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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA

AMAZÔNIA
INSTITUTO CIBERESPACIAL
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS LIBRAS

LÍVIA MARIA BEZERRA DOS SANTOS

GLOSSÁRIO PILOTO LIBRAS-PORTUGUÊS NO CONTEXTO DOS ESTUDOS


AMAZÔNICOS E DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA DA UFRA

Belém - PA 2023
LÍVIA MARIA BEZERRA DOS SANTOS

GLOSSÁRIO PILOTO LIBRAS-PORTUGUÊS NO CONTEXTO DOS


ESTUDOS AMAZÔNICOS E DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA
DA UFRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciada em Letras Libras, pela Universidade
Federal Rural da Amazônia, sob a orientação da
Prof.a Dra. Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de
Aquino.

Belém – PA

2023
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a

S237g Santos, Lívia Maria Bezerra dos


GLOSSÁRIO PILOTO LIBRAS-PORTUGUÊS NO CONTEXTO DOS ESTUDOS
AMAZÔNICOS E
DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA DA UFRA / Lívia Maria Bezerra dos Santos. - 2023.
79 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Letras - Libras, Campus


Universitário de Belém, Universidade Federal Rural Da Amazônia, Belém, 2023.
Orientador: Profa. Dra. Ana Cleide Guimbal de Aquino

1. Glossário. 2. Libras. 3. Engenharia de Pesca. 4. Amazônia. 5. Cultura. I. Aquino,


Ana Cleide Guimbal de, orient. II. Título

CDD 419.81
LÍVIA MARIA BEZERRA DOS SANTOS

GLOSSÁRIO PILOTO LIBRAS-PORTUGUÊS NO CONTEXTO DOS


ESTUDOS AMAZÔNICOS E DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA
DA UFRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para o grau de Licenciada em Letras Libras,
pela Universidade Federal Rural da Amazônia, sob a
orientação da Prof.a Dra. Ana Cleide Vieira Gomes
Guimbal de Aquino. Aprovado com nota: __________

Belém (PA), ____/____/____

Banca examinadora

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino


Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA

Membro 1: Prof.ª Dr.ª Carlene Ferreira Nunes Salvador

Membro 2: Prof.º Esp. Jonathan da Silva Cardozo

Memrbo 3: Profº Me. Luís Henrique Guimbal


Ao meu querido e amado pai,
Orivaldo Barbosa dos Santos,
espero que aí de cima você esteja
orgulhoso. É para você!
AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao meu Deus que nunca me desamparou, até nos meus momentos mais
falhos, sempre demonstrou sua presença e amor.
Com lágrima nos olhos e sorriso no rosto, deixo registrado na presente folha em caixa
alta para que todos possam ver, o meu mais precioso: “OBRIGADA MÃE!” Obrigada pelo
apoio; força; incentivo; por ser um exemplo a ser seguido, por acreditar em mim, quando nem
eu mesma consigo fazer isso. Essa vitória não é só minha, é nossa! Odilene Bezerra dos Santos,
minha mãe, meu pai, meu tudo!
Para minhas irmãs, Letícia Cristina e Larissa Camile, que entre tapas e beijos, brigas e
risadas, estarão comigo por toda a minha vida, e saber que eu tenho vocês duas como
companheiras e confidentes é simplesmente tranquilizador, torna a vida mais leve.
Um obrigado mais que estimado e recheado de saudades para minha amiga Anne Lopes,
tão distante fisicamente, mais precisamente no Rio de Janeiro, e ainda sim, sempre esteve
comigo durante minha jornada acadêmica. Participou do meu crescimento enquanto estudante
do ensino fundamental, então o médio, e por via whatsapp, participou da minha trajetória
universitária, sempre ao meu lado, me fazendo rir e me distraindo quando tudo parecia pesado
demais.
Para meus parentes de coração que me acolheram em Belém com tanto carinho e
cuidado. Obrigada por acreditarem em mim.
Obrigada para todas as minhas colegas de turma do ano de 2019.1 do curso de Letras-
Libras da UFRA. Vocês são demais! Fico feliz em saber que fui parte de uma turma com
excelentes futuros profissionais, que sempre se demonstraram solícitas e companheiras.
Em especial, agradeço minhas amigas queridas, Camila Quaresma e Vivi Lima, que
caminham ao meu lado desde a primeira palestra de “Boas Vindas” lá no Prédio Central, agora
com esse trabalho de conclusão de curso escrito e finalizado, me vejo recordando do ínicio,
quando pedíamos um dia cheio, produtivo! Olhe para nós agora, todas produtivas finalizando
essa linda etapa.
Agradeço também a minha amiga Giovanna Barros, que com sua calmaria e bondade,
esteve lado a lado nas minhas reuniões de orientação e disposta a me ajudar no que podia.
Falando em orientação, como não agradecer minha querida orientadora, profº Draº Ana
Cleide Guimbal de Aquino, que com seu jeitinho amoroso e compreensível de ser, foi muito
além do que a supervisora do presente trabalho, ela também foi a pessoa que me tranquilizava
e dizia que tudo ia dar certo, que confiava em mim, e não se conteve em passar um pouquinho
da sua enorme inteligência. Obrigada de coração, professora. O mundo precisa de mais
“Guimbals”.
Para meus professores e professoras, que impulsionaram minha melhoria, meu
aprendizado, me enxergaram de igual para igual e proporcionaram aprendizados que levarei
para sempre. Professores em especial que conduziam suas aulas com tanta leveza e amor, que
por muitas vezes me vi percebendo que eles também são meus colegas, agora, futuros colegas
de profissão.
Obrigada, obrigada, obrigada!
E por fim, mas não menos importante: Obrigada meu pai Orivaldo Barbosa, por me
ensinar que agradecer nunca é demais.
RESUMO

Os estudos sobre terminologia visam apresentar e analisar termos específicos de uma área da
ciência, nesse viés, a presente monografia se debruça na terminologia Amazônica e do curso de
Engenharia de Pesca integrado na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, propondo
um glossário piloto com o par linguístico: Língua de sinais brasileira – LIBRAS e português.
A ocorrência do estudo deu-se a partir da problemática evidenciada ao pensar na interação surdo
e ouvinte, e surdo com o ambiente no qual está inserido, e então averiguar como ocorre essa
comunicação em sua língua natural quando não existe o conhecimento dos sinais termos para a
conceituação. Sendo assim, a pesquisa objetiva descrever e analisar termos Amazônicos,
também vistos no curso de Engenharia de Pesca com a catalogação em glossário, pois são duas
vertentes que dialogam em questões sociais e culturais. De caráter metodológico documental,
com a abordagem de cunho qualitativo e quantitativo, o levantamento de dados ocorreu através
de entrevistas semiestruturadas com atuantes da área de Engenharia de Pesca, um formulário
aplicado aos alunos do curso, consulta com a comunidade surda e amparada no material de
apoio do glossário ilustrado adquirido pela autora, e revisão bibliográfica. Como aparato teórico
utilizou-se os saberes de de Faulstich (2001), sobre a ciência da terminologia e suas
ramificações, Strobel (2009) abrangendo a educação de surdos.; Quadros e Karnopp (2004)
acerca da construção de sinais, e reconhecimento da língua; Os estudos de Nascimento (2016)
sobre inclusão e vocabulário em língua de sinais, bem como a base organizacional de Cardoso
(2017) sobre a inclusão de surdos a partir da utilização de diferentes materiais, além da revisão
de literatura sobre a temática de Estudos Amazônicos, a partir de um livro didático e o projeto
pedagógico curricular – PPC - do curso de Engenharia de Pesca. Ao final da pesquisa foi
possível discorrer sobre os sinais termos encontrados e pontuar sobre a necessidade da criação
de sinais, e de ferramentas de apoio ao surdo, professor, intérprete. Assim, recomenda-se o
aprimoramento nos glossários, empregando novos sinais-termos descobertos, e impulsionando
a pessoa surda desenvolver-se em qualquer área acadêmica optada, fugindo do pressuposto que
o surdo só deve atuar em Letras-Libras, demonstra-se a relevância da sua língua natural e do
registro em língua de sinais de termos de outras áreas do conhecimento, em prol de uma inclusão
e inserção maior.

Palavras-chave: Glossário; Libras; Engenharia de Pesca; Amazônia e Cultura


ABSTRACT

The studies on terminology aim to present and analyze specific terms of an area of science, in
this bias, this monograph focuses on the Amazonian terminology and the course of integrated
Fisheries Engineering at the Federal Rural University of the Amazon - UFRA, proposing a pilot
glossary with the language pair: Brazilian Sign Language - LIBRAS and Portuguese. The
occurrence of the study came from the problem evidenced when thinking about the interaction
between deaf and listener, and deaf people with the environment in which they live, and then
investigate how this communication occurs in their natural language when there is no
knowledge of the sign terms for the conceptualization. Thus, the research aims to describe and
analyze Amazonian terms, also seen in the course of Fisheries Engineering with the cataloging
in glossary, because they are two sides that dialogue on social and cultural issues. It has a
documental methodological character, with a qualitative and quantitative approach, the data
survey occurred through semi-structured interviews with people working in the area of Fisheries
Engineering, a form applied to the students of the course, consultation with the deaf community
and supported by the support material of the illustrated glossary acquired by the author, and
literature review. As a theoretical framework we used the knowledge of Faulstich (2001), on
the science of terminology and its ramifications, Strobel (2009) covering deaf education.
Quadros and Karnopp (2004) about the construction of signs, and recognition of the language;
The studies of Nascimento (2016) on inclusion and vocabulary in sign language, as well as the
organizational basis of Cardoso (2017) on the inclusion of the deaf from the use of different
materials, in addition to literature review on the theme of Amazonian Studies, from a textbook
and the PPC of the course of Fisheries Engineering. At the end of the research it was possible
to discuss the signs terms found and point out the need for the creation of signs, and support
tools for the deaf, teacher, and interpreter. Thus, it is recommended the improvement in
glossaries, employing new sign-terms discovered, and driving the deaf to develop in any
academic area chosen, fungusing the assumption that the deaf should only act in Letters-Libras,
it is demonstrated the relevance of their natural language and registration in sign language of
terms from other areas of knowledge, for the sake of greater inclusion and insertion.

Keywords: Glossary; Brazilian Sign Language -BSL; Fishing engineering; Amazon and
Culture.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Parâmetros da Libras 27


Figura 1 – Glossário Ilustrado de Piscicultura 30
Quadro 2 – Termos Selecionados 31
Quadro 3 – Identificação dos participantes colaboradores 32
Gráfico 1 – Faixa Etária 32
Gráfico 2 – Identificação 33
Gráfico 3 – Semestre 33
Quadro 4 – Termos sugeridos 34
Quadro 5 – Ficha Terminológica 35
Sumário

1 INTRODUÇÃO 11
2 EDUCAÇÃO DE SURDOS 15
2.1 Educação no contexto Amazônico 17
2.2 Educação de surdo no contexto Amazônico 19
2.3 Educação de surdo no âmbito acadêmico 21
3 A CIÊNCIA TERMINOLÓGICA EM LIBRAS 23
3.1 Lexicografia 24
3.2 Dicionário X Glossário 25
3.3 Aspectos fonológicos na LIBRAS 26
4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS 28
4.1 Seleção de termos 30
5 ANÁLISE DE DADOS 32
5.1 Construção do Glossário Piloto Libras-Português no contexto do Estudos Amazônicos
e do curso de Engenharia de Pesca da UFRA 35
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 37
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 70
Apêndice A 76
APÊNDICE D 78
11

