservação da Fauna
Decreto Municipal nº 1.643/2010

Educação para a
Conservação da Fauna
Programa Municipal de Castração de Cães e Gatos

- 100.000 castrações desde 2017


www.protecaoanimail.curitiba.pr.gov.br/castracao
Prevenção e combate ao
abandono – SIA
Sistema de Identificação Animal (2009)

Inovação e Gestão informatizada


tecnologia de fauna

Monitoramento
como ferramenta de
combate ao
abandono e aos
maus-tratos
Prevenção e combate ao
abandono – SIA
Portal e Sistema

Inscrições e agendamentos on-line


novo layout, melhor interatividade, formulários mais intuitivos
Prevenção e combate ao
abandono – SIA
Portal e Sistema
Sistema de Identificação Animal -SIA
Prefeitura de Curitiba 2023:
224.245 cães cadastrados
126.557 gatos cadastrados

SIA: mais de 150.000 animais microchipados


• Pesquisa Nacional de Saúde - IBGE 2019:
– Região Sul:
– 57,4% dos domicílios possuem cães
– 21,2% dos domicílios possuem gatos
• Curitiba:
– 576.190 domicílios (2010)

Portanto, estima-se:
330.733 cães
122.152 gatos
Programa Municipal de Castração de
cães e gatos
(Lei Municipal nº 11.472/2005 - Decreto Municipal nº 1.302/2019)
Rede de Proteção Animal – Novidades
- Controle de natalidade de animais de
estimação:
- Contratação de empresa especializada em
estatística veterinária para o desenvolvimento do
projeto "CENSO ANIMAL" - levantamento
das populações canina e felina em Curitiba
Ficha técnica - responsáveis pela
pesquisa
• AAC&T Consultoria em Pesquisa LTDA
• Registro CONRE 4 empresarial 8603
• Responsável técnica: estatística Maria Beatriz Galdino da Silveira Registro
CONRE 5 11047
• Camila Marinelli Martins
• Médica Veterinária CRMV 35190
• Cientista de dados UFPR
• Doutora e pós-doutora em epidemiologia USP
Método
• Metodologia adaptada de Baquero et al, 2016
• Entrevistas domiciliares realizadas por médicos-veterinários
• Questionário com perguntas relacionadas aos animais, aos domicílios
e aos residentes

Planilha
Método
• Estudo piloto → ajustes
• 3114 setores na área urbana com alta densidade de edificações e 51 na área
urbana com baixa densidade de edificações
• Amostragem probabilística em dois estágios
• Primeiro estágio: Setores censitários
• Segundo estágio: Domicílios
• Coletas realizadas entre março e junho de 2023
• Ao todo foram aplicados 3.772 questionários em todas as áreas do
município
Resultados preliminares

Estimativa da população
Cães 584.661
Gatos 185.379

Relação animal:humano
Cão:humano 1 : 3,033
Gato:humano 1 : 9,568
População humana IBGE 2022 1.773.733

Nível de confiança: 95%


Resultados preliminares
2013
Resultados preliminares

Acesso à rua sem supervisão


Cães 16,4%
Gatos 37,6%

Isso é o equivalente a dizer que, em


Curitiba, diariamente circulam em torno
de 100.000 cães e 70.000 gatos nas ruas
sem supervisão.
Departamento de Pesquisa e
Conservação da Fauna
www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br
Telefone: 41 3350-9937
protecaoanimal@curitiba.pr.gov.br

OBRIGADO!
SISTEMA CFMV/CRMVS E O PAPEL DO
MÉDICO VETERINÁRIO NO COMBATE
AOS MAUS TRATOS AOS ANIMAIS

M. V. Fernando Rodrigo Zacchi


CRMV-SC 2453
Código de Art. 6º São deveres do médico veterinário:

ética
VIII - denunciar pesquisas, testes, práticas de
ensino ou quaisquer outras realizadas com
animais sem a observância dos preceitos éticos
e dos procedimentos adequados;

XIII - realizar a eutanásia nos casos devidamente


justificados, observando princípios básicos de
saúde pública, legislação de proteção aos
animais e normas do CFMV
Código de Art. 8º É vedado ao médico veterinário:

ética XX – praticar ou permitir que se pratiquem atos de


crueldade para com os animais nas atividades de
produção, pesquisa, esportivas, culturais,
artísticas, ou de qualquer outra natureza;

Art. 18 O médico-veterinário deve:


I - conhecer a legislação de proteção aos animais, de
preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento
sustentável, da biodiversidade e da melhoria da qualidade
de vida;

II - respeitar as necessidades fisiológicas, etológicas e


ecológicas dos animais, não atentando contra suas funções
vitais e impedindo que outros o façam;
RESOLUÇÃO Nº 877, DE 15
DE FEVEREIRO DE 2008

Art. 7° Ficam proibidas as Parágrafo único. São considerados


cirurgias consideradas procedimentos proibidos na
desnecessárias ou que prática médico-veterinária:
possam impedir a capacidade de caudectomia, conchectomia e
expressão do comportamento cordectomia em cães e
natural da espécie, onicectomia em felinos
sendo permitidas apenas as
cirurgias que atendam as
indicações clínicas
RESOLUÇÃO Nº 962, DE
27 DE AGOSTO DE 2010
Art. 4º Os Programas com a finalidade de controle populacional
deverão ter por base a Educação em Saúde e Guarda Responsável, e
não apenas o fluxo de esterilizações.

§ 1º A perfeita realização dos procedimentos pré, trans e pós


operatórios devem ser prioridade do Programa, nunca colocando em
risco a vida e o bem-estar animal e tendo importância secundária o
número de intervenções por fase do procedimento
LEI No 5.517, DE 23 DE OUTUBRO DE 1968

Art 5º É da competência privativa do médico


RESOLUÇÃO Nº 1069, DE veterinário

27 DE OUTUBRO DE 2014
e) a direção técnica sanitária dos
Dispõe sobre Diretrizes Gerais de estabelecimentos industriais e, sempre
Responsabilidade Técnica em que possível, dos comerciais ou de
estabelecimentos comerciais finalidades recreativas, desportivas ou
de exposição, manutenção, de proteção onde estejam,
higiene estética e venda ou doação permanentemente, em exposição, em
de animais, e dá outras serviço ou para qualquer outro fim
providências. animais ou produtos de sua origem;
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo
será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.
(Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.


RESOLUÇÃO Nº 1236, DE 26 DE OUTUBRO DE 2018
Define e caracteriza crueldade, abuso e maustratos contra animais
vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas e
dá outras providências.

Art. 3º Constitui-se em infração ética a prática, direta ou indiretamente, de atos de crueldade,


abuso e maus-tratos aos animais, por médico veterinário ou zootecnista.

Art. 4º É dever do médico veterinário e do zootecnista manter constante atenção à possibilidade


da ocorrência de crueldade, abuso e maus-tratos aos animais.

§ 1° O médico veterinário e o zootecnista têm o dever de prevenir e evitar atos de crueldade,


abuso e maus-tratos, recomendando procedimentos de manejo, sistemas de produção, criação
e manutenção alinhados com as necessidades fisiológicas, comportamentais, psicológicas e
ambientais das espécies.
RESOLUÇÃO Nº 1236, DE
26 DE OUTUBRO DE 2018 Art. 5º Consideram-se maus tratos:

executar procedimentos invasivos ou cirúrgicos


sem os devidos cuidados anestésicos, analgésicos e
higiênico-sanitários, tecnicamente recomendados;

permitir ou autorizar a realização de procedimentos


anestésicos, analgésicos, invasivos, cirúrgicos ou
injuriantes por pessoa sem qualificação técnica
profissional;

deixar o tutor ou responsável de buscar assistência


medico-veterinária ou zootécnica quando
necessária;
RESOLUÇÃO Nº 1236, DE 26 DE
OUTUBRO DE 2018
§ 5º - O médico veterinário e o zootecnista têm o dever
de orientar os tutores ou proprietários de animais
sobre condutas que implicam em maus-tratos, abusos e
crueldade e suas consequências, bem como sobre sua
responsabilidade quanto ao bem-estar dos animais e
suas necessidades.

Art. 8º A não observância do disposto nesta Resolução


implicará em infração ética, estando o profissional sujeito
às penalidades previstas nos Códigos de Ética das
respectivas profissões, sem prejuízo das sanções cíveis,
penais ou administrativas, no que couber.
FERNANDO RODRIGO ZACCHI
Médico-veterinário
CRMV-SC 2453

EMAIL
adm@crmvsc.gov.br
PROGRAMA NACIONAL DE MANEJO
POPULACIONAL ÉTICO DE CÃES E
GATOS
Conselho Municipal de Proteção, Defesa e
Direitos Animais
Francisco José Garcia Figueiredo
Coordenador do Núcleo de Justiça Animal da UFPB
Professor da disciplina Direito Animal do Departamento de Direito Privado da UFPB
E-mail: fj.ufpb@gmail.com
@prof_franciscodireitoanimal / @nejaufpb
(83) 99919-7604
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR
 Art. 23, VI e VII, CF/88 (competência comum)
 Art. 30, I, II, CF/88 (interesse local e suplementar legislação)
 Art. 182 CF/88 (caput) (política para os habitantes das cidades)
 Art. 198, I, CF/88 e art. 7°, IX, Lei n.° 8.080/90
(descentralização político-administrativa do Sistema de
Saúde)
 Art. 25, Lei n° 9.605/98 (ADPF 640)
 Art. 32, Lei n° 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais)
 Lei n.° 13.426/17 (esterilização cirúrgica)
 LC n.° 95/98 (elaboração das leis)
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
PROBLEMAS COMUNS
 Abandono (ruas, condomínios, prédios públicos...);
 Envenenamento;
 Acumulação;
 Abate de animal em período gestacional;
 Engorda de animais mecanicamente;
 Violência doméstica (ou não);
 Dano existencial;
 Dano em ricochete...
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
POSSIBILIDADES POLÍTICO-
LEGISLATIVAS ANIMALISTAS

DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia


Órgão colegiado

CONSELHO Caráter consultivo e deliberativo


MUNICIPAL
Fixar diretrizes para criação, proteção,
CONSELHO comercialização
TUTELAR
ANIMAL Elaborar programas, planos e normas
técnicas animalistas

Atuar na defesa dos direitos animais

Direito Animal - Prof. Francisco José Garcia


CONSELHO MUNICIPAL
DOS DIREITOS ANIMAIS
Órgão deliberativo e
controlador das ações da
política municipal de
atendimento aos direitos
animais, em todos os
níveis, assegurada a
participação popular
paritária por meio de
organizações
representativas.
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
FUNDO MUNICIPAL
DE DIREITOS ANIMAIS

Fica vinculado ao Conselho


Municipal de Direitos Animais,
destinado ao financiamento de
ações voltadas à execução da
política dos direitos animais do
Município XXXXXXX

DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia


CONSELHO
TUTELAR ANIMAL
MUNICIPAL
PRINCÍPIOS FUNDAMENTADORES DO CONSELHO
TUTELAR ANIMAL MUNICIPAL
 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE ANIMAL: os animais devem ser tratados como
sujeitos de direitos, dotados de valor intrínseco e de dignidade própria,
protegidos contra a crueldade humana, proibido o seu tratamento como
coisa;
 PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA: na formulação da política
municipal de atendimento aos direitos animais, bem como no
estabelecimento e implementação dos respectivos programas, é garantida a
participação da comunidade, diretamente ou por meio de suas organizações
comunitárias, formais ou informais;
 PRINCÍPIO DA CIDADANIA ANIMAL: os interesses dos animais devem sempre
ser levados em consideração pelas leis e outros atos normativos que possam
impactá-los, inclusive pela Lei Orgânica Municipal e pelo Código de Posturas,
bem como pelo Código de Obras e Edificações;
 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO;
 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO AMBIENTAL.
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR
ANIMAL MUNICIPAL
 Apurar as infrações administrativas às normas de proteção dos direitos
animais e do meio ambiente faunístico, aplicando as respectivas sanções
administrativas, conforme dispuser a lei local ou a legislação animalista ou
ambiental equivalente;
 atender os animais em situação de risco, aplicando as medidas necessárias ao
seu socorro;
 atender e orientar os responsáveis, tutores e guardiões de animais,
orientando-os em consonâncias com as medidas protetivo-animalistas;
 encaminhar à autoridade policial ou ao Ministério Público notícia de fato que
constitua infração penal ambiental ou contra a dignidade animal;
 expedir notificações [...].

DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia


ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO TUTELAR ANIMAL
MUNICIPAL
 Promover a execução de suas decisões e a realização das
suas atribuições, podendo para tanto:
 a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, medicina
veterinária, educação, serviço social, psicologia, segurança, inclusive a
Guarda Municipal, e meio ambiente;
 b) solicitar o apoio de protetores independentes ou de entidades
privadas de proteção animal, inclusive os que se dediquem ao
abrigamento institucional de animais;
 c) requisitar documentos indispensáveis à instrução de seus
procedimentos administrativos, tais como prontuários médico-
veterinários, cadernetas de vacinação, vídeos de monitoramento ou de
segurança pública ou privada, desde que não estejam resguardados
por sigilo imposto por lei;
 d) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
descumprimento injustificado de suas deliberações.
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
ENCAMINHAMENTOS

DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia


1°) Utilizar instrumentos normativos do MA (Luciana Imaculada)
– PROTOCOLO DE SAN SALVADOR (art. 11, “2”)
2°) INs com temas fracionados e, assim, temáticos (fogos de
artifício, controle populacional, combate aos maus-tratos,
teoria do link, acumuladores, danos existenciais, danos em
ricochete, acolhimento de animais maltratados – ADPF
640...)
3°) Código de Direito Animal (prof.° Paulo Maiorka)
4°) Conselho Municipal e Conselho Tutelar Animal
5°) Educação animalitária em todos os níveis de ensino,
notadamente ensinos fundamental e médio
6°) Convênio com clínicas particulares por licitação adequada
(Art. 198, I, CF/88 e art. 7°, IX, Lei n.° 8.080/90 -
descentralização político-administrativa do Sistema de
Saúde)
DIREITO ANIMAL - Prof. Francisco José Garcia
CÃES E GATOS NO ESTADO
DO TOCANTINS
• Sendo um Estado novo, o Tocantins consta
atualmente com população total de habitantes de
1.511.459 pessoas distribuídas em uma área de
pouco mais de 277 km² (IBGE, 2022)
DISTRIBUIÇÃO DE POPULAÇÃO POR
MUNICÍPIO
POPULAÇÃO
130

4 3 2

Até 20 mil De 20 mil a De 50 mil a 100 Acima de 100


50mil mil mil
SITUAÇÃO NO ESTADO
• Dos 139 municípios do Estado apenas 18 estão a menos de 100 km da
Capital, considerada local com maior disposição para atendimento
dos animais;

• A precarização dos pequenos municípios e a distância destes em


relação a Capital ou a cidade com maiores mecanismos de
atendimento, torna ainda mais caótica a situação no Estado;

• Além dos municípios, a região ainda conta com inúmeros povoados,


habitados em grande maioria por pessoas carentes e com pouco grau
de instrução.

• O Estado ainda não implementou um controle populacional


adequado de cães e gatos, o que inviabiliza o levantamento de
maiores dados e consequentemente impede que medidas mais
efetivas sejam adotadas como informações de onde ou como atuar;
SITUAÇÃO NO ESTADO
• O controle de animais realizado atualmente refere-se a animais
voltados para produção;

• Em 2020 – algumas ONGS e protetores tentaram realizar a contagem


de animais de rua, mas o projeto não foi concluída por falta de apoio
por parte do Poder Público.

