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Ergonomia e Segurança

do Trabalho
Contribuições da Simulação em Ergonomia

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Alessandro José Nunes da Silva

Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Contribuições da Simulação em
Ergonomia

• Ergonomia e Atividade Futura;


• Simulação do Trabalho;
• Simulação Humana.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Proporcionar olhares diferentes em uma dinâmica participativa envolvendo diferentes atores
(multiprofissionais) de uma organização no conhecimento da atividade de trabalho;
• Apresentar ferramentas que permitam a simulação de atividades de trabalho.
UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Ergonomia e Atividade Futura


François Daniellou (2007) apresenta para os ergonomistas a abordagem da “atividade
futura provável” que visa criar cenários e possibilidades durante a concepção das ativi-
dades de trabalho. Essa metodologia permite considerar a variabilidade das situações de
trabalho para uma população futura nem sempre conhecida. Dessa forma, as “situações
de referência” tornam-se um poderoso instrumento para a investigação da atividade
futura. Pode-se extrapolar a simulação humana como um ferramental útil para ampliar
o espaço de interação entre diferentes atores no processo de projeto, buscando uma
construção social (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).
Nesse caminho da construção social, a participação de multiatores tem diferentes
pontos de vista do trabalho, e esse é o fator principal na confrontação das diferentes
lógicas. Os vários atores (operadores, ergonomistas, projetistas, gerentes e diretores)
usam os seus conhecimentos e questionamentos que possam apresentar similaridade
com a situação em concepção e serem utilizadas no processo de projeto (situações de
referência) (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).
Para a construção do projeto de uma atividade futura, é preciso um aprofundamento
em outra vertente, a construção técnica, que permite à equipe multidisciplinar buscar e
criar ferramentas e soluções operacionais para realizar as simulações das situações de re-
ferência identificadas e analisadas. Os resultados da simulação são prognósticos relativos
ao trabalho futuro (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).
Para Bittencourt e Duarte (2021), a integração da dimensão do trabalho aos projetos
de engenharia foi impulsionada com o advento dos departamentos de Engenharia de Pro-
dução nas universidades e com as pesquisas que projetaram atividades de trabalho que
proporcionaram melhorias das condições de trabalho e eficiência do processo de produção.

O envolvimento dos trabalhadores no processo de projeto de seus futuros locais de trabalho


tem gerado benefícios, tais como soluções mais focadas nas necessidades dos usuários, me-
lhoria das soluções e aumento da aceitabilidade do projeto (BITTENCOURT; DUARTE, 2021).

Simulação do Trabalho
A simulação do trabalho deve ser uma das estratégias que permite trazer contribuições
para a integração do projeto aos sistemas de trabalhos. Por isso o ergonomista ou o comitê
de ergonomia, quando tiver uma demanda, pode criar um projeto e envolver os trabalha-
dores, gerentes e projetistas para discutir as futuras condições de trabalho e soluções.
Nesse caso, o uso de simulação do trabalho é uma oportunidade para esses atores
exteriorizarem e reconstruírem suas representações acerca do trabalho. Isso permite a
troca de representações de diferentes atores no momento do desenvolvimento do pro-
jeto que contribui para integração do conjunto das soluções futuras (BITTENCOURT;
DUARTE, 2021).

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As abordagens que as equipes vêm usando no meio ambiente de trabalho são variadas
e essas representações (Tabela 1) dos sistemas de trabalho (ex. maquetes físicas e virtuais)
são usadas como suporte para trabalhadores apresentarem sugestões de soluções com
base em sua experiência (LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021).

