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RECIFE-PE
2019
WANESSA KARLA DE FREITAS AMORIM
RECIFE-PE
2019
WANESSA KARLA DE FREITAS AMORIM
Banca Examinadora:
___________________________________
1º Avaliador (ORIENTADOR)
___________________________________
2º Avaliador
Nota Final:..........................
RECIFE-PE
2019
Dedico este trabalho a Deus pois sem Ele nada somos ou
podemos fazer, aos meus pais Maurício José de Freitas e Vera
Lúcia de Freitas, meu esposo João Cleómenes Amorim da
Cruz, minha amiga Andréa Duarte da Silva, e minha avó
Antônia Maria da Silva Galdino (in memorian).
AGRADECIMENTOS
ABSTRACT
The present research was conducted within the scope of the specialization course in
Education and Ludicity and aims to: analyze the contributions of ludicity in reading
meditation for the reader behavior formation in early childhood. Being developed in
the empirical field of a municipal nursery in Recife’s metropolitan region, from
participant observations, semi-structured interviews guided by questionnaire, and the
accomplishment of a project of reading meditation, since it is a research-action. As
participants, we have thirty-eight children in the age group between 3 and 4 years,
students of Group III, and two teachers. The academic contribution used to analyze
the data collected is supported by renowned scholars in the area of ludicity, as
Santos (2011); Rau (2011); Luckesi (2002), Maluf (2009), and Kishimoto (2003), as
well as the area of reading mediation as Oliveira (2010); Corsino (2010) and Silva
and Martins (2010). The participant observations and the analysis of the data
collected in the interviews, broadened our view on how ludic practices in Early
Childhood Education could be more articulated with moments of reading mediation,
as well as the experience of the intervention project in this area, made clear how
these practices contribute to the formation of reader behavior in children from day
care.
INTRODUÇÃO 9
5. REFERÊNCIAS 57
9
INTRODUÇÃO
sensorial, onde, através dos cinco sentidos o pequeno leitor experimenta suas
primeiras experiências de leitura, e posteriormente, exposta a obras literárias através
das atividades de mediação de leitura, a fantasia e imaginação proporcionam a
liberação das emoções, e ao identificar-se com o texto e os temas abordados por
ele, o leitor desenvolve uma relação de afetividade com a obra por meio da leitura
emocional.
Afirma-se pois, que, práticas lúdicas são todas as atividades com o objetivo
de gerar prazer para seus participantes, proporcionar novos conhecimentos e
favorecer o desenvolvimento de novas habilidades de forma agradável, natural e
prazerosa. De acordo com Maluf (2009),
Desta forma, uma boa prática lúdica de leitura deve contar com um acervo
literário com diferentes gêneros e estilos textuais (revistas, gibis, livros, filmes,
músicas e cantigas) ao alcance das crianças de modo que possam ser “vistos,
manipulados, consultados, lidos, relidos e apreciados” (CORSINO, 2010, p. 201)
livremente pelos pequenos leitores, além de adereços, brinquedos, cenas,
personagens e figurinos que dão corpo os jogos simbólicos e dramáticos inerentes a
infância, cabe ao mediador proporcionar situações em que as crianças entrem em
16
2.2. Os instrumentos
Segundo Bardin (2000), a análise documental tem como objetivo “dar forma
conveniente e representar de outro modo essa informação, por intermédio de
procedimentos de transformação” (p. 45) compilando e organizando as informações
de maneira que facilitem as consultadas pelo observador.
Desta forma, a pesquisa em tela contou com a análise documental do Projeto
Político Pedagógico e Plano de Ação da instituição, bem como os Parâmetros
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, o Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Base
Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil.
para 8 turmas, sendo 1 berçário, 1 grupo I, 2 grupos II e 3 grupos III, cada sala conta
com um banheiro próprio para banho e necessidades fisiológicas.