• Segundo informações Instituto Pet Brasil no ano de 2019 o Estado


constava com cerca de 325 mil cães e 238 mil gatos, porém esse
número é bem maior quando considerado a quantidade de animais
vivendo nas propriedades urbanas e rurais no interior do Estado.
Além disso, houve crescimento significativo durante o período de
pandemia de 2020/2021 de cães e gatos domiciliados na região;

• Atualmente o Centro de Zoonozes de Palmas/TO (Capital) é a maior


de todo Estado, porém não consegue atender e sanar a demanda
instaurada da Capital.
TAC
• Em 2010 Secretaria Municipal de Saúde já tinha firmado Termo de Ajuste de
Conduta (TAC) se comprometendo a manter animais destinados à doação em boas
condições de saúde e higiene e com espaço adequado, além promover o controle de
natalidade da população felina e canina, instituir e implantar programa próprio de
adoção de animais.

Entretanto, tramita junto a 1ª Vara


da Fazenda de Palmas , ação civil
publica ajuizada em 24.02.2023, sob
nº 0006929-80.2023.8.27.2729,
visando o cumprimento do TAC
firmado para , cujo abrigo com cerca
de 80 gatos foi interditado pelo
Departamento de Posturas
Municipal, sem dispor de local para
abrigar os animais, sob alegação que
não são casos de zoonozes para
atuação do ente municipal.
ZOONOSES
• No estado do Tocantins, as principais zoonoses são a leishmaniose,
toxoplasmose, cinomose, parvovirose, sarna, além de pulgas e carrapatos;

• A cidade de Araguaína (a 384 km de


Palmas), já foi considerada a 2ª cidade em
números com maior caso de leishmaniose no
Brasil, e atualmente conta com centro de
castração próprio.

• A falta de medidas efetivas para controlar a


população de animais e a dificuldade de acesso
aos municípios do interior levam ao aumento
descontrolado das doenças;

• São realizadas uma vez ao ano campanha de vacinação antirrábica


obrigatória, o que atende a demanda do Estado, já que não se verificou nos últimos
anos episódios de surto apesar de o vírus ainda circular na região .
ZOONOSES
• A forma de controle das zoonoses existentes não tem sido eficaz, já que
relatado por ONGs e Protetores individuais que cerca de 80 a 90% dos animais
resgatados estão acometidos por algumas dessas zoonoses, sem contar
aqueles animais domiciliados cujos tutores não reportam a situação;

• Em relação aos animais domiciliados, podemos identificar aqueles semi-


domiciliados que possuem livre acesso as ruas e/ou são colocados na rua de
forma provisória para as famosas “voltinhas”, os quais estão expostos a
contaminação sem apresentação de sintomas imediatos;

• Essa situação é comum no interior do Estado já que grande parte das


residências não dispõe de cercas ou muros que limitem as saídas desses
animais, permitindo inclusive contato com animais silvestres;

• A situação narrada na Capital é totalmente distinta da constante no


interior, já que no interior é comum uma única família dispor de mais de 3
animais semi-domiciliados e não castrados, bem como inserir animal saudável
em local contaminado por desinformação do período de desinfestação do local.
DISTRIBUIÇÃO ATENDIMENTO
• Além do Centros de Zoonozes, o Estado consta com 6 (seis) faculdades de
veterinária, sendo 04 (quatro) na Capital 02 (duas) nas cidades do interior.

• O Estado dispõe de 02 (dois) Hospitais Veterinários sendo um no Campus da


Universidade privada ULBRA/TO e outro particular também sediado em Palmas.

• Além do centro de Castração em Araguaína, os municípios acima de 50 mil


habitantes (total de 5 municípios) contam com clinicas veterinárias particulares e
apenas duas Clínicas pública, sendo uma na Universidade Federal do Tocantins,
situada também em Araguaína e outra do Instituto Federal do Tocantins situado
em Araguatins.

• O município de Gurupi consta com


um castramóvel na região.
DISTRIBUIÇÃO ATENDIMENTO
• Em Palmas, por força do TAC firmado deveriam ocorrem mensalmente 86
animais por mês, o que equivale a 1032 animais por ano.

• Em um cálculo simples, considerando que o TAC foi firmado em 2010, no


período de 13 anos, deveriam estar castrados cerca de 13.416.

• Considerando a quantidade de animais registrados até o momento no


Estado, tem-se que este número é inviável para controle da superpopulação de
cães e gatos;

• Necessário registrar, que estes números seriam válidos caso tivesse sido
atendido, porém na atualidades segundo informações de ONGs e Protetoras, o
CCZ de Palmas castra para as ONGs, 3 cadelas, 3 gatas e 6 machos por mês,
divididas em 13 ONGS, e eles se organizam colocando 3 ONGs por mês;

• Logo, a mesma ONG leva em torno de 4 meses para conseguir castrar uma
fração mínima de seus animais;
LEGISLAÇÃO
• O Estado não consta com legislações mais efetivas para tratar da situação
de animais domésticos, sendo o atual Código Estadual de Proteção aos Animais foi
publicado no dia 14 de agosto de 2019, nº 3.530.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
•O Ministério Público (MP) propôs, em 26.04.2023, uma audiência pública para discutir
políticas voltadas ao bem-estar animal, mas até a presente data, a pauta ainda não foi
divulgada.

•A microchipagem ainda é uma realidade distante. Embora alguns animais silvestres já


tenham sido microchipados pelo ente público, não há obrigatoriedade de implantação em
relação aos animais domésticos. Alguns tutores optam por colocar chips em clínicas
particulares, cujo acesso é limitado a determinada parcela da população.

•Uma das maiores dificuldades enfrentadas é o controle da população de cães e gatos, bem
como levar atendimento e informações às populações mais distantes.

•A falta de dados prejudica a obtenção de uma visão mais precisa do quadro atual do Estado,
o qual deveria dispor de mecanismos para a contagem da população de cães e gatos.

•Verifica-se que as medidas adotadas para o controle de zoonoses no Estado se resumem à


vacinação e castração. No entanto, a demanda desta última não tem sido suprida pela oferta.
REFERÊNCIAS
Abrigos ficam lotados por causa do aumento no número de animais abandonados em Palmas. Portal G1. 2019. Disponível em:
<https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/12/31/abrigos-ficam-lotados-por-causa-do-aumento-no-numero-de-animais-
abandonados-em-palmas.ghtml>. Acesso em: julho/2023.

BRASIL. Lei Nº 3.530 de 14 de agosto de 2019. Institui o Código Estadual de Proteção aos Animais, no âmbito do Estado do Tocantins.
Disponível em: https://www.al.to.leg.br/arquivos/lei_3530-2019_49729.PDF Acesso em: julho/2023.

Cerca de 70 gatos continuam em abrigo embargado após decisão judicial para que prefeitura acolha animais. Portal G1. 2023. Disponível
em: < https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2023/03/03/cerca-de-70-gatos-continuam-em-abrigo-embargado-apos-decisao-judicial-
para-que-prefeitura-acolha-animais.ghtml >. Acesso em: julho/2023.

Criado grupo de proteção após aumento expressivo de animais abandonados em Palmas. Portal. Conexão Tocantins. 2023. Disponível
em: <https://conexaoto.com.br/2023/06/13/criado-grupo-de-protecao-apos-aumento-expressivo-de-animais-abandonados-em-palmas>.
Acesso em: julho/2023.

Crueldade e matança; Envenenamento de gatos é um problema crônico em Palmas. Portal: Jornal Primeira Página. 2023. Disponível em:
<https://jornalprimeirapaginato.com/crueldade-e-matanca-envenenamento-de-gatos-se-transforma-em-um-problema-cronico-de-
palmas/>. Acesso em: julho/2023.

Empresária constrói condomínio para mais de 20 gatos de rua em Palmas. Portal G1. 2019. Disponível em: .
<https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2019/01/12/empresaria-constroi-condominio-para-mais-de-20-gatos-de-rua-em-
palmas.ghtml>. Acesso em: julho/2023.

EURILIO, Lucas. Ong que resgata animais em Palmas precisa de ajuda para pagar aluguel e despesas. Portal Gazeta do cerrado. Disponível
em: <https://gazetadocerrado.com.br/ong-que-resgata-animais-em-palmas-precisa-de-ajuda-para-pagar-aluguel-e-despesas/>. Acesso em:
julho/2023.
REFERÊNCIAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2022 Disponível em:
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/panorama. Acesso em: julho/2023.

INSTITUTO PET BRASIL (IPB). Região Norte concentra 6,3% da população pet brasileira. 2019. Disponível em:
<https://institutopetbrasil.com/imprensa/regiao-norte-concentra-63-da-populacao-pet-brasileira/>. Acesso em: julho/2023.

MATOS, Joselita. Cães e gatos são abandonados na porta de associação que realiza trabalho de castração em Tocantins. Portal Olhar
Animal. 2022. Disponível em: < https://olharanimal.org/caes-e-gatos-sao-abandonados-na-porta-de-associacao-que-realiza-trabalho-de-
castracao-em-tocantins/ >. Acesso em: julho/2023.

MPE cobra da Prefeitura de Palmas abrigo para cães e gatos; na campanha, Cinthia defendeu melhor tratamento a pets. Portal Cleber
Toledo. 2021. Disponível em: <https://clebertoledo.com.br/tocantins/mpe-cobra-da-prefeitura-de-palmas-abrigo-para-caes-e-gatos-na-
campanha-cinthia-defendeu-melhor-tratamento-a-pets/>. Acesso em: julho/2023.

Protetora abriga mais de 40 animais abandonados na própria casa em Palmas. Portal Surgiu. 2019. Disponível em:
<https://surgiu.com.br/2019/11/17/protetora-abriga-mais-de-40-animais-abandonados-na-propria-casa-em-palmas/>. Acesso em:
julho/2023.

SÁ, Jessica. ONG aponta ausência de políticas públicas sobre controle e natalidade de cães e gatos em Palmas - Jornal do Tocantins.
Portal: Jornal do Tocantins. 2023. Disponível em: <https://www.jornaldotocantins.com.br/editorias/vida-urbana/ong-aponta-
aus%C3%AAncia-de-pol%C3%ADticas-p%C3%BAblicas-sobre-controle-e-natalidade-de-c%C3%A3es-e-gatos-em-palmas-1.2647941>.
Acesso em: julho/2023.

SILVA, Emerson. Palmas conta com cerca de 10 mil animais abandonados, segundo estimativa da UVCZ. Portal CBN Tocatantins. 2019.
Disponível em: <https://www.cbntocantins.com.br/programas/dialogos-sustentabilidade/di%C3%A1logos-da-sustentabilidade-
1.1178101/palmas-conta-com-cerca-de-10-mil-animais-abandonados-segundo-estimativa-da-uvcz-1.1923375>. Acesso em: julho/2023.
Gustavo de Morais D. R. Xaulim
Médico-veterinário (UFMG)
Mestre em Ciência Animal-Epidemiologia (UFMG)
Pós-graduado em Medicina Veterinária Legal (Qualittas)
Membro da Comissão de Saúde Única (CRMV-MG)
Membro do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC)
Assessor na Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério Público (CEDA-MPMG)
PLANO DE MPCG

Programa
Processo-chave para toda gestão que deve ser
elaborado de forma adequada no qual
Plano
formalize as estratégias de forma a ficar claro
para toda a equipe e colaboradores.
Planejamento
O resultado do planejamento é o plano que
deve definir metas e objetivos, mensuração e
indicadores para acompanhamento de
resultados.

2
▪ O que será feito? São os objetivos e as metas do plano de ação.
▪ Quando será feito? São as datas e o cronograma.
▪ Onde será executado? Nesse caso, trata-se de especificar os locais onde a
ação ocorrerá
▪ Como? Qual metodologia será empregada? Que critérios serão usados?
Documentos que acompanharão as ações, dentre eles Protocolos Operacionais
de procedimentos, declarações, prontuários, termos, atestados, etc.
▪ Por que estamos fazendo isso? É preciso deixar claro qual benefício a
realização do projeto trará para o município para a saúde única.
▪ Quem será responsável pela execução? Quais são os setores, parceiros e
pessoas que farão parte do plano.
▪ Diagnóstico situacional;
▪ Base Legal;
▪ Recursos financeiros;
▪ Recursos técnicos e humanos;
▪ Ações preventivas e de controle;
▪ Monitoramento;
▪ Avaliação;
▪ Divulgação e ajustes permanentes.
▪ O programa é, basicamente um aprofundamento do plano:
os objetivos setoriais do plano irão constituir os objetivos
gerais do programa. " É o documento que detalha por
setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais .
É a setorização do plano".

▪ Documentos que acompanharão as ações, dentre eles


Protocolos Operacionais de Procedimentos, declarações,
prontuários, termos, atestados, etc.
▪ Matriz GUT
MATRIZ DE PRIORIDADES G U T PRIORIDADE

Área de classe média-alta com poucos animais semi-


2 2 2 8
domiciliados

Área de comércio com muitos restaurantes e poucos animais


3 3 4 36
na rua

Área de alta vulnerabilidade com muitos animais semi-


4 4 5 80
domiciliados
MATRIZ DE PRIORIDADES G U T PRIORIDADE

Lâmpada da recepção da Central de Esterilização queimada 1 1 1 1

Falha na manutenção preventiva de máquinas (ex. Autoclave) 3 3 4 36

Procedimentos de trabalho desatualizados 4 3 4 48

Colaboradores executando tarefas sem EPI 4 4 4 64

Armazenamento e descarte inadequados 5 5 5 125


▪ Matriz GUT

▪ 5W2H
O QUE FAZER PORQUE QUEM FARÁ COMO FARÁ ONDE PRAZO OBSERVAÇÕES

Reduzir a
M.V da Unidade 1 ano a partir da Tentar reduzir a
Controle reprodução e Esterilização
Móvel de UMEES elaboração do incisão para acelerar
Reprodutivo renovação da cirúrgica
Esterilização plano o pós operatório
população

Campanhas Destacar a
Reduzir abandono
Educação em M.V do município, educativas em importância dos
e aumentar a Escolas, domicílios
Guarda ACEs, ACSs e escolas e durante 10/08/2021 cuidados básicos de
responsabilidade e mutirões
Responsável Professores visitas domiciliares saúde e de mantes o
dos tutores
e mutirões animal domiciliado

Relacionar animais Utilização de


com seus tutores e microchip Departamento de
Registro e
Identificação
entender a
dinâmica
M.V do município e
Auxiliar
subcutâneo
associado a
Zoonoses e nos
mutirões
10/08/2021 -
populacional tatuagem na orelha

Divulgação nas Assinar termo de


Departamento de
redes sociais da compromisso com
Reinserção dos Zoonoses, redes
Departamento de Prefeitura e adotante e fazer
Adoção animais recolhidos sociais da 10/08/2021
Zoonoses eventos regulares parcerias para
em lares Prefeitura e Praça
na Praça da acompanhamento de
da Rodoviária
Rodoviária pós adoção
▪ Matriz GUT

