Paralisia
 
 
 
escrito por
 
 
Davi Henrique
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INT. SALA – NOITE
TIC-TAC, TIC-TAC. O RELÓGIO antigo de madeira na parede bate
de um lado á outro.
É uma sala repleta de OBJETOS E MÓVEIS DE MADEIRA. Há um SOFÁ
meio velho e empoeirado na lateral do lugar, aonde ELISA, uma
mulher de cabelos escuros que descem até seu ombro, trajando
uma roupa de trabalho está sentada.
No lugar há luz somente de uma luminária posta numa mesa de
madeira redonda, aonde o notebook de ELISA está. Ela olha
para seu notebook evitando piscar, digitando algo em seu
teclado.
Ela para se digitar, jogando o corpo para trás, encostando-se
no sofá.
ELISA passa a encarar o relógio, voltando a posição que
estava, olhando para a hora em seu notebook em seguida. No
canto do notebook há a indicação de hora: "23:10".
Ela fecha o notebook, passando a mão pelos cabelos e dando um
forte suspiro, fechando os olhos. Ela volta á abrir os olhos,
levantando-se do sofá e levando o notebook em seu braço,
caminhando até o...

2 INT. CORREDOR – CONTINUOUS

O local está completamente escuro. ELISA o encara, dando um
suspiro. O relógio continua a BATER na sala. Ela caminha
lentamente pelo corredor... passo a passo... dando suspiros
pelo trajeto.
Ela para ao chegar á porta de seu quarto. Ela põe a mão no
centro do peito, suspirando como se temesse algo. Ela encara
a porta, fazendo uma expressão de desconforto e
descontentamento.
ELISA leva a mão até a maçaneta, a abrindo lentamente. A
porta RANGE. Ela encara o interior do quarto. Ela adentra.

3 INT. QUARTO – NOITE

Ela acende a luz do quarto, encarando sua cama sem piscar. O
lençol que cobre a sua cama está PERFEITAMENTE ARRUMADO. Seu
travesseiro está perfeitamente posto sobre o CENTRO DA CAMA.
O lençol branco dela está como se acabasse de secar após algo
molhado cair sobre ele. Ele está posto sobre o lado do
travesseiro.
 2.

 
ELISA põe seu notebook sobre um MÓVEL DE MADEIRA ao lado de
sua cama.
ELISA caminha até a porta do banheiro em seu quarto, dando um
novo suspiro, encarando primeiro a porta do banheiro e depois
a cama.
Ela leva lentamente a sua mão até a maçaneta, a girando.

4 INT. BOX DO BANHEIRO – NOITE

ELISA toma banho, esfregando o seu corpo com seu sabão
enquanto a água cai.
Ela fecha os olhos, ensaboando seu rosto, enquanto a água
cai.
Ela abre os olhos novamente, passando a mão por eles, fazendo
que um pouco de água caia. Ela desliga o chuveiro.
Ela abre a porta do box, que está coberto por água.

5 INT. BANHEIRO – CONTINUOUS

Ela pega uma toalha, cuja está sobre a pia, se encarando por
um tempo no espelho, com um semblante meio entristecido. Ela
vai anda até a porta com água escorrendo sobre seus pés. Ela
abre a maçaneta, virando-se para desligar a luz e BATENDO A
PORTA atrás de si.

6 INT. QUARTO – NOITE

Os olhos de ELISA estão esbugalhados sobre a cama. Ela está
deitada de lado, com seu coberto sobre si.
Sua respiração está meio pesada. A porta atrás de si está
trancada.
Há uma RESPIRAÇÃO FORTE E PESADA.
Não é a de Elisa.
Na escuridão, vemos a figura de algo que parece usar um
chapéu preto. Tem pernas longas e braços longos, move-se
andando de cócoras.
A FIGURA anda de cócoras pela chão, se aproximando lentamente
de ELISA.
 3.

ELISA continua parada na cama. Sua respiração é um tanto

pesada, mas ainda baixa.
A FIGURA, ainda de cócoras, levanta a cabeça lentamente para
ELISA, dando um sorriso, abrindo bem a boca para mostrar os
dentes. É como se fossem pontas de facas, mas com osso ao
invés de lâminas.
ELISA está ainda parada.
A FIGURA chega perto de ELISA, RESPIRANDO FORTEMENTE de
frente á seu rosto.
Os cabelos de ELISA se movem fracamente pela forte
respiração.
A FIGURA deita a cabeça na cama, continuando com seu largo
sorriso á ELISA.
ELISA ainda está parada.
A FIGURA encara ELISA de maneira vazia, mesmo que tenha um
largo sorriso, ainda que perturbador, em seu rosto.
Não há olhos encarado ELISA, A FIGURA não possuiu olhos. No
lugar, há um enorme vazio, quase como um buraco negro
profundo.
ELISA ainda está parada.
A FIGURA ergue as suas mãos, longas e sem unhas, até ELISA,
chegando perto de seu rosto, no entanto, não a tocando.
ELISA ainda está parada.
A FIGURA continua com as mãos perto do rosto de ELISA, no
entanto, continua a não tocar. A FIGURA meche a cabeça de um
lado á outro, quase como se quisesse observar por completo
ELISA.
ELISA pisca os olhos. A FIGURA NÃO ESTÁ MAIS LÁ. Ela dá um
profundo suspiro de alívio.

7 EXT. CASA DE ELISA – DIA

É uma CASA SIMPLES, MAS BONITA. Há algumas árvores altas e
cheias de folhas na porta do lugar
O vento bate sobre as árvores, balançando-as.
 
 4.

8 INT. SALA – DIA

Uma xícara de café é posta sobre a mesa. ELISA se senta,
abrindo o seu notebook, que está sobre a mesa, e dando um
largo sorriso.
FIM.