Tabela 1 – Apresenta as técnicas para a


representação suas vantagens e desvantagens
Técnicas para a
Vantagens Desvantagens
representação
Transforma ideias/conceitos
em formas; baixo custo; ra-
pidez; pode ser usada indivi-
Pouca precisão; pouca utilidade
dualmente ou coletivamente;
fora das fases iniciais de projeto,
Croqui ou desenho feito à requer recursos e materiais pode ser difícil de entender em
simples e de fácil manipula-
mão livre função de uso de símbolos ou
ção; é adequada para elaborar
por ser extremamente simplifi-
esquemas, para definir as pri-
cada, entre outras.
meiras formas, estudar fluxos
ou eixos de percurso, setoriza-
ções de uso, entre outras.
Possui baixo custo em relação
a modelos em tamanho real
Exige algumas noções para ser
ou outras técnicas, é um ob-
construída, é necessário pro-
jeto tátil que pode ser mani-
Maquete física pulado, pode permitir um alto
porcionalidade entre a minia-
tura e a situação representada,
grau de compreensão, facilita
modificar pode ser difícil.
trocas em discussões coletivas
de projeto.
Permitem projetar, apresen-
tar e documentar projetos de Exigem treinamento, normal-
forma individual ou em grupo. mente são utilizados apenas
São adequados para represen- em fases intermediárias ou
tar desenhos precisos em di- finais de projeto, são repre-
mensão e forma, representa- sentações abstratas que não
ções em planta, corte, vistas e podem ser fisicamente ma-
Desenhos em CAD 2D e 3D perspectiva (2D/3D); poderem nipuláveis, exigem alguma
gerar desenhos técnicos corre- familiaridade.
tos. Permitem dimensionar al- Para sua compreensão, alguns
turas e superfícies de trabalho, podem requerer conhecimentos
alcances, layout de fábrica, especializados como o das NR.
fluxos e percursos, replicabili-
dade, entre outros.
Produz objeto único, exige al-
Permite testar antes da fabri- guma capacidade de realizar
cação em escala industrial, an- testes, exige conhecimentos
Protótipo físico tecipar o uso, facilitar as trocas especializados para sua cons-
entre projeto e uso, represen- trução, é utilizado comumente
tar objetos em escala natural. em fases intermediárias ou
finais de projeto.
Exige conhecimentos para sua
Permite que o objeto acabado construção, exige disponibili-
em escala natural, possibi- dade e domínio de tecnologias
lidade de rápida construção digitais, são mais comumente
Prototipagem Rápida para o uso, redução do tempo utilizados em fases intermedi-
total de desenvolvimento até árias ou finais de projeto; nem
o mercado ou uso. todos os materiais podem ser
ainda usados.
Fonte: LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

O uso da simulação do trabalho é feito para gerar conhecimento sobre o trabalho.


O resultado desse teste é permitir recriar possíveis situações de trabalho e provocar
comportamentos. Baseado nessas situações simuladas de trabalho, o ergonomista
poderá gerar conhecimento sobre o trabalho e contribuir para melhorar soluções de
projeto. Nessa perspectiva, a simulação se apresenta como uma oportunidade de
construção coletiva desse trabalho futuro (tanto no que diz respeito às soluções téc-
nicas como à atividade de trabalho). Logo, ela não precisa ser usada apenas quando
o projeto se encontra em etapas avançadas. Mas também em fases iniciais do pro-
jeto visando a uma maior integração e aproximação da realidade dos trabalhadores
(BITTENCOURT; DUARTE, 2021).

Para maior conhecimento, apresentamos algumas técnicas que são utilizadas para a
simulação:

Quadro 1 – Apresenta as técnicas para a simulação para


soluções técnicas e a atividade de trabalho

Uso de modelos físicos A simulação física compreende todas aquelas em que são utilizados
para a simulação um meio físico e um cenário físico.

Simulação utilizando O uso do croqui para a simulação remete à intenção de representar


o desejo dos/das projetistas (trabalhadores) em relação a determi-
croquis nado objeto a ser transformado ou criado.

Simulação utilizando As maquetes de uma situação produtiva permitem um bom nível de


maquetes interação entre os e as projetistas e entre projetistas e trabalhadores.