▪ 5W2H

▪ PDCA
▪ Matriz GUT

▪ 5W2H

▪ PDCA

▪ CANVAS (BMC)
Relacionamento Segmentos de
Parceiros chave Atividade chave Ofertas de valor
com cliente clientes
• Secretaria de • Ações • Redução da • Pessoal • População em
Educação educativas população capacitado situação de
• Secretaria de • Castrações • Redução de • Informação vulnerabilidad
Meio Ambiente doenças clara e
• Secretaria de Recursos chave • Mais guarda Canais de venda • OSC/ONG
Obras responsável • Zona Rural
• Secretaria de • Pessoal • Redução do • Redes sociais
Governo capacitado abandono • Site oficial
• Insumos • Carro de som
• Material • ACE e ACS
educativo
Fontes de custos Fonte de receitas
• Insumos • Microchip
• Impressões • Multas
• Equipe • LDO
• Equipamentos • Fundos Especiais
• Atropelamentos
• Condição incompatível com a
vida

• Animais sintomáticos e suspeitos


de zoonoses
• Animais bravios sem tutor

• Animais com feridas leves


• Fêmeas no cio

• Fêmeas com filhotes

• Animais com boa condição em


situação de rua
▪ PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)

16
▪ PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)

▪ CHECKLISTS

18
▪ Fácil de seguir;

▪ Fácil de elaborar e montar;

▪ Difícil interpretar errado;

▪ Sem detalhes

Atividade Seg Ter Qua Qui Sex

Verificar temperatura da geladeira

Alimentar os cães

Limpar o canil
▪ PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)

▪ CHECKLISTS

▪ FLUXOGRAMA

20
Fluxo Dia Cirúrgico para animais sob tutela

Recepção Conferir dados Pesar e Leitura e assinatura


dos tutores e do tutor e do identificar o do Termo de
dos animais animal animal Consentimento

TERMO DE
CONSENTI
Devolução do
Pedir ao tutor MENTO
animal ao tutor MUTIRÃO.d
que preencha Encaminhamento do oc
o Formulário animal para cirurgia
de Avaliação Entrega do
receituário e do guia
FORMULÁ de cuidados pós-
RIO DE operatórios
AVALIAÇÃ
O.docx
Neste momento, durante a Fornecer panfletos,
cirurgia de esterilização, folders sobre os temas
Sugestão de realizar palestras com os abordados na palestra
panfleto pós- tutores sobre: a) ou outros de
operatório.jpg zoonoses; b) guarda importância para a
IMPORTANTE! responsável; c) bem-estar saúde pública que
animal; d) microchipagem porventura não tenho
e) cuidados no pós- sido explanados.
Perguntar ao tutor se ficou operatório. (Palestra
castração.pptx)
alguma dúvida sobre o
Termo de Consentimento.
PERGUNTAS?
ceda@mpmg.mp.br
gxaulim@mpmg.mp.br
defesadafauna.blog.br
@cedampmg
Panorama das ações governamentais
voltadas ao controle reprodutivo de cães
e gatos no Estado do Amazonas
Jorge Carneiro – Médico Veterinário
Município 31 Novo Aripuanã 23 817
População 32 Boa Vista do Ramos 23 785
1 Manaus 2 063 547 33 Codajás 23 549
2 Itacoatiara 103 598 34 Beruri 20 718
3 Manacapuru 101 35 Apuí 20 647
883 36 Nhamundá 20 135
4 Parintins 96 372 37 Careiro da Várzea 19 638
5 Tefé 73 669 38 Tapauá 19 599
6 Coari 70 496 39 Pauini 19 373
7 Tabatinga 66 764 40 Tonantins 19 247
8 Maués 61 204 41 Barcelos 18 831
9 Iranduba 60 993 42 Urucará 18 626
10 Humaitá 57 473 43 Anori 17 194
11 Manicoré 53 914 44 Envira 17 186
12 São Gabriel da Cachoeira 51 795 45 Manaquiri 17 107
13 Lábrea 45 448 46 Canutama 16 869
14 Autazes 41 582 47 Alvarães 15 866
15 Benjamin Constant 37 648 48 Novo Airão 15 761
16 Boca do Acre 35 447 49 Maraã 15 520
17 Eirunepé 33 170 50 Atalaia do Norte 15 314
18 Borba 33 056 51 Uarini 14 431
19 São Paulo de Olivença 32 967 52 Santa Isabel do Rio Negro 14 164
20 Barreirinha 31 065 53 Guajará 13 815
21 Careiro 30 792 54 Caapiranga 13 473
22 Presidente Figueiredo 30 668 55 São Sebastião do Uatumã 11 670
23 Carauari 28 742 56 Silves 11 559
24 Santo Antônio do Içá 28 211 57 Itamarati 10 937
25 Nova Olinda do Norte 27 062 58 Amaturá 10 819
26 Fonte Boa 25 871 59 Juruá 10 742
27 Jutaí 25 172 60 Itapiranga 10 162
28 Rio Preto da Eva 24 936 61 Anamã 9 962
29 Ipixuna 24 311 62 Japurá 8 858
30 Urucurituba 23 945 Total Amazonas 3 941 175
Japurá
SGC

Barcelos
• O DECRETO N.°39.671. DE 23 DE OUTUBRO DE 2018 – Dispõe sobre a criação do
PROGRAMA ESTADUAL DO BEM-ESTAR ANIMAL, no âmbito da SECRETARIA DE ESTADO
DO MEIO AMBIENTE;

• FINALIDADE: Promover a proteção, a Defesa e a Preservação dos Animais Domésticos,


Domesticáveis e Silvestres;
Art. 3.° Objetivos:
• promover campanhas de castração, adoção e identificação em massa, solidarias, para os
animais da população em geral, inclusive comunitários, semi domiciliados e errantes;
• promover campanhas de identificação solidaria dos animais, conjuntamente com as
campanhas de vacinação antirrábica;
• promover conscientização de guarda responsável dos animais nas escolas, centros
comunitários, além da divulgação da legislação de proteção dos animais;
• promover campanhas de prevenção, defesa e controle da população de animais;
• propor alterações na legislação vigente para a criação, transporte, manutenção e
comercialização, visando aprimorar e garantir maior efetividade no respeito ao direito
legítimo e legal dos animais, evitando-se a crueldade e resguardando suas
características próprias;
• auxiliar os Municípios do Estado do Amazonas na identificação e cadastramento dos animais,
além do auxílio na instituição de órgãos locais de defesa animal;
• desenvolver e realizar a gestão do banco de dados para o cadastramento de animais
Art. 4.° A Secretaria de Estado do Meio Ambiente deverá compartilhar dados, estudos,
informações e o desenvolvimento de ações comunitárias, visando ao aprimoramento da Política de
Defesa dos Animais Domésticos no Estado do Amazonas, competindo-lhe, ainda:
• I - propor ao Governador do Estado a política e as diretrizes que deverão orientar a ação
governamental nas atividades voltadas ao Bem-Estar Animal;
• II - articular e coordenar ações voltadas ao Bem-Estar Animal;
• III - viabilizar, em conjunto com as demais Secretarias de Estado, cursos e palestras de
capacitação operacional para integrantes das ONG’s e voluntários, em apoio aos Municípios
envolvidos em operações de defesa animal;

• IV - assegurar o adequado funcionamento das atividades relativas ao Bem-Estar Animal.


LEIS:
• Lei nº 4.878/2019 - Institui a “Semana da Virada Animal”.
• Lei nº 4.884/2019 - Dispõe sobre a “Proibição de Mutilação e Procedimentos Cirúrgicos
Desnecessários em Animais para Fins Estéticos”
• Lei nº 4.901/2019 - Institui a “Semana da Conscientização da Guarda Responsável”;
• Lei nº 4.948/2019 - Institui a “Definição de maus tratos contra a fauna”;
• Lei nº 4.957/2019 - Dispõe sobre a “Regulamentação para o atendimento de animal
comunitário”;
• Lei nº 5.019/2019 – Dispõe sobre a “Proibição do uso de correntes em animais domésticos”;
• Lei nº 5.047/2019 – Dispõe sobre a “Cassação da inscrição Estadual de empresa que provoque
maus tratos a animais”
• Lei nº 5.123/2020 - Dispõe sobre a criação do “Cadastro Estadual de Protetores e Cuidadores de
Animais no Amazonas”;
• Lei nº 5.140/2020 – Institui a “Campanha escola amiga dos animais”
• Lei nº 5.142/2020 – Dispõe sobre a “Proibição de animais em circos”
LEIS:
• Lei nº 5.237/2020 – Cria a “Selo Amigo do Animal Abandonado”
• Lei nº 5.287/2020 – Dispõe sobre a “Proibição de pessoas que cometerem maus tratos de
obter novamente a guarda do animal agredido ou de outros animais”
• Lei nº 5.408/2021 – Atribui a “Responsabilidade ao autor dos maus tratos a animais pelo
custeio do tratamento e recuperação”
• Lei nº 5.410/2021 – Dispõe sobre o “Tratamento gratuito para pessoas e animais
diagnosticados com esporotricose”;
• Lei nº 5.411/2021 – Dispõe sobre a “Notificação compulsória de todos os casos confirmados
de esporotricose”
• Lei nº 5.537/2021 – Dispõe sobre “Normas gerais de proteção aos animais em situação de
desastre”
• Lei nº 5.545/2021 – Institui a “Campanha Animal Silvestre não é Pet”
• Lei nº 5.805/2022 – Institui a “Politica estadual de Adoção de Animais Domésticos”
• Lei nº 5.961/2022 – Estabelece a “Prática do CED em animais domésticos”
• Lei nº6.193/2023 – Institui o mês “Julho Dourado, dedicado a ações de saúde animal e
prevenção de zoonoses”
LEIS:
• Lei nº 2323/2018 - Institui o “Dezembro Verde”, mês de reflexão sobre o abandono de animais
na cidade de Manaus.
• Lei nº 2414/2019 - Institui o “Maio Amarelo”, mês de prevenção e combate ao atropelamento
de animais nas ruas da cidade de Manaus.
• Lei Promulgada nº 170 de 30/08/2013 - Dispõe sobre a “Regulamentação da Reprodução e
Eliminação da Vida de Cães e Gatos”.;
• Lei nº 2.737/2021 - Dispões sobre a “Proteção e os Cuidados com os Animais Comunitários e
Transitórios que tenham sido Abandonados nas Vias Públicas do Município de Manaus”.
• Lei Municipal nº 5.349/2018 - Cria o “Fundo Municipal de Proteção e Bem-estar Animal”.
• Lei nº 2170/2016 - Institui no município de Manaus, o “Dia da Fauna e do Bem-Estar Animal”,
a ser comemorado anualmente no dia 5 de julho
TERMO EMENDA OBJETO
PARLAMENTAR
TERMOS DE FOMENTO:
Termo de Fomento Emenda Nº 026/2020 Contratação especializada de serviços e
Nº 002/2020 - Autoria do assessoria para realização de diagnóstico
SEMA/(FAS) Deputado Estadual orientador, realização de seminário técnico,
Saullo Velame assessoria de comunicação do projeto e
Vianna. compra de materiais de consumo para
subsidiar as ações do projeto.
Termo de Fomento Emenda Nº 025/2020 Construção de consenso técnico jurídico
Nº 003/2020 - Autoria do para subsidiar a política estadual do Bem
SEMA/(FAS) Deputado Estadual Estar Animal e da Fauna Doméstica, bem
Saullo Velame Vianna como a implementação e execução da
política através de ações práticas junto aos
municípios beneficiados pelo projeto.
TERMO EMENDA OBJETO
PARLAMENTAR
Termo de Emenda Nº 041/2020 Implementação da Lei Estadual nº
Fomento Nº - Autoria da 5123/2020, através da compra de ração,
004/2020 Deputada Estadual compra de bens de consumo (gasolina) e a
SEMA/(FAS) Joana Darc. contratação de profissionais especializados
para realização das ações práticas que
subsidiam a política do bem estar animal e
da fauna doméstica.
Termo de Emenda Nº 040/2020 Aquisição de um veículo no modelo
Fomento Nº - Autoria do Castramóvel, compra de equipamentos
005/2020 Deputado Estadual necessário para realização de castrações e
SEMA/(FAS) Joana Darc. material de informática.
Rio Negro
Barcelos
Santa Isabel do Rio Negro
Ponte Phelipe Daou
Parintins
Manaus
Equipe:
40 colaboradores
27
veterinários
CANINOS FELINOS TOTAL POR
MUNICÍPIO
M F TOTAL M F TOTAL MUNICÍPIO
Manaus 2251 4637 6888 3843 5568 9411 16299
Parintins 129 221 350 129 220 349 699
Iranduba 64 135 199 64 97 161 360
São Gabriel da Cachoeira 32 92 124 34 41 75 199
Manacapuru 32 89 121 71 110 181 302
Rio Preto da Eva 28 72 100 38 48 86 186
Barcelos 33 58 91 20 29 49 140
Itacoatiara 33 57 90 50 65 115 205
Novo Airão 31 50 81 18 49 67 148
Autazes 20 40 60 32 26 58 118
Manicoré 30 29 59 18 34 52 111
Presidente Figueiredo 14 38 52 17 45 62 114
Careiro da Várzea 18 23 41 6 17 23 64
Santa Isabel do Rio Negro 14 26 40 14 13 27 67
SUB TOTAIS 2729 5567 8296 4354 6362 10716 19012
Dificuldades encontradas:
• Ausência de estudos de dinâmica populacional
• Censo
• Taxas de Natalidade, Mortalidade e Reposição
• Distâncias continentais e características geográficas
• Orçamentos dos pequenos Municípios
• Contratação de profissionais
• Cultura de proteção aos animal
Obrigado
Jorge Luiz Maia carneiro
Tel: (92)98415-1707
Email: Jorge_vet@hotmail.com
Alinhamento de expectativas e normas entre o Sistema
CFMV/CRMVs, MMA e demais órgãos envolvidos no manejo
populacional ético de animais

M.V. Leonardo Nápoli


https://flammo.com.br/aprendizados/expectativas-podem-matar-um-projeto/
Missão do CFMV

Promover o bem-estar da sociedade,


disciplinando o exercício das profissões
de médico veterinário e zootecnista, por
meio da normatização, fiscalização,
orientação, valorização profissional e
organização das classes, diretamente ou
por intermédio dos CRMVs.
Política Pública
(gestão da população animal)

X
Exigências para a
garantia dos atos médicos-
veterinários técnicos,
segurança do paciente,
bem-estar ausência de
maus-tratos
https://www.oalfenense.com.br/noticia/3260/nao-podemos-mais-esperar-
politicas-publicas-para-animais-e-necessidade-urgente
Interfaces
I. Programas de esterilização.
II. Centros de Referência de Animais Vulneráveis/Abrigos.
III. Zoonoses – UVZs.
IV. Instituições de ensino superior
V. Estabelecimentos médicos-veterinários.
VI. Gestão de animais e resgate técnico em eventos de
desastres.
VII. Estabelecimentos que comercializam animais.
VIII.Feiras de adoção, etc.
RESOLUÇÕES
I. Res. CFMV 962/2010 - Normatiza os Procedimentos de
Contracepção de Cães e Gatos em Programas de Educação em
Saúde, Guarda Responsável e Esterilização Cirúrgica com a
Finalidade de Controle Populacional.

II. Res. CFMV 1000/2012 - Dispõe sobre procedimentos e métodos


de eutanásia em animais e dá outras providências.

III. Res. CFMV 1236/2018 - Define e caracteriza crueldade, abuso e


maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta
de médicos veterinários e zootecnistas e dá outras providências.

