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Natal - RN
2019
Ketilen Michelly Saraiva da Silva
Natal - RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes – CCHLA
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Professor Dr. Juciano de Sousa Lacerda
____________________________________________________
Professora Dra. Lilian Carla Muneiro
_____________________________________________________
Professor Dr. Talvacy Chaves de Freitas
SOLI DEO GLORIA
AGRADECIMENTOS
Ao autor e consumador da minha fé, aquele que me tirou da morte para a vida
através – unicamente – da graça. Imerecida graça do Cristo que me salvou da
condenação para que hoje eu tenha esperança;
Ao Santo Espírito que me guiou até aqui, que me fez perseverar mesmo em meio
aos tempos difíceis de uma universidade e me encorajou a desenvolver este
trabalho;
Ao Deus Criador que sustenta todo o universo e a mim – “quem sou eu para que o
Deus de toda a terra se importe com meu nome?”;
Ao meu pai, Flávio, que sempre se dedicou ao máximo para me proporcionar uma
boa educação, mas não somente, também esteve presente em cada momento com
amor;
À minha mãe – e amiga –, Kézia, que sempre esteve atenta e disposta a ajudar,
cuidando de todos a todo tempo, abriu mão dos seus sonhos para sonhar com os
filhos e hoje podemos nos alegrar todos juntos;
Ao meu irmão, Felipe, por todo o apoio e cuidado demonstrado por toda a minha
vida;
À minha avó, Maurina, que é o maior exemplo de força, amor e dedicação por sua
família;
Aos meus irmãos do coração que me acompanharam desde o início dessa jornada,
Luana Barbosa e Mateus Guerra, e os que já chegaram no final, Daniele Borges e
Carlo Puyol. “Se eu cheguei até aqui, não tem como duvidar que eu só pude
caminhar porque vocês foram casa onde eu me abriguei, circo (e como eu
gargalhei!), pão que me alimentou, amigos, meus amigos!”;
Aos meus amigos amados que também foram casa: Ana Rebecca, João Florêncio,
Caio Nédici, Rasmana Ákila – e toda a moçada –, Juliana Soares, Gabriela
Rodrigues, Mayara Arruda, Tainá da Mata, Will, Arthur, Talita – minha madrinha do
EB –, Rebeca, Heloisa, Guilherme, Daniela, Lívia, Elisabeth, Fernanda, Elioenay
Dantas, Gemyma Medeiros;
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................12
2 A REFORMA PROTESTANTE ...........................................................................15
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO ......................................................................................... 15
2.2 BASES TEOLÓGICAS DA REFORMA ..................................................................... 17
2.2.1 Sola Scriptura ................................................................................................... 17
2.2.2 Sola Gratia ........................................................................................................ 18
2.2.3 Sola Fide ........................................................................................................... 19
2.2.4 Solus Christus .................................................................................................. 19
2.2.5 Soli Deo Gloria .................................................................................................. 20
3 O PROTESTANTISMO NO BRASIL ..................................................................21
3.1 AS TENTATIVAS DE IMPLANTAÇÃO ..................................................................... 21
3.2 PROTESTANTISMO DE MISSÃO ............................................................................ 21
3.3 A FASE DO UNIONISMO ......................................................................................... 23
3.4 A DIVERSIDADE DE TEOLOGIAS ........................................................................... 25
3.5 O PROTESTANTISMO UTÓPICO VERSUS O FUNDAMENTALISMO ................... 27
3.6 O CRESCIMENTO DO NEOPENTECOSTALISMO ................................................. 29
3.7 O PRAGMATISMO ................................................................................................... 30
3.8 A IGREJA EMERGENTE .......................................................................................... 31
3.9 AS IGREJAS PÓS-MODERNAN E O CULTO POP ................................................. 32
