Caderno de Teoria ENEM - Dom Bosco

ENSINO MÉDIO E
PRÉ-VESTIBULAR
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
CADERNO ENEM TEORIA
701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_CAPA.indd 1 2/6/19 11:24 AM

CADERNO ENEM
O
BO O
SC
M IV
RESUMO TEÓRICO
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 1 24/01/2019 09:03

CADERNO ENEM DOM BOSCO
LIVRO RESUMO TEÓRICO
MATEMÁTICA, CIÊNCIAS DA NATUREZA, LINGUAGENS,
CÓDIGOS, CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
© 2019 – Pearson Education do Brasil
Gerência editorial nacional para Alexandre Ferreira Mattioli

Educação Básica e Ensino Superior
Gerência editorial Osvaldo Govone
Coordenação editorial Luiz Fernando Duarte
Coordenação de produção editorial Matheus Caldeira Sisdeli
Controle de produção editorial Lidiane Alves Ribeiro de Almeida
Autoria Clayton Furukawa, Emerson Aguinaldo
Bulgarelli, Erika Michela Carlos Campos, Filipe
de Faria Dias Leite, Thiago Ferreira Luz, Juliana
Maria do Carmo Sassarolli, Fernando Roma,
Vanessa Mazali Fonseca e Wagner Fonzi
Editoria responsável Fábio Geraldo Romano, Felipe Alves
Ribeiro, José Fernando Rufato,
O
Nilson dos Santos Ferreira, Péricles Macedo
BO O
Polegatto, Thiago Ferreira Luz e Wagner Fonzi
SC
M IV
Editoria de conteúdo Breno Carlos da Silva, Emerson Aguinaldo
O S
Bulgarelli, Fernando Roma, José Roberto
D LU Migliato, Klaus Nogueira da Silva, Odimar Navas

Ferrite e Tatiana Watanuki Lourençatto
O C
Assistência de editoria Erika Akime Tawada Boldrin, Marcela Pelizaro
N X
Soares da Silva, Maria Cecília Rossi Dal Bem Ribeiro,

SI O E
Mariana Paulino Silva, Mariana Prudenciatto

Ortelani e Paula Garbellini de Barros Rodrigues
Revisão gramatical Carolina Bernardes, Fabiana Cosenza Oliveira,
EN S
Jurema Aprile, Maris Ester Aparecido de Souza,

E U
Milena Contador Lotto e Tatiana

D E
Watanuki Lourençatto
A LD
Organização de originais Marisa Aparecida dos Santos e Silva

Gerência de Design Cleber Figueira Carvalho
EM IA
Coordenação de Design Diogo Mecabo

ST ER
Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla Sampaio Alves

Pesquisa e licenciamento Andrea Bolanho, Rebeca Fiamozzini,
SI AT
Cristiane Gameiro,
Heraldo Colon, Sandra Sebastião e Shirlei Sebastião
M
Ilustração Alessandro Silva dos Santos, Adilândia Araújo

Ribeiro, Claudia Silveira da Silva e Renato Calderaro
Projeto gráfico APIS Design Integrado
Adaptação de capa Diogo Mecabo
Imagem de capa Shutterstock
Editoração eletrônica Diagrama Soluções Editoriais
(adaptação de projeto gráfico)
Edição de conteúdo digital Cristian Zaramella
PCP George Romanelli Baldim e
Paulo Campos Silva Junior
Todos os direitos desta publicação reservados a

Pearson Education do Brasil S.A.
CO PV IN 300 81 4B LV RE TE MULT UN_Sumario.indd 2 2/6/19 12:01 PM

RESUMO TEÓRICO
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

SUMÁRIO
5 MATEMÁTICA
FÍSICA
61
99 QUÍMICA
135
O
BO O
SC
M IV
BIOLOGIA
O S
D LU
211
O C
N X
LÍNGUA
SI O E
PORTUGUESA
261
EN S
E U
LÍNGUA
D E
A LD
INGLESA
273
EM IA
ST ER
LÍNGUA
ESPANHOLA
SI AT
291
M
HISTÓRIA
317 GEOGRAFIA
FILOSOFIA
363
377 SOCIOLOGIA

O
BO O
SC
MATEMÁTICA
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

1. Razões e proporções��8 I. Tipos de função�� 16
A. Definição��8 J. Função composta��17
SUMÁRIO
B. Razão entre grandezas ��8 K. Função inversa��17
C. Proporção��8 13.Logaritmos��17
2. Grandezas proporcionais��8 A. Definição de logaritmos��17
3. Regras de três simples e composta��8 B. Consequências da definição��17
A. Regra de três composta��8 C. Propriedades operatórias��17
4. Potenciação��8 D. Função logarítmica e
A. Definição��8 inequações logarítmicas�� 18
B. Potência de expoente negativo��8 E. Domínio de f (x) = logbx�� 18
C. Propriedades��8 F. Funções inversas�� 18
5. Radiciação��9 G. Logaritmos decimais�� 18
A. Definição��9 14.Polinômios��19
B. Propriedades��9 A. Valor numérico�� 19
C. Potência de expoente racional��9 B. Grau�� 19
D. Racionalização de denominadores��9 C. Polinômios idênticos�� 19
6. Produtos notáveis��9 D. Adição de polinômios�� 19
7. Fatoração��10 E. Multiplicação de polinômios�� 19
8. Múltiplos e divisores��10 F. Divisão de polinômios�� 19
A. Múltiplos e divisores�� 10 G. Teorema do resto�� 20
O
B. Paridade�� 10 H. Teorema de D’Alembert�� 20
BO O
SC
C. Número de divisores�� 10 I. Teorema da divisibilidade de
M IV
D. Números primos e compostos�� 10 P(x) por (x – a) · (x – b)�� 20
O S
E. Soma dos divisores�� 10 15..Equações polinomiais��20
D LU
F. Propriedades dos divisores�� 10 A. Teorema fundamental da álgebra�� 20
O C
G. MDC e MMC: métodos de obtenção�� 10 B. Representação fatorada�� 20
N X
9. Porcentagem��11 C. Multiplicidade de uma raiz�� 20

SI O E
A. Definição��11 D. Raízes racionais��21

B. Cálculo de uma porcentagem��11 E. Raízes complexas��21
EN S
C. Lucro��11 F. Relações de Girard��21

E U
D. Aumentos porcentuais��11 16.......Geometria plana:

D E
E. Descontos porcentuais��11 conceitos básicos e ângulos��21

A LD
F. Aumentos e descontos sucessivos��11 A. Ângulos��21

G. Juros simples e compostos��11 B. Triângulos�� 22
EM IA
10.Equações��11 C. Congruência de triângulos��24

ST ER
A. Equação do 1o grau��11 D. Quadriláteros notáveis�� 25

B. Equação do 2o grau��11 E. Bases médias�� 26
SI AT
11.Conjuntos��12 F. Circunferência — Posições relativas�� 26

A. Notação e representação�� 12 G. Ângulos na circunferência�� 27
M
B. Pertinência �� 12 H. Polígonos convexos�� 28

C. Inclusão�� 12 I. Teoremas�� 29
D. Conjuntos especiais�� 12 J. Semelhança�� 29
E. Conjunto das partes de A�� 12 K. Relações métricas na circunferência�� 30
F. Igualdade de conjuntos�� 12 L. Tangência�� 30
G. Operações entre conjuntos�� 12 M. Relações métricas
H. Número de elementos no triângulo retângulo�� 30
da união de conjuntos�� 13 N. Relações métricas
I. Conjuntos numéricos�� 13 num triângulo qualquer��31
12.Funções��14 O. Relações métricas
A. Produto cartesiano��14 num polígono regular��31
B. Função��14 P. Circunferência e arcos��31
C. Crescimento de uma função��14 17..Geometria plana: áreas��32
D. Paridade de função��14 A. Fórmulas elementares�� 32
E. Função do 1o grau ou função afim��14 B. Expressões da área de um triângulo�� 32
F. Função quadrática�� 15 C. Área do círculo e suas partes�� 33
G. Função módulo�� 16 D. Áreas de figuras semelhantes�� 33
H. Função exponencial 18.. Geometria analítica��33
e inequações exponenciais�� 16 A. Conceitos básicos�� 33

B. Estudo da reta�� 34 B. Princípio da preferência (PP)�� 48
C. Distância e áreas�� 36 C. Princípio do desprezo da ordem (PDO)� 48
D. Desigualdades�� 36 D. Tipos de problemas de contagem�� 48
E. Circunferência�� 37 E. Fórmulas do cálculo combinatório�� 48
F. Cônicas�� 37 26... Binômio de Newton��49
19..Geometria espacial de posição��39 A. Números binomiais�� 49
A. Postulados�� 39 B. Binômio de Newton�� 50
B. Posições relativas de duas retas�� 39 27.Probabilidades��50
C. Determinação de plano�� 39 A. Conceitos básicos�� 50
D. Posições relativas de reta e plano�� 39 B. Definição�� 50
E. Conceitos sobre paralelismo C. Probabilidades de eventos
entre reta e plano�� 40 complementares�� 50
F. Posições relativas de dois planos�� 40 D. Adição de probabilidades�� 50
G. Conceitos sobre E. Probabilidade condicional�� 50
paralelismo entre planos�� 40 F. Multiplicação de probabilidades��51
H. Perpendicularismo�� 40 G. Eventos independentes��51
I. Projeção ortogonal�� 40 H. Probabilidades: distribuição binomial ��51
J. Distâncias�� 40 28.Trigonometria��51
20.Poliedros��41 A. Conceitos básicos��51
A. Teorema de Euler��41 B. Razões trigonométricas no triângulo
O
B. Propriedade��41 retângulo��51
BO O
SC
C. Poliedros de Platão��41 C. Ângulos notáveis��51
M IV
D. Poliedros regulares��41 D. Relações trigonométricas
O S
21..Geometria espacial métrica��41 fundamentais�� 52
D LU
A. Prismas��41 E. Transformações trigonométricas�� 52
O C
B. Cilindros�� 42 F. Relações no ciclo trigonométrico�� 52
N X
C. Pirâmides�� 43 G. Redução ao primeiro quadrante�� 52

SI O E
D. Cones�� 43 H. Expressões gerais�� 53

E. Esfera�� 44 I. Equações trigonométricas�� 54
EN S
F. Sólidos semelhantes�� 44 J. Funções trigonométricas�� 54

E U
22.Matrizes��44 K. Função y = a + b · trigo (mx + n)�� 55

D E
A. Definição�� 44 L. Funções inversas�� 55

A LD
B. Exemplos com 29..Números complexos��55

respectivas classificações�� 44 A. Definição�� 55
EM IA
C. Representação genérica�� 45 B. Conjugado de z�� 55

ST ER
D. Nomenclatura especial�� 45 C. Potências de i�� 55

E. Igualdade�� 45 D. Operações na forma algébrica�� 55
SI AT
F. Operações com matrizes�� 45 E. Forma trigonométrica (ou polar)�� 55

G. Propriedades�� 45 F. Operações na forma trigonométrica�� 56
M
23.Determinantes��45 30.Progressões��56
A. Definição�� 45 A. Progressões aritméticas�� 56
B. Casos particulares�� 46 B. Progressão geométrica�� 57
C. Determinante de ordem n�� 46 C. Progressão harmônica�� 58
D. Teorema de Laplace�� 46 31. Estatística ��58
E. Propriedades dos determinantes�� 46 A. População e amostra�� 58
F. Matriz inversa�� 46 B. Variável�� 58
24.....Sistemas lineares��47 C. Tabelas de frequências�� 58
A. Definição�� 47 D. Gráficos �� 59
B. Classificação�� 47 E. Medidas de tendência central�� 60
C. Regra de Cramer�� 47 E.1. Média aritmética�� 60
D. Sistemas escalonados�� 47 E.2. Média aritmética ponderada�� 60
E. Sistemas equivalentes�� 47 E.3. Moda�� 60
F. Discussão de um sistema linear�� 47 E.4. Mediana�� 60
G. Sistemas homogêneos�� 48 F. Medidas de dispersão �� 60
25..A nálise combinatória��48 F.1. Desvio médio�� 60
A. Princípio fundamental F.2. Variância�� 60
da contagem (PFC)�� 48 F.3. Desvio padrão�� 60

8
1. Razões e proporções Grandeza 1 Grandeza 2

MATEMÁTICA
x b
A. Definição
Razão entre a e b: a p a
b
x b
Razões inversas: e b
a = , em que a corresponde a x, e b corresponde a p.
b a p a
A. Regra de três composta

B. Razão entre grandezas
Razão entre grandezas de mesma espécie: razão entre Grandeza 1 Grandeza 2 Grandeza 3 Grandeza 4
os números que indicam suas medidas, desde que ambas se x a c e
apresentem na mesma unidade.
p b d f
Razão entre grandezas de espécies diferentes: razão
entre os números que indicam suas medidas, cada uma com Acertando as posições das setas fica como segue.
sua respectiva unidade.
Grandeza 1 Grandeza 2 Grandeza 3 Grandeza 4
C. Proporção x b d e
Proporção direta: igualdade entre duas razões, a = c .
b d p a c f
a c
Constante de proporcionalidade: = = k. O valor k é x b d e
b d = ⋅ ⋅ , em que x, a, c e e estão em correspondên-
O
p a c f
BO O
chamado de constante de proporcionalidade.
SC
cia, e p, b, d e f estão em correspondência.
M IV
O S
Teorema fundamental da proporção: a = c ⇔ ad = bc. 4. Potenciação
b d
D LU A. Definição
O C
2. Grandezas proporcionais Sejam os números a ∈  e n ∈ *, n > 1, chamamos de
N X
SI O E
Grandezas diretamente proporcionais: as grandezas A potência de base a e exponente n ao número.

e B são diretamente proporcionais se, ao se multiplicar uma
das medidas de A por uma constante k, k ≠ 0, a corresponden-
EN S
an = a⋅
a ⋅ a ⋅ �� ⋅a
E U
te medida de B também ficará multiplicada por k. n fatores

D E
Grandezas inversamente proporcionais: as grandezas A Em particular: a1 = a

A LD
e B são inversamente proporcionais se, ao se multiplicar uma Em particular: a0 = 1; a ≠ 0

das medidas de A por uma constante k, k ≠0, a corresponden- Observação
EM IA
te medida de B ficará dividida por k.

ST ER
a < 0 e n par ⇒ an > 0

3. Regras de três simples e composta
SI AT
a < 0 e n ímpar ⇒ an < 0

Regra de três simples para grandezas diretamente
M
proporcionais
B. Potência de expoente negativo
Grandeza 1 Grandeza 2 Sendo a ∈ * e n ∈ , definimos a potência a–n como:
()
x a n
1 1
a−n = =
p b a an
x a
= , em que a corresponde a x, e b corresponde a p. C. Propriedades
p b
Sendo a ∈ * e b ∈ *, m ∈  e p ∈ , temos:
Regra de três simples para grandezas inversamente
proporcionais am · ap = am + p
am
= am −p
Grandeza 1 Grandeza 2 aP
x a
( a ⋅ b )m = am ⋅ bm
()
m
a am
p b =
b bm
(am)p = am · p = (ap)m
Acertando as posições das setas fica como segue.

9
Observações Exemplo
1. –22 = – (2 · 2) = – 4 e (–2)2 = (–2) · (–2) = 4
MATEMÁTICA
3 5 5 ⋅ 3 22 53 4
2. 22 = 28 = 256 e (22)3 = 26 = 64 = 3 =
( ) ( )
1 1
−1
b+a
−1
ab
3
2 2⋅ 23 2 2
3. ( a−1 + b−1 ) =
−1
+ = =
a b ab a+b
com a e b ≠ 0 2o caso:
N N⋅( a − b) N⋅( a − b)
5. Radiciação a+ b
=
( a + b)⋅( a − b)
=
a−b
A. Definição
Sendo a ∈ + e n ∈ *, chamamos de raiz enézima de a Exemplo
o número b ∈ +, tal que bn = a.
5 5⋅( 3 + 2)
= =
n
a = b ⇔ bn = a
3- 2 ( 3 - 2)⋅( 3 + 2)
5⋅( 3 + 2)
= = 5( 3 + 2 )
Dizemos que n é o índice e a é o radicando. 1
Caso particular: a ∈ – e n é ímpar.
3o caso:
n
a = b ⇔ bn = a
N ( 3 a2 − 3 ab + 3 b2 )
O
BO O
N
= =
SC
a+ 3b ( a + 3 b ) ⋅ ( 3 a2 − 3 ab + 3 b2 )
M IV
3 3
Observação
O S
Caso a ∈ – e n é par, a não é um número real. N ⋅ ( 3 a2 − 3 ab + 3 b2 )
n
D LU =
a+b
O C
Exemplos
N X
1. 4
16 = 2
SI O E
Exemplo
2. 3
-27 = -3
5 ⋅ ( 3 22 + 3 2 ⋅ 1 + 12 )
EN S
5
B. Propriedades = =
E U
Sendo a ∈ + e b ∈ + números reais não negativos, m,

3
2-1 ( 3
2 - 1 ) ⋅ ( 3 22 + 3 2 ⋅ 1 + 12 )
D E
n e p números naturais não nulos, são sempre verdadeiras as 5 ⋅ ( 3 4 + 3 2 + 1)

A LD
seguintes propriedades: = = 5 ( 3 4 + 3 2 + 1)
2-1
EM IA
n p n ⋅p
n
a ⋅ n b = n a⋅b a = a
ST ER
n
a a
6. Produtos notáveis
= n , (b ≠ 0) n
am = n ⋅p
am ⋅p Definição
SI AT
n
b b
Chamam-se produtos notáveis as multiplicações que en-
( a)
m
M
n
= n am volvem expressões algébricas com resultados padronizados.
• Distributiva
a ⋅ (b + c ) = a ⋅ b + a ⋅ c
C. Potência de expoente racional
Sendo a ∈  *+ e m ∈ * e n ∈ *, temos: • Quadrado da soma de dois termos
( a + b )2 = a2 + 2ab + b2
m
a n = n am
• Quadrado da diferença de dois termos
Observação todas as propriedades válidas para potências
( a - b )2 = a2 - 2ab + b2
de expoentes inteiros são válidas para potências de ex- • Produto da soma pela diferença de dois termos
poentes racionais.
( a + b ) ⋅ ( a - b ) = a2 - b2
D. Racionalização de denominadores • Cubo da soma de dois termos
1o caso: ( a + b )3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3
N N ⋅ n an −p N ⋅ n an −p • Cubo da diferença de dois termos
= n p n n −p = ;n>p
n
a p
a ⋅ a a ( a - b )3 = a3 - 3a2b + 3ab2 - b3

10
7. Fatoração F. Propriedades dos divisores

Definição D = dividendo
MATEMÁTICA
Fatorar uma expressão algébrica é modificar sua forma d = divisor

de soma algébrica para a de multiplicação, cujos fatores são q = quociente
expressões algébricas mais simples (irredutíveis), equiva- r = resto
lentes à expressão dada. D d 0≤r <d
• Fator comum em evidência
a ⋅ b + a ⋅ c = a ⋅ (b + c ) r q D = d ⋅q + r
• Agrupamento Se um natural D dividido por um natural d deixa resto r:
a ⋅ x + a ⋅ y + b ⋅ x + b ⋅ y = (a + b) ⋅ ( x + y) D d D − r é múlplo de d.
• Diferença de dois quadrados
r q D + (d − r ) é múlplo de d.
a2 - b2 = ( a + b ) ⋅ ( a - b )
• Trinômio quadrado perfeito Observação
a2 + 2ab + b2 = ( a + b )
2
Se A é múltiplo de B, então A é múltiplo de todos os divi-
sores de B.
a2 - 2ab + b2 = ( a - b )
2
Para um conjunto de n naturais consecutivos, um deles é
• Soma e diferença de dois cubos múltiplo de n.
a3 + b3 = ( a + b ) ⋅ ( a2 - ab + b2 )
a3 - b3 = ( a - b ) ⋅ ( a2 + ab + b2 ) G. MDC e MMC: métodos de obtenção
• Cubo perfeito
O
G.1. Decomposição isolada
BO O
a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 = ( a + b )
3
SC
Exemplo: A = 360 e B = 84
M IV
a3 - 3a2b + 3ab2 - b3 = ( a - b )
3
360 2 84 2
O S
• Trinômio do 2o grau
D LU
ax2 + bx + c = a ⋅ ( x - x1 ) ⋅ ( x - x2 ) , em que x1 e x2
180
90
2
2
42
21
2
3
O C
são soluções da equação ax2 + bx + c = 0,. a ≠0. 45 3 7 7
N X
15 3 1
SI O E
5 5
8. Múltiplos e divisores 1
EN S
A. Múltiplos e divisores
E U
A = 23 · 32 · 5 e B = 22 · 3 · 7
MDC (A, B) = 22 · 3 = 12 (produto dos fatores comuns
D E
 m é divisor ou fator de n.
n = k ⋅ m, ( m, n, k ∈  )  com os menores expoentes)
A LD
 n é múltiplo de m. MMC (A, B) = 23 · 32 · 5 · 7 = 2 520 (produtos de todos os

fatores com os maiores expoentes)
EM IA
B. Paridade
ST ER
a é par ⇔ a ∈ M (2) com a = 2 · k, k ∈  G.2. Decomposição simultânea

b é ímpar ⇔ b ∉ M (2) com b = 2 · k + 1, k ∈  Exemplo: A = 360 e B = 84
SI AT
360, 84 2*
M
C. Número de divisores 180, 42 2*

N = aa · bb · cγ (decomposição de N em fatores primos
90, 21 2
a, b e c)
45, 21 3*
 n  D+ ( N )  = ( a + 1 ) ( b + 1 ) ( γ + 1 ) 15, 7 3
 5, 7 5
 n  D ( N )  = 2 ⋅ n  D+ ( N ) 
1, 7 7
D. Números primos e compostos 1, 1
p é primo ⇔ n[D(p)] = 4 MDC (A, B) = 22 · 3 (produtos dos fatores comuns)
a é composto ⇔ n[D(a)] > 4 MMC (A, B) = 23 · 32 · 5 · 7 (produto de todos os fatores)
0,1 e –1 não são números primos nem compostos. G.3. Divisões sucessivas (MDC)
Exemplo: A = 360 e B = 84
E. Soma dos divisores q 4 3 2

Podemos estabelecer que a soma dos divisores inteiros
de um número natural é sempre zero, pois para cada divisor 360 84 24 12
inteiro positivo corresponde um outro divisor inteiro de mes- r 24 12 0
mo valor, porém negativo, e na soma, eles se anulam.
Soma [D(N)] = 0 MDC (A, B) = 12

11
G.4. Propriedades G.1. Conceitos

• MDC (A, B) · MMC (A, B) = A · B Capital inicial ou principal (C): valor monetário disponível
MATEMÁTICA
• MDC (kA, kB) = k · MDC (A, B) para uso que pode estar relacionado a algum bem ou dinheiro
• MMC (kA, kB) = k · MMC (A, B) em espécie.
• Divisores comuns de A e B são os divisores do Taxa de juros (i): percentual que se aplica sobre o capital
MDC (A, B). para calcular o juro.
• Múltiplos comuns de A e B são os múltiplos do Período (t ou n): espaço de tempo em que o capital fica
MMC (A, B). aplicado ou emprestado.
• MDC (A, B) = 1, então A e B são primos entre si. Montante (M): capital final, ou seja, é o resultado da adi-
• A e B são consecutivos, então A e B são primos entre si. ção do capital inicial com o juro.
• A e B são primos entre si, então MMC (A, B) = A · B. Nota: período e taxa devem estar na mesma unidade.
9. Porcentagem G.2. Juro simples

Os juros incidem somente sobre o capital inicial.
A. Definição Cálculo dos juros: J = C · i · t.
Porcentagem ou taxa porcentual é a razão entre um nú- Cálculo do montante: M = C · (1 + i · t)
mero real x e o número 100, em que indicamos: x ou x%.
100 G.3. Juro composto
Ao final do primeiro período de uso, o juro sobre o capital
B. Cálculo de uma porcentagem inicial é adicionado a este para formar um segundo capital ini-
x% de V = x% · V (trabalhar com x% na forma decimal fa- cial. Ao final do segundo período de uso, o juro sobre o segundo
O
cilita a realização do cálculo.) capital inicial é incorporado a este, para formar um terceiro ca-
BO O
SC
pital inicial. Após o terceiro período de uso, o juro sobre o tercei-
M IV
C. Lucro ro capital inicial é somado a este para formar o quarto capital
O S
Sendo: PC = preço de custo inicial, e assim se procede até o final do último período de uso.
PV = preço de venda
L D LU Considere as simbologias a seguir.
O C
Lucro sobre a venda =
PV
N X
L = lucro = PV – PC Capital inicial: C

SI O E
Taxa de juros: i
D. Aumentos porcentuais Períodos de uso: n
Sendo: V = valor antes do aumento Montante ao final do período n: Mn
EN S
Com estas simbologias, tem-se que: Mn = C ⋅ ( 1 + i ) .

n
E U
A = valor do aumento = x% de V
VA = valor após o aumento Juro: J = C ⋅  ( 1 + i ) - 1 
n
D E
 
A LD
x  x 
VA = V + A = V + ⋅V =  1 +  ⋅V
100  100  10. Equações
EM IA
ST ER
E. Descontos porcentuais A. Equação do 1o grau

Sendo: V = valor antes do desconto
SI AT
{ }
D = valor do desconto = x% de V a ∈ * b
ax + b = 0 ⇒V= −
M
VD = valor após o desconto b ∈ a

x  x 
VD = V − D = V − ⋅V =  1 − ⋅V
100  100  B. Equação do 2o grau
F. Aumentos e descontos sucessivos Fórmula resolutiva

Sendo: V = valor inicial ax2 + bx + c = 0,
com a ∈ *
x1 % = porcentagem de aumento 
 −b ± b2 − 4 ⋅ a ⋅ c
x2 % = porcentagem de aumento  sucessivos x=
2a
x3 % = porrcentagem de desconto  Fazendo ∆ = b2 – 4ac, temos:
−b + ∆ −b − ∆
VF = valor final x1 = e x2 = ,
2a 2a
 x   x   x  que são as raízes da equação.
VF = V ⋅  1 + 1  ⋅ 1 + 2  ⋅ 1 - 3 
 100   100   100 
Observação
G. Juros simples e compostos ∆ > 0 ⇒ x1 ≠ x2 (duas raízes reais distintas)
Definição de juro: quantia que se paga, como se fosse ∆ = 0 ⇒ x1 = x2 (duas raízes reais iguais)
um “aluguel”, por usar certa quantia, de outro, por determina- ∆ < 0 ⇒ não existem raízes reais.
do período de tempo.

12
Relações de Girard (relações entre coeficientes e raízes)

Dada a equação do 2º grau
MATEMÁTICA
ax2 + bx + c = 0, com a ∈ *, de raízes x1 e x2, temos: A ⊂ A, ∀A

∅ ⊂ A, ∀A
b c {∅}: conjunto unitário
S = x1 + x2 = − e P = x1 ⋅ x2 =
a a Propriedades
Sejam A, B e C subconjuntos quaisquer de U (universo):
A∪A=A
A∩ A=A
11. Conjuntos A∪∅=A
A∩∅=∅
A. Notação e representação A⊂B⇔A∪B=B
Listagem dos elementos A⊂B⇔A∩B=A
Exemplos: {a; e; i; o; u} Comutativas:
Por meio de uma propriedade comum somente a seus A∪B=B∪A
elementos A∩B=B∩A
Exemplo: {x | x é vogal.} Associativas:
Pelo uso do diagrama de Euler-Venn (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)
(A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)
Exemplo Distributivas:
A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)
O
A
BO O
A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
SC
a
M IV
e i
O S
u
o
D LU E. Conjunto das partes de A
O C
N X
Conjunto de todos os subconjuntos do conjunto A. Não po-

SI O E
B. Pertinência demos esquecer o conjunto vazio e o próprio conjunto A.

Indica quando um elemento ∈ (pertence) ou ∉ (não per-
tence) a um determinado conjunto.
EN S
n [P(A)] = 2n(A)
E U
Exemplo: A = {a, e, i, o, u}
a∈A e b∉A
D E
Exemplo: A = {a, e, i}
A LD
C. Inclusão P(A) = { Ø; {a}; {e}; {i}; {a, e}; {a, i}; {e, i}; {a, e, i}}
Indica quando um conjunto ⊂ (está contido) ou ⊄ (não n[P(A)] = 23 = 8
EM IA
está contido) em outro conjunto. Um conjunto estará contido

ST ER
em outro se todos os elementos do primeiro conjunto perten- F. Igualdade de conjuntos

cerem também ao segundo conjunto. O primeiro será chama-
SI AT
do de subconjunto do segundo. A=B⇔A⊂ B e B⊂A

M
Exemplo: A = {a, e, i, o, u}
B = {a, e, u} Exemplo: {1, 2} = {2, 2, 1, 1, 2}
C = {a, b, i, u}
G. Operações entre conjuntos
B⊂A C⊄A
G.1. União ou reunião
X Y
Z Y⊄X A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}
Z⊆X
Z⊄Y
A B
A∪B
D. Conjuntos especiais
Unitário – um único elemento
Exemplo: A = {x ∈ |2x = 6} = {3}
Vazio – nenhum elemento Exemplo: A = {1, 2, 3, 4}
Exemplo: A = {x ∈ |2x = 5} = ∅ ou { } B = {3, 4, 5, 6}
A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

13
G.2. Intersecção H. Número de elementos da união de conjuntos

Exemplo
MATEMÁTICA
A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B} Se A= {a, b, c, d, e, f} e B = {d, e, f, g, h}, então n(A ∪ B) é?
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) = 6 + 5 – 3 = 8
A B B
A g
A∩B a d
c e h
f
b
Exemplo: A = {1, 2, 3, 4} B = {3, 4, 5, 6}
A ∩ B = {3, 4}
I. Conjuntos numéricos
G.3. Diferença Números naturais:
A - B = {x|x ∈ A e x ∉ B}  = {0, 1, 2, 3, ...}
A B Números inteiros:
A–B  = {..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...}
O
Números racionais:
BO O
SC
M IV
A B

 P
O S
=  x| x = , com p ∈ , q ∈∈ *

D LU q

B–A 
O C
N X
Os inteiros são racionais, pois:

SI O E
-3
Exemplo: A = {1, 2, 3, 4} B = {3, 4, 5, 6} -3 =
1
A – B = {1, 2}
EN S
E U
B – A = {5, 6} Os decimais exatos são racionais, pois:

D E
Símbolos 23 056
2, 3056 =
A LD
ou = ∨ 10 000
e=∧ As dízimas periódicas são racionais, pois:
EM IA
131
ST ER
G.4. Conjunto complementar 1, 3232... = 1, 32 =

99
Se B ⊂ A, temos:
SI AT
Uma das maneiras para encontrar a geratriz da dízima é:
{
M
B
= A −B 100 x = 132, 3232...
A -
x = 1, 3232...
Exemplo 99 x = 131
x = 131
A 99
B Os números que têm forma decimal infinita e não periódi-
B
A ca são denominados irracionais, por exemplo:
5 , p; 1, 10 100 1000 1...

Complementar de A em U
A A⊂U
A
= A = AC
U  –  = irracionais

14
12. Funções C.3. Função constante

Dizemos que f: A →  é uma função constante em
MATEMÁTICA
A. Produto cartesiano [a; b] ⊂ A se, e somente se:

Dados dois conjuntos, A e B, não vazios, chamamos de
produto cartesiano de A por B o conjunto A × B de todos os f(x1) = f(x2), ∀ x1, x2 ∈ [a; b] | x1 ≠ x2
pares ordenados (x, y), tal que x ∈ A e y ∈ B.
A × B = {(x, y) | x ∈ A e y ∈ B} D. Paridade de função
Observação D.1. Função par

O número de elementos de A × B é dado por: f(–x) = f(x)
n(A × B) = n(A) · n(B) y

Gráfico
B. Função simétrico em
Dados dois conjuntos, não vazios, A e B, uma função de A relação a Oy
em B é uma relação à qual, para cada elemento x de A, corres-
0 x
ponde um único elemento y de B, tal que: (x, y) ∈ f.
O conjunto A é chamado de domínio da função f, e é in-
dicado por D(f).
O conjunto B é chamado contradomínio da função f, e é Exemplo
O
indicado por CD(f). f(x) = x2 é par, pois f(–x) = (–x)2 = x2 ⇒ f(x) = f(–x).
BO O
SC
O conjunto formado por todas as imagens de x e chamado
M IV
de conjunto imagem de f é indicado por Im(f). D.2. Função ímpar
O S
Exemplo f(–x) = –f(x)
A
D LU
B
O C
y
f
N X
Gráfico
SI O E
simétrico em
x y
relação à origem
EN S
0 x
E U
f:A→B
D E
A LD
C. Crescimento de uma função Exemplo

f(x) = x3 é ímpar, pois f(–x) = (–x)3 = –x3 ⇒ f(–x) = –f(x).
EM IA
C.1. Função crescente

ST ER
Dizemos que f: A → R é uma função crescente em [a; b] ⊂ A E. Função do 1o grau ou função afim
se, e somente se: É a função de  (domínio) em  (contradomínio), que
SI AT
associa a todo x real o número real ax + b com a ≠ 0.

x2 > x1 ⇒ f(x2) > f(x1), ∀ x1, x2 ∈ [a; b]
M
Notação
y f
f:  → , com f(x) = ax + b e a ≠ 0
0 x O gráfico da função afim é uma reta.

A função afim é crescente quando a > 0.
A função afim é decrescente quando a < 0.
C.2. Função decrescente
a>0
Dizemos que f: A → R é uma função decrescente em y
[a; b] ⊂ A se, e somente se:
f (x) = ax + b
x2 > x1 ⇒ f(x2) < f(x1), ∀ x1, x2 ∈ [a; b]
f y (0; b)
–b
a ;0
O x
0 x D(f) =  Im(f) = 
Função crescente

15
a<0
y ∆=0 e a>0
MATEMÁTICA
(0; b) y
f (x) = ax + b
(0; c)
O
–b x
a ;0
O V x
D(f) =  Im(f) =  x1 = x2 = x = – b
2a
Função decrescente
Eixo de simetria
F. Função quadrática
É a função de  em , que associa a cada número real x Im ( f ) = { y ∈  | y ≥ 0 }
o número real ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0).
f:  →  , com f(x) = ax2 + bx + c e (a ≠ 0)

∆=0 e a<0
O
Sendo ∆ = b2 – 4ac, temos:
BO O
SC
Eixo de simetria
M IV
∆>0 e a>0 y
O S
y D LU x1 = x2 = x = – b
O C
2a
N X
O x
SI O E
V
(0; c)
EN S
E U
x1 x2 (0; c)
D E
O x
A LD
x=– ∆ x=– b
4a V 2a
EM IA
Im ( f ) = { y ∈  | y ≤ 0 }
ST ER
Eixo de simetria
{ }
SI AT
∆
Im ( f ) = y ∈  | y ≥ - ∆<0 e a>0
4a
M
y
∆>0 e a<0
y Eixo de simetria (0, c)
x=– ∆ V
4a
x1 x2 x=– ∆
O 4a V
x
(0; c)
x=– b O x
2a x=– b
2a
{
Im ( f ) = y ∈  | y ≤ -
∆
4a } {
Im ( f ) = y ∈  | y ≥ -
∆
4a }

16
H. Função exponencial e inequações exponenciais

∆<0 e a<0 f (x) = bx, com b > 1
MATEMÁTICA
y y
x=– b
2a
bx2
O x
bx1
x=– ∆ V
4a
1
O x1 x2 x
(0; c)
x2 > x1 ⇔ bx2 > bx1
Crescente
{
Im ( f ) = y ∈  | y ≤ -
∆
4a } Exemplo: 5x > 52
x>2
G. Função módulo f (x) = bx, com 0 < b < 1
O
É toda função f:  →  que associa a cada real x o núme-
BO O
SC
ro |x|, em que f(x) = |x|. y
M IV
O S
Propriedades D LU 1
O C
|x| ≥ 0 para qualquer x real e |x| = 0 ⇔ x = 0
N X
bx1
|x| = |y| ⇒ x = y ou x = –y
SI O E
bx2
com a ≥ 0
EN S
E U
|x| = a ⇒ x = a ou x = –a,
O x1 x2 x
D E
|x| > a ⇒ x < –a ou x > a

A LD
|x| < a ⇒ –a < x < a

x2 > x1 ⇔ bx2 < bx1
EM IA
com a < 0 Decrescente

ST ER
|x| ≥ a, para qualquer x real

() ()
x 2
Exemplo: 1 >
1
SI AT
|x| < a não existe. 5 5

M
x<2
 x, se x ≥ 0
x = I. Tipos de função
 - x, se x < 0
I.1. Injetora
y lm(f) = + x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2)
y
f(x) = |x| A B
f
B f
O x
O A x

17
I.2. Sobrejetora CD( f ) = D( f –1)

Cálculo: determinar x em função de y.
MATEMÁTICA
Im(f) = CD(f)
y Propriedades
A B
f(x) e f–1 (x) têm gráficos simétricos em relação à bissetriz
f dos quadrantes ímpares.
f[f–1(x)] = f–1[f(x)] = x
B f
O x Exemplo
A
Obter a inversa da função y = 3x – 1.
Resolução: 3x = y + 1
I.3. Bijetora y+1
x=
Injetora e sobrejetora 3
x+1
y y=
A B 3
f x+1
f -1 ( x ) =
3
f
B Observação
Só existirá a função inversa se a função for bijetora.
O
BO O
O A x
13. Logaritmos
SC
M IV
O S
J. Função composta A. Definição de logaritmos
Definição D LU Sejam a e b números reais positivos, sendo b ≠ 1. Logarit-
O C
Seja f uma função de A em B, e seja g uma função de B mo de a na base b (logba) é o expoente c que devemos elevar
em C. A função h de A em C definida por h: (x) → g [ f(x)] é
N X
à base b para resultar o número a.

SI O E
chamada função composta das funções g e f para todo x per-

tencente a A. logb a = c ⇔ bc = a
EN S
E U
Notação
h(x) = g [f(x)] = (g ο f) (x) a = logaritmando
D E
Lê-se: g composta com f ou “g círculo f” ou ainda “g bola f”. b = base

A LD
c = logaritmo
Diagrama Exemplo: log2 8 = 3
EM IA
ST ER
A C Observação
h(x) = g[ f(x)] O número real positivo “a” também pode ser
SI AT
chamado de antilogaritmo.
x
a = antilogb c
M
g[ f(x)]
f f(x) g
B. Consequências da definição
Sendo a, b e c números reais positivos, com b ≠ 1, e k um
B número real qualquer.
Exemplo
f(x) = 3x – 2 e g(x) = 1 – 2x • logb 1 = 0; pois b0 = 1, ∀ b
fog(x) = f(g(x)) = f(1 – 2x) = 3 (1 – 2x) –2 = – 6x + 1 • logb b = 1; pois b1 = b, ∀ b
gof(x) = g (f(x)) = g (3x – 2) = 1 – 2(3x –2) = –6x + 5 • logb bk = k; pois bk = bk, ∀ b, k
fof(x) = f(f(x)) = f(3x –2) = 3(3x – 2) –2 = 9x – 8 • logb a = logb c ⇔ a = c
• blogb a = a
K. Função inversa
D( f ) = CD( f –1) C. Propriedades operatórias
Sendo a, b,c e d números reais positivos, com b ≠ 1 e
f c ≠ 1, e m e n números reais quaisquer com n ≠ 0.
x y • logb (a · d) = logba + logbd
f–1
• log b ( da ) = log a − log d
b b

18
• logb (am) = m · logb a F. Funções inversas

f (x) = logb x e f–1 (x) = bx,
MATEMÁTICA
1
• log b a = ⋅ log b a
n
com b > 1
n
log ac y
• log b =
a f –1 y=x
log bc
D. Função logarítmica e inequações logarítmicas

f
f (x) = logb x, com b > 1 1
y
0 1 x
logbx2
logbx1 f e f–1 são crescentes.
f (x) = logb x e f–1 (x) = bx,

O 1 x1 x2 x com 0 < b < 1
y
f–1
O
BO O
y=x
SC
M IV
x2 > x1 ⇔ logbx2 > logbx1
Crescente
O S
Exemplo: log3 x > log3 2 ⇔ x > 2
D LU 1
O C
N X
f (x) = logb x, com 0 < b < 1

SI O E
O 1 x
y f
EN S
E U
logbx1 f e f–1 são decrescentes.

D E
A LD
G. Logaritmos decimais
logbx2
EM IA
G.1. Conceito
ST ER
O x1 x2 1 x N = x · 10k com 1 < x < 10

log10 N = k + log10 x
SI AT
M
k = característica do log10 N
x2 > x1 ⇔ logbx2 < logbx1 log10 x = mantissa do log10 N
Decrescente
G.2. Característica de log N
Exemplo: log0,2 x > log0,2 2 ⇔ 0 < x < 2 • Para N > 1:
E. Domínio de f (x) = logbx Se n é o número de algarismos da parte inteira

de N, a característica do log N é n – 1.
Para estabelecermos o domínio da função f (x) = logbx, log 324,52 ⇒ característica = 2
devemos impor as seguintes condições:
x>0 • Para 0 < N < 1

b>0
b≠1
Se n é o número de zeros antes do primeiro al-
garismo significativo do número N, a caracterís-
tica do log N é –n.
log 0,00725 ⇒ característica = –3

19
14. Polinômios F. Divisão de polinômios
MATEMÁTICA
A. Valor numérico F.1. Método da chave
Dados um polinômio 1. Dividimos o termo de maior grau do dividendo pelo
P(x) = anxn + an – 1xn– 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 e o número termo de maior grau do divisor e obtemos, assim, o
complexo α, o valor numérico de P(x) para x = α é dado por: primeiro termo do quociente.
2. Multiplicamos o termo obtido por cada termo do divi-
P(x) = an(α)n + an – 1(α)n– 1 + ... + a2(α)2 + a1(α) + a0 sor e subtraímos o resultado do dividendo, obtendo,
assim, um resto parcial.
3. Se o grau do resto for menor que o grau do divisor,
Observações está terminada a operação. Caso contrário, dividi-
α é a raiz de P(x) ⇔ P(α) = 0. mos o resto parcial pelo divisor, procedendo como
A soma dos coeficientes de P(x) é igual a P(1). anteriormente.
P (x) = 0, ∀ x ∈  ⇔ P(x) é identicamente nulo. Neste caso, Exemplo
todos os coeficientes de P (x) são nulos.
15x 5 + 6 x 4 − 17 x 3 + 4 x 2 + 5x + 1 3x 2 − 1
5 x 3 + 2 x 2 − 4 x +2
B. Grau −15x 5 + 5x 3
Dado um polinômio P(x) não nulo, o grau de P(x) repre-
+ 6 x 4 − 12 x 3 + 4 x 2 + 5x + 1
sentado por gr(P) é o maior expoente da variável x nos termos
com coeficientes não nulos. Não se define o grau de um poli- − 6x4 + 2x2
O
nômio identicamente nulo.
BO O
− 12 x 3 + 6 x 2 + 5x + 1
SC
M IV
C. Polinômios idênticos 12 x 3 − 4x
O S
Dados dois polinômios P(x) e Q(x), a condição necessária + 6 x2 + x + 1
D LU
e suficiente para que P(x) seja idêntico a Q(x) é que os coefi-
− 6 x2 +2
O C
cientes de P(x) sejam respectivamente iguais aos coeficien-
x+3
N X
tes de Q(x).
SI O E
Q (x ) = 5x 3 + 2x2 − 4x + 2
Observações
R (x) = x + 3
EN S
Se P(x) ≡ Q(x) ⇔ P(α) = Q(α), ∀ α ∈ 

E U
α é raiz de P(x) ⇔ α é raiz de Q(x)

F.2. Método de Descartes ou método
D E
dos coeficientes a determinar

A LD
D. Adição de polinômios Este método é constituído de quatro etapas:

A(x) = anxn + an–1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 e 1. determinação do grau do quociente;
EM IA
B(x) = bnxn + bn–1xn – 1 + ... + b2x2 + b1x + b0 2. determinação do grau do resto;

ST ER
A(x) + B(x) = S(x) 3. aplicação do conceito de divisão;

\ S(x) = (an + bn)xn + (an–1 + bn–1)xn–1 + ... + 4. aplicação das condições de identidade de dois polinômios.
SI AT
+ ... + (a2 + b2)x2 + (a1 + b1)x + (a0 + b0) P(x) D( x)

⇔ P ( x) = D( x) ⋅ Q( x) + R( x)
M
Observação R(x) Q( x)
Sendo A, B e A + B não nulos, temos:
gr(A) ≠ gr(B) ⇒ gr(A + B) é o maior entre gr(A) + gr(B) Exemplo
gr(A) = gr(B) ⇒ gr(A + B) ≤ gr(A) Dividir P(x) = 3x4 + x3 + 2x2 – x + 2 por D(x) = 3x2 + x + 5
como gr(P) = 4 e gr(D) = 2, então gr(Q) = 4 – 2 = 2.
E. Multiplicação de polinômios gr(R) < gr(D) = 2
Exemplo P(x) = D(x) · Q(x) + R(x).
Sendo: A(x) = ax3 + bx2 + cx + d 3x4 + x3 + 2x2 – x + 2 = (3x2 + x + 5)(ax2 + bx + c) + (ex + f)
B(x) = ex4 + fx3 + gx2 + hx + i, 3x4 + x3 + 2x2 – x + 2 = 3ax4 + (a + 3b)x3 + (5a + b + 3c)x2 +
então A(x) · B(x) = P(x), em que P(x) será en- + (5b + c +e)x + (5c + f)
contrado efetuando-se a distributiva entre os termos de
A(x) e de B(x).  3a = 3
 a + 3b = 1

Observação  5a + b + 3c = 2
Sendo A, B e A · B não nulos, temos:  5b + c + e = -1
gr(A · B) = gr(A) + gr(B) 
 5c + f = 2 ⇒ a = 1; b = 0; c = -1; e = 0 e f = 7
Q ( x ) = x2 - 1 e R ( x ) = 7

20
F.3. Dispositivo prático de Briot-Ruffini H. Teorema de D’Alembert

Consiste em um dispositivo mais simples para obtenção “Um polinômio P(x) é divisível pelo binômio (x – a) se, e
MATEMÁTICA
do quociente Q(x) e do resto R(x) na divisão de um polinômio somente se, P(a) = 0, ou seja, basta que a seja raiz de P(x).”
P(x) por um binômio de 1o grau (x – a).
• Se a é raiz de P(x), então P(x) é divisível por (x – a).
Exemplo • Se P(x) é divisível por (x – a), então P(a) = 0.
Dividir P(x) = 9x3 + 5x2 + x – 11 por D(x) = x + 2.
1. Numa mesma linha, escrevem-se, separados por um
traço vertical, a raiz do divisor, o termo independente I. Teorema da divisibilidade de P(x) por (x – a) · (x – b)
e todos os outros coeficientes do dividendo escrito na “Se um polinômio P(x) é divisível separadamente pelos
forma completa. binômios (x – a) e (x – b), com a ≠ b, então P(x)é divisível
raiz de D(x) (–2) 9 5 1 –11 pelo produto (x – a) · (x – b).”
Observações
2. Repete-se o primeiro coeficiente de P(x) na linha a se- • A recíproca do teorema é verdadeira; isto é, se P(x) é
guir, que será o primeiro coeficiente de Q(x). divisível pelo produto (x – a) · (x – b), então P(x) é divi-
(–2) 9 5 1 –11 sível, separadamente, pelos binômios (x – a) e (x – b).
• Se P(x) é divisível, separadamente, pelos binômios (x – a);
9
(x – b); (x – c); ...; (x – n), então P(x) é divisível pelo pro-
3. Multiplica-se, pela raiz do divisor, o primeiro coeficien- duto (x – a) · (x – b) · (x – c) · ... · (x – n), e vice-versa.
te e adiciona-se o resultado ao segundo coeficiente de • Se P(x) é divisível por (x – a) e o quociente desta divisão
O
P(x), obtendo-se assim o segundo coeficiente de Q(x). também é divisível por (x – a), então P(x) é divisível por
BO O
SC
4. Repete-se a operação com o coeficiente obtido, con- (x – a)2.
M IV
seguindo os próximos coeficientes de Q(x).
O S
D LU 15. Equações polinomiais
O C
(+) (+)
A. Teorema fundamental da álgebra
N X
(–2) 9 5 1 –11
SI O E
9 –13 27 Toda equação polinomial de grau n, com n ≥ 1, admite

(×) pelo menos uma raiz complexa.
(×)
EN S
B. Representação fatorada
E U
Toda equação algébrica P(x) = anxn + an – 1xn–1 + ... + a2x2 +

D E
5. Repete-se a operação até a obtenção do último resul- +a1x + a0 = 0 de grau n (n ≥ 1) pode ser decomposta em
A LD
tado, que constitui o resto R(x). um produto:

P(x) = (x – α1) · Q1(x) = 0,
EM IA
(+)
no qual Q1(x) é o quociente da divisão de P(x) por (x – α1),
ST ER
(–2) e α1 é uma raiz de P(x).

9 5 1 –11
Então, Q1(x) = (x – α2) · Q2(x), no qual Q2(x) é o quociente
SI AT
9 –13 27 –65
(×) da divisão de Q1(x) por (x – α2), e α2 é uma raiz de Q1(x).
Resto
M
Aplicando sucessivamente essa propriedade, podemos

Coeficientes de Q(x) verificar que P (x) pode ser decomposto em:
P(x) = an · (x – α1) · (x – α2) · ... · (x – αn – 1) · (x – αn) = 0,
Assim: Q(x) = 9x2 – 13x + 27 e R(x) = –65 em que αi (i = 1, 2, ..., n) são as raízes da equação
anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0.
G. Teorema do resto
“O resto da divisão de um polinômio P(x) pelo binômio Importante
(x – a) é o valor numérico de P(x) para x = a (raiz do divi- Toda equação polinomial de grau n tem exatamente n
sor), ou seja, P(a).” raízes complexas.
Esquema
C. Multiplicidade de uma raiz
P(x) ( x - a) Dizemos que α é uma raiz de multiplicidade m, (m ≥ 1) da
⇒ R = P (a)
R Q( x) equação P(x) = 0 se, e somente se:
P(x) = (x – α)m · Q(x) e Q(α) ≠ 0
Exemplo
Descreva uma equação do 4o grau sabendo que S = {–3,
Observações
0, 3} e que o 0 é raiz dupla.
1. O resto da divisão de P(x) por (x + a) é R = P (–a).
( )
(x + 3)(x – 0)2 (x – 3) = 0
−b
2. O resto da divisão de P(x) por (ax + b) é R = P . x2 (x + 3)(x – 3) = 0
a
x4 – 9x2 = 0

21
D. Raízes racionais 16. Geometria plana: conceitos

P
básicos e ângulos
MATEMÁTICA
Se a fração racional irredutível (p e q inteiros primos
q
entre si) for raiz da equação de grau n e de coeficientes intei- A. Ângulos
ros anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x1 + a0 = 0, então p é divisor
de a0 e q é divisor de an. A.1. Definição
Exemplo Ângulo AÔB é a reunião das semirretas não colineares.
Quais são as possíveis raízes racionais da equação OA e OB (origem comum)
6x3 – 5x2 + 4x + 5 = 0?
A B
p ∈ D ( 5 ) = { ±1, ± 5 } q ∈ D ( 6 ) = { ±1, ± 2, ± 3, ± 6 }
P
q { 1 1 1 5 5
∈ ±1, ± , ± , ± , ± 5, ± , ± , ±
2 3 6 2 3
5
6 } α
E. Raízes complexas O
Se o número complexo z = a + bi é raiz da equação de
coeficientes reais Ângulo AÔB
anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x1 + a0 = 0, a = medida do ângulo AÔB
então z = a – bi também é raiz dessa equação. 0° < a < 180°
Exemplo
Qual o grau mínimo da equação polinomial de coeficien- A.2. Classificação quanto à posição
O
tes reais que tem como raízes 3; 1 + i e –2i?
BO O
SC
Se 1 + i é raiz, então 1 –i também é; se –2 i é raiz, então A
M IV
2 i também é; logo, a equação apresenta ao menos 5 raízes,
O S
então o seu grau mínimo é 5. B
O
F. Relações de Girard
D LU
O C
N X
Dada a equação: anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x1 + a0 = 0 C

SI O E
com raízes x1, x2, ..., xn, temos:
 an-1 Ângulos consecutivos:

EN S
x1 + x2 + ... + xn = - an Dois ângulos são consecutivos quando possuem o mesmo

E U
 vértice e um lado comum.

x1 ⋅ x2 + x1 ⋅ x3 + ... + xn-1 ⋅ xn = an-2
D E
 an  e BOC
AOB  ; AOC
 e AOB
 ;
A LD
 
  e BOC
AOC 
n ao
x1 ⋅ x2 ⋅ ... ⋅ xn = (-1) ⋅ a
EM IA
 n
Ângulos adjacentes:
ST ER
Dois ângulos são adjacentes quando são consecutivos e

Exemplos não possuem pontos internos comuns.
SI AT
 e m = BOC
m = AOB 
a3x3 + a2x2 + a1x + a0 = 0
M
V = {a, b, c}
C A
 a2
a + b + c = - a O
 3
 a1
 ab + ac + bc = a B D
 3
 a0
 abc = - a  e BOC
 são opostos pelo vértice (o.p.v.): AOD
 = BOC

 3 AOD
a4x4 + a3x3 + a2x2 + a1 · x + a0 = 0 A.3. Ângulo reto

V = {a, b, c, d}
A
 a3
 a + b + c + d = - a4
 a
 ab + ac + ad + bc + bd + cd = 2
a4 O B
 a
 abc + abd + acd + bcd = - 1
 a4
 abcd = a0
 a4  = 90°
Ângulo reto AOB

22
A.4. Ângulo agudo B. Triângulos

MATEMÁTICA
B.1. Classificação quanto aos lados

A
A
α
O B
AB ≠ AC ≠ BC
β γ a≠b≠γ
B C
 < 90°
Ângulo agudo AOB Escaleno
A.5. Ângulo obtuso

A
A AB = AC
BC é a base.
O B
α α
B C
O
BO O
 > 90°
Ângulo obtuso AOB Isósceles
SC
M IV
A
O S
A.6. Ângulos complementares e suplementares
a + b = 90°
D LU 60º
O C
AB = AC = BC
a e b são complementares.
N X
SI O E
a + b = 180°
a e b são suplementares. 60º 60º
EN S
B C
E U
A.7. Bissetriz de um ângulo Equilátero

D E
A LD
A B.2. Classificação quanto aos ângulos

EM IA
α C A
O
ST ER
A < 90°; B < 90°; C < 90°

SI AT
B
M
B C

�
OC é bissetriz do ângulo AOB Acutângulo
= BOC
 AOC (medidas iguais) A
Então: 

 AOC ≡ BOC (congruentes)
A = 90°
A.8. Ângulos em duas retas cortadas por transversal
t
B C
r Retângulo
α
β A
s
A > 90°
r//s ⇔ a = b
B C
a e b são ângulos alternos internos. Obtusângulo

23
B.3. Condição de existência do triângulo Circuncentro: encontro das mediatrizes
MATEMÁTICA
A
R MRT
a b
MRS
B c C
C
a<b+c S T
a > |b – c|
Exemplo
Quais os valores inteiros de x, para que exista o triângulo
ABC a seguir?
MST
B
x+1 7 O circuncentro C é equidistante dos vértices do triângulo.
Ortocentro: encontro de alturas

C 3 A
O
R
BO O
SC
x+1<7+3 e
x + 1 > |7 – 3| HS
M IV
x<9 x + 1 > |4| HT
O S
x>3 O
3<x<9 D LU
O C
Logo, os valores inteiros que x pode assumir são 4; 5; 6;
N X
7 e 8.
SI O E
B.4. Pontos notáveis S HR T

Baricentro: encontro das medianas
EN S
E U
R
B.5. Triângulo retângulo
D E
A LD
MT MS R
EM IA
raio
ST ER
B
C
SI AT
S MR T raio
raio
M
O baricentro B separa cada mediana na razão 2 , S=O T

1
RB SB TB
isto é, = = = 2.
BMR BMS BMT Ortocentro O é o vértice do ângulo reto.
Circuncentro C é o ponto médio da hipotenusa.
Incentro: encontro de bissetrizes internas
B.6. Triângulo isósceles
R
SS
ST r
B
I I
C
O
S SR T
O incentro I é equidistante dos lados do triângulo. Os quatro pontos notáveis estão alinhados.

24
B.7. Triângulo equilátero C.2. Casos de congruência

1o caso: LAL (lado – ângulo – lado)
MATEMÁTICA
BICO
B C
D
Os 4 pontos notáveis coincidem entre si.
B.8. Propriedade dos ângulos

A
E F
α
AB ≡ DE 
 LAL
β γ A ≡ D  ⇒ ∆ABC ≡ ∆DEF
B C 
AC ≡ DF 
O
BO O
SC
M IV
a + b + γ = 180° 2o caso: ALA (ângulo – lado – ângulo)
O S
A αe D LU A
O C
α
N X
SI O E
βe
β γ B C
EN S
B C
γe
E U
D
D E
ae = b + γ
A LD
be = a + γ
γe = a + b
EM IA
ST ER
ae + be + γe = 360° E F
SI AT
C. Congruência de triângulos A ≡ D 
M
 ALA
C.1. Definição AB ≡ DE  ⇒ ∆ABC ≡ ∆DEF

A B ≡ E 
α
3o caso: LLL (lado – lado – lado)
β γ A
B C
D
α
B C
β γ
D
E F
A ≡ D ; B ≡ E ; C ≡ F

e  ⇔ ∆ABC ≡ ∆DEF

AB ≡ DE; AC ≡ DF ; BC ≡ EF  E F

25
D. Quadriláteros notáveis
AB ≡ DE 
 LLL
MATEMÁTICA
AC ≡ DF  ⇒ ∆ABC ≡ ∆DEF D.1. Trapézio

BC ≡ EF  ( AD//BC ) Escaleno
A D
4o caso: LAAo (lado – ângulo – ângulo oposto)
=
A
B C
Nota: os ângulos de vértices A e B são suplementares.

Isósceles
A D
B C
B C
O
Nota: os ângulos de vértices B e D são congruentes, e os
BO O
SC
ângulos de vértices A e D são congruentes.
M IV
E F
O S
Retângulo
B ≡ E 
 LAAo
AB ≡ DE  ⇒ ∆ABC ≡ ∆DEF
D LU A D
O C

N X
C ≡ F 
SI O E
Caso especial B C
EN S
E U
O caso especial de congruência de dois triângulos é a cor-

respondência hipotenusa-cateto. D.2. Paralelogramo
D E
( AB//CD )
A LD
e AD//BC
A
EM IA
A D
ST ER
B C
SI AT
M
B C
D
D.3. Retângulo
(A ≡ B ≡ C ≡ D = 90° )
E F A D
Bˆ = Eˆ = 90° 
 CE
AB ≡ DE  ⇒ ∆ABC ≡ ∆DEF

AC ≡ DF  B C
 ˆC ≡ Fˆ D.4. Losango

def . 
∆ABC ≡ ∆DEF ⇒  ˆA ≡ D

ˆ
( AB ≡ BC ≡ CD ≡ AD )
 BC ≡ EF
A D
Se dois triângulos retângulos têm ordenadamente con-

gruentes a hipotenusa e um cateto, então eles são con-
gruentes.
B C

26
D.5. Quadrado E.2. Base média de um trapézio

(A ≡ B ≡ C ≡ D e AB ≡ BC ≡ CD ≡ AD ) A base média de um trapézio é o segmento que une os
MATEMÁTICA
pontos médios dos lados do trapézio que não são necessa-

A D riamente paralelos.
A B
( A ≡ B ≡ C ≡ D = 90° )
E F
B C
D.6. Propriedades D C
• Paralelogramo: as diagonais interceptam-se nos pon-
tos médios; os lados opostos são congruentes e os Na figura, EF é base média do trapézio ABCD.
ângulos opostos são congruentes.
• Retângulo: as diagonais interceptam-se nos pontos Propriedades:
médios e são congruentes; os lados opostos são 1. O segmento EF é paralelo aos lados AB e CD.
2. EF = AB + CD
congruentes.
• Losango: as diagonais interceptam-se nos pontos mé- 2
dios, são perpendiculares e estão nas bissetrizes dos
ângulos; os lados opostos são congruentes. F. Circunferência — Posições relativas
O
• Quadrados: as diagonais interceptam-se nos pontos
BO O
SC
médios, são congruentes, são perpendiculares e es- F.1. Posições de uma reta e de uma circunferência
M IV
tão nas bissetrizes dos ângulos. Considere uma reta s e uma circunferência λ de raio r e d
O S
Nota: o quadrado tem todas as propriedades dos quadri- a distância entre a reta até o centro O.
láteros notáveis. D LU
O C
Atenção: B s
N X
U = conjunto dos quadriláteros convexos

SI O E
T = conjunto dos trapézios A d

P = conjunto dos paralelogramos O
EN S
R = conjunto dos retângulos

E U
L = conjunto dos losangos λ

D E
Q = conjunto dos quadrados

A LD
d < r (reta secante)

U
EM IA
T
ST ER
P P
R Q L s
SI AT
d
M
E. Bases médias λ
E.1. Base média de um triângulo

d = r (reta tangente)
A base média de um triângulo é o segmento que une os
r ∩ s = {P}
pontos médios de dois dos lados do triângulo.
A
D E
B C O s
Na figura, DE é uma base média do triângulo ABC.
λ
Propriedades:
1. O segmento DE é paralelo ao lado BC.
d > r (reta externa)
BC
2. DE = r∩s=∅
2

27
F.2. Propriedade importante • Circunferências secantes
MATEMÁTICA
O O2
O1 r2
A B r1
M
OM ⊥ AB ⇒ AM = MB
|r1 – r2| < O1 O2 < r1 + r2
F.3. Posições relativas de duas circunferências
• Circunferências internas G. Ângulos na circunferência
G.1. Tipos de ângulos

r1 • Ângulo central
O2
O1 r2 A
O
BO O
a
SC
O
M IV
O1 O2 < |r1 – r2|
O S
• Circunferências externas D LU B
O C
N X
SI O E
r1  =a
AOB
O2
r2
EN S
O1
E U
• Ângulo inscrito
D E
A
A LD
O1 O2 > r1 + r2
EM IA
P a
ST ER
• Circunferências tangentes externamente

SI AT
B
M
O2
O1 r2
 =a
APB
r1 2
• Ângulo de segmento ou semi-inscrito

O1 O2 = r1 + r2
• Circunferências tangentes internamente
B O
O2
r2 t
O1 a P
r1 A
 =a
APB
O1 O2 = |r1 – r2| 2

28
• Ângulo de vértice interno • Quadrilátero inscritível

MATEMÁTICA
B
A D
P A C
a b
B C
D
 = a+b
APB
2 A + C = 180°
B + D = 180°
• Ângulo de vértice externo
H. Polígonos convexos
D
H.1. Elementos e fórmulas
A
a b P Vértice
A
O
B Lado
BO O
SC
M IV
C E
O S
B
 = a−b
APB
D LU
O C
2 Diagonal
N X
ai
SI O E
D ae C
G.2. Consequências importantes
• O triângulo inscrito em uma semicircunferência é
EN S
Ângulo interno (ai)

E U
retângulo:
Ângulo externo (ae)
D E
C
A LD
• Número de diagonais (d) de um polígono convexo de

R n lados
EM IA
A B
ST ER
R O R
n (n − 3)
d=
SI AT
2
M
OC = mediana • Soma dos ângulos internos (Si) de um polígono con-

AB vexo de n lados
OC = = raio
2 Si = (n – 2) · 180°
• Soma dos ângulos externos (Se)
• Sendo o arco assinalado o arco capaz de α para a cor-
da, temos: Se = 360°
α2 H.2. Polígonos regulares

ae
α ai
ae
ai ai
ae
α1
A B
ai ai
ae
a1 > a e a2 < a ae

29
Lados congruentes e ângulos internos congruentes I.3. Teorema da bissetriz externa
MATEMÁTICA
A α
360° α
ae =
n c b
ai =
( n − 2 ) ⋅ 180°
n
n é o número de lados do polígono. B a C x D
a+x
Todo polígono regular pode ser inscrito em uma

circunferência. c b
=
a+x x
A
B
J. Semelhança
J.1. Definição
G C
A D
F D
O
E c b f e
BO O
SC
M IV
( ) ( ) ( )
 = m BC
m AB  = m CD  = �� = 360°
O S
n ,
em que n é o número de lados do polígono.
D LU B a C E d F
O C
I. Teoremas
N X
 A = D
SI O E

I.1. Teorema de Tales  a b c
∆ABC ∼ ∆DEF ↔  B = E e = = = k
EN S
 d e f
E U
(r // s // t // z)
 C = F
D E
A LD
r
a d J.2. Teorema fundamental
s
EM IA
b e
t A
ST ER
c f
z
SI AT
P Q
M
a d
=
b e
B C
a d
=
c f No ∆ ABC, PQ//BC ⇒ ∆APQ  ∆ABC
a d
=
a+b+c d+e+f Critérios de semelhança
I.2. Teorema da bissetriz interna (AA)
A A D
c b
B x y C B C E F
c b A ≡ D 
=  ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF
x y B ≡ E 

30
T
(LAL)
P
MATEMÁTICA
A D
C F
B
∆PAT  ∆PTB ⇒
PA PT
B E ⇒ = ⇒
PT PB
B ≡ E  ⇒ ( PT ) = PA ⋅ PB
2
AB BC  ⇒ ∆ABC ∼ ∆DEF
=
DE EF  L. Tangência
A
(LLL)
A D O P
O
BO O
SC
M IV
B
O S
B C E
D LU F PA = PB
O C
AB AC BC
N X
= = ⇒ ∆ABC  ∆DEF L.1. Quadrilátero circunscrito

DE DF EF
SI O E
D
K. Relações métricas na circunferência
EN S
E U
A A
D E
C
A LD
P
EM IA
B
ST ER
D B C
SI AT
AB + CD = AD + BC
M
∆PAD  ∆PCB ⇒ M. Relações métricas no triângulo retângulo

PA PC
⇒ = ⇒ A
PD PB
⇒ PA ⋅ PB = PC ⋅ PD
c b
h
A B
P
B H C
m n
a
D
 b2 = a ⋅ n
C  c2 = a ⋅ m

 2
h = m ⋅ n
∆PAD  ∆PCB ⇒  a ⋅ h = b ⋅ c
PA PC
⇒ = ⇒
PD PB Teorema de Pitágoras:
⇒ PA ⋅ PB = PC ⋅ PD a2 = b2 + c2

31
M.1. Consequências
• Quadrado Natureza de um triângulo
MATEMÁTICA
a≥b≥c
a2 = b2 + c2 ⇒ triângulo retângulo
a
a2 < b2 + c2 ⇒ triângulo acutângulo
a2 > b2 + c2 ⇒ triângulo obtusângulo
a d a
O. Relações métricas num polígono regular
d=a 2 : lado do polígono regular
a
a: apótema
O.1. Triângulo equilátero

• Triângulo equilátero
h = R + a, em que h
 corresponde à medida
a a R
a da altura: R = 2a
h a 3
h= =R 3
2
O
a O.2. Quadrado
BO O
SC
M IV
O S
N. Relações métricas num triângulo qualquer R  = 2a
D LU  =R 2
O C
N.1. Teorema dos senos a
N X
SI O E
O.3. Hexágono regular

EN S
E U
c b
D E
=R
O
A LD
R
R 3
a=
R R 2
EM IA
a 
B a C
ST ER
SI AT
Observação P. Circunferência e arcos

Todo triângulo é inscritível em uma circunferência.
M
P.1. Comprimento de uma circunferência

a b c
= = = 2R
senAˆ senBˆ senCˆ
R
C=2·p ·R
N.2. Teorema dos cossenos O p ≅ 3,14159...
A
b P.2. Comprimento de um arco de circunferência
c a. Arco em graus
B
B
a
C
C ( )
=a
m AB
A
360 2⋅ p ⋅R
a = b + c − 2 ⋅ b ⋅ c ⋅ cos A
2 2 2 a O α 
b2 = a2 + c2 − 2 ⋅ a ⋅ c ⋅ cos B
π ⋅R⋅ α
= B
c2 = a2 + b2 − 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ cos C 180

32
b. Arco em radianos A.6. Losango
( )
MATEMÁTICA
= a rad
m AB A
2p rad 2⋅ p ⋅R d2
O α  d1 ⋅ d2
a rad
A=
2
 = α ⋅R B
d1
17. Geometria plana: áreas B. Expressões da área de um triângulo
A. Fórmulas elementares
A.1. Quadrado
h
a
a d A = a2
d=a 2
a⋅h
A=
O
BO O
2
SC
a
M IV
O S
A.2. Retângulo
D LU
O C
b
N X
α
SI O E
b
A=a·b a
EN S
a ⋅ b ⋅ sen α
E U
a A=
2
D E
A LD
A.3. Trapézio
EM IA
b
ST ER
(a + b) ⋅ h c
SI AT
h
A=
2
M
a
a
Fórmula de Heron:
A.4. Paralelogramo A = p ⋅ (p − a) ⋅ (p − b) ⋅ (p − c)
a+b+c
p=
2
h
A=a·h
a b
c
A.5. Triângulo r
a
a⋅h
h A=
2
A = p⋅r a+b+c
p=
2
a

33
A'
MATEMÁTICA
c b a⋅b⋅c
R O A=
4 ⋅R SABC
h2 = k2
a
SA ’ B ’ C ’
B' C'
C. Área do círculo e suas partes a2
C.1. Círculo
18. Geometria analítica
A. Conceitos básicos
R
A = p · R2 A.1. Distância entre dois pontos
yB B
C.2. Setor circular
d
yA A
O
BO O
A B
SC
M IV
R
O S
O O xA xB x
D LU
O C
dAB = ( xB − x A )2 + ( yB − yA )2
N X
SI O E
Arco medido em graus Arco medido em radianos

Arco Setor Arco Setor
EN S
p · R2 2 · p rad p · R2
E U
360° A.2. Ponto médio de um segmento

a° A a rad A
D E
A LD
y
π ⋅ R2 ⋅ α° A=
R2 ⋅ α B
A= yB
EM IA
360° 2 x A + xB
M xM =
ST ER
yM 2
C.3. Segmento circular A yA + yB
yM =
SI AT
yA
2
M = ( xM , yM )
M
A B
O xA xM xB x
R
O A.3. Condição de alinhamento de três pontos

A = Asetor – Atriângulo
y
yC C
D. Áreas de figuras semelhantes
DABC ∼ DA'B'C' yB B
A A xA yA 1
yA
D = xB yB 1
xC yC 1
h1 a1 h1 O xA xB xC x
= =k
a2 h2
B C D = O ⇒ A, B e C estão alinhados.
a1 D ≠ O ⇒ A, B e C são vértices de um triângulo.

34
A.4. Propriedades dos pontos do plano cartesiano B. Estudo da reta

• Se um ponto tem abscissa positiva, ele pertence ao
MATEMÁTICA
1o ou ao 4o quadrante do plano cartesiano. B.1. Inclinação e coeficiente angular de retas

• Se um ponto tem abscissa negativa, ele pertence ao
2o ou ao 3o quadrante do plano cartesiano. y r
• Se um ponto tem ordenada positiva, ele pertence ao
1o ou ao 2o quadrante do plano cartesiano.
• Se um ponto tem ordenada negativa, ele pertence ao
3o ou ao 4o quadrante do plano cartesiano.
αr
• Se um ponto tem abscissa nula, ele pertence ao eixo y.
O x
• Se um ponto tem ordenada nula, ele pertence ao eixo x.
• Se um ponto tem abscissa a, ele pertence à reta para-
lela ao eixo y, traçada pela abscissa a.
• Se um ponto tem ordenada a, ele pertence à reta para- 0° < α r < 90°
lela ao eixo x, traçada pela ordenada a. mr = tg α r > 0
• Se um ponto tem coordenadas iguais, ele pertence à
bissetriz dos quadrantes ímpares.
• Se um ponto tem coordenadas opostas, ele pertence y s
à bissetriz dos quadrantes pares.
• Dois pontos simétricos em relação ao eixo x têm a
mesma abscissa e ordenadas opostas.
O
• Dois pontos simétricos em relação ao eixo y têm a
BO O
SC
mesma ordenada e abscissas opostas.
M IV
• Dois pontos simétricos em relação à origem têm O x
O S
abscissas opostas e ordenadas opostas.
Observe os gráficos: D LU
O C
y
α s = 90°
N X
SI O E
A2 (–2, 3)
A1 (3, 4) ∃ ms
EN S
A5 (0, 2)
E U
A6 (5, 0) t y
D E
O x
A LD
A4 (2, –1)
A3 (–4, –2)
EM IA
A7 (0, –3)
αt
ST ER
O x
y
SI AT
A9 (–3, 3)
M
90° < α t < 180°

A8 (2, 2)
45° 45° mt = tg α t < 0
x
O
y
u
y
A11 (–2, 3) A10 (2, 3)

O x
O x
α u = 0°
mu = tg α u = 0
A12 (–2, –3) A13 (2, –3)

35
B.2. Como calcular o coeficiente angular

y r
MATEMÁTICA
y
Q (x0, y0)
A(xA, yA)
mr = ∃
B(xB, yB)
x = x0
O x
O x
Observação
∆y yA − yB yB − yA Não apresenta equação fundamental ∃ tg 90°.
mAB = = =
∆x x A − xB xB − x A
B.5. Equação de uma reta determinada por dois pontos
x y 1
B.3. Propriedades dos coeficientes angulares
xA yA 1 =0
 yr = mr x + br xB yB 1

 ys = ms x + bs
B.6. Equação geral da reta
• Retas paralelas
O
( r ) Ax + By + C = 0
BO O
y A ≠0 e B≠0 
SC
M IV
s//r  ou A = 0 e B ≠ 0 
r s  ou A ≠ 0 e B = 0 
O S
D LU
O C
A = 0 e B ≠ 0 ⇒ r // ao eixo x
N X
αr αs
SI O E
O x A ≠ 0 e B = 0 ⇒ r // ao eixo y
C = 0 ⇒ r passa pela origeem�
EN S
r e s são paralelas distintas:

E U
mr = ms e br ≠ bs B.7. Equação segmentária da reta

D E
r e s são paralelas coincidentes:

A LD
mr = ms e br = bs
y
EM IA
Q(0, q)
• Retas perpendiculares
ST ER
SI AT
y s r
M
P(p,0) x y
x + =1
O p q
1
ms = −
mr B.8. Equação reduzida da reta
O x
y
B.4. Equação fundamental da reta Q(0, q)
y r
α
x
y = mx + q
Q (x0, y0) O
α
O x m = coeficiente angular
q = coeficiente linear
m = tg a
y – y0 = m(x – x0)

36
B.9. Equações paramétricas da reta C.5. Área do triângulo de vértices

A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC)
MATEMÁTICA
y
B (xB, yB) xA xB xC xA
A (xA, yA)
yA yB yC yA
O x D = xA · yB + xB · yC + xC · yA – yA · xB – yB · xC – yC · xA
x = xA + t(xB – xA) ∆
S=
y = yA + t(yB – yA) 2
B.10. Posições relativas de duas retas C.6. Área do polígono convexo de vértices
(r) a1x + b1y + c1 = 0 e A(xA, yA), B(yA, yB), ..., N(yN, yN)
(s) a2x + b2y + c2 = 0
(a1 · a2 · b1 · b2 ≠ 0) xA xB xC � � � xN xA
a1 b1 c1
O
= = ⇒ r e s são paralelas coincidentes� yA yB yC � � � yN yA
BO O
a2 b2 c2
SC
M IV
a1 b1 c1
= ≠ ⇒ r e s são paralelas distintas�
O S
a2 b2 c2 DP = xA · yB + xB · yC + ···+ xN · yA – yA · xB – yB · xC – ···– yN · xA
a1 b1
≠ ⇒ r e s são concorrentes�
D LU
O C
a2 b2 ∆p
S=
N X
2
SI O E
C. Distância e áreas Observação

∆p é montado na sequência anti-horária.
EN S
E U
C.1. Distância do ponto

P(x0, y0) à reta(r) ax + by + c = 0 D. Desigualdades
D E
A LD
ax0 + by0 + c ax + c > 0 (a ≠ 0) e by + c > 0 (b ≠ 0)

d=
a2 + b2
EM IA
c
ax + c > 0 ⇒ x > - (a > 0)
ST ER
a
C.2. Equação da reta que passa por P(x0, y0)
SI AT
y
M
y – y0 = m(x – x0)
Calcular.
C.3. Equação da reta com coeficiente angular m O –c x

a
y = mx + q c
by + c > 0 ⇒ y > -
b
(b > 0)
Calcular. y
C.4. Equação da reta paralela a ax + by + c = 0
ax + by + k = 0 –c
b
Calcular. O x

37
y < mx + q; y > mx + q E.4. Posições relativas entre reta e circunferência
MATEMÁTICA
y
r
r = mx +q
O s
O y < mx + q x
d<r
y Reta secante
y > mx + q r
O
O x
s
d
O
BO O
SC
M IV
ax + by + c > 0 e ax + by + c < 0
O S
D LU
Estuda-se o sinal de ax + by + c, substituindo na expressão
d=r
O C
as coordenadas de um ponto fora da reta ax + by + c = 0 e verifi-
Reta tangente
N X
cando, assim, o semiplano positivo e o semiplano negativo.

SI O E
E. Circunferência
EN S
r
E U
E.1. Equação reduzida

Centro: C(a, b) e raio = R
D E
O
A LD
(x – a)2 + (y – b)2 = R2
d s
EM IA
E.2. Equação geral

ST ER
x2 + y2 + dx + ey + f = 0
SI AT
M
Centro: C(a, b) e raio = R

d>r
d e Reta externa
a=- b=-
2 2
R2 = a2 + b2 - f F. Cônicas
Análise da equação: F.1. Parábola

a2 + b2 – f = 0 → único ponto É o lugar geométrico dos pontos do plano equidistantes
a2 + b2 – f > 0 → circunferência de uma reta dada d e de um ponto dado F, sendo F e d do mes-
a2 + b 2 – f < 0 → conjunto vazio (não existe a cir- mo plano.
cunferência.)
P
E.3. Posições relativas entre ponto e circunferência (foco) F
Sendo: p
P(x0, y0) e (l): (x – a)2 + (y – b)2 – R2 = 0 (parâmetro)
P interno a (l): (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – R2 < 0 d (diretriz)
P externo (l): (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – R2 > 0
P pertencente a: (l): (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – R2 = 0 dPF = dP, d

38
y y
MATEMÁTICA
y0 O a
b
( x − x0 )2 + ( y − y0 )2 =1
a2 b2
V
O x O x0 x
y = ax2 + bx + c
y
a
−b
xv = y0
2a b O
( x − x0 )2 + ( y − y0 )2
− ( b − 4ac )
2
∆ b2 a2
=1
yv = ⇒ yv = −
4a 4a
O x0 x
y
F.3. Hipérbole
O
BO O
SC
É o lugar geométrico dos pontos do plano para os quais a
M IV
V
diferença das distâncias a dois pontos dados, F1 e F2, do pla-
O S
no, é, em valor absoluto, igual a uma constante 2a, menor que
O D LU x a distância F1F2.
O C
N X
x = ay2 + by + c
SI O E
B2 a
A1 a b c A2
EN S
− ( b2 − 4ac ) ∆ F1 O
a F2
E U
xv = ⇒ xv = − c c
4a 4a
D E
B1
A LD
−b Assíntotas
yv =
EM IA
2a
ST ER
|dPF1 – dPF2| = 2a
F.2. Elipse
SI AT
É o lugar geométrico dos pontos do plano para os quais a

A1 A 2 = 2a (eixo real) 
M
soma das distâncias a dois pontos dados, F1 e F2, do plano, é

igual a uma constante 2a, maior que a distância F1F2. 
B1B2 = 2b (eixo imaginário) c2 = a2 + b2
B2 F1F2 = 2c (distância focal) 
P c
e= (excentricidade); e > 1
a a
b
A1 O c A2
F1 F2 y
F1 b F2
B1 y0
O a
dPF1 + dPF2 = 2a
A1 A 2 = 2a (eixo maior) 
 O x0 x
B1B2 = 2b (eixo menor)  a2 = b2 + c2
F1F2 = 2c (distância focal)
c
( x − x0 )2 − ( y − y0 )2 =1
e = (excentricidade); 0 < e < 1 a2 b2
a

39
y
• Retas paralelas coincidentes: quando tiverem todos
F2 os pontos em comum.
MATEMÁTICA
• Retas reversas: quando não forem coplanares.
O b • Retas perpendiculares: quando forem concorrentes e
y0
a formarem ângulo reto.
• Retas ortogonais: quando forem reversas e formarem
F1 ângulo reto.
r s=t u // s
O x0 x
v
( y − y0 )2 − ( x − x0 )2 , α
=1
a2 b2
r e s → concorrentes
s e t → paralelas coincidentes
s e u → paralelas distintas
19. Geometria espacial de posição u e v → perpendiculares
A. Postulados r
O
A.1. Postulado da existência
BO O
SC
• Existem ponto, reta e plano. s'//s
M IV
• Numa reta, bem como fora dela, existem infinitos pontos.
O S
s
• Num plano, bem como fora dele, existem infinitos
pontos. D LU α
O C
N X
A.2. Postulado da determinação

SI O E
• Dois pontos distintos determinam uma única reta. s e t → reversas

• Três pontos não colineares determinam um único plano. r e s → ortogonais
EN S
C. Determinação de plano
E U
A.3. Postulado da inclusão

• Uma reta que possui dois pontos distintos em um pla-
D E
no está contida nesse plano. • Três pontos não colineares determinam um plano.
A LD
• Uma reta e um ponto fora dela determinam um plano.

A.4. Postulado da divisão • Duas retas paralelas distintas determinam um plano.
EM IA
• Um ponto de uma reta divide-a em duas regiões, de- • Duas retas concorrentes determinam um plano.
ST ER
nominadas semirretas. O ponto é a origem das semir-

retas, e elas são chamadas opostas. B
SI AT
A
• Uma reta de um plano divide-o em duas regiões, de- C
α
M
nominadas semiplanos. A reta é a origem dos semipla-

nos, e eles são chamados opostos.
A r
• Um plano divide o espaço em duas regiões, de-
nominadas semiespaços. O plano é a origem dos
α
semiespaços, e eles são chamados opostos.
r//s s
A.5. Postulado da intersecção
• Se dois planos distintos têm um ponto em comum, α
então, têm uma única reta em comum passando por
s r
esse ponto.
A
A.6. Postulado das paralelas α
• Dado um ponto P e uma reta r, existe uma única reta
que passa por P e é paralela a r. D. Posições relativas de reta e plano
B. Posições relativas de duas retas • Uma reta está contida em um plano quando ela tem
• Retas concorrentes: quando têm um único ponto em dois pontos distintos pertencentes ao plano.
comum.
• Retas paralelas distintas: quando forem coplanares B r
A r⊂a
(estiverem num mesmo plano) e não tiverem ponto
em comum. α

40
• Uma reta e um plano são concorrentes ou secantes H.3. Teorema das três perpendiculares
quando têm um único ponto em comum. • Uma reta r é perpendicular a um plano α num ponto
MATEMÁTICA
P. Uma reta s de α não passa por P, e t, uma reta de α

r que passa por P, é perpendicular a s em A. Se B é um
ponto qualquer de r, então a reta que passa por A e B é
A perpendicular a s.
α r ∩ a = {A}
r
B
• Uma reta é paralela a um plano quando eles não têm
ponto em comum.
P
E. Conceitos sobre paralelismo entre reta e plano s t
A
• Se uma reta é paralela a um plano, então ela é paralela

ou reversa a qualquer reta do plano.
• Se uma reta não está contida num plano e é paralela a I. Projeção ortogonal
uma reta do plano, então ela é paralela ao plano.
• A projeção ortogonal de uma reta r sobre um plano
r
pode ser uma reta r’ ou um ponto.
• A projeção ortogonal de um segmento de reta AB
O
a sobre um plano pode ser um segmento A’B’ ou
BO O
b
SC
um ponto.
M IV
α s c
• A projeção ortogonal de um triângulo ABC sobre um
O S
plano α pode ser um segmento de reta ou um triân-
D LU
r//a e r é paralela às retas a, b, c e é reversa com s. gulo A’B’C’.
O C
J. Distâncias
N X
SI O E
F. Posições relativas de dois planos

• Dados dois pontos, A e B, a distância entre eles é a
• Dois planos são concorrentes ou secantes se têm medida do segmento AB, indicada por AB. Caso os
EN S
E U
uma única reta em comum. pontos A e B coincidam, dizemos que a distância en-
• Dois planos são paralelos coincidentes se têm todos tre eles é zero.
D E
os pontos em comum. • Dados um ponto P e uma reta r, a distância entre eles

A LD
• Dois planos são paralelos distintos quando não têm é a distância entre P e a sua projeção ortogonal P’ so-
ponto em comum. bre r. Caso P pertença à reta r, dizemos que a distância
EM IA
entre eles é zero.

ST ER
G. Conceitos sobre paralelismo entre planos • Dados um ponto P e um plano α, a distância entre
eles é a distância entre P e a sua projeção ortogonal
SI AT
• Se dois planos são paralelos distintos, qualquer reta P’ sobre α. Caso P pertença ao plano α, dizemos que a
M
de um deles é paralela ao outro. distância entre eles é zero.

• Se dois planos são paralelos distintos, toda reta concor- • Quando uma reta e um plano têm ponto em comum,
rente com um deles é concorrente com o outro. a distância entre eles é igual a zero. Quando uma
• Se um plano contém duas retas concorrentes, que são reta é paralela a um plano, a distância entre eles é
paralelas a um outro plano, então esses planos tam- igual à distância entre um ponto qualquer da reta e
bém são paralelos. o plano.
• Quando dois planos têm ponto em comum, a
H. Perpendicularismo distância entre eles é igual a zero. Quando dois pla-
nos são paralelos distintos, a distância entre eles
H.1. Reta e plano é igual à distância entre um ponto qualquer de um
• Uma reta é perpendicular a um plano α quando ela é deles ao outro.
concorrente com o plano e é perpendicular a todas as • Quando duas retas têm um ponto em comum, a
retas de α que passam pelo seu traço no plano. distância entre elas é igual a zero. Quando duas re-
• Se uma reta é perpendicular a duas retas concorrentes tas são paralelas distintas, a distância entre elas é
de um plano, então ela é perpendicular ao plano. igual à distância entre um ponto qualquer de uma
delas e a outra.
H.2. Planos perpendiculares • A distância entre duas retas reversas é a medida do
• Dois planos são perpendiculares se um deles contém segmento que tem uma extremidade em cada reta e é
uma reta perpendicular ao outro. perpendicular a ambas.

41
20. Poliedros
MATEMÁTICA
A. Teorema de Euler
Para todo poliedro convexo, com V vértices, A arestas e
F faces ou para sua superfície, vale a relação:
V–A+F=2 Icosaedro regular
B. Propriedade F → número de faces

A soma S dos ângulos de todas as faces de um poliedro V → número de vértices
convexo é: A → número de arestas
n → número de arestas de cada face
S = (V – 2) · 4r m → número de arestas que incide no mesmo vértice
r é um ângulo reto.
m n A V F Nome
C. Poliedros de Platão 3 3 6 4 4 Tetraedro
Satisfaz às seguintes condições:
3 4 12 8 6 Hexaedro
a. todas as faces têm o mesmo número (n) de arestas;
b. todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número 4 3 12 6 8 Octaedro
(m) de arestas; 3 5 30 20 12 Dodecaedro
c. vale a relação de Euler.
5 3 30 12 20 Icosaedro
O
BO O
SC
D. Poliedros regulares
M IV
• Tetraedro: as faces são triângulos equiláteros.
O S
• Hexaedro: as faces são quadrados. 21. Geometria espacial métrica
• D LU
Octaedro: as faces são triângulos equiláteros.
A. Prismas
O C
• Dodecaedro: as faces são pentágonos regulares.
N X
• Icosaedro: as faces são triângulos equiláteros.

SI O E
A.1. Cubo (hexaedro regular)

EN S
E U
D E
D
A LD
a
Tetraedro regular a
EM IA
d
ST ER
a
SI AT
Todas as faces são quadradas.

M
Diagonal da face d = a· 2
Hexaedro regular
Diagonal do cubo D = a· 3
Área total A t = 6·a2
Volume V = a3
Octaedro regular
A.2. Paralelepípedo reto retângulo (ortoedro)
D
c
Dodecaedro regular b
a

42
Todas as faces são retângulos. Prisma regular: quadrangular

MATEMÁTICA
Área total At = 2 (a · b + a · c + b · c) a
a a
Volume V = a · b · c
a
Diagonal D2 = a2 + b2 + c2 h
Relação importante (a + b + c)2 = D2 + At
a
A.3. Volume de prisma a
Prisma oblíquo: aresta lateral não coincide com uma altura. Quadrangular
Abase = a2 Aface = a · h
Alateral = 4 · Af Atotal = Al + 2 · Ab V = Ab · h
a
h
Prisma regular: hexagonal
O
a
BO O
SC
a a a
M IV
a
a
O S
a
a
D LU
O C
h
N X
Prisma reto: aresta lateral coincide com uma altura.

SI O E
EN S
a a
E U
a
D E
a = h Hexagonal
A LD
3 ⋅ a2 3
EM IA
Base A base = Aface = a · h

2
ST ER
Volume V = Ab · h
SI AT
Alateral = 6 · Af Atotal = Al + 2 · Ab V = Ab · h
M
Prisma regular = prisma reto + base regular

B. Cilindros
a a Sendo R o raio da base e h a altura de um cilindro circular
a
reto, temos:
R
R
h
h h
2·π·R
a R
Triangular
Abase = π · R2 Alateral = 2 · π · R · h
a2 3 Aface = a · h
A base = Atotal = Al + 2 · Ab V = π · R2 · h
4
Observação
Alateral = 3 · Af Atotal = Al + 2 · Ab V = Ab · h Cilindro equilátero é aquele em que a altura é igual ao diâ-
metro da base.

43
C. Pirâmides • Octaedro regular
MATEMÁTICA
C.1. Pirâmide regular a
a
a
a a
f a a a
f h f
f m
α
a A total = 2 ⋅ a2 ⋅ 3 a3 ⋅ 2
R θ V=
3
 

• Tetraedro trirretangular
V
• Elementos de uma pirâmide regular
Aresta da base =  c
Aresta lateral = f a
Apótema da base = a C
O
Apótema da pirâmide = m
BO O
b
SC
Altura = h A
M IV
Ângulo entre as faces laterais e a base = θ
O S
Ângulo entre as arestas laterais e a base = α
Raio da circunferência circunscrita à base = R D LU B
O C
N X
• Relações importantes
SI O E
h2 + R2 = f2 h2 + a2 = m2 A
EN S
()
E U
2
 h h a
m2 + = f2 tg θ = e tg α =
D E
2 a R
V
A LD
c C
b
• Fórmulas
EM IA
ST ER
( )
*
⋅m
A ateral = n ⋅ Atotal = A + Ab B
SI AT
2
M
a⋅b⋅c
V=
( )
⋅a
* A ⋅h 6
A base = n⋅ V= b
2 3
D. Cones
(*) n é o número de arestas da base. Sendo R o raio da base e h a altura de um cone circular
reto, temos:
C.2. Sólidos especiais

g θ g
• Tetraedro regular
g h g
a⋅ 6
h=
3
R 2πR
a a
h A total = a2 ⋅ 3
a R
a a3 ⋅ 2
a V=
12 Abase = π · R2 Alateral = π · R · g

44
Atotal = A + Ab F. Sólidos semelhantes

MATEMÁTICA
V
π R2 ⋅ h g = geratriz
V =
3 q·g=2·π ·R
v h
Observação S
Cone equilátero é aquele em que a geratriz é igual ao diâ- V H
metro da base.
E. Esfera B
E.1. Fórmulas da esfera

V e v, volume das pirâmides.
h
k=
H
()
2
A = 4 · p · R2 k2 =
S
=
h
B H
O R
()
4 3
V = ⋅ π ⋅ R3 k3 =
v
=
h
3 V H
O
BO O
SC
M IV
22. Matrizes
O S
D LU A. Definição
Matriz do tipo m × n (m ∈ * e n ∈ *) é uma tabela com
O C
E.2. Partes da esfera
N X
m · n elementos, dispostos em m linhas e n colunas.

SI O E
B. Exemplos com respectivas classificações

R
• Matriz retangular 2 × 3
EN S
E U
A = 
1 2 3
2 
D E
O 5 0
A LD
• Matriz quadrada de ordem 2

EM IA
ST ER
A = 
5 0
α 2 1 
SI AT
Fuso esférico
M
• Matriz linha 1 × 3
a
A fuso = ⋅ 4 ⋅ p ⋅ R2 (a em graus)
360° C = (1 0 3)
• Matriz coluna 3 × 1
R  2
D =  0
 5 
O
• Matriz triangular superior
1 2 5
E = 0 2 0
α  0 0 0 
Cunha esférica
• Matriz triangular inferior
p ⋅ R2
A cunha = A fuso + 2 ⋅
2 2 0 0
a 4 a E = 1 -5 0
Vcunha = ⋅ ⋅ p ⋅ R3 = ⋅ p ⋅ R3 (a em grauus)  3 -1 2 
360° 3 270

45
• Matriz diagonal F.2. Multiplicação de um número por uma matriz

Dada uma matriz A e o número real x, o produto de x por A
MATEMÁTICA
1 0 0 é a matriz obtida a partir de A, multiplicando-se todos os seus
E = 0 3 0 elementos pelo número real x.
 0 0 5 
F.3. Multiplicação de matrizes
• Matriz identidade de ordem 3 Sejam as matrizes:
A = (aij)m × p e B = (bij)p × n , chama-se matriz produto
1 0 0 A · B a matriz C = (cij)m × n , tal que:
E = 0 1 0
 0 0 1  cij = ai1 · b1j + ai2 · b2j + ai3 · b3j + ... + aip · bpj
• Matriz nula 2 × 2
F.4. Esquema
O2 = 
0 0 Am × p · Bp × n = Cm × n
0 0 
=
C. Representação genérica
Uma matriz A do tipo m × n é representada por: Exemplo
 a11 a12 a13 ... a1n  1 2
A = 
2 1 3
 a21 a22 a23 ... a2n   e B = 1 3
1 2 0  2×3  4
 . .  0  3×2
. .
( )
O
A= = aij
BO O
. . . . 
SC
m×n
 
M IV
 . . . . 
2 + 1 + 12 4 + 3 + 0   15
A ⋅ B = 
7
O S
 am1 ... amn  =
2 + 6 + 0   3 8 
am2 am3
 1+2+0
D. Nomenclatura especial
D LU
O C
A2 × 3 · B3 × 2 = C2 × 2
N X
Dada uma matriz A, temos:

SI O E
• matriz oposta de A (–A): é a matriz que tem por ele- =

mentos os opostos dos elementos de A;
EN S
-2 -3 
A = 
3
⇒ - A = 
2
G. Propriedades
E U
 -1 3   1 -3 
Desde que as operações indicadas sejam possíveis:
D E
A LD
• matriz transposta de A (At): é a matriz obtida trocan- a. A+B=B+A

do-se, ordenadamente, as linhas pelas colunas.
EM IA
b. A+O=O+A=A
c. A · (B · C) = (A · B) · C
ST ER
1 2
A = 
1 3 2 d. (A + B) · C = A · C + B · C
 ⇒ At =  3 4
2 4 5  2 5 
SI AT
e. A2 = A · A
f. A·I=A
M
Observações g. (At)t = A
• Se ocorrer At = A, dizemos que A é uma matriz h. (A + B)t = At + Bt
simétrica. i. (A · B)t = Bt · At
• Se ocorrer At = –A, dizemos que A é uma ma-
triz antissimétrica.
23. Determinantes
E. Igualdade
Duas matrizes, A e B, são iguais se, e somente se, forem do A. Definição
mesmo tipo e seus elementos correspondentes forem iguais. Sendo A = (aij)n × n uma matriz quadrada de ordem n, po-
demos associar a ela um único número, denominado deter-
Am × n = Bm × n ⇔ aij = bij minante de A, que indicamos por det A.
∀i e ∀j
 a11 a12 ... a1n  a11 a12 ... a1n

F. Operações com matrizes  a21 a22 ... a2n  a21 a22 ... a2n
 . . .  . . .
F.1. Adição A=  ⇒ det A =
Se A e B são matrizes do mesmo tipo m × n, chama-se  . . .  . . .
matriz soma das matrizes A e B a matriz A + B do tipo m × n,  . . .  . . .
 an1 an2 ann  an1 an2 ann
cujos elementos são iguais à soma dos elementos correspon-
dentes de A e B.

46
B. Casos particulares det At = det A

MATEMÁTICA
B.1. Se A é de ordem 1, temos: b. Se somarmos aos elementos de uma fila de uma matriz
quadrada os elementos respectivos de uma fila para-
A = [a11] ⇒ det A = |a11| = a11 lela multiplicados por uma constante, o determinante
dessa matriz não se alterará (Teorema de Jacobi).
B.2. Se A é de ordem 2, temos: c. O determinante de uma matriz quadrada é igual a zero,
se a matriz possui:
a a12  a a12
A =  11 ⇒ det A = 11 = a11 ⋅ a22 − a12 ⋅ a21 • uma fila nula;
 a21 a22  a21 a22
• duas filas paralelas iguais;
• duas filas paralelas proporcionais.
B.3. Se A é de ordem 3, temos (regra de Sarrus):
d. Quando trocamos entre si as posições de duas filas
a11 a 12 a13  a11 a 12 a13 a 11 a12
paralelas de uma matriz quadrada, o determinante
  muda apenas de sinal.
A = a21 a 22 a 23  ⇒ det A = a21 a 22 a 23 a 21 a ou
22 e. O determinante de uma matriz quadrada altera-se,
a 31 a 32 a 33  a 31 a 32 a 33 a 31 a 32 ficando multiplicado por k, quando os elementos de
– – – + + + uma fila são multiplicados por k.
a11 a 12 a13 Observação
a21 a 22 a23
Se An × n ⇒ det(k · A) = kn · det A
O
a 31 a 32 a 33
BO O
SC
M IV
f. O determinante de uma matriz triangular é dado pelo
O S
det A = a11 · a22 · a33 + a12 · a23 · a31 + a13 · a21 · a32 –
produto dos elementos da diagonal principal.
D LU
– a31 · a22 · a13 – a32 · a23 · a11 – a33 · a21 · a12
g. (Teorema de Binet) Se A e B são matrizes quadradas
O C
de mesma ordem, então:
C. Determinante de ordem n
N X
det (A · B) = det A · det B

SI O E
Dada uma matriz A, quadrada de ordem n ≥ 2, chamamos

de cofator do elemento aij o número Aij, tal que:
h. Determinante de Vandermonde
EN S
Aij = (–1)i + j · Dij

E U
Dij é chamado de 1 1 1
z = ( y - x )·( z - x )·( z - y )
D E
menor complementar. x y
A LD
x2 y2 z2
Em que Dij é o determinante da matriz que se obtém
EM IA
eliminando-se a linha i e a coluna j de A. i. Regra de Chió

ST ER
a b c
a - c⋅d b - c⋅e
SI AT
Definição: determinante de uma matriz quadrada de ordem d e 1 = ( -1 ) ⋅

2+3
n ≥ 2 é a soma dos produtos dos elementos da primeira li- g - d⋅i h - e⋅i

g h i
M
nha da matriz pelos seus respectivos cofatores.
F. Matriz inversa
 a11 a12 �� a1n  F.1. Definição
 a21 a22 �� a2n 
 � Dada uma matriz A, quadrada com determinante diferente
� � 
A= ⇒ de zero, chamamos de matriz inversa de A a matriz A–1, tal que:
 � � � 
 � � �  A · A–1 = A–1 · A = I
 an1 an2 ann 
⇒ det A = a11 ⋅ A11 + a12 ⋅ A12 + �� + a1n ⋅ A1n Observação
∃ A −1 ⇔ det A ≠ 0
1
D. Teorema de Laplace det A −1 =
det A
O determinante de uma matriz quadrada é igual à soma
dos produtos dos elementos de uma fila (linha ou coluna)
qualquer pelos respectivos cofatores. Regra prática
1
E. Propriedades dos determinantes A −1 = ⋅ adj A
det A
a. O determinante não se altera quando trocamos orde-
nadamente linhas por colunas.

47
Em que Adj A (matriz adjunta) é a transposta da matriz Dx1 Dx Dx Dx

cofatora de A (c o f A), que se obtém substituindo os elemen- x1 = , x2 = 2 , x3 = 3 , ��, xn = n
MATEMÁTICA
D D D D
tos aij de A pelos seus respectivos cofatores Aij.
Propriedades como solução do sistema, em que Dxi é o determinante
(A · B)–1 = B–1 · A–1 (cuidado com a ordem) da matriz que se obtém, substituindo os coeficientes de xi pe-
(A–1)–1 = A los termos independentes na matriz incompleta.
(A–1)t = (At)–1
 x + 2y - 3y = -9
24. Sistemas lineares 
Exemplo: 5x - y + 4z = 23
 2x + 5y + 3z = 8
A. Definição 
Chamamos de sistema linear um conjunto de equações 1 2 -3 -9 2 -3
lineares nas mesmas incógnitas. D = 5 -1 4 = -118 Dx = 23 -1 4 = -236
2 5 3 8 5 3
 a11 ⋅ x1 + a12 ⋅ x2 + a13 ⋅ x3 + ... + a1n ⋅ xn = b1
 a ⋅ x + a ⋅ x + a ⋅ x + ... + a ⋅ x = b 1 -9 -3 1 2 -9
 21 1 22 2 23 3 2n n 2 Dy = 5 23 4 = 118 Dz = 5 -1 23 = -354

 ................................................................ 2 8 3 2 5 8
 am1 ⋅ x1 + am2 ⋅ x2 + am3 ⋅ x3 + ... + amn ⋅ xn = bm Dx -236
x= = =2
D -118
O
Dizemos que S = {(α1, α2, α3, ..., αn)} é solução do siste- Dy 118
BO O
y= = = -1
SC
ma se, e somente se, para x1 = α1, x2 = α2, x3 =α3, ... xn = αn D -118
M IV
todas as equações forem verdadeiras. D -354
O S
z= z = =3
D -118
B. Classificação D LU V = {( 2, - 1, 3 )}
O C
N X
Sistema linear
SI O E
D. Sistemas escalonados
Chamamos de sistema escalonado aquele que apresenta a
matriz incompleta escalonada, isto é, o número de zeros que pre-
EN S
Impossível ou in-
E U
Possível ou cedem o primeiro elemento não nulo de uma linha aumenta linha
consistente por linha, até que sobrem linhas eventualmente nulas.
consistente
D E
(não há solução)
A LD
 3x + 2y - 5z + t = 1

Exemplo:  3y + 2z + 2t = 5
EM IA
Determinado Indeterminado
 3t = 2
ST ER
(solução única) (mais do que 

uma solução)
SI AT
E. Sistemas equivalentes
x + y = 7
V = { ( 4, 3 ) } ; SPD
M
Exemplo:  Dois sistemas lineares são equivalentes quando apre-

x - y = 1 sentam exatamente o mesmo conjunto solução.
Quando admite infinitas soluções, o sistema é indeterminado. O conjunto solução de um sistema linear não se altera quando:
trocamos de posição, entre si, duas equações;
x - y = 3
Exemplo:  multiplicamos ou dividimos uma equação por um número
 2x - 2y = 6 diferente de zero;
V = { ( 4, 1 ) , ( 2, - 1 ) , ( 5, 2 ) , ..., ( 3 + a, a ) , ... } ; SPI multiplicamos uma equação por um número e adicionamos
o resultado a outra equação.
Se o sistema não admite solução, ele é impossível ou

inconsistente. Observação
Para escalonar um sistema, usamos as propriedades
x + y = 5
Exemplo:  V = ∅; SI descritas anteriormente.
x + y = 6
F. Discussão de um sistema linear
C. Regra de Cramer Sistemas com n equações e n incógnitas
Dado um sistema linear com n equações e n incógnitas,
se o determinante D da matriz formada pelos coeficientes do Se D ≠ 0 ⇒ SPD
sistema (matriz incompleta) for diferente de zero, temos: Se D = 0 ⇒ SPI ou SI (depende do sistema escalonado)

48
Sistemas com n equações e m incógnitas (n ≠ m) D. Tipos de problemas de contagem

Formação de números
MATEMÁTICA
Escalona-se e analisa-se o sistema. • Números como 023 são números de dois algarismos.
• Os algarismos significativos são: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
Condição para discussão 8 e 9.
• Se o sistema, depois de escalonado, apresentar alguma • Para calcular a quantidade de números com pelo menos
“equação absurda” do tipo 0 = 5, ele é impossível (SI). 2 algarismos repetidos, é mais fácil calcular a quanti-
• Se o sistema, depois de escalonado, não tiver dade de todos os números, com ou sem repetição de
“equação absurda” e o número de equações for igual algarismos, e subtrair a quantidade daqueles que não
ao número de incógnitas, ele é possível e determi- apresentam repetição.
nado (SPD). • É possível haver problemas, uma vez que, mesmo uti-
• Se o sistema, depois de escalonado, não tiver lizando o princípio de preferência, ainda permaneçam
“equação absurda” e o número de equações for menor impasses de contagem. Nessa situação, devemos
que o número de incógnitas, ele é possível e indeter- separar o problema em casos.
minado (SPI). Anagramas sem repetição de letras
• Nos problemas em que temos a condição de n letras
G. Sistemas homogêneos ficarem juntas, devemos considerá-las como uma úni-
Chamamos de sistemas homogêneos aqueles que apre- ca letra e, se a ordem delas puder ser mudada de n
sentam todas as equações com termos independentes nulos. maneiras distintas, multiplicamos o resultado por n!.
• Se os anagramas tiverem de conservar algumas le-
 2x + 3y - z = 0 tras numa determinada sequência (ordem alfabéti-

O
Exemplo:  x - y + 2y = 0 ca, por exemplo), devemos agir como se essas let-
BO O
SC
 3x + y + z = 0 ras fossem repetidas.
M IV
 Anagramas com repetição de letras
O S
Observação • Inicialmente, consideramos como se a palavra não
D LU tivesse letras repetidas e, no final, desprezamos a tro-
O C
Para discutir um sistema linear homogêneo com número ca de ordem dessas letras.
N X
de equações igual ao número de incógnitas, calculamos o de- Comissões com cargos definidos
SI O E
terminante D da matriz incompleta e: • Usamos a existência de cargos para os membros da

comissão, diferenciando uma comissão de outra pela
Se D = 0 ⇒ SPI ordem em que os membros são escolhidos.
EN S
Se D ≠ 0 ⇒ SPD
E U
Comissões sem cargos definidos

• Não existe motivo para diferenciar uma comissão de
D E
Um sistema linear homogêneo é sempre consistente. outra pela ordem em que os membros da comissão
A LD
são escolhidos. Assim, usamos o princípio fundamen-

tal da contagem e, no final, desprezamos a troca de
EM IA
25. Análise combinatória ordem dos elementos.

ST ER
Ocupação de lugares definidos

A. Princípio fundamental da contagem (PFC) • Devemos procurar o modo mais fácil para usar o
SI AT
Se um acontecimento pode ser analisado em etapas su- princípio fundamental da contagem:

M
cessivas e independentes, de modo que: • escolhendo quem vai ocupar os lugares;

• escolhendo os lugares que vão ser ocupados.
n1 é o no de possibilidades da 1a etapa • Quando houver lugares vagos, convidamos “fantas-
n2 é o no de possibilidades da 2a etapa mas” para sentar e, no final do cálculo, desprezamos a
........................................................................ troca de ordem dos “fantasmas”.
nk é o no de possibilidades da ka etapa Distribuição em grupos
• Devemos colocar o grupo que vai ser distribuído em
Então, n1 · n2 · ... · nk é o número total de possibilidades fila e associar as filas à forma de distribuição.
de ocorrência do acontecimento. Figuras geométricas
• Quando estamos formando polígonos convexos com
B. Princípio da preferência (PP) um conjunto de pontos, a ordem em que os pontos são
O estudo dos números de possibilidades das etapas su- escolhidos deve sempre ser desprezada.
cessivas de um acontecimento deve sempre começar por
aquelas em que há restrição, dando preferência para as que E. Fórmulas do cálculo combinatório
tiverem maior restrição. Arranjos: são agrupamentos que diferem pela natureza e
pela ordem de seus elementos.
C. Princípio do desprezo da ordem (PDO)
Se quisermos desprezar a permutação de p elementos, a n!
A n, p =
qual tenha sido computada com o princípio fundamental da (n − p )!
contagem, devemos dividir o total obtido por p!.

49
Combinação: são agrupamentos que diferem apenas A.3. Triângulo de Pascal

pela natureza de seus elementos.
MATEMÁTICA
( )
A n, p n!
Cn , p = = 0
p! (n − p )!p! Linha 0 0
Cn, 0 = 1
Linha 1 ( 1
0 ) ( 1
1 )
Cn, 1 = n
Cn, n = 1
Linha 2 ( 2
0 ) ( 2
1 ) ( 2
2 )
Permutações: são agrupamentos que diferem apenas
Linha 3 ( 3
0 ) ( 3
1 ) ( 3
2 )() 3
3
pela ordem de seus elementos. Linha 4 ( 4

0 ) ( 4
1 ) ( 4
2 )() ()
4
3
4
4
Pn = n ! Linha 5 ( 5
0 ) ( 5
1 ) ( 5
2 )() () ()
5
3
5
4
5
5
Observação
A permutação circular de n elementos distintos é indica-
da por P'n e é calculada pela fórmula: Linha 0 1
1 1
O
P n’ = ( n − 1 ) ! Linha 1
BO O
SC
1 2 1
M IV
Linha 2
O S
Linha 3 1 3 3 1
26. Binômio de Newton D LU Linha 4 1 4 6 4 1

O C
Linha 5 1 5 10 10 5 1
A. Números binomiais
N X
SI O E
A.1. Definição
A.4. Propriedades dos elementos do triângulo de Pascal
EN S
E U
Os números binomiais equidistantes dos extremos são

 n = C = n! 0≤p≤n iguais.
 p 
D E
n, p
(n − p )!p!
A LD
Casos particulares
( )( )( )( )( )( )
EM IA
5 5 5 5 5 5
0 1 2 3 4 5
ST ER
 n  n  n
 0  = 1;  1  = n;  n  = 1
1 5 10 10 5 1
SI AT
M
A.2. Propriedades
Os números binomiais consecutivos de uma mesma li-

 n  n  nha têm como soma o binomial imediatamente abaixo do bi-
 p  =  n − p 
nomial da direita (relação de Stifel).
(números binomiais complementares) ( 0

0 )
 n  +  n  =  n + 1 ( 1
0 )( 1
1 )
( )( )( )
 p   p + 1   p + 1 
2 2 2
0 1 2
(relação de Stifel)
( 3
0 )( 3
1
+ )(
3
2 )( ) 3
3
( )( )( )( ) ( )
=
4 4 4 4 4
 n  = ( n − p )  n 0 1 2 3
+
4
 p + 1  ⋅
( p + 1 )  p 
( )( )( )( ) ( ) ( )
=
5 5 5 5 5 5
0 1 2 3 4 5
(relação de Fermat)

50
Soma da linha: em que n (A) e n (U) são os números de elementos de A e

U, respectivamente (casos favoráveis sobre casos possíveis).
MATEMÁTICA
 n  +  n  +  n  + �� +  n  = 2n
 0   1   2   n 
Consequências:
0 ≤ P (A) ≤ 1
P (A) = 0, quando o evento A = ∅ (evento impossível)
Soma da coluna: P (A) = 1 (evento possível)
 n +  n + 1 +  n + 2 + �� +  n + k  =  n + k + 1
 n  n   n   k   k + 1  C. Probabilidades de eventos complementares
Definição: chamamos de evento complementar de A,
relativamente ao espaço amostral U, o evento tal que:
Soma da diagonal: A = U – A (lê-se não A.)
U
 n   n + 1  n + 2   n + k   n + k + 1
 0  +  1  +  2  + �� +  k  =  k  A
A
B. Binômio de Newton
B.1. Fórmula do binômio

P(A) + P(A) = 1
O
BO O
=   a0 xn +   a1 xn -1 + ... +   an , n ∈ *
n n n
( x + a)
SC
n
M IV
 0  1  n
D. Adição de probabilidades
O S
T1 T2 Tn + 1
Se A e B são dois eventos de um espaço amostral U, então
D LU a probabilidade de ocorrer o evento A ou B é igual à probabili-
O C
dade de ocorrer A mais a probabilidade de ocorrer B menos a
n
( x + a )n = ∑  np 
N X
xn −p ⋅ ap probabilidade de ocorrer A e B.
SI O E
p=0 U
EN S
E U
B.2. Termo geral (x + a)n A A ∩B B

D E
A LD
Tp +1 =   xn −p ⋅ ap
n
 p
EM IA
P (A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)

ST ER
Observações
Termo independente de x é o termo em que o expoente de Caso particular
SI AT
x é zero. Se os eventos A e B são disjuntos, temos:

A soma dos coeficientes do desenvolvimento de um binômio
M
é obtida considerando todas as variáveis iguais a 1. U
A B
27. Probabilidades
Espaço amostral: é o conjunto de todos os resultados
possíveis de um experimento aleatório. P (A ∪ B) = P(A) + P(B)
Evento: qualquer subconjunto do espaço amostral.
Neste caso, os eventos A e B são chamados de mutua-
B. Definição mente exclusivos.
Probabilidade: num experimento aleatório de espaço
amostral U, a probabilidade de ocorrer o evento A é dada por: E. Probabilidade condicional
Indicamos por P (A/B) a probabilidade de ocorrer o evento
n(A ) A, dada a ocorrência do evento (B ≠ ∅). Neste caso, o espaço
P(A) =
n (U) amostral passa a ser o evento B, e o conjunto dos resultados
favoráveis é dado por A ∩ B ≠ ∅.

51
U A.2. Grado(gr)
A∩ B
MATEMÁTICA
É a medida do arco equivalente a 1 da circunferência.
400
A B
400 gr = 360°
A.3. Radiano (rad)

Casos favoráveis B é o novo
do evento A, espaço amostral�
na condição de É a medida do arco cujo comprimento é igual ao do raio da
B ter ocorrido� circunferência em que foi determinado.
n( A ∩ B) 360° ≡ 2π rad
P ( A | B) =
n (B )
A.4. Movimento dos ponteiros do relógio
F. Multiplicação de probabilidades O ponteiro dos minutos percorre um arco de 30° a cada

A probabilidade de ocorrer A e B é dada pelo produto da 5 minutos, isto é, tem velocidade de 6°/min; o ponteiro das
probabilidade de ocorrer um deles pela probabilidade de ocor- horas percorre um arco de 30° a cada 60 minutos, isto é,
rer o outro, dada a ocorrência do primeiro. tem velocidade de 0,5°/min.
O
B. Razões trigonométricas no triângulo retângulo
BO O
P (A ∩ B) = P(A) · P(B|A) = P(B) · P(A|B)
SC
M IV
O S
G. Eventos independentes
D LU
Dois eventos, A e B, são independentes quando a proba- Hipotenusa Cateto
oposto a α
O C
bilidade de ocorrer um deles independe do fato de ter ou não
N X
ocorrido o outro. Neste caso, temos:

α
SI O E
P (A|B) = P(A) e P(B|A) = P(B) Cateto adjacente a α

EN S
cateto oposto a a
E U
Assim, quando A e B são independentes, temos: sen a =

hipotenusa
D E
P (A ∩ B) = P(A) · P(B) hipotenusa

A LD
cossec a =
cateto oposto a a
H. Probabilidades: distribuição binomial
EM IA
cateto adjacente a a
cos a =
ST ER
hipotenusa
H.1. Lei binomial ou distribuição binomial
Um experimento aleatório se repete n vezes de maneiras hipotenusa
sec a =
SI AT
idênticas. cateto adjacente a a

M
Para cada repetição, S, sucesso, é tal que P(S) = p. O com- cateto oposto a a
plementar de S, S = F , fracasso, é tal que P(F) = q, sendo que tg a =
p + q = 1.
Suponha que as repetições do experimento aleatório cotg a =
sejam independentes entre si. cateto oposto a a
A probabilidade de ocorrerem exatamente k sucessos é
dada por: C. Ângulos notáveis
P ( kS ) =   ⋅ pk ⋅ ( 1 - p )
n n -k
 k 30° 45° 60°
28. Trigonometria Seno

1 2 3
2 2 2
3 2 1
A.1. Grau(°) Cosseno
2 2 2
É a medida do arco equivalente a 1 da circunferência.
360 3
Tangente 1 3
3
1° = 60’ e 1’ = 60”

52
D. Relações trigonométricas fundamentais

MATEMÁTICA
cos x sec x = 1 sec x sec2 x = 1 + tg2 x tg x

cos x
tg x = sen x
cos x 1
sen2 x + cos2 x = 1 cotg x =
tg x
cotg x = cos x
sen x
sen x cossec x = 1 cossec x cossec2 x = 1 + cotg2 x cotg x

sen x
E. Transformações trigonométricas Sejam P um ponto do ciclo associado a um arco x e T o

ponto de intersecção do eixo t de origem A e reta OP .
E.1. Adição e subtração de arcos Definimos como:
sen (a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a seno de x (sen x) a ordenada de P;

sen (a – b) = sen a · cos b – sen b · cos a cosseno de x (cos x) a abscissa de P;
cos (a + b) = cos a · cos b – sen a · sen b tangente de x (tg x) a ordenada de T.
O
cos (a – b) = cos a · cos b + sen a · sen b
BO O
SC
tg a + tg b Assim, temos:
tg ( a + b ) =
M IV
1 − tg a ⋅ tg b
O S
P = (cos x, sen x) e T = (1, tg x)
tg ( a − b ) =
tg a − tg b
1 + tg a ⋅ tg b
D LU G. Redução ao primeiro quadrante
O C
N X
• Dois arcos determinados por pontos do ciclo simétri-

SI O E
E.2. Dobro e metade cos em relação ao eixo dos senos têm senos iguais,
cossenos e tangentes simétricos.
sen (2 · a) = 2 · sen a · cos a • Dois arcos determinados por pontos do ciclo simétri-
EN S
E U
cos (2 · a) = cos2a – sen2a cos em relação ao eixo dos cossenos têm cossenos
2 tg a iguais, senos e tangentes simétricos;
D E
tg ( 2·a ) = • Dois arcos determinados por pontos do ciclo simétri-

1 − tg 2 a
A LD
cos em relação à origem dos eixos coordenados têm

tangentes iguais, senos e cossenos simétricos.
EM IA
() 1 − cos a
ST ER
a
sen2 =
2 2
()
SI AT
senos iguais
a 1 + cos a π–x x
cos2 =
2 2
M
cossenos
()
iguais
a 1 − cos a
tg 2 =
2 1 + cos a
es O
nt
n ge ais
ta igu
F. Relações no ciclo trigonométrico
π+x 2π – x
t
T
P
sen x x • Arcos de medidas x e π – x são simétricos em relação
tg x ao eixo dos senos.
1
• Arcos de medidas x e π + x são simétricos em relação
à origem dos eixos coordenados.
O cos x A • Arcos de medidas x e 2π – x são simétricos em relação
ao eixo dos cossenos.
As tabelas a seguir resumem o que verificamos a res-
peito dos sinais das razões trigonométricas nos diferentes
quadrantes, além dos valores para seno, cosseno e tangente
de arcos notáveis da primeira volta, com extremidades nos
limites desses quadrantes.

53
Valores
Sinais
MATEMÁTICA
90° 270°
1o Qte 2o Qte 3o Qte 4o Qte 0° p 180° 3p 360°
(0 rad) ( 2 rad) (p rad) (
2
rad) (2p rad)
sen x + + – –
cos x + – – + sen x 0 1 0 –1 0
tg x + – + – cos x 1 0 –1 0 1
tg x 0 ∃ 0 ∃ 0
Senos Tangentes
π
2π 2 π 1
1
O
3 3
BO O
3π 120° 60°
SC
3
M IV
4 2 π
135° 45° 4
O S
2 3
5π
6 150° D LU 2
1
π
30° 6
3
O C
2
N X
SI O E
π –1 1 0
EN S
3 1 1 2
– – 2 – 3 2π Cossenos
E U
2 2 2 2 2 2
D E
A LD
210° –
1 330°
7π 2
11π – 3
EM IA
6 3
225° – 2 315° 6
ST ER
5π 2
7π
240° – 3 300°
SI AT
4 4
4π –1 2 5π
3 –1
M
3π 3
2
– 3
H. Expressões gerais
P P
x0 x0
O O
xP = x0 + k · 2π, k ∈  xP, Q = x0 + k · π, k ∈ 
Q

54
2π P4 P3 J. Funções trigonométricas
n
MATEMÁTICA
P5 P2
Função Par ou ímpar Período Sinais Domínio Imagem
P1
O Ímpar
Pn sen x 2p  [–1, 1]
sen(–x) = –sen x
Par
cos x 2p  [–1, 1]
cox x = cos (–x)
2π p
xP1 , ��, Pn = x0 + k , k ∈ Ímpar x≠ + kp ,
n tg x p 2 
tg (–x) = –tg x
k∈
I. Equações trigonométricas
Gráficos
sen x = sen α
sen y = sen x
O
BO O
SC
π–α α
M IV
1
O S
O
D LU 3π
2 2π
O C
O π π x
N X
2
SI O E
x = α + k · 2p
ou
EN S
–1
x = p – a + k · 2p, k ∈ 
E U
D E
y = cos x
A LD
cos x = cos α
EM IA
α 1
ST ER
SI AT
3π
2
O cos
M
O π π 2π x
2
–α
–1
x = ± a + k · 2p, k ∈ 
y = tg x
tg x = tg α
tg 1
α
3π
2 2π
O cos O π π x
2
π–α
–1
x = a + k · p, k ∈ 

55
K. Função y = a + b · trigo (mx + n) B. Conjugado de z

Sendo z = a + bi um número complexo, chamamos de
MATEMÁTICA
K.1. Domínio conjugado de z o número complexo.
z = a – bi
trigo = sen 
⇒D=R
trigo = cos  Exemplo: z = –2 – 3i ⇔ z = –2 + 3i
trigo = sec 
trigo = tg  { π
 ⇒ D = x ∈ R | mx + n ≠ 2 + kπ, k ∈  } Propriedade:
z · z é real
trigo = cossec 
 ⇒ D = { x ∈ R | mx + n ≠ kπ, k ∈  } C. Potências de i
trigo = cotg 
i0 = 1
K.2. Período i1 = i
i2 = –1
i3 = –i
trigo = sen  i4 = 1
trigo = cos  π
2π ........................
⇒p= m in = ir em que r é o resto da divisão de n por 4.
trigo = sec 
trigo = cossec 
O
D. Operações na forma algébrica
BO O
trigo = tg 
SC
π Sendo z = 1 + 3i e w = 3 + 2i, temos:
M IV
⇒p= m
trigo = cotg  a. z + w = (1 + 3i) + (3 + 2i)
O S
z + w = (1 + 3) + (3 + 2) i
L. Funções inversas
D LU z +w = 4 + 5i
O C
b. z – w = (1 + 3i) – (3 + 2i)
N X
z – w = (1 – 3) + (3 – 2)i
SI O E
a. y = arc sen x z – w = –2 + i
π π c. z · w = (1 + 3i) · (3 + 2i)
D = [ −1, 1 ] e Im =  − ,  z · w = 3 + 2i + 9i + 6i2
EN S
 2 2 
E U
z · w = (3 – 6) + (2 + 9)i
b. y = arc cos x z · w = –3 + 11i
D E
D = [–1, 1] e Im = [0, π]
A LD
c. y = arc tg x d. z = 1 + 3i
π π w 3 + 2i
D =  e Im =  − , 
EM IA
 2 2  z ( 1 + 3i ) ( 3 - 2i )
=
ST ER
w ( 3 + 2i ) ( 3 - 2i )
SI AT
z 3 - 2i + 9i - 6i2
=
w 9 - 4i2
29. Números complexos
M
z ( 3 + 6 ) + ( -2 + 9 ) i
=
A. Definição w 9+4
Sendo a ∈  e b ∈ , chamamos de números complexos z 9 7
= + i
os números da forma z = a + bi, em que i é a unidade imagi- w 13 13
nária (i2 = –1).
e. z3 = (1 + 3i)3
z = a + bi: (forma algébrica) z3 = 13 + 3 · 12 · (3i) + 3 · 1 · (3i)2 + (3i)3
Temos: z3 = 1 + 9i + 27i2 + 27i3
a = parte real de z = Re(z) z3 = 1 + 9i – 27 – 27i
b = parte imaginária de z = Im(z) z3 = –26 – 18i
E. Forma trigonométrica (ou polar)

Observações Plano de Argand-Gauss
Quando b ≠ 0, dizemos que z é um número imaginário. 0y → eixo imaginário Im (z)
Quando a = 0 e b ≠ 0, dizemos que z é um número ima- Ox → eixo real Re (z)
ginário puro.
Quando b = 0, z é um número real. P (a, b) → afixo de z = a + bi

56
x0y → plano de Argand-Gauss A.2. Classificação

θ → argumento de z, 0 ≤ θ < 2π Sendo r a razão de uma PA, temos:
MATEMÁTICA
ρ → módulo de z Se r > 0, então a PA é crescente.

Se r < 0, então a PA é decrescente.
Im(z) Se r = 0, então a PA é constante.
b P(a, b) A.3. Propriedade fundamental

A diferença entre dois termos quaisquer de uma PA, an e
ap (n > p), é sempre igual a (n – p) razões.
ρ
=
Exemplo: (5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26, 29, 32, 35, ...)
|z|
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 a9 a10 a11
θ a5 – a2 = (5 – 2) razões = 3 · 3 = 9
O a Re(z) a7 – a1 = (7 – 1) razões = 6 · 3 = 18
a10 – a4 = (10 – 4) razões = 6 · 3 = 18
z = a + bi ⇒ ρ = z = a2 + b2
a A.4. Termo geral
cos θ = ⇒ a = p ⋅ cos θ Chamamos de termo geral de uma PA o termo an, que
ρ
pode ser obtido em função de n, quando conhecemos um ter-
b
se n θ = ⇒ b = p ⋅ se n θ mo qualquer da PA e sua razão.
ρ
O
BO O
an = a1 + (n – 1) · r
SC
M IV
O S
Forma trigonométrica ⇒ z = ρ (cos q + isen q) Exemplos
D LU a. a5 = 11 e r = 4
O C
an – a5 = (n – 5) · r
F. Operações na forma trigonométrica an – 11 = (n – 5) · 4 ⇒ an = 4n – 9
N X
SI O E
Sendo z1 = ρ1 (cos q1 + i sen q1) e z2 = ρ2 (cos q2 + i sen q2), b. a1 = 10 e r = –2

temos: an – a1 = (n – 1) · r
Multiplicação an – 10 = (n – 1) · (–2) ⇒ an = –2n + 12
EN S
E U
z1 · z2 = ρ1 · ρ2 [cos(q1 + q2) + i sen(q1 + q2)] A.5. Propriedades

D E
Numa PA, dados três termos consecutivos quaisquer, temos

A LD
Divisão que o termo médio é a média aritmética dos outros dois.

EM IA
z1 ρ1 
= cos (θ1 - θ2 ) + i sen (θ1 - θ2 )
z2 ρ2  a, b, c em PA
ST ER
a+c
b=
SI AT
2
Potenciação (1a fórmula de De Moivre)
M
zn = ρn · [cos(n · q) + i sen(n · q)] Em toda PA finita, a soma de dois termos equidistantes

dos extremos é igual à soma dos extremos.
Radiciação (2a fórmula de De Moivre)
Exemplo: (a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8)
n 
( ) ( 
z = n ρ ⋅ cos θ + k ⋅ 2p + i ⋅ sen θ + k ⋅ 2p 
 n n  ) a4 + a5 = a3 + a6 = a2 + a7 = a1 + a8
(k = 0, 1, 2, ..., n – 1)
Em toda PA finita, com número ímpar de termos, o termo
30. Progressões médio é a média aritmética dos extremos.
A. Progressões aritméticas Exemplo: (a1 , a2 , a3 , a4 , a5 )

a1 + a5
A.1. Definição a3 =
2
Progressão aritmética, ou simplesmente PA, é toda sequên-
cia ou sucessão na qual a diferença entre cada termo, a partir do
segundo, e o seu anterior é constante. Chamamos esta constan- A.6. Soma dos termos de uma PA finita
te de razão da progressão. Consideremos uma PA finita de n termos:
Exemplo: (2, 5, 8, 11, 14, ...)
5 – 2 = 8 – 5 = 11 – 8 = 14 – 11 = ... = 3 (a1, a2, a3, a4, ..., an)

57
A soma dos n termos dessa PA é dada por: B.4. Termo geral

Chamamos de termo geral de uma PG o termo an, que
MATEMÁTICA
Sn =
( a1 + an ) ⋅ n pode ser obtido em função de n, quando conhecemos um ter-
2 mo qualquer da PG e sua razão.
Exemplos
a. a5 = 11 e q = 4
A.7. Artifícios an
PA de 3 termos: = qn -5
a5
x – r , x , x + r (razão = r) an
= 4n -5 ⇒ an = 11 ⋅ 4n -5
11
{
{
{
a1 a2 a3
b. a1 = 10 e q = 2
an
PA de 4 termos: = qn -1
a1
x – 3y , x – y , x + y , x + 3y (razão = 2y) an
= 2n -1 ⇒ an = 10 ⋅ 2n -1
10
{
{
{
{
a1 a2 a3 a4 an = a1 · qn–1
O
B. Progressão geométrica B.5. Propriedades
BO O
SC
Numa PG, dados três termos consecutivos quaisquer, o
M IV
B.1. Definição quadrado do termo central é igual ao produto dos outros dois.
O S
Progressão geométrica, ou simplesmente PG, é toda
D LU
sequência na qual o quociente entre cada termo, a partir a, b, c em PG
O C
do segundo, e o seu anterior é constante. Chamamos essa b2 = a · c
N X
constante de razão da progressão e a indicamos por q.

SI O E
Exemplo: (2, 4, 8, 16, 32, 64, ...)

Em toda PG finita, o produto de dois termos equidistantes
4 8 16 32 64 dos extremos é igual ao produto dos extremos.
EN S
q= = = = = = ... = 2
2 4 8 16 32
E U
D E
Exemplo: (a1 , a2 , a3 , a4 , a5 , a6 , a7 , a8)

B.2. Classificação
A LD
Sendo a1 e q o primeiro termo e a razão, respectivamente,

de uma PG, temos: a4 · a5 = a3 · a6 = a2 · a7 = a1 · a8
EM IA
ST ER
Se a1 > 0 e q > 1, então a PG é crescente.

Em toda PG finita, com número ímpar de termos, o quadra-
SI AT
Se a1 < 0 e 0 < q < 1, então a PG é crescente.

Se a1 > 0 e 0 < q < 1, então a PG é decrescente. do do termo central é igual ao produto dos extremos.
M
Se a1 < 0 e q > 1, então a PG é decrescente. Exemplo

Se q < 0, então a PG é oscilante (ou alternante). (a1, a2, a3, a4, a5)
Se q = 1, então a PG é constante. a23 = a1 · a5
Observação
B.3. Propriedade fundamental Numa PG positiva, o termo central é a média geométrica
O quociente entre dois termos quaisquer de uma PG, an e dos extremos.
ap (n > p), é sempre igual ao produto de (n – p) razões. Exemplo
(a1, a2, a3, a4, a5)
Exemplo:(2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024, ...)
a3 = a1 ⋅ a5
↓ ↓ ↓↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 a9 a10
B.6. Produto dos termos de uma PG finita
a5
= q( 5 -2 ) = 23 = 8 Consideremos uma PG finita de n termos:
a2 (a1, a2, a3, a4, ..., an)
a7
= q(7 -1 ) = 26 = 64
a1 O produto dos termos dessa PG é dado por:
a10
= q(10 - 4 ) = 26 = 64 P2n = (a1 · an)n
a4

58
B.7. Soma dos termos de uma PG finita 31. Estatística

A soma dos n termos de uma PG de razão q ≠ 1 é:
MATEMÁTICA
A. População e amostra
a1 ( 1 − q n
) População: todos os elementos que possuem determina-
Sn = da característica, que é de interesse no estudo.
1−q
Amostra: subconjunto da população, que é representa-
tiva e preserva as características em estudo.
Observação
No caso em que q = 1, temos: B. Variável
Variável qualitativa: as respostas são atributos ou
Sn = a1 · n qualidades.
B.8. PG infinita Variável quantitativa: as respostas são números reais
Consideremos uma PG infinita de razão q ≠ 0, tal que resultantes de contagem ou medidas.
–1 < q < 1. Variável qualitativa nominal: não é possível apresentar
Assim: uma ordenação.
a Variável qualitativa ordinal: apresenta algum tipo de or-
lim Sn = 1 denação.
n→∞ 1−q
Variável quantitativa discreta: as respostas são núme-
ros naturais.
B.9. Artifícios Variável quantitativa contínua: as respostas são núme-
Numa PG de três termos: ros pertencentes a um intervalo real.
O
BO O
x,
SC
x, x·q Nominal
M IV
q


O S
Qualitativa
a1 a2 a3
razão = q D LU Ordinal
O C
Variável
N X
Discreta
SI O E
Numa PG de quatro termos:

Quantitativa
x , x , x · y , x · y3
EN S
Contínua
y3 y
E U
D E
Rol: é a organização dos dados numéricos em ordem

A LD
a1 a2 a3 a4
razão = y2 crescente ou decrescente.
EM IA
C. Tabelas de frequências
ST ER
C. Progressão harmônica
C.1. Tabelas de frequências para dados
SI AT
C.1. Definição não agrupados em classe

M
Chamamos de progressão harmônica, ou simplesmente PH, Uma tabela de frequências para dados não agrupados
a sequência an de termos não nulos cujos inversos estão em PA. em classe é uma tabela que apresenta pelo menos duas co-
lunas: a primeira indica os valores da variável, e a segunda, as
( a1 , a2 , a3 , a4 , ��, an ) PH frequências absolutas de cada valor da variável. Há tabelas
que podem apresentar outras colunas. Observe a seguir pos-
 síveis colunas de uma tabela de frequências.
 1 1 1 1 
 a , a , a , ��, a ,  PA Frequência absoluta: coluna em que se apresenta o nú-
1 2 3 n
mero que indica a quantidade de vezes que determinado valor
de uma variável ocorreu em um conjunto de dados estatísticos.
C.2. Propriedade Notação: ni indica a frequência absoluta do valor xi da
Se a, x e b são três números que estão em PH, nesta variável.
ordem, temos:
Frequência relativa: coluna em que se apresenta a razão
1+1 entre a frequência absoluta do valor e o número total de da-
1 a b
= dos estatísticos.
x 2 2⋅a⋅b
x= Notação: fi, em que a | b
1 a+b a+b
=
x 2⋅ a ⋅ b Frequência relativa percentual ou porcentagem: coluna
em que se apresenta a frequência relativa na forma percentual.
Dizemos que x é a média harmônica entre a e b. Notação: [%f]i

59
Frequência acumulada: coluna em que se apresenta a D.3. Gráfico de barras horizontais

soma das frequências absolutas contadas desde a frequên- O gráfico é apresentado em retângulos com bases apoia-
MATEMÁTICA
cia absoluta do primeiro valor da variável até a frequência ab- das no eixo vertical; as bases têm as mesmas medidas, os
soluta do valor xi da variável. espaços entre os retângulos são iguais, e a largura de cada re-
Notação: Ni tângulo indica a intensidade com que cada variável aparece.
Frequência relativa acumulada: coluna em que se apre- Vendas do produto em fevereiro de 2016
senta a soma das frequências relativas contadas desde a fre-
quência relativa do primeiro valor da variável até a frequência Empresas
relativa do valor xi da variável. C 70
Notação: [fa]i
Frequência relativa percentual acumulada ou porcenta- B 50

gens acumuladas: coluna em que se apresenta a soma das
frequências relativas percentuais contadas desde a frequên-
cia relativa percentual do primeiro valor da variável até a fre- A 30
quência relativa percentual do valor xi da variável.
Notação: [%fa]i 0
20 40 60 Unidades vendidas
C.2. Tabelas de frequências para dados agrupados em classe (em milhões)
São as tabelas que, em vez de apresentar os valores da
O
variável de forma discreta, apresenta os valores da variável D.4. Gráfico de linhas ou poligonal
BO O
SC
em intervalos, por se ter uma quantidade grande de valores. A O gráfico é constituído de segmentos de retas.
M IV
frequência de uma classe será igual à soma das frequências
O S
de todas as variáveis que pertencem àquela classe. Índice de commodities – Brasil (IC-Br)
Notação de uma classe: a | b D LU Dez/2005 = 100 (média mensal – R$)
O C
Trata-se dos valores para cada intervalo, e a tabela pode
N X
apresentar todas as colunas de uma tabela de frequências

190
SI O E
para dados não agrupados em classe.

170
D. Gráficos
EN S
E U
150
D.1. Gráfico de setores
D E
O gráfico é apresentado por setores circulares em um cír-

A LD
130
culo, em que o ângulo central de cada setor circular, em rela-
ção ao ângulo total 360°, deverá guardar a proporção de cada
EM IA
110
valor da variável em relação à soma dos valores da variável. Ago Dez Abr Ago Dez Abr Ago Dez Abr Ago Dez Abr Ago
ST ER
2012 2013 2014 2015 2016

SI AT
D.5. Histograma
B
M
A O histograma é um tipo de gráfico associado a uma distri-

buição de frequências para dados agrupados em classe. Ele é
formado por retângulos justapostos, com a base dos retângu-
C
los no eixo horizontal, com comprimento da base igual à am-
plitude das classes, em uma escala predefinida. A altura dos
retângulos é igual à frequência das classes, em outra escala
D.2. Gráfico de barras verticais predefinida.
O gráfico é apresentado em retângulos com bases apoia-
das no eixo horizontal; as bases têm as mesmas medidas, os Número
espaços entre os retângulos são iguais, e a altura de cada rede pessoas
tângulo indica a intensidade com que cada variável aparece. 14
12
Unidades vendidas 10
(em milhões)
70 8
60 6
50
4
40 30 2
20 0
140 150 160 170 180 190 200 210 Altura
0 A B C Empresas (em cm)

60
D.6. Polígono de frequências E.4. Mediana

O gráfico denominado polígono de frequências está rela- Dados um rol: x1, x2, x3, ..., xn, define-se mediana da se-
MATEMÁTICA
cionado a uma distribuição de frequências para dados agrupa- guinte forma:

dos em classes. Para construir o polígono de frequências, par- • se o número de dados do rol é ímpar, então a mediana,
te-se de um histograma. Na base superior de cada retângulo, representada por Md, é o termo central do rol;
marca-se o ponto médio dessa base, depois unem-se, conse- • se o número de dados do rol é par, então a mediana, Md,
cutivamente, os pontos médios por segmentos de retas. é a média aritmética dos dois termos centrais do rol.
14
F. Medidas de dispersão
Polígono de
Número de pessoas
12 frequência F.1. Desvio médio

10 Dados n valores de um conjunto de dados estatísticos, x1,
8 x2, x3, ..., xn, em que x, é a média aritmética, define-se desvio
6 médio como segue:
4
x1 - x + x2 - x + x3 - x + ⋅ ⋅ ⋅ + xn - x
2 dm = ,
n
0
Altura em que cada valor ( xi - x ) , i = 1, 2, 3, ..., n, é chamado de des-
130
145
140
155
150
165
160
175
170
185
180
195
190
205
200
215
210
5
(em cm)
13
vio da variável xi em relação à média, ou simplesmente desvio.
E. Medidas de tendência central F.2. Variância
O
Dados n valores de um conjunto de dados estatísticos, x1,
BO O
SC
E.1. Média aritmética x2, x3, ..., xn, em que x, é a média aritmética, define-se variân-
M IV
Dados n valores, x1, x2, x3, ..., xn de uma variável x, a média cia da seguinte forma:
O S
aritmética é o resultado da divisão da soma dos valores da va-
riável pelo número n. D LU V=
( x1 - x ) + ( x2 - x ) + ( x3 - x ) + ⋅ ⋅ ⋅ + ( xn - x )
2 2 2 2
,
n
O C
x + x2 + x3 + ⋅ ⋅ ⋅ + xn em que cada valor ( xi - x ) , i = 1, 2, 3, ..., n, é o desvio da
N X
x= 1
n
SI O E
variável xi em relação à média.
E.2. Média aritmética ponderada F.3. Desvio padrão

EN S
E U
Dados os valores x1, x2, x3, ..., xk de uma variável com as Dados n valores de um conjunto de dados estatísticos, x1,
respectivas frequências, n1, n2, n3, ..., nk, a média ponderada x2, x3, ..., xn, em que x, é a média aritmética, o desvio padrão
D E
dos valores é dada por: é dado por:

A LD
x1 ⋅ n1 + x2 ⋅ n2 + x3 ⋅ n3 + ⋅ ⋅ ⋅ + xk ⋅ nk
x=
( x1 - x )2 + ( x2 - x )2 + ( x3 - x )2 +  + ( xn - x )2 ,
EM IA
n1 + n2 + n3 + ⋅ ⋅ ⋅ + nk
DP =
ST ER
n
E.3. Moda em que cada valor ( xi - x ) , i = 1, 2, 3, ..., n, é o desvio da
SI AT
Dado um conjunto de dados estatísticos, tem-se que a variável xi em relação à média.

M
moda, denotada por M0, é o valor que apresenta a maior fre- Nota
quência, isto é, o que aparece mais vezes. Quanto menor for o desvio padrão mais regular será a dis-
tribuição dos dados estatísticos.

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
FÍSICA
SI AT
M

1. Mecânica ��63 4. Ondulatória��81
A. Cinemática escalar��63 A. Ondas��81
SUMÁRIO
B. Cinemática vetorial��64 B. Fenômenos ondulatórios��81
C. Dinâmica: as leis de Newton��67 C. Acústica��83
D. Energia e trabalho��68 D. Movimento harmônico simples (MHS)��85
E. Quantidade de movimento e impulso��69 5. Eletromagnetismo��85
F. Sistema mecanicamente isolado��69 A. Eletrodinâmica��85
G. Equilíbrio de corpos��70 B. Eletrostática��89
H. Gravitação universal��70 C. Magnetismo��94
I. Hidrostática ��71 6. Física moderna��97
2. Física térmica��72 A. Teoria da relatividade especial: espaço e
A. Termometria��72 tempo��97
B. Dilatação térmica��72 B. Dinâmica relativística��97
C. Calorimetria��72 C. Teoria quântica��98
D. Diagrama de fases��73 D. Efeito fotoelétrico��98
E. Gases��73 E. Dualidade onda-partícula��98
F. Termodinâmica�� 74 F. Princípio da incerteza��98
3. Óptica��76 G. Modelo Atômico de BÖhr��98
A. Noções básicas��76 7. Análise dimensional��98
B. Reflexão luminosa��77 A. Análise dimensional��98
O
C. Refração luminosa��78
BO O
SC
D. Lentes delgadas��80
M IV
E. Óptica da visão��81
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

63
1. Mecânica s − s0
Ramo da Física que pode ser dividido em três grandes v m = ∆s = Unidade no SI: [vm] = m/s
∆t t − t0
campos: a cinemática, que estuda os movimentos, indepen-
FÍSICA
dentemente de suas causas; a dinâmica, que estuda os mo-
vimentos sob a ação das forças; e a estática, que estuda os Unidades mais utilizadas: m/s e km/h.
corpos em equilíbrio. Relação: 1 m/s = 3,6 km/h.
A. Cinemática escalar A.4. Velocidade escalar instantânea (v)

Trata-se do estudo do movimento unidimensional de um Consiste na velocidade do móvel em determinado instante.
corpo (móvel) por meio das grandezas escalares (valor nu-
mérico e unidade de medida) espaço, velocidade e acelera- v = lim ∆s = ds
∆t →0 ∆t dt
ção em função do tempo.
A.1. Repouso, movimento e trajetória A função velocidade escalar instantânea é obtida pela deri-
São conceitos relativos; portanto, dependem do referen- vada da função do espaço em relação ao tempo.
cial adotado. Um corpo está em movimento (ou em repouso),
para um dado referencial, quando sua posição varia (não va- A.5. Movimento uniforme (MU)
ria) em função do tempo. As características do movimento uniforme são:
A trajetória é uma linha que une as sucessivas posições • Velocidade escalar constante: v = vm = constante ≠ 0
ocupadas por um corpo em movimento, forma também de- • Função horária: s = s0 + v · t
pende do referencial adotado. • Diagramas horários:
O
BO O
s
SC
M IV
s0 Retró
grado θ
O S
v<0
D LU
O C
ssivo v>0
rogre
N X
θ P
SI O E
s0 t
v Progressivo
EN S
E U
Para um observador dentro do vagão, a trajetória de um objeto N

∆s = A
que se desprende do teto é uma reta vertical e, para um observa- A ∆s > 0
D E
dor em repouso fora do vagão, a trajetória é um arco de parábola.

A LD
0 t
A.2. Espaço e deslocamento escalar A
EM IA
∆s < 0
Espaço (s) é a medida algébrica, ao longo de determi- ∆s =N –A
ST ER
Retrógrado
nada trajetória, da distância do ponto de referência adotado
como origem (O) ao ponto onde se encontra o móvel. No gráfico v × t, o deslocamento escalar é igual, numeri-
SI AT
camente, à área da figura determinada pela linha do gráfico

O
M
B sB com o eixo dos tempos, no intervalo de tempo considerado.

sA s
0 A
–30 (km) N
80 ∆s = área
Na figura, sA = 80 km e sB = −30 km. A.6. Aceleração escalar média (am)

Deslocamento escalar (∆s) é a diferença entre o espaço É definida como a razão entre a variação de velocidade
final (s) e o espaço inicial (s0) de um móvel: (∆v) e o intervalo de tempo correspondente (∆t).
∆s = s − s0 v − v0
am = ∆v = Unidade no SI: [am] = m/s²
∆t t − t0
Na figura, o deslocamento escalar é:
• Entre A e B: ∆sAB = sB − sA = −30 − 80 A.7. Aceleração escalar instantânea (a)
∆sAB = −110 km Constitui a aceleração do móvel em determinado instante.
• Entre B e A: ∆sBA = sA − sB = 80 − (−30)
∆sBA = 110 km a = lim ∆v = dv
∆t →0 ∆t dt
A.3. Velocidade escalar média (vm)
É definida como a razão entre o deslocamento escalar A função aceleração escalar é obtida pela derivada da fun-
(∆s) e o intervalo de tempo (∆t) correspondente: ção da velocidade escalar em relação ao tempo.

64
A.8. Movimento uniformemente variado (MUV) 

v0 = 0 g
O movimento uniformemente variado apresenta as se-
guintes características:
FÍSICA
• Aceleração escalar constante: a = am = constante ≠ 0

• Função horária da velocidade: v = v0 + a · t h ⊕
• Função horária do espaço: s = s0 + v0 · t + a ⋅ t

2
2 Solo
• Equação de Torricelli: v = v + 2 · a · ∆s
2 2
0
• Diagramas horários: Queda livre
a v a>0 g ⋅ t2
v0‘ • h=
+a a<0 2
∆v
• v=g·t
0
t θ ∆s
v0 • v2 = 2 · g · h
–a t • g = 9,8 m/s2 ≈ 10 m/s2
0 t1 t2
B. Cinemática vetorial
N
∆s = área É o estudo do movimento bidimensional (ou tridimensio-
N nal) de um móvel por meio das grandezas vetoriais (valor nu-
a = tg θ mérico, unidade de medida, direção e sentido) deslocamen-
O
to, velocidade e aceleração.
BO O
s
SC
M IV
v=0
B.1. Vetores
O S
a<0
Grandezas físicas: escalares (valor numérico e unidade
s0
D LU t
de medida)e vetoriais (valor numérico e unidade de medida,
O C
direção e sentido).
N X
0 As grandezas vetoriais são representadas por vetores:

SI O E
– s0 segmentos de reta orientados (módulo, direção e sentido).

a>0 Sentido Direção
EN S
v=0

E U
a
D E
Módulo
• Movimento acelerado:
A LD
|v| aumenta ou v · a > 0

• Movimento retardado: • Módulo: representado pelo comprimento do segmen-
EM IA
|v| diminui ou v · a < 0. to de reta;

ST ER
• Direção: reta suporte do segmento de reta;

A.9. Lançamento vertical e queda livre • Sentido: orientação do segmento de reta.
SI AT
Desprezando-se a resistência do ar, todos os corpos que Adição de vetores − Os vetores são colocados um em se-

M
se movimentam próximos à superfície da Terra, sem contato quência ao outro: o vetor soma (s) é obtido unindo-se a origem do
com o solo, apresentam a mesma aceleração: a aceleração primeiro vetor à extremidade do último vetor, regra do polígono.
da gravidade.     
s = a+b+c+d

g
 
⊕ c
d
  
 b   b
 a c d s
v0 
a
h0 No caso particular da adição de dois vetores, pode-se uti-

Solo lizar a regra do paralelogramo, conforme figura.
Lançamento vertical
 
a s
g⋅t 2
• h = h0 + v0 · t − θ
2

• v = v0 − g · t b
• v2 = v02 − 2 · g · ∆h
s = a2 + b2 + 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ cos θ

65
• θ = 0° ⇒ s = a + b B.3. Velocidade vetorial


• θ = 90° ⇒ s = a2 + b2 A velocidade vetorial média (vm) é definida pela razão entre
• θ = 180° ⇒ s = a − b (a > b) o deslocamento vetorial e o intervalo de tempo correspondente:
FÍSICA
Subtração de vetores − A figura ilustra ummétodo práti-  
   ∆r
co para se efetuar a subtração de dois vetores: d = a - b. v m = ∆ r ⇒ módulo: v m =
∆t ∆t

Direção e sentido: os mesmos de ∆ r.
 
 A velocidade vetorial instantânea (v) é a velocidade do móvel
a d
em determinado instante. O vetor velocidade instantânea possui
θ módulo igual ao da velocidade escalar no instante considerado e
 direção e sentido tangente à trajetória no sentido do movimento.
b

B vB
d = a2 + b2 - 2 ⋅ a ⋅ b ⋅ cos θ 
vA
A
Componentes de um vetor − Todo vetor pode ser decom-
posto em dois vetores, perpendiculares entre si, chamados
 
de componentes do vetor. Na figura a seguir, ax e ay são os

componentes do vetor a.
O
y B.4. Aceleração vetorial
BO O

SC
 A aceleração vetorial média (am) é definida pela razão en-
M IV
ay
 tre a variação da velocidade vetorial e o intervalo de tempo
O S
a correspondente:
D LU    ∆v

α
am = ∆v ⇒ módulo: am =
O C

0 ax x ∆t ∆t
N X

SI O E
Direção e sentido: os mesmos de ∆v.

a2 = a2x + a2y 
A aceleração vetorial instantânea (a) consiste na acele-
ax ração do móvel em cada ponto de sua trajetória e é represen-
EN S
cos a = ⇒ ax = a ⋅ cos a
E U
a tada por um vetor que pode formar um ângulo entre 0° e 180°

ay com o vetor velocidade. Admite-se duas componentes: vetor
D E
sen a = ⇒ ay = a ⋅ sen a  
aceleração tangencial (at) e vetor aceleração centrípeta (ac).
A LD
a
ay
tg a =
EM IA
ax  
at v
ST ER
θ
B.2. Vetor posição e deslocamento vetorial 
SI AT
  a
O vetor posição ( r) de um móvel é um vetor com origem ac
M
no ponto de referência e extremidade na posição ocupada

pelo móvel, cujo módulo é dado pela distância em linha reta
que une estes dois pontos.
   
O deslocamento vetorial (D r) é um vetor que une duas a = at + ac ou a2 = a2t + a2c
posições ocupadas pelo móvel. Sua orientação é da posição
inicial para a posição final do móvel. at = a ⋅ cos θ ou at = ∆v
∆t
ac = a ⋅ sen θ ou ac = v
2
B
R

A ∆r
 B.5. Movimento circular e uniforme (MCU)
 rB O movimento circular e uniforme apresenta as seguintes
rA
características:
• Trajetória: circunferência
O 
• Vetor velocidade (v): módulo constante; direção e
sentido variáveis (tangente à trajetória)
 
• r A e r B são os vetores posição dos pontos A e B, ocupa-
dos por um móvel, respectivamente; • Período (T) − intervalo de tempo correspondente a uma
  
• ∆ r = r B − r A é o vetor deslocamento entre os pontos
∆t e T = 1
A e B. volta completa: T = . Unidade no SI: (T) = s
n f

66
• Frequência (ƒ) − número de voltas por unidade de B.7. Composição de movimentos

O movimento de um corpo pode ser o resultado da com-
tempo: f = n . Unidade no SI: [f] = Hz (hertz) posição de outros movimentos realizados simultaneamente
FÍSICA
∆t
(princípio da simultaneidade de Galileu). Exemplos:
• Velocidade linear: v = 2 ⋅ p ⋅ R = 2 ⋅ p ⋅ R ⋅ f • Barco movimentando-se em um rio (velocidades
T
constantes) − A velocidade do barco em relação à mar-

• Velocidade angular: ω = θ = 2 ⋅ p = 2 ⋅ p ⋅ f Unida-
∆ gem (vTotal) é a soma vetorial da velocidade do barco em
∆t T 
relação às águas (vRelativo) com a velocidade da corrente-

de no SI: [ω] = rad/s za das águas em relação à margem (vArrastamento):
• Relação entre v e ω: v = ω · R
• Função horária da fase (posição angular): θ = θ0 + ω · t Margem

Correnteza vT
∆θ
t t0
θ
θ0
0 
vRel� 
vArr�
O
BO O
SC
M IV
  
• Vetor aceleração: at = 0 e a = ac = v ; perpendicular ao
2
Margem
O S
R
D LU
vetor velocidade e orientado para o centro da trajetória.   
v T = v Re l� + v Arr �
O C
N X
B.6. Movimentos concêntricos e transmissão de MCU

SI O E
As coroas e as catracas de uma bicicleta com marchas • Lançamento horizontal

constituem um exemplo de movimentos concêntricos (mes- Na horizontal – o movimento é retilíneo e uniforme: a ve-
mo centro) e de transmissão de movimento circular por meio locidade horizontal é constante, a aceleração escalar é igual a
EN S
E U
de uma corrente (coroa-catraca). zero, e a função horária do espaço é dada por x = v0 · t.

