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Revista Dr.

Plinio 213, Dezembro 2015

Hagiografia

Santo Annon: energia e astúcia


4 de dezembro

Reprodução
Santo Annon
confirma a eleição do
Abade do mosteiro
de São Miguel,
em Siegburger
Fundação Francke,
Halle, Alemanha

Utilizando sapiencialmente as qualidades que Deus lhe havia


concedido, Santo Annon salvou a Reforma Gregoriana que estava
passando por um gravíssimo período. Sua figura nos ajuda a
compreender melhor a verdadeira fisionomia da Igreja.

S anto Annon, bispo e confessor, é um dos grandes


e pouco conhecidos Santos da Idade Média. A seu
respeito, temos a seguinte ficha preparada por um
dos membros de nosso Movimento.
Professor da escola de Bamberg, Arcebispo de Colônia e
Chanceler do Sacro Império, fundador de mosteiros, a ele
se deve também, em grande parte, a introdução da reforma
cluniacense na Alemanha.
Era uma personalidade invulgar. De porte majestoso,
Pessoa de trato verdadeiramente agradável bem proporcionado, seus contemporâneos o descreviam
como um belo homem, grande orador, e não menor cau-
Santo Annon é um dos grandes santos dos primeiros seur1, suas aulas e sua prosa prendiam a atenção de todos
anos do Sacro Império Romano Alemão. Seus altos feitos os que o ouviam, nele admirando não só a ciência, como a
ficaram registrados não só na História, como na Literatura, ortodoxia de seu pensamento. A amenidade de seu trato e a
pois sobre a sua vida foi escrito um poema em 876 versos, extraordinária, e mais tarde legendária, energia impunham
clássico da literatura medieval alemã. a todos respeito e veneração.

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É uma bonita descrição de um desses homens comple- ficuldades começaram quando Nicolau II decretou que a
tos, muito bem constituídos fisicamente e com essa dupla eleição dos Papas seria feita pelo Colégio dos Cardeais.
qualidade: um trato muito ameno, orador, causeur bri- A nobreza romana revoltou-se. E os adversários da Re-
lhante, e homem muito enérgico. Isto demonstra quan- forma Gregoriana conseguiram convencer a Imperatriz de
to é verdade aquilo que o liberalismo procura ignorar: que não devia aceitar o decreto. Pouco depois morreu Ni-
a pessoa seriamente enérgica, quando não é ocasião de colau II, e Hildebrando fez o Sacro Colégio elevar ao sólio
usar de energia, deve ser de um trato muito agradável. E pontifício Alexandre II. O episcopado da Lombardia e al-
a pessoa de um trato verdadeiramente agradável, nas ho- guns bispos alemães, com a anuência da Imperatriz, reuni-
ras de energia, sabe ser enérgica. ram-se e elegeram o antipapa Cádalo, Bispo de Parma, que
O que vem a ser um trato verdadeiramente agradá- tomou o nome de Honório II.
vel? Não o de um palhaço qualquer que conta anedotas,
mas é um relacionamento elevado, nobre que, ao mesmo
tempo, distrai, agrada e deixa a pessoa dignificada, eno- Olhemos para figuras
brecida. Esse era o trato de Santo Annon.
como a de Santo Annon
Glorioso cooperador da Reforma Gregoriana
e compreenderemos
Continua o texto: melhor a verdadeira
Em 1062, num período difícil da Reforma Gregoriana, fisionomia da Igreja.
ele a salvou de uma crise que poderia ter sido fatal.

Antes de São Gregório VII, a Igreja passou por vacila-


ções enormes, por crises, por depressões morais tremen-
das. E essas crises morais foram todas elas contrariadas
pelo movimento de Reforma Gregoriana, que São Gregó-
rio VII, então cardeal, impôs através de vários Papas que
eram discípulos dele, e depois ele mesmo, elevado ao Pon-
tificado, com uma energia não excedida e talvez não igua-
lada, levou à sua perfeição. A esse movimento restaura-
dor, um dos maiores que tenham havido dentro da Igre-
ja, costuma-se chamar de Reforma Gregoriana. E foi uma
glória de Santo Annon ter cooperado para essa reforma.