4 O MARKETING RELIGIOSO: DA REFORMA À IGREJA PÓS-MODERNA......36
4.1 O QUE É O MARKETING? ....................................................................................... 36
4.1.1 As Fases do Marketing .................................................................................... 36
4.1.2 Estratégias do Marketing ................................................................................. 39
4.2 O MARKETING RELIGIOSO .................................................................................... 41
4.2.1 Utilização do Marketing Religioso: Da Reforma À Igreja Pós-Moderna ...... 42
4.2.2 O Marketing no Culto: O Princípio Regulador do Culto e O Culto Pop ....... 49
5 ESTUDO DE CASO: COMUNIDADE CRISTÃ VIDEIRA....................................56
5.1 METODOLOGIA ....................................................................................................... 56
5.2 COMUNIDADE CRISTÃ VIDEIRA – CAPIM MACIO ................................................ 58
5.3 PRESSUPOSTO TEÓRICO ..................................................................................... 59
5.4 COLETA DE DADOS ................................................................................................ 59
5.4.1 Observação Direta ............................................................................................ 59
5.4.2 Arquivo .............................................................................................................. 64
5.4.3 Documentação ................................................................................................. 75
5.4.4 Pesquisa ............................................................................................................ 80
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................90
REFERÊNCIAS......................................................................................................92
12
1 INTRODUÇÃO
As igrejas pós-modernas, como são conhecidas, têm ganhado cada vez mais
visibilidade por causa das características que as distinguem e quebram paradigmas
diante do tradicionalismo das igrejas históricas. Observa-se o crescimento da
participação dos jovens atraídos pela estrutura peculiar delas, como paredes pretas,
jogos de luzes, fumaça de gelo seco, músicas animadas e pastores descontraídos.
Além disso, outra característica marcante é o incentivo à participação de grupos
menores a fim de proporcionar maior inclusão entre todos.
Diante dessas observações, nota-se a possibilidade da inserção de
estratégias do marketing na estrutura física e litúrgica dessas igrejas. Assim, torna-
as passíveis de uma análise mercadológica para verificar quais são os métodos
utilizados, público alvo, objetivos de marketing e mix marketing.
Para compreender esse fenômeno, precisa-se pensar em como o
protestantismo se deu, como chegou ao Brasil e seu desenvolvimento no decorrer
do tempo. Assim como a evolução da utilização de tais estratégias desde a Reforma
Protestante até os dias atuais.
No entanto, vale ressaltar o momento atual da sociedade e a influência
filosófica deste período. O pós-modernismo passa a reconfigurar todos os setores
sociais, incluso a religião. O pensamento relativista e consumista passa a exercer
influência sobre a igreja – a qual antes buscava pela aplicação da verdade absoluta
das afirmações da Bíblia –, há então uma descaracterização da doutrina difundida
pelos reformadores e uma nova configuração em seus métodos de crescimento. Ela
passa a se preocupar em oferecer o bem-estar em todas as esferas para o seu
público, pois é isso que é buscado, e é o que reflete o chamado Culto Pop.
Assim, este trabalho abordou o contexto histórico da Reforma Protestante
com suas implicações teológicas a fim de compreender o surgimento das igrejas
evangélicas protestantes. Em seguida, traçou as fases da implantação dela no
Brasil e sua evolução em várias ramificações de pensamento.
Utilizou-se a base teórica de autores como Antônio Mendonça, Émile
Leonard, Canuto, Mauro Meister, D.A Carson, citações de Martinho Lutero, João
Calvino e da Confissão de Fé de Westminster, entre outros, para compreender o
pensamento protestante e sua chegada ao Brasil.