Na vertical – o movimento é de queda livre (MRV), com ve-
D E
locidade inicial v0 = 0, aceleração igual à aceleração de gravida-

A LD
3 coroas
de e funções da velocidade (v = g · t), do espaço h = (g · t2)/2)
e equação de Torricelli (v2 = 2 · g · h).
EM IA
ST ER
MU
v0
SI AT
M
vx = v 0
g
MUV
h vy
6 catracas
v x = v0
Movimentos concêntricos (3 coroas ou 6 catracas): Todos os pontos das
coroas (catracas) giram com a mesma velocidade angular (ω1 = ω2 = ω3).
D vy
Quanto mais o ponto estiver afastado do centro de
rotação, maior será a velocidade escalar. Ilustração dos vetores velocidades em um lançamento horizontal.
• Lançamento oblíquo
• Transmissão de MCU (coroa e catraca ligadas por cor- Na horizontal – o movimento da bola é retilíneo e unifor-
rente): coroa e catraca apresentam a mesma veloci- me. O componente horizontal da velocidade de lançamento
dade escalar: da bola permanece constante.
vcoroa = vcatraca Na vertical – o movimento da bola é retilíneo uniforme-
ωcor. · Rcor. = ωcat. · Rcat. mente variado (retardado na subida e acelerado na descida).
fcor. · Rcor. = fcat. · Rcat. Trata-se de um lançamento vertical, no qual o módulo do com-
ponente vertical da velocidade de lançamento da bola dimi-
A engrenagem de menor raio gira com maior frequência. nui até zero (ponto de altura máxima) e aumenta até atingir
o solo.

67
y C.2. Primeira lei de Newton: inércia

vy Todo corpo continua no estado de repouso ou de movi-
mento retilíneo uniforme, a menos que seja obrigado a mudá-
FÍSICA
vx = v0x g -lo por forças a ele aplicadas.
M
U
   
v0y
θ
V
∑ F = 0 (F R )
= 0 ⇒ repouso ou MRU
v0x MU x
C.3. Segunda lei de Newton: força resultante
Ilustração dos vetores velocidades em um lançamento oblíquo. A resultante das forças que agem num corpo é igual ao
produto de sua massa pela aceleração adquirida.
v0x = v0 · cos θ e v0y = v0 · sen θ   
FR = m ⋅ ∆v = m ⋅ a Unidade no SI: [FR] = newton (N)
∆t
Movimento horizontal MUV
ax = 0 vx = v0x (cte) C.4. Terceira lei de Newton: ação e reação
x = v0x · t A toda força de ação, corresponde uma força de reação de
mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário. Ação
e reação estão sempre aplicadas em corpos distintos.
Movimento vertical MUV
ay = –g vg = v0y – g · t  
O
F BA F AB
BO O
A B
SC
g
M IV
y = v0y · t - · t2
2 C.5. Aplicações das leis de Newton
O S
• Isolar o bloco, ou os blocos em estudo e traçar o dia-
D LU grama de forças que agem em cada bloco;
O C
B.8. Características dos movimentos • Se o somatório das forças for zero aplicar a primeira lei
N X
de Newton (repouso ou MRU);

SI O E
Trajetória • Se o somatório das forças for diferente de zero aplicar

Movimento 
Retilínea Curvilínea a segunda lei de Newton (FR = m ⋅ a).
Movimento horizontal − Dois blocos em movimento em-
EN S
  
E U
a = 0 ⇒ at = ac = 0 at = 0 ⇒ a = ac ≠ 0 purrados por uma força F.

Uniforme 
D E
v constante θ = 90°
A LD
      B
ac = 0 ⇒ a = at ≠ 0 at ≠ 0 e ac ≠ 0 F A
Acelerado
EM IA
θ = 0° 0° < θ < 90°

ST ER
    
ac = 0 ⇒ a = at ≠ 0 at ≠ 0 e ac ≠ 0 As figuras seguintes mostram as forças que agem em
SI AT
Retardado
θ = 180° 90° < θ < 180° cada bloco. A força de contato entre cada bloco e a superfície
M
horizontal está representada pelos seus componentes: nor-

mal e atrito.
Observação: θ é o ângulo entre o vetor velocidade e o ve-
tor aceleração. Bloco A Bloco B
 
NA NB
C. Dinâmica: as leis de Newton
Em 1687, com a publicação de Princípios matemáticos  
da filosofia natural, Isaac Newton (1642-1727), além de ou- F F BA 
FAB
tros assuntos, lança as bases para as causas dos movimen-
tos dos corpos no vácuo e nos meios resistivos, que se torna- 
F a( A) 
ram conhecidas como as leis de Newton. PA

F a(B ) 
C.1. Tipos de forças PB
• Força de campo (ação à distância): 
Peso: P = m · g • Na vertical: ∑ F = 0. Em cada bloco, a força normal
• Forças de contato equilibra a força peso: NA = PA = mA · g e NB = PB = mB · g.
Normal: perpendicular às superfícies de contato • Na horizontal:

Atrito: tangente às superfícies de contato: Se ∑ F = 0 ⇒ a velocidade dos blocos é constante:
Fa(estático) ≤ µe · N e Fa(dinâmico) = µd · N F = FBA + Fa(A) e FAB = Fa(B)
Tração: fios, cabos ou barras F = Fa(A) + Fa(B)
Elástica: (corpos elásticos): Fel = k · x F = µA · mA · g + µB · mB · g

68

Se ∑ F ≠ 0 ⇒ os blocos estão em movimento unifor- • FRC ≠ 0 (obrigatório)
memente acelerado:
FRC = m · aC = m ⋅ v (movimento circular)
2
FR(A) = F − (FBA + Fa(A)) e FR(B) = FAB − Fa(B)
FÍSICA
R
FR(A) + FR(B) = F − (Fa(A) + Fa(B))
• Se FRT ≠ 0
F - ( µ A ⋅ mA ⋅ g + µB ⋅ mB ⋅ g )
a= FRT = m · aT = m ⋅ ∆v (movimento curvilíneo acelerado
mA + mB ∆t
Movimento vertical (elevadores) − A figura seguinte ou retardado)
mostra as forças (peso e tração) que agem em um elevador • Se FRT = 0
de massa M em movimento. aT = 0 (movimento curvilíneo uniforme)
 D. Energia e trabalho
T
Trata-se de grandezas escalares que se relacionam e são
M fundamentais para o entendimento do princípio de conserva-
ção de energia: a energia não pode ser criada ou destruída,
apenas convertida de uma forma para outra.
D.1. Trabalho de uma força

Medida da energia transferida ou transformada. O traba-
 lho de uma força está sempre associado à atuação de uma
P força ao longo de um deslocamento.
O
• Força constante
BO O
SC
Se o elevador estiver:
M IV
• subindo acelerado ou descendo retardado: 
F
O S
T > P ⇒ T = M · (g + a);
D LU
• descendo acelerado ou subindo retardado:
T < P ⇒ T = M · (g − a);
O C
θ

N X
• subindo ou descendo com velocidade constante:

A d B
SI O E
T = P = M · g.
Plano inclinado − Diagrama de forças num bloco, de mas-
sa m, em movimento num plano inclinado: forças peso e de  O trabalho de uma força
 constante é o produto da força
EN S
E U
contato e seus componentes. (F) pelo deslocamento (d) e pelo cosseno do ângulo (θ) for-
mado entre a força e o deslocamento:
D E
 y
C
A LD
 x
N T = F · d · cos θ Unidade no SI: [T ] = joule (J)

EM IA
Fa
 Dependendo do ângulo θ, o trabalho de uma força pode
ST ER
Px ser motor (T > 0), resistente (T < 0) ou nulo (T = 0).

θ  • Força variável
SI AT
Py

θ P
M
• Acelerado: FR = Px – Fa
m · a = m · g · sen θ − µ · m · g · cos θ
a = g · (sen θ − µ · cos θ)
• Sem atrito: a = g · sen θ N
T = área
• Velocidade constante: a = 0 ⇒ µ = tg θ
Trajetórias curvas − A figura ilustra um corpo de massa m
em movimento numa trajetória circular de raio R, sob a ação
de uma força resultante (F ) e seus componentes: resultante d
 R 
centrípeta (F RC) e tangencial (F RT).
D.2. Energia

F RT • Energia cinética − Energia associada ao movimento
m de um corpo:
Ec = m ⋅ v
2

FR 2

F RC
• Teorema da energia cinética
O trabalho da força resultante é igual à variação da ener-
C gia cinética.

69
   
A vA  B vB Q possui a mesma direção e o mesmo sentido de v.
FR 
O impulso ( I ) de uma força constante é o produto da força
d pelo intervalo de tempo de ação da força.
FÍSICA
 
I = F ⋅ ∆t Unidade no SI: [I] = newton · segundo (N · s)
m⋅ v m⋅ v
2 2
TR = ∆EC ⇒ FR · d = − B A
 
2 2 I possui a mesma direção e o mesmo sentido de F.
O impulso de uma força de módulo variável é dado, nu-
• Energia potencial gravitacional − Energia associada à mericamente, pela área da figura no diagrama F × t, conforme
posição de um corpo no campo gravitacional: a figura.
F Força variável
Epg = m · g · h
• Energia potencial elástica − Energia associada à de-

formação elástica de um corpo:
I =N área
Epel = k ⋅ x
2
t
• Energia mecânica − Soma das energias, cinética, po-
O
tencial gravitacional e potencial elástica: E.1. Teorema do impulso
BO O
SC
O impulso de uma força resultante é igual à variação da
M IV
Em = Ec + Epg + Epel quantidade de movimento.
O S
  
D LU
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de
 
I R = ∆Q ⇒ I R = m ⋅ v − m ⋅ v 0
O C
energia é o joule (J).
F. Sistema mecanicamente isolado
N X
SI O E
D.3. Sistemas conservativos e não conservativos Em um sistema mecanicamente isolado (sistema iso-
Em um sistema conservativo, a energia mecânica perma- lado de forças externas), a quantidade de movimento se
nece constante. As energias cinética e potencial podem variar, conserva.
EN S
E U
mas a soma delas permanece constante. Como não existe dis-   

sipação de energia, nesse sistema não existe atrito. Portanto: Qsistema = constante ⇒ Qdepois = Qantes
D E
A LD
Em(final) = Em(inicial) F.1. Choques

EM IA
Em um sistema não conservativo, a energia mecânica não Antes do choque

ST ER
permanece constante, havendo, portanto, transformação de  

energia mecânica em outra forma de energia, por exemplo, calor. vA vB
SI AT
Neste caso:
A B
M
Em(final) = Em(inicial) + TF(dissipativas) ⊕
D.4. Potência Depois do choque

É definida como a razão entre o trabalho realizado e o  
intervalo de tempo correspondente; medida da rapidez com vA' vB'
que a energia é transferida ou transformada.
A B
T
Pm = Unidade no SI: [P] = watt (W)
∆t
• Conservação da quantidade de movimento do sistema
• Potência de uma força: P = F · v · cos θ (corpos A e B):
Pútil  
• Rendimento: η = Qantes = Qdepois
Ptotal
Na figura: mA· vA − mB · vB = mB · v´
B − mA · v´
A
E. Quantidade de movimento e impulso
 • Coeficiente de restituição:
A quantidade de movimento (Q) de um corpo é o produto
da massa pela velocidade. v rel(afast�)
e=
  v rel(aprox�)
Q = m ⋅ v Unidade no SI: [Q] = kg · m/s

70
Classificação e características dos choques:
Quantidade de
FÍSICA
Choque Energia cinética (sistema) Coeficiente de restituição

movimento(sistema)
Perfeitamente elástico Conserva Conserva e=1
Parcialmente elástico Conserva Perda de energia 0<e<1
Inelástico (os corpos se unem) Conserva Perda máxima e=0
G. Equilíbrio de corpos Quanto mais afastado o planeta estiver do Sol, maior será
Se um corpo rígido, sujeito à ação de várias forças, encontra- seu período de translação.
-se em equilíbrio,
 as seguintes condições devem ser satisfeitas:
Planeta
• ∑ F = 0 ⇒ equilíbrio de translação (centro de massa
em repouso ou em MRU);
• ∑ M = 0 ⇒ equilíbrio de rotação (em relação a qual- Sol F1 R
quer ponto do corpo). Periélio Afélio
Centro F2
Observação:
Se um corpo for considerado ponto material, para o equilí-
brio, basta que a primeira condição seja satisfeita.
d1 d2
O
G.1. Momento (M) de uma força
BO O
SC
• Periélio − Ponto de maior proximidade do planeta em
M IV
P
relação ao Sol; velocidade escalar máxima.
O S
d(braço)
• Afélio − Ponto de maior afastamento do planeta em re-
F
Corpo O
D LU
Linha de ação lação ao Sol; velocidade escalar mínima.
O C
da força • Raio médio da órbita − Medida do semieixo maior da
N X
d1 + d2
SI O E
 elipse: R = .
2
O momento da força F, em relação ao ponto P, dado por:
H.2. Lei da gravitação universal de Newton
EN S
E U
M = ±F · d Matéria atrai matéria na razão direta do produto de suas mas-

sas e na razão inversa do quadrado da distância que as separa.
D E
representa a tendência de rotação que a força produz no

A LD
corpo O. m1 ⋅ m2
Fg = G ⋅
Convenção: d2
EM IA
• rotação horária ⇒ momento negativo

ST ER
• rotação anti-horária ⇒ momento positivo G = 6,67 · 10–11 (N · m2)/kg2

(constante de gravitação universal)
SI AT
H. Gravitação universal • Aceleração da gravidade de um planeta

M
Sistema geocêntrico − A Terra era o centro do Universo, e

todos os outros astros giravam ao redor dela (até o século XV). M
d
Sistema heliocêntrico − O Sol é o centro do nosso sistema
planetário; a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol.
H.1. Leis de Kepler g = G ⋅ M2

Entre 1601 e 1612, Johannes Kepler (1571-1630) elabo- d
rou três leis que descrevem os movimentos dos planetas em
torno do Sol. • Corpos em órbita circular
1a: lei das órbitas − Os planetas giram em torno do Sol em A força gravitacional é a resultante centrípeta:
órbitas elípticas, com o Sol ocupando um dos focosdessa elipse.
G⋅M
2a: lei das áreas − O raio vetor que liga o planeta ao Sol FG = FRC ⇒ v =
d
varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais (velocidade
areolar constante); a velocidade escalar é variável, aumen- Para órbita rasante da Terra: v ≈ 8,2 km/s.
tando à medida que o planeta se aproxima do Sol. • Velocidade de escape
3a: lei dos períodos − A razão entre o quadrado do período É a velocidade mínima de lançamento de um corpo da
(T) de translação de um planeta e o cubo do raio médio (R) de superfície de um planeta para que ele escape da atração gra-
sua órbita é constante: vitacional e não mais retorne.
T 2 = k (constante) v esc� = 2⋅G⋅M

R3 R

71
I. Hidrostática
Consiste no estudo dos fluidos (líquidos e gases) em
equilíbrio e das interações entre os fluidos e sólidos.
FÍSICA
I.1. Massa específica ou densidade (µ)
B hB
É a razão entre a massa e o volume ocupado por uma
substância pura. hA
1
m Unidade no SI: [µ] = kg/m³ 2
µ=
V A
I.2. Pressão (p) 
A pressão de uma força F aplicada perpendicularmente a p1 = p2 µA · hA = µB · hB
uma superfície é a razão entre o módulo F da força e a área A
da superfície.
I.6. Princípio de Pascal
p= F Unidade no SI: [p] = N/m2 Blaise Pascal (1623-1662) enunciou o seguinte princípio:
A
o acréscimo de pressão produzido sobre um líquido em equilí-
brio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.
I.3. Pressão nos líquidos (lei de Stevin) • Aplicação: prensa hidráulica
A diferença de pressão (∆p) entre dois pontos de um lí- 
quido depende da massa específica (µ) do líquido, da ace- F1 A1 A2
O
leração da gravidade (g) e da altura (h) entre os dois pontos: d2
BO O
SC
M IV

F2
O S
d1
1
h
D LU
O C
N X
2
SI O E
F1 F
= 2 A1 · d1 = A2 · d2
EN S
∆p = p2 − p1 = µ · g · Dh A1 A 2
E U
D E
I.4. Pressão atmosférica (experiência de Torricelli) I.7. Teorema de Arquimedes

A LD
Evangelista Torricelli (1608-1647) idealizou um experi- Quando um corpo é imerso, total ou parcialmente, num
mento para determinar a pressão atmosférica ao nível do mar. fluido (líquido ou gás) em equilíbrio, fica sob a ação
 de uma
EM IA
força vertical para cima, denominada empuxo (E), exercida

ST ER
pelo fluido, de módulo igual ao peso do fluido deslocado

pelo corpo.
SI AT
M

76 cm E
A B
Hg Volume imerso (Vi)
E = µL · VL · g
Pela lei de Stevin as pressões nos pontos A e B são iguais,
pois eles estão na mesma horizontal e no mesmo líquido.
pB = pA Nessa expressão:
patm = µHg · g · hHg • µL = massa específica do fluido;
patm = 13,6 · 103 kg/m³ · 9,8 m/s2 · 0,76 m • VL = volume de fluido deslocado ou volume imerso
patm = 1,01 · 105 N/m2
A pressão atmosférica, ao nível do mar, é equivalente à I.8. Flutuação
pressão exercida por uma coluna de 76 cm de mercúrio ou • Peso aparente: Pap. = P − E
uma coluna de aproximadamente 10 m de água. P = E: a força resultante é nula, e o corpo permanece na
posição inicial.
I.5. Vasos comunicantes P < E: há uma força resultante para cima, e o corpo sobe.
Tubo em U contendo dois líquidos não miscíveis em equilíbrio: P > E: há uma força resultante para baixo, e o corpo afunda.

72
2. Física térmica ∆A = A 0 ⋅ β ⋅ ∆θ
Ramo da Física que compreende o estudo das medidas A
de temperatura e de calor, dos processos de transferência de A0 A = A 0 ( 1 + β ⋅ ∆θ )
FÍSICA
calor e suas implicações, das mudanças de fases das subs- β = 2⋅α

θ0 θ
tâncias e dos princípios da termodinâmica.
A. Termometria B.3. Dilatação volumétrica

A temperatura, que define o estado térmico de um corpo, Três dimensões do sólido: dilatação do volume.
é determinada pelo grau de agitação das partículas do corpo.
Ela constitui uma medida da energia cinética média das partí- V
∆V = V0 ⋅ γ ⋅ ∆θ
culas que compõem o corpo. V0
Os termômetros são dispositivos utilizados para a deter- V = V0 ( 1 + γ ⋅ ∆θ )
minação da temperatura de um corpo. Eles se baseiam na θ γ = 3⋅ α
θ0
lei zero da termodinâmica: dois corpos em equilíbrio térmico
apresentam a mesma temperatura.
B.4. Dilatação dos líquidos
A.1. Escalas usuais de temperatura Líquidos: volume definido e forma do recipiente.
(Celsius, Fahrenheit e Kelvin)
• Primeiro ponto fixo (1o PF): ponto de fusão do gelo à
pressão normal de 1 atm (0 °C = 32 °F = 273 K); ∆Vap�
• Segundo ponto fixo (2o PF): ponto de vaporização da água V0
(dilatação
O
à pressão normal de 1 atm (100 °C = 212 °F = 373 K).
BO O
aparente)
SC
M IV
°C °F K
O S
100 212 373 Dilatação real = dilatação aparente + dilatação do recipiente
D LU ∆Vreal = ∆Vaparente + ∆Vrecipiente
O C
γreal = γap. + γrec.
N X
SI O E
∆θc ∆θF ∆TK

C. Calorimetria
Calor é a energia térmica que flui espontaneamente de
EN S
E U
um corpo de maior temperatura para um corpo de menor tem-

0 32 273 peratura, quando colocados em contato.
D E
A LD
C.1. Calor sensível

θc θF − 32 TK − 273 ∆θc ∆θF ∆TK
= = e = = É a quantidade de calor (Q) absorvido ou cedido por um
EM IA
5 9 5 5 9 5
corpo de massa m associada, exclusivamente, a uma varia-
ST ER
ção de temperatura (∆θ).

B. Dilatação térmica
SI AT
É o estudo das variações das dimensões de um sólido, ou Q = m · c · ∆θ Unidade no SI: [Q] = joule (J)
M
do volume de um líquido, devido às variações de temperatura.

• c = calor específico da substância que constitui o corpo.
B.1. Dilatação linear • Outras unidades: 1 cal = 4,18 J; 1 Cal = 4,18 · 103 J;
Uma única dimensão do sólido: comprimento, largura 1 Btu = 1 055 J.
ou espessura.
C.2. Potência térmica
L0 É definida pela razão entre a quantidade de calor e o in-
∆L tervalo de tempo.
θ1
θ2 P= Q Unidades no SI: [P] = watt (W); cal/min
∆t
L C.3. Capacidade térmica (C)
Constitui a razão entre a quantidade de calor (absorvida
∆L = L 0 ⋅ α ⋅ ∆θ ou cedida) e a correspondente variação de temperatura. É
dada também pelo produto da massa pelo calor específico.
L = L 0 ( 1 + α ⋅ ∆θ )
C = Q = m⋅c Unidade no SI: [C] = J/K
∆θ
α é o coeficiente de dilatação linear (depende do material).
• Equivalência térmica − Dois corpos são termicamen-
B.2. Dilatação superficial te equivalentes quando possuem a mesma capaci-
Duas dimensões do sólido: dilatação da área. dade térmica.

73
C.4. Calor latente cional à área (A) e à variação de temperatura (∆θ) e in-
É a quantidade de calor (Q) absorvido ou cedido por um versamente proporcional ao comprimento (e) da barra.
corpo de massa m associada, exclusivamente, a uma mudan-
FÍSICA
ça de fase (fusão, solidificação, vaporização, liquefação ou k ⋅ A ⋅ ( θ2 − θ1 )
sublimação) do corpo. Φ= Q =
∆t e
Q=m·L L = calor latente de fusão, vaporização, ... k é o coeficiente de condutibilidade térmica (depende do
material).
Fusão Vaporização Unidade no SI: [Φ] = J/(s · m · K)
Convecção térmica
É o processo de transferência de energia por meio do
transporte de matéria (massa fluida), devido a uma diferença
de densidade. Ocorre nos fluidos: líquidos e gases.
Irradiação térmica
Constitui o processo de transferência de energia por meio
Solidificação Liquefação
(condensação) de ondas (radiações) eletromagnéticas, sendo o único pro-
cesso de transferência de calor que ocorre no vácuo.
Sublimação
D. Diagrama de fases
• Em uma mudança de fase, a temperatura de uma É a representação gráfica da pressão em função da tem-
substância pura é constante. peratura. Determina a fase (sólido, líquido, vapor e gás) de
O
uma substância. Modelo: água.
BO O
SC
C.5. Trocas de calor
M IV
Em um sistema termicamente isolado, composto por vá- p Ponto
O S
rios corpos, o somatório das quantidades de calor (cedidas 217,5 atm crítico
por uns e absorvidas por outros) é igual a zero. D LU 1
Líquido
2
O C
∑Q = 0 ⇒ QA + QB + QC + ... = 0 Sólido
N X
760 mmHg Gás

SI O E
C.6. Propagação do calor Vapor

A transferência de calor pode ocorrer por condução, con-
EN S
4,58 mmHg Ponto

E U
vecção ou irradiação. 3 triplo

D E
0 100 374 θ (°C)

Condução térmica
A LD
É o processo de transporte de energia de partícula a par- 0,01

tícula, sem transporte de matéria.
EM IA
Ocorre principalmente nos materiais sólidos, como na 1. Curva de fusão: equilíbrio entre as fases sólida e líquida;
ST ER
barra de comprimento (e), seção transversal de área (A), 2. Curva de vaporização: equilíbrio entre as fases líquida
cujas extremidades são mantidas em diferentes temperatu- e de vapor;
SI AT
ras, conforme a figura. 3. Curva de sublimação: equilíbrio entre as fases sólida

M
e de vapor.
θ
θ2
• Ponto triplo: encontro das três curvas; coexistência
das três fases, em equilíbrio térmico.
θ1
• Ponto crítico: acima da temperatura crítica, a substân-
Comprimento cia é gás; abaixo, é vapor. Um gás não pode ser lique-
e
feito por compressão isotérmica.
A
E. Gases
As variáveis de estado, pressão (p), volume (V) e tempe-
∆θ = θ2 – θ 1
θ2 θ1 ratura (T), definem o estado termodinâmico de um gás. Mode-
e lo de gás perfeito (ideal): [gás submetido a baixa pressão e
alta temperatura.]
• Fluxo de calor (Φ) − Consiste na razão entre a quanti-
dade de calor (Q) que atravessa o condutor e o intervalo • Equação de Clapeyron: p · V = n · R · T
de tempo (∆t) correspondente. É diretamente propor-

74
E.1. Transformações gasosas

A pressão, o volume e a temperatura variam (transformação genérica); uma delas pode ser constante (transformação par-
ticular).
FÍSICA
Equação
Transformação Característica Gráfico
(Temperatura em kelvin)
V
p1
p2
V1 V2 p3
Isobárica Pressão constante =
T1 T2
0 T (K)
p
V1
V2
p1 p2 V3
Isométrica Volume constante =
O
T1 T2
BO O
SC
M IV
O S
0 T (K)
D LU
O C
p
N X
T3 > T2 > T1
SI O E
Isotérmica Temperatura constante p1 · V1 = p2 · V2

EN S
T3
E U
T2
D E
T1
A LD
0 V
EM IA
Pressão, volume e p1 ⋅ V1 p2 ⋅ V2
=
ST ER
Geral
temperatura variam. T1 T2
SI AT
M
F. Termodinâmica
É o estudo das relações entre calor e trabalho nos sistemas termodinâmicos, como nas máquinas térmicas.
F.1. Trabalho de um gás

O trabalho realizado pela força de um gás depende da transformação sofrida por ele.
pF f
N
i T = área do diagrama (p × V)
pl Vf > Vi ⇒ T > 0
A
Vf < Vi ⇒ T < 0
Vl VF V
F.2. 1o princípio da termodinâmica

Princípio da conservação de energia: ∆U = Q − T.
Trabalho, calor e energia interna nas principais transformações termodinâmicas:

75
Transformação Trabalho (t) Calor (Q) Energia interna (U) Gráficos
FÍSICA
Expansão: v p
Isobárica
DU > 0 ⇒ Q > T
(pressão T = p · DV Q = n · Cp · DT Contração: |T |
constante)
DU < 0 ⇒ |Q| > |T | 0 T (K) 0 V
Isocórica ou p p
isométrica
(volume T=0 Q = n · Cv · DT DU = Q
constante) 0 0
T (K) V
p
N
|T | = área
Isotérmica N
|T | = área
(temperatura Q=T DU = 0
constante) (gráfico: p × V)
0 V
O
BO O
SC
M IV
p
O S
Adiabática D LU T1 > T2
O C
N
(não há troca |T | = área
Q=0 DU = -T
N X
de calor com o T1
(gráfico: p × V)
SI O E
meio externo)
|T | T2
0
EN S
V
E U
D E
A LD
p p
T >0 T <0
EM IA
Cíclica (o gás N
Q = Qrec. - Qced. DU = 0
ST ER
volta ao estado |T | = área 0 0

V V
inicial) do ciclo Q= T (ΣQ = ΣT)
• Sentido horário: ca- • Sentido anti-horário:
SI AT
lor é convertido em trabalho é converti-

M
trabalho. do em calor.
F.3. 2o princípio da termodinâmica

• O calor flui espontaneamente de um corpo de maior temperatura para um de menor temperatura.
• É impossível uma máquina térmica, operando em ciclos, transformar integralmente calor em trabalho.
F.4. Máquinas térmicas

Uma máquina térmica recebe calor de uma fonte quente, realiza trabalho e rejeita parte do calor recebido para uma fonte
fria. Exemplo: motor de automóvel.
Fonte QQ QF Fonte
Máquina fria
quente
térmica
TQ TF
(TQ > TF )
T

76
• Conservação de energia: QQuente = T + QFria • Rendimento do ciclo de Carnot:

Q
• Rendimento: η = T = 1 − F
FÍSICA
QQ QQ QF T
ηCarnot = 1 − =1− F
QQ TQ
F.5. Ciclo de Carnot

Nicolas L. S. Carnot (1796-1832) propôs o ciclo de funcio- Trata-se do rendimento máximo de qualquer motor ope-
namento para as máquinas térmicas que proporciona um ren- rando entre as temperaturas TQ e TF, em Kelvin.
dimento máximo: duas transformações isotérmicas e duas
adiabáticas, alternadas. 3. Óptica
Ramo da Física que estuda os fenômenos luminosos por
p meio da óptica geométrica (análise puramente geométrica) e
da óptica física (natureza da luz).
A
A. Noções básicas
• Luz − Forma de energia radiante capaz de produzir a
T B sensação de visão.
D • Raio de luz − Representação geométrica da propaga-
ção da luz.
C • Fontes de luz − Qualquer corpo que emite ou reflete a
0 luz. Primárias: emitem luz própria; secundárias: refle-
O
V tem a luz de outras fontes.
BO O
SC
AB e CD: transformações isotérmicas. • Ponto objeto − Vértice do feixe de luz incidente (P).
M IV
BC e DA: transformações adiabáticas. • Ponto imagem − Vértice do feixe de luz emergente (P').
O S
Reais D LU Virtuais Impróprios
O C
N X
SI O E
P
P∞
P
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
P∞
ST ER
P' P'
SI AT
M
A.1. Princípios da óptica geométrica

01. Propagação retilínea − Nos meios homogêneos e transparentes, a luz se propaga em linha reta. Aplicações:
• Sombra (região não iluminada) e penumbra (região parcialmente iluminada):
Anteparo
Fonte
extensa
Penumbra
Cone da
sombra Sombra
Corpo
opaco

77
• Câmara escura de orifício: • Associação − O número n de imagens formadas pela

360° - 1
p' i associação de dois espelhos planos é: n = .
FÍSICA
p
=
o Anteparo de a
papel vegetal
Orifício
o
i Plano bissetor
P
α
p p’
02. Independência dos raios luminosos − Um raio de luz

não altera a propagação do outro. B.2. Espelhos esféricos
03. Reversibilidade dos raios luminosos − Invertendo-se Calota esférica espelhada:
o sentido de propagação de um raio de luz, a trajetó- espelhamento na superfície interna da calota ⇒ espelho
ria não se modifica. côncavo;
espelhamento na superfície externa da calota ⇒ espelho
O
B. Reflexão luminosa convexo.
BO O
SC
• Primeira lei – O raio incidente, a reta normal no ponto
M IV
de incidência e o raio refletido são coplanares.
O S
B
Raio r
D LU B’
O C
i Raio o
incidente α i
N X
refletido
A α A’ F
SI O E
Normal
p’
EN S
E U
• Segunda lei – A medida do ângulo de incidência é p f

igual à medida do ângulo de reflexão: i = r.
D E
Espelho esférico convexo

A LD
B.1. Espelhos planos

Nos espelhos planos, o objeto AB e a imagem A’B’ são si- B
EM IA
métricos em relação ao plano do espelho, possuem nature-

ST ER
zas opostas e as mesmas dimensões. o A’

SI AT
A C i
F
M
B B’ B’
y y’ f
p’
A A’ p
Espelho esférico côncavo
• Equação dos pontos conjugados:

1 1 1
d d’ = +
f p p’
y = y' e d = d'
• Aumento linear transversal:
Objeto real ⇒ imagem virtual; objeto virtual ⇒ imagem real.
p’
• Translação − Se um espelho plano se desloca com ve- A= i =−
locidade v em relação a um objeto (parado), a imagem o p
se desloca com velocidade 2 · v em relação ao objeto.
• Rotação − Se um espelho plano gira de um ângulo α Os espelhos esféricos conjugam, de objetos reais, ima-
em torno de um eixo contido em seu plano, o raio re- gens reais ou virtuais, direitas ou invertidas e maiores, me-
fletido gira de um ângulo 2 · α. nores ou do mesmo tamanho que o objeto, conforme tabela.

78
Espelho esférico Objeto real (p > 0) Imagem

Convexo Virtual (p' < 0), direita (A > 0) e menor que o
Em qualquer posição diante do espelho
FÍSICA
f <0 objeto (|A| < 1)

Real (p' > 0), invertida (A < 0) e menor que o
Antes do centro de curvatura (C): p > 2 · f
objeto (|A| < 1)
Real (p' > 0), invertida (A < 0) e do mesmo
No centro de curvatura (C): p = 2 · f tamanho que o objeto (|A| = 1)
Côncavo Entre o centro de curvatura (C) e o foco (F): Real (p' > 0), invertida (A < 0) e maior que o
f>0 f<p<2·f objeto (|A| > 1)
No foco (F): p = f Imprópria
Virtual (p' < 0), direita
Entre o foco (F) e o vértice (V) do espelho: p < f
(A > 0) e maior que o objeto (|A| > 1)
C. Refração luminosa
É o fenômeno da variação da velocidade da luz quando ela muda de um meio de propagação, com índice de refração n1 = c ,
v1
c
para outro, com índice de refração n2 = .
v2
Normal
O
Raio
BO O
SC
incidente
M IV
i i
O S
Meio 1(n1)
D LU
O C
r Meio 2(n2)
N X
SI O E
Raio
refratado
EN S
E U
• 1a lei – O raio incidente, o raio refratado e a reta normal no ponto de incidência são coplanares.
• 2a lei – A razão entre os senos dos ângulos de incidência (i) e de refração (r) é constante:
D E
A LD
sen i n2 v1
= =
sen r n1 v 2
EM IA
ST ER
n1 · sen i = n2 · sen r
(lei de Snell-Descartes)
SI AT
M
C.1. Reflexão total

Trata-se de um fenômeno que pode ocorrer com a luz ao passar de um meio de maior índice de refração (mais refringente)
para um meio de menor índice de refração (menos refringente).
N
1
r1
Meio b
2
Meio a
i1
3 i3 i2 = L 3
2 r3 = i3
1
Ao passar do meio a para o meio b, sendo na > nb, a medida do ângulo de refração r é maior do que a medida do ângulo de
incidência i. Para um ângulo de incidência L, chamado de ângulo limite, temos r = 90°. Assim:
• se i1 < L ⇒ refração (raio 1);
• se i2 = L ⇒ refração rasante (raio 2);
• se i3 > L ⇒ reflexão total (raio 3). n
Para o ângulo limite: na· sen L = nb · sen 90° ⇒ sen L = menor
nmaior

79
C.2. Dioptro plano

i1
Corresponde a dois meios homogêneos e transparentes Ar
separados por uma superfície plana. Exemplo: ar-água.
FÍSICA
r1 e
Vidro r1
N N
Ar
i2 d
r
• i1 = i2 ⇒ os raios incidente e emergente são paralelos.
• Deslocamento lateral:
Ar
sen ( i − r )
d = e⋅
r Água cos r
p’
i C.4. Prismas
p lmagem São formados por três meios homogêneos e transparen-
i tes separados por duas superfícies planas e não paralelas.
Exemplo: ar-vidro-ar (nv > nar).
Objeto
A
O
BO O
SC
M IV
D
O S
p’ n
= ar
D LU i1
r1 r2 i2
O C
p nágua
N X
SI O E
lmagem
Ar Ar
EN S
Vidro
E U
D E
A LD
N
A = ângulo de abertura do prisma ou de refringência;
Objeto p’ i2 = ângulo de emergência;
EM IA
D = desvio angular sofrido pelo raio ao atravessar o prisma.

ST ER
i
p Equações do prisma
SI AT
Ar
M
A = r1 + r2
Água
r D = i1 + i2 - A
Quando o raio luminoso atravessa o prisma sofrendo des-

vio angular D mínimo, verificam-se:
N
i1 = i2 = i ⇒ Dmín. = 2 · i - A
p ’ nágua r1 = r2 = r ⇒ A = 2 · r
=
p nar
• Dispersão luminosa − Separação das componentes
C.3. Lâmina de faces paralelas de um raio de luz policromático (várias cores) ao so-
Consiste em três meios homogêneos e transparentes sepa- frer refração em um meio material, como o prisma, por
rados por duas superfícies planas paralelas. Exemplo: ar-vidro-ar. exemplo.

80
SERGEY BONDARENKO/DREAMSTIME
FÍSICA
D. Lentes delgadas
Representação
Nomenclatura Nomenclatura
esquemática
B’
O F0
A Fi A’
Bicôncava Plano- Convexo-
O
BO O
-côncava -côncava p’
SC
M IV
nlente > nmeio ⇒ divergentes
f
O S
nlente < nmeio ⇒ convergentes
D LU p
Lentes divergentes: côncavas (nl > nm)
O C
N X
SI O E
B
EN S
E U
O A’
A F0
D E
Fi
A LD
Biconvexa Plano- Côncavo-

-convexa -convexa
B’
EM IA
nlente > nmeio ⇒ convergentes Representação f

ST ER
nlente < nmeio ⇒ divergentes esquemática

p p’
SI AT
Lentes convergentes: convexas (nl > nm)

M
As lentes conjugam, de objetos reais, imagens reais ou virtuais, direitas ou invertidas e, maiores, menores ou do mesmo
tamanho que o objeto, conforme tabela.
Lentes delgadas Objeto real (p > 0) Imagem

Divergente Virtual (p' < 0), direita (A > 0) e menor que o objeto
Em qualquer posição diante da lente
f <0 (|A| < 1)
Antes do ponto antiprincipal (A): Real (p' > 0), invertida (A < 0) e menor que o objeto
p>2·f (|A| < 1)
Sobre o ponto antiprincipal (A): Real (p' > 0), invertida (A < 0) e do mesmo
p=2·f tamanho que o objeto (|A| = 1)
Convergente Entre o ponto antiprincipal (A) e o foco (Fo): Real (p' > 0), invertida (A < 0) e maior que o objeto
f>0 f<p<2·f (|A| > 1)
No foco (Fo): p = f Imprópria
Virtual (p'< 0), direita (A > 0) e maior que o objeto
Entre o foco (Fo) e o centro óptico (0) da lente: p < f
(|A| > 1)
• Para as lentes, são válidas as equações dos pontos conjugados e do aumento linear transversal vistas no estudo dos
espelhos esféricos.

81
D.1. Equação dos fabricantes de lentes V = 1 = 4 − 1 (V > 0 ⇒ lente convergente)

f PPH
1 =  nL − 1  ⋅  1 + 1  PPH = ponto próximo hipermetrope, em metros > 0,25 m
FÍSICA
f  nM   R R 
1 2
(25 cm).
• Presbiopia − Conhecida como “vista cansada”, é carac-
terizada por um enfraquecimento do mecanismo que
• f − distância focal da lente; executa a acomodação visual. Há dificuldade em se aco-
• nL − índice de refração do meio no qual a lente está modar o ponto próximo. Correção: lentes convergentes.
imersa; • Astigmatismo − É uma falta de simetria radial no globo
• nM − índice de refração do meio exterior. ocular. Correção: lentes cilíndricas.
• R1 e R2 − raios de curvatura das faces da lente. Face
convexa: R (+); face côncava: R (−). 4. Ondulatória
Ramo da Física que trata do estudo geral das ondas e, em
Vergência − É o inverso da distância focal: V = 1 , sendo particular, da acústica (ondas sonoras).
f
f em metro e V em dioptria (di). A. Ondas
Onda é qualquer perturbação que se propaga. Nas pro-
E. Óptica da visão pagações ondulatórias, ocorre transferência de energia sem
O estudo da óptica da visão é feito com base em um mo- transporte de matéria.
delo denominado olho reduzido, constituído de uma lente
convergente (de vergência variável) e de um anteparo, no A.1. Natureza
O
qual se forma a imagem. As ondas podem ser mecânicas, necessitando de um
BO O
SC
meio material para se propagarem, ou eletromagnéticas, pro-
M IV
Cristalino pagando-se inclusive no vácuo.
O S
Objeto
(lente convergente) Retina Ondas mecânicas: cordas vibrantes, tubos sonoros etc.
D LU (anteparo) Podem ser: longitudinais (a direção de vibração coincide com
O C
a de propagação) ou transversais (a direção de vibração é
N X
F’ perpendicular à de propagação).
SI O E
Ondas eletromagnéticas: luz, ondas de rádio, TV, raios X

etc. São somente transversais.
Imagem
EN S
E U
p p’ A.2. Estudo matemático

Na representação da onda periódica mostrada na figura,
D E
verificam-se:
A LD
• Ponto remoto − Ponto mais distante de visão nítida; • A − amplitude: valor máximo da elongação;
situa-se no infinito. • C1 e C2 − cristas (pontos em concordância de fase);
EM IA
• Ponto próximo − Ponto mais próximo de visão nítida; • V1 e V2 − vales (pontos em concordância de fase);
ST ER
situa-se a 25 cm do cristalino. • C1 e V2 − pontos em oposição de fase;

• λ − comprimento de onda: distância entre duas cristas,
SI AT
E.1. Anomalias da visão dois vales ou entre uma crista e um vale consecutivos.
M
As principais anomalias da visão são: miopia, hipermetro-

pia, presbiopia e astigmatismo.
C1 λ C2
• Miopia − Caracterizada por um alongamento do glo-
bo ocular; a retina se afasta do cristalino (lente). A
Com os músculos ciliares relaxados, a imagem de
λ
um objeto se forma antes da retina; a pessoa mío- –A
pe não consegue acomodação visual para um ob-
jeto no infinito. Correção: lentes divergentes com V1 V2
vergência igual ao inverso da distância máxima de
λ
visão (ponto remoto míope) em metros, com sinal
negativo:
• Equação fundamental da ondulatória: v = λ ⋅ f
V = 1 = − 1 (V < 0 ⇒ lente divergente)
f PRM
B. Fenômenos ondulatórios
• Hipermetropia − Caracterizada por um encurtamento As ondas sofrem reflexão, refração, interferência, difra-
do globo ocular; a retina se aproxima do cristalino (len- ção e polarização.
te). Com os músculos ciliares relaxados, a imagem de
um objeto se forma após a retina; a pessoa hiperme- B.1. Reflexão de ondas unidimensionais
trope não consegue acomodação visual para objetos A reflexão de pulsos em cordas pode acontecer com a
muito próximos. Correção: lentes convergentes com extremidade da corda livre (reflexão sem inversão de fase) e
vergência positiva dada por: com a extremidade fixa (reflexão com inversão de fase).

82
• A velocidade do pulso refratado na corda menos den-

sa é maior do que a velocidade do pulso inicial na cor-
Argola
da mais densa (v1 > v2);
FÍSICA
livre
Reflexão sem • O pulso refletido na corda mais densa apresenta-se
inversão de fase sem inversão de fase.
A onda muda de meio de propagação. A frequência não se
altera; a velocidade e o comprimento de onda variam.
i
1
Argola
fixa
Reflexão com
inversão de fase
(1)
(2)
2
B.2. Reflexão de ondas bidimensionais

r
A onda incide sobre uma superfície de separação de dois
meios e retorna ao meio original de propagação.
seni v1 λ1
= =
senr v 2 λ 2
O
N
BO O
SC
M IV
RI RR
B.4. Difração
O S
Raio de Ocorre quando uma onda encontra uma fenda ou um obs-
onda
λ λ D LU táculo. Experiências mostram que as ondas têm a capacidade
O C
de contornar obstáculos.
N X
• A difração é mais acentuada quando o tamanho da

i r
SI O E
i r fenda é menor ou da mesma ordem de grandeza do

comprimento de onda.
• Cada ponto da frente de onda se comporta como um
EN S
E U
• Na reflexão, a velocidade (v), o comprimento de onda novo emissor. (princípio de Huygens)

(λ) e a frequência (f) não se alteram. • O som difrata mais facilmente que a luz, devido ao fato
D E
de possuir maior comprimento de onda.

A LD
B.3. Refração de ondas

Na refração, o pulso pode passar de uma corda menos B.5. Polarização
EM IA
densa para uma corda mais densa, ou ao contrário. É um fenômeno que ocorre exclusivamente com aa onda
ST ER
transversal, como a luz de uma lâmpada por exemplo, que

Pulso incidente
normalmente é composta normalmente é composta de vários
SI AT
v1 planos de vibração. O anteparo 1, constituído de uma fenda

1 2
M
vertical (polarizador), obriga a onda a vibrar em uma única

Pulso refratado
direção: paralela à fenda. O anteparo 2, constituído de uma
v2 fenda horizontal (analisador), não permite que a onda se pro-
pague além dele.
v1 v1 > v2
Pulso refletido
Polarizador Analisador
• A velocidade do pulso refratado na corda mais densa

é menor do que a velocidade do pulso inicial na corda
menos densa (v2 < v1);
• O pulso refletido na corda menos densa apresenta in-
versão de fase. (1) (2)
Pulso incidente
v2 • As ondas sonoras (som) não são passíveis de polarização.
2 1 • As ondas luminosas (luz) podem ser polarizadas.
Pulso refletido Pulso refratado B.6. Interferência

v2 v1 Interferência construtiva
Neste tipo de interferência, os pulsos se encontram em
v1 > v2
concordância de fase (crista com crista ou vale com vale).

83
Concordância de fase Oposição de fase

P
Interferência Interferência
FÍSICA
A1 A2 n par
construtiva destrutiva
P
Interferência Interferência
n ímpar
destrutiva construtiva
IC
B.7. Onda estacionária
A É o resultado da superposição de duas ondas iguais, pro-
pagando-se em sentidos contrários.
P λ λ
V V V V
A2 A1
a N N N
N 2a 2a 2a 2a N
A = A1 + A2
λ λ λ
Interferência destrutiva
2 4 2
Neste tipo de interferência, os pulsos se encontram com
O
fases invertidas (crista com vale).
BO O
SC
Ventres vibram com amplitude máxima de 2a.
M IV
Nós não vibram (amplitude de vibração nula).
O S
Pontos intermediários, entre nós e ventres, apresentam
P A2
D LU A1 = A2 amplitude entre 0 e 2a.
O C
A1 A velocidade de propagação das ondas estacionárias é
N X
nula. Por isso, embora tenham energia, essas ondas não pro-
SI O E
pagam essa energia.

ID Apesar de a velocidade de propagação da onda estacio-
P nária ser nula, a velocidade de propagação dos pulsos não é,
EN S
podendo ser calculada pela equação v = λ · f

E U
Distância entre:
D E
• nós consecutivos: [λ/2];

A LD
A2 P • ventres consecutivos: [λ/2];

A1 • ventres e nós consecutivos: [λ/4].
EM IA
ST ER
C. Acústica
É o estudo das propriedades da geração, da propagação
SI AT
e da recepção de sons e dos fenômenos a eles relacionados.

A = A1 – A2
M
C.1. Características do som

Sendo P o ponto onde se quer estudar o tipo de interfe- O som é uma onda mecânica longitudinal (onda sonora)
rência sofrida: que necessita de um meio material para se propagar, produ-
zindo sensação auditiva no ser humano desde que a frequên-
P cia esteja entre 20 Hz e 20 000 Hz. Acima de 20 000 Hz, as
F1 x1
ondas sonoras recebem o nome de ultrassons e, abaixo de
20 Hz, de infrassons.
No ar (gás), a 20 °C aproximadamente, o som se propaga
x2
com velocidade de 340 m/s (1 224 km/h); na água (líquido),
F2
a 20 °C, com velocidade de 1 482 m/s (5 335 km/h); no fer-
ro (sólido), com velocidade de 5 130 m/s (18 468 km/h). De
modo geral, tem-se: vsólidos > vlíquidos > vgases. O som não se pro-
∆x = |x1 – x2| paga no vácuo.
∆x: diferença de percurso
C.2. Qualidades do som
∆x = n ⋅ λ • Altura − É a qualidade do som que permite à orelha
2 distinguir um som grave (de baixa frequência) de um

84
som agudo (de alta frequência). A voz do homem é C.4. Tubos sonoros
classificada como grave, e a da mulher, aguda. Os tubos sonoros podem ser abertos (as duas extremida-
• Intensidade − Constitui a qualidade do som que per- des do tubo são desobstruídas) ou fechados (uma das extre-
FÍSICA
mite à orelha distinguir entre um som forte (de grande midades do tubo é obstruída, fechada).
intensidade) e um som fraco (de pequena intensida- • Tubo aberto − harmônicos pares e ímpares.
de). A intensidade (I) é a potência por unidade de área,
que, no SI, é dada por W/m2. De modo geral, as pessoas
podem detectar sons que variam de 10–12 W/m2 (limiar
da audição) a 1 W/m2 (limiar da dor).
O nível de intensidade ou nível sonoro (N) de um som,
em decibel (dB), é dado por: L
N = 10 ⋅ log I 1o harmônico ou fundamental (n = 1)

I0
I0 (nível de referência) = 10–12 W/m2 (som mais fraco que

se pode ouvir).
• Timbre − É a qualidade do som que permite distin-
guir sons de mesma altura emitidos por instrumen- L
tos diferentes. Uma mesma nota musical emitida
por um piano e por um violino apresenta timbres 2o harmônico (n = 2)
O
diferentes, o que possibilita à orelha distinguir um
BO O
SC
instrumento do outro.
M IV
O S
C.3. Cordas vibrantes
D LU
Nos extremos da corda, formam-se os nós e, entre os ex-
L
O C
tremos, os ventres.
N X
SI O E
Ventre 3o harmônico (n = 3)
Nó Nó
λ = 2⋅L e f = n⋅ v ( n = 1, 2, 3, ...)
EN S
n 2⋅L
E U
• Tubo fechado − somente harmônicos ímpares.

D E
A LD
L
EM IA
1o harmônico ou fundamental (n = 1)
ST ER
L
som fundamental (ou 1o harmônico)
SI AT
Ventre Ventre
Nó Nó Nó
M
L
L
3o harmônico (n = 3)
2 harmônico (n = 2)
o
Nó Ventre Nó Ventre Nó Ventre Nó

L
L λ = 4 ⋅ L e f = n ⋅ v ( n = 1, 3, 5, ...)
n 4 ⋅L
C.5. Efeito Doppler
λ = 2⋅L e f = n⋅ v ( n = 1, 2, 3, ...) Alteração na frequência de uma onda devido ao movi-
n 2⋅L
mento relativo entre a fonte e o observador. Ocorre tanto para
as ondas mecânicas como para as eletromagnéticas.

85
 v ± vO 
fap = fF 
 v ± v F 
FÍSICA
• fap − frequência aparente percebida pelo observador; B O A
• fF − frequência real emitida pela fonte;
• v − velocidade de propagação da onda; T = 2⋅ π ⋅ m
• vO − velocidade do observador; k
• vF − velocidade da fonte.
Convenção de sinais: • T − período correspondente a uma oscilação completa.
Os sinais [(+) e (–)], para as velocidades vo e vF, são atri-
buídos sempre se orientando positivamente a trajetória do D.3. Energia do MHS
observador para a fonte. • Energia cinética:
EC = m ⋅ v
2
O F
2
• Energia potencial:
D. Movimento harmônico simples (MHS)
EP = k ⋅ x
2
Oscilação periódica em uma trajetória retilínea, em tor-
2
no de uma posição de equilíbrio, sob a ação de uma força
de intensidade proporcional à distância do ponto à posição • Energia mecânica:
de equilíbrio (força restauradora). Exemplos: pêndulo sim-
EM = EC + EP ⇒ EM = k ⋅ A (constante)
2
O
ples de comprimento L (pequenas oscilações) e sistema
BO O
2
SC
massa mola (constante elástica k).
M IV
• Gráfico das energias:
O S
D.1. Cinemática do MHS
D LU
O ponto Q descreve um movimento circular e uniforme; Energia
O C
sua projeção no eixo x descreve um movimento de vaivém
N X
entre os pontos M e N (MHS).

Em
SI O E
y
Ec EP
EN S
Q
E U
MC
U
D E
A LD
Q0
x
θ θ –A 0 A
N x
EM IA
0 M
x P P0
ST ER
A
SI AT
M
5. Eletromagnetismo
É o estudo da produção e do consumo da energia elétrica
• Função horária da elongação: x = A · cos (ω · t + θ0) e das relações entre a eletricidade e o magnetismo.
• Função horária da velocidade: v = − ω · A · sen (ω · t + θ0)
• Função horária da aceleração: A. Eletrodinâmica
a = − ω2 · A · cos (ω · t + θ0) Consiste no estudo das cargas elétricas em movimento
• Relação entre aceleração (a) e elongação (x): (corrente elétrica), dos dispositivos elétricos, dos geradores
a = – ω2 · x e receptores elétricos.
D.2. Dinâmica do MHS A.1. Carga elétrica

É a propriedade inerente a certas partículas como elé-
trons, prótons, mésons etc., que lhes permitem uma intera-
ção de origem elétrica.
• Estrutura atômica da matéria − Basicamente, os áto-
L T = 2⋅ π ⋅ L mos são formados por um núcleo que contém prótons
B A g
e nêutrons e uma eletrosfera, que contém elétrons.
Os elétrons possuem carga elétrica negativa; os prótons,
O carga elétrica positiva; os nêutrons, carga elétrica nula.

86
• Carga elétrica elementar: i

FÍSICA
|qpróton| = |qelétron| = e = 1,6 · 10-19 C
A carga elétrica é quantizada; ela existe em múltiplos da

carga elementar.
N
Q = Área
A.2. Corpos eletrizados
Nos corpos neutros, o número de elétrons é igual ao nú-
mero de prótons. Nos corpos eletrizados positivamente, o t
t1 t2
número de elétrons é menor que o número de prótons e, nos
corpos eletrizados negativamente, o número de elétrons é
maior que o número de prótons. A carga elétrica de um corpo A.4. Potência elétrica
é um múltiplo da carga elétrica elementar: É a quantidade de energia elétrica que é transformada, ou
transferida, por unidade de tempo. Em um bipolo elétrico (dis-
Q=±n·e Unidade no SI: [Q] = coulomb (C) positivo com dois polos) submetido a uma ddp (voltagem) U
e percorrido por uma corrente elétrica, a potência elétrica é
• (+): falta de elétrons; dada por:
• (−): falta de prótons;
• n: número de elétrons em falta ou em excesso no cor- P=U·i
O
po eletrizado.
BO O
SC
• Atração e repulsão − Cargas elétricas de mesmo sinal
M IV
se repelem; cargas elétricas de sinais contrários se • Unidades no SI: potência (P) em watt (W); ddp (U) em
O S
atraem. volt (V) e corrente elétrica (i) em ampère (A).
D LU
• Conservação da carga elétrica − Em um sistema iso-
O C
lado, a soma algébrica das quantidades de cargas elé- A.5. Energia elétrica
N X
tricas se mantém constante. A quantidade de energia (E) transformada em um bipolo

SI O E
elétrico é o produto da potência elétrica (P) pelo intervalo de

A.3. Corrente elétrica tempo (∆t), dada por:
Trata-se do movimento ordenado de portadores de carga
EN S
E U
elétrica. Nos condutores metálicos, os portadores de carga são E = P · ∆t = U · i · ∆t

os elétrons livres; nas soluções eletrolíticas, íons positivos e
D E
negativos; nos gases ionizados, íons positivos e elétrons.

A LD
• Intensidade média de corrente elétrica (i) − É a razão • Quilowatt-hora (kWh) − Unidade de energia utilizada
entre a quantidade de carga total (Q) que atravessa principalmente para medir o consumo de energia elé-
EM IA
uma seção reta de um condutor e o intervalo de tempo trica residencial e industrial:

ST ER
correspondente (∆t): 1 kWh = 3,6 · 106 J.

SI AT
i = Q Unidade no SI: [i] = ampère (A): 1 A = 1 C/s A.6. Resistores

∆t
M
Dispositivos elétricos que transformam energia exclusi-

vamente em energia térmica.
sentido convencional da corrente elétrica (i)
R
VA VB i
A B
A resistência elétrica (R) do resistor, que representa a

U = VA – VB dificuldade que os elétrons encontram ao se movimentarem
pelo condutor, é dada pela razão entre a ddp (U) e a intensida-
O condutor deve estar sob uma diferença de poten- de de corrente elétrica (i):
cial (ddp) U = V A − V B, aplicada em seus extremos, e o
sentido da corrente elétrica é contrário ao movimento R = U Unidade no SI: [R] = ohm (Ω)
i
dos elétrons livres.
• Corrente elétrica variável − A quantidade de carga A potência elétrica (P) dissipada no resistor é dada por:
(Q) correspondente a um intervalo de tempo (∆t)
P = U ⋅ i = R ⋅ i2 = U
2
é, numericamente, igual à área da figura, no gráfico
i × t. R

87
A.7. Leis de Ohm Associação em paralelo − A ddp ou tensão elétrica (U) é

1ª lei – Em determinados condutores, principalmente a mesma em todos os resistores e a corrente elétrica total é a
nos metálicos, a razão entre a voltagem (U) aplicada em seus soma das correntes em cada resistor.
FÍSICA
terminais e a intensidade de corrente elétrica (i) é constante,
ou seja, a resistência elétrica do condutor é constante: R1
i1
R = U = constante i i
i X R2 Y
i2
iN Rn
• Gráfico do condutor (resistor) ôhmico:
U U
Reta
RE
X Y
θ
i U
N • i = U ⇒ quanto maior R, menor i;

R = tg θ R
O
BO O
U2
SC
• P = ⇒ quanto maior R, menor P.
M IV
R
2ª lei – A resistência elétrica (R) de um condutor é dire-
O S
1 = 1 + 1 + �� + 1
tamente proporcional ao comprimento (L) e inversamente • Resistência equivalente:
D LU
proporcional à área (A) da [secção] transversal do condutor:
RE R1 R2 Rn
O C
R1 ⋅ R2
R = ρ⋅ L • Para dois resistores: RE =
N X
A R1 + R2
SI O E
Associação mista − Resistores associados em série e resis-

• ρ: resistividade do material, dada em Ω · m. tores associados em paralelo. A resistência equivalente é deter-
EN S
E U
minada pela simplificação da associação original: cada associa-

A.8. Associação de resistores ção em série, ou em paralelo, é substituída por uma resistência
D E
Os resistores podem ser associados em série, em parale- equivalente, até que seja obtida a resistência equivalente final.
A LD
lo ou de forma mista. Em cada associação, pode-se obter um

único resistor, chamado de resistor equivalente, de resistên- A.9. Geradores elétricos
EM IA
cia RE, que produz o mesmo efeito dos resistores associados. São dispositivos que transformam em energia elétrica
ST ER
Associação em série − A intensidade de corrente elétrica outras modalidades de energia.

(i) é a mesma em todos os resistores e a ddp dos extremos é
SI AT
igual à soma das ddps em cada resistor. A

ε i
B
M
– +
r
R1 R2 Rn
T Q Z
X Y U
i i i ε: for ça eletromotriz (fem)

r: resist ência elé trica
U
• Equação: U = ε − r · i
RE • Curva característica:
X Y
U
i ε
• U = R · i ⇒ quanto maior R, maior U;

• P = R · i2 ⇒ quanto maior R, maior P. i
• Resistência equivalente: RE = R1 + R2 + ... + Rn icc

88
A.10. Receptores elétricos

• Corrente de curto-circuito icc = ε São dispositivos que transformam energia elétrica em outras
r
modalidades de energia, que não sejam exclusivamente a térmica.
FÍSICA
• Potências: A i ε,
B
Pútil = Ptotal – Pdissipada + –
r,
U · i = ε · i − r · i2
U
P
• Rendimento do gerador η = útil = U
Ptotal ε
ε’: força contraeletromotriz (fcem)
• Associação de geradores em série − Todos os gerado- r’: resistência interna do receptor
res são percorridos pela mesma corrente elétrica.
ε1 ε2 εn • Equação: U = ε’ + r´ · i
i i i
A B
– + – + – +
r1 r2 rn • Curva característica:
U1 U2 Un
U (V)
U
O
BO O
SC
Gerador equivalente
M IV
rE ε,
O S
i εE
A B
– + D LU 0 i (A)
O C
N X
SI O E
U • Potências:
Ptotal = Pútil + Pdissipada
a. U = U1 + U2 + ... + Un
EN S
εE = ε1 + ε2 + ... + εn ⇒ aumenta a fem. U · i = ε' · i + r · i2

E U
b.
c. rE = r1 + r2 + ... + rn ⇒ aumenta a resistência interna.
D E
• Associação de geradores em paralelo − Todos os gera- • Rendimento: η = ε ’

A LD
U
dores ficam submetidos à mesma ddp (voltagem ou
tensão elétrica). A.11. Aparelhos de medidas elétricas
EM IA
• Amperímetro − Aparelho que mede a intensidade de

ST ER
i1 ε r
corrente elétrica que o atravessa. Deve ser ligado em
– + série com o elemento em que se quer medir a corrente.
SI AT
i2 ε r O amperímetro ideal possui resistência interna nula.

M
i A B • Voltímetro − Aparelho que mede a ddp (voltagem ou

– + tensão elétrica). Deve ser ligado em paralelo com o
in ε r elemento em que se quer medir a ddp. O voltímetro
– + ideal possui resistência interna infinita.
• Ponte de Wheatstone − Método utilizado para deter-
U minar a resistência elétrica de um resistor.
Gerador equivalente R1 (resistência C

variável) i1
R4 (desconhecida)
i εE i’1
A B iA
– + A
rE A B
i2 i’2
U
R2 (conhecida) R3 (conhecida)
D
a. i = i1 + i2 + ... + in i
b. εE = ε ⇒ mantém a fem ε do gerador associado.
ε r
c. rE = r ⇒ diminui a resistência interna.
n
Ponte em equilíbrio: iG = 0 ⇒ R1 · R3 = R2 · R4

89
A.12. Circuitos elétricos B.1. Lei de Coulomb

Geradores, receptores e resistores interligados por fios O módulo da força de interação entre duas cargas elétricas
ideais em uma única malha ou em várias malhas. Podem puntiformes é diretamente proporcional ao produto das cargas e
FÍSICA
apresentar, também, interruptores e fusíveis (disjuntores). inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas.
Para sua resolução, são úteis as duas leis de Kirchhoff.
Q   Q
Lei dos nós – A soma das intensidades de corrente elétri- F –F
ca que chegam a um nó é igual à soma das intensidades de + –
corrente elétrica que saem do nó.
i1 i2
A
d
Q1 ⋅ Q2
F = k⋅
d2
i3
k − Constante eletrostática do meio onde as cargas se en-

contram. No vácuo: k = 9 · 109 (N · m2)/C2.
B.2. Campo elétrico

Nó A: i1 + i2 = i3 Em um ponto P do espaço, existe um campo elétrico
O
quando uma carga de prova (q), colocada nesse ponto, fica
BO O
SC
• Lei das malhas – Em qualquer malha (percurso fecha- submetida a uma força (F) de origem elétrica. O campo elétri-
M IV
do) de um circuito elétrico, a soma das diferenças de co é representado, emcada ponto, por um vetor, denominado
O S
potencial elétrico é nula. vetor campo elétrico (E), cujas características são:
D LU Módulo: E = F
O C
ε1 r1
+ – q
N X
A D
SI O E
Unidade no SI:
 [E]
 = newton/coulomb (N/C)
i • Direção: E e F têm a mesma
 direção;
• Sentido: q >0 ⇒ E e F apresentam o mesmo sentido;
EN S
q < 0 ⇒ E e F possuem sentidos contrários.

E U
R1 i i R2
D E
B.3. Campo elétrico de uma carga elétrica puntiforme

A LD
Toda carga elétrica (Q) gera, ao seu redor, um campo elétri-

i r2 co. Em um ponto P, situado à distância d da carga elétrica, o ve-
EM IA

+ – tor campo elétrico (E) apresenta as seguintes características:
ST ER
B C
ε2 • Módulo: E = k ⋅ Q2
SI AT
d
M
Na malha ABCDA: UAB + UBC + UCD + UDA = 0 • Direção: segmento de reta que une a carga Q ao ponto P.
• Sentido:
R1 · i + ε2 + r2 · i + R2 · i + r1 · i − ε1 = 0 Q > 0 ⇒ o campo é de afastamento;
Q < 0 ⇒ aproximação.
ε1 − ε 2
i=
R1 + R2 + r1 + r2 F
E
Regra dos sinais:
q>0
Resistores: malha e corrente no mesmo sentido = ddp
positiva; malha e corrente no sentido oposto = ddp negativa.
Geradores e receptores: o sinal da ddp é igual ao do pri-
Q>0
meiro polo encontrado pelo sentido da malha: traço maior (+)
e traço menor (–).
Diferença de potencial entre dois pontos:
UAC = R1 · i + ε2 + r2 · i e UBD = −R1 · i + ε1 − r1 · i
B. Eletrostática F
É o estudo das propriedades e do comportamento de car-
gas elétricas em repouso.
q<0
E

90
B.4. Linhas de campo

São linhas imaginárias utilizadas para representar, ponto por ponto do espaço, a intensidade, a direção e o sentido do vetor
campo elétrico.
FÍSICA
EB
EA

A direção do vetor campo elétrico E é dada pela tangente à linha de campo no ponto
 considerado, e o sentido é o mesmo da
linha de campo. Nos pontos onde as linhas estão mais concentradas, o módulo de E é maior. Na figura: EA > EB.
• Representação das linhas de campo:
O
a. carga elétrica puntiforme positiva c. duas cargas elétricas puntiformes de sinais contrários
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
+
N X
SI O E
+
EN S
E U
D E
–
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
b. carga elétrica puntiforme negativa d. duas cargas elétricas puntiformes de mesmo sinal.
M

91
B.5. Potencial elétrico de carga puntiforme Na figura, as superfícies equipotenciais são círculos con-
O potencial elétrico (V) associado a um ponto qualquer cêntricos com a carga elétrica.
de um campo elétrico, gerado por uma carga puntiforme Q, é a
FÍSICA
razão entre a energia potencial elétrica de uma carga de prova B.7. Trabalho da força elétrica e energia potencial
q colocada nesse ponto. O trabalho da força elétrica, quando uma carga q se des-
Ep( A ) k ⋅ Q loca entre dois pontos, A e B, de um campo elétrico gerado por
V= = Unidade no SI: [V] = volt (V) uma carga Q, não depende da trajetória (força conservativa) e
q d
é igual à diferença entre as energias potenciais elétricas dos
d é a distância da carga Q ao ponto A. pontos A e B:
O potencial elétrico (V) é uma grandeza escalar e tem o k ⋅Q⋅q k ⋅Q⋅q
mesmo sinal da carga elétrica Q. TAB = − ⇒ TAB = Ep( A ) − Ep(B)
rA rB
• Representação gráfica:
V
B’
Q>0
A
rA
q
(eixo de simetria) Q
O
BO O
SC
M IV
45º d
O S
0 rB
V
D LU d
O C
0
B
N X
0 45º
SI O E
(eixo de simetria) Relação entre o trabalho da força elétrica e o potencial elétrico:

EN S
E U
TAB = q · (VA − VB) = q · UAB

D E
A LD
Q<0 k ⋅Q⋅q k ⋅Q⋅q k ⋅Q

Sendo TAB = - e V=
rA rB r
EM IA
ST ER
B.8. Campo elétrico uniforme 

Em um campo elétrico uniforme, o vetor campo elétrico (E)
SI AT
B.6. Superfície equipotencial possui o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido
M
É o lugar geométrico dos pontos com mesmo potencial em todos os pontos do campo. As linhas de campo são retilí-
elétrico. Assim, a diferença de potencial entre dois pontos neas e igualmente espaçadas.
pertencentes a essa superfície é zero. As superfícies equipo-
tenciais são ortogonais às linhas de campo.
q
A M

E
B
+
d
VA VB
O potencial elétrico diminui no sentido da linha de campo:

VA > VB.

92
Relação entre campo elétrico e potencial elétrico: Poder das pontas − Em condutores irregulares, as regiões
mais pontiagudas apresentam maior concentração de cargas
elétricas e um campo elétrico mais intenso. Aplicação: para-raios.
FÍSICA
UAB = VA − VB = E · d
B.10. Processos de eletrização
Movimento espontâneo de cargas colocadas em repouso • Eletrização por atrito − Atritando-se dois corpos dis-
em um campo elétrico uniforme: tintos, elétrons são transferidos de um corpo para ou-
• q > 0 ⇒ movimento acelerado no sentido das linhas tro. Após o processo, os corpos ficam eletrizados com
de campo; cargas elétricas de mesmo módulo, mas de sinais
• q < 0 ⇒ movimento acelerado no sentido contrário ao contrários. Os sinais das cargas são determinados
das linhas de campo. pela série triboelétrica.
• Eletrização por contato − Estabelecendo-se o contato
B.9. Condutores esféricos entre dois corpos, em que pelo menos um deles está
Em um condutor em equilíbrio eletrostático: eletrizado, elétrons movimentam-se do corpo de me-
• as cargas elétricas em excesso distribuem-se em sua nor potencial para o corpo de maior potencial elétrico
superfície externa; até que os dois corpos atinjam o equilíbrio, ou seja, o
• o campo elétrico resultanteem seus pontos internos mesmo potencial elétrico. Após o contato, os corpos
é nulo; ficam com cargas de mesmo sinal.
• o potencial elétrico é constante em todos os seus pontos.
Condutor esférico: distribuição uniforme de carga. Condutores esféricos de mesmo raio:
• Campo elétrico
QA + QB
O
Q’A = QB’ =
BO O
2
SC
d
M IV
Q+ Condutores esféricos de raios diferentes:
O S
X Eext�
C
D LU Q’A + QB’ = QA + QB e
Q’A QB’
=
RA RB
O C
N X
R
SI O E
• Eletrização por indução − A indução eletrostática é ca-

racterizada pela “separação” de cargas elétricas em um
E condutor (induzido) devido à presença de um corpo ele-
EN S
E é proporcional a 12 �
E U
Epróx� trizado (indutor), sem que haja contato entre eles. Veja
d
a sequência de operações para se eletrizar o condutor.
D E
A LD
Epróx� + ++
Esup� = A + B +
2 +
EM IA
+ +
+
Eext�
ST ER
Eint� d
SI AT
0 R d
M
• Potencial elétrico 01. Inicialmente A e B estão isolados um do outro. O cor-

po A é denominado induzido, e o corpo B, indutor.
d
Q+ + – ++ +
+ –
+ A – + B +
X +
C ++ –– + +
+
Vsup� Vext�
V 02. Aproximando-se o corpo B do corpo A, ocorre a indu-

V é proporcional a 1 � ção eletrostática.
Vsup� = Vint� d
+ – ++ +
+ –
+ A – + B +
– +
++ – + +
+
Vext�
–
d
0 R d

93
03. O induzido é ligado à terra em presença do indutor. B.12. Capacitores

Elétrons sobem pelo fio terra, atraídos pelas cargas Trata-se de dois condutores quaisquer separados por um
positivas do indutor. isolante. Em geral, os condutores são eletrizados com cargas de
FÍSICA
– sinais contrários e têm como função armazenar energia elétrica.
– ++ + • Capacitor plano
A – + B +
– +
– + +
+ d
+Q –Q
U
04. Elétrons neutralizam a região esquerda do induzido.
– C = ε⋅A
– ++ + d
A – + B +
– +
– + +
+ • A: área de cada uma das armaduras (placas);
• d: distância entre elas;
• ε: constante chamada de permissividade elétrica do
meio. No vácuo, tem-se: ε = ε0 = 8,85 · 10–12 F/m.
O
BO O
SC
Associação de capacitores em série
M IV
05. Em presença do indutor, é retirado o fio terra.
O S
U1 U2 U3
–
A
–
– ++ +
+ B +
D LU C1 C2 C3
O C
– – +
+ + +Q –Q +Q –Q +Q –Q
N X
+
SI O E
EN S
+ Gerador –
E U
D E
06. Afasta-se o indutor e o induzido fica carregado nega- a. Após a eletrização, os capacitores apresentam a mes-
A LD
tivamente. ma carga.
b. A carga do capacitor equivalente é igual à carga de
EM IA
B.11. Capacitância eletrostática cada um dos capacitores.

ST ER
A capacitância (C), ou capacidade eletrostática, de um c. A tensão total da associação é igual à soma das ten-
corpo é a razão entre a quantidade de carga (Q) e a diferença sões a que cada capacitor fica submetido.
SI AT
de potencial elétrico (U) do corpo: d. A tensão em cada capacitor é inversamente proporcio-

M
nal à respectiva capacitância.

C = Q Unidade no SI: [C] = farad (F)
U 1 = 1 + 1 + 1
e. Capacitância equivalente:
CE C1 C2 C3
• Energia elétrica armazenada
Associação de capacitores em paralelo
Carga C3
Q +Q3 –Q3
+Q2 –Q2
Ep
+Q1 –Q1
U ddp
U
Ep = Q ⋅ U = C ⋅ U = Q
2 2
2 2 2⋅C + Gerador –

94
a. Os capacitores ficam submetidos à mesma ddp U. C.4.1. Condutor retilíneo

b. A carga total acumulada na associação é igual à soma Uma corrente elétrica (i), em um fio retilíneo e longo, gera
das cargas de cada capacitor. um campo magnético ao redor do fio, conforme figura.
FÍSICA
c. A carga de cada capacitor é diretamente proporcional

à respectiva capacitância. Linha de
indução
d. Capacitância equivalente: CE = C1 + C2 + C3 magnética
C. Magnetismo B P
É o estudo dos fenômenos magnéticos associados aos d
ímãs e às correntes elétricas. No eletromagnetismo, foram B i
estudadas as relações entre a eletricidade e o magnetismo. B B
i
C.1. Ímãs
A palavra magnetismo está relacionada a magnetita, um B
mineral que tem a propriedade de atrair pedaços de ferro. Pe-
dras desse mineral são chamadas de ímãs.

C.2. Propriedades magnéticas O vetor indução magnética (B) apresenta as seguintes
• Os ímãs possuem duas regiões denominadas polos características:
(norte e sul), nas quais as interações são mais inten-
µ⋅i
sas. Os polos são inseparáveis; cortando-se um ímã, • Módulo: B = Unidade no SI: [B] = tesla (T)
2⋅ π ⋅d
O
obtêm-se dois novos ímãs.
BO O
SC
• Polos de mesmo nome se repelem e polos de nomes • µ = permeabilidade magnética do meio; vácuo:
M IV
contrários se atraem. µ0 = 4 · π · 10–7 (T · m)/A
O S
• Um ímã em forma de barra, que possa girar livremente, • Direção: círculos concêntricos com o fio
D LU
orienta-se na direção norte-sul da Terra. • Sentido: regra da mão direita (figura)
O C
N X
C.3. Campo magnético C.4.2. Espira circular 

SI O E
Um ímã gera, no espaço ao seu redor, um campo magné- O vetor indução magnética (B) no centro de uma espi-
tico, que pode ser visualizado por meio de linhas de campo. A ra circular, de raio R, percorrida por uma corrente elétrica (i)
cada ponto da
 linha de campo, associa-se um vetor indução apresenta as seguintes características:
EN S
E U
magnética (B).
D E
A LD
N S
EM IA
ST ER
N S

SI AT
B
M
B1 B2
i
Linha de indução B
magnética
A direção do vetor indução magnética é tangente à linha de

campo, e o sentido é o mesmo da linha de campo magnético.
Observação: se, em todos os pontos, o vetor indução i
magnética possui a mesma intensidade, a mesma direção e o
mesmo sentido, o campo magnético é dito uniforme.
µ⋅i
• Módulo: B =
2⋅R
C.4. Campo magnético das correntes em fios
Toda corrente elétrica gera, ao seu redor, um campo • Direção: normal ao plano da espira
magnético. • Sentido: regra da mão direita

95
C.4.3. Solenoide 
É o fio enrolado de modo a formar n espiras sucessivas. q v

FÍSICA
B
L
θ = 0°
i i
Norte

B B
Sul 
v q
i i
θ = 180°
No interior de um solenoide, as linhas de indução são
praticamente retas paralelas, caracterizando um campo mag- Lançamento perpendicular às linhas de campo
nético uniforme. Quanto mais longo for o solenoide, mais uni- A carga elétrica realiza um movimento circular e uniforme
forme será o campo magnético em seu interior, e mais fraco, num plano perpendicular às linhas de campo. Nesse caso, a
o campo externo. forma magnética faz o papel de resultante centrípeta.
µ ⋅n⋅i
• Módulo: B =
L v
• Direção: do eixo do solenoide
O
• Sentido: regra da mão direita
BO O
θ B
SC
M IV
q
C.5. Força magnética
O S
É a manifestação magnética do campo magnético sobre
cargas elétricas. D LU θ = 90º
O C
Força magnética sobre carga elétrica
N X
Uma partícula eletrizada com carga elétrica (q), movi-

 × × × × × ×
SI O E
mentando-se
 com velocidade (v) em um campo magnético
 B
(B), fica submetida à ação de uma força magnética (Fm) com
as seguintes características: × × × × ×
EN S
 ×
Fm = q · v · B · sen θ (θ é o ângulo entre v
E U
• Módulo:
 v
e B) Fm – Fm
D E
 
• Direção: perpendicular aos vetores v e B × × × × × ×
A LD
• Sentido: regra da mão esquerda –v

EM IA
× × × × × ×
ST ER
Fm
SI AT
× × × × × ×
M
m⋅ v
• Raio da circunferência: R =
q>0 B q ⋅B
2⋅ π ⋅m
θ • Período de rotação: T =
q ⋅B
Lançamento oblíquo às linhas de campo
v A velocidade de lançamento deve ser decomposta:  um
componente paralelo e o outro perpendicular ao vetor B.
Observação
Se q < 0, inverter o sentido da força.
q v1
C.6. Movimento de cargas elétricas em θ
campo magnético uniforme B
Carga elétrica lançada paralelamente às linhas de campo
Para o lançamento no mesmo sentido das linhas, ou
no sentido contrário ao das linhas, a força magnética é v2 v

nula (Fm = 0).

96

Componente paralelo, v1 ⇒ MRU • Direção e sentido:

Componente perpendicular, v2 ⇒ MCU correntes de mesmo sentido ⇒ atração;
Composição dos dois movimentos ⇒ helicoidal unifor- correntes de sentidos contrários ⇒ repulsão
FÍSICA
me; trajetória: hélice cilíndrica.

C.9. Indução eletromagnética
O físico inglês Michael Faraday (1791-1867) desco-
q B briu que um campo magnético pode induzir um campo
elétrico, ou seja, é possível obter corrente elétrica de um
campo magnético.
v C.9.1. Fluxo magnético 
O fluxo magnético (Φ) de um campo magnético (B) atra-
C.7. Força magnética sobre condutor retilíneo vés de uma superfície de área A é dado por:
Um fio retilíneo de comprimento L, percorrido por uma
corrente elétrica i, colocado em um campo magnético unifor- Φ = B · A · cos θ Unidade no SI: [Φ] = weber (Wb)
me, fica sob a ação de uma força magnética com as seguintes
características:
N
Fm
f v
+e θ B
B
O
BO O
SC
A
M IV
O S
i
L
D LU
O C
O conceito de fluxo magnético através de uma superfí-
N X
cie pode ser interpretado em termos do número de linhas de

SI O E
campo que atravessam a superfície.

• Módulo: Fm = B · i · L · sen θ (θ é o ângulo entre o
EN S

E U
fio e o vetor B)
• Direção: perpendicular ao plano determinado pelo fio
D E

e pelo vetor B
A LD
• Sentido: regra da mão esquerda N

EM IA
C.8. Força magnética sobre condutores paralelos B

ST ER
Dois condutores, paralelos e retilíneos, de comprimen- A

to igual a L, separados por uma distância d, percorridos por
SI AT
correntes elétricas i1 e i2, interagem entre si com uma força

M
magnética com as seguintes características:

Fluxo é máximo. A superfície está perpendicular às linhas de campo.
i1 i2
N
B1
Fm L B
–Fm
A
B2
d
Fluxo de valor mínimo.
C.9.2. Lei de Lenz

µ ⋅ i1 ⋅ i2 ⋅ L
• Módulo: Fm = O sentido da corrente induzida é tal que se opõe à varia-
2⋅ π ⋅d
ção do fluxo que a produziu.

97
iind� Tensão Núcleo

Fm Polo primária
FÍSICA
norte Fm
S N Borig� Bind�
Polo
v N1
norte U1
iind� N2 U2
iind� i1 i2
Fm Polo
sul Fm
Tensão
Fluxo magnético secundária
S N Borig� Bind�
Polo U1 N1 i2
v = =
sul U2 N2 i1
iind�
Observação: Só funciona com corrente alternada.
C.9.3. Lei de Faraday
6. Física moderna
O
De acordo com Michael Faraday (1791−1867), sempre
BO O
SC
que ocorrer uma variação do fluxo magnético (∆Φ) através
M IV
de um circuito, aparecerá, nesse circuito, uma força eletromo- A. Teoria da relatividade especial: espaço e tempo
O S
triz induzida (ε) dada por:
D LU O tempo passa mais lentamente para um relógio em movi-
ε = − ∆Φ Unidade no SI: [ε] = volt (V)
O C
mento do que para um relógio em repouso.
∆t
N X
SI O E
O sinal (−) indica que o sentido da força eletromotriz in- Δt = γ · Δt0

duzida é tal que ela se opõe à do fluxo que a produziu.
EN S
E U
C.9.4. Condutor retilíneo movendo-se

D E
O comprimento medido pelo observador em movimento é

em campo magnético uniforme
A LD
menor do que o comprimento medido pelo observador em

repouso, na direção do movimento.
EM IA
X X X X X X X X B
ST ER
X X X X X X X X L0
L=
γ
X X X X X X X X
SI AT
L
M
X X X X X X X X Fator de Lorentz
X X X X X X X X v γ= 1
()
2
1− v
X X X X X X X X c
Enquanto a espira está completamente dentro da re- B. Dinâmica relativística

gião de campo magnético, o fluxo magnético, através dela, Massa relativística
não varia. Nessa situação, não há força eletromotriz induzi-
da. Quando a espira começa a sair da região que contém o m0
campo magnético, o fluxo magnético através da espira varia m=
()
2
com o tempo. Neste caso, há uma força eletromotriz induzi- 1− v
da, dada por: c
ε=B·L·v
I. Sendo v < c, então m > m0.
II. Quanto maior o valor de v, maior o valor de m.
C.10. Transformadores III. O valor de v não pode ser igual ou maior que c.
O transformador permite alterar o valor da tensão utilizan- IV. Sendo v << c, então m ≈ m0.
do o fenômeno da indução eletromagnética de Faraday:

98
Energia relativística G. Modelo Atômico de BÖhr

A diferença entre a energia total e a energia de repouso é Em 1913, o físico dinamarquês Niels Böhr (1885-1962)
a energia cinética relativística da partícula. Assim: utilizou a quantização de energia para explicar a estabilida-
FÍSICA
Ec = E – E0 de dos átomos com base no átomo de hidrogênio. No mo-

delo clássico do átomo de hidrogênio, um único elétron gira
Ec = m · c2 – m0 · c2 em órbita circular em torno de um único próton localizado
no núcleo.
A teoria de Böhr estabeleceu os seguintes enunciados.
C. Teoria quântica 1o) Os elétrons giram em torno do núcleo, descrevendo
Segundo Planck, a energia é quantizada, ou seja, não pode órbitas circulares em que o momento angular é constante
haver qualquer quantidade de energia, mas somente múltiplos e cujos raios correspondem aos níveis de energia permi-
de um valor mínimo fundamental. A menor quantidade de ra- tidos.
diação de energia é o quantum. Um quantum de energia (E) é 2o) Os elétrons só podem ocupar algumas órbitas, as
diretamente proporcional à frequência (f) da radiação: onde h é quais ele denominou estados estacionários. Nestas órbitas,
constante de Planck (h = 6,63 ·10–34 J · s] os elétrons não emitem energia eletromagnética, ou seja, não
perdem energia.
E=h·f 3o) Quando um elétron passa de um nível energético para
outro, ou seja, quando realiza um salto quântico, ele absorve
D. Efeito fotoelétrico ou emite energia.
Einstein mostrou que, no efeito fotoelétrico, a luz não se
comporta como uma onda, mas sim como uma partícula. Ela in- 7. Análise dimensional
O
terage como o elétron da superfície metálica, tranferindo energia.
BO O
SC
A. Análise dimensional
M IV
Ecmáx = h · f – W
O S
Todas as grandezas físicas derivadas podem ser expressas
D LU
onde W é a função trabalho (energia miníma para remo- como o produto de potências das grandezas fundamentais.
O C
ver o elétron da superfície)
N X
SI O E
E. Dualidade onda-partícula Na mecânica, por exemplo, as grandezas fundamentais

são massa (M), comprimento (L) e tempo (T). Assim, todas
as grandezas dessa área podem ser expressas com a fun-
EN S
A luz apresenta caráter dual: em determinados fenômenos,

E U
comporta-se como onda; já em outros, como partícula. ção dimensional:

D E
[G] = Ma · Lβ · Tγ
A LD
F. Princípio da incerteza
É impossível medir no mesmo instante, com precisão ili- Os coeficientes a, b e g são variáveis chamadas de di-
EM IA
mitada, a posição e a quantidade de movimento de uma partí- mensão da grandeza física, e os colchetes são usados sem-
ST ER
cula, e consequentemente, sua velocidade. pre que se avalia a dimensão de uma grandeza.
SI AT
M

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
QUÍMICA
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Estrutura do átomo�� 101 14. Fórmulas químicas�� 118
A. Modelos atômicos�� 101 A. Fórmula molecular�� 118
SUMÁRIO
B. Propriedades atômicas�� 101 B. Fórmula percentual�� 118
C. Propriedades interatômicas�� 101 C. Fórmula mínima�� 118
D. Eletrosfera�� 101 15..Cálculos estequiométricos�� 118
2. Classificação periódica dos elementos�� 102 A. Problemas envolvendo quantidades
A. Tabela Periódica�� 102 em excesso de um dos reagentes�� 118
B. Propriedades periódicas e aperiódicas��104 B. Problemas envolvendo
3. Ligações químicas�� 105 reagentes contendo impurezas�� 118
A. Regra do octeto�� 105 C. Problemas envolvendo reações
B. Ligação iônica ou eletrovalente��106 em que o rendimento não é total �� 119
C. Ligação covalente��106 16. Soluções�� 119
D. Ligação covalente dativa A. Solubilidade�� 119
ou coordenada (→)��106 B. Coeficiente de solubilidade (CS)�� 119
E. Geometria molecular��106 C. Classificação das soluções�� 119
F. Polaridade das ligações��106 D. Expressões de concentração�� 119
G. Polaridade das moléculas�� 107 E. Diluição de soluções�� 119
H. Forças intermoleculares�� 107 F. Mistura de soluções�� 119
I. Propriedades físicas�� 107 17. Termoquímica�� 120
4. Funções inorgânicas�� 107 A. Reações endo e exotérmicas�� 120
A. Ácido��108 B. Equação termoquímica�� 120
B. Base��108 C. Estado-padrão�� 120
C. Sal��109 D. Entalpia de formação �� 120
D. Óxido��109 E. Entalpia de combustão �� 120
5. Reações químicas�� 110 F. Energia de ligação�� 120
O
A. Classificação das reações�� 110 G. Lei de Hess�� 121
BO O
6. Cinética química�� 111 18. Oxirredução�� 121
SC
M IV
A. Velocidade média�� 111 A. Número de oxidação�� 121
B. Condições para ocorrer uma reação�� 111 B. Nox dos principais elementos�� 121
O S
C. Tipos de reações químicas�� 111 C. Regras para determinação do Nox�� 121
D LU
D. Fatores que influenciam
a velocidade de uma reação�� 112
D. Oxirredução�� 121
E. Balanceamento de equações por
O C
E. Equação da velocidade�� 112 oxirredução�� 121
N X
7. Equilíbrio químico�� 112 19. Eletroquímica�� 121

SI O E
A. Conceito de equilíbrio�� 112 A. Pilhas�� 121

B. Constante de equilíbrio�� 112 B. Eletrólise�� 122
C. Tipos de constantes de equilíbrio�� 112 20..Propriedades coligativas�� 123
EN S
D. Deslocamento de equilíbrio�� 112 A. Pressão de vapor de um líquido�� 123

E U
E. Fatores que deslocam o equilíbrio�� 112 B. Fatores que influenciam

F. Equilíbrio iônico�� 113 na pressão de vapor�� 123
D E
G. Lei da diluição de Ostwald�� 113 C. Efeitos coligativos�� 123

A LD
H. pH e pOH em soluções aquosas�� 113 D. Efeitos coligativos nas soluções iônicas��124

I. Hidrólise salina�� 113 21. Radioatividade�� 124
EM IA
J. Produto de solubilidade (PS ou Kps)�� 114 A. Principais radiações �� 124

8. Propriedades da matéria�� 114 B. Leis da radioatividade�� 124
ST ER
A. Mudanças de estado físico�� 114 C. Meia-vida ou período de

B. Classificação dos sistemas�� 114 semidesintegração (P ou t1/2) �� 124
SI AT
C. Fenômenos�� 114 D. Transmutação nuclear�� 124

D. Separação de misturas E. Fissão nuclear�� 124
M
(análise imediata)�� 115 F. Fusão nuclear�� 125

9. Teoria atômica de Dalton�� 115 22......Química descritiva�� 125
10. Balanceamento de equações: A. Ocorrência dos elementos�� 125
método das tentativas�� 115 B. Hidrogênio�� 125
11... Grandezas químicas�� 115 C. Oxigênio�� 125
A. Massas atômicas e massas moleculares� 115 D. Água dura�� 125
B. Massa molar�� 115 E. Halogênios�� 125
12..Estudo físico dos gases�� 116 F. Haletos de hidrogênio (HX)�� 125
A. Transformações gasosas�� 116 G. Ácido sulfúrico�� 125
B. Equação geral dos gases�� 116 H. Nitrogênio�� 125
C. Condições de temperatura I. Amônia ou gás amoníaco �� 125
e pressão de um sistema�� 117 J. Ácido nítrico�� 126
D. Princípio de Avogadro�� 117 K. Algumas ligas importantes�� 126
E. Volume molar �� 117 23. Química orgânica�� 126
F. Equação de estado de um gás �� 117 A. Postulados de Kekulé�� 126
G. Mistura gasosa �� 117 B. Ligações entre átomos de carbono�� 126
H. Densidade dos gases�� 117 C. Valência dos principais elementos
I. Difusão e efusão gasosa�� 117 que fazem parte da química orgânica�� 126
13. Leis ponderais�� 117 D. Tipos de carbono�� 126
A. Lei de Lavoisier E. Cadeias carbônicas�� 126
(lei da conservação da massa) �� 117 F. Nomenclatura dos compostos orgânicos�127
B. Lei de Proust G. Compostos oxigenados�� 128
(lei das proporções definidas) �� 117 H. Compostos nitrogenados�� 129
C. Consequência da Lei de Proust�� 118 I. Isomeria�� 130
D. Lei de Gay-Lussac (lei volumétrica)�� 118 J. Reações orgânicas�� 130

101
1. Estrutura do átomo B.3. Número de massa (A)

É a soma do número de partículas existentes no núcleo.
QUÍMICA
A. Modelos atômicos
A partir de princípios filosóficos, os gregos discutiam a for- A=Z+N
mação da natureza com muita ênfase. Aristóleles desenvolveu
uma ideia segundo a qual tudo na natureza era constituído por B.4. Elemento químico
proporções diferentes de água, fogo, terra e ar (princípio dos É o conjunto de átomos que apresentam o mesmo núme-
quatro elementos). Em contraposição, surgiu o atomismo como ro atômico.
uma tentativa de explicar diferentemente a essência da maté- Exemplo:
ria, gerando discussões e debates até os dias atuais. O elemento oxigênio é o conjunto de átomos que pos-
suem 8 prótons em seus núcleos, ou seja, todos os átomos
A.1. Século V a.C. – Grécia Antiga – Demócrito e Leucipo que apresentam números atômicos iguais a 8.
1a ideia do átomo
A = não; tomo = divisão (grego) B.5. Representação de um elemento químico
Na23 Número de Massa (A)
A.2. 1808 – John Dalton Número atômico 11
1o modelo atômico
Menor partícula da natureza, maciça, indivisível, indes- C. Propriedades interatômicas
trutível e esférica.
As reações químicas eram consideradas simples reagru- C.1. Isotopia
pamentos de átomos. Átomos de um mesmo elemento químico (mesmo nú-
O
Modelo – bola de bilhar mero atômico) que apresentam números de massas dife-
BO O
SC
rentes (o número de nêutrons é diferente) são considera-
M IV
A.3. 1897 – J. J. Thomson dos isótopos.
O S
Descoberta do elétron e divisibilidade do átomo. Possuem as mesmas propriedades químicas.
Experiência com a ampola de crookes. D LU Possuem propriedades físicas diferentes.
O C
Modelo maciço – fluido positivo "recheado" de elétrons Exemplo:
N X
(pudim de passas).
H1 H2 H3
SI O E
1 1 1
A.4. 1911 – Ernest Rutherford Prótio Deutério Trítio

Descontinuidade da matéria
EN S
1 próton 1 próton 1 próton

E U
Modelo nuclear com massa concentrada no núcleo po-

0 nêutron 1 nêutron 2 nêutrons
sitivo e elétrons girando em órbitas periféricas (eletrosfera).
D E
Modelo – planetário
A LD
C.2. Isobaria
A.5. 1913 – Neils Bohr Átomos que apresentam os mesmos números de massa
EM IA
Dualidade da matéria e diferentes números atômicos são considerados isóbaros.

ST ER
Modelo definindo elétrons como ondas de energia dis- São átomos de elementos químicos diferentes.
postas em níveis. Possuem propriedades químicas diferentes.
SI AT
Quando os elétrons ganham energia (quantum), "saltam" Exemplo:

M
para um nível mais externo; voltam ao seu nível original libe- 6C

14
e 7N14
rando energia na forma de luz característica.
C.3. Isotonia
A.6. Conceitos básicos Átomos que apresentam os mesmos números de nêutrons
Dimensões do átomo e diferentes números atômicos são considerados isótonos.
Diâmetro do átomo = 10–8 cm São átomos de elementos químicos diferentes.
Diâmetro do átomo = 10 000 a 100 000 vezes maior que Possuem propriedades químicas diferentes.
o seu núcleo Exemplo:
Ca40 e 17Cl37
B. Propriedades atômicas 20
B.1. Número atômico (Z) D. Eletrosfera

É o número de prótons existentes no núcleo. É a parte periférica do átomo, onde estão distribuídos os
Característica que identifica o elemento químico. elétrons.
Determina as propriedades do elemento químico.
Massa do próton = 1 840 · massa do elétron D.1. Camadas eletrônicas ou níveis de energia (Bohr)
A eletrosfera está dividida da seguinte maneira:
B.2. Número de nêutrons (N) Elétron "partícula": 7 camadas eletrônicas (K, L, M, N,
É o número de nêutrons existentes no núcleo. O, P e Q)
São responsáveis pela estabilidade estrutural do núcleo. Elétron "energia": 7 níveis de energia (1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)
Massa do nêutron = massa do próton

102
D.2. Capacidade máxima de elétrons

em cada nível de energia 1s
QUÍMICA
Teórico 2s 2p
Equação de Rydberg: x = 2n2
3s 3p 3d
K L M N O P Q
4s 4p 4d 4f
2 8 18 32 50 72 98
5s 5p 5d 5f
Experimental 6s 6p 6d
Número de elétrons do elemento oganesseno: Z = 118
7s 7p
K L M N O P Q
Exemplo:
2 8 18 32 32 18 8 Bromo (Br) ⇒ Z = 35
Ordem energética (ordem de preenchimento): segue-se o
Camada (nível) de valência é a camada mais externa da diagrama de Pauling.
eletrosfera.
Br: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
35
D.3. Subníveis (subcamadas) de energia
Segundo estudos sobre o espectro descontínuo dos áto- Ordem geométrica (ordem de camada): primeiro, faz-se a
mos, os níveis de energia da eletrosfera de um átomo apre- distribuição eletrônica em ordem crescente de energia e sem-
sentam subdivisões de energia – os subníveis. pre depois separam-se os subníveis por camadas de energia.
O
BO O
SC
K
 L  M
 N
 O
 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p5
M IV
1s  2s 2p  3s 3p 3d  4s 4p 4d 4f  5s 5p 5d 5f 5g 
     K L M N
O S
P
 Q
D LU 
6s 6p 6d 6f 6g 6h  7s 7p 7d 7f 7g 7h 7i 
 
2 8 18 7
O C
A camada de valência do Br é a camada N ou nível 4.
N X
SI O E
Nos átomos dos 118 elementos conhecidos, os subní- D.6. Distribuição eletrônica em íons
veis 5g, 6f, 6g, 7d, 7f, 7g, 7h e 7i estão vazios. Uma partícula definida como íon apresenta-se carregada
eletricamente, ou seja, o número de prótons do seu núcleo
EN S
E U
D.4. Capacidade máxima de elétrons (número atômico) é diferente do número de elétrons existen-
em cada subnível de energia tes na eletrosfera.
D E
A LD
s p d f Cátion p+ > e–
Íon p ≠e
+ –
EM IA
2 6 10 14 Ânion p+ < e–
ST ER
D.7. Distribuição eletrônica de um cátion

D.5. Distribuição dos elétrons nos subníveis de um átomo Retiram-se os elétrons mais externos do átomo corres-
SI AT
Denominada de configuração eletrônica. pondente.

M
Uma partícula definida como átomo apresenta-se neutra, Exemplo:

ou seja, o número de elétrons existentes na eletrosfera é exa- Fe0 (26 p+; 26 e–) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
tamente igual ao número de prótons do seu núcleo (número Fe3+ (26 p+; 23 e–) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5
atômico).
D.8. Distribuição eletrônica de um ânion
Átomo p+ = e– Acrescentam-se os elétrons no subnível de maior energia
incompleto.
Considerando que, quanto menor a energia agregada a 8O (8 p ; 8 e ) 1s 2s 2p
+ – 2 2 4
um elétron, maior será a estabilidade, os subníveis são preen- 8O (8 p ; 10 e ) 1s 2s 2p

2– + – 2 2 6
chidos em ordem crescente de energia, completando um sub-

nível de menor energia antes de partir para o preenchimento 2. Classificação periódica dos elemento
de um outro subnível.
Linus Pauling descobriu que a energia dos subníveis A. Tabela Periódica
cresce na seguinte ordem: Em 1869, o químico russo Dmitri Mendeleev organizou os
63 elementos conhecidos até então em ordem crescente de
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d... massas atômicas, principal propriedade conhecida até então. Tal
Energia crescente classificação serviu de base para a construção da tabela periódi-
ca moderna, corrigida por Moseley, que propôs que os elementos
fossem dispostos em ordem crescente de números atômicos.
É nessa ordem que os subníveis são preenchidos. Os elementos estão distribuídos em 7 linhas horizontais
Para obter essa ordem, basta seguir as diagonais no diagrama. (períodos) e 18 linhas verticais (grupos ou famílias).

1
Tabela Periódica dos Elementos 18
IA VIIIA
1 Metais representativos 2
1 2 2
Número atômico (Z) 80 eletrônica Metais de transição externos
1 8
Metais
H Símbolo químico Metais de transição internos
He
Hidrogênio 18 Hélio
2 13 14 15 16 17
[1.007, 1.009] 4.0026
IIA Radioativo 32 Não metais IIIA IVA VA VIA VIIA
Não
3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 9 2 10 2
Líquido Gases nobres
Hg
metais
1 2 18 3 4 5 6 7 8
2 Li Be Gasoso Mercúrio 2 Hidrogênio B C N O F Ne

Lítio Berílio Massa atômica (A) Boro Carbono Nitrogênio Oxigênio Flúor Neônio
[6.938, 6.997] 9.0122
200.59 [10.80, 10.83] [12.00, 12.02] [14.00, 14.01] [15.99, 16.00] 18.998 20.180
M padrão12C
11 2 12 2 13 2 14 2 15 2 16 2 17 2 18 2
8 8 8 8 8 8 8 8
1 2 3 4 5 6 7 8
3 Na Mg Al Si P S Cl Ar
Sódio Magnésio Alumínio Silício Fósforo Enxofre Cloro Argônio
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
22.990 24.305 26.982 [28.08, 28.09] 30.974 [32.05, 32.08] [35.44, 35.46] 39.948
SI AT
IIIB IVB VB VIB VIIB VIIIB IB IIB
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
19 8
20 8
21 8
22 8
23 8
24 8
25 8
26 8
27 8
28 8
29 8
30 8
31 8
32 8
33 8
34 8
35 8
36 8
ST ER
8 8 9 10 11 13 13 14 15 16 18 18 18 18 18 18 18 18
701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 103

4 K 1 Ca 2 Sc 2 Ti 2 V 2 Co Ni Cu 1
Zn 2 2 2 2 1 2 Ga 3 Ge 4 As 5 Se 6 Br 7 Kr 8
Potássio Cálcio Escândio Titânio Vanádio Crômio Manganês Ferro Cobalto Níquel Cobre Zinco Gálio Germânio Arsênio Selênio Bromo Criptônio
CrE MnIA Fe
39.098 40.078 44.956 47.88 50.942 51.996 54.938 55.847 58.933 58.693 63.546 65.39 69.723 72.61 74.922 78.96(3) 79.904 83.80
M L
37 2 38 2 39 2 40 2 41 2 42 2 43 2 44 2 45 2 46 2 47 2 48 2 49 2 50 2 51 2 52 2 53 2 54 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18
A D
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
5 Rb 8 Sr 8 Y 9 Zr 10 Nb Mo 12 13 13 15 16 16 18 18 In 18 Sn 18 Sb 18 Te 18 I 18 Xe 18
1 2 1 1 2 1 1 2 1 2 3 6 7
Estrôncio 2 Ítrio Zircônio 2 Nióbio Molibdênio Tecnécio Rutênio Ródio Paládio Prata Cádmio Índio Estanho 4 Antimônio 5 Telúrio Iodo Xenônio 8
Tc D Ru E Rh
Rubídio
85.468 87.62 88.906 91.224 92.906 95.94 97.907 101.07 102.91 106.42 107.87 112.41 114.82 118.71 121.76 127.60 126.90 131.29
E U Pd Ag Cd
55 2 56 2 57-71 72 2 73 2 74 2 75 2 76 2 77 2 78 2 79 2 80 2 81 2 82 2 83 2 84 2 85 2 86 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
E S
6 Cs 18 Ba 18 Hf 32 Ta W 32
Re 32 32 32 32 32 32 32 Tl 32 Pb 32 Bi 32 Po 32 At 32 Rn 32
8 8 10 11 12 13 14 15 17 18 18 18 18 18 18
Césio Bário Háfnio Tungstênio Rênio Ósmio Irídio Platina Ouro Tálio Chumbo Bismuto Polônio 18 Astato Radônio 18
OsN Ir O Pt
1 2 Série dos 2
Tântalo 2
2 2 2 2 1 1 Mercúrio 2
3 4 5 6 7 8
132.91 137.33 Lantanídeos# 178.49 180.95 183.85 186.21 190.2 192.22 195.08 196.97 200.59 [204.3, 204.4] 207.2 208.98 [208.98] 209.99 222.02
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
87 8
88 8
89-103 104 8
105 8
106 8
107 8
108 8
109 8
110 8
111 8
112 8
113 8
114 8
115 8
116 8
117 8
118 8
SI E Au Hg
18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
7 Fr 32 Ra 32 Rf 32 Db Sg 32
Bh Hs
N X 32 Cn 32 32 32 32 32 32 Nh 32 Fl 32 Mc 32 Lv 32 Ts 32 Og 32
18 18 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32 32
Frâncio 8 Rádio 8 Série dos Rutherfórdio10 Dúbnio 11 Seabórgio 12 Bóhrio 13 Hássio 14 Meitnério 15 Darmstádtio17 Roentgênio 18 Copernício 18 Nihônio 18 Fleróvio 18 Moscóvio 18 Livermório 18 Tenessino 18 Oganessônio18
Mt O Ds C Rg
223 1 226.03 2 Actinídeos## 261 2 262 2 266 2 264 2 277 2 268 2 271 1 272 1 285 2 286 3 289 4 288 5 [293] 6 [294] 7 [294] 8
Observações 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
D LU
57 8
58 8
59 8
60 8
61 8
62 8
63 8
64 8
65 8
66 8
67 8
68 8
69 8
70 8
71 8
1. Massas atômicas limitadas a cinco 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
18 19 21 22 23 24 25 25 27 28 29 30 31 32 32
O S
La 9
Ce Pr
Cério
Nd 9
Pm Sm 8 8 8
Samário 2
8 8 9
Térbio
8
Dy 8
Ho 8
ErÉrbio
8
TmTúlio
8
Yb
Itérbio
8
Lu 9
Lantânio 2 2 Praseodímio 2 Neodímio 2 Promécio 2 Európio 2 Gadolínio 2 2 Disprósio 2 Hólmio 2 2 2 2 Lutécio 2
Lantanídeos
Eu M Gd I Tb
2. As massas atômicas dos elementos 138.91 140.12 140.91 144.24 145 150.36 151.96 157.25 158.93 162.50 164.93 167.26 168.93 173.04 174.97
(#)
tecnécio, polônio, radônio e rádio
referem-se aos isótopos com meias-vidas 89 2 90 2 91 2 92 2 93 2 94 2 95 2 96 2 97 2 98 2 99 2 100 2 101 2 102 2 103 2
8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
mais longas. 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18
BO VO
Ac 32 Th Pa U 32 Np Pu 32 32 32 32 32 32 32 Cf 32 Es 32 Fm 32 Md 32 No 32 Lr 32
3. ( * ) As propriedades físicas e químicas 18 18 20 21 22 24 25 25 27 28 29 30 31 32 32
Actinídeos
Actínio 9 Tório 10 Protactínio 9 Urânio 9 Netúnio 9 Plutônio 8 Amerício 8 Cúrio 9 Berquélio 8 Califórnio 8 Einstêinio 8 Férmio 8 Mendelévio 8 Nobélio 8 Laurêncio 9
desses novos elementos ainda não estão
Am Cm S Bk
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
(##)
227.03 232.04 231.04 C 238.03 237 244 243 247 247 251 252 257 258 259 262
O
Eletropositividade ou
Raio atômico Potencial de ionização Eletronegatividade
caráter metálico
Propriedades
periódicas
Reatividade
Volume atômico Densidade TF e TE
química
QUÍMICA
103
24/01/2019 09:06
104
Em um grupo, os elementos têm propriedades seme- Estão divididos em 2 classes:

lhantes, pois apresentam o mesmo número de elétrons na • Lantanídeos (metais terras-raras) ⇒ 6o período
QUÍMICA
camada de valência e, em um período, as propriedades são Elementos de Z: 57 a 70

diferentes, sendo encontrado o mesmo número de níveis de • Actinídeos ⇒ 7o período
energia para cada período. Elementos de Z: 89 a 102
A IUPAC recomenda que os grupos sejam numerados de
1 a 18. B. Propriedades periódicas e aperiódicas
Exemplo:
Na ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s1 ⇒ Situado no 3o período, grupo IA ou 1� B.1. Propriedades periódicas
11
K L M São aquelas cujos valores se repetem à medida que aumen-
ta o número atômico.
15
P ⇒ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3 ⇒ Situado no 3o período, Avaliam-se comparativamente elementos da tabela perió-
grupo VA ou 15� dica tomando como referência ora os elementos situados no
mesmo período, ora elementos de um mesmo grupo.
Os elementos da tabela periódica podem ser divididos
em três conjuntos bastante característicos: B.2. Raio atômico
Elementos de um mesmo grupo
A.1. Elementos representativos (“grupos” A) Em um grupo, à medida que aumenta o Z (de “cima” para “bai-
São elementos que apresentam o elétron de maior energia xo”), aumenta o número de camadas, e, portanto, aumenta o raio.
colocado em subníveis s ou p. Quanto maior o número de camadas eletrônicas, maior o
O número do grupo (não oficial) é o número de elétrons raio do átomo (períodos diferentes).
O
na camada de valência. Elementos de um mesmo período
BO O
SC
Os grupos dos elementos representativos recebem no- Quando átomos apresentam o mesmo número de cama-
M IV
mes particulares: das (mesmo período), o de maior número atômico terá o menor
O S
• 1 (IA) – grupo dos metais alcalinos raio, pois existe nele uma maior interação núcleo-eletrosfera.
• 2 (IIA) – grupo dos metais alcalinoterrosos D LU Exemplo: 11Na 1s2 2s2 2p6 3s1
O C
• 13 (IIIA) – grupo do boro 9F 1s 2s 2p
2 2 5
N X
• 14 (IVA) – grupo do carbono 8O 1s 2s 2p

2 2 4
SI O E
• 15 (VA) – grupo do nitrogênio Raio do átomo ⇒ Na > O > F

• 16 (VIA) – grupo dos calcogênios
• 17 (VIIA) – grupo dos halogênios
EN S
E U
• 18 (VIIIA) – grupo dos gases nobres

D E
A.2. Elementos de transição (“grupos” B)

A LD
Raio atômico
São os elementos que têm o elétron de maior energia co-
locado em subnível d.
EM IA
Apresentam subnível d incompleto – grupos 3 (IIIB), 4

ST ER
(IVB), 5 (VB), 6 (VIB), 7 (VIIB), 8, 9 e 10 (VIIIB); estão no cen- B.3. Potencial ou energia de ionização
tro da tabela. Potencial de ionização de um átomo é a energia necessá-
SI AT
O número do grupo é a soma dos números de elétrons ria (absorvida) para retirar um elétron de um átomo no estado
M
dos subníveis s e d mais externos (regra válida apenas para a gasoso isolado.
determinação oficial da IUPAC). Trata-se de um processo endotérmico.
Exemplos: A energia necessária para arrancar o 2o elétron é o se-
V (Z = 23) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3 ⇒ gundo potencial de ionização, que é maior que o 1o potencial
⇒ soma s + d = 2 + 3 = 5 de ionização.
O elemento vanádio está situado no 4o período e no Na(0g ) + 1a EI → Na(+g ) + e-

grupo 5 (VB). Na(+g ) + 2a EI → Na(2g+) + e-
Zn (Z = 30) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 ⇒ 2a EI > 1a EI

⇒ soma s + d = 2 + 10 = 12 Dependente inversamente do tamanho do átomo.
O elemento zinco está situado no 4o período e no grupo Quanto menor o raio do átomo, maior a
12 (IIB). energia de ionização.
A.3. Série dos lantanídeos e dos actinídeos

São chamados de elementos de transição interna.
Estão situados, na tabela periódica, entre o grupo 2 (IIA)
e o grupo 3 (IIIB). Potencial de ionização
Têm o elétron de maior energia colocado em subnível f.
Apresentam subnível f incompleto (exceto itérbio e nobélio).

105
B.4. Afinidade eletrônica

(ou eletroafinidade)
QUÍMICA
É a energia liberada quando um elétron é adicionado a um
átomo neutro isolado, no estado gasoso. Densidade
Trata-se de um processo exotérmico.
C0(g ) + e- → C (-g ) + energia

B.8. Volume atômico (VA)
Dependente inversamente do tamanho do átomo. É o volume ocupado por um mol de átomos nas condi-
ções normais de temperatura e pressão.
Pode ser calculado pela expressão:
Quanto menor o raio do átomo,
Massa molar
maior a afinidade eletrônica. VA =
Densidade no estado sólido
56 g
Exempo: VA = Fe = = 7 cm3
8 g/cm3
Eletroafinidade
Excluindo o grupooVIII
Excluindo A VIII A
grupo Volume atômico
O
BO O
SC
B.5. Eletronegatividade
M IV
É a tendência que o átomo possui de atrair o par eletrôni- B.9. Temperatura de fusão e ebulição
O S
co de uma ligação química.
D LU
Dependente inversamente do tamanho do átomo. IA
O C
IIA
Quanto menor o raio do átomo,
N X
maior a eletronegatividade.
SI O E
PF e PE
EN S
E U
F
B.10. Propriedades aperiódicas
D E
Eletronegatividade São as propriedades que à medida que aumenta o núme-

A LD
ro atômico, seus valores apenas crescem ou decrescem, sem

apresentar uma "repetição".
EM IA
Excluindo o grupooVIII
Excluindo A VIII A
grupo
Exemplos:
ST ER
Massa Calor
Escala de eletronegatividade de Linus Pauling: atômica
SI AT
específico
M
F > O > N = Cl > Br > I = S = C > P = H
B.6. Eletropositividade z z
Eletropositividade ou caráter metálico é a tendência que
o átomo possui de ceder elétron. 3. Ligações químicas
Dependente diretamente do tamanho do átomo.
A. Regra do octeto
Quanto maior o raio do átomo, A.1. Gases nobres
maior a eletropositividade. Únicos elementos que aparecem na natureza na forma
de átomos isolados, por isso, são considerados referenciais
de estabilidade atômica.
Apresentam 8 elétrons na camada de valência, com exce-
Metais Ametais ção do hélio, que apresenta 2 elétrons.
Eletropositividade
Fr A.2. Teoria do octeto
Os átomos ligam-se procurando adquirir configuração ele-
trônica de gás nobre, ou seja, 8 elétrons na camada de valência.
B.7. Densidade
É a relação entre a massa e o volume de uma amostra do Os átomos ligam-se para adquirir maior
elemento. estabilidade.

106
B. Ligação iônica ou eletrovalente Para um observador externo, os átomos assumem a for-

Acontece entre: metal + ametal ou metal + hidrogênio ma de uma figura geométrica.
QUÍMICA
Ocorre devido à transferência de elétrons de um elemen-

to de baixa energia de ionização para um outro elemento de No de pares de
Orientação Número de
elevada afinidade eletrônica. e– ao redor do Geometria
dos pares núcleos
Metal ⇒ menos de 4 elétrons na última camada. Doa átomo central
elétron; transforma-se em cátion (íon positivo).
××A×× +××+××+
Ametal ⇒ mais de 4 elétrons na última camada. Recebe 2 (3) linear
(linear)
elétron; transforma-se em ânion (íon negativo).
Após a transferência de elétron do metal para o ametal, × ××
ocorre forte atração eletrostática entre os íons de cargas × +
A
opostas (ligação iônica). × × × ×
3 × × × × angular
Exemplo: + +
(triângulo
8A: 1s (2s 2p ) ⇒ A
2 2 4 2–
(3)
equilátero)
13B: 1s 2s 2p (3s 3p ) ⇒ B
2 2 6 2 1 3+
B A ⇒ B2A3 Composto iônico

3+ 2– × +
× ×
A ×
C. Ligação covalente 3 × × + triangular
× × × ×
Na ligação covalente, os átomos compartilham par de × ×
elétrons. Acontece entre: (triângulo
+ (4) +
Ametal + ametal equilátero)
O
Ametal + hidrogênio ×
BO O
× ×
SC
Hidrogênio + hidrogênio ×
M IV
A + +
Ligação covalente normal (Representação: —) 4 × × angular
×
× × +
O S
×
Exemplo: × × × ×
H (Z = 1) 1s1 H D LU (tetraedro)
+
(3)
+
O C
N(Z = 7)1s2(2sp22p3) N
×
N X
× ×
SI O E
× +
H N H H—N—H NH3 A +
×
4 × × + × × + piramidal
×
—
× ×
EN S
H H Fórmula × ×
Fórmula + (4) +
E U
Fórmula
eletrônica molecular (tetraedro)
estrutural
D E
ou Lewis
A LD
+
× ×
× ×
D. Ligação covalente dativa ou coordenada (→)
EM IA
A + +
É estruturada como uma ligação covalente como qual- 4 × × + tetraedro
×
× ×
ST ER
× × +
×
quer outra. × ×
Diferencia-se apenas pela origem do par eletrônico, que (tetraedro) + (5) +
SI AT
é de um único átomo.
M
Exemplo: F. Polaridade das ligações

HNO3 H N O Os átomos de uma ligação covalente tendem constantemen-
te a obter de forma exclusiva a posse do par eletrônico comparti-
O
O lhado. Essa disputa é dimensionada pela eletronegatividade.
H O N O H — O — N—O
F.1. Ligação covalente apolar
Possibilidades de realização de ligações covalentes dativas Ocorre entre átomos que possuem a mesma eletrone-
(valência de alguns elementos) gatividade.
As "cargas" são distribuídas simetricamente entre os áto-
mos ligantes.
C C S S N N Exemplos:
H2, Cl2, N2
E. Geometria molecular F.2. Ligação covalente polar

Os átomos ligantes distribuem-se espacialmente ao Ocorre entre átomos que possuem eletronegatividades
redor de um átomo central de forma a obter maior estabi- diferentes.
lidade possível. Há uma distorção da nuvem eletrônica no sentido do
O posicionamento é dependente do número de pares átomo mais eletronegativo produzindo um lado positivo e um
de elétrons (nuvens eletrônicas) ao redor do átomo central. lado negativo.
δ+ µ δ-
As posições refletem a maior distância possível entre tais 
→
pares eletrônicos. H C

107
G. Polaridade das moléculas Esse átomo é atraído fortemente por um par de elétrons não
A soma de todas as tendências eletronegativas (distorções compartilhado no átomo de F, N ou O de outra molécula.
QUÍMICA
das nuvens eletrônicas) pode gerar uma divisão de cargas, carac- São muito fortes.
terizando uma "face negativa" e uma "face positiva" na molécula.
H.3. Interação íon-dipolo
G.1. Molécula apolar Ocorre entre íons que estão dissolvidos em água.
Ocorre quando todas as ligações entre os átomos forma- Exemplo:
dores da molécula são apolares. O íon Na+ interage com o polo negativo da água e o íon
Exemplos: Cl interage com o polo positivo da água.
–
H – H; Cl – Cl
I. Propriedades físicas
Ocorre também quando as ligações polares entre átomos São características macroscópicas de cada substância
têm soma vetorial total (vetor momento dipolar resultante) dependente da polaridade molecular e do tipo de relação in-
igual a zero, ou seja, quando a somatória das tendências ele- termolecular envolvida.
tronegativas se anulam.
Exemplos: I.1. Temperatura de fusão e ebulição
CO2 de substâncias moleculares
Energia necessária para promover uma mudança de estado
µ µ
físico em função do "rompimento" das relações intermoleculares.
O=C=O Requer a entrada de certa quantidade de energia para se-
µR = 0 parar as moléculas.
O
• Moléculas com massas moleculares aproximadamen-
BO O
SC
G.2. Molécula polar te iguais:
M IV
Ocorre quando as ligações polares têm soma vetorial
O S
Molécula Molécula Molécula com
total (vetor momento dipolar resultante) diferente de zero,
D LU
ou seja, quando a somatória das tendências eletronegativas
apolar polar ligação de hidrogênio
TF e TE crescentes
O C
apresenta uma resultante diferente de zero.
N X
Exemplo:
SI O E
Propriedade que depende diretamente das ligações

H2O intermoleculares.
EN S
µ µ Quanto mais forte a interação intermolecular,

E U
O
maiores os pontos de fusão e ebulição.
—
—
D E
H H
A LD
µR ≠ 0
• Moléculas com o mesmo tipo de interação intermolecular:
EM IA
Lembre-se: trata-se de uma soma vetorial e, por isso, Massas molares Massas molares
ST ER
deve ser analisada a partir da geometria espacial real. menores maiores

SI AT
TF e TE crescentes
H. Forças intermoleculares
M
São forças de atração que ocorrem entre as moléculas,

mantendo-as unidas. Ocorrem quando existem atrações ele- Nesses casos, a propriedade depende diretamente
trostáticas (entre cargas opostas – não iônicas) entre as modas massas molares.
léculas que apresentam um dipolo. São verificadas com maior
intensidade nos estados sólido e líquido. Quanto maior a massa molar, maiores as
temperaturas de fusão e ebulição.
H.1. Forças de Van der Waals
• Dipolo instantâneo – dipolo instantâneo ou forças de I.2. Solubilidade
dispersão de London É a capacidade que cada substância possui de se disse-
Também denominada de dipolo induzido. minar homogeneamente por toda a extensão do volume de
Ocorre entre moléculas apolares. um determinado solvente.
São forças de baixa intensidade. Propriedade que depende da polaridade molecular.
• Dipolo permanente – dipolo permanente ou intera-
ção dipolar Semelhante dissolve semelhante.
Ocorre entre moléculas polares.
Apresentam intensidade maior que a do dipolo induzido. Substância polar tende a dissolver substância polar.
Substância apolar tende a dissolver substância apolar.
H.2. Ligações (pontes) de hidrogênio
Ocorrem entre moléculas polares que apresentam 4. Funções inorgânicas
em suas estruturas um átomo de hidrogênio ligado a um Conjunto de substâncias que apresentam as mesmas
átomo muito eletronegativo (F, N ou O) de uma molécula. propriedades.

108
A. Ácido moléculas que sofreram ionização em água e o número total

Segundo a teoria de Arrhenius, ácido é todo composto que, de moléculas dissolvidas em água.
em solução aquosa, fornece íons H+ (H3O+) como único cátion.
QUÍMICA
Exemplos: Número de moléculas ionizadas

α=
H2O
Número total de moléculas dissolvidas
HC  → H(+aq ) + C -( aq )
H2O
HNO3  → H(+aq ) + NO3-( aq ) Sendo:
α > 50% ⇒ ácido forte (HClO4, HCl, HNO3, H2SO4)
α entre 5% e 50% ⇒ ácido moderado (HF, H3PO4)
A.1. Formulação α < 5% ⇒ ácido fraco (H2CO3, H3BO3, HCN)
HX
Lembre-se: os hidrogênios contidos na molécula do áci-
Sempre H +
ânion qualquer (X–)
do, que, em solução, se ionizam em H+, são denominados
hidrogênios ionizáveis.
A.2. Características Exemplos:
Sendo molecular, sofre ionização.
Apresentam sabor azedo. HC 
H2O
→ H(+aq) + C (-aq)
(1 hidrogênio ionizável)
Avermelham o papel de tornassol (indicador ácido-base).
São incolores na presença de fenolftaleína. H2SO4 
H2O
→ 2 H(+aq) + C (-aq)
(2 hidrogênios hidronizável)
Comportam-se como eletrólitos em solução aquosa (trans-
portam corrente eletrolítica em função de sua ionização).
O
Sofrem eletrólise, liberam sempre H2 no cátodo (polo –). Lembre-se: apesar de possuírem três hidrogênios em
BO O
SC
suas formulações, o ácido fosforoso (H3PO3) e o ácido hipo-
M IV
A.3. Classificações fosforoso (H3PO2) são classificados, respectivamente, como
O S
• Quanto à presença de oxigênio na molécula diácido e monoácido.
Hidrácidos (ácidos não oxigenados) D LU B. Base
O C
Ácido + nome do elemento seguido da terminação ídrico.
N X
Exemplos: Segundo Arrhenius, base é todo composto que em solu-

ção aquosa fornece OH– como único ânion.
SI O E
HCl (ácido clorídrico); H2S (ácido sulfídrico)

Oxiácidos (ácidos oxigenados) Exemplos:
Nome do ácido + nome do elemento seguido da termina-
EN S
NaOH 
H2O
→ Na(aq) + OH(aq)
E U
ção oso ou ico. +
Exemplos:
D E
Ca(OH)2 
H2O
→ Ca(aq)
2+
+ 2 OH(aq)
A LD
Fórmula Nome do Fórmula

Nome do ácido
do ânion ânion do ácido B.1. Características
EM IA
Sendo iônica, sofre dissociação.

ST ER
PO3- fosfato H3PO4 ácido fosfórico

4 Possuem sabor adstringente (gosto de "banana verde").
SO2- sulfato H2SO4 ácido sulfúrico Avermelham a fenolftaleína.
SI AT
4
Tornam azul o tornassol (indicador ácido-base).
CO2- carbonato H2CO3 ácido carbônico
M
3 Quando em contato com a pele, deixam-na escorregadia

(como o sabão).
NO3- nitrato HNO3 ácido nítrico
Por eletrólise ígnea, ou em solução aquosa, liberam O2(g)
NO2- nitrito HNO2 ácido nitroso no ânodo (polo +).
Lembre-se: a amônia (NH3) é uma exceção, pois é uma
BO3-
3 borato H3BO3 ácido bórico base molecular. Portanto, sofre ionização.
Alguns elementos apresentam grande variabilidade de NH3(g) + H2O(ℓ)  NH4OH(aq)  NH4(+ aq) + OH–(aq)
formulação de ácidos.
B.2. Nomenclatura
Ácido per 
elemento
→ ico → HCO4 (perclórico)
↑ + 1 oxigênio Hidróxido de nome do elemento
Ácido 
→ ico → HCO3(clórico)
elemento
↓ - 1 oxigênio Coloca-se a palavra hidróxido seguida da preposição de e

Ácido  
→ oso → HCO2(cloroso)
elemento
o nome do elemento (cátion).
↓ - 1 oxigênio Exemplo: NaOH = hidróxido de sódio
Ácido hipo 
elemento
→ oso → HCO (hipocloroso) Lembre-se: alguns cátions possuem Nox variáveis, por
exemplo; Fe2+ e Fe3+; Cu+ e Cu2+; Pb2+ e Pb4+; Au+ e Au3+. À sua
nomenclatura, basta acrescentar o valor da carga em algaris-
• Quanto à força dos ácidos mos romanos.
(α) Grau de ionização: indica a relação entre o número de Exemplo: Fe(OH)3 = hidróxido de ferro III (férrico)

109
B.3. Força e solubilidade das bases Não há consumo total dos íons H+.
Bases solúveis: de metais alcalinos e amônio Forma-se um hidrogenossal.
QUÍMICA
pouco solúveis: de metais alcalinoterrosos Exemplo:
insolúveis: as restantes 1 mol de H2SO4 é misturado com 1 mol de NaOH.
Bases fortes: de alcalinos e alcalinoterrosos
fracas: as restantes, inclusive Mg(OH)2 1 H2SO4 + 1 NaOH 1 NaHSO4 + H2O
Lembre-se: bases solúveis são fortes; bases insolúveis
são fracas. NH4OH é fraca e solúvel.
H+ OH–
C. Sal
É todo composto iônico que, em solução aquosa, libera H+
pelo menos 1 cátion diferente de H+ e pelo menos 1 ânion di- Neutralização parcial da base:
ferente de OH–. Não há consumo total dos íons OH–.
ácido + base sal + água Forma-se um hidroxissal.
Exemplo:
1 mol de Ca(OH)2 é misturado a 1 mol de HCl.
H+ C– + Na+ OH– Na+ C– + H2O
1 Ca(OH)2 + 1 HC 1 CaOHC + 1 H2O
Exemplos: OH– H+
O
BO O
H2O
NaC  → Na(aq) + C (aq)
-
SC
+
OH–
M IV
H2O
CaBr2  → Ca(aq)
2+
+ 2 Br(aq)
-
O S
D. Óxido
D LU
Em um sal, o cátion é proveniente de uma base, e o ânion É todo composto binário, sendo o oxigênio o elemento
O C
é proveniente de um ácido. mais eletronegativo (OF2, portanto, não é óxido).
N X
SI O E
C.1. Nomenclatura D.1. Classificação

• Óxidos básicos
de São óxidos iônicos (metais dos grupos 1 e 2).
EN S
Nome do ânion (vem do ácido) nome do cátion (vem da base)

E U
Apresentam características básicas.

D E
Ácido Ânion Metal + oxigênio = óxido iônico

A LD
ídrico eto
Nomenclatura
EM IA
oso ito
ST ER
ico ato  a carga do cátion, em

Exemplos:  algarismos romanos,
Óxido de +
SI AT
caso o cátiion tenha 

nome do elemeento  
HCl NaCl  Nox variável.
M
ácido clorídrico cloreto de sódio

HNO2 KNO2 Exemplos:
ácido nitroso nitrito de potássio K2O = óxido de potássio
Al2O3 = óxido de alumínio
H2SO4 CaSO4
FeO = óxido de ferro II (ou óxido ferroso)
ácido sulfúrico sulfato de cálcio Fe2O3 = óxido de ferro III (ou óxido férrico)
Propriedades
C.2. Reação de neutralização Reagem com água produzindo a base correspondente.
Neutralização total:
Há consumo total dos íons H+ e OH– Óxido básico + água → base
Forma-se um sal neutro (sal normal).
Exemplo: Exemplos:
1 mol de H2SO4 é misturado com 2 mols de NaOH. Na2O + H2O → 2 NaOH
1 H2SO4 + 2 NaOH 1 Na2SO4 + 2 H2O CaO + H2O → Ca(OH)2
Reagem com ácido produzindo sal e água (reação de

neutralização).
H+ OH–
H+ OH– Óxido básico + ácido → sal + água
Neutralização parcial do ácido:

110
Exemplos: • Peróxidos
Na2O + 2 HCl → 2 NaCl + H2O São os óxidos em que o elemento oxigênio aparece com
QUÍMICA
CaO + 2 HNO3 → Ca(NO3)2 + H2O número de oxidação –1.

IA Na2O2, K2O2
• Óxidos ácidos ou anidridos O
São óxidos moleculares. IIA O CaO2, BaO2
Apresentam características ácidas.
H H2O2
Ametal + oxigênio = óxido molecular
Peróxido + ácido → sal + H2O2(aq)
Nomenclatura BaO2 + H2SO4 → BaSO4 + H2O2
mono
óxido de
mono ( pode ser
omitido� ) nome do
5. Reações químicas
di di + São os processos de transformação da matéria em que
elemento
tri tri há mudança estrutural (quebra e formação de novas liga-
ções) e, consequentemente, alteração nas propriedades quí-
Exemplos: micas das substâncias.
CO = monóxido de carbono
CO2 = dióxido de carbono A. Classificação das reações
SO3 = trióxido de enxofre
N2O = monóxido de dinitrogênio A.1. Reações de síntese ou adição
O
N2O3 = trióxido de dinitrogênio Duas ou mais substâncias reagem, produzindo uma única
BO O
SC
Cl2O7 = heptóxido de dicloro substância.
M IV
Podem ser obtidos da desidratação de ácidos.
O S
Para estes óxidos, existe uma nomenclatura especial: A + B + ... → C
D LU
Anidrido + nome do ácido que dá origem ao óxido H2( g ) + 1 O2( g ) → H2O(  )
O C
2
N X
SO3( g ) + H2O(  ) → H2SO4( aq )

SI O E
SO3 = anidrido sulfúrico (H2SO4 – H2O = SO3)

CO2 = anidrido carbônico (H2CO3 – H2O = CO2)
Propriedades A.2. Reações de análise ou decomposição
EN S
E U
Reagem com água produzindo o ácido correspondente. Ocorrem quando uma substância reage, produzindo duas
ou mais substâncias diferentes.
D E
Óxido ácido + água → ácido

A LD
A → B + C + ...
Exemplos:
EM IA
∆
SO3 + H2O → H2SO4 CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) Pirólise
ST ER
CO2 + H2O → H2CO3 Eletricidade

H2O() H2(g) + 1 O2(g) Eletrólise
SI AT
2
Reagem com base produzindo sal e água (reação de
Luz
M
neutralização). MgO(s) Mg(s) + 1 O2(g) Fotólise

2
Óxido ácido + base → sal + água Catalisador
H2O2(aq) H2O() + 1 O2(g) Catálise
2
Exemplo:
SO3 + 2 NaOH → Na2SO4 + H2O A.3. Reações de deslocamento ou simples troca
Ocorrem quando uma substância simples reage com uma
Óxidos anfóteros substância composta, produzindo uma nova substância sim-
Apresentam características ácidas ou básicas, depen- ples e uma nova composta.
dendo do meio em que estão inseridos. Substância simples é um metal.
Têm características ácidas em meio básico.
ZnO + 2 KOH → K2ZnO2 + H2O A(s) + BC(aq) → B(s) + AC(aq) ou (g)
Al2O3 + 2 NaOH → 2 NaAlO2 + H2O
Apresentam características básicas em meio ácido. Condição de ocorrência: o metal A é mais reativo que
ZnO + H2SO4 → ZnSO4 + H2O o metal B.
Al2O3 + 6 HCl → 2 AlCl3 + 3 H2O Fila de reatividade:
Os óxidos anfóteros não reagem com água. Reatividade crescente
IA IIA Metais comuns H Metais nobres (Cu, Hg, Ag, Au)

• Óxidos neutros ou indiferentes
CO, NO e N2O
Não reagem com água, base ou ácido. Fe(s) + 2 HCl(aq) → FeCl2(aq) + H2(g)

111
Substância simples é um ametal. B.2. Contato

Para que as substâncias interajam, é necessário que
A(s) + BC(aq) → BA (aq) ou (g) + C(s)
QUÍMICA
suas partículas colidam entre si.
Condição de ocorrência: o ametal A é mais reativo que o
ametal C. B.3. Orientação no choque
Fila de reatividade: Existe maior probabilidade de formar o complexo ativado
se o choque tiver uma orientação favorável à formação dos
Reatividade crescente produtos.
F O C Br I S C B.4. Energia de ativação

Energia necessária para a reação começar.
F2(g) + 2 NaBr(s) → 2 NaF(s) + Br2(l)
C. Tipos de reações químicas
A.4. Reações de dupla-troca
Ocorre quando duas substâncias compostas reagem, C.1. Exotérmica (ΔH < O)
produzindo duas novas substâncias compostas.
AB(aq) + CD (aq) → AD (aq) + CB (aq) Entalpia
CA (complexo ativado)
Condições de ocorrência: é necessário montar primeiro a
equação completa e avaliar os possíveis produtos a serem for-
O
mados. Ao menos um dos seguintes critérios deve ser respeitado: Reagente 2
BO O
SC
• quando um dos produtos for menos solúvel que os
M IV
reagentes:
O S
4
NaCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(s) + NaNO3(aq) Produto
Observação: ver tabela de solubilidade. D LU 1
3
O C
• quando um dos produtos for menos ionizado que os
N X
reagentes: Caminho
da reação
SI O E
H2SO4 + 2 NaNO2 → Na2SO4 + 2 HNO2

Ácido forte Ácido fraco
1. Energia do reagente
EN S
+ NaOH
HC → NaC + H 2O
E U
Ioniza Dissocia Dissocia Molecular

2. Energia de ativação
3. Entalpia do produto
D E
• quando um dos produtos for mais volátil que os reagentes: 4. Variação de entalpia (DH = Hp – Hr)
A LD
Na2CO3(aq) + H2SO4(aq) → Na2SO4(aq) + CO2(g) + H2O() Na reação exotérmica:

Hr > Hp, logo DH negativo
EM IA
6. Cinética química
ST ER
Estuda a velocidade com que uma reação química se realiza. C.2. Endotérmica (ΔH > O)
SI AT
A. Velocidade média Entalpia

M
É a relação entre a variação global de substância (reagen-

te ou produto) e o tempo total do processo. CA (complexo ativado)
Vmédia = ∆n
∆t
Dn = variação da quantidade em mol, massa, volume do Produto
participante 2
Dt = variação do tempo Reagente
4
É calculada para cada um dos participantes da reação, 3
sendo que a velocidade nominal da reação é a menor veloci-
1
dade aferida para um componente. Caminho
Lembre-se: as velocidades médias volumétricas (para da reação
gases nas mesmas condições de temperatura e pressão) e
molares são diretamente proporcionais às relações estequio- 1. Entalpia do reagente
métricas da equação. 2. Energia de ativação
3. Entalpia do produto
B. Condições para ocorrer uma reação 4. Variação de entalpia (DH = Hp –Hr)
Na reação endotérmica:
B.1. Afinidade química entre os reagentes Hp > Hr, logo DH positivo
Os gases nobres têm baixa afinidade química com ou- Importante:
tras substâncias, portanto, suas reações são difíceis e lentas Quanto maior a energia de ativação, menor a velocidade
quando ocorrem. da reação.

112
D. Fatores que influenciam a velocidade de uma reação Ordem da reação com relação a A: 1
Ordem da reação com relação a B: 2
QUÍMICA
D.1. Estado físico da matéria Ordem total da reação: 1 + 2 = 3

Os gases apresentam moléculas com maior grau de agita- Lembre-se: os sólidos não interferem na velocidade de
ção e, por isso, promovem reações mais rápidas que os líqui- uma reação química e, por isso, sempre terão ordem 0 (zero).
dos, e estes, mais rápidas que os sólidos.
7. Equilíbrio químico
D.2. Superfície de contato (para reagentes sólidos)
Os sólidos pulverizados reagem mais rapidamente que A. Conceito de equilíbrio
os sólidos em barra. Assim, palha de aço enferruja mais rápi- Todo sistema que reage reversivelmente, procura o equi-
do que uma mesma massa de uma barra de ferro. líbro de forma espontânea.
D.3. Temperatura 

a A + bB ← 
v1

→ cC + dD
v2 
Quanto mais alta a temperatura, maior a velocidade da
reação, pois aumenta a energia média das moléculas, propi-
ciando maior grau de agitação e, consequentemente, maior Quando o equilíbrio é alcançado, teremos:
número de colisões efetivas — regra de Van’t Hoff: um aumen- a. v1 = v2
to de 10 °C faz dobrar a velocidade da reação. b. As propriedades macroscópicas não mais se alteram.
c. As concentrações dos participantes permanecem cons-
D.4. Catalisador tantes (e não necessariamente iguais).
Substância que, adicionada ao sistema, aumenta a velo- d. Há coexistência de todas as substâncias do equilíbrio.
O
cidade da reação, sem ser consumida. e. O sistema real deve ser em regime fechado.
BO O
SC
O catalisador diminui a energia de ativação. f. A temperatura deve permanecer constante.
M IV
Entalpia
O S
B. Constante de equilíbrio
D LU K=
[produtos]
O C
Ea sem catalisador [reagentes]
N X
SI O E
Ea com catalisador Seu valor varia com a temperatura.

R Na sua expressão, substâncias sólidas não participam.
Lembre-se: K >>> 1 ⇒ reação com alto rendimento
EN S
K <<< 1 ⇒ reação com baixo rendimento

E U
P
D E
Caminho
C. Tipos de constantes de equilíbrio
A LD
da reação
Kc → utilizando a concentração molar dos participantes.
D.5. Pressão (para reagentes gasosos)
EM IA
[C]c ⋅ [D]d
O aumento da pressão em função da diminuição do volu- Kc =
ST ER
me dos gases aumenta a probabilidade de choques entre as [A]a ⋅ [B]b

moléculas reagentes, fazendo mais rápida a reação química.
SI AT
Kp → utilizando a pressão parcial que o componente ga-

M
D.6. Concentração dos reagentes soso exerce no equilíbrio.

Quanto maior a concentração, maior o número de partícu-
las reagentes num mesmo volume e com a mesma energia,
Kp =
( pC )c ⋅ ( pD )d
gerando maior número de choques e, consequentemente,
maior a velocidade da reação.
( pA )a ⋅ ( pB )b
E. Equação da velocidade Observação: só participam os componentes gasosos.

Kc e Kp só dependem da temperatura.
E.1. Determinação experimental
Lei de Guldberg-Waage (lei da ação das massas) D. Deslocamento de equilíbrio
aA + bB → cC Princípio de Le Chatelier: se o sistema sofrer a ação de
v = K · [A]a · [B]b um fator externo, o próprio sistema em equilíbrio se deslocará
Os expoentes a e b (ordem de cada componente) ou são na tentativa de neutralizar esse fator.
determinados experimentalmente ou são obtidos na etapa Deslocar um equilíbrio é fazer v1 ser diferente de v2.
mais lenta do processo.
Exemplo: E. Fatores que deslocam o equilíbrio
A + 2 B → AB2 (lenta) Aumentando a temperatura → desloca equilíbrio no sen-
AB2 + B → AB3 (rápida) tido da reação endotérmica.
A + 3 B → (Equação global) Aumentando a pressão → desloca o equilíbrio no sentido
do menor volume (somente gases).
v = K ⋅ [A]1 ⋅ [B]2

113
Aumentando a concentração → desloca o equilíbrio no HOH(aq)  H+(aq) + OH–(aq)

sentido de consumir a substância adicionada.
[H+ ] ⋅ [OH- ]
QUÍMICA
A presença de um catalisador não desloca o equilíbrio. Ki =
[H2O]
Exemplo:

N2(g) + 3 H2(g) ← 
Exo
→ 2 NH3(g) ∆H < 0 Lembre-se: como a quantidade de moléculas de água
Endo é praticamente constante, ela é "omitida" no produto com a
1. Aumentando a temperatura → desloca-se para a constante de ionização.
esquerda. Kw = Ki · [H2O] = [H+] · [OH–]
2. Aumentando a pressão → desloca-se para a direita. Kw = [10–7] · [10–7] = 10–14, assim, a 25 °C ⇒ Kw = 10–14
3. Aumentando a concentração de N2 → desloca-se para
a direita. H.2. Caráter das soluções aquosas a 25 °C
4. Diminuindo a concentração de N2 → desloca-se para
a esquerda. [H+] > 10–7 mol/L [H+] = 10–7 mol/L [H+] < 10–7 mol/L
5. Adicionando um catalisador → não ocorre desloca- [OH–] < 10–7 mol/L [OH–] = 10–7 mol/L [OH–] > 10–7 mol/L
mento.
Ácidas Neutras Básicas
F. Equilíbrio iônico
Em solução aquosa, toda substância que apresente mí-
nima capacidade de sofrer ionização entrará em equilíbrio pH < 7 pH = 7 pH > 7
iônico com seus respectivos íons. pOH > 7 pOH = 7 pOH < 7
O
F.1. Constante de ionização (Ki) H.3. Determinação do pH e do pOH
BO O
SC
pH = –log [H+]
M IV
HC + H2O H3O+ + C - pOH = –log [OH–]
O S
[H3O+ ] ⋅ [C - ] pH + pOH = 14 a 25 °C
Ki =
[HC] D LU Lembre-se: como toda constante de equilíbrio, o Kw tam-
O C
bém depende da temperatura e, por isso, uma solução neutra
N X
Lembre-se: Ki depende da temperatura. pode apresentar pH diferente de 7, se a temperatura for dife-

SI O E
Lembre-se: quanto maior o Ki, mais forte será o ácido ou rente de 25 oC.
a base.
I. Hidrólise salina
EN S
E U
F.2. Ionização de um poliácido Quando um sal BA é jogado em água, pode ocorrer uma
Poliácidos são os ácidos que apresentam mais de um hi- reação chamada hidrólise, que é o inverso de uma reação de
D E
drogênio ionizável (H+). Quando em água, ioniza-se um H+ de neutralização.

A LD
cada vez, caracterizando equilíbrios iônicos próprios.

Exemplo: BA +
HA + BOH
HOH
EM IA
Sal Água Base Ácido

H2S  H+ + HS– K1
ST ER
I.1. Estudo do pH da solução após a hidrólise

HS–  H+ + S2– K2
Sal de ácido forte e base forte: não sofre hidrólise e o pH é 7.
SI AT
H2S  2 H+ + S2– Kn Exemplo:

M
NaCl(aq)
Importante: K1 >> K2 e Kn = K1 · K2 Na+(aq) + Cl–(aq) + H+(aq) + OH–(aq)  Na+(aq) + OH–(aq) + H+(aq) + Cl–(aq)
G. Lei da diluição de Ostwald Sal de ácido forte e base fraca: sofre hidrólise e o pH da
solução é menor que 7.
α2 ⋅ M
Ki = Exemplo:
(1 − α ) NH4Cl
NH+4(aq) + Cl–(aq) + H+(aq) + OH–(aq)  NH4OH(aq) + H+(aq) + Cl–(aq)
Quanto mais diluída for a solução,
maior será o seu grau de ionização. Sal de ácido fraco e base forte: sofre hidrólise, e o pH da
solução é maior que 7.
Lembre-se: quando M << 5% ⇒ Ki = α2 · M. Exemplo:
Lembre-se: na equação de Ostwald, o valor de α deve ser Na2CO3
absoluto, ou seja, em vez de 14%, α deve ser 0,14. 2Na(aq)
+
+ CO3(aq)
2−
+ 2H(aq)
+
+ 2OH(aq)
−

H. pH e pOH em soluções aquosas  2Na(aq)
+
+ 2OH(aq)
−
+ H2CO3(aq)
H.1. Produto iônico da água Sal de ácido fraco e base fraca: sofre hidrólise, e o pH da
Para 1 litro de água (55,555 mols de H2O) e considerando solução pode ser superior, igual ou inferior a 7, dependendo
um α igual a 1,8 . 10–7%, temos que as concentrações de íons das forças relativas do ácido e da base.
H+ e OH– serão de 10–7 mol/L, a 25 °C. Exemplos: NH4CN

114
J. Produto de solubilidade (PS ou Kps) • Apresenta uma única fase (encontram-se as mes-
É o equilíbrio químico entre o soluto dissolvido na fase mas propriedades em todos os pontos da extensão
QUÍMICA
aquosa de uma solução e sua fase sólida no fundo do recido volume).

piente (equilíbrio heterogêneo).
B.2. Sistema heterogêneo
J.1. Constante do produto de solubilidade • Não é visualmente uniforme.
A xBy(s)  x A y+(aq) + y Bx -(aq) • Apresenta superfície de separação.
• Possui mais de uma fase (encontram-se duas ou mais
PS = [A y+ ] x ⋅ [Bx - ] y propriedades em todos os pontos da extensão do volume).
Lembre-se: o valor do PS (Kps) varia com a temperatura.
B.3. Substância pura
J.2. Análise dos valores do PS • É o sistema constituído por moléculas iguais.
• Qualquer amostra analisada apresenta os mesmos valo-
O produto das concentrações res para TF, TE, densidade e composição química.
molares dos íons, elevadas
aos respectivos expoentes
PS Solução
Insaturada • Se encontrado em um único estado físico, o sistema
é homogêneo.
Exemplo: água líquida
O produto das concentrações
molares dos íons, elevadas
aos respectivos expoentes
PS Solução
Insaturada
• Em mais de um estado físico, o sistema é heterogêneo.
Exemplo: água + gelo
Substância pura e simples: além das moléculas, todos
O produto das concentrações os átomos também são iguais e não podem ser decompostos
PS Solução
O
molares dos íons, elevadas em outras espécies de matéria.
BO O
Supersaturada
SC
aos respectivos expoentes Exemplos: H2, N2, O2 etc.
M IV
Substância pura e composta: as moléculas são todas
O S
Lembre-se: para substâncias de fórmulas semelhantes, iguais, porém, em sua constituição, entram átomos diferen-
a mais solúvel terá o maior PS. D LU tes, que podem ser decompostos, dando origem a outras
O C
espécies de matéria. Assim, a água pode ser decomposta em
8. Propriedades da matéria
N X
gás hidrogênio e oxigênio.

SI O E
Exemplos: H2O, CO2, H2SO4 etc.

A. Mudanças de estado físico
B.4. Mistura
EN S
E U
Fusão Vaporização • Constituída por moléculas diferentes.

Sólido Líquido Gasoso Exemplo: água + açúcar
D E
• Ao ser analisada, a temperatura de fusão e/ou ebuli-

A LD
Solidificação Condensação
ção e a composição variam.
Sublimação • Pode ser homogênea (solução), caso seja visualmen-
EM IA
te uniforme.
ST ER
• Exemplo: água + sal dissolvido (uma fase)

A.1. Temperatura de fusão (TF) • Pode ser heterogênea, caso apresente superfície de
SI AT
Temperatura na qual um sólido transforma-se em líquido. separação.

M
Exemplo: água + óleo (duas fases)

A.2. Temperatura de ebulição (TF) Lembre-se: componente é cada substância participante
Temperatura constante na qual um líquido transforma-se da mistura.
em vapor.
C. Fenômenos
A.3. Densidade (d) São os processos em que se promove uma alteração nas
É a relação entre a massa e o volume ocupado por uma condições de apresentação de uma substância ou mesmo nas
amostra de matéria. suas características particulares, podendo ou não ser reversível.
m
d = = g/cm3
V C.1. Fenômenos físicos
Alteram a forma da matéria, sem alterar sua identidade
Lembre-se: sistema é definido como qualquer espécie de química.
matéria submetida a estudo (investigação). Exemplos: mudanças de estado físico, expansão volu-
métrica etc.
B. Classificação dos sistemas
C.2. Fenômeno químico
B.1. Sistema homogêneo Altera a identidade química da substância envolvida. É
• É visualmente uniforme em toda a sua extensão. também chamado de reação química.
• Não apresenta superfície de separação. Exemplos: cozimento dos alimentos, queima de combus-
tíveis etc.

115
D. Separação de misturas (análise imediata) 1. Procurar o elemento que se encontra uma vez nos rea-
gentes e produtos.
QUÍMICA
D.1. Mistura heterogênea 2. Selecionar o elemento que possui maior índice.
Separação das fases 3. O índice do elemento do reagente torna-se coeficiente
da substância em que se encontra esse mesmo ele-
mento nos produtos e vice-versa.
4. Prosseguir o balanceamento, igualando as quantida-
Sólido Sólido Líquido Sólido des dos demais elementos.
+ + + +
Líquido Gás Líquido Sólido
11. Grandezas químicas
(água + areia) (ar + poeira) (óleo + água) (areia + sal) A. Massas atômicas e massas moleculares
↓ ↓ ↓ ↓ Não têm significado experimental. São os referenciais de
Dissolução massas para toda a matéria.
Filtração Filtração Decantação
fracionada
A.1. Padrão de massa
D.2. Mistura homogênea É o referencial de massa.
Utilizamos o isótopo mais comum do carbono (126 C).
Separação dos componentes A ele foi atribuída a massa atômica = 12,00000 unidades.
Assim: MA = 12,00000 u
Sólido Líquido Gás
O
A.2. Unidade de massa atômica (MA)
BO O
+ + +
SC
Líquido Líquido Gás Uma unidade para determinar massas atômicas (MA) e mas-
M IV
(água + sal) (petróleo) (ar atmosférico) sas moleculares (MM) corresponde a 1/12 da massa do 12C.
O S
↓ ↓ ↓ Assim: 1u = 1/12 12C
Destilação
simples
Destilação
fracionada
D LU
Condensação
e destilação
O C
A.3. Massa atômica
fracionada
N X
É o número que indica quantas vezes um átomo de certo

SI O E
elemento é mais pesado que o da massa de 1/12 do 12C (ex-

9. Teoria atômica de Dalton pressa em u).
• A matéria é formada por partículas pequenas, maciças
EN S
E U
e indivisíveis chamadas átomos. A.4. Massa atômica de um elemento

• Um conjunto de átomos quimicamente iguais cons- É a média ponderada das massas atômicas dos isótopos
D E
titui um elemento químico, portanto possui mesma do referido elemento. Para determiná-la, é necessário conhe-
A LD
massa, mesmo tamanho e mesmas propriedades. cer as massas atômicas de cada isótopo e suas porcentagens
• Átomos de elementos químicos diferentes possuem na natureza.
EM IA
propriedades, massas e tamanhos diferentes.

ST ER
• Átomos de elementos químicos diferentes combinam- A.5. Massa molecular

-se numa proporção de números inteiros para formar É a soma das massas atômicas dos átomos constituin-
SI AT
substâncias diferentes. tes da molécula. Indica quantas vezes uma determinada

M
• Numa reação química, todos os átomos existentes molécula é mais pesada que a da massa de 1/12 do 12C (ex-
nos reagentes também são encontrados nos produ- pressa em u).
tos, porém rearranjados de maneira diferente, origi-
nando substâncias diferentes dos reagentes. Portan- B. Massa molar
to, podemos concluir que os átomos não podem ser
criados nem destruídos. B.1. Constante de Avogadro
É o número de átomos ou moléculas (6,0 · 1023) existen-
te quando a massa atômica ou a massa molecular são res-
10. Balanceamento de equações: pectivamente expressas em gramas.
método das tentativas Exemplo:
Com base nos princípios propostos por Dalton (átomo MANa = 23 u (1 átomo de Na); 23 g de Na = 6,02 · 1023
como uma partícula maciça e indivisível) e pela lei da con- átomos = constante de Avogadro de átomos.
servação da massa de Lavoisier, a representação de uma MMH2O = 18 u (1 molécula de H2O); 18 g de H2O = 6,02 · 1023
reação química deve demonstrar que a quantidade de ma- moléculas = constante de Avogadro de moléculas.
téria deve manter-se constante ao longo de uma transfor-
mação química. B.2. Mol
Balancear uma equação química significa igualar os áto- É a quantidade de matéria de um sistema que contém
mos que se encontram nos reagentes com os átomos que se tantas entidades elementares (átomos, moléculas, elé-
encontram nos produtos. trons, íons etc.), quantos forem os átomos contidos em
Método das tentativas (técnica de balanceamento livre): 0,012 kg de 12C.

116
Assim: À volume constante, a pressão exercida por uma determi-

0,012 kg 12C = 12 g 12C = 6,02 · 1023 átomos de 12C = 1 nada massa fixa de gás é diretamente proporcional à tempe-
QUÍMICA
mol de 12C ratura absoluta". (lei de Charles e Gay-Lussac)

Lembre-se: 1 mol é sinônimo de 6,02 · 1023 = constante Matematicamente, podemos representar:
de Avogadro.
P1 P2
=
B.3. Massa molar T1 T2
A massa em gramas correspondente a 1 mol de espécies
(átomos, moléculas etc.).
Exemplos: Graficamente, a transformação é descrita:
MACa = 40 u ⇒ (1 átomo); 40 g de Ca = massa em gramas
de 6,02 · 1023 átomos de Ca Transformação isocórica
Ou seja: massa molar de Ca = 40 g/mol P
MMC6H12O6 = 180 u ⇒ (1 molécula); 180 g de C6H12O6 =
massa em gramas de 6,02 · 1023 moléculas de C6H12O6
Ou seja: massa molar de C6H12O6 = 180 g/mol
12. Estudo físico dos gases

A. Transformações gasosas
O
São processos de alteração dos sistemas gasosos em
BO O
SC
que se modificam apenas as variáveis de estado. T
M IV
Não há variação da quantidade de moléculas (n →
O S
constante). A.3. Transformação isobárica
Não ocorre reação química. D LU • Temperatura variável
O C
• Volume variável
N X
A.1. Transformação isotérmica • Pressão constante

SI O E
• Temperatura constante “À pressão constante, o volume ocupado por uma massa

• Volume variável fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura absolu-
• Pressão variável ta”. (lei de Charles e Gay-Lussac)
EN S
E U
“À temperatura constante, uma determinada massa de Matematicamente, podemos representar:

gás ocupa um volume inversamente proporcional à pressão
D E
exercida sobre ele". (lei de Boyle e Mariotte) v1 v 2

A LD
Matematicamente, podemos representar: =

T1 T2
EM IA
ST ER
P1 · V1 = P2 · V2 Graficamente, a transformação é descrita:

SI AT
Transformação isobárica
Graficamente, a transformação é descrita:
M
V
Transformação isotérmica
B. Equação geral dos gases

É usada quando um sistema gasoso tem suas três variá-
V veis de estado sofrendo modificações.
Para determinada massa fixa de gás:
A.2. Transformação isocórica (isométrica ou isovolumétrica)
• Temperatura variável P⋅V P1 ⋅ V1 P2 ⋅ V2
= constante ou =
• Volume constante T T1 T2
• Pressão variável

117
C. Condições de temperatura e pressão de um sistema Relacionando pressão parcial com a pressão da mistura
gasosa, encontramos, nas mesmas condições da mistura:
QUÍMICA
C.1. CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão)
Pressão = 1 atm pgás = PT · Xgás
Temperatura = 0 oC = 273 K ngás
X gás = fraçãomolar ⇒ X gás =
C.2. CATP (Condições Ambientes de Temperatura e Pressão) nT
Pressão = 1 atm
Temperatura = 25 oC = 298 K (ou 27 oC = 300 K – aceita H. Densidade dos gases
atualmente)
H.1. Densidade absoluta
D. Princípio de Avogadro
Um mesmo número de moléculas qulaquer ocupa o mes- P ⋅M
d=
mo volume se estiver submetido às mesmas condições de R⋅T
temperatura e pressão.
Nas CNTP, encontramos:
E. Volume molar M
Volume ocupado por 1 mol de qualquer gás, em determi- d=
22, 4
nadas condições de temperatura e pressão.
Nas CNTP, o volume molar corresponde a 22,4 L.
Nas CATP, o volume molar corresponde a 24,6 L. H.2. Densidade relativa
O
BO O
SC
F. Equação de estado de um gás
M IV
M1
Também denominada equação de Clapeyron. d1,2 =
O S
É utilizada quando a quantidade de moléculas (n) é fun- M2
D LU
damental na análise do sistema gasoso, ocorrendo ou não
I. Difusão e efusão gasosa
O C
transformação gasosa.
N X
P·V=n·R·T
SI O E
I.1. Difusão
Em que: Movimento espontâneo das moléculas de um gás através
P = pressão de outro gás, gerando uma solução.
EN S
E U
V = volume
n = quantidade em mols I.2. Efusão
D E
R = constante universal dos gases Passagem espontânea das moléculas gasosas através
A LD
• Quando pressão em atm: de um orifício.