IV. Res. CFMV 1511/2023 - Institui diretrizes para a atuação de


médicos-veterinários e zootecnistas em desastres em massa
envolvendo animais domésticos e selvagens.
Por que não normas e
diretrizes alinhadas entre
os órgãos normativos e
fiscalizadores?
l.napoli@terra.com.br

OBRIGADO!
CENTRO DE REFERÊNCIA DE ANIMAIS
VULNERÁVEIS – CRAV

Lucas Galdioli
Médico-veterinário - UFPR
Especializado em Medicina Veterinário do Coletivo - UFPR
Mestre em Ciências Veterinárias - UFPR
Doutorando em Ciências Veterinárias – UFPR
Membro Diretoria – IMVC
Gerência – FNPDA
Introdução

Sensibilização

Ignora-se os
problemas
advindos com
essa decisão

Necessidade urgente em seu município/comunidade


Pesquisas e planejamentos preliminares à fundação de um abrigo são essenciais = economiza tempo e evita erros posteriores
Construir um novo abrigo, além de ser caro e requerer muito planejamento e organização, pode gerar mais problemas do
que soluções concretas para a melhoria do nível de bem-estar dos animais e prevenção do abandono
7
REFLEXÃO ANTES DE INICIAR UM ABRIGO NO MUNICÍPIO
Etapas de planejamento
Entender a 01 02 Criar e
necessidade da concretizar seus
comunidade valores

Obter apoio e
promover Estudar e criar
divulgação 05 03 uma rede de apoio

04
Definir protocolos e
políticas internas GALDIOLI, L.; POLATO, H. Z. ; WOLF, L. R. ; GARCIA, R. C. M. . Reflexões para a criação e
implantação de abrigos de animais. CLÍNICA VETERINÁRIA, v. 153, p. 16-22, 2021.

Instalação de um abrigo no local seja algo positivo e que somará às


medidas existentes para atingir a promoção da saúde na comunidade
Iniciando um abrigo
Etapas de planejamento
Abrigos são considerados apenas casas de passagem!
Entender a 01
necessidade da
comunidade
• Qual é o escopo do problema da comunidade;
• Qual a melhor maneira de lidar com isso;
• Quais são os fatores que afetam a alta densidade da população animal em geral;
• O que outras pessoas do movimento humanitário estão fazendo;
• Como trabalhar em conjunto com outros órgãos;
• Verificar se já existem outros abrigos na região e se construir um novo não afetaria os trabalhos já realizados;
• Se há recursos financeiros e equipe capacitada em manter adequadamente o abrigo em longo prazo..

Densidade Pop.

Taxas de Adoção

estratégia eficaz de MP ICAM, 2019 SOUZA, 2016; BROWN, 2021; RSPCA, 2010; ICAM 2019
REFLEXÃO ANTES DE INICIAR UM ABRIGO NO MUNICÍPIO
Etapas de planejamento
Entender a 01 02 Criar e
necessidade da concretizar seus
comunidade valores

Obter apoio e
promover Estudar e criar
divulgação 05 03 uma rede de apoio

04
Definir protocolos e
políticas internas GALDIOLI, L.; POLATO, H. Z. ; WOLF, L. R. ; GARCIA, R. C. M. . Reflexões para a criação e
implantação de abrigos de animais. CLÍNICA VETERINÁRIA, v. 153, p. 16-22, 2021.

Instalação de um abrigo no local seja algo positivo e que somará às


medidas existentes para atingir a promoção da saúde na comunidade
Promoção da Saúde; Interação Humano-animal-
ambiente (Acumulação; Maus-tratos)

Cães Comunitários e
Gatos Ferais (CEVD) Controle Reprodutivo

Capacidade do
Legislação
Ambiente
MPCG
Registro e
Restrição de Identificação
Movimentos

Educação
Controle do
Transformadora
Comércio

Resgate – Reabilitação -
Ressocialização - Reintrodução
Abrigos
Resgate – Reabilitação -
Ressocialização - Reintrodução
• Permanente e contínuo
Abrigos • Compreender o problema da
comunidade e avaliar a
necessidade de intervenção;
• Envolver setores que trabalham
Um único componente não conseguirá uma abordagem com a saúde humana, animal e
efetiva, resultando na recorrência do problema! ambiental;
• Multifacetado
regiões que não contam com abordagens claras e
contínuas para a causa animal, poderão se tornar
apenas um depósito para cães e gatos

Não resolvem o problema da presença dos animais nas


ruas e nem do abandono!
Objetivo Abrigos de Animais

LOCAL DE REABILITAÇÃO
PASSAGEM

REINTRODUÇÃO RESSOCIALIZAÇÃO
NA SOCIEDADE

Núcleo de Referência: Cuidados, Controle, BEA, Educação


Um indivíduo
SISTEMA
desconhecido quanto a COMPLEXO
sua origem,...

Tempo de Reabilitação Movendo- Êxito


Admissão Espera - Tutela Tratamento se =
ativamente
Adoção
para o êxito

sem trazer riscos para os


humanos ou outros animais
XI CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO
#CIMVC2023 25 a 27 de maio de 2023 – Recife /PE

Diagnóstico Situacional do Abrigo e Pontos


Políticas Externas Críticos
Estrutura Física
Separação de Áreas de acordo com o Risco e Fluxo
Políticas Públicas do Município voltados à causa de Animais
Animal Boas práticas para capacitação e treinamento dos
Políticas Públicas do Município voltados à funcionários e/ou voluntários
Educação Humanitária Registro dos animais e relatório mensal
Legislação da Causa Animal (Maus-tratos, registro (Dinâmica Populacional)
e identificação, criação de animais) Capacidade de prover cuidados (CPC) do abrigo
Programa de Manejo Populacional Humanitário e Medidas Preventivas: Vacinação e vermifugação;
Sustentável de Cães e Gatos Limpeza e sanitização; Quarentena e Isolamento.
Políticas Públicas para pessoas em Transtorno de Manejo etológico e enriquecimento ambiental
Acumulação Manejo de Doenças
Manejo Nutricional e Reprodutivo
Programas de Adoção e Lares Temporários
Plano de Contingência de Riscos e Desastres
Plano de Gerenciamento de Resíduos

Políticas Internas
Problemática
políticas externas dos abrigos

Muitos municípios ainda não existem políticas


públicas de MPCG e, consequentemente, para a
prevenção do abandono e garantia de saúde e
bem-estar de animais em situação de rua
Shelter
Animal
políticas INTERNAS dos abrigos

Vários abrigos não realizavam algumas práticas


associadas às medidas preventivas para o
controle de doenças infecciosas com base nos
princípios da medicina de abrigos.

Essas práticas provavelmente não são seguidas ou parcialmente praticadas em muitos abrigos brasileiros por
motivos de (1) desconhecimento dos protocolos específicos embasados na literatura da medicina de
abrigos, (2) por questões financeiras, (3) falta de subsídio público e (4) falta de gestão e planejamento
para atuar dentro da capacidade de prover cuidados e otimização de recursos
Problemática

Progredir no manejo da população,


diminuição do abandono e medicina de abrigos

• No Brasil, não existe um sistema nacional ou estadual para o monitoramento contínuo do


número de admissões e saídas de cães e gatos em abrigos e seus resultados.
• Essa falta de informações significativas e dados oficiais consistentes torna impossível avaliar a
eficácia das estratégias existentes para lidar com essas questões

O desconhecimento do número real de instituições atuando em prol do resgate e adoção dos animais,
além da falta de dados das políticas internas e externas instituídas dificulta a compreensão da
realidade sobre o perfil da população de cães e gatos alojados em abrigos, bem como na
implementação de protocolos e procedimentos para garantir a saúde e bem-estar de animais abrigados

ROWAN, 1992; LAWRIE et al., 2006; NEWBURY et al., 2010; TURNER; BERRY; MACDONALD, 2012; FATJÓ et al., 2015; PERDOMO; PADILLA; DEWITTE, 2021
Iniciativa Medicina de Abrigos – Infodados de Abrigos de Animais

3
Iniciativa Medicina de Abrigos – Infodados de Abrigos de Animais

3
• CAPÍTULO I - DAS DEFINIÇÕES

• CAPÍTULO II - DAS CONSIDERAÇÕES GERAIS

• CAPÍTULO III - DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DO


RESPONSÁVEL TÉCNICO

• CAPÍTULO IV - DA GESTÃO ORGANIZACIONAL E


POLÍTICAS INTERNAS

• CAPÍTULO V - DA ESTRUTURA FÍSICA ADEQUADA


• proporciona um quadro regulatório claro e abrangente,
que facilita a aplicação de normas e regulamentos em • CAPÍTULO VI - DA SAÚDE E BEM-ESTAR ANIMAL
nível local, estadual e federal. Isso evita lacunas legais,
contradições e redundâncias, promovendo uma maior
• CAPÍTULO VII - DOS REGISTROS E DOCUMENTAÇÃO:
eficiência administrativa e jurídica.

• contribuem para o aprimoramento dos cuidados • CAPÍTULO VIII - DOS COLABORADORES


prestados aos animais nos abrigos públicos
• CAPÍTULO IX - DAS MEDIDAS GERAIS DE SEGURANÇA
• promove a transparência e a prestação de contas
• CAPÍTULO X - DA EUTANÁSIA
• auxiliar o Médico-veterinário Responsável Técnico em
suas atribuições e em contribuir para a
profissionalização dos abrigos públicos e a ciência da
Medicina de Abrigos
Obrigado! CENTRO DE REFERÊNCIA DE ANIMAIS
VULNERÁVEIS – CRAV
lucasgaldioli@ufpr.br
imvcoletivo@gmail.com LUCAS GALDIOLI

119
PROGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS DE
PROTEÇÃO, CONVÍVIO E BEM ESTAR ANIMAL NA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PIAUÍ.
Prof. Dr. Marcelo Campos Rodrigues
Prof. Dr. Miguel Cavalcante Ferreira Filho

PROGRAMA
(2017-2019)

EDUCAÇÃO COIBIÇÃO AO
ABANDONO

CASTRAÇÃO
CIRURGICA
EDUCAÇÃO
Educação e conscientização humana para o bem-estar animal no Campus
universitário público de Teresina

Prof. Dr. Miguel Cavalcante Ferreira Filho


Profª. Drª Romina Julieta Sanchez Paradizo de Oliveira

Objetivo Geral

Desenvolver campanhas educativas de guarda responsável e saúde ambiental


para a comunidade;
EDUCAÇÃO
COIBIÇÃO AO ABANDONO
Combate ao abandono e maus tratos aos animais do campus Universitário

Profª. Drª Romina Julieta Sanchez Paradizo de Oliveira


Profª. MSc. Juliana Castelo Branco Paz da Silva

Objetivo Geral
Coibir o abandono de animais dentro das instalações da UFPI;
COIBIÇÃO AO ABANDONO

- Apoio da vigilância UFPI

- Termo de cooperação com:


Delegacia de proteção ao meio ambiente
Batalhão Ambiental da PMP
OAB
CASTRAÇÃO CIRÚRGICA
Controle de natalidade por castração cirúrgica de cães e gatos nos campi da UFPI.

Prof. Dr Marcelo Campos Rodrigues


Prof. Dr. Francisco Lima Silva

Objetivo Geral
Desenvolver uma política de controle populacional de cães e gatos
abandonados nos Campi da UFPI, visando prevenir a transmissão de
zoonoses destes animais para a população humana, reduzir a disseminação
de doenças sexualmente transmissíveis entre os animais e melhorar a
qualidade de vida animal, como a humana, especificamente através de
cirurgias contraceptivas.
CASTRAÇÃO CIRÚRGICA – AÇÕES
Censo – Estimativa por Centro

Captura – Realizada por equipe constituída de discentes, técnicos administrativos


e comunidade externa

Filhotes: + 8 semanas;
Idosos: + 75% expectativa de vida (Fantoni & Cortopassa, 2010)
CASTRAÇÃO CIRÚRGICA – AÇÕES

Internação e pré-cirúrgico – Discentes MV

Trans cirúrgico (marcação) – Discentes MV a partir do 7º período

Pós-cirúrgico - Discentes de MV a partir do 6º período

Devolução – Ao seu local de origem


RESULTADOS
1- Capacitação dos discentes;

2- Conscientização da comunidade universitária em relação a maus tratos,

com reflexo na sociedade (processo midiático quanto as ações);

3- Redução considerável em relação ao abandono animal;

4- Redução gradativa do número de animais (menor tx de nascimento +

adoção);

5- Interesse do poder público quanto ao tema (Concurso para perito veterinário;


algumas prefeituras do interior com serviço de castração – Oeiras e Floriano))
DIFICULDADES

1- Financiamento (custeio do hospital);

2- Inconstância dos discentes (provas, férias);

3- Voluntários para captura crepuscular/noturna;

4- Vigilância de toda a área do campus;

5- Pandemia – (Descontinuidade do programa)


CONCLUSÃO
1- Controle populacional de cães e gatos, mesmo em uma área restrita, como

um campus universitário, só é possível se houver engajamento de toda

comunidade, com participação ativa dos gestores;

2- Castração isolada não minimiza o problema. Política educacional e coibição

aos maus tratos (fazer cumprir as leis) devem ser priorizados;

3- Controle populacional de cães e gatos deve ser uma ação contínua.


OBRIGADO

Prof. Dr. Marcelo Campos Rodrigues

Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí


marcelocampos@ufpi.edu.br
(86) 9 9937-3973
PROGRAMA MANEJO POPULACIONAL
ÉTICO DE CÃES E GATOS

Profa Dra SOUZA, N.F


PILAR 3 – PROTEÇÃO E EDUCAÇÃO PARA
DIREITOS ANIMAIS – GUARDA
RESPONSÁVELASSUMINDO O PÓS OPERATÓRIO
DO ANIMAL – TRATAMENTO (TCLE).
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE – “Uma Experiência Ditosa”
• Local de execução – Pará (Pop. 8.11.132 (2022) – 144
Municípios.

• Arquipélago do Marajó – maior arquipélago flúvio-marítimo do


planeta. Localizado nos estados do Amapá e Pará, no Brasil, é
formado por cerca de 2 500 ilhas (Wikipédia – 2019).

• O Polo Marajó é constituído dos 16 municípios que compõem a


Região Marajó, sendo eles: Afuá, Anajás, Bagre, Breves,
Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço,
Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari,
São Sebastião da Boa Vista e Soure.
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

Com uma área de 40.100 km², Marajó é considerada a maior


ilha fluviomarinha do mundo (ou seja, ela é cercada pelos rios
Amazonas e Tocatins de um lado, e pelo oceano atlântico do
outro (INFOESCOLA).

Contando com uma população total de cerca de 250.000


habitantes, sua área está dividida atualmente em 16
municípios, sendo que o principal destes é Soure, com 22 mil
habitantes, seguida de Salvaterra com 17 mil habitantes.
Em Marajó que se encontra o maior rebanho animal no Brasil,
com cerca de 700 mil cabeças, cerca de três vezes a
população de todos os seus municípios.
ILHA DO MARAJÓ
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

Apresentamos ao CRMV-PA o PVDI – contendo o cronograma de


execução (Submeter antes à CEUA).

Antes de começar a execução do Projeto é necessário conhecer


a área na qual irá atuar. Promovendo palestras: inclusive nas
escolas.
Reunir com a comunidade para explicar os objetivos da ação
(usando linguagem simples).

Identificar o ACS da área (Agente de Saúde, Padre, Pastor ...)


EDUCAÇÃO/PALESTRAS : O QUE EVITAMOS COM
O CONTROLE POPULACIONAL ?

