ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO
PROCURADORIA DO DOMÍNIO PÚBLICO ESTADUAL
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 1º JUÍZO DA 7ª VARA
DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE, RS

Ação Civil Pública n.: 5022425-05.2022.8.21.0001

Autor: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
Réu: Estado do Rio Grande do Sul
Objeto: Impugnação Honorários Periciais

O ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, já qualificado, nos autos

do processo em epígrafe, vem à presença de Vossa Excelência, em
atendimento ao despacho veiculado no “evento 137”, apresentar impugnação
à pretensão honorária apresentada pelos experts indicados no feito, nos
termos que seguem:

No despacho do “evento 137”, o ente público estadual foi

instado quanto às propostas de honorários periciais para produção de provas
nas áreas civil e elétrica apresentadas no feito, com o objetivo de haver
indicação por Engenheiro Elétrico de todos os itens para correção e que
devem constar no PPCI; bem como de ser realizado exame técnico por
Engenheiro Civil, com indicação de todos os itens para correção e que devem
constar no PPCI.

O Engenheiro Eletricista Abner Arthur Aguilar - CREA/RS

258454, no âmbito da engenharia elétrica, estimou 12 horas técnicas,
abarcando três visitas ao local, ademais de 12 horas técnicas para
levantamentos e elaboração do laudo + ART. Vinculou a sua hora técnica à
regulamentação do IBAPE-SP - R$490,00 - perfazendo um total fixado em R$
11.600,00 (onze mil e seiscentos reais) – 50% antes; e 50% após a entrega do
respectivo laudo. Justificou, ainda, a complexidade do laudo e da quantidade
de fatores a serem levados em conta para avaliar a real dimensão da perícia,

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observado que tal valor cobre os custos com deslocamento e taxas
necessárias para a sua realização.

O Engenheiro Civil Cleber A.C. Steindorff - CREA 39.130

estimou 12 horas técnicas envolvendo visitas (mínimo três), além de 12 horas
técnicas para elaboração de Parecer com a respectiva ART, inclusa a resposta
aos quesitos a serem formulados pelas partes. Também vinculou a sua hora
técnica à regulamentação do IBAPE-SP - R$ 450,00 - perfazendo um total
fixado em R$10.800,00 (dez mil e oitocentos reais) – manifestando
adiantamento de 50%. Justificou, ainda, complexidade na realização de
Perícia, com mais de 500 páginas de leitura do processo na íntegra, apoio de
especialista em PPCI, deslocamentos ao local da Perícia, e das taxas
necessárias a serem pagas para sua realização.

Ao proceder à análise das propostas de honorários periciais

declinadas pelos peritos nomeados por esse MM. Juízo, em relação aos
valores atribuídos às horas técnicas consideradas, as quais restaram
vinculadas ao IBAPE-SP, cabe considerar, em contraponto, a tabela espelhada
pelo Instituto Gaúcho de Engenharia Legal – IGEL/RS, que se apresentaria
mais adequada à realidade local da perícia. Na referida tabela, o valor da
hora técnica oscila entre 10% a 20% do CUB**1, consideradas a
complexidade da matéria envolvida e a qualificação do profissional que irá
realizá-la.

Portanto, tendo em vista que o total da carga horária

despendida no trabalho envolve etapas que irão consumir, em parte, horas
técnicas de baixa complexidade; e outras, de maior dificuldade, mostra-se
adequado fixar a hora técnica no nível intermediário com referência à tabela
gaúcha, sobre a qual resulta, na presenta data, um valor correspondente a
R$424,41/h; readequando, dessa forma, as propostas em análise nesse
patamar máximo, incluindo, necessariamente, resposta a quesitos
apresentados pelas partes e/ou eventualmente complementares à
apresentação dos respectivos laudos, observado o limite de até 50% a título

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de adiantamento, sendo o remanescente liberado apenas depois de
entregues os laudos e prestados todos os esclarecimentos necessários.

Assim, considerado o valor da hora técnica, tendo por base o

IGEL1, de R$ 424,41/h, bem como a carga horária estimada para realização
do encargo (24h), resultaria um valor máximo de R$ 10.185,84 por perícia, o
que reflete uma diferença a menor de R$ 1.414,16 em relação à proposta do
perito no âmbito da engenharia elétrica, assim como de R$ 614,16 em
desfavor da proposta do expert apresentada na área civil.

De outra banda, conforme tabela constante do Anexo Único do

ATO Nº 045/2022-P do Tribunal de Justiça-RS, são apresentados valores ainda
mais módicos para a especialidade da engenharia, conforme abaixo
reproduzido:

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Posto isso, o Estado do Rio Grande do Sul impugna os valores

declinados pelos peritos nomeados no feito, com base nas justificativas
técnicas alinhadas.

Nesses termos,
pede deferimento.

Porto Alegre, RS, 13 de setembro de 2023.

Patrícia Maldaner Cibils

Procuradora do Estado
OAB/RS n. 60.881

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