R = 0,082 atm · L · mol–1 · K–1
EM IA
• Quando pressão em mmHg: I.3. Lei de Graham

ST ER
R = 62,3 mmHg · L · mol–1 · K–1 As velocidades de difusão e efusão de um gás são inver-
T = temperatura absoluta samente proporcionais à raiz quadrada de sua densidade:
SI AT
M
G. Mistura gasosa
v1 d
= 2
v2 d1
G.1. Pressão parcial
Corresponde à pressão exercida por um determinado gás,
nas condições da mistura gasosa. Para as mesmas condições de temperatura e pressão, temos
pgás · V = ngás · R · T v1 M2
=
v2 M1
Em que V e T são misturas gasosas.
G.2. Lei de Dalton 13. Leis ponderais

A pressão de uma mistura gasosa corresponde à soma
das pressões parciais dos gases componentes da mistura. A. Lei de Lavoisier (lei da conservação da massa)
Numa reação química, a massa total do sistema reagente
P = pgás 1 + pgás 2 + ...... é numericamente igual à massa total do sistema produto.
A+ B → C+D
Para a mistura gasosa, temos: mr mp
PT · VT = nT · R · T B. Lei de Proust (lei das proporções definidas)

Numa reação química, a proporção entre as massas das
Em que n = ngás 1 + ngás 2 + ..... substâncias participantes é sempre constante.

118
Hidrogênio + oxigênio → água Exemplo:

2g 16 g 18 g
1N 2 g + 3H 2g → 2 NH 3 g
QUÍMICA
mH 1 mH
= ; =1 Proporção 1mol 3 mols 2 mols
mO 8 mágua 9 em mols
↓ ↓ ↓
Hidrogênio + oxigênio → água
4g 32 g 36 g Proporção 28 g 6g 34 g
em massa
mH 1 mH ↓ ↓
= ; =1 ↓
mO 8 mágua 9
Proporção 6 10 23 3 6 10 23 2 6 10 23
em
moléculas moléculas moléculas moléculas
C. Consequência da Lei de Proust
É o cálculo estequiométrico, ou seja, a possibilidade de Proporção ↓ ↓ ↓
se calcular em uma reação química uma quantidade desco- em volume 22 4 L 3(22 4) L 2(22 4) L
(CNTP)
nhecida (massa, mols, volume, moléculas, átomos), desde
que antecipadamente seja conhecida a proporção entre os
participantes da reação. A. Problemas envolvendo quantidades
em excesso de um dos reagentes
D. Lei de Gay-Lussac (lei volumétrica) Sempre que o enunciado do problema fornecer quanti-
“Quando os reagentes e produtos de uma reação química dades de todos os reagentes, desconfie, pois provavelmente
forem gasosos e estiverem todos nas mesmas condições de deve haver algum reagente em excesso (fora de proporção).
pressão e temperatura, os volumes serão proporcionais aos Lembre-se: o excesso é uma quantidade de reagente que
O
coeficientes das respectivas substâncias participantes da não participa da reação. Não sendo o excesso um reagente no
BO O
SC
reação, segundo proporções inteiras e simples.” estado gasoso, ele permanecerá no meio após o término da
M IV
reação (excesso + produto).
O S
14. Fórmulas químicas
D LU
São mecanismos científicos de representação da subs- B. Problemas envolvendo reagentes
contendo impurezas
O C
tância.
N X
Grau, teor ou porcentagem de pureza de uma amostra é a

SI O E
A. Fórmula molecular porcentagem da parte pura existente na amostra. É a massa

Indica os elementos e o número de átomos de cada elemen- que vai reagir no problema de cálculo estequiométrico. Impu-
to existente em cada molécula de uma determinada substância. rezas normalmente não participam dos problemas.
EN S
E U
Exemplo:
Fórmula molecular da glicose:
D E
C6H12O6
A LD
B. Fórmula percentual
EM IA
Indica a massa de cada elemento presente em 100 g de

ST ER
substância. NaOH
Exemplo:
SI AT
impuro
Fórmula percentual da glicose (C6H12O6):
80% pureza
M
C40% H6,7% O53,3%

mtotal = 200 g
C. Fórmula mínima
Indica a menor proporção inteira entre os átomos forma-
dores de molécula substância.
Exemplo:
Fórmula mínima da glicose (C6H12O6): No frasco, a massa total da amostra
CH2O (pureza + impureza) é de 200 g.
15. Cálculos estequiométricos Lembre-se: somente participa da reação a parte pura; a

Para se calcular quantidades desconhecidas de reagen- impureza é descartada (a menos que o problema dê informa-
tes ou produtos em uma reação química (estequiometria), ções contrárias).
devemos seguir o seguinte roteiro:
a. Escrever a equação relacionada com o problema.  % pureza = 80% ⇒ existem 160 g de NaOH
b. Acertar os coeficientes da equação (balanceamento).  puro na amostra (é a massa que vai reagir)

c. Relacionar cada coeficiente com a quantidade em 
mols da espécie participante (proporção em mols re- mtotal = 200 g 
lacionando reagentes e produtos).  impureza = 20% ⇒ existem 40 g de
d. Conhecida a proporção em mols (coeficientes), pode-  impurezas na amostra (não reagem, ou seja,

-se chegar à proporção pedida no problema, que pode  não participa do problema
ser em mols, massa, átomos, moléculas, volume etc.

119
C. Problemas envolvendo reações em D. Expressões de concentração

que o rendimento não é total
QUÍMICA
O rendimento de uma reação é calculado pelo quociente en- D.1. Concentração
tre a quantidade de produto obtida e a quantidade teórica. É a quantidade de substância que estaria dissolvida para um
determinado volume de solução referencial (geralmente, 1 litro).
16. Soluções
É toda e qualquer mistura homogênea. D.2. Concentração expressa em gramas/litro
Componentes de uma solução:
massa de soluto (gramas)
Solvente = água (solução aquosa) C=
Soluto = qualquer substância que dissolvida na água massa da solução (litros ou dm3 )
constitua uma mistura homogênea. D.3. Concentração expressa em porcentagem
A. Solubilidade tmassa =
É a capacidade de a substância se dissolver por toda a massa da solução (gramas)
extensão do volume de determinada substância. % em massa do soluto na solução:
Depende da polaridade molecular.
⋅ 100%
B. Coeficiente de solubilidade (CS) massa da solução (gramas)
É a maior massa de soluto que pode ser dissolvida em
volume de soluto (litros)
certa massa de solvente, a uma dada temperatura. t volume =
Exemplo: 36 g NaCl/100 g de H2O a 20 °C volume da solução (litros)
O
Lembre-se: 1 g de H2O = 1 cm3 de H2O = 1 mL de H2O % em volume do soluto na solução:
BO O
SC
(dH2O = 1 g/cm3)
M IV
volume do soluto (litros)
⋅ 100%
O S
B.1. Solubilização endotérmica volume da solução (litros)
D LU
O aumento da temperatura aumenta o coeficiente de so- D.4. Concentração expressa em mol/litro
O C
lubilidade.
quantidade em mols do soluto
M=
N X
volume da solução em litros

SI O E
B.2. Solubilização exotérmica

A diminuição da temperatura aumenta o coeficiente de (mols de soluto/litro de solução)
solubilidade.
EN S
E U
D.5. Densidade
D E
KNO3 (dissolução massa da solução (gramas)

d=
A LD
S endotérmica) volume da solução (cm3 )

g de soluto
(gramas de solução/cm3 de solução)
EM IA
100 g de H2O
ST ER
E. Diluição de soluções
Processo no qual ocorre a diminuição da concentração de
SI AT
Ce2(SO4)3 (dissolução uma solução devido ao acréscimo de solvente.

M
exotérmica)
nsoluto antes = nsoluto após
A +H2O B
MA · VA = MB · VB
t (°C)
VB = VA + Vsolvente
VA VB
C. Classificação das soluções
MA MB
C.1. Solução insaturada
F. Mistura de soluções
É quando a quantidade de soluto é inferior à sua solubilidade.
F.1. Solutos iguais
C.2. Solução saturada
É aquela que apresenta a maior quantidade de soluto dis-
solvida em uma certa massa de água, a uma dada tempera- A B A+B final
tura (a massa do soluto dissolvida é igual à sua solubilidade,
naquela temperatura). HC(aq) HC(aq) HC(aq)
C.3. Solução supersaturada MA MB MF

É instável, já que contém uma massa de soluto dissolvida
VA VB VF
superior à solubilidade, naquela temperatura.

120
A quantidade de soluto na solução final é a soma das B. Equação termoquímica

quantidades de soluto nas soluções iniciais. A representação de uma reação termoquímica deve res-
QUÍMICA
peitar os seguintes itens:

nsoluto final = nsoluto A + nsoluto B • ∆H
• Estado físico
MF · VF = MA · VA + MB · VB
• Temperatura e pressão nas quais a reação acontece.
• A quantidade em mol de cada participante, ou seja,
F.2. Solutos diferentes com reação química reação balanceada.
1o passo: observar a reação que ocorre quando se misturam
as soluções. C. Estado-padrão
2o passo: montar a equação balanceada da reação ocorrida. Para determinar a entalpia de cada substância, faz-se
3o passo: proceder à resolução utilizando o cálculo este- necessário definir um referencial de energia, denominado
quiométrico, já que o processo pode ser usado para determinar a estado-padrão.
quantidade de soluto presente em uma solução (titulação). Substância simples no estado físico mais comum e alo-
trópico mais estável a 25 °C e 1 atm.
17. Termoquímica carbono = grafite;
Estuda o envolvimento da energia térmica nos processos enxofre = rômbico
de transformação da matéria, podendo ser físicos ou químicos. oxigênio = oxigênio comum
Importante: padrão = substância simples ⇒ H = 0
A. Reações endo e exotérmicas
D. Entalpia de formação
O
A.1. Processo exotérmico ∆H0f é a variação de entalpia envolvida na reação de
BO O
SC
Processo no qual ocorre a saída de energia do sistema. formação de 1 mol de um único composto (produto), tendo
M IV
como reagentes substâncias simples no estado-padrão.
O S
A + B → C
+ D ∆H < 0 ∆H0f é numericamente igual à entalpia de 1 mol do produto.
início
(reagentes )

final
(produtos )
D LU calor
Reagentes + O2(g ) → produto ∆HOf

O C
(liberado )
Calor de
N X
Substâncias simples 1 produto

formação
H no estado-padrão
SI O E
H=0
A+B Exemplo:
Hr C(graf) + O2 → 1 CO2(g) ∆H0f = –394 kJ
EN S
E U
∆H < 0
E. Entalpia de combustão
D E
Hp C+D ∆H é a variação de entalpia envolvida na reação de com-

A LD
bustão completa de 1 mol de determinada substância.

1 reagente + O2(g ) → produto ∆HOC
EM IA

Calor de
ST ER
CR Pode ter 1 mol

de composto ou elemento
Pode ser 1
ou mais produtos combustão
Exemplo
SI AT
DH = Hp – Hr
H2(g ) + 1 O2(g ) → 1 H2O( ) ∆HC0 = -286 kJ
M
DH < 0 → calor liberado 2
A.2. Processo endotérmico F. Energia de ligação

Processo no qual ocorre a entrada de energia no sistema. É a energia absorvida na quebra de 1 mol de ligações,
no estado gasoso, a 25 °C e 1 atm.
A + B → C
+ D ∆H > 0 Exemplo:

início
(reagentes )
final
(produtos )
calor
( absorvido)
C2 = (C – C) → C(g) + C(g) → ∆H = +59 kcal
H E
Hp C+D
Energia de ligação é sempre fornecida ao sistema, portanto
o processo é endotérmico (∆H > 0).
∆H > 0 Observação:
Hr A+B
E
Se C2(g) → C(g) + C(g) ∆H = 59 kcal, então

CR C(g) + C(g) → C2(g) ∆H = –59 kcal�
DH = Hp – Hr
E
DH > 0 → calor absorvido

121
Se, para romper 1 mol de ligações, o processo absorve D. Oxirredução

calor (∆H > 0), então, para formar 1 mol de ligações, o pro-
Diminui o Nox
QUÍMICA
cesso libera calor (∆H < 0). –2
0
Sofre redução
G. Lei de Hess (ganha e–)
Algumas reações termoquímicas não ocorrem de forma
direta, ou seja, necessitam de várias etapas intermediárias
para serem concluídas. 2 Fe + 3 S Fe2S3
A lei de Hess determina que a variação global de energia é
a soma das variações de todas as etapas intermediárias.
Aumenta o Nox
∆HGlobal = ∑ ∆HEtapas 0
Sofre oxidação +3
(perde e–)
Exemplo:
Qual o valor da variaçõ de entalpia da reação a seguir? D.1. Oxidante
Contém a espécie que sofre redução (ganha e–). Oxida
C(grafite) + O2(g) → CO2(g) (retira e–) outra espécie química.
Dados (equações intermediárias) D.2. Redutor

Contém a espécie que sofre oxidação (perde e–). Reduz
C(grafite) + 1 O2(g ) → CO(g ) ∆H1 = -110, 3 kJ
O
(doa e–) outra espécie química.
BO O
2
SC
M IV
CO(g ) + 1 O2(g ) → CO2(g ) ∆H2 = -283, 0 kJ E. Balanceamento de equações por oxirredução
2
O S
a. Identificar, na equação, os elementos que sofrem va-
Resolução
D LU riação no número de oxidação.
C(grafite) + 1 O2(g ) → CO(g ) ∆H1 = -110, 3 kJ
O C
b. Calcular a variação total do Nox.
2
N X
 variação do   quantidade do elemento que 

SI O E
1 ∆=
CO(g ) + O2(g ) → CO2(g ) ∆H2 = -283, 0 kJ  Nox  ⋅  oxida ou reduz no composto 
2
C(grafite) + O2(g ) → CO2(g ) ∆H = -293, 0 3 kJ = reação c. O Δ do oxidante é coeficiente do redutor e vice-versa.
EN S
global
E U
d. Acertar os demais coeficientes.

D E
18. Oxirredução 19. Eletroquímica

A LD
A. Número de oxidação A. Pilhas

EM IA
Observe as experiências:
ST ER
A.1. Conceito de Nox

• Ligação iônica: carga real adquirida pelo ganho ou
SI AT
Cu(s)
pela perda de e–.
M
• Ligação covalente: carga imaginária que o átomo te-

ria, se rompida a ligação, ficando o par ou os pares de
elétrons com o átomo mais eletronegativo.
2–
B. Nox dos principais elementos SO 4(aq)
• Substância simples: cada átomo apresenta Nox = zero.
• Hidrogênio (H): geralmente é +1. Exceção: hidretos (nada ocorre)
metálicos (H apresenta Nox = –1).
• Oxigênio (O): nos seus compostos, geralmente é –2. 2+
Exceções: peróxidos (O tem Nox = –1) e OF2 (oxigênio Zn (aq)
tem Nox = +2).
• Família IA → Nox = +1; família IIA → Nox = +2; ZnSO4(aq)
Al → Nox = +3; Zn → Nox = +2; Ag → Nox = +1
2e–
C. Regras para determinação do Nox
A soma dos Nox em um composto é zero.
2+
Para íons simples, o Nox é a própria carga de íon. Cu(s) + Zn (aq) → X
Para um íon composto, a soma dos Nox de todos os áto-
mos é a própria carga do íon. não consegue
“arrancar” e– do Cu(s)

122
Zn(s) Cu(s) A.3. Eletrodo-padrão

Eletrodo de hidrogênio
(E )
QUÍMICA
red + = zero
2H /H2
A.4. Relação entre Ered do eletrodo e ddp

tempo
SO 4(aq)
2–
2+ ddp = E0redmaior - E0redmenor
Zn (aq)
2+ 2–
A.5. Relação entre Ered e oxidantes e redutores
Cu (aq) SO 4(aq)
E0 red alto E0 red baixo

CuSO4(aq) ZnSO4(aq)
2e–
Sofre redução facilmente; Sofre redução dificilmente;
2+ 2+ atrai e– com é difícil atrair e–; é facil
Zn(s) + Cu (aq) → Zn + Cu(s) perder e–
(aq) facilidade
tem capacidade de
“arrancar” e– do Zn(s)
O
BO O
SC
Capacidade de “arrancar” e– é chamada potencial de Bom agente Bom agente
M IV
redução E0red. oxidante redutor
O S
Lembre-se: o e– é atraído sempre pela espécie de maior E0red.
D LU Reação espontânea:
e–
O C
A.1. Estrutura de uma pilha
N X
Processo no qual uma reação química espontânea gera

Espécie que Espécie que
SI O E
corrente elétrica através de uma reação de oxirredução. + produtos

doa e– recebe e–
ddp da pilha
EN S
E0 red < E0 red

formada > 0
E U
Oxidação Redução
(ânodo) (cátodo)
D E
e– e–
A LD
Cu(s)
Zn(s) B. Eletrólise
É a ocorrência de uma reação não espontânea (forçada),
EM IA
utilizando-se a eletricidade.
ST ER
Para que ocorra a eletrólise, é necessária a presença de um

eletrólito (substância molecular ou iônica que, dissolvida em
SI AT
2–
SO 4
2–
água, libera íons, ou seja, produz uma solução eletrolítica).
SO 4(aq)
M
Zn2+ B.1. Eletrólise ígnea

Cu2+ É a eletrólise de uma substância iônica fundida.
Zn2+
Exemplo:
ZnSO4(aq) CuSO4(aq) NaCl(ℓ) → Na+(ℓ) + Cl–(ℓ)
(eletrodo de zinco) (eletrodo de cobre)
(menor Ered) (maior Ered)
Polo p cátodo : Cu 2 2e Cu e– e–
Polo n : 2
(vai para) Na+ C–

NaC()
(placa) Solução
(vai para) Polo p: Cl– doa e– → sofre oxidação → é o ânodo

Solução (placa) Polo n: Na+ recebe e– → sofre redução → é o cátodo
A.2. Medida dos Ered Reações: p ânodo: 2 Cl– → Cl2 + 2 e–
Valores determinados experimentalmentes n cátodo: Na+ + e– → Na0

123
B.2. Eletrólise aquosa Depositam

O eletrólito é adicionado em água. Além dos íons do ele- 2 mol e- 1 mol Cu
QUÍMICA
trólito, encontram-se H+ e OH– provenientes da água. 96 500 C 63,5 g Cu
Quando se faz passar corrente pela solução, temos uma
i⋅t x(g) Cu
“competição” entre os íons presentes.
Carga dada
Assim: no problema
IA+, IIA2+, A3+, H+, cátions restantes – = cátodo 20. Propriedades coligativas
A. Pressão de vapor de um líquido
+ difícil atração + fácil É a pressão exercida pelo vapor quando em equilíbrio
com o líquido correspondente.
F–, ânions, OH–, ânions restantes + = ânodo B. Fatores que influenciam na pressão de vapor
oxigenados
B.1. Temperatura
O aumento da temperatura aumenta a pressão de vapor
de um líquido.
e– e– B.2. Natureza do líquido
– Quanto mais volátil for um líquido, mais facilmente ele eva-
O
pora e, consequentemente, maior sua pressão de vapor.
BO O
SC
H+
M IV
+
B.3. Pressão atmosférica
O S
OH–
A diminuição da pressão atmosférica diminui a pressão
Na
D LU
+
C– de vapor de um líquido na temperatura de ebulição.
O C
NaC(aq) Lembre-se: um líquido entra em ebulição quando sua
N X
pressão de vapor se iguala à pressão atmosférica.

SI O E
1o passo: dissociação do eletrólito: 2 NaC(s) → 2 Na(aq)

+ –
+ 2 C(aq) C. Efeitos coligativos
EN S
2o passo: ionização da água: 2 H2O() → 2 H(aq)

+ –
+ 2 OH(aq)
E U
C.1. Tonoscopia
3 passo: semirreação do ânodo: 2 C → C2(g) + 2 e É a diminuição da pressão de vapor de um solvente pela
D E
o – –
adição de um soluto não volátil.

A LD
4 passo: semirreação do cátodo: 2 H + 2e– → H2(g)

o +
C.2. Ebulioscopia
EM IA
Reação Global: 2 NaC(s) + 2 H2O() → 2 NaOH(aq) + C2(g) + H2(g)

É o aumento da temperatura de ebulição de um solvente
ST ER
pela adição de um soluto não volátil.

B.3. Estequiometria da eletrólise
SI AT
C.3. Crioscopia
corresponde à carga
M
1e- 1, 6 ⋅ 10-19 C É a diminuição da temperatura de congelação de um sol-

de vente pela adição de um soluto não volátil.
corresponde à carga Lembre-se: os efeitos coligativos dependem exclusiva-
6 ⋅ 1023 e- 96 .500 C (1 Faraday)
de mente do número de partículas do soluto presentes num de-
Q=i·t terminado volume de solvente.
Q = carga (coulomb); Quanto maior o número de partículas de soluto presentes
i = corrente (ampères); num determinado volume de solvente:
t = tempo (segundos) a. menor a pressão de vapor do solvente;
Nota: 96 500 C (1 F) é a carga transportada por 1 mol de e–. b. menor a temperatura da congelação do solvente;
Exemplos: c. maior a temperatura de ebulição do solvente.
a. 1 Ag+(aq) + 1 e– → 1 Ag(s)
C.4. Osmose e pressão osmótica
Deposita Osmose: é a passagem do solvente através de uma mem-
1 mol e- 1 mol Ag brana semipermeável.
96 500 C 108 g Ag O solvente vai do meio mais diluído para o mais concentrado.
i⋅t x(g) Ag Pressão osmótica: é a pressão que deve ser exercida
sobre a solução para impedir a osmose. Para solutos não vo-
Carga dada
no problema
láteis e de natureza molecular, a pressão osmótica pode ser
calculada seguindo a equação.
(aq) + 2 e → 1 Cu(s)
b. 1 Cu2+ –
π ·V=n·R·T
π = pressão osmótica

124
V = volume da solução Ocorre quando o número de prótons é muito maior que o

n = quantidade em mol do soluto número de nêutrons do núcleo.
QUÍMICA
R = constante dos gases perfeitos O elemento químico “caminha” duas casas para a esquer-
T = temperatura absoluta da na tabela periódica.
Exemplo:
D. Efeitos coligativos nas soluções iônicas 226
X → 24 a + 222
Y
Para soluções iônicas, a quantidade em mols das partícu- 88 86
las do soluto encontradas na solução será maior que a quan-

tidade em mols de soluto dissolvido. B.2. Segunda lei da radioatividade (lei
O fato é observado em função da ocorrência do fenômeno de Soddy, Fajans e Russel)
de dissociação ou ionização. Emissão β: quando um núcleo radioativo emite uma par-
Nas soluções iônicas, deve-se utilizar o chamado “fator tícula β, o seu número atômico aumenta 1 unidade e o seu
de correção de Van’t Hoff (i)”. número de massa permanece constante.
Ocorre quando o número de nêutrons é muito maior que
i = 1 + α (q – 1) o número de prótons.
Em que: O elemento químico “caminha” uma casa para a direta na
α = grau de ionização ou dissociação tabela periódica.
q = número total de íons que cada fórmula produz. 234
X→ 0
-1 b+ 234
Y
i = indica a quantidade em mols de partículas que se en- 91 92
contram presentes em solução (moléculas ou íons) após a C. Meia-vida ou período de

dissolução de um mol do soluto. semidesintegração (P ou t1/2)
O
A pressão osmótica para soluções iônica é calculada da Propriedade inerente a todo material radioativo.
BO O
SC
seguinte maneira: Define-se como o tempo necessário para que metade dos
M IV
p · V = n ·R · T · i átomos radioativos presentes numa amostra se desintegre.
O S
21. Radioatividade D LU 1 P ou 2P
O C
É um fenômeno nuclear. Devido à elevada densidade, os m0
massa t1/2 m0
N X
núcleos são considerados instáveis. Espontaneamente, emi- inicial 2 4(2 2 )

SI O E
tem partículas intranucleares e energia para fora do átomo,

emissões essas denominadas de radiações, buscando a es- 3P xP
m0 m0
tabilidade, transformando-se em outros núcleos.
EN S
8(2 ) 3 2x
E U
A. Principais radiações
D E
A LD
m0
Poder de m=
Radiação Representação Características Carga
penetração
2x
EM IA
Muito
ST ER
Partícula pequeno. m = massa final da amostra após x períodos

formada por Penetra m0 = massa inicial da amostra
SI AT
alfa 4
2 a ou 42He 2 prótons e +2 na pele x = número de períodos de semidesintegração
2 nêutrons até 0,05 cm. É
M
t = x · P (sendo t = tempo total)

(núcleo de He) retida por 1
folha de papel. D. Transmutação nuclear
Pequeno. Processo no qual um determinado material radioativo é
Emitidas Penetra na pele transformado em outro elemento devido ao aprisionamento
pelos núcleos. até 1,5 cm. de subpartículas nucleares, até mesmo em função da colisão
beta b
0 Surgem da –1 Uma chapa de
–1 com outros átomos.
desintegração Al de 0,6 cm
Exemplos:
de 1 nêutron de espessura a
7 N + 0n → 6 C + 1H
14 1 14 1
detém.
Alto. Penetra
gama
Ondas
0 4 cm no
E. Fissão nuclear
0
γ
0 eletromagnéticas
chumbo.
Quando se bombardeia um núcleo radioativo muito pesa-
do, tem-se o processo pelo qual tal núcleo quebra-se, forman-
do núcleos menores e liberando grande energia.
B. Leis da radioatividade Usinas nucleares e bombas atômicas são baseadas
nesse processo de fissão nuclear, porém realizando reação
B.1. Primeira lei da radioatividade (lei de Soddy) em cadeia, principalmente utilizando o isótopo 235 do urâ-
Emissão α: quando um núcleo radioativo emite uma par- nio (U-235).
tícula α, o seu número atômico diminui em 2 unidades e seu
número de massa diminui em 4 unidades. 235
U + 01 n → 95Sr + 139Xe + 2n + 198 MeV

125
F. Fusão nuclear D. Água dura

É o processo pelo qual núcleos pequenos se juntam for- Água dura é a água que contém, dissolvidos, sais de cál-
QUÍMICA
mando núcleos mais pesados e liberando uma quantidade cio e magnésio, principalmente bicarbonatos e sulfatos.
muito grande de energia. A água dura não produz espuma com os sabões, pois es-
Sendo muito dispendioso, requer uma energia compará- ses sais de cálcio e magnésio geram precipitados com os sais
vel à de uma bomba atômica para se desenvolver. sódicos de ácidos graxos.
Pode-se destacar o processo de fusão nuclear que ocor- A água dura, nas caldeiras, produz explosão devido à for-
re no Sol: mação de uma crosta de sais de cálcio.
1 H + 1H → 2He
2 2 4
E. Halogênios
22. Química descritiva Não ocorrem livres na natureza.
F2 → gás amarelo
A. Ocorrência dos elementos Cl2 → gás verde-amarelo
Os elementos mais abundantes na crosta, em porcenta- Br2 → líquido vermelho
gem e em peso, são : O, Si, Al, Fe, Ca. I2 → sólido marrom-violeta
Exemplos de minérios: Por serem receptores de életrons, sua reatividade decres-
PbS = galena ce na seguinte ordem:
HgS = cinábrio
Fe2O3 = hematita F > Cl > Br > I
MnO2 = pirolusita
CaCO3 = calcário, mármore O cloro é pouco solúvel em água, reagindo com ela e dan-
O
Al2O3 · 2 H2O = bauxita do íons cloreto e hipoclorito.
BO O
SC
ZnS = blenda
M IV
FeS2 = pirita Cl2 + 2 H2O  H3O+ + Cl– + HOCl
O S
Fe3O4 = magnetita água de cloro
NaCl = salgema D LU Água de cloro é usada como descorante.
O C
A água do mar é fonte principal de obtenção de vários ele-
F. Haletos de hidrogênio (HX)
N X
mentos, como o bromo e o magnésio.

SI O E
Abundância na água do mar (em número de átomos):

H > O > Cl > Na > Mg F.1. Preparação
Abundância na atmosfera (% em volume): H2 + F2 → 2 HF
EN S
E U
N2(78%) O2(21%) Ar(0,9%) CO2(0,03%)

Ácido fluorídrico (HF)
D E
B. Hidrogênio Ataca a sílica e os silicatos, portanto é usado na gravação

A LD
Preparação de vidros.
EM IA
B.1. Industrial SiO2 + 4 HF → SiF4 + 2 H2O

ST ER
a. C + H2O 
1 000 °C
→ CO + H2

G. Ácido sulfúrico
SI AT
Gás d ’ água( combustível Industrial)

M
b. Eletrólise da água G.1. Preparação

a. Obtenção de SO2
2 H2O 
Eletrólise → 2 H2 + O2
S + O2 → SO2 (queima de S)
B.2. Laboratório b. Oxidação de SO2 a SO3
a. Zn(s) + H2SO4 → ZnSO4 + H2 2 SO2 + O2 →  2 SO3
cat.
SO3 + H2O →  H2SO4

b. CaH2 + 2 H2O → Ca(OH)2 + 2 H2
H. Nitrogênio
C. Oxigênio Preparação
Preparação NH4NO2 ∆→ N2 + 2 H2O
C.1. Industrial Liquefação e destilação fracionada do ar
Eletrólise da água
2 H2O → 2 H2 + O2 I. Amônia ou gás amoníaco
N2 + 3 H2 → 2 NH3 (processo Haber-Bosh)
cat.
C.2. Liquefação e posterior destilação fracionada do ar
78% N2 N2(-195 °C) Aplicação da amônia
 destilação  • Refrigeração
Ar 21% O2 restriamento

compressão
→ Ar líquido fracionada
→ O2(-190 °C)
• Preparação do ácido nítrico
1% Ar Ar (-185 °C) • Fertilizantes

126
J. Ácido nítrico D. Tipos de carbono

Oxidação da amônia Os carbonos são classificados de acordo com a quantida-
QUÍMICA
4 NH3 + 5 O2 
∆
→ 4 NO + 6 H2O de de carbono, ligado, ao carbono analisado, independendo
do tipo de ligação.
2 NO + O2 → 2 NO2
3 NO2 + H2O → 2 HNO3 + NO Primário
Primário
Terciário H CH3
O
K. Algumas ligas importantes
Ferro doce: Fe + C (% C até 0,5%) C C C C
H3C
Ferro-gusa: Fe + C (% C acima de 2%) H2
Aço: Fe + C (% C entre 0,5 e 2%) O CH3
Bronze: Cu + Sn Primário CH3 CH3
Latão: Cu + Zn
Secundário Primário
Ouro 18 quilates: Au (75%) – Cu (25%) Primário
Aço inoxidável: Fe + C + Ni + Cr Quaternário Primário
(por extensão)
23. Química orgânica

É a parte da química que estuda os compostos do ele- E. Cadeias carbônicas
mento carbono.
E.1. Cadeia aberta ou alifática
A. Postulados de Kekulé Normal (apenas duas extremidades em relação ao carbono)
O
a. O carbono é sempre tetravalente, e as suas quatro va-
BO O
SC
lências são iguais:
M IV
H3 C CH2 CH3
O S
H Ramificada (mais de duas extremidades em relação ao
D LU carbono)
O C
N X
C H3C CH CH2 CH 3
SI O E
H H CH 3
EN S
H
E U
Saturada (apenas simples ligações entre carbonos)

b. Os átomos de carbono podem ligar-se entre si e formar
D E
cadeias (encadeamento):
A LD
H3C C CH3
H2
EM IA
C C C C C C
ST ER
Insaturada (dupla ou tripla-ligaçãoentre carbonos)

SI AT
B. Ligações entre átomos de carbono H

H2C C CH3
M
a. Simples
C C Homogênea (sem heteroátomo)

H3C C CH3
b. Dupla H2
C C Heterogênea (com heteroátomo)

H3 C O CH3
c. Tripla
C C Observação: heteroátomo é todo átomo diferente de car-

bono entre carbonos.
C. Valência dos principais elementos que
fazem parte da química orgânica E.2. Cadeia fechada ou cíclica
(Elementos organógenos) a. Alicíclica (fechada não aromática)
H2
C N O C
ou
H2C CH2
H C Br S

127
b. Aromática (fechada com núcleo do benzeno) F.4. Nomenclatura de hidrocarbonetos ramificados

1. Reconhecer a cadeia principal (maior número de
H
QUÍMICA
carbonos).
C 2. Numerar a cadeia principal (começar pela extremida-
de mais próxima da insaturação e, na cadeias satura-
HC CH
das, pela extremidade mais próxima do radical).
ou ou
3. Localizar a posição dos radicais.
HC CH
F.5. Radicais orgânicos
C
H H3C H3C C H3C C C
H2 H2 H2
Metil Etil Propil
F. Nomenclatura dos compostos orgânicos
1 2 3 H3C C CH3 H3C C C C

H H2 H2 H2
Isopropil Butil
Nº de Tipo de Função
carbono ligação orgânica
entre carbonos
H3C C C CH3 H3C C CH3
O
BO O
H2 H
SC
F.1. Número de carbonos
M IV
CH3
1 C = Met 5 C = Pent 9 C = Non Sec-butil
O S
2 C = Et 6 C = Hex 10 C = Dec Terc-butil
3 C = Prop 7 C = Hept D LU
O C
4 C = But 8 C = Oct H
N X
H3C C C
SI O E
F.2. Tipo de ligação entre carbonos H2

Só simples ⇒ an CH3
1 dupla ⇒ en 2 duplas ⇒ dien
EN S
Isobutil Fenil
1 tripla ⇒ in 2 triplas ⇒ diin
E U
D E
H
F.3. Função orgânica 5 4 3 2 1
A LD
H3C C C C CH3
Hidrocarboneto ⇒ o Cetona ⇒ ona
H2 H2
Álcool ⇒ ol Ac. carboxílico ⇒ oico
EM IA
CH3
Aldeído ⇒ al
ST ER
2-metil-pentano
H3C CH2 CH2 CH3
4H
SI AT
1 2 3 5
Butano H3C C C C CH3
M
H2C CH2 CH3
Eteno 4-metil-pent-2-eno
H C C CH3 CH 3
Propino H H2 H
1 2 3 4 5
H3C C C C C CH 3
Nos hidrocarbonetos com mais de 3 carbonos, quando há H
6
dupla ou tripla-ligação, temos que localizar a dupla ou tripla CH3 CH 2
numerando a cadeia carbônica, começando pela extremidade 7
mais próxima da insaturação. CH 3
2,3,5-trimetil-heptano
H C C C CH 3 CH 3
H2 H H
1 2 3 4 5 2 6
But-1-ino H3C C C C C CH 3
H3 C C C C CH 2 H H2
H H H CH 2
Pent-1,3-dieno CH 3
4-etil-2-metil-hexano

128
Observação: citar os radicais em ordem alfabética. Apresenta o sufixo al.

Nos compostos de cadeia fechada dá-se o prenome ciclo, O O
QUÍMICA
e, em seguida, usam-se praticamente as mesmas regras. H

CH3 C H3C C C C
Exemplo:
H H2 H
CH2 CH2
CH3
H2C CH2 H2C C CH3 Etanal 3-metil-butanal
H
Ciclopropano Metilciclopropano G.5. Cetonas
G. Compostos oxigenados São compostos que apresentam o grupo funcional carbo-
nila ligado a carbonos.
G.1. Álcoois
O
São compostos que apresentam o grupo –OH (hidroxila)
ligado a carbono saturado; levam o sufixo ol. C
OH
H3 C C OH H3C C C CH 3
Apresentam o sufixo ona.
H2 H2 H O
Etanol Butan-2-ol C
H3C CH3
OH Propanona
O
H (acetona)
BO O
SC
H3C C C C CH 3 O
M IV
H2 H
O S
H3C C C C CH3
CH 3
4-metil-pentan-2-ol D LU H2 H2
O C
Pentan-2-ona
N X
O
SI O E
G.2. Classificação dos álcoois H

São classificados de primário, secundário e terciário, pelo H3C C C C C CH3
posicionamento da hidroxila no carbono ligado a ela. H2 H2
EN S
CH3
E U
H 5-metil-hexan-3-ona
D E
H3C C OH H3C C CH3

H2
A LD
OH G.6. Ácidos carboxílicos

São compostos que apresentam o grupo funcional carboxila.
EM IA
Álcool primário OH Álcool secundário

ST ER
O
H3C C CH3 C
SI AT
OH
M
CH3
Álcool terciário Apresentam o sufixo oico.
O
G.3. Fenóis H C
São compostos derivados dos hidrocarbonetos aromáticos
OH
pela substituição de H ligado diretamente a benzeno por –OH.
Ácido metanoico (IUPAC)
OH Ácido fórmico
O
OH
H 3C C
CH3
OH
Fenol 3-metil-hidroxibenzeno
(hidroxibenzeno) Ácido etanoico (IUPAC)
Ácido acético
G.4. Aldeídos O O
São compostos que apresentam o grupo funcional aldoxila
C C
O
(carbonila ligada a hidrogênio): C HO OH
H Ácido etanodioico

129
O
H. Compostos nitrogenados
C
QUÍMICA
OH H.1. Aminas
São compostos orgânicos derivados da amônia (NH3).
Ácido benzoico
R NH2 R N R R N R
O
H
H3C C C C
H2 H R
OH Amina Amina Amina
CH3
primária secundária terciária
Ácido 3-metil-butanoico
Nomeiam-se os radicais presos ao nitrogênio e, em se-
G.7. Sais de ácidos carboxílicos guida, acrescenta-se a palavra amina.
São compostos que derivam dos ácidos carboxílicos pela
substituição do H da hidroxila (OH) por metal. H3C N C CH3
H2
Acrescenta-se o sufixo ato ao nome da cadeia de origem
e ao nome do metal. H
O
Etil-metilamina
H3C C Etanoato de sódio
O
NH2
BO O
O–Na+
SC
M IV
O S
G.8. Ésteres
São compostos que apresentam o grupo: D LU Fenilamina (anilina)
O C
N X
O H.2. Amidas
SI O E
São compostos derivados dos ácidos carboxílicos pela

C
substituição do —OH pelo radical —NH2.
O
EN S
E U
O
com carbono prendendo-se à valência livre do oxigênio.
D E
A LD
C
O
NH2
EM IA
C
ST ER
ato O C O
SI AT
de
H3C C C
M
ila H2
NH2
O Propanamida
H3C C C
H2 H.3. Nitrilos
O CH3 São compostos derivados do H - C ≡ N, pela substitui-
ção do H por radical.
Propanoato de metila
H3C C N H3C C C N
H2
G.9. Éteres Etanonitrilo Propanonitrilo
São compostos derivados dos álcoois por retirada do H da Cianeto de metila Cianeto de etila
hidroxila (OH) e substituição por radicais.
H.4. Derivados halogenados
H2 São compostos que derivam dos hidrocarbonetos por
H3C O C CH3
substituição de H por halogênio.
Metóxietano (éter metil etílico)
H3C C C C
H2 H2
H2 H2
H3C C O C CH3 1-cloro-propano
Etóxietano (éter etílico) cloreto de n-propila

130
I. Isomeria Carbono com 4 ligantes diferentes.

São compostos diferentes que possuem mesma fórmula
OH
QUÍMICA
molecular e fórmulas estruturais diferentes.
I.1. Isomeria plana C C CH3

Os isômeros são diferenciados pelas suas fórmulas es-
truturais planas. H
a. Isomeria de função: compostos de mesma fórmula
molecular, mas de funções diferentes. Fórmula de Van’t Hoff
Álcool – éter
Aldeído – cetona 2n = número de isômeros opticamente ativos
Ácido carboxílico – éster 2n = número de misturas racêmicas
b. Isomeria de cadeia: compostos de mesma fórmula 2
molecular, mesma função, mas com tipos de cadeias
diferentes. • Compostos cíclicos
c. Isomeria de posição: compostos de mesma fórmula Devem apresentar carbono com ligantes diferentes.
molecular, mesma função, mesmo tipo de cadeia, que
diferem na posição de radical, um grupo funcional ou
uma insaturação.
d. Isomeria de compensação ou metameria: compostos
de mesma fórmula molecular, mesma função, que
O
possuem cadeias heterogêneas e diferem entre si
BO O
C CH3
SC
pela posição do heteroátomo.
M IV
e. Tautomeria: é um caso particular de isomeria funcional H H
O S
em que os isômeros coexistem em equilíbrio dinâmico.
Equilíbrio {
aldo - enólico D LU J. Reações orgânicas
O C
ceto - enólico
N X
J.1. Alcanos
SI O E
I.2. Isomeria espacial Pouco reativos, sofrem reações de substituição via ra-
Os isômeros são diferenciados pelas suas fórmulas espaciais. dical livre.
a. Isomeria geométrica ou cis-trans
EN S
E U
Ocorre isomeria geométrica em:

• Compostos de cadeia aberta com dupla-ligação CH4 + C 2 
UV

→ CH3C + HC
D E
Os ligantes de um mesmo carbono, que efetua a dupla-

A LD
ligação, devem ser diferentes. J.2. Aromáticos

Sofrem reações de substituição eletrofílica.
EM IA
ST ER
H H H CH3
H C
C C C C
SI AT
FeC3
H3C CH3 CH3 H + C2 + HC
M
Cis Trans
J.3. Alcenos
• Compostos de cadeia fechada Sofrem reações de adição à dupla-ligação.
Pelo menos dois carbonos do ciclo deverão apresentar
ligantes diferentes.
H2C CH2 + H2 H3C CH3
H CH2 H H CH2 CH3
C C C C J.4. Alcinos
Sofrem reações de adição à tripla-ligação.
CH3 CH3 CH3 H
Ni
HC CH + H2 H2C CH2
Cis Trans
Ni
HC CH + 2 H2 H3C CH3
b. Isomeria óptica
Os compostos que apresentam isomeria óptica des-
viam o plano da luz polarizada. J.5. Alcadienos
A isomeria óptica é observada em: Sofrem reações de adição 1-4 à dupla-ligação.
• Compostos que possuem carbono assimétrico

131
H2C C C CH2 + Br2

H H primário: formação
de CO2 eH2O
QUÍMICA
secundária: formação
Br Br Carbono de dupla-ligação 
de ácido carboxílico

H2C C C CH2  terciário: formação de
H H cetona
J.6. Cicloalcanos ou ciclanos d. Oxidação enérgica de álcoois

Podem sofrer reação de adição (ciclopropano, ciclobu- Álcool primário pode oxidar-se parcial ou totalmente.
tano e ciclopentano) e reações de substituição (os demais
ciclanos). OH O
– H2O
H3C C + [O] H3C C + [O]
Ni H2
+ H2 CH3 CH2 CH3 H
Álcool primário Aldeído
C
O
+ C2 + HC H 3C C
OH
O
J.7. Desidratação de álcoois Ácido carboxílico
BO O
SC
a. Intermolecular: aquecimento brando e presença de
M IV
ácido forte Caso ocorra oxidação do metanol, os produtos serão
O S
H3C C OH CO2 e H2O.
H2 H2SO4 D LU Álcool secundário produz cetona.
O C
H 3C C OH 140 °C
OH O
N X
H2 – H2O
SI O E
H3C C CH3 + [O] H3C C CH3

H
H3C C O C CH3 + H2O
EN S
H2 H2 Álcool secundário Cetona

E U
Álcool terciário não sofre reação de oxidação.

D E
b. Intramolecular: aquecimento maior que o da intermo- Combustão: reação de queima do composto que é ali-
A LD
lecular e presença de ácido forte mentada pelo gás oxigênio (comburente).

A combustão pode ser:
EM IA
H OH
H2SO4 Completa: formação de H2O e CO2
ST ER
H2C CH2 H2C CH2 + H2O

170 °C CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O
SI AT
C2H5OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O

M
J.8. Reações de oxidação Incompleta: formação de CO ou C e H2O

a. Ozonólise de alcenos: reação com ozônio (O3) for-
mando aldeído e/ou cetona (na presença de Zn). CH4 + O2 → C + 2 H2O
primário ou secundário CH4 + 23 O2 → CO + 2 H2O

formação de adeído
Carbono de dupla-ligação 
terciárioformação J.9. Reação de esterificação

 cetona
de Ácido + Álcool  Éster + Água
b. Oxidação branda de alcenos: reação com KMnO4 em OH

meio básico ou neutro. Formação de diálcoois vicinais. O
H3C C + H3C CH2

OH OH
CH2 CH2 + [O] + H2O C C OH

H2 H2
O
c. Oxidação enérgica de alcenos: reação com KMnO4/ H3C C + H O

2
H2SO4 ou K2Cr2O7/H2SO4. Formação de CO2, ácido carbo-
xílico ou cetona. O C CH3
H2

132
J.10. Reação de Grignard J.12. Polímeros

Metanal + Grignard → álcool primário São macromoléculas formadas pela combinação de mo-
QUÍMICA
Outro aldeído qualquer + Grignard → álcool secundário léculas menores (monômeros).

Cetona + Grignard → álcool terciário
J.11. Petróleo 3H C C H
É uma mistura de hidrocarbonetos.
O gás natural que acompanha o petróleo é constituído
principalmente de metano, propano e butano. Monômero Polímero
Gás de botijão ⇒ propano e butano
a. Separação das várias frações do petróleo Temos dois tipos principais de polímeros:
Por destilação fracionada
• Éter do petróleo ⇒ pentano e hexano a. Polímeros de adição
• Benzina ⇒ hexano e heptano • Polietileno
• Gasolina ⇒ C6 a C12
• Querosene ⇒ C10 a C16 P� cat�
nC C C C
• Óleo diesel ⇒ C14 a C18 H2 H2 ∆ H2 H2
• Parafinas ⇒ acima de 40 carbonos n
Etileno Polietileno
b. Craqueamento do petróleo
Processo de quebra de cadeias maiores em cadeias • PVC
O
menores.
BO O
C12H26 ∆
→ C8H18 + C4H8 H H
SC
M IV
nC C P� cat� C C
O S
∆ H2
c. Índice de octanagem H2
D LU
Trata-se de uma escala que nos dá ideia da qualidade C C n
O C
do combustível. Cloreto de vinila Policloreto de vinila
Heptano → valor zero
N X
(PVC)
SI O E
Isoctano → valor 100

Uma gasolina com octanagem igual a 80 tem a mesma • Teflon
resistência à compressão de uma mistura de 80% de
EN S
nC C P. cat. C C
E U
isoctano e 20% de heptano. F2 F2 ∆ F2 F2

n
D E
d. Hulha Tetrafluoretano Teflon

A LD
Fonte de hidrocarbonetos aromáticos.

Hulha desti
 a → alcatrão da hulha → aromáticos
ção
• Borracha
EM IA
sec
Gás de rua ⇒ CH4; H2; CO
ST ER
P� cat�
e. Acetileno nC C C C C C C C
H2 ∆
SI AT
H2 H2 H2
É o gás combustível usado em maçaricos. CH3 H CH3 H
M
Industrialmente, é obtido a partir do calcário (CaCO3) e n

do carvão. 2-metil-but-1,3-dieno Borracha
CaCO3  ∆
→ CaO + CO2 (isopreno)
CaO + 3 C → CaC2 + CO
b. Polímeros de condensação
CaC2 + 2 H2O → Ca(OH)2 + H - C ≡ C - H • Náilon (poliamida)
O O
f. Metano P� cat�
Gás natural usado como combustível. n C (CH2)4 C + nH N (CH2)6 N H
∆
Obtenção: HO OH
H H
A 4C3 + 12 H2O → 3 CH4 + 4 A(OH)3 Ácido hexanodioico Hexanodiamina
Carbureto de
alumínio
O metano pode ser obtido pela fermentação de celulo- O O

se (gás dos pântanos). C (CH2)4 C N (CH2)6 N + nH2 O
(C6H10O5)n + n H2O → 3n CH4 + 3n CO2
H H n
Náilon (poliamida)

133
• Dácron ou terilene (poliéster) Cerídeos

São constituídos de ésteres de ácidos graxos e álcoois
O O
QUÍMICA
P� cat� superiores.
n C C + HO C C OH
H2 H2 ∆ O
HO OH
C15H31 C O CH2 C25H51
Ácido tereftálico Etan-1,2-diol
b. Hidratos de carbono
O São compostos de função mista poliálcoois aldeído e
O
poliálcoois cetona.
C C O C C O + n H2O
H2 H2
n Oses (não sofrem hidrólise)
Açúcares
Dácron (poliéster) Osídeos H2O oses
c. Outros exemplos de polímeros

Aldoses Cetoses
• Polipropileno
H O H2C OH
C
P� cat� C O
n H2C CH H2C CH
∆ H C OH
O
H2C OH
CH3 CH3 n
BO O
SC
H2C OH
M IV
• Poliacrilonitrilo (orlon)
O S
oses
P� cat�
D LU Osídeos ⇒ são hidratos de carbono que sofrem hidró-
O C
nH2C CH H2C CH
∆
N X
lise, gerando oses.

SI O E
CN CN n São os dissacarídeos, trissacarídeos e polissacarídeos.

+
Acrilonitrilo (propenonitrilo) enzimas → C6H12O6 + C6H12O6
C12H22O11 + H2O 
H
EN S

E U
Sacarose Gli cose Frutose

J.13. Lípides e hidratos de carbono
D E
a. Lípides Fermentação
A LD
São produtos naturais de origem animal ou vegetal em A fermentação da sacarose é o processo mais usado
que predominam ésteres de ácidos graxos. no Brasil na produção de álcool etílico.
EM IA
+
C12H22O11 + H2O meio
 → C6H12O6 + C6H12O6
ácido (H )
ST ER
Gordura
Glicerídeos Sacarose Gli cose Frutose
Óleo C6H12O6 zimase

→ 2 H3C CH2 OH + 2 CO2
SI AT
Lípides Gli cos e E tanol

Cerídeos ou
M
frutose
Glicerídeos
São ésteres de ácidos graxos com o glicerol (1,2,3-propa- J.14. Aminoácidos e proteínas
notriol). Definição e fórmula geral: aminoácidos são compostos
de função mista amina e ácido carboxílico.
Ácidos graxos + glicerol → glicerídeos + H2O NH2 O
—
R C C
óleo → gordura
H2
—
cat.
(insaturado) (saturado) OH
H
Exemplo de glicerídeos: Características químicas: os aminoácidos são os compos-

tos formadores das proteínas. Elas se formam pela condensa-
O ção de muitas moléculas de aminoácidos. Devemos salientar
H2C O C C15H31 que os aminoácidos formadores das proteínas são sempre
O alfa-aminoácidos (NH2 preso em carbono vizinho da carboxila).
H C O C C15H31 Ligação peptídica: é a ligação existente entre duas mo-
O
léculas de aminoácido, quando da sua condensação para a
H2C O C C15H31
formação das proteínas.

134
H R O H R O agrupamento ácido (COOH), e podem reagir com os ácidos,
—
—
—
—
—
—
H — N — C — C — OH + H — N — C — C — OH através de seu grupamento básico (NH2).
QUÍMICA
—
H H NH2 O NH2
O
—
—
—
—
—
—
H R O H R O R — C — C — OH + NaOH R—C—C
—
—
—
—
—
—
—
—
— N — C — C — N — C — C — + H2O O–Na+ + H2O
H H
—
—
–
H H n NH2 O NH3+C
—
R — C — C — OH + HC R — C — COOH
—
Caráter anfótero: os aminoácidos apresentam caráter
anfótero, já que podem reagir com as bases, através de seu H H
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
BIOLOGIA
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Origem da vida�� 137 C. Teste de DNA�� 162
A. Geração espontânea ou abiogênese�� 137 D. Técnica do PCR�� 162
SUMÁRIO
B. Experiência de Pasteur�� 137 12..Classificação biológica�� 162
C. Hipótese de Haldane e Oparin�� 137 A. Sistema de classificação de Lineu�� 162
D. Experimento de Miller-Urey�� 137 B. Regras de nomenclatura�� 163
E. Origem da célula eucariótica C. Reinos de seres vivos�� 163
e hipótese endossimbiótica�� 138 D. Sistemática filogenética�� 163
2. Evolução biológica�� 138 13..Desenvolvimento embrionário�� 163
A. Evidências da evolução biológica�� 138 A. Fases do desenvolvimento�� 163
B. Ideias evolucionistas�� 138 B. Classificação embriológica dos animais�� 164
C. Ação da seleção natural�� 138 C. Tipos de ovos e de segmentação�� 164
D. Especiação�� 139 D. Anexos embrionários e placenta�� 165
E. Irradiação adaptativa e homologia�� 139 14. Zoologia�� 165
F. Convergência adaptativa e analogia�� 139 A. Protozoários�� 165
3. Bioquímica celular�� 139 B. Poríferos�� 166
A. Água e sais minerais�� 140 C. Cnidários�� 166
B. Carboidratos�� 140 D. Platelmintos�� 167
C. Lipídeos�� 140 E. Nematódeos�� 169
D. Vitaminas�� 140 F. Anelídeos�� 169
E. Proteínas��141 G. Artrópodes�� 170
O
F. Ácidos nucleicos�� 142 H. Moluscos�� 171
BO O
SC
4. Organização celular�� 144 I. Equinodermos�� 172
M IV
A. Célula procariótica�� 144 J. Cordados�� 172
O S
B. Célula eucariótica�� 144 K. Fisiologia animal comparada�� 175
D LU
C. Acelulares – Vírus�� 146 L. Coração dos craniados�� 176
O C
5. Fisiologia celular�� 146 15. Parasitologia�� 176
N X
A. Tradução e código genético�� 146 A. Viroses e infecções bacterianas�� 176

SI O E
B. Mecanismos de transporte�� 147 B. Protozooses�� 176

C. Secreção celular�� 148 C. Verminoses causadas por platelmintos� 177
EN S
D. Digestão intracelular�� 149 D. Verminoses causadas por nematódeos 179

E U
E. Metabolismo energético�� 149 16. Fisiologia humana�� 180

D E
6. Núcleo e divisão celular�� 151 A. Digestão�� 180

A LD
A. Núcleo interfásico�� 151 B. Respiração�� 181

B. Mitose�� 151 C. Circulação�� 182
EM IA
C. Meiose�� 152 D. Excreção�� 184

ST ER
D. Gametogênese�� 153 E. Integração e regulação�� 185

7. Bases da genética�� 154 F. Movimentação�� 189
SI AT
A. Primeira lei de Mendel�� 154 G. Reprodução�� 189

B. Casos especiais�� 155 17. Ecologia�� 191
M
C. Herança dos grupos sanguíneos�� 155 A. Níveis de organização�� 191

8. Herança de dois ou mais pares de genes�� 156 B. Níveis tróficos�� 191
A. Segunda lei de Mendel �� 156 C. Cadeia e teia alimentar�� 191
B. Interação gênica�� 157 D. Pirâmides ecológicas�� 191
C. Ligação gênica e permutação�� 157 E. Ciclos biogeoquímicos�� 193
9. Herança e sexo�� 159 F. Sucessão ecológica�� 194
A. Determinação do sexo�� 159 G. Relações ecológicas�� 195
B. Herança relacionada ao sexo�� 159 H. Análise quantitativa das populações��195
10..Bases genéticas da evolução�� 160 I. Efeitos antrópicos no ambiente�� 196
A. Mutações�� 160 18. Botânica�� 197
B. Genética de populações�� 161 A. Fungos�� 197
11. Biotecnologia�� 161 B. Algas e ciclos reprodutivos�� 198
A. Engenharia genética ou C. Plantas�� 199
tecnologia do DNA recombinante�� 161 D. Histologia vegetal�� 203
B. Organismos geneticamente E. Fisiologia vegetal�� 204
modificados�� 162

137
1. Origem da vida
BIOLOGIA
A. Geração espontânea ou abiogênese
Segundo a hipótese de geração espontânea, ou abiogênese, algumas formas de vida poderiam ser originadas da matéria
bruta inanimada (não viva), e a força vital, um tipo de princípio ativo, permitiria que a matéria bruta se transformasse em ser vivo.
B. Experiência de Pasteur
O cientista francês Louis Pasteur estudou a origem dos micro-organismos por meio da experiência com tubos e caldo de
cultura. A hipótese testada por Pasteur era de que os micro-organismos surgiam nos caldos em razão da contaminação do ar
por outros micro-organismos, e não pela transformação, ou transmutação, do líquido. O desafio do cientista foi demonstrar essa
hipótese sem vedar os tubos. Para isso, usou tubos tipo “pescoço de cisne”.
Tubo de vidro na
Líquido Vapor forma de pescoço
nutritivo de cisne
As gotas de água,
no pescoço do tubo, Os micro-organismos
retêm a poeira desenvolvem-se no
com micro-organismos; líquido nutritivo,
assim, o líquido depois de o tubo
permanece estéril� de vidro ter sido quebrado�
O
BO O
Experimento de Louis Pasteur com os frascos de pescoço de cisne
SC
M IV
Com essas experiências, a biogênese ganhou mais credibilidade. Além disso, os estudos de Pasteur contribuíram para o
O S
crescimento da microbiologia e para o desenvolvimento de técnicas de conservação de alimentos, como a pasteurização.
C. Hipótese de Haldane e Oparin

D LU
O C
N X
Nas primeiras duas décadas do século XX, Aleksandr Oparin (1894-1980) e John Haldane (1892-1964), independente-
SI O E
mente, propuseram uma sucessão de eventos químicos para explicar a provável origem da vida em nosso planeta. A hipótese
heterotrófica admite que há mais ou menos 3 bilhões de anos surgiu a primeira célula primitiva no planeta.
Acredita-se que, na Terra primitiva, existiam as seguintes condições:
EN S
E U
• superfície terrestre muito quente, com constante evaporação e condensação da água, iniciando assim o ciclo das chuvas;
• descargas elétricas e radiação ultravioleta usadas como fontes de energia;
D E
• presença de gases como metano (CH4), amônia (NH3), vapor-d'água (H2O) e hidrogênio (H2).
A LD
Muitas reações químicas ocorreram nessas condições, e substâncias simples originaram substâncias complexas, como
aminoácidos. Os aminoácidos agruparam-se, formando proteínas que, em meio aquoso, originaram agregados chamados de
EM IA
coacervatos. Os coacervatos formam barreiras que exibem características semelhantes à membrana plasmática das células, o
ST ER
que indicaria um possível passo para a constituição das primeiras formas de vida. Acredita-se que, no primeiro bilhão de anos
de existência do planeta Terra, tenha ocorrido uma evolução química ou pré-biológica, isto é, a partir de substâncias simples,
SI AT
formaram-se substâncias complexas. Depois de alguns bilhões de anos dessa evolução química, devem ter surgido os primeiros
M
seres vivos, por associações entre as moléculas. Postula-se que os primeiros seres vivos eram semelhantes a células bacteria-
nas: unicelulares, procariontes, anaeróbios e fermentadores.
D. Experimento de Miller-Urey
A hipótese de Oparin e Haldane foi testada experimentalmente pela primeira vez em 1953, por um químico americano cha-
mado Stanley Miller (1930-2007), em parceria com seu mentor, Harold Urey (1893-1981), que construiu um aparelho para
simular as condições da atmosfera primitiva.
Vapor-d'água Alta tensão (60 000 V)

(simula as nuvens Descargas elétricas (simulam
de vapor-d'água os relâmpagos das tempestades�)
da Terra primitiva�)
Mistura gasosa contendo metano, amônia,
hidrogênio e água (simula a atmosfera supostamente
existente na Terra primitiva�)
Saída de água
Água fria
Condensador (simula a condensação das
nuvens, gerando as chuvas na Terra primitiva�)
Água em ebulição
(simula a evaporação Água acumulada (simula o acúmulo de
de água da Terra primitiva�) água das chuvas, formando os mares da Terra primitiva�)
Experimento de Stanley Miller

138
Acredita-se, pela hipótese heterotrófica para o surgimen- estudarmos evolução biológica, buscamos compreender os
to do primeiro ser vivo no planeta, que a evolução dos proces- mecanismos evolutivos e as relações de parentesco entre as
BIOLOGIA
sos energéticos tenha sido a seguinte: espécies e também as alterações ambientais que atuaram na
história evolutiva dos seres vivos.
Coacervato fermentação CO2
A. Evidências da evolução biológica
Luz e H2O fotossíntese O2 • Fósseis
• Órgãos vestigiais
• Anatomia comparada
Glicose respiração CO2 + H2O + ATP
• Bioquímica comparada
• Irradiação adaptativa e homologia
E. Origem da célula eucariótica e • Desenvolvimento embrionário
hipótese endossimbiótica
De acordo com a teoria da invaginação da membrana ou Tartaruga Galinha Porco Ser humano
hipótese de Robertson, a célula eucariótica surgiu em decor-
rência de dobramentos da membrana plasmática, que delimi-
taram o material genético no centro e formaram o citoplasma,
especializado na captura e na transformação dos alimentos.
Segundo a hipótese endossimbiótica, as mitocôndrias
e os cloroplastos originaram-se, num passado distante, de Desenvolvimento embrionário comparativo entre alguns corda-
dos. Semelhanças entre os embriões sugerem parentesco evolu-
procariontes primitivos. Num primeiro momento, células eu- tivo, embora esse parentesco nem sempre seja confirmado.
O
carióticas primitivas englobaram bactérias aeróbias em seu
BO O
SC
citoplasma, com as quais estabeleceram uma relação de mu-
M IV
tualismo: abrigo e alimento em troca de energia. O sucesso B. Ideias evolucionistas
O S
dessa relação foi tanto que se tornou permanente e os pro- Ao longo da história das ciências biológicas, destacaram-
D LU
cariontes transformaram-se em mitocôndrias das células -se dois naturalistas para explicar o fenômeno da evolução bio-
O C
eucarióticas atuais. Mais tarde, essas células englobaram lógica – Lamarck e Darwin.
N X
bactérias fotossintetizantes primitivas, semelhantes às cia-

SI O E
nobactérias atuais, com as quais também estabeleceram B.1. Lamarck

relação de troca de benefícios. Novamente, a relação foi bem- Lei do uso e desuso – o uso de uma estrutura ou órgão
-sucedida e os procariontes originaram os cloroplastos das leva à hipertrofia e o desuso leva à atrofia.
EN S
E U
células eucarióticas vegetais. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos – toda ca-
Entre as evidências que sustentam a hipótese endos- racterística adquirida durante a vida do indivíduo poderia ser
D E
simbiótica, podemos citar o fato de que as mitocôndrias e os passada à sua prole.

A LD
cloroplastos têm seu próprio DNA, são capazes de se autodu-

plicar e sintetizar algumas de suas proteínas. B.2. Darwin
EM IA
Variabilidade – são as diferenças intraespecíficas nos

ST ER
indivíduos das populações.

Procarionte
Bactérias Seleção natural – é a ação do ambiente sobre as popula-
SI AT
aeróbias de ções, representada por disponibilidade de alimento, espaço,

vida livre
M
competição, predatismo, parasitismo, entre outros fatores.

Adaptação – é o poder de sobrevivência de uma espécie
em determinadas condições ambientais.
Bactéria B.3. Síntese moderna (neodarwinismo)

torna-se Variabilidade – as fontes principais são as mutações gênicas
mitocôndria Núcleo Cianobactérias
fotossintetizantes e cromossômicas e as recombinações genéticas.
de vida livre Seleção natural
Núcleo
Adaptação
Núcleo
C. Ação da seleção natural
Cianobactéria
torna-se Mutações Seleção Natural
Célula
animal Mitocôndria cloroplasto
Célula vegetal
Variabilidade Adaptação
Hipótese de Robertson e origem das células animal e
vegetal, segundo a hipótese endossimbiótica
Recombinação gênica
2. Evolução biológica
A evolução biológica compreende as mudanças que as Exemplos: uso de antibióticos em infecções bacterianas
populações de seres vivos sofrem ao longo do tempo. Ao e uso de inseticidas na agricultura.

139
D. Especiação Úmero Falanges

É o fenômeno de formação de novas espécies. Rádio Carpos
BIOLOGIA
Os estágios que uma população passa para a es-
peciação: população inicial → emigração de grupos da
população inicial→ colonização de novas áreas e adap- Ulna Metacarpos
tações locais → mutações, recombinações genéticas e Braço humano
ação da seleção natural → acúmulo de características
diferentes e raciação → isolamento reprodutivo (pré ou Úmero Rádio Carpos Falanges
pós-zigótico) → especiação
ESPÉCIE A
Ulna Metacarpos
Nadadeira de golfinho
Rádio Carpos
Metacarpos
Úmero
Migração e
ESPÉCIE A isolamento geográfico ESPÉCIE A Ulna
Falanges
Asa de morcego
A homologia entre diferentes vertebrados
O
Mutações, recombinações
BO O
SC
Raça 1 da espécie A genéticas e seleção Raça 2 da espécie A F. Convergência adaptativa e analogia
M IV
natural diferencial
O fenômeno da convergência adaptativa é a convivência
O S
de diferentes espécies no mesmo tipo de ambiente e, portan-
D LU to, sujeitas às mesmas pressões de seleção natural. Estas es-
O C
pécies acabam tendo uma organização corporal semelhante,
N X
como é o caso do golfinho, do ictiossauro e do tubarão.

Isolamento reprodutivo
SI O E
ESPÉCIE B ESPÉCIE C
Golfinho
EN S
Mecanismo de especiação alopátrica

(mamífero)
E U
E. Irradiação adaptativa e homologia

D E
O fenômeno da irradiação adaptativa é a saída de gru- Ictiossauro

A LD
pos de uma população inicial para áreas diferentes, ficando (réptil fóssil)
isolados geograficamente. Ao longo do tempo, esses grupos
EM IA
acumulam características diferentes, podendo chegar a iso-

ST ER
lamentos reprodutivos.
Tubarão
SI AT
Chimpanzé (peixe)
Urso
M
Morcego
Processo de convergência adaptativa. Espécies com
diferentes ancestrais adaptadas ao mesmo ambiente.
Esquilo
Lobo As espécies que apresentam o fenômeno da convergên-
cia adaptativa possuem órgãos análogos, que apresentam as
Ancestral mesmas funções, como é o caso das asas de insetos, asas de
Marmota comum aves e asas de morcegos.
Baleia
Toupeira
3. Bioquímica celular
Foca
Água 75-85%
Processo de irradiação adaptativa em mamíferos.
A partir de um ancestral comum, surgem várias espécies
adaptadas a diferentes tipos de ambientes.
Outras
substâncias 1%
As espécies que apresentam ancestral comum possuem ór- Proteínas 10-15% Ácidos nucleicos 1%
gãos homólogos, isto é, órgãos que apresentam a mesma ori- Lipídeos 2-3%
gem embrionária, como, por exemplo, os braços do homem, Carboidratos 1%
as nadadeiras do golfinho e as asas do morcego. Porcentagens dos principais componentes químicos dos seres vivos

140
A. Água e sais minerais Por exemplo:

A água é a substância mais abundante nos seres vivos.
BIOLOGIA
Os sais minerais podem ser encontrados como compo- C6H12O6 + C6H12O6 → C12H22O11 + H2O
nentes de estruturas esqueléticas de proteção ou susten- glicose frutose sacarose água
tação – carapaças, ossos, casca dos ovos, dentes, chifres,
corais, conchas etc. – ou dissolvidos na água, como íons Unidades
Dissacarídeo Fonte
(cátions e ânions), que atuam de diferentes modos no meta- formadoras
bolismo celular – regulação da quantidade de água na célula, Cana e
Sacarose Glicose + frutose
equilíbrio eletrolítico da célula, equilíbrio ácido-base, auxilia- beterraba
res do funcionamento das enzimas etc. Alguns importantes Maltose Glicose + glicose Cereais
íons e suas funções: Lactose Glicose + galactose Leite
• Sódio (Na+) e potássio (K+) – Principais responsáveis
pelas alterações elétricas da célula nervosa durante a B.3. Polissacarídeos
condução do impulso nervoso. São os carboidratos mais abundantes na natureza e, ge-
• Cálcio (Ca++) – Contração dos músculos e coagulação ralmente, insolúveis. De acordo com suas funções biológicas,
do sangue. são classificados em:
• Ferro (Fe++) – Componente da hemoglobina, respon- • Polissacarídeos energéticos de reserva: são formas
sável pelo transporte de oxigênio. de armazenamento de glicose. Nos vegetais superio-
• Magnésio (Mg++) – Componente da molécula da clorofila. res, o amido, e, nos animais, o glicogênio.
• Fosfato (PO–4) – Indispensável para os processos de • Polissacarídeos estruturais: os mais importantes são
transferência de energia na célula. a celulose (da parede das células vegetais) e a quiti-
O
• Iodo (I–) – Componente dos hormônios produzidos na (do exoesqueleto dos artrópodes).
BO O
SC
pela glândula tireoidea.
M IV
• Flúor (F–) – Componente dos ossos e dos dentes. C. Lipídeos
O S
Apresentam em sua composição ácidos graxos e um tipo
B. Carboidratos D LU de álcool. Os lipídeos mais comuns nos seres vivos são gor-
O C
Também chamados de hidratos de carbono ou glicídios, são duras, óleos, ceras, fosfolipídeos e os esteroides.
N X
constituídos, geralmente, por carbono, hidrogênio e oxigênio. • Gorduras: reserva energética dos animais, armaze-
SI O E
nadas no tecido adiposo abaixo da pele, funcionam

B.1. Monossacarídeos como isolantes térmicos.
Sua fórmula geral é CnH2nOn; o nome dos monossacarí- • Óleos: reserva energética dos vegetais, concentrados
EN S
E U
deos é dado pelo valor de n. nas sementes.

n = 3 (C3H6O3) trioses • Ceras: revestimento e proteção nos animais, como a
D E
n = 4 (C4H8O4) tetroses cera de abelha; nos vegetais, a cera de carnaúba re-

A LD
n = 5 (C5H10O5) pentoses veste as folhas, auxiliando na redução da transpiração.

n = 6 (C6H12O6) hexoses • Fosfolipídeos: importantes na formação das membra-
EM IA
n = 7 (C7H14O7) heptoses nas celulares.

ST ER
Os mais abundantes são as hexoses, como a glicose, cuja • Esteroides: derivados do colesterol, um tipo de álcool
principal função é energética. Também são as unidades de complexo. Os hormônios esteroides (sexuais), que
SI AT
formação dos carboidratos mais complexos. incluem os secretados pelas glândulas suprarrenais,
M
ovários e testículos, são sintetizados a partir do

B.2. Oligossacarídeos colesterol. O colesterol aparece na forma de HDL
São formados pela união de duas até dez unidades de (high density lipoprotein), chamado de colesterol
monossacarídeos. Os mais abundantes, na natureza, são os bom, e LDL (low density lipoprotein), chamado
dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos. colesterol ruim.
D. Vitaminas
Habitualmente, as vitaminas atuam como coenzimas, auxiliando no funcionamento de determinadas enzimas que partici-
pam do nosso metabolismo. A maioria delas tem papel importante nos processos de obtenção de energia (respiração celular)
ou na produção de ácido nucleicos.
Vitaminas lipossolúveis
Nome Principais fontes Função Sintomas da deficiência
Gema de ovo, hortaliças verdes Formação de pigmentos visuais,
Cegueira noturna, pele seca
A – Retinol ou amarelas, frutas, fígado e manutenção da estrutura epitelial
e escamosa
manteiga normal
Óleos de peixes, fígado, leite e
Aumento da absorção intestinal do
outros produtos da pecuária e Raquitismo (formação
D – Calciferol cálcio e importante na formação de
ação da luz sobre lipídeos da deficiente dos ossos)
ossos e dentes
pele

141
Vitaminas lipossolúveis
Nome Principais fontes Função Sintomas da deficiência
BIOLOGIA
Mantém a resistência das hemácias Fragilidade das hemácias e
E – Tocoferol Hortaliças verdes folhosas
à hemólise esterilidade
Síntese por bactérias intestinais Permite a síntese da protrombina Dificuldade de coagulação
K – Filoquinona
e hortaliças folhosas pelo fígado sanguínea
Relacionada com descarboxilações e Beribéri, neurite,
Cérebro, fígado, rim, coração e
B1 – Tiamina formação de enzimas envolvidas no insuficiência cardíaca e
cereais não beneficiados
ciclo de Krebs distúrbio mental
Leite, ovos, fígado e cereais não
B2 – Riboflavina Componente do FAD Fotofobia e fissuras na pele
beneficiados
B3 ou PP – Niacina Cereais não beneficiados, fígado Pelagra, lesões da pele e
Componente do NAD, NADP e CoA
(ácido nicotínico) e outras carnes distúrbios digestivos
Cereais não beneficiados, Coenzimas para o metabolismo de Dermatite e distúrbios
B6 – Piridoxina
fígado, rim e peixe aminoácidos e de ácidos graxos nervosos
B9 – Ácido fólico Fígado e verduras com folhas Síntese de nucleoproteínas Anemia e diarreia
B12 – Cianocobalamina Fígado, rim e peixe Síntese de nucleoproteínas Anemia perniciosa
Escorbuto e ausência da
Frutas cítricas, tomate e Vital para a síntese do colágeno e da
O
C – Ácido ascórbico formação de fibras do
BO O
hortaliças verdes folhosas substância intercelular
SC
tecido conjuntivo
M IV
O S
E. Proteínas
D LU
As proteínas são macromoléculas formadas pela união de aminoácidos.
O C
O composto formado na união de dois aminoácidos é um dipeptídeo, e a ligação química que mantém a união entre eles se
N X
chama ligação peptídica.

SI O E
R1 R2 R1 O Ligação R2
H O H O H O
peptídica
EN S
N C C + N C C N C C N C C + H2O
E U
H OH H OH H OH
D E
H H H H H
A LD
Aminoácido Aminoácido Dipeptídeo

União de dois aminoácidos por ligação peptídica
EM IA
ST ER
São os mais importantes componentes estruturais da

SI AT
maioria dos tecidos e podem ser empregados como agentes

desnaturação
M
das informações genéticas, porque determinam a ocorrência

de reações químicas e controlam todo o metabolismo celular. calor
A sequência linear de aminoácidos que compõem uma acidez
proteína define a estrutura primária. Ao ser formado, o fila- radiação
mento de aminoácidos da proteína vai se enrolando sobre
si mesmo, formando uma helicoidal chamada alfa-hélice. A E.1. Enzimas
helicoidal mantida pelas ligações de hidrogênio é a estrutura As enzimas catalisam reações químicas que constituem
secundária da proteína. o metabolismo celular. Na presença do catalisador, as molé-
Os aminoácidos que formam uma proteína estabelecem culas reagentes atingem o estado de transição em um nível
entre si outros tipos de atrações, além das ligações de hidro- energético inferior àquele que atingiriam na sua ausência. Há
gênio. Com isso, a helicoidal dobra sobre si mesma e adqui- diminuição da energia de ativação.
re certa configuração espacial: a estrutura terciária.
Há fatores capazes de modificar a forma espacial de uma Energia de ativação
sem enzima
proteína sem modificar a sua sequência de aminoácidos: ele-
vação acentuada da temperatura, alterações de pH e a pre- Energia de
ativação
sença de algumas substâncias, como a ureia. A modificação com enzima
na configuração espacial, denominada desnaturação, causa Reagentes
Energia
a perda das propriedades biológicas da proteína.

Quando a desnaturação ocorre por elevações extre-
mas de temperatura ou alterações muito intensas do pH, Produtos
é irreversível. Sentido da reação

142
As enzimas atuam oferecendo para os substratos um local para adesão e onde a reação irá ocorrer: o centro ativo. A estrutura
do centro ativo depende da configuração espacial da molécula da enzima, isto é, existe especificidade entre enzima e substrato.
BIOLOGIA
a G a G a
G
+ +
b F b F b
F
Enzima Complexo Enzima Produtos

Sacarose
sacarase enzima–substrato sacarase da reação
a e b: centros ativos G: molécula de glicose F: molécula de frutose
Interação entre enzima e substrato
E.2. Fatores que modificam a atividade enzimática F. Ácidos nucleicos

Os ácidos nucleicos são polímeros de unidades chama-
• Efeito da concentração dos substratos das nucleotídeos. Cada nucleotídeo é um grupamento mole-
cular formado por três subunidades: uma base nitrogenada,
O
Velocidade um carboidrato com cinco átomos de carbono e um grupa-
BO O
da reação
SC
mento fosfato.
M IV
O S
D LU Fosfato
Pentose
O C
N X
SI O E
Base nitrogenada
Concentração
de substrato Esquema de um nucleotídeo
EN S
E U
As bases nitrogenadas classificam-se em dois grupos:

• Efeito da temperatura púricas e pirimídicas. As bases púricas são a adenina e a
D E
guanina. A citosina, a timina e a uracila (ou uracil) são as ba-

A LD
Velocidade ses pirimídicas. Os carboidratos que entram na constituição

da reação
dos nucleotídeos são pentoses, ou seja, monossacarídeos
EM IA
com 5 átomos de carbono na molécula: a ribose (C5H10O5) e

ST ER
a desoxirribose (C5H10O4). O grupo fosfato origina-se do ácido

fosfórico (H3PO4) por remoção dos seus átomos de hidrogê-
SI AT
nio, e é o mesmo nos nucleotídeos de DNA e de RNA.

M
F.1. Ácido desoxirribonucleico (DNA)

O DNA é o material genético das células. É grande e com-
plexo e contém uma enorme quantidade de informações. Co-
mandando a síntese de proteínas, controla o metabolismo e a
arquitetura da célula.
Temperatura (ºC) Nas moléculas de DNA, o número de nucleotídeos com
• Efeito do pH adenina é igual ao número de nucleotídeos com timina, e os
nucleotídeos com guanina existem na mesma quantidade
que os nucleotídeos com citosina.
pH ótimo pH ótimo
Velocidade da reação
para a pepsina para a tripsina A=TeC=G
O modelo de Watson e Crick mostra a molécula de DNA

como uma escada retorcida (ou dupla-hélice), formada por
dois filamentos paralelos de nucleotídeos.
As bases complementares mantêm-se próximas graças
ao emparelhamento por meio de ligações de hidrogênio, que
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 pH se formam sempre da mesma maneira: adenina com timina e
citosina com guanina.

143
5´ 3´
H
P N N H O CH3 H
BIOLOGIA
O
N A N H N T
N N
O
P N O H N P
N G N H N C
N
N N H O
P
H P
C G
P P
G C Original
Original
P P
C G
P P Ligação
pentose-fosfato
A T
C G Bases nitrogenadas
G C
O
BO O
T A
SC
Ligações de
M IV
Nova Nova
C G hidrogênio
O S
5'
3'
G D LU
O C
T A
N X
T A
SI O E
C G 3'
C
EN S
5'
E U
G C
D E
T A
A LD
EM IA
ST ER
Representação da duplicação semiconservativa do DNA.

SI AT
F.2. Ácido ribonucleico (RNA)

M
O RNA pode se dobrar sobre si mesmo, mas não se encon-

tra sempre emparelhado com outro filamento de RNA. Há três
tipos de RNA nas células:
• RNA mensageiro (RNAm): é um longo filamento
de RNA, que se forma tendo um filamento de DNA
Representação da molécula de DNA de acordo com o como molde. A formação do RNAm chama-se trans-
modelo proposto por Watson e Crick (dupla hélice).
crição. O processo é catalisado pela enzima RNA-
-polimerase.
O DNA tem capacidade de duplicação, o que permite a ge- • RNA transportador (RNAt): também chamado RNA de
ração de cópias idênticas de si mesmo. Durante a sua dupli- transferência ou RNA solúvel. Suas moléculas têm o
cação, ou replicação, os dois filamentos de DNA separam-se. aspecto de “folhas de trevo”. A função do RNA trans-
A enzima DNA-polimerase usa cada filamento como molde portador é colocar cada aminoácido em sua posição
para a montagem de um filamento novo. Quando o processo correta, sobre a molécula de RNA mensageiro.
se completa, à frente de cada filamento antigo surge um fila- • RNA ribossômico (RNAr): é formado por regiões espe-
mento novo. cíficas de alguns cromossomos, chamadas regiões
Em cada molécula nova de DNA, apenas um filamento organizadoras de nucléolo. Trata-se do tipo de RNA
é realmente recém-formado, enquanto o outro filamento encontrado em maior quantidade nas células, e é um
foi preservado da molécula inicial. A replicação do DNA é dos componentes estruturais dos ribossomos, junta-
semiconservativa. mente com proteínas.

144
Diferenças entre DNA e RNA A.1. Características gerais das bactérias

Ácido • Unicelulares, isoladas ou coloniais.
BIOLOGIA
nucleico
DNA RNA • Procariontes, isto é, sem núcleo e sem organelas
membranosas.
Bases
A, T, C e G A, U, C e G • Podem ser de vida livre ou parasitas, heterótrofas ou
nitrogenadas
autótrofas, anaeróbicas ou aeróbicas, com distribui-
Pentose desoxirribose ribose ção cosmopolita.
dois, • São organismos com grande importância para a es-
Filamentos complementares (A um pécie humana, em atividades industriais, para a pro-
com T; C com G) dução de alimentos, antibióticos e na degradação da
nucléolo, matéria morta juntamente com os fungos, atuando
cromatina, hialoplasma, como decompositores.
Localização mitocôndrias e ribossomos, • Reprodução assexuada por cissiparidade.
cloroplastos mitocôndrias e Parede celular Plasmídeo
cloroplastos
Cápsula
Nos vírus do grupo dos retrovírus, existe uma enzima
chamada transcriptase reversa, que atua como uma “DNA-
-polimerase dependente de RNA”. Essa enzima catalisa a
síntese de filamentos de DNA, usando o filamento de RNA do
vírus como molde. Um desses vírus é o HIV, causador da sín-
O
drome da imunodeficiência adquirida (aids).
BO O
SC
M IV
Ribossomos
DNA 
replicação
→ DNA
O S
DNA 
transcrição
→ RNA D LU Material
genético(DNA)
Membrana
plasmática
O C
RNA 
transcrição reversa
→ DNA
N X
Esquema de bactéria ao microscópio eletrônico

SI O E
4. Organização celular B. Célula eucariótica

As células eucarióticas possuem núcleo, isto é, o mate-
EN S
A. Célula procariótica
E U
rial genético está separado do citoplasma por um envelope

A célula procariótica não tem núcleo, assim como não nuclear ou carioteca. No citoplasma, existem organelas com
D E
apresenta organelas com sistemas de membranas, como sistemas de membranas duplas lipoproteicas, como retículo
A LD
retículo endoplasmático, complexo golgiense, lisossomo, mi- endoplasmático, complexo golgiense, lisossomo, mitocôn-
tocôndria, cloroplasto, entre outras. São exemplos de organis- dria e cloroplasto. São exemplos de organismos eucariontes
EM IA
mos procariontes as bactérias e as cianobactérias. fungos, algas, protozoários, animais e vegetais.

ST ER
SI AT
M
Complexo golgiense Lisossomo
Microfilamentos
Envelope nuclear
Ribossomo
Nucléolo
Retículo endoplasmático Centríolos

não granuloso
Retículo endoplasmático
granuloso
Mitocôndria
Vesícula
Membrana plasmática de secreção
Célula eucariótica animal

145
Nucléolo
Ribossomo
Envelope nuclear
BIOLOGIA
Retículo
endoplasmático
granuloso Grande
vacúolo
Retículo
endoplasmático
não granuloso
Complexo
golgiense
O
BO O
Membrana
Cloroplasto
SC
plasmática
M IV
O S
Parede Mitocôndria
D LU
celular
O C
Célula eucariótica vegetal
N X
SI O E
B.1. Funções das organelas citoplasmáticas

Organelas Funções
EN S
E U
Ribossomo Síntese de proteínas

D E
Retículo endoplasmático granuloso Síntese de proteínas e transporte de substâncias

A LD
Retículo endoplasmático não granuloso Síntese de lipídeos e transporte de substâncias

EM IA
Complexo golgiense Secreção celular, formação dos lisossomos, formação da lamela média e do acrossomo
ST ER
Lisossomo Digestão intracelular

SI AT
Mitocôndria Respiração celular

M
Cloroplasto Fotossíntese
Centríolo Formação dos cílios e flagelos e do fuso acromático
Cílios e flagelos Movimento celular
Vacúolo Armazenamento de água e sais minerais, controle da pressão osmótica
B.2. Diferenças entre célula animal e célula vegetal
Célula animal Célula vegetal

Membrana plasmática Membrana plasmática e parede celular
Presença de centríolo Ausência de centríolo
Vacúolo pouco desenvolvido Vácuolo desenvolvido
Ausência de cloroplasto Presença de cloroplasto

146
C. Acelulares – Vírus
Os vírus possuem organização molecular e são conhecidos normalmente pelas doenças que provocam. São parasitas intracelula-
BIOLOGIA
res obrigatórios de células procarióticas e eucarióticas animal e vegetal.
RNA
Capsídeo
DNA
Cauda
Fibras
da cauda
Vírus da aids Bacteriófago
HIV
Transcriptase
reversa
O
BO O
SC
M IV
Linfócito
RNA
O S
7
1 D LU Citoplasma
O C
N X
DNA 6
SI O E
celular
Núcleo
2
EN S
E U
5
D E
A LD
RNA viral
EM IA
ST ER
Transcriptase
reversa
SI AT
M
3
4
Molécula híbrida
de DNA e RNA DNA viral
Mecanismo de reprodução do HIV no interior do linfócito. 1 – Infecção; 2 – Liberação de peças virais; 3 – Transcrição rever-
sa; 4 – Formação de DNA viral; 5 – Transcrição; 6 – Formação de peças virais; 7 – Liberação de novos vírus.
5. Fisiologia celular
A. Tradução e código genético
As moléculas de DNA transcrevem as suas sequências de nucleotídeos em moléculas de RNAm (transcrição). A partir das in-
formações recebidas pelo RNAm, os ribossomos produzem proteínas (tradução), unindo aminoácidos por meio de ligações pep-
tídicas. A cada 3 nucleotídeos percorridos (ou um códon) na molécula do RNAm, há incorporação de um aminoácido, na proteína.
Como há 64 códons para codificar apenas 20 aminoácidos, diferentes códons podem ter correspondência com um mesmo
tipo de aminoácido. Por exemplo, os códons UCU, UCC, UCG e UCA codificam o aminoácido serina. Por isso, diz-se que o código
genético é degenerado. A correspondência entre os códons e os aminoácidos é praticamente a mesma para a maioria dos seres
vivos do planeta, sendo o código denominado, por isso, universal.

147
Transcrição Diferentes genes no DNA Núcleo
BIOLOGIA
RNAm RNAr RNAt
RNAm RNAr RNAt

Poro do
envelope
nuclear
Tradução Ribossomos Aminoácidos
G U G Citoplasma
C S
O
C
BO O
AG
SC
M IV
Formação da Ligação RNAt e
O S
cadeia polipeptídica aminoácido
no ribossomo D LU
O C
met
gly
N X
He
SI O E
val
glu
cys
EN S
in
cys g Proteína
E U
Para ser usada na célula

D E
ou para exportação�
A LD
Transcrição e tradução na célula eucariótica

EM IA
B. Mecanismos de transporte
ST ER
A membrana plasmática, além de ser uma estrutura de proteção dentro dos limites ultramicroscópicos, seleciona o que entra ou
sai do meio celular por meio da permeabilidade seletiva.
SI AT
M
Célula
Glicoproteínas
Proteínas
Glicolipídeos
Lipídeos
Detalhe da estrutura da membrana celular ao microscópio eletrônico
Estudos químicos diretos e a análise da permeabilidade celular mostram que as membranas têm composição lipoproteica, isto é,
são formadas por lipídeos e por proteínas. A porção lipídica inclui fosfolipídeos, esteroides, ácidos graxos e glicolipídios.
O modelo estrutural, proposto por Singer e Nicholson, explica muitas das propriedades físico-químicas e biológicas das membra-
nas celulares, além de apresentar correspondência com a observação microscópica da membrana.
Os principais mecanismos de passagem de substâncias através das membranas são o transporte passivo e o transporte ativo.

148
B.1. Transporte passivo B.2. Transporte ativo

Acontece sempre a favor do gradiente de concentração e É um transporte direcionado, que ocorre contra o gradien-
BIOLOGIA
não gasta energia. te de concentração, graças à atuação de proteínas presentes

• Osmose na membrana plasmática, as quais atuam como “portas gira-
É a passagem da água de um meio menos concentrado tórias”. Consome energia e permite manter grandes diferen-
(hipotônico) para um meio mais concentrado (hipertônico). ças de concentração entre os meios intra e extracelular.
= Solvente I = Meio extracelular Meio

= Soluto II = Meio intracelular extracelular
I II I II I II
Meio Na+
intracelular
Na+ ATP ADP + P
Na +
Na+
O
BO O
SC
Solução Solução Solução
M IV
isotônica hipertônica hipotônica
O S
D LU
O C
N X
SI O E
Exemplo de transporte ativo: bomba de sódio e potássio

Hemácias Hemácias Hemácias com
EN S
com volume crenadas volume acima

C. Secreção celular
E U
normal (murchas) do normal

As secreções são geralmente produzidas no retículo en-
D E
• Difusão doplasmático granuloso ou ergastoplasma e, a seguir, concen-

A LD
Trata-se da passagem de solutos sem gasto de energia, tradas e “envelopadas” nas vesículas do complexo golgiense.
do meio no qual eles se encontram em maior quantidade para As vesículas contendo as secreções abrem-se na superfície da
EM IA
o meio no qual sua quantidade é menor. célula, liberando no meio extracelular o seu conteúdo.
ST ER
Membrana Secreção
SI AT
plasmática
M
Vesículas
de secreção
Processo de difusão simples
Complexo
golgiense
• Difusão facilitada
É a passagem de moléculas a favor do gradiente de con-
centração, com o auxílio de proteínas especiais (permeases) FACE TRANS
que atuam como locais facilitadores para a travessia.
Molécula transportada Bolsas
Proteína Proteína intermediárias
de canal carreadora Bolsas do
FACE CIS complexo
Ribossomos, golgiense
Membrana onde ocorre Transporte de proteínas
plasmática a síntese de do RE para o complexo
proteínas� golgiense Vesículas
Retículo
Difusão Mediado Mediado por endoplasmático
simples por canal carreador granuloso (RE)
Difusão facilitada Esquema da interação entre o retículo endoplasmático e o
Comparação entre difusão simples e difusão facilitada complexo golgiense no processo de secreção celular

149
D. Digestão intracelular • Fermentação alcoólica (ou etílica)

Depois de englobar uma partícula, por fagocitose ou por Libera CO2 e etanol. É empregada industrialmente na
BIOLOGIA
pinocitose, a célula coloca-a em contato com as enzimas pre- fabricação de bebidas alcoólicas e do pão.
sentes no interior dos lisossomos. As estruturas formadas Equação geral da fermentação alcoólica:
pela fusão dos lisossomos com os fagossomos são chama-
das vacúolos digestórios. As enzimas digestivas são hidrola- C6H12O6 → 2 etanol + 2CO2 + 2 ATP
ses, pois catalisam reações de hidrólise.
Depois de assimilar as moléculas resultantes da diges- • Fermentação láctica
tão, a célula elimina o conteúdo não aproveitado do vacúolo Libera ácido láctico e não produz CO2. É o processo
digestório. A vesícula que contém esses resíduos é o corpo re- empregado na produção de queijos e coalhadas. Tam-
sidual, e a sua exteriorização é a clasmocitose ou exocitose. bém acontece nas células musculares submetidas à
atividade intensa.
Retículo Complexo golgiense
endoplasmático Lisossomo
granuloso (primário) E.2. Respiração aeróbia
Tem a participação do gás oxigênio (O2) como aceptor
1
final de elétrons. Divide-se em três etapas, sendo que duas
ocorrem na mitocôndria.
3
Crista
4 2 mitocondrial
6
7 5
O
BO O
Fagocitose
SC
M IV
Clasmocitose
O S
1 Pinocitose
1 – Fagocitose ou pinocitose
2 – Vacúolo alimentar (fagossomo)
D LU
4 – Vacúolo digestório ou lisossomo secundário
5 – Absorção dos nutrientes úteis Matriz
Membrana
O C
3 – Fusão do vacúolo alimentar com o 6 – Vacúolo ou corpo residual externa
N X
lisossomo primário 7 – Clasmocitose Mitocôndria

SI O E
Esquema do mecanismo de digestão intracelular em uma célula

hipotética, incluindo os fenômenos de fagocitose e pinocitose. • Glicólise: ocorre no hialoplasma.
• Ciclo de Krebs: processa-se na matriz mitocondrial.
EN S
E. Metabolismo energético
E U
• Cadeia respiratória: série de moléculas (citocro-

mos) presentes nas cristas mitocondriais. É a fase
D E
E.1. Fermentação de maior produção de ATP. Nessa fase, os átomos de

A LD
Oxidação de moléculas orgânicas sem a participação do hidrogênio conduzidos pelo NAD e FAD perdem ener-
oxigênio. Produz duas moléculas de ATP por molécula de gli- gia, sendo recolhidos no final da cadeia pelo oxigênio,
EM IA
cose oxidada. formando água.

ST ER
Equação geral da respiração aeróbia:

SI AT
C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O + 36 ou 38 ATP

M
Glicose
2 ADP
2 ATP 2 ATP
2 NAD +
(x 2 ATP)
2 NADH 4 ATP
2 ácido pirúvico
2 NAD+
(x 3 ATP)
2 NADH 6 ATP
Total: 36 ATP
2 acetil CoA
2 ADP
2 ATP 2 ATP
Duas voltas 6 NAD +
(x 3 ATP)
do ciclo 6 NADH 18 ATP
de Krebs
2 FAD (x 2 ATP)
2 NADH2 4 ATP
Balanço energético da respiração aeróbia.

150
Pesquisas recentes sugerem que a quantidade total de A taxa de fotossíntese depende da temperatura, da con-
ATP obtida na degradação aeróbia de cada glicose seria inferior centração de CO2 e da intensidade luminosa.
BIOLOGIA
aos 36 ou 38 ATP tradicionalmente considerados. Os elétrons

de alta energia obtidos da degradação de uma molécula de • Efeito da temperatura
glicose e transportados na cadeia respiratória liberariam uma
quantidade de energia suficiente para formar apenas 26 ATP,
Taxa de fotossíntese
que, somados aos 2 ou 4 ATP gerados na glicólise e aos outros
2 ATP produzidos no ciclo de Krebs, forneceriam um total de 30
ou 32 moléculas de ATP.
E.3. Fotossíntese
Processo de transformação de energia luminosa em
energia química, armazenada em moléculas orgânicas. A
substância produzida na fotossíntese é a glicose (C6H12O6). Temperatura ótima Temperatura
Os organismos que realizam a fotossíntese são autótrofos,
enquanto os que não produzem matéria orgânica a partir de • Efeito da concentração do CO2
substâncias inorgânicas, e necessitam obtê-las a partir dos
alimentos, são heterótrofos.
A fotossíntese acontece nos cloroplastos, organelas onde se
encontra a clorofila, pigmento responsável pela captação da luz.
O
BO O
Tilacoide Membrana externa
SC
M IV
Membrana
interna
O S
0,05 0,10 0,15 0,20
D LU Concentração de CO2 no ar (em % de volume)
O C
N X
• Efeito da intensidade luminosa

SI O E
Granum
EN S
Estroma
E U
Esquema de um cloroplasto
D E
A LD
• Etapa fotoquímica (ou “fase de claro”)

São reações químicas dependentes da luz e envolvem
EM IA
a fotólise da água e a fotofosforilação. Na fotólise da Saturação luminosa Intensidade luminosa

ST ER
água, há a liberação do oxigênio molecular (O2). Nessa

etapa, são produzidas moléculas de ATP e de NADPH, Chama-se de ponto de compensação luminosa ou fótica
SI AT
que serão empregadas na outra etapa. Ocorre nos gra- (PCL ou PCF) a intensidade luminosa na qual a respiração e
M
na dos cloroplastos. a fotossíntese se equivalem. Em ambientes com intensidade

• Etapa química (ou “fase de escuro”) luminosa igual ao PCL, as trocas gasosas globais entre a plan-
Não depende da luz, mas depende de substâncias ge- ta e o seu ambiente são equivalentes.
radas na “fase de claro” (o ATP e o NADPH). Compreen-
de uma sequência cíclica de reações químicas (o
“ciclo das pentoses”), que reduz o CO2 e origina molé- Fotossíntese
Intensidade do processo
culas de glicose. Ocorre no estroma dos cloroplastos.
H2O CO2 Respiração

NADPH celular
Fase de NADP Fase de
Luz claro ou escuro ou Carboidrato
fotoquímica ATP química
ADP + P
A B C Intensidade
O2 H 2O luminosa
Esquema simplificado da fotossíntese Efeito da intensidade luminosa nos processos de respiração celular
e fotossíntese. Na intensidade luminosa A, a taxa de respiração é
maior do que a de fotossíntese. Na intensidade luminosa B (ponto
Equação geral da fotossíntese: de compensação fótica ou luminosa), a taxa de fotossíntese
e de respiração são equivalentes. Na intensidade luminosa C,
6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 H2O + 6 O2 a taxa de fotossíntese é maior do que a de respiração.

151
6. Núcleo e divisão celular B.1. Interfase

A interfase é o período que antecede a divisão celular
BIOLOGIA
A. Núcleo interfásico e de acentuada atividade metabólica, tanto do citoplasma
As células eucarióticas têm núcleo delimitado pelo enquanto do núcleo. A interfase é dividida em três períodos: G1
velope nuclear, que separa o núcleo do citoplasma. O núcleo (intensa síntese de RNA e proteínas e crescimento celular), S
comanda as atividades celulares, pelo fato de o material ge- (duplicação do DNA) e G2 (menor síntese de RNA e proteínas
nético (DNA) estar nele presente. e novo crescimento celular).
Envelope nuclear Poro nuclear

S
Interfase
Nucléolo
Cromatina
Cariolinfa G1 G2
Núcleo interfásico com seus componentes Mitose
A cromatina é formada por uma rede de filamentos e grâ-
O
nulos, aderida à face interna da carioteca. Cada filamento des-
BO O
SC
condensado na interfase é um cromonema. Durante a divisão, Esquema do ciclo celular
M IV
sofre condensação e encurtamento, sendo visto individuali-
O S
zado como um cromossomo. B.2. Fases da mitose
D LU Compreende quatro fases sucessivas.
O C
Eucromatina • Prófase
Heterocromatina
N X
Heterocromatina Início da condensação dos cromossomos, duplicação dos

SI O E
Eucromatina centríolos e formação do fuso acromático, rompimento do

Condensação Eucromatina
envelope nuclear e desaparecimento do nucléolo.
Centrômero Centrômero
EN S
Fibras do áster Resto do

E U
envelope nuclear Fibras

Fibras do fuso do fuso
D E
A LD
Centríolos
Durante a espiralização da cromatina, as regiões de hetero-

EM IA
cromatina condensam-se menos que as de eucromatina, origi-

ST ER
nando regiões de estreitamento nos cromossomos, chamadas

constrições. Uma dessas constrições é o centrômero. Cromossomo
SI AT
Início da prófase Final da prófase

M
• Metáfase
Cromossomos em grau máximo de condensação, no
equador celular. A divisão celular pode ser interrom-
pida na metáfase, por ação de substâncias, como a
colchicina, capaz de impedir a formação das fibras do
fuso acromático.
Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico

Classificação dos cromossomos quanto à posição do centrômero
B. Mitose
Divisão celular com formação de duas células com a mes-
ma ploidia.
2n n
• Anáfase
2n 2n n n Ocorre encurtamento das fibras do fuso acromático,
separando as cromátides irmãs e tracionando-as para
Mitose polos opostos.

152
A tabela a seguir mostra as principais diferenças entre a

mitose na célula animal e na célula vegetal.
BIOLOGIA
Célula animal Célula vegetal

Acêntrica (sem
Cêntrica (com centríolos)
centríolos)
Astral (com áster) Anastral (sem áster)
Citocinese centrípeta (de Citocinese centrífuga (de
• Telófase fora para dentro) dentro para fora)
Há descondensação dos cromossomos, reorganização
do envelope nuclear e do nucléolo e divisão do citoplas- C. Meiose
ma (citocinese). Compreende duas divisões consecutivas: a meiose I, que
separa os cromossomos homólogos e reduz a ploidia da cé-
Envelope lula à metade, e a meiose II, que separa as cromátides irmãs.
nuclear
Prófase I
2n Metáfase I
Meiose I
Anáfase I
Telófase I
n n
Início da telófase Prófase II
O
Metáfase II
BO O
Meiose II
Anáfase II
SC
M IV
Citocinese centrípeta Formação Telófase II
n n n n
O S
do nucléolo
D LU A primeira divisão da meiose é reducional, pois a ploidia (2n) da
célula-mãe é reduzida à metade (n) nas células-filhas. Na segunda
O C
divisão da meiose, não ocorre alteração da ploidia das células.
N X
SI O E
Final da telófase
EN S
E U
A quantidade de cromossomos nas células-filhas é a

D E
mesma da célula-mãe. Há, durante o ciclo mitótico, variação

A LD
na quantidade de DNA, e não da ploidia, como mostram os

gráficos a seguir.
EM IA
I. Prófase I
ST ER
Quantidade de DNA
SI AT
2x
M
II. Metáfase I
Ciclo
G1 S G2 P M A T celular
Variação na quantidade de DNA
Ploidia
III. Anáfase I
2n
Ciclo
G1 S G2 mitose celular
Variação na ploidia IV. Telófase I

153
D. Gametogênese
BIOLOGIA
Ovogônias (2n)
Fase de
proliferação
V. Prófase II
Fase de Ovócito
crescimento primário (2n)
Ovócito
secundário (n)
VI. Metáfase II
1° corpúsculo
Fase de polar (n)
maturação
2° corpúsculo
polar (n)
Óvulo (n)
O
Ovogênese
BO O
VII. Anáfase II
SC
M IV
O S
D LU Fase de
proliferação Espermatogônias (2n)
O C
N X
SI O E
VIII. Telófase II
Um evento importante da prófase I da meiose é a possi-

EN S
E U
bilidade de ocorrência de trocas de fragmentos entre os cro- Fase de crescimento Espermatócito primário (2n)
mossomos homólogos: a permutação ou crossing over.
D E
A quantidade de cromossomos nas células-filhas é a

A LD
metade da célula-mãe. Há, na meiose, variação na quantida- 1a divisão

Espermatócito
de de DNA e na ploidia, como mostram os gráficos a seguir. secundário (n)
EM IA
ST ER
Quantidade de DNA Separação dos

cromossomos homólogos
Fase de
2x
SI AT
maturação
2a divisão
M
Separação das
cromátides-irmãs
Espermátides (n)
x
x Espermatozoides (n)
2 Espermiogênese
G1 S G2 PI MI AI TI PII MII AII TII Espermatogênese

Interfase Meiose I Meiose II
Variação na quantidade de DNA D.1. Gêmeos
Ploidia
Os gêmeos monozigóticos ou univitelinos ou idênticos
Separação dos
cromossomos homólogos ocorrem quando um óvulo é fecundado por um espermato
2n zoide, gerando um embrião, e este se divide em uma fase
precoce do seu desenvolvimento. Os gêmeos monozigóticos
são geneticamente idênticos. Os gêmeos dizigóticos ou bivi-
n telinos ou fraternos surgem quando a mulher produz, em um
ciclo menstrual, dois ou mais óvulos, que são fecundados
por espermatozoides diferentes e originam embriões que se
desenvolvem simultaneamente, mas que, geneticamente,
G1 S G2 PI MI AI TI PII MII AII TII não são iguais. Os gêmeos dizigóticos são chamados frater-
Interfase Meiose I Meiose II nos porque são como dois irmãos quaisquer, com a particu-
Variação na ploidia laridade de terem se desenvolvido simultaneamente.

154
7. Bases da genética
BIOLOGIA
A. Primeira lei de Mendel

De acordo com a primeira lei de Mendel, “todas as características são determinadas por um par de fatores que se segregam
durante a formação dos gametas”. Os gametas são sempre puros, ou seja, possuem apenas um “fator” (gene) de cada par.
Em relação a um par de genes alelos, um indivíduo pode ser homozigoto (AA ou aa) ou heterozigoto (Aa).
O homozigoto AA apresenta dois alelos dominantes, e o indivíduo aa apresenta dois alelos recessivos.
O heterozigoto Aa manifesta o fenótipo referente ao caráter dominante em razão da relação de dominância entre A e a.
A>a
Esse padrão de herança é chamado monoibridismo com dominância completa.

Quando se cruzam dois indivíduos heterozigotos para um determinado par de alelos, na descendência obtém-se uma pro-
porção fenotípica de três indivíduos com o caráter dominante para um com o caráter recessivo.
Genotipicamente, a proporção é de um homozigoto dominante para dois heterozigotos e um homozigoto recessivo.
Aa a
A
Aa
Flor vermelha Flor branca
X A
O
BO O
SC
AA aa AA Aa
M IV
Flor vermelha
O S
A a
D LU a
O C
Aa aa
N X
Proporção genotípica → 1 : 2 : 1
SI O E
Aa
Proporção fenotípica → 3 : 1
EN S
E U
Uma forma comumente empregada para a representação de cruzamentos é o heredograma. Nele, estão os casais e as pro-
les que cada um deles origina. Na resolução de um heredograma, é importante determinar os genótipos do maior número possí-
D E
vel de indivíduos. A seguir, estão representados os principais símbolos utilizados na construção de heredogramas.
A LD
EM IA
ou = macho
ST ER
ou = macho com o caráter considerado

SI AT
ou = fêmea
M
ou = fêmea com o caráter considerado
= o traço de união entre as figuras indica o

cruzamento
= o traço duplo de união indica cruzamento
consanguíneo (entre parentes)
= indicativo de indivíduo de sexo não
informado
ou ou = gêmeos dizigóticos
ou = gêmeos monozigóticos
Passos para a resolução de um heredograma:

1º Determinam-se o caráter dominante e o caráter recessivo. Para isso, devemos localizar um casal fenotipicamente idênti-
co, que teve um descendente com fenótipo diferente. O fenótipo presente no descendente é recessivo.
2º Localizam-se os homozigotos recessivos, pois todos eles (e apenas eles) manifestam o caráter determinado pelo alelo
recessivo.
3º A partir dos homozigotos recessivos, os demais genótipos podem ser esclarecidos.
Exemplo:

155
Aa Aa Aa Aa
C. Herança dos grupos sanguíneos
BIOLOGIA
C.1. Sistema ABO
Nesse sistema, as pessoas são classificadas em quatro
grupos, de acordo com a presença de antígenos (aglutinogê-
nios) e anticorpos (aglutininas).
Numa transfusão sanguínea, deve-se tomar cuidado para
A– aa Aa Aa aa não se aplicar sangue de um doador cujos glóbulos verme-
lhos tenham aglutinogênios, em um receptor cujo sangue
contenha aglutininas incompatíveis.
aa A–
Aglutinogênio Aglutinina
Tipo
Homem normal Homem afetado (glóbulos vermelhos) (plasma)
Mulher normal Mulher afetada A A anti-B
B B anti-A
B. Casos especiais
AB AeB nenhuma
B.1. Dominância incompleta e codominância O nenhum anti-A e anti-B
Na dominância incompleta, também conhecida como
herança sem dominância ou intermediária, o heterozigo-
AB
O
to apresenta um fenótipo intermediário entre os fenótipos
BO O
SC
apresentados pelos indivíduos homozigotos. Um exemplo
M IV
é a determinação da cor das flores da Mirabilis jalapa, mais AB Receptor universal
O S
conhecida como “maravilha”. Nessa espécie, há duas va-
D LU
riedades puras: uma que possui flores brancas e outra que
O C
possui flores vermelhas. Quando são cruzadas, os híbridos
A A B B
N X
resultantes, na geração F1, têm flores rosa, o que representa

SI O E
um fenótipo intermediário entre os dois apresentados pelos

indivíduos da geração parental. Quando essas plantas de
flores rosa são autofecundadas, a geração F2 apresenta 25%
EN S
O Doador universal
E U
de plantas com flores vermelhas, 50% com flores rosa e 25%

com flores brancas.
D E
Na codominância, os dois alelos manifestam, ao

A LD
mesmo tempo, suas características no heterozigoto. Um O

exemplo disso são os indivíduos do grupo sanguíneo AB
EM IA
do sistema ABO, que apresentam tanto os aglutinogê- As transfusões possíveis no sistema ABO
ST ER
nios encontrados em indivíduos do tipo sanguíneo A,

quanto os presentes em indivíduos do tipo sanguíneo A determinação genética do sistema ABO é um caso de
SI AT
B. Isso ocorre porque, quando os alelos responsáveis polialelia, na qual temos uma série de três alelos múltiplos:
M
pelo tipo sanguíneo A e pelo tipo sanguíneo B se encon- IA (determina a produção do aglutinogênio A), IB (determina
tram em um mesmo indivíduo, ambos manifestam suas a produção do aglutinogênio B) e i (determina a ausência de
características. aglutinogênios). Entre esses polialelos, há a seguinte relação
de dominância:
B.2. Alelos letais
IA = IB > i
Quando um alelo causa deformidade ou distúrbio meta-
bólico, é chamado deletério. As doenças genéticas são causa-
das por alelos deletérios, alguns dominantes e outros reces- C.2. Sistema Rh
sivos. Às vezes, o efeito deletério é letal, ou seja, determina a Cerca de 85% das pessoas possuem, em seus glóbulos
morte do indivíduo. vermelhos, o fator Rh. Essas pessoas são Rh positivo. As que
não têm esse antígeno são Rh negativo.
B.3. Pleiotropia A herança do sistema Rh pode ser entendida como um caso
Padrão especial de herança no qual um gene atua de monoibridismo com dominância completa, no qual o alelo
simultaneamente sobre duas ou mais características. Um dominante R condiciona a presença do fator Rh e o alelo recessi-
exemplo de gene pleiotrópico humano é o causador da fe- vo r determina a sua ausência.
nilcetonúria, doença causada por um alelo recessivo, que Mulheres Rh negativo que possuem anticorpos anti-Rh
provoca alterações no metabolismo do aminoácido feni- podem passar esses anticorpos para os seus filhos durante
lalanina. Esse aminoácido e seus derivados metabólicos a gestação, através da placenta. Se a criança for Rh positivo,
passam a se acumular no corpo, causando retardo mental, esses anticorpos irão provocar a destruição maciça dos seus
alterações na cor da pele, modificação na composição quí- glóbulos vermelhos. Essa doença chama-se eritroblastose
mica da urina etc. fetal ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).

156
Condições para a ocorrência de DHRN:

• Mãe Rh negativo e previamente sensibilizada
BIOLOGIA
• Criança Rh positivo
• Pai Rh positivo (pois só assim pode nascer uma criança Rh positivo.)
Anticorpos anti-Rh
passam da mãe
Hemácias Rh do feto
+
para o feto e
passam para a mãe� podem
destruir as
Anticorpos anti-Rh hemácias fetais�
Primeira gestação Mulher sensibilizada Segunda gestação
O
Desenvolvimento da doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou eritroblastose fetal. Nessa doença, os anticorpos
BO O
SC
anti-Rh maternos destroem as hemácias do feto, causando anemia e, em alguns casos, a morte.
M IV
O S
C.3. Sistema MN
D LU
Esse sistema não interfere na possibilidade de realização de transfusão sanguínea nem causa incompatibilidade mater-
O C
no-fetal, entretanto a sua determinação é útil em casos de investigação de paternidade ou de reconhecimento de pessoas
N X
desaparecidas, quando se faz a análise de diversos outros sistemas sanguíneos, além do ABO e do Rh.
SI O E
É um caso de monoibridismo sem dominância. O alelo LM determina a presença do antígeno M na membrana dos glóbulos
vermelhos, enquanto o alelo LN determina a presença do antígeno N. Os heterozigotos LMLN produzem ambos os antígenos e
pertencem ao grupo MN.
EN S
E U
8. Herança de dois ou mais pares de genes

D E
A LD
A. Segunda lei de Mendel

Quando dois ou mais pares de genes estão localizados em pares diferentes de cromossomos homólogos, eles se segregam
EM IA
independentemente durante a formação dos gametas.

ST ER
SI AT
A Aa a
M
b b
B B
Possíveis combinações
dos homólogos na A Aa a A Aa a
metáfase I da meiose
B B b b b bB B
A A a a A A a a
B B b b b b B B
Possíveis combinações B b
dos alelos na formação B b b b B B
de gametas A A a a A A a a
1/4 AB 1/4 aB 1/4 Ab 1/4 aB
Um organismo de genótipo AaBb origina quatro tipos de gametas: AB, Ab, aB e ab, todos nas mesmas proporções, ou seja,
25% de cada tipo.

157
A quantidade de tipos diferentes de gametas que um in- B.2. Interação gênica epistática
divíduo pode gerar depende de quantos pares de genes em Há genes que impedem a expressão de um outro que
BIOLOGIA
heterozigose ele possui: não seja seu alelo. A coloração das penas das galinhas é um
exemplo de epistasia dominante, pois o gene inibidor (cha-
número de gametas = 2n
mado epistático) impede a manifestação do outro gene (hi-
postático), mesmo estando presente em dose simples.
O valor n indica o número de pares heterozigotos. Alguns C – determina plumagem colorida
exemplos: c – determina plumagem branca
I – impede a manifestação do par C, c
AAbbCCDDeeFF 20 = 1 tipo de gameta i – permite a produção de pigmentos
aabbCcDDEeff 22 = 4 tipos de gametas (ave branca) CcIi x CcIi (ave branca)
↓
AaBBccDdEeFF 23 = 8 tipos de gametas
9/16 C_I_ ave branca
AaBbCcDdEeFf 26 = 64 tipos de gametas 3/16 C_ii ave colorida
3/16 ccI_ ave branca
Um dos pares das características estudadas por Mendel, 1/16 ccii ave branca
utilizando as ervilhas, foi a cor da semente (amarela – V_ ; ver-
de – vv) e a textura da semente (lisa – R_ ; rugosa – rr). Então, Proporção fenotípica = 13 : 3
o cruzamento pode ser representado assim:
VVRR (semente vvrr (semente verde e B.3. Herança poligênica
P: × Nesse padrão de herança, dentro de cada par de genes
amarela e lisa) rugosa)
O
envolvidos, há um alelo aditivo, que determina um acréscimo
BO O
SC
G: VR × vr na expressão do fenótipo, enquanto o alelo indiferente não
M IV
acrescenta nada a um certo valor mínimo, chamado fenótipo
O S
F1: VvRr (100% semente amarela e lisa) residual. A herança quantitativa geralmente está relacionada
D LU
Deixando ocorrer a autopolinização das plantas da gera- a fenótipos que sofrem variação gradativa, como peso, altura,
O C
ção F1, obteve-se a geração F2 a seguir. cor da pele na espécie humana etc.
N X
VvRr × VvRr Exemplo: em certa espécie vegetal, na qual as plantas, de-

SI O E
VR Vr vR vr × VR Vr vR vr pois de certa idade, possuem alturas entre 1,00 e 2,00 metros,

G:
a altura dos pés é determinada por 2 pares de genes. Em cada
um desses pares, há um alelo aditivo e um alelo indiferente.
EN S
F2: VR Vr vR vr
E U
a – alelo indiferente b – alelo indiferente

VR VVRR VVRr VvRR VvRr
D E
A – alelo aditivo B – alelo aditivo

A LD
Vr VVRr VVrr VvRr Vvrr

A planta de genótipo AABB possui 4 alelos aditivos, que
vR VvRR VvRr vvRR vvRr acrescentam 1,00 m ao fenótipo mínimo, portanto cada alelo
EM IA
vr VvRr Vvrr vvRr vvrr aditivo acrescenta 0,25 m.

ST ER
Proporção fenotípica = 9 : 3 : 3 : 1 Genótipo Fenótipo (altura)

SI AT
(9/16 semente amarela e lisa, 3/16 semente amarela e rugosa, aabb 1,0 m
M
3/16 semente verde e lisa, 1/16 semente verde e rugosa) Aabb 1,25 m
AAbb 1,50 m
B. Interação gênica AABb 1,75 m
Interação gênica é o padrão de herança no qual dois ou AABB 2,0 m
mais pares de genes controlam uma só característica. As prin-
cipais formas de interação gênica são a não epistática, a epis- O número de fenótipos diferentes que podem ser encon-
tática e a poligênica ou quantitativa. trados depende do número n de pares de genes envolvidos
na herança:
B.1. Interação gênica não epistática
Número de fenótipos = 2n + 1
Um exemplo é a forma das cristas de galináceos. O gene R,
isolado, determina crista rosa; o gene E, crista ervilha. Na
presença simultânea desses dois genes, surge crista noz; Na geração F2, resultante do cruzamento de dois diíbri-
na ausência de ambos (genótipo rree), crista simples. dos, a frequência de indivíduos com os fenótipos extremos
(ave de crista noz) RrEe x RrEe (ave de crista noz) é determinada por:
↓ Frequência dos extremos = 1/4n
9/16 R_E_ crista noz
3/16 R_ee crista rosa C. Ligação gênica e permutação
3/16 rrE_ crista ervilha
1/16 rree crista simples Caso dois ou mais pares de genes estejam em um mes-
Proporção fenotípica = 9 : 3 : 3 : 1 mo par de cromossomos, tendem a permanecer unidos du-

158
rante a formação dos gametas. Essa situação é conhecida Essa tendência de permanecerem unidos pode ser desfeita
como ligação gênica (ligação fatorial ou linkage). parcialmente pela ocorrência da permutação (crossing over).
BIOLOGIA
Nesses casos, é importante indicar a distribuição no par

de homólogos.
A a A a
B b b B
A ocorrência do crossing over
Se 40% das células germinativas de um indivíduo de ge-
Genótipo AB/ab ou AB ou Genótipo Ab/aB ou Ab ou
ab aB nótipo AB/ab sofrerem crossing over, os gametas produzidos
duplo-heterozigoto “cis” duplo-heterozigoto “trans” serão os seguintes:
60
O
B
BO O
A A
SC
M IV
A
60
O S
60
B B
D LU B
O C
SI O crossing
a
a a
N EX
60
60 b
Meiose sem
b b
EN S
a
E U
60
D E
A a A A a a b
A LD
apenas gametas parentais

(AB e ab)
EM IA
B b B B b b A
ST ER
Meiose com crossing
40
B
SI AT
100 100 A A
gametas recombinantes
40 A 40
M
Gametas B b
b
AB = 160 = 40%
400 80% a
a a
160
ab = = 40%
400 40 B 40
B b
Ab = 40 = 10% a
400 20% 40
aB = 40 = 10% b
400
gametas parentais (AB e ab) e
gametas recombinantes (Ab e aB)
Os gametas AB e ab são formados em maiores quantidades, uma vez que eles não dependem da ocorrência do crossing over
para surgir. São chamados gametas parentais. Os gametas Ab e aB só se formam caso aconteça a permutação. São gametas
recombinantes.
Os gametas parentais sempre são formados em maiores quantidades. Por convenção, a quantidade de gametas recombi-
nantes é proporcional à distância entre os genes, nos cromossomos.
1% crossing over = 1 unidade de distância ou 1 unidade de recombinação (UR)

159
Frequência de permutação entre os genes localizados no Cromossomos Cromatina

Fenótipo
cromossomo: sexuais sexual
BIOLOGIA
f(A – B): 5% XY homem normal 0
f(B – C): 4% XX mulher normal 1
A B C D
f(C – D): 3% mulher com síndrome de
f(A – D): 12% 5 UR 4 UR 3 UR X0 0
Turner
homem com síndrome de
9. Herança e sexo XXY 1
Klinefelter
XXX mulher com “trissomia X” 2
A. Determinação do sexo
A.2. Determinação do sexo em abelhas
A.1. Sistema XY Fêmeas férteis (rainhas): 2n
Nos machos: 2 lotes de autossomos e um par de cromos- Fêmeas estéreis (operárias): 2n
somos sexuais XY Machos férteis (zangões): n
Nas fêmeas: 2 lotes de autossomos e um par de cromos-
somos sexuais XX Óvulo
n
n n Partenogênese
Óvulo Espermatozoide
Fecundação
Larva Mitose
O
Meiose
BO O
Nutrição com Nutrição com
SC
M IV
geleia real geleia comum
O S
D LU
O C
N X
Rainha Operária Zangão

SI O E
Esquema da determinação sexual em abelhas. Note

que os zangões produzem gametas por mitose.
EN S
Macho Fêmea
B. Herança relacionada ao sexo
E U
D E
B.1. Herança influenciada pelo sexo

A LD
Pares de genes nos quais a dominância varia de acordo

com o sexo. A calvície é determinada por um gene dominante
EM IA
X Y X X nos homens e recessivo nas mulheres.

ST ER
Drosófila macho e fêmea, com seus cariótipos

Fenótipos
Genótipos
SI AT
homem mulher
M
O homem possui 44 cromossomos autossomos e um par CC calvo calva

de cromossomos sexuais XY. Nas mulheres, são encontrados Cc calvo normal
os mesmos cromossomos autossomos e mais um par de cro-
cc normal normal
mossomos sexuais XX. O homem é heterogamético e a mu-
lher é homogamética.
Mulher Homem B.2. Herança ligada ao sexo
(XX) (XY) É a herança condicionada por genes que se localizam na
porção heteróloga do cromossomo X, ou seja, a região desse cro-
Células (2n) mossomo que não tem correspondência com o cromossomo Y.
Os casos mais conhecidos de herança ligada ao sexo são
Meiose para formação dos gametas o daltonismo (cegueira parcial para cores) e a hemofilia (defi-
ciência de um dos fatores da coagulação).
Óvulos Espermatozoides
X x Y = XY Genótipos Fenótipos
x X = XX XXH H
mulher normal
X
XHXh mulher normal portadora
A cromatina sexual corresponde a um cromossomo X XhXh mulher hemofílica
inativado e condensado. A quantidade de cromatinas sexuais XHY homem normal
presentes em um núcleo é dada por n – 1, em que n é a quan- X hY homem hemofílico
tidade de cromossomos X presentes na célula.

160
Genótipos Fenótipos Fragmento deletado

XDXD mulher de visão normal A B C D E F G H I J L
BIOLOGIA
XDXd mulher de visão normal portadora

XdXd mulher daltônica
A B C D E F G H I J L
XDY homem de visão normal
XdY homem daltônico G
B.3. Herança ligada ao cromossomo Y e limitada ao sexo H F

A herança ligada ao cromossomo Y é determinada por A B C D E I J L
Pareamento dos
genes holândricos, que são aqueles localizados na porção cromossomos
não homóloga do cromossomo Y, presente somente nos ho- A B C D E I J L
mens. O gene SRY, que promove a diferenciação dos testícu-
los e influencia a manifestação de características masculi- • Inversão: troca de posição dos genes.
nas, é um exemplo de gene holândrico.
Na herança limitada ao sexo, não há penetrância de de- Inversão
terminado gene em um dos sexos, ou seja, a penetrância é
A B C D E H G F I J L
zero, pois, embora presente em ambos, o gene manifesta-se
em apenas um deles. A hipertricose auricular em homens é
causada por um alelo dominante autossômico. Todo homem A B C D E F G H I J L
afetado é filho de um homem também afetado. Todos os
O
seus filhos serão afetados, e as filhas serão normais.
BO O
SC
G
M IV
H F
10. Bases genéticas da evolução
O S
A B C D E G I J L
H F
A. Mutações D LU A B C D E I J L
Pareamento dos
cromossomos
O C
Mutação pode ser definida como alteração no mate-
N X
rial genético dos seres vivos. É um importante fator evo-

SI O E
lutivo, pois gera novas características fenotípicas que • Duplicação: repetição de genes, em razão de um
serão selecionadas pelo ambiente. Podem ser gênicas crossing over desigual.
ou cromossômicas.
EN S
Duplicação
E U
A.1. Mutações gênicas

D E
Alterações naturais ou induzidas dos genes – DNA. A B C D E F G H G H

A LD
• Substituição: troca de uma base nitrogenada por ou-

tra. Ex.: anemia falciforme.
EM IA
A B C D E F G H
ST ER
Códon AUU Aminoácido isoleucina

SI AT
AUU Substituição do nucleotídeo • Translocação: troca de genes entre cromossomos não

uracila pelo nucleotídeo guanina
M
Mutação 1 homólogos.
AUG Aminoácido metionina A A
B B
AUU A A F F C C
Substituição do nucleotídeo Pareamento
B B G G E D J L
Mutação 2 uracila pelo nucleotídeo adenina dos
C C H H
cromossomos
D D I I E D J L
AUA Aminoácido isoleucina I I
E E J J
L L H H
Translocação G G
Como o código genético é degenerado, ou seja, dois ou
mais códons diferentes podem representar um mesmo ami- F F
noácido, uma substituição pode simplesmente não ter ne-
nhuma repercussão no fenótipo do indivíduo. A.3. Mutações cromossômicas numéricas
• Deleção: perda de bases Alteração no número de cromossomos.
• Duplicação: adição de bases • Euploidia: atinge todos os cromossomos (genoma). Ha-
ploidia: o organismo é n. Surge por partenogênese. Ex.:
A.2. Mutações cromossômicas estruturais zangões nas abelhas.
Alterações no número ou arranjo dos genes. Triploidia: o organismo é 3n.
• Deficiência ou deleção: perda de genes. Ex.: leucemia Poliploidia: o organismo é 4n ou mais.
mielóide crônica (cromossomo 22) e síndrome do • Aneuploidia: atinge alguns cromossomos; ocorre em
miado de gato (cromossomo 5). função da não disjunção na meiose.

161
BIOLOGIA
Erro na
meiose I Erro na
meiose II
Monossomia: 2n – 1. Ex.: Trissomia: 2n + 1. Ex.:

Síndrome de Turner (45, X) Síndrome de Down ou trissomia do 21
Síndrome de Klinefelter (47, XXY)
B. Genética de populações
A base do estudo da genética de populações é o conceito de pool gênico. Trata-se do conjunto total de genes presentes em
todos os indivíduos de uma população, considerado em sua totalidade ou para apenas determinado lócus.
O
Segundo o teorema de Hardy-Weinberg, “em uma população em equilíbrio, as frequências gênicas permanecem constantes,
BO O
SC
geração após geração”, desde que não haja influência de alguns fatores, como migrações, mutações e seleção natural.
M IV
Considerando a frequência do alelo A igual a p, a frequência do alelo a igual a q e a soma das frequências gênicas igual a 1,0:
O S
f(A) + f(a) = 1,0 ou p + q = 1,0.
D LU
Considerando-se que a f(AA) = p2, f(Aa) = 2.p.q e f(aa) = q2, o somatório das frequências será sempre igual a 1,0 (ou 100%).
O C
Logo, a expansão da equação que representa o princípio de Hardy-Weinberg determina que:
N X
• a frequência do genótipo homozigoto é igual à frequência do gene elevada ao quadrado;

SI O E
• a frequência do genótipo heterozigoto é igual a duas vezes o produto das frequências de cada gene.
11. Biotecnologia
EN S
E U
Biotecnologia é definida como o uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e as propriedades dos seres vivos,
com o objetivo de solucionar situações-problema ou criar produtos com finalidades específicas.
D E
A LD
A. Engenharia genética ou tecnologia do DNA recombinante

O DNA recombinante é uma molécula híbrida de DNA obtida pela união de moléculas de DNA de fontes biologicamente
EM IA
distintas. Para formar um DNA recombinante, é necessário cortar as moléculas de DNA em que se tem interesse e, poste-
ST ER
riormente, ligar suas extremidades. Nessa técnica, os segmentos de DNA são cortados por enzimas, chamadas enzimas de
restrição, e ligados por outra enzima, chamada DNA ligase, produzindo, dessa forma, uma molécula híbrida.
SI AT
M
Enzimas de restrição G A A T T C G A A T T C
cortam as moléculas de
DNA em pontos específicos. C T T A A G C T T A A G
As extremidades de DNA
G A A T T C
diferentes são unidas
pela enzima DNA ligase. C T T A A G G
G A A T T C
C T T A A G
DNA recombinante
As enzimas de restrição funcionam como tesouras moleculares, cortando o DNA em pontos específicos. A enzima
DNA ligase permite a recombinação do material genético, unindo moléculas de DNA diferentes.

162
B. Organismos geneticamente modificados

Organismo geneticamente modificado (OGM) é aquele cujo material genético (DNA ou RNA) tenha sido modificado por qual-
BIOLOGIA
quer técnica de engenharia genética. Um organismo geneticamente modificado é chamado de transgênico quando, por meio de
técnicas de engenharia genética, recebe e incorpora genes de outra espécie.
Bactéria
1
Cromossomo Plasmídeo 3
2
bacteriano Molécula de DNA humano
Plasmídeo Gene da
recombinante insulina
humana
Extração, purificação
Bactéria transgênica e comercialização da
insulina humana
Clonagem das bactérias
O
Etapas para a construção de uma bactéria transgênica produtora de insulina humana. Em 1, o plasmídeo da bactéria é retirado e
BO O
SC
cortado com uma enzima de restrição. Em 2, o gene para insulina humana é obtido, utilizando-se a mesma enzima de restrição. Em 3,
M IV
o gene para insulina humana é ligado ao plasmídeo bacteriano, utilizando-se a enzima DNA ligase. Em 4, o plasmídeo recombinante
O S
é reintroduzido na bactéria. A bactéria é clonada em meio de cultivo propício, e a insulina é extraída e purificada.
D LU
Algumas aplicações dos transgênicos são: produção de me- 1. desnaturação das cadeias de DNA: em torno de 92 °C,
O C
dicamentos; produção de plantas resistentes a pragas e herbi- as duas cadeias de DNA são separadas;
N X
cidas; aumento da produtividade; aumento no valor nutricional 2. hibridação (hibridização) ou anelamento dos primers:
SI O E
de alimentos; produção de “alimentos vacinas”. No entanto, sua em torno de 55 °C, ocorre o emparelhamento dos ini-
utilização é preocupante para a saúde e para o meio ambiente. ciadores a um local específico da cadeia de DNA;
3. extensão: em torno de 72°, o DNA polimerase sintetiza
EN S
C. Teste de DNA
E U
novas fitas de DNA complementar. Posteriormente, rei-

Esse teste de DNA pode ser utilizado em processos crimi- nicia-se um novo ciclo.
D E
nais para a identificação de possíveis suspeitos. Além disso,

A LD
é muito usado em casos de determinação de paternidade, po- 12. Classificação biológica

dendo excluir ou não os supostos pais.
EM IA
No caso de paternidade, a análise deve ser feita admitin- A. Sistema de classificação de Lineu
ST ER
do-se que a criança possui metade do DNA nuclear do seu pai Lineu introduziu um sistema de classificação baseado em
e outra metade da sua mãe. Assim, se uma banda de DNA da categorias taxonômicas. As categorias taxonômicas formam
SI AT
criança não for encontrada na mãe, tem de estar presente no uma escala hierarquizada: as maiores abrangem as menores
M
pai biológico, e vice-versa. de forma sucessiva. A espécie é a unidade taxonômica funda-

Mãe Criança Homem A Homem B mental. Duas ou mais espécies que tenham certo número de
caracteres comuns constituem um gênero. Por sua vez, gêne-
ros com caracteres comuns formam uma família; as famílias
são reunidas em ordens; as ordens, em classes; as classes,
em filos; todos os filos semelhantes constituem um reino.
Reino
Maior grau de parentesco
Maior diversidade
Filo
Classe
Ordem
Família
Gênero
Espécie
As bandas de DNA da criança que não são encontradas na mãe estão
presentes no homem B, portanto ele é o pai biológico da criança.
D. Técnica do PCR
A técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) per-
mite multiplicar um trecho específico do DNA milhares de ve-
zes sem a utilização de organismos vivos. O processo ocorre
em três etapas: Categorias hierárquicas de classificação

163
B. Regras de nomenclatura • Monera: seres unicelulares, procariontes, autótrofos

• Os nomes científicos devem ser escritos em latim (ou ou heterótrofos – bactérias, cianobactérias e arqueas.
BIOLOGIA
ser latinizados) e com destaque. • Protista (ou Protoctista): seres eucariontes, sem teci-
• A nomenclatura é binomial (ou binominal), ou seja, dos – algas (uni ou pluricelulares e autótrofos) e pro-
todo ser vivo deve ter o seu nome científico formado tozoários (unicelulares e heterótrofos).
por pelo menos duas palavras: o gênero e o epíteto • Fungi: seres uni ou pluricelulares, eucariontes, sem
específico. tecidos, heterótrofos por absorção – leveduras, mofos
• O nome do gênero é um substantivo e é sempre escri- ou bolores, orelhas-de-pau e cogumelos.
to com a inicial maiúscula. A designação da espécie é • Plantae (ou Metaphyta): seres pluricelulares, euca-
um adjetivo e é iniciada por letra minúscula. riontes, com tecidos, autótrofos fotossintetizantes –
• Quando existe subespécie, o nome que a designa deve briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
ser escrito depois do nome da espécie, sempre com ini- • Animalia (ou Metazoa): seres pluricelulares, eucarion-
cial minúscula. tes, com tecidos, heterótrofos por ingestão – porífe-
• Nos animais, o nome da família é resultado da adição ros, cnidários, platelmintos, nematódeos, anelídeos,
da terminação -idae ao radical correspondente ao gê- artrópodes, moluscos, equinodermos e cordados.
nero mais característico da família.
D. Sistemática filogenética
C. Reinos de seres vivos A sistemática filogenética ou cladística possui um méto-
O sistema de classificação em cinco reinos, desenvolvido do de reconstrução de relações de parentesco entre os seres
por Robert H. Whittaker, foi publicado em 1969 e modificado vivos que permite propor classificações que reflitam a histó-
em 1988, por Lynn Margulis e Karlene Schwartz. ria evolutiva.
O
Os cladogramas são representações gráficas que
BO O
SC
expressam as relações filogenéticas entre grupos de seres
M IV
s
nta es
Basidiomicetos
Pla ular
vivos. Grupo monofilético é aquele que reúne todos os grupos
s
c
de pode
Oomicetos os comicetos
An Artró cos
O S
va
mo dos
lus
descendentes de um ancestral comum exclusivo. Grupo poli-

Mu
ino Cor os
D LU
Mo
der da
s
sgo Hep
elí
filético é aquele que não inclui o ancestral comum de todos os

os
s
icet As
icet
Alga
ódeos
O C
indivíduos, ou seja, seus integrantes possuem vários ances-
m
Equ
átic
s
s ve
Alga
Zigo
Nematto
as
Platelmin
N X
Q u itri d i o m
trais, um em cada grupo.

rdes
os
s pa
icet
Alg
nja s
SI O E
po rio
rda
as
om
Es nidá
s
s
ver
Mix
C
DinCorisófita tas
Fla ários
me
s
ado
lha
Eugle
flage s
s
zo
e
gel
s
od
s
EN S
oro
ro
óp
s
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s
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Riziados
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nófi
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Esp
no
fíb
E U
ma
ilia
Cil
elô
ix
es
s
Ma
An
Pe
od
ca
Qu
Av
oc
Es
Protista ou Protoctista
Cr
D E
Absorção
ão
se
est
nte
A LD
Bacté
Ing
ssí
rias
ias
o
tér
Fo t
c
ba Monera
EM IA
no
Formas de nutrição
Cia
Grupo monofilético
ST ER
Plantae ou Metaphyta Fungi Animalia ou Metazoa Grupo parafilético

Grupo polifilético
Os cinco reinos de Whittaker
SI AT
13. Desenvolvimento embrionário

M
A. Fases do desenvolvimento
micrômero
1 macrômero 2 3 4
Micrômero Arquêntero Endoderma

Blastocele Ectoderma
5 6 7 8
Macrômero Blastóporo Notocorda Tubo neural
Celoma Mesoderma
9 10 11 12
Intestino
Etapas do desenvolvimento embrionário do anfioxo: 1 – zigoto; 2 – mórula; 3 – blástula; 4 – blástula em corte;
5 – início da gástrula; 6 – invaginação de macrômeros; 7 – final da gástrula; 8 a 12 – neurulação.

164
ECTODERMA ENDODERMA
Epiderme Encéfalo e Revestimento Revestimento

BIOLOGIA
e estruturas sistema interno do interno do

associadas nervoso trato digestório trato respiratório
(pelos, unhas etc�)
MESODERMA Glândulas
(fígado, pâncreas)
Notocorda Somitos
Cobertura externa
Músculos de órgãos internos
Estruturas excretoras
e reprodutoras
Sistema circulatório,
Derme incluindo coração, Ossos
(camada interna da pele) vasos sanguíneos etc� e cartilagem
Organogênese
B. Classificação embriológica dos animais

Poríferos
Cnidários Diblásticos
Platelmintos Acelomados
O
BO O
Nematódeos Pseudocelomados
SC
M IV
Anelídeos
O S
Artrópodes Triblásticos
Moluscos
Equinodermos
D LU Celomados
O C
N X
Cordados
SI O E
A Cavidade B C
digestória Endoderma
EN S
Ectoderma
E U
Mesoderma Cavidade digestória Cavidade

digestória
D E
Endoderma
Mesoderma
A LD
Ectoderma
Ectoderma Mesoderma Celoma
Endoderma Pseudoceloma
EM IA
(A) Corte transversal do embrião de animal acelomado, (B) pseudocelomado e (C) celomado.
ST ER
C. Tipos de ovos e de segmentação

SI AT
Tipo de ovos Tipos de segmentação Ocorrência

M
Oligolécito
(isolécito ou Mamíferos
alécito)
Holoblástica (total) e igual
Mediolécito
(heterolécito
Anfíbios
ou telolécito
incompleto)
Holoblástica (total) e desigual
Megalécito
(telolécito Peixes, répteis
completo) e aves
Meroblástica (parcial) e discoidal
Centrolécito Insetos
Meroblástica (parcial) e superficial

165
D. Anexos embrionários e placenta moção. A célula de um protozoário é um organismo completo,

Os anexos embrionários desempenham funções essen- que realiza todas as funções essenciais à vida. Por isso, além
BIOLOGIA
ciais para o embrião, como nutrição, proteção, trocas gasosas de conter as organelas típicas dos eucariontes, ela realiza to-
e excreção. Os anexos embrionários são saco vitelínico (ou dos os processos celulares fundamentais, o que a torna uma
vesícula vitelínica), âmnio, alantoide e cório (ou serosa). estrutura extremamente complexa. As trocas de gases respi-
• Saco vitelínico: bolsa de vitelo que fica acoplada ao ratórios acontecem por simples difusão, através da membra-
futuro intestino do embrião, tendo a função de nutri-lo na plasmática. A digestão é intracelular.
durante seu desenvolvimento; ocorre em peixes e é As amebas de água doce são hipertônicas em relação ao
bem desenvolvida em aves e répteis. meio e, por isso, recebem água por osmose. O controle osmó-
• Âmnio: membrana que delimita uma cavidade preen- tico é feito pelo vacúolo pulsátil ou contrátil, uma organela
chida por um líquido, denominado líquido amniótico; esférica que se contrai periodicamente, agindo como uma
protege o embrião contra choques mecânicos e desi- bomba de remoção do excesso de água do citoplasma.
dratação; presente em répteis, aves e mamíferos. Os protozoários marinhos são isotônicos em relação ao
• Alantoide: desempenha as funções de trocas gasosas e meio onde vivem e não possuem vacúolo contrátil. Os proto-
excreção, podendo receber e acumular os resíduos ni- zoários são organizados em quatro grupos principais, de acor-
trogenados, principalmente o ácido úrico; desenvolvido do com sua forma de locomoção.
em répteis e aves e atrofiado na maioria dos mamíferos. • Flagelados
• Cório ou serosa: membrana que protege o embrião e Locomoção por flagelos, podem ser de vida livre, mu-
os outros anexos embrionários, presente em répteis, tualistas (por exemplo, no estômago dos ruminantes) ou
aves e mamíferos; nestes, forma dobras, as vilosida- parasitas. Ex.: Trypanosoma cruzi (causador da doença
des coriônicas, que originam a placenta. de Chagas) e giárdia.
O
A placenta, encontrada na maioria dos mamíferos, realiza a
BO O
SC
nutrição, a excreção e as trocas gasosas do embrião; além disso,
M IV
produz hormônios, como progesterona e gonadotrofina coriôni-
O S
ca (HCG, detectada no exame de sangue que confirma gravidez);
D LU
a comunicação entre a placenta e o embrião ocorre por meio do
Flagelo
O C
cordão umbilical, que possui duas artérias e uma veia.
N X
Embrião Alantoide Núcleo

SI O E
Casca Membrana
Clara
ondulante
EN S
Câmara
de ar
Grânulo basal
E U
Trypanosoma cruzi
D E
Cavidade
amniótica
A LD
Âmnio
Saco • Rizópodes
Cório vitelínico
Locomoção por meio de pseudópodes. Alguns pos-
EM IA
Vasos
sanguíneos suem uma carapaça externa. Parasitas, comensais
ST ER
Representação do ovo terrestre, encontrado em répteis e aves. ou de vida livre. Ex.: Amoeba proteus, Entamoeba coli,
Entamoeba histolytica.
SI AT
Vilosidades coriônicas • Ciliados

M
Cório Dotados de cílios e de dois núcleos (macro e micronú-

cleo). Na sua célula, há um local de entrada de alimen-
Alantoide
(atrofiado) to (citóstoma) e um de saída de dejetos (citopígeo).
Ciliados de água doce possuem vacúolo pulsátil. Pa-
rasitas, comensais ou de vida livre. Ex.: Paramecium
Placenta caudatum, Stentor sp.,Balantidium coli.
Resíduos Citopígeo Citofaringe Citóstoma

Saco vitelínico eliminados Sulco oral Cílios Citoplasma
(atrofiado) Âmnio
Cordão Cavidade
umbilical Embrião amniótica
Representação do embrião humano

Vacúolo Vacúolo
digestório Micronúcleo contrátil
Vacúolo contrátil Macronúcleo
14. Zoologia Organização celular do paramécio, um protozoário ciliado
A. Protozoários • Esporozoários
Os protozoários são unicelulares, eucariontes, heteró- Exclusivamente parasitas, desprovidos de estruturas lo-
trofos e, em sua maioria, providos de alguma forma de loco- comotoras. Ex.: Plasmodium sp. (causador da malária).

166
B. Poríferos
Esponjas são animais pluricelulares simples, sésseis e apresentam corpo com poros, atravessado por canais onde
BIOLOGIA
passa água, trazendo partículas alimentares. Têm um esqueleto interno, formado por fibras orgânicas e/ou espículas
minerais. A maioria é marinha. Têm células especializadas, mas sem órgãos, e coanócitos, células responsáveis pela
circulação da água.
Saída de água Espícula
pelo ósculo Amebócito
Entrada
de água Átrio ou espongiocela
pelos Porócitos
poros
PORO
Coanócito
O
BO O
Flagelo
SC
M IV
O S
D LU Partículas de alimento
O C
N X
Organização estrutural de uma esponja

SI O E
C. Cnidários
Os cnidários apresentam forma de pólipo (fixo) ou de medusa (móvel) e têm o corpo formado por duas camadas de
EN S
E U
células, com simetria radial, cavidade digestória com um orifício e rede nervosa difusa. Muitos passam pela alternância de
gerações, com fase sexuada e fase assexuada. Possuem cnidócitos, células urticantes.
D E
A LD
Tentáculos
EM IA
Boca
ST ER
Célula muscular-digestiva
SI AT
M
Célula nervosa
Cavidade
gastrovascular
Célula
intersticial
Célula glandular
Célula Cnidócito
sensorial
Mesogleia
Célula epitélio-muscular
Gastroderme Epiderme
A parede do corpo dos cnidários é formada pela epiderme (camada externa) e pela gastroderme (camada interna). Entre as duas camadas,
encontra-se a mesogleia, uma camada gelatinosa que apresenta células nervosas que formam o sistema nervoso difuso desses animais.

167
Toxinas
BIOLOGIA
Tentáculo
Cnidocílio
Hidra
Nematocisto
Filamento
Cnidócito Cnidócito
em repouso descarregado
Nos cnidários, a epiderme dos tentáculos apresenta muitos cnidócitos. Quando o cnidocílio é
tocado, dispara o nematocisto que elimina uma substância urticante.
O
BO O
SC
M IV
O S
C.1. Hidrozoários C.2. Cifozoários
D LU
Pólipo é a forma dominante. Os hidrozoários têm reprodu- A forma predominante é a medusa. Os cifozoários mo-
O C
ção assexuada por brotamento. vem-se por jatopropulsão.
N X
Ex.: Hidra, Obelia sp. e caravela portuguesa Ex.: água-viva

SI O E
Gônadas Medusa jovem

Boca (éfira)
EN S
Fase Tentáculos Fase

E U
assexuada sexuada Fase

assexuada Fase
D E
sexuada
A LD
Gastrozoide Medusa adulta

EM IA
ST ER
Óvulo Espermatozoides Fecundação

Broto de medusa interna
Estróbilo
Fecundação
SI AT
Pólipo reprodutivo externa

Epiderme
M
Gastroderme
Cavidade Ovo
gastrovascular
Larva plânula
Pólipo
colonial Larva plânula
Colônia de Pólipo jovem (cifístoma)

pólipos jovens
Ciclo de vida da Obelia sp. Ciclo de vida da Aurelia sp.
C.3. Antozoários
Formam colônias e não têm fase de medusa. Ex.: corais e anêmonas-do-mar.
D. Platelmintos
São vermes achatados, com simetria bilateral e três folhetos embrionários bem definidos. Têm cavidade digestória com um
orifício e sistema nervoso ganglionar. Excretam por meio de células-flama e a reprodução é sexuada.

168
D.1. Turbelários
São de vida livre e carnívoros, ciliados e possuem ocelos. São hermafroditas.
BIOLOGIA
Ex.: planária
Cavidade Cordão
gastrovascular nervoso
Ramificação da longitudinal
cavidade
gastrovascular
Núcleo
Cílios
Nervo
transversal
Boca
Célula-flama
Faringe
Túbulo
Gânglio
cerebral
A B C Poro excretor
Organização corporal de uma planária: sistema digestório (A); sistema nervoso (B); sistema excretor (C)
O
BO O
SC
D.2. Trematódeos
M IV
São parasitas, com dimorfismo sexual. Ex.: Schistosoma mansoni.
O S
D LU
THE NATURAL HISTORY MUSEUM / ALAMY
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
Casal de Schistosoma mansoni

ST ER
D.3. Cestódeos
SI AT
São parasitas, desprovidos de sistema digestório, hermafroditas.

M
Ex: Taenia solium e Taenia saginata

Proglote madura
Escólex
Ganchos Ventosas Útero Poro
genital
Parede do
intestino
Cordão
Proglotes nervoso Testículos
Ducto espermático
Ducto Poro genital
excretor Vagina
Ovário Útero
Glândula de casca
Esquema representativo da anatomia de Taenia solium

169
E. Nematódeos
São vermes cilíndricos, não segmentados, com tubo digestório completo (boca e ânus) e corpo recoberto por cutícula. Inclui
BIOLOGIA
exemplares de vida livre e parasitas de animais e de plantas. O corpo é alongado, com simetria bilateral.
Ex.: Ascaris lumbricoides, Enterobius vermicularis, Necator americanus, Ancylostoma duodenale.
A Linha lateral B Prolongamento da célula

Fêmea muscular em direção ao
Cordão nervoso dorsal
nervo dorsal
Boca Poro Poro genital Ânus Células musculares
excretor feminino longitudinais Canal
excretor
Epiderme
Boca
Cavidade Tubo
Lábios corporal digestório
Linha lateral Cordão

Cutícula nervoso
Macho ventral
Boca Poro Cloaca Espículas

excretor copulatórias
(A) Anatomia externa, (B) corte transversal de lombriga
O
BO O
SC
F. Anelídeos
M IV
São vermes cilíndricos, de corpo segmentado e simetria bilateral. Possuem sistemas bem diferenciados e podem ser ter-
O S
restres ou aquáticos.
D LU
O C
A C
N X
Intestino
SI O E
HANS HILLEWAERT / WIKIMEDIA

EN S
Moela
E U
Papo
D E
A LD
Faringe
EM IA
ST ER
Boca
SI AT
Ânus
M
D
SZEFEI / DREAMSTIME.COM
B Vaso sanguíneo Cutícula

dorsal Epiderme
Tiflossole
Musculatura
circular
Cerdas Musculatura
longitudinal
Cavidade Nefrídio
intestinal
Vaso Poro excretor

sanguíneo
ventral Cordão
nervoso ventral
(A) Organização interna do corpo de uma minhoca. Corpo com poucas cerdas, geralmente terrestres, hermafroditas. (B) Corte transversal
de um metâmero. (C) Nereis sp. Corpo com muitas cerdas, marinhos, cabeça diferenciada com tentáculos. (D) Hirudo medicinalis
(sanguessuga). Corpo sem cerdas, com ventosas para fixação e boca com dentes cortantes na extremidade anterior.

170
G. Artrópodes
Animais segmentados, dotados de pernas articuladas e de exoesqueleto de quitina. Crescimento com mudas ou ecdises.
BIOLOGIA
Apresentam simetria bilateral e sistema nervoso ventral, ganglionar, com um par de gânglios em cada segmento. É o grupo mais
numeroso e diversificado, com mais de um milhão de espécies catalogadas. São classificados em mandibulados (insetos, crus-
táceos, quilópodes e diplópodes) e quelicerados (aracnídeos).
Insetos Crustáceos Quilópodes Diplópodes Aracnídeos
Divisão do Cabeça, tórax e

corpo
Cabeça, tórax e abdome Variável Cabeça e tronco Cefalotórax e abdome
abdome
Número de 1 par em cada 2 pares em cada

pernas
3 pares Variável 4 pares
segmento segmento
Número de
antenas
1 par 2 pares 1 par 1 par Ausentes
Respiração Traqueal Branquial Traqueal Traqueal Filotraqueal e traqueal
O
BO O
SC
M IV
Túbulos de Túbulos de Glândulas coxais e
Excreção Túbulos de Malpighi Glândulas antenais
Malpighi Malpighi túbulos de Malpighi
O S
Terrestre e água doce
D LU
O C
Principalmente Principalmente
Hábitat (existem algumas espécies Terrestre Terrestre
N X
aquático terrestre
marinhas)
SI O E
Gafanhoto, grilo, barata,

EN S
Lagosta, camarão,
formiga, borboleta,
E U
siri, caranguejo e Aranha, ácaro,

Exemplos mosca, mosquito, cigarra, Lacraia Piolho-de-cobra
D E
tatuzinho-de- carrapato e escorpião

mariposa, abelha, louva-
A LD
-jardim
-a-deus
EM IA
ST ER
G.1. Insetos
A maioria é terrestre, e muitos são voadores. Seu corpo tem 3 partes distintas: cabeça, tórax e abdome. Os insetos possuem
SI AT
um par de olhos compostos, um par de antenas e três pares de pernas.

M
Traqueia Asas
Ocelo Estômago
Cérebro
Olho
composto Ovário
Coração
Antena
Ânus
Vagina
Túbulos de
Peças Intestino Malpighi
bucais Glândula
salivar
Cordão
nervoso ventral
Anatomia interna de um inseto

171
G.2. Crustáceos
A maioria é aquática (o tatuzinho-de-jardim é terrestre). Os crustáceos possuem olhos compostos, dois pares de antenas, um
BIOLOGIA
par de mandíbulas e dois pares de maxilares. Camarões e lagostas têm cinco pares de pernas torácicas e nadadeiras abdominais.
Encéfalo Estômago
Coração
Olho Gônada
Musculatura
Glândula antenal
Boca
Mandíbula
Glândula
digestiva Intestino Ânus
Esôfago
Gânglio nervoso
Cordão nervoso ventral
Anatomia interna de um crustáceo
G.3. Aracnídeos
A maioria é terrestre. Os aracnídeos possuem quatro pares de pernas e não possuem antenas. Têm quelíceras e pedipalpos.
O
BO O
SC
M IV
Coração
Vaso dorsal Estômago
O S
Olhos
Intestino
D LU
O C
Glândula digestiva
N X
SI O E
Ovário Gânglio cerebral
Glândula de veneno
EN S
Ânus
E U
Pedipalpo
Glândula de seda
D E
Boca
Filotraqueia
A LD
Fiandeiras Poro genital Espermateca Vaso ventral Quelícera

Anatomia interna de uma aranha
EM IA
ST ER
H. Moluscos
Animais de corpo mole e não segmentado, dotados de cabeça, massa visceral e pé muscular. A maioria é aquática. Muitos formam
SI AT
conchas (externas ou internas). Possuem rádula (exceto os bivalves), estrutura usada para raspar os alimentos, e manto.
M
H.1. Gastrópodes
São assimétricos, dotados de concha helicoidal.
Ex.: caramujo-de-jardim, Biomphalaria glabrata
Concha Intestino
Gônada Coração
Pulmão
Glândula salivar
Receptáculo Olhos
seminal
Nefrídio
Estômago
Gânglio cerebral
Boca
Pé Poro Pênis Rádula
Ânus Glândula
excretor Poro
Vagina genital pedal
Organização corporal de um gastrópode terrestre

172
H.2. Bivalves ou pelecípodes I. Equinodermos

Moluscos de concha com duas valvas, possuem um Têm simetria radial no adulto e bilateral na fase larval,
BIOLOGIA
pé muscular vigoroso e não têm uma cabeça nitidamente endoesqueleto calcário e sistema ambulacrário ou aquífero,
delimitada. Geralmente sésseis, podem se locomover por ligado aos pés ambulacrários tubulares. Todos são marinhos
jatopropulsão. (sésseis ou móveis).
Ex.: ostras, mariscos, mexilhões Ex.: estrela-do-mar, pepino-do-mar, ouriço-do-mar, lí-
rio-do-mar
WIKIPEDIA / DEPARTMENT OF GEOLOGY, THE COLLEGE OF WOOSTER
Canal
radial Placa Água
madrepórica
Ampolas
Canal
pétreo
Pé
ambulacral
Canal
O
circular
BO O
SC
Sistema ambulacrário da estrela-do-mar
M IV
O S
J. Cordados
D LU Mexilhões Animais terrestres ou aquáticos que, pelo menos em algum
O C
estágio do seu desenvolvimento, têm notocorda e fendas farin-
N X
H.3. Cefalópodes geanas. O sistema nervoso é dorsal e a epiderme é pluriestra-

SI O E
Possuem uma grande cabeça, de onde saem 8 ou 10 ten- tificada. O principal grupo é o dos craniados (ou vertebrados).
táculos. Têm duas poderosas mandíbulas, grandes olhos e Nesse grupo, a notocorda é uma estrutura embrionária, que é
sistema nervoso desenvolvido. As lulas apresentam concha substituída pela coluna vertebral. O crânio envolve um encéfalo
EN S
E U
interna e dez tentáculos; os polvos não possuem concha e bastante desenvolvido e muitos possuem cauda.
têm oito tentáculos.
D E
Ex.: lulas e polvos J.1. Ciclostomados ou agnatos

A LD
Animais marinhos e de água doce que possuem boca su-

WIKIMEDIA
gadora sem mandíbula.

