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A Igreja na

BAIXA IDADE
MÉDIA
Entre os anos 900 e 1500
Séculos X a XV
A IGREJA MEDIEVAL

Jesus Cristo... cujo corpo e sangue estão realmente contidos no sacramento do altar sob as figuras do pão e
do vinho, o pão ter sido transfundido em Seu corpo e o vinho em Seu sangue pelo poder divino.

• Quarto Conselho Depoisan, 1215

Na história da igreja, a igreja medieval compreendeu o período de cerca de 600 a 1517. O colapso do Império
Romano ocidental no século V deixou um enorme vácuo na Europa Ocidental. As estruturas políticas,
econômicas, sociais, morais e intelectuais de uma imensa civilização não existiam mais.

Inegavelmente, a Igreja Católica Romana institucionalizada preencheu esse vácuo. O papado ganhou
legitimidade, o monastismo ficou entrincheirado, o Islã explodiu através do Mediterrâneo, e as Cruzadas foram
a reação. À medida que a igreja crescia em influência e poder, porém, tornou-se corrupta e ineficaz. Esta é a
história da igreja medieval.
Hieronymus
Bosch - Um
ensaio sobre
a Luxúria.
A transição da alta idade média para a baixa
“O pecado abundou, e a igreja viu-se obrigada a oferecer meios de graça para
sua expiação. Assim se desenvolveu o sistema penitencial, que mais tarde deu
origem ao conflito entre protestantes e católicos, no século XVI.

O nobre que matasse seu parente no campo de batalha, ou o prelado cuja


ambição se excedia, podiam encontrar remédio nos sacramentos da igreja, e
assim subsistir em meio à era tenebrosa em que lhes coube viver.

Havia outro caminho para o cristão daquela época. Já que a vida do povo
comum estava cheia de desassossego, violência e tentações de todo tipo,
por que não se separar dela e seguir a senda do monasticismo?

Durante toda a "era das trevas“ a vida monástica exerceu uma fascinação
constante sobre os espíritos mais religiosos.” (Justo Gonzales – A Era dos
Altos ideais – Uma história ilustrada do Cristianismo)
Principais fatos do período
1093 Anselmo é
909 Um mosteiro é 988 Conversão de 1054 O cisma 1095 O papa
escolhido
estabelecido em Vladimir, príncipe entre Oriente e Urbano II lança a
arcebispo de
Cluny da Rússia Ocidente primeira Cruzada
Cantuária

1173 Pedro Valdo c. 1150 Fundação


1206 Francisco de 1115 Bernardo
1215 O IV Concilio funda o das universidades
Assis renuncia à funda o mosteiro
de Latrão movimento de Paris e de
riqueza de Claraval
valdense Oxford

1273 Tomás de 1378 Catarina de 1380 Wycliffe


1321 Dante 1415 João Hus
Aquino completa Sena vai a Roma supervisiona a
conclui A divina condenado à
sua Suma para solucionar o tradução da Biblia
comédia fogueira
teológica Grande Cisma para o inglês