• Cães e gatos mal nutridos;


• Maus tratos;
• Lixo e dejetos nas ruas e calçadas;
• Atropelamentos e mortes;
• Abandonos nas ruas promovendo acidentes de trânsito;
• Acidentes com pessoas;
• Transmissão de doenças: Zoonoses;
• Comercialização em feiras livres e praças públicas.
EDUCAÇÃO/PALESTRAS: COMPORTAMENTO
REPRODUTIVO

• Puberdade: cães machos – com 6-12 meses de idade;


• Cadelas – aos 7-8 meses.

• Raças menores atingem tanto a puberdade quanto a


maturidade sexual mais precocemente que as maiores.

• Espécie felina – por volta dos 6-7 meses.


• Alguns gatos aos 4 meses (Faria, 2014)
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

• Mostrar a importância de evitar as Zoonoses e superpopulação.

• Explicar que é preciso banhar os animais véspera da cirurgia.

• Desfazer o mito que a castração faz o cão macho virar fêmea.

• Passar confiança que a cirurgia é segura.


PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

• Alertar que somente maiores de 18 podem assinar como


responsável pelos animais.

• Lembrar que precisa levar RG ou terá que permitir a impressão


digital.

• Assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE –


Identificação Tutores x Animais; idade dos animais – 6 meses a 6
anos.
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

• Assumindo o pós operatório do animal – Tratamento (TCLE).

• Retornar no décimo dia para retirada de pontos com o animal


(Clínica de apoio).

• Comunicar qualquer alteração com o animal (Dor, falta de


apetite, sangramento no local da cirurgia, mudança no
comportamento) à Clínica parceira/apoio.

• Pedir apoio para execução da ação (Cadastro).


O APOIO E A INTERAÇÃO SÃO IMPORTANTES ....
O APOIO E A INTERAÇÃO SÃO IMPORTANTES ....
A ESPERA ........ TODOS SERÃO ATENDIDOS
Estimativa e controle populacional de cães e gatos
atendidos pelo Projeto Vida digna Itinerante (PVDI) em
Soure/Ilha do Marajó (SOUZA, Y.T.O) - 2017

• PERÍODO: 2013 a 2015. (Cadastro e Questionário


Socioeconômico)
• Para estimar a população de cães e gatos de dada região,
utiliza-se a razão de 1:7 a 1:10 (cão: humano) e 20% da
população canina. (OMS)
Outra forma: pela quantidade de animais vacinados contra a
Raiva no Município (SESMA).

• Foi possível inferir que a população canina em média seja de


2974 e gatos 595, cálculos conforme recomendação da OMS.
PROJETO VIDA DIGNA ITINERANTE (PVDI)

• Foram esterilizados 256 animais, sendo 152 cães (48 machos e


104 fêmeas), 104 felinos (33 machos e 71 fêmeas).

• Métodos de esterilização
• A ovariosalpingohisterectomia (OSH).

• A castração química em cães corresponde a uma opção mais


econômica, simples e pode atingir uma maior população em
menor tempo de trabalho. (OLIVEIRA, 2007).
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO
RESULTADOS (PVDI)

• O maior percentual de esterilizações cirúrgicas foi de fêmeas


(canina e felina).
• Fêmeas castradas pelo PVDI - foram evitados 1372 nascimentos.
• Representa um impacto 17.48% (520/2974) novos filhotes na
população de cães e de 143.2% (852/595) na população de
gatos.
• Taxa de esterilização de cães foi de 3.50% (104/2974);
• De gatos de 11.94 % (71/595) com referência no número total
de cães estimados em 2015. (Baseado nas fêmeas)
CONTROLE POPULACIONAL
RESULTADOS (PVDI)

• Taxa de esterilização de cães foi de 3.50% (104/2974).

• De gatos de 11.94 % (71/595) com referência no número total


de cães estimados em 2015. (Baseado nas fêmeas).

• O PVDI, em dois anos de atuação, mostrou resultados


satisfatórios quanto à promoção do controle reprodutivo e o
bem estar dos animais do município de Soure/Ilha do Marajó.
CURIOSIDADES .... COMO CHEGAR ....
FONTE: DAVID, M.B.M
CURIOSIDADES .... COMO CHEGAR ....

FONTE: DAVID, M.B.M


CURIOSIDADES .... COMO VOLTAR ....

FONTE: DAVID, M.B.M


A EQUIPE DA EXPERIÊNCIA DITOSA
OBRIGADA!
Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais
Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais

CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO E
DEVOLUÇÃO: Uma ferramenta de manejo
populacional ético de felinos de vida
livre, bem-estar animal e Saúde Única
Otávia Mello
Graduada em Medicina Veterinária – Faculdade Pio Décimo
Mestranda em Epidemiologia – UFMG
Fundadora do C.E.D. Brasil
Idealizadora dos Encontros Nacionais de C.E.D. e Simpósios de Manejo Populacional Ético de Animais
Certificada para manejo de C.E.D. pela Neighborhood Cats/EUA
Certificada para manejo de colônias pela Community Cats Toronto/Canadá
Autora do 1º livro sobre Captura, Esterilização e Devolução do Brasil
1- CONHECENDO AS POPULAÇÕES FELINAS

Terminologia comportamental (Felis catus)

Janela de Socialização – 3 a 9 semanas

Ausência de Miados

Animais crepusculares
2- A COLÔNIA

ABANDONO
3- BREVE HISTÓRICO

1950 1984 2013


Inglaterra Londres São Paulo
M.V. Jenny Remfry publica
Ruth Plath estudo sobre o impacto 1º Encontro
Politicas positivo do C.E.D. em Nacional de
colônias da cidade C.E.D.
ineficazes

RSPCA E.U.A 1º livro


C.E.D é nacional de
Alley Cats Allies
Reconhecido C.E.D.
como estratégia
de manejo

1981 1990 2021


Fonte: TNR: Past, Present and Future: A History of the Trap-Neuter-Return Movement
4- O QUE É C.E.D.?
4- O QUE É C.E.D.?
4- O QUE É C.E.D.?

“Método mais economicamente


viável, humano e
eficaz para populações
de vida livre.”
ASPCA
5- C.E.D. BEM-SUCEDIDO

Priorizar o C.E.D. de alta intensidade


sempre que possível

Fechamento dos focos e/ou da


colônia por completo = todos os
animais castrados

Envolvimento da
comunidade/cuidadores
no monitoramento
6- C.E.D E BEM ESTAR ANIMAL
6- C.E.D E BEM-ESTAR ANIMAL
Gatas são fêmeas poliéstricas e podem
reproduzir durante todo o ano a partir dos
4 meses de idade.
Uma fêmea pode produzir uma média de
4.5 filhotes por ninhada

Gatos machos não-castrados são os mais


acometidos por Imunodeficiência Felina (FIV)

A castração antes do 1º cio reduz


significativamente as chances de tumores
de mama que apresentam taxas de
malignidade em 90% das gatas

75% dos filhotes nascidos nas ruas não


alcançam seu primeiro ano de vida
4- C.E.D. E SAÚDE ÚNICA

A castração diminui as áreas de território felino,


reduzindo também as áreas de caça e distribuição de
dejetos

Colônias controladas e com cuidadores são menos


propensas a parasitas com potencial zoonótico

A vacinação antirrábica dos indivíduos cria um


bloqueio zoonótico importante, atingindo felinos que
não seriam beneficiados em campanhas

O C.E.D. acompanhado por medidas educativas


diminui os riscos dos cuidadores ao tétano e
zoonoses como raiva e esporotricose
5- DESAFIOS DO C.E.D. NO BRASIL

As escolas de veterinária ainda não


compreendem adequadamente o papel do
médico veterinário na Saúde Única

A graduação é voltada para o atendimento


somente de cães e gatos de estimação

Técnicas minimamente invasivas e castração


precoce ainda são pouco discutidas e ensinadas

Castração de alto volume e alta qualidade


ainda não é um realidade no país
5- DESAFIOS DO C.E.D. NO BRASIL

A maioria das cidades que possuem


alguma legislação sobre animais
comunitários apenas se refere aos cães

Mesmo com o aval do CFMV muitos


veterinários se negam a realizar a marcação
de orelha (e/ou vacinação)

A devolução dos animais para suas


colônias ainda é um tabu no Brasil

As pessoas ainda acreditam, erroneamente, que


abrigos são a melhor opção
6- RESUMINDO....

C.E.D. não é uma solução mágica para o abandono

C.E.D. é uma ferramenta pragmática

Políticas públicas e conscientização devem ser a


base de um programa de manejo

A devolução não é a última etapa, o monitoramento


das colônias deve ser constante

Não há lares para todos

Todos os gatos merecem uma vida digna


7- PARA SABER MAIS
Introdução

- Lei Estadual nº 21.970 de 15 de janeiro de 2016, dispõe sobre a


proteção, a identificação e o controle populacional de cães e gatos.

Art. 3º – Compete ao município, com o apoio do Estado:


(...)
b) a identificação e o controle populacional de cães e gatos;
(...)
§ 2º – Compete ao Estado disponibilizar sistema de
banco de dados padronizado e acessível que armazene
as informações de que trata o inciso II do caput deste
artigo.
(...)
PROGRAMA ESTADUAL DE MICROCHIPAGEM DE ANIMAIS DOMÉSTICOS –
“PROGRAMA CONHEÇA SEU AMIGO”

Benefícios da microchipagem (identificação), segundo a


Organização Mundial para Saúde Animal (OIE):

- Monitoramento do tamanho da população;


- Dimensionamento de animais nas vias públicas;
- Cálculo da taxa de sobrevivência;
- Manejo ambiental e a identificação dos guardiões;
- Importante ferramenta para o planejamento urbano,
para bem-estar animal e para o combate ao abandono
de animais.
PROGRAMA ESTADUAL DE MICROCHIPAGEM DE ANIMAIS DOMÉSTICOS –
“PROGRAMA CONHEÇA SEU AMIGO”

O Programa Conheça seu Amigo consiste na entrega pelo Estado, de


microchips de identificação animal em número de 10% da população de
cães e gatos do Município credenciado através de edital de seleção,
acompanhado de leitor, para serem utilizados em animais de rua e da
população de baixa renda, bem como nos animais sob a tutela de OSCs e
lares temporários.

Como contrapartida, o Município selecionado deverá realizar a Castração


dos animais e o preenchimento das informações dos animais no Sistema
de Identificação de Animais Domésticos.
PROGRAMA ESTADUAL DE MICROCHIPAGEM DE ANIMAIS DOMÉSTICOS –
“PROGRAMA CONHEÇA SEU AMIGO”

• Foram publicados 2 editais de seleção municípios.


- 105 municípios participantes do Programa
- 103 mil microchips doados e 109 leitores
- R$ 568.723,49 38 investidos pelo Estado

- 46 mil animais registrados no Sistema


- 213 usuários realizando cadastramento de
informações
SISTEMA ESTADUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS
- Primeiro banco de dados estadual do
Brasil;

- Sistema desenvolvido pela STI da


Semad,

- O município terá acesso às


informações cadastradas no âmbito
de seu território e dará acesso aos
profissionais, ONGs, clínicas que
realizarem a microchipagem, para
cadastro das informações;

- Os Profissionais, ONGs e Clínicas


que realizarem o cadastro, terão
acesso somente às informações
cadastradas.

https://microchipagem.meioambiente.mg.gov.br/
SISTEMA ESTADUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS
SISTEMA ESTADUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS DOMÉSTICOS
Agradecemos a Participação de Todos!

Dúvidas e informações:

fauna.domestica@meioambiente.mg.gov.br

Tel.: 31 3915-1783
RESPOSTA A ANIMAIS EM
SITUAÇÃO DE DESASTRES

PILAR 3
PROTEÇÃO E EDUCAÇÃO PARA O DIREITO DOS
ANIMAIS
Comissão Nacional de Desastres em Massa
Envolvendo Animais (CNDM) – CFMV

Ana Paula Felício – Zootecnista/MS


Cláudio Zago Júnior – Médico Veterinário/SP
Laiza Bonela Gomes – Médica Veterinária/MG
Leonardo Maggio de Castro – Médico Veterinário/SP
Leonardo Nápoli – Médico Veterinário/PR
Paula Helena Santa Rita – Médica Veterinária/MS
Desafios
1) Operacionais:
- O Brasil possui características diversas nos Biomas;
- Características culturais múltiplas que diversificam as
categorias de animais impactados;
- Acidentes em zona urbana x zona rural;
- Tipos de incidentes (inundações, incêndios, óleo;
epidemiológicos, etc);
- Falta de articulação interinstitucionais.
Desafios
2) Financeiros:
- É preciso planejamento prévio;
- Necessidade de fundos de emergência para
atendimento aos animais.
Desafios
3) Regulatórios:
- Normativa nacional que institua Políticas Públicas
eficientes para a gestão/atendimento dos animais em
desastres;
- Regulação dos profissionais que atuam nos
incidentes pelos conselhos de classe.
INICIATIVAS POSITIVAS

1) IBAMA/MMA
- Plano Nacional de Ação de Emergência para
Fauna Impactada por Óleo (PAE-Fauna), que
consiste em:
➢ Manual de Boas Práticas – 2018 (procedimentos
de manejo da fauna impactada);
➢ Mapeamento Ambiental para Resposta à
Emergência no Mar (Marem)
➢ Plano de Fauna Oleada do IBAMA.
INICIATIVAS POSITIVAS

2) CFMV
- Instituição da Comissão Nacional de Desastres
em Massa Envolvendo Animais – CFMV (2020);
- Manual de resgate e assistência à ictiofauna em
situações de desastres ambientais (2020);
- Plano nacional de contingência de desastres em
massa envolvendo animais (2020);
- Fomento à instituição de comissões estaduais
nos CRMVs (ES, MG, MS, SC, SP, PR).
INICIATIVAS POSITIVAS

2) CFMV
- Instituição da Comissão Nacional de Desastres
em Massa Envolvendo Animais GTDM – CFMV
(2020);
- Manual de resgate e assistência à ictiofauna em
situações de desastres ambientais (2020);
- Plano nacional de contingência de desastres em
massa envolvendo animais (2020);
- Fomento à instituição de comissões estaduais
nos CRMVs (ES, MG, MS, RJ, SC, SP, PR).
INICIATIVAS POSITIVAS
2) CFMV
- Resolução CFMV n° 1511, de 28 de março de 2023.
(https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/1511.
pdf)
➢ Institui diretrizes para atuação de médicos
veterinários e zootecnistas em desastres
envolvendo animais;
➢ Necessidade de hierarquização do Sistema de
Comando de Incidentes (SCI) para melhor
organização operacional;
➢ Obrigatoriedade dos profissionais e dos grupos
organizados de responderem ao SCI, trazendo
segurança para todos os envolvidos (profissionais,
bombeiros, vítimas - pessoas e animais).
INICIATIVAS POSITIVAS
2) CFMV
- Resolução CFMV n° 1511, de 28 de março de 2023.
(https://manual.cfmv.gov.br/arquivos/resolucao/151
1.pdf)
➢ Posto Médico-Veterinário Avançado (PMVA), de
caráter emergencial e temporário;
➢ Responsabilidade clara e objetiva do responsável
técnico.
PROPOSIÇÕES

➢ Estabelecer um marco regulatório nacional.


