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PIEDADE PLINIANA

REVISTA DR. PLINIO


Suplica da despretensão e do enlevo

Ó Maria, Esposa Imaculada do Espírito


Santo, dai-me a graça de ver os imponderáveis da
Criação, de me enlevar por eles, e de ser impelido
por um amor desinteressado à contemplação das
perfeições que a alma humana possui pela natureza e
pela graça.
Fazei-me subir dessa consideração à da
natureza angélica e puramente espiritual, e, por fim,
à de vosso Divino Filho que, na sua humanidade
santíssima, é o ápice e a síntese de toda a Criação.
Fazei-me, em seguida, por um voo ainda mais
possante de despretensão e de enlevo, fixar a minha
mente na consideração da própria essência divina, da
qual toda a Criação é imagem ou semelhança, de
maneira que, analisando depois as criaturas, possa
antegozar o Céu, preparando-me desse modo para
entrar nele e Vos louvar por toda a eternidade.
Amém.

(Oração composta em 5/1/1973 * Revista Dr.


Plinio 212, Novembro de 2015).

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"Filho, eis aí tua Mãe"

Repousais, Senhor, em vosso mísero e


augustíssimo Presépio, sob os olhos da Virgem,
vossa Mãe, que vertem sobre Vós os tesouros
inauferíveis de seu respeito e de seu carinho.
Jamais uma criatura adorou com tão profunda
e respeitosa humildade o seu Deus. Nunca um
coração materno amou mais ternamente seu filho.
Reciprocamente, jamais Deus amou tanto uma mera
criatura. E nunca filho amou tão plena, inteira e
superabundantemente sua mãe.
Toda a realidade desse sublime diálogo de
almas pode conter-se nestas palavras que indicam
aqui todo um oceano de felicidade, e que em ocasião
bem diversa haveríeis de dizer um dia do alto da
Cruz: "Mãe, eis ai o teu filho. Filho, eis ai tua Mãe
(cf. Jo 19, 26-27). E, considerando a perfeição deste
recíproco amor, entre Vós e vossa Mãe, sentimos o
cântico angélico que se levanta das profundezas de
toda alma cristã: "Gloria a Deus no mais alto dos
Céus, e paz na Terra aos homens por Ele amados."
(Lc 2,14).

(Extraído de "Catolicismo", dezembro de


1963 * Revista Dr. Plinio 213, Dezembro 2015)

3
Para combater as afeições meramente
terrenas

Minha Mãe e Senhora minha, quão grande foi


o elogio que de Vós fez o Evangelho ao afirmar que
— depois das inefáveis emoções da Anunciação, da
Natividade, da Visita dos Reis Magos e da
Apresentação no Templo — consideráveis todos
estes fatos meditando-os em vosso Coração. Assim,
nas emoções mais intensas que podíeis ter, Vós
meditáveis.
Eram emoções indizivelmente ordenadas, e
por isto em nada empanaram, antes favoreceram o
exercício incomparavelmente lúcido de vossa
meditação. Ordenadas, não apenas porque vossa
natureza sem mancha não tinha a menor desordem,
mas também porque vossas emoções resultavam da
Fé e eram todas embebidas de Esperança e Caridade.
Olhai, suplico-Vos, para este filho tão
diferente de Vós. Concebido com as desordens do
pecado, agravado por toda espécie de infidelidades,
ele nem de longe é tão sobrenatural quanto quisera, e
por isso encontra-se tiranizado pelas impressões,
sensações e tentações.
Fazei com que uma graça, vinda do mais
íntimo de vosso Imaculado Coração, toque a alma
deste vosso filho, separando-a dos aspectos terrenos,
orientando-a exclusivamente para Vós e
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extinguindo, assim, os ardores das paixões que tanto
a nublam, perturbam e tiranizam. Amém.

(Composta em outubro de 1966


* Revista Dr. Plinio 214, Janeiro de 2016)

Ó minha Mãe, Medianeira de todas as


graças, na vossa luz veremos a luz!