1 INTRODUÇÃO
Discorrer sobre Terminologia significa compreender que essa representação de
conceitos assume diversas concepções, sendo capaz de ser vista como disciplina, prática e
objeto. A autora Cabré (1999), pontua que a terminologia é interdisciplinar, sendo assim, ela é
fomentada por componentes de outras disciplinas, que ocasionam seu produto final de maneira
delimitada e constrói um objeto de estudo original e específico para determinada área. Partindo
dessa premissa, e dialogando de maneira geral em conjunto com o senso comum e genérico
sobre terminologia, conceitua-se que essa ciência está vinculada à análise e investigação de
vocabulários restringidos a um setor que possui suas próprias especificidades e vocábulos
técnicos-científicos.
A terminologia está presente em diversas areas do conhecimento e é capaz de fornecer
forma e sentido a termos individuais, a partir da interpretação teórica. Nesse sentido, ao debater
sobre a terminologia e terminografia - produção de obras terminológicas, como conceitua Cabré
(1999) - na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS -, deve-se levar em consideração as
particularidades linguísticas e culturais da comunidade surda. Em um panorama linguístico,
Quadros (2017) define que a modalidade da Libras é visuoespacial, logo, a comunicação e a
expressão livre do indivíduo surdo ocorre por meio dos seus olhos, da posição de suas mãos e
das expressões faciais e corporais, a autora acrescenta que é uma língua diferenciada, enxergada
no outro.
Ademais, enriquecendo o que foi dito sobre as singularidades linguísticas da Libras,
quando Quadros (2017) aponta a importância da posição das mãos, expressão facial e entre
outros, a autora está se referindo aos parâmetros da Língua (Karnopp, 1999), que constituem o
sinal de maneira correta para a aplicação efetiva do sinal final, ou seja, peças fundamentais no
que diz a respeito da formação fonológica do sinal, a construção do léxico e consequentemente,
o sinal concreto.
Neste cenário de sinalização autêntica, pode-se destacar o ato de tradução e interligar
com a terminologia, pois nesse rumo de traduzir as experiências surdas, por conseguinte,
experiências visuais, a ação de tradução utiliza o par linguístico: língua portuguesa e língua de
sinais, tendo como finalidade a utilização de termos no português, para sinais-termos de áreas
de conhecimento singular, o que promove a possibilidade da pessoa surda ser inserida em
diversos lugares com diferentes saberes, o que diz Hurtado Albir (2001) que ao tratar de
competência tradutória, indica que um dos principais mecanismos de auxílio para uma tradução
satisfatória, é o copilado terminológico adequado com o saber central a traduzir, nessa premissa
12

a competência tradutória dialoga diretamente com o presente ao trabalho, pois é necessário


possuir esse conhecimento no processo de criação de glossário e sinalização.
Ainda sobre a interação da terminologia com a língua de sinais, é válido pontuar que
esse entrosamento ocorreu devido a crescente demanda de inserção de surdos no ensino
superior, essa expansão da pessoa com surdez como acadêmico, deriva também a ampliação
lexical de termos de diversos cursos, o que ocasiona ao profissional de tradução e interpretação
medidas paliativas em uma tradução simultânea de um conteúdo específico do nível superior.
Essas combinações provisórias sobre um termo, nem sempre apresentam equivalência
com a LIBRAS, conforme destaca Anthony Pym (1992), estudioso no setor de tradução, que
introduz a equivalência como estratégia que possibilita uma comunicação intercultural. Deste
modo, tendo em vista que o surdo possui sua própria identidade e cultura, esses conceitos muitas
vezes são opções e empréstimos lexicais, que a respectiva comunidade oferece, uma vez que é
ajustada ao ambiente acadêmico que se encontra inserido.
Posto isso, e observado durante os quatro anos vivenciados dentro da academia de
graduação, a autora do presente trabalho apresenta a motivação para a pesquisa amparada na
perspectiva pessoal, regional e futuramente profissional. Nascida e criada no Rio de Janeiro,
aos dezoito anos, precisou realizar a grande mudança do estado do Rio de Janeiro, ao novo
destino: Belém/PA. Mesmo após quatro enriquecedores anos como graduanda na Universidade
Federal Rural da Amazônia – UFRA -, sendo exposta diariamente a cultura paraense e todas as
especificidades do povo, desde as gírias em uso cotidiano, para a literatura, englobando músicas
típicas, lendas e também a culinária local, surge o interesse de investigar ainda mais o contexto
Amazônico, abrangendo sobre a territorialidade, a grandeza de rios, a diversidade natural e
cultural dos povos amazônicos, assim como a terminologia Amazônica.
Apreciando esse conhecimento cultural na língua materna de quem vos escreve, a língua
portuguesa, manifestou-se a necessidade de compreender como esse fenômeno social e
terminológico, ocorreria na língua de sinais. Por esse ângulo, sendo acadêmica do curso de
Letras-Libras, a investigação desencadeou conversas com intérpretes, profissionais da tradução
e da promoção de acessibilidade linguística, e percebeu-se que atuando em uma universidade
rural da Amazônia, foi apresentada a falta de conhecimento desses termos. Ademais, relacionei
essa informação, com a experiência vivenciada no Estágio Obrigatório Supervisionado – ESO,
na qual, intérpretes e profissionais do Atendimento educacional especializado, solicitaram
como prática na aplicação da regência, a criação de um glossário para termos específicos da
disciplina de “Biologia”, pois facilitava a compreensão e interação do surdo e ouvinte, e do
surdo com o ambiente. Então refleti: Como é está inserido em um lócus sem saber falar sobre
13

ele na língua que está ensinando ou se comunicando?


Com enfoque na perspectiva educacional, como futura docente de Letras-Libras e
pensando nos cursos da instituição frequentada (UFRA), aspirou-se a visualização do estudante
surdo em outras áreas acadêmicas, fugindo do pressuposto de Letras-Libras ou Pedagogia. Para
tanto, contribuindo com o acervo da faculdade e com o intuito de acessibidalide, aflorou-se o
desejo de propôr um glossário para o curso de Engenharia de Pesca, uma vez que quando
estudamos a Amazônia, pensa-se na visão dos povos Ribeirinhos, que vivem da pesca, que
vivem da vida Ribeirinha Amazônica em si.
Nesse viés, o glossário-piloto engloba esses sinais-termos específicos e catalogados da
região Amazônica, e afunila para o curso oferecido pela Ufra, pois é possível visualizar uma
ponte entre essas duas temáticas e oportunizar, a criação de um projeto de glossário-piloto para
esses termos. Deste modo, buscou selecionar 25/30 termos mais utilizados dentro do curso,
com a finalidade de oferecer suporte didático na utilização em sala de aula, além de
proporcionar um mecanismo de inclusão e acessibilidade ao aluno surdo, promover interação
entre surdos e ouvintes que possam a vir engressar no curso de engenharia de pesca, ademais,
contribuir de maneira positiva no processo de ensino e aprendizagem e na troca professor-aluno,
surdo ou ouvinte, e em soma trazer visibilidade para o curso de Engenharia de Pesca, não
somente para a cultura majoritária ouvinte, mas também para o educando surdo.
Diante do que foi exposto, pensou-se em algumas perguntas norteadoras, tais como:
Quais são os termos da região Amazônica que precisamos saber para aproximar o surdo dessa
realidade? Qual a relação do curso de Engenharia de Pesca com a Amazônia? Como também
pensar no surdo que egressa na UFRA como graduando de outros cursos, diferentes de Letras-
Libras? Assim no âmbito acadêmico, quais são os sinais-termos mais utilizados no curso de
Engenharia de Pesca?Qual relevância do registro desses termos no contexto acadêmico e
Amazônico?
Alicerçada nas questões norteadoras, o trabalho tem como objetivo geral a catalogação
desses termos próprios da Amazônia e Pesca, com o registro dos termos científicos mais
utilizados dentro do curso de graduação, ofertado pela UFRA. E como objetivos específicos,
listar os termos, analisar os sinais-termos partindo dos parâmetros da Libras e considerando a
variedade regional, e identificar os sinais-termos existentes e específicos dentro da LIBRAS
para o curso de Engenharia de Pesca, além de promover reflexões acerca do ensino e
aprendizagem do indivíduo surdo.
Esse estudo é de grande relevância pois proporciona a interação do surdo com o
ambiente no qual está inserido, e ampara futuramente acadêmicos engenheiros, ou do curso de
14

Letras-Libras, ou qualquer indivíduo ativo na cultura surda que busca conhecer e aprender sobre
essa temática em particular. Propicia também a ampliação da língua e busca atingir o
reconhecimento da Libras como meio interacional do surdo, na vertente de formação de nível
superior.
O referencial utilizado para essa pesquisa será baseado nos estudos de Faulstich (2001),
sobre a ciência da terminologia e suas ramificações, Strobel (2009) abrangendo a educação de
surdos.; Quadros e Karnopp (2004) acerca da construção de sinais, e reconhecimento da língua;
Os estudos de Nascimento (2016) sobre inclusão e vocabulário em língua de sinais, bem como
a base organizacional de Cardoso (2017) sobre a inclusão de surdos a partir da utilização de
diferentes materiais, além da revisão de literatura sobre a temática de Estudos Amazônicos, a
partir de um livro didático e o PPC e do curso de Engenharia de Pesca.
Para tal fim, e de forma organizada da pesquisa aqui descrita, o trabalho dispõe da
seguinte estrutura: Capítulo 1. Introdução; Capítulo 2.Educação de Surdos; Capítulo 3.A ciência
da terminologia na Libras; Capítulo 4. Pressupostos metodológicos; Capítulo 5. Análise de
dados. Capítulo 6. Resultados e Discussões e Capítulo 7. Considerações Finais.
15

2 EDUCAÇÃO DE SURDOS

No prisma social, na legislação e na composição pessoal de valores éticos e morais, a


educação é indispensável e deve – ou ao menos deveria ser – um direito acessível para todas as
massas (BRASIL, 1988), apesar da palpavél desigualdade social e cultural. Deste modo,
exemplificando de maneira prática e visível, basta analisar a cultura ouvinte e a cultura surda.
E então refinar para a trajetória da educação das pessoas não surdas e a trajetória das pessoas
surdas, para perceber com clareza, qual das duas apresentam maiores entraves durante todo seu
percurso, e concluir que a cultura minoritária surda, até os dias contemporâneos enfrenta
desafios no que corresponde sobre sua educação. (NASCIMENTO et al. 2018) mapeou em um
banco de dados acerca das produções científicas produzidas no que concerne os eixos de
“educação” e “surdez” dentre o período de dez anos (2005-2015) e sistematizou que grande
parte da demanda de produções científicas caminhavam na perspectiva do surdo ser capacitado
de adquirir o aprendizado através da sua língua natural, sem a obrigatoriedade da oralização
para tal ato.
No entanto, quando analisado minuciosamente e historicamente, percebe-se que o povo
surdo percorreu uma trajetória sinuosa referente a sua educação. Strobel (2009), classifica a
educação desses surdos em três concepções: historicista, crítica e cultural. Sobre o
Historicismo: “a história da educação dos surdos que contém muito de Historicismo, ou seja a
história escrita onde predomina a hegemonia dos poderosos; a história na visão da influência
preponderante e superioridade [...] (STROBEL, 2009. Cap 5, pag. 1)
Em conformidade com a autora, a visão majoritária do ouvintismo, enxergava as pessoas
em condição de surdez como deficiente, e os classificava pelo seu grau de surdez, tornando
assim sua educação minimizada e inexistente, possuindo um caráter de reabilitação. Anos mais
tarde, adotando a perspectiva crítica, Strobel pontua algumas diferenças e “avanços” – no que
se compara com a visão historicista - , ainda que não totalmente satisfatórios na educação dos
surdos. Na concepção cultural os avanços demonstrados designam que agora os surdos são
pessoas capazes, porém dependentes. Precisam de apoio e auxílio para se integrarem na esfera
social da educação, pois são indivíduos que possuem dificuldades, sendo assim, a língua de
sinais surge apenas como recurso facilitador. Por fim, a concepção cultural assume finalmente
que os surdos se expressam de forma visual, e sua língua natural é a língua de sinais, deste
modo, a educação de surdos deve ser embasada no respeito à diferença linguística do seu povo
16

e suas condições. Reconhecer sua língua significa também discernir sobre as especificidades
que ela confere, levando em consideração melhorias para sua aprendizagem e a busca de
valorização do seu povo.
Com isso, demonstra-se que ainda há grande material para discorrer sobre as fases
históricas da educação de surdos, por um longo período, a língua de sinais foi considerada
irrelevante, compreendida como mímica, junção de meros sinais sem estrutura lógica ou
gramatical, como pauta Fernandes (2011) “a utilização de gestos ou mímicas, como eram
denominados os sinais naquela época, significava caminhar em direção contrária ao avanço do
aluno.” Todavia, após muitas lutas e conquistas, ocorre a promulgação da Lei de nº 10.436/02
(BRASIL, 2002), a referida “Lei de Libras” que admite a língua de sinais como meio de
comunicação e expressão do surdo, apresentando as nuances de uma língua própria que contém
além de toda estrutura gramatical, sua morfologia e fonologia. Ao surdo que é exposto e se
desenvolve plenamente, cognitivo e linguístico, a língua de sinais resulta em independência e
autonomia.
Nesse viés benéfico ao surdo, a Lei de Libras é regulamentada perante o Decreto nº
5.626, em 22 de dezembro de 2005, na qual ressalta-se com relevância os art. 14 e 15, ao pontuar
sobre acesso das pessoas surdas à educação:

Art. 14. As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente,


às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos
processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos
em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação
infantil até à superior.
§ 1º Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto
no caput, as instituições federais de ensino devem: I - promover cursos de
formação de professores para: a) o ensino e uso da Libras; b) a tradução e
interpretação de Libras - Língua Portuguesa; e c) o ensino da Língua
Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;
Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de
Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda
língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva
dialógica, funcional e instrumental, como: I - atividades ou complementação
curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental; e II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos
anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.