EM IA
Ex.: lampreia
ST ER
SI AT
ARSTY / DREAMSTIME.COM
M
J.2. Condrictes ou peixes cartilaginosos

Possuem esqueleto cartilaginoso e brânquias que se
abrem nas fendas branquiais; não têm bexiga natatória e os
machos possuem uma estrutura copulatória, chamada clás-
Polvo per, que é uma nadadeira pélvica modificada.

173
Ex.: tubarões e arraias
CBPIX / DREAMSTIME.COM
CPHOTO / DREAMSTIME.COM
BIOLOGIA
A B
(A) Raia ou arraia, (B) tubarão
J.3. Osteíctes ou peixes ósseos

Neste grupo, estão incluídos quase todos os peixes de água doce e a maioria dos marinhos. Possuem bexiga natatória, corpo
O
coberto com escamas ou pele espessa e brânquias cobertas pelo opérculo.
BO O
SC
Ex.: pescada, atum, dourado
M IV
O S
Bexiga
D LU
natatória
Medula espinal
Nadadeira
dorsal
O C
Nadadeira
Linha caudal
N X
Cérebro lateral
SI O E
Narina
EN S
Opérculo
E U
Brânquias
Gônada
Rim Nadadeira
D E
Coração Ânus anal

Bexiga
A LD
Fígado EstômagoIntestino Nadadeira

pélvica urinária
Anatomia interna de um peixe ósseo
EM IA
ST ER
J.4. Anfíbios
Têm vida aquática no estágio larval e terrestre quando adultos. Representam a transição dos vertebrados do ambiente aquá-
SI AT
tico para o terrestre. Possuem pele úmida, que é parte do sistema respiratório dos animais adultos. Os ovos não possuem casca
M
calcária.
Ex.: sapo, rã, perereca, salamandra, cobra-cega ANITA HUSZTI / DREAMSTIME.COM
A B
WIKIMEDIA / U.S. FISH AND WILDLIFE SERVICE
WIKIMEDIA
(A) Rã, (B) salamandra, (C) cobra-cega (cecília)

174
J.5. Répteis
A pele é coberta de escamas ou de placas córneas. Alguns não possuem membros (as serpentes). A maioria vive e se repro-
BIOLOGIA
duz na terra, e os embriões desenvolvem-se dentro de um ovo de casca resistente, que possui âmnio, cório e alantoide como
anexos embrionários; são ectotermos ou pecilotermos. Ex.: tartarugas, serpentes, jacarés, lagartos
/ GETTY IMAGES, TOM BRAKEFIELD / STOCKBYTE / GETTY IMAGES

TOMMYSCHULTZ / DREAMSTIME.COM, TOM BRAKEFIELD / STOCKBYTE
A B C
O
BO O
SC
M IV
(A) Tartagura, (B) serpente, (C) jacaré
O S
J.6. Aves D LU
O C
São endotermos ou homeotermos, têm o corpo coberto de penas e a maioria possui um par de asas. Têm bicos córneos em vez
N X
de dentes e seus ovos assemelham-se aos dos répteis, com os mesmos anexos embrionários. Apresentam várias adaptações
SI O E
para o voo: desenvolvimento de asas com penas, ossos pneumáticos (leves e cheios de ar), sacos aéreos (aumentam a eficiên-
cia da renovação do ar nos pulmões), corpo aerodinâmico, ausência de bexiga urinária e de parte do intestino grosso (evitando
acúmulo de urina e fezes), osso esterno quilhado, músculos peitorais desenvolvidos.
EN S
E U
Ex.: galinha, pinguim, beija-flor

D E
TOM BRAKEFIELD / STOCKBYTE / GETTY IMAGES

A B
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
JOHN FOXX / STOCKBYTE / GETTY IMAGES
(A) Gaivota, (B) pato
J.7. Mamíferos
São animais endotermos ou homeotermos. O corpo é revestido por pelos. O diafragma separa o tórax do abdome. Seus mem-
bros se adaptaram para a marcha, para a natação ou para o voo, como os morcegos. Os filhotes são alimentados com o produto da
secreção das glândulas mamárias das fêmeas.
• Prototérios ou monotremados: são ovíparos e seu controle da temperatura corporal é deficiente.
Ex.: ornitorrinco e équidna
• Metatérios ou marsupiais: são vivíparos, mas seus filhotes nascem bastante imaturos, permanecendo algum tempo no
marsúpio após o nascimento.
Ex.: canguru e gambá
• Eutérios ou placentários: dotados de uma placenta bem desenvolvida, completam o desenvolvimento embrionário no
interior do útero materno. São representados pela maioria dos mamíferos.
Ex.: coelho, cachorro, lobo, rato, camelo, zebra, elefante, peixe-boi, baleia, macaco, homem

175
A B C
BIOLOGIA
(A) Ornitorrinco, (B) canguru com flihote no marsúpio, (C) lobo
K. Fisiologia animal comparada
Sistema
Digestão Respiração Circulação Excreção
nervoso
O
BO O
Poríferos Intracelular Difusão Avasculares Difusão Ausente
SC
M IV
Rede nervosa
Cnidários Intra e extracelular Difusão Avasculares Difusão
O S
difusa
Platelmintos Intra e extracelular D LU Difusão Avasculares Células-flama Ganglionar
O C
Líquido Tubos em "H" e
Nematódeos Intra e extracelular Difusão Ganglionar
N X
pseudocelomático renetes
SI O E
Cutânea (terrestres),
Extracelular; papo,
Anelídeos branquial Fechada Nefrídios Ganglionar
EN S
moela, tiflossole
(aquáticos)
E U
Traqueal (insetos), Tubos de Malpighi

D E
A LD
filotraqueal (insetos), glândulas

Artrópodes Extracelular (aracnídeos), Aberta coxais (aracnídeos), Ganglionar
EM IA
branquial glândulas verdes

(crustáceos) (crustáceos)
ST ER
Aberta
Branquial, pulmonar
SI AT
Moluscos Extracelular (cefalópodes: Nefrídios Ganglionar

(terrestres)
fechada)
M
Sistema Nervos anelar e

Equinodermos Extracelular Branquial Difusão
ambulacrário radial
Extracelular; dentes, Néfrons (rins): amônia
Peixes válvula espiral nos Branquial Fechada (ósseos), ureia Central dorsal
condríctes (cartilaginosos)
Branquial (larvas), Néfrons (rins):
Extracelular; ausência
Anfíbios pulmonar e cutânea Fechada amônia (larvas), ureia Central dorsal
de dentes, cloca
(adultos) (adultos)
Extracelular; bico córneo Néfrons (rins): ácido
Répteis Pulmonar Fechada Central dorsal
ou dentes, cloaca úrico
Extracelular; papo,
Néfrons (rins): ácido
Aves estômago químico, Pulmonar Fechada Central dorsal
úrico
moela, cloaca
Extracelular; dentes
Mamíferos Pulmonar Fechada Néfrons (rins): ureia Central dorsal
diferenciados, ânus

176
L. Coração dos craniados

Átrio
Corpo
BIOLOGIA
Pulmões
Aorta
Ventral
Átrio
direito
Átrio
esquerdo
Lado direito Lado esquerdo

do ventrículo do ventrículo
Ventrículo
Coração de peixes (1A – 1 V) Coração de répteis (2A – 1V parcialmente dividido)
Corpo
Corpo Pulmão
Pulmões
Átrio Átrio
Átrio esquerdo Átrio
O
direito
BO O
direito esquerdo
SC
M IV
Ventrículo Ventrículo
O S
direito esquerdo
D LU
O C
Ventrículo
N X
SI O E
Coração de anfíbios (2A – 1V) Coração de aves e de mamíferos (2A – 2V)
15. Parasitologia
EN S
E U
A. Viroses e infecções bacterianas

D E
A LD
Bactérias Vírus
Botulismo, cólera, coqueluche, difteria, gastroenterites, Aids, catapora, caxumba, chikungunya, condiloma acuminado
EM IA
gonorreia, hanseníase, leptospirose, meningite (crista de galo), conjuntivite viral, dengue, febre amarela, gripe,
ST ER
meningocócica, pneumonia, tétano, tuberculose hepatite, herpes, poliomielite, raiva, rubéola, sarampo, zika
SI AT
M
B. Protozooses
Local de infecção, sinais
Doença Parasita Transmissão Profilaxia
e sintomas
Sangue, músculos (princi-
Fezes do barbeiro Combate ao barbeiro,
Doença de Trypanosoma cruzi palmente coração) e nervos;
Chagas
Triatoma sp. e via casas de alvenaria, telas,
(flagelado) cardiomegalia, megaesofagia e
placentária repelentes
megacolia
Plasmodium vivax
Picada da fêmea Tratamento dos doentes,
P. falciparum Células hepáticas e hemácias;
Malária do mosquito-prego combate ao mosquito,
P. malariae febre intermitente e anemia
Anopheles sp. telas, repelentes
(esporozoários)
Entamoeba Medidas de saneamento,
Amebíase Intestino; dores abdominais e Alimentos e água
(disenteria)
histolytica higiene pessoal e
diarreia contaminados
(rizópode) com os alimentos
Medidas de saneamento,
Giardíase Giardia lamblia Intestino delgado; dores Alimentos e água
(disenteria)
higiene pessoal e
(flagelado) abdominais e diarreia contaminados
com os alimentos

177
Local de infecção, sinais

e sintomas
BIOLOGIA
Medidas de saneamento,
Balantidiose Balantidium coli Alimentos e água
(disenteria)
Intestino; diarreia higiene pessoal e
(ciliado) contaminados
com os alimentos
Leishmania Picada do Telas, repelentes,
Úlcera de Vias respiratórias; lesões nas
Bauru
brasiliensis mosquito-palha habitações longe
mucosas da boca e do nariz
(flagelado) ou birigui de matas
Higiene pessoal,
Trichomonas Uretra e próstata no homem Relação sexual,
cuidado com piscinas
Tricomoníase vaginalis e vagina na mulher; uretrite e sanitário e
e sanitários, uso
(flagelado) corrimentos piscinas
de preservativos
Vários tecidos no corpo; Fezes de animais Evitar contato com
mal-estar, prostração e domésticos, via animais domésticos
Toxoplasma gondii
Toxoplasmose febre; no feto, pode causar placentária e (fezes e urina),
(esporozoário)
retardamento mental, cegueira carne malcozida principalmente as
e hidrocefalite de aves mulheres gestantes
O
BO O
SC
M IV
O S
Fêmea do
D LU mosquito
Anopheles Ser humano
O C
Esporozoítos
N X
invadem a glândula
SI O E
salivar do mosquito�
EN S
Oocisto na
E U
parede do
estômago�
D E
Esporozoítos
A LD
Fecundação Gametócito
Hemácia
EM IA
ST ER
Gameta
Merozoítos
SI AT
Gameta
M
Fígado
Ciclo de vida do Plasmodium sp.
C. Verminoses causadas por platelmintos

Local de infecção
Sinais e sintomas
Intestino delgado; dor Ingestão de carne Tratamento dos doentes,
Taenia solium e
Teníase abdominal, diarreia, malcozida, contaminada medidas de saneamento,
Taenia saginata
apatia, anemia com larvas cisticercos cozimento das carnes
Musculatura e cérebro; Ingestão de ovos Medidas de saneamento,
Cisticercose Taenia solium
convulsões, cegueira de T. solium higiene pessoal e alimentar
Tratamento dos doentes,
Veias do intestino; Penetração, na pele, da
medidas de saneamento,
Schistosoma dermatite, aumento larva cercária, liberada
Esquistossomíase combate ao caramujo,
mansoni do fígado e do baço, pelo caramujo, em
não nadar em locais
“barriga-d’água” lagoas de coceira
desconhecidos

178
Humano infecta-se ao ingerir carne

crua ou malcozida contendo cisterco.
BIOLOGIA
Oncosfera desenvolve-se
em cisterco na musculatura.
T. saginata T. solium
Ovo libera a oncosfera,
que penetra na parede
intestinal e migra para a
musculatura por meio da
corrente sanguínea. Parasita fixa-se à parede
Bovinos ou suínos intestinal pelo escólex.
contaminam-se
ingerindo ovos ou
proglotes do parasita.
T. saginata T. solium
Adulto no intestino delgado
Ovo
Proglotes grávidos são eliminados
O
por meio das fezes e liberam ovos.
BO O
SC
Ciclo de vida de Taenia solium e T. saginata
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
Macho
EN S
adulto
E U
D E
Fêmea
A LD
Fígado adulta
Veia porta
EM IA
ST ER
Intestino
SI AT
Após acasalamento, a fêmea migra

para a mucosa intestinal e põe ovos
M
que passam à cavidade intestinal e

são expulsos com as fezes�
Ovos
Água doce
Cercárias
perfuram a
pele�
Miracídios
Caramujo – hospedeiro intermediário� Miracídios invadem os tecidos do caramujo e transformam-se em

cistos, dentro dos quais se desenvolvem as cercárias�
Ciclo de vida de Schistosoma mansoni

179
D. Verminoses causadas por nematódeos
BIOLOGIA
Local de infecção
Sinais e sintomas
Intestino delgado; Tratamento dos doentes,
Ascaris Ingestão de água e
Ascaridíase lesões pulmonares, medidas de saneamento,
lumbricoides alimentos com ovos
obstrução intestinal higiene alimentar
Ancylostoma
Intestino delgado; Penetração, na pele, Tratamento dos doentes,
Ancilostomíase duodenale
(amarelão)
diarreia, anemia, apatia, da larva, presente medidas de saneamento,
e Necator
emagrecimento em solos úmidos uso de calçados
americanus
Tratamento dos doentes,
Filaríase Wuchereria Vasos linfáticos; inchaço Picada da fêmea do
(elefantíase)
combate ao mosquito,
bancrofti das regiões afetadas mosquito Culex sp.
telas, repelentes
Tratamentos dos doentes,
Enterobíase Enterobius Ingestão de alimentos com
(oxiuríase)
Intestino grosso; coceira anal medidas de saneamento,
vermicularis ovos e auto-infestação
hábitos de higiene
Ingestão de água e alimentos As larvas atravessam a mucosa
O
contaminados com ovos intestinal e, pela corrente
BO O
sanguínea, passam por vários
SC
M IV
órgãos e retornam ao
intestino, onde completam seu
O S
desenvolvimento�
D LU
Ovo com
O C
larva infectante
N X
SI O E
EN S
E U
D E
Alimento em
A LD
contato com água

contaminada
Vermes adultos
EM IA
no intestino delgado
ST ER
Ciclo de vida de Ascaris lumbricoides

SI AT
Vermes adultos
M
no intestino Desenvolvimento das larvas no solo
Ovos nas fezes
Fixação na parede As larvas tornam-se

intestinal infectantes�
Eclosão das larvas
Desenvolvimento das Passagem das Corrente sanguínea

larvas em vermes larvas para o
adultos no instestino esôfago pela traqueia
delgado
Passagem das
larvas através dos
alvéolos pulmonares Penetração ativa de larvas
através da pele do pé
Passagem pelo estômago

Ciclo de vida de Ancylostoma duodenale e de Necator americanus

180
16. Fisiologia humana

BIOLOGIA
A. Digestão
A.1. Sistema digestório

O sistema digestório humano apresenta os seguintes componentes: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado
(duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso e ânus. Existem também estruturas anexas, como as glândulas salivares presentes na
boca, o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar.
Cavidade bucal
Faringe
Boca
Fígado
Esôfago
Vesícula biliar
Estômago
Pâncreas
Intestino grosso
O
Intestino delgado
BO O
SC
M IV
Reto
Ânus
O S
D LU
O C
N X
Sistema digestório humano

SI O E
A.2. Secreções digestivas

EN S
E U
Secreção pH Órgão produtor Local de ação Enzima Substrato Produto

D E
Glândulas Ptialina ou amilase

Saliva Neutro Boca Amido Maltose
A LD
salivares salivar
Suco gástrico Ácido Estômago Estômago Pepsina Proteína Peptídeo
EM IA
Intestino
ST ER
Bile Alcalino Fígado Nenhuma – –

delgado
SI AT
Amilase pancreática Amido Maltose

M
Tripsina Proteína Peptídeo
Suco Intestino Quimotripsina Proteína Peptídeo

Alcalino Pâncreas
pancreático delgado Lipase pancreática Lipídeo Ácido graxo e glicerol
Desoxirribonuclease DNA Nucleotídeo
Ribonuclease RNA Nucleotídeo
Maltase Maltose Glicose
Sacarase Sacarose Glicose e frutose
Neutro Lactase Lactose Glicose e galactose

Intestino Intestino
Suco entérico (ligeiramente
delgado delgado Peptidase Peptídeo Aminoácido
alcalino)
Lipase intestinal Lipídeos Ácido graxo e glicerol
Fosfato, pentose e
Nucleotidase Nucleotídeo
base nitrogenada

181
A.3. Absorção dos nutrientes

Após o término da digestão química, os produtos re-
BIOLOGIA
sultantes atravessam a mucosa do intestino delgado e Cavidade
passam para os vasos sanguíneos e linfáticos. A superfície nasal
do intestino delgado é aumentada em função da presença
das vilosidades e das microvilosidades. Aminoácidos e mo- Boca
nossacarídeos são absorvidos e recolhidos pela corrente Faringe
sanguínea, enquanto os ácidos graxos são absorvidos pela
circulação linfática. A água, os sais minerais e as vitaminas Epiglote Laringe
são absorvidos sem nenhuma transformação química. Traqueia
Pulmão
A.4. Controle hormonal da digestão Pulmão esquerdo
direito
Hormônio Produção Ação Brônquio
Bronquíolo
Estimula a secreção de suco

Gastrina Estômago
gástrico pelo estômago.
Diafragma
Estimula a secreção de
Alvéolos
Secretina Duodeno suco pancreático, rico em
O
pulmonares
BO O
bicarbonato.
SC
Sistema respiratório humano
M IV
Provoca a contração da
O S
vesícula biliar e a liberação
Colecistoquinina Duodeno D LU
de bile; estimula a liberação
O C
de enzimas no suco
N X
pancreático.
SI O E
Retarda o esvaziamento
Polipeptídeo Alvéolos
Duodeno do estômago, inibindo seu
EN S
inibidor gástrico
peristaltismo.
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
Fígado
SI AT
Vesícula
M
biliar
Estômago
Sangue
Gastrina venoso
Colecistocinina Capilares
Secretina Pâncreas
Inibidor gástrico Alvéolo pulmonar
Estimulação Sangue
Inibição Colecistocinina arterial
Ação dos hormônios na digestão O2 HbO2

Hb CO2 O2 HbO2
B. Respiração CO2
CO2 CO HbO2
2 Hb CO2 Hb
B.1. Sistema respiratório Glóbulo CO2
O sistema respiratório humano é constituído pelos se- vermelho O
CO2 2
guintes órgãos: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, Capilar sanguíneo
brônquios, bronquíolos e pulmões, formados por milhões de Organização dos alvéolos pulmonares. No detalhe, ocorrência
alvéolos pulmonares. da hematose por meio da difusão dos gases respiratórios
entre o ar alveolar e os capilares sanguíneos.

182
B.2. Ventilação pulmonar C. Circulação

BIOLOGIA
C.1. Sistema cardiovascular
Veias jugulares Artérias carótidas

Veia cava superior Aorta
Veias pulmonares Artérias
pulmonares
Veia do sistema Artérias coronárias
porta-hepático
Veia renal Artéria
renal
Veia cava inferior
C.2. Vasos sanguíneos

• Artérias: vasos de parede espessa, ricos em fibras
musculares lisas e fibras elásticas, resistentes a altas
O
pressões, pelos quais o sangue deixa o coração.
BO O
SC
• Veias: vasos de parede mais delgada que a das artérias,
M IV
com muito colágeno e fibras elásticas e poucas fibras
O S
musculares; levam o sangue de volta ao coração.
Inspiração D LU
Expiração
Relaxamento do diafragma
• Capilares: são os vasos de parede muito fina, forma-
O C
Contração do diafragma e da por uma única camada de células. Representam a
e dos músculos
N X
dos músculos intercostais única região onde ocorrem trocas de materiais entre o
intercostais
SI O E
↓ sangue e os tecidos ao redor.

↓
Volume da caixa torácica
Volume da caixa torácica C.3. Coração
EN S
aumenta
diminui
E U
↓ Na circulação humana, o átrio direito recebe o sangue venoso

↓ proveniente do corpo por meio das veias cavas, superior e inferior.
Ar entra
D E
Ar sai Após leve contração do átrio direito, a válvula tricúspide abre-se e

A LD
o sangue venoso é levado até o ventrículo direito. Esse ventrícu-

lo, ao se contrair, bombeia o sangue venoso, por meio da artéria
EM IA
B.3. Controle da respiração pulmonar, até os pulmões, onde ocorrerá o processo de hema-
ST ER
A frequência e a amplitude da respiração são controladas tose. Dos pulmões, o sangue arterial chega até o átrio esquerdo
por um grupo de neurônios localizados no tronco encefálico, por meio das veias pulmonares. Posteriormente, o átrio esquerdo
SI AT
na porção conhecida por medula oblonga ou bulbo, e constitui contrai-se, a válvula mitral (bicúspide) abre-se e o sangue passa
M
o centro respiratório. Três parâmetros sanguíneos são moni- para o ventrículo esquerdo. Esse ventrículo se contrai e o sangue
torados: a concentração de gás carbônico, o pH do plasma e a arterial é bombeado para o corpo através da artéria aorta.
concentração de oxigênio.
Artéria pulmonar Aorta
Ação sobre Frequência e direita
Parâmetro o centro amplitude da Artéria pulmonar
Veia cava esquerda
respiratório respiração superior Valvas semilunares
Átrio direito Veias pulmonares
alta excita aumenta
Concentração Valva Átrio esquerdo
de CO2 tricúspide Valva mitral
baixa deprime diminui Ventrículo
Ventrículo
direito
esquerdo
acidose Veia cava inferior Septo interventricular
(pH < 7,36)
excita aumenta
pH do plasma Anatomia interna do coração humano. A musculatura da parede dos
alcalose ventrículos é a mais desenvolvida. A presença das valvas tricúspide
(pH > 7,44)
deprime diminui e mitral e das válvulas semilunares evita o refluxo do sangue.
alta deprime diminui • Miocárdio: músculo estriado cardíaco

Concentração
de O2 • Sístole: contração do miocárdio
baixa excita aumenta • Diástole: relaxamento do miocárdio
• Artérias coronárias: oxigenam o miocárdio

183
O estímulo para a contração da musculatura cardíaca origina-se no nódulo ou nó sinoatrial, ou marca-passo, localizado na
parede do átrio direito. As células do marca-passo emitem um sinal elétrico que se propaga pela musculatura dos átrios, pro-
BIOLOGIA
vocando sua contração. O sinal atinge o nó atrioventricular, de onde é transmitido a um conjunto de fibras condutoras, o feixe
de His ou fascículo atrioventricular e as fibras de Purkinje ou miócitos condutores cardíacos, que o distribuem, estimulando a
musculatura dos ventrículos a entrar em sístole. A frequência de geração dos impulsos elétricos pode ser aumentada pela parte
simpática da divisão autônoma do sistema nervoso e pela adrenalina, e diminuída pela parte parassimpática.
Aorta
Átrio esquerdo
Veia cava
Nó sinoatrial
Átrio direito
Ventrículo direito
Ventrículo esquerdo
Fascículo
atrioventricular
O
C.4. Sangue
BO O
SC
M IV
Componentes Quantidade Funções
O S
Água 91% – 92% Solvente
Proteínas (albumina,
D LU Defesa, coagulação
O C
7% – 8%
globulina, fibrinogênio) do sangue etc.
N X
Íons, glicose, lipídeos, aminoácidos, Controle da pressão osmótica,

SI O E
1% – 2%
hormônios, vitaminas, gases do pH do sangue etc. Plasma
Hemácias 4 800 000 a 5 400 000 por mm3 Transporte de oxigênio
EN S
E U
Leucócitos
D E
Neutrófilos 3 000 a 6 750 por mm³

A LD
Linfócitos 1 000 a 2 700 por mm³ Elementos

Defesa imunitária figurados
Monócitos 150 a 720 por mm³
EM IA
Eosinófilos 100 a 360 por mm³

Basófilos 25 a 90 por mm³
ST ER
Plaquetas 250 000 a 400 000 por mm³ Coagulação

SI AT
Composição do sangue humano. A maior parte, em torno de 55%, corresponde ao plasma sanguíneo, no qual a água representa
M
aproximadamente 92%. Os elementos figurados, em torno de 45%, são os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas.
C.5. Coagulação sanguínea

Hemácia Parede vascular
A Tecidos lesados Tromboplastina + Ca2+ B Plaqueta rompida
Protrombina → trombina
Plasma
Ação da trombina
sobre o fibrinogênio
C Coágulo
Fibrinogênio → fibrina Plaqueta Fibrina
A rede de fibrinas
impede a saída de sangue
Coagulação
Mecanismo da coagulação sanguínea: (A) Etapas do processo de coagulação, (B) Ruptura da

parede de um vaso sanguíneo e (C) Formação do coágulo sanguíneo.

184
C.6. Sistema linfático Córtex Néfron

O sistema linfático é formado por linfonodos ou nódu-
BIOLOGIA
los linfáticos, vasos e capilares linfáticos e órgãos linfáticos Túbulo

Medula Arteríola contorcido
(timo, baço, tonsilas palatinas ou amígdalas e as adenoides). eferente proximal
Nos vertebrados, cerca de 1 a 2% do fluido filtrado para fora Túbulo
dos capilares, a linfa, não retorna pelas vênulas, sendo reco- Filtração contorcido
distal
lhido pelos vasos linfáticos que o levam de volta à circulação
sanguínea, através dos ductos torácicos. Portanto, o sistema Arteríola
aferente
linfático constitui uma via acessória por onde a linfa pode re-
Glomérulo Cápsula
tornar ao sistema cardiovascular. renal Reabsorção
renal de água
Capilares
C.7. Tipos de imunização
• Ativa: o próprio organismo produz os anticorpos na Vênula
Ducto
presença do antígeno. coletor
Natural: cura de uma doença. Reabsorção
e secreção
Artificial: vacina (função profilática, ação lenta e efeito Urina
duradouro). Alça néfrica
Nível de anticorpos no sangue
Resposta
secundária
Corte longitudinal de rim humano, destacando-se a
O
localização e a estrutura geral do néfron.
BO O
SC
Resposta
M IV
primária
D.2. Formação da urina
O S
Tempo
• Filtração glomerular (FG)
0 10 20 30 40 50 D LU
60 70 80
em dias
90
Cerca de 20% do plasma sanguíneo que passa pe-
O C
1a injeção de antígeno 2a injeção de antígeno
los capilares dos glomérulos são filtrados e reco-
N X
lhidos pela cápsula de Bowman. As proteínas plas-

SI O E
Resposta primária: pequena produção de anticorpos máticas não são filtradas, em razão do seu elevado
após a 1ª injeção de antígeno. peso molecular.
Resposta secundária: grande produção de anticorpos • Reabsorção tubular (RT)
EN S
E U
após a 2ª injeção do antígeno, graças à presença das Na passagem pelo túbulo do néfron, muitas substân-
células de memória. cias, como a água e a glicose, são reabsorvidas e de-
D E
• Passiva: os anticorpos prontos, produzidos em outro volvidas para a circulação.

A LD
organismo, são fornecidos ao indivíduo. • Secreção tubular (ST)

Natural: gestação (placenta) e amamentação (colos- Outras substâncias são ativamente removidas do san-
EM IA
tro e leite materno). gue e lançadas no túbulo do néfron.

ST ER
Artificial: soro imune (função terapêutica, ação rápida

Urina = (FG + ST) – RT
e efeito passageiro).
SI AT
M
D. Excreção D.3. Controle hormonal da função renal

D.1. Sistema urinário O hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina, produ-
zido no hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise, aumenta
Veia renal Glândula adrenal
a permeabilidade dos túbulos dos néfrons à água, o que au-
menta a reabsorção de líquidos e passa a produzir urina mui-
to mais concentrada e menos volumosa. O etanol (álcool etí-
Artéria
renal lico) tem ação diurética, pois inibe a secreção de ADH, o que
Pelve
determina diminuição da reabsorção de água e aumento do
renal Rim volume urinário.
Aorta
A aldosterona, um hormônio secretado pelo córtex das
Veia
cava abdominal glândulas suprarrenais, estimula a reabsorção de sódio pelo
inferior túbulo renal contorcido distal. A secreção da aldosterona é in-
fluenciada pela renina, hormônio liberado pelo rim quando há
Ureteres redução na concentração de sódio e água no sangue.
O hormônio peptídeo natriurético atrial (PNA), secretado
pela parede dos átrios cardíacos quando a pressão do sangue
Uretra
Bexiga está elevada, dilata a arteríola aferente e contrai a arteríola
Orifício urinária eferente, aumentando a filtração glomerular e a eliminação
externo de urina, o que provoca diminuição da pressão arterial. O PNA
da uretra
também aumenta a eliminação urinária do cloreto de sódio,
Sistema urinário humano por inibir sua reabsorção pelos ductos coletores.

185
E. Integração e regulação
BIOLOGIA
E.1. Tecido nervoso
No sistema nervoso, diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e os gliócitos (astrócitos, micróglias e oligoden-
drócitos). Os neurônios possuem a capacidade de reagir a estímulos (excitabilidade) e de transmitir as alterações desencadea-
das pelos estímulos (condutibilidade).
Os astrócitos são as maiores células do tecido nervoso e apresentam grande número de prolongamentos citoplasmáticos,
alguns dos quais envolvem os capilares sanguíneos, enquanto outros se relacionam diretamente com os neurônios; participam
do transporte de substâncias entre o sangue e os neurônios, dando suporte nutricional, e da regeneração de áreas lesadas do
sistema nervoso. As micróglias são células pequenas, com poucos prolongamentos, capazes de realizar fagocitose e que parti-
cipam da defesa do sistema nervoso. Os oligodendrócitos apresentam menor quantidade de prolongamentos citoplasmáticos e
estão relacionados à produção do estrato mielínico, que protege e auxilia a função dos neurônios.
Terminação axônica
Dendrito (telodendro)
Nó
neurofibroso
Núcleo
O
BO O
SC
Estrato
M IV
mielínico Oligodendrócito
O S
D LU
Corpo celular Axônio
O C
Morfologia de um neurônio
N X
SI O E
E.2. Impulso nervoso e sinapse

A membrana plasmática do neurônio em repouso, por transporte ativo (“bomba”), coloca íons sódio para fora e íons po-
tássio, para dentro; mas o potássio sai por difusão, e isso deixa a membrana polarizada, com potencial de repouso de –70 mV.
EN S
E U
Um estímulo, de intensidade igual ou superior ao limiar de excitação do neurônio, abre canais iônicos e o sódio entra na célula,
gerando um potencial de inversão de +40 mV. Essa inversão de polaridade pode se propagar pela membrana do neurônio, no
D E
sentido dendrito, corpo celular e axônio, sendo denominado impulso nervoso ou potencial de ação. Nos neurônios com estrato
A LD
mielínico, o impulso nervoso propaga-se diretamente de um nó neurofibroso a outro, sendo denominado condução saltatória.
Portanto, neurônios mielinizados e com prolongamentos calibrosos transmitem impulsos com velocidade muito superior à dos
EM IA
neurônios amielínicos e com prolongamentos finos.

ST ER
Nó neurofibroso
SI AT
Axônio
M
Oligodendrócito
Estrato mielínico Axônio

Na+
Potencial Potencial Potencial

de ação de repouso de repouso
K+ Na+
Potencial Potencial Potencial

de repouso de ação de repouso
Condução saltatória do impulso nervoso

186
A sinapse é a região de interação entre duas células ner- Córtex cerebral

vosas, ou entre um neurônio e uma glândula ou entre um
BIOLOGIA
neurônio e uma fibra muscular (placa motora).
Tálamo
Hipotálamo
Hipófise
Vesícula
sináptica Mesencéfalo
Fenda Tronco Ponte
sináptica encefálico Bulbo Cerebelo
(medula oblonga)
Regiões do encéfalo
Terminação
do axônio Fechado A medula espinal é uma grande via de passagem de
Aberto informações do encéfalo para a periferia (ações motoras)
Canais de e da periferia para o encéfalo (percepções sensoriais).
Membrana permea- A medula espinal possui, na altura de cada vértebra, duas
pré-sináptica bilidade raízes dorsais (sensoriais) e duas raízes ventrais (moto-
ras). A medula espinal é a sede de algumas importantes
Moléculas do
O
Molécula atividades executadas sem o comando do cérebro – os
BO O
neurotransmissor receptora
SC
reflexos medulares.
M IV
Membrana O ato reflexo medular é uma ação automática, determi-
O S
pós-sináptica nada pela medula espinal e não pelo cérebro. O caminho per-
D LU
Representação da sinapse nervosa corrido pelo impulso nervoso, que levou à execução do movi-
O C
mento, é o arco reflexo.
N X
E.3. Parte central do sistema nervoso

SI O E
A parte central do sistema nervoso é formada pelo en- Receptor

sensorial Neurônio Raiz dorsal
céfalo e pela medula espinal, onde se localizam os corpos sensitivo (sensorial)
celulares da grande maioria dos neurônios. O encéfalo fica
EN S
Medula
espinal
E U
protegido no interior da caixa craniana, e a medula espi- Gânglio

nal, no canal medular da coluna vertebral. A parte central
D E
é revestida pelas meninges dura-máter, pia-máter e arac-

A LD
noide e é banhada pelo líquido cerebrospinal ou líquor. Neurônio

O encéfalo é formado por cérebro, diencéfalo, tronco en- associativo
EM IA
cefálico e cerebelo. O cérebro, composto por dois hemisférios

ST ER
cerebrais unidos pelo corpo caloso, participa da interpretação

das informações recebidas das estruturas sensoriais e do
SI AT
Neurônio Raiz ventral

controle da atividade motora voluntária. O córtex cerebral é a motor (motora)
M
parte mais superficial, dividida em lobos, com áreas associa-

das a determinadas funções, como memória, aprendizagem, Arco reflexo composto. Nesse caso, há a participação
emoções etc. do neurônio sensitivo, do neurônio motor e do neurônio
associativo, localizado inteiramente na medula espinal. O
O diencéfalo inclui o tálamo e o hipotálamo. O tálamo
ato reflexo consiste em afastar a mão da fonte de calor.
classifica a informação e direciona-a para as áreas específi-
cas do cérebro, para que haja uma interpretação mais precisa.
O hipotálamo auxilia na regulação de vários processos corpo- E.4. Parte periférica do sistema nervoso
rais, como a temperatura corporal, a fome e a sede, e regula a Nos animais vertebrados, a parte periférica do sistema
função da hipófise. nervoso é composta por gânglios nervosos, nervos cranianos
No tronco encefálico, que compreende a ponte, a me- e nervos espinais ou raquidianos. Os nervos cranianos par-
dula oblonga (ou bulbo) e o mesencéfalo, estão os núcleos tem do encéfalo, e os nervos espinais saem da medula es-
de alguns dos nervos sensoriais e motores da cabeça, os pinal. A divisão somática inclui os nervos que comandam as
chamados nervos cranianos. Na medula oblonga, estão os atividades voluntárias, como andar e respirar.
neurônios que controlam atividades vitais, como a frequên- A divisão autônoma atua sobre atividades que nunca
cia e a amplitude dos movimentos respiratórios, a frequência são voluntárias, como frequência cardíaca e movimentos pe-
cardíaca, a pressão arterial, as atividades gastrointestinais, ristálticos. Essa divisão tem duas partes: a simpática e a pa-
entre outras. rassimpática. A parte simpática atua como sistema de alerta,
O cerebelo está associado com a coordenação motora, o que possibilita ao corpo enfrentar situações de perigo ou de
que nos permite realizar atividades musculares complexas emergência, como a fuga de um predador. A atuação da par-
com relativa desenvoltura, e participa da manutenção do te parassimpática coloca o organismo em situação de menor
equilíbrio e do controle do tônus muscular. consumo de energia, como ocorre durante o repouso.

187
O antagonismo funcional é explicado pela liberação de diferentes substâncias químicas. Nas sinapses da parte simpática, o
mediador é a noradrenalina, enquanto a parte parassimpática utiliza a acetilcolina.
BIOLOGIA
Sistema nervoso
Cranianos
Nervos
Parte central Parte periférica Espinais
Gânglios
Encéfalo Medula
espinal
Controle dos
Controle dos Divisão somática Divisão autônoma músculos
músculos (voluntária) (involutária) não estriados e
esqueléticos das glândulas
O
BO O
SC
M IV
O S
Parte simpática
D LU Parte parassimpática
O C
Região Dilata Região
N X
craniana a pupila� craniana Contrai

SI O E
a pupila�
Inibe a
salivação� Estimula a
salivação�
EN S
E U
Relaxa os Contrai os
brônquios�
D E
brônquios�
A LD
Acelera o Desacelera
coração� o coração�
T1
EM IA
Inibe o Estimula o
ST ER
estômago e estômago e
o pâncreas� o pâncreas�
SI AT
Estimula a
liberação de Estimula a
M
T12 glicose pelo vesícula biliar

fígado� e o pâncreas�
Estimula a Nervos esplâncnicos
secreção de pélvicos
adrenalina e
noradrenalina�
Relaxa a Contrai a
bexiga bexiga
urinária� urinária�
Estimula o orgasmo�
Subdivisões do sistema nervoso e ações antagônicas das partes simpática e parassimpática da divisão autônoma na mulher
E.5. Tipos de glândulas

• Glândulas exócrinas: porção secretora em contato permanente com o epitélio e, por meio de um canal, lançam sua secre-
ção para o meio externo ou para o interior de uma cavidade. Ex.: glândulas lacrimais e salivares.
• Glândulas endócrinas: porção secretora isolada do epitélio, e sua secreção é lançada no interior dos vasos sanguíneos
adjacentes. Os produtos das glândulas endócrinas são chamados hormônios. Ex.: glândula suprarrenal (adrenal), hipó-
fise e tireóidea.
• Glândulas mistas ou anfícrinas: apresentam uma porção endócrina e uma porção exócrina. O pâncreas, por exemplo,
apresenta uma porção endócrina, responsável pela secreção de insulina e glucagon, e a porção exócrina secreta e lança
enzimas digestivas, por meio do suco pancreático, no duodeno.

188
E.6. Glândulas endócrinas e hormônios

BIOLOGIA
Hipotálamo
Hipófise
Glândula tireóidea
Glândulas paratireóideas
Timo
Suprarrenais
Pâncreas
Ovários
O
BO O
Testículos
SC
M IV
Localização das principais glândulas endócrinas e do pâncreas no corpo humano
O S
Glândulas Hormônios
D LU Principais ações metabólicas
O C
N X
Hormônio de crescimento
SI O E
Síntese de proteínas e alongamento ósseo

(somatotropina ou GH)
EN S
Prolactina Estimula a produção de leite.

E U
Hormônio tireotrópico (TSH) Estimula a produção de hormônios pela tireóidea.

D E
Hipófise anterior
A LD
(adeno-hipófise)
Adrenocorticotrópico (ACTH) Estimula a produção de hormônios pelo córtex suprarrenal.
EM IA
Folículo-estimulante (FSH) Estimula a maturação dos gametas.

ST ER
Estimula a produção de hormônio pelas gônadas e provoca o rompimento

SI AT
Luteinizante (LH)
do folículo ovariano maduro.
M
Provoca as contrações uterinas no parto, promove a contração dos

Ocitocina
Hipófise ductos das glândulas mamárias e ejeção de leite.
posterior
(neuro-hipófise) Estimula a reabsorção de água pelos túbulos dos néfrons, diminui o volume
Antidiurético (ADH)
urinário e concentra a urina.
Elevam a taxa metabólica e estimulam os processos de oxidação

T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina)
intracelulares.
Tireóidea
Estimula a incorporação de cálcio nos ossos e
Calcitocina
diminui a calcemia.
Paratireóideas Paratormônio Mobiliza as reservas de cálcio nos ossos e eleva a calcemia.

Medula da
suprarrenal
Adrenalina e noradrenalina Aceleram o metabolismo e promovem a glicogenólise no fígado.
Glucagon Mobiliza o glicogênio do fígado e eleva a glicemia.

Pâncreas
Estimula a captação de glicose pelas células e
Insulina
diminui a glicemia.

189
Glândulas Hormônios Principais ações metabólicas

Determina o desenvolvimento e a manutenção das características
BIOLOGIA
Testículos Testosterona
sexuais masculinas e estimula a espermatogênese.
Determina o desenvolvimento e a manutenção das características
Estrógeno
sexuais femininas e espessa o endométrio.
Ovários
Progesterona Espessa e vasculariza o endométrio.
F. Movimentação F.3. Mecanismo de contração muscular

A contração da fibra muscular ocorre pelo deslizamento dos
F.1. Tecidos musculares filamentos de actina sobre os de miosina (teoria dos filamentos
Existem basicamente três tipos de tecidos musculares: deslizantes). O estímulo para a contração é um impulso nervoso
estriado esquelético, estriado cardíaco e não estriado (ou liso). que atinge o retículo sarcoplasmático, e íons cálcio são libera-
dos no sarcoplasma; ao entrar em contato com as miofibrilas,
Estriado Estriado Não estriado eles desbloqueiam os sítios de ligação de actina, permitindo
esquelético cardíaco (ou liso) que estes se liguem às extremidades dos filamentos de miosi-
na, onde há pequenas projeções que puxam os filamentos de
actina, forçando-os a deslizar, provocando o encurtamento das
O
miofibrilas e, consequentemente, a contração da fibra. Assim
BO O
SC
que o estímulo desaparece, o cálcio é rebombeado para o retí-
M IV
Forma da Cilíndrica Cilíndrica Fusiforme
célula culo sarcoplasmático e cessa a contração muscular, e o relaxa-
O S
mento depende da contração de um músculo antagônico.
Estrias
Número de
Presentes
Vários e
D LU
Presentes
Um ou dois
Ausentes
O músculo estriado esquelético tem miócitos de contra-
O C
Um e central ção lenta (tipo I ou ST, slow twitch) e de contração rápida (tipo
núcleos periféricos centrais
N X
2 ou FT, fast twitch).

SI O E
Rápida e Rápida e Lenta e Os miócitos tipo I são fibras vermelhas, ricas em mioglobi-
Contração voluntária voluntária involuntária
na, proteína que armazena oxigênio; com grande quantidade
Ligados ao Coração Paredes dos de mitocôndrias e maior irrigação sanguínea, são eficientes
EN S
Localização esqueleto (miocárdio) órgãos ocos

E U
na realização de esforços moderados e prolongados, obtendo

energia principalmente por meio da respiração celular aeró-
D E
Principais características dos tecidos musculares

bia, oxidando carboidratos e ácidos graxos.
A LD
F.2. Fibra muscular estriada esquelética Os miócitos tipo II são fibras brancas, com pouca mioglobina,
As fibras musculares estriadas esqueléticas (miócitos) menor quantidade de mitocôndrias e menor irrigação sanguínea,
EM IA
apresentam o citoplasma repleto de miofibrilas, que consistem sendo eficientes para realizar esforços intensos de curta dura-
ST ER
em um longo feixe formado por actina, miosina e outras proteí- ção, obtendo energia principalmente por meio da fermentação.
nas. No interior do citoplasma, ou sarcoplasma, encontra-se
SI AT
grande quantidade de retículo endoplasmático não granuloso, G. Reprodução

M
denominado retículo sarcoplasmático, responsável pelo arma- G.1. Sistema genital masculino
zenamento do cálcio utilizado no processo de contração mus- Os testículos são responsáveis pela produção dos esper-
cular. As unidades de actina e miosina que se repetem ao longo matozoides e da testosterona. Os espermatozoides alcançam
da miofibrila são chamadas miômeros ou sarcômeros. a uretra por meio dos ductos deferentes, em cuja passagem
Osso
são acrescidos das secreções da glândula seminal e da prós-
Fibra muscular (miócito) tata. Os espermatozoides, mais essas secreções, formam o
sêmen (ou esperma).
Miofibrila Ducto ejaculatório

Próstata
Tendão
Músculo
Bexiga Glândula seminal
Núcleo urinária
Miômero
Miômero Uretra
Banda A Banda I Banda A Glândula
bulbouretral
Ânus
Ducto deferente
Epidídimo
Linha Z Actina Miosina Linha Z Actina Miosina Linha Z
Organização da fibra do músculo estriado esquelético. Pênis
Em cada miócito, há dezenas de miofribrilas, que Testículo
consistem numa sequência linear de miômeros. Sistema genital masculino em vista lateral

190
G.2. Sistema genital feminino e ciclo menstrual

Os ovários são responsáveis pela produção dos gametas e de dois hormônios, o estrógeno e a progesterona. Na tuba uterina
BIOLOGIA
ou oviduto, ocorre a fecundação. O útero é um órgão muscular, com um revestimento interno chamado endométrio, que se pre-
para para receber o embrião. No útero, o embrião desenvolve-se e, no parto, sua parede muscular se contrai.
Ovário
Tuba
uterina
Bexiga
Uretra
Reto
Clitóris
Útero
Colo
uterino
Vagina
Óstio da
uretra Ânus
Pequeno
lábio Orifício vaginal
Grande
lábio
O
BO O
SC
Sistema genital feminino em vista lateral
M IV
O S
Nas mulheres, a produção de gametas é um fenômeno cíclico: o ciclo menstrual. O FSH estimula a maturação do folículo
D LU
ovariano, durante a qual secreta estrógeno, que provoca espessamento do endométrio. Quando o folículo está maduro, uma
O C
elevação abrupta na concentração de LH determina o seu rompimento (ovulação), que marca o dia fértil da mulher, normalmente
N X
14 dias antes do início da próxima menstruação. Depois de rompido, o folículo transforma-se em corpo lúteo, que passa a pro-
SI O E
duzir mais progesterona e menos estrógeno. A progesterona determina a invasão do endométrio por vasos sanguíneos, além de
acentuar o seu espessamento.
Após a ovulação, a produção de FSH e de LH pela hipófise diminui acentuadamente, acarretando a atrofia do corpo lúteo e
EN S
E U
a sua conversão em corpo albicans, inativo. A queda na concentração de progesterona provoca o desprendimento da camada
superficial do endométrio e consequente sangramento, que se chama menstruação.
D E
A LD
EM IA
Níveis de FSH e
ST ER
LH no sangue Pico de LH
SI AT
M
Folículo em crescimento
Ovulação
Corpo lúteo
Níveis de estrógeno e
progesterona no sangue
Ovário
Endométrio
do útero
Menstruação
Dias do ciclo menstrual 1 5 14 28

Variação dos níveis dos hormônios hipofisários e ovarianos no ciclo menstrual

191
Caso ocorram a fecundação e a implantação do embrião • Consumidores são heterótrofos e dependem dire-
no útero (nidação), o envoltório embrionário secreta a gona- ta ou indiretamente dos produtores para obterem
BIOLOGIA
dotrofina coriônica (HCG), que mantém o corpo-lúteo ativo e energia. Estão representados pelos herbívoros
secretando progesterona. Dessa forma, o endométrio man- (consumidores primários), pelos carnívoros (con-
tém-se e a mulher não menstrua, estando grávida. A hipófi- sumidores secundários, terciários etc.) e pelos
se mantém-se inibida, não voltando a liberar FSH. Nenhum onívoros (consumidores primário e secundário ou
outro folículo irá entrar em maturação durante a gestação. primário e terciário etc.).
Os testes para diagnóstico de gestação pesquisam a pre- • Decompositores estão representados pelos fungos
sença do hCG no sangue ou na urina da mulher. e bactérias e são responsáveis pela reciclagem da
matéria orgânica morta, devolvendo à água, ao ar e
G.3. Métodos contraceptivos ao solo as substâncias, como o CO2, NH3, H2O, que são
HOMEM MULHER reaproveitadas pelos produtores.
vasectomia pílula anticoncepcional C. Cadeia e teia alimentar

A sequência linear de organismos em que um serve de
ESPERMATOZOIDES OVÓCITO II alimento ao seguinte é definida como cadeia alimentar ou
cadeia trófica. Nessa cadeia, a posição que cada organismo
ocupa é seu nível trófico. Assim, o produtor é o primeiro nível
diafragma
geleia espermicida trófico, o consumidor primário (C1) é o segundo nível trófi-
camisinha co, o consumidor secundário (C2) é o terceiro nível trófico,
coito interrompido DIU
tabelinha o consumidor terciário (C3) é o quarto nível trófico, o con-
O
laqueadura sumidor quaternário (C4) é o quinto nível trófico, e assim
BO O
SC
sucessivamente.
M IV
FECUNDAÇÃO
O S
DIU
NIDAÇÃO
D LU
O C
N X
SI O E
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Capim Rato Cobra Gavião
EN S
P C1 C2 C3
E U
17. Ecologia Cadeia alimentar

D E
A LD
A. Níveis de organização A teia ou rede alimentar é o conjunto de cadeias alimen-

O estudo da ecologia inicia-se com os níveis de organiza- tares ou os vários possíveis caminhos seguidos pela matéria
EM IA
ção, desde população até biosfera. e pela energia num ecossistema.

ST ER
• População: conjunto de indivíduos da mesma espé-

cie que vivem na mesma área num mesmo intervalo C2, C3, C4, C5 C2, C3, C4
SI AT
Gavião Cobra
de tempo.
M
• Comunidade ou biocenose: conjunto de populações

de uma certa área, ou seja, a reunião de todos os seres Pássaro
vivos, de diferentes espécies. C3
• Ecossistema: é a interação da comunidade biótica
(biocenose) com os fatores ambientais ou abióticos Rato Esquilo Aranha Sapo
(biótopo). Hábitat é o local no ecossistema onde deter- C1 C1 C2 C2
minada espécie é encontrada. O nicho ecológico rela-
ciona-se ao papel biológico da espécie no ecossiste- Planta Inseto
ma. Ecótono é a faixa de transição entre ecossistemas. P C1
• Biosfera: é a reunião de todos os ecossistemas do pla- Teia alimentar
neta ou de todos os locais onde existe vida na Terra.
D. Pirâmides ecológicas
B. Níveis tróficos As cadeias alimentares podem ser simbolizadas por pirâ-
Numa comunidade biológica, podemos identificar seres mides nas quais o primeiro degrau é a base e sempre repre-
com diversos modos de nutrição. senta os produtores; o segundo degrau representa os consu-
• Produtores são os organismos fotossintetizantes, midores primários; o terceiro, os consumidores secundários;
autótrofos, isto é, aqueles que transformam a energia o quarto, os consumidores terciários, e assim sucessivamen-
luminosa em energia química por meio da fotossínte- te. Os decompositores geralmente não são representados,
se. Esses organismos estão representados pelos ve- mas, se forem, devem ser colocados como uma barra vertical
getais nos ecossistemas terrestres e pelas algas nos ao lado da pirâmide. As pirâmides podem ser de números, de
ecossistemas aquáticos. biomassa ou de energia.

192
D.1. Pirâmide de números

Quando a pirâmide é montada levando-se em consideração o número de indivíduos de cada população de uma cadeia ali-
BIOLOGIA
mentar, trata-se de uma pirâmide de números. Essa pirâmide é importante para representar o tamanho de cada população e
pode aparecer na forma normal ou invertida.
Considerando a cadeia alimentar formada por milho, rato, cobra e gavião, teremos uma pirâmide de número normal:
Gavião
Cobra
Rato
Milho
Uma pirâmide de número pode se apresentar invertida, em geral, quando o produtor for uma única árvore. Tomemos
como exemplo a cadeia formada por árvore, cupim e bactéria:
Bactéria
Cupim
Árvore
O
BO O
SC
D.2. Pirâmide de biomassa
M IV
Se a pirâmide for montada levando-se em consideração a massa viva (biomassa) de cada nível trófico, será uma pirâmide
O S
de biomassa.
D LU
Em um ecossistema terrestre, a cadeia alimentar formada por capim, grilo, aranha e pássaro apresenta uma pirâmide de
O C
biomassa na forma normal:
N X
SI O E
Pássaro
Aranha
EN S
E U
Grilo
D E
Capim
A LD
Já, em um ecossistema aquático, a pirâmide de biomassa pode aparecer na forma invertida. Considerando-se a cadeia for-
EM IA
mada por fitoplâncton, zooplâncton e sardinha, a pirâmide ficaria da seguinte forma:

ST ER
Sardinha
SI AT
Zooplâncton
M
Fitoplâncton
D.3. Pirâmide de energia

A pirâmide de energia representa a transferência de energia de um nível trófico para outro. Essa pirâmide apresenta sempre
a base maior que o ápice, mostrando que numa cadeia alimentar o nível energético dos produtores é maior do que no último
nível trófico.
0,15 kcal / m2 / dia
1,5 kcal / m2 / dia
15 kcal / m2 / dia
A energia apresenta fluxo unidirecional e decrescente ao longo das cadeias alimentares. A energia representada no primeiro
nível trófico corresponde à produtividade primária bruta (PPB), que é a energia assimilada por meio do fenômeno da fotossínte-
se. Parte da PPB é utilizada na respiração dos produtores, para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência. A biomassa
não utilizada na respiração fica armazenada em suas células e, desse modo, está disponível para o nível trófico seguinte (con-
sumidor primário). A quantidade de energia retida na biomassa dos produtores, disponível para os herbívoros, corresponde à
produtividade primária líquida (PPL), ou assimilação líquida. Portanto, a produtividade primária líquida é igual à produtividade
primária bruta menos a energia gasta no processo de respiração (R) dos produtores, ou seja, PPL = PPB – R.

193
E. Ciclos biogeoquímicos
A reciclagem da matéria nos ecossistemas depende essencialmente da ação dos decompositores, que atuam sobre os
BIOLOGIA
corpos de animais e vegetais que morrem.
Enquanto a energia apresenta um fluxo unidirecional nos ecossistemas, a matéria tem um fluxo cíclico com a participa-
ção de componentes biológicos, geológicos e químicos. Os componentes biológicos estão representados pelos produtores,
consumidores e decompositores. Os componentes geológicos estão representados pela atmosfera (ar), hidrosfera (água) e
litosfera (solo). Os componentes químicos estudados são oxigênio, água, carbono e nitrogênio.
Fotossíntese
O2 atmosférico
Respiração
Respiração
Fixação em
óxidos
O
metálicos Animais
BO O
SC
M IV
Ciclo do oxigênio
O S
D LU
CO2 atmosférico
O C
Combustão
N X
Fotossíntese
Respiração
Respiração
Respiração
Fotossíntese das algas
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
Combustível Oceano
fóssil
EM IA
Decomposição
ST ER
SI AT
Solo
M
Ciclo do carbono
Precipitação Precipitação
Evaporação
Evaporação
Rio Infiltração
Oceano
Aquífero
Solo
Ciclo da água

194
Nitrogênio atmosférico (N2)

BIOLOGIA
Vegetal
Assimilação
Bactéria
desnitrificante
Decompositores Nitrato
(fungos e bactérias) (NO3–)
Bactéria fixadora
de N2 em raízes de
plantas leguminosas Nitratação
Bactéria
nitrificante
Amonificação Nitrosação
Nitrito
O
Amônia (NH3) (NO2–)
BO O
SC
M IV
Bactéria fixadora de N2 no solo Bactéria nitrificante
O S
Ciclo do nitrogênio
D LU
O C
No ciclo do nitrogênio, uma das etapas é a fixação do nitrogênio pela ação das bactérias do tipo Rhizobium. O Rhizobium
N X
vive em associação com raízes de plantas leguminosas, como o feijão, a soja e o amendoim. A presença do Rhizobium no
SI O E
sistema radicular dessas plantas favorece o enriquecimento do solo com sais de nitrogênio. Para substituir a adubação química
e aumentar a quantidade de nitrogênio disponível no solo, uma prática comum na agricultura é a adubação verde, cultivo de
leguminosas por meio da rotação de culturas ou da plantação consorciada. A rotação de culturas consiste na alternância de uma
EN S
E U
cultura de não leguminosa (por exemplo, cana-de-açúcar) com uma de leguminosa (por exemplo, feijão). Na plantação consor-
ciada, a leguminosa é cultivada simultaneamente à não leguminosa – por exemplo, feijão nas ruas do canavial.
D E
A LD
F. Sucessão ecológica
O processo ordenado de mudanças nas comunidades de um ecossistema, ao longo do tempo, é denominado sucessão
EM IA
ecológica e pode ser dividido em três etapas: comunidade pioneira(ecese), comunidade intermediária (sere) e comunidade
ST ER
clímax. A comunidade pioneira caracteriza-se pela instalação das primeiras formas de vida, chamadas espécies pioneiras, que
modificam o ambiente e criam condições para que novas espécies se instalem. A comunidade intermediária corresponde a uma
SI AT
fase de transição, na qual ocorre substituição gradual das espécies da comunidade. As mudanças na comunidade vegetal são
M
acompanhadas do estabelecimento de diversas espécies de animais e outros organismos. A comunidade clímax é aquela que
atinge um estado de relativa estabilidade, compatível com as condições da região.
A sucessão ecológica primária ocorre em local nunca habitado, como rochas nuas, dunas e lavas vulcânicas petrificadas.
Geralmente, os pioneiros são os liquens. A sucessão ecológica secundária ocorre em local anteriormente habitado, como mata
destruída por queimada ou campo de cultivo abandonado. Geralmente, os pioneiros são as gramíneas.
Ao longo da sucessão, ocorre aumento da biodiversidade, da biomassa, do tamanho dos indivíduos, da complexidade das
teias alimentares, dos nichos ecológicos e da reciclagem de nutrientes. Em contrapartida, a produtividade líquida da comunida-
de (PL ou PLC) tende a diminuir.
Biodiversidade
Quantidade
Biomassa
Tamanho dos indivíduos
Complexidade das teias
Nichos ecológicos
Reciclagem de nutrientes
Produtividade líquida
Comunidades Comunidade Etapas
pioneira e intermediária clímax
Gráfico das principais tendências durante a sucessão ecológica

195
G. Relações ecológicas
Os seres vivos mantêm entre si várias relações ecológicas, que podem ser consideradas harmônicas (positivas) ou desar-
BIOLOGIA
mônicas (negativas). As relações harmônicas são aquelas em que não há prejuízo para as espécies participantes, mas, sim,
vantagem para ambas ou, pelo menos, para uma delas. As relações desarmônicas são aquelas em que pelo menos uma das
espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. As relações ainda são classificadas em intraes-
pecíficas ou interespecíficas, conforme sua ocorrência entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes, respec-
tivamente. Nas interespecíficas, o sinal + indica benefício, o sinal – indica prejuízo e o número 0 indica neutralidade.
Relações Relações
harmônicas desarmônicas
Colônia: Competição intraespecífica:
Intraespecíficas coral (homeomorfa) e caravela (heteromorfa) gato demarca território
Sociedade: formigas, abelhas e cupins Canibalismo: fêmea do louva-a-deus devora macho
Protocooperação (+/+): paguro e anêmona-do-mar Competição interespecífica (-/-): gafanhoto e gado
Mutualismo (+/+): líquen (algas e fungos) Predatismo (+/-): cobra e rato
Interespecíficas Comensalismo (+/0): rêmora e tubarão Parasitismo (+/-): lombriga e homem
Inquilinismo (+/0): planta epífita e árvore Amensalismo (+/- ou 0/-): fungo Penicillium e bactérias
Forésia (+/0): carrapicho e animal Esclavagismo (+/-): formiga e pulgão
O
H. Análise quantitativa das populações das espécies é conhecida como princípio de Gause ou prin-
BO O
SC
A comunidade biológica é constituída por populações cípio da exclusão competitiva. Por extensão do princípio de
M IV
que estão constantemente sofrendo mudanças em virtude Gause, temos que, se duas espécies, além de viverem nos
O S
de fatores como natalidade (N), mortalidade (M), imigração mesmos lugares, persistirem em utilizar os mesmos recursos
(I) e emigração (E). A densidade populacional é a relação que D LU ambientais, isto é, apresentarem o mesmo hábitat e compe-
O C
existe entre o número de indivíduos de uma população e o es- tirem pelo mesmo nicho ecológico, haverá extinção de uma
N X
paço ocupado por ela. delas naquele ambiente ou adaptação a outro nicho nesse
SI O E
A densidade sofre variação positiva (aumento) com as mesmo ambiente.

taxas de natalidade e imigração e variação negativa (diminui-
ção) com as taxas de mortalidade e emigração.
EN S
E U
Tamanho da
N + I > M + E → população em crescimento

população
D E
N + I < M + E → população em declínio

A LD
N + I = M + E → população em equilíbrio
EM IA
Potencial biótico é a capacidade da população de aumen-

ST ER
Paramecium aurelia Tempo

tar numericamente em condições ambientais favoráveis. A em cultura isolada (dias)
resistência ambiental é dada por fatores, como limitações de
SI AT
alimento e espaço, relações ecológicas de competição, pa-

M
rasitismo e predatismo, que atuam como fatores de seleção

natural para as populações.
Tamanho da
população
Carga biótica máxima

(capacidade suporte)
Número de indivíduos
Resistência
do meio Paramecium caudatum Tempo
Curva de em cultura isolada (dias)
potencial
biótico
Curva de
crescimento real
Tamanho da
população
Tempo
A curva de crescimento real resulta da interação entre
o potencial biótico e a resistência do meio.
P. aurelia e P. caudatum Tempo
em cultura mista (dias)
Duas espécies só conseguem ocorrer no mesmo ambien-
te se explorarem recursos ambientais diferentes ou apresen- Representação gráfica do princípio de Gause para
Paramecium aurelia e P. caudatum
tarem atividades em períodos diferentes. Essa coexistência

196
A relação predador-presa é um exemplo de controle populacional mútuo e envolve adaptações para ataque e defesa, como o
mimetismo e a camuflagem. No mimetismo, uma espécie obtém vantagens por se parecer com outra. Um exemplo é o da borboleta
BIOLOGIA
monarca, que apresenta sabor desagradável para as aves, sendo, por isso, evitada por elas. A borboleta vice-rei, que se parece com a
borboleta monarca, também é rejeitada pelas aves, o que contribui para a sua sobrevivência. Na camuflagem, certas espécies apre-
sentam semelhanças com o ambiente que as cerca, o que dificulta a localização delas. Na homocromia, a espécie apresenta cor se-
melhante à do ambiente em que vive. Na homotipia, uma espécie apresenta forma semelhante à de objetos do ambiente que ocupa.
I. Efeitos antrópicos no ambiente
I.1. Poluição do ar
• Monóxido de carbono (CO): gás inodoro e incolor, liberado na queima incompleta de combustíveis; liga-se de modo está-
vel à hemoglobina, formando um composto chamado carboxiemoglobina e reduzindo o fornecimento de gás oxigênio ao
cérebro, ao coração e ao restante do corpo.
• Dióxidos de enxofre (SO2) e de nitrogênio (NO2): liberados pelas indústrias em atividades diárias; reagem com o vapor de
água na atmosfera e formam ácidos, como o sulfúrico (H2SO4) e o nítrico (HNO3), que precipitam em razão da umidade
do ar e formam as chuvas ácidas, que causam danos à vegetação e ao solo e corrosão de edificações e de monumentos.
• Gás carbônico (CO2): componente natural da atmosfera, aumentou significativamente nas últimas décadas, em função da
elevação no consumo de combustíveis nos automóveis e nas indústrias e das queimadas em florestas e em lavouras. Como
o CO2 atua como gás de efeito estufa, estima-se que as médias de temperatura do planeta possam aumentar de 3 a 6 graus
nas próximas décadas, fenômeno conhecido como aquecimento global. Suas principais possíveis consequências seriam
mudanças climáticas e aumento do nível dos oceanos. Estudos recentes mostraram que o metano (CH4), os clorofluorcarbo-
O
nos (CFCs) e o óxido nitroso (N2O) também atuam como isolantes térmicos e contribuem para o aquecimento global.
BO O
SC
M IV
O S
Sol
D LU Sol
O C
Ca
entra na atlor entra
N X
Calor osfera. mosf

SI O E
t m era.
na a
EN S
E U
Gases do Mais gases do

efeito estufa efeito estufa
D E
A LD
Mais calor Menos calor

escapa escapa
EM IA
para a para a
atmosfera. atmosfera.
ST ER
SI AT
M
• Ozônio (O3): gás de cor azulada, apresenta ação

germicida, sendo empregado para desinfecção Radiação ultravioleta Como o CFC destrói o ozônio
de água potável e para manutenção de piscinas; nociva F F
é liberado principalmente por motores movidos UV
Rarefação na Cl C Cl Cl C Cl
a combustíveis fósseis e, na troposfera, camada camada
de ozônio Cl Cl
mais próxima da superfície terrestre, torna-se po-
luente e pode provocar problemas respiratórios Cl + O3 O2 + ClO
nas pessoas e danificar plantas. Na estratosfera, ClO + O3 2O2 + Cl
em altitude de 16 km a 30 km, forma a ozonosfe- 64 km
ra, também chamada camada de ozônio, absorve

cerca de 98% das radiações ultravioleta (UV) emi- 36 km Radiação ultravioleta
tidas pelo Sol. A rarefação na camada de ozônio é não prejudicial
provocada, principalmente, pelo uso em grande 16 km
quantidade de clorofluorcarbonos (CFCs), como
Es
o gás freon, utilizado em aerossóis, geladeiras e

tra
tos
outros produtos. O aumento da incidência de ra-

Ca zô
fer
de
ma nio
diação UV nos seres vivos pode provocar câncer

a
o
Tro
TERRA
da
po
de pele e mutações gênicas.

sfe
• Queimadas: contribuem com a liberação de ga-

ra
ses tóxicos na atmosfera e são prejudiciais à

população microbiana do solo.

197
I.2. Poluição da água e do solo

• Detergentes: aparecem na água como resultado dos usos doméstico e industrial, levados pelos esgotos sem tratamento.
BIOLOGIA
Os detergentes não biodegradáveis acumulam-se nos rios, formando uma camada de espuma que impede a entrada de
gás oxigênio na água. Também podem enriquecer as águas naturais com substâncias fosfatadas, favorecendo a ocorrên-
cia do processo de eutrofização.
• Petróleo: diminui a penetração da luz na água, reduz a taxa de fotossíntese no ambiente e causa intoxicação e asfixia de
peixes, aves, mamíferos, crustáceos e moluscos.
• Metais pesados: o mercúrio, empregado na indústria e no garimpo, tem efeito cumulativo e pode causar câncer, lesões
cerebrais e má-formação fetal (mal de Minamata). O efeito cumulativo ou magnificação trófica é o aumento da concen-
tração de determinado produto ao longo da cadeia alimentar; ocorre com produtos não biodegradáveis, como metais
pesados (chumbo, zinco etc.), DDT, dieldrin e outros organoclorados, que se acumulam nos tecidos dos organismos e
atingem valores expressivos no último nível trófico.
C3 DDT
C2
C1
O
BO O
SC
M IV
O S
P
D LU
O C
N X
SI O E
Na magnificação trófica, produtos como o DDT (diclorodifeniltricloroetano) se concentram ao longo da

cadeia alimentar, e o último nível dessa cadeia apresenta sempre a maior concentração.
EN S
E U
• Fertilizantes e agrotóxicos: utilizados na agricultura, podem causar eutrofização no ambiente aquático.

• Eutrofização: consiste no aumento da quantidade de nutrientes na água, por atividades humanas (fertilizantes na lavoura
D E
e lançamento de esgotos) ou condições naturais (ressurgência, lixiviação e acúmulo de fezes de pássaros). Em um pri-
A LD
meiro momento, pode ocorrer proliferação do fitoplâncton e, em um segundo momento, o aumento da quantidade de algas
mortas. Esse material orgânico provoca crescimento acentuado da população de organismos decompositores aeróbios,
EM IA
que esgotam o gás oxigênio dissolvido na água. Essa redução da quantidade de gás oxigênio provoca a morte de animais
ST ER
aeróbios, como peixes, contribuindo para o aumento da quantidade de matéria orgânica a ser decomposta. O gás oxigênio
(O2) fica reduzido e os decompositores que se desenvolvem são os anaeróbios, os quais podem lançar toxinas na água,
SI AT
alterando as propriedades químicas do meio, inviabilizando quase todas as formas de vida e tornando a água imprópria
M
para o uso humano.

• Radioatividade: em altas intensidades, é prejudicial à saúde. A contaminação por estrôncio-90 pode levar à anemia e à
leucemia; iodo-131, que se concentra na tireoide, reduz a atividade dessa glândula e oferece o risco de desenvolvimento
de câncer; o césio-137 pode ficar incorporado aos músculos, ao fígado, ao baço, chegando a causar distrofia muscular,
afetar a medula óssea e provocar queimaduras pelo corpo, queda de cabelos e até a morte.
• Lixo: tem dois destinos principais, os lixões e os aterros sanitários. O lixão é mais nocivo, porque, além de contaminar
diretamente o solo, afeta a atmosfera, com gases da decomposição, e as reservas de água subterrânea, em função da
produção do chorume, que infiltra pelo solo. Nos aterros sanitários, o lixo é disposto em um buraco protegido por uma
manta impermeabilizante, em camadas sobrepostas e compactadas com terra; o lixo fica isolado do ambiente, e a con-
taminação causada por ele pode ser mínima. A melhor maneira de gerenciar o lixo é a regra dos 5 Rs: reduzir o consumo
desnecessário, reutilizar os produtos sempre que possível, reciclar ao máximo os materiais usados, recusar produtos
cuja produção prejudica o ambiente e repensar hábitos de consumo e descarte.
18. Botânica
A. Fungos
O grupo inclui cogumelos, bolores, orelhas-de-pau, leveduras e os causadores de micoses, como frieira. Podem ser de vida
livre ou parasitas e possuem algumas características comuns:
• eucariontes; • aclorofilados;
• células com parede celular de quitina; • sem tecidos;
• glicogênio como reserva energética; • reprodução por meio de esporos.

198
Os fungos podem ser unicelulares ou pluricelulares; nestes, o corpo é constituído por hifas que, reunidas, formam o micélio.
As hifas liberam enzimas em seu substrato, digerindo-o para depois absorver os produtos (digestão extracorpórea). Durante a
BIOLOGIA
reprodução sexuada de muitas espécies, forma-se o corpo de frutificação, com lamelas produtoras de esporos.
Chapéu
Micélio reprodutivo
(corpo de frutificação)
Lamela
Hifas
Basídios
Basidiósporos
O
Micélio vegetativo
BO O
SC
M IV
O S
O corpo dos cogumelos é formado por filamentos, as hifas, que se agrupam formando o micélio vegetativo, responsável
D LU
pela fixação e nutrição. Na parte aérea, destaca-se o corpo de frutificação, local de produção de esporos.
O C
N X
Os fungos são heterótrofos e realizam a decomposição de matéria orgânica morta, contribuindo para a reciclagem. Partici-
SI O E
pam de associações com outros seres vivos, como as micorrizas e os liquens. Vários fungos parasitas são causadores de pragas
na agricultura. Na indústria, podem ser empregados na produção de antibióticos, como é o caso da penicilina, e de queijos. Os
lêvedos, como o Saccharomyces, ou fermento de padaria, são utilizados na indústria de panificação, de álcool combustível e de
EN S
E U
bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho. Muitos cogumelos são comestíveis (champignon, shimeji, shitake e trufas).
D E
B. Algas e ciclos reprodutivos

A LD
As algas são organismos eucariontes, com parede celular e autótrofos fotossintetizantes. Existem espécies unicelulares e
pluricelulares, vivendo isoladas ou em colônias. Habitam principalmente ambientes aquáticos, algumas podem ser encontradas
EM IA
em ambientes terrestres, como solo úmido, e ainda em associações de mutualismo com outros seres vivos, como é o caso dos
ST ER
liquens. Podem ser classificadas em seis grupos: clorofíceas (algas verdes), feofíceas (algas pardas), rodofíceas (algas verme-
lhas), crisofíceas (algas douradas ou diatomáceas), pirrofíceas (algas cor de fogo ou dinoflagelados) e euglenofíceas.
SI AT
As algas ocupam o primeiro nível trófico, servem de alimento para o zooplâncton e produzem de 70% a 90% do oxigênio
M
liberado na atmosfera. A espirulina, uma alga verde unicelular, é utilizada para complementação de nutrientes em dietas. As
algas vermelhas são usadas como condimento em sopas industriais; delas, extrai-se o ágar, utilizado como meio de cultura para
micro-organismos, e a carragenina, utilizada como substância estabilizadora de alguns tipos de doces e sorvetes. Das algas
pardas, extrai-se o alginato (ou algina), usado na indústria de cosméticos, sorvetes e nas massas de moldes dentários. As diato-
máceas formam depósitos de carapaças silicosas, que originam o diatomito, que pode ser empregado na fabricação de tijolos e
filtros de piscina e como abrasivo em ceras para polimento. As algas pirrofíceas ou dinoflagelados podem causar a maré verme-
lha, caracterizada pela liberação de toxinas na água. Esse fenômeno provoca a morte de organismos aquáticos, podendo ter efei-
to residual no corpo de moluscos e crustáceos e consequente intoxicação das pessoas que se alimentam desses organismos.
Algumas algas e as plantas (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) apresentam ciclo de vida diplobionte,
anteriormente denominado haplodiplobionte. Esse ciclo apresenta metagênese ou alternância de gerações: a fase haploide (n),
o gametófito, sexuada e produtora de gametas, alterna-se com a fase diploide (2n), o esporófito, assexuada e produtora de es-
poros. A meiose ocorre no momento de formação dos esporos no esporófito, sendo chamada meiose espórica ou intermediária.
Fecundação Meiose
Organismo diploide (2n): esporófito
espórica
Gametas Esporos
(n) (n)
Mitose Mitose
Organismo haploide (n): gametófito
Esquema do ciclo de vida diplobionte

199
C. Plantas
C.1. Briófitas
BIOLOGIA
As briófitas são vegetais de pequeno porte e avasculares. São encontradas principalmente em locais úmidos, sombrios ou de água
doce. A fecundação depende da água, sendo chamada de oogamia. São exemplos de briófitas os musgos, os antóceros e as hepáticas.
Cápsula fechada pela caliptra

Esporófito (2n)
Haste
Filídio
Gametófito (n)
Caulídio
Rizoide
O
Feminino Masculino
BO O
SC
Organização do corpo de um musgo. O esporófito desenvolve-se sobre o gametófito feminino.
M IV
O S
No esporófito, há esporângios, que produzem esporos. O gametófito possui gametângios, produtores de gametas. Há dois
D LU
tipos de gametângios: anterídio (masculino), produtor de anterozoides e arquegônio (feminino), produtor de oosferas.
O C
N X
SI O E
EN S
E U
Anterozoides (n)
D E
Anterídios
A LD
Água
EM IA
Gametófito (n)
ST ER
SI AT
Oosfera (n)
M
Protonemas (n) Arquegônios
Fecundação
Gametófito (n)
Esporos (n) Esporófito (2n) Cápsula
Zigoto (2n)
Embrião (2n)
Liberação de esporos Meiose
Crescimento do esporófito
Ciclo de vida de um musgo genérico

200
C.2. Pteridófitas
As pteridófitas são vegetais que possuem vasos condutores, xilema e floema, para condução de seiva bruta ou inorgânica e
BIOLOGIA
seiva elaborada ou orgânica, respectivamente.

A presença dos vasos condutores permitiu a melhor adaptação ao ambiente terrestre e a grande diversificação de formas
desses vegetais. A partir das pteridófitas, a geração esporofítica passa a ser predominante no ciclo de vida, com organização do
corpo em raiz, caule e folhas, sendo que o gametófito fica especializado na reprodução, para produção de gametas.
Folhas
(fronde)
Soro
Corte
da folha
Esporângios
Esporos
O
BO O
SC
Folíolo
M IV
O S
Folha
jovem D LU Esporângio
O C
N X
Caule (rizoma)
SI O E
Raízes adventícias
Organização geral do esporófito de uma samambaia
EN S
E U
Esporângio
aberto
D E
A LD
Esporo
Meiose Esporo germinando
EM IA
Gametófito
ST ER
Esporângio
SI AT
M
Anterídio
Soro
Arquegônio
Oosfera
Anterozoides
Esporófito
jovem
Fecundação
Zigoto
Gametófito
Esporófito
Ciclo de vida da samambaia
C.3. Gimnospermas
Juntamente com as angiospermas, as gimnospermas são chamadas de fanerógamas, pois apresentam órgãos de reprodução
muito desenvolvidos. Os elementos reprodutivos encontram-se reunidos em estróbilos, também chamados cones ou pinhas.
As gimnospermas são plantas espermatófitas, isto é, produtoras de sementes, que se originam do óvulo após o processo
de fecundação sem a dependência de água do ambiente e no interior dos estróbilos femininos.

201
Óvulo
Megastróbilo Megásporo funcional
BIOLOGIA
R!
Saco
polínico Arquegônio
Corte longitudinal do Micrópila
megastróbilo R! Saco
embrionário
Célula
germinativa Micrósporos Oosfera
Célula Polinização
vegetativa
Esporófito Microstróbilo Grão de
adulto Corte longitudinal pólen
(2n) do microstróbilo
Embrião Oosfera Tubo

polínico
Germinação Casca
Esporófito Fecundação Núcleo
O
jovem espermático
BO O
SC
Cotilédones
M IV
No ciclo de vida do pinheiro, o esporófito é a planta adulta, e os gametófitos feminino e
O S
masculino são, respectivamente, o saco embrionário e o grão de pólen.
D LU
O C
C.4. Angiospermas
N X
As angiospermas, assim como as gimnospermas, são plantas espermatófitas, ou seja, plantas que desenvolvem sementes.
SI O E
Entretanto, nas angiospermas, as sementes estão protegidas no interior de estruturas especiais, os frutos. As sementes e os
frutos são formados a partir das flores, após a ocorrência da fecundação.
A flor é um órgão vegetal que reúne as estruturas para reprodução e, após a fecundação, sofre transformações de acordo
EN S
E U
com sua organização. Nas angiospermas, as sementes correspondem aos óvulos fecundados, e os frutos são resultantes do
desenvolvimento do ovário.
D E
A LD
Estigma Antera
Estame
EM IA
Filete
ST ER
Estigma
SI AT
Estilete Pistilo
M
Ovário
Pétala
Sépala Óvulo
Receptáculo
Pedúnculo
Agente
Polinização Características das flores
polinizador
Entomofilia Insetos Corola vistosa e radial, substâncias odoríferas, néctar e grãos de pólen comestíveis e pegajosos
Ornitofilia Pássaros Corola vistosa e tubular, substâncias odoríferas, néctar e grãos de pólen comestíveis e pegajosos
Quiropterofilia Morcegos Corola branca, substâncias odoríferas, néctar e grãos de pólen comestíveis e pegajosos, abertura à noite
Anemofilia Vento Ausência de corola vistosa, grãos de pólen secos e abundantes, estigma plumoso e pegajoso
Organização geral de uma flor de angiosperma e tipos de polinização

202
Nas angiospermas e nas gimnospermas, a fecundação é denominada sifonogâmica, ou seja, ocorre sem a necessidade de água
proveniente do ambiente, mas apenas nas angiospermas ocorre a dupla fecundação. O processo inicia-se quando um grão de pólen,
BIOLOGIA
trazido por um agente polinizador, cai e adere ao estigma. Lentamente, o grão de pólen começa a desenvolver o tubo polínico e o
núcleo germinativo sofre uma divisão mitótica, formando dois núcleos espermáticos, que percorrem a extensão do tubo polínico até
chegar ao saco embrionário. O primeiro núcleo espermático une-se à oosfera, originando o zigoto (2n), que, por sucessivas divisões
mitóticas, forma o embrião (2n) da planta; o segundo núcleo espermático e os dois núcleos polares fundem-se e originam uma célula
(3n), que sofre mitoses e forma endosperma (3n) ou albume, um tecido com reserva para o início do desenvolvimento embrionário.
Antera
Flor de uma
planta adulta (2n) Micrósporo
Pólen
Óvulo
Estigma
Tubo polínico
Embrião Megásporo
Endosperma Semente
Tegumento Tubo
O
Endosperma (3n) polínico
BO O
SC
Embrião (2n)
M IV
Oosfera
Tubo
O S
polínico
1º núcleo espermático D LU
O C
2º núcleo espermático Saco embrionário
N X
SI O E
Núcleos polares
Etapas do ciclo de vida das angiospermas
EN S
Grupo Semente Raiz Caule Folha Flor

E U
Monocoti-
D E
ledôneas
A LD
milho, arroz,
trigo, bananeira,
EM IA
cebolinha, cebola,
ST ER
capim, grama,
cana-de-açúcar,
SI AT
alho, bambu, Feixes vasculares Nervuras dispostas

M
avelã, centeio, Raiz fasciculada dispostos paralelamente Flores trímeras

palmeira, abacaxi (em cabeleira) desordenadamente (com três pétalas
etc. Um cotilédone ou múltiplo)
Eudicotiledôneas
feijão, soja, rosei-
ra, goiaba, limão,
laranja, mamão,
café, abacate,
jabuticaba, cacau,
manga, tomate,
mandioca, peroba Feixes vasculares Nervuras dispostas Flores pentâmeras
etc. Raiz axial dispostos em forma de rede (com cinco pétalas
Dois cotilédones (pivotante) ordenadamente ou múltiplo)
Principais diferenças entre monocotiledôneas e eudicotiledôneas
Os frutos são estruturas exclusivas das angiospermas e garantem a essas plantas grande capacidade de dispersão, além
de protegerem as sementes, e estas, o embrião. O fruto verdadeiro é derivado do desenvolvimento da parede do ovário, após a
fecundação. Nas gimnospermas, os estróbilos não têm ovário e, por isso, essas plantas não desenvolvem frutos.

203
Porém, se a parte comestível for originada por uma es- D.1. Tecidos meristemáticos
trutura que não seja o ovário, chamaremos de pseudofrutos, Os meristemas primários promovem o crescimento
BIOLOGIA
que são estruturas semelhantes a frutos. A maçã, a pera e o primário ou longitudinal ou ainda vertical. Os meristemas
morango derivam do receptáculo floral. O caju origina-se do primários podem ser encontrados nas regiões apicais de
pedúnculo floral e sua castanha é o fruto verdadeiro. caule e raiz e nas gemas axilares presentes no caule. Nos
Um fruto pode ainda ser formado pela ação hormonal ápices, encontra-se o meristema apical, que dará origem
sobre a parede do ovário, sem mesmo ocorrer a fecundação. aos meristemas primários procâmbio, protoderme e meris-
Nesse caso, é chamado fruto partenocárpico e não possui tema fundamental.
semente, como a banana, o limão taiti e a laranja baiana. Os meristemas secundários são responsáveis pelo cres-
Em muitos casos, encontramos uma reunião de frutos em cimento secundário ou em espessura da planta. Esses meris-
cachos e em espigas, como uvas, milho ou, ainda, compacta- temas se originam de células adultas pouco especializadas,
dos, como o abacaxi. São chamados de infrutescências. geralmente células do parênquima que sofreram o processo
de desdiferenciação e passaram a ter novamente a capacida-
de de sofrer divisão mitótica. São exemplos de meristemas
secundários o câmbio vascular e o felogênio. O câmbio vas-
cular é responsável pela formação dos vasos condutores da
seiva, o xilema para dentro e o floema para fora. O felogênio
produz o súber, um tecido de proteção ou revestimento pre-
@20 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
sente na casca, e o feloderma, um tecido que preenche os

espaços no interior da raiz e do caule.
O
D.2. Tecidos adultos
BO O
SC
Os tecidos adultos ou permanentes desempenham fun-
M IV
ções especializadas, mantendo as atividades vitais da planta.
O S
Podem ser tecidos de revestimento (epiderme e súber), sus-
D LU
Caju: pseudofruto derivado do pedúnculo floral tentação (colênquima, esclerênquima e xilema), condução
O C
de seiva (xilema e floema), preenchimento, reserva e fotos-
N X
síntese (parênquimas).
SI O E
A epiderme é o conjunto de células que reveste todo o

corpo da planta. Geralmente, é um tecido uniestratificado,
ou seja, formado por uma única camada de células. Possui
EN S
E U
várias estruturas anexas: tricomas, estômatos, hidatódios

e acúleos.
D E
O súber é um tecido de proteção pluriestratificado, as cé-

A LD
Fruto Pseudofruto lulas são mortas em razão da impregnação de suberina, ma-

terial lipídico que torna as paredes celulares impermeáveis e
EM IA
Morango: pseudofruto derivado do receptáculo floral

resistentes. No súber, podem surgir estruturas denominadas
ST ER
lenticelas, cujas células estão frouxamente unidas, deixando

D. Histologia vegetal espaços que permitem trocas gasosas com o ambiente.
SI AT
Os tecidos vegetais podem ser separados em tecidos em- O colênquima é um tecido de sustentação mecânica, for-
M
brionários ou meristemas, constituídos por células indiferen- mado por células vivas, cujas paredes celulares apresentam
ciadas, e tecidos adultos ou permanentes, formados por célu- grandes reforços de celulose.
las especializadas, que desempenham funções específicas. O esclerênquima é um tecido de sustentação, formado
por células mortas, por causa da impregnação de lignina em
Primários – procâmbio, suas paredes celulares.
protoderme e meristema O xilema ou lenho conduz a seiva bruta, constituída por
Embrionários ou fundamental água e sais minerais, das raízes até as folhas. É formado por
meristemáticos elementos de vaso, traqueídeos, fibras de esclerênquima e
Secundários – câmbio e
felogênio células de parênquima. Os elementos de vaso e os traqueí-
deos são células condutoras, chamadas, em conjunto, de va-
Proteção e revestimento – sos lenhosos. São células mortas e lignificadas.
Tecidos epiderme e súber O floema ou líber conduz a seiva elaborada, constituída de
vegetais água e carboidratos, das folhas para todos os tecidos vegetais,
Sustentação – colênquima até as raízes. O floema é formado por diferentes tipos de célu-
e esclerênquima las, como os elementos de tubo crivado, as células companhei-
ras, as fibras de esclerênquima e as células de parênquima. Os
Permanentes ou
diferenciados Condução – xilema e floema elementos de tubo crivado são as células que transportam a
seiva elaborada.
Os parênquimas são tecidos formados por células vi-
Preenchimento, reserva e
fotossíntese – parênquimas vas, capazes de sofrer um processo de desdiferenciação e
retomar a capacidade meristemática, passando a se dividir.

204
Essa capacidade se torna importante em processos de cicatrização de lesões, regeneração de tecidos, formação de raí-
zes e caules. Podem ter função de preenchimento, como o parênquima cortical e o parênquima medular; função de reserva
BIOLOGIA
ou armazenamento de substâncias, como os parênquimas amilífero, aquífero e aerífero (ou aerênquima); e função de fotos-
síntese, como os parênquimas clorofilianos paliçádico e lacunoso localizados nas folhas.
E. Fisiologia vegetal
E.1. Transpiração
A transpiração é a eliminação de água na forma de vapor, que ocorre nos vegetais por meio de estruturas chamadas de estô-
matos e por meio da cutícula, formada por um material de natureza lipídica que recobre as folhas dos vegetais.
A transpiração ocorre principalmente pelas folhas, que é a parte do corpo do vegetal com maior área de exposição ao meio
externo.
A transpiração total no corpo do vegetal é dada pela somatória da transpiração estomática e da transpiração cuticular.
Ttotal = Testomática + Tcuticular
Cutícula
Esclerênquima
Estômato
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU Epiderme
superior
O C
N X
SI O E
Parênquima
paliçádico
EN S
E U
D E
A LD
Bainha da
Parênquima
EM IA
nervura
lacunoso
ST ER
SI AT
Epiderme
inferior
M
Células-guarda
Xilema
Cutícula
Floema Nervura
Corte transversal de uma folha mostrando a organização interna.
A transpiração, apesar de representar perda de água do vegetal para o ambiente, é muito importante para a manutenção
da vida, pois evita um aquecimento exagerado das folhas que ficam expostas ao sol e também colabora para o transporte
de água pelo corpo do vegetal, desde as raízes até as folhas. Pela abertura e fechamento dos estômatos, a planta controla a
taxa de transpiração, respondendo a fatores, como disponibilidade de água, luz, concentração de gás carbônico e transporte
ativo de potássio.
estômatos abertos quando existe estômatos abertos na presença de luz
disponibilidade de água para o vegetal e em baixa concentração de CO2
Mecanismo Mecanismo
hidroativo fotoativo
estômatos fechados quando o vegetal estômatos fechados no escuro e
possui pouca disponibilidade de água em alta concentração de CO2

205
Íons K+
Célula da epiderme
BIOLOGIA
Paredes das
células-guarda
Cloroplastos
Transporte Núcleo
ativo de K+ Ostíolo
Estômato fechado Entrada de K+ nas células-guarda Abertura estomática
Além da transpiração, podem ocorrer no vegetal os fenômenos de gutação, que é a eliminação de água na forma líquida
pelos hidatódios, e o de exsudação, que é a saída de seiva em locais de ferimento.
E.2. Condução da seiva bruta

A ascensão da seiva bruta, desde as raízes até as folhas, é contra a força da gravidade, sendo explicada pela atuação de três
O
mecanismos: capilaridade, pressão de raiz e sucção foliar (teoria de Dixon ou coesão-tensão-transpiração).
BO O
SC
Conforme ocorre a saída de água na forma de vapor por meio das folhas, existe um movimento da coluna de água através do
M IV
xilema, desde as raízes até as folhas, pois as móléculas de água estão coesas e submetidas a uma força de tensão que movi-
O S
menta a coluna de água no interior do xilema. À medida que a água é eliminada pela transpiração, ou usada na fotossíntese, ela
D LU
é removida do caule, que, por sua vez, retira a água da raiz, que a absorve do solo.
O C
H2O(v) H2O(v)
N X
SI O E
Folha
Xilema
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
H2O(v) H2O(v)
M
Caule
Pelos
absorventes
Coifa
Xilema
Raiz
H2O + sais
Caminho da água desde os pelos absorventes das raízes até as folhas através do xilema. Quando a taxa de transpiração é muito elevada,
há tendência em aumentar a velocidade de transporte de seiva e em ocorrer a absorção de água e sais minerais pela raiz.

206
E.3. Condução da seiva elaborada

A distribuição de seiva elaborada das folhas para o resto do corpo do vegetal, apesar de ser a favor da força da gravidade,
BIOLOGIA
ocorre através de um fluxo sob pressão, de acordo com a hipótese do fluxo de massa proposta por Ernst Münch.
1 1 1
2 2 2
A B A B A B
X Y X Y X Y
Água Água Água

Solução concentrada Solução diluída
de açúcar de açúcar
No modelo físico de Münch (figura anterior), existe a passagem de água de (X) para (A) em resposta à diferença de concen-
tração entre esses dois meios. A solução açucarada começa a subir pelo tubo (1) em direção a (B). Por pressão hidrostática, a
solução sai de (B) em direção a (Y), retornando para a cuba (X), pelo tubo de vidro (2).
O sistema manterá esse fluxo direcionado enquanto existir a diferença de concentração entre as soluções A e B.
Comparando o modelo proposto por Münch com uma planta de verdade, veremos que o recipiente X representa a folha,
enquanto A representa uma célula do parênquima clorofiliano (hipertônica). O recipiente Y seria a raiz da planta, ao passo que B
O
seria uma célula da raiz (hipotônica). Os tubos 1 e 2 correspondem, respectivamente, ao floema e ao xilema.
BO O
SC
Segundo a hipótese de Münch, os carboidratos produzidos na fotossíntese deslocam-se pelas células condutoras
M IV
do floema, desde os locais de produção, chamados fontes, como folhas e órgãos de reserva, até os locais de consumo
O S
e/ou armazenamento, denominados sumidouros. A passagem dos carboidratos das células das fontes para as células
D LU
condutoras é chamada de carga do floema, e a passagem das células condutoras para as células dos sumidouros é a des-
O C
carga do floema. Os processos de carga e descarga do floema são classificados bioquimicamente como transporte ativo.
N X
O sentido do movimento da seiva elaborada é independente da gravidade e ocorre sempre das fontes para os sumidouros
SI O E
por fluxo em massa, por causa de um gradiente de pressão entre eles. Assim, o deslocamento da seiva elaborada pode
ser ascendente ou descendente.
Um corte em forma de anel ao redor do caule (anel de Malpighi) pode levar o vegetal à morte. Com a retirada da casca (com-
EN S
E U
posta pela periderme e pelo floema), ocorre a obstrução do movimento da seiva elaborada em direção à raiz, e, em seguida, por
falta de nutrientes, as raízes morrem e deixam de absorver água do solo.
D E
A LD
Folhas: local de elevada Parte aérea morre

EM IA
concentração de glicose por falta de água

e sais minerais.
ST ER
SI AT
M
Fluxo de seiva
elaborada das
folhas até as
raízes fica
interrompido.
Anel de Malpighi
Anel de Malpighi
Raízes: morrem por

falta de nutrientes
orgânicos e deixam
Raízes: local de baixa de absorver água
concentração de glicose e sais minerais.
Remoção do anel de Malpighi ou anel córtico-liberiano do tronco de uma árvore – processo denominado anelamento.

207
E.4. Hormônios vegetais

Existem diferentes substâncias que atuam como hormônios nos vegetais, em diferentes processos fisiológicos, como
BIOLOGIA
auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico.
Esses hormônios estão relacionados a movimentos, crescimento, floração, formação de frutos, abscisão foliar e de frutos,
senescência e amadurecimento de frutos.
Hormônio Local de síntese Efeitos

Estimula a elongação do caule e da raiz, atua no fototropismo e no
Auxinas Meristema apical (caule), geotropismo, causa a dominância apical sobre as gemas laterais
(AIA) folhas jovens e sementes. do caule, atua no desenvolvimento dos frutos, induz a formação de
raízes adventícias em estacas, inibe a abscisão de folhas e frutos.
Em tecidos jovens do sistema Quebra a dormência das sementes, promovendo o crescimento do
Giberelinas caulinar e sementes em embrião e a emergência da plântula. Estimula o alongamento celular
desenvolvimento. e o desenvolvimento de frutos partenocárpicos (sem sementes).
Afeta o crescimento e a diferenciação das raízes,
quebra a dominância apical em gemas laterais,
Citocininas No ápice das raízes, principalmente.
estimula a divisão e o crescimento celulares, estimula a
germinação e a floração, retarda o envelhecimento.
Em muitos tecidos em resposta ao
Amadurecimento de frutos, senescência das
O
Etileno estresse, especialmente frutos em
BO O
folhas e flores, abscisão de folhas e frutos.
SC
amadurecimento e folhas velhas.
M IV
Em folhas maduras (velhas),
O S
Ácido abscísico especialmente como resposta Inibe o crescimento, fecha os estômatos quando
(ABA) a estresse hídrico. Pode ser D LU falta água; induz a dormência das sementes.
O C
sintetizado em sementes.
N X
Hormônios vegetais: local de síntese e principais efeitos

SI O E
EN S
Caule
EMEfeitoIdaAaplicação de AIA
E EU
D % Estimulação
crescimento
D
Raiz
sobre o L
0
ST ER
% Inibição
A
SI AT
10–9 10–8 10–7 10–6 10–5 10–4 10–3 10–2 10–1 1

M
Concentração de AIA em g/litro

Gráfico da influência de diferentes concentrações de auxina (AIA) em raiz e caule. Nota-se que a auxina,
dependendo da concentração, pode estimular ou inibir o crescimento de raiz e caule.
E.5. Movimentos vegetais

Os movimentos dos vegetais podem ser classificados em movimentos de crescimento ou curvatura e movimentos de locomoção.
Movimento Exemplo
Fototropismo: positivo no caule e negativo na raiz
Tropismo: movimento orientado Gravitropismo: negativo no caule e positivo na raiz
de curvatura ou crescimento Quimiotropismo: tubo polínico
Tigmotropismo: gavinhas
Fotonastismos: pétalas das flores de onze-horas e dama-da-noite

Nastismo: movimento não
Tigmonastismo: planta insetívora
orientado de curvatura
Seismonastismo: mimosa ou sensitiva
Tactismo: movimento de
Quimiotactismo: anterozoides
deslocamento, orientado em
Fototactismo: cloroplastos
relação à fonte de estímulo

208
Nos movimentos de curvatura do tipo tropismos, são relevantes o fototropismo (caule e raiz) e o gravitropismo (caule e raiz).
BIOLOGIA
Luz
Ápice
Face não Face
Auxina iluminada iluminada
Caule
Raiz
Auxina
Face não Face
iluminada iluminada
Ápice
Em uma planta iluminada unilateralmente, a luz estimula a migração das auxinas para a face não
O
iluminada. O caule apresenta fototropismo positivo, e a raiz, fototropismo negativo.
BO O
SC
M IV
Auxina Auxina
O S
D LU
Ápice Ápice
O C
N X
Raiz Caule
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
Face Face
EM IA
superior superior
ST ER
SI AT
Face Face
M
inferior inferior
Em uma planta colocada na posição horizontal, a gravidade estimula a migração das auxinas para a face
inferior. O caule apresenta gravitropismo negativo, e a raiz, gravitropismo positivo.
E.6. Fotoperiodismo
O fotoperiodismo é a capacidade do vegetal de responder a um determinado fotoperíodo, isto é, a um período de exposição à luz.
O florescimento das plantas é controlado pelo comprimento dos dias. De acordo com as estações do ano, o comprimento do dia varia em
relação à noite e esse fenômeno interfere na floração dos vegetais.
Os vegetais são classificados de acordo com o seu fotoperíodo em plantas de dia longo, plantas de dia curto e aquelas que
são indiferentes ao comprimento do dia.
• Plantas de dia longo (PDL): são aquelas que florescem quando submetidas a período de iluminação igual ou acima
de seu fotoperíodo crítico, como o espinafre e o rabanete.
• Plantas de dia curto (PDC): são aquelas que florescem quando submetidas a fotoperíodos iguais ou abaixo do seu
fotoperíodo crítico, como o morango e o crisântemo.
• Plantas indiferentes: não respondem aos períodos de iluminação, como o tomate e o milho.
Pesquisas sobre respostas fotoperiódicas nos vegetais mostram que plantas de dias curtos com interrupção no período de
escuro por uma fonte de luz, mesmo que seja muito breve, terão sua floração inibida. Já a interrupção do período de iluminação
não tem nenhum efeito sobre a floração dessas plantas. Essas observações levaram os cientistas à conclusão de que, para as
plantas de dia curto, a indução da floração não depende do tempo de exposição à luz, mas sim do período contínuo de escuridão.
Sendo assim, plantas de dia curto são, na verdade, plantas de noite longa, e plantas de dia longo são plantas de noite curta.

209
Dia curto com

Dia longo Dia curto interrupção do período
BIOLOGIA
de escuro
24 horas 24 horas 24 horas

16 h 8h 8h
Orquídea
PDC ou
noite longa
apenas cresce cresce e floresce apenas cresce
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU Cravo
PDL ou
O C
noite curta
N X
SI O E
EN S
E U
cresce e floresce apenas cresce cresce e floresce

D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

210
ANOTAÇÕES
BIOLOGIA
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

PORTUGUESA
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
LÍNGUA
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Estrutura e formação de palavras�� 213 B. Pronome relativo�� 239
A. Elementos mórficos�� 213 C. Pronome interrogativo�� 240
SUMÁRIO
B. Derivação�� 213 D. Pronome indefinido�� 240
C. Composição�� 213 E. Pronome possessivo��241
D. Outros processos de F. Pronome demonstrativo��241
enriquecimento do léxico�� 214 G. Colocação pronominal��241
2. Classes gramaticais �� 214 11..Fonologia, acentuação e crase�� 242
A. Substantivo�� 215 A. Fonologia�� 242
B. Adjetivo�� 215 B. Acentuação gráfica�� 243
C. Advérbio�� 216 C. Crase�� 243
D. Numeral�� 217 12..A s palavras se e que�� 244
E. Pronome�� 217 A. A palavra se�� 244
F. Preposição�� 218 B. A palavra que�� 245
G. Conjunção�� 218 13.Correlação verbal�� 246
3. Verbo (I)�� 218 A. Usos dos tempos e modos�� 246
A. Caracterização�� 218 B. Usos das formas nominais�� 247
B. Flexões verbais�� 218 14.Dificuldades gerais�� 247
C. Paradigmas de conjugação verbal A. Emprego da vírgula�� 247
(forma simples)�� 219 B. Ortografia�� 248
D. Verbos auxiliares e anômalos 15..Evolução literária (quadro sintético)�� 249
(ser, ir, estar, ter, haver)�� 221 16.Trovadorismo�� 250
O
BO O
E. Desdobramentos do presente�� 223 A. Cantiga de amor �� 250
SC
M IV
F. Desdobramentos do pretérito�� 224 B. Cantiga de amigo�� 250
G. Desdobramentos do infinitivo�� 226 C. Cantigas de escárnio e maldizer�� 250
O S
4. Verbo (II)�� 228 17.Humanismo�� 250
D LU
A. Principais verbos A. Gil Vicente (Teatro)�� 250
O C
impessoais (sem sujeito)�� 228 18.Classicismo (Renascimento)�� 251
N X
B. Concordância�� 228 A. Luís de Camões�� 251

SI O E
C. Verbo e regência�� 228 19.Barroco�� 251

5. Período simples (I)�� 229 A. Gregório de Matos Guerra�� 251
EN S
A. Frase, oração e período�� 229 20.Arcadismo (Neoclassicismo)�� 251

E U
B. Vozes verbais�� 230 A. Tomás Antônio Gonzaga�� 252

C. Sujeito�� 230 21.Romantismo�� 252
D E
A LD
D. Predicado�� 231 A. PROSA�� 252

E. Vocativo�� 231 B. Poesia�� 253
EM IA
6. Período simples (II)�� 231 22.Realismo/Naturalismo�� 253

A. Adjunto adverbial�� 231 A. Eça de Queirós�� 254
ST ER
B. Agente da voz passiva�� 231 B. Machado de Assis�� 254

C. Objeto direto�� 231 C. Aluísio Azevedo�� 254
SI AT
D. Objeto indireto�� 231 D. Raul Pompéia�� 254

M
7. Período simples (III)�� 232 23.Parnasianismo�� 254

A. Adjunto adnominal�� 232 A. Olavo Bilac�� 255
B. Complemento nominal�� 232 24.Simbolismo�� 255
C. Aposto�� 232 A. Cruz e Sousa�� 255
D. Observação�� 232 25.Pré-Modernismo�� 255
8. Período composto, coesão e coerência� 232 A. Euclides da Cunha�� 256
A. Período composto por subordinação�� 232 B. Lima Barreto�� 256
B. Oração principal e 26..Modernismo (Portugal)�� 256
oração subordinada�� 233 A. Fernando Pessoa�� 257
C. Oração subordinada�� 233 27.Modernismo(Brasil)�� 257
D. Oração subordinada adjetiva�� 234 A. Primeira geração (1922-1930)�� 257
E. Oração subordinada adverbial �� 234 B. Segunda geração (1930-1945)�� 258
F. Oração coordenada�� 235 C. Terceira geração (1945)�� 258
G. Operadores discursivos�� 235 28.Dissertação�� 260
9. Regência e concordância�� 235 A. Estrutura dissertativa�� 260
A. Sintaxe de regência�� 235 B. Linguagem�� 260
B. Concordância verbal�� 236 29.Descrição�� 260
C. Concordância nominal�� 238 30.Narração�� 260
10..Pronome e colocação�� 238 A. Elementos da narrativa�� 260
A. Pronome pessoal�� 238

213
1. Estrutura e formação de palavras
LÍNGUA PORTUGUESA
A. Elementos mórficos
Nome Definição Exemplos

ferr-o, férr-ico, en-ferr-ujado; menin-o,
Radical lexema Forma mínima (morfema) que detém o
ou semantema
menin-ice, menin-ada; cânt-ico, cant-ar,
sentido básico de um vocábulo.
cant-ei, cant-ássemos, cant-ando.
Morfema que se agrega ao radical, ultrapassar, soerguer, extravasar,
Afixo antes (prefixo) ou depois (sufixo) dele, ingerir, inerte; corpanzil, voraz, ricaço,
acrescentando-lhe novos significados. povaréu
Vogal que torna possível a conexão
Vogal temática cant-a-r, varr-e-r, part-i-r
entre o radical e a desinência.
Tema Radical + vogal temática = tema cantar, varrer, partir
Desinência verbal: indica número,
pessoa, tempo e modo.
Em partíssemos: part-í-sse-mos
-sse: des. modo-temporal
Morfema que, posposto ao radical,
-mos: des. número-pessoal
Desinência indica certas flexões gramaticais.
Desinência nominal: indica gênero e
O
Pode ser verbal ou nominal.
BO O
número.
SC
M IV
Em meninas: menin-a-s:
O S
-a: gênero feminino
D LU -s: número plural
O C
Destituídas de sentido, são colocadas
N X
Vogal e consoante de ligação entre dois morfemas por motivo pai-z-inho, pau-l-eira, gas-ô-metro
SI O E
exclusivamente fonológico.
EN S
B. Derivação
E U
Forma nova palavra a partir de uma única palavra primitiva.

D E
A LD
Derivação
EM IA
Prefixal O prefixo é agregado à palavra primitiva. intervir, conter, prever

ST ER
Sufixal O sufixo é agregado à palavra primitiva. gasoso, bêbado, gatinho

O prefixo e o sufixo são acrescidos à
SI AT
Prefixal e sufixal palavra primitiva de tal forma que ela infelizmente, desigualdade
M
subsiste sem um dos dois afixos.

O prefixo e o sufixo são acrescentados
Parassintética amanhecer, esquentar
simultaneamente à palavra primitiva.
Em vez de um acréscimo, a primitiva choro(chorar), canto(cantar),
Regressiva (ou deverbal)
sofre redução. desgaste(desgastar)
Não há acréscimo, nem redução.
Imprópria Normalmente ocorre mudança de o jantar, o talvez, um sim
classe gramatical
C. Composição
Forma nova palavra com a junção de dois ou mais radicais.
Composição
As primitivas mantêm sua forma original
Justaposição guarda-roupa, girassol, passatempo
inalterada.
Pelo menos uma das primitivas sofre
Aglutinação aguardente, planalto, pernalta
alteração.

214
D. Outros processos de enriquecimento do léxico

LÍNGUA PORTUGUESA
Os radicais formadores são de origem

Composição erudita pedagogia (grego), arborícola (latino)
grega ou latina.
pneu (pneumático), metrô
Redução de uma palavra normalmente (metropolitano), cine (cinema
Abreviação
muito longa. cinematógrafo), Odonto (Odontologia),
apê (apartamento)
Poucas letras que simbolizam uma
Abreviatura Cia., Ltda., Sr., V. Exª., apto etc.
palavra.
BB, CPF, Banestado, PT, PC do B, PSDB,
Nova palavra a partir da junção de letras
Sigla (Siglonimização) aids, CDB, ECT, ONU, USP, UNESP,
ou sílabas de duas ou mais palavras
Unicamp
portunhol, brasiguaio, proesia,
Duas palavras se juntam e pelo menos
Palavra-centauro (palavra-valise) bebemorar, bótimo, grenal, Comefogo,
uma sofre truncagem.
carreata, borboletícia
Palavras que pretensamente imitam miau, cocoricó; miar, cacarejar;
Onomatopeia
sons. bangue-bangue, blá-blá-blá, plim-plim
Palavras com elementos de línguas gasômetro, Uberlândia, surfista
Hibridismo
diferentes. alcoômetro, sambódromo
O
BO O
Empréstimo ou estrangeirismo Uso de palavras de outras línguas. shopping center, show, menu
SC
M IV
O S
2. Classes gramaticais D LU
O C
Quadro geral das classes gramaticais
N X
SI O E
Classe Flexões Características básicas Sintaxe

EN S
Localiza um processo (ação, estado,

E U
fenômeno) no tempo (presente,

Tempo
D E
pretérito, fufuro). Admite flexão de modo: Pode ser núcleo do

modo
A LD
indicativo (certeza), subjuntivo (dúvida, predicado (verbal e verbo-

Verbo número
possibilidade) e imperativo (ordem, nominal) ou não (verbo de
pessoa
EM IA
pedido, súplica). ligação).

voz
ST ER
Possui três formas nominais: gerúndio,

particípio e infinitivo.
SI AT
Nomeia seres, objetos, estados, ações,

M
qualidades, ideias, sentimentos

etc. Tudo quanto tem nome é
nomeado por substantivo(s). Pode Pode ser núcleo de
ser comum (designação genérica) qualquer termo da oração:
ou próprio (designação específica); sujeito, predicado, objeto,
gênero
concreto (nomeia seres e objetos, complemento nominal,
Substantivo número
independentemente de sua existência agente da passiva, adjunto
grau
real), ou abstrato (nomeia estados, ações, adnominal, adjunto
qualidades, ideias, sentimentos – e que adverbial, aposto e
não existem por si); simples (um só vocativo.
radical) ou composto (mais de um radical);
primitivo ou derivado; coletivo (conjunto
com elementos da mesma espécie).
Antecede mediata ou imediatamente o

gênero substantivo para especificá-lo (artigos Exerce apenas a função de
Artigo
número definidos: o, a, os, as) ou generalizá-lo adjunto adnominal.
(artigos indefinidos: um, uma, uns, umas).

215
Determina substantivo ou pronome
LÍNGUA PORTUGUESA
para atribuir-lhe característica, estado, Exerce as funções de
gênero
qualidade etc. Pode ser simples ou adjunto adnominal,
Adjetivo número
composto; primitivo ou derivado; pátrio predicativo do sujeito,
grau
(relativo a países, estados, cidades, predicativo do objeto.
regiões etc.).
Exprime circunstância relacionada a verbo,
Exerce apenas a função de
Advérbio grau (alguns) adjetivo ou advérbio: modo, intensidade,
adjunto adverbial.
lugar, tempo, negação etc.
Em geral, determina o substantivo
(pronome adjetivo) ou o substitui
gênero (pronome substantivo). Classifica-se
Pode exercer as mesmas
Pronome número como pessoal (do caso reto, do caso
funções do substantivo.
pessoa oblíquo, de tratamento), possessivo,
demonstrativo, indefinido, relativo e
interrogativo.
gênero Usado para quantificar (cardinal,
Exerce funções
Numeral número multiplicativo, fracionário) ou ordenar
substantivas e adjetivas.
grau (alguns) (ordinal).
Conecta palavras, estabelecendo entre
Preposição (invariável) (Sem função sintática)
O
elas uma relação de subordinação.
BO O
SC
M IV
Conecta orações, estabelecendo entre
Conjunção (invariável) elas uma relação de coordenação ou de (Sem função sintática)
O S
D LU subordinação.
O C
Exprime sentimentos, emoções etc.: ah!,
N X
oh!, psiu!, bem!, bravo!, oxalá!, tomara!, Tem valor de uma frase
SI O E
Interjeição (Invariável) ui!, hem!, bis!, upa!, oba!, opa!, ufa!, inteira, mas não exerce
caramba!, viva!, céus!, puxa!, credo!, função sintática.
EN S
firme!, cruzes!, chi!, gente!, alô! etc.

E U
D E
A. Substantivo
A LD
A.1. Definição
EM IA
Classe gramatical constituída pelas palavras que nomeiam os seres de forma geral: objetos, lugares, ações, sensações,
ST ER
sentimentos etc.
SI AT
A.2. Classificação
M
Os substantivos podem ser classificados conforme:

a. formação em primitivos ou derivados: pedra, pedreira.
b. estrutura em simples ou compostos: peixe, peixe-espada.
c. extensão (abrangência) em comuns ou próprios: terra, Brasil.
d. significado em concretos ou abstratos: árvore, saudade.
B. Adjetivo
B.1. Definição
Classe que atribui qualidade (ou defeito), característica, modo de ser, estado aos substantivos ou aos pronomes substantivos.
B.2. Classificação
Quanto à formação ou ao significado, o adjetivo pode ser:
a. Simples: amarela, cheiroso.
b. Composto: amarelo-claro, malcheiroso.
c. Primitivo: belo, grande.
d. Derivado: falante, destacado.
e. Restritivo (quando particulariza o significado do substantivo): fogo verde.
f. Explicativo: (característica já inerente ao substantivo): fogo quente.
g. Pátrio (ou gentílico): paulistano, paulista, brasileiro, andaluz, nicaraguense etc.

216
B.3. Locução adjetiva

LÍNGUA PORTUGUESA
Agiram desesperadamente.
a. Preposição + substantivo
teor de açúcar (= sacarino) Isto não é políticamente correto.
expressão de macaco (= simiesca)
b. Preposição + advérbio Ela cantou muito bem.
cardápio de hoje (= hodierno)
pneus de trás (= traseiros) Felizmente os policiais chegaram a um acordo.
B.4. Grau C.2. Classificação

a. Comparativo Os advérbios classificam-se conforme a circunstância
que exprimem. Eis alguns advérbios e locuções adverbiais:
Valéria é mais inteligente (do) que
Luciana. sim, certamente, efetivamente,
Superioridade
Valéria é mais inteligente (do) que realmente, seguramente,
Afirmação
estudiosa. indubitavelmente, inquestionavelmente;
Valéria é tão inteligente quanto sem dúvida, por certo etc.
Luciana. de medo, de fome, de pavor, à míngua,
Igualdade Causa
Valéria é tão inteligente quanto com o calor etc.
estudiosa. acaso, por ventura, possivelmente,
Dúvida
Valéria é menos inteligente (do) que provalvelmente, quiçá, talvez etc.
Luciana. para + substantivo (para o exame, para o
O
Inferioridade Finalidade
BO O
Valéria é menos inteligente (do) que sucesso etc.)
SC
M IV
estudiosa. muito, mui, pouco, assaz, bastante, mais,
O S
b. Superlativo menos, tão, tanto, demasiado, meio,
D LU
Valéria é muito inteligente.
todo, completamente, profundamente,
demasiadamente, excessivamente,
O C
analítico
Absoluto Intensidade
demais, nada (isto não é nada fácil!),
N X
sintético Valéria é inteligentíssima.

SI O E
ligeiramente levemente, que (que legal!),

Valéria é a mais inteligente quão, quanto, bem, mal, quase, como
superioridade
da classe. (como reclamam!) etc.
EN S
Relativo
Valéria é a menos
E U
inferioridade abaixo, acima, acolá, cá, lá, aqui, ali, aí,

inteligente da classe. além, aquém, algures (em algum lugar),
D E
A LD
alhures (em outro lugar), nenhures (em

c. Comparativos e superlativos anômalos nenhum lugar), atrás, fora, afora, dentro,
Lugar
EM IA
perto, longe, adiante, diante, onde, aonde,

Comparativo Superlativo donde, avante, através, defronte, detrás;
ST ER
Adjetivo de Absoluto Absoluto em cima, ao lado, de lado, de dentro, de

Superioridade Relativo
SI AT
sintético analítico fora etc.

ótimo muito o bem, mal, assim, depressa, devagar,
M
bom melhor
(boníssimo) bom melhor como, adrede, debalde, alerta, melhor
péssimo muito (mais bem), pior (mais mal); às pressas,
mau pior o pior
(malíssimo) mau Modo à toa, às claras, à vontade, de mansinho,
máximo muito em silêncio, em coro, face a face etc.; e a
grande maior o maior
(grandíssimo) grande maioria dos advérbios terminados em –
mínimo muito o mente: suavemente, corajosamente etc.
pequeno menor
(pequeníssimo) pequeno menor não, absolutamente, tampouco; de modo
Negação
algum etc.
B.5. O adjetivo na oração agora, hoje, amanhã, depois, ontem,
Além de exercer o papel de adjunto adnominal, o adje- anteontem, já, sempre, amiúde, nunca,
tivo pode desempenhar a função de predicativo (do sujeito jamais, ainda, logo, antes, cedo, tarde, ora,
Tempo
ou do objeto).
outrora, afinal, então, breve, aí, aqui, nisto;
à noite, à tarde etc.
C. Advérbio
C.1. Definição C.3. Advérbios interrogativos

Classe de palavras que, em geral, modifica o verbo Os advérbios onde?, donde?, quanto?, quando?, como?,
exprimindo a circunstância em que seu processo ocorre. por que? ocorrem em orações interrogativas diretas ou indiretas:
Pode ainda modificar adjetivo (indicando intensidade ou modo), Por que você não veio ontem?
advérbio (indicando intensidade) ou mesmo toda uma oração: Não sei por que você não veio ontem.

217
C.4. Flexão E. Pronome
LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns advérbios (sobretudo de modo, lugar, tempo e intensi-
dade) apresentam variação de grau semelhante à dos adjetivos. Flexões Características básicas Sintaxe
Grau comparativo Exerce funções
tão perto, tão, substantivas,
Igualdade analítico lentamente como adjetivas e
(quando)... adverbiais:
sujeito,
mais perto que,
Determina o predicativos,
analítico mais lentamente
gênero substantivo objetos,
Superioridade que...
número (pronome adjetivo) ou complemento
melhor que, pior pessoa o substitui (pronome nominal,
sintético
que... substantivo). agente da
menos perto passiva, adjunto
Inferioridade analítico que, menos adnominal,
lentamente que... adjunto
adverbial,
Grau superlativo aposto.
muito lentamente, muito E.1. Pronome pessoal
Absoluto analítico
perto
O
BO O
SC
Absoluto sintético lentíssimamente, pertíssimo Oblíquo
M IV
Reto
O S
Átono Tônico
C.5. O advérbio na oração
D LU
Numa oração, ao processo verbal podem ser acresci- eu
tu
me
te
mim
ti
O C
das as circunstâncias em que ele ocorre. Elas são expres-
ele, ela se, o, a si, ele, ela
N X
sas sintaticamente pelo adjunto adverbial que, aliás, é o

SI O E
único papel desempenhado pelo advérbio. Mas cuidado: lhe

ainda que todo advérbio exerça a função de adjunto ad- nós nos nós
verbial, este nem sempre é representado por advérbio (ou vós vos vós
EN S
eles, elas se, os si, eles, elas

E U
locução adverbial).
as, lhes
D E
D. Numeral
A LD
Pronomes de tratamento: você, senhor, senhora, senho-

Flexões Características básicas Sintaxe rita, Vossa Excelência, Vossa Senhoria etc.
EM IA
ST ER
Usado para quantificar E.2. Pronome demonstrativo

(cardinal, multiplicativo
SI AT
e fracionário) ou ordenar 1a pessoa este, esta, estes, estas, isto

M
(ordinal).
01. Cardinais: um, uma, esse, essa, esses, essas,
2a pessoa
dois, duas, três, quatro isso
etc. aquele, aquela, aqueles,
02. Ordinais: primeiro, 3a pessoa
aquelas, aquilo
segundo, terceiro, quarto
etc.
gênero Exerce funções Outros demonstrativos: o, a, os, as; tal, tais; semelhan-
03. Multiplicativos:
número substantivas e te(s), mesmo(s), mesma(s); próprio(s), própria(s).
dobro, dúplice, duplo,
grau (alguns) adjetivas.
triplo, tríplice, quádruplo,
E.3. Pronome possessivo
quíntuplo, sêxtuplo,
sétuplo, óctuplo, nônuplo,
Mais de um
décuplo, undécuplo, Pessoa Um possuidor
possuidor
duodécuplo, cêntuplo etc.
04. Fracionários: meio, meu, minha nosso, nossa
1a
meia, meios, meias, meus, minhas nossos, nossas
metade, terço, um quarto, teu, tua vosso, vossa
2a
onze avos, centésimo, teus, tuas vossos, vossas
milésimo etc. seu, sua seu, sua
3a
seus, suas seus, suas

218
E.4. Pronome indefinido G. Conjunção

LÍNGUA PORTUGUESA
Variáveis Invariáveis Características básicas

algum, alguma algo Conjunção – Conecta orações, estabelecendo entre elas
alguns, algumas alguém uma relação de coordenação ou de subordinação.
nenhum, nenhuma ninguém 01. Coordenativas (conjunções e loc. conjuntivas):
nenhuns, nenhumas tudo a. Aditivas: e, nem, não só... mas também.
todo, toda, todos, todas cada b. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no
certo, certa, certos, certas outrem entanto, entretanto, não obstante, senão.
outro, outra, outros, outras nada c. Alternativas: ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ...
seja, já ... já...
muito, muita, muitos, muitas mais
d. Conclusivas: logo, pois, portanto, por conseguinte,
bastante, bastantes demais assim, então, por isso...
pouco, pouca, poucos, poucas menos e. Explicativas: porque, pois, porquanto, que...
vário, vária, vários, várias 02. Subordinativas (conjunções e loc. conjuntivas):
qualquer, quaisquer a. Integrantes: que, se (em orações substantivas).
tanto, tanta, tantos, tantas b. Causal: que, porque, como, visto que, já que, uma
quanto, quanta, quantos, quantas vez que...
um, uns, uma, umas c. Consecutiva: que (precedida de tão, tal, tanto, tama-
nho).
d. Conformativa: como, conforme, segundo, consoante...
O
E.5. Pronome relativo
BO O
e. Condicional: se, caso, desde que, contanto que...
SC
M IV
f. Comparativa: como, qual, assim como...
Variáveis Invariáveis g. Concessiva: embora, apesar de que, mesmo que,
O S
o qual, a qual, os quais, as quais que
cujo, cuja, cujos, cujas D LU quem
ainda que, conquanto, posto que...
h. Final: a fim de que, para que, que, porque (para que)
O C
quanto, quantos, quanta, quantas onde i. Proporcional: à proporção que, à medida que...
N X
como j. Temporal: quando, sempre que, mal, antes que...

SI O E
quando
3. Verbo (I)
EN S
E U
E.6. Pronome interrogativo

A. Caracterização
D E
Variáveis Invariáveis
A LD
Características
qual, quais que Classe Flexões
básicas
Sintaxe
EM IA
quanto, quanta quem

Localiza um Normalmente
ST ER
quantos, quantas processo (ação, constitui o cerne

estado, fenômeno) da maioria das
SI AT
F. Preposição no tempo (presente, orações. Pode

M
Características básicas passado ou ser núcleo

futuro). Admite do predicado
Preposição – Conecta palavras, estabelecendo entre elas
uma relação de subordinação. tempo flexão de modo: verbal (Ela
01. Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, modo indicativo (certeza), chegou ontem)
de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Verbo número subjuntivo (dúvida, e do predicado
02. Preposições acidentais: durante, como, conforme, pessoa possibilidade) e verbo-nominal
segundo, feito, exceto, salvo, visto, consoante, mediante, voz imperativo (ordem, (Ela chegou
tirante, fora, afora... pedido, súplica). triste). O verbo
03. Locuções prepositivas: acerca de, a respeito de, a fim Possui três formas de ligação é
de, de acordo com, por causa de... nominais: gerúndio termo integrante
04. Combinações: ao, aos. (andando), de predicado
05. Contrações: à, às, àquele(s), àquela(s), àquilo; particípio (andado) nominal (Ela
do, da, dos, das;
e infinitivo (andar). ficou triste).
dum, duns, duma, dumas;
deste, desse, daquele;
dele, dela, deles, delas; B. Flexões verbais
doutro, doutra, doutros, doutras;
no, na, nos, nas; B.1. Número e pessoa
neste, nesse, naquele; O verbo flexiona-se em número (singular e plural) e em
nele, nela, neles, nelas; pessoa: a primeira (o emissor), a segunda (o receptor) e a
pelo, pela, pelos, pelas... terceira (o referente):

219
Andar C. Paradigmas de conjugação verbal
LÍNGUA PORTUGUESA
(forma simples)
Número
Pessoa
Apresentamos a seguir os paradigmas (ou modelos) de
Singular Plural conjugação. Para conjugar os verbos regulares, basta trocar
os radicais and-, corr- e part- pelos radicais dos verbos que
1a ando andamos serão conjugados.
2a andas andais
C.1. Tempos simples
3a anda andam
Modo indicativo
B.2. Tempo e modo Primeira Segunda Terceira

Exclusivas do verbo, as flexões de tempo e modo po- conjugação conjugação conjugação
dem indicar, respectivamente, o momento em que ocorrem Presente
os processos verbais e a atitude do emissor da mensagem
com relação a eles. Há três tempos básicos (presente, ando corro parto
pretérito e futuro) e três modos: o indicativo, que denota andas corres partes
certeza (ando, andei, andarei); o subjuntivo, que exprime anda corre parte
alguma possibilidade, dúvida, incerteza quanto à realiza- andamos corremos partimos
ção do fato (talvez eu ande, se andássemos, quando an- andais correis partis
darem); e o imperativo, por meio do qual se dão ordens ou andam correm partem
O
se fazem pedidos, sugestões, súplicas (Ande rápido, Não Pretérito perfeito
BO O
SC
andem por lá).
M IV
andei corri parti
Além dos modos e tempos, há as formas nominais: ge- andaste correste partiste
O S
rúndio (andando), infinitivo (andar) e particípio (andado). andou correu partiu
D LU andamos corremos partimos
O C
Modo Formas simples Exemplos andastes correstes partistes
N X
Presente ando andaram correram partiram

SI O E
perfeito andei Pretérito imperfeito

imperfeito andava andava corria partira
EN S
Pretérito
andavas corrias partiras
E U
Indicativo mais-que-
andara andava corria partira
-perfeito
D E
andávamos corríamos partíramos

A LD
do presente andarei
Futuro andáveis corríeis partíreis
do pretérito andaria
andavam corriam partiram
EM IA
afirmativo andemos
Imperativo (Presente) Pretérito mais-que-perfeito
ST ER
negativo não andemos

Presente ande andara correra partira
SI AT
andaras correras partiras

Subjuntivo Pretérito imperfeito andasse
andara correra partira
M
Futuro do presente andar andáramos corrêramos partíramos

andáreis corrêreis partíreis
B.3. Voz e gênero andaram correram partiram
A relação entre o processo verbal e o sujeito enquadra- Futuro do presente
-se basicamente em três situações: o sujeito é apenas ativo,
apenas passivo, ou é ativo e passivo, no processo. Tais situa- andarei correrei partirei
ções fundamentam a existência, respectivamente, das vozes andarás correrás partirás
ativa, passiva e reflexiva. andará correrá partirá
Por exemplo: andaremos correremos partiremos
O professor corrigiu a tarefa. (Voz ativa) andareis correreis partireis
A tarefa foi corrigida pelo professor. (Voz passiva) andarão correrão partirão
O professor corrigiu-se a tempo. (Voz reflexiva) Futuro do pretérito
Repare que, no segundo exemplo ( A tarefa foi corrigida
pelo professor), a forma nominal corrigida é um particípio andaria correria partiria
feminino que concorda com o sujeito passivo também fem- andarias correrias partirias
inino (A tarefa). O verbo, pois, além de todas as flexões já andaria correria partiria
mencionadas, conhece também a variação de gênero, no andaríamos correríamos partiríamos
caso do particípio. andaríeis correríeis partiríeis
Estreitamente relacionadas à sintaxe, as vozes serão es- andariam correriam partiriam
tudadas em profundidade mais adiante.

220
Modo subjuntivo
LÍNGUA PORTUGUESA
Primeira conjugação Segunda conjugação Terceira conjugação
Presente
ande corra parta
andes corras partas
ande corra parta
andemos corramos partamos
andeis corrais partais
andem corram partam
Pretérito perfeito
andasse corresse partisse

andasses corresses partisses
andasse corresse partisse
andássemos corrêssemos partíssemos
andásseis corrêsseis partísseis
andassem corressem partissem
O
Futuro
BO O
SC
M IV
andar correr partir
andares correres partires
O S
andar
andarmos D LU correr
corrermos
partir
partirmos
O C
andardes correrdes partirdes
N X
andarem correrem partirem

SI O E
Modo imperativo
EN S
E U
Primeira conjugação Segunda conjugação Terceira conjugação

D E
A LD
Afirmativo
anda (tu) corre (tu) parte (tu)

EM IA
ande (você) corra (você) parta (você)

ST ER
andemos (nós) corramos (nós) partamos (nós)

andai (vós) correi (vós) parti (vós)
SI AT
andem (vocês) corram (vocês) partam (vocês)

M
Negativo
não andes (tu) não corras (tu) não partas (tu)

não ande (você) não corra (você) não parta (você)
não andemos (nós) não corramos (nós) não partamos (nós)
não andeis (vós) não corrais (vós) não partais (vós)
não andem (vocês) não corram (vocês) não partam (vocês)
Formas nominais
Infinitivo pessoal
andar andarmos correr corrermos partir partirmos
andares andardes correres correrdes partires partirdes
andar andarem correr correrem partir partirem
Infinitivo impessoal
andar correr partir

221
Gerúndio
LÍNGUA PORTUGUESA
andando correndo partindo
Particípio
andado corrido partido
D. Verbos auxiliares e anômalos (ser, ir, estar, ter, haver)

Em virtude de seu largo uso na língua, é fundamental conhecer bem a conjugação dos verbos auxiliares. Nas locuções verbais e
nos tempos compostos, eles antecedem o verbo principal que se apresenta numa forma nominal (gerúndio, particípio ou infinitivo).
Vejamos a conjugação dos auxiliares mais comuns, entre os quais estão o verbo ser e ir, classificados como anômalos,
conforme estudaremos mais adiante.
D.1. Modo indicativo
Presente
sou vou estou tenho hei
és vais estás tens hás
é vai está tem há
somos vamos estamos temos havemos (hemos)
sois ides estais tendes haveis (heis)
O
BO O
são vão estão têm hão
SC
M IV
Pretérito perfeito
O S
fui fui estive tive houve
foste
foi
foste
foi
D LU estiveste
esteve
tiveste
teve
houveste
houve
O C
fomos fomos estivemos tivemos houvemos
N X
SI O E
fostes fostes estivestes tivestes houvestes

foram foram estiveram tiveram houveram
EN S
Pretérito imperfeito
E U
era ia estava tinha havia

D E
eras ias estavas tinhas havias

A LD
era ia estava tinha havia

éramos íamos estávamos tínhamos havíamos
EM IA
éreis íeis estáveis tínheis havíeis

eram
ST ER
iam estavam tinham haviam

Pretérito mais-que-perfeito
SI AT
fora fora estivera tivera houvera

M
foras foras estiveras tiveras houveras

fora fora estivera tivera houvera
fôramos fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
fôreis fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
foram foram estiveram tiveram houveram
Futuro do presente
serei irei estarei terei haverei
serás irás estarás terás haverás
será irá estará terá haverá
seremos iremos estaremos teremos haveremos
sereis ireis estareis tereis havereis
serão irão estarão terão haverão
Futuro do pretérito
seria iria estaria teria haveria
serias irias estarias terias haverias
seria iria estaria teria haveria
seríamos iríamos estaríamos teríamos haveríamos
seríeis iríeis estaríeis teríeis haveríeis
seriam iriam estariam teriam haveriam

222
D.2. Modo subjuntivo

LÍNGUA PORTUGUESA
Presente
seja vá esteja tenha haja
sejas vás estejas tenhas hajas
seja vá esteja tenha haja
sejamos vamos estejamos tenhamos hajamos
sejais vades estejais tenhais hajais
sejam vão estejam tenham hajam
Pretérito imperfeito
fosse fosse estivesse tivesse houvesse
fosses fosses estivesses tivesses houvesses
fosse fosse estivesse tivesse houvesse
fôssemos fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos
fôsseis fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis
fossem fossem estivessem tivessem houvessem
Futuro
for for estiver tiver houver
fores fores estiveres tiveres houveres
O
BO O
for for estiver tiver houver
SC
M IV
formos formos estivermos tivermos houvermos
O S
fordes fordes estiverdes tiverdes houverdes
forem forem
D LU estiverem tiverem houverem
O C
N X
D.3. Modo imperativo

SI O E
Afirmativo
EN S
sê (tu) vai (tu) está (tu) tem (tu) há (tu)

E U
seja (você) vá (você) esteja (você) tenha (você) haja (você)

D E
sejamos (nós) vamos (nós) estejamos (nós) tenhamos (nós) hajamos (nós)
A LD
sede (vós) ide (vós) estai (vós) tende (vós) havei (vós)
sejam (vocês) vão (vocês) estejam (vocês) tenham (vocês) hajam (vocês)
EM IA
ST ER
Negativo
não sejas (tu) não vás (tu) não estejas (tu) não tenhas (tu) não hajas (tu)
SI AT
não seja (você) não vá (você) não esteja (você) não tenha (você) não haja (você)
M
não sejamos (nós) não vamos (nós) não estejamos (nós) não tenhamos (nós) não hajamos (nós)
não sejais (vós) não vades (vós) não estejais (vós) não tenhais (vós) não hajais (vós)
não sejam (vocês) não vão (vocês) não estejam (vocês) não tenham (vocês) não hajam (vocês)
D.4. Formas nominais
Gerúndio
sendo indo estando tendo havendo
Particípio
sido ido estado tido havido
Infinitivo
ser ir estar ter haver

223
E. Desdobramentos do presente
LÍNGUA PORTUGUESA
A partir do presente do indicativo, forma-se o presente do subjuntivo e o modo imperativo.
E.1. Presente do subjuntivo

Seu radical é obtido pela supressão da desinência o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo (ando, corro,
parto) e a ele se adicionam as desinências e, es, e, emos, eis e em (para a primeira conjugação) e a, as, a, amos, ais e am (para
as outras conjugações).
Presente do Presente do Presente do Presente do Presente do Presente do

Indicativo Subjuntivo Indicativo Subjuntivo Indicativo Subjuntivo
and - o and - e corr - o corr - a part - o part - a

andas and - es corres corr - as partes part - as
anda and - e corre corr - a parte part - a
andamos and - emos corremos corr - amos partimos part - amos
andais and - eis correis corr - ais partis part - ais
andam and - em correm corr - am partem part - am
E.2. Imperativo afirmativo

Não se conjuga a primeira pessoa do singular. A segunda pessoa do singular e a do plural são extraídas do presente do indi-
O
cativo com supressão do -s final. As demais formas são obtidas do presente do subjuntivo, sem qualquer alteração.
BO O
SC
M IV
E.3. Imperativo negativo
O S
É extraído diretamente do presente do subjuntivo. Assim, temos:
Presente do
D LU Imperativo Presente do Imperativo
O C
indicativo afirmativo subjuntivo negativo
N X
SI O E
ando Ø ande Ø (Não)

andas (-s) anda andes andes
EN S
E U
anda ande ande ande

D E
andamos andemos andemos andemos

A LD
andais (-s) andai andeis andeis

EM IA
andam andem andem andem

ST ER
corro Ø corra Ø (Não)

SI AT
corres (-s) corre corras corras

M
corre corra corra corra

corremos corramos corramos corramos
correis (-s) correi corrais corrais
correm corram corram corram
parto Ø parta Ø (Não)

partes (-s) parte partas partas
parte parta parta parta
partimos partamos partamos partamos
partis (-s) parti partais partais
partam partam partam partam

224
F. Desdobramentos do pretérito
LÍNGUA PORTUGUESA
No pretérito perfeito do indicativo, podemos encontrar a forma verbal geratriz do pretérito mais-que-perfeito, do futuro do sub-
juntivo e do pretérito imperfeito do subjuntivo. Esses três desdobramentos podem ser feitos de duas maneiras: através da observân-
cia dos morfemas específicos desses tempos ou por meio de um processo mais prático. Neste livro, optamos pela segunda maneira.
F.1. Verbos regulares
Pretérito perfeito Pretérito mais-que- Futuro do Pretérito imperfeito

do indicativo perfeito do indicativo subjuntivo do subjuntivo
andei anda ra anda r anda sse

Primeiro esquema
anda ste anda ras anda res anda sses

andou anda ra anda r anda sse
andamos andá ramos anda rmos andá ssemos
andastes andá reis anda rdes andá sseis
andaram anda ram anda rem anda ssem
Pretérito perfeito Pretérito mais-que- Futuro do Pretérito imperfeito
O
BO O
do indicativo perfeito do indicativo subjuntivo do subjuntivo
SC
M IV
andei anda ra anda r anda sse
O S
andaste
D LU
anda ras anda res anda sses
O C
andou anda ra anda r anda sse
Segundo esquema
N X
andamos andá ramos anda rmos andá ssemos

SI O E
andastes andá reis anda rdes andá sseis

EN S
andaram anda ram anda rem anda ssem

E U
andaram andaram andaram andaram

D E
+ sse
A LD
EM IA
corri correra correr corresse

ST ER
correste correra s correr es corresse s

SI AT
correu correra correr corresse

corremos corrêra mos correr mos corrêsse mos
M
correstes corrêre is correr des corrêsse is

correram correra m correr em corresse m
correram correram correram correram
+ sse
parti partira partir partisse
partiste partira s partir es partisse s

partiu partira partir partisse
partimos partíra mos partir mos partísse mos
partistes partíre is partir des partísse is
partiram partira m partir em partisse m
partiram partiram partiram partiram
+ sse

225
F.2. Verbos irregulares e anômalos
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo (derivados) Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito Futuro do subjuntivo Pretérito imperfeito do subjuntivo
VER vi vimos viram viram viram + sse
(antever, viste vistes vira víramos vir virmos visse víssemos
entrever, viu viram viras víreis vires virdes visses vísseis
prever, rever) viram vira viram vir virem visse vissem
VIR vim viemos vieram vieram vieram + sse

(advir, convir, vieste viestes viera viéramos vier viermos viesse viéssemos
desavir-se, intervir, veio vieram vieras viéreis vieres vierdes viesses viésseis
provir, sobrevir) vieram viera vieram vier vierem viesse viessem
PÔR pus pusemos puseram puseram puseram + sse

(apor, depor, puseste pusestes pusera puséramos puser pusermos pusesse puséssemos
dispor, propor��) pôs puseram puseras puséreis puseres puserdes pusesses pusésseis
puseram pusera puseram puser puserem pusessem
pusesse
pude pudemos puderam puderam puderam + sse
pudeste pudestes pudera pudéramos puder pudermos pudesse pudéssemos
PODER
pôde puderam puderas pudéreis puderes puderdes pudesses pudésseis
puderam pudera puderam puder puderem pudesse pudessem
dei demos deram deram deram + sse
O
BO O
deste destes dera déramos der dermos desse déssemos
SC
DAR
M IV
deu deram deras déreis deres derdes desses désseis
deram dera deram der derem desse dessem
O S
TER tive
(ater-se, conter, deter, tiveste
D LU
tivemos
tivestes tivera
tiveram
tivéramos tiver
tiveram
tivermos tivesse
tiveram + sse
tivéssemos
O C
entreter-se, manter ��) teve tiveram tiveras tivéreis tiveres tiverdes tivesses tivésseis
N X
tiveram tivera tiveram tiver tiverem tivesse tivessem

SI O E
estive estivemos estiveram estiveram estiveram + sse

ESTAR estiveste estivestes estivera estivéramos estiver estivermos estivesse estivéssemos
EN S
(sobrestar) esteve estiveram estiveras estivéreis estiveres estiverdes estivesses estivésseis

E U
estiveram estivera estiveram estiver estiverem estivesse estivessem

D E
A LD
fui fomos foram foram foram + sse

SER foste fostes fora fôramos for formos fosse fôssemos
foi foram foras fôreis fores fordes fosses fôsseis
EM IA
IR
foram fora foram for forem fosse fossem
ST ER
HAVER houve houvemos houveram houveram houveram + sse

SI AT
(seguem este modelo houveste houvestes houvera houvéramos houver houvermos houvesse houvéssemos
aprazer, comprazer��) houve houveram houveras houvéreis houveres houverdes houvesses houvésseis
M
houveram houvera houveram houver houverem houvesse houvessem
Verbo Pretérito Pretérito Futuro do Pretérito imperfeito

(derivados) perfeito mais-que-perfeito subjuntivo do subjuntivo
soube soubemos souberam souberam souberam + sse

soubeste soubestes soubera soubéramos souber soubermos soubesse soubéssemos
SABER soube souberam souberas soubéreis souberes souberdes soubesses soubésseis
soubera souberam souber souberem soubesse soubessem
souberam
DIZER disse dissemos disseram disseram disseram + sse

(bendizer, disseste dissestes dissera disséramos disser dissermos dissesse disséssemos
condizer,
contradizer, disse disseram disseras disséreis disseres disserdes dissesses dissésseis
maldizer, dissera disseram disser disserem dissesse dissessem
disseram
predizer)
FAZER fiz fizemos fizeram fizeram fizeram + sse
(desfazer, fizeste fizestes fizera fizéramos fizer fizermos fizesse fizéssemos
liquefazer,
fez fizeram fizeras fizéreis fizeres fizerdes fizesses fisésseis
perfazer,
satisfazer fizera fizeram fizer fizerem fizesse fizessem
fizeram
e refazer)
trouxe trouxemos trouxeram trouxeram trouxeram + sse
trouxeste trouxestes trouxera trouxéramos trouxer trouxermos trouxesse trouxéssemos
TRAZER
(retrazer) trouxe trouxeram trouxeras trouxéreis trouxeres trouxerdes trouxesses trouxésseis
trouxera trouxeram trouxer trouxerem trouxesse trouxessem
trouxeram
predizer)
FAZER fiz fizemos fizeram fizeram fizeram + sse
(desfazer, fizeste fizestes fizera fizéramos fizer fizermos fizesse fizéssemos
liquefazer,
fez fizeram fizeras fizéreis fizeres fizerdes fizesses fisésseis
226 perfazer,
satisfazer fizera fizeram fizer fizerem fizesse fizessem
fizeram
e refazer)
LÍNGUA PORTUGUESA
trouxe trouxemos trouxeram trouxeram trouxeram + sse

trouxeste trouxestes trouxera trouxéramos trouxer trouxermos trouxesse trouxéssemos
TRAZER
(retrazer) trouxe trouxeram trouxeras trouxéreis trouxeres trouxerdes trouxesses trouxésseis
trouxera trouxeram trouxer trouxerem trouxesse trouxessem
trouxeram
quis quisemos quiseram quiseram quiseram + sse

QUERER quiseste quisestes quisera quiséramos quiser quisermos quisesse quiséssemos
(confronte com quis quiseram quiseras quiséreis quiseres quiserdes quisesses quisésseis
requerer) quisera quiseram quiser quiserem quisesse quisessem
quiseram
reouve reouvemos reouveram reouveram reouveram + sse

REAVER
reouveste reouvestes reouvera reouvéramos reouver reouvermos reouvesse reouvéssemos
(derivado de
reouve reouveram reouveras reouvéreis reouveres reouverdes reouvesses reouvésseis
haver) reouveram reouvera reouveram reouver reouverem reouvesse reouvessem
coube coubemos couberam couberam couberam + sse

coubeste coubestes coubera coubéramos couber coubermos coubesse coubéssemos
CABER
coube couberam couberas coubéreis couberes couberdes coubesses coubésseis
couberam coubera couberam couber couberam coubesse coubessem
O
BO O
SC
Atente na regularidade e nas formas problemáticas dos verbos a seguir.
M IV
O S
cri cremos creram creram creram + sse
CRER
creste
creu
D LU
crestes
creram
crera
creras
crêramos
crêreis
crer
creres
crermos
crerdes
cresse
cresses
crêssemos
crêsseis
O C
(descrer)
crera creram crer crerem cresse cressem
N X
creram
SI O E
provi provemos proveram proveram proveram + sse

PROVER proveste provestes provera provêramos prover provermos provesse provêssemos
EN S
(confronte com proveu proveram proveras provêreis proveres proverdes provesses provêsseis
E U
prever e provir) provera proveram prover proverem provesse provessem

proveram
D E
A LD
precavi precavemos precaveram precaveram precaveram + sse

PRECAVER precaveste precavestes precavera precavêramos precaver precavermos precavesse precavêssemos
EM IA
(confronte com precaveu precaveram precaveras precavêreis precaveres precaverdes precavesses precavêsseis
ST ER
haver e reaver) precavera precaveram precaver precaverem precavesse precavessem

precaveram
SI AT
requeri requeremos requereram requereram requereram + sse

M
REQUERER requereste requerestes requerera requerêramos requerer requerermos requeresse requerêssemos

(confronte com requereu requereram requereras requerêreis requereres requererdes requeresses requerêsseis
querer) requerera requereram requerer requererem requeresse requeressem
requerer
G. Desdobramentos do infinitivo
No infinitivo impessoal podemos encontrar a forma que origina o pretérito imperfeito do indicativo, o futuro do pre-
sente do indicativo, o futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal, o gerúndio e o particípio. Basta suprimir do
infinitivo impessoal sua vogal temática e a desinência -r para se obter o radical: andar – ar = and –, correr – er = corr –,
partir – ir = part –.
• Pretérito imperfeito do indicativo: ao radical acrescentam-se -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam (para os verbos
da primeira conjugação) e -ia, -ias, -ia, íamos, íeis, -iam ( para os da segunda e terceira conjugação).
• Futuro do presente: ao radical acrescenta-se a vogal temática seguida de -rei, -rás, -rá, -remos, -reis, -rão.
• Futuro do pretérito: ao radical acrescenta-se a vogal temática seguida de -ria, -rias, -ria, -ríamos, ríeis, -riam.
• Infinitivo pessoal: ao infinitivo impessoal adiciona-se -es (segunda pessoa do singular), -mos, -des, -em (no plural).
• Gerúndio: ao radical acrescenta-se a vogal temática seguida de -ndo.
• Particípio: ao radical acrescenta-se -ado (para os verbos da primeira conjugação) e -ido (para os verbos da segunda e
da terceira conjugação).

227
G.1. Verbos regulares
LÍNGUA PORTUGUESA
Infinitivo impessoal Infinitivo pessoal Pretérito imperfeito do indicativo Futuro do presente Futuro do pretérito
and ar andar and ava and arei and aria
Gerúndio andar es and avas and arás and arias
and ando andar and ava and ará and aria
Particípio andar mos and ávamos and aremos and aríamos
andar des and áveis and areis and aríeis
and ado andar em and avam and arão and ariam
corr er correr corr ia corr erei corr eria
Gerúndio correr es corr ias corr erás corr erias
corr endo correr corr ia corr erá corr eria
Particípio correr mos corr íamos corr eremos corr eríamos
correr des corr íeis corr ereis corr eríeis
corr ido correr em corr iam corr erão corr eriam
part ir partir part ia part irei part iria
Gerúndio partir es part ias part irás part irias
part indo partir part ia part irá part iria
partir mos part íamos part iremos part iríamos
O
Particípio
BO O
partir des part íeis part ireis part iríeis
SC
M IV
part ido partir em part iam part irão part iriam
O S
G.2. Verbos problemáticos nos desdobramentos do infinitivo impessoal
Verbo D LU
Pretérito imperfeito do ind. Futuro do presente Futuro do pretérito Formas nominais
O C
via víamos verei veremos veria veríamos ver
N X
Ver vias víeis verás vereis verias veríeis vendo

SI O E
via viam verá verão veria veriam visto

vinha vínhamos virei viremos viria viríamos vir
EN S
Vir vinhas vínheis virás vireis virias viríeis vindo

E U
vinha vinham virá virão viria viriam vindo (igual ao

D E
gerúndio
punha púnhamos porei poremos poria poríamos pôr
A LD
Pôr punhas púnheis porás poreis porias poríeis pondo

punha punham porá porão poria poriam posto
EM IA
era éramos serei seremos seria seríamos ser

ST ER
Ser eras éreis serás sereis serias seríeis sendo

era eram será serão seria seriam sido
SI AT
ia íamos irei iremos iria iríamos ir

ias íeis irás ireis irias iríeis indo
M
Ir
ia iam irá irão iria iriam ido
tinha tínhamos terei teremos teria teríamos ter
Ter tinhas tínheis terás tereis terias teríeis tendo
tinha tinham terá terão teria teriam tido
cria críamos crerei creremos creria creríamos crer
Crer crias críeis crerás crereis crerias creríeis crendo
cria criam crerá crerão creria creriam crido
queria queríamos quererei quereremos quereria quereríamos querer
Querer querias queríeis quererás querereis quererias quereríeis querendo
queria queriam quererá quererão quereria quereriam querido
dizia dizíamos direi diremos diria diríamos dizer
Dizer dizias dizíeis dirás direis dirias diríeis dizendo
dizia diziam dirá dirão diria diriam dito
fazia fazíamos farei faremos faria faríamos fazer
Fazer fazias fazíeis farás fareis farias faríeis fazendo
fazia faziam fará farão faria fariam feito
trazia trazíamos trarei traremos traria traríamos trazer
Trazer trazias trazíeis trarás trareis trarias traríeis trazendo
trazia traziam trará trarão traria trariam trazido

228
4. Verbo (II) B.2. Verbos auxiliares

LÍNGUA PORTUGUESA
O verbo pode admitir ou não a existência de um sujei- Os verbos auxiliares dos verbos impessoais também só
to. No primeiro caso, chama-se verbo pessoal e, no segun- se flexionam na 3a pessoa do singular:
do, verbo impessoal.
Veja quais são os principais verbos cujo processo não é Deviam existir pessoas honestas ali.
atribuído a ser algum. sujeito
A. Principais verbos impessoais (sem sujeito) Mas: Devia haver pessoas honestas ali.
(sem sujeito)
Verbos que denotam fenômenos meteorológicos: cho-
ver, gear, nevar, ventar, trovejar, relampejar, esfriar, amanhe-
cer, entardecer, anoitecer, garoar etc. B.3. O verbo SER
Trata-se do único verbo impessoal que admite pluraliza-
Geará daqui a uns dias. ção conforme a data, a hora ou a distância:
Anoitece cedo no inverno.
Hoje é 1o de maio. Amanhã serão dois.
Cuidado! Empregados no plano conotativo, alguns verbos É uma hora. Agora são vinte horas.
impessoais tornam-se pessoais (têm sujeito): Daqui até aí não é um metro, são dois.
Choveram balas por todos os lados.

Amanheci na rua ontem. (suj.: = eu) Assim também se comportam os auxiliares:
Devem ser onze horas agora.
O
Verbos fazer, ser e estar exprimindo fenômeno meteo-
BO O
SC
rológico:
M IV
Nota
O S
Faz invernos rigorosos naquele país. Os verbos verbos bater, dar e soar, referindo-se às horas,
É outono. É noite.
Está quente lá fora.
D LU são pessoais e concordam com o sujeito, que pode ser horas,
O C
badaladas ou relógio:
N X
Deu três horas o relógio da sala.

SI O E
Verbo haver quando significa “existir”, “ocorrer”, “suceder”:

Deram três horas no relógio da sala.
Há um pouco de fel nessa palavra.
EN S
Houve dois acidentes na esquina.

C. Verbo e regência
E U
Quanto à predicação, os verbos classificam-se como

D E
Verbos haver, fazer, ir e andar na indicação de passagem significativos e não significativos. Os primeiros denotam
A LD
de tempo: ações, fenômenos, movimentos, situações; os outros rela-

cionam estados, qualidades, características, condições ao
EM IA
Havia dois anos que não a encontrava.

sujeito da oração.
ST ER
Fez cinco semanas que ela desapareceu.

Vai para mais de vinte anos que aqui estou.
C.1. Verbos significativos
SI AT
Andava por um mês que ele estava lá.

Os verbos significativos podem ser transitivos ou intran-
M
sitivos.
Verbo ser na designação de tempo (data, hora) e espaço a. Verbos intransitivos
(distância): São intransitivos os verbos que exprimem fenôme-
nos (naturais ou acidentais) ou ações que não transi-
São 30 de abril. É 1o de maio. tam do sujeito para outro termo da oração.
Eram dez horas. É meio-dia e meia.
Daqui a Sertãozinho são quase 20 km. Choveu à noite.
Estaremos em casa à noite.
B. Concordância Chegaram cedo da rua.
B.1. Terceira pessoa do singular b. Verbos transitivos

Por não terem sujeito, os verbos impessoais flexionam- São verbos cuja ação possui dois polos: um agente
-se apenas na 3a pessoa do singular (polo do qual parte a ação) e um paciente (polo para
Existem sessenta alunos aqui. o qual transita a ação). Em geral, a ação transita do
sujeito sujeito para outro termo no predicado, o complemento
Mas: Há sessenta alunos aqui. verbal (ou objeto).
(sem sujeito)
Ocorreram alguns acidentes.
sujeito Ontem nós devolvemos o livro.
Mas: Houve alguns acidentes. agente verbo transitivo paciente
(sem sujeito) (sujeito) (objeto)

229
• Verbo transitivo direto Objeto indireto
LÍNGUA PORTUGUESA
É verbo transitivo direto (VTD) aquele cujo sentido é Complemento com preposição exigida pelo verbo (VTI ou
integralizado por um complemento não introduzido VTDI), o objeto indireto não se transforma em sujeito paciente
por preposição obrigatória (salvo em raras exceções). na passagem para a voz passiva.
O complemento diretamente ligado ao verbo chama- O objeto indireto pode ser representado por substantivo, pro-
-se objeto direto (OD): nome, numeral, palavra substantivada ou oração substantiva:
Não dependemos do empréstimo.
Nossos alunos estudam literatura.
Sempre lhe contei tudo.
sujeito VTD OD A herança caberia aos três.
(agente) (ação transitiva) (paciente) Daria atenção aos ricos.
Convenci-me de que ela estava certa.
O verbo transitivo direto admite a voz passiva:
C.2. Verbos de ligação (não significativos)
São verbos não nocionais ou praticamente despidos de
Literatura é estudada por nossos alunos. significação. A função básica dos verbos de ligação é a de
sujeito V� aux� + VTD agente da voz passiva conectar ao sujeito um estado, uma característica – o predi-
(paciente) (ação transitiva) (agente)
cativo do sujeito (PS):
• Verbo transitivo indireto A festa será belíssima.

Ao contrário do VTD, o verbo transitivo indireto (VTI) sujeito VL PS
O
exige complemento obrigatoriamente preposiciona-
BO O
SC
do (OI) e não admite a voz passiva: Sem predicativo do sujeito não há verbo de ligação:
M IV
O S
A festa será naquele clube.
Nossos alunos
sujeito
gostam
VTI
D LU
de literatura.
OI
sujeito VI adjunto adverbial
O C
N X
Predicativo do sujeito
SI O E
• Verbo transitivo direto e indireto É o termo indicador de característica, estado, condição

É aquele que admite dois complementos: um objeto atribuídos ao sujeito intermediado por um verbo de ligação
direto e um objeto indireto: explícito ou implícito:
EN S
E U
O trabalho então se tornou um vício.