1478 O 1456 João


1512 Michelangelo
1517 – Lutero afixa 1498 Savonarola é estabelecimento Gutenberg produz
completa a cúpula
as 95 teses executado da Inquisição a primeira Bíblia
da Capela Sistina
espanhola impressa
Principais pecados da Igreja
Interferência Secular
Corrupção dos clérigos
Nomeação de Bispos e prelados pelos reis e nobres
A Simonia – Compra e venda de cargos eclesiásticos Atos 8.18–19
O matrimônio dos Clérigos
A riqueza da Igreja
A desobediência
A Reforma Monástica
• Em meio a tudo isto o duque Guilherme III da Aquitânia fundou um
pequeno mosteiro, em 909.
• O fato em si não era nada novo, pois durante toda a "era das trevas" os
senhores feudais tinham fundado casas monásticas. Porém várias
decisões sábias e circunstâncias providenciais fizeram daquele
pequeno mosteiro o centro de uma grande reforma. Guilherme trouxe
para suas terras, para dirigir sua fundação, Bernom, que tinha se
distinguido por sua firmeza na aplicação da Regra, e por seus próprios
esforços em prol de uma reforma em outros mosteiros.
O Mosteiro de Cluny: O início de uma
Reforma.
• Bernom pediu a Guilherme que lhe concedesse, para sediar a fundação, um
lugar chamado Cluny, que era a região de caça preferida do duque. Este
atendeu ao pedido, e concedeu ao novo mosteiro as terras da aldeia
necessária para o seu sustento.
• O caráter desta cessão foi de suma importância, pois Guilherme, em vez de
reter o título e os direitos de patrono do mosteiro, doou as terras aos "santos
Pedro e Paulo", e colocou a nova comunidade sob a proteção direta da Santa
Sé. Como na época o papado passava por suas piores épocas, esta suposta
proteção não tinha outro propósito que proibir a ingerência dos senhores
feudais ou bispos das proximidades.
• Além disto, para evitar que o papado, corrupto como estava, utilizasse
Cluny para seus próprios fins partidaristas, Guilherme proibiu
explicitamente que o papa invadisse ou de qualquer outro modo tomasse
posse do que pertencia aosdois santos apóstolos.
Abades providenciais
• Bernom governou Cluny Bernom governou Cluny até 926. Poucos dados da
sua época são conservados, pois Cluny não passou de mais um mosteiro dos
muitos que Bernom reformou.
• Quando ele morreu sucederam-lhe uma série de abades de grande
habilidade e ideais elevados, que fizeram de Cluny o centro de uma grande
reforma monástica: Odo (926-940), Aimardo (940-965), Mayeul (965-994),
Odilo (994-1049) e Hugo (1049-1109).
• Seis abades extraordinariamente capazes e de longa vida regeram os
destinos de Cluny por duzentos anos. Sob sua direção os ideais da reforma
monástica alcançaram alturas cada vez mais elevadas.
• Apesar de o sétimo abade, Pôncio (1109-1122), não ter sido digno dos seus
antecessores, seu sucessor, Pedro, o Venerável (1122-1157) devolveu a
Cluny parte do brilho que tinha perdido.
O
mosteiro
de Cluny
Reforma Cluny-Cistercience
Bernardo de Claraval
• Porém a grande expansão da ordem de Cister teve lugar depois da entrada nela de Bernardo
de Claraval.
• Este tinha vinte e três anos quando se apresentou em Citeaux, e solicitou admissão na
comunidade com vários de seus parentes e amigos.
• Pouco antes ele tinha decidido que sua vocação era se unir a este mosteiro, e se empenhara
em convencer seus irmãos e demais achegados que o seguissem. O fato de que ele pôde se
apresentar em Citeaux com um bom grupo de recrutas era uma das primeiras provas do seu
poder de persuasão.
• Poucos anos depois número de monges em Citeaux era tão grande que Bernardo recebeu
instruções de fundar uma nova comunidade em ClaravaI
• Este novo mosteiro logo se transformou num dos principais centros para onde se dirigia a
atenção de toda a cristandade ocidental. Bernardo chegou a ser o mais famoso pregador de
toda a Europa, que lhe deu o apelido de "Doutor Melffluo",porque as palavras de devoção
brotavam da sua boca como o mel dos favos. A fama da sua santidade era tal que o movimento
cisterciense se viu invadido por multidões que queriam seguir o mesmo caminho. Bernardo era
antes de tudo monge.
• A fama da sua santidade era tal que o movimento cisterciense se viu invadido por multidões
que queriam seguir o mesmo caminho. Bernardo era antes de tudo monge. Ele costumava
afirmar o que ele sempre creu e o Senhor tinha declarado: que a parte de Maria era melhor
que a de Marta.
A reforma papal
Leão IX

Convidado pelo Imperador para ser papa, Bruno de Tula, recusou
e conforme o ideal monástico dirigiu-se a Roma, não como o novo
pontífice nomeado pelo imperador, mas como um peregrino
descalço que visitava a cidade papal em um ato de humilde
devoção. Em seu caminho em direção a Roma, atravessando a
Itália, as multidões o ovacionavam, e depois começou-se a falar
Depois de entrar
dos milagres em Roma descalço,
que aconteceram e de ser aclamado
naquela peregrinação.
pelo
• povo e pelo clero, Bruno aceitou a tiara papal, e
tomou o nome de Leão IX.
Excomungou Miguel Cerulário, patriarca da Igreja
Oriental e agravou o Cisma da Igreja Católica.