O notável Decreto, ao reconhecer e viabilizar a Libras no campo educativo, aborda sobre


todas as áreas de ensino, desde os anos iniciais, até a formação de nível superior, ressaltando a
importância de acesso à língua e a permanência do sujeito surdo no âmbito escolar, exercendo
seu direito à educação com êxito. Com a emergência e o reconhecimento – ou a falta dele –
sobre as especificidades da Libras, denota-se a importância de destacar os aspectos visuais na
educação dos surdos, ênfase na ministração de conteúdos em uma perspectiva dialógica,
17

funcional e instrumental como expõe o Decreto. Além disso, dissertar sobre a educação de
surdos compromete abordar também a inclusão escolar, ainda que utópicamente, idealizar
futuramente a língua de sinais como disciplina curricular obrigatória em qualquer curso de
graduação, é visualizar profissionais habilitados e inclusivos.
Nos dias contemporâneos, após o reconhecimento da Libras e o compilado de
legislações que buscam amparar o povo surdo, a educação eficiente de surdos é proposta com
resultados positivos no bilinguismo, ideologia que afirma:

O bilinguismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser bilíngue, ou
seja, deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada
a língua natural dos surdos e, como segunda língua, a língua oficial do seu
país. Para o bilinguismo, o surdo não precisa almejar uma vida semelhante ao
ouvinte, podendo aceitar e assumir sua surdez. (GOLDFELD, 2002. p. 42)

Em contrapartida com o que foi lido anteriormente sobre as visões majoritárias sobre a
pessoa surda e seu processo de aprendizagem, o bilinguismo surge para impulsionar a
identidade surda e trabalhar sua educação considerando sua surdez, evidentemente assim, sua
língua. A filosofia Bilíngue busca complementar sua formação educacional, respeitando a
língua de sinais. Entretanto, ainda é baixa a utilização do bilinguismo em escolas regulares ou
professores conhecedores dessa concepção, então, a práxis real da inclusão não ocorre como
apontam as leis de assistência ao surdo desde a educação básica até o ensino superior.
Contudo, frisando o campo acadêmico, local em que o presente trabalho retrata com
veemência, a educação de surdos não se restringe ao campo dos cursos de licenciatura. O surdo
é capacitado e habilitado para exercer e adquirir outras áreas de conhecimento, ele é possuidor
de uma língua natural, identidade e cultura, e para que seu processo de aprendizado ocorra, é
necessário então do ambiente dispor de mecanismos e estratégias que possibilitem a sua
inserção.
Para isso, considera-se o contexto do cidadão surdo atuando em qualquer área da sua escolha,
além da permanência do intérprete em sala de aula, faz-se necessário também o conhecimento
de outras estratégias que facilitem o processo educacional, e em soma, corroboram de maneira
satisfatória com a educação do surdo, salienta-se o olhar cuidadoso sobre o local no qual ele se
encontra inserido e o que isso infere na sua trajetória de aprendizagem.

2.1 Educação no contexto Amazônico

Em primeira análise, necessita-se contextualizar brevemente a Amazônia para estreitar


18

o caminho até o povo surdo e sua educação nesse espaço geográfico, denotando alguns
empasses pelo caminho. De conhecimento comum, a Amazônia abarca um território
multicultural que é demarcado desde o início da colonização, designando um povo miscigenado
e plural, na qual têm suas vivências atreladas com a flora, fauna e a magnitude de rios que os
cercam. Assim, falar do espaço geográfico Amazônico significa colocar em pauta sua cultura,
identidade, realidade econômica e social, e as especificidades dos povos residentes.
A saber sobre ensino e aprendizagem Amazônica, Ivanilde Oliveira (2004), doutora em
educação, discorre em seu livro "Referências para pensar aspectos da educação na Amazônia.”
1º livro da série: “Educação e Sociedade Amazônica”, sobre as condições geográficas e sociais
na Amazônia:

Muitas vezes se analisa o espaço amazônico de forma homogênea,


desconsiderando-se a sua multiculturalidade e sócio-biodiversidade,
desconsiderando-se, inclusive, a identidade de cada povo que vive e convive
nesse espaço amplo e diverso, que pode ser caracterizado não como
Amazônia, mas como Amazônias. Cada uma dessas Amazônias representa um
lugar de determinados autores e grupos sociais, que produzem e reproduzem
suas práticas sociais cotidianas, imprimindo assim características próprias a
cada um desses lugares. (OLIVEIRA, 2004, p. 23)

Tendo em vista que os fatores sociais, culturais e de localidade inferem precisamente na


educação, em concordância com a autora, pode-se listar alguns desses grupos “que produzem e
reproduzem suas práticas sociais e cotidianas” possuidores de características individuais da sua
comunidade Amazônica. Sobre comunidade, classifica grupo/corpo social que possuem
relações que intencionam “uma vida real e orgânica”, na qual os afazeres, as interações e as
trocas são atos coletivos e ao mesmo tempo íntimo do povo, de sujeito para sujeito, estabelecida
em um prol maior e já discutido entre os habitantes da mesma região. (Ferdinand Tönnies,
1995).
Em conformidade sobre o caráter social dos relacionamentos, é imprescindível nomear
algumas dessas comunidades “[...] os povos tradicionais (índios, caboclos, ribeirinhos,
seringueiros, quilombolas) possuem vasta experiência na utilização e conservação [...]”
(Pousey, 1980, p.149), agora, seguindo essa sucinta descrição geral sobre a Amazônia,
entraremos no foco pressuposto do escrito, destacando os povos ribeirinhos para tal estudo e
análise, discorrendo sobre a educação do surdo Ribeirinho, no contexto Amazônico, obtendo
como lócus de pesquisa, a Amazônia Paraense.

2.2 Educação de surdo no contexto Amazônico


19

Prosseguindo na mesma linha, é indiscutível que a educação do surdo perpassou por


diferentes enredos até chegar em uma solução que é vista como viável por reconhecer a língua
de sinais como língua própria do surdo na aquisição da sua educação. Quando discorrido acerca
da Amazônia e traçado os impasses da desconsideração da sua cultura e localidade, a educação
dos povos tradicionais se demonstra flagelada, pois sua condição geográfica condiciona fatores
de acesso à informação, tecnologia, pedagogias encaminhadas de acordo com a bagagem
Amazônica e entre outros, tal como enfatiza o autor Andrade (2015):

[.....] Nesse setor, a logística precisa contemplar outras questões não pensadas
na cidade, como transporte (...) e hospedagem dos alunos, transporte dos
alunos (barco, gasolina, etc.), estabelecimento de um calendário escolar que
respeite as especificidades da Região Amazônica e seu calendário hidrológico.
(Andrade, 2015, p. 208)

Diante disso, e no enfoque da educação de um dos povos tradicionais para a


exemplificação do porquê se torna necessário a catalogação de termos amazônico, utilizaremos
o povo amazônico ribeirinho neste capítulo, a dispor sobre sua inclusão, seu direito de
educação, sob perspectiva de emersão social atendendo o respeito a sua diferença territorial e
linguística, e o desenvolvimento pleno do seu potencial, sendo a Libras sua forma de
comunicação e expressão. Procedendo do princípio no qual o sujeito surdo assume diferentes
identidades a partir do contexto no qual ele é posto, compreender sobre o surdo ribeirinho,
significa reconhecer que seu processo cultural abrange sua surdez e em soma a isso, sua
localidade, suas práticas do cotidiano, seu linguajar terminológico, expressões simbólicas e
próprias, além da educação ofertada para ele. Sobre isso:

Os Estudos Surdos em Educação podem ser pensados como um território de


investigação educacional e de proposições políticas que, através de um
conjunto de concepções linguísticas, culturais, comunitárias e de identidades,
definem uma particular aproximação e não uma apropriação com o
conhecimento e com os discursos sobre a surdez e sobre o mundo dos surdos
(SKLIAR, 1998, p. 29)

Refletindo sobre o posicionamento do autor, enfatizando seus dizeres sobre concepções


culturais, comunitárias e de identidades, quando se fala do surdo ribeirinho, também ocorre o
processo de inclinação sobre seu estado de moradia e compreende-se que no contexto
Amazônico, apesar de ser rodeado por água, sua vivência não se restringe ao fato de “viver a
beira do rio”, mas abrange sua comunidade, ambas identidades (surda e ribeirinha) se
entrelaçando e criando vínculos que são refletidos em vocábulos próprios, em hábitos
identitários como banhar-se ao rio, viver da colheita, de ter a ação pesqueira como prática que
20

provê sustento financeiro e alimentício, não abstendo da sua relação com a terra e floresta.
Então a partir disso, deixa-se a reflexão, como explicar ao surdo ou ouvinte urbano esses
ensinamentos amazônicos na língua portuguesa e em Libras?
A partir do momento, que entende-se que qualquer comunidade Amazônica apresenta
um estilo particular de vida em diferentes aspectos, assim como, a comunidade surda apresenta
valores culturais e experiências individuais, uma vez que sua forma de se expressar é diferente
da cultura majoritária, se torna possível relacionar essas duas variantes, na qual o sujeito é
encarregado de levar consigo essas duas bagagens culturais e aprender a desenvolver em sua
língua materna – Libras – seus saberes identitários, e a terminologia particular dessas duas
dimensões, demonstra a necessidade de registro para agregar de maneira positiva no que tange
sobre escolarização do surdo que mora no campo, ou do surdo que adentra a universidade
inserida na Amazônia.
Falemos um pouco sobre a educação no campo Ribeirinho e como a comunidade surda
residente atravessa os desafios impostos para sua escolarização. Em primeira análise, se busca
entender o que é a educação de campo, nesse viés, a autora Fernandes (2015) assume caráter
crítico ao indagar se a educação do campo irá sempre ser equiparada com a educação urbana?
E se sim, por que a condição de vida e escolarização das pessoas no campo devem ser a todo
momento precárias e sem amparo? Assim, a educação no campo engloba a educação daqueles
habitantes das áreas rurais, e consequentemente afastados da urbanização. Ao colocar sobre a
equiparação com a educação urbana, identifica-se a precariedade dessa educação quando
comparada a cidade. Nesse viés, além da estrutura escolar, problema evidente no que tange às
escolas locais, a autora também ressalta sobre a organização curricular, professores não-
habilitados, descaso com o social e cultural, falta de instrumentos auxiliares sobre o estudo
desses povos.
Ao sujeito surdo, no processo de aquisição do conhecimento é necessário o mecanismo
de estratégias aplicadas ao ensino, o caminho de escolarização ocorre de maneira totalmente
defasada, não importando filosofias viáveis e facilitadoras como expostas previamente, porque
grande parte da população e dos próprios educadores não possuem o conhecimento dessas
novas informações ou registro palpáveis para o estudo. Ao surdo Amazônico, a exclusão ocorre
de forma duplicada, na qual seu acesso a escolas é tardio, e sua permanência não é efetiva, além
da falta de desenvolvimento do seu social, limitando-se a sua comunidade e expandido seu
léxico dentro da sua bolha territorial.
Diante da realidade em que vive, ademais a sua diferença, o surdo ribeirinho enfrenta
barreiras na ausência de profissionais que sabem Libras, na falta valorização da sua língua e
21

sua cultura externa a sua identidade amazonense, e até mesmo na escassez de trabalhos e
pesquisas acadêmicas nesse viés, ainda sim, esses sujeitos necessitam de cuidados básicos.
Apesar de todos os pontos listados, o médico ainda utiliza o rio para contatar esses povos, o
acadêmico futuro docente ou engenheiro, surdo ou ouvinte ainda precisa conhecer os termos
sinalizados no seu curso e no cotidiano cultural amazônico, tendo em vista que a educação
precisa alcançar esses povos e atravessar os rios. Contudo, ao interligar o que foi dito sobre
Amazônia, a educação de surdos e seus entraves, faremos um elo ao propor a catalogação de
termos no contexto Amazônico, e que porventura também fazem parte do curso de Engenharia
de Pesca, curso elegido para tal análise.