E para compreender a utilização do marketing para essa expansão no Brasil,
foi abordado as definições de marketing e suas fases, o marketing religioso e sua
utilização em cada fase da igreja protestante brasileira. Com foco nas Igrejas Pós-
14
2 A REFORMA PROTESTANTE
1
Disputatio pro declaratione virtutis indulgentiarum
17
Esse ponto foi o grande marco da reforma protestante, dele saíram os demais
solas. O retorno a suficiência das Escrituras como única regra de fé e prática a todos
18
faço, mas por causa de sua graça. Se trabalho muito pouco ou errado
demais, Ele, graciosamente, me perdoará e me fará melhorar. Essa é a
glória de todo cristão. (LUTERO, 2007, p.39-40)
Esse é o ponto que Canuto (2012, p.13) relata ser o “grito de guerra da
Reforma Protestante”: que o justo viverá pela fé. Lutero o considerou o pilar da
igreja, a “justificação por meio fé pelos méritos de Cristo” (CANUTO, 2012, p.13) e
pela graça. Esse foi o entendimento de Lutero sobre a justiça de Deus, a qual era
realizada por intermédio do Cristo. Seria nesse ponto que a igreja deveria se basear
para a segurança da salvação, não na crença da obra humana, mas na fé – dada
por Deus – na redenção definitiva através da vida, morte e ressurreição de Jesus.
Afirmação que é mantida entre as igrejas protestantes pela Declaração de
Cambridge, realizada em 1996 pela Aliança de Evangélicos Confessionais, que diz:
3 O PROTESTANTISMO NO BRASIL
que com mais dificuldade diante de uma cultura sacra lúdica. Assim, formaram
comunidades conhecidas por serem pacíficos, ordeiros e contrários à ociosidade.
Também houve influências das doutrinas arminianas e puritanas com o
“avivamento dos irmãos Wesley”, com a necessidade de uma vida regrada e cheia
de renúncias para alcançar a salvação, o que favoreceu o desenvolvimento da
cultura conservadora. Porém, o início do protestantismo no Brasil é marcado pelo
equilíbrio dessas vertentes teológicas (MENDONÇA, 1984, p.232) como resultado
dos movimentos que ocorriam em todo o mundo e o surgimento de grandes nomes
difusores de cada doutrina, o que já demarca uma separação de ideais e prioridades
desde a implantação das igrejas protestantes no Brasil por parte dos grupos
missionários.
3.7 O PRAGMATISMO
Para isso, já nos anos 2000, chegou ao Brasil uma nova vertente do
protestantismo, as denominadas igrejas emergentes. Elas surgiram como protesto
às igrejas modernas, ou tradicionais. O principal ponto abordado pelo movimento
emergente era próximo a teologia radical, em que afirmava que a ortodoxia das
igrejas “matavam Deus”, com isso passaram a propor igrejas mais liberais e
inclusivas para se adaptar à sociedade pós-moderna, ou seja, nega a possibilidade
de regras fixas (MEISTER, 2006, p. 97) com o conceito pós-moderno da pluralidade
relativista. É o que torna difícil a caracterização das igrejas emergentes em suas
2
Aqueles que buscam experiências emocionais.
32
Percebe-se que não há uma definição concreta, mas sim uma descrição de
pontos do pensamento filosófico e suas consequências. Almeida (2006, p.2)
também enfatiza que “cada novo livro publicado sobre o tema procura definir ou
redefinir o termo, mas de facto, quanto mais ele é debatido mais significados adquire
e menos útil se torna”. Afinal, para um movimento que aborda o relativismo, não há
a compreensão de uma definição única e verdadeira. Assim, pode-se somente
verificar suas características inerentes em comparação com o modernismo. É o que
Neville Kirk (apud ALMEIDA, 2006, p. 2, tradução nossa) demonstra.
34
Modernismo Pós-modernismo
Elitismo, autoritarismo enclausurado e Consumo popular flexível, escolha
engenharia social (fordismo) aberta, oportunidade
Alta cultura e tradição, profundidade Cultura popular e mercantilização do
lazer e da cultura, “pastiche
irreverente”, “profundidade artificial”
Austeridade e disciplina Brincadeiras e hedonismo
descontraído
Significados fixos, centralização, leis e Relativismo, indeterminação,
verdades absolutas contingência, fragmentos de ser,
descentralização
Holismo Individualismo
Planejamento Experiência e pragmatismo
Homogêneo Heterogêneo
Significado Significador
Certezas, estruturas unitárias, Ceticismo
sistemas discursivos, síntese,
realidade externa
Fonte: Adaptado de Almeida (2006)
A partir disso, o pensamento pós-moderno passa a ser expandido através da
flexibilidade de definições do relativismo, a busca por experiência e o pragmatismo,
a descentralização, o hedonismo, a quebra de tradições e a valorização da escolha.