A instituição conta também, com uma sala de direção e uma sala de AEE com
a presença de uma professora de Atendimento Educacional Especializado dando
total suporte às crianças que apresentam qualquer tipo de necessidades especiais,
uma sala de professores, uma cozinha e um lactário, uma dispensa e dois depósitos,
dois banheiros para os profissionais que lá trabalham e uma ampla área de lazer
com brinquedos adequados para as diferentes faixas etárias, porém apenas uma
parte pequena desta área é coberta o que dificulta a execução de atividades nesses
espaços nos períodos de chuva.
A equipe gestora é composta apenas pela diretora, não possuindo vice-
diretora, tão pouco coordenadora, toda via a diretora por muitos anos exerceu o
ofício do magistério na Educação Infantil, o que facilita a compreensão dos
problemas decorrentes do chão da sala de aula. O quadro de funcionários é
composto por 8 professoras, 20 Auxiliares de Desenvolvimento Infantil, 1 professora
responsável pelo Atendimento Educacional Especializado, 1 Auxiliar de
Desenvolvimento Educacional Especializado, 1 técnica pedagógica, 30 estagiárias
como suporte de sala, 6 Auxiliares de Serviços Gerais e 4 merendeiras.
Nas observações na turma “T1” não foram observadas práticas lúdicas dirigidas,
tampouco mediações de leitura. A turma possui 18 crianças matriculadas, uma
professora regente, 2 Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADIs), um Agente de
Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE) responsável pelos cuidados
de uma criança portadora de microcefalia e uma estagiária. A rotina da turma conta
apenas com uma atividade realizada pela professora após o café da manhã.
Registra-se então que, na turma T1 as observações foram as seguintes:
Observação 01 – 26/03/2019
Após o café da manhã as crianças se dirigiram para o local de higiene, e
posteriormente ficaram brincando com jogos de montar enquanto a professora
chamava de um por um para fazer uma atividade, onde os estudantes teriam que
cobrir o numeral “2” com lápis hidrocor. Ao término da atividade, os educandos
lancharam e voltaram à sala para brincar com massa de modelar de maneira livre.
Posteriormente brincaram livremente no parque até o horário do banho. Por fim, as
crianças almoçaram e seguiram para o descanso.
Observação 02 – 28/03/2019
Observação 03 – 04/04/2019
Observação 04 – 05/04/2019
Observação 01 – 27/03/2019
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Observação 02 – 01/04/2019
Observação 03 – 02/04/2019
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Observação 04 – 03/04/2019
professora, uma ADI e 2 estagiárias. A rotina da turma também conta com apenas
uma atividade realizada pela professora após o café da manhã, porém são
atividades que estimulam a oralidade e a participação dos educandos como atores
principais da construção do conhecimento.
A creche conta com uma biblioteca lúdica, um excelente acervo literário
específico para a faixa etária de 0 a 3 anos e bem diversificado em gêneros e estilos
textuais ao alcance das crianças, uma área para teatro de fantoches construída em
marcenaria com fantoches de vários tipos, e ainda um camarim com fantasias
diversificadas tanto em modelos como em tamanhos, exatamente como proposto por
Corsino (2010), local perfeito para o desenvolvimento de práticas lúdicas de
mediação de leitura pelas professoras, toda via, durante as observações nas duas
turmas, apenas uma atividade neste local foi desenvolvida.
P1. “De suma importância, porque a ludicidade deve ser uma prática
constante desde a hora que a criança entra em sala de aula até ela ir pra
casa.”
P2. “A questão da leitura para essa fase de três anos da criança fica difícil
perceber bem. Importante é, porque a gente sabe que ali eles podem
interagir, a questão do cantar, do falar, do participar. Então a ludicidade é
importante para criança até porque nessa fase de 3 anos, se eles não
participarem, não interagirem eu não sei o futuro dessas crianças. A
ludicidade faz com que a criança desenvolva.”