Dificuldades em época de sucessivos papas


Com efeito, Estevão IX, o primeiro Papa eleito pelo povo
romano sem consulta ao Imperador, enviou ao Sacro Impé-
rio o monge Hildebrando para convencer a Imperatriz Inês,
que governava na menoridade do filho, futuro Henrique IV,
a reconhecer a eleição. A Imperatriz Inês, que era Condes-
sa de Poitiers e foi educada num ambiente cluniacense, não
opôs dificuldades em aceitar. Mas Estevão IX morrera antes
da volta de Hildebrando. Na hora da morte, o Papa fizera o
clero e a nobreza jurarem que não elegeriam um novo sobe-
Daderot (CC 3.0)

rano pontífice antes de Hildebrando chegar. Não respeitan-


do o juramento, o clero e a nobreza se reuniram logo depois
dos funerais, e elegeram o Santo Padre.
São Pedro Damião, Cardeal-Arcebispo de Óstia, protes-
tou e fugiu de Roma, indo ao encontro de Hildebrando, que
estava em Florença, e logo reuniram um Sínodo. Foi elei- Santo Annon recebe doação da cidade de Siegburger
to Nicolau II, que a Imperatriz também reconheceu. As di- Museu de Arte Chazen, Madison, EUA

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Hagiografia
Encantando por esta sua
atitude humilde, a alma deste
santo Cardeal louvava a
grandeza da graça que
opera tais transformações
nas almas humanas.

São Pedro Damião


Biblioteca Classence, Ravena, Itália

vel naquele tempo — e o é em tempos normais — que a


escolha fosse feita pelo Sacro Colégio, pois este repre-
senta uma aristocracia, uma elite dentro da Igreja, sen-
do um conjunto de clérigos considerados mais eminen-
tes, preclaros e seguros pelos Pontífices anteriores.
A palavra “cardeal” vem de cardo, em latim, que sig-
nifica o gonzo da porta. Os cardeais estão para a Igreja
como os gonzos para uma porta: sustentam-na, permitin-
Andrea Barbiani (CC 3.0)

do e facilitando-lhe o movimento. Era, pois, natural que


esse escol de colaboradores dos vários Papas, participan-
do em grau subordinado do governo e conhecendo me-
lhor do que ninguém o ambiente eclesiástico e as neces-
sidades da Igreja, elegessem o Santo Padre.
Isso seria certamente mais adequado do que se a elei-
ção ficasse a cargo de clérigos de uma ordem inferior,
incumbidos da direção ou do exercício de atividades na
Quem deve eleger o Papa? Questão decisiva diocese mais importante do mundo, é verdade, mas vol-
para o êxito da Reforma Gregoriana tados para problemas locais, circunscritos à Diocese de
Roma; enquanto os cardeais são uma elite internacional.
Aqui estava em jogo uma questão muito importante. Ora, a missão do Papa não é apenas local, mas principal-
A eleição do Santo Padre foi, em todos os tempos, um mente mundial.
dos elementos decisivos da política mundial, tanto mais Por outro lado, os nobres romanos eram os senhores
na Idade Média, quando o mundo era muito mais cató- de pequenos feudos nos arredores de Roma, e que mui-
lico do que hoje e, portanto, muito mais sensível a qual- tas vezes guerreavam por seus interesses. Havia o risco
quer pensamento, vontade, pronunciamento ou ato do de escolherem um Papa de acordo com suas conveniên-
Sumo Pontífice. cias pessoais ou familiares.
Porém, se tinha importância a eleição de um Papa, Portanto, era natural que os partidários da Reforma
outra pergunta também era muito importante: quem o Gregoriana quisessem transferir essa atribuição para os
elegeria? Vemos definirem-se duas tendências diversas: cardeais.
uma que considerava estarem os nobres e o clero de Ro- Vemos que se pronuncia um incidente no qual o mon-
ma habilitados a eleger o Pontífice; outra julgava que es- ge Hildebrando, cardeal e futuro Papa São Gregório VII,
te deveria ser escolhido pelo Sacro Colégio. convenceu o Pontífice novo de transferir os poderes de
Em rigor, não era contra a instituição divina que o Pa- eleição para o Sacro Colégio.
pa fosse eleito pelos nobres e clero de Roma. O Direito Naturalmente, o clero e a nobreza de Roma ficariam
Canônico pode atribuir-lhes tal faculdade como poderia indignados com isso, pois perdiam um poderoso elemen-
concedê-la também ao povo romano. Mas do ponto de to de influência política. Então, foram logo ao encontro
vista da conveniência, quer dizer, para assegurar melhor da Imperatriz do Sacro Império Romano Alemão para
a eleição de um Papa digno do cargo, era muito preferí- obter que ela se solidarizasse com eles.