Mãe, antes ficar cego do que deixar de ver


vossa luz, porque vê-la é viver. Na sua claridade
contemplaremos todas as luzes; e sem ela, nenhuma
luz refulge. Não considerarei vida os momentos em
que ela não brilhar; e eu, da vida não quererei ter
mais nada do que a mente banhada por essa luz. Ó
luz, eu vos seguirei, custe o que custar: pelos vales,
montes, desertos e ilhas; pelas torturas, pelos
abandonos e olvidos; pelas perseguições e tentações,
pelos infortúnios, pelas alegrias e triunfos. Eu vos
seguirei de tal maneira que, mesmo no fastígio da
glória, não me incomodarei com ela, porque só me
preocuparei convosco. Eu vos vi, e até o Céu não
desejarei outra coisa, porque uma vez vos
contemplei!

(Composta na década de 1970


* Revista Dr. Plinio 215, Fevereiro de 2016)

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Súplica a Nossa Senhora do Amparo

Ó Santa Senhora do Amparo, ponde em


minha alma, totalmente carecedora de méritos e de
forças, uma graça pela qual este vosso escravo
confie em Vós cegamente durante a vida inteira.
Uma graça que faça desta confiança cega o caminho
pelo qual ele realize sua vocação, e chegue até Vós
no Reino de Maria e no Reino dos Céus. Vós bem
sabeis que incontáveis vezes este escravo Vos será
infiel. Ponde, porém, na alma de vosso escravo a
convicção de que, de antemão, lhe perdoastes tudo,
já perdoastes até o inimaginável, e de que depois de
cada miséria Vós abrireis para este escravo as portas
de uma misericórdia nova, mais suave, mais rica e
mais insondável do que a anterior. Assim seja.

(Composta em 4.9.1970
* Revista Dr. Plinio 220, Julho de 2016)

Pedido a Maria assunta ao Céu

Na vossa Assunção, ó Maria, vossa Pureza,


vossa Fé e vossa Fortaleza encontraram, por fim, o
prêmio merecido.
Fazei-me puro, cheio de Fé e forte para lutar
convosco na Terra e vencer a Revolução, de modo a
contemplar-Vos eternamente no Céu.
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Do alto da glória de onde reinais, sede para
mim a Mãe de Misericórdia, apoiando-me em todas
as minhas defecções, reerguendo-me em todas as
quedas, perdoando-me em todas as faltas e amando-
me em todos os instantes, de maneira que em tudo
Vos ame, ó Rainha santa, que deveis ser o enlevo de
toda a minha vida.

(Revista Dr. Plinio 221, Agosto de 2016)

Oração a São Miguel, pedindo a graça de


ser um perfeito cavaleiro

São Miguel Arcanjo, que desembainhastes o


vosso gládio no Céu para vingar contra os anjos
rebeldes a glória do Salvador e de sua Mãe
Santíssima, dai-me a graça de ser, neste auge do
poder das trevas, um perfeito cavaleiro da Cavalaria
Angélica suscitada em nossos dias para combater o
demônio e seus agentes terrenos e implantar o Reino
de Maria.
Para isto, obtende-me a graça de ter um
espírito profundo, sério, abnegado, inebriado de
fervor para com a Contra-Revolução, bem como
transbordante de ódio e desprezo para com a
Revolução satânica, igualitária e gnóstica.

(Revista Dr. Plinio 222, Setembro de 2016)