2.3 Educação de surdo no âmbito acadêmico

Supradito os fatos, a menção da construção do sujeito surdo ribeirinho decorreu-se a


partir da exemplificação do que se pretende: estudar sobre a Amazônia e interligar esses
conhecimentos dos anos básicos, com um curso de ensino superior em território Amazônico,
ou seja, a UFRA. Para tanto, utilizaremos a terminologia local universitária e territorial, levando
em consideração princípios já pré-estabelecidos quando falamos nesse contexto.
Primeiramente, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de n° 9.394, na qual
dispõe sobre o ensino bilíngue do surdo:

Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, desenvolverão programas


integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
intercultural aos estudantes surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva
sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras
deficiências associadas, com os seguintes objetivos:
I - proporcionar aos surdos a recuperação de suas memórias históricas,
a reafirmação de suas identidades e especificidades e a valorização de sua
língua e cultura;
II - garantir aos surdos o acesso às informações e conhecimentos técnicos
e científicos da sociedade nacional e demais sociedades surdas e não surdas.
(BRASIL, 1996; Art. 78-A) (Grafe realizado pela autora)

Ancorado pelas legislações que buscam propiciar a inclusão, pontua-se que ao surdo a
garantia efetiva do seu desenvolvimento cognitivo e social, deveria ser debruçada em ações
pedagógicas por todos aqueles que fazem parte do seu processo de ensino e aprendizagem,
contribuindo diretamente para sua formação e valorização da sua língua, cultura e o acesso às
informações técnicas e científicas, como explanadas no recorte do decreto acima.
Sendo assim, trazer a vista do profissional intérprete e tradutor durante os anos
22

acadêmicos é reconhecer sua importância quanto mediador do conhecimento. Ao sugerir a


criação do glossário, sugere-se também um material de apoio para esse profissional de grande
relevância, não somente para ele, mas ao aluno ou professor desconhecedor da Libras. Citada a
língua, discutiremos neste momento sobre a proposta da disciplina de Libras no campo
curricular obrigatório em outros cursos e então será possível avaliar se somente a presença do
TILSP é possível conceder a inclusão bilíngue nas universidades proposta perante as leis.
Em respeito a Universidade Federal Rural da Amazônia, o ensino obrigatório de Libras
engloba somente as áreas de licenciatura. Para esses cursos, a disciplina é regulamentada,
perante o decreto nº 5.626/2005, já exposto:

Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos
cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível 19
médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino,
públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o
curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e
o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de
professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais
cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da
publicação deste Decreto.

No entanto, em forma eletiva/optativa alguns cursos da UFRA, possuem a possibilidade


de ofertarem aos alunos que requisitarem a disciplina de Libras, dentre eles, o curso de
Engenharia de Pesca, que apresenta no seu Projeto Político Curricular a disciplina de Libras
como eletiva, compreendendo 68 horas - hrs - de carga horária, dividida em 51hrs de material
teórico e 17hrs de prática, na qual sua ementa referente ao ensino da Língua, desenvolve-se de
maneira que possa:

Instrumentalizar e dar subsídios teóricos e práticos para a aquisição de


LIBRAS. Possibilitar condições aos profissionais a atuar frente ao mercado de
trabalho. Contribuir para o rompimento de bloqueios de comunicação,
geralmente, existente entre Surdos e ouvintes. Intensificar a integração entre
os surdos brasileiros. (PPC, 2010. p 47)

Com o intuito de alcançar os objetivos propostos pela ementa, o registro de termos da


Pesca, que também são termos amazônicos e sobre seus povos, são fatores que se aproximam
com o ideal proposto pela educação de surdos. Nesse viés, e também exposto no PPC do curso,
é elencado algumas habilidades e competências cabíveis ao estudante que egressa no curso,
assim, enfatiza-se que cabe:
23

3. Aplicar conhecimentos científicos, tecnológicos e instrumentais,


respeitando a linguagem, as necessidades sociais, culturais e econômicas das
comunidades pesqueiras litorâneas (PPC, 2010. p 47)

Por fim, seja no ambiente acadêmico, no território Amazônico ou não, a peça


fundamental é que o surdo pode e deve ter acesso ao conhecimento, atendendo-se às suas
necessidades sociais, econômicas e culturais, e que quaisquer meios que agreguem sua
aprendizagem, são bem vindos.

3 A CIÊNCIA TERMINOLÓGICA EM LIBRAS

Revisando a literatura no que tange a língua e a densidade lexical, para início de capítulo,
salienta-se os dizeres de Vygotsky (1977) ao constatar que a ação de conceituação objetiva
intuir a compreensão da comunicação e solucionar problemas, no entanto, não é uma construção
isolada. Nesse viés, entende-se que a própria ideia do que venha ser “conceito” ou a ação de
“conceituar” é abstrata e relativa, pois pode ser continuamente remodelada. Entretanto, é válido
ressaltar a contra análise apresentada pelo autor, ao dizer que determinado número de palavras
utilizadas de forma coletiva, são capazes de nomear campos de conceitos específicos. Sendo
assim, essas palavras-termos também podem ser reformuladas, e ininterruptamente
apresentarem o mesmo sentido.
Deste modo, ao propor a discussão dessas palavras-termos estamos abrangendo o campo
de ciência referente a terminologia, que engloba o léxico e a ciência da lexicologia, presente
em obras termográficas constituindo uma cadeia linguística encaminhada para a ampliação
lexical. Nessa premissa, Cabré (1998, p. 106) elenca alguns princípios que conceituam a
definição terminológica, tais como: descrição do conceito; apresentar a diferença de um
conceito, que mesmo sendo proveniente de um mesmo lócus, apresenta campo de conceituação
distinto, demonstrar as dimensões minuciosas sobre o campo principal de cada conceito, além
de se adequar aos objetivos no qual está inserido.
Posto isso, demonstra-se que a terminologia trabalha com um espaço conceitual
fechado, abrangendo termos que constituem um único campo com o mesmo eixo,
exemplificando pelo campo central do presente estudo, terminologia amazônica, terminologia
de Libras e entre outras que seguem um padrão. Nessa padronização da língua, Faustich (1997,
p. 82) conceitua a expressão “termo” como: [...] novos conceitos científicos e técnicos
precisavam ser resumidos numa expressão denominadora (termo) para que a referência pudesse
ser conhecida”. Adentrando o campo da língua de sinais, a autora debruça sobre “sinal-termo”
classificando como:
24

[...] Termo criado para, na Língua de Sinais Brasileira, denotar conceitos


contidos nas palavras simples, compostas, símbolos ou fórmulas, usados nas
áreas especializadas do conhecimento e do saber. 3. Termo adaptado do
português para representar conceitos por meio de palavras simples, compostas,
símbolos ou fórmulas, usados nas áreas especializadas do conhecimento da
Língua de Sinais Brasileira (FAULSTICH, 2012).

Pautado o que é terminologia, e como esse campo ocorre na Libras a partir da


catalogação desses sinais-termos, torna-se imprescindível mencionar acerca da ampliação
lexical do surdo, e o quanto o trabalho terminográfico nasce da crescente demanda de surdos
no campo de ensino científico. Faria-Nascimento (2009, p. 55) reitera que ao propor uma
conscientização para estudantes surdos de graduação no que tange a construção terminológica,
ocasionará no processo acelerado de domínio da língua, a compreensão de neologismo – fator
também decorrente dentro da língua de sinais – além de ofertar um material de apoio aos
profissionais de tradução sobre um contexto emergente.

3.1 Lexicografia

Dispondo dos mais diversificados contextos, o léxico sendo um vocábulo, está


estritamente associado a terminologia. Biderman (2001, p. 153) aponta o léxico como unidades
formadoras do dicionário ou caracterizadas por conta de uma temática. Sendo assim, a autora
difere a lexicografia como conjunto de léxicos diversificados, quanto sua forma ou finalidade,
pois não é uma unidade fechada, e sim abrangente. Diferente da terminologia, o léxico não se
restringe ao universo referencial, apenas pode fazer parte dele.
A saber da lexicografia como uma subcategoria da Lexicologia – ciência que estuda o
léxico geral – pode-se definir a lexicografia no viés técnico de compor dicionários (Cardoso,
2017). Lidando com uma língua em particular, Martins (2017) ressalta que a lexicografia atua
no canal linguístico das línguas de sinais, relacionando a ampliação lexical em Libras para a
desenvoltura e criação de mais sinais. Consequentemente, o texto lexicográfico se comprova de
grande relevância na criação de dicionários, vocábulos, glossários de uma língua específica. E
para Libras, essas produções se tornam ainda mais importantes, pois abarcam o repertório
linguístico e apresenta sua funcionalidade na educação de surdos e práticas visuais
diferenciadas.

A evolução que precede os projetos e repertórios lexicográficos em língua de


sinais é de suma importância para a comunidade surda, afinal, durante todo o
25

período educacional os surdos são submetidos ao saber formalizado em que se


prevalece à língua portuguesa (CARDOSO, 2017, p. 54).

Por fim, na construção desses projetos lexicográficos, busca-se dizer a classificação


gramatical, composição do léxico, e entre outros aspectos correspondentes a estrutura das
unidades lexicais. Continuando nesse caminho, o léxico ao ser introduzido na linguagem
acadêmica, urge a necessidade de produções lexicográficas, tal qual o glossário português e
língua de sinais brasileira.

3.2 Dicionário X Glossário

Na crescente demanda de difusão do conhecimento profissional e linguístico, a razão do


dicionário e glossário como ferramentas que subsidiam o âmbito educacional, se torna cada vez
mais ramificado por apresentar o léxico, que como já visto por Birderman (1981), é o
patrimônio social da comunidade. Assim, demarca-se apresentar o que difere um dicionário de
um glossário, sendo obras terminológicas, Faulstich (1995) distingue:

Dicionário terminológico: dicionário que apresenta a terminologia de um ou


de vários domínios; Glossário: a) repertório que define termos de uma área
científica ou técnica, dispostos em ordem alfabética, podendo apresentar ou
não remissivas; b) repertório em que os termos, normalmente de uma área, são
apresentados em ordem sistemática, acompanhados de informação gramatical,
definição, remissivas podendo apresentar ou não contexto de ocorrência; c)
repertório em que os termos são apresentados em ordem alfabética ou em
ordem sistemática seguidos de informação gramatical e de contexto de
ocorrência; Banco de terminologia: repertório terminológico automatizado,
constituído de um conjunto organizado de dados terminológicos.
(FAUSLSTICH, 1995, p.06-07)

Apesar de ambos apresentarem como objetivo a disseminação de saberes utilizando a


terminologia, é evidenciado que o dicionário abrange de forma mais geral, atuando em todo o
nível de sistema, diferente do glossário que atua na manifestação da fala e de nível da ocorrência
pautada no contexto, em soma, ocorre a organização de um banco terminológico para o registro.
Oliveira e Stumpf (2013, p, 221) discorrem sobre “glosas”, explanando que são anotações
referente a termos técnicos e não tão conhecidos, encontrados em obras.
O glossário de Libras, carrega essa natureza de termos técnicos referente a um núcleo
particular para aprofundamento, provendo a definição para cada sinal-termo e propondo a
análise e construção desses termos de ordem fonológica e semanticamente. No processo de
criação de um glossário, é realizada diversas tomadas de decisões pelo lexicógrafo ou
terminógrafo, dentre elas as seleções dos verbetes compreendido como “conjunto de entrada”
por Rey-Debove (1971), e que direciona a organização estrutural do glossário, desde a fatores
26

como sua sequência alfabética, ilustrações, eixo temático ou entre outros fatores supracitados
anteriormente.
Demarcado a diferença entre os dois materiais, e sob perspectiva da produção em
Libras, destaca-se a utilização de ilustrações no que infere na construção de um glossário
português e língua de sinais, tendo em vista que a Libras usufrui da modalidade visuoespacial,
Fernandes (2018) reitera que a representação ilustrativa dos sinais, são válidos na organização
de um glossário, pois deve-se levar em consideração os aspectos fonológicos que demarcam a
construção desse sinal, e podem apresentar variações linguísticas decorrentes a fatores sociais.