D E
As crianças continuariam irrequietas.

A LD
Hoje ela devolverá o livro a você. Tudo isso era um eterno retornar às raízes.
sujeito VTDI OD OI
Este comportamento é de praxe.
EM IA
Nessa disputa, eu sou mais ele.

ST ER
O VTDI admite a voz passiva. O resto é nada.

Somos o que sonhamos.
SI AT
Objeto direto Eram vinte e dois na mesma cela.

M
É o termo que, ligado a VTD ou VTDI sem preposição obri- O fato é que nós poderemos perder muito.
gatória, normalmente representa o alvo da ação exercida pelo
sujeito. 5. Período simples (I)
O objeto direto é uma função desempenhada por subs-
tantivo, pronome, numeral, palavra substantivada ou ora- A. Frase, oração e período
ção substantiva:
A.1. Frase
Resolvemos todas as questões. É todo enunciado constituído de uma palavra ou mais,
Nomeei-a minha procuradora. com intenção comunicativa:
Percebi tudo naquele momento. Socorro!
Remeti dois para Nova Iorque. O quê?
Não condenamos o talvez. Tudo bem!
Sei que você não voltará. Tudo está bem.
A.2. Oração
Na transposição para a voz passiva, o objeto direto trans- É a frase ou parte da frase que se articula em torno de um
forma-se em sujeito paciente: verbo ou de uma locução verbal.
Estudarei esse assunto.
Resolvemos todas as questões.
Todas as questões foram resolvidas por nós. "Respire futebol, coma futebol, beba Coca-Cola."
01 02 03

230
A.3. Período Note que numa voz passiva analítica ou sintética não
LÍNGUA PORTUGUESA
É a frase que contém uma oração (período simples) ou ocorre objeto direto: a ele corresponde o sujeito passivo. Por
mais orações (período composto): isso o verbo seguido de PA flexiona-se normalmente de acor-
Ninguém reparou em você. (simples) do com o sujeito:
Tudo nos une, / nada nos separa. (composto)
Resolveu -se a questão.
B. Vozes verbais Resolveram -se as questões.
Dá-se o nome de voz verbal à forma que o verbo assume para VTD PA SP
denotar se a ação verbal é praticada e/ou sofrida pelo sujeito.
São três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva.
B.4. Voz reflexiva
B.1. Voz ativa e voz passiva Na voz reflexiva (VR), o sujeito é o agente de uma ação
Quando o sujeito é o polo inicial da ação (isto é, o sujeito cujos efeitos ele mesmo sofre (SAP):
é agente ou ativo), diz-se que a voz é ativa:
A cozinheira feriu -se com a faca.
O aluno resolveu todas as questões. SAP VTD ODR AADV
sujeito ativo ação objeto direto
(polo inicial) transitiva (polo final) Eu me dei mais uma chance.
SAP OIR VTDI OD
Se o sujeito é o polo final da ação, ou seja, se sobre o sujeito
O
recai a ação praticada por outro agente, diz-se que a voz é passiva: B.5. Voz reflexiva recíproca
BO O
SC
Na voz reflexiva recíproca (VRR), ocorre ação mútua, re-
M IV
pelo aluno. cíproca, e os verbos no plural podem ser reforçados por ex-
O S
Todas as questões foram resolvidas
pressões como mutuamente, reciprocamente, um ao outro,
sujeito passivo
(polo final)
ação
transitiva D LUagente da passiva
(polo inicial) uns aos outros:
O C
N X
Os namorados beijaram -se publicamente.

SI O E
B.2. Voz passiva analítica SAP VTD ODRR AADV

A estrutura sintática mínima da voz passiva analítica
(VPA) consiste em um sujeito passivo e um predicado com o Eles se deram as mãos.
EN S
E U
auxiliar ser seguido do verbo principal no particípio. SAP OIRR VTDI OD

D E
C. Sujeito
A LD
Dumont inventou o avião.

É o termo a que se refere o processo verbal do predicado.
SA VTD OD Na oração, o sujeito pode ser determinado (explícito ou implí-
EM IA
cito) ou indeterminado.
ST ER
O avião foi inventado por Dumont. C.1. Sujeito determinado explícito (claro)
SI AT
SP ser + partic� AgP Quando expresso na oração, o sujeito pode apresentar

(VTD)
M
um núcleo – sujeito simples – ou mais de um núcleo – su-

jeito composto:
Repare que na transposição da VA para a VPA sempre apa- Nada acontece aqui.
recerá um verbo a mais (o verbo ser): SS VI AADV
O prefeito inaugura o viaduto.
O viaduto é inaugurado pelo prefeito. Chegaram o aluno e seu pai.
VI SC
O prefeito está inaugurando o viaduto.
C.2. Sujeito determinado implícito (oculto)
O viaduto está sendo inaugurado pelo prefeito.
É o sujeito que se pode determinar ou pela desinência ver-
bal (sujeito elíptico) ou pelo contexto (sujeito zeugmático):
O prefeito deveria ter inaugurado o viaduto.
O viaduto deveria ter sido inaugurado pelo prefeito.
Faremos este trabalho depois. (suj. = “nós”)
Saíste com as amigas. (suj. = “tu”)
B.3. Voz passiva sintética Os alunos estavam eufóricos, pois acertaram todas as
A estrutura mínima da voz passiva sintética (VPS) é questões (suj. = “os alunos”)
constituída de VTD ou VTDI acrescido de pronome apassiva-
dor se (PA): C.3. Sujeito indeterminado
a. com verbo na 3a pessoa do plural desde que não haja
VPS = VTD + PA + SP contexto:
VTDI Resolveram todos os testes.

231
b. com VTI, VI e VL na 3a pessoa do singular acrescido da Normalmente introduzido pela preposição por (pelo, pela,
LÍNGUA PORTUGUESA
palavra se (índice de indeterminação do sujeito): pelos, pelas) e, às vezes, por de (do, da, dos, das), o agente
Aludiu-se à Fuvest. da voz passiva pode ser expresso por substantivo, pronome,
Come-se bem naquele restaurante. numeral ou oração substantiva:
Era-se feliz naquela época. A carta será escrita por um aluno.
A empresa é representada por mim.
D. Predicado A terra era povoada de selvagens.
O predicado pode ter núcleos verbais (os verbos transi- Ele é conhecido de muita gente.
tivos e intransitivos) e núcleos nominais (os predicativos do Marina foi reconhecida por quantos tinham senso crítico
sujeito e do objeto). Desse modo, o predicado pode ser nomi- naquela época.
nal, verbal ou verbo-nominal.
C. Objeto direto
D.1. Predicado nominal É o termo que, ligado a VTD ou VTDI sem preposição obrigató-
Estrutura mínima: VL + PS ria, normalmente representa o alvo da ação exercida pelo sujeito.
Marina continua tranquila. O objeto direto é uma função desempenhada por subs-
tantivo, pronome, numeral, palavra substantivada ou oração
D.2. Predicado verbal substantiva:
Estruturas mínimas: VI ou VT + 0 Resolvemos todas as questões.
Marina saiu de casa ontem. Nomeei-a minha procuradora.
Marina arrumou o quarto ontem. Percebi tudo naquele momento.
Remeti dois para Nova Iorque.
O
D.3. Predicado verbo-nominal Não condenamos o talvez.
BO O
SC
Estruturas mínimas: VI + PS, ou VT + O + PS, ou VT + O + PO Sei que você não voltará.
M IV
Marina saiu tranquila. Na transposição para a voz passiva, o objeto direto trans-
O S
Marina arrumou o quarto tranquila. forma-se em sujeito paciente:
Marina considera este bairro tranquilo.D LU Todas as questões foram resolvidas por nós.
O C
E. Vocativo
N X
C.1. Objeto direto preposicionado

SI O E
Isolado do restante da oração por meio de vírgulas, tra- A preposição que o introduz não é regida pelo verbo (sem-
vessões ou parênteses, o vocativo (Voc.) é, a rigor, um termo pre VTD) e é usada para efeitos expressivos, de elegância ou
sintaticamente independente: não participa do sujeito nem para evitar ambiguidades:
EN S
E U
do predicado. Temo a Deus.

Proveniente de vocare (“chamar”, “invocar”, em latim), Estimo ao meu mestre.
D E
o vocativo estabelece um diálogo real ou imaginário entre Ao Palmeiras venceu o Corinthians.

A LD
quem enuncia a frase (emissor) e o seu interlocutor (recep-

tor). Admite a interjeição ó (ou ô): C.2. Objeto direto interno
EM IA
”Meu canto de morte, guerreiros, ouvi.” (G. Dias) Complemento cujo sentido já participa do universo de
ST ER
Ô cara, sai dessa! significados do próprio verbo:

Chorarás lágrimas de sangue.
SI AT
6. Período simples (II) Dormi um sono tranquilo.

M
Termos associados ao verbo

Associados ao verbo podem aparecer os seguintes ter- C.3. Objeto direto pleonástico
mos: adjunto adverbial, agente da voz passiva, objeto direto Normalmente constituído de pronome ou numeral, é termo
e objeto indireto. descartável que retoma objeto direto já expresso na oração:
Sua redação, corrigi-a ontem à noite.
A. Adjunto adverbial Sempre as levei, as meninas, ao colégio.
É o termo que exprime alguma circunstância associada
ao verbo. Também o adjetivo e o advérbio podem ser modifica- D. Objeto indireto
dos por um adjunto adverbial (de intensidade normalmente). Complemento com preposição exigida pelo verbo (VTI ou
A função de adjunto adverbial pode ser representada por VTDI), o objeto indireto não se transforma em sujeito paciente
advérbio, expressão adverbial ou oração adverbial: na passagem para a voz passiva.
Agora não há ninguém aqui. O objeto indireto pode ser representado por substantivo, pro-
Sob a lua, dançaram na praia. nome, numeral, palavra substantivada ou oração substantiva:
Ainda que negue, ela é a responsável. Não dependemos do empréstimo.
Sempre lhe contei tudo.
B. Agente da voz passiva A herança caberia aos três.
É o complemento que, na voz passiva, designa o ente que Daria atenção aos ricos.
pratica a ação sofrida ou recebida pelo sujeito (paciente). Cor- Convenci-me de que ela estava certa.
responde ao sujeito (agente) da voz ativa.
Assim como o sujeito, o agente da voz passiva pode ser D.1. Objeto indireto pleonástico
determinado ou indeterminado. Aos proprietários, nada lhes devo.

232
7. Período simples (III) O complemento nominal pode ser representado por

LÍNGUA PORTUGUESA
Termos associados ao nome substantivo, palavra substantivada, pronome, numeral ou

A palavra nome designa genericamente o substantivo, o oração substantiva:
adjetivo e o advérbio. Tenho amor aos meus filhos.
Na oração, tais classes podem ser modificadas por: ad- Tenho amor aos dois.
junto adnominal, complemento nominal, aposto, predicativo Tenho-lhes amor.
do sujeito, predicativo do objeto ou adjunto adverbial de in- Seu boletim estava cheio de zeros.
tensidade (ou modo). Ela mora longe de casa.
Tenho certeza de que ela voltará.
A. Adjunto adnominal Estamos muito ansiosos pelo amanhã.
Conecta-se – com ou sem preposição – ao substantivo
para delimitar-lhe o significado. Tal substantivo (concreto ou C. Aposto
abstrato) pode estar exercendo qualquer função sintática. O aposto (Ap.) conecta-se, em geral, a substantivo, pro-
O adjunto adnominal (AADN) pode ser representado por nome ou equivalente, por meio de preposição ou não. O apos-
adjetivo, locução adjetiva, artigo, pronome, numeral ou ora- to serve para ampliar, desenvolver ou restringir o significado
ção adjetiva: do termo que determina.
Classificação:
Aquela atitude gerou uma grande revolta. A – Explicativo
AADN n VTD OD Vitória, capital capixaba, é cidade portuária.
S B – Especificativo
O rio Pardo transbordou naquele ano.
O
C – Enumerativo
BO O
Era uma mulher sem escrúpulos.
SC
Houve dois derrotados: Bruno e Paula.
M IV
Toda a minha dor, enterrei-a aqui. D – Resumitivo (ou recapitulativo ou resumidor)
O S
Diretores, professores, alunos, ninguém foi à festa.
Os dois irmãos chegaram há uma hora. D LU D. Observação
O C
Foi o ofício que aprendi.
N X
Cuidado para não confundir o complemento nominal com

SI O E
o adjunto adnominal e o objeto indireto. Entre eles há seme-

Ao modificar substantivo com ação implícita, o adjunto lhanças e diferenças importantes. Esquematicamente:
adnominal constitui o agente desse processo:
EN S
paciente não paciente

E U
subst� CN subst� ØAADN

D E
O pedido do aluno foi indeferido. adj� prep� prep�

A LD
(o aluno pediu)
adv�
Questionou-se a declaração do político.
EM IA
paciente
(o político declarou)
OI
ST ER
VTI
VTDI prep�
B. Complemento nominal
SI AT
O complemento nominal (CN) integra o sentido de outro

Não gostei da declaração do ex-presidente. (OI)
M
termo sintático, determinando-lhe o núcleo constituído por

substantivo, adjetivo ou advérbio. Em geral, é introduzido Não gostei da declaração do ex-presidente. (AADN)
por preposição e tem valor passivo, isto é, recebe a ação im- A declaração do ex-presidente à jornalista... (CN)
plícita no nome modificado por ele:
8. Período composto, coesão e coerência
Ocorreu a destruição da ponte�
(CN de substantivo) A. Período composto por subordinação
Uma oração principal (OP) pode ter sentido completo por
Somos favoráveis à destruição da ponte. si mesma ou não.
(CN de adjetivo) No primeiro caso, a oração subordinada acrescenta-lhe
uma informação muitas vezes descartável, acessória.
Votamos favoravelmente à destruição da ponte.
(CN de advérbio) Chegamos à casa quando eram 23 h.
OP (completa) OS
Atente no fato de que a ponte sofre a ação implícita no
Conheci o aluno que obteve o primeiro lugar.
substantivo destruição.
OP (completa) OS
Nos dois últimos exemplos, a destruição da ponte sofre a
ação (de ser favorecida) inerente ao adjetivo favoráveis e ao A oração subordinada, porém, pode integralizar o sentido
advérbio favoravelmente. de uma oração principal:

233
É possível que ela venha logo. As orações reduzidas apresentam verbo no infinitivo, ge-
LÍNGUA PORTUGUESA
OP (incompleta) OS rúndio ou particípio e conectam-se direta ou indiretamente (com
preposição) à principal sem conjunção ou pronome relativo.
Só quero uma coisa: que ela venha logo.
OP (incompleta) OS É necessário que refaçam o projeto.
oração principal oração desenvolvida
B. Oração principal e oração subordinada É necessário refazer o projeto.
Chama-se oração subordinada aquela que exerce algu- oração principal oração reduzida
ma função sintática na estrutura da oração principal.
A oração subordinada pode exercer as seguintes funções: As orações substantivas desenvolvidas, em geral, têm con-
sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, com- junção integrante que ou se.
plemento nominal, aposto, adjunto adverbial e adjunto adnominal.
Conforme o papel sintático que desempenha, a oração
subordinada pode ser: adjetiva (adjunto adnominal), adver- C.1. Subjetiva
bial (adjunto adverbial) e substantiva (outras funções). Exerce a função de sujeito do verbo da oração principal:
a. verbo de ligação e predicativo do sujeito (é claro, é
C. Oração subordinada bom, ficou certo, parece claro, é urgente etc.):
A oração subordinada substantiva (OSS) exerce funções Era imprescindível que ela voltasse.
essenciais (S, PS), integrantes (OD, OI, CN) ou acessórias Era imprescindível ela voltar.
(Aposto). Por isso são subclassificadas respectivamente b. verbo na voz passiva analítica ou sintética (foi dito,
como: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indi- era anunciado, ficou comprovado, informou-se, co-
O
reta, completiva nominal e apositiva: menta-se, sabe-se, fala-se etc.):
BO O
SC
Ficou comprovado que as acusações eram falsas.
M IV
É urgente que você seja aprovado Ficou comprovado serem falsas as acusações.
O S
c. verbo constar, acontecer, suceder, parecer etc.
VL
OP
PS Ci S
D LU
Verbo
aux�
Verbo
princ� (na 3a pessoa do singular):
O C
Sucedeu que todos voltaram tarde.
N X
Sucedeu voltarem todos tarde.

SI O E
(eu) Tenho certeza de que você será aprovado

VTD OD OSS completiva nominal
C.2. Objetiva direta
Exerce o papel de objeto direto do verbo da oração principal:
EN S
OP
E U
Imaginei que resolveria logo o problema.

Imaginei resolver logo o problema.
D E
(eu) Desejo que você seja aprovado.

A LD
VTD Em sentenças interrogativas indiretas, as orações subor-

OP OSS objetiva direta
dinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzi-
EM IA
das pela conjunção integrante se ou pelos pronomes interro-

ST ER
A verdade é que você será aprovado. gativos adverbiais onde, por que, como, quando, quanto:
S VL
SI AT
OSS predicativa
OP Não sabemos  se você demorará no hospital�
 onde você estará amanhã�
M
(eu) Gostaria de que você fosse aprovado. 

 por que você voltou tarde�
VTI OSS objetiva indireta 
OP  como você chegou aqui�
 quando você virá�
Eu quero uma coisa: que você seja aprovado. 
 qual era o seu paradeiro�
S VTD OD OSS apositiva  quanto você gastará�
OP 
Repare que, em geral, as orações substantivas têm algumas C.3. Objetiva indireta
características inconfundíveis; são substituíveis por subs- Exerce o papel de objeto indireto do verbo da oração principal:
tantivos (no caso, aprovação) ou pronome (isso); ligam-se à Esqueci-me de que o ajudaria.
principal com sentido incompleto; sua classificação depen- Esqueci-me de ajudá-lo.
de do conhecimento da estrutura interna da oração principal.
C.4. Completiva nominal
As orações subordinadas podem ser desenvolvidas ou Exerce o papel de complemento nominal de um termo da
reduzidas. As orações desenvolvidas têm verbo no indica- oração principal:
tivo, subjuntivo ou imperativo e conectam-se à principal por Tínhamos dúvida de que você estava doente.
meio de conjunção ou pronome relativo. Tínhamos dúvida de você estar doente.

234
C.5. Predicativa A oração subordinada adverbial exprime a circunstân-

LÍNGUA PORTUGUESA
Exerce o papel de predicativo do sujeito da oração principal: cia em que ocorre o processo verbal da oração principal. Há
Nossa vontade é que voltes à escola. nove tipos de oração adverbial: causal, consecutiva, con-
Nossa vontade é voltares à escola. cessiva, conformativa, comparativa, condicional, final,
proporcional e temporal.
C.6. Apositiva
Exerce o papel de aposto de um termo da oração principal: E.1. Causal
Quero apenas uma coisa: que acertes a jogada. Apresenta o que provoca o acontecimento expresso na ora-
Quero apenas uma coisa: acertares a jogada. ção principal. Conjunções e locuções conjuntivas causais mais
comuns: porque, pois, porquanto, como (no início do período),
D. Oração subordinada adjetiva pois que, já que, visto que, uma vez que, dado que, que etc.:
Como estava doente, não foi à aula.
subst� AADN E.2. Consecutiva

Apresenta o efeito de uma causa expressa na oração
principal. Conjunções e locuções conjuntivas consecutivas
OP OS mais comuns: que (associada a palavras como tão, tal, tan-
adjetiva
Chama-se adjetiva a oração subordinada que se refere a to, tamanho, explícitas ou implícitas na oração principal), de
um antecedente nominal da oração principal, em geral repre- modo que, de forma que etc.:
sentado por substantivo ou pronome. Estava tão doente, que não foi à aula.
A oração subordinada adjetiva exerce o papel de ad-
O
junto adnominal desse antecedente e normalmente equi- E.3. Concessiva
BO O
SC
vale a um adjetivo: Apresenta um fato que, contrário ao processo verbal da
M IV
oração principal, não impede que este ocorra. Conjunções e
O S
Aquela foi uma cena que não se pode imaginar. locuções conjuntivas concessivas mais comuns: embora,
OP D LU
OS Adjetiva� apesar de que, ainda que, mesmo que, conquanto, posto
O C
que, se bem que, por mais que, por menos que, nem que etc.:
N X
(Aquela foi uma cena inimaginável). Ainda que estivesse doente, foi à aula.
SI O E
Na forma desenvolvida, a oração subordinada adjetiva

conecta-se à principal por meio de pronomes relativos (que, E.4. Condicional
qual, quem, cujo, onde, como ou quanto). Apresenta uma condição necessária à ocorrência ou à
EN S
E U
Na forma reduzida, o verbo da oração subordinada adje- não ocorrência do fato expresso na oração principal. Conjun-
tiva pode estar no particípio, infinitivo ou gerúndio: ções e locuções conjuntivas condicionais mais comuns: se,
D E
A carta lida por você é anônima? caso, desde que, contanto que, salvo se, a não ser que, a
A LD
Temos tudo a ganhar. menos que etc.:

Vimos o diretor saindo tarde da escola. Não irá à aula, se estiver doente.
EM IA
A oração subordinada adjetiva subclassifica-se em res-

ST ER
tritiva e explicativa. E.5. Comparativa

Apresenta um ser, coisa ou fato com o qual se compara
SI AT
D.1. Restritiva o processo expresso na oração principal. Conjunções e lo-

M
A oração subordinada adjetiva restritiva, que na fala é cucões conjuntivas comparativas mais comuns: que, do que,
proferida sem pausa forte em relação à principal, particulari- (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual
za o antecedente: (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como,
A polícia prendeu os bêbados que não tinham documentos. bem como, como se, que nem etc.:
(Apenas alguns bêbados não portavam documentos.) Ia à escola como um boi (vai) ao matadouro.
D.2. Explicativa E.6. Conformativa

Ao contrário da restritiva, a oração subordinada adjetiva Apresenta um fato de acordo com o que se exprime na
explicativa separa-se da sua principal por pausa e relaciona, oração principal. Conjunções mais comuns: como, conforme,
a todos os elementos pertencentes ao conjunto antecedente, segundo, consoante etc.:
um processo ou informação. Conforme disse, ele foi à escola.
A polícia prendeu os bêbados, que não tinham documentos.
(Todos os bêbados estavam sem documentos.) E.7. Final
Apresenta a finalidade de um processo verbal expresso na
E. Oração subordinada adverbial oração principal. Conjunções e locuções conjuntivas finais mais
comuns: porque (para que), para que, a fim de que, que etc.:
Ia à escola a fim de que aprendesse.
verbo AADV
E.8. Proporcional
OP OS Apresenta um fato que ocorre numa relação direta ou inver-
adverbial samente proporcional ao que ocorre na oração principal.

235
Conjunções e locuções conjuntivas proporcionais mais
LÍNGUA PORTUGUESA
não agradou aos eleitores�
comuns: à medida que, à proporção que, ao passo que, en-
regente regido
quanto, quanto mais (menos)... mais (menos) etc.:
Quanto mais ia à escola, mais aprendia.
Regência de alguns verbos
E.9. Temporal 1. Agradar
Apresenta a circunstância de tempo em que ocorre o pro- a. acariciar, fazer carinho (VTD):
cesso verbal expresso na oração principal. Conjunções e locu- A mãe agradava o menino.
ções conjuntivas temporais: quando, antes que, depois que, b. satisfazer a, ser gentil com (VTI, a):
até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas O atendimento agradou ao cliente.
as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que, enquanto etc.: 2. Ansiar
Foi à escola quando eram sete horas. a. cansar, angustiar, estressar (VTD):
A proximidade do exame ansiava os alunos.
F. Oração coordenada b. desejar, almejar, pretender (VTI, por):
Quando apresenta conectivo, a coordenada é denomina- Ansiávamos por uma vaga na USP.
da sindética; sem ele, é assindética. A oração coordenada 3. Aspirar
sindética subclassifica-se como: aditiva, adversativa, alter- a. sorver, respirar, cheirar (VTD):
nativa, conclusiva e explicativa. O menino não pode aspirar este pólen.
b. desejar, almejar, pretender (VTI, a):
F.1. Aditiva Aspirávamos a uma vaga na USP.
Conjunções e locuções mais comuns: e, nem, não só... 4. Assistir
O
mas (como) também: a. ver, presenciar (VTI, a):
BO O
SC
Não só estudou como também foi aprovada. Você assistiu ao filme ontem?
M IV
b. caber, pertencer (VTI, a):
O S
F.2. Adversativa Assiste a você o direito à liberdade.
D LU
Conjunções e locuções mais comuns: mas, porém, toda- c. ajudar, dar assistência (VTD ou VTI, a):
O C
via, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, senão etc.: Ele assistia financeiramente (a)os jogadores.
N X
Estudou muito, mas não foi aprovada. d. residir, morar (VI, em):
SI O E
Sempre assisti neste bairro.

F.3. Alternativa 5. Avisar, prevenir, informar
Conjunções e locuções mais comuns: ou... ou, ora... ora, Regem OD de “coisa” e OI de “pessoas”, ou vice-versa:
EN S
E U
quer... quer, seja... seja, já... já:

Avisei aos alunos a data da prova.
Ou você estuda, ou será reprovado.
D E
VTDI OI OD ("coisa")
A LD
F.4. Conclusiva
Conjunções e locuções mais comuns: logo, pois (pos-
EM IA
Avisei os alunos sobre a data da prova.

posto ao verbo), portanto, por conseguinte, assim, então,
ST ER
VTDI OD OI
por isso etc.:
Estudou muito; será, pois, aprovada. Informei-lhes o local.
SI AT
Informei-os do local.
M
F.5. Explicativa Preveniu-a do acidente.

Conjunções e locuções mais comuns: porque, pois, por- Preveniu-lhe o acidente.
quanto, que: 6. Chamar
Estude mais, que você será aprovada. a. solicitar a presença (VTD):
O médico mandou chamar o goleiro.
G. Operadores discursivos b. invocar, apelar (VTI, por):
Preposições, conjunções, advérbios e pronomes (e suas Desesperada, ela chamava pelo filho.
respectivas locuções) funcionam como operadores discursi- c. denominar, tachar (VTD ou VTI, a)
vos responsáveis, sobretudo, pela coesão textual.
Chamam o funcionário de oportunista.
Chamam o funcionário oportunista.
9. Regência e concordância
Chamam ao funcionário de oportunista.
A. Sintaxe de regência Chamam ao funcionário oportunista.
O principal objeto da regência é a relação de subordina- VTD ou VTI OD ou OI POD ou POI
ção entre termos nominais ou verbais (regentes) e os termos
que os integram, complementos ou adjuntos (regidos). 7. Custar
a. valer, ter o valor de (VTD ou VTDI):
A declaração do candidato à jornalista

A casa custou -lhe os olhos da cara.
regente regido regido S VTDI OI OD

236
b. ser custoso, penoso, difícil (VTI, a):

LÍNGUA PORTUGUESA
Preferimos ao Corinthians o Palmeiras.

Custou ao aluno chegar mais cedo. VTDI OI (–) OD (+)
VTI OI Sujeito (oração) Preferia estudar a trabalhar.

Custa-me acreditar nisso. VTDI OD OI
(Errado: “Custo a acreditar nisso.”) (oração) (oração)
8. Esquecer, lembrar, recordar, admirar 14. Proceder

a. São VTD. Quando pronominais, são VTI e regem comple- a. realizar, dar início (VTI, a):
mento com a preposição de. Podem, ainda, ter como sujei- O professor procedeu à chamada.
to o que é esquecido, lembrado, recordado, admirado. b. provir (VI, de):
Ela procedia de Goiás.
(eu) Esqueci os documentos.
c. portar-se, comportar-se (VI):
(SE) VTD OD Não procedi bem naquela ocasião.
d. ter fundamento (VI):
(eu) Esqueci-me dos documentos. Tal argumento não procede.
(SE) VTD PIV OI 15. Querer
a. desejar; cobiçar (VTD):
Esqueceram - me dos documentos.
Ela queria muito um filho.
VTI OI S
Queria-o muito.
b. Lembrar, com o sentido de “fazer recordar”, tem OD de b. amar, estimar (VTI, a):
O
“coisa “ e OI de “pessoa”. Ela queria muito ao filho.
BO O
SC
9. Implicar Queria-lhe muito.
M IV
a. pressupor, acarretar, provocar (VTD): 16. Simpatizar, antipatizar (VTI, com)
O S
Esta operação implica riscos. Simpatizarei com quem lutar por nós.
(Errado: “implica em”) D LU Antipatizamos com aquele professor.
O C
b. ter implicância (VTI, com):
N X
Você acha que implico com você? 17. Visar

SI O E
c. comprometer, envolver (VTD): a. mirar, apontar (VTD)

As denúncias implicavam o prefeito no escândalo. Os caçadores visaram o alvo.
10. Ir, chegar, voltar, retornar, dirigir-se b. rubricar, assinar, vistar (VTD)
EN S
E U
Em geral são verbos intransitivos e têm adjunto ad- Já visei o passaporte.

verbial precedido da preposição a (nunca em): c. almejar, ter em vista (VTI, a):
D E
Iremos à biblioteca e ao cinema. Visávamos a uma vaga na USP.

A LD
Cheguei ao colégio às 7h.

Voltei à cidade anos depois. B. Concordância verbal
EM IA
Retornaremos à fábrica amanhã.

ST ER
Dirijam-se à secretaria. B.1. Oração sem sujeito

11. Obedecer, desobedecer (VTI, a) Os verbos impessoais, que constituem as orações sem
SI AT
Sempre obedeci a certos princípios. sujeito, flexionam-se apenas na 3ª pessoa do singular:

M
Muitos autores admitem a voz passiva com obedecer Houve alguns distúrbios à noite.
e assistir. Desse modo, estaria correta a oração: Cer- Fazia onze anos que não nos víamos.
tos regulamentos sempre foram obedecidos por mim. a. O verbo ser (na indicação de datas, horas e distân-
12. Pagar, perdoar, agradecer cias) constitui exceção:
Regem um OD de “coisa” e/ou um OI de “pessoa”. Hoje são 9 de agosto.
Eram duas horas da tarde.
(nós) Agradecemos ao diretor a cessão da quadra. b. Os verbos auxiliares de verbos impessoais têm o mes-
(SE) VTDI OI OD mo comportamento do principal.
Vai fazer duas semanas que ela sumiu.
(eu) Paguei ao dentista todo o tratamento.
Devem ser oito horas agora.
(SE) VTDI OI OD
B.2. Sujeito indeterminado
? Perdoaram - lhe a falta.
Indetermina-se o sujeito, deixando-se o verbo na 3ª pes-
SI VTDI OI OD soa do plural ou na 3a pessoa do singular com a palavra se
13. Preferir (índice de indeterminação do sujeito):
Exige OI introduzido pela preposição a. Falaram muito bem de você.
Não se deve usar que ou do que, além de mais, muito Falou-se muito bem de você.
mais, menos, antes, mil vezes.
B.3. Sujeito paciente
Preferimos o Corinthians ao Palmeiras.
Seguindo a regra geral de concordância, o verbo concorda
VTDI OD (+) OI (–) em pessoa, número e gênero (particípio) com o sujeito paciente.

237
a. Voz passiva analítica: • Sujeito anteposto: verbo no singular, desde que os nú-
LÍNGUA PORTUGUESA
Foram demolidas todas as convicções. cleos estejam formando uma sequência gradativa:
b. Voz passiva sintética (com pronome apassivador): A preocupação, a angústia, o desespero tomou
Demoliram-se todas as convicções. (tomaram) conta da criança.
c. Em locuções com os auxiliares poder, dever e costumar • Sujeito posposto: o verbo concorda no plural ou
admite-se, indiferentemente, o singular ou o plural: com o núcleo mais próximo:
Devem-se (ou Deve-se) alugar estas casas. Ainda lhe restaria (ou restariam) a família, os li-
vros e os discos.
B.4. Sujeito simples b. Com núcleos de pessoas diferentes
Anteposto ou posposto ao sujeito, o verbo concorda com A primeira pessoa prevalece sobre as demais, e a segun-
ele em número e pessoa: da prevalece sobre a terceira (1a > 2ª, 1a > 3a, 2a > 3a):
Os bombeiros chegaram para resgatá-la. Você e eu sairemos agora.
Chegaram os bombeiros para resgatá-la. Sairá (sairemos) você e eu.
a. Sujeito coletivo Sairei (sairemos) eu e você.
O verbo concorda no singular com o sujeito coletivo do Tu e teu amigo saireis agora.
singular. Porém, pode flexionar no singular ou no plural Sairá (saireis) teu amigo e tu.
se o substantivo coletivo, núcleo do sujeito, for seguido Sairás (saireis) tu e teu amigo.
de adjunto adnominal no plural: c. Núcleos conectados por ou
A multidão fugia da polícia. • Ideia de exclusão: verbo no singular:
A multidão de grevistas fugia (fugiam) da polícia. Bruno ou Alexandre será o novo diretor.
b. A maior parte de, grande número de etc. • Ideia de retificação: verbo concorda com o núcleo
O
O verbo concorda no singular ou no plural desde que mais próximo:
BO O
SC
tais expressões sejam acompanhadas de adjunto ad- O irmão ou os irmãos chegam hoje.
M IV
nominal no plural: • Ideia de inclusão: verbo no plural:
O S
A maioria errou a questão. Somente ela ou você podem ajudar-me.
D LU
A maioria dos candidatos errou (erraram) a questão. d. Núcleos conectados por com
O C
c. Um dos que, uma das que É mais frequente o verbo no plural. Se o sujeito estiver
N X
A fim de enfatizar o conjunto, usa-se o verbo no plural; posposto, admite-se o verbo no singular:
SI O E
caso contrário, o verbo permanece no singular: Ela com os filhos chegarão amanhã.
Uma das cidades que mais sofreu (sofreram) com as Amanhã chegará (chegarão) ela com os filhos.
enchentes foi São Paulo. e. Núcleos conectados por nem
EN S
E U
d. Mais de, menos de, perto de, cerca de etc. Verbo no plural (sujeito anteposto) ou indiferente-
O verbo concorda com o numeral: mente no singular ou plural (sujeito posposto):
D E
Mais de um aluno resolveu sair. Nem eu nem minha esposa a condenaremos.

A LD
Mais de cem alunos resolveram sair. Não a condenarei eu nem minha esposa.
Havendo reciprocidade, o verbo fica no plural: f. Núcleos designam a mesma pessoa
EM IA
Mais de um aluno deram-se as mãos. Verbo no singular:

ST ER
e. Nome próprio no plural Professor e diretor da instituição tinha autoridade

Os topônimos e títulos de obras no plural, com artigo para discutir tal assunto.
SI AT
no plural, levam o verbo para o plural também. Mas g. Núcleos retomados por aposto resumitivo
M
sem artigo ou com artigo no singular, o verbo perma- Homens, pastos, plantações, tudo morreu.
nece no singular:
Alagoas é um estado brasileiro. B.6. Sujeito e pronome
As Alagoas nos deram Graciliano Ramos. a. Pronome interrogativo (ou indefinido) no singular se-
O Amazonas nasce nos Andes. guido de nós, vós, ou eles: verbo no singular:
Os Sertões inauguraram o Pré-Modernismo. Quem dentre nós sabe isso?
f. Pronomes de tratamento Nenhum de vós sairá.
Ainda que se refiram à segunda pessoa do discurso, os b. Pronome interrogativo (ou indefinido) no plural segui-
pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª pessoa: do de nós, vós ou eles: verbo na 3a pessoa do plural ou
Vossa Alteza está satisfeito(a) com o resultado? concordando com nós e vós:
Vossas Excelências não podem admitir mais esse Quais dentre nós sabem (sabemos) isso?
descalabro administrativo! Alguns de vós sairão (saireis).
c. Com o pronome relativo que como sujeito, o verbo
B.5. Sujeito composto concorda com o antecedente do pronome:
a. Com núcleos de 3a pessoa Fui eu que paguei a conta.
• Sujeito anteposto: verbo no plural: d. Com o pronome relativo quem como sujeito, o verbo
O aluno e seu pai seguiram à frente. concorda na 3a pessoa do singular ou com o antece-
• Sujeito anteposto: verbo no singular, desde que os dente do pronome:
núcleos do sujeito sejam sinônimos (caso facultativo): Fui eu quem pagou (paguei) a conta.
Ali a honra e a honestidade impera(m).

238
B.7. O verbo ser Será preciso cautela.

LÍNGUA PORTUGUESA
Como verbo de ligação, concorda ora com o sujeito, ora Serão precisos cem anos.
com o predicativo, segundo uma ordem de prevalência. É proibida a entrada de estranhos.
a. “Pessoa” prevalece sobre “coisa”: É proibido entrada de estranhos.
Os problemas da casa era Augusto. Água mineral é bom nesses casos.
Letícia é as alegrias da família. Esta água mineral é boa.
b. Plural prevalece sobre singular: d. O adjetivo possível flexiona-se conforme o artigo:
Nossa salvação seriam aqueles projetos. Eram lugares o mais distante possível.
c. Pronome reto prevalece sobre quaisquer palavras: Eram lugares os mais distantes possíveis.
Que educadores somos nós? e. Os adjetivos anexo, junto, incluso, quite, leso e obrigado
d. O verbo permanece no singular quando o predicativo é concordam em gênero e/ou número com o substantivo:
o pronome demonstrativo o ou pouco, muito, bastan- As declarações seguiram anexas (ou em anexo).
te, suficiente etc.: Estamos quites com você.
Conflitos é o que não falta aqui. Um crime de lesa-natureza é crime de leso-país.
Um é pouco, dois é bom, três é demais. Muito obrigada, disse ela.
Vinte quilos de carne é suficiente.
C.3. Advérbio
C. Concordância nominal Os advérbios são invariáveis em gênero e número. Aten-
ção especial merecem as palavras alerta, menos e a expres-
C.1. Substantivo são a olhos vistos:
Em geral, concordam em gênero e número com o substantivo Os bombeiros continuavam alerta.
O
os artigos, pronomes, numerais e adjetivos que a ele se referem: Hoje vieram menos cansadas.
BO O
SC
Aqueles dois famosos escritores fizeram o roteiro. A olhos vistos as crianças cresciam.
M IV
O S
C.2. Adjetivo C.4. Casos especiais
D LU
a. Adjunto adnominal de um substantivo a. Como adjetivo, a palavra só (= sozinho) admite plu-
O C
O adjetivo concorda em gênero e número com o ral; como advérbio (= somente), é invariável:
N X
substantivo: As crianças estavam sós na calçada. (= sozinhas)

SI O E
A árvore centenária cobriu-se de flores vermelhas. As crianças estavam só na calçada. (= somente)

b. Adjunto adnominal de mais de um substantivo b. A palavra bastante como adjetivo (= aquilo que bas-
• Quando posposto aos substantivos, o adjetivo conta) e pronome indefinido (= muitos, muitas) é variá-
EN S
E U
corda no plural ou com o substantivo mais próximo. vel; como advérbio (= muito), é invariável:
Prevalece o gênero masculino sobre o feminino: Havia provisões bastantes para um mês. (= suficientes)
D E
Comprei um terno e um suéter preto (ou pretos). Adquiri bastantes livros sobre o assunto. (= vários)
A LD
Comprei uma gravata e um paletó preto (ou pretos). Estávamos bastante exaustos ontem. (= muito)
Comprei um paletó e uma gravata preta (ou pretos). c. A palavra meio como substantivo e numeral fracioná-
EM IA
• Quando anteposto, o adjetivo concorda com o rio é variável em gênero e/ou número; como advérbio
ST ER
substantivo mais próximo: de intensidade, é invariável:

Velhos rascunhos e anotações desapareceram. Já deve ser meio-dia e meia.
SI AT
Velhas anotações e rascunhos desapareceram. São ilícitos os meios de que ele se vale.
M
c. Predicativo do sujeito e do objeto Estavam meio estressadas aquelas alunas.

• O predicativo concorda em gênero e número com o
sujeito simples: 10. Pronome e colocação
Durante o processo, ela permaneceu serena. Morfossintaxe do pronome
• Se o predicativo estiver posposto ao sujeito compos-
to, concordará com ele no plural, prevalecendo o mas- A. Pronome pessoal
culino se os núcleos forem de gêneros diferentes:
A filha e a mãe continuavam caladas. A.1. Caso reto
A filha e o pai continuavam calados.
• Se o predicativo estiver anteposto ao sujeito com- eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas
posto, concordará com o núcleo mais próximo:
Continuava calada a filha e o pai. • Sujeito (todos)
Continuava calado o pai e a filha. Era para eu fazer o relatório?
• Quando o sujeito é expresso por pronome de trata- Tu e nós sairemos daqui.
mento, o predicativo pode concordar com o sexo da Tanto ele quanto ela estão arrependidos.
pessoa a que se refere (silepse): • Predicativo do sujeito (todos)
Vossa Santidade é magnânima. Eu não sou mais eu.
Vossa Santidade é magnânimo. (silepse) Nós não somos ela.
• Com a determinação do sujeito por artigo, numeral • Vocativo (tu e vós)
ou pronome, as expressões é bom, é necessário, é Ó tu, grande mestre que me socorre!
preciso etc. são variáveis: Ó vós, que no silêncio me acudis!

239
Objeto direto (ele, ela, eles, elas) A.4. Pronome pessoal de tratamento
LÍNGUA PORTUGUESA
Conheço bem todas elas.
Você, senhor, senhora; acompanhados de Sua (de quem
A.2. Caso oblíquo (átono) se fala) ou de Vossa (com quem se fala), Alteza (príncipes,
me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes duques, arquiduques), Eminência (cardeais), Excelência
(autoridades), Magnificência (reitores), Majestade (reis,
• Sujeito do infinitivo (todos, exceto lhe/lhes) imperadores), Reverendíssima (sacerdotes), Santidade
Fizeram-me esperar por duas horas. (papa), Senhoria (pessoas de respeito, autoridades) etc.
Mandaram-nos sair imediatamente.
(Equivalente: Mandaram que nós saíssemos...) Podem desempenhar funções substantivas e adjetivas.
• Objeto direto (todos, exceto lhe/lhes) Quando exercem o papel de sujeito, o verbo permanece na
Nunca me abandonava. 3a pessoa:
Ouviram-te por muito tempo. Vossa Majestade está contente com seus súditos.
Convidaram-no para um passeio.
Ela não nos acompanhará. B. Pronome relativo
• Objeto direto reflexivo (todos, exceto lhe/lhes)
Feri-me com a lâmina. B.1. Que
Olhai-vos a vós mesmos. • Sujeito: É desprezível o homem que age assim.
• Objeto direto recíproco (nos, vos, se) • Objeto direto: Tudo o que dissemos foi inútil.
Beijamo-nos longamente. • Predicativo do sujeito: Somos o que sonhamos ser.
Magoavam-se cotidianamente. • Objeto indireto: Não chegou a tempo a ajuda de que
O
• Objeto indireto (todos, exceto o/a/os/as) precisávamos.
BO O
SC
Jamais me garantiria dizer a verdade. • Complemento nominal: Não chegou a tempo a ajuda
M IV
Inspiravam-nos confiança. de que tínhamos necessidade.
O S
Queria-lhes muitíssimo. • Agente da voz passiva: Estava histérica a multidão
D LU
• Objeto indireto reflexivo (todos, exceto o/a/os/as/ por que fomos vaiados.
O C
lhe/lhes) • Adjunto adverbial: O carro com que ele sempre chega-
N X
Eu não me daria outra chance. va quebrou na estrada.

SI O E
Então vos arrogais o direito de punir?

• Objeto indireto recíproco (nos, vos, se) B.2. O qual (e flexões)
Agora nos damos as mãos. • Sujeito: Aceitamos a homenagem, a qual muito nos
EN S
E U
• Complemento nominal (todos, exceto o/a/os/as) honra.

Era-me difícil aceitar a situação. • Predicativo do sujeito: O sujeito criativo, o qual ele
D E
(Equivalente: Aceitar a situação era difícil para mim.) sempre foi, desapareceu.
A LD
• Adjunto adnominal (me, te, lhe, nos, vos, lhes) • Objeto direto: Eram duras as palavras e os gestos, os
Cortaram-me a mesada. quais observávamos atentamente.
EM IA
(Equivalente: Cortaram a minha mesada.) • Objeto indireto: Demiti o diretor e a secretária, com a
ST ER
O peixe caiu-lhe na rede. qual aliás nunca simpatizei.

(Equivalente: O peixe caiu na sua rede.) • Complemento nominal: Desapareceu o menino e a
SI AT
mãe, na qual sempre tive confiança.

M
A.3. Caso oblíquo (tônico) • Agente da voz passiva: Prenderam os ladrões, pelos
quais fomos assaltados.
mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas • Adjunto adverbial: Mudou-se para o Rio a garota com
Formas contractas: comigo, contigo, consigo, conosco, a qual ele saía.
convosco, consigo
B.3. Quem
• Objeto indireto (todos) • Objeto direto preposicionado: Foi bem-sucedido o
Entregaste o relatório para mim? candidato a quem ajudei.
Não simpatizam contigo. • Objeto indireto: Abandonou-o a mulher a quem ele
• Objeto direto preposicionado (todos) tanto quis.
É a ti que eu amo. • Complemento nominal: O homem de quem tínhamos
Socorreram a nós todos. desconfiança voltou hoje.
• Complemento nominal (todos) • Agente da voz passiva: Perdoamos às mulheres por
Têm confiança em mim. quem fomos maltratados.
Temos ânsia por ela todos os dias. • Adjunto adverbial: Foi atropelada a garota com quem
Nossa aversão a vós cresce a cada minuto. saímos sábado.
• Agente da voz passiva (todos)
Foram por mim ajudados. B.4. Cujo (e flexões)
Adjunto adverbial (todos) • Adjunto adnominal: Eis o livro a cujo autor aludi.
Sairão conosco amanhã. • Complemento nominal: Refiro-me à casa cuja cons-
Para mim, ela deve ficar. trução ainda não terminou.

240
B.5. Onde pessoa) e algo / nada (ausência dessa ideia), além do cará-
LÍNGUA PORTUGUESA
• Adjunto adverbial de lugar: Era esta a rua onde ter afirmativo (alguém / algo) versus o caráter negativo (nin-
morávamos. guém / nada).
B.6. Como D.2. Cada

• Adjunto adverbial de modo: Interessa-me conhecer a Deve vir acompanhado de substantivo, numeral ou pro-
maneira como ela fará isso. nome. Tem valor distributivo ou intensivo.
Cada um cuida de si. (distributivo)
B.7. Quando Cada qual fazia o seu dever. (distributivo)
• Adjunto adverbial de tempo: Este será o momento Eu vi cada moça bonita! (intensivo)
quando poderemos sair.
D.3. Tudo
B.8. Quanto, quantos, quantas Refere-se em geral a coisas, mas pode se aplicar a pes-
• Sujeito: Será inútil tudo quanto for feito. soas. É sobretudo pronome substantivo:
• Objeto direto: Todas quantas contei estavam em óti- É tudo gente grande.
mo estado. Tudo isso me aconteceu ontem.
Tudo lhe é estranho.
C. Pronome interrogativo
D.4. Mais, menos, demais
Invariáveis: que, quem Modificam substantivo. Não se deve confundi-los com os
Variáveis: qual (quais), quanto (a) (os) (as) advérbios de intensidade:
O
Vieram mais crianças, menos mulheres e homens demais.
BO O
SC
Os pronomes interrogativos podem ser usados em sen- Resolvi quatro exercícios; os demais (exercícios) resol-
M IV
tenças interrogativas (diretas ou indiretas) e exclamativas: verei amanhã.
O S
Quem lhe falou isso?
Diga-nos quem lhe falou isso. D LU D.5. Bastante, muito, pouco
O C
Quem me dera estar lá agora! Não se deve confundi-los com os advérbios de intensidade:
N X
Podem ser adjetivos (função de adjunto adnominal) ou Adquiri bastantes (muitos) livros técnicos. (pronomes)
SI O E
substantivos (diversas funções): Seus pais trabalhavam bastante (muito). (advérbios)

Que mal há nisso? (adjunto adnominal) São poucos (pr.) os que trabalham pouco. (adv.)
Que (O que) você pretendeu fazer? (objeto direto)
EN S
E U
Que aconteceu? (sujeito) D.6. Qualquer

De quem você se queixa? (objeto indireto) Deve vir acompanhado de substantivo, pronome ou nu-
D E
meral cardinal. Precedido de artigo indefinido tem função de-

A LD
D. Pronome indefinido preciativa.

Qualquer aluno sabe isso.
EM IA
Variáveis E ainda um vendedor qualquer aparece aqui!

ST ER
Invariáveis
masculino feminino
D.7. Algum
SI AT
algum alguns alguma algumas alguém Anteposto ao substantivo, tem valor positivo. Posposto a
M
nenhum nenhuns nenhuma nenhumas ninguém ele, tem valor negativo (mais enfático que nenhum). No femi-
todo todos toda todas tudo nino, tem valor afetivo.
outro outros outra outras outrem Ele parecia ter alguma preocupação. (positivo)
muito muitos muita muitas nada Ele não parecia ter preocupação alguma. (negativo)
pouco poucos pouca poucas cada Aposto que ele fez mais alguma das dele.
certo certos certa certas algo
D.8. Nenhum
tanto tantos tanta tantas mais
Tem valor negativo, o qual se acentua quando o pronome
vário vários vária várias menos
se pospõe ao substantivo. Não se deve confundi-lo com nem
quanto quantos quanta quantas demais
um (equivalente a sequer um):
um uns uma umas
Nenhum aluno chegou ainda.
qualquer quaisquer qualquer quaisquer Ainda não chegou aluno nenhum.
bastante bastantes bastante bastantes Não chegou nem um aluno (sequer um aluno).
cada um, cada qual, quem quer D.9. Todo
Locuções
que, todo aquele que, seja quem Deve-se fazer a distinção entre todo (qualquer, cada) e
pronominais
for etc. todo o (inteiro, completo). Além disso, tem valor adverbial com
o sentido de inteiramente, completamente, bastante.
D.1. Alguém, ninguém, algo, nada, outrem (outra pessoa) Analisei todo o balanço da empresa. (= o balanço inteiro)
São sempre pronomes substantivos. Evidencia-se entre Analisava todo balanço que me dessem. (= qualquer balanço)
eles uma oposição: alguém / ninguém (presença da ideia de Todo curioso, analisei o balanço. (= bastante curioso)

241
D.10. Certo vos tendem, como os possessivos, a ser pronomes adjetivos
LÍNGUA PORTUGUESA
Anteposto ao substantivo. A presença de artigo torna a (adjuntos adnominais) modificadores de substantivos explí-
expressão menos vaga e empresta-lhe algum valor afetivo. citos ou elípticos.
Posposto ao substantivo, é adjetivo com o sentido de verda- O papel básico dos demonstrativos é localizar a coisa ou
deiro, seguro, fiel. a pessoa, no tempo ou no espaço, relativamente às pessoas
Certas respostas não são respostas certas. do discurso. Podem contrair-se com as preposições em, de e
(pronome) (adjetivo) a: nisto, disso, àquilo etc.
Um certo aluno me disse isso. (pronome) Refiro-me a este documento. (próximo do emissor)
Refiro-me a esse documento. (próximo do receptor)
E. Pronome possessivo Refiro-me àquele documento. (distante dos interlocutores)
meu, minha, meus, minhas
singular
Primeira pessoa a. Referência a termos precedentes
nosso, nossa, nossos, nossas
plural
Em geral, emprega-se este (e variações) para o que foi
singular teu, tua, teus, tuas mencionado por último e aquele (e variações) para o
Segunda pessoa referido em primeiro lugar.
plural vosso, vossa, vossos, vossas
singular seu, sua, seus, suas Conheci Bruna e Paula; esta é mais tranquila,
Terceira pessoa
plural seu, sua, seus, suas
a. No Brasil, em virtude do uso generalizado de você ao passo que aquela é mais ansiosa�
como 2a pessoa do discurso, os pronomes de 3a pes- b. Os pronomes demonstrativos o, a, os, as equivalem a
O
soa seu(s), sua(s) podem produzir ambiguidades; isto, isso, aquilo, aqueles(s), aquela(s):
BO O
SC
daí o uso frequente das contrações dele(s), dela(s): Ignore o que ele disse.
M IV
Ele encontrou o amigo em seu quarto. (= quarto dele Chegaram apenas os que foram autorizados.
O S
ou do amigo?) c. Tal (tais) e semelhante(s) equivalem-se em constru-
D LU
b. Os pronomes de tratamento obrigam ao uso dos pos- ções como:
O C
sessivos de terceira pessoa: Tais (semelhantes) calúnias abalaram-na muito.
N X
Vossa Excelência sabe a opinião dos seus eleitores? d. Os pronomes mesmo e próprio ligam-se a substantivo
SI O E
c. Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos, ou pronome, são variáveis e significam “em pessoa”,
lhes podem assumir valor possessivo: “idêntico”:
Impediram-lhe o caminho. (= o seu caminho) Insistíamos nas mesmas ações.
EN S
E U
d. Como substantivos, os possessivos têm o sentido de Ela mesma reconheceu o erro.

parentes, família, entes queridos: A própria aluna me disse isso.
D E
Trabalhava para garantir o conforto dos seus. e. Valores afetivos (de acordo com a entoação e o con-
A LD
e. Podem ser modificados por advérbio de intensidade: texto)

É inacreditável essa capacidade tão sua de me convencer. • Admiração:
EM IA
f. Além do sentido de posse, os pronomes possessivos Aquilo é que é mulher! Aquela boca, aquele corpo...
ST ER
podem ainda exprimir: • Espanto, surpresa:

• Cortesia, afetividade, carinho: Mais essa agora!
SI AT
Meu bom amigo, nunca lhe exigi nada. • Indignação:

M
• Valor indefinido (algum, certo): Aquilo é corrupção só!

Também tive meus maus momentos. • Desinteresse, desprezo, sarcasmo:
• Estimativa, cálculo aproximado: Rodolfo?! Aquilo é um traste, sem-vergonha.
Deve estar beirando seus trinta anos. • Ironia, malícia:
Essa é a tal que andou falando de mim.
F. Pronome demonstrativo É um malandro esse Leonídio!
• Valor intensivo:
Pronomes Pessoa Espaço Tempo Aonde você vai com essa pressa?
isto, este(s), cá, aqui (próximo presente real ou f. Valores anafórico e catafórico
1a Em geral prefere-se isto (e variações) para a referên-
esta(s) do emissor) histórico
cia ao que será ainda mencionado e isso (e variações)
isso, esse(s), aí (próximo do passado ou futuro
2a para o já mencionado.
essa(s) receptor) pouco remotos
Então ela me disse isto: “Estou grávida.”
aquilo, lá, ali, acolá “Estou grávida”, foi isso que ela me disse.
passado vago ou
aquele(s), 3a (longe do
distante
aquela(s) interlocutor) G. Colocação pronominal
o, a, os, as, semelhante(s), tal (tais), mesmo(s),
mesma(s), próprio(s), própria(s) G.1. Pronome pessoal oblíquo átono
Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
Com exceção de isto, isso, aquilo, o, a, os, as, sempre lhe, nos, vos, se, os, as, lhes) estão estreitamente associa-
pronomes substantivos (diversas funções), os demonstrati- dos ao verbo, tanto em termos fonéticos quanto sintáticos.

242
Podem ser colocados antes (próclise), depois (ênclise) ou f. com termos na ordem inversa;
LÍNGUA PORTUGUESA
no meio (mesóclise) da forma verbal: Justa me pareceu a sua alegação.

Não me refiro a ela. (pronome proclítico) g. com gerúndio precedido de em;
Refiro-me a ela. (pronome enclítico) Em se tratando disso, ela é especialista.
Referir-me-ei a ela. (pronome mesoclítico) h. com pronomes (sobretudo demonstrativos, inde-
a. Variações dos pronomes o, a, os, as finidos, relativos e interrogativos), o numeral am-
• As modalidades lo, la, los, las são enclíticas ou bos (ambas) e advérbios sem pausa em relação
mesoclíticas. Ocorrem associadas às formas verbais ao verbo.
terminadas em –r, –s ou –z: Aqui esteve a menina a cujo pai nos referimos hoje.
Nós ainda não podíamos comprá-las. Isto se reduzirá a pó.
Encontramo-lo caído na rua. Quanto me custará essa brincadeira?
Fê-la com carinho. Alguém a vigiava dia e noite.
Trá-lo-ei. (Trarei-o → trar-o-ei) Ambas me confessaram a contravenção.
Trá-lo-ia. (Traria-o → trar-o-ia) Aqui se trabalha. (Mas: Aqui, trabalha-se.)
• As modalidades no, na, nos, nas, sempre enclíti-
cas, colocam-se após as formas verbais com ditongo G.3. Pronome oblíquo átono em locuções
nasal final (–ão, –õe(m), –am, –em): Para a colocação dos átonos em locuções verbais e tem-
Fazem-no. Façam-na. Dão-nos. Põe-nas. pos compostos valem basicamente as mesmas regras de co-
b. Contrações e combinações de oblíquos átonos locação do item anterior.
• Já desusadas são as contrações e combinações a. Verbo principal no infinitivo
entre os átonos me, te, lhe(s), nos, vos (objetos indi- • Sem fator de próclise:
O
retos) com os objetos diretos o, a, os, as (pessoais ou Pode-nos contar tudo.
BO O
SC
demonstrativos): Pode contar-nos tudo.
M IV
• Com fator de próclise:
O S
OI Não nos pode contar tudo.
OD me te lhe nos
D LU vos lhes
Não pode contar-nos tudo.
O C
b. Verbo principal no gerúndio
o mo to lho no-lo vo-lo lho
N X
• Sem fator de próclise:

SI O E
Estavam-nos enganando.
a ma ta lha no-la vo-la lha Estavam enganando-nos.
• Com fator de próclise:
EN S
os mos tos lhos no-los vo-los lhos

E U
Ninguém nos estava enganando.

Ninguém estava enganando-nos.
D E
as mas tas lhas no-las vo-las lhas c. Verbo no particípio repele pronome átono:
A LD
Tinham-nos enganado.
• O pronome se nunca se associa, na mesma oração, Não nos tinham enganado.
EM IA
a o, a, os, as, mas pode, ainda que raramente, ligar-se

ST ER
a me, te, lhe(s), nos e vos: G.4. Observações finais

Abortaram-se-lhe as ilusões. A norma culta do idioma ainda considera “erradas” colo-
SI AT
cações de longo uso no português falado no Brasil:

M
G.2. Oblíquo átono com um só verbo a. Pronome átono no início de oração:

Pode-se afirmar, grosso modo, que os átonos normalmen- Me empresta o caderno. Te amo.
te se colocam em ênclise, visto que em geral exercem o papel b. Pronome proclítico em relação ao principal:
de objeto. A mesóclise só ocorre se o verbo estiver no futuro Pode nos contar tudo.
do indicativo, desde que também não haja fator de próclise. Estavam nos enganando.
A próclise ocorre nas orações: Tinham nos enganado.
a. exclamativas e optativas (= desejo); Tais colocações devem ser evitadas em textos formais,
Como te enganas! Que a terra lhe seja leve! concursos, exames vestibulares etc.
b. interrogativas diretas e indiretas;
Quem lhe disse isso? Conte-nos quem lhe disse isso.
c. negativas 11. Fonologia, acentuação e crase
Ela jamais me procurará. Não se queixe.
d. subordinadas desenvolvidas; A. Fonologia
Ordenou que lhe entregasse isto. (substantiva)
Empolguei-me à medida que as lia. (adverbial) A.1. Letra e fonema
Ela não sabe o que me dizer. (adjetiva) Letra é cada um dos caracteres gráficos de que se com-
e. coordenadas alternativas; põe o alfabeto utilizado para a representação escrita. O alfa-
Ora se cansava, ora se reanimava. beto português constitui-se de 26 letras.

243
A.2. Sílaba e tonicidade B.3. Alguns acentos diferenciais
LÍNGUA PORTUGUESA
Sílaba é o conjunto de um ou mais de um fonema pro- a. pôde (pret. perf.) ≠ pode (pres. ind.)
nunciado numa só expiração. A sílaba apoia-se numa e so- b. pôr (v.) ≠ por (prep.)
mente numa vogal. Quanto ao número de sílabas, os vocá-
bulos classificam-se como: C. Crase
a. monossílabos: já, mês, nó, ti, tu etc. É a fusão de duas vogais idênticas, indicada pelo acento
b. dissílabos: cajá, tomei, saí etc. grave (`). A primeira vogal é preposição normalmente regida
c. trissílabos: aplaudiu, Paraguai etc. por verbo ou nome.
d. polissílabos: lambuzado, bipolaridade etc.
Quanto à posição da sílaba tônica, classificam-se como:  a(preposição + a(artigo)
a. oxítonos: condor, recém, sutil, ruim etc.  a(demonstrativo) + a(preposição)
b. paroxítonos: sótão, têxtil, tríplex, tulipa. fusão 
 aquele/ aquela/ aquilo(demonstrativo) + a(preposição)
c. proparoxítonos: ápode, ávido, ômega, trânsfuga etc. 
Os monossílabos podem ser átonos (me, te, se, lhe etc.)  a qual/ as quais(relativo) + a(preposição)
ou tônicos (mim, ti, si etc.).
• Não se usa crase:
B. Acentuação gráfica 1. antes de substantivos masculinos.
a. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados Fui a pé.
em A(S), E(S), O(S): má, dás, fé, mês, nó, pós etc. 2. antes de verbo
b. Acentuam-se os oxítonos terminados em A(S), E(S), Começou a chorar.
O(S), EM(ENS): cajá, marajás, você, cafés, cipó, cari- 3. antes de pronomes em geral.
O
jós, também, armazéns etc. Mostre a ela.
BO O
SC
c. Acentuam-se os paroxítonos terminados em R, X, 4. antes de feminino usado em sentido geral
M IV
L, N, PS, I, IS, US, UM, UNS, Ã(S), ÃO(S), DITONGOS Não vou a festas.
O S
(seguidos ou não de S): revólver, látex, amável, hí- 5. em expressões com palavras repetidas
D LU
fen, bíceps, táxi, lápis, bônus, álbum, órfã, história Respiração boca a boca.
O C
etc. 6. nas locuções adverbiais femininas de instrumento/
N X
d. Acentuam-se todos os vocábulos proparoxítonos: meio

SI O E
lâmpada, exército, déficit, gramática etc. Comprou um carro a gasolina.

• Usa-se crase:
B.1. Casos especiais 7. nas locuções adverbiais femininas
EN S
E U
• Acentuam-se os ditongos tônicos abertos ÉU / ÉI / ÓI à noite, à tarde, à direita, à beça...

(seguidos ou não de S) dos oxítonos e monossílabos 8. diante de palavras que subentendam à moda de, à
D E
tônicos: chapéu, céu, anéis, herói, dói etc. maneira de

A LD
• Acentuam-se o I ou U tônicos (seguidos ou não de S) Usava salto à Luís XV.

dos hiatos dos oxítonos e paroxítonos: Esaú, saúde, 9. nomes de lugar que admitem artigo a
EM IA
egoísta, saída, baú, Jacareí etc. Vou a – volto de = crase pra quê?
ST ER
Obs.: Vou a – volto da = crase há

1. Não se acentuam I ou U seguidos de NH: rainha, – nomes determinados
SI AT
moinho. Vou à bela Santos.

M
2. Não se acentuam I ou U precedidos de ditongo de-

crescente (nos paroxítonos): feiura, baiuca.  casa − determinada
3. Nos oxítonos, mesmo com ditongo, se I e U estive-  Voltei à casa de meu pai�

rem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.  terra − determinada
10. palavras 
B.2. Formas verbais problemáticas  Voltei à terra de meus avós �
 distância − determinada
a. VIR e TER 
 Ficou à distância de 100 metros �
ele vem tem
eles vêm têm 11. expressões que indicam horas
– sem exatidão = Volto daqui a uma hora.
– com exatidão = Volto à uma hora da tarde.
b. Derivados de VIR e TER • Crase facultativa
1. após preposição até
ele intervém mantém 2. antes de nomes próprios femininos
eles intervêm mantêm 3. antes de possessivos femininos

244
12. As palavras se e que

LÍNGUA PORTUGUESA
A. A palavra se
Morfologia Sintaxe Observações Exemplos

O se é uma palavra terrível.
Substantivo Várias funções (S)
Hoje estudaremos o se. (OD)
Imperativo afirmativo, 2ª Sê feliz na tua vida
Verbo Verbo de ligação
pessoa do singular profissional.
Sujeito de oração sub. Marina deixou-se ficar na
Sujeito do infinitivo
substantiva. obj. direta varanda.
A menina trancou-se no
Objeto direto reflexivo Voz reflexiva quarto.
Pronome pessoal oblíquo Ele se feriu com uma faca.
átono Os lutadores entreolham-se
Objeto direto recíproco Voz recíproca
agressivamente.
Objeto indireto reflexivo Voz reflexiva Ele se dá alguma importância.
Eles nunca se deram as
Objeto indireto recíproco Voz recíproca
O
mãos.
BO O
SC
M IV
Aluga-se apartamento de
praia. (= apartamento de
O S
Voz passiva sintética ou
Pronome ou praia é alugado.) Resolveram-
partícula apassivadora D LU pronominal (com
VTD ou VTDI)
-se todas as questões. (=
O C
todas as questões foram
N X
resolvidas.)
SI O E
Mora-se bem naquele bairro.

Com verbo intransitivo,
Necessita-se de costureiras.
EN S
Índice de indeterminação do transitivo indireto ou de

Era-se feliz naquele tempo.
E U
sujeito ligação na 3ª pessoa do

Quando se é moço, tudo é
singular
D E
divino.
A LD
Ela nunca se arrependeu

disso.
EM IA
Eles se queixaram muito de

ST ER
01. Com verbos pronominais:

você.
arrepender-se, queixar-se,
Pronome (ou partícula, ou Os pais orgulham-se dela.
SI AT
ajoelhar-se, vangloriar-se,
termo) integrante do verbo Suicidou-se numa tarde de
orgulhar-se etc.
M
(pronome fossilizado) outono.

02. Com sujeito não
Laura perdeu-se no centro da
praticante efetivo da ação.
cidade.
Eles se agitavam muito
enquanto dormiam.
Todos se foram daqui.
Pronome (ou partícula) de Passaram-se vários anos.
É descartável da frase.
realce (ou expletiva) Vão-se os anéis, ficam os
dedos.
Não se sabe se ela virá. (OSS
Integrante: em oração
subjetiva)
subjetiva (passiva) e objetiva
Veja se ele já chegou. (OSS
direta
objetiva direta)
Conjunção subordinativa
Se já não sou útil, como
Causal (= já que, visto que)
dizem, vou-me embora.
Condicional (= desde que, Estude mais se quiser ser
caso) mesmo aprovado.

245
B. A palavra que
LÍNGUA PORTUGUESA
Morfologia Sintaxe Observações Exemplos
Todo o seu discurso tem um quê de
arrogância.
Substantivo Várias funções Acentua-se graficamente. Tal palavra escreve-se com quê.
Este quê exerce o papel de objeto
direto.
Não determina substantivo; Que fazes aqui? (OD)
Pronome interrogativo
Várias funções liga-se ao verbo. Que aconteceu comigo? (S)
substantivo
Acentuado no final da frase. Desconfias de quê? (OI)
Pronome interrogativo
AADN Determina substantivo. De que candidato estamos falando?
adjetivo
Pronome indefinido Tem sentido vago. Disse-me não sei o quê e foi embora.
Várias funções
substantivo Acentua-se graficamente. Chegou anunciando não vi bem o quê.
Pronome indefinido Equivalente a quanto(s),
AADN Que perda de tempo e dinheiro!
adjetivo quanta(s).
Ela reconheceu o homem que a
S
ajudou.
O
PS Jamais seremos o que tu és.
BO O
SC
OD Leste o livro que te dei?
M IV
OI Sempre faço tudo aquilo de que gosto.
O S
Pronome relativo
D LU
CN
Sempre faço tudo aquilo de que tenho
vontade.
O C
Todos se levantaram no momento em
N X
AADV
que cheguei.
SI O E
Machado é o autor por que ela foi

AgP
influenciada.
EN S
E U
Advérbio AADV Indica intensidade. Que bom termos ido até lá.
D E
Preposição Equivale a de. Tenho que resolver esse problema.

A LD
Interjeição Acentuada graficamente. Quê?! Vocês ainda estão aqui?

Anda que anda e nunca chega a lugar
EM IA
Aditiva (= e)
algum.
ST ER
Outra que não ela fará o trabalho

Conjunção coordenativa Adversativa (= mas)
pesado.
SI AT
Alternativa (= ou) Que chova, que faça sol, sairei daqui.

M
Explicativa (= porque) Fique, que você não se arrependerá.

Integrante A verdade é que triunfamos.
Causal Não sairemos agora, que vai chover.
Consecutiva Choveu tanto que não pudemos sair.
Que me esforçasse mais, a situação
Condicional
seria outra?
Comparativa A minha vontade era maior que a dela.
Conjunção subordinativa Conformativa Que eu saiba, nada de grave ocorreu.
Indisciplinados que sejam, merecem
Concessiva
nova oportunidade.
Fazemos votos que você alcance o
Final
sucesso.
Passara um ano que ele retornara de
Temporal
Nova York.
Realce Palavra descartável Há um ano que não vou a Curitiba.

246
13. Correlação verbal f. Fato futuro anterior a outro também futuro:

LÍNGUA PORTUGUESA
Quando entrarmos, ele já terá saído.

A. Usos dos tempos e modos 06. Futuro do pretérito (simples e composto)
a. Processo posterior ao momento referido:
A.1. Indicativo Percebemos que ela não nos garantiria nada.
Modo através do qual os processos verbais são apresenta- b. Incerteza, suposição, probabilidade:
dos como positivos, reais, certos. É fundamentalmente o modo Ela teria uns quinze anos, talvez menos.
da maioria dos verbos em oração principal ou coordenada. c. Forma polida de presente:
01. Presente Gostaríamos de ouvi-lo.
a. Fato que ocorre no momento em que se fala ou escreve: d. Possibilidade de ação futura:
É manhã. Os homens dirigem-se para o trabalho. Se não fizéssemos, outros o fariam.
b. Processos habituais: e. Possibilidade de ação passada:
Durmo pouco durante a noite. Caso tivesse estudado, teria sido aprovada.
c. Verdade científica, dogma, lei:
Todo homem tem o direito de ir e vir. A.2. Subjuntivo
d. Presente histórico: Modo por meio do qual os processos verbais são apre-
Napoleão é, então, derrotado em Waterloo. sentados como incertos, duvidosos, eventuais ou irreais. É
e. Futuro próximo: empregado basicamente em orações subordinadas.
E de lá pego o avião para São Paulo. Em orações absolutas, coordenadas e principais, o sub-
f. Valor imperativo: juntivo pode exprimir desejo, hipótese, dúvida, proibição:
Amanhã você arruma isso. Que a terra lhe seja leve!
O
02. Pretérito perfeito (simples e composto) Talvez ela viesse, se você pedisse.
BO O
SC
a. Processo que se perfez num momento definido do 01. Presente
M IV
passado (simples): a. Fato presente:
O S
Vieram e compraram tudo em dois meses. Não quero dizer que vocês sejam mal-educados.
D LU
b. Processo repetitivo ou que se prolonga até o pre- b. Fato futuro:
O C
sente (composto): É provável que venhamos amanhã.
N X
Temos estudado muito. 02. Pretérito imperfeito

SI O E
c. Ação futura (linguagem coloquial): Pode relacionar-se com o futuro do pretérito, o preté-
Até chegarmos lá, ela já morreu. rito perfeito e o imperfeito:
03. Pretérito imperfeito Se ela deixasse, eu sairia.
EN S
E U
a. Processo que, no passado, era frequente, habitual: Ordenei-lhe que viesse.

Levantávamos cedo e íamos pescar. Era impossível que alguém o notasse.
D E
b. Processo que se realizava quando sobreveio outro: 03. Pretérito perfeito (composto)
A LD
Estudava física quando ela chegou. a. Fato passado, supostamente concluído:

c. Substitui o futuro do pretérito: Espero que você já tenha achado a resposta.
EM IA
Se eu pudesse, viajava com você também. b. Fato futuro terminado em relação a outro:
ST ER
d. Substitui o presente do indicativo: Espero que você tenha descoberto a saída até
Queria que você me ajudasse. voltarmos.
SI AT
04. Pretérito mais-que-perfeito (simples e composto) 04. Pretérito mais-que-perfeito (composto)

M
a. Processo anterior a uma ação já passada: a. Processo anterior a outro já passado:

Quando cheguei, meu irmão já saíra. Esperamos até que eles tivessem voltado.
b. Fato vagamente situado no passado: b. Fatos possíveis ou irreais no passado:
Os últimos alunos tinham saído. Se tivesse tentado, não me arrependeria.
c. Substitui o futuro do pretérito: 05. Futuro (simples e composto)
E mais dissera (diria) se não o impedissem. a.Processo possível ainda não realizado:
d. Substitui o pretérito imperfeito do subjuntivo: Se puder, irei ao hospital visitá-la.
Trataram-no como se fora (fosse) um bêbado. b.Processos condicionados:
05. Futuro do presente (simples e composto) Se você vier, sairei daqui.
a. Fatos posteriores ao momento do enunciado: c.Processo futuro anterior a outro futuro:
Amanhã haverá grandes manifestações. Telefonarei para ela, quando o tiver terminado.
b. Incerteza, suposição, probabilidade:
Quantos estarão morrendo de fome neste país? A.3. Imperativo
c. Valor imperativo: Usado somente em orações principais, absolutas ou em
Não matarás. orações coordenadas, pode exprimir ordem, conselho, con-
d. Possibilidade de ação futura: vite, súplica:
Se não o fizermos, outros o farão. Venha rápido!
e. Ação posterior a outra no passado (presente histórico): Ponha mais emoção nesse texto.
Sua irmã chega em 1985, mas seu pai esperará Venham comemorar comigo.
ainda dois anos para vir também. Não me abandonem, por Deus!

247
B. Usos das formas nominais f. com verbos causativos (deixar, mandar, fazer) e
LÍNGUA PORTUGUESA
sensitivos (ver, servir, ouvir), desde que o sujeito
B.1. Gerúndio seja pronome átono.
Apresenta o processo verbal em andamento e normalmen- Deixei-os entrar.
te tem valor adverbial ou adjetivo: Vimo-la sair de madrugada.
Saiu daqui correndo. (adv. modo) 02. Flexionado quando
Foi daqui que vimos os meninos correndo. (adj.) a.o sujeito é claramente expresso:
O gerúndio ocorre nas locuções verbais e nas orações Pior teria sido os alunos reagirem.
reduzidas: b.o sujeito está oculto (elíptico):
Estou estudando mais ultimamente. Era imprescindível contarmos tudo.
Estudando mais, serei aprovado. c.o sujeito é indeterminado (3a pessoa do plural):
A forma composta tem valor de pretérito perfeito (exprime Por que você deixou fazerem isso com ela?
processo já concluído): d.substantivo:
Tendo vencido, foi aclamado por todos. É pessoa de muitos quereres.
O gerúndio ocorre em orações adjetivas e adverbiais: e.com verbos causativos ou sensitivos desde que o
Encontrei os alunos manifestando sua opinião. sujeito seja substantivo:
(adjetiva) Mandei aquelas senhoras entrarem (ou entrar).
Vendo o filho, abraçou-se a ele. (temporal) 03. Parecer
Sendo pobre, mentiu que era rico. (concessiva) Admite duas construções:
Existindo demanda, aumentará a oferta. (condicional) Os alunos parecem entender. (auxiliar)
Pressentindo isso, saí. (causal) Os alunos parece entenderem. (o. principal)
O
04. Orações reduzidas
BO O
SC
B.2. Particípio O infinitivo pode ocorrer em orações substantivas,
M IV
Variável em gênero e número, apresenta o resultado de um adjetivas ou adverbiais reduzidas.
O S
processo verbal concluído no pretérito, presente ou futuro: Era-lhe entediante fazer aquilo. (subjetiva)
D LU
Feitas as apresentações, estávamos tranquilos. Decidi ficar em casa. (objetiva direta)
O C
Feitas as apresentações, estamos tranquilos. Gostaríamos de lhe contar tudo. (objetiva indireta)
N X
Feitas as apresentações, estaremos tranquilos. Percebi-lhe o desejo de mudar. (completiva nominal)

SI O E
01. Com auxiliar Minha obrigação é cuidar de vocês. (predicativa)

a. Com ter e haver forma tempos compostos ativos: Minha meta é esta: vencê-lo. (apositiva)
Tínhamos realizado a viagem. É música de fazer doido. (adjetiva)
EN S
E U
b. Com ser, estar e ficar, forma locuções verbais passivas: Por ser menor, tinha privilégios. (causal)
Ficamos rodeados por populares. Apesar de saber, não o fez. (concessiva)
D E
02. Sem auxiliar Não venha, sem antes nos avisar. (condicional)
A LD
Neste caso, o particípio ocorre em orações adjetivas Estudou a ponto de ficar estressado. (consecutiva)
ou adverbiais reduzidas: Trabalhou muito para comprá-la. (final)
EM IA
Recolheu as roupas deixadas no varal. (adjetiva) Ao chegar, procure-nos. (temporal)

ST ER
Encerrada a reunião, saímos todos. (temporal) Saiu sem ser notado. (modal)
Ainda admitidos os perigos, avançava. (concessiva)
SI AT
Desesperado, abandonou o trabalho. (causal) 14. Dificuldades gerais

M
Aceitas as alegações, seríamos absolvidos. (condicional)

A. Emprego da vírgula
B.3. Infinitivo
Apresenta o processo potencial do verbo, a ideia da ação A.1. Vírgula proibida
em si; pode ser flexionado (pessoal) ou não flexionado (im- a. Entre o sujeito e o predicado.
pessoal). Fundamentalmente, o primeiro evidencia o agente b. Entre o verbo e o seu objeto.
do processo e o segundo enfatiza o processo em si mesmo. c. Entre o nome e o seu adjunto.
01. Não flexionado quando d. Entre o nome e o seu complemento.
a.não se alude a qualquer sujeito: e. Entre oração principal e oração substantiva.
Recordar é viver. f. Entre oração principal e oração adjetiva restritiva.
b.tem valor imperativo: g. Antes da conjunção e quando ela introduz a última
Pelotão, apresentar armas! oração coordenada.
c.em locuções verbais:
Devemos sair agora. A.2. Vírgula obrigatória
d.complemento nominal de adjetivo (precedido da a. Para marcar a intercalação de termos e expressões:
preposição de): Os carros, ontem à noite, saíram rápido.
Difícil de fazer e fácil de destruir. Tentei tudo, isto é, quase tudo.
e.tem valor de gerúndio (com a preposição a regida Observe, com muita calma, a sua expressão.
por estar, andar, ficar, viver etc.): b. Para separar termos coordenados assindéticos:
Estavámos a ler o jornal quando você chegou. Diretores, professores, alunos, ninguém veio.

248
c. Para marcar a anteposição do predicativo: c. Porque (= pois, já que; para que)

LÍNGUA PORTUGUESA
Eufóricos, os candidatos comemoravam. Vá embora, porque estão chegando.

d. Para indicar a elipse do verbo: Você voltou porque sentiu saudade?
Ela estava com fome e eu, com sede. Estude porque seja aprovado.
e. Em orações com objeto pleonástico: d. Porquê (= motivo, razão)
Os alunos, avaliamos todos eles. Desejo saber o porquê de ele não ter vindo.
Aos poderosos, nada lhes devo.
f. Para marcar a intercalação ou a anteposição B.2. Onde, aonde, donde
de adjuntos adverbiais extensos: Onde você mora? (morar em)
Reparou, durante a ronda, naquelas sombras. Aonde você vai? (ir a)
g. Para marcar a intercalação do aposto: Donde você veio? (vir de)
Pelé, o atleta do século, quis polemizar.
h. Para marcar a intercalação do vocativo: B.3. Senão e se não
Senhores candidatos, não sujem as ruas. a. Senão
i. Para separar oração apositiva da principal: • “mas sim”
Dei um conselho, que se esforçassem mais. Nunca quis desanimá-la, senão ajudá-la.
j. Para separar oração adjetiva explicativa da principal: • “a não ser”, “exceto”
Os hooligans, que bebem demais, invadiram o estádio. Nada fazíamos senão ajudá-la.
k. Para marcar a anteposição ou a intercalação de ora- • “impedimento”, “defeito”, “mácula”
ção subordinada adverbial: Há alguns senões nesse argumento.
Chegamos, como tínhamos combinado, às 19 horas. b. Se não (conjunção subordinada condicional + advérbio)
O
l. Para separar orações coordenadas assindéticas: Se não eu, quem vai fazer você feliz?
BO O
SC
Veio, viu, desistiu.
M IV
B.4. Afim e a fim
O S
B. Ortografia a. Afim (= semelhante, similar)
D LU Minha ideia é afim à sua.
O C
B.1. Por que, por quê, porque, porquê b. A fim (= para, para que)
N X
a. Por que Esforçou-se a fim de conseguir o emprego.

SI O E
• orações interrogativas diretas:

Por que você não veio à festa? B.5. Mau (≠ bom) e mal (≠ bem)
• orações interrogativas indiretas: a. Mau (adjetivo e interjeição)
EN S
E U
Indaguei-lhe por que ele não veio à festa. Sempre fora mau pai. (adjetivo)
• equivalente a pelo qual (e variações): Mau! Não faça mais isso! (interjeição)
D E
Desconheço o motivo por que ele não veio. b. Mal (substantivo, advérbio, conjunção)
A LD
b. Por quê Padecia do mal de Chagas. (substantivo)

• antes de ponto final e ponto de interrogação: Como canta mal! (advérbio)
EM IA
Você não veio à festa, por quê? Adoeci mal cheguei ao Rio. (conjunção)
ST ER
Jamais saberemos por quê.

SI AT
M

249
15. Evolução literária (quadro sintético)
LÍNGUA PORTUGUESA
Escola Contexto histórico Traços básicos Principais autores Características básicas
Formação e Cantigas amorosas e
Lirismo amoroso
Trovadorismo “provencialização” dos D. Dinis satíricas
Sátira social
Estados Ibéricos Teocentrismo
Resgate da história
Invenções, Fernão Lopes
Historicismo e teatro portuguesa
Humanismo expansionismo, avanço
crítico Teatro popular de crítica
comercial e agrícola Gil Vicente
social
Idade Moderna
Historicismo e conflito
Classicismo (expansionismo Equilíbrio, sobriedade Luís de Camões
amoroso
português)
Satírica: crítica social
Dualismo (céu/terra) Gregório de Matos Lírica: amor carnal e
Barroco Contrarreforma católica
Conflito / sinuosidade consciência do pecado
Padre Vieira Religiosa
Bocage Pastoralismo e morbidez
Arcadismo Crise entre nobreza e Cópia do modelo greco-
(Neoclassicismo) Pastoralismo, carpe diem
burguesia -romano (Classicismo) Tomás A. Gonzaga
O
e narcisismo
BO O
SC
Camilo C. Branco Sátira e passionalismo
M IV
Revolução Francesa Sentimentalismo
Nacionalismo e
O S
Romantismo Independência Medievalismo
D LU
brasileira Nacionalismo ufanista
José de Alencar idealização (mulher e
índio)
O C
Determinismo e Eça de Queirós Crítica à burguesia
N X
Revolução científica e
Realismo / Naturalismo positivismo Análise dos motivos das
SI O E
industrial Machado de Assis

Denúncia social ações humanas
Revolução científica e Formalismo técnico Lirismo sensual e
EN S
Parnasianismo Olavo Bilac

E U
industrial (arte pela arte) brasilidade

Esgotamento do Musicalidade, intuição, Formalismo, desconsolo,
D E
Simbolismo Cruz e Sousa

A LD
formalismo parnasiano nebulosidade obsessão pela cor branca

Literatura e sociologia em
Euclides da Cunha
EM IA
Anteposição urbana ao Registro das várias linguagem barroca

Pré-Modernismo
ST ER
poder cafeeiro realidades brasileiras Presença do popular e

Lima Barreto
denúncia
SI AT
Intimismo e nacionalismo
(ortônimo)
M
Primitivismo (A. Caeiro)

Fernando Pessoa Modernidade e
decadentismo (A. de
Campos)
Classicismo (R. Reis)
Proclamação da Registro da cultura
Renovação/ Mário de Andrade
República (Portugal) nacional
antipassadismo,
Primeira Guerra Frustração e
Modernismo antiacademicismo Manuel Bandeira
Mundial conformismo
Nacionalismo
Industrialização de São
Crítica social Carlos Drummond de Rebeldia, amargura,
Paulo
Andrade desconsolo
Denúncia social e
Graciliano Ramos
psicologismo
Inovação linguística,
Guimarães Rosa
regionalismo
Intimismo, fluxo de
Clarice Lispector
consciência

250
16. Trovadorismo Diabo. E tu morreste excomungado:

LÍNGUA PORTUGUESA
Estes meus olhos nunca perderán, não o quiseste dizer.

senhor, gran coita, mentr’eu vivo for; Esperavas de viver,
e direi-vos, fremosa mia senhor, Calaste dous mil enganos;
destes meus olhos a coita que han: tu roubaste bem trint’anos
choran e cegan quand’alguen non veen, o povo com teu mester.
e ora cegan por alguen que veen. Embarca, eramá pera ti,
que há já muito que t’espero!
Guisado teen de nunca perder VICENTE, Gil. Auto da barca do inferno.
meus olhos coita e meu coraçon,
e estas coitas, senhor, mias son, A. Gil Vicente (Teatro)
mais os meus olhos, por alguen veer,
©PEARSON
choran e cegan quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.
E nunca já poderei haver ben,

pois que amor já non quer nem quer Deus;
mais os cativos destes olhos meus
morrerán sempre por veer alguen:
choran e cegan quand’alguen non veen,
e ora cegan por alguen que veen.
O
GUILHADE, João Garcia de. Cancioneiro da ajuda.
BO O
SC
M IV
A. Cantiga de amor
O S
Nesta cantiga, tematiza-se a confissão amorosa do ho-
D LU
mem em relação à mulher. Ele lamenta o seu sofrimento É considerado o iniciador do teatro português, em 1502,
O C
amoroso (coita). O eu lírico posiciona-se inferiormente a ela, com a peça Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, en-
N X
numa atitude de vassalo para senhor (ela), o que caracteri- cenada na câmara da rainha Dona Maria.
SI O E
za o amor cortês. Reconhecido em vida, Gil Vicente buscou nas tradições

populares (provérbios, cantigas, novelas) e nas pessoas de
B. Cantiga de amigo diferentes camadas sociais (o padre, a moça casadoura, o
EN S
E U
Nas cantigas de amigo, o autor é homem, mas o eu lírico parvo, a alcoviteira, o pobre etc.) o material que serve de as-
é feminino. Nelas, a mulher lamenta a ausência do amante, sunto à sua obra. Daí o autor elaborar um painel da sociedade
D E
tratado disfarçadamente por amigo. portuguesa do início do século XVI.

A LD
C. Cantigas de escárnio e maldizer A.1. Características do teatro vicentino

EM IA
São cantigas satíricas, com a diferença de que a de mal- São elas:

ST ER
dizer é mais agressiva e mais grosseira do que a de escárnio. • alegoria de tipos;

Ambas registram usos e costumes da época. • linguagem coloquial, registrando o falar das várias
SI AT
classes sociais;
17. Humanismo
M
• temas religiosos e profanos;

• sátira social, retrato de costumes;
Vem um Sapateiro com seu avental, e carregado de • sentido moralizante: Ridendo castigat mores (rindo,
formas, e chega ao batel infernal, e diz: castigam-se os costumes);
• composto em redondilhas (medida velha);
Sapateiro. Hou da barca! • escrito em português, espanhol e latim vulgar;
Diabo. Quem vem i? • não obedece ao princípio aristotélico das três unida-
Santo sapateiro honrado! des do teatro clássico (ação, tempo e espaço); daí ser
Como vens tão carregado? um teatro popular.
Sapateiro. Mandaram viir assi...
E pera onde é a viagem? A.2. Principal peça
Diabo. Pera o lago dos danados. Auto da barca do inferno
Sapateiro. Os que morrem confessados, Num porto, duas barcas estão ancoradas: uma, tendo o
onde têm sua passagem? diabo e seu companheiro; outra, um anjo. Perante essas duas
Diabo. Não cures de mais linguagem! personagens que alegorizam o Juízo final, desfilam tipos carac-
Esta é tua barca, esta! terísticos do século XVI, em Portugal: o fidalgo, o agiota (onzenei-
Sapateiro. Arrenegaria eu da festa ro), o sapateiro, a alcoviteira, o padre etc. Todas as personagens
e da puta da barcagem! almejam o Reino dos Céus (paraíso), mas apenas o parvo e os
Como poderá isso ser, cavaleiros de Cristo são salvos.
confessado e comungado?

251
18. Classicismo (Renascimento) grandes navegações, acusando os portugueses de vaidade ex-
LÍNGUA PORTUGUESA
cessiva. É o episódio conhecido como “O velho do Restelo”.
Aqueles claros olhos que chorando
ficavam, quando deles me partia, 19. Barroco
agora que farão? Quem mo diria?
Porventura estarão em mim cuidando? Há que tomar o pregador uma só matéria, há
de defini-la para que se conheça, há de dividi-la
Se terão na memória, como ou quando para que se distinga, há de prová-la com a Escritura,
deles me vim tão longe de alegria? há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o
Ou se estarão aquele alegre dia exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efei-
que torne a vê-los, na alma figurando? tos, com as circunstâncias que se hão de seguir, com os
inconvenientes que se devem evitar; há de responder às
Se contarão as horas e os momentos? dúvidas, há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar
Se acharão num momento muitos anos? e refutar com toda a força de eloquência os argumentos
Se falarão coas aves e cos ventos? contrários, e depois disso há de colher, há de aperfei-
çoar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar.
Oh! bem-aventurados fingimentos [...]
que nesta ausência tão doces enganos Semeadores do Evangelho, eis aqui o que deve-
sabeis fazer aos tristes pensamentos! mos pretender nos nossos sermões, não que os ho-
CAMÕES, Luís de. Soneto 104. mens saiam contentes de nós, senão que saiam mui-
A. Luís de Camões to descontentes de si; não que lhes pareçam bem
O
os nossos conceitos, mas que lhes pareçam mal os
BO O
SC
A.1. Poesia lírica seus costumes, as suas vidas, os seus passatempos,
M IV
Constam da lírica camoniana o desconcerto do mundo, o as suas ambições, e enfim, todos os seus pecados.
O S
VIEIRA, Padre Antônio. Sermão da sexagésima.
amor carnal, o amor platônico, os sofrimentos do amor, o ideal
D LU
de beleza perene e universal, a dualidade matéria-espírito. A. Gregório de Matos Guerra
O C
N X
A.2. Poesia épica: Os lusíadas A.1. Poesia satírica

SI O E
O poema épico Os lusíadas constitui-se de 10 cantos em Neste gênero, tece críticas a todos os segmentos sociais.
1 102 estrofes (ou estâncias) de oitava-rima, com esquema Aos poderosos (governantes, comerciantes, clero), pela am-
rimático ab ab ab cc, num total de 8 816 versos decassílabos bição desmedida e corrupção; ao povo, pelo relaxamento e
EN S
E U
(medida nova), heroicos (acento na sexta e décima sílaba pela vassalagem em relação aos ricos. Suas sátiras registram
métrica) e sáficos (quarta, oitava e décima). a sociedade da época.
D E
Quanto à estrutura, a obra está baseada na epopeia clás-

A LD
sica de Virgílio: Eneida. A.2. Poesia lírico-amorosa

Divide-se em cinco partes: Nestes poemas, é possível identificar duas vertentes:
EM IA
1. Proposição: revela o assunto a ser abordado (estrofes o amor sensual, físico, o desejo carnal e sua anteposição: a
ST ER
de 1 a 3, canto I). consciência do pecado relativamente a essa atitude e a pos-

2. Invocação: pede inspiração às ninfas do Tejo, as Tági- sível punição divina.
SI AT
des (estrofes 4 e 5, canto I).

M
3. Dedicatória: oferece o poema ao rei D. Sebastião (es- A.3. Poesia lírico-religiosa

trofes de 6 a 18, canto I). No geral, nos poemas religiosos, vemos o poeta prostra-
4. Narração: a parte principal e mais extensa da epopeia, do diante da imagem de Cristo, arrependendo-se e pedindo
na qual se desenvolvem os episódios da história lusi- perdão pelos erros cometidos.
tana (estrofe 19 do canto I à estrofe 144 do canto X). Há, ainda, poemas reflexivos (filosóficos) e encomiásti-
5. Epílogo: começa com pungente censura à decadência cos (homenagens), estes com menor importância.
do país e termina com exortações a D. Sebastião para Obras: Sacra, Lírica, Graciosa, Satírica I, Satírica II, Última
continuar a expansão ultramarina (estrofes de 145 a
156 do canto X). 20. Arcadismo (Neoclassicismo)
A.3. Canto III Olha, Marília, as flautas dos pastores
A pedido do rei de Melinde, Vasco da Gama começa a contar Que bem que soam, como estão cadentes!
a história de Portugal. Nesse canto, narra-se a história de Inês de Olha o Tejo a sorrir-se, olha, não sentes
Castro, uma das mais conhecidas passagens de Os lusíadas. Os Zéfiros brincar por entre as flores?
A.4. Canto IV Vê como ali beijando-se os Amores

Narram-se outros fatos importantes da história portuguesa, Incitam nossos ósculos ardentes!
até chegar à época da viagem de Vasco da Gama. A narrativa re- Ei-las de planta em planta as inocentes,
trocede para o início da viagem. Quando os portugueses vão sair As vagas borboletas de mil cores!
do porto de Restelo, surge um velho que critica severamente as

252
Naquele arbusto o rouxinol suspira, uma sociedade egoísta, individualista e preconceituosa. Tal
LÍNGUA PORTUGUESA
Ora nas folhas a abelhinha para, desfecho serve como protesto, posicionando o leitor contra
Ora nos ares sussurrando gira: esse tipo de sociedade. Produziu também obras satíricas.
Obras: Amor de perdição; A queda de um anjo; Coração,
Que alegre campo! Que manhã tão clara! cabeça, estômago; A brasileira de Prazins
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara. A.2. José de Alencar
Bocage, Recreios campestres na companhia de Marília.
©PEARSON
A. Tomás Antônio Gonzaga
É essencialmente poeta lírico, tanto que chega, na sua
pessoalidade, a antecipar o sentimentalismo romântico,
principalmente no poema Marília de Dirceu, sua obra mais im-
portante e o poema lírico mais marcante da literatura árcade
brasileira. Nele, o autor tematiza seu amor pela noiva Marília.
Após início otimista, em cantos posteriores o poeta cai no
pessimismo e na prostração por sua desdita como prisioneiro
por envolvimento com a Conjuração Mineira.
Obras: Cartas chilenas, Marília de Dirceu
21. Romantismo
O
Leia uma amostra de um texto típico do Romantismo. Sua obra é, sobretudo, nacionalista: supervaloriza a fi-
BO O
SC
gura do indígena e exalta a natureza local. Suas narrativas
M IV
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. abrangem notável amplitude geográfica e utilizam-se do re-
O S
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe gistro histórico.
D LU
disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Seu indianismo é monumental, não só na criação ideali-
O C
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e zada das personagens indígenas, principalmente representa-
N X
o ídolo dos noivos em disponibilidade. das por Iracema e Peri, como também pela exuberância e pelo
SI O E
Era rica e famosa. colorido dos cenários descritos.

Duas opulências, que se realçavam como a flor No romance urbano, o autor revela-se mais fiel aos fatos,
em vaso de alabastro; dois esplendores que se re- reproduzindo ambientes, modas e comportamentos com
EN S
E U
fletem, como o raio de sol no prisma do diamante. senso de medida, tanto no desenrolar das ações como nas
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que descrições. Critica a hipocrisia da sociedade, a corrupção, a
D E
atravessou o firmamento da corte como brilhante ostentação e a futilidade.

A LD
meteoro, e apagou-se de repente no meio do des-

lumbramento que produzira seu fulgor? Romances Indianistas
EM IA
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a pri- O guarani, Iracema, Ubirajara
ST ER
meira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo

buscaram todos com avidez informações acerca da Romances históricos
SI AT
grande novidade do dia. As minas de prata, A guerra dos mascates

M
ALENCAR, José de. Senhora.

Romances regionalistas
A. PROSA O gaúcho, Til, O tronco do ipê, O sertanejo
A.1. Camilo Castelo Branco Romances urbanos

A pata da gazela, Lucíola, Diva, Senhora
©PEARSON
A.3. Manuel Antônio de Almeida

©PEARSON
Prosador da literatura portuguesa, escreveu romances e

novelas. Uma das suas marcas são as histórias passionais e
trágicas, nas quais, no geral, os amantes são destruídos por

253
Sua principal realização literária é o romance Memó- Mas o que tens? Não me conheces?
LÍNGUA PORTUGUESA
rias de um sargento de milícias, inicialmente publicado De mim afastas teu rosto?
em folhetim pelo Correio Mercantil, de 1852 a 1853, e Pois tanto pôde o desgosto
assinado por “Um Brasileiro”, classificado como novela Transformar o rosto meu?
de costumes por retratar com grande fidelidade o Rio de Sei a aflição quanto pode.
Janeiro nos anos da presença de D. João VI no Brasil. Sei quanto ela desfigura,
Estão presentes na narrativa a linguagem popular, os E eu não vivi na aventura...
hábitos, as tradições, as festas do povo, os cultos religiosos, Olha-me bem, que sou eu!
as crendices, a hipocrisia, as amizades, a solidariedade po- DIAS, Gonçalves. Ainda uma vez – adeus.
pular, a prática amorosa, a “lei do jeitinho”, a “confraria dos B.1. Álvares de Azevedo
favores”, tudo isso por meio do desfile de uma gama de ti- Sua poesia é um painel por onde desfilam o confessio-
pos pertencentes a camadas sociais inferiores. Esse mundo nalismo profundamente intimista, os sentimentos de solidão,
rico de impressões, intenções, desejos e principalmente de abandono, amor não correspondido e consciência da morte.
ações vai desfilando diante do leitor à medida que o perso- Esses ingredientes fazem dele o mais completo poeta
nagem Leonardo Pataca se movimenta por todos os cantos byroniano e satânico da literatura brasileira.
da cidade, com grande mobilidade e envolvendo-se em inú- Obras: Lira dos vinte anos, Noite na taverna, Macário
meras e diferentes situações conflituosas. B.2. Castro Alves
Escrito em tom humorístico, a obra nega a idealização Sua poesia é rica de sentido e sensibilidade, pelo colorido
romântica, não tendo também a atitude maniqueísta dos e pelo ideal que defende ardorosamente: a liberdade (particu-
românticos mais superficiais. As personagens, apesar de larmente a abolição da escravatura).
algumas pinceladas caricatas, são seres humanos comuns, Seus poemas contagiam os leitores pelo ritmo dos ver-
O
podendo ser bons ou maus, dependendo da circunstância.
BO O
sos e pelo brilho das imagens, mas, sobretudo, pelo cunho
SC
M IV
humano e revolucionário da mensagem. Foi o poeta social,
B. Poesia chamado “condoreiro”.
O S
Enfim te vejo! – enfim posso, D LU Dos temas sociais, destaca-se a lira abolicionista, em que
ele denuncia veementemente a miséria física e moral dos es-
O C
Curvado a teus pés, dizer-te, cravos no Brasil.
N X
Que não cessei de querer-te, Como poeta lírico-amoroso, inspirou-se mais na vivência
SI O E
Pesar de quanto sofri. pessoal do que na imaginação, por isso seus anseios amoro-
Muito penei! Cruas ânsias, sos não incluem o sonho com amadas impossíveis, por meio
Dos teus olhos afastado,
EN S
de lamentos pela frieza ou ausência dessas mulheres.

E U
Houveram-me acabrunhado Obras: Os escravos, Espumas flutuantes, Vozes d’África

A não lembrar-me de ti!
D E
22. Realismo/Naturalismo
A LD
Dum mundo a outro impelido, [...]

Derramei os meus lamentos Foi no domingo de Páscoa que soube em Leiria
EM IA
Nas surdas asas dos ventos, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de
ST ER
Do mar na crespa cerviz! madrugada com uma apoplexia. O pároco era um

Baldão, ludíbrio da sorte homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o
SI AT
Em terra estranha, entre gente clero diocesano pelo comilão dos comilões. Conta-
M
Que alheios males não sente, vam-se histórias singulares da sua voracidade. O
Nem se condói do infeliz! Carlos da botica – que o detestava – costumava di-
zer, sempre que o via sair depois da sesta, com a
Louco, aflito, a saciar-me face afogueada de sangue, muito enfartado:
De agravar minha ferida, – Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!
Tomou-me tédio da vida, Com efeitos estourou, depois de uma ceia de
Passos da morte senti; peixe – à hora em que defronte, na casa do Dr. Go-
Mas quase no passo extremo, dinho que fazia anos, se polcava com alarido. Nin-
No último arcar da esperança, guém o lamentou, e foi pouca gente ao seu enterro.
Tu me vieste à lembrança: Em geral não era estimado. Era um aldeão: tinha
Quis viver mais e vivi! os modos e os pulsos de um cavador, a voz rouca,
cabelos nos ouvidos, palavras muito rudes.
Vivi, pois Deus me guardava Nunca fora querido das devotas: arrotava no con-
Para este lugar e hora! fessionário: e, tendo vivido sempre em freguesias da
Depois de tanto, senhora, aldeia ou da serra, não compreendia certas sensibilida-
Ver-te e falar-te outra vez; des requintadas da devoção: perdera por isso, logo ao
Rever-me em teu rosto amigo, princípio, quase todas as confessadas, que tinham pas-
Pensar em quanto hei perdido, sado para o polido padre Gusmão, tão cheio de lábia!
E este pranto dolorido [...]
Deixar correr a teus pés. QUEIRÓS, Eça de. O crime do padre Amaro.

254
A. Eça de Queirós Por meio de uma linguagem sóbria e concisa, revela uma
LÍNGUA PORTUGUESA
posição pessimista diante da condição humana.

Como realista, deu preferência ao foco de 1a pessoa, ten-
©PEARSON
do, ainda, como marcas, o uso da digressão, da metalingua-

gem e da narrativa não linear, em contraposição à tradição da
escola romântica.
Obras: Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Bor-
ba, Dom Casmurro, Memorial de Aires, Helena
C. Aluísio Azevedo
Sua obra é algo irregular na qualidade e estilo por um cer-
to descompromisso com a literatura e pela pressa na produ-
ção. Outra oscilação registrada se deu em algumas narrativas
naturalistas em que assomam traços românticos.
Sua obra pode ser vista como um verdadeiro inquérito so- Criticou emigrantes portugueses, denunciou a segre-
bre a sociedade portuguesa de seu tempo, particularmente gação racial, o clero e o provincianismo. Privilegiou a ação
a lisboeta. e o exterior das personagens sem grande preocupação em
Critica desde a nobreza decadente (A ilustre casa de Ra- se aprofundar em perfis psicológicos, mas aplicou teorias
mires), passando pela denúncia de corrupção e corporativis- filosóficas ou científicas em moda, na época, como o deter-
mo da Igreja Católica (O crime do padre Amaro), pela frouxidão minismo e o evolucionismo. Às vezes, ambientes aparecem
dos costumes e pela improdutividade das classes média e como determinantes das ações. É excelente na estrutura-
O
rica (O primo Basílio), até culminar com a revelação da falta ção e condução de situações coletivas, sendo, por isso, mui-
BO O
SC
de escrúpulos e excesso de devassidão nas famílias privile- to rico na quantidade de personagens que têm, ao menos,
M IV
giadas (Os Maias). razoável importância na narrativa de que participam.
O S
A par das denúncias e de uma linguagem moderna para a Obras: O cortiço, Casa de pensão, O mulato
D LU
época, o autor cria o retrato quase completo da sociedade em
D. Raul Pompéia
O C
que vivia: usos, festas, tradições, linguagem, política, roupas,
N X
culinária, perpetuados com rigor quase histórico. Radicalmente republicano, envolveu-se, pela imprensa
SI O E
Percebe-se, no geral, que Eça de Queirós viu com simpa- ou diretamente, em várias polêmicas contra monarquistas.
tia as classes populares e com atitude rigorosa, as elites. Sua obra principal, O Ateneu, reflete sua posição, pois, entre
Obras: O crime do padre Amaro, O primo Basílio, Os Maias, outros temas, o livro pretende ser uma crítica ao ensino, cheio
EN S
E U
A ilustre casa de Ramires, A cidade e as serras de falhas, herdado da monarquia.

O Ateneu é, em parte, uma narrativa autobiográfica, in-
D E
B. Machado de Assis titulada originalmente de Crônica de saudades. O autor de-

A LD
nuncia o sistema de ensino em forma de internato, mostran-

do suas mazelas e refletindo sobre a ideia de que esse tipo
EM IA
©PEARSON
de escola retrata o cosmo maior que é a própria sociedade.

ST ER
A narrativa, curiosamente, apresenta caracteres realis-

tas, naturalistas, expressionistas e impressionistas.
SI AT
23. Parnasianismo
M
Esta de áureos relevos, trabalhada

De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
De origem humilde, frequentou apenas a escola primária. Era o poeta de Teos que a suspendia
Foi sacristão, tipógrafo, revisor e redator de jornal. Então, e, ora repleta ora esvaziada,
Ocupou vários cargos públicos e, juntamente com outros A taça amiga aos dedos seus tinia,
intelectuais, fundou a Academia Brasileira de Letras, sendo Toda de roxas pétalas colmada.
eleito seu presidente.
É considerado um dos mais importantes autores da lite- Depois... Mais o lavor da taça admira,
ratura brasileira, com destaque para seus romances e contos. Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Iniciou-se como romântico, mas já prenunciava a fase Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
realista, aplicando algum psicologismo nessa primeira fase
e, sobretudo, estabelecendo relações sociais interesseiras Ignota voz, qual se da antiga lira
entre parte de suas personagens. Fosse a encantada música das cordas,
A fase realista é essencialmente psicológica, tratando do Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
verdadeiro motivo da ação humana, uma vez que a aparência, OLIVEIRA, Alberto de. Vaso grego.
no geral, não corresponde ao fato que a gera.

255
A. Olavo Bilac A. Cruz e Sousa
LÍNGUA PORTUGUESA
©PEARSON Hoje é reconhecido como o mais importante simbolista
brasileiro, graças à força das imagens criadas e à forma como
destilou o dilaceramento e a angústia íntimos, além da musi-
calidade de seus versos.
No geral, é requintado quanto aos aspectos técnicos da
poesia e, como em vários de seus versos há insistência na
lembrança da cor branca, ele acabou por criar um pequeno
enigma para os críticos, que divergem entre si quanto ao sig-
nificado dessa prática.
Obras: Broquéis, Missal, Faróis
Apesar de não ter conseguido perfeita adequação aos 25. Pré-Modernismo

rigores da poética parnasiana, pois foi muito passional na
temática do amor, muito brasileiro para o gosto universalista A nossa instrução pública, cada vez que é refor-
dessa escola e superficial na abordagem filosófica, Bilac é re- mada, reserva para o observador surpresas admirá-
conhecido e classificado como parnasiano. veis. Não há oito dias, fui apresentado a um moço, aí
A riqueza do vocabulário e das descrições, a perfeição dos seus vinte e poucos anos, bem posto em roupas,
formal, a variedade temática e o ritmo harmonioso, por vezes anéis, gravatas, bengalas etc. O meu amigo Seráfico
alucinante, compuseram uma obra poética característica. Falcote, estudante, disse-me o amigo comum que
O
Obras: Poesias infantis, Tarde, Crônicas e novelas, Iro- nos pôs em relações mútuas.
BO O
SC
nia e piedade O Senhor Falcote logo nos convidou a tomar
M IV
qualquer coisa e fomos os três a uma confeitaria. Ao
O S
24. Simbolismo sentar-se, assim falou o anfitrião:
D LU
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras — Caxero traz aí quarqué cosa de bebê e comê.
O C
De luares, de neves, de neblinas!... Pensei de mim para mim: esse moço foi criado
N X
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... na roça, por isso adquiriu esse modo feio de falar.
SI O E
Incensos dos turíbulos das aras... Vieram as bebidas e ele disse ao nosso amigo:
— Não sabe Cunungunde: o veio tá i.
Formas do Amor, constelarmente puras, O nosso amigo comum respondeu:
EN S
E U
De Virgens e Santas vaporosas... — Deves então andar bem de dinheiros.

Brilhos errantes, mádidas frescuras — Quá ele tá i nós não arranja nada. Quando
D E
E dolências de lírios e de rosas... escrevo é aquela certeza. De boca, não se cava... O

A LD
veio oia, oia e dá o fora.

Indefiníveis músicas supremas, Continuamos a beber e a comer alguns camarões
EM IA
Harmonias da Cor e do Perfume... e empadas. A conversa veio a cair sobre a guerra eu-
ST ER
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, ropeia. O estudante era alemão dos quatro costados.
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume... — Alemão, disse ele, vai vencer por uma força.
SI AT
Tão aqui, tão em Londres.

M
[...] — Qual!
Forças originais, essência, graça — Pois oie: eles toma Paris, atravessa o Sena e é
De carnes de mulher, delicadezas... um dia inguelês.
Todo esse eflúvio que por ondas passa Fiquei surpreendido com tão furioso tipo de estu-
Do Éter das róseas e áureas correntezas dante. Ele olhou a garrafa de vermouth e observou:
— Francês tem muita parte... Escreve de um jeito
Cristais diluídos de clarões álacres, e fala de outro.
Desejos, vibrações, ânsias, alentos, — Como?
Fulvas vitórias, triunfamentos acres, — Oie aqui: não está vermouth, como é que se
Os mais estranhos estremecimentos... diz “vermute”? Pra que tanta parte?
Continuei estuporado e o meu amigo, ou antes, o
Flores negras do tédio e flores vagas nosso amigo parecia não ter qualquer surpresa com
De amores vãos, tantálicos, doentios... tão famigerado estudante.
Fundas vermelhidões de velhas chagas — Sabe, disse este, quase fui com o dotô Lauro.
Em sangue, abertas, escorrendo em rios... — Por que não foi? perguntei.
— Não posso andá por terra.
Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, — Tem medo?
Nos turbilhões quiméricos do Sonho, — Não. Mas oie que ele vai por Mato Grosso e
Passe, cantando, ante o perfil medonho não gosto de andá pelo mato.
E o tropel cabalístico da Morte... Esse estudante era a coisa mais preciosa que ti-
SOUSA, Cruz e. Antífona. nha encontrado na minha vida. Como era ilustrado!

256
Como falava bem! Que magnífico deputado não iria em 1897, no governo de Prudente de Morais, como sendo
LÍNGUA PORTUGUESA
dar? Um figurão para o partido da Rapadura. um foco de resistência à República. A grande contribuição
O nosso amigo indagou dele em certo momento: do escritor é que, de um acontecimento apenas político, faz
— Quando te formas? um aprofundamento cultural. É a guerra do Brasil litoral (rico,
— No ano que vem. civilizado, branco e superior) contra o Brasil interior (pobre,
Caí das nuvens. Este homem já tinha passado místico, mestiço e inferior).
tantos exames e falava daquela forma e tinha tão
firmes conhecimentos! B. Lima Barreto
O nosso amigo indagou ainda:
©PEARSON
— Tens tido boas notas?
— Tudo. Espero tirá a medaia.
BARRETO, Lima. Quase doutor.
A. Euclides da Cunha
Republicano, tenente e bacharel em Ciências Físicas e
Naturais e Matemática, Euclides da Cunha foi também colabo-
rador de O Estado de S. Paulo, tendo sido designado pelo jor-
nal como correspondente na região em que se dava o conflito
conhecido por Guerra de Canudos. Desse trabalho, resultaria
sua obra principal, Os sertões.
Euclides possuía uma cultura bastante diversificada, as-
sumindo um grau de erudição humanística talvez inigualável
O
na literatura brasileira. Aliado ao positivismo, ao evolucionis-
BO O
SC
mo e ao determinismo, dominava com maestria conceitos
M IV
biológicos, sociológicos, psicológicos, antropológicos, físicos O Pré-Modernismo caracteriza-se, na prática, por alguns
O S
e matemáticos, fundamentais na sua formação de engenhei- autores que tentaram, cada um a seu modo, identificar e apre-
ro, militar e jornalista. D LU sentar o Brasil aos seus leitores.
O C
Lima Barreto, por ser carioca, enveredou pela descrição
N X
A.1. Os sertões da capital federal, posicionando-se, no entanto, ao lado da

SI O E
Baseado na Guerra de Canudos, é um verdadeiro tratado massa popular. Observou e registrou a vida do povo nos su-
sociológico sobre o Brasil, aliado à ficção de qualidade. Em búrbios, sempre decadentes, palpitando angústia com as
linguagem literária e tecnicista, a obra foi organizada em três agruras sociais de seus moradores. Mostrou a exploração
EN S
E U
partes, descritas a seguir. da elite sobre os pobres, seja econômica, seja moral, e o
desamparo legal destes. Revelou o entreguismo nacional da
D E
A.2. A terra corrupta e individualista elite política, o nacionalismo mal

A LD
Levantamento geomorfológico que começa por um apa- direcionado dos militares e a segregação e o silêncio impos-
nhado geral do Sul, indo em direção ao Nordeste e parando, tos aos verdadeiros patriotas. O tipo de defesa do povo feita
EM IA
em particular, na região de Monte Santo (Canudos), nos vales por Lima Barreto é uma antecipação de parte dos autores da
ST ER
dos rios Vaza-Barris e Itapicurus, no Nordeste baiano. Com ex- geração modernista de 1930 (2a geração).
tremo rigor técnico, descreve o local da Guerra de Canudos, Estilo despojado, linguagem simples, ausência de sub-
SI AT
resgatando a fauna, a flora, o clima, o relevo etc. Destaca o jetividades e certo primarismo nas denúncias identificam a
M
papel do homem como “agente geológico de destruição” que, forma do autor.

por meio de uso e prática indevida de exploração, arrasa a pai- Obras: Triste fim de Policarpo Quaresma, Recordações do
sagem regional. escrivão Isaías Caminha, Clara dos Anjos
A.3. O homem 26. Modernismo (Portugal)

Dissertação sobre o sertanejo, em que estabelece os
três componentes étnicos formadores do mestiço brasileiro O poeta é um fingidor.
(índio, branco e negro, originando o mameluco, o cafuzo, o Finge tão completamente
mulato) e discorre sobre as inferioridades do mestiço através Que chega a fingir que é dor
da doutrina evolucionista. Dentro da visão científica, Euclides A dor que deveras sente.
segue o conceito de que o mestiço, descendente de raças
inferiores, é desequilibrado e atrofiado, não possuindo con- E os que leem o que escreve,
dições para se ambientar entre os superiores, mas é apto a Na dor lida sentem bem,
conviver com seus semelhantes. Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
A.4. A luta
É a parte em que a obra assume uma narrativa de roman- E assim nas calhas de roda
ce e não de ensaio, como nas partes antecedentes. Apresen- Gira, a entreter a razão,
ta as atrocidades da guerra e critica violentamente a nação Esse comboio de corda
pela chacina. O Arraial de Canudos, que possuía cerca de 20 Que se chama coração.
mil habitantes, liderados por Antônio Conselheiro, explode PESSOA, Fernando. Autopsicografia.

257
A. Fernando Pessoa — O senhor tem uma escavação no pulmão
LÍNGUA PORTUGUESA
[esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
A.1. Fernando Pessoa (ortônimo) — Então, doutor, não é possível tentar o pneu
Poesia sentimental e intimista, mas intelectualizada. [motórax?
Apresenta temática variada, por meio da qual interroga o sen- — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango
tido da existência, expressa saudosismo, às vezes havendo [argentino.
mistura com um sentimento de perda; cultua a pátria, mas BANDEIRA, Manuel. Pneumotórax.
com racionalidade e senso crítico; expressa solidão e temati-
za a própria poesia. Em qualquer um dos temas é constante o A.1. Mário de Andrade
tom de tristeza e desconsolo.
©PEARSON
Opta por uma poesia metrificada, com a presença de re-
dondilha ou outras métricas curtas. Seus poemas têm mu-
sicalidade suave e difusa que lembra o Simbolismo. Poema
destacado: “Mensagem”.
A.2. Alberto Caeiro

Criado em contato com o campo, a natureza ocupa grande
espaço em sua poesia, pois identifica-se intensamente com
ela e a usa como referência para uma vida digna e sóbria.
Prega a simplicidade natural e material da vida, despojado de
qualquer inquietação intelectual.
O
O poema “O guardador de rebanhos” é o mais emblemáti- Foi poeta, ensaísta, folclorista, crítico de arte e de literatura,
BO O
SC
co desse heterônimo. diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo.
M IV
Essa grande diversidade de interesses fez dele um escri-
O S
A.3. Álvaro de Campos tor complexo, um erudito que dominou muitos ramos do saber
D LU
Obra complexa pela oscilação no tipo de sentimentos e e, como poucos, foi capaz de combinar seus conhecimentos
O C
visão de mundo. Faz a apologia do progresso e da máquina, com rara capacidade inventiva. Atribuiu a seus trabalhos um
N X
coerente com a sua formação de engenheiro naval. Ao mesmo caráter empenhado, procurando sempre conferir-lhes uma
SI O E
tempo, questiona a própria máquina, por vê-la também como função, seja do ponto de vista político, seja do ponto de vista
veículo de massificação do quotidiano, acabando por reagir estético e cultural.
contra a ordem rotineira, chegando a ser agressivo na volúpia Foi o modernista que apresentou o projeto mais consis-
EN S
E U
de se soltar das amarras sociais, exteriorizando-se por meio tente de renovação, apoiando-se na ideia de que o passado
de um tom decadentista que nos lembra os simbolistas. servia como base para reflexão, não para reprodução.
D E
Álvaro de Campos é a manifestação mais moderna da Assimiladas as técnicas das vanguardas europeias, o au-
A LD
obra de Fernando Pessoa, não só pelo conflito pessoal, típi- tor aplica-as ao vocabulário regional brasileiro, especialmen-
co de um cidadão de uma sociedade tão mais complexa, mas te à personagem Macunaíma, um herói de nossa gente de
EM IA
também pela irreverência da linguagem e pela forma insólita todos os quadrantes, que possui hábitos e crendices isentos
ST ER
de algumas ideias e da metrificação. de qualquer traço predominante.

Poemas de destaque: Lisbon revisited, Opiário, Ode Inspirando-se no folclore indígena da Amazônia, mescla-
SI AT
triunfal, Tabacaria do a lendas e tradições das mais variadas regiões do Brasil,

M
construiu um herói que encarna a miscigenação e a complexa

A.4. Ricardo Reis realidade social brasileira.
A atitude vagamente moralista e didática, o gosto pelo pa- Obras: Macunaíma; Amar, verbo intransitivo; Pauliceia
ganismo (mitologia), a erudição do vocabulário, tendendo ao desvairada; Contos novos
latim, a admiração pelos clássicos, especialmente Horácio, a
preocupação com a métrica e as manifestações típicas do car- A.2. Manuel Bandeira
pe diem epicurista – quietude do corpo, mansidão da alma, au-
©PEARSON
todomínio — fazem de Ricardo Reis um completo neoclássico,

não faltando, sequer, a musa inspiradora de nome grego, Lídia.
27. Modernismo(Brasil)
A. Primeira geração (1922-1930)
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três... Diagnosticado com tuberculose ainda na adolescên-
— Respire. cia, desenvolveu uma das mais longas carreiras poéticas da

258
literatura brasileira, inclusive sob influência da doença que o indireto livre, principalmente em Vidas secas, em que a dificulda-
LÍNGUA PORTUGUESA
acompanhou ao longo da vida. de de expressão oral do protagonista Fabiano é compensada por

Sua poesia transitou por vários estilos: Parnasianismo, seu pensamento, associado ao discurso do narrador.
Simbolismo, Modernismo e Concretismo, o que reflete a ma- Obras: Vidas secas, São Bernardo, Angústia, Memórias
leabilidade do autor e seu domínio sobre essa arte, em que do cárcere, Insônia
expressou ironia, pessimismo, melancolia e solidão. A marca
permanente de sua obra é o intimismo, a pessoalidade e o B.2. Carlos Drummond de Andrade
confessionalismo.
©PEARSON
B. Segunda geração (1930-1945)
[...]
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam na mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
O
Um templo sem religião
BO O
SC
Como tampouco sabia
M IV
Que a casa que ele fazia Considerado um dos mais importantes poetas da lite-
O S
Sendo a sua liberdade ratura brasileira, atendeu ao gosto da crítica mais exigente,
Era a sua escravidão. D LU mantendo sua poesia sempre em um refinado nível de inte-
O C
[...] lectualização, conseguiu alguma penetração em camadas
N X
menos elitizadas.
SI O E
MORAES. Vinicius de. O operário em construção. Foi um poeta da contemporaneidade, o que se percebe fa-
cilmente pela leitura geral da sua obra, a qual vai registrando
B.1. Graciliano Ramos alterações históricas, seja no âmbito individual ou no coletivo.
EN S
E U
Em sua obra poética, transparecem as várias mudanças na

visão de mundo do autor, tanto que ele vai da rebeldia típica dos
D E
©PEARSON
jovens modernistas até o pessimismo amargo de alguém que

A LD
não crê mais na redenção da sociedade humana. A partir da

década de 1960, passa a cultivar uma fase de experimentação
EM IA
poética, alternando vários temas.

ST ER
C. Terceira geração (1945)

SI AT
M
O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que

não seja: que situado sertão é por os campos-gerais
a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas,
demais do Urucuia. Toleima. Para os do Corinto e
do Curvelo, então, o aqui não é dito sertão? Ah, que
tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos
carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze
Autor regionalista que primava pela construção detalha- léguas, sem topar com casa de morador e onde cri-
da das personagens: Luís da Silva, de Angústia, Fabiano, de minoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho
Vidas secas, ou Paulo Honório, de São Bernardo, têm suas de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes.
personalidades descritas e analisadas em detalhes. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de
Como outros autores de sua geração, caracterizou-se pela fazendas, almargem de vargens de bom render, as
denúncia social. Seu estilo objetivo deixa a cargo da narrativa vazantes; culturas que vão de mata em mata, ma-
mostrar as injustiças, sem que seu narrador emita juízos de valor deiras de grossura, até ainda virgens dessas lá há.
a respeito das situações retratadas. O “gerais” corre em volta. Esses gerais são sem ta-
Uma das principais características estilísticas do autor é a manho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor
economia verbal. Seu discurso é enxuto, substantivado, uma lin- sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão
guagem em que a sobriedade coexiste com termos de uso regio- está em toda parte.
nal. Entre suas técnicas narrativas, está o emprego do discurso ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas.

259
C.1. Guimarães Rosa Considerado o poeta de destaque da geração moderna
LÍNGUA PORTUGUESA
©PEARSON de 1945, um dos traços marcantes de sua produção poética
provém de seu senso de exatidão do significado da palavra,
o que lhe permitiu fazer uma poesia precisa e concisa. De
posse dessa técnica, controlou a sentimentalidade e a sub-
jetividade, permitindo-se equilibrar forma e conteúdo, o que
lhe valeu o título de “poeta engenheiro”.
Atento à construção do texto, fez versos metalinguísti-
cos e poemas sociais em que revela as más condições de
vida dos nordestinos, tema de sua obra-prima Morte e vida
severina.
C.3. Clarice Lispector
©PEARSON
Sua literatura produziu uma interessante experiência lin-
guística, pois revitalizou os recursos da expressão poética, mes-
clada à prosa, e utilizou neologismos a fim de captar e imortalizar
os valores humanos e culturais das regiões retratadas.
As experiências semânticas e invenções da linguagem
rosiana têm como objetivo recuperar a musicalidade e o
O
modo de expressão da fala sertaneja.
BO O
SC
Sua temática é a análise do homem fora da sociedade
M IV
capitalista, o homem sertanejo, com suas crenças, sua insus-
O S
peitada sensibilidade, suas práticas e sua linguagem.
D LU
Obras: Grande sertão: veredas; Primeiras estórias; Ma-
O C
nuelzão e Miguilim; Sagarana
N X
SI O E
C.2. João Cabral de Melo Neto Nascida na Ucrânia, estreou na literatura aos dezessete
anos de idade, com o romance Perto do coração selvagem.
A partir da exploração do fluxo de consciência, pode-se
EN S
©PEARSON
E U
perceber um novo sentido de realidade: não mais aquela ligada

ao acontecimento, mas ao desenrolar de pensamentos. A es-
D E
critora pretende captar aquilo que o próprio tempo desperdiça,

A LD
buscando registrar a fugacidade e o imperceptível. Por isso,

em muitas de suas narrativas, determinadas atitudes desen-
EM IA
cadeiam situações ou reações inesperadas. Essas atitudes

ST ER
correspondem a momentos de ruptura de hábitos e costumes

– que, justamente por isso, passam despercebidos. Por meio
SI AT
desses momentos, que podem ser qualificados de epifânicos

M
(reveladores), algo se revela na vida das personagens.

Obras: Perto do coração selvagem, Laços de família, A
maçã no escuro, A paixão segundo G.H., A hora da estrela

260
28. Dissertação Suas características principais são:

LÍNGUA PORTUGUESA
• foco narrativo (narrador dos discursos);

A. Estrutura dissertativa • verbos de ação;
a. Introdução (tese) – Deve apresentar o tema para • marcação de tempo, cronológico ou psicológico;
o leitor, sendo conveniente que a posição adotada • transformação das personagens;
(tese) pelo autor diante da questão a ser discutida es- • fatos encadeados e interdependentes.
teja também presente.
b. Desenvolvimento (argumentos) – Deve expor a tese A. Elementos da narrativa
defendida, por meio de argumentos sólidos e perti-
nentes. Nesse segmento do texto dissertativo, o autor A.1. Foco narrativo
deverá mostrar que possui informações sobre o tema • direto: o narrador é a personagem que fala, conta com
e que é capaz de raciocinar com lógica, organização, “sua própria voz” os fatos ocorridos; foco narrativo em
equilíbrio, objetividade e clareza. 1a pessoa;
c. Conclusão – Fechamento do texto, que pode se consti- • indireto: o narrador observador fala no lugar das per-
tuir na síntese das ideias desenvolvidas anteriormente. sonagens; foco narrativo em 3a pessoa;
• indireto livre: o narrador onisciente fala revelando o
B. Linguagem íntimo do pensamento das personagens; foco narrati-
A linguagem dissertativa caracteriza-se pela clareza, vo em 3a pessoa com sobreposição de vozes (do nar-
fluência, concisão e precisão (referencial). rador e da personagem).
Para isso, contribuem a construção de períodos curtos,
o uso da ordem direta, a economia verbal – tentar dizer o A.2. Personagens
O
máximo com o mínimo de palavras –, o emprego de um vo- Quanto ao grau de importância, elas podem ser defini-
BO O
SC
cabulário natural, mas não excessivamente comum e me- das como:
M IV
nos ainda coloquial, fazendo uso da pontuação correta. • protagonista: é a personagem que deseja agir na
O S
história;
29. Descrição D LU • secundária: suas ações não determinam o enredo,
O C
Por meio dela, pode-se caracterizar um objeto, um cená- apenas sustentam as da protagonista;
N X
rio, uma personagem, ou algo de ordem abstrata, mas imagi- • figurantes: apenas existem para compor o ambiente;
SI O E
nável. • antagonista: aquela que se opõe às ações da pro-

São algumas características da descrição: tagonista ou tenta impedir que os objetivos dela
• verbos de estado; sejam alcançados.
EN S
E U
• revelações cromáticas e térmicas por meio dos sen- Quanto a sua composição, podem ser:
sores humanos; • personagem plana: ou linear. É estática e caracteriza-
D E
• simultaneidade dos fatos; -se por possuir um conjunto limitado de traços. Suas
A LD
• adjetivação. ações são previsíveis;

Pode ser classificada em: • personagem redonda: ou esférica. É dinâmica, possui
EM IA
a. descrição objetiva: quando o elemento descrito é densidade psicológica e pode se transformar ao longo
ST ER
apresentado referencialmente, com precisão e de for- da narrativa;

ma concreta. • personagem coletiva: quando um grupo atua motiva-
SI AT
b. descrição subjetiva: quando o elemento descrito as- do por uma vontade comum.
M
sume a visão de quem o escreve.

c. descrição estática: ausência de movimento entre os A.3. Cenário
elementos captados, objetiva ou subjetivamente, por O cenário ou espaço é uma das mais importantes catego-
quem os descreve. rias da narrativa. Pode determinar e formar um contexto para
d. descrição dinâmica: embora haja movimento, a si- a narrativa, que pode ser histórico, geográfico ou social.
multaneidade das ações impede que ocorra de fato a
narração de acontecimentos, mas a descrição de mo- A.4. Tempo
vimentos independentes entre si. • tempo cronológico: é o tempo real, cuja marcação
pode ser prevista pelo leitor(minutos, horas, dias...);
30. Narração • tempo psicológico: aquele que flui da mente das
Por meio dela, compreende-se o início, o meio e o fim de personagens.
uma sequência de acontecimentos, todos determinados por
uma relação temporal, por meio da qual a transformação das
personagens fica evidente ao longo do enredo.

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
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EN S
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A LD
INGLÊS
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Pronouns�� 263 J. Modal verbs�� 265
A. Pronouns�� 263 K. Gerund and infinitive�� 265
SUMÁRIO
B. Indefinite pronouns�� 263 3. Question words�� 265
2. Verb tenses�� 263 A. Interrogative pronouns�� 265
A. Simple present�� 263 B. Relative pronouns�� 266
B. Present continuous�� 263 4. Adjectives and adverbs�� 266
C. Simple past�� 264 A. Comparison of adjectives�� 266
D. Past continuous�� 264 B. Adverbs�� 266
E. Simple future�� 264 5. Passive voice and indirect speech�� 267
F. Future with going to�� 264 A. Passive voice�� 267
G. Present perfect�� 264 B. Indirect speech�� 267
H. Present perfect continuous�� 264 6. Linking words�� 267
I. Past perfect �� 264 A. Linking words�� 267
O
BO O
SC
M IV
O S
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EN S
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A LD
EM IA
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SI AT
M

263
1. Pronouns • We have some questions to ask the teacher.

• Can you give us some more examples?
A. Pronouns • Would you like some other explanations too?
INGLÊS
Any: acompanha substantivos contáveis e incontáveis.
Subject pronouns Object pronouns É usado em frases negativas e interrogativas. Pode ser em-
I me pregado em frases afirmativas com o significado de qualquer ou
quaisquer e depois da palavra if.
you you
• Do you have any questions to ask me?
he him • No, we don’t have any questions to ask you.
she her • Any questions you have you may come to me.
it it • If you have any question, come to me.
we us No: acompanha substantivos contáveis e incontáveis.
you you É usado em frases com sentido negativo, as quais apre-
sentam o verbo na forma afirmativa.
they them • We have no questions to ask you.
Subject pronouns – representam o sujeito da oração. B.2. Compounds

Object pronouns – representam o objeto da oração. • Somebody – alguém
• Anybody/Anyone – alguém, ninguém, qualquer um
Possessive adjectives Possessive pronouns • Nobody/No one – ninguém
my mine • Something – algo
O
• Anything – algo, qualquer coisa
BO O
your yours
SC
• Nothing – nada
M IV
his his
O S
her hers 2. Verb tenses
its D LU its
A. Simple present
O C
our ours
N X
your yours Afirmativa: sujeito + verbo no infinitivo sem to

SI O E
• We travel abroad every year.

their theirs
EN S
Para a 3ª pessoa do singular (he, she e it), deve-se acres-

E U
Possessive adjectives – representam posse e antece- centar -s ao verbo.

dem um substantivo.
D E
She stays home on Sunday.

Possessive pronouns – indicam posse, mas não são se-
A LD
No caso de verbos terminados em y precedido de uma con-

guidos por um substantivo. soante, para a 3ª pessoa do singular, deve-se retirar o y e
EM IA
acrescentar -ies.
Reflexive pronouns study – studies
ST ER
myself Aos verbos terminados em ch, sh, s, ss, x, z e o, deve-se

SI AT
yourself acrescentar -es, para a 3ª pessoa do singular.

himself go – goes
M
Negativa: sujeito + do not (don't)/does not (doesn't) + verbo no

herself infinitivo sem to.
itself
ourselves
yourselves • France’s language purists don’t approve the street
language.
themselves
Doesn't é usado com a 3ª pessoa do singular (he, she e it).
Reflexive pronouns – podem ter função reflexiva, enfáti- Eli doesn’t take part in riots.
ca ou idiomática.
• I cut myself. (reflexiva)
• I myself cooked dinner. (enfática) Interrogativa: Do/Does + sujeito + verbo no infinitivo sem to.
• I cooked dinner myself. (enfática) • Do his parents like his friends?
• I live by myself. (idiomática)
Does é usado com a 3ª pessoa do singular (he, she e it).
B. Indefinite pronouns How often does he see his friends?
B.1. Some/Any/No
Some: acompanha substantivos contáveis e incontáveis. B. Present continuous
É usado em afirmações e interrogações, no caso de uma ofer- Afirmativa: sujeito + verbo to be + verbo com -ing
ta ou um pedido. • The teenagers are speaking their own language.

264
G. Present perfect
A conjugação do verbo to be é I am; you/we/they are; he/ Afirmativa: sujeito + have/has + particípio passado do
she/it is. verbo principal
INGLÊS
• They have changed rooms three times so far.

Negativa: sujeito + have not (haven't)/has not (hasn't) +
Negativa: sujeito + verbo to be (na forma negativa) + ver- particípio passado do verbo principal
bo com -ing • They haven’t enjoyed the trip yet.
• I am not wearing shoes. Interrogativa: have/has + sujeito + particípio passado do
Interrogativa: verbo to be + sujeito + verbo com -ing verbo principal
• Are you listening to me? • Has the trip been interesting?
Se o verbo terminar em e, deve-se tirar o e e acrescentar -ing. Observação: have acompanha I, you, we e they; has acom-
dance – dancing panha he, she e it.
Se o verbo terminar em ie, deve-se tirar o ie e acrescentar
-ying.
die – dying O present perfect tense é usado para expressar as si-
tuações a seguir, com foco no resultado da ação expressa
pelo verbo.
C. Simple past Ações que aconteceram no passado, em tempo indeterminado.
Afirmativa: sujeito + verbo no passado • I've eaten too much.
• Their growth depended on irrigation. Ações que começaram no passado e continuam no presente.
O
Negativa: sujeito + did not (didn’t) + verbo no infinitivo • She has lived here for six years.
BO O
SC
sem to Ações que ocorreram no passado e continuam exercendo
M IV
• The earliest Peruvian civilization didn’t depend on influência no presente.
O S
outside influence. • I have lost my wallet.
D LU
Interrogativa: did + sujeito + verbo no infinitivo sem to Ações que foram finalizadas no passado muito recente
O C
• Did archaeologists find evidence of irrigation technology (com just antecedendo o particípio passado).
N X
in the earliest Peruvian civilization? • I have just eaten.

SI O E
D. Past continuous H. Present perfect continuous

Afirmativa: sujeito + was/were + verbo com -ing Afirmativa: sujeito + have/has + been + verbo principal
EN S
E U
• In 2016 she was living in Canada. com -ing

Negativa: sujeito + was not (wasn’t)/were not (weren’t) + • The kids have been enjoying the trip.
D E
verbo com -ing Negativa: sujeito + have not (haven’t)/has not (hasn’t) +
A LD
• They were not expecting my visit. verbo com -ing

Interrogativa: was/were + sujeito + verbo com -ing • Some parents haven’t been accepting the new rules.
EM IA
• What were you doing at 10 o'clock? Interrogativa: have/has + sujeito + been + verbo com -ing
ST ER
• Have parents been supporting their kids?

E. Simple future
SI AT
Afirmativa: sujeito + will + verbo no infinitivo sem to

O present perfect continuous tense é usado nas situações a
M
• Combatants will have heart, respiratory and galvanic

skin responses. seguir, com foco tanto no processo quanto no resultado da
Negativa: sujeito + will not (won’t) + verbo no infinitivo ação expressa pelo verbo.
sem to Ações que começaram no passado e continuam acon
• Prisoners won’t know they are being interrogated. tecendo no presente.
Interrogativa: Will + sujeito + verbo no infinitivo sem to I’ve been living here for two years.
• Will the US Department of Defense use the new lie Ações que começaram no passado, continuaram acon
detector? tecendo por um certo tempo e acabaram de terminar.
He's out of breath. Has he been running?
F. Future with going to As expressões que frequentemente acompanham o pre-
Afirmativa: sujeito + verbo to be + going to + verbo no sent perfect tense e o present perfect continuous tense
infinitivo são: lately (ultimamente), recently (recentemente), since
• Students are going to suggest ways to develop the (desde)e for (por, há).
new robot. As expressões already, yet, ever, never frequentemente
Negativa: sujeito + verbo to be (forma negativa) + going acompanham o present perfect tense
to + verbo no infinitivo
• The university isn’t going to develop the new robot.
Interrogativa: verbo to be + sujeito + going to + verbo no I. Past perfect
infinitivo Afirmativa: sujeito + had + particípio passado do verbo
• Are the professors going to develop the new robot? principal

265
• Some doctors had rejected using the new medicine. • it’s no good (não é bom)
Negativa: sujeito + had not (hadn’t) + particípio passado • it’s no use (é inútil)
do verbo principal • look forward to (esperar ansiosamente)
INGLÊS
• Patients hadn’t felt better after taking the prescribed • be used to (estar acostumado)
medicine. • can’t help (não poder evitar)
Interrogativa: had + sujeito + particípio passado do ver- • can’t stand (não poder suportar)
bo principal • be worth/worthwhile (valer a pena)
• Had the FDA approved the new medicine when it started We are looking forward to hearing from you.
being prescribed?
O past perfect tense expressa uma ação no passado que Outros verbos somente podem ser seguidos por verbos
ocorreu antes de outra ação ocorrida também no passado. no infinitivo com to:
• appear (aparecer)
J. Modal verbs • ask (pedir)
Os verbos modais obedecem a algumas regras: • want (querer)
• são seguidos por verbos no infinitivo sem to. • refuse (recusar)
• não podem receber -ing; • wish (desejar)
• não recebem -s na 3a pessoa do singular; • hope (esperar)
• recebem not para formar a negativa e têm sua posição in- • decide (decidir)
vertida para formar a interrogativa. • use (costumar – sempre no passado)
• seem (parecer)
• teach (ensinar)
O
• afford (arcar)
BO O
Can: poder (permissão, habilidade, possibilidade)
SC
• have (ter)
M IV
Could: passado de can; poder (permissão, habilidade) • care (cuidar)
O S
May: poder (permissão, possibilidade) • expect (esperar)
Must: dever (obrigação, probabilidade)
D LU
Might: passado de may; poder (possibilidade) O infinitivo também é usado após as palavras what, how
O C
e where.
Ought to: dever (conselho, opinião)
N X
They didn’t know what to do.

Should: dever (conselho, opinião)
SI O E
Shall: passado de should; dever (oferta, sugestão, busca de

conselho) Os verbos de percepção, como feel (sentir), hear (ouvir),
EN S
Will: assertividade, previsão, intenção listen (escutar), look (olhar), notice (notar), see (ver)e wat-
E U
Would: passado de will; hipótese ch (assistir, observar), podem ser seguidos pelo gerúndio
D E
ou pelo infinitivo.
A LD
K. Gerund and infinitive

Alguns verbos sempre são seguidos por gerúndio: Há verbos que têm seu significado modificado quando
EM IA
• admit (admitir) seguidos de gerúndio ou de infinitivo.

ST ER
• appreciate (apreciar) • Forget + gerúndio: ideia passada; forget + infinitivo:

• consider (considerar) ideia futura ou presente.
SI AT
• deny (negar) • Remember + gerúndio: ideia passada; remember + in-

M
• enjoy (gostar) finitivo: ideia futura ou presente.

• forgive (perdoar) • Try + gerúndio: experimentar; try + infinitivo: esforçar-se.
• mind (importar-se) • Stop + gerúndio: parar de fazer algo; stop + infinitivo:
• practice (praticar) parar o que se está fazendo para fazer outra coisa.
• miss (sentir falta) • Go on + gerúndio: continuar o que se está fazendo; go
• quit (desistir) on + infinitivo: fazer algo diferente.
• resist (resistir) Após os verbos make (fazer), let (deixar) e modais, deve-se
• suggest (sugerir) usar verbo no infinitivo sem to.
• risk (arriscar)
• avoid (evitar) 3. Question words
• delay (atrasar)
• excuse (desculpar) A. Interrogative pronouns
• finish (terminar) As question words podem ser simples ou compostas:
• keep (manter) • who – quem
• understand (entender) • whom – quem
• postpone (adiar) • what – o que, qual (is)
• imagine (imaginar) • which – o que, qual (is) (há limite na escolha)
He has just fineshed doing his homework. • where – onde
• when – quando
O gerúndio também é usado após preposições, em ex- • whose – de quem
pressões como: • why – por que

266
• how – como Adjetivos com uma sílaba e terminados em consoante-

• what to be like – como é -vogal-consoante: dobra-se a última letra e acrescenta-se -er.
• what for – por que • fat – fatter
INGLÊS
• how old – quantos anos Adjetivos com duas sílabas ou mais: posicionar more antes.
• how long – quanto tempo • understanding – more understanding
• how much –quanto(a)
• how many –quantos(as) A.4. Superlativo de superioridade
• how far – quão distante(s) Regra geral: em adjetivos com uma sílaba, acrescentar -est.
• how tall – quão alto(a)(s) – pessoas • quick – the quickest
• how high – quão alto(a)(s) – coisas Adjetivos com duas sílabas e terminados em y precedido
• how deep – quão profundo(a)(s) de consoante: tirar o y e acrescentar -iest.
• how often –com que frequência • early – the earliest
• how big – quão grande(s) Adjetivos com duas sílabas terminados em le, er e ow: po-
de-se acrescentar -est ao adjetivo ou posicionar the most antes.
B. Relative pronouns • simple – the simplest ou the most simple
A função de um pronome relativo é ligar duas orações, • clever – the cleverest ou the most clever
transformando-as em apenas uma oração, substituindo um • shallow – the shallowest ou the most shallow
pronome ou um substantivo. Adjetivos com uma sílaba e terminados em consoante-vo-
• Who – que, quem: usado para pessoas. gal-consoante: dobra-se a última letra e acrescenta-se -est.
• Whom – que, quem: usado para pessoas e obrigatoria- • fat – the fattest
mente após preposições. Adjetivos com duas sílabas ou mais: posicionar the most
O
• Which – que, o qual: usado para animais e coisas. antes.
BO O
SC
• That – que: pode substituir who e which. • understanding – the most understanding
M IV
O S
That substitui who em situações informais. A.5. Superlativo de inferioridade
D LU
Who, which e that podem ser omitidos se não antecederem the least + adjective
O C
imediatamente um verbo. • This is the least interesting book I have ever read.
N X
SI O E
B. Adverbs
• Whose – cujo(s), cuja(s): usado para indicar posse. Os advérbios modificam um verbo, um adjetivo ou outro
• What – o que advérbio.
EN S
E U
• Where – onde • The machine will be remotely operated from the campus.
• When – quando O advérbio remotely modifica o verbo operate.
D E
Os advérbios podem ser de modo, frequência, lugar, tem-

A LD
4. Adjectives and adverbs po e intensidade.

Veja alguns exemplos.
EM IA
A. Comparison of adjectives • Modo: quickly, slowly, remotely

ST ER
• Frequência: always, never, usually

A.1. Comparativo de igualdade • Lugar: here, there
SI AT
Afirmativa: as + adjective + as • Tempo: yesterday, today, tomorrow

M
The boy is as tall as his girlfriend. • Intensidade: too, very

Negativa: not as/so + adjective + as É comum os advérbios de modo serem formados com o
I am not as tall as my father. acréscimo de -ly: beautifully, easily, nicely.
A.2. Comparativo de inferioridade B.1. Casos especiais

less + adjective + than Adjetivos e advérbios que apresentam a mesma forma:
English is less difficult than Portuguese. fast, hard, late, high, low.
O advérbio de good (bom) é well (bem).
A.3. Comparativo de superioridade • She spoke well at the conference last night.
Adjetivos curtos (uma sílaba): acrescentar -er.
• high – higher
Adjetivos com duas sílabas e terminados em y precedido A sequência dos advérbios de modo, lugar e tempo deverá
de consoante: tirar o y e acrescentar -ier. ser seguida caso uma sentença contenha esses três tipos
• easy – easier de advérbio.
• early – earlier He could sleep peacefully there yesterday.
Adjetivos com duas sílabas terminados em le, er e ow:
pode-se acrescentar -er ou posicionar more antes.
• simple – simpler ou more simple Se o verbo da sentença indicar movimento (fly, drive,
• clever – cleverer ou more clever walk etc.), a sequência deverá ser lugar, modo e tempo.
• shallow – shallower ou more shallow • She came home fast yesterday.

267
5. Passive voice and indirect speech B.2. Tranformações verbais
A. Passive voice simple present simple past
INGLÊS
A voz passiva destaca principalmente a ação realizada, e present continuous past continuous
não quem pratica a ação. simple past past perfect
past continuous past perfect continuous
A.1. Formação
To be (no mesmo tempo verbal da voz ativa) + past participle present perfect past perfect
Researchers found the cure for the disease. simple future (will) simple conditional (would)
The cure for the disease was found by the researchers. can could
As principais formações da voz passiva são: may might
must had to
Voz ativa Voz Passiva
present simple am/is/are + past participle Os verbos que são usados para introduzir declarações
past simple was/were + past participle que serão recontadas geralmente são say (said) e tell (told).
• Jimmy said: “I am always hungry”.
am/is/are being + • Jimmy said that he was always hungry.
present continuous
past participle Questions: no discurso indireto (indirect speech), o verbo
was/were being + ask (perguntar) geralmente é usado para recontar uma pergunta.
past continuous
past participle • We asked them: “Where did you go last night”.
O
• We asked them where they had gone the night before.
BO O
simple future (will) will be + past participle
SC
• She asked us: “Will you live near here”.
M IV
am/is/are going to be + • She asked us if we would live near there.
immediate future (going to)
O S
past participle
simple conditional (would) D LU
would be + past participle No indirect speech, todas as frases devem estar na forma
O C
afirmativa.
have/has been +
N X
present perfect
SI O E
past participle
past perfect had been + past participle Orders: no discurso indireto, o verbo tell (dizer) geralmen-
te é usado para recontar uma ordem.
EN S
modals can/should/must be +
E U
• She told us: “Stop making noise”.

(can, should, must etc.) past participle • She told us to stop making noise.
D E
• I told them: “Don’t talk”.

A LD
B. Indirect speech • I told them not to talk.

O indirect speech (discurso indireto) tem como função
EM IA
recontar as palavras ditas por outra pessoa. 6. Linking words

ST ER
Naturalmente, algumas mudanças devem ser feitas na

transformação do discurso direto em indireto. A. Linking words
SI AT
As linking words (conjunções e locuções conjuntivas)

M
B.1. Mudanças gerais são usadas para unir duas sentenças. Algumas das mais
importantes são:
I, you he, she • after – depois que/de
we, you (plural) they • although – embora, apesar de
• and – e
me, you him, her
• as soon as – assim que
us, you (plural) them • because – porque
my, your his, her • before – antes de
• both... and – tanto... quanto
our, your (plural) their • but – mas, porém, senão, a não ser
now then • either... or – ou... ou
• however – entretanto
today that day
• neither... nor – nem... nem
tomorrow the following day • not only... but also – não só... mas também
yesterday the day before • so – portanto
• until – até
this that • when – quando
these those • nhereas – enquanto, ao passo que
• while – enquanto, embora
here there
• yet – entretanto

268
A
to arise arose arisen surgir, levantar-se
INGLÊS
to awake awoke or awaked awoken or awaked acordar
B
to be was, were been ser, estar
to bear bore born dar à luz
to bear bore borne suportar
to beat beat beaten bater, derrotar
to become became become tornar-se
to begin began begun começar
to bend bent bent curvar-se, dobrar
to bet bet bet apostar
to bind bound bound amarrar, obrigar, encadernar
to bite bit bitten morder
to bleed bled bled sangrar
O
BO O
SC
to blow blew blown soprar
M IV
to break broke broken quebrar
O S
to bring
to build
D LU brought
built
brought
built
trazer
construir
O C
N X
to burn burnt or burned burnt or burned queimar

SI O E
to burst burst burst irromper, explodir

to buy bought bought comprar
EN S
E U
C
D E
A LD
to cast cast cast atirar, fundir

to catch caught caught alcançar, pegar
EM IA
to choose chose chosen escolher

ST ER
to cling clung clung agarrar-se, apegar-se

SI AT
to come came come vir, chegar

M
to cost cost cost custar

to creep crept crept arrastar-se, engatinhar
to cut cut cut cortar
D
to deal dealt dealt lidar, tratar, negociar
to dig dug dug cavar
to do did done fazer
to draw drew drawn desenhar, puxar
to dream dreamt or dreamed dreamt or dreamed sonhar
to drink drank drunk beber
to drive drove driven dirigir, impelir
to dwell dwelt or dwelled dwelt or dwelled habitar, residir
E
to eat ate eaten comer

269
F
to fall fell fallen cair
INGLÊS
to feed fed fed alimentar
to feel felt felt sentir
to fight fought fought lutar
to find found found achar, encontrar
to flee fled fled fugir
to fling flung flung arremessar(-se), atirar(-se)
to fly flew flown voar, viajar de avião
to forbid forbade forbidden proibir
to forget forgot forgotten esquecer
to forgive forgave forgiven perdoar
to freeze froze frozen congelar
G
to get got gotten or got obter, chegar, receber
to give gave given dar
O
to go went gone ir
BO O
SC
M IV
to grind ground ground moer
O S
to grow grew grown crescer, cultivar
D LU
O C
H
N X
to hang hung or hanged hung or hanged pendurar

SI O E
to have had had ter

to hear heard heard ouvir
EN S
E U
to hide hid hidden esconder

to hit hit hit bater, atingir
D E
A LD
to hold held held segurar

to hurt hurt hurt ferir, magoar
EM IA
ST ER
K
to keep kept kept conservar, guardar
SI AT
to kneel knelt or kneeled knelt or kneeled ajoelhar-se

M
to knit knit or knitted knit or knitted tricotar

to know knew known saber, conhecer
L
to lay laid laid deitar, colocar
to lead led led levar, conduzir
to lean leant or leaned leant or leaned inclinar-se, encostar
to leap leapt or leaped leapt or leaped pular, saltar
to learn learnt or learned learnt or learned aprender
to leave left left abandonar, partir
to lend lent lent emprestar
to let let let deixar, permitir
to lie lay lain deitar-se, jazer, situar-se
to light lit or lighted lit or lighted acender
to lose lost lost perder

270
M
to make made made fazer
INGLÊS
to mean meant meant significar

to meet met met encontrar, conhecer
to mow mowed mown or mowed ceifar
P
to pay paid paid pagar
to put put put pôr
Q
to quit quit quit desistir, abandonar
R
to read read read ler
to ride rode ridden andar de carro, de bicicleta
O
to ring rang rung tocar, soar
BO O
SC
M IV
to rise rose risen levantar-se, aumentar, subir
O S
to run ran run correr
D LU
O C
S
N X
to saw sawed sawn or sawed serrar

SI O E
to say said said dizer

to see saw seen ver
EN S
E U
to seek sought sought procurar

D E
to sell sold sold vender

A LD
to send sent sent enviar

to set set set pôr, instalar
EM IA
to sew sewed sewn or sewed costurar

ST ER
to shake shook shaken sacudir, tremer

SI AT
to shed shed shed derramar, verter

M
to shine shone shone brilhar

to shoot shot shot atirar, disparar
to show showed shown or showed mostrar
to shrink shrank shrunk encolher
to shut shut shut fechar
to sing sang sung cantar
to sink sank sunk afundar
to sit sat sat sentar
to slay slew slain assassinar
to sleep slept slept dormir
to slide slid slid or slidden escorregar, deslizar
to smell smelt or smelled smelt or smelled cheirar
to sow sowed sown or sowed semear
to speak spoke spoken falar
acelerar, correr,
to speed sped or speeded sped or speeded
apressar(-se)

271
S
to spell spelt or spelled spelt or spelled soletrar
INGLÊS
to spend spent spent gastar, passar tempo
to spill spilt or spilled spilt or spilled derramar, entornar
to spin span or spun spun fiar, girar
to split split split rachar, dividir
to spread spread spread espalhar
to spring sprang sprung pular, brotar
to stand stood stood ficar em pé, suportar
to steal stole stolen roubar
to stick stuck stuck grudar, paralisar
to sting stung stung picar, ferroar
to stink stank stunk cheirar mal
to strike struck struck bater, atingir
to strive strove striven esforçar-se
to swear swore sworn jurar, praguejar
to sweat sweat or sweated sweat or sweated transpirar
O
BO O
to sweep swept swept varrer
SC
M IV
to swell swelled swollen or swelled inchar
O S
to swim swam swum nadar
to swing D LU swung swung balançar
O C
N X
T
SI O E
to take took taken levar, tirar, pegar, tomar

to teach taught taught ensinar
EN S
E U
to tear tore torn rasgar

D E
to tell told told dizer, contar

A LD
to think thought thought pensar

EM IA
to throw threw thrown jogar, lançar

ST ER
to thrust thrust thrust empurrar

SI AT
U
M
to understand understood understood entender, compreender
W
to wake woke or waked woken or waked acordar
to wear wore worn usar, vestir
to weave wove woven or weaved tecer
to wed wed wed casar(-se)
to weep wept wept lamentar, chorar
to wet wet or wetted wet or wetted molhar(-se)
to win won won vencer, ganhar
to wind wound wound dar corda, enrolar
to withdraw withdrew withdrawn retirar(-se)
to write wrote written escrever

272
ANOTAÇÕES
INGLÊS
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
ESPANHOL
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Pronombres personales sujeto�� 275 I. Presente de subjuntivo�� 282
A. Tratamiento formal e informal�� 275 J. Pretérito imperfecto de subjuntivo�� 284
SUMÁRIO
2. Verbos �� 275 K. Pretérito pluscuamperfecto de
A. Presente de indicativo�� 275 subjuntivo�� 284
B. Pretérito perfecto de indicativo�� 277 L. Pretérito perfecto de subjuntivo�� 285
C. Pretérito indefinido de indicativo�� 277 M. Modo imperativo �� 285
D. Pretérito imperfecto de indicativo�� 279 3. Pronombres personales complemento�� 286
E. Pretérito pluscuamperfecto de indicativo 4. Estilo indirecto�� 286
�� 280 5. Preposiciones�� 288
F. Futuro imperfecto de indicativo�� 280 6. Conjunciones�� 289
G. Futuro perfecto de indicativo�� 281 7. Muy y mucho �� 289
H. Condicional�� 281 A. Apócopes�� 289
O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

275
1. Pronombres personales sujeto a. tú/vosotros – en relaciones menos formales o de con-

Definición general: palabras variables que sustituyen fianza. Nótese que el pronombre “ustedes” puede ser
ESPANHOL
sustantivos propios o comunes y, de alguna manera, partici- usado en contextos formales (España) o en contextos
pan del discurso. informales (en Latinoamérica, como no se usa “voso-
Las personas del discurso son tres: tros/vosotras”, se usa “ustedes” en ambos los contex-
a. primera persona – la que habla; tos, es decir, formal e informal).
Leo muchos libros. (yo) b. usted/tú/ustedes/vosotros/vosotras – en las relacio-
Ya fuimos a España. (nosotros/nosotras) nes más formales, sobre todo si nos dirigimos a perso-
b. segunda persona – con quien se habla; nas desconocidas o mayores. Es bastante común el
¿Hablas español? (tú) uso explícito del pronombre usted, principalmente en
¿Conocéis la historia de la lengua española? (voso- las frases interrogativas.
tros/vosotras) Otra manera de tratamiento informal: el voseo – uso del
c. tercera persona – de que/quien se habla; pronombre vos en lugar de tú. Según la Real Academia Es-
Rafael escribió un correo a mi hermana. (él/ella) pañola (RAE), el voseo se da en Argentina, Bolivia, Costa Rica,
Fueron a un concierto en la capital. (ellos/ellas) El Salvador, Nicaragua, Uruguay, Paraguay y Venezuela.
Son variables, pues presentan flexión de género (mascu- Para acompañar al pronombre vos, el verbo sufre algunos
lino, femenino y neutro) y de número (singular y plural). cambios. Ejemplos:
Tenés un hijo muy educado. (tienes un hijo muy educado.)
Pronombre sujeto Vos sois mi amigo. (Tú eres mi amigo.)
1a persona yo 2. Verbos
O
BO O
SC
Singular 2a persona tú A. Presente de indicativo
M IV
Usos
O S
3a persona él/ella/usted • Para expresar verdades universales y condiciones fre-
D LU cuentes o permanentes.
O C
1a persona nosotros/nosotras Ejemplos:
N X
La Tierra gira alrededor del Sol.