Os sucessores de Leão
O 2º Concílio de
Latrão e o Conclave
• Após a morte de Leão IX o papado voltou a ser motivo de disputas entre os nobres e
os reis e Imperadores. Houve ocasião em que 2 pessoas se auto declararam papas.
• Em vista do sucedido era necessário estabelecer um método para a eleição de um
papa, que não estivesse sujeito às vicissitudes do momento. Com este propósito
Nicolau II reuniu o segundo concflio de Latrão, em 1059. Foi ali que pela primeira
vez foi decretado que os futuros papas deveriam ser eleitos pelos cardeais.
• O cardinalato é uma instituição de origens obscuras. No começo dava-se o tf'tulo de
"bispos cardeais" de Roma aos bispos das sete igrejas vizinhas, que presidiam o culto
na basflica de Latrão junto com o papa. No século Vi II apareceram pela primeira vez
os tftulos de "presb ítero cardeal" e "diácono cardeal".
• Em todo caso, na época de Nicolau II o cardinalato já era uma instituição antiga, e os
seus detentores eram em sua
• maior parte pessoas dedicadas à reforma. Por esta razão o concílio decidiu que a
eleição de cada novo papa ficasse entregue aos bispos cardeais, que deviam buscar a
aprovação dos demais cardeais e, depois, do povo romano. Quanto aos antigos
direitos que os imperadores tinham tido, de serem consultados antes da consagração
do novo papa, o concflio se expressou de maneira ambígua, dando a entender que nem
o imperador tinha o direito de vetar a eleição feita pelos cardeais e pelo povo.
Gregório VII

• O povo romano, imbuído das ideias de reforma que


tinham sido pregadas na cidade desde o tempo de
Leão IX, não estava disposto a permitir que o papado
outra vez se transformasse em joguete dos interesses
políticos de um ou outro bando.
• Por esta razão, em meio aos funerais de Alexandre o
povo começou a gritar:
• Hildebrando bispo! Hildebrando bispo!"
• Em seguida os cardeais se reuniram e elegeram papa
a quem por tantos anos dera mostras de zelo
reformador e de habilidade política e administrativa.
O conflito entre Gregório
VII e Henrique IV
• Proibimos a todos os clérigos receber das mãos do
imperador, do rei ou de qualquer leigo, seja varão
ou mulher, a investidura de um bispado, de uma
abadia ou de uma igreja.
• Gregório VII
• Enquanto os diversos senhores leigos nomeassem
pessoas dignas, e sua investidura ocorresse sem
nenhuma suspeita de simonia, Gregório não insistiria
em seus decretos.
• O caso de Henrique IV da Alemanha, entretanto, era
mais diffcil, pois várias nomeações feitas por ele,
sem prestar atenção nenhuma aos editos papais, eram
questionáveis.
• O Episcopado de Milão foi o estopim do maior
conflito entre o Gregório e Henrique.
O conflito entre o pontificado e o Império

•Gregório VIII e Henrique IV


•Urbano II e Henrique IV
•Pascoal II e os dois Henriques
•O acordo de Worms
O Grande
Cisma
entre o
Oriente e
o
Ocidente
• Eu o digo aos presentes. E ordeno que seja
As cruzadas dito aos ausentes. Cristo está mandando.
Todos que forem e lá perderem a vida, seja no
caminho por terra ou no mar, ou na luta contra
os pagãos, terão perdão imediato dos seus
Pano de fundo das pecados. Isto eu concedo a todos que
cruzadas: as peregrinações marcharem, em virtude do grande dom que
Deus me tem dado.
Pano de fundo das cruzadas:
• Urbano II
a guerra santa