7
Glória, alegria e honra de nosso povo!

Ó Maria, abençoai-nos, cumulai-nos de


graças e, mais do que todas, concedei-nos a graça
das graças: Ó Mãe, uni intimamente a Vós este
vosso Brasil!
Tornai sempre mais maternal o patrocínio tão
generoso que nos outorgastes. Tornai sempre mais
largo e misericordioso o perdão que sempre nos
concedestes.
Aumentai vossa largueza no que diz respeito
aos bens da Terra, mas, sobretudo, elevai nossas
almas no desejo dos bens do Céu. Fazei-nos sempre
mais fortes na luta por Cristo-Rei, Filho vosso e
Senhor nosso. De sorte que, dispostos sempre a
abandonar tudo para Lhe sermos fiéis, em nós se
cumpra a promessa divina do cêntuplo nesta Terra e
da bem-aventurança eterna.
Ó Senhora Aparecida, Rainha do Brasil, com
que palavras de louvor e de afeto Vos saudar no
fecho desta prece? Onde encontrá-las senão nos
próprios Livros Sagrados, já que sois superior a
qualquer louvor humano? De Vós exclamava,
profeticamente, o povo eleito palavras que
amorosamente aqui repetimos: Tu gloria Jerusalem,
tu letitia Israel, tu honorificentia populi nostri (Jt
15, 10). Sois Vós a glória, a alegria, a honra deste
povo que Vos ama!
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(Extraído do Jornal "Ultima Hora", Rio de
Janeiro, de 12.10.1983
* Revista Dr. Plinio 223, Outubro de 2016)

Confiança em Maria

Ó minha Mãe, Rainha do Céu e da Terra, dai-


me a graça de nunca me sentir longe de Vós. Porque
Vós, Senhora, estais sempre próxima, e quem a Vós
reze afincadamente tudo obtém. Convencei-me, ó
Mãe, de que Vós estais ao alcance não de mãos que
se estiram, mas de mãos que se põem juntas para
rezar, rezar, rezar seriamente.
"Nunca se ouviu dizer que alguém que
recorresse a vossa proteção ou reclamasse vosso
socorro fosse por Vós desamparado". Minha Mãe,
fazei-me compreender que se "nunca se ouviu
dizer", não serei eu o primeiro a não ser atendido.
Assim, pois, régia Senhora, fazei que sempre me
volte para Vós com confiança. Assim seja.

(Revista Dr. Plinio 224, Novembro de 2016)

9
Por Vossa bondade, salvai-me!

Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre


Virgem Maria! Vós fostes concebida sem pecado
original, e nunca tivestes a menor falta nem
deixastes de progredir tanto quanto Deus quis que
progredísseis ao longo de vossa vida.
Sois a Virgem por respeito de cuja virgindade
Deus operou o milagre estupendo: quis que fôsseis a
Mãe de seu Divino Filho, mas por onipotência d'Ele,
fostes preservada virgem antes, durante e depois do
parto; de tal maneira a vossa virgindade é
insondavelmente valiosa!
Mãe de Deus, Vós sois a Filha do Pai Eterno
e Esposa do Divino Espírito Santo, que em Vós
gerou o Menino Jesus. Tendes, pois, tudo para ser
atendida e, inclusive, sois cheia de misericórdia para
com os pecadores.
Ora, um pecador sou eu. Venho aqui, de
joelhos, Vos pedir: perdoai-me, não olheis para os
meus pecados, mas para a vossa bondade. Olhai para
o Sangue que vosso Divino Filho derramou para me
salvar, e pensai nas lágrimas que Vós mesma
vertestes por minha salvação.
Minha Mãe, não por meus méritos, mas por
vossa bondade: salvai-me!
(Composta em 29.11.1992
*Revista Dr. Plinio 225, Dezembro de 2016)
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"Mandai-me um raio da vossa luz"

Agradeço-Vos, ó Coração Sapiencial e


Imaculado de Maria, por terdes me chamado para a
excelsa condição de escravo vosso. Entretanto,
movido pelo desejo de levar até a sua mais alta
plenitude essa condição, sinto os obstáculos que as
infidelidades anteriores à minha vocação deixaram
nesta minha alma tão misericordiosamente amada
por Vós. Entre esses está, sobretudo, o mau habito
de me voltar continuamente para assuntos banais e
triviais, neles perdendo a atenção e o tempo
concedidos por Vós para me enlevar com o que é
nobre, digno e sublime, conforme a Vós, ó minha
Mãe, que sois mais elevada do que os Céus e mais
sublime do que todos os coros de Anjos e Santos.
Sempre que suceder sentir-me atraído para as
coisas banais e triviais, mandai-me um raio de vossa
luz que reacenda em mim o desejo das coisas
elevadas e celestes.
Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria,
fazei-me humilde, submisso, forte, nobre e
invencível, para que eu seja um perfeito escravo
vosso, um enlevado e imbatível Apóstolo dos
Últimos Tempos. Assim seja.
(Oração composta em 1967
* Revista Dr. Plinio 226, Janeiro de 2017)