P1. “Bom, na nossa sala a gente já fazia o bom dia com a musicalidade, é
uma rotina deles, o que vem de novo é a recepção que a gente vai incluir o
comprimento que ele vai escolher a forma como ele será cumprimentado e
também essa roda que eu te falei que é uma proposta da prefeitura que é
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Dentro das falas das docentes observamos que a P1 cita “uma proposta da
prefeitura que é socialização em uma roda colorida no chão, que vai trabalhar as
cores, a oralidade. Vai trabalhar a prática da leitura e da escrita em momentos bem
diversificados.”. Esta proposta de socialização oferecida pela prefeitura é um
excelente recurso para ser utilizado dentro das mediações de leitura, pois estimula a
oralidade, a participação e a interação das crianças com os textos lidos, reforçando
o pensamento de Corsino (2010) que o professor deve “organizar situações em que
as crianças tenham a oportunidade de ler para consultar, pesquisar, se divertir,
ampliar suas experiências, imaginar etc.” (p. 202). Porém, infelizmente não
percebemos a aplicação de nenhuma prática com características parecidas durante
as observações.
Já a contação de história citada por P2 ocorreu em dois momentos durante as
observações. O primeiro de maneira bastante planejada e estruturada conforme
embasa Corsino (2010), favorecendo a interação com o texto, a apreciação das
imagens e as inferências da criança com o livro “O ovo” dos autores Ivan e Marcelo.
Nesta atividade percebeu-se a preocupação com a preparação do ambiente,
levando os educandos para um espaço que remete nos mínimos detalhes a leitura,
bem como as entonações de voz durante a contação da história e ainda as
perguntas norteadoras e a contextualização da história através de uma brincadeira
ao término da atividade.
pelos modos de ler, pela entonação de voz do leitor, pela relação afetiva
com o leitor-mediador e com o ambiente em que a leitura se desenvolve, por
tudo aquilo que circunda o texto e com ele estabelece relações. (SILVA e
MARTINS, 2010, p. 34)
P1. “Muito importante. Mas é como eu disse pro meu grupo em uma reunião
passada, é fundamental que exista essa prática, mas que exista a interação
de todo o grupo porque o professor não trabalha sozinho. Quando eu digo
sozinho é desde o grupo que compõe toda a classe, como família também.
Você pensa que não, mas o que o professor está mediando tem que ser um
processo constante, então tem que ter um retorno para que tudo ande num
objetivo só”
P2. “Eu nunca trabalhei com projeto. A gente aqui faz um planejamento do
que a gente acha que deve trabalhar com a criança. Mas acho que um projeto
vai trazer novos caminhos, novos pensamentos para que a gente possa
trabalhar de forma diferente.”
trabalhado naquele momento. Desta forma o projeto, nunca antes trabalhado por
ela, trará novos horizontes e questionamentos pertinentes para o desenvolvimento
de um trabalho pedagógico consistente e coeso para a formação de leitores desde a
creche, como aborda Silva (2015):
Diante do exposto, P1 foi muito feliz em colocar que “o que o professor está
mediando tem que ser um processo constante” onde todos juntos, família e escola,
trabalhem para alcançar um só objetivo que é a formação de leitores desde a
infância.
Percebendo as dificuldades com relação ao suporte oferecido pela instituição,
questionamos: Que apoio a instituição oferece para a vivência de práticas lúdicas,
na perspectiva da formação do comportamento leitor nos estudantes?
P1. “No momento a gente tá com a brinquedoteca, que ela traz o material que
faz parte do Brinqueducar, mas que isso não te deixa longe de trabalhar com
outras perspectivas com outros recursos dentro da sala de aula, eu gosto
muito de trabalhar com meus alunos a questão da dramatização a gente
escolhe um tema/história e ali durante a semana toda posso trabalhar a
variedade das disciplinas dentro daquele contexto, vou trabalhar chapeuzinho
vermelho, vou trabalhar a questão da leitura vou trabalhar a questão da
oralidade, vou trabalhar o reconto, vou trabalhar dramatização, desde o
teatral até na roda na contação de história, desde dramatização coletiva até
mesmo a individual que sempre tem um que quer aparecer mais do que o
outro, sempre tem um que desperta aquele seu lado dramático mais do que o
outro, então eu tenho que aproveitar esses momentos ai.”