A primeira cruzada

História posterior das


cruzadas

As ordens militares
Deus o quer “
Deus Vult!
• "Esse vosso grito não seria unânime, se
não fosse inspirado pelo Espírito Santo.
• Seja então essa palavra vosso grito de
guerra, anunciando o poder do Deus dos
exércitos.
• E quem empreender essa viagem deverá
levar a figura da Cruz.
• A Cruz esteja em vossa espada e em
vosso peito, sobre as armas e os
estandartes.
• Seja ela, para vós, o louro das vitórias ou
a palma do martírio e a insígnia para unir
os filhos dispersos da casa de Israel.
• Ela vos recordará continuamente que
Jesus Cristo morreu por vós e que por
Ele deveis morrer."
• Papa Urbano II - durante a convocatória
para a 1ª Cruzada
A Reconquista
Espanhola
As ordens
mendicantes
• O precursor: Pedro Valdo e os
Valdenses
• São Francisco e a ordem dos
irmãos menores
• São Domingos e a ordem dos
pregadores
• O curso posterior das ordens
mendicantes
A atividade
teológica
• Anselmo de Canterbury
• Pedro Abelardo
• Os vitorianos e Pedro
Lombardo
• As universidades
• O desafio de Aristóteles
• São Boaventura
• São Tomás de Aquino
Filosofia Escolástica
A Filosofia Escolástica ou simplesmente Escolástica, é uma das vertentes da filosofia medieval. Surgiu na
Europa no século IX e permaneceu até o início da Renascimento, no século XVI.
O maior representante da Escolástica foi o teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino conhecido como
“Príncipe da Escolástica”.
Além de ser uma corrente filosófica, a Escolástica pode ser considerada um método de pensamento crítico que
influenciou as áreas do conhecimento das Universidades Medievais.
Nesse método de aprendizagem diversas disciplinas estavam inseridas no currículo, as quais estavam divididas
em:

Trivium:

• gramática, retórica e dialética


Quadrivium:

• aritmética, geometria, astronomia e música


VII I. Testemunhos de pedra

A arquitetura românica A arquitetura gótica


IX. O ápice do papado

•O papado sob a influência de São Bernardo


•Sob a sombra de Frederico Barbaroxa
•Inocêncio III
•Os sucessores de Inocêncio
I. As novas
condições
• A peste e suas
conseqüências
• A aliança entre a
burguesia e a coroa
• O nacionalismo
• A guerra dos cem anos
III. O Grande Cisma
do Ocidente
• Quando visitou o papa Gregorio χι em Avignon,
em 1376, ela o encorajou a voltar. Ele se mudou
de lá, mas morreu logo depois disso.
• Os cardeais elegeram o novo papa, Urbano vi. Não
demorou muito para os cardeais ficaram
descontentes com ele. Assim, elegeram um papa
de origem francesa, Clemente vn, que retornou
para Avignon.
• O Grande Cisma começara — uma situação que
perduraria por 39 anos. Que escândalo, ter dois
papas, cada um deles afirmando ser o vigário de
Cristo! Ambos tinham um colégio de cardeais que,
quando o papa de cada um desses colégios morria,
o substituía por um homem que lhes parecesse o
melhor para ocupar aquele cargo.
II. O papado sob a
sombra da França

• Bonifácio VIII e Filipe, o


Belo
• O papado em Avignon
• Santa Catarina de Siena
• A vida eclesiástica
VI. A reforma
conciliar
•A teoria conciliar
•O concílio de Pisa
•Os três papas
•O concílio de Constança
•O triunfo do papado
V. João Wycliff

•Vida e obra
de Wycliff
•Suas
doutrinas
•Os lolardos
VI. João Huss

•Vida e obra
de João Huss
•Huss diante
do concílio
•Os hussitas
X. O renascimento e
o humanismo
• A Itália nos séculos XIV e XV
• O despertar das letras clássicas
• A nova visão da realidade
• Os papas do renascimento
• A reforma humanista: Erasmo de
Roterdã
XI. Jerônimo Savonarola
XII. O fim do Império Bizantino

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