SI O E
Plural 2a persona vosotros/vosotras Marisol es una mujer muy inteligente.

• Para relatar hechos y situaciones habituales.
3a persona ellos/ellas/ustedes Ejemplo:
EN S
E U
Cada lunes estudia español.

• Para expresar una acción que se realiza en el momento
D E
No aparecen en todos los enunciados, pues las formas que se habla.

A LD
verbales indican claramente las personas del discurso. Ejemplo:

¿A qué hora te despiertas? (tú) Te veo un poco nervioso.
EM IA
Siéntense, por favor. (ustedes) • Para indicar el tiempo que lleva sucediendo una acción.
ST ER
Ejemplo:
Deben estar explícitos cuando: Juega al fútbol desde hace nueve años.
SI AT
a. el hablante desea enfatizar la persona o evitar un • Para expresar acciones futuras (sólo con expresiones
M
equívoco o ambigüedad; de tiempo).

Tú vas a entregarle estos libros. (Enfatizar el suje- Ejemplo:
to – tú.) El próximo fin de semana su hermano participa en un
Nunca había notado yo lo importante que ella era para campeonato.
mí. (Evitar ambigüedad.) • Para dar más vida a un relato (presente histórico).
Ejemplo:
b. hay elipsis del verbo. Colón llega a América en 1492.
Nosotros estudiamos español y ellos, alemán.
A.1. Verbos regulares
Aparecen pospuestos a los verbos normalmente en las Son los que presentan radical invariable y terminaciones
siguientes situaciones: que siguen los modelos de la conjugación a que pertenecen,
a. con algunos adverbios; en todos los tiempos, modos y personas.
Quizá vengan ellas. Ejemplos:
b. en diálogos en estilo directo;
CEN- AR BEB- ER SUB- IR
— La sal. – dijo ella.
1a 2a 3a
c. con las formas de imperativo afirmativo.
conjugación conjugación conjugación
Léelo tú.
Yo ceno bebo subo
A. Tratamiento formal e informal Tú cenas bebes subes
En español, se puede elegir entre las siguientes formas para
referirse al destinatario, de acuerdo al contexto de comunicación: Él/ella/usted cena bebe sube

276
Nosotros/ cenamos bebemos subimos Doble irregularidad: vocálica y consonántica

nosotras
ESPANHOL
Vosotros/ cenáis bebéis subís TENER VENIR DECIR OÍR

vosotras
Ellos/ellas/
tengo vengo digo oigo
ustedes cenan beben suben
tienes vienes dices oyes
A.2. Verbos irregulares
tiene viene dice oye
Son los que presentan alteraciones en su radical o en su
terminación, o en los dos. Hay verbos que sufren irregulari- tenemos venimos decimos oímos
dades vocálicas, otros sufren irregularidades consonánticas
y otros, la doble irregularidad. tenéis venís decís oís
Ejemplos: tienen vienen dicen oyen
Irregularidades vocálicas
E > IE O > UE U > UE E>I A.3. Presente continuo
Uso: para describir una acción que está sucediendo en el
EMPEZAR PODER JUGAR PEDIR momento de hablar.
empiezo puedo juego pido Formación: verbo estar + gerundio del verbo principal.
empiezas puedes juegas pides
O
GERUNDIO del
BO O
ESTAR
SC
empieza puede juega pide verbo principal
M IV
O S
empezamos podemos jugamos pedimos Yo estoy cantando
empezáis podéis D LU
jugáis pedís Tú estás bebiendo
O C
empiezan pueden juegan piden
N X
Él/ella/usted está viviendo

SI O E
Verbos con la misma irregularidad de empezar: cerrar, Nosotros/nosotras estamos leyendo

pensar, querer, entender, preferir, mentir, sentir, despertar,
EN S
Vosotros/vosotras estáis
E U
perder, defender, ascender.

Verbos con la misma irregularidad de poder y jugar: con- Ellos/ellas/ustedes están
D E
tar, recordar, encontrar, soler, volver, morder, morir, dormir.

A LD
Verbos con la misma irregularidad de pedir: repetir, se-

guir, servir, corregir, elegir, despedir. Formación del gerundio: raíz del verbo + terminación
EM IA
(-ando, -iendo o -yendo)

ST ER
Irregularidades consonánticas en la Irregularidades en la formación del gerundio:

primera persona de singular • Verbos que terminan en -ir
SI AT
A > AIG C>G N > NG L > LG C > ZC

M
Servir Sirviendo
TRAER HACER PONER SALIR NACER TRADUCIR Venir Viniendo
traigo hago pongo salgo nazco traduzco Seguir Siguiendo

Pedir Pidiendo
traes haces pones sales naces traduces
Decir Diciendo
trae hace pone sale nace traduce Dormir Durmiendo
Morir Muriendo
traemos hacemos ponemos salimos nacemos traducimos
traéis hacéis ponéis salís nacéis traducís • Verbos con gerundio en -yendo.
traen hacen ponen salen nacen traducen Leer Leyendo

Traer Trayendo
La irregularidad de los verbos nacer y traducir ocurre en Caer Cayendo
verbos terminados en acer/ecer/ocer/ucir. Ejemplos: mere- Creer Creyendo
cer, reconocer, reproducir. Fíjate: los verbos hacer, traer, po-
ner y salir no siguen esta irregularidad, pero su irregularidad Ir Yendo
solo afecta la primera persona.

277
Oír Oyendo hablante, no ha terminado; para expresar una acción pasada

Influir Influyendo que tiene relación con el presente. Es un tiempo que se utiliza
ESPANHOL
solamente en el español de España. En el español de América,
Huir Huyendo se prefiere utilizar en estos casos el pretérito indefinido.
Marcadores o expresiones de tiempo generalmente usa-
A.4. Verbos reflexivos das con el pretérito perfecto: hoy, esta mañana, esta tarde,
Definición general: son los que indican que el sujeto esta semana, este mes, este año, estas vacaciones, este ve-
de la frase lleva a cabo la acción del verbo y a la vez recibe rano, ya, todavía no, alguna vez, varias veces, siempre, nun-
la misma acción. ca, jamás etc.
Ejemplos típicos: verbos que se refieren a nuestras ruti-
nas diarias, como “levantarse”, “ducharse” y “acostarse”. Ejemplos:
Son conjugados con los pronombres reflexivos (me, te, se, Hoy no he leído el periódico.
nos, os, se) y, en infinitivo, están siempre acompañados del pro- Esta mañana he ido a casa de mi abuelita.
nombre se, formando una palabra: vestirse, afeitarse, bañarse etc. Todavía no he estudiado para el concurso.
Obs.: También se puede usar el pretérito perfecto sin mar-

levantarse ducharse acostarse
cadores temporales.
Yo Me levanto Me ducho Me acuesto
Ejemplo:
No he hecho las actividades.
Tú Te levantas Te duchas Te acuestas
O
Formación: verbo haber en presente de indicativo + parti-
BO O
SC
cipio del verbo principal
M IV
Él/ella/usted Se levanta Se ducha Se acuesta
O S
Nosotros/ Nos Nos Nos Forma – Pretérito perfecto
nosotras levantamos duchamosD LU acostamos Yo he
O C
Vosotros/ Tú has
N X
vosotras Os levantáis Os ducháis Os acostáis

SI O E
Él/ella/usted ha (participio)
Ellos/ellas/ cantado
Se levantan Se duchan Se acuestan Nosotros/nosotras hemos
ustedes + bebido
EN S
Vosotros/vosotras habéis
E U
vivido
A.5. Verbo gustar Ellos/ellas/
D E
Para expresar gustos y preferencias, podemos utilizar va- han

A LD
ustedes
rios verbos, entre ellos el verbo gustar.
EM IA
Verbo gustar Participios irregulares

ST ER
(a mí) Me gusta la ensalada de tomates. abrir: abierto

SI AT
Me gustan los quesos. decir: dicho

(a ti) Te gusta el pescado. hacer: hecho
M
Te gustan las frutas. romper: roto

morir: muerto
(a él/ a ella/ a usted) Le gusta el café. escribir: escrito
Le gustan los vinos blancos. poner: puesto
(a nosotros/ a Nos gusta la uva. volver: vuelto
nosotras) Nos gustan las frutas. ver: visto
cubrir: cubierto
(a vosotros/ a Os gusta la naranja.
vosotras) Os gustan las hortalizas.
(a ellos/ a ellas/ a Les gusta la pera. C. Pretérito indefinido de indicativo
ustedes) Les gustan los quesos. Usos
• Para expresar una acción pasada y terminada en el
Negación: No me gusta la carne. tiempo.
Ayer fui al cine.
Otros verbos que se construyen con un pronombre que El verano pasado no viajé.
funciona como complemento indirecto: “encantar”, “dar
igual”, “fascinar” y “molestar”. • Cuando se habla de un momento o fecha determinada.
Hace un año estuve en Chile.
B. Pretérito perfecto de indicativo El día 15 de febrero estuvimos en Buenos Aires.
Usos: para expresar una acción empezada en el pasado y
que se prolonga en el presente o hasta un tiempo que, para el • Biografías.

278
Marcadores temporales usados con el pretérito indefinido

Ayer, anteayer El año El lunes un día
ESPANHOL
El día 20 de mayo El fin de semana El martes una semana

En 1991 El viernes El miércoles un mes
pasado
En el mes de ... El mes El jueves Hace un año
En enero, en febrero, El verano, el otoño, El viernes una década
… el invierno
Entre octubre y La semana pasada
El sábado, el domingo un siglo
diciembre
Formación – verbos regulares
Formas regulares -ar trabajar Formas regulares -er comer Formas regulares -ir escribir
yo trabajé comí escribí
tú trabajaste comiste escribiste
él, ella, usted trabajó comió escribió
nosotros/nosotras trabajamos comimos escribimos
O
vosotros/vosotras trabajasteis comisteis escribisteis
BO O
SC
ellos/ellas, ustedes trabajaron comieron escribieron
M IV
O S
Formación – verbos irregulares
D LU
O C
Formas irregulares
N X
estar hacer poder saber tener

SI O E
yo
estuve hice pude supe tuve
EN S
tú
estuviste hiciste pudiste supiste tuviste
E U
él, ella, usted

estuvo hizo pudo supo tuvo
D E
nosotros/nosotras
estuvimos hicimos pudimos supimos tuvimos
A LD
vosotros/vosotras estuvisteis hicisteis pudisteis supisteis tuvisteis

ellos/ellas, estuvieron hicieron pudieron supieron tuvieron
EM IA
ustedes
ST ER
SI AT
caber querer venir ver

M
yo cupe quise vine vi

tú cupiste quisiste viniste viste
él, ella, usted cupo quiso vino vio
nosotros/nosotras cupimos quisimos vinimos vimos
vosotros/vosotras cupisteis quisisteis vinisteis visteis
ellos/ellas, ustedes cupieron quisieron vinieron vieron
ir/ser oír andar poner dar
yo
tú fui oí anduve puse di
fuiste oíste anduviste pusiste diste
él, ella, usted
fue oyó anduvo puso dio
nosotros/nosotras
fuimos oímos anduvimos pusimos dimos
vosotros/vosotras fuisteis oísteis anduvisteis pusisteis disteis
ellos/ellas, fueron oyeron anduvieron pusieron dieron
ustedes

279
Fíjate: los verbos ir y ser tienen la misma forma en pre- C > QU

térito indefinido. APARCAR
ESPANHOL
Ejemplos de irregularidades con cambio vocálico y/o con-
yo aparqué
sonántico:
tú aparcaste
E>I él, ella, usted aparcó
MEDIR nosotros/nosotras aparcamos
vosotros /vosotras aparcasteis
yo medí ellos/ellas, ustedes aparcaron
tú mediste
él, ella, usted midió Ídem: buscar, colocar, comunicar, chocar, explicar, fabricar,
nosotros/nosotras medimos indicar, pescar, practicar, sacar, tocar
vosotros /vosotras medisteis
ellos/ellas, ustedes midieron G > GU
Ídem: mentir, pedir, repetir, seguir, servir APAGAR
yo apagué
tú apagaste
O>U
él, ella, usted apagó
DORMIR
nosotros/nosotras apagamos
yo dormí vosotros /vosotras apagasteis
tú dormiste ellos/ellas, ustedes apagaron
O
él, ella, usted durmió
BO O
Ídem: jugar, llegar, pagar, tragar
SC
nosotros/nosotras dormimos
M IV
vosotros /vosotras dormisteis
O S
ellos/ellas, ustedes durmieron Acuérdate: el verbo haber, para expresar existencia, solo
Ídem: morir
D LU se utiliza en la tercera persona del singular.
O C
N X
Ejemplos:
SI O E
I>Y Hubo un festival en mi ciudad. (pretérito indefinido de

CONSTRUIR indicativo)
EN S
yo construí
E U
Hay una carnicería en mi calle. (presente de indicativo)

tú construiste
D E
él, ella, usted construyó

A LD
nosotros/nosotras construimos Importante

vosotros /vosotras construisteis 01. Podemos usar el pretérito perfecto con valor emocional
EM IA
ellos/ellas, ustedes construyeron con marcadores temporales de indefinido. Así, se acercan

ST ER
Ídem: concluir, huir, sustituir, oír al presente del hablante los hechos pasados que quiere
expresar.
SI AT
Ejemplos:
I>Y Mi perro ha muerto hace dos meses.
M
CAER Hace cinco años he terminado la carrera.

yo caí 02. Podemos utilizar el pretérito indefinido con marcado-
tú caíste res temporales del pretérito perfecto con el objetivo de ale-
él, ella, usted cayó jar un acontecimiento.
nosotros/nosotras caímos Ejemplos:
vosotros /vosotras caísteis Este año viajé a Chile.
ellos/ellas, ustedes cayeron Esta tarde hablé con Ana.
Ídem: leer
D. Pretérito imperfecto de indicativo
E > I; C > J; I > E
Usos:
DECIR
• Para expresar una acción que se repite en el pasado.
yo dije Ejemplo:
tú dijiste Siempre jugábamos en este parque.
él, ella, usted dijo
nosotros/nosotras dijimos • Para hacer descripciones en el pasado.
vosotros /vosotras dijisteis Ejemplos:
ellos/ellas, ustedes dijeron Llevaba un vestido rojo.
Cuando era joven tenía el pelo rubio.
Ídem: conducir, seducir, traducir, producir

280
• Para expresar una acción empezada y no acabada, inter- Ejemplos:

rumpida, cortada por otra acción (pretérito indefinido). Cuando llegué, ya habían salido todos.
ESPANHOL
Ejemplo: Cuando Gabriela llegó, la clase ya había empezado.

Hacía los ejercicios cuando me llamó Pedro.
Formación: verbo haber en pretérito imperfecto de indi-
(imperfecto) (indefinido) cativo + participio del verbo principal
• Para decir, en tiempo pasado, las horas y la edad.
Ejemplos: Forma – Pretérito pluscuamperfecto
Eran las ocho de la mañana y tú estabas en la escuela. Yo había
Cuando tenía 17 años empecé mis estudios de filología.
• Para describir los contextos y las situaciones. Tú habías
Ejemplo: (participio)
Él/ella/usted había
Era sábado y hacía un día estupendo, por eso nos fuimos cantado
al parque. Nosotros/nosotras habíamos bebido
vivido
Vosotros/vosotras habíais
Ellos/ellas/ustedes habían
Verbos regulares en pretérito imperfecto
CEN-AR BEB-ER SUB-IR
Acuérdate: participios irregulares
1 conjugación
a
2 conjugación
a
3 conjugación
a abrir: abierto
decir: dicho
O
hacer: hecho
BO O
Yo cenaba bebía subía
romper: roto
SC
M IV
morir: muerto
Tú cenabas bebías subías
O S
escribir: escrito
poner: puesto
Él/ella/
cenaba bebía
D LU subía
volver: vuelto
O C
usted ver: visto
cubrir: cubierto
N X
Nosotros/
SI O E
cenabamos bebíamos subíamos

nosotras F. Futuro imperfecto de indicativo
Vosotros/ Usos
EN S
cenabáis bebíais subíais

E U
vosotras • Para hablar de acciones futuras.

Ejemplo:
D E
Ellos/ellas/
cenaban bebían subían Mañana viajaremos a Bilbao.
A LD
ustedes
• Para hacer predicciones.
EM IA
Formación – verbos irregulares Ejemplo:

ST ER
El domingo lloverá mucho.

Verbos irregulares en pretérito imperfecto
SI AT
• Para expresar hipótesis o algo que es probable o posible

SER VER IR
M
en el presente.
Ejemplo:
Yo era veía iba
Esos pantalones valdrán 45€.
Tú eras veías ibas
• Para hablar de hechos del pasado como si fueran poste-
Él/ella/ riores al momento de hablar (futuro histórico).
era veía iba
usted Ejemplo:
Pablo Picasso morirá en Francia.
Nosotros/
éramos veíamos íbamos
nosotras
Vosotros/
erais veíais ibais
vosotras Formas regulares -ar
Ellos/ellas/ trabajar
eran veían iban
ustedes yo trabajaré
tú trabajarás
él, ella, usted trabajarÁ
E. Pretérito pluscuamperfecto de indicativo nosotros /nosotras trabajaremos
Uso: para referirnos a circunstancias y acciones del pa- vosotros /vosotras trabajaréis
sado anteriores a otro hecho o acontecimiento en el pasado o ellos, ellas, ustedes. trabajarán
describirlas y explicarlas.

281
Verbos regulares -er Ejemplo:

comer Cuando llegues a casa ya habré terminado mi trabajo.
ESPANHOL
yo comeré Formación: verbo haber en el futuro imperfecto de indica-
tú comerás tivo + participio del verbo principal
él, ella, usted comerá
nosotros /nosotras comeremos Forma – Futuro perfecto de indicativo
vosotros /vosotras comeréis
ellos, ellas, ustedes. comerán Yo habré (participio)
Tú habrás cantado
bebido
Verbos regulares -ir Él/ella/usted habrá vivido
escribir Nosotros/nosotras habremos
yo escribiré Vosotros/vosotras habréis
tú escribirás
él, ella, usted escribirá Ellos/ellas/ustedes habrán
nosotros /nosotras escribiremos
vosotros /vosotras escribiréis Acuérdate:
ellos, ellas, ustedes. escribirán participios irregulares
abrir: abierto
Formación – verbos irregulares decir: dicho
O
BO O
hacer: hecho
SC
M IV
romper: roto
Verbos irregulares en el futuro imperfecto de indicativo
morir: muerto
O S
Caber
Decir
D LU
cabr-
dir-
escribir: escrito
poner: puesto
O C
Haber habr- volver: vuelto
N X
Hacer har- ver: visto

SI O E
Poder podr- cubrir: cubierto

Poner pondr-
EN S
Querer querr-
H. Condicional
E U
Saber sabr-
Tener tendr- Usos
D E
Valer valdr- • Para expresar acciones futuras y posibles en relación

A LD
Venir vendr-
con hechos o situaciones anteriores.
Ejemplo:
EM IA
A estos verbos debemos añadir las terminaciones indica- Nunca imaginó que aprobaría el examen.
ST ER
tivas de futuro:
• Para expresar deseo, consejos, dudas y cortesía.
SI AT
Ejemplos:
Terminaciones – Futuro imperfecto de indicativo
M
Me gustaría hacer deporte.

¿Por favor, podría decirme donde está la estación?
yo -é
tú -ás Formación – verbos regulares: igual que en futuro imper-
él, ella, usted -á fecto de indicativo, conjugamos los verbos en condicional aña-
nosotros /nosotras -emos diendo las terminaciones de cada persona al infinitivo.
vosotros /vosotras -éis
ellos, ellas, ustedes. -án
Forma – Condicional
Ejemplos: Yo cantaría bebería partiría

Juan está triste. Tendrá algún problema. Tú cantarías beberías partirías
Sabremos los resultados el próximo día 10. él, ella,
cantaría bebería partiría
usted
G. Futuro perfecto de indicativo
Uso nosotros /
cantaríamos beberíamos partiríamos
• Para expresar acciones futuras y terminadas, anterio- nosotras
res a otras acciones futuras. vosotros /
cantaríais beberíais partiríais
Ejemplo: vosotras
¿No habrás tirado la carta? ellos, ellas,
• Para expresar probabilidad, conjetura en relación a cantarían beberían partirían
ustedes.
tiempo pasado o futuro.

282
Formación – verbos irregulares: los verbos que son irre-

gulares en futuro imperfecto lo son también en condicional. Verbos como pensar, creer y parecer y perífrasis como
ESPANHOL
“está claro que” y “es obvio que” utilizan los tiempos del
Cabría, cabrías, cabría, indicativo.
Caber cabríamos, cabríais, Ejemplos:
cabrían Creo que ellos enviarán el mensaje.
Decir Diría, … Es cierto que estarán de vacaciones en enero.
Haber Habría, …
• Para expresar la réplica a una objeción, con el uso de
Hacer Haría, …
aunque. Si la objeción se refiere a un acontecimiento
Poder Podría, … situado en el futuro, la réplica será únicamente en pre-
Poner Pondría, … sente de subjuntivo. Si se refiere a un acontecimiento
presente, puede utilizarse tanto subjuntivo como in-
Querer Querría, … dicativo.
Reponer Repondría, … Ejemplo I: acontecimiento futuro
a. Mañana voy a caminar en la Quinta de los Molinos.
Saber Sabría, … b. El pronóstico afirma que lloverá.
Salir Saldría,… c. Aunque llueva iré igual.
Ejemplo II: acontecimiento presente
Tener Tendría,… a. Hoy voy a caminar en la Quinta de los Molinos.
O
Valer Valdría, … b. Pero, ¡está lloviendo!
BO O
SC
c. Aunque llueva (llueve) iré igual.
M IV
Venir Vendría, …
O S
I. Presente de subjuntivo D LU
O C
Modo subjuntivo: presenta un tiempo presente y tres tiem- Formas regulares -ar
N X
pos pretéritos (perfecto, imperfecto y pluscuamperfecto). trabajar

SI O E
yo trabaje
Usos del presente de subjuntivo
• Para expresar probabilidad o hipótesis – quizá(s), tal tú trabajes
EN S
él, ella, usted trabaje

E U
vez, posiblemente y probablemente etc.

Quizá estudiemos por la tarde. nosotros/nosotras trabajemos
D E
Tal vez lleguéis a tiempo. vosotros/vosotras trabajéis

A LD
• Para expresar deseo. ellos/ellas, ustedes trabajen

Ojalá haga buen tiempo en la playa.
EM IA
Que te mejores. Formas regulares -er

ST ER
• Para expresar sentimientos (sorpresa, preocupación, comer

pena, tristeza, alegría) – ¡Qué raro/extraño que …!; Me
SI AT
yo coma
extraña que…; ¡Qué lástima/pena que…!; Es una lás-
tú comas
M
tima/pena que…
él, ella, usted coma
No me extraña que algunos ciudadanos tengan la per-
cepción de que sí hay crisis. nosotros/nosotras comamos
• Para expresar permisos y ofrecimientos. vosotros/vosotras comáis
¿Pepe, te importa (a ti) que (yo) me retire un poco an- ellos/ellas, ustedes coman
tes el próximo viernes?
¿(Vosotros) Queréis que (yo) vaya a sacar las entra- Formas regulares -ir
das del concierto de El canto del loco? escribir
• Para dar consejos.
yo escriba
Te aconsejo que estudies más.
• Para expresar juicio de valor y obligación personal. tú escribas
Es absurdo que lo pienses así. él, ella, usted escriba
Es importante que terminemos el proyecto hoy. nosotros/nosotras escribamos
Es probable que lea el libro esta semana. vosotros/vosotras escribáis
Hace falta que lo traigas esta semana. ellos/ellas, ustedes escriban
• Para expresar opiniones y evidencias: con las formas
negativas no creo que, no me parece que, no está cla- Las terminaciones usadas en los verbos de segunda y
ro que, no es obvio que. tercera conjugación (-er, -ir) son las mismas.
No creo que sigáis en el mismo trabajo. Formación – verbos irregulares
No me parece que estés tan mal. • Irregularidad consonántica

283
Los verbos con irregularidad consonántica en el presente de indicativo presentan la misma irregularidad en presente de
subjuntivo, aunque en este caso se extiende a todas las personas.
ESPANHOL
Verbos con irregularidad en el presente de indicativo
SALIR PONER HACER
yo salgo pongo hago
tú sales pones haces
él, ella, usted sale pone hace
nosotros/nosotras salimos ponemos hacemos
vosotros/vosotras salís ponéis hacéis
ellos/ellas, ustedes salen ponen hacen
Verbos con irregularidad en el presente de subjuntivo

SALIR PONER HACER
yo salga ponga haga
tú salgas pongas hagas
él, ella, usted salga ponga haga
nosotros/nosotras salgamos pongamos hagamos
O
BO O
vosotros/vosotras salgáis pongáis hagáis
SC
M IV
ellos/ellas, ustedes salgan pongan hagan
O S
D LU
Algunos verbos con irregularidades consonánticas: tener, traducir, traer, venir, decir, oír y conocer.
O C
• Irregularidad vocálica
N X
Los verbos con irregularidad vocálica en el presente de indicativo tienen, en general, las mismas irregularidades en pre-
SI O E
sente de subjuntivo.
a. E > IE, O > UE, U > UE
EN S
E U
Verbos con irregularidad en el presente de subjuntivo

D E
cerrar jugar entender morder

A LD
yo cierre juegue entienda muerda

tú cierres juegues entiendas muerdas
EM IA
él, ella, usted cierre juegue entienda muerda

ST ER
nosotros/nosotras cerremos juguemos entendamos mordamos

vosotros/vosotras cerréis juguéis entendáis mordáis
SI AT
ellos/ellas, ustedes cierren jueguen entiendan muerdan

M
Fíjate: la 1a y 2a personas del plural no sufren diptongación.
Verbos con la misma irregularidad de cerrar: acertar, apretar, atravesar, calentar, comenzar, concertar, despertar, empezar,
encerrar, gobernar, manifestar, merendar, negar, pensar, recomendar, regar, sentar, temblar, tropezar, etc.
Verbos con la misma irregularidad de entender: ascender, defender, encender, extender, perder, querer, etc.
Verbos con la misma irregularidad de morder: conmover, disolver, poder, resolver, volver etc.
b. Algunos verbos presentan más irregularidades vocálicas que el presente de indicativo. La irregularidad se presenta tam-
bién en la 1a y 2a personas del plural.
• Verbos que sufren el cambio de E > I en la 1a y 2a personas del plural y, en el resto de las personas, el cambio E > IE.
MENTIR DIVERTIR
mienta divierta
mientas diviertas
mienta divierta
mintamos divirtamos
mintáis divirtáis
mientan diviertan

284
Verbos con la misma irregularidad de mentir y divertir: PRETÉRITO PRETÉRITO

convertir, herir, hervir, invertir, preferir, sentir etc. VERBOS INDEFINIDO DE IMPERFECTO DE
ESPANHOL
• Verbos que sufren el cambio O > U en la 1a y 2a perso- INDICATIVO SUBJUNTIVO

nas del plural y, en el resto de las personas, el cambio
hablar hablaron hablara/hablase
O > UE. Los dos verbos más significativos de este gru-
po son dormir y morir. hacer hicieron hiciera/hiciese
ir/ser fueron fuera/fuese
DORMIR MORIR
duerma muera poner pusieron pusiera/pusiese
duermas mueras traer trajeron trajera/trajese
duerma muera
durmamos muramos Forma – Pretérito imperfecto de subjuntivo
durmáis muráis AMAR
duerman mueran
amara amase
amaras amases
c. Verbos que transforman E > I en todas las personas: amara amase
competir, conseguir, corregir, despedir, elegir, freír, amáramos amásemos
impedir, perseguir, reír, reñir, repetir, seguir, sonreír, amarais amaseis
vestir etc. amaran amasen
O
BO O
SC
PEDIR COMPETIR BEBER
M IV
pida compita
O S
bebiera bebiese
pidas D LU
compitas bebieras
bebiera
bebieses
bebiese
O C
pida compita
N X
bebiéramos bebiésemos
pidamos compitamos
SI O E
bebierais bebieseis
pidáis compitáis bebieran bebiesen
EN S
pidan compitan
E U
VIVIR
D E
J. Pretérito imperfecto de subjuntivo viviera viviese

A LD
Usos: son paralelos a los del presente de subjuntivo en la vivieras vivieses

mayoría de los contextos.
EM IA
viviera viviese
• Para expresar deseos.
ST ER
viviéramos viviésemos
Quisiera que me comprendieras/comprendieses.
Me gustaría que me dieras/dieses un regalo. vivierais vivieseis
SI AT
vivieran viviesen
M
• Para expresar sentimientos o reacción ante un aconte-

cimiento que se refiere al pasado.
A: ¿Sabes que el mes pasado la carne estuvo
más barata? Los verbos que presentan irregularidades en pretérito
B: Pues me extraña que estuviera/estuviese tan bara- indefinido de indicativo las presentarán también en pretéri-
ta. Esa carnicería es muy carera. to imperfecto de subjuntivo.
Acuérdate de algunos verbos irregulares: ir, ser, poner,
• Para expresar cortesías en situaciones muy formales. traer, hacer, caer, estar, poder, saber, tener, venir, ver, oír, an-
Quisiera hablar con el juez. dar, decir.
K. Pretérito pluscuamperfecto de subjuntivo
• Para formular hipótesis que el hablante considera re- Usos
motas, empleando el operador “si”. • En oraciones condicionales que indican cumplimiento
Si me dieras/dieses un beso, ganaría el cielo. imposible.
Si hubiéramos estudiado más, habríamos hecho un
Formación: hay dos modelos de terminación para este buen examen.
tiempo verbal, que se forma teniendo en cuenta la tercera per- • En oraciones exclamativas, el pluscuamperfecto de sub-
sona del plural del pretérito indefinido de indicativo: se elimi- juntivo se refiere a acciones de cumplimiento imposible.
na la terminación –ron, y se añaden las demás desinencias ¡Ojalá no hubiera hablado tanto en la reunión! (Pero hablé.)
personales del imperfecto de subjuntivo.
Formación: verbo haber en pretérito imperfecto de sub-
juntivo + participio del verbo principal

285
Forma – Pretérito pluscuamperfecto de subjuntivo liar o de tuteo. No se justifica un imperativo de tercera perso-
na como hable (él) / hablen (ellos), pues en el acto comuni-
Yo Hubiera o hubiese
ESPANHOL
cativo las órdenes las da un hablante a un oyente o a unos
Tú Hubieras o hubieses oyentes y no a terceras personas.
Él/ella/usted Hubieras o hubiese
(participio) M.1. Imperativo afirmativo
Nosotros/ Hubiéramos o cantado • Verbos regulares
nosotras hubiésemos bebido
Vosotros/ Hubiéramos o vivido TOM-AR BEB-ER SUB-IR
vosotras hubiéseis
tú Tom-a Beb-e Sub-e
Ellos/ellas/
Hubieran o hubiesen
ustedes usted Tom-e Beb-a Sub-a
vosotros/ Tom-ad Beb-ed Sub-id
Acuérdate: vosotras
Participios irregulares ustedes Tom-en Beb-an Sub-an
abrir: abierto
decir: dicho Ejemplos:
hacer: hecho Cómelo todo.
romper: roto Tomad la leche.
O
morir: muerto
BO O
SC
• Verbos irregulares
M IV
escribir: escrito
poner: puesto
O S
volver: vuelto
ver: visto
D LU tú
pon
usted
ponga
ustedes
pongan
O C
poner
cubrir: cubierto
N X
venir ven venga vengan

SI O E
L. Pretérito perfecto de subjuntivo tener ten tenga tengan

Usos: después de un verbo principal en presente, futuro
EN S
decir di diga digan

E U
o pretérito perfecto de indicativo que requiere un subjuntivo

hacer haz haga hagan
en la subordinada, utilizamos el pretérito perfecto de subjun-
D E
tivo para expresar un pasado. salir sal salga salgan

A LD
Ejemplos: ser sé sea sean

Me ha dado pena que no hayas venido.
EM IA
ir ve vaya vayan
Esperamos que no les haya pasado nada.
ST ER
Formación: verbo haber en presente de subjuntivo + par- cerrar cierra cierre cierren
ticipio del verbo principal.
SI AT
pedir pide pida pidan

M
Forma – Pretérito perfecto de subjuntivo dormir duerme duerma duerman

Yo haya
Ejemplos:
Tú hayas
Di siempre la verdad.
Él/ella/usted haya + Participio (participio) Haz la ensalada.
cantado Ponga más sal en el arroz.
Nosotros/nosotras hayamos bebido
vivido El imperativo afirmativo con vosotros /vosotras se hace
Vosotros/vosotras hayáis sustituyendo la -r final de los infinitivos por la -d.
Ellos/ellas/ hayan
ustedes Ejemplos:
Poned vuestros libros en la mesa.
Haced los textos.
Acuérdate: no se puede introducir ninguna palabra entre
M.2. Imperativo negativo
las dos partes del pretérito perfecto. Los pronombres se
• Verbos regulares
colocan antes del verbo auxiliar.
TOM-AR BEB-ER SUB-IR

M. Modo imperativo
Usos: expresa mandato, orden, ruego o consejo. Presenta tú no tomes no bebas no subas
desinencias propias y corresponde con el tratamiento fami-

286
usted no tome no beba no suba

Complemento directo con preposición
ESPANHOL
vosotros/ no toméis no bebáis no subáis Normalmente, los complementos directos de persona

vosotras (o cosa personificada) son precedidos de preposición.
ustedes no tomen no beban no suban Ejemplos:
Conocí a su mujer este fin de semana.
Llama a tu mamá.
Ejemplos:
No tomes tanto refresco.
No compre usted los libros. Pronombres personales complemento indirecto: me, te,
le (se), nos, os y les (se).
• Verbos irregulares
Tendencia importante en el sistema pronominal español:
vosotros/ el uso de una forma átona de pronombre complemento indi-
tú usted ustedes
vosotras recto incluso cuando este está explícito en la oración. Su au-
sencia no es incorrecta pero sí anómala.
poner no pongas no pongáis no ponga no pongan
venir no vengas no vengáis no venga no vengan Ejemplo:
Le he comprado esta blusa a mi hija.
tener no tengas no tengáis no tenga no tengan He comprado esta blusa a mi hija. (suena raro)
decir no digas no digáis no diga no digan Orden de los pronombres átonos en la oración:
O
BO O
SC
hacer no hagas no hagáis no haga no hagan • CI + CD
M IV
Ejemplos:
O S
salir no salgas no salgáis no salga no salgan Compré un cuaderno para ti. Te lo compré.
ser no seas no seáis D LU
no sea no sean (CD) (CI) (CI) (CD)
O C
no vayas no vayáis no vaya no vayan
N X
ir
SI O E
El abuelo dió el coche a Juan.

cerrar no cierres no cerréis no cierre no cierren
El abuelo le lo dió a Juan.
El abuelo se lo dió a Juan.
EN S
pedir no pidas no pidáis no pida no pidan

E U
dormir no duermas no durmáis no duerma no duerman No se admiten lo grupos “le la(s)”, “le lo(s)”, “les la(s)” y
D E
“les lo(s)”. Las formas le y les son sustituidas por se.

A LD
Ejemplos:
No vengáis a comer en casa el sábado, pues estaremos • Verbo conjugado en indicativo o subjuntivo: las for-
EM IA
viajando. mas átonas del pronombre complemento van antes

ST ER
No sirva la comida todavía. del verbo.

Ejemplo:
SI AT
3. Pronombres personales complemento Me lo entregaron ayer.

M
Pronombres personales complemento directo:

me, te, lo/la, nos, os y los/las. • Verbo en infinitivo, gerundio o imperativo afirmativo:
las formas átonas del pronombre complemento van
Uso obligatorio de los pronombres personales directo: después del verbo, unidas a él.
a. Cuando el complemento aparezca precediendo al ver- Ejemplos:

bo y si se trata de un elemento anunciado inmediata- Quererte es un peligro. (infinitivo)
mente antes. La intención en estos casos es precisar Diciéndome esto me pones ansiosa. (gerundio)
o aclarar, especialmente cuando se ha mencionado Dáme la sal. (imperativo afirmativo)
más de un elemento.
Ejemplo: • Formas verbales compuestas: las formas átonas del
Ayer vi a Pepe y a Ana; a ella la veo casi todos los días pronombre complemento van antes o después del
porque es mi vecina, pero a Pepe no lo veo casi nunca. verbo, unidas a él.
Ejemplos:
b. Cuando se trate de una respuesta a una pregunta con Te lo voy a traer mañana.
complemento directo. Voy a traértelo mañana.
Ejemplos:
A: – ¿Has visto esa película? 4. Estilo indirecto
B: – No, todavía no la he visto, pero pienso ir a verla
este fin de semana. • Cambios: estilo directo → estilo indirecto (presente)

287
Cuando se transforma el estilo directo al indirecto, ocurren cambios en los tiempos verbales, en los pronombres personales,
en las expresiones de lugar y de tiempo, en los demostrativos y en los posesivos.
ESPANHOL
Cambios más comunes que ocurren con los pronombres posesivos, demostrativos y adverbios:
Estilo directo Estilo indirecto

yo – tú él – ella
Pronombres personales sujeto nosotros – nosotras – vosotros – ellos – ellas
vosotras
me – te lo – la – le – se
nos – os los – las – les – se
Pronombres personales complemento
mí – ti él – ella
conmigo – contigo con él – con ella
mío(s) – mía(s) – tuyo(s) – tuya(s) suyo(s) – suya(s)
Pronombres posesivos
mi(s) – tu(s) su(s)
este(s) – esta(s) ese(s) – esa(s) – aquel(los) – aquella(s)
Pronombres demostrativos
ese(s) – esa(s) aquel(los) – aquella(s)
O
BO O
SC
Adverbios de lugar acá – aquí allá – allí
M IV
O S
hoy ese día
Adverbios de tiempo
D LU ayer el día anterior
O C
mañana el día siguiente
N X
SI O E
ahora en aquel momento/entonces

EN S
E U
Introducir el estilo indirecto: uso de verbos como decir, preguntar, añadir, comentar, exclamar, comunicar, sugerir, propo-
ner, ordenar, manifestar, opinar, agregar, aconsejar, mandar, informar, advertir. Cuando utilizamos estos verbos en el presen-
D E
te, los verbos subordinados no sufren cambios, es decir, quedan iguales.

A LD
Ejemplos:
EM IA
ST ER
Estilo directo Estilo indirecto

SI AT
Leo el periódico todos los días. Dice que lee el periódico todos los días.
Leía el periódico todos los días. Dice que leía el periódico todos los días.
M
Leí el periódico todos los días. Dice que leyó el periódico todos los días.
He leído el periódico todos los días. Dice que ha leído el periódico todos los días.
Leeré el periódico todos los días. Dice que leerá el periódico todos los días.
Leería el periódico todos los días. Dice que leería el periódico todos los días.
Había leído el periódico todos los días. Dice que había leído el periódico todos los días.
Habré leído el periódico todos los días. Dice que habrá leído el periódico todos los días.
Quiero que leas el periódico todos los días. Dice que quiere que leas el periódico todos los días.
Quería que leyeras el periódico todos los días. Dice que quería que leyeras el periódico todos los días.
¡Lea el periódico todos los días! Dice que leas el periódico todos los días.
No leas el periódico todos los días. Dice que no leas el periódico todos los días.
• Cambios: estilo directo → estilo indirecto (pretérito)
Cuando pasamos al estilo indirecto a través del pasado, los tiempos verbales pueden presentar cambios.
Ejemplos:

288
Estilo directo Estilo indirecto queño alejamiento de la acción y, en la oración Dijo que había
leído la novela, expresa un gran distanciamiento.
Leo el periódico Dijo que leía el periódico
ESPANHOL
todos los días. todos los días.

Hay varias alternativas para la producción del estilo in-
Leía el periódico Dijo que leía el periódico
directo, pues el narrador del hecho transmitirá su propria
todos los días. todos los días.
comprensión del mensaje. Así, muchas veces no hay una
Leí el periódico Dijo que había leído/leyó forma única para la construcción del estilo indirecto.
todos los días. el periódico todos los días.
He leído el periódico Dijo que había leído el
todos los días. periódico todos los días. 5. Preposiciones
Leeré el periódico Dijo que leerá/leería el A, ANTE, BAJO, CON, CONTRA, DE, DESDE, EN, ENTRE, HACIA,
todos los días. periódico todos los días. HASTA, PARA, POR, SEGÚN, SIN, SOBRE, TRAS
Leería el periódico Dijo que leería el
todos los días. periódico todos los días. Definición: preposición es la palabra invariable que une
Había leído el periódico Dijo que había leído el términos de una oración, estableciendo una relación entre
todos los días. periódico todos los días. ellos; los términos relacionados pueden ser sustantivos, ad-
jetivos, adverbios, verbos y pronombres.
Habré leído el periódico Dijo que habrá/habría Uso de algunas preposiciones:
O
todos los días. leído el periódico
BO O
SC
todos los días. HACIA
M IV
Quiero que leas el Dijo que quería que 1. Expresa movimiento, solo indicando la dirección.
O S
periódico todos los días. leyeras el periódico El movimiento expresado por hacia no tiene que llegar a su
D LU
todos los días. fin ni ser directo.
O C
Ejemplo: Pienso ir hacia el Norte en mis próximas vacaciones.
Quería que leyeras el Dijo que quería que
N X
2. Expresa una localización o tiempo aproximado.

periódico todos los días. leyeras el periódico
SI O E
Ejemplo: Hacia las seis pasaré para buscarte. (tiempo)

todos los días. 3. Introduce el destinatario/objeto de un sentimiento (al-
terna con por).
EN S
¡Lea el periódico Dijo que leyeras el

E U
todos los días! periódico todos los días. Ejemplo: Tengo una gran admiración hacia mi padre.
D E
A LD
No leas el periódico Dijo que no leyeras el

todos los días. periódico todos los días.
HASTA
EM IA
Generalmente, los cambios pueden ocurrir del siguiente 1. EjemploExpresa sentido de incluso.
ST ER
modo: Ejemplo: Hasta Andrés ha llorado en el cine.

2. EjemploExpresa límite:
SI AT
Presente de → Pretérito imperfecto • espacial A

M
indicativo de indicativo Ejemplo: Voy hasta Barcelona.

• temporal
Pretérito indefinido → Pretérito pluscuamperfecto Ejemplo: Esperamos hasta las 11h.
de indicativo de indicativo
Pretérito perfecto → Pretérito pluscuamperfecto
de indicativo de indicativo TRAS
Futuro imperfecto → Futuro imperfecto de 1. Expresa posterioridad:
de indicativo indicativo / Condicional • temporal (alterna con después de)
Ejemplo: Estoy agotada tras este examen.
Condicional → Condicional • espacial (alterna con detrás de)
Presente de → Pretérito imperfecto Ejemplo: Los niños se escondieron tras el sofá.
subjuntivo de subjuntivo
TRAS/ATRÁS
Imperativo → Pretérito imperfecto Tras implica dos elementos, uno detrás del otro.
de subjuntivo Atrás es un adverbio e indica una localización al final de un
espacio, sin que haya nada delante.
Elección entre presente y pasado (dice o dijo, pregunta o 2. Presenta el sentido de encima de, además de.
preguntó): depende del distanciamiento de la acción en rela- Ejemplo: Tras llegar retrasado, incomoda a todos.
ción com la persona que cuenta el hecho. Por ejemplo, en la 3- Presenta el sentido de perseguir (correr tras, ir tras):
oración Dice que leyó la novela, el interlocutor expresa un pe- Ejemplo: Todos corrimos tras el chico.

289
4- Presenta el sentido de buscar (andar tras, estar tras): • Causales: indican – en la oración que encabezan –
Ejemplo: Estoy tras esta oportunidad desde estudiante. la razón, el motivo, la causa de la oración principal.
ESPANHOL
Ejemplo: porque, pues, puesto que, ya que, que.
6. Conjunciones
Definición: conjunción es la parte de la oración, invariab- • Finales: indican la finalidad de la oración de que de-
le y carente de significado proprio, que tiene función de re- pende la introducida por estas conjunciones. Ejemplo:
para, para que, a fin de que, con el objetivo de que, con
el fin de que.
lacionar unas palabras con otras; palabra relacionante; según
el tipo de relación que establece o denota entre las oraciones • Temporales: presentan valor temporal de base adverbial.
o palabras de que es nexo, puede ser clasificada en coordinan- Ejemplo: siempre que, antes que, después que, luego que.
te o subordinante.
Clasificación de las conjunciones coordinantes • Concesivas: marcan una concesión, una aceptación
• Copulativas: establecen unión de igualdad positiva o de dificultad por parte de la oración subordinada que la
negativa. Ejemplo: y, e, ni. conjunción introduce, pero supone al tiempo un venci-
• Disyuntivas: indican la posibilidad de una elección. miento de ese obstáculo por parte de su principal direc-
Ejemplo: o, u, o bien, ora bien, ya, sea. ta. A veces es ese sentido – y no la forma o clase de
• Explicativas: indican una razón que aclare lo dicho. conjunción – el que distingue una oración concesiva de
Ejemplo: a saber, o sea, es decir, esto es. una adversativa – en ésta el obstáculo no resulta venci-
• Consecutivas: introducen una consecuencia que puedo por la principal. Ejemplo: aunque, a pesar de que, sin
de ser subordinada. Ejemplo: así que, de modo que. embargo, pese a, no obstante, por más que.
O
• Adversativas: expresan un obstáculo que se opone
BO O
SC
entre los términos que relacionan. Ejemplo: pero, sino, • Completivas: introducen las oraciones subordinadas
M IV
antes, aunque, antes bien, no obstante, sin embargo, sustantivas (oraciones completivas) – que.
O S
por lo demás.
D LU 7. Muy y mucho
O C
Clasificación de las conjunciones subordinantes: Se usa mucho antes o después de los verbos.
N X
• Comparativas: señalan una comparación establecida Ejemplos:

SI O E
entre la subordinada y la oración principal de que de- Montse estudiaba mucho.

penda. Ejemplo: así como, del modo que, de la manera Mucho me alegro.
que, lo mismo que.
EN S
E U
Se usa muy antes de:

• Condicionales: señalan la condición impuesta por su a. adverbios
D E
oración para el cumplimiento de lo expuesto por su Ejemplos: muy tarde, muy cerca.
A LD
principal directa. Ejemplo: si, caso de que, con tal de b. adjetivos

que, a condición de que, siempre que, cuando. Ejemplos: muy alto, muy fácil.
EM IA
ST ER
• Consecutivas: señalan en su oración un resultado o Se usa MUCHO antes de los adjetivos MEJOR, PEOR, MAYOR
consecuencia de la oración principal. Ejemplo: luego Y MENOR y de los adverbios MÁS, MENOS, ANTES Y DES-
SI AT
que, con que, por lo que, por tanto, así que, por consi- PUÉS.
M
guiente, pues, así pues, de manera que, de modo que.
A. Apócopes
Definición: apócope es la supresión de uno o varios fonemas o de una o más sílabas al final de una palabra; algunos adje-
tivos y adverbios se apocopan muchas veces cuando se anteponen a un nombre, a un numeral, a un adjetivo o a un adverbio.
Adjetivos / adverbios Apócopes Ejemplos

grande gran Lucas es un gran profesional.
alguno algún Algún día sabremos la razón de la actitud de su hermana.
ninguno ningún Ningún alumno encontró la solución del problema.
cuanto cuán No sabes cuán contento me sentí con aquella noticia.
bueno buen Sr. Hernández es un buen maestro.
malo mal Hoy hemos tenido un mal día.
primero primer Mañana será nuestro primer día de clases.
tercero tercer Vivimos en el tercer piso.
uno un Nos queda un día para terminar las tareas.

290
Atención a las siguientes apócopes.

ESPANHOL
Santo → san
“Santo” se apocopa en “San”, excepto delante de los nombres Tomás, Tomé, Toribio y Domingo.
Ejemplos:
Santo Tomás es muy querido en esta ciudad.
San Jorge representa el coraje físico y moral.
Recientemente → recién
“Recientemente” se apocopa en “recién” delante de un participio pasado usado como adjetivo.
Ejemplo:
La tortilla está recién hecha.
Ciento → cien
“Ciento” se apocopa en “cien” delante de un sustantivo masculino o femenino o delante de un número que multiplica.
Ejemplos:
En el concierto había más de cien mil personas.
Acudieron a la cita más de cien estudiantes.
O
BO O
Tanto → tan
SC
M IV
“Tanto” se apocopa en “tan” delante de un adjetivo, un adverbio o una locución adverbial.
Ejemplo:
O S
¡Este puesto es tan importante para mí!
D LU
“Tanto” no se apocopa delante de un sustantivo.
O C
Ejemplo: ¡Tengo tanto miedo!
N X
SI O E
Adverbios en -MENTE
Cuando dos adverbios terminados en -MENTE van seguidos, sólo el segundo mantiene esta forma. El primero se pone en la forma
EN S
E U
femenina del adjetivo.

Ejemplo:
D E
La responsabilidad es total y exclusivamente tuya.

A LD
EM IA
Cualquiera → cualquier y grande → gran

ST ER
“Cualquiera” se apocopa en “cualquier” y “grande” en “gran” delante de un sustantivo singular masculino o femenino.
Ejemplos:
SI AT
Puedes traerme cualquier libro de Pablo Neruda.

Nos encontraremos un día cualquiera.
M
Luisa es una gran mujer.

O
BO O
SC
M IV
O S
D LU
O C
N X
SI O E
HISTÓRIA
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Idade Antiga�� 293 J. Primeira Guerra Mundial�� 303
A. Civilização egípcia�� 293 K. Revolução Russa�� 303
SUMÁRIO
B. Civilização mesopotâmica�� 293 L. Fascismo�� 304
C. Civilização hebraica�� 293 M. Crise de 1929�� 304
D. Civilização fenícia�� 293 N. Nazismo�� 304
E. Civilização persa�� 293 O. Segunda Guerra Mundial�� 305
F. Civilização grega�� 295 P. Da Guerra Fria aos dias atuais�� 305
G. Civilização romana�� 295 5. Expansão marítima portuguesa�� 307
2. Idade Média (Alta Idade Média)�� 296 6. Período Colonial�� 307
A. Império Bizantino�� 296 A. Administração�� 307
B. Império Islâmico�� 296 B. Economia açucareira�� 307
C. O Reino dos Francos�� 296 C. Domínio espanhol e invasões holandesas
D. O sistema feudal�� 297 �� 308
E. Baixa Idade Média�� 297 D. Expansão territorial�� 308
3. Idade Moderna�� 298 E. Mineração�� 309
A. Mercantilismo e Grandes Navegações298 F. Revoltas nativistas�� 309
B. Renascimento�� 298 G. Revoltas emancipacionistas�� 310
C. Reformas Religiosas�� 298 H. Vinda da família real e governo joanino
D. Absolutismo�� 299 (1808-1821)�� 310
E. Iluminismo�� 299 I. A Regência de D. Pedro (1821-1822)�� 310
F. Independência dos Estados Unidos da 7. Período Imperial�� 310
O
América�� 300 A. Primeiro Reinado (1822-1831)�� 310
BO O
SC
4. Idade Contemporânea�� 300 B. Período Regencial (1831-1840)�� 310
M IV
A. Revolução Industrial�� 300 C. Segundo Reinado (1840-1889)�� 311
O S
B. Revolução Francesa�� 300 D. A crise da monarquia�� 312
D LU
C. A Era Napoleônica�� 300
D. O Congresso de Viena e a Europa�� 301
8. Período Republicano�� 312
A. República da Espada (1889-1894)�� 312
O C
E. Independência da América Espanhola e B. A República Oligárquica (1894-1930) 312
N X
do Haiti�� 301 C. Era Vargas (1930-1945) �� 313

SI O E
F. O pensamento no século XIX�� 301 D. A República Populista (1946-1964)��314

G. Unificações Italiana e Alemã�� 302 E. República Militar (1964-1985)�� 315
EN S
H. Os Estados Unidos no século XIX�� 302 F. A Nova República (1985-)�� 316

E U
I. Imperialismo�� 303
D E
A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

293
1. Idade Antiga planalto do Irã. O império caldeu, ou 2o Império Babilônico,

teve vida curta. Seu principal soberano foi Nabucodonosor,
HISTÓRIA
A. Civilização egípcia que construiu os famosos Jardins Suspensos e conquistou
Desenvolveu-se no nordeste da África, ao longo do Rio o reino de Judá. Seu império foi conquistado em 539 a.C. por
Nilo (vale e delta), onde se fertiliza um estreito corredor cer- Ciro, rei dos persas.
cado, por ambos os lados, pelo deserto. Foi uma das civiliza-
ções caracterizadas pelo modo de produção asiático, tendo C. Civilização hebraica
sua base econômica na agricultura irrigada, sendo, por isso, Os hebreus eram um povo semita que se fixou na Pales-
chamada de civilização hidráulica. O Egito, inicialmente, esta- tina, tendo a agropecuária como base econômica. A religião
va dividido em regiões autônomas chamadas nomos (perío- monoteísta (deus Javé) era sua base, sendo esse aspecto o
do pré-dinástico). Por volta de 3500 a.C., esses nomos foram principal fator de sua unidade cultural e de sua sobrevivência
agrupados nos reinos do Alto e do Baixo Egito, que, por sua enquanto nação através dos tempos (são hoje os judeus).
vez, foram unificados pelo primeiro faraó, chamado Menés. A evolução dos hebreus se deu da seguinte maneira:
Iniciou-se, então, o período dinástico, subdividido em: • patriarcado (Abraão, Isaac, Jacó);
• Alto Império: monarquia absoluta com base teocrá- • Êxodo do Egito, sob a liderança de Moisés;
tica, tendo como capitais as cidades de Tinis e Mên- • período dos Juízes (de volta à Palestina, os hebreus
fis. Período da construção das grandes pirâmides e dividiram-se em doze tribos, sem um governo central);
de pacifismo. • monarquia, que possibilitou a unificação política
• Médio Império: monarquia absoluta com base legal, das doze tribos (reis Saul, Davi e Salomão — este
tendo Tebas por capital. A invasão dos hicsos, nôma- último marcou o apogeu político e econômico do rei-
des do deserto, em 1750 a.C., introduziu o uso do ca- no hebreu);
O
valo e do carro de guerra. • Cisma: após a morte de Salomão, os hebreus dividi-
BO O
SC
• Novo Império: teve início com a expulsão dos hicsos ram-se em dois reinos: Israel, ao norte, destruída por
M IV
pelo faraó Amósis I (1580 a.C.). Foi a época de ex- Sargão II, da Assíria, e Judá, ao sul, conquistada por
O S
pansionismo e de apogeu da civilização egípcia com Nabucodonosor — cativeiro da Babilônia;
D LU
Tutmés III e Ramsés III. Lutas sociais e invasões es- • Diáspora: dispersão dos hebreus de Israel após a con-
O C
trangeiras (líbios, etíopes e assírios) puseram fim à quista assíria e, posteriormente, quando do domínio
N X
civilização egípcia. romano em 70 d.C.

SI O E
• Renascimento Saíta: período de curta independência

política, entre a expulsão dos assírios e a conquista do D. Civilização fenícia
país por Cambises, rei dos persas em 525 a.C. Desenvolveu-se ao norte da Palestina, às margens do
EN S
E U
Mediterrâneo. Sua base econômica era o comércio marítimo,

B. Civilização mesopotâmica constituindo a segunda talassocracia da Antiguidade, após
D E
Localizou-se no Oriente Médio, na área fértil regada pelos os cretenses. Sua organização política se fez através de
A LD
Rios Tigre e Eufrates (crescente fértil). Sua base econômica cidades-Estado (Sídon, Biblos, e Tiro), que se expandiram
foi a agricultura irrigada. pelo Mediterrâneo através de colônias no norte da África,
EM IA
Por causa da sua fertilidade, a Mesopotâmia foi domi- como Cartago, a mais importante. Os fenícios elaboraram
ST ER
nada por diversos povos invasores. Foram, no entanto, os um alfabeto com 22 letras, base do alfabeto ocidental.
sumérios os que lançaram as bases da civilização na região.
SI AT
A unificação política da Mesopotâmia ocorreu pela primeira E. Civilização persa

M
vez com o rei Sargão I, de Acad. Seu império foi, no entanto, Localizou-se no planalto do Irã, a leste da Mesopotâmia,
destruído pelos guti. Por volta de 2000 a.C., a região foi contendo a agropecuária como base de sua economia. Medos
quistada e unificada por um povo semita chamado amorita. (norte) e persas (sul) foram unificados por Ciro, surgin-
Esse povo fundou Babilônia e estabeleceu ali a capital de do o Império Persa. As conquistas de Ciro atingiram até a
seu império, inaugurando a segunda fase importante da ci- Ásia menor. Seu filho, Cambises, conquistou o Egito. Com
vilização do Tigre-Eufrates. O soberano principal do Império Dario, os persas atingiram seu apogeu organizando-se por
Babilônico foi Hamurabi, autor do primeiro código de leis es- meio das satrapias, com a criação de moedas metálicas,
critas. Os assírios, da região montanhosa do norte da Meso- com a construção de várias estradas ligando as partes do
potâmia, dispondo de superioridade militar (cavalo, carro de império e com um sistema de comunicação eficiente para
guerra etc.) e derrotando os inimigos pelo terror, dominaram os padrões da época (correio). O declínio do Império Persa
o 1o Império Babilônico por volta de 1300 a.C. Foram, por sua iniciou-se com as Guerras Médicas contra os gregos, e sua
vez, destruídos, em 612 a.C., por uma coligação de caldeus queda definitiva ocorreu com as conquistas de Alexandre
(recém-instalados na Baixa Mesopotâmia) e pelos medos do Magno, da Macedônia, em 331 a.C.

HISTÓRIA 294
Quadro cultural das civilizações antigas do Oriente Médio e do nordeste da África

Grupo
Localização Economia Sociedade Poder político Religião Ciências Arte Literatura
linguístico
– Patriarcal
– Tendência à
Agricultura de formação de
– Politeísta
regadio: trigo e castas Pragmática,
Vale e delta do Rio M – Antropozoomórfica – Estatuária
cevada, linho e – Ausência de Império teocrático desenvolvida na – Escrita hieroglífica
EGÍPCIOS Hamita Nilo, no extremo – Ética – Pirâmides,
papiro. mobilidade (Faraó) Matemática e na – Livro dos mortos
NE da África – Juízo final templos e palácios
SI AT
Artesanato: social e forte medicina
– Vida após a morte
cerâmica e tecidos hierarquização
ST ER
701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 294

– Boa posição
EM IA
social da mulher
A LD
Agricultura de – Patriarcal
– Politeísta – Arquitetura de tijolos Literatura
D E
SUMÉRIOS regadio: trigo, – Mais avançada
Mesopotâmia: Rios Império teocrático – Antropomórfica Matemática e – Escrita mitológica, como a
E U
ASSÍRIOS Semita cevada e linho organização
Tigre e Eufrates – Fatalista Astronomia cuneiforme Epopeia de
BABILÔNIOS Artesanato: jurídica: Código de
EN S(Patesi)
O – Astrologia – Zigurates Gilgamés
cerâmica e tecidos Hamurabi SI E
N X
Escrita
O C
Grande comércio simplificada
FENÍCIOS Semita Norte da Palestina Patriarcal Talassocracia Astronomia Nada notável
D LU – Politeísta
marítimo O – Antropomórfica (base do alfabeto
M SIV greco-romano)
BO O
Monoteísta Bíblia: a obra mais
Patriarcado, Templo de
Pastoreio, longa evolução: notável, voltada
SC após
HEBREUS Semita Palestina Patriarcal juizado e Nada notável Jerusalém:
agricultura – Javé (Judá)
O para a religião e a
monarquia influência fenícia
– El (Israel) moral.
Indo- Pastoreio, Monoteísta, Religiosa:

PERSAS Planalto do Irã Patriarcal Monarquia Nada notável Nada notável
-europeu agricultura dualista zendavesta
24/01/2019 09:08
295
F. Civilização grega tigos proprietários. Dessa forma, o regime de peque-

De origem indo-europeia, os gregos atingiram a região do nas propriedades se impôs na Ática, o que reduziu as
HISTÓRIA
Mar Egeu a partir de 2000 a.C. (aqueus, jônios, eólios e dórios). distâncias sociais. Além disso, estimulou a produção
O relevo montanhoso, dificultando as comunicações, contribuiu artesanal e o intercâmbio, transformando a cidade no
para o isolamento e consequente formação política específica maior centro econômico do mundo grego.
em cidades-Estado (pólis). O litoral recortado e a enorme quanti- • Clístenes (democracia): estabeleceu uma participa-
dade de ilhas explicam, em parte, o desenvolvimento do comér- ção política ampliada em que contemplava os homens
cio marítimo; a pobreza do solo explica, em parte, a constante livres, nascidos na pólis, com pais nascidos na cidade
diáspora (dispersão) e a fundação de colônias no Mar Negro, na e residentes nos demos (divisão administrativa no
costa da Ásia Menor, na Magna Grécia (sul da Itália) e no norte da interior da pólis), excluindo mulheres, estrangeiros
África. Dentre as pólis gregas, duas destacaram-se como mode- (metecos) e escravos.
los de organização socioeconômica e política: Atenas e Esparta. • Péricles (auge da democracia): a maior participação
Atenas, na Península da Ática, teve sua economia mer- política em Atenas aconteceu exatamente à época das
cantil baseada no escravismo, evoluindo politicamente do Guerras Médicas (492 479 a.C.) e logo após a afirma-
governo aristocrático para o democrático: ção de sua supremacia no mundo grego pelo legisla-
• Sólon (timocracia): em 594 a.C., deu o primeiro passo dor da cidade: Péricles. Esse auge da democracia foi,
para a quebra do princípio aristocrático do poder quan- em parte, possível em razão da cobrança de tributos
do estabeleceu uma reforma política, abrindo espaço realizada por Atenas para fazer frente aos gastos mili-
para homens que comprovassem renda na Bulé (As- tares no conflito com os persas. Era o imperialismo ate-
sembleia). Essa negociação se inscreveu em um con- niense sobre as outras cidades-Estado que sustentava
texto de agitações populares contra a lei draconiana a democracia.
O
que previa a escravidão por dívidas na cidade; Sólon Esparta, isolada no interior da Península do Peloponeso,
BO O
SC
aboliu esse tipo de escravidão. manteve uma estrutura econômica agropastoril e uma socie-
M IV
• Psístrato (tirania): regulamentou a questão agrária, dade estamental – que não evoluiu – liderada por uma oli-
O S
distribuindo terras e reduzindo a força política dos an- garquia militar, que controlava os hilotas (servos do Estado).
D LU
O C
Esquema de funcionamento da democracia ateniense
N X
SI O E
Eclésia ou Assembleia do Povo

Todos
Todos os cidadãos
Vota as leis, decide a paz e a guerra, Eleição
EN S
elege os magistrados e vota o ostracismo. Sorteio

E U
D E
Bulé ou Conselho dos Quinhentos Helieia ou Tribunal Popular

A LD
500 elementos escolhidos à sorte 6 000 heliastas escolhidos à sorte

Elabora as propostas
Julga a maior parte dos delitos.
de lei para submeter à votação da Eclésia.
EM IA
ST ER
Magistrados
SI AT
10 estrategos 10 arcontes
M
Eleitos por um ano Escolhidos à sorte por um ano

Comandam a Marinha e o Exército e administram os
Organizam o culto.
assuntos externos e as finanças do Estado.
No Período Clássico, conhecido como o Século de Péri- O enfraquecimento dos gregos abriu caminho para a inva-
cles, as Guerras Médicas (contra os persas) foram um acon- são dos macedônios, através de um rápido processo expan-
tecimento decisivo na história dos gregos. Disputas pela sionista, em que conquistaram as cidades gregas na Batalha
hegemonia naval e pelo controle do comércio na Ásia Menor de Queroneia, em 338 a.C. (rei Felipe), e o Império Persa, em
e no Mar Negro provocaram esse conflito, do qual os gregos 331 a.C. (Alexandre Magno).
saíram vencedores, mostrando a supremacia naval, comer- Os contatos entre gregos e macedônios e as culturas
cial e política de Atenas. Durante a guerra, como forma de orientais, a partir das conquistas de Alexandre, deram origem
administrar o conflito, as pólis gregas formaram uma aliança à civilização helenística, cujos maiores centros foram Alexan-
que ficou conhecida como Confederação de Delos, em que dria e Antioquia, no Oriente.
Atenas assumiu a liderança em razão de seu prestígio e po-
derio econômico. Logo, esse poderio ateniense provocaria a G. Civilização romana
reação de Esparta, que organizaria a Liga do Peloponeso. Os Povos indo-europeus também chegaram na Península da
antagonismos de ordem política e a disputa pela hegemonia Itália, a partir de 2000 a.C. Um daqueles povos, os latinos, deram
sobre a Grécia levaram à Guerra do Peloponeso, entre as duas origem à cidade de Roma. Segundo a lenda, Roma foi fundada
pólis e as suas coligadas. A destruição mútua foi responsável por dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, em 753 a.C. e domi-
pelo enfraquecimento militar, pela decadência econômica e nada pelos etruscos por algum tempo. Roma desenvolveu-se, a
pela crise da democracia ateniense. princípio, como uma cidade-Estado, num regime de Monarquia,

296
tendo como base econômica as atividades agropastoris e uma 2. Idade Média (Alta Idade Média)
sociedade dividida em patrícios, clientes e plebeus.
HISTÓRIA
A República romana foi instalada pelos patrícios em A. Império Bizantino

509 a.C. Foi, a princípio, uma República aristocrática, que Teve sua origem no Antigo Império Romano do Oriente,
somente a custo de muitas pressões populares foi reco- que conseguiu sobreviver às invasões bárbaras, principal-
nhecendo os direitos políticos da plebe (tribunato da ple- mente germânicas.
be, Lei das Doze Tábuas, Lei do Plebiscito, acesso às Ma- Esse império atingiu o seu apogeu durante o século VI, no
gistraturas etc.). A República tinha no Senado seu órgão governo de Justiniano (527-565). Esse imperador foi o res-
político mais importante e nas Magistraturas seus órgãos ponsável pela tentativa de reconstrução do Império Romano
executivos e administrativos. (empreendeu conquistas sobre os reinos bárbaros dos visi-
Foi durante a República que os romanos iniciaram sua ex- godos, ostrogodos e vândalos), pela reconstrução da basílica
pansão, unificando primeiramente a Itália e tendo como moti- de Santa Sofia (depois que fora destruída na revolta popular
vação principal a busca por terras aráveis. Depois de conquis- de Nika de 532), pelo Corpus Juris Civilis, que foi uma compi-
tada, a Península Itálica entrou em rota de colisão com Cartago lação, entre outros aspectos, do Direito Romano.
pelo controle da ilha de Sicília e do comércio na Bacia do Me- Em 1054, por causa de diferenças religiosas entre o pa-
diterrâneo (Guerras Púnicas) e, finalmente, expandiu-se pelo pado romano e o patriarcado de Constantinopla, ocorreu o
Oriente, dominando as antigas civilizações orientais e a Grécia. Cisma do Oriente, dividindo a cristandade em duas igrejas,
Dessa expansão, resultou a consolidação da economia surgindo, assim, a Igreja Ortodoxa Grega, em oposição à Igreja
romana baseada no comércio, criando um grupo de ricos mer- Católica Apostólica Romana.
cadores e homens de negócio enriquecidos com as guerras: os O fim desse Império ocorreu em 1453 com a Queda de
cavaleiros (classe equestre). É essa nova classe que manipula Constantinopla. Bizâncio muito contribuiu para o Renasci-
O
a plebe para conseguir respaldo popular para pressionar a aris- mento Comercial e para a urbanização das populações da
BO O
SC
tocracia patrícia, atacando seus privilégios políticos. A obtenção Europa Ocidental, na Baixa Idade Média, assim como para o
M IV
de enormes quantidades de prisioneiros de guerra consolidou Renascimento italiano.
O S
também o escravismo: a mão de obra escrava substituiu quase
D LU
que totalmente a mão de obra livre dos plebeus. B. Império Islâmico
O C
A concentração fundiária, o aumento das disparidades A Arábia, antes de Maomé, tinha como características a
N X
sociais, o desemprego, as péssimas condições de habitação, organização tribal, o particularismo político, o politeísmo idóla-
SI O E
os conflitos entre senadores e generais, a rivalidade de gene- tra, além de constantes conflitos. Durante o século VII, Maomé
rais e as rebeliões de escravos foram fatores importantes da promoveu a unificação religiosa da Arábia em torno do islamis-
crise da República, cujo apogeu se dá no último século a.C., mo, que é constituído de traços do cristianismo e do judaísmo.
EN S
E U
agitado por tentativas de reformas sociais (irmãos Graco), re- O seu livro sagrado é o Corão e o seu único deus, Alá.
voltas de escravos (Spartacus), ditaduras militares (Mário e Acontecimento importante para a história de afirmação
D E
Sila) e os Triunviratos, com destaque para Júlio César, no 1º do islamismo foi a Hégira (fuga de Maomé de Meca para Me-
A LD
Triunvirato, e Otávio, no 2º Triunvirato. dina), pois foi em Medina, cidade do profeta, que Maomé teve
Resultado dessa crise foi a transformação de República a revelação do esforço islâmico para combater os idólatras
EM IA
em Império, com a centralização dos poderes com um mode Meca. O combate a quaisquer infiéis poderia ser feito por
ST ER
narca absoluto (caráter teocrático) e com a diminuição dos meios militares, caso fosse necessário. Trata-se da Jihad, co-
poderes do Senado. mumente interpretada como Guerra Santa.
SI AT
O primeiro imperador foi Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.). A fraqueza do Império Persa e a força do Islã, a partir da
M
Durante o Império, Roma consegue sua expansão territorial Jihad, permitiram a expansão do Império Muçulmano para
máxima (Trajano), assiste à expansão do cristianismo e leva o Oriente e o Ocidente (norte da África e península Ibérica);
ao apogeu seu escravismo e seu poderio econômico. Contudo, essa expansão foi detida em 732, na França, quando Carlos
a Pax Romana foi abalada no século III por uma profunda crise. Martel venceu os islâmicos na famosa Batalha de Poitiers.
A partir do século III, inicia-se a crise do Baixo Império: o Entre as consequências da expansão islâmica, a mais im-
reflexo da mão de obra escrava (fim das guerras de conquis- portante se fez na Europa ocidental, pois o “fechamento” por um
ta) eleva o seu preço e o escravo passa a ser, então, substi- período do Mediterrâneo contribuiu para a formação do feudalis-
tuído por colonos no trabalho agrícola — o colonato marcou o mo, com a decadência das cidades e a ruralização da economia,
processo de ruralização da economia romana, acompanhan- que já tinham se expressado na crise do Império Romano.
do o processo de decadência do Império, que foi, finalmente,
dominado pelos bárbaros no século V. C. O Reino dos Francos
O fundador do reino franco foi Clóvis, neto de Meroveu, o
Legado greco-romano principal rei da dinastia merovíngia.
Tratar da história de Grécia e Roma é encontrar outras refe- A conversão de Clóvis ao cristianismo levou a uma alian-
rências fundamentais da constituição do mundo ocidental. ça entre a Igreja de Roma e os reis francos. Contudo, os suces-
Os romanos, juntamente com os gregos, deram as bases de sores de Clóvis, conhecidos como reis indolentes, perderam a
uma cultura antropocêntrica, racionalista e humanista, em autoridade sobre os francos, que, aos poucos, foi sendo pas-
que as instituições políticas, embora levassem em consi- sada para o major domus ou “prefeito do Palácio” (Pepino de
deração as divindades, conferiram um papel importante ao Heristal, Carlos Martel e Pepino, o Breve).
homem como sujeito da história. Pepino, o Breve, iniciou a dinastia dos carolíngios e
proclamou-se rei dos francos, doando ao papa Estevão II

297
os Estados da Igreja. Mais adiante, seu filho Carlos Magno intensificavam-se pelo controle da terra. Populações deslo-
expandiu os domínios francos e foi coroado imperador do cavam-se para as cidades e a Igreja tentava garantir a ordem
HISTÓRIA
ocidente, em 25/12/800, pelo papa Leão III. Carlos Magno europeia. Foi nesse quadro que se desenvolveram as Cruza-
estimulou as artes e a cultura, de forma geral, por meio do das (movimento militar de caráter religioso que visava com-
Renascimento Carolíngio. Outro grande destaque de sua ad- bater os infiéis), as quais permitiram o restabelecimento de
ministração e que viria a influenciar futuros governos foi a rotas comerciais no Mediterrâneo e favoreceram o refloresci-
divisão do território em marcas, ducados e condados, fisca- mento das cidades europeias.
lizados pelos missi dominici. Assim, o Renascimento Comercial e Urbano da Europa
Seu herdeiro, o filho Luís, o Piedoso, perdeu a autori- Ocidental, a partir do século XI, deu início à queda do feuda-
dade em relação aos guerreiros e viu seu império dividido lismo e ao rompimento do monopólio cultural da Igreja, com o
entre os netos de Carlos Magno, em 843, pelo Tratado de movimento da Renascença.
Verdun. Carlos, o Calvo, ficou com o Reino do Ocidente, Lo- No entanto, somente com a Revolução Francesa e a Revo-
tário ficou com a Lotaríngia e Luís, o Germânico, ficou com lução Industrial, no século XVIII, é que se encerrou definitiva-
o reino Oriental. mente a transição do feudalismo ao capitalismo.
D. O sistema feudal E. Baixa Idade Média

As vilas e os colonatos são as estruturas romanas Estendeu-se do século XI ao XV e, em certos aspectos,
do feudalismo. distinguiu-se da Alta Idade Média (século V ao X).
O direito consuetudinário e o comitatus são as bases No final do século XI, a Europa iniciou o movimento ex-
germanas. pansionista das Cruzadas, motivado por alguns fatores: o au-
Esse sistema evoluiu graças às invasões dos séculos mento da população europeia e a falta de terras para acomo-
O
VIII e IX (germanos, árabes, normandos, magiares etc.), dar os excedentes populacionais, além da forte religiosidade
BO O
SC
que aceleraram a descentralização política e a ruralização católica que havia na Europa da época.
M IV
da Europa. No século XIII, esse ciclo se encerrou com as seguintes
O S
O feudo era a unidade básica de produção no feudalismo, consequências: decadência do feudalismo, desenvolvimen-
D LU
com quatro divisões: o manso senhorial, o manso servil, o to do comércio de produtos orientais e fim do domínio árabe
O C
manso da reserva e o burgo. A economia do feudo era agrária no Mediterrâneo.
N X
e de autossuficiência. As principais obrigações servis eram: a O comércio atingiu grande desenvolvimento, notadamen-
SI O E
talha, a corveia e as banalidades. te no norte da Itália, no litoral do Mar do Norte e do Mar Bál-
A sociedade era desigual pelo nascimento, organizada tico, nas regiões de Champagne, do Reno, de Flandres e da
a partir de um princípio nobiliárquico de sangue e de uma Península Ibérica. Isso provocou o renascimento das cidades
EN S
E U
mentalidade religiosa. O caráter rígido dessa sociedade era (processo típico da Baixa Idade Média).
expresso nos estamentos ou ordem. À medida que as cidades medievais cresciam, aos pou-
D E
• Primeiro Estado: clero – função: orar (oratores). cos, elas iam conseguindo sua autonomia em relação aos
A LD
• Segundo Estado: nobreza – função: guerrear (bellatores). senhores feudais (comunas).

• Terceiro Estado: povo – função: trabalhar (laboratores). A economia urbana estava sob o controle das corpora-
EM IA
O poder político era descentralizado e baseava-se no ju- ções. O trabalho, o preço e a qualidade eram rigorosamente
ST ER
ramento de fidelidade, conhecido como homenagem ou jura- controlados por elas. O mercado urbano era de domínio dos
mento de vassalagem. Aquele que prestava juramento torna- mercadores e artesãos locais.
SI AT
va-se vassalo e aquele que o recebia, suserano. Na cultura, houve grande desenvolvimento, com desta-
M
A educação e a cultura eram essencialmente religiosas. que principal para as catedrais, de estilo gótico, para as uni-
O século XI medieval foi marcado pelo início de uma cri- versidades e para a filosofia escolástica.
se no sistema feudal, a população aumentava e os conflitos
Quadro sinóptico da Idade Média

Política Economia Sociedade Cultura
Quebra da unidade
Agrícola, com recuo das Germanos, Romana do Baixo
Alta Idade Média romana: surgimento
Ocidental
atividades comerciais e dominadores, Império, com alguma
dos vários reinos
artesanais romanos, dominados influência germânica
germânicos
Cidadania aberta a
Artesanal, comercial, com
todos que falassem
Bizânico Absolutismo teocrático forte intervencionismo Helenística cristianizada
grego e fossem
Alta Idade estatal
cristãos ortodoxos
Média
Oriental Artesanal, comercial,
Eclética, resultado da
com clara divisão Dividida entre crentes
Islã Teocracia fusão de todos os povos
internacional do trabalho e não crentes
dominados
entre as várias regiões

298
Quadro sinóptico da Idade Média

Política Economia Sociedade Cultura
HISTÓRIA
Descentralização Agrícola tendendo à Estamental, clero, Base romana

Idade Média Central
feudal autossuficiência nobreza e campesinato monopolizada pela igreja
Influência bizantina
Processo de Revitalização do Estamental, mas com
e muçulmana;
centralização com comércio, do artesanato certa mobilidade;
Baixa Idade Média universidade, gótico,
a formação das e da vida urbana pré- desenvolvimento da
literaturas vernáculas,
monarquias nacionais capitalismo burguesia
filosofia escolástica
3. Idade Moderna Entre suas principais características, podemos ainda ci-

tar a grande produção literária, incentivada pela invenção da
A. Mercantilismo e Grandes Navegações imprensa, o racionalismo e o antropocentrismo.
As monarquias nacionais, que se consolidaram graças ao Na Itália, berço do Renascimento, a cultura era desenvol-
apoio da burguesia, iniciaram o desenvolvimento do mercan- vida e desfrutada pela alta burguesia e pela nobreza urbana.
tilismo, cujos principais traços eram: Os maiores destaques na literatura foram: Boccaccio, Petrar-
• a intervenção estatal na economia para controlar, prin- ca, Dante Alighieri, Maquiavel.
cipalmente, o comércio e a indústria; Na pintura, Giotto foi o precursor, com destaque para Da
O
• o metalismo, que foi um dos grandes motivos do mer- Vinci, Michelangelo, Tintoretto e Boticelli.
BO O
SC
cantilismo: “Um país será mais rico de acordo com a Da Itália, o Renascimento atingiu outras regiões da Eu-
M IV
quantidade de ouro e prata que possuir”; ropa, principalmente os Países Baixos, onde se destacaram
O S
• manter uma balança comercial favorável por meio de as figuras dos irmãos Van Eyek, Brueghel, Bosh, Erasmo de
exportação superior à importação; D LU Rotterdam etc.
O C
• manter um alto protecionismo manufatureiro para que hou- Na Inglaterra, a cultura do Renascimento iniciou a sua
N X
vesse um melhor desenvolvimento da produção interna. explosão no século XVI, com dependência dos reis ingleses.
SI O E
Os navegantes percorreram o Atlântico ocidental e as Thomas Morus (humanista) escreveu a Utopia em que
costas ocidental e oriental da África até chegar às Índias, em imaginava um país ideal, justo e igualitário.
1498. Enquanto isso, em 1492, Colombo chega à América, No período elisabetano, Shakespeare escreveu algumas
EN S
E U
quando buscava as Índias pelo Ocidente. Portugal e Espanha, das maiores obras do teatro moderno.
durante o século XVI, iniciaram a ocupação das terras ameri- O Renascimento floresceu na França graças também à
D E
canas em busca das suas riquezas naturais, o que deu origem ajuda do poder real, mas as guerras de religião interrompe-
A LD
à desagregação das culturas nativas. ram-no bruscamente. No entanto, podemos destacar, na lite-
À medida que as grandes quantidades de ouro e prata ratura, as obras de Rabelais e Montaigne.
EM IA
chegavam à Europa, também ocorria a “revolução dos preços”, As riquezas oriundas da América promoveram uma grande
ST ER
caracterizada por uma grande inflação. base material para o Renascimento espanhol, que foi altamen-
te dificultado pela Contrarreforma. Os principais destaques
SI AT
B. Renascimento espanhóis foram: Cervantes, Lope de Vega, Tirso de Molina etc.

M
Em razão do desenvolvimento comercial, do crescimento Em Portugal, o Renascimento teve apoio da monarquia

da burguesia, à ação dos humanistas e dos sábios bizantinos, nacional e o grande impulso ocorreu na fase das Grandes
iniciou-se, após o século XIV, uma renovada cultura na Europa Navegações. Os grandes destaques foram: Nuno Gonçalves
Ocidental por meio da valorização dos clássicos. (pintura), Gil Vicente (teatro) e Camões (literatura).
Pode-se definir o Renascimento como um movimento so- Na Alemanha, o Renascimento não se afirmou em razão
ciocultural e político apropriado ao momento histórico pelo qual da explosão, no século XVI, da Reforma Protestante.
a Europa passava, pois ele valorizava o ser humano como centro
de todas as coisas, questionando certos valores do Medievo. C. Reformas Religiosas
Entre as grandes mudanças que se processaram na Eu-
C H ropa ocidental no século XVI, a Reforma Religiosa foi uma das
e Pensamento o
n m Teocentrismo mais importantes.
t medieval e
r m
Entre os fatores que causaram e precederam a Refor-
o ma do século XVI, podemos mencionar: o Cisma do Oriente
d (1054), as heresias sociais que surgiram na Baixa Idade Mé-
o dia, o Cisma do Ocidente, as heresias de J. Wyclif e Jan Huss,
U a venda de indulgências etc.
n A situação sociopolítica da Alemanha contribuiu, decisi-
i
v H vamente, para que ela fosse o primeiro país a sofrer os proble-
e Pensamento o mas do movimento reformista.
r m Antropocentrismo
s moderno e O ápice (pretexto) foi a corrupção do papado e do alto
o m clero, visto que, em 1517, o papa Leão X autorizou a venda

299
de indulgência na Alemanha, fato que foi o estopim para que “O Estado sou eu”. Seu ministro Colbert foi o grande exe-
Lutero publicasse as 95 teses, que constituem uma crítica à cutor do mercantilismo francês.
HISTÓRIA
situação da Igreja na época. A sua política exterior, voltada essencialmente para a
Grande parte da Alemanha apoiou a publicação das 95 te- guerra, enfraqueceu a França e provocou a crise do Absolu-
ses; entretanto, em razão disso, Lutero foi excomungado pelo tismo. Essa crise provocaria, em 1789, a Revolução Francesa.
Papa, exilando-se no castelo de Frederico da Saxônia. Na Inglaterra, a centralização política iniciou-se com a
Segundo Lutero, a Igreja deveria estar submetida ao Esta- Guerra das Duas Rosas (Lancaster contra os York) e com a
do, a hierarquia deveria desaparecer e a salvação seria possí- ascensão ao poder dos Tudor. Mas o Absolutismo fixou-se
vel pela fé e não pelas boas obras. com Henrique VIII e Elizabeth I. No entanto, a Inglaterra sem-
Paralelamente à Reforma luterana, surgia, na Alemanha, pre se destacou pelas constantes lutas que tinham caráter
o movimento Anabatista, de Nicolau Storck: movimento cam- religioso e político, envolvendo, constantemente, católicos
ponês que tinha como chefe militar Thomaz Münzer e que foi e anglicanos de um lado e puritanos e presbiterianos do ou-
combatido pelos senhores com apoio de Lutero. tro. Isso refletia também uma crise do Absolutismo na Ingla-
Os protestantes (Dieta de Spira, 1529), para se defen- terra e manifestava-se também em lutas acirradas entre a
derem, organizaram a Liga de Smalkalden; pela Confissão realeza e o Parlamento.
de Augsburgo, redigida por Felipe Melanchton, declararam O conflito entre a realeza e o Parlamento iniciou-se no
sua fé. reinado de Jaime I e acelerou-se no governo de Carlos I, ter-
Na Suíça, o precursor foi Zwinglio, fundador da Igreja de- minando com a guerra entre Cavaleiros e Cabeças Redondas
mocrática na região de Zurique. (puritanos). Essa guerra foi vencida pelos puritanos liderados
A Igreja Calvinista teve sua origem na cidade de Genebra por Oliver Cromwell, na batalha de Naseby. Carlos I foi execu-
por meio do francês João Calvino, líder radical que pregava a tado e foi proclamada a República na Inglaterra. Durante a Re-
O
doutrina da predestinação. Sua pregação valorizava o traba- pública puritana, Cromwell editou os Atos da Navegação, o que
BO O
SC
lho, a vida sem vícios, a acumulação de riquezas, enfim, uma tornou a Inglaterra uma grande potência marítima. Cromwell
M IV
religião bastante ajustada aos ideais burgueses. Dos seus dissolveu o Parlamento, criando uma ditadura pessoal com o
O S
ideais religiosos, advieram muitas seitas religiosas na Europa apoio da nobreza e da burguesia. Após sua morte, a República
e no mundo. D LU foi suprimida e a Monarquia na Inglaterra foi restaurada.
O C
Na Inglaterra, a Reforma foi um meio de afirmação real. O conflito entre a realeza e o Parlamento foi reinicia-
N X
Henrique VIII rompeu com a Igreja de Roma, criando a religião do no governo de Carlos II e atingiu o ápice no de Jaime
SI O E
anglicana, secularizando os bens da Igreja na Inglaterra. A II, com a Revolução Gloriosa, de caráter liberal-burguês e
mudança mais significativa na nova religião foi que o rei, não substituiu a Monarquia absoluta pela Monarquia limitada,
mais o papa, era o chefe da Igreja. estabelecendo pela fórmula “o rei reina, mas não governa”
EN S
E U
Após a morte de Henrique VIII, no reinado de Eduardo a Monarquia Parlamentar.

VI, o calvinismo teve grande expansão na Inglaterra. Com
D E
Maria Tudor ocorreu uma tentativa de restaurar o catolicis- E. Iluminismo

A LD
mo, porém, no reinado de Elizabeth I, o anglicanismo fir- O desenvolvimento do capitalismo em países como a In-
mou-se definitivamente. glaterra, França e Holanda foi acompanhado pelo crescimen-
EM IA
A chamada Contrarreforma (Reforma Católica), que visa- to burguês, originando uma cultura que sucedeu ao Renasci-
ST ER
va combater o protestantismo, a manutenção dos dogmas da mento, ou seja, o Iluminismo ou Ilustração. Esse pensamento
Igreja, do celibato e a corrupção na Igreja, ocorreu no Concílio teve como características principais:
SI AT
de Trento, e os instrumentos mais importantes foram: • culto à razão, oriundo da obra de Descartes;
M
• a Companhia de Jesus; • crença no conhecimento por meio da experiência sen-

• a Inquisição; sorial (empirismo);
• a Congregação do Índex. • crítica ao Mercantilismo e ao Absolutismo de “ori-
gem divina”;
D. Absolutismo • preocupação com a busca das leis que regem a
O regime absolutista monárquico (origem divina do poder) natureza;
resultou tanto de fatores internos, ou seja, do fortalecimento • pregação da tolerância política e religiosa.
do poder real por meio da neutralização da burguesia e da O Iluminismo correspondeu a um pensamento que fo-
nobreza, quanto de fatores intelectuais de correntes de pen- mentou revoluções e preparou o terreno para reformas nos
samento, cujos principais teóricos foram Jacques Bossuet, na países atrasados do continente europeu.
França, e Thomaz Hobbes, na Inglaterra, além de Maquiavel, Inspirado nos ideais do Iluminismo, o Despotismo Escla-
Jean Bodin, Hugo Grotius etc. recido apareceu como forma de governo, em países atrasa-
Enquanto Luís XIV era menor, Mazzarino concluiu a obra dos na revolução do século XVIII. Primou por uma série de
de Richelieu (política dos grandes cardeais). No plano inter- reformas a fim de modernizar a vida socioeconômica, políti-
no, dominou a burguesia e a nobreza vencendo a Fronda Par- ca, cultural e militar dos citados países. Nesse trabalho, os
lamentar e a Fronda dos Príncipes. No plano externo, concluiu déspotas foram apoiados pelos nobres e grandes burgue-
vitoriosamente a Guerra dos Trinta Anos, assinando a paz de ses, que se influenciavam pelas ideias do Iluminismo fran-
Westfália (1648). cês (afrancesados).
No governo, Luís XVI transformou-se na verdadeira ex- O Despotismo significou uma alteração nas teorias polí-
pressão do Absolutismo de direito divino. ticas em que se apoiava o poder real. A visão do rei como um

300
representante de Deus na Terra foi substituída pela do monar- B. Revolução Francesa

ca que exerce o seu poder em benefício do povo e que é o Esse movimento teve características burguesas e libe-
HISTÓRIA
principal cidadão do país. rais. No campo político, marcou a ascensão da burguesia que
O Despotismo desenvolveu-se bastante em três paí- destituiu do poder o Antigo Regime (absolutista), lançando os
ses: Prússia, Rússia, Áustria e, ainda, relativo desenvolvi- alicerces do capitalismo. No campo econômico, acabou com
mento em Portugal e Espanha. Todos possuíam sonhos de os últimos traços do feudalismo, criando condições para um
expansão territorial, juntamente com reformas moderniza- total desenvolvimento do capitalismo.
doras internas. A crise que atacava o Antigo Regime (política, econômi-
A experiência do Despotismo não foi bem aceita nesses ca, social, religiosa e cultural) provocou a convocação dos
países, no final do século XVIII, quando a radicalização da Estados Gerais em 1789. Em junho, o 3o Estado rebelou-se,
Revolução Francesa amedrontou os nobres e os príncipes realizando o juramento do jogo da Pela e proclamou-se As-
mais esclarecidos. sembleia Constituinte.
No dia 14 de julho de 1789, foi derrubada a Bastilha e ini-
F. Independência dos Estados Unidos da América ciou-se a Revolução Francesa.
A separação das Treze Colônias inglesas em relação à O período da Assembleia Constituinte vai de 1789 a 1791,
Inglaterra deu-se quando a Coroa inglesa, pressionada por quando são abolidos os privilégios feudais, aprovando-se a De-
um déficit financeiro que foi provocado pela Guerra dos Sete claração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a nacionaliza-
Anos, tentou eliminar a autonomia com que até então viviam ção dos bens da Igreja, a Constituição Civil do clero e o texto da
as 13 Colônias americanas e, ao mesmo tempo, montar nas Constituição de 1791 (Burguesia–monarquista e censitária).
colônias um regime de Pacto Colonial. A fase da Assembleia Legislativa vai até 1792. As tendên-
Inspirados pela filosofia de John Locke e dos enciclope- cias políticas predominantes são os feuillants e girondinos
O
distas franceses, os colonos ingleses da América iniciaram (direita) e os jacobinos e cordeliers (esquerda). Em 1791, for-
BO O
SC
uma guerra emancipacionista, apoiados pela França, Holanda mou-se a primeira coalizão europeia, e a Assembleia declarou
M IV
e Espanha. guerra à Áustria. A França foi invadida pela 1ª coalizão. Luís
O S
Vencida, a Inglaterra aceitou a independência dos Esta- XVI foi destituído pela Assembleia Legislativa e ocorreu a con-
D LU
dos Unidos pelo Tratado de Versalhes, em 3 de setembro de vocação de uma nova Constituinte (A Convenção), em 1792.
O C
1783. Independentes, os americanos formaram uma confe- A 1ª coalizão contra a França foi vencida na Batalha de Valmy.
N X
deração até o ano de 1787, quando a Convenção de Filadél- A Convenção – 1792-1794 – decretou a abolição da Monar-
SI O E
fia estabeleceu um governo central forte, cujo presidente foi quia e instalou a República da França. Partidos da Convenção:
George Washington, eleito por dois mandatos consecutivos, girondinos (alta burguesia), jacobinos ou montanha (pequena
de 1789 a 1797. burguesia) e pântano ou planície (centro). Principais fatos: julga-
EN S
E U
A independência dos EUA impactou na Europa e na Amé- mento de Luís XVI, derrotas na frente de coalizão europeia, Revol-
rica Latina. Movimentos revolucionários passavam a ter no ta de Vendeia, lutas entre girondinos e jacobinos, insurreição em
D E
horizonte a movimentação norte-americana como inspiração Paris e ascensão dos jacobinos ao poder. Acontecimentos impor-
A LD
para a realização de seus ideais de liberdade. tantes da Convenção Jacobina: implantação da Fase do Terror,
Constituição de 1793, vitória sobre a coalizão europeia na Batalha
EM IA
4. Idade Contemporânea de Fleurus, lutas entre facções jacobinas, golpe do nove termidor.
ST ER
Principais fatos da reação termidoriana: perseguição aos

A. Revolução Industrial jacobinos, revogação da Constituição de 1793 e promulgação
SI AT
A Revolução Industrial teve início na segunda meta- da Constituição do ano III.

M
de do século XVIII, provocando uma série de mudanças O Diretório – 1795-1799 – teve início com a revolta rea-
na economia e na sociedade de vários países do mundo, lista, em 1795, que acompanhou a crise interna, “Conspiração
principalmente da Inglaterra. Tais mudanças caracterizada Igualdade” (Graco Babeuf): crise econômico-financeira.
ram-se por um aumento da divisão do trabalho e da utiliza- Crise externa: período de vitórias (campanhas da Itália e
ção de máquinas no processo de produção e distribuição do Egito) e derrotas frente à 2ª coalizão europeia. A burguesia
das mercadorias. e o exército apoiaram Napoleão e desfecharam o Golpe do 18
O pioneirismo da Inglaterra deveu-se ao fato de ela apre- brumário, depondo o Diretório; instalaram o Consulado e ini-
sentar uma série de fatores necessários à industrialização, ciou-se a Era Napoleônica (1799-1815).
tais como: capitais em excesso, mercado interno crescente,
grande império colonial e áreas de influência, grande poder C. A Era Napoleônica
naval e jazidas de carvão e ferro em abundância. Teve início em 1799, com o Golpe do 18 brumário, e tér-
A Revolução Industrial pôs fim às formas tradicionais de mino em 1815, na Batalha de Waterloo. Está dividida em
trabalho industrial, como corporações de ofício, manufaturas três fases: o Consulado, o Império e o Governo dos Cem Dias.
e indústria rural e doméstica, e desencadeou o aparecimento Após tomar o poder, com o apoio do exército e da burguesia,
do proletariado industrial e o aumento da miséria, com con- Napoleão instalou o consulado. Em 1800, Napoleão derrotou
sequentes lutas sociais, políticas e ideológicas que viriam a a 2ª coalizão em Marengo e declarou com a Inglaterra a Paz de
ocorrer durante o século XIX. Amiens. Principais fatos: fundação do Banco da França, criação

301
da Sociedade Nacional de Fomento à Indústria, Concordata de América Latina independente

1801 com a Igreja e Redação do Código Civil de 1804.
HISTÓRIA
HAITI
Em 1804, foi estabelecido o Império pela Constituição do (1804) REPÚBLICA DOMINICANA
ano XII. Em 1805, a terceira coalizão foi vencida nas Batalhas MÉXICO HONDURAS CUBA (1865)
(1824) (1898)
de Ulm e Austerlitz, enquanto o comandante Nelson destruía a
PORTO RICO
esquadra francesa em Trafalgar. Em 1806, Napoleão venceu a JAMAICA (1898)
OCEANO
4ª coalizão nas Batalhas de Iena, Averstaedt, Eylav e Friedland. GUATEMALA
EL SALVADOR ATLÂNTICO
Em 1806, em pleno apogeu, Napoleão decretou o bloqueio VENEZUELA TRINIDAD
NICARÁGUA
continental. O fracasso desse bloqueio bem como os desas- (1821)
COSTA RICA
(1830)
COLÔMBIA GUIANAS
tres militares na Espanha e na Rússia foram os principais fa- Equador PANAMÁ (1830)
tores do declínio do Império. Em 1813, Napoleão foi vencido EQUADOR
pela 6ª coalizão, na Batalha das Nações. Abdicando em favor (1822)
de seu filho, Napoleão foi exilado na ilha de Elba. Em 1814, os PERU

BRASIL
(1821)
Bourbons retornaram ao trono da França. Em 1815, Napoleão (1822)
fugiu de Elba chegando à França para iniciar o seu governo dos BOLÍVIA
(1825)
Cem Dias. Depois de ascender de novo ao trono, Napoleão foi
derrotado pela 7ª coalizão, na Batalha de Waterloo, tendo sido
CHILE
exilado na ilha de Santa Helena, onde faleceu em 1821. (1817)
D. O Congresso de Viena e a Europa ARGENTINA

URUGUAI
(1828)
Após a derrota de Napoleão, reuniu-se, na Áustria, o Con- OCEANO
(1816)
O
gresso que iria, sob o comando das grandes potências, tentar
BO O
PACÍFICO
SC
N
reorganizar a Europa, geográfica, social e politicamente.
M IV
Nessa reunião, foi traçada uma política absolutista e
O S
0 1 170 km
conservadora para a Europa, visando ao restabelecimento
D LU
do antigo regime na França, assim como de outras estruturas
O C
políticas anteriores à Revolução Francesa, em toda a Europa. Independência do Haiti
N X
O Congresso procurou também estabelecer uma política Colônia francesa, as lutas pela independência no Haiti ti-
SI O E
de “equilíbrio europeu”, a fim de que as principais nações tiveram início ainda na década de 1790, em meio à conso-
vessem poderio mais ou menos equivalente. Criou estruturas lidação da Revolução Francesa. Consolidada somente em
de cooperação entre os países da Europa, a fim de que fossem
EN S
1804, após anos de guerras contra a França, a emancipa-

E U
realizadas intervenções em países onde ocorressem revolu- ção haitiana teve como caráter particular o fato de ter sido
ções liberais ou nacionalistas (de emancipação), por meio da
D E
comandada por negros ex-escravos, que lideraram a popu-

Santa Aliança.
A LD
lação afrodescendente contra os franceses.

O sistema de intervenções (Metternich) durou até 1848, sen-
do destruído após uma série de revoluções nos países europeus.
EM IA
F. O pensamento no século XIX

ST ER
E. Independência da América Espanhola e do Haiti As principais correntes de pensamento do século XIX fo-
A independência da América Espanhola ocorreu dentro ram as do liberalismo (político e econômico), do nacionalis-
SI AT
de um contexto político-econômico caracterizado pela Revo- mo e do socialismo.

M
lução Francesa, guerras napoleônicas, Revolução Industrial e Os principais traços do pensamento liberal foram:
difusão das ideias iluministas. • o individualismo econômico, segundo o qual o Es-
Entre as causas principais das lutas de emancipação, po- tado não deveria intervir na vida econômica, dei-
demos citar o Pacto Colonial, que prejudicava altamente a eco- xando a cada pessoa a defesa dos seus interesses
nomia colonial, a situação de inferioridade em que viviam os individuais;
criollos, o ideal do Iluminismo, o interesse dos países industria- • o mercado livre, que seria equilibrado pela lei da ofer-
lizados, Inglaterra, França e Estados Unidos, em tornar a América ta e procura. O grande desenvolvimento do comércio
espanhola uma área de livre-comércio, sem a tutela da Espanha. provocaria um aumento da divisão de trabalho que,
Após uma série de tentativas sem sucesso, surgiu a gran- por sua vez, provocaria um grande progresso técnico
de oportunidade em razão das guerras napoleônicas e da e um aumento constante da produção.
ocupação da Espanha. Após 1810, os movimentos de eman- Com o desenvolvimento do liberalismo e da concen-
cipação sucederam-se com o apoio da França napoleônica. tração humana nas cidades por causa da industrialização,
Inicialmente, os espanhóis conseguiram reprimir esses o século XIX europeu também conheceu um debate em
movimentos, porém, após 1815, com o apoio da Inglaterra, os torno da identidade dos povos, consolidando ondas de
criollos reiniciaram a ofensiva. nacionalismos. Intelectuais recuperavam a Idade Média
Na década de 1820, os movimentos emancipacionistas para falar da origem das diferenças, do “espírito do povo”
alcançaram sucesso. (volkgeist). Muitos estudavam o folclore e a filologia (lin-
A independência da América Espanhola fragmentou vários guística), a fim de determinar o caráter nacional. Pode-se
países sob o domínio de grandes famílias criollas (aristocratas afirmar que a História nasceu como uma disciplina do co-
coloniais). Essa divisão e o constante enfraquecimento au- nhecimento no quadro de tentativas de construção da his-
mentaram a dependência econômica em relação à Inglaterra. tória nacional.

302
No que diz respeito ao pensamento socialista, as primei- Em 1870, com a vitória sobre a França, a Prússia com-
ras teorias surgiram durante o século XIX, concomitantemen- pleta a unificação da Alemanha, fundando o II Reich. A França
HISTÓRIA
te com as primeiras tentativas de organização da classe ope- perde Alsácia e Lorena para a Alemanha, que inicia uma rápi-
rária. As escolas socialistas eram duas: socialismo utópico da industrialização que a tornou, no final do século XIX, uma
(Saint-Simon; Robert Owen; Fourier) e socialismo científico. grande potência.
• Os utópicos divergiam muito em suas ideias, mas pos-
suíam traços comuns como organização de novas for-
mas sociais que avançassem mais do que o capitalis- Comuna de Paris
mo. Os projetos dos utópicos eram difíceis de realizar, Com a derrota do imperador francês Napoleão III para os
pois ignoravam a luta de classes; prussianos, em 1871, os operários parisienses organiza-
• Os grandes defensores do socialismo científico foram ram barricadas e estabeleceram o primeiro governo operá-
Marx e Engels. Baseados no materialismo dialético, rio da história, a Comuna de Paris, que se opunha ao acerto
esses socialistas procuraram formar uma visão das feito por liberais da alta burguesia, organizados fora de Pa-
transformações ocorridas ao longo da história do ho- ris, que proclamaram a República e assinaram um acordo
mem. Transformações estas provocadas pela luta de de paz com a Prússia. A Comuna reuniu socialistas utópicos
classes, que se caracterizaria pela passagem do ca- e científicos, além de anarquistas, que estabeleceram uma
pitalismo, que desaparecia após uma série de crises, direção coletiva, a participação de mulheres, o confisco de
dando lugar ao socialismo. Os dois filósofos sociais propriedades da alta burguesia e o controle operário sobre
foram importantes na organização do proletariado. as fábricas. Contudo, o movimento sucumbiu diante das di-
visões internas e da articulação de forças no território fran-
G. Unificações Italiana e Alemã cês contra a experiência do governo independente de Paris.
O
As Revoluções de 1848 foram vencidas pelos austríacos,
BO O
SC
impedindo a unificação político-territorial da Itália.
M IV
Carlos Alberto, rei do Piemonte, abdicou em favor de Vítor H. Os Estados Unidos no século XIX
O S
Emanuel, cujo primeiro-ministro, Camilo Cavour, seria perso- Na primeira metade do século XIX, alicerçados na Doutri-
D LU
nagem importante na Unificação Italiana. Em 1858, no “En- na Monroe (“A América para os americanos”) e na ideologia
O C
contro de Plombiéres”, Cavour fez com Napoleão III uma alian- do Destino Manifesto, os estadunidenses promoveram a cha-
N X
ça franco-piemontesa contra a Áustria. Em 1859, começou mada Expansão para o Oeste, chegando ao litoral do Pacífico
SI O E
a guerra contra a Áustria; enquanto isso, Giuseppe Garibaldi tornando-se um país de dimensões continentais.
vencia os príncipes austríacos de Toscana, Parma e Módena, Contudo, a dinâmica de ocupação dos territórios a oeste
originando o reino da Alta Itália, que englobava Piemonte, aguçou as rivalidades entre políticos do norte e do sul da área
EN S
E U
Lombardia, Toscana, Parma e Módena. Em 1860, na “expedi- original dos Estados Unidos (costa leste):
ção dos mil”, Garibaldi conquistou as duas Sicílias que, junta- • Estados sulistas
D E
mente com os Estados Pontifícios, foram unidos ao reino da »»Latifúndios, mão de obra escrava e exportação de
A LD
Alta Itália, dando origem ao Reino da Itália. produtos primários

Em 1866, Veneza foi libertada dos austríacos e anexada »»Defesa de política econômica liberal: facilitação no
EM IA
à Itália, após a derrota dos austríacos frente à Prússia. Roma, comércio com a Inglaterra (algodão)
ST ER
submetida à proteção francesa, foi unificada em 1870, após »»Defesa do escravismo

a França ser vencida pela Prússia. Essa anexação deu origem • Estados nortistas
SI AT
à “Questão Romana”, que foi resolvida em 1929, com o Trata- »»Pequenas e médias propriedades, mão de obra livre
M
do de Latrão. As províncias irredentas, que continuaram sob e desenvolvimento manufatureiro

o domínio dos austríacos, foram anexadas em 1919. »»Política econômica protecionista: defesa das
Quanto à Alemanha, em 1815 o Congresso de Viena mante- manufaturas
ve sua divisão política, mas agrupou os Estados na Confederação »»Contra o escravismo: consolidação do mercado in-
Germânica, presidida pela Áustria. A Prússia vinha após a Áustria terno (monetarização)
em poder e influência na confederação. A fundação do Zollverein, O ponto alto das tensões ocorreu em 1860, com a vi-
em 1834, da qual a Áustria estava excluída, provocou o desen- tória do nortista Abraham Lincoln nas eleições para pre-
volvimento econômico da Alemanha. As Revoluções de 1848, na sidente da República. No ano seguinte, ocorreu a decla-
Confederação Germânica, provocaram a convocação da Conven- ração de separação dos estados do sul: início da Guerra
ção de Frankfurt, que sugeriu que a Coroa da Alemanha Unificada de Secessão (1861-1865), que representou a grande
fosse ofertada ao rei da Prússia, que rejeitou tal oferta. encruzilhada norte-americana, pois seu desenvolvimento
Em 1850, a Áustria se opôs à formação pela liderança da colocou em choque dois modelos distintos de organização
Prússia da União Restrita, o que provocou a humilhação de econômico-social. A história dos Estados Unidos estava
Olmutz. Em 1861, com a subida de Guilherme I ao trono da Prús- sendo decidida ali. Após a vitória do norte sobre o sul, que
sia e a nomeação de Bismarck ao cargo de chanceler, abriram-se provocou a abolição do trabalho escravo, os Estados Uni-
novas perspectivas para a unificação da Alemanha. Com a Guerra dos consolidaram sua Revolução Industrial e passaram a
dos Ducados, em que a Prússia venceu a Dinamarca, iniciou-se o olhar para outras áreas americanas e do Pacífico (imperia-
processo unificatório; em 1866, a Áustria foi derrotada pelos pru- lismo). Mas também conheceram o desenvolvimento de
ssianos na Guerra das Sete Semanas, o que dissolveu a Confede- uma política racista nos estados no sul, que perdura até
ração Germânica e formou a Confederação Germânica do Norte. os dias atuais.

303
I. Imperialismo Europa antes da Primeira Guerra

Na segunda metade do século XIX, países europeus, Es-
HISTÓRIA
NORUEGA
tados Unidos e Japão passaram a concorrer, como potências SUÉCIA
industriais, na busca de mercados e recursos naturais (insu- DINAMARCA
mos necessários à manutenção da atividade produtiva). Tal
concorrência provocou o chamado imperialismo e teve efei- REINO HOLANDA ALEMANHA
tos importantes no âmbito econômico, político e cultural. UNIDO
BÉLGICA
RÚSSIA
• Econômico LUXEMBURGO
– Formação de holdings, trustes e cartéis na virada do SUÍÇA ÁUSTRIA-HUNGRIA
FRANÇA ROMÊNIA
século XIX para o XX. (ADERIU 1915)
• Político ITÁLIA
(ADERIU 1915)
SÉRVIA
BULGÁRIA
– Desenvolvimento de políticas para atender às exi- MONTENEGRO
(ADERIU 1915)
ESPANHA ALBÂNIA
gências de manutenção de mercados e garantias de IMPÉRIO
PORTUGAL
acesso a matérias-primas e outros recursos (imperia- GRÉCIA TURCO
(ADERIU 1917)
lismo das potências industriais). ARGÉLIA N
• Cultural Tríplice
Entente
Tríplice
Aliança Neutro
TUNÍSIA
0 510 km
– Arranjos ideológicos que justificavam interven-
ções das potências industriais para a realização de
seus interesses econômicos (“fardo civilizador do Europa após a Primeira Guerra
homem branco”).
NORUEGA
Um dos pontos altos do imperialismo foi a Conferência de SUÉCIA
ESTÔNIA
O
Berlim (1884-1885), uma tentativa de impedir conflitos entre
BO O
DINAMARCA LETÔNIA
SC
PRÚSSIA LITUÂNIA
as potências industriais concorrentes por meio de uma polí-
M IV
ORIENTAL BELARUS
tica de colonização para manter o controle sobre regiões da
O S
REINO UNIDO HOLANDA RÚSSIA
África e da Ásia, mas sem levar em conta os interesses das POLÔNIA
D LU
ALEMANHA
BÉLGICA UCRÂNIA
populações africanas e asiáticas. LUXEMBURGO TCHECOSLOVÁQUIA
O C
Moldova
ÁUSTRIA
J. Primeira Guerra Mundial
N X
SUÉCIA HUNGRIA
FRANÇA ROMÊNIA
SI O E
As principais causas dessa guerra foram: IUGOSLÁVIA

• o antagonismo e a rivalidade econômica entre Alemanha ITÁLIA BULGÁRIA
e Inglaterra;
EN S
ALBÂNIA
PORTUGAL
E U
• o sentimento de revanche mantido pela França em re- ESPANHA

GRÉCIA TURQUIA
lação à Alemanha, desde a perda de seus territórios; N
D E
• o neocolonialismo (Imperialismo);
A LD
TUNÍSIA 0 440 km
ARGÉLIA
• o pan-eslavismo sérvio;
• o expansionismo russo em direção à Turquia;
EM IA
• a Política das Alianças: K. Revolução Russa

ST ER
a. Tríplice Entente: Inglaterra, França, Rússia. O Império Russo começa o século XX sob o governo ab-
b. Tríplice Aliança: Alemanha, Itália, Império Austro-Húngaro solutista do czar Nicolau II (1894-1917), enfrentando forte
SI AT
O pretexto para o início do conflito foi o assassinato do oposição. Destaque para os socialistas bolcheviques, que
M
herdeiro austríaco Francisco Ferdinando, em Sarajevo, ca- apoiavam os sovietes (conselhos de camponeses, operários
pital da Bósnia. A Alemanha procurou vencer inicialmente a e soldados) e tinham uma proposta revolucionária sob a lide-
França, invadindo-a e travando com ela a Batalha do Marne; rança de Lênin.
a partir daí, envolveram-se na Guerra de Trincheiras, que Após enfrentar o chamado Ensaio Geral de 1905, Nicolau II
durou até 1917. No entanto, na frente leste, a Rússia sofria enfrentou certa estabilidade, sobretudo por ter criado a Duma
sérias derrotas. (Parlamento), embora seu funcionamento sempre tenha
Em 1917, com a intensificação da guerra submarina sido precário.
alemã, vários navios americanos foram afundados, o que Em 1914, o czar colocou a Rússia na Primeira Guerra
levou os EUA a declarar guerra à Alemanha no momento Mundial contra a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria
em que a Rússia saía da guerra, em virtude da eclosão da e Itália), complicando de vez a situação política do país: a
Revolução Socialista. mobilização de tropas, a baixa produtividade no campo e a
A guerra terminou em 1918, com a Alemanha vencida exploração intensiva do proletariado geraram um debate que
e sendo obrigada a aceitar a Paz de Versalhes, a qual esta- ganhou ruas e praças. Os soldados rebelaram-se contra seus
belecia que a Alemanha devolveria a Alsácia-Lorena para comandantes e o número de desertores crescia a cada dia.
a França, além de territórios à Bélgica, Tchecoslováquia Faltaram gêneros alimentícios e a inflação aumentou.
e Polônia; a Inglaterra e a França assumiram as colônias Em 27 de fevereiro de 1917, no calendário russo, o país
da Alemanha, os alemães foram condenados a pagar uma parou e Nicolau II abdicou (Revolução fevereiro/março 1917).
grande indenização de guerra, não poderiam militarizar-se, De volta do exílio, Lenin divulgou as Teses de Abril (ditadura
salvo um pequeno exército, enquanto a Renânia teria que do proletariado, nacionalização de empresas, distribuição
ficar desmilitarizada. de terras aos camponeses e assinatura de um acordo de paz

304
com a Alemanha). Ao final de outubro (7/11 no calendário Em alguns anos, a euforia do american way of life come-
ocidental), a Rússia parou novamente com a greve geral dos çou a dar sinais de esgotamento, uma vez que a produção es-
HISTÓRIA
ferroviários e operários. Os sovietes controlaram Moscou e tadunidense estava ultrapassando em muito a capacidade de
Petrogrado e logo passaram a dominar outras cidades russas, consumo externo e interno. Tal situação, aliada a uma grande
sob o controle dos bolcheviques: era a Revolução de Outubro especulação financeira, levou a uma crise até então sem pre-
de 1917, que instituiu o governo bolchevique. cedentes na história do capitalismo.
Seguiram-se anos de guerra civil, que só terminou em A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em
1921 com a vitória do Exército Vermelho (bolchevique) e a 24/10/1929, desencadeou o ponto alto da crise: nos anos se-
destruição do país. Buscando reconstruir a Rússia, Lenin im- guintes, os Estados Unidos e a maioria dos países capitalistas
planta a NEP (Nova Política Econômica), permitindo a existên- mergulharam na chamada Grande Depressão.
cia de ganhos em uma economia de mercado controlada. Em 1933, ao assumir a presidência dos Estados Unidos,
A partir de 1924, Lenin foi substituído por Stalin, que orga- Franklin Delano Roosevelt implantou o New Deal, uma ação do
nizou um totalitarismo de esquerda (stalinismo, 1924-1953). Estado na criação de emprego e renda com vistas a recuperar
Com a organização dos planos quinquenais, estabeleceram- a economia estadunidense: desvalorização do dólar, ato de
-se metas de produção definidas para cinco anos (garantia da ajustamento da agricultura, criação de “frentes de trabalho”
industrialização forçada e da coletivização das terras). Stalin – para construir estradas, prédios públicos, barragens e usi-
era o líder máximo, cultuado por milhões, praticante de uma nas no Vale do Tennessee –, além do ato de restabelecimento
política que se apropriava dos meios de comunicação para a industrial nacional (acordos com industriais e trabalhadores).
realização de seus desígnios. A Crise de 1929 representou uma crise do liberalismo
e, nesse sentido, ajudou a desenvolver ideias totalitaristas
L. Fascismo como as nazifascistas.
O
Situação da Itália após a Primeira Guerra Mundial:
BO O
SC
• muitas perdas e sem recompensas N. Nazismo
M IV
• crise econômica: agricultura e indústria Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha enfrentou
O S
• elevação do desemprego uma grave crise econômica que refletiu uma crise política da
D LU
• regime parlamentar sem partidos fortes socialdemocracia da República de Weimar. Cabe lembrar que
O C
• sentimento antiparlamentar: demora o país foi o mais penalizado ao fim da guerra, com o Tratado
N X
• sentimento antiesquerdista: greves de Versalhes.

SI O E
1919: ascensão do Partido Nacional Fascista, liderado Tal situação contribuiu para o surgimento de grupos ra-
por Benito Mussolini, que acreditava que só a união nacional dicais, tanto de esquerda quando de direita. O Partido Nacio-
em torno de seu partido poderia acabar com a ameaça so- nal Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazi), liderado por
EN S
E U
cialista e o imperativo individualista do pensamento liberal. Adolf Hitler, foi o que mais se destacou em relação ao segun-
Além disso, os fascistas teciam duras críticas ao Parlamento do grupo.
D E
e à esquerda. Para tanto, tinham apoio da Igreja Católica e de Após uma tentativa fracassada de tomar o poder, em
A LD
empresários (burgueses) italianos. 1923, os nazistas ganharam terreno político no início da dé-
1922: na Marcha sobre Roma, o rei Vítor Emanuel III en- cada de 1930, em meio aos efeitos de Crise de 1929. Hitler
EM IA
trega o cargo de primeiro-ministro a Mussolini. Calando a opo- chegou ao poder no cargo de chanceler e, em pouco tempo,
ST ER
sição, em poucos anos ele se torna duce (líder, guia) da Itália, tornou-se führer (líder, guia) do povo alemão. Organização do
assinando as “leis fascistíssimas” e desenvolvendo uma po- Terceiro Reich:
SI AT
lítica belicista. • discurso nacionalista

M
1929: Tratado de Latrão – a Igreja Católica reconhece o • reparações à humilhação alemã

Estado italiano (fim da Questão Romana), mediante o paga- • defesa da superioridade ariana
mento de uma indenização milionária, mais a criação do Esta- • discurso antissemita
do do Vaticano, dentro de Roma. O ensino religioso passa a ser • consolidação de grupo paramilitar SS (brigadas de
obrigatório nas escolas italianas. proteção)
Mussolini falava da grande Itália do passado que ressur- • ódio à democracia e à esquerda
giria com ações militares em termos globais que garantiriam • estabelecimento do partido único
os interesses da indústria nacional italiana em oposição à • pena de morte
política de outros países. O nível de emprego aumentou e o • criação da Gestapo (polícia política)
custo de vida diminuiu, o que o tornou muito popular. Seus • criação de campos de concentração (comunistas, ci-
pronunciamentos eram acompanhados por milhares de pes- ganos, judeus etc.)
soas nas praças públicas, constituindo um verdadeiro movi- • leis contra judeus (Nuremberg – 1935)
mento de massas mobilizadas pelos meios de comunicação. • expansionismo territorial
A Alemanha retirou-se da Liga das Nações (14 de março
M. Crise de 1929 de 1933) e iniciou o rearmamento e restabeleceu o serviço
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os Estados Uni- militar obrigatório.
dos assumiram o papel de principal potência econômica do É estabelecido o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Alemanha e
mundo capitalista, com elevado padrão de produção e uma Itália ajudam os fascistas espanhóis na Guerra Civil Espanho-
política sustentada pelo liberalismo (pouco ou nenhuma in- la (1936-1939). Os nazistas usam a Espanha como laborató-
tervenção do Estado sobre a economia). rio para suas táticas e armas de guerra.

305
Houve também anexação da Áustria, em 1938, e dos Su- A Itália entrou na guerra ao lado da Alemanha, en-
detos. Em seguida, invasão sobre o resto da Tchecoslováquia quanto a Inglaterra sofreu constantes e violentos ataques
HISTÓRIA
e declaração de interesse pelo “corredor polonês”. A partir da Alemanha.
desse momento, a chamada política do apaziguamento es- Em 1941, iniciou-se a “operação Barbarossa”, a invasão
gotou-se, pois Inglaterra e França colocaram-se em defesa da alemã sobre a Rússia, e o bombardeio a Pearl Harbour pelo
Polônia, afirmando que qualquer ataque ao Estado soberano Japão (07/12/1941), que levou os Estados Unidos à guerra.
polonês seria entendido como uma declaração de guerra às Os japoneses, no ano de 1942, conquistaram vastos ter-
duas potências. ritórios no Pacífico e na Ásia, porém, após muitas lutas, foram
vencidos pelos EUA, na Batalha de Midway e no Mar de Coral,
Símbolos que marcaram a crise do liberalismo e a enquanto na África do Norte os ingleses venceram os ale-
emergência dos estados totalitários mães em El Alamein.
No final de 1942, ocorreu a Batalha de Stalingrado, que
só terminaria em fevereiro de 1943, com a vitória dos russos.
A Batalha do Atlântico neutralizou a marinha alemã, en-
quanto na Itália os americanos e ingleses derrubaram o regi-
me fascista de Mussolini. No ano de 1944, ocorreu a invasão
da Normandia feita por ingleses e americanos, enquanto os
russos se dirigiam para Berlim; nesse ínterim, os japoneses
sofreram sérias derrotas no Pacífico.
Pela Conferência de Yalta, em 1945, ocorreu a rendição
alemã; em agosto, as explosões atômicas em Hiroshima e
O
Nagasaki levaram o Japão à rendição total.
BO O
SC
As principais consequências da Segunda Guerra Mundial
M IV
foram:
O S
• surgimento da Guerra Fria;
D LU • processo de descolonização afro-asiática;
O C
• expansão do bloco socialista;
N X
• criação da ONU;
SI O E
• aplicação do Plano Marshall para reconstrução europeia.
P. Da Guerra Fria aos dias atuais

EN S
E U
Nossa história recente é marcada pela bipolarização en-

tre EUA e URSS (Guerra Fria), que determinou um fenômeno
D E
de divisão do mundo em áreas de influência ideológica, po-

A LD
lítica e econômica, incompatíveis, excludentes, antagônicas:

o bloco capitalista e o bloco socialista, liderados, respectiva-
EM IA
mente, pelos EUA e pela URSS. Essas duas superpotências

ST ER
marcaram a história do mundo pós-Segunda Guerra, até o

início dos anos 1990, pois travaram um conflito ideológico
SI AT
pela liderança mundial, seja na propaganda, seja no conflito

M
de interesses, nos atos indiretos, nas ameaças, na arte, nos

esportes etc.
Os principais eventos da Guerra Fria e suas repercus-
sões são:
• Fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945: nas Confe-
rências de Yalta e Potsdam, foram decididos os des-
tinos da Europa, que ficou dividida, a Leste, em uma
zona de influência soviética, e a Oeste, que continua-
va capitalista. Já a Alemanha ficou dividida em quatro
setores de ocupação militar das quatro potências ven-
O. Segunda Guerra Mundial cedoras (EUA, URSS, França e Reino Unido).
As causas da Segunda Guerra foram principalmente: o • Criação da ONU na Conferência de São Francisco, 1945.
Tratado de Versalhes (revanchismo alemão), a paz armada, • Imposição dos regimes pró-soviéticos no Leste, a
o espaço vital de Hitler, o pangermanismo etc., porém o seu partir da Bulgária e Albânia (1946), Hungria, Polônia,
início ocorreu com a tomada da Polônia pela Alemanha e pela Romênia (1947), Tchecoslováquia (1948) e Alema-
Rússia em 1939. O estilo de guerra iniciado pela Alemanha foi nha Oriental (1949).
a Blitzkrieg (a guerra-relâmpago). • Doutrina Truman, adotada em 1947, e o Plano Marshall
Após vencer a Polônia em 1940, a Alemanha derrotou vá- (1948) são a resposta do Ocidente à expansão socia-
rios países, entre eles a França. lista, logo depois da criação da Otan (1949).

306
• Bloqueio de Berlim, 1948-1949, pela URSS — divisão econômicas da perestroica e da glasnost (1988-89) (visando
formal da Alemanha em dois Estados: foi o primeiro à democratização da URSS) e a crise econômica, provocou:
HISTÓRIA
pico da Guerra Fria. • Fim do domínio soviético no Leste Europeu e todo o

• Guerra da Coreia, de 1950 a 1953: bipolarização atin- bloco socialista (extinção do COMECOM, do Pacto de
ge a Ásia após dividir a Europa; Revolução de 1949 na Varsóvia etc., em 1991); queda das ditaduras do Leste
China cria China Popular de Mao Tsé-tung e Formosa a partir da queda do Muro de Berlim, em 1989.
de Chiang Kai-chek – interferência soviética e chinesa • Agravamento da crise econômica da URSS levou à
leva a Coreia do Norte a invadir a Coreia do Sul, pró-o- tentativa de golpe contra Gorbatchev em agosto de
cidental. Equilíbrio de forças entre as superpotências; 1991. Resistência popular contra o retrocesso a favor
após conflito, a Coreia permanece dividida. de Gorbatchev. Governo golpista destituído (expulsão
• Morte de Stálin, em 1953: Kruschev no poder propõe dos comunistas do poder).
coexistência pacífica com o Ocidente, mas cria o Pacto • Extinção da URSS (dez. 1991), renúncia de Gorbat-
de Varsóvia (1955) e intervém na Hungria. chev e criação da CEI (dez. 1991).
• Processo de descolonização acelera-se a partir de • Desagregações no Leste Europeu: cisão da
1950, após independência da Índia em 1947 e Pa- Tchecoslováquia, em 1992, e da Iugoslávia, a partir de
quistão; independências na África a partir de 1956 e a 1991, com intensa guerra civil entre a Sérvia, hegemô-
Conferência Afro-Asiática de Bandung (1955) lançam nica e a favor da manutenção da federação, e a Croácia
as bases do terceiro-mundismo e do não alinhamento. e a Eslovênia, que se fixaram independentes. Guerras
• Os EUA ampliam suas alianças militares na Ásia étnicas pelo controle da Bósnia a partir de 1991, sér-
(1955-1956); o fim da guerra colonial da Indochina vios, bósnios e croatas esmagam muçulmanos com
francesa em breve cria a Guerra do Vietnã, o mais lon- apoio de seus respectivos países, pela hegemonia da
O
go dos conflitos da Guerra Fria (1956-75). O comunis- Bósnia. Omissão do ocidente e apoio da Rússia aos
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SC
mo expande-se na Ásia de Sudeste. sérvios (limpeza étnica contra os muçulmanos).
M IV
• Independências africanas após conflitos coloniais • 1995: ONU tenta, com auxílio da Otan, barrar avanço
O S
marcam os anos 1960. Antes, regime branco do dos sérvios-bósnios e fazer um acordo que mantenha
D LU
apartheid instituído na África do Sul, que ocupou a Bósnia independente. Croácia entra na guerra con-
O C
a Namíbia até 1989, tendo este sido desmontado tra sérvios, que recuam após bombardeios da Otan
N X
nos anos de 1990 (libertação e eleição de Nelson (set. 1995).

SI O E
Mandela). Guerras na Etiópia, Somália e Angola mar- • 1997: com a morte de Deng Xiaoping, em fevereiro,
caram os anos 1970 e 1980, na África, por causa da seu sucessor Jiang Zemin confirmou, no 15º Con-
bipolarização. Independência da Namíbia (1989) e gresso do PC chinês, a abertura econômica repre-
EN S
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Eritreia (1994) marcam fim de questões regionais. sentada pelo fim do monopólio estatal da proprie-
Volta do tribalismo em Ruanda e Burundi marcaram dade dos meios de produção e início de um vasto
D E
genocídios mútuos entre os Tutsis e Hutus, etnias programa de privatização.

A LD
que compõem esses dois países. • O conselho de Washington, ou seja, a aplicação de

• Revolução Cubana e posterior instauração do regime uma política de autoridade econômica, com medidas
EM IA
comunista provocaram a Crise dos Mísseis, em 1962, drásticas de estabilidade fiscal e da moeda, foi adap-
ST ER
e a manutenção de Cuba pela URSS até 1989. tada no início do ano 2000; essa política neoliberalis-
• Atual isolamento de Cuba deve-se ao embargo comer- mo já havia sido adotada em vários países do mundo,
SI AT
cial dos EUA, que exige retorno do país à democracia e inclusive no Brasil.
M
às eleições pluripartidárias, e ao fim da ajuda soviéti- • Em setembro de 2001, atentados terroristas nos EUA
ca, a partir de 1990. destruíram o WTC, em Nova York, e parte do edifício do
• O avanço do socialismo na América, a partir da Revolu- Pentágono, em Washington.
ção Cubana, estimulou vários golpes de Estado dados • Tropas lideradas pelos Estados Unidos e Inglaterra
por militares, com o apoio de setores civis, em países invadiram e ocuparam o Iraque, destituindo Saddam
latino-americanos, como Chile (1973), Brasil (1964) Hussein do poder. O mesmo fato ocorreu no Afeganis-
e Argentina (1976). Esses governos militares se auto tão, destituindo os talibãs do poder.
justificavam em nome da Doutrina de Segurança na- • Em maio de 2006, após um plebiscito, Montenegro se-
cional (combate ao socialismo). parou-se da Sérvia.
• Outra aventura socialista latino-americana foi o re- • Houve a eleição do primeiro presidente negro dos
gime socialista na Nicarágua, combatido pelos "con- EUA, Barack Obama, em 04 de novembro de 2008,
tras" com o apoio dos EUA, até 1990. Guerrilhas do fato considerado relevante em razão do histórico ra-
Sendero Luminoso (maoísta) no Peru e dos Chiapas cista do país.
no México continuam. • Crise econômica 2008-2009 afetando o sistema pro-
• No Oriente Médio: criação do Estado de Israel (1948), dutivo em razão da insolvência de bancos que parti-
após ocupação britânica na Palestina – surgimento da cipavam do sistema de vendas de títulos imobiliários
questão árabe-israelense. nos EUA, atingindo as bolsas de valores do mundo
O fim da era soviética marxista-leninista, com a eleição inteiro e gerando desemprego e paralisação das prin-
de Gorbatchev (1985), o desarmamento (1987), as medidas cipais economias desenvolvidas.

307
5. Expansão marítima portuguesa • a descoberta de metais preciosos nas colônias espa-

A origem de Portugal encontra-se nas chamadas Guer- nholas que aguçou o interesse da Coroa portuguesa em
HISTÓRIA
ras de reconquista da Península Ibérica. Tais guerras cons- explorar melhor seus domínios no continente americano.
tituíam-se em campanhas militares de cristãos organizados
em pequenos reinos do norte contra os islâmicos localizados 6. Período Colonial
no centro e no sul da península. Portugal nasceu como um Vale lembrar que a colonização do Brasil por Portugal foi
condado do reino de Leão, transformando-se em uma mo- efetuada no contexto do Mercantilismo, em que cabia à colô-
narquia independente no ano de 1139, sob o comando da nia a função de complementar a economia da metrópole, su-
família de Borgonha. Essa dinastia governou entre os anos bordinando-se ao Pacto Colonial. Assim, afirmava-se o traço
de 1139 e 1383. fundamental do mercantilismo aplicado à área colonial: mo-
O último rei da dinastia de Borgonha foi D. Fernando, o nopólio de comércio.
Formoso, que faleceu em 1383. Após sua morte, seguiu-se
uma disputa interna entre a rainha regente Dona Leonor A. Administração
Teles e D. João, Mestre da Ordem de Avis, meio-irmão do Portugal transferiu para a iniciativa particular a tarefa
falecido rei. Dona Leonor foi acusada de favorecer o rei- de colonizar seus domínios no continente americano por
no de Castela em que se encontrava sua filha D. Beatriz, meio das capitanias hereditárias (15 lotes entregues a 12
casada com o monarca D. João. Setores populares, gru- donatários).
pos de mercadores e parte da nobreza lusitana apoiaram O sistema de capitanias hereditárias estava assentado
D. João, Mestre da Ordem de Avis, que reclamava o trono de em dois documentos, a saber:
Portugal. Assim, iniciou-se uma revolução no pequeno rei- • Carta de Doação (legitimava a posse e definia a dimensão
no que só foi encerrada após a vitória do Mestre da Ordem do território, além do caráter hereditário da administração)
O
de Avis. Fundava-se uma nova dinastia e consolidava-se o • Foral (estabelecia os direitos e os deveres dos donatários)
BO O
SC
Estado lusitano. Essa dinastia governou entre os anos de Além disso, foram organizados governos locais situados
M IV
1385 e 1580 e conferiu a Portugal a primazia na expansão nas vilas e cidades conhecidos por Câmaras Municipais (os
O S
marítimo-comercial europeia. vereadores eram colonos chamados de “homens bons”).
D LU
Sendo assim, a expansão marítima portuguesa teve iní- A dificuldade dos donatários de fixar populações de-
O C
cio após a revolução de Avis, por causa da consolidação da terminou, entre outros fatores, o estabelecimento de um
N X
monarquia nacional e sua convergência com a burguesia governo central em Salvador, o Governo-Geral. Este visava
SI O E
mercantil. Nesse sentido, o Estado português buscou novas auxiliar as capitanias hereditárias que apresentavam pro-
rotas de comércio que visavam aumentar o poder da realeza, blemas e, além disso, objetivava centralizar a administra-
ao mesmo tempo em que garantiam lucros ao seu grupo mer- ção colonial.
EN S
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cantil. O intuito era romper o monopólio árabe-italiano sobre

as especiarias orientais. O empreendimento náutico tentava B. Economia açucareira
D E
encontrar um caminho para o Oriente contornando o conti- A cana-de-açúcar foi o produto escolhido pelos portugue-
A LD
nente africano. Por isso, a aventura marítima lusitana ficou ses, que já a plantavam na Ilha da Madeira e já estavam as-
conhecida por périplo africano. sociados aos holandeses, responsáveis pelos investimentos,
EM IA
Cronologia das navegações e conquistas pelo transporte, pelo refino e pela distribuição na Europa.
ST ER
1. Ceuta (1415) Por tudo isso, os holandeses acabavam ficando com 70%
2. Cabo de Boa Esperança (1486-87) da renda obtida, o que possibilitou grande acumulação de ca-
SI AT
3. Índias (1498), por Vasco da Gama pitais aos batavos.

M
4. Brasil (1500), por Pedro Álvares Cabral As características da economia açucareira foram:
• grandes propriedades (unidades de produção);
Contudo, nos primeiros trinta anos após conquistar a cos- • monocultura (atividade especializada);
ta brasileira, em razão da inexistência de produtos rentáveis • trabalho escravo (propriedade sobre os braços);
e de metais preciosos, Portugal concentrou-se no lucrativo • produção voltada para o mercado externo (comple-
comércio das especiarias orientais. mentar a economia metropolitana).
Nesse período, conhecido como Pré-Colonial, a ativida- Essas características compõem a plantation.
de econômica praticada pelos portugueses foi a extração de A proximidade com o mercado consumidor europeu, a
pau-brasil, por meio do escambo estabelecido com os indíge- possibilidade de elevada produtividade com o uso do solo
nas, por meio da implantação de feitorias em pontos da costa de massapé e a possibilidade de organização de grandes
brasileira. O monopólio régio da exploração da madeira é da- unidades de produção tornaram o litoral nordestino, mais
tado de 1501. precisamente a área de Pernambuco, a maior produtora
A política portuguesa de transferência de população de açúcar.
para o Brasil decorreu de alguns fatores, dentre os quais A sociedade produzida no chamado ciclo do açúcar
cabe destacar: (1532-1654) foi basicamente rural, patriarcal, escravista e
• a concorrência de outros Estados Modernos pela ex- com reduzida mobilidade. Tudo girava ao redor do engenho
ploração de terras no continente americano; onde se destacavam a casa-grande do senhor de engenho e a
• a decadência do comércio português no Oriente; senzala, espaço dos escravos.

308
Mão de obra escrava indígena e africana

Antes da utilização da mão de obra negra, os portugueses buscaram submeter os indígenas. Entre 1530 e 1570, a
HISTÓRIA
maior parte dos cativos era de “negros da terra”, nome dado pelos portugueses aos indígenas. A partir de 1570, porém, a
situação mudou. Os latifundiários portugueses passaram a dar preferência aos africanos, e ao menos quatro fatores expli-
cam essa transformação:
1. A forte resistência de muitos grupos indígenas à escravização e à catequização. Conhecedores do território, eles con-
seguiam lutar com eficiência e acabaram levando à falência muitas capitanias hereditárias.
2. A falta de resistência biológica dos indígenas às doenças trazidas pelo homem branco, como sarampo, varíola e gripe,
levou milhões à morte.
3. A atuação das ordens religiosas cristãs, especialmente a dos jesuítas, que, valendo-se de uma lei portuguesa de 1570,
protegiam os índios da escravização deliberada feita pelos colonos.
4. A opção pelos cativos negros esteve relacionada ao comércio atlântico altamente lucrativo. Nesse sentido, afirma o
historiador Fernando Novais que “é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e
não o contrário”. Ou seja, não foi apenas a necessidade de mão de obra que gerou o tráfico negreiro no Brasil. Os lucros
obtidos nesse comércio também explicam a importação forçada de milhões de pessoas da África.
C. Domínio espanhol e invasões holandesas D. Expansão territorial

Em 1580, com o fim da dinastia de Avis, Portugal passou O primeiro momento da colonização portuguesa no Brasil
ao domínio espanhol – União Ibérica (1580-1640). Como Es- foi marcado pelo povoamento litorâneo. Após esse primeiro
panha e Holanda estavam em guerra, Filipe II da Espanha de- momento, houve a chamada interiorização. Parte significativa
O
terminou o embargo do açúcar produzido pelos holandeses. A dessa interiorização representou o alargamento do território
BO O
SC
resposta holandesa não tardou, pois os comerciantes batavos da colônia para além da linha de Tordesilhas.
M IV
e o governo da Holanda fundaram a WIC (Companhia das Índias Fatores da interiorização:
O S
Ocidentais) com o objetivo de recuperar esse comércio. Houve 1. Bandeiras
D LU
uma primeira invasão à cidade de Salvador, mas logo foram ex- • apresamento de índio aculturado (caça ao índio)
O C
pulsos. Em 1630, voltaram a atacar a costa brasileira e conquis- • apresamento de rebanhos livres no sul
N X
taram Pernambuco, expandindo-se, depois, para o restante do • sertanismo de contrato

SI O E
Nordeste até atingirem o Maranhão. Destacou-se nesse perío- • atividade mineradora (ouro de lavagem)
do a administração do príncipe Maurício de Nassau. Depois de
vários problemas após a saída de Nassau, os holandeses foram 2. Pecuária
EN S
E U
expulsos pela Insurreição Pernambucana (1645-1654). A prin- • ocupação do Sertão nordestino, Piauí, Rio São
cipal consequência dessa expulsão foi o declínio da economia Francisco e sul da colônia. Utilização de mão de
D E
açucareira em virtude da concorrência da produção antilhana obra livre e remunerada (crias).

A LD
promovida pelos próprios holandeses a partir de então.

3. Entradas
EM IA
Os quilombos • expedições armadas de caráter oficial, feitas para

ST ER
Uma forma bastante conhecida de resistência à escraviza- expulsar invasores (exemplo: franceses no Rio de
Janeiro e Maranhão) e fundar fortes no norte do
SI AT
ção foi a formação de quilombos, que se tornaram locais

de habitação e subsistência de escravos foragidos. Muitos país e na Amazônia.
M
surgiram em lugares de difícil acesso, geralmente em áreas

de elevação e de mata fechada, que eram desbravadas por 4. Extração das “drogas do sertão”
foragidos e transformadas em moradia. Existiram quilom- • atuação principal das missões jesuíticas no norte
bos em praticamente todas as regiões do Brasil. O maior de do Brasil.
todos foi o dos Palmares, que, de acordo com as estima- Em razão da ocupação de vasta extensão territorial além-
tivas mais otimistas, chegou a ter 20 mil habitantes. Esse -Tordesilhas, feita por Portugal, houve necessidade de lega-
quilombo localizava-se na Serra da Barriga, no atual estado lizar tal expansão nas fronteiras. Dos vários tratados entre
de Alagoas. O terreno íngreme e a densa Mata Atlântica da Portugal e Espanha, o mais importante foi o Tratado de Madri
serra atuavam como barreiras naturais contra os invasores. (1750), baseado no uti possidetis, que conferiu ao Brasil,
É difícil precisar a origem exata desse quilombo. Alguns re- mais ou menos, os contornos atuais. Além de estabelecer a
latos falam da sua existência naquela região já em 1580. troca de colônias entre Portugal e Espanha. Portugal deveria
Palmares era composto por várias comunidades, os mo- ceder a colônia do Sacramento para a Espanha e esta deveria
cambos. Sabe-se que conheciam a agricultura e que havia ceder a região de Sete Povos das Missões para Portugal. Ou-
uma hierarquia social. Estudos arqueológicos mostraram tros Tratados:
também que, juntamente aos negros, originários principal- • Utrecht (1713-1715)
mente da região da atual Angola, viviam índios e até mesmo • El pardo (1761)
alguns homens brancos pobres. • Santo Ildefonso (1777)
• Badajoz (1801)

309
ADA Caiena
Bogotá
RAN
A G São José
OV de Marabitanas
HISTÓRIA
E N Macapá
São Joaquim
OD
AD
São Gabriel
Quito
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Barra do Gurupá Belém São Luís
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a z nas Rio Negro
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a Fortaleza
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São Francisco Xavier
ad
de Tabatinga M
Ri
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Natal
Paraíba (João Pessoa)
Meridiano de Tordesilhas - 1494

Olinda
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Príncipe de Beira
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OCEANO
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Ri São Paulo ATLÂNTICO
Iguatemi
Rio de Janeiro
Assunção Santos
O
Território atual do Brasil
BO O
Tratado de Ultrecht (1713)
SC
VICE-REINADO Desterro
M IV
Tratado de Madri (1750) DO RIO DA PRATA Laguna
i
SETE
ua
O S
ug
Tratado de Santo Ildefonso (1777) r POVOS

R ioU
Área incorporada ao Brasil pelo

Tratado de Badajós (1801) D LU Rio Grande de São Pedro
N
O C
Fortes Colônia do Sacramento 0 400 km
Buenos Aires
N X
SI O E
E. Mineração •
a expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil;
Desenvolveu-se após a descoberta de ouro pelos bandei- •
a criação do monopólio régio sobre os diamantes;
EN S
E U
rantes na região das Gerais, em dois formatos: •

a extinção das capitanias hereditárias;
• faiscação (ouro obtido nos rios); a transferência da sede da colônia de Salvador para o
•
D E
• lavras (ouro obtido em minas com bastante mão de Rio de Janeiro etc.
A LD
obra e ferramentas). Com a morte do rei D. José I, de quem Pombal foi ministro,
A administração da região mineradora era feita pela Inten- e a ascensão de D. Maria I, chegou ao fim o período pombali-
EM IA
dência das Minas, criada em 1702, e a arrecadação dos impos- no, com a política da “viradeira”.
ST ER
tos estava a cargo das Casas de Fundição, criadas em 1720.

O principal imposto era o “quinto”, mais tarde transforma- F. Revoltas nativistas
SI AT
do no pagamento anual de cem arrobas. Apresentaram caráter econômico e regional. As princi-

M
Quando se atrasava o pagamento, a cobrança era feita pais foram:

pela “derrama”. • Revolta de Beckman (Maranhão – 1684): causa-
Algumas consequências da mineração: da pelas divergências entre colonos e jesuítas na
• Surto urbanizador disputa pelo índio e pela exploração da Cia. Geral
• Surgimento de camadas intermediárias na sociedade do Maranhão.
• Desenvolvimento do mercado interno • Guerra dos Emboabas (Minas Gerais – 1709): dis-
• Maior participação social na riqueza produzida puta pelas minas de ouro entre paulistas e “em-
• Desenvolvimento manufatureiro boabas” (forasteiros). Os paulistas foram derrota-
• Integração econômica, por meio do comércio, entre as dos no Capão da Traição e retiraram-se para Goiás
várias partes da área colonial e Mato Grosso.
Foi na época da mineração que ocorreu o governo português • Guerra dos Mascates (Pernambuco – 1710): travada
do marquês de Pombal (1750-1777), que representou ao mes- entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes
mo tempo o apogeu do colonialismo português no Brasil e a prá- (mascates) de Recife, portugueses em sua maioria,
tica de ideias iluministas no contexto do Despotismo Esclarecido. que desejavam sua emancipação em relação à Olinda.
Pombal tentou modernizar Portugal ao mesmo momento O conflito terminou com a intervenção de Portugal, Re-
em que tentava retirá-lo da dependência da Inglaterra. Além cife conseguiu o Pelourinho e tornou-se independente
disso, realizou: de Olinda.

310
• Revolta de Filipe dos Santos (Vila Rica/MG – 1720): Portugal e deixou no Brasil seu filho D. Pedro como regente
causada pela implantação das Casas de Fundição e do trono brasileiro.
HISTÓRIA
pela falta de mantimentos. Foi um movimento popular

prontamente reprimido pelas autoridades metropoli- I. A Regência de D. Pedro (1821-1822)
tanas. Felipe dos Santos foi executado. Trata-se do período em que se desenvolveu o processo de
independência em razão do interesse português de recolonizar
G. Revoltas emancipacionistas o Brasil, enquanto os brasileiros desejavam manter as conquis-
O colonialismo baseado no Mercantilismo e no Absolu- tas feitas no período joanino. Destacaram-se, no processo:
tismo começou a entrar em crise com as transformações que • a oposição de D. Pedro à política das Cortes de Lisboa;
atingiram o mundo no século XVIII (conhecido por século das • a aliança entre D. Pedro e as elites coloniais;
Luzes) e no início do século XIX. • o estabelecimento de propostas para uma Constitui-
Dentre tais transformações, destacam-se: ção própria;
• o Iluminismo; • a decisão de D. Pedro em permanecer no Brasil (Dia do
• a Revolução Industrial; Fico), contrariando a exigência das Cortes;
• a Independência dos EUA (1776); • a atuação da imprensa controlada pela aristocracia rural;
• a Revolução Francesa (1789-99); • a articulação da maçonaria em defesa da
• as Guerras Napoleônicas. independência;
Nesse contexto, ocorreram as primeiras revoltas no Brasil • a atuação política de José Bonifácio.
cuja finalidade era a separação entre a colônia e Portugal. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro, às margens do riacho
• Inconfidência Mineira (1789): o principal motivo foi do Ipiranga, em São Paulo, rompeu os laços entre Portugal e Brasil.
o arrocho fiscal feito pela metrópole ao mesmo tem-
7. Período Imperial
O
po em que decaía a produção mineradora. Feita ba-
BO O
SC
sicamente pela elite de Ouro Preto, com influências
M IV
do Iluminismo e da Independência dos EUA (1776). A. Primeiro Reinado (1822-1831)
O S
Não chegou a ter início por causa da delação de • Reconhecimento da Independência
D LU
Joaquim Silvério dos Reis. Muitos envolvidos foram »»Estados Unidos: Doutrina Monroe (A América para os
O C
presos, tiveram bens confiscados. Tiradentes foi o americanos).
N X
único executado. »»Portugal: mediante o pagamento de indenização.

SI O E
• Conjuração Baiana (1798): também chamada de Con- • Disputas entre D. Pedro I e as elites pela condução
jura dos Alfaiates, foi causada por séria crise econô- da vida política (processo de isolamento político do
mica e influenciada pelo Iluminismo, pela Revolução imperador).
EN S
E U
Francesa, principalmente a chamada Fase do Terror, e »»Assembleia Constituinte: fechada por D. Pedro, que
pela rebelião de escravos no Haiti. Teve caráter popu- não aceitou o projeto constitucional (“constituição
D E
lar e seus líderes foram executados. da mandioca”).

A LD
»»Constituição de 1824: outorgada e estabelecen-

H. Vinda da família real e governo joanino (1808-1821) do 4 poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e
EM IA
As guerras napoleônicas e o bloqueio continental (1806) Moderador).

ST ER
provocaram a transferência da família real portuguesa para o »»Confederação do Equador (1824) ou Revolução
Brasil, com apoio e interesse da Inglaterra. Ao chegar ao Bra- Pernambucana de 1824: causada pelo fechamento
SI AT
sil, primeiro em Salvador e depois no Rio de Janeiro, D. João da Assembleia Constituinte, pela outorga da Consti-
M
passou a governar do Brasil o império português. tuição de 1824 e pelo autoritarismo do imperador.
A política joanina consistiu: Repressão violenta feita pelo imperador aos envol-
• na abertura dos portos às nações amigas (1808) que vidos na Confederação (frei Caneca).
representou o fim do Pacto Colonial; »»Crise econômica: queda nas exportações e cresci-
• nos Tratados de 1810 entre Portugal e Inglaterra, mento das importações.
destacando-se as tarifas alfandegárias vantajosas à »»Oposição da aristocracia brasileira ao governo
Inglaterra; por causa do desfecho insatisfatório da Guerra da
• na montagem da burocracia governamental, ex.: ór- Cisplatina e ao interesse de D. Pedro na sucessão
gãos de governo, Casa da Moeda, escola de medicina, portuguesa.
imprensa régia, Banco do Brasil etc.; Diante das crises, D. Pedro I resolveu abdicar do trono em
• na elevação do Brasil a Reino Unido, em 1815; 7 de abril de 1831, em favor de seu filho e herdeiro, Pedro de
• no combate à Revolução Pernambucana de 1817 (mo- Alcântara, de 5 anos de idade.
vimento emancipacionista).
Em 1820, ocorreu a Revolução Liberal do Porto que B. Período Regencial (1831-1840)
exigiu o retorno de D. João VI, a promulgação de uma cons- Um dos períodos mais conturbados da história do Brasil,
tituição e a recolonização do Brasil. D. João VI retornou a marcado por várias revoltas:

311
Cabanagem (1835-1840)
HISTÓRIA
Balaiada (1838-1841)
Grão-Pará
Maranhão
Bahia
Revolta dos Malês (1835)
Sabinada (1837-1838)
OCEANO
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO
Santa Catarina
O
Rio Grande
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SC
do Sul Guerra dos Farrapos (1835-1845)
M IV
N
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0 430 km
D LU
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Divide-se a regência em duas fases: C.2. Economia e sociedade

SI O E
• Avanço liberal: destacou-se o Ato Adicional de 1834, • Tarifa Alves Branco (1844)
descentralizando o poder com as Assembleias Legis- »»Visava aumentar a arrecadação do Estado e proteger
lativas e criando a Regência Una, substituindo a Trina; a o comércio e a indústria nacionais.
EN S
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criação da Guarda Nacional em 1831, que transferiu o • Lei Eusébio de Queirós (1850)
poder político para as elites locais e a criação do Códi- »»A pressão feita pela Bill Aberdeen (1845) contribuiu
D E
go do Processo Criminal (1832), que descentralizou o para a abolição do tráfico de escravos e para a libera-
A LD
poder de justiça, passando-o para as oligarquias locais. ção de capitais antes investidos no tráfico negreiro
• Regresso conservador: revogação de grande parte e, com base nessa lei, disponibilizados para outros
EM IA
das mudanças liberais feitas pelo Ato Adicional. setores da economia.

ST ER
Golpe da Maioridade: lei que concedeu a maioridade a • Imigração

Pedro de Alcântara, aos 14 anos e meio, para ele assumir o »»Transição para o trabalhador livre (sistema de par-
SI AT
trono e, juntamente com a aristocracia rural, pacificar o país ceria e, posteriormente, assalariamento), em vista
M
e controlar o poder. do fim do tráfico; isso teria aumentado o mercado

consumidor interno.
C. Segundo Reinado (1840-1889) • Barão de Mauá e o surto industrial
»»Com os capitais vindos do fim do tráfico, foi possí-
C.1. Política interna vel expandir o número de indústrias, destacando-se
• Pacificação Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá.
»»Revoltas liberais de 1842 – SP e MG • Café
»»Farroupilha (1835 – 1845) – RS e SC »»Tornou-se o principal produto de exportação, inicial-
»»Praieira (1848) – PE mente produzido na Baixada Fluminense e Vale do
• Partidos políticos Paraíba, para crescer bastante no Oeste Paulista (Itu,
»»Liberal e Conservador Campinas, Rio Claro, Araraquara e Ribeirão Preto).
• Ministério da Conciliação
»»Governo formado pelos dois partidos, demonstrando a C.3. Política externa
ausência de ideologias divergentes, pois ambos eram • Questão Christie
formados, basicamente, pela aristocracia rural. »»Divergências entre o embaixador inglês William
• Parlamentarismo Christie e o Brasil, causadas pelo desaparecimento
»»Inspirado no modelo inglês, porém adaptado à rea- da carga do navio Prince of Walles e pelos distúrbios
lidade brasileira, pois a escolha do chefe de gabi- causados por oficiais ingleses no Rio de Janeiro.
nete (primeiro-ministro) era realizada pelo poder Houve rompimento das relações diplomáticas en-
moderador, ou seja, pelo rei, daí ser conhecido como tre Brasil e Inglaterra, que foram reatadas durante a
parlamentarismo às avessas. Guerra do Paraguai (1864-1870).

