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Contribuições da Simulação em Ergonomia
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Contribuições da Simulação em
Ergonomia
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Proporcionar olhares diferentes em uma dinâmica participativa envolvendo diferentes atores
(multiprofissionais) de uma organização no conhecimento da atividade de trabalho;
• Apresentar ferramentas que permitam a simulação de atividades de trabalho.
UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia
Simulação do Trabalho
A simulação do trabalho deve ser uma das estratégias que permite trazer contribuições
para a integração do projeto aos sistemas de trabalhos. Por isso o ergonomista ou o comitê
de ergonomia, quando tiver uma demanda, pode criar um projeto e envolver os trabalha-
dores, gerentes e projetistas para discutir as futuras condições de trabalho e soluções.
Nesse caso, o uso de simulação do trabalho é uma oportunidade para esses atores
exteriorizarem e reconstruírem suas representações acerca do trabalho. Isso permite a
troca de representações de diferentes atores no momento do desenvolvimento do pro-
jeto que contribui para integração do conjunto das soluções futuras (BITTENCOURT;
DUARTE, 2021).
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As abordagens que as equipes vêm usando no meio ambiente de trabalho são variadas
e essas representações (Tabela 1) dos sistemas de trabalho (ex. maquetes físicas e virtuais)
são usadas como suporte para trabalhadores apresentarem sugestões de soluções com
base em sua experiência (LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021).
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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia
Para maior conhecimento, apresentamos algumas técnicas que são utilizadas para a
simulação:
Uso de modelos físicos A simulação física compreende todas aquelas em que são utilizados
para a simulação um meio físico e um cenário físico.
Simulação utilizando Os protótipos são construídos para revelar, resolver ou validar es-
protótipos pecificações.
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Simulação humana computacional utiliza os benefícios da reali-
dade virtual e da computação gráfica para aplicações nas áreas
Simulação humana de projeto de instalações industriais e na concepção, avaliação e
implantação de sistemas de produção.
Simulação Humana
As ferramentas computacionais de cronoanálise da atividade são softwares ou aplica-
tivos de dispositivos móveis utilizados para auxiliar a análise da cronologia da atividade,
que permite compreender a sequência, os deslocamentos, construindo-se o curso tem-
poral da operação, permitindo compreender significados de arranjos organizacionais
informais ou mesmo o desencadeamento de uma sobrecarga de trabalho (RODRIGUES;
TONIN, 2021).
Rodrigues e Tonin (2021) descrevem que as ferramentas mais conhecidas pelos ergono-
mistas no Brasil talvez sejam o Captiv (Teaergo) e o Kronos (Actogran Kronos). O software
Kronos “é um software de suporte à análise do trabalho, que torna visível a evolução de ati-
vidades laborais ao longo do tempo, em curtos ou longos períodos” (ROCHA, 2015, p. 1).
Software Kronos
O software Kronos pode ser usado durante a observação direta no local de trabalho ou
posteriormente, quando as observações diretas são utilizadas por meio de acoplamento a
computadores de dimensões reduzidas, que normalmente cabem no bolso ou na mão do ob-
servador. Por sua vez, as observações que são realizadas posteriormente ocorrem por meio
de análises de filmes da atividade, que podem ser integradas ao Kronos (ROCHA, 2015).
O Kronos é, portanto, uma ferramenta extremamente útil na coleta de dados sobre o trabalho
conforme pode ser analisado no artigo “A cadeirologia e o mito da postura correta”, da profes-
sora de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Ada Ávila Assunção, que é Mestre e
Doutora em Ergonomia. Disponível em: https://bityl.co/7uHy
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Software Captiv
Em estudo no setor canavieiro, o pesquisador Erivelton Laat utilizou a ferramenta
Captiv (Teaergo), mas, para o início da avaliação, foi preciso observação da filmagem iso-
lada, na qual foram definidas na pré-codificação as variáveis que seriam usadas (Figura 1).
Essas variáveis foram apontadas como as mais importantes na compreensão do trabalho
dos cortadores (LAAT, 2010).
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A atividade do ergonomista, após a filmagem, é descrever as variáveis e realizar o início
do registro quantitativo da análise. Observe, na figura acima, à direita, os botões que são
resultados das observações pré-selecionadas na filmagem. Em vermelho, o tipo de atividade,
em azul, as ações de deslocamento, em roxo, o tipo de postura e, em verde, o tipo de corte.
Do lado esquerdo, a imagem da filmagem transferida para o software (LAAT, 2010).
Importante!
Através de registros automáticos do tempo é possível obter gráficos e dados estatísticos
sobre a duração e as transições de variáveis previamente definidas por um observador.
Por fim, o software fornecerá informações em formatos de gráficos e poderá auxiliar na
análise estatística da situação (RODRIGUES; TONIN, 2021).
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Importante!
O software Captiv permite captar medidas por outros instrumentos periféricos, tais como
frequência cardíaca, temperatura corporal e IBUTG, que podem ser agregadas na mesma
linha de tempo do mesmo caso. Portanto, permite uma avaliação mais integrada com
várias variáveis que podem comprometer a saúde do trabalhador.
O CAPITV permite uma conexão entre vários sensores desde que tenha um cabo
para conectar no computador em que será instalado o software. Nesse estudo da cana,
um dos instrumentos usados foi o aparelho de IBUTG, que monitora a sobrecarga tér-
mica durante a jornada de trabalho a céu aberto.
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Figura 2 – Monitor de IBUTG integrado com estação climática
Fonte: LAAT, 2010
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Outro ponto que é preciso ter muito cuidado é quando se usam os sensores, uma
vez que é preciso garantir a calibração e sincronização com aceitável nível de precisão,
pois isso pode afetar a qualidade dos dados gerados e a interpretação dos resultados
(RODRIGUES; TONIN, 2021).
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Figura 6 – Sistema Captiv integrando as variáveis de
observação e medidas fisiológicas e ambientais
Fonte: Adaptada de LAAT, 2010
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Em Síntese
O software auxilia na análise das situações de trabalho, fornecendo evidências estatís-
ticas. E também auxilia na visualização (diálogo com os trabalhadores) dos constrangi-
mentos e variabilidades nas atividades e identificar as estratégias explícitas ou tácitas
adotadas pelo operador.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Captura de imagem CAPTIV VR by TEA
https://www.youtube.com/watch?v=DJiAXJJV0G8
Efeitos de cinema – Motion Capture/Captura de Movimento
https://www.youtube.com/watch?v=LZ-esdw2ZWg
O que é Ergonomia?
https://www.youtube.com/watch?v=F0GJJUb1Qxc
Simulação e participação na Ergonomia
https://www.youtube.com/watch?v=XYlQjD2jC04
Simulador de Percepção de Riscos 360° – Ergonomia
https://www.youtube.com/watch?v=wSM639-fcps
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Referências
BITTENCOURT, J. M.; DUARTE, F. J. de C. M. Contribuições da simulação em ergo-
nomia para a engenharia do trabalho: perspectivas metodológicas e conceitos operacio-
nais. In: BRAATZ, D; ROCHA, R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saú-
de, Segurança, Ergonomia e Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://
engenhariadotrabalho.com.br/sobreolivro/>.Acesso em: 01/10/2021. No prelo.
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