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Arquidiocese de Natal

Paróquia de Nossa Senhora da Conceição


Crisma 2023

Palavra de Deus: Bíblia, Magistério e Tradição

Desde o princípio, Deus fala com sua Igreja através da Bíblia e da Sagrada Tradição. Deus guia a
autoridade de ensino da Igreja - o Magistério - para que possa interpretar perfeitamente a Bíblia e a Sagrada
Tradição. Esses três elementos - a Bíblia, a Sagrada Tradição e o Magistério - são todos necessários para
que haja a estabilidade da Igreja e para garantir a segurança da doutrina.

Sagrada Tradição – Catecismo da Igreja Católica (CIC) 75-83

A Sagrada Tradição não deve ser confundida com a simples tradição humana, geralmente chamada
de costume ou disciplina. Algumas vezes Jesus condenou os costumes ou disciplinas, mas somente quando
estes contradiziam os Mandamentos de Deus (cf. Mc 7,8). Jesus nunca condenou a Sagrada Tradição e nem
todas as tradições humanas.
A Sagrada Tradição e a Bíblia não são diferentes, nem são revelações concorrentes. Na verdade, são
dois modos de como a Igreja segue o Evangelho. Os ensinamentos apostólicos como a Santíssima
Trindade, o batismo das crianças, a infalibilidade da Bíblia, o purgatório e a virgindade perpétua de Maria
têm sido, de forma muito clara, demonstrada pela Sagrada Tradição, ainda que estejam implicitamente
presentes (e não em contradição) na Bíblia. A própria Bíblia nos remete à Tradição, tanto na forma oral
quanto escrita (cf. 2Ts 2,15; 1Cor 11,2).
A Sagrada Tradição preserva as doutrinas pregadas por Jesus primeiro aos seus Apóstolos e, mais
tarde, repassadas aos sucessores dos Apóstolos, isto é, aos bispos.

Sagradas Escrituras – CIC 101-141

As Sagradas Escrituras, que englobam o Antigo e o Novo Testamento, foram inspiradas por Deus
(2Tm 3,16). Foi o Espírito Santo que guiou os autores bíblicos a escreverem aquilo que Ele desejava
revelar. Já que Deus é o principal autor da Bíblia e Deus é Verdade (cf. Jo 14,6), não pode Ele ensinar algo
errado e, assim, a Bíblia está isenta de qualquer erro, em tudo que ela defende como Verdade.
Alguns cristãos dizem: “A Bíblia é tudo do que preciso”, contudo, tal afirmativa não se encontra na
própria Bíblia. Na verdade, a Bíblia ensina justamente o contrário, como lemos em 2Pd 1,20-21 e 2Pd
3,15-16. Além disso, a teoria de que "somente a Bíblia basta" (sola scriptura) nunca foi professada pela
Igreja primitiva.
Trata-se, assim, de um conceito novo, surgido durante a Reforma Protestante do séc. XVI. Tal teoria
é "tradição dos homens" que anula a Palavra de Deus, distorcendo a verdadeira regra bíblica e excluindo a
autoridade da Igreja estabelecida por Jesus (cf. Mc 7,1-8).
Ainda que seja popular em muitas igrejas cristãs, a teoria da sola scriptura simplesmente não
funciona na prática. A experiência histórica desaprova essa ideia, pois a cada ano vemos surgir mais e mais
religiões, cada qual com uma interpretação bíblica diferente.
Existem hoje dezenas de milhares de denominações, cada qual afirmando que sua interpretação
particular da Bíblia é a correta. As divisões que geram causam confusões indescritíveis entre milhões de
cristãos sinceros, mas desorientados.
Para se ter uma ideia, basta abrir as páginas amarelas da lista telefônica para verificarmos quantas
denominações diferentes estão catalogadas, cada uma dizendo que "somente a Bíblia basta", mas nenhuma
concordando exatamente com a interpretação bíblica de todas as demais.
Porém, podemos ter a certeza de uma coisa: o Espírito Santo não pode ser o autor de toda essa
confusão (cf. 1Cor 14,33). Deus não pode conduzir as pessoas através de crenças contraditórias já que a
Verdade é uma só. Que conclusão podemos então tirar? De que a teoria que diz que "somente a Bíblia
basta" [para o cristão] é falsa.
Magistério CIC – 85-87; 888-892