O uso dos manequins permite simular a situação como se houvesse


Simulações utilizando um homem ou mulher no local; assim, no projeto do trabalho, ma-
manequins nequins podem ser utilizados igualmente para simular variáveis,
como o espaço para as pernas em um posto de trabalho.

Simulação utilizando Os protótipos são construídos para revelar, resolver ou validar es-
protótipos pecificações.

Simulação A simulação computadorizada é aquela predominantemente reali-


computadorizada zada em ambientes digitais e com modelos digitais.

As simulações no CAD 2D permitem elencar as variáveis que se


Simulação utilizando desejam analisar, o modelo desenvolvido em pode servir como
CAD 2D pano de fundo para se analisar o fluxo de pessoas, equipamentos
e materiais em uma indústria.

Simulação utilizando As simulações no CAD 3D aprimoram as dimensões, os detalhes,


os espaços, dentre outros aspectos, que podem ser mais bem vi-
CAD 3D sualizados e testados.

Simulação de eventos A simulação computacional é capaz de reproduzir sistemas por


meio de um modelo para realizar experimentos, antecipando a
discretos análise de cenários.

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Simulação humana computacional utiliza os benefícios da reali-
dade virtual e da computação gráfica para aplicações nas áreas
Simulação humana de projeto de instalações industriais e na concepção, avaliação e
implantação de sistemas de produção.

Fonte: LUVIZOTO; FONTES; TORRES, 2021.

Simulação Humana
As ferramentas computacionais de cronoanálise da atividade são softwares ou aplica-
tivos de dispositivos móveis utilizados para auxiliar a análise da cronologia da atividade,
que permite compreender a sequência, os deslocamentos, construindo-se o curso tem-
poral da operação, permitindo compreender significados de arranjos organizacionais
informais ou mesmo o desencadeamento de uma sobrecarga de trabalho (RODRIGUES;
TONIN, 2021).

Rodrigues e Tonin (2021) descrevem que as ferramentas mais conhecidas pelos ergono-
mistas no Brasil talvez sejam o Captiv (Teaergo) e o Kronos (Actogran Kronos). O software
Kronos “é um software de suporte à análise do trabalho, que torna visível a evolução de ati-
vidades laborais ao longo do tempo, em curtos ou longos períodos” (ROCHA, 2015, p. 1).

Os softwares citados, o analista insere variáveis de observação e/ou utiliza sensores


para monitoramento de variáveis previamente definidas e executa a análise da situação,
podendo ser em tempo real ou posteriormente, com auxílio de vídeos (RODRIGUES;
TONIN, 2021).

Software Kronos
O software Kronos pode ser usado durante a observação direta no local de trabalho ou
posteriormente, quando as observações diretas são utilizadas por meio de acoplamento a
computadores de dimensões reduzidas, que normalmente cabem no bolso ou na mão do ob-
servador. Por sua vez, as observações que são realizadas posteriormente ocorrem por meio
de análises de filmes da atividade, que podem ser integradas ao Kronos (ROCHA, 2015).

O resultado esperado do software é que permite visualizar o trabalho através de grá-


ficos e a obtenção de estatísticas das variáveis. Os gráficos permitem uma representação
do desenvolvimento temporal de determinada observável. É possível verificar visualmente,
por exemplo, quais atividades foram mais realizadas, em que local um determinado fun-
cionário esteve, ou qual movimento foi mais solicitado (ROCHA, 2015).

O Kronos é, portanto, uma ferramenta extremamente útil na coleta de dados sobre o trabalho
conforme pode ser analisado no artigo “A cadeirologia e o mito da postura correta”, da profes-
sora de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Ada Ávila Assunção, que é Mestre e
Doutora em Ergonomia. Disponível em: https://bityl.co/7uHy

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Software Captiv
Em estudo no setor canavieiro, o pesquisador Erivelton Laat utilizou a ferramenta
Captiv (Teaergo), mas, para o início da avaliação, foi preciso observação da filmagem iso-
lada, na qual foram definidas na pré-codificação as variáveis que seriam usadas (Figura 1).
Essas variáveis foram apontadas como as mais importantes na compreensão do trabalho
dos cortadores (LAAT, 2010).

