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INTRODUÇÃO

O trabalho científico atinge sua finalidade maior através de sua publicação.


É indiscutível a importância atual das Agências de Fomento à Pesquisa para que se
possa desenvolver, finalizar e publicar os trabalhos científicos.
As agências de fomento são instituições que têm o objetivo de estimular o
desenvolvimento de pesquisas e negócios, a partir da concessão de financiamento de capital
fixo e de giro.

No caso específico da ciência, as agências de fomento promovem o financiamento


de pesquisas científicas e tecnológicas. O enfoque nesse caso é incentivar o
desenvolvimento do país através do conhecimento científico.
De maneira geral, as agências relacionam-se ao Estado, seja ao governo federal, estadual ou
municipal.

Os financiamentos institucionais são provenientes do Fundo Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Algumas universidades públicas
possuem suas próprias agências, fundações e fundos.

Este trabalho aborda duas das principais Agências de Fomento à Pesquisa que são:
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(CAPES), e o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), além da
Plataforma Lattes que o CNPq disponibiliza, através da qual é possível preencher e
acessar o Curriculum Lattes, hoje uma ferramenta indispensável aos pesquisadores.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E
TECNOLÓGICO(CNPq)

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico(CNPq), é a


principal Agência de Fomento á Pesquisa Científica do Brasil e desempenha papel
primordial na formulação e na condução das Políticas de Ciências, Tecnologia e
Inovação. Sua atuação é estruturante ara o avanço das fronteiras do conhecimento e a
soberania do País.

CRIAÇÃO

Em maio de 1946, o Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva (engenheiro de


formação), representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica do Conselho de
Segurança da recém-criada Organização da Nações Unidas (ONU), propôs ao governo,
por intermédio da ABC, a criação de um conselho nacional de pesquisa. "Em maio de
1948 um grupo de cientistas e de amigos da ciência decidiu fundar, no Brasil, uma
Sociedade para o Progresso da Ciência sem fins lucrativos nem cor político-partidária,
voltada para a defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento
educacional e cultural do Brasil. " (* Trecho extraído da Publicação nº 3 da SBPC, de
1951: "SBPC - Fundação, evolução e atividades", reproduzidos nos Cadernos SBPC Nº
7, 2004.) A criação da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, veio
reforçar os ideais da necessidade de aparatos institucionais para o desenvolvimento da
Ciência no Brasil.
Álvaro Alberto tinha como empreitada a criação de uma instituição
governamental, cuja principal função seria incrementar, amparar e coordenar a pesquisa
científica nacional. Ainda em 1948, o projeto da criação do conselho era apresentado na
Câmara dos Deputados, mas foi somente em 1949 que o Presidente Eurico Gaspar Dutra
nomeou uma comissão especial para apresentar o anteprojeto de lei sobre a criação do
Conselho de Pesquisas. Reunião da Comissão nomeada pelo Presidente Eurico Gaspar
Dutra para elaborar o projeto que resultou na lei de criação do CNPq, em Abril de 1949.
A partir da esquerda, em primeiro plano, Álvaro Osório de Almeida, José Carneiro
Felipe, Jorge Latour e Álvaro Alberto. Depois de debates em diversas comissões,
finalmente em 15 de janeiro de 1951, dias antes de passar a faixa presidencial a Getúlio
Vargas, o Presidente Dutra sanciona a Lei de criação do Conselho Nacional de
Pesquisas como autarquia vinculada a Presidência da República. A Lei nº 1.310 de 15
de Janeiro de 1951, que criou o CNPq, foi chamada por Álvaro Alberto de "Lei Áurea
da pesquisa no Brasil."

MISSÃO
Fomentar a Ciência , Tecnologia e Inovação e atuar na formulação de suas
Políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o
desenvolvimento sustentável e a soberania nacional. O CNPq é responsável por uma
série de atividades na área:
- Gestão de recursos humanos;
- Financiamento de Pesquisa;
-Gerenciamento de Bolsas;
- Registro e Memória;
-Currículo Lattes;
-Gestão de grupos de pesquisa e outros.