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Debaixo de certo ponto de vista, a Imperatriz tinha Santo Annon mandou construir uma barca esplêndi-
interesse nisso porque, no sistema anterior, o imperador da, riquíssima, adornada com toda espécie de obras de ar-
— ou a imperatriz, quando o imperador era menor de te: finíssimos tapetes cobriam o chão e as paredes; corti-
idade — interferia na eleição. Entretanto, feita a eleição nas dos mais preciosos tecidos vedavam as janelas. Toda
pelo Sacro Colégio, as possibilidades de interferência do a barca estava revestida de boa madeira, com incrustações
poder imperial se tornavam muito menores. de ouro e pedras preciosas.
Esse choque de interesses comprometia a Reforma Quando a barca ficou pronta, Santo Annon permaneceu
Gregoriana que, sendo um movimento de reestrutu- à espera de uma ocasião propícia para utilizá-la.
ração e reorganização da Igreja, estava maximamente
empenhada em que o órgão adequado elegesse o Su- Notem a atmosfera bonita em que essas coisas se pas-
mo Pontífice. savam: uma ilha aprazível, uma barca linda, com corti-
nas e incrustações de pedras preciosas, à espera da Im-
Num momento crucial, Santo Annon peratriz. Que lindo teatro para uma cena histórica! Co-
intervém com astúcia mo isso é mais bonito do que um avião para se passar
qualquer episódio da História humana!
Alexandre II e Cádalo foram para Roma e disputaram a
cidade. O Papa tinha contra ele o Sacro Império, boa parte Essa ocasião se apresentou pouco depois, quando
da nobreza, e não podia contar com o auxílio do chefe nor- a Imperatriz anunciou uma viagem a Nimegue. Santo
mando Roberto Giscard, que não estava em bons termos Annon, com outros conjurados, viajou diretamente pa-
com a Santa Sé. Havia até indícios de que ele simpatizava ra a referida ilha, chegando lá antes da corte. Quando
com a causa de Cádalo, por interesses pessoais. esta lá aportou, na hora do almoço, Santo Annon, co-
Foi nesse momento crucial que Santo Annon resolveu in- mo Chanceler do Império, sentou-se ao lado de Henri-
tervir. Combinou com alguns nobres alemães um golpe de que IV, que tinha então seis anos. Fez a conversa cair
Estado. sobre a barca, e a descreveu com toda a minúcia, ma-
Sabia que a Imperatriz Inês gostava de parar em deter- ravilhando o menino. Logo depois do almoço, Henri-
minada ilha quando viajava pelo reino. que IV manifestou o desejo de visitar a
Acoma (CC 3.0)

Era uma ilha aprazível e lá costumava ela barca. Recebido com todas as honras,
repousar das fadigas da viagem. assim que o rei subiu a bordo, os re-

Bede 735c (CC 3.0)


Bede 735c (CC 3.0)

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périos; e, muitas vezes, dava certo. Vemos aqui Santo
Annon tratando seriamente com um menino de seis
anos sobre política e convencendo-o.
Alguém poderá objetar: “Mas o menino não ti-
nha nenhuma resistência possível a oferecer a um
homem da qualidade de Santo Annon.”
É possível. Em todo caso, Santo Annon julgou
que não podia resolver o caso só com brinquedi-
nhos e fazendo coceguinhas no queixo do rei; mas
precisava dar uma argumentação política. Deu, e o
monarca aceitou. Quer dizer, trata-se de um nível
de menino que não é comum.