P2. “Essa prática lúdica da instituição está em falta, falta jogos, as coisas, e
aqui está deixando a desejar com relação a isso. Chegou suprimento e é
justamente esse plano de ação que a gente está vendo, que essa é uma
necessidade para se trabalhar com a criança em sala de aula, a gente viu
boliche, quebra cabeça, tudo isso para se trabalhar o lúdico com a criança,
mas quando parte pra essa questão da escrita sei nem o que te dizer.”
P1. “Quando eu fiz, há muito tempo atrás, a gente tinha a possibilidade, tinha
recursos para fazer isso de forma gratuita, e hoje que são “N” fatores que te
impossibilitam participar desses cursos que, além da questão financeira a
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questão da nossa carga horária que nos comprometem muito dentro de sala
de aula e às vezes falta tempo para a gente fazer isso. Mas por sorte minha,
na minha época eu tive a oportunidade de fazer curso de redação, curso de
musicalidade, curso de atividade lúdica dentro de sala de aula, então, eu por
sorte minha, eu tive esses momentos e de forma gratuita.”
ATIVIDADE 01 – 06/06/2019
Livro: Fogo no céu
Autor: Marly França e Eliardo França
Metodologia: Contação de história com o auxílio do livro e fantoches
1. Preparação do ambiente: A sala de leitura foi previamente preparada com
tapetes e almofadas de modo que as crianças se sentissem confortáveis no
ambiente. Também foram dispostos balões de papel que serviram de âncora
para o tema do livro.
2. Acolhida das crianças: A acolhida foi feita com músicas juninas que
abordam o tema balão de São João.
3. Mediação da leitura: Com as duas turmas juntas na mesma sala, a
mediação foi conduzida com auxílio do livro, bem como alguns objetos para
representar seus personagens, preocupando-se com a entonação de voz em
cada momento da história, e dando o espaço para a interação das crianças
com o livro, e acordo com seus conhecimentos prévios, as crianças foram
fazendo inferências sobre o texto no decorrer da história. As professoras
auxiliaram no manuseio dos fantoches e também interagiram com a história
bem como com os educandos. Por fim, confeccionamos um balão junino com
dobraduras de papel e cartolina.
4. Pós-mediação: Após a leitura do livro com as crianças foram feitas algumas
perguntas norteadoras, bem como foi aberto um espaço para os relatos de
experiência das crianças com relação ao tema do livro. Por fim, as crianças
decoraram balões de São João para serem expostos posteriormente.
5. Avaliação: Durante a mediação percebemos o interesse das crianças pela
atividade que estava sendo desenvolvida, bem como a atenção e as
inferências e interpretações sobre os desdobramentos da história de acordo
com seus conhecimentos prévios, construindo novas dimensões para a leitura
como aborda Corsino (2010)
A leitura também ganha outra dimensão quando os leitores têm a
oportunidade de expressar sua interpretação pessoal dos textos, seja
oralmente ou com outras linguagens, situando-se numa posição de leitores-
autores. (CORSINO, 2010, p. 202)
ATIVIDADE 02 – 12/06/2019
História: A menina e o barquinho
Autor: Desconhecido
Metodologia: Contação de história com dobraduras de papel
1. Preparação do ambiente: A sala de leitura foi previamente preparada com
livros e matérias literários dispostos pela sala ao alcance das crianças para
que pudessem ser manuseados de forma livre e espontânea. Também foi
colocada uma bacia com água e um barquinho de papel flutuando no local
onde ocorreu a contação de história para chamar a curiosidade das crianças
para o tema da história que seria contada.