3.3 Aspectos fonológicos na LIBRAS

A Libras, como qualquer outra língua, se dispõe de forma organizada e estruturada,


traçando regras e parâmetros no que tange a sua sinalização, para que a mensagem seja
compreendida de forma efetiva. Destacando a organização e estrutura da língua, Stroke (1960)
foi o estudioso pioneiro que demarcou o início de estudos na concepção da língua como
morfologia, capaz de ser decomposta.
Benassi e Padilha (2015) apresentam as diferenças sobre os aspectos fonéticos e
fonológicos. Visto que fonética incube o estudo de sons de uma língua, nas línguas oralizadas,
sua função continua em “descrever e analisar os parâmetros da moralidade oral auditiva”. Já,
quando aplicada a Libras, a fonética engloba um campo de estudo que reconhece a Libras como
língua espaço visual, na qual o corpo é o articulador do enunciado.
Nesse viés, a fonologia das Libras decorre a partir da construção do seu sinal, regido
por parâmetros intencionais e que compõem o signo linguístico, assumindo caráter
interpretativo (Karnopp, 2004, p. 96), sendo peças fundamentais na aplicação do sentido, os
parâmetros da Libras dispostos de maneira desorganizada, não são capazes de atribuírem
significado e sentido completo de compreensão. Assim, Brito (1995) afirma que:

A libras tem sua estrutura gramatical organizada a partir de alguns


parâmetros que estruturam sua formação nos diferentes níveis linguísticos.
Três são seus parâmetros principais ou maiores: a Configuração da(s) mão(s)
– (CM), o Movimento – (M) e o Ponto de Articulação – (PA); e outros três
constituem seus parâmetros menores: Região de Contato, Orientação da(s)
mão(s) e Disposição da(s) mão(s).

A seguir, embasado nos estudos de Godoi (et.al 2018) em seu livro: “Língua Brasileira
de Sinais – LIBRAS: formação continuada de professores” em consonância com as autoras
Quadros e Karnopp (2004) sobre as propriedades de cada parâmetro, será apresentado um
27

quadro informativo de maneira direta e sucinta no que tange cada finalidade e aplicação de
parâmetro, é importante ressaltar que os parâmetros expostos agem perante uma construção
dependente, na qual a configuração de mão, efetuada no ponto de articulação correto, denota o
significado do sinal pretendido.

Quadro 1: Parâmetros da Libras


CONFIGURAÇÃO “A Configuração de mãos é a forma que a mão assume ao realizar o
DE MÃO (CM) sinal [...] Cada sinal assume uma configuração de maõ específica que
deve ser bem marcada ao sinalizar” (GODOI, et. al 2018, p. 29)
PONTO DE “O ponto de articulaçaõ ou locaçaõ da mão éo lugar onde a maõ
ARTICULAÇÃO dominante realiza o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou
(PA) estar perto dele em um espaço neutro, ou estar em frente ao corpo do
emissor, no chamado espaço de enunciação que é do meio do corpo
até́ a cabeça” (GODOI, et. al 2018, p. 57)
ORIENTAÇÃO (O) [...] é a direçaõ para a qual a palma da mão aponta na produção do
sinal [...]enumeram seis tipos de orientação da palma da mão: para
cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a direita ou para a
esquerda”
(GODOI, et. al 2018, p. 61)
MOVIMENTO (M) “[...] os sinais podem ter movimento ou não. Os movimentos podem
envolver várias formas e direções, podem estar nas mãos, pulsos e
antebraço.”
(GODOI, et. al 2018, p. 64)
EXPRESSÃO “As expressões naõ manuais saõ movimentos da face, dos olhos, da
FACIAL E/OU cabeça ou do tronco. Essas expressões marcam os tipos de frases:
CORPORAL interrogativa, exclamativa, negativa, afirmativa.”
(GODOI, et. al 2018, p. 66)
Fonte: Macêdo (2020) adaptado pela autora, 2023.

Em síntese do que foi exposto, as autoras agregam acerca das variações fonológicas,
derivadas dos sinais realizados em diferentes parâmetros explanados: “A segunda tarefa é
estabelecer quais são os padrões possíveis de combinação entre essas unidades e as variações
possıv́ eis no ambiente fonológico” (QUADROS; KARNOPP, 2004, p.47). Assim, é pautada a
relevância de discorrer sobre a formação do sinal e apresentar o fator extra que corresponde às
28

"possíveis variações”. Tal qual a língua portuguesa, a Libras é viva e mutável, suscetível a
mudanças demarcadas por questões sociais, de conhecimento, faixa etárias e entre outros.
Nesse viés, quando abordado sobre variedade linguística na Libras, não refere-se a
posição de sinal “certo” ou sinal “errado”, abarca a linha de pensamento dos autores Machado
e Weininger (2018) que classificam a ocorrência dessas variáveis perante seu uso individual,
mediante a seu status de conhecimento, experiência, localidade e outros. Assim, essa variação
é perceptível na realização do sinal, que apresentando o mesmo sentido, é articulado com os
parâmetros da Libras em diferentes posições.
Agora, caminhando na proposta do presente glossário, o registro dos termos é suscetível
a alteração e pode apresentar outro tipo de variação no uso vivo. Sendo assim, a presença de
equivalente ou classificadores no intuito de fornecer sinais para os termos escolhidos, serão
registrados, pois segundo a perspectiva de Gesser (2009, p. 12-13) a língua de sinais possui
como “objetivo maior é estabelecer a comunicação internacional”, portanto, pautadas nos
aspectos fonológicos e na comunicação plena em todos os lados do diálogo, os classificadores
auxiliarão na definição do referente temático do glossário e agregará na busca pelo sinal-termo.

4 PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
O presente trabalho caracteriza-se por ser um estudo de cunho documental, no que tange
a busca de dados e o caráter de registro e catalogação. Sobre isso, compreende-se que a pesquisa
documental busca compor um corpus adequado a partir de pistas que lhe fornecem noções
relevantes (CELLARD, 2008), nesse viés, a pesquisa procedeu através do levantamento de
documentos (trabalhos científicos, livros acadêmicos, estado da arte e entre outros) para o
conhecimento de termos equivalentes na Libras na vertente da terminologia escolhida.
Além disso, destaca-se o uso das abordagens qualitativas e quantitativas em relação a
coleta de dados, seguindo a compreensão de Pope e Mays (2005) a abordagem qualitativa
permite interpretar fenômenos sociais a partir do significado e das experiências que as pessoas
atribuem, conceito levado em consideração ao propor o preenchimento do formulário
direcionado aos alunos de engenharia de Pesca do curso da UFRA e acerca das conversas e
busca de sinais dentro da própria comunidade surda, uma vez em que ambas vertentes se
apresentam como lócus da pesquisa, e são capazes de atribuir significados para suas
experiências espontaneamente.
Já para a abordagem quantitativa, Fonseca (2002) expõe que:
29

[...] Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas


da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato
real de toda a população alvo da pesquisa [...] A utilização conjunta da
pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que
se poderia conseguir isoladamente. (Fonseca, 2002. p.20)

Assim, ao aplicar o formulário para alunos e profissionais da área de Engenharia de


Pesca da UFRA como “população alvo da pesquisa”, buscou-se saber sobre a idade dos
participantes, o semestre ou a formação finalizada, o gênero e por fim, as palavras – termos –
mais usadas dentro do curso. Foi requerido a ordem decrescente sobre os termos, no qual os
alunos deveriam listar de acordo com o grau de relevância, sob sua vivência, e dispor no
formulário 10 termos. Assim, realizou-se esse levantamento quantitativo acerca da utilização
dos termos e inferiu as palavras utilizadas com mais frequência. Além da investigação
compreendendo a quantidade de termos que possuíam sinais equivalentes.
Outro viés usado para a coleta de dados, foi a elaboração de uma entrevista constituída
de um roteiro semiestruturado e aplicada ao coordenador do curso de Engenharia de Pesca,
regido pela ética concebida no Termo de Consentimento Livre Esclarecido - anexado no
apêndice A - , a entrevista foi gravada pelo aplicativo do celular e encontra-se anexada no
apêndice C. As quatro perguntas buscavam fundamentar os conhecimentos sobre o curso e sua
relação com a Libras e com o espaço amazônico, para tanto, foram estruturadas da seguinte
forma:
- O curso de engenharia de pesca oferta Libras como disciplina obrigatória ou optativa?
- Se sim para disciplina optativa, o senhor se lembra do último ano que foi requisita?
- Já participou do curso algum aluno com alguma condição de comprometimento
auditivo?
- Qual a relação do curso de Engenharia de pesca com os estudos amazônicos?
Para fins de conhecimento breve e sucinto sobre a temática proposta, o contato com o
coordenador do curso ofertou alguns termos partidos da conversa, e amparou a pesquisa, ao
relacionar a engenharia de pesca com os saberes dos povos ribeirinhos tradicionais
amazonenses, expostos anteriormente, na condição de surdez, uma vez que estamos tratando da
expansão do léxico da língua de sinais, e do surdo em diferentes âmbitos acadêmicos. Ademais,
ocorreu também a contatação com a comunidade surda, - colegas surdos, professores surdos -,
e conjunto com as pessoas que promovem acessibilidade linguística, como os intérpretes
dispostos na UFRA.
Na mesma lógica, outro método aplicado foi a revisão de literatura sobre saberes
Amazônicos e do PPC do curso de Engenharia de Pesca acomodado no site oficial da UFRA,
30

seguindo a sequência: >https://novo.ufra.edu.br/< >pró Reitorias< >PROEN Ensino< >PPC’s<


>PPC de Engenharia de Pesca<. Em suma, a busca que se embasou nas investigações de
trabalhos publicados em sites especiais, como: SciELO, Google Acadêmico, repositórios de
faculdades, para filtragem, delimitou-se em palavras chaves: Amazônia, estudos amazônicos,
cultura amazônica.
Após a análise do projeto curricular obrigatório acompanhada da revisão literária acerca
da Amazônia, identificou-se que a ação pesqueira é uma vertente presente em ambos campos
da ciência e que possuem relação de dependência ao refletir e discutir sobre o assunto. Sendo
assim, delimitou-se a seleção dos termos para a área de Piscicultura – criação e manejo de
peixes -, uma vez que o eixo temático “Pesca e Biologia Pesqueira” se manifesta no ppc até o
nível V, ofertando disciplinas que abrangem esse assunto, além de ter se mostrado com
assiduidade nas respostas dos alunos, e por fim, está presente em grandes partes dos Estudos
Amazônicos.
Diante do exposto, realizando investigações terminológicas, foi descoberto o livro
`'Glossário Ilustrado da Piscicultura”, integrado no acervo da Universidade Rural da Amazônia,
publicado pela “Edufra” e disponível para aquisição. Após a compra desse material para
prudente embasamento, foi realizado o processo de escolha de termos.

4.1 Seleção de termos

Para escolha de termos, foi utilizado algumas palavras do levantamento bibliográfico


pertinentes aos estudos amazônicos e que porventura, se entrelaçaram com os termos de pesca.
De forma análoga, a gama de palavras ofertadas:

[Figura 1: Glossário Ilustrado de Piscicultura


31

Fonte: Fotografada pela autora, 2023

Publicado em 1991, o glossário consta com a catalogação de 507 termos, arranjados em


77 páginas, apresentando cerca de 100 ilustrações. Os termos apresentam descrição e são
organizados em ordem alfabética. Souza (1991, p. 13) relata que os termos expostos são
popularmente utilizados por professores e pesquisadores da área. Partindo desse pressuposto,
em comum acordo com o levantamento bibliográfico em escritos acadêmicos, diálogos com os
colegas surdos e intérpretes, realizou-se a seguinte lista de termos:

Quadro 2: Termos selecionados


TERMOS SELECIONADOS
1 - Aquicultura 16 – Peixe
2 - Algas 17 – Pesca
3 - Bactéria 18 – Pescada
4 – Camarão 19 – Pirarucu
5 – Carcinicultura 20 - Piscicultura
6 - Engenharia de Pesca 21 – Poluição d’água
7 – Escama de Peixe 22- Rio
8 - Ictiologia 23 – Qualidade da água
9 – Igarapé 24 - Tambaqui
10 - Larva 25 – Tanque
11 – Manejo 26 – Tilápia
12 – Matapi 27 – Várzea
13 – Manguezal 28 – Viveiro
14 - Peconha
15 - Peixamento
Fonte: Macêdo (2020) adaptado pela autora. 2023.