Tabela 2 – Variáveis descritas para uso no software CAPITV


Variáveis de observação
Subvariáveis Descrição
de comportamento
• Início do ciclo com abraço ao feixe;
• Abraçar; • Deslocamento sem cana;
• Caminhar; • Condução da cana até o monte;
• Carregar; • Golpe na cana com o podão;
Atividade • Cortar; • Arremesso da cana no monte;
• Jogar; • Limpeza dos feixes com as mãos e
• Preparar; podão para retirada de fuligem e
• Reposicionar. palha seca;
• Aguardar para recomeçar o ciclo;

• Deslocamento superior a 3 passos;


• Andar;
• Deslocando até dois passos;
Deslocamento • Balançar;
• Parado realizando o corte ou tracio-
• Sem deslocamento.
nando os feixes;
• Tronco ereto;
• Em pé; • Tronco com flexão aproximada de 45
• Flexão da coluna; graus;
Postura • Rotação ereto; • Giro da coluna no seu próprio eixo;
• Rotação lombar; • Giro da coluna no seu próprio eixo
• Sentado. em flexão;
• Abaixado ou assentado;

• Corte no chão; • Corte da cana rente ao solo;


Tipo de corte • Despontar; • Corte das ponteiras nos montes;
• Preparar. • Limpeza do local para o golpe.

Fonte: LAAT. 2010.

Figura 1 – Apresenta a sequência, ilustra o uso do software CAPTIV


na análise do corte manual de cana
Fonte: Adaptada de LAAT, 2010

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A atividade do ergonomista, após a filmagem, é descrever as variáveis e realizar o início
do registro quantitativo da análise. Observe, na figura acima, à direita, os botões que são
resultados das observações pré-selecionadas na filmagem. Em vermelho, o tipo de atividade,
em azul, as ações de deslocamento, em roxo, o tipo de postura e, em verde, o tipo de corte.
Do lado esquerdo, a imagem da filmagem transferida para o software (LAAT, 2010).

Conforme apresentado na Figura 1, na parte inferior da tela, aparece a linha do tempo,


logo abaixo do vídeo, então, no caso de análises com vídeo (mais comuns), o analista faz a
codificação da seguinte forma: conforme o vídeo vai “executando”, o analista vai clicando
no “botão” da categoria de análise correspondente, em geral, deve-se “rodar” o vídeo e
analisar uma categoria de cada vez (RODRIGUES & TONIN, 2021).

Importante!
Através de registros automáticos do tempo é possível obter gráficos e dados estatísticos
sobre a duração e as transições de variáveis previamente definidas por um observador.
Por fim, o software fornecerá informações em formatos de gráficos e poderá auxiliar na
análise estatística da situação (RODRIGUES; TONIN, 2021).

Lembrando que os ciclos menores que 30 segundos representam riscos de lesões


osteoarticulares. Para esse caso, o software permitiu a análise do ciclo com o proces-
samento estatístico de 107 minutos da atividade de corte manual de cana-de-açúcar,
conforme apresentado na Tabela 3.

Tabela 3 – Mostra o tamanho do ciclo de trabalho no corte da cana, somando-se


os tempos médios de cada operação que compõe a atividade
Classe Atividade T Médio – segundos
Abraçar 00:00:01.330
Carregar 00:00:00.753
Cortar 00:00:01.623
Corte 3 Ruas
Jogar 00:00:00.560
Reposicionar 00:00:01.075
Segurar 00:00:00.336
Tamanho Ciclo 5,677
Abraçar 1 00:00:01.049
Carregar 1 00:00:00.470
Corte 1 Rua Corte 00:00:01.114
Jogar 1 00:00:01.239
Segurar 1 00:00:00.486
Tamanho Ciclo 4,36

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Classe Atividade T Médio – segundos