2. Acolhida das crianças: Primeiramente foi apresentada a proposta da
atividade de acolhida, bem como as regras para o manuseio dos livros e
materiais literários como “não rasgar” e “não amassar” os livros e
posteriormente as crianças ficaram à vontade para manusear os livros,
materiais e objetos da sala, bem como explorar o ambiente da forma que
achasse mais conveniente. Algumas crianças preferiram explorar os materiais
deitadas no chão, outras sentadas na cadeira ou até mesmo em grupos,
todas participaram e respeitaram as regras no livre manuseio dos objetos.
3. Mediação da leitura: A atividade foi desenvolvida de forma individual com
cada turma e contou com auxílio de uma folha de papel. De acordo com os
desdobramentos da história, a folha ia se transformando em várias formas
antes de virar um barquinho de papel, e a cada forma nova que surgia as
crianças demonstravam ainda mais curiosidade e interesse, interagindo e
fazendo colocações, imaginando se realmente o papel se transformaria em
um barquinho. Ao final da história, com o barquinho pronto as crianças
observaram o barquinho flutuando na bacia com água.
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Nas mediações do professor é importantíssimo que ele (...) olhe nos olhos
das crianças, que dê diferentes entonações à voz. Todo o corpo precisa
participar desse momento por meio da gestualidade. O professor, ao contar
e ler histórias para seus alunos pode contribuir, efetivamente, para a
motivação e o entendimento da obra literária pela criança. (OLIVEIRA, 2010,
p. 47)
ATIVIDADE 03 – 13/06/2019
Livro: O barco
Autor: Marly França e Eliardo França
Metodologia: Criança-mediadora
1. Preparação do ambiente: A sala de aula foi previamente preparada com
cadeiras em círculo, de modo que todos tivessem a mesma visão do livro e do
mediador.
2. Acolhida das crianças: A acolhida foi feita pela criança-mediadora, que
recebeu os colegas com o livro em mãos e cumprimentou a todos da maneira
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ATIVIDADE 04 – 18/06/2019
Livro: Curumim Abaré imitando os animais
Autor: Dulce Seabra e Sérgio Maciel
Ilustrações: Cláudia Ramos
Metodologia: Roda de leitura
1. Preparação do ambiente: A sala de aula foi previamente preparada com
tapetes e almofadas de modo que as crianças se sentissem confortáveis no
ambiente.
2. Acolhida das crianças: A acolhida foi feita com sons da natureza.
3. Mediação da leitura: A atividade foi desenvolvida com as duas turmas juntas
em um único momento, e com auxílio do livro, em uma roda de leitura onde
as crianças sentaram-se de modo que todos pudessem enxergar as
ilustrações que iam sendo apresentadas no decorrer da história. Durante a
leitura do livro houve a preocupação com as entonações de voz, pausas e
onomatopeias, bem como com a participação das crianças, estimulando
sempre a interação com a história, bem como a repetição de sons e gestos
descritos no livro.
4. Pós-mediação: Após a leitura do livro com as crianças foram feitas algumas
perguntas norteadoras, bem como foi aberto um espaço para os relatos de
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experiência das crianças com relação ao tema do livro. Por fim, as crianças,
assim como o personagem da história, imitaram sons e animais da natureza.
5. Avaliação: Avaliamos positivamente a atividade realizada, com base em
Oliveira (2010) “as rodas de leitura, ao proporem uma leitura compartilhada,
são um instrumento mediador importante para a formação do leitor infantil.”
(p. 46).
Desta forma, ao propormos uma roda de leitura estamos provocando a
interação dos educandos com o meio e o universo literário de forma diferente
da contação de histórias, como abordado por Corsino (2010).