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Para pedir a troca de vontades

Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria,


que simbolizais a mentalidade sagrada, a vontade
santíssima, a perfeitíssima disciplina da Mãe de
Deus, nós Vos pedimos: abri-Vos para nós.
Considerai nossas mentes infiltradas de
máximas revolucionárias! Tende em vista as nossas
vontades debilitadas por toda espécie de maus
hábitos e pressões decorrentes do ímpeto da
Revolução! Olhai para a nossa sensibilidade
trabalhada pelos mais nocivos fermentos do mundo
satânico que a Revolução vem desenvolvendo, e
tende pena de nós!
Nos Vos pedimos que substituais nossas
mentalidades revolucionárias, de maneira que nossos
princípios reflitam, com a fidelidade perfeita, a
doutrina e o espírito da Santa Igreja Católica
Apostólica Romana. Trocai a nossa vontade
corrompida, substituindo-a pela vossa sem mancha,
sem hesitação, sem concessões! Substitui nossa
sensibilidade pela vossa, ordenada, equilibrada,
puríssima, em tudo obediente à vossa vontade e
inteligência!
Vós sois, Coração Imaculado, o Sacrário do
Espírito Santo. Habitai no meu coração para que o
vosso Divino Esposo habite em mim e eu seja um
templo d'Ele!
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Dai-me, assim, ó Coração Sapiencial e
Imaculado de Maria, o Grand Retour tão desejado e
fazei-me um discípulo perfeito vosso! Amém.

(Composta provavelmente na década de 1980


* Revista Dr. Plinio 227, Fevereiro de 2017)

Ação de graça pelo sofrimento recebido

Ó minha Mãe, eu Vos agradeço por me terdes


dado esta ocasião de sofrer por Vós, e Vos digo:
quero esta dor! Eu a desejo porque Vós assim o
quereis; e a desejo durante o tempo que Vós
quiserdes! Ajudai-me na minha debilidade para que
eu possa carregar esta cruz como Vós entenderdes.
Eu a osculo como Nosso Senhor a osculou no
momento de colocá-la sobre os ombros, porque
desejo tudo sofrer. Eu ficaria desolado se minha vida
fosse sem cruz. A vida sem cruz é uma vida sem Vós
e, portanto, aceito a cruz de todo o coração. Tenho a
alegria de receber este sofrimento em união
convosco e para Vos agradar.
Dai-me, ó Mãe, o amor e o senso da cruz!

(Composta em 5.12.1967
* Revista Dr. Plinio 228, Março de 2017)

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Para pedir almas que amem a Cruz

Senhor Jesus, Varão das dores, em vossa


Alma e em vosso Corpo sofrestes tudo quanto é
dado a um homem sofrer. Contemplo vosso cadáver
descido do patíbulo, vossa humanidade como que
aniquilada, e vosso Sangue infinitamente precioso
vertido até a última gota ao longo da Paixão. Por
todos os séculos dos séculos, representareis a dor no
horizonte interior de nossas almas. A dor, com tudo
quanto ela tem de nobre, de forte, de grave, de doce
e de sublime. A dor elevada do simples âmbito das
considerações filosóficas para o firmamento infinito
da Fé. A dor compreendida em sua significação
teológica, como expiação necessária, e como meio
indispensável de santificação.
Pelo mérito infinito de vosso preciosíssimo
Sangue, dai à nossa inteligência a clareza necessária
para compreender o papel da dor, e à nossa vontade
a força para amá-la com todas as veras de nossas
almas.
É só pela compreensão do papel da dor e do
mistério da Cruz que a humanidade pode salvar-se
da crise tremenda em que está afundando, e das
penas eternas que aguardam os que até o último
momento permanecerem fechados ao vosso convite
para trilhar convosco a via dolorosa.
Maria Santíssima, Mãe das Dores, por vossas
14
preces obtende que Deus multiplique sobre a Terra
as almas que amam a Cruz. E a graça de valor
incalculável, que Vos pedimos, no crepúsculo desta
nossa pobre e estropiada civilização.