➢ Criação do GT para estabelecer Plano Nacional de
Desastres:
➢ Instituir por meio de normativa um Plano Nacional de
Gestão de Animais em Desastres;
➢ Estabelecer diretrizes e objetivos específicos alinhados
com a Resolução CFMV e os planos nacionais de
desastres existentes;
➢ Estabelecer as competências entre os entes federados;
➢ Instituir grupos à nível nacional, estadual e municipal para
uma gestão coordenada e alinhada com o SCI;
➢ Integração entre as instituições públicas, privadas e
organizações da sociedade civil;
➢ Promoção de cursos de treinamentos/capacitações para
atuação de profissionais, tanto de nivelamento, como de
atualização;
OBRIGADA!
PILAR 2 :
GESTÃO DAS POPULAÇÕES DE CAES E GATOS

ZOONOSES E MEDIDAS DE
ENFRENTAMENTO
PAULO ABILIO VARELLA LISBOA MV. MSc. DSc
Presidente da Comissão de Saúde Única CRMV-RJ
Pesquisador ICTB/Fiocruz RJ
ZOONOSES e EPIZOTIAS
DOENÇAS INFECIOSAS QUE SÃO TRANSMITIDAS, DIRETA OU INDIRETAMENTE,
DOS ANIMAIS AO HOMEM

75% 60% 60% 80%


das doenças doenças agentes patogénicos com potencial em
infeciosas conhecidos (vírus, bioterrorismo são
emergentes bactérias,
humanas são agentes
são zoonóticas zoonóticas
protozoários,
parasitas, fungos são
patogénicos
zoonóticos zoonóticos
Abandono de cães e gatos no Brasil
Quantidade de
pets por região
no Brasil
GATOS CÃES TOTAL
10 MILHÕES 20 MILHÕES 30 MILHÕES

Fonte: Instituto Pet Brasil


Vamo caber todos neste
planeta ?
• Politicas Publicas Conceito
• São um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a
solução (ou não) de problemas da sociedade

• Governo Sociedade
2023

2020
N
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
NOROESTE
Leishmaniose visceral canina, 2009-2018

NORTE

SERRANA

CENTRO SUL

MÉDIO PARAÍBA

BAIXADA LITORÂNEA
METROPOLITANA II
METROPOLITANA I Assessoria de Informação Epidemiológica e Ambiental. Em, 02/10/2017.

BAÍA DA ILHA GRANDE Fonte: Coordenação de Vigilância Ambiental, SES-RJ


PROJETO
USO DE APLICATIVO DE COLETA DE DADOS COMO
FERRAMENTA DE VIGILÂNCIA E CONTROLE EPIDEMIOLÓGICO
VICON SAGA MOBILE
LVC 2018
CASOS – "55.243"
OBITOS - ?????

EQUIVALE A + OU –
0,1 % DA POPULAÇÃO CANINA
DOMICILIADA
E OS ANIMAIS EM VULNERABILIDADE ?????
Cenário estadual da esporotricose animal

Fonte: Sinan Net, DBF atualizado em 03/07/2023.


*Dados preliminares, sujeito a alteração.
• Duas Barras – RJ

• 11.000 habitantes – Sem


Veterinário da Vigilância

• Casa - 45 cães 15 gatos

• Tem animais suspeitos

• Nunca escutou falar da


doença

• Nunca recebeu visita da


Vigilânca

• Ausência de dados da doença


Cenário estadual da esporotricose animal

Fonte: Sinan Net, DBF atualizado em 03/07/2023.


*Dados preliminares, sujeito a alteração.
Como mudar?
Como mudar o cenário?
Mas como estruturar?
• Censo Nacional de Cães e Gatos

• Sistema nacional de Cadastro de ongs/abrigos/protetores e animais


comunitários

• Sistema Nacional de Notificação de doenças (zoonoses animais) ( SINAN


ANIMAL) – simplificado

• Fortalecimento e ampliação dos laboratórios e das Vigilâncias locais – apoio


diagnóstico

• Fortalecer ações de inclusão dos Médicos Veterinários e Clinicas


Particulares como Sentinelas de doenças zoonóticas

• Criação do Curso de Agente comunitário de saúde animal – fortalecer e


facilitar a vigilância e sentinela em áreas de vulnerabilidade
• Criação da Conferência Nacional, Estadual e Municipal de Saúde
animal - integração com a conferência nacional de Saúde

• Integrar educação e saúde animal nas diretrizes de base da


educação

• Ampliar a capacidade de pesquisa em vigilância e zoonoses através


de agências de fomento

• Diminuir a carga tributária de remédios essenciais ao


enfrentamento a zoonoses

• Discussão o acesso a remédios para tratamento

• Criação da Farmácia popular animal


EDUCAÇÃO
CAPACITAÇÃO
ORGANIZAÇÃO
ACOLHIMENTO COMPAIXÃO

ENTÃO O QUE FAZER PARA EVITAR OU


REDUZIR ESSA INCIDÊNCIA EM NOSSAS
VIDAS?
BEM-ESTAR GUARDA PROMOVER
AÇÕES RESPONSÁVEL SAÚDE UNICA
COMUNITÁRIAS NOVAS
ESTRATÉGIAS
Que vcs SEJAM
A ALTERAÇÃO

que desejam ver

NO MUNDO.
Mahatma Gandhi – Ativista dos direitos civis
Obrigado!

paulo.abilio@fiocruz.br
21 992267252
Prof. Dr. Pierre Barnabé Escodro
Coordenador GRUPEQUI-UFAL e Programa de Apoio aos Animais
Pesquisador Produtividade CNPq- DT 2DT 2
Texto
• Moradores
• Protetores
Individuais
• BRASKEM
• Colaboradores
• Adotantes

SOCIEDADE
EMPRESA
CIVIL

ÓRGÃOS UNIVERSIDADES
• UVZ-PMM PÚBLICOS
• MPE
• CRMV
• OAB
• SSP-AL • UFAL
• SecCida-AL
• PC- AL
⌒ ⌒ ⌒
⌒ ⌒ ⌒
⌒ ⌒ ⌒ PROJETOS E PROGRAMAS QUE
COORDENAMOS- 2022-2023

LABINOVET
Laboratório e Ambulatório de Inovação em Cirurgias,
Hemoterapias, Terapias Integrativas e Celulares
Veterinárias - Lab. de Pesquisa Programa de Pós
Graduação Ciencia Animal-UFAL


Importância e
AÇÕES DE APOIO À atuação do Médico
• PRÓ-CARROCEIROS VALE DO
SAÚDE ANIMAL UFAL- Veterinário no NASF – PARAIBA GRUPEQUI-UFAL
G.R.A.D Núcleo de Apoio à
Saúde da Família
PROJETO BEA- AL
Projeto de Conscientização e Combate aos Maus Tratos
Animais de Alagoas
PJ131-2023
⌒ ⌒ ⌒
⌒ ⌒ ⌒
⌒ ⌒ ⌒ PROJETOS E PROGRAMAS QUE
COORDENAMOS- 2021-2023
... O FENÔMENO GEOLÓGICO...
CERCADINHO
Agenor
Abandonos identificados:
ESPOROTRICOSE

Mussum
Mussum
Madonna
Canil
DADOS GERAIS ATUALIZADOS ATÉ O DIA 30/05/2023
ANIMAIS ATENDIDOS DURANTE AS VISITAS DE
MUDANÇA (INCLUI TODAS AS ESPÉCIES DE 7.645
ANIMAIS)

CONSULTAS AOS ANIMAIS E CONSCIENTIZAÇÃO 4.861


DE POSSE RESPONSÁVEL
ACOMPANHAMENTO DE MUDANÇAS 2.821
ANIMAIS ATUAMENTE HOSPEDADOS
PROVISORIAMENTE UFAL 220
ANIMAIS APTOS PARA ADOÇÃO 127 (88 gatos e 39 cães)

VACINAS APLICADAS 6.883

CASTRAÇÕES 4.122
1293
Sendo:
627 ADOÇÕES
ANIMAIS QUE FICARAM HOSPEDADOS PELO 85 RETORNARAM PARA O TUTOR
PROGRAMA PELA UFAL E SAÍRAM: 445 RETORNARAM PARA COLÔNIAS
(ANIMAIS ERRANTES)
214 ÓBITOS
05 TRANSFERIDOS PARA UVZ
Artigo Publicado- Dados Pinheiro
O QUE É C.E.D.?

➢ Equipe Multidisciplinar
➢ Técnicas minimamente invasivas
➢ Saúde Única
➢ Menos antropomórfica, focando na espécie
➢ Modelo nosso adaptado do original,
com mutabilidade para C.E.A.
C.E.D.
C.E.D
4122 ANIMAIS CASTRADOS
•3713 Gatos ( 90%)- Domiciliados
• Não-confinados (freeranging), que
possuem domicílio, porém, têm acesso
irrestrito à rua
•Gatos ferais, soltos e sem domicílio,
podendo estar associados às áreas urbanas
ou rurais
➢ 1999 a 2013
➢ 455 gatos registrados em 1999 para 206 registrados em 2013 (redução de 55%
➢ em programa de CED por mais de duas décadas alcançou-se relevante diminuição no
número
de animais e um aumento no bem-estar deles, medido pelo aumento da idade
média da população e diminuição de prevalência de retrovírus.
IMPACTOS EM NÚMEROS
1348-
918 104 c
Jan 2021
340 adotados 760- 72 c
90 mortes Mai 2023
HOSPEDAGEM E CANAL DE ADOÇÃO
(4RS) – C.E.D. e .C.E.A.

RESGATE SELETIVO, REABILITAÇÃO, RESSOCIALIZAÇÃO E REINTRODUÇÃO À SOCIEDADE (4R´S)


Hospedagens para animais ferais
Saúde Coletiva Shelter
Medicine
Controle
Populacional

Medicina
Veterinária Legal
Conservação e
Zoonoses Educação
Ambiental
Agradecimentos
Obrigado!
Pierre Barnabé Escodro

pierre.escodro@vicosa.ufal.br

@pierre_escodro
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
DO ABANDONO

Rita de Cassia Maria Garcia


UFPR / IMVC

Michele Brugneroto
UFPR/SESA PR
ABANDONO: um agravo à saúde
Afeta negativamente: saúde animal e humana, e o entorno/ambiente
Slide: Michele Brugneroto
Epidemiologia do Abandono
Epidemiologia Ações
Dados baseadas em
evidências
Epi = sobre
Demio = povo
Logos = estudo Combate Prevenção
INFORMAR
Estudo sobre o
que afeta a INVESTIGAR
população Políticas
COERENTES e
AVALIAR
EFICAZES
Quem
abandona?

Por que
Quantos?
abandona?

Epidemiologia
do abandono

Onde? Quem é
abandonado?

Quando?
Identificar e descrever o
comportamento
epidemiológico do •monitorar tendências,
abandono •identificar grupos
•Identificar fatores de risco

Avaliar o impacto e Detectar processo de


adequação dessas disseminação
medidas de intervenção

Prover as bases técnicas para


subsidiar os profissionais de
saúde na elaboração e
implementação de ações saúde.

Recomendar as medidas a
serem adotadas para a Avaliar a sua magnitude
sua prevenção
Slide: Michele Brugneroto

Fenômeno do abandono
Grécia e Roma antiga – poder do pai sobre os filhos era absoluto

Cristianismo – infanticídio era um mal grave, abandono era


aceito, possibilidade de adoção

Industrialização – agravamento da pobreza – substituir a caridade


religiosa por uma beneficência pública
Cidadãos úteis para Pátria (trabalhos pesados, soldados, povoar
colônias, cobaias experimentos médicos, etc.)

Século XX – após 2ª Guerra Mundial – Estado de Bem-estar Social

DOS SANTOS, Sheila Medeiros. Um novo olhar sobre o conceito de abandono de crianças. Acta Scientiarum. Human and Social
Sciences, v. 32, n. 1, p. 63-72, 2010
Slide: Michele Brugneroto

Fenômeno do abandono

“Abandono é um produto da
estrutura social, econômica e
política do país” (DOS SANTOS, 2010).

Animal não-humano
É o tutor que abandona? É a Sociedade que abandona? É o Estado que abandona?

O Estado e a Sociedade reconhecem o direito do animal não-humano?


DOS SANTOS, Sheila Medeiros. Um novo olhar sobre o conceito de abandono de crianças. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 32, n.
1, p. 63-72, 2010
Slide: Michele Brugneroto
Alguns conceitos

Renúncia
Abandono Devolução
Desiste voluntariamente.
Animais de estimação são Inclui entrega, abandono e Quando o recente adotante de um
descartados ou deixados, em vez de eutanásia do animal de estimação animal de companhia retorna com o
serem entregues a um abrigo. animal para um abrigo de animais e
renuncia legalmente a sua guarda.

Entrega Eutanásia
Animal de companhia que não é mais Quando um tutor entrega seu animal
desejado pelo tutor é entregue a um de companhia, seja para um abrigo
abrigo. ou clínica veterinária, para fins de
eutanásia humanitária.

Fonte: COE, Jason B. et al. A scoping review of published research on the relinquishment of companion animals. Journal of Applied Animal Welfare
Science, v. 17, n. 3, p. 253-273, 2014.
Slide: Michele Brugneroto Epidemiologia do Abandono
Por que os humanos tomam a decisão de encerrar seu relacionamento
com seu animal de estimação?

Vínculo Humano-Animal

Nunca se formou Rompeu

Consequências: Motivo válido para


a renúncia?
Abandono
Complexa Negligência Pesquisas
questão social Qualitativas
Maus tratos
Slide: Michele Brugneroto Motivos Renúncia Animais Domésticos
Slide: Michele Brugneroto Motivos Renúncia | Espanha 2016:
Origem dos animais que chegam aos abrigos

FATJÓ, Jaume; CALVO, Paula. Affinity Foundation study on the abandonment, loss and adoption of pets in. 2021.
Slide: Michele
Brugneroto Fatores de Risco para o Abandono | Características do animal:
Fator protetor ↑ idade Fator protetor ↑ tempo

Animais Tempo
jovens propriedade
Cães < 2 anos
↓ tempo ↑ risco
Gatos < 3 anos

Animais sem Comportamento


raça Cães: sujavam a casa,
destruição, muito ativos,
medrosos.

Aquisição Gatos: sujavam a casa,


destruição, muito ativos.
Cães: Abrigo, amigo, loja, vadios Aulas de treinamento
Gatos: amigo, loja, criador, abrigo
↓ chance renúncia
Diesel et al (2008)

Fonte: New et al (2000)


Características do tutor:

Homens Conhecimento
Desconhecimento ciclo
estral animais

Dar cria antes da


Idade esterilização
Cães < 50 anos
Gatos < 35 anos Comportamento gatos –
arranhar, morder -
brincadeira

Nível educacional
Menos Ensino médio

Fonte: New et al (2000)


Dados recentes: Pessoas que não queriam mais ficar com o
seu animal
● 34,9% (44/126) – filhotes
● 54,8% (69/126) – SRD
● 57,9% (73/126) não castrados
● Tempo de convivência: < 6 meses – 54%
(68/126)
● 71,2% (37/57 respondentes): mulheres
● 78% até ensino médio completo
● 71,2% (37/52) não rece3biam beneficio
social
Estratégias de prevenção ao abandono Figura 1 - Pirâmide etária da espécie felina segundo o sexo - Bairro Condomínio
Vargem Grande (Cratera da Colônia), Parelheiros, São Paulo,
setembro a dezembro de 2006

● Políticas públicas eficazes: Programa de MPCG

● “Envelhecer os animais” – aumento da idade e diminuição da renovação :


Fator protetor ↑ tempo
○ cuidados veterinários (atendimento básico)
○ Controle reprodutivo Fator protetor ↑ idade
● Rede de apoio: famílias em vulnerabilidade social; incluir o setor de
manejo animal na REDE de assistência social.
● Imobiliárias/proprietários de casas alugadas: conscientização para Fator protetor: cuidados
diminuir restrições de familias com animais (Frank et al (2005) – <10% das casas veterinários
alugadas permitiam animais sem nenhuma restrição)
NÚMEROS... DADOS....