Arrumar mão 00:00:00.689
Arrumar pé 00:00:00.463
Cortar 2 00:00:01.375
Despontar Corte auxílio mão 00:00:00.992
Corte auxílio pé 00:00:00.790
Jogar mão 00:00:00.752
Jogar pé 00:00:01.660
Tamanho Ciclo 6,728
Fonte: Adaptada de LAAT, 2010

No caso de algumas ferramentas, como o Captiv, Rodrigues e Tonin (2021) informam:

[...] existe a possibilidade de se utilizar sensores na análise, monitorando-


-se, por exemplo, a frequência cardíaca ao longo da atividade. Com isso,
podem-se identificar situações que poderiam estar associadas aos au-
mentos excessivos da frequência cardíaca, o que pode ser útil em várias
situações. Nesta ferramenta existe compatibilidade com diversos tipos
de sensores, como goniômetros (para avaliação de angulações nas ar-
ticulações), sensores de pressão, sensores de poeira etc. A utilização de
sensores permite a aquisição e sincronização dos dados dos sensores de
forma automática, sem necessidade da fase de codificação apresentada
acima (para as categorias de análise monitoradas pelo sensor). A utili-
zação combinada da codificação e dos sensores pode auxiliar muito para
que sejam evidenciados os constrangimentos e sobrecargas nas atividades
(RODRIGUES; TONIN, 2021, p. 421).

Exemplos de sensores que podem ser usados no CAPITV

Importante!
O software Captiv permite captar medidas por outros instrumentos periféricos, tais como
frequência cardíaca, temperatura corporal e IBUTG, que podem ser agregadas na mesma
linha de tempo do mesmo caso. Portanto, permite uma avaliação mais integrada com
várias variáveis que podem comprometer a saúde do trabalhador.

O CAPITV permite uma conexão entre vários sensores desde que tenha um cabo
para conectar no computador em que será instalado o software. Nesse estudo da cana,
um dos instrumentos usados foi o aparelho de IBUTG, que monitora a sobrecarga tér-
mica durante a jornada de trabalho a céu aberto.

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Figura 2 – Monitor de IBUTG integrado com estação climática
Fonte: LAAT, 2010

O monitor de frequência cardíaca, de marca Polar Team System, com 10 unidades,


faz o levantamento da frequência cardíaca do trabalhador, e foi usado para medir a carga
física de trabalho no período filmado.

Figura 3 – Monitor de frequência cardíaca


Fonte: LAAT, 2010

No caso do monitor de temperatura corpórea para esse tipo de estudo, ocorreram


muitas dificuldades na fixação, fator preponderante para captação dos dados, pois a
sudorese e a movimentação intensa do trabalhador impediam um contato satisfatório do
termômetro sensor com as paredes do ouvido, prejudicando a leitura desejada.

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Figura 4 – Monitor Quest de temperatura corpórea


Fonte: LAAT, 2010

A estação climática permite a captação de informações referentes à temperatura, umi-


dade, velocidade e direção do vento, que é muito importante para a atividade de campo.

Figura 5 – Estação climática


Fonte: LAAT, 2010

No caso do uso de ferramentas de cronoanálise do trabalho, é preciso compreender


as limitações. Dentre elas, podemos destacar os erros na definição das variáveis e coleta
de dados, o que, por vezes, depende muito da atuação do ergonomista e da sua experi-
ência. Para evitar erros grosseiros, é preciso conversar com os trabalhadores para validar
as variáveis.

Outro ponto que é preciso ter muito cuidado é quando se usam os sensores, uma
vez que é preciso garantir a calibração e sincronização com aceitável nível de precisão,
pois isso pode afetar a qualidade dos dados gerados e a interpretação dos resultados
(RODRIGUES; TONIN, 2021).