(...) ler e contar histórias são dois atos distintos que precisam ser levados
em consideração no planejamento do professor. Conta-se histórias com
bonecos, fantoches, cantando, dramatizando com o corpo etc. Mas contar
não substitui a leitura. Cabe ao professor escolher bons livros para ler para
as crianças desde a creche. Lembrando sempre de que geralmente os livros
de literatura infantil têm um texto verbal e um visual, que precisa também
ser apreciado. (CORSINO, 2010, p. 202)
ATIVIDADE 05 – 19/06/2019
Livro: Curumim Abaré imitando os animais
Autor: Dulce Seabra e Sérgio Maciel
Ilustrações: Cláudia Ramos
Metodologia: Reconto e dramatização
1. Preparação do ambiente: A sala de leitura foi previamente preparada com
um camarim onde foram expostos figurinos e fantasias para a livre exploração
das crianças
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2. Acolhida das crianças: A acolhida foi feita com o manuseio livre de fantasias
e figurinos disponíveis no camarim da sala, onde as crianças ficaram à
vontade para manusear os objetos e explorar o ambiente.
3. Mediação da leitura: A mediação foi feita com auxílio do livro, em uma roda
de leitura onde as crianças sentaram-se de modo que todos pudessem
enxergar as ilustrações que iam sendo apresentadas no decorrer da história.
Durante o reconto as crianças puderam interagir ativamente com a obra,
fazendo leituras de imagens e pseudo-leituras, bem como dando suas
interpretações ao texto.
4. Pós-mediação: Após o reconto as crianças fizeram a dramatização da
história usando os figurinos disponíveis no camarim e reproduzindo sons e
gestos propostos pelo livro puderam saber qual a sensação de fazer parte do
livro.
5. Avaliação: Os jogos simbólicos são inerentes ao universo lúdico infantil,
empoderando a criança que passa do papel passivo para o ativo, tendo a
possibilidade de participar da sociedade e expressar seus medos, anseios e
receios. Assim, avaliamos positivamente a atividade desenvolvida, pois
ATIVIDADE 06
História: Os três porquinhos
Autor: Desconhecido
Metodologia: Teatro de fantoches
1. Preparação do ambiente: A sala de leitura será previamente preparada com
tapetes e almofadas de modo que as crianças se sentissem confortáveis no
ambiente. Também será produzida a área específica para o teatro de
fantoches.
2. Acolhida das crianças: A acolhida será feita com o manuseio livre de
fantoches, onde as crianças ficarão à vontade para explorar a área destinada
para o teatro de fantoches.
3. Mediação da leitura: A mediação será feita sem que as crianças possam ver
quem estará controlando os fantoches, e com o auxílio das professoras a
contaremos a história enfatizando suas nuances, as entonações de voz e
onomatopeias de cada personagem. A partir da quebra da quarta parede
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ATIVIDADE 07
Livro: Vizinhos
Autor: Vera Lúcia Dias
Ilustrações: Romont Willy
Metodologia: Criança-mediadora
1. Preparação do ambiente: A sala de aula será previamente preparada com
cadeiras em círculo, de modo que todos tivessem a mesma visão do livro e do
mediador.
2. Acolhida das crianças: A acolhida será feita pela criança-mediadora, que
receberá os colegas com o livro em mãos cumprimentando a todos da
maneira que achou mais conveniente.
3. Mediação da leitura: A mediação será conduzida pela criança escolhida na
atividade anterior para levar o livro viajante. Com o auxílio do professor-
mediador, a criança fará a contação da história a partir das ilustrações,
fazendo uma pseudo-leitura e dando suas interpretações ao texto, interagindo
desta forma tanto com a obra, quanto com a turma.
4. Pós-mediação: Após a leitura do livro com as crianças serão feitas algumas
perguntas norteadoras, bem como aberto um espaço para os relatos de
experiência das crianças com relação ao tema do livro. Por fim, as crianças
ficaram levadas a brincar na casinha de madeira instalada no pátio da creche.
ATIVIDADE 08
Livro: A casa sonolenta
Autor: Audrey Wood
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ATIVIDADE 09
Livro: A casa sonolenta
Autor: Audrey Wood
Ilustrações: Don Wood
Metodologia: Reconto e dramatização
1. Preparação do ambiente: A sala de leitura será previamente preparada com
colchonetes, almofadas, travesseiros e lençóis de modo que as crianças além
de ficarem confortáveis no ambiente, mergulhem no universo proposto pela
história. Também será montado um camarim com figurinos relacionados ao
tema trabalhado.