5 ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo trilhamos de forma minuciosa como ocorreu o processo de análise dos
dados obtidos, a partir da pré-seleção dos termos. Em primeira instância, urge a classificação
dos participantes e colaboradores da pesquisa, para tanto, pode-se dividir em dois grupos:
Comunidade surda de Belém-PA e Estudantes e profissionais de Engenharia de Pesca da Ufra.
32

Para comunidade surda, utilizaremos algumas abreviaturas para identificação. Abaixo,


segue a tabela com o “código” referente a cada categoria dentro da comunidade surda:

Quadro 3: Identificação dos participantes colaboradores


Participantes Colaboradores
SCCSA Sujeito Colaborador Comunidade Surda Aluno
SCCSI Sujeito colaborador comunidade surda intérprete
SCCCPS Sujeito colaborador comunidade surda professor surdo
Fonte: elaborada pelo autora, 2023

Vale ressaltar que todos colaboradores possuíam o domínio da Libras e são ativos na
comunidade surda, ademais, quanto aos intérpretes colaboradores são atuantes no âmbito
educacional de ensino superior. No que se refere a sinalização, demonstraram alguns sinais
equivalentes ao termos solicitados, apresentaram domínio do conceito, respaldados pelo livro
“Glossário Ilustrado de Piscicultura”, não havendo desencontros de comunicação ou
conhecimento.
Sobre as questões inseridas no Formulário do Google, destaca-se que encaminhado ao
centro acadêmico do curso, foi divulgada em grupos via whatsapp para os alunos, discutiu-se
sobre a faixa etária dos participantes (Gráfico 1) a sua identificação de gênero (Gráfico 2) o
semestre em que se encontra, ou se é formado e atua na área (Gráfico 3) e por fim, como
pergunta aberta, a seleção individual dos termos mais utilizados na trajetória do curso. Foram
requisitados pelo menos 10 termos e no Quadro 4 está cotado todas as palavras ditas pelo
estudantes, como ainda, demarcada para demonstrar aquelas que apresentaram alguma
repetição.Vale frisar que os gráficos distribuídos foram emitidos pelo próprio Formulário do
Google e em todos é possível identificar a quantidade de respostas emitidas.

Gráfico 1 – Faixa Etária


33

Gráfico 2 – Identificação

Gráfico 3 – Semestre
34

Quadro 4 – Termos sugeridos pelos profissionais e alunos.


Carcinologia Pscicultura Zooplâncton Ictiomêtro Pescado
Carnicultura Macrófitas Fitoplâncton Ictiologia Animais
Aquáticas aquáticos
Aquicultura Larvicultura Ictoplâncton Peixe Navegação
Parasita de Qualidade de água Zoologia Manejo Água
peixe aquática
Engenharia Produção primária Camarão Projeto Reprodução
Temperatura Licenciamento Aquicultor Cultivo Criação
Pesca Pescador Produtor Tilápia Coleta
Tanque Viveiro Formação Pesquisadores Mercado
Estudantes Especialistas Profissionais Estudo Adaptação
Auxilio Tambaqui Sustentabilidade Oxigênio Soprador
pH Temperatura Ração Professores UFRA
Recursos Pescadores Limnologia Agricultura Despesca
pesqueiros familiar
Açude Comporta Povoamento Berçário Recria
Engorda Aclimatação Arraçoamento Juvenil Alevinos
Embarcação Processamento Captura Petrecho Beneficiamento
Viveiro Benefício social Caranguejo Siri Turu
escavado
Comunidades Pesca de pequena Pesca artesanal Maretório RESEX (reserva
tradicionais escala extrativista)
Apetrechos de Calculo Meteorologia Maturação Desenvolvimento
pesca
Melhoramento
Fonte: elaborada pela autora, 2023

Mediante aos termos sugeridos pelos alunos e profissionais da área, buscou-se


quantificar as palavras que foram utilizadas com maior frequência pelos educandos e
profissionais, sobre isso, o critério utilizado para tal análise, era que as palavras apresentassem
repetição pelo menos uma vez, e a partir dessa decodificação, procurar seu eixo temático no
livro ilustrado de Piscicultura. Coadunando, alguns termos sugeridos são de caráter educacional
básico, que podem ser encontrados na disciplina de biologia, por exemplo, como o termo:
35

“oxigênio” ou “animais aquáticos”, então a partir de um levantamento bibliográfico, foi feito


um processo de eliminação de alguns termos sugeridos, esse processo ocorreu de forma bem
superficial e branda, na qual houve a consulta de material bibliográfico e com a comunidade
surda, para sondar o conhecimento específico para tais sinais. Dito isto, foi possível apontar
alguns termos sugeridos e repetidos como: Carnicicultura; aquicultura; psicultura; Ictiologia;
peixe; pescado; qualidade da água; manejo; engenharia de pesca; temperatura, pesca, tanque,
arraçoamento, criativo e cultivo.. No mais, esses termos foram selecionados para compor o
glossário Piloto Libras-Português em conjunto com termos retirados do livro para validação e
que são de vertente amazônica.

5.1 Construção do Glossário Piloto Libras-Português no contexto do Estudos


Amazônicos e do curso de Engenharia de Pesca da UFRA

Para a produção do glossário, Faulstich (1995) pondera sobre a autenticidade dos


termos e conceitos na metodologia terminológica, sendo assim, primeiramente buscou o
conhecimento do conceito dos termos, sobre aqueles que dominam essa ciência específica, neste
ângulo, o engenheiro de pesca graduado e atuante na área em conjunto com o coordenador do
curso, aceitaram a solicitação de validação dessas descrições e conceituações, ambos regidos
pelo TCLE – apêndice B -. Em soma, menciona-se novamente o glossário ilustrado de
Piscicultura de Souza (1991), adquirido na editora da Universidade, ademais, vídeos pela
plataforma eletrônica do Youtube e dicionários para auxílio.
Diante disto, para organização e melhor esclarecimento, a estrutura do glossário
encontra-se separadamente em 5 categorias: Termo; descrição; imagem; termo/sinal
equivalente; parâmetros da Libras e referências. Acerca dos elementos listados e para maior
compreensão, segue de forma branda e clara, o que se determina apresentar: [termo]
compreende no vocábulo próprio escolhido a partir da temática central; [descrição] compreende
a conceituação do termo, essa explicação pode ser retirada de dicionários, revisões verídicas e
fomentadas baseado nos dados recebidos pelos atuantes da área; [imagem] corresponde a
imagem acústica caminhando na base da representação do conceito; [termo-sinal equivalente]
sobre isso, abarca sobre como tal termo é sinalizado na língua de sinais, podendo apresentar
uma equivalência ou o uso de classificadores, complementando na possibilidade de ofertar
acessibilidade nessa categoria, disponibiliza-se o Qr Code abaixo das imagens; [parâmetros da
Libras] englobando a decomposição do sinal de forma escrita para o auxílio de execução efetiva,
para melhor compreensão sobre as posições das mãos e representações feitas a partir do alfabeto
manual, apresenta-se no apêndice D, a imagem referente as letras do alfabeto manual a partir
36

da CM contribuindo para descrição do sinal; e por fim [referências] que correspondem sobre
os estudos utilizados como suporte na catalogação do termo escolhido.
Destacando sobre o [termo] no glossário, torna-se imprescindível apresentar um
ressalve para as futuras abreviaturas que serão exibidas de acordo com a categoria adequada:
(~) sinal diacrítico centralizado, utilizado quando não houver correspondência para a categoria
“imagem” ou “Parâmetros da Libras”; assim como, a abreviatura “NE” confere com os dizeres
“Não encontrado”, essa informação refere-se ao termo-sinal equivalente e compreende que
apesar das pesquisas com a comunidade surda, no ambiente no qual se situa a realização do
trabalho – região metropolitana de Belém/PA – e também por meios eletrônicos – ex: surdos
participantes de Igarapé Miri, por meio do aplicativo whatsapp - , não foi encontrado um termo
sinal equivalente ao vocábulo escolhido.
De forma análoga, vale mencionar que o QrCode foi gerado a partir do design
desenhado, então, alguns termos sinalizados ainda estão em processo de finalização e
futuramente serão anexados ao seu código. No mais, apresento o link para acesso.
Em suma, é de grande relevância apresentar ao consulente a ficha terminológica
adaptada pela presente autora para conceber o glossário. Seguindo nessa premissa, apresenta-
se o verbete “eclosão” retirado do livro “Glossário Ilustrado de Piscicultura” para
exemplificação clara:
Quadro 5 – Ficha terminológica
Termo Descrição Imagem Termo-sinal Parâmetros da Referências
equivalente Libras
Eclosão “É o (~) (NE) (~) SOUZA,
rompimento do Raimundo.
ovo e Glossário
consequente Piloto de
nascimento da piscicultura.
larva” Belém, FCAP.
Serviço de
Documentação
e Informação,
1991. 77p.
Ilust.

Fonte: Macêdo (2020) adaptada pelo autor.

Assim, divido em seis colunas e duas linhas, apresenta-se o verbete “Eclosão” que
contém descrição, baseada na referência de Souza (1991), no entanto, não apresenta imagem,
termo-sinal equivalente ou parâmetros da libras, e por isso, é sinalizado pelos sinais e
37

abreviatura.
Contudo, para elaboração final do glossário, ressalta-se a importância desse material no
que tange a educação e inclusão de surdos, idealiza-se a acessibilidade comunicacional com o
surdo Amazônico tão assíduo na atividade pesqueira, no contato com o rio, assim, partilhando
e trocando saberes a partir da sua língua, validando sua cultura e forma de expressão, além de
ser uma ferramenta para o curso de Pesca e ao profissional tradutor intérprete.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Glossário Piloto abaixo:
38

GLOSSÁRIO PILOTO LIBRAS-PORTUGUÊS NO CONTEXTO DE ESTUDOS


AMAZÔNICOS E DO CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA DA UFRA
39

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Aquicultura Prática (~) (NE) (~) SOUZA,
zootécnica que Raimundo.
trata do cultivo Glossário Piloto
de espécies de piscicultura.
aquáticas” Belém, FCAP.
Serviço de
Documentação e
Informação, 1991.
77p. Ilust.
40

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Algas Vegetais Sinal composto: SOUZA,
clorofilados, CM: Mão em L Raimundo.
uni ou PA: Queixo Glossário Piloto
pluricelulares Movimento: o de piscicultura.
comuns no solo Fonte: dedo indicador Belém, FCAP.
e na água.” fotografada pela sobe e desce Serviço de
autora, retirada do O: Para cima e Documentação e
livro “Glossário para baixo. Informação, 1991.
Piloto de 77p. Ilust.
Piscicultura” CM: Mãos aberta
Disponível em: PA: espaço
neutro SCCSPS
M: Para o lado
O: Palma da mão
para baixo

CM: uma mão


fechada em
punho, encostada
na segunda mão
aberta.
PA: Espaço
Neutro
M: dedos
balançando
O: Palma da mão
para trás
41

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Bactérias “Microorganis CM: Mão SOUZA,
mos vergetais passiva com a Raimundo.
unicelulares. palma aberta e Glossário Piloto
p.ex. dedos unidos,
de piscicultura.
Beggieatoa. A Fonte: fotografada mão ativa na Belém, FCAP.
Beggiatoa é pela autora, retirada letra B doServiço de
uma bactéria do livro “Glossário alfabeto manual.Documentação e
Piloto de
autótrofa.” Piscicultura”
Informação, 1991.
PA: Espaço 77p. Ilust.
neutro

M: Para cima, a SCCSI


Disponível em: mão ativa sobe e
desce sob a
passiva.