● Estimativas populacionais: animais abandonados e comunitários e animais com tutores


● Criar e fomentar Rede de Protetores independentes
● Criar e fomentar Rede de abrigos: públicos, privados e do terceiro setor
● Alimentar estratégias já existentes de coleta de dados (Site Infodados Abrigos Brasil)
● Monitoramento de animais em risco:

○ Não quero mais o meu animal... (MONITORAR!)

○ Animais em situação de maus-tratos

● Registro e identificação com banco de dados centralizado


Slide: Michele Brugneroto
Referências:
ALBERTHSEN, C., RAND, J., MORTON, J., BENNETT, P., PATERSON, M., & VANKAN, D. Numbers and characteristics of cats admitted to royal society for the
prevention of cruelty to animals (RSPCA) shelters in australia and reasons for surrender. Animals, v. 6, n. 3, p. 1–21, 2016.

CARTER, J.; TAYLOR, C. S. Socio-economic factors in companion animal relinquishment on the Sunshine Coast, Australia. Society and Animals, v. 28, n. 5–6, p.
531–549, 2020.

COE, J. B., YOUNG, I., LAMBERT, K., DYSART, L., NOGUEIRA BORDEN, L., & RAJIĆ, A. A Scoping Review of Published Research on the Relinquishment of Companion
Animals. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 17, n. 3, p. 253–273, 2014.

DIESEL, G.; PFEIFFER, D. U.; BRODBELT, D. Factors affecting the success of rehoming dogs in the UK during 2005. Preventive Veterinary Medicine, v. 84, n. 3–4, p.
228–241, 2008.

DIGIACOMO, N.; ARLUKE, A.; PATRONEK, G. Surrendering Pets To Shelters: The Relinquisher’s Perspective. Anthrozoös, v. 11, n. 1, p. 41–51, 1998.

FATJÓ, J., BOWEN, J., GARCÍA, E., CALVO, P., RUEDA, S., AMBLÁS, S., & LALANZA, J. F. Epidemiology of dog and cat abandonment in Spain (2008–2013). Animals,
v. 5, n. 2, p. 426–441, 2015.

HSU, Y., LIU SEVERINGHAUS, L., & SERPELL, J. A. Dog keeping in Taiwan: its contribution to the problem of free-roaming dogs. Journal of applied animal welfare
science, v. 6, n. 1, p. 1-23, 2003.
Slide: Michele Brugneroto
Referências:
JENSEN, J. B. H.; SANDOE, P.; NIELSEN, S. S. Owner‐related reasons matter more than behavioural problems - a study of why owners relinquished dogs and cats
to a danish animal shelter from 1996 to 2017. Animals, v. 10, n. 6, p. 1–14, 2020.

LAMBERT, K., COE, J., NIEL, L., DEWEY, C., & SARGEANT, J. M. A systematic review and meta-analysis of the proportion of dogs surrendered for dog-related and
owner-related reasons. Preventive Veterinary Medicine, v. 118, n. 1, p. 148–160, 2015.

NEW JR, J. C., SALMAN, M. D., KING, M., SCARLETT, J. M., KASS, P. H., & HUTCHISON, J. M. Characteristics of Shelter-Relinquished Animals and Their Owners
Compared With Animals and Their Owners in U.S. Pet-Owning Households. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 3, n. 3, p. 179–201, 2000.

PROTOPOPOVA, A.; GUNTER, L. M. Adoption and relinquishment interventions at the animal shelter: A review. Animal Welfare, v. 26, n. 1, p. 35–48, 2017.

SALMAN, M. D., NEW, JR, J. G., SCARLETT, J. M., KASS, P. H., RUCH-GALLIE, R., & HETTS, S. Human and Animal Factors Related to Relinquishment of Dogs and Cats
in 12 Selected Animal Shelters in the United States. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 1, n. 3, p. 207–226, 1998.

SCARLETT, J. M. Interface of epidemiology, pet population issues and policy. Preventive Veterinary Medicine, v. 86, n. 3–4, p. 188–197, 2008.

SLATER, M. R. The role of veterinary epidemiology in the study of free-roaming dogs and cats. Preventive Veterinary Medicine, v. 48, n. 4, p. 273–286, 2001.
Curso de formação de
gestores em manejo
populacional ético de cães e
gatos
M.V. MSc. Rosangela Gebara
COBEA – CFMV
IMVC
Objetivos do curso
• Ensinar os conceitos de manejo humanitário e sustentável de populações de
cães e gatos já estabelecidos e validados pela Coalizão Internacional de
manejo de populações animais (ICAM), OIE, OMS e FAO a fim de que as ações
de controle destas espécies se tornem ações efetivas e que respeitem o bem-
estar animal, a ética, as leis e a promoção da Saúde Única

• Sensibilizar gestores e demonstrar que os


problemas atribuídos aos cães e gatos
abandonados são resultado da ação
humana e que podem ser manejados de
maneira humanitária, eficaz e sustentável
através de ações integradas e planejadas.
OUT. 2017 – Lançado 1º edição CURSO MHPCG pela
WAP & UFPR
• 3 turmas iniciais + 4
turmas MPMG
• > 1.500 alunos
Público-alvo
• Representantes, gestores e funcionários de órgãos governamentais
federais, estaduais ou municipais que estejam envolvidos com
questões de saúde pública e manejo de cães e gatos;

• Veterinários (privados ou públicos, de serviços veterinários ou


educadores);

• Profissionais das áreas de saúde ou ciências animais;

• Estudantes de medicina veterinária;

• Membros de organizações de Bem-estar de animais


de companhia.
Metodologia
• Curso digital (EAD) gratuito dado na Plataforma Moodle
• 12 módulos, liberados a cada semana
• Modulo – videoaulas/materiais de estudo/Quizzes
• 3 meses para conclusão (self-paced)
• Certificado para 80% presença e 80% na prova final
Programa
Avaliação

Satisfação

8%

92%

muito util util pouco util nada util


Outras iniciativas
• Projeto capacitou profissionais em 120 municípios
integrantes do Programa Regional em Defesa da
Vida Animal – PRODEVIDA
(http://defesadafauna.blog.br/prodevida/),

• Idealizado Coordenadoria Estadual de Defesa da


Fauna do Ministério Público de Minas Gerais
(CEDEF/MPMG)

• Cada município indicou 3 profissionais - 218


municípios capacitados

• 3 etapas – após aulas – 2ª etapa - 30 dias para


municípios montarem o diagnóstico
• 3ª etapa - + 45-60 dias para montagem do plano
CURSO FOCA - IMVC
• Formação de Oficiais de Controle Animal
(Curso FOCA) criado 2004 - presencial

• Já capacitou 3.600 profissionais – Am. Latina


e Portugal.

• Profissionais que trabalham com as


interações humano, animal e ambiente –
• áreas saúde, meio ambiente, educação,
assistência social, comportamento animal e
funcionários que realizam o manejo de cães e
gatos, atuando no recolhimento (captura) e
nas atividades de manutenção em canis ou
gatis; protetores de animais, entre outros.

https://institutomvc.org.br/foca/
Desafios e Recomendações
• EAD: > alcance & < custo, + difícil de alcançar e sensibilizar pessoas
relevantes – tomadores de decisão, gestores, políticos, formadores de
opinião, e pessoas que estão na ponta (executores)
• Presencial - > custo, + efetivo em sensibilizar, transformar, capacitar -
executores & gestores
• Não é só fornecer informações – ouvir, discutir, trazer soluções, treinar,
mostrar exemplos, dar suporte, fornecer matrizes decisórias, formar
comunidade de apoio, fortalecer bons hábitos, quebrar maus hábitos etc.
• IDEAL - cursos EAD + Treinamentos in loco - permanentes e
gratuitos/atualizados
• Encontrar metodologias ativas e dinâmicas
• Entender dificuldades, realidades
e particularidades locais
MUDAR
COMPORTAMENTO &
QUEBRAR PARADIGMAS
OBRIGADA!
rosangelagebara@gmail.com
POLÍTICAS PÚBLICA DE CONTROLE
POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

Rosânia Ramalho Garcia

Médica Veterinária
Membro da Comissão Nacional de Bem Estar Animal do CFMV
Membro da Comissão Regional de Bem Estar Animal-CRMV
Coordenação da Pós Graduação da Equalis em Fortaleza
Especialização em Auditoria em Saúde
Mestranda em Bem Estar Animal UECE
81,5 MILHÕES DE CÃES E GATOS

10,8% - 8,8 milhões =Vivem em condições de vulnerabilidade

2,1 %=184.800 evoluem para o abandono

72% da população total são vacinados contra a raiva= 60 milhões

28% não são vacinados= 21,5 milhões

Fonte: Instituto Pet Brasil 2


LEGISLAÇÃO
LEI MUNICIPAL
 Lei 8.966 de 2005 - Dispõe sobre a prevenção e controle das Zoonoses e
endemias no Município de Fortaleza e dá outras providências.
 Lei Municipal nº 10.337 de 2015 - Dispõe da obrigatoriedade da criação
de registro para controle da comercialização de animais de estimação
nos estabelecimentos comerciais do Município.
 Lei nº 10.595 de 2017 - Estabelece disciplinas acerca do transporte de
animais por clínica veterinária e estabelecimentos comerciais
voltados para animais no Município.
 Lei nº 10.186 de 12 de 2014 - Dispõe sobre a proibição de realização
e divulgação de vaquejada, rodeio e qualquer outro evento que
exponha os animais a maus-tratos, crueldade ou sacrifícios no
município de fortaleza e dá outras providências.
 Lei nº331 de 2017 - Dispõe sobre a proibição da utilização de
veículos de tração animal nos estabelecimentos comerciais
de Fortaleza, na forma que indica.
 COORDENADORIA DE
BEM-ESTAR ANIMAL

 Criada em 2017
 Equipe:
Coordenador
2 médicos veterinários
2 administrativos
 Não temos Centro de Apoio
 Não temos sistema de registro
municipal
5

CENSO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS


DOMICILIADOS
SR CÃES GATOS TOTAL

ABANDONADOS: 132.000 I 32.368 27.890 60.258

II 22.998 15.142 38.140

III 32.258 27.828 60.086

IV 26.024 20.709 46.733

V 60.087 42.335 102.422

VI 66.633 46.644 113.277

CENT 2.520 2.112 4.632

TOTA 242.888 182.660 425.548


PONTOS DE ABANDONO: 50 em média L
CENSO POPULACIONAL
7

CENSO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

CÃES GATOS ABAND TOTAL

SR 1
24.945 20.031 2.248 47.224 2

SR 2
17.160 11.156 1.415 29.731
SR 3 28.517 24.814 2.666 55.997 1
SR 4 2.792 2.741 276 5.809

SR 5
17.171 13.582 1.537 32.290

SR 6
25.612 18.662 2.213 46.487 3

SR 7
21.734 15.533 1.863 39.626

SR 8 26.800 15.320 2.106 44.226


SR 9 12.986 7.878 1.043 21.907

SR 10 15.743 12.375 1.405 29.523

SR 11 22.488 17.421 1.995 41.904

SR 12 25.131 16.156 2.064 43.351 4

241.079 175.669 20.831 438.076


8

CENSO POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

PONTOS DE ABANDONO: 50 em média


PONTOS DE ABANDONO
ABRIGOS EM VIAS PÚBLICAS
• Locais
• Parques
• Praças
• Cemitérios
• Hospitais
• Terminais
PROBLEMÁTICA ENFRENTADA

FELINOS E CANINOS ABANDONADOS

TRANSMISSÃO
AGRESSÕES ACIDENTES MAUS TRATOS
DE ZOONOSES
MANEJO POPULACIONAL DE
CÃES E GATOS

Assumi a Coordenação do
CCZ de Fortaleza em 2014

Não tinha nenhuma ação de


bem-estar animal na
gestão anterior

11
MANEJO POPULACIONAL DE
CÃES E GATOS

Em 2014 iniciamos ações de bem estar animal em Fortaleza

ANIMAL
COMO SER
MANEJO SENCIENTE
POPULACIONAL DE CÃES
E GATOS

AREA
CENSO CONTROLE
SAÚDE EVENTO DE RESERVADA
EDUCAÇÃO POPULACIONAL POPULACIO
REGISTRO E ANIMAL ADOÇÃO EM ESPAÇO
IMPLANTAÇÃO DE
NAL
PÚBLICO
MICROCHIPS

TESTE DE
COMBATE CONSULTA VACINAÇÃO TRIAGEM CACHORRÓDROMOS
GUARDA
AO MAUS VETERINÁRIA ANTIRÁBICA PARA
CASTRAÇÃO
RESPONSÁVEL
TRATOS
CALAZAR

GATIL
12
SAÚDE ANIMAL NOS ANIMAIS
EM SITUAÇÃO DE ABANDONO
PROGRAMAS:

• CCZ EXTRA-MUROS
• PROG. VETERINÁRIO SOLIDÁRIO-PVS
PUBLICO ALVO : Cães e Gatos
LOCAIS:
-Abrigos,
-Lar temporário LEVANTAMENTO DE DADOS:
-Pontos de abandonos • Censo Populacional
• Qtd. de animais castrados

EQUIPE: SERVIÇOS OFERECIDOS:


• Veterinário -Consulta veterinária
• Ag. de endemias -Vacinação antirrábica
• Aux. de veterinário -Exame para calazar
-Controle parasitário
ABRIGO SÃO LAZARO
ABRIGO DA ESTELA
ABRIGO DA ESTELA

CAMPANHA
ANIMAL
SEM FOME
Parceria: CCZ/ Distrib.
de ração/
Grupo Rede Luz

ARRECADAMOS
+ DE 1
TONELADA DE RAÇÃO
CCZ EXTRA-MURO
VILA DO MAR
CCZ EXTRA-MURO
POLO SARG. HERMÍNIO/ PQ DO COCÓ
PROGRAMA VET. SOLIDÁRIO-PVS
ABRIGO ERIVANIA PQ NORTH SHOOPING
PROGRAMA VET. SOLIDÁRIO-PVS
Morador de rua com 3 cães
teve casa incendiada
AÇÃO HUMANITÁRIA NOS ABRIGOS
ABRIGO DA ROSÂNGELA
AÇÃO HUMANIT. NOS ABRIGOS
Abrigo da Rosângela Abrigo Chica dos Gatos
ILHAS DE CONVIVÊNCIAS
DIVULGAÇÃO IMPRENSA
DIVULGAÇÃO IMPRENSA
DIVULGAÇÃO IMPRENSA
VETMÓVEL
UNIDADE MÓVEL DE PRONTO ATENDIMENTO
 Cadastro animal
 Castração
 Consulta clínica geral
 Implantação de microchips
 Prevenção de zoonoses: - vacina antirrábica e
- teste rápido para calazar
 Exame de Hemograma completo
 Educação
VETMÓVEL 1
VETMÓVEL 1
Coordenadoria de Proteção e Bem Estar Animal
Comprado com recursos do
Fundema.

