para obter o perdão do pecado e da impurez a Acto de Contrição Para ser recitado , se possível diante do Sacrário, ou em um lugar solitário e calmo
Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus Vivo,
É para mim difícil de manter a fé. Sou frágil diante de nosso inimigo; por mim mesmo não tenho como resistir ás suas insídias e suas investidas incessantes. De tanto cair e, sempre que me levanto, volto a cair novamente, parece que cada tropeço é pior que o anterior, que cada queda me fere mais, humilha-me mais, torna-me mais e mais incapaz e desmerecedor; que as minhas infidelidades me fazem cada vez mais indigno. As esperanças se esvaem de mim como água pelos dedos de uma criança que a tenta conter com as mãos. Sou cada vez mais indigno da tua presença, oh Cristo, meu Deus. A cada nova infidelidade, sinto-me mais distante de Vós e de vossa misericórdia, mesmo que seja infinita, porque sei que sois também severo, que sois também justo e que cobrareis a cada um segundo suas obras. Como poderia me aproximar novamente de Vós, mais uma vez, após cair pela milésima vez? Se cada uma dessas infinitas quedas aconteceu por minha frouxeza e negligência, por minha preguiça e indolência? E se eu, pecador, não sei perdoar o meu próximo que erra, como poderei esperar o Divino perdão? E mesmo assim, vens em meu socorro, Bom Pastor atrás da ovelha perdida. Bom e pleno de luz e beleza, resgatar o cordeiro imundo, malcheiroso, disforme. Vem o Rei dos reis acudir o verme, o inútil, o asqueroso. Vem o Rei da perfeição salvar o grotesco, vem o esplendoroso Rei dos fulgores em socorro do que chafurda nas trevas da impureza. (pausa)
Como corresponder a esse amor? (Ai de mim…) como me apresentar
diante de Vós, como admitir-me diante de vosso esplendor, eu que a tudo contamino com minha indignidade e imundície? Tornei-me um joguete do demónio, sou como um brinquedo, um fantoche que não tem vida própria, uma folha seca arrebatada pelos violentíssimos ventos da tempestade que faz extinguir minha vida. Para nada me servi de todos os muitos dons que recebi. Sou pó e menos que pó, tornei-me nada menos que nada. O Diabo me odiou e prevaleceu, fez toda a bela pureza, que eu um dia tive, um monte de excremento; e do bem eu mesmo fiz o mal, a virtude tornei em vício, a inocência afoguei num bruto tacho de odiosas iniquidades. E Deus Todo-Poderoso, quisera fazer por meio de mim coisas grandes, presenteando-me com inúmeros talentos. Encarnou-se, fez-se como criança e fez-se alimento por amor de mim. E eu, assim como os perversos carrascos, flagelei-o, escarneci d’Ele e o maltratei até as últimas consequências, sem nenhuma compaixão. Como Judas, eu o traí. Pior que o Iscariotes, que o fez uma vez, eu repeti a traição uma e outra vez, e de novo e de novo. Será, oh, EU SOU, que ainda encontrarei perdão diante de Vós? Que ainda verei vossa Misericórdia? Que serei beneficiado por teu poder, mais uma vez? Eu, que só mereço a morte e o Inferno de tormentos? Em teu Poder, em teu Amor e em tua Misericórdia eu confio. Em Vós, confio plenamente. Sei que sois a resposta a todos os meus clamores, aos meus anseios mais íntimos e mais profundos desde sempre. Que és a solução de todos os meus conflitos íntimos, que em Vós está a justiça, a Verdade, o Caminho, o Amor que tudo realiza e faz viver. Em mim é que não confio. De minhas convicções de fidelidade, nada espero, de cada determinação minha de não tornar a pecar, já não faço o menor caso. Ensinai-me, pois, a viver SENHOR. Ensinai-me a ser fiel, conduzi-me por teus pastos, purificai-me como considerardes conveniente, fazei de mim um instrumento para a consumação da vossa Vontade e do Vosso Reino. Dai-me o que quiserdes, o que for de Vosso agrado. Se quiserdes, podeis limpar-me. Se quiserdes, eu sei, por cima de todas as minhas falhas e vícios, culpas e infidelidades, podeis limpar-me. Limpai-me, não para o meu bem, mas para a vossa maior Glória. Limpai-me, somente por amor do vosso Nome. Limpai-me, por vosso Sacrifício, Deus meu e Senhor meu. Limpai-me por vosso Amor, para que haja mais dos vossos e menos a integrar as fileiras do Inimigo, dos que o servem e trabalham pelo seu principado nefando. Limpai-me para que, no fim, reste apenas um Cristo-EU SOU amando-se a si mesmo. Para que eu possa clamar como as pedras que clamam quando os eleitos se calam. Sou pedra infectada, suja, calcada pelos pés dos homens e pelas patas dos animais. Mas ainda clamo. Limpai-me para que eu possa vos servir, como puder. Não por mim, não por mim, Senhor, mas por Vós, por Quem sois! Limpai-me. Limpai-me, porque apenas quero vos servir. E, se não for possível, restará a mim o consolo de saber que, no fim, triunfareis infalivelmente, Sumo Bem e Rei da Justiça; que meu sofrimento será a justa paga e justo tributo á vossa Justiça e Glória. Já não peço piedade, somente que me permitais vos servir. Santíssima Virgem Maria, São José, São Miguel e Santos do céu, rogai a Deus por mim. Santo Anjo da minha guarda, valei-me