(Revista Dr. Plinio 229, Abril de 2017)

Nossa Senhora de Fátima, o extremo


sacrossanto

Ó Virgem Mãe, Senhora de Fátima, que


anunciastes ao mundo tão extremas aflições e tão
excelsas alegrias, revelando os terríveis castigos e os
grandes triunfos pelos quais passará a Cristandade!
A Vós, que denunciastes com tanta clareza os
extremos de abominação moral a que chegamos e,
ao mesmo tempo, fizestes ver a plenitude de vossa
insondável santidade, eu Vos suplico: mudai o meu
espírito!
Não permitais que eu continue sendo uma
dessas incontáveis pessoas de horizontes curtos e de
interesses circunscritos à pequena esfera de sua
própria individualidade. Fazei, pelo contrário, que
pela despretensão e abnegação eu seja uma alma
aberta e ardente, capaz de medir em toda a sua
extensão os extremos que em Fátima se divisam e de
tomar uma posição intransigente e completa a favor
do extremo sacrossanto que sois Vós, oh! minha
15
Mãe: extremo de amor de Deus, de pureza, de
humildade, de despretensão, de inquebrantável
combatividade!
Fazei com que eu, assim, seja um
contrarrevolucionário modelar, um perfeito apóstolo
dos últimos tempos.
Amém.
(Oração composta em 8.5.1971
* Revista Dr. Plinio 230, Maio de 2017)

Preparação para receber a Eucaristia

Minha Mãe e Senhora do Santíssimo


Sacramento, preparai-me Vós mesma para receber
Nosso Senhor, dando-me todos os bons movimentos
de alma, os bons impulsos para que eu tenha
presente o que vai acontecer de extraordinário, a
honra imensa que vou ter porque rezastes por mim e,
por isso, vosso Divino Filho vem a mim.
Quando comungáveis, Vós compreendíeis
inteiramente a grandeza desse ato. Peço-Vos, pois,
que adoreis a Deus em meu lugar, porque não sou
suficientemente grande para O adorar. Vinde
espiritualmente à minha alma e cuidai de vosso
Divino Filho como O tratáveis na Terra, porque não
sou capaz de fazê-lo devidamente.
(Extraído de conferências de 5.1.1974 e
6.2.1981 * Revista Dr. Plinio 231, Junho de 2017)
16
Pedindo graças que fazem parte do
segredo de Maria

Maria Santíssima, Esposa do Espírito Santo,


obtende-me d’Ele a graça necessária para que eu
olhe de frente a minha alma, fazendo um exame
implacável e verdadeiro de tudo quanto nela se
contém. Obtende-me amar o que ali pusestes de bom
e odiar o que há de mau. De sorte que, expulso dela
o mal, triunfe o bem, e comece em mim aquela
aurora do Reino de Maria, pelo qual devemos viver,
lutar e morrer. E se tal for a minha fraqueza e falta
de generosidade que eu não consiga corresponder às
vossas graças, dai-me graças ainda maiores, aquelas
que fazem parte do vosso segredo e das quais diz
São Luís Grignion que o homem, como que, não
lhes pode resistir.