Para se compreender bem essa atitude de Santo


Annon é preciso esclarecer que, em caso de regência,
a posse do rei pelo chanceler já era um bom título pa-
ra que ele se tornasse regente.

Portanto, quando o rei era menor, o regente do


reino era a mãe, mas também podia ser o chan-
celer, se este estivesse na posse do rei-menino. E
o golpe dele foi roubar o rei-menino dentro des-
sa “ratoeira” de madeiras preciosas, seda e pedra-
rias. Uma coisa que nos deixa um pouco interdita-
dos quanto à liceidade, se não fosse o fato de que
é Santo Annon quem fez, e, portanto, isso deve ter
Jdsteakley (CC 3.0)

suas razões históricas que provavelmente não apa-


recem na ficha.

Sínodo em Colônia
O menino Henrique IV lança-se ao rio para fugir de Em Colônia, os grandes da Alemanha se reuni-
Santo Annon - Academia de Berlim, Alemanha
ram e, depois de se informarem dos acontecimentos,
decidiram que a regência caberia ao arcebispo, em
madores, já avisados, puseram a embarcação em movi- cuja diocese estivesse o rei. Como Henrique IV estava em
mento, afastando-a da ilha. Colônia, o regente seria Santo Annon.
A Imperatriz e os nobres, que tinham ficado na ilha, pro-
moveram um grande tumulto, e o menino-rei, amedronta- Que era Arcebispo de Colônia...
do, atirou-se ao rio.
A 27 de outubro de 1062, reunia-se um sínodo presidido
O menino-rei era uma víbora; foi o grande inimigo de por Santo Annon, que aceitou o decreto de Nicolau II e re-
São Gregório VII, mais tarde. conheceu a eleição de Alexandre II; o Duque Godofredo de
Lorena foi designado para levar o Papa a Roma, e dar-lhe
O Conde Egbert de Brunswick se jogou na água e o trou- posse da cidade. A Reforma Gregoriana estava salva.
xe de volta para a barca. Santo Annon levou Henrique IV Esse é um dos inúmeros atos que mostram não só o pa-
para uma das salas e teve com ele uma longa conversa, pel decisivo de Santo Annon numa crise gravíssima, mas
convencendo-o de ir para Colônia, onde seria convocada também sua astúcia diplomática que repetiu em muitas ou-
uma assembleia de nobres para discutirem a situação. tras ocasiões.

Faço um comentário colateral a respeito da mentalidade É lamentável ver como a notícia dessas grandes figu-
dos meninos naquele tempo. Às vezes, aos 14 ou 15 anos, ras se apaga. Como ela faria bem num livro de piedade!
meninos começavam a comandar exércitos, ou dirigir im- Como seria interessante ensinar alguém a dizer: “Meu