Surge, então, uma nova demanda para as igrejas. Não há mais como
enfatizar um só modelo de organização e tradição para ser aceita na nova geração.
O que não foi satisfeito totalmente com as igrejas emergentes, apesar do
crescimento do movimento na primeira década do milênio, sendo substituído por um
novo tipo de igreja gerado pelos frutos do movimento de mega igrejas, mas
adaptadas à realidade brasileira. Seguem os conceitos do movimento Igreja com
Propósito – adoração, comunhão, discipulado, ministério e evangelismo –, adotam
o estilo musical próximo ao da Hillsong Church e atraem os jovens da geração Y e
Z. Utilizam a tecnologia e conceitos da psicologia para transformar o ambiente, com
superfícies – parede, teto e piso – escuras, jogos de luzes, fumaça de gelo seco,
chamadas atrativas, um novo perfil de pastor e sermões descontraídos, buscam o
35
4 P’s 4 C’s
marketing religioso, suas implicações e como ele foi utilizado durante a expansão
do protestantismo no Brasil.
para ensino dos não-alfabetizados. Assim a reforma foi anunciada com “uma
campanha multimídia, na qual além de textos se adicionavam imagens e música”
(BUSI, 2017, p. 9).
Busi (2017) compara essa estratégia utilizada como o “ambiente de hoje em
dia dos blogs e social networks” e os leitores que repassaram essa informação como
a “audiência, a partir do momento que eles fazem mais do que simplesmente
consumir informação”. Modelo que foi seguido na expansão do protestantismo por
todo o mundo. Mas vale ressaltar que a finalidade de tais estratégias era a
divulgação das ideias e da própria Escritura, com os cinco solas da reforma e as
teses de Lutero, e não uma promoção própria dos reformadores ou fim lucrativo,
pelo contrário, por realizarem essa divulgação muitos foram executados,
excomungados ou expulsos dos seus países.
Frequência na igreja e
Ativismo ativismo social
Preço Custo
A partir disso, vemos a chegada da nova fase trazida pelo novo pensamento
político do Pós-Vargas em que a “fé deveria expressar-se no meio das lutas sociais”
(SHAULL apud MENDONÇA, 2005, p.13) defendida pelas lideranças intelectuais
nas universidades. A atração da teologia prática em detrimento da ortodoxia.
Utilizaram de estratégias próximas ao liberalismo vindo do unionismo.
Surge então a resistência a esse movimento com grupos universitários
voltados para o resgate a ortodoxia, as quais ficaram conhecidas posteriormente
como “missões de fé”. Nesse conflito entre liberais e fundamentalistas há a
utilização de veículos de massa com o tele evangelista Jimmy Swagart, o que
simboliza a chegada dessa prática nos espaços televisivos, algo que ainda é muito
comum hoje. Porém, a motivação se assemelhava novamente ao período dos
panfletos da reforma com a inserção dos meios de comunicação em massa da
época (TV e rádio) como propaganda.
Além desses movimentos, ocorre a primeira explosão pentecostal com as
grandes cruzadas evangelísticas mais uma vez, porém com o intuito de ser
movimentos espirituais com as “tendas de cura divina”. Esse era o atrativo desses
eventos, onde ofereciam transformação sem o compromisso com a igreja e uma
vida de renúncia. Ele surge como resposta a uma nova demanda social em que
pessoas desejavam mais atrativos na igreja, mas que devido aos grandes fluxos
46
Ordenanças Circunstâncias
Oração a Deus
elemento utilizado na igreja descrita nas Escrituras pelo esforço de implantar o sola
scriptura na liturgia do culto. A partir desse pressuposto, pode-se analisar os
elementos extras hoje utilizados na liturgia como estratégias, sendo verificadas suas
motivações e objetivos.