Juntos, o papa e os bispos compõem a autoridade de ensino da Igreja, que é chamada de "Magistério"
(do latim Magisterium que significa Mestre). O Magistério, guiado e protegido contra o erro pelo Espírito
Santo, nos dá a certeza da doutrina. A Igreja defende e proclama a mensagem da Bíblia fiel e precisamente.
Trata-se de uma tarefa da Igreja, autorizada por Deus.
Devemos ter em mente que a Igreja nasceu antes da redação do Novo Testamento; e não o inverso!
Os membros da Igreja, inspirados por Deus, escreveram os livros que formam o Novo Testamento da
mesma maneira como os escritores do Antigo Testamento também eram divinamente inspirados; e é a
Igreja que é guiada pelo Espírito Santo para guardar e interpretar toda a Bíblia, tanto o Novo quanto o
Antigo Testamento.
Assim, torna-se absolutamente necessário um intérprete oficial quando precisamos compreender a
Bíblia apropriadamente (ora, todos nós sabemos o que diz a Constituição Federal, porém, cabe ao Supremo
Tribunal Federal interpretá-la realmente).
O Magistério é infalível quando ensina oficialmente já que Jesus prometeu enviar o Espírito Santo
para guiar os Apóstolos e seus sucessores no conhecimento de toda a Verdade (cf. Jo 16,12-13).

● COMO ESTÁ DIVIDIDA A BÍBLIA


73 livros, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento.

A Bíblia está dividida em duas grandes partes:


1. Antigo Testamento: escritos a partir do séc. XV a.C. até o nascimento de Cristo.
2. Novo Testamento: escritos após a vinda de Jesus até o final do séc. I d.C.

A palavra testamento significa aliança, contrato entre duas partes (Deus e a humanidade). O Antigo
Testamento narra toda a história do povo de Deus antes da vinda de Cristo a Terra para nos salvar, contém
46 livros e está dividido em quatro partes:
● Pentateuco: Gênesis; Êxodo; Levítico; Números e Deuteronômio
● Livros Históricos: Josué; Juizes; Samuel I e II; Reis I e II; Crônicas I e II; Esdras; Neemias;
Macabeus I e II; Rute; Tobias; Judite e Ester
● Livros Sapienciais: Provérbios; Jó; Eclesiastes; Eclesiástico; Sabedoria; Salmos e o Cântico dos
Cânticos
● Livros Proféticos: está divido em:
Profetas Maiores: Isaías; Jeremias; Ezequiel e Daniel.
Profetas Menores: Lamentações; Baruc; Oséias; Joel; Amós; Abdías; Jonas; Miquéias; Naum;
Habacuc; Sofonias; Ageu; Zacarias e Malaquias
● Deuterocanônicos, os judeus e os protestantes não os consideram como inspirados por Deus, são
eles: Tobias, Judite, Macabeus I e II, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc.

O Novo Testamento narra desde a vinda de Jesus até por volta do ano 100 com o falecimento do
apóstolo São João. Narrando o nascimento, a vida missionária, a morte, a ressurreição e a ascensão de
Jesus, o nascimento da Igreja, a vivência das primeiras comunidades, as viagens missionárias de São Paulo
e a expansão da Igreja por todo o mundo. Possui 27 livros e está dividido em cinco partes:
● Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João
● Atos: Atos dos Apóstolos
● Epístolas Paulinas: Romanos; Corintos I e II; Gálatas; Efésios; Filipenses;
Colossenses;Tessalonicenses I e II; Timóteo I e II; Tito; Filemôn e Hebreus
● Epístolas Católicas ou Pastorais: Thiago; Pedro I e II; João I, II e III; e Judas
● Apocalipse: Apocalípse

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