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Deus, dai-me a energia e a astúcia de Santo Annon! San- Mas esse perdão que todo mundo está certo de receber,
to Annon, rogai a Nossa Senhora por mim, para que eu poucos pedem; e, quando pedem, fazem-no mais ou me-
me pareça convosco!” E rezar essa jaculatória diante de nos às ocultas. O senso da gravidade do pecado desapare-
uma imagem de Santo Annon bon parleur2, de espada na ceu. As pessoas perderam este senso, não são lógicas, fal-
mão, olho de raposa e alma de bem-aventurado, organi- ta-lhes coerência, não têm Fé viva. Elas só se lembram do
zando as coisas. Como isso faria bem! pecado para dizer que vai ser perdoado; e só se recordam
do perdão para poderem pecar mais tranquilamente. Essa
Diferença entre o pecador medieval é a mentalidade do homem contemporâneo.
e o pecador filho da Revolução Comparem o pecador medieval com o pecador filho
da Revolução, e verão a enorme diferença: um é susce-
Alguns anos depois, a Imperatriz Inês, que se tinha re- tível de grandes arrependimentos à maneira de Davi;
colhido a um mosteiro, arrependeu-se do que fizera. Um grandes regenerações e, eventualmente, até grande san-
dia a cidade de Roma surpreendeu-se, assistindo a um es- tificação. O outro, se é que tem um arrependimento sé-
petáculo só possível na Idade Média: a Imperatriz apresen- rio, pede um perdãozinho superficial.
tou-se às portas da cidade, vestida como penitente, descal- Qual a causa desta diferença de atitude? Em última
ça e com uma corda ao pescoço, rogando permissão pa- análise, este é o efeito da Revolução. É ela que exacerba
ra entrar e pedir perdão ao Santo Padre por tudo quan- no homem o orgulho, a vontade de não reconhecer a gra-
to tinha feito. Recebida por São Pedro Damião, este a ab- vidade dos pecados e de não fazer penitência, criando-se
solveu de todos os pecados e daí em diante, até a morte do o estado de dureza que vemos tão generalizado nos dias
Cardeal, foi seu confessor. de hoje.
Quantos pecados co-
Ela, que tinha sido a grande inimiga de São Pedro Da- metidos em nossos dias
mião, reconheceu ter andado mal criando entraves ao mereceriam uma peni-
movimento salvador da Reforma Gregoriana. Mas assim tência pública! Nesses
era a penitência na Idade Média, época que se poderia casos, um padre, antes
caracterizar pela radicalidade: O indivíduo cometia, às de conceder a absolvi-
vezes, pecados de arrepiar; mas, quando se arrependia, ção, agiria muito bem
praticava também penitências de arrepiar. se exigisse uma repa-
Esta Imperatriz deixa todas as pompas terrenas, reco- ração pública. Entre-
lhe-se a um convento para cuidar de sua vida espiritu- tanto, a debilidade, o
al e, meditando, reconhece ter procedido mal. Em rigor, liberalismo, tantas ve-
ela não seria obrigada a esse ato público de penitência. zes até no próprio con-
Que ela devesse procurar São Gregório VII ou São Pe- fessor, criam esse clima
dro Damião para pedir perdão, era inteiramente cabível. crepuscular no qual es-
Mas podia fazer isso reservadamente. Não, ela quis pra- tamos...
ticar um ato público de reparação, porque público tinha Olhemos para figu-
sido o seu pecado. Apresenta-se, então, às portas de Ro- ras como a de Santo
ma, vestida de saco, com uma corda ao pescoço, e se diri- Annon e compreende-
ge a uma igreja para pedir perdão. remos melhor a verda-
Depois de ter sido perdoada, torna-se amiga e peni- deira fisionomia da
tente daquele a quem ela ofendera, confiando sua alma à Igreja.  v
direção dele. Que beleza há nessa reconciliação!
São Pedro Damião — vendo aquela Imperatriz vesti- (Extraído de
da pobremente, ajoelhada perto dele, e recordando-se conferência de
do tempo em que ela lhe dava dor de cabeça, introduzida 29/3/1974)
ali como um cordeiro, e encantando, por esta sua atitude
Reprodução

humilde, a alma deste santo Cardeal — louvava a gran-


deza da graça que opera tais transformações nas almas 1) Do francês: pessoa que
humanas. Isto é Idade Média! desenvolve conversa
Talvez nunca se tenha falado tanto a respeito do perdão brilhante e atraente.
quanto em nossos dias. Fala-se, por vezes, até o abuso. A 2) Do francês: bom con- São Pedro Damião - Pinacoteca
propósito de qualquer coisa se repete: “Ah, Deus perdoa!” versador. de Brera, Milão, Itália

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