(Composta em 25/7/1970
Revista Dr. Plinio 232, Julho de 2017)

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Oração da despretensão e
das santas proezas

Ó minha Senhora, Mãe de justiça e de


misericórdia, modelai a minha alma de tal maneira
que, inteiramente despretensioso, eu seja capaz das
mais santas proezas. Afastai de mim a consideração
de minhas qualidades naturais e até das
sobrenaturais que a graça, implorada por Vós, possa
me alcançar. Abri minha alma para o exame sincero,
leal, varonil de meus defeitos, sem buscar atenuantes
e pretextos para indulgências falsas para comigo.
Dai-me a verdadeira contrição pelas minhas faltas e
o propósito de nunca reincidir nelas. Assim, ó minha
Mãe, serei verdadeiramente capaz de realizar todas
as proezas por Vós, porque sei bem que só aos
despretensiosos Vós concedeis as grandes vitórias.

(Composta em 4/2/1980
Revista Dr. Plinio 233, Agosto de 2017)

18
Para pedir o sofrimento restaurador

Mãe do Bom Conselho, tende compaixão de


mim nos desacertos e nas perplexidades em que
minha alma culpada se encontra. No meio de todas
as minhas misérias, vossa graça me dá a convicção
de que é melhor qualquer sofrimento a continuar
como estou. E se, portanto, a condição para deixar
este infeliz estado é me fazerdes sofrer, com os
joelhos dobrados em terra e com as mãos postas, de
toda a alma, ó minha Mãe, peço-Vos que me deis o
sofrimento que seja necessário para eu ser
inteiramente vosso e, ao mesmo tempo, a força para
suportá-lo.
Nesse sentido suplico-Vos que, se for
possível, eu me una inteiramente a Vós sem ser
necessário esse sofrimento, e que afasteis de mim
esse cálice. Mas se não for possível, a exemplo de
vosso Divino Filho, digo: Faça-se em mim a vossa
vontade e não a minha. A “vossa vontade”, Mãe de
misericórdia, pois Vós sois o canal necessário, por
desígnio de Deus, para subirmos a Ele e para que as
graças venham até nós.
Mãe do Bom Conselho, mais uma vez eu Vos
peço: tende piedade de mim!

(Revista Dr. Plinio 234, Setembro de 2017)


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Guerreiros na grande luta que se aproxima

Meu Santo Anjo da Guarda, sei que dentro


dos planos divinos deveis, pelos desígnios de Nossa
Senhora, exercer especial papel na realização de
minha vocação. Vós, com todos os espíritos celestes,
possuís uma missão altíssima na luta contra a
Revolução. Dirijo-me a todos vós tendo presente a
vinculação que estas circunstâncias estabelecem
honrosamente de mim para convosco.
Em nome desse vínculo eu vos peço:
obtende da Rainha do Céu que vossa ação se
intensifique e tome toda a magnitude proporcionada
com minhas debilidades, infidelidades, fraquezas,
com meu desejo de servir inteiramente a Causa da
Igreja Católica e da Civilização Cristã.
Eu vos peço, portanto, que intervenhais
quanto antes sobre as pessoas e os acontecimentos
de maneira que, libertos da ação do demônio, a qual
hoje atingiu um auge, possamos pertencer-vos
inteiramente e ser vossos guerreiros na grande luta
que se aproxima.

(Composta em 4/12/1980
Revista Dr. Plinio 235, Outubro de 2017)

20
Para alcançar a emenda de meus defeitos

Senhora, Vós sois a Mãe de Nosso Senhor


Jesus Cristo, Mãe de todos os homens e, portanto,
também a minha Mãe! Eu serei, talvez, o último dos
filhos, mas Vós sois a mais alta e a mais excelsa de
todas as mães. Se meus pecados são um abismo, a
vossa compaixão é uma montanha muito maior do
que esse abismo.
Sei que minhas preces, por si mesmas, não
valem nada. Mas se o coração da mãe está sempre
aberto a perdoar, amar e afagar, quanto mais o vosso,
que sois a Mãe das mães! Assim, não desprezeis
essas súplicas, mas atendei-as favoravelmente, pois
Vos estou pedindo como filho. Alcançai-me a
emenda de meus defeitos.
Sei, ó Mãe, que nunca deixareis de olhar com
boa vontade para o filho que pede a vossa
assistência. Por isso Vos imploro com insistência:
tende pena de mim e arrancai-me de meus pecados.
Assim seja.