312
• Guerras do Prata A.2. Governo do marechal Deodoro da Fonseca (1891)

»»Travadas entre Brasil e uruguaios do Partido Blanco, Sofreu forte oposição do PRP no Congresso Nacional e hosti-
HISTÓRIA
tinham como causa fundamental as divergências lidade da Marinha, que se revoltou (Primeira Revolta da Armada).
entre estancieiros brasileiros e uruguaios e o inte- Tentou fechar o Congresso e decretar o estado de sítio,
resse do Brasil em controlar a região do Prata. mas, sem apoio suficiente, resolveu renunciar.
• Guerra do Paraguai (1865-1870)
»»Causada pelas intervenções do Brasil na política A.3. Governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894)
interna do Uruguai, pela disputa pela Bacia do Prata Com o apoio do PRP e do Exército, reprimiu as revoltas
e pela ambição territorial de Solano Lopes. Houve provocadas pelo manifesto dos 13 generais e pela Segunda
aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai (Tríplice Revolta da Armada que havia se unido aos federalistas do Rio
Aliança) contra o Paraguai. Grande do Sul. Considerado o consolidador da República, foi
admirado por grupos positivistas.
D. A crise da monarquia
Teve como cenário as transformações econômicas e so- B. A República Oligárquica (1894-1930)
ciais ocorridas na segunda metade do século XIX, ao mesmo Representou o predomínio político das oligarquias rurais, orga-
tempo em que permaneceram as mesmas estruturas políti- nizadas pelo presidente Campos Sales, na Política dos Governado-
cas. Além disso, contribuíram, também: res, que, por sua vez, apoiava-se na Comissão Verificadora de Pode-
• Questão religiosa: desavenças entre a Igreja e o Impé- res (realizadora da chamada degola de representantes eleitos que
rio, envolvendo a maçonaria e o padroado (subordina- não eram interessantes para as elites agrárias) e no coronelismo,
ção da Igreja ao poder governamental). base do controle do eleitorado por meio do voto de cabresto.
• Questão militar: travada entre militares do Exército e
O
o Império, causada pelo desejo dos militares em obter Esquema representativo da Política dos Governadores
BO O
SC
maior importância no cenário político, ao mesmo tem-
M IV
po que os civis (casacas) opunham-se a isso.
O S
• Questão republicana: apesar de a ideia de Repúbli-
D LU
ca ter se manifestado em vários episódios, a cam-
Presidente
Apoio
político
O C
panha teve realmente impulso após a Guerra do Não intervenção
nos estados
N X
Paraguai, com a fundação do Clube Republicano, do Deputados

SI O E
jornal A República, do Partido Republicano, do Mani- Oligarquias

festo Republicano (“somos da América e queremos
ser americanos”). Verbas e
EN S
Verbas para votos nas

E U
• Questão abolicionista: aumentou após a Guerra do Para- os municípios eleições

guai, mas vinha desde 1850, quando foi assinada a Lei Votos
D E
Prefeito
Eusébio de Queirós, extinguindo o tráfico. Depois vieram
A LD
Lei do Ventre Livre (1871), Lei dos Sexagenários (1885)

e Lei Áurea (1888) – fim do trabalho escravo no Brasil. Favores Votos
EM IA
Com a aliança entre a aristocracia do café, as camadas

ST ER
Coronel Voto de
médias urbanas e os militares, foi possível derrubar a monar- cabresto
quia e proclamar a República em 15 de novembro de 1889.
SI AT
Foi um golpe militar, revestido com influências do positivismo. 70% da Curral

população eleitoral
M
8. Período Republicano
A supremacia econômica de São Paulo (maior produtor de
A. República da Espada (1889-1894) café) e a supremacia política de Minas Gerais (maior colégio
eleitoral, além de ser o maior produtor de leite) possibilitaram
A.1. O Governo Provisório (1889-1891) o desenvolvimento da chamada política do café com leite.
Presidido pelo marechal Deodoro da Fonseca, teve como Em 1906, foi assinado o Convênio de Taubaté, objetivan-
principais medidas: do a valorização do café por meio da compra pelo governo dos
• o fim do padroado (separação entre Igreja e Estado); excedentes de estoque. Foi a “socialização das perdas”.
• a instituição civil do casamento e do registro de
nascimento; B.1. Revoltas urbanas e rurais
• uma grande naturalização dos estrangeiros residentes • Canudos (BA, 1895-1897)
no país ; »»Liderada por Antônio Conselheiro e causada basica-
• a tentativa de industrialização feita pelo ministro da Fa- mente pela miséria e pelo abandono das populações
zenda Rui Barbosa que, ao fracassar em razão de uma rurais, o episódio foi descrito por Euclides da Cunha
tremenda especulação na Bolsa, provocou uma crise para o jornal O Estado de S. Paulo e, depois, tornou-se
econômico-financeira conhecida como Encilhamento;. um livro: Os sertões.
• a promulgação da Constituição de 1891, estabelecen- • Revolta da Vacina (1904)
do a República Federativa e Presidencialista, os Três »»Ocorrida no Rio de Janeiro durante a reurbanização
Poderes, voto direto e universal (exceto mulheres, anal- da cidade e provocada pela obrigatoriedade da vaci-
fabetos, menores de 21 anos, soldados e religiosos). na, imposta à população.

313
• Revolta da Chibata (RJ, 1910) a moralização da vida política com o voto secreto e
»»Feita por marinheiros dos encouraçados São Paulo e a educação gratuita, por exemplo. Teve início com a
HISTÓRIA
Minas Gerais e liderada pelo marinheiro João Cândi- Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, crescendo
do, o “Almirante Negro”, combatia os castigos corpo- com as Revoluções Paulista e Riograndense de 1924
rais (chibata) impostos aos marinheiros. e 1925 e atingindo o apogeu com a Coluna Prestes
• Contestado (1912-1916) (1925-1927), durante o governo de Artur Bernardes.
»»Ocorrida em região disputada pelos estados de Santa • Revolução de 1930: decorrente das contradições da
Catarina e do Paraná, conhecida também como Guer- política oligárquica teve como fatores:
ra dos Pelados (por causa das cabeças raspadas), foi »»a crise econômica, inaugurada em 1929, com a que-
semelhante a Canudos, pois envolveu camponeses, bra da Bolsa de Valores de Nova York;
posseiros pobres, terras e messianismo. Liderada ini- »»a crise político-econômica dos setores ligados à
cialmente pelo beato José Maria e, depois, por João cafeicultura;
Maria, foi severamente reprimida pelo governo. »»o rompimento da política do café com leite pelo
• Revolta do Juazeiro (1914) presidente Washington Luís, que preteriu uma
»»Correspondeu ao movimento no contexto da políti- candidatura mineira, indicando o paulista Júlio
ca das salvações, feita pelo presidente Hermes da Prestes. Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e
Fonseca, que desejava trocar certas oligarquias, oligarquias dissidentes formaram a Aliança Liberal,
inclusive no Ceará, onde ocorreu a revolta. Padre que lançou a candidatura de Getúlio Vargas. Houve
Cícero Romão Batista, conhecido como o “coronel vitória de Júlio Prestes;
de batina”, tomou partido da oligarquia dos Acioli, »»o assassinato do candidato derrotado à vice-presi-
ajudado pelo coronel Floro Bartolomeu. dência, João Pessoa, deflagrou o movimento revolu-
O
cionário, então uma junta militar tomou posse e, uma
BO O
SC
B.2. Crise semana depois, passou o poder a Getúlio Vargas.
M IV
A crise das oligarquias foi resultante das transformações
O S
econômicas, sociais e culturais provocadas pela Primeira C. Era Vargas (1930-1945)
D LU
Guerra Mundial e pelas próprias contradições existentes na
O C
estrutura da República oligárquica. C.1. Governo Provisório (1930-1934)
N X
• Primeira Guerra Mundial (1914-1918): promoveu Com as oligarquias tradicionais alijadas do poder, Getúlio,
SI O E
um surto industrial, usando a capacidade ociosa, em apoiado por tenentes militares, burguesia e oligarquias dissiden-
razão da dificuldade de importar produtos industria- tes, nomeou interventores para os Estados, fez a defesa do café
lizados. Além disso, equipamentos foram adquiridos por meio da destruição dos excedentes e incentivou a indústria,
EN S
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no exterior para ampliação da atividade produtiva – com a da criação do Ministério da Indústria e do Comércio.
“substituição de importações”. Isso contribuiu para Em 1932, sob a liderança das elites paulistas, eclodiu a Re-
D E
a expansão do operariado e dos movimentos contrá- volução Constitucionalista, causada pela perda da hegemonia
A LD
rios à exploração capitalista (anarcossindicalismo), política, pela intervenção em São Paulo e pela exigência de uma
para o desenvolvimento de uma classe média e bur- legalidade constitucional. Getúlio reprimiu o movimento, porém
EM IA
guesa, ou seja, contribuiu para dinamizar relações no convocou eleições para uma Assembleia Nacional Constituinte.
ST ER
meio urbano. A Constituição, promulgada em 1934, foi caracterizada

• Operariado: formado inicialmente por imigrantes, que pelo(a):
SI AT
influenciaram a formação de organizações como o • presidencialismo;

M
COB (Confederação Operária Brasileira). Foi a base de • existência de três poderes;

difusão das ideologias de esquerda, como o anarquis- • voto feminino;
mo e o socialismo, e da fundação do Partido Comunis- • voto secreto;
ta Brasileiro, em 1922. A causa operária era tratada • legislação relativa ao trabalho (primeiras leis);
como “caso de polícia”, pelo governo oligárquico, que • eleição direta para cargos de Executivo e Legislativo;
chegou a promulgar a Lei Celerada, em 1927, com o (exceção feita à primeira para presidente, que foi indi-
intuito de condenar pessoas por crimes ideológicos e reta e elegeu o próprio Getúlio Vargas).
expulsar imigrantes agitadores do país.
• Semana da Arte Moderna (1922): realizada no Tea- C.2. Governo Constitucional (1934-1937)
tro Municipal de São Paulo, representou um movi- Período polarizado por divergências ideológicas entre a
mento que pretendia romper com o academicismo AIB (Ação Integralista Brasileira), de direita, influenciada pelo
que dominava as artes no Brasil. Além disso, pro- nazifascismo, e a ANL (Aliança Nacional Libertadora), de es-
punha uma discussão sobre a identidade cultural querda, apoiada por comunistas e liberais. Nesse contexto,
brasileira, forjando, também, debates políticos que ocorreram:
marcaram a polarização política intelectual em torno • Intentona Comunista de 1935;
das ideias fascistas e comunistas na década de 30 • Plano Cohen (feito por elementos do governo e do in-
do século XX. tegralismo, mas atribuído aos comunistas);
• Tenentismo: movimento político-militar feito contra • Golpe de 10 de novembro de 1937, dado por Getúlio
o regime oligárquico, propondo, entre outras coisas, Vargas com apoio das Forças Armadas.

314
C.3. Estado Novo (1937-1945) como Luís Carlos Prestes (senador), foram cassados. Além
Getúlio outorgou a Constituição de 1937 (a “Polaca”), ela- disso, foi criada a ESG (Escola Superior de Guerra), formando
HISTÓRIA
borada por Francisco Campos. Todos os Poderes Legislativos militares brasileiros dentro da doutrina da Guerra Fria como
foram fechados e nomeados interventores para os Estados. doutrina de segurança nacional.
Foram criados o DASP (Departamento Administrativo do Foi elaborado o Plano Salte, em que eram previstos inves-
Serviço Público) e o DIP (Departamento de Imprensa e Pro- timentos em áreas estratégicas com a colaboração da missão
paganda), com o intuito de divulgar o governo e censurar os Abbink norte-americana.
meios de comunicação. A abertura às importações desenvolvida no período criou
A Polícia Secreta, comandada por Filinto Müller, fazia a uma situação desfavorável na balança comercial brasileira
repressão aos opositores do regime. Foi responsável pela pri- que conviveu com déficits por anos seguidos.
são e posterior repatriamento de Olga Benário para a Alema-
nha nazista, onde foi executada. D.2. Governo Vargas (1951-1954)
Houve intensa intervenção do Estado na economia, ca- Vargas implementou uma política nacionalista, possibili-
racterizando-se pelo nacionalismo. Foi criada a Consolidação tando a criação da Petrobras (“O petróleo é nosso”) em opo-
das Leis do Trabalho (CLT), bastante influenciada pela Carta sição aos interesses norte-americanos. Além disso, foi o res-
del Lavoro da Itália fascista, em que o Estado passava a regu- ponsável pelo encaminhamento de uma lei que previa uma
lar as relações entre capital e trabalho. limitação de remessas de lucros de empresas estrangeiras
Na política externa, o governo Vargas oscilou entre um que atuavam no país.
apoio ao Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e a defesa dos Alia- A UDN de Carlos Lacerda fez severa oposição ao gover-
dos na Segunda Guerra Mundial. Conseguiu recursos nos EUA no. O “atentado da Rua Tonelero”, em que tentaram matar La-
para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta cerda, mas morreu o Major Vaz, da Aeronáutica, provocou o
O
Redonda, no Rio de Janeiro. Dessa forma, o Brasil acabou por aumento da crise. O chefe da guarda pessoal de Getúlio, Gre-
BO O
SC
entrar no conflito militar ao lado dos Aliados. Isso criou uma gório Fortunato, foi acusado de ter sido o mandante do crime.
M IV
contradição entre a política externa e a interna, pois o país, Diante desse quadro de crises, Getúlio suicidou-se.
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que lutava contra o totalitarismo nazifascista ao lado dos EUA O cargo foi ocupado pelo vice, Café Filho, que, em segui-
D LU
(democracia), era uma ditadura. Em 1943, foi publicado o Ma- da, licenciou-se, e a Presidência foi para Carlos Luz, presiden-
O C
nifesto dos Mineiros, pedindo o retorno da democracia. te da Câmara. Por causa de uma tentativa de golpe, o mare-
N X
O fim da guerra levou os militares, influenciados pelo chal Lott deu o chamado Golpe Preventivo: destituiu Carlos
SI O E
resultado do conflito e pela proximidade política com os Es- Luz, entregou a Presidência para Nereu Ramos, que a passou
tados Unidos, a derrubar Getúlio Vargas, mesmo com seus para o eleito JK.
partidários tentando a sua permanência. Houve o movimento
EN S
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“queremista”, do qual, deve-se ressaltar, fizeram parte os co- D.3. Governo JK (1956-1961)
munistas liderados por Luís Carlos Prestes, que haviam sido Realizou a chamada política nacional-desenvolvimentis-
D E
perseguidos por Vargas. ta com base no Plano de Metas (50 anos em 5). Houve grande
A LD
Com a formação dos partidos políticos como PTB, UDN, presença do capital internacional e investimentos em obras
PSD, PSP, PCB, foi possível realizar eleições. Venceu o mare- infraestruturais. A meta síntese do plano de JK foi realizada, a
EM IA
chal Eurico Gaspar Dutra (PSD/PTB). saber, a construção da nova capital federal no Planalto Central
ST ER
do Brasil, Brasília. Dentre as consequências dessa política, ti-

D. A República Populista (1946-1964) vemos: inflação, disparidades regionais e aumento do capital
SI AT
Esse período histórico foi marcado pelo populismo, sur- externo na economia brasileira. Tentando reduzir as dispari-
M
gido na época de Getúlio Vargas. Representou, num quadro dades regionais, ainda foi criada a Sudene (Superintendência
de urbanização acelerada, uma organização política que de Desenvolvimento do Nordeste), mas a crise econômica
incorporou principalmente as massas urbanas no jogo po- oriunda do endividamento externo e da inflação acentuada
lítico, manipulando-as, mas atendendo a algumas de suas constituiu uma realidade no final de seu governo.
reivindicações. Diante da ausência de um grupo hegemônico
entre as oligarquias brasileiras, o político populista ganhava D.4. Governo Jânio Quadros (1961)
espaço em uma espécie de Estado de Compromisso, em que Elaborou uma política externa independente, que des-
mantinha as relações de poder no campo inalteradas, em contentou a burguesia e setores conservadores tradicionais
contrapartida, tinha apoio para realizar políticas urbanas e brasileiros, além de grupos liberais norteados por interesses
industriais, criando leis trabalhistas para operários ou esta- norte-americanos, pois saiu da política externa de alinhamen-
belecendo medidas ditas moralizantes ou atuando na cons- to estrito com os EUA no contexto da Guerra Fria.
trução de uma infraestrutura que atendesse às necessidades Exemplo disso foi quando o presidente condecorou Che
mínimas da população. Guevara, o argentino que era ministro revolucionário cubano,
com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
D.1. Governo Dutra (1946-1951) Além disso, a crise econômica dificultava a vida política
Foi promulgada a Constituição de 1946, de caráter bas- de Jânio Quadros, que não conseguia maioria no Congresso
tante democrático. Nacional para a aprovação de qualquer política que visasse
Em 1947, com a Doutrina Truman, começou a Guerra Fria atenuar a situação.
(EUA X URSS) e o Brasil alinhou-se aos Estados Unidos. Inter- Alguns autores afirmam que o presidente pretendia dar
namente, isso significou que o Partido Comunista foi coloca- um golpe e que sua renúncia fazia parte da estratégia, pois
do na ilegalidade, e seus membros com mandatos políticos, imaginava que, com um vice-presidente não aceito por vários

315
setores conservadores por ser um herdeiro político de Vargas discurso do deputado Márcio Moreira Alves, para que a popu-
(João Goulart) e com apelo popular, poderia passar por cima lação boicotasse as comemorações do Dia 7 de setembro, le-
HISTÓRIA
do Congresso e governar com plenos poderes. Assim, renun- vou à decretação do AI-5, colocando o Congresso em recesso
ciou no dia 25 de agosto de 1961. O Congresso aceitou sua e ampliando o poder do presidente. Em agosto de 1969, com
renúncia e o povo não foi para as ruas. Jânio Quadros saía da o adoecimento do presidente (ele viria a morrer em dezembro
Presidência deixando uma grave crise política, pois o seu vice do mesmo ano), tomou posse uma junta militar, que outorgou
estava na China, governada pelo Partido Comunista, e a maio- a Emenda Constitucional de 1969, incorporando a pena de
ria do Congresso Nacional não estava disposta a lhe conferir morte e a prisão perpétua. O vice-presidente, um civil, Pedro
o cargo de presidente. Jango ainda sofria com oposições nos Aleixo, não tomou posse. Os militares continuaram controlan-
setores militares e nos grupos civis antivarguistas brasileiros. do a presidência da República.
Dessa forma, o vice, João Goulart, em razão de suas liga-
ções com o movimento sindical, foi impedido de tomar posse. E.3. Governo Médici (1969-1974)
O Congresso Nacional votou e aprovou uma emenda consti- Seu governo apresentou dois aspectos bem característi-
tucional criando o parlamentarismo para que Jango pudesse cos: o crescimento econômico, conhecido como “milagre bra-
tomar posse, mas com poderes reduzidos. sileiro”, e o terrorismo de Estado. O primeiro aspecto foi reflexo
de um período de expansão do capitalismo internacional alia-
D.5. Governo João Goulart (1961-1964) do a uma forte concentração de renda, permitindo grandes in-
O parlamentarismo não funcionava adequadamente por vestimentos na economia; o segundo, uma violenta persegui-
várias razões. Dentre elas estava a dificuldade de compor ção, censura, repressão e tortura aos setores oposicionistas.
uma maioria que pudesse sustentar qualquer política em Houve um apelo populista expresso, por exemplo, no campeo-
escala nacional. Além disso, a população, acostumada ao nato mundial de futebol de 1970 e na campanha nacionalista,
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personalismo na política, não compreendia aquele esvazia- em que se destacava a frase: “Brasil: Ame-o ou deixe-o”.
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SC
mento do poder do presidente da República, considerado no
M IV
parlamentarismo apenas chefe de Estado. Um plebiscito já E.4. Governo Geisel (1974-1979)
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previsto para a ratificação ou não do regime parlamentar teve A crise do capitalismo, ampliada pela elevação do preço
D LU
que ser antecipado. A população optou pelo presidencialis- do petróleo, abalou o Regime Militar, pois atingiu a economia
O C
mo, possibilitando a João Goulart assumir a chefia de gover- brasileira. Aos poucos, a oposição ganhou espaço, represen-
N X
no e tentar implementar as chamadas reformas de base. For- tada por movimentos estudantis, operários e de comunida-
SI O E
maram-se vários movimentos e organizações contra e a favor des religiosas. O MDB (Movimento Democrático Brasileiro)
das tais reformas, envolvendo inclusive militares. Um comício foi aumentando o número de seus representantes nos Le-
feito por Jango, na Praça da República, em frente à estação da gislativos e ampliando a oposição institucional. O presidente
EN S
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Central do Brasil, em 13 de março, foi o estopim para o golpe tentou diminuir o espaço institucional da oposição com medi-
militar de 31 de março de 1964, apoiado pela burguesia, pela das, como a Lei Falcão, que limitava a propaganda eleitoral, a
D E
classe média e pelos interesses do capital externo. Era o co- apresentação do nome do candidato, número de inscrição e
A LD
lapso do populismo no Brasil e o início do Regime Militar. legenda. Ainda foi estabelecida a figura do chamado senador
biônico (da renovação de 2/3 do Senado, 1/3 seria de forma
EM IA
E. República Militar (1964-1985) indireta). Houve ainda casos de repressão, morte e tortura no-
ST ER
ticiados que contribuíram também para a oposição ao Regime

E.1. Governo Castelo Branco (1964-1967) Militar, como foram os casos do jornalista Wladimir Herzog e
SI AT
Elaborou o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), do operário Manoel Fiel Filho. Para contrabalançar tudo isso,
M
introduzindo, por exemplo, a correção monetária por causa Geisel deu início à abertura política, ao mesmo tempo em que
dos altos índices inflacionários. procurava tutelar a oposição.
A fim de consolidar o Regime Militar, promulgou vários
Atos Institucionais, que eram medidas do Executivo que não E.5. Governo João Figueiredo (1979-1985)
necessitavam de aprovação no Congresso Nacional, limitan- Deu continuidade à abertura política, decretando a anis-
do a participação política no país. Exemplos disso encontram- tia que permitiu o retorno de vários exilados. A linha-dura do
-se no AI-2, que criou o bipartidarismo, e no AI-3, que estabe- Regime Militar tentou minar o processo de abertura, como foi
leceu as eleições indiretas para os Estados. O AI-4 convocou o caso do atentado a bomba do Riocentro. Ainda para dividir a
novamente o Congresso Nacional, até então fechado, para oposição que crescia e tinha como base o MDB, foi instituído o
votar a Constituição de 1967. pluripartidarismo. Novas siglas e agremiações partidárias apa-
receram, dividindo a oposição e permitindo o controle político
E.2. Governo Costa e Silva (1967-1969) dos aliados do regime que se encontravam na antiga Arena
Elaborou o PED (Plano Estratégico de Desenvolvimento) (Aliança Renovadora Nacional), agora conhecida por PDS (Par-
para dar continuidade ao crescimento econômico. Porém, tido Democrático Social). O deputado Dante de Oliveira propôs
as oposições, diante do arrocho salarial e autoritarismo, lan- uma emenda para o retorno das eleições diretas para o cargo
çaram-se ao protesto com passeatas, comícios e greves. O de presidente da República, mas não foi aprovada. A campanha

316
das Diretas-Já foi derrotada e, por eleições indiretas (Colégio F.3. Governo Itamar Franco (1992-1995)
Eleitoral), venceu Tancredo Neves, em uma aliança com dissi- Seu governo apresentou como aspecto mais importante
HISTÓRIA
dentes do PDS que criaram a chamada Frente Liberal. Tancredo o Plano Real, que controlou a inflação e deu popularidade ao
faleceu antes de tomar posse. O vice-presidente eleito com Tan- ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, permitindo
credo, José Sarney, assumiu a Presidência, acabando dessa a sua eleição à presidência.
forma com o período do Regime Militar.
F.4. Governo FHC (1995-2002)
F. A Nova República (1985-) Manteve a inflação baixa, em torno de 5% a 8% ao ano, po-
rém à custa de uma alta taxa de desemprego e quebradeira de
F.1. Governo Sarney (1985-1990) pequenas e médias empresas, que não aguentaram a concor-
Deu início ao processo de redemocratização do país, des- rência de produtos importados. Houve ainda o início do proces-
tacando-se: so de privatização ou de desestatização como os integrantes
• fim do colégio eleitoral; da social-democracia (PSDB) alardearam. O Estado organizou
• autonomia dos sindicatos; leilões com lances mínimos para compra de empresas controla-
• direito de voto aos analfabetos; das por ele. Houve acusações de beneficiamento de consórcios,
• liberdade partidária. valores menores do que os passivos dessas empresas etc.
O governo convocou eleições para uma Assembleia Na- Enquanto isso, no campo, houve o crescimento do mo-
cional Constituinte e, enquanto os trabalhos constituintes vimento dos sem-terra liderado pelo MST. Mesmo com esse
eram realizados, procurou conter o processo inflacionário por quadro, a estabilidade econômica e a compra de votos no
meio de planos econômicos em que o Estado atuava direta- Congresso garantiram que houvesse uma votação, permitin-
mente nas relações econômicas. do a reeleição para presidente da República. FHC tinha todas
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Para combater a inflação, foi feito, primeiramente, o as condições para se reeleger presidente e o fez vencendo o
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Plano Cruzado, que congelou preços e salários, estabe- maior candidato de oposição, Luiz Inácio “Lula” da Silva. Ele
M IV
leceu uma política de deflação e garantiu maior poder de venceu Lula no primeiro turno.
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compra aos assalariados. Isso possibilitou o êxito político Logo no início de seu segundo mandato, houve um susto
D LU
dos partidos de sustentação do governo (PMDB e PFL). com a desvalorização do real em relação ao dólar, ameaçando
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Muitos afirmaram que foi um plano eleitoreiro, pois, após a estabilidade. Os movimentos populares intensificaram-se
N X
as eleições, o governo flexibilizou a economia, sinalizando ao mesmo tempo em que o desemprego continuava aumen-
SI O E
para o aumento de preços, porém a inflação voltou. Outros tando. Apareciam na imprensa episódios de corrupção envol-
planos foram feitos, mas sem sucesso: Planos Bresser e vendo o alto escalão do governo. As oposições, principalmen-
Plano Verão. te o PT, conseguiram várias prefeituras nas últimas eleições,
EN S
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Depois de dois anos de discussões, em 3 de outubro de demonstrando o descontentamento popular em relação ao

1988, foi promulgada por Ulisses Guimarães, na Assembleia governo de Fernando Henrique Cardoso.
D E
Constituinte, a Constituição Cidadã. Nessa Magna Carta, foram

A LD
destaques capítulos sobre a liberdade civil e sobre os direitos F.5. Governo Lula (2003-2010)
sociais. Logo após a posse, Lula anunciou o programa Fome Zero.
EM IA
A sucessão presidencial foi disputada por vários partidos A política externa pautou-se pela aproximação com os países
ST ER
e, no segundo turno, por Collor e Lula: venceu Collor. do Oriente Médio, da África e da América do Sul, buscando apoio
para que o Brasil ocupasse uma cadeira permanente no Con-
SI AT
F.2. Governo Collor (1990-1992) selho de Segurança da ONU. A inflação continuou baixa, sob
M
No dia da posse, ele lançou o Plano Brasil-Novo e afirmou controle, e o país quitou sua dívida com o FMI. A corrupção con-
que iria acabar com a inflação com um tiro. Houve confisco tinuou a grassar na política com os “mensalões”, “valerioduto”,
dos recursos da poupança dos cidadãos brasileiros em uma “sanguessugas”, entre outros, num enaltecimento à impunida-
espécie de empréstimo compulsório ao governo. Falhou. A de. Os ministros e assessores diretos do presidente envolvidos
ministra da Fazenda, Zélia Cardoso de Melo, foi substituída em esquemas de corrupção foram afastados e o presidente foi
por Marcílio Marques Moreira, mas a inflação continuou. Seu blindado contra qualquer tipo de associação com esses crimes,
irmão Pedro Collor, na revista Veja, delatou uma série de cor- o que lhe garantiu a reeleição e mais quatro anos de mandato.
rupções no governo em que a Casa da Dinda, local de residên-
cia do presidente, era o local de beneficiamentos privados de F.6. Governo Dilma Rousseff (2011-2016)
recursos públicos. A figura-chave do esquema de corrupção Eleita pelo PT no contexto de alta popularidade do presi-
era o tesoureiro de campanha do presidente, chamado PC dente Lula, Dilma tornou-se a primeira mulher a ocupar a pre-
Farias. Teve início, então, a campanha “Fora Collor”, destacan- sidência do Brasil. Mesmo conseguindo a reeleição, acabou
do-se os estudantes conhecidos por “caras-pintadas”. Antes sofrendo um processo de impeachment que interrompeu seu
de ser aprovado o impeachment, Collor resolveu renunciar à segundo mandato, em agosto de 2016. Em seu lugar, tomou
presidência, que foi assumida pelo vice, Itamar Franco. posse o vice-presidente, Michel Temer.

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GEOGRAFIA
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1. Cartografia: a linguagem dos mapas�� 319 A. Regiões administrativas –
A. Introdução�� 319 macrorregiões�� 340
SUMÁRIO
B. Elementos principais da cartografia�� 319 B. geoeconômicas ou grandes
2. Ordens mundiais – bipolar e multipolar� 320 complexos regionais�� 340
A. Introdução�� 320 C. Quatro brasis�� 340
A. Divisão e multipolaridade�� 321 D. Fusos horários�� 341
B. Globalização�� 321 13..Domínios morfoclimáticos
C. Novas formas de organização política��321 e faixas de transição�� 341
3. Áreas industriais mundiais�� 322 A. Principais características naturais�� 341
A. Industrialização mundial�� 322 14..Noções de clima e relevo�� 342
B. Protecionismo e desigualdades�� 323 A. Clima�� 342
4. EUA – Superpotência do B. Relevo�� 343
espaço mundial�� 323 15..Hidrografia e vegetação�� 343
A. Os Grandes Lagos�� 323 A. Bacias hidrográficas�� 343
B. Atividades industriais�� 324 B. Vegetação��344
C. A Marcha para o Sun Belt�� 325 16..Degradação da natureza�� 345
D. Tecnopolos�� 325 A. Amazônia – impactos
5. Potências asiáticas: ambientais e sociais�� 345
China, Japão e Índia�� 325 B. Cerrado –ocupação e impactos
A. China: Indústria e ambientais�� 346
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Abertura Econômica�� 325 C. Mata Atlântica –
BO O
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B. Antagonismos regionais�� 326 ocupação e impactos ambientais�� 346
M IV
C. Abertura econômica�� 327 D. Mangues – Ocupação e Destruição�� 347
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D. Japão: principais áreas econômicas�� 328 E. Caatinga�� 347
D LU
E. Índia�� 328 F. Araucárias�� 347
O C
6. Urbanização: conceitos G. Pradarias�� 348
N X
e aspectos gerais�� 329 H. Água – recurso natural essencial para

SI O E
A. Cidades globais�� 330 o ser humano e atividades econômicas� 348

7. Crescimento da população mundial�� 330 I. Efeito estufa�� 349
EN S
A. Introdução�� 330 J. Inversão térmica�� 349

E U
B. Pirâmides etárias�� 332 K. Ilha de calor�� 350

D E
8. Migrações internacionais�� 333 L. Enchentes nas áreas urbanas�� 350

A LD
A. Origem e Destino de Migrantes M. Resíduos sólidos�� 350

Internacionais�� 333 17..População brasileira�� 352
EM IA
9. Oriente Médio�� 334 A. Estrutura etária (idade)�� 352

ST ER
A. Introdução�� 334 B. Perfil socioeconômico da

B. A Questão Palestina�� 334 população brasileira�� 353
SI AT
C. Conflitos geopolíticos no Oriente Médio� 335 C. Moradias nas cidades brasileiras�� 353
D. Primavera Árabe�� 336 D. Etnia�� 353
M
E. Inverno Árabe�� 336 E. Urbanização�� 354

10..Tectonismo e vulcanismo�� 337 18..A spectos econômicos�� 354
A. Tectônica de placas�� 337 A. Espaço agrário�� 354
B. Vulcanismo�� 337 B. Recursos minerais�� 356
C. Terremotos ou abalos sísmicos�� 338 C. Fontes de energia�� 357
D. Tsunami�� 339 D. Industrialização�� 359
11..Diversidade climática�� 339 E. Transportes�� 360
12..Brasil – divisão política,
regionalização e fusos horários��340

319
1. Cartografia: a linguagem dos mapas B.4. Tipos de Projeções Cartográficas
GEOGRAFIA
A. Introdução
A cartografia envolve as técnicas de criação de mapas,
sendo uma ferramenta importante para a geografia. Apresen-
ta desafios, como, por exemplo, representar uma esfera (Ter-
ra) sobre um plano (mapa-múndi), pois ocorrem distorções.
Também é um desafio descobrir a ideologia que um mapa
esconde, isto é, mapas contêm visões de mundo. Como a Ter-
ra é “redonda”, o Brasil, por exemplo, pode ser visto de vários
ângulos, e, o mais importante, todos são corretos.
Projeção cilíndrica Cilindro desenvolvido
O plano da projeção é Os paralelos e os meridianos
um cilindro envolvendo são retos, paralelos e
a esfera terrestre� perpendiculares entre si�
O
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D LU Projeção cônica
O plano da projeção é
Cone desenvolvido
Os paralelos são círculos
O C
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/
um cone envolvendo concêntricos, e os meridianos
N X
galerias/imagem/0000001854/0000022647.gif>. Acesso em: 8 mar. 2018.

a esfera terrestre� retos convergem para o polo�
SI O E
B. Elementos principais da cartografia

EN S
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B.1. Escala
É a relação entre as dimensões apresentadas em um
D E
mapa e seus valores reais correspondentes no terreno.

A LD
B.2. Tipos de Escala

EM IA
Numérica – é representada por uma fração e normalmen-

ST ER
te dada em centímetro.
Exemplo: Projeção plana ou azimutal Plano tangente ao polo
SI AT
Os paralelos são círculos

dimensão gráfica 1 O plano da projeção é plano concêntricos, e os meridianos
M
= ou 1:500 000 tangente à esfera terrestre� retos irradiam-se do polo�

dimensão real 500 000
Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/
No exemplo acima, 1 cm no mapa é, na realidade, galerias/imagem/0000001124/0000014068.jpg >.
500 000 vezes maior. Para resolver um exercício, normal- Acesso em: 8 mar. 2018. Adaptado.
mente se transforma o número em quilômetro, obtendo-se, B.5. Projeção cilíndrica conforme de Mercator
na situação apresentada, a seguinte relação: 1 cm = 5 km.
Gráfica — É representada por uma linha reta graduada,

tendo como módulo básico o centímetro.
Exemplo:
0 120 km

Nesse caso, 1 cm no mapa equivale, na realidade, a 120 km.
B.3. Projeções Cartográficas N
Envolve a representação da Terra em um plano, destacan-

do a rede de paralelos e meridianos da esfera terrestre. Utiliza
figuras geométricas semelhantes a uma esfera ou aquelas
que permitem o seu desenvolvimento, destacando-se o cone, Disponível em: <https://docs.qgis.org/2.8/pt_BR/docs/gentle_gis_introduction/
o cilindro e o plano. coordinate_reference_systems.html>. Acesso em: 8 mar. 2018. Adaptado.

320
Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são li- É uma projeção cilíndrica equivalente, que conserva a
nhas retas que se cortam em ângulos retos, porém as proporcionalidade das áreas relativas entre os continentes,
GEOGRAFIA
áreas polares mostram um tamanho exagerado. É uma mas as formas são distorcidas, destacando-se o alongamen-
projeção conforme, porque tem a vantagem de conser- to dos continentes.
var a forma dos continentes, mas traz a desvantagem
de deformar as áreas relativas dos continentes, isto é, a 2. Ordens mundiais – bipolar e multipolar
deformação aumenta próximo aos polos. Observando a fi-
gura anterior, a América do Sul aparenta ser menor que a A. Introdução
Groenlândia, mas, na realidade, ela tem quase 18 milhões Para entender a Ordem Mundial atual, é necessário re-
de quilômetros quadrados, em comparação com os 2 mi- cordar a velha Ordem Mundial de 1945 a 1989, marcada
lhões de quilômetros quadrados da Groenlândia. Portanto, pela Guerra Fria entre o socialismo soviético e o capitalismo
é uma projeção cilíndrica conforme, sendo usada na nave- estadunidense – bipolarização. Naquela época, a divisão do
gação. Questiona-se o eurocentrismo desta projeção. mundo era a seguinte: Primeiro Mundo ou os países capitalis-
tas desenvolvidos, Segundo Mundo ou os países socialistas e
B.6. Projeção cilíndrica equivalente de Peters Terceiro Mundo ou os países capitalistas subdesenvolvidos.
Com a crise do socialismo e, consequentemente, o fim da
Guerra Fria, iniciou-se uma Nova Ordem Mundial.
AFP / GERARD MALIE

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Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/ Muro de Berlim (1961-1989) – Marco símbolo da Guerra Fria
discovirtual/galerias/imagem/0000001622/0000019400. Disponível em: <https://transitionnetwork.org/news-and-blog/why-
jpg>. Acesso em: 8 mar. 2018. Adaptado.
EN S
cop21-matters-and-why-im-going/>. Acesso em: 8 mar. 2018.

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O Mundo Bipolar de 1945 até o Final dos Anos 80

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A LD
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

EM IA
ST ER
UNIÃO SOVIÉTICA
EUROPA
SI AT
EUROPA ORIENTAL
ESTADOS OCIDENTAL JAPÃO
M
UNIDOS
CHINA
OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO ÁFRICA PACÍFICO
OCEANO AMÉRICA LATINA

OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO
OCEANIA
Capitalismo Socialismo
Principal polo ou centro político-militar e econômico capitalista Principal polo ou centro político-militar e econômico "socialista"
Centros secundários no sistema capitalista mundial Centro secundário no "mundo socialista"
Periferia do capitalismo internacional Áreas satelizadas pela superpotência "socialista"
Mundo capitalista Mundo socialista
Disponível em: <https://www.belfercenter.org/event/diplomacy-rusting-tool-american-statecraft>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.

321
Em qualquer período histórico, podemos assinalar a vigência de uma Ordem Mundial (ou Ordem Hegemônica), que caracteriza
a relação de equilíbrio de poder entre os “países potências” e suas respectivas áreas de influência. A geopolítica – estudo geográfico
GEOGRAFIA
do espaço natural e do espaço humanizado, com o objetivo específico de produzir diretrizes que orientem, viabilizem e fortaleçam
o poder do Estado – é a ciência que oferece os lineamentos teóricos e ideológicos pelos quais essa relação deve pautar-se. Um dos
pioneiros no estudo da geopolítica, Karl Haushofer, definiu-a da seguinte maneira: “A geopolítica deve ser e será a consciência geográ-
fica do Estado”. Outro, Richard Henning, ampliou tal definição ao afirmar que “a geopolítica quer fornecer materiais à ação política, quer
servir de guia para a vida prática; permite passar do saber ao poder, quer ser a consciência geográfica do Estado”.
A. Divisão e multipolaridade
O Mundo Multipolar dos Anos 90
EUROPA EUROPA
CANADÁ 1
OCIDENTAL ORIENTAL
NORTE JAPÃO
ESTADOS 3
2
UNIDOS
SUL OCEANO
O
OCEANO
BO O
ATLÂNTICO ÁFRICA PACÍFICO
SC
M IV
OCEANO
PACÍFICO
O S
D LU
AMÉRICA
LATINA
OCEANO
ÍNDICO
O C
Área de influência OCEANIA
N X
Área de influência
da União Europeia do Japão
SI O E
Área de influência
dos Estados Unidos
N
EN S
SUL NORTE
E U
D E
Os três principais polos ou centros da 1. CEI – Comunidade dos Estados Independentes (ex-URSS) – atravessa grave crise econômica, social e política. Apesar da
A LD
economia mundial nos dias atuais importância diplomática e militar da Rússia, necessita da ajuda econômica dos três centros do poder. As Repúblicas Bálticas
(Estônia, Letônia e Lituânia) não integram a Cei e, sim a União Europeia. Geórgia (2009) e Ucrânia (2014) deixaram a CEI diante
Linha divisória entre o Norte desenvolvido de conflitos com a Rússia.
EM IA
e o Sul subdesenvolvido
2. China – emerge como grande potência econômica, política e militar. Nas próximas décadas, deverá ocupar o lugar do
ST ER
Japão como principal centro de poder do Polo Oriental ou Asiático. Em 2010, superou a economia japonesa, tornando-se
a segunda economia mundial, atrás dos EUA.
SI AT
3.Oriente Médio – área de disputa entre os três centros do poder, com vantagem momentânea para os EUA; pode
também vir a ser uma região original pela união dos povos e Estados muçulmanos (islâmicos) com tendência a não se
M
alinhar a nenhum dos três polos.
Disponível em: <https://globalherit.hypotheses.org/2153>. Acesso em: 8 mar. 2018. Adaptado.
Nesse mapa, observa-se a nova divisão do mundo em tecnológica dos meios de comunicação e de transportes. His-
Norte (países ricos) e Sul (países pobres). Grosso modo, toricamente, a globalização é um processo de integração das
quem era Primeiro Mundo transformou-se em Norte, quem economias nacionais que está transformando a superfície do
era Terceiro Mundo transformou-se em Sul e, o mais com- planeta num espaço econômico cada vez mais unitário. Come-
plicado, quem era Segundo Mundo industrializado foi para o çou com as Grandes Navegações e acelerou com a Revolução
Norte e quem era agrícola incorporou-se ao Sul. É fundamen- Industrial, as multinacionais e, atualmente, com a tecnologia
tal saber que essa divisão não é perfeita, pois há casos como de ponta (exemplo: a telemática, que consiste em telecomuni-
o da Albânia, que se localiza na Europa, mas apresenta todas cação + informática). Questiona-se a globalização, em razão do
as características do Sul, e o da Austrália, localizada no Sul, aumento da exclusão social no Sul pobre, que contrasta com a
porém com características socioeconômicas do Norte. riqueza nos países do Norte, que lideram esse processo.
B. Globalização C. Novas formas de organização política

Existem vários conceitos, mas, para simplificar, a globali- No capitalismo, as grandes empresas são favorecidas
zação consiste no aumento das relações de interdependência com a concentração do capital, surgindo os monopólios e
(comerciais, industriais, financeiras e tecnológicas) dos paí- os oligopólios. Em vários países, existem leis contrárias a
ses. É apelidada de “aldeia global”, em virtude do avanço da isso, tentando valorizar a livre iniciativa e a competição do
tecnologia, cuja ação tem feito a Terra tornar-se cada vez me- mercado, mas a busca do lucro provocou o surgimento de
nor, ou seja, os países estão mais próximos graças a evolução outras maneiras de oligopolismo:

322
C.1. Holding
Grandes empresas financeiras controlam vastos complexos industriais, a partir da posse da maior parte de suas ações.
GEOGRAFIA
C.2. Truste
Grandes companhias absorvem seus concorrentes ou estabelecem acordos entre si através de fusões, monopolizando a
produção de certas mercadorias, determinando seus preços e dominando o mercado; há, portanto, domínio vertical da produção.
C.3. Cartel
Grandes empresas independentes e produtoras de mercadorias de um mesmo ramo associam-se para evitar a concorrên-
cia, estabelecendo divisão de mercados e definindo preços; acontece, assim, o domínio horizontal da produção.
C.4. Dumping
Empresas praticam preços abaixo do custo de produção ou do mercado, com a finalidade de quebrar as concorrentes,
para adquiri-las ou fechá-las.
3. Áreas industriais mundiais

A. Industrialização mundial
Os países desenvolvidos ou ricos atingiram a supremacia atual em relação aos demais países, graças à sua atuação industrial.
Isso porque tiveram balanças comerciais favoráveis, exportando produto elaborado com elevado valor agregado para países po-
bres, que exportavam matérias-primas a baixo preço. Tais países pobres, posteriormente, transformaram-se em países devedores
O
(economia tipo colonial). Os países ricos, principalmente Estados Unidos, economias da Europa Ocidental e Japão, desenvolveram
BO O
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parques industriais baseados em fontes de energia não renováveis, sobretudo petróleo e carvão, comprometendo o meio ambiente.
M IV
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2013 D LU
Mundo – principais fontes de energia primária
2040
O C
Petróleo 31% Petróleo 26%
N X
Carvão mineral 29% Carvão mineral 25%

SI O E
Gás natural 21% Gás natural 24%

Biomassa 10% Biomassa 10%
EN S
Energia nuclear 5% Energia nuclear 7%

E U
Hidroelétricas 2% Hidroelétricas 3%
D E
Outras fontes renováveis 2% Outras fontes renováveis 5%

A LD
Agência Internacional de Energia (AIE)

EM IA
Índice de competitividade industrial global –Pontuação (100 – alto e 10 – baixo)

ST ER
2016 2020
Ranking Países Pontuação Ranking Países Pontuação
SI AT
1o China 100,0 1o EUA 100,0

M
2o EUA 99,5 2o China 93,5

3o Alemanha 93,9 3o Alemanha 90,8
4o Japão 80,4 4o Japão 78,0
5 o
Coreia do Sul 76,7 5o Índia 77,5
6o Reino Unido 75,8 6o Coreia do Sul 77,0
Deloitte Touche Tohmatsu Limited (DTTL)
Os dez países mais competitivos e o Brasil (2016)

1o Suíça 7o Reino Unido
2o Singapura 8o Japão
3o
EUA 9o
Hong Kong
4o Holanda 10o Finlândia
5o Alemanha 81o Brasil
6o Suécia
Fonte: Fórum Econômico Mundial e Fundação Dom Cabral (FDC)
Disponível em: <http://enhancedwiki.altervista.org/es.php?title=Desarrollismo>.Acesso em 08 mar. 2018. Adaptado.
Ranking acima foi estabelecido com base em 12 categorias: instituições, infraestrutura, ambiente macroeconômico, saú-
de e educação primária, educação superior e treinamento, eficiência do mercado de bens, eficiência do mercado de trabalho,
desenvolvimento do mercado financeiro, prontidão tecnológica, tamanho de mercado, sofisticação empresarial e inovação.

323
Distribuição industrial no mundo
GEOGRAFIA
Moscou Urais
RÚSSIA
CANADÁ RUN Novosibirsk
Londres ALE
Paris Ruhr Donbass
Chicago Nova York FRA Pequim Seul
EUA ITA JAPÃO
Los Angeles CHINA Tóquio
Houston ÍNDIA Taipé
Cidade do México Mumbai Hong Kong
Calcutá
Copperbelt Singapura
BRASIL
São Paulo Johannesburgo

Santiago
Buenos Aires Sidnei
N
Centro industrial Países mais industrializados
Região industrial Novos países industrializados (NPI) 0 2 350 km
O
BO O
SC
Importante ressaltar o processo de descentralização industrial no mundo após a 2a guerra mundial.
M IV
O S
B. Protecionismo e desigualdades
D LU
A indústria, símbolo máximo do capitalismo, reproduz o antagonismo do sistema ao gerar riqueza e miséria, inovações tecnoló-
O C
gicas e degradação ambiental, novos empregos em tecnologia e desemprego crônico ou estrutural. Alguns estudiosos consideram
N X
a globalização um processo de adequação das dinâmicas nacionais à dinâmica mundial. Outros analistas concordam que a globa-
SI O E
lização é violenta, pois, sendo um processo de sofisticação máxima do sistema, aumenta o desemprego, as desigualdades sociais
e abala a soberania das nações. Independentemente das análises, indústria e globalização caminham juntas por meio da mundiali-
zação. Os EUA, como líder desse processo, defendem o livre-comércio, mas, na verdade, atuam com fortes políticas protecionistas,
EN S
E U
nas quais suas indústrias e seus produtos agrícolas ficam protegidos (pelo Estado) dos produtos de outros países.
D E
Países que mais adotaram medidas protecionistas segundo a União Europeia (2016)
A LD
Países Rússia Brasil China Índia Indonésia Coreia do Sul EUA Argentina Turquia Austrália Tailândia
EM IA
Medidas Protecionistas 33 23 23 23 17 17 16 16 15 13 11
ST ER
Fonte: Comissão Europeia (CE)

SI AT
Segundo o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo (Brasil), a Rodada Doha (rodada de
M
negociações comerciais sobre protecionismo e subsídios entre os membros da OMC desde 2001) como um todo não está sendo
abordada de forma integral. A entidade tenta, há mais de 15 anos, concluir as negociações para liberalizar o comércio internacio-
nal. A rodada de negociações conseguiu um avanço histórico entre os países-membros da OMC em 2015: a proibição do uso de
subsídios à exportação no setor agrícola, que foi a “maior reforma do comércio agrícola dos últimos 20 anos”.
4. EUA – Superpotência do espaço mundial

A. Os Grandes Lagos
Canal marítimo
Duluth Lago Superior do São Lourenço
Canal de
Sault Ste. Marie
Quebec
CANADÁ ço
ou ren
gan
Lago Montreal
SãoL
ichi
Huron
oM
Lago Ontário
Lag
OCEANO
on
Detroit ATLÂNTICO
Huds
Buffalo
Chicago
Rio Lago Erie N
Cataratas
ESTADOS St. Clair Canal do Niágara Nova York 0 50 km
UNIDOS Welland

324
Disponível em: <https://www.wdl.org/pt/item/11548/>. Acesso em: 07 mar. 2018. Adaptado.
A área representada no mapa corresponde à principal formação lacustre da América do Norte e é conhecida, mundialmente,
GEOGRAFIA
pela elevada produção industrial e pela alta concentração populacional. Essa combinação gerou intensas conurbações (fusões
de cidades), o aparecimento de megacidades e a formação das megalópoles Bos-Wash e Chi-Pitts, que envolvem metrópoles,
cidades médias e pequenas, com agricultura intensiva e, principalmente, atividades secundária e terciária, e intenso fluxo de
pessoas e capitais. Nova York, Boston, Washington e Pittsburgh são bons exemplos.
A reorganização territorial da indústria estadunidense é marcada pelo antagonismo tradicional versus moderno. O
tradicional envolve a região Nordeste e o Sul dos Grandes Lagos, áreas conhecidas por Manufacturing Belt (Cinturão da
Industrialização) e Rust Belt (Cinturão da Ferrugem), diretamente relacionadas ao início da colonização, enquanto o mo-
derno abrange o Sul (Texas – Houston) e o Oeste (Califórnia – Vale do Silício), áreas conhecidas como Sun Belt, com tec-
nologia de ponta, sistema de produção toyotista e tecnopolos.
O desempenho positivo da indústria dos EUA é explicado por diversos fatores, entre os quais se destaca o papel do Estado
como agente supervisor e estimulador, ou seja, o governo atua no sentido de intervir e regular a economia conforme os objetivos
políticos, além das pesquisas científicas e inovações tecnológicas.
B. Atividades industriais
CANADÁ
Seattle Lago
O
BO O
Minneapolis Superior
Portland
SC
Lago
M IV
Billings Lago
St� Paul Ontário
Lago Huron Boston
O S
Michigan
D LU Detroit
Lago
Erie Nova York
O C
San Francisco Cleveland Filadélfia
Chicago
N X
Salt Lake City Pittsburgh

SI O E
Baltimore
Denver
Los Angeles Kansas City
Louisville
EN S
Wichita St� Louis Norfolk

E U
OCEANO Memphis
D E
PACÍFICO Phoenix OCEANO

A LD
Birmingham ATLÂNTICO
Atlanta
Dallas
EM IA
Baton Charleston
Rouge
ST ER
MÉXICO
Houston Tampa
New Orleans
SI AT
M
Golfo
do México
N
0 500 km
Regiões tradicionais intensamente� Indústria petroquímica Material bélico
Regiões novas intensamente Indústria automobilística Material ferroviário

industrializadas (tecnologia de ponta)
Indústria têxtil Indústria aeronáutica Máquinas agrícolas
Sun Belt Indústria naval Siderurgia
O território estadunidense apresenta acentuada distribuição espacial da indústria.

Disponível em: <https//wasterecycling.org/about/chapters-regions>. Acesso em: 07 mar. 2018. Adaptado.

325
C. A Marcha para o Sun Belt
GEOGRAFIA
Seattle CANADÁ
Minneapolis
Boston
Buffalo
Milwaukee Detroit
S. Francisco Chicago Pittsburgh Nova York

Cleveland
Indianapolis Filadélfia
Kansas City Baltimore
Denver St. Louis
Cincinatti Washington
Los Angeles
San Diego
OCEANO
PACÍFICO
Atlanta OCEANO
ATLÂNTICO
Metrópole Dallas
O
BO O
De 1 a 2 milhões de habitantes Nova Orleans
SC
M IV
Mais de 2 milhões de habitantes
Houston Tampa
O S
Densidades
De 15 a 50 hab./km2
Mais de 50 hab./km2 D LU
MÉXICO
Golfo do México
Miami
O C
Faixa Sun Belt
N X
Migrações
SI O E
Zonas de crescimento N
Zonas de estagnação ou declínio
EN S
Direção de migração 0 500 km

E U
O deslocamento do eixo econômico estadunidense

D E
A LD
Disponível em: <https://wasterecycling.org/about/chapters-regions>. Acesso em: 7 mar. 2018. Adaptado.

EM IA
D. Tecnopolos potenciais consumidores. Segundo a ONU, a China conseguiu,

ST ER
O exemplo número um de tecnopolo do planeta é o Vale nos últimos 30 anos, retirar 800 milhões de pessoas da po-
do Silício (Califórnia), ao sul de São Franscisco. Envolvendo breza, tendo a possibilidade de erradicá-la em 2020.
SI AT
várias cidades e a Universidade de Stanford, o vale apresen- O presidente Xi Jinping estabeleceu duas importantes
M
ta indústrias de alta tecnologia, produzindo computadores, metas para o futuro chinês: completar a tarefa de construir
chips, softwares e equipamentos de telecomunicações. a chamada sociedade moderadamente próspera até 2035 e
Convém lembrar que a Microsoft (de Bill Gates) não tem sua depois firmar a sua posição de grande potência até 2050.
sede nessa área, e sim em Redmond, estado de Washing-
ton. Outra área importante do Sun Belt abrange os estados China (PIB) – rilhões de dólares
do Texas, sobressaindo-se cidades como Dallas e Houston,
16
e da Louisiana.
13,8
14
5. Potências asiáticas: China, Japão e Índia 12 11
11,1
12,1
10,4
9,6
A. China: Indústria e Abertura Econômica 10
8,5
A China caminha rápido em direção ao título de “nova po- 8
7,5
tência asiática”, com crescimento econômico expressivo e 6,1

6 4,5 5,1
PIB que se converteu, em 2010, no segundo maior do mundo,
perdendo apenas para os EUA. 4
O otimismo aumentou no final de 2001, com o ingresso da 2
China na Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse país,
0
marcado por contrastes, como, por exemplo, a existência de
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
*
20
milhões de pobres, responde por 17% das exportações mun-

20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
diais e 12,4% das importações mundiais e, via OMC, abre para Disponível em: Revista Exame
a concorrência externa um mercado de mais de 1,3 bilhão de <http:/pt. tradingeconomics.com/china/gdp>. Adaptado.

326
B. Antagonismos regionais
Os antagonismos regionais no território chinês são identificados em três principais áreas:
GEOGRAFIA
• A região autônoma da Mongólia Interior, ocupada pelo povo mongol que reivindica a anexação do território à Mongólia.
• O Tibete, cujo território foi inserido nos domínios do governo chinês em 1951 e onde acontecem, até os dias atuais, levan-
tes de resistência da população tibetana. O conflito mais marcante, na história recente foi o ocorrido em 2008, no qual
monges e a população local pediam boicote aos Jogos Olímpicos e protestavam contra o domínio chinês.
• A região autônoma de Xinjiang, habitada por povos uigures muçulmanos, que buscam independência da região por
se considerarem culturalmente mais próximos da Ásia Central do que dos chineses. Os conflitos nessa região se
intensificaram após 2008, com o aumento da repressão militar em função dos Jogos Olímpicos e a obrigatoriedade
do ensino de mandarim nas escolas de educação básica da região.
Para controlar os movimentos separatistas nas três regiões, o governo usa a repressão militar e cria políticas de incentivo à
migração de chineses do grupo han, com objetivo de dominação cultural das áreas.
HEILONJIANG
Karamay
MONGÓLIA INTERIOR
Yining
Urumqi
3 JILIN
Kashgar XINJIAN Dunhuang Hohhot HEPEI LAQNING
1
O
BO O
Pequim
SC
M IV
Tianjin
SHANXI
O S
GANSU SHANTONG
2 TIBETE
D LU
QINGHAI
SHAANNXI JIANGSU
O C
HENAN ANHUI Suzhou
Xi’an
N X
HUBEI Huangshan XANGAI

Chendu
SI O E
Lhasa Hangzhou
Shigatse Wuhan
SICHUAN ZHEJIANG
HUMAN JIANXI
EN S
Lijiang GUIZHOU FUJIAN

E U
Taipei
Dali Guilin
D E
Kunming GUANGTONG TAIWAN

Yanshuo
A LD
YUNNAN GUANGXI Macau Hong Kong

Regiões separatistas
EM IA
1� Xinjiang N
HAINAN
ST ER
2� Tibete
3� Mongólia interior
SI AT
As regiões geográfica chinesas

M
Disponível em:<https://www.guiaviagem.org/wp-content/uploads/2015/12/Regioni-climatiche-della-Cina.jpg>. Acesso em: 07 mar. 2018. Adaptado.
B.1. Uma outra divisão regional grande altitude, clima árido e semiárido, baixa densidade de-
mográfica e economia primária, representada pelo petróleo ex-
A - China Centro-Ocidental
B - China Oriental portável do Sinkiang. Separatismo dos uigures (muçulmanos)
4
em Sinkiang e dos tibetanos (budistas-lamístas) no Tibete.
Nessa mesma região, durante a Guerra Fria, desenvolveu-se
uma industrialização estratégica (bélica e atômica). Já a por-
3 ção oriental é o oposto, com menores altitudes, alta densidade
1
demográfica (“formigueiros humanos”), clima temperado ao
A B norte e tropical de monções ao sul e economia desenvolvida
com as ZEEs. É formada pela Manchúria (4) e pela China do
2
N 5 Leste ou Planície Chinesa (5). A primeira é uma região indus-
0 840 km trializada com recursos minerais (ferro, carvão etc.) e um pas-
sado geopolítico tumultuado, com invasões russa e japonesa. A
Os antagonismos entre Leste e Oeste tendem a crescer na China. agricultura é representada pelas culturas do trigo e da soja, ao
Disponível em: <http://www.usfsp.edu/academic-affairs/files/2016/10/ longo do rio Hoang Ho. A segunda região é marcada tradicional-
China_linguistic_map-919x1030.jpg>. Acesso em: 7 mar. 2018. Adaptado. mente pelas culturas de arroz (rizicultura), a maior produção
do planeta, e de cana-de-açúcar, ao longo do rio Yang-Tsé-Kiang,
A porção centro-ocidental chinesa envolve as regiões: Sin- e pela industrialização recente, formando a mais conhecida
kiang, Tibete (2) e Mongólia Interior (3). Apresenta relevo com plataforma de exportação do mundo.

327
C. Abertura econômica
A planificação econômica foi adotada após 1949, com a Revolução Socialista Chinesa, liderada por Mao Tsé-Tung. Re-
GEOGRAFIA
forma agrária e altos investimentos na indústria de base, como o plano “Grande Salto para a Frente” (década de 1950),
marcaram a economia estatal, que mostrou fraquezas na década de 1960, gerando críticas e saudosismo quanto à economia
de mercado, levando o governo a responder com autoritarismo via Revolução Cultural, ou “caça” aos opositores. Em 1976,
morreu Mao, que foi substituído temporariamente pelo “Bando dos Quatro” e depois por Deng Xiaoping, em 1978. Foi ini-
ciada, então, uma abertura econômica, caracterizada pela atração do capital estrangeiro, surgindo a Nova Política Econômi-
ca 1 (1978-1983), com a privatização parcial da agricultura e a criação das ZPEs (zonas de processamento de exportações)
ou ZEEs (zonas econômicas especiais). Na prática, são incentivos dados pelo governo às multinacionais, também interessadas
no mercado consumidor e na exploração da mão de obra barata.
RÚSSIA
CAZAQUISTÃO
MONGÓLIA
COREIA OCEANO
DO NORTE Mar PACÍFICO
Liuta
Tangshan do Japão
UZBEQUISTÃO QUIRGUISTÃO JAPÃO
Tianjin Seul
Tóquio
TADJIQUISTÃO Yantai COREIA
TURCOMENISTÃO Gingdao DO SUL
CHINA
Xangai
AFEGANISTÃO Hangzhou
Mar da China
Fuzhou
O
PAQUISTÃO Oriental
BO O
Xiamen
NEPAL
SC
BUTÃO Shantou Taipé
M IV
BANGLADESH Shenzhen TAIWAN (Formosa)
O S
Zhurai
MYANMAR
D LU
Hong Kong
ÍNDIA LAOS
Hainan
O C
TAILÂNDIA
VIETNÃ FILIPINAS
N X
CAMBOJA
SI O E
OCEANO ÍNDICO
Mar da China
SRI LANKA Meridional
EN S
Brunei N
E U
MALÁSIA
D E
ZEEs (zonas econômicas especiais) CINGAPURA

A LD
Potência econômica do Pacífico

NICs (novos países industrializados) INDONÉSIA PAPUA
NOVA GUINÉ
EM IA
Países em forte crescimento

ST ER
Disponível em: <http://journals.openedition.org/confins/172>. Acesso em: 07 mar. 2018. Adaptado.

SI AT
China – aspectos gerais

M
Área 9,6 milhões/km2 População absoluta 1.376.048.943 habitantes
PIB US$ 11,1 trilhão População urbana 54,4%
PIB per capita US$ 8.109 Homens 708.977.116 habitantes
Total de exportação US$ 2,3 trilhões Mulheres 667.071.827 habitantes
Total de importação US$ 1,9 trilhão Taxa bruta de natalidade 13 por mil
Entrada de turistas 55,6 milhões Taxa bruta de mortalidade 7 por mil

Taxa média anual do População de 15 anos ou mais de idade
0,51% 73,1%
crescimento da população economicamente ativa
Número de computadores pessoais 49,6 a cada 100 domicílios Usuários com acesso à internet 50,3 a cada 100 habitantes
Taxa de alfabetização das pessoas de 15

Esperança de vida ao nascer 75,8 anos 96,4%
anos ou mais de idade
População subnutrida 9,3% População com acesso à rede sanitária 77%
Serviços: 52,2%
Produção do PIB por setores Indústria: 39,5% Despesas militares 1,9% do PIB
Agricultura: 8,2%
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/ch.html>. Acesso em: 8 mar. 2018.

328
No ano de 2013, a China flexibilizou a política do filho

único, permitindo o segundo filho quando um dos pais fosse
GEOGRAFIA
filho único. Em 2015, o governou liberou o segundo filho para

todos os casais, colocando fim à política antinatalista, visan- Delhi
do aumentar a PEA diante do envelhecimento da população
e reduzir a desigualdade de gênero perante o predomínio de
r
ha
homens, como mostrado no quadro acima.
eT
Ganges
Kanpur
d
to
r
se
De
Ahmadabad Kolkata
D. Japão: principais áreas econômicas
Rurkela
Região de Tóquio-Yokohama – possui refinarias, esta- Vadodata
leiros navais, siderúrgicas e indústrias químicas, além de
Mumbai Puna
numerosas indústrias leves e, particularmente, de fiação e Vishakhapatnam Criação extensiva de gado
Hiderabad
tecelagem da seda. Culturas variadas
Arroz
Região Osaka-Kobe-Kyoto – também apresenta siderurgia Trigo
e estaleiros navais e tem importante indústria têxtil (algodão). Chá
Região de Nagoya – sobressai na produção de tecidos e Madras Algodão
Bangalore Juta
máquinas têxteis. Cana-de-açúcar
N Madurai
Região do norte de Kyushu – apresenta grande concen- Carvão
Centro industrial importante
Cidade com mais de 3 milhões
tração de metalúrgicas. 0 570 km Ferro de habitantes
Setores como química medicinal, tecnologia aeroespa-
cial, nanotecnologia, robótica direcionada a consumidores, Principais atividades econômicas da Índia
O
biotecnologia e tecnologia de informação, tiveram importante Disponível em: <http://www.actividadeseconomicas.org/2013/09/ actividades-
BO O
SC
economicas-de-la-india.html>. Acesso em: 07 mar. 2018. Adaptado.
desenvolvimento nos últimos anos.
M IV
E.1. Destaques ou Zonas Industriais
O S
Wakkanai
Centro industrial e de decisão • Vale do Damodar: é uma região siderúrgica famosa
Industrialização mais difusa D LU (“Ruhr” da Índia), favorecida por recursos minerais
O C
Espaço pouco industrializado (carvão e ferro), destacando-se a cidade de Rurkela.
Kushiro
N X
Maiores polos urbanos e industriais • Zona de Tamil: envolve a cidade de Madras, com indús-
Sapporo
SI O E
Tecnopolo
trias diversificadas (automóveis, navios, locomotivas e
Limite da megalópole Hakodate aviões); a a atividade principal ocorre na área química.
Grandes portos de pesca
Também envolve a cidade conhecida por “cérebro india-
EN S
Grandes portos comerciais

E U
ELABORAÇÃO: SIMIELLI, 2000, com dados de SOLONEL, 1998 Hachinohe 40° N no”, Bangalore, com produção de softwares.
e AGOSTINI, 1998� 2000, M� E� Simielli�
• Zonas de Kolkata e Mumbai: há industrialização tra-
D E
dicional (têxtil) e relacionada à agricultura: juta ao

A LD
Sendai OCEANO redor de Kolkata e algodão próximo a Mumbai (ex-

Nigata PACÍFICO -Bombaim). Nesta, a modernidade também avança,
EM IA
inclusive com a produção de energia atômica.

ST ER
Tóquio • Bollywood: capital do cinema indiano, fica na região

de Mumbai e é a indústria cinematográfica mais ativa
SI AT
Nagoya
Osaka N
do mundo, lançando milhares de filmes por ano.
Hiroshima
M
Kitakyushu No final do século XX, mais precisamente na última déca-

Nagasaki
0 180 km da, esse país de hábitos milenares iniciou uma “aceleração”
Kagoshima
econômica, devido a uma “abertura comercial” relacionada à
Importações: energia, globalização, transformando-se ainda mais.
matérias-primas e
Exportações: veículos, produtos manufaturados,
produtos manufaturados N
materiais eletrônicos e máquinas industriais 140° N
AFG.
Srinagar 0 200 km
Japão – Geoeconomia. Exemplo clássico da Divisão Internacional do Trabalho
us
CHINA
Ind
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/ Amritsar Him

ala
ias Brahmaputra
the-world-factbook/geos/ja.html>. Acesso em: 7 mar. 2018. Adaptado. PAQUISTÃO
Nova Kânchenjunga
Deli NEPAL
Kãnpur BUTÃO
Ãgra
Ganges Imphãl
E. Índia Kândia Bhopãl
BANGLADESH
Conhecida pelo mundo ocidental, desde o século XVI, Ahmadãbãd
Nãgpur
Kolkata
BURMA
pelo comércio de especiarias, foi invadida por portugueses, Mumbai
Deccan
ingleses, holandeses e franceses. O domínio britânico e a ex- Mar Hyderãbãd Vishãkhapatnam
da Arábia
ploração consolidaram-se após uma guerra contra a França Panaji
Marmagao
(1756-1763). O fim da colonização ocorreu em 1947, com a Bangalore
Chennai
independência liderada por Mahatma Gandhi. Portanto, o iní- Kozhikode Puducherry
Madurai
cio da industrialização indiana ocorreu no período pós-inde- Kochi
SRI
Tuticorin
pendência, motivado pelos seguintes fatores: capitais estran- LANKA
geiros, mercado interno potencial, abundante mão de obra e Disponível emem: <http://www.cia.gov/library/publications/resources/
recursos minerais diversificados. the-world-factbook/geos/in.html>. Acesso em: 7 mar. 2018. Adaptado.

329
Os conflitos atuais na Caxemira (região do norte do sub- 6. Urbanização: conceitos e aspectos gerais
continente indiano, dividida entre a Índia, o Paquistão e a A urbanização é o processo de crescimento da população
GEOGRAFIA
China) estão ligados à sua partilha, pois dois terços das ter- urbana mais rápido que o crescimento da população rural. Esse
ras da Caxemira estão sob domínio indiano, mas é povoada processo está diretamente relacionado ao êxodo rural. As cau-
por muçulmanos, o que causa desentendimentos entre os sas da urbanização podem variar, dependendo da economia do
dois países. As preocupações com o conflito são intensas país: nos países desenvolvidos, destacam-se a industrialização
porque se sabe que tanto a Índia quanto o Paquistão são e a mecanização do campo; nos países emergentes, a invasão
detentores de arsenais nucleares e armamentos pesados. das transnacionais gera aumento de empregos, atraindo as pes-
O setor de serviços é a parte mais dinâmica da eco- soas do campo e de cidades menores, além de haver a meca-
nomia indiana, destacando sistemas de Call Centers e de nização do campo. Já em países subdesenvolvidos agrícolas, a
Softwares, que têm impulsionado a exportação de servi- própria miséria rural, agravada pela concentração de terras nas
ços e modernizado a economia do país. Em 2017, o setor mãos de poucos, é motivo de êxodo rural. Portanto, as causas da
de serviços correspondeu a 53% do PIB, empregando apro- urbanização podem variar, dependendo de cada país, mas pre-
ximadamente 32% da PEA. domina a ligação histórica com o processo de industrialização.
10 maiores aglomerados urbanos do mundo em milhões de habitantes

Cidades 1975 Cidades 2010 Cidades 2025
Tóquio (Japão) 26,6 Tóquio (Japão) 36,7 Tóquio (Japão) 37,9
O
Nova Iorque (EUA) 15,9 Nova Délhi (Índia) 22,1 Nova Délhi (Índia) 28,6
BO O
SC
M IV
Cidade do México (México) 10,7 São Paulo (Brasil) 20,2 Mumbai (Índia) 25,8
O S
Osaka (Japão) 9,8
D LU Mumbai (Índia) 20,0 São Paulo (Brasil) 21,6
O C
São Paulo (Brasil) 9,6 Cidade do México (México) 19,5 Dacca (Bangladesh) 20,9
N X
SI O E
Los Angeles (EUA) 8,9 Nova Iorque (EUA) 19,4 Cidade do México (México) 20,7
EN S
Buenos Aires (Argentina) 8,8 Xangai (China) 16,6 Nova Iorque (EUA) 20,6
E U
D E
Paris (França) 8,6 Calcutá ou Kolkata (Índia) 15,5 Calcutá ou Kolkata (Índia) 20,1
A LD
Calcutá ou Kolkata (Índia) 7,9 Dacca (Bangladesh) 14,6 Xangai (China) 20,0
EM IA
Moscou (Rússia)
ST ER
7,6 Karachi (Paquistão) 13,1 Karachi (Paquistão) 18,7

SI AT
Soma da população 114,4 milhoes Soma da população 197,7 milhões Soma da população 234,9 milhões
Fonte: Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas.
M
A tabela das “megacidades” evidencia, para o ano 2025, gar a 6,3 bilhões em 2050. Os continentes mais impactados
a aceleração da urbanização nos países subdesenvolvidos, por esse acelerado crescimento serão África e Ásia, onde
permanecendo apenas as cidades de Tóquio e Nova York se espera que 90% dessa nova população – de 2,5 bilhões
como representantes dos países ricos. Atualmente, 300 de habitantes – residirá, mais especificamente na Índia, na
cidades ultrapassam a marca de um milhão de habitantes, China e na Nigéria, que contabilizarão 37% do crescimento
das quais mais de 20 atingem a marca de dez milhões de mundial da população urbana entre 2014 e 2050.
habitantes ou mais. Muito do esperado crescimento urbano terá lugar nos
Atualmente, das 28 megacidades, 16 estão localizadas países das regiões em desenvolvimento, particularmente
na Ásia, 4 na América Latina, 3 na África, 3 na Europa e 2 na Ásia e África. Consequentemente, esses países enfrentarão
América do Norte. Em 2030, espera-se que haja 41 megaci- inúmeros desafios em atender às necessidades do cresci-
dades com dez milhões de habitantes ou mais. mento da população urbana, relacionadas tanto com habita-
As próximas décadas trarão mudanças profundas no ção, infraestruturas, transportes, energia e emprego, quanto
tamanho e na distribuição da população global. A contínua com para os serviços básicos como educação e saúde.
urbanização e o crescimento geral da população farão com Globalmente, cerca de metade dos 3,9 bilhões de habi-
que 2,5 bilhões de pessoas passem a viver em áreas urba- tantes reside em pequenos estabelecimentos com 500 mil
nas em 2050, que abarcarão mais de 6 bilhões de habitan- habitantes, enquanto apenas um em oito vive nas 28 mega-
tes dos 9,6 bilhões previstos para essa data. A população cidades com dez milhões de habitantes ou mais. Muitas das
urbana cresceu rapidamente, de cerca de 700 mil em 1950 cidades com rápido crescimento são relativamente peque-
para aproximadamente 3,9 bilhões em 2014, e deverá che- nos estabelecimentos urbanos.

330
Gráfico de crescimento propulacional de 1959-2050 Com base no Centro Regional de Informação das Na-
7 ções Unidas, a população rural global é, atualmente, cer-
GEOGRAFIA
ca de 3,4 bilhões, e prevê-se um forte declínio até 2050.

6
População urbana em bilhões
Enquanto África e Ásia estão urbanizando-se rapidamente,
5 essas regiões continuam a ser o lar de aproximadamente
90% da população rural mundial. A Índia tem a maior po-
4
pulação rural, com 857 milhões de habitantes, seguida da
3 China, com 635 milhões.
2
A. Cidades globais
1 As cidades globais apresentam características rela-
cionadas à forte urbanização, economia dinâmica e diver-
0
sificada, mercado de trabalho intenso no setor de servi-
1950
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
2015
2020
2025
2030
2035
2040
2045
2050
ços, opções culturais, elevado nível tecnológico do setor
América do Norte América Latina e Caribe Ásia de telecomunicações, grande importância econômica do
África Europa setor financeiro, forte presença de transnacionais, siste-
Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wup/Publications/ mas de transportes complexos e diversificados etc.
Files/WUP2014-Report.pdf>. Acesso em: 9 mar. 2018.
O
Frankfurt
BO O
Moscou
SC
Montreal
M IV
Londres
O S
Chicago Paris Seul
São
Francisco Toronto D LU Madri
Milão
O C
Nova York Tóquio
Los
N X
Angeles Xangai
SI O E
Cidade Nova Hong Kong

do México Délhi
EN S
Lagos
E U
Cingapura
D E
Jacarta
A LD
São Paulo
EM IA
Sydney
ST ER
SI AT
M
A maior parcela das cidades globais localiza-se em países do Norte Rico.
Disponível em: <http://www.hamichlol.org.il/%D7%A2%D7%99%D7%A8_%D7%A2%D7%95%D7%9C%D7%9D#/

media/File:GaWC_World_Cities.png>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.
7. Crescimento da população mundial Projeções da ONU mostram que a população absoluta mun-
dial vai alcançar a marca de 8,5 bilhões até 2030 e de 9,6
A. Introdução bilhões em 2050. Com esse ritmo, o planeta deverá chegar a
O crescimento populacional no passado era muito len- 2100 com 11,2 bilhões de seres humanos, um crescimento
to, sobretudo no início da Era Cristã, na qual a população de 53% em relação ao presente.
mundial era estimada em apenas 250 milhões de habitan- A fome abrange toda a Terra, atingindo até mesmo os
tes, passando para 500 milhões em 1650, 900 milhões em EUA – quase 20% de sua população passam por necessi-
1800, 1,6 bilhão em 1900, 2 bilhões em 1927, 3 bilhões em dades básicas, o que evidencia um sistema econômico
1959, 4 bilhões em 1974, 5 bilhões em 1987, 6 bilhões em excludente. Para entender a distribuição populacional no
1999 e 7 bilhões em 2011. No século XIX, a queda da mor- planeta, é necessário estudar fatores naturais, históricos
talidade, inicialmente nos países ricos, provocou uma ace- e econômicos. Clima, relevo, solo, atividade econômica e
leração demográfica, que, posteriormente, atingiu os países tipo de ocupação ou uso da terra são fatores práticos que
pobres. A população mundial apresenta-se com 7,4 bilhões explicam a densidade demográfica. Podem-se destacar,
de pessoas (julho de 2017), distribuídas desigualmente pe- por exemplo, a baixa densidade em áreas com pecuária
los continentes, e o mais lamentável é que a maioria vive em extensiva e a alta densidade em áreas industriais. Analise
países que apresentam elevados indicadores de pobreza. o mapa a seguir.

331
GEOGRAFIA
Densidade demográfica
(hab. por km2)
Menos de 6
N
6 – 25
26 – 50 0 1 540 km
51 – 200
Mais de 200
O
Principais concentrações
BO O
populacionais
SC
M IV
Densidade demográfica
O S
D LU Disponível : <http://dataphys.org/list/blaue-blumen-handcrafted-offline-data-visualization-
of-population-density/>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.
O C
N X
Os programas internacionais e nacionais de assistência diminuíram os índices de mortalidade sem a consequente

SI O E
diminuição, pelo menos proporcional, dos índices de natalidade, decorrentes da manutenção das tradições ditadas pelos
padrões culturais e socioeconômicos de cada população. Não foram implantados programas de controle de natalidade de
maneira eficiente no mesmo período, por causa de pressões (obstáculos) político-religiosos e culturais que perduram até
EN S
E U
hoje em vários países.

D E
Gráfico de transição demográfica

A LD
Taxa de natalidade
EM IA
Taxa de mortalidade
ST ER
SI AT
M
População absoluta
mundial Crescimento Diminuição do Diminuição ou
Aumento estável acelerado crescimento da estabilização do Estabilização ou
da população da população população crescimento da decréscimo da
mundial mundial mundial população mundial população mundial
Baixo CV Aumento do CV Elevado CV Baixo CV CV negativo
TN e TM elevadas TN elevada TN em declínio TN e TM baixas TM superior a TN
TM em queda TM em queda “inverno
acentuada menos demográfico”
acentuada
Disponível em : <https://ourworldindata.org/wp-content/uploads/2013/05/Demographic-
TransitionOWID-with-pyramids-1.png>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.

332
Infográfico de previsão do número A análise de uma pirâmide etária deve ser feita a partir
de habitantes no planeta dos seguintes itens:
GEOGRAFIA
• a quantidade de homens está sempre representada à

11,2 esquerda, e a de mulheres, à direita;
12
9,6 • o topo representa a população idosa;
8,5 • o corpo ou “meio” da pirâmide representa a popula-
7,3
8 ção adulta;
• a base representa a população jovem.
Crescimento da população mundial

0
2015 2030 2050 2100 Pirâmide A Pirâmide B
Fonte: ONU (em expansão) (em declínio)
Segundo informações da ONU: 80 80
• 50% do crescimento populacional até 2015 vai se con- 70 70
centrar em oito países: Índia, Nigéria, República Democrá- 60 60
tica do Congo, Etiópia, Tanzânia, EUA, Indonésia e Uganda; 50 50
• 34% da população da Europa terão 60 anos ou mais 40 40
até 2050; 30 30
• 41% da população da África têm menos de 15 anos e 20 20
19% têm de 15 a 24 anos;
10 10
O
• o número de pessoas no mundo com 60 anos ou mais
BO O
Idade Idade
SC
vai mais que dobrar até 2050;
M IV
Homens Mulheres Homens Mulheres
• a África vai ser responsável por mais da metade do
O S
crescimento da população do planeta até 2050; Pirâmide C Pirâmide D
D LU
• entre 2010 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças
(estável)
80
(estável com efeito de uma guerra)
80
O C
com menos de 5 anos caiu mais de 30% em 86 países.
70 70
N X
SI O E
Países “maduros” 60 60
Países Países “jovens”
(transição 50 50
em (explosão
demográfica
EN S
40 40
transição demográfica)
E U
concluída) 30 30
D E
Faixa 20 20
A LD
etária EUA Japão Suécia Brasil Bangladesh Burundi Haiti 10 10

(anos)
Idade Idade
EM IA
De Homens Mulheres Homens Mulheres

32% 22,5% 28,7% 38,7% 47,2% 64,7% 54,0%
0 a 24
ST ER
De
52,4% 49,7% 51% 52,9% 46,6% 32,7% 41,8% Pirâmides com corpo e topo largos e base estreita repre-
SI AT
25 a 64
sentam a estrutura etária de países desenvolvidos, e pirâmi-
65
M
15,6% 27,8% 20,3% 8,4% 6,2% 2,6% 4,2% des com base larga e estreitamente do corpo em direção ao
ou mais
topo, a de países subdesenvolvidos.
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/
the-world-factbook/geos/sw.html>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado. Pirâmides etárias de países desenvolvidos e
subdesenvolvidos
B. Pirâmides etárias
São gráficos que indicam a composição da população por Masculino Mônaco – 2016 Feminino
faixas etárias e por sexos (gêneros). +100
95 - 99
90 - 94
85 - 89
80 - 84
Homens Idade Mulheres 75 - 79
70 - 74
70+ 65 - 69
60 - 64
60 - 69 55 - 59
50 - 54
50 - 59 45 - 49
40 - 44
40 - 49 35 - 39
30 - 34
30 - 39 25 - 29
20 - 24
20 - 29 15 - 19
10 - 14
10 - 19 5-9
0-4
0-9
2 1�6 1�2 0�8 0�4 0 0 0�4 0�8 1�2 1�6 2
14 12 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 12 14 População (milhares) Grupo População (milhares)
População em milhões de idade

333
Masculino Sudão – 2016 Feminino

8. Migrações internacionais
GEOGRAFIA
+100
95 - 99
90 - 94
A. Origem e Destino de Migrantes Internacionais
85 - 89
80 - 84 Da observação do mapa, verifica-se que as migrações
75 - 79
70 - 74
internacionais podem ser classificadas em quatro tipos: mi-
65 - 69
60 - 64 grações internas aos continentes ou às regiões (a exemplo
55 - 59
50 - 54 da Europa), que são as mais comuns; Sul-Norte, retratando o
45 - 49 deslocamento, por motivos econômicos, de pessoas de paí-
40 - 44
35 - 39
30 - 34 ses pobres para os países ricos; Sul-Sul, envolvendo países
25 - 29
20 - 24 vizinhos, geralmente os emergentes, que atraem pessoas de
15 - 19
10 - 14 países agrários em busca de melhores perspectivas econô-
5-9
0-4 micas, destacando-se, pelo mapa, sul-americanos vindo para
3 2�4 1�8 1�2 0�6 0 0 0�6 1�2 1�8 2�4 3 o Brasil e africanos indo para a Nigéria e a África do Sul; Norte-
População (milhões) Grupo População (milhões) -Norte, que são consequência da globalização, em virtude da
de idade integração das economias nacionais, deslocando-se mão de
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/ obra qualificada. A migração de trabalhadores qualificados
publications/resources/the-world-factbook/geos/ corresponde à “migração de cérebros”, sobressaindo países
mn.html>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado. emergentes e ricos.
Migrações internacionais
O
BO O
8.22 9.57 0.53
SC
8.53
M IV
AMÉRICA
DO NORTE
O S
2.44
31.52 15.69
D LU 1.33
1.34
EUROPA
ÁSIA
O C
1.30 0.84 1.07
35.49
N X
3.10
1.24
SI O E
AMÉRICA
19.72 LATINA E 1.29
0.35 0.22
CARAÍBAS
EN S
3.13
0.75 3.54 13.18 0.14
E U
0.30 0.06
ÁFRICA
D E
1.65 0.31
A LD
0.08 0.02
0.73
0.13 0.35 0.25
EM IA
N 0.01 OCEANIA
ST ER
SI AT
Índice de desenvolvimento humano (2007) Regiões Número de migrantes (em milhões)

M
Muito elevado América do Norte

Elevado Europa
Médio Oceania
Baixo América Latina e Caraíbas Migração
Ásia Intrarregional
O tamanho dos países é proporcional à população de 2007� África
Fonte: ONU
Com o advento da globalização, a partir da década de 1990, ocorreu a integração econômico-cultural de pessoas e de
países, devido à evolução tecnológica dos meios de comunicação e de transporte, que promoveu a redução das distân-
cias entre as fronteiras políticas e culturais. Houve significativo aumento dos fluxos migratórios no mundo, em virtude da
rapidez dos meios de transporte, da exclusão social (miséria, fome) e de conflitos político-territoriais e étnico-religiosos,
como ocorrem na Síria, no Afeganistão, no Iraque, na África do Norte (Líbia) e Subsaariana (Sudão do Sul, Somália, Nigéria,
República Democrática do Congo, República Centro-Africana, entre outros).
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) migrantes os indivíduos que se deslocam por pro-
cesso voluntário (exemplo: alguém que cruza uma fronteira em busca de melhores oportunidades econômicas). Os refu-
giados são especificamente definidos e protegidos segundo o direito internacional, pois são pessoas que estão fora de
seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam
seriamente a ordem pública e que, como consequência disso, necessitam de “proteção internacional”.
Em dezembro de 2017, a ONU quantificou em 258 milhões as pessoas que saíram dos países onde nasceram e vivem
em outros Estados, um aumento de 49% desde 2000. Os Estados Unidos são o país que mais pessoas atrai – 50 milhões

334
de migrantes. Arábia Saudita, Alemanha e Rússia têm, res- pelo Império Otomano e pelo mandato britânico. É impor-
pectivamente, a segunda, a terceira e a quarta maior co- tante recordar que os judeus sofreram a diáspora e ficaram
GEOGRAFIA
munidade de migrantes (cerca de 12 milhões cada um), dispersos pelo mundo. No século XIX, na Europa, surgiu o
seguindo-se o Reino Unido (nove milhões). Mais de 60% movimento sionista, que objetivava criar o Estado Judaico
de todos os migrantes internacionais estão na Ásia (80 mide Israel, incentivando as migrações de judeus para a região
lhões) e na Europa (78 milhões). Os migrantes que procu- habitada então por palestinos, o que deu início aos conflitos
ram países de alto rendimento subiram de 9,6% em 2000 que ainda existem.
para 14% em 2017.
Mar LÍBANO Mar LÍBANO
Mediterrãneo SÍRIA Mediterrãneo SÍRIA
9. Oriente Médio
Rio Jordão
Rio Jordão
EUROPA
Mar
Cisjordânia
Cás
TURQUIA
Tel Aviv Tel Aviv
Ma
rM pio
ed Jerusalém Jerusalém
ite CHIPRE
rrâ SÍRIA Mar Mar
ne LÍBANO Gaza Gaza
o AFEGANISTÃO Morto Morto JORDÂNIA
ISRAEL IRAQUE IRÃ
EGITO JORDÂNIA TRANSJORDÂNIA ISRAEL N
KUWAIT PAQUISTÃO
Go
lfo N
Pé 0 40 km
ARÁBIA BAREIN rsico
CATAR Golfo de 0 40 km
SAUDITA Omã EGITO EGITO
EMIRADOS Áreas de ocupação
ÁFRICA Mar Arábico Estado judeu Egípcia
Ma
ÁRABES OMÃ
O
Estado árabe Jordaniana
r Ve
OCEANO
BO O
UNIDOS
rme
Área internacional
SC
ÍNDICO Eilat Eilat Israelense
M IV
lho
N
IÊMEN Plano de partilha da ONU – 1947 e Israel expandido
O S
0 310 km
D LU
Disponível em: <https://blog.realinstitutoelcano.
Disponível em: <http://www.conexaoisrael.org/70-anos-atras-partilha-
da-palestina/2017-11-29/joao>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.
O C
org/wp-content/uploads/2014/07/Middle_East_map.
jpg>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.
N X
A partilha da ONU teve ingerência estadunidense, que

SI O E
favoreceu Israel, pois, na própria divisão da Palestina, o

A. Introdução povo palestino (árabe) ficou com 43% da área, enquanto Is-
O Oriente Médio ou Ásia Ocidental é uma área comple- rael ficou com 57%. Os EUA argumentaram a necessidade de
EN S
E U
xa da geopolítica internacional, ocupando frequentemente “indenizar” historicamente os judeus, devido ao holocausto

os espaços na mídia (televisão, jornais e internet), devido (2a Guerra Mundial) e à diáspora, patrocinada pelo Império
D E
aos conflitos regionais. A localização é estratégica entre Romano. O primeiro mapa mostra a tentativa da ONU de en-
A LD
três continentes: Europa, Ásia e África. Historicamente foi cerrar os conflitos, dividindo a área em dois Estados, mas
ponto de partida do expansionismo árabe, entre os sécu- os palestinos não aceitaram, e apenas Israel se expandiu
EM IA
los VII e XV, além da formação do Império Otomano, entre (observe o segundo mapa), deixando os palestinos como
ST ER
os séculos XVII e XX. A diversidade étnica da área é justi- estrangeiros em sua própria terra natal. Muitos migraram
ficada pela própria localização, passagem histórica entre para os países vizinhos, onde criaram uma resistência
SI AT
os mundos ocidental e oriental, e complicada pelo fator exemplificada pela criação da Fatah, grupo terrorista do líder
M
religião, pois é o “berço” de três importantes religiões mo- palestino Iasser Arafat, que, mais tarde, tornou-se a Organi-
noteístas: Judaísmo, islamismo e cristianismo. A região zação para a Libertação da Palestina (OLP), com o objetivo
também é caracterizada pela riqueza petrolífera (Golfo de expulsar os judeus da Palestina e criar o Estado Pales-
Pérsico), o que desperta o interesse internacional, sobre- tino. Os conflitos radicalizaram-se, e o resultado foram as
tudo das multinacionais, e pela predominância de climas duas guerras mais marcantes. A primeira ocorreu em 1967
áridos, que explicam a carência em recursos hídricos, ge- e ficou conhecida por Guerra dos Seis Dias, quando Israel
ralmente disputados por países vizinhos. A exceção em atacou, invadiu e anexou territórios do Egito, da Síria e da
relação a esses recursos está na Planície da Mesopotâmia, Jordânia, países árabes que apoiavam a OLP. Observam-se,
localizada entre os rios Tigre e Eufrates, que nascem na pelo mapa a seguir, as áreas ocupadas: Península do Sinai e
Turquia e atravessam a Síria e o Iraque. Faixa de Gaza (Egito), Cisjordânia (Jordânia) e as Colinas de
Golã (Síria). Israel triplicou de tamanho e argumentou que
B. A Questão Palestina a anexação desses territórios daria proteção militar à área
A Palestina é uma estreita faixa de terra desértica en- originalmente destinada pela ONU. Mas, na realidade, o Es-
tre o Mar Morto e o Mar Mediterrâneo, do Egito ao Líbano. É tado Judeu escondia interesses hídricos, ou seja, passou a
motivo de disputa entre dois povos: judeus ou israelenses controlar a nascente do Rio Jordão nas Colinas de Golã. Efe-
e palestinos ou árabes. Os judeus acreditam que têm direi- tivou a ocupação com soldados e a construção de assenta-
tos sobre a área, pois seus antepassados, os hebreus, ha- mentos, deslocando uma parte de sua população. A questão
bitavam a região até a invasão romana. Mas os palestinos complicou-se, pois Gaza e Cisjordânia eram habitadas por
ocupavam essa região desde a expansão árabe, passando palestinos que alimentavam o desejo de independência.

335
C.2. Revolução Fundamentalista no Irã (1979)

Ocupação israelense LÍBANO Em 1979, o xá Reza Pahlev (aliado dos EUA), diante da
GEOGRAFIA
SÍRIA falta de controle sobre a insurreição contrária à ocidentali-
Ataques árabes (1973) Beirute Damasco zação do país, deixou o poder e fugiu. O líder religioso aia-
Mar
Golã tolá Ruholá Khomeini retornou ao país de maneira triunfal,
Mediterrâneo como líder da Revolução Fundamentalista, vindo do exílio
Cisjordânia
Canal de Suez
Tel Aviv na França. Em 1o de abril, foi estabelecida a criação da Re-
Gaza Jerusalém pública Islâmica do Irã, promovendo a formação de um Es-
tado teocrático, apoiado pela Guarda Revolucionária, cuja
ISRAEL autoridade máxima seria o aiatolá, líder religioso supremo.
JORDÂNIA
Península
do Sinai C.3. Invasão soviética no Afeganistão (1979-a-1989)
Eilat Os soviéticos entraram militarmente no Afeganistão,
utilizando artilharia pesada e em mais de cem mil solda-
EGITO dos, sitiaram a capital Cabul, determinando a rendição e
ARÁBIA a morte de Hafizullah Amin e garantindo no poder Babrak
SAUDITA
Karmal, governo marxista do Partido Democrático Popular
Mar do Afeganistão (PDPA), diante da insurgência de grupos
Vermelho muçulmanos opositores, principalmente os mujahedins. O
N
Talebã e a Al Qaeda são exemplos de grupos que formavam
0 35 km os mujahedins, financiados e treinados pelos EUA para
O
lutar contra os soviéticos. Os soviéticos retiraram-se do
BO O
SC
Guerras de 1967 e 1973 Afeganistão em 1989, diante da impossibilidade de vitória
M IV
Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/ perante a resistência afegã dos mujahedins, que conhe-
O S
uploads/5/108guerradosseisdias.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado. ciam o território montanhoso (montanhas do Hindu-Kush),
D LU realizavam ataques de guerrilhas e protegiam-se em ca-
O C
A resposta árabe ocorreu em 1973, na Guerra do Yom Ki- vernas, destacando-se a ação do grupo Talebã.
N X
ppur, em que Egito e Síria tentaram recuperar os territórios

SI O E
perdidos em 1967, mas fracassaram, ou seja, os judeus saí- C.4. Guerra Irã-Iraque (1980-a-1988)
ram vitoriosos nos dois conflitos, sempre apoiados pelos EUA. Em setembro de 1980, tropas iraquianas (árabes) in-
A resistência árabe mudou de estratégia na década de 1980, vadiram o Irã (persa), sob o pretexto de não concordar com
EN S
E U
surgindo a Intifada, de 1987 a 1993, com a população civil pa- o Tratado de Argel de 1975, que definiu os limites frontei-
lestina, representada por crianças, jovem e até idosos, atirando riços (partilha) entre os dois países no Chatt-el-Arab, ca-
D E
objetos (pedras) nos soldados israelenses nos territórios ocu- nal de acesso dos iraquianos ao Golfo Pérsico por onde é
A LD
pados. O resultado foi positivo, surgindo, em 1993, o primeiro escoada a produção petrolífera. Havia, no entanto, outros
Acordo de Paz, assinado em Oslo (Noruega), pelo qual Israel fortes motivos para a guerra: a cobiça pelo petróleo na
EM IA
passava para a Administração Palestina (Autoridade Nacional província iraniana do Cuzistão; o desejo do Iraque em re-
ST ER
Palestina) a Faixa de Gaza e a cidade de Jericó, na Cisjordânia. cuperar terras perdidas para o país vizinho na década de
Nos demais acordos, a participação palestina na Cisjordânia 1970; a preocupação com a influência iraniana na ascen-
SI AT
aumentou, preparando a criação do Estado Palestino. Mas, a são dos xiitas, que são a maioria da população iraquiana.
M
partir de 2000, devido ao aumento da agressividade entre os A preocupação com uma possível insurreição dos xiitas no
dois povos, iniciou-se uma Nova Intifada, acabando com os Iraque levou os EUA e a Europa Ocidental a apoiar o gover-
acordos de paz. Em 2005, o primeiro-ministro Ariel Sharon reno iraquiano de Saddam Hussein, sunita, e que chegara ao
tirou os judeus da Faixa de Gaza, que hoje vive sob bloqueio poder por meio de um golpe em 1979. O conflito terminou
israelense. Além das questões hídricas, da construção do Muro sem vencedores.
Protetor na Cisjordânia,da atuação de grupos terroristas como
Hezbollah (sul do Líbano e xiita) e Hamas (Faixa de Gaza e su- C.5. Primeira Guerra do Golfo (1990-1991)
nita) e da ação de grupos e partidos extremistas judeus (exem- O resultado prático da Guerra Irã-Iraque foi uma enorme
plo: Partido Likud), o governo israelense continua ampliando dívida contraída pelo governo iraquiano, agravada pelo bai-
os assentamentos judaicos na Cisjordânia, dificultando novos xo preço do barril de petróleo. Sem ter como pagar, Saddam
acordos de paz e o reconhecimento de um Estado Árabe. Hussein decidiu invadir o território do Kuwait, grande expor-
tador de petróleo, com os seguintes interesses: dominar o
C. Conflitos geopolíticos no Oriente Médio Kuwait, que havia sido província do Iraque, segundo Sad-
dam Hussein; o território kuwaitiano era um Estado-tampão,
C.1. Guerra Civil no Líbano (1975-1990) que servia aos interesses ocidentais; a possibilidade de
O Líbano enfrentou uma sangrenta guerra civil entre ampliar a saída para o Golfo Pérsico; o domínio dos poços de
cristãos (maronitas) e muçulmanos, que deixou mais de petróleo serviria para pagar a enorme conta da guerra contra
150 mil mortos, 500 mil desalojados e milhares de refu- o Irã. Foi assim que, em agosto de 1990, iniciou-se a Guerra
giados espalhados por toda região. do Golfo, a qual levou novamente os EUA, maior consumidor

336
mundial de petróleo, a intervir militarmente na região, diante sunitas e curdos tornou-se um grande problema político, além
da anexação do território kuwaitiano pelo Iraque. Com o aval da presença de membros do Estado Islâmico.
GEOGRAFIA
da ONU, foi formada uma coalizão militar de forças aliadas

(EUA, Reino Unido, Egito, Arábia Saudita) sob a liderança dos C.8. Estado Islâmico
EUA. Os fuzileiros americanos desembarcaram no Golfo Pér- Em 2014, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ou da
sico, Operação Tempestade no Deserto em janeiro de 1991, Síria) ou ISIS passou a se chamar Estado Islâmico – EI ou IS (em
para expulsar os soldados iraquianos, antes seus aliados. inglês, Islamic State). Também foi proclamado sobre os territó-
rios controlados do Iraque e da Síria o Califado, que representa
C.6. Guerra no Afeganistão (2001-a-2014) um território sob a forma de um governo monárquico e totali-
O governo de George W. Bush acusou Osama bin Laden, tário, comandado pela Sharia e pelas tradições e pelos costu-
líder do grupo ou rede terrorista Al Qaeda, de ser o respon- mes dos primeiros séculos do Islã. A adoção do nome Estado
sável pelos atentados em território norte-americano contra Islâmico tem a ver com o abandono da geopolítica do grupo de
edifícios-símbolos como o Pentágono e o World Trade Center, ser apenas associado aos territórios da Síria e do Iraque. O in-
e exigiu que o governo do Talebã, aliado da Al Qaeda, entre- tuito do EI é estabelecer o domínio de um grande território que
gasse Osama bin Laden às autoridades norte-americanas. inclua o mundo árabe muçulmano no Oriente Médio e no norte
Como o pedido não foi aceito pelo governo afegão, tropas da África. A partir de 2016, importantes ações militares reali-
dos EUA e do Reino Unido invadiram o Afeganistão em outu- zadas principalmente pela Rússia, EUA e França provocaram a
bro de 2001. O Talebã foi retirado do poder, e grande parte de “derrota” do EI, com a morte do líder e a perda de controle sobre
seus membros fugiu para o Paquistão. territórios e cidades do leste da Síria e norte do Iraque. Entre-
Atualmente, insurgentes do Talebã controlam partes tanto, membros do EI promovem ações terroristas em países
do território afegão ao sul, fronteira com o Paquistão, reali- do Oriente Médio, Europa, África e nas Filipinas.
O
zando atentados terroristas para desestabilizar o governo,
BO O
SC
principalmente na capital Cabul. D. Primavera Árabe
M IV
Do Egito à Jordânia, passando por Líbia e Argélia, che-
O S
C.7. Segunda Guerra do Golfo – Guerra gando à Síria e ao Iêmen, o mundo árabe foi sacudido pelo
do Iraque (2003-a-2011) D LU desejo incontido de mudança, a partir da Revolução do Jas-
O C
Em março de 2003, sob o domínio da Doutrina Bush e ale- mim, ocorrida na Tunísia, em janeiro de 2011, que tirou do
N X
gando que o Iraque tinha armas químicas, tropas dos EUA e do poder o presidente Ben Ali, o qual permaneceu 23 anos no
SI O E
Reino Unido invadiram o Iraque, na Operação Liberdade Iraquia- controle do país, que faz parte do Magreb, juntamente com
na, sem que houvesse o aval da ONU, que não se convenceu Argélia e Marrocos. No embalo dessa mudança, sucumbi-
das provas mostradas pelo secretário de Estado dos EUA, Colin ram, em seguida, os ditadores Hosni Mubarak (30 anos no
EN S
E U
Powell, sobre a existência de armas de destruição em massa. governo do Egito), Muammar Kadafi (42 anos comandando
Sem condições de resistir ao poderio militar anglo-americano, o a Líbia e que acabou sendo assassinado) e Ali Abdullah Sa-
D E
Iraque foi ocupado rapidamente. A capital Bagdá foi tomada em leh (21 anos no controle do Iêmen) . Bashar al-Assad, gover-
A LD
abril, e Saddam Hussein, sunita, foi destituído do poder e fugiu, nante da Síria desde 2000, enfrenta uma guerra civil.
sendo capturado em dezembro. O Partido Baath, de sustenta- Os conflitos que permanecem na Síria e também no Iê-
EM IA
ção do ditador, foi desfeito. O sectarismo entre xiitas (maioria), men, na Líbia e no Egito promovem o chamado Inverno Árabe.
ST ER
SI AT
M
SÍRIA
TUNÍSIA LÍBANO
IRAQUE IRÃ
MARROCOS ISRAEL
Autoridade JORDÂNIA
KUwAIT
palestina
ARGÉLIA
LÍBIA BAHREIN
QATAR
EGITO EAU
ARÁBIA
SAUDITA
OMÃ
N
0 1 000 km IÊMEN
O mundo árabe
Disponível em: <http//www.icarabe.org/sites/default/files/pases.jpg>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
E. Inverno Árabe
E.1. Guerra Civil na Síria

A violência do governo do ditador Bashar al-Assad (alauíta e aliado dos xiitas, destacando o Irã) alimentou a revolta armada
dos rebeldes sunitas, que foi se espalhando pelo território, ganhando apoio de grupos militares formados por desertores do

337
governo de Assad, de grupos islamitas ligados à Irmandade Muçulmana, dos curdos, dos membros do EI e da guerrilha Fateh
Al-Sham (conhecida anteriormente como Frente Al-Nusra, uma célula terrorista da rede Al Qaeda).
GEOGRAFIA
Apesar da pressão político-econômica dos EUA e da União Europeia, Assad permanece no poder, recebendo apoio da Rússia,
fornecedora de armamentos e membro do Conselho de Segurança, interessada em manter a aliança geopolítica no Oriente Mé-
dio e o controle do porto sírio de Tartus como base para a sua marinha de guerra fora do Mar Negro pelos próximos 49 anos, con-
forme acordo assinado entre sírios e russos em janeiro de 2017. Até março de 2018, o conflitou provocou a morte de 511.000
pessoas segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos e mais de 5 milhões de refugiados segundo a Acnur. Em abril de
2018, EUA, Reino Unido e França promoveram bombardeios contra estabelecimentos de armas químicas na Síria, em resposta
ao suposto ataque químico contra a cidade de Duma.
E.2. Guerra Civil no Iêmen

A partir de 2014, o país entrou em turbulência política diante da ascensão dos houthis ou huthis (zaidistas, corrente do
islamismo xiita), que lutam por mais espaço político em um país com maioria sunita. Os houthis fazem parte do grupo rebelde
Ansar Allah (Partidários de Deus). O problema étnico-religioso no Iêmen ultrapassa suas fronteiras, pois a Arábia Saudita apoia
abertamente os sunitas contra os houthis, que recebem ajuda do Irã (xiita). Membros do Estado Islâmico e da Al Qaeda na Penín-
sula Arábica (AQPA) também apoiam os sunitas, apesar de serem inimigos.
10. Tectonismo e vulcanismo

A. Tectônica de placas
Teoria do pesquisador estadunidense Jason Morgan, da década de 1960, segundo a qual a litosfera é formada por várias pla-
O
cas semirrígidas que se movem umas em direção às outras, complementa a teoria da deriva Continental, pois explica justamente
BO O
SC
o ponto fraco de Wegener, ou seja, o deslocamento dos continentes.
M IV
O S
Zonas sísmicas
Placa D LU Placa Euroasiática

O C
Norte-Americana
N X
Placa do
SI O E
Pacífico Irã
Placa Placa do
Arábia das Pacífico
Caribe
EN S
Filipinas
Cocos
E U
Placa Placa
D E
de Sul-Americana Placa Africana

A LD
Nazca
Placa Indo-Australiana Área de separação de placas
EM IA
ST ER
N Área de choque de placas

SI AT
0 2 440 km
Placa Antártica
M
Placas tectônicas e direção de seus deslocamentos

Disponível em: <http://www.astropt.org/2013/05/06/deriva-continental-e-tectonica-das-
placas-da-hipotese-a-teoria/>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
Morgan identificou oito placas principais e seis secundárias, que, juntas, contêm, na parte superior e incrustados nas ro-
chas, os continentes e as bacias oceânicas. A energia que provém do interior da Terra (magma) faz as placas flutuarem sobre a
astenosfera, deslocando-se por influência das células ou correntes de convecção. Esse movimento da litosfera provoca distor-
ções ou deformações, originando processos como a orogênese (forças horizontais na formação de dobras) e a epirogênese (for-
ças verticais na formação de fraturas). Observando o mapa, nas áreas de choque de placas, é possível notar que, quando uma
placa se desloca na mesma direção da placa vizinha, surgem as cordilheiras (dobramentos modernos), fato exemplificado na
divisa da Placa Sul-Americana com a Placa de Nazca, onde surgiu a Cordilheira dos Andes, na parte ocidental da América do sul.
A tectônica de placas contribuiu muito para o avanço dos conhecimentos sobre a geologia do planeta, possibilitando apro-
fundar os estudos acerca dos dobramentos modernos (altas cadeias montanhosas), bem como do vulcanismo e da dinâmica
dos terremotos.
B. Vulcanismo
Consiste na expansão de material magmático e gás, na superfície e na atmosfera, provenientes do interior da Terra, os
quais irrompem, por meio de uma falha ou fissura na litosfera, com temperatura acima de 800 °C. Os vulcões são classifica-
dos como ativos, quando entram constantemente em erupção, e como extintos, quando não sofrem erupções.

338
GEOGRAFIA
Katmai
Vesúvio
Fujiyama
Kilauea
Mt� Pelée
Popocatepetl
Krakatoa
0 2 742 km
O
BO O
SC
Atividade sísmica menos intensa Vulcões ativos Principais alinhamentos montanhosos
M IV
Atividade sísmica mais intensa Dorsais submarinas Fossas abissais
O S
Zonas sísmicas, vulcões e dorsais submarinas
D LU
Disponível em: <http://data-cache.abuledu.org/1024/points-chauds-geologiques-5094edf1.jpg>. Acesso em:10 mar. 2018. Adaptado.
O C
WIKIMEDIA
N X
Percebe-se, pelo mapa, a alta incidência de terremotos,

SI O E
maremotos e atividades vulcânicas nos limites entre as pla-

cas tectônicas. No caso específico do vulcanismo, sua ocor-
rência abrange:
EN S
E U
• o interior das placas: são os vulcões isolados, conhe-

cidos por pontos quentes (hotspots), ou seja, o mate-
D E
rial magmático “fura” a litosfera, chegando à superfí-

A LD
cie, e origina ilhas (Havaí); Vulcão Kilauea, arquipélago do Havaí (Oceano Pacífico)
• falhas (rifts): são originadas do afastamento de duas
EM IA
placas e formam ilhas oceânicas; C. Terremotos ou abalos sísmicos

ST ER
• áreas de subducção: ocorrem quando uma placa tec- São movimentos naturais da litosfera, propagados por meio
tônica mergulha sob outra. de vibrações e registrados por instrumentos conhecidos por
SI AT
A sociedade mundial, conforme as condições locais, sismógrafos. A escala mais adotada é a de Richter, que mede a
M
explora as vantagens das atividades vulcânicas: desde o magnitude, ou seja, a energia liberada no foco do sismo. Exis-
turismo, com parques naturais ou rochas ornamentais para tem outras escalas, como a de Mercalli ou MSK, que avaliam a
a construção civil, até a produção de eletricidade, por meio intensidade de um sismo em função da violência e da mortali-
de pressão e calor (fonte geotérmica), aproveitados para dade. A área de maior ocorrência de sismos é a de subducção,
acionar as turbinas das termelétricas, via tubulações. Esse destacando o Círculo do Fogo, no Pacífico, sobretudo no Japão.
aproveitamento energético ocorre nos EUA, na Itália, na Em seguida, vêm as áreas de afastamento entre placas e aque-
Nova Zelândia, no Japão e na Islândia. las no interior das próprias placas, mas, em ambas, a intensidade
Na realidade, a grande beneficiada é a agricultura, dos sismos é baixa. O epicentro é o ponto da superfície localiza-
pois, em áreas que sofrem vulcanismo, a decomposição do acima do foco, que corresponde ao lugar da ruptura. No foco
de rochas magmáticas extrusivas origina solos de alta fer- ou hipocentro, as tensões acumuladas provocam a ruptura das
tilidade, como a terra roxa no centro-sul do Brasil, prove- camadas de rochas no interior da crosta terrestre.
niente do basalto, e o solo regur na Índia. Por outro lado,
a sociedade localizada próximo aos vulcões é constan- Fratura Epicentro
temente ameaçada pelas erupções, que, normalmente,
provocam elevada mortalidade, devido a nuvens ardentes,
correntes de lavas e lama, rochas incandescentes, avalan-
che de fogo, explosão de gases e queda de cinzas. Tudo
isso provoca devastação na vegetação na área, podendo
rapidamente destruir uma cidade. Ondas sísmicas
Hipocentro

339
A intensidade dos abalos sísmicos depende de vários fa- A previsão baseia-se em alguns prognósticos: mapear as
tores, desde os tipos de rochas que compõem a área afetada áreas de ocorrências, bem como as áreas de falhas e fraturas;
GEOGRAFIA
até a distância entre o hipocentro e o epicentro. O resultado medir as variações elétricas do solo e a variação do nível da
pode ser catastrófico, provocando destruição de cidades e água em poços.
perda de vidas humanas.
D. Tsunami
Em 11 de março de 2011, o litoral oriental japonês (Ilha
Honshu) foi abalado por um terremoto de grandes propor-
ções, gerando um descomunal tsunami, “onda de porto”. O fa-
tor gerador foi uma falha na crosta terrestre, devido ao choque
EYEPRESS NEWS/EYEPRESS/AFP
de duas placas tectônicas. Nesse tipo de ocorrência, após o

choque, o assoalho marinho é movido, deslocando uma gran-
de massa de água, que percorre, em alta velocidade, lugares
profundos e longínquos da costa. Em seguida, a massa de
água na costa sofre forte recuo. Ao aproximar-se da costa, as
ondas são comprimidas pelo fundo marinho, elevando-se vá-
Terremoto de magnitude 6,4 sacudiu o sul de Taiwan em fevereiro de 2016. rios metros acima de seu nível normal, o que provoca redução
da velocidade, mas, em contrapartida, aumenta a altura da
Apesar do avanço tecnológico, a sociedade não consegue onda. Assim, com a chegada à costa, o tsunami submerge as
prever com precisão a ocorrência e a intensidade do terremoto. áreas costeiras.
O
BO O
SC
M IV
1 Um abalo sísmico faz
O S
tremer o assoalho
marinho�
D LU
O C
N X
2 Tal fato lança à superfície

SI O E
um grande deslocamento
de água�
EN S
E U
D E
A LD
3 Forma-se uma vibração que

gera propagação a grande
EM IA
velocidade abaixo da
ST ER
superfície�
SI AT
M
A água é aspergida da
margem�
4 Ao chegar à costa,
ondas gigantes se
formam�
11. Diversidade climática

Pela análise da dinâmica climática, percebe-se a ocorrência de grande diversidade de climas, representada por tipos de
climas e zonas climáticas, com destaque para o fator latitude, pelo qual surge a divisão em áreas macrotérmicas, mesotérmicas
e microtérmicas. Essa diversidade impõe uma outra, a vegetal, que depende de vários fatores, como solo, relevo e, sobretudo,
clima. Pelo mapa, pode-se constatar como é vasta a diversidade climática no planeta.

340
Oceano Glacial Ártico

Groenlândia
Círculo Polar Ártico
GEOGRAFIA
Mar
do Mar
Norte Báltico
Mar de
Mar Mar Bering
OCEANO Negro Cáspio Mar
OCEANO Mar do
PACÍFICO Mediterrâneo Japão
Golfo do ATLÂNTICO OCEANO
Ma
Trópico de Câncer México
rV
PACÍFICO
erm
Grandes Antilhas Mar
na
Arábico
elh
Mar das
Chi
o
Antilhas
r da
Equador
Ma
OCEANO
Trópico de Capricórnio OCEANO ÍNDICO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Círculo Polar Antártico Mar de Oceano Glacial Antártico N

Weddel
0 3 330 km
O
Equatorial Subtropical Mediterrâneo Semiárido Frio de montanha
BO O
SC
Tropical Temperado Desértico (árido) Frio Polar
M IV
Clima mundial
O S
Disponível em: <http://data.abuledu.org/wp/?LOM=28231>. Acesso em: 9 mar. 2018. Adaptado.
D LU
O C
N X
12. Brasil – divisão política, regionalização e fusos horários

SI O E
O Brasil possui 27 unidades federativas, sendo 26 estados e o Distrito Federal. O arquipélago de Fernando de Noronha é
considerado Distrito Estadual de Pernambuco.
EN S
E U
A. Regiões administrativas – macrorregiões B. geoeconômicas ou grandes complexos regionais

D E
A LD
OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
EM IA
RR AP Equador ATLÂNTICO
RR AP Equador
ST ER
NORTE
PA
SI AT
AM MA RN CE
PB AM PA MA CE
PI AMAZÔNIA RN
M
PE
PB
AC AL PI PE
RO TO NORDESTE SE
AL
MT BA AC RO TO NORDESTE SE
CENTRO-OESTE DF MT BA
GO DF
GO
MG
MS ES CENTRO-SUL MG
OCEANO SUDESTE
PACÍFICO SP OCEANO MS ES
RJ
PR Trópico de
Capric PACÍFICO SP RJ
órnio
SC OCEANO PR Trópico de
Capricórnio
SUL
RS
ATLÂNTICO SC
N OCEANO
RS ATLÂNTICO N
0 426 km
0 426 km
Região administrativa
O critério da regionalização é principalmente de ordem natural, considerando ainda Região geoeconômica
aspectos socioeconômicos� Esta divisão, que respeita os limites estaduais, O critério da regionalização é basicamente socioeconômico e não considera os
corresponde à divisão oficial do território brasileiro (IBGE), e é utilizada para fins limites estaduais� Cada complexo regional tem características importantes em
estatísticos e didáticos� comum que ultrapassam as divisões político-administrativas dos estados�
IBGE, 1998� IBGE, 2002�
C. Quatro brasis
Essa divisão regional foi elaborada pelo professor Milton Santos. A região concentrada abrange as regiões Sudeste e Sul.

341
OCEANO 13. Domínios morfoclimáticos

ATLÂNTICO
RR AP e faixas de transição
GEOGRAFIA
Equador
REGIÃO
AM AMAZÔNICA PA MA CE RN
PB Equador
PI PE
AC RO MT TO REGIÃO SE AL
REGIÃO NORDESTE
CENTRO-OESTE DF BA
GO
MG
REGIÃO
OCEANO MS
CONCENTRADA ES
PACÍFICO SP RJ OCEANO
PR Trópico de PACÍFICO
Capricórni
o pricórnio
SC Trópico de Ca
OCEANO
RS ATLÂNTICO N
OCEANO
0 426 km ATLÂNTICO
N
Região (meio técnico-científico-informacional)
0 595 km
O critério da regionalização é baseado na difusão diferencial do meio
técnico-científico-informacional e nas heranças do passado� Considera a robotização
O
BO O
das indústrias; a tecnologia usada no setor agropecuário; a localização dos centros de Amazônico Araucárias
SC
decisões políticas, de sedes financeiras e de outras instituições que se vinculam ao Terras baixas florestadas Planaltos subtropicais
M IV
mercado e à política global; e a existência de instituições voltadas para pesquisas equatoriais com araucárias
O S
aplicadas aos setores produtivos� Cerrados Pradarias
Milton Santos, 2001� Chapadões tropicais interiores Coxilhas subtropicais com
D. Fusos horários D LU com cerrados e florestas-galerias

Mares de Morros
pradarias mistas
Faixas de transição
O C
Em 10 de novembro de 2013, foi restabelecido o quar- Áreas mamelonares
tropicais-atlânticas florestadas
N X
to fuso horário para o Acre e a parte ocidental do estado do

Caatingas
SI O E
Amazonas, alterando a lei que havia estabelecido três fusos Depressões intermontanas e
interplanálticas semiáridas
horários a partir de 24 de abril de 2008. Revista Orientação, IG-USP, 1965
A hora oficial brasileira, que corresponde ao fuso horário

EN S
Classificação de Aziz Nacib Ab'Sáber, 1965. Ênfase

em critérios climáticos e biogeográficos
E U
de Brasília, apresenta três horas a menos que o fuso do Meri-

diano de Greenwich (Londres). Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
D E
O “horário de verão” (horário adiantado em uma hora entre 0h html?aula=33378>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
A LD
do terceiro domingo de outubro e 0h do terceiro domingo de fe-

vereiro, sendo o início passível de alteração) é adotado na região Pela análise do mapa, conclui-se que três domínios
EM IA
Centro-Sul pela sua localização geográfica distante do Equador, morfoclimáticos estão totalmente na Zona Intertropical(-
ST ER
apresentando maior variação na duração dos dias no decorrer Cerrados, Caatingas e Amazônico), dois encontram-se total-
do ano, tendo dias mais longos no solstício de verão. As regiões mente na Zona Temperada do Sul (Pradarias e Araucárias)
SI AT
Nordeste e Amazônia (cortada pelo Equador) apresentam pouca e o domínio dos Mares de Morros estende-se pelas zonas
M
variação na duração dos dias no decorrer do ano. A principal fina- Temperada do Sul e Intertropical.
lidade do horário de verão é reduzir o risco de um colapso no sis-
tema elétrico durante o horário de maior consumo de energia na A. Principais características naturais
região Centro-Sul, bem como a economia de energia.
75º 60º 45º 30º A.1. Domínio Amazônico
• Depressões e planaltos, planícies restritas ao longo
dos rios;
Fernando • Clima equatorial (baixa amplitude térmica e chuvas
de Noronha
2o fuso horário por todo o ano);
–3h do GMT • Floresta latifoliada equatorial Amazônica (perene,
Horário heterogênea, higrófila e densa) – mata de terra firme,
oficial de mata de várzea e mata de igapó;
3o fuso horário Brasília
–4h do GMT • Bacias hidrográficas Amazônica e do Tocantins-Araguaia.
4o fuso 1– fuso
horário horário A.2. Domínio dos Cerrados
–5h do –2h do • Planaltos e chapadas sedimentares formando impor-
GMT GMT tante centro divisor de águas;
N • Clima tropical típico;
• Cerrado (tropófito, com savana, árvores de casca gros-
0 100 km
sa e galhos e troncos retorcidos, raízes profundas) –
Adaptado de: IBGE matas-galerias – veredas (concentração de buritis);

342
• Solos profundos e arenosos suscetíveis ao processo 14. Noções de clima e relevo

erosivo, à lixiviação e à laterização. O Brasil tem como característica climática marcante
GEOGRAFIA
a chamada tropicalidade, ou seja, a predominância de um

A.3. Domínio dos Mares de Morros clima, de forma geral. No entanto, sua localização no globo
• Planaltos e serras do Atlântico Leste e Sudeste (for- faz com que apresente uma grande porção de terras na zona
mas mamelonares e escarpas); intertropical (92%) e pequena porção na zona temperada do
• Clima tropical úmido (chuvas presentes no verão no Su- sul (8%). É fundamental percebermos que a diversidade cli-
deste) – clima tropical de altitude (verão chuvoso e inver- mática do país é positiva para o agronegócio, dando a esse
no seco com possibilidade de geadas) – clima subtropical; setor a possibilidade de produzir diversas culturas.
• Mata Atlântica (latifoliada, perene e heterogênea); Temos como fatores dessa diversidade climática a latitu-
• Bacias hidrográficas do Atlântico Leste, Sudeste e Sul. de, a atuação das massas de ar, entre outros. Para compreen-
dermos a diversidade climática nacional, é importante tratar-
A.4. Domínio das Caatingas mos da dinâmica atmosférica, relacionada principalmente à
• Depressões interplanálticas – chapadas sedimenta- atuação das massas de ar.
res – inselbergs – solos litólicos;
• Clima tropical semiárido (chuvas escassas e mal dis- A. Clima
tribuídas) – “brejos ou pés de serra” são enclaves úmi-
dos no sertão; OCEANO
• Rios intermitentes ou temporários; ATLÂNTICO
• Caatinga (caducifólia, xeromórfica); Equador
• Bacia do Rio São Francisco (perene) – região de Petro-
O
lina (PE) e Juazeiro (BA) tem importante fruticultura ir-
BO O
Ea
SC
rigada – as hidrelétricas do Rio São Francisco na região Ec
M IV
Nordeste dependem das chuvas no Sudeste (MG).
O S
A.5. Domínio das Araucárias D LU
O C
• Planaltos e chapadas da Bacia do Paraná – cuestas;
N X
• Clima subtropical úmido (elevada amplitude térmica

SI O E
anual, chuvas bem distribuídas por todo o ano, neve

nas áreas serranas – efeito da altitude);
rnio
• Bacias dos rios Paraná e Uruguai; Trópico de Capricó
EN S
E U
• Manchas de terra roxa. Tc Ta

D E
Ec Equatorial continental
A.6. Domínio das Pradarias OCEANO

A LD
Ea Equatorial atlântica
• Coxilhas (colinas suavemente mamelonizadas ou on- Tc Tropical continental

ATLÂNTICO
duladas);
EM IA
Ta Tropical atlântica
• Clima subtropical (elevada amplitude térmica anual, Pa Polar atlântica Pa N

ST ER
chuvas bem distribuídas por todo o ano); MONTEIRO, C� A�, 1973,

©Tubelis, 1984� 0 480 km
• Pradarias (campos);
SI AT
• Bacias do Rio Uruguai e do Atlântico Sul. Disponível em: <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/

M
As faixas de transição apresentam características físicas de apoio/Apoio/Apoio_Emerson/Unidades_Climaticas_Brasileiras.

dois ou mais domínios, sendo, por isso importantes ecótonos. pdf>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
Equatorial Tropical Litorâneo Tropical Subtropical

Tropical
úmido de altitude úmido semiárido úmido
Precipitação Temperatura
mm São Gabriel Poços Goiânia Maceió Juazeiro Bagé °C
400 da Cachoeira de Caldas 40
300 30
200 20
100 10
0 JM M JSN JM M JSN JM M JSN JM M JSN JM M JSN JM M JSN 0
FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2009. Adaptado.

343
B. Relevo
GEOGRAFIA
Planaltos Depressões
5
OCEANO
1 – Planalto da Amazônia Oriental 12 – Depressão da Amazônia
5 5 ATLÂNTICO
Equador 2 – Planaltos e chapadas da Bacia do Parnaíba Ocidental
13
23 3 – Planaltos e chapadas da Bacia do Paraná 13 – Depressão marginal
12 1 28
28 4 – Planalto e chapadas dos Parecis norte-amazônica
23 23 1
5 – Planaltos residuais norte-amazônicos 14 – Depressão marginal
6 6 sul-amazônica
6 2 6 – Planaltos residuais sul-amazônicos
12 14 6 2 15 – Depressão do Araguaia
10 28 7 – Planaltos e serras do
6 6 6 2 Atlântico – Sudeste-Leste 16 – Depressão cuiabana
6 6 19
25 24 20 8 – Planaltos e serras de Goiás-Minas 17 – Depressão do Alto
4
9 – Planaltos e serras residuais Paraguai-Guaporé
17 9 16 15 do Alto Paraguai 18 – Depressão do Miranda
8
28 10 – Planalto da Borborema 19 – Depressão sertaneja e
26 7
11 – Planalto Sul-Rio-Grandense do São Francisco
18 3 20 – Depressão do Tocantins
9
Planícies 21 – Depressão periférica da borda
Capricórnio 21
Trópico de 23 – Planície do Rio Amazonas leste da Bacia do Paraná
OCEANO 24 – Planície do Rio Araguaia 22 – Depressão periférica
ATLÂNTICO 25 – Planície e pantanal do Rio Guaporé Sul-Rio-Grandense
N
22 26 – Planície e Pantanal Mato-Grossense
11 27 27 – Planície da Lagoa dos Patos e Mirim
0 250 km
28 – Planícies e tabuleiros litorâneos
O
Relevo brasileiro segundo Jurandyr Ross(1995)
BO O
Disponível em:<http://www.revistas.usp.br/rdg/article/view/47094/50815>. Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
SC
M IV
A classificação do relevo do professor Jurandyr Ross destaca o predomínio das depressões no Centro-Norte e dos planaltos
O S
no Centro-Sul do Brasil. As planícies ocupam as menores áreas do território brasileiro, destacando-se as formações no Pantanal
Mato-Grossense, litorânea e do Rio Amazonas. D LU
O C
Planalto
N X
SI O E
Planície
EN S
E U
D E
A LD
EM IA
ST ER
Cuesta Depressão
SI AT
Rio consequente
M
Front
o
Revers
Principais formas de relevo
15. Hidrografia e vegetação

A. Bacias hidrográficas
A bacia hidrográfica Amazônica possui o maior potencial hidráulico do país, porque o Rio Amazonas tem vários afluentes que
são rios de planalto nos extremos norte e sul da Amazônia, pois o centro é caracterizado por baixa declividade, favorecendo a nave-
gação. A bacia hidrográfica do Paraná apresenta o maior potencial hidrelétrico instalado (rios planálticos), fornecendo energia elétri-
ca para as regiões mais urbanizadas e industrializadas do país. A Bacia Platina é formada pelas bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai.

344
Segundo informações apresentadas pelo Ministério da Integração Nacional, o empreendimento da transposição ou integra-
ção do Rio São Francisco tem transformado a paisagem do sertão brasileiro, levará água a mais de 12 milhões de pessoas em
GEOGRAFIA
quatro estados – Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte – e está cada vez mais próximo de ser concluído. Em janeiro
de 2018, o Projeto de Integração do Rio São Francisco alcançou o índice de 96,4% de avanço físico operacional nos dois eixos de
obras. Dos 325 quilômetros de canais, 265 já estão concluídos – 139 quilômetros no eixo leste e 126 no eixo norte.
Brasil – bacias hidrográficas
Amazônica Atlântico Leste
Tocantins-Araguaia Atlântico Sudeste
Atlântico Nordeste Ocidental Paraguai
Parnaíba Paraná
Atlântico Nordeste Oriental Uruguai
O
São Francisco Atlântico Sul
BO O
N
SC
M IV
0 250 km
O S
D LU
Disponível em: <http://www.klimanaturali.org/2011/05/agua-no-brasil-hidrografia-brasileira.html>.
O C
Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.
N X
SI O E
B. Vegetação
A vegetação brasileira apresenta grande diversidade, derivada das variações de clima e relevo encontradas no território
nacional. Divididos em entre os estratos herbáceos, árboreos e arbustivos, as formações florestais ocupam cerca de 60% do
EN S
E U
território brasileiro.
D E
Formações vegetais do Brasil Biomas do Brasil

A LD
EM IA
OCEANO
ATLÂNTICO
ST ER
Equador
SI AT
M
Floresta pluvial densa

Floresta pluvial aberta Trópico de
Mata Atlântica Capricórnio
N
Floresta tropical (caducifólia)
Floresta de araucária (pinheiral)
Cerrado OCEANO
Caatinga
ATLÂNTICO Biomas do Brasil
Campos
N Biomas terrestres Bioma marinho
Campinas do Rio Negro
Amazônia Caatinga Marinho costeiro
Vegetação do Pantanal
Cerrado Pampa
Vegetação litorânea
Mata Atlântica Pantanal
Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomas.shtm>.

Acesso em: 10 mar. 2018. Adaptado.

345
16. Degradação da natureza OCEANO

RR ATLÂNTICO
AP
GEOGRAFIA
Equador
A. Amazônia – impactos ambientais e sociais
AM
PA
MA CE RN
PB
PI PE
TO
AC AL
RO MT SE
DF BA
GO MG
MS ES
SP RJ
PR Trópico de Capr
icórnio
SC
N
RS
CORES DO BRASIL
0 500 km
Principais fluxos migratórios

na década de 2000
O
Floresta Amazônica
BO O
SIMIELLI, 1999/2009, com dados de SANTOS, R. B.,
1994, e OLIVEIRA, A. U., 1996. © 2009, M. E. Simielli.
SC
M IV
A.1. Principais iniciativas governamentais que
O S
contribuíram para a ocupação da amazônia após 1964.
• 1966 – Criação da Sudam e da Amazônia Legal (abran- D LU Os mapas das migrações internas de 1970 a 1990 e
O C
ge toda a região Norte, a porção oeste do Maranhão e o na década de 1990 retratam o processo de povoamento da
N X
estado do Mato Grosso). Amazônia Legal, que gerou grandes impactos ambientais
SI O E
• 1970 – Programa de Integração Nacional (PIN) – Aber- e sociais.

tura das rodovias de integração (Transamazônica, Cuia- Atualmente, a expansão da fronteira agrícola em dire-
bá-Santarém, Cuiabá-Porto Velho), que permitiram a im- ção à Amazônia determinou o chamado “Arco do Desmata-
EN S
E U
plantação de programas de colonização oficiais (Incra) mento”, área de desmatamento ou desflorestamento em

e privados e a expansão do povoamento. Observação: virtude da extração de madeira e da expansão da pecuária
D E
aRodovia Belém-Brasília, que promoveu uma importan- bovina de corte extensiva e da soja, atraindo importantes
A LD
te integração das regiões Centro-Oeste e Norte, é ante- contingentes migratórios do Centro-Sul, ao mesmo tempo
rior ao PIN, inaugurada no governo JK. que provoca problemas ambientais e sociais.
EM IA
• Projeto Radam – criado para detectar o potencial natu-

ST ER
ral da Amazônia através da aerofotogrametria. A.2. Consequências ambientais e

• Polamazônia – polos agropecuários e agrominerais na sociais da ocupação da amazônia
SI AT
Amazônia Legal. • Desmatamento (Arco do Desmatamento);

M
• Lixiviação;
• Queimadas e incêndios – a Amazônia é grande emis-
OCEANO
RR sora de dióxido de carbono;
AP ATLÂNTICO
Equador • Erosão e assoreamento dos corpos d’água;
• Poluição das águas por mercúrio, nas áreas de garim-
AM pos e agrotóxicos;
PA
MA CE RN • Redução da biodiversidade;
PB
PI PE • Diminuição da evapotranspiração;
TO
AC AL • Alagamento de extensas áreas florestais pelos reser-
RO MT SE vatórios das hidrelétricas;
DF BA • Urbanização desordenada – mais de 70% da população
GO da Amazônia Legal é urbana
MG • desarticulação de atividades econômicas tradicionais
MS ES (extrativismo vegetal);
SP RJ • Ampliação dos conflitos pela posse da terra (exemplo:
PR Trópico de Capr
icórnio Bico do Papagaio);
SC • Conflitos de terra (exemplos: grileiros × sem-terra, fazen-
Principais fluxos migratórios
N deiros × indígenas, garimpeiros/madeireiros ×indígenas).
no período (1970-1990) RS
SIMIELLI, 1999/2009, com dados de SANTOS, R. B.,
1994, e OLIVEIRA, A. U., 1996. © 2009, M. E. Simielli.

346
LUCIANO QUEIROZ/PULSAR IMAGENS

B. Cerrado –ocupação e impactos ambientais
GEOGRAFIA
ALF RIBEIRO/DREAMSTIME.COM
Imagem aérea mostra o assoreamento no Rio Taquari.

Vegetação do cerrado na Chapada dos Guimarães,em Mato Grosso
• Queimadas e incêndios;
A ocupação do cerrado tornou-se mais acentuada após • Lixiviação e compactação dos solos;
1960, em razão de vários fatores: a inauguração de Brasília, o • Redução da biodiversidade;
Programa de Integração Nacional, os projetos de colonização • Expressivo crescimento populacional e urbano;
O
oficiais e privados e o Polocentro (programa de valorização • Dsarticulação da agricultura de subsistência.
BO O
SC
econômica dos cerrados – cultivo da soja), que alavancou a
M IV
expansão da fronteira agrícola. C. Mata Atlântica – ocupação e impactos ambientais
O S
No centro-norte do estado de Mato Grosso, predomina-
D LU
FABIO COLOMBINI
ram os projetos de colonização privados, com uma significa-
O C
tiva participação de migrantes da região Sul do Brasil. Esse
N X
processo explica a expressiva produção atual de grãos (soja,

SI O E
milho) do estado.
Nos últimos anos, a silvicultura (matas plantadas), com
destaque para o cultivo do eucalipto, ganhou espaço em ex-
EN S
E U
tensas áreas dos cerrados.

D E
B.1. Consequências sociais e ambientais

A LD
• Desmatamento dos cerrados e matas-galerias;

• Redução dos mananciais;
EM IA
• Rrosão – ravinas e voçorocas (rasgões nos solos que

ST ER
podem atingir o lençol freático);

Observação: no bioma cerrado, formam-se vários rios
SI AT
que drenam o Pantanal Mato-Grossense, portanto

M
transportam grande volume de sedimentos para a Mata Alântica no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, em Iporanga
planície pantaneira, gerando acentuado processo de
assoreamento (Rio Taquari). Atualmente os fragmentos de Mata Atlântica correspon-
dem a 7% da cobertura primitiva. O cultivo da cana-de-açú-
car na Zona da Mata nordestina desde o século XVI, o plantio
do café na região Sudeste a partir do século XIX, a extração
das madeiras, as matas plantadas (eucalipto) e a expansão
urbana foram os principais responsáveis pela degradação
dessa formação vegetal. O relevo íngreme da região, asso-
ciado à elevada pluviosidade, acelera o processo erosivo.
A supressão da vegetação primitiva reduz a infiltração das
águas pluviais, comprometendo os mananciais. As áreas
que foram desmatadas devido à expansão urbana nos Ma-
GERSON GERLOFF/PULSAR IMAGENS
res de Morros são mais suscetíveis aos escorregamentos ou

movimentos de massa no período chuvoso, principalmente
nas regiões serranas do Sudeste (exemplo: região metropo-
litana do Rio de janeiro). A chegada do verão traz grandes
preocupações para as populações que ocupam as encostas
íngremes no Domínio dos Mares de Morros, com os desliza-
A degradação do solo em áreas de nascentes mentos ou escorregamentos ou movimentos de massa de
provoca erosões gigantes (voçorocas). terra em virtude da chegada das chuvas.

347
Os biomas cerrado (segundo maior bioma da América do

Sul, ocupando área de 2 036 448 km2, cerca de 22% do território
GEOGRAFIA
nacional) e Mata Atlântica (que originalmente ocupava mais de
1,3 milhão de quilômetros quadrados em 17 estados do territó-
rio brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país,
do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul) são considerados
os únicos hotspots do Brasil. Para ser considerado um hotspot
WAGNER MEIER/FOTOARENA
da biodiversidade, a região deve atender a dois critérios: abrigar

pelo menos 1 500 espécies de plantas vasculares endêmicas
(mais de 0,5% do total mundial) e ter perdido pelo menos 70%
de seu hábitat original (o que a caracteriza como particular-
mente vulnerável) – risco iminente de extinção.
Os dias 11 e 12 de janeiro de 2011 registraram as chuvas mais
intensas da região serrana do Rio de Janeiro, que atingiram os D. Mangues – Ocupação e Destruição
maiores índices pluviométricos da história de Nova Friburgo.
A sucessão de deslizamentos de terra, desabamentos e enxurradas
Vegetação típica dos litorais tropicais lodosos, pneuma-
causou a morte e o desaparecimento de centenas de pessoas. tóforos (raízes aéreas) e halófilos (ambiente salino).
HANS VON MANTEUFFEL/PULSAR IMAGENS

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc)
é definido como um conjunto de unidades de conservação (UC)
federais, estaduais e municipais, cujos objetivos específicos se
diferenciam quanto à forma de proteção e aos usos permitidos:
O
unidades de proteção integral (aquelas que precisam de mais
BO O
SC
cuidados, por sua fragilidade e particularidades) e unidades de
M IV
uso sustentável (aquelas que podem ser utilizadas de forma
O S
sustentável e conservadas ao mesmo tempo). Os corredores
D LU
ecológicos conectam os fragmentos de áreas naturais e são de-
O C
finidos, no Sistema Nacional de Unidades de Conservação, como
N X
porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando Mangue na praia de Maracaípe, em Ipojuca (PE)
SI O E
unidades de conservação, que possibilitam, entre elas, o fluxo

de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de es- A expansão urbana (moradias subnormais – favelas),
pécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a pre- a especulação imobiliária, a poluição por esgotos, os vaza-
EN S
E U
servação da biodiversidade e a manutenção de populações que mentos de petróleo, o lixo,, os metais pesados e a carcini-
demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior cultura (criação de camarões) contribuíram e contribuem
D E
do que aquela das unidades individuais. Para unir os remanes- para a extinção dos mangues.
A LD
centes da Mata Atlântica, foram criados os corredores ecológicos.

E. Caatinga
EM IA
OCEANO
ST ER
ATLÂNTICO
KLEBER CORDEIRO/SHUTTERSTOCK
NORTE DA AMAZÔNIA
SI AT
Equador
AMAZÔNIA CENTRAL
M
SUL DA AMAZÔNIA
URUÇUÍ-MIRADOR
ECÓTONOS NORDESTE
OESTE DA AMAZÔNIA
SUL-AMAZÔNICOS JALAPÃO
CENTRAL
EMAS-TAQUARI
Caatinga, no sertão nordestino
OCEANO
PACÍFICO Trópico de
O processo de desertificação, a salinização dos solos, as
SERRA DO MAR
Capricórnio queimadas e o desmatamento (lenha e carvão vegetal) são
Os corredores ecológicos são os principais problemas ambientais na caatinga.
formados por uma rede de parques,
reservas e áreas privadas na qual OCEANO
um planejamento integrado por ATLÂNTICO
F. Araucárias
ações de conservação pode garantir
N A extração da madeira, a expansão da agropecuária e a ex-
a sobrevivência do maior número
de espécies e o equilíbrio dos
pansão urbana contribuíram para a degradação da Mata de Arau-
ecossistemas em risco�
0 0 km cárias (floresta ombrófila mista) nos planaltos subtropicais da
região Sul do Brasil. Restam menos de 3% de sua área original,
Corredores ecológicos incluindo as florestas exploradas e matas em regeneração. Me-
Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/livros/ nos de 1% da área original guarda as características da floresta
corredoresecologicosdigital.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2018. Adaptado. primitiva, ou seja, são raras as áreas pouco ou nunca exploradas.

348
H. Água – recurso natural essencial para o

ser humano e atividades econômicas
GEOGRAFIA
H.1. Principais agentes poluidores

PAULO VILELA/DREAMSTIME.COM
Esgotos in natura, efluentes industriais, chuva ácida, vaza-

mentos de combustíveis, agrotóxicos, lixo, chorume e mercúrio
(garimpos) são as principais fontes poluidoras da água. Existe
uma relação direta entre qualidade da água e saúde pública; ex-
pressiva parcela da população brasileira que não tem acesso a
água tratada é diretamente afetada, aumentando os índices de
mortalidade em geral.
G. Pradarias
Gráfico de saneamento básico (2007-2015)
Evolução da cobertura de água e esgoto no Brasil
90
LUCIANO QUEIROZ/PULSAR IMAGENS
80,9 81,2 81,7 81,1 82,4 82,7 82,5 83 83,3

80
70
60
46,2 48,1 48,1 48,6 49,8 50,3
50 42 43,2 44,5
40
30
20
O
BO O
10
SC
Vista de cima de um morro na região dos campos
M IV
0
de cima da serra, no Rio Grande do Sul 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
O S
Água% Esgoto (%)
D LU
Nas pradarias, especificamente na porção sudoeste do FONTE: Instituto Trata Brasil e SNIS (Sistema Nacional
O C
Rio Grande do Sul, ocorre o processo de arenização (região de Informações sobre Saneamento)
N X
de Alegrete) ou campos de dunas. O processo é de origem

SI O E
natural, mas foi agravado pela ação antrópica (agricultura e Informações apresentadas pelo Sistema Nacional de In-
pecuária). O clima da região é o subtropical com chuvas bem formações sobre Saneamento (Snis):
distribuídas durante o ano, o que inviabiliza a utilização do • O percentual de esgoto tratado no Brasil foi de 32,5%
EN S
E U
termo desertificação para o problema ambiental. para 42,7%;

• A região Norte segue com os indicadores mais baixos
D E
do país (56,9% para cobertura de água, 8,7% para es-

A LD
FRENTE NORTE DO OCEANO

DESMATAMENTO ATLÂNTICO goto e 16,4% para esgoto tratado);
• O Sudeste continua como a região com a melhor situa-
EM IA
Equador
ção: 91,2% (água), 77,2% (esgoto) e 47,4% (tratamen-
ST ER
to de esgoto).
SI AT
ARCO SUL DO
H.2. Aquíferos Saga e Guarani
DESMATAMENTO
M
Sistema Aquífero Grande Amazônia

Extensão: 1,3 milhão de km2
Volume de água: 162 mil de km3
Equador
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de
Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
N
OCEANO
0 500 km ATLÂNTICO
N
FONTE: Simielli, 2009, com informações do MMA (MInistério do Meio Ambiente)
e entrevista com Jurandyr Ross�
Área com risco de desertificação: no Rio Grande do Sul, ocorre a arenização,que é o 0 500 km
rnio
processo de degradação ambiental do solo, resultante tanto de variações climáticas Trópico de Capricó
quanto de atividades antrópicas� Na arenização, não há variável clima semiárido,
como no Nordeste�
Sistema Aquífero Guarani
Área do polígono da seca Extensão: 1,2 milhão de km2
Arco do Desmatamento: faixa de maior intensidade de desmatamento (840 mil km2 no Brasil)
Volume de água: 162 mil de km3
Intensificação de processos erosivos
Impactos ambientais

349
Aquífero Guarani
Estado Área (em %)
GEOGRAFIA
Goiás 55 000 km2 6,5
Água e Sedimento Minas Gerais 51 300 km2 6,1
arenito 400 m Mato Grosso 26 400 km2 3,1
Mato Grosso do Sul 213 200 km2 25,5
Camada
de basalto Paraná 131 300 km2 15,0
Aquífero Guarani Rio Grande do Sul 157 600 km2 18,8
1 000 m Santa Catarina 49 200 km2 5,9
São Paulo 155 800 km2 18,5
Total 840 000 km2 100
Formação Extensão nos Estados
O Sistema Aquífero Guarani faz parte da Bacia Geológica Sedimentar do Paraná.
Cerca de 70% do Aquífero Guarani localiza-se em território brasileiro. O restante está distribuído entre Argentina (19%), Pa-
raguai (6%) e Uruguai (5%). A degradação do Aquífero Guarani está atrelada à presença de agrotóxicos (exemplo: cultivo de
cana-de-açúcar em Ribeirão Preto) e à expansão urbana (casas e condomínios), que promove a impermeabilização do solo e a
extração exagerada de água do manancial subterrâneo.
H.3. Poluição atmosférica
O
É decorrente de fontes estacionárias (indústrias) e móveis (veículos em geral que emitem monóxido de carbono – CO,
BO O
SC
hidrocarbonetos – HC, óxidos de nitrogênio – NOx, óxidos de enxofre – SOx e material particulado – MP). A exposição dos seres
M IV
humanos aos gases tóxicos podem causar, ou agravar, vários problemas de saúde (principalmente respiratórios), reduzindo a
O S
expectativa de vida da população, em virtude de câncer de pulmão e vias aéreas superiores, infarto agudo do miocárdio, arrit-
D LU
mias, bronquite crônica e asma, conforme as pesquisas da Faculdade de Medicina da USP.
O C
I. Efeito estufa
N X
SI O E
É um fenômeno natural essencial para a vida na Terra. A emissão crescente de dióxido de enxofre, metano e clorofluorcarbonos
por várias fontes, principalmente pela queima de combustíveis fósseis, provoca o aumento da absorção de calor pela atmosfera.
EN S
E U
Gráfico de variação da temperatura global de (1880-2016)

D E
15�0 1�5
A LD
14�5 1�0
EM IA
ST ER
ºC ºC
14�0 0�5
SI AT
0�0
M
13�5
1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2016
• 1997 – Protocolo de Kyoto (Japão) – redução das emissões dos gases de efeito estufa – Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) e Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd) – mercado dos créditos de carbono.
• 2015 – COP 21 (Acordo de Paris, França) – novo acordo internacional sobre o clima, aplicável a todos os países, com o objetivo
de limitar o aumento da temperatura a 2 °C em relação aos níveis da era pré-industrial e a "continuar os esforços para limitar o
aumento da temperatura a 1,5 °C". Os países desenvolvidos prometeram destinar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de
2020, para ajudar as nações em desenvolvimento a financiar a transição para energias limpas, assim como sua adaptação aos
efeitos do aquecimento, dos quais são as primeiras vítimas; em 2020, os signatários serão convidados a rever suas contribui-
ções. Em 1o de junho de 2017, o presidente dos EUA anunciou a saída de seu país do Acordo Climático de Paris. Os EUA são um
dos maiores emissores de gases de efeito estufa, perdendo para a China em termo absoluto, e tal decisão afeta significativa-
mente o acordo. A resolução de Donald Trump foi muito criticada pela comunidade internacional e pelos defensores do combate
ao aquecimento global. A decisão de Trump visa ampliar a produção de combustíveis fósseis, principalmente o carvão mineral.
J. Inversão térmica
É um fenômeno natural frequente no outono e no inverno. A inversão térmica ocorre nas madrugadas e manhãs em que
o ar frio (alta pressão – AP), mais denso e calmo, fica próximo à superfície, exercendo um efeito que dificulta a dispersão dos
poluentes. Nas áreas urbanas, a grande concentração de poluentes em baixa altitude agrava os problemas respiratórios, princi-
palmente em crianças e idosos. É importante destacar que a inversão térmica também é observada nas áreas rurais.

350
L. Enchentes nas áreas urbanas

A ocupação desordenada das planícies aluviais, a imper-
GEOGRAFIA
meabilização dos solos, o assoreamento dos rios e o lixo joga-

Ar frio do nos cursos d’água e vias públicas são os principais fatores
que provocam as enchentes nas áreas urbanas.
PAULO PINTO/AE PAULO PINTO/AE

Ar quente
(ascendente)
Situação normal
Ar quente
Enchente na Marginal Tietê, São Paulo
O
BO O
SC
Grandes danos materiais, vítimas fatais, trânsito caótico,
M IV
proliferação de doenças (leptospirose, dengue, febre tifoide,
O S
Ar frio
cólera e hepatites A e E) e contaminação da água potável são
D LU (estacionário)
as principais consequências das enchentes.
O C
M. Resíduos sólidos
N X
SI O E
Um dos principais problemas ambientais urbanos é a

destinação final dos resíduos sólidos.
EN S
Situação de inversão térmica

E U
M.1. Resíduos sólidos em números

Inversão térmica • O Brasil produz 79,9 milhões de toneladas de resíduos
D E
sólidos por ano;

A LD
K. Ilha de calor • A geração de resíduos sólidos aumentou 29% de 2003

É um fenômeno antrópico que se caracteriza pelas tem- a 2014 no Brasil;
EM IA
peraturas mais elevadas nas áreas urbanas centrais, em • Em 2015, o brasileiro produziu 1,040 kg de lixo por dia;
ST ER
comparação com as áreas periféricas. A carência de áreas • Os brasileiros jogam fora 76 milhões de toneladas de
verdes, a grande concentração de áreas construídas e pavi- lixo – 30% poderiam ser reaproveitados, mas só 3%
SI AT
mentadas que apresentam baixo índice de albedo, a emissão vão para a reciclagem;
M
de calor por indústrias e veículos em geral e o efeito estufa • 98,4% das latas de alumínio, 77,4% do papel e do pa-
são os fatores que favorecem a formação das ilhas de calor. pelão e 59% das garrafas PET são reciclados no Brasil;
• De acordo com dados do Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, do Ministério do Meio Ambiente, R$ 8 bilhões
Guarulhos são perdidos por ano com resíduo sólido que deveria
Cantareira ser reciclado;
• Em dez anos, o número de municípios que implanta-
Marginal do Tietê
ram programas de reciclagem aumentou de 81 para
mais de 900. Mas isso não representa nem 20% das
Mar
Centro cidades do país;

Osasco
gina
• Em aproximadamente 70% das cidades brasileiras, os re-

l
Parque Ibirapuera
do P
Satélite Noaa-7, de
16/7/81, às 14h47
síduos ainda são depositados ou armazenados em lixões,
i
nhe
Parque do Estado 17% em aterros controlados e 13% em aterros sanitários;

ir
os
21,5º Diadema Mauá • Curitiba é a capital com melhor programa de recicla-

22,5º
23,5º Santo André gem do país;
24,5º
São Bernardo • Em São Paulo, 12,5 mil toneladas de lixo domiciliar são
25,5º
26,5º
recolhidas todos os dias – 35% são materiais que po-
27,5º deriam ser reciclados, porém só 3% são reaproveitados;
29º • No Brasil, há um milhão de catadores de material reci-
30º ou Mais
clável. Mas, só um a cada dez deles está ligado a algu-
A ilha de calor de São Paulo – temperatura da superfície ma organização. Os demais atuam na informalidade.

351
Participação das regiões do Brasil no total de RSU coletado • Aterro controlado – instalação intermediária, entre os
lixões e os aterros sanitários. Os aterros controlados
GEOGRAFIA
OCEANO recebem uma cobertura de argila e grama diariamente
ATLÂNTICO em cima do lixo, prática que diminui o impacto visual e
Equador o mau cheiro, além de evitar a proliferação de insetos
e animais. Também é feita a captação do biogás, que,
6,4% em vez de ser liberado sem tratamento, é queimado.
• Aterro sanitário – estrutura ligada à sustentabilidade,
com instalações adequadas para o lixo urbano, visando
22%
causar o menor impacto socioambiental, desde a pre-
paração do terreno até a revitalização do espaço a partir
do momento que já não for viável a utilização do espaço
8,2% para o armazenamento dos resíduos. O solo é imper-
meabilizado com mantas de PVC e argila, desse modo
52,7%
OCEANO o solo e os lençóis freáticos ficam protegidos da conta-
PACÍFICO minação. O chorume é coletado e depositado em poços
Trópico de
Capricórnio de tratamento. O biogás, resultante da decomposição
OCEANO do lixo, é captado para ser queimado ou é aproveitado
10,7%
ATLÂNTICO
N
como fonte de energia em termoelétricas.
LUCAS LACAZ RUIZ/FOTOARENA

0 500 km
O
BO O
SC
M IV
Disponível em: <http//www.abrelpe.org.br/Panorama/
panorama2016.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2018.
O S
D LU
Índice de cobertura da coleta RSU (%) por região
O C
94 98 95
N X
91
81 79
SI O E
Aterro sanitário inaugurado em 2017, entre Ceilândia e

Samambaia, para a gestão dos resíduos sólidos no DF.
EN S
ZELJKOSANTRAC/ISTOCKPHOTO.COM
E U
D E
A LD
N NE CO SE S BR
EM IA
FONTE: ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de

Limpeza Pública e Resíduos Especiais) E IBGE
ST ER
Distribuição dos municípios com iniciativa de coleta Lixão ou vazadouro a céu aberto
SI AT
seletiva no Brasil M.3. Soluções para os resíduos sólidos

M
• Reciclagem – reaproveitamento do lixo inorgânico, re-

41,6% 50,4% 56,7% 12,8% 10,2% 30,4% duzindo a quantidade de resíduos sólidos e a explora-
ção de recursos naturais, além de promover a geração
de emprego e renda;
Não • Compostagem – produção de adubo com o lixo orgânico;
Sim • Incineração do lixo hospitalar;
• Aterro sanitário;
• Biogás – aproveitamento do gás metano liberado dos
aterros sanitários, podendo ser utilizado em termoelé-
58,4% 49,6% 43,3% 87,2% 89,8% 69,6%
tricas como biomassa.
N NE CO SE S BR
FONTE: ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de M.4. Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Limpeza Pública e Resíduos Especiais) E IBGE Foi instituída em agosto de 2010, visando o fim dos lixões
M.2. Formas de armazenar os resíduos sólidos urbanos (RSU) a céu aberto e à utilização dos aterros sanitários como destino
• Lixão – é a forma de armazenar e tratar os resíduos final dos resíduos. O prazo para que os municípios brasileiros er-
sólidos menos adequada, por consistir em depósitos radicassem os lixões expirou em agosto de 2014, mas 60% das
abertos e desprovidos de qualquer tratamento para os prefeituras não conseguiram cumprir a determinação. Diante
resíduos. Nos lixões, há a produção de gases fétidos e dessa situação, o governo postergou a implantação da lei e pre-
do chorume, a proliferação de roedores e insetos e a tende estender até 2021 o prazo para a erradicação dos lixões.
presença de catadores à procura de materiais reciclá- As capitais e os municípios de região metropolitana terão até 31
veis e alimento. de julho de 2018 para acabar com os lixões.