Atual Presidente:
Ricardo Galvão.
Professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e ex-diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cargo que ocupou até 2019. Naquele ano, Galvão foi
designado pela revista Nature em primeiro lugar de uma lista das dez pessoas mais importantes
para a ciência. Em 2021, recebeu o Prêmio da Liberdade e Responsabilidade Científica da
Associação Americana para o Avanço da Ciência.

OBJETIVOS
Como um dos principais órgãos de incentivo a pesquisa no País, vinculado ao
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o CNPq conta com diversos objetivos
de acordo com a legislação, políticas educacionais e de Ciência e tecnologia do País. Os
principais são:
- o desenvolvimento e a manutenção da pesquisa científica e tecnológica, além da
formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa.
- promover e fomentar a inovação tecnológica, além de implantar e manter mecanismos
de coleta, análise, armazenamento, difusão e intercâmbio de dados e informação sobre o
desenvolvimento da ciência e tecnologia;
- promover a realização de acordos, protocolos, convênios, programas e projetos de
intercâmbio e transferência de tecnologia entre entidades públicas e privadas, nacionais
e internacionais;
- apoiar e promover reuniões de natureza científica e tecnológica ou delas participar;
- promover e realizar estudos sobre o desenvolvimento científico e tecnológico;
Além disso, 0 CNPq disponibiliza a Plataforma Lattes através da qual é possível
preencher e acessar o Curriculum Lattes, hoje indispensável aos pesquisadores.

PLATAFORMA LATTES

O Currículo Lattes surgiu em 1999, como uma proposta do Conselho Nacional


de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o intuito de incentivar a
pesquisa no Brasil. O nome da Plataforma é uma homenagem ao físico brasileiro , César
Lattes. O professor foi um dos responsáveis por criar o CNPq e sua pesquisa é
considerada fundamental para o desenvolvimento da área de física atômica brasileira.
Com o tempo, o documento passou a ser usado por diversas instituições de
ensino e pesquisa. As principais produtoras de conteúdo científico são as universidades
públicas. De lá saem artigos, TCC’s, teses e dissertações todo o ano. Assim, o CNPq
criou a Plataforma Lattes para concentrar tais produções, funcionando como um
currículo e um censo, onde são registrados todos os artigos e projetos da vida acadêmica
e toda a trajetória profissional. A ferramenta também dá estatísticas sobre a produção de
pesquisa no País.
Além de importante para o pesquisador, o Lattes é a forma mais inteligente de
padronizar a vida acadêmica de estudantes e profissionais. A Plataforma Lattes é uma base
de dados pensada dentro dos moldes da Web 2.0, a qual, dentre muitos conceitos importantes,
não possui fronteiras rígidas, mas um centro gravitacional. A Internet passou a estimular a
chamada “arquitetura de participação”, algo que não fazia parte da primeira fase dos serviços
online. Considerada como a segunda geração da Internet, a Web 2.0 aparece como
potencializadora das formas de publicação, compartilhamento e organização das informações
online.
A Plataforma Lattes, de acordo com o CNPq, já ultrapassou 3 milhões de currículos.
Nesse sentido, todos esses milhões de currículos encontram-se disponíveis por meio da Internet
e em formato HTML, constituindo uma vantajosa oportunidade de análise da CT&I do país. A
Plataforma Lattes está em português, mas oferece ao pesquisador a opção de divulgar seu
currículo em inglês. Além disso, aceita qualquer idioma para o preenchimento dos campos,
todavia, publicações em inglês são crescentes nas áreas de ciências duras e biológicas. Por conta
disso, as palavras-chave para a expressão de busca criada foram utilizadas em inglês e
português.
Outro ponto importante que merece destaque é o fato da Plataforma Lattes servir como
fonte de informação para órgãos que avaliam o Sistema Nacional de Pós-Graduação do Brasil,
como a CAPES do Ministério da Educação (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior, 2014) e, também, para as agências de fomento e financiamento de pesquisas
e/ou oferta de bolsas. Contudo, embora haja inúmeras críticas quanto ao uso da Plataforma
Lattes como fonte de informação em pesquisas, não se pode desconsiderar o seu ineditismo
como uma base de dados que reúne e integra informações acadêmicas, profissionais,
institucionais e bibliográficas de pouco mais de 3 milhões de pesquisadores.