(Composta em 21/9/1991.
Revista Dr. Plinio 236, Novembro 2017)

21
Prece junto ao Presépio

Aqui esta, Senhor Jesus, mais um filho da


Igreja militante trazido pela graça que vossa celeste
Mãe, por suas preces, obteve de Vos.
Eis este batalhador, ajoelhado diante de Vós,
antes de tudo para Vos agradecer.
Agradeço-Vos a vida que me destes, o
momento em que insuflastes minha alma, o plano
eterno que tínheis a respeito de mim, por onde
deveria haver nos desígnios de Deus alguém que,
dentro da coleção dos homens, haveria de ocupar
este lugar, mínimo que fosse, no enorme mosaico de
criaturas humanas destinadas a subir ao Céu.
Agradeço-Vos por terdes posto uma luta no
meu caminho, para que eu pudesse ser herói, e a
força que me destes para rezar, resistir e espancar o
demônio.
Agradeço-Vos todos os anos de minha vida
passados na vossa graça e aqueles em que, embora
nao transcorridos na vossa graça, Vos os encerrastes
e, abandonando o caminho da desgraça, retornei à
vossa amizade.
Agradeço-Vos tudo quanto fiz de difícil para
combater os meus defeitos, por nao Vos terdes
impacientado comigo, e por haverdes me conservado
vivo para que eu ainda tivesse tempo de corrigir-me
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antes de morrer.
E se um pedido quero Vos fazer neste Natal,
Senhor Jesus, ei-lo, adaptando um pouco o versículo
de um Salmo que diz "Não tireis a minha vida na
metade dos meus dias" (SI 101, 25). Não me tireis os
dias na metade da minha obra, e concedei-me que
meus olhos não se cerrem pela morte, não falte o
vigor a meus músculos, minha alma não perca a sua
força e agilidade, antes que eu tenha, para a vossa
honra, vencido todos os meus defeitos, galgado
todas as alturas interiores que me designastes para
galgar, e no vosso campo de batalha tenha prestado a
Vós, por feitos heroicos, toda a glória que esperáveis
de mim quando me criastes. Assim seja.

(Composta em 23/12/1988
Revista Dr. Plinio 237, Dezembro 2017)

23
Como nas Bodas de Caná

Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria,


se considero minhas insuficiencias e infidelidades,
tenho todos os motivos para estremecer. Mas eu me
refugio na vossa misericordia como a criança faltosa
nos braços de sua mãe.
Eu me ofereço todo a Vós para que leveis a
cabo em mim a obra que eu mesmo jamais
conseguiria executar. Fazei de mim um perfeito
escravo vosso.
Aceitai, ó Mãe dulcíssima, minhas fraquezas
e até as minhas faltas, e obtende que umas e outras
se transmudem em virtudes como obtivestes que a
água se mudasse em vinho nas Bodas de Caná.
Ó minha Mãe, aqui está um filho pecador,
infiel e ingrato. Mas dizei uma só palavra e se
operará a mudança fundamental que fará de mim um
verdadeiro filho vosso. Assim seja.

(Composta em 14.1.1968.
Revista Dr. Plinio 238, Janeiro 2018)

24
Prece preparatória para a Comunhão

Minha Mãe e Senhora do Santíssimo


Sacramento, Vós sois a síntese perfeita de todas as
pessoas boas em todos os tempos. No meio de
vossas excelsitudes há em Vós um filão que é a
suprema perfeição de mim mesmo. Adorai a Nosso
Senhor por mim e comigo. Sede Vós o
meu “alto-falante” celeste e falai a Ele.
Vinde minha Mãe e cobri minhas manchas,
porque na presença d’Ele sou indigno e carregado de
defeitos. Vinde resolver essa minha dificuldade.
Obtende que Nosso Senhor Jesus Cristo não entre
em análise comigo, e vá me perdoando antes mesmo
de entrar em mim.
Vinde com vosso sorriso, vossa voz e vossas
palavras atraentíssimas a vosso Divino Filho.
Amém.