O: Para frente
42

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Camarão “Pequeno (~) CM: Mão SOUZA,
crustáceo fechada em Raimundo.
decápode, punho com o Glossário Piloto
macruro, dedo indicador de piscicultura.
comestível, erguido Belém, FCAP.
muito frequente Serviço de
junto a costa PA: Espaço Documentação e
marinha Neutro Informação, 1991.
Portuguesa, rias 77p. Ilust.
e embocaduras M: dedo
dos rios.” indicador dobra,
subindo e SCCS
descendo
Disponível em:
O: para o lado
43

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Carcinicul- “Criação de (~) (NE) (~) Priberan,
tura crustáceos em Dicionário.
viveiros.” Disponível em:
https://dicionario.p
riberam.org/
44

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Engenharia “O Curso de CM: Ambas as UNIVERSIDADE
de Pesca Graduação em mãos em letra E do
FEDERAL
alfabeto manual
Engenharia de RURAL
PA: Espaço Neutro
DA
Pesca da M: Mãos AMAZÔNIA,
se
Universidade Fonte: fotografada movimentam Projeto Pedagógico
em
Federal Rural pela autora, prédio do direções opostasdo curso de
curso de Engenharia O: Linha reta, em
da Amazônia” de Pesca da UFRA,
Engenharia de
direções opostas
2023. pesca. UFRA,
CM: Mão fechada 2010.
em punho, somente
o indicador erguido SCCS
e curvado
PA: Mandíbula
M: Escovando
O: Para frente

CM: Mãos
Disponível em: fechadas, com os
dedos anelar e
mindinho curvados,
dedos polegar,
anelar e médio
estendidos.
PA: Espaço Neutro
M: O dedo
indicador e o anelar
escovam uns nos
outros.
O: Para trás
45

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Escama de “Cada uma das (~) CM: Mão Priberan,
Peixe lâminas que fechada em Dicionário.
cobrem o corpo punho, com o Disponível em:
de certos peixes indicador https://dicionario.p
e alguns erguido; riberam.org/
répteis” PA: Mandíbula
M: Escovando na
mandíbula SCCSA

CM: Ambas
mãos fechadas,
Disponível em: apenas com os
dedos indicador
https://youtu.be/bmyTdtsUExg e polegar
curvados para
dentro;
PA: Espaço
Neutro

CM: um braço
estendido em
frente ao corpo,
com a mão
aberta e dedos
juntos; a outra
mão aberta
desliza sob o
braço estendido.
46

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Ictiologia “É o ramo da (~) (NE) (NE) SOUZA,
zoologia que Raimundo.
estuda os Glossário Piloto
peixes” de piscicultura.
Belém, FCAP.
Serviço de
Documentação e
Informação, 1991.
77p. Ilust.
47

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Igarapé “Canal estreito; (~) CM: Mão SOUZA,
ligações entre fechada em Raimundo.
braços de rio” punho, apenas Glossário Piloto
com o dedo de piscicultura.
indicador Belém, FCAP.
erguido. Serviço de
PA: Queixo Documentação e
Movimento: Informação, 1991.
Dedo indicador 77p. Ilust.
balança para
frente e para trás
O: Frente e trás SCCS

CM: Mãos
Disponível em: abertas com os
dedos juntos,
apenas o polegar
erguido
PA: Espaço
neutro
M: Sinuoso, para
frente
O: Palmas de
lado
EF: Bochechas
sugadas
48

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Larva “É o estágio (NE) (~) SOUZA,
jovem do peixe, Raimundo.
após o embrião Glossário Piloto
e que apresenta de piscicultura.
o saco vitelino Fonte: fotografada Belém, FCAP.
pela autora, retirada
de reserva” do livro “Glossário
Serviço de
Piloto de Documentação e
Piscicultura” Informação, 1991.
77p. Ilust.
49

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Manejo 3. Dispor de; a (~) (NE) (~) Priberan,
dministrar.
Dicionário.
4. Operar com.
5. Trabalhar co Disponível em:
m as mãos.”
https://dicionario.p
riberam.org/
50

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Matapi Covo, oblongo (NE) (~) Dicio: Dicionário
ou cônico, feito on-line de
de jacitara e português.
com abertura na Disponível em:
base.” https://www.dicio.
com.br/

Fonte: fotografada
pela autora, “Matapi”
inserido no
laboratório de Pesca
da UFRA, 2023.
51

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Manguezal “Area ou (~) CM: Mão fechada SOUZA, Raimundo.
terreno em punho, apenas Glossário Piloto de
com o dedo piscicultura. Belém,
pantanoso das indicador erguido.
margens das FCAP. Serviço de
PA: Queixo
lagoas e Documentação e
Movimento: Dedo
indicador balança Informação, 1991.
desembocadura
para frente e para 77p. Ilust.
s dos rios;
trás
também O: Frente e trás MANGUE
denominado de (LIBRAS). Cas
mangue, não só CM: Mãos abertas Centro de
ao terreno com os dedos juntos, Atendimento ao
lamacento [...]” apenas o polegar Surdo, 2021.
erguido Disponível em:
PA: Espaço neutro
Disponível em: https://www.youtube
M: Sinuoso, para
frente .com/watch?v=mgub
O: Palmas de lado K9FHsdA
https://youtu.be/QmHSuruVYYs
EF: Bochechas
sugadas
52

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Peconha “Laço de corda (~) CM: Ambas mãos Dicio: Dicionário
ou de outra iniciam abertas, on-line de
então fecham em
fibra vegetal punho
português.
usado nos pés PA: Espaço Neutro Disponível em:
para subir a M: Abre e fecha https://www.dicio.
uma palmeira” com.br/
CM: Mão passiva de
apoio, para o
cotovelo; braço
SCCS
estendido e mão
ativa com os dedos
abertos balançando
PA: Espaço Neutro

CM: Ambas mãos


em letra R do
alfabeto Manual
PA: Espaço Neutro
M: mãos se
afastando uma da
Disponível em: outra em direções
opostas
CM: Mão passiva
erguida, mão ativa
na letra V do
alfabeto Manual
PA: Espaço Neutro
M: A mão ativa
movimenta-se
subindo no braço
estendido da mão
passiva
53

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Peixamento “É a arte de se (~) (NE) (~) SOUZA,
povoar ou Raimundo.
estocar peixes Glossário Piloto
em coleções de piscicultura.
d´água” Belém, FCAP.
Serviço de
Documentação e
Informação, 1991.
77p. Ilust.
54

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Peixe “Vertebrado (~) Sinal composto: SOUZA,
aquático CM: Mão em L Raimundo.
PA: Queixo
pecilotérmico Movimento: o dedo Glossário Piloto
de simetria indicador sobe e de piscicultura.
bilateral e desce Belém, FCAP.
corpo O: Para cima e para Serviço de
hidrodinâmico” baixo. Documentação e
CM: Mãos aberta
Informação, 1991.
“Animal PA: espaço neutro 77p. Ilust.
vertebrado que M: Para o lado
nasce e vive na O: Palma da mão SCCS
água e respira para baixo
por gueiras” CM: uma mão
Priberan,
fechada em punho, Dicionário.
encostada na Disponível em:
Disponível em: segunda mão aberta. https://dicionario.p
PA: Espaço Neutro riberam.org/
M: dedos
balançando
O: Palma da mão
para trás
55

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Pesca “Ato ou efeito (~) CM: Ambas
de pescar” mãos fechadas SCCS
em punho, na
qual o polegar se Priberan,
apoia na Dicionário.
curvatura do Disponível em:
dedo indicador. https://dicionario.p
PA: Espaço riberam.org/
Neutro
Movimento:
Para cima
EF: Inclinação
Disponível em: corporal
56

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Pescada “Designação (~) CM: Mão AMARAL, Daniel.
dada a vários passiva de lado, Pescada Branca-
peixes dedos juntos e o Língua Brasileira
teleósteos polegar erguido. de Sinais.
gadiformes [...] Mão ativa Youtube.
muito usados fechada em Disponível em:
na alimentação semi-concha >https://www.yout
Ex: pescada PA: Espaço ube.com/watch?v=
branca” Neutro nQq4sIwpscA <
M: mão ativa
realiza o SCCS
movimento
Disponível em: sinuoso em Priberan,
frente a mão Dicionário.
passiva Disponível em:
https://dicionario.p
riberam.org/
57

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Pirarucu “Peixe do (~) CM: Mão fechada Priberan,
Amazonas” em punho, apenas Dicionário.
com o dedo
indicador erguido.
Disponível em:
PA: Mandíbula https://dicionario.p
Movimento: Dedo riberam.org/
indicador escova na
mandíbula
O: Para frente

CM: Mão aberta, SCCS


dedos unidos,
fechados em concha
Disponível em: PA: Espaço Neutro
M: para frente,
sinuoso
CM: Ambas mãos
fechadas, apenas os
dedos indicador e
polegar para fora
PA: Canto da boca
M: Para fora
EF: Boca esticada
58

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Piscicultura É a arte de criar (~) (NE) (~) SOUZA,
peixes” Raimundo.
Glossário Piloto
de piscicultura.
Belém, FCAP.
Serviço de
Documentação e
Informação, 1991.
77p. Ilust.
59

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Poluição “Degradação (~) CM: Mão fechada Priberan,
em punho, apenas
d’água do meio com o dedo Dicionário.
indicador erguido.
ambiente PA: Queixo Disponível em:
Movimento: Dedo
provocada pela indicador balança
https://dicionario.p
ação do para frente e para riberam.org/
trás
homem” O: Frente e trás

CM: Mão fechada SCCS


em punho, apenas
com o dedo
indicador erguido.
Disponível em: PA: Pescoço
M: mão girando
levemente,
semicircular
O: Para trás
EF: Nariz franzido,
sobrancelha
franzida, denotando
fedor ou sujeira
60

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Rio “Ambiente de (~) CM: Mão fechada SOUZA,
em punho, apenas
águas lóticas; com o dedo Raimundo.
indicador erguido.
ambiente PA: Queixo Glossário Piloto
Movimento: Dedo
aquáticos com indicador balança de piscicultura.
movimento” para frente e para Belém, FCAP.
trás
O: Frente e trás Serviço de
CM: Mãos abertas Documentação e
com os dedos juntos,
apenas o polegar Informação, 1991.
erguido
PA: Espaço neutro
77p. Ilust.
Disponível em: M: mãos afastadas,
para frente
O: Palmas de lado

SCCS
61

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Qualidade “Característica (~) (NE) (~) Priberan,
da água da água” Dicionário.
Disponível em:
https://dicionario.p
riberam.org/
62

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Tambaqui “Peixe (~) CM: Mão passiva de AMARAL, Daniel.
lado, dedos juntos e
teleósteo o polegar erguido. Tambaqui-
Mão ativa de lado,
encontrado no dedo do meio, Língua Brasileira
indicador e polegar
rio Amazonas e estendidos; de Sinais.
seus afluentes” Youtube.
PA: Em frente a mão
passiva, no espaço Disponível em:
neutro;
>https://www.yout
M: mão ativa realiza
o movimento de ube.com/watch?v=
Disponível em:
abrir os outros dedos
enquanto se afasta
nQq4sIwpscA <
da mão passiva;

Priberan,
Dicionário.
Disponível em:
https://dicionario.p
riberam.org/
63

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Tanque “São (NE) (~) SOUZA,
escavações Raimundo.
utilizadas em Glossário Piloto
piscicultura Fonte: fotografada de piscicultura.
com pela autora, retirada Belém, FCAP.
revestimento do livro “Glossário Serviço de
Piloto de
geralmente em Piscicultura”
Documentação e
alvenaria, de Informação, 1991.
forma 77p. Ilust.
trapezoide; cuja
profundidade
varia.”
64

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Tilápia Peixes de água (~) CM: Mão inicia com AMARAL, Daniel.
doce da África, a palma aberta e Tiláía-Língua
dedos juntos, com
comestíveis apenas o polegar Brasileira de
[...]” erguido. Então de Sinais. Youtube.
lado, abre e fecha os Disponível em:
dedos, e novamente https://www.youtu
volta a posição be.com/watch?v=b
incial.
8fULKpQas4
PA: Espaço neutro
Dicio: Dicionário
M: Para o lado, Online em
sinuoso Português.
Disponível em:
https://www.dicio.
com.br/tilapia/

Disponível em:
65

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Várzea “Terreno plano, (~) (NE) (~) SOUZA,
baixo, às vezes Raimundo.
inundado que Glossário Piloto
margeia os rios; de piscicultura.
planície de Belém, FCAP.
inundação Serviço de
periódica de Documentação e
solos aluviais e Informação, 1991.
a vegetação 77p. Ilust.
associada com
tais lugares”
66

Termo Descrição Imagem Termo sinal-equivalente Parâmetros da Referências


LIBRAS
Viveiro “Escavações (~) (NE) (~) SOUZA,
feitas em Raimundo.
terreno natural, Glossário Piloto
de preferência de piscicultura.
em solos Belém, FCAP.
agilosos, para Serviço de
cultivo ou Documentação e
criação de Informação, 1991.
organismos 77p. Ilust.
aquáticos”
67