352
17. População brasileira

GEOGRAFIA
Ano do censo População absoluta (milhões de habitantes) Crescimento anual (CV = TN – TM)
1950 51,9 2,39%
1960 70,0 2,99%
1970 93,1 2,89%
1980 119,0 2,49%
1991 146,9 1,89%
2000 169,7 1,16%
2010 190,7 0,92%
2015 207,7 0,77%
FONTE: IBGE
Os dados da tabela mostram que a população brasileira continua crescendo, mas em um ritmo menor, em função da queda
acentuada das taxas de natalidade e fecundidade, estando o Brasil na fase da transição demográfica.
A. Estrutura etária (idade)
Brasil: População Segundo Grupos de Idades (em %) em Relação á População Total (IBGE)
4,1% 5,2%
7,0% 7,9% 13,6%
O
BO O
SC
M IV
42,6% 41,8%
50,6%
O S
53,5%
58,0%
D LU
O C
53,3%
N X
53,0%
42,4%
SI O E
38,6% 28,4%
1940 1970 1995 2000 2020

EN S
E U
De 0 a 19 anos De 20 a 59 anos Igual ou superior a 60 anos

D E
Distribuição da População Brasileira por Sexo, Segundo os Grupos de Idade – 2010 – IBGE
A LD
Mais de 100 anos 7 247 0,0% 0,0% 16 989

EM IA
De 95 a 99 anos 31 529 0,0% 0,0% 66 806

ST ER
De 90 a 94 anos 114 964 0,1% 0,1% 211 595

SI AT
De 85 a 89 anos 310 759 0,2% 0,3% 508 724

De 80 a 84 anos 668 623 0,4% 0,5% 998 349
M
De 75 a 79 anos 1 090 518 0,6% 0,8% 1 472 930

De 70 a 74 anos 1 667 373 0,9% 1,1% 2 074 264
De 65 a 69 anos 2 224 065 1,2% 1,4% 2 616 745
De 60 a 64 anos 3 041 034 1,6% 1,8% 3 468 085
De 55 a 59 anos 3 902 344 2,0% 2,3% 4 373 875
De 50 a 54 anos 4 834 995 2,5% 2,8% 5 305 407
De 45 a 49 anos 5 692 013 3,0% 3,2% 6 141 338
De 40 a 44 anos 6 320 570 3,3% 3,5% 6 688 797
De 35 a 39 anos 6 766 665 3,5% 3,7% 7 121 916
De 30 a 34 anos 7 717 657 4,0% 4,2% 8 026 855
De 25 a 29 anos 8 460 995 4,4% 4,5% 8 643 418
De 20 a 24 anos 8 630 227 4,5% 4,5% 8 614 963
De 15 a 19 anos 8 558 868 4,5% 4,4% 8 432 002
De 10 a 14 anos 8 725 413 4,6% 4,4% 8 441 348
De 5 a 9 anos 7 624 144 4,0% 3,9% 7 345 231
De 0 a 4 anos 7 016 987 3,7% 3,6% 6 779 172
Homens Mulheres
segundo grupos de idades (IBGE, 2010)

353
Pelos dados da tabela e dos gráficos de pirâmide etária e

de sexo, conclui-se o número de jovens na população total di-
GEOGRAFIA
minuiu (estreitamento da base da pirâmide) nas últimas dé- Equador
cadas e cresceu o número de adultos (alargamento do corpo
ou tronco da pirâmide) e idosos (alargamento do topo ou ápi-
ce da pirâmide), devido à maior longevidade ou expectativa
de vida. A população adulta é o grupo mais numeroso (bônus
ou janela demográfica – maioria da população absoluta com-
pondo a PEA). O aumento do número de idosos sobrecarrega
a Previdência Social e o setor de saúde (exemplo: geriatria).
O número de pessoas idosas superou o número de crianças
entre 0 e 4 anos.
B. Perfil socioeconômico da Trópico de

população brasileira Capricórnio
53,8 53,6 54
52
50 N
47,5 46,7
43,2 43 Municípios com
aglomerados subnormais 0 250 km
29,5 29,9
25,3
23,5 24 Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/
O
21 visualizacao/periodicos/92/cd_2010_aglomerados_
BO O
19,2 17,7
16,6 17,4 13,4
SC
15,2 16,4 15,5 15 subnormais.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2018.
14,7 15,3 15,6
M IV
12
13,2 14 14 13,2 13,4
O S
12 10,6 11,6 10
Segundo definição do IBGE, aglomerado subnormal é o con-
2002 2003 2004 2005 2006 2007D LU 2008 2009 2015 junto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais sem
O C
Classes A-B Classe C Classe D Classe E título de propriedade e com pelo menos uma destas caracterís-
N X
FONTE: Adaptado: Folha de São e ABEP (Associação ticas: irregularidade das vias de circulação e do tamanho e da
SI O E
Brasileira das Empresas de Pesquisa) forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como
coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e
O fator crucial para a alteração da renda retratada no iluminação pública). Sua existência está relacionada à forte es-
EN S
E U
gráfico é o aumento do poder aquisitivo que pode ser as- peculação imobiliária e fundiária e ao decorrente espraiamento
sociado à maior geração de empregos e ao aumento do territorial do tecido urbano, à macrocefalia urbana, ao déficit de
D E
salário mínimo acima da inflação. A crise econômica vi- moradia, à carência de infraestruturas diversas, incluindo de
A LD
venciada pelo Brasil a partir de meados de 2014 afetou transporte, e, por fim, à periferização da população. Surge, nesse
duramente a classe média, promovendo o retorno de mui- contexto, como resposta de uma parcela da população à neces-
EM IA
tos brasileiros para a classe D, ampliando a desigualdade sidade de moradia, e que habitará espaços menos valorizados
ST ER
social, como mostra o gráfico do Índice de Gini, que mede pelo setor imobiliário e fundiário, dispersos pelo tecido urbano.
a distribuição de renda ao atribuir valores de 0 a 1, sendo
SI AT
melhor próximo de 0. D. Etnia

M
Gráfico Gini do Brasil Tabela de composição étnica brasileira

2000-2015
0,7
Cor ou raça Porcentagem
0,59 Branca 47,51%
0,6 0,56 0,55 0,53 0,51
0,5 0,49 0,49
Preta 7,52%
0,4
Amarela 1,10%
0,3
0,2 Parda (mestiço) 43,42%
0,1 Indígena 0,43%

0 Sem declaração 0,02%
2001 2004 2007 2010 2012 2014 2015
FONTE: IBGE Fonte: Censo 2010 (IBGE)
C. Moradias nas cidades brasileiras Os estados Maranhão, Bahia, Pará e Minas Gerais pos-
O aumento da renda de parcela significativa da popula- suem o maior número de comunidades remanescentes de
ção na década de 2000 e no início da década de 2010 não quilombos (quilombolas). As comunidades negras geral-
eliminou os bolsões de pobreza no território brasileiro. mente se dedicam à agricultura de subsistência, conservam

354
o meio ambiente e mantêm tradições religiosas, musicais e sistema urbano regional mais bem definido. Portanto, as
alimentares (culinária). Em relação aos povos indígenas, a regiões, de forma geral, nada mais são que recortes terri-
GEOGRAFIA
grande maioria das comunidades vive em terras coletivas, toriais dessas áreas.
declaradas pela União para seu usufruto exclusivo, as cha-
madas terras indígenas, que somam mais de 710. As princi- E.4. Metrópole
pais concentrações estão na Amazônia Legal. É o termo empregado para uma cidade central de determi-
nada região geográfica, densamente urbanizada, que assume
E. Urbanização posição de destaque na economia, na política, na vida cultu-
É o processo vinculado às transformações sociais que ral etc. A mancha urbana é formada, geralmente, por cidades
provocam a mobilização de pessoas, geralmente de espa- com tendência ao fenômeno da conurbação (união física ou
ços rurais para centros urbanos. Essa mobilização de pes- espacial de cidades). Vários municípios formam uma grande
soas é motivada pela busca por estratégias de sobrevivên- comunidade, interdependente si e com a preocupação de re-
cia, visando à inserção no mercado de trabalho, bem como solver os problemas de interesse comum. A conurbação de
na vida social e cultural do centro urbano, além do fator metrópoles ou de regiões metropolitanas forma megalópoles.
mecanização do campo pela expansão do agronegócio e da
concentração fundiária. E.5. Gentrificação
O censo 2010 confirmou a tendência das últimas dé- Corresponde à expulsão da população com baixa renda
cadas de crescimento da população urbana e redução da de um bairro ou espaço em virtude do aumento da especu-
população rural. Como o processo da urbanização foi rápido lação imobiliária que decorre de melhorias da infraestru-
e caótico, promoveu o inchamento urbano e a consequente tura, projetos de revitalização, novas construções, novas
macrocefalia urbana (cidades-cabeças). linhas de transporte, ciclovias, novos centros comerciais,
O
entre outros, provocando uma revolução no espaço urba-
BO O
SC
Gráfico de percentual de população no que traria muitos benefícios para os moradores da re-
M IV
rural e urbana no brasil 1960-2010 gião, todavia eles não podem mais morar ali em virtude da
O S
elevação dos preços dos terrenos, das mercadorias etc.,
90
81,2
D LU 84,4 como aconteceu, por exemplo, após as melhorias para se-
O C
80 diar a Copa do Mundo e as Olimpíadas e como acontece
N X
70 depois de efetivados projetos de revitalização de bairros,

SI O E
60 54,9 entre outros.

50
40 45,1
18. Aspectos econômicos
EN S
E U
30
20
A. Espaço agrário
D E
18,8
10 15,6
A LD
0
1960 2000 2010 A.1. Estrutura fundiária
População urbana População rural
EM IA
400
FONTE: IBGE
ST ER
350
300
E.1. Rede urbana
SI AT
Hectares (milhões)
250
É o conjunto articulado ou integrado de áreas urbanas
200
M
que cobrem determinado espaço geográfico e que se relacio-

150
nam continuamente.
100
50
E.2. Hierarquia urbana 0
Consiste na característica marcante da estrutura dos Área total (1985) Área total (1995) Área total (2006)
sistemas de cidades, que varia de acordo com seu tamanho, Tamanho da propriedade – hectares
a extensão de sua área de influência espacial e a qualida- Total Menos de 10 De 10 a menos De 100 a menos 1 000 e mais
de funcional no que se refere aos fluxos de bens, pessoas, de 100 de 1 000
capital e serviços. No esquema atual das relações entre as Fonte: Censo Agropecuário (IBGE)
cidades, uma vila pode se relacionar diretamente com a Brasil: estrutura fundiária – 2006
metrópole nacional, diferentemente do esquema clássico,
onde a vila se relaciona, primeiro, com a cidade local, depois O censo agropecuário (gráfico acima) realizado em 2006
com o centro regional, e, em sequência, com a metrópole re- mostra que 47% das propriedades rurais tinham área de até
gional e nacional. 10 ha e ocupavam somente 2,7% da área agrícola do país. As
propriedades rurais com 1 000 ha ou mais correspondiam
E.3. Polarização a 0,91% do total e ocupavam 43% da área agrícola. Os dados
As aglomerações urbanas mantêm e reforçam laços mostram que persiste a concentração de terras no Brasil,
interdependentes entre si e com outras áreas que elas ocorrendo o predomínio de grandes propriedades em área
atraem. Essas áreas que sofrem atração podem, às ve- ocupada, enquanto as pequenas propriedades prevalecem
zes, pertencer a regiões homogêneas diversas e criam um em número de estabelecimentos.

355
A.2. Conflitos pela posse da terra ameaças de morte, expulsões de terras, despejos da terra e
trabalho escravo são formas de violência.
GEOGRAFIA
Mapa 1 Brasil – Conflitos por terra em 2015
(Número de Ocorrências) A.3. Trabalho escravo
A escravidão contemporânea no campo brasileiro usa
como principais instrumentos de controle a dívida impagá-
vel e crescente, a coação física e psicológica, a apreensão
de documentos e o isolamento geográfico. Os trabalhado-
res nessas condições são aliciados em regiões distantes
do local de trabalho. Essa forma de trabalho compulsório
se pauta em relações étnicas e, além disso, tem duração
indeterminada. Os indivíduos são submetidos a longas
jornadas de trabalho e a condições subumanas de alimen-
tação, moradia e salubridade. O trabalho escravo é empre-
gado principalmente em tarefas pesadas como desmata-
mento, limpeza de pastos (arrancar tocos) produção de
Total: 763 ocorrências carvão e corte de cana.
No de ocorrências por município Em geral, os trabalhadores são aliciados nos estados do
20 Nordeste e escravizados no Norte e no Centro-Oeste. Os “ga-
10
1 N
tos”, como são chamados os aliciadores, são os responsá-
veis pelo recrutamento, pelo transporte e pela “manuten-
O
ção” dos trabalhadores.
BO O
0 440 km
SC
M IV
Setores empregadores na lista de
O S
Mapa 2 Brasil – Conflitos por terra em 2015 denúncias por trabalho escravo – 2015
(Número de Famílias) D LU
O C
15%
Agricultura
N X
42
SI O E
5% 31,3% Pecuária
Construção civil
7%
EN S
Madeireiros
16
E U
8% Carvão 10 8 8
7 6 6
D E
Mineração
A LD
9% Outros MG PA MT SC SP GO BA P
25%
EM IA
ST ER
Número de empregadores na lista de denúncias

por trabaho escravo na divisão estadual (2015)
SI AT
15%
Agricultura
Total: 81 902 famílias 42
31,3% Pecuária
M
5%
Famílias por município
3 800 Construção civil
7%
500
50 Madeireiros
N 16
8% Carvão 10 8 8
7 6 6 5 4
0 440 km
Mineração 3 3 2 2 2 2 2 1 1 1
9% Outros MG PA MT SC SP GO BA PI RS TO MA PR AC AM MS RJ RO AP ES PE
25%
Disponível em: <https//www.cptnacional.org.br/component/jdownloads/ Ministério do Trabalho
send/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao/14019-conflitos-no-campo-
brasil-2015?option=com_jdownloads>. Acesso em: 14 mar. 2018.p. 37.
A.4. Produção agrícola
Os conflitos pela posse da terra são decorrentes do an- Em maio de 2017, o Ministério da Agricultura, Pecuária
tagonismo entre a terra para trabalho (camponês) e a terra e Abastecimento divulgou que quatro estados concentram
para lucro (empresário rural). Conflito é uma ação criadora quase 67% da produção de grãos do país, graças à alta tec-
para a transformação da sociedade, e a violência é uma rea- nologia e à disponibilidade de terras. Em relação à safra re-
ção ao conflito caracterizada pela destruição física ou moral; corde de 232 milhões de toneladas de grãos, em primeiro
é a desarticulação do conflito por meio do controle social. A lugar, está o Mato Grosso, com 58 milhões de toneladas; em
violência tenta pôr fim ao conflito sem que haja resolução dos segundo, Paraná, com 41,5 milhões; em terceiro, Rio Grande
problemas e, por isso, barra o desenvolvimento. Ocupações do Sul, com 35,3 milhões; e, em quarto lugar, Goiás, com 22
de terra, acampamentos e defesa de interesses junto ao par- milhões de toneladas.A soja continua sendo o carro-chefe
lamento e ao governo são formas de conflito. Assassinatos, da safra de grãos.

356
B. Recursos minerais
GEOGRAFIA
Região aurífera e Vale do Trombetas

diamantífera (Roraima) Serra do Navio
Província geológica
de Carajás
Rio Negro Serra Pelada

Urucu Região salineira
na s
Am a zo
io
Rio Java
R
ri
a ia
ira
s
aí
ajó
de
Jut
A ra g u
Ma
Tap
Rio á
ru
Rio
Rio Ju Rio
Ri o
o
n c is c
s
ra
Rio Tocantin
F
o
Rio S ã
Cassiterita
Caraíba
O
Vale do Tapajós
BO O
(cobre, níquel)
SC
(ouro)
M IV
Região petrolífera
R i o P a ra g u a i
O S
Região diamantífera
Região diamantífera da
Maciço do Urucum
(ferro, manganês)
D LU Chapada Diamantina
O C
Quadrilátero
N X
Alumínio (bauxita) Ouro Ferrífero

SI O E
Calcário Petróleo e gás

Carvão Prata
EN S
Chumbo Sal marinho Região petrolífera –

E U
Cobre Titânio ES, RJ e SP (pós-sal e pré-sal)

Cromo Tório
D E
Região de urânio
Diamante Tungstênio
A LD
Estanho(cassiterita) Urânio Região carbonífera

Ferro Zinco
OCEANO ATLÂNTICO
EM IA
Fósforo(fosfato) Bacias
ST ER
Manganês sedimentares N
Camaquã
Nióbio Escudos (cobre)
0 321 km
SI AT
Níquel cristalinos
M
Graça Maria Lemos Ferreira, Moderno atlas geográfico. Adaptado.

B.1. B.1. Projeto Grande Carajás
Siderúrgica de alumínio Exportação

AP
s ta
Rio Trombe
Almerim
Oriximiná Ferro Hidrovia

Vila do Conde Belém
Alunorte
Tucuruí Paragominas São Luís Manganês Energia hidrelétrica
Albras ajás
ia Car
Rio Xingu
Fe rrov Alumar
PA Marabá
Imperatriz MA Área do Projeto Grande Carajás
Cobre
Tocantinópolis
lia
Rodovia Cuiabá-Santarém
lém-Brasí
Rodovia Transamazônica
Níquel Rodovias
Rodovia Be
s
Rio Tocantin
N
ia
Bauxita
agua
TO
0 200 km
r
Rio A
FONTE: Ministério das Minas e Energia

357
O Projeto Grande Carajás foi implantado durante o regime C. Fontes de energia

militar, no processo de territorialização da Amazônia Oriental
GEOGRAFIA
Brasil – oferta de energia primária (2015)
pela Companhia Vale do rio Doce (atualmente Vale). Nos ter-
renos do Proterozoico são encontradas jazidas de minério de 6% Petróleo
ferro, níquel, cobre, manganês e ouro. Para viabilizar o projeto, Gás natural
17%
foi criada a Vila de Carajás para os funcionários da empresa, 37%
Carvão mineral
a estrada de ferro Carajás para o escoamento dos minérios
Urânio
até o porto de Itaqui/terminal de Ponta da Madeira, em São
8% Energia hidráulica
Luís (MA), e a hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, para
fornecer energia elétrica para os polos do alumínio no Pará Lenha e carvão vegetal
(Albras-Alunorte) e no Maranhão (Alumar). Observação: a 11%
Derivados da cana
transformação da bauxita em alumínio ocorre pelo processo 1% 6% 14% Outros
da eletrólise. Em 2017, a Vale apresentou um estudo sobre a
viabilidade da construção de uma siderúrgica em Marabá (PA), FONTE: IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis)
manteve o processo de duplicação da ferrovia de Carajás, rea-
lizou a ampliação do terminal de Ponta da Madeira, que, em Brasil – matriz de energia elétrica (2016)
2017, embarcou 168 milhões de toneladas de minério de
1,1% 0,6%
ferro (terceiro porto graneleiro com maior movimentação no 4,9% Hidráulica
mundo), e modernizou o sistema de transporte de minérios 7,5%
Combustíveis fósseis
nas minas através da implantação de esteiras para reduzir a
8,7% Biomassa
utilização de supercaminhões.
O
Eólica
BO O
SC
B.2. Quadrilátero Central ou Ferrífero Importação
M IV
60,8%
16,1% Nuclear
O S
D LU
Minas Gerais
Solar
O C
Rio
Usiminas FONTE: ANEEL

Do
Acesita
N X
ce
Belgo Mineira Ipatinga

Timóteo
SI O E
Belo Horizonte
Mannesmann João Monlevade CST
C.1. Amazônia, nova fronteira energética
Açominas
Ouro Preto
Vitória De acordo com os dados da Empresa de Pesquisa Energé-
Espírito Santo tica, órgão do Ministério das Minas e Energia, estão previstas
EN S
E U
47 hidrelétricas de médio e grande portes nas bacias Amazô-

nica (principalmente na Bacia do Tapajós) e do Tocantins-Ara-
D E
São Paulo CSN guaia. Já construídas, no Rio Madeira, as hidrelétricas de Jirau

A LD
Barra Mansa Rio de Janeiro

Volta Redonda
e Santo Antônio, integradas ao Sistema Energético Nacional
através de um “linhão” que ligará Rondônia ao estado de São
EM IA
Sepetiba Rio de Janeiro

São Paulo
Cosipa Paulo (Araraquara); no Rio Xingu, na região de Altamira, no
ST ER
E�F� Vitória-Minas
Santos Pará, a hidrelétrica de Belo Monte (antiga Kararaô). O Rio Xingu
MRS Logística
apresenta uma variação no seu débito ou descarga durante o
SI AT
OCEANO ATLÂNTICO Quadrilátero Ferrífero

N ano, portanto, no verão chuvoso, a usina hidrelétrica de Belo
Grandes siderúrgicas
M
0 135 km Portos
Monte gerará mais energia e, no inverno, que é o período de
forte estiagem, gerará menos energia, pois faz parte do grupo
Disponível em:: <http//abides.org.br/mineracao-tem-colocado-em- das hidrelétricas a fio d'água, com pequeno reservatório. No
risco-dois-patrimonios-naturais-do-pais-os-recursos-minerais-e-os- topo da lista de projetos a serem revistos, está a hidrelétrica
recursos-hidricos/map/>. Acesso em: 11 mar. 2018. Adaptado. de São Luís do Tapajós, no Rio Tapajós, cujo licenciamento foi
arquivado em 2016. A Agência Nacional de Energia Elétrica
O Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas Gerais, é o (Aneel) já viabilizou os projetos das hidrelétricas de Jatobá,
principal fornecedor de minério de ferro para as siderúrgicas da no Rio Tapajós, e São Simão Alto e Salto Augusto Baixo, no Rio
região Sudeste. O estado de Minas Gerais é o maior produtor de Juruena, entre os estados do de Mato Grosso e Amazonas.
aço do país, com destaque para o Vale do Rio Doce (Usiminas,
Acesita, ArcelorMittal Belgo). A ArcelorMittal Tubarão, no Espírito A construção de grandes hidrelétricas na Amazô-
Santo, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta redon- nia tem sido apresentada como indispensável para
da (RJ), e a Usiminas Cosipa, em Piaçaguera – Cubatão (SP), re- garantir o crescimento do país. No entanto, exem-
cebem, através de ferrovias, o minério do Quadrilátero Ferrífero. plos recentes de instalação dessas usinas na maior
floresta tropical do mundo estão mostrando que, na
B.3. Sal marinho realidade, elas não passam de uma falsa solução – e
O Rio Grande do Norte possui a maior extração de sal estão longe de ser limpas ou sustentáveis. Atrope-
marinho do país, nos municípios de Mossoró, Macau, Areia lamento de direitos humanos, impactos profundos
Branca e Açu. O clima quente e seco, os ventos constantes na biodiversidade e nas comunidades tradicionais,
(alísios), a maior salinidade e o relevo plano são as condições violação de leis e acordos internacionais e denún-
naturais que favorecem a extração do sal marinho. cias de corrupção generalizada (como se viu a partir

358
de depoimentos da Operação Lava Jato sobre a usina de Belo Monte, no Rio Xingu) são alguns exemplos que
têm caracterizado a construção de hidrelétricas na região. Além de todos esses problemas, as usinas instaladas
GEOGRAFIA
em áreas de floresta tropical emitem quantidades consideráveis de gases de efeito estufa – dióxido de carbono e
metano – como resultado da degradação da vegetação alagada e do solo. Com todos esses impactos na balança,
é impossível classificar as hidrelétricas como energia limpa. [...].
Disponível em: <http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Hidreletricas-na-Amazonia-um-
mau-negocio-para-o-Brasil-e-para-o-mundo/>. Acesso em: 15 mar. 2018.
C.2. Petróleo e gás natural
As áreas de extração de petróleo e gás natural no Brasil são: onshore (produção terrestre): Bacia do Rio Urucu (AM), Bacia
Potiguar (RN) – maior extração terrestre de petróleo do país, Recôncavo Baiano (BA) – região pioneira na extração de petróleo
(primeiro poço em 1939, e offshore (produção marinha): Bacia do Espírito Santo (ES), bacia sedimentar submarina do Rio de
Janeiro (Bacia de Campos) – principal área de extração de petróleo e gás natural do Brasil, Bacia de Santos (SP), no pré-sal.
C.3. Pré-sal
Segundo a Petrobras, o termo pré-sal refere-se ao conjunto de rochas carbonáticas (tipo de rocha sedimentar) com poten-
cial de acúmulo de petróleo, localizado sob uma espessa camada de sal e que ocupa área de 200 km de largura e 800 km de
extensão (de Santa Catarina ao Espírito Santo), a 340 km da costa. Para entender como se formou o petróleo do pré-sal, é preciso
retroceder ao período Cretáceo (Mesozoico), há mais ou menos 130 milhões de anos. A paisagem começou a mudar quando
as placas tectônicas sob Gondwana (América do Sul, África, Antártica, Austrália e Índia) entraram em movimento, abrindo uma
fissura entre as atuais costas brasileira e africana. Essa fenda foi inicialmente preenchida por água doce e fitoplâncton; poste-
riormente a fenda cresceu, possibilitando a invasão da água do mar. Com o mar, mar veio o sal. Como quase tudo em geologia, o
O
processo durou muito tempo: por volta de 20 milhões de anos. A formação do petróleo depende de uma sequência de eventos
BO O
SC
geológicos que dá origem a três camadas rochosas bem definidas. Por baixo, é preciso ter uma “rocha geradora”, onde fica apri-
M IV
sionada grande quantidade de matéria orgânica. É nela que se formam os hidrocarbonetos. Logo acima, há que se ter uma “rocha
O S
reservatório”, que, no caso da nova reserva brasileira, são os carbonatos microbianos e altamente porosos para onde o óleo e o
D LU
gás migram em busca de áreas de menor pressão. Finalmente, por cima das duas, é necessário algo que impeça o escape dos
O C
hidrocarbonetos, uma “rocha selante”, função que, no caso brasileiro, é cumprida pelo sal.
N X
SI O E
EN S
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D E
A LD
Lâmina d’água
EM IA
Bacia de
ST ER
Santos
2 140 m
Pós-sal
SI AT
ROCHA SELANTE
A espessa camada de sal (de até 2 km) é resultado da lenta
M
3 500 m invasão de água salgada que deu origem ao Atlântico Sul�

Camada de sal Por ser um ótimo selante, o sal manteve o óleo e o gás
aprisionados na rocha reservatório�
ROCHA RESERVATÓRIO
5 500 m Carbonatos de cálcio e magnésio excretados por
cianobactérias se precipitaram-se na água e contribuíram
Pré-sal para a formação das chamadas rochas carbonáticas
microbianas, que são altamente porosas�
Para lá migraram o óleo e o gás formados na rocha
geradora em busca de ambientes de menor pressão�
ROCHA GERADORA
A matéria orgânica no fundo do antigo lago combinou-se
com a argila e transformou-se em rocha� Com o passar do
tempo, a ausência de oxigênio, a temperatura e a pressão
favoreceram reações químicas que deram origem a
hidrocarbonetos, na forma de óleo e gás�
Adaptado de: http://www�unesp�br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/
03/pre-sal-desafios-cientificos-e-ambientais
Disponível em: <http://www.unesp.br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/03/pre-sal-desa˜os-cienti˜cos-e-ambientais>. Adaptado.

359
C.4. Energia eólica e solar C.5. Biocombustíveis

A participação da energia eólica na geração de energia elétrica São derivados de biomassa renovável que podem
GEOGRAFIA
no Brasil cresceu nos últimos anos, com a implantação de novos substituir, parcial ou totalmente, combustíveis fósseis. Os
parques eólicos nas regiões Nordeste (grande potencial graças dois principais biocombustíveis líquidos usados são o eta-
aos ventos alísios) e Sul. O segmento eólico terminou 2017 com nol obtido a partir de cana-de-açúcar e, em escala crescen-
508 parques em operação, concentrados principalmente nas re- te, o biodiesel, que é produzido a partir de óleos vegetais
giões mencionadas. O Rio Grande do Norte é o maior estado produ- (mamona, canola, girassol, dendê, algodão, palma, baba-
tor de energia eólica, com 1 087,6 MW médios em 2017, aumento çu, etc.) ou gordura animal (sebo bovino) e adicionado ao
de 39% em relação ao ano de 2016. Em seguida, aparece o estado diesel de petróleo em proporções variáveis.
da Bahia com 678 MW médios (+30%) produzidos, o Rio Grande do O Brasil possui grandes extensões de terras, forte lumi-
Sul, que alcançou 533 MW médios (+9%), e o Ceará, com 465 MW nosidade natural, pluviosidade e tecnologia que favorece
médios (+12%). Outros estados produtores são Piauí, Pernambuco, imensamente a produção de biocombustíveis (agroener-
Santa Catarina, Paraíba, Sergipe e Rio de Janeiro. gia). A cana-de-açúcar e a soja são os produtos agrícolas
Em 2016, os sistemas instalados para a geração solar foto- que mais contribuem para a produção de biocombustíveis.
voltaica estavam presentes nos estados de Minas Gerais (859), • Etanol – o Brasil atualmente é o maior produtor mun-
São Paulo (479), Rio de Janeiro (381), Rio Grande do Sul (369), dial de etanol obtido da cana-de-açúcar; os EUA,
Paraná (334), Santa Catarina (231), Ceará (180), Mato Grosso do maior produtor mundial de biocombustível, têm sua
Sul (124), Pernambuco (105) e Bahia (91). Agência Nacional de produção através do milho. O estado de São Paulo
Energia Elétrica (Aneel) projeta que, até 2024, mais de um mi- possui a maior concentração das indústrias sucroal-
lhão de consumidores passarão a produzir a própria energia. cooleiras, portanto é o maior produtor brasileiro de
etanol e açúcar. Nos últimos anos, ocorreu a expan-
O
Potencial eólico são do cultivo da cana-de-açúcar nos estados de Mi-
BO O
SC
nas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
M IV
OCEANO Paraná. A Zona da Mata nordestina é a mais tradicio-
O S
ATLÂNTICO nal produtora de açúcar e álcool do Brasil. O setor de
D LU Equador produção do etanol, que atraiu um grande volume de
O C
investimentos externos (França, Índia, EUA, Inglater-
N X
ra) e internos, principalmente da Petrobras e da Co-

SI O E
san (grupo privado), na década de 2000, sofre com

quase uma década de crise, que elevou o número de
usinas no país a pedir falência ou recuperação judi-
EN S
E U
cial. O bagaço, um subproduto da cana-de-açúcar, é

utilizado na geração de energia elétrica (cogeração)
D E
OCEANO
em vários estados.
A LD
OCEANO ATLÂNTICO
PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
D. Industrialização
EM IA
Fluxo de potência eólica anual (W/m)

Síntese histórica da industrialização brasileira:
ST ER
200 300400500600 800

N
3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 • De 1880 a 1930 – implantação dos principais seto-
0 180 km
Velocidade média anual do vento res da indústria de bens de consumo não duráveis ou
SI AT
a 50 m de altura (m/s)
indústria leve, mantendo-se a dependência brasileira
M
Potencial de geração solar fotovoltaica – rendimento energético anual em relação aos países mais industrializados. O Brasil
não possuía indústrias de bens de capital ou de produ-
OCEANO ção, e a economia estava estruturada na cafeicultura,
ATLÂNTICO
tendo mão de obra escrava até 1888.
Equador
• De 1930 a 1955 – modelo de política do Estado
Nacional Desenvolvimentista da Era Vargas, com
o desenvolvimento autônomo da base industrial
demonstrado através da construção da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN). Ressalta-se que, nesse
período, a Segunda Guerra Mundial impulsionou a
industrialização por meio da política da substitui-
OCEANO ção da importação.
Cidades
ATLÂNTICO • De 1956 a 1961 – modelo de desenvolvimento asso-
Número de
habitantes Trópico de Capricórnio
ciado ao capital estrangeiro, sem descentralizar a in-
<= 50 000 dústria do Sudeste de forma significativa em direção
100 000
500 000
N a outras regiões brasileiras. Corresponde ao período
1 000 000
0 180 km
de Juscelino Kubitschek, com incremento da indús-
> 1 000 000
tria de bens de consumo duráveis e de setores bási-
cos – Política do Estado Desenvolvimentista.
Disponível em: <http//ftp.cptec.inpe.br/labren/publ/livros/Atlas_Brasileiro_
Energia_Solar_2a_Edicao.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2018. p. 59.

360
• De 1962 a 1964 – período de desaceleração da E. Transportes

economia do processo industrial, motivada pela
GEOGRAFIA
instabilidade e pela e tensão política no Brasil. E.1. Rodovias

• De 1964 a 1980 – período em que o Brasil este- Matriz do transporte de cargas do Brasil (2015)
ve submetido a constrangimentos econômicos,
financeiros e sociais devido a seu endividamento Aeroviário 0,50%
no exterior com o objetivo de atingir o crescimento
econômico de 10% ao ano, obtido no período do “mi- Dutoviário 4,20%
lagre econômico”, de 1968 – a 1973. Mesmo assim, Hidroviário 13,60%
não houve muitos avanços na área social. A moder-
nização era conservadora, com o governo militar Ferroviário 20,70%
através do Estado Desenvolvimentista. Iniciou-se o Rodoviário 61%
processo de descentralização ou desconcentração 0% 20% 40% 61% 80%
industrial em de 1975.
FONTE: Confederação Nacional dos Transportes
• Década de 1980 – conhecida como década perdida,
em razão de sucateamento da indústria, desempre- A prioridade ao transporte ou modal rodoviário foi um gra-
go em alta, inflação elevada, perdas salariais, entre ve erro das políticas de transporte adotadas pelos governos,
outros problemas. desde JK, pois a grande extensão territorial do país inviabiliza o
• Pós-1990 – adoção do modelo neoliberal, com re- modelo rodoviarista, que se torna custoso e poluente. O modal
dução da presença do Estado na economia, priva- rodoviário é útil para pequenas distâncias, rapidez e versatili-
tizações, controle dos gastos públicos, estabiliza- dade em relação ao relevo íngreme e entrega porta a porta.
O
ção da economia com o Plano Real e retomada do Os modais ferroviário e hidroviário são vantajosos para lon-
BO O
SC
processo de descentralização ou desconcentração gas distâncias, devido à grande capacidade de carga, reduzin-
M IV
industrial para o interior dos estados do Sudeste e do-se os custos. Outra saída para o Brasil é o investimento no
O S
para estados das outras regiões, em virtude dos in- sistema de integração de modais (multimodal e intermodal) e
centivos fiscais. D LU na navegação por cabotagem (entre portos do país).
O C
N X
E.2. Ferrovias
SI O E
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RR AP
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A LD
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CE
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AM PA MA RN
SI AT
PB
PI
M
AC PE
AL
TO
RO BA SE
DF
MT
GO
MG
MS
ES
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO RJ
PACÍFICO PR SP
SC
RS N
Ferrovia concluída
Ferrovia planejada

361
O Brasil apresenta o total de 47,8 mil km de vias ferroviá- a soja, o farelo e o óleo são embarcados em navios de grande
rias, sendo 30,6 mil km já implantados e 17,2 mil km plane- porte para a Europa, a Ásia e a Austrália.
GEOGRAFIA
jados. As principais ferrovias são: EF Carajás (PA e MA) e EF
Vitória-Minas (ES e MG) para o transporte do minério de ferro; OCEANO
Ferronorte (MT, MS e SP), Ferrovia Norte-Sul (GO, TO e MA) – ATLÂNTICO
RORAIMA
incremento econômico para a região de MAPITOBA –, Trans- AMAPÁ
nordestina (que ligará a cidade de Eliseu Martins, no Piauí,
Trombetas Alenquer Vitória do Jari
aos portos de Pecem, no Ceará, e Suape, em Pernambuco) e
Itacoatiara Óbidos
Ferrovia Leste-Oeste (BA e TO) para o transporte de grãos, fer- Rio
So Manaus Parintins Santarém
lim
tilizantes e combustíveis; Ferrovia Tereza Cristina (SC) para o AMAZONAS õe
s ira
de PARÁ
transporte de carvão mineral. Ma
Rio
Humaitá
E.3. Hidrovias ACRE
Porto Velho
Os dez terminais portuários com maior movimentação de
RONDÔNIA
cargas em tonelada são: Porto de Itaqui/Terminal Marítimo da
Ponta da Madeira-MA, Terminal de Tubarão-ES, Porto de San- MATO GROSSO
N
tos-SP, Porto de Itaguaí-RJ, Terminal Aquaviário de São Sebas-
Terminais hidroviários
tião-SP, Terminal da Ilha Guaíba-RJ, Porto de Paranaguá-PR, 0 300 km
Hidrovia Madeira-Amazonas
Terminal de Angra dos Reis-RJ, Porto de Rio Grande-RS e Porto
de Suape-PE. O Porto de Santos assume a liderança quando é FONTE: Ministério dos Transportes
analisado o quesito valor econômico dos produtos exporta-
O
dos, como os industrializados. No Centro-Sul do Brasil, destaca-se a Hidrovia Tietê-Para-
BO O
SC
Nos últimos anos, a movimentação de cargas nos portos ná, que percorre mais de 1 600 km saindo de São Simão (GO),
M IV
de Itacoatiara (AM) e Porto Velho (RO) sofreu um incremento passando por Conchas (SP) e Santa Maria da Serra (SP) e che-
O S
em razão do escoamento da soja do noroeste do Mato Grosso gando à Hidrelétrica de Itaipu (não possui eclusas). A hidrovia
D LU
através da hidrovia Madeira-Amazonas. Do porto de Itacoatiara, escoa principalmente grãos (soja), minérios, areia e madeira.
O C
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Hidrovia Tietê-Paraná
EN S
São Simão Minas Gerais

Água Vermelha
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Ilha Solteira
Mato
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0 80 km
Grosso Jupiá
A LD
Três Irmãos
do Sul Nova Avanhandava
Promissão
EM IA
– Extensão total: 2 400 km Porto Ibitinga

– Extensão em SP: 800 km Primavera
ST ER
– 25 terminais privados Bauru Bariri

– 7 estaleiros Barra Bonita
Porto de
SI AT
– Passagem de R$ 8 bilhões Rosana Pederneiras

em mercadorias
– Produtos transportados: milho,
M
soja, óleo, madeira, carvão,

cana-de-açúcar e adubo. São Paulo
Barragens
Hidrovia Tietê-Parana Paraná
Curitiba
Itaipu
Disponível em: <http://www.portalmaritimo.com/2017/06/18/hidrovia-tiete-parana-estabelece-record-

com-87-milhoes-de-toneladas-transportadas/>. Acesso em: 15 mar. 2018.

362
ANOTAÇÕES
GEOGRAFIA
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FILOSOFIA
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ST ER
SI AT
M

1. Filosofia Antiga�� 365 B. David Hume�� 369
A. Origens da Filosofia�� 365 C. Immanuel Kant e o criticismo�� 370
SUMÁRIO
B. Sócrates (470-399 a.C.)�� 366 D. Francis Bacon e Galileu Galilei �� 370
C. Platão (427-347 a.C.)�� 366 E. Nicolau Maquiavel�� 371
D. Aristóteles (384-322 a.C.)�� 367 F. Thomas Hobbes�� 371
E. De Aristóteles à Idade Média�� 367 G. John Locke�� 372
2. Filosofia Medieval�� 368 H. Jean-Jacques Rousseau�� 372
A. Patrística�� 368 4. Filosofia Contemporânea�� 373
B. Escolástica�� 368 A. Hegel�� 373
C. A querela dos universais�� 369 B. Karl Marx�� 373
3. Filosofia Moderna�� 369 C. Friedrich Nietzsche�� 373
A. René Descartes�� 369 D. Século XX��374
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365
1. Filosofia Antiga Para os pré-socráticos, a questão era saber como do caos

(desordem) foi possível a criação do cosmos (mundo) – pas-
FILOSOFIA
A. Origens da Filosofia sagem da cosmogonia (explicação do mundo por meio dos mi-
A filosofia ocidental nasceu na Grécia Antiga, no século VI a.C., tos) para a cosmologia (busca por uma explicação racional do
tendo o uso da razão como instrumento para obter o conhecimen- mundo). Eles acreditavam que um princípio (em grego, arché)
to (razão, em grego, é logos). Os gregos tinham uma relação muito de todas as coisas seria a razão explicativa para a ocorrência
“pessoal” com seus deuses, enquanto esses deuses eram a re- dessa transformação. A água, o ar, o átomo ou a combinação
produção da figura humana, ou seja, continham as virtudes e os de água, terra, fogo e ar foram algumas das respostas dadas
defeitos dos homens. A própria mitologia aproximava os gregos por esses filósofos.
de uma maior preocupação com a figura humana. Essa centraliza-
ção no humano fez com que, lentamente, a mitologia fosse dando Importante: a passagem do pensamento mítico para o
lugar a um pensamento mais focado no logos, isto é, na razão. racional-lógico se deu de maneira lenta e gradual, pois é
possível encontrar resquícios de mitologia nos filósofos
Mito: relato fabuloso, de caráter religioso, que pré-socráticos.
diz respeito a seres que personificam agentes na-
turais. O mito tende a fornecer uma resposta e Os filósofos Heráclito, da cidade de Éfeso, na Jônia, e
uma explicação satisfatórias. Possui igualmente Parmênides, natural de Eleia, hoje território italiano, dedica-
uma função que assegura a coesão social. ram-se a responder a seguinte questão: como um princípio
RUSS, J. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994. p. 187. físico podia dar origem a diversas coisas? A explicação para
essa pergunta estaria na kinesis, isto é, no “movimento” ou
“transformação”. É o que chamamos de devir.
O
Os primeiros filósofos tinham como preocupação essen- Heráclito (540 a 470 a.C., aproximadamente) busca-
BO O
SC
cial explicar a origem e o funcionamento do mundo exterior. va entender a multiplicidade das formas reais e, para isso,
M IV
Por isso são conhecidos como filósofos da natureza, ou filó- entendia que o movimento é algo constante, impulsionado
O S
sofos da physis, pois suas inquietações iam em direção de pela luta de forças contrárias (por exemplo, o bem e o mal, o
D LU
se compreender e de se explicar os fenômenos da natureza. quente e o frio, a ordem e a desordem); tudo se transforma,
O C
Por conta do foco na physis e pelo fato de muitos deles terem mesmo que não seja observável pelos nossos sentidos, que
N X
vivido antes de Sócrates, o filósofo ateniense considerado seriam limitados para verificar o movimento que possibilita
SI O E
precursor da discussão em torno do ser humano, esses filó- a existência. “Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo
sofos são chamados de pré-socráticos. rio”, pois esse rio muda pelo movimento de suas águas e
o ser humano também se transforma pelas mudanças. Em
EN S
E U
Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo pré-so- suma, “tudo flui”.

Parmênides (530 a 460 a.C., aproximadamente), crítico de
D E
crático e, portanto, o primeiro filósofo grego. Ele pertenceu

Heráclito, afirmava que seria impossível acreditar que o movimen-
A LD
ao grupo dos filósofos jônicos, assim como Anaximandro,

Anaxímenes, Anaxágoras e Heráclito. Outro pré-socrático to fosse uma constante, pois uma coisa ou um ser não podem
“ser” e “não-ser” ao mesmo tempo. Para questionar o exemplo do
EM IA
de destaque foi Pitágoras, pertencente à escola itálica. Mas

ainda devemos destacar os representantes da escola eleá- rio, Parmênides concluiu que o movimento não pode ser despre-
ST ER
tica, como Xenófanes, Parmênides e Zenão, além dos inte- zado e tampouco superestimado, pois o movimento só existe para
nossos sentidos, enquanto para a razão o movimento é ilusório,
SI AT
grantes da escola atomista, Leucipo e Demócrito.

pois todo ser tem sua identidade que não pode ser contrafeita.
M
Localização dos pré-socráticos na Grécia Antiga
Parmênides
(530-460 a�C�)
Mar Negro
Zenão
(490-430 a�C�)
Demócrito
(460-370 a�C�) Pitágoras
(571-496 a�C�)
Abdera
Heráclito
(535-475 a�C�)
Eleia
Tales
Samos (625-546 a�C�)
Corinto Éfeso
Agrigento Atenas Mileto
Esparta
Anaximandro
(610-547 a�C�)
N
Empédocles
(490-430 a�C�) Anaxímenes 0 200 km
Mar Mediterrâneo
(588-524 a�C�)

366
B. Sócrates (470-399 a.C.) sensível seria aquele referente aos sentidos, enquanto o mun-
Cidadão de Atenas, Sócrates viveu o apogeu e a decadên- do das ideias se localiza na razão humana. Platão afirmava ser
FILOSOFIA
cia da democracia. Rivalizou com os sofistas (“sábios”), entre necessário ao filósofo desvendar a fundo o mundo das ideias,
eles, Górgias (485 a 380 a.C.) e Protágoras (485 a 411 a.C.), também conhecido como mundo inteligível, pois ele é que
cuja principal característica era a preocupação intelectual de comporta a verdade.
como obter um raciocínio melhor. Mediante pagamento, os
sofistas ensinavam aos cidadãos as técnicas da retórica e Tomemos este exemplo: existem vários tipos de cachorros,
da persuasão. Para Sócrates, a Filosofia era uma reflexão pro- de cores, tamanhos e raças diferentes, conforme podemos
funda de conceitos tidos como inquestionáveis: a coragem, observar no mundo sensível; mas, no mundo das ideias exis-
a justiça e a sabedoria, entre outros. Era preciso combater as te a ideia de cachorro que é única, pois o mundo das ideias,
opiniões originárias do senso comum para se obter o verda- existe de forma anterior e mais efetiva que o mundo sensível.
deiro conhecimento. Para o verdadeiro conhecimento humano, pouco importa
Para tanto, o método socrático consistia em estabelecer aquilo que é apreendido pelos sentidos, pois é a razão a
diálogos críticos com seus interlocutores, divididos em dois única e exclusiva fonte de sabedoria.
momentos básicos: a ironia (do grego eironeia, “perguntar
fingindo ignorar”) e a maiêutica (do grego maieutiké, a “arte
do parto”). O método consistia em, por meio do diálogo, fazer Para ilustrar sua teoria, Platão elaborou o Mito da Caverna
um interlocutor discorrer sobre determinado assunto que ele – ou Alegoria da Caverna –, que narra a situação de homens
acreditasse dominar, para dirigi-lo à contradição e demons- acorrentados no fundo de uma caverna, de costas para a en-
trar sua real ignorância sobre o assunto referido. Sócrates não trada. Essa entrada está sempre iluminada, de tal maneira
enunciava teorias, mas fazia perguntas e analisava respostas que a única coisa que os homens dentro da caverna conse-
O
sucessivamente, mostrando a seu interlocutor as contradi- guem ver projetadas na parede do fundo são as sombras das
BO O
SC
ções daquilo que estava falando. Dessa maneira, procurava pessoas e animais que circulam na frente da caverna. Essas
M IV
mostrar a seu interlocutor o quanto “pensamos” que sabe- sombras corresponderiam ao mundo sensível, enquanto os
O S
mos, quando, na verdade, sabemos muito pouco. Não interes- seres e as coisas, assim como todo o mundo fora da caverna,
D LU
sa se falamos bonito, mas se sabemos sobre o que estamos corresponderiam ao mundo das ideias. Era fundamental para
O C
falando. Assim, a questão do conhecimento passava a ser o o filósofo fazer justiça ao seu ofício e mostrar aos homens o
N X
próprio ser humano. mundo real, mesmo que corresse o risco de não ser entendido
SI O E
por eles. Segundo Platão, “a reflexão das ideias é o caminho

A única afirmação que Sócrates fazia com toda certeza era: para se obter a felicidade”. Ainda segundo ele, a educação
seria a fonte principal para formar os filósofos. Isso significa
EN S
“só sei que nada sei”.

E U
que a educação seria capaz de retirar a pessoa do “mundo das

sombras” e levá-la ao encontro da “luz do conhecimento”.
D E
Sócrates também inaugurou as discussões sobre a mo-

A LD
ral, mediante a doutrina de que ética significa ação racional. A filosofia platônica tem um fim prático e moral que se reali-
Segundo ele, a virtude é a própria razão. A finalidade humana
EM IA
za intelectualmente por meio do conhecimento verdadeiro.

é a prática do bem e este se realiza mediante a virtude que, Existe uma desordem que se manifesta em especial no ser
ST ER
por sua vez, realiza-se mediante o conhecimento racional. humano, em que o corpo é inimigo do espírito, o sentido se
SI AT
opõe ao intelecto e a paixão contrasta com a razão. A alma

Ética é o campo da filosofia que trata de questões morais humana (razão) é uma espécie de prisioneira na “caverna”
M
como o discernimento entre o bem e o mal, a busca da feli- do corpo. Portanto, o ser humano deve transpor o mundo
cidade e os valores que atribuímos a nossas condutas, en- das sombras, libertando-se do corpo para realizar o seu fim,
tre outras ações. Atualmente, a ética tem sido empregada isto é, chegar à contemplação do inteligível. Só assim o ser
em um sentido bastante prático em torno dos problemas humano pode atingir a luz do conhecimento e desfrutar do
ambientais, das descobertas e realizações da medicina, verdadeiro bem, da felicidade.
nas relações de trabalho e outras.
Em A República, Platão descreve algumas de suas princi-

C. Platão (427-347 a.C.) pais concepções sobre política. Na cidade, espaço em que ela
Assim como Sócrates, seu mestre, Platão também era se realiza, existe sempre a classe dos dirigentes (racional),
cidadão ateniense. Graças a seus escritos, como A Apologia a classe dos militares (irascível) e a classe dos produtores
de Sócrates, O Banquete e A República, entre outros, co- (concupiscente). Essa é a divisão da “cidade ideal” pensada
nhecemos o pensamento socrático, uma vez que Sócrates e defendida por Platão. Nela, o governo não pode estar nas
nada escreveu. mãos de todos, porque as pessoas devem ser separadas de
A principal característica do pensamento platônico encon- acordo com as suas funções na sociedade. O comando deve
tra-se na sua teoria do conhecimento. Influenciado pela maiêu- estar nas mãos daqueles que estão mais próximos da razão.
tica de Sócrates, Platão preocupava-se em obter a verdade e, Associando com o Mito da Caverna, a ideia é a de que o gover-
para isso, elaborou uma teoria acerca das ideias. Retomando nante só pode ser aquele que consegue abandonar o mundo
a discussão posta por Parmênides e Heráclito, essa teoria pardas sombras e chegar à luz verdadeira, ou seja, abandonar o
te do princípio de que existem dois mundos: o dos sentidos mundo sensível e abraçar o mundo inteligível (governo dos
(mundo sensível) e o das ideias (mundo inteligível). O mundo reis-filósofos).

367
O sistema político defendido por Platão está associado a A lógica aristotélica é um instrumento que an-
um plano de educação (paideia) executado pelo Estado, as- tecede o exercício do pensamento e da linguagem,
FILOSOFIA
segurando ao cidadão a sua formação na respectiva virtude, oferecendo-lhes meios para realizar o conhecimento
garantindo, assim, a sua felicidade. e o discurso. [...] Para Aristóteles, a lógica (ou analí-
tica) é um instrumento para o conhecer. [...] A
Política é uma palavra grega que significa “a arte de viver lógica aristotélica oferece procedimentos que de-
na pólis”. Assim, política pode ser interpretada como uma vem ser empregados naqueles raciocínios que se
atuação dos seres humanos no sentido de dirigir ou go- referem a todas as coisas das quais possamos ter um
vernar a sua cidade, isto é, o bem público. Mas governar a conhecimento universal e necessário, e seu ponto de
cidade não significa atribuir esse compromisso a alguns partida não são opiniões contrárias, mas princípios,
poucos, e sim a participação de todos nesse processo. Isso regras e leis necessárias e universais do pensamento.
CHAUI, M. Convite à Filosofia. 8. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 182.
está relacionado com o princípio de cidadania, ou seja, o
morador da cidade (cidadão) que participa das decisões
tomadas para o funcionamento da mesma.
Sobre ética, a obra mais importante de Aristóteles é Ética
a Nicômaco. Preocupado com a essência das coisas, ele afir-
D. Aristóteles (384-322 a.C.) ma que todo ser tem uma tendência necessária à realização
Aristóteles, o mais ilustre discípulo de Platão, estudou so- da sua natureza, ou seja, à atualização plena de sua forma, e é
bre a natureza do ser humano, pesquisou as formas de gover- nisso que reside o seu fim, o seu bem, a sua felicidade. Portan-
no e as razões da política e estabeleceu as primeiras regras to, se a razão é a essência característica do ser humano, ele só
para o estudo da lógica. a realiza vivendo racionalmente e tendo consciência disso. Só
O
Aristóteles discorda da teoria do conhecimento proposta dessa forma o ser humano consegue a plena felicidade.
BO O
SC
por Platão, pois, para ele, a “alma” não está separada do “cor- Não devemos levar nossas ações e decisões a pontos extre-
M IV
po”, mas é um componente dele. O conhecimento é percebido mos, mas devemos sim encontrar um equilíbrio entre elas, um
O S
pelos sentidos e, então, elaborado pela razão. Existe uma in- “meio-termo” que não nos permita sermos exagerados ou faltosos:
D LU
teração entre os sentidos e a razão. O filósofo deve buscar o viver bem é viver racionalmente, em equilíbrio e com prudência.
O C
conhecimento daquilo que realmente existe partindo de con- A concepção aristotélica de ética aplicada ao ser humano,
N X
ceitos que exprimem nossas ideias sobre o mundo sensível. quando levada à esfera do social, desemboca na sua concep-
SI O E
Entendendo a importância da questão do devir (trans- ção sobre a política: se, individualmente, a figura humana ten-
formação), ele elaborou as noções de ato e potência. O ato de à busca pela felicidade, em grupo essa tendência deverá
seria o estado atual do ser, enquanto a potência seria aquilo ser a mesma. Isso implica pensar que um governo correto e
EN S
E U
em que o ser se transforma, sem que deixe de ser o mesmo. justo é aquele que se paute pela busca da felicidade comum.
Assim, uma criança é um ato enquanto criança, mas enquan- Esse é o papel da política.
D E
to potência será um adulto, sem deixar de ser um humano. Dessa forma, a política é um desdobramento natural da
A LD
As transformações e o movimento são os responsáveis ética. Se a ética trata da felicidade individual do ser humano,
pelo modo no qual as potências se tornam atos. E isso não a política, por sua vez, deve tratar da felicidade coletiva da pó-
EM IA
ocorre por acaso, pois sempre há uma causa, de quatro tipos: lis. Sendo assim, cabe à política a tarefa de determinar quais
ST ER
material, formal, motriz (ou eficiente) e final. são as formas de governo e as instituições capazes de asse-
gurar a felicidade coletiva.
SI AT
Tomemos como exemplo uma estátua: o mármore seria a Segundo Aristóteles, a coletividade é superior ao indivíduo, o
causa material; um modelo para o artista realizar o seu tra-
M
bem comum é superior ao bem particular. Logo, o Estado é a insti-

balho de esculpir a estátua seria a causa formal; o escultor, tuição por meio da qual se efetua a satisfação de todas as neces-
a causa motriz (ou eficiente); e, por fim, exibir a estátua se- sidades humanas, pois o ser humano é um animal social, político.
ria a causa final.
Aristóteles mostrou a relação possível entre os conceitos Em sua obra Política, Aristóteles escreveu:
de modo que eles fizessem surgir proposições (afirmações)
que, por sua vez, produziriam os silogismos (em grego, “cál- Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e
culo” ou “reunião de raciocínio”), o verdadeiro conhecimento. toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois
Um exemplo clássico de silogismo é este: todas as ações de todos os homens são praticadas com
Todos os homens são mortais. vistas ao que lhes parece um bem; se todas as comunida-
Sócrates é ser humano. des visam a algum bem, é evidente que a mais importante
Logo, de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que to-
Sócrates é mortal. dos estes objetivos e visa ao mais importante de todos os
O raciocínio silogístico é dedutivo, ou seja, parte de um bens; ela se chama cidade e é a comunidade política.
conhecimento maior para se chegar a uma parte. Perceba que
na conclusão do exemplo dado acima há uma informação que
já estava contida nas premissas, e essa é uma característica E. De Aristóteles à Idade Média
da argumentação dedutiva, isto é, ela não acrescenta novi- Com o domínio de Alexandre Magno sobre as cidades-Es-
dade alguma para o conhecimento, mas é importante para tado gregas, além de uma vastidão de territórios que incluíam
organizá-lo. do Egito até a Índia, floresceu a cultura helenística, síntese da

368
cultura helênica (grega) com a cultura oriental. Quanto ao as- mas sim de afirmá-la enquanto meio para se chegar à fé. Se
pecto filosófico da cultura helenística, destaca-se: o “conhecimento da verdade” é fato (por exemplo, a matemá-
FILOSOFIA
• Cinismo (pensamento individualista de inspiração tica), resta saber o que torna possível tal conhecimento. Ele
socrática que desprezava todas as convenções) de não pode ter origem no próprio ser humano, isto é, não pode
Diógenes (413-323 a.C.). ter origem apenas na capacidade humana de raciocinar, pois
• Ceticismo (doutrina que se fundamentava no reconhe- este tipo de conhecimento é perecível e mutável, enquanto
cimento da impossibilidade de obter o conhecimento a verdade é eterna. Agostinho vê aí uma incompatibilidade.
real das coisas) de Pirro de Élida (360-275 a.C.). Logo, o conhecimento da verdade só pode estar acima do ser
• Epicurismo (pensamento moral que acreditava no humano e de todas as coisas: o conhecimento só pode vir de
prazer como a chave para a felicidade) de Epicuro Deus. O pensamento de Santo Agostinho predominou na Igre-
(341-270 a.C.) ja Católica durante toda a Alta Idade Média.
• Estoicismo (ideal de busca de total harmonia com a
natureza, dominando as paixões e sofrimentos do co- B. Escolástica
tidiano) de Zenão de Cício (336-264 a.C.). Na Baixa Idade Média surgiu a filosofia escolástica. O
Essas correntes filosóficas têm duas características em nome vem das primeiras universidades europeias, conheci-
comum: serem seguidoras dos ensinamentos de Sócrates, das como “escolas”, todas controladas pela Igreja Católica.
Platão e Aristóteles e terem claro que a felicidade plena do ser São Tomás de Aquino (1225-1274) está para a escolás-
humano não é mais possível, dentro do ideal de participação tica assim como Santo Agostinho está para a patrística. Seu
nas decisões da pólis, devido à paralisia que se abateu sobre principal livro é a Suma Teológica e seu pensamento é conhe-
a política. A filosofia helenística se volta para o individualis- cido como tomismo.
mo, como perspectiva de conquista da felicidade. Sua grande preocupação foi provar a existência de Deus.
O
Durante o domínio romano na bacia do Mar Mediterrâneo, O simples fato de definir que Deus existe simplesmente por
BO O
SC
o pensamento filosófico permaneceu importante e atuante ser perfeito não conseguiria provar a Sua existência real; a
M IV
devido a filósofos latinos como Cícero (106-43 a.C.), Sêneca definição seria uma ideia e, enquanto tal, nada garantiria sua
O S
(4 a.C.-65 d.C.) e o imperador romano Marco Aurélio (121- existência efetiva.
D LU
180) – estes dois adeptos do estoicismo –, além de Plotino Assim como Agostinho se baseou no platonismo, Tomás
O C
(205-270), iniciador do neoplatonismo. Sem trazer originali- de Aquino se apoiou no pensamento de Aristóteles para ela-
N X
dade no que diz a respeito aos temas típicos da filosofia, os borar sua argumentação filosófica. O contato de Tomás de
SI O E
latinos contribuíram para a formação da cultura ocidental com Aquino com a obra de Aristóteles se deu por meio dos escritos
a conceitualização e sistematização do Direito. de Averróis.
EN S
2. Filosofia Medieval
E U
A presença da filosofia aristotélica nas universidades euro-

D E
peias à época de Aquino era intensa. Isso se deu por causa

A. Patrística
A LD
de um filósofo de ascendência árabe chamado Averróis

À medida que o cristianismo crescia e se consolidava (1126-1198), que, morando na Península Ibérica (área do-
dentro dos limites do Império Romano, os cristãos organi-
EM IA
minada pelos árabes islâmicos), influenciou a Europa Oci-

zaram uma instituição chamada por eles de Igreja (do grego dental com os seus estudos sobre a filosofia de Aristóteles,
ST ER
eklesia, ou seja, “assembleia”), dirigida por padres e bispos. A até então esquecida na Europa.
partir daí começaram as divergências entre os vários grupos
SI AT
cristãos, a fim de assegurar qual deles daria o caminho mais

M
correto para ser seguido por todos. Apoiado pela teoria das quatro causas de Aristóteles,
Essa disputa teve como consequência o Concílio de Nicéia, Aquino buscou sintetizar a fé e a razão, pois, segundo ele,
em 325, que resultou na ortodoxia (“opinião correta”), originan- não existem contradições entre a filosofia e a fé cristã. So-
do a Igreja Católica. mente a fé e a revelação cristã são capazes de atingir as pu-
Contudo, a “opinião correta” não podia se impor apenas ras verdades espirituais. Juntamente com estas, existem as
pelo uso da força, ou tão somente pela revelação (crença, fé). verdades naturais teológicas, que podem ser obtidas tanto
Era preciso que a ortodoxia também fosse resultado do uso por meio da fé e da revelação como também pela razão e pe-
da razão. Foi nesse contexto que surgiu a filosofia patrística los sentidos.
(“filosofia dos santos padres”), que tinha como uma de suas Como exemplo de uma verdade natural teológica, tome-
principais missões a conciliação da fé com a razão. mos o fato da existência de Deus. Poder-se-ia provar tal afir-
A filosofia patrística teve em Santo Agostinho o seu maior mação seja pela razão, seja pela fé. Contudo, a última seria
expoente. Nascido em 354, Agostinho converteu-se ao cris- mais segura para se obter o conhecimento.
tianismo em 386. Foi bispo de Hipona, no norte da África, de Para provar a existência de Deus, Aquino sistematizou o
395 até 430, ano de sua morte. Entre suas obras mais impor- problema a partir do mundo sensível, ou seja, do mundo per-
tantes estão A Cidade de Deus e Confissões. ceptível pelos sentidos, desenvolvendo as chamadas “cinco
Apoiado no platonismo, o modo como esse pensador vias” que levariam a provar a existência de Deus, causa pri-
abordou a relação “razão versus fé” acabou por transformar meira de todas as coisas e que não é causada.
a razão em uma forma de demonstração da necessidade da • Primeira via: argumento do movimento ou do pri-
fé para o ser humano. Daí a necessidade de “compreender meiro motor (tudo o que se move e se transforma na
para crer, crer para compreender”, segundo afirma o próprio atualização de uma potência, é movido por algo que
Agostinho. Não se trata de diminuir a importância da razão, lhe é exterior, sendo necessário existir um princípio

369
movente que não seja ele próprio mutável: o primeiro objetivamente dissociáveis; eles existem concreta-
motor imóvel, que é Deus). mente nas composições individuais. Entretanto, esses
FILOSOFIA
• Segunda via: o argumento da causalidade eficiente ou diferentes elementos são discernidos pelo intelecto
da causa primeira (nas relações de causalidade, um humano que, mediante o procedimento da abstração,
efeito é necessariamente antecedido por uma causa, identifica os aspectos comuns das individualidades,
e o que é causa para um efeito é, em igual medida, os quais consistem, assim, em conceitos universais.
efeito de uma causa anterior; tal situação se sustenta
na causa primeira, que não é efeito, e da qual decor- 3. Filosofia Moderna
rem todas as relações de causa e efeito imanentes ao
mundo: essa causa primeira é Deus). A. René Descartes
• Terceira via: os seres contingentes e o ser necessário Segundo Descartes (1596-1650), para se ter o verdadeiro
(os seres da natureza são contingentes, isto é, podem conhecimento de alguma coisa é necessário que sejam elimina-
ser e podem não ser, algo que é atestado por nossa das todas as dúvidas possíveis a respeito daquilo que se preten-
experiência sobre a geração e a corrupção dos seres de conhecer. A dúvida serve como método (dúvida metódica)
existentes. Porém, a existência do mundo requer um para o sujeito que pretende conhecer determinado objeto.
ser necessário, que jamais transita para o não ser e Se podemos duvidar de tudo, isso já é um fato em si e,
sem o qual não existiriam os seres contingentes: esse se podemos duvidar, isso implica em outro fato: o que nos
ser necessário é Deus). permite duvidar? Duvidamos porque temos a capacidade de
• Quarta via: os graus de perfeição dos seres e o ser pensar; logo, se pensamos é porque existimos (“penso, logo
perfeito (há diferentes níveis de perfeição nos seres, o existo”, que, em latim, é cogito, ergo sum).
que nos permite afirmar, em uma perspectiva compa- A dúvida metódica nos permite encontrar a primeira e in-
O
rativa, que existem seres mais perfeitos e seres me- questionável verdade clara e distinta: existo porque sou antes
BO O
SC
nos perfeitos. Constata-se, assim, uma gradação de de tudo uma coisa pensante. Descartes retoma a importância
M IV
perfeição que procede de um parâmetro de absoluta da razão como fonte primeira do conhecimento verdadeiro.
O S
perfeição, remetendo ao ser perfeito: esse ser perfeito Um ser que pensa tem uma compreensão real.
é Deus.). D LU As ideias produzidas pela razão são chamadas por Des-
O C
• Quinta via: o sentido teleológico, segundo o qual to- cartes de ideias claras e distintas. Elas correspondem a
N X
dos os seres do mundo possuem uma finalidade, verdades inquestionáveis e são inatas, ou seja, já nascemos
SI O E
sendo que até mesmo os seres incapazes de conheci- com elas.

mento agem conforme um fim que lhes é inerente, em Em Descartes, o ponto de partida da análise é o sujeito (que
sintonia com a ordem do Universo. Esse Universo rigi- nesse caso é o cogito, ou seja, a razão) que investiga o objeto (o
EN S
E U
damente ordenado, em que todas as coisas são dire- mundo). A reunificação da unidade ser humano-natureza se dá
cionadas a um fim, revela o governo de uma inteligên- do sujeito para o objeto. A análise de Descartes parte dele pró-
D E
cia ordenadora: essa inteligência ordenadora é Deus. prio, isto é, do indivíduo que quer compreender o mundo.
A LD
C. A querela dos universais

EM IA
Assim como Platão, que separou o “mundo das ideias” do

A polêmica dos universais, desenvolvida na passagem “mundo sensível”, Descartes também separa a “alma” (res
ST ER
da Alta para a Baixa Idade Média, examina as relações con- cogitans – razão) do “corpo” (res extensa – sentidos). O co-
ceituais entre os termos que designam uma multiplicidade
SI AT
nhecimento obtido pela razão é mais seguro do que aquele

de individualidades e essas individualidades em si mesmas. obtido pelos sentidos.
M
Termos como “humanidade” são conceitos com realidade ob-

jetiva ou são simples nomeações desprovidas de conteúdos
reais? Em torno desse problema, desenvolvem-se, na filoso- A corrente filosófica cartesiana é conhecida como ra-
fia medieval, três concepções: o realismo, o nominalismo e o cionalismo e influenciou outros importantes pensadores da
realismo moderado. Idade Moderna, como o alemão Leibniz (1646-1716) e o ho-
• Realismo: compreende os conceitos como realidades landês Spinoza (1632-1677).
objetivas. Segundo esse ponto de vista, a humanidade
é um conceito real e os seres humanos singulares são B. David Hume
realizações específicas dessa realidade conceitual. Hume (1711-1776) foi o maior expoente do empirismo.
• Nominalismo: entende que os termos universais Se, para Descartes, a razão é tudo e por isso as ideias são
são somente palavras sem conteúdo real, que não inatas aos homens, para Hume isto é impossível, pois o ser
se referem com pertinência à realidade, pois o que humano está submetido aos sentidos: as ideias são meros
realmente existe são as individualidades que efetiva- reflexos das impressões que obtemos do mundo exterior.
mente se observam no mundo. Sob essa ótica, huma-
nidade é somente um termo convencional, porque o A filosofia empírica (filosofia da experiência) entende que
que existe de fato são os múltiplos seres humanos o ser humano é primeiramente vazio de saber, como uma
em sua vida concreta. lousa limpa. Por meio da experiência proporcionada pelos
• Realismo moderado: defendido por Pedro Abelardo sentidos, ele descobre, por exemplo, que a água é diferente
(1079-1142), é uma tese intermediária, na qual os ele- do álcool. A razão tem seu papel na formação do conheci-
mentos que formam os indivíduos, suas características mento, mas de uma forma secundária frente aos sentidos.
universais e suas características singulares, não são

370
Hume questionou a validade da relação “causa e efeito” à Kant afirma que não somos capazes de conhecer intei-
maneira como era usada pelos racionalistas. Para ele, se sa- ramente os objetos reais, pois esse conhecimento é limita-
FILOSOFIA
bemos que o fogo é a causa do calor, isso ocorre devido à ex- do por aquilo que somos capazes de pensar a respeito eles.
periência, por meio da qual percebemos tal fato. Não se trata Nosso conhecimento é limitado pelas noções de espaço e de
de um conhecimento inato relacionar o fogo como a “causa” tempo inerentes à nossa razão, e às quais estamos presos.
do “efeito” calor. Contudo, a experiência não nos revela que Dessa forma, o “ser em si” não existe, ou seja, não existe um
“o fogo é a causa do calor”, mas sim que “há fogo, portanto há mundo independente do sujeito. O objeto a ser conhecido só
calor”. “Fogo” e “calor” são exteriores entre si e não há nada existe em função de um sujeito que o conhece: o ser humano.
que os relacione interiormente. Para Hume, “causa e efeito” Para Kant, um iluminista convicto, a resposta à pergunta “O
não são necessariamente ligados entre si. que é o esclarecimento?” – ou seja, o que é o próprio Iluminis-
Dessa forma, quem nunca tiver sofrido um ferimento ja- mo – estava justamente na figura do ser humano, pois este deve
mais terá a ideia de dor relacionada a um ferimento, a não ser sair da “menoridade” do conhecimento e atingir o seu ponto mais
por uma crença desenvolvida a partir do hábito que temos de alto, sendo que o caminho a ser trilhado é o próprio ser humano,
acreditar e aceitar algumas “verdades”, o que levou Hume a percebendo a sua capacidade de conhecer. É por meio do conhe-
tratar da questão das crenças. Para ele, a crença seria a atitu- cimento que o ser humano atinge sua liberdade (“maioridade”).
de de aceitação de uma verdade que possui uma determina- No que diz respeito à ética, Kant afirma que a capacidade
da certeza, sem poder ser comprovada racionalmente. Esta que o ser humano tem de diferenciar o certo do errado é inata,
atitude da aceitação vem da necessidade que os homens têm ou seja, a moral humana independe da experiência, já nasce-
em acreditar nos acontecimentos. O ser humano se habitua a mos com ela. Sendo anterior à experiência, ela é universal: vale
crer nas leis imutáveis da natureza ou na sua causa e efeito. para todas as pessoas, onde quer que elas estejam e em qual-
A crença não pode ser confundida com ficção, uma vez que quer tempo. O ser humano não escapa do imperativo categóri-
O
ela é mais viva por apoiar-se no hábito, produzindo a sensação de co, ou seja, uma ordem válida para agir em relação a tudo (ética
BO O
SC
que os fatos naturais ocorrem com regularidade. O que me leva a do dever): devemos sempre agir de modo a podermos desejar
M IV
acreditar em certas coisas que não vejo ou não posso tocar, por que a regra a partir da qual agimos se transforme numa lei
O S
exemplo, é a crença sustentada pelo hábito. O “eu” metafísico não geral. Quando faço uma escolha e ajo de determinada maneira,
D LU
pode existir, mas sim a natureza humana, ou seja, a maneira pela preciso estar convicto de que posso desejar que todas as outras
O C
qual as ideias são naturalmente associadas pelo pensamento. pessoas façam a mesma coisa na mesma situação, afinal não
N X
posso desejar para os outros aquilo que não quero para mim.
SI O E
Um dos iniciadores da ideia da experiência como fonte de

conhecimento na Idade Moderna foi o filósofo inglês Francis Duas coisas me enchem a alma de crescente
admiração e respeito, quanto mais intensa e fre-
EN S
Bacon, cuja influência sobre outros filósofos do Reino Unido

E U
foi fundamental. Entre os grandes nomes do empirismo in- quentemente o pensamento delas se ocupa: o céu
estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim.
D E
glês estão também John Locke e Thomas Hobbes.

Immanuel Kant
A LD
C. Immanuel Kant e o criticismo

EM IA
Kant (1724-1804) busca superar a dicotomia racionalis- D. Francis Bacon e Galileu Galilei
ST ER
tas-empiristas, além de propor as bases para a constituição O inglês Francis Bacon (1561-1626) defendia a necessi-
de uma moral. dade de conduzir a observação e a experimentação por meio
SI AT
A filosofia kantiana é tão revolucionária quanto o pensa- de um método seguro e rigoroso, visando eliminar os “ídolos”
M
mento de Nicolau Copérnico (1473-1543) foi para a Astrono- que poderiam conduzir o intelecto humano ao erro. Na obra
mia e para a ciência em geral (Revolução Copernicana). En- Novo Organum ele critica os quatro “ídolos” que seriam os res-
quanto Copérnico colocou o Sol no centro do Universo (teoria ponsáveis pelo insucesso da ciência:
heliocêntrica), em oposição à teoria geocêntrica da Antigui- • Ídolos da tribo: são fundados na própria natureza
dade e do Medievo, Kant colocou a razão no centro de suas humana e se referem às imperfeições do intelecto,
análises, partindo do pressuposto de que era necessário per- causadoras da ingenuidade humana de acreditar em
ceber o que ela é, o que ela pode ou não conhecer, quais são coisas que lhes são convenientes.
os seus limites. Não se trata de conhecer o mundo e as coisas • Ídolos da caverna: predisposição do intelecto humano
que existem nele, seja por meio da razão, seja por meio da em tomar seu mundo particular como verdadeira reali-
experiência: trata-se, primeiro, de conhecer a própria razão. dade (o “mundo das sombras” da Alegoria da Caverna).
Para Kant, a razão é uma forma pura, sem conteúdo, e isso • Ídolos do foro: demonstram problemas de comunica-
é universal. Essa estrutura da razão é inata, portanto, anterior à ção entre os homens, pois as palavras nem sempre
experiência (a priori). Já os conteúdos que a razão conhece, es- são tomadas pelo sentido com que são faladas.
ses sim, dependem da experiência, caso contrário, a razão seria • Ídolos do teatro: apontam as doutrinas filosóficas
inoperante. Esses conteúdos só existem a posteriori, pois são como invencionices especulativas.
fornecidos pela experiência, ou seja, vêm depois. Sendo assim: Para superar os “ídolos”, Bacon propõe o método experi-
mental, conduzido por um modelo rigoroso de investigação.
Conhecimento verdadeiro = síntese realizada pela razão Segundo ele, é preciso descrever todas as circunstâncias em
entre uma forma universal inata e um conteúdo particular que um fenômeno ocorre, além de avaliar os casos em que
oferecido pela experiência. esse mesmo fenômeno não ocorre. Propõe o exame detalhado
dos casos particulares e a relação entre eles para chegar-se a

371
uma conclusão geral (trata-se do método indutivo em substi- Maquiavel conclui, por meio do estudo dos an-
tuição ao dedutivo). Para Bacon, a experiência como método tigos e da intimidade com os potentados da época,
FILOSOFIA
para desvendar os fenômenos representa também o poder de que os homens são todos egoístas e ambiciosos,
os manipular. Daí a sua mais famosa frase: “Saber é poder”. só recuando da prática do mal quando coagidos
Para o italiano Galileu Galilei (1564-1642), o mundo pela força da lei. Os desejos e as paixões seriam os
pode ser traduzido na linguagem matemática. Segundo mesmos em todas as cidades e em todos os povos.
ele, a observação, na ciência moderna, significa eliminar In: Os pensadores. Maquiavel. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 16-17.
dos objetos todas as suas qualidades sensíveis, obser-
váveis e empíricas, transformando o mundo em números.
Qualidades como “leve”, “pesado”, “sublunar” e “supralu- Recorrendo à história, Maquiavel percebeu que o “Esta-
nar”, criadas pela observação aristotélica, deveriam ser do ideal” greco-romano, assim como o cristão, não eram Es-
afastadas em nome de um conhecimento mais preciso e tados possíveis, uma vez que os homens são movidos muito
definitivo da natureza. mais por sentimentos negativos do que positivos. Trata-se de
Antes da experiência precisa haver uma boa teoria, coe- uma constatação.
rente e coesa. Isso quer dizer que não basta apenas a expe- Maquiavel desvincula a política da religião e da moral (éti-
riência para obter o conhecimento, mas é preciso um con- ca), afirmando que o poder político ou o poder do Estado tem
junto de ideias racionais sobre o problema a ser investigado, razões que justificam seus atos. Ao desenvolver essa ideia,
para depois expor esse objeto à investigação. ele emprega os conceitos de fortuna e virtú.
O conceito de fortuna remete à ideia daquilo que não
O que é uma teoria científica? está em nosso poder, ou seja, aquilo que não está ao nos-
É um sistema ordenado e coerente de propo- so alcance, pois é exterior a nós, independe da nossa von-
O
tade, mas que afeta direta ou indiretamente nossas vidas.
BO O
sições ou enunciados baseados em um pequeno
SC
Por ser algo relacionado com o irracional, muitas vezes nos
M IV
número de princípios, cuja finalidade é descrever,
explicar e prever do modo mais completo possí- referimos a essa fortuna como sendo a sorte ou a falta dela.
O S
Portanto, a fortuna deve ser entendida como uma coisa in-
D LU
vel um conjunto de fenômenos, oferecendo suas
leis necessárias. A teoria científica permite que constante, movida pelo capricho; em suma, não depende da
O C
uma multiplicidade empírica de fatos aparente- vontade humana.
N X
mente muito diferentes sejam compreendidos Quanto à virtú, o seu significado maquiaveliano está
SI O E
como semelhantes e submetidos às mesmas leis; relacionado com o seu sentido latino, ou seja, viril. A ideia
e, vice-versa, permite compreender por que fatos de virilidade está relacionada com a força e a determina-
ção empregadas por uma pessoa que pretende conquis-
EN S
aparentemente semelhantes são diferentes e sub-

E U
metidos a leis diferentes. tar algo. Sendo assim, a virtú de um príncipe (governante)
não está ligada a práticas morais que visam combater a
D E
CHAUI, M. Convite à Filosofia. 8. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 251.

fortuna, mas sim à capacidade que um príncipe deve ter
A LD
de se adequar às mais variadas situações provocadas pela

Em oposição à teoria geocêntrica (a Terra como centro fortuna. O príncipe de virtú é aquele que agarra e domina
EM IA
do Universo) de Ptolomeu, Galileu, com base na observação a fortuna, ou seja, aquele que consegue se adequar às
ST ER
do Universo por meio de uma luneta aperfeiçoada por ele circunstâncias, mesmo que para isso precise ser volúvel
próprio, ampliou as bases da teoria heliocêntrica (o Sol como e inconstante.
SI AT
centro do Universo), iniciada por Nicolau Copérnico. Em uma passagem da obra O príncipe, Maquiavel afirma:
M
E. Nicolau Maquiavel Nos atos de todos os homens, em especial dos

Como era cada vez mais comum à época do Renascimen- príncipes, em que não há tribunal a que recorrer, so-
to, Maquiavel (1469-1527) pautava-se por um olhar empírico mente importa o êxito, bom ou mau. Procure, pois,
sobre a realidade, procurando evitar as meras especulações. um príncipe vencer e preservar o Estado. Os meios
empregados sempre serão considerados honrosos e
Assim como Leonardo da Vinci (1452-1519) louvados por todos, porque o vulgo se deixa condu-
observa que a experiência jamais engana e o erro zir por aparências e por aquilo que resulta dos fatos
é produto do pensamento especulativo, quando consumados, e o mundo é composto pelo vulgo, e
dele se quer tirar consequências físicas, assim não haverá lugar para a minoria se a maioria não
também Maquiavel propõe estudar a sociedade tiver onde se apoiar.
pela análise da verdade efetiva dos fatos huma- In: Os pensadores. Maquiavel. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 111.
nos, sem perder-se em vãs especulações. O objeto
de suas reflexões é a realidade política, pensada Daí a máxima pela qual a obra de Maquiavel é conhecida:
como prática humana concreta, e o centro maior “os fins justificam os meios” (embora ele não a tenha escrito
de seu interesse é o fenômeno do poder, forma- com todas as letras).
lizado na instituição do Estado. Não se trata de
estudar o tipo ideal de Estado, mas compreender F. Thomas Hobbes
como as organizações políticas se fundam, se de- Thomas Hobbes (1588-1679), em Leviatã, formula sua
senvolvem, persistem e decaem. [...]. teoria política e inaugura a discussão em torno do princípio
de contrato social.

372
Contrato social: convenção imaginada por cer- poder executivo da lei da natureza permanece exclusiva-
tos filósofos e que constitui, segundo eles, o fun- mente nas mãos dos indivíduos, sem se tornar comunal.
FILOSOFIA
damento ideal da organização para a vida social Todos os homens participariam dessa sociedade singular
ou uma sociedade política. que é a humanidade, ligando-se pelo liame comum da ra-
HUSS, J. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 1994. p. 52. zão. No estado natural, todos os homens teriam o destino
de preservar a paz e a humanidade e evitar ferir os direitos
dos outros.
Em Hobbes, a questão do Estado como fator de coesão Entre os direitos que Locke considera naturais, está o de
social, usando como instrumento a política, passa pela dis- propriedade. O direito à propriedade seria natural e anterior
cussão do conceito de estado de natureza do ser humano, ou à sociedade civil, mas não inato. Sua origem residiria na re-
seja, qual a relação que existe entre os seres humanos sem lação concreta entre o ser humano e as coisas, através do
a interferência do Estado. Para Hobbes, ela não é nada ani- processo de trabalho. Se, graças a este, o ser humano trans-
madora, pois, nela, os serem humanos tendem para a guerra forma as coisas – pensa Locke –, o ser humano adquire o
permanente e o que era autoconservação converte-se em direito de propriedade.
destruição, medo e insegurança. A lei maior da natureza humana é exatamente a razão.
Todos os homens estão submetidos a ela e, por causa dela,
Em seu livro Sobre o cidadão, Hobbes usa duas importan- cada ser humano deve saber o limite de sua liberdade para
tes expressões que retratam bem a sua concepção sobre que não haja prejuízo para outros homens. Mas, quan-
a condição humana no estado de natureza: “o homem é o do um indivíduo comete uma agressão contra outro, por
lobo do homem” e “guerra de todos contra todos” exemplo, a usurpação da propriedade privada, ele abando-
na o estado de natureza, ou seja, ele abandona a razão e
O
torna-se irracional.
BO O
SC
É com base na interpretação hobbesiana sobre o estado
M IV
de natureza que entendemos a necessidade proposta por ele
O S
de um contrato social, por meio do qual se chega ao estado Para Locke, o estado de guerra não coincide com o estado
D LU
civil, uma vez que os seres humanos só entram na vida em de natureza, como defendia Hobbes: coincide, sim, com
aqueles indivíduos irracionais que merecem receber a pu-
O C
sociedade quando sentem que suas vidas estão ameaçadas.
nição estabelecida pelos indivíduos racionais.
N X
Em nome da segurança e da preservação, os seres hu-

SI O E
manos devem abrir mão de suas liberdades individuais em

favor de um governo que seja capaz de manter a paz e a vida
de todos. Isso resulta na criação do Estado, legitimado pelo Dessa forma, o contrato social consiste em que todos
EN S
E U
contrato social. os homens estejam em acordo com a razão, que é algo

Esse contrato consiste no pacto de todos os homens de natural, para que possam punir os irracionais. Mas, se o
D E
um só país que, abrindo mão de seu estado de natureza, en- governo civil tem a função de garantir a liberdade natural
A LD
tregam-se em obediência total a um soberano. Este sobera- dos homens, como o direito à propriedade privada, esse go-
no jamais pode ser questionado ou ter o seu poder dividido verno não pode ser outra coisa senão a expressão da von-
EM IA
(ideia de soberania indivisível), pois representa a vontade de tade de homens igualmente livres. Locke defende um tipo
ST ER
todos aqueles que abdicaram de seus direitos individuais em de governo civil no qual o poder de fazer as leis é o mais
nome da paz social. Esse é o modelo possível de sociedade importante, pois são as leis que garantem a liberdade dos
SI AT
civil para Hobbes. indivíduos. Esse poder deverá estar nas mãos do povo, que
M
Quanto ao soberano, Hobbes entende que este possa ser deve ser representado por um grupo de indivíduos ligado
uma única pessoa (rei) ou um pequeno grupo de pessoas, ain- diretamente a ele.
da que sua preferência seja pela figura do monarca. Hobbes Dessa forma, a filosofia política de Locke inaugura a defe-
também separa a política da religião: sua teoria sobre o go- sa da liberdade política (liberalismo político). O governo civil
verno centra-se na análise racional e concreta sobre as ações de Locke é uma instituição que pode e deve ser questionada,
humanas, distanciando-se, assim, daqueles que defendiam o sempre que ferir os interesses dos governados. O rei pode ser
direito divino dos reis governarem. deposto e o Parlamento (encarregado de fazer as leis) pode
ser modificado, sempre que um ou outro, ou os dois, não cum-
G. John Locke pram com suas funções vitais.
Locke (1632-1704) também é um contratualista, mas,
para ele, no estado de natureza os seres humanos expres- H. Jean-Jacques Rousseau
sam tudo aquilo que de mais positivo possuem, uma vez O iluminista Rousseau (1712-1778) também é um
que a liberdade é da natureza humana. É sob o estado de contratualista. Contudo, sua visão sobre estado de nature-
natureza que o ser humano, por meio do trabalho, agrega za, contrato social e estado civil se difere da de Hobbes e
valor a tudo, inclusive à terra, gerando com isso a proprie- Locke. De acordo com Rousseau, o ser humano vivia livre e
dade privada. feliz no estado de natureza, daí a sua concepção do “bom
Para Locke, no estado natural “nascemos livres na selvagem”. Para ele, o ser humano nasce bom, ou seja, a
mesma medida em que nascemos racionais”. Os homens, bondade é da natureza humana. Porém, a vida em socie-
por conseguinte, seriam iguais, independentes e governa- dade, marcada pelo surgimento da propriedade privada,
dos pela razão. O estado natural seria a condição na qual o corrompe o ser humano.

373
Em síntese, a civilização é vista por Rousseau B. Karl Marx

como responsável pela degeneração das exigências Marx (1818-1883) é o criador do materialismo histórico
FILOSOFIA
morais profundas da natureza humana e sua subs- dialético, que se fundamenta no princípio de que a realida-
tituição pela cultura intelectual. A uniformidade ar- de não é algo imutável, mas sim um processo histórico per-
tificial de comportamento, imposta pela sociedade manente, que obedece a uma lei baseada no fato de que o
às pessoas, leva-as a ignorar os deveres humanos processo histórico está acima da vontade dos indivíduos e é
e as necessidades naturais. Assim como a polidez determinado pelas condições materiais de existência.
e as demais regras de etiqueta podem esconder o Para compreender o ser humano em suas relações com
mais vil e impiedoso egoísmo, as ciências e as ar- outros seres humanos e com o mundo é preciso partir da aná-
tes, com todo seu brilho exterior, frequentemente lise do concreto, ou seja, das ações humanas concretas e não
seriam somente máscaras da vaidade e do orgulho. das ideias que os homens fazem a respeito de si.
Os pensadores. Rousseau, v. 1. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 12.
No prefácio da obra Contribuição para a crítica da economia
política, Marx escreveu: “não é a consciência dos homens
Em O contrato social, Rousseau busca compreender a ma- que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversa-
neira pela qual os homens, nos mais diversos países, haviam mente, determina a sua consciência”.
legitimado também os mais variados tipos de poderes políticos
em nome do contrato: “o ser humano nasce livre e por toda a
parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não Com Marx, a questão da ideologia tomou ares críticos.
deixa de ser mais escravo do que eles”. Ao analisar a passagem Contrariando a filosofia existente até então, inclusive a de
do estado de natureza para o estado civil, Rousseau cria uma Hegel, Marx afirma que a ideologia é um reflexo das relações
O
grande polêmica: “os pobres, só tendo a perder a liberdade, co- materiais que os homens estabelecem para sobreviver e que,
BO O
SC
meteram uma grande loucura ao conceber, voluntariamente, o portanto, ela não está acima da humanidade. A ideologia não
M IV
único bem que lhes restava, para nada ganhar em troca”. pode ser tomada como algo metafísico, ao contrário, ela deve
O S
Rousseau era contra a democracia representativa, que ser tomada como resultado dos esforços concretos, mate-
D LU
aparece em Locke. Partindo da premissa de que todos os ho- riais, que a humanidade realiza para a sua reprodução. A ideia
O C
mens são iguais e livres em estado de natureza, a liberdade não antecede o ser humano, mas é sua criação.
N X
e a igualdade não podem, sob hipótese alguma, serem per- As ideologias servem como orientação para os mais va-
SI O E
didas pelo ser humano. Mas, para ele, o contrato social deve riados modos de se viver e quando são apropriadas indevi-
consistir numa associação entre todos os homens de uma damente por alguns grupos específicos acabam se tornando
comunidade, formando um corpo moral e coletivo (um corpo modos de dominação. Segundo Marx, esse é o maior proble-
EN S
E U
político), constituído por todos os membros de sua assem- ma das ideologias generalizantes.
bleia fundadora. Logo, o Estado é o próprio povo. O soberano Marx tem uma outra concepção de filosofia, qual seja, a de que
D E
do Estado é o povo e o governo, portanto, deve satisfação à ela deve possuir o caráter da transformação, da prática; trata-se da
A LD
soberania popular. Para que haja uma soberania plena, é fun- filosofia da práxis, isto é, a filosofia como ação transformadora.
damental ocorrer a vontade geral, que não se confunde com a Partindo da preocupação com as bases materiais de pro-
EM IA
vontade de todos, pois a primeira é a manifestação do interes- dução por meio das quais os seres humanos se relacionam e
ST ER
se comum ou do bem público, que, para Rousseau, é a única constroem-se, Marx enxerga o processo histórico como uma
forma de amenizar a perda da liberdade que existia no estado luta de classes sociais entre a classe dominante, que detém os
SI AT
de natureza, enquanto a vontade de todos seria o somatório meios de produção, e a classe dominada, que possui apenas a
M
das vontades particulares. sua força de trabalho. Essa luta de classes se configura em mo-
Assim, cada indivíduo abre mão de sua individualidade dos de produção situados historicamente (primitivo, asiático,
em favor do grupo social, sem que para isso tenha que abrir escravista, feudal, capitalista e socialista). Todos possuem for-
mão de sua liberdade e igualdade, pois cada indivíduo é, ao ças produtivas que se refletem nas relações sociais de produ-
mesmo tempo, o Estado e o cidadão. ção, em que a exploração da força de trabalho é uma constante.
4. Filosofia Contemporânea C. Friedrich Nietzsche

Nietzsche (1844-1900) questiona a moral e a razão de-
A. Hegel senvolvidas no Ocidente, estabelecendo uma relação entre
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) afirma a im- civilização e cultura: a primeira corresponde aos progressos
portância da História para o conhecimento humano, pois as materiais verificados nas sociedades humanas e a segunda
ideias são construídas ao longo do tempo sempre em um mo- diz respeito a uma espécie de formação espiritual.
vimento de afirmação-negação, ou seja, um movimento dialé- Ao considerar os valores ocidentais, o pensador constata que
tico. Por exemplo: em oposição ao racionalismo, surgiu o em- a metafísica, a religião e a própria ciência produzidas eram a ex-
pirismo, e a contradição dos dois foi superada pelo criticismo pressão de valores decadentes, de uma cultura degenerada, pois:
de Kant. Portanto, toda tese (afirmação) contém uma antítese • a metafísica, por colocar o mundo inteligível em oposi-
(negação), que é superada por uma síntese (uma nova afir- ção ao mundo sensível e por estabelecer a transcen-
mação). Em seguida, a síntese se converte em tese e o movi- dência como algo melhor do que aquilo que é o mun-
mento não para. Para Hegel, essa era a maneira de apreender do, colocou no além algo que deve ser encontrado
o conhecimento humano, pois as ideias podem ser abarcadas na própria realização da vida. Assim, a metafísica é a
em sua totalidade, o que ele chama de Espírito Absoluto. negação da vida e expressa uma cultura decadente;

374
• a religião, por querer instaurar um campo em que bem Dessa forma, Sartre nega qualquer espécie de teoria so-
e mal se opõem, por afirmar um bem no além e por bre a natureza humana e até mesmo a crença em Deus, pois,
FILOSOFIA
desvalorizar a expressão material sensível da vida, é para este pensador francês, o ser humano existe para si, isto
a marca da cultura decadente; é, ele não foi criado por nenhuma essência preexistente. Daí o
• a ciência, por tentar oferecer explicações fundadas na seu existencialismo ser também um humanismo.
ideia de causa e efeito, por querer estabelecer a partir Nesta concepção ontológica (o “vir a ser”, ou o “devir”) de
disso os sentidos das coisas dentro de uma lógica, en- que a existência precede a essência, podemos constatar que
gana o homem com certezas de início e fim, quando o ser humano parte do nada, daí a liberdade ser uma condição
o mundo é variedade, diversidade de forças que se permanente da espécie humana. Como afirma Sartre, “esta-
comunicam, se relacionam e se constituem apenas mos condenados à liberdade”. A existência em si é definida
como uma vontade de potência sem um princípio de- em princípio pelo nada, ou seja, pelo não-ser; tudo está por
terminado (causa) e um fim definido (efeito). ser feito e o ser humano será o futuro que puder construir.
Ao negar a moral dos fracos, como ele chama a moral oci- Só que a obrigação de ser livre gera uma angústia no ser
dental, busca a afirmação de um novo homem que irrompe humano, pois escolher uma atitude ou ter uma decisão sig-
dessa cultura e civilização decadentes. Esse novo homem nifica eliminar outras. E mesmo que o indivíduo tenha má-fé,
tem outra postura em relação à razão e à linguagem. Ele sabe ou seja, mesmo que ele tente voluntariamente negar para si
evitar suas armadilhas e afirma a vida sem reservas, na pró- as suas escolhas, não há como escapar de sua liberdade de
pria realização da vontade de potência no mundo, momento decisão quanto ao seu rumo.
em que encontramos a ideia de super-homem (Übermensch). A responsabilidade também faz parte do pensamento sar-
treano, pois ela é decorrência da liberdade do ser humano e sig-
O super-homem nietzschiano se encontra muito além do nifica que toda atitude tem consequência para com tudo que o
O
cerca; daí a necessidade de o ser humano agir corretamente.
BO O
bem e do mal, pois se desprende de todos os produtos civi-
SC
M IV
lizacionais de uma cultura decadente que oculta a vida em
nome de certos princípios. Estes não passam de consolo D.3. Filosofia da ciência: Popper e Kuhn
O S
para os fracos, para os escravos que visam pacificar a exis- Karl Popper (1902-1994) criou o princípio da falseabilida-
D LU
tência, que é tensão, conflito, criação e aniquilamento. de (refutabilidade) para distinguir as teorias científicas das não
O C
científicas, substituindo o princípio positivista por considerá-lo
N X
absoluto, dogmático. Para ele, uma teoria deve ser verificável

SI O E
D. Século XX empiricamente, a partir de elementos novos que possam colo-

cá-la em xeque. Nesse processo, a razão vigilante atuaria sobre
D.1. Fenomenologia um conhecimento já consolidado, meio pelo qual se poderia
EN S
E U
Pensada no âmbito da teoria do conhecimento, a fenome- encontrar um caminho para ampliar o conhecimento sobre o
nologia caracteriza-se pela recusa tanto do empirismo quanto mundo, entretanto sem nunca chegar a uma totalidade.
D E
do racionalismo tradicionais: Assim, nenhuma teoria está livre do risco de aparecerem

A LD
• a postura filosófica empirista é inadequada por conce- problemas que ela não seja capaz de resolver, sendo ne-
ber que os dados da experiência sejam passivamente cessário descartá-la e revisitá-la para que sejam propostos
EM IA
recebidos pelos seres humanos; novos apontamentos ou conceitos. Dessa forma, uma teoria
ST ER
• as teorias racionalistas equivocam-se ao não considerar científica deve ser considerada até o momento em que for
de maneira pertinente o valor das experiências, com seu contestada por algum experimento novo. Haveria, desse
SI AT
apriorismo que estabelece sistemas explicativos disso- modo, uma sucessão incessante de desenvolvimentos teó-
M
ciados dos dados oferecidos pela realidade objetiva. ricos nunca definitivos.
A fenomenologia propõe a investigação sobre a experiência
humana, sobre o modo como os objetos do mundo – o próprio Para Popper, toda teoria é passível de substituição, pois ela
mundo em sua totalidade – revelam-se para a humanidade. é a soma do observável e do pensável, sendo a demonstra-
Dito em outros termos, delineia-se pelo estudo sobre o funda- ção e a argumentação as fases mais importantes. Se pu-
mento do conhecimento humano e sobre como nos relaciona- dermos ampliar o observável e o pensável, teremos outras
mos com o mundo em que vivemos. De acordo com as palavras teorias, como nos exemplifica a teoria da relatividade em
de seu fundador, o filósofo Edmund Husserl (1859-1938), fe- relação à física newtoniana. Este é, então, o critério de de-
nomenologia é o projeto de retorno às coisas mesmas. marcação da ciência.
D.2. Jean-Paul Sartre

O ponto de partida da filosofia de Sartre (1905-1980) é o Thomas Kuhn (1922-1996) critica as explicações tradi-
básico do existencialismo: a existência precede a essência, cionais – o indutivismo, o falsificacionismo –, pois elas não
de forma que o ser humano só pode “ser” existindo, ou seja, tinham condições de resistir à evidência histórica. Por causa
vivendo. Isso esgota qualquer predefinição do ser humano. disso, ele dá um caráter revolucionário à ciência. A fase que
precede a instauração de uma teoria (pré-ciência) é confusa
O existencialismo tem como fundamento o reconhecimento e somente com a adoção de um paradigma é que ela começa
da existência frente a essência, ou seja, antes de sermos a se estruturar, antes de uma investigação mais profunda co-
qualquer coisa – humana ou não humana – o que faz ser- meçar. O momento em que os cientistas se debruçam ao es-
mos algo é nossa existência durante o nosso tempo de vida. tudo e à investigação de uma teoria, dentro de um paradigma,
é caracterizada pela fase da ciência normal.

375
Entretanto, podem surgir muitos problemas que essa A ética do discurso habermasiana entende que o diá-
mesma teoria não consegue resolver, as chamadas anoma- logo consiste na apresentação de argumentos diversos,
FILOSOFIA
lias. Nesse momento, os cientistas fazem uso das hipóteses examinados e confrontados de forma intelectualmente ho-
ad hoc para tentar manter o paradigma vigente, isto é, achar nesta, com o propósito de ultrapassar os pontos de vista in-
hipóteses que não o refutem. Mas, quando as anomalias ul- dividuais na conquista de proposições que sejam racional-
trapassam o controle, é instaurada uma crise, a qual só é re- mente aceitas como verdadeiras por todos os participantes
solvida pelo surgimento de outro paradigma. do debate.
É nesse momento que se dá a Revolução Científica, perío- Esse espaço de debate é conduzido pela racionalidade
do em que o modo de olhar o real é mudado, criando-se novos comunicativa, o contexto de comunicação em que todos os
paradigmas. Depois, virão outras crises, o que caracteriza o cidadãos têm igual direito ao discurso, à explicitação de seus
desenrolar da ciência e suas inovações contínuas. Dessa for- pontos de vista sociais e políticos, em busca do entendimen-
ma, Kuhn caracteriza o caráter descontínuo do conhecimento to coletivo sobre valores e regras que devem regulamentar,
científico que, na verdade, progride por rupturas, e não pelo com justiça, a vida em sociedade.
acúmulo de saber. Dessa forma, a esfera pública de cidadania deve se estabe-
lecer como mediação democrática nas relações entre socieda-
D.4. Jürgen Habermas de e Estado, delineando conteúdos éticos que devem ser insti-
No interior do pensamento de Habermas (1929), articu- tucionalizados no âmbito do poder estatal. Essa esfera pública
lam-se conceitos como mundo do sistema, mundo da vida, ra- não é concebida por Habermas como instância unicamente
zão comunicativa, ética do discurso e democracia deliberativa. reivindicativa, mecanismo de pressão sobre o Estado, mas so-
O mundo do sistema concerne, originariamente, ao Esta- bretudo como dimensão decisória da sociedade, que confere
do e à economia, definindo-se pela racionalidade técnica, ins- caráter deliberativo e participativo à democracia política.
O
trumental e sistêmica. Esse tipo de racionalidade é pertinente
BO O
SC
ao funcionamento e à reprodução da esfera estatal e produti- D.5. Michel Foucault
M IV
va da sociedade, planeja e define as ações como meios con- Foucault (1926-1984) estuda o ser humano em suas várias
O S
gruentes com os fins pretendidos. O mundo da vida, por seu constituições, para tentar entender todo o processo histórico. É
D LU
turno, compreende as diversas relações sociais e cotidianas, severo crítico da tradição moderna e pretende, com o seu pen-
O C
o universo da existência pessoal e afetiva dos indivíduos, samento, fundamentar o conhecimento, a ética e a política, por
N X
a dimensão privada e a esfera pública de uma sociedade. A caminhos até então inexplorados, visando mostrar o que antes
SI O E
colonização do mundo da vida pelo mundo do sistema pro- ficava escondido, implícito, com o objetivo de revelar formas de
cessa-se pela extrapolação da razão instrumental (razão poder até então não exploradas e muitas vezes nem conhecidas.
iluminista, sustentada por valores burgueses de liberdade e Ele se recusa a aceitar o conceito clássico de poder cen-
EN S
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de igualdade, mas que não se consolida sob essas bases) es- tralizador no Estado. O poder é visto como uma prática social,
tendida às diferentes relações sociais e círculos de existência que ocorre em qualquer nível de relação, como forma de man-
D E
dos seres humanos na sociedade. ter a organização. De forma ampla, o poder é estudado por
A LD
Foucault por meio da análise da disciplina na sociedade mo-

A proposta de Habermas é de reconstituição de uma esfera derna, tanto em prisões, onde o poder é imposto, como nas
EM IA
pública – não mais burguesa, mas de ampla cidadania –, relações normais de conduta das ciências sociais. Ele deixa
ST ER
constituindo um espaço de debates regidos pela raciona- claro que as formas de pensamento são também relações de
lidade comunicativa. Em linguagem sucinta, trata-se do poder, que podem redundar em formas coercitivas e abusi-
SI AT
projeto de uma democracia deliberativa articulada à ética vas. Ele diz que é até possível lutar contra essa dominação,
do discurso.
M
mas é impossível escapar a todas as relações de poder.

376
ANOTAÇÕES
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SC
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O
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SOCIOLOGIA
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O C
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SI O E
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A LD
EM IA
ST ER
SI AT
M

1. Surgimento�� 379 7. Democracia e cidadania�� 383
2. Auguste Comte�� 379 8. Cultura e sociedade�� 384
SUMÁRIO
3. Émile Durkheim�� 379 9. O capitalismo e a cultura�� 384
4. Karl Marx �� 380 10..Concepções teóricas sobre a sociedade
5. Max Weber �� 381 brasileira�� 385
6. Poder, política e Estado�� 381 11..Os movimentos sociais�� 386
A. O Estado brasileiro�� 383 12.Zygmunt Bauman�� 387
O
BO O
SC
M IV
O S
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O C
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EM IA
ST ER
SI AT
M

379
1. Surgimento Comte pretendia separar definitivamente toda e qual-

Em meio ao Iluminismo, o Ocidente viu acontecer grandes quer influência proveniente da filosofia, da economia ou da
SOCIOLOGIA
mudanças no cenário político, econômico e social, como as Re- política, enfocando somente o aspecto social para objeto de
voluções Francesa e Industrial. Esses acontecimentos propor- estudo. O positivismo visava à aplicação da metodologia das
cionaram a criação de um cenário de instabilidade e contradição: ciências naturais na confecção das ciências sociais. Acredita-
• ascensão política da burguesia; va, também, na constante evolução do homem e pensava que
• investimento em tecnologia; a Sociologia deveria solucionar a questão social decorrente
• consolidação do processo de industrialização; da Revolução Industrial.
• aumento da produção; A Sociologia de Comte se fundamenta em três princípios:
• aparecimento do proletariado e de sua consciência 1. Prioridade do todo sobre as partes;
de classe; 2. O progresso dos conhecimentos é característico da
• aumento do número de desempregados; humanidade;
• êxodo rural e consequente processo de urbanização; 3. O homem é o mesmo em qualquer lugar e qualquer
• crescimento da miséria e das injustiças sociais. momento histórico.
É neste contexto que surge a necessidade de interpretar Disso resulta a classificação das sociedades, a partir da
e compreender os problemas da sociedade urbano-industrial, interpretação da lei dos três estados (ou estágios). Segundo
além de se explicar essa nova ordem social, política e econô- Comte, a humanidade passa por três estágios de evolução social:
mica. É assim que, no século XIX, surge a Sociologia, dotada • teológico, momento no qual os homens explicam os
de um arcabouço teórico, com um método específico e com fenômenos diversos por meio dos deuses (mitologia);
um objeto de estudo definido. • metafísico, por meio de ideias gerais se estabelecem
os valores sociais (filosofia);
O
• positivo (ou científico), no qual as explicações de-
BO O
A Sociologia é uma ciência que estuda os fenômenos so-
SC
vem decorrer do método científico, que seria o mo-
M IV
ciais, procurando refletir sobre eles e tentando explicá-los,
através de certos conceitos, técnicas e métodos. Seu cam- mento das sociedades industriais.
O S
po de estudo é toda a organização da sociedade e tudo o
que acontece com os seus integrantes. D LU O positivismo, excessivamente cientificista, marcou o pen-
O C
samento do século XIX, chegando até os dias atuais. Con-
N X
tudo, a partir de meados do século XX, surgiram várias con-

SI O E
testações a esse modelo, por considerá-lo dogmático demais.

2. Auguste Comte
Comte (1798-1857) foi o criador da filosofia positivista,
EN S
E U
por meio da qual buscou realizar um projeto de Física Social,

ou, como ele mesmo chamou, um projeto de Sociologia. Sua 3. Émile Durkheim
D E
“teoria positiva” parte do princípio de que os homens deve- A Sociologia de Durkheim (1858-1917) tem como obje-
A LD
riam aceitar a ordem existente, não devendo contestá-la. Ao to de estudo os fatos sociais, por meio dos quais é possível
ser humano caberia “revelar” o mundo, não existindo a possi- apreender o que é uma sociedade. Essa preocupação tem
EM IA
bilidade de “mudá-lo”. Sendo assim, o objetivo da Sociologia origem no positivismo, que procurou estudar a sociedade da
ST ER
seria o de definir “o que a sociedade é”, e não dizer “o que ela mesma forma como ocorre com as ciências naturais.
deveria ser”. Segundo Durkheim, o fato social é tudo aquilo que pode
SI AT
O positivismo está alicerçado na prática da coleta de da- ser considerado coisa, ou seja, tudo o que existe nas socie-
M
dos sobre determinada sociedade, cuja análise deve ser feita dades humanas e que pode ser tratado da maneira como a
por meio da constatação e confirmação desses dados. Esse Física estuda os corpos e os movimentos destes. Nas pala-
sistema filosófico é composto: vras do próprio autor, o fato social “é toda aquela maneira de
• pelo pragmatismo, isto é, o valor prático é considerado fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo
como critério da verdade; uma coerção exterior”.
• pelo empirismo, ou seja, pelo conhecimento adquirido A partir dessa concepção, podemos afirmar que fato so-
através da experiência. cial é todo aquele acontecimento que possui três caracterís-
Não basta, portanto, a apresentação de ideias vagas, ticas fundamentais:
sem consistência, e, principalmente, sem fundamentação. A • generalidade: todo fato social deve ocorrer em qual-
Sociologia é vista então como uma ciência do entendimento, quer sociedade humana, como, por exemplo, a divisão
pois, para se entender o espírito humano é necessário obser- do trabalho, o matrimônio e as leis.
var sua atividade e sua obra na sociedade, através dos tem- • coercitividade: é a qualidade de imposição que todo
pos. O modo de pensar e a atividade do espírito são solidários fato social deve exercer sobre os indivíduos. A capa-
com o contexto social, estando vinculados a uma determina- cidade de coerção de um fato social deve-se ao fato
da época de cada pensador. de este fenômeno existir antes de nós chegarmos
A Sociologia seria uma tentativa de compreender o ser ao mundo. Por exemplo, as regras e normas diversas
humano em grupo; concentra-se na vida social. Não enfoca existem e, se não as acatamos, somos passíveis das
a personalidade do indivíduo como a causa do comporta- respectivas punições.
mento, mas examina a interação social, os padrões sociais • exterioridade: essa característica tem origem em
e a socialização em processo (origem e desenvolvimento outro conceito também importante na Sociologia de
das sociedades). Durkheim, que é o de consciência coletiva. Derivada

380
da coercitividade, a exterioridade significa que o fato de produção. Destas se estabelecem as classes sociais que,
social é externo ao indivíduo, ou seja, está além da basicamente, sempre se definiram em classe dominante (ou
SOCIOLOGIA
sua consciência particular ou individual. proprietária dos meios de produção) e a classe dominada (ou
Durkheim buscou elaborar uma classificação das socie- não proprietária dos meios de produção). Os meios de produ-
dades, cujo critério era baseado na solidariedade humana, ção são fundamentalmente terras, máquinas e ferramentas
dividida em dois tipos: a solidariedade mecânica e a solida- em geral (daí o sentido de materialismo histórico). A luta de
riedade orgânica. A primeira é fundamentada nos laços de classes sociais se manifesta com base no conflito entre do-
parentesco, religião e tradições em geral. A segunda já é mais minados e dominantes, sempre levando em conta o caráter
comum entre as sociedades modernas ou capitalistas e está histórico desse processo.
calcada na divisão do trabalho, pois Durkheim afirmava que
esta divisão é básica em qualquer sociedade, porém, nas so- Disso tem-se o chamado modo de produção. Desde o sur-
ciedades capitalistas, ela praticamente é a mais importante gimento da propriedade privada, temos tido vários modos
para manutenção da coesão social. de produção, como o primitivo, o asiático, o escravista, o
Durkheim também manifestou grande preocupação com feudal e o capitalista.
as instituições sociais.
No caso do capitalismo, a classe dominada (os operários)

Por instituição social podemos tomar uma de- seria capaz de, por meio de uma união internacional do prole-
terminada regra ou valor que sejam reconhecidos, tariado, destituir o poder econômico e político da burguesia e
aceitos e confirmados pela sociedade, pois sua im- estabelecer a ditadura do proletariado, que assumiria a pos-
portância advém do fato de serem estratégicos para se dos meios de produção.
O
manter a organização social e satisfazer as necessi- Nesse período de domínio da ditadura do proletariado
BO O
SC
dades dos indivíduos. Assim, em qualquer socieda- haveria o modo de produção socialista ou socialismo. O so-
M IV
de, há várias instituições desse tipo, como a família, cialismo seria um sistema intermediário entre o capitalismo
O S
a escola, o governo, a religião. Todas elas são me- e o comunismo, sistema esse que seria responsável pelo
D LU
canismos de proteção e manutenção da sociedade.
Para Durkheim, [...] a religião é uma das fontes
desaparecimento das classes sociais e, consequentemen-
O C
te, do Estado.
N X
na qual se criam regras de comportamento, nor- A visão materialista e histórica de Marx fundamen-
SI O E
mas e garantias de harmonia entre os homens. Ou ta uma questão central: é necessária a existência do ser
seja, é também através dela que as sociedades se humano para que este possa pensar, ou seja, primeiro o
organizam, se estruturam e formam uma imagem ser humano tem que produzir suas condições materiais e
EN S
de si mesmas. Quantas vezes, por exemplo, ouvi-

E U
concretas de vida, por meio do trabalho, que são os bens

mos dizer que quem é religioso é também sério, necessários para sua existência e para sua sobrevivência:
D E
honesto, cumpridor de seus deveres e obrigações? a infraestrutura. Dessa forma, não são os pensamen-
A LD
Ou seja, seguidor de regras de comportamentos tos que determinam a vida, mas é a vida que determina
que a própria sociedade cultiva. os pensamentos.
EM IA
OLIVEIRA, L.F. ; COSTA, R.C.R. Sociologia para jovens do século

ST ER
XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007.

Em outras palavras, para Marx é a infraestrutura (vida ma-
SI AT
terial) que determina a superestrutura (pensamentos,

leis, ideias) e nunca o contrário.
M
A preocupação durkheimiana com as instituições sociais

nos remete a outra questão fundamental: saber o que é um
fato social normal e um fato social não normal. Para Durkheim, Entretanto, por conta da ideologia dominante (no caso
a sociedade é semelhante a um organismo que apresenta es- da sociedade capitalista, trata-se da ideologia burguesa), a
tados normais e estados patológicos. Aqueles se caracterizam superestrutura aparece com vida própria, sem ligação com a
por representarem um consenso entre os indivíduos, enquanto vida material. É como se as ideias sempre existissem, antes
estes significam a ruptura deste consenso. Em uma sociedade mesmo da existência concreta humana. O poder vem de cima
onde as instituições estejam corrompidas, a anomia operará para baixo, dizendo que existe a lei e esta tem que ser respei-
largamente, isto é, ocorrerá uma patologia social que provocará tada. Assim, a classe dominante justifica seu poder sobre a
a desestruturação social. classe dominada.
O Estado, as leis e as normas existem para reproduzir
4. Karl Marx o sistema dominante e com isso promover a alienação da
A visão de Marx (1818-1883) sobre as sociedades hu- consciência da classe dominada. A Revolução Industrial ace-
manas fundamentou aquilo que chamamos de socialismo lerou o processo de alienação do trabalhador, dos meios de
científico. Seu pensamento é conhecido como materialismo produção e dos produtos de seu trabalho. Marx acreditava
histórico dialético, que toma a dialética instrumento de en- que, pelo fato de o homem ter perdido sua liberdade em fun-
tendimento do processo social, que, por sua vez, movimenta ção do trabalho, houve uma desvalorização do mundo huma-
a história da humanidade por meio de uma constante luta de no, crescente em razão direta da valorização do mundo das
classes sociais: “a luta de classes é o motor da História”. coisas, porque o objeto que o trabalho produz, o seu produto,
Dessa forma, Marx entende que a vida humana é marca- contrapõe-se-lhe como um ser estranho, como um poder in-
da por uma relação entre as pessoas e as coisas, ou relações dependente do produtor.

381
5. Max Weber Devemos ter uma perspectiva histórica das sociedades a

Weber (1864-1920) é o fundador da sociologia compreen- serem analisadas. Isso significa que cada sociedade é particu-
SOCIOLOGIA
siva. Sua análise da realidade social pressupõe, além de uma lar, mesmo que haja afinidades, como a economia de mercado,
visão histórica, a utilização do conceito de ação social: este é no caso das sociedades capitalistas, e, para compreender essas
o objeto de estudo da sociologia weberiana. Toda ação social: sociedades, devemos compreender aquilo que é valioso para
• consiste na conduta humana dotada de sentido, de seus integrantes, sua cultura. E, mesmo assim, o sociólogo sem-
uma justificativa elaborada de forma subjetiva; pre deve estar preocupado em aprimorar seu objeto de estudo,
• é um comportamento consentido e planejado, portan- pois a objetividade plena nas ciências sociais é impossível.
to é uma ação intencional; Enquanto método de investigação para podermos es-
• tem o seu sentido relacionado com os outros, ou seja, tudar uma sociedade, Weber recomenda o conceito de tipo
nela os seres humanos ajustam-se de situação para ideal, um conceito-limite puramente ideal estabelecido pelo
situação; trata-se de atuar tendo os outros em mente; sociólogo por meio do qual ele pode medir a realidade, fazen-
• ocorre quando todos se comportam de acordo com o do comparações, com vistas a esclarecer o conteúdo empíri-
que se faça, como, por exemplo, usar roupas adequa- co do seu objeto em estudo.
das a cada situação social. O caso mais famoso de uso do conceito de tipo ideal foi
o do capitalismo, no qual Weber estabeleceu que os países
Nem todo tipo de contato entre pessoas tem de religião protestante são mais adiantados que os católicos
caráter social, senão apenas um comportamento porque os primeiros valorizam o trabalho e a parcimônia, ele-
que, quanto ao sentido, se orienta pelo compor- mentos imprescindíveis no capitalismo, e os segundos prefe-
tamento de outra pessoa. Um choque entre dois rem o ócio e o desapego material.
ciclistas, por exemplo, é um simples acontecimen- Na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo,
O
Weber procura mostrar que sem a Reforma Protestante, em
BO O
to do mesmo caráter de um fenômeno natural. Ao
SC
especial o calvinismo, não seria possível acontecer o avan-
M IV
contrário, já constituiriam “ações sociais” as ten-
tativas de desvio de ambos e o xingamento ou a ço do capitalismo da maneira como aconteceu, já que tal Re-
O S
forma foi um dos alicerces para a criação e formação da so-
D LU
pancadaria ou a discussão pacífica após o choque.
WEBER, Max. Economia e sociedade. v. 1. Brasília: Editora UNB, 1991. ciedade industrial e capitalista, quando foi inserida a ideia
O C
de que não é pecado trabalhar e ganhar dinheiro (poupar,
N X
negociar, cobrar juros), anteriormente negada pelo catolicis-

SI O E
A ação social para Weber é a conduta humana, pública mo tradicional.

ou não. Essa conduta, por sua vez, pode ser dividida da
seguinte maneira:
EN S
E U
• Ação tradicional – aquela que existe e não é contesta- As desigualdades sociais: Weber
da, como o poder de um pai sobre o filho, por exemplo; e a estratificação social
D E
• Ação afetiva (ou emocional) – trata-se de todas aque- Segundo Weber, a sociedade se assenta sobre
A LD
las que sejam motivadas pela emoção, e não pela razão; três dimensões distintas: a econômica, a social e
• Ação racional – pensar, planejar antecipadamente o a política. [...]
EM IA
comportamento de acordo com os outros. Ela pode A dimensão econômica estratifica a sociedade
ST ER
ocorrer com relação a valores ou com relação a fins. através dos critérios pautados na riqueza, na pos-
Para Weber, na sociedade capitalista moderna o que se e na renda. [...]
SI AT
predomina é o racional com relação a fins. Essa men- A dimensão social funda uma maneira de estra-
M
talidade cria um tipo de autoridade e dominação na tificação baseada no status. O seu elemento defini-
sociedade: a dominação racional legal, que tem como dor é a honra e o prestígio que as pessoas e/ou
meta o planejamento voltado para os objetivos. grupos desfrutam, ou não desfrutam, a posição que
A questão da racionalização presente no mundo contem- ocupam na sua profissão, o seu estilo de vida etc.
porâneo, segundo Weber, também está presente na esfera do A dimensão política funda um modo de estra-
Estado Moderno, cuja burocratização expressa esse alto grau tificação baseado no poder. Quanto mais poder
de ação racional. os indivíduos e/grupos ostentarem, melhor eles
Ao contrário de Durkheim, cuja ideia é a de que a sociedade se posicionarão na escala de reconhecimento no
submete os indivíduos, Weber não via contradição entre indiví- interior dessas relações de poder e de dominação.
duos e sociedade, pois somente o sentido ou significado de um A abordagem multidimensional de Max Weber
fato social pode ser conhecido ou compreendido. Uma pessoa parte do pressuposto de que os indivíduos podem
entrega um papel para outra, e isso é um fato social, mas o pa- se situar na escala de estratificação de modo dife-
pel pode ser desde um bilhete até uma nota promissória. É o rente nessas três dimensões.
seu significado que vai estabelecer uma relação social, que é REZENDE, M. J. de. As desigualdades sociais. In: TOMAZI, N.
quando uma ação de um indivíduo é correspondida por outro. D. Iniciação à Sociologia. 2. ed. São Paulo: Atual, 2000.
Dessa forma, a realidade social não é única, além do que

é impossível se estabelecer uma sociologia que contenha
as leis gerais da sociedade humana, como era o caso de 6. Poder, política e Estado
Durkheim e dos positivistas em geral. As palavras poder e política são comumente consi-
deradas sinônimos, especialmente para quem considera

382
a política uma atividade desnecessária ou mesmo preju- A ascensão e os valores da burguesia deram-lhe condi-
dicial. Essas palavras podem até estar relacionadas, mas ções para ocupar o lugar da nobreza e dos reis. A burguesia
SOCIOLOGIA
não são necessariamente semelhantes. Daí a necessidade afirmava que seus interesses eram os mesmos das classes
de as esclarecermos em separado, a fim de as entender- populares, principalmente do campesinato. Baseada nesse
mos em conjunto. argumento, a burguesia tomou o poder do Estado e, com a
Poder, em seu significado maior, é a capacidade de limitação do poder real pelo fortalecimento do parlamento
agir, de produzir efeitos, tanto entre seres humanos como ou pela criação de repúblicas, juntamente com a divisão dos
em relação aos fenômenos naturais. Ao tratar do poder no três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) e o estabe-
seu aspecto social, ou seja, na relação entre o homem e a lecimento da soberania popular e do direito à insurreição ao
sociedade, essa atividade é marcada não só pela capacida- governo, constituiu-se o modelo de Estado prevalecente des-
de de agir, mas também pelo fato de o homem determinar de os séculos XVII e XVIII até os dias atuais, pelo menos no
o comportamento de outros homens, tendo como princí- mundo ocidental.
pio maior o uso da violência física – a força. O poder social Esse modelo de Estado Moderno, sobretudo pós-ilumi-
faz com que o homem não seja só sujeito, mas também nista, é parte da respectiva sociedade e não algo distinto dela.
objeto desse poder. Quando um governo determina leis, Ele é fruto de uma visão contratualista, que argumenta a ne-
ele está exercendo um poder social. O poder político, por- cessidade de um poder maior que mantenha ordem dentro de
tanto, é uma forma de poder social. Basicamente, é aquele uma sociedade, superando o estado de natureza por meio do
poder exercido pelo Estado sobre a sociedade. Por Esta- estabelecimento de um contrato social entre seus membros,
do devemos entender o conjunto das instituições através fazendo surgir o Estado.
das quais se exerce o governo. Nas palavras do sociólogo
alemão Max Weber, o Estado é o detentor do monopólio le- A Constituição dos Estados Unidos da América, promulga-
O
gítimo da força, especialmente porque controla a polícia e
BO O
da em 1787, refletiu toda a influência do Iluminismo sobre
SC
as Forças Armadas.
M IV
o processo de independência das Treze Colônias inglesas.
Podemos perceber a necessidade do máximo de aproxi- A primeira emenda desta Constituição procura garantir
O S
mação entre a população e seu governo, de tal maneira que o princípios básicos de liberdade que devem ser respeita-
D LU
segundo não possa “abusar” da força e do poder que possui dos pelo governo:
O C
em relação à primeira. Somente pela força, o poder político O Congresso (Poder Legislativo) não deve fazer leis a res-
N X
não é capaz de se manter. É necessário que esse poder se peito de se estabelecer uma religião, ou proibir o livre exer-
SI O E
legitime, ou seja, é necessário que ele tenha o apoio da maio- cício das mesmas; ou diminuir a liberdade de expressão, ou
ria das pessoas que vivem sob ele. Daí a necessidade de o da imprensa; ou sobre o direito das pessoas de se reunirem
Estado não ser uma coisa distante da realidade das pessoas
EN S
pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que

E U
comuns, mas sim fazer-se um porta-voz dos interesses des- sejam feitas reparações por ofensas.
sas pessoas. Esse é um instrumento vital para a manutenção
D E
e o exercício do poder político.

A LD
Durante o século XIX até as três primeiras décadas do

século XX, os Estados Modernos buscaram manter uma pos-
EM IA
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele

tura liberal, sustentados ideologicamente pelo liberalismo
ST ER
não ouve, não fala, não participa dos aconteci-

mentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, clássico do Iluminismo, tanto político quanto econômico.
Depois da crise de 1929, o Estado teve um papel crescente
SI AT
o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel,

do sapato e do remédio dependem das decisões no aspecto econômico dos países, intervindo de maneira ab-
M
políticas. O analfabeto político é tão burro que se soluta, como no caso dos estados totalitários, ou de maneira
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia políti- a garantir certos aspectos do liberalismo, a exemplo dos Es-
ca. Não sabe o imbecil que da sua ignorância po- tados Unidos (New Deal).
lítica nascem a prostituta, o menor abandonado, Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é a economia capitalista conheceu um período de prosperi-
o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das dade, marcado pela atuação do Welfare State (ou Estado
empresas nacionais e multinacionais. de Bem-Estar Social). Esse ciclo esgotou-se no início da
Bertolt Brecht. In: SOUZA, S. M. R. Um outro olhar:
década de 1970 e, desde então, se apregoa a necessida-
filosofia. São Paulo: FTD, 1995. p. 154. de de uma reforma do Estado. Essa proposta foi sugerida
pelos neoliberais, que defendem o mercado no lugar do
Estado (neoliberalismo). Uma alternativa conhecida como
No que diz respeito ao Estado, desde os grandes impérios Terceira Via afirma que é possível uma reforma do Estado,
da Antiguidade até as atuais sociedades industriais e pós-in- cedendo funções e serviços para o mercado e o terceiro
dustriais, sua presença é notável, podendo ser definido como setor, mas sem abrir mão do poder de legislar e tributar e
o conjunto de instituições públicas que atendem a um de- do uso exclusivo da violência (poder de polícia) – trata-se
terminado povo, dentro de um território delimitado. Partindo da visão social-democrata.
dessa definição, a Sociologia busca estudar o chamado Esta- A concepção de um Estado socialista, oposta ao mode-
do Moderno, que, em suas origens, na Europa renascentista, lo liberal-burguês, ganhou terreno no século XX, com a Re-
constituía-se de monarquias absolutistas, onde o poder era volução Russa de outubro de 1917. Outros países fizeram
do rei, não havendo a sociedade civil — no lugar do cidadão suas revoluções socialistas, como China, Coreia do Norte,
havia o súdito. Vietnã e Cuba.

383
A. O Estado brasileiro Há de se ressaltar também a influência do neoliberalismo

Com a proclamação de nossa independência, em 07 de em nosso sistema político, sobretudo a partir da década de
SOCIOLOGIA
setembro 1822, ocorreu o início da montagem do Estado bra- 1990, coincidindo com a retomada da democracia na política
sileiro. Nesse momento, por influência da presença da família “pós-ditadura militar”. A má distribuição de renda gerada pelo
real portuguesa por aqui, de 1808 a 1821, a monarquia pare- baixo desenvolvimento econômico interno só faz acentuar as
ceu ser a forma mais consistente de governo, especialmente disparidades sociais, o que acentua o preconceito e a violên-
para as elites brasileiras que, naquele momento, desejavam cia no seio da nossa sociedade. Esse é mais um desafio para
uma independência conservadora (tão conservadora que o Estado brasileiro, tão acostumado a resolver apenas os in-
permitiu que nossa separação de Portugal ocorresse pelas teresses de pequenos grupos.
mãos de ninguém mais do que o próprio príncipe herdeiro do
trono português, D. Pedro).
Com certeza, qualquer brasileiro que se inte-
A história da monarquia brasileira, conhecida como Perío-
resse por política já ouviu ou leu alguma avaliação
do Imperial, estendeu-se de 1822 até 1889, com destaque
pouco abonadora sobre os partidos políticos aqui
para o governo de D. Pedro II (1840-1889). As características
existentes. É comum dizer-se que no Brasil eles não
básicas desse período foram a centralização de poder políti-
funcionam, não atuam na política do dia a dia, não
co nas mãos do imperador – Poder Moderador –, o voto cen-
olham para a sociedade e suas necessidades mais
sitário que garantia a participação política apenas às elites
prementes. E que seus integrantes, como deputados
brasileiras, a manutenção da escravidão sobre quase todo o
e senadores, representam a si mesmos, pois olham
período e a economia voltada para a agroexportação, sobre-
somente para os próprios interesses e ignoram os
tudo do café.
programas e as ideologias das suas próprias organi-
O Estado brasileiro conhece uma ruptura em 1889,
zações políticas. Numa linguagem bem a gosto do
O
quando militares do Exército brasileiro, aliados principal-
BO O
torcedor de futebol, comenta-se que os deputados
SC
mente dos novos barões do café de São Paulo, proclamam
M IV
e senadores, a toda hora, vestem qualquer camisa,
a República como nova forma de governo do Brasil. O Estado
O S
não importando o clube, desde que polpudos ga-
é então reorganizado nos moldes republicanos semelhantes
D LU
aos dos Estados Unidos, enquanto, na prática, pouca coisa
nhos estejam garantidos no fim de tudo.
Ainda que esse arrazoado sirva para muitos,
O C
muda, especialmente no tocante à sociedade e à economia,
obviamente não se aplica a todos os representan-
N X
uma vez que a República brasileira, em suas primeiras dé-

tes políticos brasileiros. É preciso uma importante
SI O E
cadas, manteve o poder concentrado nas mãos dos grandes

complementação: a quem interessa que os parti-
proprietários de terras.
dos políticos sejam assim, fracos na representa-
Uma das características do Estado brasileiro na chamada
EN S
ção da sociedade, sem definição política e ideoló-

E U
República Velha (1889-1930) era a ausência daquilo que Max

gica? Por que esse problema que vem do período
Weber chama de burocratização da esfera estatal, constituin-
D E
imperial permanece nos dias atuais?

do sua racionalização. Basta lembrar que os cargos públicos,
A LD
Pedro Roberto Ferreira. Política e sociedade: as

àquela época, eram preenchidos pelos afilhados dos coro- formas do Estado. In: TOMAZI, N. D. (Org.). Iniciação à
néis, que os indicavam para tais atividades.
EM IA
Sociologia. 2. ed. São Paulo: Atual, 2000. p. 168.

Foi somente na Era Vargas (1930-1945) que se percebeu
ST ER
um esforço para constituir uma ideia de nacionalidade, assim

como o desenvolvimento de uma visão favorável ao trabalho
SI AT
braçal associado a um desenvolvimento industrial. Contudo, 7. Democracia e cidadania

M
a participação popular por meio do voto e a formação de uma A democracia é hoje um regime político consagrado por
consciência política continuaram impossibilitadas, haja vista vários povos do planeta, sendo comumente associada ao
que Vargas governou a maior parte do tempo como um ditador. conceito de cidadania.
O período posterior da política brasileira (1946-1964) viu A democracia surgiu na Atenas Antiga, no século V a.C., e
um relativo desenvolvimento das bases democráticas, quan- significa “governo do povo”. Após uma série de conflitos en-
do o maior acesso ao voto levou os brasileiros a uma melhor tre os atenienses, devido às reivindicações das crescentes
participação política, o que fez surgir no Estado, de um lado, camadas médias que colidiam com interesses dos eupátri-
a figura dos políticos populistas, e, de outro, a mobilização de das, foi estabelecida a democracia como forma de decidir as
setores sociais mais pobres que passaram a lutar por aquilo questões políticas. Participavam na Eclésia (assembleia) so-
que consideravam ser os seus direitos. mente aqueles que eram cidadãos. E cidadãos eram todos os
Somados a outros fatores, essa maior participação políti- homens livres e nativos de Atenas, o que correspondia a 10%
ca das massas levou ao Golpe Militar de 1964, que cerceou a da população da cidade. Escravos, mulheres, estrangeiros e
atuação de milhares de agentes políticos e conduziu o Brasil crianças estavam impedidos de participar da tomada de deci-
pelo viés da ditadura, interrompendo o processo democrático. sões. A participação dos cidadãos era direta, mas o direito de
Dessa forma, podemos perceber o quanto é jovem a his- votar era para muito poucos.
tória da democracia no Brasil, uma vez que a redemocratiza- Com a ascensão da burguesia, na Idade Moderna, a de-
ção do país ocorreu somente a partir de 1985. A exclusão das mocracia foi recuperada como conceito político para o uso
massas é marcante na história da política e do Estado brasi- cotidiano. Na Inglaterra, John Locke elaborou o liberalismo
leiro, o que, segundo muitos estudiosos do assunto, gera uma político que compreende a defesa dos direitos civis dos indi-
dificuldade de conscientização política ou até mesmo de uma víduos e a criação de um poder que limite a ação do governan-
ideia de civilidade. te, que é localizado na instituição do Parlamento.

384
Na França do século XVIII, filósofos iluministas, como modernas buscam – ao mesmo tempo em que buscam in-
Montesquieu e Rousseau, estabeleceram, respectivamente, teragir no processo de globalização – preservar suas par-
SOCIOLOGIA
os conceitos de divisão dos poderes e da Constituição e do ticularidades culturais, como se isso fosse, mais que uma
direito do povo de se sublevar contra o governante que não resistência, uma preservação da identidade nacional.
respeitar a lei maior. Todas essas contribuições são reco- A ciência social encarregada de estudar a cultura é a Antro-
nhecidas como pertencentes ao arcabouço do pensamento pologia, que nasceu na Europa na segunda metade do século
liberal, mas foram incorporadas pela democracia moderna, XIX, ainda sob o peso do etnocentrismo, ou seja, o princípio
reinventada pelos Estados Unidos, que, ao se tornarem inde- de que a cultura europeia era colocada no centro como a única
pendentes da Inglaterra, adotaram, na sua primeira e única correta, sendo imposta, então, sobre outros povos não euro-
Constituição, os ideais e princípios iluministas. peus. Por etnia podemos considerar exatamente o conjunto
de valores e crenças (a cultura) manifestado por um determi-
Porém, a cidadania foi negada aos afro-americanos, uma nado povo. Por se tratar de uma imposição feita por dominado-
das razões da ocorrência da Guerra de Secessão (1861- res sobre dominados, o etnocentrismo gera situações de dis-
1865). O povo afro-americano só conseguiu conquistar criminação e preconceito étnico, o que, infelizmente, pode ser
seus direitos nos anos 1960 (a luta pelos direitos civis). presenciado em nossa realidade social até os dias atuais. Por
se tratar de um etnocentrismo específico da visão europeia
podemos classificá-lo como eurocentrismo.
No caso brasileiro, os traços deixados por séculos do tra- Os pioneiros da Antropologia também se embasaram
balho escravo e a grande desigualdade social, uma das maio- no evolucionismo, como Edward Tylor (1832-1917), James
res inimigas da democracia, devem ser combatidas para que Frazer (1854-1941) e Lewis Morgan (1818-1881). Nas dis-
a democracia se torne mais forte e enraizada em nossa so- cussões presentes nesses autores existe algo comum: o re-
O
ciedade. Caso contrário, as instituições, como o Estado, que baixamento cultural das culturas “exóticas” e o destaque evo-
BO O
SC
devem garantir e reforçar a cidadania e a democracia, muitas lutivo das sociedades modernas, numa visão etnocêntrica em
M IV
vezes se ausentam de suas funções, restando para os excluí- relação à observação das outras culturas. Utilizam o método
O S
dos apenas a possibilidade de viver à margem da sociedade. de comparar as sociedades de cultura não europeias com as
D LU sociedades ditas modernas, ou seja, aquelas de cultura euro-
O C
Os direitos civis compreendem um conjunto significativo peizada. Com base no método comparativo, classificavam as
N X
de direitos individuais, como os direitos da pessoa sobre sociedades não adeptas da cultura europeia como formações
SI O E
seu corpo, seus pensamentos, sua vida. Abrangem a liber- sociais primitivas, de religiosidade mítica e com uma estrutu-
dade de expressão, a liberdade de ir e vir, a liberdade de ra de parentesco que possibilitava as relações incestuosas.
EN S
associar-se com outros indivíduos. Requerem a igualdade

E U
jurídica dos cidadãos. Essas são as características centrais do método compara-

D E
Os direitos políticos envolvem os direitos de participação, tivo: o progressivismo evolucionista, o etnocentrismo me-
A LD
direta ou indireta, nos processos decisórios da vida em so- todológico, a preferência pelo estudo das estruturas de pa-
ciedade, por exemplo, o direito de eleger representantes rentesco e dos mitos e rituais religiosos mágicos. O método
EM IA
para o Legislativo e para o Poder Executivo, bem como o comparativo julgava as culturas primitivas como modelos
direito de ser eleito para cargos públicos. sociais presos à antiguidade histórica.
ST ER
Os direitos sociais reportam-se à satisfação das necessi-

SI AT
dades básicas dos seres humanos, como trabalho, alimen-

tação, habitação, transporte, saúde, educação, lazer, opor- No início do século XX, um pensador chamado Franz Boas
M
tunidades de desenvolvimento intelectual e profissional. (1858-1942) revolucionou a prática antropológica, criticando

a Antropologia exercida até então. Para Boas, ao analisar as
outras culturas para compreender a diferença, o antropólogo
não deve partir do ponto de vista de sua cultura e sociedade;
8. Cultura e sociedade pelo contrário, o antropólogo deve partir para a convivência
Para as Ciências Sociais, cultura diz respeito a toda mani- direta com a cultura a ser pesquisada, a fim de perceber as
festação material e não material de um povo ou grupo social. suas peculiaridades, colocando o trabalho de campo como
Logo, cultura é tudo aquilo que passa pela ação do trabalho prática necessária para a compreensão neutra das outras
humano, através do qual somos capazes de transformar culturas; a prática etnográfica torna-se fundamental, pois a
a natureza. Sendo assim, toda produção, seja ela material etnografia proporciona uma descrição antropológica densa.
(artesanato, comidas, roupas, moradias, ferramentas, entre Dessa forma, as culturas exóticas perdem o aspecto de
outros) ou não material (linguagem, ideias, danças, rituais) é culturas desconexas e incompreensíveis e passam a receber
não natural ou cultural. uma coerência e funcionalidade, e o conceito de desigualda-
A diversidade cultural é um fato relativo à própria es- de cultural é substituído pelo conceito de diversidade cultu-
pécie humana que, através do surgimento e formação de ral; agora, as sociedades devem ser compreendidas nas suas
sociedades variadas, tem produzido uma série de culturas especificidades. Desde então, o princípio da diversidade cul-
diferentes. Por exemplo, não exageramos ao afirmar que tural tem sido atuante na Antropologia.
exista uma cultura latino-americana, mas é errôneo pensar
que as realidades distintas como a brasileira, a mexicana e 9. O capitalismo e a cultura
a argentina possam ser de todo iguais. Sem dúvida, existem Com o advento do capitalismo em sua fase industrial,
muitas semelhanças, mas todas as culturas das sociedades a cultura das sociedades industriais passa a ter uma nova

385
dimensão: a cultura de massa. É importante salientar que se desenvolva o senso crítico. Sendo assim, a arte fabricada tem
a cultura de massa não pode ser confundida com a cultura uma dupla função: impulsionar o consumo e evitar o desenvolvi-
SOCIOLOGIA
popular. Enquanto esta é a expressão de resistência das ca- mento crítico das sociedades movidas pelo capitalismo.
madas mais populares frente ao domínio da cultura erudita,
a cultura de massa é típica das sociedades que passaram por Muitos estudiosos, jornalistas e políticos cos-
uma mercantilização da produção cultural. tumam dizer que a mídia – ou meios de comu-
Em outras palavras, toda expressão simbólica ou material nicação de massa – representa um quarto poder
(a moda, por exemplo) produzida para o mercado consumidor (além dos poderes governamentais do judiciário,
é cultura de massa, como ocorre com o cinema, em que veri- do legislativo e do executivo). Isto porque influen-
ficamos haver um circuito comercial e um circuito alternativo cia comportamentos, opiniões e atitudes de forma
ou não comercial. constante e permanente.
A cultura de massa é uma conjunção da cultura elitizada e OLIVEIRA, L.F.; COSTA, R.C.R. Sociologia para jovens do século
da cultura do povo, conjunção essa que está orientada para a XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. p. 158.
produção de uma expressão cultural que possa ser consumida
na sua totalidade, consumida tanto pelo povo, quanto pela eli-
te. A cultura de massa promove uma interação da cultura polida
e ilustrada com a cultura informal e não instituída, com a fina- 10. Concepções teóricas sobre
lidade de provocar o consumo extensivo dos bens simbólicos.
A cultura de massa é aquilo que também podemos chamar de
a sociedade brasileira
indústria cultural. Esse conceito foi usado pela primeira vez por Compreender o processo de constituição da sociedade brasi-
Theodor Adorno e Max Horkheimer, integrantes do instituto de pes- leira era uma preocupação já presente no final do século XIX e no
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quisa social que ficaria conhecido internacionalmente como Esco- início do século XX em alguns intelectuais brasileiros. Ao analisar-
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la de Frankfurt, em sua obra Dialética do esclarecimento (1947). mos esse período, é importante ressaltar dois dados: primeiro, a
M IV
Para esses autores, a indústria cultural é prejudicial, pois abolição do modelo escravista em 1888, lançando o negro numa
O S
promove a alienação cultural ou perda dos referenciais históri- sociedade autoritária e racista; segundo, a predominância das
D LU
cos e sociais das formas tradicionais de cultura. Podemos apon- teorias evolucionistas europeias. É esse panorama histórico que
O C
tar como principais fontes de propagação da indústria cultural o marca as primeiras reflexões de brasileiros sobre a sua sociedade.
N X
rádio, a televisão, o cinema, as revistas, a indústria fonográfica Alguns intelectuais brasileiros como Sílvio Romero e Nina
SI O E
e, mais recentemente, a internet. É claro que nem todos esses Rodrigues discutiam nesse período a problemática da iden-
meios de comunicação estão a serviço do capital, pois existem tidade nacional e da cultura brasileira. Ficam claras nesses
excelentes produções cinematográficas que escapam à sim- pensadores as influências das teorias racistas e evolucionis-
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ples finalidade do lucro, assim como há canais de televisão e tas; percebe-se um impacto muito grande do positivismo de
mesmo vários programas exibidos cujo fim último é a informa- Comte e do darwinismo social.
D E
ção e o entretenimento desvinculados da cultura fabricada. Po- Nesse sentido, os temas analisados por esses pensado-
A LD
demos citar ainda as rádios comunitárias atuais, que, em geral, res, como a religião africana, os movimentos messiânicos e a
primam pela divulgação da cultura da própria comunidade. composição racial do brasileiro, são tratados sempre à luz de
EM IA
Entretanto, pensemos nas novelas e em boa parte do cine- conceitos racistas e evolucionistas.
ST ER
ma hollywoodiano como expressões dos meios de comunica- Essa visão perdurou mais ou menos de 1890 até 1930,
ção a serviço do capital, pois são concebidos enquanto objetos quando surgiram no Brasil alguns pensadores críticos do ra-
SI AT
de consumo. A finalidade desses produtos não é necessaria- cismo evolucionista e adeptos do culturalismo, que dispensa-
M
mente contar uma história verdadeira que possa ampliar o co- vam o fenômeno raça como fator determinante e colocavam a
nhecimento das pessoas acerca dos fatos, mas, pelo contrário, cultura como centralidade.
busca-se transformar certas realidades em puro entretenimen- Em 1933, surge no Brasil uma obra inaugural sobre a socie-
to vazio de conteúdo. Dessa forma, o discurso agradável e fácil dade brasileira vista pelo viés cultural: Casa-grande e senzala, de
de ser assimilado aliena o ouvinte e o transforma em mero con- Gilberto Freyre (1900-1987). Essa obra resultou da tese de dou-
sumidor daquele produto e da publicidade contida nele. torado de Freyre, cuja orientação coube a Franz Boas. Nesse livro,
Gilberto Freyre procura se afastar da visão evolucionista sobre a
A indústria cultural vende cultura. Para ven- sociedade brasileira e a analisa exatamente pela miscigenação
dê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para cultural, afirmando ser essa a nossa principal característica.
seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provo- Segundo Freyre, a formação da cultura brasileira é o resul-
cá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações notado do sincretismo cultural processado entre o português, o
vas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com índio e o africano escravo, que acabou originando uma cultura
nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A ímpar, diferente na sua formação, fortemente mestiçada e sin-
“média” é o senso comum cristalizado que a in- cretizada, uma cultura marcada pela diversidade de contribui-
dústria cultural devolve com cara de coisa nova. ções culturais do negro, do índio e do português, que acabou
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 3. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 292. por constituir um conjunto de expressões culturais diversas.
A constituição da cultura brasileira seria resultado desse
processo de sincretismo e miscibilidade; o brasileiro seria
A indústria cultural reforça a visão de ideologia de Karl Marx, resultado de um intercurso racial e cultural democratizado,
na qual a realidade é vista de maneira invertida. Ela mantém as resultado do encontro das culturas, um encontro democráti-
pessoas condicionadas ao senso comum, não permitindo que co, ausente de conflitos.

386
Entretanto, há uma forte crítica à ideia de democracia racial mesmo de transformar o conjunto da realidade sociopolítica.
devido ao fato da mesma deixar de lado o fenômeno do pre- De maneira geral, os movimentos sociais expressam alguma
SOCIOLOGIA
conceito racial e cultural existentes no Brasil; um precon- insatisfação sociopolítica ou características pontuais de sua
ceito talvez não declarado, mas inculcado no inconsciente organização, articulando segmentos da sociedade em pau-
coletivo. tas reivindicatórias que aspiram à realização de mudança ou
de permanência social, econômica, política e cultural, consi-
Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) foi outro inte- derada necessária e justa.
lectual que abriu uma nova discussão acerca da sociedade As primeiras manifestações mais amplas de movimen-
brasileira na década de 1930. Em 1936, ele publicou Raízes tos sociais nas sociedades industriais, anunciadas em fins
do Brasil, uma obra de orientação weberiana que enfatiza os do século XVIII e consolidadas ao longo do século XIX, são
aspectos culturais do Brasil para compreender nosso desen- praticadas pelos trabalhadores assalariados, especialmente
volvimento social, político e econômico. É dele o conceito de pelos operários das fábricas capitalistas, que reagem diante
“homem cordial” para caracterizar o brasileiro. da precariedade de suas condições de trabalho e de vida.
Submetidos a jornadas de trabalho extenuantes, a salários
O “homem cordial” é um indivíduo que não consegue sepa- aviltantes e a péssimas condições materiais de existência,
rar o público do privado, que não consegue entender que muitos trabalhadores envolvem-se em mobilizações conten-
a vida no Estado burocrático deve ser impessoal, e não do diversificado repertório de reivindicações.
pessoal. O “homem cordial” é a contribuição do Brasil para Os movimentos sociais diversificam-se tanto em suas
a civilização. composições sociais quanto em seu universo temático,
ao longo do século XX. Nesse sentido, modifica-se a cor-
Em 1933, Caio Prado Júnior (1907-1990) publicou o relação de forças entre diferentes grupos sociais e mul-
O
livro Evolução política do Brasil, uma obra cuja percepção tiplicam-se as contestações a situações consideradas
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acerca da evolução política e social do Brasil se dava pelo injustas. Esses novos movimentos sociais, com sua di-
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viés economicista (marxismo). Em 1942, Caio Prado publi- versificação temática pelas questões culturais, étnicas,
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cou Formação do Brasil contemporâneo e, em 1945, História feministas, sexuais e ecológicas, dentre outras, eclodem
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econômica no Brasil. A leitura marxista da sociedade brasi- e disseminam-se principalmente a partir da década de
O C
leira abriu a possibilidade de entendimento da formação do 1960. Esses movimentos inauguram formas de mobiliza-
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Brasil a partir da exploração econômica mercantilista portu- ção distintas, pelo menos em parte, dos tradicionais mo-
SI O E
guesa. Nesse caso, questões como a extração de riquezas da vimentos sociais dos trabalhadores, convencionalmente
colônia pela metrópole, a criação de latifúndios por meio das estruturados na dimensão sindical.
sesmarias, a ausência de integração social provocada pela No Brasil, os movimentos sociais foram e continuam
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dispersão e pelo isolamento dos núcleos de povoamento, a sendo fortes, manifestando-se tanto no campo como nas ci-
característica essencialmente agrária, com produção para o dades. No campo, a questão fundiária permanece atual e po-
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mercado externo e ausência de mercado interno substancial lêmica. Na década de 1950 até 1964, vigorou a atuação das
A LD
seriam indispensáveis no processo de compreensão de nos- Ligas Camponesas, que pregavam a reforma agrária “na lei ou
sa realidade social, assim como do nosso atraso econômico na marra”. No final dos anos 1970, inicia-se no sul do país o
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em relação a outros países. MST (Movimento dos Sem-Terra) que, por meio de uma ampla
ST ER
mobilização e conscientização, principalmente por meio de

invasão de propriedades rurais e de repartições públicas, luta
SI AT
Além disso, a formação da mão de obra brasileira, calcada

no escravismo até o século XIX e no “assalariamento-imi- pela reforma agrária.
M
gração” a partir do fim desse século, estaria intimamente O movimento estudantil, o movimento feminista e o mo-
relacionada com algumas características de nossa forma- vimento negro são outros exemplos dos movimentos sociais
ção social: a exclusão do negro e a presença marcante do de grande importância na história contemporânea brasileira.
imigrante, principalmente o europeu. As políticas afirmativas (ações afirmativas) do governo bra-
sileiro, a partir de 2003, refletem parte das conquistas des-
ses movimentos.
Florestan Fernandes (1920-1995), formado nos qua-
dros da Universidade de São Paulo – USP, abriu caminho para Ações afirmativas são definidas como medidas políticas
análises sociológicas propriamente ditas acerca do Brasil, que têm a finalidade de combater as injustiças sociais me-
pesquisando sobre praticamente todos os grandes temas so- diante a instauração de leis que favoreçam o acesso real
ciológicos brasileiros. Em A integração do negro na sociedade de determinados grupos sociais, tradicionalmente margi-
de classes (1964) posicionou-se contra a ideia de democracia nalizados, às condições básicas de cidadania, projetando-
racial, alertando para o fato de os negros não terem sido absor- -os em situação de igualdade ou, pelo menos, atenuando
vidos pela sociedade brasileira após a abolição, além do fato de sua posição de desigualdade em relação aos demais seg-
o brasileiro praticar um racismo velado. mentos sociais. Contrapondo-se à discriminação social
negativa, que inviabiliza a cidadania plena para segmentos
11. Os movimentos sociais específicos da sociedade – no vocabulário sociológico, as
Na linguagem sociológica, os movimentos sociais de- chamadas minorias sociais –, as ações afirmativas proce-
finem-se como ações coletivas praticadas por grupos da dem com a discriminação social positiva, pretendendo as-
sociedade, com a finalidade de modificar ou conservar de- segurar direitos sociais para os indivíduos pertencentes a
terminados aspectos culturais, econômicos e políticos ou esses grupos.

387
12. Zygmunt Bauman

Bauman (1925-2017) faz uma importante leitura a respeito da chamada sociedade pós-moderna, que ele prefere chamar
SOCIOLOGIA
de “modernidade líquida”. Segundo ele, estamos presenciando uma nova forma de sociedade, na qual o eixo das relações so-
ciais desloca-se do trabalho para o consumo, conferindo importante função ao prazer. O consumismo promete a felicidade uni-
versal e reduz a liberdade humana, anteriormente identificada com a cidadania, à escolha do consumidor, personagem central
da sociedade atual.
Dessa forma, Bauman distingue a modernidade líquida, engendrada pelas transformações das últimas décadas, da moder-
nidade sólida, forma clássica da sociedade moderna.
Na passagem da modernidade sólida para a modernidade líquida, verifica-se uma série de mudanças relevantes nos círculos
de sociabilidade humana. As estruturas modernas tradicionais de solidariedade cedem espaço para as disputas entre os
indivíduos. Os cidadãos, conceituados como sujeitos de direitos, são convertidos em indivíduos que competem entre si pela
afirmação social. Fragilizam-se os sistemas estatais de proteção social e os planejamentos da vida a longo prazo, fomentan-
do-se, assim, um ambiente social repleto de incertezas.
A modernidade sólida, configuração original da sociedade moderna, é caracterizada por instituições duradouras e códigos
sociais estáveis, oferecendo um quadro de referências seguro para identidade social dos indivíduos. Na modernidade líquida,
todas as relações sociais tornam-se fluidas, desprovidas de formas estáveis e marcadas pela inconstância. No declínio das
entidades representativas – sindicatos, partidos, associações – e na dinâmica do consumismo, os indivíduos não possuem
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sólidas referências sociais e culturais para a definição de si mesmos. Nessa fragmentação das individualidades, os indivíduos
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são lançados às disputas pela construção de sua identidade.
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CADERNO ENEM TEORIA

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Gerência editorial nacional para Alexandre Ferreira Mattioli

D LU Migliato, Klaus Nogueira da Silva, Odimar Navas

Soares da Silva, Maria Cecília Rossi Dal Bem Ribeiro,

Mariana Paulino Silva, Mariana Prudenciatto

Jurema Aprile, Maris Ester Aparecido de Souza,

Milena Contador Lotto e Tatiana

Organização de originais Marisa Aparecida dos Santos e Silva

Coordenação de Design Diogo Mecabo

Coordenação de pesquisa e licenciamento Maiti Salla Sampaio Alves

Ilustração Alessandro Silva dos Santos, Adilândia Araújo

Todos os direitos desta publicação reservados a

CO PV IN 300 81 4B LV RE TE MULT UN_Sumario.indd 2 2/6/19 12:01 PM

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 3 24/01/2019 09:03

701360214 DB EM PV ENEM 91 AN LV 01 TE TEOR UN_MIOLO.indb 4 24/01/2019 09:04

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

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9. Porcentagem������������������������������������������������������11 C. Multiplicidade de uma raiz���������������������� 20

D. Aumentos porcentuais�����������������������������11 16.......Geometria plana:

E. Descontos porcentuais����������������������������11 conceitos básicos e ângulos������������������������21

F. Aumentos e descontos sucessivos��������11 A. Ângulos��������������������������������������������������������21

10.Equações�����������������������������������������������������������11 C. Congruência de triângulos�����������������������24

A. Equação do 1o grau�����������������������������������11 D. Quadriláteros notáveis���������������������������� 25

11.Conjuntos�����������������������������������������������������������12 F. Circunferência — Posições relativas���� 26

B. Pertinência ����������������������������������������������� 12 H. Polígonos convexos��������������������������������� 28

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C. Pirâmides��������������������������������������������������� 43 G. Redução ao primeiro quadrante������������ 52

F. Sólidos semelhantes�������������������������������� 44 J. Funções trigonométricas������������������������ 54

22.Matrizes�������������������������������������������������������������44 K. Função y = a + b · trigo (mx + n)����������� 55

B. Exemplos com 29..Números complexos��������������������������������������55

C. Representação genérica������������������������� 45 B. Conjugado de z������������������������������������������ 55

D. Nomenclatura especial��������������������������� 45 C. Potências de i�������������������������������������������� 55

F. Operações com matrizes������������������������� 45 E. Forma trigonométrica (ou polar)����������� 55

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1. Razões e proporções Grandeza 1 Grandeza 2

A. Regra de três composta

Grandezas diretamente proporcionais: as grandezas A potência de base a e exponente n ao número.

te medida de B também ficará multiplicada por k. n fatores

Grandezas inversamente proporcionais: as grandezas A Em particular: a1 = a

e B são inversamente proporcionais se, ao se multiplicar uma Em particular: a0 = 1; a ≠ 0

te medida de B ficará dividida por k.

a < 0 e n par ⇒ an > 0

a < 0 e n ímpar ⇒ an < 0

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Sendo a ∈ + e b ∈ + números reais não negativos, m,

n e p números naturais não nulos, são sempre verdadeiras as 5 ⋅ ( 3 4 + 3 2 + 1)

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7. Fatoração F. Propriedades dos divisores

Fatorar uma expressão algébrica é modificar sua forma d = divisor

 n é múltiplo de m. MMC (A, B) = 23 · 32 · 5 · 7 = 2 520 (produtos de todos os

a é par ⇔ a ∈ M (2) com a = 2 · k, k ∈  G.2. Decomposição simultânea

C. Número de divisores 180, 42 2*

E. Soma dos divisores q 4 3 2

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G.4. Propriedades G.1. Conceitos

9. Porcentagem G.2. Juro simples

L = lucro = PV – PC Capital inicial: C

9. Porcentagem��11 C. Multiplicidade de uma raiz�� 20

D. Aumentos porcentuais��11 16.......Geometria plana:

E. Descontos porcentuais��11 conceitos básicos e ângulos��21

F. Aumentos e descontos sucessivos��11 A. Ângulos��21

10.Equações��11 C. Congruência de triângulos��24

A. Equação do 1o grau��11 D. Quadriláteros notáveis�� 25

11.Conjuntos��12 F. Circunferência — Posições relativas�� 26

B. Pertinência �� 12 H. Polígonos convexos�� 28

C. Pirâmides�� 43 G. Redução ao primeiro quadrante�� 52

F. Sólidos semelhantes�� 44 J. Funções trigonométricas�� 54

22.Matrizes��44 K. Função y = a + b · trigo (mx + n)�� 55

B. Exemplos com 29..Números complexos��55

C. Representação genérica�� 45 B. Conjugado de z�� 55

D. Nomenclatura especial�� 45 C. Potências de i�� 55

F. Operações com matrizes�� 45 E. Forma trigonométrica (ou polar)�� 55