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL


SUPERIOR
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior é um órgão
vinculado ao Ministério da Educação.
Foi instituída em 1951, por meio do Decreto nº 29.741, inicialmente, como uma
Comissão com a finalidade de promover a formação e a qualificação de pessoal a nível
superior para o atendimento das necessidades dos empreendimentos públicos e
privados que forneceriam as bases ao desenvolvimento brasileiro. Surgiu durante o
segundo governo de Getúlio Vargas, em uma conjuntura de afirmação do
desenvolvimento nacional inaugurada nos anos 1930, para impulsionar a pesquisa
científica e sua integração como ensino.
As atividades da CAPES podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de ação:
a) Avaliação da Pós-graduação Stricto Sensu;
b) Acesso e divulgação da Produção Científica;
c) Investimento na formação de recursos de alto nível no País e Exterior;
d) Promoção da Cooperação Científica Internacional

Atual Presidente:
A bióloga Mercedes Bustamante é a presidente da CAPES. Nascida no Chile, mas
também com nacionalidade brasileira, Mercedes Bustamante é professora titular da
Universidade de Brasília (UnB) no Departamento de Ecologia, integrante da Academia
Brasileira de Ciências (ABC) desde 2015 e comendadora da Ordem Nacional do Mérito
Científico, título recebido em 2018. Ela também integra a Academia Nacional de Ciências
(NAS, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A principal diferença entre a Bolsa Capes e CNPq são os seus objetivos. Apesar de
ambos os tipos de financiamento estarem ligados à pesquisa, ciência e tecnologia, há
uma diferença no papel de cada instituição.
A CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, é um
órgão vinculado ao Ministério da Educação. O foco da instituição é fomentar e
incentivar atividades voltadas para educação em geral. Dessa forma as bolsas
concedidas pelo órgão são direcionadas para esse tipo de projeto e pesquisa. Já o CNPq,
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, é uma instituição
voltada para pesquisa e desenvolvimento em geral. Dessa forma, os projetos financiados
costumam ser mais diversificados e abrangentes, ou seja, podem ou não estarem
relacionados com educação. Além disso, o CNPq é mantido pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação.

CONCLUSÃO
A contribuição do conjunto de agências de fomento federais e estaduais é de fundamental
importância para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - SNCTI em nosso
país. Enquanto a CAPES tem uma atuação preponderante na concessão de bolsas de pós-
graduação, o CNPq atua principalmente na concessão de bolsas de pesquisa e no auxílio à
pesquisa. Já às FAPs atuam mais fortemente no auxílio à pesquisa. Com os sucessivos cortes
orçamentários, os recursos são absolutamente insuficientes para manter o sistema, quanto mais
para continuar o ritmo de expansão das últimas duas décadas. É necessário aumentar o número
de bolsas na mesma proporção que aumenta o número de matrículas. Na pós-graduação, é
preciso reverter a queda no número de bolsas de pós-doutorado, em consonância com o
reajuste das bolsas. Considerando o valor global do orçamento do governo federal, este aumento
representa uma fração ínfima. Bastaria apenas vontade política para fazer o que é certo, o que
contribuiria para uma sociedade mais próspera, para um país mais inovador. Investir em
educação e em pesquisa é garantia de um futuro melhor para toda população!

REFERÊNCIAS

FÓRUM DE REFLEXÃO UNIVERSITÁRIA – UNICAMP. Desafios da pesquisa no Brasil.


Obra contribuição do debate. São Paulo, V.16, pg.15-23, out-dez 2002.
FURTADO, André Tosi. Novos arranjos produtivos, estado e gestão de pesquisa pública.
Ciência e cultura. São Paulo, vol.57, n.1, pag. 41-45, jan./mar.2005.Disponível em
www.portalperiodicoscapes.gov.br/ Ministério da Educação.
PLATAFORMA LATTES, CNPq.gov.br/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
MARQUES, Fabrício. Acesso Amplo e equânime ao conhecimento .Revista Pesquisa Fapesp.
Sã0 Paulo. Edição 304, jun.2021.
BRITO, Aline Grasiele Cardoso. Revista Inovação e
Desenvolvimento,vol.II,.n.06-2021/Ministério da Ciência e Tecnologia.gov.br

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