(RevDrPlinio 239, Fevereiro de 2018)

25
“Em vossa Cruz começastes a reinar!”

Já não estais por terra, meu Deus. A Cruz


lentamente se levantou, não para Vos exaltar, mas
para proclamar bem alto vossa ignomínia, vossa
derrota, vosso extermínio. Entretanto, era o
momento de se cumprir o que Vós mesmo havíeis
anunciado: “Quando for elevado, atrairei a Mim
todas as criaturas” (Jo 12, 32) . Em vossa Cruz –
humilhado, chagado, agonizante – começastes a
reinar sobre esta Terra. Numa visão profética, víeis
todas as almas piedosas de todos os tempos, que
viriam a Vós.
Meu Deus, foi na Cruz que começou vossa
glória, e não na Ressurreição. Vossa nudez é um
manto real, vossa coroa de espinhos um diadema
sem preço, vossas chagas são a vossa púrpura.
Ó Cristo Rei, como é verdadeiro considerar-
Vos na Cruz como um Rei! Mas como é certo que
nenhum símbolo exprime melhor a autenticidade
dessa realeza quanto a realidade histórica de vossa
nudez, de vossa miséria, de vossa aparente derrota.

(Revista Dr. Plinio 240, Março de 2018 -


Extraído de “O Legionário”, abril de 1943)

26
Junto à imagem milagrosa

Mãe nossa, ajudai-nos misericordiosamente a


ter sempre presente que ao longo das faces de vossas
imagens correram lágrimas milagrosas. Compenetrai
nossas almas da causa fundamental da tristeza de
que destes mostra, ou seja, a Mensagem de Fátima
não foi tomada em consideração. A humanidade,
desvairada pela Revolução, tomou com menosprezo
os pedidos, as promessas, as ameaças que então lhe
comunicastes. Por isso chorais. É o sinal de que a
hora dos castigos está soando.
Entretanto, a indiferença continua completa
na imensa maioria dos homens. Ela existe em parte –
oh! dor! – naqueles que chamastes mais
especialmente para tomarem consciência da
gravidade imensa dessa situação, e se prepararem
para os grandes dias que se aproximam.
Não permitais, Mãe de misericórdia, que esse
estado perdure em nossas almas. Enviai vossos
Anjos para expulsarem toda e qualquer influência
diabólica que nos mantenha participantes na
indiferença terrível com que o mundo de hoje
considera vossas mensagens dadas em Fátima.
Assim seja.

(Revista Dr. Plinio 242, Maio 2018.


Extraído de oração composta em 1973)
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Confiança cega em Nossa Senhora

Ó Santa Senhora do Amparo! Ponde na


minha alma, totalmente carecedora de méritos e de
forças, uma graça pela qual este vosso escravo
confie em Vós cegamente durante a vida inteira. Que
faça desta confiança cega o caminho pelo qual
realize a minha vocação e chegue até Vós no Reino
de Maria e no Reino dos Céus.
Bem sabeis como, incontáveis vezes, ser-vos-
ei tão infiel que desmerecerei completamente o favor
de ter sido chamado por Vós. Ponde, porém, em
minha alma a convicção de que, de antemão, já
perdoastes tudo, até o inimaginável, certo de que,
depois de cada miséria, Vós abrireis para este filho
as portas de uma misericórdia nova, mais rica e mais
insondável do que a anterior.
Dai-me a graça de fazer um ato de confiança
sempre que veja uma infidelidade em mim ou nos
outros. De maneira que a vida deste filho e escravo
vosso seja um longo e ininterrupto ato de confiança
em Vós. Amém.

(Revista Dr. Plinio 243, Junho 2018)

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