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Figura 6 – Sistema Captiv integrando as variáveis de
observação e medidas fisiológicas e ambientais
Fonte: Adaptada de LAAT, 2010

Figura 7 – Demonstração da associação das


medidas fisiológicas e ambientais
Fonte: LAAT, 2010

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Sistemas de Captura de Movimentos


Na simulação humana, podem ser utilizados os Motion Capture Systems (MoCap) ou
Sistemas de Captura de Movimentos, que permitem capturar os movimentos humanos
reais, editar e reproduzir em ferramentas computacionais por meio de manequins digi-
tais, conforme mostra a figura 8 a seguir:

Figura 8 – Capturas de movimentos em ambiente real


Fonte: SANTOS et al., 2016

O Design Lab da Universidade Federal de Santa Catarina aprofunda os usos e amplia os


estudos do Motion Capture, o sistema de captura de movimentos que registra e traduz
movimentos humanos para animação em três dimensões.
Disponível em: https://youtu.be/M_gLaLMXkzs

Em Síntese
O software auxilia na análise das situações de trabalho, fornecendo evidências estatís-
ticas. E também auxilia na visualização (diálogo com os trabalhadores) dos constrangi-
mentos e variabilidades nas atividades e identificar as estratégias explícitas ou tácitas
adotadas pelo operador.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Captura de imagem CAPTIV VR by TEA
https://www.youtube.com/watch?v=DJiAXJJV0G8
Efeitos de cinema – Motion Capture/Captura de Movimento
https://www.youtube.com/watch?v=LZ-esdw2ZWg
O que é Ergonomia?
https://www.youtube.com/watch?v=F0GJJUb1Qxc
Simulação e participação na Ergonomia
https://www.youtube.com/watch?v=XYlQjD2jC04
Simulador de Percepção de Riscos 360° – Ergonomia
https://www.youtube.com/watch?v=wSM639-fcps

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UNIDADE Contribuições da Simulação em Ergonomia

Referências
BITTENCOURT, J. M.; DUARTE, F. J. de C. M. Contribuições da simulação em ergo-
nomia para a engenharia do trabalho: perspectivas metodológicas e conceitos operacio-
nais. In: BRAATZ, D; ROCHA, R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saú-
de, Segurança, Ergonomia e Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://
engenhariadotrabalho.com.br/sobreolivro/>.Acesso em: 01/10/2021. No prelo.

DANIELLOU, F. A ergonomia na condução de projetos de concepção de sistemas de tra-


balho. In: FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Blucher, 2007. p. 303-315.

LAAT, E. F. Trabalho e risco no corte manual de cana de açúcar: a maratona perigosa


nos canaviais. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Metodista de
Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste, 2010.

LUVIZOTO, R.; FONTES, A. R. M.; TORRES, I. Técnicas de apoio ao projeto do Traba-


lho. In: BRAATZ, D; ROCHA, R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saú-
de, Segurança, Ergonomia e Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://
engenhariadotrabalho.com.br/sobreolivro/>. Acesso em: 01/10/2021. No prelo.

ROCHA, R. Kronos, Laboreal [On-line], v. 11, n. 1, 2015. Disponível em: <http://jour-


nals.openedition.org/laboreal/4452>. Acesso em: 18/04/2021.

RODRIGUES, D. da S.; TONIN, L. Das bases dos fatores humanos às ferramentas e


técnicas de apoio à compreensão da atividade de trabalho. In: BRAATZ, D; ROCHA,
R.; GEMMA, S.(orgs.). Engenharia do Trabalho – Saúde, Segurança, Ergonomia e
Projeto. Campinas: Libris, 2021. Disponível em: <http://engenhariadotrabalho.com.br/
sobreolivro/>. Acesso em: 01/10/2021. No prelo.

SANTOS, W. R. dos; BRAATZ, D.; TONIN, L. A.; MENEGON, N. L. Análise do uso


integrado de um sistema de captura de movimentos com um software de modelagem e
simulação humana para incorporação da perspectiva da atividade. Gestão & Produ-
ção, v. 23, n. 3, p. 612-624, 2016.

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