Percebe-se, então, que o princípio regulador do culto reformado deixou de
ser usado na maioria das igrejas, as quais adotaram padrões culturais e sociais de
onde estão inseridas. Na história do cristianismo protestante no Brasil isto é uma
realidade, principalmente no culto pop pós-moderno. Nota-se a adesão do
pensamento consumista do período histórico, o destaque no prazer da escolha
pessoal – o consumismo. John Benton (2006, p. 7) o define como
Um tipo de evangelho secular que oferece felicidade por meio de bens
materiais e atividades da escolha pessoal de cada indivíduo. O principal
objetivo do consumismo tem a ver com proporcionar felicidade ao
indivíduo. Outra consideração como obrigações para com a sociedade ou
padrões morais antiquados são postos de lado. O consumismo ostenta o
ideal da satisfação pessoal. O consumidor deve sempre sair com a
sensação de bem-estar, seja lá o que tenha comprado. Essa preocupação
primária se enquadra exatamente na cultura de terapia do pós-
modernismo.
marketing para estabelecer, por meio de estudo, uma posição concreta para a
marca, tanto em formato racional, quanto emocional”, é como o consumidor irá ver
e se relacionar com a marca. No caso da igreja, passa a ser uma nova identidade a
ser construída no imaginário do público de um novo estilo de culto, a fim de gerar
identificação e adesão. O apelo de se sentir bem consigo mesmo e com Deus
através da instituição.
A busca pelo bem-estar é correspondida pela utilização dos cinco sentidos.
Passa a ser um grande diferencial em meio a uma sociedade exposta à exaustão
no sentido visual e sonoro através das mídias, o que causa a perda da sensibilidade
a tais estimulantes. Batey (2010, p. 96) relata sobre a oportunidade de utilizar-se
desse fato social para atrair o público
Se a privação dos sentidos é um preço que tivemos de pagar pela
quantidade de tecnologia disponível hoje em dia, as marcas podem
preencher esse vazio oferecendo o tipo de estímulo sensorial que nos
energiza como seres humanos.
O marketing passa a ser trabalhado nos cinco sentidos: visão, audição, tato,
olfato e paladar. Para a visão são utilizadas cores específicas – baseada na
psicologia das cores e nos sentidos proporcionadas por cada uma –, estética e
formas. Proporcionam a identificação com a marca – igreja – pela construção social,
cultural, psicológico, biológico e fisiológico (BATEY, 2010). Sendo o principal
sentido para a percepção do espaço, a construção do ambiente se torna planejada
de modo peculiar, que seja semelhante a espaços como casas de show e áreas de
lazer. Estimula para a diversão, bem-estar, espontaneidade e extroversão – por ser
ambientes escuros que dificulta a observação de outros. O jogo de luzes coloridas
é utilizado para marcar o momento, seja de emocionalismo ou animação, variando
entre o amarelo/laranja (criatividade), azul (calma/confiança), verde (esperança) e
roxo (mistério) para as músicas; branco para a hora da pregação.
Para a audição há o apelo musical que guia as emoções do público. “Se a
música consegue chegar ao tálamo, então isso significa que a música ataca o
sistema nervoso diretamente” (CAVACO apud OLIVEIRA; BRAGA, 2010, p. 6), é
ela que permite o “saltar de alegria” e logo após chorar, oferece bem-estar e uma
experiência completa ao consumidor. No culto pop é a estratégia mais utilizada para
manipulação das emoções. Abre a possibilidade também para o sentido do tato,
pois é em meio a esse processo que há o contato com outras pessoas, o “pôr a mão
no coração”, o levantar das mãos ou as palmas.
54
Apenas o que Deus ordena em sua Palavra é Tudo o que não é expressamente condenado
permitido pela Bíblia é permitido.
O conteúdo do culto é a Palavra de Deus O culto se torna cada vez mais subjetivo ou
objetiva. místico.
O culto permanece puro, simples e sem O culto é alterado, evolui e é adulterado por
adulteração. tradições humanas.