2. Acolhida das crianças: A acolhida será feita com músicas de ninar e o
manuseio livre dos figurinos disponíveis no camarim da sala, onde as
crianças ficarão à vontade para manusear os objetos e explorar o ambiente.
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ATIVIDADE 10 – Culminância
Livro: A casa sonolenta
Autor: Audrey Wood
Ilustrações: Don Wood
Metodologia: Dramatização
1. Preparação do ambiente: No pátio será montado o cenário do livro com um
colchonete representando a cama, lençóis e travesseiros, bem como alguns
móveis simulando um quarto. As cadeiras serão dispostas de modo que todos
tenham a mesma visão da apresentação. As crianças serão produzidas de
acordo com os personagens da história.
2. Acolhida das crianças: A acolhida será feita com músicas de ninar para que
os expectadores mergulhem no universo proposto pela história.
3. Mediação da leitura: As crianças dramatizarão a história narrada pelo
professor-mediador, caracterizadas conforme seus respectivos personagens
e posicionando-se conforme o texto direcionará. A narração atentará às
entonações de voz e onomatopeias propostas no livro, e, com a quebra da
quarta parede usada no teatro os expectadores poderão interagir com a
história, bem como com os personagens a partir de inferências feitas pelo
narrador.
4. Pós-mediação: Após a apresentação serão feitas algumas perguntas
norteadoras, bem como aberto um espaço para os relatos de experiência das
crianças com relação ao tema do livro.
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4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
seria uma experiência nova, onde ela poderia ampliar seus conhecimentos e
aprimorar sua prática pedagógica. P1, porém, acrescentou a importância da
participação de todos que estejam diretamente ligados ao educando, seja professor,
Auxiliar de Desenvolvimento Infantil (ADI’s), estagiários, até a família.
Observamos então, a importância do projeto lúdico de mediação de leitura
para o desenvolvimento do comportamento leitor na primeira infância, e destacamos,
porém, que tal prática poderiam estar presente com maior intensidade nas turmas da
Educação Infantil desde a creche, como por exemplo nas turmas pesquisadas.
Na vivência do projeto observamos nas crianças da turma T1, que durante as
observações participantes não tiveram contato com nenhum tipo de atividade
voltada para a mediação de leitura, um encantamento pelo universo lúdico da
literatura ao se sentirem atores principais da ampliação do seu conhecimento
literário com o manuseio livre de livros, a atividade do livro viajante e sentiram-se
bastante à vontade com as dramatizações (atividade observada na rotina de aula)
por estarem familiarizados com este tipo de situação. A professora e demais
profissionais que lidam com as crianças também demonstraram bastante interesse
pelas atividades desenvolvidas, participando nos diversos momentos trocando
experiências e contribuindo com sugestões que foram colocadas em prática ao
longo do processo.
Na turma T2, podemos perceber que participar mais ativamente de momentos
envolvendo as diferentes leituras de forma lúdica estimulou ainda mais o
comportamento leitor dos estudantes, que já tinham acesso a atividades de roda de
leitura, mas a ludicidade foi fundamental para desenvolver de forma significativa o
interesse pelo manuseio de livros e materiais literários e a dramatização, onde os
educandos vivenciaram de maneira lúdica e ativa o livro, mostrando o quanto
momentos como este estimulam a oralidade, a socialização e o fascínio pela leitura.
Devido o recesso do fim de semestre, não foi possível concluir todas as
atividades planejadas para o projeto, bem como sua culminância, porém, a partir das
atividades realizadas podemos perceber um avanço no desenvolvimento do
comportamento leitor dos estudantes, e consequentemente a importância da
ludicidade na mediação de leitura para a construção deste comportamento.
Vale salientar que os resultados apresentados por esta pesquisa não podem
ser vistos como algo generalizado, uma vez que possui uma amostragem reduzida,
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5. REFERÊNCIAS