Público: Protetores e tutores


Não tem controle social
Método na castração: CEVD
Agenda pelo telefone:
2 dias-Protetor
3 dias- tutor

Meta:
Castração: Cães: 11 M-7; F-4
Consulta: min. 40
32

EQUIPE VETMÓVEL 1
Custeio:
Prefeitura de Fortaleza
Equipe:
1anestesista
2 cirurgiões
1 clínico
5 auxiliar de veterinária
1 supervisor
1 administrativo
2 ag. de endemias

Vínculo empregatício:
Veterinários: Seleção
Aux. Vet.: Estagiários

Convênio: SMS/CCZ
CADASTRO DO ANIMAL
VETMOVEL 1

Não
temos
sistema
de registro
geral
municipal
PRÉ-CIRÚRGICO VETMÓVEL 1

34
CIRÚRGICO VETMÓVEL 1

35
PÓS-CIRÚRGICO VETMÓVEL 1

36
VETMÓVEL 2 CONTÊINER
UNIDADE CIRÚRGICA UNIDADE CLÍNICA E ADMINIST.
VETMÓVEL 2
Administração: Empresa terceirizada

Método: CED

Público: Protetores e tutores

Agenda pelo 156: tutores e protetores

Meta diária:
Castração: Cães: M-14; F-6
Gatos: M-40; F- 20
Consulta: 40

Implantação microchip não


teve continuidade
EQUIPE VETMÓVEL 2

Vínculo empregatício:
Veterinários: CLT
Aux. Vet.: CLT

Equipe:
1anestesista
2 cirurgiões
1 clínico
5 auxiliar de veterinária
1 supervisor
1 administrativo

39
CADASTRO ANIMAL
VETMOVEL 2

Passou
a ser feito
manualmente
41

PRÉ-CIRÚRGICO VETMÓVEL 2
42

CIRÚRGICO VETMÓVEL 2
43

PÓS-CIRÚRGICO VETMÓVEL 2
PÓS CIRÚRGICO
CASTRAÇÃO
PÓS CIRÚRGICO
CASTRAÇÃO
PÓSCASTRAÇÃO
CIRÚRGICO
CASTRAÇÃO MINIMAMENTE INVASIVA
COM TATUAGEM
ANIMAIS CASTRADOS COM MARCAÇÃO
NA PONTA DA ORELHA
SAÚDE ANIMAL
CONSULTA VETERINÁRIA
SAÚDE ANIMAL
CONSULTA VETERINÁRIA
PREVENÇÃO DE ZOONOSES
VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA
TESTE RÁPIDO PARA CALAZAR
IMPLANTAÇÃO DE MICROCHIP
Animais castrados
EDUCAÇÃO
AGUARDANDO ATENDIMENTO E RETORNO DA CASTRAÇÃO
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO

EVENTO DE
ADOÇÃO
 SANAP
56

PREFEITURA DE FORTALEZA NOS BAIRROS ATÉ 2020


CONTROLE POPULACIONAL NAS
UNIDADES PRISIONAIS DO CEARÁ
Presídios atendidos:
-Des. Francisco Adalberto
(Carrapicho)
-Pres. Feminino
Auri Moura Costa

Animais castrados: 200

Animais doados: 150

Ano 2015
ETAPAS

 Visita ao presidio
 Planejamento
 Fazer convênios com SMS/CCZ-Fortaleza, SESA-CE, Sejus-CE e
UECE
 Orçamento
 Local para recepcionar os Gatos: gatil no presidio e gatil no
CCZ;
 Transporte do presidio para gatil no CCZ
 Castração na UECE
 Evento de adoção
OPERACIONAL

1. Detento tiravam da cela,


2. Entregavam ao ag. Penitenciário,
3. Deixava no Gatil do presidio
4. Transporte na Carrocinha do estado para CCZ de Fortaleza
5. CCZ de Fortaleza foram: consultados, vermifugado,
vacinados e pré-operatório
6. Carrocinha do CCZ Fortaleza levavam para a UECE
7. UECE foram castrados
8. Pós operatório no CCZ de Fortaleza
9. Ficaram no CCZ ate serem adotados.
VISITA AO LOCAL
CONVÊNIOS
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
GATIL NO CCZ
GATIL NO CCZ
GATIL NO PRESÍDIO
REPORTAGENS
REPORTAGENS
EVENTO DE ADOÇÃO
EVENTO DE ADOÇÃO
EVENTO DE ADOÇÃO
EVENTO DE ADOÇÃO
Não é impossível salvar uma vida!
OBRIGADA!

75
IMPACTO DE CÃES E GATOS
DOMÉSTICOS EM ANIMAIS
SELVAGENS
Áreas naturais e/ou protegidas
Unidades de Conservação

Foto: Beatriz Beiseigel


Principais Ameaças à
Biodiversidade

• Habitat: destruição e degradação


• Sobre explotação: extração, caça, pesca
• Poluição
• Espécies exóticas invasoras
• Doenças
Introdução de Doenças

Principais causas do aparecimento de doenças


infecciosas emergentes em animais silvestres

• introdução de animais domésticos e silvestres em novos habitats,


• redução do habitat disponível,
• mudanças climáticas,
• adaptação dos agentes infecciosos a novos hospedeiros,
• tráfico de animais,
• aumento na interação com vetores e contato com população humana,
• aumento da densidade populacional, que levam ao aumento da
susceptibilidade à doença e imunossupressão de animais de vida livre.
Cães e Gatos
http://www.oeco.org.br/blog-palmilhando/24813-quem- http://parquedotabuleiro.blogspot.com.br/2013/10/invasao-de-caes-domesticos-em-
nao-tem-ar-15-caca-com-gato unidades.html
Predação - Visível
Doença - Ameaça Silenciosa
• Transmissão de doenças de animais
domésticos para os selvagens

• Transmissão de doenças dos animais


selvagens para domésticos
– Problema de Saúde Pública
– Problema de Sanidades de Animais de Produção
Fotos: Rodrigo S. P. Jorge
Gatos
• Introduzidos globalmente
– 600 milhões ???
– EUA: 75 milhões
– Brasil: 22 milhões
– 10 milhões abandonados
• Presentes em muitas UCs
• Extinção em Ilhas
– 173 mil ilhas invadidas

• EUA: 2,4 bilhões de pássaros /ano


12,3 bilhões de mamíferos/ano
• UK: 1 gato – 11 animais/6 meses
9 milhões gatos – 200 milhões animais/ano

• > n. óbitos do que causas antropogênicas:


•Atropelamento
•Envenenamento
Cães
• 900 milhões ????
• EUA: 73 milhões
• Brasil: 52 milhões (IBGE) + 30 milhões
(abandonados)
• OMS
– 1 cão a cada 10 pessoas
Cães
• Segunda maior população de cães e gatos do
planeta.
• R$ 34 bilhões/ano Mercado Pet

http://jornalismo.iesb.br/2017/06/15/castracao-e-meio-para-evitar-superpopulacao-de-animais/
Cães
• Diversos estudos
• Fragmentos de Mata Atlântica
• Abundância de cães domésticos
• Analise das presas
• Efeito de borda
• Dieta
• Doenças
Presença de Animais
Domésticos na Ucs Federais
Por um ambiente melhor para os carnívoros selvagens, domésticos e o homem
Situação Atual

Fonte: Beisiegel 2013


Video 1
Visão de Futuro
Criar um modelo de gestão sanitária para
unidades de conservação que vêem
sofrendo impactos decorrentes da
superpopulação de animais domésticos em
seu interior e entorno, utilizando o PECB
como modelo, que vise garantir a
sobrevivência em longo prazo dos
carnívoros selvagens
Atividade 1
 Caracterização da área de estudo
Atividades
 Caracterização da área de estudo
 Quantificação da população de animais domésticos
dos bairros Abaitinga e Gaviões
Colheita de material biológico e marcação
dos cães domésticos
Colheita de material biológico e marcação
dos animais selvagens
Video 2
Avaliação do material biológico dos carnívoros
domésticos e silvestres
Caracterizar e quantificar o fluxo de entrada e a
área de uso de cães e gatos domésticos no interior do
PECB
Plano de Comunicação e
Educação em Saúde Única
Propor um modelo de gestão sanitária para o
Parque Estadual Carlos Botelho

 Menor contato em domésticos e selvagens


 Remoção/Redução da entrada de cães domésticos no
interior do PECB
 Redução da superpopulação canina no entorno

 Extrapolação para outras UCs


Existe solução???
 Problemas sociais
 Ver o problema como um todo
 Mitigação do problema
 Comunicação a comunidade de
doenças
 Construir uma solução conjunta
 Envolver outras instituições
 Educação, infra estrutura,
desenvolvimento social, saúde
 Longo prazo
 Saúde Única
Video Cãoservação
silvia.godoy@icmbio.gov.br
ANTECEDENTES
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Captura de animais de grande porte – EMSURB

Castração e Vacinação – SMS (Centro de Zoonoses)

Proteção Animal (Fiscalização de maus-tratos) - SEMA

Combate aos maus-tratos e Apoio à adoção - SEMA


PROGRAMA AJU ANIMAL

Saúde Animal

Castração

Abrigo Temporário

Apoio à adoção responsável


Saúde Animal

4.500 Atendimentos/ano

Credenciamento de Clínicas

Animais Comunitários;
Animais de Protetores;
Animais Abrigados;
Castração

2.500 castrações/ano

Credenciamento de Clínicas

Convênio Universidade
Federal de Sergipe

1.000 castrações em 5 meses


Abrigo Temporário

600 animais abrigados/ano

Acompanhamento de Saúde

Auxílio Alimentação (R$ 60,00)

Adoção
Abrigo Temporário

Legislação Própria

Restrições

Condenação judicial por


maus-tratos

Servidores Públicos
Programa Aju Animal
Cadastro
Serviços Aju Animal
Adoção Responsável
PROGRAMA AJU ANIMAL

Apoio à adoção

Feiras de apoio à Adoção Responsável


, Vacinação, Consultas, Vermifugaçao)

Os animais são encaminhados à adoção, castrados, vacinados, vermifugados.


Programa Aju Animal

Fórum de Proteção, Saúde e Bem-estar Animal

Caracterização Epidemiológica e monitoramento da


qualidade de vida e controle populacional dos
animais em situação de rua do município de Aracaju
Educação Ambiental

Esquete teatral, aborda a temática de maus tratos aos animais e adoção responsável.

Apresentações periódicas nas escolas municipais


ATUAÇÃO EM SITUAÇÕES DE
EMERGÊNCIA
Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Syslayne C. da Silva Costa


WhatsApp 7998852-5789
E-mail: syslayne.costa@aracaju.se.gov.br
Planejamento e avaliação epidemiológica,
Qual e o ponto de partida?

Jundiaí
Planejamento e avaliação epidemiológica:
Ações de
Parceiros e informação,
O que Integração de comunicação e
ações
já foi informações educação
efetivas
feito
Taxa de
Animais de rua e animais
Fonte de custeio
da comunidade doentes,
quais doenças
Quem
gerencia o Sistema de
Taxa de serviço registro e
abandono identificação Serviços
disponiveis
Acesso
a Quantos Distribuição
animais ja Distribuição sócio-
serviços
foram regional/ bairro economica
castrados e
Ações de
Por espécie,sexo
onde estão educação
Figura 1 - Pirâmide etária da espécie canina segundo o sexo - Bairro Condomínio Figura 1 - Pirâmide etária da espécie felina segundo o sexo - Bairro Condomínio
Vargem Grande (Cratera da Colônia), Parelheiros, São Paulo, Vargem Grande (Cratera da Colônia), Parelheiros, São Paulo,
setembro a dezembro de 2006 setembro a dezembro de 2006

Garcia 2009
Impacto do controle reprodutivo no manejo
populacional de cães e gatos:
Monitoramento, avaliação, retroalimentação.....

Escolha dos indicadores para avaliar


cada estratégia Metas, objetivos, atividades

Implementação das estratégias Monitoramento e


/ programa avaliação

PLANEJAR PARA A
SUSTENTABILIDADE
Retroalimentação
• Razão habitantes/animal ;
•Número de animais comunitários; • Razão animal/domicílio;
• Número de animais abandonados; • Domicílios com animais;
• Número de animais com tutores; • Média de cães adotados/guardião;

relativos às populações animais: relativos à interação humano/animal:

INDICADORES
relativos aos serviços públicos: relativos às zoonoses:
•Taxas de prevalência e incidência das principais zoonoses
•Número de animais abandonados recolhidos; transmitidas por cães e gatos;
•Número de castrações; •Número de animais vacinados contra a raiva.
•Tempo médio de avaliação da adoção
•Número de animais que passaram pelos 4 R’s;
•Número de reclamações de animais soltos em vias públicas;

(Garcia, 2009)
Portaria MS nº 2.436/2017 (BRASIL, 2017)¹

• Nasf-AB:
• “Constitui uma equipe multiprofissional e
interdisciplinar composta por categorias de
profissionais da saúde, complementar às
equipes que atuam na Atenção Básica.
• É formada por diferentes ocupações (profissões
e especialidades) da área da saúde, atuando de
maneira integrada para dar suporte (clínico,
sanitário e pedagógico) aos profissionais das
equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção
Básica (eAB).”

1-GONÇALVES, Saulo Romero Felix et al. O MÉDICO VETERINÁRIO NO NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA (NASF-AB). Revista
de Ciência Veterinária e Saúde Pública, v. 6, n. 2, p. 388-396, 2019.
Atuação do Medico Veterinário¹

Nasf-AB:
Tradicional

• Clínica • abordar os usuários,


• Cirurgia • diagnosticar a situação ambiental,
• laboratório • os riscos e as vulnerabilidades,
• Produção • atender às demandas do território
• Pesquisa • Epidemiologia
• Industria farmacêutica • prevenção e controle das enfermidades causadas
por alimentos de origem animal em humanos,
• nutrição
• controle e prevenção das zoonoses para promoção
• Saúde coletiva/Saúde ùnica. da saúde humana.
• Deferentes ações diretas dentro da atenção em
saúde, S.U.S.

1-GONÇALVES, Saulo Romero Felix et al. O MÉDICO VETERINÁRIO NO NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA (NASF-AB). Revista
de Ciência Veterinária e Saúde Pública, v. 6, n. 2, p. 388-396, 2019.
Estratégia de saúde da família + Nasf-AB¹
• cuidado de modo integral dos sujeitos,

• as ações de prevenção de agravos,

• promoção e manutenção da saúde humana,

• Atender demandas relativas às questões da interação da tríade epidemiológica

homem/animal/ambiente no território/comunidade

• redução dos danos ( medidas de prevenção ou controle),

• diagnóstico situacional ambiental (relativo às doenças transmissíveis) p. ex: raiva, leptospirose,

brucelose, tuberculose, dengue, febre amarela, dentre outras (WHO, 2018)


• Médico veterinário atua em conjunto com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), o acompanha
estratégias utilizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para o controle dos agravos.

• Atua em especial com famílias de maior vulnerabilidade


Atua em especial com famílias de maior vulnerabilidade

cuidado de modo integral dos sujeitos, diagnóstico situacional


ambiental (relativo às doenças
ações de prevenção de agravos, transmissíveis) p. ex: raiva,
leptospirose, brucelose,
tuberculose, dengue, febre
amarela, ... (WHO, 2018)
promoção e manutenção
da saúde humana
Atender demandas relativas às questões
da interação da tríade epidemiológica
redução dos danos homem/animal/ambiente no
( medidas de prevenção ou controle) território/comunidade

Médico veterinário atua em conjunto com os Agentes


Comunitários de Saúde (ACS),
acompanha estratégias utilizadas nas Unidades Básicas de
Saúde (UBS) para o controle dos agravos.
Gratidão!!!!!!

vania.vet@gmail.com
vnunes@forumanimal.org.br
11-99906-7258
@vanianunes_vet

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