O culto baseado na Palavra de Deus possui As formas e o conteúdo do culto público são
parâmetros limitados. teoricamente infinitos
O culto bíblico é centrado em Deus e em sua O culto centrado no homem tem por norte o ser
Palavra. humano e seus sentidos. Daí sua degeneração
no entretenimento ou nas cerimônias e nos
rituais pomposos.
Fonte: Adaptado de Schwertley (2001)
Foi escolhida a Comunidade Cristã Videira Natal – Capim Macio para ser
objeto de análise, a qual será desenvolvida neste capítulo. Para isso, será abordado
a definição teórica da metodologia a ser utilizada, a descrição histórica da igreja
escolhida, a explanação dos pressupostos teóricos já relatados anteriormente e a
coleta de dados e interpretação desses.
5.1 METODOLOGIA
3
Lounge: é uma palavra em inglês que significa sala de estar, sala de espera ou antessala;
costuma ser um lugar confortável e receptivo, uma sala pública para interação entre os
frequentadores ou um local de descanso.
63
Fonte: Instagram
5.4.2 Arquivo
“Faça a Sua Parte” para reforma e ampliação dos prédios. E informações para
contato.
Figure 8 - Print da página inicial do site
Com a utilização do slogan “Viver, Amar e Servir”, o site possui o seu design
em predominância nas cores preto e branco e com fotografias. Uma linguagem
visual correspondente ao objetivado pelo ambiente da igreja, voltado para ser
atrativo ao público jovem.
66
4
Utilizam-se de metáfora com relação ao pecado proibido, fruto proibido.
72
Observa-se que o vídeo utiliza linguagem ambígua, com teor insinuativo e que faz
referência ao vídeo postado nas redes sociais pelo jogador de futebol Neymar
Junior, o qual circulou como “meme”.
5.4.3 Documentação
5.4.4 Pesquisa
1º FASE
2º FASE
83
Esta pergunta revelou que a maior parte dos entrevistados estão há pouco
tempo na CCVideira, 58,1% estão há menos de 3 anos mesmo que a igreja possua
mais de 10 anos na cidade.
Gráfico 5 - Procedimento para se tornar membro
Os motivos para essa transição entre igrejas foram descritos nesta outra
pergunta. As respostas mais comuns e relevantes para descrever o que motivou os
entrevistados a saírem das suas igrejas para irem participar da CCVideira foram:
decepção com pessoas ou ocorridos na igreja, não se sentir “conectado” com Deus,
não se sentir bem acolhido e não concordar com a visão.
5
Metanoia: mudança essencial de pensamento ou de caráter; transformação espiritual.
89
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARNA, George. O Marketing a Serviço da Igreja. [S. l.]: Abba Press, 1997.
BENTON, John. Cristãos em uma sociedade de consumo. [S. l.]: Cultura Cristã,
2002. 158 p.
CANUTO, Manoel. A Fé Protestante. 1. ed. [S. l.]: Os Puritanos, 2012. E-book (30
p.)
CARSON, D.A. Igreja Emergente: O movimento e suas implicações. [S. l.]: Vida
Nova, 2010.
KOTLER, Philip. Marketing 3.0: As Forças que Estão Definindo o Novo Marketing
Centrado no Ser Humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
LÉONARD, Émile G. O Protestantismo Brasileiro. 2. ed. rev. [S. l.]: Aste, 2002.
LUTERO, Martinho. Nascido Escravo. 2. ed. rev. São José dos Campos: Fiel
Editora, 2007. 102 p.
MARKETING 4.0: o que é, quais os impactos e como aplicar na sua empresa. [S.
l.], 2018. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/marketing-4-0/. Acesso em: 6
nov. 2019
STEPHAN, Mariana. As fases do Marketing segundo Philip Kotler. In: Integra. [S.
l.], 2017. Disponível em: https://www.integraej.com/single-post/2017/12/05/As-
fases-do-Marketing-segundo-Philip-Kotler. Acesso em: 30 out. 2019.