Tratando-se de um da elaboração de um produto, é plausível debater sobre cada etapa,


desta forma, a escolha dos sinais decorreu pela perspectiva dos alunos e profissionais da área
de Engenharia de Pesca em conjunto com os termos retirados do livro adquirido. Fato
importante a ser destacado, é que o livro “Glossário Ilustrado de Piscicultura”, como o próprio
título diz, abrange a área da Piscicultura, e esse eixo temático foi optado pela presente autora a
partir da revisão no PPC do curso. A disciplina “Pesca e Biologia Pesqueira” é obrigatória no
curso de Engenharia e demarcada até o nível V, e dentro dos materiais utilizados para referência
teórica quanto à aplicação da disciplina, o termo “Piscicultura” se encontra presente repetidas
vezes e interage como cultura Amazônica. Assim, delimitou-se a temática.
Sobre o processo de busca pelos sinais ou equivalentes e classificadores demonstrou-se
bastante árduo, como evidenciado foram enumerados alguns sinais através do Youtube e pela
consulta com a comunidade surda e 12 sinais restantes sem registro e com a possibilidade de
inexistência ou existente dentro de um grupo surdo específico. Na qual, dentre os 12, grande
parte eram palavras-termos técnicos, ou nomenclaturas amazônicas utilizadas na ação pesqueira
como “matapi” ou “manejo”. Outro fator para análise é sobre os termos específicos do curso
como “engorda” e “arraçoamento” que mesmo após a explicação do conceito, a ideia ainda
parecia abstrata para a comunidade surda consultada.
Em relação ao profissional intérprete tradutor, é de grande ressalva expor que durante a
realização da pesquisa, os sinais fornecidos e explanados, também são sinais comumente
utilizados em academia do ensino fundamental, como por exemplo: sinal de “rio”ou “poluição
d’água”, pois são termos já vistos em disciplinas curriculares e obrigatórias em uma escola
regular. A menção desse fator, ocorre para evidenciar que as áreas terminológicas detém de
“termos-chaves” utilizados em ambientes específicos, contudo, esse processo de catalogação e
de criação, se torna dependente dessa comunidade surda que trabalha com a terminologia ao
proporcionar um sinal. Assim, pontua-se como pesquisadora que a dificuldade ocorre com
maior evidência quando se busca esses termos em língua de sinais, por ainda serem restritos
das comunidades acadêmicas que os produzem.
No que tange a comunidade surda, esses participantes colaboradores são residentes da
região metropolitana de Belém, e por meio virtual, foi realizada a contatação com alguns
colaboradores surdos da região de Igarapé Miri, também no Pará. Inserido nesses dois lugares
com maior regularidade, ainda assim, não significa que esses surdos possuem sinais para todos
os termos, Marinho (2007) apresenta reflexões acerca das barreiras comunicacionais
ocasionada pela escassez de sinais específicos de uma área. Ele pondera sobre o intérprete e a
criação de sinais entre o surdo e o profissional de interpretação, para poupar o tempo da
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utilização de datilologia toda vez que houver a menção, e também a redução do processo de
interpretação e tradução.
Seguindo nessa premissa, urge a necessidade de criação desses termos específicos
dentro da comunidade surda, tendo em mente, que além da criação do sinal, ele deve ser
divulgado, apropriado para que a comunidade surda reconheça e passe a utilizá-lo. A definição
em português foi adicionada mesmo sem o sinal, com o ideal de que a partir do conceito o
intérprete consiga apresentar esse termo ao surdo com equivalentes ou classificadores. Sobre
isso, demonstrou também que grande parte dos sinais era equivalentes/classificadores e como
esse fenômeno está presente na língua de sinais e expressa sentido e significância em uma
comunicação.
Desta maneira, de 28 sinais catalogados, o registro de 16 com fotos e vídeos para o sinal,
identifica-se que apesar do efeito trabalhoso, ainda registrou mais da metade do número
proposto a partir da seleção. Em soma a isso, para o registro do termo no glossário, tornou-se
essencial pensar na estética de disposição do glossário. A ordem das categorias escolhidas e
adaptadas perante a autora que vos escreve, compreendem acerca da construção da imagem e
conceito, com a validação final, que engloba as referências teóricas ou eletrônicas. Nessa
perspectiva, de caráter estético, os verbetes aparecem no glossário seguindo a ordem alfabética
e com a primeira linha, anunciando os comandos em negrito, para maior visualidade.
Outro ponto importante para ponderar, ocorreu durante a contatação com os intérpretes,
na qual em meio de uma conversa informal, debatendo sobre a temática do atual estudo, relatou
a partir da sua experiência profissional, informações de grande relevância para a pesquisa. O
SCCSI, narrou que ele de fato não conhece um surdo ribeirinho, porém provavelmente esse
surdo não é usuário da língua de sinais. Ele pontua que na cidade de Belém, grande parte das
pessoas surdas estão envolvidas na associação de surdos, e pelo seu contato como intérprete,
expõe que esses surdos são participantes ativos de atividades mais urbanas na região
metropolitana de Belém. Nesse viés, prossegue explanando que um dos desafios é conhecer e
encontrar o surdo ribeirinho, sondar seu conhecimento sobre Libras, verificar se ele utiliza ou
já criou um sinal baseado no contexto da sua vivência diária, checar os usuários desse sinal, e
então partir da ideia de gravação e catalogação do termo por ele atribuído, uma vez que ocorra
de comum acordo pelos envolvidos na investigação.
O conhecimento partilhado pelo tradutor intérprete agregou a pesquisa na vertente de
dar continuidade a esse trabalho, expandir o léxico amazônico, ampliar o léxico da língua de
sinais, além de reconhecer e valorizar a língua, a cultura, as escolhas e o território que o surdo
está.
69

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

À face do exposto, o atual trabalho com o objetivo geral de catalogar esses termos
amazônicos e porventura do curso de Pesca, pondera sobre a dificuldade de encontrar os termos
técnicos científicos, e a utilização de estratégias da língua de sinais, como os classificadores e
sinais equivalente para transmitir a mensagem com o mesmo núcleo de conteúdo. Entretanto,
apresenta também resultados positivos sobre os termos registrados e sob a exposição. Vale
frisar, o cuidado e a responsabilidade de não enxergar a língua de sinais na vertente de
ferramenta, que deve ser utilizada para fornecer e ser conhecedor de todos os sinais. Posto isso,
pontua-se novamente: a Libras é uma língua e a língua é viva, em constante mudança e
aquisição de conhecimento. Logo, não é sempre que será encontrado todos os sinais demarcados
para catalogação.
Em soma, ao realizar todo o processo de busca de dados, constatou-se o déficit no
conhecimento dos termos em Libras e também na língua portuguesa, evidencia que a criação
de glossários é de suma relevância para a comunidade surda, na interação interlíngua e
intercultural, bem como para a divulgação e reconhecimento da língua orientada para área da
ciência, ademais, pontua-se a importância da criação desses sinais e pesquisas encaminhadas
nesse viés, apresentando novos termos, aprimorando o léxico e o glossário. Ressalta-se
novamente a importância de criações de materiais de apoio, encaminhadas a uma perspectiva
individual – comunicacional -, porém que atinge a um todo – educacional-.
Na perspectiva amazônica denota-se a grandeza de conhecimentos e a gama de
informações territoriais que compõem o indivíduo e lhe propícia saberes da sua realidade, além
disso, consolida-se o pensamento da autora deste trabalho em dizer que futuramente, espera
visualizar a UFRA formando engenheiros de pesca surdos, médicos veterinários surdos,
ofertando além da graduação, o cenário em que os surdos ocupem qualquer espaço. Outrossim,
abre uma porta reflexiva ao denotar que apesar da existência do curso de Letras-Libras
integrado na Universidade Federal Rural da Amazônia, pesquisas e projetos como esse, voltado
a outro curso em questão, podem e devem se expandir além do curso de Letras, do espaço físico
daquele prédio.
Ao surdo ribeirinho, aos futuros surdos engenheiros de pesca, aos surdos de diferentes
povos amazônicos, para os apreciadores e estudiosos da temática, para cultura ouvinte e
contribuintes no processo de inclusão conclui-se que a partir do momento que a pessoa surda
se apresentar em diferentes instâncias da sociedade, o reconhecimento e o uso da sua língua
70

natural e própria será otimizado e avançará um passo à frente na trajetória da inclusão.


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Estampa.
75

Apêndice A

TERMO DE CONSENTIMENTO E ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


(TCALE)
Eu, Lívia Maria Bezerra dos Santos, aluna regularmente matriculada no curso de Licenciatura
em Letras Libras - ICIBE - PRESENCIAL, da Universidade Federal Rural da Amazônia
(UFRA), Campus Belém/PA, venho por meio deste, formalmente, convidá-lo a participar da
pesquisa intitulada: “Glossário Piloto Libras-Português no contexto de Estudos Amazônicos e
do Curso de Engenharia de Pesca da UFRA”, sob a orientação da Profa. Dra. Ana Cleide Vieira
Gomes Guimbal de Aquino (UFRA).

ESCLARECIMENTOS SOBRE A PESQUISA


Para seu conhecimento, esta pesquisa tem como fundamental objetivo: catalogar os termos
próprios da Amazônia e do curso de Engenharia de Pesca, pois proporciona a interação do surdo
com o ambiente no qual está inserido, colabora com o acervo da Universidade Federal da
Amazônia no que diz á respeito de instrumento de apoio acessível, além de propiciar ampliação
da língua e atingir o reconhecimento da língua como meio interacional do surdo, na vertente de
formação de nível superior. Para tanto, constitui-se de um estudo de cunho documental. Na
busca de uma proximidade com a realidade e como procedimento metodológico para coleta e
análise de dados será aplicada uma entrevista com um roteiro semiestruturado. Atendendo o
que prescreve a Resolução Nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, no qual consta a
determinação de que para todo e qualquer trabalho realizado com seres humanos é necessário
prévia autorização, esclareço que a identidade do
_____________________________________ será preservada e a autorização para uso das
informações obtidas será dada à pesquisadora por meio da assinatura deste Termo. Enfatizo que
sua participação é voluntária e que o presente documento consiste em autorizar o uso de
informações relacionadas à criança, para apresentação na defesa do trabalho de conclusão de
curso de Licenciatura em Letras Libras do ICIBE/UFRA, quando pronta, na forma de
submissão de artigos acadêmicos e em apresentações acadêmicas, tais como congressos e
eventos do gênero. Sua contribuição poderá ser interrompida a qualquer momento (com a
garantia de devolução de seus depoimentos). Somando-se ao exposto, esclareço que a
participação na pesquisa não se vincula a nenhum tipo de benefício direto, tais como
compensações pessoais ou financeiras atreladas à autorização concedida, visto que a finalidade
do estudo é contribuir a partir dos registros de sinais-termos no contexto de Estudos
Amazônicos e do curso de Engenharia de Pesca. Desde já agradeço a compreensão e
colaboração. Diante dos esclarecimentos e inclinada a esclarecer outras eventuais dúvidas,
solicito seu consentimento para utilizar os dados por você fornecidos todas as vezes que fizer
referências a este estudo.

AUTORIZAÇÃO
Eu, __________________________________________, telefone ______________, e-mail:
_________________________ declaro que li as informações acima sobre a pesquisa e que me
sinto perfeitamente esclarecido (a) sobre o conteúdo apresentado. Declaro ainda que, por livre
vontade, aceito participar da pesquisa, colaborando assim com a construção dos dados para
posterior análise.
Belém/PA, de março de 2023.

PARTICIPANTE DA PESQUISA
76

Apêndice B

AUTORIZAÇÃO
Eu, _______________________________________, abaixo assinado, responsável pelo
___________________________________, autorizo a realização do estudo “Glossário Piloto Libras-
Português no contexto de Estudos Amazônicos e de Engenharia de Pesca”, tendo como enfoque da
pesquisa o registro nos vieses acima mencionados. O referido estudo é parte da pesquisa de Trabalho de
Conclusão de Curso de Licenciatura em Letras Libras /ICIBE/UFRA de Lívia Maria Bezerra dos Santos,
orientada pela Profa. Dra. Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino (UFRA). Fui informado (a)
pelos pesquisadores acerca das características e objetivos da pesquisa, bem como da necessidade da
realização de entrevista semiestruturada ao professor participante da pesquisa.

Belém/PA, de março de 2023.

___________________________________________________
Assinatura
PESQUISADORAS:
Lívia Maria Bezerra dos Santos – (Acadêmica-Pesquisadora)
Profa. Dra. Ana Cleide Vieira Gomes Guimbal de Aquino (Orientadora – Professora –Pesquisadora -
UFRA)
77

APÊNDICE C
ROTEIRO SEMIESTRUTURADO APLICADO AO COORDENADOR DO CURSO DE
ENGENHARIA DE PESCA
Perguntas realizadas:
1. O curso de pesca já ofertou a disciplina de Libras no caráter eletivo, optativa ou
obrigatória?

2. Se sim, qual foi o último ano que a displina de Libras foi requisitada?

3. Já ingressou no curso de Engenharia de Pesca algum aluno apresentando alguma


condição de surdez?

4. Para você, qual a relação mais notória entre as temáticas do curso de Engenharia de
Pesca e a região Amazônica?

FORMULÁRIO APLICADO PARA OS ALUNOS E PROFISSIONAIS DA


ENGENHARIA DE PESCA

Link para acesso:

https://forms.gle/ErySF6DE9SsXA8tMA
78

Apêndice D

Disponível em: https://www.libras.com.br/alfabeto-manual

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